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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS


7ª Vara do Juizado Especial Cível

Processo nº 0636363-40.2019.8.04.0015
Ação: Procedimento do Juizado Especial Cível/PROC

Para conferir o original, acesse o site https://consultasaj.tjam.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0636363-40.2019.8.04.0015 e código 65E22D7.
Parte autora: Maria de Lourdes Nicasso
Parte ré: Águas de Manaus S/A (Antiga Manaus Ambiental S/A)

SENTENÇA

Dispensado o relatório, nos termos do art. 38 da Lei 9.099/95. Fundamento e decido.

Trato de ação envolvendo revisão de faturas de água com tarifa de esgoto, cumulado com
danos morais e repetição de indébito.

A relação jurídica estabelecida é de consumo, conforme o disposto no art. 2º e/ou 17 da Lei


n.º: 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) e a pretensão encontra respaldo em nosso ordenamento
jurídico.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MOACIR PEREIRA BATISTA, liberado nos autos em 14/02/2020 às 12:26 .
O serviço de esgoto é classificado como uti singuli, pois seus usuários são identificados,
cadastrados, seu consumo individual é mensurável e sujeito a cobrança mediante tarifa, se prestado por
particulares concessionários ou permissionários do Estado.

Ademais, à luz do dispositivo no artigo 3º da Lei 11.445/2007 e o art. 9º do Decreto


Regulamentador n.º 7.217/2010, justifica-se a cobrança da tarifa de esgoto quando a concessionária
realiza a coleta, transporte e escoamento dos dejetos, ainda que não promova o respectivo tratamento
sanitário antes do deságue. Vejamos, o STJ em sede de repetitivo decidiu acerca do presente tema:

Além disso, a efetivação de alguma das etapas em que se desdobra o serviço de


esgotamento sanitário representa dispêndio que deve ser devidamente ressarcido, pois, na prática,
entender de forma diferente inviabilizaria a prestação do serviço pela concessionária, prejudicando toda a
população que se beneficia com a coleta e escoamento dos dejetos, já que a finalidade da cobrança da
tarifa é manter o equilíbrio financeiro do contrato, possibilitando a prestação contínua do serviço público.
Precedentes citados: REsp 1.330.195-RJ, Segunda Turma, DJe 4/2/2013; e REsp 1.313.680-RJ, Primeira
Turma, Dje 29/6/2012. (Informativo 530 do STJ. 1ª Seção. REsp 1.339.313-RJ, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 12/6/2013).

Contudo, esclareço que o ônus probatório caberia à parte ré, porque a requerida não
conseguiu de forma verossímil comprovar efetivamente a prestação do serviço de recolhimento de esgoto,
quando, na realidade, este ônus era todo seu, em razão da inversão do ônus da prova, o qual como regra
de julgamento, inverto neste decisum.

Assim, como se pode denotar dos autos às fls. 66 e 67, a requerida apenas apresenta a foto
da frente de uma casa que não se consegue afirmar se é mesmo da requerente, bem como a foto da
tampa de um esgoto, a qual também não se sabe se é efetivamente da rua ou bairro, onde reside a
requerente.

Em análise ao presente feito, a parte ré se limita a afirmar a existência de interligação


hidráulica do imóvel da autora à rede de esgoto. Deveria pois, a parte ré comprovar a existência efetiva do
serviço através de fotos da ligação, projeto/planejamento de engenharia ou até mesmo declaração da
Agência reguladora dos serviços púbicos.

O ato ilícito, portanto, é a cobrança indevida de tarifa de esgoto, uma vez que a requerente
residente no bairro Betânia não tem acesso ao serviço de esgoto. Assim, considero abusivo a parte ré
imputar cobrança de um consumo hipotético.

Assim, julgo inexigível as cobranças de taxa de esgoto, objeto desta demanda. Por outro
lado, quanto ao pedido de dano material, verifico a parte autora não comprovou o pagamento das faturas,
motivo pelo qual JULGO IMPROCEDENTE o pedido de repetição do indébito.

A situação desborda do mero aborrecimento, tendo sido apta a causar danos morais

Rua Alexandre Amorim, nº 285, 3º Andar, Aparecida - CEP 69010-300, Fone: 3212-6252, Manaus-AM - E-
mail: 7je.civel@tjam.jus.br
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experimentados pela parte autora.

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Nesse sentido é a jurisprudência, conforme julgado(s) abaixo(s), ora adotado(s), também,
como razão de decidir:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. CEDAE. FORNECIMENTO DE
ÁGUA. IRREGULARIDADE NA MEDIÇÃO. COBRANÇAS INDEVIDAS. DANO MORAL
CONFIGURADO. REEXAME VEDADO PELA SÚMULA 7/STJ. CDC. APLICABILIDADE. 1. Não ocorre
contrariedade ao art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem decide fundamentadamente todas as
questões postas ao seu exame, assim como não há que se confundir entre decisão contrária aos
interesses da parte e inexistência de prestação jurisdicional. 2. A comprovação dos danos morais,
decidida pelas instâncias inferiores, fundou-se nas provas e fatos colhidos, não podendo ser
reapreciada em sede de recurso especial, tendo em vista a circunstância obstativa disposta na
Súmula 7 desta Corte. 3. "O Superior Tribunal de Justiça possui firme jurisprudência no sentido de não
configurar erro justificável a cobrança de tarifa de água e esgoto por serviço que não foi prestado pela
concessionária de serviço público, razão pela qual os valores indevidamente cobrados do usuário
devem ser restituídos em dobro, conforme determina o artigo 42, parágrafo único, do Código de
Defesa do Consumidor" (AgRg no AREsp 70.685/RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma,

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MOACIR PEREIRA BATISTA, liberado nos autos em 14/02/2020 às 12:26 .
DJe 21/3/12). 4. Agravo regimental a que se nega provimento.(STJ - AgRg no AREsp: 546265 RJ
2014/0170526-3, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de Julgamento: 07/10/2014, T2 –
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 15/10/2014).

Na fixação do quantum indenizatório, arbitra-se levando em conta o alto grau do vício e da


culpa, o dano suportado pela parte, bem como o caráter pedagógico e punitivo da condenação (STJ;
RESP 355392; RJ; Terceira Turma; Rel. Desig. Min. Sebastião de Oliveira Castro Filho; Julg. 26/03/2002;
DJU 17/06/2002; pág. 00258).

Posto isto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos da parte autora, e faço


nos seguintes termos: a) DECLARO inexigível os débitos referentes a tarifa de esgoto, referente a
matrícula n° 90476-7; b) CONDENO a requerida em danos morais na cifra de R$ 6.000,00 em prol da
parte autora, a título de indenização por danos morais, incidindo juros e correção da publicação da
sentença, levando em consideração os aspectos punitivos e compensatórios da sentença; c)
IMPROCEDENTE demais pedidos.

Sem custas e honorários sucumbenciais em primeiro grau de jurisdição, ex vi do art. 55 da lei


9.099/95.

Da interposição de recurso, observar a parte recorrente o recolhimento do preparo e as


custas recursais de lei (art. 54, parágrafo único e 55, ambos da Lei 9.099/95, combinado com a Lei
Estadual 2.429/96 e Provimento 256/2015-CGJ/AM). Havendo pedido de gratuidade de justiça, a parte
recorrente deverá comprovar que preenche os pressupostos para tal, nos termos do art. 99 o
NCPC. Interposto o mesmo, faça-se os autos conclusos para análise do juízo de admissibilidade do
recurso.

Por outro lado, transcorrido o prazo legal, sem a interposição de recurso, determino à
Secretaria que certifique o trânsito em julgado e dê-se baixa e arquivamento dos autos oportunamente.

P.R.C.

Manaus, 14 de fevereiro de 2020.

Moacir Pereira Batista


Juiz de Direito

Rua Alexandre Amorim, nº 285, 3º Andar, Aparecida - CEP 69010-300, Fone: 3212-6252, Manaus-AM - E-
mail: 7je.civel@tjam.jus.br

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