Sunteți pe pagina 1din 5

Sua memória anda ruim?

Saiba como melhorar isso

Em tempos de redes sociais e bombardeio de informações, fica cada vez mais difícil
lembrar nomes, rostos, datas, números, histórias e o que mais mesmo? Precisamos falar
sobre como você tem cuidado da memória

Fernanda Frozz

15 Mar 2020 - 09h22 Atualizado em 15 Mar 2020 - 09h22

“Mas como chama a atriz de O Diabo Veste Prada?” “Em que ano rolou o 7x1?” “Será
que fechei as janelas ao sair de casa?” Às vezes parece impossível lembrar uma
informação que até então estava fresquinha em nossa mente. E acontece com todo
mundo, viu? O estudo chamado Curva do Esquecimento, criado pelo cientista alemão
Hermann Ebbinghaus lááá no século 19, mostra que, apenas 20 minutos após aprender
algo, o cérebro esquece aproximadamente 42% do conteúdo.
Esse índice sobe para 67% em 24 horas e 79% em um
mês. Os números assustam, mas calma: apesar de
existir um limite de absorção de informações, não
quer dizer que todas as suas memórias vão
desaparecer com o tempo. De acordo com o
neurologista Leandro Teles, da Academia Brasileira
de Neurologia (ABN) e autor livro O Cérebro
Ansioso, os dados variam de pessoa para pessoa e da
relevância da informação na sua vida. Afinal, é
provável que a aula de física não tenha marcado tanto
quanto seu primeiro beijo.

Mas por que isso acontece? “Existe um cabo de


guerra de coisas que levam ao esquecimento ou à
fixação. Tem vivências tão intensas que já são retidas
no ato. Outras ficam no cérebro apenas por
proximidade temporal e se perdem ao longo do
tempo, a não ser que você volte a vê-las. ” Prova
disso é quando saímos do cinema e sabemos dizer
TU-DO o que aconteceu no filme. Em um mês, só restam os pontos principais. E,
provavelmente, se reassistirmos em um ano, vamos nos surpreender com as cenas como
se fossem inéditas.

Ih, esqueci!

O tempo não é o único


responsável pelo
esquecimento. E
mesmo que, por
hereditariedade, você
tenha a famosa
memória de elefante –
ou hipermnésia –, não adianta depositar todas as fichas nisso. A fundadora da Academia
da Mente e autora do livro Deu Branco, Ana Alvarez, explica que não há genética que
resista aos efeitos do cansaço, estresse e da privação de sono, que consecutivamente
levam à falta de atenção e concentração. “Quando um conteúdo caminha pelos
neurônios, seus dendritos [prolongamento dos neurônios] se encolhem se você estiver
cansada e ansiosa, aí não passam a informação adiante”, diz.

Sabe quando algo desaparece da nossa mente sem explicação? Sem dúvida, já aconteceu
com você, seja um aniversário, a lista do mercado ou o nome do vizinho no elevador.
Segundo a expert, esses “apagões” são cada vez mais comuns porque vivemos a era da
distração e somos pressionados a pensar sempre um passo (dois, três...) à frente.
Resultado: uma geração de esquecidos. E a ansiedade tem parcela de culpa nisso – vale
lembrar que segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2019, o Brasil
é o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas (9,3% da população) que
convivem com o transtorno. “Temos dificuldade de viver o presente nesta era em que o
grau de cobrança é superelevado, a velocidade da informação é alta e estimulamos o
multitarefa. É por isso que meditação e mindfulness fazem tanto sucesso, elas nos
incentivam a perceber o agora.” Sim, é nossa missão tirar a mente do piloto automático
e combater um dos inimigos da atenção: a rotina. Tanto que, quando começamos um
novo trabalho, todos os detalhes importam, desde o trajeto e os novos colegas até a
disposição das mesas. Com o tempo, aquilo se torna tão habitual que temos dificuldade
de reparar e lembrar o que fizemos no fim do dia. Então, o conselho é manter a atenção
ativa. Mude o caminho ao sair de casa, invente programas e opte por novas marcas. A
novidade coloca nossa mente em estado de alerta.
No caso dos “apagões”, a boa notícia é que,
geralmente, a lembrança reaparece depois de um
tempo. Mas, se isso não acontecer, nem pense
em ignorar. Para cada “branco” que se deixa
passar, existem cerca de 30 fatos associados.
“Você tem que colocar essa informação na
cabeça de novo”, aconselha Ana. É por isso que
o primeiro passo após um “apagão” é se esforçar
até lembrar, mesmo que com a ajuda de um
amigo ou do Google. Logo depois, crie relações
com termos conhecidos. Por exemplo, se a
palavra que sumiu da sua mente for “parmesão”,
faça um exercício e tente pensar em outros
queijos que comecem com a mesma letra, como
“provolone” ou “prato”. Em seguida, diga a
palavra em voz alta e escreva num papel. No
fim do dia, repita o processo para fixar bem. Foi
fácil, vai!

Agora, quando o ponto fraco é esquecer o ferro


ligado ou o boleto em cima do balcão, seus
aliados são uma caneta e um post-it. Espalhe
pela casa recadinhos com frases curtas para ativar sua memória. O ferro, por exemplo,
pode ganhar a frase: “preciso ser desligado”. Já a conta de luz vem com o lembrete: “já
fui paga”. Aposte ainda em listas de afazeres todas as manhãs e se dedique a manter sua
agenda sempre atualizada com datas e compromissos. É simples e certeiro. Se ainda
assim o apagão for constante (mais de seis vezes ao dia) e atrapalhar sua rotina, sinal de
alerta. Não espere o quadro se agravar para procurar um profissional, hein?!

Botão de reset

Tudo bem, um empurrãozinho é necessário para manter alguns fatos importantes no


nosso HD, mas existem aquelas memórias ruins que não saem da nossa cabeça. Pois é,
na vida, nem tudo são flores. Existem emoções que transformam más lembranças em
traumas. A psicóloga e terapeuta Ana Maria Fonseca Zampieri, coordenadora do
Programa de Ajuda Humanitária
Psicológica (PAHP), explica
que essas são memórias
armazenadas disfuncionalmente.
“Sabe por que temos mais
facilidade de lembrar de um
tapa que de um sorvete? Porque
o prazer não está ligado ao
sistema de sobrevivência, mas a
dor está.” Em algumas
situações, o estado de alerta se
transforma em pânico, e isso
pode transcender gerações. É
comum em sobreviventes de
guerras e tragédias, como o 11
de Setembro ou Brumadinho. “Essas emoções se reavivam no presente com um
gatilho.Por exemplo, quando alguém que há 20 anos foi sequestrado sente taquicardia e
tontura ao parar num semáforo.” Nesses casos, existem várias terapias usadas para
ressignificar memórias, mas, segundo a OMS, o EMDR (Eye Movement
Desensitization and Reprocessing) é a mais eficaz. “Quando a gente retoma cenas
traumáticas e faz estimulação bilateral por meio do olhar, tato ou audição, o cérebro
reprocessa a experiência. Você não esquece o que viveu, mas lembra de uma forma
diferente.” Isso acontece porque você revisita uma memória dolorosa enquanto oferece
outro estímulo para a mente se atentar ao agora. Resumindo: é para mudar o foco.

Recordar é viver

É o nosso cérebro quem decide o que vai e o que fica, um processo que se inicia na
infância e nos acompanha a vida toda. Aos 6 meses, passamos a armazenar lembranças
que nos permitem criar habilidades sociais, motoras e de linguagem, como andar, comer
e reconhecer nossos pais. Isso é chamado de memória implícita, que acontece de forma
automática. Mas já reparou que é impossível recordar qualquer história dessa época? No
geral, só a partir dos 4 anos criamos a memória consciente, ou explícita, que nos torna
capazes de contar uma sequência de fatos. A partir daí, em meio a uma enxurrada de
novas informações diárias, nos apegamos a três fatores para escolher o que não deve ser
esquecido com o tempo: emoções, situações que fogem da rotina e repetição. Isso
explica a importância das aulas de revisão antes de prestar um vestibular. E mostra
também o porquê, se analisarmos a história de vida de uma pessoa de 70 anos, de a
maior parte das memórias de longo prazo aparecer entre os 10 e 30 anos**, já que é
nesse período que vivemos situações transformadoras, como deixar a casa dos pais e
escolher a carreira. Quem lembra?

Memória de elefante

Se você tem fama de esquecida, saiba que é possível melhorar o potencial do seu
cérebro com alguns ajustes na rotina, como exercícios físicos, meditação, alimentação e
uma boa noite de sono. Pode parecer simples, mas são dicas seguidas, inclusive, por
profissionais no assunto, como é o caso de Yanjaa Wintersoul, de 25 anos, nascida na
Mongólia e detentora de três recordes mundiais de memória. Ela já gravou 145 palavras
em 5 minutos, 212 rostos em 15, e 360 imagens em 5 (Ufa!) transformando tudo em
narrativa. Mas como assim? Se precisar lembrar da sequência “bolo-casa-bicicleta”, a
saída é inventar uma história usando esses termos. Testado e aprovado! Em um estudo
realizado na Universidade de Stanford, na Califórnia***, 24 pessoas precisaram
memorizar 12 listas de dez palavras. A metade que decorou acertou, em média, apenas
13%. Já a outra metade criou uma narrativa e lembrou de 93%. Que tal tentar em casa?

Ah, e caso você não tenha se lembrado sobre as dúvidas do início desta reportagem,
atenta: as atrizes de O Diabo Veste Prada são Meryl Streep e Anne Hathaway, o 7x1
aconteceu em 2014 e, bom, não conseguimos te ajudar com as janelas de casa, mas
esperamos que a previsão não seja de chuva. Da próxima vez, melhor anotar.

Jogo da memória*
1. Que tal testar sua atenção?
Olhe bem os desenhos a
seguir e cubra a página.
2. Sua primeira missão é
desenhar a figura composta
por três traços.
3. Agora, reproduza a
imagem composta por três
figuras de quatro lados.
4. Por fim, desenhe a que
parece ter um X.

Ajuste o foco
Quer melhorar o potencial da
sua memória? Atenta!
Tenha curiosidade: querer
entender tim-tim por tim-tim
sobre tudo só vai te ajudar.
Não deixe um “apagão”
passar batido, pesquise tudo.
Coma bem: nosso cérebro é
fã de gorduras boas e
vitaminas do complexo B,
como peixes, nozes, azeite e
frutas. Alimente-o!
Respire fuuundo: meditar
ativa zonas cerebrais
responsáveis pela atenção e
controle de emoções.
Se mexa: atividades físicas
produzem hormônios que
prolongam a vida dos
neurônios.
Já para a cama: cansaço e
privação de sono são
inimigos da boa memória.
Oi, desafio: invista em
palavras-cruzadas e testes tipo este: por 1 min, fale tudo o que consegue comprar com
R$ 5. Depois, escreva num papel.

Fonte: *Teste cedido por Ana Alvarez, do livro Deu Branco **Estudo publicado na Memory &
Cognition (1997), revista científica dos EUA / ***Estudo publicado na Psychonomic Science
(1969)

FONTE: https://revistaglamour.globo.com/Beleza/Saude/noticia/2020/03/sua-memoria-anda-
ruim-saiba-como-melhorar-isso.html

S-ar putea să vă placă și