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ESCRITÓRIO DE ADVOGADOS

SÉRGIO RAIMUNDO E ASSOCIADOS


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CONTRIBUINTE Nº2401236309

MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA


SALA DO CIVEL E ADMINISTRATIVO
DO TRIBUNAL PROVINCIAL DE BENGUELA

BENGUELA

Agnelo Severino Torres, solteiro, residente em Benguela, Rua Damas de


Moura, Zona B, Bilhete de Identidade número 002277867BA03, utente do
terminal telefónico 923596983, Vem intentar

Acção Ordinária de Restituição de Posse e Indemnização.

Contra:
Paulo Alexandre De Almeida Martins e Neves, Residente em Benguela, na
Avenida Comandante Kassanje, utente do terminal telefónico 923509878.

Com base nos seguintes fundamentos


Rua António José de Almeida nº 50, 1º Andar – Cidade de Benguela/Angola
Tel.: +244923265822
Email: fariajose32@gmail.com
I- Dos Factos


O Requerente é possuidor legitimo do terreno, com o talhão número 7, do
quarteirão nº 69, com área de 939,33 metros quadrados, localizado junto
ao asfalto, Rua Travessa Basílio Teles, no Município de Benguela,
conforme faz fé o título de concessão passado pela Administração
Municipal de Benguela e os emolumentos pagos ao Estado (Vide doc. 1, 2
e 3).


O Requerente tem a posse titulada, de boa-fé, pública e pacifica, porque
foi legítimo o modo de aquisição do imóvel, através da Administração
Municipal de Benguela, mediante a concessão sobre o referido prédio, o
órgão é competente e o meio é idóneo para validar o negócio.

Aliás, foram cumpridos todos os requisitos formais e substanciais para a


validade do negócio celebrado entre a Administração Municipal de
Benguela e o Requerente.

O Requerente tem a posse chamada de ano e dia, que a lei exige que seja
de um ano, isto é, desde 1999, ou seja há mais de 14 anos.

Assim sendo, o Requerente adquiriu o imóvel em 1999, com o título


passado pela Administração Municipal de Benguela, e desde esse
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momento, que o Requerente tem o corpus e o animus sobre o imóvel, que
constitui objecto do processo sub Judicie.

Porém, acontece que no ano de 2006 foi realizado um processo de


inventário, altura em que o Requerente já possuía o título e praticava
actos próprios de proprietário, em que o imóvel agora em discussão
aparecia como património hereditário da Senhora Leocadia Martins e
Neves, e segundo o Requerido estava ocupada por Julião João, Maria
Chipepe e Maria Casimiro, ora, isso não corresponde com a verdade,
porquanto, o Requerente tem a posse pública do imóvel em referência
desde o ano de 1999, conforme prova os referidos documentos.

E, Mesmo que assim fosse, se os herdeiros da Senhora Leocadia Martins


e Neves, hipoteticamente achavam que o Requerente tinha a posse de um
bem, propriedade de outrem, porque que o Requerente não foi
interpelado, ou não foi notificado, na altura em que foi feito o processo de
inventário, como fizeram com as pessoas que ocuparam as casas que
faziam parte do quinhão hereditário da Senhora Leocadia Martins e
Neves?

Ora, a resposta a este quesito é tão clara como a água, na medida em que
o referido terreno em momento nenhum constou do tal dito processo de
inventário, ex vi (doc.4).

De referir que, ainda que admitíssemos que o terreno sub Júdice constava
do quinhão hereditário, ainda sim, os Senhores que se encontravam na

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situação de ocupantes dos bens que faziam parte do património
hereditário da Senhora Leocadia Martins e Neves, nomeadamente, José
Lucombo, Castro Simões, Victor Kaninokeka, João kalianguil, Carlos
Aparicio, Alberto Quimbenza, Domingos da costa e Maria Casimiro, e
que entretanto, haviam firmado com a Direcção Provincial da Habitação
um contrato de arrendamento tomaram conhecimento de que os imóveis
que ocupavam, estavam a ser objecto de litigância foram devidamente
notificados do processo, e da sentença, enquanto o requerente não foi em
momento algum notificado e ouvido, violando deste modo o princípio do
contraditório, basilar do processo civil, com consagração constitucional e
nas leis ordinárias (Vide doc 5).

10º

Por conseguinte, na altura dessa situação o Requerente não ficou


preocupado em relação ao Processo de Inventário, porque o mesmo não
tinha conhecimento de inventário algum, e tem toda a convicção que o
imóvel que possuí é legítimo e não estava envolvido em disputa alguma.

11º

Relativamente, aos contratos que os Senhores acima mencionados


celebraram com a Direcção Provincial da Habitação, mas que os imóveis
que ocupam, fazem parte do quinhão hereditário da Sra. Leocadia
Martins e Neves, conservam a posse dos referidos imóveis e os contratos
celebrados com aquele órgão são considerados válidos, a título de
exemplo é o contrato de arrendamento que a cidadã nacional, Maria da
Conceição C. Mendonça celebrou com a secretaria de Estado da Habitação
(doc. 6).

12º

Aliás, ao abrigo das Leis nº 3/76, de 3 de Março, 43/76, de 19 de Junho e


7/95, de 1 de Setembro, “foram confiscados os bens a favor do Estado

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angolano, os bens dos cidadãos que tenham abandonado o pais por um
período superior a 45 dias.

13º

Ora, para existir o confisco não é necessário o próprio acto em si,


independentemente de quaisquer formalidades, bastando que se
verifiquem os pressupostos que as referidas leis determinam.

14º

Em virtude de se terem realizado esses confiscos a titularidade dos bens,


voltou para o Estado e este através de um dos seus órgãos, no caso,
Administração Municipal, concedeu a posse a um cidadão nacional que
nunca abandonou o país.

15º

Indubitavelmente, as leis são gerais e abstractas e se são válidas têm de


ser iguais para todos, se os contratos de arrendamentos, dos Senhores
acima mencionados foram considerados válidos em virtude do confisco,
essa lei também tem de ser válida para essa situação em concreto, visto
ser idêntica, sob pena de violarmos um preceito constitucional
consagrado, que diz que todos os cidadãos são iguais, gozando dos
mesmos direitos e deveres.

16º

Os cidadãos quando recorrem á um órgão de direito público como a


Administração Municipal, que goza de todas as prerrogativas próprias de
Direito Público e que principalmente prima pela legalidade na sua
actuação, é porque confiam nesses órgãos, e em momento algum o
requerente, teve a convicção ainda que hipoteticamente aquele órgão de
Direito Público, transmitia bens que não eram da titularidade do Estado.

17º

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Aliás, trata-se de um terreno, e os terrenos são propriedade originária do
Estado, de acordo com o nº 1, do artigo 15º e artigo 37º, ambos da
Constituição, conjugado com o artigo 2º da Lei de Terras.

18º

O que é absurdo é a actuação desse órgão de direito público, que atribui


concede a posse a um cidadão e a sua respectiva licença no ano de 1999 e
passa novamente uma outra licença de construção á outro cidadão no ano
de 2008 (doc. 7 e 8).

19º

Os actos administrativos servem de garantia para os particulares, e no


caso concreto parece que a vontade da Administração se encontra viciada,
por não ter actuado de acordo com a lei.

Se não vejamos;

20º

Se os actos são definitivos e executórios, não podem em 1999 conceder


um imóvel a um cidadão e 2013, conceder uma licença de construção á
outro, aliás, para se autorizar alguém a construir é necessário que se faça
prova da existência de uma posse titulada, uma vez que os cidadãos criam
expectativas e em relação ao procedimento administrativo, cabe a
Administração proteger os cidadãos e as suas legitimas expectativas
criadas em virtude da prática daquele acto Administrativo.

21º

Ainda bem que a licença de construção não equivale a um título de posse,


porquanto são instrumentos bastantes diferentes.

22º

Não obstante ao aludido acima, no Mês de Fevereiro de 2013, a posse


pública e titulada que até então era do Requerente, foi esbulhada, ficando

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o Requerente privado de continuar a exercer a sua posse, tendo essa
ficado embaraçada e disputada, quando o Requerido começou a construir
o muro a volta do imóvel e com manifestação pública da intenção de
vender o referido imóvel, com o apoio directo de alguns funcionários da
Administração, conforme alega arrogantemente o Requerido.

23º

Assim sendo, o Requerente pretende que lhe seja restituída a posse que
foi esbulhada, de acordo com o preceituado no art 1278º do Código Civil.

24º

O Requerente pretende ainda ver reconhecido o seu Iuris in ré, para


livremente ter o Ius dispondi ,Ius usendi , Ius fuendi , ius abutendi, ou seja
o direito de dispor, usar, fruir e abusar, de acordo com o preceituado nos
artigos 130º, 1305º e 1331º, todos do Código Civil.

Assim

25º

Nestes termos e nos melhores de direito e, com o sempre mui douto


suprimento do notório saber de V. Exa, e em virtude de fumus boni iuris, a
certeza da existência do direito alegado, e por se tratar de posse publica,
titulada e de boa fé, bem como posse de ano e dia, aqui se requer a este
Augusto Tribunal que seja a presente acção julgada procedente porque
provada e consequentemente:

a) Ser restituída a posse ao Requerente que foi esbulhada de forma


ilegal;

b) Condenar o Requerido ao pagamento de uma indemnização em


virtude de perdas, danos patrimoniais e morais e pelo lucro
cessante, num valor nunca inferior em kwanzas equivalente a USD

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35,000,00 (Trinta e Cinco Mil Dólares Americanos), pelo uso
indevido e sem a devida autorização do titular do imóvel, a ser
fixado com base no critério prudente de V.Exa;

c) Ser condenado ainda o Requerido ao pagamento das custas judiciais


condigna e de honorários de advogados, num valor que aqui se fixa
em kwanzas equivalente USD 25,000,00 (Vinte e Cinco Mil Dólares
Norte Americanos).

Como sempre fará V.Ex.ª serena e objectiva

Justiça.

E.D

Valor da acção: 1,000,000,00 kz (Um Milhão de Kwanzas)

Junta: Procuração forense e 8 (oito) documentos.

Rol de Testemunhas

-Castro Simões;

-Victor Caviloqueca;

-João Calianguila;

-Carloa Aparicio;

-Maria Mendonça;

Residentes em Benguela, a serem notificados através dos mandatários


judiciais do Requerente.

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OS ADVOGADOS

Constantino Hembe

(Ced. nº1.045)

Dilma Correia (E)

(Ced.nº1.488)

José Faria (E)

(Ced.nº2.137).

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