Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Resumo. A formação de novos músicos requer cuidados no gerenciamento das exigências do fazer musical,
de forma a possibilitar seu pleno desenvolvimento. A educação profissional de música em nível técnico pode
beneficiar-se de um aporte ergonômico que viabilize práticas preventivas, promovendo conscientização
quanto às características da profissão e seus riscos ocupacionais. Neste texto, relata-se uma experiência
realizada no CEP-Escola de Música de Brasília para articular formação e mundo do trabalho, objetivando
prover jovens músicos de estratégias efetivas para compatibilizar a manutenção de sua saúde e a otimização
de seu desempenho.
A ergonomia, jovem ciência que procura conhecer o trabalho para transformá-lo, tem
por eixos o bem-estar, a segurança e a eficácia no fazer, sendo aplicável a diferentes áreas
da relação homem-trabalho. Dada a complexidade das situações e dos diversos aspectos do
comportamento humano, a ergonomia realiza interfaces entre diferentes campos do
conhecimento centrando-se na atividade, na ação concreta e contextualizada. Considera
intrínseca a presença de variabilidade nas situações de trabalho, fato este continuamente
gerenciado frente às condições e definições organizacionais encontradas. A atividade se
coloca em um contínuo de construção, refletindo-se na saúde de quem trabalha (COSTA e
ABRAHÃO, 2005).
O ensino de ergonomia no Brasil se dá basicamente em termos de pós-graduação.
Contudo, nas áreas de saúde e segurança do trabalho esta disciplina ocorre em nível
técnico, graças às demandas de empresas que necessitam da avaliação das condições de
trabalho. Assinala-se a necessidade de desenvolvimento e de aplicações integradas da
ergonomia com outras profissões face à realidade das exigências do mercado (PEREIRA,
VIDAL e HADDAD, 2002).
Considera-se que a ergonomia pode contribuir significativamente para o entendimento
da situação de performance musical em suas distintas etapas, visando minimizar a
exposição a riscos ocupacionais, propondo adequações quanto à organização e à situação de
prática dos instrumentistas. Ao mesmo tempo em que propicia conhecimento estratégico
para gerenciar condições de trabalho e suas conseqüências no desempenho, assinala as altas
exigências cognitivas e psíquicas da profissão. Ao favorecer a difusão das informações
provenientes dos estudos em ergonomia, o CEP-EMB configura-se espaço pedagógico
inovador, conjugando preocupações de excelência e favorecendo a formação de músicos
mais conscientes, saudáveis e eficazes.
4. Ergonomia aplicada às práticas musicais
Referências Bibliográficas