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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA – FUNEC

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC


NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD

SOCIOLOGIA CLÁSSICA

Nelson de Sena Filho


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇ
ÃO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA CLÁSSICA
UNEC / EAD
Olá,

Meu nome é Nelson Sena e estarei trabalhando com vocês a disciplina de


Sociologia Clássica. Vamos juntos construir um conhecimento que será fundamental
para o seu desenvolvimento acadêmico e intelectual. Vamos utilizar inúmeros
recursos disponíveis no mundo virtual, o que proporcionará um conhecimento muito
mais rico e dinâmico que a sala de aula tradicional.

Nesta disciplina estudaremos os clássicos que formaram as bases para o


pensamento sociológico, tais como Marx, Weber e Durkheim. Eles, Com suas ideias
foram os grandes responsáveis pela formulação teórica de nossa disciplina. Vamos
Apresentar elementos referentes à Sociologia, no que diz respeito aos seus
principais conceitos e conhecer os clássicos da disciplina. Queremos com isso,
proporcionar discussões sobre a evolução do pensamento sociológico,
desenvolvendo os conceitos e princípios básicos das diferentes abordagens teórico-
metodológicos e aplicar esses conhecimentos na interpretação de textos em
Sociologia.
Nosso curso de dividirá da seguinte forma:

Unidade I:

Introdução ao Estudo da Sociologia Clássica

29.1- Principais conceitos sociológicos 1.2 - O fato e as ciências sociais


1.3 - Os tipos de conhecimento

Unidade II:

Marx e suas teorias


2.1 – Luta de Classes e Ideologia 2.2 - Dialética

Unidade III:

Durkheim e Weber
3.1 - Durkheim e seu tempo 3.2 – Principais obras e seu pensamento 3.3 - Weber e
seu tempo – Conceitos principais

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Vamos começar:

Unidade I: Introdução ao Estudo da Sociologia Clássica

A SOCIOLOGIA é a ciência da sociedade. Em uma análise mais genérica estuda as


relações sociais e as formas de associação humana. É uma disciplina que considera
as interações que ocorrem na vida em sociedade: envolve o estudo dos grupos e
dos fatos sociais, das divisões em classes e camadas, da mobilidade social e da
interação entre as pessoas e grupos que a constituem, as estruturas e as
instituições sociais. Em síntese, a Sociologia é uma ciência que estuda a sociedade
por meio da observação do comportamento e das relações humanas.
Ou seja, a Sociologia é o estudo da nossa sociedade e das nossas relações sociais,
portanto, tudo o que vamos estudar durante o nosso curso diz respeito a nós
mesmos, não só profissionalmente, mas também pessoalmente!

A mera constatação de que vivemos em sociedade deu origem a muitas reflexões,


pesquisas, estudos e debates sobre o nosso lugar no mundo e sobre as relações
sociais, o que deu origem a uma série de ciências chamadas Ciências Sociais,
veremos detalhadamente o que é uma ciência social mais a frente. Antes, vamos
entender simplesmente que uma ciência social é um estudo, que segue o método
científico, sobre a sociedade, sobre tudo o que diz respeito ao social e às relações
entre as pessoas. Vejamos antes uma definição de sociedade:
Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada. A
palavra vem do Latim societas, que significa "associação amistosa com
outros". [...] O conceito de sociedade pressupõe uma convivência e
atividade conjunta do homem, ordenada ou organizada conscientemente.
Constitui o objeto geral do estudo das antigas ciências do estado, chamadas
hoje de ciências sociais. O conceito de sociedade se contrapõe ao de
comunidade ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses
conscientes e estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se
consideram como articulações orgânicas de formação natural.Uma
sociedade humana é um coletivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma
autoridade política, às mesmas leis e normas de conduta, organizados
socialmente e governados por entidades que zelam pelo bem-estar desse
grupo.Os membros de uma sociedade podem ser de diferentes grupos
étnicos. Também podem pertencer a diferentes níveis ou classes sociais. O
que caracteriza a sociedade é a partilha de interesses entre os membros e
as preocupações mútuas direcionadas a um objetivo comum. (Disponível
em https://www.significados.com.br/sociedade/. Acesso em 07/05/2020.)

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No entanto, analisar e pensar a sociedade vai além de compreender quais são as
regras de determinada coletividade. A convivência social é sobre tudo o que diz
respeito ao cotidiano das pessoas, em tais estudos também são pensados sobre os
desejos das pessoas, as formas como as pessoas agem, como se dá a rotina e o
que fazem tais pessoas inseridas em uma sociedade.
Bom, resumindo, as ciências sociais estudam as relações sociais, isto é, as relações
entre pessoas que vivem juntas em uma sociedade.
O grande objetivo da Sociologia é desenvolver nas pessoas o PENSAMENTO
CRÍTICO! O que é pensamento crítico? É a capacidade que um indivíduo tem de
olhar a sua volta e olhar para si mesmo e questionar sobre seu comportamento e
sobre sua maneira de viver e de pensar o mundo e a vida.
Este é o grande objetivo de nosso estudo.
Vamos sempre voltar a ele.
Vamos ver agora quais são os principais conceitos de nossa disciplina.

1.1 – Sociologia: conceitos e surgimento

Antes de prosseguirmos, uma definição:

Sociologia: a sociologia se dedica a entender como a sociedade se estrutura. O


nome é “sócio”, de social, sociedade, pessoas e “logia” significa ciência ou estudo de

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algo. Ou seja, a sociologia é o estudo ou a ciência das relações sociais,
estruturações sociais e tudo o que envolve a relação entre pessoas.
Isto significa que a Sociologia se preocupa com as relações sociais e as formas de
associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. Um
importante nome do surgimento da Sociologia é do pensador citado abaixo: Comte.

Auguste Comte (1798-1857)  - Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/7221/auguste-comte

Vamos ler o texto abaixo que fala sobre como teria sido o contexto histórico do
surgimento da Sociologia:

Surgimento da Sociologia
A Sociologia surgiu a partir de uma série de fatores que tornou a política, a economia e a
sociedade do século XVIII e XIX mais complexa

A Sociologia surgiu na primeira metade do século XIX, a partir das ideias do filósofo francês Auguste
Comte. Comte entendeu que a sociedade europeia passava por um turbilhão de transformações
desde o renascentismo e que a Revolução Industrial teria coroado o ápice das transformações.
Ademais, a necessária Revolução Francesa teria deixado um cenário caótico e instável, que
necessitava de correção para que houvesse uma retomada do crescimento econômico, social, moral,
científico e político do mundo. Comte formulou, então, as ideias positivistas, que foram o centro dessa
primeira produção sociológica.
Porém, a Sociologia somente tornou-se uma ciência, de fato, com um método bem delimitado, a partir
das ideias de Émile Durkheim, que foi considerado o primeiro sociólogo a rigor, enquanto Comte é
considerado o “pai” da Sociologia.

Contexto histórico do surgimento da Sociologia


Uma série de fatores modificou a economia, a política e a sociedade europeia como um todo. Essa
série de fatores desencadeou uma nova organização social que precisava ser compreendida por meio
de um método de análise social. São os principais fatores históricos que influenciaram o surgimento
da Sociologia:
1. Renascimento: o renascentismo é o período de transição de uma Europa medieval para uma
Europa moderna, que passa a valorizar mais a ciência e as artes, reconhecendo a distinção e a

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importância da razão e do conhecimento humano, além de separá-los os do conhecimento
religioso.
2. Surgimento do capitalismo: o mercantilismo, que consiste na primeira fase do capitalismo
moderno, desencadeou uma série de fatores que modificaram o cenário europeu. Um deles foi
a expansão marítima e comercial, que possibilitou um desenvolvimento econômico mais
complexo e a exploração das colônias situadas nas Américas, na África, na Índia e em parte da
Ásia.
3. Iluminismo: uma nova concepção intelectual e política, surgiu com o iluminismo. As ideias de
igualdade e de disseminação do conhecimento intelectual propagaram-se e trouxeram à
humanidade o entendimento de que a evolução moral e social está diretamente ligada à
evolução intelectual.
4. Grandes revoluções: as revoluções ocorridas no século XVIII, de inspiração burguesa, como
a Revolução Americana e a Revolução Francesa, (essa última inspirada por pensadores
iluministas) trouxeram uma nova forma de se pensar no Estado e no governo, afastando o
Antigo Regime e dando lugar ao republicanismo, o que alterou a lógica social e governamental.
5. Revolução Industrial: houve uma alteração na configuração populacional devido à Revolução
Industrial, pois a Europa, até então sumariamente rural, observava uma explosão demográfica
nas cidades devido à abertura de indústrias, principalmente na Inglaterra. Os grandes centros
urbanos que surgiram repentinamente não tiveram estrutura para abrigar tantas pessoas, e os
postos de trabalho também não foram suficientes para todos, o que desencadeou problemas
sociais e sanitários, que deixaram como rastro doenças, fome, miséria, desigualdade social e
alta taxa de criminalidade. Concomitantemente com os fatores negativos, a Revolução
Industrial promoveu uma série de benefícios ligados ao desenvolvimento tecnológico, que
promoveram um maior conhecimento técnico especializado e a capacidade de produção em
larga escala, o que propiciou o crescimento populacional.Diante de tantas mudanças que
tornaram a vida nas cidades mais complexa, era necessário estabelecer uma forma de
entender essa nova Europa, mais desenvolvida em certos aspectos e problemática em outros.

O surgimento da Sociologia como ciência

Apesar da intenção de Comte, a Sociologia não se firmou como uma ciência capaz de esgotar os
estudos de uma sociedade tão complexa. Émile Durkheim, considerado o primeiro sociólogo, foi o
responsável por estabelecer um método preciso e rigoroso que alavancasse os estudos sociológicos
e colocasse a nova ciência no rol das ciências autênticas.

Para Durkheim, as ideias de Comte eram muito mais próximas de uma abstração filosófica do que do
rigor de uma ciência, o que impossibilitava o crescimento científico da Sociologia. Mediante
um método comparativo que visava a buscar os fatos sociais que marcavam as diferentes sociedades
e compará-los. Isso a fim de entender os diferentes funcionamentos sociais e compreender os
diferentes modos de coesão social, Durkheim fundamentou a Sociologia como um estudo autônomo e
rigoroso.

PORFíRIO, Francisco. "Surgimento da Sociologia"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/surgimento-sociologia.htm. Acesso em 05 de maio de 2020.

Auguste Comte, dentre outras teorias, foi o formulador da “Lei dos três Estados”, segundo a
qual a humanidade passou por três grandes estágios ou estados: teológica, metafísica e
positiva.

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Para que você não esqueça:


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Em outros termos, o espírito humano, por sua natureza, emprega sucessivamente em cada
uma de suas investigações três métodos de filosofar, cujo caráter é essencialmente
diferente e mesmo radicalmente oposto: primeiro, o método teológico, em seguida, o método
metafísico, e finalmente, o método positivo [...] (COMTE, 1825, pp.125-126).

Estas ideias de Comte foram aprofundadas por outros grandes sociólogos que
veremos mais adiante.

1.2 - O Fato social e as ciências sociais


Vamos iniciar nossa segunda etapa de estudos, tentando dar uma definição de
fato social:

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Segundo Durkheim, há em toda sociedade um grupo
determinado de fenômenos com caracteres nítidos, que se
distingue daqueles estudados pelas ciências da natureza.
Assim, quando uma pessoa desempenha seus deveres de
cidadão, de esposo ou de irmão ou quando se desincumbe de
encargos que contraiu, essa pessoa pratica deveres que estão
definidos no direito. Esse direito, entretanto, não foi a pessoa
que criou, portanto, existe fora dela. Assim também o devoto,
ao nascer, encontra prontas as crenças e as práticas da vida
religiosa, portanto, essas coisas existem fora dele. O mesmo
ocorre com o sistema de sinais que a pessoa utiliza para
exprimir seus pensamentos, o sistema de moeda que emprega
para pagar as dívidas, os instrumentos de crédito que utiliza
nas relações comerciais, as práticas a seguir na profissão,
enfim, todas essas coisas funcionam independentemente do
uso que a pessoa delas faça. (KÜMPEL; ASSIS; SERAFIM;
ASSIS, 2012, p 338)
Ou seja:

Nós, seres humanos, temos uma série de códigos de condutas e comportamentos,


uma série de regras que ele deve agir de acordo. Estas regras possuem um poder
imperativo e coercitivo porque eles mandam no modo como vamos nos comportar.
Tais regras são os chamados fatos sociais!!!!!!

Os fatos sociais são as maneiras de agir, viver,


comportar, relacionar, pensar, sentir etc. que estão
fora de nós, isto é, na sociedade. Ao viver nessa
sociedade vamos aprendendo quais são essas
maneiras. Eles antecedem a nós, isso significa que
quando nascemos eles já existem e nós nos
conformamos a eles.
FATOS SOCIAIS

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Todos esses fatos se impõem a nós, porque eles têm poder coercitivo e imperativo.
Tal coerção pode ser exercida através de leis e regras estabelecidas em
determinada sociedade ou pela nossa própria cultura.

Observe a charge ao lado que fala sobre a coerção


social, ou seja, os fatos que exercem sobre um
individuo, levando-o a se conforma com regras e leis
da sociedade na qual ele vive independente das suas
escolhas ou opinião. Um exemplo para exemplificar o
fato social é a educação de uma criança. A educação
é uma imposição: são impostas às crianças
constantemente, ou seja, em todo o tempo, formas
de como ela deve se comportar, agir, sentir, pensar. Observe a charge abaixo e tire
suas próprias conclusões:

Fonte: https://blogdoenem.com.br/controle-social-enem/

Voltando ao fato social: na realidade todas as regras de comportamento, tais como


as leis, as regras morais e religiosas, que já existem na sociedade antes da criança
nascer são os fatos sociais.
Também são transmitidos pela educação outros fatos sociais, como
as regras jurídicas, morais, religiosas etc. As regras jurídicas são
fatos sociais porque impõem ao indivíduo obrigações e modos de
comportamento. A sociologia jurídica deve, portanto, estudar as
regras jurídicas como fatos sociais, isto é, como coisas dotadas de

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poder de coerção exterior, em virtude do qual se impõem aos
indivíduos. (KÜMPEL; ASSIS; SERAFIM; ASSIS, 2012, p 339).
Observe a charge abaixo. Ela faz uma crítica a essas formas de dominação
ideológica que antecedem até mesmo a nossa existência:

Charge de Bill Watterson, Reproduzido por


http://arteemanhasdalingua.blogspot.com.br/2014/11/calvin-e-o-poder-da-midia.html
Estas formas de controle social exercem algumas funções que são o de
ordenamento social, de eficiência e proteção social. Toda sociedade para funcionar
carece adotar um determinado sistema, com normas e padrões, do contrário, seria
impossível vivermos em um mesmo espaço.

1.3 - Os tipos de conhecimento

Vamos estudar agora, os tipos de conhecimento existentes e por que é importante


seguirmos o método científico, dentro de qualquer forma de pensamento. Os tipos
de conhecimentos que abordaremos são:

1. Filosófico
2. Religioso
3. Senso Comum
4. Científico

O conhecimento Filosófico

Em primeiro lugar vamos imaginar como há centenas de anos atrás, o homem


formulava seu conhecimento e o transmitia para as gerações futuras. Como você
acha que eles faziam isso?

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Pense que nesta época os meios de comunicação e informação ainda não existiam.
Pois bem, a maioria destes povos utilizavam os mitos e narrativa oral para transmitir
suas histórias, suas crenças, leis etc.

Você sabe o que é um mito?

Podemos definir o mito, como sendo aquelas narrativas utilizadas pelos antigos para
explicar fatos da realidade, fenômenos da natureza, origens do mundo e do homem
etc. Utilizando de farta simbologia, seres sobrenaturais, deuses, heróis, etc. junto
com fatos reais, emoções humanas e pessoas que tiveram existência real, os
antigos criaram uma das mais poderosas formas de transmitir o conhecimento: a
mitologia.

Estes mitos ajudavam a explicar aquilo para o qual a ciência ainda não tinha
explicação.

O mito tinha também a função de explicar ao homem de sua época os temas mais
complexos e desconhecidos. Possuía um caráter simbólico, tentando explicar a
realidade através de deuses e histórias sagradas.

Vejamos um exemplo: 

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Dilúvio
Um mito que foi muito temido e, talvez por isso, compilado diversas vezes, em
diferentes épocas na história, foi o mito do dilúvio. Nesse relato contava-se que,
em uma época muito remota, os deuses, insatisfeitos com os homens, resolveram
destruir a humanidade, fazendo cair uma chuva torrencial, que fez subir as águas
dos rios. No entanto, Enki, o deus das águas, revelou o plano dos deuses a um
escolhido, Ziusudra (chamado de Utnapishtim pelos acádios), aconselhando-o a
construir uma embarcação gigantesca. Vejam um trecho do relato sumério desse
mito, encontrado em Nippur:

"Depois que, durante sete dias [e] sete noites,


O dilúvio se estendeu sobre a terra
[E] o grande barco foi sacudido pelos vendavais sobre as águas
Utu [o deus sol] apareceu, espalhando luz sobre o céu e a terra (...)"

Tal mito também foi compilado, muitos séculos depois, num dos livros que compõem a
Bíblia, tendo como principal personagem um homem chamado Noé. Esse fato pode ser
explicado, pois os hebreus (povo que deu origem aos judeus) tinham suas raízes
ancestrais em Ur, uma importante cidade da Mesopotâmia.

Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/mesopotamia---religiao-o-politeismo-e-o-mito-do-diluvio.htm

Neste mito, vemos como os antigos entendiam as grandes catástrofes da natureza:


eram castigo dos deuses para os homens. Esse é um bom exemplo de um mito:
uma história ocorrida em um tempo imemorial, no qual ocorre uma ação
sobrenatural e surge a partir daí uma nova realidade. Essas três são características
recorrentes nas histórias míticas. Abaixo uma das adaptações da história do dilúvio
judaico para os cinemas.

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Deve-se ressaltar que o mito difere-se da lenda, pois um mito é um personagem


criado, como Zeus, Prometeu, Ulisses, Ícaro, etc., que viveram em tempos
imemoriais. Nesse sentido, Pelé, Ayrton Senna, Cristo, Maomé não são mitos, pois
tem a existência comprovada. Houve porém, um momento que tudo mudou: Na
Grécia Antiga, surgem um grupo de pensadores que rompem com o pensamento
mítico e procuram explicações racionais para tudo: são os famosos Pré-Socráticos.

NA Grécia Antiga, alguns sábios , tais como, Tales de Mileto, Heráclito, Demócrito,
Parmênides entre outros, formularam uma explicação racional para os fenômenos
sem recorrer aos mitos. Esses filósofos foram grandes estudiosos da natureza e
buscam encontrar o princípio fundante, ou seja, a matéria que deu origem a tudo.
Eles também criaram uma cosmologia, ao tentarem entender a organização racional
do universo, procurando leis e princípios que o regia.

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Importante:Este novo conhecimento, baseado não mais
nos mitos, mas numa reflexão sobre as leis racionais que
regem o cosmo tendo como pressuposto a explicação
lógica e racional, recebeu o nome de “conhecimento
filosófico”.

Resumindo:

O conhecimento filosófico é sistematizado

Objetiva realizar uma análise lógica tanto do universo como do homem e da


natureza.

Emprega o método racional.

Deve-se ressaltar que, apesar de ser um estudo racional, este conhecimento não
possui a preocupação de verificação, que estudaremos mais adiante.

O Senso Comum

Senso Comum é a soma dos conhecimentos do cotidiano e surge a partir de


hábitos, crenças, preconceitos e tradições. Evidentemente o senso comum tem seu
valor, embora não possa ser confundido com Ciência.

Vamos exemplificar:

Muitos remédios que nossos antepassados utilizavam, dados por alguma benzedeira
ou comadre ou até mesmo pelos indígenas e que eram baseados no senso comum,
depois foram incorporados, após inúmeros testes e análises passaram a ser
considerados um conhecimento científico. O senso comum é repassado de geração
para geração e através dele, o ser humano embasa o seu dia a dia e tenta
compreender a realidade em que vive.

Não esqueça:

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O senso comum é aquele tipo de conhecimento assistemático, baseados nas
sensações e bastante subjetivo, sem o rigor científico. É o conhecimento baseado
nas experiências e observações imediatas do mundo que o cerca. Este
conhecimento permanece no nível cultural apreendido por seu grupo social.

O Conhecimento Teológico

A palavra Teologia significa “estudo de Deus-(Teos - Deus e Logos - Estudo). O


conhecimento religioso ou teológicoé aquele que parte do pressuposto que existem
verdades absolutas, que foram reveladas por alguma divindade. Normalmente este
tipo de conhecimento está ligado à fé em um ser superior que se faz revelar através
de seus escritos sagrados. Evidentemente, não se apega a elucidações lógico-
causais e evidências materiais, mas na revelação divina. Este tipo de conhecimento
busca conhecer uma divindade e seus mandamentos, sempre em uma atitude de fé
diante dos possíveis mistérios e revelações de seu grupo religioso. Essa noção está
fortemente relacionada a um Deus, seja Jesus Cristo, Buda, Maomé, um ente
sobrenatural, ou qualquer entidade apreendida como ser supremo.

Finalizando, devemos ressaltar que o conhecimento teológico parte da compreensão


e da aceitação da existência de um Deus ou de deuses, os quais constituem a razão
de ser da existência humana. Como são baseados em premissas advindas da fé,
eles não precisam da compreensão ou mesmo da explicação da razão. Sua verdade
é absoluta, pois é revelada por um ser perfeito.

O Conhecimento Científico

Este conhecimento surge da necessidade do ser humano saber o exato


funcionamento da natureza ao invés de simplesmente aceita-la ou atribuí-la a um
deus. Observe o texto abaixo:

O conhecimento científico tem como características:

Real, factual – lida com ocorrências, fatos, isto é, toda forma de existência que se
manifesta de algum modo.

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Contingente – suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade
conhecida através da experimentação e não pela razão, como ocorre no
conhecimento filosófico.
Sistemático – saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias
(teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.
Verificável – as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao
âmbito da ciência.
Falível – em virtude de não ser definitivo,absoluto ou final. Aproximadamente
exato – novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem
reformular o acervo de teoria existente.
Fonte: Metodologia da pesquisa científica [recurso eletrônico] / Adriana Soares Pereira ... [et al.]. – 1.
ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, 2018.

O conhecimento científico busca, por meio da ciência, sistematizar os fenômenos,


sempre seguindo determinado método, que apontaria a verdade dos fatos
experimentados e qual a sua aplicação prática.

Trata-se de um conhecimento que é, sistemático, metódico e baseado em métodos


rigorosos. Ele ainda prevê a experimentação, validação e comprovação de seus
experimentos.

Observe agora a figura abaixo. Ela resume nossos estudos. No centro da figura,
está uma situação de morte. Aos lados as várias explicações para cada tipo de
conhecimento. Por exemplo, para o senso comum, ele morreu por que fez alguma
coisa contrária ao que deveria ter feito. Pra o teológico, foi Deus quem quis. O
filosófico reflete sobre a morte. O científico detalha as causas baseada na
explicação racional.

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Este tipo de conhecimento será a base de nossa jornada. Tentaremos sempre


explicar um fenômeno baseado, não no conhecimento cientifico.

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