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ASES TEÓRICAS DA CONSTRUÇÃO DO


ONHECINIENTO: COMO ACONTECE A
PRENDIZAGE

oartir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


. tivos de aprendizagem:

.:Dnhecer concepções de ensino/aprendizagem;

_8senvolver ações de ensino/aprendizagem pautadas nas teorias.


Capítulo 2 (0 (u. BASES TEÓRICAS DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO:
COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM

ONTEXTUALlZAÇÃO
Você já parou para pensar sobre como se dá a aprendizagem?

Já se perguntou como aprendemos sobre o mundo, como adquirimos


conhecimentos?

Será que a habilidade de aprender na idade adulta é semelhante à da infância?

o que nos torna capazes de aprender?

Por que alguns assuntos são tão difíceis de serem entendidos e outros tão
mais fáceis?

Questões como essas precisam estar tão presentes no cotidiano de


fessores quanto se s q estionamentos sobre o conteúdo a ensinar. Um
fissional de ensino que se preocu a em saber como as pessoas aprendem
ê um professor que busca nas suas práticas ações que visam atender a essa
ocupação. Pois quando e sabe como se dá a aprendizagem, organiza-se
e maneira a promover efetivamente o aprendizado.

o Capítuloque se i icia apresentará a você algumas teorias que explicam


.>
como o aprendizado acontece. ão é o objetivo deste material tratar com
fundidade cada teoria, pois a proposta desse Capítulo é apenas situá-Ia
terreno das teorias sobre o aprendizado para que você possa ter algum
sicionamento sobre as q estões apontadas acima.

Desejo a.você bons estudos!

"'\)~~';\~~~ í= ~\l'a,;\~C>
passamos a saber
o que é aprender? Como é possível saber se aprendemos? algo ou a saber
fazer alguma coisa,
quando temos posse
Há muitas definições sobre aprendizagem, mas, de modo geral, pode-se
ou dominamos um
"'ôS m\'í cl\z.e'í\clClC\ue a'Ç)'íe'í\cle'íé C\ua'í\cla 'Ç)assamClSa saber a\<dClau a saber
,assunto ou uma
'"azer a\guma coisa, Quando temos posse ou dominamos um assunta ou uma ação em questão,
ação em Quéstão, Quando determ\nada ?ostma ou 'ti?a de atuaçãa cassa a quando determinada
-=azerparte tanto do nosso entendimento como do nosso comportamento. "A postura ou tipo de
aprendizagem é concebida como um processo de assimilação/apreensão de atuação passa a fazer
ceterrninados conhecimentos, habilidades intelectuais e psicomotoras, atitudes parte tanto do nosso
e valores, organizados e orientados no processo de ensino" (VEIGA, 2010, p. entendimento como do
, nosso comportamento,

41
oo ~ Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

Em sua vida 160). Processo de ensino ~ntendido não apenas como o processo formal que
cotidiana, todo ser se situa dentro das instituições escolares, sejam elas básicas ou superiores,
humano aprende mas também no dia-a-dia.
uma infinidade de
conhecimentos "Em sua vida cotidiana, todo ser humano aprende uma infinidade de
em sua interação conhecimentos em sua interação com os outros e o ambiente. Este estado
com os outros e
permanente de aprendizagem se dá em diferente níveis e ocorre de forma
o ambiente. Este
assimétrica e espontânea" (LOPES, 2010, p. 107). Podemos considerar que
estado permanente
há várias possibilidades de aprendizagem, "há diversos fatores que nos levam
de aprendizagem
a apresentar um comportamento q e anteriormente não apresentávamos,
se dá em diferentes
níveis e ocorre de como o crescimento físico, descobertas, tentativas e erros" (BOCK et aI, 1995,
forma assimétrica e p. 99). Ou seja, aprender faz parte da nossa rotina. E a aprendizagem no meio
espontânea (LOPES, escolar, seja ele de nível básico ou superior, é mais um fator que nos conduz
2010, p. 107). ao aprendizado.

Mas diferente da aprendizagem dos con ecimentos do .cotidiano,


a aprendizagem que acontece na escola é voltada a um conhecimento
sistematizado, organizado, é "uma atividade inte cional, planejada e dirigida,
e não algo casual e espontâneo" (VEIGA, 2010, p. 160). A aprendizagem nos
espaços destinados ao ensino formalizado, ou seja, nas escolas e demais
instituições educativas, tende a ser e tendida de _modo mais específico.
Como explica Gil (2011 b, p. 80), a aprendizagem nesses .~spaços geralme te
Aprender no meio envolve os significados de "(a) aquisição de conhecimentos pela experiência
escolar implica adquirir ou atividade intelectual; (b) aquisição da capacidade para fazer, praticar ou
conhecimentos empreender uma ação; e (c) desenvolvimento da capacidade para exercer uma
intelectuais e agir profissão." Assim, aprender o meio escolar implica adquirir conhecimentos
influenciado por eles. intelectuais e agir influenciado por eles.

A escola é uma instituição social com a função específica


de proporcionar aos indivíduos q e a frequentam o acesso
ao conhecimento sistematizado, acumulado historicamente.
Nesta perspectiva, a aprendizagem que o indivíduo realiza
na escola a resenta características que a distinguem
daquela realizada em outras instâncias de sua vida cotidiana.
(LOPES, 2010, p. 107)

Qua do uma pessoa diz que sabe nadar, ou falar inglês, ou cozinhar
comida mexicana, ou discutir sobre política e economia, entende-se que essa
pessoa. co segue realizar essas ações. E se ela consegue fazer todas essas
atividades é porque as aprendeu, certo? Ela ode ainda vir a ser testada
em relação a essas habilidades e conhecimentos para provar se realmente
aprendeu ou se seu discurso é uma fraude!

42
Capitulo 2
•o. BASES TEÓRICAS DA CONSTRUÇÃO DO CONH,ECIMENTO:
COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM

Assim, se ela preparar nachos como hambúrgueres, podem vir à tona


as perguntas: "Mas você não disse que sabia fazer comida mexicana?
Quem lhe ensinou que nachos são preparados assim?". Isso nos leva ao
outro lado da aprendizagem - como ela aconteceu - e é justamente esse o
conto que nos leva a outra diferenciação entre a aprendizagem do cotidiano
e a aprendizagem escolar.

No meio escolar, além de o conhecimento ter a característica de ser


"istoricamente acumulado, há sujeitos específicos que interagem entre si
e promovem a ação ensino-aprendizagem. Lopes explica que "na ação
integradora que resulta nessa dinâmica existe a presença de um sujeito que
aprende e de um sujeito que ensina, revelando-se as figuras do aluno e do
professor" (2010, p. 107).

"A aprendizagem é a atividade do aluno de assimilação/apreensão/


produção do conhecimento. Aprender por compreensão exige a disposição do
alu o em querer apren e." (VEIGA, 2010, p. 160). E ensinar é a atividade do
orofessor, e os posicionamentos que o professor tem sobre como se aprende
é que vão balizar sua maneira de entender como o ensinamento deve ser
orocedido a fim de promover a aprendizagem. O aluno lhe c ega como um
sujeito que está ali para ser ensinado. A questão é: como ele aprende?

o ensino é uma atividade profissional complexa que exige .>


prep'àro, córnprorníssõ "'ê .':éspon'sabilidade dó" educador
para inst umentalizar, política e tecnicamente o aluno,
o ensino não existe
ajudando-o a constituir-se como sujeito social. Ensinar por si mesmo, mas
para a compreensão significa a existência de uma estreità na relação com
. ,.. / t' ,. . ,. " •• ~. •

relaçao entre professor e aluno. E um processo õe caráter a aprendizagem.


'sistêinatiéo, inlénciohal e flexível, visando à obtenção de (VEIGA, 2010, p. 160).
determinados resultados. O ensino não existe por si mesmo,
mas na relação com a aprendizagem. (VEIGA, 2010, p. 160)

Caro estudante, introduzimos aqui em linhas gerais e informais, alguns


oosiclonarnentos sobre a definição de aprendizagem. Sabemos que esse
assunto exige mais aprofundamento teórico, mas para o que se propõe o
presente texto, as questões lançadas já são suficientes para darmos início a
ma reflexão sobre o assunto. De posse dessas breves informações sobre
aprendizagem, podemos nos ater agora ao cerne de nossa questão principal:
como ela acontece.

Para tal, vamos num primeiro momento observar as implicações


certinentes à necessidade de se conhecer teorias de aprendizagem para, em
seguida, nos atermos àquelas cuja relevância se impõe no momento atual e,
então, perceber como as teorias influenciam as práticas didático-pedagógicas.

43
.~}'.J, Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula. Planeja p'-nD. lBiDdologia e Avaliação

TEORIAS:' CONHECER PA;RA


I
ENSINAR

Levando em consideração o quadro de fo mação de rp ofessores que


foi apresentado no Capítulo 1 deste Cader o de Estudos, vale reáfirmar que
muitos professores universitários, ou que atuam em instituições de Ensino
Superior, na maioria das vez.es não tiveram em sua formação uma preparação
didático-pedagógica específica. isso uer dizer que, na maioria dos casos,
esses professores repetem em sala de aula ações didáticas pelas quais
passaram durante seus anos de estudo e que consideram boas - sem levar
em conta uma fundamentação teórica. mas si uma experiência positiva que
acreditam ter colhido naqueles momentos.

oque se deseja é que esses professores não mantenham suas ações


educativas pautadas apenas em resultados empíricos ou n reducionismo de
que educar é uma arte ou dom. Postura esta que pode o tinuar perpetuando
aos professores uma imagem sem profissionalismo. "Infelizmente, ainda há
muitas pessoas (...) que acreditam que basta entrar numa sala de aula e abrir
a boca para saber ensinar, como se houvesse uma e pécie de causalidade
mágica entre ensinar e fazer aprender" (TAROI F, 2005, p. 121).

Conhecer e entender A preocupação sobre como se dá a aprendiza em está entre tantas


como as pessoas outras que compõem o quadro da formação docente. Conhecer e entender
aprendem torna-se como as pessoas aprendem torna-se condição necessária para gerar ações
condição necessária
educativas efetivas, ou seja, ações que de uma maneira ou outra promovam
para gerar ações
a aprendizagem. Ao conhecer teorias de aprendizagem estamos diante
educativas efetivas,
de princípios e objetivos que norteiam esses pensamentos, estamos diante
ou seja, ações que
também de ideias e posicionamentos sobre o mundo e o homem, e que
de.uma maneira ou
outra' promovam a postulam como a aprendizagem pode ocorrer dentro de cada ser.
aprendizagem.
Como afirma Placco (2001, p. 48),

nesse movimento de reflexão, faz-se ecessário o conhecimento


das correntes teóricas que embasam essas ações didáticas
e que decorrentes de determinadas concepções de homem
e mundo, nos ajudam a compreender nossas formas de nos
historicamente falando, ap oximarmos do conhecimento - consequentemente, das
os modelos de educar, formas por meio das quais nossos alunos aprendem.
fossem eles "caseiros"
ou didaticamente Ao observar o desenrolar da história da educação, é possível perceber
desenvolvidos, que as teorias que norteiam as ações pedagógicas podem estar amparadas
estavam amparados
numa maneira de
em uma~i~ão de mundo é ére" ii'õmem'e'
I: • .", , •• , .l
'c'o'rriüesses dois polos se inter-
••••••••••••••• "" •• _.,..., ., •••
em
u· ••••• " •••••••.,...•.• " •.• 0 • ." o· ."., ~•••••• - •• to •••

relacionam. Ou seja, historicamente fala do, os modelos de educar-fossem


",.q •..•• ' ..•
entender o mundo, o " •• ' t J

eles "casêiros" ou didaticamente desenvolvidos, e~ avarr amparados numa


conhecimento e como
o ser humano lida com maneira ~..
....... de ente
.
der o m n o, o conhecimento e como c ser humano lida com
...... ."
esses dois aspectos. esses dois aspectos.

44
Capítulo 2 (? e ~ BASES TEÓRICAS DA CONSTR,UÇAO DO C0t:lt-tEC;IMENTO:
COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM

Assim, por exemplo, no Brasil, tivemos um modelo de educar durante a

.
Ditadura Militar difere te do modelo de ensinar durante o Brasil Colonial ou
a Era Vargas. Como você pode perceber, esses tempos históricos evocam
um tipo de sujeito uma maneira de entender a aquisição de conhecimentos
distintos dos objetivos que erseguimos na atualidade.

Esses "tempo históric s" também dispunham de pesquisas educacionais


que buscavam respostas às questões de ensino e aprendizagem. ° mesmo
se faz no presente. Por isso, quando se trata de traçar m projeto didáti o
pedagógico, contamos com várias maneiras de considerar a relação homem/
natureza e a relação horne /cultura/conhecimento. "Dependendo da visão de
mundo existente e determinada situação sócio-histórica, as teorias evoluem
ou se modificam, confo me se mostram capazes, o não, de explicar a
realidade" (PLACCO, 2001, p. 48).

A mesma autora explica que precisamos compreender como o homem


tem estabelecido suas ~el~99:;.~.~~~~•..<; ..T~~~sJ.9
e como ele tem a ~~,elj~~9.?
apropriação de experiências-'e conhecimentos, sejam esses conhecimentos
dos homens ou sobre os h mens. Somente compreende do essa relação é
que podemos "refletir e tornar decisões sobre quais ações e a partir de que
atitudes devemos trabalhar em nossas salas de aula, com nossos alunos;
como podemos promover e provocar o processo de ensino e a rendizagem"
(PLACCO, 2001, p. 48). .>

Se acreditarmos que nossos alunos já vêm motivados a aprender, nossas


aulas terão um perfil. Se pensarmos que nossos alunos vão aprender somente
através de nossas explicações, nossas aulas terão outras características. Se
pensarmos que nossos alunos já trazem conhecimentos prévios e que pode
haver .urna troca de conhecimentos em sala de aula, nossa postura como
educador também será diferente. Resumindo, nossas ações como educadores
~evelam o que entendemos por ser humano e que visão de mundo temos!

Vejamos, a seguir, quais são as teorias de aprendizagem que permeiam o


âmbito educacional e que podem embasar nossas ações pedagógicas. Mas,
a tes disso, vamos fazer algumas anotações sobre o que foi discutido até aqui.

I i
45
Capítulo 2 \1:"1
~. BASES TEÓRICAS DA CONST~UÇÃO DO CONHEÇIMENTO:
COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM .

EORIAS DE APRE DIZAGEM


Várias correntes ou
A Psicologia é uma das ciências que vem buscando oferecer explicações teorias psicológicas
' • ..,..... • _J,td ••1 , ••
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'''100'·.,~,,,, ._ •••.
que visam explicar
sobre essa relação
, _'. do
.• .-" homem com 0. o mundo e as apropriações que aquele
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como se dá a
:em feito deste':' Ou seja, há várias correntes ou teorias psicológicas que visam
aprendizagem, como o
explicar como ~e dá a aprendizagem, como o homem aprende sobre o mundo.
homem aprende sobre
o mundo.
As diferentes correntes psicológicas que tratam desse assunto se diferenciam
nela ênfase que atribuem a esses dois pólos, homem e mundo, os quais
:: amam de .•~N/~i~?,,~.• C?,?i~t~;
Há teorias que enfatizam mais o sujeito que
conhece, outras teo ias que enfatizam mais o objeto a ser conhecido, e
ainda há teorias que dão ênfase tanto ao sujeito quanto ao objeto. "Os
conhecimentos disponíveis ou a serem elaborados são explicados,
oortanto, 'de acordo com a visão que se tem a respeito da relação sujeito/
objeto" (PLACCO, 2001, p. 48-49).

Assim, a Psicologia define as ~~?E!.~~


~.•~L~PJ.~~,~!~~.~!3m
em três vertentes,
evando em consideração a relação entre o sujeito que conhece e o objeto a
ser conhecido:

• Inatistas:
" "" .. " ; .... quando há ênfase no sujeito que aprende;
.>
Ambientalistas (ou Empiristas): quando há ênfase no objeto a ser aprendido;
'.. -- •.:,.. .',

Interacionistas: quando há interação entre sujeito e objeto.


t " ,\1:''''' .""'1J'I.tt

° objetivo de te Capítulo não é apresentar uma análise profunda


Jas teorias referentes à aprendizagem ou desenvolver todos os conceitos
-eferentes a ela, mas apresentar uma apreciação de modo que você, caro
estudante, possa conhecer as diferentes vertentes que procuram explicar
corno a aprendizagem acontece.

A autora Vera Placco (2001, p. 49-54) apresenta de forma bem clara os


oressupostos básicos de cada tendência, sem entrar nas origens desses
noslcionamentos ou suas consequências para a vida social e pessoal, mas
delineando as características principais de cada uma delas. Vejamos a
seguir alguns frag entôs de um artigo dessa autora e como ela explica'
cada tenaência.: t-

47
': Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

Correntes Psicológicas subjacentes à didática do ensino:


Em foco o professor do Ensino Superior

Vera Maria Nigro de Souza Placco

fi Inatismo - O pressuposto básico subjacente ao inatismo


é que são inerentes ao homem, já desde seu nascime to, as
possibilidades de aprender, de descobrir, de compreender. Sua
maneira de agir, interagir e sentir está já presente ao nascer
e praticamente pronta desde a concepção, sendo que poucas
mudanças nesse potencial deverão ocorrer ao longo da vida
dessa pessoa.

Se puséssemos essa relação em um esquema, teríamos:

S ----------------> O

No inatismo, o sujeito aproxima-se do objeto do conhecimento


- seja ele relativo ao meio físico ou social - e o apreende com seus
próprios meios e recursos. O desenvolvimento do conhecimento
humano e, também, do próprio ser humano não depende, portanto,
de ações exteriores, sejam elas advindas de outros homens ou
da própria natureza: essas ações apenas facilitam ou possibilitam
a emergência de conhecimentos e qualidades já presentes na
pessoa (PLACCO, 2001, p. 49-50).

Ambientalismo - O pressuposto básico ubjacente ao


ambientalismo é que o homem, ao nascer, é como se fosse
uma "tabula rasa", uma página em branco a ser preenchida pela
experiência: desenvolve seus conhecimentos, características e
valores a partir e em decorrência daquilo que está presente ou
disponível no meio em que vive. Desse modo, a experiência é o
veículo por meio do qual o homem se aproxima do conhecimento e
constitui sua forma de ser, sentir e agir. Esta é, assim, eterminada
por fatore do meio físico e social, os quais pode ser controlados
de modo a se alcançar os objetivos q e se espera.

Se p séssemos essa relação em um esquema, te íamos:

O objeto é dado· a priori; apresenta-se com suas


caracterí ticas ao sujeito que, diante ele, rea e de formas que

48
· l
apítulo 2 ® (I. BASES TEÓRICAS DA CONS~RUÇÃO DO CONHECIME TO:
COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM

podem ser, em certa medida, previstas e controladas. Essa


reação, que é observável e passível de ser mensurada, pode
ser também manipulada por meio de arranjos dos estímulos
p esentes no ambiente. Dessa maneira, o conhecimento humano
e o desenvolvimento d homem dependem de eventos exteriores,
orovenientes de outros homens ou da natureza. Fatores internos
não são negados: apenas são considerados desnecessários para
explicar a aprendizagem e o desenvolvimento humano que, aliás,
adquirem, ness vertente, um mesmo e único significado: toda vez
ue se aprende, há de envolvimento (PLACCO, 2001, p. 51).

;....---..n Interacionismo - ° pressuposto básico subjacente ao


interacionismo é que há uma estreita e íntima interação entre

----
o sujeíto e o objeto) de modo que um constitui o o tro. Cada
~.
indivíduo, ao interagir com suas circunstâncias, sejam elas físicas
ou sociais, busca explicá-Ias. Para tanto, constrói Qlpóteses
sobre si mesmo e sobre seu contexto de vida que o levam a
adotar det rminadas a ões. Essas ações provocam mudanças
nas próprias circu stâncias que, modificadas, levam o sujeito a
levantar novas hipóteses e a realizar novas ações que, por sua vez,
modificam novamente as circunstâncias que, em consequência,
alteram a f rma de o sujeito pensar e agir e assim por diante.

.>
~. Portanto, ma complexa interação se estabelece entre o
sujeito e o objeto: fatores ~onais ~ aqueles advindos
do mei~~ e sccíal.são consiaerãaõS fundamentais para

--
que se deem o desenvolvimento humano, a construção de
conhecimentos
aprender e de compreender, as man --
e a produção cultural. As possibilidades
as de agir e i teragir, de
pensar e de sentir, vão sendo descobertas e ampliadas ao longo
de

da vida do sujeito, em função e em decorrência das interações


que ele estabelece com seu meio, com sua cultura, com a
sociedade e com os conhecimentos de seu tempo .

.
O
'

Se puséssemos essa relação em um esquema, teríamos:

s <-------- ..-------> O

Um sujeito que interaqe com o conhecimento, com outro


sujeito e com seu ambiente físico modifica a si mesmo, ao
outro e ao meio físico. Consequentemente, altera também
o conhecimento que rem a respeito de si, do outro e do meio
físico. É, portanto, na e pela interação do sujeito com o objeto
que tanto um como outro se transformam. Desse modo, o

49
:; ~ Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

desenvolvimento do homem, seu conhecimento e sua cultura


dependem das interações que ele mantém co o tros homens
e com a natureza (PLACCO, 2001, p. 52-53).

/' Fonte: PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. Correntes psicológicas


(5J' subjacentes à didática do ensino: em foco o professor o ensino universitário.
In: CASTANHO, Sérgio; CASTANHO, Maria Eugênia (orgs.). emas e textos em
metodologia do ensino superior. 7.ed. Campinas, SP: Papirus, 2001. p.47-56.
/natismo
tudo está presente
no homem desde
..._-_._---_ .•..- •....•.--.....
~
111•••• ll'''l~t n.
~---~~---_
1;'1: !!U!HWff;UDtQU',
.._._-- _-_._ ...._" ..•_
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(J'I.Ii-:Jlf·II.as;.lR,lIlfHt;iI'UII,(J18m
...•. _-_ ..._._ .....••._ ...-._ ...__ ..•.. _ •...-----._--
D-.J:JI~lnU-IflYff .(n, ftiJJ Rir _rl&nfIKl

o seu nascimento,
que e/e será capaz ~ A partir do~~, podemos concluir que as teorias de aprendizagem
de fazer emergirem pautadas n~~~~creditam que o ser humano traz em si um potencial
de si mesmo os pronto e, quem sabe, até limitado para aprender, ou seja, "que tudo está
conhecimentos, as presente no homem desde o seu nascimento, que ele será capaz de fazer
atitudes e os valores" emergirem de si mesmo os conhecimentos, as atitudes e os valores" (PLACCO,
(PLACCO, 2001, p. 2001, p. 50).
50).
f Já aquelas pautadas no Ambientalismo
f' acreditam que o sujeito nasce
Ambientalismo vazio e Aue apenas os fatores externos seriam os respojjsáveis
o sujeito nasce vazio e su~as condições ambientais seriam as '~or ro ulsoras
que apenas os fatores da aprendizagem" (BOCK et ai, 1995, p. 100). Assim, acreditam que "tudo
externos seriam os está pronto na natureza, de modo que o homem, desde ,9 seu nasci me to, é
responsáveis por toda controlado por eventos ambientais (estímulos), reagindo a eles por intermédio
sua aprendizagem, as de sua 'percepção e de eus comportame tos" (PLACCO, 2001, p. 51), que
condições ambientais podemos chamar de~os s. Essa co exão estímulo-resposta é a base das
seriam as "forças
teorias Ambientalistas. ssa forma, "completada a aprendizagem, estímulo
propulsoras da
e resposta estão de tal modo ~nidos que o aparecimento do estímulo evoca a
aprendizagem" (BOCK
resposta" (BOCK et ai, 1995, p. 100).
et àl, 1995, p. 100).

E as teorias de aprendizagem de cunho Interacionista postulam que "o


homem se apropria dos conhecimentos e valores construídos historicamente
Interacionista pela sociedade e pela cultura> e que nessa apropriação ele aprende e se
a aprendizagem desenvolve, ficando em condições de modificar a si mesrnoj a sociedade e
~ não fica limitada às
a cultura." (PLACCO, 2001, p. 53). Assim, a aprendizagem não fica limitada
habilid des inerentes
às habilidades inerentes ao próprio sujeito, tampouc -ao ambiente onde
ao próprio sujeito,
• ele se situa e às pessoas com as quais convive, mas na ínteração entre
tampouco ao ambiente
esses elementos. Derivam do Interacionismo, entre outras tendências, o
onde ele se situa e
às pessoas COIr. as constru.tivismo 'do suíço Jean ~~e o sociointeraci nismo do russo Lev
quais convive, mas na Vygotsky e também do american'o Jefóme Bruner.
interação entie esses
elementos. A partir do exposto, fica mais fácil co p eender que, conforme a crença
que temos sobre como se dá a aprendizagem, diferentes posturas e ações
didático-pedagógicas serão adotadas. Assim, o professor que acredita que
seus alunos já nascem com uma capacida e inata d aprender (Inatism ), fará

50
Capítulo 2 ." 61. BASES TEÓRICAS DA CONSTRyÇAO DO CON~!=fIMENTO:
COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM .

50 de abordagens não-diretivas, dando' "atenção ao momento específico do Conforme a crença


.:esenvolvimento dos alunos, às suas possibilidades intelectuais atuais, aos que temos sobre como
se.is interesses e notivaçõ s, facilitando ou favo'recendo s a ap oximação ou se dá a aprendizagem,
diferentes posturas
ecesão às ativida es propostas em sala de aula" (PLACCO, 2001, p. 50) . .,.
e ações didático-
Acreditando que o aluno lhe chega como um mármore a ser esculpido, o pedagógicas serão
, adotadas.
crotessor tomará decisões educativas que buscarão promover comportamentos
E atitudes que ele julga como adequados, visando extinguir aqueles
:c'Isiderados inde ejáveis (Ambientalismo). Assim,
»9
o aumento ou a diminuição da fr quência de certos
comportamentos dos alunos estão na dependência do tipo
e da qualidade dos estímulos que Ihes são apresentados,
da sequência desses estímulos, do seu poder de estimular
as ectos específicos dos alunos naquele momento de sua
aprendizagem, que inclui considerações sobre o estado
físico e psicológico do indivíduo. (PLACCQ, 2001, p. 52)

Quando m p ofessor assume posições didático-pedagógicas com uma


isão Interacio ista, ele leva em consideração os conhecimentos que seus
~Jnos trazem de suas vivências pessoais e realidades culturais. Ele leva
91 consideração tanto o a biente, quanto as forças inter as subjacentes ao o conhecimento
~divídúo, como necessidade, desejo, vontade, interesse, impulso, instinto, não é uma cópia do
mundo exterior e não
2 ados ao objeto de estudo (BOCK et ai, 1995, p. 106). Mas isso não significa
.>preexiste no sujeito.
: zer que há uma mistura de posicionamento Inatista e Ambientalista, e sim
Há permanentemente
c.re há "uma relação dialética entre sujeito e cultura, em que o conhecimento
construção e
z: estruturado mediante ações do sujeito sobre o mundo exterior. O
reconstrução"
-:onhecimento não é uma cópia do mundo exterior e não preexiste no sujeito. (CASTANHO, 2001..
-lá permanenteme te construção e reconstrução" (CASTANHO, 2001, p. 160). p. 160).

__________
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Irl.Urt,IUJIlUJll1IJlllllaUIl:ut ~ .•....._.
K'.NOI:E•• .lM.n:.mnUla"1l.

Este liv o é uma coletânea de textos


de três estudiosos da área de psicologia do
desenvolvimento e aprendizado. Nele, Yves
de La Taille, Marta Kohl de Oliveira e Heloysa
Dantas trazem textos que estudam fatores
biológicos, sociais, de a etividade e cognição
sob a luz de Jeart Piaget, Lev Vygotsky e Henri
Wallon. De leitura leve e clara, permite que
você, caro estudante, conheça um pouco mais
sobre a teoria interacionista.

DE LA AILLE, Yves; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS,


Heloysa. Piaget, Vygots y, Wa"on: teorias psicogenéticas em
discussão. 5 ed. São Paulo: Summus, 1~92.

51
O.. Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

Outro livro que pode ajudá-Io a compreender


melhor a teoria <!le aprendizagem de Vygotsky
é a obra de Marta Kohl de Oliveira, intitulada
"Vygotsky: aprendizagem e desenvolvimento -
um processo sócio-histórico". Vale a pena lê-Io!

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky:


aprendizagem e desenvolvimento - um processo
sócio-histórico. 4a ed. São Paulo: Scipione, 1997.

Conhecer teorias de aprendizagem é estar diante de estudos e esquisas


que se interessaram em .sa er como as pessoas aprendem. É poder
instrumentalizar-se para analisar tanto a prática docente dos professores
envolvidos na nossa aprendizagem quanto a nossa própria atuação como
educador, caso você, caro estudante, já esteja atuando como profissional
do ensino. É poder "fazer uma análise de sua própria prática d cente, nela
identificando os componentes básicos que estariam sendo se s eixos de
ação e, assim, identificando de que correntes teóricas estaria mais próximo"
(PLACCO, 2001, p. 55).

>
Sendo assim, façamos agora algumas atividades de estudo para q e você
possa. reorganizar o que foi visto até aqui sobre a te rias de aprendizagem
e até avaliar sua prática, caso você já atue como professor. Neste ca o, uma
autoavaliação "poderá levá-I a imprimi mudanças ou aprofundamentos
naqueles a pectos que necessitam de maior atenção" (PLACCO, 2001, p. 55).

iI .~u ! n
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"'TIL"ll~U UIILUlli 1l(lrllU.
_._ -
!r::nlli.fJ~l L •

Atividade de Estudos:

1) Os pressupostos básicos de três teorias da aprendizagem foram


apresentados nesse texto que acabamos de concluir. Utilize
o quadro abaixo para escrever palavras-chave referentes às
principais características de cada teoria citada. Essa atividade
Ih possibilitará organizar suas ideias e' visualizar com mais
facilidade as diferenças existentes entre as teorias expostas .:

52
, e, Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

3) Identifique alguns desses seus professores, comente suas


práticas de ensino e aponte que concepção de aprendizagem
você acredita que estava por trás dessas práticas,

4) Se você já atua ou atuou como professor, reflita também sobre


sua prática e veja de que maneira você tem observado e levado
em consideração como as pessoas aprendem.

.)

.•.. _--_ ....-- - .. __ •.._--_ .._---_ ..._.----_ ..__ ._. __ ...__ .__ ...._- .•.-.. _- .•... - •...•... _ .. _.... _ .. _----
1!J11I.:JI;Umi!.I 11ft immll1JJIlRllmn·llfI". ImlTlIr •. Ju-.m.IlIULnlfJ:_m •• J!f 1.lJ[un 11 r.na lnlJ 1111 r':J.:RtUlíl[

a TEORJAS DE APRENDIZAGEM E A PRÁTICA DE ENSINO

.Caro estudante, é muito' provável que você tenha observado que as


duas primeiras teorias de aprendizagem citadas neste Capítulo - a Inafista
e a Ambientalista - influenciaram fortemente as ações educativas em
nosso país. Quantas vezes chegamos a acreditar que não conseguiríamos

54
Capítulo 2 ( (jJ. BASES TEÓRICAS DA CONSTR~ÇÃO DO CONH,E~I~ENTO:
COMO ACONTECE APRENDIZAGEM

aprender determi ado assunto, pois simplesmente éramos levados a crer


aue não nascemos com habilidade para tal, o que apenas os fatores sociais
e exercícios de fixação seriam os únicos meios de garantir um aprendizado
capaz levar ao co hecir e to!

Os resultados
Grosso mod , podemos dizer q e essas concepções de aprendizagem
observados a partir
norteiam méto o de ensino que costumamos chamar d Tradicionais e que
de ações didático-
entendem o ensi o com reprodução do conhecimento. Essa visão vem
pedagógicas baseadas
sendo superada através d pesquisas tanto no âmbito da Psicologia quanto
nas concepções
da Sociologia, d Filosofia, da História, da Antropologia e outras áreas de Interacionistas
conhecimentos humanos ue visam implementar a ciência sobre o homem e revelam-se mais
como ele aprende, para enfim adentrar a Pedagogia. favoráveis na formação
de um sujeito crítico,
""-"r "
Os resulta o observados a partir de ações didático-pedaqóqicas baseadas criativo e capaz de
nas concepções lnteracionistas revelam-se mais favoráveis na formação de fazer relações mais
u sujeito crítico, criativo e capaz de fazer relações mai apuradas entre seu apuradas entre
conheciment e o conhecimento historicamente produzido. Em oposição aos seu conhecimento
métodos chama s Tradicionais, podemos chamar os métodos de ensino que e o conhecimento
partem das eorias lnteracionistas de Modernos, e que entendem o ensino historicamente
produzido.
mo produção do conhecimento. \

[UH...•:uUl1lf(i.IlJl.tTf".".iI:rnfllfJJnllIiJJll.UUU·D.f .• mu'.1rIr~lRflr_
•• rJ5 nem.n-eretn.: .1' "i! •• .,-.:11.111 Im.lua

Vale lembrar q e enhuma teoria de aprendizagem aponta


métodos de ensino! Cada uma delas apenas apresenta um modo de
conceber como as pessoas aprendem. Os profissionais de ensino,
à medida que se posicionam sobre como as pessoas aprendem,
são quem d senvolve métodos para promover a apre dizagem.
,/

~irn--;;i i;;;; ,; :-:. :,;·;;"rí;iiiüiiii iúi;:ã",m;;; ;:'1";i;;;ii';;:~·';;;;õ,;j,;;m;';;:,


,j ; ,.,-:;;:
•• iii.iiãjiiiiiiõT';;;

~
Cunha' (201 ), com o intuito de dar uma abordagem didática ao
caracterizar paradigma pedagógicos, organizou uma análise comparativa
.or meio de um quadro. A autora explica que ele "não deve se constituir num
esquema acabado de análise" (2010, p.119), mas que tem o sentido de ajudar
na compreensão das características dos paradigmas pedagógicos entendidos
aqui como reprodução do conhecimento e produção do conhecimento. Neste
quadro comparativo, apresentado a seguir, é possível perceber aspectos
epistemológicos que "definem processos metodológicos, caracterizam
diferentes processos de pensamento e apontam para o papel do professor.
Vale ressaltar (...) a relação das diferentes concepções pedagógicas e
epistemológicas om disti tas visões de mundo, revelando posições políticas
e sociais" (2010, p. 120).

55
o e Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

Quadro 2 - Estudo comparativo de para igmas


'de ensino: um ensaio preliminar

oacioaoe do compor e
tnm,r.m~ll'llll'C, 'argu~entos e
I
I

Concebe a disciplina curricular como espaço Percebe o conhecimento de forma interdiscipli-


próprio do domínio do conteúdo e, em geral, nar, propondo pontes de relação entre eles e
dá a cada uma o status de mais significativa do atribuindo significados próprios aos conteúdos,
currículo acadêmico. conformidade com os objetivos acadêmicos.

com os
Cnr'flnlrrfl"

disponível para o
.esncacao orientada.

Concebe a pesquisa como atividade exclusiva


Concebe a pesquisa como atividade inerente ao.
de iniciados, em que o aparato metodológico
ser humano, um modo de apreender o mu do,
e os instrumentos de certezas se sobrepõem
acessível a todos e a qualquer nível. de ensino,
à capacidade intelectiva de trabalhar com a
guardadas as devidas proporções.
dúvida.
urh instrumento de
p0 ponto de partida,
dá realidade.

entre o C0-
""nno!",,,,, de aprendiz do

56
o. BASES TEÓRICAS DA CONSTR~ÇÃO DO CÓNHEC1MENTO:
, Capítulo 2
COMO ACONTECE A APRENDIzAGEM '

....,
jautora aponta que "o enfoque da reprodução é ba tante conhecido
os nós porque fez e faz parte da nossa trajetória escolar e
:.: ica. Tem origem na inspiração positivista 'que influenciou o sistema
; r. - Ico e escolar brasileiro e foi ratificado pelos interesses e práticas
1 1 ~ ais presentes em nossa história" (CUNHA, 2010, p. 12 ), Reiteramos o
~ ::; mentarn s, no início desse Capítulo, sobre como a visão de homem
3: cíedade influenciam nas posturas e posições sobre como se dá a
dizagem e consequente ente, o ensino,
Infelizmente, muitos
i
I partir da década de 1980, vários estudos referentes às teorias de mal entendidos,
fosse por pouco
j cldizagem, especialmente àquelas referentes ao construtivismo e , • ~ ." t I! if' ""I"I'''I'~ flf. I
conhecimento sobre
; ;:;;-i ••.•••
teracionismo, passaram a ser enfatizados nos cursos de formação de
"•••••••• •.••• "1..••. .,- as teorias ou mesmo
:tct':;ssores, especi Imente os cursos de Pedagogia, Infelizmente, muitos
por má formação,
entendidos, tos e por pouco conhecimento sobre as teorias ou mesmo
EI
levaram muitos
: -- llá formação, levaram muitos educadores a usarem inade uadamente educadores a usarem
:p3ssupostos teóricos em suas práticas, invertendo valores e até deixando inadequadamente .
:F- -ealizar uma prá ica de ensino adequada, Com uma formação confusa, pressupostos teóricos
::i:_ cadores acabam voltando a uma maneira tradicional de ensino, primeiro em suas práticas,
:,:- não compreenderem adequadamente como se processam na prática as invertendo valores
~:~as de aprendizagem, E depois por terem justamente na bagagem de sua e até deixando de
: "JJ 'a formação a experiência tradicional de ensino. realizar uma prática de
ensino adequada.
ossa concepção de apre dizagem está muito ligada ao processo
Veiga (2000, p, 25,
j::. ensino pelo qual passamos - ao atuarmos como professores, se não
apud VEIGA, 2010,
uma formação adequada ou não nos sentirmos confortáveis e
;'1 €'TlOS
p. 147) afirma que
fiantes para usarmos métodos diferentes de ensino, acabamos repeti do
"pensar, agir e inovar
:L métodos presentes no processo de ensino pelo qual passamos, Isso pedagogicamente em
3~ ntece simplesmente por desconhecermos outra maneira de compreender a novas perspectivas
:l errdizaqern e consequentemente promover ações de ensino mais eficazes, envolve profunda
- eressantes e até om res Itados mais positivos, Veiga (2000, p. 25, apud mudança de
lEIGA, 2010, p. 147) afirma que "pensar, agir e inovar pedagogicamente em mentalídade, além
I;)vas perspectivas envolve profunda mudança de mentalidade, além de forte de forte sentimento
sentimento de pertença e identidade, ou seja, de protaqonisrno." de pertença e
identidade, ou seja, de
Entendendo, então, que as vertentes de aprendizagem amparadas no protagonismo. "
natisrno e no Ambientalism estejam de alguma forma superadas, como
seriam as ações pedaqóqicas que consideram o Interacionismo como uma
vertente t;1ais válida no quesito a rendizagem? Ouais características estariam
oresentes nadinárni a ensino-aprendizaqern? Qual seria o papel do professor
e como se daria a relação professor-aluno?

Antes de destacarmos 'algumas ações pedagógicas e alguns pontos


ao
.,.... l•.• ., •• T i'·~U 'I ;'11' , •.•..•._ • .,.

pertinentes à dinâmica ensino e aprendizagem e papel do professor, vale


a
relembrar que vert~nte'lnte'rado~'ista considera que "~.~•.,.

57
o Q.. Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

as possibilidades de aprender e de compreender, as


ma eiras de agir e interagir, de pensar e de sentir, vão sendo
descobertas e ampliadas ao longo da vida do sujeito, em
função e em decorrência das interações que ele estabelece
com seu meio, com sua cultura, com a sociedade e com os
conhecimentos de seu tempo. (PLACCO, 2001, p. 52)

Voltando ao quadro apresentando anteriormente, já é possível perceber


vários pontos em destaque sobre ações pedagógicas, dinâmica de ensino e
aprendizagem e papel do professor, demonstrando como o ensino voltado à
produção do conhecimento exige uma participação bastante ativa tanto do
professor quanto do aluno e como o conhecimento é entendido de forma mais
dinâmica e menos estanque. (Q
Uma visão
A partir do que vem sendo analisado até aqui, é possível perceber que uma
Interacionista da
aprendizagem não tem visão Interacionista da aprendizagem não tem o professor como único detentor
o professor como único do saber. Ele é, de fato, mais experiente e em decorrência disso tem posse
detentor do saber. de uma gama de conhecimentos científicos e historicamente acumulados
diferentes dos saberes dos alunos, dada a sua formação e o cargo que ocupa
A finalidade dessa - isso é inegável.
dinâmica de ensino-
aprendizagem "não é No entanto, esse fator não seria condição isolada para colocá-Ia numa
apresentar verdades posição de mero transmissor de conhecimentos, as ao contrário, ao
>
acabadas, mas sim compreender que os alunos também chegam à sala de aula com algum
instrumentalizar o conhecimento sobre o assunto que irá trabalhar, o professor deve assumir
aluno para se apropriar uma posição de interagir com os alunos.
de conhecimentos e ter
. condições de elaborar Ou seja, considerando que a aprendizagem acontece através da
novos conhecimentos"
interação, o professor pode buscar entender o que os alunos sabem sobre
(LOPES, 2010, p. 112).
.determinado assunto e a partir daí promover ações didáticas que desenvolvam
os conhecimentos que eles já trazem, descartando suposições .~
Um dos maiores
enganos cometidos defasadas e avançando com mais pesquisas e estudos. A finalidade dessa
pelos professores dinâmica de ensino-aprendizagem "não é apresentar verdades acabadas,
ao entenderem o mas sim instr mentalizar o aluno para se apropriar de c nhecimentos e ter
I, teracionismo como condições de elaborar novos conhecimentos" (LOPES, 2010, p. 112).
uma vertente bastante
adequada sobre a ~ Tudo isso pressupõe um planejamento, com desenvolvimento de méto os,
aprendizagem foi a de têcnicas, uso de recursos didáticos e práticas de avaliação. Um dos maiores
acreditar que a partir enganos cometidos pelos professores ao entenderem o Imeracionismo como
desse pressuposto uma verte·nte bastante adequada sobre a apre d'zaqe foi a de acreditar q e a
as aulas assumiriam partir desse pressuposto as aulas assu iriam U'"'1 ca inho ditado pelos alunos
um caminho ditado
e que isso dispensaria o professo de organizar-se didaticamente. Uma falha
pelos alunos e que
de interp etação que levou a muitos erros e até gerou, descrença em relação a
isso dispensaria o
essa teoria da aprendizagem, e fez com que ~i1CS professores voltassem a
professor e organizar-
assumir posturas tradicionais.
se didaticamente.

58
.,
Capítulo 2 4) ti. BASES TEÓRICAS pA CONSTRP?Á? DO .CÓ~~EqIMENTO:
COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM .

<lA ação de ensinar


,. •••• _4,.
[...] põe em movimento os elementos constitutivos da
-••••••.
IU.

didática - os objetivos, os conteúdos e a unidade ensino-aprendizagem - numa


situação didática co ereta, que inclui o contexto sociocultural da escola e dos
alunos, a ação docente, os recursos didáticos disponíveis, o conhecimentos
e as experiências de vida do p ofessor e dos alunos. (LOPES, 2010, p. 109)

Entender que as pessoas aprendem pela interação com os outros


não e~i.r:ti~. ~~p"~~!~.~S,?~
9,8 organizar-se à fim,,.,.t'de promover a prõ'duçã~ "do
l " tt """".,) •• """ ~u ""

conhecimento. Muito pelo contrario, o professor precisa ficar ainda mais


'I I." '. ~, I( •• -

Entender que as
atento' ãos'se~s alunos, reconhecer o que sabem, buscar seu envolvimento pessoa aprendem
pela interação com
e promover superações. Assim, sobre ensino-aprendizagem, Lopes (2010,
os outros não exime
p. 108) ainda aponta que, e acordo com Libâneo (1991), essa relação
o professor de
'revela-se pelo conjunto de atividades organizadas do professor e dos
organizar-se a fim de
alunos, objetivando a apropriação de um saber historicamente acumulado,
promover a produção
endo como ponto de partida o nível atual de conhecimentos, experiência do conhecimento.
de vida e maturidade dos alunos". Muito pelo contrário,·
o professor precisa
o professor deve questionar seus alunos,' interpelá-Ios
ficar ainda mais
constantemente, ser elemento integrador, apresentando
atento aos seus
conhecimentos sistematizados. Deve discutir e apresentar
questões essenciais à apropriação desses conhecimentos, alunos, reconhecer o
levando os alunos a refletir sobre suas ideias e seus que sabem, buscar
procedimentos de ação. Nessa forma de interação o aluno seu envolvimento e
é levado a tomar consciência e refletir tanto sobre suas promover superações.
próprias ideias, suas descobertas e apropriações, como >
sobre ideias elaboradas por outros.jg(LOPES, 2010, p. 110).

Caro estudante, conhecer as teorias de aprendizagem e como as


esmas se "revelam" nas nossas práticas pedagógicas é um passo
portante para promover ações educativas mais interessantes e até
evitar' más interpretações. Nem sempre conseguiremos agir como de fato
ostaríamos que no sas aulas fossem, mas se estivermos atentos àquilo que
acreditamos, ao que queremos e onde queremos chegar como educadores,
e muito provável que possamos atingir metas antes impensadas. Como diz
tonio Névoa, "a maneira como cada um de nós ensina está diretamente
dependente daquilo que somos como pessoa quando exercemos o ensino"
1995, p.17, apudCASTA 0,2001, p.162). [)I'

.,

59
. O.. Organização do Trabalho Pedagógico na Sala de Aula: Planejamento, Metodologia e Avaliação

Atividade de Estudos:

1) Observe os dados apontados por Maria Isabel da Cunha na


tabela "Estudo Comparativo de Paradigmas de Ensino: um
ensaio preliminar". A autora apresenta ários aspectos que
definem metodologia, avaliação, papel do professor, entre
outros. Como Atividade de Estudo, complete o quadro abaixo
com os dados que a autora apresenta sobre os pressupostos
pedagógicos referentes ao ensino como produção de
conhecimento e dê sua opinião sobre os mesmos.

Características apontadas pela O que eu


autora sobre o ensino como - como estudante -
produção do conhecimento pe so a esse respeito

Visão
de
conhecimento

Visão .>
de
metodologia

Visão
de
avaliação

Visão
de disciplina
(conteúdo)

Visão
d.epapel
do professor

._ •••.,~_
••••••••••. _ .•• ,_ •••
~ -.-_. __••~ .••••• •..
__ •••••
"'•.••••
__ ••••.•••
__ .•••_ ••.••••••
_ •...•••.•.•
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1•. a!llMl I .•. lU-r.Ht:tlllll:UCl IftIU!I~lU._L"UDlTmD.lEtu.lml! ••• ,n.Dlu..IU.'llI" IlUlll'l..ll.( li' '13 .IUI1 D.lU 'RUn-UllID, t 1

60
II.~:".:~ I <llIHiil

• I ~

Capítulo 2 (I) <li. BASES TEÓRICAS DA CONST~~ÇÃO DO CÓNH:E:~1}1ENTO:


COMOACONTECE APRENDIZAGEM .

A GUMAS CONSIDERAÇÕES

No Capítulo que acabamos de concluir, foram apresentadas diferentes


. concepções de como as pessoas aprendem. Vimos que nossa crença sobre
como se dá a aprendizagem pode pautar nossas ações como educadores, e
que nossas experiências como alunos ainda podem influenciar nossas ações
educativas em sala aula.

Embora o texto tenha tratado de maneira bastante simples, mas com


algum aprofunda ento teórico, desejamos mostrar a você, caro estudante,
a importância de se estar ciente de que ser professor não se trata apenas
de saber conteú os a serem ensinados. Mas consiste também em saber
como as pessoas aprendem para enfim exercer uma efetiva relação ensino-
aprendizagem.

Os Capítulos que se seguem tratarão especificamente de Planejamento,


Metodologia e Avaliação e visam con ribuir para que você possaincluir em sua
prática pedagógica ações que promovam a produção do conhecimento.

Bons estudos!

>

REFERÊNCIAS

BOCK, Ana M. Ba ia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T.


Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 7a ed. São Paulo, SP:
Saraiva, 1995.

CASTANHO, Maria Euqênia. Sobre professores marcantes. In: CASTANHO,


Sérgio; . Temas e tex os em metodologia do ensino superior. 7a ed.
Campinas, SP: Papirus, 2001. p.153-163.

C.UNHA, Maria Isabel da. Relação ensino e pesquisa. In: VEIGA, lima P.
Alencastro (org.) Didática: ensino e suas relações. 17a ed. Campinas, SP:
Papirus, 2010. p.115-126.

GIL, An.tonio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2011 b.

LOPES, Antonia Osima. Relação de interdependência entre ensino e


aprendizagem: In: VEIGA, llrna P. Alencastro (org.) Didática: o ensino e suas
relações. 17a ed. Campinas, SP: Papirus, 2010. p.105-114.

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