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Resumo
Foi estabelecida uma parceria entre a FATEC-Jahu, mais especificamente com os alunos
do curso de graduação em Gestão de Produção Industrial, e a APAE (ASSOCIAÇÃO DE
PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS) localizada na mesma cidade. O objetivo desta
parceria foi desenvolver uma órtese para membros superiores (braço, antebraço e
cotovelo) com regulagem no cotovelo e de custo baixo. Foi realizada uma pesquisa
aplicada para desenvolvimento da órtese, baseando-se na metodologia apresentada por
Baxter (2008), sendo: Análise de similares; Geração e seleção de ideias; detalhamento
do projeto; prototipagem e teste práticos. Foram selecionados materiais de baixo custo e
alternativos como PVC (Cloreto de Polivinila), corrediças de gavetas, EVA ( Etil Vinil
Acetato), cola e velcro, sendo o custo total de R$ 15,00. Atingindo objetivo de construir
uma órtese com custo baixo. Foi desenvolvida uma órtese levando-se em consideração
as seguintes características: rigidez; flexibilidade; volume; limpeza; e economia.
ABSTRACT
Was to establish a partnership between FATEC-Jahu more specifically with students of
the degree course in Management of Industrial Production, and APAE (ASSOCIATION
OF PARENTS AND FRIENDS OF EXCEPTIONAL) located in the same city. The goal of
this partnership was to develop an orthosis for upper limbs (arm, forearm and elbow) to
adjust the elbow, and low cost. An applied research for development of bracing, based on
the methodology presented by Baxter (2008), was being held: Analysis of similar;
Generation and selection of ideas; detailed design; prototyping and practical test.
Materials and low cost alternative to PVC (Polyvinyl Chloride), sliding drawers, EVA (Ethyl
Vinyl Acetate) glue and velcro were selected, a total cost of R$ 15.00. Reaching goal of
building a bracing with low cost. An orthosis has been developed taking into account the
following characteristics: stiffness; flexibility; volume; cleaning; and economy.
2. Objetivos
Desenvolver uma órtese de membros superiores (braço, antebraço e cotovelo), que tenha
uma regulagem no cotovelo, permitindo assim que a pessoa que irá manusear (uma
terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta) consiga fazer os movimentos necessários, para
que o paciente possa realizar a reabilitação.
3. Metodologia
Foi realizada a revisão bibliográfica sobre o desenvolvimento de órteses através de
artigos publicados em portais científicos e sites comerciais de modelos de órteses já
existentes no mercado. Não houve critério de exclusão para a busca de documentos. Foi
realizada também, uma pesquisa aplicada para desenvolvimento da órtese, baseando-se
na metodologia apresentada por Baxter (2008), sendo: Análise de similares; Geração e
seleção de ideias; detalhamento do projeto; prototipagem e teste práticos.
4. Revisão Bibliográfica
4.1 Órteses
O termo órtese origina-se da palavra grega “Orthos” que significa direito, reto, normal.
Através disso podemos definir órtese como um dispositivo exoesquelético que aplicado a
um ou vários segmentos do corpo tem a finalidade de proporcionar o melhor alinhamento
possível, buscando sempre a posição funcional, ou seja, a mais adequada.
(http://www.sogab.com.br/sbrto/sobreorteses.htm)
Tipos de Órteses existentes:
Estabilizadoras: Mantém uma posição e impedem movimento indesejado, o que dá a
esse tipo, utilidade como correção de pé equino (pé caido), fraturas e dores, e para
diminuir a amplitude articular de um segmento inflamado ou doloroso.
Funcionais: Também conhecidas de dinâmicas, são mais flexíveis, e permitem um
movimento limitado.
Corretoras: Indicadas para corrigir deformidades esqueléticas. Geralmente tem seu uso
em idades infantis para corrigir membros em desenvolvimento.
Protetoras: Mantém protegido um orgão afetado
Segundo Lorena Montesanti Terapeuta Ocupacional do Sírio Libanês Maio/ Junho 2011 e
também Agneli e Toyda, (2003), o material mais usado para a confecção das órtese é o
termoplástico de baixa temperatura. A denominação “baixa temperatura” é dada porque
este material torna-se maleável e adequado para ser trabalhado a temperaturas entre 65
e 75º C, recuperando sua rigidez após seu resfriamento. Existem diversos tipos de
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termos plásticos como o EZEFORM, POLYFLEX, TAILOR E AQUAPLAST, mas é um
material muito caro. Segundo a pesquisa feita por Agneli e Toyda, 2003 conforme a
Figura 1 a maior dificuldade encontrada por todos os profissionais que participaram dessa
pesquisa e o valor do material.
Assim sabendo que a APAE Jaú não dispõe de recursos suficientes para comprar esse
material por atenderem muitas pessoas de várias idades e com diferentes necessidades
estudou-se a possibilidades de buscar materiais simples e de fácil acesso que pudessem
substitui-los para que fosse confeccionada a órtese para que pudessem solucionar o
problema da mesma maneira que o material termo plástico de baixa temperatura.
Segundo Mac Donald (1998 apud Agneli e Toyda, 2003) ao escolher um material para se
fazer talas manuais devem ser consideras as seguintes características:
-Rigidez: para suportar a posição desejada ou adequada;
-Flexibilidade: para o ajuste de movimentos;
-Volume: de forma que não se tenha dispositivos muito espessos;
-Permitir Limpeza: para proporcionar higiene e durabilidade;
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-Facilidade no Manejo: que não depende apenas do material, mas também da prática do
profissional que estará manuseando;
-Economia: de acorde com as possibilidades que o cliente tem e onerar as despesas;
-Resistência ao calor: já que materiais moldados em baixa temperatura facilitam a
moldagem e podem produzir resultados melhores, ao mesmo tempo em que não devem
ser recomendados para situações que envolvem exposição prolongada a temperaturas
ambientais muito altas MAC DONALD (1998, p174 apud AGNELI E TOYDA, 2003). Além
disso, outros aspectos devem ser lembrados: peso, resistência à deformação, resistência
ao desgaste, corrosão, toxidade e estética (que envolve bom acabamento, cor agradável,
textura suave, ausência de cheiro. etc.).
Para cada patologia a um modelo de órtese especifica com a indicação e objetivo desse
tratamento, como mostra a Quadro 01:
A órtese escolhida para o desenvolvimento foi a tipo Cotoveleira que tem como objetivo
de Ganho da amplitude de movimento do cotovelo.
4.2 A APAE
A APAE-Jaú é uma entidade que está consciente de seu papel histórico e desde março
de 1965 se dedica ao atendimento de pessoas portadoras de deficiências, sendo a 3ª
mais antiga do Estado de São Paulo e a 17ª mais antiga do Brasil. Só para se ter uma
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ideia do que esses dados representam, atualmente somam mais de 300 entidades no
Estado de São Paulo e mais de 2.000 em todo o País.
Por ter sido a pioneira na região central do Estado, no início de suas atividades a APAE-
Jaú atendia alunos provenientes de dezenas de cidades do Estado de São Paulo, num
raio de 200 quilômetros.
Nestes 46 anos ininterruptos de atendimentos, a APAE-Jaú aperfeiçoou sua equipe de
profissionais, investindo em recursos humanos, em novos equipamentos e na
infraestrutura de suas instalações, visando sempre melhorar o atendimento aos
Portadores de Necessidades Especiais." (http://apaejau.com.br/quem_somos.php)
A APAE-Jaú desenvolve um trabalho com pacientes de diversas patologias que utilizam
órteses tanto de membros superiores como de membros inferiores. Das patologias como
exemplo a Paralisia Cerebral (PC) é uma condição que, frequentemente, interfere na
aquisição de habilidades motoras na infância, as quais são essenciais para o
desempenho de atividades e tarefas da rotina diária; Cury VCR, Mancini MC, Melo AP,
Fonseca ST, Sampaio RF, Tirado MGA (2006), assim a entidade vem desenvolvendo um
trabalho com esses pacientes de tal maneira para que eles possam ter uma melhora na
sua qualidade de vida e um desenvolvimento de suas atividades diárias.
5. Resultados e Discussão
Após um estudo de materiais e das formas de possíveis para trabalhar na a construção
de um protótipo de órtese, foi necessário fazer alguns desenhos para verificar se as
ideias se encaixavam nos modelos de produtos já existentes no mercado.
Chegou-se à conclusão que devia ser feito uma órtese para membros superiores com
funcionalidade modo de confecção, em que os materiais de nosso acesso se encaixavam
melhor nesse tipo de órtese.
Com isso, foram escolhidos e comprados os materiais que seriam usados na confecção
do protótipo, com o custo de R$ 15,00 (gastos com as placas de EVA (Etil Vinil Acetato)
cola instantânea, velcro) e foi possível reutilizar materiais recicláveis. Atingindo objetivo
de construir uma órtese com custo baixo.
O material utilizado na construção do protótipo de órtese foi semelhante ao material
usado na confecção dessas órteses tradicionais existentes no mercado, a escolha foi
pelo cano de PVC (Cloreto de Polivinila) que é um material de fácil acesso (corpo da
órtese) onde se encaixa o membro superior do paciente; para fazer o forro que tem a
função de proteger o membro, foi utilizado o EVA (Etil Vinil Acetato) que pode ser
encontrado em papelarias, e é vendido em placas; para fazer o ligamento peça que que
se une às duas peças de PVC (Cloreto de Polivinila) da órtese, foram usadas corrediças
metálicas que foram reutilizadas de um móvel em desuso, e para prender e ajustar a
órtese no membro do paciente foi utilizado velcro (apresentado na Figura 2).
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Figura 2- Material utilizado para fazer o protótipo
Fonte: Autores
Logo depois foram feitos os furos nesse cano que já havia sido cortado em duas peças,
assim para que, posteriormente, fosse instalada a corrediça metálica, onde é presa com
parafusos. Para o acabamento foi feita a colagem do forro em EVA (Etil Vinil Acetato) e
do velcro que é utilizado para fixar a órtese no membro do paciente e foram feitos os
ajustes finais, e posteriormente, a órtese foi testada (apresentado nas Figuras 3 e 4).
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Figura 3 – Desenvolvimento da órtese (frente)
Fonte: Autores
Nessa fase já havia sido cortado o cano de PVC (Cloreto de Polivinila), também foi dado
o acabamento nas laterais retirando rebarbas que ficaram pelo corte, foi medido o
tamanho ideal do EVA (Etil Vinil Acetato), e posteriormente, o EVA (Etil Vinil Acetato) foi
cortado e colado na peça em PVC (Cloreto de Polivinila) com a cola instantânea, após
isso foram feitos os furos para instalação da corrediça metálica.
Fonte: Autores
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Foram instaladas duas corrediças metálicas nas duas peças da órtese, com a função de
realizar a articulação da órtese e poder fazer o sistema de trava da mesma, apresentado
nas Figuras 5 e 6.
Fonte: Autores
Fonte: Autores
6. Conclusão
Foi desenvolvida a órtese levando-se em consideração as seguintes características:
Rigidez, Flexibilidade, Volume, Limpeza, Economia.
Foi selecionado um material rígido que pudesse ser cortado e perfurado e que fosse de
fácil acesso para o desenvolvimento do projeto optou-se pelo cano de PVC (Cloreto de
Polivinila). Para dar a flexibilidade do protótipo utilizaram-se corrediças metálicas onde foi
possível fazer os movimentos articulados necessários, e assim foi possível fazer o
protótipo do tamanho necessário. Segundo a Terapeuta Ocupacional da APAE de Jaú, o
material utilizado é de muito fácil limpar, de fácil manejo, pois é leve e não é de difícil à
colocação no membro superior (braço, antebraço e cotovelo) que o protótipo seja usado.
O produto apresentou-se economicamente viável, pois houve um baixo custo, o valor
total em matéria-prima foi de R$ 15,00 e ainda foi possível reutilizar peças que tinham
sido descartadas.
No quesito resistência será necessário realizar melhorias, pois no eixo onde se
encontram as duas corrediças metálicas (encaixe das articulações da órtese), houve um
problema de fragilidade, não houve um completo travamento, permitindo movimento
radiais mesmo após o acionamento da trava.
De modo geral atingiu-se o objetivo de construir o protótipo, no entanto, é interessante a
realização de estudo futuro com o propósito de melhorar o sistema de travamento da
articulação.
Referências
AGNELLI, L. B.; TOYDA, C. Y.. Estudo de materiais para confecção de órteses e sua
utilização prática por terapeutas ocupacionais no Brasil. Cadernos de terapia
ocupacional da UFSCar, Vol. 11 Nº 2, 2003.
CURY VCR, MANCINI MC, MELO AP, FONSECA ST, SAMPAIO RF, TIRADO MGA.
Efeitos do uso de órtese na mobilidade funcional de crianças paralisia cerebral. Revista
Brasileira de Fisioterapia. Vol. 10 Nº. 1, 2006.