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CURSO PREPARATÓRIO ÀS ESCOLAS MILITARES

Estr. Int. Magalhães, nº 1032 / 3º andar


Vila Valqueire – RJ
Tel.: (21) 2572-1178 / 4111-1178
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Ord ÍNDICE Pag

01 Visão Geral da Administração Financeira ..................................................................................... 005


02 Demonstrações Financeiras, Impostos, Fluxos de Caixa, Balanço Patrimonial, DRE .................. 012
03 Utilização de Demonstrações Financeiras ..................................................................................... 025
Exercícios ...................................................................................................................................... 034
04 Avaliações de Fluxos de Caixa Futuros, de ações e títulos de renda fixa ..................................... 041
Exercícios ....................................................................................................................................... 047
05 Avaliação de Fluxos de Caixa Descontados .................................................................................. 049
06 Taxas de Juros e Avaliação de Obrigações ................................................................................... 054
07 Risco de Variação de Taxas de Juros ............................................................................................ 057
Exercícios ...................................................................................................................................... 066
08 Mercado e Avaliação de Ações ..................................................................................................... 067
09 Características de Ações Ordinárias .............................................................................................. 069
10 Valor Presente Líquido e outros critérios de investimentos .......................................................... 072
11 Tomada de Decisões de Investimentos .......................................................................................... 081
Exercícios ......................................................................................................... ............................. 086
12 Retorno sobre investimentos no mercado de capitais .................................................................... 088
13 Risco e Retorno .............................................................................................................................. 091
14 Custo de Capital (Custo do Dinheiro) ........................................................................................... 097
Exercícios ...................................................................................................................................... 099
15 Alavancagem e Estrutura de Capital .............................................................................................. 100
16 Planejamento Financeiro a Curto Prazo ........................................................................................ 101
17 Administração do Capital de Giro ................................................................................................. 120
Exercícios ............................................................................................................................. ......... 126

Nossas palavras:
Caro aluno, a presente apostila tem a finalidade de constituir material de apoio a sua leitura,
estudos e assistência às aulas no curso. Para tal, foi elaborada e revisada por professores de Administração do
CPREM. Esta apostila é, portanto, uma fonte de estudo que atualiza o concursando sobre os assuntos mais
importantes de Administração para o seu concurso, sendo que em caso de o concursando sentir a necessidade de
maior aprofundamento, deverá buscar diretamente nos livros da Banca.

Elaborada por: Prof Joelson Sá

“A reprodução parcial ou total desta obra não é permitida, exceto em caso de prévia autorização por escrito do autor.”
“A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.”

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

“O dinheiro é uma forma de Poder. Mais poderosa ainda, entretanto, é a


Instrução Financeira” KIYOSAKI (2000)

1. Visão Geral da Administração Financeira


1.1 Quatro principais áreas das Finanças – Administradores que pretendem atuar na área financeira
devem escolher uma das quatro áreas abaixo para se especializar:
1.1.1 Finanças Corporativas;
1.1.2 Investimentos;
1.1.3 Instituições Financeiras; e
1.1.4 Finanças Internacionais.

1.1.1 Conceito de Finanças Corporativas - Esse assunto implica que o que será coberto é relevante
apenas para corporações (sociedades anônimas).

1.1.2 Conceito de Investimentos - O assunto Investimentos lida, de maneira geral, com Ativos
Financeiros, tais como ações e obrigações. Aborda ainda a determinação de preço de um ativo
financeiro, como uma ação ou uma obrigação; trata da determinação de riscos e retornos potenciais
associados ao investimento em um ativo financeiro; e trata de decisões como que tipo de ativos
financeiros devem compor um Investimento.

1.1.3 Conceito de Instituições Financeiras - Instituições Financeiras são basicamente negócios que
lidam primeiramente com assuntos financeiros. Bancos e companhias de seguros talvez sejam as mais
conhecidas pelos alunos. Tais instituições empregam pessoas que desempenham grande variedade de
tarefas relacionadas a finanças. Por exemplo, um gerente de banco responsável por empréstimos avaliará
se determinado negócio tem uma posição financeira suficientemente sólida para garantir um aumento de
empréstimos. Em uma seguradora, um analista decidirá se determinado risco é adequado para ser coberto
e qual deveria ser o prêmio.

1.1.4 Conceito de Finanças Internacionais - Finanças Internacionais não são tanto uma área, mas
uma especialização. Em outras palavras, carreiras em finanças internacionais geralmente envolvem
aspectos internacionais tanto de finanças corporativas quanto de investimentos, ou instituições
financeiras; por exemplo, administração de carteira e análise de títulos das companhias não brasileiras.
De maneira análoga, muitas empresas brasileiras têm operações no exterior e precisam de empregados
familiarizados com questões internacionais, como taxas de câmbio e risco político. Os bancos geralmente
são solicitados para realizar empréstimos em outros países, e especialistas internacionais são necessários
para isso.

1.2 Profissões da Carreira de Investimentos


1.2.1 Carreira de Operador da Bolsa - O Operador da Bolsa é uma das mais genéricas carreiras.
Operadores de Bolsa geralmente trabalham para grandes empresas e aconselham clientes sobre os tipos de
investimentos que devem considerar e ajudam a tomar decisões de compra e venda. Assessores
financeiros desempenham papel semelhante, mas não são necessariamente operadores.
1.2.2 Carreira de Administrador de Carteira - É uma segunda carreira relacionada a
Investimentos. Administradores de Carteira, conforme sugerido pelo nome, gerem o dinheiro de
investidores. Uma carteira de investimento é um conjunto de investimentos de um investidor. Por
exemplo, investidores individuais frequentemente compram quotas de fundos mútuos. Tais fundos nada
mais são do que maneiras de agregar recursos monetários investidos pelo Administrador de Carteira.
Administradores de Carteira também investem e gerenciam recursos de fundos de pensão, de companhias
de seguro e de muitos outros tipos de instituições.

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1.2.3 Carreira de Analista de Títulos - A Análise de Títulos é uma terceira carreira relacionada a
Investimentos. Um Analista de Títulos pesquisa investimentos individuais, como ações de uma empresa
específica, e determina se o preço do título é justo. Para isso, pesquisa atentamente os relatórios da
empresa e do setor, assim como diversas outras fontes de informação. Geralmente, operadores e
administradores de carteira baseiam-se nas informações e recomendações dos analistas de títulos.

1.3 Profissões da Administração Financeira:


1.3.1 Administrador Financeiro - A função do administrador financeiro frequentemente está
associada a um alto executivo da empresa, geralmente denominado diretor financeiro ou vice-diretor de
finanças. O Diretor Financeiro coordena as atividades de tesouraria e controladoria.

1.3.2 Conceito de Controladoria - A Controladoria lida com contabilidade de custos e financeira,


pagamento de impostos e sistemas de informações gerenciais.

1.3.3 Conceito de Tesouraria - A Tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos


créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital.

1.4 Três principais questões com as quais o Administrador Financeiro deve se preocupar:
1.4.1 Orçamento de Capital – Processo de planejar e gerir investimentos a longo prazo da empresa.
1.4.2 Estrutura de Capital (ou Estrutura Financeira) – Combinação entre capital de terceiros e
capital próprio que a empresa possui. A Estrutura de Capital se refere a como a empresa obtém os
financiamentos necessários para sustentar os investimentos a longo prazo. O Administrador financeiro
deve se preocupar com qual montante tomar emprestado e qual a fonte mais barata de fundos para a
empresa.
1.4.3 Administração de Capital de Giro – Ativos e passivos a curto prazo da empresa. A
administração do capital de giro da empresa é uma atividade cotidiana que assegura que os recursos sejam
suficientes para continuar a operação, visando evitar interrupções dispendiosas. Isso envolve diversas
atividades relacionadas aos recebimentos e desembolsos da empresa. Exemplos de assuntos a serem
decididos pelo administrador financeiro é quanto deve ser o volume de caixa em estoque; se devem
vender a crédito; formas de obter financiamento a curto prazo; e como e onde tomar emprestado a curto
prazo (quando for necessário).

1.5 Essência do Orçamento de Capital – A Essência do Orçamento de Capital envolve a avaliação da


Magnitude, da Distribuição no Tempo e do Risco dos fluxos de caixa futuros.

1.6 Três Modalidades de Organização de Empresas:

1.6.1 Firma Individual – Empresa com único dono. É a maneira mais simples de se começar uma
empresa, e é a menos regulamentada das modalidades de empresas. Por essa razão, há mais firmas
individuais do que qualquer outra modalidade de empresa, e muitos negócios que posteriormente se
transformam em grandes sociedades por ações começam como firmas individuais. O Proprietário de firma
individual tem direito a todo o lucro da empresa, mas também tem responsabilidade ilimitada pelas
dívidas da empresa. Isso significa que os credores podem recorrer aos bens pessoais do proprietário para
pagamento de seus direitos. De maneira análoga, não há distinção entre rendimentos de pessoa física e da
pessoa jurídica e, portanto, todo o lucro da empresa é tributado como rendimento de pessoa física. A vida
da firma individual é limitada à vida do proprietário e, o que é mais importante, o montante do Patrimônio
Líquido que pode ser obtido está limitado à riqueza pessoal do proprietário. Essa limitação geralmente
significa que a empresa é incapaz de explorar novas oportunidades em vista da insuficiência de capital. É
difícil transferir a propriedade de uma firma individual, pois isso implica a venda de toda a empresa a
novo dono.

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1.6.2 Sociedade por Quotas – É a empresa formada por dois ou mais indivíduos ou unidades. Uma
Sociedade por Quotas é semelhante a uma firma individual, exceto pelo fato de que existem dois ou
mais donos (sócios). Numa sociedade geral, os sócios dividem lucros e prejuízos e possuem
responsabilidade ilimitada por todas as dívidas da empresa, não apenas por uma proporção delas, esse é o
conceito de Responsabilidade Solidária, que diz que em caso de falência, que caso algum dos sócios não
pague a parte que lhe cabe nas dívidas da empresa, o outro sócio terá que arcar com a diferença. Na
Sociedade por Quotas, a maneira pela qual lucros (e prejuízos) são divididos é descrita no contrato da
sociedade (que pode ser verbal / informal ou por escrito).

1.6.3 Sociedade por Ações (muito importante) – Empresa criada como uma entidade legal distinta,
possuída por um ou mais indivíduos, ou entidades. A sociedade por ações consiste em uma entidade legal
separada e distinta de seus proprietários e possui muitos dos direitos, obrigações e privilégios de uma
pessoa de verdade. Sociedades por ações podem processar e ser processadas, e podem firmar contratos. A
sociedade por ações pode até mesmo ser um sócio geral ou sócio com responsabilidade limitada em outra
sociedade, pode possuir ações de outras sociedades por ações.

1.7 Sociedade Limitada ou Sociedade por Quotas:


1.7.1 Características da Sociedade Limitada (sociedade por quotas) - Numa Sociedade Limitada,
um ou mais sócios gerais serão responsáveis pela gestão da empresa e terão responsabilidade ilimitada,
mas haverá um ou mais sócios limitados que não terão participação ativa no negócio. A responsabilidade
de um Sócio Limitado por dívidas da empresa é restrita ao montante que tenha contribuído para o capital
da sociedade.
Sociedade Limitada é a forma de organização comum em empreendimentos imobiliários, por
exemplo. Como o Sócio de uma sociedade geral pode ser responsável por todas as dívidas da empresa, a
existência de um contrato por escrito é muito importante. Se os direitos e as obrigações dos sócios não
forem explicitados, frequentemente ocorrerão desentendimentos futuros. Além disso, se você for um
sócio com responsabilidade limitada, não se envolverá muito com as decisões da empresa, a menos que
pretenda assumir as obrigações de um sócio geral. O motivo é que, se as coisas forem mal, você poderá
ser tratado como um sócio geral, mesmo que diga que é um sócio com responsabilidade limitada.
1.7.2 Vantagens e Desvantagens da Sociedade por Quotas - As vantagens e desvantagens da
Sociedade por Quotas são basicamente as mesmas de uma firma individual. As sociedades com base em
contratos relativamente informais podem ser constituídas facilmente e a baixo custo. Sócios gerais
possuem responsabilidade ilimitada nas dívidas da empresa, e a sociedade acaba quando um sócio geral
mostra o desejo de vender ou morre. Todo o lucro é tributado como rendimento da pessoa física dos
sócios, e o montante do patrimônio líquido que pode ser obtido é limitado à riqueza agregada dos sócios.
1.7.3 Características e formas de Transferência de Quotas na Sociedade por Quotas - A
participação de um sócio geral não pode ser transferida com facilidade, pois é necessário que se forme
uma nova sociedade. Participação de um sócio com responsabilidade limitada pode ser vendida sem que a
sociedade seja desfeita, mas encontrar um comprador pode ser difícil.
1.8 Três principais Desvantagens que a Firma Individual tem em comum com a Sociedade por Quotas
1. Responsabilidade ilimitada dos proprietários em relação às dívidas da empresa;
2. Vida limitada da empresa; e
3. Dificuldade de transferência de propriedade.

1.9 SOCIEDADE POR AÇÕES


1.9.1 Documentos necessários para iniciar uma Sociedade por Ações - Começar uma Sociedade
por Ações é muito mais complicado do que começar outras modalidades de organização de empresas. A
formação de uma sociedade por ações envolve a preparação de um Documento de Incorporação (contém
o nome da sociedade, duração, finalidade, nº de ações etc) e um Estatuto (contém as regras de existência
da empresa).
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1.9.2 Funções dos Acionistas e dos Administradores nas Grandes Sociedades por Ações - Em
grandes sociedades por ações, os acionistas e os administradores geralmente são grupos distintos.
a. Acionistas elegem o conselho de administração que, por sua vez, seleciona os administradores.
b. A Administração é responsável pela conduta das atividades da empresa de acordo com o
interesse dos acionistas controlam a empresa, pois são eles que elegem o conselho de administração.

1.9.3 Vantagens que a Sociedade por Ações possui por ter separada a Administração, da
Propriedade da Organização - A Propriedade (representada pelas ações da companhia) pode ser
prontamente transferida, e a vida da empresa, portanto é ilimitada. A Sociedade por Ações toma dinheiro
emprestado em seu próprio nome. Consequentemente, os acionistas da empresa têm responsabilidade
limitada pelas dívidas da empresa. O máximo que podem perder está limitado a seu investimento.

1.9.4 Superioridade da Sociedade por Ações - Pela facilidade relativa de transferência da


propriedade, a responsabilidade limitada pelas dívidas da empresa e a vida ilimitada da empresa, a
Sociedade por Ações é uma alternativa superior às demais no que se refere a levantar capital. Se a
empresa necessitar aumentar o Capital Próprio, poderá vender novas ações, atraindo novos investidores.
O número de donos pode ser enorme; as maiores sociedades por ações possuem milhares e até mesmo
milhões de acionistas.

1.9.5 Desvantagem da Sociedade por Ações - Essa modalidade possui uma desvantagem
significativa. Como a sociedade por ações é uma entidade legal, precisa recolher impostos. Além disso, o
dinheiro pago aos acionistas sob a forma de dividendos é tributado novamente como rendimento desses
acionistas. Isso é a dupla tributação, significando que os lucros da empresa são tributados duplamente: na
pessoa jurídica, ao ser gerado lucro, e na pessoa física, quando esse lucro é distribuído.

1.9.6 Outros nomes da Sociedades por Ações - Em geral, no mundo inteiro as sociedades por ações
possuem várias características e variações, mas as características essenciais que são propriedade difusa e
responsabilidade limitada permanecem as mesmas. Geralmente, essas empresas são denominadas
Companhias de Capital Coletivo, Companhias Abertas de Responsabilidade Limitada, ou Companhias de
Responsabilidade Limitada.

1.9.7 Objetivo da Administração Financeira numa Sociedade por Ações - Maximizar o valor
corrente de cada ação existente. Não existe ambiguidade no critério, e não há questões sobre curto ou
longo prazos. Simplesmente o objetivo da Administração Financeira é Maximizar o valor atual da ação.
Naturalmente, maximizar o valor da ação é a mesma coisa que maximizar o preço de mercado da ação.

1.9.8 Objetivo mais GERAL da Administração Financeira - O objetivo mais geral da


Administração Financeira é maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes. Para
qualquer tipo de organização, as boas decisões financeiras aumentarão o valor de mercado do capital
próprio dos donos, e as decisões ruins o diminuirão.

1.9.9 Limitações de se ter como objetivo a maximização do lucro - Maximizar o lucro não
significa que o administrador financeiro deva agir de maneira ilegal ou aética na esperança de aumentar o
valor do Capital Próprio da empresa. O que se quer dizer é que os administradores financeiros servem
melhor aos donos da empresa identificando produtos e serviços que agregam valor à empresa, porque eles
são desejados e valorizados no mercado.

1.9.10 Conceito de Relações de Agency - A relação entre acionistas e administradores é denominada


Relação de Agency. Tal relação existe toda vez que alguém (principal) contrata outra pessoa (agente) para
cuidar de seus interesses. Por exemplo, você poderia contratar alguém (um agente) para vender seu carro
enquanto estivesse fora do país, estudando.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

1.9.11 Conceito de Problema do Agency - A possibilidade de haver conflito de interesse entre os


proprietários e os administradores da empresa. Um dos fatores que leva ao Problema do Agency é a maneira
pela qual o agente é remunerado. Problemas de Agency não são exclusivos de sociedades por ações. Estão
presentes toda vez que propriedade e a administração são separadas. Essa separação é mais evidente em
sociedades por ações, mas certamente existe em firmas individuais e sociedades por quotas.

1.9.12 Conceito de Custo do Agency - É o custo originado da perda de lucros pelo não aproveitamento de
uma oportunidade para a empresa originado no fato dos administradores (agency) terem medo de investir nela.
Exemplo, se a empresa pensa em um novo investimento, espera-se que esse novo investimento afete
favoravelmente o preço da ação, mas, por outro lado, esse também é um investimento relativamente arriscado.
Os donos da empresa gostariam de realizar o investimento (pois o preço da ação irá aumentar), mas os
administradores talvez não queiram, pois existe possibilidade de que as coisas saiam errado e, nesse caso,
haverá demissões. Se os administradores não realizarem o investimento, os acionistas poderão ter
desperdiçado uma oportunidade valiosa. Isso é um exemplo de custo de agency.

1.9.13 Conceito de Disputa de Procurações - É o mecanismo pelo qual os acionistas insatisfeitos podem
agir para substituir os administradores. O controle da empresa pertence, em última instância, aos acionistas.
Eles elegem o conselho de administração que, por sua vez, contrata e demite administradores. A procuração é
um instrumento que dá direito de voto a terceira pessoa. A disputa de procurações ocorre toda vez que um
grupo solicita procurações para substituir o conselho existente e, desta maneira, substituir a administração.

1.9.14 Conceito de Takeover – É a compra da empresa mal administrada. Outra maneira pela qual a
administração pode ser substituída é por meio do takeover. As companhias mal geridas são alvos mais
atrativos para aquisições do que aquelas bem gerenciadas, pois existe potencial de aumento de lucratividade.
Dessa maneira, o desejo de evitar um takeover consiste um outro incentivo para os administradores agirem de
acordo com o interesse dos acionistas.

1.9.15 Conceito de Stakeholders (Grupos de Interesse) - Alguém que não seja nem acionista nem
credor, mas que também possui direitos potenciais sobre os fluxos de caixa da empresa. Exemplos de
Stakeholders são empregados, clientes, fornecedores e até governo, pois possuem interesse financeiro na
empresa. Esses grupos também tentarão exercer controle sobre a empresa, muitas vezes em detrimento dos
acionistas.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1.10 Funcionamento da troca de Fluxos de Recursos entre a Empresa e os Mercados Financeiros -
Inicia-se o processo com a empresa vendendo ações e tomando dinheiro emprestado para levantar recursos. Os
recursos fluem dos mercados financeiros para a empresa (A). A empresa investe os recursos em ativos fixos (a
longo prazo) e curto prazo (B). Esses ativos geram caixa (C). Uma parcela do caixa gerado serve para pagar
impostos da pessoa jurídica (D). Após o pagamento de impostos, uma parte do caixa é reinvestida na empresa
(E). O restante volta para os mercados financeiros, como pagamentos a credores e acionistas (F).
Valor total da
Valor total dos ativos empresa para
da empresa investidores no
Mercado Financeiro
 A – A empresa emite Títulos Mercados
financeiros
B – A empresa E – Reinveste caixa
investe em F – paga dividendos e dívida  Dívidas a curto
ativos C – Caixa proveniente prazo
dos ativos da empresa
Ativos a Curto e  Dividas a longo
a longo prazo D – Governo prazo
Outros Stakeholders
Ações

1.11 Conceito de Mercado Financeiro - O Mercado Financeiro, assim como qualquer mercado, é apenas
uma forma de reunir compradores e vendedores. Nos mercados financeiros, os produtos vendidos e
comprados são títulos de dívida e ações. Os mercados financeiros são diferentes entre si em alguns
detalhes. As diferenças mais importantes dizem respeito ao tipo de título negociado, ao modo pelo qual as
transações são conduzidas, a quem são os compradores e vendedores.

1.12 Conceitos de Mercados Primários e Mercados Secundários - Os mercados financeiros funcionam


tanto como Mercados Primários como Mercados Secundários para títulos de dívidas e ações.
a. Mercado Primário refere-se à venda original dos títulos por governos e empresas. Em uma
transação no mercado primário, a empresa é o vendedor, e a transação levanta recursos para ela.
b. Mercados Secundários são aqueles nos quais os títulos que foram comprados no mercado primário
voltam a ser vendidos. As transações de mercado secundário envolvem um proprietário ou credor que
vende a outra pessoa. Portanto, é o mercado secundário que fornece os meios para a transferência da
propriedade dos títulos de empresas. Geralmente investidores estão muito mais dispostos a comprar
títulos no mercado primário quando sabem que esses títulos podem posteriormente ser revendidos, caso
assim o desejem.

1.13 Quem emite Ações e Títulos da Dívida:


a. Ações, obviamente, são emitidas apenas por Sociedades por Ações.
b. Títulos de Dívida são emitidos tanto por governos quanto por empresas.

1.14 Dois tipos de transação de mercado primário:


1. Ofertas Públicas – envolvem a venda de títulos ao público geral.
2. Colocações Privadas – é uma negociação que envolve um comprador específico.

1.15 Exigência da Lei para Ofertas Públicas de dívida de Capital Próprio - Todas as ofertas públicas
de dívida de capital próprio precisam ser registradas em órgão público. O registro requer que a empresa
divulgue uma grande quantidade de informações antes da venda de qualquer título.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1.16 Opção de venda de dívidas e ações para a empresa que não quer registrar no Órgão Público
essas ofertas - Para evitar vários dos regulamentos requeridos e as despesas de oferta pública, dívidas e
ações geralmente são vendidas privadamente (colocação privada) para grandes instituições financeiras,
como companhias de seguro de vida ou fundos mútuos.

1.17 Dois tipos de Mercados Secundários:


1. Bolsas Organizadas – São as Bolsas de Valores. Essas Bolsas de Valores se diferem dos Mercados
de Balcão de duas maneiras. Em primeiro lugar, a bolsa de valores possui uma localização física (como,
por exemplo, BOVESPA, Wall Street). O primeiro objetivo de uma Bolsa de Valores, por outro lado, é
juntar os que desejam vender àqueles que desejam comprar. Nas Bolsas Organizadas atuam os corretores
e agentes com a finalidade de casar compradores e vendedores, e não necessariamente possuem a
mercadoria que será comprada ou vendida. Um corretor de imóveis, por exemplo, normalmente não
compra e vende casas.
2. Mercados de Balcão – Os distribuidores nos Mercado de Balcão compram e vendem a seu próprio
risco. Um distribuidor, ou revendedor de carros, por exemplo, compra e vende automóveis. No mercado
de balcão, a maior parte da compra e venda é realizada por distribuidores. O Mercado de Distribuidores
de ações e dívidas a longo prazo é denominado Mercado de Balcão (Over-the-counter – OTC). A maior
parte dos negócios de títulos de dívida acontece no Mercado de Balcão. A expressão Mercado de Balcão
refere-se aos tempos antigos, quando os títulos eram literalmente comprados e vendidos nos balcões de
escritórios por todo o país. Hoje, uma parcela significativa do mercado de ações e quase todo o mercado
de dívidas a longo prazo não têm localização central; os diversos distribuidores estão ligados
eletronicamente.

1.18 Implicações do fato dos Mercados de Balcão não possuírem localização física - Hoje as
fronteiras dos países não representam grandes barreiras e existe atualmente enorme mercado internacional
de balcão para dívidas. Em decorrência da globalização, os mercados financeiros atingiram um ponto em
que a negociação de diversos instrumentos nunca pára: apenas viaja pelo mundo.

1.19 Conceito de Registro - Todas as ações negociadas em Bolsas de valores estão Registradas. Para ser
registrada, a empresa precisa obedecer a determinados critérios mínimos que dizem respeito, por
exemplo, a seu tamanho e à quantidade de acionistas. Esses critérios diferem de bolsa para bolsa.

1.20 Objetivo do Administrador Financeiro numa organização com fins lucrativos – AUMENTAR
O VALOR DA AÇÃO ou AUMENTAR O VALOR DE MERCADO do Patrimônio Líquido.

1.21 Três elementos básicos da Política de Planejamento Financeiro de uma organização:


1.21.1 Oportunidades de investimento que a empresa pretende aproveitar;
1.21.2 O grau de endividamento que a empresa decide adotar;
1.21.3 Política de dividendos aos acionistas

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

2. Demonstrações Financeiras, Impostos e Fluxos de Caixa


2.1 Conceito de Balanço Patrimonial – Balanço Patrimonial é a demonstração financeira que mostra os
valores contábeis da empresa em um determinado momento. O Balanço Patrimonial é um retrato da
empresa. É uma maneira conveniente de organizar e resumir o que a empresa possui (seus ativos: Bens e
Direitos), o que a empresa deve (seus exigíveis), e a diferença entre os dois (Patrimônio Líquido da
Empresa), num dado momento. No seu lado esquerdo são enumerados os ativos da empresa, e no lado
direito são enumerados os exigíveis e o patrimônio líquido.
BALANÇO PATRIMONIAL

Obs.: O Balanço Patrimonial acima é O Balanço Patrimonial acima está totalmente de acordo com as
apresentado por ROSS, mas já está modificações introduzidas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 (MP
desatualizado, e devemos utilizar o Balanço 449/08); isso alterou a classificação de Balanço, criando Ativo e Passivo
Patrimonial ao lado. não Circulantes, Ativo Intangível, eliminando: “Ativo Permanente”,
Ativo Diferido, Resultado de Exercícios Futuros etc.

2.1.1 Estudo do lançamento de DÉBITOS e CRÉDITOS


Segundo a Equipe de Professores da USP, no livro Contabilidade Introdutória, os leigos em
Contabilidade, geralmente, são levados a pensar que débito significa algo desfavorável, e crédito significa
algo favorável. Na realidade, isto não ocorre, pois tais denominações são, hoje, simplesmente convenções
contábeis, com uma função específica em cada Conta.

a) Contas do ATIVO:
O lado ESQUERDO de uma Conta é chamado o lado do DÉBITO.
Um lançamento no lado esquerdo de uma conta é denominado lançamento a Débito ou
simplesmente DÉBITO.
Quando se faz o lançamento se faz o lançamento à esquerda da conta, dizemos que estamos
debitando essa conta.
Os elementos que compõem o ATIVO figuram no lado esquerdo do Balanço. Em coerência, as
contas de ATIVO (Bens e Direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é, no lado esquerdo.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Porém, a exceção à regra são as Contas do Ativo que sejam diminutivas dos bens e direitos, pois
essas serão consideradas de origem CREDORA, como, por exemplo: Depreciação, Amortização e
Exaustão.

Abaixo temos a forma de lançamento dos aumentos e diminuições do Ativo (bens e direitos):

Lançamentos em qualquer
CONTA de ATIVO
DÉBITO CRÉDITO
$ Aumentos $ Diminuições

b) Contas do PASSIVO:
O lado DIREITO é chamado o lado do CRÉDITO.
Um lançamento no lado DIREITO de uma conta é chamado lançamento a CRÉDITO ou
simplesmente, CRÉDITO.
Como as Contas do PASSIVO aparecem sempre no lado DIREITO do Balanço, e, portanto, terão
sempre saldo credor, deve acontecer com elas o inverso do que acontece com as do Ativo.
Porém, a exceção à regra são as Contas do Passivo que sejam diminutivas das obrigações
(diminuem dívidas), pois essas serão consideradas de origem DEVEDORA.

Abaixo temos a forma de lançamento dos aumentos e diminuições do Passivo (obrigações):

Lançamentos em qualquer
CONTA de PASSIVO
DÉBITO CRÉDITO
$ Diminuições $ Aumentos

2.2 Critérios de Classificação do ATIVO (ou Patrimônio Bruto ou Capital Aplicado ou Capital
Investido ou Recursos Aplicados) – De acordo com a Lei 6.404, de 15 Dez 76, no ATIVO as contas
devem estar dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nela registrados, nos
seguintes grupos:

2.2.1 ATIVO CIRCULANTE:


a) Disponibilidades. Exp.: Caixa, Bancos c/Movimento, Aplicações de Liquidez Imediata.
b) Direitos realizáveis no curso do Exercício Social Subsequente (considerados Curto Prazo).
Exp.: Duplicatas a Receber, diminuídas da Provisão p/ Créditos Duvidosos, Títulos a Receber,
Estoques etc.
c) Aplicações de Recursos em despesas do Exercício seguinte. Exp.: Despesas de Seguro a
Apropriar.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.2.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE, divido em:
a) Realizável a Longo Prazo – as contas representativas dos bens e direitos realizáveis após o
término do Exercício seguinte e as dos bens e direitos oriundos de negócios não operacionais realizados
por coligadas, controladas, proprietários, sócios, acionistas e diretores.
Exp.: Contas a Receber a Longo Prazo, Empréstimos a Controladas, Depósitos Judiciais etc.
b) Investimentos – as contas representativas dos bens e direitos por participações permanentes em
outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, destinados a produzir benefícios pela sua
manutenção, mas que não se destinem à manutenção da atividade da sociedade.
Exp.: Participações em Coligadas, Provisões para Perdas, Obras de Arte, Imóveis não de Uso,
Propriedades para Investimento etc.
c) Ativo Imobilizado – as contas representativas dos direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da empresa, ou exercícios com essa finalidade.
Exp.: Imóveis, Veículos, Instalações, Móveis e Utensílios, Benfeitorias em Propriedades de
Terceiros, Depreciação, Exaustão e Amortização Acumulada etc.
d) Ativo Intangível – as contas representativas das aplicações de recursos em bens incorpóreos que
contribuirão para a formação do resultado do exercício(s) futuro(s).
Exp.: Marcas e Patentes, Amortização Acumulada, Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura
(Goodwill), Direito de Concessão, Direito Autoral, Provisão para Perda de Valor etc.

2.3 Critérios de Classificação do PASSIVO – De acordo com a Lei 6.404/76, no Passivo as contas
devem estar dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade dos elementos nela registrados, nos
seguintes grupos:
2.3.1 PASSIVO CIRCULANTE – As contas representativas das Obrigações da Sociedade que
vencerem no Exercício Social seguinte (curto prazo).
Exp.: Fornecedores, Salários e Encargos a Pagar, Empréstimos, Debêntures, Encargos Financeiros
a Pagar, Impostos a Recolher, Imposto de Renda a Pagar etc.
2.3.2 Passivo NÃO CIRCULANTE – As contas representativas das obrigações com vencimentos
após o término do Exercício Social seguinte (longo prazo), Receitas Diferidas etc.
Exp.: Financiamentos, Debêntures, Encargos Financeiros a Pagar, Retenções Contratuais,
Subvenções Governamentais a Apropriar etc.

2.4 Critérios de Classificação do PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) – De acordo com a Lei 6.404/76,
são classificadas no Patrimônio Líquido (PL) as contas representativas:
- dos investimentos dos proprietários na sociedade;
- das reservas oriundas de lucros;
- de certos ajustes de avaliação patrimonial de determinados ativos e passivos;
- de ações ou quotas próprias readquiridas dos sócios;
- de prejuízos acumulados.

2.4.1 Capital Social – são as contas representativas do Capital Subscrito (já integralizado) e, por
dedução, a parcela ainda não realizada.
As principais contas pertencentes a este grupo são: Capital e Capital a Integralizar (esta como
redutora daquela).
2.4.2 Reservas de Capital – as contas que registrarem:
- os valores recebidos, a título de ágio na subscrição de ações, que ultrapassarem a importância
destinada à formação do Capital Social;
- o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.4.3 Reservas de Reavaliação – Essas contas ainda existem, não mais permitida sua criação a partir
de 2008. Compostas pelas contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos do Ativo em
virtude de novas avaliações, com base em laudo aprovado pela Assembleia Geral de Acionistas.
Exp.: Reavaliação de Imóveis.
2.4.4 Reservas de Lucros – As contas constituídas pela apropriação de lucros da empresa. Essas
reservas podem ser constituídas por imposição legal (Reserva Legal), por determinação estatutária
(Reservas Estatutárias) e por propostas aprovadas pelos proprietários (sócios e acionistas), com
finalidades específicas (Exp.: Reservas para Contingências, Reservas para Expansão etc.).
2.4.5 Lucros e Prejuízos Acumulados – Os Lucros ou Prejuízos do Exercício são transferidos para a
conta Lucros (Prejuízos) Acumulados e aí permanecem até a destinação do lucro ou amortização do
prejuízo. Nas sociedades por ações os lucros precisam, obrigatoriamente, ser totalmente destinados para
reservas de lucros ou dividendos.
2.4.6 Ações ou Quotas em Tesouraria – As contas representativas de Ações ou Quotas em Tesouraria
(ações ou quotas emitidas pela própria empresa e por ela readquiridas) são destacadas no Balanço
Patrimonial como redutoras das contas do Patrimônio Líquido que registrarem a origem dos recursos
aplicados em sua aquisição. Representam capital devolvido a certos sócios.
2.4.7 Ajustes de Avaliação Patrimonial – As contas representativas de certas modificações de valor
em alguns ativos e passivos que não transitaram pelo resultado do período, como ganhos e perdas por
variação cambial e investimentos societários no exterior, ajustes a valor justo de alguns instrumentos
financeiros etc.

2.5 Conceito de Obrigações e Obrigacionistas - São termos utilizados para nos referirmos aos credores
da empresa a longo prazo.

2.6 Conceito de Patrimônio Líquido - Por definição, Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor total
dos Ativos (Circulante e Não Circulante) e o valor total do Exigível (Circulante e a Longo Prazo). O
Patrimônio Líquido também é chamado de Capital dos Acionistas, ou Capital Próprio.
PL = ATIVO – EXIGÍVEL (Circulante e Não Circulante)
Obs.: Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lo de "Passivo a Descoberto".

2.7 Finalidade do Patrimônio Líquido (PL) - Esse setor do Balanço Patrimonial procura refletir o fato de
que, se a empresa vendesse seus ativos e utilizasse o dinheiro para pagar todas as suas dívidas, o valor
residual pertenceria aos acionistas. Assim, o Balanço “fecha”, pois o valor do lado esquerdo é sempre
igual ao valor do lado direito. Ou seja, o valor dos ativos da empresa é igual à soma dos exigíveis com o
Patrimônio Líquido.
ATIVO = EXIGÍVEIS + PL

2.8 Conceito de Identidade ou Equação do Balanço - A chamada Identidade ou Equação do Balanço é a


nomenclatura dada à fórmula abaixo:
Equação do Balanço ou Identidade do Balanço Ativo = Exigível + Patrimônio Líquido

2.8.1 Variantes da Equação do Balanço:


a) Exigíveis ou Passivo Total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
b) Ativo Total = Ativo Circulante + Ativo Não Circulante

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

2.9 Capital de Giro Líquido (CGL) ou Capital Circulante Líquido (CCL) - Capital de Giro Líquido é a
diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante.
CGL = AC – PC ou CCL = AC - PC

2.10 CGL Positivo - O Capital de Giro Líquido é POSITIVO quando o Ativo Circulante excede o Passivo
Circulante. O Capital de Giro Líquido é normalmente positivo em empresas saudáveis. Em uma empresa
saudável o saldo do CGL ficará no AC, ou seja, no lado esquerdo do Balanço Patrimonial, uma vez que o
AC é maior que o PC.

2.11 TRÊS pontos importantes para se analisar um Balanço Patrimonial:


2.11.1 Liquidez;
2.11.2 Capital Próprio versus Capital de Terceiros;
2.11.3 Valor de Mercado versus Valor de Livro.
2.11.1 Liquidez
a. Conceito de Liquidez - Liquidez refere-se à velocidade e facilidade com a qual um ativo pode ser
convertido em caixa. Exp.: Ouro é um ativo relativamente líquido; uma instalação fabril não o é.
Normalmente, os ativos são apresentados no Balanço em ordem decrescente de liquidez, significando que
os mais líquidos vêm em primeiro lugar.

b. Duas Dimensões da Liquidez – As duas dimensões da liquidez são Facilidade de Conversão


VERSUS Perda de Valor. Qualquer ativo pode ser convertido em caixa rapidamente, desde que se reduza
suficientemente o preço. Um ativo de alta liquidez, portanto, é aquele que pode ser vendido rapidamente
sem perda significativa de valor.
c. Conceito de Ativo Ilíquido - É aquele que não pode ser convertido em caixa rapidamente, sem
que haja redução substancial do preço.

d. Conceito de Situação Líquida (SL) – A situação líquida de uma empresa é representada pela
diferença entre o Ativo Total (AT) e o Passivo Exigível (PC + Passivo Não Circulante).
SL = AT – Passivo Exigível
Há TRÊS espécies possíveis de Situações Líquidas:
1 - Situação Líquida Nula (ou Compensada) → Ativo = Passivo Exigível
2 - Situação Líquida Positiva → Ativo > Passivo Exigível
3 - Situação Líquida Negativa (ou Passivo a Descoberto) → Ativo < Passivo Exigível

2.11.2 Análise do Balanço Patrimonial (BP):


a. Análise Horizontal – É a análise feita através da comparação percentual dos itens do Balanço
Patrimonial (BP) de uma empresa, de um ano para outro. Para fazer a análise horizontal, deve-se colocar o BP
de um ano, ao lado do BP do ano posterior e então determinar em termos percentuais, qual foi a diferença nos
vários itens (AC, PC, Não Circulante...) dos BP em questão.

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b. Análise Vertical – É a análise feita em um único Balanço para saber a influência, em termos
percentuais, de cada item do BP (AC, Não Circulante, etc) em relação ao BP como um todo. Geralmente é
utilizado o mesmo BP da Análise Horizontal.

c. Análise Cross-Sectional - é a comparação de índices financeiros de diferentes empresas em um


mesmo instante; envolve a comparação de índices da empresa com os correspondentes da principal empresa
do setor ou com as médias da indústria. (GITMAN, p.103)

d. Análise Série-Temporal - é a avaliação do desempenho financeiro da empresa ao longo do


tempo, utilizando a análise financeira baseada em índices. (GITMAN p.105)

2.11.3 Capital Próprio versus Capital de Terceiros:


a. Conceito de Patrimônio Líquido – É, em termos contábeis e, principalmente, em termos
econômicos, a Parcela Residual que sobra após utilizarmos o Ativo para pagarmos o Exigível Total. Os
acionistas possuem direito apenas a esse valor residual, a porção que restou após os pagamentos aos credores.
Patrimônio Líquido = Ativo – Exigível Total

b. Conceito de Endividamento - Endividamento é a utilização de dívidas na estrutura de capital da


empresa. Quanto mais dívida (como percentagem do ativo), maior o grau de endividamento.
Índice de Endividamento = Exigíveis / Ativo Total

c. Conceito de Alavancagem Financeira – A Alavancagem Financeira é definida como a capacidade da


empresa usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no LAJIR sobre o Lucro por
Ação (LPA).

2.11.4 Valor de Mercado versus Valor de Livro.


a. Verdadeiro valor de um Ativo - O Verdadeiro Valor de um Ativo é o seu Valor de Mercado, que é
simplesmente a quantidade de caixa que receberíamos se realmente vendêssemos aquele ativo.

b. Sobre Valor de Ativos, a diferença entre Valores de Livro e Valores de Mercado é:


1. Valor de Livro é quando o valor do ativo é contabilizado pelo que a empresa pagou por ele (custos
históricos), não importando há quanto tempo tenham sido adquiridos ou quanto valem hoje. O valor de livro é
o que é apresentado no Balanço Patrimonial da Empresa.
2. Valor de Mercado é o verdadeiro valor de um ativo. O Valor de Mercado é a quantidade de caixa
que receberíamos se realmente vendêssemos aquele ativo.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.12 Fluxos de Fundos - Por muito tempo as organizações tiveram que se contentar, exclusivamente, com os
Balanços Patrimoniais, as Demonstrações de Resultado do Exercício e as Demonstrações das Mutações no
Patrimônio Líquido. Entretanto, as organizações continuavam a demandar instrumentos mais dinâmicos, que
se propusessem a acomodar fluxos completos de toda a movimentação financeira e não se limitassem a
apresentar receitas e despesas exclusivamente segundo os regimes de competência. Como resposta a essa
demanda, com a pretensão de se tornar um Demonstrativo capaz de diferenciar-se dos demais, pela explicação
conjunta das movimentações dos fluxos, surgiu o Fluxo de Fundos.
A expressão “fundos” pode assumir diversas interpretações. Assim, para uma análise a partir das
mudanças observadas no ativo líquido decorrentes de operações, ou seja, a estruturação dos fluxos de rendas
do período. Em situações que envolvam prazos menores o enfoque recomendável será o de capital circulante
líquido, e finalmente se a situação é de curtíssimo prazo o enfoque volta-se para o caixa propriamente dito.
Note-se, que a definição mais comum para o fluxo de fundos é como capital circulante líquido, ou seja, pela
diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante.
Resumidamente, o conceito de Fluxo de Fundos corresponde a Caixa e Capital de Giro Líquido.

2.13 Finalidade da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) - A Demonstração de Resultado mede


o desempenho ao longo de um determinado período (exercício).

2.14 Equação da Demonstração de Resultado: LUCRO ou Prejuízo = RECEITA – DESPESAS

2.15 Diferença básica entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado:


a. O Balanço Patrimonial é como uma foto.
b. A Demonstração de Resultado é como uma filmagem de vídeo que abrange o período entre uma foto
“antes” e outra “depois”.

2.16 Conceito de Bottom Line da Demonstração de Resultado - Bottom Line é o termo americano que
representa o Lucro Líquido, que é normalmente expresso também em uma base por uma ação, o famoso Lucro
por Ação (LPA).

2.17 Três fatores que devem ser analisados na Demonstração de Resultado:


a. Princípios Contábeis Geralmente Aceitos;
b. Distinção entre itens monetários e não monetários; e
c. Relação entre prazo e custos.

2.18 Maneira de fazer o Lançamento das Receitas, para fim de apuração de Resultado, segundo os
Princípios Contábeis Geralmente Aceitos - Para fim de apuração de Resultado as receitas são lançadas
quando são obtidas, o que não coincide necessariamente com o momento da entrada de caixa. Obedece ao
Princípio da Realização.

2.19 Conceito de Princípio da Realização - O Princípio da Realização se aplica às Receitas. É a regra geral e
consiste em reconhecer a receita quando o processo de lucro está virtualmente completo e o valor de uma
transação com bens e serviços é conhecido e pode ser determinado com confiança. Na prática, esse princípio
geralmente significa que receitas são reconhecidas durante a venda, que não necessariamente coincide com o
período de recebimento.

2.20 Conceito de Regime de Competência - O Regime de Competência se aplica às Despesas. As


despesas divulgadas na Demonstração de Resultado estão baseadas no Regime de Competência. O
Regime de Competência significa que os Custos e Despesas de um produto são lançados no momento da
venda de maneira a abatê-los da receita de vendas. Resumindo, no Regime de Competência, os custos
são lançados no momento da venda do produto, o que pode novamente não coincidir com as saídas reais
de caixa.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.21 Relacionando a Demonstração de Resultado com o Princípio da Realização e o Regime de
Competência - Para o lançamento de Receitas e Despesas no DRE, as mesmas devem ser lançadas com
valor integral no período em que a venda acontecer, independente se o pagamento foi parcelado ou se o
custo de produção ainda não foi pago ao fornecedor. Por esse motivo o Lucro Contábil não é igual ao
fluxo de caixa.

2.22 Conceito de Itens não Monetários – São despesas lançadas contra receitas que não afetam
diretamente o fluxo de caixa, como, por exemplo depreciação. O importante da Depreciação é reconhecer
que essa dedução não é um fluxo de caixa, é na verdade um valor contábil. A verdadeira saída de caixa
ocorreu no momento em que o ativo foi comprado.

2.23 Conceito de Depreciação Linear - Por Depreciação Linear, queremos dizer que a despesa de
depreciação é a mesma em todos os anos. Por “reduzir seu valor a zero” queremos dizer que o ativo não
tem nenhum valor ao final do período previsto para a sua depreciação.
2.23.1 Valor Residual – Existem casos em que ao final do período de depreciação do bem, ele ainda
tem um valor residual de negociação. Chama-se Valor Residual, o valor final de venda, após o uso, de
um ativo imobilizado. Nesse caso, a diferença entre o custo de aquisição e o valor residual de um ativo
destinado ao uso é o valor depreciável.

2.24 Maneira que ocorre a Dedução da Depreciação - A dedução da depreciação é simplesmente outra
aplicação do Princípio da Competência em contabilidade porque as Receitas associadas ao uso do ativo
ocorreriam genericamente durante um determinado período e por esse motivo os contadores procuram
associar as despesas de compra do ativo ao benefício produzido pela sua posse.

2.25 Maneira de calcular a Alíquota Média de Impostos – Calcula-se usando o total de impostos
devidos dividido pelo lucro tributável total.
Alíquota Média (%) = Imposto total / LAIR

2.26 Maneira de calcular a Alíquota Marginal dos Impostos - A Alíquota Marginal é igual ao montante
de imposto devido sobre o próximo Real (R$) auferido. Traduzindo: Os impostos têm percentuais
crescentes de acordo com o Lucro da empresa. Então a Alíquota Marginal deve ser calculada para saber
se quando meu lucro aumentar em R$ 1,00 o imposto que incidirá sobre ele continua com a mesma
alíquota anterior ou se aumenta. Em caso de aumento, essa nova alíquota é a Alíquota Marginal.
Geralmente se compara a Alíquota Média com a Marginal para saber em quanto o imposto pode
influenciar a receita no caso de aumento de vendas.

2.27 Finalidade da Equação do Fluxo de Caixa ou Identidade do Fluxo de Caixa - A Identidade do


Fluxo de Caixa reflete o fato de que a empresa gera caixa por meio de suas atividades, e que o caixa é
usado tanto para pagar credores quanto para remunerar os proprietários da empresa. Fluxo de Caixa dos
Ativos é o total do fluxo de caixa aos credores e aos acionistas, que consiste em fluxo de caixa
operacional, gastos de capital e variações do Capital de Giro Líquido.
Fluxo de Caixa dos Ativos = Fluxo de Caixa aos Credores + Fluxo de Caixa aos Acionistas

2.28 Três componentes do Fluxo de Caixa dos Ativos


2.28.1 Fluxo de Caixa OPERACIONAL (FCO);
2.28.2 Gastos de Capital; e
2.28.3 Variação do Capital de Giro Líquido (CGL).

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.28.1 Conceito de Fluxo de Caixa Operacional (FCO) - O Fluxo de Caixa Operacional é o caixa
gerado pelas atividades normais da empresa. O Fluxo de Caixa Operacional refere-se ao fluxo de caixa
resultante das atividades cotidianas de produção e venda. As despesas associadas ao financiamento dos
ativos da empresa não estão incluídas, pois não são despesas operacionais.

2.28.2 Conceito de Gastos de Capital - Gastos de Capital referem-se ao desembolso líquido em


Ativos Não Circulantes (compras menos vendas de Ativos Não Circulantes acrescidos da Depreciação).
Gastos de Capital = Compras de Ativos Não Circulantes – Vendas de Ativos Não Circulantes + Depreciação

Obs.: O Gasto Líquido de Capital pode ser Negativo. Isso poderá acontecer se a empresa vender mais
ativos do que comprar. O termo “líquido” se refere ao fato de que estamos calculando a diferença entre as compras
e quaisquer vendas de Ativos Não Circulantes (não leva em conta ativos não circulantes de exercícios anteriores,
que não foram adquiridos ou vendidos no exercício atual), assim como as despesas não desembolsáveis.

2.28.3 O que é Variação do Capital de Giro Líquido CGL - É o montante gasto no capital de giro
líquido. Representa o aumento líquido dos ativos circulantes em relação aos passivos circulantes. Para
determinar a variação do CGL, a abordagem mais fácil consiste simplesmente em calcular a diferença
entre o CGL no final do período e o CGL no início do período.
CGL = AC – PC Variação do CGL = CGL final do período – CGL início do período

2.29 Cálculo do Fluxo de Caixa Operacional (FCO) – O Fluxo de Caixa Operacional (FCO) é o
resultado da diferença entre Receita e Custos. FCO = Receita – Custos. Neste cálculo não desejamos
incluir a depreciação, pois depreciação não é uma saída de caixa, e nem desejamos incluir juros, pois
são despesas financeiras. Obs.: A Visão Contábil diverge da Visão Financeira a respeito do Fluxo de
Caixa Operacional, pois na visão contábil considera-se a fórmula de FCO = LAJIR + Depreciação.
* LAJIR também é conhecido como “Lucro Operacional”.
Visão Financeira (a que o livro utiliza): FCO = LAIR + Depreciação - Impostos
Visão Contábil (o livro dá a título de informação): FCO = LAJIR + Depreciação

2.30 Conceitos relacionados com Desembolsos – Antes de desenvolvermos os próximos assuntos, que
são Ponto de Equilíbrio, Balanço Patrimonial e etc, é importante conhecermos os conceitos abaixo:
2.30.1 Custo – Gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
Custos podem ser classificados em:
1. Custo Direto & Custo Indireto:
a. Custo Direto - É aquele facilmente identificado no produto. Não precisa de critérios de
rateio. Exp.: Quanta madeira foi necessária para fazer uma cadeira.
b. Custo Indireto - É aquele não identificado no produto. Necessita de critérios de rateio para
locação. Ex.: depreciação, mão-de-obra indireta, seguros e etc.

2. Custo Fixo, Variável & Semivariável:


a. Custo Fixo - Independe da quantidade produzida. Ex.: aluguel, depreciação e etc.
b. Custo Variável - Depende da quantidade produzida. Ex.: combustível, matéria-prima e etc.
c. Custo Semivariável ou Semifixo - Varia com o nível da atividade, porém não direta e
proporcionalmente. Ex.: luz, força e etc.

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3. Custo Primário & Custo de Transformação:
a. Custo Primário – soma de matéria-prima com mão-de-obra direta. Não são a mesma coisa
que Custos Diretos, já que nos Primários só estão incluídos aqueles os dois itens citados.
Custos Primários = Matéria Prima + MOD

b. Custo de Transformação (ou Custo de Conversão) - soma de todos os Custos de


Produção, exceto os relativos a matérias-primas e outros eventuais adquiridos e empregados sem
nenhuma modificação pela empresa (componentes adquiridos prontos, embalagens compradas etc).
Representam esses Custos de Transformação o valor do esforço da própria empresa no processo de
elaboração de um determinado item (mão-de-obra direta e indireta, energia, materiais de consumo
industrial etc).”
Custos de Transformação = Custos de Produção do Período – Matéria Prima Consumida

4. Custo Total - O Custo Total é a soma dos demais custos e para achá-lo é importante sabermos
a natureza dos custos em questão.
Exp.: CT = Custos Diretos + Custos Indiretos
CT = Custos Fixos + Custos Variáveis + Custos Semivariáveis

2.30.2 Gasto - Sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço
qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente
dinheiro).

2.30.3 Investimento - Gasto ativado (ou seja, gasto feito na obtenção de algum Ativo) em função de
vida útil ou benefícios atribuídos a futuro(s) período(s). Exp.: Materiais em Estoque.

2.30.4 Despesa - Bem ou Serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de Receita.

2.30.5 Desembolso - Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço.

2.30.6 Perda - Bem ou Serviço consumido de forma anormal e involuntariamente.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.31 Árvore dos Custos da Produção – Para fazermos uma Demonstração de Resultado do Exercício e
apurarmos o lucro ou prejuízo, é importante que saibamos calcular os Custos das Mercadorias Vendidas
(CMV).
Fórmulas: Siglas:
MPC = EIMP + CMP – EFMP CMP – Compras de Matéria-Prima
PA = EIPE + MPC - EFPE + (MOD + EIMP – Estoque Inicial de Matéria-Prima
CIF) EFMP – Estoque Final de Matéria Prima
CMV = EIPA + PA – EFPA MPC – Matéria Prima Consumida
Custos Primários = MP + MOD EIPE – Estoque Inicial de Produtos em
Custos Transformação = CPP – Mat Prima Elaboração
EFPE – Estoque Final de Produtos em
Atenção para as seguintes fórmulas: Elaboração
1. CPP = Custos Diretos + MOD + CIF PA – Produtos Acabados
2. EMP = EIMP + C EIPA – Estoque Inicial de Produtos Acabados
EFPA – Estoque Final de Produtos Acabados
MOD – Mão de Obra Direta
CIF – Custos Indiretos de Fabricação
CMV – Custos da Mercadoria Vendida
EMP – Estoque de Matéria-Prima (é o Estoque
total do dia)
CPP – Custos de Produção do Período (refere-
se apenas ao custo de produção do período
atual, não incluído produtos em elaboração do
período anterior que não foram concluídos)
EMP – Estoque de Matéria Prima (refere-se ao
total de matéria prima no período considerado)

2.32 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE), proposto pela Equipe de Professores da USP (2010):
Receita Bruta de Vendas (Mercadorias e Serviços)
(-) Abatimentos sobre Vendas e outras Deduções da Receita Bruta
(-) Impostos s/ Vendas
(=) Receita Líquida de Vendas
(-) Custo de Mercadorias e Serviços Vendidos (CMV)
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Administrativas
(=) Lucro Operacional Antes das Despesas e Receitas Financeiras (LAJIR) LAJIR: Lucro Antes do Juros e do IR
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras Líquidas Despesas Financeiras e Juros
(+ ou -) Outras Receitas e Despesas Operacionais
(=) Resultado antes do Imposto de Renda (LAIR) LAIR: Lucro Antes do Imposto de Renda
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participações no Resultado
(=) Lucro Líquido (LL) LL: Lucro Líquido

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-

20
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
ATENÇÃO: A Lei 6.404/76, em seu Art 187, apresenta um modelo proposto de DRE um pouco
diferente do que a Equipe de Professores da USP nos propôs, conforme abaixo demonstrado:

MODELO DE DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) – Proposto pelo Art 187 da Lei 6.404/76

Venda de Produtos
Receita Operacional Bruta Venda de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) Devoluções de Vendas
(-) Deduções da Receita Bruta (-) Abatimentos
(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custo dos Produtos Vendidos – CPV
(-) Custos das Vendas (-) Custos das Mercadorias
(-) Custo dos Serviços Prestados
RESULTADO OPERACIONAL BRUTO ou LAJIR RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Operacionais
(-) Despesas Administrativas
Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
(-) Despesas Financeiras Líquidas
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
Resultado da Equivalência Patrimonial
Outras Receitas e Despesas Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= LUCRO OPERACIONAL ou LAIR RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E
DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro
Social sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes
(-) Participações
Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO = RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.32.1 VALOR ECONÔMICO AGREGADO (EVA) - O EVA é uma medida daqueles lucros
verdadeiros. Aritmeticamente, é o lucro operacional após pagamento de impostos menos os encargos
sobre capital, apropriado tanto para endividamento quanto para capital acionário. Tem-se mostrado eficaz
em praticamente todo lugar por ser a abordagem correta para todas as empresas em todos os momentos e
em todos os ambientes.
2.32.2 Alocação de DESCONTOS no DRE:
a) Descontos Comerciais e Abatimentos – No caso de Descontos Comerciais e Abatimentos,
devem ser considerados redutores do preço de aquisição, portanto, Descontos Comerciais e Abatimentos
são considerados redutores da Receita Bruta de Vendas.
a1) Descontos Comerciais – são aqueles contratados já no ato da compra em função da
quantidade adquirida, de uma liquidação etc.
a2) Abatimentos – são as reduções negociadas posteriormente à compra em razão de
problemas de avarias, especificações não cumpridas, atrasos etc.
b) Descontos Financeiros – Desconto Financeiro é oriundo da redução do valor desembolsado
em função de pagamentos antecipados, portanto, Descontos Financeiros recebidos são lançados, para a
empresa que está pagando a duplicata, como Receita Financeira, uma vez que essa empresa lançou o
valor da compra corretamente (ou seja, entrou no estoque o valor inicial da compra), mas deixou de
pagar parte do valor devido. Já para a empresa que está a receber a duplicata, os Descontos
Financeiros concedidos serão lançados como Despesa Financeira.
Segundo a Legislação Fiscal Brasileira, integra o valor do material o Valor Total Bruto, e os
Descontos Financeiros eventualmente aproveitados (descontos recebidos quando a empresa realiza
compra) são considerados como Receitas Financeiras, ao invés de redução do próprio custo.

2.33 Análise do PONTO DE EQUILÍBRIO ou Relação Custo-Volume-Lucro – Também é conhecida


como Ponto de Ruptura ou Ponto de Nivelamento ou “break even point”. Visa determinar o nível de
operações necessárias a se manter para cobrir todos os custos operacionais e, por consequência, avaliar a
lucratividade para cada nível de vendas.

Ponto de Equilíbrio pode ser representado por: R – CMV = 0


* Como sabemos que CMV = CF + CV (CF = Custos Fixos e CV = Custos Variáveis)
CMV = CF + (v x Q)

*R=pxQ Onde “p” se refere ao Preço Unitário e “Q” à quantidade vendida.

Então podemos transformar a fórmula do Ponto de Equilíbrio para o seguinte:


R = CMV
pxQ = CF + CV
pxQ = CF + (v x Q)

Siglas: v (Custo Variável Unitário);


Q (Quantidade de Unidades Vendidas);
p (Preço Unitário de Venda).

22
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Gráfico relacionando Receitas, Custos, Vendas e Produção:
Receitas / Custos ($)
Receita de Vendas

Custos Totais (CF + CV)

Custos Variáveis (CV)


Custos Fixos (CF)

Quantidades Vendidas / Produzidas

Lucro
Ponto de Equilíbrio
Prejuízo

2.33.1 PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL (PEO) ou


PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL (PEC)
O Ponto de Equilíbrio Operacional ou Ponto de Equilíbrio Contábil é o nível de vendas em que todos
os Custos Operacionais (fixos e variáveis) são cobertos, ou seja, é o ponto onde o Lucro Operacional
(LAJIR) é igual a zero, sendo fornecido pela seguinte expressão:

CF Onde PEO = Ponto de Equilíbrio Operacional; CF = Custos


PEO =
MCu Fixos Totais; e MCu = Margem de Contribuição Unitária.

a. MCu é a margem que permite cobrir todos os custos e despesas variáveis, podendo ser
unitária e total, sendo fornecida pela seguinte expressão:
MCu = p – Cvu
Onde “p” = Preço Unitário de Venda; e “Cvu” = Custo Variável Unitário

Obs.: Em Contabilidade de Custos, a Margem de Contribuição (MC) é conceituada como diferença


entre Receita e soma de Custos e Despesas Variáveis [R – (Cv + Dv)]. Atenção: Caso a Margem de
Contribuição tenha que ser calculada com base no Custeio Direto, os Custos Indiretos não deverão ser
considerados para efeito de cálculo da MC.

b. Margem de Segurança (MS) – É o valor que permite uma redução de receitas sem que a
empresa entre na faixa de prejuízo, pode ser expressa em unidades, unidades monetárias ou valores
unitários, sendo fornecida pela seguinte expressão:

MS = V – VPE Onde V = Vendas atuais em unidades; e VPE = Vendas no PE em


unidades.
V

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2.33.2 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO (PEE):
CF + Lucro Mínimo Onde PEO = Ponto de Equilíbrio Operacional; CF = Custos Fixos Totais; e
PEE = MCu = Margem de Contribuição Unitária.
MCu

2.33.3 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO (PEF): ocorre de nem sempre os custos e


despesas fixos serem desembolsáveis, ou seja, exigirem comprometimento de caixa, como é o caso das
depreciações. Assim, pode ocorrer de, mesmo operando em seu ponto de equilíbrio contábil, não ser
possível à empresa honrar seus compromissos que exigem desembolsos de caixa.
O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) calcula o volume de vendas que iguala as entradas com as
saídas de caixa. A grande contribuição do ponto de equilíbrio financeiro é eliminar os eventuais
conflitos entre os prazos de pagamento e de recebimentos.

CF – Não desembolsáveis + Amortizações


PEF =
MCu

2.33.4 PONTO DE EQUILÍBRIO DE CAIXA – Uma vez que é bastante comum que os custos de
uma empresa se originem da aplicação do regime de competência, e não da observação estrita do fluxo de
caixa, é útil fazer a análise do ponto de equilíbrio de caixa. Esse tipo de análise reconhece que os encaixes
e desembolsos podem não corresponder às receitas e despesas. Embora possa haver várias diferenças
devido à existência de contas a receber e contas a pagar, os itens principais que demandam atenção na
análise de caixa são as despesas que não precisam de desembolso, como, por exemplo, a
DEPRECIAÇÃO.

CF – Encargos
Ponto de Equilíbrio de Caixa =
Preço de venda unitário – custo variável unitário

2.34 Maneira de se calcular o Ativo Permanente Líquido ao final de um período - O Ativo Permanente
Líquido ao final de um período equivale ao Ativo Permanente no início do período menos a Depreciação.

2.35 Conceito de Fluxo de Caixa aos Credores e Fluxo de Caixa aos Acionistas:
1. Fluxo de Caixa aos Credores (ou Fluxo de Caixa aos Obrigacionistas) – corresponde aos Juros
pagos menos novos empréstimos líquidos.
Fluxo de Caixa aos Credores = Juros pagos – novos financiamentos

2. Fluxo de Caixa aos Acionistas – corresponde a dividendos pagos menos novo ingresso de capital.
Fluxo de Caixa aos Acionistas = Dividendos Pagos – Ingresso de capital novo

2.36 Taxa Referencial de Juros no Brasil - Assim como os EUA possuem a Prime que é sua taxa
referencial de juros, o Brasil possui a TR.

24
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Tabela-Resumo do Fluxo de Caixa (Excelente para EsAEx!!!)


I. Identidade do Fluxo de Caixa
Fluxo de Caixa dos Ativos = Fluxo de caixa aos credores + Fluxo de caixa aos acionistas
II. Fluxo de Caixa dos Ativos
Fluxo de Caixa dos Ativos = Fluxo de Caixa Operacional – Gastos Líquidos de Capital – Variação do CGL
onde:
Fluxo de Caixa Operacional = LAJIR + Depreciação - Impostos
Gastos Líquidos de Capital = Ativo Perm Líq ao final do Exercício – Ativo Perm Líq ao início do Exercício + Depreciação
Variação do CGL = CGL ao final do Exercício – CGL ao início do Exercício
III. Fluxo de Caixa aos Credores (Obrigacionistas)
Fluxo de Caixa aos Credores = Juros pagos – Novos empréstimos líquidos
IV. Fluxo de Caixa aos Acionistas (proprietários)
Fluxo de caixa aos acionistas = Dividendos pagos – Ingresso líquido de novos recursos próprios

25
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3. Utilização de Demonstrações Financeiras


3.1 Padronização de Demonstrações Financeiras – Padronizam-se Demonstrações Financeiras para se
fazer comparações entre exercícios. Uma maneira bastante comum e útil de fazer isso é trabalhar com
porcentagens ao invés de valores monetários.

3.2 Conceito de Demonstrações Financeiras de Tamanho Comum - São Demonstrações Financeiras


padronizadas que apresentam todas as contas em termos percentuais. As contas de balanço são exibidas
como porcentagem do ativo e as contas da demonstração de resultado como porcentagem das vendas.

3.3 Categorias tradicionais de agrupamentos de Índices Financeiros


3.3.1 Índices de Solvência a Curto Prazo, ou Liquidez;
3.3.2 Índices de Solvência a Longo Prazo, ou Endividamento;
3.3.3 Índices de Gestão de Ativos, ou Índices de Atividade; ou Giro;
3.3.4 Índices de Rentabilidade; e
3.3.5 Índices de Valor de Mercado.

3.3.1 Medidas (ou Índices) de Solvência a Curto Prazo, ou Liquidez:


a. Conceito de Medidas de Solvência a Curto Prazo, ou Liquidez - Conforme sugere seu nome, os
Índices de Solvência a Curto Prazo, em geral, destinam-se a fornecer informações sobre liquidez da
empresa, e esses índices algumas vezes são denominados Medidas de Liquidez. A principal preocupação
consiste na capacidade da empresa pagar suas contas a curto prazo, sem demasiada dificuldade.
Consequentemente, esses índices concentram sua atenção no ativo circulante e no passivo circulante.
Uma das vantagens em examinar ativos e passivos circulantes é que, provavelmente, seus valores
contábeis e de mercado serão similares. Geralmente (porém, não sempre), esses ativos é passivos
simplesmente não têm vida suficientemente longa para que esses dois valores divirjam significativamente.
Por outro lado, como qualquer tipo de item quase monetário, ativos e passivos circulantes podem variar e
variam muito rapidamente; portanto, o valor de hoje pode não ser um guia confiável para o futuro.

b. Fórmula do Índice de Liquidez Corrente: ILC = AC / PC

c. Fórmula do Índice de Liquidez Seca (ou Liquidez Ácida): ILS = (AC – Estoque) / PC

d. Fórmula do Índice de Caixa: IC = Caixa / PC

Disponibilidades *
e. Índice de Liquidez Instantânea ou Imediata =
Passivo Circulante
* O termo “Disponibilidades” refere-se aos recursos que estão disponíveis para utilização
imediata para pagamento de contas do passivo, assim, genericamente, Disponibilidades refere-se a
Caixa e Bancos c/movimento.

f. Índice de Liquidez Geral – Destina-se a apurar a liquidez global da empresa. Recomenda-se um


índice de 1,0 ou superior.
AC + Ativo Não Circulante
ILG =
PC + Passivo Não Circulante

26
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.3.2 Medidas de Solvência a Longo Prazo ou Endividamento:


a. Finalidade das Medidas de Solvência a Longo Prazo (ou Grau de Alavancagem Financeira) - Esses
indicadores servem para analisar a capacidade da empresa de saldar suas obrigações, a longo prazo, ou mais
genericamente, seu Grau de Alavancagem Financeira. Em geral são três as medidas comumente empregadas:
Índice de Endividamento Geral (IEG); Cobertura de Juros; e Cobertura de Caixa.
b. Fórmula do Índice de Endividamento Geral: IEG = Ativo Total – Patrimônio Líquido
Ativo Total

c. Fórmula do Quociente da Dívida / Capital Próprio: QD/CP = Exigível Total


PL

d. Fórmula do Multiplicador do Capital Próprio (MCP): M CP = AT


PL

e. Fórmula da Cobertura de Juros: Cob Jr = LAJI


Juros

f. Fórmula da Cobertura de Caixa: Cob Cx = LAJI + Depreciação


Juros
* LAJI + Depreciação, usa-se a sigla LADJI.

3.3.3 Medidas de Gestão de Ativos ou Giro


a. Conceito de Medidas de Gestão de Ativos (ou Giro) - São índices que servem para sabermos o nível
de eficiência que a empresa utiliza seus ativos para gerar vendas. Essas medidas são também
denominadas índices de utilização de ativos. Esses os índices podem ser interpretados como Medidas de
Giro.

b. Fórmula do Giro de Estoque: GE = CMV


Estoque Médio

c. Cobertura de Estoque 365 dias


Cobertura de Estoque =
(Fórmula do número médio de dias de venda em estoque) GE

d. Fórmula do Giro de Contas a Receber: Giro de Contas a Receber = Vendas


Contas a Receber
e. Fórmula do número médio de dias PMR = 365 dias
de venda em contas a receber: Giro de Contas a Receber
PMR = Prazo Médio de Recebimento (ou Dias de Vendas em Contas a Receber)
* As fórmulas dos itens “c” e “d”, só levam em conta as Vendas a Crédito.
f. Fórmula do Giro do Ativo Total (GAT): GAT = Vendas
Esta fórmula indica que para cada Real em ativo investido geramos Ativo Total
“x” Reais em vendas.
g. Fórmula do Índice de Intensidade de Capital: IIC = 1
Esta fórmula serve para se saber quanto é o investimento em Reais para gerar GAT
R$1,00 de vendas.

27
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.3.4 Medidas de Rentabilidade:
a. O que são Medidas de Rentabilidade - São medidas que servem para indicar o quão eficientemente a
empresa utiliza seus ativos para gerar lucro.
b. Fórmula da Margem de Lucro (ML): ML = LL
Esta fórmula nos indica o lucro auferido por Real de vendas. Exp: Se o ML for de Vendas
16%, significa que cada R$1,00 de vendas gera R$0,16 de lucro (ceteris paribus, ou
seja, mantidas inalteradas todas as outras coisas).

Vendas – CMV Lucro Bruto


Margem Bruta (MB) = =
Vendas Vendas

Lucro Operacional
Margem Operacional (MO) =
Vendas

Lucro Líquido
Margem Líquida (ML) =
Vendas

c. Retorno sobre o Investimento (ROI): O ROI é, muitas vezes, chamado de ROI = LL


Retorno sobre o Ativo Total (ROA) e determina a eficiência global da Total do Ativo
administração quanto à obtenção de lucros com seus ativos disponíveis.

c1. ROI DuPont – Método utilizado pela empresa DuPont, que deu tão certo que é utilizado por
várias empresas no mundo todo.
ROI DuPont = Margem Líquida x Giro do Ativo Total
d. Fórmula do Retorno do Capital Próprio (ROE) ou Retorno do PL: ROE = LL
ROE é uma medida de desempenho do investimento dos acionistas durante o ano. A fórmula PL
do ROE nos indica o lucro auferido por Real investido em Patrimônio Líquido. Exp: Se o ROE
for de 16%, significa que cada R$1,00 investido em Patrimônio Líquido gera R$0,16 de lucro
(ceteris paribus).
* Obs.: O ROI e ROE são taxas de retorno contábeis, por isso podem ser chamadas de Retorno do Ativo
Contábil e Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido.

3.3.5 Medidas de Valor de Mercado:

a. Fórmula do Lucro por Ação (LPA): LPA = LL


Nr de Ações

b. Fórmula do Índice Preço / Lucro (ou índice P/L): Índice P/L = Preço por Ação (PPA)
Índice P/L permite saber quantas vezes o preço da ação é maior Lucro por Ação (LPA)
que o lucro por ação. O Índice P/L mede quanto os investidores
estão dispostos a pagar por Real (R$) de lucro corrente, P/L mais
elevados geralmente são vistos como associados a empresas que
possuem ótimas perspectivas de crescimento futuro.

c. Fórmula: Índice Preço / Valor Patrimonial = Valor de Mercado das Ações


Valor Patrimonial das Ações

Obs.: Onde consta Valor Patrimonial das ações, deve-se colocar o valor referente ao PL dividido pelo total de número de
ações.
O Índice Preço / Valor Patrimonial compara o Valor de Mercado do investimento em uma empresa a seu custo. Valores
inferiores a 1 significam que a empresa não tem sido bem-sucedida em criar valor para seus acionistas.
28
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

d. ROE DuPont (Identidade ROE DuPont) - Identidade DuPont é a expressão popular que decompõe o
ROE em três elementos: eficiência operacional, eficiência da utilização dos ativos e alavancagem
financeira.
Fórmula ROE DuPont: ROE DuPont = ML x GAT x Multiplicador do Capital Próprio

Onde: ML ou Margem Lucro = LL/ Vendas


GAT ou Giro do Ativo Total = Receita Operacional Total / Ativo Total Médio
Multiplicador do Capital Próprio = AT / PL

e. A Identidade DuPont mostra-nos que o ROE é afetado por três aspectos, a saber:
1. Eficiência Operacional (medida pela margem de lucro).
2. Eficiência no uso de ativos (medida pelo giro do ativo total); e
3. Alavancagem Financeira (medida pelo multiplicador do capital próprio).

3.4 Índice de Distribuição de Dividendos e de Retenção de Lucro:


3.4.1 Utilizações do Lucro da Empresa - O Lucro Líquido é dividido em duas partes:
1. A primeira corresponde aos dividendos pagos aos acionistas.
2. O que sobra é adição a lucros retidos. Já que o Lucro Líquido só pode ser distribuído ou
reinvestido e, com isso, o índice de distribuição de dividendos e o de reinvestimento precisam somar 1.
Falando de outra maneira, se você conhece uma dessas medidas, pode deduzir a outra imediatamente.

3.4.2 Fórmula Índice de Distribuição de Dividendos = Dividendos


Essa fórmula tem por finalidade saber LL
quanto de seu lucro, em percentual, a
empresa destina aos acionistas
(dividendos).

3.4.3 Fórmula Índice de Retenção = Adição a Lucros Retidos


Essa fórmula tem por finalidade saber (ou Índice de LL
quanto de seu lucro, em percentual, a Reinvestimento)
empresa retém. Este índice também é
conhecido como: Índice de Reinvestimento

3.4.4 Duas grandes fontes de financiamento de empresas:


1. Financiamento Interno – refere-se ao que a empresa arrecada e subsequentemente reinveste no
negócio.
2. Financiamento Externo – refere-se aos fundos levantados por meio de empréstimos ou vendas
de ações.

3.4.5 Fórmula Taxa de Crescimento Interno = ROI x Índice de Retenção


Taxa máxima possível de crescimento 1 – ROI x Índice de Retenção
para uma empresa que se baseia apenas
em financiamento interno.

3.4.6 Fórmula Taxa de Crescimento Sustentável = ROE x Índice de Retenção


Taxa máxima de crescimento possível 1 – ROE x Índice de Retenção
para uma empresa que mantém um
índice de endividamento geral
constante e não emite novas ações.

29
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

3.5 Quatro fatores que levam ao crescimento sustentável de uma empresa - Sabemos que qualquer
coisa que aumente o ROE DuPont (ROE = ML x GAT x Multiplicador do Capital Próprio) irá aumentar a
taxa de crescimento sustentável tornando o numerador maior e o denominador menor. Dessa forma
podemos concluir que a capacidade de uma empresa de sustentar seu crescimento depende explicitamente
dos quatro fatores abaixo:
1. Margem de Lucro (ML) – Um aumento da margem de lucro aumentará a capacidade da empresa
de gerar fundos internamente e, portanto, aumentará o crescimento sustentável.
2. Giro do Ativo Total (GAT) – Um aumento do GAT de uma empresa eleva as vendas geradas por
Real de ativo. Isso diminui a necessidade de novos ativos da empresa à medida que as vendas crescem e,
portanto, aumenta a taxa de crescimento sustentável. Perceba que aumentar o GAT é a mesma coisa que
diminuir a intensidade de capital.
3. Política Financeira – Um aumento do quociente capital de terceiros / capital próprio aumenta a
alavancagem financeira da empresa. Com isso, torna novos financiamentos com capital de terceiros
disponíveis e aumenta a taxa de crescimento sustentável.
4. Política de Dividendos – Uma diminuição da porcentagem de Lucro Líquido distribuído como
dividendo aumentará o Índice de Retenção. Isso amplia o Capital Próprio gerado internamente e, portanto,
aumenta a taxa de crescimento interno e sustentável.

Relembrando:
Fórmula ROE DuPont: ROE DuPont = ML x GAT x Multiplicador do Capital Próprio
Onde: ML ou Margem Lucro = LL/ Vendas
GAT ou Giro do Ativo Total = Receita Operacional Total / Ativo Total Médio
Multiplicador do Capital Próprio = AT / PL

30
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Índices que compõem o Planejamento Financeiro de uma organização
I. Índices de solvência a curto prazo ou liquidez Continuação III.Índices de utilização de ativos ou Giro
Vendas
AC
Liquidez Corrente = Giro de Contas a receber =
Contas a receber
PC

Liquidez Seca AC – Estoque Dias de venda em contas a 365 dias


ou Liquidez Ácida = receber (PMR) = Giro de Contas a Receber
PC

AT
Caixa
Índice de Caixa = Intensidade de Capital =
Vendas
PC

II. Índices de solvência a longo prazo ou


IV. Índices de rentabilidade
endividamento
AT – PL LL
Índice de Endividamento Geral = Margem de Lucro =
AT Vendas

Exigível Total LL
Capital de terceiros / Capital Próprio = Retorno do Ativo Total (ROI) =
PL Total do Ativo

AT LL
Multiplicador de Capital Próprio = Taxa de retorno do PL (ROE) =
PL PL
Ou
LAJI LL Vendas Ativo
Cobertura de Juros = ROE = x x
Juros Vendas Ativo PL

LAJI + Depreciação V. Índices de Valor de Mercado


Cobertura de Caixa = Preço Por
Juros Índice Preço / Lucro =
Ação
LPA
III. Índices de utilização de ativos ou giro
CMV Preço Por Ação
Giro de Estoque = Preço / Valor Patrimonial = Valor Patrimonial da
Estoque médio
Ação

365 dias
Dias de Venda em Estoque =
GE

3.6 Princípio essencialmente aplicável à Análise de Demonstrações Financeiras - A Análise de


Demonstrações Financeiras é essencialmente uma aplicação do princípio “Administração por Exceção”.
Em muitos casos, tal análise se reduzirá à comparação de índices de uma empresa a algum tipo de média
ou índices representativos. Aqueles índices que são os que aparentemente mais diferem da média são
selecionados para análises futuras.

31
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.7 Usos internos das Demonstrações Financeiras - Internamente, uma das mais importantes
informações extraídas está a avaliação de desempenho. Outra aplicação importante envolve o
planejamento para o futuro.

3.8 Usos externos das Demonstrações Financeiras - As demonstrações financeiras são úteis para
indivíduos e organizações externas à empresa, incluindo credores a curto prazo e investidores em
potencial. Por exemplo, consideraríamos essas informações muito úteis ao decidir se concederíamos ou
não um crédito a um novo cliente. Fornecedores avaliam essas demonstrações para decidir o nível de
crédito a dar para uma empresa. Agências de rating de crédito baseiam-se em demonstrações financeiras
para avaliar a situação geral de risco de crédito de uma empresa. Também se pode usar externamente
demonstrações financeiras quando se deseja conhecer a concorrência e quando desejamos adquirir outra
empresa (estipular oferta).

I. Taxa de Crescimento Interno


ROI x Índice de Retenção
Taxa de Crescimento Interno =
1 - ROI x Índice de Retenção
onde:
ROI = Retorno do Investimento em Ativos = LL / AT (Ativo
Total)
Índice de Retenção = Adição de Lucro Retido / Lucro Líquido
A taxa de crescimento interno é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode alcançar sem o
uso de fontes externas de financiamento

II. Taxa de crescimento sustentável


ROE x Índice de Retenção
Taxa de Crescimento Sustentável =
1 – ROE x Índice de Retenção
onde:
ROE = Retorno do Capital Próprio = LL / PL
Índice de Retenção = Adição de Lucro Retido / Lucro Líquido
A Taxa de Crescimento Sustentável é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode alcançar
sem financiamento externo de capital próprio e mantendo o quociente capital próprio / capital de
terceiros constante.

3.9 Conceito de Análise de Grupos Comparáveis - Essa análise serve para identificar empresas similares
no sentido de que competem no mesmo mercado, possuem ativos semelhantes e operam de maneira
parecida. Em outras palavras, precisamos identificar um Grupo Comparável. Obviamente, existem
problemas para fazer isso, pois não há duas empresas idênticas.

3.10 Conceito de Grupos de Aspiração - Quando nossa empresa tem interesse em ser como empresas de
um determinado grupo comparável. Nesse caso, uma análise de demonstrações financeiras revelaria o
quanto ainda precisamos progredir.

3.11 Razão porque se torna difícil fazer a comparação de demonstrações financeiras entre países
distintos – É difícil fazer comparações financeiras entre países distintos porque a lucratividade é
fortemente afetada pela regulamentação à qual a empresa está sujeita; com isso, empresas em localizações
diferentes podem ser semelhantes, mas apresentar lucros distintos. Há vários outros problemas que
aparecem frequentemente. Primeiro, empresas diferentes utilizam procedimentos contábeis distintos –
para contabilizar estoque, por exemplo. Isso dificulta a comparação de demonstrações. Em segundo lugar,
empresas diferentes encerram o ano fiscal em datas distintas. Para empresas com negócios sazonais (por
exemplo varejo com grande pico de vendas no Natal), isso pode trazer dificuldades à comparação de
balanços por causa das flutuações nas contas durante o ano.

32
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
3.12 Conceitos de VALOR DA AÇÃO:
a. Valor Nominal da Ação - O Valor Nominal de uma Ação é o valor que é mencionado no Estatuto
Social da empresa e que determina o valor de uma ação representativa de seu Capital Social. É importante
lembrar que o valor nominal é uma medida puramente contábil e, portanto, nada tem a ver com o valor de
mercado de uma ação, ou seja, o preço que os investidores pagam para comprá-la na bolsa de valores.

b. Valor Patrimonial da Ação – O Valor Patrimonial de uma Ação (ou lote de 1000 ações) é
calculado dividindo-se o Patrimônio Líquido pela quantidade total de ações (ou lote de 1.000 ações) da
empresa. Significa quanto caberia a cada ação, se do total dos bens e valores a receber pela companhia
deduzíssemos as suas dívidas.
Valor Patrimonial da Ação = PL / Número de Ações

c. Valor de Mercado da Ação - É o valor da ação de uma empresa negociada no mercado


financeiro. Dependendo da quantidade de negócios nas bolsas, pode variar em poucos segundos.

33
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Exercícios FINANÇAS – Assuntos: 1. Visão Geral FINANÇAS; 2. Demonstrações Financeiras, Impostos e Fluxos de
Caixa; e 3. Utilização de Demonstrações Financeiras.

01. (Questão 58 – EsAEx 2000) Quando uma situação empresarial apresenta “liquidez seca” de 0,50 , podemos afirmar:
a) Os estoques correspondem a 50% do valor do ativo circulante, caso não seja vendido, para liquidar as obrigações de longo
prazo.
b) Caso não venda os estoques, a empresa dispõe de capacidade financeira para liquidar apenas 50% de suas obrigações de
curto prazo.
c) A empresa tem condições de liquidar, com certeza, 50% de suas obrigações de curto prazo e 50% de longo prazo.
d) A empresa se encontra em situação de completa insolvência financeira e operacional devido às obrigações de curto e longo
prazo.
e) A empresa está capacitada a tomar empréstimos até o limite de 50% do valor dos estoques para liquidar as obrigações totais.

02. (Questão 30 – EsAEx 2001) Uma das principais desvantagens de uma sociedade por cotas de responsabilidade ilimitada é
a “responsabilidade solidária” que, no caso de uma sociedade de duas pessoas, significa que:
a) se um dos sócios não possui capital próprio suficiente para cobrir débitos, o outro assumirá.
b) Cada sócio responde solidariamente apenas pelo número de cotas que possui.
c) Sócio com responsabilidade ilimitada não pode ocupar a direção.
d) os sócios respondem, independentes de suas participações, com todos os encargos da sociedade.
e) no caso de morte de um dos sócios, o outro automaticamente assume a direção.

03. (Questão 62 – EsAEx 2001) O Valor do Capital de Giro ou Circulante retirado dos dados do Balanço, abaixo será:
Ativo circulante – AC ................ R$ 3.000,00
Passivo circulante – PC .............. R$ 2.800,00
Exigível a longo prazo – ELP .... R$ 500,00
Realizável a longo prazo – RLP.. R$ 1.500,00
Ativo Permanente ....................... R$ 3.500,00
Patrimônio Líquido .................... R$ 4.700,00
a) R$1.000,00 b) R$200,00 c) R$3.300,00 d) R$1.200,00 e) R$1.500,00

04. (Questão 25 – EsAEx 2002) Observe os dados de uma empresa de manufatura apresentados a seguir:
Vendas totais .............................. R$ 10.000.000,00
Salários ....................................... R$ 2.000.000,00
Materiais e serviços comprados.. R$ 7.000.000,00
Despesas fixas ............................ R$ 500.000,00
Lucro .......................................... R$ 500.000,00
Considerando a presente situação e que o objetivo da empresa é “dobrar” o lucro, assinale a alternativa que apresenta as
hipóteses sobre as providências administrativas que devam ser efetivadas para que o objetivo seja alcançado.
a) Reduzir os salários em 30% e aumentar as vendas em 80%.
b) Reduzir os custos das compras em 7% ou as despesas fixas em 70%.
c) Elevar as receitas em 100% ou reduzir as despesas fixas no mesmo percentual.
d) Diminuir as receitas em 20% ou reduzir os salários em 20%.
e) Elevar as vendas em 50% e reduzir despesas fixas em 30%.

05. (Questão 41 – EsAEx 2002) A Administração Financeira é a área da Administração que se preocupa e tem por objetivos
básicos:
a) controles contábeis e financeiros da empresa.
b) rentabilidade e liquidez da Organização.
c) controles de orçamento e de entradas e as saídas dos recursos financeiros.
d) auditagem e administração do caixa e ativos da empresa.
e) utilização e obtenção dos recursos financeiros.

06. (Questão 42 – EsAEx 2002) A Sociedade Anônima (S.A.) é uma associação de pessoas onde o Capital Social é constituído
por ações, de mesmo Valor Nominal, e tem como principal característica:
a) ser menos transparente nas suas demonstrações financeiras em face das possibilidades de manipulação das informações.
b) ter sua regulamentação restrita à área onde está situada a empresa, não podendo ser estendida.
c) ter uma carga tributária menor, pois só incide sobre os acionistas majoritários, a uma taxa variável.
d) Ser, cada acionista, um sócio com responsabilidade limitada, podendo negociar as suas ações em bolsas de valores, sem
qualquer limitação.
e) ter o seu lucro tributado pelo imposto de renda, podendo ser recuperado através de pedido de restituição à autoridade
tributária local.

34
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

07. (Questão 45 – EsAEx 2002) O gráfico abaixo refere-se ao ponto de equilíbrio empregado para análise da alavancagem
operacional.
Da análise do gráfico acima, pode-se
afirmar:
a) Um aumento no preço de venda
unitário aumenta o ponto de equilíbrio.
b) Um aumento no custo operacional
variável, por unidade, eleva o ponto de
equilíbrio.
c) Um aumento no custo operacional
fixo diminui o ponto de equilíbrio.
d) Uma diminuição no preço de venda
unitário diminui ou baixa o ponto de
equilíbrio.
e) O ponto de equilíbrio é insensível a
qualquer variação do custo operacional
variável por unidade.

08. (Questão 45 – EsAEx 2003) Uma empresa com “Capital de Giro Negativo” é caracterizada por:
a) receitas operacionais inferiores às despesas operacionais.
b) passivo circulante maior que ativo circulante.
c) patrimônio líquido menor que ativo permanente.
d) ativo permanente maior que ativo circulante.
e) lucro menor que prejuízo.

09. (Questão 44 – EsAEx 2003) Observe o gráfico do Ponto de Equilíbrio abaixo. Se a empresa vende 500 unidades a
R$10,00 cada, o seu lucro será exatamente de (em R$):

a) 5.000,00
b) 2.500,00
c) 3.500,00
d) 0,20
e) zero.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
10. (Questão 15 – EsAEx 2004) Uma indústria deseja selecionar o melhor processo produtivo para fabricação de 10.000
unidades de eletroportáteis. Os custos de cada processo são mostrados no quadro que se segue:
Processo Custos Fixos Anuais – R$ Custo Variável por Unidade
P1 110.000,00 2,0
P2 80.000,00 4,0
P3 75.000,00 5,0
O processo selecionado é aquele que apresenta o CT igual a:
a) R$145.000,00 b) R$130.000,00 c) R$125.000,00 d) R$120.000,00 e) R$110.000,00

11. (Questão 30 – EsAEx 2004) Uma empresa com índice de liquidez corrente (ILC) = 2,0 significa que seus ativos
circulantes podem cobrir os seus passivos circulantes, mesmo que seus ativos circulantes sejam reduzidos em:
a) 100% b) 50% c) 10% d) 70% e) 30%

12. (Questão 31 – EsAEx 2004) Considere os balanços simplificados, mostrados a seguir:


Empresa Alfa
Caixa 0,00 DPL a pagar 0,00
DPL a receber 0,00 Títulos a pagar 10.000,00
Estoques 20.000,00 Salários a pagar 0,00
Total ativo circulante 20.000,00 Total do Passivo circulante 10.000,00
Empresa Beta
Caixa 5.000,00 DPL a pagar 0,00
Títulos negociáveis 5.000,00 Títulos a pagar 10.000,00
DPL a receber 5.000,00 Salários a pagar 0,00
Estoques 5.000,00
Total do ativo circulante 20.000,00 Total passivo circulante 10.000,00
Apesar de as empresas apresentarem o mesmo índice de liquidez = 2,00, podemos afirmar que a empresa Beta é mais líquida
que a empresa Alfa, porque:
a) “Beta” tem ativos mais líquidos que a “Alfa” e passivo mais flexível.
b) “Alfa” possui um único passivo, porém “Beta” tem passivos menos flexíveis.
c) Ambas têm o mesmo passivo, mas “Alfa” tem ativo mais líquido concentrado nos estoques.
d) O índice de liquidez igual a 2,00, da empresa “Alfa”, sugere que ela tem mais possibilidade de saldar débitos que a empresa
“Beta”.
e) “Beta” tem três passivos, enquanto “Alfa” só tem um.

13. (Questão 40 – EsAEx 2005) Com base nos dados abaixo, extraídos da demonstração de resultados, e considerando que a
empresa tem 200 mil ações, assinale a alternativa correspondente ao valor, em reais do lucro por ação:
Dados Em R$ mil
Vendas líquidas ............................... 1.500
Lucro antes de juros e impostos ...... 700
Lucro tributável .............................. 600
Lucro Líquido ................................. 400
Dividendos ...................................... 100

a) R$7,50 b) R$3,50 c) R$3,00 d) R$2,00 e) 0,50

14. (Questão 41 – EsAEx 2005) A figura abaixo ilustra a maneira pela qual o balanço patrimonial é construído. Identifique os
itens A e B do balanço:
a) A = Caixa e B = Títulos a pagar
b) A = Caixa e B = Exigível a longo prazo
c) A = Ativo permanente tangível e B = exigível a longo prazo
d) A = Ativo permanente tangível e B = títulos a pagar
e) A = Ativo permanente tangível e B = contas a pagar

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15. (Questão 45 – EsAEx 2005) Os tópicos em finanças são agrupados, tradicionalmente, em áreas básicas. Assinale a
alternativa que não corresponde a uma dessas áreas:
a) Finanças corporativas. b) Investimentos c) Instituições Financeiras
d) Orçamento de capital e) Finanças internacionais

16. (Questão 41 – EsAEx 2006) Tecnicamente a capacidade de uma empresa saldar suas exigibilidades de curto prazo sem
depender da venda dos produtos estocados, representada pela divisão dos ativos de conversão rápida pelo passivo circulante
total, denomina-se:
a) índice de liquidez corrente. b) índice de liquidez seca
c) solvência de curto prazo d) capacidade de solvência e) capacidade de endividamento

Considere a situação abaixo para resolver os itens 17 a 19.


Uma empresa produtora de sopas incorre em alguns gastos no seu processo produtivo e administrativo. No final do exercício
contábil, seu contador classificou esses gastos para efeito de elaboração dos relatórios contábeis.

17. (EsAEx 2009 – Questão 55) O consumo de tomates na fabricação das sopas pode ser classificado como:
a) ativo b) custo direto c) custo indireto d) despesa de venda e) despesa de desenvolvimento do produto

18. (EsAEx 2009 – Questão 56) O consumo de embalagens para acondicionamento das sopas pode ser classificado como:
a) ativo b) custos diretos c) custos indiretos d) despesas administrativas e) perdas de produção

19. (EsAEx 2009 – Questão 57) Os salários dos técnicos de alimentos que pesquisam uma nova receita de sopa de baixa
caloria podem ser classificados como:
a) investimentos b) custos diretos c) custos indiretos d) custos padrão e) despesas de desenvolvimento do produto

Considere a situação-problema abaixo para resolver os itens 20 a 22.


A Empresa Produtiva, que atua no ramo de confecções, incorreu nos seguintes gastos no último mês:
GASTOS R$
Compra de matéria-prima 20.000,00
Dessas compras, 10% foram devolvidas por
estarem fora das especificações.
Mão de obra direta 24.000,00
Custos Indiretos de Produção 16.000,00

Os dados sobre os estoques foram os seguintes para o período referido:


ESTOQUES R$
Estoque Inicial de matéria-prima 4.800,00
Estoque Inicial de produtos em elaboração 7.200,00
Estoque Final de produtos acabados 8.000,00
Outros estoques 0,00

20. (EsAEx 2009 – Questão 52) O Custo de Produção do mês é de:


a) R$ 62.000,00 b) R$ 62.800,00
c) R$ 64.000,00 d) R$ 64.800,00 e) R$ 70.000,00

21. (EsAEx 2009 – Questão 53) O Custo dos Produtos Vendidos é da ordem de:
a) R$ 62.000,00 b) R$ 62.800,00
c) R$ 64.000,00 d) R$ 64.800,00 e) R$ 70.000,00

22. (EsAEx 2009 – Questão 54) Os Custos Primários são da ordem de:
a) R$ 16.000,00 b) R$ 20.000,00
c) R$ 24.000,00 d) R$ 44.000,00 e) R$ 46.800,00

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
23. (EsAEx 2010 – Questão 52) Depois de cinco anos ocupando um mesmo ponto comercial, uma empresa mandou fazer, por
peritos especializados, uma avaliação do valor do “Fundo de Comércio” desenvolvido no decorrer dos anos. É correto afirmar
que conhecendo esse valor, a empresa deve contabilizar:
a) o preço do serviço como uma despesa do exercício e o valor do fundo como ativo imobilizado.
b) o valor do fundo como ativo imobilizado, acrescendo ao mesmo o preço dos serviços dos peritos.
c) o valor do fundo como investimento permanente e o preço do serviço como despesa do exercício.
d) o valor do fundo como investimento permanente, acrescendo ao mesmo o preço dos serviços dos peritos.
e) o preço do serviço como despesa do exercício e usar o valor do fundo apenas como informação para a administração

24. (EAOT 2007 – Questão 41) A descrição sintética da posição financeira da empresa em certa data denomina-se:
a) composto salarial. b) balanço patrimonial.
c) demonstração de origem e aplicações. d) análise microambiental.

(EsFCEx 2011 – Adm – Questões 60 e 61) Para responder as questões 60 e 61, analise o Balanço Patrimonial abaixo:

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido


(em Reais) (em Reais)
Disponível................................. 1.264 Salários e Encargos a Pagar.......... 150
Clientes..................................... 3.440 Fornecedores.............................. 2.017
Estoques.................................... 3.480 Empréstimos Bancários (CP)........ 633
Despesas Antecipadas.................. 250 Dividendos a Pagar....................... 412
Títulos a Receber (LP).............. 1.337 Empréstimos a Pagar (LP)......... 2.805
Participações acionárias............ 3.495 Impostos a Pagar (LP).................. 999
Imóveis...................................... 1.050 Capital Social............................ 1.640
Móveis e Utensílios..................... 244 Reservas.................................... 6.204
Veículos.................................... 1.336 Lucros ou Prejuízos Acumulados. 840
Depreciação Acumulada............ (424)
Marcas e Patentes........................ 228
Total ...................................... 15.700 Total....................................... 15.700

25. (EsFCEx 2011 – Adm – Questão 60) Em relação ao Balanço Patrimonial apresentado, associe a segunda coluna de acordo
com a primeira e, a seguir, assinale a sequência correta.
Categorias Definição
1. ATIVO CIRCULANTE (a) R$ 3.804,00
2. PASSIVO CIRCULANTE (b) R$ 8.434,00
3. ATIVO NÃO CIRCULANTE (c) R$ 3.212,00
4. PASSIVO NÃO CIRCULANTE (d) R$ 7.266,00
5. PATRIMÔNIO LÍQUIDO (e) R$ 5.929,00
(f) R$ 8.684,00
(A) 1 – d; 2 – a; 3 – e; 4 – c; 5 – b (B) 1 – b; 2 – c; 3 – d; 4 – a; 5 – f
(C) 1 – b; 2 – c; 3 – e; 4 – a; 5 – b (D) 1 – c; 2 – d; 3 – a; 4 – b; 5 – e (E) 1 – c; 2 – d; 3 – a; 4 – b; 5 – e

26. (EsFCEx 2011 – Adm – Questão 61) Complete as lacunas abaixo e assinale a alternativa que dá sentido correto ao
parágrafo:
O _________________ é da ordem de R$ 3.495,00; o ________________ totaliza R$ 2.206,00; e o _______________ é da
ordem de R$ 228,00.
(A) Ativo Circulante – Ativo Investimentos – Ativo Intangível
(B) Ativo Investimentos – Ativo Imobilizado – Ativo Intangível
(C) Ativo Circulante – Ativo Realizável a Longo Prazo – Ativo Permanente
(D) Ativo Investimentos – Ativo Realizável a Longo Prazo – Ativo Permanente.
(E) Ativo Realizável a Longo Prazo – Ativo Imobilizado – investimento em móveis e utensílios

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
27. (EsFCEx 2011 – Adm – Questão 62) Para responder a questão que se segue, observe o seguinte fluxo:

Quando vendas ocorrem


Receitas

Compras de Estoque de
(-) Custos de mercadorias vendidas
mercadorias mercadorias

(=) R – C

Complete as lacunas abaixo e assinale a alternativa que dá sentido correto ao parágrafo:


O fluxo apresenta o movimento de estoque de uma organização cujo registro é relatado no(a) ______________________.
No momento das Vendas, a saída das mercadorias produz um impacto nas vendas¸ relatado no(a) __________________.
O resultado encontrado do impacto do Custo das Mercadorias Vendidas sobre as Receitas é o(a) ____________________.
(A) Balanço Patrimonial – Demonstração de Resultados do Exercício – Margem Bruta
(B) Demonstração de Origens e Aplicações – Balanço Patrimonial – Margem Bruta
(C) Balanço Patrimonial – Demonstração de Resultados do Exercício – Margem Líquida
(D) Demonstração de Fluxo de Caixa – Demonstração de Resultados do Exercício– Margem Líquida
(E) Demonstração de Fluxo de Caixa – Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido – Lucro Bruto

28. (Marinha PS-T 2011 – Prova Amarela – Questão 14) Uma determinada empresa, para produção de um determinado
bem, dispõe das seguintes informações:
- Preço unitário de venda: R$ 8,50
- Custo e despesas fixos: R$ 2.500,00
- Custo e despesa variáveis por unidade: R$ 3,50

Em relação às informações acima, analise as afirmativas abaixo:


I - Produzindo 500 unidades do bem, mesmo não obtendo lucro, a empresa não terá prejuízo.
II - Independente dos custos e despesas fixas, a Margem de Contribuição unitária será de R$ 5,00.
III - Se houver um aumento de 20% dos custos e despesas fixas, o aumento da Margem de Contribuição unitária será no
mesmo percentual.
IV - Produzindo acima de 500 unidades, a empresa sempre obterá lucro.

Assinale a opção correta:


a) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
d) Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
e) Apenas a afirmativa I é verdadeira.

29. (Marinha PS-T 2011 – Prova Amarela – Questão 28) Analise as afirmativas abaixo, em relação aos critérios de
classificação dos elementos patrimoniais.
I - Classificam-se no Ativo Diferido as contas representadas das aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a
formação do resultado de exercícios futuros.
II - Um título com vencimento no final do exercício social seguinte deve ser classificado no Passivo Exigível a Longo
Prazo.
III - Depreciação, Amortização e Exaustão são contas de origem devedora.
IV – As contas do Ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de liquidez.

Assinale a opção correta:


a) Apenas a afirmativas I é verdadeira. b) Apenas as alternativas I e II são verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras. d) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) Apenas a afirmativa IV é verdadeira.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
30. (QT Marinha 2008 – Questão 39) Analise os dados a seguir:
- Venda de mercadorias .................................. R$32.000,00
- Abatimento sobre vendas ................................R$4.000,00
- Comissões sobre vendas ..................................R$3.000,00
- Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) ........R$11.000,00
- Despesas Administrativas ................................R$1.000,00
- Impostos sobre vendas ....................................R$5.000,00
- Descontos condicionais concedidos .................R$1.000,00

Considerando os dados acima, assinale a opção que indica o valor do lucro bruto.
a) R$9.000,00 b) R$10.000,00 c) R$11.000,00 d) R$12.000,00 e) R$13.000,00

31. (EAOAp 2014/15 - Prova B – Questão 31) O ponto de equilíbrio é um dos parâmetros mais usados para a
avaliação da viabilidade de um empreendimento. Para sua determinação deve ser feita uma classificação rigorosa
dos custos quanto à sua formação, tendo-se a preocupação de separar as parcelas fixas e variável existentes da
estrutura de custos da organização. Com relação ao cálculo do ponto de equilíbrio e sua utilização para processo de
suporte à tomada de decisão, é incorreto afirmar que
a) acima do ponto de equilíbrio a empresa passar a ter lucro.

b) abaixo do ponto de equilíbrio a empresa passa a ter prejuízo.

c) determina o ponto em que a empresa equilibra apenas as despesas administrativas com as receitas de vendas.

d) quando a empresa atinge exatamente o ponto de equilíbrio, significa dizer que ela não está tendo nem lucro e
nem prejuízo.

32. (EAOAp 2017/18 – Prova A – Questão 45) O quadro a seguir apresenta dados de quatro produtos fabricados
por uma indústria de brinquedos. Todos os valores estão em moeda corrente brasileira.
PRODUTO Custo Direto Variável Custo Indireto Variável Preço de Venda
Bola 9 2 30
Boneca 12 3 40
Carrinho 15 2 50
Casa 22 8 60

Qual é o produto que apresenta a maior margem de contribuição?


a) Bola.
b) Casa.
c) Boneca.
d) Carrinho.

40
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
33. (EAOAp 2017/18 – Prova A – Questão 46) A análise das demonstrações financeiras é um ponto importante
para se compreender uma empresa e é realizada por meio de diversos índices, os quais sinalizam problemas
potenciais e são geralmente obtidos pelos balanços patrimoniais ou pelas demonstrações do resultado do exercício,
dentre outras fontes.

Avalie as afirmações sobre algumas das principais definições em análise de demonstrações financeiras.
I. O índice de liquidez seco mede a capacidade da empresa em satisfazer suas obrigações de curto prazo,
considerando todos os ativos e passivos. Para uma empresa de utilidade pública, seria aceitável se for igual a 1,0.
II. Para calcular o giro dos estoques, que varia muito conforme o tipo de empresa analisada, basta obter o quociente
entre o custo dos produtos vendidos e o valor total em estoques.
III. O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores.
Quanto maior o índice de endividamento geral, menor é o montante do capital de terceiros que vem sendo utilizado
para gerar lucros.
IV. Para se conhecer a eficiência da gestão financeira de uma empresa na geração de lucros com seus ativos
disponíveis, deve-se utilizar a taxa de retorno sobre o ativo total.
V. Se uma empresa utiliza a margem operacional como um de seus índices, significa que está ignorando quaisquer
despesas financeiras ou obrigações governamentais.
Está correto apenas o que se afirma em

(A) III e IV. (B) I, II e V. (C) I, II e IV. (D) II, IV e V.

34. (EAOAp 2015/16 – Prova A – Questão 45) A imobilização de capital em estoques é uma grande ação que tem
que ser planejada de forma a não prejudicar o capital de giro das empresas, para tanto, o monitoramento da
rotatividade é de grande importância para identificar se o estoque está sendo renovado e em que grau. Levando em
consideração os dados apresentados a seguir, necessários para cálculo do giro em estoques e para a idade média dos
estoques, assinale a alternativa correta.
 Estoques: R$ 325.000,00;
 Custo de mercadorias vendidas: R$ 2.583.750,00; e
 Considere o ano com 365 dias.

a) O resultado do giro de estoques é de 6,5.


b) O resultado do giro de estoques é de 8,9.
c) A idade média do estoque é de, aproximadamente, 63 dias.
d) A idade média do estoque é de, aproximadamente, 46 dias.

41
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
35. (EAOAp 2014/15 - Prova B – Questão 50) Uma das maiores preocupações das organizações que imobilizam
capital em estoque é com relação à rotatividade. O giro de estoques é um índice que mostra claramente às empresas
em que nível de eficiência encontra-se a administração de seus estoques e o gerenciamento de suas vendas. Sobre o
giro de estoques é correto afirmar que
a) o giro de estoques é calculado através da divisão do custo das mercadorias vendidas pelo valor das receitas de
vendas de produtos.
b) uma empresa que possui um índice de giro de estoques de 5,0 vezes ao ano, significa dizer que o estoque foi
renovado a cada 73 dias.
c) o giro de estoques mede o número de vezes que determinado estoque foi renovado ao longo do ano, geralmente,
é recomendado que este índice seja sempre menor que 1, visto que quanto menor a rotatividade dos estoques
melhor será a saúde financeira da empresa.
d) o giro de estoque de um estaleiro é de 1,2 vez ao ano e o de um fabricante de peças automotivas é de 18 vezes ao
ano. Comparando o resultado das 2 empresas, pode-se chegar à conclusão de que o giro de estoques do estaleiro é
péssimo e o da fábrica de peças automotivas é acima da média.

36. (EAOAp 2014/15 – Prova B - Questão 51) O cálculo e análise de índices, com base nas demonstrações
financeiras, é uma excelente ferramenta para a disponibilização de dados e informações no suporte à tomada de
decisões. No entanto, para Gitman (2010) é necessário tomar algumas preocupações ao se realizar análises com
base em índices. Com relação às preocupações apresentadas pelo autor, é incorreto afirmar que

a) índices que revelam grandes desvios em relação à norma são apenas sintomas de um problema. Costuma ser
necessário fazer análises aprofundadas para isolar as causas desse problema.

b) os índices que estão sendo comparados devem ser calculados com demonstrações financeiras referentes à mesma
data do ano. Se isso não ocorrer, os efeitos da sazonalidade poderão levar a conclusões e decisões erradas.

c) na realização de análise de índices, é preferível usar demonstrações financeiras conseguidas através de fontes de
pesquisa, como a internet, do que esperar as fontes auditadas que são demoradas e burocratizadas, afinal, o
resultado será confiável nos 2 casos.

d) um índice por si só não costuma fornecer informações suficientes para se julgar o desempenho geral da empresa.
Todavia, se a análise estiver voltada para algum aspecto especifico da posição financeira de um negocio, um ou
dois índices talvez sejam suficientes.

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-

37. (EAOAp 2014/15 – Prova B - Questão 52) Uma gestão financeira eficiente busca reduzir ao máximo o uso de
capital de terceiros para o financiamento de suas atividades de curto prazo. O ideal é fazer um gerenciamento, de
forma que os prazos médios de recebimento sejam, na medida do possível, menores que os prazos médios de
pagamentos. Desta forma a dependência de capital de terceiros no negócio se minimiza. Com relação às
alternativas que a empresa pode adotar como forma de aumentar a sua liquidez de curto prazo estão, exceto.
a) girar o estoque o mais rapidamente possível, sem faltas que resultem em vendas perdidas.
b) quitar as contas a pagar aos fornecedores o mais lentamente possível, sem prejudicar o rating de crédito da
empresa.
c) gerir os prazos de postagem, processamento e compensação para reduzi-los ao cobrar dos clientes e prolongá-los
ao pagar os fornecedores.
d) cobrar as contas a receber o mais rapidamente possível, mesmo que, para isso, alguns clientes sejam perdidos
por conta do uso de técnicas agressivas de cobrança, como ameaça de protestos, negativação e processos judiciais.

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
GABARITOS:

1b; 2a; 3b; 4c; 5b; 6d; 7b; 8b; 9e; 10d; 11b; 12 anulada; 13d; 14c; 15d; 16b; 17b; 18b; 19e; 20b; 21a; 22e; 23e; 24b;
25b; 26b; 27a; 28.d; 29.c; 30.d; 31.C (Apostila de Adm Financeira item 2.33); 32.D (Apostila de Administração Financeira –
item 2.33); 33. D (Apostila de Adm Financeira item 3.3.1); 34.D (Apostila de Adm Financeira, item 3.3.3); 35.B (Apostila de
Adm Financeira item 3.3.3/b); 36.C (Apostila de Adm Financeira item 3.3); 37.D (Apostila de Adm Financeira – item 3.3)

Questão 30 COMENTADA. (QT Marinha 2008 – Questão 39) Analise os dados a seguir:
- Venda de mercadorias .................................. R$32.000,00
- Abatimento sobre vendas ................................R$4.000,00
- Comissões sobre vendas ..................................R$3.000,00
- Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) .......R$11.000,00
- Despesas Administrativas ................................R$1.000,00
- Impostos sobre vendas ....................................R$5.000,00
- Descontos condicionais concedidos ................R$1.000,00

Considerando os dados acima, assinale a opção que indica o valor do lucro bruto.
a) R$9.000,00 b) R$10.000,00 c) R$11.000,00 d) R$12.000,00 e) R$13.000,00

DRE:
Receita Bruta de Vendas (Mercadorias e Serviços) Venda de Mercadorias: 32.000,00
Abatimento sobre vendas: (-) 4.000,00
(-) Impostos s/ Vendas Impostos sobre vendas: (-) 5.000,00
(=) Receita Líquida de Vendas (=) 23.000,00
(-) Custo de Mercadorias e Serviços Vendidos (CMV) CMV: (-) 11.000,00
(=) Lucro Bruto Lucro Bruto: (=) 12.000,00
(-) Despesas com Vendas Comissões sobre vendas: (-) 3.000,00
Descontos adicionais concedidos: (-) 1.000,00
(-) Despesas Administrativas Despesas Administrativas: (-) 1.000,00
(=) Lucro Operacional Antes das Despesas e Receitas Financeiras (LAJIR) LAJIR: (=) 7.000,00
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras Líquidas
(+ ou -) Outras Receitas e Despesas Operacionais
(=) Resultado antes do Imposto de Renda (LAIR)
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participações no Resultado
(=) Lucro Líquido (LL)

43
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

4. Avaliações de fluxos de caixa futuros, de ações e títulos de renda fixa


4.1 JUROS SIMPLES
4.1.1 Conceito de Juros Simples - São os Juros ganhos apenas sobre o principal originalmente
investido.
M = C + C . i . t ou M = C (1+ i . t)
C = M / (1+ i . t)
J=C.i.t ou J = VP . i . t
Onde: M = Montante (valor do capital inicial acrescido de juros) = VF (Valor Futuro)
C = Capital (valor inicial) = P (Principal) = VP (Valor Presente)
i = r = Taxa
t = n = Tempo
4.1.2 Conceito de DESCONTO - É o nome dado à operação de se achar o Valor Presente, ou seja,
quando pegamos o Montante e retiramos dele o Juro para acharmos o Valor Presente (ou Principal)
estamos fazendo uma operação de desconto. Logo, o Desconto é a diferença entre o Valor Futuro e o
Valor Presente.
4.1.3 Conceito de Taxa de Desconto - É a taxa utilizada para se calcular o Valor Presente de fluxos
de caixa futuros.
4.1.4 DESCONTO RACIONAL (ou “Por Dentro”) no Regime de Capitalização Simples (RCS)
– No Regime de Capitalização Simples, os juros incidem sobre o valor aplicado inicialmente. Nesse
regime, as operações de Desconto Racional, ou “Por Dentro”, representam a aplicação da fórmula de
capitalização de juros simples, objetivando encontrar o Valor Presente.
Desconto Racional (DR)
VF . i . t
DR =
(1 + i. t)

&
Desconto Racional (ou Por Dentro) = Valor Futuro – Valor Presente

4.1.5 DESCONTO COMERCIAL e DESCONTO BANCÁRIO – As operações de Desconto


Comercial e Desconto Bancário consistem em uma forma diferenciada da aplicação de juros simples. Em
ambas as modalidades, porém, os juros incidem sobre o Valor Futuro ou Nominal da operação.
a. Desconto Comercial (ou “Por Fora”) – Comumente falando, o desconto comercial é aquele
valor que se obtém pelo cálculo do juro simples sobre o valor nominal do compromisso que seja saldado
“n” períodos antes de seu vencimento acrescido de uma taxa prefixada cobrada sobre o Valor Nominal.
Ou seja, a incidência da taxa de desconto comercial dá-se sobre o Valor Futuro da Operação.
Obs.: Há quem chame o Desconto Comercial de Desconto Simples.
Fórmulas do Desconto Comercial:
Desconto = VF . i . t VP = VF (1 - i . t)
Onde:
D = Desconto; VF = Valor Futuro; “r” = Taxa de Desconto Comercial (ou Por fora); “t” = tempo.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

b. Desconto Bancário – As operações de Desconto Bancário são similares às operações de


Desconto Comercial, porém, no caso do Desconto Bancário, existe a cobrança de uma taxa na operação,
que comumente inclui o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o que alteraria levemente a
expressão anterior.
De modo geral, o Desconto Bancário será igual ao desconto comercial mais uma taxa
prefixada incidente sobre o Valor Nominal. Algebricamente, pode ser apresentado da seguinte forma:
Desconto Bancário = Desconto Comercial + r . VF
Onde: r = Taxa Prefixada

4.1.6 Equivalência de CAPITAIS (em Juros Simples) – Dois ou mais capitais nominais, supostos
com datas de vencimento determinadas, dizem-se equivalentes quando, descontados para uma data focal,
à mesma taxa de juros, e em idênticas condições, produzem valores iguais. Deve-se especificar o tipo de
desconto, pois o resultado da operação de desconto em juros simples depende da modalidade adotada. A
data focal consiste na data considerada como base de comparação dos valores referidos a diferentes datas.
Resumindo: Equivalência de Capitais significa que mediante a aplicação da mesma taxa de juros,
fluxos de capitais somados igualam-se na mesma data focal.

Exemplo de exercício comparando DESCONTO COMERCIAL e DESCONTO RACIONAL


Uma pessoa pretende saldar um título de R$5.500,00, 3 meses antes do seu vencimento. Sabendo-se que a
taxa de juros corrente é de 40% a.a., qual será o desconto e quanto vai obter?

a) Calculando pelo DESCONTO RACIONAL (DR):


VF . i . t 5.500 . 0,4/12 . 3 550
DR = = = = 500 DR = 500,00
(1 + i.t) (1 + 0,4/12 . 3) 1,1
Agora que sabemos o valor do DR, podemos achar o VP dessa operação:
VP = VF – DR = 5.500 – 500 = 5000 VP = 5000 Quando calculado pelo DR.

b) Calculando pelo DESCONTO COMERCIAL (DC):


DC = VF . i . t
DC = 5.500 . 0,4/12 . 3 = 550 DC = 550

VP = VF – DC = 5.500 – 550 = 4.950 VP = 4.950,00 Quando calculado pelo DC.

ATENÇÃO:
O exercício acima nos mostra que utilizando o DC a pessoa irá receber R$4.950,00 e não os R$5.000,00
(calculado pelo DR). Conclui-se que ao fazer um DC, a taxa de desconto utilizada NÃO é mais igual à
taxa de Juros simples capaz de reproduzir o montante. Observe que se o banco ganha R$550,00 sobre
um valor de R$4.950,00 em 3 meses, a taxa de juros da operação é:
550
i= =0,11 ao trimestre, ou seja, anualmente temos 0,11 . 4 = 0,44. i = 44% a.a.
4.950

45
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
4.2 JUROS COMPOSTOS
4.2.1 Conceito de Composição - É o processo de acumular Juros em um investimento ao longo do
tempo para ganhar mais juros. Daí o termo “Juros Compostos”.
ATENÇÃO: O Decreto nº 22.626/33 proíbe terminantemente, a Capitalização Composta de
juros. Essa orientação que consta da Súmula nº 121 do STF:
“É vedada a capitalização de Juros, ainda que expressamente convencionada”.
4.2.2 Conceito de Juros sobre Juros - São os Juros ganhos sobre o reinvestimento de pagamentos
anteriores de juros.
4.2.3 Conceito de Juros Compostos - São os Juros ganhos sobre o principal e sobre o reinvestimento
de juros de períodos anteriores.
4.2.4 Conceito de Valor Futuro (VF) - Refere-se ao montante de dinheiro em que um investimento se
transformará ao longo de determinado período, dada uma taxa de juros. Em outras palavras, Valor Futuro
é o Montante em dinheiro de um investimento em algum momento futuro. O Valor Futuro é representado
pela seguinte fórmula:
VF = VP (1 + r)t
4.2.5 Fórmula do Fator de Valor Futuro (FVF) & do Fator de Valor Presente (FVP):
FVF = (1 + r)t 1
FVP =
(1 + r)t
Obs.: Na fórmula às vezes aparecem siglas diferentes, a saber:
VF (Valor Futuro) = Valor Nominal = M (montante)
VP (Valor Presente) = Valor Líquido = P (principal)
r = i = Taxa percentual
t = n = tempo
4.2.6 Conceito de Valor Presente (VP) - É o valor atual de fluxos de caixa futuros descontados a uma
taxa de desconto apropriada, ou seja, se pegarmos o Montante final e retirarmos dele o juro, acharemos o
Valor Presente, que é o valor inicialmente investido para chegar até aquele Montante.
VF
VP = (1 + r) t

4.2.7 Conceito de Fluxo de Caixa - Termo utilizado para se referir aos ingressos de capital ou às
saídas de capital. Assim, se investimos um valor “X” para recebermos retornos parcelados em 3 vezes,
nosso fluxo de caixa envolve um desembolso e 3 embolsos de capital.

4.2.8 Conceito de Avaliação de Fluxo de Caixa Descontado – É a Avaliação que calcula o Valor
Presente de um fluxo de caixa (saídas ou entradas de capital). Assim, se nos oferecem um investimento
em que entramos com uma quantia inicial e recebermos o pagamento pelo investimento em 3 parcelas,
quando trazemos essas 3 parcelas para o presente (descontando a taxa), para que o investimento realmente
valha à pena, é necessário que esse retorno descontado seja superior ao investimento inicial. Essa análise
é a avaliação de fluxo de caixa descontado.

4.2.9 Equivalência de Capitais (em Juros Compostos) – De forma similar ao conceito apresentado
para o regime de capitalização simples, dois ou mais capitais nominais, supostos com datas de
vencimento determinadas, dizem-se equivalentes quando, descontados para uma data focal, à mesma taxa
de juros compostos e em idênticas condições, produzirem valores iguais. No regime de juros compostos, a
forma de desconto será sempre a Racional. A data focal consiste na data considerada como base de
comparação dos valores referidos a diferentes datas.
46
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
4.3 TRÊS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO

4.3.1 Sistema Americano – Nesse sistema, os juros são pagos periodicamente e o principal da dívida
só é pago ao final da operação. Como exemplos de dívidas que se enquadram no Sistema Americano
temos: 1. Títulos da Dívida Pública; e 2. Debêntures.

Exemplo de Questão sobre o Sistema Americano:


01. Um empréstimo no valor de R$400,00 deve ser pago no período máximo de três meses pelo Sistema
Americano, a uma taxa de 20% a.m. Levando-se em conta que os desembolsos devem ser mensais, como
se dará o pagamento?
Pelo Sistema Americano, somente os juros são pagos periodicamente e o Principal da dívida é pago ao
final do período.
Considerando que o Principal não aumenta nem diminui e que somente os juros do mês serão pagos,
então os pagamentos serão:
1º mês, somente Juros: Juros = P . i = 400 . 0,20 = 80,00
2º mês, somente Juros: Juros = P . i = 400 . 0,20 = 80,00
3º mês, Principal da Dívida: P = 400,00

4.3.2 Sistema Francês ou Tabela PRICE – Nesse sistema, as mensalidades são sempre iguais,
portanto, caso queiramos resolver alguma questão feita sobre a Tabela PRICE devemos utilizar a fórmula
da “Anuidade” (ver item 5.4), que é a fórmula utilizada para determinar o valor de parcelas constantes
para pagamento de uma dívida. É importante observar que se a parcela é constante de valor igual, as
primeiras parcelas tenderão a ser compostas de pequena parte referente a amortização do principal da
dívida e grande parte para pagamento de juros, enquanto que as últimas parcelas serão compostas, em
grande parte, por amortização das dívidas e em pequena parte, por pagamento de juros.

Exemplo de Questão sobre o Sistema PRICE:


02. Um empréstimo no valor de R$400,00 deve ser pago em três parcelas mensais iguais, com a primeira
vencendo 30 dias após a liberação do principal. A taxa acordada para a operação foi igual a 20% a.m.
Qual o valor dos juros e da amortização em cada parcela?
PASSO 1:
Para responder a questão, o primeiro passo envolve o cálculo de cada uma das três parcelas. Para isso,
basta aplicar a fórmula da ANUIDADE.

VPA = C. 1- 1 C. 1- 1
(1 + r)t = (1 + 0,20)3
R 0,20

400 = C. 1- 1 C. 0,4212963
1,728 = 0,20
0,20

400 = C . 2,1064815 C = 189,89011

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

PASSO 2:
Preencher a Tabela abaixo com o valor das prestações constantes e o saldo inicial da dívida.
Pagamento
Período Saldo Inicial Saldo Final
Juros do mês* (P . i) Amortização Total
1 400,00 (189,89)
2 (189,89)
3 (189,89)

PASSO 3:
a) Calcular o valor dos Juros do Período por meio da fórmula “J = P . i”;
b) Subtrair os Juros do total da parcela a ser paga para achar o valor da Amortização do mês;
c) Após saber o valor da Amortização, subtrair do Saldo inicial do mês a Amortização para então achar
o Saldo Final do mês e repeti-lo como o Saldo Inicial do mês seguinte.
Obs.: Repetir todos esses passos para todos os meses envolvidos.
Pagamento
Período Saldo Inicial Saldo Final
Juros do mês* (P . i) Amortização Total
400 . 0,2 = 189,89 – 80 = 400 – 109,89 =
1 400,00 (189,89)
(80,00) (109,89) 290,11
290,11 . 0,2 = 189,89 – 58,02 = 290,11 – 131,87 =
2 290,11 (189,89)
(58,02) (131,87) 158,24
158,24 . 0,2 = 189,89 – 31,65 = 158,24 – 158,24 =
3 158,24 (189,89)
(31,65) (158,24) (0,00)
* No cálculo dos Juros do Mês, o tempo é “1”, já que é apenas 1 período.
Feitos esses cálculos teremos descoberto toda a composição de uma parcela de pagamento feito pelo
Sistema PRICE.

4.3.3 Sistema de Amortizações Constantes (SAC) – Nesse sistema a amortização é constantemente


igual, ou seja, fruto da divisão: VP/nº períodos. Mas a parcela é composta da amortização constante
adicionada dos juros do período. Com isso, acontecerá que as parcelas serão sempre DECRESCENTES,
uma vez que o principal da dívida diminuirá a cada novo pagamento e, por consequência, os juros da
dívida para o próximo pagamento serão menores, por incidirem sobre um principal da dívida reduzido.

Exemplo de Questão sobre o Sistema de Amortizações Constantes (SAC):


03. Um empréstimo no valor de R$420,00 deve ser quitado no prazo máximo de 03 (três) meses, com
desembolsos mensais, pelo Sistema de Amortizações Constantes, à taxa de 20% a.m. Determine o valor
da terceira parcela.
PASSO 1:
Determinar o Valor da Amortização Constante, que é resultado da divisão: VP/nº de parcelas.
Lançar o valor da amortização na Tabela. Lançar o Saldo Inicial e subtrair o valor da Amortização para
achar o Saldo Final. Repetir o Saldo Final de um mês, como saldo inicial do mês seguinte e seguir
calculando os saldos finais até “zerar” a dívida.
Pagamento
Período Saldo Inicial Saldo Final
Juros do mês* (P . i) Amortização Total
VP / nº ações =
420 – 140 =
1 420,00 420,00 / 3 =
280,00
140,00
2 280,00 140,00 140,00
3 140,00 140,00 0,00
* No cálculo dos Juros do Mês, o tempo é “1”, já que é apenas 1 período.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
PASSO 2:
a) Calcular o valor dos Juros do mensal por meio da fórmula “J = P . i”;
b) Adicionar aos Juros o valor da Amortização do mês e calcular o Total da Parcela do mês;
Obs.: Repetir todos esses passos para todos os meses envolvidos.
Saldo Pagamento
Período Saldo Final
Inicial Juros do mês* (P . i) Amortização Total
VP / nº ações =
420,00 . 0,2 = 84,00 + 140,00 = 420 – 140 =
1 420,00 420,00 / 3 =
(84,00) 224,00 280,00
140,00
280,00 . 0,2 = 56,00 + 140,00 =
2 280,00 140,00 140,00
(56,00) 196,00
140,00 . 0,2 = 28,00 + 140,00 =
3 140,00 140,00 0,00
(28,00) 168,00
* No cálculo dos Juros do Mês, o tempo é “1”, já que é apenas 1 período.

Feitos esses cálculos teremos descoberto as 3 parcelas do pagamento da dívida.

Como a questão queria saber o valor da Terceira Parcela, que é de R$168,00.

Tabela-resumo dos cálculos de valor do dinheiro no tempo (Excelente para Concursos em Geral)
I. Símbolos
VP = Valor Presente, o valor hoje de fluxos de caixa futuros
VFt = Valor Futuro, o valor de fluxos de caixa no futuro
r = Taxa de juros, taxa de retorno ou taxa de desconto por período – tipicamente, mas nem sempre, 1
ano
C = Montante de caixa
t = Número de períodos – tipicamente, número de anos

II. Valor futuro de “C” aplicado a “r%” por período durante “t” períodos
VFt = C x (1 + r)t
O termo (1 + r)t é denominado Fator de Valor Futuro

III. Valor Presente de “C” a ser recebido em “t” períodos a “r%” por período
VP = C / (1 + r)t
O termo 1 / (1 + r)t é denominado Fator de Valor Presente

IV. A equação básica do valor presente que indica a relação entre valor presente e valor futuro é:
VP = VF / (1 + r)t

49
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Exercícios Para Fixar: Juros Simples & Juros Compostos

MARQUE “C” para as afirmativas Corretas e “E” para as afirmativas Erradas.

01. (MPU 2010 – Analista de Orçamento 127 e 128) Um título cujo valor de face é de R$ 1.000,00 está sendo colocado à
venda pelo emissor, um ano antes do seu vencimento, por R$ 860,00. Considerando essa situação, julgue os itens que se
seguem.
127) A taxa de juros efetiva da operação apresentada é de 15% ao ano. ( )

128) Se a taxa de juros efetiva do mercado estiver em 20% ao ano, quem comprar o referido título estará perdendo a
oportunidade de ganhar mais dinheiro com seu capital. ( )

02. (MPU 2010 – Analista de Orçamento 129 a 131) A respeito de taxas de juros reais e aparentes, julgue os próximos itens.
129) Se a expectativa de inflação for de 4,5% ao ano e se os agentes do mercado exigem uma taxa de juros reais de 4% ao ano,
então, a taxa aparente de juros deverá ser de 8,68% ao ano. ( )
130) Considere que uma aplicação financeira de R$ 70.000,00 tenha sido resgatada no montante de R$ 77.000,00 após 30 dias.
Supondo-se que a inflação tenha atingido a taxa de 2% nesse período, conclui-se, então, que a taxa de juros reais foi superior a
8% no referido período. ( )
131) Considere que em uma operação contratada por 30 dias, a taxa aparente de juros foi de 3% no período, e a inflação
atingiu, no mesmo período, 0,6%. Nessa situação, para se calcular a taxa de juros reais dessa operação, subtrai-se a taxa de
inflação da taxa aparente de juros, o que resulta em exatos 2,4% de juros reais no referido período.

03. (MPU 2010 – Analista de Orçamento 132 e 134) Acerca de taxas equivalentes no regime de juros compostos, julgue os
itens subsequentes.
132) Se uma operação de crédito custou 44% no período de dois anos, então, em termos efetivos, a taxa de juros anual
equivalente foi de 20% ao ano.
134) A taxa de juros de 5% ao semestre é equivalente à taxa de juros de 10% ao ano.

04. (MPU 2010 – Analista de Orçamento 135 a 137) No que se refere a juros simples, julgue os itens seguintes.
135) Se o mercado estiver pagando a taxa líquida de 2% ao mês por capital investido, é mais vantajoso para quem tem recursos
comprar à vista um produto de R$ 20.000,00, em vez de comprá-lo a prazo com uma entrada de R$ 5.000,00 e uma prestação
de R$ 15.450,00 após dois meses.

136) Considere que existam duas opções de empréstimo para um mesmo valor principal, a prazos diferentes: a primeira, pelo
prazo de um mês, e a segunda, pelo prazo de seis meses. Nessas condições, se a taxa de juros ao mês for a mesma para as duas
opções, então, os juros cobrados na primeira opção serão iguais a um sexto daqueles cobrados na segunda.

137) No que se refere ao montante de juros pagos sobre o mesmo valor principal, uma operação de 6% ao mês por três meses
acarreta mais juros do que outra operação de 3% ao mês por seis meses.

05. (MPU 2010 – Analista de Orçamento 138 a 144) Com relação a juros compostos, julgue os itens a seguir.
138) Uma aplicação financeira de R$ 100.000,00 contratada à taxa nominal de 16% ao ano, capitalizada semestralmente,
resultará em um montante de R$ 116.640,00 após um ano.

139) Considere que o diretor financeiro da empresa Zigma consultou os gerentes de dois bancos com relação à aplicação do
excedente do fluxo de caixa da empresa. O gerente do primeiro banco ofereceu ao referido diretor a taxa nominal de juros de
16% ao ano, capitalizada trimestralmente, e o do segundo banco propôs a taxa efetiva de 16% ao ano, com capitalização
semestral. Nessa situação, a melhor opção de aplicação para a referida empresa é a oferecida pelo gerente do segundo banco.

140) Suponha que um banco tenha captado R$ 1.000.000,00 no mercado à taxa efetiva de 12% ao ano e emprestado esses
recursos a 24% ao ano de taxa nominal, capitalizada quadrimestralmente. Nessa situação, ao final do período de 1 ano, a
margem bruta do banco, resultante do empréstimo, descontado o custo da captação, foi superior a R$ 130.000,00.

141) Considere duas opções de empréstimo para determinado capital, a taxas nominais anuais idênticas e mesmo prazo de um
ano: a primeira, capitalizada trimestralmente, e a segunda, capitalizada semestralmente. Nessas condições, do ponto de vista do
tomador do empréstimo, a segunda opção é mais
vantajosa.

50
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

143) A taxa de juros de 2,7% ao trimestre é equivalente à taxa de juros de 10,8% ao ano.
144) Tomando 1,0245 como valor aproximado para 1,1561/6, é correto afirmar que a taxa de juros de 2,45% ao trimestre é
equivalente à taxa efetiva de juros de 15,6% ao ano.

06. (MPU 2010 – Analista de Orçamento 145 a 150) A respeito de descontos, julgue os itens que se seguem.
145) Considere que um título no valor de R$ 1.157.625,00 será descontado (desconto racional composto) três meses antes do
seu vencimento à taxa de 5% ao mês. Nessa situação, esse desconto será superior a R$ 180.000,00.
146) O desconto racional composto de um título com um mês para o vencimento, obtido com a utilização da taxa de 5% ao
mês, é metade do valor daquele que se obtém ao se aplicar, para o mesmo título, a taxa de 10% ao mês.
147) Suponha que sobre o preço de catálogo de um produto tenha sido oferecido desconto de 15% e, sobre o valor resultante,
mais um desconto de 10%. Nessa situação, com relação ao preço de catálogo do produto, o comprador pagou um preço 25%
menor.
148) Considere que um desconto simples de 25% tenha sido aplicado sobre o valor de uma duplicata com prazo de um ano
para o vencimento. Nessa situação, a taxa de juros efetiva dessa operação foi superior a 30% ao ano.
149) Para cobrar juros de 100% efetivos no período, basta aplicar um desconto simples de 50% sobre o valor do título.
150) Para um tomador de crédito que possui um título com um ano para o vencimento, um desconto simples à taxa de 20% ao
ano é mais oneroso que um desconto racional à taxa de 20% ao ano.

07. (EAOAp 2015/16 - Prova A – Questão 46) Em determinados momentos, as empresas necessitam utilizar o capital de
terceiros para superar picos sazonais de necessidade de financiamento. O empréstimo bancário é uma das fontes de
financiamento mais utilizadas para este fim, como, por exemplo, os de curto prazo. Tendo em vista as informações
disponibilizadas a seguir, calcule a taxa de juros do financiamento nas condições I e II e, em seguida, assinale a alternativa
correta. O resultado deverá ser apresentado em % (porcentagem).
I. Quando a taxa de juros é paga no vencimento do empréstimo.
II. Quando a taxa de juros é paga antecipadamente.

Considere:
 Valor do empréstimo: R$ 12.000,00; e
 Valor dos juros pagos antecipadamente ou no vencimento: R$ 1.200,00

a) 10% e 11,1%.
b) 10% e 15,1%.
c) 11% e 18%.
d) 12% e 13,1%.

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-

08. (EAOAp 2015/16 – Prova A – Questão 47) O orçamento de caixa ou projeção de caixa é uma importante ferramenta para
a administração financeira de curto prazo. Normalmente, o orçamento de caixa visa abranger o período de um ano, dividido em
intervalos menores. Sobre os diversos aspectos inerentes ao orçamento de caixa, assinale a alternativa incorreta.
a) o saldo de caixa final é obtido através da diferença entre o saldo de caixa inicial e o fluxo de caixa líquido.
b) o fluxo de caixa líquido é a diferença entre os recebimentos e os pagamentos de uma empresa a cada período.
c) os desembolsos abrangem todas as saídas de caixa da empresa durante um período de tempo como as compras à vista, o
pagamento de fornecedores, o pagamento de alugueis etc.
d) os recebimentos abrangem todas as entradas de caixa da empresa durante um determinado período financeiro, como vendas
à vista, cobrança de contas a receber e outros recebimentos em dinheiro.

Gabarito:
01 (127E; 128C); 02. (129C; 130E; 131E); 03. (132C; 134E); 04. (135E; 136C; 137E); 05. (138C; 139E; 140C; 141E; 143E;
144E); 06.(145E; 146E; 147E; 148C; 149C; 150C); 07.A (Apostila Adm Financeira, item 4.1.1); 08.A (Apostila de Adm
Financeira item 4.2.7)

51
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

5. Avaliação de Fluxos de Caixa Descontados


5.1 Importância da Linha do Tempo para a avaliação de Fluxos de Caixa Descontados - As linhas do
tempo são muito úteis para resolver problemas complexos. Toda vez que você encontrar dificuldades com
um problema de Valor Presente ou Valor Futuro, desenhe uma linha de tempo, que geralmente esta lhe
ajudará a entender o que se está passando. Nela devemos registrar os fluxos de caixa nos momentos em
que ocorrem.

Exemplo: Se eu quiser saber quanto de fato terei em minha conta poupança em janeiro de 1012
(Valor Futuro), levando em conta que eu coloquei nessa poupança R$100,00 em janeiro de 2010 e que
colocarei R$100,00 nessa poupança em janeiro de 2011. Levando-se em conta ainda que a taxa de juros
anual é de 8%. Faremos o cálculo da seguinte forma:

5.2 Existem duas formas de se calcular o Valor Futuro de um investimento, a saber:


1. Podemos calcular o novo montante a cada novo fluxo de caixa até chegar ao último fluxo e,
naturalmente, ao Valor Futuro total; ou
2. Podemos calcular, para cada fluxo seu valor ao final do período analisado e depois somar os vários
Montantes e chegar ao Valor Futuro total (esse é o método mais usado).
Valor Futuro calculado compondo o saldo em um período de cada vez:

Valor Futuro calculado compondo cada fluxo de caixa separadamente:

52
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
5.3 Duas formas de se calcular o Valor Presente de fluxos de caixas futuros múltiplos:
1. Podemos calcular, para cada fluxo seu valor no início do período analisado e depois somar os
vários Montantes até encontrarmos o Valor Presente total (esse é o método mais usado).
2. Podemos calcular, do último fluxo de caixa para o primeiro, em cada fluxo o seu montante e ir
acumulando até chegar ao primeiro fluxo e, naturalmente, ao Valor Presente total.

Valor Presente calculado descontando cada fluxo de caixa separadamente:

Valor Presente calculado descontando um período de cada vez:

5.4 Conceito de Anuidade - De maneira mais genérica, chamamos de Anuidade a uma série de fluxos de
caixa constantes ou iguais que ocorrem ao final de cada período durante um número fixo de períodos.
Nesse caso se diz que os fluxos de caixa assumem a forma de uma anuidade. As anuidades ocorrem muito
frequentemente em contratos de financiamento. A grosso modo uma Anuidade é o valor da Parcela
periódica do financiamento de algo, independente de a parcela ser mensal, trimestral, semestral ou anual.
Exp.: As parcelas do financiamento de um veículo são as anuidades.

Obs.: Das duas formas de se calcular o Valor Presente (VP), que aprendemos acima, aquela que
calcula os valores, um a um, nem sempre é apropriada, principalmente nos casos em que há muitas
parcelas. Por exemplo, um financiamento imobiliário típico requer prestações mensais durante 30 anos,
em um total de 360 prestações. Se estivéssemos tentando determinar o valor presente dessas prestações,
seria útil se contássemos com um método menos trabalhoso, que é a fórmula do Valor Presente da
Anuidade.

53
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

5.5 Fórmula do Valor Presente da Anuidade:

* Onde “C” é a “parcela” a ser paga.


** na fórmula, o termo entre colchetes é o Fator
de Valor Presente.

5.6 Fórmula do Fator de Valor Futuro da Anuidade:


Fator de VF de Anuidade = [(1 + r)t – 1] / r

5.7 Conceito de Anuidades Ordinárias - São aquelas cujos fluxos de caixa ocorrem no final de cada
período. Quando se toma um empréstimo com prestações mensais, por exemplo, geralmente a primeira
prestação ocorre um mês após você receber o dinheiro emprestado.

5.8 Conceito de Anuidades Vencidas - É aquela na qual os fluxos de caixa ocorrem no começo de cada
período. Alugueis são exemplos de anuidades vencidas. Praticamente, qualquer tipo de acordo que exige
pagamentos iguais antecipados a cada período é uma anuidade vencida.
IMPORTANTE: Se fizermos uma comparação da anuidade vencida com a anuidade ordinária, para fim
de fórmula obteremos o seguinte: Valor da anuidade vencida = Valor da anuidade ordinária x (1 + r)

5.9 Conceito de Perpetuidade (ou Consol) - Uma anuidade na qual o fluxo de caixa continua até o
infinito. Tal ativo é denominado perpetuidade, uma vez que os fluxos de caixa são perpétuos.
Perpetuidades também são denominadas consols, particularmente no Canadá e Reino Unido. Como as
perpetuidades possuem infinitos fluxos de caixa, obviamente não podemos avaliá-las descontando todos
os fluxos.
Fórmula da Perpetuidade: VP de uma perpetuidade = C/r
Exemplo: Se um investimento promete fluxos de caixa perpétuos de $500,00 a cada ano e o retorno
requerido em tal investimento é de 8%. Qual o valor desse investimento? O Valor Presente dessa
perpetuidade é:
VP da Perpetuidade = C/r = 500 / 0,08 = 6.250,00
VP da Perpetuidade é R$6.250,00

Tabela-resumo dos cálculos de ANUIDADES & PERPETUIDADES (Bom para concursos!)


I. Símbolos
VP = Valor Presente, o que os fluxos de caixa valem hoje.
VF = Valor futuro, o que os fluxos de caixa valem no futuro.
r = Taxa de juros, taxa de retorno ou taxa de desconto por período tipicamente igual a um ano, mas nem sempre.
t = Número de períodos, tipicamente igual a número de anos, mas nem sempre.
C = Quantia em dinheiro. Parcela do financiamento ou da perpetuidade.

II. Valor Futuro de “C” por período durante “t” períodos a “r%” por período
VF = C x [(1 + r)t – 1] / r
Uma série de fluxos de caixa idênticos é denominada anuidade, e o termo [(1 + r)t – 1] / r é denominado fator de valor
futuro de anuidade.

III. Valor Presente de “C” por período durante “t” períodos a “r%” por período
VP = C x {1 x [1 / (1 + r)t ] / r
O termo {1 x [1 / (1 + r)t ] / r é denominado fator de valor presente de anuidade.

IV. Valor presente de uma perpetuidade de C por período: CP = C / r


Obs.: Uma perpetuidade possui fluxos de caixa iguais que ocorrem a cada período para sempre.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
5.10 Ação Preferencial & Perpetuidade - A ação preferencial é um exemplo de Perpetuidade. Quando
uma empresa emite ações preferenciais, promete ao comprador dividendos fixos a cada período
(normalmente a cada trimestre) para sempre. Esse dividendo precisa ser pago antes de qualquer dividendo
pago a ações ordinárias. Daí o termo “Preferencial”.

Exemplo de exercício sobre Ação Preferencial:


Uma empresa pagou R40,00 por uma ação preferencial que lhe dará fluxos trimestrais de R$1,00 para
sempre. Qual é a taxa de rendimento?
VP da Perpetuidade = C/r
R$40,00 = R$1,00 / r
r = 1 / 40
r = 0,025 r = 2,5%

5.11 Conceito de Taxa Declarada ou Cotada - A taxa de juros expressa em termos do pagamento de
juros a cada período. Também denominada taxa de juros cotada. Por exemplo, a taxa declarada por um
banco, para determinado investimento sendo de 10% semestralmente, caso analisemos na forma de juros
compostos teremos a taxa de 21% compostos anualmente. Nesse caso a Taxa Declarada ou Cotada é de
10% semestralmente, mas a Taxa Efetiva Anual é de 21%.

5.12 Conceito de Taxa Anual Efetiva (TAE) - É a taxa de juros expressa como se fosse composta uma
vez por ano. Usando o exemplo da questão anterior, a taxa anual efetiva (TAE) é de 21%.
Fórmula da Taxa Anual Efetiva (TAE): TAE = (1 + Taxa Cotada / m)m - 1
* “m” é o número de unidades de tempo considerado.

Exemplo: Suponha que lhe oferecem 12% compostos mensalmente. Nesse caso, os juros são
compostos 12 vezes ao ano, ou seja, m é 12. Você pode calcular a taxa efetiva da seguinte maneira:
TAE = (1 + Taxa Cotada / m)m – 1
= (1 + 0,12 / 12)¹² - 1
= 1,01¹² - 1
= 12,6825%

5.13 Conceito de TAP (Taxa Anual Percentual) - A TAP é a taxa de juros cobrada por período
multiplicada pelo número de períodos por ano. Pode ser definida ainda como a taxa anual de
financiamento divulgada pelo banco ou financeira com base na soma das taxas dos períodos considerados
em um ano. Por exemplo, se um banco tem uma TAP de 12%, isso significa que ele cobra 1% ao mês.
Portanto, TAP é bem diferente de TAE, apesar de ambas se referirem a taxas anuais.
TAE = (1 + TAP/12)¹² - 1
= 1,01¹² - 1 = 12,6825%

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
5.14 Taxa Nominal e Taxa Real:
5.14.1 Conceito de Taxa Nominal – É a taxa de juros ou taxa de retorno não ajustada à inflação, ou
seja, dá-se um valor de face e uma taxa de juros já determinada e com base nestes dados acha-se o valor
do juro. A taxa nominal de um investimento é a variação percentual da quantidade de dinheiro que você
possui.
Exp.: Valor de face $100; Taxa de juro nominal 10%; 1 período apenas:
M = P x (1 + R)¹
M = 100 x (1 + 0,10)¹ = 110
Obs.: Taxas Nominais também são chamadas de “Taxas de Mentirinha”, por serem aquelas que se
referem a um período que não coincide com o período de capitalização dos juros. Não corresponde,
portanto, ao ganho ou custo financeiro efetivo da operação. Logo, seu valor nunca é utilizado nos
cálculos. Para poder empregá-la nas operações, é necessário convertê-la para a unidade a ser trabalhada,
encontrando a Taxa Efetiva.

No Brasil, são várias as modalidades de taxas nominais. Por exemplo:


a. Taxa Over – comumente expressa ao mês, porém capitalizadas ao dia útil.
b. Taxa Instantânea – comumente expressa ao ano, porém capitalizadas ao dia.

Por exemplo, diz-se que a Poupança rende 6% a.a., capitalizada mensalmente. A expressão
“Capitalizada Mensalmente” indica tratar-se de uma Taxa Nominal. A Taxa Efetiva corresponderia à
taxa mensal (no caso 6/12 = 0,50% a.m.) equivalente ao ano (no caso, 6,1678% a.a.).

5.14.2 Conceito de Taxa Real - É a taxa de juros ou taxa de retorno ajustada à inflação, usa-se o
valor de face, a taxa de juro determinada e a taxa da inflação. Primeiramente calcula-se o valor do juro
que se iria receber e em seguida abate-se (deflacionar) desse valor o correspondente à inflação do período
para achar o que realmente foi valorizado em relação ao valor de face. A taxa real de um investimento é a
variação percentual do quanto você pode comprar com seus Reais (R$), ou, em outras palavras, a variação
percentual do seu poder aquisitivo.
Outra explicação sobre Taxa Real é apresentada por Puccini (2004): “Taxa Real é a taxa de
juros obtida após se eliminar o efeito da inflação, enquanto a Taxa Nominal inclui a inflação. A Taxa
Nominal é sempre maior que a Taxa Real.”
Exp.: Aproveitando–se os dados da questão anterior, mas inserindo a taxa da inflação de 3%.
M = P x (1 + R)t / (1+ h)¹
M = 100 x (1 + 0,1)¹/ (1 + 0,03)¹
M = 110/1,03 = 106,7961 que podemos arredondar para R$107,00
logo a Taxa Real foi de 7%

5.14.3 Outras nomenclaturas aplicadas a Taxas:


a) Taxa Aparente ou Taxa Unificada – A Taxa Aparente ou Unificada é a taxa que une várias
outras taxas em uma só. Taxa Aparente ou Unificada é aquela que é fruto de incidência de taxas
sucessivas, por isso, a Taxa Aparente reflete variações nominais, incluindo a variação inflacionária. Ou
seja, é a taxa que “aparece” sobre o investimento após a influência de várias outras taxas sobre o mesmo.
Exp.: Qual é a Taxa Aparente de um investimento sobre o qual se deseje obter uma taxa real de
4% ao ano, levando-se em conta que a inflação é de 4,5% ao ano?
Siglas: Tx Aparente = ia Tx Real = ir Tx Inflação = ii
(1 + ia) = (1 + ir) . (1 + ii)
(1 + ia) = ( 1+ 0,04) . (1 + 0,045)
(1 + ia) = 1,04 . 1,045 = 1,0868
ia = 1,0868 – 1 = 0,0868 ia = 8,68%
A Taxa Aparente ou Unificada capaz de pagar a inflação de 4,5% a.a. e ainda fornecer um Juro
Real de 4% a.a. é de 8,68% a.a.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
b) Taxas Proporcionais (termo para Juros Simples) – Taxas de Juros a JUROS SIMPLES que
permitem o mesmo crescimento do dinheiro. Exp.: Em Juros Simples é possível dizer que a Taxa Efetiva
Mensal de 1% é PROPORCIONAL à Taxa Anual de 12%.
Calculando para achar a Taxa Proporcional anual: Fórmula (1 + i . t)
(1 + 0,01 . 12) = (1 + 0,12) = 1,12 ou seja, a Jr Simples 1% a.m. é Proporcional a 12% a.a.

c) Taxas Equivalentes (termo para Juros Compostos) – Taxas de juros a JUROS


COMPOSTOS que permitem mesmo crescimento do dinheiro. Exp.: Em Juros Compostos é possível
dizer que a Taxa Efetiva Mensal de 1% é EQUIVALENTE à Taxa Anual de 12,68%.
Calculando para achar a Taxa Proporcional anual: Fórmula (1 + i)t
(1 + 0,01)12 = (1,01)12 = 1,1268 ou seja, a Jr Compostos 1% a.m. é Equivalente a 12,68% a.a.

d) Taxa Bruta e Taxa Líquida – Taxas de juros que estão ligadas à questão do imposto de
renda.
d1) Taxa Bruta – Costuma-se denominar Taxa Bruta de uma aplicação financeira a taxa
de juros obtida considerando o valor da aplicação e o valor do resgate bruto, sem levar em conta o
desconto do imposto de renda, que é retido pela instituição financeira.
d2) Taxa Líquida – Denomina-se Taxa Líquida de uma aplicação a taxa de juros obtida
considerando o valor da aplicação e o valor do resgate líquido, já levando em conta o desconto do
imposto de renda, que é retido pela instituição financeira.
Obs.: A Taxa Bruta é sempre maior do que a taxa líquida.

e) Taxa Mínima de Atratividade - Segundo Puccini (2011), a Taxa Mínima de Atratividade é


a taxa de juros própria para cada indivíduo ou empresa, que representa o custo de oportunidade do capital
investido, e que funciona como elemento de comparação para a decisão do investidor sobre aceitar ou
rejeitar um investimento.

5.14.4 Conceito de Efeito Fisher - O Efeito Fisher (nome dado em homenagem ao grande
economista Irving Fisher) é a relação entre a taxa de retorno nominal (R), a taxa de retorno real (r) e a
inflação (h).
Fórmula do Efeito Fisher: R = r + h +( r x h)

5.15 Tipos de Empréstimos e Amortizações de empréstimos:


1. Desconto – O desconto é a forma mais simples de empréstimo. Nesse caso, o tomador recebe o
dinheiro hoje e paga-o de uma única vez em algum momento no futuro. Descontos são formas de
empréstimo muito comuns em empréstimos a curto prazo, um ano ou menos, digamos. Nos últimos anos,
porém, vêm tornando-se cada vez mais comuns também a prazos mais longos.
2. Empréstimo com pagamento apenas de juros – Um segundo tipo de plano de devolução de
empréstimo exige que o tomador pague juros a cada período, além da devolução de todo o principal
(montante originalmente recebido) em algum momento futuro. A maioria dos títulos de renda fixa
emitidos por empresas tem a forma geral de empréstimo com pagamento de juros.
3. Empréstimos amortizados – Nesse caso o financiador exige que o tomador pague partes do
principal com o passar do tempo. O processo de liquidação parcelada de um empréstimo é denominado
amortização de empréstimo. Uma forma simples de amortizar um empréstimo é exigir que o tomador
pague juros mais uma quantia fixa a cada período. Essa abordagem é comum em empréstimo a médio
prazo a pessoas jurídicas. Nesse tipo de empréstimo o pagamento total é decrescente ano a ano. Isso
acontece porque o saldo devedor diminui, resultando em uma carga mais baixa de juros a cada ano,
enquanto a redução do principal é constante.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

6. Taxas de Juros e Avaliação de Obrigações


6.1 Conceito de Obrigações - Quando uma empresa (ou governo) deseja tomar dinheiro emprestado a
longo prazo junto ao público, geralmente o faz emitindo ou vendendo títulos da dívida, genericamente
denominados obrigações. Uma obrigação geralmente é um empréstimo com pagamento unicamente de
juros, significando que o tomador pagará os juros a cada período, mas nenhuma parcela do principal será
paga antes do vencimento do empréstimo.

6.2 Conceito de Cupom - São os juros cotados (declarados) pagos em uma obrigação. Como os cupons
são constantes e pagos a cada ano, o tipo de obrigação pode ser chamado de Obrigação de Cupom
Constante.
Por exemplo, digamos que uma empresa tome R$1.000,00 emprestados por 30 anos, com a taxa
cotada de 12% ao ano. A empresa pagará então, anualmente R$120,00 durante os 30 anos após o que,
pagará os R$1.000,00 inicialmente pagos. Nesse caso, os R$120,00 que a empresa se comprometeu a
pagar anualmente chamam-se Cupom. Como os Cupons são constantes e pagos a cada ano, o tipo de
obrigação que estamos descrevendo é algumas vezes denominado obrigação de cupom constante.

6.3 Conceito de Valor de Face ou Valor Nominal - É o valor do principal em uma obrigação, que é
devolvido ao final do prazo.

6.4 Conceito de Obrigação ao Par - É uma obrigação que está sendo vendida por seu valor de face.
Sabemos que o Valor de Face é o valor que será devolvido ao final do prazo, mas nem sempre o valor que
está sendo negociado numa obrigação é igual ao Valor de Face. Por isso, para diferenciá-las identificamos
a Obrigação ao Par.

6.5 Conceito de Taxa de Cupom ou Taxa Nominal – A taxa de cupom é igual ao cupom anual dividido
pelo valor de face da obrigação. Exp: a empresa que possui R$1.000,00 de valor de face e paga R$80,00
de cupom anual tem uma taxa de cupom de 8%.
Taxa de Cupom = Cupom anual / Valor de Face
= 80 / 1000 = 0,08 ou seja 8%

6.6 Conceito de Data de Vencimento - Data específica na qual o valor do principal (valor de face) da
obrigação será pago.

6.7 Conceito de Retorno até o Vencimento - É a taxa que o mercado oferece sobre uma obrigação. De
forma prática, para calcularmos o valor de uma obrigação precisamos comparar o Cupom dela (juros que
a empresa oferece) com a taxa de Mercado, por isso, nas fórmulas para se calcular o valor de uma
obrigação deve-se usar a taxa do cupom e a taxa de mercado.

Traduzindo: Um investimento só é bom quando o Valor Presente da Obrigação supera seu


investimento inicial e só ocorre quando a Taxa de Cupom é maior que a Taxa de Mercado, ou seja, só
vale a pena investir numa empresa quando ela oferece uma taxa de retorno (Cupom) acima da taxa
mercado.
Exemplo: Se me oferecem uma oportunidade de investimento com as seguintes características,
invisto R$1.000,00 por 9 anos e como retorno receberei R$80,00 anuais (cupons) e ao final dos 9 anos
receberei os R$1.000,00 de volta (valor de face a ser pago no vencimento). Obrigações semelhantes têm
um Retorno até o Vencimento no valor de 6% (taxa de mercado). Só dá para avaliar se o investimento
vale a pena se conhecermos todos os itens necessários (Valor de Face, Cupom, tempo, Taxa de Mercado).
Calcularemos se a Obrigação vale a pena achando seu Valor Presente da seguinte forma:

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1) Valor Presente dos R$1.000,00 pagos daqui a nove anos. Uso a taxa de mercado, 6%:
VP = 1000 / (1 + 0,06)9
= 1000 / 1,6895
= 591,89
Ou seja, R$ 1.000,00 daqui a nove anos, a uma taxa de 6% ao ano, são equivalentes a R$591,89 hoje.
2) Valor Presente da anuidade R$80,00
VPA = C x {1 - [1 / (1 + r)t]} / r
VPA = 80 x (1 – 1 / 1,069) / 0,06
= 80 x (1 – 1 / 1,6895) / 0,06
= 80 x 6,8017
= 544,14
Ou seja, R$80,00 recebidos anualmente por 9 anos com uma taxa de mercado de 6%, são
equivalentes a R$544,14 hoje.

3) Valor total da obrigação = 591,89 + 544,14 = 1.136,03


Portanto, o valor total da obrigação está cerca de R$136,00 acima do par.
Nesse exemplo citado, dizemos que essa obrigação, com seu cupom de 8% (Taxa de rendimento
oferecido pela empresa, no caso R$80,00 anuais), está cotada a R$1.136,03 (valor da obrigação),
rendendo 6% (taxa de mercado).

6.8 Fórmula do Valor Presente da Obrigação:

Valor da Obrigação = C x [1 – 1 / (1 + r)t ] / r + F / (1 + r)t

Valor da Obrigação = Valor Presente dos + Valor Presente * F = Valor de Face da Obrigação
Cupons do Valor de Face

6.9 Conceito de Deságio - Quando calculamos o Valor da Obrigação e constatamos que ele é menor do
que o Valor de Face, diz-se que a obrigação é negociada com deságio. O Valor do Deságio é exatamente
a diferença entre o Valor da Obrigação e o Valor de Face.
Valor do Deságio = Valor da obrigação – Valor de face

6.10 Conceito de ÁGIO – Quando o Valor Presente da Obrigação hoje supera o Valor de negociação
dessa Obrigação (Valor de Face).
Obrigação Acima do PAR – É uma obrigação lançada no Mercado (Taxas de Mercado), com
características semelhantes à Obrigação que adquirimos, só que oferecendo Taxas Superiores às que
contratamos.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
6.11 Conceito de OBRIGAÇÃO - De maneira restrita, uma obrigação é uma dívida com alguma
garantia. No entanto, de maneira geral, a palavra obrigação diz respeito a todos os tipos de dívidas, com
ou sem garantia. Nesta apostila, o termo obrigação será usado para nos referirmos genericamente a
dívidas a longo prazo.
GENERICAMENTE: Quando uma empresa quer fazer um empréstimo no Mercado sem recorrer a
bancos e sem lançar mais ações, ela pode vender Obrigações. A venda de Obrigações se assemelha ao
lançamento de ações só que as pessoas que detêm obrigações não fazem jus ao Patrimônio Líquido da
empresa.
Exp.: Uma empresa vende uma Obrigação a R$1.000,00 (valor de face) e essa obrigação deverá
durar por 6 anos. Quem paga para ter essa Obrigação, recebe em troca R$80,00 anuais (cupons) e ao final
do período considerado (6 anos) receberá de volta seus R$1.000,00 e a partir de então não receberá mais
os cupons e cessa a obrigação.
Ou seja, a empresa recebe um Valor de Face (dinheiro que quem comprou a obrigação paga pela
mesma) e, até que vença o prazo e a empresa o pague de volta, ela assume a Obrigação de pagar cupons
(uma espécie de juro sobre a Obrigação) anuais ao Obrigacionista (quem comprou as obrigações).
O Obrigacionista é quem compra a obrigação por meio do pagamento de um valor de face
(investimento em ações) e espera receber cupons da empresa que colocou as Obrigações no mercado até
que o prazo vença e a empresa pague de volta o valor de face para, assim, ficar desobrigada do pagamento
dos cupons.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

7. Risco de Variação da Taxa de Juros


7.1 Conceito de Risco de Variação da taxa de juros - É o risco que os investidores em obrigações
correm devido a flutuações da taxa de juros.

7.2 Dois fatores que mais influenciam o risco de variação da taxa de juros:
1. Prazo até o vencimento; e
2. A taxa de cupom.

7.3 Dados que devem ser analisados para avaliar o risco de uma obrigação:
1. Mantidas todas as outras coisas constantes (ceteris paribus), quanto maior for o prazo até o
vencimento, maior será o risco de variação da taxa de juros.
2. Ceteris paribus (mantidas todas as outras coisas constantes), quanto menor for a taxa de cupom,
maior será o risco de variação da taxa de juros.

RESUMO DA AVALIAÇÃO DE OBRIGAÇÕES


I. Cálculo do valor da obrigação
Valor da obrigação = C x [1 – 1 / (1 + r)t / r + F / (1 + r)t

Onde:
C = Cupom pago por período
r = Taxa de juros ao período
t = número de períodos
F = Valor de Face da Obrigação

II. Cálculo do rendimento de uma obrigação


Dados o valor da obrigação, o cupom, o prazo até o vencimento e o valor de face, somente é possível
calcular a taxa de desconto implícita, ou rendimento até o vencimento, por meio da tentativa e erro.
Para esse fim, experimente taxas de desconto diferentes na fórmula acima até que o valor dado da
obrigação calculado seja igual ao valor da obrigação. Lembre-se que, aumentando a taxa, diminui o
valor da obrigação.
Obs.: Esse tópico sobre tentativa e erro, refere-se a casos em que dão todos os dados menos a taxa de
desconto implícita (taxa de mercado “r”). Nesses casos é necessário ir colocando na fórmula, no lugar
do “r”, números para testar se o Valor final da obrigação “bate” com o pedido na questão.

7.4 Classificação dos títulos emitidos por empresas – Empresas podem arrecadar dinheiro para o seu
funcionamento ou mesmo para financiamento de projetos, através de duas maneiras:
1. Títulos de Capital Próprio – Nesse caso são emitidas ações que fazem daqueles que compram as ações,
partícipes do Capital Próprio da empresa e, portanto, corresponsáveis em lucros e prejuízos; ou
2. Títulos da Dívida – Nesse caso a empresa pega dinheiro emprestado emitindo títulos da dívida,
que são documentos que dão aos credores o direito de, na data acertada, cobrar o que foi acordado, seja
em cupons ou anuidades.

7.5 Conceito de Credores ou Financiadores – São pessoas físicas ou empresas que emprestam o
dinheiro.

7.6 Conceito de Devedora ou Tomadora – É a empresa que toma dinheiro emprestado.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
7.7 Principais características das Dívidas que as diferenciam do Capital Próprio (do ponto de vista
financeiro):
1. Dívida: Uma dívida não representa direitos de propriedade sobre a empresa. Os credores
geralmente não possuem direito a voto.
2. Dívida: O pagamento de juros sobre a dívida das empresas é considerado como um custo do
negócio, e é integralmente dedutível para fins fiscais. Capital Próprio: Os dividendos pagos aos
acionistas não são dedutíveis para cálculo de imposto de renda.
3. Dívida: As dívidas a serem pagas são passivos da empresa. Se não forem pagas, os credores
poderão legalmente tomar os ativos da empresa. Medidas desse tipo podem resultar em liquidação ou
reorganização, duas das consequências possíveis em caso de falência. Portanto, um dos custos de emitir
dívidas é a possibilidade de falência. Essa possibilidade não surge em emissões de ações.

Obs.: Algumas vezes não fica claro se um título deve ser classificado como dívida ou capital próprio.
Isso ocorre porque as empresas são muito hábeis na criação de títulos exóticos e híbridos que possuem
muitas características de capital próprio, mas são tratados como capital de terceiros. Obviamente, a
distinção entre capital próprio e capital de terceiros é muito importante para fins fiscais. Portanto, uma das
razões pelas quais as empresas procuram criar títulos de dívida que são na realidade capital próprio é
obter benefícios fiscais decorrentes da modalidade capital de terceiros, aliando-a ao benefício de evitar a
falência inerente à modalidade capital próprio.

7.8 Acionistas, como regra geral, são pagos após os credores – Isso ocorre porque o Capital Próprio
corresponde à participação na propriedade e a um direito residual. Assim, é necessário primeiramente
pagar as dívidas (credores), para depois então calcular o lucro e a parte dos acionistas. Como resultado, os
riscos e benefícios associados à posse de dívida ou capital são diferentes.

7.9 Conceito de Curto e Longo prazo:


1. Curto Prazo costuma ter vencimentos no mesmo Exercício ou no final do Exercício subsequente;
2. Longo Prazo com vencimentos que ultrapassam o Exercício subsequente.
Obs.: Apesar desses conceitos básicos, não existe um acordo universal sobre a distinção entre dívida
a curto e a longo prazo. Além disso, frequentemente fala-se de dívidas a médio prazo, cujo vencimento é
superior a um ano e inferior a três, ou cinco, ou até mesmo dez anos.

7.10 Conceito de Passivo a Descoberto – Passivo a Descoberto é o caso em que o valor do Patrimônio
Líquido é negativo. Isto ocorre quando o valor das obrigações para com terceiros (passivo exigível) é
superior ao dos ativos.
Exemplo de Passivo a Descoberto:
Total do Ativo ............ ...................................................................... R$ 1.500.000,00
Total das Obrigações .. ...................................................................... R$ 2.000.000,00
Passivo a descoberto.. R$ 1.500.000,00 menos R$ 2.000.000,00 = R$ 500.000,00
Obs.: As dívidas de curto prazo são chamadas algumas vezes de passivo a descoberto.

7.11 Conceito de Passivo Coberto - A expressão passivo coberto faz parte do jargão financeiro. Refere-
se, geralmente, a dívidas a longo prazo. Portanto, uma empresa que planeja cobrir suas dívidas deve
substituir os financiamentos a curto prazo por financiamentos a longo prazo.

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7.12 Nomes que podem levar os Títulos de Dívida - Títulos de dívida geralmente são denominados
Obrigações, Notas Promissórias ou Debêntures.

7.12.1 Conceito de OBRIGAÇÕES - De maneira restrita, uma obrigação é uma dívida com alguma
garantia. No entanto, de maneira geral, a palavra obrigação diz respeito a todos os tipos de dívidas, com
ou sem garantia. Nesta Apostila, o termo obrigação será usado para nos referirmos genericamente a
dívidas a longo prazo.
7.12.2 Conceito de Debênture - Uma dívida SEM GARANTIA, normalmente com prazo de
vencimento igual ou superior a 10 anos. Muitas vezes, as obrigações representam compromissos não
garantidos da empresa. Uma debênture é uma obrigação não garantida (não utiliza Garantias nem Títulos
Hipotecários para proteção de seus credores), ou seja, não há hipoteca de qualquer bem da empresa. Os
debenturistas só têm direito sobre os bens não hipotecados da empresa; em outras palavras, seus direitos
restringem-se aos bens da empresa remanescentes após pagas as obrigações feitas com garantias reais.
7.12.3 Conceito de Nota Promissória – Difere-se da Debênture apenas no prazo. Nota Promissória
é uma dívida NÃO GARANTIDA, normalmente com prazo de vencimento inferior a 10 anos.

7.13 Duas principais formas de dívidas a longo prazo:


1. Dívidas com Emissão Pública – São dívidas de longo prazo oferecidas ao público em geral.
2. Dívidas com Emissão Privada (colocações privadas) – São as dívidas de longo prazo colocadas
diretamente junto a instituições financeiras, não sendo oferecidas ao público.

7.14 Dimensões de Dívidas a Longo Prazo - 1. Opções de resgate antecipado; 2. fundos de amortização;
3. Ratings; e 4. cláusulas protetoras. Muitas dessas características são detalhadas na escritura de emissão
da obrigação.

7.15 Conceito de Escritura de Emissão de Obrigações - Acordo por escrito entre a empresa (tomador de
recursos) e seus financiadores (credores), detalhando os termos da emissão de títulos de dívida. Algumas
vezes, chamada de acordo fiduciário. A Escritura de Emissão de Obrigações é um documento legal que
pode ter algumas centenas de páginas e inclui as seguintes cláusulas:
1. Os termos básicos da obrigação.
2. O valor total emitido.
3. A descrição dos bens dados em garantia
4. O esquema de pagamento.
5. As cláusulas de resgate antecipado.
7.16 Conceito de Acordo Fiduciário - Também é denominado acordo de empréstimo ou contrato de
empréstimo. O Acordo Fiduciário é uma colocação privada de título da dívida ou empréstimo a prazo
fixo. Nas Escrituras de Emissão (Acordo fiduciário) geralmente, um agente fiduciário (talvez um banco)
é nomeado pela empresa para representar os portadores de obrigações.
7.17 Atribuições do Agente Fiduciário - O agente fiduciário precisa: (1) assegurar que termos da
escritura de emissão sejam obedecidos, (2) gerir o fundo de amortização (descrito nas páginas a seguir), e
(3) representar os portadores de obrigações em caso de inadimplência, ou seja, se a empresa deixar de
efetuar os pagamentos contratados.
7.18 Valor de Face mais utilizado nas emissões de obrigações emitidas por empresas - As obrigações
emitidas por empresas geralmente têm um valor de face (isto é, uma denominação) de R$1.000,00. Isto é
denominado Valor do Principal, e é declarado no Certificado da Obrigação. Portanto, se uma empresa
desejar tomar R$ 1 milhão emprestado, precisará vender 1.000 obrigações. O valor nominal (isto é, o
valor contábil inicial) de uma obrigação quase sempre é idêntico ao valor de face e, na prática, as duas
expressões são utilizadas como sinônimos.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
7.19 Formas de Obrigações - As Obrigações podem ser nominativas ou ao portador.
7.19.1 Conceito de Obrigações Nominativas - São emissões nas quais se registra a propriedade de
cada obrigação; o pagamento é feito diretamente ao proprietário registrado. Isto significa que a empresa
possui um livro no qual registra a propriedade de cada obrigação, bem como quaisquer alterações a esse
respeito. A empresa pagará juros e principal, enviando cheque diretamente ao endereço do proprietário
registrado. Uma obrigação pode ser registrada e ter “cupons” anexados a ela. Para receber o pagamento
de juros, o titular precisa destacar o cupom do certificado e enviá-lo ao agente pagador da empresa. As
obrigações emitidas por empresas geralmente são nominativas. Por exemplo, a escritura poderia dizer o
seguinte:
“Os juros são pagos semestralmente em 1º de julho e 1º de janeiro de cada ano à pessoa em cujo
nome a obrigação esteja registrada no fechamento do expediente em 15 de junho ou 15 de
dezembro, respectivamente.”
7.19.2 Conceito de Obrigações ao Portador - Obrigações ao portador são aquelas em que o
certificado é a evidência básica de propriedade, e a empresa irá “pagar ao portador”. Nesse caso, a
titularidade não é registrada e, assim como no caso de obrigações nominativas com cupons anexados, os
portadores dos certificados destacam os cupons e os enviam ao agente pagador da empresa para
receberem os pagamentos. Resumidamente, Obrigações ao portador são emissões realizadas sem registro
do proprietário; os pagamentos são feitos a qualquer pessoa que apresente o certificado da obrigação.

7.20 Duas desvantagens das Obrigações ao Portador:


1. Em primeiro lugar, são muito difíceis de ser recuperadas quando os certificados são perdidos ou
roubados.
2. Em segundo lugar, a empresa não sabe quem são os proprietários de suas obrigações, não podendo
notificá-los de eventos importantes.
7.21 Garantias e Hipotecas - Os títulos da dívida são classificados de acordo com as Garantias e
Hipotecas existentes para proteger os credores.
7.21.1 Conceito de “Garantia” - É um termo geral que, frequentemente, representa títulos (por
exemplo, obrigações ou ações) oferecidos como garantia de pagamento. Por exemplo, ações ordinárias
possuídas pela empresa podem se oferecidas em caução de suas obrigações. Entretanto o termo é
normalmente utilizado de maneira mais ampla, fazendo referência a qualquer tipo de garantia.
7.21.2 Conceito de Títulos Hipotecários - São títulos garantidos por hipotecas sobre bens reais do
tomador de recursos. Os bens normalmente envolvem imóveis, como terrenos ou prédios, por exemplo. O
documento legal que descreve a hipoteca é uma Escritura de Hipoteca.
7.22 Diferença entre Hipotecas sobre propriedades específicas e Hipotecas Abrangentes:
1. Hipotecas sobre propriedades específicas – são aquelas que distinguem o bem a ser hipotecado,
por exemplo, um trem.
2. Hipoteca Abrangente – Oferece em garantia todos os bens reais possuídos pela empresa. Bens
reais incluem terrenos e outros ativos não circulantes. Não incluem caixa ou estoque.
7.22 Dois tipos de dívida sem garantia:
1. DEBÊNTURE – título sem garantia com prazo igual ou superior a 10 anos; e
2. NOTA PROMISSÓRIA – título sem garantia com prazo inferior a 10 anos.
7.23 Conceito do termo “Preferência” - Em termos gerais, a Preferência indica superioridade
hierárquica em relação a outros CREDORES, e essa preferência às vezes é indicada pelos adjetivos
PREFERENCIAL ou SUBORDINADO para denotar a preferência.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
7.24 Conceito do termo “Subordinado” - Em caso de inadimplência, os portadores de títulos
subordinados precisam dar preferência a outros credores especificados. Geralmente, isso significa que os
credores subordinados só receberão alguma coisa após os credores especificados terem sido remunerados.
ATENÇÃO: Apesar do Título Subordinado receber sua remuneração por último, essa dívida não pode ser
subordinada a ações, ou seja, as ações pagam os proprietários da empresa e por isso, devemos primeiro
pagar as dívidas e depois sim remunerar os proprietários de ações. TÍTULOS SUBORDINADOS não
podem ser subordinados a AÇÕES.
7.25 Razão pela qual DEBÊNTURES são consideradas OBRIGAÇÕES SUBORDINADAS – Isso
ocorre porque debêntures não incluem garantias reais, e por isso só são pagas após aquelas obrigações que
possuem garantias (Preferenciais).
7.26 Resgate – É o pagamento de obrigações aos obrigacionistas. As obrigações podem ser resgatadas
somente na data de vencimento, na qual os credores recebem o valor declarado ou de face da obrigação,
ou podem ser resgatadas parcial ou integralmente antes do vencimento. O esquema de pagamentos
antecipados é a forma mais comum, sendo geralmente operacionalizado por meio de um fundo de
amortização.
7.27 Conceito de Fundo de Amortização - É uma conta gerida pelo agente fiduciário para resgate
antecipado de obrigações.
7.28 Conceito de Cláusula de Resgate Antecipado - É uma cláusula que dá à empresa a opção de
recomprar a obrigação a um determinado preço antes do vencimento. Ou seja, normalmente, a empresa
que vendeu uma obrigação para captar recursos é obrigada a pagar cupons anuais aos credores, mas caso
ela preveja que em determinado momento manter a obrigação poderá não ser mais interessante, ela pode
inserir no momento do lançamento das obrigações, uma Cláusula de Resgate Antecipado que a permita
recomprar ou “chamar” parte ou toda a obrigação emitida a preços predeterminados durante certo
período, assim ela paga ao credor um determinado valor pela obrigação e, portanto, deixa de ser obrigada
a pagar os cupons da mesma. Normalmente, as obrigações de empresas são resgatáveis antecipadamente.

7.29 Conceito de Prêmio de Resgate Antecipado - É o Montante em que o preço de resgate antecipado
excede o valor ao par da obrigação. Ou ainda, é a diferença entre o preço de resgate antecipado e o
declarado (valor de face). O prêmio de resgate antecipado é maior quando ainda estamos distantes da data
de vencimento da obrigação e à medida que o tempo vai passando o prêmio vai diminuindo.

7.30 Conceito de Cláusula de Resgate Antecipado Diferido - Como os credores adquirem Obrigações
pensando em obter um certo retorno (cupons + valor de face), para que eles confiem na empresa e
comprem essas obrigações sem medo, a empresa cria a Cláusula de Resgate Antecipado Diferido, que
estabelece um período (geralmente período inicial) em que a empresa não poderá recomprar as
obrigações. Durante este período, diz-se que a obrigação está Protegida contra resgate antecipado. Isso
faz com que os credores tenham uma preocupação a menos nos primeiros anos de vida da obrigação. Por
exemplo, uma empresa estaria proibida de resgatar suas obrigações nos 10 primeiros anos. Uma
Obrigação protegida contra resgate antecipado é uma obrigação que não pode ser resgatada pelo
emissor antes de determinado período.

7.31 Conceito de Cláusulas Protetoras - Cláusula Protetora é uma parte da escritura de emissão (ou
acordo do empréstimo) que limita determinadas ações por parte da empresa durante o prazo do
empréstimo, normalmente para proteger o credor.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
7.32 Classificação das Cláusulas Protetoras:
1. Cláusulas Negativas – é a cláusula do tipo “não podes fazer”. Limita ou proíbe ações que a
empresa poderia realizar. Alguns exemplos típicos são:
a. A empresa precisa limitar o montante de dividendos que pagará de acordo com determinada fórmula;
b. A empresa não pode dar ativos em garantia a outros credores;
c. A empresa não pode fundir-se com outra;
d. A empresa não pode vender ou arrendar os principais ativos sem a aprovação de credores; e
e. A empresa não pode assumir dívidas adicionais de longo prazo.
2. Cláusulas Positivas (ou Afirmativas) – Uma cláusula positiva é do tipo “deves fazer”. Especifica
determinadas ações que a empresa concorda em fazer. Alguns exemplos são:
a. A empresa precisa manter seu capital de giro pelo menos nesse nível determinado;
b. A empresa precisa fornecer periodicamente demonstrações financeiras auditadas aos credores; e
c. A empresa precisa manter as garantias e os ativos em boas condições

7.33 Conceito de RATINGS ou Classificação de Risco de Obrigações - As classificações (ratings) são


avaliações do risco da empresa emitente. Classificações Ratings baseiam-se na probabilidade de
inadimplência da empresa e na proteção que os credores têm em caso de inadimplência. É importante
reconhecer que os ratings de obrigações dizem respeito unicamente à possibilidade de inadimplência.

7.34 Exemplos de níveis RATING


RATING ALTO: AAA ou AAa (triplo “A”)
RATING BOM: AA ou Aa
RATING MÉDIO: BBB ou Baa
RATING BAIXO: D (corresponde a dívidas de empresas inadimplentes)
7.35 Conceito de obrigações com RATING classificado como JUNK BONDS - São obrigações com
RATING de baixa qualidade. Obrigações de ratings baixos possuem maiores rendimentos (já que são, em
geral, inadimplentes, devem oferecer maiores rendimentos, caso contrário ninguém comprará essas
obrigações).

7.36 Conceito de obrigações com RATING classificado como “5B” ou Crossover - São aquelas
obrigações com RATING entre Médio e Baixo.

7.37 Escolha entre uma emissão de Obrigações Públicas ou Privadas - As Emissões Públicas em geral
oferecem rendimento menor que as Emissões Privadas, apesar disso em muitos casos elas ficam mais
atraentes que as emissões privadas pelo fato das emissões públicas não terem (a princípio) risco de
inadimplência, mas principalmente pelo fato das emissões públicas serem isentas de certos impostos.
Logo um investidor ao escolher entre uma emissão de obrigação pública ou uma privada, deve comparar
sua alíquota de imposto com os rendimentos oferecidos pelas duas formas de emissão.

7.38 Conceito de Alíquota de Equilíbrio - A Alíquota de Equilíbrio é aquela na qual o investidor ficaria
indiferente entre uma obrigação tributável e uma obrigação não tributável.

7.39 Conceito de Obrigação de Cupom Zero - É uma obrigação que não realiza pagamentos de cupons e,
portanto, tem preço inicial com grande deságio. Uma obrigação que não paga cupons precisa ser
oferecida a um preço bastante inferior a seu valor declarado. Suponha que uma empresa emita uma
obrigação sem cupom, com o prazo de cinco anos e com valor de face de $1.000. O preço inicial é
estabelecido a $497. Podemos verificar diretamente que, a esse preço, o rendimento da obrigação até o
vencimento é de 15%. O total de juros pagos ao longo do prazo da obrigação é $1.000 – 497 = $503.

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7.40 Como é a cobrança de impostos para obrigação de cupom zero - Para fins fiscais, o emitente de
uma obrigação de cupom zero deduz os juros a cada ano, mesmo não pagando juro algum. Pelo mesmo
motivo, o portador precisa recolher impostos sobre juros, mesmo que nada tenha recebido na realidade,
pois o direito ao recebimento desses juros constam como uma receita tributável.

7.41 Conceito de Obrigação Original Descontada (OID) - É uma obrigação com taxa de cupom muito
baixa.
7.42 Conceito de Obrigações com taxa flutuante - São obrigações cujos pagamentos de cupons são
variáveis. Os ajustes são ligados a um índice de taxa de juros. O valor de uma obrigação com taxa
flutuante depende de como o ajuste do cupom será definido. Na maior parte dos casos, o cupom é
ajustado com algum atraso, em relação a alguma taxa de juros. Suponha, por exemplo, que o ajuste do
cupom seja feito em 1º de junho. O ajuste pode ser feito com base em uma média simples do rendimento
das obrigações do tesouro nos últimos três meses.

7.43 Principais características da maioria das obrigações com taxa flutuante:


1. O portador tem direito de exigir a liquidação antecipada do título, pelo valor de face no dia de
pagamento de cupom após determinado prazo. Esta é a chamada cláusula de liquidação antecipada.
2. O cupom possui um piso e um teto, o que significa que o cupom está sujeito a um valor máximo e
a um valor mínimo. Nesse caso, o cupom é dito capped, e o conjunto das taxas superior e inferior
algumas vezes é denominado collar.

7.44 Conceito de Capped - É o cupom de taxa flutuante que está limitado a uma variação que possui piso
e teto.
7.45 Conceito de Collar - É o conjunto de taxas inferior e superior a que o cupom da taxa flutuante está
limitado.

7.46 Conceito de “TIPS” (Títulos do Tesouro Protegidos contra a Inflação)- São um tipo
particularmente interessante de obrigações com taxa flutuante, pois são Obrigações Indexadas à
Inflação. Tais obrigações possuem cupons ajustados de acordo com a taxa de inflação (o principal
também pode ser ajustado).

7.47 Obrigações Raras ou Exóticas – Obrigações com características raras ou exóticas existem porque
as características das obrigações só estão limitadas à imaginação das partes envolvidas. Abaixo seguem
alguns exemplos de obrigações com características raras ou exóticas:
1. Obrigações de Desastres – um exemplo clássico é o caso de uma seguradora de residências que
lançou obrigações com prazo de vencimento de 10 anos em que os investidores iriam colocar em risco o
recebimento de juros durante os primeiros quatro anos, em caso de terremotos catastróficos.
2. Obrigações Vinculadas à Receita – são semelhantes a obrigações convencionais, exceto que os
pagamentos de cupons dependem do lucro da empresa. Especificamente, os cupons são pagos aos
portadores de obrigações apenas se a empresa tiver receita suficiente. Isto pode parecer uma
característica atraente, mas este tipo de obrigação não é muito comum.
3. Obrigações Conversíveis – podem ser trocadas por um número fixo de ações a qualquer
momento antes do vencimento, à opção do portador. As obrigações conversíveis são razoavelmente
comuns, mas o volume desses títulos vem diminuindo nos últimos anos.
4. Obrigações com Cláusulas de Liquidação Antecipada – permitem ao portador forçar o emitente
a comprar a obrigação de volta ao preço declarado. A característica de opção de liquidação antecipada
corresponde exatamente ao oposto da cláusula de resgate antecipado, e é uma criação razoavelmente
recente.

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7.48 Mercado de Balcão – É onde ocorre a maior parte das negociações de Obrigações. Isso significa
que não existe uma localização física especial na qual as compras e vendas ocorrem. Em vez disso, os
distribuidores interligados ao redor do país (ou do mundo) oferecem-se para comprar ou vender, tais
títulos eletronicamente.
7.49 Razões por que o Mercado de Obrigações é tão grande - Um dos motivos para que o Mercado de
Obrigações seja tão grande é que o número de emissões de obrigações excede de longe o número de
emissões de ações. Uma das razões para isso é que a empresa tipicamente possui apenas uma categoria de
ações ordinárias (existem exceções), ao passo que uma única empresa grande chega a ter facilmente uma
dúzia ou mais de títulos de dívida emitidos.

7.50 Emissão de Letras e Obrigações do Governo - Um governo, até mesmo uma cidade pequena
emitirá usualmente uma grande variedade de letras e obrigações, representando o dinheiro emprestado
para pagar estradas, esgotos e escolas.
7.51 Conceito de Rendimento Corrente - O Rendimento Corrente é igual ao Cupom de uma obrigação
dividido por seu preço de fechamento (preço no final do dia). Se tivermos uma empresa cujo valor de face
seja $1.000, o cupom seja $75, e o preço de fechamento seja $1.073,75, o rendimento corrente será igual
a $75 / $1.073,75 = 6,98%.

7.52 Conceito de Spread – Representa o lucro de quem adquiriu um título. Geralmente, em qualquer
mercado de balcão, o preço de compra indica o que o distribuidor está disposto a pagar pelo título, e o
preço de venda o que está disposto a receber. A diferença entre o preço de compra (bid) e preço de
venda (asked) é conhecida por SPREAD ENTRE COMPRA E VENDA, e representa o lucro do
distribuidor.

7.52 Conceito de Estrutura a termo de taxa de juros - É a relação entre taxas de juros nominais de
títulos livres de risco de inadimplência, do tipo desconto puro, e o prazo de vencimento, ou seja, o valor
puro do dinheiro no tempo. Diz-se também que Estrutura a termo de taxa de juros é a relação entre taxas
de juros a curto e a longo prazo. Para sermos um pouco mais precisos, ela nos mostra qual é a taxa
nominal de juros em obrigações sem risco de inadimplência, e que são do tipo desconto simples, para
todos os prazos de vencimento. Essas taxas são essencialmente taxas de juros “puras” por não terem risco
de inadimplência e envolverem um único pagamento futuro. Em outras palavras, a estrutura a termo
mostra-nos o valor puro do dinheiro no tempo, para diferentes prazos de vencimento.

7.53 Variações da Estrutura a Termo:


a) Inclinação Positiva – É quando as taxas a longo prazo são maiores que as taxas a curto prazo. A
Inclinação Positiva é a forma mais comum de Estrutura a Termo, particularmente nos períodos mais
recentes, mas o grau de inclinação tem variado bastante.

b) Inclinação Negativa - é quando as taxas de juros a curto prazo são maiores.

c) Forma de Corcunda – é quando na estrutura a termo, as taxas geralmente aumentam no início,


mas depois começam a cair, quando consideramos prazos cada vez mais longos.

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7.54 Três componentes básicos que determinam a forma da estrutura a termo:
1. Taxa de Juros Real – É a compensação exigida pelos investidores para cederem o uso de seu
dinheiro. Você pode considerar isso como valor puro do dinheiro no tempo após levar em conta os efeitos
da inflação. Como a taxa real de juro é componente básico de qualquer taxa de juro, quando ela é alta
todas as taxas de juros tendem a ser altas, e vice-versa. Portanto, a taxa real de juros não determina
efetivamente a forma da estrutura a termo; em vez disso, influencia principalmente o nível geral das taxas
de juros.
2. Taxa de Inflação – A proteção da inflação futura tem forte influência sob a forma da estrutura a
termo. Os investidores que emprestam dinheiro por períodos longos reconhecem que a inflação futura
corrói o valor do dinheiro futuro. Investidores exigem uma compensação por essa perda sob a forma de
taxas nominais mais altas. Essa compensação é denominada Prêmio de Inflação.
3. Risco e Variação das taxas de juros – As obrigações de prazos mais longos possuem risco maior
de perda resultante de variações de taxas de juros do que as obrigações a curto prazo. Os investidores
reconhecem esse risco e exigem uma compensação adicional sob a forma de taxas mais altas para
correrem esse risco. Essa compensação adicional é denominada Prêmio pelo risco de variação de taxa de
juros.
7.55 Conceito de Prêmio de Inflação - É a parcela da taxa nominal de juros que representa a
compensação pela inflação futura esperada. Se os investidores acreditam que a taxa de inflação será
maior no futuro, as taxas de juros nominais a longo prazo tenderão a ser maiores do que as taxas a curto
prazo. Portanto, uma inclinação positiva da estrutura a termo é um reflexo de aumento esperado da
inflação. De maneira semelhante, uma inclinação negativa da estrutura a termo provavelmente reflete uma
crença de que a inflação deverá cair no futuro.
7.56 Conceito de Prêmio de Risco de Variação da Taxa de Juros ou Prêmio pelo risco de prazo de
vencimento - É a compensação exigida pelos investidores para suportar o risco de variação de taxa de juros.
Quanto maior o prazo de vencimento, maior é o risco de variação de taxa de juros, e, portanto, o prêmio pelo
risco de variação de taxa de juros é diretamente proporcional ao prazo de vencimento.

7.57 Três características importantes das obrigações do Tesouro - Elas são (1) livres de risco de
inadimplência, (2) tributadas e (3) extremamente líquidas.

7.58 Conceito de Prêmio pelo risco de inadimplência - É a porção da taxa nominal de juros ou do rendimento
da obrigação que representa a compensação pela possibilidade de inadimplência. Os investidores reconhecem
que os emissores que não sejam o tesouro americano podem ou não fazer todos os pagamentos prometidos, e
por isso exigem um rendimento maior como recompensa. Essa compensação adicional é denominada prêmio
pelo risco de inadimplência.

7.59 Conceito de Ratings - Ao começar a analisar obrigações de diferentes ratings, você notará que as
obrigações de ratings (risco de inadimplência) mais baixos possuem rendimentos maiores. Vide item 7.34.
Obs.: Rating Alto = pouco risco de inadimplência; Rating Baixo = alto nível de inadimplência.

7.60 Conceito de Prêmio pela Tributação – É a porção da taxa nominal de juros ou do rendimento da
obrigação que representa a compensação pelo tratamento fiscal desfavorável. Muitas obrigações municipais
são isentas de grande parte dos impostos e, consequentemente, oferecem rendimentos bem inferiores aos das
obrigações tributáveis. Os investidores exigem um rendimento adicional em obrigações tributáveis por causa
do tratamento tributário desfavorável. Essa compensação adicional é o prêmio pela tributação.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
7.61 Conceito de Prêmio pela Liquidez - É a porção da taxa nominal de juros, ou do rendimento da
obrigação que ativos ilíquidos pagam para compensar a falta de liquidez. Ativos Ilíquidos oferecem esses
Prêmios pela Liquidez (ou seja uma taxa nominal de juros maior do que os mais líquidos) para se tornar
atrativos aos investidores. Já os ativos de alta liquidez possuem menor taxa nominal de juros (ou seja, não
oferecem Prêmio pela Liquidez) porque oferecem em compensação a rápida conversão em dinheiro.
Assim, ceteris paribus (se todo o restante permanecer constante), as obrigações menos líquidas terão
maiores rendimentos do que as obrigações mais líquidas.

7.62 Seis Fatores que influenciam o rendimento das obrigações:


1. Taxa Real de Juros, além da taxa real de juros, existem cinco prêmios que correspondem a
compensações por:
2. Inflação Futura;
3. Risco de variação da taxa de juros;
4. Risco de inadimplência;
5. Tributação; e
6. Falta de Liquidez.

70
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Exercícios FINANÇAS – Assuntos: 4. Avaliação de Caixa Futuro, ações e títulos; 5. Avaliação de fluxos de caixa
descontados; 6. Tx de Juros e avaliação de obrigações; 7. Risco de variação da Tx Juros.
01. (EsAEx anterior a 1998) Um determinado indivíduo deseja ter R$300,00 daqui a um ano. Caso possa obter juros de 6%
ao ano, ele deverá aplicar hoje a quantia de:
a) R$189,42 b) R$225,70 c) R$283,70 d) R$325,40

02. (EsAEx anterior a 1998) Conceitue sucintamente DEBÊNTURE.


____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

03. (EsAEx anterior a 1998) “Debêntures” são certificados emitidos por uma empresa conseguir dinheiro agora,
desenvolvendo-o no futuro, pagando juros em geral anualmente. Ela difere das “Ações Ordinárias” porque:
a) Os debêntures são de longo prazo e as ações ordinárias são de curto prazo, com direito a voto nas assembleias anuais.
b) As ações ordinárias pagam dividendos periódicos em dinheiro além da sua valorização e os debêntures permanecem com
seu valor de face.
c) Os debêntures são considerados como capital próprio enquanto as ações ordinárias são exigíveis de longo prazo.
d) As ações ordinárias podem ser vendidas ao longo do seu prazo e os debêntures só pelo seu valor atual, corrigido
mensalmente.

04. (EsAEx 1998 – Questão 47) Dado o histograma:

ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante

Ativo Permanente Passivo Arca sem valor

-x-x-x-x-x- Exegível L. Prazo -x-x-x-x-x-

Ao analisarmos a situação mostrada podemos concluir que a Empresa:


a) possui em termos algébricos, capital de giro próprio “positivo”
b) tem capital de giro próprio “negativo”
c) tem “passivo a descoberto”
d) tem seu ativo real líquido “menor” que o ativo permanente
e) tem o seu passivo “igual” ao ativo “menos” o exigível a longo prazo

05. (EsAEx 2006 - Questão 47) Considerando que uma empresa possui fundos temporariamente ociosos e que existe uma
variedade de títulos à curto prazo disponíveis para aplicação, podemos afirmar que as alternativas abaixo representam as
características mais importantes desses títulos, exceto:
a) prazo de vencimento b) risco de inadimplência c) desembolso trimestral d) negociabilidade e) tributação

06. (Marinha PS-T 2011 – Prova Amarela – Questão 33) Determinado investimento apresentou o seguinte fluxo de caixa:
Mês Valor em R$
0 (-) 5.000,00
1 0,00
2 0,00
3 0.00
4 (+) 7.867,60

Analisando o fluxo de caixa acima, a partir de qual taxa este investimento possibilitará lucratividade ao investidor?
a) 12% b) 11% c) 10% d) 9% e) 8%

71
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
07. (EAOAp 2016/17 – Prova A – Questão 36) Determinada pessoa fez um empréstimo de R$1.400,00 em um banco cuja
taxa de juros mensais é de 6%. Após 2 meses, a pessoa foi à instituição financeira, amortizou R$600,00 da dívida e renegociou
o restante do saldo em 4 parcelas mensais e iguais, de modo que a primeira seria no mês seguinte. Considerando FVFi,n =
1,1236 e FVPAi,n = 3,4650 e de acordo com os dados fornecidos, o valor de cada parcela renegociada será de

(A) R$ 245,82.
(B) R$ 280,82.
(C) R$ 345,25.
(D) R$ 453,97.

GABARITO:
1c; 2 Discursiva; 3b; 4c; 5c; 06.a; 07. B (Apostila de Adm Financeira item 5.2 a 5.4)

2 Discursiva: Debêntures são títulos a portador representando um empréstimo contraído por uma S. A. com garantia de seu
ativo e preferência para resgate, sobre qualquer outro débito.

72
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

8. Mercado e Avaliação de AÇÕES


8.1 Três razões, pelas quais torna-se mais difícil avaliar ações do que obrigações:
1. No caso de ações ordinárias nem mesmo os fluxos de caixa prometidos são conhecidos de
antemão.
2. A vida desses investimentos é essencialmente eterna, uma vez que as ações ordinárias não têm
prazo de vencimento.
3. Não existe maneira de observar facilmente as taxas de retorno exigidas pelo mercado.

8.2 Precificando uma AÇÃO - O preço de uma AÇÃO hoje é igual ao valor presente de todos os
dividendos futuros.
Obs.: Não se exclui a possibilidade de que alguns dos dividendos futuros sejam iguais a zero. Mas não
se deve aceitar que todos os dividendos futuros sejam iguais a zero, caso contrário a AÇÃO não teria
valor algum, haja vista seu valor ser igual à soma dos dividendos futuros. Essa observação foi feita
porque podem existir empresas que não estejam pagando dividendos hoje (por qualquer razão que seja),
mas suas ações continuam tendo valor porque um dia eles voltarão a pagar dividendos.

D1 D2 D3 D4 D5
P0 = + + + + + ...
(1 + r)¹ (1 + r)² (1 + r)³ (1 + r)4 (1 + r)5

8.3 PRÁTICA: Calcule o Valor Presente do dividendo de $10 juntamente com o valor final de $70, à
taxa de 25%?

P0 = (D1 + P1 ) / (1 + r)
P0 = Preço Corrente da ação
D1 = Dividendo pago no final do período
r = taxa de retorno exigida pelo mercado para esse investimento

Valor Presente = ($10 + 70) / 1,25 = $64


Portanto, $64 é o valor que você atribui a essa ação hoje.

8.4 Característica de uma ação cujo crescimento seja igual a zero – Ela possui o dividendo constante.
Uma ação ordinária de uma empresa com dividendo constante se parece muito com uma ação
preferencial. Sabemos que os dividendos de uma ação preferencial possuem crescimento igual a zero e,
portanto, são constantes no tempo. Para uma ação ordinária de crescimento igual a zero, isso significa
que: D1 = D2 = D3 = D4 = D = CONSTANTE

Fórmula de cálculo do Preço de uma ação de crescimento zero:


P0 = D / r
*r = taxa requerida de retorno

8.5 Exemplo de calculo da ação de crescimento igual a zero:


Suponha que a Paradise Protoyping Company tenha a política de pagar um dividendo por ação de $10 a
cada ano. Se essa política continuar ad aeternum, qual será o valor da ação se a taxa requerida de retorno
for 20%?
* Nesse caso a ação tem a forma de perpetuidade e, portanto, vale: P0 = D / r
P0 = $10 / 0,20 = $50
P0 = $50

73
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
8.6 Fórmula para cálculo do DIVIDENDO quando uma empresa possui taxa constante de
crescimento:
Crescimento Constante: D1 = D0 x (1 + g)
D0 = último dividendo pago
g = taxa de crescimento constante
D1 = Próximo Dividendo

Fórmula Geral para cálculo de qualquer dividendo futuro com taxa de crescimento constante
(“t” períodos):
Dt = D0 x (1 + g)t
8.7 Conceito de Perpetuidade Crescente - É um ativo cujos fluxos de caixa crescem a uma taxa
constante. A Perpetuidade Crescente existe porque em muitas empresas, o crescimento constante dos
dividendos é uma meta explícita.

8.8 Conceito de Taxa de Dividendos (Dividend Yield) - É o dividendo esperado para a ação dividido pelo
preço corrente. Como é calculado pelo quociente entre o dividendo esperado e o preço corrente, é
conceitualmente semelhante ao rendimento corrente de uma obrigação.
Fórmula: Taxa de Dividendos = D1 / P0

Quadro resumo de Avaliação de Ações


I. O Caso Geral
Em geral, o preço hoje de uma ação, P0 é o valor presente de todos os seus dividendos futuros, D1,
D2, D3, ...
D1 D2 D3
P0 = + + + ...
onde r é(1o +retorno
r)¹ exigido
(1 + r)² (1 + r)³

II. O caso de crescimento constante


Se o dividendo é constante e igual a D, então o preço pode ser descrito como:
P0 = D / r *r = taxa requerida de retorno
Se o dividendo cresce a uma taxa constante g, então o preço pode ser descrito como:
Crescimento Constante: D1 = D0 x (1 + g)
Essa expressão é denominada Modelo de Crescimento de Dividendos.

III. A taxa exigida r, pode ser escrita como a soma de dois componentes:
onde D1 / P0 é a taxa de dividendo e g a taxa de ganho de capital (que é igual à taxa de crescimento
dos dividendos no caso de crescimento constante).

74
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

9. Características das Ações Ordinárias


9.1 Conceito de Ações Ordinárias – É a ação que dá ao acionista o direito a voto e participação nos
lucros / prejuízos da empresa. As ações ordinárias compõem o Capital Próprio e não têm prioridade em
relação a dividendos ou falência. A expressão Ações Ordinárias possui diferentes significados para
diferentes pessoas, mas normalmente se aplica a ações que não possuem preferência especial nem nos
pagamentos de dividendos nem em caso de falência.

9.2 Forma dos acionistas ordinários manterem o controle da Sociedade por Ações - Os acionistas
controlam a sociedade por ações por meio de direito de eleger o conselho de administração. Geralmente
apenas os acionistas ordinários detêm esse direito.

9.3 Significado do termo “uma ação, um voto” – Genericamente, “uma ação, um voto” significa que o
acionista vota tantas vezes quanto o número de ações que possui, ou seja, quem possui 60 ações vota 60
vezes. Os conselheiros são eleitos a cada ano em assembleias ordinárias. Embora haja exceções, a ideia
básica é “uma ação, um voto” (e não um voto para cada acionista). A Democracia na sociedade por
ações, portanto, é muito diferente de nossa democracia política. Na democracia da sociedade por ações, a
“regra do ouro” prevalece de maneira absoluta.

9.4 Conceito do termo “regra de ouro” - É um termo que significa que quem tem o ouro faz as regras.
Quem tem o ouro é quem manda. Trazendo isso para uma sociedade de ações, quem tem mais ações
manda mais.

9.5 Dois mecanismos para eleição de Conselheiros - Conselheiros são eleitos em assembleias
ordinárias de acionistas pelo voto da maioria das ações presentes e com direito a voto. Os dois
mecanismos que as empresas podem usar para a eleição dos Conselheiros são:
1. Votação Cumulativa – É um procedimento pelo qual um acionista pode direcionar todos os votos
para um único membro do conselho de administração. Acontece assim: se temos que eleger quatro
conselheiros, cada ação da direito a quatro votos, então, o acionista pode usar seus votos da maneira que
quiser, ou seja, caso seja do interesse dele, pode usar todos os votos para um único candidato de forma a
tentar garantir a sua presença no conselho. Com isso, se um acionista possui 20 ações e a votação é para
eleger quatro conselheiros, esse acionista terá direito a (4 x 20) 80 votos e como a eleição dos quatro
conselheiros é feita de uma só vez, caso seja do interesse desse acionista, ele poderá direcionar todos os
80 votos a um único candidato ou pulverizá-los em direção aos candidatos que mais lhe interessarem.
Essa forma é mais democrática, pois se alguém tem poucas ações e deseja que um candidato seja eleito
ele pode direcionar todos os seus votos para esse candidato.
2. Votação Simples – É um procedimento pelo qual um acionista pode direcionar todos os votos a
cada membro do conselho de administração. Acontece assim: cada candidato ao conselho é eleito em
uma votação específica, um de cada vez, assim, os acionistas devem, a cada nova eleição, eleger um
conselheiro e seus votos são exatamente o número de ações que possuem (diferente da cumulativa que
permite somar todos os votos e gastar como quiser). Isso pode ser ruim para quem tem poucas ações e
dificultar a representação desses no conselho por que todos os acionistas que votarem utilizarão todos os
seus votos em um único candidato a cada eleição e isso faz com que o candidato que representa os
acionistas majoritários sempre ganhe e os acionistas com poucas ações ficarão sempre para traz.

9.6 Conceito de Memória Institucional – É quando ocorre a continuidade de um mesmo conselho de


administração. Isso pode ser importante em empresa com quantidade significativa de planos e projetos a
longo prazo.

75
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
9.7 Conceito de Votação por Procuração - Por uma questão de conveniência, grande parte das votações
em grandes empresas abertas é efetivamente feita por procuração. As grandes empresas possuem centenas
de milhares, ou até mesmo milhões de acionistas. Os acionistas podem vir pessoalmente às assembleias e
votar, ou podem transferir seus direitos de votos a terceiros por meio de Procuração. Procuração é uma
cessão de poderes por um acionista que permite a um terceiro utilizar suas ações numa votação.

9.8 Conceito de Disputa por Procurações - Como quem detém uma procuração tem o poder de votar em
nome de outro, ele acaba tendo maior poder de voto quando, além de suas ações, possui também
procurações. Obviamente, os administradores sempre tentarão obter o maior número possível de
procurações em seu nome para garantirem-se no poder. No entanto, se os acionistas não estiverem
satisfeitos com a administração, um grupo “externo” de acionistas poderá tentar reunir votos por
procuração. E assim eles poderão tentar eleger um número suficiente de conselheiros e substituir a
administração. Isso é denominado disputa por procurações.

9.9 Direitos gerais do acionista - Além dos direitos de eleição do conselho, existem outros direitos, a
saber:
1. O direito de participar proporcionalmente do pagamento de dividendos.
2. O direito de participar proporcionalmente nos ativos remanescentes após o pagamento de passivos,
em caso de liquidação.
3. O direito de deliberar sobre matérias de grande importância, tais como fusões, geralmente discutidas
numa assembleia geral ordinária ou extraordinária.

9.10 Conceito de Direito de Preferência - O Direito de Preferência é o direito que os acionistas algumas
vezes têm à participação proporcional em qualquer aumento de capital. Essencialmente o Direito de
Preferência significa que a empresa que desejar emitir novas ações precisará oferecê-las em primeiro
lugar aos acionistas existentes, antes do público em geral. A finalidade é dar aos acionistas a oportunidade
de se protegerem contra diluições de sua participação proporcional na empresa.

9.11 Conceito de Dividendos - São pagamentos realizados por sociedade anônima a seus acionistas, que tanto
podem ser feitos em dinheiro quanto em ações (bonificações). Uma característica marcante das sociedades
anônimas é a de que possuem ações, e estão autorizadas por lei a pagar dividendos aos titulares das ações. Os
dividendos pagos aos acionistas representam o retorno sobre o capital fornecido direta ou indiretamente à
empresa. O pagamento de dividendos é feito a critério do conselho de administração.

9.12 Características dos Dividendos:


1. Dividendo não é um passivo da empresa, a menos que um dividendo o seja declarado pelo
conselho de administração de uma sociedade por ações. Não é possível que uma empresa seja considerada
inadimplente por não pagar dividendo não declarado. Consequentemente, as empresas não podem falir
devido ao não pagamento de dividendos. O valor dos dividendos, e seu pagamento ou não, resultam de
decisões tomadas pelo conselho de administração.
2. Dividendos não são despesas. O pagamento de dividendos por uma sociedade por ações não
constitui uma despesa da empresa. Os dividendos não são dedutíveis para fins de imposto de renda de
pessoa jurídica. Resumindo, os dividendos são pagos com base no lucro líquido.
3. Dividendos são receitas dos acionistas, logo, são tributados. Os dividendos recebidos por
acionistas individuais são, em grande parte, considerados como receita ordinária pelas autoridades fiscais,
sendo tributados integralmente. No entanto, as sociedades por ações que possuírem ações de outras
empresas podem excluir 70% do valor dos dividendos recebidos, sendo tributados apenas 30% pelos
remanescentes.

76
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
9.13 Conceito Ação Preferencial - É a ação com prioridade em relação às ações ordinárias na
distribuição de dividendos (normalmente com uma taxa fixa de dividendos) e ativos da empresa em caso
de liquidação, algumas vezes sem direito a voto. A palavra preferência significa apenas que os portadores
de ações preferenciais devem receber seus dividendos (no caso de uma empresa em operação normal)
antes dos portadores de ações ordinárias receberem qualquer coisa. A ação preferencial é uma forma de
capital próprio do ponto de vista legal e tributário. É importante que se observe, no entanto, que os
proprietários de ações preferenciais algumas vezes não possuem o privilégio do voto.

9.14 Classificação dos dividendos pagos às Ações Preferenciais:


1. Cumulativos – a maior parte é cumulativa. Se os dividendos forem cumulativos e não forem pagos
em determinado ano, serão acumulados para o ano seguinte. Normalmente, tanto os dividendos
preferenciais acumulados (passados) quanto os dividendos correntes devem ser pagos antes que os
acionistas ordinários recebam algo.
2. Não Cumulativos – são pagos no mesmo ano.

9.15 Dois Mercados em que se divide o Mercado de Ações:


9.15.1 Mercado Primário - É o Mercado no qual novos títulos são originalmente vendidos a
investidores. No mercado primário, ou mercado de novas emissões, as ações são trazidas pela primeira
vez ao mercado e vendidas aos investidores. No mercado primário, as empresas vendem títulos para
levantar recursos.
9.15.2 Mercado Secundário - É o mercado no qual os títulos previamente emitidos são negociados
entre investidores. No mercado secundário, as ações existentes são negociadas entre investidores. Exp.:
Quando a livraria de uma universidade vende um livro novo estará fazendo uma transação no mercado
primário. Se vende um livro usado, será uma transação no mercado secundário.

9.16 Dois profissionais que são responsáveis pelas transações na Bolsa:


1. Distribuidor – É um agente que compra e vende títulos de seu próprio estoque. No mercado de
títulos, um distribuidor se dispõe a comprar títulos de investidores que desejam vendê-los, e vende títulos
a investidores que desejam comprá-los. Os distribuidores estão presentes em todas as áreas da economia,
e não apenas no mercado de ações. Grosso modo, poderíamos comparar o Distribuidor ao Revendedor de
Carros Usados (compra e vende, mantendo-os em estoque).
2. Corretor – É um agente que arranja a negociação de títulos entre investidores. O Corretor
aproxima compradores e vendedores, mas não mantém estoques próprios. O corretor de títulos executa
transações entre investidores, casando investidores que desejam comprar títulos com investidores que
desejam vender títulos. A característica que distingue os corretores de títulos é a de que eles não compram
e vendem títulos por conta própria. Seu negócio consiste em facilitar a negociação para outros. Grosso
modo, poderíamos comparar o Corretor da Bolsa ao Corretor de Imóveis pois este apenas intermédia as
negociações.

9.17 Nomes dados aos Preços dos títulos negociados pelo Distribuidor:
1. Preço de Oferta de Compra – é o preço que um distribuidor está disposto a pagar por um título.
2. Preço de Oferta de Venda – é o preço pelo qual o distribuidor irá vender um título.
3. SPREAD – É a diferença entre o preço de compra e o preço de venda, sendo esta a fonte básica de
lucro do distribuidor.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

10. Valor Presente Líquido e Outros Critérios de Investimento


10.1 Conceito de Decisão de Orçamento de Capital – São decisões sobre quais tipos de ativos fixos se
deve comprar.

10.2 Três principais decisões sobre orçamento de capital:


1. A empresa decide como irá financiar suas operações (a questão da estrutura de capital);
2. Decisão sobre como administrar suas atividades operacionais a curto prazo (a questão do capital de
giro);
3. Como investirá em ATIVOS FIXOS (questão que define o negócio da empresa).

10.3 Importância do Ativo Fixo – Diz-se que o Ativo Fixo da empresa é quem define negócio da
empresa porque os ativos fixos em geral estão intimamente ligados à atividade da empresa. As
Companhias Aéreas, por exemplo, são companhias aéreas porque operam aviões, independentemente da
maneira pela qual são financiados.

10.4 Essência da Administração Financeira bem-sucedida - A essência da Administração Financeira


bem-sucedida, naturalmente, é aprender a identificar quais opções de investimento têm valor e quais não
têm. Para tal a administração financeira utiliza técnicas como a análise do VPL (Valor Presente Líquido);
avaliação de fluxos de caixa; regra do período de payback; Retorno Contábil Médio (RCM); Taxa Interna
de Retorno (TIR); Índice de Rentabilidade (IR); e etc.

10.5 Conceito de Valor Adicionado pela administração - É o ganho que a administração tem, quando
vende um produto com valor superior ao seu custo, assim, a diferença para mais que a administração
ganhou é o Valor Adicionado. Exp.: Suponha que você compre uma casa a R$25.000,00 e gaste outros
R$25.000,00 para reformá-la e após tudo pronto percebe que o valor de mercado dela agora é de
R$60.000,00 (supera o custo total de R$50.000,00 gasto na casa). Essa diferença para mais é o valor
adicionado, ou seja, neste caso, R$10.000,00.

10.6 Conceito de Valor Presente Líquido (VPL) - É o resultado da diferença entre o valor de mercado
de um investimento e seu custo. Em outras palavras, o VPL é uma medida de quanto valor é criado ou
adicionado hoje por realizar um investimento. Um investimento será aceito se o VPL for POSITIVO.

VPL = Valor de Mercado – Custo

Obs.: O Valor Presente Líquido é mais fácil de se encontrar e é mais preciso quando existe um
mercado de ativos similares ao investimento considerado, pois teremos o parâmetro de comparação “valor
de mercado”.

10.7 Conceito de Avaliação de Fluxos de Caixa Descontados (FCD) – A Avaliação de Fluxos de Caixa
Descontados (FCD) é o processo de avaliação de um investimento descontando seus fluxos de caixa
futuros, ou seja, achar o Valor Presente desses fluxos de caixa para saber quanto valem hoje.
10.8 Importância da Avaliação de Fluxos de Caixa Descontados (FCD) para o VPL - A importância
da Avaliação de Fluxos de Caixa Descontados (FCD) para o VPL é que em geral se busca achar o VPL
comparando-se os Custos do Investimento com o Valor de Mercado e assim se acha de forma simples e
direta o VPL, mas, em muitos casos (como quando você lança um novo produto no mercado), não existe
parâmetro de comparação no Mercado e então a forma de se estimar o VPL e saber se o investimento vale
a pena é comparando-se o FCD com o Custo do Investimento.
* VPL quando temos parâmetro de comparação no Mercado: VPL = Valor de Mercado – Custo
* VPL quando NÃO temos parâmetro de comparação no Mercado: VPL = FCD - Custo

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
10.9 Condição para a Aceitação de um investimento, tomando por base o VPL - Um investimento
deverá ser aceito se seu VPL for POSITIVO, e rejeitado se for NEGATIVO. Na eventualidade de que o
VPL seja exatamente igual a zero, ficaríamos indiferentes entre realizar ou não o investimento.

10.10 Regra do Período de Payback - É uma forma de avaliar um investimento. O Período de Payback é
o período exigido para que um investimento gere fluxos de caixa suficientes para recuperar o custo
inicial. Funciona assim: Seleciona-se determinado período de corte, digamos, por exemplo, dois anos, e
todos os projetos de investimento com período de payback de dois anos ou menos são aceitos, e todos os
outros com payback superior a dois anos são rejeitados.

10.10.1 Regra do Período de Payback Descontado (PBD) – utiliza o mesmo conceito da Regra do
período de Payback, porém, aplicando a fórmula de Desconto { VP = VF/(1 + i)t }

10.11 Problemas do Período de Payback se comparado à regra do VPL - Quando comparada à regra
do VPL, a regra de Payback possui sérias limitações. Em primeiro lugar, o período de payback é
calculado simplesmente adicionando os fluxos de caixa futuros. Não existe nenhum procedimento de
desconto, e o valor do dinheiro no tempo é completamente ignorado. A regra do Payback também
desconsidera diferenças de risco. O período de payback poderia ser calculado da mesma maneira tanto
para projetos muito arriscados, como para projetos muito seguros.
Talvez o maior problema com a regra do período de Payback seja estabelecer o período de corte
correto, porque não temos nenhuma base objetiva para escolher um número específico. Em outras
palavras, não existe raciocínio econômico para se examinar o período de payback antes de mais nada;
portanto, não temos diretrizes para selecionar o período de corte. Como resultado, acabamos usando um
número escolhido de maneira arbitrária.
Tão sério quando os problemas citados é o fato de que ao se utilizar o período de payback, não são
considerados os fluxos de caixa após o período de corte, o que pode levar a erros na análise, pois pode
acontecer de um investimento apenas vir a gerar seus maiores retornos após o período de corte.

10.12 Duas limitações mais importantes da Regra do Período de Payback:


1. Ao ignorar o valor do dinheiro no tempo, podemos acabar aceitando investimentos que na realidade
valem menos do que custam.
2. Ao ignorarmos os fluxos de caixa após o período de corte, podemos rejeitar projetos lucrativos de
longa duração.
Em termos mais gerais, a utilização da regra de payback pode criar um viés, nas decisões, a favor de
investimentos a curto-prazo.

10.13 Motivo que leva GRANDES e sofisticadas empresas e utilizarem a Regra do Período de
PAYBACK - A regra do período de payback é geralmente utilizada por grandes e sofisticadas empresas
em decisões de investimentos relativamente menos importantes (pequena monta) e há diversas razões
para isso. A mais importante delas é a de que, no caso de muitas decisões, simplesmente não vale a pena
fazer análises detalhadas, pois o custo da análise superaria o custo de um possível erro. Por uma questão
prática, um investimento que se paga rapidamente e traz benefícios além do período de corte
provavelmente deve ter um VPL positivo.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
10.14 Características positivas da Regra do Período de Payback:
1. Como tem um viés a favor de projetos de curto prazo, também tem viés favorável à liquidez. Em
outras palavras, a regra do período de payback tende a favorecer investimentos que liberam caixa para
outros usos mais rapidamente. Isso pode ser muito importante para empresas pequenas; é menos
importante para empresas grandes.
2. Os fluxos de caixa que devem ocorrer mais tarde na vida de um projeto provavelmente são mais
incertos. Pode-se argumentar que a regra do período de payback contém um ajuste pelo risco adicional de
fluxos de caixa que ocorrem mais tarde, mas a maneira pela qual faz isso é um tanto quanto draconiana –
ignorando todos os fluxos mais distantes.

10.15 Razão pela qual se diz que o período de payback, em certo sentido, é um tipo de medida
contábil de “Ponto de Equilíbrio” - Por que como o valor do dinheiro no tempo é ignorado, você pode
encarar o período de payback como sendo o tempo necessário para haver equilíbrio num sentido contábil,
mas não em um sentido econômico.

10.16 Principal deficiência da Regra do Período de Payback - Sua principal deficiência reside em não
fazer a pergunta correta. A questão relevante é o impacto que o investimento terá sobre o valor de nossa
ação, e não quanto tempo será necessário para recuperar o investimento inicial.

Vantagens de desvantagens da Regra do Período de Payback


Vantagens Desvantagens
1. De fácil compreensão; 1. Ignora o valor do dinheiro no tempo;
2. Leva em conta a incerteza de fluxos de caixa mais 2. Exige um período de corte arbitrário;
distantes; e 3. ignora fluxos de caixa além da data de corte; e
3. Tem um viés em favor da liquidez. 4. Tem um viés contra projetos de longo prazo, tais como os
de pesquisa e desenvolvimento e novos projetos.

10.17 Conceito de Retorno Contábil Médio (RCM) - É uma outra abordagem atraente, mas deficiente,
para a tomada de decisões em orçamento de capital. O Retorno Contábil Médio (RCM) é o resultado do
Lucro Líquido Médio de um investimento dividido por seu valor contábil médio.
Lucro Líquido Médio
RCM =
Valor Contábil Médio

10.18 Duas formas de se calcular o Valor Contábil Médio de um investimento - A forma de calcular o
Valor Contábil Médio deve Levar em conta que qualquer investimento está sujeito à depreciação e que a
depreciação aceita por lei é a Depreciação em Linha Reta (aquela que subtrai do investimento um mesmo
valor constante anualmente), teremos que, se por exemplo um investimento tem valor inicial de
R$500,00, sendo sua depreciação prevista para 5 anos, ao final do quinto ano de depreciação (sexto ano
de existência) esse investimento valerá R$0,00.
Assim sendo, temos que as duas formas de cálculo do Valor Contábil Médio são as seguintes:
1. VCM = (Valor Inicial do Investimento + Valor Final do Investimento) / 2
VCM = (500 + 0) / 2 = R$250,00

outra forma de cálculo do VCM é


2.VCM = (soma dos valores contábeis anuais do investimento) / número de períodos considerados
VCM = (500 + 400 + 300 + 200 + 100 + 0) / 6
VCM = R$250,00

80
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
10.19 Forma de cálculo do Lucro Líquido Médio (Lucro Contábil Médio) - O Lucro Líquido Médio é resultado
da soma dos Lucros Líquidos dos períodos considerados, divididos pelo número de períodos. Assim, por exemplo,
se um investimento tem LL de 100 no primeiro ano, 150 no segundo ano, 50 no terceiro e 0,00 no quarto e -50 no
quinto; teremos o Lucro Líquido Médio de:
LL médio = [($100 + 150 + 50 + 0 -50)] / 5 = 50
10.20 Regra do Retorno Contábil Médio (RCM) - Com base na regra do Retorno Contábil Médio (RCM), um
projeto é aceitável se seu Retorno Contábil Médio é maior do que a meta de retorno contábil médio. Ou seja, a
decisão entre aceitar ou não um investimento depende da meta de retorno (em percentual) que a administração
criou para os investimentos da empresa.
10.21 Cálculo do RCM – O RCM é baseado no VCM e no LL Médio
Lucro Líquido Médio 50
RCM = = = 20%
Valor Contábil Médio 250
Receitas e Custos anuais projetados para cálculo do Retorno Contábil Médio (RCM):

10.22 Problemas da regra do Retorno Contábil Médio (RCM):


1. Em primeiro lugar, acima de tudo, o RCM não é uma taxa de retorno em um sentido econômico. Em
vez disso, é o quociente entre dois números contábeis, e não é comparável com os retornos disponíveis,
por exemplo, em mercados financeiros. O RCM é intimamente relacionado com a taxa de retorno do
investimento em ativos, ou ROI (ROI = LAIR/AT). Na prática, algumas vezes o RCM é calculado como a
média do ROI de cada ano. Isso produz um número parecido, mas não idêntico ao que calculamos. Uma
das razões pelas quais o RCM não é uma verdadeira taxa de retorno é que ele ignora o valor do dinheiro
no tempo. Quando tiramos a média de números que ocorrem em diferentes momentos, estamos tratando
da mesma maneira o futuro próximo e o futuro distante. Não há nenhum procedimento de desconto ao
calcularmos o Lucro Líquido Médio, por exemplo.
2. O segundo problema com o RCM é similar ao problema de falta de objetividade do período de corte
que temos na Regra do Período de Payback. Como o RCM não é comparável na realidade com retornos
de mercado, a meta de RCM precisa ser estabelecida de alguma forma. Não existe um consenso geral
quanto à maneira pela qual isso é feito. Um modo de fazer isso é calcular o RCM de toda a empresa e
utilizá-lo como padrão, mas há várias outras maneiras de estabelecer essa meta.
3. O terceiro é talvez pior problema com o RCM é que ele nem sequer considera os dados
apropriados. Em vez de fluxo de caixa e valor de mercado, utiliza Lucro Líquido e Valor Contábil.
Ambos são substitutos pobres. Consequentemente, o RCM não mostra qual será o efeito sobre o preço da
ação se o investimento for aceito, e, portanto, não nos mostra o que queremos saber na realidade.

81
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Vantagens de desvantagens do Retorno Contábil Médio (RCM)
Vantagens Desvantagens
1. Fácil de ser calculado 1. Não é uma verdadeira taxa de retorno; o valor do dinheiro no tempo é
2. Geralmente, as informações ignorado;
necessárias estarão disponíveis 2. Utiliza uma taxa de corte arbitrária;
3. Baseia-se em lucro líquido e valores contábeis, e não em fluxos de caixa e
valores de mercado.

10.23 Conceito de Taxa Interna de Retorno (TIR) - É taxa de desconto que faz com que o VPL de um
investimento seja nulo. A TIR é a alternativa mais importante ao VPL. Essa taxa é “interna”, no sentido
de que dependa unicamente dos fluxos de caixa de determinado investimento, e não de taxas oferecidas
em outro lugar.

10.24 Regra da TIR - Com base na regra da TIR, um investimento é aceito se a TIR é maior do que o
retorno exigido. Caso contrário, deve ser rejeitado. Resumindo: Caso a administração diga que um
investimento, para ser aceito, deve oferecer 7% de rendimento, se tivermos uma TIR de 10% quer dizer
que nosso investimento está sendo vantajoso.

10.25 Explicação do porquê de a Regra da TIR dizer que a TIR é a taxa que faz com que o VPL
seja igual a zero:
Veja a fórmula do VPL: VPL = Soma dos fluxos de retornos trazidos para hoje – Custo do Investimento
VPL = [Soma dos fluxos de retornos / (1 + TIR)x] – Custo do Investimento
* sendo “r” correspondente a TIR; “x” representa o número de períodos considerados.
Caso não conheçamos a taxa de desconto (TIR) precisaremos saber qual é a taxa máxima de retorno
exigida pela empresa para que o projeto ainda seja aceito (até porque ela tem que ser menor que a TIR).
Sabemos que somos indiferentes entre aceitar ou não um investimento com VPL igual a zero. Em outras
palavras, o ponto de equilíbrio econômico do projeto ocorre quando o VPL é igual a ZERO.
Convenciona-se portanto, que a TIR de um investimento é a taxa exigida de retorno que, quando
utilizada como taxa de desconto, resulta em VPL igual a zero.

Conhecemos, através da fórmula abaixo, a TIR e sabemos que para o investimento ser aceito, a taxa
máxima de retorno da empresa tem que ser igual a TIR quando o VPL é igual a zero.
VPL = [$110 / (1 + r)¹] - 100
VPL = 0 = [$110 / (1 + r)¹] – 100
0 = [$110 / (1 + r)¹] - 100
$100 = $110 / (1 + r)¹
1 + r = $110 / 100 = 1,1
r = 10% Esta taxa de 10% é o que chamamos Retorno do Investimento.
* A questão do exemplo leva em conta apenas um período.

ATENÇÃO: uma forma simples de calcular a TIR é dividindo o Valor


Futuro pelo Investimento Inicial, portanto:
TIR = (VF / Investimento Inicial) - 1
No exemplo da questão acima, seria...
TIR = (110/100 – 1) = 1,1 – 1 = 0,1
Portanto a TIR é de 10%

82
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Para que o investimento seja aceito, a TIR tem que ser na pior das hipóteses, igual à taxa de retorno
exigido pela empresa e o ideal é que a TIR seja maior do que a taxa de retorno da empresa.
No exemplo acima, a TIR é 10% e, portanto, a taxa máxima de retorno exigido pela empresa deve ser
de 10%. Se a taxa de retorno exigida pela empresa for maior que 10%, superando a TIR, o investimento
será recusado; se a taxa de retorno exigida pela empresa for menor que 10%, inferior à TIR, o
investimento será aceito; se a taxa de retorno exigida pela empresa for de 10%, igual a TIR, a empresa
poderá ser indiferente na decisão entre aceitar ou não o investimento oferecido a ela.

10.25.1 TIR Incremental – Quando é solicitado que se encontre a TIR Incremental, devemos ter em
mente que se trata de uma TIR calculada com base apenas nos valores excedentes (incrementos) do
“Valor Futuro” e do “Investimento Inicial” exigido, ou seja, deve se considerar a diferença apresentada
entre os projetos que estão sendo comparados.
Exemplificando...
Em dois projetos, “A” e “B”, com características distintas abaixo descritas, encontre a TIR
Incremental:
Projeto “A”: Investimento Inicial de R$10.000,00; Retorno esperado para 1 ano é de R$40.000,00
Projeto “B”: Investimento Inicial de R$25.000,00; Retorno esperado para 1 ano é de R$65.000,00

Calculando a TIR Incremental:


Passo 1: Calcular o valor adicional (incremental) a título de Investimento Inicial exigido para se sair
do Projeto “A” e investir no Projeto”B”.
Investimento Inicial incremental = 25.000,00 – 10.000,00 = 15.000,00

Passo 2: Calcular o valor adicional (incremental) recebido a título de Valor Futuro decorrente de se ter
optado por sair do Projeto “A” e investir no Projeto”B”.
Valor Futuro Incremental = 65.000,00 – 40.000,00 = 25.000,00

Passo 3: Calcular a TIR Incremental usando a fórmula abaixo:


TIR Incremental = (VF incremental / Investimento Inicial incremental) – 1
TIR Incremental = (25.000 / 15.000) – 1
TIR Incremental = 1,66667 – 1 = 0,66667
TIR Incremental = 66,67%

10.26 Outros nomes para a TIR - Por causa das fórmulas que associam TIR ao VPL, a TIR recebe
outros nomes, como Retorno do Fluxo de Caixa Descontado (FCD).

10.27 Conceito de Curva Perfil de Valor Presente Líquido - É uma representação gráfica da relação
entre o VPL de um investimento e as diversas taxas de desconto. É a maneira mais fácil de ilustrar a
relação entre VPL e TIR. Essa curva é feita colocando-se os diferentes VPL no eixo vertical, e as taxas de
desconto no eixo horizontal. Se tivermos um grande número de pontos, a figura resultante será uma curva
denominada Perfil de Valor Presente Líquido que demonstra o perfil de VPL para esse projeto. O Ponto
em que a curva corta o eixo horizontal é onde o VPL é igual a zero e o valor da TIR, neste exemplo, é de
13,1%.

83
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Perfil do VPL:

10.28 Duas condições que fazem com que as regras da TIR e do VPL nos levem sempre a decisões
idênticas:
1. Em primeiro lugar, os fluxos de caixa do projeto devem ser convencionais, isto é, o primeiro fluxo
de caixa (investimento inicial) é negativo, e todo o resto é positivo.
2. Em segundo lugar, o projeto precisa ser independente, ou seja, a decisão de aceitar ou rejeitar esse
projeto não afeta nenhum outro projeto.

10.29 Significado de dizer que os fluxos de caixa de um projeto são CONVENCIONAIS – Significa
dizer que o primeiro fluxo de caixa (investimento inicial) é negativo, e todo o resto é positivo.

10.30 Conceito de Projetos INDEPENDENTES - São o oposto dos projetos mutuamente excludentes.
Projetos Independentes são aqueles em que aceitar um não implica em rejeitar o outro.

10.31 Problema das Taxas Múltiplas de Retorno, em se tratando de VPL - Quando temos que investir
num negócio cujos fluxos de caixa sejam não convencionais (num ano o lucro é maior, no outro por
necessidades de novo investimento é menor, e assim segue variando seus fluxos) podemos encontrar
VPL’s com várias taxas diferentes e por consequência a TIR também variará. O Problema das Taxas
Múltiplas de Retorno surge quando existe a possibilidade de que mais de uma taxa de desconto faça com
que o VPL de um investimento seja zero. Havendo essa possibilidade, é necessário que os
administradores tenham cuidado quando são utilizados computadores para achar os VPL’s e as TIR’s,
pois pode ser que o computador não mostre que há mais de uma possibilidade de resposta, levando o
administrador a uma decisão de investimento errônea. Muitos pacotes financeiros para computadores não
estão cientes desse problema, e divulgam apenas a primeira TIR encontrada. Outros divulgam apenas a
TIR positiva mais baixa, mesmo que essa resposta não seja melhor que a outra.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Perfil do VPL (com 2 TIR)

10.32 Conceito de Decisões de Investimentos Mutuamente Excludentes - São decisões em que aceitar
um investimento impede que se aceite o outro.

10.32.1 Taxa de Retorno Incremental

A Taxa de Retorno Incremental é calculada tomando-se por base a diferença entre o valor do
Investimento “A” e o valor do Investimento “B” e a diferença entre o valor do Retorno do Investimento
“A” e o valor do Retorno do Investimento “B”.

Vejam a questão abaixo:

(QT Marinha 2009 – Questão 10) Observe os fluxos de caixa abaixo:


Em R$ milhões:
O valor da Taxa Interna de Retorno Incremental decorrente da PROJETO PROJETO
ANO
escolha do Projeto B em lugar do Projeto A será de: A B
a) 75,55% b) 66,67% c) 53,33% d) 20,01% e) 14,00% 0 -10 -25
1 40 65

Calculando:

O investimento A é de R$10,00 e o investimento B é de R$25,00. Assim o Investimento


INCREMENTAL é de R$15,00, ou seja, ao optar pelo Projeto B tenho que desembolsar / incrementar o
investimento em mais R$15,00.
Considerando-se que o valor do investimento incremental decorrente do Projeto B é desembolsado
hoje, vamos tratá-lo como Valor Presente (VP).

O Retorno do Investimento “A” é de R$40,00 e o Retorno do Investimento “B” é de R$65,00,


portanto, o Retorno INCREMENTAL é de R$25,00, ou seja, ao optar pelo Projeto “B”, espera-se que
esse dê um retorno incremental superior ao retorno do Projeto A, em R$25,00.
Considerando-se que o valor do retorno incremental do Projeto B será recebido apenas um ano após o
investimento, trataremos o mesmo como Valor Futuro (VF).

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Basta agora, aplicarmos a fórmula do “Desconto”, para acharmos a Taxa (i) Interna de Retorno
Incremental.
VP = VF / (1+ i)t onde VP é o investimento e VF é o retorno.
15 = 25 / (1+ i)1
15 (1+ i)1 = 25
15 + 15i = 25
15i = 25 - 15
15i = 10
i = 10/15
i = 0,6666667 = 66,67% Resposta “B”

10.33 Maneira de escolha entre dois ou mais projetos mutuamente excludentes – Nesses casos,
segundo ROSS, a resposta é simples: O MELHOR É AQUELE QUE TIVER O MAIOR VPL.

10.34 Razão pela qual, no caso dos projetos mutuamente excludentes, não podemos considerar
como melhor o que possui a maior TIR - Por que a TIR não necessariamente mostrará qual é o
investimento que apresenta maior fluxo de caixa. É importante termos em mente que no final das contas
estamos interessados em criar valor para os acionistas, e portanto a opção que possui maior VPL é a
preferida, independente dos retornos relativos.
Abaixo exemplo no gráfico de que a maior TIR não leva ao maior VPL.
Perfil do VPL para investimentos mutuamente excludentes:

Vantagens de desvantagens da Taxa Interna de Retorno (TIR)


Vantagens Desvantagens
1. Intimamente relacionada com o VPL, 1. Pode apresentar respostas múltiplas, se os fluxos de caixa não forem
geralmente conduzindo à mesma decisão; convencionais;
2. Fácil de ser compreendida e 2. Pode levar à decisão errada na comparação de investimentos mutuamente
comunicada. excludentes.

10.35 Conceito de Índice de Rentabilidade (IR) - É o resultado do Valor Presente dos fluxos de caixa
futuros de um investimento divididos por seu custo inicial. O Índice de Rentabilidade (IR) mede o
resultado “por Real aplicado”, ou seja, o valor criado por Real investido. Por esse motivo, é
frequentemente proposto como medida de desempenho de investimentos governamentais ou sem fins
lucrativos. Além disso, quando há limitação de capital, pode fazer sentido alocar o capital aos projetos
com maiores IRs. Também chamado Quociente benefício / custo.

86
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
10.36 Forma de funcionamento do Índice de Rentabilidade (IR):
VP dos Fluxos de Caixa Futuros Benefício
IR = Quociente Benefício / Custo = =
Custo Inicial Custo

De forma prática, para um projeto que custasse $200 e o Valor Presente dos fluxos de caixa futuros
fosse $220, o IR seria de 220 / 200 = 1,10. Note que o IR = 1,10 e o VPL desse investimento é igual a
$20, o que o transforma num investimento atraente. O IR = 1,10 nos diz que cada Real investido resulta
em R$1,10, ou R$0,10 em termos de VPL.

10.37 Em investimentos mutuamente excludentes qual será o critério de escolha, maior VPL ou
maior IR? O IR é muito parecido com o VPL. No entanto, considere um investimento que custa $5 e tem
Valor Presente de $10, e um investimento que custa $100 e tem valor presente de $150. O primeiro desses
investimentos tem VPL de $5 e IR de 2. O segundo tem VPL de $50 e IR de 1,50. Se forem investimentos
mutuamente excludentes, neste caso, o segundo será preferível, mesmo tendo um IR mais baixo.
Resumindo, não parece haver motivos para confiar no IR em lugar do VPL. Na escolha entre
investimentos mutuamente excludentes utilize o VPL para saber qual é o melhor investimento.
Vantagens de desvantagens do Índice de Rentabilidade (IR)
Vantagens Desvantagens
1. Intimamente relacionado com o VPL, 1. Pode levar a decisões erradas quando é feita comparação de
geralmente conduzindo à mesma decisão; investimentos mutuamente excludentes.
2. Fácil de ser compreendido e comunicado;
3. Pode ser útil quando os fundos disponíveis para
investimento forem limitados.

Resumo dos critérios de investimento


I. Critérios de Fluxo de Caixa Descontado:
A. Valor Presente Líquido (VPL). O VPL de um investimento corresponde à diferença entre seu valor de mercado e seu
custo. Frequentemente, o VPL é estimado calculando-se o valor presente dos fluxos de caixa futuros (para estimar o valor de
mercado) e a seguir subtrai-se o custo. O VPL não tem deficiência sérias; é o critério de decisão correto.
B. Taxa Interna de Retorno (TIR). A TIR é a taxa de desconto que faz com que o VPL estimado de um projeto seja igual
a zero. Algumas vezes, é denominada retorno do Fluxo de Caixa Descontado (FCD). A regra da TIR consiste em aceitar
projetos quando a TIR é maior do que o retorno exigido. A TIR consiste em aceitar projetos quando a TIR é maior do que o
retorno exigido. A TIR está intimamente relacionada ao VPL, e leva exatamente à mesma decisão no caso de projetos
convencionais e independentes. Quando os fluxos de caixa do projeto não são convencionais, pode existir nenhuma ou mais
de uma TIR. Ainda mais sério é o fato de que a TIR não pode ser utilizada para classificar projetos mutuamente excludentes;
o projeto com a TIR mais alta não é necessariamente o investimento preferível.
C. Índice de Rentabilidade (IR). O IR também denominado quociente benefício / custo, é o quociente entre o valor
presente e custo. A regra do IR consiste em aceitar investimentos com índices maiores do que 1. O IR mede o valor presente
de um investimento por Real investido. É bastante similar ao VPL, mas, tal como a TIR, o IR não pode ser utilizado para
classificar projetos quando a empresa possui mais projetos de VPL positivo do que consegue financiar.

II. Critério de Payback


A. Período de Payback. O Período de Payback é o prazo no qual a soma dos fluxos de caixa de um investimento iguala
seu custo. A regra do período de payback consiste em aceitar projetos que tenham período de payback inferior a seu máximo
permitido. A regra do período de payback é um critério deficiente, principalmente porque ignora o risco, o valor do dinheiro
no tempo e os fluxos de caixa além do período de corte.

III. Critério Contábil


A. Retorno Contábil Médio (RCM) é uma medida do lucro contábil em relação ao valor contábil. Não está relacionada
com a TIR, mas é semelhante ao retorno sobre o ativo (ROI). A regra do RCM consiste em aceitar investimentos que tenham
RCM superior ao RCM estabelecido como padrão. O RCM tem deficiências por diversas razões, e há muito poucos motivos
para recomendá-lo.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
10.38 Três critérios de avaliação de investimentos que levam em conta o Fluxo de Caixa Descontado
(FCD):
1. Valor Presente Líquido (VPL); 2. Taxa Interna de Retorno (TIR); e 3. Índice de Rentabilidade (IR).

10.39 Cinco Critérios utilizados para avaliar propostas de investimento:


1. Valor Presente Líquido (VPL);
2. Período de Payback;
3. Retorno Contábil Médio (RCM);
4. Taxa Interna de Retorno (TIR);
5. Índice de Rentabilidade (IR).

11. Tomada de Decisões de Investimento


11.1 Conceito de Fluxo de Caixa relevante em um projeto - O princípio geral é bastante simples: fluxo
de caixa relevante em um projeto é aquele que gera mudança no fluxo de caixa geral da empresa, que
decorre diretamente da decisão de aceitar o projeto.

11.2 Conceito de Fluxos de Caixa Incrementais - Os fluxos de caixa incrementais, numa avaliação de
projeto, consistem em toda e qualquer mudança nos fluxos de caixa futuros da empresa que sejam
consequência direta da execução do projeto.

11.3 Fluxos de caixa não relevantes – São quaisquer fluxos de caixa que existam independentemente de
se realizar ou não o projeto.

11.4 Conceito de Princípio da Miniempresa - Na prática, seria muito trabalhoso calcular os fluxos de
caixa futuros totais da empresa com e sem o projeto, especialmente no caso de grandes empresas. O
princípio da miniempresa leva em conta que uma vez que foi identificado o fluxo de caixa incremental de
um determinado projeto, precisamos apenas nos concentrar nos fluxos de caixa incrementais resultantes
do projeto (tratá-lo como uma empresa).
Princípio da Miniempresa é a premissa que a avaliação de um projeto pode basear-se nos fluxos de
caixa incrementais do projeto.
O Princípio da Miniempresa diz que, uma vez que tenhamos determinado os fluxos de caixa
incrementais de aceitar um projeto, podemos enxergar esse projeto como se fosse uma “miniempresa”,
com suas receitas e custos futuros próprios, seus próprios ativos, e naturalmente, seus próprios fluxos de
caixa. Estaríamos então interessados em comparar os fluxos de caixa da miniempresa aos custos de
adquiri-la. Uma consequência importante dessa abordagem é a de que avaliaremos a proposta de
investimento puramente com base em seus méritos, isolando-a de outras atividades ou projetos.

11.5 Conceito de Custos Irrecuperáveis - São custos já incorridos e que não podem ser recuperados,
portanto, não devem ser considerados na decisão de investimento. São, portanto, fluxos de caixa não
relevantes.
Exp.: Se contratamos um consultor para fazer um levantamento de custos para a execução de um novo
projeto, o preço pago ao consultor não pode constar nos custos para a execução do projeto, pois
independente de se executar ou não, o consultor será pago, ou seja, o trabalho do consultor é um Custo
Irrecuperável.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
11.6 Conceito de Custo de Oportunidade - É um custo que não é desembolsado, ele requer que
desistamos de um benefício. Uma situação usual surge quando a empresa já possui alguns ativos que o
projeto irá utilizar. Por exemplo, poderíamos cogitar em converter um velho e rústico moinho de algodão,
que compramos anos atrás em um condomínio “comercial” por $100.000 . Assim, ao destruirmos o
moinho para dar lugar ao condomínio o custo de oportunidade é o valor que perdemos ao destruí-lo (valor
de mercado do moinho) para construir o condomínio. Repare que o custo de oportunidade não é o valor
que pagamos pelo moinho anos atrás ($100.000) e sim o valor que ele vale no momento que abrimos mão
dele por uma outra oportunidade. Custo de oportunidade tem a ver com desistirmos de uma oportunidade
valiosa para fazer algo mais com ele.
O Custo de Oportunidade é a alternativa mais valiosa (mais valiosa no sentido de que ela vale algo
enquanto que o novo investimento ainda vai ter seu valor) que é sacrificada quando se faz um dado
investimento.
Repare que nesse caso, os $100.000 pagos pelo moinho anos atrás é um custo irrecuperável. No
mínimo, o custo de oportunidade que deveríamos cobrar do projeto é o preço pelo qual venderíamos o
moinho hoje (líquido de qualquer custo de venda), pois é este o montante do qual estamos desistindo por
utilizá-lo em vez de vendê-lo.
O Custo de Oportunidade do Capital Investido é conhecido também como a Taxa Mínima de
Atratividade, ou seja, é a taxa de juros própria para cada indivíduo ou empresa, funcionando ainda como
elemento de comparação para a decisão do investidor sobre aceitar ou rejeitar um investimento.

11.7 Conceito de EROSÃO (também denominada PIRATARIA ou CANIBALISMO) - Quando se opta


pela execução de um novo projeto, não raro, os projetos têm efeitos colaterais ou secundários para com o
fluxo de caixa da empresa, esses efeitos podem ser tanto bons quanto ruins. Por exemplo, se a Innovate
Motors Compny (IMC) lançar um novo carro, boa parte das vendas poderá ser devida à queda de vendas
de outros carros da IMC. Isso é denominado EROSÃO, e o mesmo problema geral poderia ocorrer em
qualquer empresa produtora ou distribuidora de linhas diversificadas de produtos de consumo. Nesse
caso, os fluxos de caixa da nova linha seriam ajustados para baixo, para refletir a queda do lucro de outras
linhas.
EROSÃO (PIRATARIA ou CANIBALISMO) são os fluxos de caixa de um projeto que são obtidos
em detrimento de projetos já existentes na empresa.

11.8 Conceito de Investimento em Capital de Giro Líquico (CGL) - Os financiamentos do


funcionamento de uma empresa, em geral, assumem a forma de quantias devidas a fornecedores (contas a
pagar), mas a empresa precisará, com recursos do Capital Próprio, complementar o montante necessário.
Essa diferença de financiamento feita pela empresa é o investimento em Capital de Giro Líquido.

11.9 Investimentos da empresa em Capital de Giro Líquido do projeto possuem características de


empréstimo - Quando a empresa investe dinheiro de seu capital próprio num novo projeto, espera dele
fluxos de caixa até que a vida desse projeto acabe. Quando o projeto chega ao fim, os estoques são
vendidos, as contas a receber são cobradas, as contas a pagar são pagas e outros saldos de caixa podem
ser reduzidos. Essas atividades liberam o CGL originalmente investido. Enfim, os investimentos da
empresa em CGL de um projeto lembram muito um empréstimo porque a empresa fornece o capital de
giro no início e recupera-o no final.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
11.10 Juros pagos não são fluxos de caixa relevantes para a avaliação de projetos - Para se analisar
uma proposta de investimento, não incluiremos juros pagos ou qualquer outro custo de financiamento,
tais como dividendos ou pagamentos de principal, porque estamos interessados nos fluxos de caixa
gerados pelo ativo da empresa.
Juros pagos, por exemplo, são um componente do fluxo de caixa para credores, e não um fluxo de
caixa dos ativos. A forma de investimento (com Capital Próprio) e de financiamento (com Capital de
Terceiros) de um projeto gerará o fluxo de caixa do projeto que será repartido entre proprietários (para
compensar o investimento de Capital Próprio) e credores (para compensar o capital de terceiros). Isso não
quer dizer que o esquema de financiamento não seja importante. Apenas é algo que deve ser analisado
separadamente.

11.11 Forma de medição dos Fluxos de Caixa Incrementais de um novo projeto:


1. Em primeiro lugar estamos interessados em medir fluxos de caixa quando eles realmente ocorrem, e
não quando são reconhecidos para fins contábeis.
2. Em segundo lugar, estamos interessados em fluxos de caixa líquidos do imposto de renda, uma vez
que impostos definitivamente representam desembolsos de caixa.
De fato, toda vez que escrevemos “fluxos de caixa incrementais”, queremos dizer fluxos de caixa
incrementais após o imposto de renda.

11.12 Diferença entre Fluxo de Caixa após o imposto (fluxo de caixa operacional) e Lucro Líquido
após o imposto - A diferença é que o valor que corresponde ao Fluxo de Caixa após o IR (fluxo de caixa
operacional) é igual ao Lucro Líquido acrescido do valor correspondente à Depreciação, menos os
Impostos.
Fluxo de Caixa Operacional = LAJI + Depreciação - Impostos
11.13 Conceito de Demonstrações Financeiras Projetadas - São Demonstrações Financeiras que
projetam as operações do ano seguinte. Para elaborar tais demonstrações, necessitaremos de estimativas
de variáveis tais como número de unidades vendidas, preço de venda por unidade, custo variável unitário
e custos fixos totais. Também precisaremos conhecer o investimento total exigido, incluindo qualquer
gasto com CGL.

11.14 Exemplo de Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE).


Demonstrativo de Resultado do Exercício
Vendas (50.000 unidades a $4,00 / unidade) $ 200.000
Custos variáveis ($2,50 / unidade) (-) 125.000
Lucro Bruto $ 75.000
Custos Fixos (-) 12.000
Depreciação ($90.000 / 3) (-) 30.000
LAJI $ 33.000
Impostos (34%) (-) 11.220
Lucro Líquido $ 21.780
* Repare que o LAJI somente surge após a Depreciação ter sido retirada.

11.15 Forma de se achar o Fluxo de Caixa de um Projeto - O fluxo de caixa de um projeto possui três
componentes: (1) fluxo de caixa operacional; (2) gastos de capital e (3) acréscimos ao CGL.
Para avaliar o projeto, ou miniempresa, precisamos obter estimativas de cada um dos componentes
acima.
Fluxo de Caixa do Projeto = Fluxo de Caixa Operacional – variação do CGL do projeto – gastos de capital

90
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
11.16 Forma de se achar o Fluxo de Caixa Operacional do Projeto:
Fluxo de Caixa Operacional = LAJI + Depreciação - Impostos
11.17 Conceito de Risco de Previsão (ou Risco de Estimação) - É a possibilidade de que erros na
projeção dos fluxos de caixa levem a decisões incorretas. Devido ao risco de previsão, existe o perigo de
pensarmos que um projeto tem VPL positivo, quando na realidade isso não ocorre.

11.18 Conceito de Fontes de Valor - Fonte de Valor é um algo específico que utilizamos como defesa
contra erros de previsão. Um exemplo de fonte de valor é achar o VPL. Um projeto com VPL positivo
tem grandes chances de dar certo e por isso, nos seguramos nessa Fonte de Valor (no caso o VPL) para
tomarmos nossas decisões. Outras fontes de valor: produto melhor que o da concorrência; baixo custo de
produção; distribuição eficiente; etc.

11.19 Conceito de Análise de Cenários (ou análise “e se?”) - A análise de cenários é a determinação do
que acontece com as estimativas de VPL quando fazemos perguntas do tipo “e se tal coisa acontecer?”.
Uma vez que começarmos a examinar cenários alternativos, deveremos descobrir que os mais plausíveis
resultam em VPL’s Positivos. Nesse caso, teremos certa confiança em prosseguir com o projeto. Se um
percentual substancial de cenários se mostrar inviável, o grau de risco de previsão será considerado alto e
investigações mais profundas se farão necessárias.
Resumindo, a análise de cenários portanto, é útil para nos mostrar o que pode acontecer e nos auxiliar
a avaliar a possibilidade de desastre, mas não nos diz se devemos realizar ou não o projeto.

11.20 Conceito de Análise de Sensibilidade - A Análise de Sensibilidade é uma variação da análise de


cenários, cuja utilidade reside em assinalar as áreas nas quais o risco de previsão é especialmente grave.
A ideia básica de uma análise de sensibilidade é congelar todas as variáveis, exceto uma, então verificar
quão sensível é nossa estimativa de VPL à mudança de valores dessa variável. Se nossa estimativa de
VPL se mostrar muito sensível a variações relativamente pequenas dos valores projetados de algum dos
componentes do fluxo de caixa do projeto, neste caso o risco de previsão associado a essa variável será
julgado alto.
Resumindo: Análise de Sensibilidade é a investigação sobre o que acontece ao VPL quando apenas
uma das variáveis é alterada.

11.21 Deficiências da Análise de Sensibilidade - Como a análise de sensibilidade é uma variante da


análise de cenários, possui as mesmas deficiências. A análise de sensibilidade é útil para indicar onde os
erros de previsão causarão os maiores danos, mas não nos diz o que fazer a respeito dos erros possíveis.
Análise de Sensibilidade para unidades vendidas:

91
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
11.22 Significado de dizer que uma Análise é Estática - É a análise de um projeto que, uma vez
lançado, suas características básicas não serão alteradas.

11.23 Conceito de Opções Gerenciais - Dependendo do que acontece no futuro, sempre haverá maneiras
de modificar um projeto. Opções Gerenciais são oportunidades que poderão ser exploradas pelos
administradores se certos fatos acontecerem no futuro.

11.24 Conceito de Planejamento Contingencial - É o planejamento que considera as opções implícitas


(opções que têm alguma chance de acontecer) em um projeto. Leva em conta as possíveis contingências
para prever linhas de ação alternativas caso seja necessário.

11.25 Três opções gerenciais relacionadas a planejamento contingencial:


1. Opção de Expansão – É uma opção particularmente importante que não consideramos
explicitamente importante. Se descobrirmos um projeto com VPL verdadeiramente positivo, haverá uma
pergunta óbvia. Podemos expandir o projeto ou repeti-lo para obter um VPL ainda maior? Nossa análise
estática implicitamente supõe que a escala do projeto é fixa. Sobre expansão, em algumas situações tendo
aumento na demanda podemos tentar expandir a produção, em outras podemos querer aumentar o fluxo
de caixa por meio de aumento de preço.
2. Opção de Abandono – No extremo, a opção de diminuir a escala de produção ou até mesmo
abandonar um projeto também tem um valor significativo. Por exemplo, se um projeto nem sempre for
capaz de cobrir suas próprias despesas, estaríamos em melhor situação se simplesmente o
abandonássemos. Na realidade, se a demanda ficasse significativamente abaixo das expectativas,
poderíamos ser capazes de vender parte da capacidade ou alocá-la a outro uso.
3. Opção de Adiamento – Implicitamente, tratamos as propostas de investimentos como se fossem
decisões para serem tomadas agora ou nunca. Na verdade, há uma terceira possibilidade. O projeto pode
ser adiado, talvez na esperança de obter condições mais favoráveis. Chamamos isso de opção de
adiamento. De uma forma geral, enquanto houver alguns cenários possíveis nos quais o projeto tem VPL
positivo, a opção de adiamento possui valor.

11.26 Conceito de Opções Estratégicas - São opções para o futuro, relacionadas a produtos ou estratégias
de negócio. Algumas vezes, as empresas aceitam novos projetos apenas para explorar possibilidades e
avaliar o potencial de estratégias futuras de negócios. Isso é parecido com testar a água enfiando a ponta
do pé antes de mergulhar de corpo inteiro. Tais projetos são difíceis de ser analisados por meio de
métodos convencionais de fluxo de caixa descontado, porque a maior parte dos benefícios ocorre sob a
forma de opções estratégicas, ou seja, opções para o futuro relacionadas a mudanças de negócio.

92
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
11.27 Conceito de Racionamento de Capital - É a situação na qual a empresa possui projetos com VPL
positivo, mas não consegue obter recursos necessários para financiá-los.
Há dois tipos de racionamento de Capital: Racionamento Fraco e Racionamento Forte.
1. Racionamento Fraco –O Racionamento Fraco ocorre quando, por exemplo, aloca-se uma
quantia fixa anual para gastos de capital a diferentes unidades de uma empresa. Um fato importante sobre
o racionamento fraco é o de que a empresa em sua totalidade não tem falta de capital; poderia levantar
mais recursos, em condições normais, se a administração assim o desejasse. Empresas que mantém
Racionamento Fraco permanentemente estão constantemente “perdendo dinheiro”, pois limitaram os
investimentos em novos negócios, mesmo esses oferecendo VPL positivo. Isso contradiz o objetivo de
qualquer empresa, que é maximizar valor.
2. Racionamento Forte - Racionamento Forte é a situação na qual uma empresa não consegue
obter financiamento para seus projetos sob nenhuma circunstância. Quando uma empresa está sob
racionamento forte, não é aceito nenhum novo projeto, independentemente de qual seja sua taxa de
retorno, e, portanto, todo o conceito de retorno exigido se tornará ambíguo. A única interpretação que
podemos dar a essa situação é a de que o retorno exigido torna-se tão grande que nenhum projeto tem
VPL positivo.

93
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Exercícios FINANÇAS – Assuntos: 8. Mercado e Avaliação de ações; 9. Ações Ordinárias; 10. Valor Presente Líquido e
outros critérios de investimento; 11. Tomada de Decisões de Investimento.

01. (EsAEx Anteriores a 1998) Na análise de investimentos se usa o índice conhecido como “payback”. Assim, se soubermos
que o investimento inicial de um programa é de 18.000 Unidades Monetárias (U. M.) e as entradas anuais de 5.600 U. M., o
“pay back” será:
a) 12,40 b) 6,30 c) 3,20 d) 5,60 (Item 10.10 a 10.16)

02. (EsAEx Anteriores a 1998) No Controle Administrativo, os Orçamentos são instrumentos mais amplamente usados
porque:
a) são declarações de resultados prognosticados, em termos financeiros ou não financeiros para atenderem os objetivos
organizacionais.
b) são provisões de gastos para fins de execução dos planos e metas empresariais.
c) são instrumentos para avaliação de eficiência do sistema, tendo em vista as metas e etapas a serem alcançadas.
d) são previsões assentadas em precedentes, utilizadas para elaboração dos balanços financeiros.

03. (EsAEx Anteriores a 1998) Uma organização usa o critério do período de “payback” para avaliar investimentos
alternativos e excludentes, entre diversos projetos. Por este método, o projeto escolhido será: (Itens 10.10 a 10.36)
a) o que apresentar o maior “payback” entre todos;
b) o que fornecer menor período efetivo para recuperar o investimento inicial;
c) o que permite o maior percentual de retorno sobre o investimento inicial;
d) o que resulta em menor risco para o investimento ao longo do período de aplicação;
e) o que oferece maiores ganhos para cada período do fluxo de caixa considerado.

04. (EsAEx Anteriores a 1998) As bolsas de valores realizam pregões diários para negociar com ações e títulos mobiliários.
Um desses papeis são as Ações: (Itens 5.10; 7.23; 9.1; 9.13)
a) Preferenciais Endossáveis b) Ordinárias Escriturais c) Preferenciais Nominativas d) Preferenciais Ordinárias

05. (EsAEx Anteriores a 1998) As ações são classificadas em Ordinárias e Preferenciais. Uma única sentença define o
conceito de ambas: (Itens 5.10; 7.23; 9.1; 9.13)
a) Ações Ordinárias dão direito a receber dividendos antecipados e as Preferenciais, após o resultado do balanço.
b) A Preferencial assegura um dividendo mínimo enquanto a Ordinária, só com aprovação da Assembleia Geral.
c) A Preferencial tem direito a voto proporcional e a dividendos em dinheiro e a Ordinária só dá direito a voto.
d) A Ação Ordinária assegura a propriedade da Empresa com direito a voto e a Preferencial, o direito primeiro aos dividendos.

06. (Questão 38 – EsAEx 2002) A recuperação do investimento inicial requerido por um projeto, a partir das entradas de caixa
que ele gera: (itens 10.10 a 10.36)
a) recuperação normal financeira b) período de pay back
c) período operacional de recuperação d) retorno pré-determinado e) retorno sobre investimento

07. (Questão 44 – EsAEx 2002) Assinale a alternativa que apresenta o resultado do aumento do capital social de uma empresa
através de uma incorporação de reserva e de lucros acumulados, sem variação no número de ações emitidas.
a) Há elevação do valor patrimonial das ações. b) Há diminuição no valor nominal das ações.
c) Não há qualquer alteração no valor patrimonial da ação. e) Há aumento no patrimônio líquido da empresa.
d) Há aumento simultâneo do valor nominal e patrimonial das ações. (Itens 2.32; 2.41; 3.12)

08. (Questão 17 – EsAEx 2003) Uma empresa industrial dispõe de R$100,00 para investir em matéria-prima ou máquinas. No
primeiro caso, o retorno é de R$25.000,00 e no 2º, de R$20.000,00. Se aplicar em manutenção e renovação, o retorno será
menor, gerando um custo que chamamos de: (item 11.6)
a) Custo de Retorno
d) Custo de Oportunidade
b) Custo Fixo Ponderado
e) Custo Evitável
c) Custo de Perdas de Investimento

94
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
09. (Questão 56 – EsAEx 2000) O Capital Social da “Móveis Penta” é de $1.000.000,00 corresponde a 1.000.000 de ações.
* reservas = $500.000,00 * lucros acumulados = $300.000,00
Com estes dados apresentados, podemos afirmar que o valor nominal e patrimonial de cada ação é de:
VALORES
Nominal Patrimonial
a) $1,00 $1,80
b) $1,00 $1,00
c) $1,80 $1,00
d) $1,80 $1,80
e) $1,00 $1,50 (Itens 2.32; 2.41; 3.12)

10. (Questão 43 – EsAEx 2005) Um projeto tem um custo inicial de R$481,59. Os fluxos de caixa são de R$100,00 no
primeiro ano, R$200,00 no segundo ano e R$300,00 no terceiro. Com base nos dados fornecidos e no gráfico abaixo,
determine a taxa interna de retorno (TIR):

a) 5,00%
b) 10,00%
c) 15,00%
d) 0,00%
e) 20,00%

(Item 10.23)

11. (Questão 30 – EsAEx 2006) Assinale a alternativa que podemos medir com o índice de rentabilidade. (item 10.35)
a) O lucro líquido médio de um investimento dividido por seu valor contábil médio.
b) o período exigido para que um investimento gere fluxos de caixa suficientes para recuperar o custo inicial.
c) A diferença entre o valor de mercado de um investimento e seu custo.
d) O valor presente dos fluxos de caixa futuros de um investimento divididos por seu custo inicial.
e) O processo de avaliação de um investimento descontando seus fluxos de caixa futuros.

12. (EsAEx 2008 – Questão 14) A abordagem custo-benefício deve ser usada para a tomada de decisões. Essa abordagem
implica em dizer-se que:
a) os benefícios esperados justificam os gastos envolvidos.
b) o volume dos custos envolvidos deve ser equivalente aos benefícios esperados.
c) é indiferente para o gestor o volume de gastos envolvidos em relação à consideração dos benefícios esperados.
d) no caso de ser difícil estimar-se os custos envolvidos, a decisão será pelos benefícios sociais esperados.
e) os benefícios esperados dos gastos devem superar os custos esperados.

13. (Marinha PS-T 2011 – Prova Amarela – Questão 31) Que método empregado na avaliação de projetos resulta do
quociente entre o valor presente dos fluxos de caixa esperados, após o investimento inicial, e o valor do investimento inicial?
a) Valor Presente Líquido. b) Índice de Rentabilidade. c) Taxa Interna de Retorno.
d) PAYBACK. e) Capital Circulante Líquido.
(item 10.35)

Gabarito: 1c; 2d; 3b; 4c; 5d; 6b; 7c; 8d; 9a; 10b; 11d; 12e; 13b.

95
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

12. Retorno sobre investimentos no Mercado de Capitais


12.Conceito de Mercado de Capitais e Mercado Monetário:
a. Conceito de Mercado de Capitais - O mercado de capitais é um conjunto que envolve bolsas de
valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. Nele são negociados títulos
mobiliários que visam gerar capital para as empresas. Por exemplo, as ações representam o patrimônio da
empresa, quando negociadas visam levantar mais capital para a mesma, com esse objetivo cotas de
participação são vendidas neste mercado. Há também empréstimos tomados pela empresa que são
normalmente caracterizados pelas debêntures e outros títulos semelhantes. Ainda podem ser negociados
os direitos e recibos de subscrição (compromisso) de valores mobiliários e outros derivativos autorizados.
O principal objetivo de mercado de capitais é direcionar o capital e a poupança da sociedade para as
empresas e para o governo fazendo girar a economia, isto é, estes investimentos são o motor do
crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com consequente aumento da
poupança e do investimento, e assim por diante. Por esta razão os países mais desenvolvidos possuem
mercados de capitais mais ativos, fortes e dinâmicos.
b. Mercado Monetário - O mercado monetário (money market) é um mercado especificamente
para financiamentos e aplicações de curto prazo, no qual instrumentos financeiros de curto prazo como
bilhetes do tesouro, papel comercial ou financiamentos inter-bancários são negociados. O mercado
monetário consiste essencialmente em instituições financeiras e brokers, que por sua vez podem
intermediar os instrumentos de curto prazo por conta de outras instituições não-financeiras. Os prazos de
financiamento e aplicações neste mercado são tipicamente abaixo de 13 meses.

12.1 Importância do Risco para determinar o retorno exigido de um investimento - O retorno


exigido depende do risco do investimento. Quanto maior o risco, maior o retorno exigido. Quanto maior a
recompensa em potencial, maior é o risco.

12.2 Conceito de Retorno sobre o Investimento - Se alguém compra um ativo de qualquer tipo, seu
ganho (ou perda) no investimento será denominado retorno sobre o investimento.

12.3 Dois componentes que compõem o Retorno sobre o Investimento:


1. Rendimento Corrente – você receberá algum dinheiro enquanto possuir o ativo.
2. Ganho (ou perda) de capital – o valor dos ativos adquiridos geralmente variará, gerando um ganho
(ou perda) de capital em seu investimento.

12.4 Fórmula do Retorno Monetário Total:


Fórmula: Retorno Monetário Total = Dividendos + Ganho (perda) de Capital

Retorno Monetário (exemplo)

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

12.5 Prática: Calcule o Retorno Monetário Total para o seguinte caso:


No início do ano, a ação está sendo vendida a $37 e no final do ano o valor da ação aumentou para
$40,33. Se você comprar 100 ações, fará um desembolso total de $3.700. Suponha que, durante o ano, a
ação pague um dividendo de $1,85. Qual é o Retorno Monetário Total?
1. Em primeiro lugar vamos achar o ganho em dividendos:
Dividendo = valor por ação x quantidade de ações
Dividendo = $1,85 x 100 = $185

2. Em segundo lugar vamos achar o Ganho (ou perda) de capital:


Ganho de Capital = (valor final da ação – valor inicial da ação) x quantidade de ações
Ganho de Capital = (40,33 – 37) x 100
Ganho de Capital = 3,33 x 100 = $333

3. Em último lugar acharemos o Retorno Monetário Total:


Retorno Monetário Total = Dividendos + Ganho (perda) de Capital
Retorno Monetário Total = $185 + 333 = $518
Retorno Monetário Total = $518

4. Agora calcule o Volume total de caixa que você receberia no final do ano:
Volume total de caixa se a ação for vendida = Investimento Inicial + Retorno Monetário Total
Volume total de caixa se a ação for vendida = $3.700 + 518
Volume total de caixa se a ação for vendida = $4.218

outra forma de cálculo


Volume total de caixa se a ação for vendida = Valor recebido da Venda das ações +
Dividendos
Volume total de caixa se a ação for vendida = $40,33 x 100 + 185
Volume total de caixa se a ação for vendida = $4033 + 185
Volume total de caixa se a ação for vendida = $4.218

MUITO IMPORTANTE: Repare que depois que são conhecidas as fórmulas básicas, todos os demais
cálculos obedecem a um raciocínio objetivo. Nossa missão então é observar o
que é pedido em cada questão e usar as ferramentas (fórmulas) que
conhecemos.

12.6 Cálculo da Taxa de Dividendo – É a taxa que relaciona o dividendo recebido, com o preço pago
pela ação. A taxa de dividendo indica quanto (em percentual) recebemos de dividendo em relação ao
valor investido. No exemplo abaixo, para cada Real investido, recebemos cinco centavos de dividendos.
Fórmula: Taxa de Dividendo = Dt + 1 / Pt
Taxa de Dividendo = 1,85 / 37 = 0,05
Taxa de Dividendo = 5%

12.7 Cálculo da Taxa de Ganho de Capital - A Taxa de Ganho de Capital é calculada pela variação do
preço durante o ano (ganho de capital) dividida pelo preço inicial.
Fórmula: Taxa de Ganho de Capital = (Pt + 1 - Pt) / Pt
Taxa de Ganho de Capital = ($40,33 - 37) / 37
Taxa de Ganho de Capital = $3,33 / 37 = 9%
Taxa de Ganho de Capital = 9%

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
12.8 Conceito de Retorno Percentual - É a taxa que nos diz o “quanto receberemos por cada Real
aplicado”. Os dois componentes do Retorno Total são a Taxa de Dividendo e Taxa de Ganho de Capital.
Fórmula: Retorno Percentual = Taxa de Dividendo + Taxa de Ganho de Capital
Retorno Percentual = 5% + 9%
Retorno Percentual = 14%

12.9 Diferença entre Retorno Monetário e Retorno Percentual:


1. O Retorno Monetário trata do ganho total em dinheiro (fluxos de caixa) pelo investimento feito; e
2. O Retorno Percentual trata do ganho percentual que se tem para cada Real investido.

12.10 Títulos das Dívidas do Governo - São os títulos que possuem menor prazo de vencimento entre
todas as dívidas do governo.

12.11 Conceito de Dívidas Retorno Livre de Risco - Como o Governo sempre pode cobrar impostos para
pagar suas contas, sua dívida é “virtualmente” livre de risco de inadimplência a curto prazo. Portanto,
chama-se a taxa de retorno de tais dívidas de retorno livre de risco.

12.12 Conceito de Medida de Retorno Excedente do Ativo com Risco Médio - Interpreta-se como uma
medida de Retorno Excedente do ativo com risco médio, a diferença entre (1) taxa de retorno
virtualmente livre de risco das letras do tesouro americano e o (2) retorno de ações ordinárias de risco
elevado. Denominamos essa diferença de retorno “excedente” porque obtemos um retorno adicional ao
mudar de uma aplicação relativamente livre de risco para uma aplicação com risco.
Retorno Excedente do Ativo com Risco Médio = Tx retorno ações de risco elevado - Tx retorno ações livres de risco

12.13 Conceito de Prêmio por Risco - É o retorno excedente exigido, de uma aplicação em um ativo com
risco, acima do exigido de uma aplicação livre de risco. É a recompensa pelo risco assumido. Com base
na explicação acima, sabe-se que o prêmio por risco das letras do tesouro é nulo porque esse título é livre
de risco.

12.14 Conceito de Variância - É a média do quadrado da diferença entre o retorno verdadeiro e o retorno
médio. Quanto maior esse número, mais o retorno verdadeiro tende a ser diferente do retorno médio. Ou
seja, quanto maior a variância ou o desvio-padrão, maior a dispersão dos retornos.

12.15 Conceito de Mercado de Capitais Eficiente - É um Mercado no qual os preços dos títulos refletem
as informações disponíveis. Um mercado é eficiente quando seus preços se ajustam rápida e corretamente
à medida que chega uma nova informação. Para sermos mais exatos, em um mercado de capitais
eficiente, os preços correntes de mercado refletem integralmente as informações disponíveis.

12.16 Conceito de Hipótese de Mercado Eficiente (HME) - A Hipótese de Mercado Eficiente (HME)
diz que mercados bem organizados, como, por exemplo, a Nyse, são eficientes, pelo menos para fins
práticos. Em outras palavras, os defensores da HME poderiam argumentar que, embora possam existir
ineficiências, elas são pequenas e raras.

12.17 O fato de um Mercado ser considerado Eficiente faz com que investimentos tenham VPL
igual a zero – Em um Mercado Eficiente as informações necessárias à escolha de um investimento estão
disponíveis e com isso os investidores conseguem o retorno que desejaram quando compraram títulos. Por
outro lado, as empresas, quando emitem ações e obrigações, recebem por elas exatamente o seu valor,
assim, com todas as informações disponíveis, a diferença entre o valor de mercado e o custo de
investimento será igual a zero e, portanto, o VPL é nulo. Consequentemente, em um mercado eficiente os
investidores conseguem exatamente aquilo pelo qual estão pagando quando compram títulos, e as
empresas, quando emitem ações e obrigações, recebem por elas exatamente o seu valor.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

12.18 Três formas de eficiência existente no mercado - Dependendo do grau de eficiência do mercado,
dizemos que ele é (1) Eficiente na forma fraca; (2) Eficiente na forma semi-forte; e (3) Eficiente na forma
forte. A diferença entre essas formas está relacionada a quais informações estão refletidas nos preços.
1. Eficiente na forma forte - Neste tipo de mercado todas as informações, de quaisquer tipos, estarão
refletidas no preço de uma ação. Em tal mercado, não existe informação confidencial.
2. Eficiente na forma semi-forte – Essa forma é a mais controversa. Se um mercado for eficiente na
forma semi-forte, todas as informações publicamente disponíveis estarão refletidas no preço da ação. O
motivo pelo qual esta forma é controversa está ligado ao fato de que um analista que tentar identificar
ações incorretamente precificadas utilizando, por exemplo, dados de demonstrações financeiras, estará
perdendo seu tempo, porque essas informações já estarão refletidas no preço corrente, ou seja, não é de
muita serventia as empresas tentarem investigar umas às outras.
3. Eficiente na forma fraca – Essa forma sugere que o preço corrente da ação reflete, pelo menos,
seus próprios preços passados. Em outras palavras, estudar preços passados tentando identificar títulos
incorretamente precificados é inútil, caso o mercado seja eficiente na forma fraca (porque as empresas já
precificam suas ações com base em dados passados). Embora essa forma de eficiência possa parecer um
tanto suave, significa que a busca de padrões históricos não será útil para identificar ações incorretamente
precificadas (essa técnica é bastante comum).

99
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

13. Risco e Retorno


“Se você odeia risco e preocupação... comece a lidar com eles desde cedo.”
KIYOSAKI (2000)

13.1 Dois Estados da Economia - Para fim de cálculo de retorno esperado considera-se que num mercado
a economia só tem duas únicas situações possíveis, que são o Estado de Crescimento e o Estado
Recessivo.

13.2 Exemplo de Cálculo do Retorno Esperado de ações isoladas:


Um investidor possui ações de dois investimentos U e L e a economia, para os dois investimentos tem
a mesma probabilidade ocorrência de estado de crescimento e estado recessivo, ou seja, 50% cada um.
A ação U renderá 30% se houver recessão, e 10% se houver crescimento (significa que se você
mantiver essa ação por vários anos terá 30% de ganho em metade do tempo e 10% na outra metade).

Calcule o Retorno Esperado para U, E(RU):


E(RU) = número de ocorrência do crescimento x percentual de ganho (perda) em caso de crescimento +
número de ocorrência de recessão x percentual de ganho (perda) em caso de recessão
E(RU) =0,5 x 30% + 0,5 x 10%
E(RU) =15% + 5% = 20%
O Retorno Esperado de U, E(RU), é de 20%.
Sigla do Retorno Esperado: E(RU)
A ação L tem, 20% de perda se houver recessão, e 70% de ganho se houver crescimento.
Calcule o Retorno Esperado para L, E (RL) e para U (RU):
E(RU) = número de ocorrência do crescimento x percentual de ganho (perda) em caso de crescimento +
número de ocorrência de recessão x percentual de ganho (perda) em caso de recessão
E(RL) =0,5 x -20% + 0,5 x 70%
E(RL) =-10% + 35% = 25%
O Retorno Esperado de L, E(RL), é de 25%.

13.3 Forma de cálculo do Retorno Esperado para uma Carteira de Ações


Na questão anterior aprendemos a calcular o retorno esperado de ações isoladas, mas um investidor
geralmente possui carteira de ações, ou seja, mais de uma ação compondo uma carteira. O Retorno
Esperado de um título ou ativo é igual à soma dos retornos possíveis multiplicados pelas respectivas
probabilidades de ocorrência. Portanto se tivéssemos 100 retornos possíveis, multiplicaríamos cada um
deles (em percentual) por sua probabilidade de ocorrência (na forma numérica) e somaríamos os
resultados. O Resultado Final seria o retorno esperado. O prêmio por risco seria a diferença entre o
retorno esperado e a taxa livre de risco.

100
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
13.4 Conceito de Prêmio por Risco Projetado (ou Prêmio por Risco Esperado) - Com base em nossos
retornos projetados, podemos calcular o prêmio por risco projetado, ou esperado, como sendo a
diferença entre o retorno esperado do investimento com o risco e o retorno certo de um investimento
livre de risco.
Aproveitando os números do exercício anterior e acrescentando que um investimento livre de risco esteja
atualmente oferecendo 8% de retorno, vamos agora calcular o Prêmio por Risco das ações U e L:
Prêmio por Risco = Retorno esperado – Taxa livre de risco
Prêmio por Risco = E(RU) - Rf

Sigla da Taxa Livre de Risco: Rf


Prêmio por Risco da Ação “U”:
Prêmio por Risco U = E(RU) - Rf
Prêmio por Risco U = 20% - 8% = 12%
Prêmio por Risco da Ação “L”:
Prêmio por Risco L = E(RL) - Rf
Prêmio por Risco L = 25% - 8% = 17%
13.5 Conceito de Carteira de Ativos - Carteira é um grupo de ativos, como ações e obrigações mantido
por investidores. A maioria dos investidores aplica em carteira de ativos. Com isso queremos dizer que
os investidores tendem a possuir mais que uma única ação, obrigação, ou algum outro ativo. Uma vez que
a realidade é essa, retornos e riscos de carteiras são obviamente relevantes.
13.6 Conceito de Pesos de Carteira - A abordagem mais conveniente para descrever uma carteira é
discriminar o percentual do valor da carteira aplicado em cada ativo. Chamamos a estes percentuais de
pesos da carteira.
Exemplo de Peso de Carteira - Se tivermos $50 de um ativo e $150 de outro, o valor total de nossa
carteira será $200. O percentual do primeiro ativo em nossa carteira é $50/200 = 0,25. O percentual de
nosso segundo ativo na carteira é $150/200 = 0,75. Portanto, os pesos dos ativos em nossa carteira são
25% e 75%. Observe que a soma dos pesos precisa ser igual a 100%, já que todo nosso dinheiro precisa
estar aplicado em algo.
13.7 Carteiras com ponderações iguais - São carteiras cujos pesos são iguais.
13.8 Duas partes que compõem o retorno de qualquer ação negociada no mercado financeiro:
1. Em primeiro lugar, o retorno normal ou esperado da ação é a parte do retorno que os investidores
prevêem ou esperam. Este retorno depende das informações que os investidores possuem a respeito desta
ação e baseia-se em como o mercado enxerga hoje os fatores informantes que influenciarão a ação no
próximo ano.
2. A segunda parte do retorno é a parte incerta ou rejeitar a risco. Essa é a porção oriunda das
informações inesperadas reveladas durante o ano. Uma lista com todas as fontes possíveis de tais
informações não teria fim.

13.9 Fórmula do Retorno Total:


Retorno Total = Retorno Esperado + Retorno Inesperado
R = E(R) + U
onde: R é o retorno efetivo no ano;
E(R) é a parte esperada do retorno;
U é a parte inesperada do retorno.

101
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
13.10 Significado de dizer que o mercado já “descontou” o anúncio - Um anúncio é um novo item
que terá influências sobre as ações. Uma forma usual de dizer que um anúncio não é novidade é dizer que
o mercado já “descontou” o anúncio. Para entender, suponha que os investidores façam previsões de que
o PIB aumentará 0,5%. Se o anúncio efetivo for exatamente 0,5%, igual à projeção, neste caso os
investidores não terão aprendido coisa alguma, e o anúncio não terá sido novidade. Não terá impacto
sobre o preço da ação. Isso é parecido com o recebimento de uma confirmação de algo de que você
suspeitava há muito; não revela nada de novo.
Quando o mercado já “descontou” o anúncio, estamos supondo que as informações relevantes
conhecidas hoje já estão refletidas no retorno esperado. Isso é o mesmo que dizer que o preço corrente
reflete as informações publicamente disponíveis. Estamos, portanto, supondo implicitamente que os
mercados sejam pelo menos razoavelmente eficientes na forma semiforte.

13.11 Conceito de Inovação ou Surpresa (em anúncio) - Quando acontece uma mudança, por exemplo,
no PIB, diferente do que se esperava, para mais ou para menos, essa diferença entre o resultado efetivo e
a previsão, um ponto percentual, em nosso exemplo, é algumas vezes denominada inovação ou surpresa.
Sobre o assunto, quando falamos de Notícias, estamos nos referindo à parte surpreendente do anúncio, e
não à porção que o mercado está esperando e, portanto, já foi descontada.

13.12 Duas partes que compõem um Anúncio:


1. Antecipada (ou esperada) - A parte esperada do anúncio é a parte da informação que o mercado
utiliza para formar a expectativa do retorno da ação, E(R).
2. Surpresa (ou inovação). A surpresa é notícia que influencia o retorno não antecipado da ação, U.
O Verdadeiro Risco de um investimento é a parte não antecipada do retorno, ou seja, a que resulta de
surpresas.
Fórmula: Anúncio = Parte esperada + Surpresa

13.13 Fórmula do Retorno Total, levando-se em conta os riscos:


R = E (R) + U
* sendo R o retorno total (já incluídos os riscos); E (R) o retorno esperado; U a Surpresa Total.

Obs.: Sabemos que a Surpresa Total U é composta de risco sistemático “m” e risco não
sistemático “E”, por isso a fórmula pode ser alterada para:

R = E(R) + m + E

* onde “m” é a parcela sistemática do risco e “E” a parcela não sistemática do risco.

13.14 Dois tipos de surpresas que afetam os ativos de investimentos:


1. Risco Sistemático (ou Risco de Mercado) – Risco que influencia grande número de ativos e tem
amplo efeito no mercado. Exp.: Incertezas sobre condições econômicas gerais, como PIB, taxas de juros
ou inflação. Estas condições afetam praticamente todas as empresas em algum nível. Essas forças, que
são capazes de influenciar os ativos que a empresa possui, são a essência do risco sistemático. Não há
como eliminar o Risco Sistemático.
2. Risco Não Sistemático (ou Risco Específico; ou Risco Diversificável) – É aquele que afeta um
único ativo ou um pequeno grupo de ativos. Como este risco é específico a empresas ou ativos
individuais, algumas vezes é chamado de risco específico. O Risco Não Sistemático é eliminado pela
diversificação.

102
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
13.15 Conceito de Diversificação - É o processo de distribuição de um investimento em mais de um
ativo (e, portanto, formando uma carteira).
Sobre a Diversificação, pode-se dizer que foi o tema central da Teoria do Portfólio, apresentada
pelo economista Harry Markowitz, segundo o qual, a diversificação é o caminho para reduzir o risco da
carteira.
A Teoria do Portfólio mostra que o risco de uma carteira não é dado simplesmente pela média do
risco dos ativos individuais, pois é preciso considerar a correlação existente entre os ativos. A teoria de
Harry Markowitz, conhecida também como Teoria da Carteira ou Teoria do Portfólio, teve como
grande diferencial apresentar o conceito de fronteira eficiente.
Pode-se dizer que Harry Markowitz formalizou matematicamente a máxima de “não colocar
todos os ovos em uma única cesta” para o contexto financeiro. Ele afirma que deve-se levar em conta
a diversificação do risco na construção de portfólios, e que é possível construir uma série de portfólios,
nos mais variados níveis de retorno exigidos, que sejam otimizados para a redução do risco.
A seguir serão mostrados mais detalhes a respeito de como a teoria de Markowitz trabalha cada um
desses pontos: risco da carteira, minimização do risco, fronteira eficiente, etc.
Assaf Neto (2007) explica que a teoria de Markowitz faz parte do processo de avaliação de carteiras
de investimentos, o qual envolve três grandes fases:
(i) a análise dos títulos, que trabalha com os fundamentos da avaliação de ativos, em que costuma-
se encontrar o valor intrínseco de um título por descontar os fluxos futuros a uma taxa de atratividade;
(ii) a análise de carteiras, que envolve projeções de retorno esperado e do risco de um conjunto de
ativos;
(iii) e a seleção de carteiras, que por sinal é o título do artigo de Markowitz (1952) – portflio
selection–, estuda a melhor combinação possível dos ativos analisados e sugere uma alocação de ativos
dentro de uma carteira que maximize a satisfação do investidor. Na teoria de Markowitz essa satisfação é
definida com base no que seria um “investidor racional”, que busca que seu risco seja mínimo para um
dado nível de retorno.

13.16 Princípio da Diversificação - A distribuição de um investimento em vários ativos irá eliminar


parte, mas não a totalidade do risco. O Princípio da Diversificação nos diz que, ao distribuir o
investimento em vários ativos, parte do risco diversificável será eliminada.
Diversificação de Carteira:

103
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
13.16 Elementos que compõem o Risco Total
Risco Total = Risco Sistemático + Risco Não Sistemático

13.17 Princípio do Risco Sistemático - É o princípio que diz que o retorno esperado de um ativo com
risco depende do risco sistemático daquele ativo. O Princípio do Risco Sistemático afirma que a
recompensa por assumir risco depende apenas do risco sistemático de um investimento. O raciocínio por
trás desse princípio é simples: Como o risco não sistemático pode ser eliminado virtualmente a custo nulo
por meio da diversificação (um possível prejuízo numa ação é compensado pelo lucro em outra), não
pode existir recompensa por assumi-lo. Em outras palavras, o mercado não recompensa riscos
desnecessários.
13.18 Implicação memorável do princípio do risco sistemático - O princípio do risco sistemático
implica em que o retorno esperado de um ativo depende unicamente do risco sistemático desse ativo.
Existe um corolário óbvio deste princípio: independentemente de quanto risco total um ativo tenha,
apenas a porção de risco sistemático é relevante para determinar o retorno esperado (e o prêmio por risco)
desse ativo.
13.19 Conceito de Coeficiente Beta (βM), em se tratando de mensuração do risco sistemático - Como o
risco sistemático é fator determinante crucial do retorno esperado do ativo, precisamos medir de alguma forma
os níveis de risco sistemático de diferentes investimentos. A medida específica que utilizaremos é denominada
Coeficiente Beta, e será usada a letra grega β para representá-la. O coeficiente beta, ou beta, para abreviar, nos
diz quanto risco sistemático determinado ativo tem em relação a um ativo médio.
Coeficiente Beta é a quantidade de risco sistemático presente em determinado ativo com risco,
relativamente a um ativo com risco médio.
Coeficiente Beta de algumas empresas
Empresa Coeficiente Beta (βM)
Exxon 0,80
Wal-Mart 0,95
General Motors 1,05
Microsoft 1,10
IBM 1,15
Harley-Davidson 1,20
Dell Computer 1,35
America Online 1,65

13.20 Conceito de Ativo Médio - O Ativo Médio se refere à média de risco sistemático de mercado e é
utilizado para comparação com o Coeficiente Beta β, que representa o risco sistemático de uma empresa
específica. Por definição um ativo médio tem um beta de 1,0 em relação a ele mesmo. Um ativo com
beta de 0,5 tem, portanto, a metade do risco sistemático de um ativo médio; um ativo com beta igual a 2,0
tem o dobro.

13.21 Ligação entre Prêmio por Risco de um ativo e seu Risco Sistemático - O Prêmio por Risco de
um ativo depende apenas do risco sistemático. Como ativos com betas maiores têm riscos sistemáticos
mais altos, têm retornos esperados maiores. Portanto, se observarmos a tabela do item 11.19,
perceberemos que um investidor que compre ações da Exxon, com um beta de 0,80, deveria ter um
rendimento menor, em média, do que um investidor que compre ações da General Motors, que tem um
beta de cerca de 1,05.

104
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
13.22 Forma de cálculo do Beta de uma Carteira (βM) - O beta de ativos de uma carteira é resultado da
multiplicação do beta de cada ativo por seu peso na carteira e soma dos resultados.
Beta da Carteira = peso da ação 1 x Beta da ação 1 + peso da ação 2 x Beta da ação 2 + ...

13.23 Exemplo de cálculo do Beta de uma carteira (βp ):


Suponha que você aplique metade de seu dinheiro na Wal-Mart e metade na Harley-Davidson. Qual
seria o beta desta combinação? Utilize os dados da tabela da questão 547.
βp = 0,50 x βWall-Mart + 0,50 x βHarley-Davidson
= 0,50 x 0,95 + 0,50 x 1,20
= 1,075
Como o Beta desta carteira é maior que 1,0, esta carteira tem risco sistemático superior ao do
ativo médio.

13.24 Ativo está Superavaliado - Diz-se que um ativo está superavaliado quando seu preço é muito alto
em face de seu retorno esperado e seu risco.

13.25 Conceito de Linha de Mercado de Títulos (SML) - É uma linha reta de inclinação positiva que
mostra a relação entre o retorno esperado e beta. Essa linha, a qual utilizamos para descrever a relação
entre risco sistemático e retorno esperado em mercados financeiros, geralmente é denominada Linha de
Mercado de Títulos, ou SML. Após o VPL, a SML talvez seja o conceito mais importante nas finanças
modernas. Enfim, através da fórmula do beta de mercado (βM.); fórmula do Retorno Esperado de Mercado
(RM.); conhecendo ainda o Retorno de ativos livres de risco; e a fórmula da inclinação da SML; a
aplicação dos resultados das fórmulas montará a Linha de Mercado de Títulos (SML), a qual nos
mostrará qual é a “taxa vigente” para assumir risco na economia. Graças à SML, dispomos de um
padrão para comparar os retornos esperados de investimentos em ativos reais, a fim de determinar se são
desejáveis.

13.26 Conceito de Carteira de Mercado - É uma carteira constituída por todos os ativos existentes no
mercado. O Retorno esperado dessa Carteira de Mercado é representado por E(RM).

13.27 Conceito de Beta da Carteira de Mercado (βM) - Como todos os ativos existentes precisam estar
situados na SML, o mesmo ocorre para a carteira de mercado composta por todos esses ativos. Para
determinar suas coordenadas na SML, precisamos conhecer o beta da carteira de mercado, βM..O
Coeficiente Beta de um ativo compara o risco sistemático desse ativo, em relação à média dos riscos dos
ativos.
Linha de Mercado de Títulos, ou SML

105
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
13.28 O Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) mostra que o retorno esperado de determinado
ativo depende de três coisas, a saber:
1. Valor Puro do dinheiro no tempo – Medido pela taxa livre de risco, Rf, mostra a recompensa
exigida por simplesmente esperar pela devolução do dinheiro, sem assumir risco nenhum.
2. Recompensa por assumir risco sistemático – medida pelo prêmio por risco de mercado, [E(RM)
– Rf], esse componente corresponde à recompensa que o mercado oferece para se assumir um nível de
risco sistemático, além de esperar.
3. Nível de risco sistemático – Medido pelo βi, esse é o nível de risco sistemático presente em
determinado ativo, em relação a um ativo médio.

13.29 Dois objetivos buscados ao se estudar risco e retorno:


1. Primeiro, o risco é uma consideração extremamente importante em praticamente qualquer decisão
empresarial; e portanto, queremos discutir o que é risco e como ele é recompensado no mercado.
2. Segundo objetivo, descobrir o que determina uma taxa de desconto apropriada para avaliar fluxos de
caixa futuros.

13.30 Conceito de Custo de Capital (ou Custo do Dinheiro) - É a taxa de retorno mínima exigida para
um novo investimento. A taxa apropriada de desconto de novos projetos é a taxa mínima de retorno
esperada que um investimento precisa oferecer para ser atraente. Custo de Capital é assim denominado
porque o retorno exigido é o que a empresa precisa gerar sobre seu capital investido num projeto, para
que atinja o equilíbrio nessa aplicação. Portanto, pode ser interpretado como custo de oportunidade
associado ao investimento de capital pela empresa. Considerando que a empresa utiliza tanto capital de
terceiros quanto capital próprio, o custo de capital será uma combinação dos retornos necessários para
compensar seus credores e acionistas.

14. Custo de Capital (Custo do Dinheiro)


14.1 Conceito de Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) - É o custo de capital para uma empresa
como um todo, e pode ser interpretado como retorno exigido para a empresa toda. Ao discutirmos o
WACC, reconhecemos o fato de que geralmente uma empresa levanta capital de diversas maneiras (com
capital de terceiros, capital próprio, etc), e que essas diferentes formas de capital possuem custos distintos
de capital a elas associados.

14.2 Conceito dos termos Retorno Exigido, Taxa de Desconto Apropriada e Custo de Capital - Esses
termos podem ser utilizados como sinônimos porque eles querem dizer essencialmente a mesma coisa, ou
seja, estão ligados à fonte de financiamento de um novo investimento. Quando se investe num novo ativo,
procura-se conhecer o Retorno Exigido (ou Taxa de Desconto Apropriada ou Custo de Capital) porque
esse dinheiro investido teve alguma fonte de financiamento que pode ser o Capital Próprio ou o Capital de
Terceiros, logo o retorno desse investimento deve superar o custo desse dinheiro.

14.3 Elementos que compõem a Estrutura de Capital - A Estrutura de Capital é a combinação específica
entre Capital de Terceiros e Capital Próprio que a empresa decide utilizar.

14.4 Conceito de Estrutura de Capital Desejada - Cada empresa tem uma política específica de
financiamento de suas atividades. Quando a empresa determina um quociente fixo entre capital de
terceiros e capital próprio ela está determinando sua Estrutura de Capital Desejada. Por exemplo, se uma
empresa tem Balanço Patrimonial de R$100.000,00 e diz que sua estrutura de capital desejada é de 66%,
isso significa que CT / CP = 66%, assim, seu Capital de Terceiros será R$40.000,00 e Capital Próprio de
R$60.000,00.

106
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
14.5 Conceito de Custo de Capital Próprio de uma empresa - É o retorno que os investidores em ações
da empresa exigem por seu investimento.

14.6 Duas abordagens de se estimar o custo de capital próprio:


1. Modelo de Crescimento de Dividendos; e
2. Linha de Mercado de Títulos (ou SML).

14.7 Custo de Capital de Terceiros (RD) - É o retorno exigido pelos financiadores das dívidas da
empresa. O custos de capital de terceiros é o retorno que os credores exigem em novos empréstimos.
14.8 Conceito de Custo Implícito de Capital de Terceiros - É o custo de capital de terceiros calculado
com base em empréstimos passados.
14.9 Conceito de Empresa considerada uma Aposta Simples - É a empresa que está concentrada em apenas
uma linha de produtos. É importante reconhecer as Apostas Simples pelo fato de elas serem referencial em seu
ramo de atuação, pois como só atuam em apenas um ramo, suas taxas de risco, rentabilidade e etc, podem ser
tidas como referenciais desse ramo como um todo. Por exemplo, se você quisesse fazer uma aposta no preço
do petróleo comprando ações, tentaria identificar empresas que lidassem exclusivamente com esse produto,
uma vez que elas seriam mais afetadas pelas variações do preço do petróleo. Tais empresas seria denominadas
Apostas Simples no preço do petróleo.
14.10 Conceito de Abordagem da Aposta Simples - A Abordagem da Aposta Simples surge como opção para
quem quer implementar um novo negócio no qual a taxa de risco é diferente da WACC. Para saber a
viabilidade de um novo negócio com taxa de risco diferente da WACC devemos utilizar a Abordagem da
Aposta Simples, que consiste em fazer a estimação do retorno exigido de um investimento através de dados de
empresas que estejam o mais concentradas possível no tipo de projeto em que estamos interessados (Apostas
Simples).
Resumidamente: Abordagem de Aposta Simples é usar um WACC exclusivamente para um projeto
específico, com base em empresas que atuem em linhas de negócios semelhantes.
14.11 Problema da Abordagem da Aposta Simples - Já que a Abordagem da Aposta Simples é baseada
em empresas que atuem em ramo semelhante ao que queremos atuar, tendo em vista a diversidade de
empresas existentes, pode surgir a dificuldade de encontrar empresas que atuem exatamente da mesma
forma que desejamos atuar e por isso podemos não ser capazes de identificar nenhuma empresa adequada.

14.12 Conceito de Abordagem Subjetiva - Quando existe a dificuldade de se estabelecer taxas de


desconto específicas para projetos individuais, as empresas adotam uma abordagem que envolve
ajustamentos subjetivos da WACC (Custo médio ponderado de capital).
Por exemplo, se uma empresa tem WACC de 14% e quer investir em novos projetos com risco
diferente da WACC, ela pode classificar esses projetos em alto risco, risco moderado e baixo risco e de
acordo com o enquadramento do projeto eles atribuem (de forma subjetiva), fatores de ajuste para a
WACC. Por exemplo, para alto risco atribuímos uma taxa de +6%; risco moderado +0%; baixo risco -4%.
Dessa forma, através da abordagem subjetiva, os novos projetos com alto risco possuirão uma taxa de
desconto de 20%; o que têm risco moderado possuirão uma taxa de desconto de 14% e os de baixo risco
10%.

107
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
TABELA-RESUMO DOS CÁLCULOS DE CUSTO DE CAPITAL
I. Custo de Capital Próprio, RE.
A. Abordagem do modelo de crescimento de dividendos
RE = (D1 / P0) + g
onde D1 é igual ao dividendo esperado daqui a um período, g é a taxa de crescimento do
dividendo, e P0 é o preço corrente da ação.

B. Abordagem da SML
RE = Rf + βE x (RM – Rf)
onde Rf é a taxa livre de risco, RM o retorno esperado do mercado e βE o risco sistemático da
ação.
II. Custo de capital de terceiros, RD
A. No caso de uma empresa cujos títulos de dívida são negociados publicamente, seu custo de capital de terceiros
pode ser medido pelo retorno esperado até o vencimento dos títulos existentes. A taxa de cupom é irrelevante.

B. No caso de a empresa não ter títulos de dívida negociados, o custo de capital de terceiros pode ser medido pelo
retorno esperado de obrigações com classificação de risco de crédito (rating) semelhante.

III. Custo Médio Ponderado de Capital, WACC.


A. O WACC é a taxa exigida de retorno da empresa em sua totalidade. É a taxa de desconto
apropriada para fluxos de caixa com risco semelhante ao da empresa.
B. O WACC é calculado da seguinte maneira:
WACC = (E/V) x RE + (D/V) x RD x (1 – TC)
onde TC é a alíquota de imposto de pessoa jurídica, E é o valor de mercado do capital próprio da
empresa, D o valor de mercado das dívidas da empresa, e V = E + D. Observe que E/V é
porcentagem do financiamento da empresa (a valores de mercado) correspondente a capital próprio,
e D/V a porcentagem de capital de terceiros.

108
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Exercícios FINANÇAS – 12. Retorno de Investimentos; 13. Risco e Retorno; e 14. Custo de capital.
01. (Questão 31 – EsAEx 2001) Sobre o “fator chave” que diferencia o mercado monetário (MM) do mercado de capitais
(MC), é correto afirmar:
a) o MC cria um mercado contínuo enquanto o MC aloca recursos escassos de alta liquidez.
b) O MC aumenta a volatilidade dos preços dos títulos e o MM atua em sentido inverso.
c) O MM através das bolsas monetárias, aproxima compradores de vendedores enquanto o MC limita e seleciona este
relacionamento.
d) ambos os mercados são importantes mas só o MM oferece recursos para alavancar a produção a baixo custo.
e) O MC fornece fundos permanentes ou à longo prazo enquanto o MM fornece financiamento a curto prazo.

02. (Questão 38 – EsAEx 2003) O risco é sempre uma possibilidade de perda e o retorno é uma possibilidade de ganho. Um
dos objetivos básicos da Administração Financeira é conciliar estas duas possibilidades. Com relação ao assunto, é desejo de
toda organização:
a) minimizar as perdas para reduzir o custo de vendas.
b) aplicar em ativos baratos, mesmo com menor receita, para aumentar ganhos.
c) manter os saldos menores possíveis para minimizar os riscos.
d) aumentar os ativos para reduzir os investimentos e os custos.
e) aumentar o volume de receitas, reduzindo os custos.

03 (PETROBRÁS 2007 – ADM Júnior – CESPE/UNB) Marque C (Certo) e E (Errado)


Com relação à matemática financeira, aos conceitos de risco e retorno e ao valor do dinheiro no tempo, julgue os itens a
seguir.
3.1 (Questão 116) Quanto maior a variabilidade dos retornos possíveis de um investimento, menor o seu risco.

3.2 (Questão 117) O retorno esperado de um investimento, representado pela remuneração solicitada pelos investidores
para a manutenção de suas aplicações em determinado ativo, é, em um mercado eficiente, sempre igual ao retorno exigido.

3.3 (Questão 118) Um indivíduo aplicou, em certificado de depósito bancário (CDB), o capital de R$5.000,00 para
receber, após três meses, R$5.300,00. Nessa situação, considerando que não incidam quaisquer outras taxas ou tarifas sobre a
aplicação e que o regime seja o de capitalização composta, a taxa efetiva de juros mensal será superior a 2,1%.

3.4 (Questão 119) Diferentemente do que ocorre na capitalização composta, no regime de capitalização simples o montante
de juros relativo a cada período é crescente, em razão da incorporação dos juros do período anterior ao capital investido.

3.5 (Questão 120) O valor futuro de um investimento é igual ao montante a ser devolvido ao final do período de sua
aplicação.

3.6 (Questão 121) Considere a seguinte situação hipotética.


João pagou R$1.890,00 por um empréstimo que ele tomou por um mês.
Nessa situação, considerando-se que a taxa de juros foi 5% ao mês e que não incidem quaisquer outros encargos sobre a
operação, é correto concluir que o valor do empréstimo foi de R$1.800,00.

Gabarito: 1e; 2e; 3.1e; 3.2c; 3.3e; 3.4e; 3.5c; 3.6c.

109
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

15. Alavancagem e Estrutura de Capital


15.1 Conceito de Decisões de Estrutura de Capital (ou Estrutura Financeira) - São decisões a respeito
do quociente entre dívidas e capital próprio das empresas.

15.2 Conceito de Reestruturações de Capital - São atividades ligadas a decisões sobre emissão
obrigações e emissão de ações, atividades essas que alteram a estrutura de capital existente (quociente
entre dívidas e capital próprio).

15.3 Decisão sobre qual é a Estrutura de Capital melhor - Sabemos que quanto menor o WACC (Custo
médio ponderado de capital) mais será maximizado o valor da empresa. Por esse motivo, diremos que
uma Estrutura de Capital é melhor do que outra se o resultado for diminuir o custo médio ponderado de
capital (WACC).

15.4 Conceito de Estrutura Ótima de Capital - A Estrutura Ótima de Capital é aquela cujo quociente
específico entre dívidas e capital próprio resulta no menor WACC possível. Essa estrutura ótima de
capital algumas vezes também é denominada estrutura “desejada” de capital.

15.5 ALAVANCAGENS
15.5.1 Conceito de Alavancagem Financeira - Alavancagem Financeira é a intensidade com a qual a
empresa está endividada. Quanto mais financiamento por meio de capital de terceiros a empresa utilizar,
maior será a alavancagem financeira empregada. A Alavancagem Financeira pode alterar dramaticamente
os resultados para os acionistas de uma empresa. Curiosamente, porém, a alavancagem financeira pode
não alterar o custo geral do capital da empresa. A Alavancagem Financeira é definida como a capacidade
da empresa usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no LAJIR sobre o
lucro por ação (LPA).
A alavancagem financeira resulta da presença de encargos fixos financeiros no fluxo de lucros da
empresa. Esses encargos fixos não variam com o LAJIR da empresa; eles precisam ser pagos
independentemente do LAJIR disponível para cobri-los. Os dois encargos financeiros normalmente
encontrados na Demonstração de Resultado são: 1) Juros sobre empréstimo; e 2) Dividendos sobre
ações preferenciais.
A Dívida funciona como uma “Alavanca”, no sentido em que utilizá-la pode aumentar tanto ganhos
como perdas. Portanto a Alavancagem Financeira aumenta o potencial de remuneração para os
acionistas, mas ao mesmo tempo aumenta o potencial de situações de insolvência e falência.
Variação percentual do LPA ou LAJIR
GAF = GAF =
Variação percentual do LAJIR (fórmula mais usada em concurso) LAIR
* GAF - Grau de Alavancagem Financeira

15.5.2 Conceito de Alavancagem Operacional – Variações nos custos operacionais fixos afetam
significativamente a alavancagem operacional. Por ser linear o conceito de alavancagem, variações
positivas e negativas de igual magnitude sempre resultarão em idênticos graus de alavancagem, quando se
usar o mesmo nível de base de vendas como ponto de referência.
Quanto maiores forem os custos operacionais fixos relativos aos variáveis, tanto maior será o
grau de alavancagem operacional. Uma vez que a alavancagem é uma faca de dois gumes – aumenta tanto
prejuízos como lucros – a alteração de custos através de maiores custos fixos tende a elevar a magnitude
de prejuízos potenciais. O ponto de equilíbrio mais elevado reflete o fato de que a empresa precisa atingir
um nível maior de vendas para cobrir seus maiores custos operacionais fixos.

110
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Fórmulas da Alavancagem Operacional: * GAO - Grau de Alavancagem Operacional

Variação percentual do LAJIR


GAO =
Variação percentual das Vendas
ou
Q x (PVun – CVun) Onde: PVun = Preço de Venda Unitário; CF = Custos Fixos;
GAO =
Q x (PVun – CVun) - CF e CVun = Custo Variável Unitário.

15.5.3 Conceito de Alavancagem Combinada (GAC) – É o efeito do uso combinado dos dois tipos
de alavancagem. Pode ser definido como a capacidade da empresa usar custos fixos, tanto operacionais
como financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas sobre o LPA. A Alavancagem
Combinada, portanto, pode ser considerada como o impacto total dos custos fixos na estrutura
operacional e financeira da empresa.
GAC = GAO x GAF
* GAC – Grau de Alavancagem Combinada

15.6 Conceito de Ponto de Indiferença, na relação LPA versus LAJI – Ponto de Indiferença é o ponto
em que, se o LAJI estiver acima desse nível, a alavancagem será benéfica; se estiver abaixo deste ponto,
ela será prejudicial.
Alavancagem financeira: LPA e LAJI (Exemplo da Trans Am Corporation)

15.6.1 Ponto de Equilíbrio


Financeiro – O ponto de interseção
de cada plano com o eixo LAJIR
representa o montante de LAJIR
necessário para a empresa cobrir seus
encargos fixos financeiros, isto é, o
ponto onde o lucro por ação é igual a
zero, LPA = 0.

111
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.7 Conceito de Alavancagem Feita em Casa - É o uso de empréstimos pessoais para alterar o
montante geral de alavancagem financeira ao qual o indivíduo está exposto. Assim, o indivíduo que
deseja alavancar o valor a receber por suas ações, pega um empréstimo a juro fixo com a própria empresa
e investe esse dinheiro na produção da empresa, assim, ele consegue fazer com que a produção aumente e
por consequência a lucratividade aumente, fazendo com que o Lucro Líquido seja maior e
consequentemente o LPA também seja maior. Do seu LPA aumentado ele abate a parcela do empréstimo
e os juros para ver quanto ele realmente conseguiu de ganho com essa Alavancagem feita em casa.

15.8 Componentes do Custo de Capital Próprio da empresa:


1. A taxa exigida de retorno para os ativos de toda a empresa (que por sua vez depende da natureza
das atividades operacionais da empresa); e
2. A Estrutura Financeira da empresa.

15.9 Duas partes componentes do Risco Sistemático Total do Capital Próprio:


15.9.1 Risco Operacional (ou Risco do Negócio ou Risco Econômico) – É inerente ao negócio da
empresa, ou seja, é o risco do capital próprio que decorre da natureza das atividades operacionais da
empresa. O Risco Operacional depende dos ativos e operações da empresa e não é afetado por sua
estrutura de capital. O Risco Operacional depende do risco sistemático dos ativos da empresa. Quanto
maior o risco sistemático dos ativos, maior será o valor da Taxa exigida de Retorno dos Ativos e, todo o
resto permanecendo constante, maior será o custo de capital próprio. O Risco Operacional está
relacionado com a Alavancagem Operacional. Está relacionado também com a sensibilidade ou
variabilidade do LAJIR; é o risco de incapacidade de cobrir os custos operacionais. À medida que uma
empresa aumenta seus custos operacionais fixos, cresce o volume de vendas necessário para se atingir o
ponto de equilíbrio.
15.9.2 Risco Financeiro - É o risco adicional que resulta do uso de capital de terceiros. O Risco
Financeiro é o risco do capital próprio que decorre da política de financiamento (isto é, da estrutura de
capital da empresa). À medida que os encargos financeiros aumentam, o nível de LAJIR necessário para
cobri-los também aumenta. Os acionistas preferenciais não têm poder de forçar a liquidação se seus
dividendos não forem pagos. O problema de não pagar dividendos preferenciais é que os acionistas
comuns não podem receber nenhum dividendo.

15.10 Alavancagem e suas consequências para o Custo do Capital Próprio – O Custo de Capital
Próprio da empresa sobe com o aumento do uso da alavancagem financeira porque o Risco Financeiro
do Capital Próprio cresce enquanto o Risco Operacional permanece o mesmo.

15.11 Duas características marcantes do Capital de Terceiros:


1. Primeiro, os juros pagos são dedutíveis para fins de Imposto de Renda. Isso é bom para a empresa,
e pode ser um benefício adicional decorrente do uso de capital de terceiros.
2. Segundo, deixar de cumprir as obrigações decorrentes de dívidas resulta em falência. Isso não é
bom para a empresa, e pode ser um custo adicional decorrente do uso de Capital de Terceiros.

15.12 Benefício Fiscal do uso de capital de terceiros – Quando uma empresa financia seu funcionamento
com base em Capital de Terceiros, por ser essa modalidade uma espécie de “empréstimo”, os juros pagos,
por não serem renda da empresa, não são computados fins fiscais e, com isso, a empresa tem um ganho de
capital por deixar de pagar a parte do imposto referente aos juros.

15.13 Estrutura Ótima de Capital se considerarmos apenas o efeito do imposto de renda - Se


levarmos em conta apenas o efeito do imposto de renda, a estrutura ótima de capital conteria 100% de
capital de terceiros.

112
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.14 Conceito de Falência - É um procedimento legal para liquidar ou reorganizar uma empresa.

15.15 Duas opções para empresas que não podem ou não querem fazer os pagamentos contratados
a credores - Liquidação ou Reorganização. Essas opções resultam de procedimentos judiciais. A
ocorrência de uma ou outra depende de se a empresa vale mais “morta” ou “viva”.
15.15.1 Conceito de Liquidação – É o término da empresa como organização ativa e envolve a
venda de seus ativos. Os recursos obtidos, descontando os custos de venda, são distribuídos aos credores
na ordem de prioridade estabelecida.
15.15.2 Conceito de Reorganização - É a reestruturação financeira de uma empresa falida que tenta
manter a empresa como organização ativa. Geralmente a reorganização envolve a emissão de novos
títulos para substituir os antigos.

15.16 Conceito de Custos de Falência - Um dos limites ao montante de endividamento que a empresa
pode utilizar surge na forma de custos de falência. Em princípio, uma empresa torna-se falida quando o
valor de seus ativos se iguala ao valor de sua dívida. Quando isso acontece, o valor das ações é nulo e os
acionistas entregam o controle da empresa aos credores. Nesse ponto, os credores recebem ativos que têm
um valor exatamente igual ao valor devido pelo empréstimo. Em um mundo perfeito, não há custo
associado a essa transferência de propriedade, e os acionistas não perdem nada.

15.17 Conceito de Custos Diretos de Falência - São custos associados diretamente à falência, tais como
despesas legais e administrativas.

15.18 Situação em que a empresa pode ser considerada economicamente falida (Falência
Econômica) - Quando o valor dos ativos da empresa se iguala ao valor da dívida, a empresa está
economicamente falida, no sentido de que o capital próprio não tem valor nenhum. Falência Econômica
é a que ocorre em situações nas quais a empresa foi liquidada com perdas para os credores, mas até
mesmo uma empresa financiada unicamente por capital próprio pode falir economicamente.

15.19 Conceito de Falência Legal - Empresas ou credores requerem falências perante um tribunal
federal. A Falência Legal é um procedimento legal para liquidar ou reorganizar uma empresa.

15.20 Conceito de Insolvência Técnica - A insolvência técnica ocorre quando uma empresa se torna
incapaz de honrar suas obrigações financeiras.

15.21 Conceito de Insolvência Contábil - Empresas com patrimônio líquido negativo são insolventes em
termos contábeis. Isso ocorre quando o valor contábil do passivo é maior do que o valor contábil do ativo
total.

15.22 Conceito de Custos Indiretos de Falência - São os custos de evitar um processo de falência,
incorridos por uma empresa em dificuldades financeiras.

15.23 Conceito de Custos de Dificuldades Financeiras - São os custos diretos e indiretos associados à
falência (entrar em falência ou evitar o processo de falência) ou a dificuldades financeiras.

15.24 Conceito de Teoria Estática da Estrutura de Capital - É a teoria que diz que a empresa toma
dinheiro emprestado até determinado ponto, no qual os benefícios fiscais de um “Real” adicional de
dívida são iguais ao custo adicional, decorrente do aumento da probabilidade de dificuldades financeiras.
Grosso modo: ponto a partir do qual não vale a pena tomar dinheiro emprestado.

113
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.25 Importância da Tangibilidade para a política de endividamento das empresas - Uma empresa
cuja maior parte dos ativos seja tangível, podendo ser vendidos sem grande perda de valor, terá maior
incentivo para endividar-se. No caso de empresas em que os ativos são em grande parte intangíveis, como
por exemplo, o talento de empregados e oportunidades de crescimento, o endividamento deve ser menos
atraente, uma vez que os ativos não podem ser efetivamente vendidos.

15.26 Conceito de Regra de Prioridade Absoluta (RPA) - É a regra que estabelece prioridades de
recebimentos em caso de liquidação.

15.27 Conceito de Concordata pré-fabricada - É um fenômeno relativamente novo. O que acontece


nesse caso é que a empresa estabelece um plano de falência e obtém a aprovação necessária pela maioria
de seus credores, em primeiro lugar, e em seguida faz o pedido de sua falência ao governo.
Consequentemente, a empresa entra em concordata, e sai dela quase imediatamente, pois as dívidas já
estão pré-negociadas e após declarada a falência haverá benefícios fiscais que tornarão a negociação
exequível.
Genericamente, quando a empresa combina com seus credores que irá pedir concordata e a forma de
pagamento de suas dívidas (sem processo judicial e brigas em tribunais) para que possa pagá-las assim
que a concordata for declarada. Dessa forma ela entra em concordata e imediatamente acerta a forma de
pagamento, voltando à normalidade e saindo rapidamente da condição de concordata.

15.28 O direito de pedir concordata tem um valor elevado - Há diversos motivos para o valor ser
elevado. Do ponto de vista operacional, quando uma empresa entra com um pedido de concordata, os
credores imediatamente “cessam” de receber, pagamentos, e são obrigados a esperar o resultado do
processo para descobrir se receberão algo, e quanto. Com isso, a empresa ganha tempo para avaliar suas
opções e evita a “corrida para tribunais” de credores e outros.

15.29 Conceito de Dividendos - São distribuições de lucros da empresa aos acionistas, sob a forma de
dinheiro ou ações. É aceitável referir-se à distribuição de lucros como um dividendo e à distribuição de
capital como dividendo de liquidação. Mais genericamente, qualquer pagamento direto feito pela
empresa aos acionistas pode ser considerado como um dividendo, ou como parte da política de
dividendos.

15.30 Conceito de Distribuições - São pagamentos feitos pela empresa a seus donos de outras fontes que
não os lucros correntes ou acumulados.

15.31 Quatro tipos básicos de dividendos:


1. Dividendos regulares – São pagamentos em dinheiro feitos por uma empresa a seus donos no curso
normal das operações, geralmente quatro vezes ao ano.
2. Dividendos extraordinários – Algumas vezes, as empresas pagam um dividendo regular, e também
um dividendo extraordinário. Ao denominarem parte do dividendo extraordinário, os administradores
estão sinalizando que parte dos dividendos pode ou não ser repetida no futuro.
3. Dividendos especiais – Um dividendo especial é análogo, mas o nome geralmente indica que este
dividendo é visto como verdadeiramente atípico e único, e que não será repetido.
4. Dividendos de liquidação – Dividendo que geralmente significa que a empresa está sendo liquidada
no todo ou parcialmente.

114
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.32 Diferença do Dividendo de Liquidação para os demais tipos de dividendos - Todos os
dividendos reduzem os saldos de caixa e lucros retidos da empresa, exceto no caso de dividendos de
liquidação (quando o capital e as reservas podem estar sendo reduzidos).

15.33 Formas de expressar o Montante de Dividendo:


1. Dividendos por Ação - reais por ação;
2. Taxa de Dividendos - porcentagem do preço por ação;
3. Índice de Distribuição – porcentagem do lucro líquido.

15.34 Mecanismo de pagamento de dividendos – Para o pagamento dos dividendos são acertadas datas a
serem seguidas, a saber:
1. Data de Declaração – Data na qual o conselho de administração aprova a resolução de pagar um
dividendo e anuncia o pagamento de dividendos.
2. Data ex-dividendo – Dois dias úteis antes da data de registro, identificando os indivíduos que
receberão os dividendos. Uma ação torna-se ex-dividendo na data em que o titular da ação mantém o
direito de receber o dividendo.
3. Data de registro – Data na qual os titulares precisam estar registrados para receber dividendos. Na
data de registro os dividendos declarados são distribuídos aos acionistas registrados nesta data específica.
4. Data de pagamento – Data na qual os cheques de dividendos são enviados por correio aos acionistas
registrados.

15.35 Herdeiros & Imposto sobre ganho de capital herdado - Herdeiros não pagam imposto sobre
ganho de capital herdado porque não se considera que herdeiros tenham tido ganhos de capital e,
portanto, o passivo morre com o acionista que falece.

15.36 Restrições ao pagamento de dividendos - Em alguns casos, uma empresa pode sofrer restrições a
sua capacidade de pagar dividendos. Por exemplo, uma característica comum em escrituras de emissão de
obrigações é uma cláusula proibindo pagamentos de dividendos acima de certo nível. Além disso, podem
existir leis estaduais que proíbem as empresas de pagar dividendos, caso o montante dos dividendos
exceda os lucros retidos.

15.37 Conceito de Efeito Clientela - Argumento segundo o qual ações atraem grupos particulares com
base na taxa de dividendos e no efeito fiscal resultante. O argumento do Efeito Clientela diz que grupos
distintos de investidores desejam níveis de dividendos diferentes. Quando a empresa se decide por uma
política de dividendos, o único efeito é atrair uma determinada clientela. Se a empresa altera sua política,
passa então a atrair uma clientela diferente.

15.38 Razões para índices baixos de distribuição de dividendos - A empresa pode optar por índices
baixos de distribuição de dividendos quando quer reinvestir parte do lucro líquido e assim não ter que
financiar parte de suas operações com terceiros. Existe também a questão do Imposto de Renda, pois
pagando pouco LPA o proprietário da ação tem menos renda a declarar e consequentemente menos
imposto a pagar.

15.39 Razões para empresas evitarem distribuir dividendos elevados – Empresas com índices de
distribuição de dividendos mais elevados serão obrigadas a emitir ações mais frequentemente. Se uma
empresa desejar evitar novas emissões de ações, precisará utilizar seus fluxos de caixa gerados
internamente para financiar novos projetos com VPL positivo. Os dividendos só poderão ser pagos com o
que sobrar. Esta sobra é denominada resíduo e tal política de dividendos é denominada abordagem
residual.

115
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.40 Política da Abordagem Residual - É a política segundo a qual a empresa paga dividendos apenas
após ter financiado suas necessidades de investimento, mantendo o quociente desejável entre capital de
terceiros e capital próprio.

15.41 Ponto-Chave da Abordagem Residual - O Ponto-Chave da Abordagem Residual é o de que os


dividendos só serão distribuídos após todas as oportunidades de investimento rentáveis terem sido
exauridas. Obviamente, uma abordagem estritamente residual poderia levar a uma distribuição de
dividendos muito instável. Se as oportunidades de investimento em um determinado período forem muito
grandes, os dividendos serão muito baixos, ou até nulos. Por outro lado, os dividendos poderão ser
elevados no período seguinte se as oportunidades forem menos promissoras.

15.42 Duas políticas de dividendos que empresas podem escolher:


1. Política Cíclica de Dividendos – Nesta política cada dividendo trimestral pode ser uma parcela fixa
do lucro daquele trimestre. Neste caso, os dividendos flutuarão durante o ano.
2. Política Estável de Dividendos – Cada dividendo trimestral pode ser calculado como parcela fixa do
lucro anual, o que quer dizer que todos os dividendos são iguais.

15.43 Conceito de Recompra de ações – A recompra de ações é uma alternativa aos dividendos. Quando
a empresa deseja fazer pagamento em dinheiro a seus acionistas, geralmente distribui dividendos. Uma
outra maneira é recomprar suas ações. A recompra de ações tem sido uma das principais atividades
financeiras nos últimos anos e, aparentemente, continuará a sê-lo. Uma grande vantagem da Recompra de
Ações é que quando a empresa recompra ações, além do acionista receber dinheiro em troca de parte das
ações que possuía, a empresa passa a ter menor número de ações no mercado e como o valor da empresa
permanece o mesmo (ou aumenta), diminuindo o número de ações, o valor por ação aumenta e
consequentemente o LPA (Lucro por Ação) também aumenta.
Resumindo: Recompra de ações é um outro método utilizado para distribuir lucros da empresa a seus
donos, que proporciona um tratamento fiscal mais vantajoso do que o de dividendos.

15.44 Conceito de Bonificação - Pagamento feito pela empresa a seus acionistas na forma de ações,
diluindo o valor de cada ação existente. Uma bonificação não é, na realidade, um dividendo, porque não é
paga em dinheiro. O efeito da bonificação é aumentar o número de ações que cada acionista possui. Como
passam a existir mais ações, cada ação passa a valer menos. Bonificações são expressas em termos
percentuais, ou seja, pode-se, por exemplo, receber 20% de bonificações, assim, quem tinha 100 ações
passa a ter 120 ações.

15.45 Conceito de Desdobramento - Um Desdobramento é essencialmente a mesma coisa que uma


bonificação, exceto pelo fato de que os desdobramentos são expressos como quocientes, em vez de
porcentagens. Quando um desdobramento é declarado, cada ação é desdobrada para criar ações
adicionais. Por exemplo, em um desdobramento de três por um, cada ação antiga é desdobrada em três
novas ações.
Resumindo: Desdobramento é um aumento da quantidade de ações existentes de uma empresa sem
haver alteração do patrimônio líquido.
Por exemplo, se uma empresa declara um desdobramento de dois por um, tudo o que acontece é que o
número de ações é duplicado e, consequentemente, cada ação passa a valer metade do que vale hoje. O
valor total não é afetado.

15.46 Bonificações Pequenas e Bonificações Grandes:


1. Bonificações Pequenas – São as bonificações inferiores a 20% ou 25%.
2. Bonificações Grandes – São bonificações superiores a 20% ou 25%. Bonificações Grandes não são
comuns.

116
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.47 Conceito de Intervalo de Negociação - Os defensores de bonificações e desdobramentos
frequentemente argumentam que os títulos têm um Intervalo de Negociação adequado. Quando títulos
estão cotados acima do limite superior do intervalo, muitos investidores não têm recursos para comprar o
lote padrão de 100 ações. Resumindo: Intervalo de Negociação é o intervalo entre o preço mais alto e o
mais baixo ao qual a ação é negociada.

15.48 Conceito de Agrupamento - Uma opção financeira menos frequente é o agrupamento. Em um


agrupamento de um por três, cada investidor trocará três ações antigas por uma nova. Conforme já foi
mencionado em relação a bonificações e desdobramentos, pode-se argumentar que os agrupamentos não
provocam mudanças nada substanciais na empresa.
Resumindo: Agrupamento é a combinação de ações reduzindo o número de ações de uma empresa.

15.49 Cinco razões para se fazer Agrupamentos:


1. Primeiro, os custos de transação para os acionistas podem diminuir após o agrupamento.
2. Em segundo lugar, a liquidez e a negociabilidade da ação da empresa podem melhorar quando o
preço sobe para um intervalo popular de negociação.
3. Em terceiro lugar, as ações negociadas abaixo de um determinado nível não são consideradas
respeitáveis, significando que os investidores não têm boa opinião dos lucros, do fluxo de caixa, do
crescimento e da estabilidade da empresa. Alguns analistas argumentam que o agrupamento pode trazer
respeitabilidade instantânea.
4. Em quarto lugar, as bolsas de valores têm exigências de preço mínimo por ação. Os agrupamentos
podem elevar o preço da ação acima deste mínimo.
5. Em quinto lugar, as empresas algumas vezes fazem agrupamentos e, ao mesmo tempo, compram
ações de acionistas que ficam com menos do que um determinado número de ações. Esta tática poderá ser
considerada abusiva se for utilizada para forçar a saída de acionistas minoritários.

15.50 Diferença entre Dividendos e Política de Dividendos:


1. Dividendos – os dividendos são importantes porque o valor de uma ação, em última instância, é
determinado pelos dividendos que serão pagos.
2. Política de Dividendos – a questão da política de dividendos aborda o período de pagamento de
dividendos (mais dividendos agora versus mais dividendos depois).

15.51 Conceito de Capital de Risco - É o capital oriundo de financiamentos, que é utilizado em


empreendimentos novos e geralmente com risco elevado.

15.52 Conceito de Financiamento Térreo - As empresas de capital de risco, geralmente especializam-se


em estágios distintos do andamento de um investimento de risco. As empresas especializadas em
financiamentos para estágios iniciais de empreendimentos são chamadas de seed money ou
Financiamento Térreo.

15.53 Conceito de Financiamentos de Mezanino - No outro extremo, o financiamento de último estágio


poderia vir de capitalistas de risco especializados nos chamados Financiamentos de Mezanino, onde o
termo mezanino refere-se ao nível imediatamente superior ao Térreo.

15.54 Conceito de Capitalistas Abutres - Os capitalistas chamados de “abutres” especializam-se em


investimentos de alto risco em empresas já estabelecidas, mas que se encontram em dificuldades
financeiras.

15.55 Conceito de Empresas Butiques - São empresas pequenas, mais flexíveis e menos burocráticas e
por isso envolvem-se intensamente nas operações de risco do dia-a-dia e na tomada de decisão quanto a
investimentos de risco.

117
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.56 Conceito de Prospecto, na oferta pública de títulos – É um documento legal que descreve
detalhes de emissões de empresas e da oferta proposta a potenciais investidores.

15.57 Conceito de Isca Vermelha, na oferta pública de títulos - É um prospecto preliminar distribuído
a investidores em potencial em uma emissão de novos títulos.

15.58 Conceito de Lápides - São anúncios de oferta pública.

15.59 Dois tipos de oferta pública de ações:


1. Oferta Geral a Vista – Numa oferta a vista, os títulos são oferecidos ao público geral na base de
“quem chegar primeiro”.
2. Oferta de Direitos – Numa Oferta de Direitos, os títulos são inicialmente oferecidos apenas aos
acionistas atuais da empresa.

15.60 Conceito de Oferta Pública Inicial (OPI) - É a primeira emissão de ações oferecida ao público
por uma empresa.

15.61 Conceito de Oferta de Títulos Amadurecidos (OTA) - É uma nova emissão de ações de uma
empresa que já possui títulos em poder do público.

15.62 Conceito de Consórcio - É um grupo de agentes de subscrição formado para dividir o risco e
auxiliar na venda da emissão.

15.63 Conceito de Spread (ou desconto) - É a remuneração básica do agente de subscrição determinada
pela diferença entre o preço de venda e o preço de compra da subscrição.

15.64 Conceito de Warrants - Algumas vezes, o agente de subscrição recebe uma remuneração não
monetária, sob a forma de warrants e ações, além do spread. Warrants são essencialmente opções de
compra de ações a um preço fixo durante um período predeterminado.

15.65 Conceito de Agentes de Subscrição - São empresas de investimento que agem como
intermediários entre a empresa que está vendendo os títulos e os investidores.

15.66 Escolha do Agente de Subscrição - Uma empresa poderá oferecer seus títulos ao agente de
subscrição que der o lance mais alto, numa oferta por meio de licitação, ou poderá negociar diretamente
com um agente de subscrição.

15.67 Dois tipos básicos de subscrição em forma de oferta a vista:


1. Subscrição por Oferta Firme – O tipo de subscrição (compromisso) na qual o agente de subscrição
compra todos os títulos emitidos, assumindo total responsabilidade financeira por quaisquer títulos não
vendidos.
2. Subscrição por Melhores esforços – Numa Subscrição (compromisso) por Melhores Esforços, o
agente de subscrição está legalmente comprometido a usar seus “melhores esforços” para vender os
títulos ao preço de lançamento combinado. Além disso, o agente de subscrição não garante qualquer soma
à empresa emitente. Essa forma de subscrição é mais comum no caso de ofertas públicas iniciais.

118
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.68 Conceito de AFTERMARKET, em subscrições - É o período após a venda inicial de novos
títulos ao público. Durante esse período (AFTERMARKET), os membros do consórcio de subscrição,
geralmente, não vendem títulos por menos do que o preço de lançamento. Nesse período o agente
principal de subscrição tem autorização para comprar ações caso o preço de mercado caia abaixo do preço
de lançamento. A finalidade é sustentar o mercado e proteger o preço contra pressão temporária de
queda. Se os títulos permanecerem sem ser vendidos após algum tempo (por exemplo, 30 dias), os
membros do consórcio poderão abandoná-lo e vender suas ações a qualquer preço que o mercado aceite.

15.69 Conceito de RESSACA, em subscrições - Ocasionalmente, o preço de um título cai


substancialmente quando o agente de subscrição deixa de sustentá-lo. Em tais casos, os humoristas do
Wall Street (aqueles que não compraram nenhuma ação) referem-se ao período subsequente ao
aftermarket como ressaca.

15.70 Conceito de Cláusula Green Shoe (Opção de Excesso de Rateio), em subscrições - Muitos
contratos de subscrição contêm uma Cláusula Green Shoe (às vezes conhecida como opção de excesso
de rateio), que dá aos membros do consórcio a opção de adquirir ações adicionais da empresa emitente ao
preço de lançamento.

15.71 Significado de “excesso de subscrição” - Quando o preço de lançamento de uma ação está muito
baixo, diz-se que houve excesso de subscrição. Isso significa que os investidores não são capazes de
adquirir todas as ações que desejam (porque como está muito barato e todos querem comprar muitas
ações, mas não há tantas disponíveis), e os agentes de subscrição acabam rateando-as entre os
investidores (ou seja, limitam em bases iguais a quantidade de ações que cada investidor poderá adquirir).
Quando há excesso de subscrição (demanda maior que a oferta) isso significa que o Agente de Subscrição
subavaliou as ações, ou seja, precificou as ações abaixo do que o mercado poderia pagar.

15.72 Conceito de “maldição do vencedor”, em aquisição de Ações - É quando o investidor médio não
consegue comprar as ações subavaliadas de um OPI pelas seguintes causas:
1. Opção Shoe que dá o direito ao agente de subscrição a prioridade da compra; e
2. Os Altos Investidores, que possuem as melhores informações e sabem que esse OPI é um bom
investimento correm para comprá-lo, o que dificulta a aquisição do mesmo, pois todos o querem.
A Maldição do Vencedor surge, então, quando aquele investidor médio, que não possui todas as
informações sobre as ações que estão sendo negociadas, não consegue comprar as melhores ações, pois
quando fica sabendo que se trata de um bom investimento, as ações já foram vendidas. Na ânsia de não
perder outros bons negócios, resolve investir todo o seu dinheiro em alguma ação que consiga comprar e
com isso acaba adquirindo ações super-avaliadas. Essa é a maldição do vencedor, ele vence, porque
consegue comprar as ações que desejava, mas perde porque elas nunca serão tão boas, caso contrário
dificilmente ele conseguiria comprar todas as ações que desejasse.
15.73 Conceito de Custos de Lançamento - A emissão pública de títulos não é de graça, e o custo dos
diversos métodos é um fator determinante importante de qual método será escolhido. Os custos
associados ao lançamento de novos títulos são genericamente denominados custos de lançamento.

119
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.74 Seis categorias em que se classificam os Custos de Venda (emissão) de ações / títulos:
Custo de Emissão de Títulos
1. Spread O Spread consiste nas comissões diretas pagas pela empresa emitente ao consórcio de agentes
de subscrição – a diferença entre o preço recebido pela empresa e o preço de lançamento.
2. Outras Despesas São custos diretos incorridos pela empresa emitente, que não fazem parte da remuneração dos
Diretas agentes de subscrição. Esses custos incluem taxas de registro, honorários advocatícios e
impostos – todos divulgados no prospecto.
3. Despesas Indiretas Estes custos são informados no prospecto e incluem os custos do tempo gasto pelos
administradores na preparação do novo lançamento.
4. Retornos anormais Em emissões de ações de empresas maduras, o preço das ações existentes cai em média 3% à
época do anúncio da emissão. Esta queda é denominada retorno anormal.
5. Subavaliação No caso de ofertas públicas iniciais, as perdas são devidas às ações que são vendidas a um
preço inferior a seu valor verdadeiro.
6. Opção Green Shoe A Opção Green Shoe dá ao gerente de subscrição o direito de comprar ações adicionais ao
preço de oferta para cobrir um excesso de demanda pelos investidores.

15.75 Duas formas básicas de financiamento privado direto a longo prazo:


1. Empréstimos a Prazo Fixo – São empréstimos diretos a empresas, tipicamente com prazo de um a
cinco anos. Os financiadores incluem bancos comerciais, companhias de seguro e outras instituições
especializadas no financiamento de empresas.
2. Colocações Privadas de Títulos – São empréstimos, geralmente a longo prazo, realizados
diretamente com um número limitado de investidores.

15.76 Principais características do Financiamento Privado Direto a Longo Prazo que o diferenciam
das Ofertas (colocações) Públicas de Títulos:
1. Colocação Privada:
a. O empréstimo direto a longo prazo não tem custo de registro;
b.Tende a apresentar cláusulas mais restritivas;
c. É mais fácil renegociar um empréstimo a prazo fixo ou uma colocação privada em caso de
inadimplência.
d. As companhias de seguro de vida e fundos de pensão dominam o segmento de colocação
privada de obrigações. Os bancos comerciais são participantes importantes do mercado de empréstimos a
prazo fixo.
e. Os custos de distribuição de obrigações são menores no mercado de colocação privada.
2. Oferta Pública - É mais difícil renegociar uma oferta pública, porque normalmente há centenas de
investidores envolvidos.

15.77 Conceito de Registro de Prateleira - O Registro de Prateleira permite a uma empresa registrar de uma
única vez todas as emissões que espera fazer dentro dos próximos dois anos, fazendo o lançamento e a venda
no momento preferido, assim os investidores podem prever a possibilidade de aquisição de ações da empresa
que fez o registro de prateleira.

15.78 Método Conta-Gotas para o lançamento de novas ações no Registro de Prateleira - O Registro de
Prateleira possibilita às empresas utilizar um Método de Conta-Gotas para lançar novas ações. Nesse tipo de
operação, uma empresa registra a oferta e contrata um agente de subscrição como agente de venda. A empresa,
então, vende os títulos aos poucos, de tempos em tempos, diretamente numa bolsa de valores.

120
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
15.79 Resumo sobre Emissão de Títulos de empresas:
1. O Mercado de Capital de Risco é a principal fonte de financiamento para novas empresas com risco
elevado.
2. O Custo de Emitir Títulos pode ser bem alto. São bem menores em termos percentuais para as
emissões maiores.
3. A Subscrição por Oferta Firme é muito mais comum em emissões de grande porte do que a
Subscrição por Melhores Esforços. Isso talvez seja explicado pela incerteza associada às emissões de
menor porte. Numa oferta de um certo tamanho, as despesas diretas de subscrição por melhores esforços e
oferta firme são de magnitude semelhante.
4. Os Custos Diretos e Indiretos de abertura de capital podem ser substanciais. Entretanto, uma vez
que a empresa abre seu capital, ela pode levantar recursos adicionais muito mais facilmente.

121
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

16. Planejamento Financeiro a Curto Prazo


16.1 Principal preocupação das Finanças a Curto Prazo – A principal preocupação das Finanças a
Curto Prazo é com a análise de decisões que afetam os ATIVOS e PASSIVOS CIRCULANTES.

16.2 Administradores que lidam com problemas financeiros a curto prazo.


Título do Atribuições relacionadas à administração financeira Ativos / Passivos afetados
Administrador a curto prazo
Tesoureiro Cobrança, concentração de contas, desembolso; aplicações a Caixa, aplicações financeiras a
curto prazo; empréstimos a curto prazo; relações bancárias curto prazo, empréstimos a
curto prazo
Gerente de Crédito Monitoramento e controle de contas a receber; decisões de Contas a receber
política de crédito
Gerente de Decisões de política de crédito Contas a receber
Marketing
Gerente de Decisões sobre compras, fornecedores; pode negociar Estoques, contas a pagar
Compras condições de pagamento
Gerente de Fixação de programas de produção e necessidades de matéria- Estoques, contas a pagar
Produção prima
Gerente de Contas Decisões quanto à política de pagamento e aproveitamento de Contas a pagar
a Pagar descontos
Controller Informações contábeis sobre fluxos de caixa; reconciliação de Contas a receber, contas a pagar
contas a pagar; aplicação de pagamento a contas a receber

16.2.1 Três pessoas envolvidas com a Venda a Prazo - A venda a prazo envolve pelo menos três
pessoas diferentes: o gerente de crédito, o gerente de marketing e o controller. Dessas três pessoas,
somente duas são subordinadas ao vice-presidente de finanças (geralmente, a gerência de marketing é
subordinada à diretoria comercial).
16.3 Diferença mais importante entre Finanças a Curto Prazo e Finanças a Longo Prazo - A diferença
mais importante é a distribuição de fluxo de caixa no tempo. As decisões financeiras a curto prazo tipicamente
envolvem entradas e saídas de caixa que ocorrem no prazo de um ano, ou menos.
16.4 Exemplos de questões que se situam na categoria geral de administração financeira a curto prazo:
1. Qual é o Nível razoável de caixa a ser mantido (num banco) para pagar contas?
2. Quanto a empresa deve tomar emprestado a curto prazo?
3. Quanto crédito deve ser concedido aos clientes?

16.5 Composição do Ativo Circulante – O AC é composto pelo Caixa e outros ativos que, espera-se, sejam
convertidos em caixa no prazo de um ano. Os ativos circulantes são apresentados no balanço contábil em
ordem decrescente de liquidez contábil. Os quatro itens mais importantes encontrados no ativo circulante de
um balanço são: Caixa e contas correntes, aplicações financeiras, contas a receber e estoques.

16.6 Conceito de Passivos Circulantes - Passivos Circulantes são as diversas formas de dívidas a curto
prazo (exigem pagamento dentro do prazo de um ano) que as empresas utilizam.

16.7 Três Principais itens encontrados em passivos circulantes:


1) Contas a pagar; 2) Despesas a pagar (incluindo salários e impostos); e 3) Notas promissórias a pagar
a instituições financeiras.

16.8 Identidade Básica do Balanço (ou Fórmula básica do Balanço Patrimonial -BP):
Capital de Giro Líquido + Ativos Não Circulantes = Passivo Total + Patrimônio Líquido.
* Passivo Total = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

122
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
16.9 Capital de Giro Líquido - Frequentemente, a expressão Capital de Giro Líquido é associada à
tomada de decisões financeiras a curto prazo. Capital de Giro Líquido é a diferença entre Ativo
Circulante e Passivo Circulante. Usualmente, a administração financeira a curto prazo é denominada
administração de capital de giro líquido. As duas expressões têm o mesmo significado.
CGL = AC - PC
16.10 Cálculo do CAIXA - Através da Fórmula do Capital de Giro Líquido podemos chegar à formula
do CAIXA, a saber:
Caixa = (PC + ELP + PL) – {AC (exceto caixa) + RLP + AP}
Onde: EPL = Exigível a Longo Prazo; RLP = Realizável a Longo Prazo; PL = Patrimônio Líquido
AC = Ativo Circulante; AP = Ativo Permanente; PC = Passivo Circulante

16.11 Conceito de FONTES DE CAIXA e APLICAÇÕES DE CAIXA:


1. Fontes de Caixa (ou Origens de Caixa) – São as atividades que aumentam o saldo de caixa. Fontes
de Caixa sempre envolvem o aumento de uma conta de passivo (ou de PL) ou a redução de uma conta de
ativo. Isso faz sentido porque o aumento do passivo significa que foi levantado dinheiro por meio de
empréstimos ou vendas de direitos de participação acionária na empresa. Uma redução de um ativo
significa que vendemos ou liquidamos alguma propriedade da empresa. Em ambos os casos, há uma
entrada de caixa.
2. Aplicações de Caixa – São as atividades que reduzem o saldo de caixa. Aplicações de Caixa são
exatamente o oposto das Fontes de Caixa. Uma Aplicação de Caixa acarreta a redução de um passivo por
seu pagamento, talvez, ou o aumento de um ativo pela compra de algo. Ambas as atividades exigem que a
empresa gaste algum dinheiro.

16.12 Alterações do Saldo de Caixa - Com base na fórmula do Caixa, podemos encontrar atividades que
são Fontes de Caixa (aumentam o saldo de caixa) e atividades que são Aplicações de Caixa (reduzem o
saldo de caixa), a saber:
1. FONTES DE CAIXA (Atividades que aumentam o saldo de caixa):
- Aumento do Passivo Não Circulante (obtenção de um empréstimo a longo prazo);
- Aumento do PL (lançamento de novas ações);
- Aumento do PC (obtenção de um empréstimo por mais de 90 dias);
- Redução dos AC, exceto Caixa (venda de mercadoria à vista);
- Redução de Ativo Não Circulante (venda de algum bem).
2. APLICAÇÕES DE CAIXA (Atividades que reduzem o saldo de caixa):
- Redução do Passivo Não Circulante (liquidação de um empréstimo a longo prazo);
- Redução do PL (recompra de novas ações);
- Redução do PC (Liquidação de um empréstimo por mais de 90 dias);
- Aumento dos AC, exceto Caixa (compra de mercadoria à vista);
- Aumento de Ativo Não Circulante (compra de alguns bens).

16.13 Conceito de CICLO OPERACIONAL - É o período entre a compra de mercadoria e o recebimento


de vendas. Traduzindo: é o período desde que assumo a dívida por ter comprado o material de estoque até
quando recebo o dinheiro pela venda do produto acabado.
Fórmula: Ciclo Operacional = Período de estoque + Período de Contas a Receber

123
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
16.14 Conceito de PERÍODO DE ESTOQUE - É o período entre a compra de matéria-prima e a venda de
mercadoria. Traduzindo: período desde que adquiro a matéria-prima para meu estoque (ainda como matéria-prima)
até quando o produto acabado sai definitivamente do meu estoque (venda do produto acabado).

16.15 Conceito de PERÍODO DE CONTAS A RECEBER - É o período entre a venda da mercadoria e o


recebimento da venda. Traduzindo: período entre a saída do produto dos meus estoques (por causa da
venda) até o efetivo recebimento do dinheiro dessa venda.
16.16 Conceito de CICLO DE CAIXA - É o período entre o desembolso de caixa (referente ao material
adquirido para estoque) e o recebimento de caixa (referente à venda do Produto final).
Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional – Período de Contas a Pagar

16.16.1 Ciclo Financeiro - Período entre assumirmos a dívida referente à compra de matéria-prima
até o momento em que vendemos o produto final (mesmo que seja a prazo e não gere caixa naquele
momento).

16.17 Conceito de PERÍODO DE CONTAS A PAGAR - É o período entre o recebimento do material no


estoque e o seu pagamento.
16.18 LINHA DO TEMPO DO FLUXO DE CAIXA - Representação gráfica dos CICLOS
OPERACIONAL e de CAIXA.

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-

124
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
VISÃO DE ASSAF da Administração Financeira (Bibliografia do QCIM – página 673)

-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-

125
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

CICLOS segundo ASSAF:

Ciclo Operacional & Ciclo Financeiro

Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem + Prazo Médio de Cobrança

Ciclo de Caixa (Financeiro) = Ciclo Operacional – Prazo Médio de Pagamento

16.20 Conceito de GIRO DE ESTOQUES (GE) - Genericamente, o Giro de Estoques (GE) nos diz
quantas vezes compramos e vendemos nosso estoque durante o período considerado (normalmente um
ano). Note que, no cálculo do GE, usamos o Estoque Médio (EM), em lugar do Estoque Final (EF).
CMV 360
GE = GE =
EM Tp médio dos estoques
* CMV = Custo de Mercadorias Vendidas
16.21 Cálculo do Período de Estoques – A fórmula do Período de Estoque tem por finalidade conhecer
quantos dias dura um estoque até que ele acabe. O Período de Estoque é resultado do quociente entre o
número de dias do período analisado dividido pelo GE.
Período de Estoque = Período entre a entrada e a saída do material do estoque.
365 dias
Período de Estoque =
GE

16.22 Cálculo do Giro de Contas a Receber (GCR):


Vendas a Prazo
GCR =
Saldo médio de contas a receber no período

16.23 Cálculo do Período de Contas a Receber:


365 dias
Período de Contas a Receber =
GCR

16.24 Cálculo do Giro de Contas a Pagar:


CMV
Giro de Contas a Pagar =
Saldo Médio de Contas a Pagar

16.25 Cálculo do Período de Contas a Pagar:


365 dias
Período de Contas a Pagar =
Giro de Contas a Pagar

126
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
16.26 Cálculo do Ciclo Operacional:
Ciclo Operacional = Período de Estoque + Período de Contas a Receber

16.27 Fórmulas do Ciclo de Caixa & Ciclo Financeiro, segundo Assaf:


16.27.1 Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional – Período Médio de Contas a Pagar

16.27.2 Ciclo Financeiro = (PMEmp + PMF + PMV + PMC) - PMPF

onde:
a) PMEmp é o saldo médio em dias em que os materiais permanecem estocados à espera de
ingressarem no processo de produção
Fórmula: PMEmp = [Saldo Médio de Materiais / Consumo Anual] x 360

b) PMF é o prazo médio (em dias) que a empresa despende em fabricar o produto final.
Fórmula: PMF = [Valor Médio dos Produtos em Elaboração / Custo de Produção Anual] x 360

c) PMV prazo médio (em dias) que o produto acabado permanece estocado à espera de ser vendido,
isto é, prazo médio de estocagem do Produto Acabado.
Fórmula: PMV = [Valor Médio de Produtos Acabados / Custo de Produtos Vendidos] x 360

d) PMC = Prazo Médio em dias em que a empresa recebe as vendas realizadas a prazo
Fórmula: PMC = [Valor Médio das Duplicadas a Receber / Vendas Anuais a Prazo] x 360

e) PMPF = Prazo Médio (em dias) em que a empresa paga seus fornecedores.
Fórmula: PMPF = [Prazo Médio de Duplicatas a Pagar / Compras Anuais a Prazo] x 360

16.28 Reflexos da Política Financeira de curto prazo de uma empresa:


1. A magnitude do investimento em Ativo Circulante – Geralmente, isso é medido em relação ao
nível de receitas operacionais da empresa. Uma Política Financeira Flexível (ou Política Conservadora)
a curto prazo manteria uma proporção relativamente elevada entre ativo circulante e vendas. Uma Política
Restritiva (ou Política Agressiva) envolveria um quociente baixo entre ativo circulante e vendas.
2. Financiamento do Ativo Circulante – Este aspecto é medido pelas proporções de dívidas a curto
prazo (ou seja, passivos circulantes) e dívidas a longo prazo usadas para financiar os ativos circulantes.
Uma Política Financeira Restritiva (ou Agressiva) a curto prazo envolveria elevada proporção de dívidas
a curto prazo, em relação ao financiamento a longo prazo, e uma Política Flexível (ou Conservadora)
significaria menos endividamento a curto prazo e mais endividamento a longo prazo.

16.29 Efeito Líquido de uma Política Flexível (ou Conservadora) - Se tomarmos essas duas áreas (da
questão anterior) em conjunto, uma empresa com uma Política Flexível teria um investimento
relativamente vultoso em ativos circulantes. Financiaria esse investimento com proporcionalmente menos
capital de terceiros a curto prazo. O efeito líquido de uma Política Flexível, portanto, é um nível
relativamente elevado de Capital de Giro Líquido (CGL). Em outras palavras, quando adota uma política
flexível, a empresa mantém elevado nível geral de liquidez.
16.30 Características de uma Política Financeira Restritiva (ou Agressiva):
127
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1. Manutenção de saldos reduzidos de caixa e pequenas aplicações em títulos negociáveis;
2. Manutenção de Estoques reduzidos;
3. Realização de muito poucas vendas a prazo, minimizando assim o saldo de contas a receber.

16.31 Conceito de Orçamento de Caixa - É uma ferramenta básica do planejamento financeiro a curto
prazo. É uma projeção das entradas e saídas de caixa para o período de planejamento seguinte. Fazendo o
Orçamento de Caixa, criamos uma tabela para as ENTRADAS DE CAIXA e uma tabela para as SAÍDAS
DE CAIXA levando se em conta as entradas e saídas ao longo do período considerado, por exemplo,
vendas à vista, vendas a prazo para 30, 60 e 90 dias, pagamentos à vista, pagamentos a prazo e etc. Assim
o administrador financeiro saberá suas entradas e saídas a cada mês e poderá orçar necessidades de
financiamentos a curto prazo ou investimentos a curto prazo.

16.32 Quatro Categorias Básicas de Saídas de Caixa:


1 Pagamentos a Fornecedores;
2 Salários, impostos e outras despesas;
3 Gastos de Capital; e
4 Despesas de financiamento a longo prazo.

16.33 Conceito de Entradas Líquidas de Caixa - Correspondem à diferença entre recebimentos e saídas
de caixa.
Exemplo de Entradas e Saídas de Caixa da Fun Toys (em milhão)
Saídas de Caixa da Fun Toys

Entradas Líquidas de Caixa da Fun Toys

128
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Saldo de Caixa da Fun Toys

16.34 Duas opções de financiamento a curto prazo para uma empresa:


1. Empréstimos sem garantia – A maneira mais usual de financiar um déficit de caixa temporário é
contratar um financiamento bancário a curto prazo sem garantias. As empresas que recorrem a
empréstimos bancários geralmente obtêm uma linha de crédito.
2. Empréstimos com garantia – É quando os bancos ou instituições financeiras exigem garantias num
empréstimo a curto prazo, tal como fazem em empréstimos a longo prazo. As garantias em empréstimos a
curto prazo normalmente consistem em Contas a Receber, Estoques, ou ambos.

16.35 Conceito de Linha de Crédito (são empréstimos sem garantias) - É um tipo de financiamento
(empréstimo) bancário a curto prazo sem garantias, firmado com um acordo mediante o qual uma
empresa é autorizada a sacar até um limite estipulado.
Linhas de Crédito podem ser negociadas das seguintes maneiras:
16.35.1 Linhas de Crédito Comprometidas ou Linhas de Crédito Formalmente Negociadas –
São acordos legais mais formais, e geralmente envolvem uma “comissão de comprometimento” que a
empresa paga ao banco. As taxas de juros de linhas de crédito geralmente são flutuantes. Uma empresa
que paga comissão de comprometimento por uma linha comprometida está comprando essencialmente
um seguro para garantir que o banco não pode desistir do acordo (desde que não haja nenhuma alteração
significativa da situação da empresa devedora).
16.35.2 Linhas de Crédito Não Comprometidas ou Linhas de Crédito Negociadas de maneira
informal – Neste caso há um esquema informal pelo qual as empresas sacam até determinado limite sem
que seja preciso preparar toda a papelada usual (um processo parecido com o que você faz para obter um
cartão de crédito).
* Atenção: Em ambos os casos, Linhas de Crédito são empréstimos SEM GARANTIA!!!!!

16.36 Conceito de Período de Limpeza - Para assegurar que a linha seja usada para finalidades a curto
prazo (e não seja renovada constantemente, o que levaria a parecer com uma linha de longo prazo), às
vezes se obriga a empresa a liquidar totalmente a linha, zerando o saldo devedor e mantendo-o neste nível
durante alguma parte do ano, tipicamente 60 dias, denominada período de limpeza.

16.37 Conceito de Financiamento Garantido por Contas a Receber - O financiamento garantido por
contas a receber envolve transferência de direitos ou factoring das contas a receber.
1. TRANSFERÊNCIA DE DIREITOS: Numa transferência o financiador recebe como garantia as
contas a receber, mas o tomador ainda é responsável pelo não-pagamento das contas do cliente.
2.FACTORING:
2.1 Factoring Convencional – Nele as contas a receber são descontadas e vendidas ao financiador
de recursos (factor). Uma vez vendidas, a cobrança passa a ser problema da empresa de factoring, que
assume o risco total de inadimplências por parte de maus clientes.
2.2 Factoring por vencimento – A empresa de factoring adianta o dinheiro numa data futura
preestabelecida.
129
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

16.38 Financiamento / Empréstimo Garantido por Estoques - É um empréstimo garantido a curto prazo,
para a compra de estoques.

16.39 Três modalidades básicas de empréstimos garantidos por estoques:


1. Vínculo Geral – Neste caso, o credor é protegido por todo o estoque do devedor.
2. Alienação Fiduciária (Plano de Pé no Chão) – Uma alienação fiduciária é um mecanismo pelo
qual o tomador do empréstimo mantém determinado estoque alienado fiduciariamente em nome do
financiador. O financiamento de revendedoras de automóveis, por exemplo, é concedido mediante
alienação fiduciária. Esse tipo de garantia também é denominado Plano de Pé no Chão, em referência ao
estoque no chão da loja. Entretanto, a utilização da alienação, por exemplo, no financiamento de estoques
de trigo é uma operação bem mais complexa.
3. Guarda em Armazém Geral – Nesta modalidade, uma companhia de armazéns gerais (uma empresa
independente que se especializa na prestação de serviços de armazenagem) atua como agente de controle
para supervisionar o estoque em nome do credor.

16.40 Modalidades de Financiamentos de Bens:


16.40.1 Crédito Direto ao Consumidor (CDC) - É uma operação de financiamento, de médio
prazo, destinado a aquisição de bens duráveis e serviços. É possível obter um CDC em Bancos,
Financeiras e Lojas que vendem produtos financiáveis por essa modalidade. O prazo, geralmente, é de 3 a
48 meses. Como garantias, no caso de veículos e outros bens, quando possível, é exigida alienação
fiduciária, ou seja, o bem adquirido é dado em garantia. Resumindo, se uma pessoa ou empresa adquire
um veículo por CDC, esse veículo pertence a quem comprou, mas como está alienado, o financiador tem
formas de pedir o bem para si, caso quem comprou deixe de pagar as parcelas do financiamento.
16.40.2 Leasing ou Arrendamento Mercantil, ou ainda, Locação Financeira – Leasing é um
contrato, de médio a longo prazo, denominado na legislação brasileira como “arrendamento mercantil”. O
Leasing não é uma operação de financiamento, pois possui características legais próprias. Além disso, nas
operações de financiamento, o bem é de propriedade do mutuário, ainda que alienado, já no ato da
compra, o que não ocorre no caso do Leasing. O prazo mínimo de arrendamento é de dois anos para bens
com vida útil de até cinco anos e de três anos para os demais. As partes do Contrato de Leasing são
denominadas “arrendador” (ou locador) e “arrendatário” (ou locatário), conforme sejam, de um lado, um
banco ou sociedade de arrendamento mercantil e, de outro, o cliente. O objeto do contrato é a aquisição,
por parte do arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário para sua utilização. O arrendador é,
portanto, o proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto, durante a vigência do contrato, são do
arrendatário. O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo
arrendatário, do bem de propriedade do arrendador. Resumindo, se uma pessoa ou empresa adquire um
veículo por Leasing, esse veículo pertence ao Arrendador (empresa que financiou) até que o arrendatário
(quem comprou) quite o contrato, situação em que, normalmente (quando há opção de compra), o veículo
passa a ser do arrendatário definitivamente. Devido ao bem financiado por Leasing pertencer ao
Arrendador, as taxas de juros costumam ser menores que as do CDC, pois em caso de o arrendatário parar
de pagar o veículo, o arrendador tem mais facilidade em recuperar o bem e evitar o prejuízo.
1. Existem 03 (três) formas de Leasing:
a. Financeiro - se assemelha a um aluguel, com a diferença que se pode comprar o bem no
final do prazo pré-determinado por um preço já estabelecido.
b. Operacional - a arrendadora é que arca com os custos de manutenção dos equipamentos,
arrendataria pode desfazer o contrato bastando apenas esperar o periodo minimo de 90 dias do início do
contrato como determina o Banco Central e aviso prévio a empresa ou pessoa física contratante.
c. Leasing Back (ou Leaseback) - ocorre quando uma empresa necessita de capital de giro.
Ela vende seus bens a uma empresa que aluga de volta os mesmos.

130
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
16.41 Outras Fontes de Empréstimo a CURTO PRAZO - Existem diversas outras fontes de fundos a
curto prazo empregadas pelas empresas. Duas das mais importantes são a emissão de Commercial Paper
e o Crédito Mercantil.

16.41.1 Commercial Paper – é uma nota promissória a curto prazo emitida por empresas de grande
porte e risco de crédito baixo. Tipicamente, o prazo de vencimento é de 270 dias. Como a empresa vende
tais notas diretamente ao público investidor, a taxa de juros obtida pode ser significativamente inferior
àquela que seria cobrada por um banco num empréstimo direto.
16.41.2 Crédito Mercantil – Outra alternativa disponível às empresas é ampliar o período de
pagamento a fornecedores; em outras palavras, uma empresa pode optar por levar mais tempo para pagar
suas contas. Isso equivale a tomar emprestado de seus fornecedores, sob a forma de Crédito Mercantil.
Essa é uma forma extremamente importante de financiamento, particularmente para as pequenas
empresas. Uma empresa que recorre a crédito de fornecedores pode acabar pagando um preço muito mais
elevado pelo que adquire, e por isso ela tende a ser uma fonte muito cara de financiamento.
16.41.3 Duplicatas a pagar – São geralmente criadas pela compra de matérias-primas “em conta-
corrente”. Compras em conta corrente são, para as empresas, a principal fonte de financiamento a curto
prazo não-garantido. Incluem todas as transações em que a mercadoria é comprada, sem que assine uma
Nota Promissória formal e evidenciando a obrigação do comprador para com o vendedor. Essas condições
de crédito são de importância fundamental ao comprador e devem ser levadas em consideração, ao se
planejar todas as compras.

131
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

17. Administração do Capital de Giro


17.1 Objetivo básico da gestão de caixa - Manter o investimento em caixa o mais baixo possível, e ao
mesmo tempo operar a empresa de forma eficiente e eficaz. Esse objetivo geralmente pode ser resumido
pelo lema “Cobrar cedo & pagar tarde”.

17.2 Três motivos que ratificam a importância da liquidez:


1. Especulação – Refere-se à necessidade de possuir caixa para ser capaz de aproveitar, por exemplo,
oportunidades vantajosas de compra de mercadorias, taxas de juros atraentes e (no caso de empresas
internacionais) flutuações favoráveis de taxas de câmbio.
2. Precaução – É a necessidade de uma reserva de segurança. Mais uma vez, talvez haja um motivo
precaução para explicar a demanda por liquidez. Entretanto, dado que o valor dos instrumentos de
mercado monetário é relativamente seguro e que sua liquidez é muito elevada, não existe necessidade
muito grande de manter volumes substanciais de caixa para fins de precaução.
3. Transação – Necessita-se de saldos de caixa para atender ao motivo transação, ou seja, caixa
disponível para pagar contas. As necessidades relacionadas às transações são oriundas das atividades
normais de pagamento / desembolso e recebimento da empresa.
17.3 Conceito de Float - É a diferença entre o saldo contábil (saldo de caixa no balanço de uma empresa)
e o saldo bancário disponível (saldo apresentado em sua conta bancária, como disponível para saque),
representando o efeito líquido de cheques em processo de compensação (em trânsito no sistema bancário).
Float = Saldo disponível da empresa – Saldo contábil da empresa

17.4 Conceito de Float de Desembolso - Os cheques emitidos por uma empresa geram float de
desembolso, ocasionando uma redução no saldo contábil da empresa (porque quando o cheque é emitido,
imediatamente seu valor é abatido no livro-caixa da empresa), mas não alterando o saldo disponível na
conta da empresa (pelo menos até que o cheque seja compensado). Enquanto essa situação perdurar
significa que existe um Float de Desembolso.
17.5 Conceito de Float de Recebimento - Os cheques recebidos pela empresa geram o float de
recebimento. O float de recebimento aumenta o saldo contábil da empresa (porque é lançado no livro-
caixa no momento do recebimento do cheque), mas não altera imediatamente o saldo disponível na conta
da empresa (porque ainda não aconteceu a compensação do cheque).
17.6 Conceito de Float Líquido - É o efeito líquido, ou seja, a soma do total dos floats de recebimento e
desembolso. O Float Líquido a qualquer momento é simplesmente a diferença entre o saldo disponível e
o saldo contábil. Se o Float Líquido for positivo, o float de desembolso estará sendo maior do que o float
de recebimento, ou seja, o saldo disponível é superior ao saldo contábil. Se o saldo disponível for menor
do que o saldo contábil, então a empresa terá um float líquido de recebimento.
Uma empresa deve preocupar-se mais com seu float líquido e seu saldo disponível do que com seu
saldo contábil.

17.7 Três partes em que podem ser decompostos os períodos totais de recebimento e desembolso:
1. O prazo de remessa postal – é o tempo durante o qual os cheques permanecem no serviço de
correios, nos processos de cobrança e pagamento.
2. O prazo de processamento – é o período necessário para que o destinatário de um cheque processe o
pagamento e deposite num banco para cobrança.
3. O prazo de disponibilidade – refere-se ao tempo necessário para compensar um cheque no sistema
bancário.

132
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Decomposição dos Períodos Totais de Recebimento e Desembolso:

17.8 Conceito de Caixa Postal - Caixa de correio especialmente preparada para interceptar e acelerar os
recebimentos de contas. Quando a empresa recebe pagamento por correio, precisa decidir para onde os
cheques serão enviados e como os cheques serão recolhidos e depositados.

17.9 Conceito de Concentração de Caixa - Procedimento de transferência de dinheiro de vários bancos


para as contas correntes principais da empresa. Agregando rotineiramente seu dinheiro, a empresa
simplifica significativamente sua gestão de caixa, reduzindo o número de contas correntes que precisam
ser controladas. Além disso, tendo um maior volume de fundos disponíveis, uma empresa pode ser capaz
de negociar ou obter taxas melhores em aplicações a curto prazo.

17.10 Conceito de Conta de Saldo Nulo, na Gestão de Desembolsos - É uma conta de desembolso na
qual a empresa mantém saldo igual a zero, transferindo fundos de uma conta-mestre apenas quando
necessário para cobrir o pagamento de cheques apresentados.

17.11 Conceito de Conta de Desembolso Controlado - É uma conta de desembolso para a qual a empresa
transfere uma quantidade de recursos suficiente para cobrir as exigências de pagamento.

17.12 Duas mais importantes razões que levam empresas a terem superávits temporários de caixa:
1. Atividades Sazonais ou Cíclicas – Algumas empresas têm fluxo de caixa de comportamento
previsível. Há fluxos líquidos positivos durante parte do ano e fluxos líquidos negativos no restante do
ano. Nesse caso a empresa pode ter que usar empréstimos bancários ou títulos negociáveis para obter um
montante que atenda a suas necessidades financeiras temporárias para o período em questão, o que gera
um superávit temporário até que os saldos negativos consumam todo o montante obtido.
2. Gastos Planejados ou Prováveis – As empresas frequentemente acumulam investimentos
temporários em títulos negociáveis como fonte de caixa para um programa de construção de fábricas,
pagamentos de dividendos, ou outros gastos significativos. Dessa maneira, emitem obrigações e ações
antes de chegar o momento em que os fundos serão necessários, aplicam os recursos captados em títulos
negociáveis a curto prazo e finalmente os vendem para financiar os gastos.

17.13 Conceito de Negociabilidade - Refere-se à facilidade com a qual se converte um ativo em dinheiro;
portanto, negociabilidade e liquidez querem dizer praticamente a mesma coisa.

133
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
17.14 Alguns tipos diferentes de títulos de mercado monetário:
1. Commercial Paper – é título a curto prazo emitido por companhias de financiamento, bancos e
empresas em geral. Tipicamente, são títulos sem garantia real. Os prazos de vencimento variam de
algumas semanas a 270 dias. Não existe um mercado secundário ativo de commercial paper. Em
decorrência disso, sua negociabilidade pode ser bastante reduzida; entretanto, as empresas emitem
commercial paper geralmente o recompram antes de seu vencimento. O risco de inadimplência, nesse
caso, depende da saúde financeira do emitente.
2. Certificados de Depósito (CDs) – são empréstimos a curto prazo a bancos comerciais.
Normalmente, são lançados em unidades superiores a $100 mil. Há mercados ativos de CDs de 3, 6, 9 e
12 meses.

17.15 Três componentes da Política de Crédito:


1. Condições de venda – Condições sob as quais a empresa vende seus produtos e serviços em troca de
pagamento à vista ou a prazo.
2. Análise de Crédito – O processo pelo qual é determinada a probabilidade de que o cliente não
pague.
3. Política de Cobrança – Procedimentos adotados pela empresa para cobrar as contas a receber.

17.16 Três elementos que compõem as condições de venda:


1. Período pelo qual o crédito é concedido (prazo de crédito).
2. Desconto por pagamento a vista e prazo de desconto.
3. Tipo de instrumento de crédito.

17.17 Conceito de Instrumento de Crédito - É a evidência formal básica de endividamento. A maior


parte do crédito mercantil é proporcionada em conta corrente. Isso significa que o único instrumento
formal de crédito é a fatura, enviada com as mercadorias e assinada pelo cliente como confirmação de que
as mercadorias foram recebidas. A partir daí, a empresa e seus clientes registram a transação em sua
contabilidade.

17.18 Características de uma Política Ótima de Crédito - Em princípio, o montante ótimo de crédito é
determinado pelo ponto no qual os fluxos de caixa incrementais resultante do aumento de vendas são
exatamente iguais aos custos incrementais de carregamento devidos aos aumentos do investimento em
contas a receber.

17.19 Três formas que os custos de carregamento associados à concessão de crédito podem assumir:
1. O retorno exigido do investimento em contas a receber.
2. As perdas com a inadimplência de clientes.
3. Os custos com a gestão de crédito e cobrança.

134
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
17.20 Conceito de Curva de Custo Total de Crédito - É a representação gráfica da soma dos custos de
carregamento com os custos de oportunidade de uma política de crédito.
O Custo de Concessão de Crédito:

17.21 Conceito de Subsidiária Financeira - É uma empresa pertencente na sua totalidade ao mesmo
grupo, que é responsável pela função de crédito da matriz.

17.22 Cinco C’s do Crédito - Os clássicos Cinco C’s do Crédito representam os fatores básicos a serem
considerados na gestão do crédito:
1. Caráter – A disposição do cliente para saldar seus compromissos de crédito.
2. Capacidade – As possibilidades com que conta o cliente para saldar seus compromissos usando os
fluxos de caixa gerados por suas operações.
3. Capital – As reservas financeiras do cliente.
4. Colateral (ou Garantias) – Ativos oferecidos pelo cliente como garantia em caso de inadimplência.
5. Condições – Condições econômicas gerais no setor de atividade do cliente.

17.23 Conceito de Escore de Crédito - É o resultado do processo de quantificação da probabilidade de


inadimplência quando o crédito é concedido a um cliente.

17.24 Sequência de procedimentos a serem tomados para com clientes cujas contas estão vencidas:
1. Enviar uma carta avisando o cliente de que sua conta está vencida.
2. Telefonar ao cliente.
3. Contratar uma agência de cobrança.
4. Entrar na justiça contra o cliente.

17.25 Conceitos relacionados a AQUISIÇÃO de ATIVOS CIRCULANTES em geral e ESTOQUES em


particular:
1. Custos de Carregamento representam todas as despesas diretas e os custos de oportunidade de manter
Estoques. São Custos que crescem com o aumento do nível dos investimentos em Ativos Circulantes. E
incluem:
a. Custos de armazenamento e controle.
b. Seguros e impostos.
c. Perdas devidas a obsolescência, deterioração ou furto.
d. Custo de oportunidade do capital aplicado em estoques.
* A soma desses custos pode ser substancial variando aproximadamente entre 20 e 40% do valor do
estoque a cada ano.

135
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
2. Custos Básicos em Estoques – (1) Custos de Emissão de Pedidos, (2) Custos de Manutenção do
Estoque e (3) Custos Totais.
a. Custos de Pedir – Os custos de pedir incluem os custos fixos administrativos ao se efetuar e
receber um pedido. Custo de Pedir = O x S/Q
b. Custos de Manter Estoques – O custo de manter estoques é o estoque médio (Q/2) multiplicado
pelo custo de manter uma unidade por período. Custo de Manter estoque = C x Q/2
3. Custo Total de Estoques = Custo de Pedir + Custo de Manter.
4. Fórmula do LOTE ECONÔMICO (LE) – Em se tratando de Custos de Pedir e Custos de Manter
Estoques, é importante que o administrador saiba o tamanho do Lote de Materiais a ser adquirido, de
maneira que consiga ter um baixo Custo de Pedir e baixo Custo de Manter, pois Lotes grandes, em geral
possuem Custo de Pedir mais baixo, porém, o Custo de Manter se torna alto devido ao tempo em que o
produto ficará estocado e os cuidados necessários (seguro, manipulação etc). Já um lote pequeno, possui
um menor Custo de Manter, mas o Custo de Pedir fica maior e leva a empresa à possibilidade de incorrer
no Custo de Falta.
Um caminho para encontrar o melhor tamanho de lote a ser adquirido é usar a fórmula do LOTE
ECONÔMICO, a saber:
Onde:
LE – Lote Econômico
S – Demanda em unidades no período
C – Custo de manutenção do estoque por unidade
no período
O – Custo de Obtenção (pedir) do estoque por
pedido
Q – Quantidade de unidades do pedido

5. Custos de Falta – É um outro tipo de custo associado a Estoques. Estes são custos decorrentes de
estoque insuficiente. Em geral não é fácil contabilizar Custos de Falta porque envolvem custos diretos de
falta (que são possíveis de calcular), como, por exemplo, deixar de lucrar com a venda de um produto por
ter deixado acabar no estoque. E, existem ainda, os Custos Indiretos de Falta, como, por exemplo, perder
o cliente que, ao não encontrar o produto que queria, leva o similar da concorrência.
Custos de Falta caem com o aumento do nível de investimentos em ativos circulantes porque a
empresa fica em condições de produzir sempre que necessário.
6. Dois componentes do custo de falta:
1. Custo de Reabastecimento; e
2. Custos relacionados a reservas de segurança - Dependendo do tipo de atividade da empresa,
os custos de reabastecimento ou pedido são representados pelos custos de colocação de um pedido junto a
fornecedores ou pelos custos de preparação de um novo lote de produção.

7. Dois tipos de Custos de Falta:


1. Custo de transação ou pedido – são custos de obtenção de mais caixa (corretagens, por
exemplo) ou estoque (custos de ajustes da linha de produção, por exemplo).
2. Custos relacionados à falta de reservas de segurança – Custos causados por vendas perdidas,
perda de clientes e perturbação de programas de produção.
8. Fórmula do Custo Total associado à manutenção de estoque:
Custo Total = Custo de carregamento + Custo de reabastecimento

136
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Exercícios FINANÇAS – ASSUNTOS: 15. Alavancagem e Estrutura de Capital; 16. Planejamento Financeiro a Curto
Prazo; e 17. Administração de Capital de Giro.

01. (Questão 53 – EsAEx 2000) Considere a seguinte decisão de compra:


- preço da TV de 30 polegadas .................................... $2.400,00
- pagamento à vista ...................................................... desconto de 20%
- pagamento no prazo de 30 dias ................................. $2.400,00
- rendimento à taxa de mercado .................................. 35%

Analise a alternativa que apresenta o melhor plano de compra.


a) compra à vista.
b) Pagamento a prazo com lucro de $252,00 no fim do mês.
c) Pagamento a prazo com lucro de $210,00 no fim do período.
d) Pagamento a prazo com lucro de $192,00 no fim do período.
e) Compra com 50% à vista e 50% no fim do período.

02. (Questão 55 – EsAEx 2000) Observe o quadro demonstrativo a seguir:


Podemos afirmar, então, que em termos algébricos: ATIVO PASSIVO
a) A empresa possui passivo a descoberto. CIRCULANTE
b) O capital de giro próprio de empresa é “positivo”
c) O capital de giro próprio é igual ao passivo. ATIVO CIRCULANTE
d) O capital de giro próprio é nulo. PERMANENTE CAPITAL PRÓPRIO
e) A empresa possui capital de giro próprio “negativo”

03. (Questão 59 – EsAEx 2000) A representação gráfica, que é apresentada a seguir, retrata o “dia-a-dia” das obrigações de
uma empresa.
Ela nos mostra o:
a) fluxo de mercadorias com suas entradas e saídas.
b) Fluxo de caixa com suas entradas e saídas.
c) Fluxo orçamentário com dados de entrada e saída.
d) Demonstrativo de giro de estoque com o fluxo de entrada e
saída.
e) Fluxo de pagamentos de contas e obrigações com entradas
e saídas.

04. (Questão 60 – EsAEx 2000) Duas empresas “A” e “B”, possuem o mesmo ramo de atividade (econômica) e diferentes
remunerações de capital de terceiros, cuja situação é representada pelo gráfico mostrado abaixo, nos leva a deduzir que:

a) as empresas “A” e “B” possuem o mesmo “Risco econômico” e diferentes riscos financeiros.
b) Ambas possuem os mesmos riscos financeiros para as mesmas atividades econômicas.
c) A empresa “A” possui risco financeiro maior que o risco econômico da empresa “B”.
d) A empresa “B” possui maior risco econômico que o risco financeiro de “A”.
e) Ambas possuem o mesmo risco econômico e, apesar das mesmas atividades, os mesmos riscos financeiros.

05. (Questão 32 – EsAEx 2001) O índice de valor que mede a sensibilidade (melhor valor entre dois ativos) em que os pesos
usados são as probabilidades dos vários resultados (retorno médio ponderado) é conhecido com o nome:
a) Retorno Médio Variável b) Valor esperado c) valor Relativo do Risco
d) Valor Médio do Retorno e) Valor Médio da Perda

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

06. (Questão 33 – EsAEx 2001) Analise as relações abaixo:


Vendas – CMV = Lucro Bruto
1. Margem bruta (MB) =
Vendas Vendas

Lucro Operacional
2. Margem operacional (MO) =
Vendas

Lucro Líquido
3. Margem líquida (ML) =
Vendas

Com base na análise, é correto afirmar:


a) Quanto menor for a “MB”, maior é a margem operacional “MO”.
b) Quanto menor a “MB” e maior a “MO”, menor será a “ML”.
c) Quanto maior a MB, tanto melhor e menor é o “CMV”.
d) Quanto maior for a “ML”, menor é a “MO” e pior é para a empresa.
e) Quanto maior a “MB” e maior a “MO” menor será a “ML”.

07. (Questão 34 – EsAEx 2001) Para cálculo do retorno sobre o investimento – ROI, na prática, usa-se a fórmula de DUPONT
– composta apenas do lucro líquido antes do imposto de renda – LLAIR e dos ativos totais – AT.
Se LLAIR = R$280.000.000,00
AT = R$3.600.000,00
O ROI será:
a) 12,86 b) 7,78% c) 0,65% d) 7,8 e) 128,6%

08. (Questão 03 Discursiva – EsAEx 2001) Elabore o orçamento de caixa para uma empresa, utilizando os dados abaixo:
VENDAS MENSAIS Condições de Pagamento para as vendas de
Janeiro a Março
JANEIRO .............................................. 200.000,00 20% À VISTA
FEVEREIRO ........................................ 250.000,00 50% - 30 DIAS
MARÇO ................................................ 300.000,00 30% - 60 DIAS
ABRIL: Outros Recebimentos (todos à
vista)........................................ 60.000,00
TOTAL 810.000,00

09. (Questão 36 – EsAEx 2002) Os títulos emitidos por empresa de grande porte, de elevado conceito de crédito e sem
garantias (semelhantes as promissórias de curto prazo) têm o nome de:
a) debêntures b) factoring c) commercial papers d) CDB simples e) fundo mútuo por cotas

10. (Questão 37 – EsAEx 2002) Assinale a proposta correta dentre as apresentadas abaixo, referentes às origens e aplicações
de caixa.
a) dividendos pagos em dinheiro caracteriza origem de caixa.
b) vendas de ação significa uma aplicação de caixa.
c) diminuição no passivo provoca uma origem de caixa.
d) uma diminuição no ativo com redução de caixa é uma origem.
e) Aumento de ativo significa aumento de caixa.

11. (Questão 49 – EsAEx 2002) Os acionistas de uma empresa são distinguidos por ganhos que podem ser Dividendos – D ou
Bonificações – B. A diferença básica entre ambos é que:
a) “D” são distribuídos em ações ordinárias e “B” em ações preferenciais.
b) “B” são feitas em títulos endossáveis e “D” em debêntures.
c) “D” são pagos em dinheiro e “B” em ações.
d) “B” são distribuídas em letras de câmbio e “D” em promissórias.
e) “D” são feitos em CDB e “B” em cheques nominais.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
12. (Questão 48 – EsAEx 2004) No estudo da administração do capital de giro, nos defrontamos com a necessidade de
conciliar o retorno (lucro) com o risco (possibilidade de perda). Classificamos o risco em “econômico” e “financeiro”. Assinale
a alternativa cuja afirmação está correta:
a) O risco econômico é inerente ao negócio da empresa e o risco financeiro à não obtenção da remuneração do investimento.
b) O risco financeiro está ligado à estrutura dos ativos da empresa e de suas atividades.
c) o risco econômico é inerente à proporção de emprego de recursos que exigem remuneração fixa.
d) Comparativamente, quando o risco econômico é elevado, procuramos sempre elevar o grau de endividamento.
e) O risco financeiro pode ser reduzido, elevando-se o nível de capital de terceiros.

13. (Questão 50 – EsAEx 2004) A operação financeira em que o comprador assina um contrato com uma financeira, com a
intermediação do vendedor, para aquisição de um produto final com alienação fiduciária é o:
a) desconto de duplicata b) crédito mercantil
c) crédito de factoring d) crédito direto ao consumidor e) crédito bancário

14. (Questão 23 – EsAEx 2006) Comparando-se o ativo com o Passivo de um Balanço, chega-se a algumas conclusões.
Analise as proposições abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.

I. Quando o ativo é superior ao passivo temos uma situação líquida positiva.


II. Quando o ativo é igual ao passivo temos uma situação líquida ativa.
III. Quando o ativo é inferior ao passivo temos uma situação líquida passiva.

a) Somente II e a III estão corretas


b) Somente a III está correta
c) Somente I e a II estão corretas
d) Somente I e a III estão corretas
e) Todas estão corretas

15. (Questão 01 discursiva – EsAEx 2004) Elabore o orçamento de caixa, com a programação de recebimentos e pagamentos
considerando as informações a seguir:
* Período de avaliação: mensal
* Previsão das vendas mensais
- Agosto ...................R$50.000,00
- Setembro .............R$100.000,00
- Outubro .............. R$200.000,00
- Novembro .......... R$300.000,00

* Desinvestimento de R$30.000,00 em setembro


* Composição das vendas mensais
- 30% à vista
- 50% após 30 dias
- 20% após 60 dias
Para a programação de pagamentos, considere que as compras representam 50% das vendas, nas seguintes condições:
* Composição dos pagamentos:
- 10% à vista
- 60% com 30 dias
- 30% com 60 dias

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
EsAEx 2007- Analise a Demonstração Financeira abaixo e, a seguir, responda as questões 16, 17 e 18 (valores em reais):
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO CIRCULANTE 54.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 25.849,00
Caixa 1.000,00 Fornecedores 15.000,00
Contas a receber 40.000,00 Salários a Pagar 4.900,00
Estoque de mercadorias 5.000,00 Imposto de Renda a Pagar 5.949,00
Despesas antecipadas de alugueis 8.000,00
ATIVO REAL. A LONGO PRAZO 6.000,00 PASSIVO EXIG. A LONGO PRAZO 5.000,00
Títulos a receber 6.000,00 Títulos a Pagar 5.000,00
ATIVO PERMANENTE 14.500,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 43.651,00
Imobilizado Capital Social 20.000,00
Equipamentos 14.500,00 Lucros acumulados 23.651,00
TOTAL 74.500,00 TOTAL 74.500,00

16. (Questão 09 – EsAEx 2007) Analisando a situação financeira da empresa abaixo pode-se afirmar que é:
a) desfavorável porque o Ativo Permanente é menor que o Ativo Circulante.
b) favorável porque a empresa possui um Capital de Giro no valor de R$ 20.849,00.
c) favorável porque a empresa possui um Ativo Circulante no valor de R$ 54.000,00.
d) favorável porque a empresa possui um Capital Circulante líquido no valor de R$ 28,151,00.
e) desfavorável porque a empresa possui em Caixa o valor de R$ 1.000,00.

17. (Questão 10 – EsAEx 2007) Analisando a capacidade dessa empresa em saldar seus compromissos, pode-se verificar que
um item representativo no cumprimento de suas obrigações a curto prazo se constitui nas (os):
a) contas a receber que representam 74% do Ativo Circulante.
b) títulos a receber que compõem o Realizável a Longo Prazo.
c) equipamentos que compõem o Ativo Imobilizado da organização.
d) estoques da empresa que compõem um dos itens do Ativo Circulante.
e) valores que compõem o Capital Social da empresa.

18. (Questão 11 – EsAEx 2007) O Balanço Patrimonial exposto evidencia que o capital próprio da empresa é da ordem de:
a) R$ 30.849,00 b) R$20.000,00 c) R$ 23.651,00 d) 25.849,00 e) 43.651,00

19. (EsAEx 2008 – Questão 12) Analisando-se o Balanço Patrimonial de uma instituição, é correto afirmar-se que o Capital de
Giro corresponde a (ao)(s):
a) somatório dos recursos do Ativo Circulante e Passivo Circulante
b) diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante
c) recursos aplicados no Ativo Circulante
d) recursos originários do Passivo Circulante
e) recursos originários do Passivo Exigível a Longo Prazo

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Considere o fluxo abaixo para responder os itens de 20 a 24.

 A compra da matéria-prima se dá no tempo 0.


 A matéria-prima é paga 35 dias depois de adquirida.
 O produto é acabado após 60 dias de comprada a matéria-prima e vendido a prazo para recebimento em 40 dias.

Tempo = 0 Tempo = 100dias

Compra de Venda de produtos Cobrança de contas


matéria-prima a acabados a prazo = 60 dias a receber = no final dos 100
prazo = tempo 0 dias

Pagamento de contas a pagar = 35 dias

20. (EsAEx 2008 – Questão 15) O Período Médio de Estocagem é de:


a) 35 dias. b) 40 dias. c) 60 dias. d) 65 dias. e) 100 dias.

21. (EsAEx 2008 – Questão 16) O Período Médio de Cobrança é de:


a) 35 dias b) 40 dias c) 60 dias d) 65 dias e) 100 dias

22. (EsAEx 2008 – Questão 17) O Período Médio de Pagamento é de:


a) 35 dias b) 40 dias c) 60 dias d) 65 dias e) 100 dias

23. (EsAEx 2008 – Questão 18) O Ciclo de Caixa é de:


a) 35 dias b) 40 dias c) 60 dias d) 65 dias e) 100 dias

24. (EsAEx 2008 – Questão 19) O Ciclo Operacional da empresa é de:


a) 35 dias b) 40 dias c) 60 dias d) 65 dias e) 100 dias

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
GABARITOS:
01d; 02e; 03b; 04a; 05b; 06c; 07 anulada; 08 Disc; 09c; 10d; 11c; 12a; 13d; 14d; 15 Disc; 16d; 17a; 18e; 19c; 20c; 21b;
22a; 23d; 24e.

Discursiva 08:

Discursiva 15
PROGRAMAÇÃO DE RECEBIMENTOS
PAGAMENTOS AGOSTO SET OUT NOV DEZ JAN
Compras à vista
15.000,00 30.000,000 60.000,00 90.000,00 ----- -----
– 10%
Cobranças após
--- 25.000,00 50.000,00 100.000,00 150.000,00 ----
30 dias – 50%
Cobranças após
---- -------- 10.000,00 20.000,00 40.000,00 60.000,00
60 dias – 20%
Outros
--- 30.000,00 --- ------- ----- ----- TOTAL
recebimentos
∑ 15.000,00 85.000,00 120.000,00 210.000,00 190.000,00 60.000,00 680.000,00

Prova: ∑ Vendas: R$ 680.000,00


∑ Fluxos Mensais: R$ 680.000,00

PROGRAMAÇÃO DE PAGAMENTOS
PAGAMENTOS AGOSTO SET OUT NOV DEZ JAN
Compras à vista –
2.500,00 5.000,00 10.000,00 15.000,00 ---- ----
10%
Duplicatas c/ 30 dias
---- 15.000,00 30.000,00 60.000,00 90.000,00 -----
– 60%
Duplicatas c/ 60 dias
----- ---- 7.500,00 15.000,00 30.000,00 45.000,00 TOTAL
– 30%
∑ 2.500,00 20.000,00 47.500,00 90.000,00 120.000,00 45.000,00 325.000,00

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