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Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lancamos hoje no solo da vida. (...)
<http://tinyurl.com/pts55ky> Acesso em: 20.08.2015.
2. Assinale a alternativa em que o uso dos pronomes relativos está em acordo com a norma
culta da Língua Portuguesa.
a) Busca-se uma vida por onde a tolerância seja, de fato, alcançada.
b) Precisa-se de funcionários com cujo caráter não pairem dúvidas.
c) São pessoas com quem depositamos toda a confiança.
d) Há situações de onde tiramos forças para prosseguir.
e) José é um candidato de cuja palavra não se deve duvidar.
“Aliás versos não se escrevem para leitura de olhos mudos. Versos cantam-se, urram-se,
choram-se. Quem não souber cantar não leia Paisagem nº 1. Quem não souber urrar não leia
Ode ao Burguês. Quem não souber rezar, não leia Religião. Desprezar: A Escalada. Sofrer:
Colloque Sentimental. Perdoar: a cantiga do berço, um dos solos de Minha Loucura, das
Enfibraturas do Ipiranga. Não continuo. Repugna-me dar a chave de meu livro. Quem for como
eu tem essa chave.”
Tomando como base esse texto de Mário de Andrade, assinale a única alternativa falsa quanto
às classes de palavras e suas flexões no uso da língua.
a) Os verbos “escrever”, “cantar”, “urrar” e “chorar” têm como sujeito o substantivo “Versos”, por
isso estão no plural.
b) Em: “Versos cantam-se, urram-se, choram-se.”, o pronome “se” é índice de indeterminação
do sujeito.
c) A vírgula, em: “Quem não souber rezar, não leia Religião.”, de acordo com os aspectos
básicos da pontuação, está empregada indevidamente, uma vez que não se separa o sujeito
do predicado.
d) Os substantivos “Escalada”, “Colloque” e “cantiga” são, respectivamente, núcleos dos
objetos diretos do verbo “ler”, subentendido em: “Desprezar: A Escalada. Sofrer: Colloque
Sentimental. Perdoar: a cantiga do berço...”
e) Se substituirmos a preposição “a”, em: “Ode ao Burguês”, pela preposição “de”, teremos o
sentido de finalidade alterado para o sentido de posse.
5. Leia o conjunto de frases a seguir e responda, na sequência, quais funções são assumidas
pela palavra “que”.
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6. Leia a frase abaixo e assinale a alternativa que traduz, na sequência em que aparecem, as
circunstâncias grifadas.
“Num átimo, cessou de todo o ruído das vozes e ele entrou a falar à vontade, calma e
decididamente.”
a) tempo - intensidade - modo - modo - modo
b) modo - inclusão - explanação - modo - modo
c) tempo - intensidade - intensidade - modo - modo
d) modo - intensidade - intensidade - modo - modo
e) realce - intensidade - modo - afetividade - modo
Vocabulário
tenção: intenção
relho: chicote de couro torcido com cabo de madeira
cicerone: pessoa que mostra ou explica a visitantes ou a turistas os aspectos importantes ou
curiosos de um determinado lugar.
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9. “Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue a sua alegria, a sua paz, a sua
vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a
ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem
quer que seja. A razão de ser da sua vida é você mesmo. A sua paz interior deve ser a sua
meta de vida; quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda falta algo, mesmo
tendo tudo, remeta o seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade
que existe dentro de si.(...)”
2 de MAIO de 1958. Eu não sou indolente. Há tempos que eu pretendia fazer o meu diario.
Mas eu pensava que não tinha valor e achei que era perder tempo.
...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheço com mais atenção.
Quero enviar sorriso amavel as crianças e aos operarios.
...Recebi intimação para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia
catando papel. A noite os meus pés doiam tanto que eu não podia andar.
Começou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o José Carlos. A intimação era para ele. O José
Carlos tem 9 anos.
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3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante
verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu não tenho gordura. Os meninos estão nervosos por
não ter o que comer.
6 de MAIO. De manhã não fui buscar agua. Mandei o João carregar. Eu estava contente.
Recebi outra intimação. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na
Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12ª Delegacia.
...o que eu aviso aos pretendentes a política, é que o povo não tolera a fome. É preciso
conhecer a fome para saber descrevê-la.
Estão construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo.
9 de MAIO. Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: Faz de conta que estou sonhando.
10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse
que ele era tão amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira intimação.
(...) O Tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um
ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a
patria e ao país. Pensei: se ele sabe disso, porque não faz um relatorio e envia para os
politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para
mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O Brasil
precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome tambem é professora. Quem
passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianças.
11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul e branco. Parece que até a natureza quer
homenagear as mães que atualmente se sentem infeliz por não realizar os desejos de seus
filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje não vai chover. Hoje é o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio
visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou
deixar o dinheiro para comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu
ganhei metade da cabeça de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos
para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles
passam muita fome eles não são exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas estão
ocultas. O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar
pelas paredes. É assim que os favelados matam mosquitos.
13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição.
Dia que comemoramos a libertação dos escravos. Nas prisões os negros eram os bodes
expiatorios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com desprezo.
Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu
tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola.
Estou escrevendo até passar a chuva para mim ir lá no Senhor Manuel vender os ferros. Com o
dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu
tenho dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada: Viva a mamãe!. A
manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem
mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um
bilhete assim:
“Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os
meninos. Hoje choveu e não pude catar papel. Agradeço. Carolina”
(...) Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou
a pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros.
Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a
Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!
12. Quanto ao uso dos pronomes, assinale a opção que traz uma INFRAÇÃO à norma padrão
da língua.
a) “Estou escrevendo até passar a chuva para mim ir lá no Senhor Manuel vender os ferros.”
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b) “Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz.”
c) “...as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país.”
d) “É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la.”
“Procure ver o lado bom das coisas ruins.” Essa frase poderia estar 1em qualquer livro
de auto-ajuda ou parecer um conselho bobo de um mestre de artes marciais 2saído de algum
filme ruim. Mas, segundo os especialistas que estudam o humor a sério, trata-se do maior
segredo para viver bem.
(...)
3
O bom humor é, antes de tudo, a expressão de que o corpo está bem. Ele depende de
fatores físicos e culturais e varia de acordo com a personalidade e a formação de cada um.
Mas, mesmo sendo o resultado de uma combinação de ingredientes, pode ser ajudado com
uma visão otimista do mundo. “Um indivíduo bem-humorado sofre menos porque produz mais
endorfina, um hormônio que relaxa”, diz o clínico geral Antônio Carlos Lopes, da Universidade
Federal de São Paulo. Mais do que isso: a endorfina aumenta a tendência de ter bom humor.
Ou seja, quanto mais bem-humorado você está, maior o seu bem-estar e, consequentemente,
mais bem-humorado você fica. 4Eis aqui um círculo virtuoso, que Lopes prefere chamar de
“feedback positivo”. A endorfina também controla a pressão sanguínea, melhora o sono e o
desempenho sexual. (Agora você se interessou, né?)
Mas, mesmo que não houvesse tantos benefícios no bom humor, os efeitos do mau
humor sobre o corpo já seriam suficientes para justificar uma busca incessante de motivos para
ficar feliz. Novamente Lopes explica por quê: “O indivíduo mal-humorado fica angustiado, o que
provoca a liberação no corpo de hormônios como a adrenalina. Isso causa palpitação, arritmia
cardíaca, mãos frias, dor de cabeça, dificuldades na digestão e irritabilidade”. A vítima acaba
maltratando os outros porque não está bem, sente-se culpada e fica com um humor pior ainda.
Essa situação pode ser desencadeada por pequenas tragédias cotidianas – como um trabalho
inacabado ou uma conta para pagar -, que só são trágicas porque as encaramos desse modo.
Evidentemente, nem sempre dá para achar graça em tudo. Há situações em que a
tristeza é inevitável – e é bom que seja assim. “Você precisa de tristeza e de alegria para ter
um convívio social adequado”, diz o psiquiatra Teng Chei Tung, do Hospital das Clínicas de
São Paulo. 5“A alegria favorece a integração e a tristeza propicia a introspecção e o
amadurecimento.” Temos de saber lidar com a flutuação entre esses estágios, que é
necessária e faz parte da natureza humana.
O humor pode variar da depressão (o extremo da tristeza) até a mania (o máximo da
euforia). Esses dois estados são manifestações de doenças e devem ser tratados com a ajuda
de psiquiatras e remédios que regulam a produção de substâncias no cérebro. Uma em cada
quatro pessoas tem, durante a vida, pelo menos um caso de depressão que mereceria
tratamento psiquiátrico.
6
Enquanto as consequências deletérias do mau humor são estudadas há décadas, não
faz muito tempo que a comunidade científica passou a pesquisar os efeitos benéficos do bom
humor. O interesse no assunto surgiu há vinte anos, quando o editor norte-americano Norman
Cousins publicou o livro Anatomia de uma Doença, contando um impressionante caso de cura
pelo riso. 7Nos anos 60, ele contraiu uma doença degenerativa que ataca a coluna vertebral,
chamada espondilite ancilosa, e sua chance de sobreviver era de apenas uma em quinhentas.
Em vez de ficar no hospital esperando para virar estatística, ele resolveu sair e se
hospedar num hotel das redondezas, com autorização dos médicos. Sob os atentos olhos de
uma enfermeira, com quase todo o corpo paralisado, Cousins reunia os amigos para assistir a
programas de “pegadinhas” e seriados cômicos na TV. Gradualmente foi se recuperando até
poder voltar a viver e a trabalhar normalmente. Cousins morreu em 1990, aos 75 anos. Se
Cousins saiu do hospital em busca do humor, hoje há muitos profissionais de saúde que
defendem a entrada das risadas no dia a dia dos pacientes internados.
Uma boa gargalhada é um método ótimo de relaxamento muscular. Isso ocorre porque
os músculos não envolvidos no riso tendem a se soltar – está aí a explicação para quando as
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pernas ficam bambas de tanto rir ou para quando a bexiga se esvazia inadvertidamente depois
daquela piada genial. Quando a risada acaba, o que surge é uma calmaria geral. Além disso,
se é certo que a tristeza abala o sistema imunológico, sabe-se também que a endorfina,
liberada durante o riso, melhora a circulação e a eficácia das defesas do organismo. A alegria
também aumenta a capacidade de resistir à dor, graças também à endorfina.
Evidências como essa fundamentam o trabalho dos Doutores da Alegria, que já
visitaram 170.000 crianças em hospitais. As invasões de quartos e UTIs feitas por 25 atores
vestidos de “palhaços-médicos” não apenas aceleram a recuperação das crianças, mas
motivam os médicos e os pais. A psicóloga Morgana Masetti acompanha os Doutores há sete
anos. “É evidente que o trabalho diminui a medicação para os pacientes”, diz ela.
O princípio que torna os Doutores da Alegria engraçados tem a ver com a flexibilidade
de pensamento defendida pelos especialistas em humor – aquela ideia de ver as coisas pelo
lado bom. “O clown não segue a lógica à qual estamos acostumados”, diz Morgana. “Ele pode
passar por um balcão de enfermagem e pedir uma pizza ou multar as macas por excesso de
velocidade.” Para se tornar um membro dos Doutores da Alegria, o ator passa 8num curioso
teste de autoconhecimento: reconhece o que há de ridículo em si mesmo e ri disso. “Um clown
não tem medo de errar – pelo contrário, ele se diverte com isso”, diz Morgana. Nem é preciso
mencionar quanto mais de saúde haveria no mundo se todos aprendêssemos a fazer o mesmo.
A informação seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a
música, o cinema, a literatura e a ciência. O custo seria zero. O espaço seria infinito. A
velocidade, estonteante. A solidariedade e a colaboração seriam os valores supremos. A
criatividade, o único poder verdadeiro. O bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O
sistema de representação se tornaria obsoleto. Todos os seres humanos teriam oportunidades
iguais em qualquer lugar do planeta. Todos seriam empreendedores e inventivos. Todos
poderiam se expressar livremente. Censura, nunca mais. As fronteiras deixariam de existir. As
distâncias se tornariam irrelevantes. O inimaginável seria possível. O sonho, qualquer sonho,
poderia se tornar realidade.
1
Livre, grátis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet
inaugurou. Por anos esquecemos que a internet foi uma invenção militar, criada para manter o
poder de quem já o tinha. Por anos fingimos que transformar produtos físicos em produtos
virtuais era algo ecologicamente correto, esquecendo que a fabricação de computadores e
celulares, com a obsolescência embutida em seu DNA, demanda o consumo de quantidades
vexatórias de combustíveis fósseis, de produtos químicos e de água, sem falar no volume
assombroso de lixo não reciclado em que resultam, incluindo lixo tóxico.
2
Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em
megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas
indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados Unidos,
graças às maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como os
maiores espiões do mundo, humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil,
impondo os métodos de sua inteligência militar sobre a população mundial, e guiando ao
arrepio da justiça os bebês engenheiros nota dez em matemática mas ignorantes completos
em matéria de ética, política e em boas maneiras.
3
Ninguém previu a febre das notícias inventadas, a civilização de perfis falsos, as
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Marion Strecker
Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014.
14. O primeiro parágrafo expõe projeções passadas sobre possibilidades de um futuro regido
pela internet.
O recurso linguístico que permite identificar que se trata de projeção e não de fatos do passado
é o uso da:
a) forma verbal
b) pontuação informal
c) adjetivação positiva
d) estrutura coordenativa
Vestidos muito justos são vulgares. Revelar formas é vulgar. Toda revelação é de uma
vulgaridade abominável.
Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, e pode-se adivinhar a norma que lhe rege a
vida ao primeiro olhar.
Rosa Amanda Strausz
Mínimo múltiplo comum: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.
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quaisquer outras obras, que ganham novas formas de exposição com a internet, mas
continuam a ter donos. Da mesma maneira que antes do 11aparecimento das mídias digitais.
12
Infelizmente, não é dessa forma que parecem pensar grandes empresas internacionais da
internet, que brigam na Justiça com a União Brasileira das Editoras de Música e 13impedem
assim o pagamento aos filiados à entidade dos valores relativos à exibição de seus trabalhos
nos canais de áudio e vídeo. É uma situação 14inadmissível, que já dura muitos meses.
15
O respeito aos direitos autorais na era da internet é questão 16vital porque o mercado
de CDs só faz encolher. 17As novas mídias representam a perspectiva de trabalho para os
criadores a longo prazo. É 18necessário assegurar a sua adequada 19remuneração e, por
extensão, os recursos para que a produção musical se sustente a longo prazo. 20A agilidade e a
21
onipresença da rede podem – e devem – servir para trazer mais recursos ao compositor, e
não o contrário.
22
Empresas 23jornalísticas, no Brasil e no mundo, também já viram o conteúdo da
imprensa profissional ser divulgado na internet sem contrapartida alguma ignorando os altos
custos de produção da notícia. No Brasil, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) proíbe, por
notificação judicial, que se reproduza a íntegra dos textos dos 24associados.
25
Se as novas tecnologias facilitam o 26entretenimento e aumentam a oferta de bens
culturais a consumidores no mundo 27inteiro, elas são bem-vindas. Mas isso não pode
acontecer à custa do 28sagrado direito autoral.
17. A relação lógica estabelecida pela expressão em destaque, nas frases do texto, está
explicitada adequadamente entre colchetes em:
a) “A transformação trazida pela tecnologia, no entanto, não pode ser confundida com ruptura
com tudo o que havia antes.” (ref. 5) [contraposição]
b) “O respeito aos direitos autorais na era da internet é questão vital porque o mercado de CDs
só faz encolher.” (ref. 15) [finalidade]
c) “O mesmo raciocínio se aplica à propriedade intelectual de músicas, textos, filmes e
quaisquer outras obras, que ganham novas formas de exposição com a internet, mas
continuam a ter donos.” (ref. 9) [condição]
d) “A agilidade e a onipresença da rede podem — e devem — servir para trazer mais recursos
ao compositor, e não o contrário.” (ref. 20) [causa]
e) “Se as novas tecnologias facilitam o entretenimento e aumentam a oferta de bens culturais a
consumidores no mundo inteiro, elas são bem-vindas.” (ref. 25) [concessão]
18. Na estruturação do texto, um dos mecanismos para garantir a coesão textual é a relação
que se estabelece entre um pronome e seu referente. O referente do pronome destacado está
adequadamente indicado entre colchetes em:
a) “Se as novas tecnologias facilitam o entretenimento e aumentam a oferta de bens culturais a
consumidores no mundo inteiro, elas são bem-vindas. Mas isso não pode acontecer à custa
do sagrado direito autoral.” (ref. 25) [novas tecnologias]
b) “As novas mídias representam a perspectiva de trabalho para os criadores a longo prazo. É
necessário assegurar a sua adequada remuneração” (ref. 17) [novas mídias]
c) “A internet e outras tecnologias mudaram a rotina das famílias, a vida social e até a sua
percepção do mundo.” (ref. 1) [internet]
d) “impedem assim o pagamento aos filiados à entidade dos valores relativos à exibição de
seus trabalhos nos canais de áudio e vídeo” (ref. 13) [filiados]
e) “e o cuidado com a publicação de uma notícia, o que inclui a sua correta apuração e a
clareza do texto, deve ser o mesmo em site ou jornal de papel” (ref. 8)
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Heráclito não poderia ser mais certeiro ao afirmar que "um homem não pode entrar no mesmo
rio duas vezes”. Pode ser que os brasileiros nunca mais entrem no Rio Doce assim, doce.
“Lira Itabirana”
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa.
A dívida eterna.
IV
21. TEXTO I
Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo. Foi o que ocorreu com a
palavra sambódromo, criativamente formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que
figura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta
burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo,
beijódromo, camelódromo.
TEXTO II
Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para desfile de
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escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, dai as
palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e
é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se desloca com a velocidade de um
cavalo ou de um carro de Formula 1.
Adaptado de: MORIN, Edgar. A inclusão: verdade da literatura. In: RÕSING, Tânia et ai. Edgar
Morin: religando fronteiras. Passo Fundo: UPF, 2004. p.13-18
22. Na coluna da esquerda, estão palavras retiradas do texto; na coluna da direita, descrições
relacionadas à formação de palavras.
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23. Analise as proposições em relação à obra Agosto, Rubem Fonseca, e ao trecho retirado
do mesmo, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
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a) V - V - V - V - V
b) V - F - V - V - V
c) F - F - F - V - F
d) F - V - F - V - F
e) F - V - V - V - V
24. Analise as proposições em relação à obra Agosto, Rubens Fonseca, e ao trecho retirado
da mesma.
←
I. “O Bolão também” (ref. 8) com a palavra destacada, em relação à formação de palavras,
ocorre derivação imprópria, o que ocorre também com a palavra destacada em “Esse
Cegueta trabalha” (ref. 7).
II. A narrativa fonsequiana mescla história real e ficção, pois retrata personagens participantes
dos episódios políticos do período getulista (agosto 1954) como se fossem protagonistas do
romance.
III. O comissário Mattos tem como pista do assassinato do empresário Gomes Aguiar um anel
de ouro, pelos negros, um sabonete e um lenço.
IV. Da leitura da obra, infere-se que o autor procurou ressaltar, na sua narrativa, o suborno
como prática cotidiana tanto do povo quanto no meio político (poder), a corrupção e o
protecionismo, enfim o momento caótico vivenciado do país.
V. A leitura da obra leva o leitor a inferir que úlcera, dores de estômago, azia do comissário
Mattos eram a somatização da repulsa que ele sentia pela podridão do sistema que o
circundava.
TEXTO 1
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O modo como essas pessoas 27constituem o único espaço que lhes foi permitido indica
que conseguiram transformá-lo em “seu 20lugar”, que aproximaram, cada um à sua maneira,
16
dois mundos nos quais estamos 32inseridos: o público e o privado.
RODRIGUES, Robson. Moradores de uma terra sem dono. (fragmento adaptado) In:
http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/edicoes/32/artigo194186-4.asp. Acesso em
21/8/2014.
I. Há uma relação de sinonímia entre “ressignificam” (ref. 26) e “constituem” (ref. 27).
II. “calçadas” (ref. 28) está para “ruas” (ref. 29) assim como “cômodos” (ref. 30) está para
“casas” (ref. 31).
III. A relação entre “Excluídos” (ref. 12) e “inseridos” (ref. 32) é a mesma que se estabelece
entre “individualização” (ref. 33) e “separação” (ref. 34).
IV. As palavras “intimidade” (ref. 35), “inabitável” (ref. 36) e “invisíveis” (ref. 37) têm o mesmo
prefixo.
26. Quanto ao emprego dos verbos no texto, NÃO é correto afirmar que
a) “fazer” tem sentido diferente nas referências 1 e 2.
b) “dormindo” (ref. 3), “passando” (ref. 4) e “pedindo” (ref. 5) indicam ações não concluídas no
presente.
c) “viver” nas ocorrências marcadas pelas referências 6 e 7 tem valor de substantivo.
d) “estabelece” (ref. 8) expressa uma realidade permanente.
e) “é” (ref. 9) e “adquire” (ref. 10) pertencem a orações sintaticamente paralelas.
Jacques Gruman
“Nunca entendi essa obsessão por sorrisos em fotografias.
Deve ser um conluio com os dentistas.”
(Nora Tausz Rónai)
Reza uma antiga lenda que dois reinos estavam em guerra. Os perdedores acabaram
condenados ao confinamento do outro lado dos espelhos, um primitivo mundo virtual em que
eram obrigados a reproduzir tudo o que os vencedores faziam. A luta dos derrotados passava a
ser como escapar daquela prisão. O genial Lee Falk inspirou-se nesta narrativa para criar, na
década de 1940, O mundo do espelho, para mim uma das mais aterrorizantes histórias do
Mandrake. Espelhos foram, aliás, protagonistas de algumas sequências cinematográficas
assustadoras. Bóris Karloff, um clássico do gênero, aproveitou muito bem o medo que, desde
crianças carregamos, de que nossos reflexos nos espelhos ganhem autonomia. Ui! Já
imaginaram se isso virasse realidade? Teríamos de conviver com nossos opostos, um
estranhamento no mínimo desconfortável. Os quadrinhos exploraram o assunto também na
série do Mundo bizarro, do Super-Homem. Era um nonsense pouco habitual no universo
previsível dos super-heróis.
Estava pensando nos estranhamentos do mundo moderno quando me deparei com uma
pequena nota de jornal. Encenava-se a ópera Carmen, de Bizet, no Theatro Municipal do Rio.
Suponho que a plateia, que pagou caro, estava mergulhada na história e na interpretação da
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orquestra e dos solistas. Não é que um cidadão saca seu iPad e passa um tempão checando
os e-mails, dedinhos nervosos para cima e para baixo, com a tela iluminando a penumbra
indispensável para a fruição plena do espetáculo? Como esse tipo de desrespeito está
entrando na “normalidade”, apenas uma pessoa esboçou reação. Uma espécie de angústia
semelhante à incontinência urinária se espalha como praga nas relações pessoais e no uso
dos espaços público e privado. Tudo passou a ser urgente. Todos os torpedos, e-mails e
chamadas no celular viraram prioridade, casos de vida ou morte. Interrompem-se conversas
para olhar telinhas e telonas, desrespeitando interlocutores. Como este tipo de patologia tende
a se diversificar, já há gente que conversa e olha o computador ao mesmo tempo, como
aqueles lagartos esquisitos cujos olhos se movimentam sem aparente coordenação. Outros
participam de reuniões sem desligar sua tralha eletrônica (na verdade, não estão nas reuniões).
Especialistas em informática previram que, num futuro não muito distante, chips serão
implantados no corpo. Estão atrasados. Corpos já pertencem a máquinas. A vida é controlada
a distância e por outros.
Outro estranhamento vem da inundação de imagens, aflição que chamo de galeria dos sem
imaginação. Enxurradas de fotos invadem o espaço virtual, a enorme maioria delas sem o
menor significado e perfeitamente descartáveis. O Instagram recebe 60 milhões de fotos por
dia, ou seja, quase 700 fotos por segundo! Fico pensando no sorriso irônico ou, quem sabe, no
horror em estado bruto, que Cartier-Bresson1 esboçaria se esbarrasse nisso. Ele, que
procurava a poesia nos pequenos gestos, no cotidiano que se desdobrava em surpresas, nos
reflexos impensados, jamais empilharia a coleção de sorrisinhos forçados que caracteriza a
obsessão pelos clics.
Essa história dos sorrisos foi muito bem notada pela Nora Rónai, que citei logo no início.
Vivemos a era das aparências. Com a multiplicação das imagens, vem a obrigação de “estar
bem”. Afinal de contas, quem vai querer se exibir no Facebook ou nas trocas de mensagens
com uma ponta de melancolia ou, pelo menos, um suspiro de realidade? O mundinho virtual
exige estado de êxtase permanente. Uma persona que não passa de ilusão. Criatividade não
quer dizer tristeza, claro, mas certamente precisa incorporá-la como tijolo construtor da nossa
personalidade. O resto é fofoca. Eric Nepomuceno, tradutor e escritor, fez o seguinte
comentário sobre seu amigo Gabriel Garcia Márquez, que acabara de morrer: “Tudo o que ele
escreveu é revelador da infinita capacidade de poesia contida na vida humana. O eixo, porém,
foi sempre o mesmo, ao redor do qual giramos todos: a solidão e a esperança perene de
encontrar antídotos contra essa condenação”. Nada que essas maquininhas onipresentes
possam registrar, elas que jamais entenderiam a fina ironia de Fernando Pessoa no Poema em
linha reta, que começa assim: “Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus
conhecidos têm sido campeões em tudo”. Mais adiante: “Arre, estou farto de semideuses. Onde
é que há gente nesse mundo ?”.
A praga narcísica desembarcou nas camas. Leio que nova moda é fazer selfies2 depois do
sexo. O casal transa, mas isso não basta. É urgente compartilhar! Tira-se uma foto da
aparência de ambos, coloca-se no Instagram e ... pronto. O mundo inteiro será testemunha de
um momento íntimo, talvez o mais íntimo de todos. Meu estranhamento vai ao paroxismo. É a
esse mundo que pertenço? Antigamente, era costume dizer que o que não aparecia na
televisão não existia. Atualizando a frase: pelo visto, o que não está na rede não existe. É a
universalização do movimento apenas muscular, sem sentido, leviano, rapidamente perecível.
Durante o exílio, o poeta argentino Juan Gelman passou um bom tempo sem conseguir
escrever. A inspiração não vinha. Disse ele: “A poesia é uma senhora que nos visita ou não.
Convocá-la é uma impertinência inútil. Durante uns bons quatro anos, o choque do exílio fez
com que essa senhora não me visitasse”. Quando, finalmente, a senhora chega, tudo muda,
como narra o poeta: “A visita é como uma obsessão. Uma espécie de ruído junto ao ouvido.
Escrevo para entender o que está acontecendo”. Não consigo imaginar uma serenidade como
essa no mundo virtual. Tudo nasce e morre antes de ser completamente absorvido. Cada
novidade passa a ser vital, filas se formam nas madrugadas nas portas de lojas que começam
a vender modelos mais avançados de produtos eletrônicos. Não dá pra esperar um dia, muito
menos uma hora. O silêncio e a introspecção são guerrilheiros no habitat plugado. Estou me
alistando neste exército de Brancaleone.3
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1
Henri Cartier-Bresson: (França 1908- 2004), fotógrafo do século XX, considerado por muitos
como o pai do fotojornalismo.
2
fazer selfies: selfie é uma palavra em inglês, um neologismo com origem no termo self-
portrait, que significa autorretrato, e é uma foto tirada e compartilhada na internet. Normalmente
uma selfie é tirada pela própria pessoa que aparece na foto, com um celular que possui uma
câmera incorporada, com um smartphone, por exemplo.
3
O Incrível Exército de Brancaleone (em italiano: L’armata Brancaleone): é um filme italiano de 1966, do gênero
comédia. Foi dirigido por Mario Monicelli. O Exército de Brancaleone é considerado um clássico italiano, que
retrata os costumes da cavalaria medieval através da comédia satírica. É um filme inspirado em Dom Quixote, do
espanhol Miguel de Cervantes.
27. O emprego do diminutivo nos termos em destaque NÃO tem valor irônico em:
a) “O mundinho virtual exige estado de êxtase permanente.”
b) “Os quadrinhos exploraram o assunto também na série do Mundo bizarro, do Super-
Homem.”
c) “Nada que essas maquininhas onipresentes possam registrar, elas que jamais entenderiam a
fina ironia de Fernando Pessoa no Poema em linha reta ...”
d) “Ele, que procurava a poesia nos pequenos gestos, no cotidiano que se desdobrava em
surpresas, nos reflexos impensados, jamais empilharia a coleção de sorrisinhos forçados
que caracteriza a obsessão pelos clics.”
e) “Não é que um cidadão saca seu iPad e passa um tempão checando os e-mails, dedinhos
nervosos para cima e para baixo, com a tela iluminando a penumbra indispensável para a
fruição plena do espetáculo?”
Meu amigo Adamastor, o gigante, me apareceu hoje de manhã, muito cedo, aqui na
biblioteca, e disse que vinha a fim de um cafezinho. 1Mentira, eu sei. 2Quando ele vem tomar
um cafezinho é porque está com alguma ideia borbulhando em sua mente.
E estava. 3Depois do primeiro gole e antes do segundo, café muito quente, ele afirmou
que concorda plenamente com a democratização da informação. Agora, com o advento da
internet, qualquer pessoa, democraticamente, pode externar aquilo que pensa.
4
Balancei a cabeça, na demonstração de uma quase divergência, e seu 5espanto
também me espantou. Como assim, ele perguntou, está renegando a democracia 6? Pedi com
modos a meu amigo que não 7embaralhasse as coisas. Democracia não é um termo
8
divinatório, que se aplique sempre, em qualquer situação.
Ele tomou o segundo gole com certa avidez e 9queimou a língua.
Bem, voltando ao assunto, nada contra a democratização dos meios para que se
divulguem as opiniões, as mais diversas, mais esdrúxulas, mais inovadoras, e tudo o mais. É
um direito que toda pessoa tem10: emitir opinião.
O que o Adamastor não sabia é que uns dias atrás andei consultando uns filósofos,
alguns antigos, outros modernos, desses que tratam de um 11palavrão que sobrevive até os
dias atuais: gnoseologia. Isso aí, para dizer teoria do conhecimento.
Sim, e daí?12, ele insistiu.
O mal que vejo, continuei, não está na 13enxurrada de opiniões as mais isso ou aquilo
na internet, e principalmente com a chegada do Facebook. Isso sem contar a imensa
quantidade de textos 14apócrifos, muitas vezes até opostos ao pensamento do presumido autor,
falsamente presumido. A graça está no fato de que todos, agora, têm opinião sobre tudo.
− Mas isso não é bom?
O gigante15, depois da maldição de Netuno16, tornou-se um ser impaciente.
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O fato, em si, não tem importância alguma. O problema é que muita gente lê a
enxurrada de bobagens que aparecem na internet não como opinião, mas como conhecimento.
O Platão, por exemplo, afirmava que opinião (doxa) era o falso conhecimento. O conhecimento
verdadeiro (episteme) depende de estudo profundo, comprovação metódica, teste de validade.
Essas coisas de que se vale em geral a ciência.
O mal que há nessa “democratização” dos veículos é que se formam crenças sem
fundamento, mudam-se as opiniões das pessoas, afirmam-se absurdos em que muita pessoa
ingênua acaba acreditando. Sim, porque estudar, comprovar metodicamente, testar a validade,
tudo isso dá muito trabalho.
O Adamastor não estava muito convencido da 17justeza dos meus argumentos, mas o
café tinha terminado e ele se despediu.
Considerando eco como um radical grego que significa casa, hábitat, as palavras “ecochatos” e
“ecocéticos” são formadas por __________. A primeira representa o grupo dos __________ e a
outra, o grupo dos __________ no que se refere a atividades sustentáveis.
30. Ao se alistar, não imaginava que o combate pudesse se realizar em tão curto prazo,
embora o ribombar dos canhões já se fizesse ouvir ao longe.
Quanto ao processo de formação das palavras sublinhadas, é correto afirmar que sejam,
respectivamente, casos de
a) prefixação, sufixação, prefixação, aglutinação e onomatopeia.
b) parassíntese, derivação regressiva, sufixação, aglutinação e onomatopeia.
c) parassíntese, prefixação, prefixação, sufixação e derivação imprópria.
d) derivação regressiva, derivação imprópria, sufixação, justaposição e onomatopeia.
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32. Assinale a alternativa que contém um grupo de palavras cujos prefixos possuem o mesmo
significado.
a) compartilhar – sincronizar
b) hemiciclo – endocarpo
c) infeliz – encéfalo
d) transparente – adjunto
e) benevolente – diáfano
Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia... Este Príncipe concebera a ideia de
que o “homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. E por homem
civilizado o meu camarada entendia aquele que, robustecendo a sua força pensante com todas
as noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a potência corporal dos seus órgãos
com todos os mecanismos inventados desde Teramenes, criador da roda, se torna um
magnífico Adão, quase onipotente, quase onisciente, e apto portanto a recolher [...] todos os
gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e Poder... [...]
Este conceito de Jacinto impressionara os nossos camaradas de cenáculo, que [...]
estavam largamente preparados a acreditar que a felicidade dos indivíduos, como a das
nações, se realiza pelo ilimitado desenvolvimento da Mecânica e da erudição. Um desses
moços [...] reduzira a teoria de Jacinto [...] a uma forma algébrica:
Suma ciência
Suma felicidade
Suma potência
E durante dias, do Odeon à Sorbona, foi louvada pela mocidade positiva a Equação
Metafísica de Jacinto.
34. Sobre o elemento estrutural “oni”, que forma as palavras do texto “onipotente” e
“onisciente”, só NÃO é correto afirmar:
a) Equivale, quanto ao sentido, ao pronome “todos(as)”, usado de forma reiterada no texto.
b) Possui sentido contraditório em relação ao advérbio “quase”, antecedente.
c) Trata-se do prefixo “oni”, que tem o mesmo sentido em ambas as palavras.
d) Entra na formação de outras palavras da língua portuguesa, como “onipresente” e “onívoro”.
e) Deve ser entendido em sentido próprio, em “onipotente”, e, em sentido figurado, em
“onisciente”.
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35. Os substantivos do texto derivados pelo mesmo processo de formação de palavras são:
a) juvenilidade e timidez.
b) geração e byroniano.
c) reflexo e imaginários.
d) prematuramente e autobiográfico.
e) saudade e infantil.
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MACIEL, Maria Esther. No mundo dos animais. Entrevista a Roberto B. de Carvalho. Ciência
Hoje, 21 nov. 2012. Disponível em <http://cienciahoje.uol.com.br>. Acesso em: 05 nov. 2013
(Texto Adaptado).
36. Entre os vocábulos extraídos do texto, aquele no qual a sílaba “re” funciona como um
prefixo que traduz ideia de repetição é
a) “recusa”.
b) “refletir”.
c) “recuperar”.
d) “relevantes”.
e) “reconfigurar”.
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negado a outras pessoas. O rei, como fonte de toda a lei, distribuía privilégios, 3pois havia sido
19
ungido como 16o agente de Deus na terra.
Durante todo 17o século XVIII, os filósofos do Iluminismo questionaram esses
9
pressupostos, e os panfletistas profissionais conseguiram 14empanar 20a aura sagrada da
coroa. Contudo, a desmontagem do quadro mental do Antigo Regime demandou violência
iconoclasta, destruidora do mundo, revolucionária.
7
Seria ótimo se pudéssemos associar 18a Revolução exclusivamente à Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela nasceu na violência e imprimiu seus princípios em
um mundo violento. Os conquistadores da Bastilha 24não se limitaram a destruir 21um símbolo
do despotismo real. 4Entre eles, 150 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, quando os
sobreviventes apanharam o diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na por 25Paris 22na ponta
de uma lança.
Como podemos captar esses momentos de loucura, quando tudo parecia possível e o
mundo se afigurava como uma tábula rasa, apagada por uma onda de comoção popular e
pronta para ser redesenhada? Parece incrível que um povo inteiro fosse capaz de se levantar e
transformar as condições da vida cotidiana. Duzentos anos de experiências com admiráveis
mundos 26novos tornaram-nos 15céticos quanto ao 10planejamento social. 27Retrospectivamente,
a Revolução pode parecer um 23prelúdio ao 11totalitarismo.
Pode ser. Mas um excesso de visão 28histórica retrospectiva pode distorcer o
panorama de 1789. Os revolucionários franceses não eram nossos contemporâneos. E eram
um conjunto de pessoas não excepcionais em circunstâncias excepcionais. Quando as coisas
se 29desintegraram, eles reagiram a uma necessidade imperiosa de dar-lhes sentido,
ordenando a sociedade segundo novos princípios. Esses princípios ainda permanecem como
uma denúncia da tirania e da injustiça. 5Afinal, em que estava empenhada a Revolução
Francesa? Liberdade, igualdade, fraternidade.
Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. In: ____. O beijo de Lamourette:
mídia, cultura e revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.
37. Ao referir-se à ideia de “lei privada” como uma explicação literal de privilégio (ref. 12), o
autor está fazendo referência à origem latina dessa palavra, relacionada a algumas das formas
que tomava, naquela língua, a palavra equivalente a lei – por exemplo, legis.
1. legal
2. legião
3. legítimo
4. legível
Quais têm também relação semântica com a palavra lei, revelando, por sua forma, a origem
latina?
a) Apenas 1 e 3.
b) Apenas 1, 3 e 4.
c) Apenas 2 e 3.
d) Apenas 2 e 4.
e) 1, 2, 3 e 4.
38. Na coluna da esquerda, estão quatro palavras retiradas do texto; na coluna da direita,
descrições relacionadas à formação dessas palavras.
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40. Assinale o item em que o par de prefixos grifados não possua equivalência de significado:
a) dilema / bienal
b) disenteria / discordar
c) hemisfério / semicírculo
d) sinestesia / companhia
e) endoscopia / ingerir
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[E]
O termo “que” está retomando a expressão “semente boa” do verso anterior. Assim, o verso
“que lançamos hoje no solo da vida” pode ser substituído por “Lançamos a semente boa hoje
no solo da vida”.
Essa função de retomar/referir-se a um termo anterior é cumprida pelo pronome relativo, como
expresso em [E].
Resposta da questão 2:
[E]
Em [A], [B], [C] e [D] as frases apresentam desvios ao padrão da norma culta, devendo ser
substituídas por:
Resposta da questão 3:
[B]
Em “Versos cantam-se, urram-se, choram-se”, “se” atua como partícula apassivadora. Assim, o
trecho poderia ser reescrito como “versos são cantados, são urrados, são chorados”, sendo
“versos” o sujeito dos três verbos.
Resposta da questão 4:
[E]
Nas opções [A], [B], [C] e [D], a palavra “a” assume função morfológica de preposição, pronome
demonstrativo, pronome pessoal oblíquo e preposição, respectivamente. Apenas em [E], por se
encontrar ligada ao substantivo “fronte”, adquire função de artigo.
Resposta da questão 5:
[D]
Resposta da questão 6:
[A]
Resposta da questão 7:
[B]
O trecho se inicia com a pergunta “onde?” e, portanto, a resposta faz referencia a uma
localização. Isso faz com que se opte pelo uso de expressões e locuções adverbiais de lugar,
para localizar aquele que questiona.
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Nota-se também que a linguagem predominante é a informal, como bem marcado com o
vocábulo “tenção” para substituir “intenção”, ou a expressão com diminutivo “começa
assinzinho”, por exemplo. A linguagem não é tão objetiva nem formal e, portanto, se distancia
da científica ou técnica.
Resposta da questão 8:
[B]
Resposta da questão 9:
[D]
A palavra “penumbra” é formada pelo prefixo “pene” (quase), “diálogo” por “dia” (movimento
através de), “periscópio por “peri” (posição em torno de), exogamia (movimento para fora) e
“sintaxe” (noção de simultaneidade). Assim, é correta a opção [C].
De acordo com norma padrão da Língua Portuguesa, a expressão “para eu” deve ser utilizada
quando “eu” assumir a função de sujeito.
Apenas em [D], a preposição “de” apresenta noção semântica de necessidade como a da frase
do enunciado. Nas opções [A], [B] e [C], apresenta noção de causa, posse e especialidade,
respectivamente.
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É possível inferir que a narrativa trata da questão do preconceito social que condena a mulher
por infringir normas arraigadas em uma sociedade machista. Assim, é correta a opção [A], pois,
na frase “Os conceitos a vestiram como uma segunda pele”, o termo “a” é associado, por
elipse, a essa mesma mulher.
[A] Incorreta: a correta definição para a expressão “bode expiatório” é: pessoa que não é
culpada pela ocorrência de um fato, mas que acaba sendo responsabilizada por ele.
[C] Incorreta: “derrocada” significa “destruição” ou “decadência”.
[D] Incorreta: “a população” também é substantivo.
[E] Incorreta: a palavra grifada é um pronome pessoal oblíquo.
A expressão “sem berro”, na verdade, é adjunto adverbial de modo, pois expressa o modo
como as lágrimas são disfarçadas, ligando-se, portanto, ao verbo.
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[I] Verdadeira. A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer
acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. No contexto
apresentado, -ão é sufixo para o aumentativo em português, enquanto o sufixo –eta indica
diminutivo. Neste caso especificamente, indica informalidade por tratar-se de uma forma
popular de diminutivo.
[II] Verdadeira. É uma característica das histórias de Rubem Fonseca mesclar história e ficção.
[III] Falsa. O Comissário tem uma única pista do assassinato do milionário: um anel dourado e
alguns pelos de negro no sabonete do banheiro. Não há lenço e os pelos são de um
homem negro e estão grudados no sabonete.
[V] Verdadeira. Todas as patologias apresentadas pelo personagem são típicas de estresse,
logo, cabe ao leitor inferir que o sistema político causava-lhe repulsa.
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[III] Incorreta. A relação entre “excluídos” e “inseridos” é de oposição, o que não acontece nos
outros dois termos;
[IV] Incorreta. Os termos “inabitável” e “invisíveis” apresentam prefixo de negação, o que não
acontece em “íntimos”, que é palavra primitiva.
Na frase “O viver nas ruas, um lugar aparentemente inabitável, tem sua própria lógica”,
acontece derivação imprópria, ou seja, a determinação causada pela presença do artigo
definido “o” transforma o verbo “viver” em substantivo. Mas o mesmo não acontece na frase
“Por mais que a rua não seja um local para viver”, em que o verbo “viver” mantém a
classificação morfológica original. Assim, a alternativa [C] é incorreta.
Somente no vocábulo quadrinhos não se usa o prefixo –inho com a intenção de ironizar, por
tratar-se de uma designação literal de um gênero popular de arte, mas que convencionou-se a
se chamar pelo diminutivo por remeter aos muitos quadros em que se apresentam essas
histórias.
Em [A], “engarrafamento” é derivada; em [B], brasileiro; em [C], chuvoso; e, em [E], todas são
derivadas. Assim, a única alternativa em que todas as palavras são primitivas é [D].
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O verbo “bramir” é onomatopaico, pois sua pronúncia imita o som emitido por animais bravios.
O sentido do prefixo “oni” é aplicado de forma denotativa nos dois casos, dando o sentido de
“todo”.
A única alternativa que contém dois substantivos é a [A], ambos formados por sufixação.
Os termos das alternativas [A], [B], [C] e [D] mantêm os seus radicais de origem latina
(recusare, reflectere, recuperare e relevans, respectivamente). Apenas a alternativa [E]
apresenta uma palavra em que a primeira sílaba funciona como prefixo indicador de repetição.
Os termos “legal” e “legítimo” remetem à mesma origem latina (legis) da palavra “lei” e
pertencem, assim, ao mesmo âmbito semântico. Já as palavras “legião” e “ legível” designam
grupo e passível de ser lido, respectivamente, por isso não mantêm relação semântica com a
palavra “lei”. Portanto, é correta apenas a alternativa [A].
No último quadro, a frase da personagem permite inferir que ela considerou “carinho” e “caro”
como vocábulos cognatos, ou seja, apresentam um mesmo radical primário (car), pertencendo
a uma mesma família de significação: “carinho” apresenta noção de semântica de afeto, e caro,
o que é querido, estimado. Assim, é correta a opção [D].
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Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
14...........146576.....Média.............Português......Uerj/2016..............................Múltipla escolha
15...........146579.....Média.............Português......Uerj/2016..............................Múltipla escolha
16...........146583.....Elevada.........Português......Uerj/2016..............................Múltipla escolha
17...........148733.....Média.............Português......Fmp/2016.............................Múltipla escolha
18...........148730.....Baixa.............Português......Fmp/2016.............................Múltipla escolha
21...........149434.....Média.............Português......Enem/2015...........................Múltipla escolha
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22...........137987.....Elevada.........Português......Ufrgs/2015............................Múltipla escolha
23...........138449.....Elevada.........Português......Udesc/2015..........................Múltipla escolha
24...........138450.....Elevada.........Português......Udesc/2015..........................Múltipla escolha
25...........139327.....Elevada.........Português......Pucrs/2015...........................Múltipla escolha
26...........139323.....Média.............Português......Pucrs/2015...........................Múltipla escolha
29...........134236.....Média.............Português......Ufsm/2014............................Múltipla escolha
34...........128469.....Baixa.............Português......Fuvest/2014.........................Múltipla escolha
35...........130765.....Baixa.............Português......Unifesp/2014........................Múltipla escolha
37...........132613.....Baixa.............Português......Ufrgs/2014............................Múltipla escolha
38...........132609.....Média.............Português......Ufrgs/2014............................Múltipla escolha
39...........123003.....Média.............Português......Unifesp/2013........................Múltipla escolha
40...........125864.....Elevada.........Português......Espm/2013...........................Múltipla escolha
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