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TE RIA

MUSiCAL
PRIMEIRO PASSO PARA UM GUITARRISTA ERUDITO

PAIXÃO M. F. P. TOCOTA
Revisão Marcos Lima
Olcadio Xavier
Paixão M. F. P. Tocota
Yuran Dos S. Folege
Zelito A. Saíde

Capa Paixão M. F. P. Tocota

Ilustrações Paixão M. F. P. Tocota

1ª Edição Nampula-Moçambique,
8/Junho/2020

Tocota, Paixão Miguel Francisco Pedro.


Teoria Musical: Primeiro passo para um
guitarrista erudito. 1ª Edição. Nampula. (2020).
80pp.

Todos direitos reservados, é permitida cópia parcial ou total do livro, sem necessidade de permissão
do autor.
Direitos Autorais © 2020 por Paixão Miguel Francisco Pedro Tocota.
Contacto: (+258 84 772 0485); paixaomigueltocota@gmail.com
ii
Prefácio

Lembro-me que aproximadamente três (3) anos atrás, ainda no ano de 2017,

passei a leccionar o Curso Básico de Guitarra, para uma das minhas primeiras

alunas (Cátia Jorge Macanda), eu fazia buscas de informações no sentido de

aprimorar os conhecimentos que já tinha de Teoria Musical, que por


conseguinte serviram de material para tais aulas.

Neste sentido, passei a compilar mais conteúdos de Teoria Musical que me


auxiliariam de matéria para as próximas oportunidades de ensino, dito feito,

no ano seguinte acabei por leccionar essencialmente a dois irmãos em Cristo

Jesus, Elias Daniel Bascoro e Michael João Maricoa, com o material antes

compilado, contudo, com o conteúdo incrementado fui mais objectivo ao

leccionar novamente o Curso Básico de Guitarra. Eventualmente, com essa


compilação de conteúdos referentes a Teoria Musical, eu já pretendia tornar

essas informações disponíveis ao público em geral.

Na verdade, foi mediante a pressão que por parte de alguns irmãos recebi que

este processo de tornar públicas as informações se agilizou. E o resultado

desses esforços originou a criação deste manual em sua posse. Com ele

espero ajudar a milhares daqueles que pretendem envergar pelos trilhos da


―solidificação‖ musical, pois a Teoria Musical é o primeiro passo para um
guitarrista erudito.

iii
Dedicatória

á Ruth Fungate, Cátia Macanda,

Elias Bascoro, Michael Maricoa e


Yuran Folege.

iv
Índice

Prefácio...................................................................................................................................iii
Dedicatória ............................................................................................................................iv
Introdução ............................................................................................................................. 7
Breve Historial da Música ................................................................................................ 8
A história ..................................................................................................................................9
Os Preliminares .................................................................................................................. 12
Música.................................................................................................................................. 13
Matéria-prima da Música ........................................................................................... 13
Enquadramento do Objecto de estudo ................................................................... 15
Afinação de Instrumento Musical ............................................................................... 19
Postura correcta do corpo ao tocar a Guitarra ..................................................... 25
A postura correcta das mãos ao tocar a Guitarra ................................................ 27
Formas de tanger ou tocar a Guitarra ...................................................................... 29
Cuidados a ter com a Guitarra ..................................................................................... 30
Anotação Musical ............................................................................................................. 33
Notas musicais .................................................................................................................... 34
Acordes .................................................................................................................................. 35
Acidentes Musicais............................................................................................................ 35
Cifras Musicais .................................................................................................................... 37
Música cifrada ................................................................................................................. 40
Tablatura (ou TAB) ............................................................................................................ 41
Partitura ................................................................................................................................. 42
Escalas Musicais ................................................................................................................ 55
Escala Cromática ................................................................................................................ 56
Escalas Diatónicas.............................................................................................................. 57
Escala Diatónica Maior ................................................................................................ 57
Escala Diatónica Menor ............................................................................................... 58
Formação de Acordes ..................................................................................................... 59
Tipos de acordes ................................................................................................................ 60
Consonantes ou Naturais ........................................................................................... 60
Dissonantes ...................................................................................................................... 60
Formação de Acordes ...................................................................................................... 61
Alguns Acordes muito usados ................................................................................. 64
Acorde Invertido ou Inversão de Acorde ............................................................ 65
Harmonia ............................................................................................................................. 66
Campo Harmónico ............................................................................................................ 67
Campo Harmónico Maior........................................................................................... 67
Harmonia funcional .......................................................................................................... 72
Transposição e Modulação ........................................................................................... 74
Transposição .................................................................................................................... 74
Modulação ........................................................................................................................ 74
Diferenças entre Transposição e Modulação ..................................................... 75
Tipos ou Técnicas de Transposição ou Modulação Musical........................ 75
Considerações Finais ....................................................................................................... 79
Anexo (Diagrama de acordes) ...................................................................................... 80

vi
Introdução

A música é uma bela arte e com uma existência pré-terrena, relatos há que

evidenciam o seu uso nos céus, no coro angelical. Ela desde os tempos
primevos, com suas evoluções tem sido uma parte integrante do quotidiano

dos seres humanos até aos dias actuais.

Afora dos fins particulares, de forma genérica em todas sociedades a música é

utilizada em circunstâncias variadas como em guerras, em cultos, festas,

velórios, protestos, sensibilizações, entre outras actividades. Pois a Música


possui uma característica estética, conquanto também uma capacidade de

traduzir os sentimentos, vontades, atitudes ou conjuntos de valores culturais

de um povo. Isto, torna a Música em uma linguagem de comunicação

universal, e quando executada pode ser utilizada como um grande


instrumento de influência comportamental. Portanto, o estudo da Música

confere ao homem habilidades de domínio desta outra forma de expressão e

mecanismo de influência.

Infelizmente, existem muitos músicos que não desenvolvem, porque


apartaram-se do estudo formal da música, no que se refere à Teoria Musical,

algum destes alegam ser o dom a causa deste facto. Salientar, é essencial que

o músico (com ou sem o dom) entenda bem o que faz ou pode fazer, a fim de

se saber como e até onde é possível chegar nesta bela arte.


Breve Historial
da Música
Breve Historial da Música
9
Breve
Historial
Da Música

A história
Há muito que se explorar sobre a história da Música até aos nosso
dias, contudo como sugere o capítulo procurarei ser sintético nos
factos.

Infelizmente, nem todos sabem a real origem da Música. Ora, alguns


sugerem que a Música remota às primevas hordas humanas, ou seja,

várias fontes consentem em indicar o período da Pré-história como a


provável origem, contudo esse argumento não é
verdadeiro, uma vez que este período não nunca
“É sensato
existiu (biblicamente não é sustentado).
afirmar que
Equivocadamente, muitas pessoas ignoram
Deus é o Autor
relatos verídicos apresentados pela Bíblia,
da Música”
comprovando que a Música já existia na arena

espiritual antes da criação do mundo (Jó 38:5-7). Nisto, é sensato


afirmar que Deus é o Autor desta bela arte, principalmente ao se

deparar com passagem que mostram o envolvimento de Deus com a


Música (veja Ap. 15:2).

Creio que aos primeiros homens (Adão e Eva) esta arte já lhes fora
transmitida. Embora, os primeiros relatos Bíblicos apontarem à Jubal

como o pai de todos os músicos que tocam harpa e flauta após a

existência da Terra (Gn. 4:21), possivelmente este ocorrido esteja

evidenciando a presença de homens que impulsionaram esta arte, mas


não a origem, eventualmente os seus antepassados não a
desconheciam.

Devido a Música possuir um poder de interagir com as emoções (o

lado espiritual do homem), desde os tempos ela foi bastante usada em


10
Breve
Historial
Da Música

diversas regiões e com diferentes fins como em cultos (religião),

trabalhos, guerras, funerais, entre outros. Inclusive ao povo escolhido


por Deus (culto – II Crónicas 5:13; guerra – Números 10:9, Josué 6:9;
etc.).

Diz-se que na Ásia por volta dos anos 3.000 a. C. a actividade musical

cresceu na Índia e China. Nessas regiões, a Música estava fortemente

relacionada à espiritualidade. Como a música da Ásia, da Índia e do


Oriente Próximo, é uma música altamente rítmica. A Música da África
também compõe-se em padrões rítmicos, contudo mais complexos,

geralmente envolvendo um ritmo tocado contra o outro para criar


polirritmia. Por não existir uma tradição escrita da música africana

torna-se difícil a sua compreensão.

Sabe-se no entanto que na Roma Antiga, muitas demonstrações

artísticas provieram da cultura grega, como a pintura e a escultura.


Supõe-se o mesmo com a Música. Porém, os romanos usufruíam

dessa arte de maneira mais ampla. No período da Idade média, a

Igreja Católica na sociedade europeia ditava a conduta moral, social,

política e artística (a música destacou-se nos cultos católicos).

Já na época Renascentista (entre os XIV – XVI d. C.), os interesses

culturais estavam voltados para razão, ciência e o conhecimento do


próprio ser humano. Tais interesses se recaíram também na música,

que apresentava características mais universais e buscava se distanciar


dos costumes da Igreja. Uma característica significativa da Música
11
Breve
Historial
Da Música

nesse período foi a passagem da monofonia (exemplo da Música

Gregoriana) para polifonia1.

A partir do século XVII d. C., o movimento barroco promove


transmutações marcantes no panorama musical com o surgimento das

óperas e das orquestras de câmaras. No século XVIII e início de XIX d.

C. (em torno de 1750 e 1830) aparece a ―Música Clássica‖2, a música

ganha objectividade, equilíbrio e clareza formal. Os artistas que se


sobressaíram são Haydn, Mozart e Beethoven.

Nos séculos XIX à XX d. C., a Música adquire nova ―cara‖ devido a

miscigenação de culturas, os sons de diferentes continentes


começaram a se cruzar, trazendo novos géneros musicais (como Blues,

Jazz, Rock, Pop e Gospel) e outros que desafiaram os dogmas de

períodos anteriores.

E uma grande transformação ocorre com a invenção de novas


tecnologias, suportes para a gravação, o rádio, e a divulgação dos

instrumentos musicais electrónicos e do sintetizador em meados do

século XX revolucionaram a música popular, acelerando o

desenvolvimento de novas formas musicais e projectaram cantores e


compositores, uma vez que eles não dependiam somente dos

concertos musicais. É com praticamente esta tendência do século

passado, que o presente século XXI d. C. está caminhando.

1
- Combinação simultânea de quatro ou mais sons.
2
- O termo ―clássico‖ deriva do latim ―classicus‖ que significa cidadão de alta classe. Também
chamada de música de concerto ou erudita - fruto da erudição e do estudo formal e não apenas das
práticas folclóricas e populares. Embora o nome remete ao passado, esta variedade de música é
praticada também nos dias de hoje.
Preliminares

Os Preliminares
13 Preliminares

Música
Música é uma palavra originária da língua grega derivada de musa3,
musiké téchne que significa ―A força das musas‖ ou ―A arte das
musas‖. Com isto, não se quer dizer que esta arte tenha emergido da

projecção da mente humana, ou seja do mito, que nada é, se não


curiosidade que os gregos tinham de tentar

explicar a origem da vida e os problemas da


“Música é a
existência. O objectivo deste parágrafo é
arte de combinar
trazer esclarecimentos do termo.
os sons e
silêncios de Definir a Música, não é tarefa fácil, contudo

apresentarei uma definição muito difundida e


forma
que também não deixa de possuir sua
agradável ao
fraqueza, isto é, a relatividade (por conter o
ouvinte” termo ―agradável‖): A Música é a arte de

combinar os sons e silêncios de forma agradável ao ouvinte.

Matéria-prima da Música
Antes de ingressar de forma apropriada nos aspectos técnicos da
Músicas, necessário é compreender a causa primária dela, a sua

matéria-prima. Entende-se por matéria-prima, todo material que seja

essencial à fabricação de um produto, neste sentido, a matéria-prima

da Música é o som, porque sem o som não há Música (como se verá


em frente).

3
As musas (ou ninfas), Eram as nove filhas de Mnemósine e Zeus, na mitologia grega, eram
entidades (deusas) a quem eram atribuídas a capacidade de inspirar a criação artística ou científica.
Habitavam no templo Museion, termo que deu origem à palavra ―museu‖ definido como o local de
preservação das artes e ciências.
14 Preliminares

Sendo o som, a forma de energia que se propaga pelo ar (entre outros

meios), posteriormente captada pelos ouvidos. Esta energia é libertada


através da vibração regular de um corpo elástico (em um movimento
de ―vai e vêm‖). E Acústica é a ciência que estuda o som.

Propriedades do som

Abaixo estão dispostos as principais propriedades do som:

1) Duração: é o tempo cronológico, o tempo de reprodução do


som, deste modo podendo ser longo ou curto. Propriedade ou

elemento fundamental na rítmica.


2) Intensidade ou Dinâmica: é a amplitude (indicada em decibéis).

Propriedade do som em ser mais fraco ou mais forte. Em outros

termos, a energia ou suavidade imprimida ao executar um som.

3) Altura: é a frequência (indicada em hertz). Propriedade do som

em ser mais grave ou mais agudo, quanto maior a frequência


mais agudo é o som. É por esta propriedade que se distingue

as notas musicais.

4) Timbre: é a qualidade do som que permite reconhecer a sua


origem. O Timbre é alcançado através das características

individuais sonoras de cada instrumento, desta forma apenas

por ele pode-se discriminar a origem do som (sem precisar de

reconhecimento visual), seja de uma guitarra, de uma voz,


saxofone, etc.
5) Densidade: é a qualidade do som que estabelece um maior ou

menor número de sons simultâneos, caso esteja a tocar um


único instrumento ou vários (uma orquestra).
15 Preliminares

Depois de adquirido o conhecimento necessário referente a matéria-

prima da Música, isto é, o som, passarei por mostrar os aspectos


propriamente aplicados a Música, partindo das suas propriedades ou
elementos.

Propriedades da Música

Na sequência estão arroladas as propriedades do som:

1) Melodia: é a sucessão de sons individuais (notas) executados


um após o outro, em alturas diferentes ou mesmo em uníssono

com o auxílio de um trabalho rítmico. Esta propriedade é


evidenciada por exemplo no canto vocal.

2) Ritmo: é a forma variada de executar a duração dos sons

produzidos e as pausas ou silêncios (valores musicais), em

intervalos regulares.

3) Harmonia: é a combinação de sons simultâneos (executados ao


mesmo tempo). A junção do Ritmo e Melodia formam a

harmonia. Por meio da harmonia podemos ter estilos musicais

diferentes.

Enquadramento do Objecto de estudo


Este manual de Teoria Musical foi produzido tendo-se em conta a

Guitarra como o instrumento musical a ser aplicado, dai que os


parágrafos posteriores serão formulados no sentido de satisfazer está
demanda.

Ao observar atentamente os instrumentos musicais segundo seu


modo de produzir o som, chega-se a uma conclusão de quatro (4)
16 Preliminares

grupos básicos de instrumentos existentes, que é também chamada

de classificação dos instrumentos músicas quanto a forma de


produção do som:

1. Instrumentos que utilizam a corrente eléctrica: Eletrofones;


2. Instrumentos de sopro: Aerofones;

3. Instrumentos de percussão: Membranofones e Idiofones.

4. Instrumentos de corda: Cordofones.

É justamente nesse último grupo que podemos encontrar a Guitarra4,


o nosso objecto de estudo.

A Guitarra, etimologicamente tem sua origem mais imediata no termo

qitara da língua árabe, refere-se a uma série de instrumentos de


cordas, que possuem geralmente de 6 a 12 cordas tencionadas ao

longo do instrumento e possuem um corpo com formato geralmente

aproximado de um 8.

As guitarras, bem como a maior parte dos instrumentos de cordas, são

construídas por um luthier e o músico que a executa é chamado

guitarrista.

Para além dos instrumentos musicais, as Guitarras também possuem


uma classificação quanto a sua forma de propagar o som.

4
Ou Violão (literatura brasileira)
17 Preliminares

Classificação de Guitarras quanto a forma de propagação do som:

 Guitarras Acústicas – são Guitarras que possuem caixa-de-

ressonância como o amplificador do som, esta caixa através do


seu orifício (chamado de boca, como veremos em frente)
permite a propagação do som que as cordas da Guitarra

emitem.

 Guitarras Eléctricas – são Guitarras que não possuem caixa-de-


ressonância, no seu lugar elas comportam uma estrutura sólida
de madeira maciça, e através de captadores eléctricos

encontrados nessa estrutura o som emitido pelas cordas da


Guitarra é amplificado e por estes captadores o som é levado

aos autofalantes onde é propagado de forma electrónica.

 Guitarras Semiacústicas – são Guitarras que possuem forma de

propagação do som mista (acústica e eléctrica), ou seja, elas têm


a caixa-de-ressonância e captadores eléctricos através dos quais

o som emitido pelas cordas da Guitarra é amplificado e

seguidamente propagado.
18 Preliminares

Estrutura ou componentes da Guitarra

Fig. 1

Existem alguns pormenores a tomar em consideração sobre a


componente de Cordas da Guitarra. As Cordas de Guitarra podem ser
feitas por dois tipos de material, por Náilon e/ou Metálicas (ou Aço) e
para o nosso caso específico elas somarão um total de 6 cordas
(conforme ilustra a figura 1). Em via de regra, a contagem das Cordas
19 Preliminares

de Guitarra parte da corda mais aguda (aquela que emite som picante

ou fino) para a mais grave (aquela que emite som grosso), isto é,
conta-se numa orientação vertical de baixo para cima. As seis cordas
soltas produzem os seguintes sons ou notas, pelas quais também são

chamadas:

Corda 6: chamada de Mí (grave)


Cordas
Corda 5: chamada de Lá
Bordões
Corda 4: chamada de Ré

Corda 3: chamada de Sol


Cordas
Corda 2: chamada de Sí
Primas
Corda 1: chamada de Mí (agudo)
Fig. 2

É preciso entender que estes nomes (Mí, Sí, Sol, Ré e Lá) dados às

cordas da Guitarra são nomes de sons que as cordas emitem quando

tangidas e não foram estabelecidos ao acaso, se originam de um

processo chamado de Afinação Padrão de Guitarra (veja nos textos


seguintes).

Afinação de Instrumento Musical

Descomplicando o assunto, afinação nada mais é se não um processo

de ajuste feito nos instrumentos musicais para a produção de som


equivalente a um outro som emitido (mesmo até por instrumento

de diferente timbre). Assim, habilitando uma harmonia ao tocar vários

instrumentos em simultâneo.
Para melhor compreensão, para além da voz, existem duas classes de

instrumentos que necessitam desta mecânica, são eles: Aerofones


20 Preliminares

(Saxofone, Trombone, etc.) e Cordofones ( Guitarra, Piano, Violino, etc.).

Eventualmente o nosso instrumento aplicado neste manual, em


particular carece deste processo de afinação, não sendo recomendável
o seu uso sem esta prática.

Ao se referir em Afinação de Guitarra, está se tratando de uma

afinação composta de sons feita às cordas da Guitarra através de sons

de referência primordial para cada corda. Assim, resultando em um


arranjo de sons emitidos por cada corda, ou seja, um campo (conjunto)

de sons organizados nas cordas da Guitarra, que irão facilitar o maneio


do instrumento por parte do guitarrista.

O arranjo dos sons emitidos pelas cordas da Guitarra pode ser

subjectivo, pós um dos objectivos desse arranjo visa facilitar ao

instrumentista o uso da Guitarra. Assim, implicando na existência de

variados arranjos, pois um determinado arranjo pode ser fácil para um,
contudo ser complicado para o outro. Actualmente em nosso contexto,

foi criado um arranjo padrão de afinação das cordas da Guitarra,

vulgarmente conhecida como Afinação Padrão de Guitarra, onde da


primeira a sexta corda devem ser afinados os seguintes sons: Mí, Sí,

Sol, Ré, Lá e Mí, respectivamente. E isso faz com que os guitarristas

tenham modos similares de usar ou tocar a Guitarra.

Existem vários métodos de afinar as cordas de Guitarra, dos quais


agrupei em dois, estes são: Método Auditivo e Método Electrónico, a

diferença existente nesses métodos está no elemento responsável que


determina a equivalência entre o som referencial e o som do
instrumento afinado, sendo portanto, o ouvido humano e um
21 Preliminares

dispositivo electrónico (com sistema de afinação embutido),

respectivamente.

Passo a Passo para estabelecer a Afinação Padrão de Guitarra


 1ª Etapa – Conhecer o som a ser emitido em cada corda
A corda 1------deve emitir o som chamado Mí (329 Hz)
A corda 2------deve emitir o som chamado Sí (246 Hz)
A corda 3------deve emitir o som chamado Sol (196 Hz)
A corda 4------deve emitir o som chamado Ré (146 Hz)
A corda 5------deve emitir o som chamado Lá (110 Hz)
A corda 6------deve emitir o som chamado Mí (82 Hz)

 2ª Etapa – Escola do Método de afinação (Auditivo ou Electrónico)

Método Auditivo
Este método usa o ouvido como o elemento de estabelecimento da

equivalência entre os sons. Para afinar a Guitarra através deste método

dever-se satisfazer as seguintes sob etapas abaixo:

1. A pessoa afinadora deverá possuir em sua mente ou através de

um determinado instrumento (a exemplo, o Diapasão) pelo


menos um destes sons: Mí, Sí, Sol, Ré ou Lá, que servirão de

referencial para equivaler aos sons que as cordas desafinadas da


Guitarra deverão emitir. Por questões didácticas (é assim

geralmente explicado), a afinação começará da corda mais grave


a mais aguda, ou seja, da 6ª a 1ª corda. Neste sentido, o som

referencial a usar nesta explicação será o de Mí.

2. Afinação da 6ª corda: Com a Tarraxa da 6ª corda no braço da


Guitarra, tenciona-se e tange-se aos poucos a 6ª corda até que
através do ouvido a corda venha emitir um som equivalente ao
22 Preliminares

som de Mí (som referencial). Para a afinação da próxima corda

(5ª corda), o som a ser usado como referência para afinação da


próxima corda será o som de Lá, que pode ser encontrado na
própria Guitarra não havendo necessidade de alcançar em

outros meios, isto acontece ao se pressionar com a ponta de um

dedo da mão esquerda na quinta casa da 6ª corda ( já afinada) e

ao tanger a 6ª corda o som de Lá será emitido.

3. Afinação da 5ª corda: seguindo o mesmo procedimento anterior

da afinação da 6ª corda, com o auxílio da Tarraxa da 5ª corda e


os ouvidos, ajusta-se a 5ª corda até que ela venha emitir o som

de Lá. De igual modo para a afinação da próxima corda (4ª

corda), irá se proceder semelhantemente ao processo da 6ª

corda para afinação da 5ª corda. O som a ser usado como

referência para afinação da próxima corda será o som de Ré


encontrado na quinta casa da 5ª corda (afinada).

4. Afinação da 4ª corda: seguindo os mesmos procedimentos

anteriores, através da Tarraxa da 4ª corda e os ouvidos, ajusta-se


a 4ª corda até que emita o som de Ré. Para a afinação da

próxima corda (3ª corda), de igual modo, vai-se proceder

semelhantemente ao processo da 5ª corda para afinação da 4ª

corda. O som a ser usado como referência para afinação da


próxima corda será o som de Sol encontrado na quinta casa da

4ª corda (afinada).
23 Preliminares

5. Afinação da 3ª corda: seguindo os mesmos procedimentos

anteriores, através da Tarraxa da 3ª corda e os ouvidos, ajusta-se


a 3ª corda até que emita o som de Sol. No entanto, para a
afinação da 2ª corda, ao passo de se utilizar o som emitido pela

quinta casa da corda anterior como som referencial para

afinação da próxima corda, usar-se-á o som emitido da quarta

casa da 3ª corda (afinada), que é o som de Sí.

6. Afinação da 2ª corda: seguindo os mesmos procedimentos

anteriores, através da Tarraxa da 2ª corda e os ouvidos, ajusta-se


a 2ª corda até que emita o som de Sí. Entretanto, para a afinação

da última corda (1ª corda), volta-se a fazer os mesmos

procedimentos anteriores a corda da 3ª corda, ou seja, O som a

ser usado como referência para afinação da próxima corda será

o som de Mí encontrado na quinta casa da 2ª corda (afinada).

7. Afinação da 1ª corda: seguindo os mesmos procedimentos

anteriores, através da Tarraxa da 1ª corda e os ouvidos, ajusta-se

a 1ª corda até que emita o som de Mí.

Este método exige que a pessoa afinadora possua um ouvido treinado

(capaz de distinguir bem os sons), caso não, aplica-se o Método

Electrónico como a solução alternativa.


24 Preliminares

Método Electrónico

Este método é relativamente mais preciso em comparação ao anterior,


e pode ser executado mesmo até com um guitarrista iniciante. Todavia,
a sua prática pode estar comprometida em momentos de actuação

com o instrumento e demanda que para além da guitarra o dispositivo

afinador esteja sempre presente com o guitarrista, dai que recomendo

a não se limitar somente em dominar este método.

Existem vários dispositivos ou aparelhos para a realização deste

método, mas em via de regra as subo-etapas são bem mais


simplificadas, como pode-se observar abaixo:

1. Possuir o dispositivo ligado e posicionar o microfone deste

aparelho na direcção da guitarra ou caso seja necessário

conectar um cabo compatível da Guitarra (eléctrica ou

semiacústica) ao afinador electrónico.


2. Tangendo as cordas e com o auxílio das suas Tarraxas

correspondentes, ajustam-se as cordas uma de cada vez,

observando-se as indicações mostradas na tela do afinador até


que haja um sinal de correspondência equivalente entre som da

corda em afinação e o som referencial (Mí para 1ª corda, Sí para

2ª corda, Sol para 3ª corda, Ré para 4ª corda, Lá para 5ª corda e

Mí para 6ª corda), sendo que para alguns aparelhos nesse ponto


há um acompanhamento por emissão de um som que serve de
garantia que a afinação está correcta.

3. Após este processo de suma importância, o guitarrista pode


então se posicionar para espeçar os seus desígnios estampados
25 Preliminares

na sua alma. Porém, isto acontece caso já se tem o

conhecimento da postura correcta ao tocar a Guitarra e formas


de se tocar a Guitarra, não sendo o seu caso, acompanhe os
parágrafos posteriores, se eventualmente venha desejar

ultrapassar essa questão e colocar os sons combinados nos

ouvidos.

Postura correcta do corpo ao tocar a Guitarra

É recordável ao tocar a Guitarra não ignorar a postura correcta do

corpo em relação o instrumento, uma boa postura é fundamental caso


o guitarrista queira manter uma saúde e alcançar um aprendizado ou

execução eficiente do instrumento. Normalmente, a postura correcta

para tocar a Guitarra é descrita em função do tipo de Guitarra (Popular

ou Clássica):

 A Postura Correcta ao tocar a Guitarra Popular: Neste tipo de


Guitarra é requerido uma postura bastante simples.

Genericamente apoia-se o corpo da Guitarra na perna direita, o

nosso braço direito coloca-se por cima do corpo da Guitarra e


posicionado a mão direita perto da boca da Guitarra. Após fazer

isso, a mão esquerda é pousada no braço da Guitarra e se

começa a executar os movimentos necessários (de Acordes,

Solos e etc.).

 A Postura Correcta ao tocar a Guitarra Clássica: A postura

exigida para este tipo de Guitarra é mais complexa. Aqui o


Corpo da Guitarra é apoiado na perna esquerda, portanto é
26 Preliminares

necessário que a pessoa abra um pouco a perna direita para que

o corpo da Guitarra venha caber entre as pernas. A Guitarra


deve ser inclinada de forma a perfazer 45º com o chão (plano)
para facilitar o acesso da mão esquerda no braço da Guitarra.

Essa posição é necessária porque as Guitarra Clássicas não

costumam possuir Cutway (reentrância no corpo da Guitarra que

facilita o acesso as casas mais agudas), então essa posição


facilita o acesso as casas mais agudas da Guitarra por parte do
músico.

Em ambos casos, quando sentados deve-se segurar o instrumento de

forma que a coluna permaneça erecta, ou seja, deve-se evitar curvar-se

para olhar as casas no braço da Guitarra, evitando apoiar-se sobre a

Guitarra e para que os músculos estejam relaxados, caso contrário

pode existir graves contusões no guitarrista.

Para fazer tudo isso, é preciso estar bem sentado, e de preferência

também possuir uma espécie de banquinho onde se pode apoiar o pé

esquerdo (no caso da Guitarra Popular apoia-se o pé direito).

Se por acaso alguém queira tocar de pé, será necessário adquirir uma

correia ou fita, e esta correia deve ser bem larga, para evitar dores no

ombro quando permanecer durante um tempo muito longo com o

instrumento. Deve-se segurar o instrumento de forma que nossa


coluna permaneça recta, ou seja, evite curvar-se para olhar as casas no
braço da Guitarra, evitando apoiar-se sobre a guitarra.
27 Preliminares

Postura na Guitarra Postura na Guitarra Postura em Pé valida


Clássica Popular para ambos casos

A postura correcta das mãos ao tocar a Guitarra


É imprescindível conhecer como os dedos das mãos são designados, a

tabela e a figura abaixo apresentam a designação dos dedos da mão

esquerda e da direita:

Designação Designação
dos dedos dos dedos
Dedos
na mão da mão
direita esquerda
Polegar……………...P………………….-……....…
Indicador…………...I…………..……….1…………
Médio……..…….….M………………….2…………
Anular…….. …….….A………...……….3…………
Mínimo……………...-……….. ……….4………… Fig. 3
28 Preliminares

Mão direita

A mão direita deve ficar sobre a boca da Guitarra, na parte de cima


das cordas e é responsável pela execução dos sons, isto pode ser
através dos dedos ou pelo uso de palheta:

Usando dedos

Essa execução do som usando os dedos é feita de diversas formas,

quando em raspo, os dedos (polegar e indicador) de forma cruzada


golpeiam as cordas do instrumento na direcção diagonal. Quanto as

outras formas de toque de cordas individuais, o dedo polegar deve


tocar as cordas bordões (cordas mais graves) e os outros dedos

(exceptuando o mino) devem tocar as cordas primas (veja a figura 4).

Palheta

A palheta é usada de forma que por dois dedos juntos (polegar e

indicador, veja a figura 5) seja segurada para atacar as cordas do


instrumento de várias formas. A maneira de tocar é muito particular.

Fig. 4 Fig. 5
29 Preliminares

Mão Esquerda

Na mão esquerda os dedos são responsáveis por pressionar as cordas


contra o braço do instrumento. O polegar é colocado na parte de trás
do braço da Guitarra, especificamente quando for uma Guitarra

Clássica, o polegar não sobrepõe-se no braço do instrumento e em

caso de Guitarras Cutway, quando é preciso apertar as cordas nas

casas dentro da reentrância, o dedo polegar fica livre, pois não tem
como ele apertar a parte de trás da Guitarra. E os demais dedos são
colocados sobre as cordas (quando necessário), na parte da frente.

Fig. 6 Fig. 7

Posição do dedo polegar da mão Posição do dedo polegar da mão


esquerda no braço da Guitarra esquerda no braço da Guitarra
Clássica Popular

Formas de tanger ou tocar a Guitarra

Entende-se por formas de tocar a Guitarra a mútua execução do


trabalho coordenado dos dedos das mãos (direita e esquerda). Neste

sentido, existem variadas formas de tocar a Guitarra:

Raspar – é acção que permite tanger de maneira simultânea várias


cordas da Guitarra pelos dedos da mão direita, enquanto os dedos da
30 Preliminares

mão esquerda pressionam ou não as cordas em determinadas casas

da Guitarra.

Arpejar – é a forma de tocar a Guitarra em que os dedos da mão


direita e esquerda sincronicamente permitem a execução sucessiva das

notas de um conjunto de notas (acorde) sem a continuidade de

vibração das cordas anteriores tocadas.

Dedilhar – é a técnica que permite tocar as cordas da Guitarra em


execução sucessiva das notas (sons individualizados) pelos dedos da

mão direita, com a continuidade de vibração das cordas anteriores


tocadas, enquanto simultaneamente os dedos da mão esquerda

pressionam um acorde.

Solar - é a execução sucessiva de vários sons individualizados com um

―sentido musical‖, através da sincronia dos dedos das mãos (Direita e

esquerda).

Plaque - é acção simultânea dos dedos da mão direita tangerem as

cordas da Guitarra, puxando as cordas na direcção de dentro para fora

da boca do instrumento, em sintonia com os dedos da mão esquerda


quando necessário para promoção de sons conjuntos.

Cuidados a ter com a Guitarra

Para possuir um instrumento requer-se alguns esforços, mas mantê-lo

sempre em suas melhores condições pode acarretar esforços maiores.


Dai que é de total interesse nosso, para além do armazenamento
adequado da Guitarra, ter certos cuidados com as cordas para que a
31 Preliminares

durabilidade do instrumento aumente, ganhando em performance e

em economia. Para tal, é necessário observar-se os seguintes


estratagemas:

 Deixar o instrumento sempre em lugar seguro

Não é recomendável deixar a Guitarra em locais impróprios como em

cima da cama ou do sofá. Qualquer embate pode provocar arranhões

ou até mesmo fender o instrumento musical. O ideal é que guarde-se


sempre em uma pasta ou case específica. Assim evita-se possíveis

impactos e danos na superfície.

 Evitar deixar a Guitarra em lugares muito quentes ou húmidos

Por causa do material (madeira) com que é feita a Guitarra, ela pode

absorver ou perder a humidade (água) mediante o ambiente, podendo

o instrumento apresentar problemas como inchaço (quando ganha

humidade, por isso evite líquidos sobre ela) ou rachaduras no tampo


(quando perde humidade, evite a exposição dos raios solares directos

sobre ela).

Nessas exposições, podem ocorrer as seguintes deformações:


interferências no cavalete, elevação de alguns trastes ou rachaduras no

tampo. Neste sentido, a sua limpeza deve ser feita com panos secos,

se eventualmente estiver com tamanha sujidade, use líquidos de

limpeza recomendáveis ao efeito ou panos pouco humedecidos com


água em pontos focais.
32 Preliminares

 Cuidar das cordas da Guitarra

Usar de forma correcta a palheta, este pequeno objecto pode


contribuir para acelerar o desgaste das cordas se for usado de forma
incorrecta.

Caso possuir Guitarras que utilizam cordas de aço, os cuidados devem

estar orientados a não ferrugem das cordas. A instrução é passar um

pano seco nas cordas depois de usá-las, já que o suor pode acelerar o
processo de oxidação e higienizar as mãos antes de tocar pode ajudar

também a estender a durabilidade das cordas e até mesmo do braço


do instrumento, uma vez que pequenas sujidades podem ficar presas

nos trastes, impedindo que o som se propague adequadamente;

 Levar a Guitarra ao Luthier

É recomendado que se leve o instrumento musical periodicamente até

o Luthier (especialista na construção e reparo de instrumentos


musicais de cordas, com caixa de ressonância ou eléctricos) para uma

revisão completa, esse tipo de hábito poderão evitar uma série de

problemas futuros mais sérios.


Anotação Musical

Anotação Musical
34 Anotação
Musical

Notas musicais
É o nome dado às alturas dos sons (graves e agudos), ou seja, é um
som quando individualizado (não podendo ser mais divisível). Ao
ouvir-se uma nota musical emitida, seja por quaisquer instrumentos,
ela sempre irá possuir a mesma altura. Na verdade, existem 12 sons

(notas), mas por convenção diz-se que existem somente sete notas

musicais (Dó, Ré, Mí, Fá, Sol, Lá e Sí), e os outros

5 sons são denominados por acidentes


“Semitom é
distorções musicais (como veremos avante) distância
destas sete notas. mínima entre as
Distância de notas (ou tonal) notas musicais”
A distância mínima entre as notas musicais é medida em Semitons

(meio-tom ou metade de tom), sendo que o Tom é a distância que

envolve dois semitons. Segue demonstração para facilitar o

entendimento:

Tab. 1
«-----------DESCENDENTE------------«ORDEM»------------ASCENDENTES------------»
6
0 Tom 1 Tom 2 Tons 3 Tons 4 Tons 5 Tons
Tons
Intervalo
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Tonal
Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi
tom tom tons tons tons tons tons tons tons tons tons tons tons
Nota Dó Ré Mí Fá Sol Lá Sí Dó

Note que entre as notas Dó à Ré, Ré à Mí, Fá à Sol, Sol à Lá e Lá à Sí o


distanciamento é de um tom (2 semitons); já entre as notas Mí à Fá e

Sí à Dó o distanciamento é de 1 semitom e da nota Dó à Dó o


distanciamento é de 6 (seis) tons (12 semitons) forma-se um ciclo
(também chamado de oitava).
35 Anotação
Musical

Acordes
Acorde é um conjunto de notas tocadas simultaneamente. Nessa
combinação há uma nota que é básica chamada de Baixo ou tónica,

esta nomeia esse conjunto (acorde).


Acidentes Musicais
Como mostrei anteriormente, existem apenas sete notas musicais,

porém elas podem sofrer variações, tanto para cima quanto para baixo,
conhecidas como acidentes (ou nota acidentada). Portanto, um acorde
acidentado é aquele que possui uma variação proporcional em todas

as suas notas. Em outras palavras, acidente musical5 é a distorção ou

variação de nota ou acorde. Para o efeito, são usados sinais que


demonstram tais distorções de notas ou acordes. Eles são: Acidentes

simples, Acidentes duplos e Acidentes microtonais.

Acidentes simples (são os acidentes mais utilizado):

 Sustenido (♯) – este acidente altera a nota meio-tom acima,

portanto tornando-a mais aguda.


 Bemol (♭) – este acidente varia a nota um semitom abaixo,

portanto tornando-a mais grave.


 Bequadro (♮) – este acidente serve para anular os efeitos dos

acidentes, retornado a notas ou o acorde ao seu estado natural.

Acidentes duplos ou dobrados

 Duplo sustenido ( ) – este acidente eleva a altura da nota em

um tom (dois semitons) em relação à sua altura natural.


 Duplo bemol (♭♭) – este acidente distorce baixando a altura da
nota em um tom (dois semitons) em relação à sua altura natural.

5
Existem apenas cinco (5) variações de notas em aumento ou redução de meio-tom.
36 Anotação
Musical

Acidentes microtonais

 Meio sustenido (⧧) – este acidente aumenta a altura da nota em


um quarto de tom.
 Meio bemol ( ) – este acidente abaixa a altura da nota em um

quarto de tom.

Tab. 2
«-----------DESCENDENTE------------«ORDEM»------------ASCENDENTES------------»
6
0 Tom 1 Tom 2 Tons 3 Tons 4 Tons 5 Tons
Tons
Intervalo
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5
Tonal
Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi Semi
tom tom tons tons tons tons tons tom tom tons tons tons tons
Nota Dó Ré Mí Fá Sol Lá Sí Dó
ORDEM»------------ASCENDENTES------------»
Nota Dó♯ Ré♯ Fá♯ Sol♯ Lá♯
acidentada «-----------DESCENDENTE------------«ORDEM
Ré♭ Mí♭ Sol♭ Lá♭ Sí♭

Note através da tabela acima que entre as sete notas existem cinco (5)
espaços livres, estes espaços são ocupados por outras cinco (5) notas

acidentadas (distorcidas) e devido a ausência de espaços livres entre


as notas naturais (Mí e Fá, Sí e Dó) as notas acidentadas (Mí♯ e Sí♯, Fá♭

e Dó♭) não existem. Também da tabela pode se notar que as notas


acidentadas Dó♯ e Ré♭; Ré♯ e Mí♭; Fá♯ e Sol♭; Sol♯ e Lá♭; Lá♯ e Sí♭

ocupam os mesmos espaços, isto na verdade significa que estes


grupos de duas notas, cada grupo tem a mesma sonoridade, porém
com nomes diferentes, este fenómeno é chamado de enarmonia (sons

iguais com nomenclaturas diferente).


37 Anotação
Musical

Cifras Musicais

Cifra ou Cifragem é um sistema de anotação usado para representar


acordes. Entretanto, erroneamente tem-se aplicado às notas. Neste
manual padronizei que o uso de letras minúsculas neste sistema de

anotações representem as notas e as letras maiúsculas representem os

acordes (como já convencionado), veja tabela abaixo.

Tab. 3
Essencialmente
Cifras Notas
falando das Cifras (as
Anotação Nome do Anotação Nome
letras A, B, C, D, E, F, G),
ou sinal Acorde ou sinal da nota
elas poderão ou não
C Dó Maior c Dó
ser acompanhadas
D Ré Maior d Ré
por outros sinais: (♯)
E Mí Maior e Mí
Sustenido; (♭) Bemol,
F Fá Maior f Fá
aparece após letras; (b)
G Sol Maior g Sol
no baixo, aparece
A Lá Maior a Lá
após números; (º)
B Sí Maior b Sí
Diminuto; (ø) Meio
Diminuto; (- ou m) menor; (+) aumentada ou maior (quando

acompanhado somente do número 7 ou 14, o sinal + apenas para


estes mesmos números pode ser substituído por M); (/) e (quando
aparecer em frente de uma letra ou um número), porém o mesmo

sinal em quando encontrado atrás de uma letra possui outra


designação ―com baixo em [nome da nota que a letra representa]‖ e
ainda dos números 1 à 14 lidos como numerais feminino (primeira,

segunda,... décima quarta).


38 Anotação
Musical

Quando estes sinais são conjugados com as letras (A, B, C, D, E, F, G)

ainda são designados de Cifra, porém a termo maior é suprimido e


nunca ler o nome alfabético da letra (exemplo A lê-se ―Lá maior‖, mas
A7 ―lê-se Lá com sétima‖ e nunca ―A maior‖ ou ―A com sétima‖), veja

alguns exemplos de leitura das Cifras:

 A (Lá maior)

 A- (Lá menor)

 A2 (Lá com segunda)

 A7/5+ (Lá com sétima e quinta aumentada)

 A♭3b (Lá bemol com terceira/terça no baixo)

 A♯m/E (Lá sustenido menor com Mí no baixo)

 Aº6-/7+ (Lá diminuto com sexta menor e sétima maior)

 A14M/5b/9 (Lá com décima quarta maior e quinta no baixo e

nona)

 C14M/5b/9 (Dó com décima quarta maior e quinta no baixo e

nona)

As Cifras também podem ser representadas graficamente, isto é,

Diagramas de Cifras é uma representação gráfica de acordes no braço


da Guitarra, uma ilustração com indicações da armadura dos acordes

(que mostram as casas e cordas que devem ser tocadas), é uma

ferramenta de anotação musical, desenvolvida para simplificar a


prática de músicas no instrumento. Existem variados modelos,
especificamente neste manual usei o seguinte:
39 Anotação
Musical

Fig. 8
40 Anotação
Musical

Música cifrada
É uma anotação de música que consiste no uso das cifras sobre a letra
ou a mensagem escrita da música, embora ser uma representação
muito prática ela é incompleta, pois não regista a parte rítmica e
melódica da música, obrigando para sua execução que os seus
usuários venham a conhecer a música, isto é, o seu ritmo e a sua
melodia. Veja um exemplo a seguir:

Cantamos à Cristo (Tema da música; 80BPM)


D G
Aleluia (aleluia)
A D
Aleluia (aleluia)
Bm G A D
Cantamos aleluia cantamos à Cristo
D G
Hosana (hosana)
A D
Hosana (hosana)
Bm G A D
Cantamos hosana cantamos à Cristo
D G
Obrigado (obrigado)
A D
Obrigado (obrigado)
Bm G A D
Cantamos obrigado cantamos à Cristo
D G
Maranata (maranata)
A D
Maranata (maranata)
Bm G A D
Cantamos maranata cantamos à Cristo
41 Anotação
Musical

Tablatura (ou TAB)

A tablatura é uma forma de anotação musical, que diz ao músico onde


colocar os dedos em um instrumento (trasteado de cordas), em vez de
informar quais notas tocar. No caso deste manual, a representação da

Tablatura incide sobre as cordas da Guitarra.

Fig. 9

 As seis (6) linhas representam as cordas da Guitarra. Onde a

linha de baixo representa a corda de cima da Guitarra e linha

superior da Tablatura representa a primeira corda da Guitarra.

 Os números identificam as casas (do instrumento) separadas

pelos trastes, em que cada corda deve ser pressionada. O

número zero, como não serve para identificar nenhuma casa,

indica que a corda deve ser tocada solta (sem estar


pressionada).
 Os acordes na Tablatura, são representados por meio da escrita

vertical, em que os números referentes a uma mesma coluna


devem ser tocados ao mesmo tempo.
 As representações de técnicas como hammer-on, abafo de

corda, slide, entre outros, podem ser feitas com o uso de alguns

caracteres.
42 Anotação
Musical

Distintamente da Cifra, a Tablatura é considerada um meio operacional

de demonstrar como tocar um solo, mas a ela tem pontos fracos. A


primeira vista não é possível saber qual nota deve ser tocada (mas
unicamente posição no braço da Guitarra), não indica a fórmula de

compasso, nem a duração exacta das notas assim como faz a Partitura.

Partitura

Partitura é o tipo de escrita de música mais completo que existe


actualmente. Por isso, é a escrita mais usada para a publicação de

peças do repertório erudito, ela é uma espécie de escrita que permite


ao músico registar melodias, harmonias e ritmos com bastante

precisão. Veja abaixo os elementos que a compõem:

A Pauta musical ou Pentagrama (5 linhas) - é o conjunto de linhas e

espaços onde a música é escrita, cada linha e cada espaço serve para

se representar uma nota musical e elas são contadas de baixo para


cima, do grave para o agudo.

A definição correcta da posição das notas na pauta dá-se pela


utilização de um símbolo chamado clave. As claves mais comuns, são:

a clave de dó, fá e sol.

 Clave de Dó É escrita na 1a, 2a, 3a (C-4) ou 4a linha.

 Clave de Fá É escrita na 3a (F-3) ou na 4a linha.


43 Anotação
Musical

Escrita na 2a linha (G-4). Há algum tempo


 Clave de Sol
atrás, também era usada na 1a linha.

Nota: Neste manual apenas foi aplicada a clave de Sol.

Distribuição das notas no pentagrama na Clave de Sol

O correcto para representar a partitura da Guitarra é colocar o símbolo


―8‖ abaixo da clave de Sol, indicando que a representação está

deslocada de uma oitava abaixo em relação ao dó central do piano. O

motivo deve-se a extensão da clave adaptar-se melhor à extensão da

Guitarra.
44 Anotação
Musical

Generalidades da Partitura

Alguns detalhes básicos a observar sobre as Partituras:


Linhas Horizontais:

 Linha Suplementar - é uma ou mais linhas pequenas paralelas

(alguns sugerem no máximo 5) acrescentadas acima ou abaixo

as linhas do pentagrama para escrever as notas que excedem os

limites das cinco linhas, seguindo a mesma sequência lógica das


notas musicais na pauta.

Linhas Verticais da pauta


 Travessão - é uma linha divisória vertical na pauta, que serve

para separar um compasso.

 Travessão Duplo - é o sinal de dois travessões usado na


terminação de um trecho musical. Se a terminação for absoluta,

isto é, na finalização da música, chamar-se-á de Pausa Final.


45 Anotação
Musical

Tempo - é a unidade de medida de duração do compasso de uma

música, cada unidade corresponde a uma Pulsação.

Os tempos são chamados de fortes ou fracos. O primeiro tempo do


compasso é considerado forte e os demais são fracos.

Valores - são sinais que representam sons ou silêncios na música. As

figuras são valores que representam a duração de tempos dos sons

musicais e pausas são valores que representam a duração de tempos


das ausências de sons.

Anatomia das sete (7) figuras - constituem as partes que compõem as


anotações dos tempos e sons musicais.

A Cabeça (pode estar preenchida ou não), a Haste (pode ficar

orientada para baixo a partir da terceira linha (do Pentagrama) para


cima, ficando do lado esquerdo da cabeça e fica do lado direito

quando estiver orientada para cima) e a Colchete ou Bandeirola (que

podem ser ligadas a uma figura vizinha), como pode-se observar ao

longo do livro. A tabela (tabela 4) que se segue, mostra todos os


valores musicais.
46 Anotação
Musical

Tab. 4
Valores
relativos
Nomes dos (usados Nomes dos
Representação Representação
valores das também valores das
em anotação em anotação
figuras para pausas
unidade
de tempo)
Pausas da
Semibreve 1
Semibreve
Pausas da
Mínima 2
ou Mínima
Pausas da
Semínima 4
ou Semínima ou
Pausas da
Colcheia 8
ou Colcheia

Semicolch
16 Semicolcheia
eia ou

Fusa 32 Fusa
ou

Semifusa 64 Semifusa
ou

Nota: A Semibreve, Mínima, Semínima, Colcheia, Semicolcheia, Fusa e

Semifusa, cada uma delas têm a duração de tempos da metade da

figura anterior respectivamente, isso ocorre também com as pausas.

Actualmente, a Semibreve é a figura musical de maior duração, ela

compreende todas as demais figuras. Veja adiante (figura 10) a divisão


proporcional das figuras musicais:
47 Anotação
Musical

Fig. 10

Acidentes musicais na Pauta

Os acidentes (sustenidos, bemóis, etc.) têm uma ordem específica e

um local específico na pauta ou clave para se escrever. A duas

maneiras para se escrever notas alteradas por acidentes na partitura,


veja a seguir:

Acidentes Ocorrentes - são acidentes que são escritos no decorrer de

um trecho musical, predominando somente no compasso em que são


escritos.

Acidentes Fixos - são aqueles acidentes que a sua maneira escrita faz
parte da armação da clave. Seu efeito vale por todo o trecho musical.
48 Anotação
Musical

Arrumação dos demais acidentes nos Campos Harmónicos6- Clave de

Sol

Fig.11

Compasso – é uma parte ou trecho da música que contem um

conjunto determinado de tempos, ou seja, é a organização de


pulsações em grupos. Cada compasso é separado por Travessão,

representado por uma fracção ordinária escrita após a clave e os


acidentes fixos, que é chamada de Fórmula de Compasso.

O numerador da Fórmula de Compasso também chamado Unidade de

compasso, indica o número de tempo de cada compasso (ou tamanho

6
Veja a página 67 para melhor compreensão
49 Anotação
Musical

de compasso), assim informando quantas figuras cabem em cada

compasso:

O denominador da Fórmula de Compasso também chamado de

Unidade de tempo, representa a figura rítmica que servirá de


referência e equivale a um (1) tempo:

O número 4 representa a Semínima como a unidade de tempo, ou seja,


um (1) tempo é representado pela Semínima, portanto esta é a figura

de referência. Abaixo estão dispostos os números que representam

cada figura no denominador (reveja a tabela 4 de figuras e pausas


acima):

Observe que o numerador da fracção 4/4 está dizendo que cabem 4

figuras indicadas pelo denominador em um compasso, neste caso a


figura é a Semínima, portanto, a fracção 4/4 informa que cabem 4

Semínimas em um compasso. Exemplos de fracções:

 4/4 = Cabem 4 Semínimas em um compasso;

 4/2 = Cabem 4 Mínimas em um compasso;

 4/8 = Cabem 4 Colcheias em um compasso;

 2/4 = Cabem 2 Semínimas em um compasso;

 3/1 = Cabem 3 Semibreves em um compasso;

 5/32 = Cabem 5 fusas em um compasso;


50 Anotação
Musical

 7/2 = Cabem 7 mínimas em um compasso.

Outras representações de Compassos muito utilizadas:


 4/4 = C ou 4;

 3/4 = ou 3;

 2/2 = ou ou 2;

Designação de alguns compassos simples muito utilizados:

 Compassos de dois tempos são chamados de Binários (ex. 2/4);


 Compassos de três tempos são chamados de Ternários (ex.

3/4);

 Compassos de quatro tempos são chamados de Quaternários

(ex. 4/4).

Pontos

Pontos de Aumento - são pontos colocados à direita de um valor

musical, que serve para aumentar a metade da duração do valor. Outra

possibilidade de aumento da duração é o uso de Ligadura de duração


ou Prolongamento, que é uma linha curva que coloca-se sobre ou sob
duas ou mais notas de mesmo nome para aumentar a duração de um
valor, somando os valores.
51 Anotação
Musical

Duplo ponto de aumento é um conjunto de dois pontos que podem

ser colocados à direita da nota ou pausa (Valor musical). O primeiro


ponto acrescenta a metade do valor e o segundo ponto também
acrescenta a metade do valor, ocorrendo duplo aumento do Valor

musical.

Andamentos

O Andamento é a velocidade da pulsação (Tempo) do Compasso

musical. Para determinar a velocidade exacta de um tempo para outro

tempo usa-se um aparelho denominado Metrónomo. Este Andamento

é representado por unidade de tempo, BPM (ou bits lê-se batimentos


por minuto). Exemplo:

 = 120 BPM = um (1) minuto;

 = 60 BPM = um (1) segundo.


52 Anotação
Musical

Classificação do Andamento

Tab. 5
Andamento Lento Andamento Moderado Andamento Rápido
Gravíssimo – Andante – Mais movido Allegro – Rápido que
extremamente lento que o adágio (76-108 o anterior (120-168
(˂ 40 BPM) BPM) BPM)
Andantino – Pouco Vivace – Ainda mais
Grave – O mais lento
mais rápido que o rápido que o anterior
(40 BPM)
anterior (108-112 BPM) (168-180 BPM)

Largo – Um pouco Presto – Muito rápido


Moderado – Moderado
menos lento (40-60 que o anterior (168-
(112-120 BPM)
BPM) 200 BPM)
Prestíssimo – O mais
Lento – Lento (60-66
- rápido de todos (>
BPM)
200 BPM)

Adágio – Pouco mais


movido que o
- -
precedente (66-76
BPM)

Acordes nas Partituras

Para a representação dos acordes na Partitura, primeiro precisa-se

saber as notas que compõem o acorde pretendido, exemplificando


com o acorde de Dó Maior, que é constituído pelas notas de Dó, Mí e
Sol, tendo em conta que na pauta as notas mais graves escrevem-se

nas linhas mais baixas, a nota mais grave (Dó) é a que será inserida em

primeiro, seguida da nota Mí e por último a nota mais aguda (Sol), e


estas notas estarão uma em cima da outra na Partitura.
53 Anotação
Musical

Representação de acorde na Partitura

Veja os demais acordes, se considerar a Semínima como a unidade de


Tempo:
54 Anotação
Musical

Por curiosidade, dizer que existem outros aspectos, como: Articulação,

Sinais de Intensidade, Sinais de Repetição, Sinais de Abreviatura,


Ornamento, outros tipos de Ligaduras, entre outros.
Escalas Musicais

Escalas Musicais
56 Escalas
Musicais

Escala é uma sequência ordenada de notas, em que genericamente a

primeira é a ultima nota. A escala é ascendente quando segue do som


grave para o som agudo, e é descendente quando do som agudo
segue ao som grave. Existem diversos tipos de

“Escala Escalas musicais, contudo me limitarei a

Cromática é a explorar as largamente utilizadas (Cromática e

escala mais Diatónicas).

básica possível” Escala Cromática

É a sucessão de todas as notas em semitons


(meio tom), em que a primeira é a última nota (uma oitava). Esta escala

é a mais básica possível. Para as escalas, a nota inicial é a que define o

nome da escala. Exemplo Escala cromática de Dó:

 c»c♯»d»d♯»e»f»f♯»g»g♯»a»a♯»b»c
ou Ascendente
 c«d♭«d«e♭«e«g♭«g«a♭«a«b♭«b«c
 c»b»b♭»a»a♭»g»g♭»e»e♭»d»d♭»c
ou Descendente
 c«b«a♯«a«g♯«g«f♯«f«e«d♯«d«c♯«c

Escala Cromática no Braço da Guitarra


57 Escalas
Musicais

Escalas Diatónicas

São escalas formadas por sete (7) notas com uma ordem específica de
intervalos, em que a oitava nota é a repetição da primeira. O nome
―diatónica‖ significa ―movimentar-se pela tónica‖, ou seja, pela nota de

referência, essa é nota inicial e define o nome da escala. Nesta escala

encontram-se: a Escala Diatónica Maior e a Escala Diatónica Menor.

Para o efeito necessário é possuir domínio da escala cromática e


seguir com as seguintes especificações genéricas:
1º) Traçar graus de 1 à 8 (escritos em numeração romana).

2º) Entre os graus situar intervalos tonais com a indicação dos seus

respectivos tons; e

3º) Por fim dispor as notas correspondentes aos intervalos sob os


graus, e estará a escala concluída.

Escala Diatónica Maior


Ou Escala do Modo Maior, também chamada Escala Maior - é a

sucessão de sete notas diferentes, mas com repetição da primeira no

oitavo grau (uma oitava), com intervalos de cinco tons e dois semitons
(localizados entre os graus III a IV e VII a VIII): tom, tom, meio-tom,

tom, tom, tom, meio-tom. Exemplo da Escala Diatónica Maior de Dó:


58 Escalas
Musicais

Escala Diatónica Menor

Ou Escala do Modo Menor, também chamada Escala Menor - é a


sucessão de sete notas diferentes, mas com repetição da primeira no
oitavo grau (uma oitava), com intervalos de cinco tons e dois semitons

(entre os graus II a III e V a VI): tom, meio-tom, tom, tom, meio-tom,

tom, tom. Exemplo da Escala Diatónica Menor de Dó:


Formação
de Acordes

Formação de Acordes
60 Formação
de Acordes

Antes de entrarmos no mérito deste assunto de suma importância

para o guitarrista compositor, gostaria de lembrar que nas páginas


anteriores já comentei sobre a definição de acordes. Primeiramente,
irei falar com brevidade sobre os aspectos prévios deste assunto,

como a classificação ou tipos de acordes.

Tipos de acordes

Podia mencionar vários tipos de acordes, no entanto, como falei,


procurarei ser sucinto, indo directamente ao

ponto, os acordes podem ser classificados


“O conjunto de
quanto a sua natureza: notas musicais é
 Consonantes ou Naturais
chamado de
São todos acordes formados por três (3) notas
Acorde”
localizadas nos I, III e V graus, ou seja possuem a tónica, terça e quinta,

estes tipos de acordes também chamados de Tríades, ao todo não


passam de 24 acordes, que são:

C; C♯; D; D♯; E; F; F♯; G; G♯; A; A♯; B 12 A. Maiores


C-; C♯-; D-; D♯-; E-; F-; F♯-; G-; G♯-; A-; A♯-; B- 12 A. Menores

 Dissonantes

São aqueles acordes que em sua formação usam uma regra

diferenciada dos consonantes, em alguns casos as 3 notas que

compõem os acordes consonantes podem aparecer nos dissonantes,


todavia geralmente só aparecem algumas notas dentre as três (3) de

tríade dos Acordes Natural. Eles são infinitos. Exemplos de C7+; E9; Gº;
entre outros como:
61 Formação
de Acordes

 Bicorde: acordes formados de duas (2) notas (Tónica e Terça).

 Tétrades: Acordes formados por quatro (4) notas (Soma de


tríade com mais um grau 7M ou 7),

 Tétrades Acrescentadas: Acordes formados por cinco (5) ou mais

notas (Soma de Tétrade com uma ou mais notas).

Formação de Acordes

Para a formação de acorde seja ele Consonante ou Dissonante, é


necessário considerar as regras que se seguem:

1º) Desenvolver a escala diatónica maior da tónica do acorde


pretendido a formar;

2º) Dispor graus numa oitava ao formar um Acorde Consonante, e

colectar as notas localizadas nos graus I – tónica ou

fundamental, III – terça e V – quinta. No entanto, caso desejar

formar um Acorde Dissonante, para além dos oito graus terá


que acrescentar os graus até o décimo quarto e as notas a

colectar basear-se-ão nas dos graus dos Acordes Consonante,

podendo-se então acrescentar as notas de outros graus ou/e


reduzir algumas notas dos graus de Acordes Consonantes,

desde que o acorde venha a conservar no mínimo a nota do I e

a do III, III e a do V ou do I e a do V graus.

3º) Nesta última regra, procura-se armar ou dispor no braço da


Guitarra as notas colectadas, iniciando-se da nota mais grave,

ou seja, a nota mais grave (tónica) deve estar na corda mais


acima possível da Guitarra (exceptuando o caso dos Acordes
Invertidos). Exemplo concreto do processo de formação de
62 Formação
de Acordes

acorde:

 Acorde Consonante de Dó maior (C):

1º) Desenvolver a Escala Diatónica Maior da tónica (nota de


Dó) do acorde pretendido:

2º) Dispor graus numa oitava ao formar um Acorde

Consonante, e colectar as notas localizadas nos graus I –


tónica ou fundamental, III – terça e V – quinta:

3º) Armar ou dispor no braço da Guitarra as notas colectadas,

iniciando-se da nota mais grave:


63 Formação
de Acordes

 Acorde Dissonante de Dó com quarta (C4):

1º) Desenvolver a Escala Diatónica Maior da tónica (nota de


Dó) do acorde pretendido

2º) Dispor graus numa oitava ao formar um Acorde

Consonante, e colectar as notas localizadas nos graus I –


tónica ou fundamental, III – terça e V – quinta e acréscimo

da quarta nota encontrada no IV – grau da escala (f):

3º) Armar ou dispor no braço da Guitarra as notas colectadas,


iniciando-se da nota mais grave:
64 Formação
de Acordes

Alguns Acordes muito usados

Tab. 6
ACORDE GRAUS SELECCIONADOS
Maior I III V -
Menor7 I -III V -
Menor com sétima I -III V ―-VII‖/‖+VI‖+
Maior com sétima I III V ―-VII‖/‖+VI‖+
Maior com sétima maior I III V VII
Maior com quarta I III V IV
Maior aumentado I III +V -
Diminuto8 I -III -V VI
Meio Diminuto I -III -V ―-VII‖/‖+VI‖+
Observação: Os acordes com sétima (B7, F7, A7...), na verdade deviam

ser chamados de sétima menor ou sexta aumentada (-B7 ou +B6, -F7

ou +F6, -A7 ou +A6...), e os acordes com sétima maior (B7M, F7M,

A7M...), deviam ser chamados de acordes com sétima, porém por

convecção não é assim. De igual modo, não existem os seguintes

graus: -I, +III, -IV, +VII (aumentada), -VII, +X, -XI, +XIII e +XV. Veja a
ilustração que se segue na página seguinte:

7
Acorde menor é o acorde que usa na sua composição os graus: I, -III e V. Também são conhecidos
como naturais.
8
Acorde Diminuto é o acorde formado pelos graus musicais: I, -III, -V e VI (quando incompleto o
grau VI não comparece). Tendo em conta que existem ―12 notas‖ e um Acorde Diminuto
corresponde a outros quatro (4) acordes semelhantes a ele, pode-se concluir que só existem três (3)
Acordes Diminutos diferentes: C°, C#° e D°, os restantes são equivalentes a esses três (3) acordes: C°
= D#° = F#° = A° ; C#° = E° = G° = A#°; D° = F° = G#° = B°.
65 Formação
de Acordes

Acorde Invertido ou Inversão de Acorde


A inversão de acorde é bem simples e fácil de montar. Basta utilizar as
três notas (no caso de tríade de Dó maior: Dó + Mí + Sol), ao passo de

considerar a nota do I grau como a mais grave, leva-se outra nota para

ser a mais grave (do III ou V grau). Em vez de tocar em primeiro a nota

Dó, pode-se tocar em primeiro a nota Mí ou Sol, depois as outras

restantes. Veja o exemplo de Dó com baixo na terça (C3b):


Harmonia

Harmonia
67 Harmonia

Campo Harmónico (C. H)


Campo harmónico é o conjunto de sete (7) acordes formado a partir
das notas de uma determinada escala. Ou por outra, é conjunto ou

família de acordes específicos que possuem grande capacidade de

combinar ou concordar entre si.

Campo Harmónico Maior

É o conjunto de sete (7) acordes formados a partir de notas da Escala


Diatónica do Modo Maior. Para montar o Campo Harmónico Maior de
uma tonalidade, precisa-se observar duas regras básicas que se

seguem:

1º) Escrever a escala diatónica (maior) da tonalidade desejada e


2º) Formar sete (7) acordes com intervalos de terças9 a partir de

cada nota dessa escala (rotativamente). Em casos de formação


de acordes Consonantes ou de Tríades, os

“Campo acordes são formados incluindo a primeira

harmónico é o nota e duas (2) notas resultantes do

conjunto de empilhamento de saltos de duas (2) terças

tendo como ponto de partida a primeira nota,


acordes com a
que pode ser também encarada como uma
capacidade de
fundamental com terça e quinta.
concordância No caso de um acorde Tétrade, para além da
entre si” primeira nota são tomadas também três (3)

notas resultantes de empilhamento de saltos de três (3) terças


tendo como ponto de partida a primeira nota, isto é, conjunto
formado da nota fundamental, terça, quinta e sétima. O único

9
A terça equivale ao intervalo de três 3 graus subsequentes na escala diatónica (maior).
68 Harmonia

detalhe é que nesta construção de acordes, só pode-se utilizar

notas que compõem a escala da tonalidade. Veja o exemplo,


construção do Campo Harmónico Maior de Dó (tonalidade):

1º) Escala Diatónica (maior) da tonalidade desejada que Dó:

Dessa escala tem-se as seguintes sete (7) nota (sem repetição)


para a regra posterior: c d e f g a b.

2º) Formação de sete (7) acordes a partir da escala acima


estabelecida:

Formação do primeiro acorde: Toma-se a primeira nota da escala, isto

é, anota Dó, de seguida ajuntar-se-á as terças, no caso de um acorde

tríade (Dó+Mí+Sol) e Tétrade (Dó+Mí+Sol+Sí).

Como pode-se observar, para o caso de Tríade (têm-se as notas que

constituem o acorde de Dó maior ―C‖) e para o caso de Tétrade (têm-se


as notas que constituem o acorde de Dó com sétima maior ―C7M‖).
69 Harmonia

Formação do segundo acorde do Campo Harmónico. Far-se-á a

mesma coisa que no passo anterior, porém o acorde obedecerá a ideia


de rotatividade das notas da escala, isto é, a primeira nota passa a ser
substituída pela nota adjacente e a primeira passa a ser a última. Este

procedimento utilizar-se-á para as cinco (5) restantes formações de

acordes a partir das notas da Escala Diatónica Maior (de Dó):

Como pode-se observar, para caso de Tríade (tem-se as notas que

constituem o acorde de Ré menor ―Dm‖), para o caso de Tétrade (tem-

se as notas que constituem o acorde de Ré menor com sétima ―Dm7‖).

Formação do terceiro acorde do Campo Harmónico. Observado o

processo de formação, para caso de Tríade (tem-se as notas que

constituem o acorde de Mí menor ―Em‖), para o caso de Tétrade (tem-


se as notas que constituem o acorde de Mí menor com sétima ―Em7‖):
70 Harmonia

Formação do quarto acorde do Campo Harmónico. Observado o

processo de formação, para caso de Tríade (tem-se as notas que


constituem o acorde de Fá maior ―F‖) e para o caso de Tétrade (tem-se
as notas que constituem o acorde de Fá com sétima maior ―F7M‖):

Formação do quinto acorde do Campo Harmónico. Observado o

processo de formação, para caso de Tríade (tem-se as notas que


constituem o acorde de Sol maior ―G‖) e para o caso de Tétrade (tem-

se as notas que constituem o acorde de Sol com sétima ―G7M‖):

Formação do sexto acorde do Campo Harmónico. Observado o


processo de formação, para caso de Tríade (tem-se as notas que
constituem o acorde de Lá menor ―Am‖), para o caso de Tétrade (tem-
se as notas que constituem o acorde de Lá menor com sétima ―Am7‖):
71 Harmonia

Formação do sétimo (e último) acorde do Campo Harmónico.

Observado o processo de formação, para caso de Tríade (tem-se as


notas que constituem o acorde de Sí diminuto ―BØ‖) e para o caso de

Tétrade (tem-se as notas que constituem o acorde de Sí diminuto ―BØ‖):

Depois do exercício acima, agora tem-se o Campo Harmónico Do

Modo Maior de Dó, formado por:


C Dm Em F G Am Bº ou C7M Dm7 Em7 F7M G7M Am7 BØ

Na verdade, diante deste todo processo pode-se extrair uma lógica,

que se aplicará a todos os restantes Campos Harmónicos Maiores:

Em Tríade— ------Em Tétrade


1º Acorde: é sempre maior ---------- é sempre maior com sétima maior

2º Acorde: é sempre menor ---------- é sempre menor com sétima


3º Acorde: é sempre menor ----
------ é sempre menor com sétima
72 Harmonia

4º Acorde: é sempre maior ----------- é sempre maior com sétima maior

5º Acorde: é sempre maior ------


------ é sempre maior com sétima maior
6º Acorde: é sempre menor -----
------ é sempre menor com sétima
7º Acorde: é sempre diminuto ----- é sempre meio diminuto.

Uma das grandes aplicações que o músico pode ter com o

conhecimento de Campo Harmónico (C. H) é de decifrar os acordes

constituintes de uma música e poder reproduzi-los de forma igual, ou


quase igual ao original, isto é, tirar música de ouvido.

Em lugar de tentar descobrir os acordes de uma música


experimentando milhares de acordes, com este conhecimento o

músico precisa apenas se concentrar nestes setes acordes do C. H,

para alcançar o desejado.

Pois em geral as músicas (principalmente as ocidentais) apresentam

uma tonalidade definida (baseada no C. H), ou seja, os acordes giram


em torno de um acorde principal (tónica). Dai que descobrindo a

tonalidade de uma música, os acordes dessa música serão facilmente

identificados, sem deixar de tomar em consideração que os acordes


comummente usados nas músicas são os do I, IV, V e VI do Campo

Harmónico (Maior).

Harmonia funcional

Harmonia funcional é o estudo das sensações, emoções e/ou


experiências que os conjuntos de notas (acordes) transmitem.

Basicamente estas funções observam-se em três principais:


1. Função Tónica (I grau): esta função transmite uma sensação de
repouso, resolução ou finalização, dá a ideia de conclusão.
73 Harmonia

2. Função Dominante (V grau): esta função transmite uma

sensação de instabilidade ou tensão, trazendo a ideia de


preparação para a tónica.
3. Função Subdominante (IV grau): esta função transmite uma

sensação de preparação, mas com menor intensidade, pois é o

meio-termo entre as duas funções anteriores. Podendo embora

não perfeitamente, a desempenhar a função dominante


(intensificando a tensão) quanto passar a desempenhar a
função tónica (repousando).

Cada grau do Campo Harmónico é classificado pela sua ―intensidade

funcional‖. Essa qualidade funcional é o que representa a força de cada

grau em relação à sua função harmónica, ou seja, informa quais graus

resolvem ou preparam com mais ou menos força.

Tab. 7
Qualidade Função (―Intensidade Funcional‖)
Graus Principal Graus Substitutos
Forte Meio-Forte Fraca
Função Tónica (I) VI; III
Dominante (V) VII
Subdominante (IV) II
Observação: o III grau (do Campo Harmónico Maior) também pode
actuar como dominante, pois é o acorde relativo da função dominante,
apesar de não ter o trítono10.

Os graus substitutos, são aqueles que possuem mesma função


harmónica. Isso significa que podemos usar os acordes de uma música

10
um intervalo entre alturas de duas notas musicais que possua exactamente três tons inteiros. O seu
efeito consiste numa dissonância causando uma sensação de tensão.
74 Harmonia

e troca-los por outros graus que possuam a mesma Função Harmónica

sem alterar a sensação da música, ou por outra, com este


conhecimento também pode-se melhorar uma música ao gosto do
instrumentista (ou ouvinte), a isso chamamos de Sofisticação

Harmónica.

Transposição e Modulação

Transposição
Refere-se ao processo de modificação de uma tonalidade para outra,

ou seja, é a substituição da altura de uma nota ou colecção de notas


por outra altura de uma nota ou colecção de notas de forma

proporcional (mantendo o intervalo constante). Veja o exemplo:

Transposição
Tonalidade Inicial (Dó maior) Tonalidade Final (Sol maior)
C – Em – F – Am – C G – Bm – C – Em – G
Existem muitas Músicas que possuem mais de uma tonalidade, isto é,
elas mudam de um campo harmónico para outro (Transposição).

Muitos músicos utilizam esse recurso quando a Partitura, Cifra ou

Tablatura está incompatível com a voz ou o instrumento tocado.

Modulação

É o processo usado para modificar a tonalidade de um trecho musical


ou de uma parte da música. Veja o exemplo:

Modulação
Tonalidade Inicial Tonalidade Intermediária Tonalidade Final
(Dó maior) (Sol maior) (Dó maior)
C – Em – F – Am – C G – Bm – C – Em – G C – Em – F – Am – C
75 Harmonia

Diferenças entre Transposição e Modulação

Quando a música altera a tonalidade e não volta mais à tonalidade


inicial diz-se que houve uma Transposição enquanto na Modulação
essa alteração é curta, ou seja, duram pouco tempo e logo já retornam

à tonalidade original.

Contudo, essa diferenciação não é universal, há muitos músicos que

chamam a Modulação de Transposição e vice-versa. O importante é


entender que, na essência, Modular ou Transpor são a mesma coisa:

mudar a tonalidade.

Tipos ou Técnicas de Transposição ou Modulação Musical

Modular ou Transpor não se trata apenas de mudar a tonalidade de

uma música ou de uma parte dela, mas de fazer isso

com suavidade, sem chocar os ouvintes. Dai que existem variadas

técnicas para fazer a Transposição ou Modulação ocorrer de forma


suave, das quais irei debruçar sobre três (3) tipos (Cadêncial11,

Cromática e Diatónica).

Independente da tonalidade pode-se Transpor ou Modular para


qualquer tonalidade ou tom, porque não há nenhuma limitação

quanto a isso. Porém, o mais comum é Transpor ou Modular para as

tonalidades vizinhas, porque o ouvinte vai se adaptar melhor a esse

tipo de transição.

Em todos casos, antes de proceder com a mudança de tonalidade,

deve-se observar os seguintes pormenores: Observar atentamente

11
Cadência ou Cadência Harmónica ou Progressão de Acordes - são sequências padrões de acordes
ou sequências de funções harmónicas muito usadas nas músicas como pontuação musical e para
finalizar uma frase ou seção de modo particular. O termo ―cadêncial‖ é da minha autoria.
76 Harmonia

os acordes contidos na música; Analisar esse grupo de acordes e

procurar encontrá-los em um campo harmónico (maior ou menor) e


Utilizar uma técnica para mudança de tonalidade. Assim, pode-se
introduzir a nova tonalidade.

Transposição ou Modulação Por Cadência (ou Cadêncial)

Uma das maneiras para preparar melhor o ouvido do ouvinte a

mudança de tonalidade, pode ser pelo uso das Cadências, pois elas
servem como suavizadoras das transições, ou seja, elas preparam o

caminho para a nova tonalidade, embora elas serem pertencentes a


nova tonalidade. Existem várias Cadências, contudo me atarei a quatro

(4) cadências que possam favorecer essa transição de tonalidades:

 Cadência Perfeita - é aquela formada pela sequência

Dominante seguida da Tónica (V – I), sendo a mais forte

possível. Quando ela vem antecedida de um grau


subdominante (II – V – I ou IV – V – I), é chamada também

de Cadência Autêntica. Veja o exemplo:

Mudança de Tonalidade Cadêncial (Cadência Perfeita)


Tonalidade Inicial (Dó maior) Tonalidade Final (Sol maior)
C – Em – F – Am – C D–G – Bm – C – Em – G
V–I
Cadência

 Cadência Imperfeita - é a Cadência formada também pela

sequência Dominante seguida da Tónica (V – I), mas aqui um

ou ambos os acordes aparecem invertidos, o que enfraquece


a sensação da Cadência. Veja o exemplo:
77 Harmonia

Mudança de Tonalidade Cadêncial (Cadência Imperfeita)


Tonalidade Inicial (Dó maior) Tonalidade Final (Sol maior)
C – Em – F – Am – C D3b – G – Bm – C – Em – G
V – I
Cadência

Cadência Plagal - é aquela Cadência formada de um acorde

subdominante que resolve directo na tónica sem passar pelo


dominante (II – I ou IV – I). Veja o exemplo:

Mudança de Tonalidade Cadêncial (Cadência Plagal)


Tonalidade Inicial (Dó maior) Tonalidade Final (Sol maior)
C – Em – F – Am – C Am – G – Bm – C – Em – G
II – I
Cadência

Cadência Deceptiva - é aquela Cadência formada pelo dominante


seguido de qualquer acorde que não seja a tónica (V – II/III/IV/VI/VII).

Essa cadência possui o chamado ―efeito surpresa‖ e não é conclusiva.

Veja o exemplo:

Mudança de Tonalidade Cadêncial (Cadência Deceptiva)


Tonalidade Inicial (Dó maior) Tonalidade Final (Sol maior)
C – Em – F – Am – C D – Am G – Bm – C – Em – G
V – II
Cadência
78 Harmonia

Transposição ou Modulação Cromática

A Modulação Cromática é aquela que consiste na alteração cromática


de uma ou mais notas do acorde. Veja o exemplo:
Mudança de Tonalidade Cromática
Tonalidade Inicial Tonalidade Final
(Dó maior) (Ré maior)
C – Em – F – Am – C A D – F♯m – G – Bm – D
de Am para A
(aumento da terça,
de -III para III)

Transposição ou Modulação Diatónica

A Transposição ou Modulação Diatónica consiste na mudança da

função harmónica de um acorde na música, ou seja, aproveita-se o

facto de que um mesmo acorde existe em tonalidades diferentes e faz-

se uma transição entre essas tonalidades por meio desse acorde. Veja

o exemplo:
Mudança de Tonalidade Diatónica
Tonalidade Inicial III grau da tonalidade Tonalidade Final
(Dó maior) inicial (Sol maior)
C – Em – F – Am – C Em G – Bm – C – Em – G
VI grau da tonalidade
final
Considerações Finais

Havendo chegado ao desfecho desta obra, gostaria de esclarecer que

o sucesso de um músico não recai apenas na teoria, mas na

combinação da teoria e prática, músicos destituídos de prática ―só

falam‖, contudo músicos sem teoria não sabem o que fazem e ―param
no tempo‖.

De igual modo, aclarar que na minha modesta opinião, os assuntos


aqui expostos foram de cunho dum estágio de iniciação, isto é, estas
matérias divulgadas neste livro não possuem a pretensão de

transformar-te, ó presado leitor, em um músico (ou guitarrista)

profissional. Pois trata-se de matérias fundamentais que o músico mais


básico deve possuir. Ademais, recomendo que o caro leitor depois de

dominar estes conteúdos a procurar informações mais avançadas,

garanto que encontrará muito conteúdo e não terá grandes

dificuldades depois de ter visto as matérias abordadas neste livro.


Anexo (Diagrama de acordes)

Diagrama de Alguns Acordes

Menor Maior
Maior Menor
Com Sétima Com Sétima Maior
Diminuto

Meio Diminuto
SUMÁRIO
Breve Historial da Música
Teoria Musical Preliminares
PRIMEIRO PASSO PARA UM
GUITARRISTA ERUDITO
Anotação Musical
Escalas Musicais
Formação de Acordes
Harmonia

© Paixão Miguel Francisco Pedro Tocota.


(+258 84 772 0485);
paixaomigueltocota@gmail.com

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