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Campus de Bauru/SP
FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Civil
Notas de Aula
VIGAS DE EDIFÍCIOS
Bauru/SP
Abril/2006
APRESENTAÇÃO
Pág.
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. DEFINIÇÕES DE ESTADOS LIMITES ............................................................... 1
2.1 Estado Limite Último (ELU) ........................................................................... 1
2.2 Estado Limite de Formação de Fissuras (ELS-F) ..................................... 1
2.3 Estado Limite de Abertura das Fissuras (ELS-W) .................................... 1
2.4 Estado Limite de Deformações Excessivas (ELS-DEF) ........................... 1
2.5 Estado Limite de Vibrações Excessivas (ELS-VE) .................................. 1
3. ANÁLISE ESTRUTURAL .................................................................................... 2
3.1 Análise Linear ................................................................................................. 2
3.2 Análise Linear com Redistribuição ........................................................... 2
3.3 Análise Plástica ......................................................................................... 3
3.4 Análise Não-Linear ................................................................................... 3
3.5 Análise por Meio de Elementos Físicos .................................................... 3
4. DEFINIÇÃO DE VIGA .......................................................................................... 4
5. VÃO EFETIVO ...................................................................................................... 4
6. ALTURA E LARGURA DAS VIGAS .................................................................. 6
7. INSTABILIDADE LATERAL DE VIGAS ........................................................... 6
8. APROXIMAÇÕES PERMITIDAS EM VIGAS CONTÍNUAS DE ESTRUTURAS
USUAIS DE EDIFÍCIOS ....................................................................................... 6
9. ARREDONDAMENTO DO DIAGRAMA DE MOMENTOS FLETORES ........ 10
10. LIMITES PARA REDISTRIBUIÇÃO DE MOMENTOS FLETORES E
CONDIÇÕES DE DUCTILIDADE ..................................................................... 10
11. ARMADURAS LONGITUDINAIS MÁXIMAS E MÍNIMAS .......................... 12
11.1 Armadura Mínima de Tração ..................................................................... 12
11.2 Armadura de Pele ....................................................................................... 12
11.3 Armadura Longitudinal Máxima ................................................................ 12
11.4 Armadura de Suspensão ............................................................................. 12
11.5 Armaduras de Ligação Mesa-Alma ............................................................ 15
12. EXEMPLO DE CÁLCULO E DETALHAMENTO DE VIGA CONTÍNUA .... 17
12.1 Vãos Efetivos ............................................................................................. 17
12.2 Estimativa da Altura da Viga ............................................................... 17
12.3 Instabilidade Lateral da Viga ............................................................... 19
12.4 Cargas na Laje e na Viga ..................................................................... 19
12.5 Esquema Estático e Carregamento na Viga VS1 ................................. 19
12.6 Rigidez da Mola ........................................................................................... 20
12.7 Esforços Solicitantes .................................................................................... 21
12.8 Dimensionamento das Armaduras ............................................................... 23
12.8.1 Armadura Mínima ............................................................................. 23
12.8.2 Armadura de Pele .............................................................................. 24
12.8.3 Armadura Longitudinal de Flexão .................................................... 24
12.8.3.1 Momento Fletor Negativo ................................................... 24
12.8.3.2 Momento Fletor Positivo ..................................................... 25
12.8.4 Armadura Longitudinal Máxima ....................................................... 25
12.9 Armadura Transversal ao Esforço Cortante ................................................ 25
12.9.1 Pilar Interno P2 ................................................................................. 26
12.9.2 Pilares Extremos P1 e P3 .................................................................. 27
12.9.3 Detalhamento da Armadura Transversal ........................................... 27
12.10 Ancoragem das Armaduras Longitudinais ................................................ 28
12.10.1 Armadura Positiva nos Pilares Extremos P1 e P3 ........................... 28
12.10.2 Armadura Positiva no Pilar Interno P2 ........................................... 30
12.10.3 Armadura Negativa nos Pilares Extremos P1 e P3 ......................... 30
12.11 Detalhamento da Armadura Longitudinal ................................................. 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 34
ANEXO I ................................................................................................................... 35
ANEXO II .................................................................................................................. 36
UNESP - Bauru/SP – 1309 - Estruturas de Concreto II – Vigas de Edifícios 1
VIGAS DE EDIFÍCIOS
1. INTRODUÇÃO
O texto seguinte apresenta vários itens da NBR 6118/03 relativos às vigas contínuas de
edifícios. O tema faz parte do programa da disciplina 1309 – Estruturas de Concreto II.
A norma NBR 6118, editada em março de 2003 pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS - ABNT, sob o título: PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO –
PROCEDIMENTO, tem 221 páginas. Esta norma substituiu as normas precedentes, NB 1/78 e
NBR 6118/80.
A norma tem como objetivo fixar os requisitos básicos exigíveis para o projeto de estruturas
de concreto simples, armado e protendido, excluídas aquelas em que se empregam concreto leve,
pesado ou outros especiais. Aplica-se às estruturas de concretos normais, com massa específica seca
maior que 2.000 kg/m3 e menor que 2.800 kg/m3, do grupo I da NBR 8953/92 de resistência para o
concreto à compressão (C10 a C50). Excluem-se da norma os concretos massa e sem finos.
Uma estrutura de concreto armado bem projetada deve apresentar uma conveniente margem
de segurança contra a ruptura provocada pelas solicitações, deformações menores que as máximas
permitidas e durabilidade (não apresentar corrosão, fissuração excessiva, etc.), durante toda sua vida
útil.
Em resumo, o bom projeto estrutural deve garantir a estabilidade, o conforto e a
durabilidade da estrutura. Portanto, uma estrutura não preenche mais os requisitos de utilização
quando atinge o chamado “estado limite”. A NBR 6118/80 definia os estados limites “último” e de
“utilização”. A NBR 6118/03 redefiniu o estado de utilização como de serviço (ELS), classificando-
o de acordo com o tipo de ocorrência na estrutura. Os estados limites de interesse às estruturas de
Concreto Armado, conforme o item 3.2 da norma, são apresentados a seguir.
2.1 Estado Limite Último (ELU): Estado limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma
de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.
2.2 Estado Limite de Formação de Fissuras (ELS-F): Estado em que se inicia a formação de
fissuras. Admite-se que este estado limite é atingido quando a tensão de tração máxima na seção
transversal for igual à resistência à tração na flexão, determinada de acordo com a NBR 12142/91
(fct,f).
2.3 Estado Limite de Abertura das Fissuras (ELS-W): Estado em que as fissuras se apresentam
com aberturas iguais aos máximos especificados no item 13.4.2.
2.5 Estado Limite de Vibrações Excessivas (ELS-VE): Estado em que as vibrações atingem os
limites estabelecidos para a utilização normal da construção.
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3. ANÁLISE ESTRUTURAL
“As estruturas podem ser idealizadas como a composição de elementos estruturais básicos,
classificados e definidos de acordo com a sua forma geométrica e a sua função estrutural.
No item 14.5 a NBR 6118/03 apresenta cinco tipos de análise estrutural, os quais se
diferenciam pelo comportamento admitido para os materiais constituintes da estrutura, observadas
as limitações correspondentes. Todos os modelos admitem que os deslocamentos da estrutura são
pequenos.
Na análise linear com redistribuição, os efeitos das ações, determinados em uma análise
linear, são redistribuídos na estrutura, para as combinações de carregamento do estado limite último
(ELU). Nesse caso, as condições de equilíbrio e de ductilidade devem ser obrigatoriamente
satisfeitas. Todos os esforços internos devem ser recalculados de modo a garantir o equilíbrio de
cada um dos elementos estruturais e da estrutura como um todo. Os efeitos de redistribuição devem
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σ σ
σy σy y
ε εy ε
Figura 1 – Material rígido-plástico perfeito. Figura 2 – Material elasto-plástico perfeito.
médio dos resultados, deve ser ampliada a margem de segurança referida nesta Norma, cobrindo a
favor da segurança nas variabilidades avaliadas por outros meios.
Obrigatoriamente devem ser obtidos resultados para todos os estados limites últimos e de
serviço a serem empregados na análise da estrutura.
Todas as ações, condições e possíveis influências que possam ocorrer durante a vida da
estrutura devem ser convenientemente reproduzidas nos ensaios.
Esse tipo de análise é apropriado quando os modelos de cálculo são insuficientes ou estão
fora do escopo desta Norma.
4. DEFINIÇÃO DE VIGA
São elementos lineares em que a flexão é preponderante (item 14.4.1.1). Elementos lineares
são aqueles em que o comprimento longitudinal supera em pelo menos três vezes a maior dimensão
da seção transversal, sendo também denominada barras.
5. VÃO EFETIVO
O vão efetivo (item 14.6.2.4), o qual substitui o chamado vão teórico da norma anterior
(NBR 6118/80), pode ser calculado pela expressão:
l ef = l 0 + a1 + a2 (Eq. 1)
⎧t / 2 ⎧t 2 / 2
com: a1 ≤ ⎨ 1 e a2 ≤ ⎨
⎩0,3 h ⎩0,3 h
l0
t1 t2
Figura 3 – Dimensões consideradas no cálculo do vão efetivo das vigas.
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l ef ,1 l ef , 2
h1 = e h2 = (Eq. 2)
12 12
h1 h2
lef, 1 lef, 2
Figura 4 – Valores práticos para estimativa da altura das vigas.
A segurança à instabilidade lateral de vigas (item 15.10) deve ser garantida por meio de
procedimentos apropriados. Como procedimento aproximado pode-se adotar, para vigas de
concreto, com armaduras passivas ou ativas, sujeitas à flambagem lateral, as seguintes condições:
b ≥ l 0 /50 (Eq. 3)
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b ≥ βfl h (Eq. 4)
onde: b = largura da zona comprimida;
h = altura total da viga;
l 0 = comprimento do flange comprimido, medido entre suportes que garantam o
contraventamento lateral;
βfl = coeficiente que depende da forma da viga, conforme mostrado na Tabela 1.
0,40
b b
0,20
No item 14.6.7 a NBR 6118/03 apresenta três aproximações permitidas no cálculo de vigas
contínuas. Pode ser utilizado o modelo clássico de viga contínua, simplesmente apoiada nos pilares,
para o estudo das cargas verticais, observando-se a necessidade das seguintes correções adicionais.
a) não devem ser considerados momentos fletores positivos menores que os que se obteriam se
houvesse engastamento perfeito da viga nos apoios internos (Figura 5);
VÃO EXTREMO
M1,i M 3,i
VÃO INTERNO
M 2,i
MB MC MD
MA
{M
> M1,c
1,i
{M
> M2,c
2,i
{M
> M3,c
3,i
b) quando a viga for solidária com o pilar interno e a largura do apoio, medida na direção do eixo da
viga (bint), for maior que a quarta parte da altura do pilar (le), não pode ser considerado momento
negativo de valor absoluto menor do que o de engastamento perfeito nesse apoio (Figura 6);
b int
Se bint ≤ le/4
lef lef
c) quando não for realizado o cálculo exato da influência da solidariedade dos pilares com a viga,
deve ser considerado, nos apoios extremos, momento fletor igual ao momento de engastamento
perfeito multiplicado pelos coeficientes estabelecidos nas Equações 5, 6 e 7.
Neste caso, consideram-se inicialmente os pilares extremos como apoios simples. Os apoios
internos seguem a regra do item b definido anteriormente, e assim define-se o esquema estático ao
longo de toda a viga. Todos os momentos fletores são calculados para a viga assim esquematizada
(Figura 7). O momento fletor de ligação entre a viga e os pilares extremos é calculado fazendo-se o
equilíbrio do momento fletor de engastamento perfeito no nó extremo (Figura 7), o que pode ser
feito rapidamente aplicando-se a Eq. 5. Os momentos fletores que atuam nos lances inferior e
superior do pilar extremo (Figura 8), são obtidos pelas Eq. 6 e 7.
Mlig - Mlig
- -
+ +
Meng - - Meng
+
M viga M sup
M i,sup + 21 M(i + 1),inf
NÍVEL i
M inf
TRAMO EXTREMO
rinf + rsup
- na viga: M lig = M eng (Eq. 5)
rvig + rinf + rsup
rsup
- no tramo superior do pilar: M sup,p = M eng (Eq. 6)
rvig + rinf + rsup
rinf
- no tramo inferior do pilar: M inf,p = M eng (Eq. 7)
rvig + rinf + rsup
com: rinf = rigidez do lance inferior do pilar;
rsup = rigidez do lance superior do pilar;
rvig = rigidez do vão extremo da viga;
Meng = momento de engastamento perfeito da viga no pilar extremo, considerando
engastamento perfeito no pilar interno.
A NBR 6118/03 (item 14.6.7.1) indica que para a distância li seja tomada a metade do
comprimento de flambagem do lance do pilar, como indicado na Figura 9. A NB1/78 indicava o
comprimento de flambagem total do lance do pilar.
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l sup
_____
2
l inf
_____
2
l vig
Figura 9 – Aproximação em apoios extremos.
O método de cálculo com aplicação das Equações 5, 6 e 7 é simples de ser executado e não
requer computadores com programas. Segundo a NBR 6118/03, “Alternativamente, o modelo de
viga contínua pode ser melhorado, considerando-se a solidariedade dos pilares com a viga,
mediante a introdução da rigidez à flexão dos pilares extremos e intermediários.”
No caso de se introduzir a rigidez à flexão dos pilares extremos, a viga fica vinculada ao
apoio extremo por meio de um engastamento elástico (mola). Esta solução é mais consistente que a
opção anterior, porém, o cálculo manual fica dificultado.
A rigidez da mola é avaliada pela equação:
sendo:
4 EI sup 4 EI inf
K p,sup = e K p,inf = (Eq. 10)
l e,sup l e,inf
O coeficiente quatro na Eq. 10 é para o caso de uma barra com vínculos de apoio simples e
engaste perfeito nas extremidades. No caso de ambos os vínculos serem apoios simples, o
coeficiente é três. Simplificadamente pode-se adotar apenas o coeficiente quatro, como adotado na
Eq. 10 para cálculo da rigidez da mola relativa ao lance do pilar.
Em pavimentos tipos de edifícios, devido à continuidade do pilar nos pavimentos tem-se:
Kp,sup = Kp,inf
8 EI
K mola = (Eq. 11)
le
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∆M ∆M 2 ∆M'
∆M 1 ∆M'
∆M 2
∆M 1
l/2 l/2 l
R1 R 2
R
R 2- R 1 ∆M' = R l/8
∆M = ______ l
4
∆M1 = R 1 l/4
∆M2 = R 2 l/4
Nas vigas, principalmente nas zonas de apoio, ou quando feita redistribuição de esforços, é
importante garantir boas condições de ductilidade, sendo adotada, se necessário, armadura de
compressão que garanta a posição adequada da linha neutra (x), respeitando-se os limites impostos
pela NBR 6118/03.
A introdução da armadura de compressão para garantir o atendimento de valores menores da
posição da linha neutra (x), que estejam nos domínios 2 ou 3, não conduz a elementos estruturais
com ruptura frágil (usualmente chamados de superarmados). A ruptura frágil está associada a
posições da linha neutra no domínio 4, com ou sem armadura de compressão.
No item 14.6.4.3 a NBR 6118/03 define os limites para a redistribuição de momentos
fletores e as condições de ductilidade de uma viga. Uma redistribuição comumente feita na prática é
a diminuição dos momentos fletores negativos nos apoios intermediários das vigas contínuas. Isso
possibilita uma aproximação nos valores desses momentos negativos com os momentos fletores
positivos nos vãos, o que leva a seções transversais de menores dimensões e um projeto mais
econômico.
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Esses limites podem ser alterados se forem utilizados detalhes especiais de armaduras, como
por exemplo os que produzem confinamento nessas regiões.
Quando for efetuada uma redistribuição, reduzindo-se um momento fletor de M para δM,
em uma determinada seção transversal, a relação entre o coeficiente de redistribuição δ e a posição
da linha neutra nessa seção x/d, para o momento reduzido δM, deve ser dada por:
Pode ser adotada redistribuição fora dos limites estabelecidos na NBR 6118/03, desde que a
estrutura seja calculada mediante o emprego de análise não-linear ou de análise plástica, com
verificação explícita da capacidade de rotação de rótulas plásticas.
A Figura 11 mostra a plastificação do momento fletor negativo da viga no apoio interno. A
diminuição do momento fletor negativo no pilar interno é interessante, pois permite que se faça uma
aproximação entre os momentos negativos e positivos. Na versão anterior da norma (NB1/78) era
permitido plastificar, isto é, diminuir em até 15 % o momento fletor negativo nos apoios internos de
vigas contínuas.
Nos itens 17.3.5 e 18 a NBR 6118/03 estabelece diversas prescrições relativas à armadura
longitudinal mínima e máxima e armadura de pele.
onde: W0 = módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto relativo à fibra mais
tracionada;
fctk,sup = resistência característica superior do concreto à tração:
fctk,sup = 1,3 fct,m com f ct ,m = 0,3 3 f ck 2 (MPa)
O dimensionamento para Md,mín deve ser considerado atendido se forem respeitadas as taxas
mínimas de armadura da Tabela 2.
“A mínima armadura lateral deve ser 0,10 % Ac,alma em cada face da alma da viga e
composta por barras de alta aderência (η1 ≥ 2,25) com espaçamento não maior que 20 cm.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da
armadura de pele.”
A armadura de pele, conforme mostrada na Figura 12, deve ser disposta de modo que o
afastamento entre as barras não ultrapasse d/3 e 20 cm.
e e
e e
d
h > 60 cm
e e
e e
e e
bw
“A soma das armaduras de tração e de compressão (As + As’) não deve ter valor maior que
4 % Ac , calculada na região fora da zona de emendas.”
Segundo FUSCO (2000), “nos apoios indiretos, o equilíbrio de esforços internos da viga
suporte exige que no cruzamento das duas vigas haja uma armadura de suspensão, funcionando
como um tirante interno, que levanta a força aplicada pela viga suportada ao banzo inferior da
viga suporte, até o seu banzo superior.” A força F no tirante interno está indicada na Figura 14. A
armadura de suspensão deverá ser dimensionada de modo a transmitir ao banzo superior a
totalidade da reação de apoio da viga que é suportada.
A Figura 15 mostra diversos esquemas possíveis de apoio de uma viga sobre outra viga. As
trajetórias das fissuras verificadas nesses casos indicam a melhor disposição ou direção a ser dada à
armadura.
UNESP - Bauru/SP – 1309 - Estruturas de Concreto II – Vigas de Edifícios 15
Figura 15 – Trajetórias das fissuras em vários casos de apoios indiretos (FUSCO, 2000).
h1
R tt = R apoio (Eq. 16)
h2
com h1 ≤ h2
onde: h1 = altura da viga que apóia;
h2 = altura da viga suporte.
“Os planos de ligação entre mesas e almas ou talões e almas de vigas devem ser verificados
com relação aos efeitos tangenciais decorrentes das variações de tensões normais ao longo do
comprimento da viga, tanto sob o aspecto de resistência do concreto, quanto das armaduras
necessárias para absorver as trações decorrentes desses efeitos.
As armaduras de flexão da laje, existentes no plano de ligação, podem ser consideradas
como parte da armadura de ligação, complementando-se a diferença entre ambas, se necessário. A
seção transversal mínima dessa armadura, estendendo-se por toda a largura útil e ancorada na
alma, deve ser de 1,5 cm2 por metro.” A Figura 17 mostra o posicionamento da armadura
transversal.
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bf
≥ 1,5 cm 2 /m
RESOLUÇÃO
A viga VS1 será calculada como uma viga contínua e como um elemento isolado da
estrutura, apenas vinculada aos pilares extremos por meio de engastes elásticos. Como visto nos
itens anteriores a NBR 6118/03 permite que a viga seja analisada e dimensionada desse modo.
Uma outra forma de análise poderia ser feita considerando-se a viga VS1 como sendo parte
de um pórtico plano, como aquele mostrado na Figura 19. Neste caso, haveria uma completa
interação com as demais vigas (VB1 e VC1) e com os pilares de apoio. Uma outra forma possível
de cálculo seria considerar toda a estrutura como um pórtico tridimensional ou espacial, como pode
ser feito por alguns programas comerciais de cálculo de estrutura.
Para a determinação dos vãos efetivos da viga é necessário conhecer a sua altura.
Considerando os vãos como aproximadamente 719 cm, a altura da viga para concreto C20 pode ser
adotada pela Eq. 2 como:
l 719
h = ef = = 59,9 cm ∴ h = 60 cm
12 12
A largura da viga foi adotada igual à dimensão do bloco assentado na posição deitada, ou
seja, na dimensão de 19 cm. Portanto, a viga será calculada inicialmente com seção transversal de
19 x 60 cm.
a) Laje
O vão efetivo da laje é de centro a centro dos apoios, portanto, igual a 523 cm.
b) Viga
O vão efetivo nos tramos 1 e 2 da viga são iguais. De acordo com a Eq. 1 valem:
⎧t 1 / 2 = 19 / 2 = 9,5 cm
a1 ≤ ⎨ ∴ a1 = 9,5 cm
⎩0,3 h = 0,3 . 60 = 18 cm
⎧t 2 / 2 = 19 / 2 = 9,5 cm
a2 ≤ ⎨ ∴ a2 = 9,5 cm
⎩0,3 h = 0,3 . 60 = 18 cm
Quando as dimensões dos pilares na direção do eixo longitudinal da viga são pequenas,
geralmente o vão efetivo é igual à distância entre os centros dos apoios, como ocorreu neste caso.
P1 P2 P3
19/19 19/30 19/19
523
45
16
VS2 (19 x 70)
P4 P5 P6
19/30 19/30 19/30
VS4 (19 x 45)
P7 P8 P9
19/19 19/30 19/19
719 719
P1 P2 P3
19/19 19/30 19/19
300
240
tramo 1 tramo 2
255
300
19 700 19 700 19
Como a viga tem uma laje apoiada em toda a sua extensão, a estabilidade lateral está
garantida. Somente a título de exemplo, caso não houvesse o travamento proporcionado pela laje,
de acordo com as Eq. 3 e 4 os limites para a largura da viga seriam:
Como se pode observar na Figura 18, sobre a viga VS1 há a atuação da carga de uma laje
pré-fabricada, com vão efetivo de 523 cm.
Para a laje de piso do pavimento superior considerou-se a laje do tipo pré-fabricada
treliçada, com altura total de 16 cm, e peso próprio de 2,33 kN/m2. A carga total por m2 de área da
laje é:
- peso próprio: gpp = 2,33 kN/m2
- revestimento inferior: grev = 19 . 0,015 = 0,29 kN/m2
- contrapiso: gcontr = 21 . 0,03 = 0,63 kN/m2
- piso: gpiso = 0,15 kN/m2
- ação variável: q = 2,00 kN/m2
CARGA TOTAL: p = 5,40 kN/m2
Considerando a carga total na viga consistindo de uma parede apoiada sobre toda a sua
extensão (composta por blocos furados de peso específico 13 kN/m3, com espessura final de 23 cm
e altura de 2,40 m), de uma laje pré-fabricada com carga total de 5,40 kN/m2 com vão efetivo de
5,23 m, e o peso próprio da viga (com seção transversal de 19 x 60 cm), o carregamento total
atuante na VS1 é:
O apoio interno da viga (pilar P2) pode ser considerado como um apoio simples, pois de
acordo com o esquema mostrado na Figura 6, o pilar deve ser assim classificado, como
demonstrado a seguir.
O comprimento de flambagem do lance inferior do pilar é:
A largura do pilar na direção do eixo longitudinal da viga (bint) é 19 cm, menor que um
quarto do comprimento de flambagem do pilar (le/4 = 300/4 = 75 cm), isto é, bint = 19 cm < 75 cm.
Portanto, deve-se considerar o pilar interno P2 como apoio simples.
A viga deveria ser considerada engastada no pilar P2 caso bint resultasse maior que le/4. De
acordo com a norma, isso ocorreria se a dimensão do pilar na direção da viga (bint) fosse grande o
suficiente para que a sua rigidez pudesse impedir a rotação da viga nas suas proximidades, ou seja,
a viga seria considerada engastada no pilar P2.
A norma considera que a flexão das vigas contínuas calculadas isoladamente com os pilares
extremos seja obrigatoriamente considerada. Neste exemplo, a viga será considerada vinculada aos
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pilares extremos P1 e P3 por meio de molas, ou seja, considerando os pilares como engastes
elásticos.
Os carregamentos totais calculados para os tramos 1 e 2 da viga são iguais (24,15 kN/m), e
uniformemente distribuídos em toda a sua extensão (Figura 20).
p = 24,15 kN/m
719 cm 719
A rigidez da mola nos engastes elásticos é avaliada pela Eq. 9: Kmola = Kp,sup + Kp,inf
Como os comprimentos de flambagem dos lances inferior e superior e a seção transversal
dos pilares extremos são idênticos, as rigidezes dos lances inferior e superior são iguais.
Para a rigidez da mola foi adotado o comprimento de flambagem total do pilar, e não a
metade como recomendado pela NBR 6118/03. Assim foi feito para diminuir o valor do momento
fletor de ligação entre a viga e o pilar extremo, e consequentemente o valor do momento fletor no
pilar. A rigidez K do pilar superior e inferior é:
4 EI
Kp,sup = Kp,inf =
le
8 EI
A rigidez da mola vale portanto: K mola =
le
O módulo de elasticidade do concreto (módulo de deformação longitudinal) tangente na
origem pode ser avaliado pela seguinte expressão (NBR 6118/03, item 8.2.8):
O momento de inércia dos lances inferior e superior do pilar são iguais e valem:
b h 3 19 . 193
Ip,sup = Ip,inf = = = 10.860 cm4
12 12
onde Ip é o momento de inércia em relação aos eixos baricêntricos de uma seção retangular cuja
dimensão h é aquela que corresponde na seção ao lado perpendicular ao eixo de flexão do pilar. Ou,
em outras palavras, o momento de inércia que interessa neste caso é aquele onde a dimensão
elevada ao cubo é aquela coincidente ou na direção do eixo longitudinal da viga.
Rigidez da mola:
8 EI 8 . 2128,7 . 10860
K mola = = = 616.476 kN.cm
le 300
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Para determinação dos esforços solicitantes na viga pode ser utilizado algum programa
computacional com essa finalidade. Para o exemplo foi aplicado o programa chamado PPLAN4
(CORRÊA, 1992), que resolve pórticos planos e vigas, fornecendo os esforços solicitantes e os
deslocamentos no nós. A Figura 21 mostra o esquema de numeração dos nós e barras para a viga
em análise.
y
24,15 kN/m
1 1 2 2 3 3 4 4 5
x
359,5 359,5 359,5 359,5
719 cm 719
alvenaria, caixilhos e revestimentos por exemplo, a flecha limite é l/500 (719/500 = 1,4 cm) ou 10
mm.
Como a viga possui parede apoiada em toda a sua extensão convém considerar a flecha
limite como 10 mm, o que é importante para evitar o surgimento de fissuras na parede por
deformação excessiva da viga de apoio. A flecha aproximada de 0,43 cm é menor no caso que o
valor limite de 10 mm. Quando o limite não é superior à flecha medida a solução mais comum é
aumentar a altura da viga.
Vk (kN)
68,0 105,7
68,0
105,7
288
14918
288
~ 30
- - 1375
1375 Mk
(kN.cm)
+ ~180
8189 8189
p = 24,15 kN/m
P1 P2
719 cm
OPTE,0,2,0,0,2,
CONCRETO II
MOMENTO POSITIVO COM ENGASTE NO APOIO INTERNO
VS 1 (19 x 60)
NOGL
1,3,1,0,0,719,0,
RES
1,1,1,2,0,0,616476,
3,1,1,1,
BARG
1,2,1,1,1,2,1,1,1,
PROP
1,1,1140,342000,60,
MATL
1,2128,
FIMG
CARR1
CBRG
1,2,1,1,-0.2415,1,
FIMC
FIME
O máximo momento fletor positivo para o esquema mostrado na Figura 23, conforme o
arquivo de dados acima, resulta 8.189 kN.cm, igual ao momento máximo positivo obtido para a
viga contínua mostrada na Figura 21. A listagem dos resultados obtidos pelo programa PPLAN4
encontra-se no Anexo II no final da apostila.
A armadura mínima é calculada para o momento fletor mínimo, de acordo com a Eq. 15:
Md,mín = 0,8 W0 fctk,sup
f ctk ,sup = 1,3 f ct ,m = 1,3 . 0,3 3 f ck 2 = 1,3 . 0,3 3 20 2 = 2,87 MPa
b h 3 19 . 603
I= = = 342000 cm3
12 12
I 342000
W0 = = = 11400 cm3 (no estádio I, y é tomado na meia altura da viga)
y 30
Md,mín = 0,8 . 11400 . 0,287 = 2617 kN.cm
A armadura de pele não é necessária, dado que a viga não tem altura superior a 60 cm. No
entanto, a fim de evitar fissuras de retração que surgem em vigas com alturas superiores a 50 cm,
será colocada uma armadura de pele com área de 0,05 % Ac (área da armadura de pele conforme a
NBR 6118/80), em cada face da viga:
Mk = - 14.918 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (-14.918) = - 20.885 kN.cm
Para a altura da viga de 60 cm será adotada a 1φ10
altura útil de 55 cm: 8φ12,5
b d 2 19 . 55 2
Kc = w = = 2,8
Md 20885
eh
Da Tabela A1de Kc e Ks no Anexo I tem-se:
βx = x/d = 0,44, Ks = 0,028 e domínio 3.
Md 20885
As = Ks = 0,028 = 10,63 cm2
d 55
5 φ 16 mm + 1 φ 10 mm = 10,80 cm2
8 φ 12,5 mm + 1 φ 10 mm = 10,80 cm2
(escolha indicada para construções de pequeno porte).
A distância livre horizontal entre as barras das duas primeiras fiadas deve ser superior a 25
mm, a fim de permitir a passagem da agulha de um vibrador com diâmetro de 25 mm. Supondo o
diâmetro do estribo igual a 5 mm, para o detalhamento mostrado, a distância livre resulta:
Mk = - 1.375 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . (- 1.375) = - 1925 kN.cm
2φ10
b d 2 19 . 57 2
Kc = w = = 32,1
Md 1925
Da Tabela A1 de Kc e Ks no Anexo I tem-se:
βx = x/d = 0,04, Ks = 0,023 e domínio 2.
M 1925
A s = K s d = 0,023 = 0,78 cm2 < As,mín
d 57
(As,mín = 1,60 cm → 2 φ 10 mm)
2
Mk = 8.189 kN.cm
Md = γf . Mk = 1,4 . 8.189 = 11.465 kN.cm
Como a laje adjacente à viga é do tipo nervurada pré-fabricada, com capa de concreto de
espessura 4,0 cm, normalmente não se considera a contribuição da capa para formar a mesa da
seção T, de modo que a viga é então calculada como seção retangular.
b w d 2 19 . 57 2
Kc = = = 5,4
Md 11465
Da Tabela A1 de Kc e Ks no Anexo I tem-se:
βx = x/d = 0,21 < 0,50, Ks = 0,025 e domínio 2.
Md 11465
As = Ks = 0,025 = 5,03 cm2
d 57
2 φ 16 + 2 φ 8 mm = 5,00 cm2
4 φ 12,5 = 5,00 cm2 (escolha indicada para 4φ12,5
construções de pequeno porte).
A soma das armaduras de tração e de compressão (As + A’s) não deve ter valor maior que
4 % Ac, calculada na região fora da zona de emendas. Para a viga em questão, a maior taxa de
armadura longitudinal ocorre na região próxima ao pilar interno: As = 10,80 cm2 para o momento
negativo e As = 5,00 cm2 para o momento positivo, com armadura total de 15,80 cm2. A armadura
máxima permitida é:
As,máx = 0,04 . 19 . 60 = 45,60 cm2, que é, portanto, muito superior à área total de 15,80 cm2.
Vk = 105,7 kN.cm
VSd = γf . Vk = 1,4 . 105,7 = 148,0 kN
VRd 2 − VSd
Vc1 = Vc0
VRd 2 − Vc 0
Com Vc0 :
⎛ 0,3 3 20 2 ⎞
Vc0 = 0,6 f ctd b w d = 0,6 ⎜ 0,7 ⎟ 19 . 55 = 69,3 KN
⎜ 10 . 1,4 ⎟
⎝ ⎠
360,0 − 148,0
Vc1 = 69,3 = 50,5 kN
360,0 − 69,3
VSd = 148,0 > VSd ,mín = 97,3 kN → portanto, deve-se calcular a armadura transversal p/ VSd
Asw = 2,55 tg θ
(VSd − Vc1 ) = 2,55 tg 38 (148,0 − 50,5) = 3,53 cm2/m
d 55
20 f ctm
A sw ,mín = bw (cm2/m), com f ctm = 0,3 3 f ck 2 = 0,3 3 20 2 = 2,21 MPa
f ywk
20 . 0,221
A sw ,mín = . 19 = 1,68 cm2/m
50
Como Asw = 3,53 cm2/m > Asw,mín = 1,68 cm2/m, ∴ deve-se dispor a armadura calculada.
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Vk = 68,0 kN.cm
VSd = γf . Vk = 1,4 . 68,0 = 95,2 kN
A favor da segurança, será mantido o mesmo valor para d (55 cm) do pilar interno. Portanto,
tem-se os valores de VRd2 = 360,0 kN e Vc0 = 69,3 kN do item anterior.
VSd = 95,2 < VRd 2 = 360,0 kN → não ocorrerá o esmagamento das diagonais de concreto.
Da Tabela 3 (BASTOS, 2006), para o concreto C20, a equação para determinar a força
cortante correspondente à armadura mínima é:
VSd = 95,2 < VSd ,mín = 109,9 kN ⇒ portanto, deve-se dispor a armadura mínima
(Asw,mín = 1,68 cm2/m).
b) Espaçamento máximo:
0,67 VRd2 = 0,67 . 360,0 = 241,2 kN
VSd,P2 = 148,0 < 241,2 kN ⇒ s ≤ 0,6 d ≤ 30 cm
VSd,P1,P3 = 95,2 < 241,2 kN ⇒ s ≤ 0,6 d ≤ 30 cm
0,6 d = 0,6 . 55 = 33 cm ⇒ Portanto, s ≤ 30 cm
15
VSd,mín = 97,3
148,0
56
VSd
148 x = 283
431 N1 - 76 φ 5 mm C=152
A viga VS1 tem simetria de carregamento e geometria, de modo que a ancoragem nos
pilares extremos P1 e P3 são exatamente iguais.
Valor do deslocamento do diagrama de momentos fletores (al) segundo o Modelo de
Cálculo II:
a l = 0,5 d (cot g θ − cot g α) = 0,5 . 57 (cotg 38 – cotg 90)
al = 36,5 cm ≥ 0,5 d = 0,5 . 57 = 28,5 cm
A armadura calculada para o apoio deve atender à armadura mínima, dada pela Eq. 20 da
apostila de Ancoragem e Emendas:
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⎧1 M vão
⎪⎪ 3 A s ,vão se M apoio = 0 ou negativo e M apoio ≤ 2
A s ,anc ≥⎨
⎪1 A M vão
⎪⎩ 4 s,vão se M apoio = negativo e M apoio > 2
Portanto, deve-se ancorar no mínimo 1/3 As,vão , fazendo As,anc = 1,68 cm2.
lb
A s,anc
c lb,ef
O comprimento de ancoragem básico pode ser determinado pela Eq. 3 ou pela Tabela A-1 da
apostila de Ancoragem. Na coluna sem gancho, considerando concreto C20, aço CA-50, diâmetro
da barra de 12,5 mm e região de boa ancoragem, encontra-se o comprimento de ancoragem básico
(lb) de 55 cm.
Como as armaduras positivas dos vãos adjacentes aos pilares P1 e P3 são compostas por 4 φ
12,5 mm, e as duas barras (φ de 12,5 mm) posicionados nos vértices dos estribos devem ser
obrigatoriamente estendidas até os apoios, a armadura efetiva (As,ef) a ancorar no apoio será
composta por 2 φ 12,5 mm (2,50 cm2), que atende com folga à área de 1,68 cm2 para a armadura
calculada a ancorar (As,anc).
Como a área de armadura escolhida para a ancoragem no apoio (As,ef) não é exatamente
igual à área da armadura a ancorar (As,anc), o comprimento de ancoragem básico deve ser corrigido
para lb,corr, como (Figura 25):
A s,anc 1,68
l b,corr = l b = 55 = 37,0 cm
A s,ef 2,50
⎧r + 5,5 φ
l b,mín ≥ ⎨
⎩6 cm
r = D/2 = 5φ/2 = 5 . 1,25/2 = 3,1 cm
(com D determinado na Tabela 1 da apostila de Ancoragem)
lb,corr
As,ef
c lb,ef
Numa primeira análise verifica-se que o comprimento de ancoragem corrigido (sem gancho)
é superior ao comprimento de ancoragem efetivo do apoio (lb,corr = 37,0 cm > lb,ef = 17 cm). Isto
significa que não é possível fazer a ancoragem sem gancho, pois a barra ficaria com trecho fora da
seção do pilar.
O passo seguinte para resolver o problema é fazer o gancho nas extremidades das barras, o
que permite diminuir o comprimento reto em 30 %. O comprimento de ancoragem com gancho é
(Eq. 23 da apostila de Ancoragem):
Verifica-se que mesmo com o gancho ainda não é possível fazer a ancoragem, pois o
comprimento de ancoragem com gancho resultou maior que o comprimento de ancoragem efetivo
do apoio:
lb,gancho = 26,0 cm > lb,ef = 17 cm.
0,7 l b 0,7 ⋅ 55
A s ,corr = A s,anc = 1,68 = 3,80 cm2
l b,ef 17
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Uma alternativa é estender três barras da armadura positiva do vão, isto é, 3 φ 12,5 mm =
3,75 cm2, que atende à armadura corrigida. Uma segunda alternativa é manter as duas barras φ 12,5
mm e acrescentar grampos, com área de:
A armadura a ancorar pode ser: 2 φ 12,5 + 4 φ 6,3 mm (2 grampos) = 3,74 cm2, que atende à
armadura corrigida. O detalhe da ancoragem está mostrado na Figura 26.
2,0
100 φgr = 63 cm 2 φ 12,5
10 2 cm
A s,ef
16,4
19
2 grampos φ 6,3 mm
Estendendo 2 φ 12,5 (dos vértices dos estribos) da armadura longitudinal positiva até o pilar
interno (As,anc = As,ef = 2,50 cm2), esta armadura deve ser superior à mínima, dada pela Eq. 20:
As duas barras de 12,5 mm devem se estender 10φ além da face do apoio, como mostrado na
Figura 36 da apostila de Ancoragem e Emendas (BASTOS, 2005).
2 φ 10
5φ
35 cm
35 φ
225
132
lb = 78 4φ12,5 + 1φ10
4φ12,5
10φ
lb = 78
al
face externa do pilar A
10φ
2φ12,5 B
10φ B 10φ
centro do pilar
2φ12,5
58 203
4 N3
2 x 4 N6
A 2 N7
P1 P2 P3
2 N8
40 40
225 225 15
N3 - 4φ12,5 C = 450
35
35
135 135
N5 - 1φ10 C = 270 (3° cam)
N1 - 76 φ 5 mm C=152
N6 - 2 x 4φ4,2 CORR
203 203
N7 - 2φ12,5 C = 468 N7 - 2φ12,5 C = 468
10
10
14
A
N9 - 2 φ 6,3 C = 140 N9 - 2 φ 6,3 C = 140
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, P.S.S. Ancoragem e emenda de armaduras. Disciplina 1309 – Estruturas de Concreto II.
Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia - Universidade Estadual
Paulista - UNESP, abril/2006, 36p. (wwwp.feb.unesp.br/pbastos).
BASTOS, P.S.S. Flexão normal simples - Vigas. Disciplina 1288 – Estruturas de Concreto I.
Bauru/SP, Departamento Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia - Universidade Estadual
Paulista - UNESP, out/2005, 93p. (wwwp.feb.unesp.br/pbastos).
FUSCO, P.B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo, Ed. Pini, 2000, 382p.
UNESP - Bauru/SP – 1309 - Estruturas de Concreto II – Vigas de Edifícios 35
ANEXO I
Tabela A1 – Valores de Kc e Ks para o aço CA-50.
βx =
x Kc (cm2/kN) Ks (cm2/kN) Dom.
d C15 C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50 CA-50
0,01 137,8 103,4 82,7 68,9 59,1 51,7 45,9 41,3 0,023
0,02 69,2 51,9 41,5 34,6 29,6 25,9 23,1 20,8 0,023
0,03 46,3 34,7 27,8 23,2 19,8 17,4 15,4 13,9 0,023
0,04 34,9 26,2 20,9 17,4 14,9 13,1 11,6 10,5 0,023
0,05 28,0 21,0 16,8 14,0 12,0 10,5 9,3 8,4 0,023
0,06 23,4 17,6 14,1 11,7 10,0 8,8 7,8 7,0 0,024
0,07 20,2 15,1 12,1 10,1 8,6 7,6 6,7 6,1 0,024
0,08 17,7 13,3 10,6 8,9 7,6 6,6 5,9 5,3 0,024
0,09 15,8 11,9 9,5 7,9 6,8 5,9 5,3 4,7 0,024
0,10 14,3 10,7 8,6 7,1 6,1 5,4 4,8 4,3 0,024
0,11 13,1 9,8 7,8 6,5 5,6 4,9 4,4 3,9 0,024
0,12 12,0 9,0 7,2 6,0 5,1 4,5 4,0 3,6 0,024
0,13 11,1 8,4 6,7 5,6 4,8 4,2 3,7 3,3 0,024 2
0,14 10,4 7,8 6,2 5,2 4,5 3,9 3,5 3,1 0,024
0,15 9,7 7,3 5,8 4,9 4,2 3,7 3,2 2,9 0,024
0,16 9,2 6,9 5,5 4,6 3,9 3,4 3,1 2,7 0,025
0,17 8,7 6,5 5,2 4,3 3,7 3,2 2,9 2,6 0,025
0,18 8,2 6,2 4,9 4,1 3,5 3,1 2,7 2,5 0,025
0,19 7,8 5,9 4,7 3,9 3,4 2,9 2,6 2,3 0,025
0,20 7,5 5,6 4,5 3,7 3,2 2,8 2,5 2,2 0,025
0,21 7,1 5,4 4,3 3,6 3,1 2,7 2,4 2,1 0,025
0,22 6,8 5,1 4,1 3,4 2,9 2,6 2,3 2,1 0,025
0,23 6,6 4,9 3,9 3,3 2,8 2,5 2,2 2,0 0,025
0,24 6,3 4,7 3,8 3,2 2,7 2,4 2,1 1,9 0,025
0,25 6,1 4,6 3,7 3,1 2,6 2,3 2,0 1,8 0,026
0,26 5,9 4,4 3,5 2,9 2,5 2,2 2,0 1,8 0,026
0,27 5,7 4,3 3,4 2,8 2,4 2,1 1,9 1,7 0,026
0,28 5,5 4,1 3,3 2,8 2,4 2,1 1,8 1,7 0,026
0,29 5,4 4,0 3,2 2,7 2,3 2,0 1,8 1,6 0,026
0,30 5,2 3,9 3,1 2,6 2,2 1,9 1,7 1,6 0,026
0,31 5,1 3,8 3,0 2,5 2,2 1,9 1,7 1,5 0,026
0,32 4,9 3,7 3,0 2,5 2,1 1,8 1,6 1,5 0,026
0,33 4,8 3,6 2,9 2,4 2,1 1,8 1,6 1,4 0,026
0,34 4,7 3,5 2,8 2,3 2,0 1,8 1,6 1,4 0,027
0,35 4,6 3,4 2,7 2,3 2,0 1,7 1,5 1,4 0,027
0,36 4,5 3,3 2,7 2,2 1,9 1,7 1,5 1,3 0,027
0,37 4,4 3,3 2,6 2,2 1,9 1,6 1,5 1,3 0,027
0,38 4,3 3,2 2,6 2,1 1,8 1,6 1,4 1,3 0,027
0,40 4,1 3,1 2,5 2,0 1,8 1,5 1,4 1,2 0,027 3
0,42 3,9 2,9 2,4 2,0 1,7 1,5 1,3 1,2 0,028
0,44 3,8 2,8 2,3 1,9 1,6 1,4 1,3 1,1 0,028
0,45 3,7 2,8 2,2 1,9 1,6 1,4 1,2 1,1 0,028
0,46 3,7 2,7 2,2 1,8 1,6 1,4 1,2 1,1 0,028
0,48 3,5 2,7 2,1 1,8 1,5 1,3 1,2 1,1 0,028
0,50 3,4 2,6 2,1 1,7 1,5 1,3 1,1 1,0 0,029
0,52 3,3 2,5 2,0 1,7 1,4 1,2 1,1 1,0 0,029
0,54 3,2 2,4 1,9 1,6 1,4 1,2 1,1 1,0 0,029
0,56 3,2 2,4 1,9 1,6 1,4 1,2 1,1 0,9 0,030
0,58 3,1 2,3 1,8 1,5 1,3 1,2 1,0 0,9 0,030
0,60 3,0 2,3 1,8 1,5 1,3 1,1 1,0 0,9 0,030
0,62 2,9 2,2 1,8 1,5 1,3 1,1 1,0 0,9 0,031
0,63 2,9 2,2 1,7 1,5 1,2 1,1 1,0 0,9 0,031
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ANEXO II
PROJETO: CONCRETO II
CLIENTE: VIGA EXEMPLO
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DA GEOMETRIA DO PORTICO: VS1 (19 X 60)
---------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE COORDENADAS NODAIS
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE RESTRICOES NODAIS
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE CARACTERISTICAS DE BARRAS
NO NO COSSENO OPCAO
BARRA INIC FIN PROP COMPRIMENTO DIRETOR DIAG IDENT
---------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE PROPRIEDADES DE BARRAS
---------------------------------------------------------------------------
GERACAO DE PROPRIEDADES DE MATERIAIS
---------------------------------------------------------------------------
PARAMETROS GEOMETRICOS E ELASTICOS DO PORTICO: VS1 (19 X 60)
---------------------------------------------------------------------------
NUMERO DE NOS.......................................................... 5
NUMERO DE NOS COM RESTRICOES........................................... 3
NUMERO DE RESTRICOES NODAIS............................................ 6
NUMERO DE BARRAS....................................................... 4
NUMERO DE BARRAS COM ROTULA(S)......................................... 0
NUMERO DE ROTULAS...................................................... 0
NUMERO DE PROPRIEDADES DE BARRAS....................................... 1
NUMERO DE MATERIAIS ................................................... 1
NUMERO DE GRAUS DE LIBERDADE........................................... 9
MAXIMA DIFERENCA ENTRE NUMEROS DE NOS DE BARRAS........................ 1
LARGURA DE BANDA DA MATRIZ DE RIGIDEZ.................................. 6
NUMERO DE ELEMENTOS DA MATRIZ DE RIGIDEZ............................. 54
---------------------------------------------
I FIM DA CONSISTENCIA DE DADOS DA GEOMETRIA I
I I
I ACONTECERAM: 0 ERROS E 0 ADVERTENCIAS I
I I
---------------------------------------------
PROJETO: CONCRETO II
CLIENTE: VIGA EXEMPLO
============================
PORTICO: VS1 (19 X 60)
============================
===========================================================================
COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS
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CARACTERISTICAS DAS BARRAS
1 1 0 2 0 1 359.500 1.0000
2 2 0 3 0 1 359.500 1.0000
3 3 0 4 0 1 359.500 1.0000
4 4 0 5 0 1 359.500 1.0000
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PROPRIEDADES DAS BARRAS
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PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
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GERACAO DO CARREGAMENTO: CARR1 ( PORTICO: VS1 (19 X 60) )
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GERACAO DE CARGAS EM BARRAS
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ESTATISTICA DOS DADOS DO CARREGAMENTO
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I FIM DA CONSISTENCIA DE DADOS DO CARREGAMENTO I
I I
I ACONTECERAM: 0 ERROS E 0 ADVERTENCIAS I
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UNESP - Bauru/SP – 1309 - Estruturas de Concreto II – Vigas de Edifícios 39
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CARREGAMENTO: CARR1 (PORTICO: VS1 (19 X 60) )
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DESLOCAMENTOS NODAIS
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ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS
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RESULTANTES NODAIS
NO RESULT X RESULT Y MOMENTO
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1 .000 67.983 -1374.769
2 .000 .000 .000
3 .000 211.312 .000
4 .000 .000 .000
5 .000 67.983 1374.771
SOMATORIO DAS REACOES SEGUNDO O EIXO Y........................ 347.277
SOMATORIO DAS FORCAS ATUANTES SEGUNDO O EIXO Y................ -347.277
ERRO PERCENTUAL .............................................. .0000088 %
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ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS
PROJETO: CONCRETO II
CLIENTE: VIGA EXEMPLO - Confer. Momento positivo
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PORTICO: VS1 (19 X 60)
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COORDENADAS E RESTRICOES NODAIS
1 1 0 2 0 1 359.500 1.0000
2 2 0 3 0 1 359.500 1.0000
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PROPRIEDADES DAS BARRAS
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PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
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CARREGAMENTO: CARR1 (PORTICO: VS1 (19 X 60) )
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DESLOCAMENTOS NODAIS
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ESFORCOS NAS EXTREMIDADES DAS BARRAS
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RESULTANTES NODAIS
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ESFORCOS AO LONGO DAS BARRAS