Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
RELATÓRIO
EMENTA
VOTO
Com efeito, ainda que a lide seja entre estrangeiros ou que a concepção,
o nascimento e o registro tenham ocorrido alhures, tratando-se de direito de família e
estando a autora domiciliada no Brasil, é o ordenamento nacional que deve ser
considerado na solução da lide, haja vista a lex fori sobre conflito de leis no espaço.
Na realidade, o domicílio foi estabelecido como referência para o Direito
incidente, sobretudo tendo em vista a grande imigração ocorrida no País, gerando
conflitos entre pessoas das mais diversas nacionalidades, nada obstante o animus de
fixação definitiva em solo pátrio.
Assim, a fim de evitar a aplicação freqüente de leis alienígenas, entre elas,
as de potências inimigas durante a Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se o domicílio
da pessoa quando da propositura da demanda como referencial na Lei de Introdução ao
Código Civil. Ou seja, o ordenamento incidente independe da nacionalidade ou mesmo
do domicílio considerado à época dos fatos, ao contrário do argumentado pelo
recorrente.
In casu, o elemento de conexão que atrai a incidência das normas
brasileiras resta configurado: a autora tem domicílio em São Paulo-SP, devendo a
controvérsia ser sanada à luz do Direito material brasileiro.
Dessa forma, correto o acórdão recorrido, que entendeu incidente o
ordenamento brasileiro na espécie.
2. No que tange à alegada violação dos arts. 178, § 9°, VI, e 362 do Código
Civil de 1916 e 27 do Estatuto da Criança e do Adolescente e ao dissídio pretoriano, o
recorrente afirma a decadência do direito da recorrida, tendo em vista o decurso do
prazo para impugnar o reconhecimento da paternidade antes da vigência da
Constituição de 1988.
Todavia, a col. Segunda Seção desta Corte pacificou recentemente
entendimento no sentido de que a aplicação dos arts. 178, § 9°, VI, e 362, CC/1916,