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II - DIVINDADE
EsoEstudos
Estudos Esotéricos Livres
www.esoestudos.blogspot.com
Marco Aurélio Leite da Silva
Compilação de Estudos
Até 03/01/2011
II – Divindade
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II - DIVINDADE
ÍNDICE
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Criador e Criação
O saudoso Raulzito (Raul Seixas), em sua já clássica Gita, esculpiu uma frase
muito significativa: "Saiba que eu estou em você mas você não está em mim".
Não encontrei melhor forma de exprimir a onipresença do Criador em cada
criatura. Somos evolucionários habitantes da matéria densa. Nosso organismo é
um imenso emaranhado de macromoléculas interativas em um ajuste fino de
reações bioquímicas. No outro extremo, o Pai Eterno, sobre o qual praticamente
nada podemos saber. A mônada celeste habita cada ser humano na comunhão do
Criador com sua criação, sem embargo de não termos sobre esse liame senão um
construto de pura imaginação conceitual. Curiosamente, tanto nos ensinamentos
rosacruzes (linha de Heindel) como em meio aos vastos documentos do Livro de
Urântia, aprendemos que nos imensos planos existenciais que intermedeiam o
mundo da matéria física e a mais elevada dimensão os liames são de molde a
ligar diretamente os extremos, enquanto que os demais se ajustam em coligações
simetricamente concêntricas. Disso resulta que entre Deus e o homem existe,
sim, uma ligação direta, uma semente plantada no coração que vibra em
harmônico gravíssimo porém perfeito do tom original advindo da própria
Divindade. Como o tresloucado Raul disse ("tresloucado", aqui, de forma
carinhosa), Deus está em cada um de nós, mas nós não estamos Nele. A religião,
que se jacta da origem terminológica ("religare" - religar o homem a Deus),
certamente não vem conseguindo grandes avanços em seu mister essencial.
Humildemente prefiro buscar a elevação de meu tom vibratório pela livre adoção
de tudo aquilo que, nos limites de minha pequenez, já consigo identificar como
"bom". "Bom", sim, no sentido de adequado e cooperante para a minha evolução
e para a evolução de tantos semelhantes quantos comigo tenham contato, de uma
forma ou de outra. Sem dúvida agrada aos olhos de Deus qualquer ateu que
tenha boa-vontade, indulgência e perdão para com seu semelhante, muito mais
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do que o fervoroso habitué de templos que exaure nisso sua busca pelos
harmônicos mais refinados da sinfonia evolutiva. Paz e Serenidade!
Jesus Cristo
Cogitar acerca da natureza de Jesus implica em caminhar por uma senda árdua
de difícil progressão. Pensar na natureza de Jesus leva a pensarmos no que era o
cristianismo em si nos primeiros tempos. Na verdade é muito difícil saber-se
hoje o que era efetivamente o cristianismo primitivo, aquele existente logo
depois dos tempos em que o Mestre esteve na Terra. De qualquer forma, o
cristianismo era uma crença simples fundada no ideal de fraternidade e amor,
sem templos nem sacerdotes. Claro que esse aspecto sofreu intensa modificação
nos vários concílios católicos que se sucederam.
Sofreu intensamente por isso. Em seu tempo o costume aceito valorava-se ainda
pela noção do olho por olho, dente por dente. Ensinar a oferecer a outra face
parecia muito estranho naqueles dias. Pregar o desapego, os valores espirituais,
uma vida com simplicidade sem ambições de conquista, em pleno império
romano e sob o rigor de uma fé arrogante e vaidosa, não era uma missão que
uma alma comum poderia assumir.
Entendamos que Jesus é o homem e o Cristo a alma sublime que governa este
Mundo.
Não se confundem. Jesus tinha que ser o mais sublime ser humano para que o
Cristo pudesse nele habitar. Só mesmo assim um homem poderia fazer o que
Jesus fez. Por isso dizemos Jesus Cristo.
Não nos deixemos seduzir por uma discussão tão vazia quanto aquela sobre a
santíssima trindade...
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Jesus é o Cristo?
A água é a chuva?
A chama é a luz?
1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”
(O Livro dos Espíritos)
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O ACASO
8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma
combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser
inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.”
(O Livro dos Espíritos)
O mero acaso não poderia ser a causa de efeitos tão complexos como, por
exemplo, a formação da vida orgânica deste planeta. Na escala do ano geológico,
o homem é uma forma de vida surgida no último dia, sem embargo de ser o mais
complexo habitante deste orbe. Miríades de outros exemplos poderiam ser
alinhavados.
ATRIBUTOS DA DIVINDADE
· Eterno – Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou,
então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em
degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.
· Imutável – É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem
o Universo nenhuma estabilidade teriam.
· Imaterial – É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o
que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria
sujeito às transformações da matéria.
· Único – É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de
vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
· Onipotente – É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do
soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que
então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de
outro Deus.
· Justo e Bom – É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das
leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e
essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.
Em A Gênese:
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nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e,
nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim,
poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe
sobreviver, e assim por diante, ao infinito.
· Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade
teriam as leis que regem o Universo.
· Deus é imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos
matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito ás
transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos
sentidos, sem o que seria matéria. Dizemos: a mão de Deus, o olho de Deus, a
boca de Deus, porque o homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma
a si próprio por termo de comparação para tudo o que não compreende. São
ridículas essas imagens em que Deus é representado pela figura de um ancião de
longas barbas e envolto num manto. Têm o inconveniente de rebaixar o Ente
supremo até às mesquinhas proporções da Humanidade. Daí a lhe emprestarem
as paixões humanas e a fazerem-no um Deus colérico e cioso não vai mais que
um passo.
· Deus é onipotente. Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia
conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser
cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.
· Deus é soberanamente justo e bom. A providencial sabedoria das leis
divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo
essa sabedoria que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade. O fato do ser
infinita uma qualidade, exclui a possibilidade de uma qualidade contrária,
porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser infinitamente bom não poderia
conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente
mau conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um
objeto não pode ser de um negro absoluto, com a mais ligeira nuança de branco,
nem de um branco absoluto com a mais pequenina mancha preta. Deus, pois,
não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não possuindo
qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas as
coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade.
Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou
infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria, da
sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á que, não podendo ser ao mesmo
tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser
infinitamente bom. A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto,
se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que
fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente
justo e, em consequência, já não seria soberanamente bom.
· Deus é infinitamente perfeito. É impossível conceber-se Deus sem o
infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia
conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa
ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo. Sendo infinitos, os
atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição, visto
que do contrário não seriam infinitos e Deus não seria perfeito. Se lhe tirassem a
qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não haveria Deus, pois que
poderia existir um ser mais perfeito.
· Deus é único. A unicidade de Deus é consequência do fato de serem
infinitas as suas perfeições. Não poderia existir outro Deus, salvo sob a condição
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de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a
mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse
outro e, então, não seria Deus. Se houvesse entre ambos igualdade absoluta, isso
eqüivaleria a existir, de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma
vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto à identidade, não
haveria, em realidade, mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições
especiais, um não faria o que o outro fizesse; mas, então, não existiria igualdade
perfeita entre eles, pois que nenhum possuiria a autoridade soberana.
PROVIDÊNCIA DIVINA
Deus... Divagações
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Cada um de nós pode, num dado momento, assumir essa ou aquela visão acerca
da divindade, no mais das vezes consoante o teor das experiências vivenciadas
naquele momento...
Podemos dizer que o único atributo da divindade seja exatamente não ter
atributo algum?
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inúmeras homogeneidades e as traduziu na linguagem da divindade... Escreveu o
Principia Matematica...
A matemática é a mais exata das ciências porque ela mesma sabe valorar
exatamente o quão inexata ela é... Ser exato é saber o quão inexato se é...
Cogitar sobre alguma coisa é conceber sobre sua essência ou, ao menos, até onde
imaginamos poder alcançar essa essência...
Os atributos da divindade são todos humanos. Logo, não podem ser da essência
daquilo que não é humano. A não ser que consideremos que Deus é, no sentido
de Criador, tão humano quanto necessário para que o ente humano pudesse ser
criado...
Então, a ilusão de cogitarmos sobre Deus pode ser a única verdade possível, pela
comunhão de humanidade com a divindade, na medida que nos cabe da
divindade que nos criou...
Digo apenas que o único atributo que concebo imanente a Deus é: Vida.
É um grande erro. Nessa sentença são caracterizados três Seres bem distintos e
diferentes. É de maior importância que o estudante compreenda claramente a
natureza exata desses três Grandes e Exaltados Seres, enormemente diferentes
em glória, mas que merecem nossa mais profunda e devotada adoração.
[...]
Cristo tem o poder de construir e funcionar num veículo tão inferior como o
corpo de desejos, o veículo usado pelos Arcanjos, mas não pode descer mais. O
significado disso será agora examinado.
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Todavia, não se imagine que Jesus tenha sido um indivíduo comum. Era de
mente singularmente pura, muito superior à grande maioria da nossa presente
humanidade. Esteve percorrendo o Caminho da Santidade através de muitas
vidas, preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser
humano.
Sua mãe, a Virgem Maria, era também da mais elevada pureza humana, por isso
foi escolhida para ser a mãe de Jesus. O pai, José, era um elevado Iniciado,
capaz de realizar o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo
ou paixão pessoal.
Jesus de Nazaré nasceu mais ou menos no tempo indicado pela História, e não
no ano 105 antes de Cristo, conforme indicam algumas obras ocultistas. O nome
Jesus era comum no Oriente. Um iniciado chamado Jesus viveu no ano 105 A.C.
e obteve a iniciação egípcia. Não foi Jesus de Nazaré, com quem estamos a
relacionar-nos.
[...]
Cristo não podia nascer num corpo denso. Não tendo nunca passado por uma
evolução semelhante à do Período Terrestre, teria de adquirir, primeiramente, a
capacidade de construir um corpo denso como o nosso. Porém, ainda que tivesse
essa capacidade, seria inconveniente para um Ser tão elevado empregar energia
na construção do corpo durante a vida ante-natal, a infância, a juventude, e levá-
lo até a maturidade indispensável.
Cristo usou todos esses veículos próprios e só tomou de Jesus os corpos vital e
denso. Quando Jesus atingiu trinta anos de idade, Cristo penetrou nesses corpos
e empregou-os até o final de Sua Missão, no Gólgota. Depois da destruição do
corpo denso, Cristo apareceu entre os discípulos em corpo vital, no qual
funcionou ainda durante algum tempo. O corpo vital é o veículo que Ele
empregará quando aparecer novamente. Nunca tomará outro corpo denso.
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[...]
O homem foi o ser que Deus escolheu para conhecê-Lo... É o que se extrai dos
ensinamentos de Kardec e do espiritualismo em geral, variando a forma como é
mencionada essa verdade. Em algum lugar, alguém disse "sois deuses"... Mais
alguém houve por bem chamar "mônada" a semente celestial que o Criador
depositou na onda de vida e evolução que hoje se põe a cogitar de si mesmo.
Não, não há nada no sofrimento do homem que não seja a incompreensão de sua
condição anímica infantil. Ninguém é mais cruel do que uma criança...
Tampouco é mais verdadeira e sincera... Quando ama, ama plenamente...
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