Sunteți pe pagina 1din 12

EsoEstudos

II - DIVINDADE

EsoEstudos
Estudos Esotéricos Livres
www.esoestudos.blogspot.com
Marco Aurélio Leite da Silva

Compilação de Estudos
Até 03/01/2011

II – Divindade

MarcoALSilva --- 1
EsoEstudos
II - DIVINDADE

ÍNDICE

Deus - existência, inexistência... ....................................................................................3


Criador e Criação ..........................................................................................................3
Jesus Cristo ...................................................................................................................4
Deus – Visão Espírita - Kardec......................................................................................5
INTELIGÊNCIA SUPREMA UNIVERSAL .............................................................5
O ACASO .................................................................................................................6
ATRIBUTOS DA DIVINDADE ...............................................................................6
PROVIDÊNCIA DIVINA .........................................................................................8
Deus... Divagações........................................................................................................8
Jesus - Visão do Rosacrucianismo de Heindel .............................................................10
Deus est daemon inversus ...........................................................................................12

MarcoALSilva --- 2
EsoEstudos
II - DIVINDADE

Deus - existência, inexistência...

Curioso como tantas pessoas debatem-se em polêmicas acerca da existência ou


não de Deus. É uma daquelas discussões que quase sempre levam a ironias de
parte a parte, beirando ao desrespeito para com a opinião conflitante. Na verdade
a grande ironia reside no aspecto filosófico de que, sendo Deus considerado o
Criador de tudo o que existe (ponto comum a partir do qual partem os que
concordam e os que discordam da existência), é Ele essencialmente inexistente.
Não faz sentido separar-se o Criador da Criação, da mesma forma que os órgãos
responsáveis pela respiração não se confundem com a atividade respiratória em
si. Não se cogita do sistema respiratório senão pela atividade que desempenha: a
respiração em si é real, mas é algo apenas "abstrato" do ponto de vista da
interação dos órgãos respiratórios atuando em conjunto. Então, o Criador é
inexistente do ponto de vista da Criação, mas como a Criação está aí, contínua
no fluxo dos fenômenos que se sucedem na existência objetivamente perceptível,
temos que o Criador é inerente a ela. Deus, pois, existe e não existe, conforme
tenhamos essa ou aquela restrição de apreço pelo ângulo a ser considerado na
questão. Um pouco mais de ironia: TODOS estão certos, ainda que parcialmente
(se é que isso é possível do ponto de vista filosófico).

Criador e Criação

O saudoso Raulzito (Raul Seixas), em sua já clássica Gita, esculpiu uma frase
muito significativa: "Saiba que eu estou em você mas você não está em mim".
Não encontrei melhor forma de exprimir a onipresença do Criador em cada
criatura. Somos evolucionários habitantes da matéria densa. Nosso organismo é
um imenso emaranhado de macromoléculas interativas em um ajuste fino de
reações bioquímicas. No outro extremo, o Pai Eterno, sobre o qual praticamente
nada podemos saber. A mônada celeste habita cada ser humano na comunhão do
Criador com sua criação, sem embargo de não termos sobre esse liame senão um
construto de pura imaginação conceitual. Curiosamente, tanto nos ensinamentos
rosacruzes (linha de Heindel) como em meio aos vastos documentos do Livro de
Urântia, aprendemos que nos imensos planos existenciais que intermedeiam o
mundo da matéria física e a mais elevada dimensão os liames são de molde a
ligar diretamente os extremos, enquanto que os demais se ajustam em coligações
simetricamente concêntricas. Disso resulta que entre Deus e o homem existe,
sim, uma ligação direta, uma semente plantada no coração que vibra em
harmônico gravíssimo porém perfeito do tom original advindo da própria
Divindade. Como o tresloucado Raul disse ("tresloucado", aqui, de forma
carinhosa), Deus está em cada um de nós, mas nós não estamos Nele. A religião,
que se jacta da origem terminológica ("religare" - religar o homem a Deus),
certamente não vem conseguindo grandes avanços em seu mister essencial.
Humildemente prefiro buscar a elevação de meu tom vibratório pela livre adoção
de tudo aquilo que, nos limites de minha pequenez, já consigo identificar como
"bom". "Bom", sim, no sentido de adequado e cooperante para a minha evolução
e para a evolução de tantos semelhantes quantos comigo tenham contato, de uma
forma ou de outra. Sem dúvida agrada aos olhos de Deus qualquer ateu que
tenha boa-vontade, indulgência e perdão para com seu semelhante, muito mais

MarcoALSilva --- 3
EsoEstudos
II - DIVINDADE
do que o fervoroso habitué de templos que exaure nisso sua busca pelos
harmônicos mais refinados da sinfonia evolutiva. Paz e Serenidade!

Jesus Cristo

Cogitar acerca da natureza de Jesus implica em caminhar por uma senda árdua
de difícil progressão. Pensar na natureza de Jesus leva a pensarmos no que era o
cristianismo em si nos primeiros tempos. Na verdade é muito difícil saber-se
hoje o que era efetivamente o cristianismo primitivo, aquele existente logo
depois dos tempos em que o Mestre esteve na Terra. De qualquer forma, o
cristianismo era uma crença simples fundada no ideal de fraternidade e amor,
sem templos nem sacerdotes. Claro que esse aspecto sofreu intensa modificação
nos vários concílios católicos que se sucederam.

Pelas mais variadas razões, inclusive o interesse de Constantino em auferir


vantagem da fé que reunia com simplicidade as camadas populares, aliado ao
interesse de um clero em formação, ávido por impor-se como estrutura
dominante da fé, da doutrina adotada, numa troca de favores entre o Estado e a
Igreja que duraria muitos séculos.

Em meio a isso tudo, dentre cogitações mundanas, discutiu-se sobre a natureza


de Jesus. Era filho de Deus, distinto do Pai, ou era o próprio Pai? E o Espírito
Santo? Por óbvio existem argumentações profundas na seara filosófica em
defesa deste ou daquele ponto de vista. As escolas esotéricas em geral, por sua
vez, oferecem interpretações e a "verdade" última só conhecida dos "iniciados".

Não pretendo discutir qual o melhor caminho a seguir na senda filosófica ou


mística. Mas me atrevo a destacar um aspecto simples, tão simples quanto o
ideal de amor do cristianismo primitivo.

O Mestre esteve na Terra como exemplo máximo de um viver de Amor.

Sofreu intensamente por isso. Em seu tempo o costume aceito valorava-se ainda
pela noção do olho por olho, dente por dente. Ensinar a oferecer a outra face
parecia muito estranho naqueles dias. Pregar o desapego, os valores espirituais,
uma vida com simplicidade sem ambições de conquista, em pleno império
romano e sob o rigor de uma fé arrogante e vaidosa, não era uma missão que
uma alma comum poderia assumir.

Entendamos que Jesus é o homem e o Cristo a alma sublime que governa este
Mundo.

Não se confundem. Jesus tinha que ser o mais sublime ser humano para que o
Cristo pudesse nele habitar. Só mesmo assim um homem poderia fazer o que
Jesus fez. Por isso dizemos Jesus Cristo.

Não nos deixemos seduzir por uma discussão tão vazia quanto aquela sobre a
santíssima trindade...

MarcoALSilva --- 4
EsoEstudos
II - DIVINDADE
Jesus é o Cristo?

Isso é mesmo que perguntar:

A água é a chuva?

A chama é a luz?

As estrelas são o Universo?

Deus – Visão Espírita - Kardec

INTELIGÊNCIA SUPREMA UNIVERSAL

1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”
(O Livro dos Espíritos)

Deus é conceituado como a inteligência suprema, completando-se com a noção


de causa primária de todas as coisas. Assim, Deus é a causa inteligente cujo
efeito é o todo universal. Deus é a causa inteligente de tudo, na linguagem
tradicional é o Verbo, porquanto o Verbo é a vontade de Deus manifesta.

4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?


“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai
a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens


trazem em si, da existência de Deus?
“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse
uma base? É ainda uma conseqüência do princípio - não há efeito sem causa.”
(O Livro dos Espíritos)

Pensemos. O homem jamais pôde ver o átomo, mas definiu modelos de


interpretação dos fenômenos com base no que podia observar. Agindo assim já
conseguiu descobrir muitas leis físicas do Universo, comprovando-as em
experimentos posteriormente. Menos ainda pode o homem vislumbrar acerca de
Deus. No entanto, observando e aprendendo acerca de tudo o que está à sua
volta o homem se conscientiza da existência de uma causa inteligente suprema e
norteadora do todo universal. As coisas acontecem sob padrões fenomênicos que
a mera casualidade não convence ao mais incrédulo, no reduto do seu íntimo.
Mesmo os mais simples habitantes deste planeta desde as eras remotas guardam
em sua consciência a noção viva de que existe Deus, com foros de verdade que,
em sua simplicidade, não puderam definir.

MarcoALSilva --- 5
EsoEstudos
II - DIVINDADE
O ACASO

8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma
combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser
inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.”
(O Livro dos Espíritos)

O mero acaso não poderia ser a causa de efeitos tão complexos como, por
exemplo, a formação da vida orgânica deste planeta. Na escala do ano geológico,
o homem é uma forma de vida surgida no último dia, sem embargo de ser o mais
complexo habitante deste orbe. Miríades de outros exemplos poderiam ser
alinhavados.

ATRIBUTOS DA DIVINDADE

Kardec aponta os atributos da Divindade.

Em O Livro dos Espíritos:

· Eterno – Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou,
então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em
degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.
· Imutável – É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem
o Universo nenhuma estabilidade teriam.
· Imaterial – É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o
que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria
sujeito às transformações da matéria.
· Único – É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de
vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
· Onipotente – É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do
soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que
então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de
outro Deus.
· Justo e Bom – É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das
leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e
essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.

Em A Gênese:

· Deus é a suprema e soberana inteligência. É limitada a inteligência do


homem, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe. A de Deus
abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num
ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de
compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até ao
infinito.
· Deus é eterno, isto é, não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido
princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa

MarcoALSilva --- 6
EsoEstudos
II - DIVINDADE
nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e,
nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim,
poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe
sobreviver, e assim por diante, ao infinito.
· Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade
teriam as leis que regem o Universo.
· Deus é imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos
matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito ás
transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos
sentidos, sem o que seria matéria. Dizemos: a mão de Deus, o olho de Deus, a
boca de Deus, porque o homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma
a si próprio por termo de comparação para tudo o que não compreende. São
ridículas essas imagens em que Deus é representado pela figura de um ancião de
longas barbas e envolto num manto. Têm o inconveniente de rebaixar o Ente
supremo até às mesquinhas proporções da Humanidade. Daí a lhe emprestarem
as paixões humanas e a fazerem-no um Deus colérico e cioso não vai mais que
um passo.
· Deus é onipotente. Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia
conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser
cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.
· Deus é soberanamente justo e bom. A providencial sabedoria das leis
divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo
essa sabedoria que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade. O fato do ser
infinita uma qualidade, exclui a possibilidade de uma qualidade contrária,
porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser infinitamente bom não poderia
conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente
mau conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um
objeto não pode ser de um negro absoluto, com a mais ligeira nuança de branco,
nem de um branco absoluto com a mais pequenina mancha preta. Deus, pois,
não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não possuindo
qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas as
coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade.
Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou
infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria, da
sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á que, não podendo ser ao mesmo
tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser
infinitamente bom. A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto,
se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que
fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente
justo e, em consequência, já não seria soberanamente bom.
· Deus é infinitamente perfeito. É impossível conceber-se Deus sem o
infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia
conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa
ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo. Sendo infinitos, os
atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição, visto
que do contrário não seriam infinitos e Deus não seria perfeito. Se lhe tirassem a
qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não haveria Deus, pois que
poderia existir um ser mais perfeito.
· Deus é único. A unicidade de Deus é consequência do fato de serem
infinitas as suas perfeições. Não poderia existir outro Deus, salvo sob a condição

MarcoALSilva --- 7
EsoEstudos
II - DIVINDADE
de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a
mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse
outro e, então, não seria Deus. Se houvesse entre ambos igualdade absoluta, isso
eqüivaleria a existir, de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma
vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto à identidade, não
haveria, em realidade, mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições
especiais, um não faria o que o outro fizesse; mas, então, não existiria igualdade
perfeita entre eles, pois que nenhum possuiria a autoridade soberana.

PROVIDÊNCIA DIVINA

Tema intimamente relacionado é a Providência Divina. Kardec preocupou-se em


abordá-la diretamente em A Gênese:

A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em


toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que
consiste a ação providencial.
(A Gênese)

O mecanismo dessa providência é esboçado sob a ressalva de ser uma imagem


imperfeita. Kardec fala de um fluido suficientemente sutil para tudo
interpenetrar. Tal fluido, como ocorre com o fluido do perispírito, não é a sede
da inteligência mas é o veículo da inteligência que a ele se vincula. Kardec não
tem certeza de que assim ocorra com o pensamento do Criador, mas aponta
nesse modelo a onipresença e onisciência que permitem sua pronta atuação em
tudo o que existe, como no conceito da Providência Divina. Adiante o trecho:

Seja ou não assim no que concerne ao pensamento de Deus, isto é, quer o


pensamento de Deus atue diretamente, quer por intermédio de um fluido, para
facilitarmos a compreensão à nossa inteligência, figuremo-lo sob a forma
concreta de um fluido inteligente que enche o universo infinito e penetra todas as
partes da criação: a Natureza inteira mergulhada no fluido divino. Ora, em
virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as
mesmas propriedades que ele, cada átomo desse fluido, se assim nos podemos
exprimir, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e
estando o mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação
inteligente, à sua previdência, à sua solicitude. Nenhum ser haverá, por mais
ínfimo que o suponhamos, que não esteja saturado dele. Achamo-nos então,
constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe
podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contacto ininterrupto
com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais
profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós,
segundo a palavra do Cristo.
(A Gênese)

Deus... Divagações

"Saiba que estou em você mas você não está em mim"

MarcoALSilva --- 8
EsoEstudos
II - DIVINDADE

Raul Seixas, ao cunhar a frase acima, certamente buscava alinhavar em versos


uma das questões fundamentais das cogitações do homem. Nada é mais humano
do que cogitar sobre a divindade...

O homem, dia-a-dia, cria Deus à sua imagem e semelhança.

Sem nenhuma cerimônia, projeta na divindade uma série de atributos e


adjetivações... Mas ainda que somássemos tudo o que todos já disseram sobre
Deus, desde o início da escrita até hoje, não teríamos senão meras cogitações
acerca do que, por assim dizer, são efeitos de uma causa rigorosamente
desconhecida...

Para quem se harmoniza com os aspectos assistenciais da Obra, Deus é o pai


amorável que sustenta os filhos sem privá-los das provas necessárias à sua
ascensão...

Para os que vertem de si percepções místicas, Deus é inefável, indescritível,


insondável, imperceptível, incognoscível... Por isso mesmo deitam páginas e
páginas acerca de tudo o que Deus não é...

Para os que formam ao lado de quem vê na Evolução a grande jornada, há um


infinito de planos existenciais, todos gravitando sob o controle supremo de um
único... Deus...

Cada um de nós pode, num dado momento, assumir essa ou aquela visão acerca
da divindade, no mais das vezes consoante o teor das experiências vivenciadas
naquele momento...

Somos os habitantes da caverna de Platão, porém já à porta, ofuscados pela


mesma Luz que aquece, enternece, conforta mas confunde...

Muitos de nós dizemos que tudo é ilusão... Muitos... No entanto, as


interpretações a partir daí variam exponencialmente...

Para alguns Amigos, tudo (tudo! tudo mesmo! tudinho!!!) é essencialmente


ilusão... Só resta de objetivo o... nada...

Então já meditamos que o nada é a dualidade...

Aquela coisa: se +1-1 = 0 então 0 = +1-1...

Assim, o nada é a síntese perfeita entre tese e antítese...

Podemos dizer que o único atributo da divindade seja exatamente não ter
atributo algum?

E as leis? As homogeneidades dos fenômenos que a ciência estuda... Newton,


que grandes cérebros consideram jocosamente a luz feita por Deus, descreveu

MarcoALSilva --- 9
EsoEstudos
II - DIVINDADE
inúmeras homogeneidades e as traduziu na linguagem da divindade... Escreveu o
Principia Matematica...

A matemática é a mais exata das ciências porque ela mesma sabe valorar
exatamente o quão inexata ela é... Ser exato é saber o quão inexato se é...

Cogitar sobre alguma coisa é conceber sobre sua essência ou, ao menos, até onde
imaginamos poder alcançar essa essência...

Os atributos da divindade são todos humanos. Logo, não podem ser da essência
daquilo que não é humano. A não ser que consideremos que Deus é, no sentido
de Criador, tão humano quanto necessário para que o ente humano pudesse ser
criado...

Então, a ilusão de cogitarmos sobre Deus pode ser a única verdade possível, pela
comunhão de humanidade com a divindade, na medida que nos cabe da
divindade que nos criou...

Ou seja, ficamos sempre na mesma.

Digo apenas que o único atributo que concebo imanente a Deus é: Vida.

Deus só existe em nossa concepção porque existe a Vida...

Jesus - Visão do Rosacrucianismo de Heindel

Para obter ligeiro vislumbre do grande Mistério do Gólgota e compreender a


Missão de Cristo como fundador da Religião Universal do futuro, é necessário
conhecer primeiramente a natureza exata dessa missão. Incidentalmente,
conheceremos a natureza de Jeová, a cabeça das religiões de raça, como o
Taoismo, Budismo, Induísmo, Judaísmo, etc., e a identidade do "Pai", a quem
Cristo, em tempo próprio, entregará o reino.

No credo cristão encontra-se esta sentença: "Jesus-Cristo, o unigênito Filho de


Deus". Para a generalidade dos homens, estas palavras reportam-se a certa
pessoa, aparecida na Palestina há uns dois mil anos, de Quem se fala como
Jesus-Cristo, - um indivíduo somente, "o unigênito Filho de Deus".

É um grande erro. Nessa sentença são caracterizados três Seres bem distintos e
diferentes. É de maior importância que o estudante compreenda claramente a
natureza exata desses três Grandes e Exaltados Seres, enormemente diferentes
em glória, mas que merecem nossa mais profunda e devotada adoração.

[...]

Cristo tem o poder de construir e funcionar num veículo tão inferior como o
corpo de desejos, o veículo usado pelos Arcanjos, mas não pode descer mais. O
significado disso será agora examinado.

MarcoALSilva --- 10
EsoEstudos
II - DIVINDADE

Jesus pertence à nossa humanidade. Estudando o homem Jesus na Memória da


Natureza, podemos segui-lo em suas vidas anteriores. Nelas viveu sob diversas
circunstâncias, sob vários nomes, em diferentes encarnações, do mesmo modo
que outro qualquer ser humano. Isto não sucede com o Ser Cristo. No Seu caso
só pode encontrar-se uma única encarnação.

Todavia, não se imagine que Jesus tenha sido um indivíduo comum. Era de
mente singularmente pura, muito superior à grande maioria da nossa presente
humanidade. Esteve percorrendo o Caminho da Santidade através de muitas
vidas, preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser
humano.

Sua mãe, a Virgem Maria, era também da mais elevada pureza humana, por isso
foi escolhida para ser a mãe de Jesus. O pai, José, era um elevado Iniciado,
capaz de realizar o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo
ou paixão pessoal.

Em consequência, o formoso, puro e amoroso espírito conhecido pelo nome de


Jesus de Nazaré veio ao mundo num corpo puro e sem paixões. Este corpo era o
melhor, o mais perfeito que se podia produzir na Terra. A tarefa de Jesus nesta
encarnação, era cuidar e desenvolver o seu corpo até o maior grau de eficiência
possível para o grande propósito a que devia servir.

Jesus de Nazaré nasceu mais ou menos no tempo indicado pela História, e não
no ano 105 antes de Cristo, conforme indicam algumas obras ocultistas. O nome
Jesus era comum no Oriente. Um iniciado chamado Jesus viveu no ano 105 A.C.
e obteve a iniciação egípcia. Não foi Jesus de Nazaré, com quem estamos a
relacionar-nos.

[...]

Cristo não podia nascer num corpo denso. Não tendo nunca passado por uma
evolução semelhante à do Período Terrestre, teria de adquirir, primeiramente, a
capacidade de construir um corpo denso como o nosso. Porém, ainda que tivesse
essa capacidade, seria inconveniente para um Ser tão elevado empregar energia
na construção do corpo durante a vida ante-natal, a infância, a juventude, e levá-
lo até a maturidade indispensável.

Ele deixara de empregar ordinariamente o Espírito Humano, o corpo mental e o


de desejos, embora tivesse aprendido a construí-los no Período Solar e retivesse
a capacidade de construí-los e de neles funcionar quando fosse necessário.

Cristo usou todos esses veículos próprios e só tomou de Jesus os corpos vital e
denso. Quando Jesus atingiu trinta anos de idade, Cristo penetrou nesses corpos
e empregou-os até o final de Sua Missão, no Gólgota. Depois da destruição do
corpo denso, Cristo apareceu entre os discípulos em corpo vital, no qual
funcionou ainda durante algum tempo. O corpo vital é o veículo que Ele
empregará quando aparecer novamente. Nunca tomará outro corpo denso.

MarcoALSilva --- 11
EsoEstudos
II - DIVINDADE
[...]

[Conceito Rosacruz do Cosmos - Max Heindel]

Deus est daemon inversus

O homem foi o ser que Deus escolheu para conhecê-Lo... É o que se extrai dos
ensinamentos de Kardec e do espiritualismo em geral, variando a forma como é
mencionada essa verdade. Em algum lugar, alguém disse "sois deuses"... Mais
alguém houve por bem chamar "mônada" a semente celestial que o Criador
depositou na onda de vida e evolução que hoje se põe a cogitar de si mesmo.

Somos seres recém-saídos do império dos vícios e paixões advindos do instinto


de conservação. E se ultrapassamos o império desse instinto, estamos ainda
muito longe de tê-lo integralmente superado.

A epinefrina nos invade o sangue, refletindo no vaso físico os fluxos de energia


com que a Vida nos condicionou à quintessência do barro refinado da Luz
Astral. Emanamos raios de luz mantendo o carvão na essência de nossa morada
fisiológica. Ensaiamos necessidades alheias aos impulsos que, por evos, nos
salvou de sucumbir por inação ou por incapacidade de reagir ao meio.

Somos, sim, seres destinados à ascensão irresistível em que Chronos nos


conduz... "Deus est daemon inversus"... Verso e reverso, compartilhamos a
natureza da Luz e das Trevas enquanto barro vivificado pelo sopro do Altíssimo.
Somos integrantes da Obra como coadjuvantes da Ópera Divina, cantando ainda
no tom desafinado de nossas possibilidades, nem por isso enarmônicos no todo
de harmônicos mais graves que dão a textura correta da Sinfonia que flui à
eternidade.

Rompemos o claustro materno, qual semente que irrompe da casca e, sedenta,


busca o raio amarelo do veio divino em que a Sabedoria nos acalenta. Sorvemos,
inocentes, o brilho azul do Poder que tudo conduz, aviltando a chama rosa com
que o Universo tudo abarca num enlevo de Amor.

Nos primeiros e claudicantes passos da consciência aprendemos a não apenas


sentir, mas a buscar o prazer com que a Vida nos brinda qual estímulo para o
esforço indispensável. Turvamos, assim, a expansão com que o instinto nos
eleva no arrastamento pueril com que a euforia, esta serpente insidiosa, nos
seduz.

Aprendemos e passamos a conhecer... Comemos do fruto e abandonamos para


sempre a inocência que nos mantinha isentos...

Não, não há nada no sofrimento do homem que não seja a incompreensão de sua
condição anímica infantil. Ninguém é mais cruel do que uma criança...
Tampouco é mais verdadeira e sincera... Quando ama, ama plenamente...

MarcoALSilva --- 12

S-ar putea să vă placă și