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R E P R E SE NT ANT E DO E ST ADO
1
E Q U I P E Nº . 274
II. Í NDICE
I – P ÁG INA DO
T ÍT UL O ................................................................................01
III – Í NDICE DE
J UST IF IC A T I V A S ..................................................................04
A. L I V R O S E A R T I G O S ........................................................................04
B. I N ST R U M E N T O S N O R M AT IVO S .........................................................05
C. C A SO S ..........................................................................................06
H U M A N O S .............06
H U M A N O S ..................07
IV – A B RE V I A T U R A S ...................................................................................09
V – D E CL A R A Ç Ã O DOS F A T O S ......................................................................10
1- D E C L A R A Ç Ã O DOS F A T O S ...............................................................10
VI – A NÁL I SE L EG A L ..................................................................................13
2 - E X C E Ç Õ E S P R E L I M I N ARE S .............................................................13
2.1.2 - DA C O MP E T Ê NCIA R AT I O N E
M A T E R I A E ....................15
2
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2.2.1.3 - D O H AB E AS C O RP US ..................................19
2.2.2 - DA F O RM UL A DE Q UA R T A
I N ST A N C I A ......................20
2.2.3 - DO D E CURSO DO
T E M PO .........................................21
RELAÇÃO AO D E VE R DE R E SP E IT AR D IRE I T O S
C O N V E N I A D O S ................24
3.1.1. DA N ÃO V IO L AÇÃO AO D IRE IT O DE
P E R SO N A L I D A D E .........24
3.1.1.1 D A D EF ICIÊ N CIA M E NT AL D IAG NO ST IC ADA …………
24
3.1.1.2 DA I NT E RDIÇÃO J UDICI AL DE C RIST A L
T O V A R ….....25
3.1.1.3 DO CONSENTIMENTO PARA O TRATAMENTO
MÉDICO.................25
3.1.2 DA NÃO VIOLAÇÃO AO DIREITO À INTEGRIDADE PESSOA.......................
26
3.1.2.1 DO TRATAMENTO MÉDICO E DA MEDICAÇÃO
MINISTRADA.......26
3
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I N ST I T U I Ç Ã O E ST A T AL “L A C ASIT A ”……………………….......…28
3.1.3.2. DO ISOLAMENTO INVOLUNTÁRIO DE CRISTAL
TOVAR...............28
3.1.4 D A N Ã O V I O L AÇÃO AO D IRE IT O DE P RO T E ÇÃO DA HONRA E
DA D I G N I D A D E ...................................................................................29
3.1.4.1. DO RECONHECIMENTO DA DIGNIDADE DE CRISTAL
TOVAR......29
3.1.4.2. DO RESPEITO À VIDA PRIVADA DE CRISTAL
TOVAR...................29
3.1.4.3. DA DEFICIÊNCIA SENSORIAL DE CRISTAL
TOVAR…..................30
3.1.4.4. DOS RECURSOS, AMBIENTE E CONDIÇÕES DE VIDA DE “LA
CASITA”…………………………………………………………….....................30
3.1.5. DA NÃO VIOLAÇÃO AO DIREITO DE IGUALDADE PERANTE A LEI......
….30
3.1.6. D A N Ã O V I O L AÇÃO AO S D IRE IT O S ÀS G ARANT I AS J UDIC I A I S
E DE P RO T E Ç Ã O
J UD I C I A L .....................................................................31
3.1.6.1. D O J UIZ N AT URAL , C O MP E T E NT E , I NDE P E NDE N T E E
I M P A R C I A L ...............................................................................31
3.1.6.2. DOS P RA Z O S
R A Z O Á V E I S .....................................32
3.1.6.3. DO DIRE IT O DE SE R O UVIDO ……………………...…
32
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C U M P R I M E N T O .....32
A SSIST Ê NC I A ............................................................35
A. L I V R O S E ARTIGOS
OMS. Mental Health. “Gender and women's mental health”. Disponível em:
<http://www.who.int/mental_health/prevention/genderwomen/en/>…..........................pag. 17
Carlos Ayala Corao, Claudia Martin y Diego Rodríguez-Pinzón Ed. Universidad Católica
<http://books.google.com.br/books?
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id=N4k6AgAAQBAJ&pg=PA82&lpg=PA82&dq=isolamento+involunt
%C3%A1rio&source=bl&ots=SIfh6rJa5_&sig=5w6l2Z2CNx3dXtJyAcGjOKsEJv4&hl=ptB
R&sa=X&ei=Sk0rU7rMFJPQkQf7goHICA&ved=0CGgQ6AEwCA#v=onepage&q=isolame
nto%20involunt%C3%A1rio&f=false>.............................................Pag. 19
B. I N ST R U M E N T O S N O R M AT IVO S
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica),
José, Costa Rica, em 22/11/1969............Pags. 9, 11, 12, 14, 15, 18, 19, 22, 30, 32, 33
Assembéia Geral..................................................................................................Pag.14 e 32
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes Mentais, Proclamada pela Resolução
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Mental, Adotados pela Resolução 46/119 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 17
2009...........................................................................................................................Pag. 09
C. C A SO S
Informe Nº. 29/88, Informe Anual 1987-1988, Clifton Wright c. Jamaica, Caso 9260,
16/09/1988.......................................................................................................... ............Pag. 20
Informe No. 39/96, Informe Anual de 1996, Marzioni c. Argentina, Caso 11.673,
14/03/1997.......................................................................................................... ............Pag. 20
Informe No. 85/98, Informe Anual de 1998, Gilbert Bernard Little c.Costa Rica, Caso
11.472...............................................................................................................................Pag. 20
Informe Nº. 71/02, caso 12.360, Admisibilidad, Santander Tristán Donoso, Panamá.
24/11/2002…………………...…………………………………………………………Pag. 17
Informe Nº. 63/07. Petición 625-01. Inadimissibilidad. Luís Astorga y Otros v. Costa Rica.
Decicion de 27/07/2007………………………..……………………………………….Pag. 18
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Caso Bámaca Velásquez Vs. Guatemala. Mérito. Sentença de 25/11/2000. Série C No.
70......................................................................................................................................Pag. 23
Caso Barbani Duarte e outros Vs. Uruguai. Fundo, Reparações e Custas. Sentença de
Caso Castillo Petruzzi e outros Vs. Perú. Mérito, Reparações e Custas. Sentença de
4/09/1998..................................................................................................................Pags. 14, 20
Caso Chaparro Álvarez e Lapo Íñiguez Vs. Equador. Exceções Preliminares, Fundo,
Caso Chitay Nech e outros. Vs. Guatemala. Exceções Preliminares, Mérito, Reparações e
Caso del Pueblo Saramaka. Vs. Surinam. Excepción Preliminar, Fondo, Reparaciones y
55………………………………………………………………………………………..Pag. 19
Caso Genie Lacayo Vs. Nicarágua. Fundo, Reparações e Custas. Sentença de 29/01/1997.
4/02/2000…......................................................................................................................Pag 16
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Caso Neira Alegría y otros Vs. Perú. Excepciones preliminares, sentencia del
11/12/1991……………………………………………………………………………Pag. 22
Caso Tristán Donan Vs.Panamá. Exceção Preliminar, Fundo, Reparações e Custas. Sentença
Caso Vera Vera e outra Vs. Equador. Exceção Preliminar, Fundo, Reparações e Custas.
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IV. A B RE VIAT UR AS
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E G RÉ G IA C O R T E I N T E R A M E R I CA NA DE D IRE IT O S H UM ANO S
relacionados aos artigos 1.1 e 2 de dito Instrumento, em prejuízo da Senhora Cristal Tovar, nos
Direitos Humanos.
V. D E CL ARAÇÃO DO S F AT O S
“La Casita” é uma instituição estatal na qual residem pessoas em situação de risco
gratuitamente. A única exigência para o ingresso é não ter qualquer apoio para morar na
dentro das possibilidades para dar melhor conforto e dignidade aos seus residentes.¹ Era
oferecido aos residentes tratamento psicológico e físico, e treinamento para a vida cotidiana, de
quartos de isolamento, por questão de segurança; quando as pessoas estavam dentro deles, não
11
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poderiam sair sob qualquer circunstância. Excepcionalmente, Cristal permaneceu confinada, por
apenas uma vez, em razão de uma crise nervosa, visto que colocava em risco sua própria
integridade física, assim como dos funcionários e de outros pacientes; ressalta-se também que ela
Em virtude desse ocorrido, foi solicitado à Corte Interamericana, pela ODNEI, medidas
provisórias em favor de Cristal Tovar. A CIDH demonstra apoio a esse pedido. O Estado, por
sua vez, alegou que, uma situação excepcional, feita para proteger a integridade das outras
pessoas do centro, por apenas quatro horas, não seria motivo para a Corte acolher o pedido dos
representantes.
Ainda se observa que, por todo o período que Cristal residiu em “La Casita”, presenciou
somente três confinamentos justificados pelo motivo de salvaguardar a segurança pessoal deles e
Durante sua estada em “La Casita”, Cristal Tovar, consentiu e aceitou seu tratamento, a
base de psicotrópicos e fora informada, após sua interdição, que as injeções de anticoncepcional
que recebia eram necessárias para sua saúde e bem estar. Todavia, em decorrência de seu
por meio da ajuda de sua irmã de Ângela, a enfermeira responsável. Mirtha trabalhava para uma
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de outubro de 2008, Dra. Lira, curadora de Cristal, é convocada pelo Tribunal de Apelação de
Inclutiarán para uma audiência, e diz que Cristal recebia o tratamento adequado em “La Casita” e
que não existiriam lugar e atendimento melhores dos que os oferecidos pela instituição. Em 18
de abril de 2009, tendo como base a justificativa de um não abuso por parte da curadora, o
Tribunal nega provimento à apelação e diz que o recurso passível, no caso, seria uma ação
de Exclutia pela violação dos direitos arrolados nos artigos 3º, 5º, 7º, 8º, 11, 24 e 25 da
Convenção Americana, todos combinados com os artigos 1.1 e 2 da mesma carta, tendo como
vítima Cristal Tovar. Foram pedidas também, conjuntamente, medidas cautelares para todos os
abrigados em “La Casita”; estas foram outorgadas pela Corte em um mês. Quanto à primeira
Por sua vez, Estado declarou a inadmissibilidade da petição, de acordo com o artigo 46, inciso I,
Humanos.
prazo estabelecido no artigo 51 da Convenção Americana. O caso foi enviado à Corte pela
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Comissão, que discordava das medidas adotadas pelo Estado, que iniciou um processo legislativo
alegando que a petição perante a CIDH havia sido apresentada mais de seis meses depois da
notificação de amparo, a qual tinha resultado favorável para Cristal. Nesse sentido, a CIDH
deveria ter declarado a petição inadmissível por extemporaneidade, pautada no já citado artigo
46, I, b, da Convenção Americana, o que levaria a uma não análise do mérito. A Comissão
2009; assim, não haveria o descumprimento do prazo de seis meses. Alegou ainda que, na etapa
Pelo exposto, foi alegado pelo Estado que a Comissão teria que suspender as medidas
cautelares em favor das pessoas que residiam em “La Casita”, caso a Corte rejeitasse a
solicitação de medidas provisórias. Foi emitida uma Resolução Convocatória sobre o Caso
2. E XC E Ç Õ E S P R E L I M I N A R E S
A República de Exclutia, através destes representantes, afirma, com base nas normas
vigentes e nos fatos ocorridos do presente caso, que não se verificaram todos os requisitos para
que esta Corte possa conhecê-lo; logo, é incompetente. Do mesmo modo, não se apresentam os
inadmissibilidade.
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Ainda que não haja uma norma expressa sobre a determinação da competência do
tribunal para pronunciar-se sobre sua propria competência, é princípio consagrado pelo Direito
obriga a estabelecer se possui jurisdição e competência para conhecer dos assuntos que lhe são
submetidos.
2.1. D A C OM P E T Ê N C I A
Pela análise do caso concreto, a ODNEI é uma organização ilegítima para pleitear os
Direitos de Cristal Tovar. Foi, inclusive, em diversas tentativas declarada parte ilegítima pelo
direito interno.
Esclarece que o contato com a suposta vítima se deu baixo condições ilegais, durante um
tratamento médico, no qual Cristal Tovar estava sob observação, no período de uma internação
hospitalar. Deve-se levar em conta também que a suposta vítima se encontrava interditada e com
Pode ser considerado pela parte contrária, que toda pessoa, grupo de pessoas ou
individual. Todavia, trata-se de uma mera interpretação estrita, sem levar em conta as condições
É o que entende esta Corte, através de elucidativo voto2 emitido pelo Juiz Fernando Vidal
Ramírez, no qual expressa que para legitimação ativa do peticionário deve a Organização Não
1
Instituto Interamericano de Derechos Humanos. El sistema interamericano de protección de los derechos
humanos: aspectos institucionales y procesales / Héctor Ledesma Faúndez. -- 3 ed. -- San José, C.R.: Instituto
Interamericano de Derechos Humanos, 2004.
2
Corte I.D.H. Caso Castillo Petruzzi y otros Vs. Perú. Excepciones Preliminares. Sentencia de 4 de Septiembre de
1998. Voto Disidente Del Juez Vidal Ramírez. §4.
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Governamental atuar com poder de representação, visto que atua em nome de outro. Caso
Pelo exposto, tem-se que devido à sua interdição, Cristal Tovar não possui capacidade
para conceder um mandato para a legitimação da ONG ODNEI; neste sentido, é evidente que
este processo e consequente pedido não sejam apreciados. Com efeito, diante da ilegitimidade da
parte ativa e consequente equívoco da Comissão, requer seja esta ação extinta sem o julgamento
do mérito.
Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência não apresenta em seu corpo legal nenhuma
disposição a qual faz referência à competência contenciosa deste Pretório para solução de
conflitos.
Em tela, tem-se que a Comissão não indicou diretamente nenhum dispositivo que
apresente estas características; entretanto, devido à prática recorrente desta Corte e das vítimas
em invocar o princípio iuria novit curia, esta representação se adianta à hipótese, invocando esta
Comissão devem ser feitas em relação à violação de matérias contidas neste Instrumento.
Sendo este o posicionamento adotado por esta r. Corte no Caso Las Palmeras v.
Colombia3, entende-se que os Estados apenas outorgaram seu consentimento para a aplicação das
interpretação das violações deve ser feita de acordo com a função diretiva deste dispositivo. Ou
3
Corte I.D.H. Caso las Palmeras v. Colombia. Excepciones Preliminares.Sentencia de 4 de febrero de 2000. §§
32,33.
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seja, não devem ser analisadas normas de tratados que não atribuem competência direta a esta
Corte. Com efeito, esta representação requer sejam afastadas referidas tentativas devido à
Pelo exposto, baseado nas razões de fato e direito apresentadas, solicita-se a esta Corte
que seja declarada sua incompetência, vez que, em relação a Ratione Personae, não há formação
da relação jurídica processual devido a ilegitimidade da parte ativa, não havendo possibilidade de
exercer jurisdição sobre uma relação inexistente. A respeito da Ratione Materiae, as normas que
não expressem claramente em seu texto a jurisdição desta Corte não devem ser aplicadas. Tendo
forma diversa, concluindo que possui jurisdição e consequente competência, não deve prosperar
a análise do mérito, visto que os requisitos de admissibilidade não são cumpridos, conforme será
demonstrado a seguir.
um caso é o do esgotamento dos recursos internos, que deve ser aplicado de maneira consciente
por esta r. Corte, com sua natureza internacional e garantindo a preservação dos objetivos
Pela interpretação do referido instrumento normativo, este Sublime Pretório entende que
os recursos que devem ser esgotados são aqueles que sejam adequados para resolver a
questão, ou seja, que sejam consagrados na legislação interna para garantir a vigência do direito
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que se alega violado. Além disso, os recursos devem ser efetivos, ou seja, que são capazes de
No caso em tela, temos que a ODNEI acionou o aparato judicial interno, tendo sua
pretensão afastada por falta de legitimidade; entrou, entretanto, com apelação da decisão. Nota-
constando na decisão que o recurso idôneo para discutir a legitimidade seria uma ação de
Exclutia, cabe a curadora e ao Ministério Público, caso seja verificada alguma irregularidade.
caracterizando claramente a falta do esgotamento dos recursos internos. Alega esta representação
que a determinação dos recursos que são adequados e que possuem exigência de esgotamento
deve fazer-se caso a caso, baseando-se na sua própria idoneidade, adequação e eficácia para
devendo, esta, determinar qual é o recurso adequado para esgotar-se segundo as circunstâncias,
entendendo por tal, aquele que possa solucionar a situação jurídica infringida6.
4
Corte I.D.H. Caso Castañeda Gutman Vs. Estados Unidos Mexicanos. Sentencia de 6 de Agosto de 2008.
Excepciones Preliminares, Fondo, Reparaciones y Costas. § 34. Caso Velásquez Rodríguez Vs. Honduras.
Excepciones Preliminares. Sentencia de 26 de junio de 1987. Serie C No. 1, §. 88. Caso del Pueblo Saramaka. Vs.
Surinam. Excepción Preliminar, Fondo, Reparaciones y Costas. Sentencia de 28 de noviembre de 2007. Serie C No.
172, § 43. Caso Salvador Chiriboga Vs. Ecuador. Excepción Preliminar y Fondo. Sentencia de 6 de mayo de
2008. Serie C No. 179, §. 40.
5
WCL. Caso Hipotético Cristal Tovar vs. Republica de Exclutia. Processos Internos. §33.
6
CIDH. Informe No. 23/07, petición 435/06, Eduardo Landaeta Mejías (Venezuela). 9 de marzo de 2007. §. 43.
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visto que o tema central do debate é uma norma do Código de Processo Civil, que não confere
legitimidade à ODNEI para representar Cristal Tovar em juízo. É claro em qualquer sistema
Desta maneira, nota-se que se trata de uma discussão de competência e legitimação para
propor ação, sendo o recurso efetivo e adequado a ação de constitucionalidade, que qualquer
pessoa tem capacidade postulatória para apresentá-la7. Corroboram para este entendimento
diversos entendimentos da CIDH, que apesar de caráter extremamente formal deste tipo de
considera que não se esgotaram corretamente os recursos, necessários para atingir o resultado
querido. Por esta razão, deve esta Corte considerar que ainda existem recursos internos os quais
Igualmente esta representação indica a falta de diligência da denunciante, visto que não
acionou o Ministério Público, via âmbito administrativo, para atuar no presente caso, cumprindo
seu papel que é considerado como função essencial à justiça e caracteriza-se por zelar pelo
efetivo respeito dos poderes públicos, dos serviços de relevância pública e aos direitos
7
WCL. Caso Hipotético Cristal Tovar vs. Republica de Exclutia. Perguntas de Esclarecimento Nº. 20.
8
CIDH. Informe No. 71/02, caso 12.360, Admisibilidad, Santander Tristán Donoso, Panamá. 24 de octubre de
2002. §. 22
9
CIDH. Informe Nº. 63/07. Petición 625-01. Inadimissibilidad. Luís Astorga y Otros v. Costa Rica. Decicion de
27 de Julio de 2007. §§. 63, 64.
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Instituição, visando suprir a capacidade postulatória e a garantia de direitos, que apenas uma
provocação poderia levar a uma investigação adequada e eficaz sobre o caso concreto e, assim,
Ressalta-se que a interpretação efetuada por esta Colenda Corte indica que a aplicação
das garantias judiciais não se limita a atuações junto ao exercício da jurisdição pelo Estado, mas
contempla o conjunto de requisitos que devem ser observados para a garantia de Direitos, o que
o Ministério Público10. Neste sentido, deve-se recordar que as medidas administrativas são tão
direitos e atuação, que por uma interpretação extensiva do Sistema Jurídico pode ser considerada
como uma forma de recurso, diante da ilegitimidade da parte, perante o Direito Adjetivo da
Republica de Exclutia.
2.2.1.3. D O H AB E AS C O RP US
10
Corte I.D.H., Caso del Tribunal Constitucional Vs. Perú. Sentencia de 31 de enero de 2001. Serie C No. 71. §
69. Citando. Garantías judiciales en Estados de Emergencia (arts. 27.2, 25 y 8 Convención Americana sobre
Derechos Humanos). Opinión Consultiva OC-9/87 del 6 de octubre de 1987. Serie A No. 9, §27.
20
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Na Denúncia apresentada ante a CIDH, alega-se que Cristal Tovar teve seu direito à
liberdade tolhido pela ação do Estado ao acolher-la junto a “La Casita”, entretanto tal argumento
não deve prosperar, visto sequer fora pleiteado junto ao Direito Interno de Exclutia.
A denunciante não fez o uso do Habeas Corpus, previsto como recurso pela legislação
de Exclutia, o qual pode ser interposto por qualquer pessoa interessada. 11 Se a fórmula
consagrada pela CADH é o esgotamento dos Recursos Internos, e ocorrendo privação indevida
da liberdade, de acordo com a denunciante, de Cristal Tovar, o recurso efetivo e adequado seria o
Habeas Corpus que, reafirmamos, sequer fora cogitado junto ao Sistema de Direito Interno.
Em tempo, deve-se informar que qualquer pessoa que tenha interesse legítimo pode
pleitear referido recurso, de acordo com a Legislação de Exclutia, o que indicaria a possibilidade
O principal assunto que se aborta neste tópico é a falta de esgotamento oportuno dos
recursos de jurisdição interna. Em prévias Resoluções 12, esta excelsa Corte já sustentou que, com
efeito, é o recurso idôneo, adequado e eficaz para combater possíveis violações ao direito à
liberdade pessoal, conforme alegado. Devendo esta Corte declarar inadmissível a denúncia,
mês depois da data da apresentação 13. Nota-se que o Estado tomou as medidas a garantir a
11
WCL. Caso Hipotético Cristal Tovar vs. Republica de Exclutia. Perguntas de Esclarecimento Nº. 61
12
Corte I.D.H. Caso Castillo Petruzzi y Otros. Excepciones Preliminares. Sentencia de 4 de Septiembre de 1998.
SerieC Nº 41. §§. 60, 61. Opinión Consultiva OC-8/87 de 30 de enero de 1987. Serie A No. 8, §§. 35 e 42.
13
WCL. Caso Hipotético Cristal Tovar vs. Republica de Exclutia. Processos Internos. §34
21
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foram realizadas; todavia, se as medidas tomadas dentro dos princípios básicos de atuação da
atividade estatal não foram as desejadas pela denunciante, ou mesmo que tenham ocorrido
abaixo de suas expectativas, não seria motivo suficiente para pleitear revisão de sentença junto
decisão, adequada e eficaz, mas tida como aquém das suas próprias expectativas, caracterizando
Diante deste equívoco faz-se mister que este egrégio Pretório, declare inadmissível a
2.2.3. D O D E C U R SO DO T EM P O
A petição de denúncia foi apresentada para a CIDH, aproximadamente nove meses depois
da ciência da decisão de um recurso que apresentou a forma de res iudicata. Nota-se que o prazo
14
WCL. Caso Hipotético Cristal Tovar vs. Republica de Exclutia. Perguntas de Esclarecimento Nº. 16.
15
CIDH. Informe Anual 1987-1988, Informe No. 29/88, Clifton Wright c. Jamaica, Caso 9260, 16 septiembre
1988, §5.
16
CIDH, Informe Anual de 1996, Informe No. 39/96, Marzioni c. Argentina, Caso 11.673, 14 marzo 1997, pág.
76; CIDH, Informe Anual de 1998, Informe No. 85/98, Gilbert Bernard Little c.Costa Rica, Caso 11.472,; CIDH,
Informe Anual de 1997, Informe No. 34/9, Jorge Enrique Benavides c. Colombia
22
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No presente caso o prazo para a suposta vítima acionar o sistema interamericano, tendo
meados de junho do ano subsequente, entretanto, a petição fora apresentada apenas em Setembro
mesmo contraditórias por parte da República de Exclutia. Diferentemente do Caso Neira Alegría
y otros v. Perú17, que se tratava de recursos ainda em andamento, sem decisão nacional,
entretanto com posicionamento adequado e efetivo dos representantes das vítimas. Emm tela,
Local, por este motivo deve ser afastada a aplicação do Princípio de Estoppel, pois não se trata
da vítima não se utilizou dos recursos disponíveis e idoneos, que por sua vez eram eficazes e
adequados para a proteção dos interesses da suposta vítima. Com efeito, ao analisar o caso
concreto, não há o que se falar em decurso do prazo da Decisão do Tribunal de Apelação, visto
funções pela CIDH, já que o decurso do prazo tem por função garantir a segurança jurídica, e
afastar a arbitrariedade nos julgamentos, é inconcebível que o seja permitida uma dilatação por
mais de três meses da data objetiva de seu término, conforme se apresenta no caso em tela.
17
Corte I.D.H., Caso Neira Alegría y otros. Excepciones preliminares, sentencia del 11 de diciembre de 1991, §§
28 e 29.
23
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através do conseqüente controle da legalidade dos atos da CIDH 18, devido ao não cumprimento
Com efeito, o peticionário não apresentou argumentos justificados para não interpor os
recursos previstos na legislação interna para que o Estado pudesse resolver o assunto dentro de
seu marco legal interno antes de enfrentar o procedimento internacional do Sistema Protetivo
Por conseguinte, ante a clara não efetivação dos preceitos de esgotamento dos recursos
internos; do uso indevido desta Corte como instancia revisional de decisões internas; caso não
exercício do direito de ação, esta representação, com fulcro no Artigo 62.1 da Convenção
Contudo, se esta Egrégia Corte não considerar as arguições por esta representação
levantadas, em relação as Exceções Preliminares, partir-se-á para a análise das questões de fundo
3. A NÁL ISE M A T E R I A L
3.1 D A N Ã O V I O L A Ç Ã O AO S A RT IG O S 3º, 5º, 7º, 8º, 11, 24, E 25 EM
R E L AÇ Ã O A O D E V E R D E R E SP E IT AR D IRE IT O S C O NVE NIADO S
3.1.1. DA NÃO VIOLAÇÃO AO DIREITO DE PERSONALIDADE
18
Corte IDH. O.C. -19/05. República Bolivariana de Venezuela. 28 de Noviembro de 2005. Control de
Legalidad em el Ejercicio de las Atribuciones de la Comisíon Interamericana de Derechos Humanos.
Decision. §§ 2, 3.
24
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de sua deficiência mental torná-la incapaz de exercer seus direitos e exigir representação para
fazê-lo, mantida, todavia, sua condição de titular de direitos 19. A Corte20 entende que o direito ao
reconhecimento da personalidade jurídica deve ser interpretado à luz do artigo XVII da DADDH,
de ser titular de direitos e deveres e a capacidade de gozo e exercício dos mesmos, sendo que o
representação pessoal.
efetuada com base em normas médicas internacionalmente reconhecidas 21, com fundamento em
razão que se refere diretamente a seu estado de saúde mental 22, para fins diretamente
relacionados à própria doença mental ou suas consequências23. Tendo em vista tais requisitos,
relembra que o quadro de saúde mental apresentado por Cristal é descrito no Capítulo V da CID-
1024, em que são abordados os transtornos mentais e comportamentais, bem como que seu
diagnóstico resultou de exame médico realizado por profissional de saúde mental qualificado, a
fim de que Cristal fosse acomodada na área mais apropriada do centro e recebesse o tratamento
19
PPDMMASM. Princípio 13, parágrafo 1, alínea “a”.
20
Corte IDH, Caso Bámaca Velásquez Vs. Guatemala. Mérito. Sentença de 25 de novembro de 2000. Série C No.
70, parágrafo 179.
21
PPDMMASM. Princípio 4, parágrafo 1.
22
PPDMMASM. Princípio 4, parágrafo 2.
23
PPDMMASM. Princípio 4, parágrafo 5.
24
A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como
Classificação Internacional de Doenças – CID 10) é publicada pela OMS e visa padronizar a codificação de doenças
e outros problemas relacionados à saúde.
25
E Q U I P E Nº . 274
mulheres. O gênero é um determinante crítico das doenças mentais, pois determina os diferentes
poder e controle que homens e mulheres detêm sobre os fatores socioeconômicos de sua saúde
mental e sobre sua suscetibilidade e exposição a riscos específicos de doenças mentais, sendo
que a depressão é o problema mais comum de doença mental apresentada pelas mulheres25.
dos fatos, sendo que lhe foi nomeada representante pessoal27, conforme necessário e apropriado a
sua condição28. É reconhecido ao deficiente mental o direito a um tutor qualificado quando tal
seja necessário para proteger seu bem estar e seus interesses pessoais29.
médico e consentiu em seu nome30, em conformidade com o regime de curatela total. Quanto ao
início do tratamento, anterior à interdição judicial de Cristal, o Estado de Exclutia ressalta sua
aplicação por médico qualificado e autorizado por lei frente a sua urgência e necessidade, a fim
A Corte33 tem reconhecido não ser absoluto o direito das pessoas à autonomia, visto que
25
OMS. Mental Health. “Gender and women's mental health”, linhas 2, 15, 19, 27, 29 e 44.
26
Código Civil do Estado de Exclutia, Seção IV, artigo 41.
27
PPDMMASM. Definições.
28
PPDMMASM. Princípio 1, parágrafo 7.
29
DDPDM. Parágrafo 5.
30
PPDMMASM. Princípio 11, parágrafo 7.
31
PPDMMASM. Princípio 11, parágrafo 8.
32
PPDMMASM. Princípio 8, parágrafo 2.
33
Corte IDH. Caso Ximenes Lopes Vs. Brasil. Sentença de 04 de julho de 2006. Série C No. 149, parágrafo 130.
26
E Q U I P E Nº . 274
algumas vezes as próprias necessidades do paciente podem exigir a adoção de medidas sem
contar com o seu consentimento, sendo que, quando comprovada a incapacidade do paciente
O Estado de Exclutia não violou o direito à integridade pessoal de Cristal Tovar por
considerar que este direito encontra-se direta e imediatamente vinculado à atenção com a saúde
humana34, reconhecendo esta como bem público35 e garantindo-a a todos os indivíduos que se
eficaz a sua deficiência mental, incluindo o acesso a serviços básicos de saúde 36, pois, além do
serviço médico prestado em “La Casita”, a instituição estatal prontamente transferiu Cristal para
residentes em situação semelhante37, com respeito, inclusive, ao seu direito a tratamento médico
autorizados por lei40, com fins unicamente terapêuticos, conforme as necessidades fundamentais
de sua saúde41, sendo que o mal estar por ela sentido consistia em efeito secundário do
40
PPDMMASM. Princípio 10, parágrafo 2.
41
PPDMMASM. Princípio 10, parágrafo 1.
27
E Q U I P E Nº . 274
para preservar a dignidade e a autonomia de Cristal, bem como reduzir o impacto de sua
pessoas ao seu redor quando de sua crise, bem como para não disseminar quadros de agitação
entre os demais pacientes44, tratando-se de medida excepcional e por período não prolongando
Cristal46.
42
PPDMMASM. Princípio 11, parágrafo 7.
43
PPDMMASM. Princípio 1, parágrafo 7.
44
Emergências Psiquiátricas [recurso eletrônico]/ Organizadores: João Quevedo e André F. Carvalho. Brasil,
Porto Alegre: Artmed, 3ª Ed., 2014, página 82.
45
Corte IDH. Caso Chaparro Álvarez e Lapo Íñiguez Vs. Equador. Exceções Preliminares, Fundo, Reparações e
Custas. Sentença de 21 de novembro de 2007. Série C No. 170, parágrafo 171.
46
Corte IDH. Caso Ximenes Lopes Vs. Brasil. Sentença de 04 de julho de 2006. Série C No. 149, parágrafo 134.
28
E Q U I P E Nº . 274
diminuída, sendo que sua não retenção ensejaria sério agravamento de sua condição de saúde
última da prestação de serviços de saúde, conforme tem considerado a Corte48, além de garantir o
isolamento involuntário de Cristal Tovar frente à situação de crise, visto que a Corte 50 reconhece
não ser absoluto o direito à liberdade pessoal, entendendo que a liberdade é a regra, e a limitação
DIGNIDADE
A conduta adotada pela instituição estatal perante Cristal Tovar, inclusive quanto às
unicamente para atender às suas necessidades e fazer valer todos os seus direitos, na medida do
PPDMMASM da ONU como um guia útil para determinar se a atenção médica tem observado os
No que tange ao cabelo de Cristal cortado quando de seu ingresso no centro estatal, tal
medida foi empregada por motivos de higiene, para que fosse protegida de qualquer malefício ou
abusiva ou arbitrária à vida privada de Cristal Tovar, visto que a administração de seus assuntos
cabia a sua curadora, sem que esta tenha cometido qualquer abuso no âmbito da curatela. A
Corte54 tem estabelecido não ser absoluto o direito à vida privada, podendo ser restringido pelos
Ademais, a disponibilização de móveis para uso pessoal dos residentes do centro, quando
privada de cada residente55, bem como sua individualidade frente à moradia coletiva.
A Cristal Tovar foram oferecidas terapia física e psicológica, bem como treinamento para
vida cotidiana, tendo em vista sua cegueira permanente, a fim de que fosse preservada a sua
51
PPDMMASM. Princípio 9, parágrafo 1; Princípio 11, parágrafo 11; DDPPD. Parágrafo 3.
52
Corte IDH. Caso Ximenes Lopes Vs. Brasil. Sentença de 04 de julho de 2006. Série C No. 149, parágrafo 131.
53
PPDMMASM. Princípio 8, parágrafo 2.
54
Corte IDH. Caso Tristán Donan Vs.Panamá. Exceção Preliminar, Fundo, Reparações e Custas. Sentença de 27
de janeiro de 2009. Série C No. 193, parágrafo 56.
55
PPDMMASM. Princípio 13, parágrafo 1, alínea “b”.
30
E Q U I P E Nº . 274
dignidade e a sua autonomia, bem como para reduzir o impacto de sua enfermidade mental e
CASITA”
ambiente e das condições de vida nas instituições psiquiátricas devem ser analisadas conforme o
desenvolvimento56. Dessa forma, atenta para o fato de ser um país em desenvolvimento, com
desigualdade mais altos de sua região dos países de sua região com maior desigualdade. O
O Estado de Exclutia salienta que não ter sido cometida nenhuma discriminação em
relação a Cristal perante a lei, mas sim ter-lhe sido empregada uma distinção de tratamento,
tendo em vista sua incapacidade para exercer efetivamente seus direitos. Sustenta a Corte 57 que
PROTEÇÃO JUDICIAL
judiciais internos esteve em conformidade com as disposições internacionais 58, bem como que os
56
PACADHDESC. Artigo 1.
57
Corte IDH. Caso Castañeda Gutman Vs. México. Exceções Preliminares, Fundo, Reparações e Custas. Sentença
de 6 de agosto de 2008. Série C No. 184, parágrafo 211.
58
Corte IDH. Caso Ximenes Lopes Vs. Brasil. Sentença de 04 de julho de 2006. Série C No. 149, parágrafo 174.
31
E Q U I P E Nº . 274
recursos judiciais fornecidos eram efetivos e tramitaram de acordo com as regras do devido
processo legal59.
IMPARCIAL
estabelecidos anteriormente por lei, sendo que nenhum dos tribunais era de exceção, em
juízes que apreciaram e julgaram todos os processos internos concernentes ao presente caso, não
competente para apreciar e julgar o processo de interdição de Cristal Tovar, juízo este também
competente para apreciar e julgar o pedido de questionamento dessa interdição, por tratar-se de
Inclutiarán, competente para tanto. Por fim, o recurso de amparo apresentado paralelamente pela
ODNEI foi apreciado e julgado pela Segunda Turma de Constitucionalidade, competente por
tratar-se de matéria constitucional, visto que os tratados internacionais de direitos humanos são
59
Corte IDH. Caso Ximenes Lopes Vs. Brasil. Sentença de 04 de julho de 2006. Série C No. 149, parágrafo 175.
60
32
E Q U I P E Nº . 274
A atividade dos órgãos do Estado de Exclutia não violou o direito de Cristal Tovar em ser
ouvida, pois sua curadora, ouvida em juízo, garantiu seu acesso ao juízo que determinaria seus
direitos, tendo em vista compreender o direito de ser ouvido no direito de acesso da pessoa ao
idôneo e efetivo63, com exceção das hipóteses em que o recurso interposto não atendia ao devido
recurso, sendo que a Segunda Turma de Inconstitucionalidade exigiu que o Estado de Exclutia
tomasse as medidas necessárias para cumprir com a decisão do recurso de amparo provido.
O Estado de Exclutia ressalta que todas as restrições aos direitos elencados pela CADH
foram empregadas com propósito legítimo e observaram ao procedimento previsto em lei, sendo
que em várias situações a Corte65 reconhece a possibilidade de tais restrições Do mesmo modo,
os dispositivos internacionais acerca dos direitos dos deficientes mentais também reconhecem a
61
Corte IDH, Caso Genie Lacayo Vs. Nicarágua. Fundo, Reparações e Custas. Sentença de 29 de janeiro de 1997.
Série C No. 30, parágrafo 77.
62
Corte IDH. Caso Barbani Duarte e outros Vs. Uruguai. Fundo, Reparações e Custas. Sentença de 13 de outubro
de 2011. Série C No. 234, parágrafo 120.
63
Corte IDH. Caso Castañeda Gutman Vs. México. Exceções Preliminares, Fundo, Reparações e Custas. Sentença
de 6 de agosto de 2008. Série C No. 184, parágrafo 78.
64
Corte IDH. Caso Ximenes Lopes Vs. Brasil. Sentença de 04 de julho de 2006. Série C No. 149, parágrafo 175.
65
Corte IDH. Caso Ximenes Lopes Vs. Brasil. Sentença de 04 de julho de 2006. Série C No. 149, parágrafos 130 e
134. Corte IDH. Caso Chaparro Álvarez e Lapo Íñiguez Vs. Equador. Exceções Preliminares, Fundo,
Reparações e Custas. Sentença de 21 de novembro de 2007. Série C No. 170, parágrafo 171. Corte IDH. Caso
Tristán Donan Vs.Panamá. Exceção Preliminar, Fundo, Reparações e Custas. Sentença de 27 de janeiro de 2009.
Série C No. 193, parágrafo 56.
33
E Q U I P E Nº . 274
3.2 DA NÃO VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 3º, 5º, 7º, 8º, 11, 24 E 25 EM
A República de Exclutia não violou sua obrigação geral de adequar seu direito interno às
disposições da CADH para garantir os direitos nela consagrados, visto que adotou medidas nas
duas vertentes mencionadas pela Corte67, quais sejam: a supressão das normas e práticas, de
mencionadas garantias.
reformas legislativas progressistas dos últimos treze anos, atribuindo, ainda, hierarquia de norma
constitucional aos tratados de Direitos Humanos dos quais é parte. Além disso, inúmeras
políticas sociais foram implementadas pelo governo de Exclutia entre 2008 e 2013, além da
existência de unidades residenciais com os serviços adequados às necessidades das pessoas que
nelas residem.
66
DDPDM. Parágrafo 7; DDPPD. Parágrafo 4; PPDMMASM. Cláusula Geral de Restrição.
67
Corte IDH, Caso Castillo Petruzzi e outros Vs. Perú. Mérito, Reparações e Custas. Sentença de 30 de maio de
1999. Série C No. 52, parágrafo 207; Caso Chitay Nech e outros. Vs. Guatemala. Exceções Preliminares, Mérito,
Reparações e Custas. Sentença de 25 de maio de 2010. Série C No. 212, parágrafo 213.
34
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Fundo No. 12/13 da CIDH, o Congresso do Estado de Exclutia redigiu projeto de lei para
reformar o artigo 41 do Código Civil, a fim de garantir e respeitar os direitos assegurados pela
CADH. Ademais, destacam-se as medidas tomadas pelo Estado para melhorar a infraestrutura de
“La Casita”, a fim de suprimir eventual violação aos direitos de seus residentes.
4. M E D I D A S P R O V I SÓ R I A S
No presente caso observa-se que foi pedido medidas provisorias, tendo em vista o
isolamento temporário de Cristal Tovar. Entretanto, tal alegação não deve prosperar.
apenas nos casos de extrema necessidade e urgencia, de acordo com os Artigos 63.2 da CADH e
25 do Regramento da Corte. Ainda é evidente que a situação que se apresenta seja de extrema
Nota-se que a prática de isolamento ela é permitida e admitida como forma de proteção a
integridade física da pessoa que passa por tal medida extrema. No caso não se caracteriza
nenhuma das situações, visto que a situação rápidamente foi solucionada, sendo Cristal Tovar
liberada do isolamento, logo após a crise nervosa. Não se encontra presente requisito algum para
que tais medidas possam vir a serem aplicadas, em conformidade com as disposições desta
Corte.
novembro de 2009, na qual afirma que o Estado tem a obrigação de proteger a vida e a
35
E Q U I P E Nº . 274
integridade das pessoas, e é claro que a medida de isolamento tem esse objetivo definido. Não
Corte:
(ii) afaste o pedido de medidas provisórias apresentado pela ODNEI em favor da peticionaria e
(iii) julgue improcedente o pedido inicial apresentado pela CIDH pelas supostas violações aos
artigos 3º, 5º, 7º, 8º, 11, 24 e 25, em relação aos artigos 1.1 e 2º, todos da CADH.
68
Corte IDH. Resolução de 25 de novembro de 2009. Op. Cit. § 41; Caso Juan Humberto Sánchez
Vs.Honduras. Interpretación de la Sentencia de Excepción Preliminar, Fondo y Reparaciones. Sentencia de 26 de
noviembre de 2003. Serie C No. 102. § 111.
36