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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Recado ao aluno(a)
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Sumário
1) Escolas de Pensamento Econômico ......................................................................................... 7
1.1. Escola Liberal Clássica ....................................................................................................... 7
1.2. Crítica ao liberalismo.......................................................................................................... 8
1.3. Crítica Keynesiana .............................................................................................................. 9
a) Contexto histórico: Crise de 1929...................................................................................... 9
b) Intervenção do Estado ..................................................................................................... 10
1.4. Neoliberalismo.................................................................................................................. 12
Monetarismo ........................................................................................................................ 14
2) Introdução à macroeconomia e Estudos dos agregados macroeconômicos ........................... 17
2.0. Curto e Longo Prazo em Economia .................................................................................. 17
2.1. Noções de Contabilidade Nacional;................................................................................. 17
Balanço de Pagamentos ....................................................................................................... 18
Produto Interno Bruto (PIB) ................................................................................................ 19
2.2. Riqueza, Renda e distribuição. ........................................................................................ 22
Distribuição da Riqueza ....................................................................................................... 23
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ........................................................................ 31
Índice de Progresso Social (IPS). ......................................................................................... 32
2.3. Taxa de Câmbio ................................................................................................................ 34
1.3) Taxa de Câmbio, Balança Comercial e Aplicações Financeiras. ..................................... 35
Taxa de Câmbio e o resultado da Balança Comercial.......................................................... 35
Taxa de Cambio e Resultado de aplicações Financeiras ...................................................... 38
2.4. O Investimento e a Taxa de Juros. ................................................................................... 39
Expectativas e incertezas ..................................................................................................... 41
2.5. Inflação ............................................................................................................................. 43
Moeda .................................................................................................................................. 43
Funções da Moeda ............................................................................................................... 45
Inflação e índice de Inflação ................................................................................................ 45
Tipos de inflação. ................................................................................................................. 46
A Curva de Phillips .............................................................................................................. 47
Efeitos da inflação sobre a economia. .................................................................................. 48
Conflito redistributivo .......................................................................................................... 49
Regime de Metas para Inflação............................................................................................ 51
1.6. O Nível de Emprego. ....................................................................................................... 53
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A Lei de Okun...................................................................................................................... 55
3) Estado, Orçamento e Déficit Público. .................................................................................... 57
3.1. Orçamento ........................................................................................................................ 59
3.2. Receita e Despesas Públicas e o Déficit Público .............................................................. 62
Receita Pública..................................................................................................................... 62
Despesa Pública ................................................................................................................... 64
3.3. Déficit Público .................................................................................................................. 68
4) Sistema Financeiro Nacional – SFN ...................................................................................... 69
4.1. Subsistema Normativo ...................................................................................................... 69
Entidades Normativas .............................................................................................................. 70
I) Conselho Monetário Nacional - CMN ............................................................................. 70
II) Banco Central do Brasil - BCB ....................................................................................... 70
Instrumentos de política monetária ...................................................................................... 71
III) Comissão de Valores Mobiliários - CVM ..................................................................... 72
IV) Superintendência de Seguros Privados - SUSEP .......................................................... 74
V) Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC .......................... 74
4.2. Subsistema de Intermediação ........................................................................................... 75
Entidades Operadoras - Órgãos Oficiais.................................................................................. 75
A) Banco do Brasil - BB ...................................................................................................... 75
B) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES............................ 75
C) Caixa Econômica Federal - CEF ..................................................................................... 76
Instituições financeiras: ........................................................................................................... 76
Os Bancos Comerciais (BC) ................................................................................................ 76
Os Bancos de Desenvolvimento: ......................................................................................... 78
As Cooperativas de Crédito: ................................................................................................ 78
Os Bancos de Investimentos: ............................................................................................... 78
Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: ...................................................... 79
Sociedade Corretoras: .......................................................................................................... 79
Sociedades Distribuidoras:................................................................................................... 79
Sociedade de Arrendamento Mercantil: ............................................................................... 79
Associações de Poupança e Empréstimo: ............................................................................ 79
Sociedades de Crédito Imobiliário: ...................................................................................... 80
Investidores Institucionais: .................................................................................................. 80
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
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estado que intervenha na economia), a interação dos indivíduos parece resultar numa
ordem, que maximiza a riqueza individual e social. Aqueles que são mais competentes
são premiados e os aqueles que não conseguem se adaptar as exigências (preço,
qualidade etc.) são retirados do mercado.
Além disso, como o mercado tende a ampliar sempre a competição, a
sociedade estará sempre avançando, progredindo para um estágio melhor. Tudo isso
ocorre como se houvesse uma "mão invisível" que nos orientasse, não havendo
necessidade de intervenção do Estado.
Outro ponto fundamental é o fato de que todos os agentes econômicos
são movidos por um impulso de crescimento e desenvolvimento econômico, que
poderia ser entendido como uma ambição ou ganância individual. No cômpito geral,
isso traria benefícios para toda a sociedade, uma vez que a soma desses interesses
particulares promoveria a evolução generalizada, um equilíbrio perfeito.
São princípios do liberalismo:
a) Propriedade privada;
b) Livre iniciativa;
c) Livre concorrência;
d) O Estado não deve interferir na economia, pois esta deve ser deixada para a
regulação de mercado;
e) Cabe ao Estado a manutenção dos contratos dentro do princípio do Pacta sunt
servanda1.
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PACTA SUNT SERVANDA é o Princípio segundo o qual o contrato obriga as partes nos limites da lei.
É uma regra que versa sobre a vinculação das partes ao contrato, como se norma legal fosse, tangenciando
a imutabilidade. A expressão significa, em tradução livre, “os pactos devem ser cumpridos”.
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grupos: uma enorme massa de pessoas pobres e, de outro lado, um pequeno grupo de
ricos.
As expressões liberdade e igualdade foram usadas em muitos discursos,
mas nunca se materializaram no mundo real, pois a exploração do mais fraco
ultrapassou os limites do aceitável.
A criação de classes sociais tão diferentes obrigava os mais pobres a todo
tipo de sofrimento e humilhação. Ao negar a uma gigantesca massa de pessoas um
mínimo de dignidade, a igualdade é ferida de morte.
Sem o mínimo existencial o ser humano passa a ser tratado como uma
coisa. A liberdade também fenece diante da fome e da miséria. . E é isso que a pobreza
extrema faz: retira do homem sua condição de ser humano, denegrindo-o da forma mais
vil e cruel.
O pior de tudo: o individuo violentado em seus direitos fundamentais não
tem a quem recorrer, pois o Estado apenas se guia pelo ideal do "laissez faire - laissez
passer", sem intervir...
Veremos dois tipos diferentes de questionamentos com relação ao
liberalismo. A primeira crítica é a MARXISTA. Nela busca-se a derrocada do
capitalismo e a construção de um novo sistema (Revolução). A segunda crítica é a
KEYNESIANA, que visa mudar o capitalismo para que este continue existindo
(Reforma). Isso ocorrerá através de uma intervenção do Estado, corrigindo as possíveis
falhas do mercado.
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ações e dos títulos despencaram, gerando uma onda de desconfiança irracional. O dia
passou à história como "Quinta-Feira Negra".
Mas se engana que acredita que a crise de 29 nasceu do mercado de
ações. Este foi apenas o estopim da crise. Podemos identificar dois motivos que
acarretaram a crise:
O aumento da produção não acompanhou o aumento dos salários. Além de a
mecanização ter gerado muito desemprego. A crise de 1929 foi, portanto, uma crise
de superprodução que com grande intensidade se alastrou por toda a economia
norte-americana com reflexos em todo o mundo ocidental capitalista.
A recuperação dos países europeus, logo após a 1ª Guerra Mundial. Esses eram
potenciais compradores dos Estados Unidos, porém reduziram isso drasticamente
devido à recuperação de suas econômicas.
Diante da contínua produção, gerada pela euforia norte-americana, e a
falta de consumidores, houve uma crise de superprodução. Os agricultores, para
armazenar os cereais, pegavam empréstimos, e logo após, perdiam suas terras. As
indústrias foram forçadas a diminuir a sua produção e demitir funcionários, agravando
mais ainda a crise.
A crise naturalmente chegou ao mercado de ações. Os preços dos papéis
na Bolsa de Nova York, o maior dos centros capitalistas da época, despencaram,
ocasionando a quebra da bolsa. A partir daí a crise virou uma bola de neve: milhares de
bancos, indústrias e empresas rurais foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-
americanos perderam o emprego em questão de meses.
b) Intervenção do Estado
Com esta forte crise, a política liberal que era a tônica da ação do
governo passou a ser questionada. A ideia de que o Estado não deve interferir foi
colocada em xeque. Para solucionar a crise, o eleito presidente Franklin Roosevelt,
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propôs mudar a política de intervenção americana. Surge, em 1932, o New Deal (novo
acordo)2, que foi implementado a partir de 1933.
O antigo acordo era o liberalismo, porém com o novo acordo o Estado
passa a intervir na economia principalmente, no caso Norte Americano, através de obras
públicas. O objetivo era gerar empregos e ativar a economia.
Oferecendo uma saída para a crise vivenciada, John Maynard Keynes
postulou uma teoria que rompia totalmente com a ideia liberalista do “deixai fazer”,
afirmando que o Estado deveria sim, interferir na sociedade, na economia e em quais
áreas achasse necessário. Essa foi a base do New Deal.
Desta forma, se antes, o Estado não interferia na economia, deixando
tudo agir conforme o mercado, agora passaria a intervir fortemente. O resultado disso
foi a criação de grandes obras de infraestrutura, salário-desemprego e assistência aos
trabalhadores, concessão de empréstimos, etc. Com isso, os Estados Unidos
conseguiram retomar seu crescimento econômico, de forma gradual, tentando esquecer
a crise que abalou o mundo.
As obras públicas tinham como objetivo a geração de emprego. A ação
do Estado deveria ser orientada para fortalecer a economia e ampliar o seu
desenvolvimento. Keynes disse que o principal objetivo era a busca do PLENO
EMPREGO, ou seja, os trabalhadores deveriam estar empregados.
A partir da segunda guerra mundial, o Estado passa a atuar como agente
do desenvolvimento, não apenas para gerar empregos, mas também para romper
barreiras e superar dificuldades que geravam entraves para o crescimento da economia.
Assim, durante o séc. XX vamos ver crescer a ação do Estado e sua interferência na
vida privada.
O modelo do Estado intervencionista (Welfare State) foi adotado por
muitos países, principalmente na Europa, após o fim da Segunda Guerra Mundial, já
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Cerca de 3 anos mais tarde, em 1936, essas políticas econômicas foram teorizadas e racionalizadas por
Keynes em sua obra clássica Teoria geral do emprego, do juro e da moeda.
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1.4. Neoliberalismo
Neoliberalismo, em sentido amplo, é a retomada dos valores e ideais do
liberalismo político e econômico que nasceu do pensamento iluminista e dos avanços da
economia decorrentes da revolução industrial do final do século XVIII, com a
adequação necessária à realidade política, social e econômica de cada nação em que se
manifesta.
Em sentido mais estrito designa, nas democracias capitalistas no final do
século XX e início do XXI, as posições pragmáticas e ideologicamente pouco definidas
dos defensores da política do "estado mínimo". Este deve interferir o menos possível na
liberdade individual e nas atividades econômicas da iniciativa privada e, ao mesmo
tempo, questionava o estado de bem-estar social.
O movimento se inicia a partir dos anos 603, e principalmente no final
dos anos 70, com a crise dos países centrais, o keynesianismo também foi passou a ser
questionado, pois problemas como inflação e instabilidade econômica tornaram-se reais.
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Apesar do fato de que o grande inspirador do neoliberalismo foi Friedrich August von Hayek. No livro
O Caminho da Servidão (de 1944), o autor afirma que o intervencionismo estatal leva "a civilização ao
colapso". Hayek expôs os princípios básicos de sua teoria, segundo a qual o crescente controle do estado
é o caminho que leva à completa perda da liberdade e a sérios problemas econômicos.
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Entre as décadas de 1970 e 1980 observamos que os primeiros governos neoliberais ganharam espaço
no cenário político internacional. Ronald Reagan, nos Estados Unidos; Margaret Thatcher, no Reino
Unido; e Helmut Kohl, na Alemanha são considerados os primeiros grandes precursores desse modelo de
desenvolvimento. Logo em seguida, outras nações menos desenvolvidas, como Brasil e Argentina,
tomaram medidas em favor desse novo molde.
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Monetarismo
O principal nome do monetarismo é Milton Friedman (1912-2006), líder
de um grupo de defensores do livre mercado na Universidade de Chicago. Podemos
resumir o monetarismo em duas proposições básicas: (a) a instabilidade da oferta de
moeda e (b) a estabilidade da demanda de moeda. Dessas premissas surge o diagnóstico;
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Balanço de Pagamentos
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Por causa deste item juros, a balança de serviços do Brasil possui forte tendência de ser sempre
deficitária.
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Correspondem a investimentos que o Brasil recebe ou que as em empresas brasileiras fazem em outros
países.
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É quando pagamos dívida em si, o corpo da dívida, e não mais apenas os juros, que correspondem aos
serviços da dívida.
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Depreciação significa "desgaste” (e consequente desvalorização) de um bem intrisecamente relacionado
com as atividades da entidade, de modo que tal desgaste, conforme diz o próprio nome, é proveniente de
transcorrer de sua vida útil pois longo do tempo, com a obsolescência natural ou desgaste com uso na
produção, os ativos vão perdendo valor, essa perda de valor é apropriada pela contabilidade
periodicamente até que esse ativo tenha valor reduzido a zero.
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recebemos (por mês, por semana etc.) para fazer frente as nossas despesas e, quem sabe,
para pouparmos um pouco para o futuro.
Por outro lado, riqueza é o valor total dos bens que constituem o
patrimônio. Ou seja, riqueza é estoque. A palavra riqueza é muitas vezes confundida
com renda. Estes dois termos descrevem elementos diferentes, porém relacionados.
Riqueza consiste nos itens de valor econômico que um indivíduo possui (patrimônio),
enquanto a renda é um fluxo de entrada periódica de itens de valor econômico (salário,
por exemplo).
Um país pode ser “muito rico” e seus habitantes muito pobres. Ou pode
não ser tão rico e seus habitantes desfrutarem de um padrão de vida superior ao de um
país que tenha uma renda per capita maior. O que determina essa diferença é o perfil da
distribuição de renda, ou seja, como o PIB que é produzido no país se distribui entre os
habitantes. Assim, o grande problema é que a renda per capta é uma média e, devido à
concentração de renda, não reflete a realidade da maioria da população, pois uma média
pode conter distorções.
Da mesma forma, um aumento do PIB9, dada a concentração de renda,
não significa que a população em geral melhorou a qualidade de vida. Desta forma, PIB
e Renda per capta, sozinhos não podem dizer com segurança o que aconteceu com a
qualidade de vida.
Distribuição da Riqueza
No Brasil a concentração de renda é um dos mais graves problemas
sociais. Vivemos num país de contrastes absurdos. Nossa História ajudou a construir
este abismo entre ricos e pobres. Quais seriam os principais fatores que levaram o Brasil
a ser um dos campeões mundiais da desigualdade?
Em largas pinceladas podemos afirmar que:
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Importante salientar que o crescimento econômico é requisito básico para a melhora da distribuição
funcional da renda a favor dos trabalhadores.
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No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. No
Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888. Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a
realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e assistência do Estado, muitos
negros passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam
preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições
e a sobreviver de trabalhos informais e temporários
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Estado Novo é o nome do regime político brasileiro fundado por Getúlio Vargas em 10 de novembro
de
1937, após ter dado um golpe que rompeu a ordem democrática e instaurou um regime de exceção que
durou até 29 de outubro de 1945. A ditadura Vargas foi marcada pela centralização do poder,
nacionalismo e por seu autoritarismo. Foi imposta a Constituição de 1937, inspirada no fascismo italiano,
a "polaca", foi elaborada para ser uma Carta "livre das peias da democracia liberal" nas palavras do
responsável por sua elaboração, o Ministro da Justiça Francisco Campos.
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O Regime ditatorial civil/militar foi o período da política brasileira em que presidentes militares
conduziram o país. Essa época ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos
Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos civis
mais básicos, a falta total de democracia, a centralização de poder e a repressão brutal àqueles que eram
contrários ao regime ditatorial. A Ditadura civil militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31
de março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o
poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado instituiu um regime de exceção que durou até 15
de janeiro de 1985.
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Os efeitos da inflação serão estudados no item 1.5.
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mais ricos da população recebe em comparação ao grupo dos 10% mais pobres. Outro
índice muito conhecido é o Coeficiente de Gini14.
Quanto menor o Gini (mais próximo de zero), menos desigual está o
país, ou seja, menor a diferença de renda dos indivíduos mais ricos e mais pobres do
ponto de vista das remunerações que recebem.
O coeficiente de Gini do Brasil em 2001 era de 0,5946 , melhor apenas
que a Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana,
Lesoto e Namíbia (hoje somos o décimo sexto pior). A concentração de renda
permaneceu praticamente inalterada durante as últimas quatro décadas do século XX,
com seus índices oscilando dentre as 10 últimas posições do mundo, dando os primeiros
sinais reais de melhora somente a partir de 2003. Nos últimos anos, o país tem
conseguido aliar o crescimento econômico com a redução da desigualdade.
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Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficiente de GINI é um parâmetro
internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
concentração de renda chegando ao ponto máximo em 1990, cinco anos após o fim
daquela ditadura.
A partir de 1990, a desigualdade começou a cair, ainda que de forma
suave. A partir de 2003, começou a cair em ritmo três vezes maior do que foi visto nos
anos 90 do século XX, chegando, em 2013, a 0,519 – inferior ao que vigia em 1960.
Segundo comunicado do IPEA intitulado "A Década Inclusiva" a renda
do trabalho foi essencial para a forte - e inédita - redução de desigualdade no Brasil nos
últimos dez anos, responsável por cerca de dois terços da queda de pouco mais de 10%
do coeficiente de Gini no período.
Ao mesmo tempo, ressalta o instituto, sem as políticas de redistribuição
de renda patrocinadas pelo Estado brasileiro desde o início dos anos 2000, a
desigualdade teria caído 36% a menos na década passada.
A Previdência Social também é responsável por quase 20% do resultado
da melhora da distribuição de renda do Brasil neste período.
De forma resumida, a chamada “década da inclusão” ocorreu,
principalmente devido há alguns fatores. Destes destacamos:
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Plano Real foi um programa brasileiro de controle da inflação adotado no Governo do Presidente
Itamar Franco e que teve como princípios as ideias dos economistas da PUC-Rio André Lara Resende
e Pérsio Arida. Tinha como objetivo a estabilização monetária. Em 27 de fevereiro de 1994 foi instituído
a Unidade Real de Valor (URV), estabeleceu regras de conversão e uso de valores monetários, iniciou a
desindexação da economia, e determinou o lançamento de uma nova moeda, o Real.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Todavia, ainda estamos numa situação muito ruim e aquém das nossas
reais possibilidades. Nossa história carrega a marca triste de séculos de escravidão,
ditaduras e inflação crônica entre os anos 60 e 90 do século passado. Entre outros
fatores, isso fez com que a concentração de renda na nossa sociedade beire o absurdo
para um país tão rico.
Apesar dos avanços da última década, hoje somos o décimo sexto pior do
mundo e apenas em 2010 conseguimos voltar ao patamar de 1960 (desfazendo o estrago
provocado nas décadas de 60, 70 e 80 do século passado). Mas mesmo com as melhoras
recentes, não se iludam, pois muito ainda deve ser feito para construirmos um país
minimamente justo para todos os brasileiros.
Apenas como exemplo, uma das facetas da realidade que deve ser
mudada é o modelo de tributação no Brasil que é altamente concentrador de renda. Isso
porque o Estado cobra impostos de todos, inclusive - e principalmente - dos muito
pobres ("tributação indireta regressiva", que incide sobre os bens de consumo popular e
da classe média, que são fortemente tributados).
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
O décimo mais pobre sofre uma carga total equivalente a 32,8% da sua
renda, enquanto o décimo mais rico, apenas 22,7%. Isso provoca a perpetuação do
efeito 'concentrador de renda', inaceitável num país com acentuada desigualdade de
renda como o Brasil.
Índice de Gini no Mundo (dados da CIA World Factbook)
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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi desenvolvido pelo economista paquistanês Mahbub ul
Haq em 1990, com a colaboração do economista indiano Amartya Sen (ganhador do Prêmio Nobel de
Economia em 1988).
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“Até hoje, sempre se supôs que há uma relação direta entre crescimento
econômico e bem-estar. No entanto, o Índice de Progresso Social mostra que nem todo
crescimento econômico é igual. Embora um alto PIB per capita seja relacionado a
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www.socialprogressimperative.org,. Sítio de internet em inglês.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
progresso social, essa conexão está longe de ser automática. Com níveis similares de
PIB, vemos que alguns países alcançam níveis de progresso social muito mais elevados
que outros”, afirma Michael Porter (grifo nosso).
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
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Banco Central do Brasil - BACEN - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda,
criada para ser o agente da sociedadae brasileira na promoção da estabilidade do poder de compra da
moeda brasileira. Objetivos: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais
do País em nível adequado; estimular a formação de poupança em níveis adequados; zelar pela
estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do Sistema Financeiro Nacional.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Conclui-se ainda que, tendo uma queda na taxa de câmbio e por tanto a
valorização da moeda nacional ocorreu um prejuízo para o exportador. Assim, com a
taxa de câmbio mais baixa fica mais difícil a exportação. Isso impacta negativamente a
Balança Comercial.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
OBS 01: Quanto mais desvalorizada a moeda nacional (taxa de câmbio alta), maior será
a tendência de superávit. O contrário também se verifica.
OBS 02: Sempre que houver uma rápida alta na taxa de câmbio, haverá uma tendência
de inflação, independente do fato do produto ser totalmente nacional ou não.
OBS 03: Quando a taxa de câmbio cai e as importações aumentam, a indústria nacional
se vê prejudicada e há uma tendência de aumentar o desemprego. Por isso dizemos que
“quando a importação aumenta, estamos exportando os empregos”. Se eu compro os
produtos, obviamente, eu não produzo no Brasil, não necessitando mão-de-obra. Sendo
assim, estimulo a geração de empregos no exterior.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
B) Se durante o mês da aplicação a taxa de cambio cair para R$ 1,00 para US$ 1,00.
Capital inicial (CI) em Dólares: US$ 100,00
Capital inicial em Reais: R$ 200,00
Taxa de juros fixa: 10,0%/mês.
Resultados em Reais: R$ 220,00
Resultado em Dólares: US$ 220,00 (R$ 1,00 para US$ 1,00)
Ganho real: 120,0%
C) Se durante o mês da aplicação a taxa de cambio sobe para R$ 3,00 para US$ 1,00.
Capital inicial (CI) em Dólares: US$ 100,00
Capital inicial em Reais: R$ 200,00
Taxa de juros fixa: 10,0%/mês.
Resultados em Reais: R$ 220,00
Resultado em Dólares: US$ 73,33 (R$ 3,00 para US$ 1,00)
Ganho real: -26,67%
emprego e de renda. Quanto maior a taxa de juros e os tributos, menor será o nível
de investimento levado a cabo pelos empresários. Além disso, os consumidores vão
evitar os financiamento nas compras a crédito, como veículos, por exemplo.
Melhorias na educação;
Melhoria na infraestrutura de transportes, distribuição de energia elétrica,
telecomunicações, etc. Se não tiver água, conexão na internet contínua, luz sem
quedas e etc. para que uma empresa possa funcionar sem problemas, a região não
vai atrair investimentos.
É necessário que haja um clima de otimismo e que reflita a possibilidade de
crescimento econômico (estamos abertos para negócios)19;
Credibilidade internacional e política de apoio e incentivo a exportação;
Fortalecimento do mercado interno com bons níveis de emprego e renda. Criação de
mercado interno através da geração de emprego. Empregos geram renda, assim
como renda gera consumo. O empresário precisa vender, logo, precisa de um forte
mercado interno.
Baixa inflação;
Expectativas e incertezas
Na nossa vida ninguém tem antevisão perfeita do futuro20. Isso pode ser
visto quando no primeiro dia de aula você se depara com um professor que explica,
aparentemente, bem a matéria (que parece ser interessante) e é simpático com os alunos.
Isso vai gerar uma expectativa de que o curso será bom e que o semestre será agradável
e proveitoso. Porém isso é só uma expectativa, pois o futuro é sempre incerto.
Em economia o mesmo pode ocorrer. Um determinado ambiente
econômico pode se mostrar mais favorável e gerar expectativas de que a economia vai
19
Ex: 11 de setembro de 2001. Os investidores poderiam ficar com medo de que seus investimentos
fossem destruídos por ataques terroristas. O prefeito de NY Rudolph Juliani, foi ao famoso e tradicional
programa Saturday Night Live e após as homenagens e discursos emocionados, fez questão de dizer a
frase “We are open to business”. A intenção era evitar um clima de pessimismo e mostrar que a economia
girava normalmente sua engrenagem.
20
Mesmo que alguns charlatões tentem vender previsões para aquelas pessoas menos informadas.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
crescer e que os negócios serão lucrativos. Neste caso temos expectativas positivas
sobre o futuro.
Outra situação pode gerar um quadro de insegurança com aumento das
incertezas sobre o futuro, dificultando o planejamento ou apontando um futuro difícil
devido a problemas que são esperados graças as nossas expectativas.
Num quadro de boas expectativas o empresário vai investir para tentar
aproveitar o bom momento que (supostamente) ira ocorrer. Isso vai gerar empregos,
aumentar a produção etc. Também o consumidor vai gastar mais e a economia vai
crescer.
Porém num quadro de expectativas negativas os agentes econômicos vão
tomar uma posição conservadora e não arriscar investir/gastar, pois não há grandes
possibilidades de retorno. É o que chamamos de preferência pela liquidez, pois as
pessoas e empresas vão optar por ativos líquidos e fugir de opções que demorem em dar
retorno e que apresentem dificuldade de resgate. É melhor esperar a crise passar e o
futuro ficar previsível e apresentar melhores perspectivas.
Podemos resumir os fatores que elevam o nível de incerteza, gerando
expectativas negativas:
Alteração sistemática das leis que atuam diretamente sobre a economia (Leis
Trabalhista, tributárias etc. );
Elevada inflação;
Deterioração das contas públicas;
Condições adversas das contas nacionais;
Insegurança no mercado internacional;
São consequências:
Diminuição do investimento;
Aumento do desemprego;
Recessão;
Preferência por ativos líquidos, normalmente encontrados no mercado financeiro.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
2.5. Inflação
Moeda
A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa
evolução. No início não havia moeda, praticava-se o escambo, ou seja, simples troca de
mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor. Assim, quem pescasse mais
peixe do que o necessário para si e seu grupo trocava este excesso com o de outra
pessoa que, por exemplo, tivesse plantado e colhido mais milho do que fosse precisar.
Esta elementar forma de comércio foi dominante no início da civilização, podendo ser
encontrada, ainda hoje, entre povos de economia primitiva, em regiões onde, pelo difícil
acesso, há escassez de meio circulante, e até em situações especiais, em que as pessoas
envolvidas permutam objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor.
As primeiras moedas foram mercadorias e deveriam ser suficientemente
raras, para que tivessem valor, e, como já foi dito, ter aceitação comum e geral. Elas
tinham, então, valor de uso; e como esse valor de uso era comum e geral elas tinham,
consequentemente, valor de troca. O abandono da exigência do valor de uso dos bens,
em detrimento do valor de troca, foi gradativo.
Entre os bens usados como moeda mercadoria21 estão o gado, que tinha a
vantagem, de multiplicar-se entre uma troca e outra; o sal na Roma Antiga; o dinheiro
de bambu na China; o dinheiro em fios na Arábia.
21
O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de locomoção própria,
reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse risco de doenças e de morte. O sal foi outra moeda–
mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado na
conservação de alimentos. O Sal e a carne deixaram marca de sua função como instrumento de troca em
nosso vocabulário, pois, até hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro
acumulado) derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim capita
(cabeça). Da mesma forma, a palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo
empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o
pagamento de serviços prestados.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Funções da Moeda
Habitualmente distinguem-se as três funções desempenhadas pela moeda
numa economia. São elas:
Meio de pagamento ou instrumento de troca: Serve nos atos de compra e venda
funcionando como meio intermediário das trocas, desde que a quantidade de moeda
permita alcançar qualquer bem ou serviço, bem como liquidar qualquer divida.
Unidade de conta ou medida de valor: O Real é a unidade de medida que permitia
estabelecer o valor dos bens em relação aos outros. Sabendo o preço de um bem,
fazendo as contas sabe-se o valor total dos bens adquiridos. Exemplo: Um caderno custa
R$ 1,50, logo três cadernos custam R$ 4,50.
Instrumento de reserva de valor: É possível guardar moeda, ou seja, poupar, para
adquirir bens ou serviços no futuro, podendo assim ser utilizada em qualquer momento.
preços que aconteceu no mundo real. Este índice é composto por uma cesta de bens que
nasce de uma pesquisa dos hábitos de consumo da população. Busca-se saber o que, em
média, as pessoas consomem e em que lugar. Montada essa cesta de bens e serviços,
passamos a acompanhar a evolução dos preços.
No Brasil há três índices de inflação mais usados: o IPC (medido pela
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo, a Fipe), o
INPC (do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE) e o IGP (Índice Geral de
Preços, calculado pela Fundação Getúlio Vargas).
Desta forma, o impacto da variação dos preços é sentido de forma
diferente por cada indivíduo. Dependendo do consumo, algumas variações podem ser
sentidas com mais ou menos força.
Tipos de inflação.
Inflação de demanda: A inflação de demanda é acarretada basicamente por uma
defasagem entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada, sendo esta última
bem maior do que a primeira, causando dessa forma uma pressão nos preços em função
de certo patamar de demanda reprimida.
Quando o governo apresenta um déficit orçamentário, uma das formas de
tentar resolver o problema é através da emissão de papel moeda. Um aumento da
expansão monetária sem consequente aumento de produção poderá implicar em uma
demanda maior que a oferta, provocando a expansão dos preços.
Dentro deste contexto a inflação da moeda estreitamente relacionada
com a inflação de demanda, pois quando o governo pratica a emissão de moeda
(aumentando a base monetária) cria na população, a curto prazo, a idéia do aumento do
poder aquisitivo.
Inflação de custos: Associado a um aumento nos custos, tais como matéria prima,
salários, impostos, combustível etc. Quando um sindicato negocia com o empresário um
aumento de salários, ele repassa esse aumento de salário para os produtos. Os aumentos
dos preços de produtos implicarão em novas exigências de aumento de salários.
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A Curva de Phillips
A Curva de Phillips é assim chamada por ter sido descoberta em 1958,
quando Willian Phillips traçou um diagrama relacionando a taxa de desemprego à taxa
de inflação no Reino Unido, de 1861 a 1957. Dois anos depois, P. Samuelson e R.
Solow (ambos posteriormente agraciados com o prêmio Nobel) repetiram o exercício
para os EUA, com dados de 1900 a 1960, chegando à conclusão de que lá também havia
uma relação inversa entre inflação e desemprego.
22
Vincular um aumento a outro. Ex: O pai indexou a mesada do filho: Pra cada meio ponto (0,5) que o
CR crescer, aumentará sua mesada em 5%. Caso ocorra uma queda de meio ponto, haverá redução do
mesmo percentual.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Conflito redistributivo
No ambiente no qual a inflação é alta e se mantém assim por muito
tempo, passa a ocorrer uma redistribuição de renda entre as camadas sociais. Os mais
ricos, ou seja, aqueles que têm acesso ao sistema financeiro e também os empresários,
conseguem se defender da inflação.
Os mais pobres não são capazes disso e veem sua renda ser corroída dia
após dia. O que acontece é um processo de migração da renda, que sai dos mais pobres
e vai para os mais ricos, concentrando a riqueza do país.
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23
Sempre que a inflação subia o valor da UFIR (Unidade Fiscal de Referência) subia junto. Em alguns momentos
isso acontecia diariamente e o valor do tributo aumentava todo dia.
24
“Imposto inflacionário” é apenas um apelido. Não se trata de um imposto tecnicamente falando. O que ocorrer é
que há uma quantidade de dinheiro que sai do bolso da população mais carente e vai para os cofres públicos. Como
isso é muito parecido com um imposto, acabou ganhando o apelido. É muito comum, também, chamar o “imposto
inflacionário de pior de todos impostos”. Isso se deve ao fato de que ele atinge principalmente os mais pobres (quanto
mais pobre mais o cidadão sofre com a inflação) numa completa inversão do principio de que tem mais deve pagar
mais imposto (princípio da capacidade contributiva) e, além disso, nós “pagamos” um pouco todo dia, toda hora...
sem saber ou sentir diretamente.
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25 Não há confusão entre estes programas e aqueles que procuram garantir uma renda mínima ao
trabalhador, como o bolsa família. Neste caso estamos falando de distribuição de rendae garantia de
mínimo existencial.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
A Lei de Okun
Artur Okun é conhecido principalmente pela lei de Okun, que descreve uma
relação linear entre as mudanças na taxa de desemprego e o crescimento do produto
nacional bruto: por cada ponto percentual de diminuição do desemprego, o PIB real
cresce em três por cento.
26 Em Petrópolis temos uma unidade do SINE na Rua General Ozório, nº 12 – Centro (espero que ninguém
precise!).
27 É quase a mesma lógica de uma agência de namoro/casamento?
28 Ex¹: pessoas que realizam trabalhos repetitivos e perigosos são substituídas por robôs. Aquela “vaga”
empregatícia deixa de existir, o trabalhador não tem como se empregar mais naquela função, tendo que,
provavelmente, aprender uma outra profissão.
29 Ex²: As pessoas que produziam chapéus, no século XIX e início do XX, tiveram de mudar os produtos do
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3.1. Orçamento
O Estado precisa, como qualquer um de nós, de uma previsão de gastos e
receitas para poder planejar uma ação concreta no âmbito econômico, social, criação de
infraestrutura etc. Assim, o ORÇAMENTO PÚBLICO é fundamental para a
organização das finanças do Estado, garantido previsibilidade, transparência, controle
externo, fiscalização etc. O orçamento tem duração de um ano, de 01 de Janeiro até 31
de dezembro (um ano, período de um exercício fiscal)
O Orçamento Público funciona como um balizador na Economia. Se
temos elevados investimentos governamentais no Orçamento, provavelmente o número
de empregos aumentará, assim como a renda agregada melhorará. Em compensação, um
orçamento restrito em investimentos, provocará desemprego, desaceleração da
economia, e decréscimo no produto interno bruto.
Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público, destacamos:
Função alocativa - Oferecer bens e serviços (públicos puros) que não seriam
oferecidos pelo mercado ou seriam em condições ineficientes (meritórios ou
semipúblicos) e. criar condições para que bens privados sejam oferecidos no mercado
(devido ao alto risco, custo, etc.) pelos produtores, por investimentos ou intervenções,
corrigir imperfeições no sistema de mercado (oligopólios, monopólios, etc.) e corrigir
os efeitos negativos de externalidades.
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Receita Pública
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Despesa Pública
Despesa é a soma dos gastos realizados pelo Estado para a realização de
suas obras e prestações de serviço. A realização da despesa passa por três fases (Lei
4.320/64): o empenho, a liquidação e o pagamento. Porém se estamos falando de obras,
serviços ou compras devemos ter uma fase inicial que é a licitação.
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Entidades Normativas
I) Conselho Monetário Nacional - CMN
É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. O CMN
não desempenha função executiva, apenas tem funções normativas. Atualmente, o CMN
é composto por três membros:
Ministro da Fazenda (Presidente);
Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e
Presidente do Banco Central.
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escritural e do nível de crédito na economia. O que acontece é que não é a moeda física
que se multiplica, mas, sim, a moeda escritural criada pelo BC.
Outro instrumento de controle monetário é o REDESCONTO Bancário, no qual o
Banco Central concede “empréstimos” aos bancos comerciais a taxas acima das
praticadas no mercado. Os chamados empréstimos de assistência à liquidez são
utilizados pelos bancos comerciais somente quando existe uma insuficiência de caixa
(fluxo de caixa), ou seja, quando a demanda de recursos depositados não cobrem suas
necessidades. Quando a intenção do Banco Central é de injetar dinheiro no mercado, ele
baixa a taxa de juros para estimular os bancos comerciais a pegar estes empréstimos. Os
bancos comerciais por sua vez, terão mais disponibilidade de crédito para oferecer ao
mercado, consequentemente a economia aquece.
OPEN MARKET (Mercado Aberto), são as operações com títulos públicos é mais
um dos instrumentos disponíveis de Política Monetária. Este instrumento, considerado
um dos mais eficazes, consegue equilibrar a oferta de moeda e regular a taxa de juros
em curto prazo. A compra e venda dos títulos públicos se dá pelo Banco Central. De
acordo com a necessidade de expandir ou reter a circulação de moedas do mercado, as
autoridades monetárias competentes resgatam ou vendem esses títulos.
Se existe a necessidade de diminuir a taxa de juros e aumentar a
circulação de moedas, o Banco Central compra (resgata) títulos públicos que estejam
em circulação. Se a necessidade for inversa, ou seja, aumentar a taxa de juros e diminuir
a circulação de moedas, o Banco Central vende (oferta) os títulos disponíveis.
Outra finalidade dos títulos públicos é a de captar recursos para o
financiamento da dívida pública, bem como financiar atividades do Governo Federal,
como por exemplo, Educação, Saúde e Infraestrutura.
Persuasão Moral;
Controle de crédito: controlar o volume de crédito e distribuição das linhas de
crédito, impondo taxas, condições e períodos.
Taxa SELIC.
dezembro de 1976 pela Lei 6.385 para fiscalizar e desenvolver o mercado de valores
mobiliários no Brasil.
A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal vinculada ao
Ministério da Fazenda, porém sem subordinação hierárquica.
Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscalizador, o
governo federal editou, em 31.10.01, a Medida Provisória nº 8 (convertida na Lei
10.411 de 26.02.02), pela qual a CVM passa a ser uma "entidade autárquica em regime
especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio
próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária" (art. 5º).
É administrada por um Presidente e quatro Diretores nomeados pelo
Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Eles formam o chamado
"colegiado" da CVM. Seus integrantes têm mandato de 5 anos e só perdem seus
mandatos "em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar" (art. 6º § 2º). O Colegiado define as políticas e
estabelece as práticas a serem implantadas e desenvolvidas pelas Superintendências, as
instâncias executivas da CVM.
Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro com Superintendências
Regionais nas cidades de São Paulo e Brasília. Essas são algumas de suas atribuições:
Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários;
Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do
mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros;
Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra
emissões irregulares de valores mobiliários e contra atos ilegais de
administradores de companhias abertas ou de carteira de valores mobiliários;
Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições
artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
mercado;
Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários
negociados e sobre as companhias que os tenham emitido;
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Instituições financeiras:
Os Bancos Comerciais (BC)
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas
que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para
financiar, a curto e em médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
realizar empréstimos com parte do dinheiro do correntista, que dificilmente irá sacar
todo o seu dinheiro de uma só vez. Por lei, o banco precisa guardar apenas uma pequena
fração do dinheiro depositado, podendo emprestar o restante para criar crédito.
A moeda criada pelos BC`s não existe fisicamente falando, é só um valor
no sistema eletrônico do banco. Quando o cliente saca alguma quantia, na verdade ele
está pegando o dinheiro existente da reserva que o banco mantém dos vários clientes. O
problema é: e se todos os clientes, de repente, exigissem o seu dinheiro de volta? O
banco não teria como fazer isso, pois só tem uma porção desse dinheiro.
Um instrumento de contenção da multiplicação de moeda escritural é o
depósito compulsório, empregado pelos Bancos Centrais de todo o mundo para limitar a
sua criação.
Os Bancos de Desenvolvimento:
O já citado BNDES é o principal agente de financiamento do governo
federal. Destacam-se outros bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o
Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia, dentre outros.
As Cooperativas de Crédito:
Equiparando-se às instituições financeiras, as cooperativas normalmente
atuam em setores primários da economia ou são formadas entre os funcionários das
empresas. No setor primário, permitem uma melhor comercialização dos produtos rurais
e criam facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No
interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos
funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e crescimento da
mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos cooperados.
Os Bancos de Investimentos:
Os BI captam recursos através de emissão de CDB e RDB, de capitação e
repasse de recursos e de venda de cotas de fundos de investimentos. Esses recursos são
direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital
pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os BI não podem destinar recursos
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Sociedade Corretoras:
essas sociedades operam com títulos e valores mobiliários por conta de terceiros. São
instituições que dependem do BACEN para constituírem-se e da CVM para o exercício
de suas atividades. As "corretoras" podem efetuar lançamentos de ações, administrar
carteiras e fundos de investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras
funções.
Sociedades Distribuidoras:
tais instituições não têm acesso às bolsas como as Sociedades Corretoras. Suas
principais funções são a subscrição de emissão de títulos e ações, intermediação e
operações no mercado aberto. Elas estão sujeitas a aprovação pelo BACEN.
Investidores Institucionais:
os principais investidores institucionais são: Fundos Mútuos de Investimentos: são
condomínios abertos que aplicam seus recursos em títulos e valores mobiliários
objetivando oferecer aos condomínios maiores retornos e menores riscos.
Companhias Hipotecárias:
dependendo de autorização do BACEN para funcionarem, tem objetivos de
financiamento imobiliário, administração de crédito hipotecário e de fundos de
investimento imobiliário, dentre outros.
Agências de Fomento:
sob supervisão do BACEN, as agências de fomento captam recursos através dos
Orçamentos públicos e de linhas de créditos de LP de bancos de desenvolvimento,
destinando-os a financiamentos privados de capital fixo e de giro.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
Bancos Múltiplos:
como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das seguintes carteiras:
comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de aceite, de desenvolvimento e de
leasing. A vantagem é o ganho de escala que tais bancos alcançam.
Bancos Cooperativos:
são verdadeiros bancos comerciais surgidos a partir de cooperativas de crédito. Sua
principal restrição é limitar suas operações em apenas uma UF, o que garante a
permanência dos recursos onde são gerados, impulsionando o desenvolvimento local.
Instituições Auxiliares
Também compõem o Sistema Financeiro Nacional, como entidades
operadoras auxiliares, as entidades administradores de mercados organizados de valores
mobiliários, como os de Bolsa, de Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado.
Além das entidades relacionadas acima, também integram o SFN as
companhias seguradoras, as sociedades de capitalização, as entidades abertas de
previdência complementar e os fundos de pensão.
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
5) Multiplicador Keynesiano
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Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia
1/(1-c)
Como C + S = Y: Y - C = S = I
O multiplicador Keynesiano, em negrito, multiplica o gasto autônomo
mais o investimento, determinando a renda. O aumento do gasto autônomo através do
investimento provoca tanto um aumento na demanda agregada como uma elevação da
renda através da propensão a consumir.
Assim sendo sempre que I se eleva, ocorre um aumento multiplicado da
renda até que, dado c, tem-se uma S equivalente ao I. Da mesma forma, mantido I
constante, caso se busque aumentar S , reduzindo-se C, reduz-se o multiplicador,
provocando queda na renda até que S se equilibre com I. A ideia é que I determina DA
e consequentemente o nível de renda e nível de emprego.
Com baixo I, renda e demanda são baixas e nível de emprego também,
independente do nível salarial dos trabalhadores. Isso caracteriza desemprego
involuntário, onde a tentativa de ampliar uma S baixa para ampliar o I, como se suponha
a ortodoxia neoclássica, só piora a situação. Para Keynes, os empresários se envolvem
em dois tipos de decisões: quanto produzir - quanto contratar de mão-de-obra para
operar a capacidade produtiva existente - e quanto investir, ou seja, quanto gastar para
ampliar essa mesma capacidade.
No curto prazo as decisões são tomadas pelas expectativas de demanda
em termos imediatos: com crescimento das vendas e queda nos estoques, amplia-se a
produção e vice-versa. No curto prazo, portanto, a lógica é baseado no princípio da
demanda efetiva. No longo prazo a decisão não é imediata e nem confiável: ocorre
comparação entre expectativa de rendimentos futuros e o custo do investimento.
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7) REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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