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Unidade e Trindade, Unidade na divindade e humanidade do Cristo

em Elias de Nisibe e em Makkīḫā I, Catholicós.


Entre o riquíssimo acervo literário da Igreja do Oriente encontramos uma vasta
produção teológica apologética destinada aos muçulmanos, não de caráter proselitista,
mas de Diálogo Inter-religioso, tendo como meta apresentar a fé cristã aos adeptos do
islã e em segundo plano aos judeus. Com este propósito desenvolvem uma teologia da
analogia e de atributos divinos baseados na teologia e terminologia corânica, quase
sempre usando um estilo literário muito alto imitando o estilo e as expressões do
Alcorão, como veremos alguns exemplos. Ora apresentamos a “unidade na Trindade” e
a “unidade entre a humanidade e divindade de Cristo” em Elias de Nisibe (975 †1046) e
em Makkīḫā I Catholicós (†1109). Elias de Nisibe inicia seu tratado sobre “A
Demonstração da autenticidade da fé”1 afirmando o monoteísmo cristão2 e recitando a
primeira parte da Shahada, o credo islâmico: lā ʾilāha ʾillā –llāhu, “há um único Deus”:
“Os cristãos são unanimes no [crer] que Deus potente e excelso, é um, não há Deus fora
dele, aquele que é eterno, sem inicio, permanente, sem fim, incomparável pela unidade,
divindade, senhoria e eternidade”3. Assim ele inicia usando um atributo corânico
essencial4, ou seja, a Unidade, que faz parte da essência, do ser de Deus: al-Wāḥid, “O
Único”5. Ainda que neste versículo de seu tratado ele cita outros atributos corânicos,
mas relacionados à ação de Deus, assim ao referir-se às características divinas diz: “Não
é visível através dos sentidos ou pela inteligência, é ilimitado e incompreensível,
imutável, inalterável, imortal, não limitado ao tempo e ao espaço6. Usa uma
terminologia tipicamente corânica como As-Samad7, “O Eterno”, ou seja, o não
limitado ao tempo e ainda al-Bāqiy, “O Imutável”. Da unidade de Deus, o sábio
metropolita de Nisibe discorre sobre a Unidade de Deus na Trindade, então para falar
das hipostasis divinas8 ele utiliza o termo “propriedade” por ser mais adequado a
teologia islâmica apresentando três atributos relativos a essência divina: “Essência”,
“Sábio” (fonte de Sabedoria); Vivente (raiz da Vida)9: “por isso afirmamos que em
Deus há três hipostasis, no sentido de propriedades, ou seja, essência, sabedoria, que
é o seu Verbo- e a vida: uma única essência, um único Deus, um único digno de
1
Vat. Ar. 180, 131r – 220r. Texto traduzido por Horst, Des, Metropoliten Elias von Nisibis Buch vom
Beweis der Wahrheit des Glouben, (Cf. GCAL II, 183-184). Apud. Paša, Željko (Org.). Patrologia
Siriaca II. Dalla chiusura della Scuola di Edessa (489) fino al período dei Mongoli (XIVº sec.). Antologia
dei Testi. Roma: Pontificio Istituto Orientale, 2020; pp. 70-72.
2
É interessante observar que nos países islâmicos, diante da acusação de “politeísmo”, os cristãos
acrescentaram à oração do Sinal da Cruz a afirmação “Um só Deus”: “Em Nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, Um só Deus”, Bism alAb walAbn walRuwh alQuds 'Iilah Wahda. Amin, ‫بسم اآلب واالبن‬
‫ آمين‬.‫والروح القدس إله واحد‬.
3
Paša, Željko. Op. cit. p. 71; vv. 35-36.
4 O autor faz uma distinção entre atributos “essenciais” e aqueles derivados das “ações de Deus. Cf. p.
4

71, vv. 37-40.


5
O Significado dos Versículos do ALCORÃO SAGRADO com Comentários. Versão portuguesa
diretamente do árabe. Tradução Samir El Hayek. São Paulo: MarsaM Editora Jornalística, 2004. Cf. Sur.:
13:16 , 14:48 , 38:65 , 39: 4.
6
Paša, Željko. Op. cit. p. 70, v. 5.
7
O Significado dos Versículos...Op. cit. Sur. 112: 2
8
Hipostasi na cristologia latina equivale a “pessoa”.
9
Paša, Željko. Op. cit. p. 70 v. 6
adoração, não havendo outro fora d’Ele”10. Em seguida explica melhor: “Denomino
essência o Pai, a causa da sabedoria e a da vida. Denomino Sabedoria o Filho, porque
existe da essência e se origina desta, como a luz do sol e a palavra da alma, sem
separação, sem divisão, sem tempo nem precedência, nem participação. Denomino vida
o Espírito santo “11. Portanto ele usa o atributo corânico al-Hakim12, “O Sábio” para
referir-se ao Verbo, o Filho, e al-Ḥayy13, a Vida, para referir-se ao Espírito Santo. Por
fim deixa clara claro que estes três atributos essenciais de Deus são sua hipóstases, suas
propriedades essenciais e “se alguém objetar: por que vos vós limitais a estes três,
excluindo outros, responderemos que são propriedades essenciais do Criador [...]. Todos
os outros atributos são na maioria de ação, derivados das ações como quando dizemos o
criador, o providente, o misericordioso, o poderoso”14. Em seguida, a partir de algumas
bem fundamentadas passagens bíblicas o autor demonstra, através de duas analogias
como a Sabedoria de Deus é o seu Verbo: “Quanto a nossa firmação que o Verbo de
Deus é sua sabedoria, a palavra vocal entre nós não existe fora dos corpos sujeitos à
morte com o respiro do ar, mas assim como Deus não é corpo mortal, a sua palavra é
palavra de sabedoria, não palavra vocal. Por isso o apóstolo Paulo disse: ‘Cristo é a
potencia de Deus e a sua sabedoria’ (1Cor. 1,24). E nós dizemos que Cristo é Filho de
Deus pela união ao Verbo de Deus”15 Neste tratado não há atributos ou analogias
relacionadas a Unidade da divindade e humanidade de Cristo. O nosso segundo autor, o
Catholicós Makkīḫā I, em seu “Tratado sobre a Filiação e a Paternidade” 16 fala da
Unidade na Trindade: “um Pai que sempre foi e não deixa de ser Pai, sem ser gerado;
um Filho que sempre foi filho e não deixa de ser tal, sem haver filhos, e o Espírito
Santo, não gerador e nem gerado, que procede do Pai. O Pai é a causa dos dois efeitos,
um só Deus, vivente, racional, sábio, potente” 17. E assim Mar Makkīḫā I finaliza esta
reflexão usando os supramencionados atributos corânicos de Deus. E da mesma forma
de outros escritores siro-orientais, ele usa a analogia efremiana do disco solar para
elucidar o mistério da Santíssima Trindade: “O disco solar, quando surge, a sua luz é o
calor. A luz que emana do sol é a imagem do Filho, o calor que deriva é a imagem do
Espírito Santo: três epítetos atribuídos a um mesmo sujeito. Três noções e um único
sol”18. A outra analogia sua é original: “Eis uma comparação da realidade metafisica: a
alma vivente e racional. A alma é a imagem do Pai, a razão gerada da alma é a imagem
do Filho, o Verbo, e a vida que emana desta é a imagem do Espírito Santo: três
propriedades, uma única alma”19. Sobre a Unidade da divindade e humanidade de Cristo
10
Id.
11
Ibid., vv. 10-12
12
O Significado do Alcorão...Op. cit. Sur.31:27 , 46: 2, 57: 1 , 66: 2
13
Ibid. Sur. 2: 255 , 3: 2 , 20: 111 , 25:58 , 40:65
14
Paša, Željko. Op. cit. p. 71; vv 35-38. “O criador [al-Khāliq], o providente [Ar-Razzaq], o
misericordioso[ar-Raḥīm], o poderoso[al-Jabbar]”, também aqui todos estes atributos divinos são
corânicos e se encontram respectivamente no Alcorão nas seguintes suras: 6: 102 , 13:16 , [7] 36:81 ,
39:62 , 40:62 , 59:24; 51:58; para “misericordioso” há um total de 114 suras; 59:23.
15
Paša, Željko. Op. cit. p. 72, vv 52-55.
16
Bref traité sur la paternité et la filiation selon les Chrétiens du Patriarche Makkīḫā I (1092-1109 ). Éd.
Trad. Gianazza in PdO 11 (1983) 235-255. Apud. Paša, Željko. Op. cit. pp. 73-76.
17
Ibid. p. 74, vv. 9-10.
18
Ibid. vv 1b-13.
19
Ibid. vv. 14-15.
o autor explica: “Quando Deus –seja glorificada a sua potencia!- quis, por sua justiça e
mérito, salvar Adão e a sua descendência [...] enviou do Céu o seu Verbo eterno, luz da
luz, sem mudança, que foi gerado pela potencia do Espírito santo, homem perfeito,
vivente, racional, do corpo da Virgem Maria, mãe da luz, pura e santa o Verbo
reveste este homem perfeito do inicio da sua vida, uniu-se a ele na sua qualidade de
filho, e abitou nele pela eternidade, associando-o em sua soberania e prostração. E a
Virgem Maria deu a luz o Emanuel, como havia anunciado os profetas [...]. A sua
divindade não provém da substancia da mãe, e a sua humanidade não provém da
substância do Pai [sendo] véu e velado, vestido e revestido. O qanùm de sua
humanidade se vê com o olho e qanum de sua divindade se percebe pela razão., mas
pode ser esclarecida de maneira aproximativa. É como a união da faculdade ao sol
grandioso, cujo raio desce ao meio do vaso: o sol nos é visível pela sua ação mesmo se
os vasos não se unem. É como o efeito da luz externa sobre a luz dos olhos. Como a luz
externa não é afetada se o olho é deteriorado ou enfermo, assim a divindade não é
afetada pelo sofrimento da humanidade”20. De fato com estilo elegante Mar Makkīḫā
com o mesmo objetivo apologético segue o método pedagógico de Mar Elias de Nisibe
usando de sábias analogias tanto para tornar mais compreensível o indizível mistério da
Santíssima Trindade quanto para o da Encarnação do Filho. Portanto suas analogias,
quase todas originais são amplamente didáticas tornando factível aos adeptos do Islã o
entendimento do monoteísmo cristão, de outra parte, diferentemente de Elias de Nisibe,
ele não usa com profusão atributos divinos como são típicos no Alcorão ou nos hadiths,
mas um louvor é uma exceção neste tratado: “Quando Deus – seja glorificada sua
potencia!”21 contém o título divino corânico al-Jabbar22, “O Potente”. Enfim esta
singular literatura cristã rica de elementos teológicos islâmicos serviu de veículo de
aproximação entre cristãos e muçulmanos permitindo que durante séculos houvesse em
muitas estados islâmicos, como no califado Abássida, senão um bom relacionamento
islâmico-cristão pelo menos tolerância.

20
Ibid. p. 75, vv 20-23; 29-35
21
Ibid. v 20.
22
Cf. Sur 59:23.

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