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MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

SEGUNDA PROCURADORIA

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO


DISTRITO FEDERAL

Representação nº 34/2020 – G2P

O Ministério Público que atua junto a esse Tribunal, no desempenho de


sua missão institucional de defender a ordem jurídica, o regime democrático, a
guarda da Lei e fiscalizar sua execução, no âmbito das contas do Distrito Federal,
fundamentado no texto do artigo 85 da Lei Orgânica do Distrito Federal - LODF;
dos artigos 1º, inciso XIV e § 3º, e 76 da Lei Complementar 1/1994 - LOTCDF; e
do artigo 99, inciso I, da Resolução 38/1990 - RITCDF, vem oferecer a seguinte

REPRESENTAÇÃO, com pedido de cautelar,


pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos.

Trata-se de matéria publicada na mídia eletrônica1 dando conta da


indicação, pelo Governador do Distrito Federal, da Sra. Emanuela Dourado
Rebelo Ferraz, sem vínculo efetivo com a Administração Pública (esposa do

1
https://www.metropoles.com/colunas-blogs/grande-angular/ibaneis-indica-emanuela-ferraz-para-cargo-de-
vice-presidente-do-iges-df
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Diretor-Presidente do IPREV/DF, Sr. Ney Ferraz Júnior), para ocupar o cargo


de Diretor-Vice-Presidente do IGESDF.
Vejamos, primeiramente, a situação da esposa, atual Superintendente
Operacional do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal:

Antes, no mesmo Instituto, a referida ocupava o cargo Assessor


Técnico de Atenção Pré-Hospitalar, tendo recebido o primeiro pagamento
salarial em maio de 2019:

Ressalte-se, também, que a Sra. Emanuela Dourado Rebelo Ferraz, em


11/06/2019, foi nomeada “para exercer o Cargo de Natureza Especial,Símbolo
CNE-06, de Assessor Especial, da Assessoria Especial, da Presidência, do
Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Distrito Federal - INAS/DF” e
exonerada em 18/06/2019 (não se vislumbrou pagamento nos meses de junho e
julho de 2019 – Transparência DF), conforme publicado no DODF:
DODF de 11.06.2019 - nomeação
NOMEAR EMANUELA DOURADO REBELO FERRAZ para exercer o Cargo de
Natureza Especial,Símbolo CNE-06, de Assessor Especial, da Assessoria
Especial, da Presidência, do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do
Distrito Federal - INAS/DF.
DODF de 18.06.2019 - exoneração

TORNAR SEM EFEITO no Decreto de 11 de junho de 2019, publicado na Edição


Extra nº 41, de 11 de junho de 2019, página 01, o ato que nomeou EMANUELA
DOURADO REBELO FERRAZ para exercer o Cargo de Natureza Especial,
Símbolo CNE-06, de Assessor Especial, da Assessoria Especial, da Presidência,
do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Distrito Federal - INAS/DF.

Ou seja, durante 07 dias, a esposa figurou como exercente de função


no INAS e, também, no IGESDF.
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Pois bem, na data de hoje, a imprensa denuncia o triplo exercício de


funções públicas pela Superintendente, como se verá a seguir2.

De fato, no âmbito da Câmara dos Deputados3, verifica-se que a referida


foi nomeada para o cargo em comissão de Assistente Técnico de Gabinete
Adjunto D, CNE 154, percebendo remuneração (maio de 2020), conforme dados a
seguir:
Nomeação para a Câmara dos Deputados

Contracheque da Câmara dos Deputados – maio/2020

2
https://globoplay.globo.com/v/8637507/programa/
https://globoplay.globo.com/v/8638178
3
No Gabinete da Deputada Federal, pelo Estado do Piauí, Iracema Portela, conforme noticiado:
https://globoplay.globo.com/v/8638178/
4
https://www.camara.leg.br/boletimadm/2019/Ba20190522.pdf
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Ocorre, ainda, que a Sra. Emanuela Dourado Rebelo Ferraz, de maio de


2019 a maio de 2020, também recebeu remuneração do Instituto de Gestão
Estratégica de Saúde do Distrito Federal - IGESDF, em razão dos cargos
ocupados: primeiramente, no cargo de Assessor Técnico de Atenção Pré-
Hospitalar e, depois, no de Superintendente Operacional5, conforme já referido, e
se comprova a partir dos dados extraídos do site daquela entidade:
Contracheque IGESDF - Assessoria

Contracheque IGESDF – Superintendente

Por fim, ao menos de julho a novembro de 20196, a Sra. Emanuela


Dourado Rebelo Ferraz, concomitantemente às remunerações percebidas da
Câmara dos Deputados e do IGESDF, recebeu remuneração paga pelo Estado

5
https://igesdf.org.br/transparencia/salarios/
6
Sistema desatualizado.
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do Piauí, conforme dados extraídos de seu portal de transparência7, por cargo na


representação daquele ente federado em Brasília:
Contracheque de julho de 2019

Contracheque de novembro de 2019

7
http://transparencia.pi.gov.br/
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Contudo, desde julho de 2019 a maio de 2020, a servidora recebia pelo


Estado do Piauí, conforme contracheques e documentos anexados, tendo
sido exonerada, na data de hoje:

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, no uso das atribuiçõesque lhe confere


o inciso V, do art. 102, da Constituição Estadual,

R E S O L V E exonerar, de ofício, de conformidade com o disposto noart. 34, da


Lei Complementar no 13, de 03 de janeiro de 1994, EMANUELA DOURADO
REBELO FERRAZ, do Cargo em Comissão, de Assessor Técnico de Apoio na
SURPI, símbolo DAS-4, da Secretaria de Governo,com efeitos a partir de 01 de
Junho de 2020 (Teresina(PI) - Quinta-feira, 18 de junho de 2020 • Nº 111).

Como visto, a Sra. Emanuela Dourado Rebelo Ferraz, recebeu,


concomitantemente, remuneração de duas fontes distintas, por cargos em
comissão de entes federativos distintos, União e Estado do Piauí, além da
remuneração no IGESDF.

Eis o resumo, até o momento, em quadro a seguir:

Câmara dos Deputados IGESDF PIAUÍ

Período maio/2019 a maio/2020 maio/2019 a maio/2020 Julho/2019 a maio/2020

Por seu turno, o esposo, Diretor-Presidente do IPREV/DF, cuja nomeação


foi publicada no DODF de 1º/03/2019, é servidor efetivo do Instituto Nacional do
Seguro Social, cuja admissão foi considerada legal, em 2018, pelo Tribunal de
Contas da União:
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O referido ocupou o cargo de Gerente Executivo do INSS, em Teresina/PI,


até a data de nomeação para o IPREV/DF, uma vez que foi cedido, com ônus
para o cessionário, conforme publicação no DOU de 18/03/20198.
Visto isso, passa-se a analisar.
Importante, nesse contexto, ressaltar que o MPC/DF tem chamado a
atenção para a necessidade de serem fiscalizadas as admissões no IGES/DF,
inclusive em relação à escolha do seu corpo de gestores, tudo em face do dever
de se enquadrar o Instituto em sua natureza jurídica - de ente dependente de
recursos públicos, portanto, sofrendo, necessariamente, o influxo dessa condição,
e, como tal, obrigado a cumprir os princípios constitucionais da Administração
Pública.
Por meio da Decisão 2922/19, adotada nos autos 18949/189, o TCDF
determinou que a unidade de fiscalização competente examinasse, em autos
apartados, as questões que se fizerem importantes relativas à gestão de pessoas
por parte do IGESDF, tais como, a título apenas exemplificativo, cessão de
servidores, acumulação de cargos, cumprimento de carga horária, necessidade
de concurso público, Regulamentos de Seleção de Pessoal do IGESDF,

8
PORTARIA Nº 513, DE 13 DE MARÇO DE 2019
O SECRETÁRIO EXECUTIVO DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA, no uso da competência que lhe foi
delegada pela Portaria ME nº 10, de 17 de janeiro de 2019, alterada pela Portaria ME nº 18, de 28 de janeiro
de 2019, considerando o disposto no art. 93 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, com a redação
conferida pelo art. 22 da Lei nº 8.270, de 17 de dezembro de 1991, regulamentado pelo Decreto nº 9.144, de
22 de agosto de 2017, e demais informações que constam do Processo nº 12600.103407/2019-26, resolve:
Art. 1º - Ceder o servidor NEY FERRAZ JÚNIOR, matrícula nº 1.376.861, do Quadro de Pessoal do
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, para ocupar o cargo de Presidente do Instituto de Previdência
dos Servidores do Distrito Federal - IPREV/DF.
Art. 2º - O ônus pela remuneração é do órgão cessionário.
Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.
MARCELO PACHECO DOS GUARANYS
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Referido processo contém o Ofício 275/18 do MPC/DF, de 12/04/18, pedindo à Corte que se digne mandar
instaurar processos de fiscalização a respeito: 1) da legalidade do ajuste celebrado (suas cláusulas, em
obediência aos princípios constitucionais da Administração Pública); 2) da assistência à população, em face
das denúncias em anexo, determinando, por sua relevância social, a realização de inspeção no mencionado
Instituto; 3) quem são, quanto percebem, que fazem e a procedência das denúncias envolvendo gestores do
IHBDF. Além dessa peça, pode-se citar a Representação 18/18, por meio da qual o MPC/DF, também,
pleiteou, mais uma vez, que o TCDF mandasse autuar processo para análise do contrato de gestão e de suas
cláusulas, e outro, relacionado com a execução do ajuste, determinando, para este, fiscalização no IHBDF, in
loco, a fim de verificar a real situação do Hospital, bem como propor medidas que possam propiciar que a
unidade de saúde promova o melhor atendimento à população.
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compatibilidade de atribuições, nepotismo, autorizando, desde já, caso


necessária, a realização de inspeção.
Recentemente, o MPC/DF proferiu o Parecer 98/20, nos autos
21.391/2019, que abriga a inspeção em tela, defendendo, dentre outros pontos,
os seguintes:
TETO
Na sequência, defende o Corpo Técnico que é incabível a atribuição do teto
funcional no IGES/DF, sempre ressalvando que isso não significa que tais
entidades estarão livres para estipular os salários que bem entenderem para seu
corpo funcional. Por administrarem recursos de natureza pública, estariam
sujeitas, nesse particular, à observância dos princípios constitucionais da
moralidade, da economicidade e da impessoalidade, entre outros, inexistindo
dúvida de que eventuais excessos podem (e devem) ser questionados e/ou
impugnados pelos órgãos de controle competentes. Desse modo, a fixação ou
acréscimo de remuneração de pessoal dessas entidades, o que cumpre passar
pelas diversas instâncias deliberativas internas, deverá ter como balizamento,
necessariamente, os salários praticados pelo mercado, compatíveis com as
atividades desenvolvidas e observados ditos princípios.
Nesse ponto, o MPC/DF lamenta divergir, defendendo a aplicação do teto, já
que o IGES utiliza verbas 100% públicas. A hipótese assemelha-se aos
empregados de empresas estatais dependentes, jungidos ao teto
constitucional, a teor do § 9º do art. 37 da CF/88: (...)
Na sequência, a avaliação técnica enfoca a situação do servidor da SES, cedido
ao IGES/DF, para esclarecer que o servidor estatutário cedido ao IGESDF sujeita-
se ao subteto remuneratório distrital, inclusive na eventual condição de
comissionado celetista junto àquela entidade, em face do exercício de
cargo/função temporária de direção, chefia ou assessoramento em qualquer das
unidades distritais de saúde sob sua gestão: (...)
Mas a entidade não estaria observando o teto remuneratório distrital no tocante ao
acúmulo dos vencimentos do cargo de origem do servidor estatutário cedido com
o adicional relativo ao exercício de função temporária de direção, chefia e
assessoramento.
Por isso, totalmente procedente, ao ver do MPC/DF, a recomendação sugerida no
item 190:
“Nesse contexto, cumpre determinar ao IGESDF que passe a observar o subteto
remuneratório distrital (atualmente, correspondente ao subsídio/salário de
desembargador do Colendo TJDFT) na hipótese de servidores estatutários
cedidos ao Instituto encontrarem-se no eventual exercício de cargo/função
temporária de direção, chefia ou assessoramento em qualquer das unidades
distritais de saúde sob sua gestão, promovendo-se a glosa cabível quanto ao
adicional de 35% (trinta e cinco por cento) da respectiva gratificação de função, a
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cargo dessa entidade, inclusive em relação às situações jurídicas constituídas que


ora se enquadrem na aludida hipótese”.
(...)
V- SUGESTÕES FINAIS APRESENTADAS PELO CORPO TÉCNICO
Finalizando, foram apresentadas as seguintes sugestões:
(...)
d. passe a observar o subteto remuneratório distrital (atualmente, correspondente
ao subsídio/salário de desembargador do Colendo TJDFT) na circunstância de
servidores estatutários cedidos ao Instituto encontrarem-se no exercício de
cargo/função temporária de direção, chefia ou assessoramento em qualquer das
unidadesdistritais de saúde sob sua gestão, promovendo-se a glosa cabível
quanto ao adicional de 35% (trinta e cinco por cento) da respectiva gratificação de
função, a cargo dessa entidade, inclusive em relação às situações jurídicas
constituídas que ora se enquadrem na aludida hipótese;
(...)
Nessas condições, então, sem maiores delongas, o MPC/DF concorda com as
sugestões do Corpo Técnico, pontuadas ao longo desta peça, passando a
evidenciar destaques e divergências parciais, a seguir:
(...) - aplica-se o teto constitucional ao IGESDF, porque utiliza recursos 100%
públicos.
NEPOTISMO
(...) inobstante previsão normativa estabelecida, não se verificaram medidas
assecuratórias ou tendentes a evitar que a impessoalidade e a moralidade na
contratação de pessoal pelo Instituto sejam infirmadas por práticas como
nepotismo, apadrinhamento, tráfico de influência ou outras impropriedades
assemelhadas, fato que, igualmente, reclama providências.
(...)
Inobstante ausência de norma legal específica, é incontestável, ao ver do
MPC/DF, a sua aplicação, pois quem remunera o pessoal dessas entidades é
o setor público, integralmente, de sorte que, sim, o IGES está subordinado à
legislação em espécie, art. 16, § 3º, da LC distrital nº 840/11 e do art. 3º, inc. I,
do Decreto distrital nº 32.751/11, que dispõe sobre a vedação do nepotismo no
âmbito da Administração Pública direta e indireta do Poder Executivo do
Distrito Federal, reproduzindo as regras da Súmula Vinculante nº 13, do
Colendo STF.
(...)
V- SUGESTÕES FINAIS APRESENTADAS PELO CORPO TÉCNICO
(...)
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III. recomendar ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal


que:
e. institua em seu regimento interno (e/ou dentre os critérios definidos de
recrutamento e seleção de pessoal), a exemplo do previsto no art. 16, § 3º, da Lei
Complementar distrital nº 840/11 e no art. 3º, inc. I, do Decreto distrital nº
32.751/11, norma que proíba a contratação de parentes ou
cônjuge/companheiro(a) (até o 3º grau) de empregados ocupantes de cargos de
liderança (de direção e chefia), de livre provimento, ressalvada a decorrente de
aprovação em processo seletivo público, assim como regra que impeça os
contratados com vínculo de parentesco de atuarem numa mesma unidade
corporativa do Instituto, o que se deve estender aos servidores estatutários a si
cedidos, a fim de evitar que a impessoalidade e a moralidade na contratação e
lotação de pessoal pelo Instituto sejam infirmadas por práticas como nepotismo,
apadrinhamento, tráfico de influência ou outras impropriedades assemelhadas;
(...)
Nessas condições, então, sem maiores delongas, o MPC/DF concorda com as
sugestões do Corpo Técnico, pontuadas ao longo desta peça, passando a
evidenciar destaques e divergências parciais, a seguir:
(...)
- o IGESDF sujeita-se à vedação ao nepotismo.
CUMPRIMENTO DE JORNADA E CARGA HORÁRIA
(...)
197. No ponto, enfatize-se que, em relação ao profissional de saúde efetivo da
SES/DF cedido àquele Instituto, o qual, afastado com ônus para a origem, nos
termos do art. 3º da Lei distrital nº 5.899/17, permanece vinculado ao regime
jurídico estatutário da pasta distrital, devem ser observadas as regras de direito
público. Desse modo, mesmo com vínculo jurídico junto ao IGESDF como
estatutário cedido, poderia, em tese, ocupar outro cargo, emprego ou função no
âmbito distrital ou em outro ente federativo, estando nessa hipótese, por óbvio,
sujeito ao império da regra excepcional do art. 37, XVI, da CF/88. Nessa eventual
circunstância, vislumbra-se a possibilidade de tríplice acúmulo remuneratório (dois
vínculos estatutários e um celetista), por óbvio, observada a necessária
compatibilidade de jornadas, a não encontrar óbice aparente no vigente
ordenamento jurídico de regência.
(...)
Ainda assim, o MPC/DF entende procedentes as providências sugeridas pelo CT
da Corte, na busca de medidas saneadoras e oitivas, hipótese que abarca a
situação dos Diretores Executivos, em face da dúvida quanto à legitimidade
dos acúmulos das remunerações integrais dos vínculos estatutário e celetista por
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parte dos nominados membros, aguardando o retorno dos autos para se


manifestar a esse respeito e da possibilidade de tríplice vínculo.
Observe-se, ainda, que, apenas nos casos autorizados,
10
constitucionalmente , de acumulação de cargos, empregos e funções, a
incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a
observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do
agente público11.
Não se encontra, todavia, autorização legal para que a Senhora
Emanuela Ferraz possa acumular dois cargos em comissão, tampouco, ao
ver do MPC/DF, está autorizada a acumular essas funções com as do
IGESDF, à margem das exceções constitucionais, pois, como defendera o
MPC/DF, o Instituto deve submeter-se às regras de Direito Público, em face
de sua dependência do orçamento público.
No caso, a referida acumulou tripla função, com possível comprometimento
de sua jornada diária, a saber:
Ø Cargo em Comissão, de Assessor Técnico de Apoio na SURPI, símbolo
DAS-4, da Secretaria de Governo do Estado do Piauí12;
Ø Cargo em Comissão de Assistente Técnico de Gabinete Adjunto D, CNE
15, da Câmara dos Deputados: 8 horas; e
Ø Superintendente Operacional do IGESDF: 8 horas13.
Por fim, com relação ao nepotismo, importante remarcar que o IPREV é
autarquia em regime especial, com personalidade jurídica de direito público,
dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, vinculada à
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Distrito Federal (art. 3º da
LC 769/08), e o IGESDF exerce suas atividades e cumprirá seus objetivos em
vinculação com a Secretaria de Estado de Saúde, Decreto 40395/20, artigo 1º,
parágrafo 1º14, portanto, ambos com vinculação ao Poder Executivo do DF.
Pois bem, o art. 7º da Lei nº 5899/17 estabelece (para o IGESDF) que a
“Diretoria Executiva é composta de Diretor-presidente, Diretor-vice-presidente e

10
“a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de
dois cargos privativos de médico; e c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas” (Art. 37, XVI da CF).
11
Consoante decidiu o STF: Processos relacionados, RE 602043 e
RE 612975.
12
Segundo a imprensa, 6 horas.
13
Consta do contracheque que a carga horária é de 40 horas.
14
§ 1º O IGESDF exercerá suas atividades e cumprirá seus objetivos em vinculação por cooperação com a
Secretaria de Estado de Saúde.
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até 3 Diretores, eleitos para mandato de 3 anos pelo Conselho de Administração,


admitida a reeleição”.
Assim, o ocupante do cargo de Diretor-Vice-Presidente do IGESDF integra
também a Diretoria Executiva, passando-se a transcrever os diplomas da Lei nº
5899/17, inclusive, os que se referem à escolha e perda da condição de Diretor:
Art. 7º A Diretoria Executiva é composta de Diretor-presidente, Diretor-vice-
presidente e até 3 Diretores, eleitos para mandato de 3 anos pelo Conselho de
Administração, admitida a reeleição.

§ 1º Até que seja nomeada a Diretoria Executiva pelo Conselho de Administração,


os cargos de Diretor-presidente, Diretor-vice-presidente e Diretor do IHBDF serão
exercidos, respectivamente, pelos atuais ocupantes dos cargos de Diretor-geral,
Diretor de Atenção à Saúde e Diretor Administrativo da unidade da Secretaria de
Estado de Saúde denominada HBDF.

§ 2º O Diretor-presidente do IHBDF é indicado pelo Presidente do Conselho


de Administração, e seu nome deve ser aprovado pelo Conselho de
Administração e ratificado pelo Governador do Distrito Federal.

§ 3º Os demais Diretores são aprovados pelo Conselho de Administração,


por indicação de seu Presidente e com a concordância do Diretor-
presidente.

§ 4º O Diretor-presidente, o Diretor-vice-presidente e os Diretores do IHBDF


podem, a qualquer tempo, ser substituídos por decisão do Conselho de
Administração, mediante proposta de seu Presidente.
De outra parte, o Diretor-Presidente do IPREV é membro do Conselho
de Administração, composto por 14 integrantes, nomeado pelo Governador do
DF. No caso, o Sr. Ney Ferraz, é o Presidente e esposo da Superintendente, que
se quer investir da função de Vice-Presidente do IGES/DF, como atrás se viu:
“Art. 93. A Diretoria Executiva do Iprev/DF é composta por 6 Diretores,
nomeados pelo Governador do Distrito Federal, com mandato de 3 anos,
sendo um Diretor-presidente (CNP- 3), um Diretor de Governança, Projetos e
Compliance (CNE-2), um Diretor de Previdência (CNE-2), um Diretor Jurídico
(CNE-2), um Diretor de Investimentos (CNE-2) e um Diretor Administrativo-
financeiro (CNE-2). (Artigo com a redação da Lei Complementar nº 932, de
3/10/2017.)
§ 1º O Diretor-presidente designa, entre os demais diretores, o seu substituto nos
casos de ausência, afastamento e impedimento.
§ 2º O Diretor de Investimentos deve comprovar possuir certificação de
profissional do mercado financeiro emitido por entidade autônoma de reconhecida
capacidade técnica e de difusão no mercado brasileiro de capitais.
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§ 3º Os Diretores Executivos têm assento nas reuniões do Conselho de


Administração do Iprev/DF, com direito a voz, mas sem direito a voto.
§ 4º A perda de mandato de membro da Diretoria Executiva só ocorre em virtude
de:
I – condenação penal por crime doloso ou por improbidade administrativa, julgada
por órgão colegiado ou transitada em julgado;
II – rejeição de contas relativas ao exercício de cargo ou função públicas, por
decisão irrecorrível proferida por órgão competente;
III – condenação em processo disciplinar com pena de demissão ou de destituição
de cargo, em conformidade com a legislação vigente;
IV – aplicação de penalidade de perda de mandato prevista em contrato de
gestão, nos termos do art. 93-A, § 3º, VI, aprovada por no mínimo 2/3 dos
membros do Conselho de Administração do Iprev/DF, garantidos o contraditório e
a ampla defesa (LC nº 769/08).
Cite-se, ainda, a SV 1315, que trata da nomeação de cônjuge/parentes da
autoridade nomeante (de fato ou de direito).
No mesmo sentido, houve alteração na Lei Orgânica do DF, artigo 19, § 9º,
da LODF, verbis:
§ 9º Fica vedada a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia
ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada, na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes do Distrito Federal, compreendido na vedação o ajuste
mediante designações recíprocas. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Emenda à Lei
Orgânica 67 de 30/10/2013) (negritou-se).

A respeito do tema em debate, como se sabe, a vedação ao nepotismo


aplica-se à Administração Indireta (Rcl 28842, STF).

Importante, também, salientar que a discussão a respeito do alcance da


expressão, “mesma pessoa jurídica” já foi objeto de debate no TCDF, nos autos
da Consulta tratada no Processo 34162/18.

Na ocasião, citou-se o entendimento da PGDF, no sentido de que, por


integrarem a mesma pessoa jurídica, no caso, o Distrito Federal, seria ilícita a

15
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.
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nomeação de parentes, ainda que um deles tivesse sido nomeado para


órgão da Administração Indireta e o outro para Administração Direta:

“Parecer 164/2015-PRCON/PGDF:

“27. A PGDF vem entendendo que “para o exato cumprimento da orientação


contida na Súmula Vinculante 13, que considera nepotismo nomeação para cargo
em comissão familiar de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cago de
direção, chefia ou assessoramento, o Decreto 32.751/2011, com o uso da
expressão “entidade”, objetivou que a vedação alcançasse todos aqueles que se
encontram na mesma entidade estatal” (v.g, Parecer 357/2014-PROPES).

(...)

Parecer 357/2014 – PROPES/PGDF:

(...)

19. É dizer: a expressão “entidade” foi empregada com o objetivo de que a


vedação à nomeação de parentes para cargo ou função comissionada alcançasse
todos os que se encontram na mesma pessoa jurídica (entidade estatal)...”

Parecer nº 062/2016-PRCON/PGDF:

(...) Conforme também assentado no Parecer 164/2015-PRCON/PGDF, o


nepotismo somente não se caracterizará caso ambos os parentes sejam
servidores efetivos e ocupem cargo em comissão ou função comissionada na
estrutura de sua carreira (observada a compatibilidade do grau de escolaridade do
cargo de origem ou da atividade e a complexidade do cargo, além da qualificação
profissional dos servidores). Ou seja, estará caracterizado o nepotismo se apenas
um dos servidores for efetivo ocupante de cargo ou função comissionados e o seu
parente (sem vínculo efetivo) for nomeado para cargo comissionado dentro da
mesma estrutura da pessoa jurídica. IV. Parecer pela manutenção do
entendimento exarado no Parecer 164/2015- PRCON/PGDF”.

Ocorre que, posteriormente, foi publicado o Decreto 39873/19, que alterou


o Decreto 32751/11, sobre a vedação do nepotismo no âmbito da Administração
Pública Direta e Indireta do Poder Executivo do Distrito Federal, daí a perda do
objeto da consulta (DECISÃO Nº 2731/2019).

No particular, ao que interessa aos autos, a exegese do Decreto


governamental citado excepciona a vedação, em face da designação para órgão
ou entidade distinto daquele em que encontra lotado o cônjuge, desde que
“observado, ainda, o seguinte”:

(...)

b) ausência de elementos que indiquem: (Alínea acrescido(a) pelo(a) Decreto


39873 de 07/06/2019)
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(...) 2. influência de parentesco no processo de escolha da pessoa nomeada,


designada ou contratada. (acrescido(a) pelo(a) Decreto 39873 de 07/06/2019)

Contudo, sem cargo efetivo, o que se nota é que, ao ter assumido o


esposo em Brasília, dois meses após, a esposa foi nomeada para cargos em
comissão e, ainda, no IGESDF, neste com inequívoca discrepância de
salários16.

Por outro lado, repita-se, tanto o IPREV, como o IGESDF estão


vinculados a Secretarias de Estado do Poder Executivo local, bem como, a
princípio, a influência do parentesco no processo de escolha não pode ser
liminarmente afastada, até mesmo porque, pelo menos, dois dos três
vínculos (todos posteriores à indicação do esposo) se relacionam com o
mesmo Estado de origem, pesando contra a esposa, ainda, a prestação de
funções, distintas e ao mesmo tempo, para órgãos diversos17.
Ora, segundo o MPC/DF já defendeu, o IGESDF sobre o influxo de todas
as regras que são atinentes ao pessoal no serviço público, por ser
totalmente dependente de repasses distritais (Parecer nº 098/2020-GP1P,
lançado no Processo nº 21391/2019).

Ressalte-se, ainda importante precedente do TCE SC:


1. Processo n.: REP-10/00673364
(...) 6. Acórdão n.: 0355/2012
VISTOS, relatados e discutidos estes autos, relativos à Representação acerca de
irregularidades praticadas na Prefeitura Municipal de Papanduva.
(...) 6.1. Considerar irregular, com fundamento no art. 36, § 2º, alínea “a”, da Lei
Complementar n. 202/2000, a prática de nepotismo, em face da nomeação
para cargos em comissão dos servidores Ângela Maria Poma da Cruz
Koehler, Adalberto Wiliczinski e Selma Adriana Berlande, todos com
vínculos de parentesco com outros servidores ocupantes dos cargos de
Assessoria e Secretários, em afronta ao art. 1º da Lei (municipal) n. 1.874/2009
e à Súmula Vinculante n. 13 do Supremo Tribunal Federal.

16
No Piauí, R$ 3.664,70. Na Câmara os Deputados, R$ 5.675,00 No IGESDF, R$ 24.865,00, em valores
brutos
17
A situação enseja esclarecimentos: “Concluiu-se que aquele que, na condição de servidor público, recebe
remuneração sem, efetivamente, exercer as respectivas atividades, incide no crime de peculato, capitulado no
art. 312 do Código Penal. (...) Salienta-se, ainda, que a tipicidade penal atingirá não somente o funcionário
“fantasma” mas também aquele que o nomear (desde que ciente da
situação).http://www.criminal.mppr.mp.br/pagina-1630.html. No STF, INQ 3508, foi recebida denúncia
contra o nomeante, mas, após, deslocou-se a competência. No STJ: RESP1723969 e ARESP1162086. No
campo da improbidade, ver: artigos 9, IX, 10, XI, 11, etc. Precedente: STJ, REsp 1019555/SP, Rel. Ministro
CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 29/06/2009.
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6.2. Aplicar ao Sr. Luiz Henrique Saliba – Prefeito Municipal de Papanduva,


CPF n. 381.890.039-68, com fundamento no art. 70, II, da Lei Complementar
n. 202/2000 c/c o art. 109, II, do Regimento Interno, a multa no valor de R$
2.000,00 (dois mil reais), em razão da prática de nepotismo,em face da
nomeação para cargos em comissão dos servidores Ângela Maria Poma da Cruz
Koehler, Adalberto Wiliczinski e Selma Adriana Berlande, todos com vínculos de
parentesco com outros servidores ocupantes dos cargos de Assessoria e
Secretários, em afronta ao art. 1º da Lei (municipal) n. 1.874/2009 e à Súmula
Vinculante n. 13 do Supremo Tribunal Federal, fixando-lhe o prazo de 30 (trinta)
dias, a contar da publicação deste Acórdão no Diário Oficial Eletrônico desta Corte
de Contas, para comprovar ao Tribunal o recolhimento da multa ao Tesouro do
Estado, sem o que, fica desde logo autorizado o encaminhamento da dívida para
cobrança judicial, observado o disposto nos arts. 43, II, e 71 da Lei Complementar
n. 202/2000.
Ademais, acaba de chegar ao MPC/DF Representação assinada pelo
Deputado Distrital Leandro Grass sobre os fatos aqui tratados18, nos
seguintes termos:

Pasme-se, Excelência. Para além dos dois cargos, cuja incompatibilidade de


horários é patente, a referida Senhora também ocupava o cargo de Assessora, a
partir de 2 de julho de 2019, tendo sido exonerada do cargo a partir da publicação
das reportagens pela imprensa local.

De acordo com a reportagem da Rede Globo, a sua jornada mínima no Estado do


Piauí, cujos serviços seriam prestados no Escritório de Representação daquele
Estado em Brasília, seria de 6 horas, o que revela, a não mais poder, a sua
notória incompatibilidade com os cargos outrora ocupados.

Vale dizer que é praxe, quando da posse ou assinatura de contrato de trabalho na


esfera pública, a entrega de declarações acerca de eventual acumulação de
cargos. é preciso, portanto, saber se esse procedimento foi cumprido.

(...)

Não parece que o caso se amolde a nenhuma das hipóteses constitucionais por
diversos motivos: são três cargos/empregos. Em segundo lugar, não há qualquer
compatibilidade de horários. Assim, a situação era absolutamente irregular e deve
ser investigada, sobretudo em razão de eventual prejuízo ao erário, uma vez que
o IGES/DF, em razão de contrato de gestão firmado com a Secretaria de Estado
de Saúde, utiliza recursos públicos, a despeito da exoneração dos cargos na
esfera federal e no Estado do Piauí, já que ocupa cargos no IGES/DF desde maio

18
MEMORANDO nº 90/2020 – MPC/PG, assinado pelo PGC DF: “Venho por meio deste, encaminhar, em
anexo, o Ofício nº 149/2020- Gabinete Dep. Leandro Grass, que trata de denúncia acerca de possível
irregularidade na indicação da atual Superintendente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito
Federal, nos termos do Ato Interno n° 2/2015”.
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de 2019, conforme simples pesquisa no sítio eletrônico da transparência daquele


órgão (https://igesdf.org.br/transparencia/salarios/relacao-desalario-maio-de-
21019/).

Tendo em vista a indicação da senhora Emanuela Dourado Rebelo Ferraz para o


cargo de Diretora Vice- Presidente do IGES/DF, consoante amplamente noticiado,
é preciso apurar se a indicada detém, de fato, condições de assumir o referido
cargo.

Posto isso, encontram-se presentes os requisitos da fumaça do bom Direito


e do perigo da demora, a fim de se garantir o resultado útil do processo, razão
pela qual o MPC/DF requer que a Corte:

1) Ouça a Sra Emanuela Dourado Rebelo Ferraz, para que, em 05 (cinco)


dias, justifique, comprovadamente, o exercício da tripla jornada
denunciada;
2) Determine que o Presidente do IGESDF instaure procedimento para
apuração dos fatos denunciados, devendo manifestar-se, perante o
TCDF, a respeito, no mesmo prazo, inclusive, informando se tinha
ciência da tripla jornada da Superintendente, apresentando, também,
cópia, se houver, das declarações oferecidas pela referida no item
anterior, de parentesco e acumulação de cargos/cumprimento de
jornada, nos dois momentos em que assumiu as funções de Assessor
Técnico e de Superintendente, e
3) Recomende que o Presidente do Conselho de Administração, seus
integrantes e o Presidente do IGESDF se abstenham, respectivamente,
de indicar, aprovar ou concordar com a escolha do nome da Sra
Emanuela Dourado Rebelo Ferraz, para a Vice-Presidência do IGESDF,
até que seja concluída a análise pelo TCDF.

Após, os autos devem retornar em prazo exíguo, para que o TCDF delibere
a respeito da ocorrência de nepotismo; recebimento irregular de
remuneração/acumulação e descumprimento de jornada.

Brasília, 19 de junho de 2020.

CLÁUDIA FERNANDA DE OLIVEIRA PEREIRA


PROCURADORA

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