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A máscara da pandemia

Abenon Menegassi

Neutra em si mesma, no contexto da pandemia pelo COVID-


19 a máscara advém objeto fetiche ideológico que galvaniza em seu
corpo os discursos afeitos à alienação voltada ao trabalho produtivo
escravizado.

A figura da máscara de proteção contra o covid-19 sintetiza a


política da unanimidade sem tensões; homogeneização
estereotipada do desejo do estado-empresa que se codifica no
corpo da pessoa e da população, e como controle desta população,
através da mensagem de que a participação social mascarada
salva vidas.

Por isso, e através deste argumento, codifica-se como


mensagem de que a máscara tem a capacidade de garantir o ideal
de bem comum enquanto proteção da saúde tanto do indivíduo
quanto da população.

Ela estabiliza, assim, o engajamento dos corpos dóceis


postos em circulação, na conexão com as suas respectivas mentes
ora colonizadas e em constante comunhão sempre ao redor do
totem “Trabalho a serviço do consumo de mercado”.
Esta segurança, ao mesmo tempo individual e populacional,
derivada do discurso sanitarista (sempre presente nos momentos
históricos em que o discurso médico-científico e higienista se uniu
ao discurso politico para o controle e o governo dos vivos),
sedimenta e chancela a ação do Estado neoliberal, ordoliberal e
nazicapitalista, ou seja, do estado de exceção, sobre cada unidade-
tipo viva, uma vez que esta unidade participa codificada na
compacidade densa de um cluster em revoada enquanto união em
torno do signo do ”homem comum”; união dirigida, que se
corporifica tanto pacificada quanto pacificadora na sociedade de
massas.

Se, na situação de ausência de lockdown ou de isolamento


social horizontal e dos testes em massa, tem-se a política da vida
nua, vida sacrificial, de acordo com a lógica seletiva do deixar viver
e como deixar viver, do deixar morrer e como deixar morrer essa
vida encerrada em si mesma e atomizada, agora, na continuidade
deste semblante da polícia, em seu uso assim ideologizado, o que
se tem é a máscara como instrumento da execução do mesmo
enquanto, assim se quer, eterno padrão.

Se antes, nos tempos dos blackblock`s, a máscara era a


marca da rebeldia, o slogan do desejo de mudança, da indignação e
da presença do confronto diante do estabelecido, de outra forma, o
emblema do rosto anônimo, rosto invisível em sua atitude de
iconoclastia, agora, ela se mistura na exposição deste mesmo rosto
em atitude postural de um trabalhador-soldado-civil que se exibe
como uma persona que empunha o estandarte e a bandeira da
obediência à execução do pré-determinado na sedimentação da
retidão, da conservação apolínea do político com a vida biológica,
amálgama pasteurizada da bios com a zoé.

Bios = vida biológica;

Zoé + vida política;

Mas há um Zoé do Bios. Ou seja, há um uso político da vida


biológica. Este uso chama-se “vida nua”.

SP, 06 de maio de 2020.

A MÁSCARA

OBJETIVO: Verificar a hipótese de que, no Brasil, no


contexto histórico e social da pandemia do covid-19, o discurso
(político sedimentado no saber médico/científico?), organiza-se de
modo a gerar e reproduzir conformação dos sujeitos às normas que
regularizam o mundo do trabalho, o que leva a uma maior
exposição e risco de contágio, em contraste com as
recomendações técnicas da ciência que orienta a preservação da
saúde e da vida humana através do evitamento do contágio pelo
vírus.

Ocorre que esse discurso não pode circular de forma aberta,


pois, desse modo, exporia suas contradições internas no que se
refere aos seus interesses reais. Por exemplo, quando o próprio
presidente da república discursa afirmando que está preocupado
com os empregos e o pão das pessoas e que o covid-19 é apenas
uma gripezinha.

Há uma característica de ambiguidade nesse discurso. Ele


veicula ao mesmo tempo tanto uma mensagem explicita quanto
uma mensagem implícita.

O que ele transmite é que as pessoas ficarão sem comer se


não trabalharem, pois, poderão perder seus empregos e salários.
Ademais, enfatiza que essa “gripezinha” não é justificativa para ficar
em casa. Quarentena implica fome, sem debate sobre pacotes e
medidas de auxilio aos trabalhadores e empresários mais
vulneráveis. É uma dicotomia oportunista.

Esse discurso transfere o problema da continuidade da


produção e do consumo logo, do acúmulo do capital, para os
trabalhadores uma vez que se os trabalhadores não saírem de casa
para manter ativa a relação produção/consumo não haverá
lucratividade por parte dos empregadores.
O que se está fazendo, portanto, é tentando camuflar o
caráter do interesse acumulativo da economia de mercado
capitalista com a máscara do “o que importa são as pessoas”, seus
empregos e subsistência. Quem aceitaria ir trabalhar e colocar sua
vida em risco se soubesse que a elite capitalista não se importa
com os operários e que, na verdade, querem explorá-los até a
morte, e além dela?

O mesmo ocorre no universo da saúde. Há um discurso


manifesto que faz semblante a um discurso latente. Ambos não são
opostos entre si, mas, continuidades torcidas um em relação ao
outro.

O discurso médico se coloca a serviço dessa engenharia


comunicativa do semblante para camuflar os interesses de
economia de mercado capitalista/acumulativo.

A máscara é o objeto que promove homeostase discursiva


para produzir coágulo no que se refere a ser pivô para produzir uma
discursividade de defesa da economia.

Trata-se de uma prática de uso de máscaras que se une à


prática de lavar as mãos, usar gel etc que se aplicada corretamente
evita o contágio e, habilita ao trabalho.

Contudo, sua metáfora permite toma-la como semblante de


discurso médico que camufla o discurso polpitico da classe
dominante, abastada e escravagista do Brasil. A máscara, mais que
tampar o rosto para proteger do vírus, mascara a ideologia que visa
manter os trabalhadores no leme.

Há, portanto, a prática de um discurso higienista/sanitarista a


serviço do discurso político que objetivam manter o trabalhador na
linha de produção e consumo com fins a não deixar o mercado
lucrativista desacelerar.

Desse modo, a máscara faz máscara, ou seja, semblante


para manipular e disfarçar os interesses do capital.

Esses discursos se sedimentam como uso corrente e se


naturalizam no fluxo dessa sedimentação.

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