Sunteți pe pagina 1din 15

Pareceres e decisões

revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais


abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Alienação de bens móveis pelo


Poder Legislativo e destinação da
receita de capital
CONSULTA N. 793.762

EMENTA: Consulta — Câmara Municipal — I. Bens móveis pertencentes


à Câmara Municipal. Alienação pelo Legislativo. Possibilidade. Separação
e autonomia dos Poderes. Licitação. II. Receita de capital proveniente
de alienação de bens móveis. Destinação à própria Câmara Municipal.
Possibilidade. Dedução do repasse financeiro realizado pelo Poder
Executivo. Observância do disposto no art. 29-A da CR/88.

(...) a afirmação de que a receita de capital proveniente da alienação de um bem da


Câmara Municipal será destinada ao próprio Poder Legislativo deve ser entendida no
sentido de que é a Câmara Municipal que definirá, em termos orçamentários, a aplicação
dessa receita, tendo em vista que o Poder Legislativo possui autonomia orçamentária.

RELATOR: CONSELHEIRO ANTÔNIO CARLOS ANDRADA

RELATÓRIO
Tratam os presentes autos de consulta formulada pelo Sr. Helder Honório da Silva,
Presidente da Câmara Municipal de Engenheiro Caldas, por meio da qual elabora o
seguinte questionamento, in verbis:

1. A quem cabe a alienação de bens móveis do Poder Legislativo?

2. Qual Poder deverá abrir o processo licitatório de alienação: Legislativo ou


Executivo?

3. A receita proveniente da alienação será destinada ao Poder Legislativo


ou Executivo: Caso seja destinada à Câmara Municipal, como esta receberá
tal receita? Poderá recebê-la além das transferências efetuadas pelo Poder
Executivo à Câmara Municipal?

É o relatório, em síntese.

147
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

PRELIMINAR
Verifico, nos termos constantes da petição inicial, a fls. 01, que o consulente é parte
legítima para formular a presente consulta, e que o seu objeto refere-se a matéria
de competência desta Corte, nos termos dos arts. 210 e 213 do RITCEMG. Portanto,
conheço desta consulta para respondê-la em tese.

MÉRITO
Tendo em vista a estreita correlação entre as duas primeiras indagações do
consulente, opto por respondê-las conjuntamente:

1. A quem cabe a alienação de bens móveis do Poder Legislativo?

2. Qual Poder deverá abrir o processo licitatório de alienação: Legislativo ou


Executivo?

Conforme o Conselheiro Moura e Castro, relator da Consulta n. 671.349, sessão do


dia 20/11/2002, o art. 2° da Carta Magna da República deixa clara a independência
entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o art. 51 da CR, por sua vez,
é aplicável ao Poder Legislativo Municipal em razão do princípio da correlação,
confirmando a competência privativa da Câmara Municipal para dispor sobre sua
organização e funcionamento de seus serviços. Assim, pode a própria Câmara
Municipal realizar procedimento licitatório com o objetivo de emprestar, alienar
ou doar bens móveis inservíveis que estão sob o seu controle patrimonial, sem
qualquer ingerência do Poder Executivo.

A Câmara Municipal, ao alienar bens móveis, deverá observar normas sobre a


existência de interesse público, a avaliação prévia, a necessidade de realização de
procedimento licitatório, a modalidade de licitação a ser adotada e a desnecessidade
de autorização legislativa.

Especificamente sobre a alienação de bens móveis, vale lembrar que, de acordo


com o art. 17, caput e inciso II, da Lei Federal n. 8.666/93, tal alienação está
subordinada à existência de interesse público, devidamente justificado, e será
precedida de avaliação e licitação, sendo esta dispensada nos casos das alíneas a a
g do dispositivo legal citado.

Em relação à modalidade de licitação aplicável à alienação de bens móveis, o


§ 6° do art. 17 dispõe que pode ser utilizado o leilão para a venda de bens móveis
avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior a R$650.000,00 (valor
expresso no art. 23, inciso II, alínea b); para valores superiores, será obrigatória a
concorrência.

A adoção de outras modalidades de licitação para alienação de bens móveis não é


apropriada, conforme entendimento firmado por esta Corte na Consulta n. 708.593,
de relatoria do Conselheiro Gilberto Diniz, sessão de 28/11/2007, in verbis:
148
Pareceres e decisões
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

(...) Alinho-me ao posicionamento do Professor Marçal Justen Filho, segundo


o qual a regra é a participação de quaisquer interessados na licitação para
alienação de bens, que terá como critério o maior preço sob pena de se ofender
o princípio da isonomia. Assim, tanto o convite como a tomada de preços, por
restringirem a livre participação (um depende de haver sido convidado e o
outro de inscrição em registro cadastral), são inapropriados para alienar
bens da Administração Pública (grifamos).

Apesar de não ser assunto questionado pelo consulente, tendo em vista o papel
pedagógico desta Corte, chamo atenção para o fato de que não há, em regra,
necessidade de autorização legislativa para a alienação de bens móveis. Tal
entendimento foi consolidado na Consulta n. 708.593, de relatoria do Conselheiro
Gilberto Diniz, sessão do dia 28/11/2007, e na Consulta n. 720.900, de minha
relatoria, sessão do dia 27/05/2009. Nessas consultas, concluímos que a autorização
legislativa só é exigida para bens imóveis, conforme leitura do inciso I do art. 17
da Lei Federal n. 8.666/93, sendo, portanto, desnecessária para a alienação de
bens móveis, posição esta sustentada pela maioria da doutrina administrativa. No
entanto, pode haver a necessidade de autorização legislativa para alienação de
bens móveis, desde que exigida por lei estadual ou municipal, tendo em vista a
competência legislativa suplementar desses entes quanto à matéria.

Dessa forma, respondo as duas primeiras indagações: cabe à própria Câmara


Municipal, por possuir autonomia administrativa, promover processo licitatório para
alienar seus bens móveis, atendidos os pressupostos legais.

Passo a responder a terceira indagação do consulente, que reúne três perguntas:

3. A receita proveniente da alienação será destinada ao Poder Legislativo


ou Executivo: Caso seja destinada a Câmara Municipal, como esta receberá
tal receita? Poderá recebê-la além das transferências efetuadas pelo Poder
Executivo à Câmara Municipal?

Sobre a primeira pergunta, a Receita de Capital proveniente da alienação de bens


móveis integrantes do Ativo Permanente da Câmara Legislativa pertence ao próprio
Poder Legislativo, em respeito, novamente, aos princípios da separação e da
autonomia dos Poderes, também aplicáveis à gestão patrimonial.

Em relação à segunda pergunta, o recebimento da referida receita, em termos


financeiros, dependerá do disposto no instrumento convocatório do procedimento
licitatório, promovido pela Câmara Municipal, em observância aos ditames da Lei
Federal n. 8.666/93.

No que diz respeito ao recebimento da referida receita, em termos contábeis,


recomendo ao consulente a leitura atenta da Instrução Normativa n. 10/2008,
expedida por esta Corte, que dispõe sobre a prestação de contas pelo chefe do
Poder Legislativo referente ao exercício de 2008. Sobre tal instrução, é necessário
destacar alguns pontos, com o objetivo de esclarecer a dúvida do consulente.

149
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

O Sistema Informatizado de Contas para Câmaras Municipais (Sicam) é disponibilizado


por esta Corte para que o Poder Legislativo Municipal promova o preenchimento das
informações relativas à respectiva prestação anual de contas.

As instruções sobre o preenchimento das prestações de contas do Poder Legislativo


Municipal estão reunidas no Manual do Sicam, disponível em <http://www.tce.
mg.gov.br/IMG/PrestaCamara/instaladorsicam/SICAM_2008Manual.pdf>, que explica
o procedimento a ser adotado para a baixa de bens móveis alienados e para o registro
da receita correspondente.

O item que explica o preenchimento das receitas faz referência ao Manual de


Procedimentos das Receitas Públicas, aplicado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, aprovado pela Portaria conjunta: Secretaria do Tesouro
Nacional/Secretaria de Orçamento Federal (STN/SOF) n. 02, de 08 de agosto de
2007. Recomendo ao consulente a leitura dos manuais citados, mas adianto que a
classificação, dada por esses dispositivos, da receita relativa à alienação de bens
móveis, é uma Receita de Capital, classificada sob o código sintético 2210.00.00
— Receita (de Capital) de Alienação de Bens Móveis.

Tal classificação obedece também ao § 2° do art. 11 da Lei Federal n. 4.320/64,


que define as Receitas de Capital como as receitas destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas de Capital, estas explicadas nos arts. 12 e 13 da mesma
Lei; a receita proveniente da conversão, em espécie, de bens, constitui uma das
espécies de Receitas de Capital.

Para a baixa contábil dos bens móveis alienados, o responsável pelo preenchimento
das informações no Sicam deverá buscar, na aba Ativo, subgrupo Ativo Permanente,
o campo de Bens Móveis, colocando o valor de alienação em Desincorporação. Sobre
o assunto, não se pode esquecer os comandos expressos na Lei Federal n. 4.320/64,
em especial nos arts. 94 a 97:

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com
indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um
deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.

Art. 95. A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário
analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética
na contabilidade.

Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se-á o registro
contábil das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.

Por fim, é importante observar que, com o objetivo de preservar o patrimônio


público, o art. 44 da Lei Complementar n. 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal,
reforça a obrigatoriedade de aplicação de Receitas de Capital apenas em Despesas

150
Pareceres e decisões
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

de Capital, comportando apenas uma exceção, relativa aos regimes de previdência


social, geral e próprio dos servidores:1

É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e


direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesas
correntes, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e
próprio dos servidores.

Em relação à terceira pergunta, que trata da relação entre a despesa auferida


pela alienação de bens móveis da Câmara Municipal e as transferências do Poder
Executivo ao Poder Legislativo, algumas observações são necessárias.

O art. 29-A da CR de 1988 dispõe sobre limites anuais, em percentuais definidos


de acordo com o critério populacional, do total da despesa do Poder Legislativo
Municipal, incluídos os subsídios dos vereadores e excluídos os gastos com inativos.
Tais limites são apurados com base no somatório das seguintes receitas:

1. receita tributária;

2. transferências ao respectivo Município e segundo as regras constitucionais, de


percentuais da receita referente ao imposto aplicável ao ouro, quando este for
definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

3. transferências aos municípios segundo as regras constitucionais, em especial as


expressas nos arts. 158 e 159, de percentuais da arrecadação, pela União e Estados,
das receitas referentes aos impostos:

a) sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte;

b) sobre a propriedade territorial rural;

c) sobre a propriedade de veículos automotores;

d) sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de


serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;

e) sobre a renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados,


entregues ao Fundo de Participação dos Municípios.

Tais receitas são classificáveis como Receitas Correntes, nos termos do art. 11
da Lei Federal n. 4.320/64 e da Portaria conjunta STN/SOF n. 02, de 08 de agosto
de 2007. Assim, sendo a receita de alienação de bens móveis uma Receita de
Capital e auferida pela própria Câmara Municipal, não há que se falar em qualquer
relação entre esta receita e o limite da despesa total expressa no art. 29-A da CR,
e as respectivas transferências efetuadas pelo Poder Executivo à Câmara Municipal
para honrar essa despesa.
1
Vide Consulta n. 753.232, de relatoria do Conselheiro Substituto Gilberto Diniz, sessão do dia 10/09/2008.

151
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Não obstante, a destinação da Receita de Capital de Alienação de Bens Móveis


auferida pela Câmara deverá obedecer às normas de direito financeiro e finanças
públicas previstas na Lei Federal n. 4.320/64 e na Lei Complementar n. 101/00,
sem prejuízo da observância das normas constitucionais e outras pertinentes ao
assunto.

VOTO
Diante do exposto, respondo sinteticamente ao consulente que:

— A receita proveniente da alienação de bens móveis da Câmara Municipal pertence


ao próprio Poder Legislativo, em decorrência da separação e da autonomia dos
Poderes. Assim, a própria Câmara Municipal pode promover a licitação dos bens
móveis que compõem o seu Ativo Permanente. Essa individualização é necessária,
inclusive, para fins de responsabilização do gestor legítimo;

— A forma de recebimento e contabilização da Receita de Capital e da baixa


decorrentes da alienação de bens móveis deve obedecer ao disposto no instrumento
convocatório da licitação e à Instrução Normativa TCEMG n. 10/2008, para contas
relativas ao exercício de 2008, bem como ao Manual de utilização do Sicam. Tal
receita deve ser utilizada em estrita observância ao art. 11, § 2°, da Lei Federal n.
4.320/64, e ao art. 44 da Lei Federal Complementar n. 101/00;

— A Receita de Capital de Alienação de Bens Móveis não está incluída no repasse


realizado pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, pois a despesa total da Câmara
Municipal e o referido repasse, regulados pelo art. 29-A da CR têm limites com
base em somatório apenas das Receitas Correntes elencadas no citado dispositivo
normativo.

É o meu parecer, que submeto à consideração dos Srs. Conselheiros.

Na sessão do dia 02/09/09, acompanhou o voto do relator a Conselheira Adriene Andrade,


oportunidade em que o Conselheiro em Exercício Gilberto Diniz pediu vista dos autos.

152
Pareceres e decisões
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Retorno de vista
CONSELHEIRO EM EXERCÍCIO GILBERTO DINIZ

RELATÓRIO
Cuidam os autos da consulta formulada pelo Sr. Helder Honório da Silva, Presidente
da Câmara Municipal de Engenheiro Caldas, por via da qual indaga a esta Corte de
Contas, in verbis:

Na hipótese de a Câmara Municipal possuir um bem móvel usado e desejar


trocá-lo por outro novo:
1. A quem cabe a alienação de bens móveis do Poder Legislativo?
2. Qual Poder deverá abrir o processo licitatório de alienação: Legislativo ou
Executivo?
3 . A receita proveniente da alienação será destinada ao Poder Legislativo ou
Executivo: Caso seja destinada a Câmara Municipal, como esta receberá tal
receita? Poderá recebê-la além das transferências efetuadas pelo Poder Execu-
tivo à Câmara Municipal?

Distribuída ao Conselheiro Antônio Carlos Andrada, a consulta foi relatada na


sessão de 02/09/09, tendo sido conhecida por unanimidade. No mérito, o relator
manifestou-se, em síntese, nos seguintes termos:

1. A receita proveniente da alienação de bens móveis da Câmara Municipal per-


tence ao próprio Poder Legislativo em decorrência da separação e da autono-
mia dos Poderes. Assim, a própria Câmara Municipal pode promover a licitação
dos bens móveis que compõem o seu Ativo Permanente. Essa individualização é
necessária, inclusive, para fins de responsabilização do gestor legítimo;
2. A forma de recebimento e contabilização da Receita de Capital e da baixa
decorrentes da alienação de bens deve obedecer ao disposto no instrumento
convocatório da licitação e à Instrução Normativa TCEMG n. 10/2008, para con-
tas relativas ao exercício de 2008, bem como ao manual de utilização do Sicam.
Tal receita deve ser utilizada em estrita observância ao § 2° do art. 11 da Lei
Federal n. 4.320/64 e ao art. 44 da Lei Federal Complementar n. 101/00;
3. A Receita de Capital de Alienação de Bens Móveis não está incluída no repas-
se realizado pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, pois a despesa total da
Câmara Municipal e o referido repasse, regulados pelo art. 29-A da Constitui-
ção Federal têm limites com base em somatório apenas das Receitas Correntes
elencadas no citado dispositivo normativo.

A Conselheira Adriene Andrade acompanhou o relator, após o que pedi vista dos
autos para melhor examinar a matéria.

153
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Em apertada síntese, é o relatório.

MÉRITO
Ressalto, de início, que o motivo do meu pedido de vista cingiu-se à terceira
indagação do consulente, qual seja, se a receita proveniente da alienação de bem
móvel é destinada ao Poder Legislativo ou Executivo.

A resposta a esse questionamento, a meu juízo, está ligada à observância de regras


basilares do Direito Financeiro, notadamente aquelas contidas na Lei n. 4.320/64.

E ainda ao fato de que os bens, incluídos aqueles utilizados pela Câmara de


Vereadores, pertencem ao Município, pessoa jurídica de direito público interno, e
integram o patrimônio desse ente federado.

Lançadas tais premissas, é cediço que a receita orçamentária proveniente da


alienação de componentes do ativo permanente é registrada na categoria econômica
Receita de Capital, consoante disciplina contida no Manual de Receita Nacional,
editado pela Secretaria do Tesouro Nacional, por meio da Portaria conjunta STN/
SOF n. 3, de 14/10/08, com vigência para o exercício financeiro de 2009.

Segundo o aludido manual, a gestão da receita orçamentária se divide em três


etapas, quais sejam: planejamento, execução e controle e avaliação. A execução
da receita tem como estágios o lançamento, a arrecadação e o recolhimento,
encontrando disciplina nos arts. 52 a 56 da Lei n. 4.320/64.

Nesse particular, é sabido que a arrecadação se constitui na entrega dos recursos


financeiros devidos aos agentes arrecadadores. Por sua vez, o recolhimento
é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, cuja
administração, controle da arrecadação e programação financeira estão a cargo do
Poder Executivo.

Esse desencadear de idéias conduz à inexorável conclusão de que, em regra, o


Poder Legislativo não é unidade arrecadadora de receita pública.

E não poderia ser de outra forma, porque, nos termos do art. 168 da Constituição
da República, os recursos financeiros correspondentes às dotações orçamentárias,
compreendidos aqueles oriundos de créditos suplementares e especiais, dos órgãos
dos Poderes Legislativo, Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública,
ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, na forma da Lei Complementar a
que se refere o § 9° do art. 165 também da Carta Federal.

Vale dizer, se a fonte dos recursos financeiros para fazer face às despesas inerentes às
atividades próprias do Legislativo é constituída pelos repasses feitos pelo Executivo,
de ordinário, não há razão fática ou mesmo jurídica para a arrecadação de receita
orçamentária por aquele Poder.

154
Pareceres e decisões
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Para ênfase dessa assertiva, a propósito, não se pode olvidar que o montante de
recursos financeiros a ser gerido pela Câmara de Vereadores está sujeito aos limites
fixados no art. 29-A da Constituição Republicana, cujos percentuais, que variam de
acordo com a população municipal, foram reduzidos pela Emenda Constitucional n.
58, publicada no DOU de 24/09/09 e com vigência a partir de 1°/01/2010.

Além disso, as sobras dos recursos repassados à edilidade devem ser devolvidas ao
Poder Executivo, consoante orientação do Tribunal consubstanciada em diversas
respostas a consultas, v. g., nas de n. 778.098 e 684.661.

À vista desses fundamentos, embora possa alienar bens móveis que estejam sob sua
gestão e conduzir o devido e necessário procedimento licitatório para tal finalidade,
observados os comandos legais aplicáveis à espécie, a Câmara de Vereadores não
pode se apropriar e, por conseguinte, contabilizar o valor auferido na cogitada
transação. Ao contrário, deve repassar, de imediato, o ingresso financeiro proveniente
da alienação ao Executivo, que deverá observar a regra contida no art. 44 da Lei
Complementar 101/00 para utilização desse recurso. É que,

no contexto orçamentário, em realidade, embora o Poder Legislativo detenha


autonomia e possa gerir os recursos financeiros que lhe são garantidos e re-
passados mensalmente, a Câmara de Vereadores é unidade orçamentária ou
unidade gestora do orçamento da Administração Pública Municipal.

A propósito, esse entendimento está assentado nos pareceres exarados por este
Tribunal nas Consultas n. 618.952, 618.966, 677.160, 695.431 e 713.085, os quais
elucidam, com propriedade, a dúvida do consulente, embora as indagações nesses
processos busquem esclarecer dúvidas diferentes.

Conclusão: dessa forma, Sr. Presidente, acompanho as conclusões do relator de


que a Câmara de Vereadores pode alienar bens móveis utilizados em seus serviços e
conduzir o devido e necessário procedimento licitatório para atingir tal desiderato.
Quanto ao terceiro questionamento do consulente, que se refere à destinação e
contabilização da receita proveniente da alienação de bem móvel pela Câmara de
Vereadores, meu entendimento é diverso, nos termos das razões expendidas.

É assim que voto.

Na sessão do dia 16/12/09, diante do entendimento do Conselheiro em Exercício Gilberto


Diniz, pediu vista dos autos o Conselheiro Antônio Carlos Andrada.

155
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Retorno de vista
CONSELHEIRO ANTÔNIO CARLOS ANDRADA

RELATÓRIO
Tratam os presentes autos de consulta formulada pelo Sr. Helder Honório da Silva,
Presidente da Câmara Municipal de Engenheiro Caldas, por meio da qual elabora o
seguinte questionamento, in verbis:

1. A quem cabe a alienação de bens móveis do Poder Legislativo?


2. Qual Poder deverá abrir o processo licitatório de alienação: Legislativo ou
Executivo?
3. A receita proveniente da alienação será destinada ao Poder Legislativo ou
Executivo: Caso seja destinada à Câmara Municipal, como esta receberá tal
receita? Poderá recebê-la além das transferências efetuadas pelo Poder Execu-
tivo à Câmara Municipal?

Como relator, respondi sinteticamente ao consulente que:

— A receita proveniente da alienação de bens móveis da Câmara Municipal pertence


ao próprio Poder Legislativo, em decorrência da separação e da autonomia dos
Poderes. Assim, a própria Câmara Municipal pode promover a licitação dos bens
móveis que compõem o seu Ativo Permanente. Essa individualização é necessária,
inclusive, para fins de responsabilização do gestor legítimo;

— A forma de recebimento e contabilização da Receita de Capital e da baixa


decorrentes da alienação de bens móveis deve obedecer ao disposto no instrumento
convocatório da licitação e à Instrução Normativa TCEMG n. 10/2008, para contas
relativas ao exercício de 2008, bem como ao Manual de utilização do Sicam. Tal
receita deve ser utilizada em estrita observância ao art. 11, § 2°, da Lei Federal n.
4.320/64, e ao art. 44 da Lei Federal Complementar n. 101/00;

— A Receita de Capital de Alienação de Bens Móveis não está incluída no repasse


realizado pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, pois a despesa total da Câmara
Municipal e o referido repasse, regulados pelo art. 29-A da CR têm limites com
base em somatório apenas das Receitas Correntes elencadas no citado dispositivo
normativo.

O Conselheiro Gilberto Diniz expressou entendimento diverso quanto ao terceiro


questionamento, considerando que a receita de alienação de bens da Câmara
Municipal deverá ser destinada ao Poder Executivo.

156
Pareceres e decisões
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Diante dos argumentos apresentados pelo Conselheiro Gilberto Diniz, decidi realizar
um reexame da matéria.

É o relatório, em síntese.

MÉRITO
A controvérsia levantada diz respeito ao terceiro questionamento feito pelo
consulente, in verbis:

3. A receita proveniente da alienação será destinada ao Poder Legislativo ou


Executivo: Caso seja destinada à Câmara Municipal, como esta receberá tal
receita? Poderá recebê-la além das transferências efetuadas pelo Poder Execu-
tivo à Câmara Municipal?

Enquanto expressei meu entendimento no sentido de que a receita proveniente


de alienação de bens da Câmara Municipal deverá ser destinada à própria Câmara
Municipal, a esta pertencendo, em virtude do princípio da autonomia dos Poderes,
o Conselheiro Gilberto Diniz entendeu que a receita seria destinada ao Município.

Considerando os argumentos do Conselheiro Gilberto Diniz, esclareço melhor meu


posicionamento.

Tanto o Poder Legislativo quanto o Poder Executivo integram o Município, e qualquer


receita gerada no âmbito desses poderes pertence ao Município. Entretanto, quando o
consulente pergunta a quem será destinada a receita de capital proveniente da alienação
de um bem móvel da Câmara Municipal, entendo que o consulente deseja saber se a
própria Câmara Municipal poderá custear uma despesa de capital com aquela receita.

Neste sentido, a afirmação de que a receita de capital proveniente da alienação


de um bem da Câmara Municipal será destinada ao próprio Poder Legislativo deve
ser entendida no sentido de que é a Câmara Municipal que definirá, em termos
orçamentários, a aplicação dessa receita, tendo em vista que o Poder Legislativo
possui autonomia orçamentária.

Se a destinação orçamentária da receita de capital em questão não fosse definida


pela própria Câmara Municipal, mas pelo Poder Executivo, não haveria interesse
do Poder Legislativo em promover a alienação de bens de seu ativo permanente.
No entanto, poderá o Poder Legislativo acordar com o Poder Executivo quanto à
realização da alienação de bens por este último, inclusive por meio de legislação
local, bem como quanto à destinação da receita, durante o processo orçamentário,
pois a definição orçamentária sobre a utilização das receitas possui um viés muito
mais político do que legal.

Ao realizar a alienação em questão, nada impede que os recursos financeiros


resultantes permaneçam em poder da própria Câmara Municipal; seria irracional e
ineficiente a Câmara Municipal repassar um recurso que já se encontra no âmbito do
157
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

próprio Poder Legislativo para o Poder Executivo, e depois receber o mesmo valor
por meio de novo repasse realizado pelo Poder Executivo.

A utilização dos recursos disponíveis, em termos financeiros, na Câmara Municipal,


deverá obedecer ao que fixa a Lei Orçamentária Anual ou à lei de créditos adicionais.
Assim, a definição orçamentária de aplicação da receita é muito mais importante
do que o mero cumprimento do compromisso financeiro correspondente, a partir de
recursos já disponíveis no âmbito do Poder Legislativo.

Tendo em vista o limite total anual da despesa do Poder Legislativo, imposto pelo
art.29-A da Carta Magna, após a fixação, no orçamento consolidado, de uma despesa
de capital custeada com a referida receita de capital, o valor da despesa de capital
correspondente deverá ser deduzido do repasse complementar a ser realizado pelo
Poder Executivo para custeio das demais despesas, da mesma forma que ocorre
quando há sobra financeira de repasses anteriores; esse montante, deduzido do
referido repasse, não guarda relação com a receita de capital gerada, mas com a
despesa custeada, tendo em vista que o limite constitucional citado toma como base
a despesa total. Portanto, caso a receita de capital em questão fosse destinada,
por deliberação da Câmara Municipal, durante o processo orçamentário, a uma
despesa do Poder Executivo, não deveria haver qualquer dedução no repasse
financeiro a ser realizado entre os Poderes.

Ressalto, ainda, que o repasse de recursos entre os Poderes é puramente financeiro,2


continuando o orçamento um instrumento único para ambos os Poderes, ou seja,
a classificação orçamentária da receita indicada como fonte das despesas continua
tal como realizada originalmente no orçamento consolidado, devendo atender aos
requisitos e limitações legais.

Por fim, tendo em vista que, em contabilidade pública, o sistema financeiro não se
confunde com o sistema orçamentário, em termos orçamentários, caso a receita de
capital em questão não seja aplicada em despesa de capital fixada para o exercício
corrente, o orçamento de capital do Município apresentará um superávit. Assim, o
valor contabilizado na rubrica orçamentária correspondente à receita de capital ficará
disponível para utilização em despesa de capital fixada para o exercício seguinte. Nessa
situação, a Câmara Municipal e a Prefeitura, ao discutir o orçamento do Município
para ano seguinte, definirão se a referida receita de capital será aplicada em despesa
de capital do Poder Legislativo ou do Poder Executivo.

Em termos financeiros, ao final do exercício, não há obrigação de devolução, pela


Câmara Municipal à Prefeitura, do valor correspondente à receita de capital gerada
e não gasta. Entretanto, o repasse financeiro realizado pelo Poder Executivo no
exercício seguinte deverá ser deduzido do valor já disponível financeiramente no
2
Conforme a Consulta n. 618.952: Nesse contexto, é bom que se diga, os recursos financeiros repassados mensalmente à Câmara
Municipal não devem ser tratados como transferências, como confunde o intérprete menos atento, mas como repasses
financeiros registrados no Sistema Financeiro como Repasses Concedidos pelo Tesouro Municipal e, em contrapartida,
como Repasses Recebidos pela Câmara Municipal.

158
Pareceres e decisões
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

âmbito da Câmara Municipal, assegurando a disponibilidade financeira suficiente


para o pagamento do total da despesa fixada (corrente e de capital) para o Poder
Legislativo.

O entendimento aqui expresso não desobedece a nenhum comando legal, nem


interfere nas atribuições e controles a serem exercidos pelo Poder Executivo:
o orçamento continua sendo uma peça única para todo o Município, os recursos
financeiros continuam integrando o Tesouro do Município, a separação e autonomia
dos Poderes continuam preservadas e a responsabilização de cada gestor, quando
realizada a prestação de contas, continua específica.

A definição específica das responsabilidades de cada Poder é essencial para a


fiscalização de contas e aplicação de sanções por parte desta Corte. De acordo com o
art. 29-A da Carta Magna, as responsabilidades de cada Poder estão assim definidas:

— De acordo com o caput e o § 1° do dispositivo normativo citado, o Poder


Legislativo não poderá executar despesa total em montante superior ao limite3
calculado com base na efetiva arrecadação, no ano anterior, da receita tributária
e das transferências descritas no dispositivo, nem efetuar despesa com folha de
pagamento superior a 70% de sua receita;

— De acordo com os §§ 2° e 3° do dispositivo normativo citado, o Poder Executivo não


poderá repassar valores que superem o limite da despesa total do Poder Legislativo,
nem o limite da despesa com folha de pagamento da Câmara Municipal. Obedecidos
tais limites, o Poder Executivo não poderá repassar valor inferior ao fixado na Lei
Orçamentária, disposição esta que limita a interferência deste no âmbito do Poder
Legislativo.

Assim, confirmo o entendimento de que a receita de capital proveniente de alienação


de um bem da Câmara Municipal será destinada à própria Câmara Municipal, no
sentido de que é o Poder Legislativo que define, em última instância, a destinação
orçamentária da receita, e que esse fato não desobedece a qualquer outro comando
legal ou afronta a qualquer outra competência do Poder Executivo.

Conclusão: diante de todo o exposto, entendo que a Câmara Municipal tem o poder
de definir, orçamentariamente, a aplicação da receita de capital proveniente da
alienação de um bem de seu próprio ativo, sem que isso viole qualquer competência
(orçamentária, de execução, de programação financeira, de prestação de contas ou
de controle) do Poder Executivo.

É possível, inclusive, que o Poder Executivo use uma receita de capital proveniente
da alienação de um bem do Poder Legislativo — mas somente se este último assim o
definir — durante o processo orçamentário. Dessa forma, a ingerência maior sobre a

3
Além desses limites constitucionais, há, ainda, os limites impostos pela Lei Complementar n. 101 de 2000 — LRF.

159
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

receita em questão será sempre do Poder Legislativo, independentemente da forma


como será realizado o repasse financeiro dos recursos.

É necessário lembrar, ainda, que uma vez fixada a despesa total do Poder Legislativo
com uma parcela custeada com recursos próprios ou com recursos já disponíveis
para utilização pelo próprio Poder Legislativo, provenientes do repasse anterior,
o Poder Executivo deverá reduzir a parcela respectiva do repasse financeiro
de recursos a ser efetuado, destinado a cobrir as demais despesas. Tal redução
deverá ser feita para cumprir as disposições contidas no art. 29-A da CR. Portanto,
o valor da despesa realizada com a receita proveniente de alienação de um bem
da Câmara Municipal deverá ser deduzido do repasse financeiro a ser efetuado
pelo Poder Executivo.

Considerando o entendimento do relator, manifestou-se o Conselheiro


em Exercício Gilberto Diniz:
Com relação ao terceiro item sobre o qual houve divergência, mantenho o meu
voto proferido na sessão anterior, em que o Conselheiro pediu reanálise da matéria.
Entendo que a Câmara de Vereadores não é arrecadadora de receita, ela não
tem como proceder a tal contabilização. Então o recurso oriundo de alienação de
bens pelo Legislativo deve voltar para o Executivo porque é quem controla e é o
arrecadador de receitas. Mas, se a Câmara vai comprar um bem, é evidente que
isso tem que estar previsto no seu orçamento. A Câmara somente faz previsão de
despesas, ela integra o orçamento do Município como uma unidade de despesa.
Então penso que essa questão não pode ser examinada apenas sob a ótica da
eficiência, que entendo simplista, porque a contabilidade envolve procedimentos a
serem observados. Então, entendo que, para haver o registro desse numerário, tem
que retornar ao Executivo.

Mantenho, pois, o meu voto proferido na Sessão do dia 16/12/09, vazado nestes
termos:

Dessa forma, Senhor Presidente, acompanho as conclusões do Relator de que


a Câmara de Vereadores pode alienar bens móveis utilizados em seus serviços
e conduzir o devido e necessário procedimento licitatório para atingir tal de-
siderato. Quanto ao terceiro questionamento do consulente, que se refere à
destinação e contabilização da receita proveniente da alienação de bem móvel
pela Câmara de Vereadores, meu entendimento é diverso, nos termos das ra-
zões expendidas.

É assim que voto.

Na oportunidade, posicionou-se o Conselheiro Eduardo Carone Costa:


Sr. Presidente, eu voto apenas à vista do princípio da legalidade.

160
Pareceres e decisões
revista do tribunal de contas DO ESTADO de minas gerais
abril | maio | junho 2010 | v. 75 — n. 2 — ano XXVIII

Eu entendo que realmente não é costume, no Direito Financeiro brasileiro, as


Câmaras Municipais terem papel arrecadador, mas isso não impede que a lei fixe
essa possibilidade de arrecadar receita. Se a lei fixar — e não há nada que impeça,
a meu ver — se a lei previr a arrecadação, que a Câmara arrecade a previsão legal.
Então eu acompanho o Conselheiro Andrada, com essa observação.

A consulta em epígrafe foi respondida pelo Tribunal Pleno na sessão do dia 17/03/10
presidida pelo Conselheiro Wanderley Ávila; presentes o Conselheiro Eduardo Carone Costa,
Conselheiro Elmo Braz, Conselheira Adriene Andrade e Conselheiro Sebastião Helvecio que
acompanharam o parecer exarado pelo Relator Conselheiro Antônio Carlos Andrada. Vencido
em parte o Conselheiro em Exercício Gilberto Diniz.

161

S-ar putea să vă placă și