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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0000.18.127740-1/001 Númeração 1277419-


Relator: Des.(a) Caetano Levi Lopes
Relator do Acordão: Des.(a) Caetano Levi Lopes
Data do Julgamento: 30/07/0019
Data da Publicação: 01/08/2019

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA PROVISÓRIA DE


URGÊNCIA CAUTELAR EM CARÁTER ANTECEDENTE. PEDIDO DE
CURATELA. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DAS VARAS DE FAMÍLIA.
DECLINAÇÃO PARA VARAS CÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO
PROVIDO.

1. O art. 299, do CPC de 2015, dispõe que a tutela provisória será requerida
ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para
conhecer do pedido principal.

2. Considerando que o pedido principal constitui requerimento para curatela


da recorrida, o juízo competente para apreciar a tutela em caráter
antecedente é mesmo a 1ª vara de família e sucessões da Comarca de
Divinópolis.

3. Agravo de instrumento conhecido e provido para revogar a decisão que


declinou a competência.

AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV Nº 1.0000.18.127740-1/001 - COMARCA


DE DIVINÓPOLIS - AGRAVANTE(S): ALINE APARECIDA DE OLIVEIRA -
AGRAVADO(A)(S): IRANI MARIA DA SILVA DE OLIVEIRA

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 2ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
em dar provimento ao agravo de instrumento.

DES. CAETANO LEVI LOPES

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

RELATOR.

DES. CAETANO LEVI LOPES (RELATOR)

VOTO

Conheço do recurso porque presentes os requisitos de sua


admissibilidade.

A agravante insurge-se contra a decisão interlocutória constante do


arquivo eletrônico nº 30 e pela qual foi declinada a competência no pedido de
tutela provisória de urgência cautelar em caráter antecedente requerida
contra a agravada. Afirmou que pretendia, com a tutela requerida, tornar
indisponíveis a conta de poupança e o bem imóvel da recorrida porque esta
não teria condições mentais para os atos da vida civil. Asseverou que
pretende aforar ação de curatela. Entende que a competência para apreciar
a tutela em caráter antecedente, fundamentada na incapacidade civil é da
Vara de Família. A agravada não ofertou contraminuta.

Cumpre verificar se deve ser declarada a competência da 1ª Vara de


Família e Sucessões da Comarca de Divinópolis.

Foram digitalizadas algumas peças. Destaco o requerimento de tutela


provisória de urgência cautelar em caráter antecedente constante do arquivo
eletrônico nº 9. Estes os fatos.

Em relação ao direito, a competência é importante porque o exercício do


poder jurisdicional, prestando a respectiva tutela, pressupõe órgão judicial
que possa fazê-lo. A lição é de José

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Frederico Marques nas Instituições de direito processual civil, Campinas:


Millennium, 2000, vol. I, p. 319:

É assim a competência o poder jurisdicional que a lei delimita, no tocante ao


respectivo exercício, quando atua hic et nunc dentro do âmbito que lhe
traçam as normas legais. Dizem, por isso, os autores que a competência é a
medida da jurisdição. Quando o poder jurisdicional, de abstrato se torna
concreto, em face de algum litígio, determinada fica a competência, que é a
medida usada no distribuir-se a jurisdição entre os vários magistrados ou
órgãos judiciários.

Por outro norte, é importante lembrar, que são absolutas as


competências ratione materiae, a ratione personae e a funcional, conforme
ensina Humberto Theodoro Júnior, na obra Curso de Direito Processual Civil,
58 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2017, vol. I, p. 236:

São relativas, segundo o Código, as competências que decorrem do valor e


do território (NCPC, art. 63) e absolutas a ratione materiae, a ratione
personae e a funcional (art. 62).

(...)

Sempre absolutas são as competências funcionais, não só hierárquicas, mas


também as do órgão judiciário oriundas da perpetuatio iurisdictionis. Fixado
o juiz competente para atuar no processo, pelo ajuizamento da causa, outro
não poderá decidir o mesmo litígio, a não ser que ocorra algum caso
superveniente que desloque a competência pela conexão ou continência (art.
58), ou alguma modificação da organização judiciária, nos termos do art. 43.

É, outrossim, relativa a competência por distribuição, ou seja, a que se dá


entre os vários juízes de igual competência, de uma mesma circunscrição
territorial.

Acrescento que, a tutela provisória em caráter antecedente deve ser


pleiteada no juízo competente para conhecer o pedido principal. Acerca do
tema, eis a lição de Fredie Didier Jr., Paula Sarno Braga e

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Rafael Alexandria de Oliveira na obra Curso de direito processual civil, 11.


ed., Salvador: Jus Podivm, 2016, vol. II, p. 586:

A tutela provisória antecedente foi concebida para aqueles casos em que a


situação de urgência já é presente no momento da propositura da ação e, em
razão disso, a parte não dispõe de tempo hábil para levantar elementos
necessários para formular pedido de tutela definitiva (e respectiva causa de
pedir) de modo completo e acabado, reservando-se a fazê-lo posteriormente.

Resta definir a qual juízo deve ser o requerimento dirigido.

De acordo com o art. 299 CPC, a tutela provisória incidental deverá ser
endereçada ao próprio juízo ou órgão do tribunal que conduz a demanda e
que seja competente para apreciar o mérito da causa; já a tutela provisória
antecedente deve ser requerida ao juízo ou tribunal com competência
originária para conhecer o pedido principal (i. e., de tutela definitiva). O
parágrafo único do art. 299 do CPC dispõe, por sua vez, que "ressalvada
disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos
recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente
para apreciar o mérito".

A competência foi declinada porque o magistrado de primeiro grau


entendeu ser hipótese de incompetência absoluta, uma vez que a matéria
veiculada no requerimento de tutela provisória não envolve o Direito de
Família.

Verifico, conforme consulta ao sítio eletrônico deste Tribunal, ter sido


deferida a curatela provisória, bem como feito o aditamento do pedido de
tutela provisória, nos termos do art. 303, § 1º, do CPC de 2015.

Observo ainda, constar no requerimento de tutela em caráter


antecedente a informação de que a recorrente pretendia com a tutela, tornar
indisponíveis os bens da recorrida, a fim de assegurar a proteção desta
enquanto não proposta a ação de curatela, a qual seria, posteriormente,
aforada naquele mesmo juízo.

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Ora, diante das circunstâncias mencionadas, força é concluir que a


competência para apreciar o requerimento de tutela em caráter antecedente
é a mesma que julgará o pedido de curatela, ou seja, da 1ª Vara de Família e
Sucessões de Divinópolis, conforme disposto no art. 299, do CPC de 2015.
Logo, é mesmo insustentável a decisão combatida, o que torna pertinente o
inconformismo.

Com estes fundamentos, dou provimento ao agravo de instrumento,


reformo a decisão agravada e revogo a declinação de competência.

Custas, pela agravada, respeitado o disposto no art. 98, § 3º, do CPC de


2015, eis que defiro a gratuidade de justiça somente para este recurso.

DES. MARCELO RODRIGUES - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. RAIMUNDO MESSIAS JÚNIOR - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "DERAM PROVIMENTO AO AGRAVO DE


INSTRUMENTO."

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