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Apontamentos de Fundamentos de
Física
Ano Lectivo: 2010/2011
ÍNDICE
ÍNDICE ___________________________________________________________________________ 1
INTRODUÇÃO ____________________________________________________________________ 5
5. ESTÁTICA ___________________________________________________________________ 61
INTRODUÇÃO
O que é a física?
Objectivos da física
Medir é um processo que nos permite atribuir um número a uma grandeza física
como resultado da comparação entre grandezas do mesmo tipo. Compara-se com
um padrão o qual é considerado como unidade dessa quantidade (dimensão).
Um sistema de unidades deve ser “coerente”, o que significa que uma unidade
derivada se deve obter à custa das fundamentais por simples produto ou
quociente.
G dim G L M
T N J
Exemplo 1.1
3m 3kg (errado)
Exemplo. 1.2
x 1/ 2at 2 v0t
x L
(dimensionalmente correcto)
2. COMPLEMENTOS DE MATEMÁTICA
2.1 Trigonometria
h – comprimento da hipotenusa
c – comprimento do lado oposto ao ângulo
a - comprimento do lado adjacente ao ângulo
tg
c
cotg
a c
a c arctg a
Funções inversas arccos
a h a
cos cosec
h a h
c h c
sen sec arcsen h
c
h
a
c
tg cotg
a c
Triângulos rectângulos
h2 c2 a2
Outros triângulos
a b c
Lei dos senos:
sen sen sen
c 2 a 2 b 2 2ab cos
Lei dos co-senos:
c 2 a 2 b 2 2ab cos
Os vectores normalmente designam-se por letras minúsculas com uma seta por
cima ( a, b, u, v, w,... ).
escreve-se u AB
B
u
A
Referencial Ortonormado
Define três direcções ortogonais
no espaço tridimensional
Os vectores i , j e k têm valor
unitário sendo ortogonais entre si
Estes vectores constituem uma
base ortonormada com a qual é
possível representara qualquer
vector
A Ax Ay Az Ax i Ay j Az k ( Ax , Ay , Az )
A Ax2 Ay2 Az2
Conhecidas as representações
u v (u x i u y j u z k ) (v x i v y j v z k )
geométricas
(u x v x )i (u y v y ) j (u z v z )k
u (u x v x , u y v y , u z v z )
v
u u
v
uv
uv
u 2u
u 3,5,1
2u 2u x i 2u y j 2u z k 6,10,2
3u 9,15,3
u.v (u x i u y j u z k ).(v x i v y j v z k ) u x v x u y v y u z v z u v cos( uv )
i j k
u v u v ux uy u z (u y v z u z v y )i (u z v x u y v x ) j (u x v y u y v x )k u v sen( uv )
vx vy vz
Se dois vectores forem paralelos o seu produto externo é o vector nulo. A direcção
do vector uv é perpendicular a ambos os vectores. Utilizando a mão direita e
colocando o dedo indicador no vector u e o médio no vector v, o polegar numa
posição perpendicular aos outros dois dedos indica o sentido do vector resultante
do produto vectorial (ou externo).
f ( a h) f ( a )
f ' (a) lim
h 0 h
tg ( x)' 1
cos2 ( x)
(a x )' a x .ln( a) (e x ) e x
A A1 A2 A3 ... An
A y(t i )t y(t i t )t y(t i 2t )t .... y(t f )t
A y(t i )dt y(t i t )dt y(t i 2t )dt .... y(t f )dt
tf
A y (t )dt
ti
b dF ( x)
a
f ( x)dx F (b) F (a) em que
dx
f ( x) ou seja F ( x) primitiva( f ( x))
Primitiva kx x n 1 k ln x k k
k cos(ax) sen(ax)
n 1 a a
c. f ( x)dx c f ( x)dx
Integração de uma função vectorial
tf tf tf tf
r x(t )i y(t ) j z (t )k r dt rx(t )dti ry(t )dtj z (t )dtk
ti ti ti ti
Pois os vectores i . j e k são invariantes no tempo.
3.1 Introdução
Rectilíneo - Unidimensional
Movimentos no plano - Bidimensional
Curvilíneo s
no espaço - Tridimensional
r (t ) x(t )i
Vector deslocamento - r (r r0 )
r x f xi
v média i
t t f t i
x - deslocamento
t - intervalo de tempo
x dx
v lim i i
t 0 t dt
v v f vi
amed
t t f ti
amed - aceleração média num intervalo de tempo
vi , v f - velocidade inicial e final
v - deslocamento
t - intervalo de tempo
v dv d dx d 2 x
a lim i i
t 0 t dt dt dt dt 2
Se a 0 v(t f ) v(ti ) :
é retardado.
Se a 0 v(t f ) v(ti ) :
Se v(t f ) e v(ti ) são positivos, significa que a velocidade diminui,
acelerado.
Um movimento em que existe aceleração diz-se variado.
Se a aceleração é constante diz-se uniformemente variado.
Se a aceleração for nula, a velocidade é constante e o movimento
diz-se uniforme.
dv a.dt
v t t
dv adt
v0 t0
v v0 adt
t0
Do mesmo modo a equação do movimento pode ser obtida por integração uma
vez conhecida a lei das velocidades. Tem-se:
dx
v dx v.dt
dt
x t t
dx xdt
x0 t0
x x0 vdt
t0
x x0 vdt
t0
r x(t f ) x(t i ) i
Para determinar o espaço percorrido temos de determinar os instantes em que a
velocidade se anula, t , t
1 2
, t3 ,..., e fazer:
n
s x(ti ) x( i 1 )
i 1
t t
v v0 adt v v0 a dt v v0 a( t t 0 )
t0 t0
x x0 t vdt x0 v t dt x0 v(t t0 )
t t
0 0
É bem sabido, que todos os corpos quando são largados no espaço caem para a
superfície da Terra com uma aceleração constante, devido à aceleração da
gravidade a g . Deste modo as equações de movimento acima apresentadas
Equação da velocidade
v v0 gt
Equação da posição
1
y y0 v0t gt 2
2
Velocidade em função da posição
v 2 v02 2 g ( x x0 )
r x(t )i y(t ) j z (t )k
r rf (t ) ri (t )
r (t t ) r (t ) dr dx dy dz
v lim v x (t )i v y (t ) j v z (t )k i j k
t 0 t dt dt dt dt
Exemplos 3.1
v dv d 2 r
a lim amed lim
t 0 t 0
t dt dt 2
dv dv x dv y dv z
a i j k axi a y j az k
dt dt dt dt
a ax2 a y2 az2
dv t t
a dv adt v v dv t adt v v0 t adt
dt 0 0 0
dr
v
dt
t t t
dr dv dt r dr t v dt r r0 t v0 t adt dt
r
0 0 0 0
vx v0 x t ax dt
t
0 0
t
0
x x0 t vx dt x0 t v0 x t ax dt dt
t t
0
v y v0 y t a y dt
t
0 0
t
0
y y0 t v y dt y0 t v0 y t a y dt dt
t t
0
vz v0 z t az dt
t
0
t
0
t
0
z z0 t vz dt z0 t v0 z t az dt dt
t
0
Exemplo 3.2
r0 0 e t0 0
vx t
0 dv x a x dt 0
a x v 0
v
0x
a y g t
dv a dt ( g )dt
y t
v y 0 y
0y
0
v0 v0 x i v0 y j v0 cos i v0 senj
a g gj
v v0 a( t t 0 ) v0 x i v0 y j gtj v0 cos i v0 senj gtj
r xi yj x0 v x dt i y 0 v y dt j v0 cos dt i v0 sen gt dt j
t t t t
t0 t0 0 0
x v0 cos( )t
1 2
y v0
sen ( )t gt
2
g
y xtg ( ) x 2 A trajectória de um projéctil é uma parábola
2v cos( )
2
0
v0 sen( )
v0 sen(αe gt A 0 t A
g
v02 sen 2 ( )
hmáx
2g
1 2v sen ( )
0 v0 sen ( )t B gt B t B 0
2
2t A
2 g
2v0 sen( )
x( t t B ) v0 cos( )t B v0 cos( )
g
2v0 cos( )sen( )
x máx
g
Velocidade média
r
vmed
t
Velocidade instantânea
r dr
v lim
t 0
t dt
Quando t 0 , o módulo do
deslocamento tende para s
r s
r r s r s
v lim lim . lim . lim
t 0
t t 0 s t t 0 s t 0 t
dr r
Versor da tangente à curva: lim ut
ds s0 s
ds s
Módulo da velocidade: v lim
dt t 0 t
Logo, v v.ut
s t t
Aceleração instantânea
dv d (vut ) dv dut
a ut v
dt dt dt dt
u
t
ut (t )
ut cos( )i sen ( ) j
u n cos i sen j sen ( )i cos( ) j
2 2
d d
cos( )i sen ( ) j sen ( ) i cos( )
dut d
j
dt dt dt dt
dut d du t
un Conclui-se que é normal à trajectória
dt dt dt
d d ds d
v
dt ds dt ds
d 1
.v
dt R
trajectória.
dv v 2
a u t u n at a n
dt R
dv
at - descreve a variação do módulo de velocidade
dt
dut
an - descreve a variação da direcção da velocidade
~ dt
Considerando o versor da tangente à trajectória ( u t ) tem-se:
2
dv v4
a a a 2
2 2
dt
t n
R
dv
v v0 t at dt
t
at
dt 0
ds
v s s0 t vdt
t
dt 0
du t v 2
an v un
dt R
se se conhecer a n e o módulo de velocidade, v
du t
a n f ( t )i g( t ) j v( t )
dt
du t f ( t ) g( t ) t f ( t ) t g( t )
i j u t ( t ) u t ( t 0 ) dt i dt j
dt v( t ) v( t ) t0 g ( t ) t0 g ( t )
s
s R (sendo radianos)
R
ds d
v ut R ut wRut Velocidade
dt dt
-1
escalar (ms )
d
w Velocidade angular (rad s-1)
dt
R rsen ( )
d
w k v w r
dt
v wR wrsen ( )
w é perpendicular ao plano em que a rotação ocorre. O sentido de w, é
determinado pelo sentido do movimento de rotação através da regra da mão
direita ou do saca-rolhas.
dv dw v 2 R 2 w2
at R an Rw2
dt dt R R
dw
A quantidade designa-se por aceleração angular da partícula. Temos
dt
então para aceleração total:
a Rut Rw2un
d
d wdt d wt dt 0 w(t t0 )
t
w
dt 0 0
Neste caso tem-se um movimento periódico, pois após uma rotação de 2 volta-
se ao ângulo inicial de 0 .
Tempo que demora a efectuar uma volta completa designa-se por período do
movimento, T , e corresponde a uma rotação de 2 rad.
tn
T (s) Tempo que demora a efectuar n voltas
t
d 2 t T
2
w d wdt 2 w.T T
dt t W
t 1
f (s-1 Hz) w 2f
tn T
d t t
dt t 0 0 t 0
0
x(t ) R. cos( 0 wt )
y(t ) R.sen ( 0 wt )
v2
a ou a w 2 R
R
dw d 2
dt dt 2
0 0
0 t wdt 0 t w0 (t t0 )dt 0 w0 (t t0 )
t t
(t t0 ) 2
0 0
2
a at a n
dv v 2
ut u n
dt R
d ( wR ) ( wR )2
ut un
dt R
Rut w 2 Ru n
Exemplos
Física atómica: referencial no núcleo atómico (os electrões são muito mais
leves que o núcleo podendo-se considerar que a posição nuclear é fixa
relativamente aos electrões)
Velocidade de A e B medidos
pelo observador O
drA drB
vA vB
dt dt
rBA AB rB rA
rAB BA rA rB rAB rBA
drBA
Velocidade de B em ralação a A: vBA vBA vAB
dt
drAB
Velocidade de A em ralação a B: v AB
dt
drBA drB drA
vBA vBO v AO vB v A
dt dt dt
drAB drA drB
v AB v AO vBO v A vB
dt dt dt
fixo Oxyz.
x´ x vt
r OA OO' O' A v t r ' r ' r v t y' y Transformações de
z' y
t t'
Galileu
v v AO é a velocidade absoluta vobj/ ref . fixo
v ' vAO ' é a velocidade relativa vobj/ ref .móvel
vTR voo' é a velocidade de transporte vref .móvel / ref . fixo
tem-se,
v v 'vTr ou v ' v vTr
Aceleração
a a 'aTr ou a ' a aTr . Se a velocidade de transporte for constante aTr 0 .
Os referenciais que se movem um em relação ao outro com um movimento
uniforme são chamado referenciais inerciais.
p mv
Esta é uma grandeza muito importante pois combina os dois elementos que
caracterizam o estado dinâmico da partícula: a sua massa e sua velocidade.
Podemos assim definir a força como uma interacção entre corpos físicos que
provoca alterações na sua velocidade ou não. Deste modo, a dinâmica pode ser
considerada como a análise da relação entre o movimento e a força.
Quando a resultante das forças que actuam num objecto for nula, esse
objecto permanece num estado de repouso ou num estado de movimento
rectilíneo e uniforme.
Referenciais inerciais
Definindo partícula livre, como uma partícula que não está sujeita a interacções
com outras (partícula isolada) podemos assim mostrar que o movimento é um
conceito relativo. Para descrever o movimento de uma partícula livre é necessário
que o observador também seja uma partícula livre (sem aceleração). Tal
A segunda lei de Newton define assim a força, F , como a causa da alteração
do movimento, de tal forma que, se uma força F actuar sobre uma partícula,
a sua quantidade de movimento, p mv , sofre uma alteração tal que
dp
F unidade SI: kgms-2=newton (N)
dt
Admite-se que todas as forças causam o mesmo efeito, quer actuem isoladas ou
em conjunto com outras forças – Princípio da independência das forças
dp
Equação fundamental da dinâmica: R Fi
i dt
dp d ( mv ) dm dv
vm
dt dt dt dt
dm
Sendo a massa, m constante 0 , temos:
dt
dp dv
m ma
dt dt
R Fi ma
i
Quando dois corpos interagem, a força que um corpo exerce no outro é igual
em módulo, e de sentido contrário, à força que o segundo corpo exerce no
primeiro.
FB / A FA / B
A B
FA / B FB / A
p pi =constante
i
p p p
1 i 2 i 3 i
... p1 f p2 f p3 f ...
ou seja
p1 p2 p3 ... 0
p j pi A variação de p de uma dada partícula é igual ao
i
simétrico da variação de p do resto do sistema.
p1 p2 ou seja a interacção entre partículas leva a uma troca da
As forças actuam sempre à distância (não existe contacto). Esta distância poderá
ser:
Forças fundamentais
Força gravitacional
É força de atracção mútua entre todos os corpos. Exemplos mais comuns são a
força exercida pelo sol que mantém os planetas na sua órbita, assim como a
força exercida pela Terra sobre a Lua que mantém esta numa órbita quase
circular em torno desta.
mM
F G 2
G - constante de gravitação
rAB
rAB - distância entre os dois pontos materiais
GM Terra
P mg g 2
9,8ms 2
RTerra
em que P é força de atracção exercida pela Terra num ponto material de massa m
e é definido como o seu peso.
Força electromagnética
A força nuclear forte é a responsável pela estabilidade dos núcleos. Esta força
constitui a “cola” que matem reunidos os constituintes do núcleo (os nucleões). É
a mais intensa das forças fundamentais. Com separações da ordem de 10 -15 m
(dimensão nuclear típica), a força nuclear forte é uma a duas ordens de grandeza
maior que a força electromagnética. Porém diminui rapidamente com o aumento
da separação entre as partículas.
A força nuclear fraca é uma força de curto alcance, que tende a provocar a
instabilidade de certos núcleos. Maior parte das reacções de desintegração
radioactiva é provocada pela força nuclear fraca.
Todas as outras forças de que vulgarmente se fala, tais como a força de atrito, a
força elástica de uma mola, a tensão numa corda, etc…, são manifestações
macroscópicas de forças incluídas numa das quatro categorias referidas.
Reacção normal
Força de reacção normal ou reacção normal, N , é uma componente que a
superfície exerce sobre o objecto com o qual está em contacto, cuja direcção é
sempre perpendicular à direcção da superfície.
Força de atrito
Quando um objecto está em contacto com uma superfície, para além da força
normal, existe uma força com uma direcção paralela à superfície denominada
força de atrito.
velocidade relativa
Fat N ( 0 ) - coeficiente de atrito
Fat N u v
Fat F
F Fat 0 μ μ
N N
O valor máximo de F para a qual a força de atrito consegue evitar o movimento
corresponde ao coeficiente de atrito estático, e . Nesse caso o corpo está na
Fae Faemax
O módulo da força de atrito estático, Fae , pode ter qualquer valor entre zero um
Faemax e N
Quando a força F é suficiente para iniciar o movimento verifica-se que o
coeficiente de atrito é aproximadamente independente da velocidade tomando o
valor de c . Este valor corresponde ao coeficiente de atrito cinético e é inferior
Fac c N u v c N v / v
Material e c
Forças em molas
Quando se estica ou comprime uma mola existe uma força que tende a levar a
Mola em equilíbrio
Mola comprimida
Mola esticada
A Fel é proporcional ao afastamento do equilíbrio da mola: Fel k( x x0 )u x
Exemplo 4.5.1
Exemplo 4.5.2
Exemplo 4.5.3
Exemplo 4.5.4
Peso: P mg
Reacção normal: N
Exemplo 4.5.5
Exemplo 4.5.6
Exemplo 4.5.7
Fx m e a xe T1 m e a xe
Eduardo :
FY m e aYe N m e g 0
Fx m a a xa 0
Amaral :
FY m a aYa T2 m a g m a a ya
ma g
m am g m aa e
e a a
m ma
Exemplo 4.6.1
Qual é a aceleração das caixas? Qual a intensidade da força exercida por uma
caixa sobre a outra?
Pela 3ª lei de Newton: F1 / 2 F2 / 1
Aplicando o princípio da 2ª lei de Newton às
duas caixas:
F m2
a F1 / 2 F
m1 m2 m1 m2
Movimento circular
Exemplo 4.6.2
s 2R
v
t T
2
W v/ R
T T
v v. v2
a a v.w quando t 0
t t R
Movimento curvilíneo
F ma m( at an )
em que:
dv v2 dv v2
at e an F m ut m u n
dt r dt r
F Ft ut Fun
(velocidade constante)
rectilíneo.
v2
Fn Fn m an m mw 2 R
R
Quando o movimento é circular e uniforme, F Fn (at 0) , ou seja,
F m an un mw2 Run )m( wvun mw v w p
Exemplo 4.6.3
T P Fn
T cos( ) P 0 T mg / cos( )
Tsen( ) Fn Fn mgsen / cos( )
O momento linear de uma partícula de massa m que se move com uma velocidade v é
definido como o produto da massa pela velocidade:
p mv
p1 mv1
p 2 mv 2
p 3 mv 3 p p1 p 2 ... p n
...
p n mv n
Definimos o vector força, como a derivada do momento linear relativo ao tempo, que
constitui a expressão da segunda lei de Newton.
dp
F
dt
d (mv) dv
F m ma
dt dt
tf
d p Fdt p f p i F dt
ti
um sistema formado por duas partículas. Sobre a partícula 1 actua a força externa F 1
Por exemplo, se o sistema de partículas fosse o formado pela Terra e Lua: as forças
externas seriam as que exerce o Sol (e o resto dos planetas) sobre a Terra e sobre a
Lua. As forças internas seriam a atracção mútua entre estes dois corpos celestes.
Para cada uma das partículas se cumpre que a razão da variação do momento linear
com o tempo é igual a resultante das forças que actuam sobre a partícula
considerada, logo, o movimento de cada partícula é determinado pelas forças internas
e externas que atuam sobre esta partícula.
d ( p1 p 2 )
F1 F 2
dt
dp
Fext
dt
Onde p é o momento linear total do sistema e Fext é a resultante das forças externas
Considere duas partículas que podem interagir entre si se, porém estão isoladas dos
arredores. As partículas movem-se sob sua interacção mútua porém não há forças
externas ao sistema.
F 12 F 21 0
d p1 d p 2 d ( p1 p 2 )
0
dt dt dt
mu1 mu 2 mv1 mv 2
5.4 Colisões
O momento linear total é conservado nas colisões. No entanto, a energia cinética não
se conserva devido a que parte da energia cinética se transforma em energia térmica e
em energia potencial elástica interna quando os corpos se deformam durante a
colisão.
Numa colisão elástica a energia cinética conserva-se. Por exemplo, as colisões entre
bolas de bilhar são aproximadamente elásticas. A nível atómico as colisões podem ser
perfeitamente elásticas.
Coeficiente de restituição
Foi encontrado experimentalmente que numa colisão frontal de duas esferas sólidas
como as que experimentam as bolas de bilhar, as velocidades depois do choque estão
relacionadas com as velocidades antes do choque, pela expressão
Até ao momento ignoramos as dimensões dos objectos. Veremos que para um corpo de
dimensão finita, o centro de massa comporta-se como uma partícula em termos da
sua dinâmica.
Na figura, temos duas partículas de massas m1 e m2, como m1 é maior que m2, a
posição do centro de massas do sistema de duas partículas estará próxima da massa
maior.
N N
mi ri m r i i
r CM 1
N
1
m
M
i
1
Em termos de componentes:
N
1 1
xCM
M
(m1 x1 m2 x2 ... mn xn )
M
m x
1
i i
N
1 1
yCM
M
(m1 y1 m2 y 2 ... mn y n )
M
m y1
i i
N
1 1
z CM
M
(m1 z1 m2 z 2 ... mn z n )
M
m z
1
i i
xCM
x mi i
x m 1
M
xCM lim
i i
xdm
mi 0 M
1
yCM
M ydm
1
M
z CM zdm
1
M
r CM rdm
Não é necessário que alguma partícula tenha de estar no centro de massa (ex, donut)
dm dv
1
M
r CM r dm
1
M
xCM xdv
1
yCM
M ydv
1
M
z CM zdv
m v i i
p
v CM 1
N
m
M
i
1
constante v CM const .
6. ESTÁTICA
Como sabemos pelas leis de Newton, uma força aplicada a um corpo provoca
nesse corpo uma alteração da sua velocidade. Se tivermos mais que uma força, a
2ª lei de Newton permite escrever:
R Fi ma
i
Por outro lado, se o corpo estiver de alguma forma preso (como uma porta, por
exemplo) a força pode ter um outro efeito, que é o de provocar a rotação do corpo
em torno de um eixo que não intersecte a sua linha de acção e não lhe seja
paralelo. Esta tendência é chamada momento da força, em torno do eixo
considerado, sendo definido como:
M M i m
i
Fx 0
R Fi 0 Fy 0
i
Fz 0
Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio é necessário que a soma vectorial
de todas as forças externas, assim como a soma vectorial dos respectivos
momentos, sejam nulos, isto é:
R Fi ma 0 Equilíbrio de translação
i
M M i m 0 Equilíbrio de rotação
i
Estas duas equações vectoriais são equivalentes, no caso geral, a seis equações
escalares.
F
i
x
0 M
i
x
0
F
i
y
0 M
i
y
0
F
i
z
0 M
i
z
0
i j k
M O r F rx ry rz
Fx Fy Fz
Se tanto r como F estiverem no mesmo plano, por exemplo Oxy, então temos:
i j k i j k
M O r F rx ry rz rx ry 0 ( rx Fy ry Fx )k
Fx Fy Fz Fx Fy 0
Logo M estará ao longo do eixo dos zz’ e perpendicular ao plano formado por r
e F (Oxy).
A partir da figura anterior verifica-se que o momento da força não varia quando
deslocamos a foca ao longo da sua linha de acção, dado que a distância d
permanece constante.
Binário
As forças representadas na figura não podem ser combinadas numa única força,
porque a sua soma é nula, pelo que o seu efeito é o de produzir uma rotação.
M F .( a d ) F .d F .d sendo independente de a.
O momento de um binário é representado por um vector livre M , perpendicular
ao plano do binário. O resultado é o mesmo seja qual for a origem do referencial,
por exemplo O1:
M rA F rB ( F )
( rA rB ) F
rF
Como d é a projecção de r
segundo a normal de F então
M F .d
Sistema de forças
Uma força F que tende a fazer um corpo rodar em torno de um eixo que passe
por O e que não intersecte a linha de acção da força, é equivalente ao conjunto
de um força igual e paralela aplicada no eixo de rotação (momento nulo) e de um
binário (resultante nula) igual ao momento da força. Deste modo pode-se
efectuar a substituição de uma força por um sistema de forças equivalente de
uma força de um binário.
A força aplicada no ponto A, pode ser substituída pela força aplicada em O e pelo
binário M F .d .
Para um sistema de forças, F1 , F2 , F3 ,...,Fn no espaço, cada uma das forças pode
M 0 M 1 M 2 M 3 ... M n ( ri Fi )
i
Exemplo 6.3.1
7. TRABALHO E ENERGIA
Existe trabalho produzido por uma força num dado corpo quando:
O trabalho realizado pela força F quando o seu ponto de aplicação efectua um
deslocamento dr é definido pelo produto escalar:
dW F .dr F .ds.cos Ft ds unidade SI: Nm = J (Joule)
B
B
B B
W AB F .ds Ft .ds F cos ( s A s B ) W AB F cos s
A A
Quando várias forças ( F1 , F2 ,...,Fn actuam num corpo o trabalho total, Wtotal , é
B
B B
B
Wtotal F1 .ds F2 .ds ... Fn .ds Fresultante .ds
A A A A
Exemplo 7.1.1
A força F , é dada por:
0 x 4 F 5( N )
4 x 6 F 15 2,5 x( N )
O trabalho é então
A figura mostra um objecto que se move sem atrito numa superfície horizontal,
sob a acção de uma força F. Se a força F actua no objecto, este vai adquirir
aceleração, de acordo com a 2ª lei de Newton (a sua velocidade é alterada):
Fx ma x F ma
F ma
Fy ma y N P 0
i
i
dv dv dx dv dx dv
sabendo que: a . . v
dt dt dx dx dt dx
v2
x2 x2 v2
v2 1 1
W12 Fdx m adx m vdv m mv22 mv12 Ec2 Ec1
x1 x 1 v 1 2 v 2 2 1
WAtotal
B
Ec EBcinética E Acinética
Exemplo 7.2.1
7.3 Energia potencial associada a uma força conservativa: energia potencial gravítica e
elástica
Por vezes o trabalho realizado pelas forças sobre um sistema não aumenta a
energia cinética do sistema, mas a energia fornecida é armazenada na forma de
energia potencial. A energia potencial de um sistema representa a capacidade
de esse sistema realizar trabalho por causa da sua configuração.
Forças conservativas
Se o trabalho realizado por uma força para mover um corpo entre duas posições
é independente da trajectória do movimento, a força é chamada conservativa.
WAB ( 1 ) WAB ( 2 ) 1
Força elástica
rB
W F .dr E ( A ) dE P E p ( A ) E p ( B )
E (B) p
p
rA
Então: F .dr dEP mas F .dr Fx dx Fy dy Fz dz
Logo: Fx dx Fy dy Fz dz dE p
dE p
xF
dx
dE
dE p F .dr Fy p
dy
dE p
Fz
dz
Se v K a 0 F 0 Fhomem Phaltere 0
Se F 0 W total
0 Ecinética 0
Sabe-se que ahaltere 0 Fhaltere 0 mg Fhomem 0
Fhomem mg
Esistema mgh
s h
potencial gravítica implica que se escolha uma posição de referência para a qual
a energia potencial é nula.
Exemplo 7.3.1
Para que o sistema ganhe energia, tem que haver uma força exterior a
realizar trabalho sobre o sistema
x1 x 1
x1
1 1 1
Wmola k x 2 kx02 kx12 E pe ( 0 ) E pe ( 1 )
2 x 2 2
0
A energia potencial elástica de uma mola é uma força conservativa, sendo igual
ao trabalho que essa mola realizaria quando regressa à sua posição de equilíbrio:
1
E pe kx2
2
dE p dE p
Fx kx dE p kxdx
dx dx
x
1 2 1 2
Ep x
0 dE p 0 kxdx E p k 2 x 2 kx
0
W 0 2
Fta
Fat ( x2 x0 ) W 0 2
Fat
Fat ( x0 x1 ) Fat ( x2 x1 )
WF02 Fat ( x0 x2 2 x1 )
at
Suponhamos que actuam na partícula forças conservativas, F1c , F2c ,...,Fnc , e não
conservativas, F1nc , F2nc ,...,Fnnc . Pelo teorema da energia cinética sabemos que
Ec Wtotal W ( F1c ) W ( F2c ) ... W ( Fnc ) W ( F1nc ) W ( F2nc ) ... W ( Fnnc )
W ( Fi c ) E p i
ΔEm e c â n i c a W(F )
W(F2n c )
... W(Fnn c )
1
nc
Se num sistema, estiver uma partícula e sobre ela actuar só uma força
conservativa:
WF E potencial
E p Ec
consevativa
WF consevativa
Ecinética
E p Ec 0 ( E p Ec ) 0
Emecânica 0 Emecânica constante
Exemplo 7.5.1
1 1
Wtotal WF WF WF ( mghi mgh f ) kxi2 kx2f WF
2 2
g e a a
1 2 1 2 1
mv f mvi mg( hi h f ) k ( xi2 x 2f ) WF
2 2 2 a
WF ( Ec E pg E pe ) ( Ec E pg
a
f f f i i
E pe
i
) Emecânica
f
Emecânica
i
Exemplo 7.5.2
Um motociclista salta um vale
descrevendo a trajectória
mostrada. Desprezando a
resistência do ar, calcule o
módulo da velocidade da moto
quando esta atinge o solo.
7.6 Potência
W
P
t
dW
P Unidade SI: joule/s= watt (W)
dt
dW dr
dW F .dr P F. ou seja, P F .v
dt dt
Exemplo 7.6.1
Exemplo 7.6.2
WF E pg mg( y y0 )
dWF dy
P mg mgv y mg .sen 1.033 10 4 W
dt dt
Emecânica W Q
Exemplos
7. MOVIMENTO OSCILATÓRIO
O número de oscilações
por segundo é constante –
frequência.
O movimento é periódico –
período.
Equação do movimento
A variação da posição em função do tempo segue uma lei do tipo sinusoidal. Pode
ser escrita por:
2
x( t ) Asen .t c
T
2
Verifique-se que w 2f é a frequência angular.
T
x( t ) A.sen( wt 0 )
Posição: x( t ) Asen( wt 0 )
Velocidade: dx
v( t )
dt
v( t ) wA cos( wt 0 )
Aceleração dv
a( t )
dt
a( t ) w2 A cos( wt 0 )
a( t ) w2 x( t )
Na posição de equilíbrio a mola não exerce nenhuma força sobre o corpo, F 0.
Quando o corpo é deslocado, uma pequena distância em relação à posição de
equilíbrio, a mola exerce uma força que aumenta à medida que o seu
afastamento, x aumenta. Esta força é dada pela lei de Hooke:
F kx
é proporcional ao deslocamento
P –Peso
N – reacção normal da mesa
sobre o corpo
F – força que a mola exerce
sobre o corpo
yy’ N P m.a y 0
k
xx’ F k .x m.a x a x x
m
é proporcional ao deslocamento
dv d 2 x
a , então:
dt dt 2
d 2x k d 2x k
x 2 x0 Equação diferencial do MHS
dt 2 m dt m
dx
dt wa.cos(wt φ0 )
Se x a.sen( wt 0 ) 2
d x
2 w 2 a.sen( wt 0 ) w 2 x
dt
k k
w2 x x , verdadeira desde que w
m m
Então:
k
x( t ) a.sen .t 0 é solução
m
2 k
w
T m
Pêndulo Simples
d 2
Sabe-se que 2 , logo:
dt
d 2 d 2 g
gsen L 2 2 sen
dt dt L
d 2 g
0
dt 2 L
Temos assim uma equação diferencial que tem a mesma forma que no caso
apresentado anteriormente, e então concluímos que o movimento é um
movimento harmónico simples. A solução da equação diferencial é do tipo:
( t ) 0 sen( wt 0 )
g 2 L
w e T 2
L w g
g
( t ) 0 sen( t 0 )
L
Calculemos o trabalho realizado pela força exercida pela mola sobre o corpo, F,
quando o corpo se move entre as posições xA e xB.
x
xB x
B x B
x2
B
x2 x2
WAB F .dr kxi .dxi kx.dx k k B k A
x A x A x A 2 x A
2 2
1
WAB k ( x A2 x B2 )
2
1
Se WAB k ( xA2 xB2 ) o trabalho realizado pela força elástica não depende do
2
caminho percorrido, mas apenas das posições inicial e final, então a força
elástica é uma força conservativa. Podemos então definir Energia Potencial
elástica (EP) de uma partícula de massa m, colocada num ponto A de elongação x:
1
E p (A) k.x a2
2
Energia cinética
1
Sabe-se que Ecinética mv 2
2
Mas v( t ) wA cos( wt 0 )
1
Ec mw 2 A 2 cos 2 ( wt 0 )
2
Ec mw 2 A 2 1 sen 2 ( wt 0 )
1
2
Ec mw 2 A 2 mw 2 A 2 sen 2 ( wt 0 ) k .A 2 x 2
1 1 1
2 2 2
Energia mecânica
1 2 1 2
kx mv cons tan te
2 2
Exemplo 7.2.1
Um fluido é uma substância que não apresenta forma própria e estando em repouso
não resiste a esforços tangenciais por menores que estes se apresentem, o que
equivale a dizer que a mesma se deforma continuamente. Conformam-se com as
fronteiras de qualquer recipiente, dado que não conseguem suster qualquer força
tangencial à sua superfície. Contudo podem exercer uma força na direcção
perpendicular à sua superfície, como vamos ver.
O termo fluido inclui líquidos e gases, que diferem notavelmente nas suas
compressibilidades: um gás é facilmente comprimido, enquanto um líquido é
praticamente incompressível.
8.1 HIDROSTÁTICA
a sua massa por unidade de volume m / V . É uma grandeza escalar cuja unidade,
no sistema SI, é kg.m-3.
8.1.3 Pressão
dF
p
dA
e área, A .
A força exercida sobre esse elemento de fluido que o envolve é em qualquer ponto
normal à sua superfície. Por simetria a resultante nos bordos laterais é nula (anulam-
se as forças horizontais).
A força para baixo exercida sobre a sua face inferior é dada por:
Fup ( p p). A
Como o elemento de fluido está em equilíbrio, a força resultante que actua sobre ele é
nula:
O que equivale a:
p
.g
y
p dp
lim .g
y 0 y dy
p p0 .g. y
Vasos comunicantes
pA pB pC
pA pB pC p0 .g.h
pA pB
p0 A .g.hA p0 B .g.hB
A .hA B .hB
Se as massas volúmicas dos líquidos são diferentes, então a altura das colunas
de líquidos correspondentes são também diferentes;
Desta experiência podemos verificar que a altura do líquido varia na razão directa da
pressão atmosférica.
O tipo mais simples de medidor de pressão é p manómetro de tubo aberto. Este tipo
de manómetro mede pressão de um gás. Consiste num tubo em U contendo um
líquido de densidade conhecida (água corada, ou mercúrio), com uma das
extremidades desse tubo ligado ao tanque onde desejamos medir a pressão ( p2 ) do gás
tanque for igual à pressão atmosférica os níveis do líquido em ambos os lados do tubo
são iguais. Há medida que a pressão no tanque sobe acima da pressão atmosférica o
nível da pressão na parte esquerda do tubo é empurrado para baixo, subindo
correspondentemente do lado direito.
p2 p1 líquido .g.h
B é dada por:
pB pA .g.h
pA´ pA p
pB ' pB p
p1 p2
Macaco hidráulico;
na parte esquerda sobre um pistão de área A1 , dado que esta pressão externa se
Logo temos:
F1 F2 A
p F2 F1 2
A1 A2 A1
Dado que A2 A1 F2 F1
A1
V A1.d1 A2 .d2 d2 d1
A2
Nas bases do corpo, o líquido exerce forças de pressão com resultantes, Fup e Fdown . As
forças laterais que se exercem nas paredes do corpo anulam-se aos pares.
Fdown p0 . A .g.h. A
A
Logo:
Ftotal Fdown Fup .g.h. A w .g. y. A
.g.h. A w .g. y. A
Isto é:
h
w
y
h - altura do corpo
y - profundidade do corpo imerso
Força de Impulsão:
I w .g. y. A w .g.VI
O princípio de Arquimedes diz que todo o sólido imerso num líquido, sofre uma força
de impulsão, de baixo para cima, igual ao peso do fluido deslocado.
Exemplo de aplicação
Peso total:
Fg (M n.m).g
Impulsão máxima:
I .(l.w.d ).g
Logo,
.l.w.d M
n
m
n 3.5 3 pessoas
8.2 HIDRODINÂMICA
8.2.1 Introdução
É um dos capítulos mais difíceis da Física porque, embora cada partícula do fluido
siga leis simples, como as leis de Newton, o enorme número de partículas envolvido
torna impraticável esta via do estudo. Felizmente, muitas situações de importância
prática podem ser representados por modelos ideais que são suficientemente simples
para poderem ser entendidos.
Define-se uma linha de fluxo como sendo a trajectória percorrida por um elemento
dum fluido em movimento. Em geral a velocidade varia em direcção e módulo ao longo
dessa trajectória.
Definimos linha de corrente como a linha que em cada ponto do espaço é tangente à
trajectória, isto é, à direcção das partículas que por aí passam.
O modo como um fluido se desloca muitas vezes referido como regime de escoamento
pode classificar-se de duas maneiras.
Num fluido ideal o volume de fluido que atravessa qualquer secção recta por unidade
de tempo (caudal) é constante. Isto significa simplesmente que há conservação de
massa do fluido, não se criando, nem se perdendo, fluido em nenhum ponto ao longo
do trajecto.
respectivamente, v1 e v 2 .
volume(1) volume(2)
V1 V2
V L3T
Q
t
Q1 Q1
V1 V2
t t
A1 x1 A2 x2
t t
A1 v1 A2 v2
Esta equação mostra que a velocidade de um fluido num tubo com estrangulamento é
maior nesses pontos do que nas zonas mais largas.
Para dois pontos com diferentes alturas, a diferença de pressões depende não apenas
da diferença de nível mas também da diferença de velocidade entre aqueles dois
pontos.
Um vez que num fluido ideal só existem força conservativas, a expressão geral da
diferença de pressões obtém-se a partir da conservação de energia.
Consideremos um elemento
de fluido contido entre duas
secções de um tubo de
corrente, A1 e A2, tal como
mostra a figura seguinte.
F1 A p1.dA p1. A1
WF1 p1 A1 s1
WF2 p2 A2 s2
W p1 A1 s1 p2 A2 s2
A1 v1 A2 v2
Wforças de pressão ( p1 p2 ) V
1 1
EC (1) m v 2 V v12
2 2
Analogamente, durante esse intervalo, igual massa de fluido deixa o tubo pela secção,
A2 , levando consigo uma energia cinética de:
1 1
EC ( 2) m v2 2 V v2 2
2 2
1
Ec V (v22 v12 )
2
1
V (v2 2 v11) ( p1 p2 ) V V g (h2 h1 )
2
1
p1 p2 (v22 v11) g (h2 h1)
2
Esta equação traduz o teorema de Bernoulli. Pode ainda ser utilizada da seguinte
forma, mais comum.
1 1
p1 g h1 v12 p2 g h2 v2 2
2 2
1
p g h v2 constante
2
orifício de área, A2 .
1 1
p v12 g h p0 v22
2 2
p p0
v2 2 v12 2 2 g h (1)
Da equação da continuidade:
A1
v2 v1
A2
Considerando alguns casos especiais, suponha-se que o tanque está aberto para a
atmosfera.
p p0
Suponha-se também que A1 A2 , então v12 v22 , podendo ser desprezado. Logo da
equação (1), tira-se:
v2 2 g h
O tubo de Venturi consiste num estrangulamento inserido num tubo, constituído por
peças suficientemente inclinadas, na entrada e saída, para evitar turbulência.
1 1
p1 v12 p2 v22
2 2
na garganta é menor que p1 .Assim, uma força para a direita, actua acelerando o fluido
podem ser medidas por meio de tubos verticais, presos lateralmente. Conhecidas
essas pressões e as áreas A1 e A2 das secções transversais pode-se calcular as
velocidades e as taxas de escoamento de massa. Quando usado para este fim este
dispositivo chama-se Medidor de Venturi.
asa está numa região de grande corrente e pressão reduzida, enquanto que a parte
inferior é mais ou menos a pressão atmosférica (não tem correntes de ar). Nestas
condições, surge uma força de sustentação (devido à diferença de pressões) de baixo
para cima que permite o aparelho manter-se no ar sem cair.
Fluidos reais, como o ar, água, óleo, sangue, shampoo, não obedecem perfeitamente a
equação de Bernoulli. Situações reais, como o efeito da tensão superficial, e da
viscosidade, não podem ser descritos com a equação de Bernoulli.
A viscosidade pode ser encarada como uma forma de atrito entre as camadas
adjacentes de um líquido. É normalmente percebida como a "grossura", ou resistência
ao despejamento. Viscosidade descreve a resistência interna para fluir de um fluido e
deve ser pensada como a medida do atrito do fluido. Assim, a água é "fina", tendo uma
baixa viscosidade, enquanto óleo vegetal é "grosso", tendo uma alta viscosidade.
Por causa da viscosidade, é necessário exercer uma força para fazer uma camada de
fluido deslizar sobre outra.
Tanto os líquidos como os gases são viscoso, embora os primeiros sejam muito mais
que os gases.
Verifica-se que um fluido em contacto com uma superfície tem a mesma velocidade
que esta.
Como consequência deste movimento, uma porção de líquido que, num dado instante,
tem a forma abcd, num instante posterior apresenta a forma abc’d’, deformando-se
cada vez mais, à medida que o movimento prossegue.
Por outro lado, no caso de um fluido, a deformação cresce sem limite, enquanto se
aplica a tensão, e verifica-se experimentalmente que esta depende não da deformação
de cisalhamento (tangencial), mas da sua taxa de deformação.
dv
Taxa de variação da deformação tangencial =
dy
F/A
dv / dy
dv
F A
dy
Quando um corpo se desloca no seio de um fluido viscoso, exerce sobre ele, para além
das forças de impulsão, forças de atrito devidas à viscosidade.
F v
Para uma esfera de raio r , que se desloca com uma velocidade v , essas forças podem
escrever-se:
F 6 r v
submetida a duas forças: a impulsão e o peso. Se o peso for maior que a impulsão, a
partícula começa a cair no interior do fluido, aumentando a sua velocidade a partir do
zero, ficando assim sujeita também a uma força de viscosidade, com sentido contrário
à velocidade, e que aumenta com esta.
R Fg I 6 r v
Uma vez que as forças de viscosidade aumentam à medida que a velocidade aumenta,
atinge-se um situação de equilíbrio para uma velocidade vT , velocidade terminal, tal
que:
Fg I 6 r vT 0
Fg g V
I L g V
4
V r3
3
Obtemos assim,
2 r2 g
vT L
9
É evidente que, pela natureza dos efeitos dos fluidos viscosos a velocidade de um
fluido que escoa através de um tubo não será constante em todos os pontos de uma
secção recta. A camada mais externa do fluido adere às paredes e a sua velocidade é
nula. As paredes do tubo exercem sobre as camadas mais externas uma força para
trás e esta, por sua vez, exerce na camada seguinte na mesma direcção e assim por
diante.
Se a velocidade não for muito elevada o escoamento será laminar e a velocidade será
máxima no centro do tubo, decrescendo a zero nas paredes do mesmo.
A equação de Poiseuille, diz que, o caudal de líquido, Q , que se escoa num tubo de
R4 p1 p2
Q
8 L
v D
NR
Em que,
- densidade do fluido
- viscosidade do fluido
D - DIÂMETRO DO TUBO
tipo de regime.
Quando um objecto se desloca no seio de um fluido, mesmo que este flua em regime
laminar, a deformação produzida nas linhas de corrente mostra que se estabelecem
em torno do objecto grandes gradientes de velocidade e portanto aparecem nessa
região forças de viscosidade. Por essa razão os fluidos, mesmo de baixa viscosidade,
não podem ser tratados como ideais na vizinhança de objectos sólidos.