O desenvolvimento de uma criança em nada está relacionado ao fato dela ter
ou não irmãos, mas sim a educação que ela recebe dos pais, capaz de torná-la uma pessoa melhor, mais solidária com o próximo. Jamais a ausência de irmãos será responsável pelo desenvolvimento de desordens emocionais ou mentais. Assim, a pessoa pode ter certo sentimento melancólico por não ter irmãos, mas nunca será traumatizada ou gravemente afetada por isso. A formação como cidadão é mais fortemente influenciada pela educação familiar, acadêmica e comunitária que recebemos e não pelo fator de ter tido ou não irmãos - explica a terapeuta Débora Gill. Segundo ela, o importante é que os pais incentivem nas crianças a vivência em sociedade, proporcionado, desde cedo, a participação em grupos e associações que estimulem a fraternidade e o compartilhamento, estimulando-a a separar e doar roupas e brinquedos dos quais não precise mais. Até ter um animal doméstico pelo qual a criança seja parcialmente responsável ajuda no desenvolvimento do senso de cuidado. A prática de esportes coletivos também é saudável - completa a especialista.
A respeito do assunto, vale citar a benfeitora Thereza de Brito, pela psicografia de Jose Raul Teixeira, intitulada "Sobre a Criança": Identificamos na criança a confiança que o (a) Criador (a) deposita nas mãos da humanidade. A criança é a canção com que o tempo embala os ouvidos do futuro quando é a semente, que lançada na terra fértil da nobre orientação, produzirá floração e frutos de esperança para o amanhã. Atentando para a importância do espírito que atravessa as horas infantis num corpo pequeno de criança, veremos o quanto espera esse serzinho da maturidade e do equilíbrio dos adultos. Mesmo na condição de estar temporariamente esquecido de si mesmo, o ser não se mostra, por isso, apartado das reminiscências que, do inconsciente, visitam-lhe a consciência, apresentando a sua formidável bagagem de variadas conquistas. Em observar atentamente esse bojo de conquistas devem se ocupar todos aqueles que lidam com os petizes, desde que informados da realidade da reencarnação. Diversos serão os estímulos recebidos pela criança a cada dia. Estímulos luminosos que anularão suas sombras e depositarão formosuras educacionais e estímulos que alimentarão trevas, que deveriam ser aniquiladas no âmago da alma, para evitar infortúnios. Cada criança é um espírito inteiro, integral, como delicado circuito capacitado a assimilar toda e qualquer informação que se lhe traga, sem qualquer análise ou seleção, uma vez que o seu mundo psíquico não se acha ainda em condições para discernir com profundidade Dentro desse prisma, vale a pena não desconsiderar o espírito na faixa infantil, evitando acumular no seu íntimo as notícias da miséria moral, que o adulto exterioriza através da palavra grosseira ou de baixo nível, que penetra o circuito da mente, desajustando-lhe a infância confiante. Tenha, pois, cuidado com seus pequenos, sem exercer um policiamento neurótico, mas filtrando os conteúdos que os alcançam nessa fase (...) O que para os pequeninos você apresentar como coisa normal se normalizará em seus caminhos, tornando-se vícios torturantes e indignos ou valores espirituais verdadeiros para a eternidade da vida. Não lhes ensine a agressão, evitando-se fazer-se agressivo junto deles; não lhes repasse mentira, evitando mentir onde as crianças estejam. Não lhes inocule medos traumatizantes, usando lucidez e lógica na vivência com seus petizes. Faça-os valorizar o trabalho, abençoando-os com sua dedicação e com a sua operosidade. Não lhes ofereça, em nome de alegrias mundanas e de entusiasmos passageiros, os sabores de alcoólicos qualquer ou de outros tóxicos, que os amarrarão no madeiro do passado espiritual, quase sempre marcado por desequilíbrios e desrespeito a supremas leis (...)
E conclui a autora espiritual:
Nos seus contatos com a criança, pense que, desejando ou não, estará escrevendo em seu serzinho as dantescas tragédias que ajudarão a fazê-la cair ou estagnar ou as felizes lições que lhe servirão como trilha segura de redenção. A criança é, sem contestação, a base do amanhã da Terra, e, como você está destinado a retornar a Terra, amanhã, pela inderrogável lei da reencarnação, atenda bem a sua criança de agora, para que ela bendiga seus passos e sua existência no mundo, futuramente.