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Instituto de Biociências
O uso deste modelo está direcionado à aulas no Ensino Médio, já que exige alguns
conhecimentos prévios sobre a estrutura da célula neuronal e suas propriedades básicas. Para
melhor entendimento dos processos envolvidos no modelo, recomenda-se que a aula teórica
(Anexo I) que contém conceitos que são necessários para o entendimento da condução do
impulso nervoso no neurônio mielinizado seja oferecida antes ou junto da abordagem do
modelo 3D.
Figura 1. Bainha de mielina secretado pelos oligodendrócitos no sistema nervoso central e pelas células de
Schwann no sistema nervoso periférico.
Figura 2. Representação do nódulo de Ranvier (região entre as bainhas de mielina). Vale notar que a imagem
retrata apenas o estado polarizado intrínseco à membrana (potencial de repouso), em que sua superfície externa
é mais positiva do que a superfície interna. Neste caso, o esquema seria melhor representativo se na região do
nódulo houvesse uma grande concentração de canais iônicos (como mostrado na figura abaixo), pois é isso que
confere a sensibilização para a propagação mais rápida do impulso.
Figura 3. Esquema de um segmento do axônio mostrando os nódulos de Ranvier com a concentração de canais
iônicos e a bainha de mielina.
Descrição do protótipo
omo dito na parte de material de métodos, decidimos fazer um protótipo 3D de
C
neurônio mielinizado, mostrando como ocorre a propagação do impulso elétrico pelo axônio.
Para isso, usamos os seguintes materiais:
1. Isopor (corpo celular, dendrito, axônio, canais iônicos, algumas organelas, base da
maquete);
2. Tesoura;
3. Cola de isopor;
4. Cola quente;
5. Tinta de tecido (preta, vermelha, branca, cinza e azul);
III. Conclusão
Com a confecção desse modelo didático de neurônio mielinizado achamos que os conceitos
propostos a serem abordados a respeito da propagação do impulso no neurônio mielinizado
foram devidamente abordados apesar de que algumas ressalvas devem ser feitas: a
representação da bainha não foi ideal à medida que não foi possível representar as camadas
de deposição de mielina, mas iremos pontuar isso no momento da apresentação do modelo e
levar imagens da bainha em corte longitudinal e transversal; além disso, os canais de sódio e
potássio - representados em azul e vermelho, respectivamente- são proteínas
transmembrânicas, assim, possuem regiões inseridas na membrana plasmática, contudo, o
modelo dá a entender que são apenas projeções associadas à superfície extracelular da
membrana. Assim, iremos trazer imagens ilustrativas que mostram a estrutura dos canais
iônicos para que não haja a construção de um conceito errado. No restante, achamos que a
representação foi satisfatória, já que com o modelo 3D somado ao conteúdo oral, o aluno terá
subsídio para entender o mecanismo de funcionamento da condução do impulso, uma vez que
as estruturas representadas no modelo: concentração de canais iônicos voltagem-dependentes,
composição e propriedades da bainha, zona de gatilho e sentido da condução, dentre outras
estruturas já mencionadas somadas à explicação oral permite que o aluno construa um
conceito mais apropriado a respeito da condução saltatória. Imagens do modelo estão
inseridas logo abaixo:
Na imagem da esquerda, está o nosso modelo pronto, sendo visível: a região do corpo celular
com os dendritos, a zona de gatilho com uma concentração de canais iônicos
voltagem-dependentes, a região do axônio sendo destacado a bainha de mielina, os canais
iônicos (em vermelho, canais de potássio e em azul, canais de sódio), o meio intracelular com
sua polaridade alterada de acordo com a propagação do estímulo. Na imagem direita, está
representado a região final do axônio, que contém prolongamentos que irão conduzir o
estímulo a um neurônio pós-sináptico. O modelo completo é a junção das duas peças, que
serão acopladas no dia da apresentação do projeto.
A imagem acima mostra com mais detalhe os canais iônicos voltagem-dependentes presentes
no nódulo de Ranvier em grande concentração, sendo os azuis a representação de canais de
sódio e os vermelhos a representação de canais de potássio, as regiões em amarelo são as
bainhas de mielina.
Esta imagem mostra, em corte longitudinal, o interior do axônio, na porção direita, podemos
notar uma grande quantidade de canais iônicos (zona de gatilho) e em seguida já é o início do
axônio, estando a primeira bainha cortada longitudinalmente apenas na metade da sua
extensão, e a segundo totalmente cortada longitudinalmente. A região em preto que contém
os sinais de + e - é o meio intracelular, estando a região imediatamente abaixo da membrana
carregada negativamente, caracterizando a polaridade intrínseca à membrana plasmática do
neurônio, enquanto que os locais que estão com o sinal de + são as regiões que estão
passando pela fase de despolarização do potencial de ação.
A imagem acima apresenta o panorama geral do modelo, diferindo da imagem Y por estar
com a região do corpo celular em corte longitudinal, exibindo o seu interior com organelas
principais, como: núcleo (laranja), retículo endoplasmático (amarelo) e corpúsculo de Nissl
(roxo).
Há, além de tudo, uma parte interativa no modelo, em que ao se girar o tarugo (em preto, que
representa o meio intracelular), é possível fazer com que o potencial de ação se propague pela
extensão do axônio (até a primeira bainha de mielina).
IV. Agradecimentos
Queremos, enfim, agradecer à equipe docente, em especial aos professores André Frazão e
Gilberto Xavier por terem disponibilizado um pouco do seu tempo para sanar dúvidas do
grupo e aos monitores Diego Pereira (que discutiu com os integrantes do grupo sobre o
funcionamento da bainha de mielina no neurônio mielinizado) e Alan Siqueira (que orientou
o grupo em toda a confecção do trabalho).
Anexo I
I.I -Requisitos conceituais: o aluno já deve ter sido introduzido à organização geral
do sistema nervoso e saber características gerais sobre a sua unidade básica, o neurônio.
Desse modo, o indivíduo deve ser capaz de reconhecer estruturas morfofuncionais do axônio
e saber suas respectivas funções/características:
Figura 1. Representação estrutural do neurônio com destaque para suas três regiões principais: dendrito, corpo
celular e axônio.
Figura 2. Esquema ilustrativo do potencial de repouso, mostrando aspectos importantes para a manutenção
desse estado, como a permeabilidade dos íons na passagem pela membrana e a atuação da bomba de sódio e
potássio.
Figura 4. Esquema com a representação da bomba de sódio e potássio, proteína transmembrânica que atua na
manutenção do potencial de repouso, bombeando três moléculas de sódio para fora e duas moléculas de potássio
para dentro.
Referências Bibliográficas
Boron, Walter F.; Boulpaep, Emile L. Fisiologia Médica, Uma Abordagem Celular e
Molecular. Cap.07 - pag.157, 2ª edição-2015. Editora Elsevier.
Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A. (10°
Ed), 2004.
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Ciências da
Natureza e suas tecnologias. Secretaria da Educação. – 1. ed. atual. – São Paulo: SE,
2012.152 p.