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representações
Índice
Interpretar sonhos 3
Sonho e Freud 4
Sonho e Jung 4
Sonhos e revelações 7
Antes de Freud 8
Método freudiano 9
Traumas de Infância 12
Pulsão de Morte 15
Ato falho 19
A Elaboração do Sonho 31
Dramatização ou concretização 31
Condensação 32
Desdobramento 32
Deslocamento 33
Representação simbólica 35
Conclusão 37
Fantasia é uma situação imaginada por um indivíduo ou grupo que não tem
qualquer base na realidade em si (concreta), mas expressa certos desejos ou
objectivos por parte do seu criador/paciente.
Interpretar sonhos
Sonho e Jung
Antes de Freud
Bem, como era de se esperar, este tipo de significação acabou trazendo para a
interpretação dos sonhos uma má reputação.
“Eis que em meu sonho estava eu em pé na margem do rio, E eis que subiam
do rio sete vacas gordas de carne e formosas à vista, e pastavam no prado. E
eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista e magras de
carne; não tenho visto outras tais, quanto à fealdade, em toda a terra do Egito.
E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas; E entravam
em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado; porque o
seu parecer era feio como no princípio. Então acordei. Depois vi em meu
sonho, e eis que de um mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas; E eis
que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental, brotavam após
elas. E as sete espigas miúdas devoravam as sete espigas boas. E eu contei
isso aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse”.
José então, como sabemos, interpreta as sete vagas gordas como símbolo da
fartura dos próximos sete anos e as sete vagas magras como símbolo da fome
que adviria logo em seguida.
Método freudiano
“Nosso primeiro passo no emprego desse método nos ensina que o que
devemos tomar como objeto de nossa atenção não é o sonho como um todo,
mas partes separadas de seu conteúdo. Quando digo ao paciente ainda
novato: “Que é que lhe ocorre em relação a esse sonho?”, seu horizonte
mental costuma transformar-se num vazio. No entanto, se colocar diante dele o
sonho fracionado, ele me dará uma série de associações para cada fração, que
poderiam ser descritas como os “pensamentos de fundo” dessa parte
específica do sonho”.
Assim, cada elemento do sonho deve ser separado dos demais e para cada
elemento devemos buscar as associações individuais para os elementos, para
as partes do sonho. Por isso, o que contamos ao acordar, o conteúdo
manifesto, praticamente nunca vai trazer logo de início o significado subjacente
do sonho. Existem sim sonhos que são claros e até fáceis de entender, mas a
maior parte vai precisar das associações individuais para que se possa
descobrir o significado real, por trás do conteúdo manifesto.
Deste modo, Freud começa a pedir para que ela associasse, dissesse o que
cada elemento do sonho a fazia lembrar e pensar. E logo chegaram ao sentido
do sonho: realmente, há pouco tempo, um outro sobrinho seu havia falecido e
naquela ocasião uma pessoa por quem ela era apaixonada apareceu no
enterro. Com isto, o que o sonho mostrava é que ela desejava ver novamente
a pessoa por quem ela era apaixonada e que, por motivos alheios à sua
vontade, não conseguira estabelecer um relacionamento amoroso.
Associações:
Traumas de Infância
Na verdade, não é bem assim! Neste texto você vai saber mais sobre o
surgimento da infância – pois a ideia de infância não existia até bem pouco
tempo atrás – e também como surgiu o conceito de trauma na infância e como
a psicanalise e a psicologia trabalha esta questão atualmente.
Em outras palavras, não havia a noção que temos hoje de infância. Uma
criança era um pequeno adulto, um adulto pequeno e tratado como tal.
Traumas de Infância
Porém, depois de pesquisar mais, Freud percebeu que na verdade, não haviam
estas traumas. Ou ainda melhor, experiências ruins podiam até acontecer –
Com isso, a psicanalise não trabalha mais hoje com a ideia de trauma e
solução do trauma. Os psicanalistas trabalham com a ideia de sintoma e
fantasia (ou fantasma) inconsciente.
Pulsão de Morte
No começo de sua obra, Freud acreditava que o inconsciente era puro desejo,
ia em busca do prazer no desejo – o famoso princípio do prazer. Este prazer
era frequentemente contrário ao eu.
Neste segundo momento – que coincide com a construção da ideia de Id, Ego
e Superego – Freud entende a psique como sendo constituída por outra
polaridade:
É esta polaridade, até certo ponto, que nos permitirá entender a polaridade
entre o desejo e o gozo na psicanálise lacaniana.
Estes últimos são “pura realização desejos. Não levantam problemas a ser
solucionados, mas são de inestimável importância para provar que, em sua
natureza essencial, os sonhos representam realizações de desejos”. Freud
descreve então alguns sonhos de seus próprios filhos.
Foi Freud quem redescobriu, há mais de cem anos, a importância dos sonhos.
Bobagens sem sentido? Pesadelos que você não ousa lembrar? Sonhos tão
bons que deveriam se repetir?
Quem consegue interpretar os próprios sonhos, possui uma chave mágica para
a descoberta de si mesmo: a via régia para o Inconsciente.
Ato falho
Ato falho é um termo utilizado pela psicanálise para descrever uma série de
atos que podem ser interpretados por terem um sentido inconsciente. De certo
modo, apesar de serem atos que falharam, são atos bem sucedidos, de acordo
com Freud.
“A expressão ‘ato falho’ traduz a palavra alemã Fehlleistung, que para Freud
engloba não apenas ações strictu sensu, mas todo tipo de erros, de lapsos na
palavra e no funcionamento psíquico.
O que é incrível nos atos falhos é que sua estrutura inconsciente é muito
parecida com o sintoma, que por sua vez é semelhante ao sonho e às piadas –
chistes. Ou seja, um sonho, uma piada, um ato falho, um sintoma (como a
melancolia) são muito próximos.
Os estudos que decifraram este movimento dos olhos no sono foram realizados
em 1953 pelo Dr. Nathaniel Kleitman. Tais pesquisas de laboratório mediram
as ondas cerebrais de pessoas durante o sono através do eletroencefalograma,
as variações musculares, através do eletromiograma, e a movimentação
específica dos olhos, através do eletrooculograma.
Uma crítica é feita a Freud por Erich Fromm, no que tange à capacidade de
Freud em compreender os símbolos. Para este, Freud era um “racionalista
carente de inclinações artísticas ou poéticas e, por conseguinte, não tinha
quase sentibilidade alguma para a linguagem poética”. Na opinião de Fromm,
esta carência em Freud o levou a aceitar um conceito limitado dos símbolos,
quase sempre relacionando-o ao sexual.
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Comentando a longa análise que Freud publicou sobre este seu sonho,
Erich Fromm critica:
Após este comentário supra, o autor se propõe a fazer a sua análise do sonho
de Freud, dando um sentido para cada símbolo que ele identifica no sonho
acima. Apesar de pensar que Freud não tivesse o espírito poético necessário
para se compreender o sentido de um símbolo, Fromm utiliza o próprio método
freudiano para interpretar o sonho do pai da Psicanálise.
Brenner afirma que os exemplos para este tipo de influência são inúmeros:
“incluem toda a variedade de interesses e recordações, comumente acessíveis
ao ego, com todos os sentimentos de esperança ou medo, orgulho ou
humilhação, interesse ou repugnância que os possam acompanhar.”.
Além disso, o conteúdo latente é composto ainda por impulsos do id, que pode
ser um ou vários, banidos da consciência pelas defesas do ego (portanto da
gratificação direta durante o estado de vigília). Eis como Brenner explica esta
presença de impulsos reprimidos da infância no conteúdo latente do sonho:
Um exemplo deste tipo de sonho é o de uma criança de dois anos que sonha
na noite em que a mãe chegou da maternidade com o irmãozinho recém
nascido. Em seu sonho o bebê vai embora. É óbvio que o conteúdo latente, um
impulso infantil para com o recém nascido, é um desejo de livrar-se dele. O
conteúdo manifesto trata-se de uma fantasia que simboliza o desejo ou impulso
A Elaboração do Sonho
Toda esta elaboração é necessária para que o sonho possa passar pela
censura (os mecanismos de censura da parte inconsciente do ego). Este
processo de deformação do conteúdo latente, ou de elaboração, compreende
vários mecanismos: dramatização ou concretização, condensação,
desdobramento ou multiplicação, deslocamento, representação pelo oposto,
representação pelo nímio e representação simbólica. Ao todo são sete fases
que passaremos a expor.
Dramatização ou concretização
Condensação
Desdobramento
Deslocamento
A pessoa que sonhou falara no dia anterior com um homem que se parecia
com o irmão, fazendo com que chegasse em casa, inexplicavelmente, muito
irritada. Sem qualquer provocação do marido, criticou-o asperamente e, depois,
se retirou para o seu quarto, desfeita em lágrimas. O marido, em casa, e a
bola, no sonho, sofreram o que era destinado ao irmão da mulher.
Esta representação simbólica pode também ser entendida como uma forma
especial de deslocamento. Nota-se um símbolo quando em diferentes sonhos
observa-se que determinado elemento concreto do conteúdo manifesto está
relacionado, com certa constância, com um elemento reprimido do conteúdo
latente.
Desta forma, uma representação simbólica consiste num objeto ou um ato que
não aparece como tal no conteúdo manifesto, mas representado mediante um
símbolo. Especificamente sobre os símbolos nos sonhos trataremos no
próximo capítulo de nossa pesquisa, quando enfocarmos a interpretação dos
sonhos.