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MENSAGENS TROCADAS ENTRE A CAMPO ABERTO

E O VEREADOR DO URBANISMO DA CMP,


PEDRO BAGANHA
ENTRE 23 DE DEZEMBRO DE 2019 E 2 DE MARÇO DE 2020
SOBRE OS TERRENOS DA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

DA ROTUNDA DA BOAVISTA

8 de maio de 2020

No final desta extensa troca de mensagens, encontra-se a nossa Carta Aberta de 11 de dezembro
de 2019 ao Vereador do Urbanismo, do Espaço Público e do Património da Câmara Municipal do
Porto, Pedro Baganha, que esteve na origem do diálogo havido. A Campo Aberto deseja prosseguir
tal diálogo já que não se verificou ainda publicamente uma explanação coerente e consistente das
dúvidas e perplexidades que a associação fez chegar ao conhecimento do Vereador.

***

Descritivos: destino dos terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista; diálogo com a
Câmara Municipal do Porto; transparência democrática; expetativa de continuação de um diálogo
interrompido

Insere-se adiante uma troca de e-mails entre a Campo Aberto – associação de defesa do ambiente e
o Vereador dos Pelouros do Urbanismo, do Espaço Público e do Património, Pedro Baganha,
embora se inclua também uma mensagem dirigida simultaneamente ao Presidente da Câmara
Municipal do Porto e ao Vereador do Urbanismo, a última da série. A razão disso está em que o
tema da troca de mensagens foi fundamentalmente a questão do destino a que se irão sujeitar os
terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista, no Porto, o que implica questões relativas à
interpretação do PDM em vigor e à preparação do PDM que o vai substituir, sendo esta matéria
objeto dessa última mensagem reproduzida adiante.

O diálogo epistolar que se segue decorre de uma Carta Aberta pública e dirigida ao Vereador do
Urbanismo da Câmara Municipal do Porto, divulgada pela Campo Aberto em 11 de dezembro de
2020, a qual pode ser lida mais abaixo, após o final da troca de mensagens.

No final dessa Carta Aberta, escrevemos: «Por ser do interesse da cidade e da transparência
democrática, divulgamos publicamente estes considerandos e pedidos de esclarecimento e
informação. Teremos todo o gosto e interesse — recorrendo às mesmas vias de divulgação — em
fazer chegar a todos os interessados ao nosso alcance as informações e esclarecimentos que tiver a
gentileza de nos fazer chegar, o que desde já muito agradecemos.»

Como os esclarecimentos foram objeto de troca de mensagens ao longo de quase três meses, e
também porque passaram já mais de dois meses sobre a nossa última mensagem sem, que
saibamos, ela tenha sido respondida nem pelo Vereador do Ambiente nem pelo Presidente da
CMP, e sem que isso signifique fechar a porta a ulteriores esclarecimentos, a maior parte dos quais
continua por prestar de modo aberto e compreensível, decidimos tornar público e divulgar todo
esse conjunto adiante reproduzido. Por outro lado, torna-se acessível o ponto de vista da CMP
neste diálogo, que até agora, como se pode compreender, privilegiou o ponto de vista da Campo
Aberto que não dispõe, aliás, dos meios bem mais vastos para se fazer ouvir de que dispõe a CMP.

Campo Aberto, 8 de maio de 2020


23-12-2019

Resposta à nossa Carta Aberta de 11 de dezembro de 2019

Descritivos: interpretação do Regulamento do Plano Diretor Municipal do Porto; oferta de


reunião para esclarecimento de dúvidas da Campo Aberto; Casa da Música: eventual zona de
proteção; princípio tempus regit actum; questões indemnizatórias relacionadas; Pedido de
Informação Prévia ainda a tramitar

Exmos Senhores
Anexo carta resposta ao vosso mail de 11 de dezembro, sobre os terrenos da antiga estação
ferroviária da Rotunda da Boavista.
Com os melhores cumprimentos e votos de umas excelentes festas,
Pedro Baganha
Vereador

Anexo

[Transcrição datilográfica de texto em imagem, não assinado e não datado,


com timbre da CMP e do Pelouro do Urbanismo, anexado ao email supra]

Excelentíssimos Senhores
Acuso receção da vossa Carta Aberta que mereceu a minha melhor atenção, agradecendo, desde
já, o vosso empenho no acompanhamento dos assuntos que à nossa cidade dizem respeito, com
vista a um objetivo comum: tornar a cidade do Porto mais «amigável e acolhedora para os seus
moradores».

Da sua leitura, verifico que as questões que colocam, designadamente ao nível da predominância
de usos e costumes compatíveis com a função dominante, incidem fundamentalmente sobre a
interpretação do regulamento do Plano Diretor Municipal. Tratando-se de matéria eminentemente
técnica, não almejo comentar o assunto, disponibilizando-me, desde já, a providenciar uma
reunião entre Vossas Excelências e os serviços técnicos da Câmara Municipal de forma a melhor
esclarecerem as dúvidas suscitadas, se tal for considerado útil.

No que respeita a uma futura existência de uma zona de proteção à Casa da Música e à sua
relação com as licenças, autorizações e pedidos de informação prévia em tramitação, cumpre-me
esclarecer que, nesta matéria, se aplica o princípio geral tempus regit actum, ou seja, a validade
destes atos depende da sua conformidade com as normas legais e regulamentares em vigor à data
da sua prática. Importa referir ainda que, salvaguardada a qualidade urbanística do que é proposto,
a partir dos elementos submetidos no pedido de informação em causa não é possível aferir a
qualidade arquitetónica futura de edifícios ainda não projetados, pelo que apenas por um processo
de intenções se poderia afirmar que os mesmos serão atentatórios de qualquer eventual valor
relativo à Casa da Música.

Relativamente às questões indemnizatórias referidas, devo relembrar que os órgãos da


Administração Pública devem atuar em obediência à lei e ao direito, dentro dos limites dos
poderes que lhes foram conferidos e em conformidade com os respetivos fins. Assim sendo, no que
às pretensões urbanísticas diz respeito, a Administração apenas as poderá indeferir quando esteja
perante um dos fundamentos legitimamente tipificados. Desta forma, a discricionariedade da
decisão está limitada pela lei (na qual se inclui o PDM), pelo que na eventualidade de uma Câmara
Municipal decidir pelo indeferimento de uma pretensão urbanística sem fundamento legal,
incorrerá em responsabilidade civil pública. Nessa circunstância, ao praticar um ato arbitrário,
poderá essa Câmara Municipal ficar constituída na obrigação de reparação dos danos aos lesados –
sejam eles patrimoniais, não patrimoniais, danos emergentes, lucros cessantes ou perda de chance.
Essa reparação, em regra, é feita pela via da indemnização.
Finalmente, a única matéria adicional que, como Vereador do Pelouro do Urbanismo com
competências de decisão neste assunto, me cumpre transmitir é que, neste momento, não
existe qualquer sentido de decisão final no Pedido de Informação Prévia em causa, uma vez que o
processo ainda se encontra a tramitar.

14-01-2020

Descritivos: reunião da Campo Aberto com os Serviços de Urbanismo; visões de cidade; questões
de que se pede o esclarecimento; que queremos para o Porto; um espaço verde central para a
cidade, mitigação da poluição, lazer e recreio; interpretação do PDM sem falsear o significado
das palavras da língua natural; frentes urbanas contínuas em consolidação; ocupação dominante;
qual a operação urbanística implicado no PIP; justificações supostas expressas ou não expressas
para o receio de indemnizações por parte da CMP; estudos de mobilidade para a zona,
independência e conflitos de interesses

Exmo Senhor Vereador do Ambiente da Câmara Municipal do Porto,


Pedro Baganha

A Campo Aberto agradece o email e respetivo anexo que nos enviou em 23 de dezembro de 2019
e tanto mais quanto não desconhecemos as intensas ocupações e tarefas de que o Senhor Vereador
é responsável.

Agradece ainda a disponibilidade manifestada para nos proporcionar uma reunião consigo,
juntamente com técnicos dos seus serviços, com vista a esclarecer algumas dúvidas de que fomos
intérpretes e sobre as quais muitos cidadãos se interrogam.

Aceitamos a oferta e ficamos na expetativa de que nos indique duas ou três datas/horas possíveis
para que possamos garantir a nossa presença.

Na esperança de podermos prosseguir o diálogo consigo e com a CMP no sentido de procurarmos


esclarecer com transparência todas as questões de interesse para a cidade e para a visão que temos
dela, inserimos adiante uma tentativa de formular algumas interrogações e perplexidades que
poderão ser objeto de esclarecimento de sua parte, de viva voz de preferência, tal como
disponibilizado.

Com os melhores cumprimentos, gratos desde já pela atenção dispensada,


pela Campo Aberto
José Carlos Costa Marques
presidente da direção

Em anexo

A propósito dos terrenos e projetos relativos
à antiga estação ferroviária da Boavista

Qual a visão de cidade de que o Porto precisa?


Em reunião que tivemos no início do seu mandato, a nosso pedido a que amavelmente acedeu, o
Senhor Vereador manifestou o agrado que lhe causaria poder debater com alguns cidadãos e com
o público interessado as visões existentes para a cidade. O caso em apreço relativo ao destino dos
terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista suscita, para além das especificidades próprias, a
consideração de algumas dessas visões. Esperamos por isso que, com a sua colaboração, se possa
também exercer desde já a respeito desse caso um clima de diálogo cívico, para além dos aspetos
formais que obviamente têm que ser considerados. Em nosso entender e como já tivemos
oportunidade de dizer anteriormente, este terreno de domínio público ferroviário configura uma
oportunidade de excelência para oferecer à cidade e às pessoas que nela habitam e transitam um
espaço verde central e com dimensão suficiente com vista a contribuir para atenuar as atmosferas
poluídas desta zona da cidade e, simultaneamente, oferecer um espaço de lazer e recreio tão
necessários neste local, tal como em outros locais do centro do Porto.
Não só a criação deste espaço verde nos parece ser o destino mais consentâneo com as atuais
preocupações ambientais e com a natureza pública deste terreno, como a proposta contrária, de
construção de um grande centro comercial, nos surge como inegavelmente desadequada em
relação às necessidades da população, impacto ambiental e de mobilidade e cumprimento dos
regulamentos em vigor.

Interpretar o PDM em vigor sem alterar o significado das palavras


A questão central quanto a este projeto, como já dissemos na Carta de 11 de dezembro de 2019,
parece-nos residir neste ponto: o próprio PDM estipula a necessidade de ponderação em situações
relativas às das chamadas «frentes urbanas contínuas em consolidação». Tendo em linha de conta
a finalidade dominante dos usos a que se destina este terreno, como se pode pretender que o
projeto contido no Pedido de Informação Prévia para esse mesmo terreno respeita a letra e o
espírito desse diploma legal?
Como concordará, o urbanismo não é a construção isolada, sucessiva e adicionada de elementos
avulsos, mas a interação e a previsão entre todos os elementos construídos e a construir (o que se
aplicaria eventualmente à questão da Casa da Música, não no enquadramento jurídico que nos
mencionou na sua resposta o qual abstrai do fator evolutivo e se concentra na atualidade, mas na
necessária abordagem prospetiva que um PDM e a sua aplicação devem possuir). Neste sentido, no
que concerne à letra e no espírito do PDM relativos ao local ocupado pelos antigos terrenos
ferroviários, parece-nos, a avaliar pelo que consta publicamente, que aspetos como a massa
volumétrica, o número de pisos, a profundidade e o alinhamento do edifício ou edifícios previstos
neste PIP não são, ou poderão não ser, compatíveis com as características da ocupação dominante
da Rotunda e com a morfologia das construções já existentes.
Como dissemos, parece-nos que não é possível interpretar o PDM no que estipula para o local em
causa sem dar o devido relevo à questão da finalidade dominante. Os textos jurídicos estão sujeitos
a uma certa flexibilidade de interpretação mas não vemos como possam ter uma interpretação
oposta àquela que se depreende do uso honesto e natural da língua em que estão escritos. Assim, a
ocupação dominantemente habitacional prevista no texto regulamentar parece-nos incontornável,
a menos que o uso deste terreno sirva um bem público maior, como a criação de um jardim
público e espaço de lazer, como propomos, para que se justifique uma alteração à regulamentação
prevista no PDM atual.
Que tipo de operação urbanística implica o projeto em causa no PIP?
Interrogamo-nos também se, ao que já constou publicamente, o que está em causa nesse projeto
será ou não uma operação de loteamento que envolve terrenos dos quais a empresa que
apresentou o PIP facilmente deterá todos os direitos de propriedade, transformação e uso depois de
os adquirir (edifícios e parcelas da Rua 5 de Outubro), com um terreno pertencente ao Domínio
Público Ferroviário, sobre o qual apenas deterá o direito de superfície. Interrogamo-nos como é
possível lotear, permutar área e fazer cedências sobre uma parcela da qual não se é proprietário e
apenas se contratou o direito de uso? Afigura-se-nos que poderá haver aqui uma
impossibilidade de natureza jurídica com repercussões no destino do PIP. Se não for o caso, quais
são exatamente as condicionantes contratuais e as operações urbanísticas que estão em causa?
Indemnizações: o que as justifica?
Quanto à questão das indemnizações, tomámos nota das observações que nos transmite.
Certamente que nenhum cidadão responsável deseja que o seu município seja sujeito a
indemnizações devidas pelo hipotético não cumprimento da lei. Porém, a CMP, ao manifestar
repetida e publicamente o seu receio de ser forçada a indemnizações caso não dê deferimento ao
PIP apresentado pela empresa ECI, está já a tornar pública a interpretação segundo a qual indeferir
esse PIP não teria fundamento legal, ou seja, está já a colocar-se na situação de «ré» caso
«ousasse» indeferi-lo. Pergunta-se então em que consiste o poder e a competência do município
em interpretar o PDM, tanto mais quanto nos não é dada na sua carta qualquer informação relativa
às perguntas que fizemos sobre os contratos existentes ou inexistentes entre CMP e ECI, e que
esperamos possam vir a ser respondidas. Se a CMP não tem qualquer responsabilidade contratual
com a ECI, o que a impede de indeferir um PIP se considerar que este não é compatível com o
PDM ou não serve o interesse público? Custa então a compreender por que razão a CMP proclama
repetida e publicamente o seu receio de pesadas indemnizações, submetendo-se assim, e desde
logo, à posição de quem considera que o eventual queixoso tem razão numa presumível ação
deste com vista a ser indemnizado.

Mobilidade e conflito de interesses


Segundo a imprensa, a CMP estaria em vias, se o não fez já, de pedir à empresa ECI um estudo de
mobilidade destinado a instruir o processo relacionado com o mesmo PIP. Se é verdade, a Campo
Aberto estranha que tal estudo tenha sido confiado pela CMP à parte interessada. Afigura-se-nos
que tal assume a forma de um conflito de interesses típico, ferindo o princípio de isenção que se
esperaria ver aplicado. Um estudo desse tipo deveria estar a cargo de uma entidade independente,
isenta, competente, sem quaisquer interesses financeiros, comerciais e económicos específicos no
projeto objeto do PIP, entidade essa que seria escrutinada publicamente, por exemplo através da
Assembleia Municipal.

Em alternativa, o estudo poderia ser feito pela própria CMP, que tem o dever e o pressuposto de
isenção e de defesa do interesse público, dever que a ECI, ou qualquer entidade a encomenda
desta, não tem. O estudo resultante, se feito pela CMP, e para maior fiabilidade, ganharia em ser
escrutinado por meio de uma comissão, constituída no âmbito da CMP, em que viessem a estar
representados os diversos setores da sociedade civil, incluindo entidades de defesa do ambiente e
do património construído, representantes do pequeno e médio comércio através das suas
estruturas, bem como representantes dos inquilinos e dos moradores em geral. Se não é assim, qual
o fundamento da questão do pedido de estudo de mobilidade? Ou serão falsas ou deturpadas as
intenções que lhe foram atribuídas pela imprensa?

Renovando os nossos agradecimentos,


pela Campo Aberto – associação de defesa do ambiente
A Direção: José Carlos Dias Costa Marques, António José Verdelho Vieira, Alda da Conceição
Ferreira de Sousa, Esmeralda Cristina Pires Quintela Coelho, Maria Eduarda Pereira Pinto, Jorge
Manuel Leandro de Oliveira Rosa, Margarida Pereira Pinto de Almeida Mendes
Porto, 14 de janeiro de 2020

05-02-2020

Descritivos: demora em obter resposta

Exmo Senhor Vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto,


Pedro Baganha
Mais de três semanas depois do envio de carta nossa privada intitulada «Aceitação de convite para
reunião de esclarecimento sobre a nossa Carta Aberta de 11 de dezembro de 2019», pedimos o
favor de nos indicar se a recebeu efetivamente e se tenciona responder, fazendo acompanhar a
resposta de uma previsão de quando aproximadamente o poderá fazer. Anexamos uma segunda
via para o caso de ter havido extravio.
Compreendemos que as suas tarefas devem ser extremamente absorventes, por isso gostaríamos de
pelo menos ter a certeza de a ter recebido e de tencionar ou não responder. Infelizmente o antigo
dito popular “Toda a carta tem resposta” já não tem grande vigência nos atuais hábitos, inclusive
por parte da administração, pelo que pedimos algo que apenas leva dois minutos quando muito a
responder, para já.

Com os nossos melhores cumprimentos,
pela Campo Aberto


A Direção
07-02-2020

Descritivos: resposta em tempo razoável; decisão de não participação na reunião que tinha sido
proposta à Campo Aberto; reiteração de oferta para a Campo Aberto reunir com o Diretor
Municipal do Urbanismo; disponibilidade para debate sobre as visões de cidade no âmbito do
Conselho Municipal de Ambiente

Excelentíssimos Senhores

Antes de mais acuso a receção da vossa carta e à qual ainda não tinha tido oportunidade de
responder, embora se me afigure que três semanas é o tempo razoável para a sua análise e
resposta. Foi esse, aliás, o período que mediou a nossa carta para a Vossas Excelências, a 23 de
dezembro, e a vossa resposta, remetida a 14 de janeiro.

Conforme referi na minha resposta à vossa Carta Aberta, disponibilizei-me a providenciar uma
reunião entre Vossas Excelências e os serviços técnicos da Câmara Municipal de forma a melhor
esclarecerem as dúvidas suscitadas, atendendo a que as questões que colocaram, e colocam, são
questões técnicas que incidem, fundamentalmente, sobre a interpretação do regulamento do Plano
Diretor Municipal (PDM). Ora, conforme referi, essa reunião não seria comigo, pois não almejo
comentar assuntos eminentemente técnicos, designadamente, de interpretação regulamentar.
Assim, e atendendo a que Vossas Excelências demonstraram interesse nessa reunião, consultada a
disponibilidade do Senhor Diretor Municipal do Urbanismo, sugerimos as seguintes datas para a
reunião solicitada:

– dia 18 de fevereiro, às 10.00, ou às 11.00;


– ou dia 25 de fevereiro, às 10.00.

Agradecia a vossa confirmação do dia e hora que melhor vos convier.


Relativamente ao debate sobre as visões existentes para a cidade, tenho todo o gosto em o fazer e
teremos essa oportunidade na próxima sexta-feira, dia 14 de fevereiro, no âmbito do Concelho
Municipal do Ambiente, o qual a Campo Aberto integra, uma vez que vai ser apresentada a
estrutura ecológica municipal proposta no âmbito da revisão do PDM.

Apresento os meus melhores cumprimentos,


Pedro Baganha
Vereador

18-02-2020

Descritivos: debate de visões de cidade; dificuldades de uma associação de voluntários; estrutura


ecológica municipal – necessidade de um debate público específico; a associação não
compreende que o Vereador dissocie o aspeto técnico dos aspetos de decisão que são
necessariamente políticos e considera uma eventual reunião técnica apenas útil com a presença
do responsável político, ou seja, o Vereador; a Campo Aberto continua empenhada num diálogo
franco para benefício da cidade

Prezado Vereador Pedro Baganha


Agradecendo o seu cuidado em ter-nos respondido, enviamos em anexo as considerações que ela
nos suscitou. Esperamos que possam ser úteis.
Com os nossos melhores cumprimentos,
A Direção da
Campo Aberto – associação de defesa do
ambiente
Anexo

Porto, 18 de fevereiro de 2020

Prezado Vereador Pedro Baganha,

Agradecemos o seu email-carta de 7 de fevereiro último, bem como a disponibilidade para


considerar os nossos pontos de vista e igualmente para debater connosco as visões para a cidade.
Efetivamente, o processo de revisão do PDM é uma ocasião propícia e útil para isso. É certo que,
tanto nós como o executivo municipal, estivemos envolvidos em iniciativas desse tipo no mandato
anterior (em 2016-2017), mas a provável proximidade da aprovação de um novo PDM poderá
proporcionar maior sentido de urgência e de precisão.

Quanto à reunião de 14 de fevereiro do Conselho Municipal de Ambiente, não foi possível


estarmos representados com tempo suficiente. Como já observámos junto do seu colega de
executivo, o Senhor Vereador do Ambiente, uma associação de voluntários tem muita dificuldade
em lidar com calendários desse tipo, fixados sem alternativa e com pouca antecedência, o que
seria obviado, pelo menos em parte, com um calendário anual previamente conhecido. No
entanto, tomámos boa nota da disponibilidade da CMP para apresentar e debater publicamente o
tema «Estrutura ecológica municipal». Para além disso, se bem que no CMA tenha decerto havido
um esboço de debate, a que não pudemos assistir, a questão da estrutura ecológica municipal,
sendo embora de importância primacial, não esgota determinadas outras vertentes relacionadas
com o PDM vigente e com aquele que o irá substituir, e que expusemos em situações anteriores.
Para abordar pelo menos algumas delas seria necessário um outro enquadramento.

Ficamos perplexos com a sua posição quanto à sua não presença na reunião que nos propôs em 23
de dezembro de 2019. É certo que referia na sua primeira resposta uma reunião com os serviços
técnicos da CMP e chegámos a recear que quisesse excluir-se dela. Acabámos por considerar
inverosímil essa interpretação, aliás contraditória com uma atitude que se pretendia de diálogo, já
que as questões e dúvidas que apresentámos, se é certo que comportam uma vertente técnica e
regulamentar, cabem em última análise aos decisores, neste caso aos autarcas do executivo
municipal em funções, e muito em especial ao responsável pelo Pelouro do Urbanismo. E estão
estreitamente relacionadas com a visão de cidade e as opções fundamentais para ela tomadas ou a
tomar pela CMP. Ou seja, são fundamentalmente decisões políticas, que não cabem aos técnicos
embora possam basear-se nos pareceres destes. Assim sendo, parece-nos de todo improvável que
esse responsável – o Senhor Vereador – não tenha uma interpretação, ainda que coincidente com a
dos serviços técnicos, e se escuse a partilhá-la connosco, sem prejuízo, evidentemente, da
presença nela dos técnicos que houvesse por bem convocar.

Se o Senhor Vereador mantiver a recusa de estar presente na reunião que nos propôs, ela deixa de
ter sentido para nós, embora tudo o que está implicado continuemos a considerá-lo da maior
importância. Em qualquer caso, temos como objetivo partilhar com os responsáveis autárquicos e
de modo transparente, bem como com os cidadãos que se interrogam e que gostariam de
compreender e ser convencidos da justeza das decisões em preparação, um diálogo franco que
honraria a cidade. Caso ele se mostre inviável, tentaremos, apesar das nossas possibilidades
limitadas, suscitar esse debate – e partilhar as informações que possuímos e as interrogações que
elas em nós despertam – de modo público, abertamente, com os cidadãos interessados.

Certos da sua atenção e compreensão,


subscrevemo-nos, com os melhores cumprimentos,
Pela Campo Aberto,
A Direção: José Carlos Costa Marques, António J. Verdelho Vieira, Alda C. Ferreira de
Sousa, Esmeralda Cristina Pires Coelho, Maria Eduarda Pereira Pinto, Jorge Manuel Leandro
Rosa, Margarida Pinto Mendes
28-02-2020

Descritivos: convida-se o Vereador a participar em debate no dia 5 de março na Casa das Artes,
em que a Campo Aberto é coorganizadora; reiteração de interesse em diálogo

Prezado Vereador Pedro Baganha


Como coorganizadora do debate abaixo mencionado, a Campo Aberto teria muito gosto em que o
Senhor Vereador, e os técnicos que achar indicados, estivessem nele presentes por forma a
esclarecer qualquer questão que possa surgir e que considerem útil esclarecer.
Seria também uma oportunidade para esclarecer algumas das questões que lhe temos por mais que
uma vez apresentado e que deixam muitos cidadãos perplexos. Acreditamos que esse
eclarecimento seria útil para os organizadores do debate e para os Pelouros que o Senhor Vereador
dirige.

Seria ainda uma forma democrática de apresentar ideias plurais sobre assuntos do maior interesse
das atuais e futuras gerações de portuenses.

Crentes na sua boa vontade e espírito de diálogo, fazemos votos por que o nosso convite seja
compreendido pelo que é: um contributo para ir ao encontro dos factos e da verdade, no respeito
pela diversidade de interpretações que possam suscitar.

Com os melhores cumprimentos,


pela Campo Aberto
José Carlos Costa Marques
presidente da direção

02-03-2020

Exmo. Senhor
José Carlos Costa Marques
Campo Aberto

Solicita-me o Senhor Vereador dos Pelouros do Urbanismo, Espaço Público e Património, Arq.
Pedro Baganha, que agradeça o convite endereçado.
Compromissos profissionais fora do país não lhe permitem estar presente, o que lamenta.
Com os melhores cumprimentos,
Antónia Cunha

Secretária da Vereação

03-03-2020

Muito obrigado por terem informado.


Saudações cordiais,
José Carlos Costa Marques

02-03-2020

Descritivos: lugar dos cidadãos no exercício da administração pública; direito de acesso aos
documentos admninistrativos; prazos de discussão pública; solicitação de uma cópia da versão
preliminar do próximo Plano Diretor Municipal
Sem resposta ainda em 29-04-2020

Porto, 2 de março de 2020

Exmo Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto,


Exmo Senhor Vereador do Urbanismo,

Como decerto concordarão, numa democracia evoluída é dada cada vez maior importância à voz
e vontade dos cidadãos em todos os escalões do exercício da administração pública.

De modo genérico, é legalmente reconhecido o direito de acesso aos documentos administrativos


por parte dos cidadãos interessados.

No caso particular dos instrumentos de gestão territorial, a lei reconhece o direito de informação e
participação dos cidadãos (artigos 5.º e 6.º do decreto-lei 80/2015, de 14 de maio, que aprova a
revisão do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
380/99, de 22 de setembro).

Ignoramos se, no que respeita aos Planos Diretores Municipais, existe qualquer calendário que
condicione esses direitos e os restrinja ao período formal chamado de «discussão pública». O
espírito da lei geral, no entanto, e as exigências de transparência democrática, indicariam que o
direito de informação mencionado pode ser razoavelmente reivindicado relativamente ao
conhecimento da versão preliminar do Plano Diretor Municipal do Porto que irá substituir o PDM
atualmente em vigor, versão essa que é já do conhecimento de múltiplas entidades.

Nesse contexto, e tendo em conta que


a) Campo Aberto – associação de defesa do ambiente tem dedicado, ao longo dos seus 20 anos
de existência, especial atenção aos problemas do ambiente urbano e à defesa dos valores
ecológicos, naturais e de qualidade de vida, de modo particular no concelho do Porto,
b) a intervenção da associação repousa unicamente em voluntários e nunca teve nem tem um
único trabalhador ou funcionário remunerado,
c) que os prazos formais ditos de «discussão pública» não permitem uma análise séria e
fundamentada, ainda para mais nas condições descritas em b), da proposta da CMP para o novo
PDM já em análise pelas entidades aludidas, o que torna quiméricos os direitos de informação e
participação definidos nos artigos citados do decreto-lei 80/2015,
e tendo esperança na capacidade de visão, transparência, compreensão e justiça do executivo
municipal em funções, solicitamos que à Campo Aberto seja proporcionada uma cópia da versão
preliminar mencionada.

Com os melhores cumprimentos, gratos pela atenção dispensada,


pela Campo Aberto,
José Carlos Costa Marques,
presidente da direção

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