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Darmapada, VIII | 1
Expectativa de Transformação
Isso não é verdade para nada no mundo. Por exemplo, ao entrar na escola, você
não se torna de repente um médico ou outra coisa. Isso só acontece gradualmente.
Contudo, sem consciência disso, as pessoas às vezes apontam para alguém e dizem: “Ah,
ele tem sido um budista por tantos anos, como pode ter feito isso?”.
Essa história toda de “tantos anos” não é nada demais. Nós temos reforçado nossas
aflições mentais por muitas e muitas vidas. Estamos lidando de fato com um oceano de
aflições mentais. Praticar o Dharma por muitos anos é bom, mas não espere
transformações radicais extraordinárias mesmo se você tem praticado por bastante tempo.
Armadilha da Impaciência
Sempre que desejamos que a vida seja diferente do que é, somos pegos pela
impaciência. Perdemos nosso senso de humor; e a auto-piedade, desespero e a atribuição
de culpa se infiltram no coração.
Michele McDonald
Tricycle, verão de 2005 (Tricycle’s Daily Dharma, 25/11/2009)
A menos que você tenha entendido a lei do karma, dizer que você realizou a visão
se torna uma mentira.
(Zurchung Sherab Trakpa, Tibete, séc. 11)
Quando você se encontra a ponto de cometer mesmo a menor das ações negativas,
você não deve se atrever porque sabe que isso causará sofrimento. E se tiver a
oportunidade de executar mesmo uma minúscula ação positiva, você deve ansiosamente
fazer isso, sabendo que irá ajudá-lo a acumular mérito e progredir em direção à liberação.
Por outro lado, não será de ajuda nenhuma pensar que ações negativas não
importam porque podem ser purificadas por confissão ou porque, devido à sua arrogante
visão, não há tal coisa como positivo ou negativo, bom ou ruim. Um praticante que tenha
realmente compreendido a vacuidade na natureza de tudo tem espontaneamente uma
compreensão muito mais clara da interdependência e está convencido de que ações
inevitavelmente produzem efeitos.
Dizer que realizou a visão, sem compreender a lei de causa e efeito, é uma mentira,
assim como dizer que não há necessidade de evitar ações negativas e adotar positivas. É
por isso que Shechen Gyaltsap aponta:
Todos novos meditadores devem praticar em sessões mais curtas porém mais
frequentes. Na hora de concluir a sessão de prática, a mente deve permanecer
imperturbada por conceitos. Se a pessoa é capaz de permanecer pacificamente sem ser
perturbada por conceitos, é importante deixar a mente nesse estado por um tempo.
Dudjom Rinpoche
A razão pela qual as qualidades de um mestre são descritas em tantos detalhes nas
escrituras é porque devemos estar cientes do que procurar quando buscamos um Guru que
seja capaz de abrir dentro de nós o caminho budista. Receber ensinamentos de um
professor desqualificado pode ser desastroso. As escrituras tântricas nos ensinam que uma
pessoa não é imprudente por examinar um Guru por mais de doze anos antes de aceitá-lo
como seu professor. A escolha do mestre é uma importante escolha e deve ser feita
criteriosamente.
A razão pela qual estamos vagando ininterruptamente pela existência cíclica desde
tempos imemoriais é porque nós não encontramos ainda um mestre espriritual no passado;
ou mesmo que o tenhamos encontrado, nós não cultivamos com ele ou ela uma efetiva
relação [mestre-aluno]. Devemos estar determinados de tomar para nós a oportunidade
ímpar de nossa atual condição humana e cultivar a prática espiritual sob a orientação de um
mestre.
Não basta ter ideia de que todas as coisas, incluindo nós mesmos, são vacuidade.
Para ganhar experiência real temos que ir até um professor que tenha ele mesmo essa
experiência e saiba como simplesmente descansar no estado natural sem gerar
construções mentais enganadas, alguém que perceba as coisas como elas são: vacuidade,
sem realidade sólida.
Udānavarga 1 | 15
citado por Könchok Gyaltsen (Tibete, ano 1388 ~ 1469)
em “Suplemento à Tradição Oral”
“Mind Training”
Caminho de Vacuidade
[...] não existe nem mesmo uma partícula nascendo, nascida ou que irá nascer —
não há nada que possa ser agarrado, nada a que possamos nos apegar. Todas as coisas
são inerentemente assim, não têm natureza intrínseca própria, são intrinsecamente
incompatíveis com qualquer caracterização: nem um nem dois, nem muitos nem infinito,
nem pequeno nem grande, estreito ou largo, profundo ou raso, nem nulidade nem
conceitos, nem assim nem não-assim, verdade ou mentira, substancial ou insubstancial,
nem existente nem inexistente.
Bodisatvas então vêem as coisas como não-coisas, embora em termos de fala eles
sigam as convenções ao definir o que são não-coisas como coisas; eles não interrompem o
caminho da ação e não desistem das práticas para a iluminação; eles buscam onisciência
sem jamais retroceder.
Eles sabem que todas as condições das ações são como sonhos, que sons e vozes
são como ecos, que seres sencientes são como sombras, que todas as coisas são como
fantasmas — ainda assim eles não negam o poder de ação das causas e condições. Eles
sabem que o espectro das ações alcança muito longe; compreendem que todas as coisas
não fazem nada e cruzam o caminho da não-ação sem jamais desistir.
Kalu Rinpoche
Forma e Vacuidade
Forma pode ser uma folha de bordo caindo da árvore e pousando no rio da
montanha; pode ser a luz plena do luar, uma sarjeta na rua ou um monte de lixo. Essas
coisas são “o que são”, e de certo modo são todas a mesma coisa: são todas formas, são
objetos, são apenas o que são.
Então, forma é vazia. Mas vazia de quê? Forma é vazia de nossas pré-concepções,
vazia de nossos julgamentos.
Eles não compreendem que o Buda que é cultuado não é a personalidade histórica
do homem Sidarta Gautama, mas a corporificação das qualidades divinas, que são latentes
em todo ser humano e que se tornaram aparentes em Gautama e em inúmeros Budas antes
dele.
Não vamos confundir o termo “divino” — mesmo o Buda dos textos Pāli não evitou
classificar a prática das mais altas qualidades espirituais na meditação (como amor,
compaixão, alegria empática e equanimidade) como “permanecer em Deus” (brahmavihāra)
ou “estado divino”.
Então, não foi o homem Gautama que foi elevado ao status de um deus, mas sim o
“divino” que foi reconhecido como uma possibilidade de realização humana. Assim, o divino
não perdeu valor, mas ganhou; porque à partir de uma mera abstração, se tornou uma
realidade viva; de algo que era apenas acreditado, passou a ser algo que podia ser
vivenciado. Então não foi uma queda para um nível inferior, mas uma elevação, uma
ascensão de um plano de realidade inferior para outro superior.
Porque para nós a sabedoria só pode se tornar uma realidade se ela for realizada
em vida, se ela se tornar parte da existência humana.
Quando você domina este bardo, você dominará todos os outros bardos*. E, se
alcançar isso, você se tornará um grande herói ou heroína, não aterrorizado por
nascimento, doença, envelhecimento e morte. Então, não haverá nenhuma necessidade de
instruções especiais sobre o bardo da morte.
Não Esquecer
Verdadeira Liberdade
O estado desperto abre tal espaço e, quando a sabedoria está lá para preenchê-lo,
a pessoa é capaz de responder com paciência. Não é que a raiva seja reprimida, ela nem
chega a surgir.
Andrew Olendzki
Tricycle, inverno de 2006 (Tricycle’s Daily Dharma, 27/11/2009)
Reacção Correcta
Dalai Lama
Com a morte de Mao Tse Tung, Sua Santidade o Dalai Lama falou sobre o
falecimento diante de uma multidão de tibetanos e realizou uma grande cerimônia religiosa
direcionada a Mao.
Ele disse que agora que Mao faleceu, seria visto com compaixão. Na verdade,
quando Sua Santidade estava falando da morte de Mao, havia lágrimas em seus olhos
devido à sua grande compaixão por esse homem. Ele pediu ao povo tibetano para dedicar o
mérito de suas práticas ao benefício de Mao.
O que Mao fez para merecer esse tipo de atenção e compaixão de Sua Santidade?
O que ele fez foi sistematicamente destruir os monastérios, monumentos e livros do Dharma
no Tibete. Ele fez o máximo para aniquilar todas as representações do Buda e do Dharma
no Tibete. Quanto ao povo tibetano, Mao perpetrou um genocídio, e sofrimento intenso foi
infligido basicamente devido às suas políticas.
Esse sofrimento foi infligido não apenas ao povo tibetano, mas no povo chinês
também. Uma quantidade tremenda de sofrimento pode ter sua origem traçada até Mao e
seu regime. Quando ouvimos falar sobre uma pessoa ou governo que causa tamanho
sofrimento, nossa reação natural é a raiva. Já quando Sua Santidade o Dalai Lama encara
isso, ele simplesmente compreende que esse era o karma dos tibetanos, e as pessoas que
se engajam em ações assim terrivelmente prejudiciais merecem nossa compaixão.
A reação de Sua Santidade à morte de Mao foi errônea ou virtuosa? Foi uma reação
virtuosa. Quando o espírito do despertar realmente amadurece no fluxo mental de alguém,
esse é o tipo de reação que surge — uma reação característica de um verdadeiro seguidor
de Buda. Você pode achar que é ingênuo, mas é assim que um budista deve reagir.
Devemos aprender a confiar que nossa própria prática do dharma irá eliminar
inteiramente nossa selva de venenos, do mesmo modo que um grande incêndio consome
uma floresta inteira. Todas as nossas negatividades podem ser varridas pelo incêndio de
nossa sabedoria compassiva.
Dudjom Dorjee
“Heartfelt Advice”
(Dharma Quote of The Week – Snow Lion, 02/05/2010)
[...] O problema não está na dualidade em si; está no fato de que experimentamos
a dualidade de uma maneira parcial e incompleta — nos identificamos com um lado e
rejeitamos ou nos agarramos ao outro.
Francesca Fremantle
“Vazio Luminoso”, cap. 11
* trechos de textos do Bardo Thodol (ou “Livro Tibetano dos Mortos”, como é
conhecido um capítulo desse ciclo)
O Caminho do Bodisatva, 2 | 41
(Shantideva, Índia, séc. VII)
Quando o processo gradual da dissolução [da vida] se configurar, as alucinações
produzidas pelo karma negativo irão tomar a forma dos terríveis mensageiros do Rei da
Morte.
Eles vão capturá-lo e amarrá-lo pelo pescoço com um laço negro e, em tormento
solitário, ele será espancado com marretas. De que ajuda serão seus conhecidos próximos,
seus pais e sua família; de que ajuda serão seus amados amigos? Ninguém, ele diz, será
capaz de protegê-lo.
Colheita da Sabedoria
Desejo e Aspiração
Nem todo desejo leva diretamente à dor. Contudo, a própria palavra expressa a
ideia de se grudar a algo; ela não permite a liberdade, ela amarra. Quando estamos
apegados e presos a algo, não podemos nos mover. É como se o objeto do desejo nos
puxasse de volta, e não conseguimos nos libertar disso. Então para esse tipo de desejo
usamos o termo que significa apego. Enquanto estivermos apegados, estamos colados ali e
não podemos alcançar liberação. No entanto, isso não necessariamente significa caos e
dor.
Na língua tibetana, desejo significa o apego que prejudica a nós e aos outros.
Em relação à fonte de benefício para nós mesmos e os outros, há um nome
diferente; chamamos isso de “aspiração”.
O Poder da Fé
Sempre que sentir que adquiriu certas qualidades como sinal de progresso no
caminho, seja realização do estado natural, clarividência, concentração e visões do yidam,
entre outras, poderá ter certeza que elas são realmente qualidades verdadeiras se, como
resultado, o amor e a compaixão da bodhicitta continuarem a aumentar constantemente.
Sogyal Rinpoche
Concentração Correcta
Isso se refere à situação de vida de alguém tanto quanto meditar sentado. Absorção
correta é estar completamente envolvido, integralmente, de modo não dualista.
Ao meditar sentado, a técnica e você são um. Nas situações da vida, o mundo dos
fenômenos também é parte de você. Então você não precisa meditar como se fosse uma
pessoa separada do ato de meditar e do objeto da meditação. Se você é um com a situação
da vida assim como ela é, sua meditação acontece automaticamente.
Samantabhadra
Reconhecimento da Impermanência
[...] Esqueça de ir além do tempo e espaço, já que mesmo ir além dos elogios e
críticas parece fora de alcance. Mas quando começamos a compreender, não apenas
intelectualmente mas emocionalmente, que todas as coisas compostas são impermanentes,
então nosso apego diminui. A convicção de que nossas posses e pensamentos são
valiosos, importantes e permanentes começa a se soltar.
Se fossemos avisados de que temos apenas dois dias de vida, nossas ações
mudariam. Não ficaríamos preocupados em deixar os sapatos paralelos, em passar ferro na
roupa íntima ou colecionar perfumes caros. Poderíamos ainda fazer compras, mas com uma
nova atitude.
Ainda vivenciamos as emoções, mas elas não podem mais nos pregar peças ou nos
iludir. Ainda podemos nos apaixonar, mas sem medo de ser rejeitado. Iremos usar nosso
melhor perfume e creme facial em vez de guardá-los para uma ocasião especial. Assim,
todo dia se torna um dia especial.
Teste de amor
O teste do amor versus o apego pode ser feito quando você percebe que uma
pessoa que você ama muda para pior. O que acontece?
Se o amor for genuíno, os sentimentos de amor crescerão mais fortes. Se o amor
for realmente um apego, haverá um afastamento.
Sem este mundo não podemos alcançar iluminação. Não haveria nenhuma jornada.
Então, em certo sentido, todas as coisas acontecendo no mundo, todas as irritações e todos
os problemas são cruciais.
Em outras palavras, poderíamos dizer que se não há barulho lá fora durante nossa
prática de meditação, não podemos desenvolver estado desperto. Se não temos dores pelo
corpo, não podemos alcançar estado desperto; na verdade, não podemos meditar.
Entre os objetos de seus seis sentidos, estão dois tipos: aqueles que são desejáveis
e aqueles que não são. Reconhecendo essas duas classes, doe o que for desejável aos
seres sencientes e pegue para si o que for indesejável.
Impermanência Subtil
Costuma ser dito: “se você se agarra a esta vida, não é um praticante”. Ao se
apegar às coisas desta vida e sentir que o que temos não é suficiente, desperdiçamos
nosso tempo e lentamente nossa vida se esvai.
[...] Apontar é como indicar no céu, quando há muitas nuvens, e dizer a alguém: “ali
está o céu azul”. A pessoa vai olhar e responder: “onde?”. Você responderia: “Ali, atrás das
nuvens”. A pessoa para quem você está apontando o céu azul não vai ver de primeira.
Contudo, se só uma pequena porção do céu aparecer, então você pode dizer: “Veja. O céu
azul é daquele jeito”.
A pessoa então tem uma experiência direta. Ele ou ela sabe por experiência que há
céu azul, que estará totalmente visível quando as nuvens se forem.
Julgar os Outros
Nunca se sabe onde pode haver um bodisatva. É dito que muitos bodisatvas,
usando métodos habilidosos, são encontrados até mesmo entre abatedores de animais ou
prostitutas. É difícil dizer se alguém tem bodhicitta* ou não. Buda disse:
Além de mim e daqueles como eu, ninguém pode julgar outra pessoa.
Então, qualquer um que desperte bodhicitta em você, seja uma deidade, um mestre,
um companheiro espiritual ou qualquer outra pessoa, considere-o simplesmente como um
verdadeiro buda.
Caminho Irreversível
Seus corpos são puros, transparentes, sem um único átomo de materialidade, como
o espaço. Eles possuem todas as marcas maiores e menores do Estado Búdico. Eles
percebem todas as variedades de fenômenos dos três reinos da existência como sonhos —
puros, transparentes e livres de obscurecimentos.
Sua fala é desobstruída e toca os corações dos outros seres, porque é expressa na
linguagem apropriada a eles.
Princípio do Ser
É possível para nós alcançar o nirvana? O fato é que vocês são o nirvana. O
nirvana está à disposição de vocês vinte e quatro horas por dia. É como a onda e a água.
Vocês não precisam procurar o nirvana em outro lugar ou no futuro. Porque já são ele. O
nirvana é o princípio do seu ser.
Além disso, já que a substância do conhecimento não tem local e atravessa tudo, a
pessoa vê o absoluto e o mundano como completamente inconcebíveis. No reino infinito
onde todos os seres e objetos refletem uns aos outros, as terras puras dos budas se
multiplicam e remultiplicam, sábios e pessoas ordinárias são a mesma unidade, e as formas
dos objetos se interpenetram. Isso é chamado de o reino da realidade.
E quando um som sutil passa pelo universo, um fio de cabelo mede o infinito,
diferenciações entre grande e pequeno desaparecem, eu e outros são o mesmo corpo,
consciência e sentimentos condicionados se vão, e o conhecimento penetra sem nenhum
obstáculo. Isso é chamado de entrada no reino da realidade.
A pessoa que testemunha o sofrimento de uma outra pessoa deve ter somente uma
reação: “Como posso ajudar?”. Quando o carma produz seus frutos e causa o sofrimento, a
reação nunca deveria ser: “Este é o seu carma. É o seu destino, por isso eu não posso
ajudar”. O seu próprio carma pode bem se apresentar como uma oportunidade para ajudar
uma pessoa sofredora. Compreender erroneamente as ações e suas consequências pode
ser desastroso.
Ele falou com prostitutas e cobradores de impostos, e teve coragem de fazer o que
era necessário para corrigir Sua sociedade. Como filho de Maria e José, Jesus é filho da
Mulher e do Homem. Como alguém animado pela energia do Espírito Santo, Ele é o Filho
de Deus.
Não é difícil para um budista aceitar o fato de Jesus ser ao mesmo tempo o Filho do
Homem e o Filho de Deus. Podemos ver a natureza da não-dualidade em Deus, o Filho, e
Deus, o Pai, porque sem Deus, o Pai, dentro Dele, o Filho nunca poderia existir. Mas no
cristianismo, Jesus é geralmente visto como o único Filho de Deus.
Samyak significa ver a vida como ela é, sem muletas, de maneira pura. No bar, as
pessoas dizem: “quero um drink puro”. Não diluído com soda ou água; você toma ele puro.
Isso é samyak. Sem diluições ou misturas — apenas um drink puro.
Buda descobriu que a vida poderia ser poderosa e deliciosa, positiva e criativa, e
compreendeu que você não precisa de nenhuma invenção para misturar com ela. A vida é
um drink puro — prazer puro, dor pura, pureza, cem porcento.