Sunteți pe pagina 1din 24

ÁREAS CLASSIFICADAS E ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

CONCEITOS, APLICAÇÕES E RELATOS DE ACIDENTES¹

VIANA, Amanda de Paula; ZANETTI, Ana Julia Lazzarini; FERNANDES, Leonardo


Furlan; VICCINO, Luani Bicheri; CORREIA, Mayara da Silva; DA SILVA, Nicolas
Tainan; FERREIRA, Wendy de Araújo.

¹ Trabalho acadêmico referente à disciplina Instrumentação na Indústria Química.


Escola de Engenharia Química de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, SP.

RESUMO

Neste trabalho, é abordado o tema de áreas classificadas e atmosferas explosivas,


que são de suma importância para a segurança das pessoas que trabalham,
precisam transitar ou estão próximos a essas áreas diariamente. Existem diferentes
classificações de risco, seus respectivos cuidados e equipamentos para evitar
acidentes, que infelizmente, ainda ocorrem com certa frequência. Através do
presente trabalho, abordaremos os principais pontos para o entendimento dos
conceitos, potenciais riscos e as medidas preventivas de como evitar que futuros
acidentes aconteçam. Além disso, mostrar a normativa brasileira de classificação e
abordar exemplos para facilitar o entendimento do assunto em sua totalidade.

Palavras-chave: ​áreas classificadas, risco, atmosferas explosivas, ignição


1. INTRODUÇÃO

Os ambientes de áreas explosivas estão presentes em todos os tipos de


indústrias, não apenas as que lidam com produtos extremamente perigosos. Vale
ressaltar que essas atmosferas explosivas são ambientes em que as substâncias
inflamáveis, podendo ser encontradas na forma de vapor, gás ou poeira, podem
interagir com o ar atmosféricos e causar grandes explosões. Tais explosões são
criadas por meio do triângulo de fogo: o oxigênio como comburente, a substância
inflamável como combustível e o calor.
Há uma classificação em graus que leva em conta a duração e a frequência
da atmosfera explosiva que é gerada por produtos da indústria. O grau contínuo é
quando o risco de explosão é durante longos períodos e contínuo. O grau primário é
definido quando os riscos de explosão são em condições normais de operação,
porém com frequência periódica. Por fim, o grau secundário é classificado para
riscos de explosões de curta duração e em condições anormais de operação.
Com o intuito de mitigar as possíveis explosões, é necessário instalar
equipamentos nas áreas que possuam maior risco do triângulo de fogo. Essas áreas
são chamadas de áreas classificadas, que nada mais são os locais que essa
atmosfera explosiva está presente e é devido à isso que os equipamentos elétricos
especiais e corretos são instalados formando uma infraestrutura à prova de explosão
mais segura.
As áreas são divididas em zonas e também levam em consideração a
substância inflamável. A zona 0 é relacionada ao grau contínuo, a zona 1, ao grau
primário e a zona 2, ao grau secundário. Vale ressaltar que essas três zonas são
definidas para vapores e gases. Já para fibras e poeiras as zonas são divididas em
20 para grau contínuo, 21 para grau primário e 22 para grau secundário.
A finalidade desse trabalho é apresentar o conceito completo tanto de áreas
classificadas quanto de atmosferas explosivas para que haja o entendimento de
como os trabalhadores da empresa devem lidar com situações em que as
atmosferas explosivas estão presentes. É de suma importância, então, realizar o
desenho de áreas classificadas que nada mais é do que analisar a probabilidade de
existência de uma atmosfera explosiva nos locais da indústria.
Além disso, haverá três relatos de acidentes que serão descritos, os quais
aconteceram no México (Coatzacoalcos), no Brasil (Góias) e na missão apollo 1
para levar o homem até a lua. É importante ressaltar que esse acidentes podem ser
controlados com um gerenciamento eficaz dos equipamentos, das áreas e das
substâncias que a empresa utiliza na fabricação dos produtos.
Por fim, também serão abordadas propostas de aplicações das normas e
soluções para determinados casos. O trabalho apresenta ​2 capítulos e cada um
deles será focado em um tópico relevante:
● Capítulo 1: Na primeira parte, serão abordados os conceitos de
maneira mais aprofundada para que assim seja possível uma
compreensão mais eficiente dos seguintes tópicos.
● Capítulo 2: Nesse tópico o enfoque serão os acidentes.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CAPÍTULO 1: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

O estudo de classificação de áreas está interligado com algumas


propriedades fundamentais das substâncias inflamáveis, bem como a definição de
atmosfera explosiva, uma vez que, segundo a norma (ABNT NBR IEC 60079-10-1,
2009), áreas classificadas são conceituadas como aquelas nas quais uma atmosfera
explosiva de gás está presente, ou é provável a sua ocorrência a ponto de exigir
precauções especiais para a construção, instalação e utilização de equipamento
elétrico. Além disso, classificar uma área significa elaborar um mapa que define o
volume de risco dentro do qual pode ocorrer uma mistura inflamável. Já a área na
qual uma atmosfera explosiva não é prevista para estar presente em quantidades
tais que necessitem de precauções especiais para a construção, instalação e
utilização de equipamentos é definida como não classificada (ABNT NBR IEC
60079-14/2016).
O Brasil adota a classificação de áreas regida pela norma internacional
IEC60079.10, a qual em vez de classificar ambientes em classes (conforme a norma
americana que se refere a substâncias inflamáveis no local), ela classifica em 2
grupos (referem-se aos equipamentos elétricos): O grupo I, que são equipamentos
fabricados para operar em mineração subterrânea; e o grupo II, que trata-se de
equipamentos fabricados para operação em indústrias de superfície e possui três
subdivisões (IIA, IIB e IIC) cuja ordem indica uma gradação de periculosidade da
substância, do ponto de vista do comportamento durante uma explosão.

Tabela 1 - Classificação de áreas

Fonte: (MIRANDA, 1998)

As áreas classificadas foram divididas em zonas em função da duração da


presença de atmosferas explosivas, que podem ser gases ou vapores combustíveis
(Zona 0, Zona 1 e Zona 2) ou poeiras combustíveis (Zona 20, Zona 21 e Zona 22). A
norma (ABNT NBR IEC 60079-10-1, 2009) mostra como as áreas, com fontes de
gases ou vapores combustíveis, são classificadas em função da frequência e da
duração da presença de atmosferas explosivas, nas zonas:

❖ Zona 0: Área onde existe, permanentemente ou durante longos períodos de


tempo uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura de gás, vapor ou
névoa inflamável, com o ar;

❖ Zona 1: área onde é provável, em condições normais de funcionamento, a


formação ocasional de uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura
de gás, vapor ou névoa inflamável, com o ar;

❖ Zona 2: área onde não é provável, em condições normais de funcionamento,


a formação de uma atmosfera explosiva constituída por uma mistura de gás,
vapor ou névoa inflamável, com o ar, ou área onde a atmosfera explosiva,
seja de curta duração.

Figura 1 - classificação de zonas

Fonte : (BULGARELLII, 1998)

A norma (ABNT NBR IEC 60079-10-2, 2016) mostra como as áreas, com
fontes de poeiras combustíveis, são classificadas em função da frequência e da
duração da presença de atmosferas explosivas, nas zonas:

❖ Zona 20: área onde existe, permanentemente ou durante longos períodos de


tempo, uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira
combustível;

❖ Zona 21: área onde é provável, em condições normais de funcionamento, a


formação ocasional de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem
de poeira combustível;

❖ Zona 22: área onde não é provável, em condições normais de funcionamento,


a formação de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira
combustível, ou onde essa formação, seja de curta duração.

Figura 2 - Ilustração dos tipos de Zonas


Fonte : (FERRI, 2016)

É importante também determinar a classe de temperatura, além de qual zona


a área está classificada. Segundo a norma (ABNT NBR IEC 60079-14, 2016) os
equipamentos elétricos presentes numa área classificada podem se converter em
fontes de ignição também por superaquecimento.

Figura 3 - Relação entre temperatura de ignição do gás ou vapor e classe de


temperatura do equipamento.

Fonte: (ABNT NBR IEC 60079-14, 2016)

A menos que seja estritamente essencial para a operação, equipamentos


elétricos ou outros equipamentos que possam constituir-se numa fonte de ignição
(fonte de energia) não devem ser instalados em áreas Classificadas. Os
equipamentos e dispositivos elétricos devem possuir características próprias que os
capacitem a operar em áreas classificadas, com o mínimo risco de causarem
inflamação do ambiente onde estão instalados. Existem vários métodos que
permitem a instalação de equipamentos elétricos geradores de faíscas elétricas e
temperaturas de superfícies capazes de detonar a atmosfera potencialmente
explosiva de uma área classificada. Estes métodos de proteção baseiam-se nos
príncipios de confinamento de explosão, que evita a detonação da atmosfera
explosiva confinando a explosão em um compartimento capaz de resistir a pressão
durante uma possível explosão, não permitindo a propagação para as áreas
vizinhas; de segregação de faísca, que visa separar fisicamente a atmosfera
potencialmente explosiva da área classificada da fonte de ignição; e de prevenção,
que controla a fonte de ignição de forma a não possuir energia elétrica e térmica
suficiente para detonar a atmosfera explosiva da área classificada.
O termo “atmosfera explosiva” é utilizado no Brasil para definir uma área onde
haja risco de explosão através de gases ou vapores inflamáveis que, quando
misturados com ar, podem inflamar por meio de uma centelha (faísca, arco elétrico)
ou por uma superfície quente, permitindo a auto sustentação de propagação de
chamas (ABNT NBR IEC 60079-14, 2016).
Segundo a norma ABNT NBR IEC 60079-10-1/2009), o material ou a
substância inflamável é aquele inflamável por si mesmo ou que é capaz de produzir
um gás, vapor ou névoa inflamável.Um líquido inflamável é definido como aquele
capaz de produzir vapor inflamável sob qualquer condição de operação prevista, ou
seja, a operação em que o ele é processado à temperaturas próximas ou acima do
seu ponto de fulgor. Gás ou vapor inflamável é aquele que ao ser misturado com o
ar em determinadas proporções, forma uma atmosfera explosiva de gás. Névoa
inflamável são gotículas de líquido inflamável dispersas no ar de modo a formar uma
atmosfera explosiva (ABNT NBR IEC 60079-10-1/2009). Uma mistura inflamável de
gases encontrada em minas subterrâneas de carvão bastante famosa é o grisu. A
atmosfera explosiva de grisu é formada normalmente pelo gás metano e podem
existir pequenas quantidades de outros gases como nitrogênio, dióxido de carbono e
hidrogênio.
Uma atmosfera explosiva pode ser ainda determinada área na qual haja a
presença de fibras ou poeiras combustíveis, como por exemplo: carvão, soja,
transporte de grãos, usinas de açúcar etc (SILVA, 2014). Elas são partículas sólidas
finamente divididas, com 500 µm ou tamanho nominal menor, as quais podem estar
suspensas no ar, estar soltas na atmosfera sob seu próprio peso, queimar ou
incandescer no ar e formar misturas explosivas com a pressão atmosférica e
temperatura normal . Da mesma forma, camadas de poeira depositadas sobre os
equipamentos podem entrar em combustão devido ao calor desses equipamentos.

Figura 4 - Características de algumas poeiras combustíveis

Fonte:Silva (2014, p. 25) (*) Ignição através de chama. Demais por queima,
sem chama.

Outro conceito importante é o triângulo de fogo indica os três elementos que


precisam existir para gerar uma combustão. São eles:comburente (oxigênio), calor e
combustível. Os elementos que combinados geram a reação em cadeia do fogo
estão presentes na imagem. Uma chama só se auto sustenta quando esses três
elementos estão presentes ao mesmo tempo no ambiente. Basta retirar um dos
elementos para que o fogo se apague e o ambiente esteja seguro.

Figura 5 - Triângulo do Fogo


Fonte: (FILHO, 2015)

Combustão é toda reação química em que um combustível reage com um


comburente, sendo sempre exotérmica, liberando energia na forma de calor.
Geralmente, outros produtos são liberados na combustão, como o dióxido de
carbono, água, monóxido de carbono, particulados e nitrogênio. A combustão
ocorrerá se os três lados do triângulo estiverem presentes simultaneamente, na
ausência de qualquer um desses elementos não haverá nenhum risco de fogo e no
evento de um incêndio basta retirar qualquer um dos três elementos. Existem quatro
métodos de extinção do fogo:

- A retirada do material combustível. Onde se retira o material combustível


que ainda não foi atingido pelo fogo da área de propagação do incêndio, eliminando
a alimentação da combustão, sendo a forma mais simples de extinguir o fogo.

- Resfriamento. consiste em diminuir a temperatura do material combustível


evitando a liberação de gases ou vapores inflamáveis, retirando assim o calor do
triângulo do fogo

- Abafamento. Consiste em eliminar o oxigênio, pois quando se impede o


contato do material combustível com o oxigênio não há reação em cadeia e não
haverá fogo.
- Extinção química. Consiste na reação química dos agentes extintores com
os produtos derivados da reação de combustão interrompendo a reação em cadeia
do fogo. É um dos métodos que se mostra bastante eficiência na eliminação do fogo.
Atualmente extintores com compostos halogenados e pó químico são os mais
utilizados nessa categoria.
Combustível é o material que ao reagir com o oxigênio pode entrar em
combustão. Entre os combustíveis mais comuns podemos destacar a madeira, xisto,
carvão, bagaço de cana, hidrocarbonetos. Já o comburente é o elemento que ao
entrar em contato com o combustível o faz entrar em combustão, sendo o oxigênio o
comburente universal.
A ignição é responsável por fornecer a energia de ativação necessária que a
combustão necessita para gerar a reação química exotérmica. O ponto de ignição
ocorre quando o combustível atinge uma temperatura na qual libera vapores que
entram em ignição na presença de uma fonte externa de calor. Assim a chama se
mantém mesmo sem a presença da fonte de calor. Após o início da combustão, os
combustíveis irradiam mais calor, que fará com que o combustível se decomponha
em partículas menores que junto com o calor irradiado e o comburente irão entrar
em ignição, e assim por diante, formando uma reação em cadeia.
De um modo simples, pode-se dizer que a fonte de ignição é uma fonte de
energia. Ela pode ter origem do calor gerado nas superfícies dos equipamentos
elétricos ou do centelhamento de origem elétrica ou não elétrica. A seguir são
apresentadas origens de algumas fontes de ignição:

- Correntes elétricas de fuga;

- Descarga atmosférica;

- Eletricidade estática (fricção, rolamento, transferência de líquidos


inflamáveis, 29 etc.);

- Ondas eletromagnéticas de 3 x 1011 – 3 x 1015 Hz (forno solares);

- Ondas eletromagnéticas de frequência de rádio 104 – 3 x 1012 Hz


(transmissores de rádio, geradores industriais, etc.);

- Radiação por ionização (raios X, etc.);


- Ultrassons (transdutor eletroacústico, etc.);

- Reação exotérmica, incluindo auto ignição de poeira;

- Superfície quente (motores elétricos, cabines de secagem, etc.);

- Chamas e gases quentes (incluindo partículas quentes);

- Faísca de origem mecânica (soldas, cortes, esmerilhamentos, etc.);

- Mecânica (esteira, elevadores, moinhos, separadores, etc.).

O ponto de fulgor (flash point) é a menor temperatura na qual um líquido libera


vapor em quantidade suficiente para ser capaz de formar uma mistura inflamável
ar/vapor (ABNT NBR IEC 60079-10-1/2009) em condições normais. Como exemplos
temos o álcool etílico, que tem ponto de fulgor baixo, aproximadamente 13 °C, assim
seus vapores inflamam facilmente. Com a madeira ocorre o contrário, seu ponto de
fulgor é alto, em torno de 150 °C, por isso é necessário muito calor para gerar essa
temperatura e liberar gases.
O fogo pode se propagar de três maneiras: pelo contato da chama em outros
combustíveis (condução), através do deslocamento de partículas incandescentes
(convecção) e pela ação do calor (irradiação).Quando o calor se propaga de uma
região de alta temperatura para uma região com temperatura mais baixa graças à
colisão entre suas moléculas chamamos de condução. Este mecanismo pode ser
entendido com a transferência de energia cinética de moléculas mais energéticas
para as menos energéticas em forma de calor. Como exemplo temos uma chapa de
ferro onde se aquece sua extremidade, depois de um tempo a chapa em sua
totalidade está aquecida na mesma temperatura. Este fenômeno acontece, pois, ao
aquecermos a chapa suas moléculas começam a agitar, causando aumento de sua
energia cinética, que se propaga pela chapa em forma de calor.
A convecção consiste no movimento dos fluidos com densidades diferentes.
Como exemplo temos o aquecimento de água em um fogão. A parcela de água, que
está mais próxima da fonte de calor, se expande tornando-se menos densa. Essa
parcela de água aquecida vai se deslocar em direção a parte superior do recipiente
e a parcela de água mais fria vai para o fundo. Enquanto a fonte de calor estiver
presente, este movimento vai acontecer repetidamente até que a água vaporize.
A irradiação é a propagação de energia térmica que não necessita de um
meio material para acontecer já que o calor se propaga através de ondas. Um
exemplo é o aquecimento da terra pelo sol, O sol aquece a terra sem haver contato
entre eles, e sem aquecer o ar atmosférico. Enquanto a terra é aquecida há uma
emissão de ondas eletromagnéticas que fazem sua energia térmica aumentar,
elevando assim sua temperatura.
Outras definições importantes são os limites de inflamabilidade inferior e
superior da atmosfera explosiva. O limite inferior de explosividade é a concentração
de gás, vapor ou névoa inflamável no ar, abaixo da qual uma atmosfera explosiva de
gás não é formada. O limite superior de explosividade é a concentração de gás,
vapor ou névoa inflamável no ar, acima do qual uma atmosfera explosiva de gás não
é formada (ABNT NBR IEC 60079-10-1/2009).
Para um determinado combustível, é possível ver que entre a faixa de
concentração 0% e o LIE existe pouco gás, ou seja, uma concentração abaixo do
LIE a mistura gás e oxigênio é muito pobre para sustentar a queima. Na faixa entre
LSE e concentração 100% existe muito gás, ou seja, uma concentração acima de
LSE a mistura gás e oxigênio é muito rica para queimar. A queima do gás ocorrerá
na faixa entre LIE e LSE onde a mistura gás e oxigênio é suficiente para causar
explosão conforme o triângulo do fogo.

Figura 6 - Limites de inflamabilidade

Fonte : (RAMOS,2018)
O invólucro à prova de explosão é um tipo de proteção que se baseia na ideia
de confinamento da fonte de ignição. Consiste em um modo de proteção em que o
equipamento é fechado no interior de um invólucro, que resiste à pressão
desenvolvida numa eventual explosão interna, impedindo a propagação para o meio
externo. O invólucro a prova de explosão é construído com material resistente,
normalmente alumínio ou ferro fundido (JORDÃO, 2012).
Os cabos elétricos ligados ao invólucro devem ser conduzidos por eletrodutos
metálicos e para evitar a propagação de uma explosão interna e a passagem de gás
através das entradas e saídas de cabo do invólucro, devem ser instaladas unidades
seladoras. Estas unidades consistem de um tubo roscado para união do eletroduto
com o invólucro e são preenchidas com um composto selante específico e fibra de
retenção que impedem a propagação das chamas através dos cabos (SILVA, 2014).
Os invólucros a prova de explosão não são indicados para Zona 0, pois a
integridade do grau de proteção depende de uma correta instalação e manutenção.
Esta proteção é aplicada para diversas instalações com atmosferas explosivas, tais
como: painéis de motores, luminárias, projetores, caixas de junção, chaves de
comando (SILVA, 2014).
O EPL é conhecido como Nível de Proteção de Equipamento e é utilizado
para marcar os equipamentos elétricos utilizados em áreas classificadas. Segundo a
norma (ABNT NBR IEC 60079-0, 2013): “EPL é o nível de proteção atribuído ao
equipamento baseado em sua probabilidade de se tornar uma fonte de ignição e
distinguindo as diferenças entre atmosfera explosiva de gás, atmosfera explosiva de
poeira e atmosfera explosiva em minas suscetível ao grisu”. O EPL é identificado por
duas letras. A primeira letra, em maiúsculo, se refere ao local onde o equipamento
será instalado de acordo com a atmosfera explosiva: minas, gás ou poeira. As letras
são M (Mining), G (Gas) ou D (Dust). Já a segunda letra, em minúsculo, designa o
nível de proteção quanto à sua proporção: muito alto, alto ou elevado. Assim, a letra
“a” é usada para determinar nível de proteção muito alto o qual o equipamento
elétrico oferece segurança mesmo se deixado energizado durante a presença de
gás na atmosfera. São projetados dois meios independentes de proteção ou
segurança, mesmo quando da ocorrência de duas falhas, independentemente uma
da outra. Se o equipamento estiver marcado com EPL Ga ou Da ele pode continuar
funcionando em qualquer Zona (Zonas 0, 1 e 2 para gás ou Zonas 20, 21 e 22 para
poeira). A letra “b” representa a proteção do equipamento elétrico em nível alto, de
modo que não permite ele se tornar uma fonte de ignição em operação normal ou
durante mau funcionamento, considerando que falhas podem ocorrer. Se o
equipamento estiver marcado com EPL Gb ou Db ele pode continuar funcionando
nas Zonas 1 e 2 para gás ou Zonas 21 e 22 para poeira, e deve ser desligado na
Zona 1 ou na Zona 21. E, por fim, a letra “c” marca a proteção do equipamento
elétrico em nível elevado, ou seja, adequado para operação normal.O equipamento
marcado com EPL Gc ou Dc somente poderá continuar funcionando na Zona 2 para
gás ou na Zona 22 para poeira. A Tabela 6 mostra a identificação do EPL (ABNT
NBR IEC 60079-0, 2013).

Figura - 7

Fonte: (RAMOS,2018)

O Nível de Proteção de Equipamentos é relacionado com a classificação de


áreas por Zonas e Grupo para gases e poeiras combustíveis. A Tabela 7 mostra a
seleção do EPL de acordo com as Zonas.

Figura - 8
Fonte: (RAMOS,2018)

O grau de proteção do invólucro (IP) é a classificação numérica de acordo


com a ABNT NBR IEC 60529/2017 precedida pelo símbolo IP aplicado ao invólucro
do equipamento elétrico para fornecer: Proteção das pessoas contra contato com,
ou aproximação às partes vivas, e contra contato com partes móveis (exceto eixos
lisos de rotação e semelhantes) dentro do invólucro;Proteção do equipamento
elétrico contra ingresso de objetos sólidos estranhos;Quando indicado pela
classificação, proteção do equipamento elétrico contra entrada de água prejudicial.
O grau de proteção é representado por dois números. O primeiro número indica a
proteção do invólucro contra a penetração de corpos sólidos e o segundo número
indica a proteção do invólucro contra a penetração de água.

Tabela - 2
Fonte: (RAMOS,2018)

Tabela - 3

Fonte: (RAMOS,2018)
Os equipamentos que podem estar dentro de áreas classificadas somente
temporariamente são aqueles que são transportáveis e portáteis.Tais equipamentos
podem incluir, por exemplo, geradores de emergência, máquinas de solda a arco
elétrico, caminhões com guinchos industriais, compressores de ar, sopradores e
ventiladores de ar, ferramentas portáteis eletricamente alimentadas e certos
equipamentos de ensaio e de inspeção. (ABNT NBR IEC 60079-14/2016).

CAPÍTULO 2: ACIDENTES EM ÁREAS CLASSIFICADAS E ATMOSFERAS


EXPLOSIVAS

Como se pode observar, as áreas classificadas e atmosferas explosivas são de


muito risco e tem alto risco de acidentes. Dentre os diversos, podemos citar
acidentes em refinarias de petróleo, em galpões de reciclagem e até mesmo na
primeira missão Apollo.
No México, na cidade de Coatzacoalcos, uma explosão em 2016 na refinaria da
Pemex deixou mais de 24 mortos. A explosão pode ser ouvida em um raio de 10
quilômetros e fumaça do acidente pode ser visto em cidades vizinhas. Apelou-se
para que a população não saísse nas ruas até que os gases liberados fossem
diluídos na atmosfera. As autoridades a princípio, na época, não haviam informado a
causa da explosão, mas se disse que ela poderia ter sido provocada por um
vazamento em uma fábrica de vinil.
Em 2019, num galpão de reciclagem no estado de Goiás, o gás butano liberado
por frascos de desodorantes aerossóis provocou a explosão causadora de um
incêndio. Dois trabalhadores faleceram e alguns ficaram feridos. De acordo com
peritos, a camada de gás acumulada (laudos apontam ainda que o gás butano é
mais pesado que o ar e por isso se acumula mais perto ao chão) ao entrar em
contato com uma empilhadeira em movimento ocasionou o incêndio.
Na primeira missão (Apollo 1) para levar o homem até a lua, também houve
acidentes. Todos estavam preocupados, na época, pois a espaçonave tinha uma
quantidade grande de material inflamável na cabine e, além disso, astronautas
relataram ter visto o que pareciam ser fios desgastados e curtos-circuitos na cabine
da espaçonave. “Os condutores de teste estavam prontos para iniciar a contagem
regressiva, mas segundos depois um incêndio repentino atravessou a espaçonave.
Em apenas trinta segundos, chamas e fumaça tóxica envolveram a cabine da
tripulação, matando os três astronautas.” A morte dos astronautas foi causada pela
alta concentração de de monóxido de carbono. A falha na eletricidade foi a causa do
incêndio, o fogo se espalhou rapidamente devido aos materiais de nylon, e a alta
pressão da atmosfera de cabine de oxigênio puro.

3. APLICAÇÕES

3.1. APLICAÇÃO DAS NORMAS

Nos casos de aplicação em áreas classificadas, um dos principais recursos a


serem considerados nos projetos e nas instalações elétricas, de instrumentação, de
telecomunicações, mecânicas e de equipamentos de processo em atmosferas
explosivas é a aplicação das normas e a consequente instalação de sistemas
efetivos de proteção.
A Tabela 4 apresenta o resumo dos invólucros de proteção com suas
representações e aplicação em zonas e equipamentos.

Tabela 4 - Tipos de Ex e Aplicação em zonas


3.2. SOLUÇÃO DE CASO

O aterramento de equipamentos em atmosferas explosivas, como exemplo,


deve ser considerado. Inclusive, em equipamentos não metálicos, tais como
invólucros plásticos de equipamentos elétricos e juntas isolantes de equipamentos
elétricos, mecânicos ou de processo, de forma a evitar o acúmulo de cargas
eletrostáticas devido aos efeitos de fricção ou pela passagem ou movimentação de
fluidos.
Como um exemplo de aplicação em áreas classificadas, pode ser lembrado a
explosão ocorrida em 2015, na plataforma de petróleo localizada na Cidade de São
Mateus, que resultou na morte de nove pessoas. De acordo com o relatório de
análise do acidente elaborado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), uma das possíveis fontes de ignição foi o fluxo de água
através de mangueiras de combate a incêndio, fabricadas com material não
condutivo, o que pode ter contribuído respectivamente para a geração e o acúmulo
de cargas eletrostáticas, cujo nível de potencial pode ter ocasionado uma centelha
capaz de ter provocado a explosão.

Figura 9 – Navio-Plataforma que teve explosão no ES

Fonte:
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/01/navio-plataforma-que-explodiu-no-es-vai-passar-por-reparos-e
m-cingapura.html

De acordo com o respectivo relatório de investigação elaborado pela ANP,


“Analisando os fatos ocorridos no acidente em questão, observa-se uma entre as
situações que se configuram como uma potencial fonte de eletricidade estática: a
utilização de mangueira de incêndio para lavar o local no qual havia se formado a
poça de condensado. Os fatos que ocorreram anteriormente à explosão mostram
grande relação probabilística entre a fonte de ignição com a eletricidade estática”.
De forma a abordar adequadamente os riscos e as respectivas medidas
mitigadoras de eletricidade estática em atmosferas explosivas, foram elaboradas,
em nível internacional, pelos países participantes do Comitê Técnico TC 31 da IEC
(Equipment for explosive atmospheres), incluindo o Brasil, as IEC TS 60079-32-1
(Atmosferas explosivas – Parte 32-1: Riscos eletrostáticos – Orientações e IEC
60079-32- 2: Atmosferas explosivas – Parte 32-2: Riscos eletrostáticos – Ensaios.

CONCLUSÕES

Muitos dos acidentes recorrentes nas indústrias ocorrem devido a presença


de materiais inflamáveis perto de atmosferas potencialmente explosivas, o risco de
acidentes é uma preocupação constante dos profissionais das áreas técnica, de
produção e de segurança devido às perdas que podem provocar, devido a isso, é de
grande importância conhecer e evitar tais acidentes, uma vez que em todos os
relatos apresentados ocorreu a morte das pessoas envolvidas. (Nicolas)
Por meio do resumo estendido foi possível conhecer alguns relatos de
acidentes, bem como alguns conceitos importantes sobre substâncias inflamáveis.
As análises de casos apresentados serviram para ilustrar a necessidade de realizar
a classificação de áreas, em ambientes onde haja a probabilidade de formação de
atmosfera explosiva, de modo a garantir a segurança dos locais e das pessoas, uma
vez que nos três relatos apresentados os acidentes foram fatais. (Wendy)
As atmosferas explosivas estão presentes em diversos ramos de indústrias,
como por exemplo indústrias de alimentos, farmacêuticas, químicas, aeroespacial,
petroquímicas, de minas subterrâneas, dentre outras. Devido a sua ampla
ocorrência é de grande importância classificar as áreas e selecionar adequadamente
os equipamentos elétricos para garantir a segurança nesses locais. Controlar as
fontes de ignição nos equipamentos elétricos impede que ocorram explosões e
incêndios. (Leonardo)
O trabalho abordou o tema de áreas classificadas e atmosferas explosivas,
que são de suma importância para a segurança das pessoas que trabalham,
precisam transitar ou estão em contato com essas áreas diariamente. Existem
diferentes classificações de risco, seus respectivos cuidados e equipamentos para
evitar acidentes, que infelizmente, ainda ocorrem com certa periodicidade. Devido a
ocorrência desses acidentes, que em sua maioria são fatais, é de grande
importância conhecer as áreas e selecionar adequadamente os equipamentos de
forma a minimizar tais ocorrências. (Amanda)
Em diversas atividades industriais, onde são processadas ou armazenadas
substâncias inflamáveis como gases e poeiras combustíveis, depara-se com
condições de risco associado. Nestes locais, existe a probabilidade dessas
substâncias inflamáveis se misturarem com o ar de modo que, criem uma atmosfera
explosiva, assim como foi apresentado nos três relatos de acidentes mencionados,
nos quais ocorreram uma explosão que ocasionou na morte de inúmeras pessoas.
Devido a isso, é indispensável conhecer os principais tipos de proteção dos
equipamentos elétricos instalados em ambiente com probabilidade de surgimento de
atmosferas explosivas, de forma a evitar ou minimizar a ocorrência de acidentes.
(Ana Julia)
A partir do resumo estendido foi possível conhecer mais sobre atmosferas
explosivas, que tem sua origem a partir da junção de substâncias inflamáveis com o
ar. O armazenamento, manipulação ou processamento desses produtos inflamáveis,
são de grande risco para indústrias, pois os ambientes que contêm tais produtos
inflamáveis junto com o funcionamento de equipamentos elétricos instalados
tornam-se um ambiente de alto risco, pois estes quando estão em funcionamento
constituem fontes de ignição que podem causar explosões e incêndios, por isso é
muito importante conhecer os tipos de proteção desses equipamentos elétricos
contidos em tais locais de risco para evitar acidentes. (Mayara)
A presença de equipamentos elétricos em áreas classificadas constitui uma
das principais fontes de ignição de atmosferas explosivas que ocasionam inúmeros
acidentes fatais em diversos ramos de indústrias. A partir disso, percebe-se a
importância do estudo de áreas classificadas e atmosferas explosivas, de forma a
conhecer maneiras de aumentar a proteção de equipamentos elétricos instalados
em áreas classificadas e também formas de minimizar a ocorrência de acidentes
nesses locais. (Luani)

REFERÊNCIAS
GALLEGOS, Z. ​Explosão causa 24 mortes em refinaria da Pemex em
Coatzacoalcos. ​Disponível em:
<​https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/21/internacional/1461192949_735680.html​>.
Acessado em: 21 de junho de 2020.
GONÇALVES, R. Gás de desodorante aerossol provocou explosão em empresa
de reciclagem em Goiás, aponta perícia. ​Disponível em:
<​https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2019/06/05/gas-de-desodorante-aerossol-prov
ocou-explosao-em-empresa-de-reciclagem-em-goias-aponta-pericia.ghtml​>
Acessado em: 21 de junho de 2020.

SILVA, R. B. ​Apollo 1: o incêndio fatal que quase acabou com o programa que
levou o homem à Lua. ​Disponível em: <
https://universoracionalista.org/apollo-1-o-incendio-fatal-que-quase-acabou-com-o-pr
ograma-que-levou-o-homem-a-lua/​> Acessado em: 23 de junho de 2020.
G1 - ESPÍRITO SANTO. ​Relatório da Petrobras revela causas de explosão em
navio no ES​. Disponível em:
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2015/06/relatorio-interno-da-petrobras-revel
a-causas-de-explosao-em-navio-no-es.html​ . Acesso em: 4 jul. 2020.

O SETOR ELÉTRICO. ​Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos,


controle e mitigação – Parte 01/08​. Disponível em:
https://www.osetoreletrico.com.br/eletricidade-estatica-em-atmosferas-explosivas-ris
cos-controle-e-mitigacao-parte-01-05/​ . Acesso em: 4 jul. 2020.

RAMOS, C. R. M. ​CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS E SELEÇÃO DE


EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS​, CEARÁ,
mai./2018. Disponível em:
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/35052/1/2018_tcc_crmramos.pdf .
Acesso em: 4 jul. 2020.

IEC 60079.10 (IEC 60079-10 2002-06-00 Electrical Apparatus for Explosive Gas
Atmospheres Part - 10: Classification of Hazardous Areas Fourth Edition).
BULGARELLII , Roberval . Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas .
RPBC/EN - 1º Edição, 1998.

ABNT NBR IEC 60079-14. 2016. Atmosferas explosivas. Parte 14: Projeto, seleção e
montagem de instalações elétricas. 2016.

MIRANDA , Dácio Jordão . Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas,


Petroquímicas e de Petróleo . Qualitymark Editora, 2º Edição, 1998.

FERRI, Antonio Carlos. 2016. [Online] 23 de Fevereiro de 2016.


http://seginlife.blogspot.com.br/2016/02/atmosfera-explosiva.html​.

ABNT NBR IEC 60079-10-1. 2009. Atmosferas explosivas: Parte 10-1: Classificação
de áreas - Atmosferas explosivas de gás. 2009.

ABNT NBR IEC 60079-10-2. 2016. Atmosferas explosivas: Parte 10-2: Classificação
de áreas — Atmosferas de poeiras explosivas. 2016.

SILVA, José da. 2014. Atmosféras Explosivas: instalação de equipamentos elétricos


em áreas classificadas. Jundiaí : Paco Editorial, 2014.

S-ar putea să vă placă și