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Introdução

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HOMILIAS SOBRE A CARTA A FILEMON DE SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, PADRE DA IGREJA,


ARCEBISPO DE CONSTANTINOPLA

ARGUMENTO

Primeiramente convém enunciar qual o tema da Carta, e em seguida também expor algumas
questões. Qual é, portanto, o tema? Filemon é um homem importante e de caráter nobre.
Manifesta sua importância o fato de toda a sua casa ser fiel e possuir a denominação de Igreja.
Por isso, escrevia o Apóstolo: “À Igreja que se reúne em tua casa”. Atribui-lhe o testemunho de
grande obediência, porque graças a ele “foram reconfortados os corações dos santos”. Nesta
carta recomenda-lhe ainda que lhe prepare hospedagem. Por conseguinte, a meu ver, sua casa
era hospedaria de todos os santos. Este homem importante tinha um escravo chamado
Onésimo. Onésimo roubara de seu senhor e fugira. Sobre o furto, escuta o que ele diz: “E se
ele te deu algum prejuízo ou te deve alguma coisa, põe isso na minha conta” (18-19). A Paulo
em Roma ele havia procurado, encontrado no cárcere, aproveitado de seus ensinamentos e ali
também recebera o batismo. Evidencia-se que ali recebera o batismo pela expressão do
Apóstolo: “Que eu gerei na prisão”. Paulo escreve, recomendando-o ao dono, para isentá-lo do
castigo e, regenerado, fosse agora bem acolhido. Mas alguns afirmam que é supérflua esta
Carta, por se tratar de pequena questão, em favor de um só. Saibam os críticos que merecem
inúmeras censuras. Não só devia ter escrito uma carta bem curta e a respeito de um assunto
necessário, mas oxalá facilmente tivéssemos quem nos narrasse a história dos apóstolos. Não
me refiro só ao que escreveram ou disseram, mas também ao restante estilo de vida: as
refeições, quando comiam, quando se sentavam, aonde iam, o que faziam cada dia, onde
estiveram, as casas que visitaram, onde embarcaram, e a descrição inteira fosse
pormenorizada, a tal ponto o seu procedimento é de utilidade. De fato, uma vez que a maioria
não entende o lucro que daí se pode retirar, começam as incriminações. Mal divisamos,
porém, os lugares onde se sentaram ou foram presos, lugares inânimes, para lá orientamos
muitas vezes o pensamento, imaginamos a virtude deles, e assim nos estimulamos, tornamo-
nos mais bem-dispostos. Mais ainda, se ouvíssemos as palavras e a narração de seus outros
feitos. Acerca de um amigo, pergunta-se onde vive, o que faz, para onde parte. Dize-me. Não
importa conhecer tais minúcias a respeito dos doutores do universo? Quando uma pessoa vive
espiritualmente, os gestos e o andar, as palavras, as obras etc. são de proveito aos ouvintes, e
nada serve de impedimento, ou de obstáculo. É útil conhecerdes a oportunidade desta carta, a
respeito de problemas determinados. Quantas atitudes ótimas! Uma, e em primeiro lugar o
zelo total. Se Paulo tomou tantas providências em favor de um fugitivo, ladrão, gatuno, e não
recusa nem se envergonha de despedi-lo com tantos louvores, muito mais não nos convém a
negligência acerca de fatos semelhantes. Em segundo lugar, não percamos a esperança a
respeito da classe servil, mesmo se chegar à extrema malícia. Se um ladrão, fugitivo, tornou-se
honesto a ponto de Paulo desejar tê-lo por companheiro e escrever: “Em teu nome, ele me
servisse”, muito mais não se perca a esperança a respeito de homens livres. Em terceiro lugar,
não convém que os escravos sejam apartados dos donos. Se Paulo confiava tanto em Filemon
que não quis, sem o consentimento dele, reter a Onésimo, habilitado e útil ao ministério, bem
mais conveniente é procedermos assim.

Refletindo nisto, sejamos misericordiosos, propensos a perdoar àqueles que pecam contra
nós. Cem denários são (Mt 18) as faltas cometidas contra nós, mas as nossas contra Deus
constituem dez mil talentos. Sabeis, contudo, que os pecados são qualificados conforme a
dignidade das pessoas. Por exemplo, quem insulta um particular peca, mas não quanto quem
ultraja a um chefe; e mais peca quem ofende a um maior potentado. Não é falta igual afronta
a um inferior. E quem ofende o rei, peca muito mais. A injúria, em verdade, é a mesma, mas
torna-se maior devido à dignidade da pessoa. Se, porém, quem insulta o rei, sofre intolerável
suplício por causa da dignidade da pessoa, quem ofende a Deus, deverá quantos talentos? Por
conseguinte, se cometemos pecados semelhantes contra Deus e contra os homens, nem assim
são idênticos, mas a diferença é tão grande quanto a distância entre Deus e os homens. Mas
descubro haver ainda muitos pecados, cuja grandeza não depende da excelência da pessoa,
mas de sua própria natureza. E é horrível o que direi, verdadeiramente terrível, mas sou
obrigado a dizê-lo, para ao menos assim nos sacudir e abalar, demostrando que tememos mais
a Deus do que aos homens. Reflete, portanto. O homem que comete adultério sabe que Deus
o vê, mas o despreza; se, porém um homem o vê, contém a concupiscência. Tal homem não só
dedica maior estima aos homens do que a Deus, não só ofende a Deus, mas também, o que é
muito mais grave, teme os homens, despreza a Deus. Veem os homens e eles contêm a chama
da concupiscência. Por que digo chama? Não é chama, mas petulância. Se não fosse permitido
unir-se à mulher, com razão dir-se-ia que é chama; mas, de fato, é petulância e lascívia. Se os
homens veem, desiste da loucura, mas fica menos preocupado com a longanimidade de Deus.
Ainda, o que furta está consciente da rapina, esforça-se por enganar os homens, defende-se
diante dos acusadores, e apresenta certa defesa. Mas, relativamente a Deus, que ele não pode
enganar, não se preocupa, não respeita, não honra. E se o rei ordena abster-se dos bens
alheios, ou, ao contrário, manda dar dos seus, todos prontamente os oferecem. Mas quando
Deus ordena não roubar, nem arrebatar os bens alheios, não obedecemos. Vês que damos
mais importância aos homens do que a Deus? É grave e incômodo dizê-lo. Manifestai que é
grave, evitai-o. Se não sentis horror, como posso acreditar quando dizeis: Temos horror destas
palavras, que nos agravam? Vós mesmos por obras vos agravais, e não vos queixais; quando
eu, porém, profiro palavras acerca do que fazeis, ficais indignados. Não é iníquo? Oxalá fosse
falso! Prefiro naquele dia ter a fama de injuriador a vos ter ultrajado sem motivo e em vão, a
vos ver acusados desses pecados. Não somente preferis os homens a Deus, mas também
obrigais os outros a tal conduta. Muitos obrigam os escravos e servos; outros, forçam-nos
contra a vontade ao casamento, outros obrigam a serviços péssimos, ao amor impuro, às
rapinas, às fraudes e à violência. É duplo crime, portanto, e nem a escusa de imposição
encontra perdão. Pois se tu mesmo contra a vontade fazes o mal, por causa da ordem do
príncipe, nem assim é adequada a defesa; em verdade o pecado é mais grave quanto obrigas o
próximo a cair no mesmo. Que perdão pode ser dado a tal homem? Disse isso, não porque
queira condenar-vos, mas a fim de mostrar quanto somos devedores a Deus. Pois se honramos
a um homem e a Deus de igual forma, injuriamos a Deus; muito mais quando damos
preferência aos homens. Se, de fato, esses pecados contra os homens forem cometidos contra
Deus, são muito maiores, quanto mais, quando por si o pecado é maior e mais grave?
Examine-se alguém a si mesmo, e verá quanto faz por causa dos homens. Seríamos muito
felizes se fizéssemos por Deus quanto fazemos pelos homens, por estima, por medo e respeito
humano. Se, portanto, somos réus, temos tão grandes débitos, devemos com toda diligência
perdoar àqueles que nos lesam e enganam, sem nos lembrarmos da injúria. A via do perdão
dos pecados não exige esforços, gastos pecuniários etc., mas só a boa disposição do ânimo;
não é preciso empreender peregrinação, partir para outra região, nem enfrentar perigos e
labores, mas somente querer.

Para a virtude não é necessário vigor corporal, nem riquezas, dinheiro, poder, amizade etc.,
mas basta somente boa vontade e tudo está feito. Uma pessoa te entristeceu, injuriou e
ultrajou? Ora, reflete que tu também contra outros cometeste tais faltas, até contra o próprio
Senhor; desculpa e perdoa. Pensa, o que dizes: “E perdoa as nossas dívidas, como também nós
perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6,12).

O publicano, apenas por ter dito: “Tem piedade de mim, pecador” (Lc 18,13) desceu
justificado; muito mais nós, humildes e contritos, poderemos conseguir imensa benignidade.
Se confessarmos nossos pecados e nos condenarmos a nós mesmos, apagaremos muitas
manchas. Vários são os caminhos que purificam. Em toda parte, portanto, lutemos contra o
diabo. Não me referi a um ato difícil, pesado. Perdoa àquele que te ofendeu, tem compaixão
do indigente, humilha tua alma. Até mesmo apesar de seres um grande pecador, poderás
tornar-te partícipe do reino, purificando-te dos pecados e apagando a mácula desta forma.
Oxalá, porém, todos nós, apagada a mácula dos pecados pela confissão, alcancemos os bens
prometidos, em Cristo Jesus nosso Senhor, ao qual com o Pai seja glória, poder etc.

Trechos do livro Patristica, vol 27/3. Comentários de São João Crisóstomo a Carta a Filemon.

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