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apostila eletronica aplicada

Eletrônica
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
52 pag.

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FEDERAÇÃO DOS CÍRCULOS OPERÁRIOS DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA TÉCNICA SANTO INÁCIO


Av. Pe. Leopoldo Brentano, nº 700 - Bairro Farrapos - CEP 90250-590 - Porto Alegre - RS
Telefone: (051) 3374-2858/3374-2790/3374-2790 - Fax: (051) 3374-1153
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Apostila de Eletrônica Aplicada


Prof. Luciano Severino de Paula

Agosto/2008

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Índice
Reguladores de tensão lineares ........................................................................................... 4
Diodo Zener .................................................................................................................... 4
Regulador de tensão série ............................................................................................... 4
Regulador de tensão paralelo .......................................................................................... 6
Regulador com amplificador de erro .............................................................................. 7
Circuito para limitação de corrente................................................................................. 9
Circuitos de proteção .................................................................................................... 10
Parâmetros de regulação ................................................................................................... 10
Reguladores de tensão integrados..................................................................................... 11
Reguladores de tensão positiva fixa (78xx) e negativa fixa (79xx):............................. 11
Reguladores de tensão ajustáveis.................................................................................. 12
Dissipação de calor em semicondutores ........................................................................... 13
Introdução ..................................................................................................................... 13
Propagação do calor...................................................................................................... 13
Cálculo do dissipador.................................................................................................... 15
Cálculo da área do dissipador ....................................................................................... 16
Exemplo de projeto ....................................................................................................... 17
Exercícios.......................................................................................................................... 20
Conversores Chaveados .................................................................................................... 22
O conversor Buck ......................................................................................................... 23
Funcionamento:......................................................................................................... 24
Condução Contínua................................................................................................... 24
Condução descontínua .............................................................................................. 25
O conversor Boost......................................................................................................... 26
Condução contínua.................................................................................................... 26
Condução descontínua .............................................................................................. 27
Condução contínua.................................................................................................... 29
Condução descontínua .............................................................................................. 29
Exercícios.......................................................................................................................... 30
Circuitos de comando em PWM ....................................................................................... 33
O que são circuitos de controle ? .................................................................................. 33
O que é pwm? ............................................................................................................... 33
Integrados mais utilizados............................................................................................. 33
O circuito integrado 1524-2524-3524 ...................................................................... 33
O circuito integrado 1524A-2524A-3524A .............................................................. 34
O circuito integrado TL494 ...................................................................................... 35
Oscilador dente-de-serra ....................................................................................... 35
Amplificador de erro............................................................................................. 36
Controle de saída................................................................................................... 36
Gerador de tempo morto ....................................................................................... 36
Detalhamento da operação da fonte Buck com o TL494:......................................... 36
Exercícios:......................................................................................................................... 38
Filtros passivos e ativos .................................................................................................... 41
O Decibel ...................................................................................................................... 41
Filtros passivos.............................................................................................................. 41

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Filtro passa baixas passivo............................................................................................ 42
Filtro passa baixas ideal ............................................................................................ 42
Filtro passa baixas real.............................................................................................. 42
Filtro passa baixas real.............................................................................................. 43
Filtro passa altas passivo............................................................................................... 43
Filtro passa altas ideal............................................................................................... 44
Filtro passa altas real................................................................................................. 44
Filtros Ativos ................................................................................................................ 45
Filtro passa baixas de primeira ordem ...................................................................... 45
Filtro passa altas de primeira ordem ......................................................................... 45
Filtro passa baixas de segunda ordem....................................................................... 46
Filtro passa altas de segunda ordem.......................................................................... 47
Cascateamento de filtros ........................................................................................... 48
Filtro rejeita banda (band-stop)................................................................................. 48
Exercícios.......................................................................................................................... 49

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Reguladores de tensão lineares
Diodo Zener
Diodo Zener é um tipo especial de diodo, que por construção, intencionalmente,
opera na região de ruptura. Este tipo de diodo, também chamado diodo de ruptura, é o
elemento principal dos reguladores de tensão. Ou seja, é utilizado para garantir tensão
constante independente da corrente requisitada pela carga do circuito.

Regulador de tensão série


A figura abaixo mostra um diagrama de blocos de um circuito regulador tipo série.
Os elementos em série controlam o quanto da tensão de entrada passa para a saída. A
tensão de saída é amostrada por um circuito que provê uma tensão de realimentação para
ser comparada com uma tensão de referência.

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Um circuito regulador simples, série, está mostrado na figura abaixo.

O regulador série é na realidade uma fonte de alimentação regulada mais


sofisticada em relação aos reguladores que utilizam apenas diodo zener.
O diodo zener atua apenas como elemento de referência enquanto que o transistor
é o elemento regulador ou de controle. Observa-se que o transistor está em série com a
carga, daí o nome regulador série.
¾ A tensão de saída estará disponível na carga (VL), então: VL = VZ - VBE
¾ Como VZ >> VBE podemos aproximar: VL = VZ
¾ Sendo VZ constante, a tensão no ponto "x" será constante.
¾ Caso VIN aumente podemos analisar o que acontece aplicando LKT:

VIN = VR + VZ, mas VR = VCB, logo: VIN = VCB + VZ


VCE = VCB + VBE

Portanto, quando VIN aumenta, como VZ é constante, VCB também aumentará


provocando um aumento de VCE, de modo a suprir a variação na entrada, mantendo VL
constante.
VL = VIN - VCE

Então: se VIN aumenta Î VCE aumenta Î VL não se altera

¾ Caso VIN diminua podemos analisar o que acontece aplicando LKT, obedecendo aos
mesmos princípios adotados anteriormente. Neste caso VCB diminui.

Com a diminuição de VIN Î VCE diminui Î VL não se altera

LIMITAÇÕES:
Valores mínimos e máximos de VIN
Como VIN = VR + VZ e VR = R.IR mas IR = IZ + IB
então:
VIN = R(IZ + IB) + VZ

Para VIN mínima temos: VIN(MIN) = R(IZ(MIN) + IB(MAX))


Portanto, abaixo do valor mínimo de entrada o diodo zener perderá suas
características de estabilização.
Para VIN máxima temos: VIN(MAX) = R(IZ(MAX) + IB(MIN))
Acima do valor máximo de entrada o diodo zener perderá também suas
características de estabilização e será danificado.

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Regulador de tensão paralelo
O regulador paralelo realiza a regulação desviando corrente da carga, de modo
que a tensão na saída fica controlada pela quantidade de corrente fornecida à carga. A
figura abaixo mostra o diagrama de blocos deste tipo de regulador

A exemplo do regulador série, o transistor atua como elemento de controle e o


zener como elemento de referência.
Como a carga fica em paralelo com o transistor, daí a denominação regulador
paralelo, cujo circuito é mostrado abaixo.

A análise do seu funcionamento segue basicamente os mesmos princípios do


regulador série, no que diz respeito aos parâmetros do transistor e do diodo zener.

FUNCIONAMENTO:
¾ VZ = VCB Î como VZ é constante, VCB será constante.
¾ VCE = VCB + VBE, mas VCB >> VBE
logo: VCE = VCB, onde VCE = VZ

Ao variar a tensão de entrada dentro de certos limites, como VZ é fixa, variará VBE
variando a corrente IB e conseqüentemente IC. Em outras palavras, variando-se a tensão
de entrada ocorrerá uma atuação na corrente de base a qual controla a corrente de coletor.
Neste caso, VCE tende a permanecer constante desde que IZ não assuma valores
menores que IZ(MIN) e maiores que IZ(MAX).

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Regulador com amplificador de erro
O regulador com amplificador de erro torna o circuito mais sensível às variações
da tensão de entrada, ou variações da corrente de carga, através da introdução de um
transistor junto ao elemento de referência.
A figura a seguir ilustra esse tipo de regulador, onde os elementos que compõem
o circuito têm as seguintes funções:
¾ Diodo Zener: é utilizado como elemento de referência de tensão;
¾ R1 e R2 atuam como circuito de amostragem da tensão de saída;
¾ Transistor T1: é o elemento de controle, que irá controlar a tensão de saída a
partir de uma tensão de correção a ele enviada através de um circuito
comparador;
¾ Transistor T2: é basicamente um comparador de tensão DC, isto é, compara
duas tensões, VR2 e VR3, sendo a tensão VR3 fixa (denominada também tensão
de referência), cuja finalidade é controlar a tensão de polarização do circuito
de controle. Qualquer diferença de tensão entre os dois resistores irá fornecer
à saída do comparador uma tensão de referência que será aplicada ao circuito
de controle.

FUNCIONAMENTO:
Quando houver uma variação da tensão de entrada, a tendência é ocorrer uma
variação da tensão de saída.
Supondo que VIN aumente, a tensão nos extremos de RL tenderá a aumentar,
aumentando a tensão no ponto “x”, mas como a tensão no emissor de T2 é fixada por VZ,
então um aumento de tensão no ponto "x" provocará um aumento de VBE2, que aumentará
IB2 e consequentemente IC2.
Quando IC2 aumenta, haverá um aumento da tensão em R3 (VR3), uma vez que a
tensão do emissor de T2 é fixada pela tensão de zener (VZ). Como VBE1 é fixa, então um
aumento de VR3 provocará um aumento de VCE1. Lembrar que VR3 = VCB1 e que VCB1 +
VBE1 = VCE1. Um aumento de IC2 provocará também um discreto aumento na corrente de
base de T1 (IB1).
IC2 = IR3 - IB1 ou IR3 = IC2 + IB1

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O circuito descrito acima também pode aparecer com diferentes maneiras de
posicionamento do diodo zener, bem como com alguns elementos coadjuvantes para a
polarização do mesmo, conforme figuras abaixo:

Versão com o zener na base de T2

Versão com zener no emissor de T2 e resistor coadjuvante para a polarização do zener

Para todos os circuitos mostrados, o cálculo da tensão na carga pode ser realizado
da seguinte maneira:
Como:
V X = VBE 2 + VZ
R + R2
R2 Teremos: V L = 1 ⋅ (VZ + V BE 2 )
VX = ⋅ VL R2
R1 + R2

Outro componente que pode ser aplicado em uma configuração com amplificador
de erro é o amplificador operacional. A configuração descrita pode ser visualizada na
figura abaixo:

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Como:
V+ = V Z
R2
V− = ⋅ Vo
R1 + R2
Teremos:
R + R2
Vo = 1 ⋅ VZ
R2

Circuito para limitação de corrente


Com a finalidade de limitar a corrente que o circuito poderá fornecer à carga, é
implementado um circuito de limitação de corrente, formado pelos componentes
RSC e QSC , conforme mostrado abaixo:

Este circuito funciona da seguinte maneira: Quando a corrente de saída aumenta,


aumenta a tensão sobre RSC . Se esta tensão for suficiente, de modo a fazer com que o
transistor QSC conduza, este fará com que I B1 diminua, fazendo com que a tensão VCE1
aumente e a tensão de saída diminua para que a corrente de saída não ultrapasse o valor
máximo dado por:
V ( SAT )
I L (max) = BE
RSC
0,7
Se considerarmos que V BE ( SAT ) ≅ 0,7 teremos: RSC =
I L (max)

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Circuitos de proteção
Os circuitos de proteção mostrados na figura abaixo costumam ser bastante
utilizados em equipamentos visando eliminar os possíveis danos causados por aumento
brusco da tensão de entrada. Estes circuitos fazem um grampeamento da tensão de
entrada de modo a queimar o fusível para que o equipamento não receba a sobre-tensão.

Parâmetros de regulação
Em projetos de fontes alguns parâmetros são calculados para que sejam definidas
as características de robustez a variações na carga e na linha. Desta maneira, listamos
abaixo os parâmetros citados:
• Regulagem de linha: é a variação da tensão de saída devido a uma variação da
tensão da entrada. Normalmente é dada pela relação percentual entre variação da
tensão de saída e a tensão nominal de saída, quando a tensão de entrada varia
entre os valores mínimo e máximo.
∆Vo
Rli = ⋅ 100%
∆Vi Rl =cte
• Regulagem de carga: é a relação percentual entre a variação da tensão de saída e
a tensão nominal de saída quando a corrente da saída varia de zero ate o valor
nominal.
Vo RL = RLnom −Vo RL = RL min
Rca = ⋅ 100%
Vo RL = RLnom
Exemlo: No circuito abaixo, observamos as seguintes medições:

Vi Vo Io Ação
10V 5V 300mA Variação da tensão
11V 5,1V 306mA de entrada
10V 5V 300mA Variação da
10V 5,2V 0mA corrente de saída
5,1 − 5
Rli = ⋅ 100% = 10%
11 − 10
5,2 − 5
Rca = ⋅ 100% = 3,85%
5,2

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Reguladores de tensão integrados
Usados em muitas aplicações, os reguladores integrados de tensão se mostram
como dispositivos bastante práticos e versáteis. Normalmente estes dispositivos
implementam as seguintes estruturas internas:
• Fonte de referência
• Amplificador comparador
• Dispositivo de controle
• Proteção contra sobrecarga
• Proteção de temperatura
Dentre as opções de dispositivos que encontramos no mercado, destacam-se os
que permitem:
• Tensão positiva fixa
• Tensão negativa fixa
• Tensão ajustável

Reguladores de tensão positiva fixa (78xx) e negativa fixa (79xx):


Estes dispositivos são bastante utilizados em circuitos onde se precisa de
regulagem de correntes de até 1A (utilizando dissipador). No comércio se dispõe das
seguintes tensões de saída: 5, 6, 8 , 12, 15, 18, 20, 24 volts. Por norma geral, a tensão do
secundário do transformador, deve ser no mínimo 3v superior à tensão nominal do
regulador integrado.
Para os componentes da família 78xx, temos valores limites conforme abaixo:
• Tensão de entrada: até 40V
• Dissipação contínua total: 2W
• Faixa de temperatura: -65 até 150°C

Normalmente utilizamos tais dispositivos em uma configuração série conforme


figura abaixo:

Além desta configuração, temos o componente complementar 79XX que permite


que realizemos regulagem de tensões negativas. Na figura abaixo temos um exemplo de
circuito de fonte simétrica que usa ambos os componentes:

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O encapsulamento que mais se utiliza é o TO-220, tanto para os 78XX como para
os 79XX. Para intensidades de correntes maiores de 1A se utiliza o encapsulamento TO-3,
ainda que este seja raro pois é mais caro, além do fato de os anteriores poderem adaptar-
se para maiores correntes mediante uso de transistores extras. Existe também uma versão
para SMD, o D-PAK.

Encapsulamento TO-220 Encapsulamento D-PAK

Reguladores de tensão ajustáveis


O LM317 é um regulador de tensão 1.2-37V versátil e altamente eficiente que
fornece correntes de até 1 A (usando um bom dissipador). Este componente é ideal para
quase todas as aplicações onde se necessite de uma tensão ajustável. O LM317 tem
proteção de curto circuito e se aquecer demais, se desligará automaticamente. A
configuração tipicamente utilizada com o LM 317 é mostrada abaixo:

A seguinte equação é utilizada


para cálculo de Vo:
⎛ R ⎞
Vo = VREF ⋅ ⎜⎜1 + 2 ⎟⎟ + I ADJ ⋅ R2
⎝ R1 ⎠
Onde:
V REF ≅ 1,25V e I ADJ = 100µA

Obs.: Garantir que a tensão de


entrada do regulador seja pelo menos 2V maior que a tensão de saída.

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Dissipação de calor em semicondutores
Aspectos abordados neste documento:
• Propagação do calor
• Analogia elétrica
• Cálculo de dissipadores
• Exemplo de cálculo
• Tabela de resistências térmicas

Introdução
As potências manejadas pelos dispositivos
semicondutores, transistores, TRIAC,
MOSFET, Reguladores de tensão etc., tem
em muitos casos uma magnitude
considerável. Além disso, o problema se
agrava tendo em conta que o tamanho de
tais dispositivos é muito pequeno, o que dificulta a transferência do calor produzido. Um
corpo que conduz uma corrente elétrica perde parte de energia em forma de calor por
efeito Joule. No caso dos semicondutores, manifesta-se principalmente na junção PN, e
se a temperatura aumenta o suficiente, produz-se a fusão térmica da junção, inutilizando
o dispositivo. Os dispositivos de potência reduzida, dissipam o calor através de seu
encapsulamento para o ambiente, mantendo um fluxo térmico suficiente para evacuar
todo o calor e evitar sua destruição. Nos dispositivos de maior potência, a superfície do
encapsulamento não é suficiente para poder evacuar adequadamente o calor dissipado.
Recorre-se para isso aos radiadores (heatsinks), que proporcionam uma superfície
adicional para o fluxo térmico.

Propagação do calor

O calor se transmite mediante três formas conhecidas: radiação, convecção e


condução. Por radiação recebemos os raios do Sol. A radiação não precisa um meio
material para propagar-se, pode fazê-lo através do vácuo. Todo corpo com uma
temperatura superior ao zero grau absoluto (kelvin) produz uma emissão térmica por
radiação que neste caso é de uma magnitude desprezível e portanto não levamos em conta
a emissão por radiação. A convecção é um fenômeno que ocorre nos fluidos, tais como o
ar ou o água. Este fenômeno favorece a propagação do calor nestes corpos, que são muito
bons isolantes térmicos. Um corpo quente submerso em ar faz que as zonas próximas ao
mesmo se esquentem, o que a sua vez ocasiona uma diminuição de sua densidade, e por
isto se deslocará esta massa de ar quente para níveis mais elevados dentro do recinto.
Imediatamente, o "oco" que deixou este ar é ocupado por ar mais frio, e assim se
repete o ciclo, gerando correntes convectivas que facilitam o fluxo térmico. Este mesmo
fenômeno se dá na água, ou em qualquer líquido ou gás.

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A transmissão por condução se manifesta em corpos sólidos. Curiosamente os
corpos que são bons condutores elétricos, também o são térmicos. Isso se explica a nível
subatômico. O cobre, a prata, níquel, alumínio, ouro, etc., são excelentes condutores. Se
aplicamos uma chama a uma barra de cobre, em seguida notaremos o calor pelo extremo
que o agarramos. Este calor se propagou por condução.

Na dissipação de calor dos semicondutores, somente consideramos os dois


últimos tipos de propagação: convecção e condução.

Analogia elétrica.- Podemos estabelecer uma correspondência entre a Lei de


Ohm e a propagação térmica mediante a seguinte tabela de equivalências:

analogia térmica - Lei de Ohm


intensidade ( I ) calor ( P )
tensão ( V ) Temperatura ( T )
resistência ( R ) resist. térmica ( R )
V = IR T = PR

As unidades são P (watts), T (ºC, graus centígrados) e R (ºC/W)

T = Tj-Ta = P (Rjc + Rcd + Rda)

Tj = temp. da junção
Ta = temp. ambiente
Rjc = resist. térmica junção-cápsula
Rcd = resist. térmica cápsula-dissipador
Rda = resist. térmica dissipador-ambiente

A associação de resistências térmicas é semelhante a associação de resistências


elétricas. Em série, somamos os valores de cada R, de maneira que a resistência térmica
equivalente é maior do que cada uma das resistências em separado. Logicamente, quanto
maior é a resistência térmica, maior dificuldade para o fluxo de calor.

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Cálculo do dissipador

A maioria dos fabricantes de semicondutores proporciona os dados suficientes


para poder calcular o dissipador que precisamos. Precisamos como ponto de partida, a
temperatura máxima que pode atingir a junção do transistor. Esta temperatura não se
deverá ser atingida em hipótese alguma, para não destruir o componente. Normalmente o
fabricante proporciona o "operating temperature range" por exemplo, -65 to 200 ºC indica
que a temperatura máxima é de 200ºC. Podemos levar em conta um coeficiente de
segurança k como segue:

k = 0.5 para um desenho normal com temperatura moderada.


k = 0.6 para economizar no tamanho do dissipador.
k = 0.7 quando o dissipador permaneça em posição vertical e no exterior (melhora de
convecção).

Com o coeficiente k, e levando em conta a temperatura máxima de funcionamento


como sendo Tj, temos a expressão:

T = k Tj - Ta = P (Rjc + Rcd + Rda),

onde P representa a potência em watts (calor) que dissipará o componente. Se não


dispomos destes dados, podemos tomar como Tj = 135 ºC para transistores de silício, e Tj
= 90ºC para transistores de germânio.

O fluxo de calor, desde a junção PN até o ambiente tem que atravessar vários
meios, cada um com diferente resistência térmica.

• Resistência união-cápsula (Rjc). Vem dado em manuais e tabelas, e depende da


construção da cápsula O tipo TO-3 dissipa grande quantidade de calor.
• Resistência cápsula-dissipador (Rcd). Depende do encapsulamento e do
isolamento, se este existir, entre o componente e o dissipador. O isolante pode ser
mica, massa de silicone e outros. Cada um apresenta diferente resistência térmica.
• Resistência dissipador-ambiente (Rda). Este é o que calculamos normalmente,
pois diz respeito ao tamanho do dissipador empregado.

Radiador para TO-220 Radiador para TO-3

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Cálculo da área do dissipador
Os valores tipicamente usados para expressar a eficiência de um dissipador são a
resistência térmica e a “queda de pressão”. A resistência térmica é expressa como o
aumento da temperatura por watt (°C/W). Quanto menor o valor, melhor a performance
térmica do dissipador. A queda de pressão é a resistência encontrada pelo ar se movendo
através do dissipador expressa em unidades de mmH2O, e deve ser idealmente a mais
baixa possível. Em geral estes dispositivos são construídos em alumínio dada sua boa
condutividade térmica(condição indispensável), baixo custo e peso. Alguns são
construídos em cobre e alguns são uma mistura dos dois. O volume do dissipador se
associa às características dinâmicas dos fenômenos térmicos.
A utilização de um grande número de aletas é para aumentar a área de roca de
calor. A resistência térmica para uma placa plana quadrada pode ser aproximadamente
dada por:

λ: condutância térmica (a 77°C) [W/(°C.cm)]


E: espessura do dissipador [mm]
A: área do dissipador [cm2]
Cf: fator de correção devido a posição e tipo de superfície

Valores de condutância térmica (λ)para diferentes materiais

O fator Cf varia com a posição do dissipador, sendo preferível uma montagem


vertical à horizontal por criar um efeito “chaminé”. Dissipadores pretos são melhores
irradiadores de calor que aqueles com superfície brilhante. A tabela abaixo mostra os
valores do coeficiente Cf em função da posição que o dissipador é colocado e do tipo de
sua superfície.

Valores para Cf
Dissipador brilhante Dissipador escuro
Montagem vertical 0,85 0,43
Montagem horizontal 1,00 0,50

A superfície preta pode ser conseguida pela cobertura do dissipador com óxido
preto, mas o preço pode aumentar na mesma proporção que a resistência térmica cai.

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Os dissipadores podem ser divididos em três tipos: os resfriados por convecção
natural, os resfriados por ventilação forçada e os refrigerados com líquido.

Exemplo de projeto
Vamos utilizar um regulador de tensão LM317T com encapsulado TO-220 e
cujos dados são os seguintes:
Do datasheet obtemos os seguintes dados:

Tj = 125 ºC
Rjc = 5 ºC/w

De nossa montagem e as tabelas, deduzimos:

Rcd = 1.4 ºC/w (separador de mica)


Ta = 25 ºC (tomamos este valor)

Cálculo da potência que dissipa o LM317. A potência que dissipa o regulador é o produto
do V que existe entre o terminal de entrada e saída e a corrente que o regulador fornece.

Por medições obtemos:

Vin = 12 volts
Vout = 6.3 volts
V = Vin-Vout = 5.7 volts
I = 0.9A é a corrente que o regulador fornece.
Pot = 5.7 x 0.9 = 5.13 watts
partimos da expressão
T = Tj - Ta = P (Rjc + Rcd + Rda)

Temos que calcular o valor de dissipador que precisamos, ou seja, Rda. Escolhemos
um k = 0.7 porque vamos colocar o dissipador no exterior e vertical.

Rda = [(k Tj - Ta) / P] - Rjc - Rcd = [(0.7·125 - 25)/5.13] - 5 - 1.4 = 5.78 ºC/w

Procuramos em catálogo e encontramos o seguinte radiador:

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Este radiador tem um R = 5 ºC/w, e é suficiente, tendo em conta que já tomamos
um coeficiente k de segurança igual a 0.7 e nos asseguramos de sobra. Com este radiador,
podemos calcular a temperatura que atingirá o mesmo quando o LM317 dissipa 5.13 w
de uma forma muito simples:

Td - Ta = Rda · P ---> Td = Rda · P + Ta = 5 · 5.13 + 25 = 50.65 ºC

A escolha do coeficiente k é arbitrária. Podemos perfeitamente eleger k=1 mas


nos arriscamos muito. É preferível neste caso subir a temperatura ambiente do projeto
para 30 ou 35 graus, ou inclusive mais para evitar que o componente se destrua. Temos
que levar em conta que se o dispositivo está numa caixa, a temperatura facilmente sobe a
40 graus ou mais.

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Perfis típicos de dissipadores - Semikron

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Exercícios
1) No regulador serie abaixo, calcule a tensão de saída, a corrente no diodo
Zener e em R1, além da potência dissipada pelo transistor (β=50):

2) No regulador paralelo abaixo, calcule a tensão na saída, a corrente de coletor


e a potência dissipada pelo transistor. Calcule também a potência dissipada
pelo resistor R3. Sendo β=200, calcule a corrente e a potência do zener:

3) No regulador série realimentado abaixo, determinar:


- Tensão de saída
- Corrente no Zener
- Potência dissipada pelo transistor Q1

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4) Para o circuito da figura abaixo, calcule:
- Tensão de saída do circuito para o caso em que RL=1k (sem limitação de
corrente)
- Corrente máxima que o circuito fornece: (VBEsat do transistor QSC =0,664v)
- Tensão de saída do circuito para o caso da carga RL=47Ω
- Potência dissipada pelo transistor Q1 para o caso da carga RL=47Ω

5) Para o circuito da questão 4, calcule a área de necessária de dissipador, dados:


- Material do dissipador: placa de alumínio (λ=2,08W/°C.cm) com 1mm de
espessura
- Isolador de Mica (Rcd=1,4°C/W)
- Montagem Vertical (dissipador não pintado – corpo brilhante) e no exterior da
caixa Cf=0,85
- Transistor utilizado com Rjc=5°C/W e Tjmax=150°C
- Temperatura Ambiente (Ta) = 30°C

6) Considerando o circuito da figura abaixo, calcule Vout mínimo e máximo:

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Conversores Chaveados
O desenvolvimento de fontes chaveadas teve início na década de 1960, para
atender demanda de equipamentos militares mais compactos e eficientes. Hoje são usadas
em televisores, computadores e em muitos outros aparelhos eletrônicos.
A tabela ao lado faz uma
comparação de Parâmetro Fonte linear Fonte chaveada
parâmetros médios para Regulação de linha 0,02 a 0,05 % 0,05 a 0,1 %
os dois tipos. Notar a Regulação de carga 0,02 a 0,1 % 0,1 a 1,0 %
superioridade da linear na Fator de ondulação 0,5 a 2 mVrms 25 a 100 mVpp
regulação e ripple e a Tolerância de entrada ± 10 % ± 20 %
superioridade da Eficiência energética 40 a 55 % 60 a 80 %
3
chaveada na eficiência e Relação potência/volume 30 W / dm 120 a 300 W/dm3
volume. Resposta a transientes 50 µs 300 µs
A seguir, definições de Tempo de sustentação 2 ms 30 ms
alguns parâmetros.

Regulação de linha: é a variação da tensão de saída devido a uma variação da tensão de


entrada. Normalmente, é dada pela relação percentual entre variação da tensão de saída e
a tensão nominal de saída, quando a tensão de entrada varia entre os valores mínimo e
máximo.

Regulação de carga: é a relação percentual entre a variação da tensão de saída e a tensão


nominal de saída, quando a corrente da saída varia de zero até o valor nominal.

Eficiência energética: relação percentual entre a potência de saída e a potência de


entrada.

Resposta a transientes: o tempo necessário para a tensão de saída retornar à faixa de


regulação após uma variação brusca de 50% na carga.

Tempo de sustentação: intervalo de tempo, após perda da tensão de entrada, em que a


tensão e corrente da saída se mantêm dentro dos limites especificados. Notar que um
valor adequado é importante em computadores, para mantê-los em operação até que
sejam atendidos por uma fonte alternativa com bateria (no-break) em casos de
interrupções da rede elétrica.
O princípio de operação de uma fonte chaveada é simples. Seja, conforme Figura abaixo,
uma fonte contínua de tensão Ve que alimenta uma carga comutada por uma chave S (a
indicação de chave mecânica é apenas uma questão de simplicidade. Pode ser um
elemento ativo como, por exemplo, um transistor que trabalha na saturação ou no corte).

Se, a cada intervalo de tempo T, a chave fica conectada por um tempo Tc, a tensão na
carga Vc será pulsante conforme gráfico na figura.

A tensão média na carga será dada por:

Vm = (Tc/T) Ve

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Isto significa que é
possível controlar a
tensão média pela relação
tempo ligado e tempo
total do ciclo (Tc/T).
O método é
chamado modulação por largura do pulso, mais conhecido por PWM, sigla da expressão
em inglês (pulse width modulation).
O arranjo simples da figura pode ser (e é) usado em casos como resistências de
aquecimento. Para circuitos eletrônicos, uma corrente pulsante é completamente inviável
e há necessidade de algo mais elaborado, para suavizar e estabilizar a tensão.

Os tópicos seguintes exibem alguns arranjos comuns, genericamente


denominados conversores, porque convertem um valor de tensão contínua em outro.
Notar que, nestes, a chave S é substituída por um transistor cuja base é excitada por um
bloco genérico PWM. Este bloco gera os pulsos que saturam ou cortam o transistor.
Também deve permitir o ajuste da relação Tc/T para proporcionar a estabilização da
tensão de saída através de algum sinal de controle. Tais funções são em geral executadas
por um único circuito integrado.

O conversor Buck
O circuito básico do conversor buck é mostrado na figura abaixo:

Inicialmente, note-se que seja qual for o semicondutor de potência escolhido, ele
está genericamente representado pela chave S. Como o capacitor de filtro C é usualmente
projetado de forma que a tensão de saída Vo seja praticamente isenta de ondulação, então
o RC de saída pode ser representado por uma fonte de tensão, como mostrado na figura
anterior.
A figura abaixo mostra os modos de funcionamento do conversor Buck.

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Funcionamento:
Quando a chave S está fechada, o diodo D está bloqueado e a corrente flui da
entrada para a saída, pelo indutor L. A corrente IL do indutor aumenta. Quando a chave S
abre, a energia armazenada no indutor L força a corrente através do diodo D e a corrente
IL diminui.
Os tempos em que a chave S está fechada ou aberta, são, respectivamente,
chamados de tON e t OFF . A partir destes tempos, define-se a razão cíclica (ou ciclo de
tON t
trabalho) D, de acordo com a seguinte equação: D = = ON
tON + tOFF TC
Naturalmente, concluímos que a freqüência de chaveamento é dada pela seguinte
1 1
equação: f c = =
tON + tOFF TC
Dependendo dos valores dos componentes do circuito e de quanto tempo a chave
S fica aberta, a corrente de descarga do indutor L pode ou não se anular. Se ela não se
anula, diz-se haver condução contínua; se ela se anular, a condução é descontínua.
O comportamento global do circuito é bastante diferente caso a condução seja
contínua ou descontínua e, por esta razão, cada caso será analisado separadamente a
seguir.

Condução Contínua
A figura ao lado mostra as
formas de onda características do
conversor CC-CC tipo Buck
operando em condução contínua.
Como as tensões de entrada e saída
Vi e Vo podem ser consideradas
constantes (sem ripple), então a
corrente no indutor IL é formada
por trechos de reta (onda triangular)
e, por simetria, deduz-se que, para
que a condução seja de fato
contínua, deve-se ter:
2 ⋅ Po
∆ILPP ≤ 2 ⋅ IL = .
Vo
Note-se que o ripple da
tensão de saída ∆Vo PP foi
exagerado apenas para fins didáticos.
A análise deste conversor será feita a partir do ponto de vista do projetista, que
parte de certas condições iniciais e busca encontrar os valores dos componentes do
circuito. Neste caso, são considerados parâmetros fundamentais as tensões de entrada e
saída do circuito Vi e Vo e a potência de saída Po. Adicionalmente, deve-se especificar a
freqüência de chaveamento fc com a qual se deseja trabalhar e os ripples aceitáveis na
corrente do indutor ∆ILPP e na tensão de saída ∆Vo PP = ∆Vc PP . A partir desses dados,
deve-se calcular a razão cíclica D e os valores de L e C que satisfazem os requisitos do

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projeto e também as correntes média e eficaz dos diversos componentes do circuito
(inclusive da chave e do diodo), de forma a permitir o seu correto dimensionamento.
A partir de Po e Vo pode-se calcular a resistência de carga R de acordo com:
2
V
R= o
Po
Considerando-se que a tensão média no indutor VL é nula, pode-se escrever a
seguinte equação, calculando-se a razão cíclica, bem como os tempos ton e toff:
V ⋅t
Vo = V x = i ON = D ⋅ Vi
TC
Observando-se que durante ton a tensão sobre o indutor L vale V L = Vi − Vo e que
durante toff ela vale VL = −Vo , pode-se escrever a seguinte equação para projetar o
indutor L:
(V − Vo ) ⋅ t ON Vo ⋅ t OFF
∆ILPP = i =
L L
Considerando-se que a corrente média no capacitor Ic é nula e observando-se o
nó de saída do circuito, pode-se afirmar que:
∆ILPP ⋅ TC
∆VC PP =
8⋅C

Condução descontínua
A figura ao lado mostra as
formas de onda características do
conversor CC-CC tipo Buck
operando em condução
descontínua. Para que a condução
seja de fato descontínua, deve-se
ter:
2 ⋅ Po
∆IL pp > 2 ⋅ IL =
Vo

Note-se que ton e toff,


definidos anteriormente, são
impostos pelo circuito de comando,
mas tx, definido na figura ao lado,
é o tempo de descarga do indutor,
ou seja, é uma característica do
circuito. Obviamente, deve-se
sempre ter tx<toff.
Devido à existência de
mais uma variável (tx), o cálculo da razão cíclica D que gera a tensão desejada na saída
deve ser feito de maneira diferente, resultando na seguinte equação:

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2 ⋅ TC ⋅ PO
t ON =
Vi ⋅ ∆ILPP
O cálculo dos elementos reativos L e C é análogo ao apresentado anteriormente,
para condução contínua:
(V − Vo ) ⋅ t ON Vo ⋅ t X 1 ⎡ ∆ILPP − IL ⎤
∆ILPP = i
L
=
L
∆VC PP =
2⋅C ⎣
⎢(t X + t ON ) ⋅
∆ILPP ⎦
( )
⎥ ⋅ ∆ILPP − IL

O conversor Boost
A figura abaixo mostra o circuito básico do conversor CC-CC tipo Boost:

A próxima figura, mostra seus modos de funcionamento:

A seguir, analisaremos o funcionamento do circuito através de suas formas de onda


características:

Condução contínua
Quando S ON, Vi transfere
energia para L e IL aumenta
linearmente. Quando S OFF, L força
IL por D e pela carga e IL diminui.
Para que a condução seja, de
fato, contínua, a seguinte
desigualdade deve ser verdadeira:
2 ⋅ Po
∆ILPP ≤ 2 ⋅ IL =
Vo
A razão cíclica, bem como os
tempos ton e toff, podem ser
calculados a partir de:
V ⋅t
Vi = V x = o OFF = (1 − D ) ⋅ Vo
TC

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O indutor L pode ser projetado a partir do ∆ILPP especificado, de acordo com:
V ⋅t
∆ILpp = i ON = o
(V − Vi ) ⋅ tOFF
L L
O capacitor pode ser projetado a partir do ∆VCpp especificado de acordo com:
I ⋅t
∆VCpp = o ON
C

Condução descontínua
A figura ao lado mostra as
formas de onda características do
conversor CC-CC tipo Boost
operando em condução
descontínua:
Para que a condução seja,
defato, descontínua, deve-se ter:
2 ⋅ Po
∆IL pp > 2 ⋅ IL =
Vo
Note-se que de forma
análoga ao que ocorre com o
conversor Buck em condução
descontínua, ton e toff são
impostos pelo circuito, mas tx,
definido na figura anterior, é o
tempo de descarga do indutor L,
ou seja, é uma característica do
circuito.
Considerando-se sabidos os
( )
princípios envolvidos Pi = Po , V L = I C = 0, etc pode-se afirmar que para o conversor CC-
CC tipo Boost operando em condução descontínua valem as equações seguintes:
∆ILpp ⋅ t X P
ID = = Io = o
2 ⋅ Tc Vo
Vo ⋅ tx + Vi ⋅ (tOFF − t X )
VX = = Vi
TC
Vi ⋅ tON (Vo − Vi ) ⋅ t X
∆ILpp = =
L L
1 ⎡ ∆ILpp − I o ⎤
∆VCpp = ⋅ ⎢t X ⋅ ⎥ ⋅ (∆ILpp − I o )
2⋅C ⎣ ∆ILpp ⎦
2 ⋅ IL ⋅ L ⋅ Tc
tx =
Vi ⋅ ton

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O conversor Buck-Boost (Inverter)
A seguir, apresentamos os ciclos de funcionamento do conversor Buck-Boost:

A próxima figura, mostra seus modos de funcionamento:

As formas de onda referente à condição de funcionamento em regime do


conversor para condução contínua e descontínua podem ser vistas na figura abaixo:

Condução contínua Condução descontínua

2 ⋅ Po 2 ⋅ Po
∆ILPP ≤ 2 ⋅ IL = ∆IL pp > 2 ⋅ IL =
Vo Vo

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A análise do conversor Buck-Boost segue as mesmas diretrizes básicas
apresentadas anteriormente para os conversores Buck e Boost. Assim, valem as seguintes
equações:

Condução contínua
Vi ⋅ t ON − Vo ⋅ t OFF
VX = =0
Tc
Vi ⋅ t ON Vo ⋅ t OFF
∆ILpp = =
L L
I o ⋅ t ON
∆Vopp = ∆Vcpp =
C

Condução descontínua
∆ILpp ⋅ t X P
ID = = Io = o
2 ⋅ TC Vo
Vi ⋅ t ON − Vo ⋅ t X
VX = =0
Tc
Vi ⋅ t ON Vo ⋅ t X
∆ILpp = =
L L
1 ⎡ ⎛ ∆ILpp − I o ⎞⎤
∆VCpp = ∆Vopp = ⋅ ⎢t X ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟⎥ ⋅ (∆ILpp − I o )
2⋅C ⎣ ⎝ ∆ILpp ⎠⎦
Não esqueça que:
tON t 1 1
D= = ON e fc = =
tON + tOFF TC tON + tOFF TC

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Exercícios
1) Considerando o circuito abaixo, determine Vout e trace as formas de onda pedidas.
Calcule o valor do capacitor para que ∆Vopp=0.02Vpp: (Dado D=0,5 e
VecSatQ1=0,1V)

2) Dado o circuito abaixo, projete o conversor Buck (C e L) para que tenhamos um


Vo=5V e um ∆Vopp=0.03Vpp. Dados fc=15KHz e Ccont.

3) Para o circuito abaixo, determine o valor de D para que Vo=50V. Determine se é


Cdesc ou Ccont. Determine o ∆Vopp. Dado: fc=25KHz

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4) Considerando o circuito abaixo, determine Vout e trace as formas de onda pedidas.
Calcule o valor do capacitor para que ∆Vopp=0.02Vpp: (Dados D=0,5 e
fc=25KHz)

5) Dado o circuito abaixo, calcule o máximo valor de R1 para que tenhamos Ccont.
Calcule o valor de C para um ∆Vopp=0.03Vpp. Dado Vo=36V.

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6) Considerando o circuito abaixo, determine se é Cdesc ou Ccont e calcule Vout.
Trace as formas de onda pedidas. Calcule o valor do capacitor para que
∆Vopp=0.01Vpp: (Dados D=0,5 e fc=22KHz)

7) Para o circuito da figura abaixo, calcule D para que tenhamos Vo=15V. Verifique
se é Cdesc ou Ccont. Calcule ∆VOpp :

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Circuitos de comando em PWM
O que são circuitos de controle ?
De maneira geral, todos os tipos de conversores possuem uma função de
transferência que relaciona tensões de entrada e saída. Podemos observar que a largura de
pulso de chaveamento do transistor é o parâmetro que varia, para compensar variações da
tensão de entrada e corrente de saída. Esse parâmetro é dado pela razão entre o tempo de
condução do transistor de chaveamento e o período de chaveamento. Numa fonte de
tensão, esse valor deve ser corrigido continuamente para evitar variações de tensão,
quando da ocorrência de uma alteração de tensão de entrada ou carga (para manter a
tensão de saída estável). Essa correção é realizada por circuitos de controle da largura de
pulso.

O que é pwm?
PWM (PULSE WIDTH MODULATION), ou MODULAÇÃO POR LARGURA
DE PULSO, é uma forma de controle de tensão por recorte onde os tiristores ou
transistores de potência são ligados ou bloqueados de modo a obter na saída o valor de
tensão desejada.

Integrados mais utilizados


Vários circuitos integrados foram desenvolvidos para esta finalidade específica,
de forma que discutiremos brevemente o seu funcionamento, uma vez que os diagramas
de funcionamento se assemelham bastante:

O circuito integrado 1524-2524-3524


O integrado 3524 foi um dos primeiros integrados projetados para
especificamente para uso em fontes chaveadas. Possui freqüência de chaveamento de até
300kHz, sendo que sua freqüência de chaveamento pode ser regulada através do
capacitor e resistor ligados aos pinos 7 e 6. Varia no máximo 1% a sua tensão de
referência com a temperatura. É capaz de chavear até 100mA. As entradas do
amplificador de erro devem ser divisores de tensão já que o mesmo é alimentado com
+5V. É provido de um amplificador responsável pela limitação de corrente, bem como
uma entrada para inibir as suas saídas. Máxima tensão de alimentação = 40V.

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O circuito integrado 1524A-2524A-3524A

Estes circuitos integrados são bastante semelhantes à série 1524-2524-3524,


possuindo algumas melhoras, tais como:
• Corrente para chaveamento de até 200mA
• Alimentação Máxima de 60V
• Inibe automaticamente os pulsos da saída com alimentação inferior a 8V
• Regulação de referência melhor do que 1%
• Pinagem compatível com 1524-2524-3524

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O circuito integrado TL494
Atualmente são disponíveis comercialmente diversos circuitos integrados de controle
PWM, facilitando enormemente a construção de fontes chaveadas. Na figura abaixo temos o
diagrama de blocos do CI TL494 (ou µA494) que é um dos CIs mais utilizados para a
construção de fontes chaveadas.

Oscilador dente-de-serra
O oscilador dente-de-serra interno do TL494 é programável, sendo a freqüência
determinada por um capacitor CT e um resistor RT externos. A escolha de CT e RT para uma
dada freqüência de chaveamento é feita de um gráfico fornecido pelo fabricante. Para o
Motorola TL494 a freqüência é dada aproximadamente por:

A modulação PWM é realizada através da comparação do sinal dente-de-serra com o


sinal de erro. No inicio da varredura do dente-de-serra, o sinal de saída que controla a condução
do transistor de chaveamento é colocado em nível baixo, mantendo-se neste nível enquanto o
nível do sinal dente-de-serra estiver abaixo do sinal de erro. Quando o sinal dente-de-serra
ultrapassar o sinal de erro, o sinal de saída é colocado em nível alto fazendo conduzir o
transistor de chaveamento.

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Amplificador de erro
O amplificador de erro amplifica a diferença entre a tensão de saída e a tensão de
referência interna (5 Volts ± 5%) para gerar o sinal de erro. Um segundo amplificador de erro é
provido no CI tipicamente para a detecção de sobre-corrente de saída.

Controle de saída
O pino de controle OC de saída permite que sejam gerados sinais de controle
para transistores operando em configuração push-pull, ou seja, sinais não superpostos no tempo
e em oposição de fase. Se o pino estiver aterrado, é gerado um sinal apenas, para operação
com um único transistor de chaveamento (single-ended).

Gerador de tempo morto


Para possibilitar que o(s) transistor(es) tenham tempo suficiente para cortar e saturar, o
ciclo útil (duty cycle) é limitado através da inserção de um tempo morto (dead time). O tempo
morto é aproximadamente 3 a 5% se o controle de tempo morto estiver aterrado. Podemos
variar o tempo morto ajustando a tensão do terminal de controle de tempo morto.

Detalhamento da operação da fonte Buck com o TL494:


Com o uso dos comparadores internos do TL494, podemos controlar a tensão e a
corrente de saída do circuito para um conversor do tipo Buck.
Para o controle da tensão de saída é utilizado o circuito da figura abaixo:

A tensão de saída pode ser obtida através da seguinte equação:

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O controle da corrente máxima de saída pode ser realizado utilizando-se o
segundo comparador existente no TL494. Um circuito típico para este controle pode ser
visto na figura abaixo:

O gerador PWM consiste basicamente de um comparador em cujas entradas temos


aplicado o sinal de erro Vc e a rampa gerada pelo oscilador deslocado de 0,7 Volt, como
mostra a figura abaixo. Enquanto a tensão da rampa for menor do que a tensão do sinal de erro
a saída do comparador permanecera em 0. Quando a rampa atingir um nível maior ou igual à
tensão de erro, a saída do comparador vai para o nível alto, permanecendo neste estado ate o
reinicio do ciclo.

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Exercícios:
1) No circuito da figura abaixo, calcule Vo, Iomax e fc. Supondo uma carga de
10 ohms, calcule Io e ∆ILpp . Determine se Ccont ou Cdesc:

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2) Considerando o circuito abaixo, determine fosc, Vout e Ioutmáx:

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3) Considerando o circuito abaixo, determine fosc, Vout máx e Vout min
Calcule o valor de R9 para que tenhamos uma limitação de corrente Ioutmáx
= 500mA.

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Filtros passivos e ativos
O Decibel
O decibel é uma unidade de medida relativa. Em freqüências de áudio, a mudança
de um decibel praticamente não é notada.
Se temos dois valores de potência diferentes: P1 e P2 e desejamos saber qual a
mudança de uma com respeito à outra, se utiliza a seguinte fórmula:
• dB = 10 log P2/P1 (se o que se utiliza são potencias), ou
• dB = 20 log V2/V1 (se o que se utiliza são tensões)
Se V2 é a tensão de saída de um amplificador e V1 é a tensão de entrada, o ganho
de tensão será dado por V2/V1.
Se este ganho for 50 (V2 é 50 vezes maior que V1) isto significa que o ganho é de:
20 log 50 = 33,97dB.
Se amplificarmos esta saída V2 de forma a obtermos uma saída V3 com um
ganho de 5 (V3 é 5 vezes maior que V2), o ganho será de: 20 log 5 = 13,97dB.
O ganho total seria de 50 x 5= 250 (V3 é 250 vezes maior que V1).
Isto expressado em decibéis é: 20 log 250 = 47,96dB que é igual a soma de
33,97dB e 13,97dB, ganho de V1 a V2 mais ganho de V2 a V3.
Em outras palavras, para expressar o ganho em decibéis, só é necessário somar os
respectivos ganhos expressados desta maneira.
Por que utilizar este sistema?
A razão é muito simples: quando temos sistemas com ganhos ou perdas (ganhos
negativos) é muito mais fácil que estas se somem para obtermos o ganho final.

Filtros passivos
Os filtros são redes que permitem ou detêm a passagem de um determinado grupo
de freqüências (banda de freqüências).
Tipos de filtros existentes:
• Filtros passa baixo
• Filtros passa alto
• Filtros passa banda
• Filtros rejeita banda
Principais características dos filtros:
• Possuem uma freqüência central
• Possuem uma determinada largura de banda
• Possuem um fator de qualidade

Na figura abaixo, mostramos dois gráficos de filtros passa banda com mesma
freqüência central, porem com diferentes fatores de qualidade Q.

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O gráfico A:
• Mostra uma freqüência central fo (também chamada freqüência de
ressonância)
• Tem uma largura de banda de f1 a f2
O gráfico B:
• Mostra uma freqüência central idêntica ao gráfico anterior fo
• Tem uma largura de banda de f3 a f4
As freqüências utilizadas para determinar a largura de banda (f1, f2, f3, f4) se
chamam freqüências de corte ou freqüências de potência média e são obtidas quando a
amplitude da onda (ver gráfico) cai em 3dB da sua amplitude máxima.
O gráfico B mostra um filtro de maior seletividade, pois as freqüências de corte
estão mais perto da freqüência central fo (ver a amplitude da saída do filtro). Neste caso a
largura de banda do filtro é menor.
O gráfico A mostra um filtro de menor seletividade, pois suas freqüências estão
mais distanciadas da freqüência central, mas a sua largura de banda é maior.
Para encontrar o fator de qualidade de um filtro, se utiliza a formula Q=fo/AB,
onde:
fo = freqüência de ressonância
AB = largura de banda (f2-f1) ou (f4-f3)
No exemplo das curvas dos filtros dados, o fator de qualidade do filtro B é maior.

Filtro passa baixas passivo


Um filtro passa baixas é um circuito formado por um resistor e um capacitor
conectados em série de maneira a permitir que somente as freqüências abaixo de uma
freqüência particular chamada freqüência de corte (Fc) e elimina as freqüências que
estiverem acima desta freqüência.
Estes filtros RC não são perfeitos, desta forma podemos analisar o caso ideal e o
caso real.

Filtro passa baixas ideal

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Filtro passa baixas real

A reatância capacitiva muda com a freqüência. Para altas freqüências XC é baixa


conseguindo com isto que os sinais destas freqüências sejam atenuados.
Em troca, em baixas freqüências (abaixo da freqüência de corte) a reatância
capacitiva é grande, o que causa que estas freqüências não sejam afetadas ou sejam muito
pouco afetadas pelo filtro.
Pela lei de ohm:
1
XC =
2 ⋅π ⋅ f ⋅ C
Vin = I ⋅ Z = I ⋅ R 2 + XC 2
Vo = I ⋅ XC
Vin
Vo =
1 + (2 ⋅ π ⋅ f ⋅ R ⋅ C )
2

A freqüência de corte é aquela onde a amplitude do sinal cai até 70,7% de seu
valor máximo e isto ocorre quando XC = R (reatância capacitiva igual à resistência).
Se XC = R, a freqüência de corte será:
1
fc =
2 ⋅π ⋅ R ⋅ C

A banda de freqüências abaixo da freqüência de corte se chama banda de


passagem, e a banda acima da freqüência de corte se chama banda de rejeição ou
atenuação.

Filtro passa altas passivo


Um filtro passa altas RC é um circuito formado por uma resistência e um
capacitor conectados em serie de maneira que permita que passem apenas freqüências
acima de uma freqüência particular chamada freqüência de corte(Fc) e elimina as
freqüências que estiverem abaixo desta.
Estes filtros RC não são perfeitos. Aqui, da mesma forma que fizemos com o
passa baixass, analisamos o caso ideal e o real.

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Filtro passa altas ideal

Filtro passa altas real

Para o circuito série capacitor-resistor, a tensão de saída fica:


Vo = I ⋅ R
Vin = I ⋅ Z = I ⋅ (R 2
+ XC 2 )
Vo 2 ⋅π ⋅ f ⋅ R ⋅ C
=
Vi (1 + (2 ⋅ π ⋅ f ⋅ R ⋅ C ) )
2

O valor da tensão de saída pode ser calculado com esta equação para qualquer
freqüência.
Para baixas freqüências, a saída tem um valor muito baixo. Para a freqüência de
corte Xc = R (reatância capacitiva igual à resistência), desta forma:
Vr = Vo = I ⋅ R = I ⋅ XC ∴Vo = 0,707 ⋅ Vin
Na freqüência de corte, a reatância
capacitiva e a resistência têm o mesmo valor,
desta forma:
1
R = XC =
2 ⋅π ⋅ fc ⋅ C
1
fc =
2 ⋅π ⋅ R ⋅ C
Equação idêntica à do filtro passa baixas.

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Sabemos que os amplificadores operacionais não têm uma banda de passagem
infinita (não são dispositivos ideais). No caso dos filtros passa altas, devemos notar a
característica intrínseca de corte de freqüência superior que o próprio dispositivo
apresenta. Desta forma, devemos nos limitar a trabalhar dentro das freqüências abaixo da
desta freqüência de corte superior. Ao lado vemos uma representação gráfica deste
fenômeno:

Filtros Ativos
Os filtros ativos diferem dos passivos por terem um elemento amplificador
operacional e por permitirem que tenhamos inclinações maiores que 20dB/década e um
ganho maior do que o unitário. Ao contrario dos filtros passivos, estes requerem
alimentação e são bastante populares, existindo uma grande variedade de tipos diferentes
(Butterworth, Chebyshev, Bessel e outros), cada um com uma característica.

Os filtros ativos se classificam de acordo com o numero de redes RC que possuem


(ou o numero de pólos). Quanto maior o numero de redes RC maior a queda (atenuação).
Assim sendo temos filtros com atenuação de 20dB/Década (1 pólo), 40dB/Década (2
pólos), 60dB/Década (3 pólos), etc.

Filtro passa baixas de primeira ordem


Como exemplo de um filtro passa baixas de primeira ordem, podemos visualizar o
circuito da figura abaixo:

Podemos observar que o circuito operacional está em uma configuração de ganho


e tem em sua entrada não-inversora um circuito passivo RC passa baixas. Desta forma
temos:
V Av f 1
Av = out ∴ Av = Onde: f c = e
Vin 1 + (R ⋅ C ⋅ W ) 2 ⋅π ⋅ R ⋅ C
2

R1
W = 2 ⋅π ⋅ fc Avf = 1 + Ganho(dB) = 20 ⋅ log Av
R2

Filtro passa altas de primeira ordem


Na figura abaixo visualizamos a estrutura de um filtro do tipo passa altas de
primeira ordem:

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Da mesma forma que o filtro passa baixas, temos aqui uma rede RC na entrada
não inversora do operacional, porém agora com o capacitor em série com a entrada e o
resistor para o terra. Para esta configuração temos:

Vout Av f ⋅ W 1
Av = ∴ Av = Onde: f c = e W = 2 ⋅π ⋅ fc
Vin ⎛ 1 ⎞
2 2 ⋅π ⋅ R ⋅ C
W2 +⎜ ⎟
⎝ R ⋅C ⎠
R1
Avf = 1 + Ganho(dB) = 20 ⋅ log Av
R2

Filtro passa baixas de segunda ordem


Existem inúmeras formas e topologias para implementação de filtros passa baixas.
Uma delas é a implementação Sallen-Key mostrada na figura abaixo:

Como podemos observar em sua função de transferência, esta é uma


implementação de segunda ordem. Como nos filtros vistos até o momento, várias
estruturas podem ser cascateadas com a finalidade de criarmos um filtro de ordem
superior.
V
Av = out
Vin
Onde:

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Av f
Av =
[1 − W 2
] [
⋅ (Ra ⋅ Rb ⋅ C a ⋅ C b ) + W ⋅ (Ra ⋅ C b + Rb ⋅ C b + Ra ⋅ C a ⋅ (1 − Av f
2
))]
2

1 R1
fc = e W = 2 ⋅π ⋅ fc Avf = 1 +
2 ⋅ π ⋅ Ra ⋅ Rb ⋅ C a ⋅ C b R2
O fator de qualidade do filtro pode ser calculado da seguinte forma:
Ra ⋅ Rb ⋅ C a ⋅ C b
Q=
Ra ⋅ C b + Rb ⋅ C b + Ra ⋅ C a (1 − Av f )
Ganho(dB) = 20 ⋅ log Av

Filtro passa altas de segunda ordem


Da mesma forma que o anterior, temos uma topologia Sallen-Key para o filtro
passa altas. A estrutura e o comportamento do filtro podem ser visualizados na figura
abaixo:

Da mesma forma que a estrutura anterior, trata-se de uma topologia de filtro de


segunda ordem, conforme se observa na equação de transferência do mesmo:
V
Av = out
Vin
Onde:
Av f
Av =
⎛ C a + C b C b ⋅ (1 − Av f ) ⎞⎤
2

2
⎡ 1 ⎤ 1
⎢1 − 2 ⎥ +⎢ ⋅ ⎜⎜ + ⎟⎟⎥
⎣ W ⋅ R a ⋅ Rb ⋅ C a ⋅ C b ⎦ ⎢
⎣ W ⋅ C a ⋅ C b ⎝ R b R a ⎠⎥⎦
1 R1
fc = e W = 2 ⋅π ⋅ fc Avf = 1 +
2 ⋅ π ⋅ Ra ⋅ Rb ⋅ C a ⋅ C b R2
O fator de qualidade do filtro pode ser calculado da seguinte forma:
Ra ⋅ Rb ⋅ C a ⋅ C b
Q=
Ra ⋅ C b + Ra ⋅ C a + Rb ⋅ C b (1 − Av f )
Ganho(dB) = 20 ⋅ log Av

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Cascateamento de filtros
Conforme dito anteriormente, vários filtros podem ser cascateados, de forma que
obtenhamos um filtro de ordem equivalente à soma das ordens dos filtros em questão.

Isto também pode ser útil se quisermos obter um filtro que passe apenas uma
banda especifica, conforme figura abaixo:

Neste caso, podemos observar


que as respostas dos filtros se
interseccionam de forma a criar uma
banda de passagem. Assim, podemos
calcular as freqüências inferior e
superior dos filtros passa altas e passa
baixas, respectivamente, de forma a
definir a banda passante para o sinal
desejado.

Filtro rejeita banda (band-stop)


Utilizando uma estrutura subtratora, podemos construir um filtro que rejeite uma
banda específica, apenas somando os sinais provenientes dos filtros passa baixas e passa
altas, conforme circuito abaixo.
Como resultado, teremos uma inversão do gráfico, obtendo desta forma um
comportamento de rejeição de banda.

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Neste caso, as amplitudes recebidas dos filtros pelo circuito somador serão
somadas conforme equação abaixo:
⎛R R ⎞
Vo = −⎜⎜ 3 ⋅ VLP + 3 ⋅ VHP ⎟⎟
⎝ R1 R2 ⎠

Exercícios
1) Considerando o filtro abaixo, determine o que se pede:

a. Tipo e ordem
b. Freqüência de corte
c. Curva de resposta
d. Ganho em 3KHz

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2) Considerando o filtro abaixo, calcule a freqüência de corte e o ganho em
60Hz:

3) Considerando o filtro abaixo, determine:

a. Tipo e ordem
b. Freqüência de corte
c. Curva de resposta
d. Ganho a 100Khz
e. Atenuação a 20KHz
f. Fator Q do filtro

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4) Considerando o filtro abaixo, determine o que se pede:

a. Tipo e ordem
b. Freqüência de corte
c. Curva de resposta
d. Atenuação a 100KHz
e. Fator Q do filtro

5) Para o circuito do filtro abaixo, determine:

a) Freqüência de corte superior e inferior


b) Fator Q do filtro
c) Curva de resposta

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6) Para o circuito do filtro abaixo, determine:

a) Freqüência de corte superior e inferior


b) Fator Q do filtro
c) Curva de resposta

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