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Metaplasmo por Assimilação na Oralidade da Língua

Portuguesa do Brasil1

Jadeir Sebastião de Souza2

RESUMO: Este trabalho busca explicitar o fenômeno da assimilação na oralidade da língua


portuguesa do Brasil, bem como entender seu funcionamento no que se refere à articulação
fonológica como um processo natural da evolução histórica de qualquer língua. Constará de
momentos de análise sincrônica tanto quanto diacrônica, procurando sempre deixar claro que
as alterações sofridas pela língua brasileira, não são “erros”, mas o efeito da força de
tendências naturais que modificam os sons, num processo fonológico que visa o menor
esforço, conforme Ferdinand de Saussure. Concomitante ao desvendamento do processo de
transformação da língua, pretende evidenciar que a unidade lingüística não passa de um mito,
no qual uma minoria se apóia para discriminar a grande maioria falante da língua, numa
demonstração clara de preconceito lingüístico.

Palavras Chave: Explicitar. Assimilação. Preconceito.

ABSTRACT: This work search to explain the phenomenon of the assimilation in the orality of
the Portuguese language of Brazil, as well as understanding its functioning as for the
phonological joint as a natural process of the historical evolution of any language. It will consist
in such a way of moments of synchronous analysis how much diachronic, looking for always to
leave clearly that the alterations suffered for the Brazilian language, are not “errors”, but the
effect of the force of natural trends that modify the sounds, in a phonological process that the
lesser effort aims at, as Ferdinand de Saussure. Concomitant to the briefing of the process of
transformation of the language, it intends to evidence that the linguistic unit does not pass of a
myth, in which a minority to support if to discriminate the great majority user of the language of
the language, in a clear demonstration of linguistic preconception.

Key-Words: To explain. Assimilation. Preconception.

INTRODUÇÃO

Sabido é, que a língua portuguesa do Brasil é dualista, como


nenhuma outra da mesma origem, talvez devido à amplitude de seu campo
semântico e sintático/morfológico, permitindo ao falante a execução de
inúmeras variações, tanto na pronúncia quanto na grafia, uma vez que a língua

1
Metaplasmo por assimilação na Oralidade da Língua Portuguesa do Brasil - Artigo elaborado
como requisito de conclusão do curso de Pós-Graduação em Didática e Metodologia do Ensino
Superior ministrado pelo Centro de Pós-Graduação da Faculdade de Informática de Ouro Preto
do Oeste – UNIOURO/RO.
2
O autor e´ licenciado em Letras/língua portuguesa pela Universidade Federal de Rondônia –
UNIR.
falada, em muito se difere da escrita, principalmente no aspecto
fonético/fonológico, proporcionando um vasto campo para a pesquisa e
elucidação dos variados fenômenos que a constituem.

O universo da lingüística é um dos mais férteis, no que se refere à


pesquisa, seja ela de cunho fonético/fonológico, semântico ou
sintático/morfológico, e a língua brasileira é um frutífero campo para que nele,
as pesquisas certamente floresçam.

A partir dos pressupostos das teorias lingüísticas, entender os


fenômenos ocorrentes em uma determinada língua, é ocupação não só do
lingüista, mas também do professor/pesquisador que se sente impelido para o
desvendamento de questões ainda não completamente esclarecidas, no que
diz respeito à sua área de atuação, essencialmente àquele graduado na área
das letras.

Na intenção de entender e explicitar a ocorrência das variações


estruturais, morfológicas e fonológicas da língua materna, neste caso,
metaplasmo por assimilação, elaborou-se este texto, a fim de se esclarecer
questões ainda obscuras, e constatar, que a alteração ocorrida na língua falada
do português do Brasil, é um processo que se dá involuntariamente, mesmo
que histórico; por meio da lei do menor esforço da parte do falante e, que é
apenas mais um elemento de dicotomização da língua.
Somando-se ao que já foi exposto, faz-se uma breve análise
histórica das alterações na língua, na tentativa de mostrar que não existem
“erros” em sua pronúncia, mas apenas alterações naturais por que toda língua
passa em sua evolução, atendendo às necessidades intrínsecas de seus
usuários. Alterações essas, que podem ser chamadas de “variações”, mas
nunca de “erro”, já que na segunda hipótese, na maioria das vezes, é fruto do
preconceito de uma minoria elitizada, que se acha detentora do domínio total
de uma norma culta, vale dizer, um tanto ultrapassada, mas que incorrem nas
mesmas “falhas” da maioria iletrada, pois inerente à vontade do falante, a
língua muda numa velocidade muito superior à escrita, que estabelece as
normas cultas, e este mesmo defensor destas normas, não se percebe, ou não
se admite, mesmo que inconscientemente, como usuário das mesmas em sua
oralidade, já que é uma tendência natural.

A extensão demográfica do Brasil, somada à sua imensa variedade


cultural - fruto da magnífica miscigenação ocorrida desde os primórdios da
colonização – explicam, ou pelo menos nos dá um ponto de partida para
entendermos melhor a diversidade de dialetos e variações executadas na fala do
português brasileiro, que em muito e há muito tempo já se distanciou de sua
origem, o português de Portugal. Como disse Pero Vaz de Caminha em sua
carta ao rei de Portugal, na época da “descoberta”, “Nesta, terra, em se
plantando, tudo dá”, se referindo à riqueza do solo brasileiro; realmente, a língua
aqui “plantada” pelos colonizadores, frutificou e produziu, não só uma, mas uma
variedade de outras línguas, mescladas com as já aqui existentes, nativas,
germinando nas diferentes regiões deste país de dimensões continentais, e
como não poderia deixar de ser, criando uma nova língua oficial, o português do
Brasil; o que não quer dizer que esta “língua oficial” seja única, uniformizada,
pelo contrário, mas com certeza, como se disse antes, bem distante do
português de Portugal.

No século passado, por volta de 1920, essa sensação de se firmar


e afirmar uma língua nacional, sem tanta influência da cultura européia; com sua
própria identidade, faz efervescer na mente dos artistas contemporâneos, a
necessidade de uma linha de produção artística que confrontasse radicalmente a
imposição das regras até então vigentes, emanadas daquele continente e toda
sua tradição cultural. Nasce assim, o movimento modernista que vai desmantelar
os paradigmas literários, alem de outros3, que estavam arraigados até então, na
mente dos artistas, em especial dos escritores puristas, adeptos do
parnasianismo, da arte pela arte, da linguagem pura, e defensores aguerridos da
norma culta, a qual era para eles a única forma de expressão aceitável, porém
inacessível à grande maioria do povo. Olavo Bilac, o poeta maior do
parnasianismo4, escreve em seu belo poema soneto “Língua portuguesa”:
“Ultima flor do Lácio, inculta e bela,...” “Amo-te assim, desconhecida e
obscura,...”, “Amo-te, ó rude e doloroso idioma,...”, como se quisesse descrever
a língua como algo difícil de dominar, em contradição ao seu credo de que a
língua portuguesa deveria ser pura e polida, num paradoxo entre o que prega e o
que deixa subentendido ao escrever. Esta visão polêmica e conservadora a
respeito da língua portuguesa do Brasil, de que ela é difícil de dominar, de que
somente alguns privilegiados possuem este “dom”, tem um fundo sócio-político
marcante desde o início da preocupação em se produzir uma literatura
genuinamente brasileira5, e é através desta visão, que muitos conservadores,
puristas modernizados e informatizados, se escudam para tentar se manter no
“cume da sabedoria” e com isso, ditar normas de como deve ser a língua,
principalmente a escrita.

Apesar da vã tentativa de manter a língua estagnada, por parte de


alguns desses gramáticos, ela flui, se modifica como organismo vivo que é e
como qualquer outra língua “viva”, sendo estas mudanças uma das mais fortes
manifestações dos falantes de um determinado idioma, que buscam sua melhor
forma de expressão, sem se ocuparem em prescrever fórmulas e regras de

3
O modernismo teve fortíssima influência, principalmente nas artes plásticas, arquitetura e escultura.

4
Olavo Bilac, além de poeta parnasiano, cronista, contista, conferencista e autor de livros didáticos,
deixou também na imprensa do tempo do Império e dos primeiros anos da República vasta colaboração
humorística e satírica, assinada com os mais variados pseudônimos, entre os quais os de Fantásio, Puck,
Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc., assinando, em outras vezes, o seu próprio nome.
5
A tentativa de produção de uma literatura genuinamente brasileira surge na primeira fase do
romantismo, mas só vai ganhar força e realmente se firmar com o movimento modernista, que tem seu
inicio por volta de 1920.
conduta ou pronúncia, que venham comprometer a fluência natural do bem
sócio-cultural mais precioso de um povo, que é a língua materna na sua mais
livre expressão.

Mesmo com todo o progresso obtido nas pesquisas da ciência da


língua – lingüística – ainda são constantes as discussões acerca do que é língua
padrão e língua não-padrão, o que é certo ou errado, e não são poucas as vezes
que se percebe preconceitos por parte dos que conhecem a norma culta em
relação aos que não tiveram a oportunidade de aprendê-la, se é que alguém é
capaz de dominá-la em todos os aspectos. Essa questão é de certa forma,
universal e remota, visto que todas as línguas, inclusive as de onde se
originaram as atuais; como o próprio latin, no caso, especifico da língua
portuguesa; apresentarem essa dicotomia entre o que é considerado certo e
errado em termos lingüísticos. (FAZER CITAÇÃO DE UM AUTOR, A EXEMPLO
DE SÍRIO POSSENTE, JOÃO WANDERLEY, MARCOS BAGNO ETC.)

Partindo dessas considerações, pode-se facilmente perceber que


as mudanças são tendências naturais das línguas, que já aconteceram há
séculos, e que as mesmas, com o decorrer do tempo, tornaram se cada vez
mais diferentes, por exemplo, o latim clássico e o vulgar, e não poderiam deixar
de acontecer também na atualidade. Apesar de serem fenômenos condenados
por alguns gramáticos conservadores, não há como negar que esses eles
ocorrem continuamente, e que, provavelmente, daqui a alguns anos, resultará
em uma língua diferente da considerada padrão hoje.

Estes fenômenos, que provocam modificações na estrutura das


palavras, sem que elas percam sua identidade semântica, recebem o nome de
metaplasmos que segundo Othero6, são “alterações (queda, acréscimo ou
modificações de fonemas) por que as palavras passam em sua evolução [...].

6
Essas alterações [...] são apenas fonéticas, já que as palavras conservam seu
significado mantendo um mesmo campo semântico”. (ano, p. tal) Essas
alterações fonéticas, às vezes são motivo de deboche por parte de quem tem
certo domínio da variedade padrão, mas ocorrem naturalmente, como fenômeno
sincrônico, não só na língua portuguesa, mas em qualquer outra e estão
presentes em toda a história das línguas, sendo elas, a força motriz responsável
pela forma atual de várias palavras da norma padrão, fato que parece ser
ignorado pelos puristas gramaticais, podendo ser estudadas tanto sincrônica
quanto diacronicamente.

Uma dessas alterações, das mais freqüentes na oralidade da


língua portuguesa do Brasil, senão de todas as línguas, recebe o nome
científico de assimilação, e consiste num fenômeno natural de articulação
fonética, onde o falante busca realizar o menor esforço, suprimindo a pronuncia
de uma ou mais letras ao pronunciar determinadas silabas 7, em função de sua
proximidade de articulação.

Conforme Saussure (ano, p.172), nestes casos “fez-se intervir a


lei do menor esforço, que substituiria duas articulações por uma só, ou uma
articulação difícil por outra mais cômoda. [...]”. Esse tipo de alteração é comum
na oralidade do brasileiro, não só dos que preconceituosamente são chamados
“matutos”, “caipiras”, mas também dos falantes da variedade culta, em
ambientes descontraídos e informais. A título de exemplo da assimilação, entre
os inúmeros que existem, usaremos um poema de Oswald de Andrade, que
retrata bem essa transformação.

Gabriel de Ávila Othero é mestre e doutorando em lingüística aplicada pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS e autor dos livros A língua portuguesa nas salas de b@te-p@po
e Introdução ao português histórico, entre outros.
7
Não confundir silaba com fonema.Silaba é o som ou conjunto de sons que se pronunciam numa só
emissão de voz, composta por determinados signos gráficos. Fonema é a menor unidade sonora de uma
língua ou dialeto, possível de articulação pelo aparelho fonador.
Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio


Para melhor dizem mio
Para pior pio
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhado.

Tomaremos aqui como base de comparação, o texto da novela sócio-


linguistica de Bagno (ano), sob o título “A língua de Eulália”; onde realiza, de
modo agradável e sugestivo, profundo exame e elucidação do fenômeno da
assimilação; no primeiro caso, assim como nos outros, a construção de “mio”
para milho, obedece religiosamente à lei do menor esforço, que é a assimilação
do som de /lh/ palatal para a semivogal /i/, cujo som é produzido muito próximo
ao palato8; no segundo caso ocorre a mesma situação, com a diferença de que
há também a supressão do /e/, ocorrendo a monotongação9 da nova forma:
melhor > meior > mio (ó) a tonicidade só vai surgir na oralidade, além da
supressão do /r/ final, sob a influência de um outro fenômeno chamado
cientificamente de apócope10, comum na pronúncia da forma nominal dos
verbos no infinitivo e substantivos que têm pronúncia com /r/ glotal no
português brasileiro ; os dois casos seguintes, telha > teia – pior > pio( ó ), se
assemelham aos anteriores, na mesma ordem, exceto porque na evolução de
pior > pio ( ó ), não ocorre monotongação.

Percebe-se no poema, escrito já há quase um século, que o poeta


faz uma afirmação dedutiva sobre o que aconteceria com língua, como se nota

8
Palato é o nome oficial do que popularmente se diz “céu da boca”.

9
O ditongo é reunião de duas vogais que se pronunciam em uma só emissão de voz e pertencem a uma
só silaba, a monotongação é a eliminação da semivogal, transformando-se em um hiato.
10
Apócope - Metaplasmo que consiste na supressão de letra ou silaba no final de palavra.
no ultimo verso “E vão fazendo telhado.”, como se prenunciasse as
transformações por que a língua passaria no futuro, já que este “fazer telhado”
pode significar o uso natural da língua e suas conseqüentes mudanças.

Em seu livro, Bagno (ano) mostra diacronicamente, como as


alterações que ocorrem hoje, já ocorreram no passado como é o caso de
paucu- e lauru- do latim, que através da assimilação se transformaram em
“pouco” e “louro”, e que agora, novamente por força da assimilação, estão se
transformando em “pôco” e “lôro”, representados: paucu > pouco > poco – lauru
> louro > loro, quando ocorre a monotongação, fato observável também na
oralidade de falantes tidos com cultos em conversa informais. A explicação vem
do próprio Bagno para o uso das formas assimiladas. Segundo ele, através da
voz da personagem, a eficientíssima professora aposentada Irene,

Os livros didáticos e as gramáticas insistem em dizer, até hoje, que,


nas palavras pouco, roupa, louro, existem “ditongos”, isto é, um
“encontro vocálico” em que as duas vogais são pronunciadas. Mas
isso não acontece mais no português do Brasil, nem no de Portugal.
Há muito tempo que o que se escreve ou é pronunciado o. [...]
(...) Este é um fenômeno que ocorre tanto no português –padrão do
Brasil quanto no não-padrão. (BAGNO, ano, p. tal)

A assimilação é uma força muito ativa na língua e ocorre em


inúmeras situações, e no caso do ditongo EI, como em “queijo” e “ameixa” ao
sofrerem a monotongação, ocorre uma particularidade, consoante o mesmo
autor, a assimilação aproveita o caráter palatal da semivogal /i/ e das
consoantes /j/ e /x/ para reuni-las num único som. Assim, o que acontece não é
exatamente a redução do ditongo EI em E, mas a redução de – IJ – e – IX - em
– J - e –X-.
Bagno (ano), ainda se referindo ao ditongo EI, desta vez
antecedendo a consoante R, mostra que esta letra apesar da articulação palatal,
só que na parte anterior do palato, entre o alvéolo e os dentes, não tem a
mesma qualidade de som do J ou X, mas também ele sofre a mesma ação da
assimilação em palavras como : cordeiro > cordero ou em peixeiro > pexero,
neste último caso, ocorrendo as duas situações simultaneamente e etc.
É comum ouvirmos a forma nominal do gerúndio sendo
pronunciada sem o som do /d/ tal como “falano” “bebeno” “partino” entre outras,
é que as consoantes /n/ e /d/ , pertencem a uma mesma zona de articulação
chamada dental, e de acordo com Bagno “é preciso que a ponta da língua 11 ou a
porção dianteira da língua entre em contato com os alvéolos dos dentes
incisivos superiores”, então, mais uma vez a assimilação entra em cena, e por
serem sons produzidos na mesma zona de articulação, o /n/ exerçe uma
influência sobre o /d/: nd > nn > n, transformando-o e assimilando-o. Tal
transformação vai acontecer também com o advérbio quando , que passa pelo
mesmo processo, sendo pronunciado “quano”, sendo que em algumas situações
já acontece de se encontrar as palavras grafadas desta forma.

Como se pode perceber nesta breve análise, a língua, como já se


disse anteriormente, é um organismo vivo, que se modifica, se regenera,
renasce; e com certeza sofre influências tanto internas quanto externas, sendo
as primeiras de ordem estrutural, fonológica e ou psicológica, e as segundas,
de ordem política, geográfica, social e ou histórica; o fato é, que como
patrimônio de um povo, a língua é fator decisivo para sua identidade cultural e
não pode se furtar às investidas naturais das modificações em sua estrutura de
modo geral, impostas no decurso da história por sua própria natureza de coisa
viva, assim como seus usuários. A essas alterações, cabe à lingüística
investigar e deslindar seus liames, pois segundo Jakobson (ano, p.34),

A Lingüística interessa-se pela linguagem em todos os seus


aspectos – pela linguagem em ato, pela linguagem em evolução²,

11
O nome cientifico da ponta da língua é ápice e da porção dianteira (um pouco mais cheia), o nome de
pré-dorso.
pela linguagem em estado nascente. Pela linguagem em
dissolução.

Para Saussure,

[...] cumpre mencionar as relações existentes entre a língua e a


historia política. Grandes acontecimentos históricos, como a
conquista romana, tiveram importância incalculável no tocante a
inúmeros fatos lingüísticos. ...

A historia das conquistas sempre foi relacionada com a


imposição da cultura do conquistador sobre o conquistado, que começava
exatamente pela língua, de certa forma tentando anular a língua do vencido
e impor sua supremacia através de uma unidade lingüística, que era e é, por
assim dizer, algo inalcançável. Na língua portuguesa do Brasil essa unidade
é ainda idealizada por uma minoria carregada de preconceito lingüístico12,
para citar Bagno novamente, que não percebe a língua tal qual ela é, um
organismo sempre em mutação ou (re)inovação, e ainda tenta tachar de
erro, fenômenos tão naturais como a assimilação dos sons e outros, ativos e
eficazes no processo de mudanças e que atendem às tendências naturais
de sua evolução.

CONCLUSÃO:

É preciso que se revejam conceitos e que se comece a trilhar um novo


caminho, não na direção da unidade, mas sim, da aceitação das diferenças,
que hoje podem parecer estranhas, haja vista, que futuramente,
seguramente, estarão dando lugar a outras, pois o que é vivo, está
suscetível de amanhã não ser mais o mesmo, e a língua falada, seja ela
qual for, assim o é.

12
Referência feita ao livro do Lingüista e tradutor Marcos Bagno - Preconceito lingüístico – o que é, como se faz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BAGNO, Marcos. A língua de Eulália. Novela Sociolingüística. 11 ed. - São


Paulo: Contexto, 2001.

BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. Ed.


Loyola, 1999.

JAKOBSON, Roman. Lingüística e Comunicação. Tradução de Izidoro


Blikstein e José Paulo Paes. Ed. 20 – São Paulo: Cultrix, 2005.

OTHRERO, Gabriel de Ávila. Introdução ao português histórico. São


Leopoldo: COOPRAC, 2000.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. Organizado por


Charles Bally, Albert Sechehaye; com a colaboração de Albert Riedlinger;
prefácio da edição brasileira Isaac Nicolau Salum; Tradução de Antonio Chelini,
José Paulo Paes, Izidoro Blikstein.-27. Ed – São Paulo: Cultrix, 2006.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Lingüística. São Paulo: Brasiliense, 2006


(Coleção primeiros passos: 184).
Material da Internet
SANTOS, ANGELA KROETZ DOS; CAMPANI, DAIANA. Entre o latin clássico
e o português dos nossos dias: as ricas variações de uma língua em constante
mudança.Disponívelem::www.unisinos.br/cursos/graduacao/letras/entrelinhas
Acesso em: 29 maio de 2007.

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