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A história da humanidade constitui-se como uma mancha

formada por um líquido qualquer que se derrama por uma


superficie plana: não tem direção, espalha-se sem sentido
para todos os lados. No entanto, procura-se sempre a
direção futura da nossa raça e as forças que a impulsionam,
seu passado fundante e seu futuro redentor. O paraíso
reconstruído é a promessa constante.

Em seu artigo, "Nietzsche, a genealogia e a história" (In.


MICROFÍSICA DO PODER), Michel Foucault faz uma breve
análise dos conceitos genealógicos desenvolvidos por
Friedrich Nietzsche no século XIX, e mostra que o Ocidente
inventa a história, por ele chamada de ascética, para
encontrar no passado o momento fundante de sua unidade, de
sua identidade. Uma Europa necessitada de um povo coeso,
envolvida no caldo das lutas nacionalistas, vai buscar, e
não encontrando inventa, o elemento ordenador que trará
tranqüilidade existencial aos seus povos. E é neste momento
que emerge o ideal ascético do historiador que, como
escreve Foucault, deveria "imitar a morte para entrar no
reino dos mortos"; ideal ascético que vem acompanhado pelo
discurso científico que dá à história a "objetividade" e o
título de ciência que reconstrói a "verdade". O historiador
não fala e não sente, apenas percebe o ocorrido e o narra,
"inocente", presenteando a humanidade com suas raízes.

Esta forma de historiar, tradicional, insere-se na


mentalidade própria do momento em que emerge, que é marcado
pela modernidade. O pensamento moderno é linear e
teleológico: indica um princípio, um desenvolvimento, um
fim último, um ponto de chegada, o ápice da realização
humana. Tal pensamento, o da modernidade, permite a
constituição de um saber histórico que trará um sentimento
de segurança aos sujeitos humanos: conhecemos as nossas
raízes, o solo em que pisamos, para onde vamos e o que
queremos fazer; inventamos a tradição e nos agarramos a ela
com todas as nossas forças. E este, então, o discurso da
"história moderna", e ao qual se opõe a genealogia, que
identifica no acontecimento, na emergência do novo, a regra
da dispersão, a heterogeneidade, permitida pelos conflitos
existentes naquela realidade. A genealogia não é a
história, mas faz uso dela para identificar o
"acontecimento" e a dispersão de forças que se encontram
presentes no momento da "emergência do acontecimento". Mas
assim como a genealogia faz uso da história, pode-se dizer
que a história se apropria dos elementos genealógicos,
inserindo-se em uma estrutura de pensamento diferente da
moderna, em uma estrutura de pensamento que chamaremos de
pós-moderna.
Falar em pensamento pós-moderno, ou em pós-modernidade, é
enveredar por uma temática cujos conceitos ainda não estão
bem definidos, o que gera muitos conflitos e deturpações do
termo. Como não é objetivo deste discutir a pós-modernidade
propriamente dita, coloca-se apenas que o pensamento pós-
moderno é aqui compreendido como aquele que se opõe à
proposta da modernidade acima apresentada. Portanto, falar
em "história pós-moderna" é falar de um saber histórico
organizado, mas não fechado, que rompe com a proposta
linear de história; um saber que passa a trabalhar com
conceitos como os de descontinuidade, ruptura,
subjetividade. É fazer uso do saber histórico não no
sentido de compor grandes unidades nas quais os indivíduos
possam se reconhecer, mas no sentido de

encontrar a heterogeneidade, a luta entre as forças que


surgem de todos os lados e que constituem novos
acontecimentos. É questionar a tradição, a origem e o
devir. E é neste sentido que Michel Foucault fala em
"história efetiva", apropriando-se ainda dos conceitos
nietzscheanos, que é justamente aquela que trabalha a
descontinuidade e a visão nãototalizante, compreendendo que
"as forças que se encontram em jogo na história não
obedecem nem a uma destinação, nem a uma mecânica, mas ao
acaso da luta".

É esta uma nova forma de olhar o objeto a ser estudado e


historiografado, um olhar que procura a profundidade e não
mais a continuidade nas "leis do devir".

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