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DISCIPLINA:

CONTABILIDADE
GERAL
AULA 1

Prof.ª Edicreia Andrade dos Santos


CONVERSA INICIAL
Olá! Diante do atual cenário econômico, a contabilidade, por intermédio
do estudo do patrimônio, mostra-se uma ferramenta essencial para a tomada de
decisões. Ela fornece informações tanto para os usuários internos da empresa –
como para funcionários e diretores, quanto para os usuários externos – governo,
fornecedores e acionistas.
É com base nos relatórios fornecidos pela contabilidade que são tomadas
decisões nas empresas, pois esse setor é responsável pelo registro e pela
apuração dos resultados de um determinado período.
O objetivo desta aula é apresentar aspectos introdutórios a respeito das
práticas contábeis aplicadas às empresas, para possibilitar a compreensão dos
fundamentos básicos da contabilidade com vistas à estruturação do
conhecimento que envolve a escrituração contábil, e com a finalidade de
desenvolver a capacitação prática por meio da aplicação dos métodos e da
utilização dos livros contábeis específicos para o registro contábil. Desta
maneira, serão estudados conceitos como ativo, passivo, patrimônio líquido,
diferenças entre contas patrimoniais e de resultado, estrutura dos razonetes e
sua aplicabilidade. Além disso, discutiremos a respeito do plano de contas e o
balancete de verificação.

CONTEXTUALIZANDO
Abordaremos alguns temas importantes, os quais você confere a seguir:
1. Conceito, tipos de contas: contas patrimoniais e de resultado, situação
das contas, saldo de uma conta; compreensão dos principais conceitos
relacionados ao estudo do patrimônio.
2. Razonete, estrutura e funcionamento das contas; aplicar os principais
conceitos da contabilidade na escrituração contábil.
3. Contas de resultado, contas de compensação; compreender os principais
conceitos relacionados ao estudo do resultado.
4. Planos de contas: conceito, tipos de contas, situação das contas, saldo de
uma conta; desenvolver a capacitação teórica e prática do plano de
contas.

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5. Balancete de verificação: desenvolver a capacitação teórica e prática do
balancete de verificação.

A contabilidade surgiu da necessidade de controlar as posses e riquezas,


ou seja, o patrimônio. Atualmente, ela tem aplicabilidade tanto para pessoas
físicas quanto jurídicas, com e sem finalidades lucrativas.
No entanto, para se alcançar tamanha importância, a contabilidade
passou por diversos processos de modificação e adaptação, o que culminou com
a indiscutível importância dessa ciência para o mundo dos negócios, pois, por
intermédio das técnicas da contabilidade, controla-se quanto uma empresa tem
a receber e a pagar, qual é o valor de seus bens e todas as variações ocorridas
no patrimônio durante determinado período.
Isso satisfaz as necessidades de diversos usuários, como pessoas físicas
(para controlar as finanças pessoais), governo (para controlar do recolhimento
de tributos), bancos (para assegurar investimentos), acionistas (para assegurar
rentabilidade) e diretores (para auxiliar na tomada de decisões).
Logo, entende-se que a contabilidade, mediante o estudo do patrimônio
das entidades e suas mutações, objetiva fornecer aos usuários – internos e
externos – informações que possam ajudá-los na tomada de decisão.

TEMA 1 – CONCEITO E TIPOS DE CONTAS: CONTAS PATRIMONIAIS E DE


RESULTADO, SITUAÇÃO DAS CONTAS, SALDO DE UMA CONTA
Conforme estatísticas, quase 50% das empresas fecham as portas no
primeiro ano de atuação, pois lhes falta controle e planejamento. Isso pode ser
suprido por meio do instrumento da contabilidade. Ela auxilia na tomada de
decisão, visto que o objetivo é registrar, planejar, acompanhar, resumir, analisar,
interpretar e controlar todas as situações que afetem o patrimônio das empresas
(Oliveira; Moreira, 2012).
Diante desse objetivo, a contabilidade estuda as mutações do patrimônio
e suas implicações para a tomada de decisão. Com isso, define-se patrimônio
como o objeto da contabilidade. Essa área, portanto, torna-se indispensável para
as empresas, com a finalidade de realizar transações com bancos, fornecedores
ou órgãos governamentais ou para a inserção no mercado de ações.
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Como já definimos, o objeto da contabilidade é o patrimônio, ou seja, um
conjunto que compreende bens, direitos e obrigações de uma empresa. Em
síntese, são os elementos necessários para a existência da empresa. Conforme
Bächtold (2011, p. 173), bens “são os elementos que podem ser avaliados
monetariamente e podem ser destinados para uso, troca ou venda”. Como
exemplos podemos citar: carros, máquinas, terrenos, entre outros.
Vale ressaltar algumas classificações importantes que são utilizadas na
contabilidade. Por exemplo, existem os bens permanentes e os bens de
consumo. Estes, por exemplo, serão consumidos em um curto período de tempo,
como material de expediente. Aqueles, são utilizados pela empresa a longo
prazo, como um carro.
Outra classificação existente é entre bens móveis (máquinas) e imóveis
(terrenos) ou bens tangíveis (carros, máquinas) e intangíveis (marca, direitos
autorais). Dessa forma, o patrimônio da empresa pode ser composto por cinco
carros, trinta máquinas e um edifício, por exemplo.
Bächtold (2011, p. 174) define direitos como “bens (ou o seu equivalente)
em recursos financeiros de propriedade da empresa, que se encontram
momentaneamente em poder de terceiros”. Exemplos de direitos são:
promissórias a receber, caderneta de poupança e duplicatas a receber.
Outro elemento do conceito de patrimônio são as obrigações. Elas são as
responsabilidades de realização de pagamentos por bens adquiridos ou dívidas.
Na contabilidade, atribui-se a nomenclatura “exigível” para as obrigações, pois
se exige que a empresa realize o pagamento de determinada dívida. Alguns
exemplos de obrigações são os salários, fornecedores e impostos a pagar.
Conhecidos os conceitos de bens, direitos e obrigações, agora iremos
estudar a respeito dos conceitos de ativo, passivo e patrimônio líquido.
Simplificadamente, ativo são os bens e direitos de uma empresa, como caixa,
bancos, imóveis, veículos, equipamentos, contas a receber etc.
Conforme definição do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 00,
o ativo “é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para
a entidade”. Por convenção, todos os elementos do ativo devem ser
apresentados no lado esquerdo do balanço patrimonial.

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Já o passivo abrange as obrigações com terceiros de uma empresa, por
exemplo, contas a pagar, financiamentos a pagar, impostos a pagar etc.
Conforme o CPC 00, “passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada
de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de
recursos capazes de gerar benefícios econômicos”. Em oposição ao ativo, as
contas do passivo serão apresentadas ao lado direito do balanço patrimonial.
O patrimônio líquido é resultado de os bens mais os direitos, menos as
obrigações, ou seja, ativo menos o valor do passivo. O patrimônio líquido pode
ser constituído por investimentos dos sócios (mediante compra de ações, por
exemplo) e lucros do período. Assim como o passivo, os elementos do
patrimônio líquido são apresentados no lado direito do balanço patrimonial.
Sintetizando:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

Esses elementos – ativo, passivo e patrimônio – compõem o balanço


patrimonial de uma empresa, que representa a situação patrimonial em
determinado instante. Ele pode ser compreendido como uma fotografia da
empresa em um determinado tempo. Aplicando esses conceitos, tem-se o
seguinte exemplo da estrutura de um balanço patrimonial.

Quadro 1 – Estrutura de um balanço patrimonial


Alfenas S.A.
Balanço patrimonial em 31-1-20X1
Ativo Passivo e patrimônio líquido
Caixa 1.000 Passivo
Bancos 800 Contas a pagar 3.500
Contas a receber 3.000 Fornecedores 1.800
Estoque de materiais 3.000 Patrimônio líquido
Terrenos 1.700 Capital 4.000
Veículos 500 Lucros acumulados 700
Total 10.000 Total 10.000
Fonte: Iudicibus, 2010.

Conforme o exemplo anterior, é necessário descobrir se o caixa é


classificado como ativo ou passivo. Além disso, é necessário evidenciar se esse
elemento é positivo ou negativo, com a finalidade de encontrar o saldo
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patrimonial. Conforme Bächtold (2011), isso é necessário para que as contas
não sejam lançadas simplesmente de forma aleatória na contabilidade,
necessitando-se de uma padronização.
Por isso, após a realização de cada operação da empresa (por exemplo,
compra de mercadorias) seria necessário elaborar um balanço no intuito de
verificar a igualdade da equação do patrimônio (Ativo = Passivo + Patrimônio
Líquido). Porém, existe certo grau de dificuldade e aplicabilidade, tornando-se
bastante oneroso (Iudicibus; Marion, 2010). Então, as operações (seus
aumentos ou suas diminuições) são registrados em contas.
Ribeiro (2009), comenta: conta é um nome técnico dado aos bens, direitos
e obrigações, receitas e despesas. Antigamente, as contas eram registradas em
fichas e livros. Atualmente, são registradas no computador, de acordo com suas
características. Os registros são agrupados conforme natureza. Por exemplo, se
a empresa recebe dinheiro, esse evento é registrado na conta caixa, ou seja,
aquela que pertence ao ativo, mas se a empresa for pagar algo, será registrada
a saída do dinheiro na conta caixa. Sendo assim, os itens do ativo, do passivo e
do patrimônio líquido serão registrados em contas individualizadas, as quais
posteriormente serão registradas no balanço patrimonial, conforme o grupo a
que pertencem.
Nesse sentido, temos as contas patrimoniais e as contas de resultado. Os
elementos vistos até o momento (caixa, contas a receber, salários a pagar,
lucros) representam as contas patrimoniais, pois são originárias do balanço
patrimonial. Assim, as contas de resultado são representadas pelas receitas e
despesas que no fim do exercício apontarão o resultado, que pode ser positivo
(lucro) ou negativo (prejuízo). Os conceitos de receitas e despesas serão
introduzidos no Tema 3.
Mediante a realização do seguinte cálculo: soma de bens e direitos e
subtração das obrigações, encontra-se a situação patrimonial de uma empresa.
A situação pode ser positiva, negativa ou nula. Na situação patrimonial positiva,
o total de elementos do ativo supera o total de elementos do passivo. Porém,
quando o total de elementos do passivo supera o total de elementos do ativo,
tem-se uma situação patrimonial negativa. É também conhecido como passivo a
descoberto e ocorre quando as obrigações são maiores que os bens e direitos.

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Logo, a empresa não consegue cumprir (honrar) as obrigações com terceiros. Já
a situação patrimonial nula ocorre quando o conjunto de bens e direitos é igual
às obrigações.
No quadro 2 a seguir, sintetizamos essas ideias.

Quadro 2 – Síntese de conceitos


Ativo (bens + direitos) > passivo (obrigações) Situação patrimonial positiva, ou seja, pl > 0

Ativo (bens + direitos) < passivo (obrigações) Situação patrimonial negativa, ou seja, pl < 0

Ativo (bens + direitos) = passivo (obrigações) Situação patrimonial nula, ou seja, pl = 0.

Outro conceito importante na contabilidade é a configuração do capital


que representa o patrimônio líquido, que é apresentado na forma dos seguintes
conceitos: capital nominal, capital próprio, capital de terceiros e capital total à
disposição da empresa.
O capital nominal representa o investimento inicial realizado pelos sócios
de uma empresa, ou seja, é o patrimônio líquido inicial da empresa. Esse capital
será alterado quando forem realizados investimentos adicionais, como aumento
de capital pelos sócios ou pela geração de lucros. Por exemplo: a empresa “Zac
S.A” foi constituída por dois sócios, com um capital integralizado de $ 200.000
(sendo $ 50.000 em máquinas e equipamentos). O balanço patrimonial será
assim representado.

Quadro 3 – Balanço patrimonial da empresa Zac S.A.


Zac S.A.
Balanço patrimonial em 31/12/201X
Ativo Passivo

Caixa 150.000

Máquinas e equipamentos 50.000 Patrimônio líquido

Capital social 200.000

Total 200.000 Total 200.000

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Outra forma é o capital próprio, que compreende o capital social inicial e
suas variações. Por exemplo, considera-se: no ano seguinte, a mesma empresa
apresentou um lucro de $ 30.000 provenientes de suas atividades. Logo, o
capital próprio da empresa seria de $ 200.000 mais o lucro, totalizando $
230.000, sendo que também haveria um incremento na conta caixa (ou até
mesmo nas contas a receber), no mesmo valor. Sendo a situação patrimonial da
empresa assim representada.

Quadro 4 – Balanço patrimonial da empresa Zac S.A.

Zac S.A.
Balanço patrimonial em 31/12/201X
Ativo Passivo

Caixa 180.000

Máquinas e Equipamentos 50.000 Patrimônio Liquido

Capital Social 200.000

Lucros 30.000

Total 230.000 Total 230.000

O capital de terceiros corresponde ao capital (utilizado de terceiros, ou


seja, não sócios) para financiar as atividades da empresa. Suponha que no
período seguinte a empresa tenha efetuado uma compra de mercadorias a prazo
no valor de 10.000. Isso entrará no estoque e gerará uma dívida.

Quadro 5 – Balanço patrimonial da empresa Zac S.A.

Zac S.A.
Balanço patrimonial em 31/12/201X
Ativo Passivo

Caixa 180.000 Fornecedores 10.000

Estoque 10.000 Patrimônio líquido

Máquinas e Equipamentos 50.000 Capital social 200.000

Lucros 30.000

Total 240.000 Total 240.000

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Dessa forma, o capital próprio será de $ 230.000 (capital social + lucros)
e o capital de terceiros será de $ 10.000 (Fornecedores).
Por fim, tem-se ainda o capital total à disposição, que consiste na soma
do capital próprio e capital de terceiros ($ 230.000 + $ 10.000). Diante disso é
possível salientar que o passivo mostra a origem de capital, ou seja, de onde a
empresa conseguiu os recursos que possui (capital próprio ou capital de
terceiros), enquanto que o ativo representa a aplicação do capital, ou seja, onde
os recursos foram aplicados (por exemplo: compra de máquinas e
equipamentos, estoque). Resumidamente:

Figura 1 – Resumo de conceitos

Ativo Passivo (obrigações)

(Bens e Direitos) Capital de Terceiros Origem


de
recursos
Patrimônio líquido
Aplicação de recursos
Capital próprio

TEMA 2 – RAZONETE, ESTRUTURA DAS CONTAS E FUNCIONAMENTO DAS


CONTAS

Conforme estudado anteriormente, a conta é um nome técnico atribuído


aos bens, direitos e obrigações, assim como para as receitas e despesas. Por
exemplo, o caixa, as contas a receber e as máquinas são algumas das contas
pertencentes ao ativo. Cada conta tem uma finalidade. Por exemplo, a conta
“caixa” representa o dinheiro, isto é, tanto os recebimentos quanto os
pagamentos.
Porém, antes de introduzirmos o conceito de razonete, faz-se necessária
a compreensão de outros conceitos. O primeiro deles é a distinção entre curto e
longo prazo, fundamental para a estrutura final do balanço patrimonial.
O curto prazo, na contabilidade, representa um período equivalente a um
ano; por sua vez o longo prazo representa um período superior a um ano.

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Figura 2 – Curto prazo e longo prazo

31-12-X1
31-12-X0
X1 X2

Curto prazo Longo prazo

Término do
exercício social

Fonte: Marion, 2009, p. 67.

Para tanto, utilizam-se os conceitos de circulante e não circulante na


contabilidade, sendo que o (ativo e passivo) circulante representam as
operações de curto prazo; o não circulante representa as contas de longo prazo.
Contudo, vale a observação de Marion (2009) acerca do conceito de curto
prazo estar relacionado ao ciclo operacional do negócio. Por exemplo, uma
empresa que fabrica navios de grande porte levará mais do que um ano para
concluir uma embarcação. Por esse motivo, o curto prazo não será equivalente
a um ano, será de três anos. Outro exemplo muito comum é aplicado à pecuária:
o período de nascimento de um bezerro até chegar à condição de boi gordo é
superior a um ano.
Voltando ao conceito de circulante e não circulante, tem-se uma
segregação para as contas de ativo e passivo. Por exemplo, no ativo circulante
são classificadas contas como disponível (caixa e banco), que são aquelas que
estão em poder da empresa, além de todos os outros valores que serão
convertidos em dinheiro no curto prazo, como duplicatas a receber e estoques.
No ativo não circulante são classificadas todas as contas que serão
transformadas em dinheiro a longo prazo. Por exemplo, um imóvel que a
empresa vendeu e irá receber em cinco anos. Este será classificado como um
realizável a longo prazo.
Além dessas contas, o ativo também é composto pelos investimentos
imobilizado e intangível, que são itens os quais dificilmente se transformarão em
dinheiro, pois não estão destinados à venda, e sim são meios de produção
utilizados para a obtenção de renda pela empresa. Os investimentos referem-se

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a participações societárias em outras empresas. O imobilizado é compreendido
pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da
empresa, como máquinas. Por fim, o intangível é aquele no qual se classificam
as marcas, patentes e softwares.
Da mesma forma que no ativo, no passivo também existe a segregação
em passivo circulante e passivo não circulante. O circulante engloba as dívidas
com terceiros que serão pagas no curto prazo, como salários, impostos a pagar
e dívidas com fornecedores de mercadorias. O não circulante, por sua vez, é
composto pelo exigível a longo prazo, que compreende as dívidas com
terceiros a serem pagas em um longo prazo, como financiamentos. Além disso,
no passivo temos o patrimônio líquido. Este, conforme estudamos, representa os
recursos aplicados pelos proprietários na empresa.
Sintetizando, a estrutura do Balanço Patrimonial é assim apresentada.

Quadro 6 – Estrutura do balanço patrimonial

Ativo Passivo e patrimônio líquido


Circulante Circulante
Não circulante Não circulante
Realizável a longo Prazo Exigível a longo prazo
Investimentos
Imobilizado Patrimônio líquido
Intangível

Agora que conhecemos a estrutura do Balanço Patrimonial, bem como o


agrupamento das contas conforme a sua natureza, é possível introduzir os
conceitos de razonete, débito e crédito.
Se a empresa recebe dinheiro, esse evento é registrado na conta caixa
que pertence ao ativo, mas se a empresa for pagar algo, será registrada uma
saída do dinheiro nessa mesma conta. Sendo assim, cada item será registrado
de forma individualizada para que posteriormente se elabore o balanço
patrimonial e as demais demonstrações contábeis. O modelo a seguir representa
uma forma de registro no livro-razão.

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Quadro 7 – Forma de registo no livro-razão

Nome da conta

Data Descrição da Débito Crédito Saldo


operação

Fonte: Iudicibus; Marion, 2010.

Atualmente, utilizam-se códigos que facilitam o registro, por exemplo, a


conta caixa tem o código 101; o item contas a receber tem o código 102
(conforme o plano de contas, que será estudado na sequência). Porém, para
simplificar esse processo, utiliza-se a representação gráfica “razonetes” ou
“contas em T”.

Caixa

Débito Crédito

Nesse razonete, registram-se todas as movimentações da conta “caixa”,


tanto de entrada, quanto de saída de dinheiro. Isso deve ser efetuado
individualmente. Para tanto, o lado esquerdo é chamado de débito; o direito, de
crédito. A diferença entre o total de débitos e créditos feitos em uma conta é
denominado saldo. Quando o valor dos créditos for superior ao dos débitos, o
saldo final da conta será credor. Visto que uma conta tem dois lados, eles podem
simbolizar tanto aumentos quanto diminuições, isso é determinado pela natureza
das contas.
As contas que compõem o ativo encontram-se no lado esquerdo do
balanço, por isso, as contas do ativo devem sempre apresentar saldo devedor.
Por exemplo, uma empresa efetuou uma venda ($ 1.000) e recebeu o pagamento
do cliente a vista. O lançamento na conta Ativo será o seguinte:

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Caixa

Débito (1.000)

Dessa forma conclui-se que quando qualquer conta do Ativo for


aumentada, será efetuado um débito na conta, e quando a conta do Ativo for
diminuída, será efetuado um crédito na conta. Por outro lado, as contas do
Passivo e do Patrimônio Líquido, aparecem no lado direito do balanço, logo,
possuem saldo credor. Dessa forma os aumentos de Passivo ou Patrimônio
Líquido são registrados no lado credor.

Contas do ativo Contas do passivo e PL

Débito Crédito Débito Crédito

Aumentos Diminuições Diminuições Aumentos

Diante disso, insere-se o método das partidas dobradas, considerando:


para o registro de qualquer transação, tem-se um débito em uma ou mais contas
e um crédito equivalente em uma ou mais contas. Assim, a soma dos valores
debitados tem de ser a mesma dos valores creditados. Por exemplo: três sócios
fundaram a empresa JIC S.A., integralizando no ato $ 50.000 em dinheiro.

Caixa Patrimônio líquido

50.000 50.000

Nesse caso, o caixa (débito) e o patrimônio líquido (crédito) foram


aumentados. Além dessa operação, a empresa decidiu comprar um terreno por
$ 8.000. Esse montante foi pago à vista.

Caixa Terreno

50.000 8.000 8.000

Saldo = 42.000

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Nesse caso, a conta caixa foi creditada (houve uma redução, pois foi
retirado dinheiro da empresa para efetuar a compra do terreno). A conta
Terrenos foi debitada (pois esse bem passou a fazer parte do ativo da empresa).
Na sequência, a empresa fez uma compra de materiais por $ 7.000 a prazo.

Estoque Contas a pagar

7.000 7.000

Adquiriu-se um novo ativo, debitando-se estoques. Com isso, a empresa


assumiu uma nova obrigação, creditando-se contas a pagar. Dessa forma, ao
fim do período, o balanço patrimonial da empresa JIC S.A. será apresentado da
seguinte forma.

Quadro 8 – Balanço patrimonial da empresa JIC S.A.

Ativo Passivo e patrimônio líquido


Circulante Circulante
Caixa 42.000 Contas a pagar 7.000
Estoque 7.000
Não circulante Não circulante
Realizável a longo prazo Exigível a longo prazo
Investimentos
Imobilizado
Terrenos 8.000 Patrimônio líquido
Intangível Capital Social 50.000
Total 57.000 Total 57.000

TEMA 3 – CONTAS DE RESULTADO E CONTAS DE COMPENSAÇÃO

Existem as contas patrimoniais e as contas de resultado, de acordo com


o estudado anteriormente. As contas patrimoniais são originárias do balanço
patrimonial, como caixa, estoque e contas a pagar. As contas de resultado são
representadas pelas receitas e despesas que, no fim do exercício fiscal,
apontarão o lucro ou prejuízo da empresa.

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Portanto, a receita representa a entrada de recursos financeiros, em geral
provenientes da venda de bens ou serviços. As receitas sempre provocam
aumentos de ativos. Por exemplo, a empresa KA S.A. realizou uma venda de
mercadorias a vista no valor de $ 1.000.

Caixa (ou clientes) Receita com vendas

1.000 1.000

Essa venda gera um recebimento que será registrado no caixa. Porém,


se a venda efetuada fosse a prazo, em vez de realizar um débito na conta caixa,
seria realizado um débito na conta clientes.
As despesas, de acordo com Bächtold (2011), são caracterizadas pelo
consumo de bens ou serviços ou mesmo a saída de recursos financeiros. Como
exemplos, tem-se as despesas com água, luz, telefone, salários, propaganda,
material de expediente e limpeza. A empresa KA S.A., por exemplo, efetuou o
pagamento da conta de telefone no valor de $ 200.

Caixa Despesa de telefone

200 200

Nesse caso, efetuou-se uma retirada do caixa para realizar o pagamento


da despesa de telefone. Apurados os valores de receitas e despesas, é possível
elaborar a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), a qual consiste na
diferença entre receitas e despesas. Considerando o exemplo da empresa KA
S.A., seria $ 1.000 das receitas, menos $ 200 das despesas, gerando um
resultado de $ 800 (lucro).
Com isso, a empresa terá resultado positivo – ou lucro – quando as
receitas forem maiores que as despesas ou um resultado negativo – ou prejuízo
– quando as receitas forem menores que as despesas. Esse resultado apurado
(lucro ou prejuízo) será incorporado ao balanço patrimonial.

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Quadro 9 – Síntese

Operações À vista A prazo

Receita Caixa Duplicatas a receber

(aumenta o ativo) (aumenta o ativo)

Despesa Caixa Contas a pagar

(diminui o ativo) (aumenta o passivo)

DRE Balanço patrimonial

Dessa forma, quando:


Receitas > Despesas  Lucro
Receitas < Despesas  Prejuízo

As contas de receitas e despesas têm por finalidade registrar informações


de gastos e ganhos, sendo que não representam nenhum elemento patrimonial,
mas sim de resultado. Sendo assim, são utilizadas apenas para a elaboração da
demonstração de resultados do último período. Para tanto, elas são abertas no
início de cada ano e recebem os dados de receitas e de despesas do período e
são encerradas no fim do período. Posteriormente, faz-se o processo para zerar
os saldos das contas de receitas e despesas (para que não sejam acumuladas
para o período seguinte). Isso se denomina como o encerramento das contas de
resultado.
As transferências das contas de resultado devem respeitar a natureza de
cada conta, isto é, como as contas de despesas são a débito, ao transferi-las
para a conta de Apuração do Resultado do Exercício (ARE), deve-se
salvaguardar sua natureza, debitando-a na referida conta.
Já as contas de receitas têm natureza a crédito, portanto, ao transferi-la,
devemos creditá-la na ARE, para que sua natureza seja respeitada. Todavia,
isso deve ser efetuado respeitando o método das partidas dobradas (para cada
débito existe um crédito). Nesse sentido, quando se realiza a transferência de
uma despesa para a conta de apuração, realiza-se um crédito nessa conta.

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Exemplificando: a companhia Empreiteiros S.A. tem as seguintes
movimentações:

 Saldo de $ 30.000 no caixa e $ 30.000 no capital social.

 Compra de mercadorias à vista, no valor de $ 10.000.

 Pagamento de despesa de energia elétrica no valor de $ 1.000.

 Pagamento de fatura de telefone no valor de $ 500.

 Venda de mercadorias à vista no valor de $ 8.000 com custo da


Mercadoria Vendida (CMV) de $ 5.000.

Os lançamentos serão os seguintes:

Caixa Capital social

30.000 10.000 30.000

8.000 1.000

500

Receita com vendas Despesa de telefone

8.000 500

Despesa de energia CMV Estoque

1.000 5.000 10.000 5.000

Ao realizar a venda, e a companhia receber o valor da mercadoria


vendida, a empresa terá de entregar ao comprador a mercadoria que estava
estocada. Para isso, debita-se o CMV, reconhecendo o custo da mercadoria que
inicialmente foi comprada e estocada até ser vendida ao cliente.
Concomitantemente, a conta estoque foi creditada, pois, para entregar a
mercadoria, faz-se necessário dar baixa no estoque e reconhecer a saída da

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mercadoria do estoque para ser entregue ao comprador. Posteriormente, ao
realizar-se o ARE em uma conta separada, o resultado será transferido para a
conta lucros (ou prejuízo), a qual será apresentada no balanço, visto que a conta
ARE é transitória e também deverá ser zerada.

ARE Lucro
500 8.000 1.500
1.000
5.000
6.500 8.000

1.500

1.500

Nesse caso, o saldo encontrado ($ 1.500) no lado credor será transferido


para a conta de lucros; a conta de ARE também será zerada.
O encerramento das contas é representado por dois traços diagonais no
fim do razonete (isso também deverá ser efetuado para as contas de receitas e
despesas e CMV).
O balanço patrimonial e a demonstração de resultados serão assim
constituídos.

Ativo Passivo e patrimônio liquido

Circulante Circulante
Caixa 26.500 Contas a pagar
Estoque 5.000
Não circulante Não circulante
Realizável a longo prazo Exigível a longo prazo
Investimentos Patrimônio líquido
Imobilizado Capital social 30.000
Intangível Lucro 1.500

Total 31.500 Total 31.500

Receita com vendas 8.000


(-) CVM 5.000
(=) Resultado Bruto 3.000
(-) Despesas
(-) Despesa com telefone 500
(-) Despesas com energia 1.000
(=) Resultado líquido do exercício 1.500

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TEMA 4 – PLANOS DE CONTAS: CONCEITO, TIPOS DE CONTAS, SITUAÇÃO
DAS CONTAS, SALDO DE UMA CONTA

Até agora, estudamos alguns exemplos de registros contábeis, os quais


mostram fatos que ocorreram na empresa. Porém, para efetuar essa
escrituração, o contador necessita de uma relação de todas as contas
necessárias para realizar o procedimento contábil.
Conforme Padoveze (2009), um plano de contas é o conjunto de contas
criado pelo contador para atender às necessidades de registros das transações
que ocorrem na empresa, para possibilitar a geração dos principais relatórios
contábeis e atender o usuário da informação. Um plano de contas deve
apresentar aquelas que serão movimentadas pela contabilidade.
Vale ressaltar: esse plano é uma das primeiras coisas a serem criadas,
por isso, demanda muito planejamento. Ele é elaborado conforme as
necessidades e operações de cada empresa, ou seja, não há um padrão no
plano de contas (exceto as contas principais). Mas o fato é que ele pode ser
moldado e alterado conforme a demanda e a necessidade de cada empresa. Por
exemplo, não há necessidade de uma empresa de serviços ter uma conta de
estoques no seu ativo, pois ela normalmente não realiza operações com
mercadorias.
Os objetivos de um plano de contas são atender às necessidades de
informação da administração da empresa, observar o formato compatível com
os princípios de contabilidade e a legislação acerca da elaboração das
demonstrações, e adaptar-se (tanto quanto possível) às exigências dos agentes
externos, principalmente às da legislação do imposto de renda.
Vejamos na sequência o elenco das principais contas a serem utilizadas
pelas empresas conforme a estrutura exigida pela legislação, para
posteriormente compreendermos a sua elaboração.

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Quadro 9 – Contas patrimoniais

1. Ativo 2. Passivo e patrimônio liquido


1.1 Circulante 2.1 Circulante
1.2 Não circulante 2.2 Não circulante
1.2.1 Realizável a longo prazo Exigível a longo prazo
1.2.2 Investimentos 2.3. Patrimônio líquido
1.2.3 Imobilizado 2.3.1 Capital social
1.2.4 Intangível 2.3.2 Lucro

Quadro 10 – Contas de resultado

3. Despesa 4. Receitas
3.1 Custo das mercadorias vendidas 4.1 Receita líquida
3.2 Despesas operacionais 4.1.1 Receita bruta de vendas
3.2.1 Despesas gerais 4.2 Outras receitas operacionais

A estrutura do plano de contas deve abranger uma numeração, que


deverá ser separada por níveis. A quantidade de níveis varia de empresa para
empresa, sendo que o plano de contas geralmente é composto por quatro ou
mais níveis.
O primeiro aspecto importante a ser observado é a numeração na
esquerda das contas, a qual deve sempre observar o seguinte critério:

Quadro 11 – Critério para numeração de contas

Algarismo Contas
1 Contas do ativo
2 Contas do passivo
3 Contas de despesas
4 Contas de receitas

Além disso, deve-se obedecer ao critério do grau de liquidez das contas


(prazo para se transformar em dinheiro). Por exemplo, no ativo, a conta de
duplicatas a receber será transformada em dinheiro quando estas forem
recebidas. Por outro lado, a conta caixa e bancos são as que têm maior grau de
liquidez, pois representam disponibilidades imediatas (Ribeiro, 2009). Logo, são

20
as primeiras contas a aparecerem, enquanto os bens serão elencados mais ao
fim.
No caso do passivo, deve-se obedecer ao grau de exigibilidade, o qual
representa o prazo em que as obrigações da empresa devem ser pagas. Por
isso, tem-se também a segregação em circulante e não circulante.
Na sequência, observam-se os níveis de cada conta. Para isso, vale
analisar pela associação de Bächtold (2011) com a matemática.

Figura 3 – Níveis de contas

1.
1.1
1.1.1

No primeiro nível, estão representadas as contas de Ativo, Passivo,


despesas e receitas. Já no segundo nível estão representados um grupo de
contas do Ativo, por exemplo, e assim sucessivamente. Vejamos o exemplo:

Quadro 11 – Exemplo de níveis de contas

1. Ativo
1.1 Ativo circulante
1.1.1 Caixa
1.1.2 Bancos

O plano de contas pode ser ainda mais detalhado. Por exemplo, um item
1.1.2.1 que represente o Banco Alfa. Contudo, é critério da empresa a adoção
de um plano de contas mais – ou menos – detalhado. Vale ainda lembrar que se
a numeração fosse 1.1.2.01, seria possível cadastrar ainda nove contas de
bancos. Isso é um aspecto importante para ser observado em contas como
clientes e fornecedores. Vale ainda ressaltar que as contas do último nível são
denominadas de analíticas. Somente elas podem receber lançamentos na
contabilidade. As demais são denominadas de sintéticas ou totalizadoras.

21
Existem formas mais simples de efetuar os registros do que utilizar
1.1.2.1. Por exemplo, poderia se utilizar o código 121 e saberíamos que estamos
debitando o creditando dinheiro do Banco Alfa. Na sequência, apresentamos um
modelo com algumas contas principais de um plano de contas.

Quadro 12 – Modelo de contas de um plano de contas


1 ATIVO 2 PASSIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE
1.1.1 Caixa 2.1.1 Impostos e Contribuições a recolher
1.1.1.01 Caixa geral 2.1.1.01 Simples a recolher
1.1.2 Bancos com movimento 2.1.1.02 INSS
1.1.2.01 Banco Alfa 2.1.1.03 FGTS
1.1.3 Contas a receber 2.1.2 Contas a pagar
1.1.3.01 Clientes 2.1.2.01 Fornecedores
1.1.3.02 Outras contas a receber 2.1.2.02 Outras contas
1.1.3.09(-) Duplicatas descontadas 2.1.3 Empréstimos bancários
1.1.4 Estoques 2.1.3.01 Banco A - Operação X
1.1.4.01 Mercadorias
1.1.4.02 Produtos Acabados 2.2 NÃO CIRCULANTE
1.1.4.03 Insumos 2.2.1 Empréstimos bancários
1.1.4.04 Outros 2.2.1.01 Banco A - Operação X

1.2 NÃO CIRCULANTE 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


1.2.1 Contas a receber 2.3.1 Capital social
1.2.1.01 Clientes 2.3.2.01 Capital social subscrito
1.2.1.02 Outras contas 2.3.2.02 Capital social a realizar
1.2.2 INVESTIMENTOS 2.3.2. Reservas
1.2.2.01 Participações societárias 2.3.2.01 Reservas de capital
1.2.3 IMOBILIZADO 2.3.2.02 Reservas de lucros
1.2.3.01 Terrenos 2.3.3 Prejuízos acumulados
2.3.3.01 Prejuízos acumulados de exercícios
1.2.3.02 Construções e benfeitorias
anteriores
1.2.3.03 Máquinas e ferramentas 2.3.3.02 Prejuízos do exercício atual
1.2.3.04 Veículos
1.2.3.05 Móveis
1.2.3.98 (-) Depreciação acumulada
1.2.3.99 (-) Amortização acumulada
1.2.4 INTANGÍVEL
1.2.4.01 Marcas
1.2.4.02 Softwares
1.2.4.99 (-) Amortização acumulada

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TEMA 5 – BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Seguindo o método das partidas dobradas, na escrituração, os valores de


débitos e créditos das operações devem ser sempre iguais. Logo, o valor total
dos saldos credores deve ser igual ao valor total dos saldos devedores. Porém,
é necessário verificar se os lançamentos contábeis realizados no período estão
corretos. Para verificar essa igualdade de débitos e créditos, relacionam-se
todas as contas no chamado balancete de verificação.
Já o Balanço Patrimonial é uma ferramenta contábil disponível para todos
os usuários da informação. O balancete de verificação, por sua vez, é de uso
exclusivo do contador e dos usuários internos. Veja o exemplo a seguir.

Quadro 10 – Exemplo do balancete de verificação simplificado

ABC S.A.
Balancete de verificação em 31/01/201X

Saldos
Contas
Débito Crédito
Caixa 10.000
Contas a receber 5.000
Móveis e equipamentos 2.000
Estoque 3.000
Veículos 8.000
Fornecedores 12.000
Contas a pagar 1.000
Capital 15.000
28.000 28.000

Fonte: Oliveira e Moreira, 2012, p. 42.

Este é um modelo de balancete bastante simplificado, porém, existem


modelos mais completos que apresentam os saldos anteriores das contas, as
movimentações do período e o saldo atual, conforme exemplo a seguir.

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Quadro 11 – Exemplo de balancete de verificação completo
Cia. Brasília de radiadores
Balancete de verificação em 31-08-X1
Balancete anterior Movimento do período Balancete atual

Contas Saldos Débito Crédito Saldos atuais

Devedores Credores Devedores Credores

Fonte: Iudicibus, 2010.

Um aspecto importante a lembrar é que no balancete de verificação


constam as contas de resultado (receitas e despesas), enquanto que no balanço
patrimonial essas contas são sintetizadas na conta de lucros acumulados, no
patrimônio líquido.
A periodicidade de elaboração do balancete é estabelecida de acordo com
as necessidades de cada empresa, todavia, geralmente é efetuado
mensalmente. Mas em muitos casos ele é produzido diariamente, para
verificações de trabalho, como nos bancos, onde se tem um volume muito
grande de lançamentos e os erros não podem perdurar de um dia para o outro.
Contudo, cabe alertar: o balancete de verificação nem sempre detecta
erros nos registros contábeis, como uma contabilização indevida, ou a inversão
de débito por crédito em um lançamento (por exemplo, o contador creditou caixa
e débito contas a receber, mas na verdade deveria ter efetuado o inverso). O
balancete de verificação tem a finalidade de verificar se o saldo devedor é igual
ao saldo credor.
Conforme Marion (2009), o balancete de verificação (mensal) é um
importante instrumento para a tomada de decisão, pois a empresa não necessita
aguardar a elaboração do balanço patrimonial para conhecer o resultado
financeiro da empresa. Quanto maior for o grau de detalhamento, mais subsídios
haverá para a tomada de decisão, pois o indivíduo terá mais informações para
sua sustentação.

24
TROCANDO IDEIAS

A seguir, indicamos algumas leituras importantes:

A respeito de conceitos e tipos de contas:


 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS – SEBRAE. Sobrevivência das empresas no Brasil. Brasília,
DF, 2013. (Coleção estudos e pesquisas). Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Sobrevivenci
a_das_empresas_no_Brasil=2013.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2016.

A respeito de ativo e passivo:


 RODRIGUES, E. Conceitos contábeis: o que são ativos e passivos? NF-e
PROTECT, 6 jul. 2016. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=2nmLru3Z14c>. Acesso em: 09 dez.
2016.

A respeito do plano de contas, indicamos outro modelo, mais detalhado,


que pode ser encontrado no livro elaborado pela equipe de professores da
FEA/USP (Contabilidade introdutória, a partir da página 191).
 IUDICIBUS, S. de (Org.). Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
 MODELO de plano de contas de acordo com a Lei n. 11.638/07 e MP n.
449/08. Disponível em:
<http://www.portalava.com.br/ava/includes/downloads/Modelo_de_Plano
_de_Contas.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2016.

A respeito do balancete de verificação:


 Balancete de verificação – parte 1. Jorge Eduardo Scarpin. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=QAN86I0PDaI>. Acesso em: 09 dez.
2016.

25
 Balancete de verificação – parte 2. Jorge Eduardo Scarpin. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=lk_siJZlpBI>. Acesso em: 09 dez.
2016.
 MASCARA, F. Balancete de verificação. Curso Aprovação, 30 mar. 2007.
Disponível em:
<http://www.cursoaprovacao.com.br/scasat/arquivos/2007_03_30_Balan
cete_Verificacao.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2016.

NA PRÁTICA

Complete a seguinte tabela com a respectiva classificação da conta em


ativo, passivo ou patrimônio líquido.
Conta Classificação

Clientes
Caixa
Empréstimos bancários
Financiamentos a pagar
INSS a pagar
Terrenos
Computadores
ICMS a recuperar
Estoque de mercadorias
Água, luz e telefone a pagar
Prejuízos

Resposta:

Conta Classificação
Clientes Ativo
Caixa Ativo
Empréstimos bancários Passivo
Financiamentos a pagar Passivo
INSS a pagar Passivo
Terrenos Ativo
Computadores Ativo
ICMS a recuperar Ativo
Estoque de mercadorias Ativo

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Água, luz e telefone a pagar Passivo
Prejuízos Patrimônio líquido

Identifique a situação patrimonial da seguinte empresa:

Contas Situação 1 Situação 2 Situação 3


Caixa 500,00 400,00 300,00
Duplicatas a receber 300,00 100,00 200,00
Impostos a recuperar 250,00 200,00 100,00
Fornecedores 150,00 500,00 1.000,00
Empréstimos a pagar 400,00 850,00 300,00
Bancos 800,00 300,00 700,00
Situação patrimonial

Resposta:
Contas Situação 1 Situação 2 Situação 3
Caixa 500,00 400,00 300,00
Duplicatas a receber 300,00 100,00 200,00
Impostos a recuperar 250,00 200,00 100,00
Fornecedores 150,00 500,00 1.000,00
Empréstimos a pagar 400,00 850,00 300,00
Bancos 800,00 300,00 700,00
Situação Patrimonial 1.300,00 -350,00 0,00

Situação Situação Situação


patrimonial patrimonial patrimonial
Positiva Negativa Nula

Classifique as seguintes contas em receita ou despesa.

Conta Classificação
Conta de luz
Receita de serviços
Aluguel pago
Material de limpeza
Aluguel recebido
Descontos obtidos
Venda de mercadorias

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Resposta:

Conta Classificação
Conta de luz
Receita de serviços
Aluguel pago
Material de limpeza
Aluguel recebido
Descontos obtidos
Venda de mercadorias

Elabore o balancete de verificação com base nas seguintes informações:

Conta Saldo

Banco conta corrente 166.200,00


Caixa 59.200,00
Capital social 100.000,00
Clientes 22.000,00
COFINS a recolher 8.000,00
CSSL a recolher 2.800,00
Duplicatas a pagar 3.000,00
Empréstimos a pagar 25.000,00
Financiamento a pagar 200.000,00
Fornecedores 240.000,00
Imóveis 500.000,00
IRPJ a pagar 9.000,00
Reservas de lucros 182.600,00
Mercadorias 35.000,00
Móveis e utensílios 8.000,00
PIS a recolher 2.000,00
Salários a pagar 40.000,00
Veículos 22.000,00

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Resposta

Conta Saldo débito Saldo crédito


Banco conta corrente 166.200,00
Caixa 59.200,00
Capital social 100.000,00
Clientes 22.000,00
COFINS a recolher 8.000,00
CSSL a recolher 2.800,00
Duplicatas a pagar 3.000,00
Empréstimos a pagar 25.000,00
Financiamento a pagar 200.000,00
Fornecedores 240.000,00
Imóveis 500.000,00
IRPJ a pagar 9.000,00
Reservas de lucros 182.600,00
Mercadorias 35.000,00
Móveis e utensílios 8.000,00
PIS a recolher 2.000,00
Salários a pagar 40.000,00
Veículos 22.000,00
812.400,00 812.400,00

SÍNTESE
Um dos objetivos da contabilidade é a geração de informações para a
tomada de decisões. Por isso, é fundamental existir ferramentas que possibilitem
conhecer a real situação de uma empresa para atender a esse objetivo.
É responsabilidade da contabilidade o registro dos atos e fatos
administrativos e a produção de informações que auxiliem o administrador no
planejamento e controle de suas ações, bem como delinear os objetivos da
entidade.
Visto que todas as entidades têm um objetivo, seja ele por resultados
financeiros ou sociais, seja de expansão, a contabilidade torna-se indispensável,
principalmente com o desenvolvimento do mercado de ações. Ela visa assegurar
a veracidade e credibilidade das informações de uma companhia diante de seus
interessados.

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Como descrito na Conversa inicial, um grande número de empresas não
sobrevive ao primeiro ano de atividades. Isso porque não têm controle e
planejamento. Por esse motivo, a contribuição e importância da contabilidade
são de grande valia.

REFERÊNCIAS
BÄCHTOLD, C. Contabilidade básica. Curitiba: Instituto Federal do Paraná,
2011.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento


Técnico CPC 00 (R1): Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de
Relatório Contábil-Financeiro (2011). Disponível em: <
http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/149_CPC00_R1_Rel_AudPubl
ica.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2016.

IUDICIBUS, S. de (Org.). Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas,


2010.

IUDICIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade comercial: atualizado


conforme Lei n. 11.638/07 e Lei n. 111.941/09. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

OLIVEIRA, M. S. de; MOREIRA, S. C. Noções de contabilidade básica para


cursos técnicos. Brasília: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de Brasília, 2012.

PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória


e intermediária. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica fácil. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

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