Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
GERAL
AULA 5
CONTEXTUALIZANDO
Abordaremos alguns temas importantes, os quais você confere a seguir:
Conceito de participação societária – tipos: identificar e conceituar os
tipos de participação societária.
Sociedades coligadas, controladas e controladas em conjunto (joint-
ventures): proporcionar a compreensão dos fundamentos básicos que
envolvem as operações financeiras.
Formas de contabilização: compreender os principais conceitos
relacionados às aplicações financeiras de curto e longo prazo, bem como
a sua escrituração.
2
Empréstimos e financiamentos no curto e longo prazo: aplicar os
principais conceitos de empréstimos e financiamentos de curto e longo
prazo na escrituração contábil.
Formas de contabilização: aplicar os principais conceitos de
empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo na escrituração
contábil.
3
demostrem para os seus usuários a real situação financeira e patrimonial, além
dos resultados obtidos.
4
Ativo circulante: investimentos sem intenção de permanência e
realizáveis (conversíveis em dinheiro ou caixa) até o fim do próximo
exercício.
Ativo realizável a longo prazo: investimentos sem caráter de
permanência, realizáveis após o fim do próximo exercício. As
participações permanentes em outras sociedades ou investimentos que
têm natureza que não se encaixa no ativo circulante. Do ponto de vista
contábil, podem ser classificados em contas de investimentos no ativo
não circulante.
Fique sabendo
Que motivos levam uma organização a estabelecer uma participação?
Participações voluntárias: são ações e quotas adquiridas pela empresa como investimento,
com caráter de continuidade, devido a algum tipo de interdependência. Verificam-se
principalmente em sociedades coligadas, controladas e controladas em conjunto.
Participações incentivadas ou compulsórias: são as participações efetuadas por meio de
incentivos fiscais em determinadas áreas, e em atividades (setores), tais como reflorestamento,
turismo (Embratur) e pesca (Sudepe), mediante dedução de parte do Imposto de Renda (IR)
devido. Essas aplicações foram comuns principalmente nas décadas de 1970 e 1980,
desaparecendo nos últimos anos.
Fonte: Cavalcante; Vianna, 2016.
6
Em algumas situações, mesmo sem que uma empresa seja proprietária
de outra, a legislação determina alguns cuidados especiais na relação que essas
organizações mantém. Esse é o caso das sociedades coligadas.
Uma sociedade coligada é uma empresa que tem influência significativa
em outra empresa, quando:
Há participação com 10% ou mais do capital da outra, sem exercer
controle;
A investidora tem influência significativa;
A controladora diretamente ou por meio de outras controladas é titular de
direito de sócio que lhe assegura, de modo permanente, preponderância
nas deliberações sociais e poder de eleger a maioria dos administradores.
Há influência significativa da investidora que detém ou exerce o poder de
participar nas decisões da política financeira ou operacional da investida,
sem controlá-la.
A investidora for titular de 20% ou mais do capital votante da investida,
sem controlá-la.
7
A titularidade dos direitos sobre a empresa controlada pode ser da própria
sociedade controladora (controle direto) ou pode ser exercida por meio de outras
sociedades controladas pela controladora – holding (controle indireto).
As holdings são empresas que detêm a posse majoritária de ações de
outras entidades consideradas subsidiárias, centralizando o controle sobre elas.
Essas organizações surgiram no Brasil em 1976 com a Lei nº. 6.404/1996. A
terminologia utilizada vem do inglês to hold, que significa “segurar, controlar,
manter”.
No caso das sociedades holdings, a participação societária ocorre por
meio da detenção de cotas ou de ações em seu capital social, de maneira que
as sociedades possam controlá-las, sendo esse o domínio de uma sociedade
sobre a outra. Outro aspecto importante da relação entre a empresa controladora
e a controlada é que mesmo que a organização que controle uma outra empresa
seja uma sociedade anônima, não existe obrigatoriedade para que sociedades
controladas assumam a forma de sociedade anônima. Elas podem assumir a
forma de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, ou podem
ainda deixar o poder ser exercido por empresas estrangeiras ou nacionais.
Existem participações em sociedades em que uma empresa não exerce
controle sobre outra, ou seja, o controle é compartilhado. São as chamadas
controladas em conjunto. Tal tipo de sociedade ocorre quando dois ou mais
investidores se unem para concretizar um empreendimento, contudo o controle
não é exercido por nenhum deles. Nesses casos, as sociedades controladas em
conjunto são chamadas de joint-ventures.
Nas joint-ventures, independentemente do percentual de participação de
cada sócio no capital social, o controle deve ser exercido de forma igualitária.
Nos últimos anos esse tipo de sociedade vem ser tornado cada vez mais comum
mundialmente, e é uma alternativa para o acúmulo de capital visando a
expansão, além de ser um auxílio à manutenção das atividades econômicas e
uma forma de dividir os riscos potenciais de um negócio (Machado, 2016).
No Brasil, a união de recursos tem se tornado comum entre empresas
concorrentes, principalmente no que tange à construção de rodovias. Há
diversas modalidade de joint-ventures, que se distinguem pela forma e pela
estrutura disposta na Figura 1.
8
Figura 1 – Estrutura das joint-ventures
Operações
Modalidades
Ativos
Joint-Venture
Entidades
Curiosidade
Empresas Interligadas: empresas que tenham por controlador o mesmo sócio ou acionista
9
Um exemplo desse tipo de investimento são as participações societárias
temporárias, que consistem na aplicação de recursos em ações ou quotas de
capital em outras organizações, com o prazo de resgate de até 360 dias da data
do balanço. Não existe uma determinação do tipo de sociedade que a empresa
precisa ter para realizar investimentos temporários.
A Lei das Sociedades por ações (Brasil, 1976), no artigo 183 estabelece
os critérios de avaliação dos investimentos temporários:
Art.183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundos os seguintes
critérios:
I - Os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados
como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor de mercado, se este for
menor: serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-
lo ao valor provável de realização, e será admitido o custo de aquisição, até o limite
do valor de mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros
acrescidos;
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, pelo
custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do
seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não
será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações
ou quotas bonificadas;
IV - Os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para
atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo
de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior.
10
na declaração de ajuste anual, resultando em um ativo, que poderá ser
classificado no Circulante ou Realizável a Longo Prazo, a depender das regras
que estabelecem o tempo a partir do qual essa compensação é permitida. Os
procedimentos para investimentos permanentes serão abordados no próximo
tema.
11
Quadro 1 – Resumo
São considerados instrumentos financeiros.
Características Nesse método o lucro obtido na investida é reconhecido
somente quando os dividendos forem recebidos.
(+) Participações Permanentes em Outras Sociedades avaliadas
Forma de
pelo método do valor justo ou custo.
Apresentação
(-) Deduzidas as perdas esperadas.
Aquisição de Investimento
D - Investimentos
C - Disponibilidades
Contabilização
Registro de Dividendos
D - Disponibilidades /Dividendos a Receber
C - Receita (Participação...)
Fonte: Moraes, 2016.
12
Estão obrigadas a utilizar a avaliação de investimentos pelo valor de
Patrimônio Líquido as sociedades anônimas ou não, que tenham participações
societárias relevantes em (art. 384 do RIR/1999):
a. Sociedades controladas;
b. Sociedades coligadas sobre cuja administração a sociedade investidora
tenha influência;
c. Sociedades coligadas das quais a sociedade investidora participe com
20% (vinte por cento) ou mais do capital social.
TEMA 5 – CONTABILIZAÇÃO
Para a determinação do método de avaliação do investimento que deverá
ser utilizado é preciso primeiro determinar qual o tipo de sociedade:
Tipo Método
A investida é coligada ou equiparada. Não determinado
A investida não é coligada ou equiparada. Método de Custo
A participação na coligada/equiparada é superior a 20% do capital Equivalência
social de cada uma. patrimonial
A participação na coligada/equiparada não é superior a 20% do capital Não determinado
social de cada uma.
A investidora exerce influência na coligada ou equiparada relevante na Equivalência
qual participa com menos de 20% de capital. patrimonial
A investidora não exerce influência na coligada ou equiparada Método de Custo
relevante na qual participa com menos de20% de capital.
A investida é controlada. Equivalência
patrimonial
A investida não é controlada. Não determinado
Fonte: Cavalcante; Vianna, 2016.
14
O valor de custo deve ser corrigido monetariamente com base nos índices
oficiais e comparado com o valor de mercado na data do balanço.
Caso o valor de mercado seja inferior ao valor do custo corrigido, e essa
perda seja de natureza permanente, deve ser constituída a
correspondente provisão.
15
A base para o valor de pagamento do ágio pode ser:
a. O valor de mercado dos bens de ativo da empresa coligada ou controlada
superiores ou inferiores ao custo registrado na contabilidade;
b. O fundo de comércio, intangíveis etc.;
c. O valor de rentabilidade da coligada ou controlada com base nos
resultados de exercícios futuros (Portal de contabilidade, 2016b).
16
Lançamento Contábil
Investimento na empresa Y (Ativo Não Circulante) Débito 40.000,00
Resultado de equivalência patrimonial (nos resultados) Crédito 40.000,00
TROCANDO IDEIAS
A respeito dos temas, indicamos os seguintes links:
HOLDING, participações ou administração de bens próprios? Sevilha
Contabilidade, 21 out. 2011. Disponível em:
<https://youtu.be/f1XyA7KHDPc>. Acesso em: 8 dez. 2016.
CANAL IFRS 10: investimentos. TV CRC São Paulo,17 jul. 2012.
Disponível em: <https://youtu.be/jRr8vaa4Hgs>. Acesso em: 8 dez. 2016.
MINICURSO: investimento em participações societárias. 4 out. 2012.
Disponível em: <https://youtu.be/VEn2ql2B134>. Acesso em: 8 dez. 2016.
CONTABILIDADE Societária 1. Yamazaki Consultoria. 23 set. 2014a.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=djxEaqvT_PA>.
Acesso em: 8 dez. 2016.
CONTABILIDADE Societária 2. Yamazaki Consultoria. 23 set. 2014b.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mbQtJL7_VUs>.
Acesso em: 8 dez. 2016.
NA PRÁTICA
Balanço da Companhia A:
Ativo Passivo
Mais-valia: 4.000
Goodwill: 2.000
Imobilizado: 30.000
17
Balanço patrimonial da Companhia B
Ativo Passivo
Resolução:
Como a empresa B possui 100% da empresa A. O imobilizado total é a soma do
imobilizado da empresa A com o imobilizado da empresa B.
Resposta: D
18
Resolução:
O primeiro passo é aplicar o percentual de 90% ao valor justo líquido dos ativos
e passivos na Cia Gama em vez do Patrimônio Líquido:
R$ 3.500.000,00 x 90%= R$ 4.050.000,00
Resposta: B
Mais-valia: 10.000
Goodwill: 8.000
Imobilizado: 36.000
19
c. $ 56.000.
d. $ 20.000.
e. $ 44.000.
Resolução
Levando em consideração que o investimento da empresa A corresponde
exclusivamente ao valor do patrimônio líquido da empresa B, com a consolidação
das empresas o valor do investimento fica zerado.
Resposta: B
SÍNTESE
De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, foi possível obter uma
visão geral sobre os investimentos que representam as participações societárias.
Foram explanadas as conceituações, os tipos de sociedade, bem como as
formas de avaliação dos investimentos temporários e permanentes. Os aspectos
práticos foram apresentados pelos métodos de contabilização dos processos
anteriormente citados.
Cabe ainda ressaltar que esta aula não esgota os conteúdos do tema
abordado, sendo necessária a contínua pesquisa sobre as mudanças na
legislação, bem como constante leitura e treino.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. R. de. Sociedades coligadas, controladas e controladoras
(holding). Revista de Ciência Política, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 81-95,
abr./jun. 1987. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rcp/article/viewFile/60140/58457>.
Acesso em: 12 dez. 2016.
20
______. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União,
Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 12
dez. 2016.
21
IUDICIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade
das sociedades por ações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
22
PRONUNCIAMENTO Técnico CPC 18 (R2): Investimento em Coligada, em
Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto. CPC – Portal de
Contabilidade. 13 dez. 2012. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/Arquivos/Documentos/263_CPC_18_(R2)_rev%2008.pd
f>. Acesso em: 12 dez. 2016.
23