Sunteți pe pagina 1din 4

Poder Judiciário

JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Paraná
1ª Vara Federal de Curitiba
Avenida Anita Garibaldi, 888, 4º andar - Bairro: Cabral - CEP: 80540-400 - Fone: (41)3210-1733 - Email: prctb01dir@jfpr.jus.br

AÇÃO POPULAR Nº 5022641-93.2020.4.04.7000/PR


AUTOR: MARCELO CAMILO PEDRA
RÉU: INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ
MPF: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DESPACHO/DECISÃO

1. ALAN RODRIGO PADILHA impetrou a presente ação popular em face do INSTITUTO


FEDERAL DO PARANÁ e servidores que serão oportunamente identificados, requerendo em sede
liminar:

a) LIMINARMENTE, declarar a suspensão imediata dos Afastamentos Integrais dos servidores abaixo,
até decisão final no presente processo, pela suspeita baseada em fortes indícios de irregularidades e
abuso de direito por desvio de finalidade e ilegalidades e afronta aos princípios gerais da administração
pública, de acordo com as provas indicadas, nos Processo Administrativos dos professores: Douglas
Meneghatti Sileide France e Turan Salvador;

b) LIMINARMENTE, declarar a suspensão imediata dos Afastamentos Integrais dos servidores abaixo,
até decisão final no presente processo, pela clara não ocorrência da incompatibilidade de realizar os
cursos de mestrado e/ou doutorado concomitantemente com o exercício das atividades de trabalho no
IFPR – notadamente porque o IFPR dispões de AFASTAMENTO PARCIAL para as pessoas que estudam
em Universidades na mesma cidade ou próximo, o que é o caso de todos os seguintes servidores que
gozam de afastamento de forma irregular, gerando
prejuízos ao erário, em desvio de finalidade e abuso de poder na concessão de benefícios exacerbados:
Priscila Celia Giacomassi, Israel Bispo dos Santos, Jefferson Sussumu de Aguiar Hachiya, José Nivaldo
Baldino Rodrigo Gonçalves Sobrinho, Karina Labes da Silva, Radames Boostel, Danielle Capelasso
Soares de Souza, Flávia Manuella de Almeida, Romany Martins, Jean Carlos Mendes da Rocha, Jean
Carlos Mendes da Rocha, Evandro Cherubini Rolin, Jocelaine Espindola da Silva Arruda, Hanny Paola
Domingues, Elisabete Cristina Pereira Eches, Tania Gracieli Vega Incerti, Deise Costacurta de Freitas,
Carlos Eduardo de Souza Gonçalves, Rosana Claúdia de Assunção, Ana Maria de Carvalho, Mara
Christina Vilas Boas, Carlos Eduardo Maffini Santos, Deise Leandra Fontana, Josiane Bernart da Silva
Ferla, Roberta Rafaela Sotero Costa, Alvaro Rogério Cantieri, Rodrigo Tramutolo Navarro, Thiago
Berticellilo, Denise Maria Vecino Sato, Gilmar José Hellmann, Marcos Maia, Guilherme Basso dos Reis,
Lucas Vinicius Ruchel, Adrianan da Silva Santos, Fernando Roberto Amorim Souza, Regianae Pinheiro
Dionísio Porrua, Marlene Aparecida Ferrarini Bigareli, Eduardo Tieppo, Magda Luiza Mascarello,
Gioconda Ghiggi Marcelo, Rodrigues da Silva, Diorgenes de Moraes Correia Alves, Sheila Cristiana de
Freitas, Vania Carla Camargo;

c) LIMINARMENTE, determinar ao IFPR, diante da impossibilidade de acesso aos processos completos


via sistema SEI/IFPR por se encontrarem em “sigilo” e/ou “modo restrito”, em flagrante
descumprimento à legislação de transparência e disponibilidade de informação pública, que, no prazo
de 5 dias, apresente a versão digital (posto já existente) de todos os processos de afastamento integral
citados nesta ação popular. Que seja determinada a intimação em regime de plantão, com vistas a
evitar a abertura de prazo apenas após 10 dias da intimação
automática do E-PROC;

d) Determinar, liminarmente que o IFPR apresente o Processo de Afastamento de Wagner Faria de


Souza, professor do Campus Paranaguá posto que tal processo não se encontra disponível no sistema
SEI/IFPR ou está sigiloso - Processo administrativo número 23399.000641/2016-17

e) LIMINARMENTE, determinar ao IFPR a prestação de informações de CPF, e-mail e endereço de todos


os servidores citados na lista de processos administrativos referida para que, assim, seja possível
emendar a presente inicial, com o pedido de citação dos respectivos para a formação do litisconsórcio
passivo necessário, posto que eventual decisão nesse processo poderá afetar o status de direito ao
afastamento em exercício no momento;

No mérito:

k) Que em sede de sentença seja confirmada a(s) eventual (ais) medidas cautelares, em liminar;
l) Que seja, ao final, declaro nulo o ato que autorizou o afastamento integral de todos os servidores que
foram afastados para cursos pós-graduação stricto sensu em Universidades localizadas na mesma
cidade do local de trabalho e/ou até 100 km, considerando o critério de região metropolitana ou de fácil
acesso;

k).1. Que no caso dos servidores afastados do pedido anterior que ainda estiverem realizando atividade
presenciais obrigatórias, que seu afastamento seja convertido em afastamento parcial, com liberação
apenas para os dias e horários das respectivas aulas e atividades presenciais obrigatórias, sem prejuízo
das atividades docente e/ou técnicas, nos demais horários;

m) Que sejam interrompidos todos os afastamentos integrais dos servidores que já tenham concluído os
créditos de disciplinas presenciais obrigatórias (aulas), oportunizando, na via administrativa, se for o
interesse, o afastamento parcial, previsto em Lei e regimentos internos, para atender eventuais
necessidades de afastamento do trabalho. Tais casos serão aqueles apurados pelos relatórios dos
períodos de afastamento que são feitos obrigatoriamente em Fevereiro e Agosto de cada ano e que
constam os Processos Administrativos;

Após, lista a situação de diversos servidores cujos afastamentos deveriam ser


considerados irregulares, e por fim, requer a responsabilização financeira dos servidores e gestores
envolvidos.

Relata e argumenta que atualmente o IFPR tem 173 servidores afastados de forma integral
para fazer cursos de pós-graduação stricto sendo. Muitos desses servidores não necessitam estar
afastados por terem compatibilidade com o exercício parcial, pelo menos, das atividades docentes
e/ou técnicas. Além disso, os afastamentos tem ocorrido de forma "porteira fechada" sempre
atendendo com os prazos máximos de afastamento, de até 4 anos, para doutorado, por exemplo -
gerando benefícios extremados para servidores que vivem na mesma cidade dos curso que fazem,
como durante períodos de dissertação e tese onde o trabalho é monográfico, em casa ou com poucas
visitas às universidades. Que esses afastamentos configuram benefício excessivo ou 'férias coletivas
prolongadas" para pós-graduação. Destaca trecho da sentença dos autos 5054028-34.2017.4.04.7000
e o aumento da judicialização das questões envolvendo o IFPR desde 2016, alegando que parte dos
problemas decorre da utilização da máquina pública para favorecimento de apoiadores políticos e
perseguição de político-administrativa a opositores e servidores que ocupavam cargos nas gestões
anteriores.

Aduz que dos 173 servidores afastados, 76 processos vigentes encontram-se com
suspeitas de irregularidades, ilegalidades, desvio de finalidade ou descumprimento do atendimento
aos princípios da administração pública. Que para todos os afastamentos foram contratados
professores temporários que são contratados por editais precários, com critérios simplificados e todos
são remunerados. Narra a sua situação pessoal em que o afastamento foi indeferido, todavia, para
outro servidor (Douglas Maneghatti) rigorosamente na mesma situação o afastamento foi deferido.

Impugna especificamente a concessão do afastamento para: (i) a professora Vânia Carla


Camargo, que é politicamente conectada à presente gestão, pois foi concedido prazo maior do que o
previsto, sem a aprovação no concurso interno e para área desconexa à lecionada; (ii) o professor
Wagner Faria de Souza lotado no campus de Paranaguá que teve o afastamento deferido para
mestrado em teologia; (iii) Tarcísio Miguel Teixeira do Campus Umuarama, que atualmente está sendo
investigado pela Polícia Federal, TCU e MEC, pois estava afastado para realização do curso de
doutorado na Universidade de Buenos Aires, na cidade de Buenos Aires/Argentina, ao mesmo tempo
em que cursava Direito na UNISUL, entre outras irregularidades.

Alega a falta de transparência do IFPR, na medida em que não há a devida publicidade de


todos os afastamentos.

No evento 3 foi solicitada a substituição de autores populares.

O despacho do evento 4 deferiu a substituição do polo ativo e determinou a oitiva


preliminar do IFPR.

O IFPR manifestou-se nos eventos 8 e 9. Primeiramente destaca que a justificação da


situação específica de cada um dos 214 funcionários afastados para capacitação vigentes desde de
análise de eventuais peculiaridade, o que demandará exame manual de cada uma dos respectivos
processos. Requer a concessão de mair prazo nova manifestação. Argumenta que a concessão

É o relatório. Decido.

2. O autor popular atribuiu à causa o valor de R$1.000,00, entretanto, nos pedidos indica
dano ao erário mínimo de R$1.949.361,78. Desta forma, é necessária a retificação do valor da causa,
nos termos do art. 292 do CPC.

3. As tutelas de urgência vêm reguladas pelo artigo 300 do CPC, no qual se exige a
presença de probabilidade do direito e do receio de dano no curso do processo.

Conforme muito bem relatado pelo autor na petição inicial, a prática do IFPR de concessão
de afastamento integral para todos os seus servidores que cursam pós-graduação
(mestrado/doutorado) é antiga. A aparente ilegalidade/ineficiência na gestão dos recursos públicos
praticada pelo IFPR não significa que todos os servidores favorecidos com o afastamento integral
poderiam exercer as atividades acadêmica em concomitância com as funcionais.

Ao presumir a irregularidade do afastamento de todos os servidores listados pelo autor


popular, com a consequente concessão da ordem liminar, é possível que causar prejuízo à servidor
que efetivamente esteja desenvolvendo pesquisa científica relevante, cujo tempo de estudo/pesquisa
seja incompatível com o execício das funções profissionais.

Ainda, o retorno de todos os profissionais dos afastamentos resultará na necessidade de


repensar toda a distribuição das atribuições entre os servidores do mesmo setor, com a exoneração
de temporários.

Essas diversas consequências de difícil mensuração decorrentes da concessão da medida


de urgência demandam cautela deste julgador, em especial, considerando que a prática é antiga da
instituição.

Todas as informações solicitadas pela autora para a composição do polo passivo, bem
como os demais dados relativos aos processo administrativos podem ser devidamente apresentados
no momento da contestação sem que resulte em perecimento do direito tutelado.

Diante do exposto, indefiro os pedidos de tutela de urgência.

Intimem-se as partes desta decisão.

4. Intime-se a União (AGU) para ter ciência da presente ação e para informar se há alguma
processo administrativo de controle/fiscalização em curso perante o MEC, CGU ou TCU relacionado à
concessão de afastamentos integrais para curso de pós-graduação no âmbito do IFPR. Prazo de 20
(vinte) dias, prorrogáveis por igual período.

5. Cite-se o IFPR para que, no prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais 20 dias, a
requerimento do(a) interessado(a), se particularmente difícil a produção de prova documental,
apresentem contestação (art. 7º, IV, da Lei nº 4.717/65);

5.1. A contestação deverá ser acompanhada de:

(i) qualificação todos os servidores listados no item 5.1 da petição inicial; e

(ii) todos os processos administrativos que concederam e acompanharam os respectivos


afastamentos dos servidores listados.

(iii) planilha com o dados de todos os servidores queatualmente gozam de afastamento


para curso de pós-graduação, devendo constar no mínimo as seguintes informações: (a)
nome do servidor; (b) unidade de lotação; (c) cargo; (d) área da especialização; (e) IES que
ministra o curso; (f) localização (Cidade, Estado e País) do campus da IES em que o
servidor realiza a especialização stricto senso; (g) início e término do afastamento; (h) se o
afastamento é integral ou parcial; (i) número do processo administrativo de concessão; (j)
se foi contratado servidor temporário para cobrir o período de afastamento.

6. Apresentada a contestação, intime-se a parte autora e o MPF para apresentarem réplica.


Prazo de 15 (quinze) dias.

7. Após, voltem conclusos para decisão.

Documento eletrônico assinado por MARCUS HOLZ, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro
de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível
no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador
700008577863v45 e do código CRC 57907a17.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): MARCUS HOLZ
Data e Hora: 1/6/2020, às 18:54:35

5022641-93.2020.4.04.7000 700008577863 .V45

S-ar putea să vă placă și