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Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
i
Introdução
este processo a partir de um estado puro qualquer. Mostraremos que o estado resultante
no campo depende do tipo de medida que o átomo sofre após atravessar a cavidade e ter
interagido com o campo, pois o estado do campo resultante na cavidade dependerá das
Este trabalho será apresentado da seguinte forma: no capítulo um, discutiremos sobre
de dois níveis com campos de luz, onde tanto o átomo quanto o campo são tratados sob
o ponto de vista quântico. No capítulo dois, falaremos da geração de alguns dos estados
como estados de Fock, e o estado de Número Deslocado, que serão mencionados a título
de revisão.
1
Capítulo 1
Geração de Estados do Campo
Luminoso
Nosso principal objetivo neste capítulo é discutir um método para gerar novos estados
do campo eletromagnético. Como a geração dos novos estados dá-se através da inter-
ação quântica da radiação com átomos, que iremos tratar segundo o modelo de Jaynes-
Cummings[1], inicialmente iremos fazer uma breve revisão deste modelo, para depois
camente a interação de um único átomo de dois níveis, com um único modo do campo
b =H
H bA + H
bC + H
bint , (1.1)
onde H bC = ~ωb
bA = 1 ~ωσ̂ z é o Hamiltoniano do átomo, H a†b
a é o Hamiltoniano do campo
2
2
bint é o Hamiltoniano de interação ressonante átomo-campo, que nas aproximações de
eH
bint = }λ(b
H σ +b b− b
ak + σ a†k ), (1.2)
expressões que nós obtivemos sejam válidas para um número de fotons k qualquer[2], pois,
em geral, as interações para k > 2 são pouco prováveis do ponto de vista experimental.
b = 1 ~ωσ̂ z + ~ωb
H a†b ak + σ
σ +b
a + }λ(b a+k ).
b−b (1.3)
2
uma cavidade que contém um campo genérico |ξ i, que pode ser escrito em termos de
3
uma base de número como[3]
X
∞
|ξi = Cn |ni, (1.4)
n=0
estado |ξi.
∂ b |Ψ(t)i ,
i~ |Ψ(t)i = H (1.5)
∂t
b
H
|Ψ(t)i = e−i ~ t |Ψ(0)i . (1.6)
genérico |ξi, temos que o estado inicial do sistema átomo-campo pode ser definido pelo
X
∞
|Ψ(0)i = |ξi|ei = Cn |ni|ei, (1.7)
n=0
b
H
|Ψ(t)i = e−i ~ t |ξi|ei. (1.8)
bint = }λ(b
H σ +b b− b
a+σ a† ), (1.9)
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que é nada mais que o próprio Hamiltoniano de interação. Logo, podemos escrever a Eq.
Note que
£ ¤2
σ+ b
−iλ(b σ− b
a+b a† )t
£ + − †
¤ σ +b
−iλ(b a+σ b−b
a† )t
e = 1 + −iλ(bσ ba+σb b a )t + +
2!
£ ¤3 £ ¤4
σ +b
−iλ(b a+σ b− b
a† )t σ +b
−iλ(b a+σ b−b
a† )t
+ + + ... (1.11)
3! 4!
³ √ ´5 X ¡ √ ¢2 ∞
X
∞ ∞
λt n + 1 X
|Ψ(t)i = Cn |ni|ei − iλt λt n + 1 Cn |n + 1i|gi − Cn |ni|ei +
n=0 n=0
2! n=0
¡ √ ¢3 ∞ ¡ √ ¢4 ∞
λt n + 1 X λt n + 1 X
+i Cn |n + 1i|gi + Cn |ni|ei + ... (1.12)
3! n=0
4! n=0
que são nada mais nada menos que as expansões das funções cosseno e seno, respectiva-
X
∞ n ³ √ ´ ³ √ ´ o
|Ψ(t)i = Cn cos λt n + 1 |ni|ei − i sin λt n + 1 |n + 1i|gi (1.14)
n=0
interação de um átomo com um campo inicial na cavidade, cujo estado inicial do campo
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o átomo interage com o estado inicial do campo e os estados finais do átomo e do cam-
definição no estado do campo, ocorre quando realizamos algum tipo de interação com o
átomo, mediante uma medida no estado átomo, por exemplo, que colapsa a função de
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Capítulo 2
Estados do Campo Luminoso
tados ainda não foram obtidos em laboratório, com exceção do estado coerente, que é
Os estados de fock, também chamados de estados de número |ni, formam uma base
natural para o estudo do campo eletromagnético por possuir o número de fotons bem
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definido1 .
seja,
b |ni = n |ni ,
n (2.1)
√
a† |ni =
b n + 1 |ni (2.2)
√
b
a |ni = n |n − 1i (2.3)
b
a |0i = 0. (2.4)
Os estados de fock podem ser obtidos a partir do vácuo, pela atuação do operador de
Embora os Estados de Fock ainda não tenham sido gerados em laboratório, eles são
muito utilizados como ferramenta matemática, pois formam uma base completa, repre-
sentada por
X
∞
|ni hn| = b
1, (2.6)
n=0
1
No entanto, o princípio de incerteza de Heisenberg é preservado pois a fase ϕ, sua variável canonica-
mente conjugada, é indefinida.
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Figura 2.1: Representação pictórica do estado de número: cada estado é representado por
uma banda de raio externo e interno, sendo o vácuo representado por um único círculo
de raio unitário.
podendo-se, portanto, expandir qualquer vetor genérico |Ψi nesta base[3], ou seja,
X
∞
|Ψi = b
1 |Ψi = |ni hn| Ψi. (2.7)
n=0
Logo,
X
∞
|Ψi = Cn |ni , (2.8)
n=0
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temos, por fim, ¯∞ ¯2
¯X ¯
¯ ¯
Pm = ¯ C δ ¯ = |Cm |2 . (2.11)
¯ n=0 n n,m ¯
b
|α, ni = D(α) |ni , (2.12)
b
D(α)
† ∗
= eαba −α ba , (2.13)
³ ´
b
sendo um operador é unitário D(α) b
D(α)† b
= D(α)†b
D(α) = 1 , que faz a seguinte translação
no espaço de fase:
b
D(α)b b
a† D(α) a† + α∗
= b (2.14)
b b
aD(α)
D(α)b = b
a+α. (2.15)
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Figura 2.2: Representação pictórica do estado de número deslocado: o estado de número,
deslocado de um fator |α| e um ângulo θ.
b
Atuando com o operador deslocamento D(α), na Eq. (2.12)
† −α∗ b
|α, ni = eαba a
|ni (2.16)
b b b b 1 b b
eA+B = eA eB e− 2 [A,B] , (2.17)
obtemos
|α|2
³ † ∗
´
|α, ni = e− 2 eαba e−α ba |ni . (2.18)
Como
x2 x3 X xn ∞
x
e =1+x+ + + ... = , (2.19)
2! 3! n=0
n!
podemos expandir os operadores da Eq. (2.18), como segue:
(−α∗ba)2 (−α∗ba)3 X (−α∗ )k ∞
−α∗ b
a ∗
e = 1 + (−α b
a) + + + ... = ak
b (2.20)
2! 3! k=0
k!
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e
a† )2 (αb
(αb a† )3 X∞
αl ¡ † ¢l
a†
αb †
e = 1 + (αb
a )+ + + ... = b
a . (2.21)
2! 3! l=0
l!
Reescrevendo a Eq. (2.18) em termos da Eq. (2.20), temos
|α|2 X
∞
(−α∗ )k
− a†
αb
|α, ni = e 2 e ak |ni .
b (2.22)
k=0
k!
|α|2 X∞ X ∞
(−α∗ )k αl ¡ † ¢l k
|α, ni = e− 2 b
a b a |ni . (2.23)
k=0 l=0
k! l!
Podemos expressar a Eq. (2.23), na base de número hm|, onde obtemos que os coefi-
|α|2 X
∞ X
∞
(−α∗ )k αl ¡ † ¢l k
−
Cm ≡ hm |α, ni = e 2 hm| b
a b a |ni . (2.24)
k=0 l=0
k! l!
Como s
n!
ak |ni =
b |n − ki (2.25)
(n − k)!
e, s
¡ † ¢l m!
hm| b
a = hm − l| , (2.26)
(m − l)!
obtemos a expressão
s s
|α|2 X
∞ X
∞
(−α∗ )k αl n! m!
− 2
Cm = e δ (m−l),(n−k) . (2.27)
k=0 l=0
k! l! (n − k)! (m − l)!
Note que
½
1, se m − l = n − k
δ (m−l),(n−k) = . (2.28)
0, se m − l 6= n − k
Da condição (2.28), temos que
l = m − n + k, (2.29)
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e portanto, reescrevemos a Eq. (2.27) como
s s
|α|2 X∞
αm−n |α|2k (−1)k n! m!
− 2
Cm = e , (2.30)
k=0
k! (m − n + k)! (n − k)! (n − k)!
ou ainda,
|α|2 √ X
∞
|α|2k (−1)k
Cm = e− 2 αm−n n!m! , (2.31)
k=0
k!(n − k)!(m − n + k)!
onde o termo
X
∞
|α|2k (−1)k
= L, (2.32)
k=0
k!(n − k)!(m − n + k)!
são os polinômios associados de Laguerre, que podem ser obtidos da relação
X
∞
(−1)s |α|2s xs (p + q)!
Lqp (x) = , (2.33)
s=0
s!(p − s)!(q + s)!
onde identificamos
s = k
p = n (2.34)
q = m − n.
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onde utilizamos a relação de completeza do estado de número[5],
X
∞
|mi hm| = 1 (2.38)
m=0
1 √ ³ √ ´
−1/2(x2 +|α|2 +α2 −2 2αx)
ζ(x) = 1/4 n 1/2 e Hn x − 2 Re(α) . (2.39)
π (2 n!)
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Conclusão
um estado inicial, consiste em três etapas distintas: uma em que o átomo interage dire-
tamente com o campo, durante o tempo em que atravessa a cavidade, outra que consiste
em uma interação entre o átomo e o campo não local, possível graças ao emaranhamento
entre o átomo e o campo que ocorre durante o tempo em que ele atravessa a cavidade. E
por fim o processo de medida que o átomo sofre no final, e que torna possível a separação
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Bibliografia
[5] W. H. Louisell, “Quantum Statistical Properties of Radiation”, Ed. John Wiley &
Sons (1990).
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