Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
CONTEÚDO DA APOSTILA
LEGISLAÇÃO DA PM DO ZERO
J A N E IR O / 2 0 19
Vejamos:
ESTATUTO DOS MILITARES Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
ESTADUAIS direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio,
LEI Nº 13.729, DE 11 DE através dos seguintes órgãos:
JANEIRO DE 2006. § 5º Às polícias militares cabem a polícia
(Publicada no Diário Oficial do ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das
Estado de nº 010, em atribuições definidas em lei, incumbe a execução
13/01/2006) de atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros
Dispõe sobre o Estatuto dos Militares Estaduais militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
do Ceará e dá outras providências. subordinam-se, juntamente com as polícias civis,
aos Governadores dos Estados, do Distrito
Atualizações: Lei nº 13.768/2006, n.º 14.113/2008, Federal e dos Territórios.
nº 14.930/2011, nº 14.931/2011, nº 14.933/2011, § 7º A lei disciplinará a organização e o
nº 93/2011, 15.456/13 e 15.797/15. funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. eficiência de suas atividades.
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou
e eu sanciono a seguinte Lei: I - Polícia Militar do Ceará: exercer a polícia
ostensiva, preservar a ordem pública, proteger a
TÍTULO I incolumidade da pessoa e do patrimônio e garantir
GENERALIDADES os Poderes constituídos no regular desempenho
de suas competências, cumprindo as requisições
Art1º. Esta Lei é o Estatuto dos Militares emanadas de qualquer destes, bem como exercer
Estaduais do Ceará e regula a situação, direitos, a atividade de polícia judiciária militar estadual,
prerrogativas, deveres e obrigações dos militares relativa aos crimes militares definidos em lei,
estaduais. inerentes a seus integrantes;
II - Corpo de Bombeiros Militar do Ceará: a
proteção da pessoa e do patrimônio, visando à
O Estatuto é o conjunto de normas que incolumidade em situações de risco, infortúnio ou
de calamidade, a execução de atividades de
regulamenta, ou seja, especifica, a defesa civil, devendo cumprimento às requisições
situação dos militares estaduais, assim emanadas dos Poderes estaduais, bem como
como seus direitos, prerrogativas exercer a atividade de polícia judiciária militar
funcionais e deveres. estadual, relativa aos crimes militares definidos
em lei, inerentes a seus integrantes.
Art.2º. São militares estaduais do Ceará os Parágrafo único. A vinculação é ato ou efeito de
membros das Corporações Militares do Estado, ficarem as Corporações Militares do Estado sob a
direção operacional da Secretaria da Segurança
instituições organizadas com base na hierarquia e
Pública e Defesa Social.
disciplina, forças auxiliares e reserva do Exército,
subordinadas ao Governador do Estado e
vinculadas operacionalmente à Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social, tendo as
seguintes missões fundamentais: A vinculação não pressupõe uma relação de
hierarquia entre as corporações e a SSPDS,
Corporações militares consistem na reunião de mas tão somente a responsabilidade por
servidores pertencentes aos quadros da PM e parte dos Comandantes-Gerais quanto à
CBM, os quais são organizados segundo as orientação e ao planejamento operacionais
normas de hierarquia e disciplina. Tais são da manutenção da ordem pública, através de
consideradas como forças auxiliares do exército ações integradas com a referida secretaria.
brasileiro, apesar de serem instituições
estaduais, conforme disposição contida na
Constituição Federal de 1988. Este artigo é uma
repetição dos §§ 5º, 6º e 7º do art. 144 da CF/88.
Art.3º. Os militares estaduais somente poderão
estar em uma das seguintes situações: Ambas as definições acima equivalem
ao que para os civis é chamado de
I - na ativa: aposentadoria.
Militares na ativa são os que estão no Art.4º. O serviço militar estadual ativo consiste no
pleno exercício de suas atividades, exercício de atividades inerentes à Polícia Militar e ao
Corpo de Bombeiros Militar, compreendendo todos os
conforme legislação específica . encargos previstos na legislação especifica e
relacionados com as missões fundamentais da
Corporação.
4
II - não houver, no momento, no serviço ativo, do Estado, da União ou dos Municípios, quando
militar estadual habilitado a exercer a função vaga previsto em lei ou regulamento.
existente na Corporação Militar estadual.
6
certame, bem como, quando for o caso,
disciplinará os títulos a serem considerados, os
O impedimento relacionado à gravidez quais terão caráter classificatório.
refere-se tão somente ao período
correspondente ao Curso de Formação. §2º. Somente será aprovado o candidato que
atender a todas exigências de que trata o
parágrafo anterior, caso em que figurará entre os
XII - ter conhecimento da legislação militar, classificados e classificáveis.
conforme dispuser o edital do concurso (alterado
pela Lei nº 16.010/2016); §3º. Revogado pela Lei nº 14.113/2008.
XV - ser portador da carteira nacional de
XIII - ter obtido aprovação em todas as fases do habilitação classificada, no mínimo, na categoria
concurso público, que constará de 3 (três) etapas: “B”, na data da matrícula no Curso de Formação
Profissional (alterado pela Lei nº 16.010/2016);
a) a primeira etapa constará dos exames
intelectuais (provas), de caráter classificatório e §4º.Para aprovação no Curso de Formação
eliminatório, e títulos, quando estabelecido nesta Profissional, a que se refere a alínea “c” do inciso
Lei, esse último de caráter classificatório; XIII, deste artigo, o candidato deverá obter
pontuação mínima na Avaliação de Verificação de
Aprendizagem e na Nota de Avaliação de
Conduta, conforme estabelecido no Plano de
Ação Educacional – PAE, do respectivo curso, a
cargo da Academia Estadual de Segurança
Pública do Ceará – AESP/CE (Incluído pela Lei nº
16.010/2016);
8
Formação de Oficiais, fazendo jus à remuneração meio de concurso público de provas ou de provas
correspondente. e títulos, de caráter eliminatório e classificatório,
que visa à seleção e à classificação dos
candidatos de acordo com o número de vagas
O Curso de Formação terá duração de previamente fixado, devendo atender às seguintes
seis meses, período no qual os alunos condições, além das previstas no art.10 desta Lei:
serão equiparados a cadetes do 3º anos,
ou seja, terão direito à percepção de
remuneração correspondente a este
posto.
Art.17. A seleção, para posterior ingresso no §2°. Após o Curso de Formação de Oficiais, ou
Quadro de Oficiais Capelães, do Serviço Religioso Curso de Formação Profissional, se considerado
Militar do Estado, destinado a prestar apoio aprovado, o candidato será nomeado 2° Tenente,
espiritual aos militares estaduais, dentro das por ato do Governador do Estado. (Redação dada
respectivas religiões que professam, ocorre por pela Lei nº 15.767/15).
§3º. O ingresso no Quadro de Oficiais Capelães, Art.20. O Quadro de Oficiais de Administração
deverá obedecer ao disposto no art. 92 desta Lei. destina-se a prestar apoio às atividades da
Corporação, mediante o desempenho de funções
§4º.O Serviço Religioso Militar do Estado será administrativas e operacionais.” (NR)
proporcionado pela Corporação, ministrado por
Oficial Capelão, na condição de sacerdote,
ministro religioso ou pastor de qualquer religião,
desde que haja, pelo menos, um terço de militares Tanto as atividades administrativas como as
estaduais da ativa que professem o credo e cuja operacionais são competência dos
prática não atente contra a Constituição e as leis integrantes do quadro de oficiais de
do País, e será exercido na forma estabelecida administração.
por esta Lei. (§§ 3º e 4º com as redações dadas
pela Lei nº 13.768/2006).
10
Para o ingresso no quadro de oficiais
A regra para que o subtenente ingresse no
administrativos, é imprescindível a curso de habilitação de oficiais exige que o
realização do curso de habilitação de oficiais referido militar possua graduação de nível
CHO. superior. Contudo, há uma exceção expressa
Há uma exceção a esta regra, qual seja, a no art. 225 deste Estatuto:
promoção requerida, na qual o subtenente Art.225. Excluem-se da exigência da letra “g”
não necessita do curso de habilitação para do inciso I do art.24 os atuais 1º Sargentos e
Sub-Tenentes, na data de publicação desta
ingresso no quadro de oficiais Lei.
administrativos. Contudo, neste caso, o
militar não irá exercer as funções de oficial, Ressalte-se que a Lei de Promoções também
menciona esta ressalva, conforme se
em razão do fato de que tal promoção observa de seu art. 5º, parágrafo único:
destina o militar à reserva remunerada.
Art. 5° A passagem da praça para o quadro
de oficiais acontecerá por acesso, exigindo-
se a conclusão, com aproveitamento, de
I - ser Subtenente do serviço ativo da respectiva Curso de Habilitação de Oficiais - CHO, cujo
Corporação, e: ingresso se dará metade por antiguidade e a
outra metade por prévia aprovação por
a) possuir o Curso de Formação de Sargentos – seleção interna, supervisionada pela
CFS, ou o Curso de Habilitação a Sargento - Academia Estadual de Segurança Pública,
CHS; para os integrantes do QOAPM e QOABM.
Parágrafo único. Para fins de concorrer à
b) possuir o Curso de Aperfeiçoamento de seleção para ingresso no Curso de
Sargentos – CAS, ou Curso de Habilitação a Habilitação de Oficiais, exigir-se-á do
Subtenente - CHST; candidato diploma em curso de nível
superior, devidamente reconhecido, à
c) ter, no mínimo, 15 (quinze) anos de efetivo exceção das praças beneficiadas com a
serviço na Corporação Militar do Estado do Ceará, previsão do art. 225 da Lei n° 13.729, de 13
de janeiro de 2006.
computados até a data de encerramento das
inscrições do concurso;
d) ser considerado apto, para efeito de curso, pela II – não estar enquadrado em nenhuma das
Junta de Saúde de sua Corporação; situações abaixo:
12
§1°. O Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros
Militar solicitará ao Governador do Estado, por
intermédio da Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social, e ouvida a Secretaria de
Planejamento e Gestão, a abertura de concurso
público para o preenchimento de posto de 2°
Tenente de Oficiais do Quadro Complementar,
com profissionais de nível superior. (Redação
dada pela Lei nº 15.767/15).
Oficiais
14
POLICIA MILITAR BOMBEIROS
MILITARES
Quadro de Oficiais Quadro de Oficiais
Os critérios de antiguidade para militares Policiais Militares – Bombeiros Militares –
em um mesmo posto ou graduação são QOPM QOBM
sucessivos, isto é, obedecem a ordem Quadro de Oficiais de Quadro de Oficiais
constante deste rol. Saúde – QOSPM Complementar
Bombeiro Militar -
QOCBM
Quadro de Oficiais Quadro de Oficiais de
Capelães – QOCplPM Administração –
§2°. Nos casos de promoção a Segundo-Tenente QOABM
ou admissão de Cadetes ou Alunos-Soldados Quadro de Oficiais de
prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem Administração –
de classificação obtida nos respectivos cursos ou QOAPM
concursos. (Redação dada pela lei 15.797/15).
§6º Em igualdade de graduação, as praças
§3º. Entre os alunos de um mesmo órgão de combatentes têm precedência sobre as praças
formação policial militar ou bombeiro militar, a especialistas.
antiguidade será estabelecida de acordo com o
regulamento do respectivo órgão. §7º Em igualdade de postos ou graduações, entre
os integrantes da Polícia Militar do Ceará e do
§4º Em igualdade de posto ou graduação, os Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, aqueles
militares estaduais da ativa têm precedência militares terão precedências hierárquicas sobre
sobre os da inatividade. estes.
§5º Em igualdade de posto, as precedências entre §8º A precedência funcional ocorrerá quando, em
os Quadros se estabelecerão na seguinte ordem: igualdade de posto ou graduação, o oficial ou
praça ocupar cargo ou função que lhe atribua
I - na Polícia Militar do Ceará: superioridade funcional sobre os integrantes do
órgão ou serviço que dirige, comanda ou chefia.
a) Quadro de Oficiais Policiais Militares - QOPM;
Art.32. A precedência entre as praças especiais e
b) Quadro de Oficiais de Saúde - QOSPM; as demais praças é assim regulada:
c) Quadro de Oficiais Complementar - QOCPM; I – Os aspirantes a Oficial são hierarquicamente
superiores aos demais praças
d) Quadro de Oficiais Capelães - QOCplPM;
Parágrafo único. O provimento do cargo de Art.37. A cada cargo militar estadual corresponde
Oficial é realizado por ato governamental e o da um conjunto de atribuições, deveres e
Praça, por ato administrativo do Comandante- responsabilidades que se constituem em
Geral. obrigações do respectivo titular.
Parágrafo único. As atribuições e obrigações
DIFERENÇAS ENTRE CARGO E FUNÇÃO inerentes a cargo militar estadual devem ser,
É a posição ocupada pelo militar dentro preferencialmente, compatíveis com o
CARGO da corporação, podendo ser efetivos ou correspondente grau hierárquico, e no caso do
comissionados. militar estadual do sexo feminino,
Os cargos efetivos são exercidos pelos preferencialmente, levando-se em conta as
militares em serviço ativo, de acordo diferenciações físicas próprias, tudo definido em
com seus postos e graduações. legislação ou regulamentação específicas.
Os cargos em comissão são os de
comando, direção, chefia e Art.38. O cargo militar estadual é considerado
coordenação dentro da Corporação, vago:
ocupado por militar de confiança, sendo
de livre nomeação e exoneração pelo I - a partir de sua criação e até que um militar
Governador do Estado. estadual dele tome posse;
É o exercícios das atribuições e
FUNÇÃO II - desde o momento em que o militar estadual for
obrigações inerentes ao cargo ocupado
pelo militar estadual exonerado, demitido ou expulso;
16
§1º Consideram-se também vagos os cargos
militares estaduais cujos ocupantes: As obrigações integram o que se chama de
função militar estadual. Contudo, há certas
I - tenham falecido; obrigações que pelas suas especificidades não
se enquadram com o que seria naturalmente
II - tenham sido considerados extraviados; uma atribuição militar, mas que, ainda assim,
são consideradas como militares. É o que não
está catalogado em Quadro de Organização ou
III - tenham sido considerados desertores.
norma específica.
18
Militar/Corpo de Bombeiros Militar do Ceará e
dedicar-me inteiramente ao serviço”. Trata-se aqui dos crimes militares, definidos no
Código Penal Militar brasileiro (Decreto-lei
Federal nº 1001, de 21 de outubro de 1969),
completamente distintos das infrações
administrativas, denominadas transgressões.
Quando do cometimento de crimes militares ou
em caso de ações judiciais contra atos
disciplinares praticados por militares, serão
julgados pela Justiça Militar estadual, em
primeira instância, e pelo Tribunal de Justiça do
estado, em segunda instância, mesmo quando
cometido contra civis. Como no Ceará não há
Justiça Militar estadual, a competência para
processamento e julgamento das ações em
Art.50. O Código Disciplinar da Polícia Militar do primeira instancia é da Vara da Justiça Militar
Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará estadual, localizada no Fórum Clovis Beviláqua.
dispõe sobre o comportamento ético-disciplinar No entanto, quando o militar cometer crime
dos militares estaduais, estabelecendo os comum, será julgado pela Justiça Comum
procedimentos para apuração da estadual ou Justiça Federal, a depender do tipo
responsabilidade administrativo-disciplinar, dentre de crime e da competência para processamento
outras providências. e julgamento da ação.
Ressalte-se, ainda, que nos casos de crimes
§1º. (Revogado pela lei 15.797/15). contra a vida cometidos por militares contra
civis, a competência para julgamento é do Júri
§2º Ao Cadete e ao Aluno-Soldado aplicam-se, Popular, integrante da Justiça Comum.
cumulativamente ao Código Disciplinar, as
disposições normativas disciplinares previstas no
estabelecimento de ensino onde estiver §1º Compete aos juízes de direito do juízo militar
matriculado. processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações
§3º O militar estadual que se julgar prejudicado ou judiciais contra atos disciplinares militares,
ofendido por qualquer ato administrativo, poderá, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
sob pena de prescrição, recorrer ou interpor presidência de Juiz de Direito, processar e julgar
recurso, no prazo de 120(cento e vinte) dias os demais crimes militares.
corridos, excetuando-se outros prazos previstos
nesta Lei ou em legislação específica. (§ 3º §2º O disposto no caput não se aplica aos casos
acrescido pela Lei nº 13.768/2006). de competência do júri quando a vítima for civil.
Art.51. Os militares estaduais, nos crimes TÍTULO III
militares definidos em lei, serão processados e DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS
julgados perante a Justiça Militar do Estado, em DOS MILITARES ESTADUAIS
primeira instância exercitada pelos juízes de CAPÍTULO ÚNICO
direito e Conselhos de Justiça, e em segunda DOS DIREITOS
instância pelo Tribunal de Justiça do Estado,
enquanto não for criado o Tribunal de Justiça Art.52. São direitos dos militares estaduais:
Militar do Estado. I – garantia da patente quando oficial e da
graduação quando praça em toda a sua plenitude,
com as vantagens, prerrogativas e deveres a elas
inerentes;
II – estabilidade para o oficial, desde a investidura,
e para a praça, quando completar mais de 3 (três)
anos de efetivo serviço;
do serviço e licenças, nos termos desta Lei;
Estabilidade é a garantia de permanência X - exoneração a pedido;
no serviço público, estabelecida pelo art.
41 da Constituição Federal de 1988, sendo A exoneração somente pode ocorrer a
certo que um servidor estável somente requerimento do interessado.
perderá o cargo em caso de sentença
judicial transitada em julgado, mediante Vide art. 198 deste estatuto.
processo administrativo no qual seja
assegurada a ampla defesa e em virtude de
procedimento de avaliação periódica de XI – porte de arma, quando oficial em serviço
desempenho, conforme expresso na ativo ou em inatividade, salvo por medida
referida carta constitucional. administrativa acautelatória de interesse social,
Para o oficial, a estabilidade é automática, aplicada pelo Controlador Geral de Disciplina dos
ocorrendo desde a investidura no cargo. Órgãos de Segurança Pública e Sistema
Para as praças, no entanto, é necessário o Penitenciário, inativação proveniente de alienação
decurso de tempo superior a três anos de mental, condenação que desaconselhe o porte ou
serviço efetivo. por processo regular, observada a legislação
aplicável.” (NR).
Está em vigor uma lei específica que trata Hoje a assistência médico-hospitalar não é
dos critérios de promoções dos militares realizada pelo Hospital da Policia Militar, e
estaduais, a Lei 15797/2015. sim a partir de um plano de saúde
extensivo a todos os servidores públicos.
20
Militar e do Corpo de Bombeiros; mesmo valor dos segurados do Regime Geral de
Previdência Social, na proporção do número de
XVIII - recompensas ou prêmios, instituídos por filhos ou equiparados de qualquer condição de até
lei; 14 (quatorze) anos ou inválidos;
XXII - transporte ou valor correspondente, assim XXIX - assistência psicossocial pelo Hospital da
entendido como os meios fornecidos ao militar Polícia Militar;
estadual para seu deslocamento, por interesse do
serviço, quando o deslocamento implicar em
mudança de sede ou de moradia, compreendendo É corriqueiro que muitos dos militares, em
também as passagens para seus dependentes e a virtude do estresse que é inerente ao exercício
transição das respectivas bagagens, de residência de suas atividades, sofram de distúrbios
a residência; psicológicos. Por este motivo, há a previsão
neste Estatuto que oferecimento de assistência
XXIII - décimo terceiro salário; psicológica aos integrantes dos quadros.
I - se contar menos de 10 (dez) anos de serviço, §2º Ao militar estadual conceder-se-á gratificação
deverá afastar-se definitivamente da atividade pela participação em comissão examinadora de
militar estadual a partir do registro de sua concurso e pela elaboração ou execução de
candidatura na Justiça Eleitoral, apresentada pelo trabalho relevante, técnico ou científico de
22
interesse da Corporação Militar Estadual. dos servidores públicos para o caso de
pagamento de débitos que também possuem
§3º O Secretário da Segurança Pública e Defesa natureza alimentar, como é o caso de pensões
Social, o Chefe da Casa Militar ou os alimentícias ou de honorários de profissionais
Comandantes-Gerais poderão: (este último, conforme entendimento do
Supremo Tribunal Federal – STF)
I – autorizar o militar estadual, ocupante de cargo
efetivo ou em comissão, a participar de Art.56. O valor do subsídio ou dos vencimentos é
comissões, grupos de trabalho ou projetos, sem igual para o militar estadual da ativa, da reserva
prejuízo dos vencimentos; ou reformado, de um mesmo grau hierárquico,
exceto nos casos previstos em Lei.
II – conceder ao militar nomeado, a gratificação
prevista no § 2º deste artigo. Art.57. Os proventos da inatividade serão revistos
sempre que se modificar o subsídio ou os
§4º O valor das gratificações previstas no § 2º vencimentos dos militares estaduais em serviço
será regulado por Decreto do Chefe do Poder ativo, na mesma data e proporção, observado o
Executivo. ( § 2º, 3º e 4º acrescidos, enumerando- teto remuneratório previsto no art.54 desta Lei.
se como § 1º o atual Parágrafo único, de acordo
com a Lei nº 13.768/2006). Parágrafo único. Respeitado o direito adquirido,
os proventos da inatividade não poderão exceder
Art.55. O subsídio ou os vencimentos dos a remuneração percebida pelo militar estadual da
militares estaduais são irredutíveis e não estão ativa no posto ou graduação correspondente.
sujeitos à penhora, sequestro ou arresto, exceto
nos casos previstos em Lei. Art.58. Por ocasião de sua passagem para a
inatividade, o militar estadual terá direito a
Trata-se da impenhorabilidade e impossibilidade proventos proporcionais aos anos de serviço,
de sequestro ou arresto dos subsídios ou computáveis para a inatividade, até o máximo de
vencimentos do militar, ou seja, do bloqueio da 30 (trinta) anos, computando-se, para efeito da
conta salário do militar pode determinação da contagem naquela ocasião, o resíduo do tempo
Justiça. A inteligência deste dispositivo é igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias
decorrente da norma contida no art. 649, inciso como se fosse mais 01 (um) ano.
IV do CPC, a seguir transcrito: Seção II
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: Das Férias e Outros Afastamentos
(...) Temporários do Serviço
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários,
Art.59. As férias traduzem o afastamento total do
remunerações, proventos de aposentadoria,
pensões, pecúlios e montepios; as quantias serviço, concedidas anualmente, de acordo com
recebidas por liberalidade de terceiro e portaria do Comandante-Geral, de gozo
destinadas ao sustento do devedor e sua família, obrigatório após a concessão, remuneradas com
os ganhos de trabalhador autônomo e os um terço a mais da remuneração normal, sendo
honorários de profissional liberal, observado o atribuídas ao militar estadual para descanso, a
disposto no § 3o deste artigo. partir do último mês do ano a que se referem ou
Esta também é uma determinação durante o ano seguinte, devendo o gozo ocorrer
constitucional. Vejamos: nesse período.
Art. 7º - CF/88. São direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que visem à O acréscimo do terço de férias na remuneração é
melhoria de sua condição social: percebido tão logo o militar adquire o direito de
(...) usufrui-las. Quanto ao gozo do período
X - proteção do salário na forma da lei, correspondente às férias, pode ocorrer de forma
constituindo crime sua retenção dolosa; integral ou fracionada, em dois períodos iguais de
Assim, em regra, em razão da proteção 15 dias, sendo certo que deve ser exercido a partir
do ultimo mês do ano em que adquiriu o direito ou
constitucional dos vencimentos, em razão de seu durante o ano seguinte. Após este período, o
caráter alimentar, é inconcebível que haja militar perde o direito ao gozo deste período de
qualquer constrição judicial sobre os subsídios descanso, mesmo recebendo o terço da
ou vencimentos de militares. remuneração correspondente.
No entanto, na legislação pátria há casos em
que é possível a realização destes tipos de
constrição judicial nos subsídios ou vencimentos
O período de afastamento por luto somente
§1º A concessão e o gozo de férias não sofrerão
pode ser concedido em caso de falecimento
nenhuma restrição, salvo:
dos parentes assinalados no artigo. O rol,
I - para cumprimento de punição disciplinar de portanto, é taxativo.
natureza grave ou prisão provisória;
8 (oito) pais, irmão, cônjuge,
companheiro(a), filhos
II - por necessidade do serviço, identificada por
ato do Comandante-Geral, conforme conveniência
dias e sogros;
e oportunidade da Administração, garantida ao
militar estadual nova data de reinício do gozo das III - instalação: até 10 (dez) dias;
férias interrompidas.
É direito do militar o afastamento total do serviço
pelo período de 10 dias, para que possa proceder à
Este dispositivo contém uma incongruência, pois sua instalação quando de sua transferência para
remete à possibilidade de que quando o militar
outro município. Este período é concedido para
tiver o usufruto de suas férias interrompido por
que o militar possa ajustar sua vida pessoal à
necessidade do serviço, possui direito ao
localidade em que passará a exercer suas funções.
“reinício” do período, ou seja, teria devolvido os
trinta dias de descanso, mesmo que já tivesse Vejamos a definição constante do inciso XXIV do
gozado parte dele. Contudo, na prática não é isso art.3º do Regulamento de Movimentação para
que se observa, pois nestes casos o militar Oficiais e Praças do Exército, anexo ao Decreto
apenas tem devolvido o período de férias Federal nº 2040/96:
remanescente, não gozado. XXIV - Instalação: período de afastamento total do
serviço, destinado às providências de ordem
pessoal ou familiar, decorrentes da movimentação,
§2º Não fará jus às férias regulamentares o militar concedido ao militar após sua apresentação na OM
estadual que esteja aguardando solução de para onde foi transferido.
processo de inatividade.
§3º As férias a que se refere este artigo poderão IV - trânsito: até 30 (trinta) dias.
ser divididas em 2 (dois) períodos iguais.
§4º O direito destacado neste artigo estende-se É direito do militar o afastamento total do
aos militares que estão nos cursos de formação serviço pelo período de 30 dias quando de
para ingresso na Corporação. sua transferência para outra sede da
corporação.
XXIII - Trânsito: período de
Vejamos a definição
FÉRIAS: DICA constante do inciso
afastamento total do
serviço, destinado aos
XXIII do art.3º e art. 5º, preparativos decorrentes
O tempo referente ao Não fará jus às férias ambos do Regulamento de mudanças, concedido
curso de formação é regulamentares o militar de Movimentação para ao militar, pelo
considerado para efeito estadual que esteja Oficiais e Praças do comandante da OM de
de férias E PARA EFEITO aguardando solução de Exército, anexo ao origem, cuja
DE PROVA! processo de inatividade Decreto Federal nº movimentação implique,
obrigatoriamente em
2040/96:
mudança de sede.
Art.60. Os militares estaduais têm direito, aos
seguintes períodos de afastamento total do
serviço, obedecidas às disposições legais e
regulamentares, por motivo de: Parágrafo único. O afastamento do serviço por
motivo de núpcias ou luto será concedido, no
I - núpcias: 8 (oito) dias;
primeiro caso, se solicitado por antecipação à
data do evento, e, no segundo caso, tão logo a
II - luto: 8 (oito) dias, por motivo de falecimento de
autoridade a que estiver subordinado o militar
pais, irmão, cônjuge, companheiro(a), filhos e estadual tome conhecimento, de acordo com
sogros; portaria do Comandante-Geral.
24
Art.61. As férias e outros afastamentos II - paternidade, por 10 (dez) dias;
mencionados nesta Seção são concedidos sem
prejuízo da remuneração prevista na legislação III - para tratar de interesse particular;
específica e computados como tempo de efetivo
serviço e/ou contribuição para todos efeitos legais. IV - para tratar da saúde de dependente, na forma
Seção III desta Lei;
Das Licenças e das Dispensas de Serviço
V - para tratar da saúde própria;
Art.62. Licença é a autorização para o
afastamento total do serviço, em caráter VI - à adotante:
temporário, concedida ao militar estadual,
obedecidas as disposições legais e a) por 120 (cento e vinte) dias se a criança tiver
regulamentares. até 01 (um) ano de idade;
b) por 60 (sessenta) dias se a criança tiver entre
§1º A licença pode ser: 01 (um) e 04 (quatro) anos de idade;
c) por 30 (trinta) dias se a criança tiver de 04
I - à gestante, por 120 (cento e vinte) dias, (quatro) a 08 (oito) anos de idade.
prorrogáveis por mais 60 (sessenta) dias, nos
termos dos §§ 8º e 9º (alterado pela Lei
Complementar nº 159/2016);
O PERÍODO É
PERCEBE
CONTADO
REMUNERAÇ
COMO TEMPO
INICIO DO ÃO DURANTE
TIPOS DE PERÍODOS DE SERVIÇO
DECURSO DO O PERÍODO OBSERVAÇÕES
LICENÇA DE LICENÇA E/OU
PRAZO DE
CONTRIBUIÇÃO
AFASTAMENT
E
O?
ANTIGUIDADE?
DURANTE O
PERÍODO, A
MILITAR NÃO
PODERÁ
EXERCER
ATIVIDADE
REMUNERADA
CONCEDIDA A FORA DA
120 DIAS,
PARTIR DO 8º CORPORAÇÃO,
PODENDO
MÊS DE SENDO VEDADO
SER
GESTAÇÃO, AINDA, QUE A
GESTANTE PRORROGAD SIM SIM
SALVO CRIANÇA
OS POR MAIS
PRESCRIÇÃO FREQUENTE
60(SESSENT
MÉDICA EM CRECHES OU
A) DIAS
CONTRÁRIO. OUTRAS
INSTITUIÇÕES
SIMILARES,SOB
PENA DE PERDA
DO BENEFÍCIO E
APURAÇÃO DA
RESPONSABILID
ADE FUNCIONAL.
CONTADA A
PARTIR DA
PATERNIDA
10 DIAS DATA DE SIM SIM _
DE
NASCIMENTO
DO FILHO
NÃO.
HÁ UMA
EXCEÇÃO PARA
SOMENTE PODE
O CÔMPUTO
SER REQUERIDA
DO TEMPO DE
APÓS 10 ANOS
SERVIÇO PARA
DE EFETIVO
FINS
SERVIÇO.
PREVIDENCIÁRI
REGULAMENTAD
OS: DESDE QUE
A POR
HAJA
PORTARIA DO
PARA RECOLHIMENT
ATÉ DOIS COMANDANTE
TRATAR DE CONTADA A O MENSAL DA
ANOS, GERAL, NO
INTERESSE PARTIR DA NÃO ALÍQUOTA 33%
CONTÍNUOS PRAZO DE 120
PARTICULA PUBLICAÇÃO (trinta e três por
OU NÃO DIAS
R – LTIP cento) SOBRE O
APÓS O
VALOR DA
DECURSO DE 6
ULTIMA
MESES, O
REMUNERAÇÃO
MILITAR SERÁ
, PARA FINS DE
AGREGADO (Art.
CONTRIBUIÇÃO
172, § 1º, III, “d”
PREVIDENCIÁRI
deste Estatuto)
A, QUE SERÁ
DESTINADA
PARA O
SUPSEC
REGULAMENTAD
A POR
PORTARIA DO
COMANDANTE
GERAL, NO
ATÉ O ATÉ O PERÍODO
PRAZO DE 120
PERÍODO DE DE 6 MESES
CONTADA A DIAS
PARA 6 MESES NÃO NÃO HÁ
PARTIR DA SÃO
TRATAR DE HÁ PREJUÍZO PREJUÍZO DE
ATÉ DOIS APRESENTAÇ CONSIDERADOS
SAÚDE DE DE CONTAGEM DE
ANOS ÃO DO DEPENDENTES
DEPENDEN REMUNERAÇ TEMPO; APÓS,
ATESTADO APENAS PAIS,
TE ÃO; APÓS, NÃO SERÁ
MÉDICO FILHOS,
NÃO SERÁ COMPUTADO O
CÔNJUGE DO
RECEBIDA. TEMPO.
QUAL NÃO
ESTEJA
SEPARADO E
COMPANHEIRO
(A)
26
REGULAMENTAD
A POR
PORTARIA DO
COMANDANTE
CONTADA A
GERAL, NO
PARA PARTIR DA
NÃO HÁ PRAZO DE 120
TRATAR DE APRESENTAÇ
LIMITE DE SIM SIM DIAS
SAÚDE ÃO DO
TEMPO APÓS UM ANO
PRÓPRIA ATESTADO
DE
MÉDICO
AFASTAMENTO,
O MILITAR SERÁ
AGREGADO (Art.
172, § 1º, III, “c”)
120 DIAS: SE
A CRIANÇA
TIVER ATÉ 1
ANO DE
SOMENTE SERÁ
IDADE A PARTIR DO
CONCEDIDA Á
REQUERIMEN
60 DIAS: SE A TO, COM ADOTANTE OU
CRIANÇA GUARDIÃO A
ADOTANTE APRESENTAÇ SIM SIM
TIVER ENTRE ÃO DO PARTIR COM A
1 E 4 ANOS APRESENTAÇÃO
TERMO
DO RESPECTIVO
JUDICIAL
30 DIAS: SE A TERMO JUDICIAL
CRIANÇA
TIVER ENTRE
4 E 8 ANOS
§2º A licença à gestante será concedida, mediante Constituição Federal (incluído pela Lei
inspeção médica, a partir do 8º mês de gestação, Complementar nº 159/2016);
salvo prescrição em contrário.
§ 9º Durante o período de prorrogação da licença-
§3º A licença-paternidade será iniciada na data do maternidade, a militar estadual terá direito à sua
nascimento do filho. remuneração, vedado o exercício de qualquer
atividade remunerada pela beneficiária, não
§4º A licença para tratar de interesse particular é a podendo também a criança ser mantida em
autorização para afastamento total do serviço por creches ou organização similar, sob pena da perda
até 02 (dois) anos, contínuos ou não, concedida ao do direito do benefício e consequente apuração da
militar estadual com mais de 10 (dez) anos de responsabilidade funcional (incluído pela Lei
efetivo serviço que a requerer com essa finalidade, Complementar nº 159/2016);
implicando em prejuízo da remuneração, da
contagem do tempo de serviço e/ou contribuição e §10 Em caso de aborto não criminoso,
da antiguidade no posto ou na graduação. comprovado mediante atestado médico, a militar
terá direito à licença remunerada correspondente a
§5º As licenças para tratar de interesse particular, 2 (duas) semanas (incluído pela Lei Complementar
de saúde de dependente e para tratamento de nº 159/2016).
saúde própria, serão regulamentadas por Portaria
do Comandante-Geral, no prazo de 120 (cento e Art.63. O tempo da licença de que trata o §4º do
vinte) dias, observado o disposto nesta Lei. artigo anterior, será computado para obtenção de
qualquer beneficio previdenciário, inclusive
§6º A licença-maternidade só será concedida à aposentadoria desde que haja recolhimento
adotante ou guardiã mediante apresentação do mensal da alíquota de 33% (trinta e três por cento)
respectivo termo judicial. incidente sobre o valor da última remuneração
para fins de contribuição previdenciária, que será
destinada ao Sistema Único de Previdência Social
dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos
Agentes Públicos e dos Membros de Poder do
Estado do Ceará – SUPSEC.
III- na
inatividade,
salvo para
comparecer as
Parágrafo único. Constituem crimes previstos na solenidades
legislação específica o desrespeito ao disposto no II- no
militares
estrangeiro,
caput deste artigo, bem como uso por quem a eles estaduais,
quando em
não tiver direito. cerimônias
atividade não
I- em cívico-
relacionada
Art.73. O militar estadual fardado tem as manifestação com a missão comemorativa
obrigações correspondentes ao uniforme que usa s das grandes
de caráter policial militar
datas
e aos distintivos, insígnias, divisas, emblemas, político- ou bombeiro
nacionais ou
agildas e peças complementares que ostenta. partidário militar, salvo
estaduais ou a
quando
atos sociais
expressamente
solenes,
determinado e
quando
autorizado
devidamente
autorizado
pelo
Comandante-
Geral.
32
ativo militar, enquanto tramita o processo de
reforma, ficando, a partir da agregação, recolhendo
para o SUPSEC como se estivesse aposentado;
g) deserção, quando Oficial ou Praça com §4º A agregação do militar estadual a que se
estabilidade assegurada, mesmo tendo se referem às alíneas “a”, “c” e “d” do inciso III do §1º
apresentado voluntariamente, até sentença é contada a partir do primeiro dia após os
transitada em julgado do crime de deserção; respectivos prazos e enquanto durar o
afastamento.
Seção II
§8º O militar estadual não será agregado, sob Da Reversão
nenhuma hipótese, fora das condições
especificadas neste artigo, mormente para fins de Art.174. Reversão é o ato pelo qual o militar
geração de vagas a serem preenchidas para efeito estadual agregado, ou inativado, retorna ao
de promoção, e, em especial, quando se encontrar respectivo Quadro ou serviço ativo, quando
em uma das seguintes situações: cessado o motivo que deu causa à agregação ou
quando reconduzido da inatividade para o serviço
I - for designado, em boletim interno ou por temporário, na forma desta Lei.
qualquer outro meio oficial, para o exercício de
encargo, incumbência, serviço, atividade ou função
no âmbito de sua Corporação, administrativa ou
operacional:
II - reforma; a pedido
Reserva
III - exoneração, a pedido; Remunerada
IV - demissão;
ex officio
V - perda de posto e patente do oficial e da
graduação da praça;
Art.181. A transferência para a reserva
VI - expulsão; remunerada, a pedido, será concedida, mediante
requerimento do militar estadual que conte com 53
VII - deserção; (cinqüenta e três) anos de idade e 30 (trinta) anos
de contribuição, dos quais no mínimo 25 (vinte e
VIII - falecimento; cinco) anos de contribuição militar estadual ao
Sistema Único de Previdência Social dos
IX – desaparecimento; Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
Públicos e Membros de Poder do Estado do Ceará
X - extravio. – SUSPEC.
§4º Não será concedida transferência para a Observação: Vide Lei 15797/15, conforme
reserva remunerada, a pedido, ao militar estadual dispositivo a seguir transcrito:
que: Art. 20. Haverá, anualmente, número
mínimo de vagas à promoção ao posto de
I - estiver respondendo a processo na instância Coronel QOPM e QOBM e ao posto de
penal ou penal militar, a Conselho de Justificação Major QOAPM e QOABM, para manter a
ou Conselho de Disciplina ou processo regular;
II - estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
renovação, o equilíbrio e a regularidade de
acesso ao referido posto, em quantitativo a
ser estabelecido em decreto.
§ 1° O número mínimo de vagas de que
Um exemplo seria a pena cuida o caput observará o seguinte:
restritiva de liberdade I - Coronel QOPM - 4 (quatro) vagas por
ano;
II - Coronel QOBM - 2 (duas) vagas por ano;
Pena privativa de liberdade é o cerceamento III - Major QOAPM - 3 (três) vagas por ano;
da liberdade do indivíduo no qual foi
condenado. Ele pode cumprir a pena de IV - Major QOABM - 2 (duas) vagas por
prisão no regime fechado e no semi aberto. ano.
§5º O direito à reserva, a pedido, pode ser VI - o Coronel Comandante-Geral que for
suspenso na vigência de Estado de Guerra, substituído na chefia da Corporação por Coronel
Estado de Sítio, Estado de Defesa, calamidade promovido pelo Governador do Estado; (Nova
pública, perturbação da ordem interna ou em caso redação dada pela lei 15.797/15).
de mobilização.
VII - o Coronel que possuir 30 (trinta) anos de artigo não se aplicam aos oficiais nomeados para
efetiva contribuição e 3 (três) anos no posto os cargos de Chefe e Subchefe da Casa Militar do
respectivo, excetuando-se aquele que ocupar os Governo, de Comandante-Geral e Comandante-
cargos de provimento em comissão de Geral Adjunto da Polícia Militar e Comandante-
Comandante-Geral Adjunto e Secretário Executivo Geral e Comandante-Geral Adjunto do Corpo de
das Corporações Militares Estaduais e Chefe, Bombeiros Militar do Ceará, enquanto
Subchefe e Secretário Executivo da Casa Militar; permanecerem no exercício desses cargos.
(Nova redação dada pela lei 15.797/15).
§2º Enquanto permanecer no exercício de cargo
VIII - o Major QOA que possuir 30 (trinta) anos de civil temporário, não-eletivo, de que trata o inciso II
efetiva contribuição e 3 (três) anos no posto deste artigo o militar estadual:
respectivo. (Nova redação dada pela lei I - tem assegurado a opção entre os vencimentos
15.797/15). do cargo civil e os do posto ou da graduação;
II - somente poderá ser promovido por antiguidade;
Atingir a idade limite de 60 III - terá seu tempo de serviço computado apenas
(sessenta) anos; para a promoção de que trata o inciso anterior e
Atingir ou vier ultrapassar os 35 para a inatividade.
(trinta e cinco) anos de
contribuição, com no mínimo 25 §3º O órgão encarregado de pessoal da respectiva
(vinte e cinco) anos de contribuição Corporação Militar deverá encaminhar à Junta de
militar estadual ao Sistema Único Saúde da Corporação, para os exames médicos
de Previdência Social dos necessários, os militares estaduais que serão
Servidores Públicos Civis e enquadrados nos itens I e II do caput deste artigo,
Militares, dos Agentes Públicos e pelo menos 60 (sessenta) dias antes da data em
Membros de Poder do Estado do que os mesmos serão transferidos ex officio para a
Ceará – SUSPEC; reserva remunerada.
Ultrapassar 02 (dois) anos de
afastamento, contínuo ou não, Art.183. A idade de 53 (cinquenta e três) anos a
agregado em virtude de ter sido que se refere o caput do art.181 e as alíneas “b”,
empossado em cargo, emprego ou “c” e “d” do inciso II, do artigo anterior, será exigida
função pública civil temporária não apenas do militar que ingressar na corporação a
eletiva; partir da publicação desta Lei.
Se eleito, for diplomado em cargo
RESERVA
REMUNERADA
eletivo, ou se, na condição de
EX OFFICIO suplente, vier a ser empossado; Na norma anterior, a idade não era um
For oficial abrangido pela quota requisito para obtenção de reserva
compulsória; remunerada, mas tão somente o tempo
O Coronel Comandante-Geral que de contribuição.
for substituído na chefia da
Corporação por Coronel promovido
pelo Governador do Estado;
O Coronel que possuir 30 (trinta) Art.184. O militar estadual na reserva remunerada
anos de efetiva contribuição e 3 poderá ser revertido ao serviço ativo, ex officio,
(três) anos no posto respectivo, quando da vigência de Estado de Guerra, Estado
excetuando-se aquele que ocupar do Sítio, Estado de Defesa, em caso de
os cargos de provimento em Mobilização ou de interesse da Segurança Pública.
comissão de Comandante-Geral
Adjunto e Secretário Executivo das Art.185. Por aceitação voluntária, o militar estadual
Corporações Militares Estaduais e da reserva remunerada poderá ser designado para
Chefe, Subchefe e Secretário o serviço ativo, em caráter transitório, por ato do
Executivo da Casa Militar; Governador do Estado, desde que aprovado nos
O Major QOA que possuir 30 exames laboratoriais e em inspeção médica de
(trinta) anos de efetiva contribuição saúde aos quais será previamente submetido,
e 3 (três) anos no posto respectivo. quando se fizer necessário o aproveitamento de
conhecimentos técnicos e especializados do militar
§1º As disposições da alínea “b” do inciso II deste estadual.
38
§1º O militar estadual designado nos termos deste
artigo terá os direitos e deveres dos da ativa de §1º Excetua-se das “idades-limites” de que trata o
igual situação hierárquica, exceto quanto à inciso I deste artigo o militar estadual enquanto
promoção, a que não concorrerá. revertido da inatividade para o desempenho de
§2º A designação de que trata este artigo terá a serviço ativo temporário, conforme disposto em lei
duração necessária ao cumprimento da atividade específica, cuja reforma somente será aplicada ao
que a motivou, sendo computado esse tempo de ser novamente conduzido à inatividade por ter
serviço do militar. cessado o motivo de sua reversão ou ao atingir a
idade-limite de 70 (setenta) anos.
Art.186. Por aceitação voluntária, o militar estadual
da reserva remunerada poderá ser designado para §2º Para os fins do que dispõem os incisos II e III
o serviço ativo, em caráter transitório, por ato do deste artigo, antes de se decidir pela aplicação da
Governador do Estado, desde que aprovado nos reforma, deverá ser julgada a possibilidade de
exames laboratoriais e em inspeção médica de aproveitamento ou readaptação do militar estadual
saúde aos quais será previamente submetido, para em outra atividade ou incumbência do serviço ativo
prestar serviço de segurança patrimonial de compatível com a redução de sua capacidade.
próprios do Estado, conforme dispuser a lei
específica, sendo computado esse tempo de Art.189. O órgão de recursos humanos da
serviço do militar. Corporação controlará e manterá atualizada a
relação dos militares estaduais relativas às “idades
Seção II limites” de permanência na reserva remunerada, a
Da Reforma fim de serem oportunamente reformados.
Art.187. A passagem do militar estadual à situação Parágrafo único. O militar estadual da reserva
de inatividade, mediante reforma, se efetua ex remunerada, ao passar à condição de reformado,
officio. manterá todos os direitos e garantias asseguradas
na condição anterior.
A reforma equipara-se ao que seria a Art.190. A incapacidade definitiva pode sobrevir
aposentadoria para o civil. em consequência de:
Para as previsões constantes dos incisos II a §5º Ficam excluídas do conceito da alienação
V, a reforma poderá ser integral ou mental as epilepsias psíquicas e neurológicas,
proporcional ao tempo de contribuição, a assim julgadas pela Junta de Saúde.
depender da análise das circunstâncias, de
suas condições físicas e mentais e de sua §6º Considera-se paralisia todo caso de neuropatia
capacidade para se prover por meios a mobilidade, sensibilidade, troficidade e mais
próprios (vide art. 193). funções nervosas, no qual, esgotados os meios
habituais de tratamento, permanecem distúrbios
graves, extensos e definitivos, que tornem o
indivíduo total e permanentemente impossibilitado
§1º Os casos de que tratam os incisos I, II e III para o serviço ativo militar.
deste artigo serão provocados por atestado de
origem ou inquérito sanitário de origem, sendo os §7º São também equiparados às paralisias os
termos do acidente, baixa ao hospital, prontuários casos de afecção ósteo-músculo-articulares graves
de tratamento nas enfermarias e hospitais, laudo e crônicos (reumatismo graves e crônicos ou
médico, perícia médica e os registros de baixa, progressivos e doença similares), nos quais
utilizados como meios subsidiários para esclarecer esgotados os meios habituais de tratamento,
a situação. permaneçam distúrbios extensos e definitivos, quer
ósteo-músculo-articulares residuais, quer
§2º Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde secundários das funções nervosas, mobilidade,
deverão basear seus julgamentos, troficidade ou mais funções que tornem o indivíduo
obrigatoriamente, em observações clínicas, total e permanentemente impossibilitado para o
acompanhados de repetidos exames subsidiários, serviço ativo militar.
de modo a comprovar, com segurança, o estado
ativo da doença, após acompanhar sua evolução §8º São equiparados à cegueira, não só os casos
por até 03 (três) períodos de 6 (seis) meses de de afecções crônicas, progressivas e incuráveis,
tratamento clínico-cirúrgico metódico, atualizado e, que conduzirão à cegueira total, como também os
sempre que necessário, nosocomial, salvo quando da visão rudimentar que apenas permitam a
se tratar de forma “grandemente avançadas”, no percepção de vultos, não suscetíveis de correção
conceito clínico e sem qualquer possibilidade de por lentes, nem removíveis por tratamento médico
regressão completa, as quais terão parecer cirúrgico.
40
§9º O Atestado de Origem – AO e o Inquérito Art. 194. O militar estadual reformado por
Sanitário de Origem - ISO, de que trata este artigo, incapacidade definitiva que for julgado apto em
serão regulados por ato do Comandante-Geral da inspeção de saúde por junta superior, em grau de
Corporação. recurso ou revisão, poderá retomar ao serviço
ativo por ato do Governador do Estado
§10. Para fins de que dispõe o inciso II do caput Parágrafo único. O retorno ao serviço ativo
deste artigo, considera-se acidente em objeto de ocorrerá se o tempo decorrido na situação de
serviço aquele ocorrido no exercício de atividades reformado não ultrapassar 2 (dois) anos.
profissionais inerentes ao serviço policial militar ou
bombeiro militar ou ocorrido no trajeto casa- Art.195. O militar estadual reformado por
trabalho-casa. alienação mental, enquanto não ocorrer à
designação judicial do curador, terá sua
Art.191. O militar estadual da ativa, julgado remuneração paga aos beneficiários, legalmente
incapaz definitivamente por um dos motivos reconhecidos, desde que o tenham sob
constantes no artigo anterior será reformado com responsabilidade e lhe dispensem tratamento
qualquer tempo de contribuição. humano e condigno.
§3º O cálculo das indenizações a que se referem Ver comentários ao art. 10, I deste Estatuto.
os §§1º e 2º deste artigo, será efetuado pela
Organização Militar encarregada das finanças da Seção V
Corporação. Da Deserção
§4º O militar estadual exonerado, a pedido, não Art.202. A deserção do militar estadual acarreta
terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua interrupção do serviço com a consequente perda
situação militar definida pela Lei do Serviço Militar. da remuneração.
42
mais de 08 (oito) dias.
Pena – detenção, de
seis meses a dois anos;
Parágrafo único. A situação de desaparecido só
se oficial, a pena é
agravada”. Verifica-se, será considerada quando não houver indício de
portanto, serem deserção.
elementos Art.205. O militar estadual que, na forma do artigo
constitutivos do delito: anterior, permanecer desaparecido por mais de 30
a) a ausência sem (trinta) dias, será considerado oficialmente
licença, da unidade em extraviado.
que serve ou do lugar
em que deve Art.206. O extravio do militar estadual da ativa
permanecer e; b) que o acarreta interrupção do serviço militar estadual
período de ausência
com o consequente afastamento temporário do
seja superior a
oito dias. serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for
oficialmente considerado extraviado.
§1º O desligamento do serviço ativo será feito 06
§1º O Oficial ou a Praça, na condição de desertor,
(seis) meses após a agregação por motivo de
será agregado ao seu Quadro ou Qualificação, na
extravio.
conformidade do art.172, inciso III, alínea “g”, até a
decisão transitada em julgado e não terá direito a §2º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo,
remuneração referente a tempo não trabalhado.
catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes
oficialmente reconhecidos, o extravio ou o
§2º O militar estadual desertor que for capturado,
desaparecimento do militar estadual da ativa será
ou que se apresentar voluntariamente, será
considerado como falecimento, para fins deste
submetido à inspeção de saúde e aguardará a
Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos
solução do processo. máximos de possível sobrevivência ou quando se
dêem por encerradas as providências de
§3º Compete à Justiça Militar Estadual processar e
salvamento.
julgar o militar estadual desertor, cabendo ao
tribunal competente decidir sobre a perda do posto Art.207. O reaparecimento do militar estadual
e da patente dos oficiais e da graduação das
extraviado ou desaparecido, já desligado do
Praças.
serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova
agregação, enquanto se apura as causas que
§4º As demais disposições de que tratam esta
deram origem ao seu afastamento.
Seção estão estabelecidas em Lei Especial.
Parágrafo único. O militar estadual reaparecido
Seção VI
será submetido a Conselho de Justificação, a
Do Falecimento, do Desaparecimento e do
Conselho de Disciplina ou a Processo
Extravio
Administrativo-Disciplinar.
Art.203. O falecimento do militar estadual da ativa Art.208. Lei específica, de iniciativa privativa do
acarreta o desligamento ou exclusão do serviço
Governador do Estado, estabelecerá os direitos
ativo, a partir da data da ocorrência do óbito.
relativos à pensão, destinada a amparar os
beneficiários do militar estadual desaparecido ou
extraviado.
CAPÍTULO III
DO TEMPO DE SERVIÇO E/OU CONTRIBUIÇÃO
I - todo o período que contribuiu como militar, Regimes Próprios de Previdência Social são
podendo ser contínuo ou intercalado; os instituídos e administrados pelos entes
federativos (União, Estados, Distrito Federal
II - o período de serviço ativo das Forças Armadas; e Municípios), conforme previsão do art. 40
da Constituição Federal:
III - o tempo de contribuição relativo à outra
Corporação Militar;
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos
efetivos da União, dos Estados, do Distrito
IV - o tempo passado pelo militar estadual na Federal e dos Municípios, incluídas suas
reserva remunerada, que for convocado para o autarquias e fundações, é assegurado
exercício de funções militares na forma do art.185 regime de previdência de caráter
desta Lei; contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos
O tempo de contribuição do militar na reserva
remunerada é contabilizado na hipótese de
pensionistas, observados critérios que
reversão. Contudo, este período não é preservem o equilíbrio financeiro e atuarial
considerado para fins de promoção. e o disposto neste artigo.
Neste caso, estão assegurados pelos regimes
próprios os servidores públicos, que são
afastados do Regime Geral de Previdência
V - licença especial e férias não usufruídas
Social – RGPS.
contadas em dobro, até 15 de dezembro de 1998.
44
§3º O tempo de contribuição a que alude o caput passar afastado do exercício de suas funções, em
deste artigo, será apurado em anos, meses e dias, consequência de ferimentos recebidos em
sendo o ano igual a 365 (trezentos e sessenta e acidente quando em serviço, ou mesmo quando de
cinco) dias e o mês 30 (trinta) dias. folga, em razão da preservação de ordem pública,
de proteção do patrimônio e da pessoa, visando à
sua incolumidade em situações de risco, infortúnio
ou de calamidade, bem como em razão de
O tempo de contribuição é apurado, para moléstia adquirida no exercício de qualquer função
efeitos de inatividade, contabilizando militar estadual, será computado como se o tivesse
minuciosamente os anos, meses e dias. no exercício efetivo daquelas funções.