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1º ANO / 1º SEMESTRE
História do Direito – Universidade Lusófona
Ano lectivo 2010/2011 – 1º semestre
Conteúdo
Institutas ........................................................................................................................................... 4
Codex................................................................................................................................................ 4
Novelas ............................................................................................................................................. 4
As interpolações................................................................................................................................ 6
Resumo................................................................................................................................................. 7
Trabalho Realizado:
A época Justinianeia decorre entre o ano 530 (ano em que Justiniano encarregou Triboniano
de elaborar os Digestos) e 565 (ano em que o imperador faleceu).
O Ius Romanum, nesta época chega ao termo da sua evolução e acaba por se codificar sendo
então perpetuado.
JUSTINIANO I (527-565), nasceu numa família pobre e é adoptado pelo tio Justino, ex-
guarda analfabeto que se viria a tornar Imperador. Vai ainda jovem para Constantinopla, base
do comando militar em que serviu o seu tio, onde recebe educação, estudando direito, retórica
e teologia.
Quando Justino I se torna imperador, em 518, Justiniano começa a participar da vida política
como patrício e cônsul. Em 525, recebe o título de César e em 527, Justiniano é proclamado
Imperador do Império Bizantino ou Bizâncio – parte oriental do Império Romano.
No mesmo ano, casa-se com Teodora, mulher inteligente e politicamente hábil, de tal modo
que chega a aconselhar o Imperador em questões militares e a utilizar a sua influência para
promover alguns direitos femininos, que trariam benefícios para a mulher, como: a proibição
do tráfico de mulheres jovens e a alteração das leis de divórcio.
Com a sua subida ao poder é iniciada uma ampla obra militar e legislativa, tendo sido
nomeada uma comissão de dez membros (entre os quais Triboniano, ministro do imperador e
jurisconsulto) para compilar as constituições imperiais vigentes – leis emanadas dos
imperadores desde o governo do imperador Adriano – Edito Perpétuo, 121.
A missão dos compiladores completou-se em dois anos. O Código era destinado a substituir o
código Gregoriano, o código Hermogeniano, as constituições particulares e o Código
Teodosiano de 438.
Em 529, com a constituição Summa rei publicae, o imperador publica o código, intitulado
Nouus Iustinianus Codex (Código Novo de Justiniano), e estabelece a sua entrada em vigor
naquele ano.
Essa primeira obra foi substituída por outra em 534. Assim, ficou conhecido por Código
Velho, em contraposição ao de 534, chamado, este sim, de Código Novo.
Desde o século III que a estrutura política do Império Romano sofreu profundas
modificações.
Justiniano, (527–565), foi o último imperador do Baixo Império e o primeiro dos imperadores
bizantinos.
O Corpus Iuris Civilis é uma compilação, concretizada por Justiniano, que reúne num só
corpo e sem misturar, os Iura e os Leges, mas com eficácia jurídica. Esta obra procura acabar
com a confusão em que se debatia a prática judicial, fruto de várias causas.
É a base da jurisprudência latina (incluindo o direito canónico eclesiástico: ecclesia vivit lege
romana) e é também um documento único sobre a vida no Império Romano no seu tempo.
É uma compilação que reúne muitas fontes nas quais as leges (leis) e outras regras eram
expressas ou publicadas: leis propriamente ditas, consultas senatoriais (senatus consulta),
decretos imperiais, lei das sentenças e opiniões e interpretações dos juristas (responsa
prudentum).
O Corpus Iuris Civilis representou uma revolução jurídica, organizando o direito romano
numa forma conveniente e sob um esquema orgânico, que se tornou a base do moderno
Direito Civil.
Digesto ou Pandectas
(compreende 50 livros, divididos em títulos, estes em fragmentos e em parágrafos).
Esta comissão foi encarregada da selecção da matéria a compilar, bem como de dirimir
dúvidas e decidir em caso de diferenças de opinião.
O Digesto diferenciava-se do Código por não ter tido feito anteriormente trabalho do mesmo
género. A quantidade de jurisprudência era enorme e muitas vezes difícil de ser encontrada.
Havia muitos autores, com pontos de vista diversos, por vezes antagónicos. Parecia difícil
conseguir juntar todo este conjunto vasto de opiniões num trabalho homogéneo e consciente
disso, previu Justiniano um prazo mínimo de dez anos até ao seu término.
Era o Código de doutrinas seletas, Codex enucleati iuris, oficialmente denominado Digesto
(Digesta) ou Pandectas (Pandectae), o qual foi promulgado em meados de Dezembro de 533,
para entrar em vigor daí a 15 dias, ou seja no inicio do ano seguinte.
Institutas
(compreende 4 livros, que se dividem em títulos e estes em parágrafos)
Terminada a elaboração do Digesto, mas antes de sua promulgação, Justiniano escolheu três
dos compiladores – Triboniano, Doroteu e Teófilo (estes últimos professores das escolas de
Constantinopla e de Bento) - para a organização de um manual escolar que servisse aos
estudantes como introdução ao direito compendiado no Digesto. Os redactores foram fiéis ao
plano das Institutas de Gaio (do século II a.C.), tendo-se servido de muitas passagens desse
antigo jurista. No entanto, há inovações introduzidas de acordo com o direito vigente no
Baixo-Império.
Como uma obra de professores, destinada ao ensino, as Institutas são mais simples e mais
teóricas que o Digesto. São expostas noções gerais, definições, classificações e controvérsias
por serem excelente campo de estudo.
Este manual de Direito Romano distribui as matérias em 3 grupos: pessoas, coisas e acções.
Codex
(composto por 12 livros que se dividem em títulos e estes em leis ordenadas
cronologicamente)
É uma compilação de leis, desde Adriano até Justiniano e que obteve força de lei em 534,
através da constituição CORDI.
Novelas
(constituições imperiais promulgadas depois do Codex)
a data da promulgação do Código Novo, em 535, até sua morte, em 565), introduzindo um
grande número de modificações na legislação.
Essas novas constituições (Nouellae constitutiones) são conhecidas por Novelas (Nouellae),
Autênticas ou Plácida.
A maioria foi editada em língua grega e contém reformas fundamentais, como no direito
hereditário e no direito matrimonial.
A sua morte, porém, não lhe permitiu realizar essa pretensão, o que foi feito posteriormente,
por particulares.
Actualização do código
A publicação de novas constituições e o facto de, com a elaboração do Digesto, terem surgido
contradições entre o Nouus Iustianianus Codex e as Pandectas tornou necessária uma segunda
edição do Codex. Por isso, Justiniano nomeou comissão de cinco membros para atualizá-lo. O
Codex repetitae praelectionis, o Código revisado, cujo conteúdo foi harmonizado com as
novas normas expedidas no curso dos trabalhos, foi publicado em Novembro de 534, para
entrar em vigor no final de Dezembro do mesmo ano.
A primeira edição do código (elaborada em 528) foi revogada por esta segunda, e, portanto,
deixou de ser utilizada.
A obra legislativa de Justiniano, por conseguinte, consta de quatro partes: Institutas (manual
escolar), Digesto ou Pandectas (compilação dos iura), Código (compilação das leges) e
Novelas (reunião das constituições promulgadas depois de 535 por Justiniano).
A esse conjunto, o romanista francês Dionísio Godofredo, em 1538, na edição que dele fez,
denominou Corpus Iuris Civiles (Corpo de Direito Civil), designação essa que é hoje
universalmente adoptada.
O Digesto é composto por 50 livros, divididos em títulos (excepto os livros XXX, XXXI e
XXXII), subdivididos em leis ou fragmentos (os quais são precedidos do nome do
jurisconsulto romano e da obra de onde foram retirados), e estes, modernamente, (nas edições
antigas não o eram) em uma parte inicial (principium) e em parágrafos.
As Institutas estão divididas em quatro livros, subdivididos em títulos, e estes em uma parte
inicial (principium) e em parágrafos.
As interpolações
Para que os iura e as leges constantes no Corpus Iuris Civiles pudessem ter aplicação na
prática, foi preciso, muitas vezes, que os compiladores fizessem substituições, supressões ou
acréscimos nos fragmentos dos jurisconsultos clássicos ou nas constituições imperiais antigas.
Essas alterações denominam-se interpolações ou tribonianismos.
Das interpolações distinguem-se os glosemas, denominação dada, em geral, aos erros dos
copistas ou, então, às alterações introduzidas, antes da época de Justiniano, nas obras de
juristas clássicos por particulares ou comissões legislativas.
Quando o centro do império foi transferido para o Oriente grego no século IV, muitos
conceitos jurídicos de origem grega apareceram na legislação oficial romana.
O Corpus iuris civilis de Justiniano continuou a ser a base da prática jurídica no império ao
longo da história bizantina. Leão III, o Isauriano, promulgou um novo código, a Ecloga, no
início do século VIII. No século seguinte, os imperadores Basílio I e Leão VI, o Sábio
providenciaram uma tradução combinada do Código e do Digesto de Justiniano para o grego,
a chamada Basilica.
O direito romano preservado nos códigos de Justiniano e na Basilica continuaram a ser a base
da prática jurídica na Grécia e nas cortes da Igreja Ortodoxa Oriental até mesmo após a queda
do Império Bizantino e sua conquista pelos turcos.
Resumo
Esta compilação torna-se uma ponte que liga o direito contemporâneo ao Direito Romano
clássico, já que o sistema dos povos romano - germânicos é baseado nela.
Por outro lado, na época de Justiniano, há uma tendência para se voltar à época clássica, uma
vez que é uma obra de restauração.
O Corpus Iuris Civilis representa um sistema jurídico evoluído. Separa o direito civil do
direito pretoriano sobre o qual se baseou o Direito Romano Clássico. Edifica-se o ius gentium
como direito comum do povo, desprovido de formalismo.
Justiniano proibiu qualquer comentário a sua obra, autorizando apenas interpretações breves
(índices) ou agrupamento de textos paralelos. O imperador acreditava que um comentário
seria uma traição e que por essa via a sua obra poderia ser desfigurada. Essa proibição foi
inicialmente seguida pelos juristas da época.