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Supremo Tribunal Federal

MANDADO DE SEGURANÇA 33.970 DISTRITO FEDERAL

RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA


IMPTE.(S) : PAULA GONÇALVES FERREIRA SANTOS
ADV.(A/S) : SAU FERREIRA SANTOS
IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
ADV.(A/S) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO

DECISÃO

MANDADO DE SEGURANÇA. CÂMARA


DOS DEPUTADOS. CONCURSO PÚBLICO.
CARGO DE ANALISTA LEGISLATIVO,
ATRIBUIÇÃO CONSULTOR LEGISLATIVO.
ÁREAS DE ESPECIALIZAÇÃO.
CANDIDATA APROVADA FORA DO
NÚMERO DE VAGAS PREVISTO NO
EDITAL. IMPUGNAÇÃO AO VALOR
ATRIBUÍDO À CAUSA: INDEFERIMENTO.
ALEGADA MANIFESTAÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO PELA NECESSIDADE
DO PREENCHIMENTO DAS VAGAS
SURGIDAS. INSTRUÇÃO DEFICIENTE DA
IMPETRAÇÃO. REMANEJAMENTO PELA
MESA DIRETORA. COMPETÊNCIA. ATO
DEVIDAMENTE MOTIVADO. MANDADO
DE SEGURANÇA INDEFERIDO.
PREJUÍZO DA MEDIDA LIMINAR
REQUERIDA.

Relatório

1. Mandado de segurança, com requerimento de medida liminar,


impetrado em 23.12.2015 por Paula Gonçalves Ferreira Santos contra ato
do Presidente da Câmara dos Deputados.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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MS 33970 / DF

O caso

2. A Impetrante informa ter participado de concurso público de


provas e títulos para provimento do cargo de Analista Legislativo –
Atribuição Consultor Legislativo, regulamentado pelo Edital n. 1, de
28.1.2014, da Câmara dos Deputados.

Declara constar do edital a possibilidade de preenchimento das


vagas que viessem a surgir no curso daquele certame público, além das
três previstas para o cargo disputado pela Impetrante, “a critério da
Administração Superior da Câmara dos Deputados” (fl. 2).

Noticia ter obtido a quarta colocação para o cargo Analista


Legislativo – Atribuição Consultor Legislativo/Área III (Direito Tributário,
Tributação), tendo os primeiros três colocados sido nomeados em
19.12.2014.

Afirma haver cargo vago em 3.12.2015, além de outras dezoito para


os cargos de Analista Legislativo nas atribuições de Consultor de
Orçamento e Fiscalização Financeira (quatro vagas) e de Consultor
Legislativo de outras áreas (quatorze vagas).

Assevera ser o Diretor da Consultoria Legislativa – CONLE a


autoridade competente para reorganizar os núcleos temáticos de
consultoria e assessoramento da Câmara dos Deputados, nos termos da
Resolução n. 48/1993 daquela Casa Parlamentar.

Relata que, em 19.11.2015, “a Conle solicitou, por meio do Memo n.


537/2015, ao Diretor-Geral da Câmara dos Deputados, a nomeação de novos
consultores legislativos aprovados em concurso para ocupar as 15 vagas
existentes no órgão” (fl. 6).

3. Argumenta que, apesar de, no requerimento, não haver a intenção

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de “remanejamento de áreas e sim para nomeação de 15 cargos vagos vinculados


à Conle” (fl. 6), o Presidente da Câmara dos Deputados, em 21.12.2015,
procedeu ao remanejamento da única vaga da Área III para a Área I
(Direito Constitucional, Eleitoral, Municipal, Administrativo, Processo
Legislativo e Poder Judiciário), pelo Ato da Mesa n. 72/2015, ad referendum
da Mesa, com fundamento na al. o do inc. VI do art. 17 do Regimento da
Câmara dos Deputados:

“Art. 17. São atribuições do Presidente, além das que estão


expressas neste Regimento, ou decorram da natureza de suas funções e
prerrogativas: (...)
VI - quanto à sua competência geral, dentre outras: (...)
o) deliberar, ad referendum da Mesa, nos termos do parágrafo
único do art. 15”.

Assevera dispor-se, no parágrafo único do art. 15 do Regimento


Interno da Câmara dos Deputados, sobre a deliberação monocrática em
matéria inadiável de competência da Mesa, não havendo cogitar-se de
autorização para o Impetrado modificar a composição do corpo de
consultores legislativos da Consultoria Legislativa – CONLE.

Discorre sobre o princípio da motivação nos atos administrativos,


alegando que o Impetrado deixou de observá-lo ao dissentir da proposta
feita pela Consultoria Legislativa – CONLE no Memorando n. 537/2015,
em contrariedade ao inc. VII do art. 50 da Lei n. 9.784/1999:

“Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com


indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...)
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais”.

4. Requer
“a) A concessão da liminar de caráter URGENTE, initio litis e
inaudita altera pars, para que seja anulado ou afastado o Ato da

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Mesa nº 72, de 2015, para que se preservem os termos da proposta


feita no Memo/Conle nº 537/2015, e ainda, a nomeação liminar da
impetrante, tendo em vista a existência da vaga e do interesse do órgão
técnico (Conle), ao qual está vinculado o cargo para o qual foi
aprovada em concurso público, em preenchê-la, até decisão definitiva
de mérito;
b) No mesmo sentido, que a impetrante não seja preterida e o
deferimento do presente mandamus no mérito para ver reconhecida a
nulidade do Ato da Mesa nº 72, de 2015, e, ainda, o provimento
(nomeação e posse) em DEFINITIVO no cargo de Consultor
Legislativo - Área III, obedecida à ordem de classificação” (fl. 15 da
petição inicial).

5. Em 28.12.2015, o Ministro Ricardo Lewandowski assentou a


inadequação do caso à hipótese prevista no inc. VIII do art. 13 do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e requisitou
informações ao Impetrado.

6. Nas informações prestadas, a autoridade apontada como coatora


alega preliminar de inadequação da via eleita, por impugnar-se
“expediente normativo baixado diretamente no uso de competência
constitucional reservada à Câmara dos Deputados (art. 51, IV, da CF)” (fl. 4 do
doc. 14), pelo que incidiria na espécie vertente o óbice da Súmula/STF n.
266 (“Não cabe mandado de segurança contra lei em tese”).

Impugna o valor atribuído à causa pela Impetrante (R$100,00, cem


reais), enfatizando que, “dado o caráter alimentar da remuneração dos
servidores públicos, o valor da causa, conforme prescreve o artigo 259, inciso VI,
do Código de Processo Civil, deve ser, na presente demanda, igual a R$
301.504,68 (trezentos e um mil quinhentos e quatro reais e sessenta e oito
centavos), ou seja, o equivalente a doze vezes o valor da remuneração” (fl. 5).

Cita legislação aplicável à espécie, ressaltando ser “atribuição da Mesa


Diretora da Câmara dos Deputados, no exercício da direção dos serviços

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administrativos, dispor sobre o provimento e remanejamento de vagas entre as


áreas temáticas da Consultoria Legislativa [e a] manifestação do Diretor da
Conle tem caráter meramente opinativo” (fl. 8).

Assevera estar o ato impugnado devidamente motivado, com


justificativa expressa quanto ao objetivo de adaptar a Consultoria
Legislativa “às atuais exigências da Câmara dos Deputados, especialmente no
que concerne à função de consultoria junto ao Processo Legislativo e aos Órgãos
Políticos desta Casa” (fl. 8).

Sustenta pretender a Impetrante interferir no mérito administrativo


do ato impugnado, estando configurada expectativa de direito, por não
ter sido aprovada dentro do número de vagas previsto no edital.

Alega inexistentes os requisitos autorizadores da medida liminar.


Requer a extinção da ação, sem resolução de mérito, ou a denegação da
ordem.

7. A impetração foi distribuída ao Ministro Luiz Fux em 23.12.2015,


que declinou suspeição em 9.6.2016, nos termos do art. 145, § 1º, do
Código de Processo Civil.

8. Redistribuído, o processo veio-me em conclusão em 13.6.2016.


Determinei a comprovação do recolhimento das custas processuais,
atendido pela Impetrante em 22.6.2016.

Examinados os elementos havidos nos autos, DECIDO.

9. O valor da causa em mandado de segurança “deverá corresponder


ao do ato impugnado, quando for suscetível de quantificação[, e, n]os demais
casos, será dado por estimativa do Impetrante”, segundo lição de Hely Lopes
Meirelles (Mandado de Segurança. 24. ed. Malheiros Editores, São Paulo,
2002).

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O ato impugnado limitou-se ao remanejamento de cargo vago de


determinada área de especialização para outra na Câmara dos
Deputados, não sendo objeto de discussão pagamento da remuneração
do cargo pleiteado.

Não incide o dispositivo invocado pelo Impetrado (inc. VI do art. 259


do Código de Processo Civil de 1973, reproduzido no inc. III do art. 292
do Código de Processo Civil de 2015), pois a fórmula de cálculo nele
prevista aplica-se ao rito especial da ação de alimentos, não sendo o
caráter alimentar das verbas remuneratórias do cargo pleiteado suficiente
para justificar interpretação extensiva.

Por não caber condenação em honorários de advogado na ação


mandamental (Súmula/STF n. 512 e art. 25 da Lei n. 12.016/2009), a
importância na fixação do valor da causa restringe-se ao cálculo das
custas judiciais e à eventual condenação do litigante ao pagamento de
multa por ato atentatório à dignidade da justiça (§ 2º do art. 77 do Código
de Processo Civil de 2015) ou por má-fé (art. 81 do Código de Processo
Civil de 2015). As custas processuais no Supremo Tribunal Federal são
estabelecidas em valor fixo (Resolução n. 581/2016).

Essas circunstâncias evidenciam a inutilidade da discussão sobre o


valor da causa na espécie vertente, como assentado pelo Superior
Tribunal de Justiça no julgamento dos Embargos de Declaração no
Recurso Especial n. 68.345:

“No processo de mandado de segurança, é inócua a instauração


do incidente do valor da causa, por manifestamente inútil, já que,
nele, são incabíveis os honorários advocatícios” (Relator o Ministro
Demócrito Reinaldo, Primeira Turma, DJ 18.12.1995).

Indefiro a impugnação ao valor atribuído à causa.

10. Põe-se em foco no presente mandado de segurança a higidez de

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ato pelo qual o Presidente da Câmara dos Deputados, em atuação ad


referendum da Mesa, remanejou funções comissionadas de Consultor
Legislativo entre as áreas temáticas da Consultoria Legislativa.

A Impetrante busca a invalidação desse ato, ao argumento de ser


desmotivado, para restabelecer-se a distribuição anterior e, pela vaga
existente, ser nomeada para o cargo de Consultor Legislativo – Área III,
apesar de reconhecer a incerteza desse direito, como se depreende da
seguinte passagem da petição inicial:

“Está claro que, apesar da existência da vaga e da impetrante ser


a próxima aprovada em sua área temática de Consultoria Legislativa,
ainda assim, não havia direito adquirido à nomeação, pois o Diretor da
Conle poderia solicitar o remanejamento da sua vaga para outra área
temática que entendesse mais carente de servidores” (fl. 6 da inicial).

11. A jurisprudência deste Supremo Tribunal evoluiu no sentido de


assegurar o direito à nomeação do candidato aprovado dentro do número
de vagas previstas no edital do concurso público.

Quanto ao surgimento de vagas fora do número previsto no edital, o


Plenário deste Supremo Tribunal, no julgamento do Recurso
Extraordinário com Repercussão Geral n. 837.311/PI, firmou a tese de que
essa circunstância
“não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses
de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração,
caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder Público
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma
cabal pelo candidato. Assim, a discricionariedade da Administração
quanto à convocação de aprovados em concurso público fica reduzida
ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf Null), fazendo
exsurgir o direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas seguintes
hipóteses excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer dentro do

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número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) Quando houver


preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação
(Súmula 15 do STF); iii) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto
novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária
e imotivada por parte da administração nos termos acima” (Relator o
Ministro Luiz Fux, DJe 15.4.2016).

A Impetrante pondera que a arbitrariedade perpetrada pela


autoridade apontada como coatora estaria evidenciada pela
desconsideração, de forma desmotivada, de requerimento da Consultoria
Legislativa dirigido ao Diretor-Geral da Câmara dos Deputados
solicitando a nomeação dos candidatos aprovados no concurso público
para as quinze vagas existentes naquela consultoria (Memorando n.
537/2015-CONLE, de 19.11.2015).

Nesses termos, o ato impugnado poderia alcançar a situação jurídica


da Impetrante, de forma concreta e imediata, não se havendo cogitar na
incidência da Súmula/STF n. 266 (“Não cabe mandado de segurança contra lei
em tese”).

12. A Impetrante deixou de instruir o presente mandado de


segurança com esse documento, essencial para o conhecimento dos fatos
e dos argumentos subjacentes à espécie, tendo juntado apenas imagens
fotográficas do que se presume ser o cabeçalho do documento (doc. 7),
inviabilizando-se a confirmação do alegado na inicial.

Por não admitir dilação probatória, o mandado de segurança “exige a


demonstração incontroversa dos seus requisitos, bem como dos fatos e provas, de
forma pré-constituída, inclusive quanto aos elementos relacionados à aferição da
tempestividade do writ” (Mandado de Segurança n. 29.117/ES, decisão
monocrática, DJe 11.11.2010). A deficiência dos elementos comprobatórios
do alegado na inicial, de exclusiva responsabilidade da Impetrante,
conduz ao não conhecimento da questão suscitada, pela ausência de

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liquidez e certeza do direito postulado.

Confiram-se, por exemplo, o Mandado de Segurança n. 26.396/DF,


de minha relatoria, decisão monocrática, DJe 24.5.2010; o Mandado de
Segurança n. 26.395/DF, de minha relatoria, decisão monocrática, DJe
6.5.2010; o Mandado de Segurança n. 26.402/DF, de minha relatoria,
decisão monocrática, DJe 6.5.2010; o Mandado de Segurança n. 24.964/DF,
de minha relatoria, Plenário, DJ 1º.2.2008; o Mandado de Segurança
n.26.284/DF, Relator o Ministro Menezes Direito, Plenário, DJ 13.6.2008; o
Recurso Ordinário em Mandado de Segurança n. 25.736/DF, Redator para
o acórdão o Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJ
18.4.2008; e o Mandado de Segurança n. 25.054-AgR/DF, Relatora a
Ministra Ellen Gracie, Plenário, DJ 26.5.2006.

13. A Impetrante também omitiu a justificação apresentada quando


da edição do ato impugnado, coligida aos autos eletrônicos pela
autoridade apontada como coatora:

“O presente Ato da Mesa visa o remanejamento de funções


comissionadas de Consultor Legislativo entre as Áreas Temáticas da
Consultoria Legislativa.
A Consultoria Legislativa exerce importante função de
consultoria e assessoramento institucional, técnico-legislativo e
parlamentar à Mesa, às Comissões, às Lideranças, aos Deputados e à
Administração da Casa.
Com este Ato, a Consultoria Legislativa adaptar-se-á às atuais
exigências da Câmara dos Deputados, especialmente no que concerne
à função de consultoria junto ao Processo Legislativo e aos Órgãos
Políticos desta Casa” (fl. 31, doc. 16).

Não se pode pretender ser o ato desprovido de motivação, pois, no


art. 51 da Constituição da República, atribui-se à Câmara dos Deputados
competência privativa para dispor sobre a organização, criação,
transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus

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serviços, cabendo à Mesa Diretora “prover os cargos, empregos e funções dos


serviços administrativos da Câmara” (inc. XVIII do art. 15 do Regimento
Interno da Câmara dos Deputados) e ao Diretor da Assessoria Legislativa
“sugerir (...) a reorganização dos Núcleos Temáticos de Consultoria e
Assessoramento e o reordenamento da composição profissional do corpo de
Consultores e Assessores Legislativos” (inc. VIII do art. 4º da Resolução n.
48/1993).

14. Descabe a pretensão de fazer prevalecer entendimento


desprovido de caráter vinculante manifestado por autoridade
hierarquicamente submetida à Mesa da Câmara dos Deputados, órgão
competente para decidir sobre a matéria, e ausente direito à
imutabilidade do quadro funcional existente quando da publicação do
edital regulamentador do concurso público.

15. Pela jurisprudência deste Supremo Tribunal, o relator do


mandado de segurança pode indeferi-lo quando não atendidos os
requisitos para a impetração, na forma disposta no art. 10 da Lei n.
12.016/2009. Assim, por exemplo:

“EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA APRECIAÇÃO,


PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, DA LEGALIDADE
DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA (...)
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
CONSOLIDADA QUANTO À MATÉRIA VERSADA NA
IMPETRAÇÃO POSSIBILIDADE, EM TAL HIPÓTESE, DE O
RELATOR DA CAUSA MANDAMENTAL DECIDIR, EM ATO
SINGULAR, A CONTROVÉRSIA JURÍDICA COMPETÊNCIA
MONOCRÁTICA DELEGADA EM SEDE REGIMENTAL, PELA
SUPREMA CORTE (RISTF, ART. 205, CAPUT, NA REDAÇÃO
DADA PELA ER Nº 28/2009) RECURSO DE AGRAVO
IMPROVIDO” (MS n. 26.271-AgR, Relator o Ministro Celso de
Mello, Segunda Turma, DJe 4.12.2012).

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE

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SEGURANÇA. ATO DO PROCURADOR-GERAL DA


REPÚBLICA. INDEFERIMENTO DE PEDIDO FORMULADO
POR PROCURADOR-REGIONAL DA REPÚBLICA PARA
PARTICIPAR EM CONCURSO DE REMOÇÃO PARA O
PREENCHIMENTO DE VAGA DESTINADA A PROCURADOR
DA REPÚBLICA. INADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE
LIQUIDEZ E CERTEZA NO DIREITO PLEITEADO.
SEGURANÇA DENEGADA. JULGAMENTO MONOCRÁTICO.
POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - Não verificada, no
caso, a existência de qualquer vício no ato impugnado que pudesse
caracterizar ofensa a direito líquido e certo do impetrante, mostra-se
lícita a denegação da ordem de plano. II - (...) III- Nos termos do art.
205 do Regimento Interno do STF, pode o Relator julgar
monocraticamente pedido que veicule pretensão incompatível com a
jurisprudência consolidada desta Corte, ou seja, manifestamente
inadmissível. IV - Agravo regimental improvido”(MS n. 27.236-AgR,
Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJe
29.4.2010) .

16. Pelo exposto, indefiro o presente mandado de segurança (art. 10


da Lei n. 12.016/2009 e arts. 21, § 1º, e 205 do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal), ficando, por óbvio, prejudicada a medida
liminar requerida.

Publique-se.

Brasília, 22 de junho de 2016.

Ministra CÁRMEN LÚCIA


Relatora

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