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WERECK, Nelson Sodré. “Pobreza”.

O Observador Econômico e Financeiro, Rio


de Janeiro, ano X, n◦ 110, p.122-124, março 1945. Disponível em:
http://bndigital.bn.br/acervo-digital/observador-economico/123021. Acesso em: 09 mar. 2020.

O autor começa seu artigo ressaltando, aos que são enganados pelas
estatísticas fornecidas pelos jornais sobre desenvolvimento industrial ou
comercial, o desconforto vindo de uma declaração que destaca o impacto
negativo causado pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945) no solo
brasileiro (problemas como diminuição dos trabalhadores rurais, da
produção alimentícia e falta de petróleo para o sistema rodoviário). Após
isto, ele diz que aquela declaração suscitou reações negativas
impressionantes, mas, segundo ele, irresponsáveis e sem fundamentos.
Com isso, parte para o dado fornecido pelo Serviço Federal de
Bioestatísca, realizado entre novembro e dezembro de 1944 no RJ, que
P. 122 destaca mais mortes do que nascimentos, além de mostrar que 57
crianças faleceram, 332 pereceram antes dos dois anos de idade e 123
pessoas foram mortas pela tuberculose, todos esses dados referentes ao
RJ, então capital federal na época.
O autor também destaca a declaração de um sanitarista, cujo argumento
é dizer que o Brasil não é um país de idosos, salvo que a sua taxa de
longevidade não é alta, argumento este ilustrado na frase do mesmo
medico, o qual fala que o percentual de idosos não preocupa, pois a
longevidade é “dosada”, com o crescimento, consciente, da mortalidade
infantil, da mortalidade rural e urbana (a primeira ligada a endemias e a
segunda a tuberculose).
Destarte, o autor crê que a Segunda Guerra é causadora dos males
pelos quais o Brasil passava durante a época, e que o abalo por ela
causado escancarou as fraquezas da sociedade brasileira, bem como
defende a existência de uma hiper vontade por lucro nesse contexto de
crise, materializado, por exemplo, na negligencia de algum órgão federal
industrial em investigar a procedência dos lucros de alguma fabrica, em
alguns casos enormes. Assim sendo, constata que há pessoas
enriquecendo enquanto a população empobrece cada vez mais.
P. 123 Continuando, o autor defende que as mazelas apresentadas são uma
espécie de sinal das fraquezas brasileiras, agora expostas a olho nu,
quando se exigiu de um governo já não imponente, medidas para
confrontar os problemas do presente. Então, são destacadas as viagens
realizadas aos EUA, cujo enfoque está em perceber uma realidade
discrepante da nossa, sem pobreza total e caos, fato este, segundo o
autor, proporcionado pela faculdade estadunidense de saber lidar com
uma economia de guerra, algo inexistente no Brasil.
Isto posto, ele diz que uma vez que o cotidiano da sociedade brasileira foi
perturbado, seu equilíbrio se perdera e não há medidas que o tragam de
volta, pois, na visão do autor, ele não pode regressar da mesma estrutura
arcaica na qual estava envolto, assim como fala que não são culpados as
autoridades, entidades e os homens pela ruína que se seguirá doravante,
apenas na sua incapacidade de realizar a incompatibilidade entre o
capitalismo mundial moderno e nossa produção econômica.
Por fim, o autor defende que as mazelas brasileiras são enquadradas
como uma característica de longa duração, contras as quais não
funcionam medidas temporárias ou emergenciais, mas salienta que não
devem permanecer intactas, sem nenhuma intervenção, pois a situação
continuaria a mesma. Além disto, ele defende que nossa economia era
ainda, em pleno século XX, colonial (e por isso se entende como agrária,
exportadora, monocultora, de grandes latifúndios, mas sem escravidão,
não juridicamente aceita e legitimada), apesar das “trocas internacionais”,
atualmente entendidas como “parcerias econômicas”, e a sua produção.
Com isso, o Brasil, no mundo pós-guerra, apareceria ao mundo com uma
estrutura anacrônica, ou seja, algo que não pertence àquela realidade.
Logo, todo seu argumento reside no fato da Segunda Guerra escancarar
os problemas socioeconômicos do Brasil, estes ligados a estrutura
colonial econômica, conservada ao longo das décadas pelos nossos
dirigentes.

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