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ÍNDICE

Nota prévia ............................................................................................................................... 3


1. Generalidades sobre fiscalidade ........................................................................................ 4
1.1 Conceito de fiscalidade e princípios fundamentais .............................................................. 4
1.2 Importância......................................................................................................................... 4
1.3 Fonte de financiamento do Estado ...................................................................................... 4
2 Imposto ................................................................................................................................. 4
2.1 Conceito.............................................................................................................................. 4
2.2 Características principais do imposto: ................................................................................. 5
2.3 Estrutura do imposto .......................................................................................................... 5
2.4 As fases do imposto ............................................................................................................ 6
2.5 Classificação do imposto ..................................................................................................... 7
2.6 As funções do imposto ........................................................................................................ 8
2.7 O imposto e outas figuras a fim. .......................................................................................... 8
2.8 Diferença entre imposto e taxa. .......................................................................................... 8
3. Contribuição para segurança social (INSS/SS) ........................................................................ 9
4. Imposto sobre os rendimentos do trabalho (IRT) ................................................................. 10
Exercícios resolvidos ............................................................................................................... 12
Exercício Propostos ................................................................................................................. 16
5. Imposto Industrial ........................................................................................................... 16
Exercícios Propostos ............................................................................................................... 18
6. Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) ....................................................................... 19
Exercício resolvido .................................................................................................................. 22
Exercícios Propostos ............................................................................................................... 23
7. Imposto sobre Aplicação de Capital ................................................................................. 25
Exercícios propostos ............................................................................................................... 27
8. Imposto Predial Urbano .................................................................................................. 28
Exercícios Propostos ............................................................................................................... 28
Exercícios Propostos ............................................................................................................... 29
Nota prévia
Como cidadãos residentes num determinado espaço, estamos sujeitos a um
estado de carência denominado necessidades que precisam ser satisfeitas, para a
safistação dessas necessidades é necessário a existência de recursos, para o surgimento
desses recursos o estado cobra imposto para a satisfação das necessidades colectivas.

Este fascículo foi elaborado especialmente para os alunos do projecto explicação


sem limites (PESL) com o objectivo de preparar, aperfeiçoar os seus conhecimentos
fiscais.

Mostrar a evolução e as mundanças que têm ocorrido no nosso sistema fiscal.

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1. Generalidades sobre fiscalidade

1.1 Conceito de fiscalidade e princípios fundamentais


Fiscalidade: é a disciplina ou os métodos aplicados para o estudo dos princípios, normas
jurídicas e as técnicas do lancçamento e cobrança dos impostos e seus equivalentes
(taxas, contribuições especias, etc).

Podemos também dizer que fiscalidade é o processo pela qual há arrecadação de


receitas por parte do estado tendo em vista a satisfação das necessidades dos cidadãos.
As necessidades dos cidadãos ou colectivas exigem esforço colectivo diferente das
necessidades individuais, que por si só, todo cidadão o faz.

Podemos então dizer, que toda a actividade ou acção realizada pelo estado destinada a
arrecadar receitas, pagar despesas para a satisfação de necessidades colectivas, dá-se o
nome de actividade financeira do estado.

1.2 Importância
Na vida real ela confirma a regularização dos encargos das pessoas singulares; na vida
contabilística ela serve para encaminhar ou extrair as obrigações.

1.3 Fonte de financiamento do Estado


As fontes de financiamento do Estado para fazer face as necessidades colectivas são as
seguintes:

• O estado produz bens e presta serviços ao preço superior ao custo;


• As receitas provenientes do património do estado;
• Os empréstimos obtidos.
• Tributos

Como forma de tributos podem der ser: taxas, contribuições especial e imposto, é sobre
o imposto que basearemos o nosso estudo de uma forma mais profunda.

2 Imposto

2.1 Conceito
É toda prestação pecuniária compulsória imposta pelo estado ou entidades equivalentes
de recolher valores junto de pessoas fiscais e pessoas jurídicas para a realização de fins
públicos (fiscais e não fiscais).

O imposto não tem caráter de sanção ou acto ilicito, mas deve ser visto e entendido
sempre como uma prestação em dinheiro, coactiva e unilateral.

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2.2 Características principais do imposto:
Prestação pecuniária: o imposto é pago por via de regra, em dinheiro.

Defenitiva: as importâncias pagas pelo devedor do mposto não restituíveis, excepto se


tiverem sido indevidamente tributadas ou se tiver pago um valor superior ao devido.

Unilateral: não há contrapartida, ou seja, o estado não tem a obrigação de adr qualquer
contrapartida individual ao contribuinte pelo facto de pagar os impostos a que está
sujeito.

Estabelecido por lei: a obrigação do imposto decorre de uma exigência estabelecida, ou


seja, a obrigação tributária baseia-se numa norma legal (princípio da legalidade).

Sem caráter de sanção: aplicação do imposto não é uma penalização aplicada ao


contribuinte.

Coactiva: é de caráter obrigatório.

Exigida pelo estado: a obrigação do pagamento do imposto é estabelecida por uma


entidade pública (estado) pelo facto de ser o titular do poder tributário que é uma
manifestação de soberania que se caracteriza pela possibilidade de incorporporar ou
suprimir impostos na ordem jurídica no país.

2.3 Estrutura do imposto


Elementos qualitativos: caracterizam a natureza do imposto e definem o seu domínio ou
campo de aplicaçaõ:

Objecto do imposto (Incidência): é uma situação de facto ou de direito sobre o qual


incide o imposto, o elemento sobre o qual assenta, directa ou indirectamente. A matéria
colectável está ligada á existência de um elemento que pode ser um bem, produto, um
rendimento, etc.

• Contribuinte: sujeito passivo do imposto ou devedor do imposto, a pessoa


singular ou colectiva, que tem a obrigação de pagar o imposto, isto é, aquela
pessoa que está submetida ao imposto.
• Contribuinte de facto: é aqule que efectivamente suporta o imposto
transferindo parte do seu rendimento a favor do estado, ou seja, a pessoa que
paga o imposto a favor do estado.
• Contribuinte de direito: pessoa singular ou colectiva definida na lei como
sendo o sujeito passivo da obrigação tributária.
• O factor gerador: é o acontecimento, um acto ou uma situação de facto ou
de direito com repercusão económica que determina a incidência do imposto.
Os elementos qualitativos dos impostos são:

1) A base do imposto: é a tradução numérica da matéria colectável, ou seja,


sobre o quê que será o objecto de tributação.

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2) Tafira do imposto: é a taxa ou a percentagem aplicada no momento do
cálculo do imposto.
Obs: a taxa pode não ser, nem é necessariamente sempre a mesma para cada tipo de
imposto.

2.4 As fases do imposto


Para que o contribuinte possa satisfazer a sua dívida tributária torna-se necessário,
indispensável, a execução de determinados actos de natureza administrativa por parte da
administração fiscal ou entidade afim. O conjunto destes actos o que se designa de fases
do imposto e comporta quatro etapas ou fases fundamentais que são:

1) O lançamento: consiste num conjunto de operações administrativas cuja


finalidade imediata é a idenficação do contribuinte e da matéria colectável e a
fixação numérica da base do imposto. A identificação faz-se mediante
informações fornecidas a administração tributária e fiscal, pelos contribuintes e
de outros elementos existentes nas repartições fiscais que formam o sistema
geral de contribuintes e emite-se o cartão de amostragem obrigatória por parte
do contribuinte.
2) A liquidação: determinação do imposto propriamente dito através da aplicação
de uma taxa á matéria colectével.

Está, porém, a generalizar-se o emprego do termo liquidação como um conceito que


abrange as operações administrativas do lançamento em sentido restrito.

3) A cobrança do imposto: é um processo administrativo que conduz o


contribuinte a pagar a sua dívida, ou seja, é a operação administrativa que visa
arrecadação do imposto por parte do credor tributário.
E pode apresenta-se das seguintes características:

▪ Amigável: realiza-se dentro dos prazos definidos e implica um contacto


permanente com o contribuinte avisando-o da sua dívida fiscal e os prazos para a
sua liquidação;
▪ Coerciva: é realizada com intervenção de um orgão de aplicação da justiça
fiscal em caso de desvio ao pressuposto.
4) O pagamento: é o conjunto de operações financeiras, em virtude da quantia
monetária do imposto passa do património do contribuinte para o cofre do
estado dando assim por extinta a dívida. Pode ser:
a) Voluntário: quando o contribuinte dá entrada nos cofres do estado o montante
do imposto liquidado nos prazos definidos legalmente;
b) Coercivo: quando o contribuinte se furta ao pagamento do imposto liquidado
nos prazos estabelecidos.

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O pagamento pode ser:

A pronto: aquele que se efectua de uma só vez e numa única prestação.

Em prestações: quando o montante do imposto é parcelado por períodos que vencem


de acordo com a legislação para efeito em vigor;

Em anuidades: Há divisão do valor do imposto por um período determinado de anos,


pagando a parcela anual respectiva em função do que for determinado.

2.5 Classificação do imposto


Os impostos podem ser classificados da seguinte maneira:

1) Impostos indirectos: são os impostos que surgem com a ocorrência de certas


despesas ou aquisição de bens de consumo para consumo ou fruição. Os
impostos indirectos incidem sobre os rendimentos no momento da sua utilização
sob forma de consumo. Nestes casos, a matéria coletável é constante no que
respeita a renovação. Imposto de selo, imposto de consumo.
2) Imposto direitos: são aqueles cujos pressupostos correspondem a verificação ou
identificação concreta do contribuinte, o qual está dotado de património
colectável de direito coincide com o contribuinte de facto. No imposto directo
não se dá o fenómeno da translação, isto é, não se repercute. Estes impostos
estão permanentemente sujeitos a alterações e a modificações. IRT, impostos
sobre sucessões e doações, Imposto Industrial (II), SISA.
3) Impostos proporcionais: nestes casos a taxa é fixa. O imposto aumenta
proporcionalmente á matéria colectável, Imposto Industrial, Imposto Predial
Urbano (IPU).
4) Impostos progressivos: a taxa aumenta à medida que cresce a matéria
colectável. Assim, o imposto aumenta mais que proporcionalmente, face ao
aumento da matéria da colectável, imposto sobre sucessões, IRT.
5) Impostos regressivos: são caracterizados pelas diminuições da taxa do imposto
sempre que aumenta a matéria colectável. Em Angola este tipo de imposto não
existe;
6) Impostos degressivos: têm uma taxa normal aplicável á matéria colectável a
partir de certo valor e taxas menores para escalões inferiores da matéria
colectável;
7) Impostos pessoais: tributam as pessoas independemente da sua condição
económica;
8) Impostos Reais: tributam os rendimentos ou a riqueza de que as pessoas são
titulares, mas tendo em conta a situação pessoal dos contribuintes;
9) Impostos estaduais: são aqueles impostos em que o sujeito Activo do imposto é
o estado.
10) Impostos não estaduais: o sujeito activo do imposto é uma pessoa colectiva de
direito público, como por exemplo, a administração municipal ou outro instituto
público.

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2.6 As funções do imposto
podem- se considerar 3 principais funções do imposto:

1) Função fiscal ou financeira: através desta função, o estado ocorre a satisfação


das suas necessidades mediantes a mobilização de recursos para os seus cofres;
2) Função social: através desta função o estado procura corrigir a distribuição das
riquezas e os seus efeitos;
3) Função económica: através desta função o estado procura agir sobre o mundo
económico, modificando o seu comportamento pela utilização de medidas
temporárias ou definitivas que afectam o volume da repartição fiscal, influindo
assim a nível da actividade, o consumo e a poupança individual.

2.7 O imposto e outas figuras a fim.


Os cidadãos de um determinado espaço territorial têm, para além do imposto, outras
obrigações pecuniárias ou transferências patrimoniais sob a forma de taxas, multas,
confisco, expropriação para utilidade pública.

• Taxas: são pagamentos em dinheiros feitas pelos cidadãos ás entidades públicas,


com carácter definitivo, estabelecidas na lei como pagamento de serviços
prestados pelo estado ou pela utilização de bens públicos (estradas, pontes, etc).
• Multas: a multa é um pagamento em dinheiro a favor de uma entidade pública
resultante de violação de uma norma legal cuja gravidade deve ser sancionada
com exigência de determinados montantes aos seus aos seus autores.
• Confisco: é a patrimonia á favor de uma entidade pública como sanção aplicada
a particulares que pratiquem actos que violem as normas económicas em vigor
numa sociedade.
• Expropriação por utilidade pública: tirar uma propriedade privada para a
utilidade ou propriedade pública.

2.8 Diferença entre imposto e taxa.


O imposto tem carácter unilateral (não há contraprestação) conforme foi referenciado
anteriormente e a taxa tem carácter bilateral porque há contraprestação. As taxas têm
um carácter bilateral ou sinalagmática, ou seja, há obrigações para ambas as partes.

Diferença entre o imposto e multas: o imposto não tem carácter de sanção ou


penalidade enquanto que as multas são caracterizadas por sanção e penalização.

Sujeito activo: é aquele a favor do qual é estabelecido o direito a percepção do imposto


e que é sempre um o Estado ou outro ente público, ou uma entidade que exerça funções
públicas.

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Sujeito passivo: é aquele ao qual o sujeito activo pode e deve exigir o cumprimento da
prestação tributária. É aquele que é obrigado pela lei a prestar o imposto, é o titular da
capacidade contributiva.

3. Contribuição para segurança social (INSS/SS)


3.1 conceito
A Segurança Social, também entendida como Protecção Social Obrigatória, é uma
realidade assumida colectivamente pelo Estado, de indiscutível importância em
quatro vectores essenciais: económico, social, jurídico e político. Como técnica de
Protecção Social, a Segurança Social define-se, geralmente, como:

“a protecção que a sociedade proporciona aos seus membros, através de uma série
de medidas públicas, contra as carências económicas e sociais que, de outra forma
poderiam ocorrer pela supressão ou redução substancial dos rendimentos em resultado
de doença, maternidade, acidentes de trabalho e doenças profissionais, desemprego,
velhice, morte e encargos familiares".

Neste sistema todas as contribuições são arrecadadas para o posterior pagamento, de


forma temporária ou vitalícia, de prestações pecuniárias (subsídios ou pensões)
substitutivas dos rendimentos do trabalho nas situações de perda ou interrupção do
mesmo, como sejam maternidade, encargos familiares, invalidez, velhice e morte.

O Sistema de Segurança Social em Angola é composto por um conjunto de regimes de


carácter contributivo, sendo estes: Regimes dos Trabalhadores por Conta de
Outrem; Regime dos Trabalhadores por Conta Própria; e Regime dos Membros de
Confissões Religiosas, mediante o cumprimento de deveres e o direito às prestações
definidas em Lei.

3.2 Os principais Objectivos da Segurança Social são:


• Atenuar os efeitos da redução dos rendimentos dos trabalhadores nas situações
de falta ou diminuição da capacidade de trabalho, na maternidade, no
desemprego e na velhice e garantir a sobrevivência dos seus familiares em caso
de morte.
• Compensar o aumento dos encargos inerentes às situações familiares de especial
fragilidade.

3.3 Incidência

Segundo o Decreto Presidencial n.º 227/18, que estabelece o Regime Jurídico de


vinculação e contribuição na Segurança Social, a base de incidência da taxa de
contribuição para o Sistema de Protecção Social Obrigatória vai ser diferente, tanto para
as entidades empregadoras como para os trabalhadores. O que a lei estabelecia no
anterior diploma como base de incidência das contribuições para a Segurança Social era
o salário base. Agora passa a ser toda a remuneração ilíquida do trabalhador.
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Todos os subsídios e salários base vão servir como contribuições para o sistema. O que
vai acontecer é que o trabalhador vai sentir uma diminuição no seu rendimento, mas
com vantagens futuras quando o trabalhador passar para a reforma, ou seja, para manter
o nível de rendimento que o trabalhador tem mesmo quando passar a reforma,
argumentou.

A taxa contributiva para o Sistema de Protecção Social Obrigatória, à luz do referido


diploma, abrange também o subsídio de Natal ou o 13.º mês para os funcionários
públicos angolanos.

3.4 Taxa

A taxa para a Segurança Social é de 11%. Sendo 3% paga pelo trabalhador e 8% pela
entidade empregadora.

4. Imposto sobre os rendimentos do trabalho (IRT)


Em Angola, o Imposto de rendimento de trabalho (IRT) foi criado pela lei nº 18/12, de
22 de outubro e pela lei nº 9/19 que altera alguns artigos da lei acima sitada.

Trata-se de um imposto directo e progressivo que incide sobre os rendimentos por conta
própria ou por conta de outrem, expresso em dinheiro, ainda que auferidos em espécie,
de natureza contratual ou não contratual, periodicos ou ocasionais, fixos ou variáveis,
independentemente da sua proveniência, local, moeda ou forma estipulada para o seu
cálculo e pagamento.

4.1 Incidência real e objectiva

O imposto incide sobre os rendimentos por:

• Conta própria- Rendimentos auferidos de forma independente;


• Conta de Outrem- Remunerações pagas por uma entidade patronal.

Constituem rendimentos do trabalho para IRT todas as remuneraçõs recebidas a título


de:

• Ordenados, vencimentos e salários;


• Honorários e avenças;
• Gratificações, subsídios, prémios, comissões e senhas de presença;
• Emolumentos, participações em multas e custas, margens;
• Rendimentos comerciais e insdustriais;
• E outras remunerações acessórias.

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Considera-se também rendimento do trabalho:

• Os abonos para falhas, os subsídios diários, de representação de


viagem ou deslocações e outras acima do limite estabelecido para os
funcionários públicos;
• As remunerações dos detentores de participação social pelo trabalho
nas respetivas sociedades;
• As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas
coletivas e entidades equiparadas;
• Os aumentos patrimoniais e despesas efectivamente realizadas sem a
devida comprovação da origem do rendimento;
• As remunerações pagas pelos partidos politicos e outras organizações
de caracter político ou social.

Não constituem matéria coletável:

a) Abono familiar; tem a taxa livre de 5% e o resto tributa-se;


b) Subsídio de renda; até o limite de 50% do valor do contrato;
c) Subsídios de transporte e alimentação inferior a 30.000,00;
d) As gratificações de férias e subsídio de natal 13º
e) As prestações sociais pagas pelo INSS;
f) Os salários dos trabalhadores eventuais agrículas e dos trabalhadores
domésticos contratados por pessoas singulares ou por agregados
familiares;
g) Os subsídios diarios de deslocação no país até 18.750,00.
O imposto sobre os rendimentos do trabalho (IRT) tributa-se em três grupos: A, B e C.

• No grupo A, incluem-se os trabalhadores por conta de outrem;


• No grupo B, inclem- se os trabalhadores por conta própria;
• No grupo C, incluem-se as actividades comerciais e industriais, que se
presumem ser todas as constantes na tabela dos lucros mínimos.
4.2 Imposto sobre os rendimentos do trabalho por conta própria (grupo A)

4.2.1 Incidência
Com base na interpretação da letra da lei, o artigo 1. Estabelece que o imposto sobre os
rendimentos do trabalho por conta de outrem incide sobre os rendimentos expressos em
dinheiro ou espécie, de natureza contratual ou não, periódicas ou ocasionais, fixo ou
variáveis, independentemente da sua proveniência.
Exemplo: O Sr. Cláudio Muxito, funcionário da empresa PESL, lda, na categoria de
técnico sénior de contabilidade, recebe um salário base de 385.000,00 kwanzas.

- No exemplo apresentado, o facto gerador de imposto é a relação jurídica


laboral ou o contrato de trabalho entre a entidade patronal e o trabalhador, a incidência é
sobre o salário ou vencimento.

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4.2.2 Determinação da Matéria Colectável

A Matéria coletável (MC) no imposto sobre os rendimentos de trabalho por conta de


outrem é obtida através da seguinte fórmula:
MC= Salário base (SB) + Subsídio Tributável em IRT (ST) – Imposto parafiscal.

Onde:
Imposto parafiscal é a contribuição para a segurança social (SS)

4.2.3 Taxas
As taxas do Imposto sobre os rendimentos de trabalho por conta de outrem são
progressivas, e de ajuste periódico, variam com as flutuações económicas e custos de
vida dos contribuintes conforme a interpretação na letra da lei da alinea (r) do artigo 16
do código em referência.
4.2.4 Cálculo do imposto ou liquidação
O imposto sobre os rendimentos do trabalho (IRT) por conta de outrem é obtido através
da seguinte fórmula:
IRT= Parcela fixa + (MC- limite) *taxa
OBS: Devemos sempre consultar a tabela para ver o intervalo em que a MC se inclui.

Exercícios resolvidos
1. O Senhor Fernando Romão, funcionário da empresa PESL, lda aufere um salário
base no valor de 50.350,00. Calcule a SS e IRT.
Dados: Resolução

Sb= 50.350,00 SS= Sb*taxa


Subs= 0 SS= 50.350*0.03= 1.510,50

IRT=? MCirt = Sb+Subs-SS


SS=? MCirt = 50.350 + 0 – 1.510,50= 48.839,50

IRT= Parcela fixa + (MCirt - limite) *taxa


IRT= 1.300 + (48.839,5 – 45.000) *0,09= 1.645,56
Logo, O imposto sobre o rendimento do trabalho a pagar é 1.645,56 kwanzas e a
segurança social de 1.510,50 kwanzas.

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2. O Sr. Jelson Vunge, funcionário da empresa PESL, lda, aufere um salário base
de 60.000,00 akz, um subsídio de alimentação mensal de 15.000,00 akz e um
subsídio de transporte mensal de 10.000,00 akz. Com base nestas informações,
calcule o Imposto apagar.
Dados: Resolução:

Sb= 60.000 SS= SB*taxa


Subs Alm= 15.000,00 SS= (60.000 + 15.000 + 10.000) *0,03= 2.550,00

Subs Trans: 10.000,00 MCirt = Sb+Subs-SS


IRT=? MCirt = 60.000 + 0 – 2.550= 57.450,00
IRT= Parcela fixa + (MCirt - limite) *taxa

IRT= 1.750 + (57.450 – 50.000) * 0,1= 2.495,00


Logo, O imposto apagar é o imposto sobre o rendimento do trabalho, no valor de
2.495,00 kwanzas e a segurança social de 2.550,00 kwanzas.
3. O sr Zoff Camana, funcionário da empresa PESL, lda aufere um salário base de
100.000,00, um subsídio de transporte mensal de 38.000,00 e obteve horas
extras bo valor de 10.000,00 kz. Calcule a Segurança social bem como O
imposto apagar.

Dados: Resolução:
Sb=100.000,00 SS= SB*taxa

Subs Trans= 38.000,00 SS = (100.000 + 38.000 + 10.000) *0,03= 4.440,00


Hextra= 10.000,00 MCirt = Sb+Subs-SS

SS=? MCirt = 100.000+10.000 + 8.000*- 4.440= 113.560,00


IRT=? IRT= Parcela fixa + (MCirt - limite) *taxa
IRT= 8.350 + (113.560 – 110.000) *0,13 = 8.812,80

Exercícios Propostos
1. O Sr Edmilson Vemba, funcionário da empresa PESL, lda aufere um salário
base de 20.000. Calcule o imposto sobre os rendimentos do trabalhdor.

2. O senhor Edmiro João, funcionário da empresa PESL lda, aufere um salário base
de 100.000,00, subsídio de transporte mansal de 38.000,00 e obteve horas extras
no valor de 10.000,00. Calcule o IRT por conta de outrem.

3. O Sr Fernando Romão, trabalha numa companhia, tem as seguintes regalias:


salário base de 108.000,00 e subsídio de transporte de 8.000. O Sr Jelson Vunge
o presidente da empresa, decidiu aumentar-lhe o salário, devido ao seu excelente

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desempenho. O presidente dispõe de um montante de 50.000,00 kz para
aumento, mas encontrou dificuldades devido à tributação do IRT. O que será
uma mais-valia, aumentar este montante em salário base ou em subsídio de
transporte? Suponhamos que o presidente o contrata como fiscalista para decidir
qual das duas opções, após a tributação, proporciona uma melhor remuneração
ou salário ao sr Fernando Romão. Dê o seu parecer técnico, suportado nos
cálculos de IRT.

4. O Sr. Eduardo Januário, fiscalista tem duas propostas numa empresa, consitindo
uma num contrato de trabalho por conta de outrem e outra em serviços de
consultoria fiscal. Tem de optar por uma, sendo que as regalias e salário da
proposta de vínculo laboral são: Director de Departamento de imposto, salário
da base de 200.000,00 e subsídio de alimentação de 8.000,00 kz, todos os
funcionários da empresa recebem 30.000,00 kz de renda de casa e 800,00 kz de
abono de família por filho. A renda de casa menal actual é de 35.000,00 kz e tem
dois filhos. No caso da segunda proposta- trabalhar de forma liberal a prestar
serviço de consultoria- receberá honorários brutos equivalentes a 332.278,20 kz
por mês, mas sobre este montante tem a obrigação de pagar imposto ao Estado.
Do ponto de vista financeiro, qual a melhor proposta para o sr. Eduardo
Januário? Justifique com base nos cálculos.

4.3 Imposto sobre os rendimentos do trabalho por conta própria (grupo B)


4.3.1 Incidência

Com base na interpretação da letra da lei, o artigo 1. Estabelece que o imposto sobre os
rendimentos do trabalho por conta de outrem incide sobre os rendimentos expressos em
dinheiro ou espécie, de natureza contratual ou não, periódicas ou ocasionais, fixo ou
variáveis, independentemente da sua proveniència.
O Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho por conta própria é aplicado sem
diferenciação de tratamento dos profissionais nacionais ou estrangeiros.
O rendimento colectável destes contribuintes será 70% dos rendimentos pagos por
entidades com contabilidade organizadas.

4.3.2 Determinação da matéria coletável


A matéria coletcável (MC) no imposto sobre os rendimentos do trabalho por conta
própria corresponde a:

MC=Avença Bruta
Onde:

• Avença Bruta compreende o valor acordado pela entidade contratante e o


contratado.

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4.3.3 Taxas

A taxa do imposto sobre os rendimentos do trabalho por conta própria é de 15%,


conforme previsto na Legislação Tributária Angolana.
Com base no cálculo aritmétricos é de 10,5%, conforme a demonstração abaixo:

IRT= (MC*70%) *15% logo; IRT= MC*10,5%


4.3.4 Cálculo do Imposto ou Liquidação

A fórmula para o cálculo do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho por conta


própria é a seguinte:
IRT por conta própria = MC*Taxa

Exercícios Resolvidos

1. O senhor Zoff Camama prestou serviço de contabilidade na empres PESL lda,


tendo recebido uma avença no valor de akz 155.000,00. Calcule o IRT por conta
própria.

Dados: Resolução:

Mc = 155.000,00 IRT = Mc * 10,5%

IRT=? IRT = 155.000*10,5%

IRT= 16.275,00

Logo, O imposto sobre o rendimento do trabalho é de 16.275,00 kwanzas

2. O Sr Saloio da Silva exerce a profissão liberal de contabilidade. Durante o ano,


emitiu recibos no valor de 1.500.000,00 kz sem qualquer retenção.
Nesta actividade suportou os seguintes encargos anuais:
Consumo de água: 10.000,00 kz
Telecomunicações: 150.000,00 kz
Consumo de energia: 20.000,00 kz
Rendas do escritório: 80.000,00 kz
Salário anuais da secretária: 200.000,00 kz

Com base nas informações, calcule o IRT da actividade independente.

Dados: Resolução:

RB: 1.500.000,00 Os encargos são limitados a 30% de rendimento bruto

Total dos encargos: 460.000 logo, o encargo será: 1.500.000*30%= 450.000

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IRT=? MC= 1.500.000 – 450.000= 1.050.000

IRT= MC*15%

IRT= 1.050.000*15% = 157.500

Logo, O imposto sobre os rendimentos do trabalho é de 157.500 kwanzas

Exercício Propostos
1. A Sr Jucira Silva, Arquiteta, celebrou um contrato com o empresário
Cordeiro Lucas para fiscalizar a construção de um edifício. A construção do
mesmo está avaliada em 120.000,00, tendo acordado o valor da avença em
5% da construção. Calcule o Imposto sobre os Rendimentos do
Trabalhadores

2. O Sr. Jacinto António, professor colaborador, lecciona a cadeira de


contabilidade financeira em duas universidades, sendo uma avença de
120.000,00 kz e a outra avença de 130.000,00 kz. Calcule o Imposto sobre os
Rendimentos do Trabalho.

3. O Sr Francisco Gaspar, de nacionalidade Angolana, Contabilista de


profissão, prestou serviço de consultoria a uma empresa petrolífera na
Nigéria, tendo acordado uma avença de 100.000.000,00 dólares. Calcule o
Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho.

4. O Sr Miguel Teca, de nacionalidade Portuguesa, Geólogo, prestou serviço de


consultoria a uma empresa petrolífera na Angola, tendo acordado uma
avença de 50.000.000. Calcule o Imposto sobre os Rendimentos do
Trabalho.

5. Imposto Industrial
O Imposto Industrial (II) é regulado pelo decreto legislativo presidencial nº 19/14 de 22
de outubro – Código do Imposto Industrial.

5.1. Incidência

O Imposto Industrial (II) incide sobre os lucros obtidos no exercício de qualquer


actividade de natureza comercial ou industrial, ainda que acidental.

São consideradas sempre de natureza comercial ou industrial as seguintes actividades:

• Exploração agrícola, aquícola, avícola, silvícola, pecuária e piscatória;


• Mediação, agência ou representação na realização de contratos de qualquer
natureza;

16
• Exercício de actividades reguladas pelas entidades de supervisão de seguros e
supervisão de jogos, pelo Banco Nacional de Angola e pela Comissão de
Mercado de Capitais;
• Sociedades cujo objecto consista na mera gestão de uma carteira de imóveis,
participações sociais ou outros títulos;
• Fundações, fundos autónomos, cooperativas e associações de beneficência.

5.1.1 Grupos de tributação

5.1.1.1 Grupo A

Tributação incidente sobre o lucro efectivamente obtido pelo contribuinte,


determinado através da sua contabilidade. São obrigatoriamente tributadas neste grupo:

• As empresas públicas e entes equiparados;


• As sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades Comerciais ou Lei
das Sociedades Unipessoais de capital social igual ou superior a Kwanzas
2.000.000,00 (dois milhões);
• As sociedades constituídas nos termos da Lei das Sociedades Comerciais ou Lei
das Sociedades Unipessoais com proveitos totais anuais de valor igual ou
superior a Kwanzas 500.000.000,00 (quinhentos milhões);
• As associações, fundações e cooperativas cuja actividade gere proveitos
adicionais às dotações e subsídios recebidos dos seus associados, cooperantes ou
mecenas;
• As sucursais de sociedades não residentes no território angolano.

5.1.1.2 Grupo B

Tributação incidente sobre o lucro efectivamente obtido pelo contribuinte, determinado


através da sua contabilidade, ou sobre o lucro que presumivelmente o contribuinte
obteve, quando não directamente apurado através de elementos contabilísticos
disponibilizados pelo contribuinte.

São tributados neste grupo todos os contribuintes não abrangidos pelo Grupo A, assim
como os que devam imposto somente pela prática de alguma operação ou acto isolado
de natureza comercial ou industrial.

5.2 Isenções

Estão isentas do pagamento do Imposto Industrial as companhias de navegação


marítima ou aérea, se no país de nacionalidade as companhias angolanas de igual
objecto gozarem da mesma prerrogativa.

5.3 Determinação da Matéria colectável

A Matéria Colectável é resultante da confrotação entre os proveitos e os custos, mas


esta fórmula é simples para efeito de contabilidade geral; A contabilidade para fins
fiscais obedece a um conjunto de cálculo de acordo com a lei fiscal para determinar a
17
Matéria Colectável. Desde modo, a Matéria Colectável pode ser determinada para fins
contabilísticos e fiscais.

Matéria Colectável para fins contabilístcos

A determinação da Matéria colectável (MC) para fins contabilísticos de uma forma


simplificada pode ser calculada atravéz da seguinte fórmula:

MC= Total de Proveitos – Total de custos

Matéria Colectável para fins Fiscais

Para fins fiscais a Matéria Colectável (MC) obtém-se atravéz da seguinte fórmula:

MC= Lucro tributável – Prejuízos fiscais – Lucro levados a reservas

Onde:

Lucro tributável= Resultado Líquido + a acrescer – a deduzir

Resultado Líquido= Resultado antes do Imposto (RAI) – Imposto

• A acrescer- Compreende todos os custos que não são aceites para fins fiscais;
• A deduzir- Compreende todos os proveitos que não são aceites para fins fiscais.

5.4 Taxas

A taxa geral do Imposto Industrial é de 30%. Para as actividades exclusivamente


agrícolas, aquícolas, avícolas, piscatórias, silvícolas e pecuárias, a taxa única é de 15%.

Cálculo do Imposto Industrial

Para determinação do Imposto Industrial (II) aplicada- se a seguinte fórmula:

II=MC * taxa

Exercícios Propostos
1. A Empresa TGA, LDA. apresentou o valor de 200.000,00 31/05/2015 referente
ao exercício de 2014. A Repartição fiscal efectou as seguintes correções:
• Amortizações do exercício de 2.000,00 dos quais 800,00 não foram
aceites como custo fiscal e foram considerados excessivos com base
alínea C) do artigo 40.º do código em referência.
• Multa da emigração e estrangeira no montante de 20.000,00 não foi
aceite para fins fiscais, com base na alínea D) do n.º 1 do artigo 18 do
código em referência.

Administração fiscal deu a indicação de que estas correções fossem efectuadas e


calculados o novo RAI e imposto a pagar.

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2. A empresa Socarros S.A tem os seguintes dados contabilisticos nas suas contas
de resultados:
62.1 – Prestação de Serviço 1.500.000,00
62.1.1 – Subsidiaria 600.000,00
71.1 – CMV 750.000,00
72 – Custo com pessoal 200.000,00
75.2 – FST
76.1 - Custo Financeiro 4.000.000,00
RAI = 735.000,00
Imposto Indústrial = 220.500,00
RL = 514.500,00
Sabendo que o valor da conta 62.1.1 proveito em participação em subsídiaria se refere
a lucro de rendimento tributável em sede de Imposto sobre aplicação de capitais, calcule
o imposto industrial.

6. Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)


Em Angola, o Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) foi criado pela lei nº 07/19, de
24 de abril e entrada em vigor no dia 1 de outubro de 2019.
Trata-se de um imposto plurifásico (desde o produtor, grossista, retalhista e consumidor
final). A taxa generica do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) é de 14%.

6.1 Incidência do IVA

6.1.1 Incidência Objectiva (Sobre o quê recai o imposto)

O IVA incide sobre todos os bens, prestação de serviço e importações.

6.1.2 Incidência Subjectiva (Quem deve pagar o imposto)

O IVA deve ser pago por toda pessoa singular e colectiva que exerçam actividade
econômica em todo território nacional.

6.1.3 Localização das operações (Onde?)

A transmissão de bens e serviços devem acontecer em território nacional para


aplicação do IVA.

6.1.4 Exigibilidade (Quando?)

Após a compra ou venda de bens e serviços o IVA começa a ser exigido após o 5º dia
útil da emissão da factura, caso exceda o 5º dia aplica-se multa e juros. Em caso de
adiantamento o IVA e exigido exatamente no mesmo momento e se forem importações
o IVA é exigido na Alfândega.

19
6.2 Isenções do IVA

Com direito a dedução (artigo 22)

Alguns produtos alimentares (cesta básica) estão isentos do IVA

• Leite não concentrado e em pó;


• Feijão;
• Arroz;
• Farinha de trigo;
• Fuba de milho;
• Óleo alimentar;
• Açucares de cana;
• Sabão.

Em exportações algumas operações relacionadas com comercio internacional como por


exemplo transporte de passageiro.

Sem direito a dedução (artigo 24)

• Medicamentos com fins terapêuticos;


• Livros, incluindo e-books;
• Produtos petrolifero;
• Operações sujeita a SISA;
• Exploração e prática de jogo de sorte ou azar e diversão social;
• Transporte colectivo de passageiro.

6.3 Cativação

Cativação é o pagamento ao Estado do IVA liquidado da factura do fornecedor.

Existem dois grupos de agentes cativadores que são

I. Entidades petrolifera e Estado (com excepção de empresas públicas)


autarquia locais. Para estes agentes cativador a taxa de cativação é
100%;
II. Bancos, Seguradoras e Empresas de telecomunicações. Para estes
agentes cativadores a taxa de cativação é de 50%.

Exemplo:

1. A Unitel emitiu factura no valor de 100.000,00 kz para o cliente DT, lda a


taxa do IVA de 14%.

2. A Sonangol emitiu factura no valor de 100.000,00 kz para o cliente DT, lda a


taxa do IVA de 14%.

20
6.4 Operações não Dedutíveis do IVA

Com direito a dedução

São operações não dedutível do IVA as seguintes:

• Viatura de turismo;
• Alojamento e alimentação; e
• Tabaco.

OBS: excepto se essas operações fazem parte do objecto social de uma empresa.

6.5 Regime do IVA

Existem quatro regime em sede do IVA, que são:

• Regime Geral;
• Regime Transitório;
• Regime da não sujeição;
• Regime de Caixa.

6.5.1 Regime Geral

Fazem parte deste regime as empresas com volume de negócio acima de 250.000 USD e
que estão registados na repartição fiscal dos grandes contribuintes.

As empresas neste regime liquidam o IVA na venda e suportam o IVA na compra. As


submissões das informações financeiras são feitas mensalmente.

6.5.1.1 Determinação da Matéria Colectável

A Matéria coletável (MC) no imposto sobre o valor acrescentado no regime geral é


obtida através da seguinte fórmula:
MC= Valor do bem ou serviço
6.5.1.2 Taxa
A taxa do imposto sobre o valor acrescentado no regime geral é de 14% tanto no IVA
liquidado tanto no IVA suportado.

6.5.1.3 Cálculo do imposto ou liquidação


O cálculo do imposto sobre o valor acrescentado obtém-se aplicando a seguinte
fórmula:

IVA=MC * taxa
VB= MC + IVA

21
IVA apagar ao Estado= IVA (liquidado) – IVA (suportado)

Exercício resolvido
1. A empresa Chadeta, lda cujo objecto social é a venda de Computador, registado
em regime geral, comprou na empresa NCR 50 unidades de computadores no
valor de 500.000,00 a taxa do IVA de 14%. No mesmo mês a empresa Chadeta,
lda emitiu uma factura ao Cliente J&J, lda pela venda de computadores no valor
de 250.000 com o IVA incluído. Calcule o Imposto sobre o valor acrescentado
(IVA) apagar ao Estado neste mês e faz a sua contabilização.

Dados: Resolução:

VC= 500.000,00 Cálculo do IVA suportado (acto da compra)

Taxa IVA= 14% MC=VC

VB=250.000,00 MC=500.000

IVA=? IVA= MC*taxa

IVA= 500.000 * 14% = 70.000,00

Cálculo do IVA liquidado (acto da venda)


𝑉𝐵
MC = (1+𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝐼𝑉𝐴)

250.000
MC = = 219.298,25
(1+0,14)

IVA= MC * taxa

IVA=219.298,25 * 14% = 30.701,76

Contabilização:

Momento da compra

D 26. Mercadoria C D 34.5.2 IVA- Suportado C

1) 500.000,00 1) 70.000

D 43/45. Banco/ Caixa C

570.0000 (1

22
Momento da venda

D 31. Clientes correntes C D 34.5.3 IVA- liquidado C

2) 250 000,00 30 701,75 (2

D 61. Venda C

219 298,25 (2

IVA apagar ao Estado= IVA liquidado – IVA suportado

IVA apagar ao Estado= 30.701,75 – 70.000,00

IVA apagar ao Estado= (39 298,25)

A empresa neste periodo pagou cerca de 39 298,25. Neste caso existe um crédito a
recuperar ou IVA a recuperar.

Exercícios Propostos
1. A empresa Chadeta, cujo objecto social é a comercialização de produtos
alimentares, comprou na empresa NCR 50 unidades de computadores no valor
de 500.000,00 a taxa do IVA de 14%. No mesmo mês a empresa PESL, lda
emitiu uma factura ao Cliente J&J, lda pela venda da metáde das mercadorias
comprada no valor de 356.250,00 com o IVA incluído

2. O Sr. Manuel Teca pretende comprar um telemóvel, e ao olhar o catálogo de


uma loja notou- se que o telemóvel esta sendo comercializado ao preço de
4.999,00 kz, quanto que o Sr. Manuel Teca vai pagar pelo telemóvel?

3. Para a reparação de um computador é apresentado um orçamento de 50.000,00


kz, sublinhando que se trata do valor com o IVA incluido. Qunato é que se vai
pagar pela raparação?

23
6.2.2 Regime Transitório

Fazem parte deste regime as empresas com volume de negócio acima de 250.000 USD,
mas que não estão registados na repartição fiscal dos grandes contribuintes.

As empresas neste regime liquidam o IVA na venda e suportam o IVA na compra. A


submissão das informações financeiras é feita trimestralmente.

6.2.2.1 Determinação da Matéria Colectável

A Matéria coletável (MC) no imposto sobre o valor acrescentado no regime transitório é


obtida através da seguinte fórmula:

MC= Valor do bem ou serviço


6.5.2.2 Taxas

A taxa do imposto sobre o valor acrescentado no regime é de 3% no IVA liquidado e no


IVA a suportar é 4% (incidindo no IVA de 14% no acto da compra).
6.5.3 Cálculo do imposto ou liquidação

O cálculo do imposto sobre o valor acrescentado obtém-se aplicando a seguinte


fórmula:
IVA=MC * taxa

VB= MC + IVA
IVA apagar ao Estado= IVA (liquidado) – IVA (suportado)

Exercícios Propostos

1. A empresa PESL, lda, registado em regime transitório, apresentou as suas


compras de mercadorias (Computadores) durante os três primeiros meses do
ano:

Descrição Valor
Janeiro 100.000
Fevereiro 200.000
Março 300.000
Pretende-se: Calcular o valor do IVA a suportar no primeiro trimestre do ano e faça o
seu devido registo contabilístico.

2. A empresa J & J, lda, registado em regime transitório, apresentou no primeiro


trimestre do ano, nas suas demontrações financeira, os seguintes Volume de
Venda:

24
Descrição Valor
Janeiro 100.000,00
Fevereiro 200.000,00
Março 300.000.00
Pretende-se: Calcular o valor do IVA a liquidar no primeiro trimestre do ano e faça o
seu devido registo contabilístico.

6.2.3 Regime da não Sujeição

Fazem parte deste regime as empresas com volume de negócio abaixo ou igual de
250.000 USD.

As empresas neste regime não liquidam o IVA na venda e nem suportam o IVA na
compra. A submissão das informações financeiras é feita mensalmente.

As empresas neste regime podem deduzir até 10% do IVA suportado (pela aquisição de
bens e serviços) a quando da materia colectável do apuramento do imposto industrial.
Mesmo em sede de IVA é o único regime que ainda se cobra o imposto de selo.

6.2.3 Regime de caixa

Fazem parte deste regime as empresas com volume de negócio abaixo de 3.000.000
USD. É um regime opcional e bastante específico.

As empresas neste regime só liquidam o IVA sobre os recebimentos.

7. Imposto sobre Aplicação de Capital


Aprovado pela Lei nº 2/14 de 20 de outubro onde podemos destacar o seguinte:

7.1 Incidência objectiva e Subjectiva

7.1.1 Incidência Objectiva

O Imposto sobre a Aplicação de Capitais (IAC) incide sobre os rendimentos


provenientes da simples aplicação de capitais. Os rendimentos estão divididos em duas
secções: A e B:

Secção A

Esta secção compreende: os juros de capitais mutuados, qualquer que seja a forma de
apresentação; os rendimentos de contrato de crédito e os rendimentos originados pelo
diferimento na prestação ou mora no pagamento.

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Secção B

Compreende: os lucros dos sócios e accionistas (residentes ou não em Angola) das


sociedades comerciais e civis sob forma comercial e cooperativas; os juros, prémios de
amortização e outras remunerações das obrigações e títulos de participação emitidos por
sociedades; os juros dos Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do
Banco Central; o quantitativo dos juros, prémios de amortização e outras remunerações
das obrigações e títulos de participação; os juros de suprimentos ou de abonos dos
sócios ou accionistas às sociedades; o saldo de juros apurados em conta corrente; as
importâncias atribuídas às empresas pela suspensão da sua actividade; os lucros de
contratos de conta em participação; a emissão de acções com reserva na subscrição;
royalties; os prémios de fortuna ou azar, rifas, lotarias, apostas; as mais-valias da
alienação de participações sociais ou outros rendimentos sujeitos a IAC, que não sejam
sujeitos a Imposto Industrial ou a Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho.

7.1.2 Incidência subjectiva

O IAC é devido pelos titulares dos respectivos rendimentos, sem prejuízo da sua
exigência a outras entidades, nos casos previstos na lei.

Isenções

Na Secção A, estão isentos os seguintes rendimentos:

• Juros das vendas a crédito dos comerciantes relativos a produtos ou serviços do


seu comércio ou indústria, bem como juros ou qualquer compensação de mora
no pagamento do respectivo preço;
• Juros de empréstimos sobre apólices de seguros de vida, feitos por sociedades de
seguros.
Na Secção B, estão isentos os seguintes rendimentos:

• Lucros ou dividendos distribuídos por uma entidade com sede ou direcção


efectiva em Angola, desde que a entidade beneficiária seja uma pessoa colectiva
que tenha aqui a sua sede ou direcção efectiva, sujeita a Imposto Industrial, ain-
da que dele isento, e detenha no capital social da entidade que distribui os lucros
ou dividendos uma participação igual ou superior a 25%, por um período
superior a um ano anterior à distribuição dos lucros;
• Juros de instrumentos que se destinem a fomentar a poupança, até ao valor de
Kwanzas 500.000,00 (quinhentos mil), que seja devida e previamente aprovada
pelo Ministro das Finanças, sob parecer do Presidente do Conselho de
Administração da Administração Geral Tributária, ouvido o Banco Nacional de
Angola;
• Juros de contas poupança-habitação, criadas pelas instituições financeiras com o
objectivo de fomentar a poupança, com vista à aquisição de habitação própria e
permanente.

26
7.2 Determinação da matéria colectável

A matéria colectável dos factos constantes da Secção A é determinada com base na


declaração dos rendimentos recebidos, pagos ou postos à disposição dos seus titulares;

A matéria colectável dos factos constantes da Secção B é determinada com base na


declaração de todos os rendimentos pagos ou postos à disposição dos seus titulares pela
entidade pagadora.

7.3 Taxa

As taxas do Imposto sobre a Aplicação de Capitais são de 5%, 10% e 15%.

Os factos constantes da Secção A são tributados à taxa de 15%, ao passo que os factos
constantes da Secção B são tributados, em regra, à taxa de 10%, salvo nos casos dos
rendimentos admitidos à negociação em mercado regulamentado e dos rendimentos
atribuídos a título de indemnização pela suspensão da actividade, em que se aplica a
taxa de 5%.

7.4 Liquidação

Secção A: A liquidação do imposto é efectuada pelos titulares dos rendimentos. Porém,


se os titulares do rendimento não possuírem residência (ou sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável) em Angola, ou se o imposto for devido por uma entidade com
contabilidade organizada, a favor de uma pessoa singular, o imposto é liquidado pelos
devedores dos rendimentos;

Secção B: Com excepção dos rendimentos resultantes da emissão de acções com


reserva de preferência na subscrição, a liquidação do imposto é efectuada pelas
entidades a quem incumbe o pagamento dos rendimentos, que ficam responsáveis pela
totalidade do imposto e acréscimos no caso de não pagamento.

7.5 Fórmula

• IAC = MC × Taxa

Exercícios propostos
1. O senhor Bartolomeu do Amaral detém 60% do capital da sociedade em
comandita Beta, Lda. no exercício de 2015, a sociedade obteve um lucro de 300.000,00
kz, tendo o montante total sido distribuído entre os sócios.

2. O capital da sociedade X é de 2.000.000,00 kz, na deliberação da última


reunião de accionistas ficou acordada a emissão de 20 acções com reservas de
preferência na subscrição com o preço de venda de 7.000,00 kz, mas no mercado as
acções encontram-se valorizadas em 10.000, 00 kz.

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8. Imposto Predial Urbano
O Imposto predial Urbano (IPU) no regime fiscal angolano é regulado pelo Diploma
Legislativo nº 4044- Imposto Predial Urbano, e pelo Decreto Legislativo Presidencial nº
18/11, de 21 de abril – Lei de Alteração ao código do Imposto Predial Urbano e ao
código do Imposto Industrial.

O IPU pode ser tributado como um imposto directo (prédio arrendado) e como um
imposto indirecto (prédio não arrendado). Sendo o imposto directo pelos recibos de
quitação do arrendamento do imóvel e o indirecto através do usufruto do imóvel.

8.1 Prédios Arrendados

8.1.1 Incidência

Segundo o nº1 do artigo 2º do decreto legislativo presidencial em causa, o IPU incide


sobre os valores pagos pelas rendas dos imóveis em território angolano.

8.1.2 Determinação da Matéria Colectável

No Imposto Predial Urbano a Matéria Colectavel (MC) obtém – se através da seguinte


fórmula:

MC= Valor da renda mensal * Número de meses

8.1.3 Taxas

No Imposto Predial Urbano a taxa é de 25%, conforme o nº1 do artigo 98, referente a
60% do valor da renda, a restante percentagem é considerada como despesas do imóvel,
conforme o previsto no nº1 do 16º do decreto legislativo presidencial em referência.

Com base no cálculo aritmético, a taxa é de 15% (Demonstração em aula).

8.1.4 Cálculo do Imposto ou liquidação

O cálculo do Imposto Predial Urbano obtém – se aplicando a seguinte fórmula:

IPU=MC * taxa

Exercícios Propostos
1. A empresa PESL, lda é proprietária de um imóvel cuja matriz tem o nº0189,
situado na Mutamba (Coqueiros). Arrendou-o por um semestre tendo recebido o
valor total. A prestação mensal consiste em 50.000,00 kwanzas. Calcule o
Imposto Predial Urbano.

2. A empresa D % I e Filhos, é proprietário de um imóvel cuja matriz tem o n9276,


situado no Kilamba Kiaxi, Luanda. Arrendou – o por 1 ano, tendo recebido o
valor total de 12.000.000,00 kwanzas. Calcule o Imposto apagar ao Estado.

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8.2 Prédios Não Arrendados

8.2.1 Incidência
Segundo o nº1 do artigo 2º do decreto legislativo presidencial em causa, o IPU incide no
valor do patrimonio, sem prejuízo de não estar a residir nele.

8.2.2 Determinação da Matéria Colectável

No Imposto Predial Urbano a Matéria Colectável (MC) obtém – se através da segunda


fórmula:
MC= Valor patrimonial que conta na Matriz – 5.000.000,00

8.2.3 Taxas
No Imposto Predial Urbano sobre os prédios não arrendados a taxa é de 0,5% sobre o
excesso de 5.000.000,00 kwanzas, conforme a tabela (tabela aprovada pela lei nº18/11)
do nº3 do artigo 98, do decreto legislativo presidencial em referência.

8.2.4 Cálculo do Imposto ou Liquidação


O cálculo do Imposto Predial Urbano obtém- se aplicando a seguinte fórmula:

IPU= MC * taxa

Exercícios Propostos
1. A empresa PESL, lda, tem um apartamento na centralidade do kilamba cuja a
matriz tem o nº0921 e um valor matricial de 4.500.000,00. Calcule o Imposto
Predial Urbano.

2. O Sr. Odélio Manuel tem um imóvel na Nova Vida cuja a matriz tem o nº 10 e
um valor de 5.000.000,00. O valor de mercado segundo uma imobiliária é de
15.000.000,00. Calcule o IPU apagar ao Estado.

3. O Sr. Eurico Saraiva, Lda. Tem um edifício de escritórios na Mutamba cuja a


matriz tem o nº12345 e um valor matricial de 20.000.000,00 kwanzas. O valor
de mercado segundo uma imobiliária é de 15.000.000,00. Calcule o imposto
apagar ao Estado.

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