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3 – A Estratégia da Gradualidade.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, com
conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira as condições sócio-econômicas
radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990.
Estado mínimo, privatizações, precariedade, exibilidade, desemprego massivo, salários
que já não asseguram rendas decentes, tantas mudanças que provocariam uma revolução
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se fossem aplicadas de uma vez só.
4 – A Estratégia de Diferir.
DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITOS ÁFRICA E SUA DIÁSPORA
Outra maneira de fazer com que se aceite uma decisão impopular é a de apresentá-la
como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma
aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato.
Primeiro porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a
massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã”
e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para se
acostumar com a idéia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o
momento.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto-curcuito na
análise racional, e, nalmente, no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a
utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para
implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir
comportamentos.
9 – Reforçar a auto-culpabilidade.
Fazer crer ao indivíduo que somente ele é culpado por sua própria desgraça devido à
insu ciência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, em vez
de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se menospreza e se culpa, o que
gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição da ação do indivíduo. E sem
ação não há revolução!
No decurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma crescente
brecha entre os conhecimentos do público e aqueles que possuem e utilizam as elites
dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema”
desfrutou de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como
psicológica. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que este
conhece a si mesmo. Isto signi ca que, na maioria dos casos, o sistema exerce um
controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre
si mesmos.
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