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MANUAL DE CIDADANIA

E
EMPREGABILIDADE

Setembro/Outubro de 2010

Local de formação
formação: Carregueira

Formadora: Fátima Nascimento

Co--financiado pelo FSE e Estado Português


Elaborado por Fátima Nascimento

2
ÍNDICE
Fundamentação
3
Objectivos e Conteúdos
4
Introdução
5
O que é ser cidadão
6
Cidadania
7
Responsabilidade
9
Ética e Moral
13
Ética e Deontologia Profissional
16
Formação
21
Empregabilidade
31
Ambiente
35
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
43
Promoção da saúde
53
Anexos
60
Conclusão
138
Bibliografia
141

Co--financiado pelo FSE e Estado Português


Elaborado por Fátima Nascimento

3
Fundamentação
Curso de Operador/a de Jardinagem
Jardinagem, tendo como Entidade Formadora: Competir, Formação e
Serviços, S.A e como Entidade Promotora: Nova Fronteira - Associação para a Reabilitação de
Toxicodependentes, com o nº de projecto 040701/2010/61, apoiado pelos seguintes
programas:

 DGERT (Direcção Geral de Emprego e Relações do Trabalho)


 POPH (Programa Operacional Potencial Humano);

 QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional);

 EU (União Europeia)

Co- financiado pelo FSE (Fundo Social Europeu) e Estado Português,

Benefícios e condições de utilização do manual:

De acordo com o Referencial de Formação com o Código e Designação nº. 622161,


622161 surgiu
a necessidade da elaboração deste manual, cujo object
objectivo
ivo passa não só para servir de
instrumento de apoio e auxílio aos formandos no decorrer das sessões inerentes ao módulo de
Cidadania e Empregabilidade para aquisição de conhecimentos e competências enunciados
nos objectivos, como também como guia de consulta a posteriori aos destinatários do mesmo.

Os destinatários serão portanto, formandos candidatos ao Curso de Operador/a de Jardinagem


integrados no projecto acima menci
mencionado.

Foi elaborado pela formadora Fátima Alves do Nascimento e o mesmo não poderá ser
reproduzido sem autorização da mesma e respectiva entidade formadora.

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Objectivos
• Despertar a consciencialização dos formandos para os
seus direitos e deveres enquanto cidadãos;

• Facultar conhecimentos sobre os vários tipos de


Cidadania e Responsabilidades, quer a nível educacional,
pessoal, profissional e ambiental

Conteúdos

 Educação/formação,
ção/formação, profissão e trabalho/emprego.
 Ambiente e saúde.

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Introdução

A educação para a cidadania surge no contexto da gestão flexível do currículo como


componente obrigatória do mesmo e como um espaço de diálogo e reflexão sobre as
experiências vividas, as preocupações sentidas e os temas e problemas relevantes da
comunidade
e e da sociedade.
Tem como objectivo central, proporcionar a construção de identidade e o desenvolvimento da
consciência cívica dos alunos.
Ser cidadão é, então, também e concomitantemente, construir
construir-se
se como sujeito, assumir-se
assumir
como pessoa. Admite-se
se com
comoo indispensável, nessa construção, uma fundamentação cujas
linhas sejam traçadas numa antropologia de amplas referências culturais, sociais, filosóficas

A cidadania define a pertença a um Estado. Ela dá ao indivíduo um estatuto jurídico, ao qual se


ligam direitos
ireitos e deveres. Esse estatuto depende das leis próprias de cada Estado, e pode
afirmar-se
se que há quantos tipos de cidadãos quantos tipos de Estados. Nesta perspectiva, a
cidadania não confere valor ou dignidade suplementar ao indivíduo, apenas sanciona uma
situação de facto: a de que, ao nascer, se herda uma nacionalidade.
O Estado é uma criação humana, cultural e instrumental; costuma admitir
admitir-se
se que é um mal
necessário. Ressalta então a ideia de que a educação para a cidadania é um bem necessário e
indispensável
ispensável como estimuladora da capacidade individual de análise e intervenção em função
dos valores fundamentais da comunidade em que se está inserido e da organização estatal
que lhe subjaz.

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O QUE É SER CIDADÃO?

Ser cidadão é ser pessoa, é ter direitos e deveres, é assumir as


suas liberdades e responsabilidades no seio de uma comunidade
democrática, justa, equitativa, solidária e intercultural.

Na verdade, não é fácil exercer a liberdade e a cidadania – ser


pesso
pessoa e ser cidadão – por isso exige-se
se uma luta sem tréguas
para erradicar assimetrias e exclusões socioculturais e criar cenários de esperança
realizáveis, fundamentados em valores e princípios éticos, que requalifiquem a democracia
com cidadãos participativos
os e comprometidos.

Quem conhece e vive as contradições do sistema, sabe que de nada serve remediar, se
não assumirmos alterar projectos políticos, socioculturais e educativos que integrem em
vez de excluir.

Não há soluções e estratégias pré


pré-definidas.


á grandes temas integradores da acção.

Desafios que devem alimentar as nossas esperanças, vivências e aprendizagens


quotidianas que nos permitam sonhar com um futuro melhor.

Tais como:

⇒ Direitos Humanos;
⇒ Democracia requalificada;
⇒ Território partilhado (req
(requalificação ambiental, rural e urbana);
⇒ Relações significativas e laços comuns – uma cultura intergeracional assente em
esteios de liberdade, tolerância, justiça, igualdade, solidariedade – aprender a viver
e a conviver com os outros;

⇒ Interacções sociais e
específicas – pedagogia da memória – participação em
organizações filantrópicas, programas para sectores específicos da população;

⇒ Tradição e inovação (educação, informação, comunicação, formação);

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⇒ Identidade e diversidade (consciência colectiva);Cultura solidária e participação
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comunitária;

⇒ Desenvolvimento sustentado – preservação do património comum da humanidade

⇒ Desenvolvimento de experiências piloto – pontes para o futuro – com equipas


multidisciplinares de investigação/acção/emancipação e redes de parceria;
pa

⇒ Criação de espaços e colectividades de trabalho, ócio e tempos livres;


Investimento nas TIC como ferramentas potenciadoras da democracia participativa;

⇒ Preparação dos cidadãos para o diálogo/reflexão/acção – fórum de diálogo


permanente

⇒ (natural, histórico, social e cultural);

Cidadania

Há, no que fica dito, a emergência de transformações profundas, novas políticas, novas
dinâmicas para estimular a inovação, a criatividade e a partilha de valores, saberes e
poderes, ou seja, uma visão estratégica p
para
ara a construção da educação para a cidadania.

No discurso corrente de políticos, comunicadores, dirigentes, educadores, sociólogos e


uma série de outros agentes que, de alguma maneira, se mostram preocupados com os
rumos da sociedade, está presente a pala
palavra cidadania.

Como é comum nos casos em que há a super exploração de um vocábulo, este acaba
ganhando denotações desviadas do seu estrito sentido.

Hoje, tornou-se
se costume o emprego da palavra cidadania para referir-se
referir a direitos
humanos, ou direitos do consumidor e usa-se
se o termo cidadão para dirigir-se
dirigir a um
indivíduo qualquer, desconhecido.

De certa forma, faz sentido a mistura de significados, já que a história da cidadania


confunde-se
se com a história dos direitos humanos, a história das lutas das gentes
gente para a
afirmação de valores éticos, como a liberdade, a dignidade e a igualdade de todos os
humanos indistintamente; existe um relacionamento estreito entre cidadania e luta por
justiça, por democracia e outros direitos fundamentais asseguradores de condições
cond dignas
de sobrevivência.

Expressão originária do latim, que tratava o indivíduo habitante da cidade (civitas),


( na
Roma antiga indicava a situação política de uma pessoa (excepto mulheres, escravos,
crianças e outros) e seus direitos em relação ao Estado Romano. No dizer de Dalmo
Dallari:
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“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de
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participar activamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está
marginalizado ou excluído da vida social e da to
tomada
mada de decisões, ficando numa posição
de inferioridade dentro do grupo social”[1].

O exercício da cidadania plena pressupõe ter direitos civis, políticos e sociais e estes, se já
presentes, são fruto de um longo processo histórico que demandou lágrimas, sangue
s e
sonhos daqueles que ficaram pelo caminho, mas não tombados, e sim, conhecidos ou
anónimos no tempo, vivos no presente de cada cidadão do mundo, através do seu “ir e
vir”, do seu livre arbítrio e de todas as conquistas que, embora incipientes, abrem caminhos
para se chegar a uma humanidade mais decente, livre e justa a cada dia.

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Responsabilidade: responder perante a Responsabilidade

O que é a Responsabilidade?

É a obrigação a responder pelas próprias acções,, e pressupõe que as mesmas se apoiam


em razões ou motivos.. O termo aparece em discussões sobre determinismo e livre-arbítrio
(é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas
acções.), pois muitos defe
defendem que se não há livre-arbítrio
arbítrio não pode haver
responsabilidade individual, e consequentemente, também não pode haver nem ética nem
punição.

Diferentes tipos de responsabilidade

Tipos de
Responsabilidade

Pessoal Civil Criminal Moral Ambiental

Responsabilidade Pessoal - Este tipo de responsabilidade está directamente relacionada


com a privacidade e a integridade da pessoa para consigo.

A responsabilidade pessoal, é intransmissível!

Cada indivíduo deve ser responsável no meio que o rodeia e deve ser responsabilizado por
todos os seus actos.

Está obrigado ao cumprimento dos deveres gerais definidos no meio em que se insere.

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A responsabilidade no espaço - escola


 A responsabilidade de cada elemento da comunidade escolar está disposta no
Regulamento Interno da escola onde está inserido.

 Este documento regula os direitos e deveres da competência de cada elemento da


sociedade escolar e do respectivo cargo que ocupa.

 A cada um basta cumprir as leis desse regulamento, de forma responsável, para ser
um individuo aceite nessa sociedade.

Responsabilidade Pessoal
Este tipo de responsabilidade está directamente relacionado com a privacidade e a
integridade da pessoa para consigo.

A responsabilidade pessoal, é intransmissível!

Cada indivíduo deve ser responsável no meio que o rodeia e deve ser responsabilizado por
todos os seus actos.

Está obrigado ao cumprimento dos deveres gerais definidos no meio em que se insere.

Responsabilidade Civil

É a obrigação
ão de reparação de um dano que uma pessoa cause a outra.

Procura determinar em que condições a pessoa pode ser considerada responsável e em


que medida é obrigada a repará
repará-lo!

Reparação pode ser feita através de indemnização.

O dano pode ser causado à integ


integridade
ridade física, aos sentimentos ou aos bens de uma
pessoa.

Responsabilidade Criminal

Consiste na sujeição a uma pena – Multa ou Prisão – em consequência de prática de um


crime.

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Responsabilidade Moral
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A responsabilidade moral é, por sua vez, uma capacidade, e ao mesmo tempo uma
obrigação moral, de assumirmos os nossos actos.

É reconhecermo-nos
nos nos nossos actos, compreender que são eles que nos constroem e
moldam como pessoas.

A responsabilidade implica que sejamos responsáveis antes do acto (ao escolhermos e


decidirmos racionalmente, conhecendo os motivos da nossa acção e ao tentar prever as
consequências desta), durante o acto (na forma como actuamos) e depois do acto (no assumir
das consequências que advêm dos actos praticados).

Responsabilidade Ambiental

É aplicável aos danos e aos riscos de danos ambientais.

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Pressupostos da Liberdade
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Mas o que se entende por liberdade? –

Designa a capacidade que todo o homem possui de actuar segundo a sua própria decisão.

Autonomia do sujeito face às suas condicionantes.

Embora o homem esteja sempre condicionado por factores externos e internos, para que
uma acção possa ser considerada livre é necessário que ele seja a causa do seus actos,
isto é, que tenha uma conduta livre.

Consciência da acção.

A acção humana é a manifestação de uma vontade livre e portanto consciente dos seus
actos.. Este pressuposto implica que o sujeito não ignore a intenção, os motivos e as
circunstâncias, assim como as consequências da própria acção. Pressuposto
Pressupost que está
todavia longe de estar sempre satisfeito.

Escolhas fundamentada em valores.

A acção implica sempre a manifestação de certas preferências, implicando o homem nessa


escolha. Nem sempre contudo, esta dimensão da liberdade é consciente, embora seja
sempre materializada na própria acção.

Formas da Liberdade

Liberdade interior: autonomia face a si mesmo (Liberdade psicológica) e de agir segundo


valores livremente escolhidos (Liberdade Moral)

Liberdade Exterior: autonomia face à sociedade (Liberdade sociológica) e de exercer os


direitos básicos de qualquer cidadão (Liberdade Política).

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Acção

Condicionantes da acção

Condicionantes físico
físico-biológicas e psicológicas

Património genético dos seus progenitores (sexo, cor da pele, cor dos olhos, inteligência,
etc.) que se constitui como um conjunto de condicionantes das suas acções, a estrutura do
nosso corpo e a sua relação com o meio ambiente condicionam aquilo que podemos
pode fazer
e como o podemos fazer.

O ambiente em que vivemos (recursos e matérias primas, clima e outras condições


ambientais) condiciona os costumes, as crenças, os valores Sociais, religiosos, estéticos, etc.

Personalidade condiciona o modo como actuamo


actuamos
s e nos relacionamos com os outros.
Características como: conformismo, optimismo, timidez condicionam a acção, permitindo-nos
permitindo
prever, até certo ponto, qual será o tipo de conduta mais provável.

Condicionantes histórico
histórico-socioculturais

A época histórica e o meio sociocultural influenciam as nossas decisões, pois não é indiferente
ter nascido na Idade Média ou no século XXI. Nascer e ser educado noutra época e noutro
lugar faria de nós um ser humano diferente.

A acção humana é o campo onde se traçam projectos que nos levam a inventar o nosso futuro
e a definir o que queremos ser.

Ética e Moral

Experiência Moral.

Quotidianamente somos confrontados com situações em que temos que decidir sobre coisas
que interferem na liberdade de outros. A simples coexistência coloca a questão da necessidade
de cumprir normas.

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É por isso que nas nossas decisões temos em conta valores, princípios, normas ou regras
de conduta que impomos a nós mesmos, mas também esperamos que os outros as sigam ou
pelo menos as aceitem.

Se os outros manifestam um comportamento diverso daquele que à luz destes ideais julgamos
que deveriam ter, afirmamos que não agiram correctamente, não têm valores, princípios ou
mesmo "moral".

Há situações-limite
limite em que revelamos profundas dúvidas sobre a opção mais correcta que
devemos tomar. Estão neste caso as situações que envolvem dilemas de difícil resolução,
como a droga, o aborto, a clonagem, eutanásia, o roubo ou a fecundação in vitro.
vitro

Ética

Trata-se
se de uma disciplina normativa que tem como obje
objectivo
ctivo estabelecer os princípios, regras
e valores que devem regular a acção humana, tendo em vista a sua harmonia. Num grande
número de filosofias estes princípios, regras e valores aspiram a afirmarem-se
afirmarem como
"imperativos" da consciência como valor univer
universal. A ética preocupa-se
se não como os homens
são, mas como devem ser. Em qualquer caso o homem é entendido como a autoridade última
das suas decisões.

Moral

Trata-se
se do conjunto de valores que uma dada sociedade ao longo dos tempos foi formando e
que os indivíduos tendem a sentir como uma obrigação que lhes é exterior.

Nós e os Outros.

O homem vive em sociedade. Viver é, não apenas estar no mundo, mas relacionar-se
relacionar com
outros, conviver.

A multiplicidade destas relações (de coexistência, de convivência, de colaboração, de conflito,


de confronto, etc), permanentemente faz emergir a necessidade de se estabelecerem e
acatarem normas, padrões e valores que possibilitem harmonizar acções muito distintas.

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(Exemplo
Exemplo de um princípio moral: "Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a
ti".)

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Ética e Deontologia Profissional

Ética:: compromisso com valores duradouros

Deontologia fixa os deveres e responsabilidades requeridos por um determinado ambiente


profissional e pode reflectir evolução e novas prioridades

A ética e deontologia de uma profissão constitui em conjunto o seu código de conduta


profissional

Para garantia e segurança


ça da sociedade e defesa dos próprios profissionais face a exigências
e prepotências a que possam ser sujeitos

Um código de conduta profissional é um componente essencial indispensável para o exercício


livre e responsável de qualquer profissão digna de “co
“confiança pública”

Esquecemo-nos
nos muitas vezes que um dos objectivos dos códigos de conduta é auto-regular a
própria actividade, antes que a legislação laboral o faça por nós. Mais: devemos partir do
convencimento de que os usos corruptos acabam por viciar a vida de qualquer organização: a
corrupção é que corrompe, não o dinheiro ou o poder.

Ética e Economia de mercado

Sistema económico, sistema político e sistema ético


ético-cultural

Lei/Liberdade

Progresso/Tradição

“Inteligentes”/“Espertinhos”

Valores e Fins

Factos e Valorações

1. Ética: diz respeito, antes de mais, à relação comigo mesmo

2. Ética dos”mínimos”e ética dos “máximos”

3. Ética da “primeira pessoa”e ética da “terceira pessoa”

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Pilares para um edifício ético
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A ética profissional não é uma ética d
distinta da ética geral.

O sujeito da ética é a pessoa, não a associação ou a empresa.

É uma ciência prática: não se estuda para saber, mas para actuar. É uma ciência normativa:
não diz como actua a maioria -isso seria sociologia -,, mas como deveríamos actuar.
ac

A ética é uma ciência teórica de carácter normativo, como a lógica, ainda que esta se dirija à
razão e a ética à vontade.

Não se deve confundir, por isso, a moral com a moralidade.

A ética nem sempre coincide com a legalidade.

Os comportamentos éticos devem nascer de convicções internas, quer estas sejam de


natureza transcendente, quer de raiz humanista.

A ética é algo para ser vivido todos os dias, não um remédio ou uma solução para quando
surge um problema ou um conflito.

Para uma ética bem aplicada

1. Como as pessoas boas tomam decisões difíceis

2. Juízos e decisões

3. Liberdade e Bem

Valor e limites dos códigos

A temática dos códigos de ética deve servir para mostrar que a ética não é a fria aplicação de
normas.

A ciência ética não se deve fixar nas “muletas”, deve centrar


centrar-se
se antes no dever ser próprio da
pessoa livre e consciente.

Mais do que as “determinações”, o essencial da ética é a “auto


“auto-determinação”.
determinação”.

As “muletas” do dever ser podem até ser vistas como estruturas do bem, mas não são o Bem.

“ O mapa não é o território e o menu não é a comida” (Ronald Laing)

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Ética: um valor com ou sem preço?
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Quanto vale a ética? Quanto custa?

É um luxo a que (não) nos podemos permitir?

A ética paga? A ética dá dinheiro?

A ética conta...
... e conta cada vez mais.

A honradez é a melhor política!

Visões e posturas

Deontológica (fixação de normas) RRRRRRRRRR. Cumprimento

Utilitarista (fixação nos valores) RRRRRRRRRR. Integridade

Integral (evita abordagens unilaterais) RRRRRRRR. Excelência

Em suma, o código de conduta -como toda a norma -representa


representa um ideal de comportamento,
mas o comportamento real não reside na norma, mas na virtude.

Para o código, basta uma aprendizagem teórica, mas a virtude requer uma aprendizagem
prática: a virtude adquire-se.

As normas têm sentido na medida em que facilitam a aquisição de virtudes, ao assinalar o que
se deve fazer e o que convém evitar.

DEONTOLOGIA E ÉTICA PROFISSIONAL

CÓDIGO DE CONDUTA PESSOAL

No nosso dia-a-dia,
dia, devemos pautar a nossa con
conduta
duta por um conjunto de normas ou
procedimentos que visam a construção de uma Sociedade mais justa e harmoniosa no âmbito
de uma Cidadania plena.

É um dever ser auto-crítico


crítico desde que seja feito de forma justa: esta contribui para uma
sociedade melhor;

É importante partilhar saberes e promover a entreajuda;

É essencial respeitar a opinião dos outros;

Deve-se
se acreditar no nosso valor/capacidades para ver reconhecido os nossos conhecimentos;

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• A humildade é a base para a construção de um ser em sociedade;
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• É fundamental olhar para a Humanidade com sensibilidade;

• Deve-se
se primar pela honestidade;

• Todos devem ser tratados com dignidade, independentemente das diferenças;

• Cada um é responsável pelos seus actos;

• Deve-se
se primar pelos princípios de educação incutindo
incutindo-os
os aos nossos filhos,
contribuindo com isso para uma sociedade mais justa e humana;

• É importante estimular o convívio como enriquecimento pessoal;

• É dever de todos buscar o caminho da felicidade sem prejuízo de outrem;

• É da responsabilidade de todos ter preocupação na preservação do ambiente como


bem comum;

• Ser flexível é saber ceder.

CÓDIGO DE CONDUTA PROFISSIONAL

 Cada vez mais, é ponto assente que o que somos no nosso quotidiano, reflecte-se
reflecte na
nossa forma de encarar o trabalho, o que de forma simplista,
simplista é definido por
profissionalismo. O que se segue são um conjunto de recomendações ou pensamentos
subjacentes à forma considerada adequada de como encarar o que somos no mundo
do trabalho.

Deste modo, deve-se:

• Ser assíduo e pontual;

• Manter o sigilo profiss


profissional;

• Adoptar princípios de ética, moralidade e civismo;

• Saber trabalhar em equipa contribui para um espírito harmonioso no local de trabalho;

• Ser polivalente, responsável, tolerante e honesto;

• Criar um bom ambiente de trabalho respeitando as normas de se


segurança
gurança e higiene;

• Ter brio profissional;

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• Não se fazer valer das suas funções para privilégios pessoais ou de terceiros ou para
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actos discriminatórios;

• Promover a igualdade entre o Homem e a Mulher nas funções existentes;

• Comunicar ao seu superior hierárqu


hierárquico, alguma irregularidade;

• Dignificar a profissão;

• Cumprir com o regulamento da instituição;

• Ter capacidade auto--crítica.

A simples implantação de um código de comportamento não assegura que se apreciem e se


pratiquem os valores e normas que nele se estabelecem. O código de conduta é algo que se
pode aprender, enquanto a rectidão moral e a competência profissional se adquirem com
esforço, dentro de uma comunidade de aprendizagem e graças a contínuos exercícios de
ensaio e erro, de equívocos e melhoria
melhorias.

“Não basta o compromisso

Vale mais o coração

Já que não me entendes, não me julgues

Não me tentes

...

Ninguém sabia e ninguém viu

Que eu estava a teu lado então

Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou

mulher

Sou minha mãe e minha filha,

Minha irmã, minha menina

Mas sou minha, só minha e não de quem

quiser

Sou Deus, tua deusa, meu amor

Alguma coisa aconteceu

Do ventre nasce um novo coração”


Música:

1º de julho

(Cássia Eller e Renato Russo,1994)

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FORMAÇÃO O QUE É?

Questões do currículo, da didáctica e do saber


profissional

O Que é ensinar?

Ensinar é ser capaz de fazer com que outros aprendam alguma coisa.

O “alguma coisa” – é o currículo (o conjunto das aprendizagens pretendidas porque


necessárias).

O “aprender dos outros” – é o processo cognitivo do aluno e as suas circunstâncias.

O “fazer com que” – é a opção sobre o como (didáctica) tendo em vista o para quê (finalidade
curricular) e a quem.

QUE É SABER ENSINAR?


O conhecimento profissional

Saber ensinar exige:

- Saber MUITO BEM o que se ensina – conteúdo;

- Saber muito bem como se pode ensinar aquele conteúdo – várias opções didácticas;

- Saber muito bem como aprendem os alunos que queremos ensinar

- Saber muito bem ESCOLHER, CONCEBER e JUSTIFICAR a nossa acção de ensinar –


estratégia e finalidade.

A formação

Se ensinar fosse apenas dar matéria Rseria estudando a matéria..

Se ensinar fosse apenas cativar os alunosRseria ap


aprendendo
rendendo técnicas de motivação...

Se ensinar fosse apenas aplicar teorias R. repetíamos as “boas” teoriasR

Se ensinar fosse apenas treinoR.


treinoR.seria repetindo processos e materiaisR

Se ensinar fosse continuar como sempre foiRseria fazendo o que os colegas já faziamR
f
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Se ensinar é fazer com que alguém aprenda alguma coisa
coisaR.é
R.é preciso MAISR
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Saber ensinar e saber melhorar o ensino


ensino-formação
formação em contexto

Ensinar – acto complexo e individualizado.

Ensinar – não é apenas tarefa prática ou conjunto de actividades organizadas.

Ensinar requer teorizar a acção, pensar sobre ela, para agir de novo, numa circularidade
permanente.

Ensinar e analisar o ensino alimenta


alimenta-se de MAIS saber – é uma actividade intelectual.

COMO SOBREVIVE, CRESCE OU MORRE O SABER PROFISSIONAL?

Saber profissional constrói-se


se largamente no contexto de trabalho – COMO SÃO OS NOSSOS
CONTEXTOS a este respeito?

Formação inicial, formal e académica é essencial Rmas não cobre a totalidade da construção
do saber do profissional – Quantos professores devo
devolvem
lvem à escola formações académicas que
adquirem ao longo da carreira? Quem lho pede ou lho recusa?

A cultura da escola e a cultura dos pares (hábitos, crenças, práticas dominantes) quase sempre
dominam a aquisição de saber pelos indivíduos – QUE ACÇÔES INTERNAS
ERNAS DE CARÀCTER
FORMATIVO OCORREM NA ESCOLA?

Acontece nessa cultura o DESMEMBRAMENTO DO SABER COMPLEXO DE ENSINAR em


parcelas, em modos definitivos ou rotineiros de agir, em esbatimento da análise da acção que
se realiza.

IDEIAS (Mal) FEITAS SOBRE A FORMAÇÃO

Formação como pedir a alguém que nos diga como resolver um problema – em lugar de
adquirir saber que nos permita agir ((instrumentalidade
nstrumentalidade do saber sem construção pessoal)

Acumular tópicos de formação para cada área ou situação novas – o infindável déficeR?
(adição irrelevante de informações, sempre insuficiente ou desactualizada)

Acreditar que o saber que se adquire se “aplica” directamente – mas a acção é sempre mais
complexaR (aplicacionismo simplificador)
simplificador).

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IDEIAS PODEROSAS SOBRE FORMAÇÃO

Formação
ção como capacitação do formador – saber novo que o torna MAIS CAPAZ de...

Formação como parte central do trabalho quotidiano dos formadores


formadores.

Formação como processo de trabalho colectivo e enquadrado na acção


acção.

Formação como construção de novos instrumento


instrumentos
s cognitivos para o profissional da formação.
formação

FORMAÇÃO ENQUANTO CONSTRUÇÃO DE SABER NOVO

Partir do que se sabe

Analisar o que se faz

Desmontar os porquês

Levantar mais porquês..

Estudar, analisar e pensar como agir – com outros

Avaliar e ser avaliado pelos e com os pares

FORMAÇÃO ENQUANTO BASE DO TRABALHO DIÁRIO

Cada dia traz questões novas


novas;

Cada tentativa de melhorar precisa de ser discutida com os outros


outros;

Cada aula, cada acção, tarefa – boa ou menos boaR- precisa de ser percebida, avaliada e
refeita, para construir mais saber
saber;

FORMAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Afirmação da nossa competência


competência;

Afirmação da qualidade da nossa acção – visível no processo e nos resultados;


resultados

Afirmação da nossa indispensabilidade social


social;

Crescimento do nosso
o modo de desempenhar a profissão
profissão;

Marcação de uma comunidade profissional pelo saber comum que se demonstra;


demonstra

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Formação
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 Formação tem a ver com formar, com forma.

 Processo ou conjunto de ações ou de procedimentos que dão forma.

 Processo constitutivo de uma configuração.

 O verbo constituir apresenta


apresenta-se,
se, amiúde, quando se pensa em formação.

 É dar forma a algo.

 No caso dos seres humanos pode


pode-se
se e, julgamos que se deva, falar em dar-se
dar uma
forma no conjunto das relações humanas.

“A experiência não é aquilo que nos acontece

É o que fazemos com aquilo que nos acontece"

Aldous Huxley

(Reflexão)

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A formação é importante em todos os aspectos por exemplo:
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Tirar melhor rendimento de uma máquina e conhecer
onhecer novas técnicas e tecnologias de
produção.

Identificar outros métodos de trabalho e de execução de tarefas


tarefas, enfim,
e manter os
colaboradores em dia com as novidades na sua área de intervenção diária.

No
o mundo em que vivemos as mudanças são tantas e tão rápidas que, se o não fizermos,
corremos o risco de ficar obsoletos em pouco tempo.

Por isso a formação é importante


importante, não é importante o modo como se faz,, se
s em sala ou no
local de trabalho.

Há aqui outro ponto que interessa considerar.

Não interessa fazer formação só por fazer


fazer, a chamada formação cega.

As necessidades de formação devem ser estudadas e a formação adequada ás necessidades


da empresa, mais ainda, é imperativo que se avalie do impacto que essa formação teve no dia
a dia da empresa.

A formação será, então, uma mais-valia,, se for enquadrada numa política séria e estruturada, e
se todos os colaboradores estiverem perfeitamente cientes das responsabilidades acrescidas e
da melhoria que esta lhes trás no dia-a-dia.

Desta forma poderemos


emos aliar a arrumação e limpeza, não só à imagem física da empresa mas
também à sua imagem empresarial de rigor, competência e profissionalismo.

Podemos encarar a formação profissional como uma actividade que favorece a evolução global
da personalidade do indivíduo, partindo dos conhecimentos adquiridos e de experiências
vividas, permitindo obter elementos de realização mais completos de si próprio, e uma melhor
adaptação ao meio de inserção, nomeadamente no plano sócio -profissional.

Neste sentido, a formação


mação profissional pode ser considerada como um processo organizado de
educação graças ao qual as pessoas enriquecem os seus conhecimentos, desenvolvem as
suas capacidades e melhoram as suas atitudes ou comportamentos, aumentando, deste modo,
as suas qualificações
ficações técnicas ou profissionais, com vista à felicidade e realização, bem como
à participação no desenvolvimento sócio -económico e cultural da sociedade.

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Elaborado por Fátima Nascimento

26
Trata-se,
se, desta forma, de um processo global e
permanente através do qual os jovens e adultos,
a inserir ou inseridos no mercado de trabalho, se
preparam para o exercício de uma actividade
profissional, cuja síntese e integração
possibilitam a adopção de comportamentos
adequados ao desempenho da profissão.

Mais Formação ou Melhor Formação?

“O que ouço, esqueço; o que vejo, recordo; o que faço, compreendo”

Confúcio

Todos os dias somos bombardeados com a divulgação de medidas para incentivar a sociedade
do conhecimento, a inovação e o empreendedorismo, e com apelos à mobilização nacional no
sentido
entido de preparar o país para o desafio do crescimento inclusivo.

O que se deve fazer é avaliar o desempenho e não os conhecimentos.

É uma ilusão pensar que se pode melhorar o desempenho de uma pessoa pelo simples facto
de este ouvir um professor, ler um texto ou responder a um teste, com mais ou menos
interactividade e recursos multimédia.

Mas, como dizia John Dewey, o princípio de que a formação é um processo activo de
construção, e não de discurso ou escuta, é tão aceite na teoria como violado na prática.

Esta herança centenária é outro pecado capital.

Por esta razão, quando precisamos de aprender algo de novo pensamos logo em soluções
“artificiais” como centros de formação, cursos e aulas onde um professor nos explica a matéria.

Por norma, nem sequer


equer pensamos nas soluções “naturais” que tão bons resultados deram na
nossa infância e na nossa juventude.

O segredo destas soluções é simples: curiosidade, interesse, motivação e persistência.

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27

A Formação no 3º Milénio

“Valor e produtividade são, actualmente, efeitos de sistema “

P. Veltz

Se analisarmos o que foi feito nos últimos anos em matéria de formação, em especial nos anos
90, facilmente se constata que a preocupação central foi o desenvolvimento de competências
individuais.

A frase de Veltz, acima reproduzida, traduz o pensamento desses analistas.

Para responder à pergunta, convém analisar as implicações da economia do conhecimento.

Se é verdade que as empresas sempre utilizaram o conhecimento para produzir, também é


verdade que as empresas da economia do conhecimento dependem cada vez mais da criação
de conhecimento para se manterem competitivas.

Se na nova economia as organizações dependem fortemente da criação de conhecimento,


então estes não podem ser um m
mero recurso humano.

A competitividade das empresas exige que sejam fonte de criação de valor, contribuindo para a
criação de conhecimento.

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28
Formação, o Pecado da Auto-Prescrição
Prescrição

“A imaginação é a única arma na guerra contra a realidade”,

Anónimo

Imagine um país com uma população que apresenta dos


indicadores mais baixos da União Europeia em termos de saúde.
Imagine, ainda, que para resolver esta grave situação se criava
um Fundo Social de Saúde para co-financiar
financiar o pagamento dos
medicamentos
os e dos cuidados de saúde.

Nesse país, os financiamentos são atribuídos à indústria farmacêutica para produzir os


medicamentos, que são distribuídos através das farmácias, assim como às entidades
prestadoras de cuidados de saúde.

Na generalidade dos ca
casos,
sos, os medicamentos e os cuidados de saúde são
comparticipados a 100%, havendo mesmo medicamentos e cuidados de saúde que dão
direito a que os utentes recebam um subsídio de saúde em dinheiro.

Os utentes do sistema de saúde, para resolver os seus problema


problemas,
s, em vez de consultar um
médico para diagnosticar a doença e prescrever o tratamento adequado, preferem
consultar catálogos de medicamentos e fazer a sua auto
auto-medicação,
medicação, com a finalidade de
receberem os subsídios de saúde disponíveis.

Neste sistema, como os subsídios são pagos no final do tratamento, os utentes fazem
como os doentes com bulimia, tomando os medicamentos e deitando
deitando-os
os fora logo a seguir.
Este país imaginário, felizmente não existe.

Esta caricatura visa, somente, chamar a atenção para uma prática que continua a dominar
o mundo da formação em Portugal.

Em poucas palavras, é o pecado da auto


auto-prescrição. Basta recordar o que se passou no
sector da formação após a adesão á União Europeia, com os apoios do Fundo Social
Europeu, para perceber, apesar do grotesco da caricatura, que há traços comuns.

Senão vejamos.
jamos. Os financiamentos do Fundo Social Europeu visavam aumentar o baixo
nível de qualificação dos portugueses.

Nesse sentido, foram concedidos avultados apoios financeiros a empresas, entidades


formadoras e formandos.

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Nesse contexto de grande disponi
disponibilidade
bilidade de financiamentos, muitas empresas
29
promoveram formação para os seus trabalhadores numa óptica clara de “caça ao
subsídio”, uma prática que acabou por envolver também entidades formadoras e
formandos.

Muitas entidades formadoras conceberam e organ


organizaram
izaram a sua oferta de formação tendo
em atenção os critérios de financiamento do Fundo Social Europeu, optando por
promoverem as acções mais vantajosas em termos financeiros e não as que eram
necessárias ao crescimento do país.

Para atrair os formandos


formandos,, a divulgação das acções de formação, através de anúncios na
imprensa e de catálogos, tinha como foco central não os conteúdos da formação mas os
subsídios atribuídos aos formandos.

Em consequência, a procura de formação orientou


orientou-se
se para os subsídios, com muitos
jovens e trabalhadores a tornarem
tornarem-se
se “formandos profissionais” frequentando dezenas de
acções para receberem os respectivos subsídios, em alguns casos bem superiores à
remuneração conseguida no exercício das respectivas profissões.

Também nesta situação, tal como acontece com os doentes com bulimia, os formandos
recebiam a formação e esta era “deitada pelo cano” logo que possível.

No entanto, começam a surgir exemplos que traduzem a desejada mudança de paradigma.

A Loja do Cidadão foi um organi


organismo
smo criado para revolucionar os modelos de prestação de
serviços públicos, e é um caso de sucesso reconhecido por todos pela sua excelente
qualidade de serviço.

Um dos segredos do sucesso residiu no facto da formação ter sido concebida e ministrada
para sustentar
ustentar uma estratégia de qualidade de serviço, que não de resumiu, obviamente, à
componente formação.

Perante esta constatação, porque não se abandonam as práticas erradas de levantamento


de necessidades e de auto
auto-prescrição
prescrição da formação e se adoptam as boas práticas da Loja
do Cidadão?

Copiar também pode ser um acto virtuoso.

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30
Se, pela caricatura
a inicial facilmente se compreendem os malefícios da auto-medicação,
auto
porque se continua a considerar a auto
auto-prescrição
prescrição da formação como a “norma” a seguir e
não como um pecado capital que constitui um forte obstáculo ao desenvolvimento dos
recursos humanos,, das organizações e do país.

Porque não ousar “imaginar” um país com uma população que apresente dos indicadores
mais elevados da União Europeia em termos de qualificações e competências R

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31
Empregabilidade

O CONCEITO DE EMPREGABILIDADE

Dada a actualidade e importância do termo “ empregabilidade” importa defini-lo.


defini A “
empregabilidade” pode ser entendida como as acções empreendidas pelas pessoas com o
intuito de desenvolverem capacidades e procurar novos conhecimentos favoráveis
fav que lhes
permita estar ao alcance de uma colocação no mercado de trabalho, seja ele formal ou
informal. (MINARELLI, 1995,p.37) Poder
Poder-se-á
á afirmar que a questão da empregabilidade,
passou a ocupar um lugar de destaque nos contextos de trabalho, desencadeados
dese
principalmente pela abertura dos mercados mundiais, a chamada globalização, pelas
inovações tecnológicas e obviamente pelo necessário reajustamento das empresas e
organizações a esses mercados globais. Deste cenário surgiu o termo empregabilidade,
empregabilidade é
necessário enquadrar este conceito numa época de mudança do mercado nacional e
internacional, as empresas procuram alternativas de modernização aos seus sistemas e
processos produtivos que passam por constantes diminuições de pessoal, aposta nas novas
tecnologias e aumento das competências dos seus colaboradores, a condição de ser
empregável é mais do que o próprio emprego, exigindo que as pessoas tenham maior
capacidade de aprender, estarem mais disponíveis a essa aprendizagem e adaptarem-se
adaptarem à
nova realidade
lidade do mercado. Esta transformação do trabalho que não é mais, do que a
chamada empregabilidade deve redireccionar as relações capital/trabalho na era da
informação. As pessoas devem procurar novas capacidades e conhecimentos para poder fazer
frente ao novo contexto, o conhecimento tornou
tornou-se
se assim o principal ingrediente do que se
produz. Gerir esse conhecimento, torna
torna-se
se a tarefa económica mais importante dos indivíduos
e das empresas.

Com o aumento exponencial do desemprego verificado actualmente no no


nosso
sso país, temos de
ter uma preocupação ainda maior de formar os nossos jovens de modo a que consigam lidar
com este panorama e fazer face aos desafios que os esperam no mundo do trabalho.

A velha ideia de que poderá existir um único emprego ou profissão pa


para
ra toda a vida, tal como
acontecia há não muito pouco tempo, já não faz mais sentido nos tempos que correm. O
sentido de carreira linear e progressiva numa determinada profissão anteriormente existente na
maioria dos casos, tem de ser abandonada pelos noss
nossos
os jovens e compreendida pelos seus
pais/ família, com o risco de se aumentarem as consequências e impacto negativos.

De facto e segundo Rui Moura (1996, In Revista Dirigir), “a segurança do emprego típica de
uma sociedade industrial, deixa cada vez mais de ter lugar no sentido estrito da palavra.

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Então que fazer para lidar com todos estes problemas do nosso contexto social?
soc Que
32
competências são exigidas pelos nossos empregadores do mercado de trabalho actual?

Antes de mais, devemos ter consciência destas situações e por outro lado, procurar construir
não só um projecto de vida, mas preparar
preparar-nos para a sua redefinição constante
nstante e por outro,
procurar alargar, sempre que possível, o nosso leque de competências pessoais, sociais e
profissionais. “A sociedade mudou e hoje, no limiar da sociedade da informação, a segurança
faz-se
se sobretudo de competências múltiplas, isto é, o emprego não está à espera de ninguém-
ninguém
ele constrói-se
se por cada qual numa abordagem contingencial ao mercado.”(Moura, 1996,
Revista Dirigir).

Assim, devemos investir numa formação que se adeque às exigências dos possíveis
empregadores, com uma estreita cola
colaboração
boração na definição de perfis profissionais actuais e
futuros.

E quais serão as exigências actuais do mundo do trabalho?

Nos tempos que correm e em termos globais, a maioria das empresas valoriza um conjunto de
competências que vão para além das competên
competências
cias técnicas, mas essencialmente ao nível
pessoal e social. Portanto, há que evoluir ao nível também pessoal, valorizando:

• O desenvolvimento de um pensamento flexível;

• O contacto com todas as oportunidades de actividades profissionais ou lúdicas/ tempos


livres;

• A alteração de funções como uma oportunidade, ao invés de uma ameaça;

• O desenvolvimento das diferentes áreas da inteligência (emocional, cognitiva, R);

• As oportunidades de formação que correspondem aos interesses e projectos


vocacionais;

• A preparação
o para a transição de actividade profissional;

• O desenvolvimento da autonomia, capacidade de iniciativa, facilidade relacional e


comunicativa, capacidade de resolução de problemas, capacidade de trabalho em
equipa, criatividade.

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EMPREGABILIDADE NO CONTEXTO DO MERCADO DE TRABALHO


33
PORTUGUÊS

Natália Alves, defende no seu artigo que se verifica uma preocupação do poder público em
explicar os níveis de desemprego em Portugal, por via exclusiva de ausência de competências
de empregabilidade dos trabalhad
trabalhadores
ores portugueses. Em Portugal a empregabilidade está
iminentemente ligada ao desemprego, mas este fenómeno social não pode ser passível de
interpretação e explicação única e exclusivamente por si, para o desemprego no panorama do
mercado de trabalho português,
uês, outros factores, nomeadamente a fraca capacidade do nosso
sistema educativo que leva a baixos níveis de escolaridade da população activa, baixo
investimento das empresas na formação profissional contínua, que é vista como um custo para
as empresas, formas
rmas de organização de trabalho demasiado rígidas, onde não se verifica o
apelo ao potencial humano, privilegio de uma concepção de competir no mercado através de
mão-de-obra
obra barata não qualificada, todos estes factores ajudam a perceber os fracos níveis
de
e empregabilidade dos portugueses.

SÍNTESE CONCLUSIVA

Neste contexto torna-se


se fácil perceber que não podemos colocar a tónica da empregabilidade
em Portugal, apenas e só sob a responsabilidade dos indivíduos, mas outras abordagens
haverá que considerar, desde logo, a responsabilidade do estado em facultar políticas públicas
que visem melhorar substancialmente o sistema educativo português que nos permita
recuperar dos baixos níveis de escolaridade. Por outro lado é essencial requalificar os
empresários portugueses,
rtugueses, o tecido empresarial é maioritariamente constituído por pequenas e
médias empresas, muitas delas mesmo de cariz familiar, onde os empresários têm fracos
recursos habilitacionais e não estão preparados para a globalização, para as novas tecnologias
tecnologi
e sobretudo para o fundamental de competitividade de hoje, que é o capital humano. A
organização das empresas também é outro dos factores que tem influência nos níveis de
empregabilidade, nomeadamente nas estratégias de recursos humanos e formação
profissional,
ssional, é fundamental sensibilizar os empresários portugueses para uma aposta forte na
formação dos seus colaboradores, só assim conseguirão ser competitivos nos mercados
globais através do conhecimento e inovação. Temos assistido a um esforço por parte do
d poder
político em implementar politicas que contrariem estes dados estatísticos, vejamos! Plano
Tecnológico, Novas Oportunidades, E. Professores, E. Escolas, mas sabemos que não cabe
aos governos gerar emprego, cabe sim proporcionar politicas facilitador
facilitadores
es de gerar emprego
junto dos empresários e dos empreendedores. O paradigma do mercado de trabalho mundial
alterou, já não passa somente por uma indústria competitiva, mas concretiza-se
concretiza
fundamentalmente pelo conhecimento e da forma como o exercitamos nas nossas
n empresas.
Com a entrada do programa QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) 2007-2013,
2007
Portugal terá mais uma oportunidade de superar ou minimizar o défice das qualificações da
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população portuguesa e de vencer aquele que é um dos maiores fla
flagelos
gelos da economia
34
portuguesa, o capital humano, uma aposta na formação permanente dos trabalhadores,
empresários e na modernização das empresas, sobretudo no conhecimento e inovação, como
determinantes potenciadores de criação de riqueza será o caminho a p
percorrer.
ercorrer.

Finalmente, cada vez mais caminha


caminha-se
se para a polivalência dos trabalhadores e a necessária
humildade na aprendizagem de novas competências, exigências actuais que permitem aos
indivíduos que as possuem, vingar mais facilmente no mercado de trabalh
trabalho.

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35
Ambiente

Educação ambiental

O objectivo
tivo geral da educação ambiental é formar cidadãos a
activos
tivos que saibam identificar os
problemas e participar efectivamente
tivamente de sua solução e prevenção. Que ajudem a conservar o
nosso património comum, natural e cultural; que ajam, organizem
organizem-se
se e lutem por melhorias que
favoreçam a sobrevivência das gerações presentes e futuras da espécie humana e de todas as
espécies do planeta, em um mundo mais jus to, saudável e agradável que o ac
ctual.

Objectivos da Educação Ambiental

Consciência – Adquirir consciência do meio ambiente global e sensibilização para essas


questões;

Conhecimento – Vivenciar maior diversidade de experiências e compreensão do meio


ambiente e dos seus problemas;

Atitudes – Adquirir valores sociais, aliados ao interesse pelo ambiente e vontade de participar
activamente
tivamente em sua melhoria e prote
protecção;

Habilidades – Desenvolver aptidões necessárias para resolver problemas ambientais;

Participação – Proporcionar aos grupos sociais e aos in


indivíduos
divíduos a possibilidade de participarem
activamente
tivamente nas tarefas de resolução dos problemas ambientais.

A educação como prática política

A educação ambiental como prática política deve ser tratada de uma maneira que demonstre
que essa prática não pode ser neutra: isso ficou evidenciado pelos ensinamentos do professor
Paulo Freire, e mais ainda, pelas a
acções
ções que inspirou e liderou no Brasil e mundo fora.

A educação ambiental revela, em tudo, a força da afirmação do grande mestre e agora, quando
já vivenciamos
os o terceiro milénio, é um capítulo indispensável da educação para a cidadania.
Que fizemos, que fazemos, e o que fazermos com o planeta Terra, já combalido e frágil
património comum da humanidade?

O tema nos convoca para dialogar, na comunidade, em todo e qualquer momento e lugar, nos
obrigando também a agir. Afinal para conseguir e fazer compreender ideias e conceitos, como
não existe neutralidade nesta matéria – é imperativo agir. Omitir-se
se é uma forma de acção,
a já
que facilita a acção
ção dos que buscam ob
objectivos diametralmente opostos.

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Mais que nunca, unir discurso e prática é inadiável, sob pena de total incoerência. A omissão
36
tem custo e suas consequências são visíveis a
curto prazo. Como a própria acção,
a aliás. A
Educação Ambiental, como tantas outras áreas,
demonstra exaustivamente que teoria e prática
são indissociáveis; que discursos sem acção
a
revelam idealismo inconsistente; que acção
a sem
teoria tem quase sempre consequências
dramáticas.

Mudar o pensamento, a forma de falar e encarar


o ambiente provoca
voca resultados imediatamente
visíveis, além daqueles que somente ficarão
evidenciados longos anos depois. Mudar as
acções,
ções, sabendo que é possível ger
gerirr de forma responsável e consensual nosso
relacionamento com os recursos naturais – recursos renováveis e não-renováveis
renováveis – dos quais
dispomos a cada momento, muitas vezes sem lembrar que não se trata de recursos
inesgotáveis.

O autor destaca ainda que cada um de nós no seu dia


dia-a-dia
dia interage com o ambiente e
podemos perceber os impactos da a
acção ou omissão nossa
ssa e dos outros, em casa, na escola,
nas ruas, no lazer, no exercício de uma profissão, na atitude individual ou na colectiva,
cole na
acção
ção dos dirigentes de organismos públicos e privados, de empresários e de políticos. Mais
uma vez, na acção
ção e na omissão, se analisarmos bem, pode
pode-se
se evidenciar o impacto
ambiental.

Discutir a educação ambiental como um dos temas transversais do ensino básico é tarefa que
já se desenvolve em muitos países, inclusive no Brasil, embora ainda de forma não
generalizada.
ralizada. É seguramente um dos caminhos para devolver esperança ao nosso planeta
Terra. Inserindo-se
se de forma decidida e criativa neste novo mutirão, os profissionais que
actuam
tuam no ensino básico resgatam uma dívida permanente que temos com o legado que
recebemos
ebemos do criador e de nossos antepassados, legado que nos está confiado
provisoriamente e que devemos ger
gerir com cuidado e sabedoria.

O que você pode fazer pelo meio ambiente exercendo sua cidadania

PARTICIPE – Procure fazer conta


contacto ou associar-se a algum grupo ou ONG
(organização não-governamental)
governamental) ambientalista que a
actue
tue em seu bairro ou cidade. Se não
houver, ou se preferir, você mesmo pode criar uma ONG. É preciso haver no mínimo umas seis
pessoas interessadas, registar o nome, endereço e o estatuto da associação em cartório. Ou
ainda, você e seus amigos podem “ecologizar” a sua associação de moradores, o condomínio
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onde mora, o sindicato ou grupo de jovens de sua igreja, o gringo estudantil e outras formas de
37
associações, propondo que incorporem as que
questões
stões ambientais nas lutas e reivindicações da
instituição.
COMPROMETA-SE – Cobre compromisso e acções
ções das entidades ambientalistas já
existentes, assim como dos dirigentes, dos vereadores, dos deputados e senadores, dos
prefeitos e governadores nos quais você votou. Escreva ou organize abaixo-assinados
abaixo e os
envie às autoridades, solicitando o cumprimento da legislação ambiental. Seja criativo e
apresente ideias para a criação de novas leis e medidas de preservação do meio ambiente.
COMUNIQUE-SE – As empres
empresas
as de comunicação rádios, emissoras de televisão,
imprensa, etc., nem sempre podem estar com seus repórteres em toda parte, assim sua
participação será sempre bem
bem-vinda.
vinda. Não tenha receio de se comunicar, desde que sua
informação respeite a ética e a verdad
verdade.
e. Vá pessoalmente, telefone, use a Internet, escreva
cartas aos veículos de comunicação, encaminhe denúncias, fotos, registe agressões ao meio
ambiente e também sugestões para solução de problemas ambientais. Nos casos em que,
além da denúncia, faz-se
se nec
necessário mover uma acção
ção judicial contra os agressores do meio
ambiente, pode-se
se recorrer aos órgãos públicos da administração municipal, estadual ou
federal.
DÊ O EXEMPLO – Proteste e denuncie sempre que observar lixo sendo colocado em
locais públicos, como
o praias, margens de rodovias, em terrenos, etc., o que contribui para
degradar a paisagem e contaminar o solo, a água e o ar. Ao ver alguém promovendo
vandalismo, ateando fogo
ogo na mata, maltratando árvores ou animais, procure avisar às
autoridades competentes.
tes. Incentive a reciclagem de materiais, mesmo que em sua cidade não
exista ainda uma fábrica ou local de tratamento e reciclagem de lixo. Incentive as pessoas de
sua casa, da escola, do bairro, a separar o papel, o plástico, o metal, o vidro, que pode ser
se
vendidos e reaproveitados pelas indústrias. Os restos de comida, que é o lixo mesmo, podem
ser transformados em adubo orgânico, excelente para as plantas do jardim ou da horta. Se
toda a comunidade participar da campanha e os homens que recolhem o lixo da área se
organizarem, dá até para fazer uma associação e obter lucro com esta a
ac
ctividade. Procure
reduzir e controlar o seu consumo para evitar o desperdício de água, energia, alimentos e
materiais diversos. Se você ou sua família possui automóvel, manten
mantenha
ha o motor do carro
regulado para economizar combustível e diminuir a poluição. Evite usar automóvel sem
necessidade, dando preferência, sempre que possível, ao uso dos transportes colectivos
cole ou da
bicicleta. Tenha orgulho de dar o seu exemplo de cidadania ecológica na sua comunidade.

- Elabore algumas sugestões para a prática da Educação Ambiental baseando-se


baseando na
realidade da sua comunidade.

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38

Principais Direitos e Deveres do Cidadão

PRINCIPAIS DIREITOS DO CIDADÃO

• Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como condição de uma melhor


qualidade de vida;

• de ser informado sobre o quadro ambiental e sobre a actuação do poder público em sua
defesa;

• de receber informações e educação formal e informal;

• de ter áreas especialmente pro


protegidas,
tegidas, para conservação da biodiversidade, por meio da
criação de reservas e estações ecológicas, parques, unidades e áreas de protecção ambiental,
etc;

• de obter a reparação aos danos causados ao meio ambiente;

• direito de viver em condições dignas, a partir do oferecimento adequado dos serviços de


saúde, educação, habitação, saneamento básico, alimentação, etc.

PRINCIPAIS DEVERES DO CIDADÃO

• de defender o meio ambiente junto ao Poder Público;

• de preservar o património ambiental;

• de observar a defesa ambiental na condução de qualquer actividade económica;

• de recuperar o ambiente degradado;

• de agir pelas vias legais em situações de ameaça ou danos ao meio ambiente.

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COMO SE ORGANIZAR E AGIR


39

EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE

a) Os cidadãos podem propor novas regras jurídicas.

Desde a promulgação da última Constituição Federal, em


1988, os cidadãos podem, de forma organizada, fazer
propostas para modificações da legislação existente. No entanto, para que isso seja feito, é
necessário que o projecto de lei seja apresentado por, pelo menos, 1% do eleitorado do país;
que os requerentes pertençam a pelo menos, cinco estados diferentes e que, no mínimo, 0,3%
dos eleitores de cada um desses estados assinem a proposta.

Esse é um importante passo para a dem


democratização
ocratização de nossas instituições, que pressupõem
para o seu funcionamento, um elevado nível de organização da população, além de uma
intensa participação da comunidade interessada.

b) Os cidadãos podem e devem participar junto aos órgãos de defesa ambiental.


ambien

A sociedade, uma vez organizada, pode participar directamente de órgãos competentes de


defesa ambiental.

Cabe à sociedade organizada trabalhar junto a seus representantes eleitos, para que sejam
criados os Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambie
Ambiente,
nte, nos quais a representação
comunitária deve ser parte integrante e activamente participante.

c) A participação popular.

Além das acções já citadas, a sociedade pode fazer reivindicações:

• Por meio de um requerimento assinado por pelo menos 50 cidadãos


cidadãos,, solicitar a realização de
uma audiência pública para o exame dos Estudos e Relatório de Impactos sobre o Ambiente
(EIA- Rima), com o objectivo de conhecer quais serão as consequências da execução de uma
determinada obra em relação ao meio ambiente natura
natural,
l, social, económico e cultural;

• Por meio do Ministério Público, órgãos ambientais ou associações civis, que tenham um
mínimo de representatividade, com pelo menos um ano de existência e que tenham a defesa
do meio ambiente incluída em seus estatutos, po
podem
dem propor uma Acção Civil Pública em
defesa do meio ambiente;

• Por meio de uma petição de qualquer pessoa, é possível solicitar informações sobre questões
ambientais nos órgãos públicos, bem como certidão sobre a actuação daquela instituição em
relação à defesa ambiental.

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• Por meio de uma Acção Popular, que tem como objectivo fazer do cidadão um fiscal do Poder
40
Público, solicitar a anulação de actos lesivos ao património público e responsabilizar
pessoalmente a autoridade responsável.

Educação Ambiental
Ambiental:: um exercício de cidadania

Estamos vivendo uma situação de verdadeira emergência, a “Terra pede socorro”. O ser
humano torna-se
se cada vez mais inconsequente nas suas acções que atingem, quase
irreversivelmente, nosso planeta. Furacões, tempestades, enchentes, desmoronamentos são
apenas
as algumas das diversas consequências que demonstram a triste realidade do planeta em
decorrência do desequilíbrio da natureza. Desequilíbrio este, causado pelo próprio homem e
suas atitudes impensadas. Pois, se o mesmo reflectisse ao menos uma vez com seriedade
ser
sobre os últimos acontecimentos, perceberia o disparate de suas ambições que comprometem
todo o processo ambiental.
Tal reflexão precisa ser encarada como uma necessidade vital, a qual só será bem sucedida
através de uma educação conscientizadora. Neste ponto, a escola encontra um papel mais do
que relevante, primordial, formar cidadãos capazes de viver respeitando seu ambiente e lutar
constantemente contra toda e qualquer agressão ao ecossistema.
Com esta visão, fica clara a necessidade de se desenvolver no espaço escolar uma formação
ambiental, onde o aluno possa desde cedo perceber a real importância de sua participação
juntamente com os professores, colegas, familiares, enfim, todos os interessados em evitar
problemas ambientais e, desta forma, encontrar soluções para transformar essa realidade aqui
discutida; tendo este aluno como um parceiro ambiental, e não como mais um destruidor de
seu meio.
Neste âmbito, os Parâmetros Curriculares Nacionais, trabalha com os temas transversais,
enfocando a temática Meio Ambiente e Saúde oferecendo importantes sugestões que
favorecem os educadores.
Observa-se que

Como se infere da visão aqui exposta, a principal função do trabalho


com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos
consciente
conscientes,
s, aptos para decidirem e actuarem na realidade sócio-
sócio
ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar
bem
de cada um e da sociedade, local e global. (PCN, 1997, p.29)

Manter um intuito concreto de uma Educação Ambiental, é trabalhar por uma melhoria
melh
completa para a qualidade de vida, estando esta correlacionada a qualidade escolar, na qual
deve-se
se envolver valores e práticas dentro de uma base estruturada, planejada e não avulsa,
sem a devida seriedade que este tema pede. Onde há de se procurar uma
u proposta

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pedagógica que atenda e oportunize ao aluno uma liberdade de expressão, seja qual for sua
41
condição ou sua limitação.

Educação Ambiental: uma proposta inclusiva


Já é bem claro o cenário precário em que se encontra o ambiente
natural de nosso planeta. Assim como, também já se é bem entendido
que o principal caminho para reais e efe
efectivas mudanças, para
resoluções dos diversos problemas que a situação envolve, é,
certamente, através de uma educação ambiental planejada que
busque consciencializar
ar as crianças, que estão aprendendo um novo conceito de harmonia
para conviver com seu ambiente.
Esse processo de consciencialização, de uma educação para o ambiente saudável, deve ser
iniciado o mais depressa possível, não somente atendendo ao público, dito “normal”, mas sua
abrangência deve ser ampliada para todo e qualquer cidadão.
Neste sentido, é necessário uma reflexão sobre o processo educacional em si, afinal tal
processo demonstra muitas falhas em seu contexto regular de ensino, o que se torna gritante
ao que se remete a alunos com determinadas limitações; estes são até mesmo excluídos do
convívio escolar.
A respeito deste enfoque, são várias as barreiras, que nos leva a questionamentos de grande
importância social: estamos passando realmente a essência de educação humanista, na qual
não há nenhuma distinção de raça, cor, cultura, deficiência? Como queremos educar as
pessoas se não aceitar as diferenças de algumas?
Para se alcançar uma educação que seja humanista e humanizada, é preciso apresentar
apresen aos
alunos acções
ções que sejam exemplo de como conviver de maneira justa e igualitária. Até por
que, todo ser humano pode, de uma forma ou de outra ser acometido de alguma imperfeição,
ou alguma necessidade que nem mesmo nos damos conta por nos considerarmos
considerar “normais”
frente aos paradigmas impostos pela socie
sociedade.. “Quando conseguirmos olhar para a pessoa e
não para a deficiência, teremos conquistado a etapa mais importante: aceitar ao próximo como
ele é, respeitando suas diferenças individuais. Cada um é ccomo
omo é!” (LEMOS, 2002, p. 39).
Desta forma, é inaceitável que alguém com limitações não faça parte de um desenvolvimento
educacional que visa o bem--estar
estar de um planeta que também é seu. O mesmo pode e deve
estar inserido neste aprendizado, que assim como ttodas
odas as demais crianças, estará sendo
instrumento de consciencialização
ização ambiental, tendo o direito de aprender a proteger o meio
natural em que vive, e do qual, como todos, necessita.
Nas palavras de Cavalcante, “a inclusão ensina a tolerância para todos os que estão
diariamente na escola e para a comunidade” (CAVALCANTE, 2006, p.36). Com esta visão,
pesquisas sobre propostas pedagógicas vem nos apresentando resultados surpreendentes e
favoráveis para a pessoa com deficiência perante a sociedade.

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Resultados
os estes, que nos mostram a alta capacidade e sensibilidade destas pessoas em
42
trabalharem qualquer assunto com a mais disponibilidade e espontaneidade possível; ao
contrário de crianças do ensino regular que são, muitas vezes, indiferentes, ou criam barreiras
barrei
em acolher novos assuntos, novas visões, ou que ainda, não aceitam desenvolver trabalhos a
longo prazo.
O ensino inovador com esse público, dito “normal”, pode tornar
tornar-se
se mais difícil ainda quando se
tenta mudar maus hábitos comportamentais diante de ssituações,
ituações, algo que é bem mais aceito
por pessoas com deficiência, pois são bem mais desprovidas de preconceitos a novos
assuntos.
Sem perceber, as pessoas com deficiência acabam contribuindo imensamente para a melhoria
da nossa sociedade e especificamente o nosso ambiente, no qual se designa esta reflexão. É
importante destacar que essas pessoas precisam de um mediador, um facilitador no ensino-
ensino
aprendizagem,, os quais estejam convictos de seu papel para potencializar as habilidades
adormecidas ou ocultas na pessoa com deficiência.

Atesta-nos Del Claro que


Deve
Deve-se acreditar em seu aluno, deve-se amá-lo
lo e, desta forma,
conduzi
conduzi-lo
lo à superação de seus obstáculos e limites. Cada dia é uma
vitória, e uma batalha vencida. Quem gosta de viver, gosta de
aprender. Pessoalmente, acredito que não há limites para o saber e
a inclusão vai nos mostrar isso. (DEL CLARO, 2002, p.47)

É provado, desta forma, o valor, a relevância de um investimento no aprendizado de um


cidadão com deficiência.

A pessoa com deficiência tem um papel que pode, certamente, fazer a diferença diante do
problema que o planeta enfrenta.

A educação ambiental de uma forma inclusiva torna


torna-se
se claramente um caminho proveito e
eficaz, de ganhos inestimáveis, tanto para o alu
aluno
no com deficiência, quanto para a sociedade e
o ambiente que nos envolve.

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43

SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

Fundamentos de SHST

Trabalho

Acto ou efeito de trabalhar.

Exercício de actividade humana ou intelectual

Pela Constituição de 1976, o trabalho passa a ser visto, não como uma mera fonte de
rendimento ou subsistência, mas reconhece aos trabalhadores, o direito á organização deste
trabalho em condições socialmente dignificantes, promovendo a sua realização pessoal, bem
como, a prestação
tação deste em condições de higiene e segurança. ( artºs 24,59 e 64)

Artigo 24º

Direito à Vida

1) A vida humana é inviolável.

2) Em caso algum haverá pena de morte.

Artigo 59º

Direito à greve

1) É garantido o direito à greve.

2) Compete aos trabalhadores definir o âmbito de interesses a defender através da


greve, não podendo a lei limitar esse âmbito.

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Artigo 64º
44
Saúde

1) Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.

2) O direito à protecção da saúde é realizad


realizadoo pela criação de um serviço nacional de saúde
universal, geral e gratuito, pela criação de condições económicas, sociais e culturais que
garantam a protecção da infância, da juventude e da velhice e pela melhoria sistemática das
condições de vida e de trabalho,
balho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva,

3) Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:

– Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição


económica, aos cuidados da medici
medicina
na preventiva, curativa e de reabilitação;

– Garantir uma racional e eficiente cobertura médica e hospitalar de todo o país;

– Orientar a sua acção para a socialização da medicina dos sectores médico-


médico
medicamentosos;

– Disciplinar e controlar as formas empresaria


empresariais
is e privadas da medicina,
articulando-as
as com o serviço nacional de saúde;

Disciplinar e controlar a produção, a comercialização e o uso dos produtos químicos, biológicos


e farmacêuticos e outros meios de tratamento e diagnóstico escolar e popular a ainda pelo
desenvolvimento da educação sanitária do povo.

A segurança é na sua ampla acepção, um conceito substancialmente unido ao do ser humano,


individualmente ou socialmente considerado

Historicamente a Prevenção de acidentes e doenças profissionais evoluiu de uma forma


crescente, englobando um número cada vez maior de factores e actividades desde as
primeiras acções de reparação de danos (lesões) até um conceito mais amplo onde se buscou
a prevenção de todas as situações geradoras de efeitos indesejados para o trabalho.

O seu desenvolvimento e evolução circunscrevem


circunscrevem-se
se ao progresso humano com a mesma
relevância de outros aspectos que são facetas do mesmo poliedro, tais como, a ecologia, o
bem-estar
estar social, a estabilização das pressões sociais, em suma:

a qualidade
lidade de vida em todas as suas componentes e circunstâncias.

A segurança dos locais de trabalho constitui a primeira preocupação social que impulsionou a
criação de legislação laboral.

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A higiene e segurança no trabalho é uma actividade pluridisciplinar, q
que
ue tem por objectivo
45
limitar ou eliminar os riscos que possam conduzir a acidentes de trabalho ou doenças
profissionais.

CONCEITOS

• Perigo:

- Fonte ou situação com potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos


para o corpo humano ou danos para a saúde, o património, para o ambiente, ou um a
combinação destes.

• Risco:

- Combinação da probabilidade e das consequências de um determinado


acontecimento perigoso

• Risco Aceitável:

- Risco que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela organização, tomando em
atenção as obrigações legais e a sua própria política de SST

• Quase Acidente:

- Acidente em que não ocorram quaisquer danos para a saúde, ferimentos, danos materiais
ou qualquer outra perda

• Acidente:

- Acontecimento não planeado no q


qual
ual a acção ou a reacção de um objecto, substância,
individuo ou radiação, resulta num dano pessoal ou na probabilidade de tal ocorrência

O Que é A higiene, segurança e saúde do trabalho?

Higiene e Segurança do Trabalho

É uma actividade pluridisciplinar qu


quee tem por objectivo, limitar, reduzir ou eliminar riscos
que possam conduzir a acidentes de trabalho ou doenças profissionais.

Qualquer
lquer actividade tem inerente um determinado risco que podem provocar Acidente de
trabalho e doença profissional.

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Factores de risco
46
Iluminação
Movimentação de cargas
Incêndios/explosões
Ambiente Térmico
Riscos Eléctricos
Armazenagens
Atmosfera Contaminada
Ruído e Vibrações

Riscos Profissionais

Riscos Ambientais
Riscos de Operação
Riscos Ergonómicos

Outros Riscos

Stress Profissional
Riscos Ambientais

Estão associados à existência de agentes agressivos do


ambiente que envolve os postos de trabalho, os quais
Agente químico: gases, vapores, fumos aerossóis, fumos

Agente físico: ruído, vibrações, iluminação

Agente biológico: vírus, bactérias, etc. podem ser de origem, química, física ou biológica.
biológica

Riscos de Operação

Estão relacionados com as actividades desenvolvidas e são essencialmente os riscos inerentes


à utilização de máquinas e ferramentas, manuseamento de substâncias perigosas,
p
movimentação de cargas, manual ou mecanismos, etc.

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47
Riscos Ergonómicos

Aparecem associados à inadaptação do posto de trabalho ao homem.

CAUSAS DE ACIDENTES

• Instalações:

- Projecto deficiente

- Má construção e montagem

- Manutenção inadequada

- Modificações do equipamento incompatíveis com o projecto

Alguns tópicos para uma política de SHST:

Promover e assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável

Reconhecer a segurança do trabalho como parte influente do desempenho da


organização

Comprometer-se
se no cumprimento da legislação em SHST

Proteger instalações e equipamentos de modo a assegurar condições de segurança

Incentivar todos os colaboradores a zelarem pela segurança sua e dos colegas

Alocar todos os recursos financeiros e humanos necessários à implementação do


sistema de gestão de gestão de prevenção

Nenhuma situação de urgência será subscrita se puser em perigo a sua integridade ou


a de alguém

Promover acções de formação para que todos possam ser envolvidos e o sistema
comprometido

Procurar rever e melhorar sempre o sistema

Minimizar os riscos para pessoas e ambiente que possam advir das suas actividades

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Princípios Gerais de Prevenção:


48
Eliminação de risco

Avaliação de riscos

Combater os riscos na origem

Adaptação do trabalho
ho ao homem

Atender ao estado de evolução da técnica

Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso

Organização do trabalho

Prioridade da protecção colectiva face à protecção individual

Informação e formação

Objectivos:

Reduzir oss índices de sinistralidade

Reduzir o índice de frequência em 10% ao ano

Diminuir os custos indirectos dos acidentes

Diminuir os custos indirectos em 5% em dois anos

Eliminar os acidentes de quedas em um ano

Obter ganhos de produtividade com a melhoria das condições de trabalho

Melhorar a imagem da empresa em relação aos acidentes de trabalho

A prevenção de segurança como actividade multidisciplinar resulta da necessidade de


correcção de um certo numero de situações de insegurança, bem como dum conjunto de
acções preventivas

Na tomada de decisão é importante desmistificar o estigma de que os investimentos em


segurança não são produtivos

1.- Redução de custos

2.- Função desejável e imprescindível ao bem estar e à produtividade da empresa

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49
Obrigações Gerais d
do Empregador

O empregador é obrigado tacitamente a estabelecer uma política de prevenção na empresa


devidamente programada e planificada, dotada de meios permitindo aos trabalhadores dispor
de instruções sobre as situações em que devam cessar a sua activid
actividade
ade em caso de perigo
grave e eminente.

Para tais efeitos, o empregador tem que ter em conta os seguintes


princípios de prevenção:

Identificar os riscos aquando da concepção das instalações, dos locais de trabalho e processos
de trabalho, combatê-los, anulá
ulá-los ou limitá-los;

Princípios de Prevenção

Avaliar os riscos integrando


integrando-os
os no conjunto das actividades e adoptar medidas de
prevenção;
Assegurar que as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos não
constituem um risco para a saúde dos traba
trabalhadores;
Planificar a prevenção;
Organizar os meios para aplicação das medidas de prevenção tendo em consideração
a evolução da técnica
Dar prioridade à prevenção colectiva em detrimento da protecção individual;
Organizar o trabalho, eliminar os efeitos do trabalho monótono e do trabalho
cadenciado;
Estabelecer as medidas que devem ser adoptadas em matéria de primeiros socorros,
de combate a incêndios e de evacuação dos trabalhadores e identificação dos
responsáveis pela sua aplicação;
Assegurar a vigilância
lância da saúde;
Limitar o acesso a zonas de risco grave, apenas permitindo o acesso a trabalhadores
com aptidão e formação adequada
Cooperarem entre si quando várias entidades desenvolvam simultaneamente
actividades no mesmo local.

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50

Factor humano da segurança

Relações Humanas

Atitudes Psicológicas perante os acidentes de trabalho

Motivação

Sensibilização às Causas de Insegurança

Formação Profissional

Tipos de Riscos Analisados

Riscos Tecnológicos

(libertação de nuvens tóxicas, incêndios e explosões, d


derrames
errames de hidrocarbonetos)

Riscos Naturais

(sismos, inundações)

Riscos Sociais

(intrusão e roubo; ameaça de bomba)

Reparação de Acidentes de Trabalho – Prestações

Em dinheiro:

Indemnizações por incapacidade temporária para o trabalhador;

Indemnizações por incapacidade permanente;

Pensões aos familiares da vítima;

Despesas de funeral no caso de morte.

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51
Saúde no trabalho

Situações de Risco

1.- Alterações Cardio


Cardio-Respiratórias

2.- Choque

3.- Envenenamento/Intoxicação

4.- Hemorragias

5.- Feridas

6.- Queimaduras

7.- Irritações Cutâneas

8.- Lesões pelo ambiente quente / Frio

9.- Fracturas e Traumatismos

10.- Alterações de Conhecimento

Ao conjunto de metodologias de higiene e segurança que são aplicadas por uma organização
no seu dia-a-dia
dia de trabalho sem seguir qualquer procedimento (ou norma) ou formal (escrito)
chamam-se “ Boas Práticas” e estas dividem-se em dois eixos:

Organizacionais
Individuais

Exemplos:

Organizacionais:

Obrigatoriedade de uso de EPI’s

Limpeza dos locais de trabalho

Arrumação dos locais de trabalho

Rotatividade de empregados expostos a certos riscos

Permissão de pausas curtas e frequentes em certas tarefas

Ventilação
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Aquisição de meios auxiliares de elevação
52
Registo de acidentes

Investigação de acidentes

Exemplos:

Individuais:

Utilização correcta do mecanismo corporal na movimentação manual de cargas

Utilização
tilização de EPI em locais não obrigatórios

Higiene pessoal, após execução de tarefas de manuseamento de produtos químicos

Arrumação e limpeza do seu posto de trabalho

Desligar sempre uma máquina antes de executar qualquer tarefa

Rotatividade e substituição de colegas por iniciativa própria

Princípios Gerais de Prevenção

Visam:

Eliminar os Riscos
Avaliar os Riscos
Combater os riscos na origem
Adaptar o trabalho ao homem
Atender ao estado de evolução da técnica
Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso Integrar a
prevenção num todo coerente
Protecção colectiva face à protecção individual
A formação e a informação

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53

Saúde

“A promoção da Saúde é o processo que permite capacitar as pessoas a melhorar e a


aumentar o controle sobre a sua saúde (e seus determinantes – sobretudo, comportamentais,
psicossociais e ambientais) ” (Carta de Otawa, 1986).

A Carta de Bangkok para a promoção da saúde num mundo globalizado (2005) parte dos
valores, princípios e estratégias de intervenção estabelecidas na Carta de Otawa,
complementando-a.
a. Com a promoção da saúde, surge a noção da “saúde como um recurso” e
de esta ser um “empreendimento colectivo”.

Torna-se,
se, portanto, necessário o estabelecimento de parcerias funcionais, de alianças e redes
fortes para a promoção da saúde, que incluam os sectores público e privado e outros grupos
da sociedade civil, para além daqueles já tradicionalmente envolvidos na intervenção em
saúde, de modo a criar massa crítica para a promoção da saúde em diferentes settings
(escolas, locais de trabalho, locais de recriação e lazer, estabelecimentos de saúde, prisões,
etc.).

“A saúde é um direito fundamental e esse


essencial
ncial para o desenvolvimento social e económico. A
promoção da saúde é cada vez mais reconhecida como um elemento essencial para o
desenvolvimento da saúde. É um processo para permitir que as pessoas tenham maior
controlo sobre a sua saúde e para melhorá
melhorá-la”
in Declaração de Jacarta., 1997

O conceito moderno de promoção da saúde desenvolveu


desenvolveu-se
se fundamentalmente nos últimos 30
anos, como reacção à crescente mediatização da vida social com fracos impactos sobre as
condições de saúde.

Em 1974 no Canadá, o Relat


Relatório Lalonde “A new perspective on the health of Canadians”
marca o movimento moderno da promoção da saúde, sendo o primeiro documento oficial a
usar o conceito e a colocá--lo
lo como prioridade nas políticas de saúde. O Relatório define
promoção da saúde como “informar, influenciar e apoiar indivíduos e organizações para que
assumam maiores responsabilidades e sejam mais activos em matéria de saúde”.

Considerando quatro determinantes de saúde/doença,

 Biologia:: genes, idade, sexo


 Ambiente: físico – ar, água, ra
radiações,
diações, agentes infecciosos; e social e económico –
pobreza, classe social, emprego, educação, desigualdades

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 Estilos de Vida:: álcool, tabaco, drogas, nutrição, exercício, atitudes sexuais
54
 Serviços de Saúde
Saúde:: acesso, equidade, serviços, saúde pública, medicamentos,
medic
cuidados primários...

... o Relatório Lalonde propôs 23 medidas exclusivamente relacionadas com factores


específicos de estilos de vida: dieta, tabaco, álcool, drogas, comportamento sexual.

Em 1978 a Declaração de Alma Ata estabeleceu o entendimento


to da saúde no
desenvolvimento, a inter-sectorialidade
sectorialidade e a responsabilização do Estado – mediante a adopção
de medidas sanitárias e sociais adequadas – e da sociedade pelas consequências das políticas
públicas sobre a saúde.

A Declaração de Alma Ata “reafi


“reafirma enfaticamente que a saúde – estado de completo bem-
bem
estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença – é um direito humano
fundamental (...) cuja realização requer, para além do sector da saúde, a acção de muitos
outros sectores sociais
ciais e económicos”.

Considerada a principal referência da promoção da saúde em todo o mundo, a Carta de


Ottawa define Promoção de Saúde como “o processo que visa aumentar a capacidade dos
indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no senti
sentido
do de a melhorar”,
reforçando a responsabilidade e os direitos dos indivíduos e da comunidade pela sua própria
saúde.

A Carta de Ottawa assume a definição do conceito de saúde da OMS (1947) “saúde é o


estado de mais completo bem
bem-estar físico, mental e social,
ial, e não apenas a ausência de
enfermidade”, reforçando o facto de que a saúde “é o maior recurso para o desenvolvimento
social, económico e pessoal, assim como uma importante dimensão da qualidade de vida”.

Constituindo-se
se como uma estratégia da promoção de saúde, a OMS (1968) define Educação
para a Saúde como “uma acção exercida sobre os indivíduos no sentido de modificarem os
seus comportamentos, adquirirem e conservarem hábitos saudáveis, aprenderem a usar os
serviços de saúde de forma criteriosa e est
estarem
arem capacitados para a tomada de decisões que
implicam a melhoria do seu estado de saúde”.

Paul Buss (1999) refere que “a informação, a educação e a comunicação inter-pessoal,


inter assim
como a comunicação de massas através dos Media, têm sido reconhecidas como
com ferramentas
importantes que fazem parte da promoção da saúde de indivíduos e da comunidade”.

A comunicação da saúde como estratégia de promoção da saúde global. A informação sobre a


saúde divulgada através dos meios de comunicação de massas pode “contribuir
“contrib para um
melhor entendimento das causas da saúde e para a construção de um discurso político e
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reivindicatório consistente e persuasivo que mobilize e reforce a acção da comunidade na
55
afirmação dos seus direitos e no seu confronto com o Estado” (Buss, 1
1999).

O Relatório “Por uma Política de Comunicação para a Promoção da Saúde na América Latina”,
da Organização Pan-americana
americana da Saúde (Restepro e Alfonso, OPS/UNESCO, 1993), define a
Comunicação em Saúde como “uma estratégia para partilhar conhecimentos e práticas que
possam contribuir para a conquista de melhores condições de saúde, incluindo não apenas a
disponibilização de informação mas também de elementos de educação, persuasão,
mobilização da opinião pública, participação social e promoção de audiênci
audiências
as chave.

Determinantes de Saúde e Promoção para a saúde uma abordagem para a melhoria do


estado de saúde das populações

Os estudos epidemiológicos revelam que uma grande parte dos problemas de saúde
causadores de morte e morbilidade estão relacionados com o estilo de vida, no qual se incluem
os comportamentos de saúde. Entre as condutas nocivas para a saúde estão o consumo de
drogas (tabaco, álcool e drogas psicotrópicas); o sedentarismo; a alimentação desregrada
(excesso de gorduras inadequadas e hidratos de carbono, defeito de fibras e vitaminas) e
insuficiente (em termos quantitativos).

Se o estado de saúde está directamente relacionada com os comportamentos das pessoas


devemos procurar as vias mais adequadas para promover a adopção de comportamentos
saudáveis
dáveis ou alteração de condutas prejudiciais. Para isso é necessário compreender os
factores determinantes dos estilos de vida das pessoas. Segundo Mendoza, Pérez, e Foguet
(1994), os estilos de vida estão relacionados com uma complexa constelação e interacção
intera de
factores biológicos, psicológicos, micro e macrosocias e ambientais
ambientais.

Este esquema para além de dar uma ideia da complexidade da etiologia dos comportamentos
humanos, releva a necessidade de actuar globalmente, em todas as esferas, sistemas e sub-
sub
sistemas
stemas da vida humana, para se obterem mudanças de comportamento efectivas,
sustentáveis e duradoiras.

Uma via para intervir nas várias esferas da vida das pessoas no sentido de promover a
adopção de comportamentos saudáveis é a Educação para a Saúde.

Está actualmente demonstrado que muitos problemas de saúde estão relacionados com o
estilo de vida das mesmas, no qual se incluem os comportamentos de saúde. Uma das vias
para promover a adopção/modificação de comportamentos é a Educação para a Saúde. A
Educação
ucação para a Saúde, pelo impacto positivo que pode ter na saúde das pessoas, deve ser
um direito de todos os cidadãos em qualquer fase da sua vida, conforme está reconhecido na
carta de Ottawa (WHO, 1986). Deve começar na família, continuar em todas as fases
fa do

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sistema de ensino (desde o básico até ao universitário), prolongar
prolongar-se
se no local de trabalho, na
56
comunidade, nos média,, etc., promovendo e reforçando as politicas de promoção da saúde.

A promoção para a saúde através da educação para a saúde constitui uma estratégia chave de
actuação sobre os determinantes da saúde de modo a favorecer e reforçar os hábitos de vida
saudáveis.

No entanto esta acção não pode ser isolada e nem deve ser ao cargo de uma única instituição
ou entidade. A mesma deve ser fruto d
da
a conjugação de esforço inter e intra institucional, onde
o envolvimento e participação comunitária é crucial.

Educação para a Saúde

A saúde é um conceito positivo, um recurso quotidiano que implica ““um


um estado completo de
bem-estar
estar físico, social e mental e não apenas a ausência de doença e/ou enfermidade (OMS,
1993). Dentro desta perspectiva, a Educação para a Saúde deve ter como finalidade a
preservação da saúde individual e colectiva.

Em contexto escolar, Educar para a Saúde consiste em dotar as crianças


as e os jovens de
conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões
adequadas à sua saúde e ao tal bem-estar físico, social e mental.

A ausência de informação incapacita e/ou dificulta a tomada de decisão. Daí, a importância


importânci da
abordagem da Educação para a Saúde em meio escolar.

O PAPEL DOS PROMOTORES DE SAÚDE

As sociedades modernas têm revelado uma preocupação crescente com o conceito emergente
de “risco”,
”, em particular aqueles que são causados pelos determinantes tecnológicos
tecnológi e pelos
estilos de vida patogénicos. O termo ““risco”” adquiriu uma nova proeminência nas sociedades
ocidentais, constituindo-se,
se, hoje em dia, como um constructo cultural central (Douglas, 1990).
O discurso do risco faz constantemente títulos na imprensa e constitui-se,
se, cada vez mais, como
objecto das campanhas de promoção de saúde (Rice & Atkin, 1989).

No âmbito da saúde pública, o ““discurso do risco”” pode ser considerado sob duas perspectivas
específicas e peculiares. Uma delas percepciona o risco como um perigo latente para a saúde
das populações, derivado das questões ambientais, como sejam a poluição, os resíduos
nucleares e os resíduos químicos tóxicos. Nesta conceptualização, o risco é visto como
externo, em relação ao qual o indivíduo exerce pouco controlo. A segunda perspectiva, pelo
contrário, focaliza o risco como sendo uma consequência das escolhas dos indivíduos
relativamente aos estilos de vida, colocando a ênfase no auto
auto-controlo pessoal. Neste sentido,
o risco é percepcionado como internamen
internamente imposto, podendo ser considerado em função da

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capacidade de gestão cognitivo
cognitivo-emocional da self individual. Assim, os indivíduos seriam
57
exortados pelas autoridades de promoção de saúde a avaliar o risco de sucumbir à doença e,
nessa medida, alterar o seu comportamento no sentido de a evitar (Lupton, 1995).

Uma terceira conceptualização, menos comum, refere


refere-se
se mais especificamente a grupos
sociais que a indivíduos, entendendo
entendendo-se
se que, um determinado grupo está “em risco” quando
não tem uma acessibilidade sa
satisfatória
tisfatória aos cuidados de saúde. Nesta linha de análise, o risco
é percepcionado como uma forma de desvantagem social.

Na verdade, nos domínios da saúde pública e da promoção da saúde, o termo “risco”


“ é
constantemente utilizado como sinónimo de perigo.

Em resposta às previsões epidemiológicas do risco, os textos de saúde pública e de promoção


de saúde identificam, comummente, determinados grupos na população que requerem
particular atenção da comunidade. O documento «Saúde em Portugal» ao tecer objectivos para
a saúde em Portugal como «Uma estratégia para o virar do século», é um exemplo
paradigmático, entre muitos outros, na medida em que nesse documento se estabelecem
metas de acordo com as necessidades de cada um dos subgrupos específicos da população
portuguesa
rtuguesa considerados como estando ““em risco”” (Ministério da Saúde, 1999).

No seio do conceito de promoção de saúde, conforme tem sido referenciado, objectiva-se


objectiva o
desenho de intervenções que têm como alvo factores comportamentais de risco associados a
comportamentos
portamentos patogénicos dos indivíduos. Estas intervenções têm dois níveis básicos de
actuação que consistem essencialmente em, por um lado, informar as pessoas sobre os meios
de redução dos riscos comportamentais e, por outro promover mudanças sociais e ambientais
a
na comunidade que facilitem essas mesmas mudanças (Kolbe, 1986).

As políticas de promoção da saúde envolvem a implementação estratégica de programas de


educação para a saúde. Todavia, estes programas devem ter em conta a investigação básica
sobre as condutas de saúde, sendo a sua eficácia incrementada quando se mobilizam os
conhecimentos recolhidos no terreno da investigação básica sobre as condutas de saúde dos
indivíduos. Assim, o conhecimento acerca do papel que jogam as crenças e atitudes pessoais,
pess
as normas e/ou as redes sociais, deve orientar intrinsecamente o desenvolvimento das
políticas sociais que suportam a implementação desses mesmos programas.

Segundo Spacapan e Oskamp (1987), as estratégias de educação para a saúde podem


desenvolver- se de acordo com distintos níveis de actuação individual, grupal ou comunitário e
incluem, desde campanhas nos meios de comunicação social, até intervenções directas e
pessoais.

No que respeita à eficácia destas intervenções, esta pode ser incrementada, segundo
se Kolbe
(1986) de cinco formas:

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1) Desenvolvendo teorias e modelos que mobilizem intervenções eficazes;
58
2) Focalizando as intervenções em condutas prioritárias, decidindo por aquelas com maior
incidência sobre a saúde da população;

3) Centrando--se em populações de alto risco;

4) Analisando as políticas que influenciam as condutas de saúde; e

5) Combinando intervenções para obter efeitos complementares ou sinérgicos.

A concepção actual das campanhas de promoção de saúde induz, por vezes, a manipulação
manipulaç
psicológica através do apelo às emoções, medos, ansiedades e sentimentos de culpabilidade,
no sentido de persuadir o maior número de sujeitos na população
população-alvo.
alvo. De notar que,
frequentemente se focalizam na noção central de risco, em torno da qual são construídas
co
imagens de inevitabilidade associadas ao recrutamento do medo, na consequência de uma
atitude patogénica.

DeJong e Winsten, citados por Lupton (1995), referem que a vasta literatura disponível
considera que, a elaboração de uma campanha se traduz nos seguintes princípios:

(1) Definir um problema de saúde como preocupação prioritária ao nível do público em geral;
(2) Incrementar
ncrementar o conhecimento e mudar crenças que impeçam a adopção de comportamentos
e atitudes que visem a promoção da saúde;

(3) Motivar a mudança, demonstrando os benefícios pessoais e sociais do comportamento


desejado;

(4) Ensinar novas capacidades ao nível do comportamento, demonstrando como as diversas


barreiras poderão ser ultrapassadas ensinando técnicas de auto
auto-gestão, de
e modo a alcançar
uma mudança sustentada; e

(5) Fornecer apoios para a manutenção da mudança, incentivando a comunicação


interpessoal.

Como tal, para que uma campanha seja considerada eficaz deverá persuadir e captar a
atenção da população alvo, de tal fo
forma
rma que, toda a informação prestada seja compreendida
de modo contínuo e sistemático, objectivando a curto e a longo prazo a mudança de
comportamentos individuais sociais e comunitários (Piotrow, Kincaid,Rimon & Rinehart, 1997).
A investigação que visa o incremento
ncremento da eficácia dos programas de promoção para a saúde
deve, por um lado, dirigir- se a populações de alto risco e grupos minoritários e, por outro,
desenhar intervenções específicas que tenham em conta as necessidades e características
culturais destas populações.

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Uma estratégia chave na divulgação destas campanhas continua a ser a utilização dos mass
59
media por abrangerem públicos
públicos-alvo
alvo alargados. Assim, são utilizados princípios e doutrinas da
publicidade comercial para promover a preocupação com os riscos para a saúde e encorajar
uma subsequente mudança de comportamentos. Uma campanha de promoção de saúde
através dos mass media é conceptualizada como uma sessão de educação para a saúde
subjacente à premissa de que os promotores de saúde se encontram a “comunicar saúde”.

A adopção das técnicas de publicidade comercial pelos promotores da saúde, assenta


essencialmente na crença de que publicitar nos mass media é um meio efectivo de
propaganda, capaz de persuadir as audiências a adoptar comportamentos salutogénicos
sa ou a
abandonar práticas lesivas para a saúde. Os textos de promoção de saúde encontram-se
encontram
repletos de asserções respeitantes à importância da adopção de uma linguagem apropriada e
de estratégias de discurso que permitem atingir esse objectivo, sublinhando formas mais
efectivas de atingir as campanhas de comunicação de saúde, através de uma cuidadosa
definição dos públicos-alvo
alvo ou da segmentação das audiências. A ignorância, a apatia e
iliteracia do público em geral, constituem, ainda, uma feroz barreira que tem que ser
ultrapassada (Lupton, 1995; Rodgers, 1999).

Os mass media parecem, contudo, constituir importantes fontes de informação,


percepcionadas pelos doentes como credíveis, actualizadas e valiosas. No entanto, a
informação divulgada através
és dos meios de comunicação mais populares é normalmente
considerada, tanto pelos profissionais de saúde como pela comunidade científica, como pouco
credível, viciada e desajustada. Principalmente porque os documentos científicos são
recrutados arbitrariamente
ente e transformados, enviesando a realidade de acordo com as
pressões editoriais competitivas.

Como tal, partilhando responsabilidades, os cientistas, os profissionais de saúde e os


jornalistas, devem, colectiva e proactivamente, desempenhar um papel significativo
sign como
comunicadores de temáticas de saúde, modelando e reforçando o significado “leigo” da ciência
e da medicina.

Para que se possam reforçar mudanças efectivas de estilos de vida saudáveis, a segmentos
alargados da população, urge a necessidade d
dee promover o diálogo entre a comunidade
científica, os mass media e as Pessoas, com a finalidade de incrementar os benefícios deste
“jogo a três mãos”, nos terrenos da saúde.

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61
CIDADANIA E EMPREGABILIDADE

Exercícios de Reflexão

Quem Sou Eu?


I

De forma a reflectir sobre a sua experiência de vida, é importante que, em primeiro lugar, consiga
reflectir sobre si, sobre quem é e quais as características que o/a definem. No entanto, aquilo que nos
define está também influenciado pelos vários contextos/situações de vida que vamos passando.

Procure, assim, reflectir sobre quem é, caracterizando


caracterizando-se
se tendo em conta alguns papéis sociais que
desempenha na sua vida (ex.: cidadão/ã, amigo/a, filho/a, companheiro/aR)

Enquanto Cidadão/ã, considero que souR.

Enquanto _______________ considero que sou R

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Enquanto _______________ considero que sou R


62

Enquanto _______________ considero que sou R

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63
II

Relate uma situação na sua vida pessoal, em que a sua intervenção tenha sido importante para resolver um
problema.

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64
DICIONÁRIO AMBIENTAL
A
Aeração - Reoxigenação da água com ajuda do ar. A taxa de oxigénio dissolvido, expressa em
% de saturação, é uma característica representativa de certa massa de água e de seu grau de
poluição. Para restituir a uma água poluída a taxa de oxigénio dissolvido ou para alimentar o
processo de biodegradação das matérias orgânicas consumidoras de oxigénio, é preciso
favorecer
er o contacto da água e do ar.
A aeração pode também ter por fim a eliminação de um gás dissolvido na água: ácido
carbónico, hidrogénio sulfurado.
Adutora - Tubulação normalmente sem derivações que liga a captação ao tratamento da água,
ou o tratamento à rede de distribuição.
Afluente ou Tributário - Qualquer curso d'água que desagua em outro maior, ou num lago, ou
lagoa.
Agenda 21 - Plano de metas voltado para os desafios do século XXI (daí seu nome). Traçado
pelos governos mundiais, tem como base a defin
definição de um programa que inclui a criação de
mecanismos de financiamento para proje
projectos de preservação ambiental e de transferência de
tecnologias e ainda o estabelecimento de normas jurídicas para a protecção
ção da biosfera.
Água - Forma líquida do composto q
químico
uímico H2O. A água é essencial para a vida.
Água capilar - Humidade
midade líquida presa entre grãos de solo, seja por atra
atracção electrostática
entre as moléculas minerais e da água, seja por forças osmóticas.
Aguaceiro - Chuva pesada e intensa que cai repentinamente. Associada ao verão e aos
cúmulos-nimbos.
Água-cinza - Termo geral para água servida, doméstica, que não contém contaminação de
esgoto ou fecal. Um exemplo de água
água-cinza é o efluente de máquinas de lavar roupa.
Água conata - água que foi cap
captada nos espaços porosos de rochas sedimentares desde a
época em que os sedimentos originais foram depositados.
Água de captação - Qualquer rio, lago ou oceano em que a água servida tratada ou não-
tratada é finalmente descarregada.
Água de esgoto - Corrente
e de água servida que é drenada de um pátio de fazenda, de um
monte de escória ou de uma rua.
Águas interiores - As águas que ocupam as reentrâncias do litoral, como, as baías, abras,
recôncavos, enseadas, etc.
Água de mineração - 1) água salgada ou pasta aquosa contendo os materiais minerais
dissolvidos ou sólidos que são extraídos durante o processo de mineração fluida
2) Água retirada de recursos subterrâneos.
Água de reposição - água requerida para substituir a usada num sistema ou perdida por ele. A
água
gua de reposição inclui a usada para substituir a água que escoa de um sistema de irrigação
e, mais comummente, aquela perdida numa torre de refrigeração usada na geração de energia.
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Água de superfície - Ocorrência de água na superfície da terra.
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Água de tempestade - Volume de escoamento de fluxo de água subterrânea, de fluxo de rio,
atribuído a um evento de tempestade.
Água doce - água que contém muito pouco sal (menos de 0,05 por cento), em comparação
com a água salobra (que tem entre 0,05 e 3 por cento)
cento), como a dos rios, lagos e lagoas.
Água do mar - A água salina do oceano. Os componentes dissolvidos da água do mar montam
a uma média de 34 partes por mil medidas por peso.
Água doméstica - Fonte de água disponível para uso doméstico e geralmente distribuída por
um sistema de tubulações.
Água dura - água subterrânea com sais minerais dissolvidos, geralmente carbonato de cálcio
(ou uma combinação de cálcio e magnésio). A água dura não espuma bem com sabão, forma
depósitos (escama, CaC03 ou MgCO) em chaleiras
s e tanques de água quente, e, em casos
mais extremos, pode entupir as tubulações, formando depósitos de cálcio nos canos de água.
O tratamento com amaciantes de água remove grande parte do cálcio e do magnésio por meio
da troca de iões.. Comummente, a água dura é misturada com cloreto de sódio (sal de mesa); o
sódio "amacia" a água, substituindo grande parte do cálcio durante o processo de troca de iões.
Água freática - água que ocupa os vãos dentro de uma rocha ou solo num nível abaixo do
lençol de água.
Água gravitacional - água que se move através do solo sob a influencia da gravidade. Um
solo não pode se tornar saturado até que a água gravitacional tenha assentado.
Água juvenil - água que é quimicamente derivada do magma durante o processo de formação
mineral. A água juvenil nunca circulou no cicIo da água.
Água-marinha - Pedra semipreciosa azul, constituída pelo minério berilo. O berilo é um silicato
de alumínio e de berílio que forma cristais hexagonais nos pegmatitos.
Água meteórica - água recentemen
recentemente derivada de processos atmosféricos
(chuva, neve, saraiva).
Água pesada - água que contém grande proporção de moléculas como o isótopo de deutério
de hidrogénio em vez do hidrogénio comum (escrito como D2O ou HDO). Tais moléculas são
encontradas em quantidades
idades muito pequenas na água comum. A água pesada, também
chamada de óxido de deutério, e usada como um moderador em alguns reactores
tores nucleares.
Água potável - Termo que descreve a água que e segura e palatável para consumo humano.
Água receptora - Qualquer
er rio, lago ou oceano em que a água servida tratada ou não-tratada
é descarregada.
Água-régia - Mistura de acido clorídrico e acido nítrico concentrado numa proporção de 3 para
1 por volume de HCl para HNO3, a água
água-régia (que significa água real) é um oxidante
oxi muito
poderoso e suficientemente forte para dissolver todos os metais, inclusive o ouro e a platina.
Água salgada - Água que contém concentrações significativas de sal (acima de 3 por cento),
como a encontrada nos oceanos.

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Água salgada quente - Corp
Corpo de água de nascente que é aquecida geotermicamente, sendo,
66
portanto, rica em minerais dissolvidos.
Água servida - 1) Termo geral aplicado ao vazamento de água de um reservatório.
2) Termo geral para o efluente de um sistema de esgoto residencial ou municipal.
Água servida in natura - Lixo aquoso civil ou industrial que não passou por purificação ou
tratamento.
Águas interestaduais - Termo aplicado a rios e vertentes ou bacias de captação que se
situam dentro de dois ou mais limites políticos estaduais.
Água subsuperficial - Termo que se aplica a toda água abaixo da superfície da terra, nas
formas sólida, líquida ou gasosa. A água subsuperficial inclui a do solo, do fundo de rocha e da
litosfera..
Água subterrânea - Toda a água que está contida nos espaços porosos de rochas e no solo
abaixo da elevação do lençol freático.
Água vadosa - Ver ÁGUA FREÁTICA.
Auto depuração da água - Processo natural de purificação da água, que reduz a poluição
orgânica. Por exemplo, há espécies de plantas aquáticas que absorvem poluentes.
Alcalinidade da água - Qualidade da água em neutralizar compostos ácidos, em virtude da
presença de bicarbonatos, hidróxidos, boratos, silicatos e fosfatos.
Esgotos são alcalinos, por receberem materiais de uso doméstico com estas características.
c
Aquífero - Formação porosa (camada ou estrato) de rocha permeável, areia ou cascalho,
capaz de armazenar e fornecer quantidades significativas de água.
Amazónia Legal - Toda a região da bacia amazónica, incluindo parte do norte de Mato
Grosso,
so, de Minas Gerais, de Goiás, do Tocantins e do oeste do Maranhão, segundo fixado em
lei.
Anaeróbico - Organismo que não necessita de oxigénio.
Áreas naturais de protecção
ção - Essas áreas são protegidas para fins de manutenção de
biodiversidade, pesquisas científicas
ientíficas e conservação de ecossistemas. No Brasil, são divididas
em Unidades de Conservação, todas protegidas por leis, e que são as seguintes:
— Áreas naturais tombadas - áreas ou monumentos naturais cuja conservação é de interesse
público, por seu valorr ambiental, arqueológico, geológico, histórico, turístico ou paisagístico.
Podem ser instituídas em terras públicas ou privadas.
— Áreas de protecção
ção ambiental - áreas voltadas para a conservação da vida silvestre, os
recursos naturais e a manutenção de b
bancos genéticos, além da preservação da qualidade de
vida dos habitantes da área. A ocupação acontece por meio de zoneamento ambiental pelo
poder político, juntamente com universidades e ONG
ONG’s.
s. Podem ser federais ou estaduais.
— Áreas de relevante interesse ecológico - Apresentam os mesmos objectivos
tivos que as
anteriores, com a particularidade de que nestas últimas a extensão territorial é sempre menor,
mas as restrições às actividades
tividades humanas são sempre maiores. Podem ser federais, estaduais
ou municipais.

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67
Área sob protecção especial - A protecção especial é uma primeira instância de
preservação de áreas ou bens, que após estudos mais detalhados podem ter seu status
ampliado. São definidas por resolução federal, estadual ou municipal,
l, em áreas de domínio
público ou privado.
— Estações ecológicas - áreas representativas de ecossistemas naturais destinadas a
pesquisas ecológicas, protecção
ção do meio ambiente e desenvolvimento de uma educação
voltada para o preservacionismo.
Precisam Ter no mínimo 90% de sua área destinada à conservação integral do ecossistema.
Podem ser criadas pela União, estados ou municípios.
— Parques - áreas de extensão considerável, pertencentes ao poder público, com grande
variedade de espécies e habitats de intere
interesse científico, educacional ou recreativo. Devem
estar abertos à visitação pública. Podem ser criados pelo governo federal ou pelos estados.
— Reservas biológicas - áreas de tamanhos variados cuja característica básica é conter
ecossistemas ou comunidades frágeis, em terras de domínio público e fechadas à visitação
pública. Podem ser declaradas pela União ou pelos estados.
— Reservas florestais - áreas de grande extensão territorial, inabitadas, de difícil acesso e
ainda em estado natural. Devem ser protegi
protegidas até que se estabeleça seu status e se proceda
a sua inclusão em outra categoria de Unidade de Conservação.
Área contaminada - área onde há comprovadamente poluição causada por quaisquer
substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados,
os, armazenados,
enterrados ou infiltrados, e que determina impactos negativos sobre os bens a proteger.
Área degradada - área onde há a ocorrência de alterações negativas das suas propriedades
físicas, tais como sua estrutura ou grau de capacidade, a perda de matéria devido à erosão e a
alteração de características químicas, devido a processos como a salinização, lixiviação,
deposição ácida e a introdução de poluentes.
Área de protecção
ção ambiental (APA) - Categoria de unidade de conservação cujo objectivo é
conservar a diversidade de ambientes, de espécies, de processos naturais e do património
natural, visando a melhoria da qualidade de vida, através da manutenção das actividades
a
socioeconómicas da região. Esta proposta deve envolver, necessariamente, um trabalho de
gestão integrada com participação do Poder Público e dos diversos sectores
tores da comunidade.
Pública ou privada, é determinada por decreto federal, estadual ou municipal, para que nela
seja discriminado o uso do solo e evitada a degradação dos ecossistemas sob interferência
humana.
Área de relevante
vante interesse ecológico (ARIE) - É declarada por ato do Poder Público e
possui características extraordinárias ou abriga exemplares raros da biota regional, com,
preferencialmente, superfície inferior a cinco mil hectares.

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Aterro sanitário - Aterro para lixo residencial urbano com pré
pré-requisitos
requisitos de ordem sanitária e
ambiental. Deve ser construído de acordo com técnicas definidas, como: impermeabilização do
solo para que o chorume não atinja os lençóis freáticos, contaminando as águas; sistema de
drenagem para chorume, que deve ser retirado do aterro sanitário e depositado em lagoa
próxima que tenha essa finalidade específica, vedada ao público; sistema de drenagem de
tubos para os gases, principalmente o gás carbónico, o gás metano e o gás sulfídrico, pois, se
isso não for feito, o terreno fica sujeito a explosões e deslizamentos.

B
Bacia hidrográfica - Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. A
noção de bacias hidrográfica in
inclui naturalmente a existência de cabeceiras ou nascentes,
divisores d'água, cursos d'água principais, afluentes, subafluentes, etc. Em todas as bacias
hidrográficas deve existir uma hierarquização na rede hídrica e a água se escoa normalmente
dos pontos mais altos para os mais baixos. O conceito de bacia hidrográfica deve incluir
também noção de dinamismo, por causa das modificações que ocorrem nas linhas divisórias
de água sob o efeito dos agentes erosivos, alargando ou diminuindo a área da bacia.
Bacia de Captação - Mais de que o rio, lago ou reservatório de onde se retira a água para
consumo, compreende também toda a região onde ocorre o escoamento e a captação dessas
águas na natureza. (Fonte: Rede AIPA)
Bacia de Drenagem - área de captação que recolhe e drena toda a água da chuva e a conduz
para um corpo d'água (por exemplo, um rio), que depois leva ao mar ou um lago.
Bacia Hidrográfica ou Bacia Fluvial - Conjunto de terras, rios e seus afluentes, que forma
uma unidade territorial. Em alguns casos, usa
usa-se como sinónimo a palavra vale. Por exemplo:
Vale do Rio São Francisco ou Bacia do Rio São Francisco.
Bactérias - Espécies vivam microscópicas, caracterizadas por uma estrutura celular sem
núcleo definido, que existem no ar, água, animais e plantas. Há as que ajudam na
decomposição de matéria orgânica.
Barragem - Construção para regular o curso de rios, usada para prevenir enchentes,
aproveitar a força das águas como fonte de energia ou para fins turísticos. Sua construção
pode trazer problemas ambientais, como no caso de grandes hidroeléctricas, por submergir
terras férteis, muitas vezes cobertas por importantes florestas, e/ou por desalojar populações
que vivem na área.
Biota - Conjunto de fauna e flora, de água ou de terra, de qualquer área ou região, que não
considera os elementos do meio ambiente.
Bloom - Proliferação de algas e/ou outras plantas aquáticas na superfície de lagos ou lagoas.
[Os blooms são muitas vezes estimulados pelo enriquecimento de fósforo advindo da lixiviação
das lavouras e despejoss de lixo e esgotos].

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C
Cabeceira ou Nascente - Local onde nasce o rio, ou curso d'água. Nem sempre é um ponto
bem definido, constituindo às vezes toda uma área. Isso se nota, por exemplo, na dificuldade
em determinar onde nasce o rio principal, como é o caso da definição das cabeceiras do Rio
Amazonas.
Calha - Vales ou sulcos por onde correm as águas de um rio.
Captação da água - Conjunto de estruturas montadas para retirar água dos mananciais, para
abastecimento público ou outros fins.
Carga poluidora - Quando se fala de recursos hídricos, é a quantidade de poluentes que
atingem os corpos d'água, prejudicando seu uso. Medida em DBO e DBQ.
Chorume - Líquido venenoso que se forma na decomposição do lixo, podendo contaminar o
ambiente, se não houver cuidados especiais.
Chuva ácida - Chuva contaminada por poluentes atmosféricos, como os óxidos sulfúricos (de
enxofre) e nítricos (de nitrogénio), emitidos por exemplo pelas chaminés das indústrias e
escapamentos de automóveis. As gotas contaminadas (PH mais
is baixo) penetram no solo,
envenenando-o,
o, o que causa a morte de florestas. Também contaminam rios, lagos e corroem
elementos como mármore, ameaçando patrimónios artísticos e arquitectónicos. A chuva ácida
pode cair longe das fontes de poluição, já que o vento carrega os poluentes atmosféricos.
Ciclo Hidrológico - Movimento da água através do ecossistema. O ciclo depende da
capacidade de a água estar presente nas formas líquida e gasosa. O ciclo tem quatro fases:
evaporação, condensação, precipitação e def
deflúvio.
Classe de águas - Classificação da qualidade da água dos rios, mares e outros corpos d'água.
No Brasil, a Resolução 20/86, do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, define
cinco classes para as águas doces, e determina que tipo de uso pode se fazer da água, em
cada caso (de consumo humano à navegação). No caso de águas salobras (com 0,5 a 30% de
salinidade) e salinas (salinidade acima de 30% de salinidade)
de) a Resolução estabelece duas
classes para cada uma.
Corpo d'água - Rio, lago, ou reservató
reservatório.
Córrego - Pequeno riacho, ou afluente de um rio maior.
Coliforme Fecal - Organismo humano trato intestinal humano (e de outros animais), cuja
ocorrência serve como índice de poluição.
CONAMA - Sigla de Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Contaminação da água - Contaminação de águas correntes devido às crescentes descargas
de resíduos procedentes de indústrias e de águas servidas; poluição da água.
Contaminação do Mar - Deterioramento das águas marinhas, como vazamentos de
petroleiros, experiencias nucleares,
eares, lixo, esgotos, etc.; poluição do mar, poluição marinha,
poluição marítima.

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Contaminação por Óleo - Contaminação geralmente das águas continentais marinhas ou
70
subterrâneas por óleo ou produtos análogos aos óleos minerais [Um litro de óleo em 1 milhão
de litros de água veta o seu consumo pois ela deixa de ser potável].
Controle Ambiental - Acção
ção pública, oficial ou privada, destinada a orientar, corrigir e fiscalizar
actividades que afectam
tam ou possam afe
afectar o meio ambiente; gestão ambiental.

D
Degradação Ambiental - Alteração poluidora, degradante do meio ambiente.
Deflúvio - Escoamento superficial da água. Aproximadamente um sexto da precipitação numa
determinada área escoa como deflúvio. O restante evapora ou penetra no solo. Os deflúvios
agrícolas,
colas, das estradas e de outras a
actividades humanas podem ser uma importante fonte de
poluição da água.
Desenvolvimento sustentado - Modelo de desenvolvimento que leva em consideração, além
dos factores
tores económicos, aqueles de cará
carácter social ecológico, assim
im como as disponibilidades
dos recursos vivos e inanimados, as vantagens e os inconvenientes,
nientes, a curto, médio e longo
prazos, de outros tipos de acção.
ção. Tese defendida a partir do teórico indiano Anil Agarwal, pela
qual não pode haver desenvolvimento que não seja harmónico com o meio ambiente. Assim, o
desenvolvimento sustentado que no Brasil tem sido defendido mais intensamente, é um tipo de
desenvolvimento que satisfaz as necessidades económicas do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futur
futuras; Segundo definição em 1987 da Comissão Brutland, da ONU,
no relatório "Nosso futuro comum", é o desenvolvimento social, económico e cultural que
atende às exigências do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
Para os países pobres,, de acordo com o relatório "Nossa própria agenda", da
Comissão de Desenvolvimento e Meio Ambiente da América Latina e do Caribe, o
desenvolvimento sustentado é essencialmente a satisfação das necessidades básicas da
população, sobretudo dos grupos de baix
baixa renda, que chegam a mais de 75% do continente.

E
Educação ambiental - Processo por meio dos quais o indivíduo e a cole
colectividade
tividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de
vida e sua sustentabilidade. (art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99).
Efeito residual - Tempo de permanência de um produto químico, biologicamente activo nos
alimentos, no solo, no ar e na água, p
podendo trazer implicações de ordem toxicológica.
Efluente - Substância líquida, com predominância de água, contendo moléculas orgânicas e
inorgânicas das substâncias que não se precipitam por gravidade.

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Erosão - Desgaste do solo devido ao vento, à chuva, ou a outras forças da natureza. A erosão
pode ser acelerada pela agricultura, excesso de pastagem, actividade
tividade madeireira e construção
de estradas.
Estuário - Foz de um rio ou baía, onde se misturam a água doce do rio e a água salgada do
mar. Os estuários
ários são importantes por se constituírem num dos mais diversificados
ecossistemas.
Esgotos - Resíduos líquidos, divididos, pelos técnicos, em quatro tipos:
1- Esgotos domésticos, que contém matéria fecal e águas servidas, resultantes de banho,
lavagem de roupa e louças,
2- Despejos ou efluentes industriais, que compreendem resíduos orgânicos (por exemplo, de
indústrias alimentícias ou matadouros), ou inorgânicas, podendo conter materiais tóxicos;
3- Águas pluviais (da chuva);
4- Águas do subsolo, que se in
infiltram no sistema de esgotos.
Eutroficação - Processo de alterações físicas, químicas e biológicas de águas paradas ou
represadas, associado ao enriquecimento de nutrientes, matéria orgânica e minerais; é o
envelhecimento precoce da água de lagos e reservatórios, que afecta
ta a transparência da água,
o nível de clorofila, a concentração de fósforo, a quantidade de vegetais flutuantes, o oxigénio
dissolvido, e leva à alteração do equilíbrio das espécies animais e vegetais. [O mesmo que
eutrifização e trofização
ão nítrica]
Eutrófico - Diz-se
se do meio aquático rico em sais, que são neutros.
Eutrofização - Aumento de nutrientes (como fosfatos) nos corpos d'água, resultando na
proliferação de algas podendo levar a um desequilíbrio ambiental a ponto de provocar à morte
mort
lenta do meio aquático. A eutrofização acelerada é problemática, porque resulta na retirada de
oxigénio da água, matando os peixes ou outras formas de vida aquática não-vegetais.
vegetais.

F
Floração das águas - Fenómeno em que um grande número de algas, num corpo d'água,
interfere em outras formas de vida, devido, principalmente, ao consumo do O2 dissolvido na
água. Esse fenómeno pode ser causado pela eutrofização.
Flotação - Processo de elevação de partículas existentes na água, por meio de aeração,
insuflação,
ão, produtos químicos, electrólise, calor ou decomposição bacteriana, e respectiva
remoção.
Floração de algas - Proliferação ou explosão sazonal da biomassa de fitoplâncton como
consequência do enriquecimento de nutrientes em uma massa aquática, o que conduz,
cond entre
outros efeitos, a uma perda de transparência, à coloração e à presença de odor e sabor nas
águas.
Fluoretação - Adição de flúor (à água) sob forma de fluoretos para prevenir a cárie dentária, à
razão de 0,5 a 1 mg/l de flúor.

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Fonte - Lugar onde brotam
rotam ou nascem águas. A fonte é um manancial de água, que resulta da
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infiltração das águas nas camadas permeáveis, havendo diversos tipos como: artesianas,
termais etc...
Fossa negra - É uma fossa séptica, uma escavação sem revestimento interno onde os
dejectos
tos caem no terreno, parte se infiltrando e parte sendo decomposta na superfície de
fundo. Não existe nenhum deflúvio. São dispositivos perigosos que só devem ser empregados
em último caso.
Fossa seca - São escavações, cujas paredes são revestidas de tá
tábuas não aparelhadas com
o fundo em terreno natural e cobertas na altura do piso por uma laje onde é instalado um vaso
sanitário.
Fossa séptica - Câmara subterrânea de cimento ou alvenaria, onde são acumulados os
esgotos de um ou vários prédios e onde os m
mesmos são digeridos por bactérias aeróbias e
anaeróbias. Processada essa digestão, resulta o líquido efluente que deve ser dirigido a uma
rede ou sumidouro.
"Unidade de sedimentação e digestão de fluxo horizontal e funcionamento contínuo, destinado
ao tratamento
amento primário dos esgotos sanitários" (Decreto nº 533, de 16.01.76).
Foz - Ponto mais baixo no limite de um sistema de drenagem (desembocadura). Extremidade
onde o rio descarrega suas águas no mar.
"Boca de descarga de um rio. Este desaguamento pode ser feito num lago, numa lagoa, no mar
ou mesmo num outro rio. A forma da foz pode ser classificada em dois tipos: estuário e delta".
Fundo Nacional do Meio Ambiente - Fundo criado pela Lei nº 7.797, de 10.07.89, e
regulamentado pelo Decreto nº 98.161, de 21.09.89, para o desenvolvimento de projectos
proje
ambientais nas áreas de Unidades de Conservação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico,
educação ambiental, manejo florestal, controle ambiental, desenvolvimento institucional e
aproveitamento sustentável da flora e da fauna. Seus recursos provêm de dotações
orçamentárias, doações de pessoas físicas e jurídicas, além e de outros que lhe venham a ser
destinados por lei.

G
Gestão integrada - É a combinação de processos, procedimentos e práticas adoptadas
ado por
uma organização para implementar suas políticas e atingir seus objectivos
tivos de forma mais
eficiente do que através de múltiplos sistemas de gestão.
Na integração de elementos de sistemas de gestão, considerando
considerando-se as dimensões qualidade,
meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, temos a congregação das normas ISO 9001,
ISO 14001, e OSHAS 18001.
Geologia - Ciência que estuda a origem, estrutura, formação e as sucessivas transformações
da Terra e da evolução do mundo inorgânico.

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73

H
Hidrófilo - I. Diz-se de ou planta adaptada à vida na água ou em ambientes encharcados. II.
Que gosta de água. III. Que absorve bem a água. IV. Que é polinizado pela água.

I
Impacto Ambiental - Alteração provocada ou induzida pelo homem, com efeito temporário ou
permanente das propriedades físicas, químicas e biológicas.
Intemperismo - Processo pelo qual as rochas, ao sofrerem a a
acção
ção da chuva, do sol, do vento
e de organismos vivos, vão se transformando, até chegarem a minúsculas partículas, invisíveis
a olho nu e que formam as argilas.
Ilha - Porções relativamente pequenas de terra emersa circundada de água doce ou salgada.
Ilha fluvial - É aquela que é circundada apenas por água doce, aparecendo no leito de um rio.
Inundação - É o efeito de fenómenos meteorológicos, tais como chuvas, ciclones e degelo,
que causam acumulações temporárias de água, em terrenos que se caracterizam por
deficiência de drenagem, o que impede o desagúe acelerado desses volumes.

ISO série 14000 - Conjunto de normas internacionais que tem por obje
objectivo prover as
organizações dos elementos de um sistema de gestão ambiental, possível de integração com
outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá
auxiliá-las a alcançar seus objectivos
tivos ambientais e
económicos. ISO 14001 - Sistema de gestão ambiental, especificação e directrizes de uso, e
ISO 14004 - Sistemas de gestão ambiental - Directrizes
trizes gerais sobre princípios, sistemas e
técnicas de apoio.

J
Jusante - Uma área ou um ponto que fica abaixo de outro ao se considerar uma corrente
fluvial ou tubulação na direcção
ção da foz, do final. O contrário de montante.

L
Lago - Depressões do solo produzidas por causas diversas e cheias de águas confinadas,
mais ou menos tranquilas, pois dependem da área ocupada pelas mesmas. As formas, as
profundidades e as extensões dos la
lagos são muito variáveis. Geralmente, são alimentados por
um ou mais 'rios afluentes'. Possuem também 'rios
os emissários', o que evita seu
transbordamento.
Lago oligotrófico - Lago ou represamento pobre em nutrientes, caracterizado por baixa
quantidade de algas
as planctônicas.
Lagoa - Depressão de formas variadas, principalmente tendente a circulares, de profundidades
pequenas e cheias de água salgada ou doce. As lagoas podem ser definidas como lagos de

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pequena extensão e profundidade (...) Muito comum é reservarmos
rmos a denominação 'lagoa' para
74
as lagunas situadas nas bordas litorâneas que possuem ligação com o oceano.
Lagoa aerada - Lagoa de tratamento de água residuária artificial ou natural, em que a aeração
mecânica ou por ar difuso é usada para suprir a maior parte de oxigénio necessário.
Lagoa aeróbica - Lagoa de oxidação em que o processo biológico de tratamento é
predominantemente aeróbio. Estas lagoas têm sua actividade baseada na simbiose entre algas
e bactérias. Estas decompõem a matéria orgânica produzindo gás carbónico,, nitratos e fosfatos
que nutrem as algas, que pela a
acção da luz solar transformam o gás carbónico em hidratos de
carbono, libertando oxigénio que é utilizado de novo pelas bactérias e assim por diante.
Lagoa anaeróbica - Lagoa de oxidação em que o processo biológico é predominantemente
anaeróbio. Nestas lagoas, a estabilização não conta com o curso do oxigénio dissolvido, de
maneira que os organismos existentes têm de remover o oxigénio dos compostos das águas
residuárias, a fim de retirar a energia para sobreviverem. É um processo que a rigor não se
pode distinguir daquele que tem lugar nos tanques sépticos.
Licença Ambiental - Certificado expedido pela CECA ou por delegação desta, pela FEEMA, a
requerimento do interessado, atestat
atestatório de que, do ponto de vista da protecção
ção do meio
ambiente, o empreendimento ou a
actividade está em condições de ter prosseguimento. Tem sua
vigência subordinada ao estrito cumprimento das condições de sua expedição. São tipos de
licença: Licença Prévia (LP),
LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO)" (Del.
CECA nº 03, de 28.12.77).
Lixiviação - Processo que sofrem as rochas e solos, ao serem lavados pela água das chuvas
(...) Nas regiões intepropicais de clima húmido os solos tornam-se estéreis
s com poucos anos
de uso, devido, em grande parte, aos efeitos da lixiviação. A lixiviação também ocorre em
vazadouros e aterros de resíduos, quando são dissolvidos e carreados certos poluentes ali
presentes para os corpos d'água superficiais e subterrâneos.
Lodo - Mistura de água, terra e matéria orgânica, formada no solo pelas chuvas ou no fundo
dos mares, lagos, estuários etc.

M
Manancial - Qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento
humano, industrial, animal
mal ou irrigação.
Manguezal - Ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e aquático sujeito
a regime das marés.
Matéria em suspensão - Em sentido estrito, matéria sólida que flutua na água (ou em outro
meio) por ter peso específico simi
similar ao do meio, sendo arrastada por ele. No caso em que a
matéria sólida seja mais leve que a água, e por isso fluente sobre ela, é chamada matéria
flutuante, se trata de matéria sólida que, após certo período de flutuação, acaba fundindo-se
fundindo ao
solo, chama-se
se matéria submergida.

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Marketing verde - Processo através do qual a economia sustentável é integrada à sociedade,
75
atraindo clientes de forma a atender às suas necessidades bem como aos objectivos
obje da
organização, tornando perene sua existência.
Mata ciliar - É o conjunto da flora existente à beira de um rio, córrego ou espelho d'água.
Também conhecido como floresta ciliar.
Metais pesados - Grupo de metais de peso atómico relativamente alto. Alguns - como zinco e
ferro - são necessários ao corpo humano, em p
pequeníssimas concentrações. Outros - como
chumbo, mercúrio, cromo e cádmio - são, em geral, tóxicos aos animais e às plantas, mesmo
em baixas concentrações.
Meio Ambiente - A totalidade dos fa
factores
tores fisiográficos (solo, água, floresta, relevo, geologia,
paisagem, e factores
tores meteoroclimáticos) mais os factores psicossociais inerentes à natureza
humana (comportamento, bem
bem-estar, estado de espírito, trabalho,
alho, saúde, alimentação, etc.)
somados aos factores sociológicos, como cultura, civilidade, convivência, o respeito, a paz, etc;
ambiente.
Montante - Um lugar situado acima de outro, tomando
tomando-se em consideração a corrente fluvial
que passa na região. O relevo de montante é, por conseguinte, aquele que está mais próximo
das cabeceiras de um curso d'água, enquanto o de jusante está mais próximo da foz.

N
Nível da água subterrânea - Limite superior da zona saturada, do solo ou aquífero.
Nerítico - Zona de água do mar que cobre a plataforma continental.
Níuston - Organismos minúsculos que flutuam na camada superficial da água.

O
Osmose - Fenómeno produzido quando, duas substâncias liquidas ou dissolvidas, com
concentrações desiguais e separadas por membrana semipermeável, atravessam-na
atravessam e se
misturam.
Osnose resersa - Processo de separação de poluentes por m
meio
eio de membranas
semipermeáveis.
Olho d'água, nascente - Local onde se verifica o aparecimento de água por afloramento do
lençol freático (Resolução nº 04, de 18.09.85, do CONAMA).
Onda cheia - Elevação do nível das águas de um rio até o pico e subsequente recessão,
causada por um período de precipitação, fusão das neves, ruptura da barragem ou liberação
de água por central eléctrica
.
P
Poluente - Substância. meio ou agente que provoque, dire
directa ou indirectamente
tamente qualquer
forma de poluição.

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Poluição - É qualquer interferência danosa nos processos de transmissão de energia em um
76
ecossistema. Pode ser também definida como um conjunto de factores limitantes de interesse
especial para o Homem, constituídos de substâncias nocivas (poluentes) que, uma vez
introduzidas no ambiente, podem ser efectiva ou potencialmente prejudiciais ao Homem ou ao
uso que ele faz de seu habitat; Efeito produzido por um agente poluidor num ecossistema.
Plâncton - Conjunto dos seres vivos que flutuam sem actividades nas massas de
d água de
lagos ou de oceanos. A parte vegetal é chamada fitoplâncton e ocorre até onde chegam os
raios de sol (cerca de 100 metros de profundidade, dependendo da altitude). A parte da fauna é
chamada zooplâncton e é formada basicamente de minúsculos crustáceos.
áceos. O plâncton é a
principal reserva alimentar dos ecossistemas marinhos.

Q
Qualidade da água - Características químicas, físicas e biológicas, relacionadas com o seu
uso para um determinado fim. A mesma água pode ser de boa qualidade para um determinado
determina
fim e de má qualidade para outro, dependendo de suas características e das exigências
requeridas pelo uso específico.

R
Recarga artificial - Processo de aumentar o fornecimento natural de água a um aquífero
bombeando água para dentro dele através de pe
perfurações ou para dentro de bacias de
captação que drenam a água para dentro do aquífero.
Reciclar - Colectar
tar e processar um recurso de modo que ele possa ser transformado em novos
produtos, como recuperar garrafas ou latas de alumínio para processá-las em novas garrafas
ou latas. A reciclagem difere da reutilização por envolver processamento; reutilizar significa
usar um recurso novamente em sua forma original, como na lavagem e reutilização de um
contentor.
Recife - Proeminência ou massa de rochas ou de ccoral
oral (ou de um banco de areia estendido)
junto à superfície do oceano.

S
SA 8000 - A SA 8000 regulamenta questões referentes ao trabalho infantil, ao trabalho forçado,
à saúde e à segurança, à liberdade de sindicalização e o direito de negociação colectiva,
colectiv à
discriminação, às práticas disciplinares, às horas de trabalho, à remuneração, ao sistema de
gestão de responsabilidade social, etc.
Sua certificação constitui a materialização de um consenso ético
ético-normativo
normativo sobre a
responsabilidade social das empresa
empresas,
s, sob as prerrogativas da Declaração dos Direitos
Humanos das Nações Unidas. A responsabilidade dessa iniciativa partiu do "CEPA - Council on
Economic Priorities Agency (Conselho da Agência de Prioridades Económicas dos EUA) ", e
representa um novo padrão de certificação que, embora recente, já é conhecido mundialmente.

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Saneamento - Realização de disposições municipais dire
direccionados
cionados à renovação de bairros,
77
melhoria do traçado das ruas, colocação de esgotos e água encanada, drenagem de pântanos.
Limpeza de rios e valas, etc; saneamento básico.
Salinidade - Medida de concentração de sais minerais dissolvidos na água.
Salinização - Degradação de terras férteis causada pelo sal. A salinização das terras agrícolas
é comum em áreas que dependem de irrigação: a ev
evaporação superficial retira sais do solo e
das pedras do subsolo, sendo que a redução das águas subterrâneas aumenta o percentual de
minerais e sais na água armazenada.
Sedimentação - Acúmulo de solo e/ou partículas minerais no leito de um corpo d'água. Em
geral, esse acúmulo é causado pela erosão de solos próximos, ou pelo movimento vagaroso de
um corpo d'água, como ocorre quando um rio é representado para formar um reservatório.
Sumidoro - Em hidrologia - Cavidade, em forma de funil, na superfície do solo, que se
comunica com o sistema de drenagem subterrânea, em regiões calcárias, causada pela
dissolução da rocha. Em engenharia sanitária - Poço destinado a receber o efluente da fossa
séptica e permitir sua infiltração subterrânea.

T
Tratamento de água - É o conjunto de a
acções destinado a alterar as características físicas e
ou químicas e ou biológicas da água, de modo a satisfazer o padrão de potabilidade adoptado
ado
pela autoridade competente.
Tratamento de lixo - Procedimento destinado à redução e elim
eliminação, ou, ao contrário, à
elaboração e ao aproveitamento dos produtos residuais, provenientes da indústria, do comércio
e de residências; eliminação de lixo.

V
Voçoroca - Processo erosivo subterrâneo. causado por infiltração de águas pluviais, através
de desmoronamento e que se manifesta por grandes fendas na superfície do terreno afectado,
afe
especialmente quando este é de encosta e carece de cobertura vegetal.
Vazão - Volume fluído que passa, na unidade de tempo, através de uma superfície
(como exemplo, a secção
ção transversal de um curso d'água).
Vazão ecológica - Vazão que se deve garantir a jusante de uma estrutura de armazenagem
(barragem) ou captação (tomada de água), para que se mantenham as condições ecológicas
naturais de um rio.
Vertedor - Dispositivo
vo utilizado para controlar e medir pequenas vazões de líquidos em canais
abertos.
Fonte: Universidade da Água

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RAP DA CIDADANIA
(fonte: Youtube)
Liberdade, Igualdade
Fica nessa meu irmão
Moradia, mais trabalho, mais saúde, educação
Eu agora me apresento:
Sou Zé Fisco Cidadão

Liberdade, Igualdade
Fica nessa minha irmã
Seja firme, seja forte
Tenha sempre a mente sã
Eu agora me apresento:
Sou a Cida Cidadã

Esse é o Rap da Cidadania


Que fala em igualdade, liberdade e fraternidade
Em terra, pão, trabalho, saúde, moradia e educação

Em direitos e deveres
Em paixão e dignidade
Em alegria no coração

Liberdade, Liberdade
Abre as asas sobre nós
Nas lutas, nas tempestades
Até que ouçamos sua voz

Venha nessa, venha logo


Minha amiga, meu irmão
Bem na crista dessa onda
Cidadão é cidadão

Este livro é a Constituição


A Bíblia da Cidadania
Aqui estão escritos todos os direitos e deveres dos povos,
Seja pobre, seja rico,
Seja preto, seja branco
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79
Homens, mulheres,
Crianças ou adultos, todos são iguais perante o que está escrito neste livro.

Neste livro está a garantia de saúde, escola, moradia, liberdade e igualdade para todos, masR
Rcomo bem sabemos, existe uma distância enorme entre o que está escrito e a realidade:
Porque tanto cidadão vive na pior
Sem ter condições de uma vida digna e tranquila
Me responde a essa,
Cidadã Cida!

Ora Zé Fisco
Porque alguns cidadãos
Só querem ter direitos e não deveres
E isso acaba prejudicando outros cidadãos

Além do mais, a cidadania não cai do céuRé uma conquista


Assim como
omo um super herói faz das suas façanhas uma maneira de conquistar o que querR
O cidadão tem que lutar para fazer valer o que está na lei

A lei é feita para todos


Tem mais é que ser cumprida
Se a lei for respeitada,
Fica bem melhor a vida

É isso mesmo Zé Fisco


Se todos lutassem pelos seus direitos e cumprissem seus deveres
Por certo teriam muito melhor
Buscar direitos e cumprir deveres
É fundamental para que todos vivam bem

Por falar em babaquice, acho que está na hora de conferir um rap que fala sobre isso

Um rap sobre os babacas que pensam que são espertos, mas só prejudicam a si e á toda a
população:

O Babaca é aquele que não é um cidadão


Que suja as paredes
E que quebra o orelhão (cabine telefónica)

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Isso aí não é protesto
80
É burrice meu irmão

O Babaca é aquele que deixa a vida passar


Que não age e não luta
Para o mundo melhorarR
O Babaca é aquele que não quer participar!

O Babaca é aquele que sonega a nação


Que não paga seus impostos
Esse aí, é um ladrão
Põe no bolso o que é para o bem do ci
cidadãoR

- Viram só, o rap disse bem, babaquice é não lutar pelos seus direitos e não cumprir seus
deveres.
Gostei de ver Zé fiscoRbabaquice é quebrar o orelhão e “enfeiar” a cidade pichando (sujando)
paredesR
Babaquice é não pagar os tributos (impostos)
Tributos?
ributos? Estava com essa pergunta na ponta da língua, o que é isso mesmo, hein Zé Fisco?

- Ora Cidadã Cida, tributo é uma quantia em dinheiro que o cidadão paga ao poder público.
público
Juntando os tributos de quem deve pagar, o Estado fica com dinheiro para investir no bem-
bem
estar da sociedade, em saúde, educação, moradia, segurança, estradas e saneamento
básicoRem resumo: o Estado fica com dinheiro para investir naquilo que todos precisam para
se ter uma vida bem melhorR

Liberdade, Igualdade
Fica nessa meu irmão
Moradia, mais trabalho, mais saúde, educação
Eu agora me despeço:
Sou Zé Fisco Cidadão

Liberdade, Igualdade
Fica nessa minha irmã
Seja firme, seja forte
Tenha sempre a mente sã
Eu agora me despeço:
Sou a Cida Cidadã !!!

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81

50 Pequenas coisa
coisas que você pode fazer para salvar a Terra
THE EARTH. WORKS. GROUP
EDITORA BEST SELLER

O QUE ESTÁ ACONTECENDO


EFEITO ESTUFA
O LADO BOM
“ O efeito estufa, em condições normais, mantém o planeta aquecido. Certos gases naturais,
presentes na atmosfera, formam uma espécie de coberta que deixa passar a luz do Sol, mas
impede que o calor da superfície terrestre se dissipe ( como as paredes de vidro de uma estufa
de plantas). Essa manta gasosa ``prende o calor junto à superfície e mantém aquecida a
atmosfera”. Globall Warning: The Greenhouse Effect Friends of the Earth
O LADO MAU
“ Actualmente,, a presença de gases industriais vem tornando esse escudo cada vez mais
espesso, `prendendo uma quantidade cada vez maior de calor junto à superfície da Terra. (...)
Isso pode levar
evar a um aumento de temperatura, da ordem de 2 a 4° C, nos próximos setenta
anos. Para comparar: a temperatura média da Terra, nos últimos 18 mil anos, desde o começo
da civilização, sofreu variação de apenas 1,6° C.” - The Greemhouse Crisis Foudation
O LADO FEIO
Os gases da estufa:
Dióxido de Carbono (CO2).
Responsável por cerca de 50% do efeito estufa. Por ano, a humanidade joga na atmosfera 6
bilhões de toneladas deste gás ( 1,5 bilhão só nos EUA ).
Principais fontes de CO2: queima de fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural)e destruição
das matas, ocorrendo libertação de CO2 pela queima das árvores e também, quando serradas.
Clorofluorcarbonos (CFCs).
Gases que contêm átomos de cloro, flúor e carbono, responsáveis por 15 a 20% do super
aquecimento total e ainda pela destruição da camada de ozono que envolve a Terra.
Metano
18% do efeito estufa. Produzido pelo estrume de gado nas plantações de arroz e pela
adubagem do solo.
Óxidos de nitrogénio
São 10% do efeito estufa. Formados pela queima de combustíveis fósseis, por microrganismos
e pela decomposição de fertilizantes químicos.
Ozono ( O3)
Resulta da poluição provocada por veículos a motor usinas e refinarias.

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A POLUIÇÃO DO AR
O QUE O VENTO NÃO LEVA
Apesar das leis de protecção ambiental, milhões de pessoas vivem em áreas consideradas
críticas quanto à qualidade do ar que respiram. Os veículos a motor, refinarias e indústrias
químicas lançam poluentes na atmosfera numa escala de bilhões de toneladas por ano.
O QUE POLUI
Poluentes
s mais importantes: monóxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogénio.
Também o ozono resultante da combinação de óxido de nitrogénio com hidrocarbonetos, à luz
do Sol, é perigoso para a saúde quando ocorrem em camadas próximas da superfície terrestre.
t
DE ONDE VEM
Existe certa contaminação da atmosfera provocada por processos naturais, como a poeira
transportada pelo vento. Mas a maior parte é causada pelo homem e se deve aos produtos de
combustão: fumaça (da
da queima da madeira, carvão e óleo, em fornos industrias e domésticos ;
monóxido de carbono e de chumbo ( dos carros, ônibus e veículos a motor em geral); óxidos
de nitrogénio e dióxido de enxofre (sobretudo da queima do carvão).
ALERTA CINZENTO
“ O ar poluído pode gerar alergias, afecções respiratórias, cardiovasculares e cancerosas.
Também para a saúde das plantas e animais ele causa sérios problemas, e até sobre os
objectos inanimados exerce efeito
efeitos corrosivos. (...) No Brasil, o problema da poluição do ar é
bastante grave, tanto nos gran
grandes centros como nas pequenas cidades industriais do interior.
Um exemplo tristemente famoso é o de Cubatão (SP), que produzia mais de trinta mil
toneladas de poluentes do ar. O resultado é que essa cidade chegou a possuir um dos mais
elevados índices mundiais
iais de anecefalia infantil (ausência ou atrofia do cérebro em recém –
nascidos) direitamente relacionada com a poluição.” António Lago / José Augusto Pádua, O
que é Ecologia, Ed Brasiliense
A CAMADA DE OZONO
VOA, VOA, VOA.....
“ Bem alto, muito acima da nossa cabeça, existe uma frágil, invisível camada de gás ozono
(O3), que protege a superfície terrestre da perigosa radiação ultravioleta que compõe, junto
com outras, a luz solar. A camada de ozono tem se conservado por milénios.”
....E DESAPARECE
“ O homem,
em, contudo, esta destruindo esse escudo protector.. Os cloroflucarbonos (CFCs) e
outros produtos químicos criados pelo homem já alcançam a estratosfera, tendo sido detectado
a altitudes que vão de 10 mil a 30 mil metros. Nessa altitude é que as moléculas se
s partem,
liberando desse modo os átomos que destroem o ozono.” NRDC
O QUE SÃO CFCs
Os clorofluorcarbonos são usados em centenas de produtos, inclusive como gás propulsor para
aerossóis. Isso porque são de baixa toxicidade, não inflamáveis e bastantes estáveis, quer

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dizer, não se decompõem com facilidade. Justamente por causa dessa estabilidade é que
83
permanecem como são, por mais de 150 anos. Os CFCs sobem lentamente e alcançam a
altitudes de até 50 mil metros. È aí que, submetidas à radiação ultravioleta, as moléculas de
CFCs se “ quebram”, liberando átomos de cloro, que passam da forma passiva para a activa
um único átomo de cloro destrói cerca de 100 mil moléculas de ozono,
ozono antes de cair
novamente sobre a superfície da Terra, anos depois. No mínimo 3% da camada de ozono já
está destruída pela atenção dos CFCs.” Curtis a Moore, International Wildlife
E DEPOIS?
“ À medida que o ozono vai sendo destruído nas camadas mais altas da atmosfera, a superfície
da Terra começa a receber maior quantidade de radiação u
ultravioleta,
ltravioleta, que é causa do
surgimento de cânceres de pele e catarata ( doenças dos olhos ), além de reduzir a resistência
a infecções. Quanto maior a carga de radiação ultravioleta, pior o efeito sobre a saúde humana,
sobre as colheitas e as populações ma
marinhas. Nenhum ser humano está a salvo destes efeitos
perversos.” - Worldwactch paper 87 – The Worldwatch Institute
O LIXO TÓXICO
CRESCE O PROBLEMA
Tem aumentado nos últimos anos, o impacto ambiental do lixo tóxico, potencialmente poluidor.
Os Estados Unidos
os acumulam mais de uma tonelada desse lixo por habitante. No Brasil,
somente o Estado de São Paulo produziu em 1998 mais de 918 toneladas de resíduos
industriais tidos como perigosos
RESTOS INDUSTRIAIS
“ Os países industrializados produzem quase 70 mil di
diferentes
ferentes substâncias químicas, a maior
parte das quais não chega a ser convenientemente testada. A falta de cuidado e critério no uso
e na destinação final destas substâncias acaba por causar a poluição de nossa comida, da
água, do ar, e ameaça os ecossist
ecossistemas dos quais dependemos para viver.” Citizem´s Guide to
Global Issues Coalition for a Global Tomorrow
NA PRESSA O RISCO
“ Os produtos químicos já se tornaram parte indispensável de nossa vida diária.
Todos nos beneficiamos das substâncias químicas presen
presentes
tes nos plásticos, nos detergentes,
nos aerossóis, sem perceber o alto custo que representam. De modo geral, estes produtos
acabam se incorporando à água ou ao solo através dos sistemas de adubagem, de drenagem
ou da rede de esgotos.” Guide to Hazardows Household Products, The Clean Water Action
Project
... QUE VOLTA CORRENDO
“ Embora nem sempre os consumidores saibam, há uma estreita relação entre os objectos e as
embalagens de plástico que compram o problema da poluição tóxica. Muitos dos produtos
químicos
cos usados na fabricação dos plásticos são altamente tóxicos. Da lista dos vinte resíduos
potencialmente poluentes, os cinco primeiros são de produtos químicos empregados na
industria de plásticos.” Wrapped in Plastics, Environmental Action Foundation

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A CHUVA ÁCIDA
84
COMO OCORRE
“ O dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogénio são jogados na atmosfera pelas usinas
eléctricas movidas pelo carvão e pelos motores dos veículos. Na atmosfera, estes produtos
entram em reacção química (...) e volta à Terra na form
forma de chuva ou neve corrosivas, com alta
concentração de ácidos. Esta chuva ou neve destrói a fauna e a flora nos rios, atinge florestas
e causa até erosão de prédios e monumentos.” Cleaning Up the Outdoors
GOTAS DE ÁCIDO
O número de pH é usado em Química p
para
ara medir a acidez. A chuva com pH abaixo de 5,0 é
considerada ácida. Na Alemanha, o índice de acidez chega a 4,3. No Rio de Janeiro, já caiu
chuva com índice médio de 4,6. Nos Montes Apalaches (EUA), a chuva é dez vezes mais ácida
do que nas áreas vizinhas,
s, de menor altitude, e cem vezes maior do que chuva não poluída.
Quando atinge valor 2 mil vezes maior ( já observado nos Apalaches), a chuva é tão ácida
quanto o suco de limão. No Brasil, a região industrializada do Sudeste já regista incidência de
chuva ácida. Sabe-se
se também que os ventos levam estes poluentes quilómetros adiante,
sendo assim possível a contaminação de uma vasta área, distante do foco poluidor.
MENOS ENXOFRE!
“ O dióxido de enxofre é o componente primário da chuva ácida em grande número de regiões;
usinas termoeléctricas a carvão total de emissões dessas substâncias nos EUA.
Uma das maneiras de reduzir energia eléctrica.” ACÇÃO RÁPIDA
“ Precisamos fazer alguma coisa, e logo! Ou muito em breve já não sobrarão nem florestas com
que nos preocupar, num futuro próximo, a devastação pela chuva ácida alcançará até as
regiões desabitadas. Se a poluição continuar a crescer ao ritmo dos últimos anos,
anos em poucas
décadas quase não haverá árvores em nosso território.” Jonh Seymour e Herbert Girardet,
Girardet
Blueprint for a Green Planet
A FAUNA AMEAÇADA
EXPANSÃO URBANA
“Em 1980, a Terra tinha 4,4 bilhões de habitantes. Em 1990, já somos 5,2 bilhões. A cada dia
uma parcela desta população invade áreas até então reservadas á fauna e á flora nativas.
Florestas são derrubadas. Várzeas, oceanos, calotas polares, pradarias vão sendo invadidas
pelo homem.” VÃO INDO...
“ A extinção de espécies animais prossegue em ritmo acelerado. Nosso planeta perde três
espécies por dia. Nesse ritmo
ritmo, podemos chegar a três espécies por hora, em apenas dez anos.
No ano de 2000, é provável que 20% do total de espécies que habitam a Terra estejam
perdidas para sempre.” The Nature Conservancy
... E SE FORAM
“ Até o ano de 2000, se for mantido o nível de matança actual,, praticamente estarão
estar extintos os
elefantes no continente africano.” Revista Defenders

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PATOS MORTOS
“ A julgar pela população sempre decrescente de patos selvagens, a região lacruste do
continente americano – habitat de várias espécies nativas - deve estar enfrentando severas
agressões. O. U. S. Fish and Wildlife Service estima que 66 milhões de patos selvagens
migraram para o Sul no Outono de 1988: formaram 08 milhões a menos do que no ano
anterior. Worldwatch Magazine
TODOS SÃO IGUAIS
“Apenas algumas espécies de mamíferos – mais populares e considerados ‘simpáticos’, como
baleias e golfinhos – são protegidos e recebem tratamento legal adequado. Mas é importante
cuidar da preservação de outras espécies, sobretudo dos insectos,, de determinados peixes,
dos anfíbios, dos répteis
is e da flora em geral, sob pena de quebrarmos os elos essenciais que
mantêm coesos os diferentes ecossistemas.” Brian Gaffney, The Ecology Center Newsletter
A POLUIÇÃO DO SUBSOLO
ESTAMOS NAUFRAGANDO
“ Nos oceanos se encontra armazenada 97% da água do plan
planeta,
eta, e 2% do total está
congelada. Para consumo humano, usamos o 1% que resta – 04 triliões de litros por dia -,
obtido na superfície da Terra (em rios, lagos e nascentes) ou extraídos do subsolo.” The
National Coalition Against Pesticide Use
UMA FONTE PRECIOSA
“Actualmente,, quase 60% da população mundial depende da água do subsolo para beber. Não
é de surpreender, assim, que a descoberta da contaminação do subsolo, em muitos países,
tenha gerado tanta preocupação.” Velma Smith Environmental Action
DE ONDE VEM?
“ A água que se cumula no subsolo é a água que penetra na rocha, através de fendas e da
porosidade existentes na superfície. Boa parte desses reservatórios naturais são de água pura.
Em vários casos, ela permanece anos, ás vezes séculos, sem ser usada. Mais de 90% das
reservas de água potável do planeta estão no subsolo, no chamado lençol freático.” The Water
Pollution Control Federation
O PROBLEMA
Gasolina e outros líquidos poluentes acabam vazando de seus reservatórios e misturam-se à
água do subsolo.
bsolo. Vazamento de fossas sanitárias, agro tóxico e resíduos químicos também
causam contaminação. Um caso grave ocorreu em 1987: o lixo químico não tratado do Pólo
Petroquímico de Camaçari, Bahia, foi absolvido pelo solo e infiltrou-se no lençol freático da
região do rio Capivara Pequeno, considerada a mais importante reserva local de água mineral.
A SOLUÇÃO
“Não conhecíamos o subsolo (...
(...),
), não sabíamos o quanto ele é vulnerável à poluição. Agora,
só continuaremos a ter água potável se fiscalizarmos melho
melhor a qualidade da água que corre
sob nossos pés.” The Water Polluition Control Federation

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QUANTO LIXO
86
FALTA DE ESPAÇO
São montanhas e montanhas de detritos, “lixões” urbanos oficiais ou clandestinos e até
“exportação” de lixo dos grandes centros para cidade
cidadess do interior, ou devido ao esgotamento
de aterros sanitários e à falta de usinas de compostagem. Somente São Paulo produz 12 mil
toneladas por dia, e o lixo domiciliar cresce 5% ao ano.
... E O PLÁSTICO AVANÇA
“Ninguém sabe estimar a quantidade de restos de plásticos que sujam os oceanos.
Fala-se
se em cerca de 160 mil toneladas, apenas em embalagens e linha de pescar, jogadas ao
mar a cada ano por pescadores e marinheiros. E outras milhares de toneladas do lixo individual
de banhistas, dos barcos de passeio e das fábricas.”
RESÍDUOS PERIGOSOS
Uma parte do lixo industrial (7% ou cerca de 190 mil toneladas/ano
/ano na região metropolitana de
São Paulo) é composta de materiais considerados perigosos: resíduos sólidos ou mistura de
sólidos cuja inflamabilidade, poder corrosivo e toxicamente podem trazer riscos à saúde
pública. Inúmeros pontos de despejo de lixo perigoso estão em áreas de protecção de
mananciais, onde se capta a água. Esses lixões e aterros muitas vezes são frequentados por
comida, papel, roupas e utens
utensílios. Há ainda a presença de animais – porcos e vacas – que se
alimentam de resíduos contaminados, também ajudando a espalhar o perigo.
O PROBLEMA
“O problema da destinação final do lixo é consequência de um modo de vida baseado no
preparo e consumo rápidos
os de produtos e na facilidade existente em ‘ jogar no lixo’. Nos
últimos trintas anos, o lixo do mundo multiplicou
multiplicou-se
se por três, principalmente por
embalagens.”Renew
Renew America
A SOLUÇÃO
“ O poder público e as indústrias precisam juntar forças para construir mais aterros e
incineradores, além de adoptar
tar a reciclagem. O bom senso recomenda: desperdiçar menos e
reciclar mais.”
POUPAR ÁGUA E ENERGIA É POUPAR A NATUREZA
“Alto rendimento, em termos de energia, significa obtermos os mesmos resultados, ou
melhores, com
om menor consumo.” Cristopher Flavin e Alan B. Durning
Depois do “choque de petróleo” e da crise energética dos anos 70, já nos familiarizamos com a
idéia de que é preciso economizar energia. Combustíveis alternativos como o álcool, aparelhos
domésticos e aquecedores bem regulados poderão fazer nossas despesas diminuir bastante.
Energia solar ainda é cara por causa do equipamento necessário, mas em poucos anos poderá
compensar o investimento... E, daí em diante, o lucro será todo nosso. Um argumento de peso!
peso
Mas até aqui ainda não estamos considerando o meio ambiente como um todo. E, em função
disso, cria-se
se a impressão de que economizar energia – e água – não é assunto relevante para
a ecologia. Afinal, que diferença pode fazer tomar banhos mais rápidos e andar
ndar mais a pé, em

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relação ao meio ambiente já tão maltratado, e há tanto tempo? A resposta é simples: muita,
87
enorme diferença!
Se você queima menos óleo, carvão ou madeira, haverá menos emissão de dióxido de carbono
e outros gases venenosos na atmosfera. Com isto o aquecimento da superfície do planeta
começará a voltar em equilíbrio.
Se as usinas termoeléctricas não precisarem queimar tanto carvão, haverá menos chuva ácida,
menos erosão do solo e menor poluição do ar.
Com menor consumo de electricidade
electricidade, haverá quantidade menor de lixo radioactivo,
radioactivo no caso
de usinas nucleares, e menos barragens para as hidroeléctricas terão de ser construídas,
evitando inundação de vastas áreas de terra produtivas.
Menor quantidade de petróleo extraído do solo significa meno
menorr agressão à fauna e à flora dos
locais de perfuração, menor quantidade de óleo a ser transportado e menor risco de acidente
com os grandes petroleiros.
Quanto à água, poupá-la
la não é providência a ser tomada apenas em tempo de seca, quando
as represas entram
am em estado crítico. Cada gota de água desperdiçada é uma gota a menos
em um rio ainda não poluído, em uma corredeira necessária á desova dos peixes, em um
riacho que da vida e um vale densamente povoado. Ou a um vale simplesmente lindo.
O consumo controlado
ado de água reduz também a quantidade de produtos químicos e de energia
necessários ao tratamento e a purificação dos esgotos. Reduz
Reduz-se
se a quantidade de energia para
levar a água até a sua casa e para aquece
aquece- lá. E, já que o aquecimento é o segundo
responsável
vel pelo consumo doméstico de electricidade,, isto não é pouca coisa!
Mas que ninguém pense que, por ser pouca, uma coisa deixa de ser importante. Se é para
poupar a natureza, as mínimas atitudes são sempre muito bonitas. A tarefa hercúlea de
devolver ao homem equilíbrio em que sempre se manteve com relação ao seu habitat, deixa de
ser assustadora, se a dividimos em várias partes – de modo que possamos, nós mesmos, em
nossa vida pessoal, tratar e ir mudando de ideias e hábitos. As lâmpadas e chuveiros
ch de alto
rendimento, por exemplo, são a prova consciência ecológica. E, na verdade, as pequenas
mudanças que introduzimos em nossas vidas já vêm tendo considerável impacto
no total da energia poupada.
Quando pela primeira vez falou
falou-se em crise de energia, em 1973, até as previsões mais
optimistas - de que nossa taxa de crescimento teria de ficar limitada a um aumento de, no
máximo, 20% no consumo de energia - partiam do pressuposto de que teríamos de reorganizar
nossa vida em nossa vida em sociedade para alcançar algum sucesso, ainda que modesto. Em
1987, o mundo consumiu 44% menos energia do que fossem mantidos os velhos hábitos de
desperdício e de mau uso de nossos recursos. E isto sem a necessidade de medidas drásticas,
sem passar frio em casa, sem esquecer o conforto do automóvel, sem precisar desligar a
televisão.
Podemos economizar energia pela adopção de medidas simples, de baixo custo, que implicam
apenas em pequenas alterações nos nossos hábitos. Uma boa notícia, aliás, para todos

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aqueles que, de um modo ou de outro, estejam preocupados em salvar a Terra! Katina Lutz,
88
revista Home Energy
ATITUDE SIMPLES
ADOTE UM DETERGENTE LIMPO
O mercado brasileiro consome anualmente 300 mil toneladas de detergente em pó e 150
mil toneladas de detergente liqui
liquido
Os fosfatos, compostos químicos à base de fósforo, são encontrados na maior parte dos
detergentes. Os fabricantes empregam essas substâncias porque elas separam os óleos e
gorduras das superfícies que estão sendo limpas. Infelizmente, os fosfatos apresentam
aprese graves
consequências a ecologia. Na água de um rio por exemplo, esses produtos causam a chamada
”maré vermelha”, isto é, super fertilizam as algas, fazendo-as
as crescer e ritmo acelerado.
Quando a alga morre, no fim de seu ciclo natural de vida, a bacté
bactéria
ria necessária para sua
decomposição é mobilizada em altíssimas quantidades e o processo químico do qual participa
utiliza todo o oxigénio do meio ambiente, em prejuízo das demais formas de vida daquele
determinado nicho ecológico. Ao fim de pouco tempo, ttodo um ecossistema está ameaçado.
VOCÊ SABIA?
Muitos detergentes também contêm alvejantes e enzimas, que “ quebram” as moléculas de
proteínas como as de ovo e do chocolate (manchas muitos comuns nas roupas). Cuidado!
Esses produtos podem causar alergia.
O QUE FAZER
Use menor quantidade de detergente. De acordo com a revista americana Consumer Report,
os fabricantes recomendam o uso de quantidades superiores à necessária.
Compre detergentes biodegradáveis, que se decompõem e agridem menos ao meio ambiente.
Certifique-se
se de que o detergente é biodegradável, pois existem muitos produtos não
regulamentados sendo comercializados no Brasil.
Procure alternativas. Uma mistura de bicarbonato de sódio e água serve para limpar banheiros,
cozinhas e tapetes. Sal de cozi
cozinha
nha pode ser útil no polimento e vinagre banco destilado,
misturado meio a meio com água, é óptimo para limpar vidros, azulejos e vasos sanitários.
Utilize limão para polir metais e solução de azeite par tirar manchas da madeira.
MUDE OS HÁBITOS NA COZINHA
A produção brasileira de embalagens, entre papelão, vidro, alumínio e folha de flandres, está
perto dos 04 milhões de unidades ( 3,94 milhões em 1989)
A cozinha é um excelente lugar para se começar a criar uma nova consciência ecológica,
integrando-a a seu
u dia a dia. Cada vez que você decidir alterar um velho hábito, substituindo-o
por uma atitude de preocupação com o meio ambiente, estará contribuindo para a mudança de
hábitos do país. Em alguns casos, talvez seja preciso trocar um produto barato por outro
outr um
pouco mais caro, porque neste momento, com a pequena demanda, as soluções alternativas
nem sempre são as mais baratas do mercado. Mas, com certeza, à medida que a procura por
produtos alternativos aumentar, os preços começarão a cair.

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VOCÊ SABIA?
Seus
s filtros de café, tolhas de papel e outros utensílios só são branquíssimos porque foram
alvejados por processos químicos. O processo de alvejar, apesar do efeito estético, tem o
grave defeito de criara a dioxidina, um produto altamente tóxico, que está se
sendo
ndo despejado nos
rios e mananciais.
Em muitos casos, o papel é alvejado, mesmo que para ser usado apenas uma vez e jogado
fora. Por exemplo nos filtros descartáveis de café.
Para tornar aderente o filme transparente de PVC (usado para embalar alimentos) os
o
fabricantes usam “plastificantes” que, em contacto com o alimento, os contaminam.
A folha de alumínio é feita de bauxita, minério muito encontrado no norte do Brasil, onde a
floresta amazónica é devastada para se tirar a bauxita do solo.
O QUE FAZER
Reaproveite as embalagens para guardar comida na geladeira, em vez de usar papel
– Alumínio ou filme de PVC.
Use coador para café de pano ou de “vida longa”, já disponível no mercado (esse filtro de café
substitui 02 mil filtros descartáveis e vai no mesmo suporte plástico que os filtros de papel).
Na cozinha, use panos em vez de toalhas de papel. Depois é só lavá
lavá-los e reutilizá-los
reutilizá
.PEGUE O TELEFONE
Parece bobagem? Que efeito tem o telefone sobre o meio ambiente? Na verdade, este
utensílio da civilização moderna pode ser exactamente valioso para a colecta de informações.
De que adiante as pessoas guardarem latas e garrafas para ser recicladas, se não sabem onde
entregá-las?
Não há dúvida de que é um item de extrema importância, por isso convidamos você a começar,
por sua conta, sua própria pesquisa. Leia este livro, familiarize
familiarize-se
se com alguns termos e com as
questões que levantamos aqui... e ponha mão á obra! Saia pela sua cidade e veja o que
encontra. Com certeza as surpresas serão muitas.
Telefone à empresa
a que lhe manda as contas de luz:
Informe-se
se se podem enviar um técnico a sua casa, para uma revisão de fiação interna e
externa.
Pergunte se existem folhetos informativos sobre a racionalização do consumo de energia
eléctrica.
Telefone à empresa que lhe m
manda as contas de água:
Pergunte se recomendam algum modelo especial de torneiras ou chuveiros que consomem
menos água. Peça folhetos ou qualquer material de divulgação relativos à economia de água
domiciliar.
Telefone ao serviço de atendimento ao consumid
consumidor de sua cidade:
Indague sobre produtos nocivos à saúde que estejam à venda no mercado.
Telefone a um centro de reciclagem de materiais:

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Como encontrá-lo?
lo? Procure nas Páginas Amarelas. Telefone à Administração
90
Regional da Prefeitura mais próxima de sua ca
casa,
sa, ou para a Secretaria do Meio Ambiente
Ligue para lá. Pergunte que materiais recolhem, se têm colecta domiciliar ou se você pode
entregar o material na própria usina.
Veja o que encontra nas páginas amarelas sobre:
- Reciclagem
- Serviços relativos ao meio
eio ambiente
- Serviços de lavagem de fraldas de pano
NÃO PINTE COM QUALQUER TINTA
Os americanos consomem 12 milhões de litros de tinta por dia, enquanto o consumo brasileiro
é aproximadamente 2,4 milhões de litros por dia.
Pintura as casa. Uma decisão importante. Você deve escolher não apenas a nova cor, mas
também o tipo de tinta que vai usar, o que fazer com a tinta que sobrar... Todas essas
respostas devem levar em conta o impacto que terão sobre o meio ambiente.
VOCÊ SABIA?
De acordo com as autorida
autoridades
des especializadas da cidade de San Francisco, nos Estados
Unidos, a tinta de parede e seus assemelha
assemelhados
dos são responsáveis por 60% de dejectos
potencialmente poluentes lançados no meio ambiente por pessoas (não pelas indústrias).
Estão incluídos nessa lista as tintas a óleo, o toners,, os solventes e os produtos para
polimento. O pigmento que dá a cor à tinta a óleo é produzido quase sempre a partir de metais
pesados, como o cádmio e o dióxido de titânio.
Não apenas tinta óleo é tóxica; são tóxicos também os elementos a partir dos quais a tinta é
produzida, além dos dejectos de processo de fabricação. Sempre que o dióxido de titânio é
usado, por exemplo, resultam detritos líquidos, e este “lixo” contém ácido sulfúrico, metais
pesados e hidrocarbonetos clorados
clorados.
Em hipótese alguma jogue tinta sobre a terra, sob o risco de contaminar o subsolo.
Nem deixe aberta as latas de tinta a óleo, pois os produtos resultantes da evaporação são
altamente tóxicos.
O QUE FAZER
Manuseie cuidadosamente os restos de tinta. Se a tinta for látex, deixe a lata aberta, ao ar livre,
para que o líquido evapore, e jogue os resíduos sólidos na lata de lixo. Mas não pense que o
processo de evaporação é rápido: pode levar, às vezes, até um ano.
Limpe cuidadosamente os pincéis(no caso do lá
látex).
tex). Não os lave sobre a grama ou a terra: a
tinta infiltra-se
se e alcança o subsolo. De preferência, lave
lave-os
os numa pia, em água corrente, pois
assim a tinta será levada para uma estação de tratamento de água.
Procure se desfazer de maneira racional dos rest
restos de tinta: venda-os
os ou doe para alguém que
precise.

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É PNEU QUE NÃO ACABA MAIS
A produção anual de pneus no Brasil está em torno de 25 milhões de unidades.
Os pneus têm grande impacto sobre o meio ambiente, muito maior do que você imagina. Com
manutenção adequada, é possível economizar e energia e os recursos gastos em sua
manufactura;; assim, você ajuda a evitar a poluição gerada pela fabricação de borracha,
economiza gasolina e diminui a quantidade de problemas criados “lixões” de pneus. ( Os
pneus,
neus, pela forma que têm e pelo fato de não serem biodegradáveis, acumulam água parada,
local perfeito para a proliferação de mosquitos, inclusive o da dengue, que ainda é um grave
problema de saúde no Brasil.)
VOCÊ SABIA?
Aproximadamente 250 milhões de pn
pneus
eus são jogados fora por ano apenas nos Estados
Unidos. Existem bilhões de pneus atulhando os depósitos de lixo americano.
É preciso meio barril de petróleo bruto para produzir a borracha de um único pneu de
caminhão.
Velocidade mais baixa desgasta menos o pneu. A 105 km/h o pneu se desgasta 50% mais do
que se estivesse a 80 km/h.
Pneus radiais fazem aumentar a quilometragem por litro de combustível.
Os pneus nacionais têm garantia de cinco anos, a partir da data de fabricação. A garantia
cobre defeitos de mão de obra, processamento de matéria
matéria-prima.
prima. O consumidor que tiver
dúvida sobre a qualidade dos pneus de seu carro pode solicitar uma análise em em qualquer
revendedor autorizado, mas de preferência no local onde a mercadoria foi comprada.
De acordo com os
s fabricantes, os pneus sem câmara são mis seguros e duram mais tempo.
A pressão dos pneus.
Pouca gente sabe que a calibragem dos pneus tem influência sobre o meio ambiente.
A calibragem correcta não só ajuda a preservar o pneu, evitando o desgaste de modo desigual
ou seja prejudicado pelo super aquecimento
aquecimento,, mas também economiza combustível.
Se o pneu do carro estiver apenas 30% abaixo da pressão recomendada, poderá metade de
sua vida útil. Leia o manual do proprietário para conhecer as especificações do fabricante
fa para
o seu modelo de automóvel.
Reciclando
Tiras ou “retalhos” de borracha podem ser misturados ao asfalto para a pavimentação de
estradas, playgrounds e pistas de atletismo. Através da mistura da borracha, pode-se
pode aumentar
a vida útil das áreas pavimentadas em mais de 400% e reduzir a quantidade de materiais
empregados no revestimento.
Pneus de carros, caminhões e outros veículos podem ser recauchutado, mas os pneus
excessivamente gastos ou com cortes laterais, bolhas etc. ficam excluídos da recapagem ou
recauchutagem. A vida útil de um pneu recauchutado é de 30 a 40 mil quilómetros – se for
pneu comum – e de 80 a 100 mil quilómetros – se for pneu radial.

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No Brasil, muitas empresas clandestinas estão no ramo da recauchutagem. E já que os pneus
92
novos
os e recauchutados têm a mesma aparência, não se arrisque: compre de loja com tradição
no mercado.

O QUE FAZER
Compre pneus de maior vida útil. Se não quiser recapá
recapá-los, venda-os para recapagem, pois
assim não serão misturados ao lixo comum.
Controle atentamente a pressão dos pneus de seu carro, mas faça isso sempre com os pneus
frios.
Faça um rodízio de pneus a cada 05 mil quilómetros – os pneus ligados à tracção do carro, se
desgastam mais rapidamente.
Periodicamente, alinhe a direcção e balanceie as rodas.
Quando trocar um pneu velho por um novo, recomenda
recomenda-se
se trocar também a câmara, pois ela
perde a elasticidade e as dimensões originais.
NÃO ENTRE EM FRIA
São fabricadas no Brasil uma média de 720 mil geladeiras por ano.
Os especialistas em energia nã
nãoo se cansam de repetir que é possível poupar bastante energia
com a simples providência de manter em boas condições de uso os electrodomésticos,
electrodomésticos como
os refrigeradores.
Isto é fácil de dizer. O difícil é saber o que fazer. A seguir, damos algumas dicas de como
economizar energia, mas é apenas um começo; procure mais informações nas empresas
fornecedoras de energia eléctrica de sua cidade.
VOCÊ SABIA?
Mais de 25% do consumo de electricidade nos apartamentos urbanos é relativo apenas ao
consumo dos refrigeradores.
Geladeiras duplex consomem 108kw ao mês, enquanto as comuns consomem 30kw ao mês.
Se você mantiver seu refrigerador ou freezer apenas 5° abaixo da temperatura indicada pelo
fabricante, seu consumo de energia aumentará em 25%.
Quando abrimos a geladeira,
ra, o ar frio escapa e o ar quente entra. para voltar à temperatura
anterior(mais baixa), a geladeira irá gastar mais energia do que simplesmente tivesse de
manter o frio.
Geladeira cheia consome menos energia. A comida retém o frio.
O QUE FAZER
Verifique se há uma camada fina de gelo sobre os alimentos. Se isso acontecer, diminua a
temperatura.
Cubra os alimentos para evitar a formação de gelo.
Não coloque o refrigerador perto do fogão ou de outra fonte do calor.
Verifique periodicamente a borracha que ved
vedaa a porta da geladeira, pois ela impede a entrada
de humidade no aparelho e, consequentemente, evita desperdício de energia.

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Mantenha as portas da geladeira sempre limpas
93
Para um melhor funcionamento, limpe uma vez por ano o condensador, que fica no fundo ou
em baixo da geladeira. Há escovas especiais para esse serviço.
Cuidado com geladeiras velhas, pois são uma ameaça ao meio ambiente. O gás CFC usado no
sistema de refrigeração pode vazar, ameaçando a camada de ozônio que envolve o planeta.
DE FORNO E FOGÃO
A produção nacional de fogões é de 100 mil unidades ao mês, parte da qual é exportada.
Preste atenção a sua maneira de cozinhas. Não só nos temperos e ingredientes que você
utiliza, mas também no tipo de panela e na madeira que coze os alimentos. Sua metodologia
de forno e fogão influencia também seu consumo de energia.
VOCÊ SABIA?
Cada vez que se abre a porta do forno, a temperatura em seu interior diminui entre
15 e 25 C°. E, para aquecer o forno novamente, será necessário mais gás ou electricidade.
Isto significa energia – e dinheiro – desperdiçada.
O forno de microondas está se tornando mais popular, mas atenção: ele consome 2 400 W/
hora e a energia eléctrica,, no Brasil, é mais cara que o gás.
Torradeiras consomem menos energia que fornos.
Panela de
e água tampada ferve mais rápido do que panela destapada.
Panelas de vidro ou cerâmica absorvem mais calor, por isso consomem menos energia.
O QUE FAZER
Tampe a panela se estiver fervendo água e alimentos.
Procure deixar a tampa do forno fechada ao máximo possível quando estiver assando.
“Ouça” a comida que você está preparando, bem como as panelas que utiliza. Se escutar
assobios, ruídos agudos ou qualquer barulho anormal, talvez o fogo esteja muito alto.
Use panelas menores para economizar energia (demora mais tempo para aquecer uma
superfície maior) e panelas de pressão (apressam o cozimento).
A chama deve apresentar coloração azulada. Se estiver amarelada, é sinal de que os
queimadores estão desregulados ou
u sujos. Limpadores de cachimbo são perfeitos para
par
desentupir as entradas de gás.
REGULE O MOTOR DO CARRO
Na região metropolitana de São Paulo circulam 05 milhões de veículos, lançando 06
toneladas de poluentes por dia.
Os carros representam uma séria ameaça á ecologia. No Brasil, porém, contamos com um
agravante: existem três tipos de gasolina sendo comercializados (com 22% de álcool, 13% e
0%), para motores a gasolina fabricados para funcionar com mistura de 22% de álcool (os
motores a álcool funcionam com 3% de gasolina). Isso atrapalha o controle da poluição.
VOCE SABIA?
A gasolina que usamos no Brasil contém chumbo, o que representa um terrível risco para o
meio ambiente. Lançando à atmosfera pelo escapamento dos veículos, o chumbo pode causar

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disfunções no fígado, rins e cérebro. O monóxido de carbo
carbono
no que também é expelido pelos
94
escapamento dos veículos, o chumbo pode causar disfunções no fígado, rins e cérebro. O
monóxido de carbono que também é expedido pelos escapamentos o que pode causar
problemas respiratórios.
Carros a álcool produzem 50% menos monóxido de carbono (CO) do que os carros a gasolina.
Mas os carros a álcool produzem os aldeídos, que a longo prazo produzem câncer. Os veículos
movidos a diesel expelem dióxido de enxofre, que podem provocar coriza, catarro e problemas
pulmonares.
Uma redução
edução de 2 a 4% no teor alcoólico da gasolina para automóvel aumenta em 50% a
emissão de monóxido de carbono.
Se todos os carros a álcool da cidade de São Paulo fossem convertidos para gasolina, a
poluição seria inviável viver nesta cidade. Mesmo se toda a frota paulistana fosse de carros a
álcool, São Paulo continuaria poluída.
Preocupado coma a poluição, o governo brasileiro criou em 1986 o Proconve( Programa de
Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). A meta q
que em 1997 os carros
brasileiros
os passem a emitir 02 gramas de CO por quilómetros rodado (hoje, esse níveis
alcançaram 24 gramas por quilómetros rodado, nos carros produzidos a partir de 1988).
Noventa por cento da poluição paulistana provém dos veículos a motor. Na campanha da
Cetesb (Companhia
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental entre 29 de Junho e 6 de Julho
de 1990, 63% dos carros foram reprovados quanto à regulagem dos motores, contra 70% nos
anos anteriores.
O QUE FAZER
Evite locais de tráfego intenso; procure roteiros alternativos. Nas grandes cidades,
cidades nem sempre
o caminho mais curto é necessariamente o que toma menos tempo. Em congestionamentos, o
veículo polui duas vezes mais.
Mantenha seu carro bem regulado. É o modo mais simples de economizar combustível. Um
carro bem regulado chega a consumir 9% menos combustível que outro, cujo o motor esteja
desregulado. E isto apresenta 09% menos de emissões tóxicas.
Mantenha um controle rigoroso do rendimento de seu carro por lit
litro
ro de combustível.
Assim, se observar um repentino aumento de consumo, saberá que o motor está precisando de
regulagem.
Não deixe o motor ligado desnecessariamente. Dar a partida consome menos combustível do
que manter o motor funcionando. Em um minuto de motor ligado, o consumo é maior do que
dar a partida novamente.
Mantenha sempre limpos os filtros de ar, velas, carburador, platinado e escapamento: assim
você diminui o seu consumo de combustível.
Não carregue o carro com o peso excessivo. A cada 50 quilo
quilos
s de peso extra que seu carro
carrega, o consumo de combustível aumenta mais de 1%.

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Faça pressão para que as montadoras instalem um conversor catalítico (ou catalisador) nos
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automóveis. Se essa peça fosse instalada, reduziria significativamente os índices de poluição
atmosférica.
Pressione o governo a adoptar
tar uma política de combustível, e assim ajustar o tipo de gasolina
produzido pelo país ao tipo de motor produzido pelas indústrias automobilísticas.
UM ROMBO NO CÉU
Em 1987, a NASA – Agência Espacial Amer
Americana- registrou a maior destruição da camada
de ozono sobre a Antárctida
Antárctida; observou-se
se um buraco dentro de uma faixa de 12 a 22
quilómetros de altura.
Proteger a camada de ozono e um dos maiores desafios que a humanidade já teve
de enfrentar. O problemas é grave e urgente, mas não escapou totalmente ao controle, pois
a camada de ozono ainda existe e nós podemos salva
salva-la.
Para sabermos o que fazer, é preciso entender os mecanismos que vêm causando essa
destruição.
VOCÊ SABIA?
A camada de ozono está sendo des
destruída por gases industriais (os clorofluorcarbonos, ou
CFCs, e halons) presentes nas casas e escritórios em todo o mundo.
No início, os CFCs foram considerados inofensivos, e por esta razão passaram a ser usados
em nível mundial desde 1932.
E ainda são usados. O freon, empregado nos equipamentos de refrigeração, é um CFC.
Algum tipo de poliestireno usados em materiais como o isopor são fabricados pelo
CFCs. Ao contrário do que você pode imaginar, os CFCs são liberados na atmosfera apenas
durante a manufactura desses materiais: também é liberado quando o produto é cortado ou
quando suas moléculas se rompem. Por isso, aquela caixa de isopor que ajudou você a
conservar as cervejas e refrigerantes na praia, durante o final de semana, pode estar, nesse
instante, destruindo átomos da camada de ozono.
Durante muitos anos,, os CFCs foram usados em aerossóis, e ainda são em alguns países. No
Brasil, no final de 1989, esse uso dos CFCs foi proibido pelo Congresso
Nacional.
Alguns extintores de incêndio para uso doméstico utilizam halons como gases propelentes.
Infelizmente, os halons atacam a camada de ozono mesmo que o extintor jamais seja usado,
porque o gás acaba vazando.
Os CFCs também retêm calor, contribuindo para o efeito estufa.
Uma molécula de CFC dura ccem anos na atmosfera.
A produção de CFCs no mundo movimentava, até 1989, a quantia de 28 bilhões de dólares.
O buraco na camada e ozono sobre a Antárctida é maior porque ali a concentração de cloro
activo é maior (na estratosfera, o cloro se dissocia da mo
molécula
lécula de CFC, destruindo
o ozono).

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Os CFCs produzidos no Brasil são usados na produção de refrigeradores ( 70%) e espumas
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(17%); só os aerossóis para uso medicinal contêm CFC.
Os CFCs devem deixar de ser fabricados no mundo até o ano de 2010.
O QUE FAZER
Não compre extintores de incêndio com halons.
Evite espuma de poliestireno. Isso inclui diversas embalagens, como isopor, além de colchões
(evite espumas mais baratas).
Pense bem antes de comprar um ar
ar-condicionado para o aumento de CFC na atmosfera.
Compre
pre apenas aerossóis que não contenham CFC, identificados pelo selo “Não contém CFC”,
ou Inofensivo para a Camada de Ozono”. Melhor ainda é não usar aerossóis, pois mesmo os
que utilizam gases considerados inofensivos acabam agredindo o meio ambiente.
EVITE
E AS SACOLAS PLÁSTICAS
De acordo com a entidade ecológica SAVE A TREE, é preciso uma árvore de 15 a 20 anos
de idade para fazer apenas setecentos sacos de papel.
Quando vamos ao supermercado, parece óbvio e natural guardarmos nossas compras em
sacos de papel
el pardo ou sacolas de plástico. Mas será que esses bilhões de sacos e sacolas
que carregamos todos os anos são realmente necessários?
Em geral, sacos de plásticos parecem mais práticos que os de papel mas não são
biodegradáveis, além de serem fabricados a partir do petróleo, um recurso natural não
renovável.
Os sacos plásticos, se jogados ao mar, podem acabar matando os animais marinhos, que são
estrangulados ou engasgam ao engolir essas embalagens.
A tinta usada no saco plástico contem cádmio, um metal pe
pesado
sado e altamente tóxico.
Assim, cada vez que um saco plástico impresso à tinta é incinerado, gases tóxicos são
liberados na atmosfera.
Alguns supermercados italianos já suspenderam o uso de sacolas de plásticos.
Os sacos de papel, por outro lado, são reuti
reutilizáveis
lizáveis e biodegradáveis, mas também agridem o
meio ambiente. Os sacos de supermercado são feitos de papel de virgem, não reciclado,
porque os fabricantes afirmam que é necessário empregar papel de fibra longa, mais
resistente, para o transporte de mercadorias pesadas.
Em 1988, foram distribuídos no Brasil cerca de 80 mil toneladas de sacos plásticos e de papel.
Nos Estados Unidos, começa a ser fabricado um plástico feito a partir do amido de milho, que
não polui e se decompõem um ou dois anos.
O QUE FAZER
Papel ou plástico? Pense duas vezes antes de escolher qualquer um dele no caso de compras
pequenas. Reutilize os sacos posteriormente; os de papel são recicláveis.
Melhor ainda: quando você for ao supermercado, leve uma sacola de pano ou uma outra
também resistente, ou ainda o carrinho de feira.

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COMO É BONITO O MEU JARDIM
97
No mundo como um todo, os 15% mais ricos da população consomem um terço dos
fertilizantes do planeta.
O cuidado com o jardim está entre as actividades que raramente associamos à preocupação
com o meio ambiente. Porém, se você pensar que só nos Estados Unidos existem
aproximadamente 80 mil quilómetros quadrados de gramado e cerca de 600 triliões de mudas
de grama plantadas, você perceberá que o problema de aguar, adubar e cortar a grama
gr de
todos estes jardins ganha importante dimensões, principalmente em nível mundial.
Há alguns anos, os especialistas descobriram que grande parte da água consumida
em jardins residenciais seria para o cultivo de plantas que dificilmente se adaptariam às
à regiões
onde estavam sendo plantadas. Testes realizados demonstraram que plantas nativas que
consumiam 54% menos água, eram mais saudáveis é correcto o ponto de vista ecológico, mas
também resulta em jardins mais bonitos e saudáveis.
Dicas para tornar seu
u jardim mais saudável
É perfeitamente possível manter um jardim saudável sem o uso de pesticidas químicos.
Entre em contacto com alguma entidade local, como o Departamento de Parques e Jardins da
prefeitura, para se informar sobre as plantas nativas.
Regue seu jardim de manhã cedo. Durante o dia, a evaporação de água é maior e à noite
aumenta o risco de proliferação dos fungos na grama.
As plantas que exigem pequenas quantidades de água não são apenas os cactos. Há centenas
de espécies que se adaptam p
perfeitamente
erfeitamente bem aos solos secos, como jasmins, glicínias e
narcisos.
Boca de leão, lilases e magnólias atraem borboletas no jardim de sua casa. Chame pássaros
com amendoim, árvores frutíferas e comedores.
Não faça queimadas de folhas e restos de grama, po
pois
is isso libera vapores tóxicos.
Não coloque piso de concreto em seu jardim, pois o concreto impede os raios solares de
atingirem o solo. Opte por pedras, tijolos, madeira, ou ardósia, em cobrir totalmente a terra.
Cavocar a terra melhora a drenagem e afast
afasta os insectos que se alimentam de raízes.
Plante antes da lua nova, pois a gravidade ajudará a planta a fixar as raízes.
SE LIGUE NAS PILHAS
No Brasil, são consumidas anualmente de 800 milhões a 01 bilhão de pilhas por ano (o
(
consumo americano é de 02 bilh
bilhões de unidades).
As pilhas que você usa, por exemplo, em lanternas, rádios e câmaras fotográficas, têm
influência sobre o meio ambiente. Talvez você ache difícil de acreditar. Mas as pilhas que
usamos diariamente em casa contêm metais pesados, que são tóx
tóxicos.
Deles, o mais
is comum é o mercúrio, que já pode ser considerado uma das principais fontes de
contaminação em inúmeros depósitos de detritos, perigosos ao meio ambiente.
As pilhas não são recicláveis; são jogadas fora no lixo doméstico, levadas aos depósitos
depó e lá se
enferrujam e acabam se abrindo, liberando assim o mercúrio e o cádmio, que penetram no

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solo. No caso de serem incineradas junto com o lixo, as pilhas liberam os mesmos metais na
98
atmosfera, em forma de vapores tóxicos.
VOCÊ SABIA?
A exposição prolongada ao mercúrio é a causa de doenças graves e pode, inclusive, provocar
alterações de comportamento. Por volta do século 17, os fabricantes de chapéus - que usavam
mercúrio para tratar o feltro e as peles que trabalhavam – começaram a agir de modo estranho.
Como ninguém sabia que aqueles homens estavam desenvolvendo problemas típicos de
envenenamento por mercúrio, foram simplesmente tratados por loucos. Daí a expressão “doido
como chapeleiro”, muito usada no idioma inglês e incorporada à literatura por Lewis Carroll em
Alice no País das Maravilhas,, na figura do Chapeleiro Maluco.
Pilhas alcalinas são mais económicas
económicas,, duram em média sete vezes mais do que pilhas
comuns. Consequentemente, poluem menos.
O índice de mercúrio nas pilhas brasileiras é de 2%, contra 0,8% nos países europeus, onde é
maior a preocupação com a ecologia.
Nos Estados Unidos, 75% das pilhas usadas são alcalinas – 01% de mercúrio -, enquanto no
Brasil apenas 08% são alcalinas.
Cerca de 50% da produção ameri
americana
cana de mercúrio e 25% de cádmio é consumida na
fabricação de pilhas.
Nos Estados Unidos e na Europa já se fabricam pilhas recarregáveis, mas não existe precisão
de se fabricar tais pilhas no Brasil. Os fabricantes alegam que o custo é muito elevado.
O QUE FAZER
Procure usar cada vez menos aparelhos que necessitem de pilhas, ou opte por aparelhos que
possam ser ligados à tomada ((eléctricos). Muitos equipamentos electrónicos que
aparentemente só funcionam com pilhas, podem ser usados na electricidade,
electricidade por meio de um
conversor (informe-se
se nas lojas de material electrónico).
Use calculadoras que se recarregam com energia solar.
Para fazer a pilha render mais, deixe
deixe-a
a sempre na embalagem quando não estiver usando-a;
mantenha longe de outros equipamentos, caso co
contrário pode haver perda de energia .
Colocar as pilhas na geladeira para que não se descarreguem é pura crendice popular.
Pilhas grandes duram 32 vezes mais que as pilhas pequenas. Se puder, escolha produtos que
utilizem as pilhas maiores.
Evite comprar brinquedos
rinquedos movidos a pilha. Com a publicidade que é veiculada hoje com dia,
principalmente na televisão, a criança costuma pedir ao pai que compre brinquedos
electrónicos. Substitua-os
os por brinquedos que despertem mais a criatividade – e que não sejam
movidos a pilha.
Pressione os fabricantes brasileiros para diminuir o teor de mercúrio das pilhas e para produzir
pilha recarregável!

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BANQUE O DETETIVE
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O lar de uma família média americana possui hoje maior quantidade de produtos químicos do
que um laboratório de cem anos atrás.
Substâncias tóxicas existem em espantosa quantidade dentro de nossa casa, escondida por
toda parte, nos artigos de limpeza e até nos produtos que usamos para a higiene pessoal.
Quando utilizadas, essas substâncias representam um perigo não apenas para você e sua
família, mas também para o ecossistema, a partir do momento em que são fabricadas, até
serem jogadas no lixo.
O que há de mais ameaçador em relação a isso é o fato de que fortunas são gastas, todos os
anos, para nos convencer da necessidade desses produtos, de quanto são úteis e
indispensáveis a nossa vida. Porém, a única verdade é que são perigosíssimos.
Felizmente, existem alternativas, produtos naturais de custo mais baixo e de fácil utilização,
que podem ser usados em substitu
substituição aos produtos comerciais de alto teor tóxico. Basta um
pouco de atenção e “faro de detective
detective” para encontra-los.
VOCE SABIA?
Um pouco não pode ser considerado como não tóxico apenas porque é o que está escrito no
rótulo. Não existem leis que obriguem o
os fabricantes a informar, no rótulo, a verdadeira fórmula
de um produto, desde que o mesmo seja considerado “aprovado para o consumo”, segundo os
padrões de saúde pública. Talcos infantis, por exemplo, muitas vezes contêm amianto
(partículas de amianto podem
em causar pneumoconiose – uma doença pulmonar – e até câncer
de pulmão, e inaladas).
A expressão “não - tóxico” no rótulo de um produto, de modo geral pouco significa.
Segundo a publicação Making The Switch, as indústrias americanas consideram não tóxico
qualquer
ualquer produto que se enquadre nas especificações de órgãos oficiais de fiscalização. Em
alguns casos, por exemplo, podem indicar que morreram menos de 50% das cobaias expostas
as produto durante duas semanas, seja por inalação ou por ingestão.
As substâncias
cias químicas disponíveis no mercado crescem de maneira alarmante. O governo
americano já listou 63 mil substâncias químicas comercializadas desde 1975; em média, são
introduzidos no mercado 1.500 novos produtos por ano.
O QUE FAZER?
Descubra o tóxico oculto:
O método mais seguro é recorrer à literatura especializada, como revistas sobre ecologia e
saúde.
Compre ou prepare produtos alternativos:
Ao adoptar soluções alternativas, em substituição aos produtos tóxicos, você reduz o risco de
contaminação para sua família, para você próprio e para o planeta. Apresentamos a seguir
alguns exemplos que servem como “aperitivo”; cabe a você também mobilizar seu “faro de
detective”” e assim descobrir mais alternativas naturais, mais saudáveis e, não raro, mais
baratas do que os produtos industrializados.

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São tóxicos:
100
Os produtos para limpeza de fornos.
Alternativa:
Usar água quente e palha-de--aço ou bicarbonato de sódio.
São tóxicos:
Os “purificadores de ar” em latinhas. A rigor, não purificam nem perfumam nada.
Apenas obstruem o nariz, recobrindo as mucosas com gotículas de óleo. Muitos deles contêm
xileno (tóxico para aparelhos digestivo e respiratório, pele e olhos), etanol e naftalina.
Alternativa:
Mistura de ervas naturais ou vinagre com suco de limão.
São tóxicas:
As bolinhas de naftalina, comummente usadas para espantar traças, contém naftaleno puro,
que afecta o fígado.
Alternativa:
Sacos
s com lavanda, lascas de cedro ou óleo de cedro. Mantenha as roupas sempre limpas
para evitar o acúmulo de ovos de traça.
São tóxicos:
Aerossóis para repelir insectos
insectos,, pois trazem em sua fórmula tetrametrina e fenotrina, ambos
altamente danosos para a vida aquática e para as abelhas. Essas substâncias são
consideradas “moderadamente tóxicas” pela Organização Mundial de Saúde, embora 15
gramas delas já tenham causado a morte de uma criança.
Alternativa:
Faça uma mistura de açúcar queimado, melado e água. Disponha em tiras sobre um papel de
coloração amarronzada. Essa é uma armadilha para insectos bem menos tóxica.
Mantenha a cozinha sempre limpa. Para espantar baratas faça uma mistura de farinha, gesso
calcinado, açúcar e bicarbonato de sódio
sódio. Se quiser se livrar de formigas, espalhe borra de café
em pequenos pires ou outro recipiente aberto.
ABAIXO O ISOPOR
Todos os anos, os american
americanos
os produzem copos descartáveis de isopor em quantidade
suficiente para dar a volta na Terra 436 vezes.
VOCÊ SABIA?
A espuma de poliestireno é totalmente não - biodegradável. Daqui a quinhentos anos, aquela
embalagem de isopor em que serviram seu hambúrguer ontem ainda estará sujando a
superfície da Terra.
Por causa de sua estrutura molecular – com vazios entre as moléculas -,, o isopor ocupa muito
espaço em relação ao seu peso. Por isso, congestiona ainda mais os lixões urbanos, já
saturados.
O isopor é uma grave ameaça à vida marinha, pois flutua nos oceanos e parte-se
parte em pequenos
pedaços, que podem ser confundidos com alimentos pelos peixes e outros animais marinhos.

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Quando, por exemplo, uma tartaruga marinha come isopor, altera seu mecanismo de flutuação
101
e mergulho. Sem poder mergulhar, acaba morrendo de fome.
O QUE FAZER
Não existe isopor seguro. Simplesmente deixe de usá
usá-lo.
lo. Não aceite embalagens de ovos de
isopor, prefira as de papelão, que são geralmente recicladas. Recuse também carne e outros
alimentos em bandejas de isopor.
Nas lanchonetes de fast-food,
food, não aceite comida que venha em embalagens de isopor. Exija
pratos de papel, que podem ser reciclados. Nos Estados Unidos, uma rede de lanchonetes
começou a usar embalagens recicláveis de
devido à pressão dos ecologistas.
NEM TUDO QUE NADA É PEIXE
Estima-se
se que cerca de 50% das praias brasileiras estão poluídas por esgotos, vazamento
de petróleo ou efluentes líquidos (lixo tóxico).
Imagine uma praia paradisíaca no Brasil. Não seria de espanta
espantarr que essa maravilha da
natureza esteja contaminada. A poluição, muitas vezes invisível ao olho humano, é formada
por bactérias e produtos químicos das mais diversas composições. Ao nadar em águas
contaminadas, você arrisca a saúde e corre o risco de pegar infecções, hepatite, desidratação
e outras doenças.
VOCÊ SABIA?
Segundo cálculos de 1980, um projecto de despoluição da baía de Guanabara custaria
em torno de 1 bilhão de dólares. Existem ali redes de esgotos clandestinas e legais, e são
lançados os mais diversos tipos de lixo em suas águas.. Em Maio de 1988, as praias do
Leblon e Flamengo apresentavam taxas de 500 a 16 mil coloformes fecais (bactérias) por
100 ml de água do mar – a taxa satisfatória é de 01 mil coliformes fecais por 10 ml segundo
a Cetesb.
O rio Paraíba é outro exemplo da poluição de nossas águas. Em seus 1 137 quilómetros de
extensão recebe esgotos de mais de quarenta cidades do Vale do Paraíba (em 1986 foram
jogadas 200 toneladas por dia, das quais 360 quilos são materiais pesado como o cádmio,
chumbo e cromo). Apesar de todos esses detritos, o rio é responsável pelo abastecimento de
água de 1,5 milhão de pessoas e ainda desagua toda a sua poluição no mar. Nesta situação
estão vários rios brasileiros.
Ao norte de Salvador, na Bahia, está ssendo
endo ampliado o Pólo Petroquímico de Camaçari, que
gera lixo tóxico, despejado no mar. Das 140 mil toneladas/ dia de detritos tóxicos que serão
produzidos, a empresa promete eliminar a toxicidade de 90% do total.

O QUE FAZER
Cobrar do governo uma polític
política de controlo da poluição das águas.
Colabore não jogando lixo nas praias (leve sempre um saco para recolher detritos ) e
promovendo multidões de limpeza – junto às prefeituras. Não leve cachorros à praia.

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Se as águas estiverem escuras e espumantes, procur
procure outra praia.
102
Depois de um dia de chuva, evite banho de mar, pois as águas das redes pluviais – às quais se
ligam os esgotos clandestinos – vão dar na praia.
APAGUE A LUZ
São consumidas no Brasil uma média de 5 milhões de lâmpadas por ano.
Accione o interruptor
ruptor de luz...e imagine como este gesto afecta o meio ambiente. Pode parecer
estranho, porque não estamos habituados a pensar na questão da iluminação como um
problema doméstico, quase que particular; algo que acontece dentro, e não fora de nossos
lares. No entanto, a iluminação doméstica no Brasil é responsável por 20% do consumo total
de energia no país (nos Estados Unidos, a proporção é a mesma). Isso significa que nossos
hábitos domésticos, relativos à iluminação da casa e nossas escolhas em relação a este
consumo têm um significativo impacto ecológico. Quanto mais energia for consumida, mais
usinas hidroeléctricas terão de ser construídas, acentuando
acentuando-se a devastação da flora e da
fauna Existem vários métodos de se racionalizar a iluminação doméstica. O mais óbvio é
conservar e economizar energia, como apagar luzes que não sejam necessárias. Outro
método, menos óbvio e mais eficaz, é usar lâmpadas de baixo consumo e alto rendimento.
VOCÊ SABIA?
Anualmente, os americanos compram cerca de 1 bilhão de lâmp
lâmpadas.
Lâmpadas fluorescente são mais caras, porém mais económicas do que as lâmpadas
incandescentes, convencionais. As fluorescentes de um quarto a um terço de energia dos
bolbos comuns; por exemplo, uma lâmpada incandescente de 60 w tem vida útil de aproximada
de 750 horas, enquanto uma lâmpada fluorescente de 20 w fornecerá a mesma iluminação,
com a vida útil de até 7.500 horas.
Ao trocar uma lâmpada tradicional por uma fluorescente, você estará contribuindo para evitar
500 quilos de CO2 sejam lançados à atmosfera, durante o período de vida útil da lâmpada
convencional.
Substituir as lâmpadas convencionais por fluorescentes pode pesar um pouco mais no seu
bolso na hora da compra, mas certamente a longa vida dessas lâmpadas tornará as reposições
bem menos frequentes.
Há 100 milhões de residências nos Estados Unidos. Se uma única lâmpada fluorescente for
instalada em cada uma dessas residências, será economizada a energia equivalente a
aproximadamente o consumo de 60 milhões de lâmpadas incandescentes.

O QUE FAZER
Pense na possibilidade de substituir alguma lâmpada incandescente por fluorescente em sua
casa.

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Atenção! Uma única lâmpada incandescente é eficaz do que duas menores, instaladas em um
103
lustre. Uma única lâmpada de 100 w, por exemplo, oferece ilumin
iluminação idêntica à de duas
lâmpadas de 60 w e economiza electricidade.
Nos lustres de três soquetes, experimente usar apenas duas lâmpadas. Mas, por medida de
segurança, coloque uma lâmpada queimada no soquete vazio.
Experimente usar lâmpadas incandescentes d
dee maior rendimento do que as comuns
– são as chamadas “longa vida”, que equivalem a seis lâmpadas comuns de 115 w ou duas de
200 w. Também estão disponíveis no mercado lâmpadas incandescentes mais económicas;
assim, você pode substituir a lâmpada de 60 w p
por uma de 54 w e a de 100 w
por uma de 90 w.
Troque suas lâmpadas quando elas começarem a falhar. As lâmpadas rendem apenas
80% do fluxo inicial no fim de sua vida útil, gastando a mesma quantidade de energia.
Tire o pó das lâmpadas. Por incrível que pareç
pareça,
a, lâmpadas empoeiradas gastam mais energia.
Da energia que uma lâmpada consome, apenas 10% se transformam em luz, o resto se
converte em calor. Por isso, aproveite mais a luz do sol para leituras e trabalhos – é de graça e
não polui.
O DIA-A-DIA DA SAÚDE
O cigarro é fonte mais comum de poluentes em escritórios, residências, restaurantes e centros
de lazer – constitui 80% da poluição
Seu bem-estar está directamente ligado à ecologia. Sua maneira de se vestir, de comer, seus
hábitos e passatempos influenciam o meio ambiente.
VOCÊ SABIA?
O homem encontra-se
se no fim da cadeia alimentar e a poluição tende a matar primeiro os
predadores finais. Assim, por exemplo, a poluição dos mares atinge os microrganismos
marinhos e larvas de peixes em doses que não são suficientes para matar.
Esses animais marinhos vão acumulando substâncias tóxicas durante a vida, até servirem de
alimento para peixes maiores, que também vão acumulando toxinas; esses peixes, por sua
vez, alimentam focas e baleias, que acumulam ainda mais substâncias tóxicas. O homem come
esses peixes com toxinas, além da carne de gado e tantos outros alimentos contaminados pela
poluição.
O QUE FAZER
Cuidado com o flúor que você ingere (em creme dental, na água de algumas cidades
e em muitos alimentos, por causa do solo onde são cultivados). Mais de 4mg por dia pode
causar problemas nos dentes e nos ossos.
Corte o cloro presente em alvejantes, desinfectantes e outros produtos de limpeza.
Ele também é usado na fabricação de papel, no refino de açúcar, na manufactura de tintas e
corantes e na prevenção de vegetais congelados. O cloro é uma substância química muito
relativa e combina –se
se com outros elementos químicos que se tornam perigosos para
p o meio
ambiente e para a saúde.

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Evite meias de nylon.. Elas foram inventadas pela empresa química americana DuPont,
104
em1938. Nesse primeiro ano foram vendidos 03 milhões de pares de meia. Na época,
pareciam durar mais do que as meias de seda; hoje em dia
dia,, porém, viraram artigo descartável.
Cuidado! Meias de nylon não são biodegradáveis e podem causar problemas de saúde. Use
meias de algodão ou, simplesmente, não use meias.
Doenças menos
nos graves, picadas de insecto e ferimentos leves podem ser tratadas com
produtos naturais, como ervas, mel etc.
Em nosso dia –a –dia
dia estamos expostos à radiação. A tela do televisor libera um modesto nível
de radiação electromagnética
electromagnética, que pode afectar crianças pequenas se estiverem sentados
próximo à tela. Tente não assistir à televisão durante longos períodos de tempo e fique pelo
menos 02 metros do televisor.
Monitores de computador também emitem radiação, prejudicial ao digitadores. Por isso, se
você está trabalhando com computadores, faça intervalos regulares de hora em hora, ande um
pouco, de preferência ao ar livre. Mulheres grávidas devem evitar o contacto com
computadores.
A maior fonte de energia radioactiva absorvida provem dos raios X, por isso se vitais para se
exponha a eles apenas o estritamente necessário. Quando for tirar alguma radiografia, proteja
o resto do seu corpo com algum tipo de avental a base de chumbo, em especial os órgãos de
reprodução. Mulheres grávidas não podem tirar radiografias.
Evite lavagens a seco. Nesse tipo de lavagem são usados solventes em
m vez de água; os mais
comuns são os triclorofluoretileno (um CFC) e percloroetileno, ambos tóxicos. O contacto a
longo prazo com estas substâncias pode causar danos aos órgãos do corpo e aumentar o risco
de câncer, além de provocar náuseas e tonturas. Já foram registados casos de desmaios de
pessoas que transportavam no carro roupas recém – lavadas a seco e ainda húmidas. Alguns
dos solventes usados também destroem a camada de ozono e deveriam ser banidos. Por isso
evitem roupas que necessitem de limpeza a seco e caso contrário, pendure - as ao ar livre
antes de usá-las ou guardá-las;
las; dessa maneira os produtos químicos irão se dispensar no ar.
Evite lençóis e tecidos que dispensam o uso de ferro de passar. De acordo com a publicação
americana The Nontoxical Home, esses tecidos são tratados com resíduos de formaldeído, “
aplicados de tal forma que o formaldeído prefira fibras naturais ou, pelo menos diminua os
cigarros que você consome por dia. Além de ser prejudicial à saúde, a fumaça do cigarro
queimando é mais poluente do que a expelida pelo fumante.
ANIMAIS EM EXTINÇÃO
Nas décadas de 70 e 80 dobrou o número de animais em extinção no Brasil,
Brasil de 86 espécies
para 202 espécies. Sete foram consideradas extintas.
Dez por cento de todas as espécies vivas do plane
planeta
ta estão ameaçadas de extinção.
Obcecado pelo lucro fácil, o homem mata indiscriminadamente. Mas, como consumidor.
Você tem nas mãos um grande poder. Use
Use-o
o para defender a sobrevivência das
da espécies
ameaçadas.

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VOCÊ SABIA?
105
Em 1979 existiam 1,5 milhão de ele
elefantes na África; actualmente,, são 750 mil. Nesse ritmo, os
elefantes estarão extintos no ano 2000.
Os rinocerontes também estão ameaçados de desaparecer do planeta. Eles têm sido caçados
há mais de mil anos e em 1987 existiam apenas alguns milhares de animais. A caça ao
rinoceronte se deve a uma antiga superstição, segundo a qual seu chifre tem poderes mágicos
e medicinais.
O mercado comum Europeu importa anualmente do Brasil 200 mil papagaios (no mundo, são
comercializados 500 mil). O Papagaio - dourado
o é um dos mais cobiçados pelos
coleccionadores e poderá desaparecer em seis anos. Mas a situação do papagaio
Brasileiro é muito pior: existem apenas quinze exemplares. É vital para os nossos papagaios a
protecção à Mata Atlântica.
A Arainha – Azul – de - Lear é uma das espécies da fauna brasileira mais ameaçada de
extinção. Restam apenas 61 aves no norte da Bahia, onde estão sendo perseguidas pelos
fazendeiros por invadirem as plantações em busca de milho.
No Pantanal, milhões de animais são mortos todos o
os anos.
A situação das baleias,, golfinhos, peixes – boi, tartarugas e outros animais marinhos também é
preocupante.
O QUE FAZER
Não compre marfim, peles ou quaisquer produtos extraídos de animais em perigo de extinção.
O boicote é a grande arma do consumid
consumidor. Recentemente, na Islândia,, a carne de baleia teve o
seu preço diminuído e muitas baleias foram salvas por pressão dos consumidores.
Participe de movimentos a favor da preservação dos consumidores. Não cace por desporto.
HISTÓRIAS DE PESCADOR
O Brasil poderá
oderá ficar, dentro de alguns anos, sem cardumes de sardinha, se continuarem
sendo apanhados peixes que nem sequer atingiram a idade de reprodução.
Os dados do Instituto de Pesca do Estado de São Paulo traduzem a situação da pesca
predatória no Brasil: em 1973, uma frota de duzentos barcos pescou 228 mil toneladas de
sardinha nas costas brasileiras. Em 1986, o total pescado caiu para 125 mil toneladas. Em
1989, com uma frota de quatrocentos barcos, foram apanhadas apenas 82 mil toneladas de
sardinha.
VOCÊ SABIA?
Mais de 6,5 milhões de golfinhos já foram mortos no planeta, sem nenhum interesse comercial,
pelos pescadores de atum. Usando enormes redes, os pescadores cercam os cardumes de
atum que nadam junto com os cardumes.
Os botos da barra do rio Tramandaí (litoral RS) foram considerados protegidos por decreto
municipal no início de 1990. Essa região é considerada uma das principais do reduto da
espécie do Brasil.

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Durante o séculos os brasileiros do litoral se dedicaram à caça das tartarugas e a colher seus
106
ovos, o que levou a espécie à quase extinção (em Pernambuco e o Ceará as tartarugas não
existem mais).
Das três espécies as peixe- boi existente no mundo, duas são encontradas no Brasil – a fluvial
na Amazónia e a marinha na costa. Por ter carne de boa qu
qualidade,
alidade, os pescadores captura e
comercializam esse animal indiscriminadamente. Sua captura foi proibida em 1973 pelo IBDF,
instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.
A moratória de cinco anos à caça das baleias terminou em 1990, mas foi prorrogada por mais
um ano. Apesar disso, países como o Japão, Noruega e Islândia continuam desrespeitando o
acordo. No Brasil, podem desaparecer em breve as baleias francas, jubarete e azul.
A pesca indiscriminada também ameaçada o krill, pequeno crustáceo que é a base alimentar
de peixes, pinguins , focas e baleias na Antárctida.
O QUE FAZER
Enquanto indivíduos, nossa única arma continua sendo o boicote. Apoie movimentos de
protecção ás baleias e outros animais marinhos.
O MELHOR AMIGO DO CÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a população de cachorros na cidade de São
Paulo corresponde a 10% da população humana.
Você não quer que seu cachorro ou gato de estimação tenha pulgas. Evidentemente.
Mas também não deseja que seu animal seja envenenado com coleiras pest
pesticidas.
icidas. Nem aceita
a idéia de contaminar o meio ambiente quando tiver de jogar fora a coleira e outros produtos
tóxicos anti - pulgas que existem no mercado. Felizmente, há alternativas.
VOCÊ SABIA?
Existem mais de 100 milhões de cães e gatos nos Estados U
Unidos.
As coleiras anti- pulgas jogadas no lixo urbano são uma ameaça ao meio ambiente, devido aos
produtos químicos tóxicos que contêm.
O pesticida usado nessas coleiras pode causar problemas neurológicos aos animais.
animais A pele do
gato ou cachorro. A pele do gato ou cachorro absorve os produtos químicos da coleira e
acabam exalando vapores tóxicos que matam os insectos.
O QUE FAZER
Faça óleo de frituras cítricas para combater as pulgas. Pegue cascas de laranja ou toranja
(grape-fruit), triture -as de maneira que soltem um óleo e depois misture com um pouco de
água. Espalhe o líquido com as suas mãos sobre a pele do animal. Lembre-se
Lembre de usar as
apenas as cascas, não fruta, o que deixaria o animal melado.
Misture alho cru na comida do animal. Por alguma razão, a
as
s pulgas odeiam alho, que serve
também como vermífugo natural.
Uma dieta saudável deixa os animais menos susceptíveis a parasitoses.
Não compre animais em extinção e só dê animais de presente se tiver certeza de que eles
serão bem – vindos em seus novos la
lares.

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QUE PAPELÃO!
107
Se o mundo reciclasse metade do papel que consome, 40 mil quilómetros quadrados de terras
seriam liberados do cultivo de árvores para a indústria de papel.
Devido ao alto consumo de papel em todo o planeta, florestas estão sendo destruídas
destruída para em
seu lugar serem plantados eucaliptos, utilizados na produção de papel.
Porém , os eucaliptos, absorvem muita água da terra , afectando o equilíbrio do solo. Isso pode
causar erosão e danos ecológicos, pois incontáveis espécies de animais deixarão de existir
com o fim das matas. Além disso, as árvores absorvem grande parte do gás carbónico
presente na atmosfera; sem as árvores, o gás carbónico permanecerá no ar, contribuindo para
o efeito estufa.
VOCÊ SABIA?
Todos os anos, 310 milhões de caixas de lenços de papel são consumidas na Grã - Bretanha
(lenços de papel não são recicláveis). Se cada habitante do planeta utilizasse uma de lenço de
papel por mês, não haveria mais árvores no mundo.
Se o desmatamento persistir, até o final do século mais de 01 milhão de espécies de animais
serão extintos, única ocorrência desse tipo nos últimos 65 milhões de anos.
É necessária uma floresta inteira – mais de 500 mil árvores – para se produzir os jornais que os
americanos consomem semanalmente. O americano médio u
utiliza aproximadamente 2 600
quilos de papel por ano, enquanto o consumo de papel “per capita” no Brasil foi de 28 quilos
em 1989.
Produzir papel a partir de papel “ velho “ consome cerca de 50% menos energia do que fabricá-
lo a partir de árvores; utiliza--se 50 vezes menos água, além de reduzir a poluição do ar em
95%.
O papel virgem poderia ser substituído pelo reciclado em vários produtos, sem comprometer a
qualidade; porém, como no Brasil a demanda de papel reciclado é pequena, seus preços
tendem a ser superior
uperior ao do papel virgem. Desta maneira, sua produção não chega a ser
comercialmente interessante. A maior parte do material reciclado é usado em embalagens e na
fabricação de papel absorvente (papel higiénico, lenços e toalhas de papel).
Cada tonelada de
e papel reciclado representa 03 metros cúbicos de espaço disponível nos
aterros sanitários. (Aterros sanitários é um depósito de lixo fiscalizado e que segue certas
normas técnicas, servindo para nivelar terrenos públicos.)
O Brasil produz anualmente cerca de 4,700 toneladas de papel e apenas 30% são reciclados.
Algumas empresas começam a se preocupar com o meio ambiente. A Bahia Sul
Celulose, por exemplo, reservou 30% de área de 101 mil hectares na sua cidade de Mucuri
para preservação e reconstituição da mata natural.
O QUE FAZER
O papel de jornal é provavelmente, o material de mais simples reciclagem, uma vez que não há
casa onde não existam jornais velhos. Começar por aí pode ser um bom método para alterar
os hábitos.

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Guarde os jornais:
108
Não jogue fora os jornais velhos.
Separe as pilhas diferentes: revistas de papel brilhante e capas impressas em cores, que não
são tão facilmente recicláveis.
Organize-se.
se. O primeiro passo para um programa pessoal de reciclagem de jornais é criar, em
casa, um lugar onde se possa guardá
guardá-los, sempre.
Recicle
Descubra algum lugar perto de sua casa que compre materiais para reciclagem. Para isso,
telefone à regional da prefeitura mais próxima e se informe. Outra opção é procurar
nas Páginas Amarelas.
RECICLE VIDRO
O Brasil fabrica anualmente cerca de 01 milhão de embalagens de vidro; somente 30% desse
volume é reciclado.
A humanidade produz vidro há aproximadamente 3 500 anos. De um modo geral, o vidro é
obtido a partir da mistura de três ingredientes: areia, carbono de sódi
sódioo e carbonato de cálcio. A
mistura é submetida à temperatura de 1 300 C°, até que se dissolva e se torne transparente,
quando então é resfriada. Esse processo consome muita energia; no entanto, quando 10% de
cacos de vidro são introduzidos na composição da matéria-prima, economizam-se
economizam 25% de
energia, além de poluir menos a atmosfera.
VOCÊ SABIA?
Anualmente, os americanos jogam fora 28 milhões de embalagens de vidro, o suficiente para
encher até o topo as torres gémeas do World Trade Center em Nova York, um dos maiores
edifícios do mundo.
A energia economiza com a reciclagem de uma única garrafa é suficiente p
pa
ara manter acesa
uma lâmpada de 100W durante quatro horas.
Todos os tipos de garrafas e potes de vidros podem ser reciclados infinitas vezes.
Mas devem ser separados os cristais, lâmpadas, espelhos e vidros planos.
A garrafa retornável, como a de refrigerante e cerveja, é utilizada em média 30 vezes.
As garrafas one-way,
way, sem retorno, consomem três vezes mais energia na sua fabricação do
que as garrafas de vidro reciclado.
Uma tonelada de cacos reciclados significa uma economia de 80 quilos de petróleo.
Como o vidro é um material que demora para se recompor, a garrafa que você joga no lixo hoje
poderá ainda estar sobre a superfície da Terra no ano de 3000.
Em países como a Grã – Bretanha, Alemanha e Suíça existem “ bancos “ de garrafas, onde a
população deposita as garrafas já utilizadas. Em muitas cidades americanas e canadenses, o
lixo já é recolhido de maneira selectiva, o que começa a acontecer no Brasil.
Em alguns países, o preço dos produtos embalados em garrafas inclui um depósito, que será
devolvido ao comprador quando ele devolver o recipiente vazio.
No Brasil, apenas duas indústrias de embalagens de vidro investem na reciclagem.

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O QUE FAZER
109
Comece com
om uma reciclagem básica:
A maneira mais simples para se começar a reciclar vidro doméstico é conseguir algumas latas
de lixo, de modo que você possa separar o vidro dos outros materiais. Se preferir, reserve um
lugar para as garrafas e potes de vidro, dentro ou fora de casa.
Por exemplo, reserve num armário uma caixa ou prateleira para as garrafas e potes de vidro,
compre um engradado próprio para guardar garrafas vazias.
Classifique as garrafas pela cor: casco escuro, claro e verde.
Retire as tampas de metal ou plástico do gargalo. Mas, se preferir ou for mais fácil para você,
deixe os rótulos de papel.
A lavagem das garrafas usadas é recomendável, mas não indispensável. Cuidado apenas para
não atrair insectos indesejáveis.
Depois que tiver um lugar par
paraa guardar o vidro, sua tarefa não lhe tomará mais de quinze
minutos por semana.
Se você for mais ambicioso:
Inicie uma campanha de arrecadação de garrafas e doe os fundos para alguma instituição de
caridade.
Faça campanha pelo “ vale – garrafa”. Em alguns Estados americanos, 90% das garrafas são
devolvidas, o que reduz o volume de lixo sólido em 8%, em 50% o volume de garrafas
espalhadas pelos lixões.
RESULTADOS.
Todo o vidro que você guarda para reciclar é efectivamente reaproveitando para a produção de
vidro novo.
O emprego de vidro reciclado significa menor consumo de recursos naturais. Apesar de a areia
ser matéria – prima abundante, é indispensável peneirá
peneirá-la e transportá – la, e o mesmo
acontece com os demais produtos que entram na composição do vidro. Os processos de
fabricação gastam energia e geram grande quantidade de detritos industriais. É possível
alcançar uma redução de até 80% dos detritos empregando -se,, na produção de vidro, 50% de
vidro reciclado.
COMPRE CERTO
O serviço de limpeza urbana da cidade de São Paulo calcula que, por dia, perto de 12 mil
toneladas de lixo são recolhidas – quantidade que, se espalha em um campo de futebol,
alcançaria 4 metros de altura.
Não desperdiçar antes mesmo de comprar, essa é a idéia. Tudo tem seu preço, e a maneira
como você decide gastar seu tempo e dinheiro pode afectar o bem – estar do planeta. Não
custa nada perder alguns segundos lendo rótulos de produtos ou pensando duas vezes antes
de efectuar a comprar, optando por artigos duráveis, reutilizáveis ou recicláveis
ecicláveis em vez bens
descartáveis, não recicláveis. Escolher é colocar em prática seu poder de consumidor.
VOCÊ SABIA?

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De cada 11 dólares que os americanos gastam em comida, 1 dólar corresponde apenas à
110
embalagem. Na verdade, gastam mais no pacote em que embrulham a comida do que os
agricultores recebem pelo pagamento de seus produtos.
Só os Estados Unidos produzem cerca de 10 bilhões de toneladas de lixo sólido por ano, e
mais de 75% do lixo sólido urbano é feiro de material reciclável.
O Brasil produz em média 18 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos e 60% desse
total é de material reciclável.
A cidade de São Paulo gasta todos os anos 120 milhões de dólares para eliminar 4,5 toneladas
de lixo (o dobro da quantidade da década de 50).
Quase 30% do plástico produzido nos Estados Unidos é usado em embalagens.
Os americanos movimentam 2,5 milhões de garrafas plásticas por hora.
Anualmente, as usinas de reciclagem de lixo brasileiras podem fornecer às indústrias 500 mil
toneladas de sucata metálica e 400 mil toneladas de sucata de vidro, o que significaria uma
economia de 80% de energia para essas empresas e para o país.
O QUE FAZER
Ai ir às compras, abra o olho: cada produto que você traz para casa tem um determinado
impacto sobre o meio ambiente. P
Por
or isso, escolha produtos que agridam menos
a natureza.
Compre produtos em embalagens maiores, para o seu consumo semanal ou mensal, conforme
o caso. Alguns supermercados vendem mercadorias a granel.
Compre verduras e legumes por unidades em bandejas de is
isopor.
opor. O mesmo vale para carnes,
frangos, e peixes.
Compre bebidas e refrigerantes em garrafas de vidro, que são “ reenchidas” ou recicladas.
Evite embalagens plásticas, principalmente a s ““ultra- resistentes, que são feitas de vários tipos
de materiais sintéticos
téticos dispostos em camadas, o que as torna menos biodegradáveis.
Compre detergentes biodegradáveis.
SE AINDA QUISER FAZER MAIS...
Ensine seus filhos a comprar “certo”. As crianças são particularmente atraídas por embalagens
coloridas, principalmente as q
que aparecem na televisão. Mas, por outro lado, também são
sensíveis à natureza e à conservação da vida no planeta.
UTILIZE FRALDAS DE PANO
A produção brasileira de fraldas descartáveis está em torno de 400 milhões ao ano.
As fraldas descartáveis foram introduzidas no mercado americano em 1961. Par a maioria dos
jovens pais, as novas fraldas surgiram como uma conquista da tecnologia moderna; são
higiénicas e fáceis de usar – uma solução fantástica para simplificar os cuidados com os
bebés.. Também para os fabricantes, as fraldas descartáveis eram uma bênção, pois
significavam grandes lucros. Mas só com o tempo os problemas começaram a aparecer; o mais
preocupante é a destinação final de tantas fraldas descartáveis, que começam a ameaçar
seriamente o meio ambiente.

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VOCÊ SABIA?
111
Só os americanos consomem por ano 18 bilhões de fraldas descartáveis. O suficiente, em
quilometragem de tecido sintético, para ir e voltar a lua sete vezes.
Aproximadamente 1% da superfície total dos depós
depósitos
itos de lixo americanos é ocupado apenas
com faldas descartáveis, que compõe 4% do lixo doméstico dos lares americanos.
Uma árvore de porte médio precisa ser derrubada para se produzir entre 500 e 1 mil fraldas
descartáveis leva quinhentos anos decompor. A
As
s fraldas de tecido de algodão, que podem ser
decompõem- se no período máximo de seis meses.
reutilizadas em média 100 vezes, decompõem
A polpa da madeira utilizada na fabricação de fraldas descartáveis é alvejada com cloro,
elemento químico nocivo ao meio ambiente e a seus filhos. Também é utilizada uma mistura de
plásticos e absorventes sintéticos.
Os fabricantes recomendam que os consumidores lavem as fraldas descartáveis antes de jogá-
las no lixo, que na realidade pouco acontece. Isso significa que, a cada ano, milhares de
fraldas sujas , potencialmente contaminadas por bactérias e vírus, são lançadas nos aterros
sanitários.
Segundo estimativas de entidades ecológicas Environmental Action, em função do uso
disseminado de fraldas descartáveis, todos os anos milhões de toneladas de fezes são levadas
aos depósitos de lixo americanos e não ao sistema de esgotos. A principal consequência disso
é a possível contaminação das águas do subsolo, principalmente por vírus patogénicos. Foi
publicado num boletim dessa entidade: “Mais de cem diferentes tipos de vírus patogénicos
estão presentes nas fezes humanas, entre eles o dia da poliomielite e o da hepatite”. O
problema da contaminação aumenta com o crescimento do volume de fraldas descartáveis nos
depósitos de lixo.
O QUE FAZER
A resposta não é fácil. Não porque saibamos exactamente o que fazer, mas porque é uma
decisão difícil para a jovem mãe, da a practicidade das fraldas descartáveis.
Se você está disposto(a) a tentar:
Fraldas de pano não agridem o meio ambiente. Os detritos entram no sistema de esgotos da
cidade e são tratados de modo a evitar qualquer risco de contaminação.
Fraldas de pano são mais baratas do que fraldas descartáveis. Faça os cálculos e veja se não
compensa comprar uma secadora de roupas.
Se você não
o tem tempo para fraldas de pano:
Faça prevalecer o bom senso. É possível que, no seu caso, o melhor seja a solução
intermediária: você usa fraldas de pano quando tem tempo para elas, deixando as descartáveis
para ocasiões de “emergência” como viagens, vis
visitas etc.
Uma outra possibilidade é usar fraldas de pano em casa e as descartáveis quando a criança
vai para a creche.
Mesmo com fraudas de pano você vai precisar de calças impermeáveis:

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As fraldas de pano não são tão absorventes quanto as fraldas descartá
descartáveis,
veis, daí a necessidade
112
de calças impermeáveis, para manter seco o seu bebé.. Escolha um modelo que permita a
circulação do ar e que não irrite a pele da criança.
AO TRABALHO NO TRABALHO
Anualmente, os americanos jogam fora papel para dactilografia e folhas pautadas em
quantidade suficiente para construir um muro de 3,5 metros de altura e medindo 4 500
quilómetros,, quase a mesma distancia que vai de Los Angeles a Nova York.
Grande parte das atitudes simples que podem ser tomadas em casa também se aplica a seu
local de trabalho. Nem sempre as mudanças serão muito fáceis, mas o resultado justifica o
esforço. Há uma enorme quantidade de recursos naturais desperdiçados nos escritórios, o que
significa economia em potencial. Com um incentivo extra: você talvez
z seja promovido quando
seu chefe perceber que as alterações que você sugeriu resultaram em maiores lucros para a
empresa.
VOCÊ SABIA?
Os funcionários de escritório, em média, jogam fora a cada ano 500 quilos de material
reciclável de primeira qualidade.
Cada
ada tonelada de papel de escritório reciclada economiza 700 litros de petróleo. O Etetric
Power Research Institute
titute dos Estados Unidos estima que os escritórios poderiam economizar
facilmente 50% da energia eléctrica que consomem por ano se instalassem luminárias
lumi
adequadas, que os economizassem energia sem prejuízo da boa iluminação.
Papel – carbono, papel plastificado, clipes, grampos e fitas adesivas não são recicláveis.
Uma tonelada de aparas de papel reciclada substitui 2 metros cúbicos de madeira necessária
para se obter pasta de celulose, usada na fabricação de papel, o que evita o corte de duas
árvores adultas.
O QUE FAZER
Sozinho:
Você tem todo o direito de promover pequenas reformas, apenas para criar um ambiente mais
agradável. Provavelmente isso nã
não salvará o mundo, mas fará com que você sinta à vontade e
servirá para chamar a atenção de seus colegas para as questões relativas ao meio ambiente.
Por exemplo:
Leve para o trabalho seu próprio copo de vidro e não use os copos descartáveis oferecidos
pela empresa.
Reaproveite os envelopes que puder, colando etiquetas adesivas sobre o endereço do
destinatário e do remetente.
Em grupo:
Organize campanhas para recolhimento de vidro e latas para reciclagem. Em geral, você
precisará apenas de uma caixa para as garrafas e outra para as latas. E poderá deixá-
deixá las à
vista ao lado da cafeteira, onde todos possam vê
vê-las.

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Elabore um boletim ou um quadro de avisos para a divulgação de notícias sobre ecologia e
113
conservação de recursos naturais. Afixe estatísticas, n
novidades,
ovidades, fotos. Estimule a participação
de todos.
Promova uma campanha de reciclagem. O procedimento mais simples é manter junto às
mesas um cesto de lixo especial para material a ser reciclado. Os cestos serão recolhidos no
final do dia e todo papel arma
armazenado em um local específico para esse fim. Insista em que as
cópias xerox utilizem a frente e o verso da folha de papel.
Sugira uma revisão técnica do sistema eléctrico da empresa. As descobertas poderão ser
muito mais interessantes. Em 1989, por exemplo
exemplo,, uma empresa americana de Emeryville, na
Califórnia, conseguiu reduzir 02 mil dólares de suas despesas com energia, simplesmente
fazendo uma pequena alteração na fiação eléctrica.. A idéia foi proposta por um técnico
especializado em conservação de energia
energia.
NO PAÍS DO DESPERDÍCIO
A região metropolitana de São Paulo consome 108 mil toneladas de latas por ano e apenas
16% são reaproveitadas. O restante acaba nos lixões e nos aterros sanitários.
VOCÊ SABIA?
O plástico reciclado pode ser utilizado em vários produtos, como sacos de lixo para
residências, mangueiras e até peças de veículos (plásticos preto do painel, por exemplo). A
dificuldade consiste na existência de quarenta tipos diferentes de plásticos, que precisam ser
limpos e separados para a reciclage
reciclagem.
m. Justamente por isso, a maioria dos plásticos reciclados
no Brasil vem de aparas (restos) das próprias indústrias.
Sete por cento das 184 mil toneladas de lixo domiciliar que são recolhidos mensalmente na
grande São Paulo correspondem a material plástico que não é biodegradável.
egradável. Para resolver os
problemas da destinação final desse material estão sendo desenvolvidos sistemas para a
separação e a lavagem dos diferentes plásticos.
O paulistano joga no lixo 10 quilos de embalagens plásticas por não enquanto o habitante de
Tóquio, no Japão, se desfaz de 54 quilos todos os anos.
Nos Estados unidos, onde vale repetir são jogado fora 2,5 milhões de garrafas plásticas por
hora, o plástico reciclado está sendo usado, por exemplo, na fabricação de brinquedos e fibras
para isolamento térmico de sacos de dormir. Em 26 garrafas plásticas de refrigerantes são
suficientes para se produzir um abrigo desportivo de poliéster.
A reciclagem de latas comuns (sucatas ferrosas) produz uma economia de energia da ordem
de 74%; reduz a poluição do ar em cerca de 85%; diminui em 95% o volume relativo do lixo e
em 76% a poluição das águas.
Anualmente, o Brasil produz 510 mil toneladas de latas, mas apenas um terço disso é
recuperado. No mesmo período, estima
estima-se que sejam fabricadas 720 milhões de latas de
alumínio.

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Cada vez que você joga fora uma lata de alumínio, está desperdiçando tanta energia como se
114
jogasse fora uma lata de gasolina. Além disso, essa lata de alumínio de que você se desfaz
ainda estará poluindo a Terra daqui a quinhe
quinhentos anos.
E mais: se você jogar fora duas latas de alumínio, estará desperdiçando mais energia do que a
usada diariamente por cada um do 1 bilhão de habitantes dos países subdesenvolvidos.
A energia economizada com a reciclagem de uma única lata de alumín
alumínio
io é o suficiente para
manter ligado um aparelho de televisão durante três horas.
Em 1988, a reciclagem de alumínio nos Estados Unidos economizou mais de 11 bilhões de
Kw/horas em energia eléctrica
eléctrica.. O suficiente para assegurar o fornecimento de electricidade às
residências da cidade de Nova York durante seis meses.
O QUE FAZER
Procure se informar sobre colecta selectiva e promova campanhas de reciclagem em sua
cidade, junto a grupos de pessoas à própria prefeitura.
Pressione o governo e as empresas a começa
começarem
rem a reciclagem de alumínio no
Brasil, já que esse tipo de reciclagem é altamente rentável e as técnicas para esse fim é as
mais desenvolvidas que existem no sector.. De acordo com as estatísticas da entidade Recycle
America, se apenas 250 pessoas (incluin
(incluindo
do você, é claro) reciclassem, cada uma, uma lata de
alumínio por dia, economizaríamos energia equivalente a até 13 mil litros de gasolina. Calcule
a economia obtida se 250 mil pessoas fizessem o mesmo: cerca de 13 milhões de litros de
gasolina.
Com a reciclagem,
clagem, reduzimos também a necessidade de extracção de matéria – prima: para se
produzir 01 tonelada de alumínio, são necessárias quase 4 toneladas de bauxita, e um
processo de lavagem do minério que polui bastante o meio ambiente.
OLHO NO ÓLEO
No Brasil, refina-se
se apenas 7% do óleo lubrificante consumido no País. Nos países europeus,
este percentual é bem mais alto: 20% na Alemanha e 18% na Itália.
Os fabricantes de automóveis recomendam que se troque o óleo do motor entre 2 e 5 mil
quilómetros rodados. Mas
s não se preocupam em dizer o que fazer com o óleo usado, que é o
mais perigoso dos poluentes, uma vez que entrou em contacto com as várias partes do motor e
está carregado de substâncias tóxicas.
VOCÊ SABIA?
Os americanos consomem aproximadamente 3,7 triliões de litros de óleo para motor
anualmente. Desses, 1,2 trilião de litros evaporam e são lançados ao meio ambiente.
Pode-se
se refinar o óleo do motor até nove vezes.
Alguns especialistas calculam que 40% da poluição dos rios americanos é causada pelo óleo
usado nos motores. Todos os anos, aproximadamente 2,1 toneladas deste produto acabam
sendo levadas para os rios.
Óleo jogado no chão pode de infiltrar no solo e contaminar mananciais de água.

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Uma lata de 1 litro de óleo para motor é capaz de poluir um milhão de litros de água potável.
115
Jogar óleo no esgoto (ou na rua, de onde fatalmente acabará chegando aos esgotos) é o
mesmo que despejá-lo directamente num rio ou lago. E apenas meio litro de óleo é suficiente
para causar uma mancha venenosa de milhares de metros quadrados.
Dados de 1983 mostram que dos 753 mil metros cúbicos foram reaproveitados.
No Brasil, infelizmente, grande parte do óleo de motor usado é vendido para alimentar
caldeiras industriais, substituindo assim o óleo combustível. Essa prática é ilegal, porque lança
substâncias tóxicas na atmosfera.
O QUE FAZER
Exija do governo providências para aumentar a taxa de refino do óleo usado e uma fiscalização
rigorosa do destino desse produto, a fim de impedir seu uso industrial.
DE PINGO EM PINGO
Se uma família de quatro pessoas cada uma tomar um banho de cinco minutos todos os dias,
serão gastos mais de 25 mil litros de água por semana – o equivalente ao suprimento de água
bebida por uma pessoa em três anos.
Mesmo que você não desperdice água, com ccerteza
erteza conhece alguém que deixa a torneira
aberta enquanto escovas os dentes, faz a barba ou lava a louça. Diante da actual preocupação
com os recursos naturais, não é pouca coisa. Qualquer um pode economizar, simplesmente
não deixando a torneira aberta du
durante as tarefas domésticas e a higiene pessoal.
VOCÊ SABIA?
Trinta e dois por cento do consumo doméstico de água é devido aos chuveiros e 14% às
lavadoras de roupa.
Uma torneira aberta deixa correr muito mais água do que você pode imaginar: por minuto,
escorrem
correm pelo ralo de 12 a 20 litros de água.
Enquanto você escova os dentes com a torneira aberta, escoa pelo ralo cerca de 120 litros de
água.
Enquanto você faz a barba, lá se vão cerca de 40 a 80 litros.
Para lavar o carro no quintal de casa com uma mangu
mangueira,
eira, você chega a consumir mais de 600
litros de água.
Vasos sanitários com descarga de parede consomem 19 litros de água cada vez utilizados.
Vasos com reservatórios externos consomem 12 litros. No Japão, usa
usa-se no máximo 3 litros de
água em cada descarga.

O QUE FAZER
Ao escovar os dentes: se você abrir a torneira só para enxaguar a boca e lavar a escova,
estará usando apenas 2 litros de água, economizando assim 36 litros de água.
Ao fazer a barba: encha a pia com água, o que representa um gasto de cerca
cer de 4 litros de
água e uma economia de 36 litros.
Ao tomar banho: procure não ficar no chuveiro mais tempo do que o necessário.

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Chuveiros de baixo fluxo economizam cerca de 50% de água.
116
Ao lavar a roupa na máquina: use toda capacidade da lavadora, pois, em média, as lavadoras
consomem de 100 a 200 litros de água por ciclo de lavagem.
ANDE MAIS, DIRIJA MENOS
Os carros se reproduzem com maior velocidade que os seres humanos. Estão ocupando um
espaço que deveria ser nosso. Estão sujando o ar que respiramos. Estão consumindo
praticamente toda a nossa força de trabalho.
Para muita gente, falar em deixar o carro em casa soa como se falássemos em combater
moinhos de vento. Uma batalha impossível, tanto para Dom Quixote quanto para muita gente
da sociedade moderna.. Mas em alguns países o que parecia impossível tornou-
tornou se realidade:
Suécia e Noruega, por exemplo, conseguiram fazer com que 80% dos usuários de trens
suburbanos usem a bicicleta para o trajecto intermediário entre suas casas essas
es estações. Na
Dinamarca,, 30% de todos os deslocamentos urbanos são feitos de bicicletas nas grandes
cidades.
VOCÊ SABIA?
Em Toronto, Canadá, a prefeitura autorizou um grande aumento no preço cobrado pelos
estacionamentos, a fim de desencorajar o uso de automóveis.
Nos Estados Unidos, os carros são responsáveis por 20% da emissão total de gás carbónico a
partir de combustíveis fósseis. O gás carbónico,, como sabemos, é o principal factor do efeito
estufa.
Automóveis também respondem pelo aumento da chuva ácida nos Estados Unidos:
34% do óxido de nitrogénio liberado na atmosfera americana provém dos veículos. São mais
de 7 milhões de toneladas por ano.
Os carros, além disso, são responsáveis por 27% dos hidrocarbonetos que causam danos às
árvores e aos pulmões humanos, através da p
produção de fuligem.
Em Tóquio, capital do Japão, a poluição é tanta que o oxigénio está se tornando um sucesso
de venda nas lojas. Os guardas de trânsito, inclusive, inalam oxigénio puro durante seu
trabalho nas ruas.
A Cetesb define o estado de atenção em uma área poluída quando se regista 375 microgramas
de partículas por metro cúbico de ar. Há uma piora das doenças respiratórias e ardor nos
olhos.
O estado de alerta é declarado com 875 microgramas por metro cúbico de ar; nesse caso, há
proibição de tráfego
go de veículos na área e implantação de rodízios para circulação em outras
regiões.
Em 1988, a Cetesb promoveu a Operação Alerta em São Paulo, impedindo a circulação de
veículos que transitam nessas áreas, apenas 20 mil circulam, diminuindo a poluição
atmosférica
sférica dessas regiões em 50%. A poluição apoiou a medida.
O QUE FAZER

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Para os que estão começando a trabalhar pela preservação do planeta, existe a alternativa de
117
utilizar outros meios de transporte, como ônibus, metro,, trens, bicicletas ou, simplesmente,
andar a pé...mesmo que seja apenas uma vez por semana. Evite usar o carro em dias de
inversão térmica, ou seja, quando uma camada de ar se resfria em contacto com o solo,
dificultando a dispersão de poluentes. Os meios de comunicação geralmente divulgam esse
fenómeno.
AJUDE A PRESERVAR AS MAT
MATAS
A cada ano, 27 milhões de quilómetros quadrados de florestas tropicais são destruídas, ou 74
mil quilómetros quadrados por dia...3 mil quilómetros quadrados por hora...50 quilómetros por
minuto...
A destruição das florestas tropicais do planeta é considerada por muitos como a mais terrível
ameaça ao equilíbrio ecológico da Terra, porque pode vir a ter consequências que hoje não
conseguimos nem se quer avaliar. As grandes florestas tropicais localizam
localizam-se
se em uma estreita
faixa do globo, próxima ao equador, na África, Ásia, América Central e do Sul, e estão
desaparecendo tão rapidamente que se prevê que no ano 2000 já estarão extintas em pelo
menos 80%.
Florestas tropicais são tecnicamente definidas como florestas local
localizadas
izadas em áreas tropicais,
com índice fluviométrico anual entre 4 e 8 metros. Mais do que isso, são um autêntico
laboratório natural para todos os tipos de vida animal e vegetal. A existência das florestas
tropicais representa um elo essencial da cadeia ec
ecológica
ológica que mantém o equilíbrio na biosfera
terrestre.
VOCÊ SABIA?
Embora as florestas tropicais ocupem apenas 2% da superfície terrestre, mas da metade do
total de espécies vegetais, de animais e de insectos do planeta encontram lá seu habitat
natural. Numa
ma área de aproximadamente 6 quilómetros quadrados de floresta tropical é
possível encontrar: mais de 750 espécies de árvores, mais de 1.500 espécies de plantas que
dão flor, 125 mamíferos diferentes, quatrocentos tipos de pássaros, cem répteis, sessenta
anfíbios e inúmeros insectos – inclusive 150 tipos diferentes de borboletas. E apenas 1%
dessas espécies já foram estudadas.
O consumo de madeiras tropicais no mundo cresceu quinze vezes desde 1950.
Somente uma árvore está sendo plantada para cada dez que ssão cortadas.
Uma em cada quatro drogas empregadas pela indústria farmacêutica tem origem vegetal, em
espécies típicas das florestas tropicais. Aproximadamente 70% das plantas classificadas pelo
Instituto de Câncer dos Estados Unidos como indicadas para o ttratamento
ratamento do câncer são
encontradas exclusivamente nas florestas tropicais; existem 1.400 espécies vegetais nas
florestas tropicais que, pelo menos em teoria, podem ser consideradas úteis para a terapia do
câncer.
As florestas tropicais – como toda reserva verde – produzem oxigénio e consomem gás
carbónico.

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A América Latina e o Sudeste Asiático já perderam 40% de suas florestas tropicais.
118
O desmatamento contribui com uma percentagem que varia de 10 e 30% para o aumento das
emissões de gás carbónico na atmos
atmosfera. Em 1987, as queimadas praticadas em plena floresta
(método usado para limpar e preparar o terreno para plantio e pastagens) jogaram na
atmosfera cerca de 518 milhões de toneladas de gás carbónico, aproximadamente um décimo
do total resultante da queima de combustíveis fósseis no mesmo ano.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM AS FLORESTAS TROPICAIS:
As florestas tropicais do planeta estão sendo destruídas para ceder espaço a diversas
actividades criadas pelo progresso: assentamento de poluição e de projectos
projecto agrícolas e
pastorais; implementação de grandes usinas hidroeléctricas,, de barragens e de complexo
rodoviário que sempre acompanha esses projectos.
O solo das florestas tropicais não é fértil: apenas uma pequena camada da superfície pode ser
considerada agricultável, em função da presença de nutrientes no solo. Na floresta tropical, os
nutrientes mais importantes se acumulam na própria vegetação que cobre o solo. Quando uma
área da floresta é destruída para dar lugar, por exemplo, a pastagens, o solo se exaure
e em
pouco mais de dois anos. O gado, então, é levado para outra região. E da floresta tropical já
nada resta: foi transformada em deserto.
O QUE FAZER
Estamos diante de uma luta que não é apenas política: temos de defender uma preciosa área
do planeta.. Quem sabe o que se esconde numa floresta tropical ainda virgem?
Talvez esteja lá a cura do câncer ou alguma nova espécie de alimento que venha a salvar da
fome as próximas gerações. Infelizmente, só podemos convencer empresas e entidades que
estão explorando
ando nossas florestam a diminuírem a devastação.
Participe de movimentos em defesa das florestas.
Procure alternativas para o uso de madeira de lei em móveis e todo tipo de objectos,
objectos forçando
assim uma queda no consumo.
PLANTA UMA ÁRVORE
Na época do descobrimento
rimento do Brasil, a Mata Atlântica possuía 1.085 544 quilómetro quadrado
de área; hoje, restam apenas 8% da mata origem.
As árvores têm papel fundamental na questão do aquecimento do planeta, o chamado efeito
estufa, na medida em que depende delas a reduç
redução de gás carbónico da atmosfera. Portanto,
uma maneira de lutar contra isso é plantar uma árvore, o que pode ser muito mais simples do
que você imagina.
VOCÊ SABIA?
Dez mil anos atrás, antes de haver agricultura, mais de 60 milhões de quilómetros quadrados
de área do planeta eram revestidos de florestas. Actualmente,, mal temos 40 milhões de
quilómetros quadrados onde ainda existem árvores. Só entre os anos 50 e 80 deste século, o
que equivale a pouco menos de dois Brasis.

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Em algumas áreas, o desflorestamen
desflorestamento
to aumenta a taxas assustadoras. Um americano médio
119
usa o equivalente a sete árvores por ano; no total, são mais de 1,5 bilhão de árvores
anualmente, apenas nos estados Unidos.
A cada ano são destruídos 112 mil quilómetros quadrados de florestas tropicais; alguns países
que até pouco tempo eram exportadores de madeira, como a Nigéria, hoje se vêem obrigados
a importá-la.
A interdependência entre árvores, vida animal e vida humana é fundamental: para viver,
necessitamos de oxigénio e eliminados gás carbónico,, e o oposto acontece com as árvores.
Qualquer redução significativa da área de florestas afecta a atmosfera terrestre e, por
extensão, todas as formas de vida.
Através do gás carbónico,, as árvores “neutralizam” o efeito estufa. Só a queima de
combustíveis fósseis lança 5,6 bilhões de toneladas de gás carbónico na atmosfera, e as
árvores são responsáveis pela absorção de 50% disso. Estima
Estima-se
se que cada árvore adulta
consome, em média, cerca de 6 quilos de gás carbónico do que as árvores rurais.
A perda de uma árvore reduz não apenas o consumo de gás carbónico presente na atmosfera,
mas acrescenta ainda mais gás carbónico ao ar que respiramos. Quando uma árvore morre
naturalmente, esse gás é liberado de maneira muito lenta; porém, quando uma árvore é
cortada ou queimada, a libertação do gás é súbita e rápida, o que torna a absorção pela
atmosfera muito mais difícil. Em termos planetários, a destruição de árvores é o factor
responsável por 25% do total de gás carbónico no ar.
Árvores também afectam a temperatura local – novamente, árvores urbanas mais rurais -, pelo
facto
to de oferecerem sombra e resfriarem certas áreas pela evaporação das águas. A existência
de pequenos bosques urbanos pode significar, portanto, uma redução de até 12° C na
temperatura ambiente, o que
ue implica em menos dispêndio de energia, por exemplo, com
aparelhos de ar condicionado.
O QUE FAZER
Se você quiser plantar uma árvore, mas não sabe por onde começar, vá ao viveiro de sua
cidade (Jardim Botânico, Horto Florestal, Departamentos de Parques e Jardins), ou entre em
contacto com alguma associação de agricultores. Plantar uma árvore é mais fácil do que você
imagina, e existem pessoas não só dispostas a ajudá
ajudá-lo,
lo, mas também muito entusiasmadas
com sua iniciativa.
Procure organizar um grupo interes
interessado
sado em “reflorestar”, por exemplo, sua rua ou seu bairro.
As prefeituras costumam atender pedidos de plantio de árvores em vias públicas
ou mesmo em terrenos particulares.
RESULTADOS:
O plantio de 100 milhões de árvores urbanas pode reduzir a emissão de gás
g carbónico em
cerca de 18 milhões de toneladas.
Plantar árvores tem um efeito cumulativo: cada árvore plantada significa benefício por muitos
anos. Se, por exemplo, 100 mil pessoas se encarregassem de plantar, cada uma, uma árvore

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em 1990, estas mesmas árvores
rvores ainda estariam absorvendo por ano mais de 500 mil quilos de
120
gás carbónico,, no ano 2010. Mas, se as mesmas pessoas plantassem uma árvore por ano, de
1990 até o ano 2010, as árvores estariam absorvendo 1 bilhão de quilos de gás carbónico.
DIGA NÃO AOS AGROTÓXICOS
O uso indiscriminado de pesticidas tem provocado cerca de 1 milhão de casos de
envenenamento agudo por ano no mundo.
O DDT foi introduzido no mercado na década de 40 e recebido como um autêntico milagre;
depois de milhares de anos de luta cont
contra
ra as pragas que atacavam as lavouras, o ser humano
afinal encontrava um modo “seguro” e “eficiente” de acabar com elas. Com o emprego do DDT,
diziam os cientistas, o solo se tornaria mais produtivo e estaríamos mais próximos de acabar
com a fome no mundo.
Não foi exactamente o que aconteceu. Logo descobriu
descobriu-se
se que o DDT era tóxico, não apenas
para os insectos,, mas para qualquer forma de vida. O DDT – assim como outros pesticidas –
afecta a cadeia alimentar, pois os insectos que ele mata serviriam de alimento para pequenos
mamíferos, que por sua vez alimentam pássaros, que por sua vez.... Dessa maneira, o DDT
abalou o equilíbrio ecológico e acumulo
acumulou-se
se nos organismos vivos, sejam peixes, animais
selvagens de um modo geral e a
até
té o homem. (O leite materno já contém resíduos de
pesticidas.)
A história do DDT serve de ilustração para o que aconteceu com muitos outros pesticidas
químicos. No começo, pareciam perfeitos; actualmente,, já não há como fugir da evidência de
que são um verdadeiro
rdadeiro desastre ecológico. Embora sejam produzidos tendo em vista “alvos”
específicos, acabam por envenenar outras formas de vida animal. Já alcançaram o lençol de
água no subsolo e contaminaram a água potável. Estão destruindo o solo, matando
microrganismos essenciais, micróbios e, por exemplo, as úteis minhocas.
Além disso, são terrivelmente perigosos para os seres humanos, principalmente as crianças, já
que os médicos pouco conhecem sobre o diagnóstico e o tratamento de doenças relacionadas
de agro tóxicos,, o que dá em torno de 1,2 quilo por pessoa; em todo o mundo foram vendidos 2
milhões de toneladas, cerca de meio quilo por pessoa.
Por sorte, temos recursos naturais que substituem plenamente, e com vantagens, os pesticidas
químicos. Como consumidores
consumidores, podemos impor que os produtos rurais os apliquem. E jamais
devemos nos esquecer deles, em nossos jardins e em nossas casas.
VOCÊ SABIA?
Ironicamente, os pesticidas não têm conseguido aumentar o índice de produtividade na
agricultura. O governo britânico, inclusive, tem relatórios comprovando que, ao se reduzir o uso
de pesticidas no campo, as lavouras chagam a produzir mais durante um certo período de
tempo, e não o contrário.
Existem mais de cem componentes activos nos agro tóxicos,, aos quais já se pode atribuir o
nascimento de crianças com problemas físicos, o surgimento de diversos tipos de câncer e

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alterações genéticas, além de doenças do sistemas nervoso, deficiências respiratórias e até
121
perda de memória.
Uma verdade á qual não se pode fugir: mais ced
cedo ou mais tarde, as pragas alvo desenvolvem
resistências aos pesticidas, tornando assim inútil ao seu emprego. Já existem mais de 440
espécies de insectos e de ácaros e setenta tipos de fungos que já são resistentes aos
pesticidas.
Os pesticidas considerados
os “de uso doméstico” são tão venenosos quanto os empregados em
maior escala na agricultura.
O QUE FAZER
se sobre as alternativas que existem:
Procure informar-se
Elas funcionam mesmo. Em 1982, a cidade americana de berkeley, na Califórnia, proibiu
oficialmente
te o emprego de herbicidas e pesticidas em áreas públicas. Desde então, a cidade
tem conseguido manter em excelente estado os parques públicos, sem precisar recorrer a
produtos tóxicos.
Compre e consuma produtos chamados “orgânicos”:
Investigue se na sua cidade
idade existe algum entreposto de produtos naturais, plantados e
cultivados sem o uso de pesticidas químicos. Nas capitais , as lojas naturalistas já são comuns.
Se houver interesse da produção, cada vez mais sítios e lojas desse tipo irão surgir.
Na Califórnia,
rnia, por exemplo, a produção de “alimentos naturais” cresceu 20para 100 milhões de
dólares em apenas quatro anos.
Cuidados:
Lave bem frutas e verduras, pois assim elimina
elimina-se
se parte dos resíduos dos pesticidas.
Não dê a bebés alimentos que possam estar cont
contaminados.
aminados. Batatas, tomate e morangos são
alguns dos produtos mais “bombardeados” por pesticidas.
Nunca jogue pesticidas pelo ralo, pois contaminam o nosso já poluído sistema de esgoto.
Para acabar com pulgões, use um pouco de água com sabão, pois isso elimina
elim a película de
gordura desse insectos,, e sem ela não sobreviverão.
CONVIVA COM O VERDE
Existem trezentos parques nacionais nos Estados Unidos (30% do território americano) que
recebem a visita de 200 milhões de pessoas por ano; no Brasil são 25 (1,5
(1 do território
nacional), mas apenas nove estão abertos, para 100 milhões de visitantes em média.
Turismo ecológico seria a solução ideal para um desenvolvimento económico aliado à
protecção ambiental, pois permitiria que os próprios parques, mediante cobrança e pequenas
taxas de ingresso, obtivessem recursos financeiros para a sua sobrevivência.
VOCE SABIA?
Além de falta de verbas, os parques nacionais brasileiros não possuem recursos humanos. Nos
Estados Unidos, cerca de 39 mil pessoas trabalham como voluntár
voluntárias nos parques todos os
anos.

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Os parques brasileiros estão constantemente expostos à acção de empresas mineradoras,
122
caçadores, desmatadores e invasores. Na Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro, considerada a
maior floresta urbana do mundo, há exploração par
particular de pedreiras de granito ornamental,
actividade que prejudica o meio ambiente e provoca o deslizamento de terra nas encostas.
Nos últimos anos surgiram diversos hotéis considerados ecológicos, alguns dele em plena
selva amazónica.. São bangalôs rústi
rústicos
cos que propõem diversos programas ligados à natureza,
como a observação de pássaros e animais e caminhadas na floresta, sempre com o
acompanhamento de guias especializados.
Os principais “santuários” para um roteiro ecológico são a Amazónia e o Pantanal, mas existem
outros lugares de atracção turística nos mais variados pontos do território nacional.
Como em diversos países, os brasileiros começam a promover excursões para limpar trilhas de
montanhas, florestas, parques e cavernas. O objectivo é chamar a atenção
tenção para o turismo
predatório que se pratica sobre o meio ambiente.
O QUE FAZER
O turismo desordenado tem um poder destruidor, basta olharmos para o que restou de
algumas praias do Nordeste. Mas é possível mudar a mentalidade das pessoas quanto à
importância de se visitar um parque, uma floresta ou uma praia sem destruir uma folha se quer.
O objectivo do turismo ecológico é aproximar as pessoas da natureza.
ENVOLVA-SE
ADUBO ORGÂNICO
Cinquenta e dois por cento do lixo domiciliar da cidade de São Pau
Paulo
lo é composto de material
orgânico.
Grande parte do material orgânico que você joga na lata de lixo em casa (desde flores até
maças mordidas) pode ser transformada num fertilizante muito rico em nutrientes. Isso não
significa, é claro, que basta jogar as fflores murchas e as maças mordidas no jardim. É
necessário reunir esse lixo orgânico num local especialmente construído para receber e “tratar”
o lixo.
Nesses depósitos,, bilhões de microrganismos presentes no lixo trabalham para decompor a
matéria orgânica, de forma e torná
torná-la
la mais digerível às plantas. O composto final que resulta
desse processo – chamado de compostagem -, misturado à terra, melhorará a textura do solo e
também aumentará a retenção de água e ar.
Esse adubo caseiro, além de ser uma fonte nat
natural
ural de nutrientes, é uma solução para o
problema do lixo orgânico, o qual, de outro modo, serviria apenas apara ocupar espaço nos
depósitos de lixo das cidades.
VOCÊ SABIA?
A cada ano, os americanos jogam no lixo 24 milhões de toneladas de folhas e grama, que
poderiam ser aproveitadas para adubo orgânico.
Uma família média americana produz mais de 600 quilos de lixo orgânico por ano.

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Existem na cidade de São Paulo duas usinas de compostagem, com capacidade de processar
123
1 600 toneladas de lixo por dia (dess
(dessas, resultam 800 toneladas de adubo orgânico).
Quando o lixo orgânico é “tratado” e existe uma colecta selectiva,, os resultados podem
surpreender. A cidade americana de Davis, na Califórnia, conseguiu reduzir à metade de lixo
urbano.
O QUE FAZER
Comece a preparar seu próprio lixo orgânico para ser tratado, o primeiro passo pode ser, por
exemplo, varrer o quintal e empilhar as folhas e os restos de grama num canto do jardim. Não é
o sistema ideal, pois esse lixo ocupa muito espaço, mas as folhas entrarão em decomposição,
acabarão por se misturar à terra e, novamente, o espaço será liberado.
Tratamento mais sofisticado de lixo orgânico envolve um pouco mais de esforço:
Separe o lixo orgânico e coloque em recipientes separados.
Informe-se
se sobre como proceder q
quanto
uanto ao mau cheiro e manter a necessária circulação do ar.
Basicamente, o recipiente precisa ser “ventilado”, para permitir a entrada de microrganismos
que irão decompor o lixo; no caso de uma caixa de madeira, por exemplo, será necessário
retirar algumas ripas. Movimentar o recipiente de um lado para o outro evitará o mau cheiro.
Se você tem quintal, mas não tem jardim:
Ainda assim o tratamento doméstico do lixo orgânico valerá a pena, pois poderá oferecer os
compostos orgânicos aos vizinhos que precisem que precisem dele.
COLECTA
TA DE SELETIVA DE LIXO
Na cidade de São Paulo, a cole
colecta selectiva
tiva de lixo atinge 60 mil moradores de 04 bairros e
reduz em 72 toneladas o volume mensal de lixo.
Esperamos que, a essa altura, você já esteja convencido das vantagens da reciclagem. Mas o
que fazer quando se olha ao redor e se percebe que em nossa cidade ou região não existe
nenhum programa de reciclagem?
Depois de consultarmos especialistas em reciclagem, nosso conselho é que você procure fazer
contacto com outras comunidades que tenham tentado( e conseguido) implantar programas de
reciclagem.
VOCE SABIA?
O lixo domiciliar corresponde a 57% do lixo da cidade de São Paulo.
A colecta selectiva diminui em 42% o peso do lixo a ser colectado.
Segundo a ONU, Organização das Nações Unidas, o Brasil joga no lixo anualmente
4,5% de seu produto interno bruto, isto é, de tudo aquilo que se produz, o equivale a 11 bilhões
de dólares jogados pela janela, ou 10% da dívida externa.
COMO SEPARAR O LIXO EM CASA:
Tenha sempre
mpre 02 cestos de lixo, um para material orgânico e outro para o reciclável.
As prefeituras que adoptam
tam a cole
colecta selectiva
tiva distribuem sacolas especiais, mas você pode
usar outro recipiente, como caixas de papelão.

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Como você já viu, plástico, papel, vidro e latas são materiais recicláveis. Procure lavar as
124
embalagens, como as de iogurte e as latas de conserva antes de colocá-las
colocá no saco ou
caixote. Lixo reciclável limpo obtém maior valor na revenda.
O lixo restante – orgânico – deve ser colocado em sacos plásticos
ásticos comuns, que serão
recolhidos normalmente.
O lixo selectivo geralmente é recolhido uma vez por semana por caminhões da prefeitura.
RESULTADO
A reciclagem é a forma mais racional de eliminação de resíduos, pois o material usado volta
para o ciclo de produção ( nas indústrias ou na terra ), o que soluciona o problemas de
superlotação nos aterros sanitários. Precisamos nos conscien
consciencializar
zar de que nós somos os
poluidores do planeta e temos obrigação de contribuir para uma solução eficaz.
O LIXO RADIOACTIVO
O Brasil ainda não tem uma legislação que trate do destino no lixo nuclear
O pior acidente nuclear que o mundo já presenciou foi a explosão de um dos quatros reactores
da central soviética de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, quando 31 pessoas morreram e 135
mil tiveram de deixar suas casas.
No Brasil,, o caso mais sério aconteceu em Goiânia (GO), quando uma cápsula de césio 137,
usada em radiografia foi vendida como sucata a um ferro velho. Quatro pessoas morreram e
dezenas ficaram feridas. A principal cau
causa
sa desse acidente foi a deficiência na legislação
nacional sobre rejeitos atómicos
atómicos, pois com excepção do Estado de São Paulo, até aquela data
não havia nenhuma fiscalização de equipamentos radiológicos no país.
VOCÊ SABIA?
Três anos depois do incidente de Goiânia, as 3,4 toneladas de lixo radioactivo recolhidas na
área do acidente continuam em um depósito provisório nos arredores de Goiânia.
Um desabamento, em Março de 1985, lançou ao mar seis cápsulas de césio 137, além de
outras fontes radioactivas;; o mat
material estava no interior do laboratório de Radioecologia do
complexo nuclear de Angra dos Reis. A Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN –
afirma que há pequena possibilidade de contaminação do meio ambiente, Furnas Centrais
Eléctricas vem fazendo análises
lises frequentes nas águas da região.
Em Março de 1988, um veículo do Instituto de Radioprote
Radioprotecção
ção e Dosimetria – ligado
directamente à CNEN – com amostras radioactivas (água, lodo, água do mar, peixes) sofreu
um acidente próximo a Angra dos Reis. Em Agosto, um bateu contra um outdoor na cidade de
São Paulo; o veículo transportava uma cápsula de irídio 192. Em ambos os acidentes não
foram registados vazamentos.
No campus da Universidade de São Paulo, por onde circulam diariamente milhares de
pessoas, existem 200 toneladas de lixo radioactivo.
A Usan, Usina de Processamento de Areias Monzaíticas de Santo Amaro, na cidade de São
Paulo, apresentou vazamento de radiação no início de 1990. A usina se localiza em área
residencial e aos moradores desconheciam a actividade da empresa.

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O QUE FAZER
125
Exija uma legislação que regulamente o armazenamento de material radioactivo.
radioactivo
RESÍDUOS PERIGOSOS
A região metropolitana de São Paulo produz anualmente 2,5 milhões de toneladas de lixo
industrial e, desse total, 85% são lançados de forma inadequada sobre o solo, causando danos
ao meio ambiente.
Lixo tóxico é o veneno produzido pelas nossas indústrias ou nosso estilo de vida. Contém uma
mistura de diversos produtos químicos que utilizamos e, dos quais, posteriormente, nos
desfazemos. Por ser esse lixo tão perigoso, é muito difícil encontrar uma maneira segura de
livrar-se dele.
Muito de nós sem nos darmos conta do fato, jogamos pelo ralo a pia os restos tóxicos de
muitos produtos que empregamos diariamente. É aí que reside o grande perigo: as estações
de tratamento de água não estão equipadas para a descontaminação de detritos químicos
potencialmente tóxicos. O resultado pode ser um grave processo de contaminação.
Livrar-se
se de restos químicos jogando
jogando-os no quintal
uintal de casa ou num terreno baldio também não
resolve, porque produtos infiltram
infiltram- se no solo, são carregados pela água da superfície, como a
da chuva, ou ainda podem contaminar o ar que respiramos.
Como existe em circulação muitos produtos nocivos à saúd
saúde
e e ao meio ambiente, é importante
que saibamos lidar com eles, quais os riscos que corremos, como armazenar nossos “venenos
domésticos” e como nos desfazemos dos restos.
VOCÊ SABIA?
Fazem parte do lixo tóxico que frequentemente temos em casa: tintas e solventes,
ventes, baterias de
carro, pilhas, limpadores de forno, produtos para desentupir pias e vasos sanitários, naftalina,
ceras para polimento, limpadores de tecidos e tapetes, pesticidas em geral e lustra - móveis.
Alguns metais pesados são considerados essenc
essenciais
iais para o nosso organismo – me
quantidades mínimas - como o manganês, o cobre e o zinco. Porém, em grandes quantidades
tornam -se nocivos à saúde. Alguns – são o caso do chumbo, mercúrio e cádmio
– São venenoso, e compostos químicos desses elementos pode
podem
m se armazenar em animais,
plantas e no homem. Os metais pesados penetram em nossos organismos de diferentes
maneiras: proximidades de minas de onde são extraídos (gases tóxicos), na poluição que as
indústrias soltam no ar e na água e alimentos contaminado
contaminados.
Sete por cento do lixo gerado pelas indústrias da Grande São Paulo é considerado perigoso e
não recebe nenhum tipo de cuidado. Por terem de pagar para depositar o lixo em aterros
sanitários, muitas indústrias paulistanas jogam seus resíduos perigosos em “lixões”
clandestinos, sem que haja fiscalização e controle.
Nos últimos anos tem-se
se praticado uma nova e sinistra maneira de se desfazer de lixo tóxico.
Os países do primeiro mundo, grandes produtores de material perigoso, pagam aos dos
terceiros mundo par
ar que recebam seus detritos tóxicos. Como a maioria desses países não

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adopta medidas de segurança para manusear tais substâncias, o risco de danos ao meio
126
ambiente é enorme.
Não existe maneira segura de se livrar de lixo tóxico. Precisamos, sim, é reduzir drasticamente
a quantidade de produtos tóxicos que geramos e consumimos.
O que fazer para armazenar esses produtos:
Conserve as embalagens originais. Assim, estará evitando, pelo menos em parte, que uma
pessoa qualquer utilize o produto tóxico para fins d
diferentes.
Verifique se os rótulos estão bem colocados às embalagens.
Guarde-os
os em local fresco e seco, bem longe das crianças!
Se a embalagens original se partir ou vazar, transfira o conteúdo para outro recipiente, tendo o
cuidado de escrever nele o que contém.
Como reduzir a quantidade de produtos perigosos utilizados em casa:
Compre exactamente o quanto você precisa, na quantidade que vai consumir, pois quanto
menos sobrar, menores serão os restos que acabarão no lixo ou no ralo da pia.
E, sempre que forr possível prefira os produtos menos tóxicos.
O que fazer com as sobras:
Recicle, sempre que possível. Procure localizar, em sua cidade, os centros e programas de
reciclagem que existem.
Telefone a uma estação de tratamento de água e informe
informe-se
se de como dispor
dis dos restos
líquidos. Procure um departamento de saúde para o que fazer com os resíduos sólidos.
Engaje-se
se em programas de colecta de resíduos tóxicos. Estes programas no entanto, ainda
são raros. Sem sua cidade não houver nenhum, entre em contacto com as lideranças políticas
ás quais você tiver acesso e apresente sugestões. Muitos
uitos dos programas mais bem sucedidos
começaram, simplesmente, com único cidadão preocupado com o futuro.
ENERGIA ALTERNATIVA
Parte da energia eléctrica consumida pela cidade de Ribeirão Preto (SP) provém de usinas
termoeléctricas que utilizam o bagaço de cana produzido na região.
Retirar energia do meio ambiente não é uma idéia recente. Durante muitos séculos foram
usados o vento e a água como fonte de e
energia,
nergia, até que a Revolução Industrial do Século 18
tornou necessária a utilização de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.
Esses combustíveis levaram milhões de anos para se formar no subsolo do planeta; o homem,
porém, usa de maneira descontrolad
descontrolada
a essas fontes de energia, que tendem a se esgotar
rapidamente. Daí a necessidade de se procurar alternativas, que sejam eficazes e duradouras.
VOCÊ SABIA?
Todas as fontes de energia renovável vêm, em última instância, do Sol; apenas um milésimo
de um milionésimo de energia solar é absorvida pela Terra. Mas isso já é o suficiente para
produzir ventos e ondas ( pelo aumento nas rochas das “profundezas” do planeta)e energia
solar, que significa “capturar” a própria energia do sol.

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Outros exemplos de energia
ia renovável são o gás metano, criado nos aterros e fossas
127
sanitárias, e as “ fazendas de vento” (energia eólica), que estão suprindo de energia diversas
regiões dos Estados Unidos.
Estão sendo feitas experiência com gás natural (biogás) em indústrias e colectivos
lectivos. O biogás
em indústrias e colectivos.. O biogás não polui e substitui todos os derivados de petróleo.
As usinas de cana do Estado de São Paulo utilizam bagaço de cana para gerar dois terços de
sua própria energia.
O QUE FAZER
Economize energia, pois
s assim será menor a urgência de se encontrar alternativas.
Cobre das empresas e do governo uma melhor eficiência dos aparelhos electrodomésticos.
electrodomésticos Em
São Paulo, por exemplo, a voltagem das residências varia entre a cerca de 100 e 140 volts, o
que faz com que
ue os aparelhos electrodomésticos sejam fabricados para operar nesse intervalo
de voltagem. Isso diminui sua eficiência, aumentando o consumo de energia.
As construções das grandes cidades, como edifícios de escritórios e shoppings centers,
deveriam ser mais
is bem elaboradas, aproveitando melhor os materiais de construção utilizamos
não obrigamos o uso indiscriminado de ar - condicionado.
Energia solar – das alternativas renováveis, a mais popular:
A médio prazo, instalar painéis de energia solar sai mais barato do que a utilização de energia
eléctrica.. Para quem vive em regiões remotas, num prazo de um a dois anos, a captação de
energia solar sai mais económica do que gerador, que precisa de combustível para produzir
energia.
Painéis de energia solar subst
substituem a electricidade na iluminação doméstica: lâmpadas e
alguns aparelhos como geladeira e televisor funcionam sem problemas (entretanto, aconselha-
aconselha
se usar geladeiras adaptadas para energia solar, como consumo de energia mais baixo). Para
o aquecimento de água e para aparelhos que necessitem de mais energia, como é o caso do
ar - condicionado, é necessário um colector solar.
No Brasil, os painéis solares são usados com mais frequência em torres repetidoras de
televisão da Embratel (Empresa Brasileira de Te
Telecomunicações),
lecomunicações), plataforma de petróleo,
fazendas (também para a irrigação e electrificação de cercas)e outdoors, sendo encontrados
até em brinquedos – como, por exemplo, carrinhos com um pequenino painel solar ligado ao
motor, com uma ressalva: a criança precisa brincar ao ar livre.
Os painéis de energia solar não necessitam de manutenção por cerca de vinte anos e
absorvem a energia do Sol mesmo em dias parcialmente nublados.
OS MANGUEZAIS TAMBÉM MORREM
Os mangues ocupam cerca de 20 milhões de hectares do planeta. No Brasil, calcula-se
calcula que
ocupem uma área de 25 mil quilómetros quadrados, distribuídos ao longo do litoral, do
Amapá a Santa Catarina.
Os mangues são a base da cadeia alimentar dos oceanos. No meio do “lodo” considerado inútil
durante muitos anos, crescem os únicos cinco géneros de plantas capazes de sobreviver à

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salinidade dos mares e à pressão das marés. Suas raízes abrigam microrganismos e pequenos
128
invertebrados, que servem de alimento para os peixes da região,
ião, são fonte de matéria orgânica
e, consequentemente, de alimento.
Apesar de sua importância para a ecologia os mangues têm sido destruídos para dar lugar a
moradias, estradas, instalação de complexos industriais e portuários, tornando-se
tornando alvos da
expansão
ão turístico imobiliária.
VOCÊ SABIA?
Os mangues são considerados áreas de conservação permanentemente pela legislação
federal desde 1965.
Diversas baías, como a de Todos os Santos, Guanabara, Paranaguá, Sepetiba, São
Marcos e Ilha Grande tinham vegetação predominante de mangues. No entanto, a cobertura
vegetal dessas regiões está em acelerado processo de desaparecimento.
No Nordeste do Brasil, o governo de Sergipe e a prefeitura de Aracaju são os maiores
agressores, através da construção de conjuntos habit
habitacionais, entradas e loteamentos.
A moderna estrada costeira que integra o pólo turístico Costa do Sol, na Paraíba, destruiu uma
grande área de maguezais.
Em Santa Catarina, 30% doa 92 quilómetros quadrados de mangues já foram devastados.
No Estado de São Paulo, inúmeros loteamentos de veraneio foram construídos sobre os
mangues paulistas, além de complexos industriais e portos.
Na baía da Guanabara, 80 quilómetros quadrados de mangues tentam ainda sobreviver à
ocupação do homem, mas recebem dejectos de mais
s de setenta indústrias, além de servir de
combustível para os fornos de olarias da região.
No litoral, onde os mangues foram aterrados, é grave problema de erosão, do solo.
No Recôncavo Baiano, trechos de mangue foram transformados em fazendas de camarões
para exportação. Em Valença, a madeira dos maguezais foi usada para a fabricação de barcos.
O exemplo mais triste de devastão aconteceu em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
No fim dos anos 50, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, a indústria naval
brasileira se instalou em Angra; em 1969, a região assistiu à construção de uma central
nuclear, de um terminal petrolífero e da Rodovia BR101, a RIO – SANTOS. O desenvolvimento
trouxe também o turismo e, no início da década de 70, a Embratur aprovou
rovou a instalação de
hotéis e loteamentos para condomínios fechados. Segundo a revista Manchete (edição
30/06/90), para legalizar a questão da terra – protegida pela legislação - em 1972 Angra foi
declarada área de prioridade para reforma agrária. Dessa m
maneira, os caiçaras e posseiros
deram lugar a uma rentável
ável exploração imobiliária. Um milhão de metros quadrados de
mangues foram destruídos, 40% da vegetação nativa.
O QUE FAZER
Exija a protecção dos mangues pelo governo federal.
A FLORESTA AFOGADA

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De acordo com o plano decenal de energia, serão construídas no Brasil 73 usinas
129
hidroeléctricas entre 1990 e 1999. Até o ano de 2001, 30 mil quilómetros quadrados de
florestas brasileiras serão inundados, deslocando 250 mil pessoas (dessas,, 28 mil são índios)
A nova constituição brasileira diz que qualquer actividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente somente poderá ser executada após a elaboração
de um relatório de impacto nacional. Até o fim da década de 80, no entanto, o país assistiu a
verdadeiros crimes ecológicos, verificados em todo o território nacional.
VOCÊ SABIA?
As hidroeléctricas de Sobradinho e Itaparica, ambas no rio São Francisco, foram construídas
sem que houvesse um enfoque sócio – ambiental em seu projecto inicial,
nicial, cem mil pessoas
tiveram de ser realojadas.
adas. O assentamento dessas populações foi definido pela própria
Companhia de Hidroeléctrica de São Francisco, responsável pelas duas obras, sem a
participação das populações envolvidas.
A Usina Hidroeléctrica Doze
oze de Outubro será instalada no rio do mesmo nome, em Vila Bela, a
26 quilómetros da cidade de Vilhena (RO), inundando 4,4 hectares da reserva indígena
Nhambiquara. Estradas de acesso terão de ser abertas, o que vai colaborar para a invasão de
garimpeiros e colonos a região (A reserva de Nhambiquara já foi demarcada oficialmente pelo
governo federal.)
A construção da usina de Itaipu, no Paraná, provocou mais impactos sociais que ambientais,
pois a região já havia sido desmatada para cultivo agrícola. Muito
Muitos
s dos colonos que tiveram
suas terras desapropriadas seguiram para Rondônia, onde provocaram o desmatamento da
mata virgem.
A barragem da usina de Tucuruí, ás margens do rio Tocantins (PA), foi fechada para a
formação da represa antes que fosse retirada a madeira nobre, arrasou-se
arrasou com 6 500
quilómetros de riquezas naturais e o lago ficou seriamente poluído pela floresta apodrecida.
(Hoje a floresta submersa está sendo retirada por empresas particulares.) além disso, o lago de
Tucuruí inundou trechos da rodo
rodovia
via Transamazônica, vilas habitadas e áreas dos índios
paracanãs, que há séculos ocupavam aquela terra. Na época, foram feitas denúncias de que
teriam sido utilizados poderosos agros tóxicos para o desfolhamento da floresta.
A hidroeléctrica de Balbina, no rio Uatumã (afluente do Amazonas) repetiu os erros de Tucuruí,
inundando 236 mil hectares de mata virgem. Os índios waimiri
waimiri-atroaris
atroaris tiveram de ser
realojados;
ados; foram destruídos sítios arqueológicos que nunca haviam sido estudados.
Milhões de dólares (60% a mais do que o previsto) e gera 32 vezes menos energia eléctrica
por quilómetro quadrado de floresta sacrificada. A Eletronorte, responsável pelo projecto,
assumiu que esse foi o maior erro do sector energético do país.
Existem projectos para a construção de hidroeléctricas contribuem para o efeito estufa, pois as
inundações liberam metano na atmosfera.

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As operações de resgate dos animais na maioria dos casos é feita com descaso, simplesmente
130
transferindo-os
os para as margens da represa, que já está ecologic
ecologicamente
amente ocupada. Esses
animais entram em competição, podendo até causar a morte de muitos espécimes.
O QUE FAZER
Pressione o governo federal – por meio dos representantes no Congresso Nacional –
a adoptar programas de conservação e redução de energia.
A construção
strução de pequenas usinas hidroeléctricas,, ao lado das redes de transmissão já
existentes, reduziria o impacto ecológico, além de ter custo inferior. As centrais eléctricas de
Santa Catarina têm estudos para a construção dessas “miniusinas”.
Devido a pressões
sões internas e externas, as empresas brasileiras do sector eléctrico estão
mudando sua postura para a realização de novos empreendimentos. O resultado imediato foi o
cancelamento de cinco hidroeléctricas na Amazónia, levando em conta a população afectada
pelos projectos,, a dimensão das áreas a serem alagadas e a interferência sobre as populações
indígenas. As empresas também incluíram em seus gastos apoio à flora e à fauna das regiões
afectadas.
Essas novas medidas que surgem, mais o “endurecimento” do Ban
Banco Mundial em financiar a
construção de barragens e reservatórios, contribuem para uma possível solução pacífica da
questão, evitando os erros e atrocidades cometidas no passado.
Mas, enquanto indivíduos, precisamos fiscalizar e cobrar o que está sendo feito
fei no campo
energético.
MAIS GRÃOS, MENOS CARNE
De acordo com os dados da entidade americana Diet for a New America, mais de 1 bilhão de
pessoas poderiam ser alimentadas pelos grãos que servem de ração todos os anos ao rebanho
de gado dos Estados Unidos.
É difícil alguém nos dizer o que podemos ou não comer – esta é uma questão muito pessoal.
Mas você precisa estar consciente de como seus hábitos alimentares afectam o meio
ambiente. Muita gente nunca imaginou a quantidade de recursos não – renováveis que são
empregados, por exemplo, no hambúrguer que você comeu hoje no almoço. É hora de
começarmos a pensar no futuro, e tentarmos conservar os recursos naturais de que dispomos.
VOCÊ SABIA?
Segundo o Diet for a New America, se os americanos reduzissem em apenas 10% seu
consumo de carne, a economia de grãos criaria um excedente suficiente para alimentar 60
milhões de pessoas – o número de seres humanos que morrem de fome no mundo por ano.
Para se produzir cerca de meio quilo de carne bovina são necessários 7,5 quilos de grãos,
9.500 litros de água e a energia equivalente a quase 4 litros de petróleo.
A criação de gado consome mais de metade de toda a água consumida nos
Estados Unidos.
Parece incrível, mas o aumento dos rebanhos de gado faz com que aumente o efeito estufa.
Segundo estimativas, os 1,3 bilhões de bois e vacas existentes no planeta produzem, com seu

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estrume ao decompor-se,
se, cerca de 100 milhões de toneladas de gás metano. Esse gás é um
131
dos responsáveis pelo efeito estufa, e em nível molecular, o metano retém 25 vezes mais calor
do que o gás carbónico.
Oitocentos e noventa mil quilómetros quadrados de terras nos Estados Unidos foram
desmatados (áreas equivalentes do tamanho da Áustria) no Brasil e metade das florestas da
América Central foram destruídas para a produção de carne bovina.
Um terço da superfície da América do norte está coberta de passagens para o gado. Metade
da área agricultável americana está sendo usada para o plantio de grãos para alimentar o gado
(a maioria bovino).
Vinte vegetarianos “ortodoxos”
rtodoxos” poderiam alimentar
alimentar-se com o produto de uma área de cultivo
suficiente para alimentar apenas um “comedor de carne”.
Dos 01 milhão de quilómetros quadrados do território americano que foram reflorestados caso
se parasse de alimentar gado.
Para cada americano que adopte uma dieta puramente vegetariana, 04 mil metros quadrados
de cobertura vegetal não precisarão ser desmatados por ano.
O custo das matérias-primas
primas consumidas para se produzir carne para o consumo americano é
maior do que os gastos em pe
petróleo, gás e carvão nos Estados Unidos.
O rebanho bovino brasileiro é de 128 milhões de cabeças; são abatidas anualmente cerca de
21,4 milhões, a maioria para consumo interno.
O cultivo de grãos, verduras e frutas consome menos de 5% do total de matérias-primas
necessárias à produção de carne.
O QUE FAZER.
A mais simples providência de todas, mesmo que você seja um “carnívoro” inveterado, é
diminuir seu consumo de carne.
Faça uma experiência: compre um livro de receitas vegetarianas.
Se você tiver um jardim, plante as verduras para o seu consumo. Ficará espantado com a
quantidade de alimento de excelente qualidade que por ser obtido de um simples canteiro
verde.
A ONDA DE MERCÚRIO
se que de 250 a 300 toneladas de mercúrio foram utilizadas nos
Entre 1983 e 1989, estima-se
garimpos do rio Tapajós, contaminando directa ou indirectamente o meio ambiente.
O mercúrio é um metal líquido altamente tóxico a qualquer forma de vida, sendo utilizado na
garimpagem de ouro. Depois de retirado, o cascalho do rio é mi
misturado ao mercúrio líquido. O
ouro em pó do cascalho se aglutina ao mercúrio e o resto do cascalho é jogado fora. Aquece-
Aquece
se então a mistura mercúrio/ouro até que os dois metais se separam. Durante o processo, 55%
do mercúrio evapora; o restante acaba send
sendo jogado nos rios. Para cada quilo de ouro retirado
dos rios brasileiros, usa-se
se 1,5 a 3 quilos de mercúrio.

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No leito dos rios o mercúrio reage com os sedimentos orgânicos e é consumido pelos peixes. A
132
outra parte que evaporou acaba se condensando e assumi
assumindo sua forma líquida original. Daí
temos a poluição dos rios, terras, vegetação, meio ambiente e, finalmente, do homem.
VOCÊ SABIA
O desejo de mercúrio na baía de Minamata, no Japão, na década de 50, provocou a morte de
mais de 100 mil pessoas.
A tolerância
ia do mercúrio nos seres humanos é de 0,02 ppm (partes por milhão) no sangue de
0,2 ppm na urina. Na natureza, os teores de mercúrio são baixos, chegando a 1 ou 2 ppm em
certos solos. Alguns garimpos brasileiros já apresentaram contaminação até 2 mil vezes
superior à tolerância biológica. Em serra Pelada, no Pará, a amostra do cabelo de um
garimpeiro mostrou uma taxa de 2,92 ppm de mercúrio.
Muitos peixes migram para outros rios para a desova; assim, peixes contaminados pelo
mercúrio de um rio, podem levar essa poluição a outras regiões.
Os garimpos de ouro muitas vezes utilizam mercúrio contrabandeado, o que torna a operação
ilegal. Em 1987, 90% do ouro extraído na região de Poconé, no Pantanal, saiu do Estado de
forma ilegal, sem tributação.
O QUE FAZER
Exija um maior controlo do governo sobre os garimpos, proibindo a importação e o uso ilegal
do mercúrio e boicote o ouro usado nas jóias e outros bens supérfluos.
A PROTEÇÃO DO LITORAL
Só nos primeiros cinco meses de 1989, a Petrobrás derramou 12 mil toneladas de petróleo no
canal de São Sebastião,, em São Paulo, e mais de 40 toneladas no terminal de Angra dos Reis,
no rio de Janeiro.
O mais dramático acidente com petróleo aconteceu em 24 de Março de 1989, quando o
petroleiro Exxon Valdez chocou
chocou-se contra
ra um iceberg na costa do Alasca, causando o
vazamento de 240 mil toneladas de petróleo cru e prejuízos ecológicos irremediáveis para a
região. A empresa proprietária do navio teve de pagar 2 bilhões de dólares para recuperar os
estragos.
O caso do Exxon Valdez
aldez nos chama a atenção para o problema dos constantes vazamentos de
petróleo na costa brasileira e no perigo que isso significa para o nosso tão ameaçado meio
ambiente.
VOCÊ SABIA?
Em 1989, foram registados 68 derramamentos de petróleo nas instalações da Petrobrás em
todo o país. Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, a empresa estatal brasileira
não paga pesadas multas por destruir o meio ambiente.
A Petrobrás tem grandes investimentos na extracção de petróleo em águas profundas, através
das plataformas
lataformas espalhadas pela costa brasileira. O rompimento de uma tubulação submarina
causaria enormes prejuízos ao meio ambiente da região; conter um vazamento de um possível
acidente poderá levar de vinte a trinta dias – basta lembrar o que aconteceu com a plataforma

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de Enchova, em Abril de 1988, quando um vazamento de gás deu início a um incêndio e
133
provocou um vazamento de nove milhões de metros cúbicos de petróleo.
Não é só petróleo que polui a costa brasileira. No Pará,, centenas de cerrarias contaminam a
Ilha de Marajó com “pó da China” – pentaclorofetano de sódio, altamente tóxico, usado para
imunizar madeiras.
O QUE FAZER
Pressione o governo a adoptar uma política de protecção ao meio ambiente, que evite
vazamentos de petróleo e que impeça que outros d
detritos sejam jogados indiscriminadamente
em nossos mares.
Quanto mais se usar formas alternativas de energia e menos se consumir petróleo, menos
super petroleiros navegarão nas costas brasileiras, reduzindo o risco de vazamentos.
AMAZÔNIA
A floresta Amazónica produz 40% do oxigénio do planeta
O desmatamento da Amazónia até o final de 1989 atingiu 404 mil quilómetros quadrados de
florestas, segundo Instituto de Pesquisa Espaciais, INPE. Só em 1989 foram destruídos pelo
menos 50 mil quilómetros quadrado
quadrados de florestas na região, o equivalente à área do Estado do
Rio de Janeiro.
VOCÊ SABIA?
A floresta amazónica armazena 60 bilhões de toneladas de gás carbónico e seus troncos.
A floresta tem sido devastada através de invasões de colonos e aberturas de passagens.
Entretanto, segundo pesquisas do brasileiro Carlos Nobre, o solo da Amazónia é muito pobre
para a lavoura e a região nunca se tornará “ o celeiro do mundo”, a menos que sejam
importadas grandes quantidades de fertilizantes.
Em 1980, apenas 3% do terr
território
itório de Rondônia estava desmatado; em 1989, o desmatamento
alcançou 24%.
As quatro siderúrgicas de ferro
ferro- gusa situadas ao longo da ferrovia Carajás, no Pará,
consumiram 1,2 milhão de árvores para a produção de carvão em 1989. Outras siderúrgicas
obtiveram
am permissão para se instalar na região, atraídas pelos incentivos fiscais e pela
possibilidade de ter madeira barata a seu redor. Caso essas siderúrgicas sejam efectivamente
instaladas,, até o ano de 2000 a devastação atingirá 1 mil quilómetro quadrados das florestas.
O surgimento de estradas na floresta provocou a devastação de pelo menos duas regiões: no
Acre, entre a capital Rio Branco e a cidade de Basileia ( quase divisa com a Bolívia), e no
Maranhão, entre os municípios de Açailândia e Imperatriz ( a 20 quilómetros da mata
amazónica).
Para expor 04 mil toneladas de bauxita por ano durante a década de 80, um consórcio de
empresa nacionais e estrangeiras praticamente matou o Lago da Batata, à margem do rio
trombetas, no Pará. A poluição foi causada pelo escoamento da água de lavagem de bauxita,
carregada de argila.
O QUE FAZER

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Exija que o governo implante um a política ambiental para proteger o que restou de nossas
134
florestas. Uma boa maneira de os ecologistas internacionais ajudar de forma concreta a
Amazónia seria pressionando seus governos a vender carvão mineral a preços subsidiados às
siderúrgicas brasileiras, que deixariam de derrubar árvores para obter carvão vegetal.
POR DENTRO DO PANTANAL
Todos os anos 1,7 milhão de peles de jacaré Caiman saem do Pantanal, contrabandeadas
pelos “coureiros”
O pantanal é uma região de 140 mil quilómetros quadrados, localizada nos Estados de Mato
Grosso do Sul, onde vivem 1 500 espécies de animais. É a maior planície inundável do mundo
e está sendo alvo de desmatam
desmatamento para abrigar rebanho bovino.
VOCÊ SABIA?
Além do jacaré, outras espécies de animais do Pantanal podem ser extintas, como é o caso da
ararinha, onça capivara, arara
arara-azul e diversos tipos de peixe (dourado,
(dourado pintado, pacu,
piracanjuba).
A cada ano, os garimpos
rimpos lançam no Pantanal entre 100 e 120 toneladas de mercúrio,
provocando devastações sem precedente. Anualmente, são extraídas 60 toneladas de ouro e
400 mil quilates de diamantes.
O assoreamento – causado pelas lavouras malfeitas – e a erosão provocam o acúmulo de 05
bilhões de areia no leitos dos rios. No inicio da década de 80, o rio Taquari tinha 15 metros de
profundidade; hoje, mal suporta barcos com o motor de popa.
O cultivo da terra joga agros tóxicos nas águas, o que afecta a vida dos peixes, animais
an
silvestres e até do homem pantaneiro.
Cinquenta por cento dos peixes do rio Paraguai já não procuram o rio Taquari para a desova,
devido às barreiras de entulho no Taquari, que impedem a travessia. Essa é uma séria ameaça
aos animais que se alimentam de peixe, como o tuiuiú, maguari, gaivota, jacaré e outros.
Os fazendeiros fecham a baías – lagoas existentes nos rios - , onde ocorre o desenvolvimento
dos peixes (eles permanecem nessas lagoas até alcançarem a idade adulta). A impossibilidade
de seguirem
m para os rios para onde escapar, morrem por asfixia.
A introdução da tecnologia moderna no Pantanal é uma grande ameaça à ecologia, pois está
alterando os costumes do homem pantaneiro: ele perde respeito pela natureza e parte, por
exemplo, à caça do jacaré
é (a pele do animal é comercializada a 100 dólares por unidade).
O QUE FAZER
Novamente, cobrar o governo uma política ambiental.
A QUESTÃO DOS ÍNDIOS
Os índios brasileiros, acostumados a viver em harmonia com a natureza. Hoje devastam o
meio ambiente.
O avanço do homem branco expulsou os índios de suas terras, confinando
confinando-os em reservas e
alterando sua estrutura sócio - económica. Abandonados pela FUNAI – Fundação Nacional do
Índio - , acabam obrigados a produzir aquilo que a sociedade branca comercializa: destroem

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suas florestas para vender árvores aos madeireiros – que exercem uma grande pressão sobre
135
os índios carentes de recursos – e acabam se associando a garimpeiros, que poluem ás águas
e solos, mas em troca lhes dão alimentos e roupas.
VOCÊ SABIA?
A reserva Kaiapó, em São Félix do Xingu, está com os rios Fresco e Iriri poluídos pelo garimpo
Maria Bonita, que funciona no interior da reserva com a permissão dos índios.
Os índios são usados como mão
mão-de-obra barata na construção de hidroeléctricas e no projecto
Calha Norte – promovido pelo Exército brasileiro para desenvolver a região da fronteira do
Norte do país.
A construção de hidroeléctricas e estradas ameaçam as aldeias; vastas áreas das reservas são
inundadas para as hidroeléctricas
hidroeléctricas, e as estradas cortam
ortam suas terras, aumentando a destruição.
A BR 174 (Manaus – Boa Vista) acabou com várias aldeias waimiri - atroari, além de piorar as
já hostis relações da nação indígena com os brancos. A BR 364 (Cuiabá –
Porto Velho), construída com recursos do Banco Mundial, facilitou a invasão das terras dos
nhambiquaras no vale do Guaporé, Mato Grosso.
Os 9 mil yanomamis têm visto suas terras - na fronteira com a Venezuela – invadidas por
garimpeiros.
Em 1988, as comunidades indígenas de Rondônia deixaram de receber 1 bilhão de cruzados(
valor da época), o que corresponde a 60 mil metros cúbicos de madeira, retirada
clandestinamente de suas terras.
Os 2 mil índios pataxós que vivem numa reserva próxima ao Parque Nacional de Monte
Pascoal (BA)) venderam madeira nobre p
para
ara empresas de Porto Seguro. Os madeireiros
equipavam os índios com motosserras
motosserras.
O QUE FAZER
Pressionar o governo federal a dar mais auxílio aos índios.
GOTAS DE ÁCIDO
Durante uma tempestade na Escócia, em 1974, foi registrado o PH da chuva mais ácido que o
vinagre: 2,4
Ameaça da chuva ácida, que está destruindo lugares para nós tão distantes, como a Floresta
Negra na Alemanha ou os monumentos históricos da Grécia, já afetam nossas florestas, solo e
água.
VOCÊ SABIA?
Várias espécies de animais não sobreviveram a um pH abaixo de 5,0 ou seja, meio ambiente
ácido. Quanto mais dependente da água for o animal, maiores suas chances de morrer. No
solo, a acidez prejudica a raiz das plantas e microrganismos responsáveis pela fertilidade
natural, principalmente
nte bactérias associadas a leguminosas como a soja e o feijão.
As chuvas ácidas da Escandinávia, segundo os cientistas, estavam ligadas directamente à
poluição das indústrias inglesas, que instalavam as chaminés mais altas; assim, essas
indústrias deixavam o seu ar bom, enquanto poluíam os dos vizinhos.

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A Floresta da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, já registou chuvas com pH médio de 4,6.
136
Na Amazónia,, o pH das chuvas é próximo ao de São Paulo e Rio, devido às queimadas.
O Uruguai acusa o Estado do Rio G
Grande
rande do Sul de causar as chuvas ácidas que assolam o
norte daquele país. A acidez é provocada pelo complexo termoeléctrico de Candiota, na cidade
de Bagé, a 70 quilómetros da fronteira.
No Estado de São Paulo, um projecto está causando muita polémica:: a construção
c da
termoeléctrica de Paulínia, a maior do país na região de Campinas. De acordo com
pesquisadores da USP, a termoeléctrica de Paulínia lançara na atmosfera de 100 a 300
toneladas de dióxido de enxofre por dia, fora as 100 toneladas já emitidas pelas
pe indústrias
químicas da região.
O QUE FAZER
A única solução é diminuir a quantidade de poluição emitida na atmosfera. Na Europa e
Estados Unidos, as industrias são muito poluentes são obrigadas a instalar filtros e os filtros e
os governos investem muito
o em pesquisas de novas fontes de energia, além de estimularem o
uso racional de energia. Precisamos seguir o exemplo.
DIREITOS DO CONSUMIDOR
A maior arma do consumidor sem dúvida nenhuma é o boicote.
Se não houver vendas, o produto deixará de ser comercia
comercializado.
lizado. Dessa maneira, os
consumidores da Islândia diminuíram a matança de baleias e os americanos impediram que
milhares de golfinhos fossem mortos pelos pesqueiros de atum. Como tentamos mostrar ao
longo deste livro, o simples fato de não consumir pode salvar desde tartarugas, elefantes e
jacarés até imensas áreas florestais. Tudo tem seu preço na natureza, portanto, precisamos
cada vez menos o meio ambiente.
Outro tópico que não podemos deixar de lado - nunca – é que, enquanto consumidores, temos
nossos direitos e devemos fazer valer a lei.
VOCÊ SABIA?
A Constituição brasileira, aprovada em 1988, contém o Código de Defesa do Consumidor, com
legislação específica para cada caso.
O cidadão brasileiro pode - e deve – encaminhar petições aos Poderes Públicos,
Públicos solicitando
providencias para questões sobre o meio ambiente (devastações e poluição etc).
O QUE FAZER
Para enviar uma petição:
O primeiro passo é organizar as informações de maneira objectiva,, identificando o agente
causador do problema e a localização exacta (por escrito ou através de um mapa); fotografias
são bastante úteis. Envie seu relatório pessoalmente ou por intermédio de carta registada – é
importante você ter um protocolo de recebimento desse documento ou um AR (aviso de
recebimento), assim será
rá mais fácil reclamar uma providência. Além dos Poderes Públicos,
mande também para grupos ecológicos e veículos de comunicação de sua cidade e Estado. O

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direito de petição aos órgãos públicos é assegurado pela Constituição e regulamentado no
137
caso de meio ambiente ( Lei Federal n° 7347/85).
Serviços de atendimento ao consumidor:
Algumas empresas mantêm um canal de comunicação com os consumidores (o telefone ou
endereço para contacto na embalagem do produto),, para receber reclamações e sugestões do
público. Se você comprou uma mercadoria defeituosa, estragada ou se sentiu lesado, poderá
ser ressarcido de seu prejuízo. Se uma determinada empresa não possuir esse tipo de serviço
escreva uma carta com a sua reclamação ou vá pessoalmente fazer sua queixa.
Outra opção é recorrer às entidades de defesa do consumidor de sua cidade, como o Procon
(Departamento de Protecção ao Consumidor) em São Paulo, onde existem advogados
à disposição da população.
Pesquise sempre antes de comprar, principalmente bens duráveis, com
como electrodomésticos;
electrodomésticos
exija nota fiscal de tudo o que adquirir, pois é um comprovante de compra que serve como
documento pata uma possível reclamação.
O poder do voto:
Vote consciente. Os parlamentares que você elege para a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal
ederal são seus representantes no governo. Exija que eles defendam seus direitos de cidadão
e que protejam nosso meio ambiente. Cobrar e exercer nossos direitos é um dever que temos
frequente às futuras gerações, para que elas encontrem um planeta ecologicamente
equilibrado.
ENTIDADES ECOLÓGICAS
Este livro é apenas um ponto de partida, para que todos contribuam, a sua maneira, para a
preservação da natureza.
Daqui por diante é com você: envolva-seR e não desista!

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Conclusão
138
A educação para a cidadania surge no contexto da gestão flexível do currículo como
componente obrigatória do mesmo e como um espaço de diálogo e reflexão sobre as
experiências vividas, as preocupações sentidas e os temas e problemas relevantes da
comunidade
e e da sociedade.
Tem como objectivo central, proporcionar a construção de identidade e o desenvolvimento da
consciência cívica dos alunos.
Ser cidadão é, então, também e concomitantemente, construir
construir-se
se como sujeito, assumir-se
assumir
como pessoa. Admite-se
se com
comoo indispensável, nessa construção, uma fundamentação cujas
linhas sejam traçadas numa antropologia de amplas referências culturais, sociais, filosóficas.
A história da cidadania mostra bem como esse valor encontra
encontra-se
se em permanente construção. A
cidadania constrói-se
se e conquista
conquista-se.
se. É objectivo perseguido por aqueles que anseiam por
liberdade, mais direitos, melhores garantias individuais e colectivas frente ao poder e a
arrogância do Estado. A sociedade ocidental nos últimos séculos andou a passos largos no
sentido das conquistas de direitos de que hoje as gerações do presente desfrutam.
Hoje, os profissionais, independentemente das áreas onde eles actuam: médicos, dentistas,
vendedores, jardineiros, borracheiros, professores, jogadores de futebol, administradores de
empresas, mecânicos, cozinheiros, advogados, devem a todo o momento, desenvolver
dese as suas
competências, visando a plena capacitação profissional, num mundo altamente competitivo e
qualificado onde todos nós devemos estar preparados para prestar serviços nas nossas
empresas, com qualidade, eficiência e produtividade.
Com o rápido
o avanço da tecnologia, muitas máquinas e equipamentos utilizados para a
produção, existentes nas empresas, possuem sofisticados sistemas de computadores e da
robótica, motivo pelo qual os operadores destas máquinas deverão necessariamente conhecer
informática
tica e, em alguns casos, até o inglês básico.

Perdoem-me
me os prezados leitores e não vai aí nenhuma crítica, muito menos qualquer
comentário que envolva a qualidade de vida das pessoas,, mas, muitas vezes, na nossa vida,
não aproveitamos adequadamente nosso tempo disponível para aplicá-lo
aplicá no nosso
desenvolvimento e crescimento profissional. Muitas vezes saímos dos nossos trabalhos e, ao
invés de frequentarmos escolas, cursos profissionalizantes, formações, etc, encostamos
"nossos umbigos" aos balcões de bares, muitas vezes jogando tempo, conversa e dinheiro
fora. Poderíamos perfeitamente estar aproveitand
aproveitando
o este tempo para investir em nós mesmos,
permitindo aumentar a cada dia nosso conhecimento e, o mais importante, estar aplicando este
conhecimento no nosso próprio trabalho ou a favor da comunidade onde actuamos. Hoje, fala-
fala
se muito em trabalhos voluntári
voluntários
os junto às escolas e entidades filantrópicas. Talvez seja uma
oportunidade de estarmos transferindo nossos conhecimentos para outras pessoas carentes e
interessadas em aprender algo de novo.

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Por outro lado, cabe também às empresas investir em formações e na educação para seus
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funcionários.
Hoje o profissional deverá possuir algumas características básicas: ser pró-activo,
pró ser
generalista, ser flexível, estar propenso a mudanças, entre outras coisas. O que era bom
ontem, hoje já não é tão bom e amanhã, co
com
m toda certeza, tornará ultrapassado. Vale a pena
lembrar aquela história, que diz o seguinte: "todos os passageiros de um avião, em chamas,
foram obrigados a saltar de pára
pára-quedas.
quedas. Caíram em um determinado lugar da selva africana,
um japonês e um norte-americano
ericano que, foram abordados por um leão faminto e disposto a
devorar a primeira presa que encontrasse. O japonês, mais que depressa, tirou as calças, a
camisa, o paletó e a gravata e colocou um calções, uma tt- shirt um ténis, pronto para iniciar
uma grande
e corrida. O americano, inconformado, perguntou ao japonês: você acha que pode
correr mais que este leão faminto. O japonês respondeu: mais que o leão não, mas mais que
você, com certeza".

se que a humanidade sempre utilizou dos recursos naturais ssem


Sabe-se em nem mesmo se
preocupar com as consequências que tais acções reflectiram em todo o planeta.
É nítida a degradação sofrida pelo ambiente e tudo que o compõe, inclusive o próprio ser
humano. São cada vez mais presentes fatos provocados pela “má” acção do homem contra o
seu habitat natural, acarretando assim perdas em diversos âmbitos; como, por exemplo, na
área económica,, surgindo necessidades de recuperar o que foi tão maltratado. O
empobrecimento ambiental traz o descontrole social, inclusive entre a
as
s nações, reflectindo na
qualidade de vida.
Tais perspectivas tornam evidente o grave problema que já se enfrenta actualmente, dessa
forma exigindo do próprio ser humano, o único culpado, atitudes de retratamento e
compromisso com a natureza. Uma dessas a
atitudes há-de
de ser, indiscutivelmente, no campo
educacional. Afinal, é através da educação que a humanidade pode, de maneira efectiva,
provocar mudanças concretas em seus hábitos perante o planeta. Sabe
Sabe-se,
se, porém, que tais
reformulações não ocorrem do dia p
para
ara noite. É necessário um trabalho longo e profundo de
consciencialização
ação para que se promova tão imprescindíveis inovações.
Daí dizer-se
se da importância de um processo educativo que forme cidadãos participativos,
empenhados em proteger a vida acima de tu
tudo.
do. As crianças, sem dúvida são o ponto principal
desta jornada; são nelas que se encontra a base norteadora de uma nova visão.

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Está actualmente demonstrado que muitos problemas de saúde estão relacionados com o
estilo de vida das mesmas, no qual se incluem os comportamentos de saúde. Uma das vias
para promover a adopção/modificação de comportamentos é a Educação para a Saúde. A
Educação para a Saúde, pelo impacto positivo que pode ter na saúde das pessoas, deve ser
um direito de todos os cidadãos em qualquer fase da sua vida, conforme está reconhecido na
carta de Ottawa (WHO, 1986). Deve começar na família, continuar em todas as fases do
sistema de ensino (desde o básico até ao universitário), prolongar
prolongar-se
se no local de trabalho, na
comunidade, nos média,
ia, etc., promovendo e reforçando as políticas de promoção da saúde.

A promoção para a saúde através da educação para a saúde constitui uma estratégia chave de
actuação sobre os determinantes da saúde de modo a favorecer e reforçar os hábitos de vida
saudáveis.
No entanto esta acção não pode ser isolada e nem deve ser ao cargo de uma única instituição
ou entidade. A mesma deve ser fruto da conjugação de esforço inter e intra institucional, onde
o envolvimento e participação comunitária é crucial
crucial.

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