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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

ANO XIII – EDIÇÃO nº 2936 – SEÇÃO I


DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Senhores(as) Usuários(as),

A Seção I do Diário da Justiça Eletrônico compreende a publicação de atos judiciais e administrativos


oriundos do 2º grau de jurisdição.

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CLAUDIA CLAUDIA VASCONCELLOS
LEMES:58850503172
VASCONCELLOS DN: c=BR, o=ICP-Brasil, ou=Secretaria
da Receita Federal do Brasil - RFB,

LEMES:5885050 ou=Autenticado
ou=RFB e-CPF A3, ou=(EM BRANCO),
por AR Certa,
cn=CLAUDIA VASCONCELLOS
3172 LEMES:58850503172
Dados: 2020.02.20 12:10:02 -03'00'
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Nº Processo PROAD: 202002000214287

Gabinete da Presidência Nº 0

DECRETO JUDICIÁRIO N° 392/2020.

Altera o Decreto Judiciário n° 3.159/2019.

O DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições legais,

DECRETA:

Art. 1° O Decreto Judiciário n° 3.159/2019 passa a vigorar com


a seguinte redação:

“Art. 1°.…………………………………………

I – Índice de Atendimento à Demanda (IAD) superior a 100%


(cem por cento), ou seja, na unidade titularizada pelo
magistrado o número de processos arquivados deve ser
superior ao número de casos novos nos últimos 12 (doze)
meses. (NR)

II – Para efeito dos cálculos estatísticos do IAD, serão


utilizados os números apresentados pelo portal da SGE
Transparência, sistema de indicadores processuais, da
Diretoria de Gestão da Informação, no link:
http://sge.tjgo.gov/painel_judicial/relatorio_processos. (NR)
Av. Assis Chateaubriand, 195, St. Oeste, Goiânia Goiás – CEP 74280-900 – Telefone (62)3216-2190 – www.tjgo.jus.br

Assinado digitalmente por: WALTER CARLOS LEMES, PRESIDENTE, em 19/02/2020 às 13:51.


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Nº Processo PROAD: 202002000214287

Gabinete da Presidência

III – REVOGADO”.

“Art. 3°…………………………………

III – vacância de unidades judiciárias”.

“Art. 6° A Corregedoria-Geral da Justiça fará o controle


trimestral da produtividade dos juízes designados, a fim de
verificar a produtividade na unidade na qual estão auxiliando ou
respondendo, devendo para tanto ser considerada a produção
de audiência, sentença e decisões, utilizando os indicadores
próprios da Corregedoria-Geral da Justiça.” (NR)

Art. 2° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020, 132º da República.

WALTER CARLOS LEMES

Presidente

Av. Assis Chateaubriand, 195, St. Oeste, Goiânia Goiás – CEP 74280-900 – Telefone (62)3216-2190 – www.tjgo.jus.br

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ASSINATURA(S) ELETRÔNICA(S)
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
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Nº Processo PROAD: 202002000214287

WALTER CARLOS LEMES


PRESIDENTE
PRESIDENCIA
Assinatura CONFIRMADA em 19/02/2020 às 13:51

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Nº Processo PROAD: 202002000214287

Gabinete da Presidência Nº 0

DECRETO JUDICIÁRIO Nº 400/2020.

O DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS, usando de suas atribuições legais,

D E C R E T A:

Art. 1º O ponto será facultativo para os servidores do Poder


Judiciário do Estado de Goiás, até as 12h do dia 26 de fevereiro de 2020, quarta-
feira de cinzas, subsequente ao Carnaval.
Art. 2º O disposto neste ato não altera o estabelecido acerca
dos plantões para atendimento de questões judiciais urgentes, nem se aplica a
servidores cujas atividades, por sua natureza ou em razão do interesse público,
tornem indispensável a continuidade do serviço, a juízo dos respectivos comandos.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020, 132º da República.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

Av. Assis Chateaubriand, 195, St. Oeste, Goiânia Goiás – CEP 74280-900 – Telefone (62)3216-2190 – www.tjgo.jus.br

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ASSINATURA(S) ELETRÔNICA(S)
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
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Nº Processo PROAD: 202002000214287

WALTER CARLOS LEMES


PRESIDENTE
PRESIDENCIA
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Nº Processo PROAD: 202002000214287

Gabinete da Presidência Nº 0

DECRETO JUDICIÁRIO Nº 401/2020.

O DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições legais, designa a
Dra. SIRLEI MARTINS DA COSTA, para atuar como Juíza Auxiliar plantonista no
feriado prolongado de Carnaval/2020.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020, 132º da República.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

Av. Assis Chateaubriand, 195, St. Oeste, Goiânia Goiás – CEP 74280-900 – Telefone (62)3216-2190 – www.tjgo.jus.br

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Nº Processo PROAD: 202002000214287

WALTER CARLOS LEMES


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PRESIDENCIA
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Nº Processo PROAD: 202002000214003

Gabinete da Presidência

DECRETO JUDICIÁRIO Nº 404/ 2020.

O DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que consta
nos autos do PROAD nº 202002000214003, nos termos do art. 9º, I, da Lei nº 16.872, de
06 de janeiro de 2010, do art. 3º da Resolução nº 07, de 25 de julho de 2012, do Órgão
Especial, e do Decreto Judiciário nº 1.203, de 25 de abril de 2019, designa o Juiz
Substituto em Segundo Grau, Dr. SIVAL GUERRA PIRES, para, no período de 17 de
fevereiro a 6 de março de 2020, substituir o Desembargador Itamar de Lima, durante
afastamento por motivo de saúde.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020, 132º da República.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

17

Assinado digitalmente por: WALTER CARLOS LEMES, PRESIDENTE, em 19/02/2020 às 21:11.


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ASSINATURA(S) ELETRÔNICA(S)
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Nº Processo PROAD: 202002000214003

WALTER CARLOS LEMES


PRESIDENTE
PRESIDENCIA
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Assinado digitalmente por: RUI GAMA DA SILVA, SECRETÁRIO-GERAL DA CORREGEDORIA, em 19/02/2020 às 11:22.
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Nº Processo PROAD: 202001000210510

RUI GAMA DA SILVA


SECRETÁRIO-GERAL DA CORREGEDORIA
SECRETARIA-GERAL DA CORREGEDORIA
Assinatura CONFIRMADA em 19/02/2020 às 11:22

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Assinado digitalmente por: HOSANA PEREIRA DA SILVA MENDES, ANALISTA JUDICIÁRIO, em 31/01/2020 às 08:35.
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Assinado digitalmente por: HOSANA PEREIRA DA SILVA MENDES, ANALISTA JUDICIÁRIO, em 31/01/2020 às 08:35.
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Assinado digitalmente por: HOSANA PEREIRA DA SILVA MENDES, ANALISTA JUDICIÁRIO, em 31/01/2020 às 08:35.
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Nº Processo PROAD: 202001000210510

Assinado digitalmente por: HOSANA PEREIRA DA SILVA MENDES, ANALISTA JUDICIÁRIO, em 31/01/2020 às 08:35.
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Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Nº Processo PROAD: 202001000210510

HOSANA PEREIRA DA SILVA MENDES


ANALISTA JUDICIÁRIO
APARECIDA DE GOIÂNIA SECRETARIA DA DIRETORIA DO FORO
Assinatura CONFIRMADA em 31/01/2020 às 08:35

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Nº Processo PROAD: 202001000210510


 



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Assinado digitalmente por: MARCIRLEI MARIA DA SILVA, ASSESSOR CORREICIONAL DA C.G.J, em 11/02/2020 às 16:28.
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ASSINATURA(S) ELETRÔNICA(S)
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
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Nº Processo PROAD: 202001000210510

MARCIRLEI MARIA DA SILVA


ASSESSOR CORREICIONAL DA C.G.J
ASSESSORIA CORREICIONAL DA CGJ
Assinatura CONFIRMADA em 11/02/2020 às 16:28

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===============================================================================
DIVISAO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS #
INTIMACAO A(S) PARTE(S)

NOS TERMOS DA LEGISLACAO VIGENTE, FICA(M) A(S) PARTE(S) INTIMADA(S) DA


DECISAO QUE NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL E/OU EXTRAORDINARIO E/OU
ORDINARIO, EM PROCESSOS CRIMINAIS, CUJOS FEITOS SAO OS SEGUINTES:
===============================================================================

1 - APELACAO CRIMINAL N. 11052-05.2015.8.09.0175(201590110528)


PROCESSO : 11052-05.2015.8.09.0175(201590110528)
COMARCA DE : GOIANIA
1 RECORRENTE(S) MINISTERIO PUBLICO
1 RECORRIDO(S) MARCIA ADRIANE CARRILHO MARQUES
ADV(S) : 21059/GO -RODRIGO LUSTOSA VICTOR
28843/GO -THIAGO FERREIRA

2 - APELACAO CRIMINAL N. 339256-66.2016.8.09.0137(201693392569)


PROCESSO : 339256-66.2016.8.09.0137(201693392569)
COMARCA DE : RIO VERDE
1 RECORRENTE(S) MINISTERIO PUBLICO
1 RECORRIDO(S) IDEBRANDO DE CARVALHO GOULART
ADV(S) : 38354/GO -WDNEIA PEREIRA DE OLIVEIRA
2 RECORRIDO(S) BELCHIOR EPAMINONDAS WENCESLAU JUNIOR
ADV(S) : 44655/GO -ADEMIR LUIZ DA SILVA
16139/GO -MARIO ANISIO BARBOSA

3 - APELACAO CRIMINAL N. 163063-64.2016.8.09.0181(201691630632)


PROCESSO : 163063-64.2016.8.09.0181(201691630632)
COMARCA DE : FLORES DE GOIAS
1 RECORRENTE(S) GLEDISON RODRIGUES DE ALVINCO
ADV(S) : 14127/GO -FLAVIO HENRIQUE ALVES FERREIRA
1 RECORRIDO(S) MINISTERIO PUBLICO

4 - APELACAO CRIMINAL N. 7708-63.2016.8.09.0051(201990363946)


PROCESSO : 7708-63.2016.8.09.0051(201990363946)
COMARCA DE : GOIANIA
1 RECORRENTE(S) ITERLEY MARTINS DE SOUSA
ADV(S) : 28384/GO -WELDER DE ASSIS MIRANDA
1 RECORRIDO(S) MINISTERIO PUBLICO

5 - APELACAO CRIMINAL N. 382606-87.2016.8.09.0175(201693826062)


PROCESSO : 382606-87.2016.8.09.0175(201693826062)
COMARCA DE : GOIANIA
1 RECORRENTE(S) SIVALDO BEZERRA RODRIGUES
ADV(S) : 38975/GO -RAFAEL LOPES DE SOUSA
1 RECORRIDO(S) MINISTERIO PUBLICO

GOIANIA, 18 DE FEVEREIRO DE 2020


CARMEN LETICIA S. QUAIOTTI FERREIRA
DIRETOR DA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ASSESSORIA PA
ORIGINAL ASSINADO

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DIVISAO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS #
INTIMACAO A(S) PARTE(S)

NOS TERMOS DA LEGISLACAO VIGENTE, FICA(M) A(S) PARTE(S) INTIMADA(S) PARA


APRESENTAR(EM) AS CONTRA-RAZOES DO RECURSO ESPECIAL E/OU EXTRAORDINARIO
E/OU ORDINARIO, NO(S) SEGUINTES(S) FEITO(S):
===============================================================================

1 - APELACAO CRIMINAL N. 6716-50.2018.8.09.0175(201890067164)


PROCESSO : 6716-50.2018.8.09.0175(201890067164)
COMARCA DE : GOIANIA
1 RECORRENTE(S) MINISTERIO PUBLICO
1 RECORRIDO(S) ELAINE BERTOLDO DIAS DE FREITAS
ADV(S) : 44676/GO -CRISTOMARKS FRADES GOMIDES
2 RECORRIDO(S) RONALDO BENTO XAVIER JUNIOR
ADV(S) : 44676/GO -CRISTOMARKS FRADES GOMIDES

2 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO N. 398943-72.2015.8.09.0051(201593989431)


PROCESSO : 398943-72.2015.8.09.0051(201593989431)
COMARCA DE : GOIANIA
1 RECORRENTE(S) FERNANDO DA ROCHA NASCIMENTO
ADV(S) : 31882/GO -TIAGO AZEVEDO BORGES
38382/GO -ANTHONY PATRICIO FREITAS DE ALEN
1 RECORRIDO(S) MINISTERIO PUBLICO
1 ASS.ACUS.(S) GILMAR JOSE BRAZAO
ADV(S) : 9364/GO -THALES JOSE JAYME
45140/GO -MARYNA SILVERIO VIEIRA
56572/GO -PAULO ROBERTO CARLUCCI JUNIOR

GOIANIA, 18 DE FEVEREIRO DE 2020


CARMEN LETICIA S. QUAIOTTI FERREIRA
DIRETOR DA ASSESSORIA DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS ASSESSORIA PA
ORIGINAL ASSINADO

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DIVISAO DE DISTRIBUICAO - PRESIDENCIA #
INTIMACAO AS PARTES

VIGESIMA QUINTA AUDIENCIA PUBLICA DE DISTRIBUICAO AUTOMATIZADA, REALIZADA


NO DIA 14 DE FEVEREIRO DE 2020 , SOB A PRESIDENCIA DO SENHOR
DESEMBARGADOR , EM QUE FOI(RAM) DISTRIBUIDO(S) O(S) SEGUINTE(S) FEITO(S)
PELO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE DADOS:
===============================================================================
PROCESSOS CRIMINAIS

1 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 14979-09.2019.8.09.0152(201990149790)
COMARCA : URUACU
REDISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : DENISE ROBERTA DA SILVA
ADV(S) : 23165/GO -ANDERSON FELICIANO FREITAS ALCA
2 APELANTE(S) : JAIR DE HOLANDA
ADV(S) : 23165/GO -ANDERSON FELICIANO FREITAS ALCA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

2 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 128322-67.2015.8.09.0137(201591283221)
COMARCA : RIO VERDE
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. AVELIRDES ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS
1 APELANTE(S) : ELIEZER MACHADO MOURA SOBRINHO
ADV(S) : 27755/GO -DANILO MARQUES BORGES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

3 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 135400-56.2019.8.09.0175(201991354002)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : VALTECY SEBASTIAO DE OLIVEIRA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

4 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 298543-32.2016.8.09.0175(201692985434)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : FELIPE SOARES GLORIA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

5 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 50041-12.2017.8.09.0175(201790500419)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : ALEX GONCALVES DA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

6 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 343391-75.2014.8.09.0175(201493433911)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL

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RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR


1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELANTE(S) : ROMULO LEMES
ADV(S) : 36842/GO -GUILHERME VILELA PATO REZENDE
1 APELADO(S) : ROMULO LEMES
ADV(S) : 36842/GO -GUILHERME VILELA PATO REZENDE
2 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

7 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 125546-38.2019.8.09.0175(201991255462)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : REGINALDO LIMA DA SILVA
MINISTERIO PUBLICO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G

8 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 10958-67.2018.8.09.0170(201890109584)
COMARCA : CAMPINORTE
REDISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : MARCOS ROGERIO DE SOUZA
ADV(S) : 29292/GO -VANDERLEY FRANCISCO DE CARVALHO
2 APELANTE(S) : CASSIO SILVA DE AZEVEDO
ADV(S) : 34387/GO -HELDER LINCOLN CALACA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

9 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 160901-53.2018.8.09.0011(201891609017)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
REDISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : JHONATAN VITOR CORREIA DE MOURA
ADV(S) : 25351/GO -ROGERIO CARVALHO CARDOSO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

10 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 130412-43.2018.8.09.0137(201891304127)
COMARCA : RIO VERDE
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : JOSIEL BEZERRA DE OLIVEIRA
ADV(S) : 18399/GO -WHASLEN FAGUNDES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

11 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 102747-19.2018.8.09.0148(201891027476)
COMARCA : TAQUARAL DE GOIAS
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 APELANTE(S) : IDAIR JANUARIO DE FARIA
ADV(S) : 56877/GO -PEDRO HENRIQUE FARIA MARTINS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

12 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 144653-57.2016.8.09.0148(201691446530)
COMARCA : TAQUARAL DE GOIAS
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : JOSE MARIA DIAS FERREIRA
ADV(S) : 22710/GO -FERNANDO ALMEIDA SOUSA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

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13 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 43749-18.2018.8.09.0032(201890437492)
COMARCA : CERES
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. AVELIRDES ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS
1 APELANTE(S) : DHYEGO TAVARES DOS SANTOS
ADV(S) : 6611/GO -FRANCISCO FELICIANO FERREIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

14 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 23627-81.2018.8.09.0032(201890236276)
COMARCA : CERES
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : JORGE LOURENCO LOPES
ADV(S) : 45479/GO -CAIO BRUNO MARQUES MONTEIRO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

15 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 36534-88.2018.8.09.0032(201890365343)
COMARCA : CERES
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : FABIANO ANTONIO DE ALMEIDA LIMA
ADV(S) : 22706/GO -DINO CARLO BARRETO AYRES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

16 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 149006-32.2018.8.09.0032(201891490060)
COMARCA : CERES
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : VINICIUS VIEIRA DE JESUS
ADV(S) : 22706/GO -DINO CARLO BARRETO AYRES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

17 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 242343-53.2017.8.09.0180(201792423438)
COMARCA : CACHOEIRA DOURADA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. AVELIRDES ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS
1 APELANTE(S) : HERCULES HENRIQUE DOS SANTOS
ADV(S) : 24741/GO -DORALEI DE FREITAS SANTOS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

18 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 205342-08.2014.8.09.0158(201492053422)
COMARCA : SANTO ANTONIO DO DESCOBERTO
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : JACOB PEREIRA BROTASEO
ADV(S) : 32986/GO -WALDEYLSON MENDES CORDEIRO DA S
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

19 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 35853-84.2018.8.09.0011(201890358533)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 APELANTE(S) : DOUGLAS VENANCIO SOBRINHO
ADV(S) : 27557/GO -LIVIA GOMES ARCANGELO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

20 - APELACAO CRIMINAL

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PROCESSO : 262191-19.2015.8.09.0011(201592621910)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : PATRYCK WILSON DA SILVA
ADV(S) : 33571/GO -MAYCK FEITOSA CAMARA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

21 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 20784-61.2008.8.09.0011(202090130067)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : ARISTOTELES ANDRADE SANTOS
ADV(S) : 48234/GO -LETICIA FRANCIELE FERREIRA BARB
15218/GO -WALKYRIA WICTOWICZ DA SILVA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

22 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 286164-32.2016.8.09.0087(201692861646)
COMARCA : ITUMBIARA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. J. PAGANUCCI JR.
1 APELANTE(S) : KARINA DA SILVA VIEIRA
ADV(S) : 19383/GO -ELISMARCIO DE OLIVEIRA MACHADO
2 APELANTE(S) : ANDERSON VALDERSON DA SILVA
ADV(S) : 29767/GO -NILVA MARIA GUIMARAES
3 APELANTE(S) : LUIZ RICARDO SILVA NAVES GARCIA
ADV(S) : 30465/GO -ANDRE LUIZ DUARTE PIMENTEL
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

23 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 147514-10.2014.8.09.0011(202090130113)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 APELANTE(S) : JOSENILDO PEREIRA DE CARVALHO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

24 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 17979-08.2018.8.09.0134(201890179795)
COMARCA : QUIRINOPOLIS
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : GUSTAVO CESAR GARCIA SILVA
ADV(S) : 26524/GO -ANDRESSA BERNARDES DE SENE
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

25 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 66477-63.2017.8.09.0137(201790664772)
COMARCA : RIO VERDE
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : JOAO MARTINS DA SILVA
ADV(S) : 50678/GO -AMARILDO APARECIDO BORGES DE JE
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

26 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 43710-76.2019.8.09.0067(201990437109)
COMARCA : GOIATUBA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 APELANTE(S) : MARCELO DE SOUSA OLIVEIRA

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ADV(S) : 50071/GO -LEONARDO DE LIMA BARRA


2 APELANTE(S) : SERGIO LUIZ DO CARMO SILVA
ADV(S) : 47262/GO -MONIQUE MICHELE RODRIGUES DE SO
55241/GO -GILMAR LUCAS COSTA DIAS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

27 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 373867-45.2016.8.09.0040(201693738678)
COMARCA : EDEIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : PEDRO LOPES CARVALHO
ADV(S) : 27777/GO -THIAGO MARCAL FERREIRA BORGES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

28 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 17560-56.2019.8.09.0003(201990175600)
COMARCA : ALEXANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : GLEICE OLIVEIRA BATISTA
ADV(S) : 52752/GO -WERIK JHONATAN CEZARIO PASSOS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

29 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 82303-17.2019.8.09.0087(201990823033)
COMARCA : ITUMBIARA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 APELANTE(S) : JOAO PAULO OLIVEIRA MARCAL
ADV(S) : 36743/GO -FABIO GONCALVES JUNIOR
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

30 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 81892-28.2019.8.09.0069(201990818927)
COMARCA : GUAPO
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 APELANTE(S) : IRMON DAS DORES MORAES
ADV(S) : 51538/GO -CLEIB BUENO DE MORAIS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

31 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 51039-70.2018.8.09.0069(201890510394)
COMARCA : GUAPO
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : IGOR CARDOSO
ADV(S) : 43578/GO -CARLOS EDUARDO FREITAS ARAUJO
57638/GO -GUILHERME LOPES MARTINS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

32 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 15784-61.2018.8.09.0001(202090142006)
COMARCA : ABADIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : FABIO SOUSA SILVA
ADV(S) : 44548/GO -EDMILSON DO NASCIMENTO JUNIOR
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

33 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 125551-65.2016.8.09.0175(201691255513)
COMARCA : GOIANIA

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DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL


RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : DOUGLAS TAVARES PEREIRA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

34 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 15690-13.2017.8.09.0175(201790156904)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : EDVAN DOS SANTOS SILVA
PAULO HENRIQUE SILVA MARCELINO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

35 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 22355-46.2019.8.09.0152(201990223559)
COMARCA : URUACU
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : MATEUS JORGE PEREIRA
ADV(S) : 23165/GO -ANDERSON FELICIANO FREITAS ALCA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUB LICO

36 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 92341-37.2018.8.09.0083(201890923419)
COMARCA : URUACU
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. J. PAGANUCCI JR.
1 APELANTE(S) : KESLEY LOPES CIRQUEIRA BATISTA
ADV(S) : 49390/GO -LEONARDO DE ALMEIDA LEAO
2 APELANTE(S) : ANNA CLARA BATISTA DE SOUZA
ADV(S) : 49390/GO -LEONARDO DE ALMEIDA LEAO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

37 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 299705-18.2014.8.09.0180(201492997056)
COMARCA : CACHOEIRA DOURADA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 RECORRENTE(S) : FRANCISCO DE ASSIS SILVA
ADV(S) : 40204/GO -VALERIA CRISTINA DOS SANTOS MAM
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

38 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 40411-65.2019.8.09.0011(201990404111)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 RECORRENTE(S) : DIVINO ROCHA MENDES
ADV(S) : 56984/GO -DANIELLY CRISTINA BARBOSA
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

39 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 84197-11.2017.8.09.0180(201790841976)
COMARCA : CACHOEIRA DOURADA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 RECORRENTE(S) : DIONATHAN SANTOS OLIVEIRA
ADV(S) : 40204/GO -VALERIA CRISTINA DOS SANTOS MAM
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

40 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

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PROCESSO : 144959-74.2019.8.09.0001(201991449593)
COMARCA : ABADIANIA
REDISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 RECORRENTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 RECORRIDO(S) : JOAO TEIXEIRA DE FARIA
ADV(S) : 56351/GO -JOSE JORGE DE OLIVEIRA NETO

41 - REVISAO CRIMINAL
PROCESSO : 14810-56.2020.8.09.0000(202090148101)
COMARCA : JATAI
DISTRIBUIDO PARA SECAO CRIMINAL
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 REQUERENTE(S) : MARCO AURELIO VALE LEITE
1 REQUERIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

42 - AGRAVO EM EXECUCAO PENAL


PROCESSO : 113658-64.2019.8.09.0016(201991136587)
COMARCA : BARRO ALTO
REDISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 AGRAVANTE(S) : RENATA GOMES BRTETA RIBEIRO
ADV(S) : 14306/GO -MAGDA PEREIRA DE ANDRADE
1 AGRAVADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

TOTAL GERAL DE PROCESSOS DISTRIBUIDOS 42

GOIANIA, 18 DE FEVEREIRO DE 2020


ISABELA SILVERIO DE OLIVEIRA
DIRETOR(A) DA DIV. DE DISTRIBUICAO
ORIGINAL ASSINADO

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===============================================================================
DIVISAO DE DISTRIBUICAO - PRESIDENCIA #
INTIMACAO AS PARTES

VIGESIMA SEXTA AUDIENCIA PUBLICA DE DISTRIBUICAO AUTOMATIZADA, REALIZADA


NO DIA 17 DE FEVEREIRO DE 2020 , SOB A PRESIDENCIA DO SENHOR
DESEMBARGADOR , EM QUE FOI(RAM) DISTRIBUIDO(S) O(S) SEGUINTE(S) FEITO(S)
PELO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE DADOS:
===============================================================================
PROCESSOS CRIMINAIS

1 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 404700-26.2014.8.09.0134(201494047004)
COMARCA : QUIRINOPOLIS
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELANTE(S) : WESLEY DOS SANTOS OLIVEIRA
ADV(S) : 26524/GO -ANDRESSA BERNARDES DE SENE
1 APELADO(S) : WESLEY DOS SANTOS OLIVEIRA
ADV(S) : 26524/GO -ANDRESSA BERNARDES DE SENE
2 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

2 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 123410-68.2019.8.09.0175(201991234104)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : THIERRY NIAGARA FERNANDES
ADV(S) : 44655/GO -ADEMIR LUIZ DA SILVA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

3 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 22827-75.2019.8.09.0175(201990228275)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : MARCO AURELIO AUGUSTO PIRES
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

4 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 357465-37.2014.8.09.0175(201493574655)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : FABRICIO EUCLIDES FERREIRA NOLETO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

5 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 85891-59.2019.8.09.0175(201990858910)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : ALEXANDRE BARROS RODRIGUES SOUZA
ADV(S) : 54697/GO -THIAGO LOPES DA CRUZ
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

6 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 7699-49.2018.8.09.0175(201890076996)
COMARCA : GOIANIA

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DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL


RELATOR : DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS
1 APELANTE(S) : KARINA PEREIRA DO NASCIMENTO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

7 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 142197-53.2016.8.09.0175(201691421979)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : AURELIO DA SILVA ROSA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

8 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 9299-76.2016.8.09.0175(201690092998)
COMARCA : GOIANIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : LUCIANO ESTEVAM SANTOS
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
2 APELANTE(S) : WAGHTON ETERNO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

9 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 44827-24.2017.8.09.0051(201790448271)
COMARCA : GOIANIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : GABRIEL ISAQUE BARBOSA CAMBOTA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

10 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 326155-59.2005.8.09.0100(200593261550)
COMARCA : LUZIANIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : ELIAS MACHADO VALADAO
PAULO ELIAS BATISTA MACHADO
ADV(S) : 20902/GO -DENIS DA COSTA MEIRELES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

11 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 37746-34.2015.8.09.0038(201590377460)
COMARCA : CRIXAS
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : DIEGO DOS ANJOS DE SOUSA
ADV(S) : 26432/GO -MARCOS DIETZ DE OLIVEIRA
2 APELANTE(S) : FREDERICO DA SILVA SOUSA
ADV(S) : 26432/GO -MARCOS DIETZ DE OLIVEIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

12 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 414076-95.2015.8.09.0006(201594140766)
COMARCA : ANAPOLIS
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : ALESSANDRA PIRES PEREIRA DOS ANJOS
ADV(S) : 41707/GO -LEIFF SOARES DE OLIVEIRA
2 APELANTE(S) : RAFAEL MARTINS DA SILVA

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ADV(S) : 40275/GO -JHONATAN NERYVALDO FERREIRA MEN


3 APELANTE(S) : RAPHAEL DOS SANTOS
ADV(S) : 35615/GO -EMILIO FERNANDES DE LIMA
43077/GO -FERNANDO HONORIO SACURABA
4 APELANTE(S) : DIEGO SIMAO DA SILVA
ADV(S) : 40275/GO -JHONATAN NERYVALDO FERREIRA MEN
5 APELANTE(S) : DANIEL DOS SANTOS
ADV(S) : 40275/GO -JHONATAN NERYVALDO FERREIRA MEN
6 APELANTE(S) : PAMELLA FERNANDA BRAGA SANTOS
ADV(S) : 23941/GO -SANDRO JOSE ROSA
7 APELANTE(S) : DIEGO RAFAEL DOS SANTOS
ADV(S) : 27725/GO -CARLOS EDUARDO GONCALVES MARTIN
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

13 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 30847-42.2016.8.09.0084(201690308478)
COMARCA : ITAPIRAPUA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : MARCELO RODRIGUES POVOA
ADV(S) : 33104/GO -ANDRE CARLOS DE OLIVEIRA BELTRA
2 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELADO(S) : MARCELO RODRIGUES POVOA
ADV(S) : 33104/GO -ANDRE CARLOS DE OLIVEIRA BELTRA

14 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 15354-88.2018.8.09.0105(201890153540)
COMARCA : MINEIROS
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : WANDERSON CARRIJO SILVA
ADV(S) : 26401/GO -ALEXANDRE ANTONIO DE SOUZA
30727/GO -MARLEI SANTOS BORGES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

15 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 270374-71.2017.8.09.0087(201792703740)
COMARCA : ITUMBIARA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : DIONATAN LUIZ FREIRE
ADV(S) : 31146/GO -ORLANDO TERRA DE OLIVEIRA NETO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

16 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 295703-95.2015.8.09.0074(201592957030)
COMARCA : IPAMERI
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : REGINALDO WALDIVINO CANDIDO BARBOSA
ADV(S) : 19251/GO -CELIO EMEDIATO GERHARDT
39992/GO -THIAGO GERHARDT DE CAMARGO
27117/GO -WELLINGTON MONTEIRO GERHARDT
55205/GO -MARIA EMILIA MACHADO GERHARDC
2 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELADO(S) : REGINALDO WALDIVINO CANDIDO BARBOSA
ADV(S) : 34394/GO -SIDNEI CARLOS DOS SANTOS

17 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 341334-50.2015.8.09.0175(201593413343)
COMARCA : GOIANIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS

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RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ


1 APELANTE(S) : HUMBERTO COSTA FERREIRA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

18 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 13921-24.2018.8.09.0081(201890139211)
COMARCA : ITAGUARU
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : JOHNATAN DE SOUZA SILVA
ADV(S) : 34011/GO -RICARDO PITHER DE SOUSA SANTIAG
2 APELANTE(S) : JOAO BOSCO SILVA DE CASTRO FILHO
ADV(S) : 34714/GO -CARLOS ROGERIO PINTO BRASIL
3 APELANTE(S) : GEDUCIE GOMES DA SILVA
ADV(S) : 28676/GO -MARQUES DA SILVA LIMA
4 APELANTE(S) : FRANKLIN NELSON DE CASTRO SILVA
ADV(S) : 14306/GO -MAGDA PEREIRA DE ANDRADE
5 APELANTE(S) : LUCAS PEREIRA ALBUQUERQUE SILVA
ADV(S) : 14306/GO -MAGDA PEREIRA DE ANDRADE
21875/GO -MOACIR ARAUJO DA SILVA
6 APELANTE(S) : SILOMAR GEREMIAS DE LIMA
ADV(S) : 14306/GO -MAGDA PEREIRA DE ANDRADE
7 APELANTE(S) : LETICIA FERREIRA COELHO RIBEIRO DE LIMA
ADV(S) : 14306/GO -MAGDA PEREIRA DE ANDRADE
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

19 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 244315-30.2012.8.09.0149(201292443154)
COMARCA : TRINDADE
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : MARIO SERGIO DIAS DOS SANTOS
CAMILA DA SILVA
ADV(S) : 17673/GO -FRANCISCO CARNEIRO DA SILVA
24761/GO -LENIO CESAR GODINHO JUNIOR
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

20 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 31458-29.2017.8.09.0029(201790314585)
COMARCA : CATALAO
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : LEANDRO SALES DOS SANTOS
ADV(S) : 17970/GO -ELSON FERREIRA DE SOUSA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 ASS.ACUS.(S) : DIRCE PEREIRA DE OLIVEIRA
DECIVALDO ANTONIO DA SILVA
ADV(S) : 47124/GO -LIVIA FLAVIA LIMA

21 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 48607-28.2018.8.09.0021(201890486078)
COMARCA : CACU
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELANTE(S) : GENILSON BEZERRA CAVALCANTE
ADV(S) : 42281/GO -FELIPE MENDES VILELA
1 APELADO(S) : GENILSON BEZERRA CAVALCANTE
ADV(S) : 42281/GO -FELIPE MENDES VILELA
2 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

22 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 411502-63.2010.8.09.0107(201094115029)

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COMARCA : MORRINHOS
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : HEMERSON MARQUES DE SOUZA
ADV(S) : 34721/GO -ROBSON NEVES CANEDO
2 APELANTE(S) : WESLEY RODRIGUES DE JESUS
ADV(S) : 33815/GO -DIEGO ESTEVAO AMARAL
3 APELANTE(S) : JOHNATAN ATAIDES DE SOUSA SANTOS
ADV(S) : 45358/GO -PAULO DE TARSO MARTINS JUNIOR
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

23 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 330134-35.2013.8.09.0072(201393301347)
COMARCA : INHUMAS
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : SANTIAGO SIQUEIRA
ADV(S) : 14341/GO -JEFFERSON DE PAULA COUTINHO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

24 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 5508-02.2016.8.09.0078(201690055081)
COMARCA : ISRAELANDIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : JULIO CESAR MARTINS DE AGUIAR RAMOS
ADV(S) : 34567/GO -OTAIR FRANCISCO COSTA NETO
53220/GO -RAFAEL DOMINGUES MUNHOZ
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

25 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 236491-63.2017.8.09.0175(201792364911)
COMARCA : GOIANIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : VALDO DIAS PINTO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

26 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 102278-93.2018.8.09.0011(201891022784)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : MAYCON TAVARES DE ALMEIDA
ADV(S) : 37292/GO -THIAGO HUASCAR SANTANA VIDAL
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

27 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 72743-44.2018.8.09.0036(201890727431)
COMARCA : CRISTALINA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 APELANTE(S) : WILLIAN FIUZA DA COSTA
ADV(S) : 40131/GO -MARCIO GABRIEL CAVALCANTE MARIA
40775/GO -GUIOMARA STEINBACH
52120/GO -JOICILENE RENATA DA SILVA OLIVE
48434/GO -BRENO MOHN GUIMARAES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

28 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 447564-51.2011.8.09.0145(202090124121)
COMARCA : SAO DOMINGOS
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM


1 APELANTE(S) : SEBASTIAO FELIX DOS SANTOS
ADV(S) : 9783/GO -NILSON NUNES REGES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

29 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 71756-40.2019.8.09.0014(201990717560)
COMARCA : ARAGARCAS
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 APELANTE(S) : GABRIEL HENRIQUE DE SOUZA ROSA
ADV(S) : 28789/GO -VINICIUS DE OLIVEIRA RIBEIRO
2 APELANTE(S) : CASSIANO ARANTE DE PAULA
ADV(S) : 26106/O/MT -WORISTON BARROS DA CRUZ
3 APELANTE(S) : CASSIO GODIM MIRANDA
ADV(S) : 27388/O/MT -JOSE CARLOS CORDEIRO GOMES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

30 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 73227-21.2018.8.09.0178(202090114045)
COMARCA : MAURILANDIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS
1 APELANTE(S) : HENRIQUE NATALINO CASTRO DE LIMA
DANIEL DOS SANTOS CARVALHO
ADV(S) : 17030/GO -GERCIONIL DUARTE DE OLIVEIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

31 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 153371-08.2018.8.09.0040(201891533711)
COMARCA : JANDAIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : CELIA LIMA DO ROSARIO
ADV(S) : 40985/GO -JULIO CESAR PEREIRA SOUSA
2 APELANTE(S) : MATEUS ALVES DE ABREU
ADV(S) : 40050/GO -JOSE PERERIA MENDONCA MACHADO A
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

32 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 263834-84.2017.8.09.0029(201792638345)
COMARCA : CATALAO
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. AVELIRDES ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS
1 APELANTE(S) : BRENDON ALEXANDER DE SOUZA ANDRE
ADV(S) : 24968/GO -CLEYBER JOAO EVANGELISTA
40728/GO -MARCELO HENRIQUE DE MESQUITA
30827/GO -JAQUELINE FRANCISCA DA SILVA RO
37803/GO -JAMIL FELIPE ROMEIRO NETO SARDI
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

33 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 67085-19.2018.8.09.0172(201890670855)
COMARCA : SANTA TEREZINHA DE GOIAS
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. J. PAGANUCCI JR.
1 APELANTE(S) : FIRMINO GONCALVES DA SILVA
MARCIEL GONCALVES SARDINHA
ADV(S) : 29137/GO -KLEYTON MARTINS DA SILVA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

34 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 307681-86.2015.8.09.0036(201593076819)
COMARCA : IPAMERI

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL


RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 APELANTE(S) : LEANDRO OLIVEIRA VIANA
ADV(S) : 16950A/GO -WASHINGTON CLEIO DE CARVALHO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

35 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 360606-19.2013.8.09.0072(202090139412)
COMARCA : INHUMAS
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. J. PAGANUCCI JR.
1 APELANTE(S) : JANILTON ALVES BESSA
ADV(S) : 38371/GO -ABNEL CARDOSO LOURENCO NETO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

36 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 86547-03.2018.8.09.0029(201890865478)
COMARCA : CATALAO
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : BRUNO MARQUES DE OLIVEIRA
ADV(S) : 24968/GO -CLEYBER JOAO EVANGELISTA
2 APELANTE(S) : ANDRE MARQUES DE OLIVEIRA
ADV(S) : 24968/GO -CLEYBER JOAO EVANGELISTA
3 APELANTE(S) : IGOR STEFANI CORREIA PIRES
ADV(S) : 15932/GO -FERNANDA VAZ NETO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

37 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 331234-19.2016.8.09.0040(201693312344)
COMARCA : EDEIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 APELANTE(S) : WILQUERSON MARCELO DA SILVA
ADV(S) : 37847/GO -EDUARDO SOARES FARIA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

38 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 296067-28.2016.8.09.0011(201692960679)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : JOAO MARIA LOURENCO ALVES MARCELINO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

39 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 80324-54.2018.8.09.0087(201890803243)
COMARCA : ITUMBIARA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. J. PAGANUCCI JR.
1 APELANTE(S) : RAFAEL BARBOSA GUIMARAES
ADV(S) : 42066/GO -DOMINGOS PASCOAL DE OLIVEIRA
2 APELANTE(S) : GLEISON DINIZ DA SILVA
ADV(S) : 38352/GO -WUILITON LUIZ DA ROCHA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

40 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 423221-29.2016.8.09.0011(201694232212)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 APELANTE(S) : LEONARDO GUSTAVO DA VEIGA JARDIM CUNHA
ADV(S) : 38435/GO -HELIO BUENO DE FARIA JUNIOR

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1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

41 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 51461-40.2009.8.09.0011(202090142030)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. J. PAGANUCCI JR.
1 APELANTE(S) : MOACIR GOMES DE OLIVEIRA SIQUEIRA NETO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

42 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 203539-43.2014.8.09.0011(202090142057)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS
1 APELANTE(S) : MARCOS VINICIO FERREIRA DE PAULO
ADV(S) : 390448/SP -ALAN ARAUJO DIAS
2 APELANTE(S) : JEAN PIERRE DE SOUZA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

43 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 427460-75.2014.8.09.0034(201494274604)
COMARCA : CORUMBA DE GOIAS
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. J. PAGANUCCI JR.
1 APELANTE(S) : GLAYTON DE JESUS OLIVEIRA
ADV(S) : 39604/GO -CHRISTIANO DOUTOR BRANQUINHO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

44 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 71050-86.2013.8.09.0137(201390710505)
COMARCA : RIO VERDE
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : DIVINO ALESSANDRO PERES
ADV(S) : 22771/GO -RENATA FERREIRA SILVA WEIRIG

45 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 158987-95.2015.8.09.0095(201591589878)
COMARCA : JOVIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. AVELIRDES ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS
1 APELANTE(S) : LUIS FELIPE SILVA
ADV(S) : 40664/GO -DAYANNE MARTINS CARVALHO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

46 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 145074-37.2018.8.09.0064(201891450743)
COMARCA : GOIANIRA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 APELANTE(S) : ROBES MAX BARBOSA DOS REIS
ADV(S) : 33860/GO -PAULO ROBERTO MACHADO SOARES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

47 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 17280-22.2018.8.09.0100(201890172804)
COMARCA : LUZIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO

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2 APELANTE(S) : CAIRO DOS SANTOS MATOS


ADV(S) : 42898/GO -PRICILLA FABIANE ALVES SOUZA TE
1 APELADO(S) : CAIRO DOS SANTOS MATOS
ADV(S) : 42898/GO -PRICILLA FABIANE ALVES SOUZA TE
2 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

48 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 85251-87.2019.8.09.0100(201990852513)
COMARCA : LUZIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS
1 APELANTE(S) : ANTONIO VIEIRA DE SOUZA
ADV(S) : 43949/DF -CARLOS AUGUSTO RODRIGUES XAVIER
58634/DF -LEILSON COSTA DA ROCHA
61213/DF -CARLOS MATHEUS COSTA MANINHO
39578/DF -THALES MEIRELLES B TELES
41016/DF -ABEL GOMES CUNHA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

49 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 342760-31.2007.8.09.0029(202090149167)
COMARCA : CATALAO
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : ADELSON MARGARIDO ASSUNCAO
ADV(S) : 12508/GO -JOSE ROBERTO FERREIRA CAMPOS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

50 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 376482-41.2016.8.09.0029(201693764822)
COMARCA : CATALAO
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS
1 APELANTE(S) : MARTA ANGELA AIRES DOS SANTOS
ADV(S) : 13140/GO -WALDEMAR PEREIRA NETO
34386/GO -HEITOR AMORIM PEREIRA
51162/GO -CIL FARNEY MODESTO ARRANTES JUN
2 APELANTE(S) : NAYARA STEFANIA RIBEIRO DE SOUSA
ADV(S) : 36377/GO -RENATO RODRIGUES VIEIRA
36627/GO -THIAGO FERREIRA ALMEIDA
3 APELANTE(S) : DENIA AIRES DA SILVA
ADV(S) : 13140/GO -WALDEMAR PEREIRA NETO
34386/GO -HEITOR AMORIM PEREIRA
51162/GO -CIL FARNEY MODESTO ARRANTES JUN
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

51 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 31908-35.2018.8.09.0029(201890319082)
COMARCA : CATALAO
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. IVO FAVARO
1 APELANTE(S) : ROGER FELIPE DA SILVA
ADV(S) : 57123/GO -MICHEL DE LACERDA BENTO
2 APELANTE(S) : WILLIAN DE PAULA LIMA
ADV(S) : 12508/GO -JOSE ROBERTO FERREIRA CAMPOS
3 APELANTE(S) : RENATO ROCHA DA SILVA
ADV(S) : 34386/GO -HEITOR AMORIM PEREIRA
4 APELANTE(S) : ALESSANDRO AUGUSTO DE ASSUNCAO
ADV(S) : 49683/GO -ANA MARIA PIMENTA CARDOSO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

52 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 103467-38.2019.8.09.0087(201991034679)
COMARCA : ITUMBIARA

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DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL


RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : RUBSON DE OLIVEIRA DA SILVA
ADV(S) : 32303/GO -SILVIA PAULA RIBEIRO
36090/GO -TARCILLA AGUIAR ALARCOM
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

53 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 229897-87.2017.8.09.0157(201792298978)
COMARCA : VIANOPOLIS
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : SERGIO VIEIRA SOARES
ADV(S) : 5362/GO -CARLOS ALBERTO BARBO DE SIQUEIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

54 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 89770-11.2018.8.09.0175(201890897701)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : VICENTE MARTINS PEREIRA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

55 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 74644-18.2018.8.09.0175(201890746444)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : EDUARDO MIRANDA RODRIGUES
ADV(S) : 47528/GO -SANTIAGO RODRIGUES OLIVEIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

56 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 72783-60.2019.8.09.0175(201990727832)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : VALDINEI GASPAR PEREIRA DE MELO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

57 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 20260-42.2017.8.09.0175(201790202604)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 APELANTE(S) : SERGIO MARCOS JACINTO DA SILVA
ADV(S) : 33829/GO -NATHANY SANCHES BATISTA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE GOIAS

58 - APELACAO CRIMINAL
PROCESSO : 150525-64.2019.8.09.0175(201991505256)
COMARCA : GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 2A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : WELLINGTON RODRIGUES DE SOUZA
ADV(S) : 49138/GO -PEDRO RENE DOS SANTOS
1 APELADO(S) : MINSTERIO PUBLICO DO ESTADO GOIAS

59 - INQUERITO
PROCESSO : 411877-21.2015.8.09.0000(201594118779)
COMARCA : TURVANIA

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REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS


RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 INDICIADO(S) : PREFEITO DO MUNICIPIO DE PALMINOPOLIS
ADV(S) : 33950/GO -WESLEY BARBOSA BORGES

60 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 247554-29.2016.8.09.0011(201692475541)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS
1 RECORRENTE(S) : WESLEY ALVES DE FREITAS
ADV(S) : 37202/GO -ANA CLAUDIA ALVES DA SILVA
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

61 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 13543-50.2019.8.09.0011(201990135439)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 RECORRENTE(S) : LUIZ ANTONIO RODRIGUES SOARES
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

62 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 130128-93.2017.8.09.0129(201791301282)
COMARCA : PONTALINA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 RECORRENTE(S) : GABRIEL LUCIO DA SILVA
ADV(S) : 12031/GO -OLDEMAR JOSE DA ROCHA
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

63 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 38303-95.2015.8.09.0175(201590383036)
COMARCA : GOIANIA
REDISTRIBUIDO PARA ASSESSORIA PARA ASSUNTO DE RECURSOS CONSTITUCIONAIS
RELATOR : DES. PRESIDENTE DO TJ
1 RECORRENTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 RECORRIDO(S) : RAFAEL CAROSSI BARBOSA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G

64 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROCESSO : 211977-36.2017.8.09.0049(201792119771)
COMARCA : GOIANESIA
DISTRIBUIDO PARA 1A CAMARA CRIMINAL
RELATOR : DES. NICOMEDES DOMINGOS BORGES
1 RECORRENTE(S) : RAFAEL SOUSA DA SILVA
ADV(S) : 19917/GO -GENTIL MEIRELES NETO
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

TOTAL GERAL DE PROCESSOS DISTRIBUIDOS 64

GOIANIA, 18 DE FEVEREIRO DE 2020


ISABELA SILVERIO DE OLIVEIRA
DIRETOR(A) DA DIV. DE DISTRIBUICAO
ORIGINAL ASSINADO

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Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Processo Judicial Digital - PROJUDI - TJGO
Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2020

5ª CÂMARA CÍVEL
PAUTA DO DIA (NUMERO 05)
DATA DO JULGAMENTO 05/03/2020 AS 09:00 HORAS OU NAS SESSÕES POSTERIORES
1 Apelação (CPC)
Número Processo : 0002189.47.2016.8.09.0168
Comarca : ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS
Relator : DES ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO
Proc. de Justiça :
Apelante(s) : 1º Apelante(s): Adriana Maria Cavalcante Costa
Adv(s): Marzone Batista de Sousa - 43331/N
Apelado(s) : 1º Apelado(s): Antonio Paulo Moraes da Silva
Adv(s): Adriana Marques dos Reis Silva - 40475/N

2 Apelação (CPC)
Número Processo : 0420289.19.2015.8.09.0168
Comarca : ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS
Relator : DES ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO
Proc. de Justiça :
Apelante(s) : 1º Apelante(s): Adriana Maria Cavalcante Costa, Charles Deleno Cordeiro
Calvocante
Adv(s): Marzone Batista de Sousa - 43331/N
Apelado(s) : 1º Apelado(s): Antonio Paulo da Silva
Adv(s): Adriana Marques dos Reis Silva - 40475/N

3 Apelação (CPC)
Número Processo : 5608519.15.2018.8.09.0051
Comarca : GOIÂNIA
Relator : DES ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO
Proc. de Justiça :
Apelante(s) : 1º Apelante(s): Ângelo Vieira da Silva
Adv(s): Rogerio Icassatti Mota - 54232/A
Apelado(s) : 1º Apelado(s): Municipio de Goiânia
Adv(s): José Paulo Machado e Vasconcelos Junior - 36301/N

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4 Apelação / Reexame Necessário


Número Processo : 7022368.74.2010.8.09.0043
Comarca : FIRMINÓPOLIS
Relator : DES ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO
Proc. de Justiça : Osvaldo Nascente Borges
Apelante(s) : 1º Apelante(s): Município de Firminópolis
Adv(s): Danilo Siqueira de Rezende - 21926/N, Manoel de Oliveira Mota - 2626/N,
Olimpio Alves Batista Junior - 44644/N
2º Apelante(s): Estado de Goiás
Adv(s): Fernando Iunes Machado - 21735/N, Valeska de Oliveira Frazão - 16843/N,
Wiviany Cristine Araujo Neves - 19786/N

Apelado(s) :
1º Apelado(s): Estado de Goiás
Adv(s): Fernando Iunes Machado - 21735/N, Valeska de Oliveira Frazão - 16843/N,
Wiviany Cristine Araujo Neves - 19786/N
2º Apelado(s): Município de Firminópolis
Adv(s): Danilo Siqueira de Rezende - 21926/N, Manoel de Oliveira Mota - 2626/N,
Olimpio Alves Batista Junior - 44644/N

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2A CAMARA CRIMINAL #
INTIMACAO DE ACORDAO N.22/2020
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1 - APELACAO CRIMINAL
EMBARGOS DE DECLARACAO
PROTOCOLO : 451306-23.2013.8.09.0175(201394513062)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : JOAO MARQUES BARBOSA LINO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
EMENTA : EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM APELAÇÃO
CRIMINAL. ACÓRDÃO OMISSO. OCORRÊNCIA DA
PRESCRIÇÃO. DECRETAÇÃO. Comprovado que o tempo
escoado entre o recebimento da denúncia e a
publicação do acórdão condenatório supera o
reclamado para a consumação da prescrição, tomado
o apenamento concretizado, deve ser reconhecida a
perda do direito estatal de punir, nos termos do
art. 109, inciso VI, do Código Penal Brasileiro.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS PROVIDOS.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDA
o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Terceira Turma Julgadora de sua Segunda Câmara
Criminal, à unanimidade, prover os embargos de
declaração, nos termos do voto do Relator.
Votaram, com o Relator, os Senhores Juiz Rodrigo
de Silveira, em substituição à Desembargadora
Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira,
Desembargador Edison Miguel da Silva Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Luiz Cláudio Veiga Braga. Presente à sessão,
representando a Procuradoria-Geral de Justiça, a
Doutora Yara Alves Ferreira e Silva. Goiânia,
28 de janeiro de 2020. Desembargador Luiz
Cláudio Veiga Braga Relator

2 - APELACAO CRIMINAL
EMBARGOS DE DECLARACAO
PROTOCOLO : 200846-79.2014.8.09.0175(201492008460)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : DOUGLAS LEANDRO DONIZETI DA SILVA OLIVEIRA
ADV(S) : 25760/GO -LUIZ OTAVIO DA CUNHA ALVARES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÃO. REEXAME DE MATÉRIA.
INCOMPORTABILIDADE. PREQUESTIONAMENTO. 1 -
Consoante a dicção do art. 619, do CPP, os
Embargos de Declaração tem como escopo o
saneamento de obscuridade, contradição, omissão ou
ambiguidade, eventualmente existente na decisão
colegiada. Ausentes tais requisitos, nega-se
provimento aos embargos de declaração, mormente
quando nítida a pretensão de rediscutir matéria já
suficientemente analisada. 2 - Os Embargos de
Declaração, mesmo para fins de prequestionamento,
devem obediência ao art. 619 do Código de Processo
Penal, vale dizer, que somente são cabíveis para
expungir do julgamento obscuridades, ambiguidades

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ou contradições, como também para suprir omissões.


Desse modo, inexistindo qualquer contradição,
omissão, obscuridade ou ambiguidade no Acórdão
embargado, impõe-se o desprovimento do recurso.
EMBARGOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos,
ACORDAM, os integrantes da Quarta Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de
votos, conhecer e desprover os embargos
declaratórios, nos termos do voto da Relatora.
Custas de lei.
VOTARAM, além da Relatora, o eminente
Desembargador Edison Miguel da Silva JR. e
Dra.Lília Mônica de Castro Borges Escher(em subst.
ao Des. João Waldeck Félix de Sousa).
Presidiu a sessão de
julgamento o Desembargador Leandro Crispim.
Esteve presente à sessão de julgamento, o(a) nobre
Procurador(a) de Justiça, Dr(a). Pedro Alexandre
da Rocha Coelho.
Goiânia, 04 de fevereiro de 2020.
Carmecy Rosa Maria Alves de
Oliveira Desembargadora Relatora

3 - APELACAO CRIMINAL
EMBARGOS DE DECLARACAO
PROTOCOLO : 35250-67.2019.8.09.0175(201990352502)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : RIVELINO SOUSA ALENCAR
ADV(S) : 52037/GO -GABRIEL CELESTINO SADDI ANTUNES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO
CRIMINAL. PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA DE
VÍCIOS. Os Embargos de Declaração visam sanar
ambiguidades, obscuridades, contradições ou
omissões presentes nos acórdãos proferidos pelo
órgão ad quem. Ausentes as hipóteses previstas no
artigo 619 do CPP, mister é o seu desprovimento,
ainda que se opostos para fins de
prequestionamento. 2- PEDIDO DE CONCESSÃO
JUSTIÇA GRATUITA. INVIÁVEL. Igualmente, inviável o
pedido de Justiça Gratuita em sede de embargos
declaratórios, não sendo o meio adequado para se
tentar obter diversa prestação jurisdicional.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS.
DECISAO : ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por votação uniforme,
em conhecer dos embargos de declaração, mas
negar-lhes provimento, nos termos do voto do
Relator, exarado na assentada do julgamento que a
este se incorpora. Custas de lei.

4 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROTOCOLO : 54526-82.2017.8.09.0069(201790545269)
COMARCA : GUAPO
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
PROCURADOR : NILO MENDES GUIMARAES
1 RECORRENTE(S) : DINAMOR CANDIDO DE OLIVEIRA
DINAMOR CANDIDO DE OLIVEIRA
ADV(S) : 49254/GO -TIAGO NUNES CRUVINEL
1 RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO

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EMENTA : EMENTA. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO


QUALIFICADO CONSUMADO, DESTRUIÇÃO E OCULTAÇÃO DE
CADÁVER E FURTO. PRESENÇA DA MATERIALIDADE E
INDÍCIOS DA AUTORIA DELITIVA. Havendo prova da
materialidade e indícios de possível autoria
delitiva do pronunciado nos delitos, respaldada
por elementos coesos dos autos, mantém-se a
pronúncia, cabendo assegurar ao Tribunal do Júri,
juiz natural da causa, a deliberação da causa.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CONHECIDO E DESPROVIDO.
DECISAO : ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade,
acolhendo o Parecer Ministerial, em conhecer do
recurso em sentido estrito, mas negar-lhe
provimento, nos termos do voto do Relator, exarado
na assentada do julgamento que a este se
incorpora. Custas de lei.

5 - APELACAO (E.C.A.)
PROTOCOLO : 273491-04.2017.8.09.0012(201792734913)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
PROCURADOR : ABRAO AMISY NETO
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : WBA
ADV(S) : 38040/GO -KALEBE KEYZER MENDES MENEZES
EMENTA : APELAÇÃO. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.ATO
INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE ROUBO. AUTORIA NÃO
COMPROVADA. REPRESENTAÇÃO IMPROCEDENTE. SE O SUBS-
TRATO PROBATÓRIO NÃO É CAPAZ DE ATESTAR, DE FORMA
INEQUÍVOCA, QUE O REPRESENTADO PRATICOU O ATO IN-
FRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE ROUBO, IMPÕE-SE RE-
FERENDAR A SENTENÇA QUE JULGOU IMPROCEDENTE A RE-
PRESENTAÇÃO. APELO CONHECIDO E DESPROVIDO.
DECISAO : ACORDAM OS INTEGRANTES DA SEGUNDA TURMA JULGADORA
DA SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS, POR VOTAÇÃO UNIFORME,
ACOLHENDO O PARECER MINISTERIAL, EM CONHECER DA A-
PELAÇÃO CRIMINAL, MAS NEGAR-LHE PROVIMENTO, NOS
TERMOS DO VOTO DO RELATOR. CUSTAS DE LEI.

6 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 450143-28.2013.8.09.0136(201394501439)
COMARCA : RIALMA
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
PROCURADOR : AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS
1 APELANTE(S) : LEIA PATRICIA VIEIRA
DIEGO SOUSA DE OLIVEIRA
ADV(S) : 6333/GO -PEDRO ANTONIO PEREIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE FURTO
QUALIFICADO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. ABSOLVIÇÃO.
PROVA SUFICIENTE. PENA. CORREÇÃO. I - Comprovada
a autoria delitiva pelas provas recolhidas na fase
inquisitiva, repetidas durante a investigação
judicial, contendo declarações de informante e
depoimentos testemunhais, convergentes na
revelação dos processados como os responsáveis
pela ação criminosa, surpreendidos na posse dos
objetos subtraídos para si da vítima, a pretensão
absolutória da imputação, por violação do art.
155, § 4º, incisos I e IV, do Código Penal
Brasileiro, fica desautorizada, à conformação do

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decreto penal adverso com o acervo probatório.


II - Apenamentos reduzidos. APELO PARCIALMENTE
PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA, EM PARTE.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDA
o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Terceira Turma Julgadora de sua Segunda Câmara
Criminal, à unanimidade, acolher em parte o
parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, conhecer
do apelo e o prover parcialmente, nos termos do
voto do Relator. Votaram, com o Relator, os
Senhores Desembargadores Carmecy Rosa Maria Alves
de Oliveira e Edison Miguel da Silva Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Luiz Cláudio Veiga Braga. Presente à sessão,
representando a Procuradoria-Geral de Justiça, o
Doutor Pedro Alexandre da Rocha Coelho.
Goiânia, 07 de fevereiro de 2019.
Desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga
Relator

7 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 193868-54.2015.8.09.0142(201591938686)
COMARCA : SANTA HELENA DE GOIAS
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
PROCURADOR : ALTAMIR RODRIGUES VIEIRA JUNIOR
1 APELANTE(S) : ROGERIO GOMIDE
ADV(S) : 14863/GO -MARIA CECILIA BONVECHIO TEROSSI
36108/GO -GABRIELA MAIA GOMIDE
38005/GO -TAIS CECI TEROSSI
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE PORTE ILEGAL
DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. SENTENÇA
CONDENATÓRIA. ABSOLVIÇÃO. PROVA. ATIPICIDADE DA
CONDUTA. ESTADO DE NECESSIDADE. ERRO DE PROIBIÇÃO.
NÃO CONFIGURAÇÃO. SOLUÇÃO PENAL MANTIDA. I - Não
se modifica o pronunciamento condenatório pelo
crime de porte de arma de fogo de uso permitido,
tipificado pelo art. 14, da Lei nº 10.826/03, ao
fundamento da atipicidade da conduta, se os
elementos de convicção dos autos, confissão
judicial e prova testemunhal, demonstram que o
processado trazia consigo material bélico, sem
autorização, conduta correspondente ao modelo
penal de incursão. II - A justificadora de
criminalidade do estado de necessidade exige a
comprovação de que o processado, ao praticar a
conduta considerada delituosa, atuou na proteção
de direito ou interesse em conflito,
permitindo-lhe o sacrifício de um deles, não sendo
o caso de quem, sem a autorização da autoridade
competente, porta arma de fogo a pretexto da
defesa pessoal, sem a devida demonstração dos
requisitos da causa absolutória, cometendo o
delito do art. 14, da Lei nº 10.826/03. III - O
erro sobre a ilicitude do fato, chamado erro de
proibição, previsto pelo art. 21, do Código Penal
Brasileiro, prevê que o desconhecimento formal da
lei é inescusável, mas o engano sobre a
antijuridicidade acarreta a isenção da pena, se
inevitável, a diminuição, se evitável,
circunstância que não está na conduta do
processado que portava, em via pública, arma de
fogo de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal, com plena

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ciência da censurabilidade do comportamento.


APELO DESPROVIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDA
o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Terceira Turma Julgadora de sua Segunda Câmara
Criminal, à unanimidade, acolher o parecer da
Procuradoria-Geral de Justiça, conhecer do apelo e
o desprover parcialmente, nos termos do voto do
Relator. Votaram, com o Relator, os Senhores
Desembargadores Carmecy Rosa Maria Alves de
Oliveira e Edison Miguel da Silva Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Luiz Cláudio Veiga Braga. Presente à sessão,
representando a Procuradoria-Geral de Justiça, o
Doutor Paulo Sérgio Prata Rezende. Goiânia, 24
de janeiro de 2019. Desembargador Luiz
Cláudio Veiga Braga Relator

8 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 193868-54.2015.8.09.0142(201591938686)
COMARCA : SANTA HELENA DE GOIAS
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
PROCURADOR : ALTAMIR RODRIGUES VIEIRA JUNIOR
1 APELANTE(S) : ROGERIO GOMIDE
ADV(S) : 14863/GO -MARIA CECILIA BONVECHIO TEROSSI
36108/GO -GABRIELA MAIA GOMIDE
38005/GO -TAIS CECI TEROSSI
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE PORTE ILEGAL
DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. SENTENÇA
CONDENATÓRIA. ABSOLVIÇÃO. PROVA. ATIPICIDADE DA
CONDUTA. ESTADO DE NECESSIDADE. ERRO DE PROIBIÇÃO.
NÃO CONFIGURAÇÃO. SOLUÇÃO PENAL MANTIDA. I - Não
se modifica o pronunciamento condenatório pelo
crime de porte de arma de fogo de uso permitido,
tipificado pelo art. 14, da Lei nº 10.826/03, ao
fundamento da atipicidade da conduta, se os
elementos de convicção dos autos, confissão
judicial e prova testemunhal, demonstram que o
processado trazia consigo material bélico, sem
autorização, conduta correspondente ao modelo
penal de incursão. II - A justificadora de
criminalidade do estado de necessidade exige a
comprovação de que o processado, ao praticar a
conduta considerada delituosa, atuou na proteção
de direito ou interesse em conflito,
permitindo-lhe o sacrifício de um deles, não sendo
o caso de quem, sem a autorização da autoridade
competente, porta arma de fogo a pretexto da
defesa pessoal, sem a devida demonstração dos
requisitos da causa absolutória, cometendo o
delito do art. 14, da Lei nº 10.826/03. III - O
erro sobre a ilicitude do fato, chamado erro de
proibição, previsto pelo art. 21, do Código Penal
Brasileiro, prevê que o desconhecimento formal da
lei é inescusável, mas o engano sobre a
antijuridicidade acarreta a isenção da pena, se
inevitável, a diminuição, se evitável,
circunstância que não está na conduta do
processado que portava, em via pública, arma de
fogo de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal, com plena
ciência da censurabilidade do comportamento.
APELO DESPROVIDO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDA


o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Terceira Turma Julgadora de sua Segunda Câmara
Criminal, à unanimidade, acolher o parecer da
Procuradoria-Geral de Justiça, conhecer do apelo e
o desprover parcialmente, nos termos do voto do
Relator. Votaram, com o Relator, os Senhores
Desembargadores Carmecy Rosa Maria Alves de
Oliveira e Edison Miguel da Silva Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Luiz Cláudio Veiga Braga. Presente à sessão,
representando a Procuradoria-Geral de Justiça, o
Doutor Paulo Sérgio Prata Rezende. Goiânia, 24
de janeiro de 2019. Desembargador Luiz
Cláudio Veiga Braga Relator

9 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 241205-66.2017.8.09.0175(201792412053)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
PROCURADOR : LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : FABIO EUSEBIO FERREIRA
ADV(S) : 50161/GO -THALITA MONTEIRO MAIA
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE ROUBO
QUALIFICADO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. FIXAÇÃO DA
PENA. PONDERAÇÃO DA ELEMENTARES JUDICIAIS.
DESFAVORABILIDADE. ELEVAÇÃO DO TRATAMENTO
PUNITIVO. Na definição da reprimenda ao
processado, condenado por violação do art. 157,
§3º, primeira parte, do Código Penal Brasileiro, o
sentenciante deve avaliar corretamente as
elementares do art. 59, do Código Penal
Brasileiro, observando a destinação (prevenção e
repreensão), a desfavorabilidade de algumas das
circunstâncias judiciais exige o afastamento do
menor grau punitivo, previsto pelo modelo penal,
presente justificativa bastante para a
consideração negativa. APELO PROVIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDA
o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Terceira Turma Julgadora de sua Segunda Câmara
Criminal, à unanimidade, acolher o parecer da
Procuradoria-Geral de Justiça, conhecer do apelo e
o prover, nos termos do voto do Relator.
Votaram, com o Relator, os Senhores
Desembargadores Carmecy Rosa Maria Alves de
Oliveira e Edison Miguel da Silva Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Luiz Cláudio Veiga Braga. Presente à sessão,
representando a Procuradoria-Geral de Justiça, o
Doutor Pedro Alexandre da Rocha Coelho.
Goiânia, 14 de fevereiro de 2019.
Desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga
Relator

10 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 426356-42.2016.8.09.0175(201694263568)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
PROCURADOR : PEDRO TAVARES FILHO
1 APELANTE(S) : DANIEL RODRIGUES DA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO

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EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE RECEPTAÇÃO.


SENTENÇA CONDENATÓRIA. ABSOLVIÇÃO. PROVA
SUFICIENTE. SOLUÇÃO JURISDICIONAL MANTIDA. PENA.
CORREÇÃO. I - Na receptação, o conhecimento da
origem ilícita do objeto, representativo do dolo,
elemento subjetivo do injusto, de intrincada
aferição, deve ser extraído das circunstâncias
externas do delito e do comportamento do autor,
sendo suficiente, para a solução condenatória, o
fato do veículo, proveniente de roubo, ter sido
apreendido em poder do processado, que o conduzia,
sem a documentação, com um menor na garupa,
armado, indicativos de que sabia ser produto de
crime, violando o art. 180, caput, do Código Penal
Brasileiro. II - Apenamento reduzido. APELO
PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA, EM
PARTE.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDA
o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Terceira Turma Julgadora de sua Segunda Câmara
Criminal, à unanimidade, acolher em parte o
parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, conhecer
do apelo e o prover parcialmente, nos termos do
voto do Relator. Votaram, com o Relator, os
Senhores Desembargadores Carmecy Rosa Maria Alves
de Oliveira e Edison Miguel da Silva Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Leandro Crispim. Presente à sessão,
representando a Procuradoria-Geral de Justiça, o
Doutor Paulo Sérgio Prata Rezende. Goiânia,
29 de janeiro de 2019. Desembargador Luiz
Cláudio Veiga Braga Relator

11 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 67898-38.2015.8.09.0047(201590678982)
COMARCA : GOIANAPOLIS
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
PROCURADOR : YARA ALVES FERREIRA E SILVA
1 APELANTE(S) : ALEXANDRE RAFAEL OLIVEIRA BENEVIDES
ADV(S) : 14344/GO -JANNE RIBEIRO
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO.
DESCLASSIFICAÇÃO. TENTATIVA. INVIABILIDADE.
Descabido o pleito de desclassificação para a
forma tentada, dado que houve a inversão da posse
dos bens subtraídos, ainda que por um breve espaço
de tempo e dentro da esfera de vigilância das
vítimas - Súmula 582 do STJ. 2 - PENA-BASE.
REDIMENSIONADA. Constatado equívoco na análise das
circunstâncias judiciais, deve a pena-base ser
redimensionada. 3 - CAUSAS GRADATIVAS. FRAÇÃO DE
AUMENTO. MANUTENÇÃO. Deve ser mantida a fração de
aumento decorrente das causas previstas nos
incisos I, II e V do §2º do artigo 157 do Código
Penal, porque devidamente justificada no édito
condenatório. 4 - REGIME. ALTERAÇÃO. O regime
inicial de cumprimento da pena do apelante deve
ser alterado para o semiaberto, porquanto, nos
termos do artigo 33, §2º, alínea 'b', e §3º, do
Digesto Penal, é o compatível com a reprimenda
final imposta. 5 - MULTA. AJUSTADA. Em face do
princípio da proporcionalidade, a multa deve ser
ajustada para a mesma proporção que a pena
corpórea. APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE

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PROVIDA.
DECISAO : ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por votação uniforme,
acolhendo o Parecer Ministerial, em conhecer da
apelação, e dar-lhe parcial provimento, nos termos
do voto do Relator, exarado na assentada do
julgamento que a este se incorpora. Custas de lei.

12 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 455344-24.2015.8.09.0041(201594553440)
COMARCA : ESTRELA DO NORTE
RELATOR : DES. LUIZ CLAUDIO VEIGA BRAGA
PROCURADOR : NILO MENDES GUIMARAES
1 APELANTE(S) : ALEXANDRE ALVES DE OLIVEIRA
ADV(S) : 105338/SP -LUCILA NARCISO SANCHES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE ROUBO
CIRCUNSTANCIADO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA
DEFESA. APRESENTAÇÃO FORA DO PRAZO.
INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Não se
conhece de recurso apelatório formalizado fora do
prazo assinalado pelo art. 593, do Código de
Processo Penal, dele ausente o pressuposto
objetivo da tempestividade, cuja verificação, por
constituir juízo de admissibilidade, regra de
direito público, não se condiciona à indicação da
contraparte, devendo ser apurado ainda na omissão
do sujeito processual. APELO NÃO CONHECIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDA
o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Terceira Turma Julgadora de sua Segunda Câmara
Criminal, à unanimidade, desacolher o parecer da
Procuradoria-Geral de Justiça e não conhecer do
apelo, nos termos do voto do Relator. Votaram,
com o Relator, os Senhores Desembargadores
Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira e Edison
Miguel da Silva Júnior. Presidiu a sessão de
julgamento o Desembargador Luiz Cláudio Veiga
Braga. Presente à sessão, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça, o Doutor Fernando
Aurvalle da Silva Krebs. Goiânia, 18 de julho
de 2019. Desembargador Luiz Cláudio Veiga
Braga Relator

13 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 252405-70.2017.8.09.0175(201792524056)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
PROCURADOR : JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : DANIEL SOUSA SILVA
ADV(S) : 31380/GO -AGMAR VIERA SANTOS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CÁRCERE PRIVADO.
ABSOLVIÇÃO. Provadas sobremaneira a autoria e
materialidade do crime de cárcere privado, por
meio da coerente, concreta e robusta prova oral,
improcede o pleito absolutório ou
desclassificatório para o delito de lesão corporal
de natureza leve. REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA.
PREJUDICIALIDADE. Resta prejudicado o pedido de
cumprimento da pena no regime inicial aberto,
quando já fixado na sentença apelada. APELO
PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO.

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DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos,


ACORDAM, os integrantes da Quarta Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de
votos, acolher o parecer ministerial de cúpula,
conhecer parcialmente do apelo e o desprover, nos
termos do voto da Relatora.
Custas de lei.
VOTARAM, além da Relatora,
os eminentes Desembargadores: João Waldeck Félix
de Sousa e Edison Miguel da Silva JR.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Luiz Cláudio Veiga Braga. Esteve
presente à sessão de julgamento, o(a) nobre
Procurador(a) de Justiça, Dr(a). Nilo Mendes
Guimarães. Goiânia, 17 de dezembro de
2019.
Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira
Desembargadora Relatora

14 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 407500-30.2016.8.09.0175(201694075001)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
PROCURADOR : JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : LUIZ MAGALHAES ZEFERINO
ADV(S) : 39631/GO -KELVIN WALLACE CASTRO DOS SANTO
40512/GO -GUILHERME ORDONEZ DE MATOS
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : APELAçõA CRIMINAL. EMBRIAGUEZ AO VOLNTE. GRATUIDA-
DE DA JUSTIçA. INVIABILIDADE. SE O APELANTE FOI
DEFENDIDO DURANTE TODA A INSTRUçãO POR ADVOGADO
CONSTITUIDO, NãO JUSTIFICA A CONCESSãO DA ASSIS-
TêNCIA JUDICIáRIA. MORMENTE PORQUE NãO COMPROVADA
A SUA HIPOSSUFICIêNCIA.
2- DOSIMETRIA DE PENA. ADEQUAçÃO. REDUÇÃO. CONS-
TANDO EXCESSIVO
DECISAO : F

15 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 89464-52.2016.8.09.0162(201690894644)
COMARCA : VALPARAISO DE GOIAS
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
PROCURADOR : PAULO SERGIO PRATA REZENDE
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELANTE(S) : ALEXANDRE ARAUJO CARNEIRO DA SILVA
ADV(S) : 34851/DF -EVERTON SOARES DE OLIVEIRA NOBR
37157/DF -JORGINAL FERNANDO DE SOUSA AGUI
1 APELADO(S) : ALEXANDRE ARAUJO CARNEIRO DA SILVA
ADV(S) : 34851/DF -EVERTON SOARES DE OLIVEIRA NOBR
37157/DF -JORGINAL FERNANDO DE SOUSA AGUI
2 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : D
DECISAO : D

16 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 101180-98.2017.8.09.0014(201791011802)
COMARCA : ARAGARCAS
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA
1 APELANTE(S) : IVONETE LOPES DA CRUZ
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : Tráfico privilegiado de drogas (37g de maconha)

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e favorecimento real impróprio. Ingresso de drogas


e aparelhos celulares em estabelecimento
prisional. Condenação. Pena somada: 3 anos, 7
meses e 25 dias de reclusão, regime inicial
semiaberto, e 340 dias-multa. Apelo da defesa
postulando fixação de pena mínima para o tráfico
de drogas, maior redução pelo tráfico privilegiado
de drogas, regime aberto e substituição da pena
privativa de liberdade por restritivas de
direitos. 1 - Impõe-se redimensionar a pena e
alterar o regime prisional para o aberto,
substituir a pena privativa de liberdade por duas
restritivas de direitos. Pena redimensionada: 2
anos e 11 meses de reclusão e 3 meses de detenção,
em regime aberto. 2 - Apelo parcialmente provido.
Parecer acolhido em parte.
DECISAO : ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Quinta
Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, acolhendo em parte o parecer
ministerial, em conhecer do apelo e dar-lhe
parcial provimento, nos termos do voto do relator,
que a este se incorpora. Custas de Lei.

17 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 191762-91.2017.8.09.0064(201791917623)
COMARCA : GOIANIRA
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
PROCURADOR : AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS
1 APELANTE(S) : DEIDE JUNIOR PIRES DE MORAES
ADV(S) : 25694/GO -CESAR JOSE CLARO
2 APELANTE(S) : LUCIANO NASCIMENTO DE OLIVEIRA
ADV(S) : 33860/GO -PAULO ROBERTO MACHADO SOARES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. PRELIMINAR. NULIDADE.
AUSÊNCIA DAS FORMALIDADES DO ARTIGO 226 DO CPP. O
cumprimento das formalidades prescritas no artigo
226, do CPP configura apenas uma recomendação
legal, não tendo o condão de nulificar o processo,
tampouco o meio de prova, pois se trata de mera
irregularidade, sobretudo quando, em juízo, as
vítimas renovaram, sem dúvidas, o reconhecimento
do apelante como um dos autores dos crimes. ROUBO.
ESTUPRO. ABSOLVIÇÃO. Impõe-se referendar o édito
condenatório quando o substrato probatório
harmônico amealhado aos autos, composto pelos
elementos informativos, posteriormente
jurisdicionalizados, demonstra, de forma clara, a
materialidade e a autoria dos crimes.
REDIMENSIONAMENTO DAS PENAS. Considerando o
equívoco na análise das circunstâncias judiciais
do artigo 59 do CP devem ser redimensionadas as
penas corpórea e de multa impostas a ambos os
apelantes. MODIFICAÇÃO DO REGIME INICIAL DE
CUMPRIMENTO DA PENA. Apesar do redimensionamento
das penas aplicadas, deve ser mantido o regime
inicial de cumprimento da pena no fechado, nos
termos do artigo 33, § 2º, alínea a do CP.
EXCLUSÃO DA INDENIZAÇÃO. Comprovados os danos
sofridos pelas vítimas, inviável o pleito de
exclusão da condenação ao pagamento de reparação
dos mesmos. DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE.
Inviável a concessão do direito de recorrer em
liberdade, posto que a autoridade judicial, por
ocasião da prolação da sentença, justificou a

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necessidade da manutenção da prisão do apelante, o


qual é reincidente e permaneceu custodiado
durante toda a persecução penal, sendo condenado
pela prática do crime de roubo majorado pelo
emprego de arma e concurso de pessoas, à pena
redimensionada de 07 (sete) anos de reclusão, em
regime inicialmente fechado. HONORÁRIOS. DEFENSOR
DATIVO. Não obstante serem devidos os honorários
do defensor nomeado ao acusado, segundo
entendimento perfilhado por este Órgão Colegiado,
a fixação somente deverá ser feita após o trânsito
em julgado da sentença, pelo Juiz a quo, nos
termos do artigo 6º da Portaria nº 293/2003, da
Procuradoria-Geral do Estado de Goiás. RECURSOS
CONHECIDOS e PARCIALMENTE PROVIDOS.
DECISAO : Vistos, relatados
e discutidos estes autos, ACORDAM, os
integrantes da Quarta Turma Julgadora da Segunda
Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
acolher o parecer do órgão ministerial de cúpula,
conhecer dos apelos e os prover parcialmente, nos
termos do voto da Relatora. Custas
de lei.
VOTARAM, além da Relatora, os
eminentes Desembargadores: Edison Miguel da Silva
JR. e Leandro Crispim.
O Desembargador Leandro Crispim completou a
turma julgadora em razão da ausência justificada
do Des. João Waldeck Félix de Sousa.
Presidiu a sessão de julgamento
o Desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga.
Esteve presente à sessão de julgamento, o(a) nobre
Procurador(a) de Justiça, Dr(a). Pedro Alexandre
da Rocha Coelho.
Goiânia, 06 de fevereiro de 2020.
Carmecy Rosa Maria
Alves de Oliveira
Desembargadora Relatora

18 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 135922-20.2018.8.09.0175(201891359223)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
PROCURADOR : ABRAO AMISY NETO
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : CLEITON DA SILVA FARIAS
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO PELO
CONCURSO DE PESSOAS. INCLUSÃO DA MAJORANTE DO
EMPREGO DE ARMA DE FOGO. REDIMENSIONAMENTO DA
PENA. MANUTENÇÃO DO REGIME PRISIONAL FECHADO.
Havendo nos autos a comprovação de que os roubos
foram praticados com emprego de arma de fogo,
mister o reconhecimento da majorante prevista no
artigo 157, § 2º A, inciso I, do Código Penal,
sendo necessário o redimensionamento da pena
imposta ao apelado. PARECER ACOLHIDO. APELO
CONHECIDO E PROVIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos,
ACORDAM, os integrantes da Quarta Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de
votos, acolher o parecer ministerial de cúpula,

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conhecer do apelo e o prover, nos termos do voto


da Relatora. Custas de lei.
VOTARAM, além da Relatora, os eminentes
Desembargadores: João Waldeck Félix de Sousa e
Edison Miguel da Silva JR.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador
Luiz Cláudio Veiga Braga. Esteve
presente à sessão de julgamento, o(a) nobre
Procurador(a) de Justiça, Dr(a). Nilo Mendes
Guimarães. Goiânia, 03 de
dezembro de 2019. Carmecy Rosa
Maria Alves de Oliveira Desembargadora
Relatora

19 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 35689-42.2018.8.09.0069(201890356891)
COMARCA : GUAPO
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : PEDRO TAVARES FILHO
1 APELANTE(S) : MARCOS PAULO SILVERIO DE ANDRADE
ADV(S) : 48007/GO -ROGERIO RODRIGUES NERES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : Ameaça. Condenação. Pena: 4 meses de detenção,
regime inicial aberto. Recurso da defesa
postulando absolvição por inexistência ou
insuficiência probatória. 1 - Considerando a
animosidade existente entre o réu e a única
testemunha direta das supostas ameaças, a prova é
insuficiente para a condenação. 2 - Recurso
conhecido e provido. Parecer desacolhido.
DECISAO : ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Quinta
Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, desacolhendo o parecer
ministerial, em conhecer do apelo e dar-lhe
provimento, nos termos do voto do relator, que a
este se incorpora. Custas de Lei.

20 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 269257-72.2017.8.09.0175(201792692579)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : PEDRO ALEXANDRE ROCHA COELHO
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : FABIO DE MACEDO
ADV(S) : 48800/GO -JEFFERSON WILLAMIS LOURENçO
EMENTA : Tráfico de drogas (32g de crack) e posse irregular
de arma de fogo e munições. Condenação. Pena
somada: 2 anos e 8 meses de reclusão (com a
detração, 1 ano e 10 meses), regime aberto
(substituída por duas restritivas de direitos), e
176 dias-multa. Apelo da acusação postulando
aumento da pena e afastamento do período da
monitoração eletrônica do cômputo da detração
penal. 1 - A prova dos autos não evidencia dolo do
tráfico de drogas, impondo-se, de ofício, a
desclassificação da conduta para a figura típica
do artigo 28 da Lei 11.343/06. 2 - Quanto ao crime
de posse de arma de fogo, impõe-se alterar a
modalidade da pena aplicada, de reclusão para
detenção, bem como, afastar a detração penal pelo
tempo de monitoramento eletrônico. 3 - De ofício,
substituída a pena privativa de liberdade do crime
de posse de arma de fogo por duas restritivas de
direitos. 4 - Pena reformulada: 1 ano de detenção,

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em regime aberto, além de advertência sobre os


efeitos nocivos do uso da droga. 5 - Apelo
parcialmente provido. Parecer acolhido em parte.
DECISAO : ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Quinta
Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, acolhendo em parte o parecer
ministerial, em conhecer do apelo e dar-lhe
parcial provimento, nos termos do voto do relator,
que a este se incorpora. Custas de Lei.

21 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 37220-73.2017.8.09.0175(201790372208)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
PROCURADOR : LEONIDAS BUENO BRITO
1 APELANTE(S) : THIAGO SOUZA SIMONI
ADV(S) : 42952/GO -HUDSON THIAGO NERO DE OLIVEIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO QUALIFICADO.
MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. CONDENAÇÃO
MANTIDA. 1. Improcede a tese absolutória se a
materialidade e a respectiva autoria restou
devidamente comprovada nas declarações da vítima e
nos depoimentos dos policias que efetivaram o
flagrante, tomados sob o crivo do contraditório e
harmônicos entre si. REDUÇÃO DA PENA-BASE.
EQUIVOCO NA VALORAÇÃO DA CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL
CONSEQUÊNCIAS DO CRIME. 2. Impõe-se o afastamento
da negatividade do vetor “consequências do crime”,
eis que fundada apenas no prejuízo financeiro
suportado pela vítima, elemento já inserido no
próprio tipo penal (bis in idem), redimensionando,
consequentemente, a pena-base do apelante.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos,
ACORDAM, os integrantes da Quarta Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de
votos, acolher o parecer Ministerial de Cúpula,
conhecer do recurso e o prover parcialmente, nos
termos do voto da Relatora. Custas de
lei.
VOTARAM, além da
Relatora, o eminente Desembargador Edison Miguel
da Silva JR. e João Waldeck Félix de Sousa.
Presidiu a sessão de
julgamento o Desembargador Luiz Cláudio Veiga
Braga. Esteve presente à sessão de julgamento,
o(a) nobre Procurador(a) de Justiça, Dr(a). Pedro
Alexandre da Rocha Coelho.
Goiânia, 06 de fevereiro de 2020.
Carmecy Rosa Maria
Alves de Oliveira Desembargadora Relatora

22 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 47368-22.2018.8.09.0107(201890473685)
COMARCA : MORRINHOS
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
PROCURADOR : LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA
1 APELANTE(S) : WESLEY ROSA DA SILVA
ADV(S) : 12031/GO -OLDEMAR JOSE DA ROCHA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO ILÍCITO DE
DROGAS. REFORMA DA PENA. PROCEDÊNCIA EM PARTE.

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Deve ser reformada a pena-base quando os motivos e


consequências do crime foram considerados
desfavoráveis com fundamento em elementar do tipo
penal. Inviável, contudo, a redução ao mínimo
legal quando persistem circunstâncias judiciais
desfavoráveis devidamente fundamentadas. Por
conseguinte, reformada a pena de multa. Não há que
se falar no reconhecimento da confissão
espontânea se o apelante não admitiu a
traficância, à luz da Súmula 630 do STJ.
Comprovada a reincidência do apelante, não há que
se falar na aplicação da causa de diminuição de
pena prevista no artigo 33, §4º, da Lei n.
11.343/06. Da mesma forma, correta a imposição do
regime inicial fechado, em razão do quantum da
pena e da reincidência. 2 - PENA DE MULTA.
EXCLUSÃO. DESCABIMENTO. Não há que se falar em
exclusão da pena de multa, dado que se trata de
sanção prevista no preceito secundário do tipo
penal, a ser aplicada de forma cumulada com a pena
privativa de liberdade, sendo possível o seu
eventual parcelamento pelo juízo da execução
penal, nos termos do artigo 50 do Código Penal e
169 da Lei de Execução Penal. 3 - JUSTIÇA
GRATUITA. PREJUDICADO. Prejudicado o pleito de
concessão dos benefícios da justiça gratuita, uma
vez que a pretensão já foi atendida no juízo de
origem. APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE
PROVIDA.
DECISAO : ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por votação uniforme,
acolhendo o Parecer Ministerial, em conhecer da
apelação, e dar-lhe parcial provimento, nos termos
do voto do Relator, exarado na assentada do
julgamento que a este se incorpora. Custas de lei.

23 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 229856-03.2016.8.09.0175(201692298569)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS
1 APELANTE(S) : CSM
ADV(S) : 55514/GO -SAMUEL JOSE REIS DE LIMA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : Estupro de vulnerável. Condenação. Pena: 12 anos
de reclusão, regime inicial fechado. Apelação da
defesa requerendo absolvição, instauração de
incidente de insanidade mental e exclusão da causa
de aumento do art. 226, II, do CP. 1 - A prova é
suficiente para a condenação, pois a palavra da
vítima foi corroborada por testemunha direta do
fato, de forma harmônica e coerente. 2 - Se não há
dúvida sobre a integridade mental do réu,
inviável o pedido de instauração de incidente de
insanidade. 3 - Sendo inquestionável a qualidade
de padrasto, imperioso o aumento previsto em lei.
4 - Recurso conhecido e desprovido. Parecer
acolhido.
DECISAO : ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Quinta
Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, acolhendo o parecer ministerial,
em conhecer do apelo e negar-lhe provimento, nos
termos do voto do relator, que a este se

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incorpora. Custas de Lei.

24 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 288265-12.2016.8.09.0097(201692882651)
COMARCA : JUSSARA
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
PROCURADOR : JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : WANDER JOSE DA CRUZ
ADV(S) : 12276/GO -JOSE ALVES TEIXEIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CONDUÇÃO DE VEÍCULO
AUTOMOTOR COM CAPACIDADE PSICOMOTORA ALTERADA EM
RAZÃO DA INFLUÊNCIA DE ÁLCOOL. ABSOLVIÇÃO. PROVA
DA MATERIALIDADE. Como prova da materialidade
delitiva do crime de embriaguez ao volante, basta
o depoimento do policial informando as condições
psicomotoras do apelante, aliado ao Relatório
Médico e ao Termo de Constatação de Alcoolemia ou
de outra Substância Psicoativa que Determine
Dependência (sinais de alteração da capacidade
psicomotora), demonstrando que no momento da
prisão aquele apresentava-se sonolento, com olhos
vermelhos, desordem nas vestes, odor de álcool no
hálito, estava com fala alterada e dificuldade no
equilíbrio. Imperativa, pois, a manutenção da
condenação. REDUÇÃO DA PENA. Descabe redução a
pena-base fixada no mínimo legal, inexistindo
reparos a serem feitos na dosimetria da pena,
porquanto estabelecida a sanção penal em quantum
justo e necessário. BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA. Prejudicado o pleito de concessão dos
benefícios da assistência judiciária, quando já
atendido na prolação da sentença penal apelada.
APELO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos,
ACORDAM, os integrantes da Quarta Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de
votos, acolher o parecer ministerial de cúpula,
conhecer em parte do apelo e o desprover, nos
termos do voto da Relatora. Custas de
lei.
VOTARAM, além da
Relatora, os eminentes Desembargadores: João
Waldeck Félix de Sousa e Edison Miguel da Silva
JR. Presidiu a sessão de
julgamento o Desembargador Luiz Cláudio Veiga
Braga. Esteve presente à
sessão de julgamento, o(a) nobre Procurador(a) de
Justiça, Dr(a). Nilo Mendes Guimarães.
Goiânia, 17 de dezembro de 2019.
Carmecy Rosa Maria
Alves de Oliveira Desembargadora
Relatora

25 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 456981-17.2015.8.09.0168(201594569819)
COMARCA : AGUAS LINDAS DE GOIAS
RELATOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
PROCURADOR : AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS
1 APELANTE(S) : JOAQUIM DOS SANTOS FERREIRA
ADV(S) : 51300/GO -ADENILSON DOS SANTOS SILVA FILH
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO.

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DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS


AUTOS. NEGATIVA DE AUTORIA. IMPROCEDÊNCIA.
SOBERANIA DOS VEREDICTOS. Só se anula julgamento
com fulcro na letra “d” do inciso III do artigo
593 do CPP, quando a decisão do Júri Popular é
arbitrária e dissociada integralmente das provas
dos autos. Assim, optando os jurados, no exercício
do livre convencimento assegurado
constitucionalmente, por uma das versões
constantes dos autos, não há cogitar de cassação
do veredicto. 2- RECORRER EM LIBERDADE.
IMPOSSIBILIDADE. Não há que se falar em direito de
recorrer em liberdade quando segregado durante a
instrução criminal e subsistem, ainda, os motivos
da prisão preventiva, mormente porque o paciente é
reincidente e responde por homicídio supostamente
cometido durante o cumprimento de pena, no regime
semiaberto, em razão de condenação por delito de
roubo. APELO CONHECIDO E DESPROVIDO.
DECISAO : ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade,
acolhendo o Parecer Ministerial, em conhecer da
apelação, mas negar-lhe provimento, nos termos do
voto do Relator, exarado na assentada do
julgamento que a este se incorpora. Custas de lei.

26 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 181538-52.2017.8.09.0175(201791815383)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : PEDRO TAVARES FILHO
1 APELANTE(S) : ANTONIO JOSE DOS SANTOS
ADV(S) : 26830/GO -DANILO DOS SANTOS VASCONCELOS
43061/GO -LUCIANA CARLA ALTOE DE LIMA FAL
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : Tráfico ilícito de drogas (18kg de maconha).
Condenação. Pena: 5 anos reclusão, regime inicial
semiaberto, 500 dias-multa. Recurso da defesa
sustentando nulidade, absolvição, redução máxima
pelo tráfico privilegiado e substituição da pena
privativa de liberdade por restritivas de
direitos. 1 - O ingresso na residência do réu foi
legitimado por anterior denúncia anônima,
inexistindo nulidade. 2 - A quantidade da droga
apreendida no interior do imóvel do réu, aliada
aos depoimentos dos policiais, não deixam dúvidas
acerca da prática do delito. 3 - Não há
ilegalidade ou arbitrariedade na dosimetria da
pena privativa de liberdade passível de reforma. 4
- Recurso conhecido e desprovido. Parecer
acolhido.
DECISAO : ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Quinta
Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, acolhendo o parecer ministerial,
em conhecer do apelo e dar-lhe provimento, nos
termos do voto do relator, que a este se
incorpora. Custas de Lei.

27 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 92365-48.2017.8.09.0003(201790923654)
COMARCA : ALEXANIA
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
PROCURADOR : NILO MENDES GUIMARAES

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1 APELANTE(S) : ELONEI DE JESUS BISPO


ADV(S) : 37786/GO -PAULO ROBERTO PEREIRA
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. AMEAÇA. VIAS DE FATO.
ABSOLVIÇÃO. INADMISSIBILIDADE. INSUFICIÊNCIA
PROBATÓRIA NÃO VERIFICADA. Não prospera a tese de
absolvição quando a palavra da vítima, conjugada
com os demais elementos de prova, é suficiente
para demonstrar a prática, pelo apelante, do crime
de ameaça e da contravenção penal (vias de fato),
no âmbito doméstico. 2 - CONTRAVENÇÃO PENAL (VIAS
DE FATO). AMEAÇA. CONCURSO MATERIAL. MODIFICAÇÃO.
Cuidando-se de contravenção penal, aplica-se a
pena corpórea na modalidade prisão simples,
impossibilidade de concurso material com o delito
de ameaça. 3 - REPARAÇÃO DE DANOS À VÍTIMA.
REDUÇÃO E PARCELAMENTO. POSSIBILIDADE (REDUÇÃO).
Se a fixação da reparação de danos se deu de forma
desarrazoada, é possível que seja feita redução,
isso porque a indenização não depende de instrução
probatória específica, pois se trata de dano
presumido. APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE
PROVIDA.
DECISAO : ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por votação uniforme,
acolhendo o Parecer Ministerial, em conhecer da
Apelação Criminal, e dar-lhe parcial provimento,
nos termos do voto do Relator, exarado na
assentada do julgamento que a este se incorpora.
Custas de lei.

28 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 129481-53.2016.8.09.0123(201691294810)
COMARCA : PIRACANJUBA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : PEDRO TAVARES FILHO
1 APELANTE(S) : EDSON PONTES DE OLIVEIRA
ADV(S) : 52168/GO -JOSE VICTOR VITORINO GUIMARAES
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : Ameaça de gênero. Condenação. Pena: 5 meses de
detenção, regime inicial aberto. Recurso da defesa
sustentando redução da pena. 1 - Embora os
motivos do crime sejam inerentes ao tipo penal de
ameaça, o réu não é só portador de maus
antecedentes, na verdade, é multireincidente, pois
o presente crime ocorreu após três sentenças
condenatórias transitarem em julgado por fatos
contra a mesma vítima, o que justifica a
manutenção da pena-base fixada na sentença, ainda
mais porque não aplicada a devida agravante. 2 -
Recurso conhecido desprovido. Parecer acolhido.
DECISAO : ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Quinta
Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, acolhendo o parecer ministerial,
em conhecer do recurso e negar-lhe provimento, nos
termos do voto do relator, que a este se
incorpora. Custas de Lei.

29 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 65805-04.2018.8.09.0175(201890658057)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : PAULO SERGIO PRATA REZENDE

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1 APELANTE(S) : ALEX APARECIDO MENDES DE SOUZA


ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : Posse ilegal de munição de uso restrito.
Condenação. Pena: 3 anos de reclusão, regime
aberto (substituída por duas restritivas de
direitos), e 10 dias-multa. Apelo da defesa
postulando absolvição ou desclassificação para o
tipo previsto no art. 12 da Lei 10.826/03 (novatio
legis in mellius - Decreto Presidencial nº 9847
de 25/06/2019), redução da pena aquém do mínimo. 1
- As circunstâncias do caso, considerando que
foram apreendidos com o réu apenas duas munições,
sem qualquer outro artefato, e, ausente prova de
que seriam repassados ou comercializados, há de
ser reconhecida a atipicidade do seu agir, impõe a
absolvição. 2 - Apelo conhecido e provido.
Parecer acolhido.
DECISAO : ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Quinta
Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal, em
votação unânime, acolhendo o parecer ministerial,
em conhecer do apelo e dar-lhe provimento, nos
termos do voto do relator, que a este se
incorpora. Custas de Lei.

30 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 177915-14.2016.8.09.0175(201691779156)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
PROCURADOR : JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
1 APELADO(S) : DAND GUID CAREZOLL MATHEUS
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE G
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. LESÃO CORPORAL. RECURSO
DO MP. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. Considerando que das
provas colhidas nos autos não é possível extrair a
certeza necessária para condenação do recorrido
pelo crime de lesão corporal, uma vez que na fase
judicial nenhuma prova foi produzida no sentido de
incriminar o acusado, impõe-se a manutenção da
absolvição em atenção ao princípio do in dubio pro
reo. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos,
ACORDAM, os integrantes da Quarta Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de
votos, acolher o parecer do órgão ministerial de
cúpula, conhecer do apelo e o desprover, nos
termos do voto da Relatora. Custas
de lei.
VOTARAM, além
da Relatora, o eminente Desembargador Edison
Miguel da Silva JR. e Dra. Lília Mônica de
Castro Borges Escher(em subst. ao Des. João
Waldeck Félix de Sousa).
Presidiu a sessão de julgamento o
Desembargador Leandro Crispim. Esteve
presente à sessão de julgamento, o(a) nobre
Procurador(a) de Justiça, Dr(a). Pedro Alexandre
da Rocha Coelho.
Goiânia, 04 de fevereiro de 2020.
Carmecy Rosa Maria Alves de
Oliveira Desembargadora Relatora

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31 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 219146-84.2017.8.09.0175(201792191464)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
PROCURADOR : PEDRO ALEXANDRE ROCHA COELHO
1 APELANTE(S) : JOEMESSON BISPO TORRES
ADV(S) : 21757/GO -MARGARETE DOS REIS MARTINS PACH
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELADO(S) : LEONARDO DIAS DOS SANTOS
ADV(S) : 49210/GO -FERNANDA KáTIA CARDOSO ALEXANDR
49688/GO -SIMARIA ALVES FOGACA
EMENTA : LESõES CORPORAIS E EMBRIAGUEZ NA CONDUçãO DE VEí-
CULO AUTOMOTOR. CONDENAçãO. PENA TOTAL: 3 ANOS, 5
MESES E 18 DIAS, REGIME INICIAL ABERTO, SUBSTITUí-
DA POR PRESTAçãO DE SERVIçOS À COMUNIDADE E FRE-
QUêNCIA A CURSO POR 6 MESES, PROIBIÇÃO DE OBTER
HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR POR 6
MESES, 25 DIAS-MULTA E 21 MIL REAIS A TÍTULO DE
INDENIZAÇÃO àS VÍTIMAS. RECURSO DA DEFESA REQUE-
RENDO A EXCLUSÃO OU REDUÇÃO DO VALOR INDENIZATÓRIO
DECISAO : O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS, PELA QUINTA TURMA
JULGADORA DA SEGUNDA CâMARA CRIMINAL, EM VOTAÇÃO
UNâNIME, DESACOLHENDO O PARECER MINISTERIAL, EM
CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, NOS TER-
MOS DO VOTO DO RELATOR, QUE A ESTE SE INCORPORA.

32 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 237931-07.2015.8.09.0162(201592379311)
COMARCA : VALPARAISO DE GOIAS
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
PROCURADOR : NILO MENDES GUIMARAES
1 APELANTE(S) : JOSE PEREIRA DE SOUSA SOBRINHO
ADV(S) : 24092/GO -CARLOS AUGUSTO RODRIGUES XAVIER
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS.
ABSOLVIÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO. AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS. IMPOSSIBILIDADE. Não
prospera o pedido de absolvição ou
desclassificação para a figura da posse de drogas
para consumo próprio quando o conjunto probatório
formado pelo inquérito policial e pela prova
jurisdicionalizada é idôneo e uniforme quanto à
materialidade do fato e autoria do crime de
tráfico ilícito de drogas, praticado pelo
apelante. 2- DOSIMETRIA DA PENA. REDUÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ATECNIAS. Inexistente
equívoco na dosimetria confeccionada pela
sentenciante, não há que se falar em redução da
pena. Até mesmo porque esta já se encontra fixada
no menor patamar possível. APELAÇÃO CONHECIDA E
DESPROVIDA.
DECISAO : ACORDAM os integrantes da Segunda Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por votação uniforme,
acolhendo o Parecer Ministerial, em conhecer da
Apelação Criminal, mas negar-lhe provimento, nos
termos do voto do Relator, exarado na assentada do
julgamento que a este se incorpora. Custas de
lei.

33 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 32090-88.2019.8.09.0157(201990320902)
COMARCA : VIANOPOLIS
RELATOR : DES. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA

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PROCURADOR : PAULO SERGIO PRATA REZENDE


1 APELANTE(S) : DANIEL HENRIQUE CARVALHO DA SILVA
ADV(S) : 47669/GO -GERALDO RINCON JUNIOR
1 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
EMENTA : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO. ABSOLVIÇÃO.
Provadas a materialidade e a autoria do delito de
roubo qualificado imputado ao apelante, impõe-se
referendar a solução condenatória, não se
admitindo a pretendida absolvição a pretexto de
insuficiência probatória. EXCLUSÃO DA
QUALIFICADORA DE EMPREGO DE ARMA. Para a
caracterização da referida qualificadora, é
irrelevante não ter sido esta apreendida, podendo
a prova, nestes casos, ser substituída pelos
relatos das testemunhas e das vítimas, o que de
fato ocorreu no presente caso. REANÁLISE DA PENA.
CUMULAÇÃO DE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA. Na
terceira e última etapa do cálculo da reprimenda,
corretamente foi reconhecida a existência de duas
causas de aumento da pena do artigo 157, §2º,
inciso II e § 2º-A, inciso I do CP. Todavia,
tratando-se de concurso de causas de aumento de
pena, apesar da possibilidade de aplicação das
duas causas de aumento, nos termos do artigo 68 do
CP, necessário se faz a justificação da
cumulação, o que não se verifica no caso em
análise, uma vez que a magistrada se limitou a
explicitar a coexistência do concurso de pessoas e
emprego de arma de fogo. Desta forma, necessário
se faz a aplicação apenas uma das causas de
aumento de pena, qual seja, a do artigo 157, §
2º-A, inciso I do CP. REDIMENSIONAMENTO DA PENA DE
MULTA. Em respeito ao critério de
proporcionalidade entre as penas privativas de
liberdade e as de multa, vislumbro que o juízo a
quo equivocou-se na fixação da pena pecuniária
imposta ao apelante, quando não empregou o sistema
trifásico na valoração da pena, devendo ser
redimensionada a pena de multa imposta. EXCLUSÃO
DO VALOR MÍNIMO FIXADO A TÍTULO DE REPARAÇÃO DOS
DANOS. Inexistindo pedido expresso do Ministério
Público, deve ser excluída a condenação ao
pagamento de valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, sob pena de ofensa aos
princípios do contraditório e da ampla defesa.
RECURSO CONHECIDO e PARCIALMENTE PROVIDO.
DECISAO : Vistos, relatados e discutidos estes autos,
ACORDAM, os integrantes da Quarta Turma Julgadora
da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de
votos, acolher o parecer do órgão ministerial de
cúpula, conhecer do apelo e o prover
parcialmente, nos termos do voto da Relatora.
Custas de lei.
VOTARAM, além da Relatora, os eminentes
Desembargadores: Edison Miguel da Silva JR. e
João Waldeck Félix de Sousa.
Presidiu a sessão de julgamento o
Desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga. Esteve
presente à sessão de julgamento, o(a) nobre
Procurador(a) de Justiça, Dr(a). Pedro Alexandre
da Rocha Coelho.
Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.
Carmecy Rosa Maria Alves de

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

Oliveira Desembargadora Relatora

GOIANIA, 17 DE FEVEREIRO DE 2020

SECRETARIO(A): EDSON PADRE DE CASTRO


ORIGINAL ASSINADO

Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 82 de 5008


ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

===============================================================================
2A CAMARA CRIMINAL #
PAUTA N. 12/2020
DATA DO JULGAMENTO: 03/03/2020 AS 13:00 HORAS OU NAS SESSOES POSTERIORES
===============================================================================

===============> PAUTA DO DIA

1 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROTOCOLO : 15173-37.2019.8.09.0175(201990151736)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
RECORRENTE(S) : MARCOS ANTONIO SANTA ROSA DE BRITO
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PAULO SERGIO PRATA REZENDE

2 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROTOCOLO : 64053-67.2019.8.09.0011(201990640532)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA
SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
RECORRENTE(S) : VALDECY PEREIRA VARGAS
ADV(S) : 51375/GO -RICARDO SILVESTRE DA SILVA
RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

3 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROTOCOLO : 87275-97.2018.8.09.0076(201890872750)
COMARCA : IPORA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
RECORRENTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
RECORRIDO(S) : EDNEY JOSE SILVA
ADV(S) : 7909/GO -EDUARDO TALVANI DE LIMA COUTO
34516/GO -EDUARDO TALVANI DE LIMA COUT
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PEDRO TAVARES FILHO

4 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROTOCOLO : 173053-70.2017.8.09.0011(201791730531)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
RECORRENTE(S) : JOAO ALEXANDRE ELIAS DE OLIVEIRA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). SPIRIDON NICOFOTIS ANYFANTIS

5 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROTOCOLO : 308975-64.2009.8.09.0011(200993089755)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
RECORRENTE(S) : GILDA MARIA SANTIAGO DE SOUSA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
RECORRIDO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). YARA ALVES FERREIRA E SILVA

6 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


PROTOCOLO : 360741-08.2016.8.09.0175(201693607417)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
RECORRENTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
RECORRIDO(S) : RAFAEL BRILHANTE MATOS

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D


PROC. DE JUSTICA : DR(A). LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA

7 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 1985-74.2019.8.09.0175(201990019854)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
1 APELANTE(S) : MARCOS VINICIUS CARVALHO COUTINHO
ADV(S) : 2202/GO -ANTONIO CARLOS TRINDADE
2 APELANTE(S) : RAIANE DE JESUS SOUZA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PEDRO TAVARES FILHO

8 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 2889-31.2018.8.09.0175(201890028894)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : JOSE RENATO MIRANDA MEIRA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). SPIRIDON NICOFOTIS ANYFANTIS

9 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 4763-85.2017.8.09.0175(201790047633)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : ROMARIO FRANCISCO DA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA

10 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 13953-38.2018.8.09.0175(201890139530)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA
SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : ALEX JUNIOR DA SILVA
ADV(S) : 29093/GO -JARBAS RIBEIRO DE PADUA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PAULO SERGIO PRATA REZENDE

11 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 19377-27.2019.8.09.0175(201990193773)
COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : JORGE JARDEL LOPES DE LIMA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA

12 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 24745-85.2017.8.09.0175(201790247454)
COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : GETULIO DA CUNHA ALVES
ADV(S) : 38405/GO -DAVID ALVARO MEDEIROS SANTOS
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA

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13 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 28431-34.2013.8.09.0011(201390284310)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
APELANTE(S) : ACM
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). DEUSDETE CARNOT DAMACENA

14 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 31763-02.2018.8.09.0183(201890317632)
COMARCA : ARUANA
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : OTAVIO FERREIRA DE MORAIS NETO
ADV(S) : 21077/GO -CIRILO ALVES BONTEMPO NETO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA

15 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 33771-80.2018.8.09.0011(201890337714)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : SANTIAGO RIBEIRO DA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PEDRO ALEXANDRE ROCHA COELHO

16 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 37578-11.2019.8.09.0129(201990375782)
COMARCA : PONTALINA
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : IRAZIEL RODSON ALVES DA SILVA
APELANTE(S) : PABLO PETERSON RODRIGUES DA SILVA
ADV(S) : 2834/GO -ROBERTO MAIA ARANTES
25694/GO -CESAR JOSE CLARO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LEONIDAS BUENO BRITO

17 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 45174-39.2018.8.09.0175(201890451746)
COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : MICHAEL SOARES BARBOSA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). ALTAMIR RODRIGUES VIEIRA JUNIOR

18 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 57652-45.2019.8.09.0175(201990576524)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELANTE(S) : MATHEUS AMANCIO DE OLIVEIRA
ADV(S) : 49848/GO -RENAN MACEDO VILELA GOMES
1 APELADO(S) : MATHEUS AMANCIO DE OLIVEIRA

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ADV(S) : 49848/GO -RENAN MACEDO VILELA GOMES


2 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). NILO MENDES GUIMARAES

19 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 64932-04.2018.8.09.0175(201890649325)
COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : LUIS FERNANDO DOS SANTOS
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA

20 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 64974-75.2018.8.09.0006(201890649740)
COMARCA : ANAPOLIS
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : THALLES HENRIQUE ALVES LEMOS
ADV(S) : 51756/GO -ALEX SILVA BATISTA
52631/GO -DIOGO BORGES MACHADO
17776/GO -MARIA JOSE DA SILVA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PEDRO ALEXANDRE ROCHA COELHO

21 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 68591-39.2017.8.09.0051(201991188323)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
APELANTE(S) : VALDENIR ALVES FREIRE
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LEONIDAS BUENO BRITO

22 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 75376-96.2018.8.09.0175(201890753769)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA
SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : SERGIO BATISTA DO NASCIMENTO
ADV(S) : 18165/GO -RENATO ANTONIO DE ALMEIDA
51699/GO -RAFAEL PEREIRA SOARES
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

23 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 76133-71.2014.8.09.0162(201490761330)
COMARCA : VALPARAISO DE GOIAS
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
APELADO(S) : WADSON NUNES RODRIGUES
ADV(S) : 33245/GO -GISELE SALGUEIRO BESERRA
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PEDRO ALEXANDRE ROCHA COELHO

24 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 110322-94.2018.8.09.0175(201891103229)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA

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SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA


REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : JUNIOR DE OLIVEIRA AGUIAR SIQUEIRA
ADV(S) : 41067/GO -SERGIO EURIPEDES FLAUZINO
44177/GO -ELISA DE ALMEIDA SANTANA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PEDRO TAVARES FILHO

25 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 119623-05.2012.8.09.0166(201291196234)
COMARCA : MONTES CLAROS DE GOIAS
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA
SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
APELANTE(S) : PAULO LEANDRO MARTINS
ADV(S) : 41184/GO -ANDRE LUIS DA SILVA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PAULO SERGIO PRATA REZENDE

26 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 128477-40.2016.8.09.0168(201691284777)
COMARCA : AGUAS LINDAS DE GOIAS
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR :DRA. LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
APELANTE(S) : CARLOS ALBERTO CARVALHO CAVALCANTE
ADV(S) : 53763/GO -LEONALDO CORREA DE BRITO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

27 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 133029-11.2016.8.09.0051(201990425992)
COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : ALEXANDRE BARBOSA DE OLIVEIRA
ADV(S) : 22931/GO -ALESSANDRO LISBOA PEREIRA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LEONIDAS BUENO BRITO

28 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 147664-42.2018.8.09.0175(201891476645)
COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
1 APELANTE(S) : VICTOR CAIFAS LOPES GARCIA
ADV(S) : 37292/GO -THIAGO HUASCAR SANTANA VIDAL
2 APELANTE(S) : PABLO GEOVANNI MACEDO
ADV(S) : 10863/GO -INIS MOREIRA DAMACENO
3 APELANTE(S) : SILAS COELHO COSTA JUNIOR
ADV(S) : 25895/GO -WENDER DA COSTA OLIVEIRA
4 APELANTE(S) : ANA PAULA SOARES ROSA
ADV(S) : 25895/GO -WENDER DA COSTA OLIVEIRA
5 APELANTE(S) : DOUGLAS HENRIQUE SILVA
ADV(S) : 34198/GO -KASSIO COSTA DO NASCIMENTO S
6 APELANTE(S) : JOAO PAULO MODESTO FERRO
ADV(S) : 25895/GO -WENDER DA COSTA OLIVEIRA
7 APELANTE(S) : RAFAEL NAGEL VIANA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
8 APELANTE(S) : VINICIUS MATOSO MEDEIROS
ADV(S) : 38011/GO -TAFFAREL DE ALMEIDA FERREIRA
37948/GO -WALLAS ARAUJO SOBRINHO
9 APELANTE(S) : RENILTO FERNANDES COELHO JUNIOR
ADV(S) : 42226/GO -REGINALDO FERNANDES COELHO
44633/GO -EDUARDO HENRIQUE CASTRO CUNH

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APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO


PROC. DE JUSTICA : DR(A). PAULO SERGIO PRATA REZENDE

29 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 163064-71.2017.8.09.0130(201791630642)
COMARCA : PORANGATU
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : NILSON BATISTA DOS REIS
ADV(S) : 30915/GO -MARIO MARCUS SILVA PINHEIRO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA

30 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 189760-59.2017.8.09.0126(201991214790)
COMARCA : PIRENOPOLIS
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : ADAEL ANTUNES PINTO
ADV(S) : 9383/GO -GIANCARLO VAZ VENTO
14367/GO -GLADSTONE DE JESUS LIMA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). PEDRO ALEXANDRE ROCHA COELHO

31 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 222329-68.2014.8.09.0175(201492223298)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA
SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : LEANDRO DE JESUS NEVES
ADV(S) : 23926/GO -JANDERSON DE SOUSA SILVA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

32 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 226904-17.2017.8.09.0175(201792269048)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
2 APELANTE(S) : WELINGTON ROCHA DA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
3 APELANTE(S) : RICKSON TAYLLO MARTINS SANTOS
ADV(S) : 42240/GO -BENEDITO EVARISTO CINTRA JUN
22686A/GO -DINARCY TEREZINHA NOGUEIRA
1 APELADO(S) : WELINGTON ROCHA DA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
2 APELADO(S) : RICKSON TAYLLO MARTINS SANTOS
ADV(S) : 42240/GO -BENEDITO EVARISTO CINTRA JUN
22686A/GO -DINARCY TEREZINHA NOGUEIRA
3 APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). NILO MENDES GUIMARAES

33 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 231679-58.2017.8.09.0116(201792316798)
COMARCA : PADRE BERNARDO
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : LUCAS FERREIRA DOS SANTOS
ADV(S) : 28990/GO -EDSON SOARES DE SOUZA
2 APELANTE(S) : WASLEY MANOEL RODRIGUES DE SOUZA
ADV(S) : 22029A/GO -CARLOS ANTONIO LADISLAU

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APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO


PROC. DE JUSTICA : DR(A). ABRAO AMISY NETO

34 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 237559-23.2015.8.09.0206(201592375596)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : JUNIOR DE SOUZA COSTA
ADV(S) : 36247/GO -JARBAS RODRIGUES SILVA JUNIO
20234/GO -ROSANGELA DE ANDRADE A DA CO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

35 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 269485-65.2016.8.09.0051(201692694855)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : VANDA BATISTA MENDONCA
ADV(S) : 32018/GO -PAULO CORREIA DOS SANTOS
24841/GO -REGINALDO FERREIRA ADORNO FI
27534/GO -LUDIMILLA BORGES PIRES ADORN
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

36 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 314789-40.2015.8.09.0175(201593147899)
COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : EDNARDO DE SOUSA LIMA
ADV(S) : 38975/GO -RAFAEL LOPES DE SOUSA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). NILO MENDES GUIMARAES

37 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 329312-57.2015.8.09.0175(201593293127)
COMARCA : GOIANIA
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA
SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
APELANTE(S) : ALESSANDRO BELEM DOS SANTOS
ADV(S) : 44887/GO -RODRIGO HENRIQUE LIMA DE SOU
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA

38 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 331483-47.2014.8.09.0134(201493314831)
COMARCA : QUIRINOPOLIS
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : LAZARO DIVINO BORGES
ADV(S) : 41017/GO -EDIVALDO SOUZA SANTOS
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). YARA ALVES FERREIRA E SILVA

39 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 333059-65.2014.8.09.0105(201493330594)
COMARCA : MINEIROS
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR :DRA. LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
APELANTE(S) : JOAO MARCOS DE SOUZA

Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 89 de 5008


ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

ADV(S) : 40645/GO -GABRIEL MELO NASCIMENTO


APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA

40 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 333750-32.2015.8.09.0174(201593337507)
COMARCA : SENADOR CANEDO
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
SUBST. DO DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : FRANCISCO JUNIO LOPES DE SOUZA
ADV(S) : 42240/GO -BENEDITO EVARISTO CINTRA JUN
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LUIZ GONZAGA PEREIRA DA CUNHA

41 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 344287-94.2015.8.09.0107(201593442874)
COMARCA : MORRINHOS
RELATOR : DR. RODRIGO DE SILVEIRA
SUBST. DA DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
APELANTE(S) : BRUNO RAMALHO CANDIDO
ADV(S) : 30547/GO -ALESSANDRA DIAS DE VASCONCEL
42726/GO -WANESSA ALVES DE SOUZA FREIT
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). ALTAMIR RODRIGUES VIEIRA JUNIOR

42 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 347396-93.2016.8.09.0168(201693473968)
COMARCA : AGUAS LINDAS DE GOIAS
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : GABRIEL COSTA BARROS
ADV(S) : 43405/DF -MANOEL MESSIAS SOARES DA SIL
2 APELANTE(S) : JOSEILSON JOSE DE OLIVEIRA
ADV(S) : 43405/DF -MANOEL MESSIAS SOARES DA SIL
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

43 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 359076-17.2014.8.09.0113(201493590766)
COMARCA : NIQUELANDIA
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
SUBST. DO DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : MINISTERIO PUBLICO
APELADO(S) : DEILTON BOTELHO DOS SANTOS
ADV(S) : 47071/GO -PAULO RICARDO QUEIROZ DE PAI
PROC. DE JUSTICA : DR(A). NILO MENDES GUIMARAES

44 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 365113-79.2015.8.09.0160(201593651139)
COMARCA : NOVO GAMA
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
SUBST. DO DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : BRUNO DA COSTA
ADV(S) : 43685/GO -LAERCIO DOS SANTOS
2 APELANTE(S) : DEIVERSON RAIMUNDO DE SOUZA DOS SANTOS
ADV(S) : 33973/DF -GESUEL JOSE VIEIRA
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). LEONIDAS BUENO BRITO

45 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 367260-96.2016.8.09.0175(201693672600)

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

COMARCA : GOIANIA
RELATORA : DR(A). LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : WENDELL SANTANA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

46 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 399703-57.2012.8.09.0170(201293997030)
COMARCA : CAMPINORTE
RELATOR : DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : PLACIDES JOSE FERNANDES SOBRINHO
ADV(S) : 32879/GO -ADRIANO ALVES DE PAULA E SIL
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

47 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 399890-66.2015.8.09.0168(201991131488)
COMARCA : AGUAS LINDAS DE GOIAS
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
SUBST. DO DES. LEANDRO CRISPIM
APELANTE(S) : DANIEL CHAVES SIMOES
ADV(S) : 53763/GO -LEONALDO CORREA DE BRITO
53763/GO -LEONALDO CORREA DE BRITO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). JOANA DAR'C CORREA DA SILVA OLIVEIRA

48 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 415300-23.2014.8.09.0097(201494153009)
COMARCA : JUSSARA
RELATOR : DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
REVISOR : DR. AURELIANO ALBUQUERQUE AMORIM
SUBST. DO DES. LEANDRO CRISPIM
1 APELANTE(S) : PAULO ROGERIO DA SILVA
ADV(S) : 54095/GO -GABRIEL JOSE REIS NETO
2 APELANTE(S) : DENIS MOREIRA DO VALE
ADV(S) : 54095/GO -GABRIEL JOSE REIS NETO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). NILO MENDES GUIMARAES

49 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 431299-46.2015.8.09.0011(201594312990)
COMARCA : APARECIDA DE GOIANIA
RELATORA : DESA. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA
REVISOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
APELANTE(S) : DANIEL RODRIGUES DA SILVA
ADV(S) : DPE/GO -DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO D
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). YARA ALVES FERREIRA E SILVA

50 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 446166-39.2014.8.09.0024(201494461668)
COMARCA : CALDAS NOVAS
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR :DRA. LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
APELANTE(S) : JESUS DIVINO DE OLIVEIRA DA SILVA
ADV(S) : 36611/GO -JULIENE NEVES DE FREITAS GAL
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

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51 - APELACAO CRIMINAL
PROTOCOLO : 472064-65.2014.8.09.0085(201494720647)
COMARCA : ITAPURANGA
RELATOR : DES. EDISON MIGUEL DA SILVA JUNIOR
REVISOR :DRA. LILIA MONICA DE CASTRO BORGES ESCHER
SUBST. DO DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA
APELANTE(S) : ARNALDO FELIPE RODRIGUES DE SOUSA
APELANTE(S) : GERALDO GONCALVES DA SILVA
APELANTE(S) : SERGIO FORTUNATO DA SILVA
ADV(S) : 30583/GO -DIVINO INACIO DA SILVA JUNIO
APELADO(S) : MINISTERIO PUBLICO
PROC. DE JUSTICA : DR(A). AGUINALDO BEZERRA LINO TOCANTINS

GOIANIA, 18 DE FEVEREIRO DE 2020

EDSON PADRE DE CASTRO


SECRETARIO(A)
ORIGINAL ASSINADO

FIM DE ARQUIVO

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


08:16:01

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5026315.19.2018.8.09.0132
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : BANCO DO BRASIL - S/A
POLO PASSIVO : PACHECO E ABIRON MELO LTDA ME
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL - S/A


ADVGS. PARTE : 40823 GO - JOSE ARNALDO JANSSEN NOGUEIRA
30261 GO - SERVIO TULIO DE BARCELOS

PARTE INTIMADA : PACHECO E ABIRON MELO LTDA ME


ADVG. PARTE : 36675 GO - GABRIELA PEREIRA DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5026315.19.2018.8.09.0132
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5026315.19.2018.8.09.0132
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A.
AGRAVADO : PACHECO E ABIRON MELO LTDA ME

EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE


INADMITE RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE
PREPARO. NÃO CONHECIMENTO. O preparo é
requisito extrínseco de admissibilidade recursal, de sorte
que, não comprovado, como é o caso, acarreta a
deserção do recurso, se a parte intimada para o
respectivo recolhimento, em dobro, não o fizer, no prazo
assinalado, consoante dicção do artigo 1.007, §4º, do
Código de Processo Civil, tendo em conta a previsão de
recolhimento a que se refere a Lei Estadual n.
14.376/2002 em sua Tabela I, item 2 e do Provimento n.
15/2008 da Corregedoria-Geral de Justiça desta Corte.
AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Especial na Apelação Cível n. 5026315.19.2018.8.09.0132, da Comarca de Goiânia.

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NR.PROCESSO: 5026315.19.2018.8.09.0132
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer do Agravo
Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
22

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NR.PROCESSO: 5026315.19.2018.8.09.0132
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5026315.19.2018.8.09.0132
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A.
AGRAVADO : PACHECO E ABIRON MELO LTDA ME

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno (Evento n. 67), interposto pelo Banco do Brasil


S/A., contra a decisão (Evento n. 64) que inadmitiu o Recurso Especial (Evento n. 56).
Uma vez não comprovado o recolhimento do preparo no ato da interposição
do Recurso, o agravante foi intimado para efetuar o pagamento em dobro, na forma do
artigo 1.007, § 4º, do Estatuto Processual Civil, sob pena de deserção (Evento n. 73).
Entretanto, o mesmo deixou de cumprir a determinação judicial, conforme
certidão inserida no Evento n. 75.
Sem contrarrazões (Evento n. 78).
É o relatório. Passo ao voto.
De plano, no exercício do juízo de admissibilidade, verifico que o recurso não
merece conhecimento. Explico.
Vislumbra-se que não houve o recolhimento do preparo, ensejando o não
conhecimento do recurso, ante a ausência de pressuposto extrínseco de
admissibilidade, conforme preconizado no artigo 1.007, caput e § 4º, do Código de
Processo Civil c/c a Lei Estadual n. 14.376/2002 em sua Tabela I, item 2 e Provimento
n. 15/08 da Corregedoria-Geral da Justiça desta Corte.
A propósito:

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NR.PROCESSO: 5026315.19.2018.8.09.0132
“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE
PREPARO. INTIMAÇÃO NOS MOLDES DO ART. 1007, § 4º, CPC/2015.
NÃO ATENDIMENTO. DESERÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. I - Ao aviar o
recurso, caso o recorrente não comprove o pagamento regular do preparo no
ato de sua interposição e, devidamente intimado para realizar o pagamento
em dobro, não vier a supri-lo, este restará deserto, inteligência do 1.007,
caput e § 4º do estatuto processual vigente. II - Agravo não conhecido.”
(TJGO, AI 5079161-55.2017.8.09.0000, Rel. Desª. Beatriz Figueiredo
Franco, 3ª Câmara Cível, julgado em 16/03/2018, DJe de 16/03/2018).
“AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
RESCISÃO CONTRATUAL C/C TUTELA DE URGÊNCIA. AUSÊNCIA DE
PREPARO. INTIMAÇÃO PARA O RECOLHIMENTO EM DOBRO.
ATENDIMENTO PARCIAL. DESERÇÃO DECRETADA. DECISÃO
REFERENDADA PELA TURMA RECURSAL. 1. Ausente o recolhimento do
preparo recursal, deve a parte recorrente ser intimada para fazê-lo, em dobro
(art. 1.007, § 4º, do CPC/2015). Realizada a intimação e não atendida
integralmente a determinação, o recurso será considerado deserto, tal como
ocorreu neste caso, não havendo razão jurídica para a modificação da
decisão monocrática. 2. Inexistindo nos autos argumentos novos capazes de
infirmar os fundamentos que alicerçaram a decisão agravada, impõe-se sua
manutenção. Agravo desprovido.” (TJGO, AI 5313115-45.2016.8.09.0000,
Rel. Des. Zacarias Neves Coêlho, 2ª Câmara Cível, julgado em 06/04/2017,
DJe de 06/04/2017).
Ao teor do exposto, deixo de conhecer do Agravo Interno interposto, porque
carente de pressuposto de admissibilidade consubstanciado no preparo.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
23

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NR.PROCESSO: 5026315.19.2018.8.09.0132

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5026315.19.2018.8.09.0132
EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE INADMITE RECURSO ESPECIAL.
AUSÊNCIA DE PREPARO. NÃO CONHECIMENTO. O preparo é requisito extrínseco
de admissibilidade recursal, de sorte que, não comprovado, como é o caso, acarreta a
deserção do recurso, se a parte intimada para o respectivo recolhimento, em dobro,
não o fizer, no prazo assinalado, consoante dicção do artigo 1.007, §4º, do Código de
Processo Civil, tendo em conta a previsão de recolhimento a que se refere a Lei
Estadual n. 14.376/2002 em sua Tabela I, item 2 e do Provimento n. 15/2008 da
Corregedoria-Geral de Justiça desta Corte. AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


08:19:05

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0448528.95.2007.8.09.0044
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : CEREAISUL INDUSTRIA E COMERCIO DE CEREAIS LTDA
POLO PASSIVO : PREFEITURA MUNICIPAL DE FORMOSA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ESPÓLIO DE JOÃO RABELO PRIMO


ADVG. PARTE : 12873 DF - ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA JUNIOR

PARTE INTIMADA : SEBASTIANA CANDIDO DA SILVA RABELO


ADVG. PARTE : 12873 DF - ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA JUNIOR

PARTE INTIMADA : CEREAISUL INDUSTRIA E COMERCIO DE CEREAIS LTDA


ADVG. PARTE : 18506 GO - DANIEL VICENTE GOETTEMS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0448528.95.2007.8.09.0044
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM APELAÇÃO CÍVEL N.


0448528.95.2007.8.09.0044
COMARCA DE FORMOSA
AGRAVANTES : ESPÓLIO DE JOÃO RABELO PRIMO E OUTRA
AGRAVADA : CEREAISUL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CEREAIS LTDA.

EMENTA: AGRAVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


NEGATIVA DE SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DE
ENTENDIMENTO FIRMADO EM REGIME DE
REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO INTERNO. Não se
conhece de Agravo (artigo 1.042 do Código de Processo
Civil de 2015) interposto contra decisão que nega
seguimento a Recurso Extraordinário com fundamento
na aplicação de entendimento exarado no regime de
repercussão geral (Tema 660), pois a previsão legal
estabelece o Agravo Interno para tal finalidade (artigo
1.030, § 2º, do referido Estatuto Processual).
RECURSO NÃO CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS , relatados e discutidos estes autos de Agravo no Recurso


Extraordinário na Apelação Cível n. 0448528.95.2007.8.09.0044, da Comarca de
Formosa.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer do Agravo,
nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0448528.95.2007.8.09.0044
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

10

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM APELAÇÃO CÍVEL N.


0448528.95.2007.8.09.0044
COMARCA DE FORMOSA
AGRAVANTES : ESPÓLIO DE JOÃO RABELO PRIMO E OUTRA
AGRAVADA : CEREAISUL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CEREAIS LTDA.

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo no Recurso Extraordinário (Evento n. 55), interposto por


Espólio de João Rabelo Primo e outra, em face da decisão de Evento n. 49, que, nos
termos do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil de 2015,
negou seguimento ao Recurso Extraordinário, em razão do julgamento do recurso
representativo da controvérsia pelo Supremo Tribunal Federal (RE n. ARE n.
748.371/MT – Tema 660).
Em apartada síntese, alegam os agravantes que na decisão que inadmitiu o
Recurso Extraordinário “ Houve violação ao princípio da ampla defesa ao entender que

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NR.PROCESSO: 0448528.95.2007.8.09.0044
não houve prejuízo para as partes, quando a decisão reconheceu a impossibilidade
dos Agravantes de provarem que havia posse mansa e pacífica da área em questão.”
Acrescentaram ainda que “Houve violação ao princípio do contraditório
quando a decisão impugnada questiona a prova da totalidade da propriedade sub
judice sem oportunizar a parte sua manifestação na instrução processual, além disso,
afasta a nulidade absoluta que excluiu os direitos da litisconsorte, negando a esta as
condições de contraditório típicas de quem integra o polo passivo da demanda, para
praticar todos os atos de defesa a que faz jus a parte Requerem o provimento da
insurgência, para o fim de conferir regular processamento ao Recurso Extraordinário.”
Requerem o provimento da insurgência, para o fim de conferir regular
processamento ao Recurso Extraordinário.
Contrarrazões (Evento n. 60).
É o relatório. Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice ao seu conhecimento.
É que, os agravantes insurgem-se contra a decisão que negou seguimento ao
Recurso Extraordinário em face do julgamento de representativo da controvérsia - RE
nº ARE nº 748.371/MT – Tema 660 .
Pois bem.
Com efeito, a nova sistemática processual civil instituída pela Lei n.
13.105/2015 dispõe que contra decisão que analisa admissibilidade de recursos
constitucionais, aplicando entendimento firmado em regime de repetitivo ou
repercussão geral, cabe o Agravo Interno (artigo 1.030, § 2º, Código de Processo
Civil), caracterizando erro grosseiro o manejo do Agravo para o Supremo Tribunal
Federal (artigo 1.042 do Código de Processo Civil de 2015).
Expressam as normas referidas:
“Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o
recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15
(quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao
vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016) (Vigência)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
(…)
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no
regime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256,
de 2016) (Vigência)
(...)

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0448528.95.2007.8.09.0044
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo
interno, nos termos do art. 1.021.
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente
do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial,
salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de
repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos (grifei). ”
Na hipótese, a decisão atacada negou seguimento ao Recurso Extraordinário
interposto, tendo em conta que o acórdão recorrido está em conformidade com o
julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal em regime de repercussão geral
(artigo 1030, I, “b”, do novo Código de Processo Civil).
Desta forma, incabível o presente Agravo, interposto sob a égide do Novo
Código de Processo Civil, para combater decisão do Presidente do Tribunal que
inadmitiu Recurso Extraordinário com fundamento exclusivo em repercussão geral.
Ao teor o exposto, não conheço do recurso.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
10

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0448528.95.2007.8.09.0044
EMENTA: AGRAVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE
SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DE ENTENDIMENTO FIRMADO EM REGIME DE
REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO INTERNO. Não se conhece de Agravo (artigo
1.042 do Código de Processo Civil de 2015) interposto contra decisão que nega
seguimento a Recurso Extraordinário com fundamento na aplicação de entendimento
exarado no regime de repercussão geral (Tema 660), pois a previsão legal estabelece
o Agravo Interno para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do referido Estatuto Processual)
. RECURSO NÃO CONHECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


08:28:40

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5343648.91.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Ação Rescisória
POLO ATIVO : CRISTINA MARY FIÚZA ADORNO
POLO PASSIVO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CRISTINA MARY FIÚZA ADORNO


ADVGS. PARTE : 29645 GO - IVAN MARQUES
16400 GO - MARCELO PAES SANDRE

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5343648.91.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO


ESPECIAL NA AÇÃO RESCISÓRIA N. 5343648.91.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIANÉSIA
AGRAVANTE : CRISTINA MARY FIÚZA ADORNO
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL.
INTEMPESTIVIDADE. NÃO CABIMENTO. 1 – “...a
oposição de embargos de declaração incabíveis, no
Tribunal de origem, não interrompem o prazo para a
interposição do Agravo.” ( STJ AREsp 913.479/SC),
tratando-se, assim, de recurso manifestamente
intempestivo. 2 - Em caso de inadmissão de Recurso
Especial, é cabível o Agravo para o STJ, salvo quando a
decisão se pautar na aplicação de entendimento firmado
em regime de repercussão geral ou em julgamento de
recursos repetitivos (artigo 1.042 do CPC), o que não é a
hipótese dos autos. AGRAVO INTERNO NÃO
CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS , relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno nos


Embargos de Declaração no Recurso Especial na Ação Rescisória n.
5343648.91.2017.8.09.0051, da Comarca de Goianésia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer o Agravo
Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5343648.91.2017.8.09.0051
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
13

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5343648.91.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO


ESPECIAL NA AÇÃO RESCISÓRIA N. 5343648.91.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIANÉSIA
AGRAVANTE : CRISTINA MARY FIÚZA ADORNO
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Cristina Mary Fiúza Adorno (Evento
n. 171), em face da decisão constante do Evento n. 166, que não conheceu dos
Embargos de Declaração, ante a sua inadmissibilidade.
Em suas razões, a agravante argumenta, em síntese, que: “os Embargos de
Declaração opostos, ainda, não demonstram erro grosseiro ou má-fé e foram
apresentados no prazo para a interposição do recurso próprio, qual seja, o Agravo;
não havendo óbice para o recebimento de acordo com artigo 1.042 do Código de
Processo Civil".
Requer ao final que, “sejam recebidos os Embargos de Declaração (Evento n.
158) como Agravo para que seja discutido o recebimento do Recurso Especial
interposto”.
Agravante beneficiária da gratuidade da justiça (Evento n. 9).
Contrarrazões apresentadas (Evento n. 179).
É o relatório. Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice intransponível ao seu conhecimento.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5343648.91.2017.8.09.0051
Verifica-se que o recurso é extemporâneo, uma vez que “...a oposição de
embargos de declaração incabíveis, no Tribunal de origem, não interrompe o prazo
para a interposição do Agravo.” (AgInt no AREsp 913.479/SC, Rel. Ministra REGINA
HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/02/2017, DJe 23/02/2017)
Desse modo, o recurso é intempestivo, tendo em vista que os aclaratórios
opostos pela agravante (Evento n. 158) não interromperam o prazo recursal e,
publicada a intimação da decisão que inadmitiu o Recurso Especial no Diário da
Justiça Eletrônico em 29.07.19 (segunda-feira), conforme certidão do Evento n. 161,
tendo o prazo recursal começado a fluir em 30.07.19, exaurindo-se no dia 19.08.19
(segunda-feira) Todavia, o Agravo Interno foi interposto no dia 24.09.19 (Evento n.
171).
Ademais, segundo a dicção do artigo 1.042 do Código de Processo Civil, a
decisão que não admite Recurso Especial confere substrato ao Agravo para o Superior
Tribunal de Justiça, salvo quando a decisão se pautar em julgamento de recursos
repetitivos, o que não é a hipótese dos autos, pois o Recurso Especial foi inadmitido,
por ser intempestivo, sendo assim, incabível o presente Agravo Interno.
Ao teor do exposto, deixo de conhecer do Agravo Interno porque
manifestamente intempestivo e incabível.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
13

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5343648.91.2017.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO
ESPECIAL. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CABIMENTO. 1 – “...a oposição de
embargos de declaração incabíveis, no Tribunal de origem, não interrompem o prazo
para a interposição do Agravo.” ( STJ AREsp 913.479/SC), tratando-se, assim, de
recurso manifestamente intempestivo. 2 - Em caso de inadmissão de Recurso
Especial, é cabível o Agravo para o STJ, salvo quando a decisão se pautar na
aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento
de recursos repetitivos (artigo 1.042 do CPC), o que não é a hipótese dos autos.
AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 19/02/2020 08:31:00

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5245619.06.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : TEMPERVIDROS VIDROS E CRISTAIS TEMPERADOS LTDA
POLO PASSIVO : CELG DISTRIBUIÇÃO S.A - CELG D
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : TEMPERVIDROS VIDROS E CRISTAIS TEMPERADOS LTDA


ADVG. PARTE : 29645 GO - IVAN MARQUES

PARTE INTIMADA : CELG DISTRIBUIÇÃO S.A - CELG D


ADVG. PARTE : 51175 GO - JAYME SOARES DA ROCHA FILHO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5245619.06.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5245619.06.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : TEMPERVIDROS E CRISTAIS TEMPERADOS LTDA
AGRAVADA : CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. - CELG D

EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE


INDEFERE PEDIDO DE CONCESSÃO DE EFEITO
SUSPENSIVO AO RECURSO ESPECIAL
INCOMPORTABILIDADE. 1. Compete ao Presidente ou
ao Vice-Presidente do Tribunal recorrido, a análise do
pedido de efeito suspensivo aos recursos especial e o
extraordinário, enquanto o recurso ainda pender de
exame de admissibilidade, nos termos do artigo 1029, §
5º, inciso III, do CPC. 2. O Código de Processo Civil não
prevê a possibilidade de insurgência em face da decisão
que aprecia o pedido de concessão de efeito suspensivo
aos recursos especial e extraordinário (artigo 1030 § 2º).
AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Especial na Apelação Cível n. 5245619.06.2017.8.09.0051, da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer o Agravo
Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5245619.06.2017.8.09.0051
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5245619.06.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5245619.06.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : TEMPERVIDROS E CRISTAIS TEMPERADOS LTDA
AGRAVADA : CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. - CELG D

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Tempervidros e Cristais


Temperados Ltda (mov. 79), tendo em vista a decisão que indeferiu o pedido de
concessão do efeito suspensivo ao Recurso Especial (mov. 76), figurando como
recorrida Celg Distribuição S.A. - Celg D.
Alega a agravante que o pedido de efeito suspensivo foi postulado nos
termos do artigo 1.029, § 5º, do Código de Processo Civil, tendo em vista a
verossimilhança das alegações e o perigo de lesão grave e de difícil reparação.
Aduz que o fumus boni iuris está consubstanciado na essencialidade do
serviço público – energia elétrica - revestido do caráter urgente, o qual não pode ser
descontinuado.
Requer a reconsideração da decisão atacada ou, de outro modo, o
provimento do agravo interno no sentido de deferir o pedido de efeito suspensivo ao
recurso especial, impedindo que a recorrida interrompa o serviço de energia elétrica.
Preparo efetuado (mov. 89).
Instada, a Celg Distribuição S.A. - Celg D - apresenta contrarrazões (mov.
93).
É o relatório.
Passo ao voto.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5245619.06.2017.8.09.0051
De pronto, observo que o expediente jurídico manejado pela agravante não
pode ser conhecido, ante sua manifesta incomportabilidade.
Com efeito, como já dito em decisão pretérita (mov. 76), na forma do art.
1029, § 5º, III do CPC, compete ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Tribunal
recorrido, a análise do pedido de efeito suspensivo aos recursos especial e
extraordinário, enquanto ainda pender de exame de admissibilidade.
Por sua vez, o Diploma Processual Civil em seu artigo 1.030 § 2º estabelece,
apenas, que será cabível o Agravo Interno em sede de juízo de admissibilidade dos
recursos excepcionais nas hipóteses em que houver a negativa de seguimento ou o
sobrestamento do recurso em virtude da aplicação da sistemática dos recursos
repetitivos, não tendo elencado a possibilidade da interposição do referido recurso em
face da decisão que analisa o pedido de efeito suspensivo.
Desse modo, restando indeferido o pedido de efeito suspensivo, como no
presente caso, exaure-se a fase procedimental, não sendo admissível que o ato
decisório seja submetido a reexame na Corte local.
Nesse sentido, a jurisprudência deste Tribunal de Justiça:
“AGRAVO INTERNO. INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE CONCESSÃO DE
EFEITO SUSPENSIVO. INCOMPORTABILIDADE. 1 - O Código de
Processo Civil não prevê a possibilidade de insurgência quanto à decisão
que aprecia o pedido de concessão de efeito suspensivo dos recursos
especial e extraordinário. 2 - De fato, são previstas expressamente as
hipóteses autorizadoras da interposição de recurso, silenciando-se naquelas
em que a insurgência é incomportável, como no caso da decisão que aprecia
o pedido de concessão do efeito suspensivo na órbita dos recursos especial
e extraordinário. 3 - Assim, uma vez indeferido o pedido de efeito suspensivo
pelo presidente ou vice-presidente, conforme o caso, esgota-se a atividade
jurisdicional, na espécie, de tal modo que o ato judicial não pode ser
reapreciado pelo mesmo prolator, ressalvada a hipótese de embargos de
declaração. Agravo interno não conhecido. (TJGO, Apelação (CPC)
0041902-39.2015.8.09.0176, Rel. GILBERTO MARQUES FILHO, Assessoria
para Assunto de Recursos Constitucionais, julgado em 02/05/2018, DJe de
02/05/2018).”
É o caso.
Ao teor do exposto, deixo de conhecer do recurso, ante sua manifesta
incomportabilidade.
É o voto.
Goiânia, 10 fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
02

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5245619.06.2017.8.09.0051

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5245619.06.2017.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE INDEFERE PEDIDO DE
CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO ESPECIAL
INCOMPORTABILIDADE. 1. Compete ao Presidente ou ao Vice-Presidente do
Tribunal recorrido, a análise do pedido de efeito suspensivo aos recursos especial e o
extraordinário, enquanto o recurso ainda pender de exame de admissibilidade, nos
termos do artigo 1029, § 5º, inciso III, do CPC. 2. O Código de Processo Civil não
prevê a possibilidade de insurgência em face da decisão que aprecia o pedido de
concessão de efeito suspensivo aos recursos especial e extraordinário (artigo 1030 §
2º). AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 08:33:18

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5278317.02.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : JOSÉ CARLOS SOARES FERREIRA
POLO PASSIVO : RESIDENCIAL BALNEARIO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOSÉ CARLOS SOARES FERREIRA


ADVG. PARTE : 24802 GO - MARIO CESAR MONTEIRO DE CASTRO

PARTE INTIMADA : RESIDENCIAL BALNEARIO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS


ADVG. PARTE : 20630 GO - SIDARTA STACIARINI ROCHA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5278317.02.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
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Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5278317.02.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : JOSÉ CARLOS SOARES FERREIRA
AGRAVADO : RESIDENCIAL BALNEÁRIO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. AUSÊNCIA
DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 660/STF. I – Uma
vez que o Supremo Tribunal Federal decidiu pela
ausência de repercussão geral da questão suscitada por
se tratar de matéria infraconstitucional (ARE-RG
748.371/MT, Tema 660), irrazoáveis os argumentos
deduzidos no Agravo Interno no sentido de tornar
inaplicável a referida questão ao presente caso. II –
Encontrando-se a decisão objeto do Recurso
Extraordinário nos mesmos termos do representativo da
controvérsia, aplica-se o artigo 1.030, inciso I, alínea “a”,
do Código de Processo Civil. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5278317.02.2016.8.09.0051
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso
Extraordinário na Apelação Cível n. 5278317.02.2016.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
25

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5278317.02.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5278317.02.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : JOSÉ CARLOS SOARES FERREIRA
AGRAVADO : RESIDENCIAL BALNEÁRIO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por José Carlos Soares Ferreira


(Evento n. 144), em face da decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário,
nos termos do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, em razão
do julgamento do recurso representativo da controvérsia pelo Supremo Tribunal
Federal – ARE n. 748.371/MT–Tema 660 (Evento n. 141).
Em suas razões, o agravante, com fundamentos reeditados e repetitivos,
alega que a decisão agravada aplicou de forma equivocada o referido paradigma.
Requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir regular
processamento ao Recurso Extraordinário.
Preparo (Evento n. 144).
Contrarrazões (Evento n. 151).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
A decisão ora agravada negou seguimento ao Recurso Extraordinário, com
fundamento no artigo 1.030, inciso I, alínea "a", do Código de Processo Civil, em face
do julgamento de representativo da controvérsia – ARE n. 748.371/MT - Tema 660.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5278317.02.2016.8.09.0051
Pois bem.
Sobre o Tema 660, de pronto verifica-se que, muito embora o agravante tenha
deduzido a inaplicabilidade do tema em voga (ARE-RG n. 748.371/MT), não
apresentou fundamentos convincentes do aventado equívoco.
Ao apreciar a matéria, a Suprema Corte se manifestou pela inexistência de
repercussão geral da questão suscitada, por se tratar de matéria infraconstitucional.
Vejamos:
“Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta
violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da
coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente
de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais.
Rejeição da repercussão geral.” (STF, Repercussão Geral no ARE-RG
748.371/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 01/08/2013)
Assim, incensurável o emprego do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código
de Processo Civil, uma vez que o Recurso Extraordinário baseou-se em hipotética
ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo que é uníssona a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que configura ofensa
meramente reflexa ao texto constitucional a questão da suposta afronta a tais
postulados, se dependente de prévia violação de normas infraconstitucionais, no caso
dos autos, o Código de Processo Civil, o Código de Defesa do Consumidor e a Lei n.
9.307/96.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
25

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NR.PROCESSO: 5278317.02.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. AUSÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 660/STF. I – Uma vez que o
Supremo Tribunal Federal decidiu pela ausência de repercussão geral
da questão suscitada por se tratar de matéria infraconstitucional (ARE-
RG 748.371/MT, Tema 660), irrazoáveis os argumentos deduzidos no
Agravo Interno no sentido de tornar inaplicável a referida questão ao
presente caso. II – Encontrando-se a decisão objeto do Recurso
Extraordinário nos mesmos termos do representativo da controvérsia,
aplica-se o artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo
Civil. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


08:46:20

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5022296.23.2018.8.09.0082
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : VALDECI RODRIGUES DE SOUZA
POLO PASSIVO : AYMORÉ CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : AYMORÉ CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A


ADVG. PARTE : 221386 SP - HENRIQUE JOSÉ PARADA SIMÃO

PARTE INTIMADA : VALDECI RODRIGUES DE SOUZA


ADVGS. PARTE : 19728 MS - WELITON FREITAS GOMES MENEZES
14564 MS - MICHAEL PATRICK DE MORAES ASSIS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5022296.23.2018.8.09.0082
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5022296.23.2018.8.09.0082
COMARCA DE ITAJÁ
AGRAVANTE : AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A
AGRAVADO : VALDECI RODRIGUES DE SOUZA

EMENTA: AGRAVO. RECURSO ESPECIAL.


NEGATIVA DE SEGUIMENTO. APLICAÇÃO
DE ENTENDIMENTO FIRMADO EM
RECURSO REPETITIVO. AGRAVO
INTERNO. Não se conhece de Agravo (artigo
1.042 do Código de Processo Civil de 2015)
interposto contra decisão que inadmite
Recurso Especial exarado no regime de
julgamento de recursos repetitivos, pois a
previsão legal estabelece o Agravo Interno
para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do
referido Estatuto Processual). RECURSO NÃO
CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo no Recurso Especial


na Apelação Cível n. 5022296.23.2018.8.09.0082, da Comarca de itajá.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer do Agravo,
nos termos do voto do Presidente-Relator.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5022296.23.2018.8.09.0082
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS
LEMES
Presidente
6

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5022296.23.2018.8.09.0082
COMARCA DE ITAJÁ
AGRAVANTE : AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A
AGRAVADO : VALDECI RODRIGUES DE SOUZA

RELATÓRIO E
VOTO

Trata-se de Agravo interposto pela Aymoré Crédito, Financiamento e


Investimento S/A (Evento n. 65) contra decisão inserida no Evento n. 85 que, nos
termos do artigo 1.030, inciso I, alínea “b”, do Código de Processo Civil, negou
seguimento ao Recurso Especial (Evento n. 62), com supedâneo no

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NR.PROCESSO: 5022296.23.2018.8.09.0082
posicionamentoestampado no recurso representativo da controvérsia julgado pelo
Superior Tribunal de Justiça (REsp n 1.061.530/RS – Tema 27).
Em suas razões, o agravante aduz que é ilegal a utilização da tabela price,
porquanto provoca a capitalização de juros sobre juros, vedada pela Súmula 121 do
STF.
Por derradeiro, requer o provimento da insurgência para o fim de conferir
regular processamento ao recurso.
Sem contrarrazões (Evento n. 72).
É o relatório.
Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice intransponível ao seu conhecimento.
Com efeito, a nova sistemática processual civil instituída pela Lei n.
13.105/2015, dispõe que contra decisão que analisa admissibilidade de recursos
constitucionais, aplicando entendimento firmado em regime de repetitivo ou
repercussão geral caberá o Agravo Interno (artigo 1.030, § 2º, Código de Processo
Civil de 2015), caracterizando erro grosseiro o manejo do Agravo para as Cortes
Superiores (artigo 1.042 do Código de Processo Civil).
Expressam as normas referidas:
“Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o
recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15
(quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao
vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)
(…)
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no
regime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256,
de 2016)
(…)
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo
interno, nos termos do art. 1.021.”
Na hipótese, a decisão atacada negou seguimento ao Recurso Especial
interposto, tendo em conta que o acórdão recorrido está em conformidade com o
julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, exarado no regime de
julgamento de recursos repetitivos (artigo 1.030, inciso I, alínea “b”, Estatuto
Processual Civil de 2015), sendo, pois, comportável o Agravo Interno, conforme dicção

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NR.PROCESSO: 5022296.23.2018.8.09.0082
do § 2º, do referido artigo.
Desta forma, incabível o presente Agravo, interposto sob a égide do Código
de Processo Civil, para combater decisão do Presidente deste Tribunal que inadmitiu o
Recurso Especial, com fundamento exclusivo em recurso repetitivo.
Ao teor do exposto, não conheço do recurso.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS
LEMES
Presidente
6

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NR.PROCESSO: 5022296.23.2018.8.09.0082
EMENTA: AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
APLICAÇÃO DE ENTENDIMENTO FIRMADO EM RECURSO REPETITIVO.
AGRAVO INTERNO. Não se conhece de Agravo (artigo 1.042 do Código de Processo
Civil de 2015) interposto contra decisão que inadmite Recurso Especial exarado no
regime de julgamento de recursos repetitivos, pois a previsão legal estabelece o
Agravo Interno para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do referido Estatuto Processual).
RECURSO NÃO CONHECIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 08:48:08

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5126664.16.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : FELIPE EMANUEL DE JESUS SILVA ANTUNES
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : FELIPE EMANUEL DE JESUS SILVA ANTUNES


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5126664.16.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5126664.16.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : FELIPE EMANUEL DE JESUS SILVA ANTUNES
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. Uma vez que a matéria versada no feito amolda-
se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no
representativo da controvérsia indicado no ato agravado
(RE n. 632.853/CE - Tema 485), qual seja, “controle
jurisdicional do ato administrativo que avalia questões
em concurso público” e tendo o acórdão objeto do
Recurso Extraordinário julgado no mesmo
direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno, atendendo-se ao art.
1.030, inciso I, alínea “a”, do CPC/2015. AGRAVO
INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Extraordinário na Apelação Cível n. 5126664.16.2017.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos

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NR.PROCESSO: 5126664.16.2017.8.09.0051
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
25

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NR.PROCESSO: 5126664.16.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5126664.16.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : FELIPE EMANUEL DE JESUS SILVA ANTUNES
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Felipe Emanuel de Jesus Silva


Antunes (Evento n. 82), em face da decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário, nos termos do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo
Civil de 2015, em razão do julgamento do recurso representativo da controvérsia pelo
Supremo Tribunal Federal – RE n. 632.853/CE - Tema 485 (Evento n. 78).
Em suas razões, o agravante alega que a decisão agravada aplicou de forma
equivocada o referido paradigma.
Requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir regular
processamento ao Recurso Extraordinário.
Agravante beneficiário da gratuidade da justiça (Evento n. 85).
Sem contrarrazões (Evento n. 89).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil de 2015.
O agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário em face do julgamento de representativo da controvérsia – RE n.
632.853/CE - Tema 485.

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NR.PROCESSO: 5126664.16.2017.8.09.0051
Pois bem.
Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se, efetivamente,
àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (RE n. 632.853/CE -
Tema 485), em que a Suprema Corte manifestou-se definitivamente a respeito.
Confira-se:
“Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Concurso
público. Correção de prova. Não compete ao Poder Judiciário,
no controle de legalidade, substituir banca examinadora para
avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a elas
atribuídas. Precedentes. 3. Excepcionalmente, é permitido ao
Judiciário juízo de compatibilidade do conteúdo das questões
do concurso com o previsto no edital do certame. Precedentes.
4. Recurso extraordinário provido.”(STF, RE nº 632.853/CE,
Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 126, Publicado em 29/06/2015)
O acórdão objeto do Recurso Extraordinário, cuja ementa se vê no Evento n.
34, decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma
acima transcrito. Vejamos:
“RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO
ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. SOLDADO DE 3ª CLASSE.
EDITAL Nº 002/2016. PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DE QUESTÕES.
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DA BANCA EXAMINADORA.
IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO JUDICIAL. MÉRITO ADMINISTRATIVO.
ATO MOTIVADO. A jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça é
pacífica no sentido de que a competência do Poder Judiciário limita-se ao
exame da legalidade das normas instituídas no edital e dos atos praticados
na realização do concurso, sendo vedada a análise dos critérios de
formulação de questões, de correção de provas, atribuição de notas aos
candidatos, matérias cuja responsabilidade é da Administração Pública,
excepcionadas as situações em que o vício da questão objetiva se manifesta
de forma evidente e insofismável, o que não se constata na espécie.
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDO E DESPROVIDO.”
Nesse contexto, inviável o acolhimento da pretensão do agravante em
reformar a decisão agravada, pois o Recurso Extraordinário tratou de questão
constitucional decidida no mesmo sentido da orientação do Supremo Tribunal Federal,
tornando-se inafastável a aplicação do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de
Processo Civil de 2015.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5126664.16.2017.8.09.0051
Presidente
25

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5126664.16.2017.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no
feito amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no
representativo da controvérsia indicado no ato agravado (RE n.
632.853/CE - Tema 485), qual seja, “controle jurisdicional do ato
administrativo que avalia questões em concurso público” e tendo o
acórdão objeto do Recurso Extraordinário julgado no mesmo
direcionamento do acórdão paradigma, nega-se provimento ao Agravo
Interno, atendendo-se ao art. 1.030, inciso I, alínea “a”, do CPC/2015.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


08:49:52

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5136901.20.2018.8.09.0134
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : MAYARA SANTOS ARAÚJO DANTAS
POLO PASSIVO : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS (SPC BRASIL)
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS (SPC BRASIL)


ADVG. PARTE : 81751 MG - VIVIAN MEIRA AVILA MORAES

PARTE INTIMADA : MAYARA SANTOS ARAÚJO DANTAS


ADVG. PARTE : 37405 GO - LINDOLFO GONÇALVES DE ANDRADE NETO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5136901.20.2018.8.09.0134
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5136901.20.2018.8.09.0134
COMARCA DE QUIRINÓPOLIS
AGRAVANTE : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS (SPC
BRASIL)
AGRAVADA : MAYARA SANTOS ARAÚJO DANTAS

EMENTA: AGRAVO. RECURSO ESPECIAL.


NEGATIVA DE SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DE
ENTENDIMENTO FIRMADO EM RECURSO
REPETITIVO. AGRAVO INTERNO. Não se conhece de
Agravo (artigo 1.042 do Código de Processo Civil de
2015) interposto contra decisão que inadmite Recurso
Especial exarado no regime de julgamento de recursos
repetitivos, prevê o Diploma Legal, o Agravo Interno para
tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do aludido Estatuto
Processual). RECURSO NÃO CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo no Recurso Especial


na Apelação Cível n. 5136901.20.2018.8.09.0134, da Comarca de Quirinópolis.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer o Agravo
Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5136901.20.2018.8.09.0134
WALTER CARLOS LEMES
Presidente
18

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5136901.20.2018.8.09.0134
COMARCA DE QUIRINÓPOLIS
AGRAVANTE : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS (SPC
BRASIL)
AGRAVADA : MAYARA SANTOS ARAÚJO DANTAS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo interposto por Confederação Nacional de Dirigentes


Lojistas (SPC Brasil) com fundamento no artigo 1.042 do Código de Processo Civil
(Evento n. 65), contra decisão constante do Evento n. 62 desta Presidência que, no
exercício do juízo de admissibilidade, negou seguimento ao Recurso Especial por estar
em consonância com o Tema 40 da sistemática de recursos repetitivos (REsps n.
1.061.134/RS e n. 1.062.336/RS).
Em suas razões, a agravante sustenta que: “[…] , deve se restringir à análise
dos aspectos formais, sem, entretanto, exercer qualquer apreciação do seu mérito.”
(Evento n. 65, p. 3)
Ao final, requer o provimento do presente Agravo para reformar a decisão
hostilizada a fim de processar o Recurso Especial.
Sem preparo.

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NR.PROCESSO: 5136901.20.2018.8.09.0134
Sem contrarrazões (Evento n. 69).
É o relatório. Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice intransponível ao seu conhecimento.
Isto porque, segundo a dicção do artigo 1.042 do Código de Processo Civil,
ante a inadmissão de Recurso Especial ou Extraordinário, é cabível o Agravo para o
Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal, conforme o caso, salvo
quando a decisão se pautar em entendimento firmado em regime de repercussão geral
ou em julgamento de recursos repetitivos, o que é a hipótese dos autos.
Nesse caso, caberia o Agravo Interno com fundamento no artigo 1.021 do
mesmo Diploma Processual. Sobre o tema, eis a jurisprudência pacificada:
“PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO QUE INADMITE RECURSO ESPECIAL.
INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO. RECURSO MANIFESTAMENTE
INCABÍVEL. ERRO GROSSEIRO. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO.
RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS. SÚMULA 284/STF. 1. É assente no
STJ que a interposição de Agravo Interno (art. 1.021, CPC/2015), em vez de
Agravo em Recurso Especial (art. 1.042 do CPC/2015) contra decisão que
não admite o Recurso Especial na origem, configura erro grosseiro que
inviabiliza a aplicação do princípio da fungibilidade recursal. 2. omissis 3.
omissis 4. As razões recursais estão dissociadas da motivação do acórdão
impugnado. Incidência, por analogia, do enunciado da Súmula 284/STF: ‘É
inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua
fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.’ 5.
Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido."
(REsp 1740831/PR, Relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma,
julgado em 12/06/2018, DJe 26/11/2018).
Ao teor do exposto, deixo de conhecer do Agravo por incabível à espécie.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
18

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5136901.20.2018.8.09.0134
EMENTA: AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
APLICAÇÃO DE ENTENDIMENTO FIRMADO EM RECURSO REPETITIVO.
AGRAVO INTERNO. Não se conhece de Agravo (artigo 1.042 do Código de Processo
Civil de 2015) interposto contra decisão que inadmite Recurso Especial exarado no
regime de julgamento de recursos repetitivos, prevê o Diploma Legal, o Agravo Interno
para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do aludido Estatuto Processual). RECURSO
NÃO CONHECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


08:52:02

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5078715.93.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : LUIZ CARLOS MENDES
POLO PASSIVO : ELETRA FUNDACAO CELG DE SEGUROS E PREVIDENCIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUIZ CARLOS MENDES


ADVG. PARTE : 17100 GO - MARCOS ROSA OSTROWSKYJ

PARTE INTIMADA : ELETRA FUNDACAO CELG DE SEGUROS E PREVIDENCIA


ADVGS. PARTE : 10691 GO - LUIZ FERNANDO BRUM DOS SANTOS
2373 GO - JOSÉ MARTINS FERREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5078715.93.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5078715.93.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : LUIZ CARLOS MENDES
AGRAVADA : ELETRA FUNDAÇÃO CELG DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA

EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE


INADMITE RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO.
Em caso de inadmissão de Recurso Especial ou
Extraordinário, é cabível o Agravo para o Superior
Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal (artigo
1.042 do Código de Processo Civil), conforme o caso,
salvo quando a decisão se pautar na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral
ou em julgamento de recursos repetitivos, o que não é a
hipótese dos autos. AGRAVO INTERNO NÃO
CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Especial na Apelação Cível n. 5078715.93.2017.8.09.0051, da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer o Agravo

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NR.PROCESSO: 5078715.93.2017.8.09.0051
Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
09

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5078715.93.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5078715.93.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : LUIZ CARLOS MENDES
AGRAVADA : ELETRA FUNDAÇÃO CELG DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Luiz Carlos Mendes (Evento n. 68),
em face da decisão desta Presidência que, em exercício do juízo de admissibilidade,
inadmitiu o Recurso Especial, ante sua manifesta intempestividade (Evento n. 65).
Em suas razões, o agravante, com fulcro nos artigos 1.021 do Código de
Processo Civil e 258 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
aduz que “(…) para contagem de prazos processuais, a nova redação dada pelo
Código de Processo Civil de 2015, passou-se a computar somente os dias úteis, ex vi
do art. 219 do CPC/2015. Assim, é importante saber que, além dos declarados em lei,
são considerados feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em
que por qualquer razão não houver expediente forense. (art. 216 CPC/2015). O que
não foi observado.”
Ao final, requer o provimento da insurgência para reformar a decisão que
inadmitiu o Recurso Especial interposto.
O recorrente é beneficiário da assistência judiciária (Evento n. 70).
Contrarrazões (Evento n. 74).

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NR.PROCESSO: 5078715.93.2017.8.09.0051
É o relatório. Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice intransponível ao seu conhecimento.
Emerge, in casu, a dicção do artigo 1.042 do Código de Processo Civil, ao
estabelecer que, ante a inadmissão de Recurso Especial ou Extraordinário, é cabível o
Agravo para o Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal, conforme o
caso, salvo quando a decisão se pautar em entendimento firmado em regime de
repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos, o que não é a hipótese
dos autos.
Sobre o tema, eis a provecta jurisprudência pacificada:
“PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO QUE INADMITE RECURSO ESPECIAL.
INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO. RECURSO MANIFESTAMENTE
INCABÍVEL. ERRO GROSSEIRO. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO.
RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS. SÚMULA 284/STF.
1. É assente no STJ que a interposição de Agravo Interno (art. 1.021,
CPC/2015), em vez de Agravo em Recurso Especial (art. 1.042 do
CPC/2015) contra decisão que não admite o Recurso Especial na origem,
configura erro grosseiro que inviabiliza a aplicação do princípio da
fungibilidade recursal.
2. O Tribunal de origem firmou a compreensão de que ‘o agravo interno,
interposto com apoio no art. 1021 do NCPC, mostra-se inadequado pelas
regras atuais, já que há previsão específica de agravo dirigido às Cortes
Superiores, contra a decisão que inadmite recurso excepcional (art. 1.042,
do NCPC). Por conseguinte, o ato processual carrega a pecha denominada
pelos Tribunais Superiores de erro grosseiro, porquanto impede a aplicação
do princípio da fungibilidade recursal’.
3. A parte recorrente alega, por sua vez, que ‘por se tratar de relação
consumerista, não há se falar em culpa in elegendo ou culpa in vigilando,
visto que a responsabilidade, neste caso, é objetiva do prestador de serviço,
nos termos do art. 14 da Lei n°. 8.078/1990’.
4. As razões recursais estão dissociadas da motivação do acórdão
impugnado. Incidência, por analogia, do enunciado da Súmula 284/STF: ‘É
inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua
fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.’
5. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido."
(REsp 1740831/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 12/06/2018, DJe 26/11/2018) (grifei)
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. NÃO FORNECIMENTO DE
DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR. ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE
DANOS. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA
IMPUGNAR DECISÃO QUE NEGA SEGUIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL. RECURSO INCABÍVEL. I- Para atacar a decisão que inadmite o
apelo especial, o recurso cabível é o agravo previsto no art. 1.042 do Código

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5078715.93.2017.8.09.0051
de Processo Civil de 2015. Ressalte-se que a interposição equivocada de
recurso quando há expressa disposição legal e ausente dúvida objetiva,
constitui manifesto erro grosseiro. Dessa forma, inaplicável o princípio da
fungibilidade II - Agravo interno improvido." (STJ, Rel. Min. Francisco Falcão,
AgInt no AREsp 1004764/AP, Segunda Turma, DJ de 13/06/2017) (Grifei)
Ao teor do exposto, deixo de conhecer do Agravo Interno porque
manifestamente incabível.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
09

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5078715.93.2017.8.09.0051
AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE INADMITE RECURSO
ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. Em caso de inadmissão de Recurso
Especial ou Extraordinário, é cabível o Agravo para o Superior Tribunal
de Justiça ou Supremo Tribunal Federal (artigo 1.042 do Código de
Processo Civil), conforme o caso, salvo quando a decisão se pautar na
aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou
em julgamento de recursos repetitivos, o que não é a hipótese dos
autos. AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 08:53:54

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5103313.48.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : MARIA APARECIDA REIS
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE GOIANIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARIA APARECIDA REIS


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5103313.48.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5103313.48.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : MARIA APARECIDA REIS
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. Uma vez que a matéria versada no feito amolda-
se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no
representativo da controvérsia indicado no ato agravado
(RE n. 837.311/PI - TEMA 784), qual seja, “direito à
nomeação de candidatos aprovados fora do número de
vagas previstas no edital de concurso público no caso de
surgimento de novas vagas durante o prazo de validade
do certame” e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no mesmo direcionamento do
acórdão paradigma, nega-se provimento ao Agravo
Interno, atendendo-se ao artigo 1.030, inciso I, alínea
“a”, do CPC/2015. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E
DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
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Validação pelo código: 10463568034384218, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5103313.48.2016.8.09.0051
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso
Extraordinário na Apelação Cível n. 5103313.48.2016.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
25

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5103313.48.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5103313.48.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : MARIA APARECIDA REIS
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Maria Aparecida Reis (Evento n.


107), em face da decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário, nos
termos do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, em razão do
julgamento do recurso representativo da controvérsia pelo Supremo Tribunal Federal –
RE n. 837.311/PI - Tema 784 (Evento n. 102).
Em suas razões, a agravante alega que a decisão agravada aplicou de forma
equivocada o referido paradigma.
Requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir regular
processamento ao Recurso Extraordinário.
Preparo (Evento n. 107)
Contrarrazões (Evento n. 115).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,

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NR.PROCESSO: 5103313.48.2016.8.09.0051
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
A agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário em face do julgamento de representativo da controvérsia – RE n.
837.311/PI - Tema 784.
Quanto ao Tema 784, o colendo Supremo Tribunal Federal manifestou-se
definitivamente a respeito do direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em
concurso público, consoante se vê da tese fixada. Confira-se:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO
VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE
VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE
SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE
DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A
ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA
DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E
INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO
ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO.
PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA
EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA,
BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO.
INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O
postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o
Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários
do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O edital do
concurso com número específico de vagas, uma vez publicado, faz exsurgir
um dever de nomeação para a própria Administração e um direito à
nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de
vagas. Precedente do Plenário: RE 598.099 - RG, Relator Min. Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, DJe 03-10-2011. 3. O Estado Democrático de
Direito republicano impõe à Administração Pública que exerça sua
discricionariedade entrincheirada não, apenas, pela sua avaliação unilateral
a respeito da conveniência e oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos
direitos fundamentais e demais normas constitucionais em um ambiente de
perene diálogo com a sociedade. 4. O Poder Judiciário não deve atuar como
“Administrador Positivo”, de modo a aniquilar o espaço decisório de
titularidade do administrador para decidir sobre o que é melhor para a
Administração: se a convocação dos últimos colocados de concurso público
na validade ou a dos primeiros aprovados em um novo concurso. Essa
escolha é legítima e, ressalvadas as hipóteses de abuso, não encontra
obstáculo em qualquer preceito constitucional. 5. Consectariamente, é
cediço que a Administração Pública possui discricionariedade para,
observadas as normas constitucionais, prover as vagas da maneira que
melhor convier para o interesse da coletividade, como verbi gratia, ocorre

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NR.PROCESSO: 5103313.48.2016.8.09.0051
quando, em função de razões orçamentárias, os cargos vagos só possam
ser providos em um futuro distante, ou, até mesmo, que sejam extintos, na
hipótese de restar caracterizado que não mais serão necessários. 6. A
publicação de novo edital de concurso público ou o surgimento de novas
vagas durante a validade de outro anteriormente realizado não caracteriza,
por si só, a necessidade de provimento imediato dos cargos. É que, a
despeito da vacância dos cargos e da publicação do novo edital durante a
validade do concurso, podem surgir circunstâncias e legítimas razões de
interesse público que justifiquem a inocorrência da nomeação no curto
prazo, de modo a obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do
direito subjetivo à nomeação dos aprovados em colocação além do número
de vagas. Nesse contexto, a Administração Pública detém a prerrogativa de
realizar a escolha entre a prorrogação de um concurso público que esteja na
validade ou a realização de novo certame. 7. A tese objetiva assentada em
sede desta repercussão geral é a de que o surgimento de novas vagas ou a
abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade
do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos
candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as
hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração,
caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder Público
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma
cabal pelo candidato. Assim, a discricionariedade da Administração quanto à
convocação de aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar
zero (Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: I) Quando a
aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099);
II) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem
de classificação (Súmula 15 do STF); III) Quando surgirem novas vagas, ou
for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e
imotivada por parte da administração nos termos acima. 8. In casu,
reconhece-se, excepcionalmente, o direito subjetivo à nomeação aos
candidatos devidamente aprovados no concurso público, pois houve, dentro
da validade do processo seletivo e, também, logo após expirado o referido
prazo, manifestações inequívocas da Administração piauiense acerca da
existência de vagas e, sobretudo, da necessidade de chamamento de novos
Defensores Públicos para o Estado. 9. Recurso Extraordinário a que se nega
provimento.” (Tema 784 - RE 837311, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal
Pleno, julgado em 09/12/2015, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-072 DIVULG 15-04-2016 PUBLIC 18-04-2016)
O acórdão objeto do Recurso Extraordinário, cuja ementa se vê no Evento n.
60, decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma
acima transcrito. Vejamos:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONCURSO PÚBLICO.
APROVAÇÃO EM CADASTRO DE RESERVA. MERA EXPECTATIVA DE
DIREITO. DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 1 –
Uma vez que a recorrente figura em cadastro de reserva, há para ela mera
expectativa de direito à nomeação, o que significa que a administração,
dentro de seu poder discricionário e atendendo aos seus interesses, poderá

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NR.PROCESSO: 5103313.48.2016.8.09.0051
nomear livremente os candidatos nessa situação, de acordo com os critérios
de conveniência e oportunidade. 2 – A contratação temporária não constitui
automaticamente ato ilegal, não caracteriza, por si, preterição da recorrente,
nem autoriza a conclusão de que tenham automaticamente surgido vagas
correlatas no quadro efetivo a ensejar o chamamento de candidatos
aprovados. O intento exige prova da identidade de funções do cargo efetivo
e das que são desempenhadas por pessoal admitido a título precário,
situação não verificada nos presentes autos. APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E DESPROVIDA.”
Nesse contexto, inviável o acolhimento da pretensão da agravante em
reformar a decisão agravada, pois o Recurso Extraordinário tratou de questão
constitucional decidida no mesmo sentido da orientação do Supremo Tribunal Federal,
tornando-se inafastável a aplicação do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de
Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
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NR.PROCESSO: 5103313.48.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no
feito amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no
representativo da controvérsia indicado no ato agravado (RE n.
837.311/PI - TEMA 784), qual seja, “direito à nomeação de candidatos
aprovados fora do número de vagas previstas no edital de concurso
público no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo de
validade do certame” e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no mesmo direcionamento do acórdão
paradigma, nega-se provimento ao Agravo Interno, atendendo-se ao
artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do CPC/2015. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 16/02/2020


23:12:25

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5721142.44.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : LMEL
POLO PASSIVO : DRHRSSGCCT
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : LMEL


ADVG. PARTE : 23523 GO - DYOGO CROSARA

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 08:56:21

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0061770.53.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : JOSIEL ANTONIO LISBOA
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE GOIANIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOSIEL ANTONIO LISBOA


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0061770.53.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
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Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0061770.53.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : JOSIEL ANTÔNIO LISBOA
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO DENEGATÓRIA
FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA
“A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Uma vez que
a matéria versada no presente feito amolda-se àquela
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento
do representativo da controvérsia (RE n. 837.311/PI -
Tema 784) e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no mesmo direcionamento do
acórdão paradigma, nega-se provimento ao Agravo
Interno. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E
DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Extraordinário na Apelação Cível n. 0061770.53.2016.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.

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NR.PROCESSO: 0061770.53.2016.8.09.0051
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
16

PODER JUDICIÁRIO
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Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0061770.53.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : JOSIEL ANTÔNIO LISBOA
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

RELATÓRIO E VOTO

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NR.PROCESSO: 0061770.53.2016.8.09.0051
Trata-se de Agravo Interno interposto por Josiel Antônio Lisboa (mov. 121),
em face da decisão inserida na mov. 115 que, nos termos do artigo 1.030, inciso I,
alínea “a”, do Código de Processo Civil, negou seguimento ao Recurso Extraordinário
(mov. 99) com supedâneo no posicionamento estampado no recurso representativo da
controvérsia julgado pelo Supremo Tribunal Federal (RE n. 837.311/PI - Tema 784).
Em suas razões, o agravante aduz que :
“O concurso público é via eleita pelo legislador
constituinte para promoção e investidura em cargos
públicos, através da seleção dos profissionais mais
capacitados, como é o caso da Agravante, que participou
de concurso público de provas, sagrando-se então
devidamente APROVADO, nos termos consagrados no artigo
37, inciso II da Constituição Federal”.
Prossegue defendendo que:
“Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a
mera expectativa de direito convola-se em Direito
Subjetivo à nomeação quando surgirem novas vagas e
ocorrem preterição arbitrária e imotivada pela
Administração Pública, DURANTE A VALIDADE DO CERTAME”.
Por derradeiro, requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir
regular processamento ao recurso.
O agravante beneficiário da gratuidade da justiça (mov. 3, item 06).
Contrarrazões (mov. 126).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
O agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário, em face do julgamento de representativo da controvérsia - RE n.
837.311/PI - Tema 784.
Pois bem, analisando detidamente os autos, vislumbro que razão não assiste
ao agravante. Explico.
Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se, efetivamente,
àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (RE n. 837.311/PI -
Tema 784), em que a Suprema Corte manifestou-se definitivamente a respeito.
Confira-se:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO
VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS
PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE
SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE DO

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NR.PROCESSO: 0061770.53.2016.8.09.0051
CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A
ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA
DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E
INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO ART.
37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO.
PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA EM
DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA,
BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO. INTERESSE
DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO. ACÓRDÃO
RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O postulado
do concurso público traduz-se na necessidade essencial de
o Estado conferir efetividade a diversos princípios
constitucionais, corolários do merit system, dentre eles
o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O edital
do concurso com número específico de vagas, uma vez
publicado, faz exsurgir um dever de nomeação para a
própria Administração e um direito à nomeação
titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número
de vagas. Precedente do Plenário: RE 598.099 - RG,
Relator Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 03-10-
2011. 3. O Estado Democrático de Direito republicano
impõe à Administração Pública que exerça sua
discricionariedade entrincheirada não, apenas, pela sua
avaliação unilateral a respeito da conveniência e
oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos direitos
fundamentais e demais normas constitucionais em um
ambiente de perene diálogo com a sociedade. 4. O Poder
Judiciário não deve atuar como ‘Administrador Positivo’,
de modo a aniquilar o espaço decisório de titularidade do
administrador para decidir sobre o que é melhor para a
Administração: se a convocação dos últimos colocados de
concurso público na validade ou a dos primeiros aprovados
em um novo concurso. Essa escolha é legítima e,
ressalvadas as hipóteses de abuso, não encontra obstáculo
em qualquer preceito constitucional.5. Consectariamente,
é cediço que a Administração Pública possui
discricionariedade para, observadas as normas
constitucionais, prover as vagas da maneira que melhor
convier para o interesse da coletividade, como verbi
gratia, ocorre quando, em função de razões orçamentárias,
os cargos vagos só possam ser providos em um futuro
distante, ou, até mesmo, que sejam extintos, na hipótese
de restar caracterizado que não mais serão necessários.
6. A publicação de novo edital de concurso público ou o
surgimento de novas vagas durante a validade de outro
anteriormente realizado não caracteriza, por si só, a
necessidade de provimento imediato dos cargos. É que, a
despeito da vacância dos cargos e da publicação do novo

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NR.PROCESSO: 0061770.53.2016.8.09.0051
edital durante a validade do concurso, podem surgir
circunstâncias e legítimas razões de interesse público
que justifiquem a inocorrência da nomeação no curto
prazo, de modo a obstaculizar eventual pretensão de
reconhecimento do direito subjetivo à nomeação dos
aprovados em colocação além do número de vagas. Nesse
contexto, a Administração Pública detém a prerrogativa de
realizar a escolha entre a prorrogação de um concurso
público que esteja na validade ou a realização de novo
certame. 7. A tese objetiva assentada em sede desta
repercussão geral é a de que o surgimento de novas vagas
ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo,
durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas
as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por
parte da administração, caracterizadas por comportamento
tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o
período de validade do certame, a ser demonstrada de
forma cabal pelo candidato. Assim, a discricionariedade
da Administração quanto à convocação de aprovados em
concurso público fica reduzida ao patamar zero
(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o
direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas seguintes
hipóteses excepcionais: I) Quando a aprovação ocorrer
dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099);
II) Quando houver preterição na nomeação por não
observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF);
III) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo
concurso durante a validade do certame anterior, e
ocorrer a preterição de candidatos aprovados fora das
vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima. 8. In casu, reconhece-se,
excepcionalmente, o direito subjetivo à nomeação aos
candidatos devidamente aprovados no concurso público,
pois houve, dentro da validade do processo seletivo e,
também, logo após expirado o referido prazo,
manifestações inequívocas da Administração piauiense
acerca da existência de vagas e, sobretudo, da
necessidade de chamamento de novos Defensores Públicos
para o Estado. 9. Recurso Extraordinário a que se nega
provimento.” (STF, RE nº 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux,
DJe 072, Publicado em 18/04/2016).
O acórdão objeto do Recurso Extraordinário, cuja ementa se vê na mov. 77,
decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma acima
transcrito. Veja-se:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE DIREITO À
NOMEAÇÃO / POSSE EM CARGO PÚBLICO DA PREFEITURA DE
GOIÂNIA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER. CANDIDATO APROVADO PARA

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0061770.53.2016.8.09.0051
CADASTRO DE RESERVA. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À
NOMEAÇÃO. 1 – Não se reconhece o direito subjetivo dos
impetrantes à nomeação no cargo público para o qual foi
aprovado, quando fora das vagas previstas no edital, faz
parte do cadastro de reserva, e este direito somente
surge quando demonstrada a existência de novas vagas,
pelo motivo já delineado, preterição ou violação da ordem
de classificação dos candidatos nomeados, ou, ainda,
através da contratação irregular para a vaga, ainda na
vigência do concurso público; ou a abertura de novo
certame ainda na vigência do anterior. RECURSO CONHECIDO
E DESPROVIDO.”
Nesse contexto, inviável a pretensão da agravante de reformar a decisão
agravada, visto que está em perfeita consonância com o paradigma julgado pela
Suprema Corte, no tocante ao direito à nomeação de candidatos fora do número de
vagas previstas no edital de concurso público em caso de surgimento de novas vagas
durante o prazo de validade do certame, tornando-se inafastável a aplicação do artigo
1.030, inciso I, alínea “a”, Código de Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
16

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0061770.53.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO
DENEGATÓRIA FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO
ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Uma
vez que a matéria versada no presente feito amolda-se àquela apreciada pelo
Supremo Tribunal Federal no julgamento do representativo da controvérsia (RE n.
837.311/PI - Tema 784) e tendo o acórdão objeto do Recurso Extraordinário julgado no
mesmo direcionamento do acórdão paradigma, nega-se provimento ao Agravo Interno.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


08:58:22

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0108228.65.2015.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : NOVA MIX INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA
POLO PASSIVO : SUPERINTENDENTE DA ADMINISTRACAO TRIBUTARIA DA SECRETARIA DA
FAZENDA DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : NOVA MIX INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA


ADVG. PARTE : 162201 SP - PATRICIA CRISTINA CAVALLO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0108228.65.2015.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL NO


MANDADO DE SEGURANÇA N. 0108228.65.2015.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : NOVA MIX INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


NEGATIVA DE SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DE
ENTENDIMENTO FIRMADO EM REGIME DE
REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO INTERNO. Não se
conhece de Agravo (artigo 1.042 do Código de Processo
Civil de 2015) interposto contra decisão que nega
seguimento a Recurso Extraordinário com fundamento
na aplicação de entendimento exarado no regime de
repercussão geral, pois a previsão legal estabelece o
Agravo Interno para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do
referido Estatuto Processual). AGRAVO NÃO
CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos


de Agravo no Recurso Extraordinário na Apelação Cível no Mandado de Segurança n.
0108228.65.2015.8.09.0051, da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado
de Goiás, em sessão pelos integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos,
em não conhecer do Agravo, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Des. Walter Carlos
Lemes.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0108228.65.2015.8.09.0051
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro
Peternella, Procuradora de Justiça.
Goiânia,10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
15

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NR.PROCESSO: 0108228.65.2015.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL NO


MANDADO DE SEGURANÇA N. 0108228.65.2015.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : NOVA MIX INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo no Recurso Extraordinário na Apelação Cível no Mandado


de Segurança (Evento n. 91), interposto pela Nova Mix Industrial e Comercial de
Alimentos, em face da decisão inserida no Evento n. 86. que, nos termos do artigo
1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil de 2015, negou seguimento ao
Recurso Extraordinário, em razão do julgamento do recurso representativo da
controvérsia pelo Supremo Tribunal Federal (RE n. ARE n. 748.371/MT – Tema 660).
Em apartada síntese, a agravante suscita os mesmos argumentos do Recurso
Extraordinário de que houve violação aos dispositivos constitucionais e de que não
pode ficar sem as mercadorias para exercer a atividade profissional, postulando o
prosseguimento do Recurso Extraordinário à Suprema Corte.
Contrarrazões (Evento n. 94).
É o relatório. Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice ao seu conhecimento.
A agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário em face do julgamento de representativo da controvérsia - RE nº ARE

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NR.PROCESSO: 0108228.65.2015.8.09.0051
nº 748.371/MT – Tema 660 .
Pois bem.
Com efeito, a nova sistemática processual civil instituída pela Lei n.
13.105/2015 dispõe que contra decisão que analisa admissibilidade de recursos
constitucionais, aplicando entendimento firmado em regime de repetitivo ou
repercussão geral, cabe o Agravo Interno (artigo 1.030, § 2º, Código de Processo
Civil), caracterizando erro grosseiro o manejo do Agravo para o Supremo Tribunal
Federal (artigo 1.042 do Código de Processo Civil de 2015).
Expressam as normas referidas:
“Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o
recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15
(quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao
vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016) (Vigência) I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº
13.256, de 2016) (Vigência) (…) b) a recurso extraordinário ou a recurso
especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos
repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) (...) § 2º Da
decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno,
nos termos do art. 1.021. Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do
presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso
extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de
recursos repetitivos" (grifei).
Na hipótese, a decisão atacada negou seguimento ao Recurso Extraordinário
interposto, tendo em conta que o acórdão recorrido está em conformidade com o
julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal em regime de repercussão geral
(artigo 1030, I, “b”, do novo Código de Processo Civil).
Desta forma, incabível o presente Agravo, interposto sob a égide do Novo
Código de Processo Civil, para combater decisão do Presidente do Tribunal que
inadmitiu Recurso Extraordinário com fundamento exclusivo em repercussão geral.
Ao teor o exposto, não conheço do recurso.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.
WALTER CARLOS LEMES
Presidente
15

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NR.PROCESSO: 0108228.65.2015.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE
SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DE ENTENDIMENTO FIRMADO EM REGIME DE
REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO INTERNO. Não se conhece de Agravo (artigo
1.042 do Código de Processo Civil de 2015) interposto contra decisão que nega
seguimento a Recurso Extraordinário com fundamento na aplicação de entendimento
exarado no regime de repercussão geral, pois a previsão legal estabelece o Agravo
Interno para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do referido Estatuto Processual).
AGRAVO NÃO CONHECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:00:26

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5513734.95.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : BANCO CETELEM S.A.
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO CETELEM S.A.


ADVG. PARTE : 247095 SP - GUILHERME NASCIMENTO FREDERICO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5513734.95.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5513734.95.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : BANCO CETELEM S/A
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA
AMPLA DEFESA. ARTIGO 5º, INCISOS LIV E LV, DA
CARTA MAGNA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO
GERAL. TEMA 660/STF. I – Uma vez que o Supremo
Tribunal Federal decidiu pela ausência de repercussão
geral da questão suscitada por se tratar de matéria
infraconstitucional (ARE-RG 748.371/MT, Tema 660),
irrazoáveis os argumentos deduzidos no Agravo Interno
no sentido de tornar inaplicável a referida questão ao
presente caso. II – Encontrando-se a decisão objeto do
Recurso Extraordinário nos mesmos termos do
representativo da controvérsia, aplica-se o artigo 1.030,
inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5513734.95.2017.8.09.0051
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso
Extraordinário na Apelação Cível n. 5513734.95.2017.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

13

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NR.PROCESSO: 5513734.95.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5513734.95.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : BANCO CETELEM S/A
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Banco Cetelem S/A (Evento n. 87),
em face da decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário, nos termos do
artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, em razão do julgamento
do recurso representativo da controvérsia pelo Supremo Tribunal Federal – ARE n.
748.371/MT–Tema 660 (Evento n. 81).
Em suas razões, o agravante alega que “ao dispensar a produção de provas,
o Venerando Acórdão outrora recorrido afrontou os princípios do contraditório e da
ampla defesa e, por conseguinte, do devido processo legal, previstos,
respectivamente, no artigo 5º, incisos LV e LIV, da Constituição Federal”.
Requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir regular
processamento ao Recurso Extraordinário.
Preparo (Evento n. 87).
Contrarrazões (Evento n. 98).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5513734.95.2017.8.09.0051
A decisão ora agravada negou seguimento ao Recurso Extraordinário, com
fundamento no artigo 1.030, inciso I, alínea "a", do Código de Processo Civil, em face
do julgamento de representativo da controvérsia – ARE n. 748.371/MT - Tema 660.
Pois bem.
Sobre o Tema 660, de pronto verifica-se que, muito embora o agravante tenha
deduzido a inaplicabilidade do tema em voga (ARE-RG n. 748.371/MT), não
apresentou fundamentos convincentes do aventado equívoco.
Ao apreciar a matéria, a Suprema Corte se manifestou pela inexistência de
repercussão geral da questão suscitada, por se tratar de matéria infraconstitucional.
Vejamos:
“Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta
violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da
coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente
de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais.
Rejeição da repercussão geral.” (STF, Repercussão Geral no ARE-RG
748.371/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 01/08/2013)
Assim, incensurável o emprego do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código
de Processo Civil quanto à alegada violação do artigo 5º, incisos LIV e LV, da
Constituição Federal, uma vez que o Recurso Extraordinário baseou-se em hipotética
ofensa aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa,
sendo que é uníssona a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que
configura ofensa meramente reflexa ao texto constitucional a questão da suposta
afronta a tais postulados, se dependente de prévia violação de normas
infraconstitucionais, neste caso, o Código de Processo Civil e o Código de Defesa do
Consumidor.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
13

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NR.PROCESSO: 5513734.95.2017.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DO
ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. ARTIGO 5º, INCISOS LIV E LV, DA
CARTA MAGNA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 660/STF. I – Uma
vez que o Supremo Tribunal Federal decidiu pela ausência de repercussão geral da
questão suscitada por se tratar de matéria infraconstitucional (ARE-RG 748.371/MT,
Tema 660), irrazoáveis os argumentos deduzidos no Agravo Interno no sentido de
tornar inaplicável a referida questão ao presente caso. II – Encontrando-se a decisão
objeto do Recurso Extraordinário nos mesmos termos do representativo da
controvérsia, aplica-se o artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
Assinado por WALTER CARLOS LEMES
Validação pelo código: 10403565034384983, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 178 de 5008
ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


09:02:27

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0065820.25.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : ROSEMARY GONCALVES BISPO TEODORO
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ROSEMARY GONCALVES BISPO TEODORO


ADVGS. PARTE : 38879 GO - LIVIA CRISTINA ALVES VASCONCELOS DE ABREU
28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0065820.25.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0065820.25.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ROSEMARY GONÇALVES BISPO TEODORO
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


NEGATIVA DE SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DE
ENTENDIMENTO FIRMADO EM REPERCUSSÃO
GERAL. AGRAVO INTERNO. Não se conhece de
Agravo (artigo 1.042 do Código de Processo Civil)
interposto contra decisão que inadmite Recurso
Extraordinário exarado no regime de julgamento de
repercussão geral, prevê o Diploma Legal, o Agravo
Interno para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do aludido
Estatuto Processual). RECURSO NÃO CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS,relatados e discutidos estes autos de Agravo no Recurso


Extraordinário na Apelação Cível n. 0065820.25.2016.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer o Agravo,
nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0065820.25.2016.8.09.0051
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
16

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0065820.25.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ROSEMARY GONÇALVES BISPO TEODORO
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo interposto por Rosemary Gonçalves Bispo Teodoro (mov.


102), em face da decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário (mov. 98),
em razão do julgamento do recurso representativo da controvérsia pelo Supremo
Tribunal Federal – RE n. 837.311/PI - Tema 784.
Em suas razões, a agravante, com fulcro no artigo 1.042 do Código de
Processo Civil, discorre sobre o mérito da demanda e requer a reforma decisão

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NR.PROCESSO: 0065820.25.2016.8.09.0051
agravada.
Requer o recebimento do presente Recurso Extraordinário e, por conseguinte,
seu regular processamento e envio ao Supremo Tribunal Federal.
A agravante isenta de preparo, eis que beneficiária da gratuidade da Justiça
(mov. 14).
Sem contrarrazões (mov.107).
É o relatório.
Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice ao seu conhecimento.
Com efeito, a nova sistemática processual civil instituída pela Lei n.
13.105/2015, dispõe que contra decisão que analisa admissibilidade de recursos
constitucionais, aplicando entendimento firmado em regime de repetitivo ou
repercussão geral cabe o Agravo Interno (artigo 1.030, § 2º, Código de Processo Civil),
caracterizando erro grosseiro o manejo do Agravo para o Supremo Tribunal Federal
(artigo 1.042 do Código de Processo Civil).
Expressam as normas referidas:
“Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela
secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para
apre-sentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias,
findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao
vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016)(Vigência)
(…)
b)… a recurso extraordinário ou a recurso especial
interposto contra acórdão que esteja em conformidade com
entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime
de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei
nº 13.256, de 2016) (Vigência)
(…)
§ 2º Da decisão proferida com fun-damento nos incisos I e
III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.”
Na hipótese, a decisão atacada negou seguimento ao Recurso Extraordinário
interposto, tendo em conta que o acórdão recorrido está em conformidade com o
julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, exarado no regime de julgamento
de repercussão geral (artigo 1030, I, “b”, do Código de Processo Civil), sendo, pois,

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NR.PROCESSO: 0065820.25.2016.8.09.0051
comportável, o Agravo Interno, conforme dicção do § 2º, dessa mesma Norma.
Desta forma, incabível o presente Agravo, interposto sob a égide do novo
Código de Processo Civil, para combater decisão que inadmitiu Recurso Extraordinário
com fundamento exclusivo em repercussão geral.
Ao teor do exposto, não conheço do recurso.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
16

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0065820.25.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE
SEGUIMENTO. APLICAÇÃO DE ENTENDIMENTO FIRMADO EM RECURSO
REPETITIVO. AGRAVO INTERNO. Não se conhece de Agravo (artigo 1.042 do
Código de Processo Civil) interposto contra decisão que inadmite Recurso
Extraordinário exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos, prevê o
Diploma Legal, o Agravo Interno para tal finalidade (artigo 1.030, § 2º, do aludido
Estatuto Processual). RECURSO NÃO CONHECIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:04:59

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5299504.66.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : ANNA PAULA MARTINS SOARES
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANNA PAULA MARTINS SOARES


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5299504.66.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5299504.66.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ANNA PAULA MARTINS SOARES
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO DENEGATÓRIA
FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL.
TEMA 784/STF. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. Uma vez que a matéria versada no presente feito
amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento do representativo da controvérsia
(RE n. 837.311/PI - Tema 784) e tendo o acórdão objeto
do R e c u r s o Ex t r aor dinár io ju lg a d o n o m e s m o
direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Extraordinário na Apelação Cível n. 5299504.66.2016.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5299504.66.2016.8.09.0051
Justiça.
Goiânia,10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
23

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5299504.66.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ANNA PAULA MARTINS SOARES
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Anna Paula Martins Soares


(Evento n. 93), em face da decisão inserida no Evento n. 89 que, nos termos do artigo
1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, negou seguimento ao Recurso
Extraordinário (Evento n. 78) com supedâneo no posicionamento estampado no
recurso representativo da controvérsia julgado pelo Supremo Tribunal Federal (RE n.
837.311/PI - Tema 784).
Aduz a agravante que a decisão recorrida aplicou de forma equivocada
mencionado paradigma do Supremo Tribunal Federal, o que causou-lhe sérios
prejuízos.
Em suas razões recursais, assevera que:

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NR.PROCESSO: 5299504.66.2016.8.09.0051
“O concurso público é via eleita pelo legislador constituinte para promoção e
investidura em cargos públicos, através da seleção dos profissionais mais
capacitados, como é o caso da Agravante, que participou de concurso
público de provas, sagrando-se então devidamente ‘APROVADA’, nos
termos consagrados no artigo 37, inciso II da Constituição Federal”.
Prossegue defendendo que:
“Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a mera expectativa
de direito convola-se em Direito Subjetivo à nomeação quando surgirem
novas vagas e ocorrem preterição arbitrária e imotivada pela Administração
Pública, DURANTE A VALIDADE DO CERTAME”.
Por derradeiro, requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir
regular processamento ao Recurso Extraordinário.
Preparo (Evento n. 93 – itens 2 e 3).
Sem contrarrazões (Evento n. 98).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
A agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário, em face do julgamento de representativo da controvérsia - RE n.
837.311/PI - Tema 784.
Pois bem, analisando detidamente os autos, vislumbro que razão não assiste
à agravante. Explico.
Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se, efetivamente,
àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (RE n. 837.311/PI -
Tema 784), em que a Suprema Corte manifestou-se definitivamente a respeito.
Confira-se:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO
VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE
VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE
SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE
DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A
ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA
DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E
INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO
ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO.
PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA
EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA,
BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO.
INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5299504.66.2016.8.09.0051
ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O
postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o
Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários
do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O edital do
concurso com número específico de vagas, uma vez publicado, faz exsurgir
um dever de nomeação para a própria Administração e um direito à
nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de
vagas. Precedente do Plenário: RE 598.099 - RG, Relator Min. Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, DJe 03-10-2011. 3. O Estado Democrático de
Direito republicano impõe à Administração Pública que exerça sua
discricionariedade entrincheirada não, apenas, pela sua avaliação unilateral
a respeito da conveniência e oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos
direitos fundamentais e demais normas constitucionais em um ambiente de
perene diálogo com a sociedade. 4. O Poder Judiciário não deve atuar como
‘Administrador Positivo’, de modo a aniquilar o espaço decisório de
titularidade do administrador para decidir sobre o que é melhor para a
Administração: se a convocação dos últimos colocados de concurso público
na validade ou a dos primeiros aprovados em um novo concurso. Essa
escolha é legítima e, ressalvadas as hipóteses de abuso, não encontra
obstáculo em qualquer preceito constitucional.5. Consectariamente, é cediço
que a Administração Pública possui discricionariedade para, observadas as
normas constitucionais, prover as vagas da maneira que melhor convier para
o interesse da coletividade, como verbi gratia, ocorre quando, em função de
razões orçamentárias, os cargos vagos só possam ser providos em um
futuro distante, ou, até mesmo, que sejam extintos, na hipótese de restar
caracterizado que não mais serão necessários. 6. A publicação de novo
edital de concurso público ou o surgimento de novas vagas durante a
validade de outro anteriormente realizado não caracteriza, por si só, a
necessidade de provimento imediato dos cargos. É que, a despeito da
vacância dos cargos e da publicação do novo edital durante a validade do
concurso, podem surgir circunstâncias e legítimas razões de interesse
público que justifiquem a inocorrência da nomeação no curto prazo, de modo
a obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do direito subjetivo à
nomeação dos aprovados em colocação além do número de vagas. Nesse
contexto, a Administração Pública detém a prerrogativa de realizar a escolha
entre a prorrogação de um concurso público que esteja na validade ou a
realização de novo certame. 7. A tese objetiva assentada em sede desta
repercussão geral é a de que o surgimento de novas vagas ou a abertura de
novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame
anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de
preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizadas
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação de
aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero
(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: I) Quando a
aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099);

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NR.PROCESSO: 5299504.66.2016.8.09.0051
II) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem
de classificação (Súmula 15 do STF); III) Quando surgirem novas vagas, ou
for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e
imotivada por parte da administração nos termos acima. 8. In casu,
reconhece-se, excepcionalmente, o direito subjetivo à nomeação aos
candidatos devidamente aprovados no concurso público, pois houve, dentro
da validade do processo seletivo e, também, logo após expirado o referido
prazo, manifestações inequívocas da Administração piauiense acerca da
existência de vagas e, sobretudo, da necessidade de chamamento de novos
Defensores Públicos para o Estado. 9. Recurso Extraordinário a que se nega
provimento.” (STF, RE nº 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 072, Publicado
em 18/04/2016).
O acórdão objeto do Recurso Extraordinário, cuja ementa se vê no Evento n.
58, decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma
acima transcrito. Veja-se:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. APROVAÇÃO EM
CONCURSO PÚBLICO. CADASTRO DE RESERVA. MERA EXPECTATIVA
DE DIREITO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. 1. O Supremo
Tribunal Federal consolidou entendimento segundo o qual o candidato
aprovado fora do número de vagas previstas no edital possui mera
expectativa de direito à nomeação, convolando-se em direito subjetivo
somente na hipótese de preterição arbitrária e imotivada por parte da
administração, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato (RE
837.311/PI, Tribunal Pleno, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe 18/4/2016,
Repercussão Geral). 2. No caso dos autos, a requerente/apelante foi
aprovada fora do número de vagas e não logrou êxito em comprovar a sua
preterição. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.”
Nesse contexto, inviável a pretensão da agravante de reformar a decisão
agravada, visto que está em perfeita consonância com o paradigma julgado pela
Suprema Corte, no tocante ao direito à nomeação de candidatos fora do número de
vagas previstas no edital de concurso público, tornando-se inafastável a aplicação do
artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, Código de Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
23

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NR.PROCESSO: 5299504.66.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO
DENEGATÓRIA FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 784/STF.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no presente feito amolda-se
àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do representativo da
controvérsia (RE n. 837.311/PI - Tema 784) e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no mesmo direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 19/02/2020 09:07:54

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0066477.74.2010.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : NASTAILDES JOSE RIBEIRO
POLO PASSIVO : BANCO DO BRASIL S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL S/A


ADVG. PARTE : 26634 GO - LEANDRO CÉSAR AZEVEDO MARTINS

PARTE INTIMADA : NASTAILDES JOSE RIBEIRO


ADVGS. PARTE : 21541 GO - HALLAN DE SOUZA ROCHA
26356 GO - RONAM ANTONIO AZZI FILHO
25770 GO - BRUNO MOURA LEDRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0066477.74.2010.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL


NA APELAÇÃO CÍVEL N. 066477.74.2010.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
EMBARGANTE : BANCO DO BRASIL S/A
EMBARGADO : NASTAILDES JOSÉ RIBEIRO

EMENTA:EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL.
OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
HIPÓTESES LEGAIS. No caso em apreço, não
restou caracterizado o alegado erro de fato e/ou
erro material, pois o decisum está em consonância
com os Temas 919 e 968 da Corte Superior.
Somente merecem acolhimento os Embargos
Declaratórios quando verificada alguma das
hipóteses do art. 1.022 do CPC, sendo o caso de
rejeitá-los quando inexistir qualquer dos defeitos
elencados, o que impõe a rejeição dos
Aclaratórios, notadamente se manifesta a intenção
de revolvimento da questão decidida. EMBARGOS
CONHECIDOS E REJEITADOS.

ACÓRDÃO

VISTOS , relatados e discutidos estes autos de


Embargos de Declaração no Agravo Interno no Recurso Especial na Apelação Cível n.
066477.74.2010.8.09.0051, da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em
sessão pelos integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e
rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do voto do Presidente-Relator.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0066477.74.2010.8.09.0051
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos
Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella
França, Procuradora de Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
15

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0066477.74.2010.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL


NA APELAÇÃO CÍVEL N. 066477.74.2010.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
EMBARGANTE : BANCO DO BRASIL S/A
EMBARGADO : NASTAILDES JOSÉ RIBEIRO

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Embargos de Declaração (Evento n. 48) opostos pelo Banco do


Brasil S/A alegando ter incorrido em erro de fato (Temas 919 e 968 da Corte Superior)
quanto a forma de fixação do termo inicial da prescrição, contra acórdão (Evento n.
42), que desproveu o Agravo Interno (Evento n. 24).
Em suas razões o embargante aduz que “houve ERRO DE FATO – NÃO
VERIFICOU QUE EXISTE O RESP REPETITIVO, DE APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA,
NA FORMA PREVISTA NO ARTIGO 927, III, DO CPC”.
Ao final, requer o provimento da insurgência para conhecer os erros de fato e
examinar o Agravo Interno, no mesmo sentido dos Temas 919 e 968 do STJ, por
afrontar o artigo 927, Inciso III do Código de Processo Civil.
Contrarrazões (Evento n. 51).
É o relatório.
Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade dos Embargos de Declaração
deles conheço.
Pretende o embargante, sob a alegação de que o decisum impugnado contém

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NR.PROCESSO: 0066477.74.2010.8.09.0051
erro de fato, quanto a análise do Temas 919 e 968 do STJ, da sistemática dos
recursos repetitivos.
Pois bem. Não merece acolhimento os argumentos trazidos nos aclaratórios,
uma vez que não há qualquer vício a ser eliminado no ato hostilizado, conquanto, foi
apreciada a questão essencial ao deslinde do tema tratado, de modo perfeitamente
conciliável, restando consignado no acórdão embargado que:
“Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se,
efetivamente, àquelas apreciadas nos recursos paradigmas indicados no ato
agravado (REsp. n. 1.361.730/RS – Tema 919 e REsp n. 1.552.434/GO –
Tema 968), em que a Corte Superior manifestou-se definitivamente a
respeito. Confira-se: “RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA
CONTROVÉRSIA (CPC73, ART. 543-C). PROCESSUAL CIVIL. CIVIL E
BANCÁRIO. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. PRAZO: VINTENÁRIO NO CÓDIGO CIVIL1916
(ART. 177); TRIENAL NO CÓDIGO CIVIL2002 (ART. 206, § 3º, IV). TERMO
INICIAL: DATA DO PAGAMENTO. CASO CONCRETO: RECURSO
ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. Para fins do art. 543-C do Código de
Processo Civil de 1973: 1. - "A pretensão de repetição de indébito de
contrato de cédula de crédito rural prescreve no prazo de vinte anos, sob a
égide do art. 177 do Código Civil de 1916, e de três anos, sob o amparo do
art. 206, § 3º, IV, do Código Civil de 2002, observada a norma de transição
do art. 2.028 desse último Diploma Legal"; 1.2. - “O termo inicial da
prescrição da pretensão de repetição de indébito de contrato de cédula de
crédito rural é a data da efetiva lesão, ou seja, do pagamento.” 2. Caso
concreto: prescrição da pretensão. 3. Recurso especial a que se nega
provimento.” STJ, REsp n. 1.361.730/RS, Rel. Min. Raul Araújo, DJe
28/10/2016). “RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. TEMA 968/STJ.
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CPC/1973. NEGÓCIOS
JURÍDICOS BANCÁRIOS. MÚTUO FENERATÍCIO. CRÉDITO RURAL.
ATUALIZAÇÃO PELOS ÍNDICES DA POUPANÇA.IPC/BTNF DE MARÇO
DE 1990. PLANO COLLOR I. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS
REMUNERATÓRIOS. I - DELIMITAÇÃO DA CONTROVÉRSIA: 1.1.
Limitação da controvérsia à repetição de indébito em contrato de mútuo
feneratício celebrado com instituição financeira. 2 - TESE PARA OS FINS
DO ART. 1.040 DO CPC/2015: 2.1. Tese aplicável a todo contrato de mútuo
feneratício celebrado com instituição financeira mutuante: "Descabimento da
repetição do indébito com os mesmos encargos do contrato"; 3 - CASO
CONCRETO: 3.1. Existência de afetação ao rito dos repetitivos da
controvérsia sobre "Ilegalidade da aplicação do IPC de março de 1990
(índice de 84,32%) na correção do saldo devedor" (Tema 653/STJ),
tornando-se inviável o julgamento do caso concreto por esta SEÇÃO. 3.2.
Devolução dos autos ao órgão fracionário para julgamento do caso concreto,
no momento oportuno. 4 - RECURSO ESPECIAL DEVOLVIDO À TURMA
PARA JULGAMENTO DO CASO CONCRETO.” STJ, REsp n. 1.55234/GO,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 21/06/2018)”.
Na verdade, pretende o embargante o reexame do julgado. Todavia, para
tanto não se prestam os aclaratórios, cuja função não é questionar o acerto ou
desacerto do provimento jurisdicional, mas corrigir omissão, contradição ou
obscuridade porventura existentes. Logo, ausentes tais vícios, afigura-se impossível a

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NR.PROCESSO: 0066477.74.2010.8.09.0051
atribuição de efeito modificativo ao julgado.
É que o efeito infringente é atribuído aos Embargos de Declaração em
situações excepcionais, ou seja, somente se sanadas a contradição, a omissão ou a
obscuridade, a alteração do julgado surgir como consequência necessária, bem como
na ocorrência de erro material evidente ou de manifesta nulidade, o que não ocorreu
na espécie.
O Supremo Tribunal Federal não diverge:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,
OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO REJEITADOS. I - Ausência dos pressupostos do art. 1.022, I
e II, do Código de Processo Civil. II – Busca-se tão somente a rediscussão
da matéria, porém os embargos de declaração não constituem meio
processual adequado para a reforma do decisum, não sendo possível
atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações excepcionais, o que não
ocorre no caso em questão. III – Embargos de declaração rejeitados.” (ARE
863796 AgRED, Relator Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em
01/07/2016, Dje-169, PUBLIC 12-08-2016)
Ao teor do exposto, rejeito os presentes Embargos de Declaração.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
15

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NR.PROCESSO: 0066477.74.2010.8.09.0051
EMENTA:EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO. RECURSO
ESPECIAL. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. HIPÓTESES LEGAIS. No
caso em apreço, não restou caracterizado o alegado erro de fato e/ou erro material,
pois o decisum está em consonância com os Temas 919 e 968 da Corte Superior.
Somente merecem acolhimento os Embargos Declaratórios quando verificada alguma
das hipóteses do art. 1.022 do CPC, sendo o caso de rejeitá-los quando inexistir
qualquer dos defeitos elencados, o que impõe a rejeição dos Aclaratórios,
notadamente se manifesta a intenção de revolvimento da questão decidida.
EMBARGOS CONHECIDOS E REJEITADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 19/02/2020 09:09:53

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0198698.54.2013.8.09.0006
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : SAMUEL FERREIRA SANTOS
POLO PASSIVO : UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS UEG
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SAMUEL FERREIRA SANTOS


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0198698.54.2013.8.09.0006
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N. 0198698.54.2013.8.09.0006
COMARCA DE ANÁPOLIS
EMBARGANTE : SAMUEL FERREIRA SANTOS
EMBARGADOS : ESTADO DE GOIÁS E OUTRA

EMENTA: EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO
NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA
M AT ÉRI A. HI PÓ T ESES L EGA IS .
Inexistindo no acórdão embargado a
omissão apontada, segundo a dicção do
art. 1.022 do Código de Processo Civil,
impõe-se a rejeição dos aclaratórios,
notadamente se manifesta a intenção de
revolvimento da questão decidida.
EMBARGOS CONHECIDOS E
REJEITADOS.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração


no Agravo Interno no Recurso Extraordinário na Apelação Cível n.
0198698.54.2013.8.09.0006, da Comarca de Anápolis.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e rejeitar os
Embargos de Declaração, nos termos do voto do Presidente-Relator

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NR.PROCESSO: 0198698.54.2013.8.09.0006
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS
LEMES
Presidente
6

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N. 0198698.54.2013.8.09.0006
COMARCA DE ANÁPOLIS
EMBARGANTE : SAMUEL FERREIRA SANTOS
EMBARGADOS : ESTADO DE GOIÁS E OUTRA

RELATÓRIO E
VOTO

Trata-se de Embargos de Declaração (Evento n. 112) opostos por Samuel


Ferreira Santos com fulcro no artigo 1.022, inciso II, do Código de Processo Civil
contra o acórdão que desproveu o Agravo Interno constante no Evento n. 107.

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NR.PROCESSO: 0198698.54.2013.8.09.0006
Em suas razões, o embargante aduz que sua pretensão não consiste em
análise do mérito administrativo, mas sim, no exercício do controle externo de
legalidade, o que não afronta o princípio da separação dos poderes, uma vez que o
que se busca é a anulação de questão ilegal e não a sua correção.
Prossegue defendendo que sua pretensão não encontra óbice na tese fixada
pela Suprema Corte no RE n. 632.853/CE, por ser ela rígida e direta ao estabelecer
que não compete ao Poder Judiciário avaliar as respostas apresentadas pelos
candidatos durante o certame.
Ao final, requer que sejam conhecidos e acolhidos os presentes Embargos de
Declaração, a fim de sanar as contradições e omissões apontadas.
Sem contrarrazões (Evento n. 118).
É o relatório.
Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade dos Embargos de Declaração
deles conheço.
Pretende o embargante, sob a alegação de que o decisum impugnado contém
os vícios elencados nos incisos I e II, do artigo 1.022 do Estatuto Processual Civil,
provocar manifestação dessa Corte sobre questão que entende não ter sido apreciada
quando do julgamento do Agravo Interno.
Não merece acolhimento o argumento trazido nos aclaratórios, uma vez que
não há qualquer vício a ser eliminado no ato hostilizado, conquanto foi apreciada a
questão essencial ao deslinde do tema tratado, de modo perfeitamente conciliável,
restando consignado no acórdão embargado (Evento n. 107) que a decisão agravada
está em perfeita consonância com o paradigma julgado pela Suprema Corte (RE n.
632.853/CE - Tema 485), no tocante ao controle jurisdicional do ato administrativo que
avalia questões em concurso público, tornando-se inafastável a aplicação do artigo
1.030, inciso I, alínea “a”, Código de Processo Civil.
Na verdade, pretende o embargante o reexame do julgado. Todavia, para
tanto não se prestam os aclaratórios, cuja função não é questionar o acerto ou
desacerto do provimento jurisdicional, mas corrigir omissão, contradição ou
obscuridade porventura existentes, sendo impossível a atribuição, no caso em tela, do
efeito modificativo pretendido.
É que o efeito infringente é atribuído aos Embargos de Declaração em
situações excepcionais, ou seja, somente se sanadas a contradição, a omissão ou a
obscuridade, a alteração do julgado surgir como consequência necessária, bem como
na ocorrência de erro material evidente ou de manifesta nulidade, o que não ocorreu
na espécie.
O Supremo Tribunal Federal não diverge:
“ EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,
OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DE

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NR.PROCESSO: 0198698.54.2013.8.09.0006
DECLARAÇÃO REJEITADOS. I - Ausência dos pressupostos do art. 1.022, I
e II, do Código de Processo Civil. II – Busca-se tão somente a rediscussão
da matéria, porém os embargos de declaração não constituem meio
processual adequado para a reforma do decisum, não sendo possível
atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações excepcionais, o que não
ocorre no caso em questão. III – Embargos de declaração rejeitados.” (ARE
863796 AgR-ED, Relator Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em
01/07/2016, Dje-169, PUBLIC 12-08-2016).
Ao teor do exposto, conheço dos Embargos de Declaração e os rejeito pelas
razões explanadas.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS
LEMES
Presidente
6

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0198698.54.2013.8.09.0006
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. HIPÓTESES
LEGAIS. Inexistindo no acórdão embargado a omissão apontada, segundo a dicção
do art. 1.022 do Código de Processo Civil, impõe-se a rejeição dos aclaratórios,
notadamente se manifesta a intenção de revolvimento da questão decidida.
EMBARGOS CONHECIDOS E REJEITADOS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
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Validação pelo código: 10433561034384696, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 19/02/2020 09:14:19

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5293259.39.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : THIAGO FERNANDO IGLESIAS VALADARES
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE GOIANIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : THIAGO FERNANDO IGLESIAS VALADARES


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5293259.39.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N. 5293259.39.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
EMBARGANTE : THIAGO FERNANDO IGLESIAS VALADARES
EMBARGADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO INTERNO NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. REDISCUSSÃO
DA MATÉRIA. HIPÓTESES LEGAIS. Inexistindo
no acórdão embargado a omissão apontada,
segundo a dicção do art. 1.022 do Código de
Processo Civil, impõe-se a rejeição dos
aclaratórios, notadamente se manifesta a intenção
de revolvimento da questão decidida. EMBARGOS
CONHECIDOS E REJEITADOS.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de


Embargos de Declaração no Agravo Interno no Recurso Extraordinário na Apelação
Cível n. 5293259.39.2016.8.09.0051, da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em
sessão pelos integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, conhecer e
rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos
Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França,
Procuradora de Justiça.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
Assinado por WALTER CARLOS LEMES
Validação pelo código: 10433568034384617, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 206 de 5008
ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5293259.39.2016.8.09.0051
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
15

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
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Validação pelo código: 10433568034384617, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 207 de 5008
ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5293259.39.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N. 5293259.39.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
EMBARGANTE : THIAGO FERNANDO IGLESIAS VALADARES
EMBARGADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Embargos de Declaração (Evento n. 126) opostos por Thiago


Fernando Iglesias Valadares com fulcro no artigo 1.022, inciso II, do Código de
Processo Civil contra o acórdão que desproveu o Agravo Interno constante no Evento
n. 122
Em suas razões, o embargante aduz que houve omissão e contradição a
justificar a oposição de Embargos de Declaração face a ausência de matéria que não
foi apreciada, haja vista que o embargante foi aprovado em concurso público e
aprovado, possuindo o direito subjetivo a nomeação do cargo.
Ao final, requer que sejam conhecidos e acolhidos os presentes Embargos de
Declaração, a fim de sanar a contradição apontada.
Contrarrazões (Evento n. 130).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade dos Embargos de Declaração
deles conheço.
Pretende o embargante, sob a alegação de que o decisum impugnado contém
o vício elencado no inciso II do artigo 1.022 do Estatuto Processual Civil, provocar
manifestação dessa Corte sobre questão que entende não ter sido apreciada quando
do julgamento do Agravo Interno.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5293259.39.2016.8.09.0051
Não merece acolhimento o argumento trazido nos aclaratórios, uma vez que
não há qualquer vício a ser eliminado no ato hostilizado, conquanto, foi apreciada a
questão essencial ao deslinde do tema tratado, de modo perfeitamente conciliável,
restando consignado no acórdão embargado que a decisão agravada (Evento n. 122)
está em perfeita consonância com o paradigma julgado pelaSuprema Corte (RE n.
837.311/PI - Tema 784), no tocante ao direito à nomeação de candidatos fora do
número de vagas previstas no edital de concurso público em caso de surgimento de
novas vagas durante o prazo de validade do certame, tornando-se inafastável a
aplicação do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, Código de Processo Civil.
Na verdade, pretende o embargante o reexame do julgado. Todavia, para
tanto não se prestam os aclaratórios, cuja função não é questionar o acerto ou
desacerto do provimento jurisdicional, mas corrigir omissão, contradição ou
obscuridade porventura existentes, sendo impossível a atribuição, no caso em tela, do
efeito modificativo pretendido.
É que o efeito infringente é atribuído aos Embargos de Declaração em
situações excepcionais, ou seja, somente se sanadas a contradição, a omissão ou a
obscuridade, a alteração do julgado surgir como consequência necessária, bem como
na ocorrência de erro material evidente ou de manifesta nulidade, o que não ocorreu
na espécie.
O Supremo Tribunal Federal não diverge:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,
OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO REJEITADOS. I - Ausência dos pressupostos do art. 1.022, I
e II, do Código de Processo Civil. II – Busca-se tão somente a rediscussão
da matéria, porém os embargos de declaração não constituem meio
processual adequado para a reforma do decisum, não sendo possível
atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações excepcionais, o que não
ocorre no caso em questão. III – Embargos de declaração rejeitados.” (ARE
863796 AgR-ED, Relator Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em
01/07/2016, Dje-169, PUBLIC 12-08-2016).
Ao teor do exposto, conheço dos Embargos de Declaração e os rejeito,
pelas razões explanadas.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5293259.39.2016.8.09.0051

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5293259.39.2016.8.09.0051
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. HIPÓTESES
LEGAIS. Inexistindo no acórdão embargado a omissão apontada, segundo a dicção
do art. 1.022 do Código de Processo Civil, impõe-se a rejeição dos aclaratórios,
notadamente se manifesta a intenção de revolvimento da questão decidida.
EMBARGOS CONHECIDOS E REJEITADOS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 19/02/2020 09:16:09

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5493372.94.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : MARCIO ROBERTO JORGE
POLO PASSIVO : ADM DO BRASIL LTDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARCIO ROBERTO JORGE


ADVG. PARTE : 12516 GO - ALESSANDRA REIS

PARTE INTIMADA : ADM DO BRASIL LTDA


ADVG. PARTE : 17129 GO - PAULO ROBERTO MACHADO BORGES

PARTE INTIMADA : PAULO ROBERTO MACHADO BORGES


ADVGS. PARTE : 17129 GO - PAULO ROBERTO MACHADO BORGES
42410 GO - IGOR ATAIDES SMILJANIC

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5493372.94.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N.
5493372.94.2018.8.09.0000
COMARCA DE RIO VERDE
EMBARGANTE : MÁRCIO ROBERTO JORGE
EMBARGADOS : PAULO ROBERTO MACHADO BORGES E OUTRA

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
HIPÓTESES LEGAIS. Inexistindo no acórdão
embargado as omissões apontadas, segundo a dicção
do art. 1.022 do novo Código de Processo Civil, impõe-
se a rejeição dos aclaratórios, vez que, notadamente se
manifesta a intenção de revolvimento das questões
decididas. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONHECIDOS E REJEITADOS.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração no


Agravo Interno no Recurso Extraordinário no Agravo Interno no Agravo de Instrumento
n. 5493372.94.2018.8.09.0000, da Comarca de Rio Verde.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e rejeitar os
Embargos de Declaração, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5493372.94.2018.8.09.0000
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
20

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5493372.94.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N.
5493372.94.2018.8.09.0000
COMARCA DE RIO VERDE
EMBARGANTE : MÁRCIO ROBERTO JORGE
EMBARGADOS : PAULO ROBERTO MACHADO BORGES E OUTRA

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Embargos de Declaração (Evento n. 109), opostos por Márcio


Roberto Jorge com fulcro no artigo 1.022, inciso I, do Código de Processo Civil, em
face do acórdão (Evento n. 104) que desproveu o Agravo Interno interposto no Evento
n. 83, em virtude das matérias versadas no feito amoldarem-se àquelas apreciadas,
pelo Supremo Tribunal Federal, nos representativos das controvérsias indicados no ato
agravado ARE n. 748.371/MT - Tema 660 e AI n. 791.292/PE - Tema 339.
Em suas razões, o embargante alega que: “Diante das omissões acerca das
questões invocadas pelos embargantes, cabível os presentes embargos declaratórios
no sentido de, sanar a omissão acerca da questão entorno da questão relativa à
violação dos dispositivos do Código de Processo Civil, bem como sanar o vício de
ausência de fundamentação entorno de questões relativa à inconstitucionalidade em
decorrência do art. 93, inciso IX, da CF”.
Ao final, requer seja reconhecida “a existência das omissões no v. acórdão
objurgado, posto que não houve a análise das questões que foram submetidas à
apreciação e revisão deste E. Tribunal”.
Contrarrazões (Evento n. 114).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade dos Embargos de Declaração,
deles conheço.
Pretende o embargante, sob a alegação de que o decisum impugnado contém
os vícios elencados no inciso I, do artigo 1.022 do Código de Processo Civil, provocar

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5493372.94.2018.8.09.0000
manifestação desta Corte sobre questão que entende não ter sido apreciada quando
do julgamento do Agravo Interno, atribuindo-lhes efeitos infringentes.
Pois bem, não merece acolhimento os argumentos trazidos nos aclaratórios,
uma vez que inexiste vício a ser sanado no ato hostilizado, conquanto, foi apreciada a
questão essencial ao deslinde do tema tratado, de modo perfeitamente conciliável,
restando consignado no acórdão embargado que:
“Quanto ao Tema 339, o Colendo Supremo Tribunal Federal manifestou-se
definitivamente a respeito do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, no
sentido de ser exigido que o acórdão ou decisão seja fundamentada, ainda
que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de
cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os respectivos
fundamentos. Confira-se: “QUESTÃO DE ORDEM. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CONVERSÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO (CPC,
ART. 544, §§ 3° E 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art.
5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art.
93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam
fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame
pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam
corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para
reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal,
negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos
relacionados à repercussão geral.” (STF, Repercussão Geral na Questão de
Ordem no AI 791.292/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 13/08/2010) Nesse
contexto, não há que se falar em ofensa ao artigo 93, inciso IX, da Carta
Magna, eis que a decisão objeto do Recurso Extraordinário contém
elementos suficientes de sua motivação, sendo inviável, pois, o acolhimento
da pretensão da agravante em reformá-la, porquanto proferida no mesmo
sentido da orientação do Supremo Tribunal Federal, tornando-se inafastável
a aplicação do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil.
No tocante ao Tema 660, de pronto, verifica-se que, muito embora os
agravantes tenham deduzido a inaplicabilidade do tema em voga (ARE-RG
n. 748.371/MT), não apresentam fundamentos convincentes do aventado
equívoco. Ao apreciar a matéria, a Suprema Corte se manifestou pela
inexistência de repercussão geral da questão suscitada, por não se tratar de
matéria constitucional, Vejamos: “Alegação de cerceamento do direito de
defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da
ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal.
Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação
das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral.” (STF,
Repercussão Geral no ARE-RG 748.371/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe
01/08/2013)”
Na verdade, pretende o embargante o reexame do julgado. Todavia, para
tanto não se prestam os aclaratórios, cuja função não é questionar o acerto ou
desacerto do provimento jurisdicional, mas corrigir omissão, contradição ou
obscuridade porventura existentes, sendo impossível a atribuição, no caso em tela, do
efeito modificativo pretendido.
É que o efeito infringente é atribuído aos Embargos de Declaração em
situações excepcionais, ou seja, somente se sanadas a contradição, a omissão ou a
obscuridade, a alteração do julgado surgir como consequência necessária, bem como

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NR.PROCESSO: 5493372.94.2018.8.09.0000
na ocorrência de erro material evidente ou de manifesta nulidade, o que não ocorreu
na espécie.
O Supremo Tribunal Federal não diverge:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,
OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO REJEITADOS. I - Ausência dos pressupostos do
art. 1.022, I e II, do Código de Processo Civil. II –
Busca-se tão somente a rediscussão da matéria, porém os
embargos de declaração não constituem meio processual
adequado para a reforma do decisum, não sendo possível
atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações
excepcionais, o que não ocorre no caso em questão. III –
Embargos de declaração rejeitados.” (ARE 863796 AgR-ED,
Relator Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 01/07/2016,
Dje-169, PUBLIC 12-08-2016)
Ao teor do exposto, conheço dos Embargos de Declaração, porém, os
rejeito pelas razões explanadas.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
20

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5493372.94.2018.8.09.0000
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. HIPÓTESES
LEGAIS. Inexistindo no acórdão embargado as omissões apontadas, segundo a
dicção do art. 1.022 do novo Código de Processo Civil, impõe-se a rejeição dos
aclaratórios, vez que, notadamente se manifesta a intenção de revolvimento das
questões decididas. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E
REJEITADOS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 19/02/2020 09:18:08

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5287530.20.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : RODRIGO SAMPAIO
POLO PASSIVO : COCARI - COOPERATIVA AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANDREA GIOVANA GONÇALVES SAMPAIO


ADVG. PARTE : 12516 GO - ALESSANDRA REIS

PARTE INTIMADA : ANTÔNIO CARLOS SAMPAIO


ADVG. PARTE : 12516 GO - ALESSANDRA REIS

PARTE INTIMADA : HELENE PANS SAMPAIO


ADVG. PARTE : 12516 GO - ALESSANDRA REIS

PARTE INTIMADA : RODRIGO SAMPAIO


ADVG. PARTE : 12516 GO - ALESSANDRA REIS

PARTE INTIMADA : COCARI - COOPERATIVA AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL


ADVG. PARTE : 35971 PR - GEANDRO DE OLIVEIRA FAJARDO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5287530.20.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N.
5287530.20.2018.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA
EMBARGANTES : ANDRÉA GIOVANA GONÇALVES SAMPAIO E OUTROS
EMBARGADA : COCARI - COOPERATIVA AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
HIPÓTESES LEGAIS. Inexistindo no acórdão
embargado as omissões apontadas, segundo a dicção
do art. 1.022 do novo Código de Processo Civil, impõe-
se a rejeição dos aclaratórios, vez que, notadamente se
manifesta a intenção de revolvimento das questões
decididas. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONHECIDOS E REJEITADOS.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração no


Agravo Interno no Recurso Extraordinário no Agravo de Instrumento n.
5287530.20.2018.8.09.0000, da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e rejeitar os
Embargos de Declaração, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5287530.20.2018.8.09.0000
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
20

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
Assinado por WALTER CARLOS LEMES
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5287530.20.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N.
5287530.20.2018.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA
EMBARGANTES : ANDRÉA GIOVANA GONÇALVES SAMPAIO E OUTROS
EMBARGADA : COCARI - COOPERATIVA AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Embargos de Declaração (Evento n. 108), opostos por Andréa


Giovana Gonçalves Sampaio e Outros, com fulcro no artigo 1.022, inciso I, do Código
de Processo Civil, em face do acórdão (Evento n. 104) que desproveu o Agravo
Interno interposto no Evento n. 88, em virtude das matérias versadas no feito
amoldarem-se àquelas apreciadas, pelo Supremo Tribunal Federal, nos
representativos das controvérsias indicados no ato agravado ARE n. 748.371/MT -
Tema 660 e AI n. 791.292/PE - Tema 339.
Em suas razões, os embargantes alegam que: “Diante das omissões acerca
das questões invocadas pelos embargantes, cabível os presentes embargos
declaratórios no sentido de, sanar a omissão acerca da questão entorno da questão
relativa à violação dos dispositivos do Código de Processo Civil, bem como sanar o
vício de ausência de fundamentação entorno de questões relativa à
inconstitucionalidade em decorrência do art. 93, inciso IX, da CF”.
Ao final, requerem seja reconhecida “a existência das omissões no v. acórdão
objurgado, posto que não houve a análise das questões que foram submetidas à
apreciação e revisão deste E. Tribunal”.
Contrarrazões (Evento n. 112).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade dos Embargos de Declaração,
deles conheço.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5287530.20.2018.8.09.0000
Pretendem os embargantes, sob a alegação de que o decisum impugnado
contém os vícios elencados no inciso I, do artigo 1.022 do Código de Processo Civil,
provocar manifestação desta Corte sobre questão que entende não ter sido apreciada
quando do julgamento do Agravo Interno, atribuindo-lhes efeitos infringentes.
Pois bem, não merece acolhimento os argumentos trazidos nos aclaratórios,
uma vez que inexiste vício a ser sanado no ato hostilizado, conquanto, foi apreciada a
questão essencial ao deslinde do tema tratado, de modo perfeitamente conciliável,
restando consignado no acórdão embargado que:
“Quanto ao Tema 339, o Colendo Supremo Tribunal Federal
manifestou-se definitivamente a respeito do artigo 93,
inciso IX, da Constituição Federal, no sentido de ser
exigido que o acórdão ou decisão seja fundamentada, ainda
que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame
pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem
que sejam corretos os respectivos fundamentos. Confira-
se: “QUESTÃO DE ORDEM. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONVERSÃO
EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO (CPC, ART. 544, §§ 3° E 4°). 2.
Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao
inciso IX do art. 93 da Constituição Federal.
Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal
exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda
que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame
pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem
que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão
de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral,
reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento
ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos
relacionados à repercussão geral.” (STF, Repercussão
Geral na Questão de Ordem no AI 791.292/PE, Rel. Min.
Gilmar Mendes, DJe 13/08/2010) Nesse contexto, não há que
se falar em ofensa ao artigo 93, inciso IX, da Carta
Magna, eis que a decisão objeto do Recurso Extraordinário
contém elementos suficientes de sua motivação, sendo
inviável, pois, o acolhimento da pretensão da agravante
em reformá-la, porquanto proferida no mesmo sentido da
orientação do Supremo Tribunal Federal, tornando-se
inafastável a aplicação do artigo 1.030, inciso I, alínea
“a”, do Código de Processo Civil. No tocante ao Tema 660,
de pronto, verifica-se que, muito embora os agravantes
tenham deduzido a inaplicabilidade do tema em voga (ARE-
RG n. 748.371/MT), não apresentam fundamentos
convincentes do aventado equívoco. Ao apreciar a matéria,
a Suprema Corte se manifestou pela inexistência de
repercussão geral da questão suscitada, por não se tratar
de matéria constitucional, Vejamos: “Alegação de
cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta
violação aos princípios do contraditório, da ampla
defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo
legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise
da adequada aplicação das normas infraconstitucionais.

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NR.PROCESSO: 5287530.20.2018.8.09.0000
Rejeição da repercussão geral.” (STF, Repercussão Geral
no ARE-RG 748.371/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe
01/08/2013)”
Na verdade, pretendem os embargantes o reexame do julgado. Todavia, para
tanto não se prestam os aclaratórios, cuja função não é questionar o acerto ou
desacerto do provimento jurisdicional, mas corrigir omissão, contradição ou
obscuridade porventura existentes, sendo impossível a atribuição, no caso em tela, do
efeito modificativo pretendido.
É que o efeito infringente é atribuído aos Embargos de Declaração em
situações excepcionais, ou seja, somente se sanadas a contradição, a omissão ou a
obscuridade, a alteração do julgado surgir como consequência necessária, bem como
na ocorrência de erro material evidente ou de manifesta nulidade, o que não ocorreu
na espécie.
O Supremo Tribunal Federal não diverge:
“ EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO,
OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA.
EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO REJEITADOS. I - Ausência dos pressupostos do
art. 1.022, I e II, do Código de Processo Civil. II –
Busca-se tão somente a rediscussão da matéria, porém os
embargos de declaração não constituem meio processual
adequado para a reforma do decisum, não sendo possível
atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações
excepcionais, o que não ocorre no caso em questão. III –
Embargos de declaração rejeitados.” (ARE 863796 AgR-ED,
Relator Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 01/07/2016,
Dje-169, PUBLIC 12-08-2016)
Ao teor do exposto, conheço dos Embargos de Declaração, porém os
rejeito pelas razões explanadas.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
20

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NR.PROCESSO: 5287530.20.2018.8.09.0000
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. HIPÓTESES
LEGAIS. Inexistindo no acórdão embargado as omissões apontadas, segundo a
dicção do art. 1.022 do novo Código de Processo Civil, impõe-se a rejeição dos
aclaratórios, vez que, notadamente se manifesta a intenção de revolvimento das
questões decididas. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E
REJEITADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:28:34

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5091435.51.2017.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : MINISTERIO PUBLICO
POLO PASSIVO : LEONARDO VELOSO DO PRADO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ALCIDES RODRIGUES FILHO


ADVG. PARTE : 18500 GO - COLEMAR JOSÉ DE MOURA FILHO

PARTE INTIMADA : LEONARDO VELOSO DO PRADO


ADVGS. PARTE : 55427 GO - GLAUCO BORGES DE ARAUJO JUNIOR
51038 GO - THAIS ARRUDA MASETTO

PARTE INTIMADA : THAIS ARRUDA MASETTO VELOSO


ADVGS. PARTE : 51038 GO - THAIS ARRUDA MASETTO
33710 GO - KOWALSKY DO CARMO COSTA RIBEIRO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5091435.51.2017.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NO AGRAVO INTERNO NO


AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 5091435.51.2017.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
AGRAVADOS : LEONARDO VELOSO DO PRADO E OUTROS

EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO


ESPECIAL. DECISÃO DENEGATÓRIA DE RECURSO
ESPECIAL FUNDAMENTADA EM RECURSO
REPETITIVO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.040,
INCISO I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Uma vez
que a matéria versada no presente feito amolda-se
àquela apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça no
julgamento do representativo da controvérsia (REsp n.
1.696.396/MT - Tema 988) e tendo o acórdão objeto do
Recurso Especial julgado no mesmo direcionamento do
acórdão paradigma, nega-se provimento ao Agravo
Interno. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E
DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Especial no Agravo Interno no Agravo de Instrumento n. 5091435.51.2017.8.09.0000,
da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o

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NR.PROCESSO: 5091435.51.2017.8.09.0000
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
25

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NR.PROCESSO: 5091435.51.2017.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NO AGRAVO INTERNO NO


AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 5091435.51.2017.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
AGRAVADOS : LEONARDO VELOSO DO PRADO E OUTROS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto pelo Ministério Público do Estado de


Goiás (Evento n. 110), em face da decisão que negou seguimento ao Recurso
Especial, nos termos do artigo 1.040, inciso I, do Código de Processo Civil, em razão
do julgamento do recurso representativo da controvérsia pelo Superior Tribunal de
Justiça – REsp n. 1.696.396/MT - Tema 988 (Evento n. 104).
Em suas razões, o agravante, com fundamentos reeditados e repetitivos,
alega que a decisão agravada aplicou de forma equivocada o referido paradigma,
argumentando que “o egrégio Tribunal de Justiça equivocou-se ao consignar que a
questão de direito suscitada nos autos foi decidida em consonância com o
entendimento esposado no julgamento do recurso representativo da controvérsia –
REsp n. 1.696.396/MT (Tema 988), haja vista que a hipótese dos autos não se
enquadra na regra de transição estabelecida pelo STJ”.
Requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir regular
processamento ao Recurso Especial.
Isento de preparo.
Contrarrazões (Eventos n. 116 e n. 117).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,

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NR.PROCESSO: 5091435.51.2017.8.09.0000
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
A decisão ora agravada negou seguimento ao Recurso Especial, com
fundamento no artigo 1.040, inciso I, do Código de Processo Civil, em face do
julgamento de representativo da controvérsia – REsp n. 1.696.396/MT - Tema 988.
Pois bem.
Analisando detidamente os autos, vislumbro que razão não assiste ao
agravante. Explico.
Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se, efetivamente,
àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (REsp n.
1.696.396/MT - Tema 988), em que a Corte Superior manifestou-se definitivamente a
respeito. Confira-se:
“RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART.
1.015 DO CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE DECISÕES
INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO REFERIDO
DISPOSITIVO LEGAL. POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA.
EXCEPCIONALIDADE DA IMPUGNAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES
PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS. 1- O propósito do presente recurso
especial, processado e julgado sob o rito dos recursos repetitivos, é definir a
natureza jurídica do rol do art. 1.015 do CPC/15 e verificar a possibilidade de
sua interpretação extensiva, analógica ou exemplificativa, a fim de admitir a
interposição de agravo de instrumento contra decisão interlocutória que
verse sobre hipóteses não expressamente previstas nos incisos do referido
dispositivo legal. 2- Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias
proferidas na fase de conhecimento do procedimento comum e dos
procedimentos especiais, exceção feita ao inventário, pretendeu o legislador
salvaguardar apenas as “situações que, realmente, não podem aguardar
rediscussão futura em eventual recurso de apelação”. 3- A enunciação, em
rol pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo de instrumento
seria cabível revela-se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência,
insuficiente e em desconformidade com as normas fundamentais do
processo civil, na medida em que sobrevivem questões urgentes fora da lista
do art. 1.015 do CPC e que tornam inviável a interpretação de que o referido
rol seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de modo restritivo. 4-
A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria taxativo, mas admitiria
interpretações extensivas ou analógicas, mostra-se igualmente ineficaz para
a conferir ao referido dispositivo uma interpretação em sintonia com as
normas fundamentais do processo civil, seja porque ainda remanescerão
hipóteses em que não será possível extrair o cabimento do agravo das
situações enunciadas no rol, seja porque o uso da interpretação extensiva ou
da analogia pode desnaturar a essência de institutos jurídicos
ontologicamente distintos. 5- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria
meramente exemplificativo, por sua vez, resultaria na repristinação do
regime recursal das interlocutórias que vigorava no CPC/73 e que fora
conscientemente modificado pelo legislador do novo CPC, de modo que
estaria o Poder Judiciário, nessa hipótese, substituindo a atividade e a
vontade expressamente externada pelo Poder Legislativo. 6- Assim, nos
termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese

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NR.PROCESSO: 5091435.51.2017.8.09.0000
jurídica: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso
admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a
urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no
recurso de apelação. 7- Embora não haja risco de as partes que confiaram
na absoluta taxatividade serem surpreendidas pela tese jurídica firmada
neste recurso especial repetitivo, pois somente haverá preclusão quando o
recurso eventualmente interposto pela parte venha a ser admitido pelo
Tribunal, modulam-se os efeitos da presente decisão, a fim de que a
tese jurídica apenas seja aplicável às decisões interlocutórias
proferidas após a publicação do presente acórdão. (...)” (REsp's
1696396/MT e 1704520/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE
ESPECIAL, julgados em 05/12/2018, DJe 19/12/2018)
O acórdão objeto do Recurso Especial, cuja ementa se vê no Evento n. 81,
decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma acima
transcrito. Vejamos:
"AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA QUE DECLINA DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO.
AUSENTE HIPÓTESE LEGAL DE CABIMENTO DO INSTRUMENTAL.
TAXATIVIDADE DO ART. 1.015 DO CPC/2015. FLEXIBILIZAÇÃO PELO
STJ. RECURSO REPETITIVO (REsp 1.696.396/MT) – Tema 988.
MODULAÇÃO DE EFEITOS. I- Em que pese o STJ ter firmado a orientação
jurisprudencial no REsp 1.696.396/MT, representativo de controvérsia, no
sentido de que o rol do artigo 1015 do CPC/2015 é de taxatividade mitigada,
admitindo a interposição de agravo de instrumento quando verificada a
urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de
apelação, houve a modulação dos efeitos da decisão, para que a tese
jurídica apenas seja aplicável às decisões interlocutórias proferidas após a
publicação do referido acórdão (19/12/2018). II- Num novo juízo de
admissibilidade, nos termos do art. 1.040 do CPC/2015, por não se aplicar à
decisão interlocutória, anterior à publicação do acórdão paradigma, a tese
consolidada pelo STJ ao Tema 988, impõe-se a manutenção do acórdão
impugnado. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO."
Com efeito, a Corte Especial do STJ, no julgamento do referido paradigma,
firmou a tese de que "o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso
admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência
decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação" e
estabeleceu, ao modular os efeitos, que essa tese somente se aplicará às decisões
interlocutórias proferidas após a publicação do acórdão que a fixou, ou seja,
19/12/2018.
No caso, a decisão interlocutória foi proferida em 27 de janeiro de 2016
(Evento n. 16 – feito originário), portanto, antes da publicação do acórdão repetitivo, o
que afasta a incidência no caso concreto do entendimento firmado naquele julgado.
Dessa maneira, correta a conclusão do acórdão recorrido sobre o cabimento do
Agravo de Instrumento apenas nas hipóteses expressamente previstas no artigo 1.015
do CPC/2015.
Nesse contexto, inviável a pretensão do agravante de reformar a decisão
agravada, visto que está em perfeita consonância com o paradigma julgado pela Corte

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NR.PROCESSO: 5091435.51.2017.8.09.0000
Superior, tornando-se inafastável a aplicação do artigo 1.040, inciso I, do Código de
Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
25

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NR.PROCESSO: 5091435.51.2017.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO
DENEGATÓRIA DE RECURSO ESPECIAL FUNDAMENTADA EM
RECURSO REPETITIVO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.040, INCISO I,
DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada
no presente feito amolda-se àquela apreciada pelo Superior Tribunal
de Justiça no julgamento do representativo da controvérsia (REsp n.
1.696.396/MT - Tema 988) e tendo o acórdão objeto do Recurso
Especial julgado no mesmo direcionamento do acórdão paradigma,
nega-se provimento ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:30:59

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5159602.64.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : CASSIO RICARDO GONÇALVES DE DEUS
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CASSIO RICARDO GONÇALVES DE DEUS


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5159602.64.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5159602.64.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : CÁSSIO RICARDO GONÇALVES DE DEUS
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “A”, DO NOVO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no
feito amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal no representativo da controvérsia indicado no
ato agravado (RE n. 632.853/CE - Tema 485), e tendo o
acórdão objeto do Recurso Extraordinário julgado no
mesmo direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno, atendendo-se ao artigo
1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Extraordinário na Apelação Cível n. 5159602.64.2017.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5159602.64.2017.8.09.0051
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
04

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5159602.64.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5159602.64.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : CÁSSIO RICARDO GONÇALVES DE DEUS
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Cássio Ricardo Gonçalves de Deus


(Evento n. 68), em face da decisão inserida no Evento n. 64 que, nos termos do artigo
1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, negou seguimento ao Recurso
Extraordinário com supedâneo no posicionamento estampado no representativo de
controvérsia, RE n. 632.853/CE - Tema 485, cuja questão constitucional nele suscitada
foi reconhecida como de repercussão geral.
Em suas razões, o agravante sustenta que:
“No caso em tela, o que busca o Agravante é esse exercício do controle
externo de legalidade, tendo em vista que são evidentes e escancaradas as
IRREGULARIDADES cometidas pela Administração quando aplicou uma
prova objetiva em concurso público, onde há questões que desrespeitam as
normas do edital.
(…)
Assim, o pleito do Agravante não é nova correção de questão da prova
objetiva, mas sim anulação de questão ilegal.”
Aduz que sua pretensão não encontra óbice na tese fixada pelo Supremo
Tribunal Federal no RE 632.853/CE – Tema 485 do STF.
Ao final, requer a reforma do ato agravado, com o seguimento do Recurso
Extraordinário.

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NR.PROCESSO: 5159602.64.2017.8.09.0051
Sem preparo, parte beneficiária da gratuidade da justiça.
Contrarrazões não apresentadas, conforme certificado no Evento n. 73.
É, em síntese, o relatório.
Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.
Como visto, o agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento
ao Recurso Extraordinário em face do julgamento do recurso representativo da
controvérsia pelo Supremo Tribunal Federal – RE n. 632.853/CE - Tema 485.
Pois bem, Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se,
efetivamente, àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (RE n.
632.853/CE - Tema 485), em que a Suprema Corte manifestou-se definitivamente a
respeito. Confira-se:
“ RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. 2.
CONCURSO PÚBLICO. CORREÇÃO DE PROVA. Não compete ao Poder
Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para
avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas.
Precedentes. 3. Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de
compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o previsto no
edital do certame. Precedentes. 4. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
PROVIDO.”(STF, RE nº 632.853/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 126,
Publicado em 29/06/2015)
Com efeito, o acórdão que ensejou a interposição do Recurso Extraordinário,
cuja ementa se vê no Evento n. 36, decidiu no mesmo direcionamento daquele
estabelecido no decisum acima trasladado:
“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO.
CONCURSO PÚBLICO. SOLDADO DE 3ª CLASSE DA POLÍCIA MILITAR.
ANULAÇÃO DE QUESTÃO OBJETIVA E CÔMPUTO DE PONTOS PARA
PROSSEGUIMENTO NO CERTAME. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE
VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA VINCULAÇÃO AO
EDITAL. SENTENÇA MANTIDA. 1. Em matéria de concurso público, é
vedado ao Poder Judiciário substituir a Banca Examinadora, para rever os
critérios de formulação das questões, de correção de prova e de atribuição
de nota, limitando-se ao exame da observância aos princípios da legalidade
e da vinculação ao edital. 2. Conforme jurisprudência pacificada do Supremo
Tribunal Federal, para afastar a autoridade da banca examinadora e
autorizar a intervenção judicial, faz-se necessária a presença de questões
teratológicas, ou situações incompatíveis com as normas editalícias,
hipóteses não verificadas, nos autos, sendo a manutenção da sentença
medida imperativa. 3. Não existindo, portanto, qualquer ilegalidade, nas
questões objetivas, apontadas pelo Autor/Apelante, e diante da observância
das matérias questionadas, pelo edital do certame, mostra-se incabível a
pretensão anulatória, pleiteada na inicial. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E
DESPROVIDA.”
Nesse contexto, inviável o acolhimento da pretensão do agravante em

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NR.PROCESSO: 5159602.64.2017.8.09.0051
reformar a decisão agravada, pois o Recurso Extraordinário tratou de questão
constitucional decidida no mesmo sentido da orientação do Supremo Tribunal Federal,
tornando-se inafastável a aplicação do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de
Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao Agravo Interno.
É o voto
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
04

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5159602.64.2017.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. APLICAÇÃO DO
ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
Uma vez que a matéria versada no feito amolda-se àquela apreciada pelo Supremo
Tribunal Federal no representativo da controvérsia indicado no ato agravado (RE n.
632.853/CE - Tema 485), e tendo o acórdão objeto do Recurso Extraordinário julgado
no mesmo direcionamento do acórdão paradigma, nega-se provimento ao Agravo
Interno, atendendo-se ao artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


09:33:18

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0372363.94.2014.8.09.0065
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : ALESSANDRA SILVEIRA VIDIGAL
POLO PASSIVO : BANCO DO BRASIL S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL S/A


ADVG. PARTE : 28610 GO - RAFAEL SGANZERLA DURAND

PARTE INTIMADA : AMAFLOR SILVERA VIDIGAL


ADVG. PARTE : 23771 GO - MARCIO EMERSON ALVES PEREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0372363.94.2014.8.09.0065
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NO AGRAVO INTERNO NA


APELAÇÃO CÍVEL N. 0372363.94.2014.8.09.0065
COMARCA DE GOIÁS
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
AGRAVADO : AMAFLOR SILVEIRA VIDIGAL

EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE


INADMITE RECURSO ESPECIAL. ÓBICE SUMULAR.
NÃO CABIMENTO. Em caso de inadmissão de Recurso
Especial ou Extraordinário, é cabível o Agravo para o
Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal
Federal, conforme o caso, salvo quando a decisão se
pautar na aplicação de entendimento firmado em regime
de repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos (artigo 1.042 do Código de Processo Civil), o
que não é a hipótese dos autos. AGRAVO INTERNO
NÃO CONHECIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Especial no Agravo Interno na Apelação Cível n. 0372363.94.2014.8.09.0065, da
Comarca de Goiás.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer do Agravo
Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0372363.94.2014.8.09.0065
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
04

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0372363.94.2014.8.09.0065
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NO AGRAVO INTERNO NA


APELAÇÃO CÍVEL N. 0372363.94.2014.8.09.0065
COMARCA DE GOIÁS
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
AGRAVADO : AMAFLOR SILVEIRA VIDIGAL

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Banco do Brasil S/A (Evento n. 74),
contra decisão constante do Evento n. 71, desta Presidência que, em exercício do
juízo de admissibilidade, deixou de admitir o Recurso Especial, por óbice sumular.
Em suas razões, o agravante aduz acerca da viabilidade dos argumentos
lançados no Recurso Especial, bem como acerca da inaplicabilidade da Súmula 282
do Supremo Tribunal Federal ao caso dos autos, requerendo o provimento do presente
Agravo Interno para reformar a decisão hostilizada.
Recurso preparado (Evento n. 74).
Contrarrazões não apresentadas, conforme certificado no Evento n. 83.
É o relatório. Passo ao voto.
Analisando os pressupostos de admissibilidade do recurso, verifico a
existência de óbice intransponível ao seu conhecimento.
Emerge, in casu, a dicção do artigo 1.042 do Código de Processo Civil, ao
estabelecer que, ante a inadmissão de Recurso Especial ou Extraordinário, é cabível o
Agravo para o Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal, conforme o
caso, salvo quando a decisão se pautar em entendimento firmado em regime de
repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos, o que não é a hipótese
dos autos, pois o Recurso Especial foi inadmitido pela aplicação de entendimento
sumular de Corte Superior.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0372363.94.2014.8.09.0065
Sobre o tema, eis a jurisprudência pacificada:
“PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO QUE INADMITE RECURSO ESPECIAL.
INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO. RECURSO MANIFESTAMENTE
INCABÍVEL. ERRO GROSSEIRO. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO.
RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS. SÚMULA 284/STF. 1. É assente no
STJ que a interposição de Agravo Interno (art. 1.021, CPC/2015), em vez de
Agravo em Recurso Especial (art. 1.042 do CPC/2015) contra decisão que
não admite o Recurso Especial na origem, configura erro grosseiro que
inviabiliza a aplicação do princípio da fungibilidade recursal. 2. O Tribunal de
origem firmou a compreensão de que ‘o agravo interno, interposto com apoio
no art. 1021 do NCPC, mostra-se inadequado pelas regras atuais, já que há
previsão específica de agravo dirigido às Cortes Superiores, contra a
decisão que inadmite recurso excepcional (art. 1.042, do NCPC). Por
conseguinte, o ato processual carrega a pecha denominada pelos Tribunais
Superiores de erro grosseiro, porquanto impede a aplicação do princípio da
fungibilidade recursal’. (...) (REsp 1740831/PR, Relator Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 12/06/2018, DJe 26/11/2018)
“ PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. NÃO FORNECIMENTO DE
DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR. ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE
DANOS. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA IMPUGNAR
DECISÃO QUE NEGA SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. RECURSO
INCABÍVEL. I- Para atacar a decisão que inadmite o apelo especial, o recurso cabível
é o agravo previsto no art. 1.042 do Código de Processo Civil de 2015. Ressalte-se
que a interposição equivocada de recurso quando há expressa disposição legal e
ausente dúvida objetiva, constitui manifesto erro grosseiro. Dessa forma, inaplicável o
princípio da fungibilidade II - Agravo interno improvido." (STJ, Relator Ministro
Francisco Falcão, AgInt no AREsp 1004764/AP, Segunda Turma, DJ de 13/06/2017)

Ao teor do exposto, deixo de conhecer do Agravo Interno porque


manifestamente inadmissível.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
04

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0372363.94.2014.8.09.0065
EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE INADMITE RECURSO ESPECIAL.
ÓBICE SUMULAR. NÃO CABIMENTO. Em caso de inadmissão de Recurso Especial
ou Extraordinário, é cabível o Agravo para o Superior Tribunal de Justiça ou Supremo
Tribunal Federal, conforme o caso, salvo quando a decisão se pautar na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos (artigo 1.042 do Código de Processo Civil), o que não é a hipótese dos
autos. AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:39:48

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0407095.12.2015.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : DENISE DE SOUZA
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE GOIANIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : DENISE DE SOUZA


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0407095.12.2015.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : DENISE DE SOUZA
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO DENEGATÓRIA
FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL.
TEMA 784/STF. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. Uma vez que a matéria versada no presente feito
amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento do representativo da controvérsia
(RE n. 837.311/PI - Tema 784) e tendo o acórdão objeto
do R e c u r s o Ex t r aor dinár io ju lg a d o n o m e s m o
direiconamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Extraordinário na Apelação Cível n. 0407095.12.2015.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
23

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0407095.12.2015.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : DENISE DE SOUZA
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Denise de Souza (Evento n. 111),


em face da decisão inserida no Evento n. 105 que, nos termos do artigo 1.030, inciso I,
alínea “a”, do Código de Processo Civil, negou seguimento ao Recurso Extraordinário
(Evento n. 98) com supedâneo no posicionamento estampado no recurso
representativo da controvérsia julgado pelo Supremo Tribunal Federal (RE n.
837.311/PI - Tema 784).
Aduz a agravante que a decisão recorrida aplicou de forma equivocada
mencionado paradigma do Supremo Tribunal Federal, o que causou-lhe sérios
prejuízos.
Em suas razões recursais, assevera que foi aprovada em concurso público
realizado pelo recorrido, conquistando a 10ª colocação na classificação geral. Aduz
que o Município de Goiânia convocou somente os cinco primeiros colocados para
tomarem posse e, que, através de informações obtidas junto ao Recorrido, tomou

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NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051
conhecimento que atualmente o cargo para o qual concorreu conta com o déficit de
cinco (05) servidores. Sustenta que, por esse motivo, “passou a figurar dentro do
número de vagas disponíveis”.
Ressalta que: “Em que pese o Anexo I do Edital do certame tenha
estabelecido que seriam providas 05 (cinco) vagas para o cargo de ESPECIALISTA
EM SAÚDE-EDUCAÇÃO FÍSICA, vale destacar que o certame em questão fora
acometido de inúmeras irregularidades, que gera direito à nomeação e posse da
Agravante.”
Por derradeiro, requer o provimento do presente agravo, para o fim de conferir
regular processamento ao Recurso Extraordinário.
A agravante, isenta do preparo, eis que beneficiária da gratuidade da justiça
(Evento n. 50).
Contrarrazões (Evento n. 120).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
A agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário, em face do julgamento de representativo da controvérsia - RE n.
837.311/PI - Tema 784.
Pois bem, analisando detidamente os autos, vislumbro que razão não assiste
à agravante. Explico.
Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se, efetivamente,
àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (RE n. 837.311/PI -
Tema 784), em que a Suprema Corte manifestou-se definitivamente a respeito.
Confira-se:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO
VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE
VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE
SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE
DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A
ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA
DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E
INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO
ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO.
PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA
EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA,
BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO.
INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O

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NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051
postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o
Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários
do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O edital do
concurso com número específico de vagas, uma vez publicado, faz exsurgir
um dever de nomeação para a própria Administração e um direito à
nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de
vagas. Precedente do Plenário: RE 598.099 - RG, Relator Min. Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, DJe 03-10-2011. 3. O Estado Democrático de
Direito republicano impõe à Administração Pública que exerça sua
discricionariedade entrincheirada não, apenas, pela sua avaliação unilateral
a respeito da conveniência e oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos
direitos fundamentais e demais normas constitucionais em um ambiente de
perene diálogo com a sociedade. 4. O Poder Judiciário não deve atuar como
‘Administrador Positivo’, de modo a aniquilar o espaço decisório de
titularidade do administrador para decidir sobre o que é melhor para a
Administração: se a convocação dos últimos colocados de concurso público
na validade ou a dos primeiros aprovados em um novo concurso. Essa
escolha é legítima e, ressalvadas as hipóteses de abuso, não encontra
obstáculo em qualquer preceito constitucional.5. Consectariamente, é cediço
que a Administração Pública possui discricionariedade para, observadas as
normas constitucionais, prover as vagas da maneira que melhor convier para
o interesse da coletividade, como verbi gratia, ocorre quando, em função de
razões orçamentárias, os cargos vagos só possam ser providos em um
futuro distante, ou, até mesmo, que sejam extintos, na hipótese de restar
caracterizado que não mais serão necessários. 6. A publicação de novo
edital de concurso público ou o surgimento de novas vagas durante a
validade de outro anteriormente realizado não caracteriza, por si só, a
necessidade de provimento imediato dos cargos. É que, a despeito da
vacância dos cargos e da publicação do novo edital durante a validade do
concurso, podem surgir circunstâncias e legítimas razões de interesse
público que justifiquem a inocorrência da nomeação no curto prazo, de modo
a obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do direito subjetivo à
nomeação dos aprovados em colocação além do número de vagas. Nesse
contexto, a Administração Pública detém a prerrogativa de realizar a escolha
entre a prorrogação de um concurso público que esteja na validade ou a
realização de novo certame. 7. A tese objetiva assentada em sede desta
repercussão geral é a de que o surgimento de novas vagas ou a abertura de
novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame
anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de
preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizadas
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação de
aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero
(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: I) Quando a
aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099);
II) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem
de classificação (Súmula 15 do STF); III) Quando surgirem novas vagas, ou

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NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051
for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e
imotivada por parte da administração nos termos acima. 8. In casu,
reconhece-se, excepcionalmente, o direito subjetivo à nomeação aos
candidatos devidamente aprovados no concurso público, pois houve, dentro
da validade do processo seletivo e, também, logo após expirado o referido
prazo, manifestações inequívocas da Administração piauiense acerca da
existência de vagas e, sobretudo, da necessidade de chamamento de novos
Defensores Públicos para o Estado. 9. Recurso Extraordinário a que se nega
provimento.” (STF, RE nº 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 072, Publicado
em 18/04/2016).
O acórdão objeto do Recurso Extraordinário, cuja ementa se vê no Evento n.
76, decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma
acima transcrito. Veja-se:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE DIREITO À NOMEAÇÃO
E POSSE. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO EM CADASTRO DE
RESERVA. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO. DISCRICIONARIEDADE
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE
IRREGULARIDADES. 1 – Uma vez que a recorrente figura em cadastro de
reserva, há para ela mera expectativa de direito à nomeação, o que significa
que a Administração, dentro de seu poder discricionário e atendendo aos
seus interesses, poderá nomear livremente os candidatos nessa situação, de
acordo com os critérios de conveniência e oportunidade. 2 – Segundo
julgado do STF, no RE n. 837.311/PI, o candidato aprovado em concurso
público tem direito subjetivo à nomeação, dentre outras hipóteses, quando
haja a preterição arbitrária ou imotivada da nomeação, o que não restou
comprovado nos autos. 3 – O mero surgimento de novas vagas, a abertura
de novo concurso para o mesmo cargo ou mesmo a contratação de
servidores temporários para o exercício de funções equivalentes, durante o
prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital,
devendo ficar demonstrada a preterição arbitrária e imotivada, o que não
ocorreu na espécie. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.”
Pelo que se observa do acórdão acima, bem como de todo contexto dos
autos, a recorrente durante todo o processo, não logrou êxito em comprovar a alegada
preterição arbitrária e imotiva, ou qualquer das condições estabelecidas pelo Supremo
Tribunal Federal, através do recurso paradigma RE 837311 – Tema 784.
Nesse contexto, inviável a pretensão da agravante de reformar a decisão
agravada, visto que está em perfeita consonância com o paradigma julgado pela
Suprema Corte, no tocante ao direito à nomeação de candidatos fora do número de
vagas previstas no edital de concurso público, tornando-se inafastável a aplicação do
artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, Código de Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051
WALTER CARLOS LEMES
Presidente
23

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NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051

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NR.PROCESSO: 0407095.12.2015.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO
DENEGATÓRIA FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 784/STF.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no presente feito amolda-se
àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do representativo da
controvérsia (RE n. 837.311/PI - Tema 784) e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no mesmo direiconamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:41:46

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5170794.28.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : JULIANA LOPES DA CONCEIÇÃO
POLO PASSIVO : PREFEITO DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JULIANA LOPES DA CONCEIÇÃO


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5170794.28.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5170794.28.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : JULIANA LOPES DA CONCEIÇÃO
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO


DENEGATÓRIA DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO FUNDAMENTADO EM
REPERCUSSÃO GERAL. Uma vez que a matéria
versada no feito amolda-se àquela apreciada pelo
Supremo Tribunal Federal no representativo da
controvérsia indicado no ato agravado (RE n.
837.311/PI - TEMA 784), qual seja, “direito à
nomeação de candidatos aprovados fora do número
de vagas previstas no edital de concurso público no
caso de surgimento de novas vagas durante o
prazo de validade do certame” e tendo o acórdão
objeto do Recurso Extraordinário julgado no mesmo
direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno, atendendo-se ao art.
1.030, inciso I, alínea “a”, do CPC. AGRAVO
INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso

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NR.PROCESSO: 5170794.28.2016.8.09.0051
Extraordinário na Apelação Cível n. 5170794.28.2016.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
18

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5170794.28.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : JULIANA LOPES DA CONCEIÇÃO
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Juliana Lopes da Conceição


(Evento n. 173), em face da decisão que negou seguimento ao Recurso Extraordinário,
nos termos do artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, em razão
do julgamento do recurso representativo da controvérsia pelo Supremo Tribunal

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NR.PROCESSO: 5170794.28.2016.8.09.0051
Federal – RE nº 837.311/PI - Tema 784 (Evento n. 168).
Em suas razões, a agravante sustenta in verbis: “[…] conforme entendimento
do Supremo Tribunal Federal, a mera expectativa de direito convola-se em Direito
Subjetivo à nomeação quando surgirem novas vagas e ocorrem preterição arbitrária e
imotivada pela Administração Pública, DURANTE A VALIDADE DO CERTAME.”
(Evento n. 173, p. 09).
Encerra com o pedido de que seja reformado o ato agravado, dando
seguimento ao Recurso Extraordinário.
Agravante beneficiária da gratuidade da justiça (Evento n. 20).
Contrarrazões (Evento n. 184).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.
Verifica-se que a matéria versada no feito em questão amolda-se,
efetivamente, àquela apreciada no representativo da controvérsia indicado no ato
agravado Tema 784 (RE n. 837.311/PI), qual seja, o direito à nomeação do candidato
aprovado em concurso público fora do número de vagas previstas no edital. Confira-
se:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONTROVÉRSIA SOBRE O
DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS FORA DO
NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO
CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE
DO CERTAME. TEMA 784. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.” (STF, Pleno,
RE 837.311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, Repercussão Geral – mérito, DJ de 02/12/2014)

Com efeito, o acórdão que ensejou a interposição do Recurso Extraordinário,


cuja ementa se vê no Evento n. 69, decidiu no mesmo direcionamento daquele
estabelecido no decisum acima trasladado:
“ APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. NOMEAÇÃO EM
CONCURSO PÚBLICO. EXPECTATIVA DE DIREITO. PRECEDENTE DO
STF. REPERCUSSÃO GERAL. NÃO APRESENTAÇÃO DE
DOCUMENTOS. DESISTÊNCIA TÁCITA. CONVOCAÇÕES
POSTERIORES. FINALIDADE DE SUPRIR DESISTÊNCIAS. PRETERIÇÃO
EM RAZÃO DO SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS E DE
CONTRATAÇÕES IRREGULARES PELA ADMINIS-TRAÇÃO,
EXONERAÇÕES E DESISTÊNCIAS. ÔNUS DA PROVA. IMPETRANTE.
NÃO DEMONSTRADOS. 1. Consoante já decidiu o Pleno do Supremo
Tribunal Federal, em sede repercussão geral (RE n. 837.311/PI - Tema n.
784), em caráter excepcional, é possível que o candidato aprovado fora do
número de vagas disponibilizadas no edital tenha convolado em direito
subjetivo a sua expectativa de nomeação, desde que verificada a preterição
arbitrária e imotivada por parte da Administração, caracterizada por
comportamento tácito ou expresso do Poder Público, capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. 2. A
posterior convocação de candidatos aprovados tem por finalidade suprir

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NR.PROCESSO: 5170794.28.2016.8.09.0051
vagas não ocupadas por candidatos que desistem, expressa ou tacitamente,
do concurso. No caso, das 09 (nove) vagas destinadas a candidatos que não
apresentaram a documentação necessária a participar do certame, 06 (seis)
foram ocupadas por candidatos melhores classificados em convocações
posteriores. 3. Segundo precedente do STJ, além das hipóteses firmadas
pelo STF no RE n. 837.311/PI, os candidatos aprovados em concurso que
não se classificaram dentro do número de vagas previsto no edital têm mera
expectativa de direito à nomeação, expectativa essa que se converte em
direito subjetivo líquido certo e forem abertas vagas novas no prazo de
validade do certame, bem como se surgir a abertura de lugar preenchível no
quadro, decorrente, por exemplo, de aposentadorias, exonerações,
demissões, óbitos ou outros eventos. No caso a impetrante/recorrente foi
aprovada fora do cadastro reserva e, mesmo com a desistência dos
candidatos aprovados e convocados, a sua posição não foi alcançada. 4. A
paralela contratação de servidores temporários, terceirizados ou estagiários,
só por si, não caracteriza preterição na convocação e nomeação do autor ou
autoriza a conclusão de que tenham automaticamente surgido vagas
correlatas no quadro efetivo, a ensejar o chamamento de candidatos
aprovados em cadastro de reserva ou fora do número de vagas previstas no
edital condutor do certame. 5. In casu, a recorrente não se desincumbiu do
ônus de demonstrar o fato constitutivo do seu direito, isto é, que foi preterida
naqueles moldes, razão pela qual a manutenção da sentença de denegação
da segurança se impõe. Sentença mantida. Apelação cível conhecida e
desprovida.”
Ademais, convém ressaltar, houve decisão do Excelentíssimo Sr. Ministro
Dias Toffoli (Evento n. 157) determinando a subsunção dos presentes autos à
sistemática da repercussão conforme decidido no Tema 784 (RE 837.311).
Sendo assim, inviável a pretensão da agravante de reformar o ato agravado
que, consentânea à orientação do Supremo Tribunal Federal, reconheceu o direito
subjetivo à nomeação de candidato aprovado em concurso público fora do número de
vagas previstas no edital, desde que demonstrada a preterição da ordem de
classificação.
Ao teor do exposto, nego provimento ao Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
18

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NR.PROCESSO: 5170794.28.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO DENEGATÓRIA DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO FUNDAMENTADO EM REPERCUSSÃO GERAL. Uma vez que
a matéria versada no feito amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal
no representativo da controvérsia indicado no ato agravado (RE n. 837.311/PI - TEMA
784), qual seja, “direito à nomeação de candidatos aprovados fora do número de
vagas previstas no edital de concurso público no caso de surgimento de novas vagas
durante o prazo de validade do certame” e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no mesmo direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno, atendendo-se ao art. 1.030, inciso I, alínea “a”, do CPC.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:43:24

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5086150.55.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : EDIANI ARAUJO DE BRITO
POLO PASSIVO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : EDIANI ARAUJO DE BRITO


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5086150.55.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5086150.55.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : EDIANI ARAÚJO DE BRITO
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

EMENTA: AGRAVO INTERNO.


RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
DECISÃO DENEGATÓRIA
FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO
GERAL. Uma vez que a matéria versada
no feito amolda-se àquela apreciada pelo
Supremo Tribunal Federal no
representativo da controvérsia indicado
no ato agravado (RE n. 837.311/PI -
TEMA 784), qual seja, “direito à
nomeação de candidatos aprovados fora
do número de vagas previstas no edital
de concurso público no caso de
surgimento de novas vagas durante o
prazo de validade do certame” e tendo o
acórdão objeto do Recurso Extraordinário
julgado no mesmo direcionamento do
acórdão paradigma, nega-se provimento
ao Agravo Interno, atendendo-se ao
artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do
CPC/2015. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS , relatados e discutidos estes autos de

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5086150.55.2016.8.09.0051
Agravo Interno no Recurso Extraordinário na Apelação Cível n.
5086150.55.2016.8.09.0051, da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás, em sessão pelos integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em
conhecer e desprover o Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Des. Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella,
Procuradora de Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES

Presidente
15

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5086150.55.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5086150.55.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : EDIANI ARAÚJO DE BRITO
AGRAVADO : MUNICÍPIO DE GOIÂNIA

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Ediani Araújo de Brito (Evento n.


129), em face da decisão inserida no Evento n. 124 que, nos termos do artigo 1.030,
inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, negou seguimento ao Recurso
Extraordinário com supedâneo no posicionamento estampado no representativo de
controvérsia, RE n. 837.311/PI - Tema 784, cuja questão constitucional nele suscitada
foi reconhecida como de repercussão geral.
Em suas razões, a agravante sustenta, submeteu-se a concurso público ao
cargo de Especialista em Saúde – Enfermeiro-Geral, sendo aprovada na posição 446º
para cadastro de reserva, passando a ter a expectativa de direito a ser nomeada e
empossada no cargo. Entretanto, a Administração Pública optou-se a realizar contratos
de trabalho temporários, burlando a regra constitucional do concurso público.
Afirma que em razão de tais fatos “a mera expectativa de direito convola-se
em Direito Subjetivo à nomeação quando surgirem novas vagas e ocorrem preterição
arbitrária e imotivada pela Administração Pública, DURANTE A VALIDADE DO
CERTAME”.
Encerra com o pedido de reforma do ato agravado, asseverando que o RE n.
837.311/PI – Tema 784 não se aplica ao presente caso, postulando a reforma da
decisão para dar prosseguimento ao recurso interposto para ser dirimido pelo Supremo
Tribunal Federal.
Sem preparo, parte beneficiária da gratuidade da justiça.
Contrarrazões (Evento n. 136).

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NR.PROCESSO: 5086150.55.2016.8.09.0051
É, em síntese, o relatório.
Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.
Como visto, a agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento
ao Recurso Extraordinário em face do julgamento do recurso representativo da
controvérsia pelo Supremo Tribunal Federal – RE nº 837.311/PI - Tema 784.
Pois bem, infere-se dos autos que a matéria em questão amolda-se,
efetivamente, àquela apreciada no representativo da controvérsia indicado no ato
agravado Tema 784 (RE n. 837.311/PI), qual seja, o direito à nomeação do candidato
aprovado em concurso público fora do número de vagas previstas no edital. Confira-
se:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONTROVÉRSIA
SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS
APROVADOS FORA DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL
DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS
VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. TEMA 784.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.” (STF, Pleno, RE 837.311/PI,
Rel. Min. Luiz Fux, Repercussão Geral – mérito, DJ de 02/12/2014)
Com efeito, o acórdão que ensejou a interposição do Recurso Extraordinário,
cuja ementa se vê no Evento n. 92, decidiu no mesmo direcionamento daquele
estabelecido no decisum acima trasladado:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA. CONCURSO PÚBLICO
PARA FORMAÇÃO DE CADASTRO DE RESERVA. MERA EXPECTATIVA
DE DIREITO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. NÃO DEMONSTRAÇÃO DE
SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS COM PRETERIÇÃO DA NOMEAÇÃO.
AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. PREQUESTIONAMENTO.
IMPOSSIBILIDADE. HONORÁRIOS RECURSAIS. 1. A candidata
classificada para compor o cadastro de reserva, conf. edital do concurso
público, não tem direito à nomeação e convocação para o cargo pretendido,
tendo em vista que a situação, em regra, é de mera expectativa de direito,
que poderá se transformar em direito subjetivo em situações excepcionais,
tais como a preterição ilegal resultante da não observância da ordem de
classificação, prática de ato arbitrário e imotivado da Administração Pública,
no caso de surgimento de novas vagas durante o período de validade do
certame. 2. A contratação temporária para atender a necessidade transitória
de excepcional interesse público não indica a preterição dos candidatos
regularmente aprovados em certame, tampouco de demonstrar a existência
de cargos efetivos vagos. 3. Diante da ausência de demonstração da
existência de cargos efetivos vagos, bem como da alegada preterição do
Apelante/A., a manutenção da sentença é medida que se impõe. 4. Inviável
a pretensão de manifestação expressa acerca de determinados dispositivos
citados para fins de prequestionamento, posto que dentre as funções do
Poder Judiciário, não lhe é atribuída a de órgão consultivo. 5. O §11 do art.
85 do CPC dispõe que o Tribunal, ao julgar o recurso, majorará os
honorários fixados pelo Juízo a quo, levando-se em conta o trabalho
realizado em grau recursal, destarte, in casu, arbitrando-se honorários

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NR.PROCESSO: 5086150.55.2016.8.09.0051
recursais em R$ 300,00 (trezentos reais), todavia, suspensa a exigibilidade
do pagamento, por ser a Apelante/A. beneficiária da justiça gratuita (art. 98,
§§ 2º e 3º, do CPC). APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.
SENTENÇA MANTIDA.”
Sendo assim, inviável a pretensão da agravante de reformar a decisão
hostilizada que, consentânea à orientação do Supremo Tribunal Federal, reconheceu o
direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público fora do
número de vagas previstas no edital, desde que demonstrada a preterição da ordem
de classificação.
Ao teor do exposto, nego provimento ao Agravo Interno.
É o voto
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
15

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NR.PROCESSO: 5086150.55.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO
DENEGATÓRIA FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL. Uma vez que a
matéria versada no feito amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal
no representativo da controvérsia indicado no ato agravado (RE n. 837.311/PI - TEMA
784), qual seja, “direito à nomeação de candidatos aprovados fora do número de
vagas previstas no edital de concurso público no caso de surgimento de novas vagas
durante o prazo de validade do certame” e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no mesmo direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno, atendendo-se ao artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, do
CPC/2015. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 09:45:10

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5203567.92.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : MARIZA PIRES SOBRINHO
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARIZA PIRES SOBRINHO


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5203567.92.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5203567.92.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : MARIZA PIRES SOBRINHO
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


DECISÃO DENEGATÓRIA FUNDAMENTADA EM
REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 784/STF. APLICAÇÃO DO
ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no presente
feito amolda-se àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no
julgamento do representativo da controvérsia (RE n. 837.311/PI -
Tema 784) e tendo o acórdão objeto do Recurso Extraordinário
julgado no direcionamento do acórdão paradígma, nega-se
provimento ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E
DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso


Extroardinário na Apelação Civel n. 5203567.92.2017.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o
Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.

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NR.PROCESSO: 5203567.92.2017.8.09.0051
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


5203567.92.2017.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : MARIZA PIRES SOBRINHO
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Mariza Pires Sobrinho (Evento n.


87), em face da decisão inserida no Evento n. 83 que, nos termos do artigo 1.030,
inciso I, alínea “a”, do Código de Processo Civil, negou seguimento ao Recurso
Extraordinário (Evento n. 73) com supedâneo no posicionamento estampado no
recurso representativo da controvérsia julgado pelo Supremo Tribunal Federal (RE n.
837.311/PI - Tema 784).
Aduz a Agravante que a decisão recorrida aplicou de forma equivocada
mencionado paradigma do Supremo Tribunal Federal, o que causou-lhe sérios
prejuízos.
Em suas razões recursais, assevera que “ a formação de cadastro de reserva
tem por finalidade configurar uma lista de mão de obra disponível para que, por
economia e eficiência, no momento em que advir a necessidade pública, os candidatos
em espera possam ser convocados sem a necessidade de instauração do novo
certame, que acarretaria mais despesas desnecessárias ao erário.”

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NR.PROCESSO: 5203567.92.2017.8.09.0051
Prossegue defendendo que “não resta dúvida de que a Agravante tem direito
a ser convocada, nomeada, empossada e incluída no quadro de servidores públicos
do Estado de Goiás, comprovando assim, o seu interesse na presente demanda”.
Por derradeiro, requer o provimento da insurgência, para o fim de conferir
regular processamento ao Recurso Extraordinário.
Isento de preparo, agravente beneficiária da assistência judiciária (Evento n.
90).
Sem contrarrazões (Evento n. 94).
É o relatório. Passo ao voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
A agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Extraordinário, em face do julgamento de representativo da controvérsia - RE n.
837.311/PI - Tema 784.
Pois bem, analisando detidamente os autos, vislumbro que razão não assiste
à agravante. Explico.
Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se, efetivamente,
àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (RE n. 837.311/PI -
Tema 784), em que a Suprema Corte manifestou-se definitivamente a respeito.
Confira-se:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO
VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE
VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE
SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE
DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. IN CASU, A
ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA
DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E
INADIÁVEL DE PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO
ART. 37, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO.
PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA
EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA,
BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA PROTEÇÃO DA
CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO.
INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O
postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o
Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários
do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O edital do
concurso com número específico de vagas, uma vez publicado, faz exsurgir

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NR.PROCESSO: 5203567.92.2017.8.09.0051
um dever de nomeação para a própria Administração e um direito à
nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de
vagas. Precedente do Plenário: RE 598.099 - RG, Relator Min. Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, DJe 03-10-2011. 3. O Estado Democrático de
Direito republicano impõe à Administração Pública que exerça sua
discricionariedade entrincheirada não, apenas, pela sua avaliação unilateral
a respeito da conveniência e oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos
direitos fundamentais e demais normas constitucionais em um ambiente de
perene diálogo com a sociedade. 4. O Poder Judiciário não deve atuar como
‘Administrador Positivo’, de modo a aniquilar o espaço decisório de
titularidade do administrador para decidir sobre o que é melhor para a
Administração: se a convocação dos últimos colocados de concurso público
na validade ou a dos primeiros aprovados em um novo concurso. Essa
escolha é legítima e, ressalvadas as hipóteses de abuso, não encontra
obstáculo em qualquer preceito constitucional.5. Consectariamente, é cediço
que a Administração Pública possui discricionariedade para, observadas as
normas constitucionais, prover as vagas da maneira que melhor convier para
o interesse da coletividade, como verbi gratia, ocorre quando, em função de
razões orçamentárias, os cargos vagos só possam ser providos em um
futuro distante, ou, até mesmo, que sejam extintos, na hipótese de restar
caracterizado que não mais serão necessários. 6. A publicação de novo
edital de concurso público ou o surgimento de novas vagas durante a
validade de outro anteriormente realizado não caracteriza, por si só, a
necessidade de provimento imediato dos cargos. É que, a despeito da
vacância dos cargos e da publicação do novo edital durante a validade do
concurso, podem surgir circunstâncias e legítimas razões de interesse
público que justifiquem a inocorrência da nomeação no curto prazo, de modo
a obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do direito subjetivo à
nomeação dos aprovados em colocação além do número de vagas. Nesse
contexto, a Administração Pública detém a prerrogativa de realizar a escolha
entre a prorrogação de um concurso público que esteja na validade ou a
realização de novo certame. 7. A tese objetiva assentada em sede desta
repercussão geral é a de que o surgimento de novas vagas ou a abertura de
novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame
anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de
preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizadas
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação de
aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero
(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: I) Quando a
aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099);
II) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem
de classificação (Súmula 15 do STF); III) Quando surgirem novas vagas, ou
for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e
imotivada por parte da administração nos termos acima. 8. In casu,
reconhece-se, excepcionalmente, o direito subjetivo à nomeação aos
candidatos devidamente aprovados no concurso público, pois houve, dentro

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NR.PROCESSO: 5203567.92.2017.8.09.0051
da validade do processo seletivo e, também, logo após expirado o referido
prazo, manifestações inequívocas da Administração piauiense acerca da
existência de vagas e, sobretudo, da necessidade de chamamento de novos
Defensores Públicos para o Estado. 9. Recurso Extraordinário a que se nega
provimento.” (STF, RE nº 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 072, Publicado
em 18/04/2016).
O acórdão objeto do Recurso Extraordinário, cuja ementa se vê no Evento n.
45, decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma
acima transcrito. Veja-se:
“AÇÃO DECLARATÓRIA DE DIREITO À NOMEAÇÃO/POSSE EM CARGO
PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS. APROVAÇÃO EM CADASTRO DE
RESERVA. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO. CONTRATAÇÕES
TEMPORÁRIAS. NÃO DEMONSTRAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE VAGAS
COMPATÍVEIS COM SUA CLASSIFICAÇÃO. PREQUESTIONAMENTO. 1.
No caso concreto, a mera expectativa de direito só se convolaria em direito
subjetivo se fosse comprovado de forma inequívoca a existência de vagas
ou o exercício das mesmas funções pelos contratados temporários e, ainda
assim, caberia à Administração escolher o momento oportuno dentro do
prazo de validade do certame para realizar a nomeação. 2. Embora o órgão
julgador esteja obrigado a se expressar a respeito de cada argumentação
este não precisa se manifestar de cada artigo ou súmula relacionados à
matéria. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA. SENTENÇA
MANTIDA.”
Nesse contexto, inviável a pretensão da agravante de reformar a decisão
agravada, visto que está em perfeita consonância com o paradigma julgado pela
Suprema Corte, no tocante ao direito à nomeação de candidatos fora do número de
vagas previstas no edital de concurso público, tornando-se inafastável a aplicação do
artigo 1.030, inciso I, alínea “a”, Código de Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
10

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NR.PROCESSO: 5203567.92.2017.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO
DENEGATÓRIA FUNDAMENTADA EM REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 784/STF.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030, INCISO I, ALÍNEA “A”, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no presente feito amolda-se
àquela apreciada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do representativo da
controvérsia (RE n. 837.311/PI - Tema 784) e tendo o acórdão objeto do Recurso
Extraordinário julgado no direcionamento do acórdão paradígma, nega-se provimento
ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Arguição de Inconstitucionalidade Acolhida - Data


da Movimentação 19/02/2020 09:50:08

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5602730.91.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : ADRIANA CANDIDA DA SILVA E OUTROS
POLO PASSIVO : JOSÉ ELIAS FERNANDES
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ADRIANA CANDIDA DA SILVA E OUTROS


ADVG. PARTE : 34705 GO - ANDRE LUIZ SOARES BERNARDES

PARTE INTIMADA : JOSÉ ELIAS FERNANDES


ADVG. PARTE : 6272 MT - LUIZ PAULO GONSALVES DE RESENDE

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5602730.91.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Desembargadora Beatriz Figueiredo Franco

ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI

N.º 5602730.91.2018.8.09.0000

COMARCA : ARAGARÇAS

ÓRGÃO ESPECIAL

ARGUENTE : QUINTA TURMA JULGADORA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

RELATORA : DESª. BEATRIZ FIGUEIREDO FRANCO

VOTO

Conheço do incidente porque inédito (parágrafo único 1 , artigo 481, CPC) e indispensável ao
julgamento do recurso no bojo do qual aventado.

Ao modo de introduzir o debate acerca da validade da Lei n.º 1.859/2018 do município de


Aragarças, esclareça-se que as regras constitucionais básicas sobre processo legislativo, ordinário, sumário ou
especial, são normas de observância obrigatória, as quais simetricamente dispõem-se na Constituição Federal,
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas.

A aludida Lei n.º 1.859/2018 de Aragarças, que fixa “oficialmente local de funcionamento da ‘FEIRA
DA LUA’ e dá outras providências”, deflagrada por iniciativa do Legislativo local, ostenta os seguintes
dispositivos:

Art. 1º - A Feira da Lua criada pela Lei 1.228/2001, destina-se a


venda a varejo direto ao consumidor final de produtos e serviços de qualquer
natureza, dentre os quais frutas, verduras e legumes; animais vivos e seus
subprodutos; alimentação e lazer; subprodutos de extração animal e vegetais;
confecções e artesanatos; plantas ornamentais e derivados da extração vegetal,
bem como todo e qualquer produto que tenha pôr fim a complementação da
renda familiar e o fim social do livre comércio.

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NR.PROCESSO: 5602730.91.2018.8.09.0000
Art. 2º - Fica estabelecida a Rua Luiz Rodrigues Magalhães (antiga
Rua 03/três) / (entre Av. Ministro João Alberto a Firmino Pereira Maia) no Setor
Araguaia para o funcionamento da feira livre denominada “FEIRA DA LUA”.

Art. 3º - Fica o Poder Executivo autorizado conceder, admitir, permitir,


disciplinar, regulamentar e fiscalizar a exploração comercial da feira da lua,
observando o fim social a que se propõe.

Art. 4º - A Feira da Lua funcionária aos Sábados no horário de


06h:00m (seis) às 23h:00m (vinte três) horas.

Art. 5º - Os pontos de individualização e localização de cada feirante


poderão ser fixados pelo Poder Executivo, respeitando a ordem de preferência
daqueles já instalados e reconhecidos por seus pontos comerciais, sob pena de
crime de abuso de poder.

Art. 6º - Os pontos comerciais instalados fora ou além dos limites


fixados pelo Executivo terão prazo máximo de 15 dias para buscar a devida
regularização, a contar da data da notificação sobre o fato.

Art. 7º - Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará em


vigor na data de sua publicação.

Esta proposição foi aprovada pelo Poder Legislativo e enviada ao Chefe do Executivo, dele
recebendo veto integral em razão do vício de iniciativa (movimentação n.º 11, último arquivo). A despeito do
veto do alcaide, o diploma municipal foi promulgado pela Casa de Leis em 27 de junho de 2018.

Infere-se de simples leitura que, por iniciativa parlamentar, o questionado diploma legal fixou o local
de funcionamento da “Feira da Lua”, inovando “na gestão dos bens públicos municipais bem como na estrutura
administrativa do Executivo local para exercer o mister de fiscalizar as atividades objeto da lei”, conforme bem
asseverado pela ilustre Subprocuradora-Geral de Justiça, matérias manifestamente reservadas à iniciativa do
Chefe do Executivo.

Do quadro, observa-se sem esforço haver inconstitucionalidade orgânica na Lei n.º 1.859/2018 do
município de Aragarças por vício de iniciativa (artigo 77, I e V, Constituição do Estado de Goiás), a implicar
infração à independência entre os Poderes (artigo 2º, Constituição do Estado de Goiás). Vejam-se os
preceptivos da Carta Estadual:

Art. 2º - São poderes do Estado, independentes e harmônicos entre


si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

… omissis…

Art. 77 - Compete privativamente ao Prefeito:

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NR.PROCESSO: 5602730.91.2018.8.09.0000
I – exercer a direção superior da administração municipal;

… omissis ...

V - dispor sobre a estruturação, atribuições e funcionamento dos


órgãos da administração municipal;

… omissis ...

A mácula de origem contamina todo o processo legislativo e, por si só, invalida o normativo. Neste
sentido ecoa a jurisprudência deste tribunal, espelhada nos seguintes precedentes:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMENDA À LEI


MUNICIPAL Nº 075/2017. INICIATIVA PARLAMENTAR. VÍCIO DE ORIGEM E
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DOS PODERES ESTATAIS.
INICIATIVA RESERVADA AO PREFEITO. OFENSA AOS ARTS. 2º e 77, inciso
V, DA CARTA ESTADUAL. 1. É da competência privativa do Chefe do Poder
Executivo Municipal a deflagração de processo legislativo que trate das matérias
elencadas no artigo 77 e incisos da Constituição Estadual. 2. A iniciativa para a
elaboração de lei é condição de validade do próprio processo legislativo, do que
resulta, uma vez não observada, a ocorrência de inconstitucionalidade formal. 3.
Nessa perspectiva, em conformidade com a jurisprudência deste Tribunal,
evidencia-se a inconstitucionalidade formal, por vício de iniciativa, da Emenda à
Lei Orgânica do Município de Goiânia n. 075/2017, que dispôs sobre matéria
pertinente a estruturação, atribuições e funcionamento dos órgãos da
administração municipal (art.77 da Constituição do Estado de Goiás e artigo 89,
inciso III, da Lei Orgânica do Município de Goiânia), por afronta aos artigos 2º,
caput, e 77, inciso V, ambos da Constituição do Estado de Goiás, eis que tal
matéria é reservada à iniciativa legislativa constitucionalmente outorgada ao
Prefeito, e afronta ao princípio da separação dos Poderes. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE.

(TJGO, Órgão Especial, ADI n.º 5061055-11.2018.8.09.0000, rel.ª


Des.ª Nelma Branco Ferreira Perilo, DJe de 14/6/2019)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. Nº


12.215/2012 DO MUNICÍPIO DE ALEXÂNIA. REVOGAÇÃO NA ÍNTEGRA DA
LEI MUNICIPAL N. 1.192/2011. VÍCIO FORMAL. INVASÃO DO PODER
LEGISLATIVO EM MATÉRIA ATINENTE À ESTRUTURAÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. INICIATIVA RESERVADA DO CHEFE DO
EXECUTIVO. Verifica-se, no caso, a existência de vício formal na Lei Municipal
nº 12.215/2012, de iniciativa da Câmara Municipal de Alexânia - que revogou na
íntegra a Lei n. Lei n. 1.192/2011 -, cuja matéria ali tratada, era referente à
estruturação da Administração Pública, sendo a iniciativa de competência
privativa do Chefe do Executivo Municipal, de modo que não poderia o
Legislativo dispor a respeito, sob pena de indevida ingerência em gestão
administrativa de outro Poder e afronta ao princípio da harmonia, separação e
independência dos Poderes, consoante disposições contidas nos artigos 2º; e 77,

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NR.PROCESSO: 5602730.91.2018.8.09.0000
incisos I e V, da Constituição do Estado de Goiás. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada procedente.

(TJGO, Órgão Especial, ADI n.º 388160-82.2012.8.09.0000, rel. Des.


João Waldeck Felix de Sousa, DJ de 5/8/2015)

Desse modo, ante o desrespeito à iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo municipal em
matéria pertinente à administração do município, conferida pela Constituição do Estado de Goiás ao Prefeito,
com o auxílio de seus secretários (artigo 732), impõe-se reconhecer o vício de forma da lei em voga.

Impende ressaltar, ainda, que ao Legislativo não é dado dispor a respeito do exercício de
prerrogativa do Chefe do Executivo, autorizando-o, a título exemplificativo, a “conceder, admitir, permitir,
disciplinar, regulamentar e fiscalizar a exploração comercial da feira da lua”. Convencionalmente denominadas
proposições autorizativas, normas desse jaez são comumente utilizadas para burlar a iniciativa exclusiva ou
reservada do alcaide.

Em razão do exposto, acolhendo o parecer ministerial, julgo procedente a arguição para declarar
incidentalmente a inconstitucionalidade formal da Lei n.º 1.859 de 27 de junho de 2018 do município de
Aragarças por afronta aos artigos 2º, 73 e 77, incisos I e V, da Constituição do Estado de Goiás.

Documento datado e assinado por meio digital.

1Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade,
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

2Art. 73. O Poder Executivo do Município é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos Secretários Municipais.

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NR.PROCESSO: 5602730.91.2018.8.09.0000
EMENTA: CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE. LEI
N.º 1.859/2018 DO MUNICÍPIO DE ARAGARÇAS. VÍCIO DE INICIATIVA
(ARTIGOS 73 E 77, I E V, CE) A IMPLICAR EM OFENSA AO PRINCÍPIO DA
SEPARAÇÃO DOS PODERES (ARTIGO 2º, CE). ARGUIÇÃO PROCEDENTE.

1. A Lei n.º 1.859/2018 do município de Aragarças, que fixa


“oficialmente local de funcionamento da ‘FEIRA DA LUA’ e dá outras
providências”, de gênese parlamentar, recebeu veto integral do Prefeito,
mas foi promulgada pela casa de leis em 27 de junho de 2018. Simples
leitura do normativo revela sua inconstitucionalidade orgânica por vício de
iniciativa (artigos 73 e 77, I e V, CE), porquanto reservada ao chefe do
executivo a deflagração de lei versante sobre a administração municipal e o
exercício das prerrogativas do alcaide.

2. A inobservância da iniciativa de lei também arrosta a harmonia


entre os poderes Legislativo e Executivo, traçadas no artigo 2º da
Constituição do Estado de Goiás.

3. Arguição acolhida. Inconstitucionalidade formal da Lei


municipal n.º 1.859/2018 de Aragarças declarada incidentalmente.

ACÓRDÃO

Vista, relatada e discutida esta ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI N.º


5602730.91.2018.8.09.0000, da comarca de ARAGARÇAS-GO, em que é arguente QUINTA TURMA
JULGADORA DA 4ª CÂMARA CÍVEL.

DECISÃO: Decide o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos componentes da Órgão
Especial, por unanimidade de votos, acolher e declarar procedente a arguição nos termos do voto da relatora.

Documento datado e assinado por meio digital

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Não Concedida a Medida Liminar - Data da
Movimentação 18/02/2020 22:31:10

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5049866.65.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : LUCA LIMA OLIVEIRA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PÚBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUCA LIMA OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 54182 GO - HEITOR DE SOUZA SOARES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5049866.65.2020.8.09.0000
Gabinete do Desembargador Carlos Roberto Fávaro

Órgão Especial

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5049866.65.2020.8.09.0000

IMPETRANTE: LUCA LIMA OLIVEIRA


IMPETRADO: DESEMBARGADOR DA SEXTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
RELATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO


JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. ATO JUDICIAL RECORRÍVEL.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. ABUSIVIDADE E
TERATOLOGIA NÃO EVIDENCIADAS. 1. A impetração de
mandado de segurança contra ato judicial é medida que se
reveste de caráter excepcional, sendo admitida tão somente nas
hipóteses em que inexista instrumento recursal próprio e
adequado, bem como em caso de evidente ilegalidade ou
teratologia do ato impugnado, circunstâncias não evidenciadas
no caso em apreço. PETIÇÃO INICIAL INDEFERIDA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

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NR.PROCESSO: 5049866.65.2020.8.09.0000
Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA, com pedido liminar, impetrado por LUCA
LIMA OLIVEIRA contra decisão judicial proferida pelo DESEMBARGADOR NORIVAL
SANTOMÉ, componente da 6ª Câmara Cível desta Corte, consubstanciado no
deferimento do pedido de atribuição de efeito suspensivo ao agravo de instrumento
(protocolo nº 5602450.86.2019.8.09.0000), interposto contra o decisum proferido pelo
Juiz de Direito da Vara de Família e Sucessões da Comarca de Mineiros, Dr. Demétrio
Mendes Ornelas Júnior, nos autos de embargos de terceiro (protocolo nº
5514457.78.2019.8.09.0105) opostos em desfavor do ESPÓLIO de THESSALÔNICO
DE OLIVEIRA e AMBROSINA VILELA DE OLIVEIRA.

Na petição inicial, o impetrante narra que opôs embargos de terceiro colimando a


proteção de seu direito de posse do imóvel objeto de discussão em processo diverso,
sob o argumento de que a exerce há 06 (seis) anos, “figurando como arrendatário por
meio de contrato de arrendamento devidamente registrado e celebrado no ano de
2014”.

Assevera que, nos autos da predita ação, sobreveio decisão liminar, na qual o julgador
singular deferiu o requerimento de tutela provisória de urgência formulado na exordial,
a fim de conceder-lhe a manutenção da posse direta provisória do bem.

Esclarece que, visando a desconstituição do referido decisum, a parte requerida


interpôs agravo de instrumento (protocolo nº 5602450.86.2019.8.09.0000), “com
alegações infundadas, induzindo o juízo a erro com uma série de inverdades”.

Acrescenta que, concluso o feito a este e. Tribunal Estadual, o Relator,


Desembargador Norival Santomé, obstou os efeitos da decisão agravada, “de forma
padronizada e sem apreciação das particularidades do caso em questão”, em decisão
unipessoal, contra a qual opôs embargos de declaração, bem como interpôs agravo
interno, os quais se encontram pendentes de julgamento.

Discorre sobre dispositivos legais justificadores do cabimento da via processual eleita


e, na sequência, sustenta que logrou demonstrar os requisitos previstos no art. 7º,
inciso III, da Lei nº 12.016/09, que autorizam o deferimento de liminar.

Defende que a fumaça do bom direito resta comprovada, uma vez que foi “
liminarmente mantido na posse do imóvel em virtude da existência do contrato de
arrendamento, sendo o legítimo possuidor direto da gleba de terra de nº 4 desde o ano
de 2014”.

Acrescenta que, de igual sorte, evidencia-se o perigo da demora, na medida em que

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NR.PROCESSO: 5049866.65.2020.8.09.0000
poderá sofrer “graves prejuízos de ordem financeira que podem ultrapassar o valor de
R$1.000.000,00 (um milhão de reais)”, porquanto “possui débitos contraídos para
aquisição de maquinários e investimentos na área”, que somente poderá saldar com a
continuidade de suas atividades agrícolas.

Nas linhas seguintes, preconiza que o direito líquido e certo arguido “tem amparo legal
na Lei 4.504/64 e no Decreto nº 59.566/66 (Lei do Contrato de Arrendamento)”, ao
passo em que ressai a ilegalidade do ato judicial impugnado, “ante a omissão e a
consequente falta de apreciação correta dos fatos e provas contida nos autos”.

Ao final, requer a concessão, em definitivo, da segurança, consoante fundamentação


expendida.

Instado, o impetrante juntou prova do pagamento das custas iniciais (mov. 6, doc. 2),
bem como petição em que manifestou-se acerca do possível não cabimento da ação
mandamental impetrada (mov. 6, doc. 1).

É o relatório. Decido.

De plano, ressai a existência de óbice impeditivo do processamento do presente


mandamus.

Com efeito, trata-se o mandado de segurança de instrumento dirigido à proteção de


direito líquido e certo contra ato abusivo ou ilegal de autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (CF, art. 5º, LXIX).

Portanto, afigura-se errônea a impetração da ação constitucional como sucedâneo de


recurso previsto em lei.

A Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/2009), prevê, em seu artigo 5º, inciso II,
que “não se concederá mandado de segurança quando se tratar de decisão judicial da
qual caiba recurso com efeito suspensivo”.

De igual sentir, a Súmula nº 267 do STF enuncia que “Não cabe mandado de
segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição”.

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NR.PROCESSO: 5049866.65.2020.8.09.0000
Nesse contexto, segundo firme entendimento doutrinário e jurisprudencial, a
impetração de mandado de segurança contra decisão judicial é medida que se reveste
de caráter excepcional, sendo admitida tão somente nas hipóteses em que inexista
instrumento recursal próprio e adequado, bem como em caso de evidente ilegalidade
ou teratologia do ato impugnado.

Corroboram os seguintes precedentes do STJ:

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO MANDADO DE


SEGURANÇA. ATO JUDICIAL. INEXISTÊNCIA DE
TERATOLOGIA, ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER.
IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO COMO SUCEDÂNEO
RECURSAL. 1. Não é admitida a utilização do mandado de
segurança impetrado contra ato judicial quando não eivado
de patente teratologia, ilegalidade ou abuso de poder, sendo
certa a impossibilidade de manejo dessa ação constitucional
com intuito de sucedâneo recursal. Precedentes. (Súmula
267/STF). (STJ, AgRg no MS 20.981/DF, Rel. Ministro Sidnei
Beneti, Corte Especial, DJe 20/08/2014). 2. No caso concreto, o
ato acoimado de coator, de forma devidamente fundamentada,
sem portanto incorrer em teratologia, consistiu na negativa de
provimento ao agravo em recurso especial em virtude da
aplicação da Súmula 343 do STF, uma vez que assentada, pelo
Tribunal a quo, a existência de controvérsia sobre o tema
controvertido à época do julgado rescindendo. 3. Agravo interno
não provido.” (STJ, AgInt no MS 25.099/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 18/12/2019, DJe 04/02/2020,
negritou-se).

“AGRAVO INTERNO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO


DE SEGURANÇA. ATO JUDICIAL. GRATUIDADE JUDICIÁRIA.
PEDIDOS REITERADOS EFETUADOS PELA IMPETRANTE.
INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE
MODIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO ECONÔMICA. ILEGALIDADE
OU TERATOLOGIA DA DECISÃO. INEXISTÊNCIA. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 267/STF. NÃO PROVIMENTO. 1. Não cabe
mandado de segurança contra ato judicial passível de
recurso ou correição, nos termos da Súmula n. 267 do STF,
regra que pode ser mitigada em casos de manifesta
ilegalidade ou teratologia do ato impugnado. 2. No caso em
exame, a impetrante teve indeferidos seus reiterados pedidos de
justiça gratuita, sempre com base em elementos indicativos de
que aufere boa renda mensal, de modo a não necessitar do
benefício, e não houve comprovação de modificação de sua
situação econômica. 3. Agravo interno a que se nega provimento.
” (STJ, AgInt nos EDcl no RMS 59.185/RJ, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 17/12/2019, DJe 19/12/2019,

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negritou-se).

“PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA.


IMPETRAÇÃO CONTRA ATO JUDICIAL. INADMISSIBILIDADE.
EXCEPCIONALIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. Conforme
estabelecido pelo Plenário do STJ, 'aos recursos interpostos com
fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17
de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de
admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações
dadas até então pela jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça' (Enunciado Administrativo n. 2). 2. O Superior Tribunal
de Justiça tem entendimento uniforme de que o mandado de
segurança – instituto que visa a proteção de direito líquido e
certo contra ato abusivo ou ilegal de autoridade pública –
não pode ser utilizado como sucedâneo recursal, sob pena
de se desnaturar a sua essência constitucional. 3. Em
hipóteses excepcionais, quando o ato judicial é eivado de
ilegalidade, teratologia ou abuso de poder, esta Corte tem
abrandado o referido posicionamento. 4. No caso, a parte
impetrante se volta contra ato judicial concreto – decisão
proferida no bojo de medida cautelar, que indeferiu o seu
ingresso no feito, aferindo ausência de interesse jurídico –
passível de impugnação via agravo de instrumento, o que torna
incabível a impetração do writ. 5. Agravo interno desprovido.” (
STJ, AgInt nos EDcl nos EDcl no RMS 49.266/RS, Rel. Ministro GURGEL
DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/2019, DJe 12/12/2019,
negritou-se).

Acerca da temática, o processualista Fredie Didier Jr. ensina que “Quanto a atos
judiciais, todavia, para conhecimento da impetração, exige-se a presença cumulativa
de três requisitos: i) inexistência de instrumento recursal idôneo; ii) não formação de
coisa julgada; e iii) ocorrência de teratologia na decisão atacada.” (In Ações
Constitucionais. 5ª edição. Juspodivm. Página 125).

Ainda consoante leciona o Ministro João Otávio de Noronha, “(…) decisão


teratológica é aquela decisão esdrúxula, aberrante, sem nenhum amparo” (STJ, RMS
050643, in DJe de 06.06.2016).

Na hipótese, cuida-se de mandado de segurança impetrado contra ato ilegal atribuído


ao Desembargador Norival Santomé, da 6ª Câmara Cível desta Corte,
consubstanciado no deferimento do pedido de atribuição de efeito suspensivo ao
agravo de instrumento (protocolo nº 5602450.86.2019.8.09.0000).

A propósito, eis o que dispôs o decisum em referência:

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NR.PROCESSO: 5049866.65.2020.8.09.0000
“(…).

Feitas essas considerações, e considerando que o agravado


poderá ocupar a gleba que não lhe fora partilhada, ocorrendo,
destarte, dano irreparável ao agravante, vislumbro presentes os
requisitos necessários ao deferimento , atribuindo o efeito
suspensivo.
Esclareço que as demais questões suscitadas nas razões da
recorrente serão analisadas com maior profundidade por ocasião
do julgamento do presente agravo de instrumento.
Por fim, deve ser realçado o caráter provisório desta decisão, que
poderá ser modificada ao longo do procedimento, à vista da
formação do contraditório e do definitivo conjunto probatório que,
certamente, constará dos autos após a conclusão do trâmite
recursal.
Assim, diante da presença dos requisitos autorizadores
mencionados no parágrafo único do artigo 995 do Código de
Processo Civil, DEFIRO o EFEITO SUSPENSIVO pleiteado, a fim
de obstar os efeitos da decisão que manteve a suspensão dos
efeitos da ordem de desocupação em relação ao embargante de
terceiro, Luca Lima de Oliveira, ou seja, fica mantida a ordem de
desocupação.” (Grifo original).

Observa-se que o propalado ato é suscetível de impugnação por agravo interno


para o órgão colegiado, nos termos do art. 1.021 do Código de Processo Civil.

Infere-se, demais disso, que a decisão impugnada, malgrado tenha sido proferida em
desacordo com os interesses do impetrante, não se mostra teratológica, não
contém ilegalidade e não represente abuso de poder, porquanto encontra-se
devidamente fundamentada segundo a cognição sumária do julgador, própria do
momento processual, à luz das particularidades do caso concreto.

Nesses termos, verificando que o impetrante se utilizou inadequadamente do writ, a


sua extinção, por ausência de condição da ação, é a medida que se impõe.

Diante do exposto, nos termos dos artigos 10 da Lei nº 12.016/09 e 249 do RITJGO,
INDEFIRO LIMINARMENTE A PETIÇÃO INICIAL do presente mandamus e, por
consequência, denego a segurança pleiteada.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5049866.65.2020.8.09.0000
É como decido.

Intimem-se.

Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


RELATOR
1007/FF

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 10:08:47

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0079185.59.2010.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : JORIVE TAVARES
POLO PASSIVO : BANCO DO BRASIL S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL S/A


ADVGS. PARTE : 26634 GO - LEANDRO CÉSAR AZEVEDO MARTINS
24200 GO - LUIZ GONZAGA SOARES GIL

PARTE INTIMADA : JORIVE TAVARES


ADVG. PARTE : 23869 GO - DIOGO CAMPOS VIEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0079185.59.2010.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NO AGRAVO INTERNO NOS


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL N.
0079185.59.2010.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
AGRAVADO : JORIVE TAVARES

EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL.


DECISÃO DENEGATÓRIA FUNDAMENTADA EM
RECURSO REPETITIVO. APLICAÇÃO DO ARTIGO
1.030, INCISO I, ALÍNEA “B”, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria versada no
presente feito amolda-se àquela apreciada pelo Superior
Tribunal de Justiça no julgamento do representativo da
controvérsia (REsp n. 1.361.730/RS – Tema 919) e
tendo o acórdão objeto do Recurso Especial julgado no
mesmo direcionamento do acórdão paradigma, nega-se
provimento ao Agravo Interno. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no


Recurso Especial no Agravo Interno nos Embargos de Declaração na Apelação Cível
n. 0079185.59.2010.8.09.0051, da Comarca de Goiânia.

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NR.PROCESSO: 0079185.59.2010.8.09.0051
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão
pelos integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em conhecer e
desprover o Agravo Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora
de Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
8

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NR.PROCESSO: 0079185.59.2010.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL NO AGRAVO INTERNO NOS


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL N.
0079185.59.2010.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
AGRAVADO : JORIVE TAVARES

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto pelo Banco do Brasil S.A. (Evento n.


104), em face da decisão inserida no Evento n. 100 que, nos termos dos artigos 1.030,
inciso I, alínea “b”, do Código de Processo Civil, negou seguimento ao Recurso
Especial (Evento n. 91), nessa parte, com supedâneo no posicionamento estampado
no recurso representativo da controvérsia julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (
REsp n. 1.361.730/RS - Tema 919).
Em suas razões, o agravante aduz que a decisão recorrida “analisou o tema
com fundamento na DATA DO PAGAMENTO, não se amoldando no presente caso,
em que SE ALEGA QUE HOUVE DESPACHO CITATÓRIO TARDIO e não com
fundamento na data do pagamento (motivo do RESP 1361730-RS).”
Requer a reconsideração do ato agravado ou “caso assim não entenda, que
submeta o presente recurso ao órgão Colegiado competente, a fim de que julgue o
caso.”
Preparo (Evento n. 104).
Contrarrazões (Evento n. 111).
É o relatório. Passo ao voto.

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NR.PROCESSO: 0079185.59.2010.8.09.0051
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Agravo Interno,
sobretudo nos termos do artigo 1.030, § 2º, do Código de Processo Civil.
O agravante insurge-se contra a decisão que negou seguimento ao Recurso
Especial, em face do julgamento de representativo da controvérsia - REsp n.
1.361.730/RS - Tema 919.
Pois bem.
Analisando detidamente os autos, vislumbro que razão não assiste ao
agravante. Explico.
Verifica-se que a matéria versada no presente feito amolda-se, efetivamente,
àquela apreciada no recurso paradigma indicado no ato agravado (REsp n.
1.361.730/RS - Tema 919), em que a Corte Superior manifestou-se definitivamente a
respeito. Confira-se:
“RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (CPC/73,
ART. 543-C). PROCESSUAL CIVIL. CIVIL E BANCÁRIO. CÉDULA DE
CRÉDITO RURAL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESCRIÇÃO.
PRAZO: VINTENÁRIO NO CÓDIGO CIVIL/1916 (ART. 177); TRIENAL NO
CÓDIGO CIVIL/2002 (ART. 206, § 3º, IV). TERMO INICIAL: DATA DO
PAGAMENTO. CASO CONCRETO: RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.
1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil de 1973:
1.1. - ‘A pretensão de repetição de indébito de contrato de cédula de crédito
rural prescreve no prazo de vinte anos, sob a égide do art. 177 do Código
Civil de 1916, e de três anos, sob o amparo do art. 206, § 3º, IV, do Código
Civil de 2002, observada a norma de transição do art. 2.028 desse último
Diploma Legal’;
1.2. - ‘O termo inicial da prescrição da pretensão de repetição de indébito de
contrato de cédula de crédito rural é a data da efetiva lesão, ou seja, do
pagamento.’
2. Caso concreto: prescrição da pretensão.
3. Recurso especial a que se nega provimento.”
(STJ, REsp n. 1.361.730/RS, Rel. Min. Raul Araújo, DJe 28/10/2016).
O acórdão objeto do Recurso Especial, cuja ementa se vê no Evento n. 56,
decidiu no mesmo direcionamento daquele estabelecido no recurso paradigma acima
transcrito. Vejamos:
“AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C EXIBIÇÃO DE
DOCUMENTOS. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. ANÁLISE DE
ESTORNOS NO MOMENTO OPORTUNO. AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS.
1. O objeto da lide consiste em repetição de indébito referente à incidência
do plano Collor em 15 de março de 1990 nas operações de crédito
entabuladas entre as partes, e considerando-se a prescrição vintenária
aplicável ao caso vertente em razão da incidência da regra de transição

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NR.PROCESSO: 0079185.59.2010.8.09.0051
contida no art. 2.028 do CC/02 c/c art. 177 do CC/16, a prescrição no caso
em tela dar-se-ia em 15 de março de 2010, contudo o protocolo da presente
ação em 3 de março de 2010 interrompeu o prazo prescricional. 2. No que
concerne à necessidade de consideração dos estornos realizados pelo
agente financeiro referente aos títulos objeto da lide, estes deverão ser
analisados no momento oportuno, qual seja, na fase de liquidação e/ou
cumprimento de sentença. 3. É medida imperativa o desprovimento do
Agravo Interno quando não se fazem presentes, em suas razões, qualquer
novo argumento que justifique a modificação da decisão agravada. AGRAVO
INTERNO CONHECIDO MAS DESPROVIDO.”
Nesse contexto, inviável a pretensão do agravante de reformar a decisão
agravada, visto que está em perfeita consonância com o paradigma julgado pela
Corte Superior, tornando-se inafastável a aplicação do artigo 1.030, inciso I, alínea “b”,
do Código de Processo Civil.
Ao teor do exposto, nego provimento ao presente Agravo Interno.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
8

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NR.PROCESSO: 0079185.59.2010.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. DECISÃO DENEGATÓRIA
FUNDAMENTADA EM RECURSO REPETITIVO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.030,
INCISO I, ALÍNEA “B”, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Uma vez que a matéria
versada no presente feito amolda-se àquela apreciada pelo Superior Tribunal de
Justiça no julgamento do representativo da controvérsia (REsp n. 1.361.730/RS –
Tema 919) e tendo o acórdão objeto do Recurso Especial julgado no mesmo
direcionamento do acórdão paradigma, nega-se provimento ao Agravo Interno.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


10:41:15

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 0097440.55.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Apelação (CPC)
POLO ATIVO : WENDES SOARES DE SOUSA
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : WENDES SOARES DE SOUSA


ADVG. PARTE : 28253 GO - SANDRO DE ABREU SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0097440.55.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0097440.55.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : WENDES SOARES DE SOUSA
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE


INADMITE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NÃO
CABIMENTO. Em caso de inadmissão de Recurso
Especial ou Extraordinário, é cabível o Agravo para o
Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal
Federal, conforme o caso, salvo quando a decisão se
pautar na aplicação de entendimento firmado em regime
de repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos (art. 1.042 do NCPC), o que não é a hipótese
dos autos. AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

ACÓRDÃO
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno no Recurso
Extraordinário na Apelação Cível n. 0097440.55.2016.8.09.0051, da Comarca de
Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes do Órgão Especial, à unanimidade de votos, em não conhecer o Agravo
Interno, nos termos do voto do Presidente-Relator.
Presidiu a sessão o Desembargador Walter Carlos Lemes.
Presente a Drª. Ana Cristina Ribeiro Peternella França, Procuradora de
Justiça.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0097440.55.2016.8.09.0051
WALTER CARLOS LEMES
Presidente
20

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0097440.55.2016.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA APELAÇÃO CÍVEL N.


0097440.55.2016.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE: WENDES SOARES DE SOUSA
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de Agravo Interno interposto por Wendes Soares de Sousa (Evento


n. 99), em face da decisão inserida no Evento n. 95 que, em exercício do juízo de
admissibilidade, inadmitiu o Recurso Extraordinário.
Em suas razões, o agravante, argumenta, em síntese, que: “é inadmissível,
por absoluta falta de lógica, a ideia da realização de concurso e/ou processo seletivo
simplificado que realize despesa e se cobre por inscrições para fazer um concurso
público de formação de “cadastro de reserva” apenas para, durante seu prazo de
validade, ter uma lista dos melhores candidatos somente por tê-la e, uma vez cessada
a validade, descartá-la por falta de serventia”.
Requer ao final que, “no sentido de conhecer o Recurso Extraordinário
interposto e determinar sua remessa ao Supremo Tribunal Federal, para que então
seja analisado o mérito recursal”.
Agravante beneficiário da gratuidade da justiça (Evento n. 07).
Sem contrarrazões (Evento n. 104).
É o relatório. Passo ao voto.
Emerge, na hipótese versada, a dicção do art. 1.042 do novo Código de
Processo Civil, ao estabelecer que, em caso de inadmissão de Recurso Especial ou
Extraordinário, é cabível o Agravo para o Superior Tribunal de Justiça ou Supremo
Tribunal Federal, conforme o caso, salvo quando a decisão se pautar na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos
repetitivos, o que não é a hipótese dos autos.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0097440.55.2016.8.09.0051
Sobre o tema, eis a provecta jurisprudência pacificada:
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. NÃO FORNECIMENTO DE
DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR. ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE
DANOS. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA
IMPUGNAR DECISÃO QUE NEGA SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL.
RECURSO INCABÍVEL. I - Para atacar a decisão que inadmite
o apelo especial, o recurso cabível é o agravo previsto
no art. 1.042 do Código de Processo Civil de 2015.
Ressalte-se que a interposição equivocada de recurso
quando há expressa disposição legal e ausente dúvida
objetiva, constitui manifesto erro grosseiro. Dessa
forma, inaplicável o princípio da fungibilidade. II -
Agravo interno improvido." (STJ, Rel. Min. Francisco
Falcão, AgInt no AREsp 1004764/AP, Segunda Turma, DJ de
13/06/2017). (Grifei)
“Contra decisão do presidente ou do vice-presidente do
tribunal recorrido que não admite recurso extraordinário
ou recurso especial não cabe agravo interno. O recurso
cabível é apenas o agravo nos próprios autos, a ser
encaminhado ao STF ou ao STJ conforme o caso. Nesse
sentido: STJ-Corte Especial, AI 830.386-EDcl-AgRg-RE-
AgRg, Min. Gomes de Barros, j. 5.3.08, DJU 22.4.08.
Ainda: 'O erro grosseiro afasta a possibilidade de
incidência do princípio da fungibilidade dos recursos e
de, no presente caso, receber o agravo regimental
anterior como agravo de instrumento' (STJ-Corte Especial,
REsp 965.246-AgRg-RE-AgRg-AgRg, Min. César Rocha, j.
1.8.08, DJ 25.8.08).” (Theotônio Negrão, Código de
Processo Civil e Legislação Processual em vigor, Ed.
Saraiva, 44ª ed., 2012, p. 738).
Ao teor do exposto, não conheço do recurso porque manifestamente
incabível.
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

WALTER CARLOS LEMES


Presidente
20

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0097440.55.2016.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE INADMITE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. Em caso de inadmissão de Recurso
Especial ou Extraordinário, é cabível o Agravo para o Superior Tribunal de Justiça ou
Supremo Tribunal Federal, conforme o caso, salvo quando a decisão se pautar na
aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento
de recursos repetitivos (art. 1.042 do NCPC), o que não é a hipótese dos autos.
AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 17/02/2020


15:02:25

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5062761.23.2020.8.09.0044
CLASSE PROCESSUAL : Incidente de Suspeição
POLO ATIVO : ORFIL ORGANIZADORA FORMOSENSE DE IMOVEIS E OUTROS
POLO PASSIVO : DESEMBARGADORA BEATRIZ FIGUEIREDO FRANCO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ORFIL ORGANIZADORA FORMOSENSE DE IMOVEIS E OUTROS


ADVG. PARTE : 15379 MG - GALBA MAGALHAES VELOSO

PARTE INTIMADA : GALBA MAGALHAES VELLOSO


ADVG. PARTE : 15379 MG - GALBA MAGALHAES VELOSO

PARTE INTIMADA : SOLANGE NASCIMENTO VELLOSO


ADVG. PARTE : 15379 MG - GALBA MAGALHAES VELOSO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5062761.23.2020.8.09.0044
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete da Presidência

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO N. 5062761.23.2020.8.09.0044


COMARCA DE FORMOSA
PROMOVENTES: ORFIL ORGANIZADORA FORMOSENSE DE IMÓVEIS E
OUTRAS
PROMOVIDO : JUSTIÇA PÚBLICA

DESPACHO

Cuida-se de arguição de suspeição, com pedido de assistência judiciária


gratuita, apresentada por Orfil Organizadora Formosense de Imóveis e outras em face
da Desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, relatora do Processo de n.
0441329.41.2015.8.09.0044.
Entretanto, como não há documentos comprobatórios acerca da insuficiência
de recursos, intimem-se os excipientes para, no prazo de 05 (cinco) dias,
comprovarem o alegado estado de hipossuficiência financeira, fazendo juntar,
preferencialmente, extratos de conta-corrente atualizados, declaração do último
imposto de renda, comprovante de despesas, além de outros documentos que
avaliarem pertinentes, sob pena de indeferimento do pedido assistencial postulado,
nos termos do artigo 99, § 2º, do Código de Processo Civil.
Outrossim, determino que se proceda a retificação da autuação fazendo
constar como Excipientes Orfil Organizadora Formosense de Imóveis e Outras e como
Excepto Desembargadora Beatriz Figueiredo Franco.
Transcorrido o prazo assinalado, com ou sem manifestação, volvam-me os
autos conclusos.
Intimem-se. Cumpra-se.
Goiânia, 12 de fevereiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5062761.23.2020.8.09.0044
WALTER CARLOS LEMES
Presidente
07

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não-Admissão de Incidente de Resolução de Demandas


Repetitivas - Data da Movimentação 19/02/2020 13:10:41

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5416571.06.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
POLO ATIVO : RUDINEIA SOUZA CARMO
POLO PASSIVO : TIM CELULAR S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : RUDINEIA SOUZA CARMO


ADVG. PARTE : 44921 GO - TARLES ALVES DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
Gabinete do Desembargador Itamar de Lima

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDA REPETITIVA Nº 5416571.06.2019.8.09.0000

Comarca de Goiânia

ÓRGÃO ESPECIAL

REQUERENTE: Rudineia Souza Carmo

REQUERIDO: Tim Celular S/a

RELATOR: Desembargador ITAMAR DE LIMA

EMENTA: INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS


(IRDR). JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NEGATIVO. AUSÊNCIA DE
CAUSA RECURSAL OU ORIGINÁRIA PENDENTE DE JULGAMENTO NO
TRIBUNAL. IMPOSSIBILIDADE DE INSTAURAÇÃO.

1. Se não há causa recursal ou originária pendente de julgamento neste


Tribunal de Justiça, para no seu âmbito viabilizar a instauração do incidente
de resolução de demandas repetitivas (IRDR) em exame, principalmente
quando a suscitante busca a instauração do incidente a partir de causas
originárias e sentenças proferidas nos Juizados Especiais, impende
proceder o juízo negativo de sua admissibilidade.

2. Sendo causídicas e não de direito as ações questionadas, a análise de


cada situação deve ser examinada conforme sua peculiaridade, não
havendo margem para alçar o tema às rigidez dos precedentes judiciais

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NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS NÃO
CONHECIDO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os integrantes do Órgão Especial, por
unanimidade de votos, em não conhecer o incidente de resolução de demandas repetitivas,
nos termos do voto do relator.

Presidiu a sessão, Desembargador Walter Carlos Lemes.

Presente a Procuradora de Justiça, Dra. Ana Cristina Ribeiro Peternella França.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargador ITAMAR DE LIMA

Relator

VOTO DO RELATOR

De plano, destaco que o presente Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR


não deve ser admitido, uma vez que ausente “causa piloto” e constatado o seu uso como
“sucedâneo recursal”.

Conforme relatado, a requerente, RUDINEIA SOUZA CARMO defende a existência de mais de


500 ações propostas contra a TIM CELULAR S/A em razão da má prestação de serviço por esta,
bem como a existência de prolação de decisões conflitantes.

Pois bem, o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) consiste numa moderna
técnica processual cuja finalidade é a proteção do direito objetivo, mediante uma tutela individual
de repercussão coletiva, que se expressa pela uniformização da interpretação sobre um ponto
controvertido de direito que emerge de uma causa recursal ou originária ainda em andamento no
tribunal.

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NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
Cuida-se, assim, de incidente processual que pretende obter a interpretação de uma questão
controvertida sobre o direito material ou processual que será aplicável não só à causa em curso
no tribunal, de onde foi suscitada, mas também às múltiplas demandas repetitivas em que esta
mesma questão estiver presente.

O exame de admissibilidade do IRDR, por expressa disposição legal, exige decisão colegiada do
órgão jurisdicional competente, e o preenchimento dos requisitos legais, senão veja-se os artigos
do Código de Processo Civil:

“Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente
procederá ao seu juízo de admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos do art.
976”.

“Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando


houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica”.

Como se vê, para o IRDR ser admitido devem ser preenchidos, cumulativamente, os seguintes
requisitos de admissibilidade: a) a efetiva repetição de processos sobre a mesma questão
unicamente de direito; e b) o risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

Importante salientar que a legislação processual civilista impede a admissibilidade do IRDR “


quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado
recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva” (§4º do
art. 976 do NCPC).

Prosseguindo, obtempera-se que “o órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a


tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência
originária de onde se originou o incidente” (parágrafo único do art. 978 do NCPC).

Segundo Marcelo Abelha Rodrigues, o IRDR “é um instituto com natureza jurídica de incidente
processual, que nasce e morre no âmbito dos tribunais e, por isso mesmo – como todo e
qualquer incidente processual –, precisa de uma situação jurídica preexistente, em
curso no tribunal, para que nela possa incidir” (in Manual de Direito Processual Civil. INCIDENTE
DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS Nº 97851-57.2016.8.09.0000 (201690978511) 6ª ed. rev. atual. RJ:

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NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
Forense, 2016, p. 1376)

Lado outro, denota-se que o incidente processual não compreende ação autônoma, isto é,
não rende ensejo a um novo processo, uma vez que configura um procedimento menor, paralelo
ao feito principal e dele dependente, consoante a lição de Cândido Rangel Dinamarco:

“(…) Incidentes do processo, ou do procedimento, são procedimentos menores, anexos e


paralelos ao principal e dele dependentes. Eles são compostos por uma série de atos
coordenados como dispuser a lei, todos endereçados à pronúncia de uma decisão judicial
sobre algum pedido ou requerimento das partes, referente ao processo pendente. São
verdadeiros desvios acidentais do procedimento principal, que se situam à margem de sua
caminhada linear em direção ao provimento final pedido na demanda incidental do processo.
Incidente é aquilo que incide, ou seja, recai sobre algo ou alguém (do latim in-cidere, que cair
sobre – Canelutti). Os incidentes do processo recaem sobre este, causando alguma alteração
no procedimento e ao fim produzindo algum efeito sobre ele.” (Instituições de Direito
Processual Civil. v. 2. 6ª ed. São Paulo: 2009, p. 476/477).

Nessa ordem de ideias, deve existir, no Tribunal, causa recursal ou originária, cujo julgamento
ainda não se encerrou, para que possa o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR)
ser admitido no seu âmbito. Tanto é que o Código, após a admissão do IRDR, autoriza o relator a
requisitar informações aos órgãos perante os quais tramita o processo originário do incidente
(art. 982, inc. II do NCPC).

Em face dessas considerações, verifica-se que o incidente de resolução de demandas


repetitivas (IRDR) em voga não merece ser conhecido, pelo fato de o requerente não ter
indicado a causa recursal ou originária pendente de julgamento neste Tribunal de Justiça,
utilizando-o como ação autônoma.

Conforme exposto em linhas pretéritas, é necessária a comprovação de uma efetiva repetição de


processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito para a
instauração do IRDR e, ainda, que a “causa-piloto” originária do incidente esteja em curso.

Ora, a exigência em questão se explica na medida em que a norma processual impõe ao órgão
colegiado competente a não só fixar a tese jurídica sobre a questão controvertida, mas também a
julgar o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se
originou o incidente, de conformidade com o parágrafo único do art. 978 do NCPC.

Por oportuno, os ensinamentos de Alexandre Freitas Câmara:

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NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
“(…) Terceiro requisito, que não está expresso na lei mas resulta necessariamente do
sistema é que já haja pelo menos um processo pendente perante o Tribunal (seja recurso,
seja remessa necessária ou processo de competência originária do próprio Tribunal: FPPC,
enunciado 344). É que, como se verá adiante, uma vez instaurado o órgão a que se tenha
especificadamente atribuído a competência para conhecer do incidente, o qual julgará o caso
concreto como uma verdadeira causa-piloto, devendo o julgamento desse caso ser, além
de decisão do caso efetivamente julgado, um precedente que funcionará como padrão
decisório para outros casos, pendentes ou futuros. Assim, por força da exigência legal de que
o tribunal não se limite a fixar a tese, mas julgue, como causa-piloto, o processo em que
instaurado o incidente, impõe-se que já haja pelo menos um processo pendente perante o
tribunal, sob pena de se promover uma inadequada e ilegítima supressão de instância.” (O
Novo Processo Civil Brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2015, p. 479)

Na mesma esteira, a lição de Fredie Didier Júnior e Leonardo José Carneiro da Cunha:

“(…) Ainda é preciso que haja causa pendente no tribunal. O IRDR é instaurado a partir de um
caso que esteja no tribunal, seja um processo originário, seja um recurso (inclusive a remessa
necessária). Somente cabe o IRDR enquanto pendente causa de competência do tribunal. A
causa de competência do tribunal pode ser recursal ou originária. Caberá o IRDR, se estiver
pendente de julgamento no tribunal uma apelação, uma agravo de instrumento, uma ação
rescisória, um mandado de segurança, enfim, uma causa recursal ou originária. Se já
encerrado o julgamento, não cabe mais o IRDR.” (Curso de Direito Processual Civil. v. 3.
13ª ed. Salvador: Jus PODIVM, 2016, p. 628)

Corroborando com esse entediamento, o Fórum Permanente de Processualistas Civis editou os


seguintes enunciados:

“Enunciado nº 342 do FPPC: O incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-se a


recurso, a remessa necessária ou a qualquer causa de competência originária”.

“Enunciado nº 344 do FPPC: A instauração do incidente pressupõe a existência de processo


pendente no respectivo tribunal”.

A jurisprudência desta Corte e de outros Tribunais de Justiça Pátrios, em casos análogos, não
destoa dessa compreensão, como se depreende dos arestos a seguir colacionados:

“INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. JUÍZO DE


ADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE CAUSA RECURSAL OU ORIGINÁRIA PENDENTE DE
JULGAMENTO NO TRIBUNAL. IMPOSSIBILIDADE DE INSTAURAÇÃO AUTÔNOMA.
INCIDENTE NÃO ADMITIDO. (...) 4. Dada a sua natureza jurídica de incidente processual e,

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NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
por isso, não goza de existência autônoma, para que possa ser validamente instaurado o
IRDR, é imprescindível a existência de recurso, reexame necessário ou ação originária ainda
em curso no Tribunal. Essa exigência se explica na medida em que a norma processual
impele o órgão colegiado competente a não só fixar a tese jurídica sobre a questão
controvertida, mas também a julgar o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária de onde se originou o incidente, de conformidade como parágrafo
único do art. 978 do Código de Processo Civil de 2015. 5. Se não há recurso, reexame
necessário ou ação originária pendente de julgamento neste egrégio Tribunal, para no seu
âmbito/bojo viabilizar a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas
(IRDR), impende proceder o juízo negativo de admissibilidade. 6. INCIDENTE DE
RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS NÃO CONHECIDO.” (TJGO, INCIDENTE DE
RESOLUCAO DE DEMANDAS REPETITIVAS 185931-94.2016.8.09.0000, Rel. DES.
ELIZABETH MARIA DA SILVA, CORTE ESPECIAL, julgado em 08/02/2017, DJe 2221 de
03/03/2017)

“ INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. IRDR. JUÍZO DE


ADMISSIBILIDADE. INCIDENTE SUSCITADO APÓS O JULGAMENTO DO MÉRITO
RECURSAL. PRETENSÃO DE REJULGAMENTO DO FEITO. SUCEDÂNEO RECURSAL.
INVIABILIDADE. AUSÊNCIA DE CAUSA PENDENTE. Afigura-se inadmissível o incidente de
resolução de demandas repetitivas proposto após o julgamento do mérito pelo órgão
colegiado, uma vez que o instituto não se presta a servir de sucedâneo recursal. Inteligência
do parágrafo único do art. 978 do CPC/2015, segundo o qual o "órgão colegiado incumbido de
julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária
ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente." Inviabilidade da
admissão dos embargos de declaração como "causas-piloto" de incidentes de resolução de
demandas repetitivas, sob pena de alçar esta Turma Cível à sui generis condição de instância
revisora das decisões proferidas pelas Câmaras de Direito Público deste Tribunal, sem
embargo de subverter a própria natureza dos aclaratórios, de fundamentação vinculada à
existência de erro material, obscuridade, contradição ou omissão do decisum. INCIDENTE
INADMITIDO. UNÂNIME. (Incidente de Resolucao de Demandas Repetitiva Nº
70070178678, Primeira Turma Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Aquino
Flôres de Camargo, Julgado em 05/08/2016)

“PROCESSUAL CIVIL. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. (…).


4. O incidente de resolução de demandas repetitivas está sujeito a exame prévio de
admissibilidade, a ser realizado pelo órgão competente para processá-lo e julgá-lo (NCPC, art.
981), estando sua admissibilidade condicionada à realização dos pressupostos estabelecidos
pelo legislador como forma de serem preservadas sua gênese e destinação, implicando que,
não formatando questão de direito que, fazendo o objeto de multiplicidade de processos, tem
tido resoluções dissonantes, afetando a segurança jurídica, não pode ser admitido (NCPC, art.
976). 5. Incidente não admitido. Unânime.” (TJDFT, Câmara de Uniformização, Acórdão Nº
953616, 20160020123157IDR, Relator Teófilo Caetano, DJe de 14/07/2016)

Ademais, verifica-se que não há e não haverá processo em curso perante este Tribunal, seja
recurso, remessa necessário ou outra causa de competência originária, uma vez que a suscitante
busca a instauração do incidente a partir de causa originárias e sentenças proferidas nos
Juizados Especiais, no entanto, estes não se submetem a competência recursal do Tribunal de

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NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
Justiça.

Por fim, como bem observou a representante ministerial de cúpula, “a suscitada controvérsia diz
respeito a questões fáticas, isto é, não se tem conhecimento de quais elementos probatórios
levaram os sujeitos processuais ao conhecimento do julgador nas demandas originárias com o
escopo de materializar a ocorrência ou não do dano moral em casos de falha na prestação do
serviço de telefonia móvel.

Há situações em que as condições pessoais interferem na configuração do dano e reforçam o


abalo sofrido, a exemplo do consumidor que se utiliza da linha telefônica para suas atividades
profissionais. Em outras tantas inexiste acervo probatório suficiente de que houve abalo apto a
caracterizar dano moral, diante da falha na prestação de serviço. A análise é causídica e cada
situação deve ser examinada conforme sua peculiaridade, não havendo margem para alçar o
tema às rigidez dos precedentes judiciais”.

Forçoso concluir, portanto, que o presente incidente de resolução de demandas repetitivas é


manifestamente inadmissível.

ANTE O EXPOSTO, não conheço do presente incidente de resolução de demandas


repetitivas (IRDR), uma vez que ausentes os pressupostos legais de admissibilidade.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2.020.

Desembargador ITAMAR DE LIMA

Relator

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NR.PROCESSO: 5416571.06.2019.8.09.0000
EMENTA: INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
(IRDR). JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NEGATIVO. AUSÊNCIA DE
CAUSA RECURSAL OU ORIGINÁRIA PENDENTE DE JULGAMENTO NO
TRIBUNAL. IMPOSSIBILIDADE DE INSTAURAÇÃO.

1. Se não há causa recursal ou originária pendente de julgamento neste


Tribunal de Justiça, para no seu âmbito viabilizar a instauração do incidente
de resolução de demandas repetitivas (IRDR) em exame, principalmente
quando a suscitante busca a instauração do incidente a partir de causas
originárias e sentenças proferidas nos Juizados Especiais, impende
proceder o juízo negativo de sua admissibilidade.

2. Sendo causídicas e não de direito as ações questionadas, a análise de


cada situação deve ser examinada conforme sua peculiaridade, não
havendo margem para alçar o tema às rigidez dos precedentes judiciais

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS NÃO


CONHECIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 13:15:22

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5505675.43.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Ação Direta de Inconstitucionalidade
POLO ATIVO : SINDICATO DO COMERCIO VAREJISTA DE DERIVADOS DE PETROLEO NO
ESTADO DE GOIAS - SINDIPOSTO
POLO PASSIVO : GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SINDICATO DO COMERCIO VAREJISTA DE DERIVADOS DE PETROLEO NO


ESTADO DE GOIAS - SINDIPOSTO
ADVGS. PARTE : 11550 GO - ADILSON RAMOS JÚNIOR
17874 GO - ALUIZIO GERALDO CRAVEIRO RAMOS
25150 GO - WILSON PIAZA DA SILVA

PARTE INTIMADA : FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DE GOIÁS FECOMÉRCIO


ADVG. PARTE : 11550 GO - ADILSON RAMOS JÚNIOR

PARTE INTIMADA : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADOD E GOIÁS


ADVG. PARTE : 20139 GO - GABRIEL RICARDO JARDIM CAIXETA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5505675.43.2018.8.09.0000
Gabinete do Desembargador Itamar de Lima

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº


5505675.43.2018.8.09.0000

ÓRGÃO ESPECIAL

EMBARGANTE: PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

EMBARGADA: FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DE GOIÁS -FECOMÉRCIO

RELATOR: Desembargador ITAMAR DE LIMA

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE. QUESTIONAMENTO ACERCA DA
LEGITIMIDADE ATIVA DA FECOMÉRCIO. OMISSÃO. NÃO VERIFICADA.

Não há falar em omissão acerca do tópico do julgado referente à pertinência


temática da FECOMÉRCIO se o julgado tratou expressamente do tema,
relevando que, na verdade, a pretensão é de rediscussão da matéria,
vedada neste recurso por possuir fundamentação vinculada às hipóteses de
cabimento elencados no art. 1.022 do CPC.

Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. Acórdão mantido.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5505675.43.2018.8.09.0000
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os integrantes do Órgão


Especial, por unanimidade de votos, em conhecer e rejeitar os embargos, nos termos do voto
do relator. Acórdão mantido.

Presidiu a sessão, Desembargador Walter Carlos Lemes.

Presente a Procuradora de Justiça, Dra. Ana Cristina Ribeiro Peternella França.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargador ITAMAR DE LIMA

Relator

VOTODORELATOR

Presentes os requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Consoante relatado, cuida-se de embargos de declaração opostos pelo


PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS contra o acórdão (mov. 73) que,
à unanimidade de votos, determinou a extinção do processo sem resolução de mérito em relação
ao SINDIPOSTO e admitiu a FECOMÉRCIO no polo ativo, bem como deferiu a medida cautelar
requerida com efeito ex nunc a fim de determinar a suspensão da eficácia da Lei Estadual nº
19.888/2017 até o julgamento final da presente ação.

A insurgência funda-se basicamente na alegação de que o julgado teria sido omisso no


que se refere à existência de pertinência temática da FECOMÉRCIO.

O inconformismo, porém, não merece acolhida.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5505675.43.2018.8.09.0000
Com feito, na dicção do art. 1.022 do Código de Processo Civil de 2015, os embargos
declaratórios destinam-se, especificamente, a corrigir falha do comando judicial que comprometa
seu entendimento, o que pode decorrer de quatro hipóteses: contradição (fundamentos
inconciliáveis entre si, dentro do próprio julgado); omissão (falta de enfrentamento de questão
posta); obscuridade (ausência de clareza); e correção de erro material.

Eis o que ressai do dispositivo em referência:

“Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I. esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II. suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento;

III. corrigir erro material.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I. deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em


incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;

II. incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.”

Trata-se de recurso de fundamentação vinculada, devendo o embargante ficar adstrito


às hipóteses de cabimento. A razão da lei processual assim o definir não é outra, senão impedir
que, por meio dos embargos de declaração, se devolva toda a rediscussão da matéria julgada.

No caso dos autos vê-se que a alegação de omissão esconde, em verdade, a


pretensão de rediscussão da matéria, uma vez que no voto condutor do acórdão restou
expressamente consignado o preenchimento do requisito da pertinência temática, que oportuno
transcrevo:

“Todavia, considerando que a hipótese não demanda litisconsórcio ativo e sim substituição
processual, tem-se por irrelevante o fato de o SINDIPOSTO não ser filiado à FECOMÉRCIO,
sendo forçoso acolher o aditamento do polo ativo a fim de excluir aquele e admitir esta na lide,
por preencher os requisitos constitucionais e legais, já que se trata de entidade sindical de
segundo grau (art. 60, inc. VII da Constituição do Estado de Goiás) e preenche o requisito da
pertinência temática por encontrar-se dentre seus objetivos a defesa dos interesses dos
comerciantes de serviços, como também da livre iniciativa, da economia de mercado e do
estado democrático, abarcando, sem dúvida, os comerciantes ligados à atividade
desempenhada pelos revendedores de combustível.

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NR.PROCESSO: 5505675.43.2018.8.09.0000
Por oportuno, do estatuto social da FECOMÉRCIO denota-se:

“Art. 2°. - São prerrogativas constitucionais e objetivos institucionais da FECOMÉRCIO-GO:

I - representar os direitos e interesses do comércio de bens, serviços e turismo em todo o


território do Estado de Goiás, inclusive em questões judiciais ou administrativas (art. 8° inciso
111 da Constituição Federal de 1988}, observadas as reservas de competência dos sindicatos
filiados;

11 - no âmbito estadual organizar, fiscalizar e disciplinar o Sistema Confederativo da


Representação Sindical do Comércio- SICOMERCIO, do qual é Entidade filiada;

111 - eleger ou designar representantes das categorias que representa;

IV - celebrar Convenções Coletivas de Trabalho, quando inexistir sindicato representativo da


categoria;

V - fixar contribuições dos sindicatos que, na base territorial do Estado de Goiás, participam
de atividades ou categorias econômicas dos vários grupos do Plano da Confederação
Nacional do Comércio;

VI - conciliar divergências e conflitos entre os sindicatos filiados;

VIl - defender, na condição de postulado filosófico, o direito de propriedade, a livre


iniciativa, a economia de mercado e o estado democrático;

VIII- promover a conciliaçao nos dissfdios coletivos de trabalho;

IX - pugnar pela manutenção da paz social como condição de desenvolvimento do


comércio e do pafs;

X - celebrar convênios com os sindicatos para estabelecimento de serviços de assistência aos


filiados;

XI - constituir e organizar os Conselhos Regionais do SENAC e do SESC destinados a


administrar as entidades instituídas pelos Decretos-leis n.0 8621, de 10 de Janeiro de 1946, e
n.0 9.853, de 13 de setembro de 1946, respectivamente, no âmbito do Estado de Goiás, em
observância do disposto no art. 21 do Regulamento, aprovado pelo Decreto 61.843, de
05112/1967, e art. 21 do Regulamento aprovado pelo Decreto 61.836, de 05/12/1967.”
(destaquei)

Assim, diante da ilegitimidade ativa do SINDIPOSTO deve a lide ser extinta em relação a ele,
sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, inc. VI, do Código de Processo Civil.
Contudo, deve ser admitida a FECOMÉRCIO em seu lugar por restar claro em seu estatuto,
como “postulado filosófico” a defesa da livre iniciativa, da economia de mercado e do estado
democrático, ou seja, a defesa que ora se invoca faz parte dos princípios da referida entidade,
encontrando-se satisfeito o requisito da pertinência temática diante da sua consonância entre
os fins institucionais e a matéria tratada na lei combatida.” (sublinhei)

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NR.PROCESSO: 5505675.43.2018.8.09.0000
Dessarte, sem maiores delongas, conclui-se que o recurso não merece acolhida.

FACE AO EXPOSTO, nego provimento aos aclaratórios mantendo o acórdão recorrido


nos moldes em que proferido.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2.020.

Desembargador ITAMAR DE LIMA

Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5505675.43.2018.8.09.0000
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. QUESTIONAMENTO ACERCA DA
LEGITIMIDADE ATIVA DA FECOMÉRCIO. OMISSÃO. NÃO VERIFICADA.

Não há falar em omissão acerca do tópico do julgado referente à pertinência


temática da FECOMÉRCIO se o julgado tratou expressamente do tema,
relevando que, na verdade, a pretensão é de rediscussão da matéria,
vedada neste recurso por possuir fundamentação vinculada às hipóteses de
cabimento elencados no art. 1.022 do CPC.

Embargos de declaração conhecidos e rejeitados. Acórdão mantido.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


17/02/2020 17:18:54

LOCAL : ÓRGÃO ESPECIAL


NR.PROCESSO : 5688118.25.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus ( CF e Livro III, Título II, Capítulo X do
Código de Processo Penal )
POLO ATIVO : CARLOS MÁRCIO RISSI MACEDO
POLO PASSIVO : EXCELENTÍSSIMO SENHOR DEPUTADO LISSAUER VIEIRA, PRESIDENTE DA
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CARLOS MÁRCIO RISSI MACEDO


ADVG. PARTE : 22703 GO - CARLOS MARCIO RISSI MACEDO

PARTE INTIMADA : LÚCIO FLÁVIO SIQUEIRA DE PAIVA


ADVG. PARTE : 22703 GO - CARLOS MARCIO RISSI MACEDO

PARTE INTIMADA : EXCELENTÍSSIMO SENHOR DEPUTADO LISSAUER VIEIRA, PRESIDENTE DA


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS
ADVG. PARTE : 20139 GO - GABRIEL RICARDO JARDIM CAIXETA

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NR.PROCESSO: 5688118.25.2019.8.09.0000
ÓRGÃO ESPECIAL
HABEAS CORPUS N. 5688118.25.2019.8.09.0000
IMPETRANTES: CARLOS MÁRCIO RISSI MACEDO E OUTRO
PACIENTE: NICOLA COTUGNO
RELATOR: DES. MARCUS DA COSTA FERREIRA

EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. COMISSÃO


PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
ESTADO DE GOIÁS. ENEL. DIREITO AO NÃO COMPARECIMENTO E À
NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO. CONDUÇÃO COERCITIVA. LIMINAR
DEFERIDA. RELATÓRIO FINAL APROVADO E COMISSÃO
ENCERRADA. ALTERAÇÃO DO QUADRO FÁTICO-JURÍDICO. PERDA
SUPERVENIENTE DE OBJETO. HABEAS CORPUS PREJUDICADO.
Na linha da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a extinção
da Comissão Parlamentar de Inquérito prejudica, inexoravelmente, o
habeas corpus impetrado em razão de seus atos, notadamente por
não mais existir legitimidade passiva do órgão, dando azo à perda
superveniente de seu objeto.
HABEAS CORPUS JULGADO EXTINTO, PORQUANTO PREJUDICADO.
PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO.

DECISÃO MONOCRÁTICA
CARLOS MÁRCIO RISSI MACEDO e LÚCIO FLÁVIO SIQUEIRA DE PAIVA,
advogados, impetraram ordem de Habeas Corpus preventiva, com pedido de liminar,
em proveito de NICOLA COTUGNO, cuja liminar foi deferida à movimentação 6.
Posteriormente, à movimentação 18, os impetrantes requerem a extinção do Habeas
Corpus, tendo em vista a perda superveniente de seu objeto, uma vez encerrada a
Comissão Parlamentar de Inquérito da ENEL, conforme parte final do relatório final
anexo aos autos.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5688118.25.2019.8.09.0000
É o breve escorço. Decido.
Consta dos autos que o órgão apontado como coator encerrou os trabalhos de
investigação ao final do último ano (2019), com a aprovação do relatório final
apresentado.
A jurisprudência do Supremo Tribunal consolidou-se no sentido de que “a extinção da
Comissão Parlamentar de Inquérito prejudica, inexoravelmente, o habeas corpus
impetrado contra seus atos, notadamente por ‘(…) não mais existir legitimidade
passiva do órgão impetrado (…)’ (MS 21.872, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ
17.3.2000)” (HC n. 95.277, Plenário, DJe 20.2.2009).
Confiram-se também os seguintes julgados:
HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO. ACESSO A DADOS TELEFÔNICOS DE ADVOGADO
ALEGADAMENTE ENVOLVIDO EM PRÁTICAS OBJETO DE
INVESTIGAÇÃO. LIMINAR DEFERIDA. RELATÓRIO FINAL APROVADO E
COMISSÃO ENCERRADA. ALTERAÇÃO DO QUADRO FÁTICO-JURÍDICO.
PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO. HABEAS CORPUS
PREJUDICADO. (HC 171508, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em
30/10/2019, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-242 DIVULG
05/11/2019 PUBLIC 06/11/2019)

Considerado o encerramento, em 30 de maio de 2017, da Comissão


Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados, voltada a investigar
a atuação da Fundação Nacional do Índio – FUNAI e do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária – INCRA na demarcação de terras
indígenas, declaro prejudicada a impetração, ante a perda superveniente
do objeto (HC n. 133.993, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma,
DJe 18.12.2017).

MANDADO DE SEGURANÇA - COMISSÃO PARLAMENTAR DE


INQUÉRITO - EXTINÇÃO - PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO - AÇÃO
MANDAMENTAL PREJUDICADA - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. -
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal considera prejudicadas as
ações de mandado de segurança e de habeas corpus, sempre que -
impetrados tais writs constitucionais contra Comissões Parlamentares de
Inquérito - vierem estas a ser declaradas extintas, em virtude da
conclusão de seus trabalhos investigatórios e da aprovação de seu
relatório final. Precedentes (MS n. 25.995-AgR-AgR, Relator o Ministro Celso
de Mello, Plenário, DJe 18.9.2009).

MANDADO DE SEGURANÇA - COMISSÃO PARLAMENTAR DE


INQUÉRITO - EXTINÇÃO - PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO - AÇÃO
MANDAMENTAL PREJUDICADA. - A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal entende prejudicadas as ações de mandado de segurança e de
habeas corpus, sempre que - impetrados tais writs constitucionais contra
Comissões Parlamentares de Inquérito - vierem estas a extinguir-se, em
virtude da conclusão de seus trabalhos investigatórios,
independentemente da aprovação, ou não, de seu relatório final.
Precedentes. (MS 23852 QO, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal
Pleno, julgado em 28/06/2001, DJ 24-08-2001)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5688118.25.2019.8.09.0000
Habeas corpus. - Com o encerramento das atividades da CPI do
Narcotráfico, perdeu este habeas corpus o seu objeto. Habeas corpus
que se julga prejudicado (HC n. 80.158, Relator o Ministro Moreira Alves,
Plenário, DJ 2.3.2001).

Assim também, por exemplo, as seguintes decisões monocráticas: HC n. 150.411,


Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe 6.8.2019; MS n. 34.083, Relator o Ministro
Edson Fachin, DJe 6.3.2019; MS n. 35.354, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJe
3.5.2018; MS n. 34.528, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe 5.12.2017; HC n.
134.306, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 10.4.2017; e MS n. 34.295-
MC-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe 20.9.2016.
ANTE O EXPOSTO, diante das mudanças no quadro fático-jurídico após a impetração,
julgo prejudicado o presente habeas corpus, tendo em vista a perda superveniente
de seu objeto.
Intimem-se.
Goiânia, documento assinado digitalmente nesta data.

Des. MARCUS DA COSTA FERREIRA


Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Recurso Interposto - Data da Movimentação


14/02/2020 23:35:49

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0027462.29.2016.8.09.0006
CLASSE PROCESSUAL : Embargos à Execução
POLO ATIVO : ERASMO JOSE DE ANANIAS NETO
POLO PASSIVO : WALDEMAR ZAIDEN SOBRINHO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ERASMO JOSE DE ANANIAS NETO


ADVG. PARTE : 24100 GO - ERASMO JOSE DE ANANIAS NETO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão - Data da Movimentação 18/02/2020 14:03:01

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0299838.51.2013.8.09.0065
CLASSE PROCESSUAL : Ação Civil de Improbidade Administrativa ( Lei 8.429/92 )
POLO ATIVO : MUNICIPIO DE GOIAS
POLO PASSIVO : MARCIO RAMOS CAIADO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARCIO RAMOS CAIADO


ADVG. PARTE : 27673 GO - WANDIR ALLAN DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0299838.51.2013.8.09.0065
tribunal
PODER JUDICIÁRIO
de justiça TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

do estado
Gabinete do Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
de goiás

Rua 10, n.º 150 , Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury , 12º Andar , Sala 1229, Setor Oeste , Goiânia-GO, CEP 74120020, Tel: (62) 3216-2964

Processo : 0299838.51.2013.8.09.0065
Nome CPF/CNPJ
Promovente(s)
MUNICIPIO DE GOIAS --
Nome CPF/CNPJ
Promovido(s)
MARCIO RAMOS CAIADO --
Ação Civil de Improbidade Administrativa ( Órgão 1ª Câmara
Tipo de Ação / Recurso
Lei 8.429/92 ) judicante: Cível
Relator Des. ORLOFF NEVES ROCHA

DECISÃO

Trata-se de Remessa Necessária contra a sentença proferida na Ação Civil Pública por Ato
de Improbidade Administrativa c/c Pedido Liminar ajuizada pelo MUNICÍPIO DE GOIÁS, em
desfavor de MÁRCIO RAMOS CAIADO, na qual a Juíza de Direito da Comarca de Goiás,
Alessandra Gontijo do Amaral, julgou improcedente os pedidos iniciais, como se vê no evento nº
15.

Não houve recurso voluntário.

Aberta vistas dos autos à douta Procuradoria de Justiça, a Procuradora Eliete Sousa Fonseca
Suavinha, manifestou-se no evento nº 36 pela supensão do presente feito, em razão do tema ter
sido afetado pelo STJ para julgamento sob o rito dos Recursos Repetitivos, tema nº 1042.

Pois bem, analisando o feito para proferir julgamento, constato que, em recente decisão, a
Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afetou quatro processos para julgamento
sob o rito dos recursos repetitivos (REsp Nº 1.553.124 - SC (TEMA 1.042), nos quais o colegiado
definirá se há ou não a aplicação da figura do reexame necessário nas ações típicas de
improbidade administrativa julgadas improcedentes em primeira instância, cuja ementa do
acórdão de afetação restou assim descrita:

“DIREITO SANCIONADOR. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DEFINIÇÃO SE HÁ APLICAÇÃO DO REEXAME
NECESSÁRIO NAS AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ATO DE AFETAÇÃO
AO RITO DOS REPETITIVOS PELO COLEGIADO DA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ.
OBSERVÂNCIA DO ART. 1.036, § 5o. DO CÓDIGO FUX E DOS ARTS. 256-E, II, 256-I DO
RISTJ. SUSPENSÃO DOS FEITOS EM TERRITÓRIO NACIONAL.
1. Delimitação da tese: definir se há – ou não – aplicação da figura do reexame necessário
nas ações típicas de improbidade administrativa, ajuizadas com esteio na alegada prática de
condutas previstas na Lei 8.429/1992, cuja pretensão é julgada improcedente em primeiro
grau; discutir se há remessa de ofício nas referidas ações típicas, ou se deve ser reservado
ao autor da ação, na postura de órgão acusador – frequentemente o Ministério Público –
exercer a prerrogativa de recorrer ou não do desfecho de improcedência da pretensão
sancionadora.
2. Recurso Especial afetado ao rito do art. 1.036 e seguintes do Código Fux (arts. 256-D, II e

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NR.PROCESSO: 0299838.51.2013.8.09.0065
256-I do RISTJ)”

Logo, em análise ao tema de suspensão nº 1.042 do STJ, supracitado, vislumbro que o presente
feito se amolda perfeitamente à hipótese vertente, não havendo outro caminho a não ser cumprir
a suspensão determinada pela Corte Superior até o julgamento do recurso paradigma.

Diante do exposto, por força da determinação emanada do Superior Tribunal de Justiça


(RECURSO ESPECIAL Nº 1.553.124 - SC (2015/0220529-6) – representativo da controvérsia
repetitiva – Tema 1.042), determino a SUSPENSÃO de julgamento da presente Remessa
Necessária até ulterior decisão pelo STJ, julgando sobre a aplicação do reexame
necessário nas ações de improbidade administrativa, cujo pedido inicial foi julgado
improcedente.

Intimem-se as partes, nos termos do art. 1.037, §8º, do CPC.

Cumpra-se.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

__________________________________________
Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
Relator
_____________________________________________________________________
_____
Documento emitido / assinado digitalmente
com fundamento no Art. 1º, § 2º III, "b", da Lei Federal nº 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 14:43:28

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5522403.28.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : FSICPCL
POLO PASSIVO : CDEGC
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : FSICPCL


ADVG. PARTE : 55361 GO - RONIVAN RODRIGUES MARIANO

PARTE INTIMADA : CDEGC


ADVGS. PARTE : 30029 GO - LUZINEIDE SIQUEIRA SILVA
34056 GO - LEONARDO ODAIR SANCHES BORGES

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Não Concedida a Medida Liminar - Data da
Movimentação 18/02/2020 15:04:46

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5060668.25.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : DIONY VIEIRA DA SILVA
POLO PASSIVO : JESSICA LORRAINE PEREIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : DIONY VIEIRA DA SILVA


ADVG. PARTE : 52771 GO - VICTOR HENRIQUE SANTOS

PARTE INTIMADA : JESSICA LORRAINE PEREIRA


ADVG. PARTE : 50631 GO - BRUNO AFONSO DE SA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5060668.25.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5060668.25.2020.8.09.0000

COMARCA DE MORRINHOS

AGRAVANTE : DIONY VIEIRA DA SILVA

AGRAVADA : JÉSSICA LORRAINE PEREIRA

RELATORA : DESA. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO LIMINAR

DIONY VIEIRA DA SILVA, devidamente qualificado e representado, inconformado com


a decisão proferida pela Juíza de Direito da Vara de Família e Sucessões da Comarca de
Morrinhos – Juiz 2, Dra. Patrícia Machado Carrijo, nos autos da Ação de Reconhecimento e
Dissolução de União Estável c/c Alimentos Gravídicos ajuizada por JÉSSICA LORRAINE
PEREIRA, interpõe AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de efeito suspensivo e/ou
ativo, com o escopo de obter a reforma do decisum.

Infere-se dos autos que a parte autora/agravada ajuizou o presente feito objetivando a
fixação liminar de alimentos gravídicos em seu favor o importe de 80% (oitenta por cento) do
salário mínimo

Em análise do pedido, sobreveio a decisão agravada, nos seguintes termos:

“[...] Infere-se que, para a fixação de alimentos gravídicos, ainda


que em caráter provisório, faz-se necessária a comprovação do
estado de gravidez da requerente e indício de que o requerido
seja o genitor do nascituro.

In casu, a requerente apresentou o exame laboratorial


comprovando a gravidez (ev. 01, arq. 07/10) e, também,
colacionou fotos de seu relacionamento com o requerido (ev. 01,
arq.11), o que caracteriza o forte indício de paternidade, requisito
exigido tanto pela legislação quanto pela jurisprudência.

[...]

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NR.PROCESSO: 5060668.25.2020.8.09.0000
Diante o exposto, é conciso os preenchimentos dos requisitos
legais do art. 300 do códex processual civil para concessão da
tutela de urgência, quais sejam: probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Digo isso, porque é inequívoco e inquestionável o estado


gravídico da autora, da mesma forma que, a demora na prestação
jurisdicional para arbitramento do quantum alimentário ocasiona o
nascimento da criança, pela própria lei natural.

Isto posto, considerando os fatos narrados na exordial, acolho o


parecer ministerial (ev. 10), DEFIRO PARCIALMENTE O
PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA,
arbitro os alimentos gravídicos provisórios em benefício da
requerente no importe de 40,1% (quarenta vírgula um por cento)
do salário mínimo, ante a ausência de provas robustas capazes
de comprovar, nesta cognição sumária, a possibilidade de o
requerido arcar com valor superior.

O valor deverá se pago mediante depósito bancário na conta a


ser especificada pela autora, até o dia 10 (dez) de cada mês,
tendo como marco inicial o da citação.”

Inconformado com a decisão, o requerido interpôs Agravo de Instrumento.

Em suas razões de irresignação, assevera que não possui condições financeiras para
suportar o pagamento de alimentos gravídicos no importe de 40,1% do salário mínimo, haja vista
que percebe por mês apenas a monta de R$ 1300,00 (salário + bicos).

Aduz que, além de prestar alimentos para outra filha no importe de R$ 200,00 (duzentos
reais), também arca com uma despesa mensal com aluguel, água e energia elétrica no importe
de R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais), sem contar o valor mensal de R$ 200,00 (duzentos
reais) que repassa para a autora/agravada.

Com base nesses argumentos, pugna pela concessão de efeito suspensivo e/ou ativo
ao recurso e, no mérito, requer a reforma da decisão vergastada, a fim de que os alimentos
gravídicos sejam fixados apenas no percentual de 15% (quinze por cento) do salário mínimo.

Preparo dispensado, uma vez que o agravante pugnou pela concessão dos benefícios
da gratuidade da justiça.

É, em síntese, o relatório. Decido.

Diante da previsão expressa de cabimento do presente recurso, nos termos do artigo


1015, inciso I, do Código de Processo Civil, determino o seu processamento.

Lado outro, quanto à antecipação dos efeitos da tutela recursal impende frisar que o
relator poderá, em determinados casos, concedê-la desde que preenchidos, cumulativamente, os
requisitos previstos em lei, quais sejam: (I) a imediata produção de efeitos da decisão recorrida
deverá gerar risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; e (II) a demonstração da
probabilidade de provimento do recurso (artigos 995, parágrafo único, e 1.019, I, ambos no
Código de Processo Civil).

Sobre o tema, transcrevo ensinamento doutrinário do ilustre processualista Humberto

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NR.PROCESSO: 5060668.25.2020.8.09.0000
Theodoro Júnior, in verbis:

(...) O relator poderá, ainda, deferir, em antecipação de tutela,


total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I). Para
tanto, deverão estar presentes os mesmos requisitos para a
concessão do efeito suspensivo, quais sejam, o fumus boni iuris
e o periculum in mora. Com efeito, não se pode negar ao relator o
poder de também conceder medida liminar positiva, quando a
decisão agravada for denegatória de providência urgente e de
resultados gravemente danosos para o agravante. No caso de
denegação, pela decisão recorrida, de medida provisória cautelar
ou antecipatória, por exemplo, é inócua a simples suspensão do
ato impugnado. Caberá, portanto, ao relator tomar a providência
pleiteada pela parte, para que se dê o inadiável afastamento do
risco de lesão, antecipando o efeito que se espera do julgamento
do agravo. É bom ressaltar que o poder de antecipação de tutela
instituído pelo art.300 não é privativo do juiz de primeiro grau e
pode ser utilizado em qualquer fase do processo e em qualquer
grau de jurisdição. No caso do agravo, esse poder está
expressamente previsto ao relator no art. 1.019, I. Se for deferido
o efeito suspensivo ou concedida a antecipação de tutela, o
relator ordenará a imediata comunicação ao juiz da causa, para
que, de fato, se suste o cumprimento da decisão interlocutória
(art. 1.019, I, in fine). (...). (in, Curso de Direito Processual Civil,
Volume III, 47ª Edição). Grifos no original.

Conforme se observa, exige-se a presença simultânea do fumus boni iuris e o


periculum in mora, os quais devem ser demonstrados de plano, de forma inequívoca, de maneira
que o julgador não tenha dúvidas quanto a viabilidade de se conferir efeito suspensivo ao recurso,
inclusive o efeito ativo ou positivo.

No presente caso, a demanda versa sobre a decisão liminar que fixou alimentos
gravídicos em favor da autora/agravada no importe de 40,1% (quarenta vírgula um por cento) do
salário mínimo.

No entanto, aduz o alimentante que sua atual situação econômico-financeira lhe permite
apenas prestar à autora/agravada o importe de 15% (quinze por cento) do salário mínimo a título
de alimentos gravídicos.

Frise-se que as decisões liminares que versam sobre alimentos provisórios são
fulcradas em um juízo de verossimilhança que os julgadores extraem dos fatos postos à sua
apreciação, numa fase em que a instrução do processo ainda é incipiente.

Nesse diapasão, numa cognição sumária, não vislumbro a presença cumulativa dos
requisitos necessários para o acolhimento da pretensão liminar.

Na espécie, cabe sobrelevar que a redução do percentual dos alimentos gravídicos


depende de maior dilação probatória, ocasião em que se firmará a real condição do
demandado/agravante, notadamente porque há indicativos nos autos de origem de que os
alimentos gravídicos fixados na origem no importe de 40,1% do salário mínimo, correspondem a
apenas 32,89% (trinta e dois vírgula oitenta e nove por cento) da renda mensal auferida pelo
alimentante.

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NR.PROCESSO: 5060668.25.2020.8.09.0000
Portanto, revela-se mais prudente que se aguarde o julgamento do mérito do Agravo, a
fim de apurar as argumentações trazidas pelo recorrente e as contraprovas que possam ser
apresentadas pela parte agravada.

Destarte, em atenção às particularidades do caso em apreço, por ora, não vislumbro a


presença dos requisitos necessários à concessão da medida liminar, razão pela qual INDEFIRO
o pedido de atribuição de efeito ativo ao recurso, mantendo, por ora, a decisão primeva que fixou
alimentos gravídicos no importe de 40,1% (quarenta vírgula um por cento) do salário mínimo.

Comunique-se o juízo a quo desta decisão, nos termos do artigo 1.019, inciso I, do
Código de Processo Civil.

Intime-se a parte agravada, por meio de seu procurador, para que, querendo, apresente
resposta, no prazo legal, nos moldes do artigo 1.019, inciso II, do citado diploma processual civil.

Por fim, colha-se o parecer da douta Procuradoria-Geral de Justiça.

Intimem-se. Cumpra-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

RELATORA

Datado e assinado digitalmente conforme Resolução 59/2016

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 17/02/2020 11:18:50

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0156389.19.2009.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : SEBASTIAO ROSA DA SILVA
POLO PASSIVO : CONSTRUTORA TENDA SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CONSTRUTORA TENDA SA


ADVGS. PARTE : 79700 MG - WALLACE ALVES DOS SANTOS
106752 MG - LUIZ FELIPE LELIS COSTA

PARTE INTIMADA : GAFISA S/A


ADVGS. PARTE : 79700 MG - WALLACE ALVES DOS SANTOS
106752 MG - LUIZ FELIPE LELIS COSTA

PARTE INTIMADA : CIA SAO PAULO LANCAMENTOS IMOBILIARIOS LTDA


ADVGS. PARTE : 236887 SP - MARIANA JUNQUEIRA RODRIGUES SILVEIRA
16662 BA - FLÁVIA SOUSA DE LACERDA

PARTE INTIMADA : SEBASTIAO ROSA DA SILVA


ADVG. PARTE : 23466 GO - MARCOS BENATTI DA SILVA

PARTE INTIMADA : MARIA AUXILIADORA NASSER


ADVG. PARTE : 23466 GO - MARCOS BENATTI DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº


0156389.19.2009.8.09.0051, da comarca de Goiânia, em que figura como 1ª apelante
CONSTRUTORA TENDA S/A e OUTRO e como 2ª apelante CIA SÃO PAULO
LAÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA e como apelado SEBASTIÃO ROSA DA
SILVA E OUTRO.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer das Apelações Cíveis e dar-lhes parcial provimento, nos termos do voto
da Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

VOTO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
Por reunir os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso.

CONSTRUTORA TENDA S/A e GAFISA S/A (1º Apelante) e, também, CIA


SÃO PAULO LANÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. (2º Apelante), interpuseram
recurso de APELAÇÃO CÍVEL contra a sentença do Juiz de Direito da 15ª Vara Cível
da Comarca de Goiânia, Dr. Clauber Costa Abreu, proferida nos autos da Ação de
Restituição de Quantia Paga c/c Danos Morais e Lucros Cessantes, ajuizada por
SEBASTIÃO ROSA DA SILVA e MARIA AUXILIADORA NASSER.

A insurgência da 1º Apelante delimita-se pela alegativa da ilegitimidade


passiva da pessoa jurídica GAFISA S/A e, noutro passo, pelo requerimento de decote
da condenação ao pagamento de indenização por danos morais.

O recurso interposto pela 2ª Apelante perpassa a declaração da ilegitimidade


passiva da empresa CIA SÃO PAULO LANÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., bem
como a exclusão, ou, subsidiariamente, a readequação do montante condenatório
arbitrado a título de perdas e danos, com a revisão do termo inicial para cálculo dos
consectários legais (juros e correção monetária).

Da preliminar de ilegitimidade passiva

Conforme narrado, os Apelantes articulam a declaração da ilegitimidade


passiva da pessoa jurídica GAFISA S/A e, também, da empresa CIA SÃO PAULO
LANÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.

Quanto a essa última, impende asseverar que, por atuar conjuntamente com a
construtora/incorporadora para a oferta e venda da unidade imobiliária,
desenganadamente compõe a respectiva cadeia de fornecimento, respondendo
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo, nos
moldes do que preconiza o artigo 7º, parágrafo único, do Código de Defesa do
Consumidor.

Confira-se:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL.


INCIDÊNCIA DO CDC E DO CC. DIÁLOGO ENTRE AS
FONTES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA EMPRESA

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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
RESPONSÁVEL PELA VENDA DOS IMÓVEIS E DA
INCORPORADORA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AFASTADA [...]
1. É de consumo a relação jurídica estabelecida por contrato de
promessa de compra e venda firmando entre a empresa
incorporadora ou construtora do empreendimento e o futuro
proprietário do imóvel (arts. 2º e 3º do CDC), podendo as regras
consumeristas serem aplicadas em total harmonia com as
disposições do Código Civil. 2. Constatado que a corretora e a
construtora trabalharam conjuntamente para a oferta e venda
do imóvel objeto da ação de rescisão contratual, forçoso
reconhecer a legitimidade passiva também da primeira
empresa, pois respondem solidariamente pelos danos
causados ao promitente comprador [...] (TJGO, APELACAO
0032788-95.2016.8.09.0029, Rel. ITAMAR DE LIMA, 3ª Câmara
Cível, DJe de 15/07/2019) (grifei)

Há de ser igualmente rejeitada a alegativa da ilegitimidade passiva da pessoa


jurídica GAFISA S/A, haja vista a constatação de que aquela pertence ao mesmo
grupo econômico da construtora/incorporadora responsável pelo empreendimento
imobiliário, circunstância esta autorizadora da aplicação da “teoria da aparência”.

No mesmo sentido, vejam-se os precedentes:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C


COM RESTITUIÇÃO DE IMPORTÂNCIAS PAGAS.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DA INCORPORADORA BORGES
LANDEIRO S/A AFASTADA [...] I. Não há que se falar em
ilegitimidade passiva da Incorporadora Borges Landeiro S/A,
quando, a partir da análise das particularidades fáticas,
constata-se que as empresas fazem parte do mesmo grupo
econômico, circunstância autorizativa, inclusive, da
aplicação da teoria da aparência [...] (TJGO, Apelação
0429484-88.2015.8.09.0051, Rel. LUIZ EDUARDO DE SOUSA,
1ª Câmara Cível, DJe de 05/04/2019) (grifei)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MOAIS. CONTRATO
DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. CONSTRUTORA EM
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CRÉDITO CONSTITUÍDO APÓS A
RECUPERAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA
CONSTRUTORA. GRUPO ECONÔMICO [...] 2. Não há que se
falar em ilegitimidade passiva da Borges Landeiro LTDA,
quando, a partir da análise das particularidades da causa,
constata-se que as empresas fazem parte de um mesmo
grupo econômico, circunstância que autoriza a aplicação da

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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
teoria da aparência [...] (TJGO, Apelação 5192398-
11.2017.8.09.0051, Rel. GUILHERME GUTEMBERG ISAC
PINTO, 5ª Câmara Cível, DJe de 12/07/2019) (grifei)

Assim, inferindo-se dos autos que, nas comunicações dirigidas ao


consumidor, constava a informação de que a pessoa jurídica “Fit Residencial”
pertence ao grupo GAFISA, colhe-se escorreita a solução jurídica encampada no
decisum recorrido, vez que indiciária a contribuição daquela para a implementação da
incorporação imobiliária.

Afasto, assim, a preliminar de ilegitimidade passiva articulada nos recursos.

Do valor do ressarcimento

Ainda que incontrovertida a obrigação de ressarcimento da integralidade dos


valores pagos pelo consumidor, haja vista a circunstância da rescisão unilateral, pelas
promitentes vendedoras, do contrato de compra e venda de unidade imobiliária em
construção, colhe-se procedente em parte o dissenso externado pela 2ª Apelante,
haja vista a necessidade de readequação do quantum condenatório designado na
sentença.

Isto porque, conforme fazem prova os documentos dos autos, até a data da
rescisão do contrato, houve o pagamento da quantia de R$ 4.135,00 (quatro mil, cento
e trinta e cinco reais) (evento nº 03, doc. nº 05), e não do montante de R$ 7.329,82
(sete mil, trezentos e vinte e nove reais e oitenta e dois centavos), reconhecido pelo
magistrado a quo na sentença.

Importa destacar que o documento intitulado “Memorando de Entrega de


Cheques nº 36”, no qual é documentado o indigitado pagamento, não foi impugnado
pela 2ª Apelante, na peça de CONTESTAÇÃO.

Colhe-se, ainda, que o valor indicado na petição de razões da 2ª Apelante,


qual seja, R$ 2.211,00 (dois mil, duzentos e onze reais), não abrange a integralidade
dos pagamentos realizados pelo consumidor.

Avulta, assim, que o montante condenatório outrora fixado há de ser


redimensionado para o importe de R$ 4.135,00 (quatro mil, cento e trinta e cinco

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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
reais), mantendo-se inalterada, entretanto, a determinação da incidência de correção
monetária pelo INPC, desde a data de cada desembolso, bem como juros de mora, à
razão de 1% (um por cento), desde a data da citação.

A propósito:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE


DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO JURÍDICO C/C INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. ATRASO NA ENTREGA DE IMÓVEL.
CULPA EXCLUSIVA DO PROMITENTE VENDEDOR.
RESTITUIÇÃO INTEGRAL DAS PARCELAS PAGAS. SÚMULA
543/STJ [...] TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA
INCIDENTES SOBRE O VALOR DAS PARCELAS A SEREM
RESTITUÍDAS. DATA DA CITAÇÃO. ACÓRDÃO EM
CONSONÂNCIA COM ENTENDIMENTO DESTE STJ [...] 1. Este
Superior Tribunal de Justiça sumulou o entendimento de que ‘na
hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e
venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor,
deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo
promitente comprador integralmente, em caso de culpa exclusiva
do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha
sido o comprador quem deu causa ao desfazimento’ (Súmula
543/STJ) [...] 4. A Corte local, ao fixar a data da citação como
o termo inicial dos juros de mora incidentes sobre o valor
das parcelas a serem restituídas, nos casos em que a
rescisão do contrato foi causada exclusivamente pelo
promitente vendedor, alinhou-se ao entendimento deste
Superior Tribunal de Justiça (STJ, AgInt no REsp 1729742/SE,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
DJe 28/05/2018) (grifei)

A par disso, colho merecer parcial provimento o recurso interposto pela 2º


Apelante, para o escopo de estabelecer o montante devido pelas Requeridas, a título
de reembolso das prestações pagas pelo consumidor, no importe de R$ 4.135,00
(quatro mil, cento e trinta e cinco reais), sem prejuízo da incidência de correção
monetária pelo INPC, desde a data de cada desembolso, bem como juros de mora, à
razão de 1% (um por cento), desde a data da citação.

Da reparação pelos danos extrapatrimoniais

Verifico, noutro tanto, que merece prosperar o requerimento de reforma


entoado pelos Apelantes, relativo ao decote da condenação ao pagamento de
indenização por danos morais, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
Sobre o tema em análise, impede salientar que, de acordo com as normas
legais que regem o instituto da obrigação e a jurisprudência dominante do Superior
Tribunal de Justiça, ainda que houvesse eventual descumprimento das disposições
contratuais tal fato não geraria direito à indenização a título de dano extrapatrimonial,
porquanto resolvem-se em perdas e danos.

Ademais, verifica-se que, no campo específico dos contratos, doutrina e


jurisprudência têm se pautado, congruentemente, no entendimento de que o mero
descumprimento contratual não tem o condão de ensejar responsabilização por danos
extrapatrimoniais, valorando a situação como mero inconveniente a que todos estão
sujeitos, seja pessoa física ou jurídica.

Leciona o renomado professor, Sérgio Cavalieri Filho:

[...] o mero inadimplemento contratual, mora ou prejuízo


econômico não configuram por si sós, dano moral, porque não
agridem a dignidade humana. Os aborrecimentos dele
decorrentes ficam subsumidos pelo dano material, salvo se os
efeitos do inadimplemento contratual, por sua natureza ou
gravidade, exorbitarem o aborrecimento normalmente decorrente
de uma perda patrimonial e também repercutirem na esfera da
dignidade da vítima, quando então configurarão o dano moral (in
Programa de Responsabilidade Civil. 7ª ed. São Paulo: Atlas,
2007. p. 80).

De tal arte, no caso em voga, em decorrência do descumprimento contratual,


não há que se falar em ato ilícito, capaz de gerar indenização.

Em respaldo ao entendimento ora manifestado, colhem-se os precedentes:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO


CONDENATÓRIA. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU
PROVIMENTO AO RECLAMO. IRRESIGNAÇÃO RECURSAL DA
PARTE RÉ. 1. A jurisprudência desta Corte Superior é no
sentido de que o simples inadimplemento contratual, em
regra, não configura dano moral indenizável, devendo haver
consequências fáticas capazes de ensejar o sofrimento
psicológico [...] (STJ, AgInt no REsp 1815810/SP, Rel. Ministro
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, DJe 12/12/2019) (grifei)

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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS
MATERIAIS E MORAIS. ATRASO NA ENTREGA DE IMÓVEL
EM CONSTRUÇÃO. PRAZO DE TOLERÂNCIA. LIMITAÇÃO À
180 (CENTO E OITENTA) DIAS CORRIDOS. INVERSÃO DA
CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA. ESTIPULAÇÃO DE
PENALIDADE NO VALOR DO LOCATIVO. IMPOSSIBILIDADE
DE CUMULAÇÃO COM LUCROS CESSANTES. TAXA DE
EVOLUÇÃO DA OBRA. MORA CONTRATUAL.
RESSARCIMENTO DEVIDO. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. AFASTAMENTO [...] VI. O simples inadimplemento
contratual, consubstanciado no atraso na entrega do imóvel,
não é capaz por si só de gerar dano extrapatrimonial
indenizável, devendo haver, no caso concreto,
consequências fáticas que repercutam na esfera de
dignidade da vítima, o que não ocorreu no caso em voga
(TJGO, Apelação 0038359-78.2016.8.09.0051, Rel. ROBERTO
HORÁCIO DE REZENDE, 1ª Câmara Cível, DJe de 19/12/2019)
(grifei)

Assim, deve ser reformada a sentença vergastada neste ponto, pois ausente
qualquer dano extrapatrimonial, capaz de gerar o correspondente direito indenizatório.

Ante o exposto, CONHEÇO dos recursos de Apelação Cível interpostos por


CONSTRUTORA TENDA S/A e GAFISA S/A (1º Apelante) e por CIA SÃO PAULO
LANÇAMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. (2º Apelante) para, DANDO-LHES PARCIAL
PROVIMENTO, estabelecer a quantia de R$ 4.135,00 (quatro mil, cento e trinta e cinco
reais) como o montante devido pelas Requeridas/Apelantes, a título de reembolso das
prestações pagas pelo consumidor, com incidência de correção monetária pelo INPC,
desde a data de cada pagamento, bem como juros de mora, à razão de 1% (um por
cento), desde a data da citação.

Em mira da reforma parcial da sentença recorrida, afasto o reconhecimento


da sucumbência mínima dos Autores/Apelados para, em seu detrimento, reconhecer
a sucumbência recíproca das partes, com a distribuição do ônus respectivo à razão
de 50% (cinquenta por cento), com a ressalva da suspensão da exigibilidade da verba
em relação aos Autores/Apelados, vez que litigaram sob pálio da Assistência
Judiciária.

É o voto.

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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: DUPLA APELAÇÃO CÍVEL. RESCISÃO CONTRATUAL.


IMÓVEL EM CONSTRUÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA DA
CORRETORA DE IMÓVEIS E DA PESSOA JURÍDICA INTEGRANTE
DO MESMO GRUPO ECONÔMICO DA CONSTRUTORA. TEORIA
DA APARÊNCIA. REEMBOLSO INTEGRAL DO VALOR PAGO
PELO CONSUMIDOR. CULPA EXCLUSIVA DA PROMITENTE
VENDEDORA. INDENIZAÇÃO POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS.
INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. I. A empresa corretora de
imóveis, por ter atuado conjuntamente com a
construtora/incorporadora para a oferta e venda da unidade
imobiliária em construção, responde solidariamente pela
reparação dos danos causados ao consumidor. Inteligência do
artigo 7º, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor. II.
Em mira da aplicação da teoria da aparência, a
construtora/incorporadora, integrante do mesmo grupo
econômico da promitente vendedora, exsurge como parte legítima
para integrar o polo passivo da ação. III. Comprovado que a
rescisão contratual deu-se por culpa exclusiva da promitente
vendedora, incumbe-lhe o reembolso integral dos valores
comprovadamente pagos pelo promitente comprador. IV. A
circunstância do inadimplemento contratual, por si só, não enseja
a produção de dano extrapatrimonial, sendo necessário a
demonstração de agressão a direito da personalidade, o que não
ocorreu na hipótese dos autos. APELAÇÕES CÍVEIS
CONHECIDAS E PARCIALMENTE PROVIDAS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0156389.19.2009.8.09.0051
EMENTA: DUPLA APELAÇÃO CÍVEL. RESCISÃO CONTRATUAL. IMÓVEL EM
CONSTRUÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA DA CORRETORA DE IMÓVEIS E DA PESSOA
JURÍDICA INTEGRANTE DO MESMO GRUPO ECONÔMICO DA CONSTRUTORA. TEORIA
DA APARÊNCIA. REEMBOLSO INTEGRAL DO VALOR PAGO PELO CONSUMIDOR. CULPA
EXCLUSIVA DA PROMITENTE VENDEDORA. INDENIZAÇÃO POR DANOS
EXTRAPATRIMONIAIS. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. I. A empresa corretora de
imóveis, por ter atuado conjuntamente com a construtora/incorporadora para a oferta e
venda da unidade imobiliária em construção, responde solidariamente pela reparação dos
danos causados ao consumidor. Inteligência do artigo 7º, parágrafo único, do Código de
Defesa do Consumidor. II. Em mira da aplicação da teoria da aparência, a
construtora/incorporadora, integrante do mesmo grupo econômico da promitente
vendedora, exsurge como parte legítima para integrar o polo passivo da ação. III.
Comprovado que a rescisão contratual deu-se por culpa exclusiva da promitente
vendedora, incumbe-lhe o reembolso integral dos valores comprovadamente pagos pelo
promitente comprador. IV. A circunstância do inadimplemento contratual, por si só, não
enseja a produção de dano extrapatrimonial, sendo necessário a demonstração de
agressão a direito da personalidade, o que não ocorreu na hipótese dos autos.
APELAÇÕES CÍVEIS CONHECIDAS E PARCIALMENTE PROVIDAS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Não Concedida a Medida Liminar - Data da
Movimentação 18/02/2020 15:04:48

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5055914.40.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : MIKHAEL NAZIH RAAD
POLO PASSIVO : GABRIEL MIKHAEL ABDALA RAAD
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MIKHAEL NAZIH RAAD


ADVG. PARTE : 394388 SP - JOSÉ VICTOR DIAS DA SILVA SANSALONE

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5055914.40.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5055914.40.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : MIKHAEL NAZIH RAAD
AGRAVADO : GABRIEL MIKHAEL ABDALA RAAD (menor)
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO LIMINAR

MIKHAEL NAZIH RAAD, inconformado com a decisão proferida pelo Juiz de


Direito da 3ª Vara de Família da Comarca de Goiânia, Dr. William Fabian, nos autos da
Ação Revisional de Alimentos ajuizada em desfavor de GABRIEL MIKHAEL
ABDALA RAAD, menor representado por sua genitora ANA CAROLINA
FERREIRA ABDALA, interpõe AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de efeito
suspensivo, com o escopo de obter a reforma do decisum.

Infere-se dos autos que a parte autora/agravante ajuizou predito feito


narrando a existência de acordo entre os genitores do menor, na Ação de Divórcio nº
225715-72.2015.8.09.0175 (201502257151), no qual ficou estipulado que o recorrente
pagaria o valor de 1 (um) salário mínimo mensal a título de alimentos.

Narrou que não tem condições financeiras para arcar com referido montante,
pleiteando em tutela de urgência a redução dos alimentos em favor do menor para o
numerário de 60% (sessenta por cento) do salário mínimo.

Pela decisão ora agravada, o juiz singular assim consignou:

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NR.PROCESSO: 5055914.40.2020.8.09.0000
(…) São condições essenciais a ações que versem sobre
alimentos, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Sendo que, o pagamento de alimentos atende, do mesmo modo,
aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa e da
solidariedade familiar.

6. Dispõe o artigo 1.699 do Código Civil, que se fixados os


alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os
supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar
ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou
majoração do encargo.

7. Verifico que os auxílios prestados ao menor devem ser de


responsabilidade de ambos os genitores, na medida de sua
possibilidade, para que não comprometam sua própria
sobrevivência, sendo que, deve-se buscar sempre a melhor
solução para atender a necessidade dos infantes e assegurar que
os mesmos continuaram assistidos por ambos os genitores até o
momento em que possam garantir o próprio sustento.

Sendo assim, afirma o artigo 300 do Código de Processo Civil (...)

8. Além disso, o fato de ter modificado a sua condição financeira,


conforme visa comprovar em extratos bancários de Evento 01 –
Arquivos 04 e 05 não impõe à parte alimentada participação na
situação, mediante redução liminar dos alimentos.

3. Da Conclusão

9. Recebo a petição inicial.

10. Defiro o pedido de assistência judiciária gratuita.

11. Indefiro, por ora, os pedidos de tutela provisória de urgência,


visto que necessita de maior dilação probatória para a concessão
da tutela pleiteada.

Inconformado com a decisão, o requerente interpôs Agravo de Instrumento.

Em suas razões de irresignação, após relato dos fatos, assevera o agravante


que os documentos juntados atestam sem sombra de dúvidas a atual situação do
agravante, que muito embora não meça esforços para proporcionar a seu filho uma
vida saudável, atualmente tem feito isso as custas do próprio sustento.

Sustenta que atualmente encontra-se desempregado, e seu sustento é


proveniente de pequenas atividades como autônomo; que existe em tramitação

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NR.PROCESSO: 5055914.40.2020.8.09.0000
execução de alimentos em face do agravante; e que existe risco de endividamento
alimentar e eventual prisão e/ou expropriação de bens do recorrente.

Brada que diante do alto encargo que não reflete mais a realidade financeira
do agravante, este acaba por vezes ficando sem dinheiro para buscar o filho que
reside neste Estado, enquanto sua residência fica no Estado de São Paulo, são ao
todo 6 passagens aéreas compreendendo 1 de ida, 2 de volta, 2 de ida, e 1 de volta.

Pontua que o agravante não pleiteou reduções bruscas na prestação em sede


de liminar, em vez disso optou pela redução de 1 salário mínimo (R$1.039,00) para
60% do salário mínimo (R$623,40), de modo a evitar quaisquer desequilíbrios no estilo
de vida do agravado.

Pugna pela concessão da tutela recursal antecipada, para reduzir o encargo


alimentar para 60% do salário mínimo; e no mérito requer o provimento do recurso,
nos termos expostos.

Preparo dispensado, vez que beneficiário da assistência judiciária.

É, em síntese, o relatório. Decido.

Diante da previsão expressa de cabimento do presente recurso, nos termos


do artigo 1015, inciso I, do Código de Processo Civil, determino o seu processamento.

Lado outro, quanto à antecipação dos efeitos da tutela recursal impende frisar
que o relator poderá, em determinados casos, concedê-la desde que preenchidos,
cumulativamente, os requisitos previstos em lei, quais sejam: (I) a imediata produção
de efeitos da decisão recorrida deverá gerar risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação; e (II) a demonstração da probabilidade de provimento do
recurso (artigos 995, parágrafo único, e 1.019, I, ambos no Código de Processo Civil).

Sobre o tema, transcrevo ensinamento doutrinário do ilustre processualista


Humberto Theodoro Júnior, in verbis:

(...) O relator poderá, ainda, deferir, em antecipação de tutela,


total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I). Para
tanto, deverão estar presentes os mesmos requisitos para a

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NR.PROCESSO: 5055914.40.2020.8.09.0000
concessão do efeito suspensivo, quais sejam, o fumus boni iuris
e o periculum in mora. Com efeito, não se pode negar ao relator o
poder de também conceder medida liminar positiva, quando a
decisão agravada for denegatória de providência urgente e de
resultados gravemente danosos para o agravante. No caso de
denegação, pela decisão recorrida, de medida provisória cautelar
ou antecipatória, por exemplo, é inócua a simples suspensão do
ato impugnado. Caberá, portanto, ao relator tomar a providência
pleiteada pela parte, para que se dê o inadiável afastamento do
risco de lesão, antecipando o efeito que se espera do julgamento
do agravo. É bom ressaltar que o poder de antecipação de tutela
instituído pelo art.300 não é privativo do juiz de primeiro grau e
pode ser utilizado em qualquer fase do processo e em qualquer
grau de jurisdição. No caso do agravo, esse poder está
expressamente previsto ao relator no art. 1.019, I. Se for deferido
o efeito suspensivo ou concedida a antecipação de tutela, o
relator ordenará a imediata comunicação ao juiz da causa, para
que, de fato, se suste o cumprimento da decisão interlocutória
(art. 1.019, I, in fine). (...). (in, Curso de Direito Processual Civil,
Volume III, 47ª Edição). Grifos no original.

Conforme se observa, exige-se a presença simultânea do fumus boni iuris e o


periculum in mora, os quais devem ser demonstrados de plano, de forma inequívoca,
de maneira que o julgador não tenha dúvidas quanto a viabilidade de se conferir efeito
suspensivo ao recurso, inclusive o efeito ativo ou positivo.

No presente caso, a demanda versa sobre a decisão que indeferiu o pedido


de tutela de urgência, consubstanciado na redução do valor dos alimentos a serem
pagos pelo requerente/agravante, do valor de 1 (um) salário mínimo para 60%
(sessenta por cento) do salário mínimo.

Importante frisar que as decisões liminares que versam sobre alimentos são
fulcradas em um juízo de verossimilhança que os julgadores extraem dos fatos postos
à sua apreciação, numa fase em que a instrução do processo ainda é incipiente.

Na espécie, numa cognição sumária, não vislumbro a presença cumulativa


dos requisitos necessários para o acolhimento da pretensão liminar, especialmente o
fumus boni iuris, pois, a princípio, muito embora o agravante afirme não ter condições
financeiras de arcar com o encargo anteriormente fixado, entendo que somente após a
devida instrução processual é que se poderá aferir a sua real situação.

Destarte, em atenção às particularidades do caso em apreço, por ora, não


vislumbro a presença dos requisitos necessários à concessão da medida liminar, razão
pela qual INDEFIRO o pedido de atribuição de efeito suspensivo ativo ao recurso.

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NR.PROCESSO: 5055914.40.2020.8.09.0000
Comunique-se o juízo a quo desta decisão, nos termos do artigo 1.019, inciso
I, do Código de Processo Civil.

Desnecessária a intimação da parte agravada, nos termos do artigo 9º,


parágrafo único, inciso I, do CPC.

Colha-se o parecer da douta Procuradoria-Geral de Justiça, nos termos


do artigo 178, inciso II, do diploma processual.

Intimem-se. Cumpra-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e assinado digitalmente conforme Resolução 59/2016

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Concessão de Efeito Suspensivo Recurso -


Data da Movimentação 18/02/2020 15:45:40

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5076027.15.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ESTADO DE GOIAS
POLO PASSIVO : VALTER BATISTA VARGAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : VALTER BATISTA VARGAS


ADVG. PARTE : 25996 GO - RAFAEL REGINALDO URANI DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5076027.15.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

AGRAVO DE INSTRUMENTO 5076027.15.2020.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE : ESTADO DE GOIÁS

AGRAVADA : VALTER BATISTA VARGAS

RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DECISÃO PRELIMINAR

Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo ESTADO DE GOIÁS contra a


decisão vista no evento 16 dos autos originários (5537449.98.2019.8.09.0051), mantida no
julgamento dos embargos declaratórios do evento 24, prolatada pela MM. Juíza de Direito da 6ª
Vara da Fazenda Pública Estadual da Comarca de Goiânia, nos autos do pedido de cumprimento
de sentença formulado por VALTER BATISTA VARGAS.

A decisão agravada foi proferida nos seguintes termos:

“(…)

Pelo exposto, rejeito a impugnação ao cumprimento de sentença, fixando o valor da


execução em R$ 105.193,22 (cento e cinco mil, cento e noventa e três reais e vinte e dois
centavos), conforme valor apresentado nos cálculos elaborados pela exequente no evento 1 - doc.
4. Determino ainda, que o Estado de Goiás cumpra a obrigação de fazer, nos termos da decisão
proferida no evento 4.

Custas e honorários a cargo do Estado de Goiás em 10% sobre o valor da execução.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5076027.15.2020.8.09.0000
Transitada em julgado, remetam-se os autos à Contadoria Judicial para atualização do
débito. Após, determino a expedição de precatório do valor principal, conforme indicado no evento 1
- doc. 4, e de Requisição de Pequeno Valor – RPV quanto aos honorários de sucumbência
arbitrados nas fases de conhecimento (evento 4) e de cumprimento de sentença proferido neste
decisum.”

Contra a aludida decisão insurge-se o agravante.

Após uma breve síntese dos fatos, aduz o recorrente, em preliminar, a ilegitimidade
da parte exequente/agravada para ingressar com pedido individual de cumprimento de sentença
coletiva, uma vez que representada por entidade associativa não legitimada para a propositura da
ação de conhecimento, eis que a Constituição Federal exige autorização expressa dos filiados em
cada uma das ações, não sendo suficiente a autorização estatutária genérica, excepcionada esta
apenas nos casos de mandado de segurança ou mandado de injunção coletivo, o que não é o
caso dos autos.

Narra que o juízo de origem entendeu pela desnecessidade da fase de liquidação sob o
fundamento de que, para a apuração do montante devido, bastaria a realização de cálculos
aritméticos, o que maltrata a fidelidade ao ato judicial e o princípio da coisa julgada, já que na
fase de conhecimento há determinação expressa de que o montante devido será apurado em
fase de liquidação de sentença, assim como novo pedido de exibição de documentos.

Verbera que na impugnação ao cumprimento de sentença indicou a inexistência de


diferenças a serem pagas ao agravado, uma vez que, com a reestruturação da carreira, as
diferenças decorrentes do equívoco na conversão para URV foram absorvidas, reiterando que a
questão é complexa e demanda a análise de várias questões e não só de cálculos aritméticos.

Testifica que, ao contrário do que estampado na decisão, o agravante não objetiva a


reversão da decisão ou a rediscussão do título, mas somente comprova que, apesar de
reconhecer a existência da obrigação determinada no título judicial, inexistem valores a serem
pagos, tendo em vista que a reestruturação da carreira absorveu as diferenças, não havendo que
se falar, portanto, em preclusão a respeito da matéria.

Discorre acerca da necessidade da concessão de efeito suspensivo, por restar evidente


a probabilidade de provimento do presente agravo de instrumento, diante da decisão proferida em
descompasso com as decisões dos Tribunais Superiores, bem como estar presente o periculum
in mora, diante da possibilidade de pagamento indevido por parte da Fazenda Pública de
importância que dificilmente será revertida aos cofres públicos.

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NR.PROCESSO: 5076027.15.2020.8.09.0000
Conclui, demonstrando que o Estado passa por atual situação de calamidade
financeira, requerendo prudência com a submissão do título judicial à liquidação, obstando,
assim, o pagamento de importâncias indevidas.

Finaliza, pugnando pela concessão de efeito suspensivo, bem como pela reforma da
decisão nos termos ora empreendidos.

Sem preparo, em razão da isenção legal.

É o relatório.

Decido.

A princípio, o recurso atende os requisitos legais relativos à sua admissibilidade, razão


pela qual passa-se a análise do pedido liminar.

Sabe-se que o agravo, em regra, não é dotado de efeito suspensivo. No entanto, na


esteira do artigo 1019, I, CPC/20151, pode o relator concedê-lo ou antecipar a tutela recursal, se
presentes os requisitos legais subjacentes à tutela pretendida, comunicando ao juiz a sua
decisão.

Na presente hipótese, o agravante pretende a suspensão da decisão que: I) rejeitou a


impugnação ao cumprimento de sentença e fixou o valor da execução em R$ 105.193,22 (cento e
cinco mil, cento e noventa e três reais e vinte e dois centavos), conforme valores apresentados
pelo exequente; II) determinou que o Estado cumpra a obrigação de fazer consistente na
incorporação e pagamento de 11,98% na remuneração do servidor, no prazo de 30 dias; e III)
ordenou, após o trânsito em julgado, a expedição de precatório em relação ao valor principal e de
RPV no tocante aos honorários de sucumbência fixados nas fases de conhecimento e de
cumprimento de sentença.

Pois bem. Para que se possa sustar os efeitos da decisão agravada, segundo previsão
do Código de Processo Civil, em seu artigo 995, parágrafo único, devem estar presentes,
cumulativamente, a existência de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e a
probabilidade de provimento do recurso.

De mais a mais, na espécie, para a concessão de efeito suspensivo ou ativo ao recurso,


mister a parte agravante demonstrar a relevante fundamentação do pedido (fumus boni iuris) e a

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NR.PROCESSO: 5076027.15.2020.8.09.0000
possibilidade de lhe ocorrer lesão grave ou de difícil reparação (periculum in mora), requisitos
estes que deverão ser aferidos de pronto, de forma inequívoca, não se admitindo dúvidas quanto
à viabilidade da sua concessão.

No caso em apreço, numa análise não exauriente das alegações e dos documentos que
formam o instrumento, observa-se que merece acolhida o pleito emergencial deduzido pelo
recorrente, porquanto demonstrada a existência de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, caso a situação permaneça na forma como alinhavada nos autos, até o julgamento
definitivo deste agravo, eis que por se tratar de cumprimento de sentença coletiva, ilíquida,
onde há determinação de conversão de URV a que a categoria faz jus, não é possível se
vislumbrar, ao menos nessa fase de cognição, o valor exato do montante devido ao
exequente por meio dos cálculos unilateralmente apresentados.

Outrossim, o prazo estipulado para o cumprimento da obrigação demonstra-se


exíguo, podendo resultar em pagamento indevido de importância, que dificilmente será
revertida aos cofres públicos.

Nesse sentir, de uma análise perfunctória da peça do agravo e dos documentos


carreados aos autos, anoto que a ponderação dos danos, por ora, releva a questão de direito
postulada pelo recorrente.

Nessa contextualização, defiro o pedido de efeito suspensivo da decisão ora


recorrida.

Comunique-se ao juízo da causa (CPC, 1.019, I).

Intime-se a parte agravada para, querendo, responder o presente agravo (art. 1019, II,
CPC), facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso.

Após, ouça-se a douta Procuradoria Geral de Justiça.

Intime-se. Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 5076027.15.2020.8.09.0000
DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

43

1 “Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não


for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou


parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;”

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


22:25:47

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5047083.03.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : JULIANA COSTA ESTULANO GARCIA MARTINS
POLO PASSIVO : BANCO BRADESCO SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JULIANA COSTA ESTULANO GARCIA MARTINS


ADVG. PARTE : 30983 GO - SILVESTRE GOMES DE LIMA JUNIOR

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5047083.03.2020.8.09.0000
Gabinete do Desembargador Carlos Roberto Fávaro

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5047083.03.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE: JULIANA COSTA ESTULANO GARCIA MARTINS


AGRAVADO: BANCO BRADESCO S/A
RELATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

DESPACHO

Compulsando os autos, depreende-se que, nas razões recursais (mov. 7), a


agravante requer a concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, contudo, não
colacionou prova de sua impossibilidade de arcar com as custas do processo sem que
haja o comprometimento do sustento próprio e de sua família, conforme exige a
Súmula nº 25 deste e. Tribunal Estadual.

Observa-se, ademais, a irregularidade da representação processual, uma vez


que não consta dos autos procuração outorgada ao subscritor da petição recursal.

Infere-se, por fim, que a presente objeção não impugna decisão judicial, mas
sim a penhora efetivada pela via BacenJud, ato, todavia, não atacável pela via
instrumental manejada, nos termos do artigo 1.015 do Código de Processo Civil.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5047083.03.2020.8.09.0000
Diante disso, intime-se a recorrente para, em 10 (dez) dias, acostar ao feito
documentos tendentes à regularização de sua representação processual e à
comprovação de seu direito de litigar sob o pálio da justiça gratuita, bem como para,
nos termos do art. 10 do Código de Processo Civil, se manifestar acerca do possível
não cabimento do presente recurso, porquanto interposto contra ato não decisório.

Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


RELATOR

1007/

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


11:16:56

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5137970.45.2018.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : GILVAN DE CARVALHO SANTANA
POLO PASSIVO : JOWA PARTICIPACOES LTDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : TERRAS ALPHA SPE SENADOR CANEDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS


LTDA
ADVG. PARTE : 22930 GO - YANA CAVALCANTE DE SOUZA

PARTE INTIMADA : GILVAN DE CARVALHO SANTANA


ADVG. PARTE : 24913 GO - MARIO CHRISTIAN PEDROSO DE OLIVEIRA

PARTE INTIMADA : GILVAN DE CARVALHO SANTANA


ADVG. PARTE : 24913 GO - MARIO CHRISTIAN PEDROSO DE OLIVEIRA

PARTE INTIMADA : TERRAS ALPHA SPE SENADOR CANEDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS


LTDA
ADVG. PARTE : 22930 GO - YANA CAVALCANTE DE SOUZA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5137970.45.2018.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5137970.45.2018.8.09.0051

COMARCA DE GOIÂNIA

1ºAPELANTE : TERRAS ALPHA SPE SENADOR CANEDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA E JOWA
PARTICIPAÇÕES LTDA

2º APELANTE : GILVAN DE CARVALHO SANTANA

1ºAPELADO : GILVAN DE CARVALHO SANTANA

2ºAPELADO: TERRAS ALPHA SPE SENADOR CANEDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA E JOWA
PARTICIPAÇÕES LTDA

RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DESPACHO

Considerando a natureza disponível do direito em discussão, deve-se, antes do julgamento do


mérito da apelação, diante das atuais diretrizes traçadas pelo novo CPC, em particular a
estimulação da autocomposição dos litígios (§ 3º do art. 3º), e da orientação do Conselho
Nacional de Justiça através da Resolução n.º 125/2010, oportunizar às partes o direito de se
pronunciarem acerca da possível solução consensual do conflito de interesse apresentado.

Sendo assim, determino a intimação das partes para, no prazo de 05 (cinco) dias úteis,
manifestarem sobre a possibilidade de solução da demanda mediante autocomposição.

Cumpra-se.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5137970.45.2018.8.09.0051
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

17

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:03:06

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5703428.71.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : PEDRO PAULO LEÃO RIBEIRO BORGES ANDERSON
POLO PASSIVO : CLAYTON ANDERSON DE OLIVEIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : PEDRO PAULO LEÃO RIBEIRO BORGES ANDERSON


ADVG. PARTE : 20527 GO - PAULO GUSTAVO PEDREIRA E SOUSA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5703428.71.2019.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5703428.71.2019.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE : PEDRO PAULO LEÃO RIBEIRO BORGES ANDERSON

AGRAVADOS : CLAYTON ANDERSON DE OLIVEIRA E OUTRO

RELATORA : DESA. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DESPACHO

Compulsando os autos verifica-se que o agravante atingiu a maioridade civil no curso


do processo, contudo, até o momento sua representação processual não foi regularizada, uma
vez que o instrumento de mandato (procuração) jungido aos autos (movimentação nº 01), foi
assinado apenas por sua genitora, Sra. Gabriela Leão Ribeiro Borges Kava.

Sendo assim, intime-se o agravante, por meio do causídico que subscreve a peça
recursal, para, no prazo de 05 (cinco) dias, regularizar sua representação processual, sob pena
de não conhecimento do recurso.

Intime-se. Após, volvam-me os autos em conclusão.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

RELATORA

(Datado e assinado conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho Convertido o Julgamento em Diligência -


Data da Movimentação 18/02/2020 15:08:57

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0162450.71.2001.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : AMADEU CARLOS DE OLIVEIRA
POLO PASSIVO : SHELL DO BRASIL S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : AMADEU CARLOS DE OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 17694 GO - ATHYLA SERRA DA SILVA MAIA

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0162450.71.2001.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0162450.71.2001.8.09.0051

COMARCA DE GOIÂNIA

1ºAPELANTE : AMADEU CARLOS DE OLIVEIRA

2ºAPELANTES : JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA E OUTRO

1ºAPELADO : JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA E OUTRO

2ºAPELADO : AMADEU CARLOS DE OLIVEIRA

RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DESPACHO

AMADEU CARLOS DE OLIVEIRA E JOSÉ CARLOS MARQUES SOUSA REIS E OUTRO


interpuseram apelações cíveis contra a sentença que extinguiu pedido de cumprimento de
sentença em razão da satisfação da dívida.

Breve relato.

Antes do julgamento do apelo, mister a conversão do feito em diligência. Explico.

Analisando o caderno processual, observa-se que a tese recursal do primeiro apelante diz
respeito ao conflito de supostas coisas julgadas ocorridas entre as demandas de rescisão
contratual c/c cobrança e a renovatória de aluguel.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0162450.71.2001.8.09.0051
Ocorre que a ação renovatória não consta dos autos, sendo esta necessária para análise da tese
recursal.

Sendo assim, em atenção ao princípio da cooperação, intime-se o primeiro apelante (Amadeu


Carlos de Oliveira) para no prazo de 15 (quinze) dias úteis, juntar aos autos cópia da demanda
renovatória (200201625746).

Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

17

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 368 de 5008
ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Ou Despacho Homologação - Data da


Movimentação 18/02/2020 22:56:02

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5104943.93.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ALEXANDRE FAUSTINO MOTA
POLO PASSIVO : AYMORE CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ALEXANDRE FAUSTINO MOTA


ADVGS. PARTE : 33880 GO - PABLO MAGALHÃES DE ASSIS
35110 GO - DOUGLAS SILVA CAMARGO

PARTE INTIMADA : AYMORE CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A


ADVG. PARTE : 43238 GO - FERNANDO FERRARI VIEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5104943.93.2019.8.09.0000
Gabinete do Desembargador Carlos Roberto Fávaro

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5104943.93.93.2019.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE: ALEXANDRE FAUSTINO MOTA


AGRAVADO: AYMORÉ CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S\A
RELATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

EMENTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E


APREENSÃO. DECRETO-LEI 911\69. CELEBRAÇÃO DE
ACORDO ENTRE AS PARTES LITIGANTES. DESISTÊNCIA
RECURSAL. 1. Inexistindo qualquer vício no acordo extrajudicial
entabulado pelas partes, revela-se possível a homologação do ajuste
perante este juízo ad quem (arts. 932, I e 487, III, “b”, do CPC).
DESISTÊNCIA HOMOLOGADA. RECURSO PREJUDICADO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por ALEXANDRE FAUSTINO MOTA,


em face de decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da 29ª Vara Cível da Comarca
de Goiânia, Dr. Jair Xavier Ferro, nos autos da Ação de Busca e Apreensão (Dec. Lei
n. 911/69), proposta por AYMORÉ CREDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO.

Após a interposição do recurso, sobreveio no mov. nº 26, comunicado sobre a


realização de avença entre as partes litigantes envolvendo o objeto da lide, assim
como pedido de desistência do presente recurso e extinção do feito.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5104943.93.2019.8.09.0000
É, em síntese, o relatório.

Decido.

De plano, verifico que o julgamento do presente agravo de instrumento resta


prejudicado, comportando, assim, o julgamento monocrático, nos termos do artigo 932,
III, do Código de Processo Civil, conforme passo a expor.

Depreende-se dos autos que, após a distribuição do presente recurso, sobreveio


petição requerendo a sua desistência, por perda do objeto, em razão da realização de
acordo judicial entre os litigantes, o qual deverá ser homologado pelo juízo de origem.

Assim, evidenciada nos autos a desistência da parte recorrente quanto ao recurso sub
judice, cumpre a este juízo ad quem tão somente homologá-la, conforme decorre da
exegese dos artigos 998 do Código de Processo Civil e 175, inciso XV do Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, que assim dispõem,
respectivamente:

Pois bem. O Código de Processo Civil, em seu artigo 998, prevê a possibilidade de
desistência do recurso, quando assim aprouver à parte, independentemente de
anuência do recorrido. Confira-se:

“ Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a


anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.”

Art. 175. Ao relator compete:


(...)
XV - homologar as desistências, ainda que o feito se ache em
mesa para julgamento; (…).”

Nesse sentido, é o entendimento desta Corte:

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. ACORDO


EXTRAJUDICIAL. DESISTÊNCIA DO RECURSO. Diante do
acordo firmado entre as partes e do pedido de desistência do

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NR.PROCESSO: 5104943.93.2019.8.09.0000
recurso, impõe-se a sua homologação, nos termos do art.
998 do CPC, pelo que fica assim declarada. DESISTÊNCIA
RECURSAL HOMOLOGADA.” (TJGO, APELAÇÃO 0133883-
73.2016.8.09.0093, Rel. LEOBINO VALENTE CHAVES, 3ª Câmara Cível,
julgado em 08/10/2018, DJe de 08/10/2018) Negritei.

Sendo assim, por se tratar de ato voluntário, de livre exercício da parte e, estando
satisfeitas as condições legais pertinentes, imperiosa a homologação da desistência
recursal.

Ante o exposto, com fulcro no artigo 998 do Código de Processo Civil c/c artigo 175,
inciso XV, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
homologo a desistência manifestada, julgando prejudicado o agravo de
instrumento, nos termos do art. 932, inciso III, do CPC.

É como decido.

Intimem-se.

Após o trânsito em julgado desta decisão monocrática, arquivem-se os autos.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


RELATOR
1001\FF

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


14:47:11

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0096567.44.2017.8.09.0011
CLASSE PROCESSUAL : Exibição de Documento ou Coisa ( CPC )
POLO ATIVO : RENATO JUNIO TEIXEIRA
POLO PASSIVO : BANCO BMW FINANCEIRA SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : RENATO JUNIO TEIXEIRA


ADVG. PARTE : 45006 GO - RODRIGO ELIAS DE ALMEIDA

PARTE INTIMADA : BANCO BMW FINANCEIRA SA


ADVG. PARTE : 29120 SP - JOSE MARCELO BRAGA NASCIMENTO

PARTE INTIMADA : BANCO BMW FINANCEIRA SA


ADVG. PARTE : 29120 SP - JOSE MARCELO BRAGA NASCIMENTO

PARTE INTIMADA : RENATO JUNIO TEIXEIRA


ADVG. PARTE : 45006 GO - RODRIGO ELIAS DE ALMEIDA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0096567.44.2017.8.09.0011
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

APELAÇÃO CÍVEL N. 0096567.44.2017.8.09.0011

COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA

1º APELANTE: RENATO JUNIO TEIXEIRA

2º APELANTE: BANCO BMW FINANCEIRA S/A

1º APELADO: BANCO BMW FINANCEIRA S/A

2º APELADO: RENATO JUNIO TEIXEIRA

RELATOR: DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DESPACHO

Considerando a natureza disponível do direito em discussão, deve-se, antes do julgamento do mérito da


apelação, diante das atuais diretrizes traçadas pelo novo Código de Processo Civil, em particular a estimulação da
autocomposição dos litígios (§ 3º do art. 3º), e da orientação do Conselho Nacional de Justiça através da Resolução n.º
125/2010, oportunizar às partes o direito de se pronunciarem acerca da possível solução consensual do conflito de
interesse apresentado.

Sendo assim, determino a intimação das partes para, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, manifestarem
sobre a possibilidade de solução da demanda mediante autocomposição.

Cumpra-se. Após, volvam-se os autos conclusos.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0096567.44.2017.8.09.0011
DES. LUIZ EDUARDO DE SOUZA

RELATOR

21

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Concedida a Medida Liminar (cpc) - Data da
Movimentação 06/04/2017 09:48:18

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5048932.15.2017.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ESTADO DE GOIAS
POLO PASSIVO : CERÂMICA CEDRO LTDA - ME
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CERÂMICA CEDRO LTDA - ME


ADVG. PARTE : 22862 GO - BRYANDA COELHO DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5048932.15.2017.8.09.0000
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5048932.15.2017.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ESTADO DE GOIÁS
AGRAVADA : CERÂMICA CEDRO LTDA - ME
RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DECISÃO

ESTADO DE GOIÁS, interpõe agravo de instrumento com pedido de efeito


suspensivo contra a decisão interlocutória (evento 08, processo originário – 5211873.84) do MM.
Juiz de Direito da 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Goiânia proferida na ação
declaratória c/c repetição de indébito com pedido de antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional
ajuizada por CERÂMICA CEDRO LTDA - ME.

A ação visa, em suma, afastar a incidência do ICMS sobre as taxas de uso do


sistema de distribuição e transmissão – TUST/TUSD.

O ilustre juiz a quo, acolhendo o pleito liminar da autora, determinou que o ente
público estadual se abstenha da cobrança de ICMS sobre as Taxas de Uso do Sistema de
Distribuição e Transmissão – TUST/TUSD, das contas de energia elétrica da empresa.

Daí surgiu o agravo de instrumento (evento 01).

Em suas razões o agravante, inicialmente, discorre sobre requisitos recursais,


cabimento do recurso e fatos da demanda – em suma, ação declaratória ajuizada pela agravada
objetivando a inexigibilidade de tributo relativamente a incidência do ICMS sobre as parcelas
TUST e TUSD inclusas nas faturas de energia elétrica.

No mérito, aponta a ausência do fumus boni iuris e periculum in mora, e que a


decisão agravada vulnera o art. 34, § 9º do ADCT/CR/88 e art. 9º, §1º, II da Lei Complementar
87/96.

Prosseguindo, destaca que, implicitamente, a inclusão da TUSD/TUST na base


de cálculo do ICMS-EE teve sua repercussão geral reconhecida no RE 593824/SC e que motivou
o deferimento de liminar na Suspensão de Segurança n. 4980/15.

Salienta que este Tribunal de Justiça, nos julgamentos dos AI


5144642.96.2016.8.09.0000, da relatoria do Des. Carlos Alberto França, AI
5271634.05.2016.8.09.0000, da relatoria do juiz substituto em 2º grau, Dr. Wilson Safatle Faiad, e
AI 5273852.06.2016.8.09.0000, da relatoria do Des. Orloff Neves Rocha, modificou seu
entendimento jurisprudencial, de sorte que, em razão disso, entende que a questão ora debatida
deve ser enfrentada à luz dessa nova compreensão para afastar o fumus boni iuris alegado pela
parte autora/agravada.

Noutro tópico, atesta a legalidade da incidência do ICMS constitucionalmente


previsto sobre o valor da operação final; afirma a presença dos requisitos autorizadores do efeito
suspensivo da decisão, pois sua manutenção representa grave perigo de dano para as finanças

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NR.PROCESSO: 5048932.15.2017.8.09.0000
do Estado de Goiás, que é decorrente do efeito multiplicador de decisões liminares; diz que
liminares desta natureza afrontam a ADC n. 4/DF na qual o colendo STF declarou a
constitucionalidade do art. 1º da Lei 9.494/1997, que trata de restrições à concessão de tutelas
antecipadas contra a Fazenda Pública, já que o caso em exame importa em obrigação por
quantia e não em mera obrigação de fazer; obtemperou que os valores referentes ao custo da
energia devem compor a base de cálculo do ICMS posto que são componentes do valor final; e
pugna, ao final, pela suspensão da decisão impugnada até o julgamento final deste recurso.

Em conclusão, requer o provimento do recurso com o fito de cassar a decisão


agravada, nos termos contidos nas referidas razões.

Preparo prescindível.

Éo relatório. Decido.

A priori, insta salientar que o art. 1.019, inc. I, do CPC de 2015, preceitua que o
relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso – art. 995, parágrafo único do CPC1-, ou
deferir, em sede de antecipação de tutela, consoante art. 300, da Lei Processual Civil, total ou
parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz a sua decisão.

O recurso visa a concessão de tutela recursal liminar objetivando a


suspensão da decisão interlocutória objurgada que determinou o afastamento da incidência do
ICMS sobre as TUST/TUSD.

Pois bem.

Daniel Amorim Assumpção Neves, in Manual de Direito Processual Civil, sobre o


assunto registra:

“Existem duas espécies de tutela de urgência podem ser pedidas no agravo de


instrumento: o pedido de efeito suspensivo e a tutela antecipada, que poderá
ser parcial ou total.

O efeito suspensivo caberá sempre que a decisão impugnada tiver


conteúdo positivo, ou seja, ser uma decisão que concede, acolhe, defere
alguma espécie de tutela. (…). Tratando-se de efeito suspensivo ope judicis
(impróprio), não basta o mero pedido do agravante, sendo indispensável o
preenchimento dos requisitos previsto no art. 995, parágrafo único, do Novo
CPC: probabilidade de provimento do recurso, ou seja, a aparência de razão
do agravante, e o perigo de risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, demonstrada sempre que o agravante convencer o relator de que
a espera do julgamento do agravo de instrumento poderá gerar o
perecimento do direito. (…)”2 Grifei.

De plano, comportável o acolhimento da liminar. Defiro, pois, o efeito


suspensivo.

Em uma análise perfunctória que o caso requer e, muito embora a matéria em


debate encontre-se vacilante nos tribunais, denota-se presente a probabilidade do direito
invocado, posto que o STJ, recentemente, assinalou mudança de posicionamento outrora
adotado.

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NR.PROCESSO: 5048932.15.2017.8.09.0000
É que no julgamento final no REsp. 1163020/RS, em 21.03.2017, o Colegiado da
1ª Turma do Tribunal da Cidadania, negou provimento ao recurso para, denegando a
segurança, manter a incidência do ICMS sobre os valores relativos ao TUST/TUSD.

Eis a ementa do julgado:

“TRIBUTÁRIO. ICMS. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. BASE DE


CÁLCULO. TARIFA DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (TUSD).
INCLUSÃO. 1. O ICMS incide sobre todo o processo de fornecimento de
energia elétrica, tendo em vista a indissociabilidade das suas fases de
geração, transmissão e distribuição, sendo que o custo inerente a cada uma
dessas etapas – entre elas a referente à Tarifa de Uso do Sistema de
Distribuição (TUSD) – compõe o preço final da operação e,
consequentemente, a base de cálculo do imposto, nos termos do art. 13, I,
da Lei Complementar n. 87/1996. 2. A peculiar realidade física do fornecimento
de energia elétrica revela que a geração, a transmissão e a distribuição formam o
conjunto dos elementos essenciais que compõem o aspecto material do fato
gerador, integrando o preço total da operação mercantil, não podendo qualquer
um deles ser decotado da sua base de cálculo, sendo certo que a etapa de
transmissão/distribuição não cuida de atividade meio, mas sim de atividade
inerente ao próprio fornecimento de energia elétrica, sendo dele indissociável. 3.
A abertura do mercado de energia elétrica, disciplinada pela Lei n. 9.074/1995
(que veio a segmentar o setor), não infirma a regra matriz de incidência do tributo,
nem tampouco repercute na sua base de cálculo, pois o referido diploma legal, de
cunho eminentemente administrativo e concorrencial, apenas permite a atuação
de mais de um agente econômico numa determinada fase do processo de
circulação da energia elétrica (geração). A partir dessa norma, o que se tem, na
realidade, é uma mera divisão de tarefas – de geração, transmissão e distribuição
– entre os agentes econômicos responsáveis por cada uma dessas etapas, para
a concretização do negócio jurídico tributável pelo ICMS, qual seja, o
fornecimento de energia elétrica ao consumidor final. 4. Por outro lado, o mercado
livre de energia elétrica está disponibilizado apenas para os grandes
consumidores, o que evidencia que a exclusão do custo referente à
transmissão/distribuição da base de cálculo do ICMS representa uma vantagem
econômica desarrazoada em relação às empresas menores (consumidores
cativos), que arcam com o tributo sobre o "preço cheio" constante de sua conta
de energia, subvertendo-se, assim, os postulados da livre concorrência e da
capacidade contributiva. 5. Recurso especial desprovido.”. Grifei.

Por sua vez, o perigo de dano grave pode ser verificado em face dos seguintes
fundamentos: 1º) a manutenção da decisão proibitiva da incidência do ICMS sobre a
TUST/TUSD, diante da multiplicidade de demandas sobre o tema já protocolizadas, poderá
prejudicar as finanças estaduais afetando seriamente a arrecadação deste ente; 2º) a
arrecadação estatal com o ICMS (Tributo não vinculado) é uma das maiores fontes de receita
pública derivada, que se destina ao custeio de atividades gerais ou específicas do Estado.

Logo, justificado o acolhimento da liminar recursal.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5048932.15.2017.8.09.0000
De resto, ressalta-se, que após a análise do pleito liminar seja o recurso
sobrestado em razão da determinação do STF proferida nos autos do RE 593.824/SC, de
relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, cuja temática é a inclusão dos valores pagos a título de
demanda contratada de energia na base de cálculo do ICMS (tema 176).

Apesar de não haver identidade entre o mencionado recurso extraordinário e a


matéria em destaque (incidência do ICMS sobre os valores relativos a TUST/TUSD), “Não se
pode negar a aptidão que as discussões sobre matéria tributária possuem para se irradiar e
alcançar uma gama significativa de contribuintes”, tal como salientado pelo próprio Min. Ricardo
Lewandowski nos autos do Ag.Reg. na Suspensão de Segurança 4.980/RJ.

Ademais, a suspensão do julgamento do agravo de instrumento também encontra


fundamento nos argumentos lançados pelo Min. Relator quando se pronunciou sobre a
existência de repercussão geral no RE 593.824/SC, ao defender que “a definição dos limites
acerca da incidência do ICMS sobre operações envolvendo energia elétrica norteará o julgamento
de inúmeros processos similares ao presente, que tramitam neste e nos demais tribunais
brasileiros”.

Assim, impõe-se o sobrestamento do julgamento do agravo de instrumento.

Comunique-se o juízo da causa do teor desta decisão para que tome as


devidas providências no processo originário, inclusive atentando-se para o comando contido no
RE 593.824/SC.

Cumpra-se.

Goiânia, 05 de abril de 2017

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

52

1“Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida
poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos
houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso.” Grifei

2. Ob. cit. 8ª ed., 2016, Juspodivm, p. 1.572/1.573.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão - Data da Movimentação 18/02/2020 15:02:54

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5737080.79.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : FUNERARIA PAX EIRELI
POLO PASSIVO : FUNERÁRIA PAX VIDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : FUNERÁRIA PAX VIDA


ADVGS. PARTE : 19012 GO - JULIANA CHAVES SIQUEIRA LINS
47815 GO - JESSICA PAOLA BUENO NETTO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5737080.79.2019.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5737080.79.2019.8.09.0000


COMARCA DE PADRE BERNARDO
AGRAVANTE : FUNERÁRIA PAX EIRELI
AGRAVADA : FUNERÁRIA PAX VIDA
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DESPACHO

Analisando o caderno processual, denota-se a irregularidade na


representação da parte agravada, posto que não colacionou aos autos cópia da
procuração outorgada ao seu advogado.

Assim, intime-se a parte agravada para, no prazo de 05 (cinco) dias,


regularizar a representação postulatória, sob pena de não ser analisadas as
contrarrazões apresentadas à mov. 10.

Intime-se. Cumpra-se.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5737080.79.2019.8.09.0000
Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO
RELATORA
(Datado e assinado conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Não Concedida a Medida Liminar - Data da
Movimentação 18/02/2020 15:02:56

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5068114.79.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : PONTUAL AGRONEGOCIOS, COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : PONTUAL AGRONEGOCIOS, COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA


ADVG. PARTE : 32759 GO - NAIARA CRISTINA GOMES VILELA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5068114.79.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5068114.79.2020.8.09.0000


COMARCA DE VIANÓPOLIS
AGRAVANTE : PONTUAL AGRONEGÓCIOS, COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES
LTDA
AGRAVADO : ESTADO DE GOIÁS
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO LIMINAR

Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO com pedido de tutela de


urgência interposto por PONTUAL AGRONEGÓCIOS, COMÉRCIO E
REPRESENTAÇÕES LTDA em face da decisão proferida pela Juíza de Direito da
Vara das Fazendas Públicas da Comarca de Vianópolis, Drª. Marli de Fátima Naves,
nos autos da Ação Anulatória de Débito Fiscal ajuizada em face do ESTADO DE
GOIÁS.

Infere-se dos autos que a autora, ora agravante, ajuizou a aludida ação
visando a concessão de tutela de urgência para que fosse determinada a suspensão
da exigibilidade dos lançamentos tributários dos autos de infração nº
4.01.17.009107.83, 4.01.17.008657.02, 4.01.17.009100.07 e 4.01.17.009044.65,
confirmados em Processo Administrativo, referentes a supostas omissões de entrada e
saída de mercadorias no período de 2015/2016.

Ainda liminarmente, requereu: a) suspensão de quaisquer atos constritivos; b)


que os apontamentos não constassem como óbice à emissão de Certidão de
Regularidade Fiscal; c) suspensão da negativação do CADIN estadual e demais

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NR.PROCESSO: 5068114.79.2020.8.09.0000
cadastros de inadimplentes; e d) sustação/cancelamento dos protestos das Certidões
de Dívida Ativa ou a suspensão de seus efeitos.

Ao analisar o pleito liminar, a juíza de origem indeferiu a antecipação dos


efeitos da tutela, em decisão lavrada nos seguintes termos:

(…)

A parte autora alega equívoco na auditoria realizada pela


Autoridade Fazendária, bem como que a “negativação” da
empresa ameaça a continuidade da atividade comercial e,
consequentemente, produtores rurais que efetuaram compras de
insumos agrícolas que superam R$ 20.000.000,00 (vinte milhões
de reais).

Entretanto, não vislumbro verossimilhança nas alegações


autorais, isso porque a parte autora não cuidou de colacionar
documentos que comprovem a famigerada negativação da
empresa – notificação de protesto extrajudicial ou extrato que
demonstre a inclusão da empresa no SERASA/SPC e/ou CADIN
Estadual.

Não bastasse, o artigo 38, caput, da Lei de Execução Fiscal


quanto o artigo 151¹, II do CTN e Sumula 112² do STJ dispõem
sobre exigibilidade de depósito prévio, em casos de discussão
judicial de dívidas da Fazenda Pública, tese, inclusive,
consolidada o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás (TJGO):

(…)

Assim, a pretensão da parte requerente em sede liminar, exige


depósito integral do débito discutido, trata-se, pois de pressuposto
sine qua non para suspender a exigibilidade do débito fiscal.

(…)

Não é possível a aplicação da analogia em matéria de suspensão


de crédito tributário, pois o Código Tributário Nacional é expresso
ao determinar a interpretação literal (restritiva) nesse caso (art.
111, I, CTN) – (TJGO, AI 484136-53.2011.8.09.0000, Rel. Des.
ZACARIAS NEVES COÊLHO, 2ª CÂMARA CÍVEL, julgado em
13/03/2012, DJe 1041 de 12/04/2012).

Posto isso, ausentes os requisitos exigidos para concessão do


provimento urgente (CPC, art. 300), na forma da fundamentação
supra, INDEFIRO os requerimentos de tutela provisória de
urgência.

(...)

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NR.PROCESSO: 5068114.79.2020.8.09.0000
Irresignada, PONTUAL AGRONEGÓCIOS, COMÉRCIO E
REPRESENTAÇÕES LTDA interpõe o presente recurso de Agravo de Instrumento.

Em suas razões recursais, defende que os autos de infração em tela foram


fruto de uma auditoria irregular, na qual houve falhas no levantamento de dados e
consideração de informações duplicadas, gerando uma conclusão equivocada.

Pontua que a empresa comercializa defensivos agrícolas, adubos,


fertilizantes, corretivos de solo, sementes e outras matérias-primas agrícolas,
mercadorias essas que são isentas da incidência do ICMS para operações dentro do
Estado de Goiás.

Argumenta que a empresa não possui condições de mercado para


comercializar mercadorias sem emissão de documentos fiscais, nem tampouco
justificativa para fazê-lo, considerando a isenção de que gozam.

Verbera estar demonstrado o risco da demora, porquanto a negativação,


concretizada após a propositura da demanda, traz obstáculos à aquisição dos
produtos junto aos fornecedores, impactando diretamente em toda a cadeia produtiva
de grãos da região, já que a empresa é uma das maiores do ramo.

Alega que as causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário


elencadas nos incisos II e V do artigo 151 do Código Tributário Nacional são
independentes entre si, de modo que seria viável a referida suspensão por meio de
concessão de medida liminar ou de tutela antecipada de urgência, independentemente
do depósito do montante integral da dívida.

Colaciona julgados em reforço a sua tese.

Alterca ser impraticável o depósito integral do montante do débito discutido,


haja vista que o valor representa mais de 100% do seu faturamento mensal.
Acrescenta não ser possível a constituição de garantia sobre os bens de giro, sob
pena de inviabilizar a continuidade da atividade econômica da empresa.

Sustenta que, ao levar a Certidão de Dívida Ativa a protesto e inscrever o


nome da empresa nos cadastros de proteção de crédito, o Fisco pretende coagi-la ao
pagamento do crédito tributário pelo meio indevido, suprimindo os direitos

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NR.PROCESSO: 5068114.79.2020.8.09.0000
fundamentais da ampla defesa e da prestação jurisdicional.

Com esses argumentos, requer seja deferida liminarmente a tutela de


urgência, para fins de suspender a exigibilidade do crédito tributário, cancelar os
protestos e as negativações do CADIN estadual e demais cadastros de inadimplentes,
bem como possibilitar a emissão de Certidão de Regularidade Fiscal.

Alternativamente, requer a suspensão ou o cancelamento provisório dos


protestos e das negativações, a fim de permitir que a recorrente permaneça no
mercado e pague a multa ao final, caso esta prevaleça.

Preparo regular.

É, em síntese, o relatório. Decido.

Inicialmente, diante da previsão expressa de cabimento do presente recurso,


nos termos do artigo 1015, inciso I, do Código de Processo Civil, determino o seu
processamento.

Quanto ao efeito suspensivo, impende frisar que o relator poderá concedê-lo


em determinados casos, desde que preenchidos, cumulativamente, os requisitos
previstos em lei, quais sejam: (I) a imediata produção de efeitos da decisão recorrida
deverá gerar risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; e (II) a
demonstração da probabilidade de provimento do recurso (artigos 995, parágrafo
único, e 1.019, I, ambos no Código de Processo Civil).

Sobre o tema, transcrevo ensinamento doutrinário do ilustre processualista


Humberto Theodoro Júnior, in verbis:

[...] O relator poderá, ainda, deferir, em antecipação de tutela,


total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I). Para
tanto, deverão estar presentes os mesmos requisitos para a
concessão do efeito suspensivo, quais sejam, o fumus boni iuris
e o periculum in mora. Com efeito, não se pode negar ao relator o
poder de também conceder medida liminar positiva, quando a
decisão agravada for denegatória de providência urgente e de
resultados gravemente danosos para o agravante. No caso de
denegação, pela decisão recorrida, de medida provisória cautelar
ou antecipatória, por exemplo, é inócua a simples suspensão do

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NR.PROCESSO: 5068114.79.2020.8.09.0000
ato impugnado. Caberá, portanto, ao relator tomar a providência
pleiteada pela parte, para que se dê o inadiável afastamento do
risco de lesão, antecipando o efeito que se espera do julgamento
do agravo. É bom ressaltar que o poder de antecipação de tutela
instituído pelo art.300 não é privativo do juiz de primeiro grau e
pode ser utilizado em qualquer fase do processo e em qualquer
grau de jurisdição. No caso do agravo, esse poder está
expressamente previsto ao relator no art. 1.019, I.

Se for deferido o efeito suspensivo ou concedida a antecipação


de tutela, o relator ordenará a imediata comunicação ao juiz da
causa, para que, de fato, se suste o cumprimento da decisão
interlocutória (art. 1.019, I, in fine). [...] (in, Curso de Direito
Processual Civil, Volume III, 47ª Edição). Grifos no original.

Conforme se observa, exige-se a presença simultânea do fumus boni iuris e o


periculum in mora, os quais devem ser demonstrados de plano, de forma inequívoca,
de maneira que o julgador não tenha dúvidas quanto a viabilidade de se conferir efeito
suspensivo ao recurso, inclusive o efeito ativo ou positivo.

A princípio, em uma análise perfunctória dos autos, não vislumbro a


plausibilidade do direito invocado pela agravante, uma vez que a certidão de inscrição
de crédito tributário em dívida ativa goza de presunção de certeza e liquidez, cabendo
ao contribuinte a prova inequívoca de que o título constituído encontra-se eivado de
ilegalidade (inteligência do artigo 3º da Lei nº 6.830/80).

À guisa da presunção em testilha, vislumbra-se que a suspensão da


exigibilidade do crédito tributário, mormente em sede de pedido antecipatório da tutela,
imprescinde de prova cabal do fato impeditivo alegado, não se vislumbrando
materializada, prima facie, as máculas imputadas ao Processo Administrativo
Tributário.

Na confluência do exposto, INDEFIRO o pedido de antecipação dos efeitos


da tutela recursal.

Comunique-se o juízo a quo desta decisão, nos termos do artigo 1.019, inciso
I, do Código de Processo Civil.

Intime-se o agravado para, querendo, apresentar resposta, no prazo legal,


nos moldes do artigo 1.019, inciso II, do citado diploma processual civil.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5068114.79.2020.8.09.0000
Cumpra-se, com as cautelas legais.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:03:07

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5038655.77.2018.8.09.0137
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : ALINE ROSA MARQUES OLIVEIRA
POLO PASSIVO : VOXCRED ADMINISTRADORA DE CARTÕES E SERVIÇOS E PROCESSAMENTO
SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ALINE ROSA MARQUES OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 46038 GO - JOAO FABIO DE MEDEIROS COSTA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5038655.77.2018.8.09.0137
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5038655.77.2018.8.09.0137


COMARCA DE RIO VERDE
APELANTE : ALINE ROSA MARQUES OLIVEIRA
APELADA : VOXCRED ADMINISTRADORA DE CARTÕES E SERVIÇOS E
PROCESSAMENTO SA
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DESPACHO

Trata-se de Apelação Cível interposta por ALINE ROSA MARQUES


OLIVEIRA em face da sentença proferida pela Juíza de Direito da 1ª Vara Cível da
Comarca de Rio Verde, Drª. Lília Maria de Souza, nos autos da Ação Declaratória de
Inexistência de Débito em fase de Cumprimento de Sentença proposta em desfavor do
VOXCRED ADMINISTRADORA DE CARTÕES E SERVIÇOS E PROCESSAMENTO
SA.

Considerando que o apelo versa apenas sobre os honorários advocatícios,


intime-se o advogado JOÃO FÁBIO DE MEDEIROS COSTA para efetuar o
pagamento do preparo recursal, conforme estabelece o artigo 99, § 5º, do CPC,
devendo o recolhimento ser em dobro, nos termos do artigo 1007, § 4º, do Códex.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5038655.77.2018.8.09.0137
Datado e assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


10:57:35

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5403408.68.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : JOSE FERREIRA DE ASSUNÇÃO
POLO PASSIVO : PARANA BANCO S.A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BRB FINANCEIRA S/A


ADVGS. PARTE : 348297 SP - GUSTAVO DAL BOSCO
39895 GO - PATRICIA FREYER

PARTE INTIMADA : COMPREV - VIDA E PREVIDÊNCIA S/A


ADVG. PARTE : 37668 GO - PEDRO HENRIQUE MOREIRA CRUVINEL

PARTE INTIMADA : JOSE FERREIRA DE ASSUNÇÃO


ADVG. PARTE : 38781 GO - RENATO GOMES IMAI

PARTE INTIMADA : PARANA BANCO S.A


ADVG. PARTE : 7919 PR - MILTON LUIZ CLEVE KUSTER

PARTE INTIMADA : JOSE FERREIRA DE ASSUNÇÃO


ADVG. PARTE : 38781 GO - RENATO GOMES IMAI

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5403408.68.2017.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5403408.68.2017.8.09.0051

COMARCA DE GOIÂNIA

1º APELANTE: COMPREV – VIDA E PREVIDÊNCIA S/A

2º APELANTE: BRB CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A

3º APELANTE: PARANÁ BANCO

APELADO : JOSÉ FERREIRA DE ASSUNÇÃO

RECURSO ADESIVO

RECORRENTE: JOSÉ FERREIRA DE ASSUNÇÃO

RECORRIDAS : COMPREV – VIDA E PREVIDÊNCIA S/A E OUTRAS

RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DESPACHO

In casu, dada a natureza disponível do direito em discussão (ação de obrigação de


fazer), respaldado nas atuais diretrizes traçadas pelo novo CPC, em particular a estimulação
da autocomposição dos litígios (§ 3º[1] do art. 3º), e na orientação do Conselho Nacional de
Justiça (Resolução n.º 125/2010), antes do julgamento meritório dos presentes recursos,

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NR.PROCESSO: 5403408.68.2017.8.09.0051
imperioso oportunizar às partes a possível solução consensual do conflito apresentado.

Destarte, determino a intimação das partes para manifestarem, no prazo de 15


(quinze) dias, o interesse na solução da demanda mediante a autocomposição, cujo método
dirime o litígio com mais celeridade, em prestígio ao princípio da efetividade da justiça.

Intimem-se.

Goiânia, 14 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

05

[1]. ‘§ 3º. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.’

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:02:52

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0428291.51.2012.8.09.0113
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : GIZELDA GONCALVES DA SILVA
POLO PASSIVO : ALAOR DE LELIS FERREIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : GIZELDA GONCALVES DA SILVA


ADVGS. PARTE : 32515 GO - ALFREDO MARTINEZ
37231 GO - MARLY O'FARRIL MARTINEZ

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0428291.51.2012.8.09.0113
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0428291.51.2012.8.09.0113


COMARCA DE NIQUELÂNDIA
APELANTE : GISELDA GONÇALVES DA SILVA
APELADO : ALAOR DE LELIS FERREIRA
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DESPACHO

Analisando o caderno processual, denota-se que após interposição do


Recurso de Apelação Cível, à mov. 03 – evento 31, os autos vieram a este Tribunal de
Justiça, sem determinar a intimação da parte recorrida para apresentar contrarrazões.

Neste contexto, intime-se a parte apelada para apresentar contrarrazões ao


recurso interposto, no prazo de 15 (quinze) dias.

Acaso não seja possível esta providência neste grau recursal, encaminhem-se
os autos ao juízo de origem em diligência.

Após cumpridas as determinações, retornem-me conclusos.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0428291.51.2012.8.09.0113
Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO
RELATORA
Datado e Assinado digitalmente conforme Resolução 59/2016

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
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Validação pelo código: 10473564037393605, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão - Data da Movimentação 18/02/2020 15:04:42

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5067088.46.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : REGINA CELI PINHEIRO CHAVES
POLO PASSIVO : ALVINO PEREIRA DA SILVA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : REGINA CELI PINHEIRO CHAVES


ADVG. PARTE : 32299 GO - PEDRO CELESTINO CHAVES NETO

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5067088.46.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5067088.46.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : REGINA CELI PINHEIRO CHAVES
AGRAVADA : ALVINO PEREIRA DA SILVA
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO

Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, interposto por REGINA CELI


PINHEIRO CHAVES, em face da decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da 4ª Vara
da fazenda Pública da Comarca de Goiânia, Dr. José Proto de Oliveira, nos autos da
Ação de Obrigação de Fazer, proposta em seu desfavor por ALVINO PEREIRA DA
SILVA, todos qualificados e representados, com o intento de obter a sua reforma.

Na peça recursal, a agravante pugna pela concessão dos benefícios da


assistência judiciária.

Ocorre que para concessão dos benefícios da assistência judiciária impõe-se


ao Requerente a comprovação de insuficiência de recursos, consoante o artigo 98 do
Código de Processo Civil, bem como o inciso LXXIV do artigo 5º, da Constituição
Federal, que assentou: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos”.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5067088.46.2020.8.09.0000
Neste contexto, nos termos do artigo 99, §2º, do Código de Processo Civil,
intime-se a agravante para juntar aos autos documentos que comprovem a
insuficiência de recursos para pagamento das custas processuais, tais como: cópia de
contracheque, da declaração de imposto de renda, de forma integral, ou declaração de
isento, extrato bancário, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de indeferimento do
mencionado pleito.

No mesmo prazo, nos termos do art. 10 do CPC, manifestar sob eventual não
conhecimento do recurso, posto que não se enquadra no rol restritivo apresentado no
artigo 1015, do Código de Processo Civil, tampouco em outros casos expressamentos
previstos em lei.

Intime-se. Cumpra-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e Assinado digitalmente conforme a Resolução 59/2016

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Extinto Sem Resolução do Mérito - Data da


Movimentação 18/02/2020 12:45:19

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5488048.67.2018.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : OSMAN RIBEIRO VIEIRA
POLO PASSIVO : DIRETOR DO HOSPITAL ESTADUAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA - HUGOL
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : OSMAN RIBEIRO VIEIRA


ADVG. PARTE : 49082 GO - PEDRO HENRIQUE SOARES DA SILVA CAMPOS

PARTE INTIMADA : DIRETOR DO HOSPITAL ESTADUAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA - HUGOL


ADVGS. PARTE : 27061 GO - FABIANO DIAS MARTINS
18315 GO - ELIEZER RANGEL CORDEIRO

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5488048.67.2018.8.09.0051
Gabinete do Desembargador Carlos Roberto Fávaro

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5488048.67.2018.8.09.0051


COMARCA DE GOIÂNIA

IMPETRANTE: OSMAN RIBEIRO VIEIRA


IMPETRADOS: SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO DE GOIÁS E OUTRO
LIT. PAS.: ESTADO DE GOIÁS
RELATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

MANDADO DE SEGURANÇA. TRATAMENTO MÉDICO. INTERNAÇÃO


EM INSTITUIÇÃO HOSPITALAR DIVERSA DA PRETENDIDA. PERDA
SUPERVENIENTE DO OBJETO. Autorizada a internação do paciente
em instituição hospitalar diversa da pretendida, noticiada a melhora no
quadro de saúde do impetrante, mister se faz a extinção do feito sem
resolução do mérito, nos termos do artigo 195, do RITJGO c/c o artigo
485, incisos VI e IX do Código de Processo Civil. EXTINÇÃO DO FEITO
SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. MANDADO DE SEGURANÇA
PREJUDICADO.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5488048.67.2018.8.09.0051
Cuida-se de MANDADO DE SEGURANÇA impetrado por
OSMAN RIBEIRO VIEIRA contra ato atribuído ao SECRETÁRIO DE SAÚDE DO
ESTADO DE GOIÁS e ao DIRETOR DO HOSPITAL ESTADUAL DE URGÊNCIAS
DA REGIÃO NOROESTE DE GOIÂNIA – HUGOL em litisconsórcio passivo com o
ESTADO DE GOIÁS, visando compeli-los a disponibilizar uma vaga em instituição
apropriada, com o fornecimento de todo o suporte necessário.

O presente mandamus foi impetrado em 13/10/2018, sob regime


de plantão no primeiro grau de jurisdição. Por meio da decisão lançada no evento 4, o
Juiz de Direito Átila Naves Amaral concedeu a ordem liminar conforme requerida.

Antes da citação das autoridades coatoras, constatou-se a


incompetência do juízo fazendário de primeiro grau para processamento do presente
mandamus, o que motivou a remessa dos autos a esta Corte (evento 26).

No evento 37, o impetrante informou que houve melhora no seu


quadro de saúde.

Nesta instância, ordenou-se a notificação das autoridades


coatoras (evento 39).

Em resposta a liminar deferida, o Município de Goiânia noticiou


que foi autorizada a internação do paciente no Hospital Gastro Salustiano em
16/10/2018 (evento 44).

Defesas apresentadas nos eventos 47 e 54.

Parecer da Procuradoria-Geral de Justiça manifestando-se pela


prejudicialidade do mandado de segurança por ausência de interesse de agir, em
decorrência da perda superveniente do objeto. (evento 57).

É o relatório. Passo a decidir.

Da análise dos autos, verifica-se que a presente ação encontra-


se prejudicada.

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NR.PROCESSO: 5488048.67.2018.8.09.0051
Infere-se do caderno processual que, após a impetração deste
mandamus, o impetrante noticiou que a pretensão almejada foi obtida por meio
diverso, conforme se observa da autorização para a internação do paciente
colacionada no evento 44.

Assim, evidenciada a perda do objeto da ação mandamental,


mister se faz seja julgada prejudicada, e, de consequência, extinta, sem resolução de
mérito, ante a perda superveniente do interesse processual, nos termos do parágrafo
único do artigo 195 do Regimento Interno do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás, c/c os artigos 485, inciso VI e 493, ambos do Código de Processo Civil. Veja-se:

“Art. 195. Julgar-se-á prejudicada a pretensão quando houver


cessado sua causa determinante ou já tiver sido plenamente
alcançada em outra via, judicial ou não.
Parágrafo único. A pretensão será julgada sem objeto, se este
houver desaparecido ou perecido.”

“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (…).

VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse


processual.”

“ Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato


constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no
julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de
ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
decisão.”

Ao teor do exposto, com fulcro no artigo 195, do RITJGO c/c


artigo 485, inciso VI do Código de Processo Civil, decreto a extinção do processo,
sem resolução de mérito, ante a falta de interesse processual superveniente, por ter
cessado a causa determinante da impetração. Revogo a liminar lançada no evento 4.
Mandado de Segurança prejudicado.

Intimem-se.

Transitada em julgado a presente decisão, arquivem-se os


presentes autos.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5488048.67.2018.8.09.0051
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:02:55

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0443760.66.2011.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Embargos de Terceiro ( CPC )
POLO ATIVO : MAURICIO DOURADO CHAVES
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MAURICIO DOURADO CHAVES


ADVG. PARTE : 5052 GO - JOSÉ COSTA NETO

PARTE INTIMADA : MONICA SPIRANDELLI DA SILVA CHAVES


ADVG. PARTE : 5052 GO - JOSÉ COSTA NETO

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0443760.66.2011.8.09.0051
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça de Goiás
Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0443760.66.2011.8.09.0051

COMARCA DE GOIÂNIA

APELANTES : MAURÍCIO DOURADO CHAVES E OUTRA

APELADO : ESTADO DE GOIÁS

RECURSO ADESIVO

RECORRENTE : ESTADO DE GOIÁS

RECORRIDOS : MAURÍCIO DOURADO CHAVES E OUTRA

RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DESPACHO

Conforme certificado pela Divisão de Conferência e Contadoria Judicial, mov.


nº 52, o preparo do recurso de Apelação Cível (fls. 71/82 dos autos físicos – mov. nº
03) foi recolhido a menor, carecendo, portanto, de complementação.

Determino, assim, a intimação dos apelantes para procederem à


complementação das custas processuais, no prazo de 05 (cinco) dias, nos termos do
artigo 1.007, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil, sob pena de deserção.

Em seguida, volvam-me conclusos.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0443760.66.2011.8.09.0051
Cumpra-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e assinado conforme Resolução nº 59/2016

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Concedida a Medida Liminar (cpc) - Data da
Movimentação 18/02/2020 15:02:56

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5071877.88.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ESTADO DE GOIÁS
POLO PASSIVO : NEURISVAN DE AGUIAR VIEIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : NEURISVAN DE AGUIAR VIEIRA


ADVG. PARTE : 33665 GO - JEAN RODRIGUES LOBO

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5071877.88.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5071877.88.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ESTADO DE GOIÁS
AGRAVADO : NEURISVAN DE AGUIAR VIEIRA
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO LIMINAR

Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO com pedido de efeito


suspensivo interposto pelo ESTADO DE GOIÁS em face da decisão proferida pelo
Juiz de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual da Comarca de Goiânia, Dr.
Reinaldo Alves Ferreira, nos autos da Ação Declaratória de Nulidade de Ato
Administrativo ajuizada por NEURISVAN DE AGUIAR VIEIRA.

Na exordial dos autos de origem, o autor, ora agravado, narrou ter participado
do concurso público para provimento de vagas no cargo de Agente de Segurança
Prisional, realizado pela Secretaria de Estado de Administração (SEAD) e pelo Instituto
Americano de Desenvolvimento (IADES).

Reportou ter sido eliminado do certame em razão de reprovação na prova


objetiva, por não ter atingido o percentual de acerto de 50% (cinquenta) por cento das
questões de conhecimentos gerais, requisito previsto no item 18.3 do Edital nº 1/2019
– ASP-DGAP.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5071877.88.2020.8.09.0000
Apontou a incompatibilidade das questões 10,16 e 19 da prova tipo B com o
item 9.3 do Edital e com o artigo 31 da Lei Estadual nº 19.587/2017, salientando a
necessidade de anulação judicial dos itens, de modo a lhe possibilitar o alcance da
pontuação mínima necessária para a correção da prova discursiva e,
consequentemente, a continuidade no concurso.

Com esses argumentos, requereu a concessão de tutela provisória de


urgência para que a Banca Examinadora corrigisse a sua prova discursiva,
independentemente do julgamento do mérito, assegurando-lhe a participação nas
demais etapas do certame.

Ao analisar o pleito liminar, o juiz de origem deferiu a tutela perseguida, em


decisão lavrada nos seguintes termos:

(…)

No caso vertente, ao que deflui dos autos, é possível, em tese,


que o Autor tenha êxito na sua pretensão, com a demonstração,
ao final, da existência do direito suscitado, uma vez que, numa
primeira análise, os temas exigidos nas questões impugnadas
não encontram ressonância ou amparado no programa constante
do edital. De forma que, encontra-se presente na espécie a
probabilidade do direito (fumus boni juris).

Ademais, a não concessão da liminar profligada poderá causar


danos de difícil reparação ao direito afirmado pela parte Autora,
uma vez que o concurso encontra-se em andamento, com as
fases subsequentes com datas já fixadas, podendo o pedido do
Autor, desta forma, ficar até mesmo prejudicado (periculum in
mora).

Diante do exposto, defiro a liminar requestada na peça matriz,


para o fim específico de permitir ao Autor a participação nas
demais fases do concurso em exame, inclusive com a correção
da sua prova discursiva, devendo a administração, caso ele seja
aprovado em todas as etapas, resguardar a vaga, até final
deslinde da causa.

Desde já, excluo do processo, por manifesta ilegitimidade


passiva, o Instituto Americano de Desenvolvimento, por ser o
mesmo um mero agente executor do concurso promovido pelo
Estado de Goiás.

Cite-se o Estado de Goiás para integrar a relação processual e


oferecer, no prazo legal, caso queira, resposta aos termos da
pretensão deduzida.

(...)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5071877.88.2020.8.09.0000
Irresignado, o ESTADO DE GOIÁS interpõe o presente recurso de Agravo de
Instrumento.

Em suas razões recursais, acusa o desacerto da decisão agravada, ao


argumento de que a liminar deferida possui natureza satisfativa e irreversível, o que
encontra óbice no artigo 1º, §3º, da Lei 8.437/98.

Alega que, uma vez corrigida a prova discursiva do agravado por corolário do
acréscimo da pontuação da prova objetiva, será inviável à Administração desfazer os
atos de correção e de publicação da reclassificação dos candidatos, o que denota a
irreversibilidade da medida.

Adiante, afirma estar ausente a probabilidade do direito do agravado,


esmiuçando as questões impugnadas com o fito de demonstrar a correção do gabarito
e a adequação do conteúdo cobrado ao edital que rege o certame.

Sublinha ser desnecessária a previsão exaustiva, no edital, de todos os


subtemas que podem ser objeto de avaliação no concurso público.

Verbera que a questão debatida na lide, referente à alteração de gabaritos e à


anulação de questões, está inserta dentro do mérito administrativo, sendo vedado ao
Poder Judiciário se imiscuir nesta seara, sob pena de violação ao princípio da
separação dos poderes.

Colaciona julgados em reforço a sua tese.

Pontua que o requisito do perigo de dano ou risco ao resultado útil do


processo também não restou configurado na hipótese, porquanto, havendo eventual
acolhimento do pleito em sentença, a Administração poderia então cumprir a ordem
judicial, sem prejuízos à parte.

Frisa que o deferimento de liminar atrasa o cumprimento do cronograma do


certame e traz insegurança jurídica aos demais participantes do concurso, havendo
possibilidade de exclusão de candidatos em razão do acréscimo de pontuação
deferido judicialmente a outros, por força da aplicação da cláusula de barreira.

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NR.PROCESSO: 5071877.88.2020.8.09.0000
Argumenta que a imediata produção dos efeitos da decisão traz risco de dano
grave, de difícil ou impossível reparação ao Estado, inclusive com a iminente fixação
de multa por descumprimento da ordem judicial.

Nesses termos, pugna o agravante pela concessão de efeito suspensivo ao


recurso, requestando, no mérito, o conhecimento e provimento da insurgência, a fim de
que seja revogada a liminar que permitiu a continuidade da parte adversa no certame,
a despeito da sua exclusão.

Preparo dispensado (art. 1.007, §1º, CPC).

É, em síntese, o relatório. Decido.

Inicialmente, diante da previsão expressa de cabimento do presente recurso,


nos termos do artigo 1015, inciso I, do Código de Processo Civil, determino o seu
processamento.

Quanto ao efeito suspensivo, impende frisar que o relator poderá concedê-lo


em determinados casos, desde que preenchidos, cumulativamente, os requisitos
previstos em lei, quais sejam: (I) a imediata produção de efeitos da decisão recorrida
deverá gerar risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; e (II) a
demonstração da probabilidade de provimento do recurso (artigos 995, parágrafo
único, e 1.019, I, ambos no Código de Processo Civil).

Sobre o tema, transcrevo ensinamento doutrinário do ilustre processualista


Humberto Theodoro Júnior, in verbis:

[...] O relator poderá, ainda, deferir, em antecipação de tutela,


total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I). Para
tanto, deverão estar presentes os mesmos requisitos para a
concessão do efeito suspensivo, quais sejam, o fumus boni iuris
e o periculum in mora. Com efeito, não se pode negar ao relator o
poder de também conceder medida liminar positiva, quando a
decisão agravada for denegatória de providência urgente e de
resultados gravemente danosos para o agravante. No caso de
denegação, pela decisão recorrida, de medida provisória cautelar
ou antecipatória, por exemplo, é inócua a simples suspensão do
ato impugnado. Caberá, portanto, ao relator tomar a providência
pleiteada pela parte, para que se dê o inadiável afastamento do
risco de lesão, antecipando o efeito que se espera do julgamento

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5071877.88.2020.8.09.0000
do agravo. É bom ressaltar que o poder de antecipação de tutela
instituído pelo art.300 não é privativo do juiz de primeiro grau e
pode ser utilizado em qualquer fase do processo e em qualquer
grau de jurisdição. No caso do agravo, esse poder está
expressamente previsto ao relator no art. 1.019, I.

Se for deferido o efeito suspensivo ou concedida a antecipação


de tutela, o relator ordenará a imediata comunicação ao juiz da
causa, para que, de fato, se suste o cumprimento da decisão
interlocutória (art. 1.019, I, in fine). [...] (in, Curso de Direito
Processual Civil, Volume III, 47ª Edição). Grifos no original.

Conforme se observa, exige-se a presença simultânea do fumus boni iuris e o


periculum in mora, os quais devem ser demonstrados de plano, de forma inequívoca,
de maneira que o julgador não tenha dúvidas quanto a viabilidade de se conferir efeito
suspensivo ao recurso, inclusive o efeito ativo ou positivo.

Dito isso e, em uma análise sumária da matéria, entendo evidenciada a


probabilidade do direito do agravante.

Isso porque, conquanto seja possível ao Poder Judiciário o controle de


legalidade do ato administrativo, não lhe é dado substituir a banca examinadora,
perquirindo os critérios de correção, interpretação de questões e atribuição de notas
dos candidatos.

A propósito, o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, por


ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário nº 632.853/CE, submetido a
Repercussão Geral:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL


(...) 2. CONCURSO PÚBLICO. CORREÇÃO DE PROVA. Não
compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade
substituir banca examinadora para avaliar respostas dadas
pelos candidatos e notas a eles atribuídas. Precedentes. 3.
Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de
compatibilidadedo de conteúdo das questões de concurso com o
previsto no edital do certame. Precedentes. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. (STF - Tribunal Pleno – RE nº
632853/CE. Ministro Gilmar Mendes, julgado em 23/04/2015, Dje
125 de 26/06/2015).

Outrossim, resta indene de dúvidas a urgência, haja vista que o cumprimento

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NR.PROCESSO: 5071877.88.2020.8.09.0000
da decisão poderá resultar na manutenção de candidato a princípio não habilitado no
concurso público, trazendo insegurança jurídica aos demais participantes do certame.

Ante o exposto, atenta às particularidades do caso em apreço, vislumbro a


presença dos requisitos necessários à concessão do efeito suspensivo, razão pela
qual DEFIRO o pedido.

Comunique-se o juízo a quo desta decisão, conforme preceitua o artigo 1.019,


inciso I, do Código de Processo Civil.

Intime-se o agravado para, querendo, apresentar resposta, no prazo legal,


nos moldes do artigo 1.019, inciso II, do diploma processual civil.

Em seguida, volvam-me os autos conclusos.

Cumpra-se, com as cautelas legais.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão - Data da Movimentação 18/02/2020 15:04:44

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5037418.60.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : IDUNALVO SILVA CARVALHO
POLO PASSIVO : SECRETÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : IDUNALVO SILVA CARVALHO


ADVGS. PARTE : 38013 GO - THAINÁ RÚBIA FAIOLLA DE OLIVEIRA
38203 GO - JANAINA LOPES LEAL

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5037418.60.2020.8.09.0000
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça de Goiás
Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5037418.60.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
IMPETRANTE : IDUNALVO SILVA CARVALHO
IMPETRADOS : SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS
RELATORA : DESª AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO

Cuida-se de Mandado de Segurança impetrado por IDUNALVO SILVA


CARVALHO, devidamente representado e qualificado no feito, contra ato atribuído ao
SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS.

Na mov. nº 04, o impetrante foi intimado para, no prazo de 05 (cinco) dias,


comprovar que faz jus à concessão dos benefícios da gratuidade da justiça.

Em seguida, por meio da petição constante da mov. nº 07, o impetrante


carreou ao caderno processual novos documentos.

É, em síntese, o relatório. Decido.

Conforme relatado, o impetrante pugnou pela concessão dos benefícios da


gratuidade da justiça. No entanto, após intimado para trazer aos autos documentos
capazes de viabilizar a concessão da benesse (mov. nº 04), observa-se que a parte
não cumpriu com seu desiderato, embora tenha se manifestado na mov. nº 07.

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NR.PROCESSO: 5037418.60.2020.8.09.0000
Dito isso, convém ressaltar que o propósito da Lei Especial nº. 1.060/50 e do
Código de Processo Civil, nesse particular, é conferir o benefício da Justiça Gratuita
aos necessitados, assim entendidos aqueles que se encontrem em situação
inviabilizadora da assunção dos ônus decorrentes do processo, cujo ingresso em juízo
possa causar prejuízo irreparável ao seu patrimônio.

Nesse sentido consagram os artigos 98 do Código de Processo Civil e 5º,


inciso LXXIV, da Constituição da República, bem como a Súmula nº 25, deste
Tribunal.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira,


com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios, tem direito à gratuidade
da justiça, na forma da lei.

Art. 5º. […]

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita


aos que comprovarem insuficiência de recursos;

Súmula 25. Faz jus à gratuidade da justiça a pessoa, natural ou


jurídica, que comprovar sua impossibilidade de arcar com os
encargos processuais.

Do contexto, depreende-se da Constituição Federal e do entendimento acima


sumulado, que não basta a simples alegação do estado de pobreza, porquanto
imprescindível a apresentação de documentos para se aferir a real situação financeira
de quem pretende litigar às expensas do Estado.

No caso em testilha, percebe-se que os documentos jungidos ao caderno


processual não comprovam, de maneira inequívoca, a hipossuficiência financeira do
impetrante, porquanto demonstram que seus ganhos mensais ultrapassam o valor de
R$ 2.400 (dois mil e quatrocentos reais), quantia suficiente para saldar as custas
iniciais do writ fixadas em R$ 470,59 (quatrocentos e setenta reais e cinquenta e nove
centavos), conforme se verifica da guia disponível no Sistema PJD.

Nesse sentido, importante ressaltar, ademais, que embora o impetrante tenha


sustentado que seus gastos compreendem já todo o montante da remuneração
mensal, não colacionou documentos bastantes para embasar essa alegação.

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NR.PROCESSO: 5037418.60.2020.8.09.0000
Desta feita, considerando que os documentos apresentados não comprovam
com exatidão que o pagamento das custas processuais comprometerá o próprio
sustento do impetrante, impera o indeferimento da benesse.

Dito isso, INDEFIRO o pedido de concessão da gratuidade da justiça


formulado.

Por esse motivo, intime-se o impetrante, por meio de seu advogado para, nos
termos do artigo 290 do Código de Processo Civil e no prazo de 15 (quinze) dias,
recolher as custas processuais devidas, sob pena de indeferimento da petição inicial.

Após, com ou sem a manifestação, volvam-me os autos conclusos.

Cumpra-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e assinado digitalmente conforme resolução 59/2016

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:04:52

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5068942.75.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : VICENTE PEREIRA DA SILVA NETO
POLO PASSIVO : SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : VICENTE PEREIRA DA SILVA NETO


ADVG. PARTE : 37296 GO - WARDA ANTÔNIA DE SIQUEIRA DO AMARAL

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5068942.75.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5068942.75.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
IMPETRANTE : VICENTE PEREIRA DA SILVA NETO
IMPETRADO : SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO E OUTRO
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DESPACHO

Cuida-se de Mandado de Segurança impetrado por VICENTE PEREIRA DA


SILVA NETO, devidamente representado e qualificado no feito, contra ato atribuído ao
SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS e à
COORDENADORA PEDAGÓGICA DO INSTITUTO AMERICANO DE
DESENVOLVIMENTO – IADES.

O impetrante pugnou pela concessão da assistência judiciária, por


alegadamente não possuir condições de arcar com as despesas processuais.

Entretanto, é possível vislumbrar que o postulante não apresentou elemento


de prova contundente, capaz de viabilizar a concessão da aludida benesse, ao passo
que, nos lindes do entendimento jurisprudencial sumulado por este Sodalício, (...) faz
jus à gratuidade da justiça a pessoa, natural ou jurídica, que comprovar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais (enunciado nº 25).

Sendo assim, a fim de evitar futuras alegações de nulidade, com fulcro no

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5068942.75.2020.8.09.0000
artigo 99, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil, intime-se o impetrante para, no
prazo de 05 (cinco) dias, instruir os autos com documentos atualizados que
comprovem a hipossuficiência alegada, tais como cópias dos três últimos
contracheques, declaração de Imposto de Renda (anos 2018 e 2019), extratos de
contas bancárias e do cartão de crédito dos últimos 3 meses, comprovantes de
despesas pessoais, dentre outros, sob pena de indeferimento do pedido formulado.

Intime-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 17/02/2020 08:21:00

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5048565.92.2019.8.09.0170
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : MARIA JOSE TAVARES
POLO PASSIVO : INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES PUBLICOS DE CAMPINORTE
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARIA JOSE TAVARES


ADVG. PARTE : 30196 GO - ANDERSON MENDES DO NASCIMENTO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5048565.92.2019.8.09.0170
ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL N° 5048565.92.2019.8.09.0170, da Comarca de


CAMPINORTE, interposta por MARIA JOSÉ TAVARES.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DA APELAÇÃO CÍVEL E DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, CASSANDO A SENTENÇA,
nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

APELAÇÃO CÍVEL N° 5048565.92.2019.8.09.0170


COMARCA DE CAMPINORTE
APELANTE : MARIA JOSÉ TAVARES
APELADO : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE CAMPINORTE
RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5048565.92.2019.8.09.0170
VOTO

Preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos, merece conhecimento a apelação.

Conforme relatado, cuida-se de apelação contra a sentença proferida na ação de obrigação de fazer ajuizada pela apelante contra
o apelado objetivando a inclusão nos seus proventos de aposentadoria o adicional de tempo de serviço, verba omitida no ato de
inatividade.

A sentença, considerando que o apontado de inativação se deu 01.03.2012, e tendo a ação sido ajuizada em 01.02.2019, ou seja,
mais de 5 anos, decretou a prescrição da pretensão nos termos do art. 1º, do Decreto n.º 20.910/32, extinguindo o feito (CPC,
inciso II, do art. 487)..

A recorrente afirma, por sua vez, a inexistência de prescrição diante da natureza da relação jurídica – trato sucessivo.

Inicialmente uma digressão sobre o tema.

Sabe-se que a prescrição pode ser “de trato sucessivo” ou do “fundo do direito”, sendo que a primeira ocorre quando a obrigação
do devedor é de trato sucessivo, ou seja, o devedor, deve, periodicamente, fornecer aquela prestação ao credor, e, toda a vez que
ele não o faz, este tem a pretensão de exigir o cumprimento; e a segunda se dá quando o direito subjetivo é violado por um ato
único, começando aí a correr o prazo prescricional que a pessoa lesada tem para exigir do devedor a prestação, de forma que
esgotado o prazo extingue-se a pretensão e o credor não mais poderá exigir nada do devedor.

Pois bem.

Evidencia-se dos autos que a apelante integrava o quadro funcional estatutário do Município de Campinorte, exercendo o cargo de
serviços gerais, tendo se aposentado em 03.12.2012.

Contudo, a recorrente somente em 01.02.2017 buscou o Judiciário para alterar os valores da sua aposentadoria, notadamente, o
pagamento de adicional de tempo de serviço.

Com efeito, a prescrição somente alcançou as prestações anteriores ao ajuizamento da ação (01.02.2019), e não do direito
em si, pois a situação apresentada é de trato sucessivo1.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5048565.92.2019.8.09.0170
Sobre o tema, o posicionamento dominante do STJ:

“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. (…). AUSÊNCIA DE PEDIDO DE REVISÃO DO ATO DE


APOSENTADORIA. COMPLEMENTAÇÃO DO VALOR DE PROVENTOS. NÃO OCORRÊNCIA DA
PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. PRESTAÇÕES DE TRATO SUCESSIVO. SÚMULA 85 DO STJ.
(…). 1. O acórdão combatido se alinha à jurisprudência desta Corte Superior de que nos casos em
que a pretensão envolve o pagamento de vantagem pecuniária, atinente à complementação da
aposentadoria, sem que isso envolva a revisão dos critérios utilizados no próprio ato de
aposentação, por se tratar de prestações de trato sucessivo que se renovam mensalmente, quando
não tiver sido negado o próprio direito reclamado, não ocorre a prescrição do fundo de direito, mas
tão somente das parcelas anteriores ao quinquênio que precedeu à propositura da ação, nos termos
da Súmula 85 do STJ. 2. Precedentes: AgInt no AREsp 1.151.145/RS, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, DJe
6.3.2018; AgInt no AREsp 1.084.600/RS, Rel. Min. OG FERNANDES, DJe 5.12.2017. Omissis.”2 Grifei.

“AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPLEMENTAÇÃO DE


APOSENTADORIA. REVISÃO DE VALOR. PRESCRIÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. RELAÇÃO DE TRATO
SUCESSIVO. TRABALHADOR ATIVO. REPASSE DE VERBAS. CONCESSÃO. FUNDAMENTO
CONSTITUCIONAL. 1. Omissis. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no
sentido de que, nas ações em que se postula a complementação da aposentadoria ou a revisão desse
benefício, o prazo prescricional quinquenal (Súmula nº 291/STJ) não incide sobre o fundo de direito,
mas atinge tão somente as parcelas anteriores aos 5 (cinco) anos de propositura da ação. Omissis.”3
Grifei.

Ademais, com mais razão inexiste prescrição da pretensão diante da ausência de negativa expressa do benefício pelo apelado.

Veja-se julgado do Tribunal da Cidadania:

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PRESCRIÇÃO DO


FUNDO DE DIREITO. NÃO OCORRÊNCIA. RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. SÚMULA 85/STJ. 1.
Conforme a orientação jurisprudencial firmada no Superior Tribunal de Justiça, nas causas em que se
postula o pagamento de parcelas que se renovam mês a mês, não havendo negativa do direito
reclamado pela administração, como no caso, a prescrição do direito de ação atinge tão somente as
prestações vencidas há mais de cinco anos da propositura da ação, por se tratar de relação jurídica
de trato sucessivo, nos termos da Súmula 85/STJ. 2. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa
extensão, não provido.”4 Grifei.

Assim, impõe-se a cassação da sentença a fim de permitir que, no juízo de origem, após completa e exauriente dilação
probatória acerca do tema, seja apreciado o mérito do objeto litigioso.

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NR.PROCESSO: 5048565.92.2019.8.09.0170
Destarte, pelos fundamentos apesentados, dou parcial provimento a apelação para, cassando a sentença, determinar o
retorno dos autos ao juízo de origem para, após a instauração da exauriente instrução probatória, seja apreciado o mérito da
demanda.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

52

1 Súmula 85, STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a fazenda publica figure como devedora, quando não tiver
sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas

antes do quinquênio anterior a propositura da ação.

2. AgInt no AREsp 1388620/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma, DJe 25/06/2019.

3. AgInt no REsp 1744165/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 3ª Turma, DJe 01/03/2019.

4. REsp 1826931/SE, Rel. Min. OG Fernandes, 2ª Turma, DJe 06/09/2019.

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NR.PROCESSO: 5048565.92.2019.8.09.0170
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER E COBRANÇA.
REVISÃO DE ATO DE APOSENTADORIA PARA INCLUSÃO DE ADICIONAL DE TEMPO DE SERVIÇO.
RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. SÚMULA 85, DO STJ. INOCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO.

I- A pretensão objetivando a revisão de aposentadoria para, apenas, incluir adicional de tempo de serviço,
não havendo a intenção de modificação do ato de aposentação em si, por se tratar de relação de trato
sucessivo não é alcançada pela prescrição do direito, a qual atinge somente as parcelas anteriores ao
quinquênio que precedeu o ajuizamento da demanda. Súmula 85, do STJ.

II- Outrossim, inexiste prescrição quando o próprio direito não tenha sido, expressamente, negado pela
Administração.

III- Assim, impõe-se a cassação da sentença a fim de permitir que, no juízo de origem, após completa e
exauriente dilação probatória acerca do tema, seja apreciado o mérito do objeto litigioso.

APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA. SENTENÇA CASSADA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 08:35:12

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5332858.51.2016.8.09.0029
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : JOSE LOURENCO DE MORAIS
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE CATALÃO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JESUS DA SILVA


ADVG. PARTE : 15859 GO - ROBERTO VAZ GONÇALVES

PARTE INTIMADA : JOSE LOURENCO DE MORAIS


ADVG. PARTE : 15859 GO - ROBERTO VAZ GONÇALVES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5332858.51.2016.8.09.0029
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº 5332858.51.2016.8.09.0029 – EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO, da Comarca de CATALÃO, interposta por MUNICÍPIO DE CATALÃO.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E REJEITÁ-LOS, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5332858.51.2016.8.09.0029
RELATOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5332858.51.2016.8.09.0029

COMARCA DE CATALÃO

APELANTE : MUNICÍPIO DE CATALÃO


APELADO : JESUS DA SILVA
RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

MUNICÍPIO DE CATALÃO, opõe embargos de declaração (evento 54) em face do acórdão lançado no evento 48, proferido em
sede de apelação, o qual manteve a sentença proferida nos autos da ação de cobrança em seu desfavor por JESUS DA SILVA e
JOSÉ LOURENÇO DE MORAIS.

Pretende o embargante alcançar a modificação da conclusão lançada no acórdão embargado para fins de autorizar o cômputo de
licenças prêmios somente a partir de 05 de maio de 1992, ex vi da Lei 1.142/92, pois afirma que apesar dessa questão ter sido
articulada nas razões do apelo, ela não foi enfrentada pelo julgado questionado.

Por outro lado, os recorridos aludem que o direito perseguido encontra abrigo na Lei nº 1.714 de 02 de setembro de 1998.

Dito isso, é cediço que o recurso de embargos de declaração se presta a suprir omissões, eliminar obscuridades, esclarecer
contradições e, ainda, corrigir erros materiais contidos no acórdão embargado, consoante prevê a norma insculpida no artigo
1.022, incisos I, II e III, do Código de Processo Civil.

O artigo 1.023 do mesmo diploma legal adverte que o recurso intentado indicará o ponto obscuro, contraditório ou omisso, para
que o relator possa suprir tais imperfeições, quando estas restarem evidenciadas.

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NR.PROCESSO: 5332858.51.2016.8.09.0029
Pois bem, sem maiores delongas, vislumbro que razão não assiste ao embargante ao apontar a existência de omissão no
julgado, porquanto além de a sentença ter sido confirmada por seus jurídicos fundamentos, o julgador não está obrigado a
pronunciar sobre todos os argumentos fáticos ou jurídicos invocados pelas partes, como ressaltado pelo embargante no presente
caso, quando já tenha encontrado motivação bastante para alicerçar sua decisão/convicção.

Sobre o tema julgados do Superior Tribunal de Justiça (inclusive sob a vigência do NCPC) e do Tribunal de Justiça de Goiás:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO.


(…). OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, ERRO MATERIAL. AUSÊNCIA. 1. Omissis. 2. O
julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha
encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. A prescrição trazida pelo art. 489 do CPC/2015
veio confirmar a jurisprudência já sedimentada pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, sendo
dever do julgador apenas enfrentar as questões capazes de infirmar a conclusão adotada na decisão
recorrida. Omissis.” (EDcl no MS 21.315/DF, Rel. Min. Diva Malerbi, 1ª Seção, DJe 15/06/2016) grifo nosso

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. (…). 1. "Omissis. 2. O julgador não está


obrigado a abordar todos os pontos arguidos pelas partes e nem a se manifestar expressamente
sobre todos os dispositivos elencados, sobretudo quando a apreciação da matéria é feita com
fundamentação suficiente à dirimência da controvérsia. Omissis.” (APC. 0132663-74.2013.8.09.0051,
Rel. Amaral Wilson de Oliveira, DJe de 26/04/2017) grifo nosso

Ademais disso, a Lei 1.714/98 do Município de Catalão assim dispôs em seu artigo 1º, senão vejamos:

“Art. 1º. Fica o Poder Executivo Municipal, autorizado por esta lei, a considerar para efeito de licença-prêmio,
o tempo de serviço, em caráter efetivo, prestado à municipalidade sob a égide da Consolidação das Leis do
Trabalho-CLT.”

Logo, não há falar em ilegalidade no cômputo do tempo de serviço prestado enquanto os embargados eram empregados efetivos
o Município de Jataí, regidos pela CLT, pois existe legislação municipal prevendo tal possibilidade.

Deste cenário, emerge que o acórdão embargado manifestou-se de forma suficiente e motivada, sem defeito intrínseco que
possa autorizar a reabertura da discussão da matéria, mormente quando se infere que a irresignação da parte posta-se
unicamente porque a conclusão lançada no aresto foi contrário aos seus interesses.

Nesse sentido, veja-se excerto do Tribunal da Cidadania:

“PROCESSUAL CIVIL.(…). II - Os embargos de declaração somente são cabíveis para a modificação do

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NR.PROCESSO: 5332858.51.2016.8.09.0029
julgado que se apresentar omisso, contraditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material
existente na decisão, o que não aconteceu no caso dos autos. III - Os embargos de declaração não se
prestam ao reexame de questões já analisadas, com o nítido intuito de promover efeitos
modificativos ao recurso, quando a decisão apreciou as teses relevantes para o deslinde do caso e
fundamentou sua conclusão. Omissis.” (EDcl no AgInt nos EAREsp 261.715/MS, Rel. Min. Francisco
Falcão, 1ª Seção DJe 23/06/2017) grifei.

No mesmo sentido, julgado desta egrégia Primeira Câmara Cível, vejamos:

“DUPLO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


CONSIGNATÓRIA C/C REVISIONAL. IMÓVEL. OMISSÃO NÃO CARACTERIZADA. INOVAÇÃO
RECURSAL. AUSÊNCIA DOS VÍCIOS DO ART. 1022, CPC. I- Não subsistem os argumentos lançados nos
1º embargos porque manifestam apenas inconformismo com o julgado, visando a rediscussão do tema
tratado, situação esta que, conforme dito, não dá ensejo à oposição de embargos de declaração. II- A
alegada perda do objeto não foi ventilada em sede de agravo interno que se restringiu aos temas da
ilegalidade de incidência de tabela price e capitalização de juros, o que caracteriza inovação recursal, vedado
pelo ordenamento. III- Não ocorrendo os vícios elencados no artigo 1.022, do Código de Processo Civil,
devem ser rejeitados os embargos que visam tão somente rediscutir matéria já examinada e decidida,
ainda que para efeito de prequestionamento, conforme precedentes deste Tribunal. II- DUPLO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS. (TJGO, Apelação (CPC) 0394863-
65.2015.8.09.0051, Rel. MAURICIO PORFIRIO ROSA, 1ª Câmara Cível, julgado em 14/10/2019, DJe de
14/10/2019).

Destarte, imperativa a rejeição destes aclaratórios.

A vista do exposto, conheço, porém REJEITO estes embargos de declaração, eis que ausente o vício apontado.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2019.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

23

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NR.PROCESSO: 5332858.51.2016.8.09.0029
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. LICENÇA-


PRÊMIO NÃO USUFRUÍDA E NÃO CONTADA EM DOBRO PARA APOSENTAÇÃO. PRESCRIÇÃO.
INOCORRÊNCIA. CONVERSÃO EM PECÚNIA. DIREITO ASSEGURADO INDEPENDENTE DE
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA ADMINISTRAÇÃO.
HONORÁRIOS RECURSAIS. MAJORAÇÃO. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA DE FATO NOVO.

I- É sabido que os embargos de declaração prestam-se a esclarecer ou sanar vícios de fundamentação


apostos na decisão judicial e que comprometam sua clareza (obscuridade, contradição, erro material), ou
que denotem deficiência sobre questão controvertida entre as partes (omissão).

II- As licenças-prêmio não usufruídas em atividade, não utilizadas para a contagem do tempo para a
aposentação, devem ser convertidas em pecúnia, independentemente de requerimento administrativo,
decorrendo simplesmente da vedação ao enriquecimento ilícito da Administração.

III- Como o julgado apenas refletiu posicionamento contrário à pretensão do embargante, resta claro o intuito
do recorrente de rediscussão de questões já decididas, o que é inviável por meio desta espécie recursal.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS, MAS, REJEITADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 08:40:12

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0274593.28.2016.8.09.0002
CLASSE PROCESSUAL : Embargos de Terceiro ( CPC )
POLO ATIVO : AUDELINO CARMO DE SOUZA
POLO PASSIVO : BANCO DO BRASIL S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : AUDELINO CARMO DE SOUZA


ADVG. PARTE : 22985 GO - FLÁVIO JOSÉ MARTINS

PARTE INTIMADA : RICARDO DE JESUS MIRANDA


ADVGS. PARTE : 32468 GO - RUBENS CRUVINEL RODRIGUES
25341 GO - EDSON REIS PEREIRA

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL S/A


ADVG. PARTE : 28307 GO - DÁRIO DA CUNHA DÓRO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0274593.28.2016.8.09.0002
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº 0274593.28.2016.8.09.0002-EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO, da Comarca de ACREÚNA, interposta por BANCO DO BRASIL S/A.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E REJEITÁ-LOS, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

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NR.PROCESSO: 0274593.28.2016.8.09.0002
RELATOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0274593.28.2016.8.09.0002

COMARCA DE ACREÚNA

EMBARGANTE : BANCO DO BRASIL S/A

EMBARGADO : AUDELINO CARMO DE SOUZA

RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, conheço dos Embargos Declaratórios.

Consoante relatado, cuidam-se de Embargos Declaratórios opostos por BANCO DO BRASIL S/A contra o Acórdão (Evento nº
27), o qual, por unanimidade, conheceu e proveu a Apelação Cível interposta em por AUDELINO CARMO DE SOUZA, que tinha
por objetivo a cassação da sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara das Fazendas Públicas, da comarca de Acreúna,
Dr. Reinaldo de Oliveira Dutra, nos autos da ação de embargos de terceiro opostos em desfavor do BANCO DO BRASIL S/A e
RICARDO DE JESUS MIRANDA.

Da detida leitura da peça recursal, observa-se que o embargante alega omissão nos seguintes pontos do acórdão vergastado: i)
que a matéria debatida comporta apenas prova documental, já suficientemente carreada aos autos; ii) ausência de prova da
negativa do CRI em registrar o imóvel; iii) prevalência do direito real sobre o pessoal.

Pois bem, extrai-se do caderno processual que o embargante sob o argumento de omissão, pretende, tão somente, rediscutir a
matéria de acordo o seu ponto de vista, utilizando meio impróprio para tal fim. Explico.

Ab initio, é mister registrar que os Embargos de Declaração constituem um meio formal de integração, estando voltados a

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NR.PROCESSO: 0274593.28.2016.8.09.0002
complementar o decisum omisso ou aclará-lo quando apresentar obscuridade ou contradição, bem como corrigir erro material.
Inteligência do artigo 1.022 do CPC, ad litteram:

“Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra decisão judicial para:

I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;

III – corrigir erro material.”

Sobre o alcance dos embargos declaratórios, com muita propriedade, ainda, ensinam FREDIE DIDIER JÚNIOR e LEONARDO
CARNEIRO DA CUNHA que:

“Os casos previstos para manifestação dos embargos declaratórios são específicos, de modo que somente
são admissíveis quando se apontar a existência de erro material, obscuridade, contradição ou omissão em
questão (ponto controvertido) sobre a qual deveria o juiz ou o tribunal pronunciar-se necessariamente. Os
embargos de declaração são, por isso, espécie de recurso de fundamentação vinculada.

Cabe ao embargante, nas suas razões, alegar a existência de omissão, obscuridade, contradição e erro
material. A simples alegação já é suficiente para que os embargos sejam conhecidos. Se efetivamente houve
ou não a omissão, a obscuridade, a contradição ou o erro material, aí a questão passa a ser de mérito
recursal, sendo hipótese de acolhimento ou rejeição? (in Curso de Direito Processual Civil, vol. 3.
Salvador, Ed: JusPodivm, 2016. p. 248).

Nesse aspecto, elementar que o aludido recurso não consubstancia crítica ao ofício judicante, mas serve-lhe ao seu
aprimoramento, já que se trata de verdadeira contribuição da parte em prol do devido processo legal.

Todavia, necessário destacar que não existe omissão quando se analisa a matéria versada, mas desconformidade sobre o ponto
de vista o qual reputa correto o embargante.

Ademais, vale lembrar que os embargos de declaração não são remédio para obrigar o julgador a renovar ou reforçar a
fundamentação do decisório e, também, não se prestam à reanálise das provas dos autos, bem como a análise de novo pedido.

Desse modo, estando a amplitude material do presente recurso delimitada em lei, não pode a parte utilizá-lo como forma de
expressar sua irresignação com o que restou decidido, ou seja, na intenção de rejulgamento da causa. A atribuição de efeito
modificativo “(…) é possível apenas em situações excepcionais, em que sanada a omissão, contradição ou obscuridade, a
alteração da decisão surja como consequência necessária.” (STJ, EDcl no REsp nº 1.410.267/PR, Relª Minª Nancy Andrighi,
DJe de 19/12/2013).

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NR.PROCESSO: 0274593.28.2016.8.09.0002
Pois bem, empós as ponderações alhures, analisando os argumentos deduzidos pelo embargante, infere-se que no julgado foram
declinados os fundamentos para o desfecho conferido à postulação, em obediência ao disposto no art. 93, inciso IX da
Constituição Federal. Isto porque o relator dirimiu a controvérsia nos limites necessários e de forma clara, explicitando as razões
que o levaram a conhecer e prover o recurso de Apelação Cível interposto contra a sentença proferida nos autos, cujo julgamento
restou assim ementado, in verbis:

“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIROS. ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E


VENDA. PROPRIEDADE NÃO TRANSFERIDA. HIPOTECA POSTERIOR À VENDA. JULGAMENTO
ANTECIPADO DA LIDE. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DAS PARTES PARA ESPECIFICAREM PROVAS.
QUESTÕES PERTINENTES LEVANTADAS PELAS PARTES E NÃO ELUCIDADAS. CERCEAMENTO DE
DEFESA. NULIDADE RECONHECIDA. SENTENÇA CASSADA.

I – O julgamento antecipado da lide pressupõe a comunicação prévia do juiz às partes, dando-lhes ciência
sobre sua intenção em abreviar o procedimento, sob pena de nulidade da sentença proferida sem a
observância dessa providência.

II – Não se encontrando a causa madura para julgamento, deve ser oportunizada a produção de provas com
relação aos pontos ainda não esclarecidos, nos termos do art. 370, do CPC.

III – In casu, narra o autor que em 22 de junho de 2001 adquiriu imóvel rural, conforme instrumento particular
de compromisso de compra e venda, sobre o qual foi, em 30 de dezembro de 2002, registrada hipoteca, sem
sua anuência.

IV – No caso, é cabível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do


compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro. Inteligência da Súmula 84, do
STJ.

V- Ademais, diversas outras questões foram suscitadas por ambas as partes a respeito de matérias não
exclusivas de direito, demandando a meu ver, imprescindível dilação probatória, não concretizada pelo
julgador de piso.

VI - Da análise dos autos, verifico que a causa foi julgada prematuramente pelo magistrado de piso, sem
elucidação de questões de direito pertinentes à justa solução dos presentes embargos, bem como ausente
intimação para as partes se manifestarem sobre eventual interesse em produzir provas, razão pela qual
impõe-se a cassação da sentença e o retorno dos autos ao juízo de origem.

APELO CONHECIDO E PROVIDO.”

No que tange à alegações de que esta relatoria foi omissa quanto a ignorar o livre convencimento motivado do julgador que
entendeu entender pela desnecessidade produção de provas, julgando antecipadamente a lide, razão não lhe assiste.

A questão debatida claramente demanda produção probatória, vez que diversas questões que poderiam interferir no mérito foram
levantadas e não esclarecidas.

Ademais, assim como o livre convencimento motivado do julgador, o devido processo legal também deve ser devidamente

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NR.PROCESSO: 0274593.28.2016.8.09.0002
respeitado, porquanto o julgamento antecipado da lide pressupõe a comunicação prévia do juiz às partes, intimando-as para
manifestarem sobre eventual interesse em produzir provas.

Nesse mesmo sentido, não prospera o argumento de ausência de manifestação desta relatoria sobre a ausência de comprovação,
por parte do embargado, de negativa do CRI em registrar o imóvel, confirmando assim que a causa não estava madura para
julgamento.

Sobre o argumento de que o direito real (erga omnes) deve prevalecer sobre o direito pessoal (inter partes), reitero o acórdão
embargado no qual deixei claro que imperiosa sua observância. Contudo, entendo não mais importante que a elucidação de
questões suscitadas que podem interferir no mérito, prejudicando o direito das partes.

Assim, vejo que todos os pontos insurgidos foram exaustivamente analisados.

A esse respeito, veja os seguintes julgados, in verbis:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA.


REDISCUSSÃO. I. Uma vez constatado que o acórdão embargado não contém os vícios de omissão e
contradição alegados, deve ser rejeitado o recurso, visto que não se admite a utilização dos
embargos declaratórios para o reexame de matéria já suficientemente apreciada. II. O magistrado não
precisa esmiuçar todos os dispositivos legais indicados pela parte, bastando que demonstre as razões de
seu convencimento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS MAS REJEITADOS.” (TJGO, Apelação
(CPC) 0225144-22.2014.8.09.0051, Rel. SEBASTIÃO LUIZ FLEURY, 4ª Câmara Cível, julgado em
30/08/2019, DJe de 30/08/2019). Destaquei.

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. CÉDULAS


DE CRÉDITO RURAL. PLANO COLLOR. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. NÃO
CABIMENTO DOS ACLARATÓRIOS. PREQUESTIONAMENTO. 1. Os embargos declaratórios têm por
escopo aclarar obscuridade, afastar contradição, suprimir omissão ou corrigir erro material do julgado, nos
termos do artigo 1.022, incisos I, II e III, do Novo Código de Processo Civil. 2. Tendo o decisum embargado
apreciado com clareza que o montante a ser restituído será apurado em fase de liquidação de sentença,
aplicando-se os parâmetros fixados em sentença e confirmados por esta Corte, não há falar em omissão.
Ademais, impende frisar que só há a repetição daquilo que foi efetivamente pago. 3. Assim, não verificado
qualquer dos vícios elencados no artigo 1.022, do CPC, pretende o embargante apenas rediscutir a
matéria por discordar do entendimento ali adotado, o que não se admite na via estreita dos
aclaratórios. 4. O artigo 1.025 do Código de Processo Civil/2015 passou a acolher a tese do
prequestionamento ficto, ficando o atendimento desse requisito condicionado ao reconhecimento, pelos
Tribunais Superiores, de que a inadmissão ou a rejeição dos aclaratórios na origem violou o artigo 1.022 do
referido Estatuto Processual Civil. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS, MAS REJEITADOS.”
(TJGO, Apelação (CPC) 0299420-04.2007.8.09.0137, Rel. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI, 1ª
Câmara Cível, julgado em 29/08/2019, DJe de 29/08/2019). Destaquei.

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NR.PROCESSO: 0274593.28.2016.8.09.0002
Logo, consoante demonstrado alhures, inexistem as propaladas omissões, mas sim a insatisfação do recorrente quanto ao não
acolhimento de sua tese.

Nesta perspectiva, não vejo motivos plausíveis que justificam a alteração do entendimento já adotado no ato judicial hostilizado,
em face da inexistência de qualquer dos vícios elencados no art. 1.022 do CPC.

Por fim, esclareça-se que o prequestionamento, com a finalidade de eventual ingresso de recursos constitucionais, não exige que
a decisão recorrida mencione expressamente os artigos apontados pelas partes, uma vez que exigência se refere ao conteúdo e
não a forma e, ademais, dentre as funções do Poder Judiciário, não se encontra a do órgão consultivo.

Ante as razões expostas, já conhecidos os Embargos de Declaração, REJEITO-OS por não estar configurado os vícios previstos
nos incisos do artigo 1.022 do CPC.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

34 RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0274593.28.2016.8.09.0002
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.


REDISCUSSÃO DA MATÉRIA JÁ DECIDIDA. IMPOSSIBILIDADE.

I - São cabíveis os Embargos de Declaração contra qualquer decisão judicial quando houver omissão,
contradição, obscuridade e erro material, ex vi do artigo 1.022 do CPC.

II – No caso, o magistrado singular julgou prematuramente a lide, deixando de elucidar questões suscitadas
pelas partes, bem como não oportunizou a produção de provas, razão pela qual o apelo foi provido,
determinando o retorno dos autos à origem para regular prosseguimento do feito.

III – Desse modo, como a apreciação da matéria foi realizada com fundamentação suficiente à solução da
controvérsia, embora sob um prisma diferente do almejado pelo embargante, revelando-se, na verdade, a
intenção de rediscutir a matéria, pretensão esta que não está em harmonia com a natureza e a função dos
embargos declaratórios, impõe-se a rejeição dos aclaratórios.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 17/02/2020 08:42:19

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0238704.02.2012.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : SONIA REGINA CAPELETI SANT ANA
POLO PASSIVO : BANCO BMG EMPRESTIMOS S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO BMG EMPRESTIMOS S/A


ADVGS. PARTE : 78069 MG - ANDRE RENNO LIMA GUIMARAES DE ANDRADE
36537 GO - BREINER RICARDO DINIZ RESENDE MACHADO
37027 GO - JOAO FRANCISCO DE ALMEIDA BARROS

PARTE INTIMADA : SONIA REGINA CAPELETI SANT ANA


ADVG. PARTE : 24579 GO - FERNANDA HELENA FERREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL N. 0238704.02.2012.8.09.0051, da Comarca de


GOIÂNIA, interposta por BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS – BMC S/A .

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DA APELAÇÃO CÍVEL E DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

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NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
RELATOR

APELAÇÃO CÍVEL N. 0238704.02.2012.8.09.0051

COMARCA DE GOIÂNIA

APELANTE: BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS – BMC S/A

APELADA: SONIA REGINA CAPELETI SANT’ANA

RELATOR: DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

VOTO

O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, merecendo, pois, ser conhecido.

Conforme relatado, trata-se de apelação cível inter-posta pelo BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS – BMC S/A, nos autos da
revisional de empréstimo com desconto em folha de pagamento c/c indenização por dano moral e pedido de tutela ante-cipada,
ajuizada por SONIA REGINA CAPELETI SANT’ANA, por inconformado com a sentença que julgou procedente o pedido de
limitação dos descontos em 30% (trinta por cento) dos rendimentos líquidos da autora e improcedentes os outros pleitos,
condenando-a no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, es-tes arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o
valor atualizado da causa, porém, suspendeu a exibilidade por ser a mesma beneficiá-ria da gratuidade da justiça.

Sustenta o recorrente, em suma, a necessidade de ser revisto o valor arbitrado a título de honorários advocatícios, ao afirmar que
o Julgador primevo deixou de observar os requisitos do art. 85, §2º, do Código de Processo Civil, uma vez que tal verba de-ve ser
arbitrada em valor proporcional e condizente com as normas dali emanadas, devendo, pois, ser majorado.

Inicialmente, cumpre destacar que resta inviável a apreciação do pedido de revogação da gratuidade da justiça con-cedida à
apelada, ante a preclusão da matéria, motivo pelo qual o mesmo não merece ser conhecido.

Verifica-se que o benefício da justiça gratuita, pleitea-do na inicial, foi concedido em decisão interlocutória (fl. 17;1ºv), não tendo
sido impugnado em momento oportuno e através de re-curso adequado.

Assim prevê o art. 100 do Código de Processo Civil:

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NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
“Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas
contrarrazões de re-curso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de
petição simples, a ser apresentada no pra-zo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem
sus-pensão de seu curso.”

No mesmo norte o posicionamento deste Tribunal:

“AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. ASSISTÊNCIA JU-DICIÁRIA. INDEFERIDA. RECOLHIMENTO


CUSTAS INICI-AIS. INÉRCIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM RESOLU-ÇÃO DO MÉRITO. PRECLUSÃO
DA MATÉRIA. 1. Omissis. 2. Constatada nos autos a ausência de pressuposto objetivo de ad-missibilidade
da reclamação, qual seja, o recolhimento das cus-tas iniciais (preparo), impõe-se a sua extinção sem
resolução do mérito, com o cancelamento do registro e distribuição, haja vis-ta que, após indeferido o pedido
de assistência judiciária e inti-mada para recolher o preparo, a reclamante/agravante se man-teve inerte. 3.
Outrossim, o tema ora em debate, qual seja, pre-enchimento dos requisitos necessários à concessão da
gratuida-de da justiça, já foi devidamente enfrentado e decidido nestes autos, não tendo sido objeto de
insurgência recursal, atempada-mente, por parte da reclamante/agravante, estando, portanto,
inexoravelmente, precluso, fato esse que impede o seu revolvi-mento, neste momento processual, em sede
deste agravo inter-no, nos termos do que dispõe o artigo 507 do atual Estatuto Pro-cessual Civil. Agravo
interno conhecido, mas desprovido” (1ª Seção Cível, Reclamação n. 5510398-84.2018.8.09.0007, acórdão
unânime de 20/06/19, DJe de 20/06/19, Rel. Juiz Dr. Gustavo Dalul Faria).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR NEGA-TIVAÇÃO INDEVIDA. QUESTÃO


PREJUDICIAL. IMPUGNA-ÇÃO AOS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. PRECLUSÃO.
MÉRITO. SERVIÇOS DE TELEFONIA NÃO CONTRATADOS. COBRANÇA E NEGATIVAÇÃO
INDEVI-DAS. DANO MORAL CONFIGURADO. REPARAÇÃO. PRO-PORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. ÔNUS SUCUM-BENCIAIS. INVERSÃO. HONORÁRIOS EM 2º GRAU. MAJO-RAÇÃO
INDEVIDA. 1. Constata-se, na hipótese, a preclusão processual para a Apelada tentar buscar, em sede de
contrarra-zões, impugnar a gratuidade da justiça concedida ao Recorren-te, pois o momento indicado para
tanto deveria ter sido na pri-meira oportunidade de pronunciamento nos autos, que, no caso em tela, foi por
ocasião da apresentação da contestação. (… .) Apelação conhecida e provida. sentença reformada” (4ª
Câma-ra Cível, Apelação Cível n. 5029180-26.2019.8.09.0020, acórdão unânime de 17/06/19, DJe de
17/06/19, Rel. Des. Delintro Belo de Almeida Filho).

Pois bem.

Entendo que a irresignação do apelante procede. E explico.

Com o advento do novo Código de Processo Civil, a fi-xação da verba honorária sucumbencial passou a ser assim defini-da:

“Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.

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NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou
definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máxi-mo de vinte por cento sobre o valor da
condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o va-lor atualizado da
causa, atendidos:

I - o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço;

(… .)

§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se in-dependentemente de qual seja o conteúdo da


decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito.

(… .)

§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa
for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, ob-servando o disposto nos
incisos do § 2º.

(… .)

§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixa-dos anteriormente levando em conta o trabalho
adicional reali-zado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado
ao tribunal, no cômputo geral da fi-xação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapas-sar os
respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fa-se de conhecimento… .”

A respeito, importa trazer à baila a lição dos doutri-nadores Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery:

“… . São objetivos e devem ser sopesados pelo juiz na ocasião da fixação dos honorários. A dedicação do
advogado, a competência com que conduziu os interesses de seu cliente, o fato de defen-der seu constituinte
em comarca onde não resida, os níveis de honorários na comarca onde se processa a ação, a complexidade
da causa, o tempo despendido pelo causídico desde o início até o término da ação, são circunstâncias que
devem ser necessaria-mente levadas em conta pelo juiz quando a fixação dos honorá-rios do advogado (… .)”
(in Código de Processo Civil Co-mentado e legislação extravagante, Ed. RT, 13ª. ed., 2013, p. 275).

Ora, nas ações em que o proveito econômico for ines-timável ou irrisório, a fixação dos honorários de sucumbência, por força de
disposição expressa da norma processual deve ser realiza-da em sintonia com as disposições encartadas no §8º do art. 85 do
Código de Processo Civil, traduzindo a condenação em valor ínfimo, em desprestígio ao trabalho do causídico.

De fato o quantum fixado na sentença recorrida, a tí-tulo de verba honorária de sucumbência é irrisório, visto que 10% (dez por

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NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
cento) sobre o valor da causa equivale a apenas R$100,00 (cem reais), portanto, devem os honorários sucumbenciais serem
fi-xados observando o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do serviço, natureza e importância da causa, o trabalho
realizado pelo advogado, bem como o tempo exigido para o seu serviço, con-forme preceitua o §2º do art. 85 do Código de
Processo Civil.

Sendo possível, assim, a majoração da verba honorá-ria fixada na instância singela.

Desta forma, nos termos do supramencionado artigo, constato que o advogado da parte autora atuou com o devido zelo na defesa
dos interesses de seu constituinte, e considerando a na-tureza e importância do presente feito, bem como o trabalho por ele
desempenhado, incluindo o tempo exigido para o seu serviço, reformo a sentença singular e fixo os honorários advocatícios
su-cumbenciais em R$1.000,00 (um mil reais), com fincas no §8º do art. 85 do Código de Ritos, com observância da norma contida
no art. 98, §3º do mesmo Códex.

Sobre o tema, eis a jurisprudência desta Corte:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.


VALOR DA CON-DENAÇÃO MODESTO. APRECIAÇÃO EQUITATIVA. INCI-DÊNCIA JUROS
MORATÓRIOS A PARTIR DA CITAÇÃO. HONORÁRIOS RECURSAIS. DESCABIMENTO. 1 - Conforme
preceitua o § 2º do referido art. 85 do CPC, os honorários advo-catícios sucumbenciais devem ser fixados no
patamar de dez a vinte por cento, subsequentemente calculados sobre o valor: (I) da condenação; ou (II) do
proveito econômico obtido; ou (III) do valor atualizado da causa; contudo, excepcionalmente, deverá ser
aplicada a regra do § 8º do art. 85 do mesmo diploma pro-cessual, nas hipóteses em que o valor da causa for
muito baixo. 2 - In casu, o pedido de cobrança de indenização securitária foi julgado parcialmente
procedente, condenando-se a seguradora ao pagamento dos honorários sucumbenciais, no percentual de
10% sobre o valor da condenação, que na hipótese, é irrisório; destarte, impõe-se a reforma dos honorários
sucumbenciais, de forma equitativa, observando-se o §8º do art. 85 do Estatuto Pro-cessual Civil. (… .)
Apelação cível conhecida e parcialmente pro-vida” (6ª Câmara Cível, Apelação Cível 5565936-
15.2018.8-.09.0051, acórdão unânime de 28/08/19, DJe de 28/08/19, Rel. Juiz Dr. Wilson Safatle Faiad).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DPVAT. FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS EM VALOR IRRISÓRIO. MAJORAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁ-RIA. DATA DO EVENTO
DANOSO. 1. O arbitramento dos ho-norários advocatícios, nas causas em que for inestimável ou irri-sório o
proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, serão fixados por análise equitativa,
levando em consideração o grau de zelo do profissional, o lugar da presta-ção de serviço, a natureza e
importância da causa, o trabalho re-alizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço (art. 85, § 8º,
do CPC). 2. Omissis. Apelo conhecido e provido” (5ª Câmara Cível, Apelação Cível n. 0366645-
85.2015.8.09.-0064, acórdão unânime de 27/08/19, DJe de 27/08/19, Rel. Des. Marcus da Costa Ferreira).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DPVAT. FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS EM VALOR IRRISÓRIO. MAJORAÇÃO. JUROS DE MORA. 1. O arbitramento dos
honorários advocatícios, nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda,
quando o valor da causa for muito baixo, serão fixados por análi-se equitativa, levando em consideração o
grau de zelo do profis-sional, o lugar da prestação de serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho
realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço (art. 85, § 8º, do CPC). 2. Omissis. Apelo

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NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
par-cialmente provido” (4ª Câmara Cível, Apelação Cível n. 5374185-70.2017.8.09.0051, acórdão unânime
de 23/08/19, DJe de 23/08/19, Rel. Des. Carlos Hipólito Es-cher).

No tocante ao pedido de multa por litigância de má-fé, sem razão o recorrente.

Como é de trivial sabença, a litigância de má-fé é o agir de modo desleal com a finalidade proposital de enganar ou lu-dibriar o
julgador; é agir com maldade e deslealdade, como clara-mente pode ser extraído da redação do art. 80 do Código de Pro-cesso
Civil. Senão vejamos:

“Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI - provocar incidente manifestamente infundado;

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelató-rio.”

Em análise dos documentos colacionados aos autos é perfeitamente possível verificar que a requerente/apelada não pra-ticou
nenhum dos atos previstos na norma retrotranscrita, apenas estava a exercer um direito postulatório, tanto que foi julgado
pro-cedente o seu pedido de limitação dos descontos para 30% (trinta por cento) dos seus rendimentos líquidos, conforme
formulado na exordial.

Dessa forma, entendo que inexiste nos autos qualquer con-duta de caráter doloso ou protelatório a justificar a condenação da ora
apelada, como o quer o apelante.

No mesmo norte a jurisprudência desta Corte:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇA DO SEGURO DPVAT. LITIGÂNCIA DE MÁ-


FÉ AFASTADA. I - Não evi-denciada a prática de litigância de má-fé, a sanção pecuniária deve ser afastada.
II - A recorrente não deduziu pretensão temerária em juízo, ao contrário, informou em sua inicial o
recebimento administrativo do valor que entendia como parcial/incompleto, colacionando o recibo do referido
pagamento. III - O simples direito subjetivo constitucional de Ação, não pode neste caso, ser sinônimo de
conduta maliciosa processual. IV - Au-sência de má-fé configurada. Apelo conhecido e provido. Sentença

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NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
refor-mada” (3ª Câmara Cível, Apelação Cível n. 0038908-77.2017.8.-09.0011, acórdão unânime de
24/06/19, DJe de 24/06/19, Rel. Des. José Carlos de Oliveira).

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇA DO


SEGURO DPVAT. OMISSÃO EVIDENCIADA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ AFASTADA. I- Evidenciado um dos
requisitos do artigo 1.022 do CPC, qual seja, a omissão, hão se ser acolhidos os embargos de declaração. II-
Não evidenciada, tampouco comprovada, a prática de litigância de má-fé, a sanção pecuniária deve ser
afastada, até porque o postulante não omitiu sobre os fatos atinentes ao processo, ao contrário, informou em
sua peça pórtica o recebimento administrativo do valor que entendia como parcial/incompleto, colacio-nando o
recibo do dito pagamento, mais um motivo corroborador de ine-xistência de qualquer conduta de caráter
doloso que justificasse a conde-nação em litigância de má-fé. Embargos de declaração conhecidos e
acolhidos para reformar, em parte o acórdão e dar parcial provimento ao apelo” (2ª Câmara Cível, Apelação
Cível n. 0372208-25.2015.8.-09.0011, acórdão unânime de 22/03/19, DJe de 22/03/19, Rel. Des. Amaral
Wilson de Oliveira).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA SECURITÁRIA DO DPVAT. PEDIDO DE


COMPLEMENTAÇÃO DO PAGAMENTO AD-MINISTRATIVO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO
CONFIGURADA. 1. Pode o beneficiário do seguro DPVAT postular em juízo o recebimento da diferença da
verba indenizatória paga administrativamente. 2. A pre-tensão de complementação judicial de indenização do
seguro, mesmo que julgada improcedente, não induz qualquer das condutas trazidas no art. 80, do Código
de Processo Civil, para assim, justificar condenação por litigância de má-fé. Apelação cível conhecida e
provida” (5ª Câmara Cível, Apelação Cível n. 0369107-04.2016.8.09.0024, acórdão unânime de 18/03/19,
DJe de 18/03/19, Rel. Juiz Dr. Sérgio Men-donça de Araújo).

Diante do exposto, dou parcial provimento à ape-lação para, em reforma da sentença primeva, majorar os honorári-os
advocatícios de sucumbência para R$1.000,00 (um mil reais), nos termos do art. 85, §§ 2º e 8º do Código de Processo Civil,
de-vendo, todavia, ser observada a norma contida no art. 98, § 3º do referido Código, ao tempo em que a mantenho quanto ao
mais, por estes e seus próprios e jurídicos fundamentos.

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

11 RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0238704.02.2012.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE EMPRÉSTIMO COM DESCONTO EM FOLHA DE


PAGAMENTO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
SUCUM-BENCIAIS. VALOR ÍNFIMO. AFRONTA À DIGNI-DADE DO ADVOGADO. FIXAÇÃO EQUITATIVA.
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO CONFIGURADA. GRA-TUIDADE DA JUSTIÇA. PRECLUSÃO.

I - Considerando que o valor dos honorários advocatí-cios sucumbenciais, fixados na origem em 10% (dez por
cento) do valor da causa, mostra-se ínfimo e fere a dignidade da remuneração do causídico vencedor,
impõe-se a reforma da sentença, neste particular, a fim de majorar tal verba de acordo com os critérios
dispostos no art. 85, §§ 2º e 8º do Código de Processo Civil.

II - A litigância de má-fé não pode ser presumida, sendo necessário a comprovação do dolo da parte, ou seja,
da intenção de obstrução do trâmite regular do processo. In casu não restou configurada nenhuma das
hipóteses pre-vistas no art. 80 do Código de Processo Civil a justificar a condenação da requerida ao
pagamento da referida multa, uma vez que teve parcial provimento dos seus pleitos.

III - Não merece amparo a impugnação à gratuidade da justiça aduzida somente no recurso apelatório, an-te a
inadequação da via eleita, haja vista que tal ma-téria deve ser invocada na primeira oportunidade pe-la parte
contrária, in casu, em sede de contestação (art. 100 CPC).

RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PRO-VIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 08:44:14

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0408139.03.2014.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : DEBORA SOUZA LEMES
POLO PASSIVO : UNIMED GOIANIA COOPERATIVA DO TRABALHO MEDICO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : UNIMED GOIANIA COOPERATIVA DO TRABALHO MEDICO


ADVGS. PARTE : 25775 GO - STELLA CHRISTINA ALVES COIMBRA
19400 GO - TATIANA ACCIOLY FAYAD
25708 GO - MARIA HELENA BORDINI
38076 GO - MARCELO DOMINGOS DE SOUZA
26089 GO - SUELLEN COELHO BENICIO
33204 GO - LUIZ OTAVIANO DE VASCONCELOS CAMPOS
34461 GO - ELISA MARIA ALESSI DE MELO

PARTE INTIMADA : DEBORA SOUZA LEMES


ADVG. PARTE : 35340 GO - MARCELO SANTOS DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0408139.03.2014.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL N° 0408139.03.2014.8.09.0051-AGRAVO INTERNO,


da Comarca de GOIÂNIA, interposta por UNIMED GOIÂNIA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DOS AGRAVOS INTERNOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0408139.03.2014.8.09.0051
RELATOR

APELAÇÃO CÍVEL N° 0408139.03.2014.8.09.0051


COMARCA DE GOIÂNIA
APELANTE : UNIMED GOIÂNIA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO
APELANTE ADESIVA : DÉBORA SOUZA LEMES

1ª APELADA : DÉBORA SOUZA LEMES


2ª APELADA : UNIMED GOIÂNIA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO
RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

VOTO

Presentes os requisitos recursais objetivo e subjetivo, conheço os agravos internos.

Nos termos do art. 1.021 do CPC “Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado,
observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.”

Outrossim, o seu § 2º preconiza que “§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta.”

Por sua vez, o art. 364 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, dispõe em seu § 3º do referido artigo,
preconiza que “o agravo regimental será protocolado e, sem qualquer formalidade, submetido ao prolator da decisão, que poderá
reconsiderar o seu ato ou submeter o recurso, na primeira sessão, ao julgamento do órgão competente.”

Assim, ao que se extrai desses dispositivos, poderá o relator, em juízo de reconsideração, conferir ou não provimento ao
regimental, dependendo das alegações que a parte porventura trouxer para análise, haja vista a possibilidade de não ter ele se
atentado para questão que seria importante para o deslinde da causa.

Os agravos internos objetivam a reforma da decisão monocrática que desproveu as apelações principal e adesiva, mantendo a

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NR.PROCESSO: 0408139.03.2014.8.09.0051
sentença que, considerando indevida a recursa da operadora do plano de saúde em fornecer o procedimento cirúrgico solicitado
(apendicectomia), julgou procedente o pedido inicial para condenar a ré Unimed Goiânia Cooperativa de Trabalho Médico a
restituir à autora Débora Souza Lemes, a quantia de R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais), e pagar dano moral em R$ 8.000,00
(oito mil reais).

Os agravantes, por sua vez, visam a modificação do decisum no capítulo alusivo a condenação em dano moral, contudo em
sentido oposto, sendo que a primeira recorrente (Débora) almeja a sua majoração para R$ 10.000,00 (dez mil reais), e a
segunda recorrente (Unimed Goiânia) a exclusão da compensação ou a sua redução.

De plano, os agravos não merecem acolhimento. Vejamos.

É que a fundamentação adotada na decisão monocrática e posteriormente reafirmada em sede de declaratórios, externou, de
forma clara e objetiva, inclusive, utilizando-se de doutrina e jurisprudência local sobre o tema (valor do dano moral no caso de
recusa injustificada pelo plano de saúde no fornecimento de tratamento médico/cirúrgico ao segurado), os motivos que
autorizaram a manutenção do valor do dano moral arbitrado na sentença, R$ 8.000,00, pois se revelou adequado e proporcional
a lesão apresentada.

Veja-se o teor do decisum monocrático:

“Sobre a quantificação do dano extrapatrimonial, trata-se de questão complexa, não havendo critério
matemático ou padronizado para estabelecer o montante pecuniário devido, devendo ser arbitrado segundo
o prudente arbítrio do juízo, levando em consideração o grau de culpa do ofensor, seu potencial econômico,
a repercussão social do ato lesivo, as condições pessoais da vítima e a natureza do direito violado, além dos
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

No vertente caso, tenho que a quantia arbitrada pelo julgador de origem, de R$ 8.000,00 (oito mil reais), se
revela suficiente e proporcional para valorar o dano sofrido, devendo a sentença ser mantida quanto a esse
ponto.”

Eis os argumentos lançados nos embargos de declaração (evento 66):

“Reconhecida por este relator a caracterização de ilicitude no caso concreto, manteve a condenação no valor
arbitrado pelo julgador singular, qual seja, oito mil reais, afastando, assim, o pleito de majoração para a
quantia de dez mil reais, por julgá-la equânime aos postulados da razoabilidade e proporcionalidade.

Ora, devendo o valor da indenização por dano moral ficar ao livre arbítrio do julgador que, de conformidade
com seu convencimento motivado estabelece montante que considera razoável, somente necessitaria de
reforma quando não fixado em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, situação não
verificada por este relator quando de sua análise.

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NR.PROCESSO: 0408139.03.2014.8.09.0051
Desta feita, em que pesem as jurisprudências citadas na decisão recorrida terem fixado o valor indenizatório
em quantia diversa da mantida por este Tribunal, não há que se reconhecer qualquer contradição interna a
ensejar reparação, porquanto tratam-se de julgados ilustrativos e não vinculativos, que servem tão somente
de norte para análise da questão ora posta sob apreciação, cada qual com nuances fáticas e concretas
diversas umas das outras.”

Acrescente-se, para corroborar o entendimento encampado acerca do valor da compensação moral (R$ 8.000,00), recentes
julgados desta Corte de Justiça por suas Câmaras Cíveis - 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª:

“AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESSARCIMENTO C/C PEDIDO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. (…). 2. A jurisprudência do STJ é
no sentido de que a recusa indevida/injustificada, pela operadora de plano de saúde, em autorizar a
cobertura financeira de tratamento médico, a que esteja legal ou contratualmente obrigada, enseja
reparação a título de dano moral, por agravar a situação de aflição psicológica e de angústia no
espírito do beneficiário. 3. Verba indenizatória fixada em R$ 8.000,00 (oito mil reais), valor este que se
mostra adequado, em observância ao princípio da razoabilidade e proporcionalidade e atendendo a
finalidade pedagógica e punitiva do instituto, não merecendo qualquer reparo. Omissis.”1 Grifei.

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLANO DE SAÚDE. (…). DANO MORAL IN RE
ISPA. QUANTUM. (…). 5. A recusa injustificada de cobertura, por parte da operadora do plano de saúde,
para tratamento do segurado, caracteriza de dano moral in re ipsa, pois tal comportamento agrava a
situação tanto física quanto psicológica do paciente beneficiário. 6. A fixação do quantum indenizatório
exige do julgador a análise das peculiaridades do caso concreto, em que se deve levar em conta a
extensão do dano, a situação financeira das partes e observância aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, de sorte que adequado ao caso o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Omissis.”2
Grifei.

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. PLANO DE SAÚDE. COBERTURA. PERÍODO DE CARÊNCIA.
SITUAÇÃO EMERGENCIAL COMPROVADA. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM. (…). 3. A
quantia pleiteada pelo embargado, de R$ 8.000,00 (oito mil reais), a título de indenização por dano
moral, se revela suficiente e proporcional para valorar o dano sofrido, não importando em
enriquecimento ilícito da parte. Omissis.”3 Grifei.

“AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE (…). ILEGALIDADE. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR
MANTIDO. (…). 3. A verba indenizatória fixada em R$ 8.000,00 (oito mil reais) deve ser mantida, pelo
fato do valor obedecer aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, bem como atender as
peculiaridades fáticas da causa. 4. O agravo regimental deve ser desprovido quando o agravante não
apresentar fato ou argumento novo convincente que justifique sua reforma. RECURSO DESPROVIDO.”4
Grifei.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0408139.03.2014.8.09.0051
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
PLANO DE SAÚDE. DEMORA NA AUTORIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. DANO MORAL
CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. MAJORAÇÃO DOS
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. (…). 2. A demora na prestação do serviço, ao argumento de
realização de auditoria médica para a autorização do procedimento trouxe mais sofrimento ao
postulante, cabendo, pois, o dever de indenizar, sendo certo que o valor de R$ 8.000,00 (oito mil
reais) mostra-se adequado e razoável. Omissis.”5 Grifei.

Nesse sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS.


PLANO DE SAÚDE. IDOSA. CIRURGIA. SITUAÇÃO DE URGÊNCIA. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO.
REEXAME DE PROVAS. SÚMULA Nº 7/STJ. VALOR INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. INVIABILIDADE. (…).
2. Na hipótese, rever a conclusão do aresto atacado acerca da configuração do dano moral encontra o óbice
da Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça. 3. O caso concreto não comporta a excepcional revisão
por esta Corte, pois o valor indenizatório, arbitrado em R$ 8.000,00 (oito mil reais), não se revela
exorbitante para reparar dano moral decorrente de recusa injustificada de procedimento cirúrgico a
paciente em situação de necessidade médica. 4. Agravo interno não provido.”6 Grifei.

Portanto, ante o exame das peças recursais, dessome-se que não foram levantadas quaisquer inovações na situação fático-
jurídica e, assim, autorizar a pretendida modificação da decisão pelos agravantes no capítulo impugnado (quantum do
dano/compensação moral).

Sendo assim, não há razões para alterar o posicionamento anteriormente adotado, tendo em vista que a decisão agravada
somente seria passível de reforma caso a parte recorrente demonstrasse erro material ou trouxesse fatos novos e robustos
capazes de alterá-la, o que não ocorreu, sendo que o mero descontentamento com o julgado não autoriza a retratação.”

A propósito, excerto do STJ, in verbis:

“(...). FUNDAMENTOS INSUFICIENTES PARA REFORMAR A DECISÃO AGRAVADA. 1. A agravante não


trouxe argumentos novos capazes de infirmar os fundamentos que alicerçaram a decisão agravada,
razão que enseja a negativa do provimento ao agravo regimental. 2. Omissis.”7 Grifei.

De resto, quanto ao pedido de instauração de incidente de uniformização de jurisprudência formulado pela agravante Unimed
Goiânia, tem-se por incomportável, visto que revogados os dispositivos que tratavam do tema pelo novo Código de Processo
Civil.

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NR.PROCESSO: 0408139.03.2014.8.09.0051
Observe-se entendimento deste Sodalício:

“(…). INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.


(…). 2. É impossível acolher o pedido do recorrente de instauração de incidente de uniformização de
jurisprudência, visto que o Código de Processo Civil de 2015 revogou as disposições normativas que
o disciplinavam, anteriormente positivado nos artigos 476 a 479 do Código de Processo Civil de 1973
. 3. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS, MAS REJEITADOS.”8 Grifei.

Assim, para a coerência e integridade da jurisprudência local, deve a parte valer-se, agora, dos novos instrumentos colocados a
disposição pelo atual regramento processual civil – v.g. IRDR.

Ante o exposto, desprovejo aos agravos internos, preservando a decisão monocrática na sua integralidade.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

52

1. APC. 78348-32.2013.8.09.0137, Rel. Des. Orloff Neves Rocha, 1ª Câmara Cível, DJe 1985 de 09/03/2016.

2. APC. 0481960-45.2011.8.09.0051, Rel. Zacarias Neves Coelho, 2ª Câmara Cível, DJe de 30/07/2019.

3. ACP. 0006522-05.2016.8.09.0051, Rel. Gerson Santana Cintra, 3ª Câmara Cível, DJe de 04/04/2019.

4. APC. 179101-27.2014.8.09.0051, Rel. Des. Carlos Escher, 4ª Câmara Cível, DJe 1976 de 25/02/2016.

5. APC. 0001433-19.2016.8.09.0142, Rel. Marcus da Costa Ferreira, 5ª Câmara Cível, DJe de 02/10/2019.

6. AgInt no AREsp 1506362/CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 3ª Turma, DJe 21/11/2019.

7. STJ. AgRg na AR 3.751/PR, Rel. Min. Vasco Della Giustina, 2ª Seção, DJe 17/06/2009.

8. AGI. 5103853-84.2018.8.09.0000, Rel. Sebastião Luiz Fleury, 4ª Câmara Cível, DJe de 21/03/2019.

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NR.PROCESSO: 0408139.03.2014.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO

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Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

AGRAVOS INTERNOS

EMENTA: AGRAVOS INTERNOS. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM INDENIZAÇÃO.


COMPENSAÇÃO MORAL ARBITRADA PELA SENTENÇA EM R$ 8.000,00 (OITO MIL REAIS). VALOR
CONFIRMADO PELA DECISÃO MONOCRÁTICA. PEDIDO DE EXCLUSÃO OU REDUÇÃO DA VERBA
INDENIZATÓRIA. DESCABIMENTO. AUSÊNCIA DE FATO NOVO. JULGADO MONOCRÁTICO
PRESERVADO.

I- Nos termos do art. 1.021, do CPC contra a decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
órgão colegiado.

II- A negativa indevida de cobertura de atendimento de urgência pela operadora de plano de saúde
caracteriza dano moral passível de indenização, vez que gera no paciente abalo psicológico e angústia, ao
não ter à sua disposição o amparo contratado justamente no momento em que dele necessitava.

III- Revela-se adequado, suficiente e proporcional ao caso concreto o valor do dano moral arbitrado em R$
8.000,00 (oito mil reais), o qual, inclusive, encontra-se em harmonia com a jurisprudência superior e local
acerca do tema.

IV- Diante da inexistência de motivo plausível para a reforma, vez que ausentes novos elementos capazes de
modificar a convicção inicial do relator, visando os recursos, apenas, o reexame de matéria já decida, deve
ser mantido o decisum combatido.

AGRAVOS INTERNOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Acolhidos em Parte - Data


da Movimentação 17/02/2020 08:45:22

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0007538.31.2014.8.09.0029
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : TRANSPORTADORA MANGUEIRAS COMBOIO LTDA
POLO PASSIVO : MAPFRE SEGUROS GERAIS S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MAPFRE SEGUROS GERAIS S/A


ADVG. PARTE : 13721 GO - JACÓ CARLOS SILVA COELHO

PARTE INTIMADA : TRANSPORTADORA MANGUEIRAS COMBOIO LTDA


ADVGS. PARTE : 13591 GO - JOSÉ EDUARDO DIAS CALIXTO
12195 GO - CELSO LUÍS DIAS CALIXTO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0007538.31.2014.8.09.0029
PODER JUDICIÁRIO

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 0007538.31.2014.8.09.0029

COMARCA DE CATALÃO

APELANTE: MAPFRE SEGUROS GERAIS S/A

APELADA: TRANSPORTADORA MANGUEIRAS COMBOIO LTDA.

1ª Câmara Cível

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. AUSÊNCIA DE


CONTRADIÇÃO E OMISSÃO. ERRO MATERIAL. PRESENÇA. RECURSO
PARCIALMENTE ACOLHIDO.

I – O recurso aclaratório se destina a sanar vício de falta de clareza na fundamentação


(obscuridade, contradição, erro material) ou de deficitária fundamentação (omissão).

II – Inexiste vício que impeça a compatibilidade da fundamentação com a parte dispositiva do


acórdão, bem como completa é a motivação judicial. Diante da nítida pretensão da
embargante em rediscutir a matéria, deve o recurso ser acolhido, unicamente, para corrigir
erro material.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARCIALMENTE ACOLHIDOS.

ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0007538.31.2014.8.09.0029
VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº 0007538.31.2014.8.09.0029-
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, da Comarca de CATALÃO, interposta por MAPFRE SEGUROS GERAIS S/A.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás, por unanimidade, EM ACOLHER PARCIALMENTE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos do voto
do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS
DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

FERNANDO DE CASTRO MESQUITA

Juiz de Direito Substituto em 2º Grau

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0007538.31.2014.8.09.0029

COMARCA DE CATALÃO

APELANTE: MAPFRE SEGUROS GERAIS S/A

APELADA: TRANSPORTADORA MANGUEIRAS COMBOIO LTDA.

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NR.PROCESSO: 0007538.31.2014.8.09.0029
1ª Câmara Cível

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

VOTO

Admito o recurso aclaratório.

Sabe-se que os embargos de declaração (CPC, art. 1022) são cabíveis somente nas hipóteses de ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão ocorridas no acórdão embargado, não se prestando ao reexame das questões já decididas.
Por construção jurisprudencial, o recurso é admitido também para sanar eventual erro material.

Na hipótese, observa-se que o recurso comporta parcial acolhimento. Explico.

Em que pese a embargante acusar omissão sobre a grafia da modificação empreendida na condenação dos
honorários advocatícios, na verdade trata-se de mero erro material, passível de correção.

De fato, no julgamento sucedeu a parametrização dos honorários advocatícios, reduzindo-os para 10%. Entretanto, a
grafia por extenso reportou-se a vinte por cento. Logo, compete nesta parte alterar/corrigir a parte dispositiva para “reduzir
os honorários advocatícios para o importe de 10% (dez por cento) sobre o valor da causa”.

Sobre a contradição e omissão acerca da motivação jurídica na apreciação das provas processuais, tem-se que
razão não assiste à embargante.

Segundo o STJ – REsp 1806984, data da publicação 1/7/2019 – é contraditória a decisão que induz proposições
internas inconciliáveis (fundamentação) ou resultados ininteligíveis (incompatibilidade com o dispositivo do julgamento). Já a
omissão corresponde à ausência de apreciação de questão arguida pela parte e não enfrentada pelo julgador.

No presente caso, o dispositivo do acórdão embargado está em perfeita consonância com a fundamentação que lhe
antecede, não havendo contradição interna a ser sanada. Igualmente, os fundamentos levantados foram examinados para se
concluir com o julgamento.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0007538.31.2014.8.09.0029
O recurso integrativo não se presta a corrigir contradição externa entre a decisão impugnada e o entendimento da
parte, ou entre este e outras decisões do Tribunal, bem como não se revela instrumento processual vocacionado para sanar
eventual error in judicando (STJ, AgInt no REsp 1831451/CE, DJe 18/12/2019).

De forma objetiva, a questão apontada como contraditória e omissa condizente com as regras de averbação restou
concluída pelo Colegiado no sentido de observar-se as condições previstas no contrato, quais sejam, que o “segurado é obrigado
a enviar os embarques diariamente antes do início dos riscos, ou seja, antes da saída do veículo transportador, sob pena de
isentar a seguradora da responsabilidade de efetuar o pagamento de qualquer indenização decorrente do seguro”.

No caso, a transportadora tomou conhecimento da carga, no dia 4/10/2013, e enviou sua averbação à seguradora no
dia 7/10/2013, inclusive com um dia de atraso da data do sinistro, ocorrido em 6/10/2013. Inexistem previsões contratuais ou
mesmo jurisprudenciais condizentes com averbação somente em dias úteis.

Considerando que a pretensão da embargante é nitidamente rediscutir a matéria já apreciada e ter, assim, rejulgado
o recurso de apelação, mostra-se incabível a utilização dos embargos de declaração para esta finalidade. Advirta-se, por fim, que
eventual inconformismo deve ser objeto de recurso próprio.

Nesse contexto, ausente contradição e omissão a merecer esclarecimentos, acolho parcialmente os embargos de
declaração unicamente para corrigir o erro material, consoante fundamentação expendida.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

FERNANDO DE CASTRO MESQUITA

JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO EM 2º GRAU

06

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0007538.31.2014.8.09.0029
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0007538.31.2014.8.09.0029

COMARCA DE CATALÃO

APELANTE: MAPFRE SEGUROS GERAIS S/A

APELADA: TRANSPORTADORA MANGUEIRAS COMBOIO LTDA.

1ª Câmara Cível

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. AUSÊNCIA DE


CONTRADIÇÃO E OMISSÃO. ERRO MATERIAL. PRESENÇA. RECURSO
PARCIALMENTE ACOLHIDO.

I – O recurso aclaratório se destina a sanar vício de falta de clareza na fundamentação


(obscuridade, contradição, erro material) ou de deficitária fundamentação (omissão).

II – Inexiste vício que impeça a compatibilidade da fundamentação com a parte dispositiva do


acórdão, bem como completa é a motivação judicial. Diante da nítida pretensão da
embargante em rediscutir a matéria, deve o recurso ser acolhido, unicamente, para corrigir
erro material.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARCIALMENTE ACOLHIDOS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 08:38:34

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5126639.88.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : MAURÍCIO SANFORD FONTENELLE (ESPÓLIO)
POLO PASSIVO : KATIA MENDES LOBO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MAURÍCIO SANFORD FONTENELLE (ESPÓLIO)


ADVG. PARTE : 23692 GO - WALMIR OLIVEIRA DA CUNHA

PARTE INTIMADA : KATIA MENDES LOBO


ADVG. PARTE : 22393 GO - LUCIANO JOSÉ BRAZ DE QUEIROZ

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5126639.88.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5126639.88.2019.8.09.0000-


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, da Comarca de GOIÂNIA, interposta por MAURÍCIO SANFORD FONTENELLE (ESPÓLIO).

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E REJEITÁ-LOS, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5126639.88.2019.8.09.0000
RELATOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5126639.88.2019.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE: MAURÍCIO SANFORD FONTENELLE (ESPÓLIO)

AGRAVADA: KATIA MENDES LOBO

RELATOR: DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

VOTO

Satisfeitos os pressupostos de admissibilidade, conheço dos embargos de declaração opostos.

Sabe-se que os embargos de declaração se prestam a esclarecer ou sanar vícios de fundamentação apostos na decisão judicial e
que nomeadamente comprometam sua clareza (obscuridade, contradição, erro material), ou que denotem deficiência sobre
questão controvertida entre as partes (omissão).

É o que se extrai do art. 1.022 do CPC: “Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I -
esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz
de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material.” Grifei.

A vexatio quaestio dos declaratórios é atinente ao acórdão unânime que desproveu o agravo de instrumento por si interposto,
nos termos do voto do Relator, mantendo a decisão que, saneando o processo, afastou a alegação de prescrição levantada pelo
ora agravante/embargante.

Rememoro que a parte agravada propôs a ação indenizatória objetivando a reparação por benfeitorias que teriam sido realizadas
no imóvel “Chácara Retiro” de propriedade do recorrente, Maurício Sanford Fontenelle (ESPÓLIO), no curso da União Estável
(1992- fevereiro/1999) que a recorrida manteve com o filho do agravante (Sr. Eduardo Sanford Fontenelle).

Em suas razões o ora recorrente, em suma: reitera que a controvérsia dos autos se refere ao reconhecimento da prescrição da
pretensão indenizatória da autora já que transcorreu mais de 20 anos desde a perda da posse do imóvel; renovando, pontifica que
o acórdão é obscuro e omisso em relação à alegação de que: a) não houve causa interruptiva da prescrição, já que além de o
agravante/embargante não ser parte na ação declaratória de união estável possuem, as demandas declaratória e indenizatória,
naturezas distintas; b) a pretensão da autora já estava fulminada pela prescrição quando esta propôs a demanda indenizatória em
agosto/2017; defende a existência de “contradição do acórdão com a decisão do Des. Carlos França que expressamente dispõe
que qualquer indenização deve ser pleiteada pela Agravada em ação própria em face de seu ex-companheiro e não do Agravante
que sequer foi parte na ação declaratória de união estável, portanto, é medida de Justiça reconhecer que se trata de pretensão
PRESCRITA, dormientibus non succurrit jus.”; faz o pré-questionamento de pontos do ato objurgado.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5126639.88.2019.8.09.0000
Sem delongas, tem-se por descabidos os embargos. Explico.

É nítido que os embargos de declaração interpostos, sob o fundamento de que o acórdão embargado encontra-se impregnado
pelos vícios da omissão/obscuridade/contradição, objetiva a revisão das questões cuidadosamente analisadas quando do
julgamento do agravo de instrumento.

Ora, no acórdão objurgado (evento 16), restou consignado, de maneira fundamentada, que: 1) a parte agravada/embargada
propôs a ação indenizatória objetivando a reparação por benfeitorias que teriam sido realizadas no imóvel “Chácara Retiro” de
propriedade do recorrente, Maurício Sanford Fontenelle (ESPÓLIO), no curso da União Estável (1992- fevereiro/1999) que a
recorrida manteve com o filho do agravante (Sr. Eduardo Sanford Fontenelle); 2) por ser o agravo de instrumento recurso
secundum eventum litis, o exame realizado por este Tribunal está limitado apenas ao acerto ou desacerto da decisão singular
atacada, in casu, pertinente analisar tão somente o aspecto da legalidade da decisão agravada, vez que ultrapassar seus limites,
ou seja, perquirir sobre argumentações meritórias, seria antecipar ao julgamento do mérito da demanda, o que importaria na
vedada supressão de instância; 3) Conforme a decisão proferida no bojo do AI n. 235153-36 (Relator Des. Carlos Alberto França),
transitada em julgado, somente após a instrução probatória da ação declaratória de união estável e caso fosse verificada que a
propriedade do bem que se buscava partilhar pertencia a terceiro, por não ter sido demonstrado que ele foi doado pelo de
cujos/agravante ao ex companheiro da agravada e filho daquele, poderia a autora/recorrida intentar ação própria, em face do
proprietário do bem, para pleitear a indenização pelas benfeitorias e outros gastos realizados na edificação; 4) somente com o
julgamento da ação declaratória de união estável (22.08.2017) reconhecendo a união estável entre a agravada e o filho do de cuju
s/agravante, mas que não realizou a partilha pretendida, posto que não comprovado que o bem pertencia ao casal, é que nasceu
para a autora/recorrida a pretensão (actio nata) para pleitear, dentro do prazo de 3 anos (art. 206, §3º do CC/02), mediante ação
indenizatória, a reparação pelas benfeitorias que alega ter realizado com o ex-companheiro, no imóvel de propriedade do pai
deste e ora agravante; 5) considerando que entre a data da prolação da sentença (22.08.2017), quando nasceu o direito da
agravada (actio nata) pleitear indenização e aquela em que protocolizada a petição inicial da demanda indenizatória (16.01.2018),
não transcorreram mais de 3 anos, não há se falar em prescrição da pretensão da recorrida, conforme afirma a parte agravante,
pelo que deve ser mantida a decisão objurgada.

Outrossim, não há se falar em contradição do acórdão com a decisão do Des. Carlos Alberto França. Convém ressaltar que a
contradição que dá ensejo à oposição de embargos declaratórios deve ser interna, entre as proposições do próprio julgado
impugnado, não sendo este o caso dos autos.

Ademais, importante destacar, apenas, que o fato do julgador não se pronunciar sobre todos os argumentos fáticos ou jurídicos
invocados pelas partes, como ressaltado pela embargante no presente caso, não significa que a prestação jurisdicional é
omissa ou carente de fundamentação, pois o juiz não está obrigado a manifestar-se sobre todos os pontos contidos nos
petitórios, quando já tenha encontrado motivação bastante para alicerçar sua decisão/convicção. Sobre o tema, cito
julgados do Superior Tribunal de Justiça (inclusive sob a vigência do NCPC) e desta Corte de Justiça:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO.


(…). OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE, ERRO MATERIAL. AUSÊNCIA. 1. (...). 2. O julgador
não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha
encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. A prescrição trazida pelo art. 489 do CPC/2015
veio confirmar a jurisprudência já sedimentada pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, sendo
dever do julgador apenas enfrentar as questões capazes de infirmar a conclusão adotada na decisão
recorrida. (...).”1 Grifei

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. (…). 1. "Omissis. 2. O julgador não está


obrigado a abordar todos os pontos arguidos pelas partes e nem a se manifestar expressamente
sobre todos os dispositivos elencados, sobretudo quando a apreciação da matéria é feita com
fundamentação suficiente à dirimência da controvérsia. Omissis.”2 Grifei.

Deste cenário jurídico e processual, ressai que o acórdão manifestou-se de forma suficiente e motivada, sem defeito intrínseco e
apto a reabertura da discussão da matéria unicamente porque contrário aos interesses da recorrente. Veja excerto do
Tribunal da Cidadania:

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5126639.88.2019.8.09.0000
“PROCESSUAL CIVIL.(…). II - Os embargos de declaração somente são cabíveis para a modificação do
julgado que se apresentar omisso, contraditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material
existente na decisão, o que não aconteceu no caso dos autos. III - Os embargos de declaração não se
prestam ao reexame de questões já analisadas, com o nítido intuito de promover efeitos
modificativos ao recurso, quando a decisão apreciou as teses relevantes para o deslinde do caso e
fundamentou sua conclusão. Omissis.”3 Grifei.

Noutro aspecto, mister enfatizar que também para oposição de embargos com o propósito de pré-questionamento é necessária a
constatação de alguma das imperfeições elencadas no art. 1.022 do Código de Processo Civil, não evidenciadas no caso em
apreço. Confira o seguinte julgado deste Sodalício:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. I- Os Embargos de Declaração são admitidos


quando na decisão judicial houver obscuridade a ser esclarecida, contradição a ser eliminada, omissão (de
ponto ou questão sobre o qual deveria pronunciar-se o juiz) a ser suprida, ou, ainda, erro material a ser
corrigido, nos termos dos incisos I a III do art. 1.022 do Código de Processo Civil/2015. II- Ante a
inexistência dos vícios acima elencados, devem ser rejeitados os aclaratórios, sendo vedada a
rediscussão da temática debatida no julgado, ainda que para fins de prequestionamento. Embargos de
declaração conhecidos e rejeitados.”4 Grifei.

Ademais, prescindível a emissão de juízo de valor expresso sobre normas legais, para fins de pré-questionamento, considerando
o fato de que o art. 1.025, do Código de Processo Civil, consagra atualmente a figura do pré-questionamento ficto, verbis: “Art.
1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda
que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão,
contradição ou obscuridade.” Grifei.

Eis a respeito, entendimento do STJ:

“(…). PREQUESTIONAMENTO FICTO. (…). IV. Na forma da jurisprudência, "a admissão de


prequestionamento ficto (art. 1.025 do CPC/15), em recurso especial, exige que no mesmo recurso
seja indicada violação ao art. 1.022 do CPC/15, para que se possibilite ao Órgão julgador verificar a
existência do vício inquinado ao acórdão, que uma vez constatado, poderá dar ensejo à supressão de
grau facultada pelo dispositivo de lei" (STJ, REsp 1.639.314/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, DJe de 10/04/2017). Omissis.”5 Grifei.

Logo, não há que se falar em omissão no julgado.

Ante o exposto, rejeito os embargos de declaração ante a não-configuração das hipóteses previstas no art. 1.022 do Código de
Processo Civil, em particular a omissão.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

21

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NR.PROCESSO: 5126639.88.2019.8.09.0000
1. EDcl no MS 21.315/DF, Rel. Min. Diva Malerbi, 1ª Seção, DJe 15/06/2016.

2. APC. 0132663-74.2013.8.09.0051, Rel. Amaral Wilson de Oliveira, DJe de 26/04/2017.

3. EDcl no AgInt nos EAREsp 261.715/MS, Rel. Min. Francisco Falcão, 1ª Seção DJe 23/06/2017.

4. APC. 379462-65.2011.8.09.0051, Rel. Dr. José Carlos de Oliveira, DJe 2031 de 19/05/2016.

5. AgInt no AREsp 1017912/RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, 2ª Turma, DJe 16/08/2017.

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NR.PROCESSO: 5126639.88.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

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Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR BENFEITORIAS. EDIFICAÇÃO REALIZADA NA VIGÊNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL EM IMÓVEL
PERTENCENTE AO AGRAVANTE E PAI DO EX-COMPANHEIRO DA AGRAVADA. RECURSO
SECUNDUM EVENTUM LITIS. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. INÍCIO DA PRETENSÃO. SENTENÇA
EM AÇÃO DECLARATÓRIA DE UNIÃO ESTÁVEL. BEM PERTENCENTE A TERCEIRO. ALEGAÇÃO DE
OMISSÃO, OBSCURIDADE E CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. VÍCIOS INEXISTENTES. ART 1.022 DO
CPC/2015. PRETENSÃO DE REEXAME DA MATÉRIA ANTERIORMENTE ABORDADA.

I - Os embargos de declaração prestam-se a esclarecer ou sanar vícios apostos na decisão judicial e que
nomeadamente comprometam sua clareza (obscuridade, contradição, erro material) ou que denotem
deficiência sobre questão controvertida entre as partes (omissão).

II- Inexistente os indigitados vícios, a rejeição dos aclaratórios é medida que se impõe. No caso vertente,
não se constatam os vícios alegados pela parte embargante, que busca rediscutir matéria devidamente
examinada pela decisão embargada, o que é incabível nos embargos declaratórios.

III- Considerando a consagração pelo art. 1.025 do CPC, do denominado pré-questionamento ficto,
necessário apenas a oposição dos embargos de declaração para o preenchimento do referido requisitos
exigido pelos recursos extraordinários.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 08:47:42

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0423338.35.2016.8.09.0006
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : MATHEUS FORNASIERE FERREIRA
POLO PASSIVO : CLARO S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CLARO S/A


ADVGS. PARTE : 30454 GO - MARCELO DA SILVA VIEIRA
57680 MG - JOSE HENRIQUE CANCADO GONCALVES

PARTE INTIMADA : MATHEUS FORNASIERE FERREIRA


ADVG. PARTE : 32476 GO - POLLYANA CRISTINA DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0423338.35.2016.8.09.0006
ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº 0423338.35.2016.8.09.0006, da Comarca de


ANÁPOLIS, interposta por CLARO S.A E MATHEUS FORNASIERE FERREIRA.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DAS APELAÇÕES CÍVEIS E DAR PROVIMENTO À PRIMEIRA, REFORMANDO A
SENTENÇA E NEGAR PROVIMENTO À SEGUNDA, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0423338.35.2016.8.09.0006

COMARCA: ANÁPOLIS

1º APELANTE: CLARO S.A

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0423338.35.2016.8.09.0006
2º APELANTE: MATHEUS FORNASIERE FERREIRA

1º APELADO : MATHEUS FORNASIERE FERREIRA

2º APELADO : CLARO S.A

RELATOR: DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

VOTO

Admito os recursos, porquanto presentes os requisitos legais.

Conforme relatado, o inconformismo do primeiro apelante cinge-se contra a sentença que julgou procedente o pedido de
condenação em danos morais, enquanto o segundo recorrente insurge em face da fixação dos honorários advocatícios.

Sem delongas, merece respaldo a insurgência do primeiro apelante quanto aos danos morais. Explico.

Com efeito, apesar da ocorrência do ato ilícito praticado pela recorrente, para que esta fosse condenada a pagar indenização,
deveria o autor comprovar, mesmo que minimamente, o dano moral sofrido e o nexo de causalidade entre a conduta antijurídica
da recorrente e a lesão ocorrida.

Do compulso dos autos, verifica-se que a cobrança indevida dos serviços chamados Combo Multi Net, não ensejou qualquer
repercussão nos direitos da personalidade do apelado. Se quer houve negativação do nome do requerente.

Na verdade, os fatos narrados traduzem hipótese de descumprimento contratual, o que configura mero aborrecimento, incapaz de
gerar indenização a título de reparação por danos morais.

Ocorreu, sim, um transtorno, mas tal não pode ser considerado um dissabor apto a produzir reflexos na honra subjetiva da pessoa
física.

Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que não há dano moral presumido decorrente da
cobrança indevida de serviço de telefonia, sem corte do fornecimento ou inscrição em cadastro de inadimplentes,
conforme evidenciam os seguintes precedentes:

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NR.PROCESSO: 0423338.35.2016.8.09.0006
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TELEFONIA.
DANO MORAL PRESUMIDO. NÃO OCORRÊNCIA. SUCUMBÊNCIA. SÚMULA Nº 7/STJ. HONORÁRIOS
RECURSAIS. NÃO CABIMENTO. 1. (...) 2. Nos casos de cobrança indevida de serviço de telefonia, em
que não há inscrição do nome do consumidor em cadastro de inadimplentes, o dano moral não é
presumido. 3. (…) 5. Agravo interno não provido. (STJ, AgInt no AgRg no AREsp 665.074/RS, Rel. Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, DJe 02/04/2018, g.) grifei

(...) Inexistindo qualquer ato restritivo de crédito, a mera cobrança de valores por serviços não contratados
não gera danos morais indenizáveis (...). (STJ, Segunda Turma, REsp 1660377/RS, DJe 19/06/2017, Rel.
Min. Herman Benjamin) Grifei

Destarte, o simples descumprimento de um dever contratual não configura dano moral indenizável, salvo se da infração advém
circunstância que atenta contra dignidade da parte, o que não é hipótese destes autos, porquanto inexistente prova da interrupção
do serviço ou de negativação do nome do recorrido junto aos órgãos de proteção ao crédito.

Saliente-se, outrossim, que o Estatuto Consumerista, ao estipular a possibilidade de inversão do ônus da prova em favor do
consumidor, como meio de facilitação da defesa de seus direitos, não lhe assegurou dispensa probatória absoluta, visto que, do
contrário, muito cômoda seria a sua posição, que apenas teria de vir aos autos, fazer suas alegações e permanecer inerte,
aguardando do fornecedor toda a esquiva do direito afirmado em juízo.

Certamente, não foi essa a intenção de nosso legislador, considerando que a Lei nº 8.078/90 visa, precipuamente, trazer equilíbrio
à relação entre fornecedor e consumidor, e não mantê-la desequilibrada.

Por conseguinte, o sopesar da norma especial protetiva não desobriga a parte autora da demanda de provar os fatos constitutivos
do seu direito, quando lhe for acessível, nem se destina a impor ao réu a produção de provas impossíveis.

Não é outro o posicionamento da jurisprudência desta Corte:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NEGATIVA DE


DÉBITO/ RESCISÃO DE CONTRATO, REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS. AUSÊNCIA DE NEGATIVAÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO. MERO DISSABOR. DANO MORAL NÃO COMPROVADO. VERBA HONORÁRIA ADEQUADA.
CONTRADIÇÃO E OMISSÃO INEXISTENTES. 1. A cobrança indevida, por si só, não gera dever de
indenizar, especialmente quando o nome do consumidor não foi negativado, o que afasta a
presunção de dano moral. 2. Verba honorária arbitrada em observância ao artigo 85, 8º do CPC, porquanto
o valor da causa é inestimável. 3. Inexistindo qualquer das hipóteses elencadas no art. 1.022 CPC/2015, é
caso de rejeição dos embargos declaratórios opostos. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS, MAS

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NR.PROCESSO: 0423338.35.2016.8.09.0006
REJEITADOS. (TJGO, APELAÇÃO 0100030-44.2012.8.09.0051, Rel. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO
REQUI, 1ª Câmara Cível, julgado em 13/03/2019, DJe de 13/03/2019) grifei

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL. DÉBITO INEXISTENTE. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. AUSÊNCIA DE
NEGATIVAÇÃO. MERO ABORRECIMENTO. HONORÁRIOS RECURSAIS (CPC 85 §11º). I - A cobrança
indevida de serviço de telefonia, quando não há inscrição em cadastro de inadimplentes, não gera
presunção de dano moral, sendo imprescindível a sua comprovação. II - Não tendo o autor
comprovado o dano moral por ele experimentado, não há falar em dever de indenizar. Precedentes do
STJ. III - Uma vez evidenciada a sucumbência recursal, impende majorar a verba honorária anteriormente
fixada, conforme disposto no CPC 85 § 11. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.(TJGO, Apelação
(CPC) 5360291-27.2017.8.09.0051, Rel. RODRIGO DE SILVEIRA, 1ª Câmara Cível, julgado em 31/07/2019,
DJe de 31/07/2019)grifei

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE


INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EMPRESA DE TELEFONIA. SERVIÇOS NÃO
CONTRATADOS. COBRANÇA INDEVIDA. DIREITO À RESTITUIÇÃO EM DOBRO DO VALOR PAGO.
AUSÊNCIA DE NEGATIVAÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. MERO
DISSABOR. DANO MORAL NÃO COMPROVADO. SUCUMBÊNCIA MÍNIMA. 1. Não tendo a empresa
prestadora do serviço de telefonia se desincumbido do ônus que lhe competia, qual seja, demonstrar a
regularidade da contratação e cobrança do serviço de telefonia, revela-se indevido o pagamento realizado a
esse título. 2. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso. Leitura do art. 42, parágrafo único, do Código de Defesa do
Consumidor. 3. A cobrança indevida de serviço de telefonia, quando não há inscrição em cadastro de
inadimplentes, não gera presunção de dano moral, sendo imprescindível a sua comprovação. 4. Não
tendo o autor comprovado o dano moral por ele experimentado, não há falar em dever de indenizar.
Precedentes do STJ. 5. Considerando que a parte autora decaiu em parte mínima dos seus pedidos, não
tendo logrado êxito apenas no que se refere ao pleito indenizatório por danos morais, devem os ônus
sucumbenciais permanecerem sobre a responsabilidade da requerida/apelante. APELAÇÃO CONHECIDA E
PARCIALMENTE PROVIDA. RECURSO ADESIVO PREJUDICADO. (TJGO, Apelação (CPC) 5268420-
46.2017.8.09.0137, Rel. NELMA BRANCO FERREIRA PERILO, 4ª Câmara Cível, julgado em 07/03/2019,
DJe de 07/03/2019) grifei

Destarte, não tendo o autor comprovado o dano moral por ele experimentado, não há que se falar em dever de indenizar, razão
pela qual a reforma da sentença é medida que se impõe.

Diante do acolhimento da tese recursal e considerando a sucumbência do recorrido, tenho que a parte autora deverá arcar com o
pagamento integral das custas processuais e verba honorária, fixada em 10% sobre o valor da causa, nos temos do art. 85, caput
e §2º do CPC.

Diante do exposto, dou provimento ao recurso interposto pela empresa ré, para reformando a sentença, julgar improcedente o
pedido de indenização por dano moral. Por conseguinte, condeno, a parte apelada/autor ao pagamento de eventuais custas e
honorários advocatícios arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, observando o art. 98, §3º do CPC.

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NR.PROCESSO: 0423338.35.2016.8.09.0006
Por outro lado, nego provimento ao apelo interposto pelo autor.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

17

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NR.PROCESSO: 0423338.35.2016.8.09.0006
EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DÉBITO INEXISTENTE. DANO MORAL NÃO
CARACTERIZADO. AUSÊNCIA DE NEGATIVAÇÃO. MERO ABORRECIMENTO.

I – A cobrança indevida de serviço de telefonia, quando não há inscrição do nome do consumidor


em cadastro de inadimplentes, não gera presunção de dano moral, sendo imprescindível a sua
comprovação.

II - Não tendo o autor comprovado o dano moral por ele experimentado, não há falar em dever de
indenizar. Precedentes do STJ.

III - Diante do acolhimento da tese recursal e considerando a sucumbência integral do autor


recorrido, deve este ser condenado ao pagamento de eventuais custas e honorários advocatícios,
arbitrados em 10% sobre o valor da causa.

PRIMEIRO APELO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. SEGUNDO RECURSO DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 14/02/2020 14:12:02

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0320544.63.2014.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Monitória ( CPC )
POLO ATIVO : JOSE EDUARDO DA CONCEICAO
POLO PASSIVO : SUPERMERCADO E PAPELARIA CINCO ESTRELAS LTDA ME
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SUPERMERCADO E PAPELARIA CINCO ESTRELAS LTDA ME


ADVG. PARTE : 32900 GO - LUCAS CRESCENTE ALVES MACIEL

PARTE INTIMADA : CLEOMARA DE SOUZA MACHADO HERDEIRA CLEONES


ADVG. PARTE : 32900 GO - LUCAS CRESCENTE ALVES MACIEL

PARTE INTIMADA : CRISTINA APARECIDA MACHADO HERDEIRA CLEONES


ADVG. PARTE : 32900 GO - LUCAS CRESCENTE ALVES MACIEL

PARTE INTIMADA : MARGARIDA APARECIDA DE SOUZA MACHADO HERDEIRA CLEONES


ADVG. PARTE : 32900 GO - LUCAS CRESCENTE ALVES MACIEL

PARTE INTIMADA : JOSE EDUARDO DA CONCEICAO


ADVGS. PARTE : 29645 GO - IVAN MARQUES
56000 GO - GUILHERME TORRES MARQUES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0320544.63.2014.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA

APELANTES: SUPERMERCADO E PAPELARIA CINCO ESTRELAS LTDA ME E


OUTROS
APELADO: JOSÉ EDUARDO DA CONCEIÇÃO

RECURSO ADESIVO

RECORRENTE: JOSÉ EDUARDO DA CONCEIÇÃO


RECORRIDOS: SUPERMERCADO E PAPELARIA CINCO ESTRELAS LTDA ME E
OUTROS
RELATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço da Apelação Cível e do


Recurso Adesivo.

Conforme relatado, trata-se de Apelação Cível e Recurso Adesivo interpostos por


SUPERMERCADO E PAPELARIA CINCO ESTRELAS LTDA ME, CLEOMARA DE
SOUZA MACHADO, CRISTINA APARECIDA MACHADO e MARGARIDA
APARECIDA DE SOUZA MACHADO em face da sentença proferida pelo Juiz de
Direito da 7º Vara Cível da Comarca de Goiânia, Dr. Ricardo Teixeira Lemos, nos
autos da “Ação Monitória” proposta pela parte apelada.

A controvérsia em tela cinge-se à sentença que julgou parcialmente procedentes os


pedidos exordiais, condenando o autor a realizar o pagamento do valor de R$
7.033,76 (sete mil, trinta e três reais e setenta e seis centavos), referente aos cheques
que foram dados em pagamento do contrato de prestação de serviços de jardinagem e
paisagismo prestados pelo autor.

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
Por questão de didática processual, cumpre analisar as preliminares e o mérito de
ambos recursos conjuntamente.

Pois bem. Inicialmente os apelantes impugnam a assistência judiciária concedida ao


autor, sob a premissa de que resta demonstrado nos autos a sua capacidade
financeira.

Conforme extrai-se do caderno processual, os benefícios da assistência judiciária


gratuita foram deferidos ao autor em decisão lançada ao evento nº 03. doc. 12, não
havendo interposição de recurso naquele momento.

Assim, tendo em vista que os requeridos deixaram de apresentar seu inconformismo


no tempo e modo oportunos, operou-se a preclusão da matéria, nos termos em que
dispõe o artigo 507 do Código de Processo Civil, vejamos:

“ Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as


questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão”

Igual posicionamento, colhe-se dos seguintes julgados desta Egrégia Corte de Justiça:

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA EXTINTA SEM


RESOLUÇÃO DE MÉRITO. CONDENAÇÃO DO AUTOR AO
PAGAMENTO DAS CUSTAS. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
AJUIZADA PELA ESCRIVÃ. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA.
MATÉRIA APRECIADA EM DECISÃO NÃO RECORRIDA.
PRECLUSÃO. NULIDADE EM RAZÃO DE AUSÊNCIA DE
PETIÇÃO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. I. Já sendo
decidida a matéria referente a assistência judiciária em
decisão na ação principal e não sendo a questão objeto de
recurso, esta encontra-se preclusa. (...) RECURSO
CONHECIDO, MAS DESPROVIDO”. (TJGO, Apelação (CPC)
0171148-75.2015.8.09.0051, Rel. FAUSTO MOREIRA DINIZ, 6ª Câmara
Cível, julgado em 10/04/2019, DJe de 10/04/2019) (Grifei).

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA. MOMENTO PARA IMPUGNAR. PRECLUSÃO. 1-
Não merece amparo a impugnação à assistência judiciária
aduzida somente em sede de resposta ao apelo, porque
configurada a preclusão, haja vista que tal matéria deve ser
invocada pela parte contrária no primeiro momento

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
oportuno. (...) RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO”.
(TJGO, Apelação (CPC) 5366581-96.2017.8.09.0006, Rel. KISLEU DIAS
MACIEL FILHO, 4ª Câmara Cível, julgado em 13/12/2018, DJe de
13/12/2018) (Grifei).

Quanto à ilegitimidade ativa do autor, malgrado o recorrente tenha suscitado somente


em sede de apelo, merece análise neste grau recursal, tendo em vista tratar-se de
matéria de ordem pública.

Neste ponto alegam os apelantes que os cheques que instruíram a ação monitória
tratam-se de títulos nominais à ordem e considerando que não houve endosso em
nenhum dos cheques apresentados e que não foram nominados ao autor, não seria o
requerente parte legítima a integrar a lide.

Pois bem. Da análise dos títulos que instruem o feito observo que o cheque nº 851355
foi nominado a Onã Mendes dos Santos e no verso do título é possível verificar a
assinatura do beneficiário (evento nº 03. doc. 22 fls. 119), configurando, assim, a
existência do endosso em branco.

Sobre o tema, assim leciona André Santa Cruz Ramos:

“ (…) O endosso em branco é aquele que não identifica o seu


benef i ci ário , c ham ado d e endos s at á r io . Ne s s e c a s o ,
simplesmente o endossante assina no verso do título, sem
identificar a quem está endossando, o que acaba, na prática,
permitindo que o título circule ao portador, ou seja, pela mera
tradição da cártula. (…) .” (Ramos, André Luiz Santa Cruz. Direito
empresarial / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 7. ed. rev. e atual. – Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.)

No entanto, quanto ao cheque nº 851354, este foi nominal à ordem a Júnior César
Peres, não havendo qualquer tipo de endosso (evento nº 03, doc. 22 fls. 120), sendo
necessário reconhecer que não houve autorização para que o título circulasse e,
portanto, não deve ser o autor considerado como parte legítima a cobrar o valor
constante do título.

Assim sendo, conheço parcialmente da preliminar de ilegitimidade ativa do autor, tão


somente para reconhecer sua ilegitimidade no que se refere ao cheque nº 851354,
tendo em vista tratar-se de título nominal à ordem, sem a ocorrência de endosso em
branco ou em preto e, consequentemente, afastar a condenação dos apelantes aos

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
valores relativos ao referido título.

Analisadas as preliminares, passo à análise do mérito do recurso.

Os apelantes alegam que na espécie deve ser considerada possível a análise da


causa debendi, tendo em vista que a circulação dos títulos não teriam sido
concretizadas.

Neste ponto, entendo que diante do reconhecimento do endosso em branco no cheque


nº 851355, resta configurada a circulação do título e, portanto, não há que se falar em
possibilidade de discussão da causa da dívida.

Isto porque os títulos de crédito possuem a característica da circulabilidade, assim, ao


ser colocado em circulação, o cheque desvincula-se do negócio jurídico do qual o
originou, razão pela qual não há que se falar em possibilidade de discussão da causa
da dívida.

Sobre o assunto, eis os arestos desta Casa Recursal:

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. CIRCULAÇÃO DO


CHEQUE POR MERA TRADIÇÃO. AUSÊNCIA DE CLÁUSULA
NÃO À ORDEM. POSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE
ENDOSSO OU CESSÃO. LEGITIMIDADE ATIVA DA PARTE
AUTORA, PORTADORA DOS CHEQUES. CHEQUE
PRESCRITO. PERDA DA NATUREZA CAMBIAL.
INOCORRÊNCIA. MANUTENÇÃO DA SUA AUTONOMIA E
ABSTRAÇÃO. CHEQUE CIRCULADO. ALEGAÇÃO DE
EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO REFERENTE À
CAUSA SUBJACENTE À EMISSÃO DA CÁRTULA.
IMPOSSIBILIDADE. INOPONIBILIDADE DE EXCEÇÕES
PESSOAIS AO PORTADOR DE BOA-FÉ. SENTENÇA
MANTIDA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO.
ARTIGO 85, § 11, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (...) 3. O
cheque, título de crédito revestido de literalidade, autonomia
e abstração, desvincula-se do negócio jurídico subjacente e
é exigível pelo que nele está escrito. Logo, em regra, não se
admite a discussão acerca da sua causa debendi, salvo
quando restar provado defeito no título, vício na sua
emissão, má-fé do portador da cártula e/ou desrespeito à
ordem jurídica, o que não ocorreu no caso em exame. 4.
Tendo o cheque circulado, o devedor somente pode opor ao
portador de boa-fé exceções fundadas na relação pessoal

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
com o próprio portador ou em aspectos formais do título. 5.
Evidenciada a sucumbência recursal, é imperiosa a majoração
dos honorários advocatícios de sucumbência anteriormente
fixados, consoante previsão do artigo 85, § 11, do Código de
Processo Civil. 6. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA, MAS
DESPROVIDA”. (TJGO, Apelação (CPC) 0071718-53.2015.8.09.0051,
Relª ELIZABETH MARIA DA SILVA, 4ª Câmara Cível, julgado em
18/02/2019, DJe de 18/02/2019) (Grifei)

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. EMBARGOS


MONITÓRIOS. CHEQUE PRESCRITO. ENDOSSO.
IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO DA CAUSA DEBENDI.
HONORÁRIOS RECURSAIS. (...) 2. Em ação monitória
fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, em
regra, não há que se falar em exame da causa debendi, salvo
quando existam relevantes indícios de que a obrigação foi
constituída em evidente violação à ordem jurídica, ou, ainda,
se configurada a ausência de boa-fé do terceiro portador do
título (endossatário), conforme disposto no art. 25 da Lei
7.357/85, o que não se verifica na espécie. 3. O cheque
endossado em branco é título exigível que não guarda
relação com a obrigação em razão da qual foi emitido. 4. É
cabível a majoração da verba honorária, em grau recursal, na
hipótese do recurso restar desprovido, conforme prescreve o art.
85, § 11, do CPC. APELO DESPROVIDO”. (TJGO, Apelação (CPC)
0173463-76.2015.8.09.0051, Rel. CARLOS HIPÓLITO ESCHER, 4ª
Câmara Cível, julgado em 12/02/2019, DJe de 12/02/2019) (Grifei).

Noutro giro, os apelantes aduzem que em sede de embargos à monitória foi pleiteado
o abatimento do preço do serviço e, em respeito ao princípio da instrumentalidade das
formas, tal pleito deveria ter sido recebido como reconvenção.

Convém destacar que a defesa à ação monitória foi apresentada aos autos na vigência
do revogado Código de Processo Civil de 1973, motivo pelo qual a análise deste ponto
deverá ocorrer com base nas normas nele dispostas.

Na espécie, observo que o pedido formulado restringiu-se à mesma causa de pedir


narrada na exordial, caracterizando-o assim como pedido contraposto, como explica a
doutrina, vejamos:

“(...) Note que, em relação ao pedido contraposto, ou o legislador


restringe a causa de pedir remota (“mesmos fatos da causa”), ou
tipifica a pretensão que pode ser por ela veiculada (“pedido de
indenização”).

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
Enfim, reconvenção e pedido contraposto são espécies de um
mesmo gênero: demanda do réu contra o autor. Distinguem-se
pela amplitude da cognição judicial a que dão ensejo.(...)” (Didier
Jr, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito
processual civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier
Jr. - 19 ed. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.)

Entretanto, como é cediço o pedido contraposto somente é possível nas hipóteses


expressamente elencadas no regramento legal, quais sejam, ações de natureza
dúplice e nas demandas que tramitam nos Juizados Especiais.

Corroboram esse entendimento os seguintes julgados deste egrégio Tribunal de


Justiça:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇAS


VENCIMENTAIS COM EFEITOS RETROATIVOS.
RESSARCIMENTO POR PRETERIÇÃO. POLICIAL MILITAR.
PEDIDO ADMINISTRATIVO DEFERIDO. SOBRESTAMENTO
INDEVIDO DO PAGAMENTO POR CONVENIÊNCIA DA
ADMINISTRAÇÃO. PEDIDO CONTRAPOSTO, NA
CONTESTAÇÃO, IMPUGNANDO A PLANILHA DE CÁLCULOS.
IMPOSSIBILIDADE. HONORÁRIOS RECURSAIS AFASTADOS.
1. É vedada a formulação de pedido contraposto em sede de
contestação se o feito tramita pelo procedimento comum e
não se enquadra nas exceções previstas em lei. 2.(...).
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA”. (TJGO,
Apelação (CPC) 5095530-32.2018.8.09.0181, Rel. DELINTRO BELO DE
ALMEIDA FILHO, 4ª Câmara Cível, julgado em 15/04/2019, DJe de
15/04/2019) (Grifei)

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA C/C INDENIZAÇÃO.


PARCIAL PROCEDÊNCIA DE PEDIDOS CONTRAPOSTOS
VEICULADOS EM CONTESTAÇÃO APRESENTADA SOB A
ÉGIDE DO CPC/1973. ERROR IN PROCEDENDO RECONHECIDO.
SENTENÇA CASSADA. I. Em que pese a simplificação da forma pela
nova legislação (CPC/2015), é necessário não perder de vista que, no
tempo em que ofertada a contestação (CPC/1973), não se permitia
pedidos contrapostos em ações que não tivessem natureza dúplice
ou que não tramitassem pelo rito sumário, do que se dessume que
tais pleitos não podiam ter sido conhecidos, nem, muito menos,
acolhidos ou parcialmente acolhidos, conforme procedeu o juízo a
quo, em manifesto error in procedendo. (...) APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA CASSADA”. (TJGO, APELAÇÃO
0191211- 28.2014.8.09.0158, Rel. GUILHERME GUTEMBERG ISAC
PINTO, 5ª Câmara Cível, julgado em 29/03/2019, DJe de 29/03/2019)

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
(Grifei).

Assim, não há meios para que os pedidos formulados na defesa dos réus, ora
apelantes, e reafirmados neste recurso sejam deferidos, conquanto restritos à mesma
causa de pedir remota e, portanto, não houve a apresentação do procedimento
correto.

Noutra quadra, quanto à alegação de litigância de má-fé, assim dispõe o artigo 80 do


Código de Processo Civil:

“Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou


fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.”

Importante destacar que a simples propositura da ação não pode ser caracterizada
como litigância de má-fé, visto que a aplicação de tal instituto exige prova inconteste
da comprovação de conduta deliberada e dolosa da parte, que caracterize afronta à
realidade dos fatos, o que não ocorreu no caso em tela.

Com efeito, observadas as peculiaridades do caso e as disposições do Código de


Processo Civil, não vislumbro razões para falar-se em litigância de má-fé, diante do
não preenchimento dos requisitos supracitados.

Em relação ao recurso adesivo interposto pelo autor, a irresignação cinge-se ao


contrato colacionado aos autos ao evento nº 03, doc.08, fls. 23, que não foi conhecido
pelo magistrado, tendo em vista a ausência de assinatura de ambas as partes.

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
Como é cediço, a existência de um contrato pressupõe alguns requisitos, dentre eles a
declaração de vontade das partes, que é expressa através da oposição de assinatura
no pacto.

Nesse sentido, assim explica Pablo Stolze, vejamos:

“ (…) Para um negócio jurídico – e, consequentemente, um


contrato – existir, quatro elementos se fazem necessário, de
maneira simultânea.
O primeiro deles, considera a essência do negócio jurídico, é a
manifestação de vontade e, não havendo negócio, não há que se
falar em contrato.
Não se discute, neste momento, se a manifestação da vontade
se confunde com a intenção propriamente dita de seu declarante,
pois isso, como veremos, está no campo da validade da
manifestação.
O que é imprescindível, para se entender existente um negócio
jurídico, é justamente que tenha ocorrido uma declaração de
vontade, faticamente aferível, e que decorra de um processo
mental de cognição. (...)” (Gagliano, Pablo Stolze. Novo curso de
direito civil, volume 4: contratos/Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona
Filho. - 2. ed. unificada. - São Paulo: Saraiva Educação, 2019).

De fato, verifico que o documento colacionado ao feito não possui assinatura do autor
ou dos requeridos, deste modo, ausente a manifestação de vontade das partes, não
há que considerá-lo para fins de prova do valor devido.

Assim, mantenho a sentença neste ponto, ante a ausência do pressuposto de


existência do pacto.

Conforme o exposto, CONHEÇO da Apelação Cível e DOU-LHE PARCIAL


PROVIMENTO, para, em reforma à sentença recorrida, reconhecer a ilegitimidade
ativa do autor no que se refere ao cheque nº 851354 e, consequentemente, afastar da
condenação os valores referentes a este título. Ato contínuo, CONHEÇO do Recurso
Adesivo e NEGO-LHE PROVIMENTO.

Deixo de majorar os honorários advocatícios sucumbenciais do recurso, tendo em vista


o seu parcial provimento, conforme entendimento firmado pelo Superior Tribunal de
Justiça.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
É o voto.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


RELATOR

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA.


IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. CHEQUE
NOMINAL À ORDEM SEM ENDOSSO. ILEGITIMIDADE
ATIVA. ENDOSSO EM BRANCO. CIRCULAÇÃO DO TÍTULO.
IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO DA CAUSA DA
DÍVIDA. PEDIDO CONTRAPOSTO NOS EMBARGOS À
MONITÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
CONTRATO SEM ASSINATURA. AUSÊNCIA DOS
REQUISITOS DE EXISTÊNCIA. I – Tendo os réus deixado de
apresentar o recurso cabível quando do deferimento dos
benefícios da gratuidade da justiça ao autor, considera-se
operada a preclusão sobre a matéria, motivo pelo qual não
pode ser discutida em sede de apelo. II – Considerando que os
cheques que instruíram a ação monitória tratam-se de títulos
nominais à ordem sua circulação depende da ocorrência de
endosso, motivo pelo qual deve ser reconhecida a ilegitimidade
ativa do autor quanto aos títulos em que não ocorreram o
endosso. III – “Em ação monitória fundada em cheque prescrito
ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio
jurídico subjacente à emissão da cártula. Súmula 531 do STJ.
IV - O pedido contraposto somente é possível nas hipóteses
expressamente elencadas no regramento legal, quais sejam,
ações de natureza dúplice e nas demandas que tramitam nos
Juizados Especiais, o que não ocorre no caso em análise. V –
A simples propositura da ação não pode ser caracterizada
como litigância de má-fé, visto que a aplicação de tal instituto
exige prova inconteste da comprovação de conduta deliberada
e dolosa da parte, que caracterize afronta à realidade dos
fatos. VI - A ausência de manifestação de vontade,
faticamente aferível, impede a existência do negócio jurídico e,

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
consequentemente, não há que se falar em contrato.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE
PROVIDA. RECURSO ADESIVO CONHECIDO E
DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 320544.63, acordam os


componentes da quinta Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível do egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer do
apelo e lhe dar parcial provimento, recurso adesivo conhecido e desprovido nos termos
do voto deste Relator.

Votaram, com o relator, o Juiz Fernando de Castro Mesquita em substituição ao Des.


Luiz Eduardo de Sousa e a Desembargadora Amélia Martins de Araújo.

Fez sustentação oral na sessão anterior, o Dr. Lucas Crescente Alves Maciel, em favor
dos apelantes.

Presidiu a sessão o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


RELATOR

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NR.PROCESSO: 0320544.63.2014.8.09.0051
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA. CHEQUE NOMINAL À ORDEM SEM ENDOSSO. ILEGITIMIDADE
ATIVA. ENDOSSO EM BRANCO. CIRCULAÇÃO DO TÍTULO. IMPOSSIBILIDADE
DE DISCUSSÃO DA CAUSA DA DÍVIDA. PEDIDO CONTRAPOSTO NOS
EMBARGOS À MONITÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.
CONTRATO SEM ASSINATURA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DE EXISTÊNCIA. I
– Tendo os réus deixado de apresentar o recurso cabível quando do deferimento dos
benefícios da gratuidade da justiça ao autor, considera-se operada a preclusão sobre a
matéria, motivo pelo qual não pode ser discutida em sede de apelo. II – Considerando
que os cheques que instruíram a ação monitória tratam-se de títulos nominais à ordem
sua circulação depende da ocorrência de endosso, motivo pelo qual deve ser
reconhecida a ilegitimidade ativa do autor quanto aos títulos em que não ocorreram o
endosso. III – “Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o
emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da
cártula. Súmula 531 do STJ. IV - O pedido contraposto somente é possível nas
hipóteses expressamente elencadas no regramento legal, quais sejam, ações de
natureza dúplice e nas demandas que tramitam nos Juizados Especiais, o que não
ocorre no caso em análise. V – A simples propositura da ação não pode ser
caracterizada como litigância de má-fé, visto que a aplicação de tal instituto exige
prova inconteste da comprovação de conduta deliberada e dolosa da parte, que
caracterize afronta à realidade dos fatos. VI - A ausência de manifestação de vontade,
faticamente aferível, impede a existência do negócio jurídico e, consequentemente,
não há que se falar em contrato. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E
PARCIALMENTE PROVIDA. RECURSO ADESIVO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 08:48:27

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5038303.45.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : JOSE ALONSO ANDRADE DA SILVEIRA
POLO PASSIVO : ESPÓLIO DE AFRÂNIO XAVIER DE CASTILHO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOSE ALONSO ANDRADE DA SILVEIRA


ADVG. PARTE : 40349 GO - MICHELE PRADO DA SILVEIRA

PARTE INTIMADA : ESPÓLIO DE AFRÂNIO XAVIER DE CASTILHO


ADVGS. PARTE : 94567 MG - WALTER FELÍCIO ALMEIDA
6861 GO - JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5038303.45.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5038303.45.2018.8.09.0000-


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, da Comarca de GOIATUBA, interposta por JOSÉ ALONSO ANDRADE DA SILVEIRA.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E REJEITÁ-LOS, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

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NR.PROCESSO: 5038303.45.2018.8.09.0000
RELATOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5038303.45.2018.8.09.0000

COMARCA DE GOIATUBA

AGRAVANTE: JOSÉ ALONSO ANDRADE DA SILVEIRA

AGRAVADO: ESPÓLIO DE AFRÂNIO XAVIER DE CASTILHO

RELATOR: DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, conheço dos Embargos Declaratórios.

Consoante relatado, cuidam-se de Embargos Declaratórios opostos por JOSÉ ALONSO ANDRADE DA SILVEIRA contra o
Acórdão (Evento nº 58), o qual, por unanimidade, conheceu e desproveu o Agravo de Instrumento interposto em face de
ESPÓLIO DE AFRÂNIO XAVIER DE CASTILHO, que tinha por objetivo a reforma da decisão vista no evento 01, proferida nos
autos da ação de reintegração de posse, em fase de cumprimento de sentença, ajuizada pelo embargado.

Da detida leitura da peça recursal, observa-se que o embargante alega contradição e erro material no acórdão vergastado, sob o
argumento de que existem fundamentos relevantes, capazes de alterar a conclusão do julgador, que apesar de invocados nas
razões recursais, não foram devidamente apreciados.

Pois bem, extrai-se do caderno processual que o embargante sob o argumento de contradição e erro material, pretende, tão
somente, rediscutir a matéria de acordo o seu ponto de vista, utilizando meio impróprio para tal fim. Explico.

Ab initio, é mister registrar que os Embargos de Declaração constituem um meio formal de integração, estando voltados a
complementar o decisum omisso ou aclará-lo quando apresentar obscuridade ou contradição, bem como corrigir erro material.
Inteligência do artigo 1.022 do CPC, ad litteram:

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NR.PROCESSO: 5038303.45.2018.8.09.0000
“Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra decisão judicial para:

I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;

III – corrigir erro material.”

Sobre o alcance dos embargos declaratórios, com muita propriedade, ainda, ensinam FREDIE DIDIER JÚNIOR e LEONARDO
CARNEIRO DA CUNHA que:

“Os casos previstos para manifestação dos embargos declaratórios são específicos, de modo que somente
são admissíveis quando se apontar a existência de erro material, obscuridade, contradição ou omissão em
questão (ponto controvertido) sobre a qual deveria o juiz ou o tribunal pronunciar-se necessariamente. Os
embargos de declaração são, por isso, espécie de recurso de fundamentação vinculada.

Cabe ao embargante, nas suas razões, alegar a existência de omissão, obscuridade, contradição e erro
material. A simples alegação já é suficiente para que os embargos sejam conhecidos. Se efetivamente houve
ou não a omissão, a obscuridade, a contradição ou o erro material, aí a questão passa a ser de mérito
recursal, sendo hipótese de acolhimento ou rejeição? (in Curso de Direito Processual Civil, vol. 3.
Salvador, Ed: JusPodivm, 2016. p. 248).

Nesse aspecto, elementar que o aludido recurso não consubstancia crítica ao ofício judicante, mas serve-lhe ao seu
aprimoramento, já que se trata de verdadeira contribuição da parte em prol do devido processo legal.

Todavia, necessário destacar que não existe contradição ou erro material quando se analisa a matéria versada, mas
desconformidade sobre o ponto de vista o qual reputa correto o embargante.

Ademais, vale lembrar que os embargos de declaração não são remédio para obrigar o julgador a renovar ou reforçar a
fundamentação do decisório e, também, não se prestam à reanálise das provas dos autos, bem como a análise de novo pedido.

Desse modo, estando a amplitude material do presente recurso delimitada em lei, não pode a parte utilizá-lo como forma de
expressar sua irresignação com o que restou decidido, ou seja, na intenção de rejulgamento da causa. A atribuição de efeito
modificativo “(…) é possível apenas em situações excepcionais, em que sanada a omissão, contradição ou obscuridade, a
alteração da decisão surja como consequência necessária.” (STJ, EDcl no REsp nº 1.410.267/PR, Relª Minª Nancy Andrighi,
DJe de 19/12/2013).

Pois bem, após as ponderações acima, analisando os argumentos deduzidos pelo embargante, infere-se que no julgado foram

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NR.PROCESSO: 5038303.45.2018.8.09.0000
declinados os fundamentos para o desfecho conferido à postulação, em obediência ao disposto no art. 93, inciso IX da
Constituição Federal. Isto porque o relator dirimiu a controvérsia nos limites necessários e de forma clara, explicitando as razões
que o levaram a conhecer e desprover o agravo de instrumento interposto contra a decisão proferida nos autos de origem.

No que tange à alegação de que esta relatoria foi contraditória quanto a dizer que a demarcação seria tratada a posteriori pelo
julgador de piso, razão não lhe assiste, vez que ao fazer a leitura da peça recursal por inteiro, extrai-se que a questão da
demarcação propriamente dita não era o cerne deste agravo, mas sim a reintegração, razão pela qual foi dito que a discussão a
respeito da demarcação seria tratada pelo magistrado singular.

Sobre a ausência de citação do cônjuge usufrutuária do embargante, reitero o acórdão no sentido de que tal insurgência encontra-
se superada, posto que decida nos embargos de terceiros (autos nº 201593583251), objeto de Recurso Especial no STJ (evento
63, dos autos 81501.02), não conhecido por ausência de impugnação específica, e arquivado em 04 de outubro de 2019.

No tocante, ainda, a terceira questão debatida, qual seja, a impossibilidade de cumular ação de reintegração de posse com
demarcação, razão também não lhe assiste.

A insurgência, ainda que valiosa, não foi objeto de questionamento prévio na peça de agravo juntada no evento 01 e, por tal
razão, não restou impugnada na instância singela, muito menos decidida na decisão ora atacada, caracterizando-se inovação
recursal não permitida na espécie (artigo 1.013, caput, do CPC), verbi gratia: TJGO, 1ª CC, AC 182718-62.2016.8.09.0006, Rel.
MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI, DJe 11/10/18)

A despeito do alegado pelo embargante, vejo que todos os pontos insurgidos foram exaustivamente analisados.

A esse respeito, veja os seguintes julgados, in verbis:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA.


REDISCUSSÃO. I. Uma vez constatado que o acórdão embargado não contém os vícios de omissão e
contradição alegados, deve ser rejeitado o recurso, visto que não se admite a utilização dos
embargos declaratórios para o reexame de matéria já suficientemente apreciada. II. O magistrado não
precisa esmiuçar todos os dispositivos legais indicados pela parte, bastando que demonstre as razões de
seu convencimento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS MAS REJEITADOS.” (TJGO, Apelação
(CPC) 0225144-22.2014.8.09.0051, Rel. SEBASTIÃO LUIZ FLEURY, 4ª Câmara Cível, julgado em
30/08/2019, DJe de 30/08/2019). Destaquei.

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. CÉDULAS


DE CRÉDITO RURAL. PLANO COLLOR. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. NÃO
CABIMENTO DOS ACLARATÓRIOS. PREQUESTIONAMENTO. 1. Os embargos declaratórios têm por
escopo aclarar obscuridade, afastar contradição, suprimir omissão ou corrigir erro material do julgado, nos
termos do artigo 1.022, incisos I, II e III, do Novo Código de Processo Civil. 2. Tendo o decisum embargado

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NR.PROCESSO: 5038303.45.2018.8.09.0000
apreciado com clareza que o montante a ser restituído será apurado em fase de liquidação de sentença,
aplicando-se os parâmetros fixados em sentença e confirmados por esta Corte, não há falar em omissão.
Ademais, impende frisar que só há a repetição daquilo que foi efetivamente pago. 3. Assim, não verificado
qualquer dos vícios elencados no artigo 1.022, do CPC, pretende o embargante apenas rediscutir a
matéria por discordar do entendimento ali adotado, o que não se admite na via estreita dos
aclaratórios. 4. O artigo 1.025 do Código de Processo Civil/2015 passou a acolher a tese do
prequestionamento ficto, ficando o atendimento desse requisito condicionado ao reconhecimento, pelos
Tribunais Superiores, de que a inadmissão ou a rejeição dos aclaratórios na origem violou o artigo 1.022 do
referido Estatuto Processual Civil. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS, MAS REJEITADOS.”
(TJGO, Apelação (CPC) 0299420-04.2007.8.09.0137, Rel. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI, 1ª
Câmara Cível, julgado em 29/08/2019, DJe de 29/08/2019). Destaquei.

Logo, consoante demonstrado alhures, inexistem as propaladas contradições ou erro material, mas sim a insatisfação do
recorrente quanto ao não acolhimento de sua tese.

Nesta perspectiva, não vejo motivos plausíveis que justificam a alteração do entendimento já adotado no ato judicial hostilizado,
em face da inexistência de qualquer dos vícios elencados no art. 1.022 do CPC.

Ante o exposto, rejeito os embargos de declaração ante a não-configuração das hipóteses previstas no art. 1.022 do Código de
Processo Civil.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

34

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NR.PROCESSO: 5038303.45.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

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Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRADIÇÃO E ERRO


MATERIAL. INEXISTÊNCIA. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA JÁ DECIDIDA. IMPOSSIBILIDADE.
INOVAÇÃO RECURSAL. NÃO CABIMENTO.

I - São cabíveis os Embargos de Declaração contra qualquer decisão judicial quando houver omissão,
contradição, obscuridade e erro material, ex vi do artigo 1.022 do CPC.

II – Da análise dos autos, não restou verificada a existência de qualquer ilegalidade ou teratologia na decisão
agravada, vez que devidamente fundamentada em lei.

III – Desse modo, como a apreciação da matéria foi realizada com fundamentação suficiente à solução da
controvérsia, embora sob um prisma diferente do almejado pela parte embargante, revelando-se, na verdade,
a intenção de rediscutir a matéria, pretensão esta que não está em harmonia com a natureza e a função dos
embargos declaratórios, impõe-se a rejeição dos aclaratórios.

IV - A questão da impossibilidade de cumulação de ação de reintegração de posse com ação de demarcação


não foi submetida à instância inferior, constituindo-se inovação recursal, não podendo ser decidida pelo juízo
ad quem, sob pena de supressão de instância.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 10:29:04

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5074934.17.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : JUSCIMÁRIO DA SILVA SOUSA
POLO PASSIVO : BRASIL CARD ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JUSCIMÁRIO DA SILVA SOUSA


ADVG. PARTE : 41362 DF - ANANIAS CLAUDINO DE ARAUJO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5074934.17.2020.8.09.0000
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Des. Luiz Eduardo de Sousa

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5074934.17.2020.8.09.0000

COMARCA DE ÁGUAS LINDAS DE GOIÁS

AGRAVANTE: JUSCIMÁRIO DA SILVA SOUSA

AGRAVADA: BRASIL CARD ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO

RELATOR DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DECISÃO MONOCRÁTICA

JUSCIMÁRIO DA SILVA SOUSA, devidamente qualificado, interpôs o presente recurso


de agravo de instrumento, inconformado com a decisão (processo originário nº 5677749.50)
proferida pelo MM. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da comarca de Águas Lindas de Goiás, Dr.
Felipe Levi Jales Soares, nos autos da ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização
por danos morais c/c pedido liminar proposta em face de BRASIL CARD ADMINISTRADORA DE
CARTÃO DE CRÉDITO.

O ilustre juiz a quo, na decisão recorrida, indeferiu o pedido de assistência judiciária e


determinou o pagamento das custas processuais, no prazo de 15 (quinze) dias, facultando o
parcelamento em 05 (cinco) vezes, sob pena de cancelamento da distribuição, nos termos do art.
290 do CPC.

Em suas razões recursais, o agravante assevera, em síntese, que necessita da


prestação jurisdicional, entretanto não possui condições de arcar com as custas judiciais.

Argumenta que “mesmo diante da declaração expressa de que ‘não tem condições de pagar as custas

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NR.PROCESSO: 5074934.17.2020.8.09.0000
processuais sem prejuízo do próprio sustento e/ou família’ requerendo assim a concessão da justiça gratuita, nos termos
da Lei nº 1.060/50, bem como nos termos da declaração de hipossuficiência que foi assinada e juntada aos autos, o
Juízo daquela vara simplesmente indeferiu o pedido de justiça gratuita e determinou o recolhimento das custas
processuais, estas no valor de R$ 856,79 (oitocentos e cinquenta e seis reais e setenta e nove centavos), mesmo após
o agravante ter emendado a inicial com cópia sua carteira de trabalho, contracheques (renda bruta R$ 1.200,00, líquida
R$ 1.104,00) e extrato bancário”.

Informa que reside com sua família na fazenda onde trabalha, não possui casa própria
nem automóvel.

Argumenta que o magistrado singular não analisou com acuidade sua situação
financeira, e que não se mostra necessário demonstrar miserabilidade absoluta para o
deferimento da justiça gratuita.

Sustenta que a manutenção da decisão agravada representa ao agravante a


obstaculização do acesso à justiça.

Ao final, requer o provimento do recurso para que sejam deferidos os benefícios da


assistência judiciária gratuita.

Dispensada a oitiva do agravado, visto que a matéria em exame é passível de posterior


impugnação em sede de preliminar à contestação.

Eis o relatório.

DECIDO.

Presentes os pressupostos de admissibilidade (dispensado o preparo, tendo em vista o


objeto da lide), passo a examinar o recurso.

Inicialmente destaco que o art. 932, inciso V, do Código de Processo Civil de 2015,
autoriza o relator a julgar monocraticamente, dando provimento ao recurso se a decisão
recorrida for contrária a súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça
ou do próprio Tribunal; acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos
repetitivos e entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou
assunção de competência.

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NR.PROCESSO: 5074934.17.2020.8.09.0000
Neste contexto, passo a apreciar o presente agravo via decisão monocrática.

Como relatado, trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão do juízo a


quo que indeferiu o pedido de assistência judiciária e determinou o pagamento das custas
processuais, no prazo de 15 (quinze) dias, facultando o parcelamento em 05 (cinco) vezes, sob
pena de cancelamento da distribuição, nos termos do art. 290 do CPC.

Alega o recorrente, em síntese, que não tem condições de arcar com o pagamento das
custas processuais no valor de R$ 856,79 (oitocentos e cinquenta e seis reais e setenta em nove
centavos), uma vez que recebe mensalmente R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) de renda bruta,
e R$ 1.104,00 (mil cento e quatro reais) de renda líquida, conforme comprova sua CTPS,
contracheques e extratos bancários colacionados aos autos.

Vejo que as assertivas recursais merecem acolhimento. Explico.

A matéria em análise está abordada no artigo 98 e seguintes do Código de Processo


Civil de 2015. Confira o teor do artigo 98, in verbis:

“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para
pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.”

Por sua vez, o § 2º do art. 99 prevê que o magistrado apenas poderá indeferir o pedido
da justiça gratuita se houver nos autos elementos que evidenciem a falta de pressupostos legais
para sua concessão. E, por não se tratar de direito absoluto, pode o magistrado, mediante
fundadas razões para crer que a parte requerente não se encontra no estado declarado, exigir-lhe
que faça prova de sua situação, nos moldes do enunciado da Súmula 25 do TJGO, a qual possui
o seguinte teor: “Faz jus à gratuidade da justiça a pessoa, natural ou jurídica, que comprovar
sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.” Grifei

Ao tratar do assunto enfocado, a Constituição Federal no art. 5º, inc. LXXIV, pontifica
que:

“LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos”. Grifei

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NR.PROCESSO: 5074934.17.2020.8.09.0000
Comentando os dispositivos do novo CPC que tratam da gratuidade da justiça, os
processualistas Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery pontuam que:

“1. Afirmação da parte. A CF 5º LXXIV, que garante assistência jurídica e integral aos necessitados
que comprovarem essa situação, não revogara a LAJ 4º, e também não interfere neste CPC 99.
Basta a simples alegação do interessado para que o juiz possa conceder-lhe o benefício da
assistência judiciária. Essa alegação constitui presunção juris tantum de que o interessado é
necessitado. Havendo dúvida fundada quanto à veracidade da alegação, pode ser exigida do
interessado prova da condição por ele declarada. Persistindo dúvida quanto à condição de
necessitado, deve decidir-se a seu favor, em homenagem aos princípios constitucionais do acesso à
Justiça (CF 5º. XXXV) e da assistência jurídica integral (CF, 5º. LXXIV).

2. Dúvida fundada quanto à pobreza. O juiz da causa, valendo-se de critérios objetivos, pode
entender que a natureza da ação movida pelo interessado demonstra que ele possui porte
econômico para suportar as despesas do processo. A declaração pura a simples do interessado,
conquanto seja o único entrave burocrático que se exige para liberar o magistrado para decidir em
favor do peticionário, não é prova inequívoca daquilo que ele afirma, nem obriga o juiz a se curvar
aos seus dizeres se de outras provas e circunstâncias ficar evidenciado que o conceito de pobreza
que a parte invoca não é aquele que justifica a concessão de privilégio. Cabe ao magistrado,
livremente, fazer juízo de valor acerca do conceito do termo pobreza, deferindo ou não o benefício.” (
In Código de Processo Civil Comentado, Ed. RT, 16ª Edição, Revista, Atualizada e Ampliada, 2016,
p. 522).

Nesta linha de raciocínio, tem-se que a decisão acerca da assistência judiciária gratuita
deve ser fundamentada nas provas dos autos e na análise das circunstâncias peculiares de cada
caso concreto, de modo que o benefício deve ser deferido quando verificado que há prova da
insuficiência de recursos, nos termos do art. 5º, inc. LXXIV, da Carta Magna, da Súmula 25
desta Corte de Justiça e da Súmula 481 do STJ, já citados.

Destarte, o pálio assistencial, conquanto seja a porta de acesso ao Judiciário, não pode
ser utilizado pela parte apenas para se furtar das obrigações oriundas da lide.

Pois bem. In casu, a parte agravante atesta sua situação de hipossuficiência econômica
para fins processuais, com a juntada de alguns documentos, dentre eles, cópia da CTPS,
contracheques e extratos bancários, demonstrando a ausência de movimentação financeira
considerável (evento 01 - 03).

Portanto, os documentos juntados aos autos evidenciam, ao menos nesta fase


processual da ação de origem, a carência da parte autora em arcar com as custas do processo
no valor de R$ 856,79 (oitocentos e cinquenta e seis reais e setenta em nove centavos), mesmo
que de forma parcelada, sem que haja prejuízo do seu próprio sustento e de sua família, ficando
demonstrado o status econômico-financeiro precário para efeito de acesso à justiça.

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NR.PROCESSO: 5074934.17.2020.8.09.0000
Neste contexto, confira:

“ DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C PEDIDO DE


RESTITUIÇÃO DE VALORES E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. PLEITO DE ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA INDEFERIDO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SENTENÇA REFORMADA.
1. RECURSO SECUNDUM EVENTUM LITIS. A matéria a ser examinada no agravo de instrumento,
por se tratar de um recurso de âmbito absolutamente restrito, secundum eventum litis, circunscreve-
se tão somente ao exame do acerto ou desacerto do que foi decidido na decisão fustigada, não
cabendo ao juízo ad quem antecipar-se ao julgamento do mérito, sob pena de supressão de
instância. 2. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. PESSOA FÍSICA. DEFERIMENTO. O benefício da
gratuidade da justiça pode ser concedido às pessoas físicas que
comprovarem não possuir condições de arcar com o pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios. Vale frisar que não se exige que o
postulante esteja em estado de miserabilidade, sendo suficiente a
demonstração de que seu comprometimento econômico não lhe permita
demandar em juízo sem colocar em risco a subsistência própria ou familiar.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO.” (TJGO, Agravo de
Instrumento ( CPC ) 5144533-77.2019.8.09.0000, Rel. JOSÉ CARLOS DE
OLIVEIRA, 3ª Câmara Cível, julgado em 19/09/2019, DJe de 19/09/2019). Grifei.

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER. BENEFÍCIO


DA GRATUIDADE JUDICIAL. CONCESSÃO. HIPOSSUFICIÊNCIA
COMPROVADA. 1. O ato judicial que concede os benefícios da assistência
judiciária gratuita deve estar fundamentado nas provas dos autos e na
análise das circunstâncias peculiares de cada caso concreto, de modo que
este deve ser deferido somente a quem provar, satisfatoriamente, a
insuficiência de recursos (CF, art. 5º, inc. LXXIV). 2. Presente a comprovação
de condição financeira precária que gera o direito à gratuidade da justiça, quando
apesar da parte receber salário líquido razoável, demonstrar valor elevado de
suas despesas, de modo a concluir pela existência de motivos para isentar a
recorrente do pagamento das custas processuais. Agravo de instrumento
conhecido e provido. Decisão reformada.” (TJGO, Agravo de Instrumento 265702-
24.2016.8.09.0000, Rel. Des. Itamar de Lima, 3ª Câmara Cível, DJe 2137 de
26/10/2016). Grifei

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA SECURITÁRIA. DPVAT. PEDIDO DE


JUSTIÇA GRATUITA. HIPOSSUFICIÊNCIA ALEGADA. COMPROVAÇÃO DA ASSERTIVA.
Havendo prova suficiente da hipossuficiência alegada pela parte, o deferimento do pedido de
assistência judiciária gratuita é medida que se impõe. Precedentes do colendo STJ e deste
eg. Tribunal. Agravo de instrumento conhecido e provido.” (TJGO, Agravo de Instrumento 259154-
80.2016.8.09.0000, Rel. Des. Olavo Junqueira de Andrade, 5ª Câmara Cível, DJe 2154 de
23/11/2016). Grifei

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NR.PROCESSO: 5074934.17.2020.8.09.0000
Sendo assim, diante dos elementos fáticos e probatórios, mister retificar a decisão
recorrida e conceder os benefícios da assistência judiciária ao agravante, sob pena de acarretar
ofensa à garantia constitucional insculpida na 5º, inc. LXXIV, da Carta Magna.

De resto, assinalo que nada impede que, posteriormente, venha o beneplácito a ser
revogado, diante de eventual prova trazida pela parte contrária, evidenciando que a recorrente
não faz jus ao benefício (art. 100 - CPC/2015).

Dessarte, com fulcro no art. 932, inciso V, alínea 'a', c/c art. 98 do CPC/2015, art. 5º,
LXXIV, da CF/88 e Súmula 25 deste Tribunal de Justiça, dou provimento ao agravo de
instrumento para, reformando a decisão recorrida, conceder os benefícios da assistência
judiciária gratuita ao autor/agravante.

Intimem-se.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

34

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 17/02/2020 08:54:50

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0012170.36.2012.8.09.0170
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : SANDRO MARCO FERNANDES AMARAL
POLO PASSIVO : LUCIVEL VEICULOS E PECAS LTDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA


ADVGS. PARTE : 29005 DF - BRUNA SILVEIRA ZOGHBI
31654 GO - TIAGO AUED

PARTE INTIMADA : LUCIVEL VEICULOS E PECAS LTDA


ADVG. PARTE : 34594 GO - JOSIANE DOS SANTOS MACEDO

PARTE INTIMADA : SANDRO MARCO FERNANDES AMARAL


ADVG. PARTE : 32879 GO - ADRIANO ALVES DE PAULA E SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0012170.36.2012.8.09.0170
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº 0012170.36.2012.8.09.0170, da Comarca de


CAMPINORTE, interposta por LUCIVEL VEÍCULOS E PEÇAS LTDA. .

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DAS APELAÇÕES E DAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0012170.36.2012.8.09.0170
RELATOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0012170.36.2012.8.09.0170

COMARCA DE CAMPINORTE

1a APELANTE : LUCIVEL VEÍCULOS E PEÇAS LTDA.


a : GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA.
2 APELANTE
APELADO : SANDRO MARCO FERNANDES AMARAL
RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

VOTO

Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso de apelação cível.

Conforme relatado, trata-se de recurso de apelação cível interposto por LUCIVEL VEÍCULOS E PEÇAS LTDA. E GENERAL
MOTORS DO BRASIL LTDA., contra a sentença (evento 03, doc. 104), proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara Cível da
Comarca de Campinorte, Dr. Eduardo Peruffo e Silva, nos autos da ação de rescisão contratual c/c devolução de quantias pagas,
indenização por danos materiais e morais, bem como outros pleitos, proposta em seu desfavor por SANDRO MARCO
FERNANDES AMARAL.

O autor visa a rescisão contratual c/c indenização por perdas e danos, tendo em vista a aquisição de um veículo automotor
Chevrolet S-10 Executive, chassi nº 9BG138SF0AC441167 pelo apelado, aos 06 de abril de 2010. A aquisição deu-se junto a
primeira apelante, no valor total de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais). Após cinco meses de uso, foram constatados barulhos
provenientes da suspensão do veículo, o que ocasionou diversas idas à oficina da primeira apelante. A situação, entretanto, não
foi resolvida.

Após os trâmites legais, o douto magistrado a quo proferiu sentença nos seguintes termos:

“Ante o exposto, julgo procedentes os pedidos iniciais, com fulcro no art. 487, 1 do Código de Processo Civil,
para:

a) condenar as requeridas, na restituição do valor pago pelo veículo, qual seja, R$ 78.000,00 (setenta e oito
mil reais), com juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a partir a partir da citação e corrigido pelo INPC,
a partir a partir da data de constatação do vício 29/03/2011 (Súmula 43 do STJ).

b) condenar as requeridas, solidariamente, no pagamento de indenização por danos morais, no importe de


R$ 50.00000 (cinquenta mil reais), correndo juros de mora de 1% ao mês a partir a partir a citação e correção

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NR.PROCESSO: 0012170.36.2012.8.09.0170
monetária pelo INPC desde esta data, nos termos da súmula 362 do STJ.

Para que se coíba o enriquecimento sem causa, deve a autora devolver às requeridas o veículo GM S-10 -
Executive 4x2 - fiex, ano/modelo 2010/2010, cor branca, placa NKU-8138;

Condeno as requeridas no pagamento das custas e honorários sucumbenciais, estes que arbitro no importe
de 10% (dez por cento) do valor da condenação, na forma do artigo 86, § 20 do NCPC.”

As recorrentes, por sua vez, afirmam que não deram causa ao rompimento do contrato, tendo obedecido todos os postulados
cabíveis na situação ora em análise, seja o Código Civil, seja o Código de Defesa do Consumidor.

Considerando a similitude da matéria tratada nos apelos, analisarei conjuntamente as insurgências recursais.

Pois bem. Do compulso dos autos denota-se que, malgrado as alegações de terem sido propostas resoluções ao defeito verificado
no automóvel, não houve a necessária troca do chassis e demais providências que deveriam ter sido tomadas para resguardar a
integridade do bem e do apelado, na condição de consumidor final do veículo.

De outra sorte, o lapso temporal extenso entre a data da constatação do vício e a data desta ação, sem solução alguma da
presente lide, demonstra a displicência por parte das apelantes, não tendo sido tomadas providências reais e efetivas para
garantir-se o conserto ou troca do bem de consumo.

Na oportunidade, vejamos como a jurisprudência pátria vem decidindo a respeito da matéria:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE.


OBSERVADO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. INADIMPLÊNCIA. RETOMADA DO BEM PELO
VENDEDOR. DEPRECIAÇÃO DO MÓVEL. RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS AO COMPRADOR.
IMPOSSIBILIDADE. REFORMA NÃO COMPROVADA. SENTENÇA MANTIDA. 1. Não fere o princípio da
dialeticidade, o recurso em que o recorrente impugna de maneira satisfatória os termos da sentença, não
havendo qualquer impedimento em repetir termos da exordial. 2. Na rescisão contratual a consequência
natural é o retorno das partes ao statu quo ante, ou seja, rescindida a pactuação, impositiva, no caso
de compra e venda, a devolução do preço pago, a par da restituição do móvel objeto da transação,
por inadmissível no ordenamento jurídico o enriquecimento indevido, porquanto vedado a qualquer
das partes locupletar-se ilicitamente. 3. Ante a impossibilidade de restituição do móvel no mesmo
estado em que antes se encontrava, justo se faz que o apelado seja indenizado por sua
desvalorização e/ou depreciação, decorrente do dilatado tempo de uso e fruição, bem como dos
aluguéis mensais da máquina (bem móvel) que deixou de auferir, não havendo que se falar em restituição de
importâncias pagas ao apelante. 4. Inexistindo documento hábil a comprovar a realização de serviços de
reforma do automóvel, incabível o ressarcimento pretendido. APELO CONHECIDO, MAS DESPROVIDO.
SENTENÇA MANTIDA. (TJGO, APELACAO CIVEL 318202-57.2009.8.09.0018, Rel. DES. SANDRA
REGINA TEODORO REIS, 6A CAMARA CIVEL, julgado em 18/02/2014, DJe 1491 de 24/02/2014). [grifo
nosso]

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NR.PROCESSO: 0012170.36.2012.8.09.0170
APELACAO CIVEL. ACAO DE COBRANCA C/C DEVOLUCAO DE QUANTIA PAGA E PERDAS E DANOS.
COMPRA E VENDA DE VEICULO. LEGITIMIDADE PASSIVA 'AD CAUSAM'. DESFAZIMENTO DO
CONTRATO. DEVOLUCAO DO PRECO PAGO. ABATIMENTOS. INEXISTENCIA DE DANO MORAL.
EXTINCAO DO PROCESSO COM RELACAO A UM DOS REQUERIDOS. HONORARIOS ADVOCATICIOS
DEVIDOS. I - OPERADO O DESFAZIMENTO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE AUTOMOVEL,
COM A DEVOLUCAO DO VEICULO AO ANTIGO DANO, NAO ESTA A MERECER REPARO A DECISAO
QUE O CONDENOU A DEVOLVER O PRECO PAGO PELO ADQUIRENTE, ABATENDO-SE O VALOR
CORRESPONDENTE A DEPRECIACAO DO BEM. II - TRATANDO-SE CONTRATO DE COMPRA E
VENDA, O VENDEDOR E QUEM DETEM LEGITIMIDADE PARA OCUPAR O POLO PASSIVO DA ACAO
DE RESCISAO CONTRATU CONTRATUAL C/C DEVOLUCAO DE PARCELAS PAGAS. III - O
SENTIMENTO DE FRUSTACAO, DE PER SI, E INSUFICIENTE PARA CONFIGURAR O DIREITO A
INDENIZACAO PELOS DANOS MORAIS, EMBORA TENHA CARATER SUBJETIVO, PRESCINDE DA
PREEXISTENCIA DE ATO ILICITO PELA PARTE ADVERSA, O QUE NAO OCORREU. (…). APELACAO
CONHECIDA E IMPROVIDA. (TJGO, APELACAO CIVEL 84558-8/188, Rel. DES. STENKA I. NETO, 4A
CAMARA CIVEL, julgado em 16/06/2005, DJe 14556 de 18/07/2005). [grifo nosso]

Nesse diapasão, verifica-se correta a sentença do doutro juiz de primeiro grau, ao condenar as apelantes na restituição do valor
pago pelo veículo com juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a contar da citação e corrigido pelo INPC, a partir da data de
constatação do vício, qual seja, 29/03/2011, nos ditames da Súmula 43 do STJ.

Entretanto, escorreita faz-se a restituição do valor pago pelo bem, conforme o apontado nos julgados acima, com a redução do
montante, haja vista a depreciação do automóvel e o lapso temporal transcorrido desde sua aquisição. Acrescente-se, o gasto
pelo uso e fruição do bem ora em análise.

Ademais, quanto à indenização por danos morais, certo é a satisfação dos requisitos apontados pela doutrina e jurisprudência
dominantes, qual sejam, a extensão do abalo sofrido pelo lesado, considerada, ainda, a finalidade repressiva ao ofensor, sem,
contudo, configurar fonte de enriquecimento ilícito. Senão, vejamos didático julgamento de nossa Corte:

DUPLO APELO. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE IMPORTÂNCIAS PAGAS C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO ZERO QUILÔMETRO QUE APRESENTA SUCESSIVOS DEFEITOS
NOS PRIMEIROS MESES DE USO. REPAROS MECÂNICOS CONCRETIZADOS QUE NÃO ELIMINARAM
O VÍCIO DE QUALIDADE. APLICABILIDADE DO ART. 18, § 1º, II, E § 3º, DO CDC. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA E SOLIDÁRIA DO FABRICANTE E DO FORNECEDOR DO PRODUTO. INEXISTÊNCIA DE
EXCLUDENTE. REEMBOLSO DOS VALORES PAGOS PELO BEM DEVIDO, CONDICIONADO À
DEVOLUÇÃO DO AUTOMOTOR DEFEITUOSO À CONCESSIONÁRIA. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO.
FRUSTRAÇÃO DE LEGÍTIMA EXPECTATIVA DO CONSUMIDOR. ABALO ALÉM DO MERO DISSABOR.
VERBA REPARATÓRIA. EXCESSO CONSTATADO. REDUÇÃO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA. I - Na dicção do art. 18 do CDC, a empresa responsável pela comercialização do veículo
e o seu fabricante respondem objetiva e solidariamente pelos vícios de qualidade não solucionados a
contento no interstício máximo de 30 (trinta) dias, hipótese em que é assegurado ao adquirente a
substituição do bem ou a restituição do valor pago, à sua escolha. II - Constatada a existência de
defeito logo após a aquisição de veículo zero quilometro e não tendo as apelantes satisfatoriamente
resolvido o problema em nenhuma das diversas vezes em que teve o automóvel sob seus cuidados,

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NR.PROCESSO: 0012170.36.2012.8.09.0170
mostrando-se recalcitrantes em sua obrigação de zelar pelo respeito às normas e direitos do
consumidor, a rescisão do negócio, com a consequente restituição dos valores pagos pela apelada e
devolução do bem à revendedora, é medida que se impõe, nos termos do art. 18, § 1º, II, e § 3º do CDC
. III - Diante da frustração às justas expectativas daquele que adquire um veículo zero quilômetro que
apresenta defeitos constantes logo após sua compra e não são resolvidos de modo adequado
mesmo quando oportunizado o conserto por numerosas e sucessivas vezes, configurado está o dano
moral. IV - O valor a ser arbitrado a título de compensação por dano moral deve ter como parâmetro a
extensão do abalo sofrido pelo lesado, considerada, ainda, a finalidade repressiva ao ofensor, sem,
contudo, configurar fonte de enriquecimento ilícito. No caso, não estando a quantia fixada em
conformidade com essas balizas, cabível a sua redução para montante que melhor atenda às
peculiaridades do caso e aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, à luz dos padrões
adotados por esta Corte de Justiça. V - Sobre o montante indenizatório por danos morais incidem correção
monetária, pelo INPC, a partir do arbitramento em definitivo, consoante a Súmula 362 do STJ, e juros de
mora de 1% (um por cento) ao mês, a contar da citação, à vista da relação contratual entre as partes, nos
moldes do art. 219 do CPC e art. 405 do Código Civil. RECURSOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE
PROVIDOS. (TJGO, APELACAO CIVEL 138132-43.2009.8.09.0051, Rel. DES. KISLEU DIAS MACIEL
FILHO, 4A CAMARA CIVEL, julgado em 06/12/2012, DJe 1222 de 14/01/2013) [grifo nosso]

Quanto aos valores a serem arbitrados a título de danos morais:

AGRAVOS REGIMENTAIS EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ILEGITIMIDADE PASSIVA NÃO CARACTERIZADA.
SOLIDARIEDADE DOS FORNECEDORES. PRECEDENTES DO STJ. DANO MORAL. VEÍCULO ZERO
QUILÔMETRO. VÍCIOS DE INADEQUAÇÃO. ARBITRAMENTO DA INDENIZAÇÃO SEGUNDO O
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. DISTRIBUIÇÃO ADEQUADA. SENTENÇA
MANTIDA. AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS. 1. A legitimidade ad causam nada mais é do que a pertinência
subjetiva da ação. Tem legitimidade passiva aquele que é titular da obrigação correspondente ao direito
subjetivo material, cuja tutela se almeja. 2. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo, consoante expressa disposição do artigo 18, caput, do Código de Defesa do
Consumidor. 3. Configura-se o dano moral quando o veículo zero quilômetro apresenta defeitos que
extrapolam o razoável, como as idas constantes à concessionária, em curto espaço de tempo, para
realização de reparos, sem a solução dos vícios do automóvel. 4. O juiz, ao valorar o dano moral,
deve fixar uma quantia que, de acordo com seu prudente arbítrio, seja compatível com a
reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimento pela vítima, a
capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido e outras
circunstâncias mais que se fizerem presentes. 5. Devem ser mantidos os honorários advocatícios
arbitrados se o magistrado, ao fixá-los, levou em consideração os critérios estipulados no artigo 20, § 3º, do
Código de Processo Civil. 6. É de se negar provimento aos agravos regimentais interpostos contra a decisão
monocrática, quando as partes agravantes, além de não apresentarem fatos novos suscetíveis de justificar a
reconsideração do julgado, também não demonstram que os fundamentos utilizados no decisum são
contrários à jurisprudência predominante desta egrégia Corte. 7. AGRAVOS REGIMENTAIS CONHECIDOS
E DESPROVIDOS. (TJGO, APELACAO CIVEL 149145-34.2012.8.09.0051, Rel. DES. ELIZABETH MARIA
DA SILVA, 4A CAMARA CIVEL, julgado em 23/10/2014, DJe 1660 de 31/10/2014). [grifo nosso]

Nessa vertente, deve o magistrado analisar o caso concreto, permeado pela proporcionalidade e razoabilidade, a sanearem seu
prudente arbítrio, de forma a valorar os danos morais de maneira lidima e coerente, compatível com a reprovabilidade da conduta

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0012170.36.2012.8.09.0170
ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimento pela vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as
condições sociais do ofendido e outras circunstâncias mais que se fizerem presentes. A consequência de toda cautela é, de fato,
evitar-se o enriquecimento ilícito combatido pela legislação vigente.

Disso, resulta que, merece acolhimento parcial o apelo de Lucivel Veículos e Peças LTDA. (primeira apelante), pois, além do
valor do bem que deve ser restituído pelas apelantes ao apelado, sentenciado em R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais), devendo
ser abatido o montante pela depreciação do automóvel, jus faz-se a redução do valor da indenização por perdas e danos, fixado
em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), a montante condizente com a realidade fática do caso em tela, levando-se em
consideração os pressupostos alinhavados acima.

Igualmente, deve ser acolhida em parte a súplica da segunda apelante, General Motors do Brasil LTDA., para fins de reduzir
o valor fixado na sentença para o importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conforme antes alinhavado, correndo juros de mora de
1% ao mês a partir a partir a citação e correção monetária pelo INPC desde esta data, nos termos da súmula 362 do STJ.

Ante as razões expostas, provejo em parte os recursos de apelação, para, em reforma parcial da sentença, determinar que a
restituição do valor pago pelo veículo, seja proporcionalmente abatido em razão do uso e usufruto do bem, ante sua
desvalorização perante o mercado, cuja questão deverá ser dirimida na fase de liquidação de sentença, bem como reduzir os
danos morais para o importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), de forma solidária. No mais, mantenho a sentença conforme
prolatada.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2019.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

23/TH

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NR.PROCESSO: 0012170.36.2012.8.09.0170
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C DANOS MORAIS C/C
DEVOLUÇÃO DE QUANTIA PAGA. VÍCIO DO PRODUTO NÃO SOLUCIONADO. RESTITUIÇÃO DO
VALOR PAGO. REDUÇÃO DO MONTANTE. DEPRECIAÇÃO DO VEÍCULO. DEVOLUÇÃO DO BEM NO
ESTADO EM QUE SE ENCONTRA. SENTENÇA CONFIRMADA EM PARTE.

I- Do compulso dos autos denota-se que, malgrado as alegações de terem sido propostas resoluções
visando sanar o defeito verificado no automóvel pelas recorrentes, não houve a necessária troca do chassis,
olvidando-se providências que deveriam ter sido tomadas para resguardar a originalidade do bem e a
integridade do apelado, na condição de consumidor final do produto.

II- Desses fatos, resulta-se necessária a rescisão contratual, com fixação de indenização por perdas e danos,
além da restituição do valor pago pelo bem com a redução do montante, face a depreciação do automóvel e
o lapso temporal transcorrido desde sua aquisição, tudo a ser dirimido em fase de liquidação de sentença.
Acrescente-se a devolução do automóvel objeto deste litígio pelo recorrido às apelantes, para que não haja
enriquecimento indevido.

III- Quanto à indenização por danos morais, certo é a satisfação dos requisitos apontados pela doutrina e
jurisprudência dominantes, quais sejam, a extensão do abalo sofrido pelo lesado, considerada, ainda, a
finalidade repressiva ao ofensor, sem, contudo, configurar fonte de enriquecimento ilícito. De sorte que,
frente a tais princípios, cabe a minoração do valor fixado, ante a análise pautada na proporcionalidade e
razoabilidade que devem imperar neste deslinde. Dano moral que se reduz para R$ 20.000,00 (vinte mil
reais) de forma solidária.

RECURSOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 08:51:43

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5095822.41.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ADMINISTRADORA DE CONSORCIO NACIONAL HONDA LTDA.
POLO PASSIVO : LEVI CLARINDO MACHADO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ADMINISTRADORA DE CONSORCIO NACIONAL HONDA LTDA.


ADVG. PARTE : 31630 GO - AMANDIO FERREIRA TERESO JUNIOR

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5095822.41.2019.8.09.0000
ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5095822.41.2019.8.09.0000-AGRAVO


INTERNO, da Comarca de CORUMBAÍBA, interposta por ADMINISTRADORA DE CONSORCIO NACIONAL HONDA LTDA.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM CONHECER DO AGRAVO INTERNO, MAS NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5095822.41.2019.8.09.0000

COMARCA DE CORUMBAÍBA

AGRAVANTE : ADMINISTRADORA DE CONSORCIO

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NR.PROCESSO: 5095822.41.2019.8.09.0000
NACIONAL HONDA LTDA

AGRAVADOS : LEVI CLARINDO MACHADO

RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

AGRAVO INTERNO

VOTO

Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do presente agravo interno.

Como relatado, trata-se de agravo interno manejado pela ADMINISTRADORA DE CONSORCIO NACIONAL HONDA LTDA
contra a decisão monocrática, (evento 18), que negou provimento ao agravo de instrumento, para manter a decisão agravada, que
acolheu a purgação da mora da parte determinou a restituição do veículo apreendido.

Em suma, a Agravante pretende obter a reforma da referida decisão sob o argumento de que o valor depositado não equivale ao
valor da dívida atualizado, tendo em vista o lapso temporal entre a propositura de demanda e o efetivo pagamento e , ainda, que é
necessário o pagamento de custas processuais e honorários sucumbenciais.

Pois bem. Nos termos do Código de Processo Civil/2015, comportável é a interposição do agravo interno, no prazo de quinze (15)
dias (art. 1.021 e seguintes c/c art. 1.070), contra as decisões unipessoais do relator.

Por sua vez, em intelecção à previsão do art. 364, do RITJGO, o agravo interno tem como a única finalidade à análise, pelo órgão
colegiado, do recurso julgado monocraticamente, com a ressalva da possibilidade de retratação pelo relator.

Malgrado existir essa possibilidade, in casu, tenho que a decisão hostilizada deve ser mantida.

No caso dos autos a purgação da mora ocorreu, exatamente como preceitua o §1º, do art. 3º, do Decreto-Lei 911/69, alterado pela
Lei 13.043/2014, não existindo razão para que não seja ela válida, vejamos:

"o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5095822.41.2019.8.09.0000
pelo credor fiduciário na inicial"

Ora, a integralidade da dívida pedente é exatamente o valor indicado pelo credor na petição inicial. Quantia essa que foi
depositada pelo agravado, deste modo deve-se considerar válida a purgação da mora, a qual possibilita a expedição de mandado
de restituição de veículo à parte.

Neste sentido é a Súmula nº 59 deste Tribunal de Justiça, in verbis:

“Para efeito do Decreto – lei 911/6 9 e suas alterações, no prazo de cinco dias após executada a liminar de
busca e apreensão, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo
os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído
livre do ônus, podendo ser determinado pelo magistrado a restrição de retirada do bem alienado
fiduciariamente do território da comarca, até o término do quinquídio legal.” grifei

Bem como, a tese firmada pelo Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do REsp n. 1418593/MS, realizado sob o rito
dos recursos repetitivos:

“ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. DECRETO-LEI N. 911/1969.
ALTERAÇÃO INTRODUZIDA PELA LEI N. 10.931/2004. PURGAÇÃO DA MORA. IMPOSSIBILIDADE.
NECESSIDADE DE PAGAMENTO DA INTEGRALIDADE DA DÍVIDA NO PRAZO DE 5 DIAS APÓS A
EXECUÇÃO DA LIMINAR. 1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil: "Nos contratos firmados
na vigência da Lei n. 10.931/2004, compete ao devedor, no prazo de 5 (cinco) dias após a execução da
liminar na ação de busca e apreensão, pagar a integralidade da dívida - entendida esta como os
valores apresentados e comprovados pelo credor na inicial -, sob pena de consolidação da
propriedade do bem móvel objeto de alienação fiduciária". 2. Recurso especial provido. (REsp
1418593/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/05/2014, DJe
27/05/2014) grifei

De outra banda, não se inclui no cálculo para purgação da mora o pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios por tratar-se de mera decorrência processual.

Destarte, mostra-se sem sustentáculo o intento do recorrente de obter a alteração do posicionamento antes explicitado por este
relator.

Nesse sentido, confira julgados do Tribunal Superior e desta Corte de Justiça:

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5095822.41.2019.8.09.0000
“AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL (CPC/73). AÇÃO DE
RESSARCIMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
DEMONSTRADO. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Não demonstrada a divergência pretoriana
conforme preconizado nos arts. 541, parágrafo único, do CPC, e 255, § 1º, a, e § 2º, do RISTJ, deixa-se de
conhecer o recurso especial. 2. Não apresentação pela parte agravante de argumentos novos capazes
de infirmar os fundamentos que alicerçaram a decisão agravada. 3. Agravo interno desprovido.” (STJ,
AgInt no REsp 1550289/SP, Rel. Ministro Paulo De Tarso Sanseverino, Terceira Turma, DJe
14/10/2016). Grifei

“AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE CÓPIA DA CERTIDÃO DA


DECISÃO AGRAVADA. AUSÊNCIA DE FATO NOVO. I - É de se negar provimento ao agravo que não
trouxe aos autos nenhum fato novo, limitando-se a repetir os argumentos expendidos por ocasião
das razões recursais do agravo. Estando a decisão recorrida de acordo com a jurisprudência
dominante do respectivo tribunal ou Tribunal Superior não há falar em reforma. Agravo interno
conhecido e desprovido.” (TJGO, Agravo de Instrumento 232991-63.2016.8.09.0000, Rel. Des. Jeová
Sardinha de Moraes, 6ª Câmara Cível, DJe 2163 de 06/12/2016). Grifei

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao presente agravo interno, mantendo incólume a decisão monocrática fustigada (evento
19), por estes e seus próprios fundamentos. De consequência, submeto o presente recurso à apreciação do Colegiado deste e.
Tribunal de Justiça.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

07

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5095822.41.2019.8.09.0000
AGRAVO INTERNO

EMENTA: AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO CONTRA DECISÃO


MONOCRÁTICA. RECORRIBILIDADE. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. PURGAÇÃO DA MORA.
PAGAMENTO DA INTEGRALIDADE DA DÍVIDA.

I- Nos termos do artigo 1.021 e seguintes c/c art. 1.070 do CPC de 2015, caberá agravo interno contra as
decisões proferidas pelo relator.

II– Compete ao devedor, no prazo de cinco dias da execução da liminar, pagar a integralidade da dívida,
entendida esta como os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial.

III– De outra banda, não se inclui no cálculo para purgação da mora o pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios por tratar-se de mera decorrência processual.

IV– Em sede de agravo interno, não demonstrado argumento novo apto a modificar a fundamentação do
relator, há que se indeferir o pedido de reconsideração e, ainda, desprover o recurso, atendendo, tão
somente, ao princípio da colegialidade.

AGRAVO INTERNO CONHECIDO, MAS DESPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:04:51

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5067767.46.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : EDUARDO CURADO BARBOSA DE SENA
POLO PASSIVO : DELFIRE INDUSTRIA E COMERCIO DE EXTINTORES LTDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : EDUARDO CURADO BARBOSA DE SENA


ADVG. PARTE : 38029 GO - LUCAS CUNHA RAMOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5067767.46.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5067767.46.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : EDUARDO CURADO BARBOSA DE SENA
AGRAVADO : DELFIRE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EXTINTORES LTDA
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DESPACHO

Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO com pedido de efeito


suspensivo interposto por EDUARDO CURADO BARBOSA DE SENA em face da
decisão proferida pelo Juiz de Direito da 15ª Vara Cível e Ambiental da Comarca de
Goiânia, Dr. Clauber Costa Abreu, nos autos da Ação de Reintegração de Posse de
Veículo (Processo nº 5104012.05.2017.8.09.0051) proposta em seu desfavor por
DELFIRE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EXTINTORES LTDA.

Em preâmbulo da peça recursal, o agravante afirma deixar de recolher as


custas recursais por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita, fazendo juntar
cópia da decisão que concedeu a benesse.

Todavia, verifico que a gratuidade da justiça foi deferida no bojo da Ação


Declaratória de Reconhecimento de Sociedade Empresária de Fato c/c Apuração de
Haveres, Obrigação de Fazer e Indenização por Dano Moral (Processo nº
5320801.95.2017.8.09.0051), ajuizada pelo ora agravante em face do agravado, e que
tramita apensa aos autos de origem.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5067767.46.2020.8.09.0000
Convém ressaltar que, no curso da Ação de Reintegração de Posse de
Veículo em tela, o agravante já havia interposto o Agravo de Instrumento nº
5647537.65.2019.8.09.0000, no qual foi proferida decisão indeferindo a gratuidade da
justiça, restando consignado que a concessão da benesse em processo apenso ao
principal não implica extensão para as demais demandas.

Assim, uma vez constatada a ausência de preparo recursal, proceda-se à


intimação da parte agravante para, em conformidade com o artigo 1.007, §4º, do
Código de Processo Civil, recolher as custas processuais devidas, em dobro, no prazo
de 05 (cinco) dias, sob pena de deserção.

Após, com ou sem a manifestação, volvam-me os autos conclusos.

Em tempo, à Secretaria da 1ª Câmara Cível, a fim de que proceda à


correta vinculação do presente feito ao processo de origem nº
5104012.05.2017.8.09.0051 no sistema do Processo Judicial Eletrônico.

Intime-se. Cumpra-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 09:50:15

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5638359.92.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : VALERIA PIMENTA DE SOUZA
POLO PASSIVO : CRISTINE MARA FRAGOSO DOS SANTOS OLIVEIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : VALERIA PIMENTA DE SOUZA


ADVG. PARTE : 34715 GO - JACIARA ALVES LOPES

PARTE INTIMADA : EZEQUIEL DANIEL DE SOUZA


ADVG. PARTE : 34715 GO - JACIARA ALVES LOPES

PARTE INTIMADA : CRISTINE MARA FRAGOSO DOS SANTOS OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 36343 GO - DIOGO BRANDÃO DE OLIVEIRA

PARTE INTIMADA : ARIVANI SANTA CRUZ OLIVEIRA SANTOS


ADVG. PARTE : 36343 GO - DIOGO BRANDÃO DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5638359.92.2019.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVO DE


INSTRUMENTO Nº 5638359.92.2019.8.09.0000, da comarca de Senador Canedo, em
que figuram como agravantes EZEQUIAS DANIEL DE SOUZA E OUTRA e como
agravados ARIVANI SANTA CRUZ OLIVEIRA DOS SANTOS e OUTRA.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer do Agravo de Instrumento e negar-lhe provimento, nos termos do voto
da Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5638359.92.2019.8.09.0000
VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Conforme relatado, trata-se de recurso interposto em face da decisão que


considerou a inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em
comento.

Analisando os autos, vê-se que o presente feito diz respeito à ação redibitória,
em que a parte autora/agravante narrou, em síntese, que adquiriu imóvel dos
requeridos/agravados, conforme Escritura Pública de Compra e Venda, o qual passou
a apresentar defeitos e avarias estruturais.

No recurso, os requerentes/recorrentes sustentam, em suma, que a parte ré


enquadra-se no conceito de fornecedor, por realizar a venda habitual de casas, motivo
pelo qual deve ser determinada a aplicação de Código de Defesa do Consumidor.

Sobre o tema, deve ser observado que a pessoa física que não exerce com
habitualidade e de forma profissional a atividade econômica no mercado não se
enquadra como fornecedora, para os fins do disposto na legislação consumerista. A
propósito, cite-se a jurisprudência deste Tribunal:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO JULGADO.


OCORRÊNCIA. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO.
NEGÓCIO ENTRE PARTICULARES. RELAÇÃO DE CONSUMO.
NÃO CONFIGURADA. VÍCIO REDIBITÓRIOS. DECADÊNCIA.
INTERRUPÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Não se enquadra no
conceito de fornecedor pessoa física que não exerce habitual
e profissionalmente atividade econômica no mercado,
afastando, por conseguinte, a aplicação das regras
protetoras ao consumidor, ante a não existência de relação
de consumo. 2. Na aquisição de veículo, o comprador tem o
prazo decadencial de 180 dias para formular reclamação contra
vício oculto da coisa. 3. O prazo decadencial para o exercício da
ação redibitória, ao qual não se aplicam as normas que impedem,
suspendem ou interrompem a prescrição, inicia-se com o

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NR.PROCESSO: 5638359.92.2019.8.09.0000
conhecimento do defeito pelo adquirente. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO CONHECIDOS E ACOLHIDOS, SEM,
CONTUDO, CONFERIR-LHES EFEITOS MODIFICATIVOS.
(TJGO, Apelação (CPC) 0367658-41.2011.8.09.0006, Rel. Camila
Nina Erbetta Nascimento e Moura, 5ª Câmara Cível, julgado em
01/07/2019, DJe de 01/07/2019).

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E


VENDA. PESSOAS FÍSICAS. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO DE
CONSUMO. VÍCIO REDIBITÓRIO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO
CIVIL. DECADÊNCIA. I - Inexistindo relação de consumo e,
tendo as partes, pessoas físicas, em igualdade de condições,
celebrado contrato particular de promessa de compra e
venda de bem imóvel, não há que se falar na aplicabilidade
da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor). II - O
prazo decadencial para o ajuizamento de ação fulcrada na
garantia civil contra os vícios redibitórios é regulada pelo art. 445
do Código Civil vigente e, tendo os vícios natureza que impede
sua constatação de plano e sendo o bem atingido um imóvel, o
prazo decadencial aplicável é de 01 (um) ano a partir da ciência
dos vícios. APELO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.(TJGO,
Apelação (CPC) 0338385-89.2012.8.09.0100, Rel. MARIA DAS
GRAÇAS CARNEIRO REQUI, 1ª Câmara Cível, julgado em
07/02/2018, DJe de 07/02/2018)

No caso em tela, sem maiores delongas, não há nos autos elementos


robustos suficientes a configurar a habitualidade da realização de vendas de imóveis
pelos requeridos/agravados, de forma profissional, não bastando para tanto a mera
juntada de uma escritura de compra e venda e uma certidão de matrícula.

Outrossim, não merece prosperar o pleito dos agravantes de expedição de


ofícios aos cartórios, porquanto tal providência é ônus da parte interessada, e
porquanto eventual análise de tais provas em sede de agravo de instrumento
configuraria supressão de instância, considerando que é um recurso secundum
eventum litis.

Não bastasse, verifica-se inclusive que os requerentes sequer formularam


pedido, na petição inicial, de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, ou de
produção de provas nesse sentido, tendo expressamente fundamentado suas razões
nos dispositivos do Código Civil.

Logo, inexistindo a relação de consumo entre as partes, e restando


evidenciado que firmaram negócio particular de compra e venda de bem imóvel, não
há que se falar em aplicação do Código de Defesa do Consumidor.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5638359.92.2019.8.09.0000
Desse modo, considerando a situação presente nos autos, deve ser mantida a
decisão que consignou a não aplicação da legislação consumerista no presente caso.

Ante o exposto, CONHEÇO do Agravo de Instrumento interposto e NEGO-


LHE PROVIMENTO, mantendo incólume o ato judicial agravado.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO


REDIBITÓRIA. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE
CONSUMO. A pessoa física que não exerce com
habitualidade e de forma profissional a atividade
econômica no mercado não se enquadra como
fornecedora, para os fins do disposto na legislação
consumerista. Inexistindo a relação de consumo entre as
partes, e restando evidenciado que firmaram negócio
particular de compra e venda de bem imóvel, não há que
se falar em aplicação do Código de Defesa do Consumidor.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5638359.92.2019.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO
REDIBITÓRIA. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE
CONSUMO. A pessoa física que não exerce com
habitualidade e de forma profissional a atividade
econômica no mercado não se enquadra como
fornecedora, para os fins do disposto na legislação
consumerista. Inexistindo a relação de consumo entre as
partes, e restando evidenciado que firmaram negócio
particular de compra e venda de bem imóvel, não há que
se falar em aplicação do Código de Defesa do
Consumidor. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E
IMPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 09:56:10

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5649681.12.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : BANCO BMG S.A.
POLO PASSIVO : NEUZIMAR BATISTA DE ALMEIDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO BMG S.A.


ADVG. PARTE : 33246 GO - TAYLISE CATARINA ROGERIO SEIXAS

PARTE INTIMADA : NEUZIMAR BATISTA DE ALMEIDA


ADVGS. PARTE : 44992 GO - AYRTON CELEDONIO DE ALMEIDA
51446 GO - VANESSA OLIVEIRA CARMO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5649681.12.2019.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVO DE


INSTRUMENTO Nº 5649681.12.2019.8.09.0000, da comarca de Goiânia, em que
figura como agravante BANCO BMG S/A e como agravada NEUZIMAR BATISTA DE
ALMEIDA.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer do Agravo de Instrumento e negar-lhe provimento, nos termos do voto
da Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5649681.12.2019.8.09.0000
VOTO

Por reunir os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso.

BANCO BMG S/A interpôs recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO contra


decisão do Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, Dr. Eduardo
Tavares dos Reis, que deferiu em parte o pedido de tutela provisória de urgência
formulado na Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica ajuizada contra si
por NEUZIMAR BATISTA DE ALMEIDA.

O deslinde da insurgência em exame perpassa a aquilatação da presença, ou


não, dos requisitos necessários à concessão da tutela de urgência plasmada no
bloqueio do cartão de crédito emitido em nome do Autor/Agravado, com a
consequente suspensão da exigibilidade do contrato até o julgamento do feito.

Impende sopesar, port ant o , s e os f undam ent o s aduz i d o s p e l o


Autor/Agravado, num juízo superficial, são relevantes, bem assim se a circunstância
concreta gera risco de lesão de modo a reclamar um provimento que a acautele, nos
termos do artigo 300, do Código de Processo Civil.

Confira-se:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Como se denota, a concessão da liminar está condicionada à aferição da


presença da probabilidade do direito que o Autor/Agravado alega na petição inicial e,
ainda, do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

Dito isso e, volvendo a análise à hipótese dos autos, vislumbro reunidos os

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NR.PROCESSO: 5649681.12.2019.8.09.0000
requisitos necessários à concessão da tutela provisória de urgência objurgada no
recurso.

Conforme escrutinado na DECISÃO LIMINAR (evento nº 04), a


probabilidade do direito alegado pelo Autor/Agravado exsurge indiciária da análise
dos documentos que carreou com a sua petição inicial, os quais, em sede de juízo
provisório, corroboram a narrativa de que os contratos bancários impugnados foram
entabulados sem o seu consentimento.

De outro lado, colho que o perigo de dano ou risco ao resultado útil do


processo se extrai da circunstância da realização periódica de descontos, no
benefício de aposentadoria do Autor/Agravado, com prejuízo à manutenção de suas
despesas existenciais.

Não se avoca, outrossim, a circunstância da irreversibilidade da medida


judicial impugnada no recurso, haja vista a plausibilidade da retomada dos atos de
cobrança, na hipótese da comprovação da regularidade da contratação.

A propósito:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, NULIDADE C/C RESTITUIÇÃO DE
VALORES. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO E CARTÃO DE
CRÉDITO. TUTELA DE URGÊNCIA. ABUSIVIDADE DOS
DESCONTOS AUTOMÁTICOS. SUSPENSÃO. MULTA.
MANTIDA. 1. Quando evidenciados os requisitos dispostos
no art. 300, caput, do CPC, deve ser mantida incólume a
decisão agravada, que deferiu a tutela de urgência
requestada pela parte autora, de modo a suspender os
descontos efetuados pelo réu/agravante em seus proventos
de aposentadoria, decorrentes de suposta contratação de
cartão de crédito consignado [...] (TJGO, Agravo de
Instrumento 5185532-72.2019.8.09.0000, Rel. JAIRO FERREIRA
JUNIOR, 6ª Câmara Cível, DJe de 02/11/2019) (grifei)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REVISIONAL DE CONTRATO
DE EMPRÉSTIMO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C TUTELA
DE URGÊNCIA. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO E CARTÃO DE
CRÉDITO. ABUSIVIDADE DOS DESCONTOS. MULTA.
MANTIDA. LIMITAÇÃO DEVIDA [...] 2. Evidenciados, in casu,
os requisitos dispostos no art. 300, caput, do CPC, é de se

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NR.PROCESSO: 5649681.12.2019.8.09.0000
manter incólume a decisão agravada, que deferiu a tutela de
urgência requestada pela parte autora/agravada, de modo a
suspender os descontos efetuados pelo réu/agravante em
seus proventos de aposentadoria, decorrentes de suposta
contratação de cartão de crédito consignado [...] (TJGO,
Agravo de Instrumento 5309581-25.2018.8.09.0000, Rel.
ROBERTO HORÁCIO DE REZENDE, 1ª Câmara Cível, DJe de
11/12/2018) (grifei)

Assim, por se avolumarem reunidos os requisitos necessários à concessão da


tutela provisória de urgência impugnada no recurso, colho que a manutenção da
decisão concessiva exsurge como medida impositiva.

Ante o exposto, CONHEÇO do recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO


interposto e NEGO-LHE PROVIMENTO, mantendo incólume a decisão recorrida.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA


DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. CARTÃO DE
CRÉDITO CONSIGNADO. DECISÃO QUE CONCEDEU A TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. SUSPENSÃO DA COBRANÇA.
PROVA DOS REQUISITOS DO ART. 300 DO CPC. MANUTENÇÃO.
I. Nos termos do art. 300, do código de processo civil, para que a
tutela provisória de urgência seja concedida é necessária a
presença concomitante de elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco de

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NR.PROCESSO: 5649681.12.2019.8.09.0000
resultado útil do processo. II. Conserva-se incólume a decisão
agravada, que determinou a suspensão das cobranças
relacionadas aos contratos bancários impugnados pelo
Autor/Agravado, haja vista colher-se indiciária a circunstância do
emprego de fraude quando da contratação dos empréstimos.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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NR.PROCESSO: 5649681.12.2019.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA
DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. CARTÃO DE
CRÉDITO CONSIGNADO. DECISÃO QUE CONCEDEU A TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. SUSPENSÃO DA COBRANÇA.
PROVA DOS REQUISITOS DO ART. 300 DO CPC. MANUTENÇÃO.
I. Nos termos do art. 300, do código de processo civil, para que a
tutela provisória de urgência seja concedida é necessária a
presença concomitante de elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco de
resultado útil do processo. II. Conserva-se incólume a decisão
agravada, que determinou a suspensão das cobranças
relacionadas aos contratos bancários impugnados pelo
Autor/Agravado, haja vista colher-se indiciária a circunstância
do emprego de fraude quando da contratação dos empréstimos.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 10:00:46

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0389385.73.2009.8.09.0023
CLASSE PROCESSUAL : Execução de Título Extrajudicial ( L.E. )
POLO ATIVO : CAIXA SEGURADORA S/A
POLO PASSIVO : JULIO CESAR DAVID DOS SANTOS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SANTOS & DAVID LTDA SUPERMERCADO MODELO


ADVGS. PARTE : 6928 GO - AZAMBUJA MORAES DE ALMEIDA
12595 GO - JOSÉ ANTÔNIO PINCOWSCY

PARTE INTIMADA : CAIXA SEGURADORA S/A


ADVGS. PARTE : 23802 GO - FABIANO LOPES BORGES
343634 SP - HUGO ANTONIO DE BITENCOURT

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº
389385.73.2009.8.09.0023
COMARCA DE GOIÂNIA

EMBARGANTE: AZAMBUJA MORAES DE ALMEIDA E OUTRO


EMBARGADA: CAIXA SEGURADORA S/A
RELATORA: DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço dos embargos de declaração.

Como visto, trata-se de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos por AZAMBUJA


MORAES DE ALMEIDA e por JOSÉ ANTÔNIO PINCOWSC, eis que inconformados
com o acórdão que, à unanimidade de votos, conheceu do recurso de apelação cível
por eles interposto e lhe deu provimento, reformando a sentença singular apenas para
majorar os honorários advocatícios da sucumbência para R$ 1.000,00 (mil reais).

Inicialmente, tem-se que, de acordo com o artigo 1.023 do CPC/2015, cabe Embargos
de Declaração quando houver na sentença ou acórdão erro, obscuridade, contradição
ou é omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o tribunal.

Portanto, importante frisar que nos embargos declaratórios devem ser observados os
limites do art. 1.022 do Novo Código de Processo Civil, já que esse recurso não é o
meio hábil ao reexame de matéria já decidida ou estranha ao acórdão embargado.

Sabe-se que os Embargos de Declaração têm, por fim, elucidar obscuridade, afastar
contradição ou suprimir omissão do julgado. São admitidos apenas excepcionalmente
com efeitos modificativos e não possuem aptidão para provocar o reexame da matéria
decidida.

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NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
Sobre o tema, leciona o professor Elpídio Donizetti:

“ Cabem embargos de declaração para esclarecer decisão


obscura ou contraditória, ou, ainda, para integrar julgado omisso.
(…) Há omissão nos casos em que determinada questão ou
ponto controvertido deveria ser apreciado pelo órgão julgador
mas não o foi. (…). Não há obrigatoriedade de a decisão
recorrida mencionar expressamente súmula ou dispositivo
constitucional ou legal para que se caracterize o
prequestionamento; basta que o julgado tenha decidido a
questão constitucional ou federal.” (in Curso Didático de Direito
Processual Civil. 13.ed. Belo Horizonte: Lumen Juris, 2010. págs. 651 e
653).

No caso vertente, não vislumbro hipótese de cabimento do recurso de Embargos de


Declaração, posto que a parte não pode valer-se de tal instrumento processual para
requerer novo pronunciamento sobre questão já decidida. A bem da verdade, o que
pretendem os embargantes é discutir o próprio acerto do ato e amoldar a decisão a
seu próprio interesse, o que, como já dito, é inadmissível em sede de Embargos de
Declaração.

Este é o entendimento jurisprudencial:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL. (…)


AUSÊNCIA DE VÍCIOS ELENCADOS NO ARTIGO 1.022 DO
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO, NOS TERMOS DO ARTIGO
1.024, § 2º DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (…)”.
(TJGO, 3ª Câmara Cível, EDcl no AC nº 201690107510, Rel. Des.
Gerson Santana Cintra, Decisão monocrática proferida no dia
29/03/2016).

“ (…) 3. Não constatada a presença de quaisquer dos vícios


elencados no artigo 1.022 do Novo Código de Processo Civil é de
se rejeitar os embargos declaratórios. Embargos de Declaração
conhecidos, mas rejeitados.” (TJGO, 6ª Câmara Cível, EDcl no MS nº
201594331596, Rel. Des. Jeová Sardinha de Moraes, julgado
29/03/2016).

“ (…) 1. Não há falar em violação do art. 535, inc. II, do CPC

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NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
quando o aresto recorrido adota fundamentação suficiente para
dirimir a controvérsia, sendo desnecessária a manifestação
expressa sobre todos os argumentos apresentados pelos
litigantes. (…)”. (STJ, AgRg nos EDcl no AREsp 810868 / RJ, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, Julgado do 15/03/2016).

Constata-se, claramente, que os embargantes não concordam com o posicionamento


adotado, razão pela qual pretendem obter a reapreciação da matéria. Assim, entendo
que não merecem respaldo em suas alegações.

Isso porque, não há nenhum vício no julgamento do acórdão, porquanto, correto


posicionamento adotado, vez que por não haver condenação a fixação dos
honorários advocatícios deve seguir com base no valor da ação. Ocorre que, neste
caso, o valor da causa é elevado (R$ 182.729,81), devendo, portanto, os critérios para
fixar referida verba ser nos termos estabelecidos pelo artigo 85, §§ 2º e 8º, do CPC.
Nesse sentido:

“TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.


PARCELAMENTO ANTERIOR AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO DÉBITO
SUSPENSO EXTINÇÃO. HONORÁRIOS. CRITÉRIO DE FIXAÇÃO E
PEDIDO DE REDUÇÃO. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA 7/STJ. MAJORAÇÃO. ART. 85, § 11 DO CPC/2015.
DESCABIMENTO. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. (…).2.
Em situações excepcionalíssimas o STJ afasta a incidência do referido
enunciado sumular, para permitir a revisão dos honorários advocatícios,
quando o montante arbitrado se revelar manifestamente ínfimo ou
exorbitante (…)” (REsp 1727396/PE. Relator(a) Ministro HERMAN
BENJAMIN (1132). DJe 02/08/2018.)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO C/C PARTILHA DE


BENS. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. PEDIDO
DO RÉU PARA SUA OITIVA EM AUDIÊNCIA.
INDEFERIMENTO CONFIRMADO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO
385 DO CPC. DOCUMENTOS JUNTADOS COM O RECURSO.
NÃO CONHECIMENTO. SENTENÇA NULA. APRECIAÇÃO EM
CONSONÂNCIA COM A PROVA DOS AUTOS. PARTILHA DOS
BENS. VALOR DA CAUSA. SUCUMBÊNCIA MANTIDA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO DE VALOR FIXO.
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO ARTIGO 85, §§ 2º E 8º, DO
CPC. 1. (...) 9. Em situações excepcionalíssimas o STJ permite a
revisão dos honorários advocatícios, quando o montante
arbitrado se revelar manifestamente ínfimo ou exorbitante, sendo
este último a hipótese dos autos, de modo que o arbitramento
deve ocorrer em valor fixo, em subsidiária aplicação do artigo 85,
§§ 2º e 8º, do CPC. 10. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO,

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NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
EM PARTE. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA, NO
QUE TANGE O VALOR DADO À CAUSA E OS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS.” (TJGO, Apelação (CPC) 5196298-
36.2016.8.09.0051, Rel. GERSON SANTANA CINTRA, 3ª Câmara Cível,
julgado em 13/06/2019, DJe de 13/06/2019)

“ DUPLA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EMBARGOS À


EXECUÇÃO. IMPOSIÇÃO DA SUCUMBÊNCIA.
MANUTENÇÃO. VERBA HONORÁRIA. REDUÇÃO. ACORDO
FIRMADO NO CURSO DA EXECUÇÃO. DEMORA NA
COMUNICAÇÃO DO JUÍZO. INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO.
REPETIÇÃO DO INDÉBITO. NÃO COMPROVAÇÃO DE MÁ-FÉ
DO CREDOR. INCOMPORTABILIDADE DA CONDENAÇÃO.
1.(...) 2. A fixação dos honorários advocatícios de sucumbência
que não se atenta aos parâmetros do artigo 85, § 2º do CPC
carece de revisão, principalmente quando o valor arbitrado
revela-se exorbitante. 3. (...) 5. PRIMEIRO RECURSO DE
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDO E PARCIALMENTE
PROVIDO. SEGUNDO RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, APELAÇÃO 0066986-
34.2014.8.09.0093, Rel. GUILHERME GUTEMBERG ISAC PINTO, 5ª
Câmara Cível, julgado em 08/11/2018, DJe de 08/11/2018)

Assim, a título de esclarecimento, transcrevo o teor do ato atacado no que pertine a


matéria ora debatida:

“(…) Infere-se dos autos que a irresignação da parte recorrente


orbita somente sobre o valor dos honorários advocatícios
arbitrados pela magistrada singular, a qual defende a sua
majoração.
Pois bem. O Superior Tribunal de Justiça entende pela
legitimidade concorrente, entre a parte e o seu advogado, para
discutir os honorários advocatícios sucumbenciais. Confira-se:
“(...) 3. A jurisprudência do STJ é tranquila no sentido de que,
apesar de os honorários advocatícios constituírem direito
autônomo do advogado, não se exclui da parte a legitimidade
concorrente para discuti-los, ante a ratio essendi do art. 23 da Lei
nº 8.906/94 (REsp 828.300/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira
Turma, DJe de 24/4/2008). Nesse sentido: AgRg no REsp
1.644.878/SC, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma,
julgado em 16/5/2017, DJe 24/5/2017; REsp 1.596.062/SP, Rel.
Ministra Diva Malerbi (Desembargadora Convocada TRF 3ª
REGIÃO), Segunda Turma, julgado em 7/6/2016, DJe 14/6/2016;
AgRg no REsp 1.466.005/SP, Rel. Ministro Moura Ribeiro,
Terceira Turma, julgado em 17/9/2015, DJe 29/9/2015; AgRg no

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REsp 1.378.162/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, julgado em 4/2/2014, DJe 10/2/2014. 4. Recurso
Especial provido.” (REsp 1689307/SP, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe
19/12/2017).
É cediço que a Lei Federal nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e
da Ordem dos Advogados do Brasil) garante aos causídicos o
direito de receberem os honorários advocatícios sucumbenciais,
em decorrência dos serviços prestados. Observe-se
“Art. 22 . A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na
OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por
arbitramento judicial e aos de sucumbência. (...)”.

Inclusive, o Supremo Tribunal Federal sedimentou o


posicionamento de que tais verbas possuem natureza alimentar,
verbis:
“ Súmula 47 do STF. Os honorários advocatícios incluídos na
condenação ou destacados do montante principal devido ao
credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja
satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição
de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos
dessa natureza.”
Vislumbra-se das razões recursais que os apelantes insurgiram
com a parte da sentença que arbitrou em seu favor honorários
advocatícios no montante de R$ 300,00 e postulam a sua
majoração, de acordo com as diretrizes insertas no artigo 85,
parágrafo 2º, do Código de Processo Civil, por considerá-los
ínfimos e, por isso, representam aviltamento do trabalho por eles
desempenhado.
Em análise dos autos, tenho que o valor fixado é ínfimo, devendo
a sentença ser reformada neste ponto.
Entretanto, por não haver condenação a fixação dos honorários
advocatícios deve seguir com base no valor da ação. Ocorre que,
neste caso, o valor da causa é elevado (R$ 182.729,81),
devendo, portanto, os critérios para fixar referida verba ser nos
termos estabelecidos pelo artigo 85, §§ 2º e 8º, do CPC, que
assim dispõem:
“Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
advogado do vencedor.
(...)
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o
máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa, atendidos:

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I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o
seu serviço.
(...)
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o
juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa,
observando o disposto nos incisos do § 2º”.
É importante destacar que, apesar de o § 8º fazer menção de sua
aplicação apenas às causas em que o valor for inestimável ou
irrisório, o dispositivo não deve ser interpretado de forma literal.
Na verdade, deve-se buscar realizar uma interpretação sistêmica
dessa regra, levando em consideração os objetivos do legislador
(mens legis) e os princípios que regem o ordenamento jurídico,
notadamente de dois importantes princípios implícitos no texto
constitucional, o da razoabilidade e da proporcionalidade.
Afinal de contas, na tarefa de aplicar a lei, cabe ao julgador
atender os fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem
comum (artigo 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro), o que não se realiza, em certos casos, apenas com a
interpretação literal da norma.
Esse exercício de hermenêutica deve ser adotado no presente
caso - em que o valor da causa é elevado -, para se permitir a
fixação equitativa dos honorários advocatícios, sob pena de se
impor a parte o pagamento de verba honorária desproporcional
ao trabalho realizado pelo procurador da parte adversa.
Nesse sentido:
“(…) 2 - Vislumbrado o arbitramento exorbitante, uma vez que o
mérito sequer foi apreciado em virtude do acolhimento do pedido
de desistência formulado pelo demandante, a redução dos
honorários de sucumbência é medida que se impõe, para fins de
fixá-los, excepcionalmente, por meio de apreciação equitativa,
observados os critérios estabelecidos nos incisos I a IV, do §2º,
do art. 85, do CPC/15, com esteio na razoabilidade e na
proporcionalidade, evitando-se, assim, a imposição de excessos
a qualquer das partes. 3. Em virtude do parcial provimento do
apelo, não há falar-se em honorários recursais. APELAÇÃO
CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.” (TJGO, Apelação
(CPC) 5215936-55.2016.8.09.0051, Rel. AMARAL WILSON DE
OLIVEIRA, 2ª Câmara Cível, julgado em 21/02/2019, DJe de
21/02/2019)

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.
DESISTÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO POR
MEIO DE APRECIAÇÃO EQUITATIVA. VALOR ATRIBUÍDO À
CAUSA ALTO. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. 1.
Embora o art. 85, §8º, do CPC não inclua, expressamente, a
previsão de fixação por equidade da verba honorária quando o
proveito econômico, o valor da causa ou a condenação forem
excessivos, tal conclusão decorre da interpretação sistêmica da
própria norma, cujo objetivo é evitar as disparidades, bem como a
atribuição às partes de ônus ou remuneração muito elevados. 2.
In casu, com esteio nos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, forçoso reduzir o montante da verba honorária
para o valor de R$1.000,00 (um mil reais), que, por equidade, é
quantia razoável e adequada aos critérios conjugados do § 2º do
art. 85 do CPC. Apelação cível conhecida em parte, e nesta,
provida.” (TJGO. 2ª CC. AC nº 5364421-84.2017.8.09.0043. Rel.
Dr. FERNANDO DE CASTRO MESQUITA. DJ de 01/07/2019).
Portanto, correta a fixação dos honorários advocatícios nos
termos do art. 85, § 8º do CPC, entretanto, há de levar em
consideração a natureza da causa, de relativa importância; o
trabalho diligente desempenhado pelos causídicos no trâmite
processual, que, com certeza, exigiram-lhes considerável tempo.
Destarte, em atenção aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, majoro os honorários advocatícios para
R$1.000,00 (mil reais), quantia esta que se mostra adequada ao
caso concreto, observados os parâmetros estabelecidos nos
incisos I a IV do §2º do art. 85 do CPC.
Ante o exposto, conheço do apelo e lhe dou provimento a fim de
reformar a sentença singular apenas para majorar os honorários
advocatícios da sucumbência para R$ 1.000,00 (mil reais)”.

Portanto, o ato judicial atacado não necessita de reparos.

Por fim, quanto ao pretendido prequestionamento, registre-se que o julgador não tem o
dever de abordar especificamente todos os argumentos delineados pelas partes,
tampouco os dispositivos legais e constitucionais invocados como alicerce do direito
que alegam, mas, tão somente, julgar a causa, compondo a lide. Inquestionável,
portanto, que o prequestionamento necessário ao ingresso nas instâncias especial e
extraordinária não exige que o acórdão recorrido mencione expressamente os artigos
indicados pelas partes, sendo certo que a exigência refere-se ao conteúdo, não à
forma. A propósito:

“(...). V- Inviável a pretensão de manifestação expressa acerca de


determinados dispositivos citados, posto que dentre as funções

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NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
do Poder Judiciário, não lhe é atribuída a de órgão consultivo.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.”
(TJGO, APELAÇÃO CÍVEL 570778-16.2008.8.09.0006, Rel. DR.
SEBASTIÃO LUIZ FLEURY, 4ª CÂMARA CÍVEL, julgado em 01/09/2016,
DJe 2109 de 13/09/2016)

Diante do exposto, rejeito os embargos de declaração opostos, para manter


inalterado o ato embargado.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

108/LA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº


389385.73.2009.8.09.0023
COMARCA DE GOIÂNIA

EMBARGANTE: AZAMBUJA MORAES DE ALMEIDA E OUTRO


EMBARGADA: CAIXA SEGURADORA S/A
RELATORA: DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO


CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. VALOR IRRISÓRIO. MAJORAÇÃO.
PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA DAS HIPÓTESES
ELENCADAS NO ARTS. 1.022 DO CPC/2015. I- Restringem-se
os aclaratórios às circunstâncias elencadas no artigo 1.022, do

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NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
novo Código de Processo Civil, não se prestando à reapreciação
da matéria devidamente analisada e decidida no acórdão. II-
Embora o art. 85, §8º, do CPC não inclua, expressamente, a
previsão de fixação por equidade da verba honorária quando o
proveito econômico, o valor da causa ou a condenação forem
excessivos, tal conclusão decorre da interpretação sistêmica da
própria norma, cujo objetivo é evitar as disparidades, bem como a
atribuição às partes de ônus ou remuneração muito elevados. III-
In casu, com esteio nos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, forçoso majorar o montante da verba
honorária para o valor de R$1.000,00 (mil reais), que, por
equidade, é quantia razoável e adequada aos critérios
conjugados do § 2º do art. 85 do CPC. IV- Para efeito de
prequestionamento, é suficiente que a questão objeto do recurso
de apelação tenha sido apreciada pelo Tribunal local.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS, MAS
REJEITADOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração na Apelação


Cível nº 389385.73, acordam os componentes da terceira Turma Julgadora da
Primeira Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à
unanimidade de votos, em conhecer dos embargos, mas rejeitá-los, nos termos do
voto desta Relatora.

Votaram, com a relatora, os Desembargadores Orloff Neves Rocha e Carlos Roberto


Favaro.

Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

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NR.PROCESSO: 0389385.73.2009.8.09.0023
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
EXECUÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. VALOR IRRISÓRIO. MAJORAÇÃO.
PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA DAS HIPÓTESES ELENCADAS NO
ARTS. 1.022 DO CPC/2015. I- Restringem-se os aclaratórios às circunstâncias
elencadas no artigo 1.022, do novo Código de Processo Civil, não se prestando à
reapreciação da matéria devidamente analisada e decidida no acórdão. II- Embora o
art. 85, §8º, do CPC não inclua, expressamente, a previsão de fixação por equidade da
verba honorária quando o proveito econômico, o valor da causa ou a condenação
forem excessivos, tal conclusão decorre da interpretação sistêmica da própria norma,
cujo objetivo é evitar as disparidades, bem como a atribuição às partes de ônus ou
remuneração muito elevados. III- In casu, com esteio nos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, forçoso majorar o montante da verba honorária para o valor de
R$1.000,00 (mil reais), que, por equidade, é quantia razoável e adequada aos critérios
conjugados do § 2º do art. 85 do CPC. IV- Para efeito de prequestionamento, é
suficiente que a questão objeto do recurso de apelação tenha sido apreciada pelo
Tribunal local. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS, MAS REJEITADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


30/10/2019 17:17:08

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5260494.66.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : BANCO BRADESCO SA
POLO PASSIVO : RODRIGO MAI
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : RODRIGO MAI


ADVG. PARTE : 55481 GO - MICHELLY BORGES MONTEIRO MARTINS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5260494.66.2019.8.09.0000
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Des. Luiz Eduardo de Sousa

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 5260494.66.2019.8.09.0000

COMARCA DE PLANALTINA

AGRAVANTE: BANCO BRADESCO S/A

AGRAVADO: RODRIGO MAI

RELATOR: DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se recurso de agravo de instrumento com pedi-do de efeito suspensivo, interposto pelo
BANCO BRADESCO S/A visando a reforma da decisão de fls. 49/52, prolatada nos autos da
ação de busca e apreensão pelo Decreto-lei 911/69, ajuizada contra RODRIGO MAI, que deferiu
o pedido de liminar, porém, concedeu ao devedor o direito de purgar a mora, no prazo de 05
(cinco) dias, no montante do valor das prestações vencidas, acrescidas de con-sectários legais.

Em sua súplica recursal, alega que o art. 3º, § 2º do Decreto-lei 911/69, não prevê a possibilidade
de purgação da mora apenas com o pagamento dos valores vencidos, mas na sua totali-dade, em
razão do vencimento antecipado da dívida.

Argumenta que “… . A consolidação da propriedade deverá ocorrer livre de ônus, o que inclui a não cobrança de
quaisquer tributos, multas, diárias de pátio e outros encargos de responsabilidade do devedor, réu neste pro-cesso, nos
termos do artigo 1368 B do Código Civil, com nova redação conferida pela Lei 13.043/2014… .” (fl. 12).

Colaciona julgados que entende embasar sua tese e, ao final, requer o conhecimento e
provimento do impulso, com re-forma da decisão objurgada.

O preparo encontra-se à fl. 45.

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NR.PROCESSO: 5260494.66.2019.8.09.0000
Em decisão preliminar de fls. 57/60, foi deferido o pe-dido de efeito suspensivo.

Conforme certificado à fl. 76, apesar de devidamente intimado, nos termos do art. 1.019, inciso II
do Código de Processo Civil, o agravado quedou-se silente.

É, em síntese, o relatório. Decido.

Ratifico a admissibilidade do agravo, uma vez que atendidos os pressupostos legais.

Inicialmente destaco que o art. 932, inciso IV, letras ‘a’ e ‘b’, do Código de Processo Civil, autoriza
o relator a julgar mo-nocraticamente, dando provimento a recurso se a decisão agravá-vel for
contrário à súmula do Supremo Tribunal Federal, do Supe-rior Tribunal de Justiça ou do próprio
Tribunal; a acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos e
entendi-mento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou assunção de
competência.

Neste contexto, passo a apreciar o presente agravo via decisão monocrática.

Tal irresignação merece prosperar. E explico.

Com efeito, segundo a melhor hermenêutica da legis-lação especial, deve-se dessumir de forma
inconteste que inexiste a figura da purgação parcial da mora pelo devedor fiduciante, sobe-jando-
lhe a faculdade de pagamento da integralidade da dívida con-forme planilha apresentada pelo
credor fiduciário.

Dispõe o Decreto-lei n. 911/69:

"Art. 3º. O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na forma
estabelecida pelo § 2o do art. 2o, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a
busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo
ser apreciada em plantão ju-diciário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

§ 1º. Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a
posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições
competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de re-gistro de propriedade em nome do

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NR.PROCESSO: 5260494.66.2019.8.09.0000
credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela
Lei 10.931, de 2004)

o o
§ 2 No prazo do § 1 , o devedor fiduciante poderá pagar a in-tegralidade da dívida pendente,
segundo os valores apresenta-dos pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será
restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004)”

Nessa ilação, entendo que o ato judicial agravado não merece prosperar, pois a determinação
para purgar a mora, não sendo o valor integral do débito, não coaduna com a nova dispo-sição
dada pela Lei n. 10.931/2004.

Dentro do prazo legal (de cinco dias da execução da liminar de busca e apreensão do bem
alienado fiduciariamente), é dado ao devedor tão somente a faculdade de pagar a dívida
pen-dente, em sua totalidade.

Sobre o tema, comenta a doutrina de forma uníssona que “haverá o réu/devedor fiduciário, contudo, de
proceder a quitação judicial observando rigorosamente os valores apresentados pelo autor/credor, conforme memória de
cálculo atualizado que acompanhará a petição inicial”1.

E mais: “Art. 3º: 4c. A integralidade da dívida vem a ser o total do débito, isto é, o principal e os encargos contratuais,
abrangendo comissões e demais despesas. Nesse sentido: JTA 105/185, maioria.” 2

É de se concluir, pois, que com a alteração do De-creto-lei 911/69 pela Lei n. 10.931/04, restou
extinta a figura da purgação da mora no valor das prestações vencidas, só sendo pos-sível ao
devedor pagar a integralidade da dívida para reaver o bem e, então, discutir matérias relativas a
eventual pagamento do débi-to vencido.

A propósito, o Superior Tribunal de Justiça, em julga-mento ao Recurso Especial Representativo


de Controvérsia (REsp n. 1.418.593/MS), pacificou o entendimento acerca da questão. Ve-jamos:

“ ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. RECURSO ES-PECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. DECRETO-LEI N.
911/1969. ALTERAÇÃO INTRODUZIDA PELA LEI N. 10.931/2004. PURGAÇÃO DA MORA.
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE PAGAMENTO DA INTEGRALIDADE DA DÍVIDA NO
PRAZO DE 5 DIAS APÓS A EXECUÇÃO DA LI-MINAR. 1. Para fins do art. 543-C do Código de
Processo Civil: "Nos contratos firmados na vigência da Lei n. 10.931/-2004, compete ao
devedor, no prazo de 5 (cinco) dias após a execução da liminar na ação de busca e
apreensão, pa-gar a integralidade da dívida - entendida esta como os va-lores apresentados e
comprovados pelo credor na inicial -, sob pena de consolidação da propriedade do bem

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NR.PROCESSO: 5260494.66.2019.8.09.0000
móvel objeto de alienação fiduciária". 2. Recurso especial provido” (2ª Seção, REsp
1418593/MS, acórdão unânime de 14/05/14, DJe de 27/05/14, Rel. Min. Luis Felipe Salomão)
destaquei

Sobre o tema, eis a jurisprudência desta Corte:

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO PELO DECRETO-LEI Nº 911/69.


PAGAMENTO APENAS DAS PAR-CELAS VENCIDAS. SENTENÇA QUE DETERMINOU A
DE-VOLUÇÃO DO VEÍCULO AO REQUERIDO. ATO JUDICIAL QUE ENSEJA CORRIGENDA.
PRECEDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RESP 1.418.593/MS,
REPRESEN-TATIVO DA CONTROVÉRSIA. NECESSIDADE DE PAGA-MENTO DA
INTEGRALIDADE DA DÍVIDA. A controvérsia em relação à purgação da mora apenas pelos valores
vencidos, nos autos de busca e apreensão, já foi enfrentada pelo Superior Tri-bunal de Justiça, nos
autos do REsp nº 1.418.593/MS, represen-tativo da controvérsia. O julgado consolidou que, ante a
nova re-dação do artigo 3º do Decreto-Lei nº 911/69, a rigor, não há que se falar em purgação da
mora, devendo o devedor fiduciante pa-gar a integralidade da dívida pendente, incluídas as
prestações vincendas. De consequência, evidenciado que o requerido dei-xou de purgar a mora, no
prazo e nos moldes previstos no De-creto-Lei nº 911/69, a sentença deve ser modificada, a fim de
que o pedido inicial seja julgado procedente para consolidar a posse e propriedade do veículo, objeto
da ação, no patrimônio do credor fiduciário, sendo afastada a sua condenação ao paga-mento de
multa diária. Apelação cível conhecida e provida” (6ª Câmara Cível, Apelação Cível n. 5438003-
56.2017.8.09.-0128, acórdão unânime de 14/05/19, DJe de 14/05/19, Rel. Des. Fausto Moreira
Diniz).

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. PUR-GAÇÃO DA MORA PELAS


PARCELAS VENCIDAS. IMPOS-SIBILIDADE. INTEGRALIDADE DA DÍVIDA (PRECEDENTE
OBRIGATÓRIO DO STJ REsp. nº 1418593/MS). PROCESSO MADURO PARA JULGAMENTO.
CONSOLIDAÇÃO DA PRO-PRIEDADE DO VEÍCULO EM FAVOR DO BANCO. 1. Com a nova
redação do artigo 3º do Decreto Lei federal nº 911, de 1º de outubro de 1969, conferida pela Lei
federal nº 10.931, de 02 de agosto de 2004, não há mais falar-se em purgação da mora nas ações
de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamen-te, devendo o devedor pagar a integralidade da
dívida, no prazo de 05 (cinco) dias após a execução da liminar, hipótese na qual o bem lhe será
restituído livre de ônus. 2. Tendo em vista o equí-voco no decisum que extinguiu o feito, autorizando
a purgação da mora com adimplemento tão somente das parcelas vencidas, dada a ausência de
previsão legal ou mesmo contratual do insti-tuto, e ainda, em total desacordo com jurisprudência
vinculativa prolatada pela Superior Corte de cidadania (REsp 1418593/MS), deve a sentença ser
reformada para consolidar a posse e pro-priedade do veículo em favor da instituição financeira
credora. 3. Apelação conhecida e provida. Sentença reformada. Ação jul-gada procedente” (3ª
Câmara Cível, Apelação Cível n. 0317565-57.2015.8.09.0128, acórdão unânime de 14/12/17, DJe
de 14/12/17, Rel. Juiz Dr. Fernando de Cas-tro Mesquita).

Desse modo, resta ao devedor tão somente a opção de pagar a integralidade da dívida (parcelas
vencidas e vincendas), conforme planilha apresentada pelo credor fiduciário, razão pela qual a
decisão merce reparo, para determinar que a purgação da mora somente se dará nestes termos –
integralidade da dívida.

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NR.PROCESSO: 5260494.66.2019.8.09.0000
Ao teor do exposto, dou provimento ao agravo de ins-trumento para reformando a decisão
singular, afastar a possibilidade de purgação parcial da mora (somente parcelas vencidas),
podendo o devedor, no prazo de 05 (cinco) dias, quitar a dívida pendente, porém em sua
totalidade, conforme os cálculos apresentados pelo credor, nos termos do Decreto-lei 911/69.

Intimem-se.

Goiânia, 30 de outubro de 2019.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

11 RELATOR

1Figueira Júnior, Joel Dias. Ação de busca e apreensão em propriedade fiduciária, São Paulo: Ed. RT, 2005, p. 150.

2Negrão, Theotonio e Gouvêa, José Roberto F. in CPC e leg. proc. em vigor, São Paulo: Saraiva, 39ª ed., 2007, p.
1.232.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho Convertido o Julgamento em Diligência -


Data da Movimentação 19/02/2020 13:56:56

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5582578.85.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : BANCO BRADESCO S/A
POLO PASSIVO : NAHUR MAIA DE REZENDE
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO BRADESCO S/A


ADVGS. PARTE : 17923 GO - DEOLINDO JOSÉ DE FREITAS JÚNIOR
21748 GO - RENATA BARBOSA FERREIRA SARI

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5582578.85.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5582578.85.2019.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : BANCO BRADESCO S/A.
AGRAVADO : NAHUR MAIA DE REZENDE
RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

DESPACHO

BANCO BRADESCO S/A., interpôs o presente recurso de agravo de instrumento,


inconformado com a decisão contida no evento 306 dos autos originários
(5336048.19.2017.8.09.0051), proferida pela MMª. Juíza de Direito da 24 Vara Cível da Comarca
de Goiânia, Dra. Iara Márcia Franzoni de Lima Costa, nos autos da ação de recuperação judicial,
movida por NAHUR MAIA DE REZENDE (METALÚRGICA RESENDE), a qual autorizou,
mediante alvará, o levantamento de quantia retida na conta do agravado pela instituição
financeira, sob o fundamento de que suficiente a caução prestada pela empresa em recuperação
judicial.

Em vista da ausência de pedido de efeito suspensivo ou antecipação de tutela


constante do recurso, deu-se processamento ao presente agravo (evento 6).

Contudo, insta salientar que quando da interposição deste, tramitava sob esta Relatoria
o Agravo de Instrumento nº. 5479939.86.2019.8.09.0000 no qual o banco impugnava decisão
que deferiu o pleito de liberação dos valores bloqueados pelos bancos Itaú e Bradesco na conta
do recuperando, devendo tais instituições financeiras restituírem à empresa em recuperação
judicial os valores mencionados nas planilhas apresentadas nos autos, no prazo de 05 (cinco)
dias, sob pena de aplicação da multa.

Contudo, em novembro de 2019 o recurso alhures mencionado fora julgado e a


decisão nele impugnada fora reformada, reconhecendo-se a legitimidade dos
descontos/bloqueios perpetrados nas contas do agravado (certidão de trânsito em julgado

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NR.PROCESSO: 5582578.85.2019.8.09.0000
vista no evento 29 – AI 5479939.86.2019.8.09.0000)

Assim, por via reflexa, tem-se por prejudicada a apreciação do presente instrumento,
eis que com a reforma empreendida na decisão que determinou o desbloqueio dos valores sob os
quais se discutem as garantias oferecidas, restaram legitimados os descontos/bloqueios
perpetrados.

Bem por isso, em face da possível perda superveniente do objeto recursal, determino a
intimação do agravante Banco Bradesco S/A para, no prazo de 05 (cinco) dias, se manifestar
a respeito da questão (CPC 933).

Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

32

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:04:44

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0225028.86.2017.8.09.0026
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : GERCY RAMOS LOPES
POLO PASSIVO : JARDIM BRASIL SPE LTDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JARDIM BRASIL SPE LTDA


ADVGS. PARTE : 30848 GO - HENRIQUE BORGES RIBEIRO BAPTISTA
18864 GO - ROGÉRIO BALDUINO LOPES DE CARVALHO

PARTE INTIMADA : ELCI PEREIRA LOPES


ADVG. PARTE : 27395 GO - JOSE LUIZ FERREIRA BARBOSA

PARTE INTIMADA : GERCY RAMOS LOPES


ADVG. PARTE : 27395 GO - JOSE LUIZ FERREIRA BARBOSA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº


0225028.86.2017.8.09.0026, da comarca de Campos Belos, em que figura como
apelante JARDIM BRASIL SPE LTDA e como apelados GERCY RAMOS LOPES e
ELCI PEREIRA LOPES.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer da Apelação Cível e negar-lhe provimento, nos termos do voto da
Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
VOTO

Em proêmio, assinalo que a insurgência recursal da apelante deve ser


conhecida.

Conforme relatado, a controvérsia cinge-se sobre a sentença que julgou


parcialmente procedente o pedido das autoras/apeladas, para declarar a rescisão
contratual e a nulidade da Cláusula 16.6 do contrato firmado entre as partes; condenar
a requerida/apelante a restituir, imediatamente e de um só vez, todo o valor recebido
em razão do contrato com a dedução de apenas 10% (dez por cento) a título de
cláusula penal, bem como dos valores correspondentes ao IPTU pelo tempo em que
permaneceram no imóvel, até a efetiva desocupação.

No recurso, a demandada/apelante defende, em suma, o reconhecimento da


incompetência absoluta do juízo a quo em virtude da cláusula compromissória ajustada
entre as partes, bem como a necessidade de retenção de 25% dos valores a serem
restituídos às apeladas a título de cláusula penal e de 1% (um por cento) sobre o valor
do contrato, devidamente corrigido mensalmente, a título de taxa de fruição da coisa.

Inicialmente, cumpre assinalar que se extrai do ato sentencial o


reconhecimento de que o desfazimento do negócio firmado entre as partes ocorreu por
iniciativa das compradoras/autoras, no sentido de que elas não possuem interesse em
continuar com o contrato firmado com a requerida.

Sob tal espectro, forçoso assinalar que, a despeito da regra do pacta sunt
servanda e da boa-fé objetiva que rege os contratos, cediço que qualquer dos
contratantes poderá manifestar o interesse na resilição do pacto, ficando sujeito às
consequências respectivas.

Nesse prisma, devem ser aplicados à hipótese em comento, como corolário,


os entendimentos referentes à rescisão contratual motivada pelo
adquirente/comprador, no caso, o autor/apelado.

DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
A controvérsia no caso sub judice resume-se em saber se é válida ou não a
cláusula contratual que estipula o compromisso arbitral para a solução de seus
conflitos, tendo em vista a relação consumerista existente entre as partes e a natureza
do contrato (adesão).

Sobre o tema, importante salientar, inicialmente, que a cláusula arbitral é um


compromisso, necessariamente escrito, ainda que em forma de pacto adjeto, cuja
previsão encontra-se inserta na Lei 9.307/96, especialmente em seu artigo 4º, que, por
sua vez estabelece:

Art. 4º. A cláusula compromissória é a convenção através da qual


as partes em um contrato comprometem-se a submeter à
arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal
contrato.

§1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito,


podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento
apartado que a ele se refira.

§2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá


eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem
ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que
por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura
ou visto especialmente para essa cláusula .

Outrossim, da leitura dos dispositivos supramencionados, verifica-se que, nos


contratos de adesão, a cláusula compromissória terá eficácia se o aderente concordar,
por escrito, em documento anexo ou negrito, com a assinatura ou vista especialmente
para tal cláusula.

Por outro lado, o Código de Defesa do Consumidor veda, no seu artigo 51,
inciso VII, a instituição da citada cláusula nos contratos de relação de consumo de
forma compulsória, não se podendo falar em expressa anuência do consumidor nesta
hipótese, permitindo, contudo, a adoção posterior da convenção de arbitragem. Eis o
dispositivo legal:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas


contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
[...]

VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;

Na confluência do exposto, convém esclarecer que na atual sistemática


encontram-se vigentes três regramentos em diferentes graus de especificidades, a
saber: a) regra geral, que é a observância da arbitragem quando pactuada pelas
partes; b) regra específica relativa ao contrato de adesão genérico, contida no artigo
4º, parágrafo 2º, da Lei nº 9.307/96; e c) a regra mais específica, incidentes nos
contratos derivados de relação de consumo, sejam eles de adesão ou não, conforme o
artigo 51, VII, do Código de Defesa do Consumidor.

Nesse sentido, veja-se o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça:

“DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. CONTRATO


DE ADESÃO. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. LIMITES E
EXCEÇÕES. ARBITRAGEM EM CONTRATOS DE
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. CABIMENTO. LIMITES. 1.
Com a promulgação da Lei de Arbitragem, passaram a conviver,
em harmonia, três regramentos de diferentes graus de
especificidade: (i) a regra geral, que obriga a observância da
arbitragem quando pactuada pelas partes, com derrogação da
jurisdição estatal; (ii) a regra específica, contida no art. 4º, § 2º,
da Lei nº 9.307/96 e aplicável a contratos de adesão genéricos,
que restringe a eficácia da cláusula compromissória; e (iii) a regra
ainda mais específica, contida no art. 51, VII, do CDC, incidente
sobre contratos derivados de relação de consumo, sejam eles de
adesão ou não, impondo a nulidade de cláusula que determine a
utilização compulsória da arbitragem, ainda que satisfeitos os
requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. 2. O art. 51, VII, do
CDC se limita a vedar a adoção prévia e compulsória da
arbitragem, no momento da celebração do contrato, mas não
impede que, posteriormente, diante de eventual litígio, havendo
consenso entre as partes (em especial a aquiescência do
consumidor), seja instaurado o procedimento arbitral. 3. As regras
dos arts. 51, VIII, do CDC e 34 da Lei nº 9.514/97 não são
incompatíveis. Primeiro porque o art. 34 não se refere
exclusivamente a financiamentos imobiliários sujeitos ao CDC e
segundo porque, havendo relação de consumo, o dispositivo
legal não fixa o momento em que deverá ser definida a efetiva
utilização da arbitragem. 4. Recurso especial a que se nega
provimento.” (REsp 1169841/RJ, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe
14/11/2012)

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
Analisando detidamente os autos, ressai ser incontroversa a incidência da
relação de consumo havida entre as partes litigantes, pois envolve o Instrumento
Particular de Promessa de Compra e Venda de Imóvel (evento nº 1, arquivo nº 01, fls.
15/29).

Portanto a vendedora e as adquirentes de imóvel (lote), qualificam-se


enquanto fornecedora e consumidoras nos termos dos artigos 2º e 3º, I, do Código de
Defesa do Consumidor, devendo incidir tal regramento.

Da leitura da avença, em particular a sua cláusula compromissória (evento nº


1, arquivo nº 01, fls. 28), é possível identificar que a eleição da 12ª Corte de
Conciliação e Arbitragem e Julgamento de Goiânia (2ª CCAJ – SECOVI – GO), para a
solução dos eventuais litígios, deu-se no momento da celebração do contrato.

Outro ponto a ser considerado é a finalidade da arbitragem. Ao se optar pela


via arbitral, as partes buscam uma alternativa para solução da lide, logo tal escolha
deve ocorrer de forma livre e com o objetivo claro de resolver o conflito.

Desta forma, a propositura da ação pelas consumidoras, demonstra seu


desinteresse (renúncia tácita) quanto à instauração da arbitragem, outrora eleita.
Assim, ainda que tenham concordado com a via alternativa de solução de conflitos ao
assinar o contrato, as consumidoras não ficam vinculadas exclusivamente à
arbitragem.

Neste contexto, posiciono-me no sentido de ser nula de pleno direito a


cláusula contratual que determina a utilização compulsória da arbitragem, mormente
quando elenca uma Corte de Conciliação e Arbitragem em Comarca diversa daquela
em que se encontra o imóvel, concorde com o entendimento previsto no artigo 51,
inciso VII, do Código de Defesa do Consumidor.

Perfilha essa diretiva, o entendimento da jurisprudência de escol, vejamos:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. CONTRATO


DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO. CONTRATO DE ADESÃO.
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. POSSIBILIDADE,
RESPEITADOS DETERMINADAS EXCEÇÕES.1. Um dos nortes
a guiar a Política Nacional das Relações de Consumo é
exatamente o incentivo à criação de mecanismos alternativos de
solução de conflitos de consumo (CDC, art. 4°, § 2°), inserido no
contexto de facilitação do acesso à Justiça, dando concretude às

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
denominadas "ondas renovatórias do direito" de Mauro
Cappelletti. 2. Por outro lado, o art. 51 do CDC assevera serem
nulas de pleno direito "as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: VII - determinem a
utilização compulsória de arbitragem". A mens legis é
justamente proteger aquele consumidor, parte vulnerável da
relação jurídica, a não se ver compelido a consentir com
qualquer cláusula arbitral. 3. Portanto, ao que se percebe, em
verdade, o CDC não se opõe a utilização da arbitragem na
resolução de conflitos de consumo, ao revés, incentiva a criação
de meios alternativos de solução dos litígios; ressalva, no
entanto, apenas, a forma de imposição da cláusula
compromissória, que não poderá ocorrer de forma impositiva. 4.
Com a mesma ratio, a Lei n. 9.307/1996 estabeleceu, como
regra geral, o respeito à convenção arbitral, tendo criado, no
que toca ao contrato de adesão, mecanismos para proteger o
aderente vulnerável, nos termos do art. 4°, § 2°, justamente
porque nesses contratos prevalece a desigualdade entre as
partes contratantes. 5. Não há incompatibilidade entre os arts.
51, VII, do CDC e 4º, § 2º, da Lei n. 9.307/96. Visando conciliar os
normativos e garantir a maior proteção ao consumidor é que
entende-se que a cláusula compromissória só virá a ter eficácia
caso este aderente venha a tomar a iniciativa de instituir a
arbitragem, ou concorde, expressamente, com a sua instituição,
não havendo, por conseguinte, falar em compulsoriedade.
Ademais, há situações em que, apesar de se tratar de
consumidor, não há vulnerabilidade da parte a justificar sua
proteção. 6. Dessarte, a instauração da arbitragem pelo
consumidor vincula o fornecedor, mas a recíproca não se mostra
verdadeira, haja vista que a propositura da arbitragem pelo
policitante depende da ratificação expressa do oblato vulnerável,
não sendo suficiente a aceitação da cláusula realizada no
momento da assinatura do contrato de adesão. Com isso, evita-
se qualquer forma de abuso, na medida em o consumidor detém,
caso desejar, o poder de libertar-se da via arbitral para solucionar
eventual lide com o prestador de serviços ou fornecedor. É que a
recusa do consumidor não exige qualquer motivação. Propondo
ele ação no Judiciário, haverá negativa (ou renúncia) tácita da
cláusula compromissória. 7. Assim, é possível a cláusula
arbitral em contrato de adesão de consumo quando não se
verificar presente a sua imposição pelo fornecedor ou a
vulnerabilidade do consumidor, bem como quando a
iniciativa da instauração ocorrer pelo consumidor ou, no
caso de iniciativa do fornecedor, venha a concordar ou
ratificar expressamente com a instituição, afastada qualquer
possibilidade de abuso. 8. Na hipótese, os autos revelam
contrato de adesão de consumo em que fora estipulada
cláusula compromissória. Apesar de sua manifestação
inicial, a mera propositura da presente ação pelo consumidor
é apta a demonstrar o seu desinteresse na adoção da
arbitragem – não haveria a exigível ratificação posterior da
cláusula-, sendo que o recorrido/fornecedor não aventou em

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
sua defesa qualquer das exceções que afastariam a
jurisdição estatal, isto é: que o recorrente/consumidor
detinha, no momento da pactuação, condições de equilíbrio
com o fornecedor - não haveria vulnerabilidade da parte a
justificar sua proteção; ou ainda, que haveria iniciativa da
instauração de arbitragem pelo consumidor ou, em sendo a
iniciativa do fornecedor, que o consumidor teria concordado
com ela. Portanto, é de se reconhecer a ineficácia da
cláusula arbitral. 9. Recurso especial provido.(REsp
1189050/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 01/03/2016, DJe 14/03/2016), grifei.

Este Egrégio Tribunal de Justiça, a fim de pacificar a questão, editou a


Súmula 45 de seguinte teor:

Em se tratando de relação de consumo, inafastável a


aplicação do artigo 51, VII do CDC, que considera nula de
pleno direito, cláusula que determina a utilização
compulsória de arbitragem, ainda que porventura satisfeitos
os requisitos do artigo 4º, §2º, da Lei nº 9.307/96,
presumindo-se recusada a arbitragem pelo consumidor,
quando proposta ação perante o Poder Judiciário,
convalidando-se a cláusula compromissória apenas quando
a iniciativa da arbitragem é do próprio consumidor. (negritei)
DATA DA APROVAÇÃO: Sessão da Corte Especial de
17/09/2018.

Portanto, em se tratando de relação de consumo, mister a aplicação da regra


específica prevista no Código de Defesa do Consumidor, que considera nula de pleno
direito a cláusula que determina a utilização compulsória de arbitragem, ainda que
porventura satisfeitos os requisitos do artigo 4º, §2º, da Lei nº9.307/96, devendo ser
reconhecida a competência da jurisdição estatal para apreciação e julgamento do feito.

Sendo assim, não vejo motivos para cassar a sentença vergastada, uma
reputo escorreita a conclusão alcançada pelo juízo a quo que rechaçou a cláusula
compromissória e, por via de consequência, rejeito a preliminar de incompetência
absoluta arguida na petição de contestação.

DO PERCENTUAL DE RETENÇÃO

No que pertine ao pedido de majoração do percentual de retenção, fixado


pelo juiz singular em 10% (dez por cento) sobre os valores pagos, de igual modo não

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
merece acolhida a insurgência recursal.

Acerca do tema, sabe-se que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça


tem delimitado os percentuais de retenção da multa penal compensatória, em casos
como o presente, entre 10% (dez por cento) a 25% (vinte e cinco por cento) dos
valores pagos, senão vejamos:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. (…) RETENÇÃO DE
PERCENTUAL DOS VALORES PAGOS EM CASO DE
RESOLUÇÃO CONTRATUAL POR CULPA DO COMPRADOR.
SÚMULAS 7 E 83 DO STJ. AGRAVO INTERNO
PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO,
DESPROVIDO. (…) 2. A jurisprudência desta Corte Superior
está orientada no sentido de permitir a retenção no
percentual entre 10% e 25% dos valores pagos quando
houver resolução do compromisso de compra e venda por
culpa do compromitente comprador, bem como proibir a
revisão do valor estabelecido nesta circunstância, por implicar
reexame fáticoprobatório. (...) 3. Agravo interno parcialmente
conhecido e, nessa extensão, desprovido. (STJ, AgInt no AREsp
1140299/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe 19/12/2017.
Negritei).

No caso, a Cláusula 16 – Consequências da Rescisão prevê, a título de


cláusula penal compensatória (cláusula 16.6), a quantia correspondente a 25% (vinte e
cinco por cento) dos valores pagos, a serem descontados do montante a restituir.

Ocorre que, a jurisprudência desta Corte Estadual tem firmado o


entendimento de que 10% (dez por cento) é o percentual de retenção ideal, na medida
em que atende aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sem gerar
enriquecimento ilícito da construtora, sobretudo porque o imóvel objeto da
contenda poderá ser renegociado. A propósito:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL COM


PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. CLÁUSULA DE
ARBITRAGEM. NULIDADE. ILEGITIMIDADE CORRETORA.
AFASTADA. PERCENTUAL DE RETENÇÃO. RAZOÁVEL.
JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA A PARTIR DO TRÂNSITO EM
JULGADO. CORREÇÃO MONETÁRIA. IGPM ATÉ O
AJUIZAMENTO DA AÇÃO. RESTITUIÇÃO DE FORMA
PARCELADA. INDEVIDA. HONORÁRIOS. MAJORADOS. […] 3.
A jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça e

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
deste egrégio Tribunal de Justiça está orientada no sentido
de permitir a retenção, pela vendedora, de 10 (dez) a 25%
(vinte e cinco por cento) dos valores pagos, consistindo,
contudo, a retenção de 10% (dez por cento), o mais justo e
adequado, eis que atende aos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, sem acarretar enriquecimento ilícito da
construtora, a qual poderá, inclusive, renegociar o imóvel.
[…] APELO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJGO,
APELACAO 0247115-18.2016.8.09.0011, Rel. JAIRO FERREIRA
JUNIOR, 6ª Câmara Cível, julgado em 19/03/2019, DJe de
19/03/2019. Negritei).

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C


RESTITUIÇÃO DE IMPORTÂNCIA PAGA. CLÁUSULA
COMPROMISSÓRIA E ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
INCORPORADORA RECORRENTE. PRECLUSÃO.
DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. CULPA DO
C OMPRADOR. DEVOLUÇÃO DE PARCELA S PAGAS.
RETENÇÃO DE 10% (DEZ POR CENTO) SOBRE OS VALORES
PAGOS. PARCELA ÚNICA. INDENIZAÇÃO POR FRUIÇÃO DO
IMÓVEL. NÃO COMPROVAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA.
DATA DE CADA DESEMBOLSO. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO EM GRAU RECURSAL. [...] 2.
Na hipótese de rescisão contratual por culpa do comprador,
entende a jurisprudência pela razoabilidade da retenção de
dez por cento (10%) das prestações pagas a título de multa
penal compensatória pelas despesas inerentes à negociação
realizada. Inteligência da Súmula n.º 41 do TJGO. […]
APELAÇÃO CÍVEL PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESTA
PARTE, DESPROVIDA. (TJGO, Apelação (CPC) 5030057-
38.2017.8.09.0051, Rel. NORIVAL DE CASTRO SANTOMÉ, 6ª
Câmara Cível, julgado em 01/03/2019, DJe de 01/03/2019.
Negritei).

APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. AÇÃO DE


RESCISÃO DE CONTRATO C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES E
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. APLICABILIDADE DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. [...] CULPA
EXCLUSIVA DO COMPRADOR. RESTITUIÇÃO PARCIAL DAS
PRESTAÇÕES PAGAS. 2. Segundo a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça, nas hipóteses de rescisão contratual de
promessa de compra e venda motivada pelo comprador, a
retenção do total das quantias pagas pelo vendedor tem sido
admitida entre 10% e 25%, conforme as circunstâncias de cada
caso. 3. Comprovada a ausência de responsabilidade das
vendedoras/apelantes para a resolução do contrato, afigura-se
razoável a retenção de 10% (dez por cento) dos valores pagos,
eis que atende aos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, sem acarretar enriquecimento ilícito da

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
construtora, a qual poderá, inclusive, renegociar o imóvel. [...]
APELAÇÃO E RECURSO ADESIVO CONHECIDOS E
DESPROVIDOS. (TJGO, Apelação (CPC) 0174100-
95.2013.8.09.0051, Rel. NELMA BRANCO FERREIRA PERILO,
4ª Câmara Cível, julgado em 17/12/2018, DJe de 17/12/2018).

Nesse espectro, entendo que deve ser mantida a sentença que fixou o
percentual de 10% (dez por cento) a título de retenção do valor a ser devolvido à
requerida/apelante.

DA TAXA DE FRUIÇÃO

A taxa de fruição, também conhecida como taxa de ocupação, representa


uma indenização ao proprietário pela posse indevida de seu imóvel, com o objetivo de
compensá-lo pela renda que deixou de auferir com o mesmo, posto que aplicável ao
caso o princípio da vedação ao locupletamento ilícito.

Sendo assim, impera que a insurgência da apelante não logre êxito também
nesse ponto, pois, no caso em exame, observa-se que o imóvel objeto da lide cuida-se
de um lote vago, ou seja, um terreno sem qualquer edificação.

Ora, tratando-se de um lote vago, não há que se falar em taxa de ocupação,


não só pelo fato do imóvel ter se valorizado ao longo do tempo, mas também porque a
coisa, em razão da atividade econômica da apelante, poderá ser renegociada.

Colhe-se, nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA C/C


REPARAÇÃO DE DANOS. TAXA DE FRUIÇÃO PELA
OCUPAÇÃO INDEVIDA DE IMÓVEL. AUSÊNCIA DE
EDIFICAÇÃO NO LOTE QUE JUSTIFIQUE A FIXAÇÃO DE TAL
VERBA. INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS/ACESSÕES.
POSSIBILIDADE. POSSUIDORA DE BOA-FÉ.
RESPONSABILIZAÇÃO DA RÉ PELOS TRIBUTOS E
ENCARGOS REFERENTES AO IMÓVEL DURANTE O
PERÍODO DE OCUPAÇÃO. PEDIDO EXORDIAL NÃO
ANALISADO NA SENTENÇA. VÍCIO CITRA PETITA.
APLICAÇÃO DO ART. 1.013, § 3º, III, DO CPC. JULGAMENTO
PELO TRIBUNAL. OMISSÃO DO JULGADO TAMBÉM NO
TOCANTE AO PEDIDO RELATIVO AOS LOTES 07 E 08.

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. SUPRESSÃO DE OFÍCIO. I. A
verba de fruição, também conhecida como taxa de ocupação,
representa uma indenização ao proprietário pela posse indevida
do seu imóvel, com o objetivo de compensá-lo pela renda que
deixou de auferir, em atenção ao princípio da vedação ao
locupletamento ilícito. II. Tratando-se de lote vago sem
qualquer edificação, não há falar em proveito econômico
proporcionado pelo imóvel e auferido pela ré, capaz de
ensejar a recomposição a título de sua fruição. III. [...]
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
SENTENÇA REFORMADA DE OFÍCIO. (TJGO, APELAÇÃO
0178010-51.2016.8.09.0011, Rel. LUIZ EDUARDO DE SOUSA,
1ª Câmara Cível, julgado em 13/06/2019, DJe de 13/06/2019)

Ante o exposto, CONHEÇO do Recurso de Apelação Cível mas NEGO-LHE


PROVIMENTO, mantendo a sentença atacada por esses e seus próprios fundamentos.

Outrossim, majoro os honorários da fase recursal para 20% sobre o valor da


condenação, com fulcro no artigo 85, parágrafo 11º, do Código de Processo Civil.

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL


C/C RESTITUIÇÃO DE QUANTIAS PAGAS. RELAÇÃO DE
CONSUMO. CONTRATO DE ADESÃO. CLÁUSULA
COMPROMISSÓRIA. NULIDADE. PERCENTUAL DE RETENÇÃO.
TAXA DE FRUIÇÃO OU OCUPAÇÃO. LOTE NÃO EDIFICADO.
IMPOSSIBILIDADE. I. A propositura da ação pelas consumidoras,
demonstra seu desinteresse (renúncia tácita) quanto à instauração
da arbitragem, outrora eleita. Assim, ainda que tenham

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
concordado com a via alternativa de solução de conflitos ao
assinar o contrato, as consumidoras não ficam vinculadas
exclusivamente à arbitragem. II. Na hipótese de rescisão contratual
de compromisso de compra e venda por iniciativa do comprador,
com base no posicionamento do STJ, a jurisprudência do TJGO
tem firmado o entendimento de que 10% (dez por cento) é o
percentual de retenção ideal, na medida em que atende aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, sem gerar
enriquecimento ilícito da construtora, sobretudo porque o imóvel
objeto da contenda poderá ser renegociado, pelo que deve ser
mantida a sentença nesse ponto. III. Tratando-se de lote vago, não
há que se falar em taxa de fruição ou ocupação, não só pelo fato
do imóvel ter se valorizado ao longo do tempo, mas também
porque a coisa, em razão da atividade econômica da apelante,
poderá ser renegociada. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E
IMPROVIDA.

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NR.PROCESSO: 0225028.86.2017.8.09.0026
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO
CONTRATUAL C/C RESTITUIÇÃO DE QUANTIAS PAGAS.
RELAÇÃO DE CONSUMO. CONTRATO DE ADESÃO.
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. NULIDADE.
PERCENTUAL DE RETENÇÃO. TAXA DE FRUIÇÃO OU
OCUPAÇÃO. LOTE NÃO EDIFICADO. IMPOSSIBILIDADE. I.
A propositura da ação pelas consumidoras, demonstra seu
desinteresse (renúncia tácita) quanto à instauração da
arbitragem, outrora eleita. Assim, ainda que tenham
concordado com a via alternativa de solução de conflitos
ao assinar o contrato, as consumidoras não ficam
vinculadas exclusivamente à arbitragem. II. Na hipótese de
rescisão contratual de compromisso de compra e venda
por iniciativa do comprador, com base no posicionamento
do STJ, a jurisprudência do TJGO tem firmado o
entendimento de que 10% (dez por cento) é o percentual de
retenção ideal, na medida em que atende aos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, sem gerar
enriquecimento ilícito da construtora, sobretudo porque o
imóvel objeto da contenda poderá ser renegociado, pelo
que deve ser mantida a sentença nesse ponto. III. Tratando-
se de lote vago, não há que se falar em taxa de fruição ou
ocupação, não só pelo fato do imóvel ter se valorizado ao
longo do tempo, mas também porque a coisa, em razão da
atividade econômica da apelante, poderá ser renegociada.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E IMPROVIDA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 19/02/2020


14:08:33

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5090469.17.2018.8.09.0174
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : MARCAL FERNANDES MARTINS DE CAMPOS
POLO PASSIVO : JOWA PARTICIPACOES LTDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOWA PARTICIPACOES LTDA


ADVG. PARTE : 28449 GO - RENATO CHAGAS CORRÊA DA SILVA

PARTE INTIMADA : MARCAL FERNANDES MARTINS DE CAMPOS


ADVG. PARTE : 44643 GO - SEMI SLEIMAN GIDRAO NETO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5090469.17.2018.8.09.0174
tribunal
PODER JUDICIÁRIO
de justiça TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

do estado
Gabinete do Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
de goiás

Rua 10, n.º 150 , Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury , 12º Andar , Sala 1229, Setor Oeste , Goiânia-GO, CEP 74120020, Tel: (62) 3216-2964

Processo : 5090469.17.2018.8.09.0174
Nome CPF/CNPJ
Promovente(s)
MARCAL FERNANDES MARTINS DE CAMPOS --
Nome CPF/CNPJ
Promovido(s)
JOWA PARTICIPACOES LTDA --
Órgão 1ª Câmara
Tipo de Ação / Recurso Procedimento Comum
judicante: Cível
Relator Des. ORLOFF NEVES ROCHA

DESPACHO

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade do apelo, recebo o recurso interposto


no evento 44 no duplo efeito, com fulcro nos art. 1.012 e 1.013 do CPC.

Após, volvam-me os autos conclusos para julgamento.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

__________________________________________
Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
Relator
_____________________________________________________________________
_____
Documento emitido / assinado digitalmente
com fundamento no Art. 1º, § 2º III, "b", da Lei Federal nº 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

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NR.PROCESSO: 5090469.17.2018.8.09.0174

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 19/02/2020


14:14:08

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5083473.69.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : CARLOS ANTONIO SUCENA
POLO PASSIVO : BANCO ITAU SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CARLOS ANTONIO SUCENA


ADVG. PARTE : 37440 GO - RONICLEY NUNES RIBEIRO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5083473.69.2020.8.09.0000
tribunal
PODER JUDICIÁRIO
de justiça TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

do estado
Gabinete do Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
de goiás

Rua 10, n.º 150 , Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury , 12º Andar , Sala 1229, Setor Oeste , Goiânia-GO, CEP 74120020, Tel: (62) 3216-2964

Processo : 5083473.69.2020.8.09.0000
Nome CPF/CNPJ
Promovente(s)
Carlos Antonio Sucena 233.201.091-20
Nome CPF/CNPJ
Promovido(s)
Banco Itau Sa 60.701.190/0001-04
Órgão 1ª Câmara
Tipo de Ação / Recurso Agravo de Instrumento ( CPC )
judicante: Cível
Relator Des. ORLOFF NEVES ROCHA

DESPACHO

O direito à gratuidade não é amplo e absoluto, porque possível, fundamentadamente,


seu indeferimento, caso existam nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos
legais para a concessão (artigo 99, § 2º, Código de Processo Civil de 2015).

A orientação destaca disposição constitucional (artigo 5º, inciso LXXIV), segundo a


qual o Estado prestará assistência judiciária integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos, garantia que possibilita ao juiz avaliar a veracidade das alegações de
hipossuficiência financeira. Entendimento corroborado pela Súmula nº 25 deste Tribunal de
Justiça.

Forte nessas considerações, à míngua de informações nos autos, observa-se que,


apesar de o Agravante alegar que faz jus ao benefício da justiça gratuita, necessário comprovar
a hipossuficiência financeira.

Nesse sentido, determino a intimação do Recorrente para que, no prazo de 5 (cinco)


dias, apresente provas efetivas da hipossuficiência financeira, tais como declaração de imposto
de renda, gastos mensais, extratos bancários, e outros, a fim de comprovar a necessidade do
benefício em questão.

Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

__________________________________________
Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5083473.69.2020.8.09.0000
_____________________________________________________________________
_____
Documento emitido / assinado digitalmente
com fundamento no Art. 1º, § 2º III, "b", da Lei Federal nº 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 08:23:14

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0518230.67.2009.8.09.0171
CLASSE PROCESSUAL : Monitória ( CPC )
POLO ATIVO : CONASPLAN CONTABILIDADE
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE NOVA ROMA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CONASPLAN CONTABILIDADE


ADVGS. PARTE : 40961 GO - ALEX AGUIAR ADORNO
7036 GO - ELSON TAVEIRA ADORNO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0518230.67.2009.8.09.0171
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0518230.67.2009.8.09.0171

COMARCA DE IACIARA

APELANTE : MUNICÍPIO DE NOVA ROMA


APELADO : CONASPLAN CONTABILIDADE
RELATOR : Juiz FERNANDO DE CASTRO MESQUITA

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. ADMISSIBILIDADE. FAZENDA PÚBLICA. SUMULA


339 DO STJ. SERVIÇO DE CONTABILIDADE PRESTADO E NÃO PAGO. ÔNUS PROBATÓRIO DO RÉU
EMPREGADOR. NÃO COMPROVAÇÃO DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR.

I – É cabível ação monitória contra Fazenda Pública, nos termos da súmula 339 do STJ.

II - Não tendo o apelante se desincumbido do ônus que lhe competia, qual seja, comprovar a quitação dos
serviços prestados pela parte apelada, correta a sentença que julgou procedente o pedido de pagamento da
quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

III - Nos termos do § 11 do art. 85 do CPC, este Tribunal, ao julgar o recurso, arbitrará os honorários
sucumbenciais recursais levando em conta o trabalho adicional realizado pelo causídico na instância
revisora.

RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº 0518230.67.2009.8.09.0171, da


Comarca de IACIARA, interposta por MUNICÍPIO DE NOVA ROMA.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás, por unanimidade, EM CONHECER DA APELAÇÃO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do
Relator.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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Assinado por FERNANDO DE CASTRO MESQUITA
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NR.PROCESSO: 0518230.67.2009.8.09.0171
VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS
DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

FERNANDO DE CASTRO MESQUITA

Juiz de Direito Substituto em 2º Grau

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0518230.67.2009.8.09.0171

COMARCA DE IACIARA

APELANTE : MUNICÍPIO DE NOVA ROMA


APELADO : CONASPLAN CONTABILIDADE
RELATOR : Juiz FERNANDO DE CASTRO MESQUITA

VOTO

Admito o recurso, porquanto presentes os requisitos legais.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0518230.67.2009.8.09.0171
Conforme relatado, em sede de razões recursais, o recorrente insurge-se em face da sentença que o condenou a
pagar ao autor a quantia de R$ 15.228,75 (quinze mil duzentos e vinte e oito reais e setenta e cinco centavos), relativa ao serviço
prestado pela parte apelada.

Preliminarmente, sem fundamento a alegação de inadmissibilidade de ação monitória contra a Fazenda Pública,
diante do disposto na súmula 339 do STJ: “é cabível ação monitória contra a Fazenda Pública”.

A lei 4.320/64, que estatui normas gerais para elaboração e controle dos orçamentos e balanços dos entes públicos,
em seu art. 58, dispõe: “O empenho de despesa é ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de
pagamento pendente ou não de implemento de condição.”

Assim, a emissão das notas de empenho representam reserva de dotação orçamentária apta a fazer frente à
determinada obrigação assumida pelo ente público em face dos serviços prestados, constituindo, ainda, um verdadeiro
reconhecimento de débito pelo Município.

Analisando o caderno processual, verifica-se que o autor busca receber a quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
relativa a prestação de serviço de contabilidade, no ano de 2008. Para tanto, juntou contratos nos valores de R$ 60.915,00
(sessenta mil novecentos e quinze reais) e R$ 30.456,84 (trinta mil quatrocentos e cinquenta e seis reais e oitenta e quatro
centavos), bem como os empenhos de fl.16.

As testemunhas inquiridas confirmam a prestação de serviços pela recorrida. Além disso, o prefeito e secretário à
época confirmaram que no final da gestão restou um débito na ordem de R$ 15.000,00(quinze mil reais).

Por outro lado, o réu em nenhum momento comprovou a não prestação dos serviços pela requerente ou que estes
tenham sido efetivamente pagos.

Dessa forma, não se desincumbindo a parte ré do encargo previsto no artigo 373, inciso II, do CPC, qual seja, a
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, deve ser mantida a sentença que julgou procedente o
pedido de pagamento da quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Por fim, impende fixar os honorários advocatícios sucumbenciais pelo trabalho adicional desempenhado na instância
recursal, nos termos do art. 85, §11, CPC1.

Ante as razões expostas, nego provimento ao recurso, mantendo a sentença por estes e seus próprios
fundamentos. Nos termos do art. 85, §11º, CPC, majoro a verba honorária anteriormente fixada para doze por cento (12%)
sobre o valor da condenação.

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NR.PROCESSO: 0518230.67.2009.8.09.0171
É o VOTO.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

FERNANDO DE CASTRO MESQUITA

Juiz de Direito Substituto em 2º Grau

17

_____________________________________________________________

1Art.85.(…)

§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado
em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação
de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de
conhecimento.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0518230.67.2009.8.09.0171
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0518230.67.2009.8.09.0171

COMARCA DE IACIARA

APELANTE : MUNICÍPIO DE NOVA ROMA


APELADO : CONASPLAN CONTABILIDADE
RELATOR : Juiz FERNANDO DE CASTRO MESQUITA

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. ADMISSIBILIDADE. FAZENDA PÚBLICA. SUMULA


339 DO STJ. SERVIÇO DE CONTABILIDADE PRESTADO E NÃO PAGO. ÔNUS PROBATÓRIO DO RÉU
EMPREGADOR. NÃO COMPROVAÇÃO DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR.

I – É cabível ação monitória contra Fazenda Pública, nos termos da súmula 339 do STJ.

II - Não tendo o apelante se desincumbido do ônus que lhe competia, qual seja, comprovar a quitação dos
serviços prestados pela parte apelada, correta a sentença que julgou procedente o pedido de pagamento da
quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

III - Nos termos do § 11 do art. 85 do CPC, este Tribunal, ao julgar o recurso, arbitrará os honorários
sucumbenciais recursais levando em conta o trabalho adicional realizado pelo causídico na instância
revisora.

RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 17/02/2020


08:36:46

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0050738.55.2017.8.09.0006
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : JORGE MAURO ARAUJO COLPO
POLO PASSIVO : SEGURADORA LIDER DO CONSORCIO DO SEGURO DPVAT SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SEGURADORA LIDER DO CONSORCIO DO SEGURO DPVAT SA


ADVG. PARTE : 13721 GO - JACÓ CARLOS SILVA COELHO

PARTE INTIMADA : JORGE MAURO ARAUJO COLPO


ADVG. PARTE : 36986 GO - ERICO DE OLIVEIRA DELLA TORRES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0050738.55.2017.8.09.0006
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL N. 0050738.55.2017.8.09.0006- AGRAVO INTERNO,
da Comarca de ANÁPOLIS, interposta por SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A.

ACORDAM os integrantes da Primeira Turma Julgadora da 1ª Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade, EM NÃO CONHECER DO AGRAVO INTERNO, COMINANDO MULTA, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do RELATOR, a Desª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI e a Desª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO.

PRESIDIU o julgamento, o Desembargador LUIZ EDUARDO DE SOUSA.

PRESENTE à sessão o Procurador de Justiça, Dr. RODOLFO PEREIRA LIMA JÚNIOR .

Custas de lei.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0050738.55.2017.8.09.0006
APELAÇÃO CÍVEL N. 0050738.55.2017.8.09.0006

COMARCA DE ANÁPOLIS

APELANTE: SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO

SEGURO DPVAT S/A

APELADO: JORGE MAURO ARAÚJO COLPO

RELATOR: DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

AGRAVO INTERNO

VOTO

Inicialmente é necessário esclarecer que na decisão monocrática o recurso de apelação foi desprovido, porquanto as teses
cogitadas pelo apelante confrontavam as orientações firma-das em precedentes obrigatórios.

Denota-se que o propósito da norma instituída no art. 932, inciso IV do Código de Processo Civil é para o relator de-cidir
unipessoalmente o recurso; é abreviar o julgamento, raciona-lizar a atividade judiciária e prestigiar a autoridade do precedente
obrigatório (arts. 926 e 927 CPC). Logo, indiscutível a autorização legal para chancelar o modo do julgamento como proferido.

Em que pese a decisão monocrática desafiar a inter-posição do agravo interno (arts. 1.021 CPC e 64 RITJGO) atesto sua
inadmissibilidade, notadamente por ausência de impugnação específica ao fundamento utilizado na decisão ora agravada.

O recorrente limitou-se a reafirmar as mesmas ques-tões por si defendidas no recurso apelatório, sem infirmar objeti-vamente os
argumentos e a motivação judicial usada para despro-ver o seu recurso, tampouco fez a distinção objetiva e qualitativa do
precedente citado ao presente caso.

Sendo assim, descumpriu o ônus da dialeticidade e atraiu a incidência da norma prevista no art. 1.021, §1º do Código de Processo
Civil. Nesse sentido é elucidativo o acervo doutrinário e jurisprudencial:

“… . O agravo interno que não patrocina específica im-pugnação da decisão agravada ou que não
realizada ade-quada distinção entre os casos não deve ser conhecido pelo órgão colegiado. A
imposição legal de atenção ao caso concreto (arts. 319, III, e 489, § 1º, I, CPC) como meio de evitar a

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NR.PROCESSO: 0050738.55.2017.8.09.0006
litigância patronizada, sem conexão com os fatos da causa, evidenciada pela necessidade de impugnação
específica dos fundamentos da decisão e de elaboração de distinções entre ca-sos, não grava apenas as
partes e seus advogados” (MARINO-NI, Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil co-mentado, São
Paulo: Ed. RT, 2015, p. 952).

“ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO IN-TERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS ADOTADOS PELA
DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/-STJ. MANIFESTA INADMISSIBILIDADE DO AGRAVO IN-TERNO.
MULTA PREVISTA NO ART. 1.021, § 4º, DO CPC/-2015. INCIDÊNCIA, NA ESPÉCIE. 1. Inviável a
apreciação do agravo interno que deixa de atacar especificamente os fun-damentos da decisão agravada,
incidindo, portanto, a Súmula 182/STJ. 2. Agravo interno não conhecido, com aplicação da multa prevista no
art. 1021, § 4º, do CPC/2015, ora fixada em 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa” (STJ, 1ª
Turma, AgInt no REsp 1694107/AM, acórdão unânime de 22/05/18, DJe 30/05/18, Rel. Min. Sérgio
Kukina).

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO


ADMINISTRATI-VO Nº 3/STJ. SERVIDOR PÚBLICO. AUSÊNCIA DE IM-PUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS
FUNDAMENTOS DA DECI-SÃO AGRAVADA. INOBSERVÂNCIA DO ART. 1021, § 1º DO CPC/2015 E DO
ART. 259, § 2º, DO RISTJ. AGRAVO NÃO CONHECIDO. 1. Omissis. 2. No presente agravo interno, por sua
vez, a parte agravante não impugnou os fundamentos da decisão agravada, limitando-se a afirmar que seria
indevida a incorporação de quintos e décimos por servidores pelo exercí-cio de funções gratificadas no
período compreendido entre a edição da Lei nº 9.624/98 e a Medida Provisória nº 2.225-45/-2001, ante a
ausência de norma expressa autorizadora, confor-me entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal
no julgamento do RE nº 638.115. 3. A falta de impugnação especí-fica dos fundamentos da decisão agravada
inviabiliza o conheci-mento do agravo interno, nos termos do art. 1021, § 1º, do CPC/2015, bem como do art.
259, § 2º, do RISTJ. 4. Agravo in-terno não conhecido” (STJ, 2ª Turma, AgInt no REsp 1643590/RS,
acórdão unânime de 22/05/18, DJe 29/05/18, Rel. Min. Mauro Campbell Marques).

“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. (… .). DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. DA NÃO


IMPUG-NAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO RECORRIDA. DA MANUTENÇÃO DA DECISÃO
UNIPESSOAL. DA IN-TEMPESTIVIDADE. 1. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno
para o respectivo órgão colegiado (art. 1.021, caput, CPC/15). 2. O princípio da dialeticidade impõe ao
Recorrente o dever de rebater os pontos que foram decididos na decisão atacada, expondo os fundamentos
de fato e de direi-to que embasem o seu inconformismo. 3. Não sendo rebatidos especificamente os
fundamentos da decisão, incorre-se em vio-lação ao princípio da dialeticidade, o que conduz ao não
conhe-cimento do recurso. (… .). 7. Agravo interno parcialmente co-nhecido e, nesta parte, desprovido” (
TJGO, 5ª Câmara Cível, AgInt no AI n. 5304148.74, acórdão unânime de 17/04/18, DJe de 17/4/18, Rel.
Juiz Dr. Roberto Horácio Rezende).

Demais disso, agrego que, na hipótese, é cabível a aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º do Código de Pro-cesso Civil,
tendo em vista a manifesta inadmissibilidade do agravo interno, que deixou de tecer quaisquer considerações sobre o
en-tendimento firmado em sede de súmula do Superior Tribunal de Justiça e utilizada como motivação para o julgamento, apenas
tra-vestindo o apelo em agravo interno, com reprodução ipsis litteris dos argumentos já exaustivamente debatidos e decididos.

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NR.PROCESSO: 0050738.55.2017.8.09.0006
Sobre o tema, eis a jurisprudência desta Corte:

“AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. ABUSIVIDADE.


APLICABILIDA-DE DA SÚMULA Nº 63 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS.
DESPROVIMENTO. MULTA. ART. 1.021, § 4º, CPC. 1 - Correta a decisão agravada que funda-mentou-se
em entendimento consolidado pelo Tribunal de Justi-ça de Goiás através da Súmula nº 63 acerca da
abusividade dos contratos de empréstimos concedidos na modalidade cartão de crédito consignado. 2 - O
agravante faz uso do recurso apenas para provocar o órgão colegiado ao reexame de matéria ampla-mente
debatida e rejeitada na decisão monocrática. Não se apresenta aqui nenhum elemento fatual novo nem,
tampouco, fundamento jurídico apto a desconstituir a opção hermenêutica do julgado, impondo-se o
desprovimento do agravo interno. 3 - Nos termos do art. 1.021, § 4º, CPC, cabível a fixação de multa em
caso de votação unânime de improcedência do agravo. 4 - Agravo interno conhecido e desprovido” (4ª
Câmara Cível, Apelação Cível 5481777-76.2017.8.09.0051, acórdão unâ-nime de 18/10/19, DJe de
18/10/19, Rel. Juiz Dr. Reinaldo Alves Ferreira).

“AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AS RAZÕES


DA DECISÃO MONOCRÁTICA. RECURSO NÃO CONHECIDO. MULTA APLICADA. 1 - O princípio da
dialeticidade impõe ao recor-rente o dever de rebater os pontos que foram decididos na deci-são atacada,
expondo os fundamentos de fato e de direito que embasem o seu inconformismo. Não sendo rebatidos
especifica-mente os fundamentos da decisão, incorre-se em violação ao princípio da dialeticidade, o que
conduz ao não conhecimento do recurso. O Agravo Interno não merece conhecimento, haja vista que o
Agravante laborou no mesmo erro da Apelação Cí-vel, ou seja, mais uma vez não impugnou especificamente
as ra-zões da decisão recorrida, qual seja, Decisão Monocrática, obje-to deste Agravo de Interno. 2 - Como
este agravo interno não foi sequer conhecido à unanimidade, é imperativa a observân-cia ao disposto no §4º
do art. 1.021 do CPC2, aplicando-se, em desproveito do agravante, multa em valor correspondente a 2%
(dois por cento) do valor atualizado da causa. Agravo Interno não conhecido. Multa aplicada” (3ª Câmara
Cível Apelação Cível n. 5272121-75.2018.8.09.0041, acórdão unânime de 14/10/19, DJe de 14/10/19, Rel.
Juiz Dr. Romério do Car-mo Cordeiro).

“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DE-CISÃO MONOCRÁTICA QUE NÃO


CONHECEU DO AGRA-VO DE INSTRUMENTO ANTE A SUA INTEMPESTIVIDA-DE. AUSÊNCIA DE FATO
NOVO. DESPROVIMENTO. 1 - Merece permanecer inalterada a decisão recursada, porque não trazidos
pelos agravantes argumentos suficientes a justifi-car a modificação da decisão que deixou de conhecer do
instru-mental, ante a intempestividade recursal. 2- Diante da manifes-ta improcedência do agravo interno
impõe-se a observância do artigo 1.021, § 4º, do CPC/2015, para condenar os agravantes a pagarem à parte
agravada multa de 2% (dois por cento) sobre o valor corrigido da causa. 3 - Agravo interno desprovido” (6ª
Câmara Cível, Agravo de Instrumento n. 5171460-17.-2018.8.09.0000, acórdão unânime de 04/10/19,
DJe de 04/10/19, Rel. Des. Norival Santomé).

Assim, a sanção deve ser arbitrada em 3% (três por cento) do valor atualizado da causa.

Com estas considerações, inadmito o agravo inter-no, com cominação de multa.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0050738.55.2017.8.09.0006
É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

11 RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0050738.55.2017.8.09.0006
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete Des. Luiz Eduardo de Sousa

AGRAVO INTERNO

EMENTA: AGRAVO INTERNO EM RECURSO DE APELAÇÃO. JULGAMENTO UNIPESSOAL.


AU-SÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS ADOTADOS NA DECISÃO
RECORRIDA. REPRODUÇÃO DO RECURSO AN-TERIOR. INADMISSIBILIDADE DO AGRAVO INTERNO.
MULTA.

I – Inviável a apreciação do agravo interno que não rebateu, de modo específico, os fundamentos da de-cisão
recorrida, nos termos da previsão contida no art. 1.021, § 1º do Código de Processo Civil.

II – Em razão do princípio da dialeticidade, deve o recorrente patrocinar uma adequada e objetiva


im-pugnação do julgamento, como meio de evitar a liti-gância padronizada.

III - Agravo interno inadmitido, com aplicação da multa prevista no art. 1021, § 4º do Código de Pro-cesso
Civil.

AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO. COMI-NAÇÃO DE MULTA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:08:20

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0193453.57.2016.8.09.0006
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : ANDREZINA MARIA DE SANTANA MORAES
POLO PASSIVO : SEGURADORA LIDER DOS CONSORCIOS DE SEGURO DPVAT
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANDREZINA MARIA DE SANTANA MORAES


ADVG. PARTE : 36986 GO - ERICO DE OLIVEIRA DELLA TORRES

PARTE INTIMADA : SEGURADORA LIDER DOS CONSORCIOS DE SEGURO DPVAT


ADVG. PARTE : 15634 GO - ADRIANO WALDECK FELIX DE SOUSA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
APELAÇÃO CÍVEL Nº 193453.57.2016.8.09.0006
COMARCA DE ANÁPOLIS

APELANTE: ANDREZINA MARIA DE SANTANA MORAES


APELADO: SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT
RELATORA: DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

VOTO

Satisfeitos os requisitos de admissibilidade, recebo o recurso.

Conforme relatado, trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta por ANDREZINA MARIA


DE SANTANA MORAES, contra a sentença proferida pelo Juiz de Direito da 1ª Vara
Cível da Comarca de Anápolis, Dr. Eduardo Walmory Sanches, nos autos da Ação de
Cobrança ajuizada pela ora apelante em desfavor da SEGURADORA LÍDER DOS
CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT.

A sentença embatida foi proferida nos seguintes termos:

“(…) DIANTE DO EXPOSTO, e por tudo mais que consta dos


autos, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, uma vez
que a parte requerida não logrou êxito em comprovar a sequela
física permanente, não fazendo “jus” a parte autora a nenhum
valor indenizatório e não atendendo aos requisitos exigidos pelos
artigos 3º e 5° da Lei nº 6.194/1974. Condeno o autor a pagar as
custas do processo e os honorários advocatícios do patrono dos
réus que ora fixo em quantia equivalente a 20% (vinte por cento)
sobre o valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85, § 2º,
ficando suspensa a exigibilidade da referida verba, nos moldes
do artigo 98, parágrafo terceiro, ambos do CPC. Julgo extinto o
processo com resolução de mérito nos termos do artigo 487, I do
CPC.

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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
Em caso de interposição de recurso de apelação, intime-se a
parte apelada para apresentar as suas contrarrazões no prazo de
15 (quinze) dias, nos termos do art. 1.010, §1º, do Código de
Processo Civil.
Findo o prazo, com ou sem as contrarrazões, certifique-se e
remetam-se os autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás. No entanto, caso seja interposta apelação adesiva, intime-
se a parte apelante (apelada do segundo recurso) para
apresentar as contrarrazões, também em 15 (quinze) dias.
Expirado o prazo acima, com ou sem as contrarrazões ao recurso
adesivo, certifique-se e rematam-se os autos ao Tribunal de
Justiça, nos termos do art. 1.010, §3º, também do Código de
Processo Civil.
Com o trânsito em julgado desta sentença, arquivar e baixar.”
(evento 41)

A insurgência da apelante cinge-se, em suma, na nulidade do exame pericial, por ter


sido realizado por fisioterapeuta, ao fundamento de que este não possui competência
para identificar seu grau de invalidez.

Pois bem.
Sobre o tema, sabe-se que a prova pericial destina-se a esclarecer questão técnica ou
científica indispensável para o deslinde da causa, figurando o perito como auxiliar do
julgador.

Na presente hipótese, vê-se a necessidade da realização de perícia médica a fim de


atestar o estado de invalidez total ou permanente da autora/apelante, decorrente do
acidente automobilístico individualizado na preambular.

Nesse contexto, é cediço que a Lei 6.194/74, apesar de não exigir o laudo do IML
como requisito indispensável para pagamento do seguro DPVAT, elenca-o como um
elemento de prova que se pode valer o postulante para a demonstração de seu direito.
Vejamos:

“Art. 5º

(...)
§ 5º O Instituto Médico Legal da jurisdição do acidente ou da
residência da vítima deverá fornecer, no prazo de até 90
(noventa) dias, laudo à vítima com a verificação da existência e

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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
quantificação das lesões permanentes, totais ou parciais.
(Redação dada pela Lei nº 11.945, de 2009).”

Não obstante à previsão legal de apresentação do laudo elaborado pelo IML, a


jurisprudência deste sodalício tem relativizado tal exigência, admitindo a nomeação de
profissional da área da medicina para confecção do exame pericial respectivo.

Nesse sentido:

“APELAÇÃO CÍVEL. COBRANÇA SEGURO DPVAT.


CERCEAMENTO DE DEFESA. LAUDO CONFECCIONADO
POR MÉDICO PARTICULAR. PROVA UNILATERAL.
NECESSIDADE DA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA PELO
IML. PROVIDÊNCIA POSTULADA NA CONTESTAÇÃO PELA
REQUERIDA. É necessária a dilação probatória para realização
da perícia médica judicial ou aquela confeccionada pelo IML,
notadamente quando o laudo constante dos autos foi realizado
unilateralmente, por médicos contratados, e houve negativa do
pedido pleito de constatação da invalidez permanente do
segurado, formulado em sede de contestação. Logo, não pode o
juiz julgar antecipadamente a lide, em observância ao
cerceamento ao direito de defesa da parte, o que impõe a
cassação da sentença recorrida para permitir a nova perícia.
Apelo conhecido e provido. Sentença cassada.” (TJGO, 6ª Câmara
Cível, Apelação Cível nº 508136-85.2008.8.09.0174, Relator Des.
Camargo Neto DJ 742 de20/01/2011).

Ora, ao se conceber essa interpretação extensiva ao regramento legal, objetivou o


exegeta não se furtar da “ratio essendi” da norma, qual seja, de que haja nessa
espécie de cizânia, um laudo técnico elaborado por profissional da área médica.

Neste ponto, pertinente a irresignação recursal, pois se rebelou com referência à


nomeação nos autos de um fisioterapeuta para, isoladamente, promover a realização
do exame pericial em epígrafe, contrariando, assim, a própria jurisprudência desta
Corte de Justiça.

Corroborando a mencionada ilação, vale transcrever adiante os seguintes arestos:

“ APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA SECURITÁRIA.


DPVAT. LAUDO PERICIAL. CONFECÇÃO POR

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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
FISIOTERAPEUTA NÃO ASSISTIDO POR PROFISSIONAL DA
MEDICINA. INVALIDADE. 1.Consoante precedentes desta Corte
de Justiça, para se verificar a ocorrência de invalidez do
segurado, o laudo médico pericial deve ser elaborado por
profissional da área de medicina. 2. Ao se conceber interpretação
extensiva ao regramento legal (artigo 5º, § 5º, da Lei 6.194/74),
objetivou o exegeta não se furtar da 'ratio essendi' da norma, qual
seja, de que haja nessa espécie de cizânia, um laudo técnico
elaborado por profissional da área médica. 3. A nomeação nos
autos guerreados de um fisioterapeuta para, isoladamente,
promover a realização do exame pericial em epígrafe, contraria
não só a jurisprudência deste sodalício, mas também o próprio
dispositivo legal supracitado. 4. Perícia que se declara nula de
pleno direito, a fim de que outra seja produzida com estrita
observância aos ditames legais e jurisprudenciais em voga.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA
CASSADA.” (TJGO, Apelação (CPC) 0010170-65.2015.8.09.0006, Rel.
Ronnie Paes Sandre, 3ª Câmara Cível, julgado em 11/11/2019, DJe de
11/11/2019)

“ AGRAVO RETIDO E APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


COBRANÇA SECURITÁRIA. DPVAT. NOMEAÇÃO DE
PERITO. FISIOTERAPEUTA. IMPOSSIBILIDADE. VALOR
PERICIAL. PRUDENTE ARBÍTRIO DO JUIZ. APELO
PREJUDICADO. 1- Consoante precedentes desta Corte, para se
verificar a ocorrência de invalidez do segurado, o laudo médico
pericial deve ser elaborado por profissional da área de medicina
e/ou por médico em conjunto com fisioterapeuta. Ao se conceder
interpretação extensiva ao artigo 5º, § 5º, da Lei 6.194/74, não se
pode fugir da 'ratio essendi' da norma, qual seja, de que haja um
laudo médico elaborado por profissional de medicina. Desse
modo, a nomeação de fisioterapeuta como perito, isoladamente,
não atende a mencionada disposição legal. 2- Pertinente ao
pedido de nomeação de novo perito, entendo que esta
incumbência cabe ao magistrado singular. Neste ponto, esclareço
que o valor a ser fixado a título de honorários periciais não se
limita ao importe informado pela Corregedoria desta Corte, pois
não há imposição, de forma cogente, a tal limitação, devendo a
importância ser fixada segundo o caso concreto, conforme
prudente arbítrio do julgador. 3- Reconhecendo a necessidade de
anulação dos atos a partir da decisão agravada, resta
prejudicado o apelo. AGRAVO RETIDO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. APELO PREJUDICADO”. (TJGO,
APELAÇÃO CÍVEL 282587-56.2010.8.09.0087, Rel. DR(A). FERNANDO
DE CASTRO MESQUITA, 1A CÂMARA CÍVEL, julgado em08/05/2012,
DJe 1063 de 16/05/2012)

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA DE


SEGURO DPVAT. PERÍCIA. PROFISSIONAL DA MEDICINA.

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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
Em se tratando de ação de cobrança de seguro DPVAT, deve-se
atentar ao escopo da Lei nº 6.194/74, art. 5º, § 5º, de modo que a
perícia deve ser realizada por profissional da medicina, e não,
isoladamente, por um fisioterapeuta. AGRAVO CONHECIDO E
PROVIDO”. ( T J G O , A G R A V O D E I N S T R U M E N T O 8 4 3 9 4 -
94.2012.8.09.0000, Rel. DES. ALAN S. DE SENA CONCEICAO, 5A
Câmara Cível, julgado em28/06/2012, DJe 1114 de 01/08/2012)

Pelas razões alinhavadas, conclui-se que o laudo pericial elaborado de forma exclusiva
por fisioterapeuta durante o iter procedimental fustigado, não possui força probante no
espectro guerreado, uma vez que o referido profissional, por mais experiente e capaz
que seja, não possui a competência e a atribuição necessárias para identificar e
atestar, com a segurança que o caso requer, o grau de invalidez da segurada.

Assim, imperioso se torna o retorno dos autos a instância de origem, a fim de que lá
seja efetivamente realizada nova perícia, desta feita por profissional com registro
regular no Conselho Regional de Medicina e com especialidade na área da ortopedia,
conforme requerido pela autora na inicial, porquanto a correta aferição do grau de
invalidez da parte se mostra imprescindível para o justo deslinde da ação noutrora
aviada na origem.

Por derradeiro, não conheço do pedido de condenação da autora ao pagamento dos


honorários periciais, formulado em sede de contrarrazões, uma vez que estas devem
ser utilizadas apenas para o combate das teses suscitadas no recurso interposto.

Ao teor do exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento, a fim declarar nula a


perícia alhures produzida "in casu" e, consequentemente, a sentença que nela se
lastreou, determinando, pois, o retorno dos autos à instância singela, a fim de que
seja realizada nova perícia, por profissional com registro regular no Conselho Regional
de Medicina e com especialidade na área da ortopedia, com a prolação de novo
julgamento na espécie.

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
119/LE

APELAÇÃO CÍVEL Nº 193453.57.2016.8.09.0006


COMARCA DE ANÁPOLIS

APELANTE: ANDREZINA MARIA DE SANTANA MORAES


APELADO: SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT
RELATORA: DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA.


SEGURO DPVAT. LAUDO PERICIAL CONFECCIONADO POR
FISIOTERAPEUTA NÃO ASSISTIDO POR PROFISSIONAL DA
MEDICINA. NULIDADE. 1. Conforme precedentes desta Corte de
Justiça, para se verificar a ocorrência de invalidez do segurado, o
laudo pericial deve ser elaborado por profissional da área de
medicina. 2. Ao se conceber interpretação extensiva ao
regramento legal (artigo 5º, § 5º, da Lei 6.194/74), objetivou o
exegeta não se furtar da 'ratio essendi' da norma, qual seja, de
que haja nessa espécie de cizânia, um laudo técnico elaborado
por profissional da área médica. 3. A nomeação nos autos
guerreados de um fisioterapeuta para, isoladamente, promover a
realização do exame pericial em epígrafe, contraria não só a
jurisprudência deste sodalício, mas também o próprio dispositivo
legal supracitado. Dessa forma, deve ser declarada nula a perícia
realizada e consequentemente, a sentença que nela se lastreou,
a fim de que outro ato pericial seja produzido com estrita
observância aos ditames legais e jurisprudenciais em voga.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA
CASSADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 193453.57, acordam os


componentes da terceira Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível do egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer do
apelo e lhe dar provimento, cassando a sentença, nos termos do voto desta Relatora.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
Votaram, com a relatora, os Desembargadores Orloff Neves Rocha e Carlos Roberto
Favaro.

Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0193453.57.2016.8.09.0006
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO DPVAT. LAUDO
PERICIAL CONFECCIONADO POR FISIOTERAPEUTA NÃO ASSISTIDO POR
PROFISSIONAL DA MEDICINA. NULIDADE. 1. Conforme precedentes desta Corte
de Justiça, para se verificar a ocorrência de invalidez do segurado, o laudo pericial
deve ser elaborado por profissional da área de medicina. 2. Ao se conceber
interpretação extensiva ao regramento legal (artigo 5º, § 5º, da Lei 6.194/74), objetivou
o exegeta não se furtar da 'ratio essendi' da norma, qual seja, de que haja nessa
espécie de cizânia, um laudo técnico elaborado por profissional da área médica. 3. A
nomeação nos autos guerreados de um fisioterapeuta para, isoladamente, promover a
realização do exame pericial em epígrafe, contraria não só a jurisprudência deste
sodalício, mas também o próprio dispositivo legal supracitado. Dessa forma, deve ser
declarada nula a perícia realizada e consequentemente, a sentença que nela se
lastreou, a fim de que outro ato pericial seja produzido com estrita observância aos
ditames legais e jurisprudenciais em voga. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E
PROVIDA. SENTENÇA CASSADA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:06:33

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5267225.90.2019.8.09.0093
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : ANA MARIA DA SILVA OLIVEIRA
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE JATAI
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANA MARIA DA SILVA OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 23699 GO - ROBERTO GOMES FERREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5267225.90.2019.8.09.0093
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº


5267225.90.2019.8.09.0093, da comarca de Jataí, em que figura como apelante ANA
MARIA DA SILVA OLIVEIRA e como apelado MUNICÍPIO DE JATAÍ.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer da Apelação Cível e dar-lhe provimento, nos termos do voto da Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

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NR.PROCESSO: 5267225.90.2019.8.09.0093
VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, conheço do apelo


interposto.

Consoante relatado, trata-se de Apelação Cível interposta por ANA MARIA


DA SILVA OLIVEIRA em face da sentença que extinguiu o feito sem resolução do
mérito, ao fundamento de que a autora deixou de comprovar o prévio requerimento
administrativo das diferenças salariais pretendidas.

Em suas razões, a apelante defende, em suma, ser dispensável o prévio


esgotamento administrativo para a submissão da matéria à apreciação do Judiciário,
uma vez que o objeto da lide consiste no pagamento de diferenças salariais
decorrentes de lei.

Pois bem.

No caso dos autos, a autora pleiteia o recebimento de remuneração das


diferenças salariais decorrentes da não implementação do Piso Nacional da Categoria
de agente comunitário de saúde, com fulcro na Lei nº 12.994/2014.

Oportuno destacar que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XXXV,
consagra o princípio da inafastabilidade da jurisdição, dispondo que a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Nesse contexto, a exigência de requerimento administrativo prévio alcança


casos específicos, como aqueles em que se pleiteia benefício previdenciário, conforme
posicionamento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp
1.369.834/SP (Tema Repetitivo nº 660).

Similar tratamento recebem as demandas ajuizadas neste Tribunal de Justiça


tendo como objeto o recebimento de seguros, conforme se depreende do Enunciado
nº 42 deste Sodalício, verbis:

É imprescindível a demonstração de prévio requerimento


administrativo nas demandas que objetivam o recebimento de
seguros, em geral, inclusive DPVAT, sob pena de indeferimento

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NR.PROCESSO: 5267225.90.2019.8.09.0093
da inicial, salvo se no momento da decisão já houver contestação
que o supra.

Assim, a falta de requerimento administrativo na presente ação, em que se


pleiteia diferenças salariais, não constitui óbice ao prosseguimento do feito, ante a
ausência de exigência legal ou jurisprudencial nesse sentido.

A respeito do tema, colaciono julgados deste Sodalício:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. AGENTE


COMUNITÁRIO DE SAÚDE. PISO SALARIAL. PRESCINDÍVEL
O PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. AGRAVO
PROVIDO. I - Ressalta-se que o agravo de instrumento deve
limitar-se ao exame do que ficou soberanamente decidido pelo
juízo singular, não podendo extrapolar o seu âmbito para matéria
estranha ao ato judicial atacado. II - No ajuizamento de ações
de cobrança de reajuste salarial é prescindível o prévio
requerimento administrativo, vez que inexistem disposições
legais e/ou jurisprudenciais determinado o cumprimento de
tal requisito. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E
PROVIDO. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5446995-
31.2019.8.09.0000, Rel. JAIRO FERREIRA JUNIOR, 6ª Câmara
Cível, julgado em 17/11/2019, DJe de 17/11/2019)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. AÇÃO DE


COBRANÇA. REAJUSTE DE PISO SALARIAL DO
MAGISTÉRIO. LEI FEDERAL Nº 11.738/2008. DIFERENÇAS
SALARIAS. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. INÉPCIA DA INICIAL.
CONEXÃO E CONTINÊNCIA. FALTA DE INTERESSE DE AGIR.
PRELIMINARES AFASTADAS.(…) 3. Não há falta de interesse
de agir ante a ausência de requerimento administrativo da
parte, vez que é desnecessário o prévio esgotamento
administrativo para a submissão da matéria à apreciação do
Judiciário. (…) APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E
IMPROVIDA.(TJGO, APELACAO 0399800-21.2016.8.09.0072,
Rel. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, 2ª Câmara Cível, julgado
em 20/05/2019, DJe de 20/05/2019)

Assim, inexistindo exigência legal de requerimento administrativo prévio para


a persecução de diferenças salariais, merece acolhimento a irresignação recursal.

Ao teor do exposto, CONHEÇO do recurso de apelação cível e DOU-LHE

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NR.PROCESSO: 5267225.90.2019.8.09.0093
PROVIMENTO, para cassar a sentença vergastada, determinando o normal
prosseguimento do feito.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. AGENTE


COMUNITÁRIO DE SAÚDE. PISO NACIONAL DA
CATEGORIA. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.
DESNECESSIDADE. A falta de requerimento administrativo
prévio na presente ação, em que se pleiteia diferenças
salariais decorrentes da não implementação do Piso
Salarial da Categoria de agente comunitário de saúde, não
constitui óbice ao prosseguimento do feito, ante a
ausência de exigência legal ou jurisprudencial nesse
sentido. SENTENÇA CASSADA. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5267225.90.2019.8.09.0093

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5267225.90.2019.8.09.0093
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA.
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. PISO NACIONAL DA
CATEGORIA. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.
DESNECESSIDADE. A falta de requerimento
administrativo prévio na presente ação, em que se
pleiteia diferenças salariais decorrentes da não
implementação do Piso Salarial da Categoria de agente
comunitário de saúde, não constitui óbice ao
prosseguimento do feito, ante a ausência de exigência
legal ou jurisprudencial nesse sentido. SENTENÇA
CASSADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 11:11:31

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5177973.13.2018.8.09.0093
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : VALDEMAR PEREIRA SILVA
POLO PASSIVO : BANCO BMG S.A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO BMG S.A


ADVG. PARTE : 33246 GO - TAYLISE CATARINA ROGERIO SEIXAS

PARTE INTIMADA : VALDEMAR PEREIRA SILVA


ADVG. PARTE : 39382 GO - DOUGLAS ANTONIO RODRIGUES DA LUZ

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5177973.13.2018.8.09.0093
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


no AGRAVO INTERNO nos autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº
5177973.13.2018.8.09.0093, da comarca de Jataí, em que figura como embargante
VALDEMAR PEREIRA SILVA e como embargado BANCO BMG S/A.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer e rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do voto do Relator.
Votaram com o Relator a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

ROBERTO HORÁCIO REZENDE


Juiz Substituto em Segundo Grau
RELATOR
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

VOTO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5177973.13.2018.8.09.0093
Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Em que pese a argumentação lançada pela parte embargante, depreende-se


que os embargos em apreciação foram promovidos com o intuito de rediscutir acórdão
proferido nesta Corte Estadual de Justiça.

Com efeito, os Embargos Declaratórios encontram limites nas diretrizes


estabelecidas no artigo 1.022 do Código de Processo Civil, cabíveis nas hipóteses de
qualquer decisão judicial maculada por obscuridade, contradição ou omissão, e ainda,
na correção de erro material.

Necessário frisar que o dispositivo de lei supramencionado considera decisão


omissa a que: “I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob
julgamento; II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, §1º”. (art.
1.022, parágrafo único, incs. I e II do CPC.

Seguindo esta linha de raciocínio, não é obrigatória a manifestação acerca de


todas as teses arguidas pelas partes, mas apenas sobre as que sejam essenciais ao
deslinde da controvérsia e que podem, a princípio, infirmar a conclusão adotada pelo
julgador.

Ressalto, por fim, que em sede de embargos de declaração, o julgador


não profere nova decisão, reapreciando ou rediscutindo o tema objeto do
julgado, mas apenas aclara a anterior, somente naquilo que estiver contraditória,
obscura ou omissa.

Na espécie, os argumentos lançados no presente recurso não subsistem


porque manifesta apenas inconformismo com o julgado, visando a rediscussão do
tema tratado, situação esta que, conforme dito, não dá ensejo à oposição de embargos
de declaração.

Na hipótese vertente, a parte embargante questiona a ausência de


manifestação do julgador sobre todas as teses recursais e, ainda, aduz terem sido
genéricas os argumentos lançados no acórdão embargado.

No entanto, da análise do acórdão vergastado verifica-se que todas as teses

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NR.PROCESSO: 5177973.13.2018.8.09.0093
necessárias ao deslinde da causa foram devidamente debatidas.

In casu, após análise dos fatos, chegou-se a conclusão de que a instituição


financeira não cometeu nenhum ato ilícito, passível de ser indenizado, posto que a
cobrança indicada nos autos decorrente de contrato livremente pactuado entre os
litigantes.

Para melhor elucidação transcrevo parte do acórdão embargado:

(…) In casu, a tese do agravante não se sustenta, na medida em


que a decisão monocrática demonstrou que a conduta do
agravado não foi suficiente ou capaz de configurar danos
extrapatrimoniais.

Sobre o tema, impõe-se esclarecer que, como dito, para a


configuração do ato ilícito e, por conseguinte, do dever de
indenizar por danos extrapatrimoniais, é necessária a
demonstração da conduta ilícita da parte, o dano e o nexo de
causalidade entre o dano e a conduta. Contudo, no caso em
exame, não se vislumbra tais elementos, já que a cobrança do
débito decorreu de contrato celebrado entre as partes por livre e
espontânea vontade do contratante.

Nessa senda, importa rememorar que, de acordo com as normas


legais que regem o instituto da obrigação e a jurisprudência
dominante do Superior Tribunal de Justiça, em casos como este,
em que há instrumento contratual firmado, ainda que houvesse
eventual descumprimento das disposições contratuais, tal fato
não gera direito à indenização a título de dano moral, porquanto
resolvem-se em perdas e danos.

Ademais, verifica-se que, no campo específico dos contratos,


doutrina e jurisprudência têm se pautado, congruentemente, no
entendimento de que o desajuste contratual não tem o condão de
ensejar responsabilização por danos morais, valorando a situação
como mero inconveniente a que todos estão sujeitos, seja pessoa
física ou jurídica.

(…)

Desta feita, não vejo motivos para fazer uso do juízo de


retratação, bem assim para modificar ou alterar a decisão
monocrática vergastada, tendo em vista não haver comprovação
de violação aos direitos personalíssimos da autora/apelada. (…).
(movimentação nº 74).

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5177973.13.2018.8.09.0093
Assim, não merece prosperar as alegações do embargante acerca de dívida
impagável e ofensa, pela instituição financeira, a princípios constitucionais.

Neste contexto, por não vislumbrar no acórdão embargado qualquer vício a


que se refere o artigo 1.022 do Código de Processo Civil, a rejeição do presente
recurso é medida que se impõe.

Por oportuno, veja-se a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. (…) OMISSÃO.
INEXISTÊNCIA. INTEGRATIVO REJEITADO. 1 a 3 – Omissis. 4.
Inexistentes as hipóteses do art. 1.022 do NCPC, não
merecem acolhida os embargos de declaração. 5. O recurso
integrativo não se presta à manifestação de inconformismo
ou à rediscussão do julgado. 6. Embargos de declaração
rejeitados. (EDcl no AREsp 647.825/MG, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/06/2016, DJe
01/07/2016. Negritei).

Pelo exposto, CONHEÇO, mas REJEITO os embargos de declaração


opostos, mantendo incólume o acórdão recorrido.

É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

ROBERTO HORÁCIO REZENDE


Juiz Substituto em Segundo Grau
RELATOR
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

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NR.PROCESSO: 5177973.13.2018.8.09.0093
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO
INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA
DE NULIDADE CONTRATUAL C/C DANO MORAL. ILÍCITO
NÃO COMPROVADO. MANUTENÇÃO DO PACTO.
AUSÊNCIA DOS VÍCIOS ESPECIFICADOS NO ARTIGO
1.022 E INCISOS DO CPC. PREQUESTIONAMENTO. Não
ocorrendo os vícios elencados no artigo 1.022 do Código
de Processo Civil, devem ser rejeitados os embargos que
visam tão somente rediscutir matéria já examinada e
decidida, ainda que para efeito de prequestionamento,
conforme precedentes deste Tribunal. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5177973.13.2018.8.09.0093
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE CONTRATUAL C/C DANO MORAL.
ILÍCITO NÃO COMPROVADO. MANUTENÇÃO DO PACTO. AUSÊNCIA DOS
VÍCIOS ESPECIFICADOS NO ARTIGO 1.022 E INCISOS DO CPC.
PREQUESTIONAMENTO. Não ocorrendo os vícios elencados no artigo 1.022 do
Código de Processo Civil, devem ser rejeitados os embargos que visam tão
somente rediscutir matéria já examinada e decidida, ainda que para efeito de
prequestionamento, conforme precedentes deste Tribunal. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:14:50

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5573601.07.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : INPAR PROJETO 45 SPE LIMITADA
POLO PASSIVO : CONDOMÍNIO RESIDENCIAL VIVER FAMA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : INPAR PROJETO 45 SPE LIMITADA


ADVG. PARTE : 373436 SP - FERNANDO MOREIRA DRUMMOND TEIXEIRA

PARTE INTIMADA : CONDOMÍNIO RESIDENCIAL VIVER FAMA


ADVG. PARTE : 42568 GO - RENATO PEREIRA FONSECA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVO DE


INSTRUMENTO Nº 5573601.07.2019.8.09.0000, da comarca de Goiânia, em que
figura como agravante INPAR PROJETO 45 SPE LIMITADA e como agravado
CONDOMÍNIO RESIDENCIAL VIVER FAMA.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer do Agravo de Instrumento e negar-lhe provimento, nos termos do voto
da Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, conheço do presente


recurso.

Conforme relatado, INPAR PROJETO 45 SPE LIMITADA, interpôs o presente


Agravo de Instrumento em face da decisão que indeferiu o pedido de suspensão formulado
pela executada/agravante e determinou a penhora do imóvel indicado pelo exequente.

Assim, pretende a agravante a suspensão do feito até que seja concluído o


procedimento de liquidação do empreendimento em questão e, ato contínuo, seja
liquidado o passivo na ordem prevista §18 do art. 31 da Lei nº 4.591/1964.

Ab initio, importa salientar que o agravo de instrumento é um recurso


secundum eventum litis e deve se limitar à verificação do acerto ou do desacerto do
que ficou soberanamente decidido pelo julgador monocrático, estando impedido, pois,
de extrapolar seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial vituperado para analisar
aspectos não enfrentados na origem, ainda que se trate de matéria de ordem pública,
vez que, nessas hipóteses, estar-se-ia suprimindo um grau de jurisdição.

A propósito:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO SECUNDUM


EVENTUS LITIS. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
ILEGITIMIDADE PASSIVA. MATÉRIA NÃO APRECIADA NA
PRIMEIRA INSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE JULGAMENTO
PELO TRIBUNAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 1. O agravo de
instrumento é um recurso secundum eventus litis, o que
implica que o órgão revisor está restrito a examinar apenas o
acerto ou desacerto da decisão impugnada, sendo-lhe
vedado incursionar nas questões não apreciadas na
instância originária, mesmo tratando-se de matéria de ordem
pública, sob pena de supressão do duplo grau de jurisdição.
RECURSO NÃO CONHECIDO. (TJGO, 4ª CC, AI 438432-
75.2015.8.09.0000, Rel. Desª. Nelma Branco Ferreira Perilo, DJe

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NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
2081 de 03/08/2016. Negritei).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA.


CONSTRUÇÃO DE CASA PRÓPRIA. NÃO INCIDÊNCIA DO
IMPOSTO SOBRE SERVIÇO (ISS). PRELIMINAR.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. NECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. RECURSO
SECUNDUM EVENTUM LITIS. LIMINAR DEFERIDA.
PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA MEDIDA.
PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA MEDIDA.
I - O agravo é um recurso secundum eventum litis. Logo,
deve o Tribunal limitar-se apenas ao exame do acerto ou
desacerto da decisão singular atacada, no aspecto da
legalidade, vez que ultrapassar seus limites, ou seja,
perquirir sobre argumentações meritórias ou mesmo
matérias de ordem pública não enfrentadas no decisum, seria
antecipar ao julgamento de questões não apreciados pelo
juízo de primeiro grau, o que importaria na vedada supressão
de instância. Precedentes desta Corte de Justiça. (...) Agravo
de instrumento conhecido e desprovido. Decisão agravada
mantida. (TJGO, 2ª CC, AI 169646-26.2016.8.09.0000, Rel. Des.
Carlos Alberto França, DJe 2073 de 21/07/2016. Negritei).

Quanto ao pedido de suspensão do feito sob a alegação de que deve ser


observada a ordem de liquidação do patrimônio de afetação, conforme determinação
expressa da Lei de Incorporações, sem razão a parte agravante.

Isto porque, o patrimônio afetado se destina à manutenção da incorporação


imobiliária, ao passo que o pagamento das despesas condominiais referentes às
unidades de propriedade da agravante é medida consentânea com os objetivos da Lei
nº 4.591/1964.

Ademais, é de conhecimento geral que o patrimônio da afetação somente é


constituído com a respectiva averbação no registro imobiliário, conforme prevê o art.
31-B da Lei nº 4.591/64. Leia-se:

Art. 31-B. Considera-se constituído o patrimônio de afetação


mediante averbação, a qualquer tempo, no Registro de Imóveis,
de termo firmado pelo incorporador e, quando for o caso, também
pelos titulares de direitos reais de aquisição sobre o terreno.

Parágrafo único. A averbação não será obstada pela

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NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
existência de ônus reais que tenham sido constituídos
sobre o imóvel objeto da incorporação para garantia do
pagamento do preço de sua aquisição ou do cumprimento
de obrigação de construir o empreendimento.

Já o § 14 do art. 31-F da Lei nº 4.591/64 dispõe que:

Art. 31-F.

[...]

§ 14. Para assegurar as medidas necessárias ao prosseguimento


das obras ou à liquidação do patrimônio de afetação, a Comissão
de Representantes, no prazo de sessenta dias, a contar da data
de realização da assembleia geral de que trata o § 1º, promoverá,
em leilão público, com observância dos critérios estabelecidos
pelo art. 63, a venda das frações ideais e respectivas acessões
que, até a data da decretação da falência ou insolvência não
tiverem sido alienadas pelo incorporador.

O objetivo do patrimônio de afetação é assegurar a recomposição imediata


dos patrimônios individuais dos adquirentes de fração ideal vinculada à unidade
autônoma em construção ou a ser construída, em casos de quebra do incorporador, a
fim de conferir segurança e confiança ao mercado imobiliário.

Nesse sentido, em casos de falência ou insolvência civil do incorporador,


haverá proteção patrimonial ao adquirente, com recuperação dos patrimônios
individuais investidos, ocasião em que os adquirentes deverão assumir por conta e
risco o empreendimento e decidir sobre a liquidação do patrimônio de afetação ou dar
continuidade à obra.

É importante ressaltar que o patrimônio de afetação não se comunica com os


demais bens, direitos e obrigações do patrimônio geral do incorporador ou de outros
patrimônios de afetação por ele constituídos e só responde por dívidas e obrigações
vinculadas à incorporação respectiva.

Assim, e em consonância com a legislação em referência, considera-se


constituído o patrimônio de afetação mediante averbação, a qualquer tempo, no
Registro de Imóveis, de termo firmado pelo incorporador e, quando for o caso, também
pelos titulares de direitos reais de aquisição sobre o terreno. E mais, a averbação não
será obstada pela existência de ônus reais que tenham sido constituídos sobre o
imóvel objeto da incorporação para garantia do pagamento do preço de sua aquisição

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NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
ou do cumprimento de obrigação de construir o empreendimento.

Contudo, analisando os documentos acostados aos autos, denoto que não


restou comprovada a constituição do patrimônio de afetação pela devedora/agravante,
ao passo que esta não se encontra em estado de falência ou insolvência, donde se
conclui que a pretensão de suspensão do cumprimento de sentença não merece
guarida, porque não preenchidos os requisitos legais.

Em situações análogas esta Casa de Justiça vem decidindo pelo


indeferimento da suspensão da execução. Confira-se:

Agravo de Instrumento. Exceção de pré-executividade. Despesas


condominiais. I. O crédito decorrente da contribuição condominial
devido pela agravante tem natureza especial, podendo a
execução ser processada normalmente, não vingando a tese de
suspensão do feito executivo em trâmite no juízo de origem.
Precedentes do STJ. II. Suspensão do cumprimento de
sentença. Sociedade empresária excluída da recuperação
judicial. Ordem de liquidação do patrimônio de afetação. Se a
empresa executada/agravante não mais se encontra em
regime de recuperação judicial, desarrazoado o pedido de
suspensão do cumprimento de sentença para a observância
de ordem de liquidação do patrimônio de afetação. In casu,
não foram trazidas pela devedora/agravante provas de que
está submetida ao regime de afetação patrimonial, previsto
na Lei n.º 4.591/1994 (artigos 31-A a 31-F), tampouco que há
procedimento de liquidação do patrimônio de afetação em
andamento. III. Pretensão de fixação de honorários recursais em
agravo de instrumento. Ausência de condenação prévia da parte
contrária. Impossibilidade. Para que uma parte seja condenada
em honorários recursais (§ 11, art. 85, do CPC), em sede de
agravo de instrumento, é imprescindível que o juízo a quo, ao
proferir a decisão interlocutória agravada, tenha condenado a
parte vencida/contrária ao pagamento de honorários
sucumbenciais, o que não se verifica na espécie. Agravo de
instrumento desprovido. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5090993-17.2019.8.09.0000, Rel. CARLOS ALBERTO FRANÇA,
2ª Câmara Cível, julgado em 01/04/2019, DJe de 01/04/2019.
Negritei)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C


LUCROS CESSANTES E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
ORDEM DE LIQUIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO - SPE. 1. Se a
empresa executada/agravante não mais se encontra em regime
de recuperação judicial, desarrazoado o pedido de suspensão do
feito executório em função de suposta vigência de stay period. 2.
Não há que se falar em suspensão da execução para a
observância de ordem de liquidação do patrimônio de
afetação de uma empresa se inexistem provas de que está
submetida ao regime de afetação patrimonial, com o
cumprimento das exigências legais - a exemplo da
averbação, a qualquer tempo, no Registro de Imóveis, de
termo firmado pelo incorporador e, quando for o caso,
também pelos titulares de direitos reais de aquisição sobre o
terreno - tampouco que há procedimento de liquidação do
patrimônio de afetação em andamento. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO, PORÉM DESPROVIDO.
DECISÃO MANTIDA. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5509130-16.2018.8.09.0000, Rel. JEOVA SARDINHA DE
MORAES, 6ª Câmara Cível, julgado em 13/02/2019, DJe de
13/02/2019. Negritei)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RESCISÃO


CONTRATUAL EM FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
RECURSO SECUNDUM EVENTUM LITIS. FALTA DE PROVA
ACERCA DA CONSTITUIÇÃO DO PATRIMÔNIO DE
AFETAÇÃO. 1. O agravo de instrumento é recurso secundum
eventum litis, de modo que sua análise cinge-se no acerto ou
desacerto do ato judicial agravado. 2. Inviável o pedido de
suspensão do processo para fins de adoção das
providências previstas no art. 31-F, § 14, da Lei nº 4.591/64,
diante da ausência de provas da constituição do patrimônio
de afetação. AGRAVO CONHECIDO E DESPROVIDO.
DECISÃO MANTIDA. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5335710-67.2018.8.09.0000, Rel. OLAVO JUNQUEIRA DE
ANDRADE, 5ª Câmara Cível, julgado em 05/11/2018, DJe de
05/11/2018. Negritei)

Destarte, a manutenção da decisão recursada é medida que se impõe,


porquanto não comprovado pela devedora/agravante a constituição do patrimônio de
afetação, e também por não se encontrar em falência ou insolvência.

Ao teor do exposto, CONHEÇO do recurso mas NEGO-LHE PROVIMENTO, para


manter a decisão agravada.

É o voto.

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NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


COBRANÇA EM FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
PEDIDO DE SUSPENSÃO EM VIRTUDE DE
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. EMPRESA EXCLUÍDA. ORDEM
DE LIQUIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO.
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. I. O crédito decorrente da
contribuição condominial devido pela agravante tem
natureza especial, podendo a execução ser processada
normalmente, não vingando a tese de suspensão do feito
executivo em trâmite no juízo de origem. Precedentes do
STJ. II. Se a empresa executada/agravante não mais se
encontra em regime de recuperação judicial, desarrazoado
o pedido de suspensão do cumprimento de sentença para
a observância de ordem de liquidação do patrimônio de
afetação. In casu, não foram trazidas pela
devedora/agravante provas de que está submetida ao
regime de afetação patrimonial, previsto na Lei n.º
4.591/1994 (artigos 31-A a 31-F), tampouco que há
procedimento de liquidação do patrimônio de afetação em
andamento. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E
IMPROVIDO.

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NR.PROCESSO: 5573601.07.2019.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
COBRANÇA EM FASE DE CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. PEDIDO DE SUSPENSÃO EM VIRTUDE DE
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. EMPRESA EXCLUÍDA.
ORDEM DE LIQUIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE
AFETAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. I. O crédito
decorrente da contribuição condominial devido pela
agravante tem natureza especial, podendo a execução ser
processada normalmente, não vingando a tese de
suspensão do feito executivo em trâmite no juízo de
ori gem. Pre c e d en t e s d o ST J . I I . Se a e m pr e s a
executada/agravante não mais se encontra em regime de
recuperação judicial, desarrazoado o pedido de
suspensão do cumprimento de sentença para a
observância de ordem de liquidação do patrimônio de
afetação. In casu, não foram trazidas pela
devedora/agravante provas de que está submetida ao
regime de afetação patrimonial, previsto na Lei n.º
4.591/1994 (artigos 31-A a 31-F), tampouco que há
procedimento de liquidação do patrimônio de afetação
em andamento. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E IMPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:16:48

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5573438.54.2018.8.09.0164
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : EMPRESA BRASILIENSE DE IMOVEIS LTDA
POLO PASSIVO : REGINA PAULA SANTIAGO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : EMPRESA BRASILIENSE DE IMOVEIS LTDA


ADVG. PARTE : 33212 DF - DANILO DE MATOS NEVES

PARTE INTIMADA : REGINA PAULA SANTIAGO


ADVG. PARTE : 134623 MG - FREDERICO PEREIRA DE ARAUJO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº


5573438.54.2018.8.09.0164 , da comarca de Cidade Ocidental, em que figura como
apelante EMPRESA BRASILIENSE DE IMÓVEIS LTDA e como apelada REGINA PAULA
SANTIAGO.

ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes


da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer da Apelação Cível e negar-lhe provimento, nos termos do voto da
Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
VOTO

Presentes os requisitos legais de admissibilidade do recurso interposto, dele conheço.

Consoante relatado, cuida-se de apelação cível interposta em face do decisum que


julgou improcedente o pleito reivindicatório deduzido na peça de ingresso, ante o reconhecimento
da aquisição originária da propriedade da coisa por parte da requerida/apelada pela usucapião
extraordinária, ou seja, pelo transcurso do prazo de prescrição aquisitiva.

Pois bem.

A princípio, importante salientar que a Ação Reivindicatória é o remédio jurídico


colocado à disposição do proprietário para perseguir o seu domínio, violado por posse injusta de
terceiro, sendo que a lei material, além de enumerar o conteúdo do direito de propriedade,
instituiu a solução para garantir o seu exercício, assegurando o direito de reivindicá-lo daquele
que injustamente o possua.

Dessa forma, os pressupostos indispensáveis ao manejo da Ação Reivindicatória,


ressalto, são a titularidade do domínio, a individualização da coisa e a posse injusta exercida
por outrem em oposição ao título de proprietário, nos termos do artigo 1.228 do Código Civil, que
assim dispõe:

“Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor


da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenha.”

Sobre o tema, Theotônio Negrão discorre que:

“Extrai-se do art. 1228 do CC/2002, como requisitos para a


propositura da ação reivindicatória, que o autor tenha titularidade
do domínio sobre a coisa reivindicada, que a mesma seja

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
individuada, identificada e esteja injustamente em poder do réu.
Em ação reivindicatória o objetivo é assegurar ao titular do
domínio, o uso e gozo da coisa, ex vi do art. 524, hoje art. 1228
do CC de 2002. Ausente o domínio, a extinção do processo é
medida que se impõe (RT 876/318: TJMG, P 1.0351.07.080101-
1/001). (NEGRÃO, Theotônio. Código Civil e Legislação Civil em
vigor. 29ª edição. São Paulo: Saraiva, 2010. p.378.)”

No caso em apreço, a apelante alega ter comprovado a existência de todos os


requisitos, ou seja, que é a titular do domínio da coisa individualizada, bem assim que a posse
exercida pela requerida/apelada é injusta.

Entretanto, sem razão a apelante.

Isso porque, embora a insurgente tenha a um só tempo individualizado a coisa e


demonstrado ser titular de seu domínio, conforme consta na certidão de matrícula do imóvel
anexada ao evento nº 01, arquivo nº 03, colhe-se que ela não logrou êxito em desincumbir-se de
seu ônus processual em demonstrar que a posse exercida pela apelada sobre o bem é injusta.

In casu, a apelada, por meio da peça de defesa anexada ao evento nº 29, apresentou
alegação de exceção de domínio sobre a coisa em disputa, ao argumento de que exerceu por
mais de 10 (dez) anos a posse qualificada do imóvel, de maneira mansa e pacífica.

Como cediço, é pacífico o entendimento acerca da possibilidade de invocação da


usucapião como matéria de defesa, tanto nas ações petitórias, quanto possessórias, tendo em
conta o liame objetivo existente entre as demandas (Súmula 237/STF).

Com efeito, a alegação de usucapião (exceção de domínio) é um meio de defesa


utilizado pelo demandado em ações possessórias ou petitórias (reivindicatória, usucapião,
imissão na posse), atendidos os respectivos requisitos, visando o afastamento do direito autoral e
o reconhecimento da prescrição aquisitiva, através de um conjunto probatório suficiente à
comprovação da aquisição da propriedade.

A propósito:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. CERCEAMENTO


DO DIREITO DE DEFESA INOCORRENTE. INDEFERIMENTO
DE PROVA PERICIAL. MATÉRIA PRECLUSA. USUCAPIÃO.
MATÉRIA DE DEFESA EM AÇÃO REIVINDICATÓRIA. PROVAS

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
TESTEMUNHAIS. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. 1. Não há que se falar
em ocorrência de cerceamento do direito de defesa ante o
indeferimento do pedido de prova pericial, posto que tal
insurgência se deu tardiamente, operando-se a preclusão do
direito alegado. 2. É possível a arguição de usucapião como
matéria de defesa, cuja comprovação da presença dos
requisitos necessários conduz à improcedência do pleito
reivindicatório. 3. Conforme precedentes, a doutrina e a
jurisprudência admitem que o réu, na ação reivindicatória,
defenda-se com a alegação de usucapião. Provados os
pressupostos para usucapir, fica afastada a pretensão deduzida
na reivindicatória. 4. Correta a aplicação da multa por litigância de
má-fé quando evidente a manobra da parte autora em alterar a
verdade dos fatos (arts. 80, II e 81 do CPC). RECURSO
DESPROVIDO. (TJGO, APELACAO 0014813-79.2016.8.09.0152,
Rel. CARLOS HIPOLITO ESCHER, 4ª Câmara Cível, julgado em
09/02/2018, DJe de 09/02/2018)

Desta feita, uma vez reconhecida a possibilidade de existência da usucapião, impera a


análise da ocorrência de prescrição aquisitiva do direito da apelada que, se configurada, atribui o
direito de propriedade daquele que possui o bem, de forma incontestada pelo prazo legalmente
previsto, cuidando e dando destinação útil à coisa, agindo como verdadeiro dono.

Nesse diapasão, tem-se que a usucapião perfaz-se em modo originário de aquisição de


propriedade e de outros direitos reais, pela posse prolongada da coisa, ou seja, visa “tomar a
coisa pelo uso”.

Assim, nestes termos, a usucapião representa, nas sábias palavras de Cristiano


Chaves de Faria e Nelson Rosenvald, “um prêmio àquele que por um período significativo de
tempo imprimiu ao bem uma aparente destinação de proprietário; mas também importa em
sanção ao proprietário desidioso e inerte que não tutelou o seu direito em face da posse exercida
por outrem” (Direitos Reais, 7ª Ed., editora Lumen Juris, 2011, pg. 193).

A esse respeito, estabelece o art. 1.238 do Código Civil:

“Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção,


nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá
de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a
sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de
caráter produtivo.”

O dispositivo acima cuida da modalidade de usucapião denominada de Extraordinária,


pois, visa o reconhecimento da prescrição aquisitiva da coisa, tendo como requisitos o tempo; a
posse, seja ela simples ou qualificada; o animus domini e; a mansidão, pacificidade e
continuidade da posse.

A título de esclarecimento, pontuo que enquanto a posse simples afigura-se como


sendo aquela que se satisfaz com o exercício de fato pelo usucapiente de algum dos poderes
inerentes à propriedade (art. 1.196, CC), conduzindo-se o possuidor como o faria o dono, ao
externar o poder sobre o bem pelo prazo de 15 (quinze) anos, a posse qualificada, como o próprio
nome sugere, qualifica-se pela ocupação do bem e concessão de função social, por intermédio de
efetiva moradia do possuidor no local ou realização de obras e serviços de caráter produtivo pelo
prazo de 10 (dez) anos.

Ao cotejar os documentos apresentados pelas litigantes e a prova testemunhal


produzida ao longo do caminhar processual, observa-se que a requerida, ora apelada, se
desincumbiu de seu ônus processual e, por sua vez, comprovou a existência de fato extintivo do
direito da parte autora.

Ao compulsar os autos constato, assim como o magistrado primevo, que a requerida


comprovou que preencheu todos os requisitos para o reconhecimento da usucapião, haja vista
que as provas coligidas ao caderno processual comprovam que ela exerceu por mais de 10 (dez)
anos a posse qualificada da coisa, como se proprietária fosse, de maneira mansa, pacífica e
contínua. Portanto, imperioso o reconhecimento da prescrição aquisitiva do imóvel em favor da
apelada.

No caso em tela, está claro que a recorrida exerceu, em conjunto com seus 3 (três)
filhos, a posse da coisa, enquanto sua efetiva moradia, no período compreendido entre os anos
de 2002 a 2013. As testemunhas inquiridas pelo juízo a quo foram uníssonas nesse sentido:

“Domingas Barbosa de Carvalho: Que resido hoje na Qd. 73,


Lote “N”, Parque das Américas, Que já fui vizinha dela, na mesma
casa em que moro hoje; Que fui vizinha dela uns 17 anos, que
ela mudou para lá em 2000, mas tem mais ou menos uns 5
anos que ela mudou, que ela foi embora; Que ela tem 3 filhos;
Que o antigo marido dela chamava Adailson; Que os filhos dela
estudavam no ABC, até uma filha dela estudava com a minha
na escola; Que a filha mais velha dela chama Aline, o do meio
Eduardo e o último chama Ruan; Que a casa dela não cobria o

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
lote todo; Que não tinha acabamento nenhum, era só no
tijolo, mas ela morava lá; Que eu mudei para lá em 1996; Que
ela mudou para lá em 2000; Que nos últimos 5 anos no lote
dela morou um pessoal lá, a mãe chamada Daísa; Que depois
que a Regina mudou quem morou lá foi ela; […] (Grifei)”

“Jane Oliveira Leite Mota: Que moro no Jardim ABC há 12 anos;


Que eu conheço ela há 12 anos, mas quando eu cheguei lá
ela já morava há mais tempo; […] Que ela saiu de lá faz mais
ou menos uns 5 anos; Que quando eu cheguei ela tinha 3
filhos; Que a menina estudava lá no ABC; Que até uns dias
desses ela tinha casa lá sim; Que hoje não tem mais porque a
“molecada” pegaram e derrubaram; Que ela tinha casa e
morava lá no local; Que ela morava lá mais os 3 filhos dela;
Que não sei se de aluguel, mas eu acho que a Daísa morou lá
uns 2 anos; Que eu não me lembro se me mudei para lá em
2005 ou 2006; Que meu lote é o 53, Qd. “C”, Parque das
Américas; Que ela é minha vizinha um pouco distante; […]
(Grifei)”

Outrossim, observa-se que os documentos anexados ao evento nº 29, arquivos nº 02 a


06, comprovam que o animus domini da apelada em relação à coisa em discussão, bem assim
que ela de fato utilizou o imóvel como sua moradia por mais de 10 (dez) anos, de modo manso,
pacífico e contínuo, inclusive, sem nunca antes ter sido de algum modo interpelada pela apelante.

Assim, ainda que a recorrida não tenha residido no imóvel nos últimos 5 (cinco) anos,
bem como tenha permitido que outra pessoa ali residisse, isso não afasta o fato de que ela ainda
manteve a posse da coisa, mormente quando os próprios vizinhos a identificam como sendo a
proprietária do bem mesmo lá não mais residindo.

Para mais, não se pode ignorar o fato de que o tempo exigido por lei para a
comprovação da posse qualificada já havia ocorrido quando a possuidora deixou de residir no
local, embora jamais tenha deixado de exercer a posse mansa, pacífica, contínua e com animus
domini sobre a coisa.

Desta feita, uma vez satisfeitos os requisitos legais (art. 1.238, parágrafo único, CC),
não é dado a esta Corte Estadual de Justiça deixar de reconhecer a perda do domínio da coisa
pela apelante em favor da apelada, em razão da usucapião.

Nesse sentido:

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. AUSÊNCIA
REQUISITO. IMPROCEDENTE. DEFESA. USUCAPIÃO
EXTRAORDINÁRIO. PROCEDENTE. HONORÁRIOS
RECURSAIS. I. Os pressupostos indispensáveis ao manejo
da ação reivindicatória são: a titularidade do domínio;
individualização da coisa e a posse injusta exercida por
outrem em oposição ao título de proprietário, nos termos do
artigo 1.228 do Código Civil; II. Os apelados apresentaram
defesa nos autos, acompanhada de prova documental e
testemunhal, que se amoldam ao direito do usucapião
extraordinário, contudo, não utilizaram da reconvenção e
nem pugnaram pelo chamamento dos demais litisconsórcios
passivos, o que coaduna na impossibilidade de levar a
sentença a registro; III. Não restou provado a que título os
apelados entraram na posse do terreno, podendo, portanto, ver
reconhecida tão somente a usucapião extraordinária; IV. Restou
cumprido o prazo exigido para os apelados obterem o
reconhecimento da usucapião extraordinária tendo em vista
que o termo a quo da posse foi em 23/10/1990, contados em
20 (vinte) anos de tempo previsto no código anterior até
23/10/2010; V. Em razão do desprovimento do apelo, os
honorários advocatícios devem ser majorados para doze por
cento (12%) sobre o valor atualizado da causa, nos termos da
disposição contida no art. 85, §§ 2º e 11, do CPC.; VI. RECURSO
DE APELAÇÃO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJGO,
Apelação (CPC) 0362512-65.2013.8.09.0162, Rel. GERSON
SANTANA CINTRA, 3ª Câmara Cível, julgado em 15/05/2019,
DJe de 15/05/2019)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO E AÇÃO


REIVINDICATÓRIA. JULGAMENTO SIMULTÂNEO. PRESENÇA
DOS REQUISITOS DA PRESCRIÇÃO AQUISI-TIVA
EXTRAORDINÁRIA E AUSÊNCIA DE POSSE INJUSTA DOS
OCUPANTES DA ÁREA DISPUTADA. SENTENÇA MANTIDA
INTACTA. 1. A usucapião extraordinária de que trata o ar-tigo
1.238, caput, do CC/02, tem por requisitos a posse com animus
domini, sem interrupção, nem oposição, pelo lapso temporal de
15 (quin-ze) anos. 2. No caso em apreço, tendo os
autores/apela-dos demonstrado nos autos, de forma
induvido-sa, a satisfação dos requisitos necessários a
usucapião extraordinária pretendida, é de rigor a manutenção
da sentença atacada que julgou procedente tal pleito, até
porque, por outro la-do, os réus/apelantes não provaram a
existên-cia de fatos impeditivos, modificativos ou extin-tivos
deste direito prescritivo aquisitivo perse-guido. 3. O êxito da
ação reivindicatória exige a pre-sença de 03 (três) pressupostos,
quais sejam: a prova da titularidade do domínio pelo postu-lante, a
individualização da coisa e a posse in-justa do oponente. 4. Sem o
preenchimento destas circunstâncias específicas, em
especial que o bem esteja in-justamente em poder da parte ex

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
adversa, como não provado na casuística, a improce-dência
de tal pleito dominial é medida que se impõe (artigo 1.228 do
CC). APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E DESPRO-VIDA. (TJGO,
APELAÇÃO 0087643-46.2012.8.09.0164, Rel. SANDRA REGINA
TEODORO REIS, 6ª Câmara Cível, julgado em 15/05/2019, DJe
de 15/05/2019)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA.


PRESENÇA DOS REQUISITOS. ANIMUS DOMINI. POSSE
MANSA, PACÍFICA E ININTERRUPTA, LAPSO TEMPORAL.
POSSE-MORADIA CONFIGURADA. 1. Para aquisição
originária da propriedade pela usucapião, na modalidade
extraordinária, incumbe ao autor a prova da posse ad
usucapionem, consistente na prova do animus domini, além
de posse mansa, pacífica e ininterrupta pelo prazo de 15
(quinze) anos, permitindo a lei a redução desse prazo para 10
(dez) anos quando o possuidor dá ao bem uma função social,
como é o caso da posse-moradia, na forma do art. 1.238,
Parágrafo único, do CC/02. 2. A propositura de ações de
execução ou a determinação de penhora são medidas judiciais
impróprias para descaracterizar a posse dos apelantes, pois,
finalisticamente, a execução tem por escopo a satisfação do
crédito do devedor, ao passo que a penhora destina-se à
apreensão judicial de bens do devedor, com o intuito de
assegurar o pagamento de uma dívida, não perdendo o devedor a
condição de possuidor. 3. Após a arrematação, os apelantes
comprovaram que exerceram por aproximadamente 13 (treze)
anos, sem interrupção nem oposição, a posse sobre o
imóvel, com ânimo de domínio, nele tendo estabelecido a sua
moradia habitual. É fato que, consumada a arrematação, a
posse passa a ser exercida sem justo título, exigindo-se, no
entanto, do proprietário, para fins de interrupção da
prescrição aquisitiva, a prática de ato que expresse efetiva
oposição à posse exercida pelo usucapiente, a exemplo de
interditos possessórios, ações reivindicatórias ou obtenção
de ordens de imissão na posse, o que não ocorreu neste
caso. Apelação provida. (TJGO, Apelação (CPC) 0225574-
76.2011.8.09.0051, Rel. ZACARIAS NEVES COELHO, 2ª
Câmara Cível, julgado em 22/04/2019, DJe de 22/04/2019)

Desta forma, não há como acolher o pleito recursal, uma vez que a instrução do feito
demonstra a fragilidade do direito arguido pela apelante, nos termos reconhecidos pela sentença
vergastada.

Ao teor do exposto, CONHEÇO do recurso de Apelação Cível mas NEGO-LHE


PROVIMENTO, mantendo-se a sentença fustigada por estes e seus próprios fundamentos
jurídicos.

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
Deixo de majorar os honorários advocatícios na fase recursal, uma vez que já foram
fixados na origem no patamar máximo de 20% sobre o valor atualizado da causa.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA.


USUCAPIÃO. MATÉRIA DE DEFESA. PRESCRIÇÃO
AQUISITIVA. RECONHECIMENTO. FATO EXTINTIVO DO
DIREITO DA PARTE AUTORA. I. A ação reivindicatória, de
cunho petitório, tem como objetivo assegurar ao titular do
domínio, o uso e gozo da coisa, nos termos do artigo 1.228,
do Código Civil, devendo o autor provar a sua propriedade, a
individualização da coisa e a posse injusta do réu. II. É
possível a arguição de usucapião como matéria de defesa,
cuja comprovação da presença dos requisitos necessários
conduz à improcedência do pleito. III. Na ação em que se
busca o reconhecimento do domínio pela usucapião
extraordinária, à parte compete provar, de forma inequívoca,
os requisitos legais necessários para a declaração da
prescrição aquisitiva, tais como: a posse mansa e pacífica,
sem oposição e interrupção, com "animus domini", pelo
prazo previsto em lei. IV. In casu, a requerida comprovou que
preencheu todos os requisitos para o reconhecimento da
usucapião, haja vista que as provas coligidas ao caderno
processual comprovam que ela exerceu por mais de 10 (dez)
anos a posse qualificada da coisa, como se proprietária
fosse, de maneira mansa, pacífica e contínua. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO.

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164

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NR.PROCESSO: 5573438.54.2018.8.09.0164
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. USUCAPIÃO.
MATÉRIA DE DEFESA. PRESCRIÇÃO AQUISITIVA.
RECONHECIMENTO. FATO EXTINTIVO DO DIREITO DA PARTE
AUTORA. I. A ação reivindicatória, de cunho petitório, tem como
objetivo assegurar ao titular do domínio, o uso e gozo da coisa, nos
termos do artigo 1.228, do Código Civil, devendo o autor provar a sua
propriedade, a individualização da coisa e a posse injusta do réu. II. É
possível a arguição de usucapião como matéria de defesa, cuja
comprovação da presença dos requisitos necessários conduz à
improcedência do pleito. III. Na ação em que se busca o
reconhecimento do domínio pela usucapião extraordinária, à parte
compete provar, de forma inequívoca, os requisitos legais
necessários para a declaração da prescrição aquisitiva, tais como: a
posse mansa e pacífica, sem oposição e interrupção, com "animus
domini", pelo prazo previsto em lei. IV. In casu, a requerida
comprovou que preencheu todos os requisitos para o
reconhecimento da usucapião, haja vista que as provas coligidas ao
caderno processual comprovam que ela exerceu por mais de 10 (dez)
anos a posse qualificada da coisa, como se proprietária fosse, de
maneira mansa, pacífica e contínua. RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:18:10

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5653116.91.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DE GOIANIA E REGIAO
LTDA SICOOB ENGEC
POLO PASSIVO : CONSTRUL CONSTRUCOES LTDA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DE GOIANIA E REGIAO


LTDA SICOOB ENGEC
ADVG. PARTE : 60295 PR - JACKSON WILLIAM DE LIMA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5653116.91.2019.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de AGRAVO DE


INSTRUMENTO Nº 5653116.91.2019.8.09.0000, da comarca de Goiânia, em que
figura como agravante COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE
GOIÂNIA E REGIÃO LTDA – SICOOB ENGECRED e como agravado CONSTRUL
CONSTRUÇÕES LTDA e OUTROS.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer do Agravo de Instrumento e negar-lhe provimento, nos termos do voto
da Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5653116.91.2019.8.09.0000
VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

Conforme relatado, trata-se de Agravo de Instrumento, interposto pela


COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE GOIÂNIA E REGIÃO
LTDA, contra a decisão proferida pela MM. Juíza de Direito da 3ª Vara Cível da
Comarca de Goiânia, Dra. Nathália Bueno Arantes da Costa, nos autos da Ação de
Execução, ajuizada em desfavor de CONSTRUL CONSTRUÇÕES LTDA,
RAIMUNDO NONATO FILHO E FRANCISCA PEREIRA DE LIMA.

Em proêmio cumpre esclarecer que o agravo de instrumento é um recurso


secundum eventum litis e, portanto, deve se limitar ao exame do acerto ou desacerto
do que foi decidido pelo juízo a quo, não podendo extrapolar o seu âmbito para
matéria estranha ao ato judicial vergastado, pois não é lícito ao órgão revisor
incursionar nas questões relativas ao mérito da demanda originária, sob pena de
prejulgamento e supressão de instância.

Assim, considerando que agravo de instrumento é um recurso secundum


eventum litis, e como tal, limita-se ao exame do acerto ou desacerto do que foi
decidido pelo juízo a quo, não devem ser apreciadas as teses que não foram alvo de
apreciação pela instância ordinária, sob pena de prejulgamento e supressão de
instância.

A propósito:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E


APREENSÃO. TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL
DO CONTRATO. INAPLICABILIDADE NA ESPÉCIE.
PRECEDENTES DO STJ. SECUNDUM EVENTUS LITIS. (...). III -
O recurso de agravo de instrumento é secundum eventus
litis, cuja apreciação fica limitada ao que foi objeto de
julgamento na decisão recorrida. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 166612-
43.2016.8.09.0000, Rel. DES. GERSON SANTANA CINTRA, 3A

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NR.PROCESSO: 5653116.91.2019.8.09.0000
CÂMARA CÍVEL, julgado em 06/12/2016, DJe 2171 de
19/12/2016. Negritei).

Pois bem, sobre a matéria vale ressaltar que nos termos do artigo 139, inciso
IV, do Código de Processo Civil, incumbe ao magistrado determinar todas as medidas
indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o
cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham objeto prestação
pecuniária, in verbis:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste


Código, incumbindo-lhe: (…)

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas,


mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o
cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham
por objeto prestação pecuniária.

Ocorre que, não obstante o dispositivo citado permitir ao juiz a quo a adoção
das medidas coercitivas necessárias ao pagamento do débito exequendo, há que se
observar que a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e do Passaporte
não são instrumentos eficazes para a garantia do pleno adimplemento do crédito
objeto da ação em voga.

Com relação ao pedido de bloqueio dos Cartões de Crédito, ressalvo o meu


entendimento pela sua possibilidade, em razão de ser valor monetário liberado para
utilização, porém, curvo-me à jurisprudência pacífica deste Tribunal, bem como dos
Tribunais Pátrios sobre a inviabilidade desta medida.

Segundo este entendimento jurisprudencial, em que pese a execução ser feita


no interesse do exequente, não é com a restrição da carteira de habilitação, do
Passaporte e Cartões de Crédito da agravante que o crédito da execução será
satisfeito.

Cumpre salientar que a norma prevista no artigo 139, inciso IV, do Código de
Processo Civil, deve ser interpretada em consonância com o disposto no artigo 789 do
mesmo diploma legal, que consagra o princípio da responsabilidade patrimonial do
devedor, permitindo-se a utilização dos meios executivos atípicos somente quando
recaírem sobre os bens do executado, não se admitindo, portanto, a restrição de seus
direitos fundamentais como forma de compeli-lo a quitar o débito.

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NR.PROCESSO: 5653116.91.2019.8.09.0000
Com efeito, na aplicação da referida norma, o julgador deve se ater ao grau
de proporcionalidade e efetividade que a medida guarda com a superação do
obstáculo existente para o adimplemento da obrigação, sendo que, no caso vertente, a
apreensão da carteira de motorista, do passaporte e bloqueio dos cartões de crédito
dos agravados têm caráter eminentemente punitivo, visando, somente, a mitigação de
seus direitos constitucionais, sem o condão de garantirem a satisfação do crédito.

Nesse sentido, recentemente decidiu este E. Tribunal de Justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO.


PESQUISA DE BENS VIA INFOJUD. RECONSIDERAÇÃO. NÃO
INTERRUPÇÃO OU SUSPENSÃO DO PRAZO RECURSAL.
INTEMPESTIVIDADE. BLOQUEIO DE CARTÕES DE CRÉDITO
E SUSPENSÃO DE CNH. MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS.
EXCEPCIONALIDADE. EFICÁCIA INDEMONSTRADA.
CARÁTER PUNITIVO. VEDAÇÃO. 1. De acordo com a
jurisprudência dominante do STJ, ?a apresentação de pedido de
reconsideração não interrompe ou suspende o prazo para a
interposição do recurso próprio?. 2. As medidas executivas
atípicas previstas no art. 139, inciso IV, CPC, devem ser
aplicadas apenas em caráter excepcional, com observância dos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 3.
Indemonstrada a eficácia da suspensão da CNH, apreensão
do passaporte e do bloqueio de cartões de crédito do
executado para satisfazer a execução, a manutenção do
indeferimento de tais medidas é providência que se impõe.
4. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE CONHECIDO
E, NESTA PARTE, DESPROVIDO. (TJGO, Agravo de
Instrumento ( CPC ) 5412411-69.2018.8.09.0000, Rel.
GUILHERME GUTEMBERG ISAC PINTO, 5ª Câmara Cível,
julgado em 26/04/2019, DJe de 26/04/2019) Grifei.

GRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO.


AUSÊNCIA DE LOCALIZAÇÃO DE BENS DO DEVEDOR.
MEDIDAS CONSTRITIVAS DE SUSPENSÃO DA CNH,
APREENSÃO DO PASSAPORTE E BLOQUEIO DE CARTÕES
DE CRÉDITO DA EXECUTADA NEGADAS. PROVIDÊNCIAS
DESPROPORCIONAIS AO FIM ALMEJADO. DECISÃO
MANTIDA. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS.
PREQUESTIONAMENTO. 1. Inexistindo vícios a serem sanados,
conforme previsto pelo art. 1.022 do Código de Processo Civil,
rejeitam-se os aclaratórios no qual o recorrente almeja tão
somente a rediscussão de matéria já decidida, o que, se mostra
incabível em sede de embargos de declaração. 2. Mostram-se
inviáveis as medidas postuladas pela credora/agravante de

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NR.PROCESSO: 5653116.91.2019.8.09.0000
suspensão da CNH da devedora/recorrida, recolhimento de
passaporte bem como bloqueio dos seus cartões de crédito,
como forma de coagi-lo ao pagamento da dívida, por se tratar
de medidas desproporcionais ao objetivo executivo
almejado, revelando-se, portanto, inadequadas para
modificar a circunstância de ausência de bens, ou, ainda,
assegurar o cumprimento da obrigação perseguida,
causando, na verdade, apenas constrangimentos aquele que
eventualmente sofrer tais privações. 3. Consabido que o
acesso à superior instância não exige menção específica dos
dispositivos legais para o prequestionamento, sendo suficiente
que a questão tenha sido efetivamente discutida nas instâncias
originárias. EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONHECIDOS E
REJEITADOS. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5578384-
76.2018.8.09.0000, Rel. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO
REQUI, 1ª Câmara Cível, julgado em 10/07/2019, DJe de
10/07/2019) Grifei.

Nesse diapasão, importante salientar que a execução não pode servir de


instrumento para periclitar injustificadamente a situação do devedor, sem que as
medidas judiciais que possam trazer qualquer progresso à satisfação do crédito.

Na confluência do exposto, CONHEÇO do Recurso de Agravo de


Instrumento, mas NEGO-LHE PROVIMENTO, para manter a decisão recorrida.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
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NR.PROCESSO: 5653116.91.2019.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
EXECUÇÃO. PEDIDO DE SUSPENSÃO DA CARTEIRA
NACIONAL DE HABILITAÇÃO, PASSAPORTE E
CARTÕES DE CRÉDITO. MEDIDAS INEFICAZES PARA
A SATISFAÇÃO DO CRÉDITO. DECISÃO MANTIDA. I.
O art. 139, IV, do Código de Processo Civil consagra a
possibilidade de o magistrado adotar, de ofício ou a
requerimento, medidas executivas atípicas, as quais,
todavia, não se justificam quando não forem
comprovadamente eficazes na obtenção da tutela do
direito sub judice. II. Em preservação da dignidade da
pessoa humana e por não ter sido demonstrada a
utilidade para execução, deve ser mantida a decisão
singular que indeferiu o pedido de suspensão da
Carteira Nacional de Habilitação, do Passaporte e dos
cartões de crédito do devedor. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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NR.PROCESSO: 5653116.91.2019.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
EXECUÇÃO. PEDIDO DE SUSPENSÃO DA CARTEIRA
NACIONAL DE HABILITAÇÃO, PASSAPORTE E
CARTÕES DE CRÉDITO. MEDIDAS INEFICAZES PARA A
SATISFAÇÃO DO CRÉDITO. DECISÃO MANTIDA. I. O art.
139, IV, do Código de Processo Civil consagra a
possibilidade de o magistrado adotar, de ofício ou a
requerimento, medidas executivas atípicas, as quais,
todavia, não se justificam quando não forem
comprovadamente eficazes na obtenção da tutela do
direito sub judice. II. Em preservação da dignidade da
pessoa humana e por não ter sido demonstrada a
utilidade para execução, deve ser mantida a decisão
singular que indeferiu o pedido de suspensão da Carteira
Nacional de Habilitação, do Passaporte e dos cartões de
crédito do devedor. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E IMPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:23:28

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5444066.37.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : ELAINE BEATRIZ GOMES
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ELAINE BEATRIZ GOMES


ADVGS. PARTE : 12678 GO - LUIZ CARLOS DE SOUZA
32344 GO - JULIANO GONÇALVES CAJANGO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de APELAÇÃO CÍVEL Nº


5444066.37.2017.8.09.0051, da comarca de Goiânia, em que figura como apelante
ELAINE BEATRIZ GOMES e como apelado ESTADO DE GOIÁS.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer da Apelação Cível e negar-lhe provimento, nos termos do voto do
Relator.
Votaram com o Relator a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.
ROBERTO HORÁCIO REZENDE
Juiz Substituto em Segundo Grau
RELATOR
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

VOTO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

Conforme relatado, trata-se de apelação cível interposta em face da sentença


por meio da qual a Magistrada singular julgou improcedentes o pedido de indenização
por danos extrapatrimoniais deduzidos na exordial.

Em proêmio, analiso a preliminar de nulidade de sentença por ofensa ao


princípio de identidade física do juiz, o que não merece acolhimento.

Isso porque, o princípio do juiz natural, previsto no art. 132, do Código de


Processo Civil de 1973, não possui correspondente no Código de Processo Civil de
2015. Assim, como a sentença recorrida foi prolatada sob a égide deste Código, não
há que se falar em ofensa ao mencionado princípio.

Ademais, o fato de o julgamento ter sido realizado por outro magistrado não
fere o aludido princípio, mesmo quando há colheita de prova oral, visto que não se
revela absoluto, principalmente, quando ausente qualquer violação ao contraditório ou
à ampla defesa, como no caso em exame.

Independente disso, houve a relativização do mencionado preceito, de forma


a permitir que o magistrado que não dirigiu a instrução proferir a sentença, mormente
porque a competência e o dever de cooperação não são do juiz propriamente dito,
mas do órgão, ou seja, o poder jurisdicional é uno e não se confunde com a identidade
física do juiz.

A propósito, a jurisprudência deste Tribunal, in verbis:

APELAÇÃO CÍVEL. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO


JUIZ. NULIDADE AFASTADA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DE
ACORDO EXTRAJUDICIAL. VÍCIO DE CONSENTIMENTO.
COAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO FATO
CONSTITUTIVO DO DIREITO DA PARTE AUTORA (CPC 373 I).
SENTENÇA REFORMADA. I- A Corte Especial do STJ firmou
entendimento no sentido de que o princípio da identidade
física do juiz não tem caráter absoluto. Assim, desde que não
se vislumbre, no caso concreto, prejuízo a alguma das
partes, é de se reconhecer como válida sentença proferida
por juiz que não presidiu a instrução. II- IV – Omissis.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA
REFORMADA. (TJGO, Apelação (CPC) 0210284-

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
36.2002.8.09.0051, Rel. LUIZ EDUARDO DE SOUSA, 1ª Câmara
Cível, julgado em 25/04/2019, DJe de 25/04/2019) Grifei.

APELAÇÃO CÍVEL. TEMPESTIVIDADE. AÇÃO DE


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INOCORRÊNCIA DE
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ.
DOAÇÃO DE IMÓVEL PÚBLICO SEM OBEDIÊNCIA ÀS
FORMALIDADES LEGAIS. VIOLAÇÃO AO SISTEMA
NORMATIVO. AFRONTA AO ARTIGO 10 DA LEI N.º 8.429/92.
SENTENÇA MANTIDA. 1. Quando a intimação da sentença é
realizada por Oficial de Justiça, o marco inicial para a contagem
do prazo recursal é a juntada aos autos do mandado de intimação
cumprido. 2. Além de o princípio da identidade física do juiz,
previsto no artigo 132 do CPC/73, não mais subsistir no
ordenamento processual civil pátrio após o advento do
NCPC, já que por ele não contemplado, não há falar-se em
nulidade da sentença se ausente qualquer prejuízo ao
contraditório e à ampla defesa. 3 – 4. Omissis. APELAÇÃO
CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA. (TJGO, APELACAO
0057990-32.2005.8.09.0103, Rel. MARCUS DA COSTA
FERREIRA, 5ª Câmara Cível, julgado em 09/07/2019, DJe de
09/07/2019) Grifei.

Neste contexto, no caso em voga, ausente violação ao contraditório ou à


ampla defesa, afasta-se a preliminar suscitada, ante a ausência de nulidade.

Refutada a preliminar de nulidade da sentença, passo ao exame do mérito


recursal.

Em suas razões recursais a apelante alega que a magistrada singular não


agiu com o devido acerto, posto que comprovou os danos extrapatrimoniais sofridos,
ponderando que no caso concreto a responsabilidade civil é objetiva.

Sobre o tema em análise, impende frisar que a Constituição Federal


expressamente prevê, no artigo 37, parágrafo 6º, a responsabilidade civil do Estado,
fundada na teoria do risco administrativo, em que o Estado responde pelos prejuízos
que seus agentes causarem a terceiros, desde que demonstrado o nexo causal entre o
fato lesivo e o dano sofrido, independentemente de dolo ou culpa (responsabilidade
objetiva). In verbis:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:

(...).

§6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurando o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.

Sobre a matéria, o doutrinador HELY LOPES MEIRELES, esclarece o tema,


na seuinte forma:

A teoria do risco administrativo faz surgir a obrigação de indenizar


o dano do só ato lesivo e injusto causado à vítima pela
Administração. Não se exige qualquer falta do serviço público,
nem culpa de seus agentes. Basta a lesão, sem o concurso
lesado. (…) Aqui não se cogita da culpa da Administração ou de
seus agentes, bastando que a vítima demonstre o fato danoso e
injusto ocasionado por ação ou omissão do Poder Público. Tal
Teoria, como o nome está a indicar, baseia-se no risco que a
atividade pública gera para os administrados e na possibilidade
de acarretar dano a certos membros da comunidade, impondo-
lhes um ônus não suportado pelos demais. Para compensar essa
desigualdade individual, criada pela própria Administração, todos
os outros componentes da coletividade devem concorrer para a
reparação do dano, através do erário, representado pela Fazenda
Pública. (Direito Administrativo Brasileiro, 26ª ed., Malheiros,
2005, p. 645).

Neste contexto, em razão da Constituição Federal adotar a teoria do risco


administrativo, a pessoa natural ou jurídica de direito privado não tem obrigação de
provar a culpa do ente público.

Assim, na responsabilidade objetiva, o dever de indenizar é configurado pela


conduta omissiva ou comissiva da pessoa jurídica de direito público na ocorrência de
dano e o nexo de causalidade existente entre o respectivo dano e o ato lesivo.

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
A alegada conduta lesiva de que cogita a autora/apelante teve origem no fato
de supostos constrangimentos decorrentes de assédio moral que teria sofrido quando
do exercício do cargo de escrivã na Comarca de Orizona, quando o Diretor do Foro e
magistrado da Comarca, Dr. Ricardo de Guimarães e Souza, começou a
supostamente persegui-la.

Analisando o caderno processual, denota-se sem préstimos a alegativa da


apelante, porquanto não logrou êxito em demonstrar o fato administrativo,
consubstanciado em assédio moral sofrido, capaz de gerar o dever de indenizar.

Sobre a matéria importante salientar que o magistrado era superior


hierárquico da autora/apelante, logo, é de sua competência e atribuição a instauração
de Processos Administrativos Disciplinares para apuração de eventuais faltas no
exercício de função pública.

Neste contexto, a despeito das alegativas da autora/apelante, verifica-se dos


autos que a recorrente não comprovou que a instauração dos Processos
Administrativos Disciplinares – PADs ocorreu com o único fito de persegui-la, como
pretende fazer crer.

Ademais, como bem disse a MM. Juíza que exarou a sentença objurgada, a
simples absolvição da apelante nos Processos Administrativos Disciplinares, não é
capaz de aferir que o objetivo do magistrado era puramente de perseguição, in verbis:

Neste sentido, deve a parte autora comprovar que a instauração


dos PAD’s se deu com o fito de persegui-la, o que não foi feito.

Certo é que foram diversos processos administrativos


disciplinares e até um inquérito policial, no entanto, a simples
absolvição destes não é plausível para se afirmar que o objetivo
do magistrado era puramente de persegui-la.

Os recursos interpostos nos PAD’s ou mandado de segurança


contra ato do magistrado são corolário dos princípios do
contraditório, ampla defesa e duplo grau de jurisdição
administrativa, sendo que em todos os casos tais princípios foram
observados.

Além disso, mesmo tendo sido realizada audiência de instrução e

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
julgamento para oitiva de informante e testemunha, entendo que
não logrou-se êxito na comprovação das alegações formuladas
na missiva pórtica.

Com efeito, denota-se que não tendo a apelante logrado êxito na


comprovação das alegações invocadas para deduzir a pretensão de indenização,
afasta-se o aludido pleito.

Ora, sobre a tipificação da conduta do assédio moral, vale salientar que é


necessário, primordialmente, a prática reiterada de atos de perseguição e represália
por parte do superior hierárquico, com a finalidade de depreciar a imagem, a dignidade
e o conceito do servidor, perante seus colegas de trabalho e a ele próprio, culminando
na diminuição de sua autoestima.

Portanto, imprescindível a comprovação da prática reiterada de condutas


abusivas, humilhações e intimidações visando desestabilizar emocionalmente o
servidor, abalando a sua saúde psíquica e sua dignidade, fatos não divisados nos
autos.

Ora, nem mesmo com a inquirição da testemunha arrolada pela autora, e a


informante, ouvida na audiência de instrução e julgamento, não logrou-se êxito a
autora/apelante comprovar os fatos invocados, na medida que afirmaram que não
presenciaram qualquer ato contra a apelante consubstanciado em assédio moral.

Neste contexto, não sendo comprovado o FATO ADMINISTRATIVO,


porquanto a autora/apelante não demostrou o alegado assédio moral, ausente o
requisito do nexo causal, inexistindo assim, responsabilidade civil por assédio moral a
ensejar direito a indenização.

Sobre a matéria, esta Corte de Justiça já se posicionou:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. ASSÉDIO MORAL CONTRA SERVIDOR PÚBLICO
NÃO COMPROVADO. 1. Omissis. 2. O assédio moral
consubstancia-se na conduta abusiva, praticada de forma
reiterada no ambiente de trabalho, através de exposição da
vítima a situações humilhantes e constrangedoras, visando
ridicularizar e atingir a sua personalidade, causando-lhe a

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
constrangimento e depreciação de sua autoestima no
ambiente de trabalho. 3. Inexistindo prova de que os fatos
narrados na inicial constituíram perseguição pessoal ao
Apelante/A., não há falar-se em reparação civil por assédio
moral (...). (Apelação 0408585-1.2011.8.09.0167, Rel. Olavo
Junqueira de Andrade, 5ª Câmara Cível, julgado em 12/02/2019,
DJe de 12/02/2019) Grifei.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. ASSÉDIO MORAL CONTRA SERVIDOR PÚBLICO
NÃO COMPROVADO. 1. Nos termos do art. 37, § 6º da CF, no
tocante à responsabilidade civil do Estado, à luz da teoria do risco
administrativo, a Administração Pública responde objetivamente
pelos danos causados a terceiros por seus agentes no exercício
de suas funções. Nesse contexto, para a efetiva
responsabilização da Administração, basta, tão somente a
comprovação da conduta comissiva ou omissiva, do dano e do
nexo de causalidade, incumbindo ao Poder Público o ônus de
demonstrar a ocorrência das causas excludentes de
responsabilidade. 2. O assédio moral consubstancia-se na
conduta abusiva, praticada de forma reiterada no ambiente
de trabalho, através a exposição da vítima a situações
humilhantes e constrangedoras, visando ridicularizar e
atingir a sua personalidade, causando-lhe a constrangimento
e depreciação de sua autoestima no ambiente de trabalho. 3.
Inexistindo prova de que os fatos narrados na inicial
constituíram perseguição pessoal ao Apelante/A., não há
falar-se em reparação civil por assédio moral. 4. Nos termos
do § 11 do art. 85 do CPC, o Tribunal de Justiça, ao julgar o
recurso, majorará os honorários sucumbenciais recursais,
levando em conta o trabalho adicional realizado pelo causídico na
instância revisora; daí, face à sucumbência do Apelante/A. sua
condenação ao pagamento dos honorários recursais é medida
que se impõe; ficando a sua exigibilidade suspensa, conf. art. 98,
§ 3º, do CPC. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.
(TJGO, Apelação (CPC) 0315005-28.2012.8.09.0006, Rel.
DELINTRO BELO DE ALMEIDA FILHO, 5ª Câmara Cível, julgado
em 26/03/2018, DJe de 26/03/2018) Grifei.

Assim, com espeque no brocardo nemo iudex ex officio, a norma processual


civil elencou no artigo 373 as principais regras de produção de provas, valendo-se de
critérios objetivos, tendo por fim último o evolver dos autos, in verbis:.

Art. 373 - O ônus da prova incumbe:

I- ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
II- ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor.”

Acerca do ônus da prova, leciona Fredie Didier Júnior:

(…) As regras de distribuição dos ônus da prova são regras de


juízo: orientam o juiz quando há um non liquet em matéria de fato
e constituem, também, uma indicação às partes quanto à sua
atividade probatória.” (Direito Processual Civil, 4ª edição,
Salvador: JusPODIVM, 2004, pág. 425)

Neste contexto, nos termos do citado art. 373 do Código de Processo Civil, o
ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito, o que não
ocorreu nos presentes autos, já que a autora/apelante não demonstrou suas
alegativas, fato que, por si só, impõe a improcedência do pedido de indenização por
dano extrapatrimonial.

A propósito, a jurisprudência deste Tribunal de Justiça, veja-se:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E


DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1 - ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA CONCEDIDA. REVOGAÇÃO
POSTERIOR DE OFÍCIO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA
ALTERAÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA. IMPOSSIBILIDADE.
Revela-se indevida a revogação dos benefícios da assistência
judiciária gratuita quando inexistem elementos que demonstrem a
alteração das condições financeiras da parte, de modo a permitir
o pagamento das custas judiciais sem prejuízo do seu sustento
ou de sua família. 2 - PARTILHA DE BENS CUJA
PROPRIEDADE NÃO FOI COMPROVADA. IMPROCEDÊNCIA
DO PEDIDO. Cabe à parte autora/apelante o ônus da prova do
fato constitutivo do seu direito, qual seja, a propriedade do
bens que pretende partilhar e, não o fazendo, a
improcedência do seu pedido, neste ponto, é medida que se
impõe. 3 - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. AUSÊNCIA DE DOLO.
AFASTADA. De acordo com a firme orientação emanada do
colendo Superior Tribunal de Justiça, não obstante configurar-se
improcedente a insurgência, o simples fato de o litigante ter feito
uso de recurso previsto em lei ou ajuizado ação postulando direito
que entende devido, não significa litigância de má-fé, sendo
necessária comprovação do manifesto dolo da parte, oriundo de
conduta intencionalmente maliciosa e temerária, o que não está
patente no caso dos autos. APELO CONHECIDO E

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
PARCIALMENTE PROVIDO. (TJGO, Apelação (CPC) 0082843-
15.2013.8.09.0107, Rel. Sandra Regina Teodoro Reis, 6ª Câmara
Cível, julgado em 30/11/2017, DJe de 30/11/2017) Grifei

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS


MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE
TRÂNSITO. I - Preliminar. Ilegitimidade ativa. Afastada. A parte
autora/condutora do veículo envolvido no acidente de trânsito tem
legitimidade para pleitear reparação pelos danos morais e
materiais decorrentes do sinistro. II - Veículo estacionado em
local irregular. Infração Ônus da prova. Artigo 373, inciso I, do
Código de Processo Civil. In casu, não cumpriu a
requerente/apelada a determinação do art. 373, I, do CPC, não
se desincumbindo do ônus de produção de prova de fato
constitutivo de seu direito, por não ter acostado aos autos
prova suficiente acerca da responsabilidade da empresa
requerida/apelante pelo acidente em que se envolveram os
litigantes, pois, estando o caminhão da apelante estacionado,
mesmo que em local irregular, a autora/apelada agiu com
imprudência ao realizar a manobra que deu ensejo ao
acidente. III - Ônus Sucumbenciais. Reformada a sentença e
julgado improcedentes os pedidos iniciais, deverá a parte
autora/recorrida arcar com o pagamento das custas e honorários
sucumbenciais, nos termos do §8º do artigo 85, do CPC. IV -
Honorários advocatícios recusais. Majoração. Com o julgamento
do recurso interposto, deverão ser majorados os honorários
advocatícios, com fulcro no §11 do artigo 85 do CPC. Apelação
Cível conhecida e provida. (TJGO, Apelação (CPC) 0170586-
66.2015.8.09.0051, Rel. CARLOS ALBERTO FRANÇA, 2ª
Câmara Cível, julgado em 01/12/2017, DJe de 01/12/2017) Grifei.

Nesse toar, não se desincumbindo a autora/apelante do ônus de produção de


prova de fato constitutivo de seu direito, por não ter acostado aos autos prova
suficiente acerca da perseguição e assédio moral sofridos, conclui-se que imerece
reparos a sentença singular.

Ao teor do exposto, CONHEÇO do recurso de Apelação mas NEGO-LHE


PROVIMENTO, mantendo inalterada a sentença objurgada por estes e seus próprios
fundamentos.

Por corolário, majoro os honorários advocatícios nos termos do artigo 85, §11,
para a) 12% (doze) por cento do valor até 200 (duzentos salários) mínimos; b) 10%
(dez por cento) sobre o valor excedente aos 200 (duzentos) salários mínimos,
considerando o valor atualizado na causa.

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NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.
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Juiz Substituto no Segundo Grau
RELATOR
(Assinado digitalmente conforme Resolução 59/2016)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO
MORAL CONTRA SERVIDOR PÚBLICO NÃO
COMPROVADO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO NÃO CONFIGURADA. SENTENÇA
MANTIDA. I. Nos termos do art. 37, §6º da CF, no
tocante à responsabilidade civil do Estado, à luz da
teoria do risco administrativo, a Administração
Pública responde objetivamente pelos danos
causados a terceiros por seus agentes no exercício
de suas funções. Nesse contexto, para a efetiva
responsabilização da Administração Pública, basta,
tão somente, a comprovação da conduta comissiva
ou omissiva, do dano e do nexo de causalidade,
situação não divisada nos autos. II. O assédio moral
consubstancia-se na conduta abusiva, praticada de
forma reiterada no ambiente de trabalho, através da
exposição da vítima a situações humilhantes e
constrangedoras, visando ridicularizar e atingir a sua
personalidade, causando-lhe constrangimento e
depreciação de sua autoestima no ambiente de
trabalho. III. Inexistindo prova nos autos de que os
fatos narrados na inicial constituíram perseguição
pessoal à autora/apelante não há falar-se em
reparação civil por assédio moral. APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E IMPROVIDA.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5444066.37.2017.8.09.0051
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
ASSÉDIO MORAL CONTRA SERVIDOR PÚBLICO NÃO COMPROVADO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NÃO CONFIGURADA. SENTENÇA
MANTIDA. I. Nos termos do art. 37, §6º da CF, no tocante à responsabilidade civil
do Estado, à luz da teoria do risco administrativo, a Administração Pública
responde objetivamente pelos danos causados a terceiros por seus agentes no
exercício de suas funções. Nesse contexto, para a efetiva responsabilização da
Administração Pública, basta, tão somente, a comprovação da conduta
comissiva ou omissiva, do dano e do nexo de causalidade, situação não divisada
nos autos. II. O assédio moral consubstancia-se na conduta abusiva, praticada
de forma reiterada no ambiente de trabalho, através da exposição da vítima a
situações humilhantes e constrangedoras, visando ridicularizar e atingir a sua
personalidade, causando-lhe constrangimento e depreciação de sua autoestima
no ambiente de trabalho. III. Inexistindo prova nos autos de que os fatos
narrados na inicial constituíram perseguição pessoal à autora/apelante não há
falar-se em reparação civil por assédio moral. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E
IMPROVIDA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 10:03:01

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5119845.63.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : DISTRITO FEDERAL
POLO PASSIVO : ANA CRISTINA DA SILVA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANA CRISTINA DA SILVA


ADVG. PARTE : 32844 GO - THATIANE ALVES ROCHA DE SOUZA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5119845.63.2017.8.09.0051
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatado e discutido o presente AGRAVO INTERNO nos autos de


APELAÇÃO CÍVEL Nº 5119845.63.2017.8.09.0051 da comarca de Goiânia, em que
figura como agravante ANA CRISTINA DA SILVA e como agravado DISTRITO
FEDERAL.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer do Agravo Interno e negar-lhe provimento, nos termos do voto da
Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5119845.63.2017.8.09.0051
VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, conheço do Agravo


Interno.

Trata-se de AGRAVO INTERNO interposto por ANA CRISTINA DA SILVA


com fulcro no artigo 1.021 do CPC, em face da decisão monocrática (mov. n.º 67) que
negou provimento ao recurso de apelação por ela interposto contra DISTRITO
FEDERAL, com fulcro no art. 932, inc. IV, do CPC.

Em proêmio, vale ressaltar que o artigo 1.021 do Código de Processo Civil


prevê que, da decisão proferida pelo relator, caberá agravo interno ao respectivo órgão
colegiado e, se não houver retratação, o relator leva-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta. In verbis:

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo


interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao
processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

(…)

§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado


para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias,
ao final do qual, não havendo retratação, o relator leva-lo-á a
julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.”

Pois bem. Do exame acurado da matéria vertida neste agravo interno, não
vislumbro motivos para alterar a decisão censurada.

Depreende-se que a matéria controvertida neste agravo interno versa sobre


decisão agravada que conheceu, em parte, e nesta, negou provimento ao recurso de
apelação para manter a sentença atacada, por seus próprios fundamentos.

Quanto à questão de sobrestamento do feito até a decisão do incidente de

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NR.PROCESSO: 5119845.63.2017.8.09.0051
uniformização de jurisprudência no STJ, porquanto o ofício 196/2029 – NUGEP do
Superior Tribunal de Justiça, esta questão não se aplica ao caso em comento,
conforme restou decidido na decisão monocrática, vez que restringe-se aos casos de
benefício previdenciário, em nada mencionando a natureza da verba alimentícia, de
modo que se torna defeso dar uma interpretação extensiva ao texto, sob pena de
desvirtuar o objeto do julgamento.

Sustenta, ainda, a agravante que não houve má-fé de sua parte, posto que o
pagamento da verba se deu por erro crasso e unilateral da Administração, o que torna
indevida sua restituição ao erário e requer a inversão o ônus da prova a fim de que a
Administração Pública comprove que houve erro ou dolo por parte da Agravante, ônus
do qual não se desincumbiu.

Quanto a estas questões, embora a orientação jurisprudencial do Superior


Tribunal de Justiça (consolidada no julgamento do REsp nº 1.244.182/PB, sob o rito
dos recursos repetitivos), seja no sentido de ser descabida a devolução ao erário de
verbas salariais recebidas pelo servidor, em razão do equívoco da Administração
Pública, na espécie depreende-se que estes temas foram apreciados de forma
pormenorizada.

Restou consignado na decisão agravada que, diante das provas produzidas


nos autos, foi devidamente comprovado o recebimento indevido de importâncias
vencimentais pela requerida/agravante, não em razão de interpretação equivocada de
lei, mas sim, por erro da administração e com a sua ciência.

Ademais, depreende-se do processo administrativo n° 360.001.420/2010,


acostado à mov. 01, que a agravante, assinou o Termo de Opção concordando em
perceber a remuneração integral do cargo de natureza especial, símbolo CNE-04, de
gerente de projeto, vinculada à Secretaria de Estado de Governo do Distrito Federal,
requerendo, inclusive, que os efeitos financeiros do retrocitado termo retroagissem ao
dia 14 de março de 2008, ficando, portanto, a Prefeitura Municipal de Goiânia
desobrigada de efetuar o pagamento referente à remuneração do cargo efetivo a partir
desta data.

Ocorre que, mesmo após a requerida/agravante ter feito a aludida opção,


paralelamente, recebeu rendimentos vencimentais relativo ao cargo efetivo junto ao
Município de Goiânia, visto que recebeu 14 (quatorze) meses a remuneração de
valores os quais não fazia jus, pagos em 02 (dois) lançamentos mensais distintos, e
não notificou a Administração Pública, mesmo ciente da situação.

Ora, tal fato, por si só, enseja o ressarcimento ao erário pela parte que
recebeu o importe indevido.

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NR.PROCESSO: 5119845.63.2017.8.09.0051
Quanto à inversão do ônus da prova, tenho que pelas provas produzidas,
restou evidenciado o erro da administração pública, bem como a má-fé da
autora/agravante que repercutiu em efetivo prejuízo ao erário, fato que impõe a
necessidade de reparação do dano causado à Administração Pública.

Deste modo, os fundamentos embasadores do inconformismo da parte


agravante não têm força satisfativa para agasalhar sua pretensão, pois em nada
inovaram o feito, até porque a jurisprudência deste Tribunal de Justiça é assente no
sentido de afirmar que, para eventual reconsideração da decisão atacada, faz-se
mister a superveniência de fatos novos.

Ipsis litteris:

AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. […] AUSÊNCIA DE


FATOS NOVOS. DECISÃO MANTIDA. I a IV – Omissis. V-
Ausentes argumentos novos que demonstrem o desacerto
dos fundamentos utilizados na decisão agravada, nega-se
provimento ao agravo interno. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJGO, 4ª CC, AC 251402-41.2014.8.09.0028,
Rel. DR. SEBASTIAO LUIZ FLEURY, DJe 2022 de 06/05/2016.
Negritei)

AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGA


SEGUIMENTO A AGRAVO DE INSTRUMENTO. […] FATO
NOVO NÃO DEMONSTRADO. 1 e 2 – Omissis.3. Destarte,
tendo em vista que a decisão agravada encontra respaldo na
jurisprudência dominante deste e do Superior Tribunal de
Justiça, não há que se falar na sua modificação, mormente
quando a agravante se limita ao debate das teses já
analisadas e não apresenta nenhum fato novo que justifique
a sua pretensão, providência indispensável nesta seara
recursal. 5. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO.
(TJGO, 4ª CC, AI 201010-50.2015.8.09.0000, Rel. DES. KISLEU
DIAS MACIEL FILHO, DJe 1871 de 17/09/2015. Negritei).

Destarte, a par desse contexto, inexistindo argumentos a corroborar com a


reconsideração da decisão ora recorrida e, estando ela em consonância com a
jurisprudência cristalizada nesta Corte, desnecessárias maiores delongas acerca do
tema.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5119845.63.2017.8.09.0051
Do exposto, conheço do recurso, porém NEGO-LHE PROVIMENTO,
mantendo incólume a decisão recorrida. Submeto a insurgência à apreciação da
Turma Julgadora.

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL.


AÇÃO DE RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. SERVIDORA
PÚBLICA CEDIDA AO DISTRITO FEDERAL.
RECEBIMENTO DO ÓRGÃO DE ORIGEM E DO ÓRGÃO
DE DESTINO. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. ERRO
CRASSO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E MÁ-FÉ DE
QUEM RECEBEU DEMONSTRADOS. JUROS DE MORA
. DATA DO DESEMBOLSO. AUSÊNCIA DE FATOS
NOVOS. I. O STJ firmou o entendimento de que
quando a Administração Pública interpreta
erroneamente uma lei, resultando em pagamento
indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de
que os valores recebidos são legais e definitivos,
impedindo, assim, que ocorra desconto dos mesmos,
ante a boa-fé do servidor público. No caso em voga,
comprovado que o pagamento indevido não decorreu
de má interpretação de lei, mas sim, por erro da
administração, somado a má-fé da servidora que não
comunicou o fato, causando prejuízo ao erário, o que
conduz a procedência do pedido de ressarcimento do
erário. II. Quanto aos juros de mora, não há se falar em
aplicação do art. 240 do CPC, para que os juros sejam
contados a partir da citação, pois a obrigação de
ressarcimento ao erário decorre do recebimento
indevido de importâncias pela requerida/apelante,

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NR.PROCESSO: 5119845.63.2017.8.09.0051
caracterizando-se, portanto, ato ilícito, estando em
mora desde a prática desse ato, nos termos da súmula
54, do STJ. IV. É medida imperativa o desprovimento
do Agravo Interno quando não se fazem presentes, em
suas razões, qualquer novo argumento que justifique
a modificação da decisão agravada. AGRAVO
INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5119845.63.2017.8.09.0051
EMENTA: AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO DE RESSARCIMENTO AO
ERÁRIO. SERVIDORA PÚBLICA CEDIDA AO
DISTRITO FEDERAL. RECEBIMENTO DO
ÓRGÃO DE ORIGEM E DO ÓRGÃO DE
DESTINO. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. ERRO
CRASSO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E MÁ-
FÉ DE QUEM RECEBEU DEMONSTRADOS.
JUROS DE MORA . DATA DO DESEMBOLSO.
AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS. I. O STJ firmou o
entendimento de que quando a Administração
Pública interpreta erroneamente uma lei,
resultando em pagamento indevido ao servidor,
cria-se uma falsa expectativa de que os valores
recebidos são legais e definitivos, impedindo,
assim, que ocorra desconto dos mesmos, ante a
boa-fé do servidor público. No caso em voga,
comprovado que o pagamento indevido não
decorreu de má interpretação de lei, mas sim,
por erro da administração, somado a má-fé da
servidora que não comunicou o fato, causando
prejuízo ao erário, o que conduz a procedência
do pedido de ressarcimento do erário. II.
Quanto aos juros de mora, não há se falar em
aplicação do art. 240 do CPC, para que os juros
sejam contados a partir da citação, pois a
obrigação de ressarcimento ao erário decorre
do recebimento indevido de importâncias pela
requerida/apelante, caracterizando-se, portanto,
ato ilícito, estando em mora desde a prática
desse ato, nos termos da súmula 54, do STJ. IV.
É medida imperativa o desprovimento do
Agravo Interno quando não se fazem presentes,
em suas razões, qualquer novo argumento que
justifique a modificação da decisão agravada.
AGRAVO INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:28:28

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5357498.51.2018.8.09.0158
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : MARIA DO BONFIM FELICIANO DE ANDRADE
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE SANTO ANTONIO DO DESCOBERTO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARIA DO BONFIM FELICIANO DE ANDRADE


ADVG. PARTE : 58489 DF - TAMYRES RODRIGUES PACIFICO BARBOSA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5357498.51.2018.8.09.0158
COMARCA DE SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO

APELANTE: MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO


APELADA: MARIA DO BONFIM FELICIANO DE ANDRADE
RELATORA: DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do apelo, dele conheço.

Aduziu a autora, em síntese, que é servidora pública municipal desde 01.06.1987, que
após preencher o tempo para aposentadoria optou por continuar trabalhando,
ingressando, em 27.07.2016, com requerimento administrativo, a fim de perceber
abono permanência, sendo o pedido deferido em junho de 2017, sem o pagamento do
valor retroativo.

Processado o feito, a sentença fustigada foi proferida, nos seguintes termos (evento
17):

“Do Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos da inicial,


para CONDENAR o Município de Santo Antônio do Descoberto a
pagar a autora o valor correspondente a R$ 5. 370,01 (cinco mil,
trezentos e setenta reais e um centavo), quantia esta que deverá
incidir o índice oficial de remuneração básica aplicado à
caderneta de poupança, bem como os juros de mora, a partir da
citação, na taxa de juros aplicados à caderneta de poupança,
conforme preceitua o artigo 1º-F da Lei federal nº 9.494/1997
com a redação dada pela Lei federal nº 11.960, de 29 de junho
de 2009 desde a data do inadimplemento da obrigação.

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
Por fim, JULGO EXTINTO o processo, com resolução do mérito,
nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil.
Condeno o requerido, ainda, com fulcro no artigo 85, §§ 2º e 3º,
CPC, ao pagamento dos honorários sucumbenciais, estes fixados
em 10% sobre o proveito econômico a ser obtido pela parte.
Sem custas, por força do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96.
Sentença não sujeita ao reexame necessário, considerando que
o valor da condenação que ora se discute supera o patamar
previsto no art. 496, § 3º, I, CPC.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Transitada em julgado, arquivem-se os autos com as cautelas de
estilo.”

Inconformado com a prestação jurisdicional, o réu interpõe Apelação Cível (evento 21),
pugnando por seu conhecimento e provimento para indeferir a gratuidade da justiça à
apelada; alterar a data do marco temporal para o pagamento retroativo, da data de
27/07/2016 para 07/08/2017; condenar à apelada aos ônus sucumbenciais.

De início, noto que a gratuidade judiciária foi deferida à autora/apelada na decisão do


evento 05. Em contestação, o município réu apresentou impugnação à benesse, a qual
foi rejeitada na sentença, vindo novamente o ente público, em suas razões recursais,
pugnar pela revogação da gratuidade judiciária, sem juntar qualquer documento que
demonstre a modificação da situação financeira da autora.

Como cediço, a nova sistemática processual civil traz em seu art. 99, § 2º, a orientação
de que o magistrado apenas poderá indeferir o pedido da justiça gratuita se houver
nos autos, elementos que evidenciem a falta de pressupostos legais para sua
concessão. E por não se tratar – obviamente – de direito absoluto, pode o magistrado,
mediante fundadas razões para crer que o requerente não se encontra no estado
declarado, exigir-lhe que faça prova de sua situação, nos moldes do enunciado da
Súmula 25 do TJGO.

Não obstante a possibilidade de a parte contrária impugnar o deferimento do benefício,


deve apresentar documento que comprove, de forma inequívoca, o impedimento da
concessão da gratuidade da justiça.

Malgrado o esforço do réu/apelante, este não se desincumbiu do ônus de provar que a


autora/apelada tem condições de arcar com as despesas processuais sem o prejuízo
de seu sustento. Nesse sentido, confira os arestos:

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
“ AÇÃO RESCISÓRIA. IMPUGNAÇÃO AO BENEFÍCIO DA
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. AUSÊNCIA DE PROVA.
REJEIÇÃO. 1. É ônus daquele que impugna a concessão do
benefício da assistência judiciária gratuita demonstrar (e não
meramente alegar) a suficiência financeira - econômica do
beneficiário. [...]. (TJGO, 2ª Seção Cível, Ação Rescisória
5474581-55.2017.8.09.0051, Rel. NELMA BRANCO FERREIRA
PERILO, julgado em 06/09/2018, DJe de 06/09/2018)

“ APELAÇÃO CÍVEL. IMPUGNAÇÃO AOS BENEFÍCIOS DA


JUSTIÇA GRATUITA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
RESTITUIÇÃO DE DESPESA PAGA. IMPOSSIBILIDADE.
EFEITO EX NUNC.1. É ônus daquele que impugna o deferimento
da assistência gratuita demonstrar a suficiência financeira do
beneficiário para arcar com as custas e despesas processuais.
2.[...]. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE
PROVIDA.” (TJGO, 1ª CC, AC nº 0240037-97.2015.8.09.0175,
Rel. ORLOFF NEVES ROCHA, julgado em 24/08/2018, DJe de
24/08/2018)

“ DUPLA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE


CONTAS. IMPUGNAÇÃO QUANTO À CONCESSÃO DA
JUSTIÇA GRATUITA. HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO AFASTADA.
DEVER DE PRESTAR CONTAS. NECESSÁRIA
COMPROVAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA. AUSÊNCIA DE
PROVAS SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DE BENS ALHEIOS.
HONORÁRIOS RECURSAIS. 1. Segundo o disposto no artigo 5º,
inciso LXXIV, da Constituição Federal e Súmula nº 25 do Tribunal
de Justiça do Estado de Goiás, terá direito à assistência judiciária
integral e gratuita aquele que comprovar insuficiência de recursos
financeiros. 2. Para que haja a revogação da gratuidade
processual conferida a uma das partes, é necessária a
comprovação de inexistência ou desaparecimento dos requisitos
essenciais à sua concessão. (…).” (TJGO, APELAÇÃO 0145004-
98.2017.8.09.0017, Rel. JAIRO FERREIRA JÚNIOR, 6ª Câmara
Cível, julgado em 19/12/2019, DJe de 19/12/2019)

Assim, entendo que agiu corretamente a magistrada singular ao rejeitar a impugnação


à concessão da gratuidade da justiça, haja vista que o réu/apelante não juntou
qualquer documento hábil a demonstrar inexistência ou desaparecimento dos
requisitos essenciais à concessão da benesse à autora/apelada.

Quanto ao pleito de alteração do marco temporal para o pagamento retroativo, da data

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
de 27/07/2016 para 07/08/2017, entendo que razão não assiste ao apelante.

Isso porque, como bem concluiu a julgadora singular, preenchidos os requisitos para a
concessão do abono de permanência, a Administração Pública tem a obrigação de
conceder as vantagens previstas em Lei. Contudo, para que o ente federado possa
efetuar o pagamento da gratificação/vantagem, deve sofrer provocação do
interessado, haja vista que somente a partir do requerimento é que a
Administração Pública tem o conhecimento de que o servidor preenche todos os
requisitos necessários para o recebimento da benesse.

Consoante entendimento desta Corte, deve ser reconhecido o direito da autora


de recebimento das diferenças remuneratórias (dentre estas o abono de
permanência) relativas ao período compreendido a partir da data do
requerimento administrativo, a saber:

“DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER C/C COBRANÇA. PROFESSOR MUNICIPAL.
PROGRESSÃO VERTICAL. ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU.
ATENDIMENTO AOS REQUISITOS PREVISTOS NA LEI DE
PLANO DE CARREIRA E ESTATUTO DO MAGISTÉRIO DE
JATAÍ. RETROATIVO DAS DIFERENÇAS. TERMO A QUO.
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. I- É permitida a
progressão vertical dos Profissionais da Educação do
Município de Jataí, em razão de nova titulação, nos termos
da Lei Municipal nº 2.822/2007. Neste sentido, não deve
prevalecer a orientação do TCM-GO de que a progressão
vertical dos professores seria admissível somente em
relação à titulação em licenciatura tenha ocorrido até
23/12/2007, uma vez que desprovido de amparo da lei. II- Faz
jus a requerente ao recebimento das diferenças salariais
decorrentes da progressão, com incidência de juros de mora
e correção monetária, todos desde a data do requerimento
administrativo. REMESSA CONHECIDA, PORÉM
DESPROVIDA.” (TJGO, Reexame Necessário 5205368-
77.2018.8.09.0093, Rel. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, 2ª
Câmara Cível, julgado em 23/09/2019, DJe de 23/09/2019)

“ REMESSA OBRIGATÓRIA E APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


COMINATÓRIA CUMULADA COM PEDIDO DE PAGAMENTO
RETROATIVO. GRATIFICAÇÃO INCENTIVO PROFISSIONAL.
SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. TÉCNICO DE
ENFERMAGEM. GRATIFICAÇÃO DEVIDA PERCENTUAL DE
20%. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. VERBA
HONORÁRIA. MAJORAÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. Nos termos
do que prescreve o plano de cargos e salários dos

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
servidores públicos do Município de Santo Antônio do
Descoberto - (Lei Municipal nº 867/10) -, em seu artigo 9º, são
garantidos aos servidores o incentivo à qualificação
profissional através de cursos de formação, aperfeiçoamento
ou especialização, em instituições credenciadas e
reconhecidas pelo Ministério da Educação e Cultura,
observadas as diretrizes, necessidades e prioridade
municipais. 2. A legislação municipal em referência dispõe
que os servidores de nível técnico terão o salário-base
acrescido em 20% quando concluírem o nível superior. 3.
Comprovados os fatos constitutivos do direito que alega
possuir, a autora faz jus ao recebimento da gratificação de
incentivo educacional de graduação, devendo ser efetuado o
respectivo pagamento a partir do requerimento
administrativo. 4. De acordo com a nova regra processual
preconizada no artigo 85, § 11, do Código de Processo
Civil/15, deverá o Tribunal, ao julgar o recurso, proceder a
majoração da verba honorária anteriormente arbitrada.
REMESSA OBRIGATÓRIA E APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDAS E DESPROVIDAS.” (TJGO, APELAÇÃO
0271801-55.2015.8.09.0158, Rel. Camila Nina Erbetta
Nascimento e Moura, 5ª Câmara Cível, julgado em 10/06/2019,
DJe de 10/06/2019)

Assim, diversamente do que pretende fazer crer o recorrente, não é imposto ao


servidor aguardar o prazo de tramitação do processo administrativo, o qual tem
o direito de receber as diferenças salariais (abono de permanência) pleiteadas de
modo retroativo à data do requerimento administrativo, que in casu ocorreu em
27.07.2016 (evento 01, doc. 01).

Assim, devido o pagamento do valor retroativo da verba salarial pleiteada pela


autora (abono de permanência), desde a data do requerimento administrativo
(27.07.2016), não merecem acolhida as alegações do ente federado que pretende
impor data diversa.

No tocante a atualização do débito, entendo que a sentença merece reforma, o


que se opera de ofício, por se tratar de matéria de ordem pública.

Acerca do tema, sabe-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso


Extraordinário com Repercussão Geral nº 870.947/SE (Tema 810) reconheceu a
inconstitucionalidade do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 para fins de correção monetária,
reputando válida a sua incidência quanto aos juros de mora.

Todavia, diante da necessidade de modulação dos efeitos da decisão proferida

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
naqueles autos, o relator, Ministro Luiz Fux, acolheu o pedido de atribuição de efeito
suspensivo aos embargos de declaração opostos pelo Estado do Pará e outros, nestes
termos:

“ (…). Pois bem, apresenta-se relevante a fundamentação


expendida pelos entes federativos embargantes no que concerne
à modulação temporal dos efeitos do acórdão embargado,
mormente quando observado tratar-se a modulação de
instrumento voltado à acomodação otimizada entre o princípio da
nulidade de leis inconstitucionais e outros valores constitucionais
relevantes, como a segurança jurídica e a proteção da confiança
legítima.
Encontra-se igualmente demonstrada, in casu, a efetiva
existência de risco de dano grave ao erário em caso de não
concessão do efeito suspensivo pleiteado. (…).
Desse modo, a imediata aplicação do decisum embargado pelas
instâncias a quo, antes da apreciação por esta Suprema Corte do
pleito de modulação dos efeitos da orientação estabelecida, pode
realmente dar ensejo à realização de pagamento de
consideráveis valores, em tese, a maior pela Fazenda Pública,
ocasionando grave prejuízo às já combalidas finanças públicas.
Ex positis, DEFIRO excepcionalmente efeito suspensivo aos
embargos de declaração opostos pelos entes federativos
estaduais, com fundamento no artigo 1.026, §1º, do CPC/2015
c/c o artigo 21, V, do RISTF.”

Neste contexto, a partir desta decisão, publicada em 26/09/2018 (DJE nº 204,


divulgado em 25/09/2018), a Suprema Corte ficou de definir a forma de aplicação da
tese firmada no RE nº 870.947/SE, razão pela qual esta Relatora passou a aplicar a
norma do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009,
antes da declaração de sua inconstitucionalidade.

Ocorre que, em 03/10/2019, os mencionados embargos foram julgados, sendo


rejeitados por seis votos a quatro, nos seguintes termos:

“ O Tribunal, por maioria, rejeitou todos os embargos de


declaração e não modulou os efeitos da decisão anteriormente
proferida, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes,
Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Luiz Fux (Relator),
Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Dias Toffoli (Presidente). Não
participou, justificadamente, deste julgamento, a Ministra Cármen
Lúcia. Ausentes, justificadamente, os Ministros Celso de Mello e
Ricardo Lewandowski, que votaram em assentada anterior.

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
Plenário, 03.10.2019.”

Dessa forma, de acordo com o entendimento da maioria do Plenário do Supremo


Tribunal Federal, não é possível a modulação dos índices de correção monetária
aplicados nos casos de condenações impostas contra a Fazenda Pública,
independentemente de sua natureza, devendo ser utilizado o IPCA-E desde 2009.

Nessa senda, tendo a sentença sido proferida sem consonância com o entendimento
da Corte Superior, há razão para sua reforma, devendo incidir sobre os valores
devidos à autora/apelada correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora com
base no índice oficial de remuneração básica aplicada à caderneta de poupança.

Inalterado o julgado no tocante ao mérito, ficam mantidos os ônus sucumbenciais em


desfavor do réu/apelante (isento das custas). Ademais, nos termos do artigo 85, §11
do CPC devem ser majorados os honorários advocatícios na fase recursal para 15%
sobre o proveito econômico.

Ante o exposto, conheço da apelação cível, mas nego-lhe provimento. Por


corolário, majoro os honorários advocatícios em favor do patrono da autora/apelada,
nesta fase recursal, para o total de 15% sobre o proveito econômico, nos termos do
art. 85, §11 do CPC. De ofício, determino que incidam sobre os valores devidos à
autora/apelada correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora com base no índice
oficial de remuneração básica aplicada à caderneta de poupança. No mais, mantenho
a sentença fustigada.

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA
112/LA

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5357498.51.2018.8.09.0158


COMARCA DE SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
APELANTE: MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO
APELADA: MARIA DO BONFIM FELICIANO DE ANDRADE
RELATORA: DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COMINATÓRIA C/C


PEDIDO DE PAGAMENTO RETROATIVO. IMPUGNAÇÃO AO
BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. IMPROCEDENTE.
VERBA SALARIAL. ABONO PERMANÊNCIA. RETROATIVO.
DEVIDO A PARTIR DA DATA DO REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO. CORREÇÃO
DE OFÍCIO. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. MANTIDOS.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO. 1. Para que
haja a revogação da gratuidade processual conferida a uma das
partes, é necessária a comprovação de inexistência ou
desaparecimento dos requisitos essenciais à sua concessão,
ônus do qual não se desincumbiu o réu/apelante. 2. Faz jus a
requerente/apelada ao recebimento das diferenças salariais
(abono de permanência) desde a data do requerimento
administrativo. 3. Devem incidir sobre os valores devidos à
autora/apelada correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora
com base no índice oficial de remuneração básica aplicada à
caderneta de poupança, reforma da sentença que se opera de
ofício. 4. Inalterado o julgado no tocante ao mérito, ficam
mantidos os ônus sucumbenciais em desfavor do réu/apelante.
Nos termos do artigo 85, §11 do CPC, ficam majorados os
honorários na fase recursal. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA,
MAS DESPROVIDA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 5357498.51, acordam


os componentes da terceira Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível do egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer do
apelo, mas lhe negar provimento, nos termos do voto desta Relatora.

Votaram, com a relatora, os Desembargadores Orloff Neves Rocha e Carlos Roberto


Favaro.

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

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NR.PROCESSO: 5357498.51.2018.8.09.0158
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COMINATÓRIA C/C
PEDIDO DE PAGAMENTO RETROATIVO. IMPUGNAÇÃO AO
BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. IMPROCEDENTE.
VERBA SALARIAL. ABONO PERMANÊNCIA. RETROATIVO.
DEVIDO A PARTIR DA DATA DO REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO. CORREÇÃO
DE OFÍCIO. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. MANTIDOS.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO. 1. Para que
haja a revogação da gratuidade processual conferida a uma das
partes, é necessária a comprovação de inexistência ou
desaparecimento dos requisitos essenciais à sua concessão,
ônus do qual não se desincumbiu o réu/apelante. 2. Faz jus a
requerente/apelada ao recebimento das diferenças salariais
(abono de permanência) desde a data do requerimento
administrativo. 3. Devem incidir sobre os valores devidos à
autora/apelada correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora
com base no índice oficial de remuneração básica aplicada à
caderneta de poupança, reforma da sentença que se opera de
ofício. 4. Inalterado o julgado no tocante ao mérito, ficam
mantidos os ônus sucumbenciais em desfavor do réu/apelante.
Nos termos do artigo 85, §11 do CPC, ficam majorados os
honorários na fase recursal. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA,
MAS DESPROVIDA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 11:29:51

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0111425.81.2017.8.09.0140
CLASSE PROCESSUAL : Busca e Apreensão em Alienação Fiduciária ( L.E. )
POLO ATIVO : BANCO BRADESCO SA
POLO PASSIVO : ONAIR CINTRA DOS PASSOS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ONAIR CINTRA DOS PASSOS


ADVG. PARTE : 30150 GO - LEONARDO MIQUEIAS DOS PASSOS RAMOS

PARTE INTIMADA : BANCO BRADESCO SA


ADVG. PARTE : 35394 GO - ROSANGELA DA ROSA CORREA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0111425.81.2017.8.09.0140
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº
111425.81.2017.8.09.0140
COMARCA DE SANCLERLÂNDIA

EMBARGANTE: ONAIR CINTRA DOS PASSOS


EMBARGADO: BANCO BRADESCO S/A
RELATORA: DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Conforme relatado, trata-se de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos por ONAIR


CINTRA DOS PASSOS, contra o acórdão da lavra dos componentes da Terceira
Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível deste Tribunal que, à unanimidade de
votos, conheceu e deu parcial provimento ao apelo, nos termos do voto desta
Relatoria.

Inicialmente, nos termos do artigo 1.022 do Código de Processo Civil de 2015, cabe
esclarecer que, no âmbito estreito dos embargos de declaração, sua utilização é
autorizada em face de qualquer decisão judicial para, esclarecer obscuridade ou
eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual se deva
pronunciar de ofício ou a requerimento, bem assim para corrigir erro material. Confira-
se:

“ Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer


decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.”

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NR.PROCESSO: 0111425.81.2017.8.09.0140
Trata-se de recurso de fundamentação vinculada, devendo o embargante ficar adstrito
às hipóteses de cabimento. A razão da lei processual assim o definir não é outra,
senão impedir que, por meio dos embargos de declaração, se devolva toda a
rediscussão da matéria julgada.

Sobre o tema, eis os ensinamentos do professor Elpídio Donizetti:

“ Cabem embargos de declaração para esclarecer decisão


obscura ou contraditória, ou, ainda, para integrar julgado omisso.
(…) Há omissão nos casos em que determinada questão ou
ponto controvertido deveria ser apreciado pelo órgão julgador
mas não o foi. (…). Não há obrigatoriedade de a decisão
recorrida mencionar expressamente súmula ou dispositivo
constitucional ou legal para que se caracterize o
prequestionamento; basta que o julgado tenha decidido a questão
constitucional ou federal.” (in Curso Didático de Direito Processual
Civil. 13.ed. Belo Horizonte: Lumen Juris, 2010. págs. 651 e 653).

Nota-se, portanto, que nos embargos declaratórios devem ser observados os limites
do art. 1.022 do Novo Código de Processo Civil, já que esse recurso não é o meio
hábil ao reexame de matéria já decidida ou estranha ao acórdão embargado.
A omissão, por sua vez, refere-se à ausência de apreciação de ponto ou questão
relevante sobre a qual o órgão jurisdicional deveria ter se manifestado. A propósito, o
citado artigo 1.022 em seu parágrafo único estabelece que: “Considera-se omissa a
decisão que: I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob
julgamento; II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º1”.

Na situação versada, ao rever o acórdão embargado sob o enfoque devolvido pelos


aclaratórios, constato que a irresignação do embargante merece prosperar.

Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, nos casos em que houver


previsão de capitalização diária, é necessário que o contrato explicita a taxa diária a
ser cobrada, em atenção ao direito à informação prévia e adequada previsto nos
artigos 6º, inciso III, 46 e 52 do Código de Defesa do Consumidor.

Sendo assim, como na hipótese dos autos não houve informação a respeito da taxa
diária de juros a ser aplicada, revela-se descabida a incidência da capitalização diária.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0111425.81.2017.8.09.0140
Nesse sentido, cito o seguinte precedente:

“ RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.


CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA.
TAXA NÃO INFORMADA. DESCABIMENTO. VIOLAÇÃO A
DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. DESCABIMENTO. 1.
Controvérsia acerca da capitalização diária em contrato bancário. 2.
Comparação entre os efeitos da capitalização anual, mensal e diária de
uma dívida, havendo viabilidade matemática de se calcular taxas de juros
equivalentes para a capitalização em qualquer periodicidade (cf. REsp
973.827/RS). 3. Discutível a legalidade de cláusula de capitalização diária
de juros, em que pese a norma permissiva do art. 5º da Medida Provisória
2.170-36/2001. Precedentes do STJ. 4. Necessidade, de todo modo, de
fornecimento pela instituição financeira de informações claras ao
consumidor acerca da forma de capitalização dos juros adotada. 5.
Insuficiência da informação a respeito das taxas equivalentes sem a
efetiva ciência do devedor acerca da taxa efetiva aplicada decorrente da
periodicidade de capitalização pactuada. 6. Necessidade de se garantir
ao consumidor a possibilidade de controle 'a priori' do contrato, mediante
o cotejo das taxas previstas, não bastando a possibilidade de controle 'a
posteriori'. 7. Violação do direito do consumidor à informação adequada.
8. Aplicação do disposto no art. 6º, inciso III, combinado com os artigos
46 e 52, do Código de Defesa do Consumidor(CDC). 9. Reconhecimento
da abusividade da cláusula contratual no caso concreto em que houve
previsão de taxas efetivas anual e mensal, mas não da taxa diária. 10.
RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.” (STJ, REsp 1568290/RS, Rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016)

Ante o exposto, conheço dos embargos de declaração, e acolho-os para sanar o


vício apontado no que tange à necessidade de informação a respeito da taxa diária de
juros a ser aplicada. Por conseguinte, determino a exclusão da cobrança da
capitalização diária de juros, ante a ausência de explicitação no contrato da taxa diária
a ser cobrada.

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0111425.81.2017.8.09.0140
116 /LE

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº


0111425.81.2017.8.09.0140
COMARCA DE SANCLERLÂNDIA

EMBARGANTE: ONAIR CINTRA DOS PASSOS


EMBARGADO: BANCO BRADESCO S/A
RELATORA: DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO


CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. CAPITALIZAÇÃO
DIÁRIA DE JUROS. PREVISÃO EXPRESSA. AUSÊNCIA DE
INFORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS DIÁRIA. ABUSIVIDADE.
OMISSÃO CONSTATADA. NECESSIDADE DE CORREÇÃO
DO VÍCIO. I- Em se tratando de cédula de crédito bancário, é
permitida a capitalização de juros, inclusive, a diária, nos termos
do que estabelece o art. 28, § 1º, I, da Lei nº 10.931/2004.
Ademais, em análise da documentação acostada aos autos, é
possível identificar que a taxa anual do contrato é superior ao
duodécuplo superior ao duodécuplo da mensal, evidenciando,
assim, a capitalização em periodicidade inferior a anual. Não
obstante, o contrato em análise prevê, expressamente, que a
periodicidade da capitalização dos juros remuneratórios é diária,
estando esta informação, inclusive, negritada nos respectivos
itens dos instrumentos negociais. II- Segundo o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, nos casos em que houver previsão
de capitalização diária, é necessário que o contrato explicita a
taxa diária a ser cobrada, em atenção ao direito à informação
prévia e adequada previsto nos artigos 6º, inciso III, 46 e 52 do
Código de Defesa do Consumidor. Sendo assim, como na
hipótese dos autos não houve informação a respeito da taxa
diária de juros a ser aplicada, revela-se descabida a incidência da
capitalização diária. III- Devem ser acolhidos os Embargos de
Declaração quando constatada a ocorrência de omissão no
acórdão. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E
ACOLHIDOS.

ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0111425.81.2017.8.09.0140
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração na Apelação
Cível nº 111425.81, acordam os componentes da terceira Turma Julgadora da
Primeira Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à
unanimidade de votos, em conhecer dos embargos e acolhê-los, nos termos do voto
desta Relatora.

Votaram, com a relatora, os Desembargadores Orloff Neves Rocha e Carlos Roberto


Favaro.

Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

1Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

(…)

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou
a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada
pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a

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NR.PROCESSO: 0111425.81.2017.8.09.0140
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

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NR.PROCESSO: 0111425.81.2017.8.09.0140
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO
CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. CAPITALIZAÇÃO
DIÁRIA DE JUROS. PREVISÃO EXPRESSA. AUSÊNCIA DE
INFORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS DIÁRIA. ABUSIVIDADE.
OMISSÃO CONSTATADA. NECESSIDADE DE CORREÇÃO
DO VÍCIO. I- Em se tratando de cédula de crédito bancário, é
permitida a capitalização de juros, inclusive, a diária, nos termos
do que estabelece o art. 28, § 1º, I, da Lei nº 10.931/2004.
Ademais, em análise da documentação acostada aos autos, é
possível identificar que a taxa anual do contrato é superior ao
duodécuplo superior ao duodécuplo da mensal, evidenciando,
assim, a capitalização em periodicidade inferior a anual. Não
obstante, o contrato em análise prevê, expressamente, que a
periodicidade da capitalização dos juros remuneratórios é diária,
estando esta informação, inclusive, negritada nos respectivos
itens dos instrumentos negociais. II- Segundo o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, nos casos em que houver previsão
de capitalização diária, é necessário que o contrato explicita a
taxa diária a ser cobrada, em atenção ao direito à informação
prévia e adequada previsto nos artigos 6º, inciso III, 46 e 52 do
Código de Defesa do Consumidor. Sendo assim, como na
hipótese dos autos não houve informação a respeito da taxa
diária de juros a ser aplicada, revela-se descabida a incidência da
capitalização diária. III- Devem ser acolhidos os Embargos de
Declaração quando constatada a ocorrência de omissão no
acórdão. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E
ACOLHIDOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Ofício(s) Expedido(s) - Data da Movimentação


19/02/2020 14:58:55

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5284178.54.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : BANCO DO BRASIL S/A
POLO PASSIVO : JOSE CAETANO SOBRINHO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL S/A


ADVG. PARTE : 28307 GO - DÁRIO DA CUNHA DÓRO

PARTE INTIMADA : JOSE CAETANO SOBRINHO


ADVG. PARTE : 20645 GO - SILVANIO BARCELOS FERREIRA

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 17/02/2020 11:30:37

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5037028.39.2019.8.09.0093
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : SUELY RIBEIRO DA SILVA
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE JATAI
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SUELY RIBEIRO DA SILVA


ADVG. PARTE : 28943 GO - CASSIA CARVALHO COSTA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de DUPLO GRAU DE


JURISDIÇÃO Nº 5037028.39.2019.8.09.0093, da comarca de Jataí, em que figura
como autora SUELY RIBEIRO DA SILVA e como réu MUNICÍPIO DE JATAÍ.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer do Reexame Necessário e dar-lhe parcial provimento, nos termos do
voto da Relatora.
Votaram com a Relatora a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Consoante relatado, trata-se de Remessa Necessária para reexame da


sentença que julgou procedente o pedido exordial, nos seguintes termos:

(…) IV - DO DISPOSITIVO

Do exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos para:

CONDENAR o Município de Jataí a promover a progressão


horizontal do autor, para o nível imediatamente mais elevado,
de 07/02/2016 – para D-II, 07/02/2018 – para E-II,no prazo de
60 dias, contados do trânsito em julgado desta, sob pena de
multa no valor de R$ 2.000,00, por cada mês descumprido.

CONDENAR o Município de Jataí ao pagamento retroativo


das diferenças relativas a progressão e seus reflexos legais,
desde 24/05/2018, cujos valores serão atualizados desde o
requerimento administrativo ou, não havendo, desde a
citação.

Sobre as parcelas vencidas, incidirá juros de mora segundo


o índice da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei nº
9.494/97) e correção monetária pelo INPC, ambos a contar do
requerimento administrativo ou, não havendo, desde a
citação, até o efetivo pagamento (STF, Tribunal Pleno,
Recurso Extraordinário nº 870.947, Min. Luiz Fux, julgado em
20/09/2017).

A condenação do Município de Jataí nos honorários


advocatícios será arbitrado na fase de liquidação e
cumprimento de sentença, por força do art. 85, § 4º, inciso II
do CPC.

Mantenho a gratuidade processual deferida.

Decorrido o prazo para recurso voluntário, REMETAM-SE os


autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás para
reexame necessário, nos termos da Súmula 490 do STJ.

Deixo de condená-lo em custas por isenção legal.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se. (…). Grifos no original.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
(…). (movimentação nº 13. Grifos no original).

Pois bem.

Inicialmente, para melhor elucidar o caso, salienta-se que a requerente é


Agente de Serviços de Higiene e Alimentação e, desde março/2014 não foi progredida
na carreira, encontrando-se na referência C-II, quando deveria estar na E-II.

Em 22 de maio de 2018 requereu sua progressão horizontal e pagamento das


diferenças salariais, mas a municipalidade sequer chegou a analisá-lo.

A respeito da progressão horizontal, confira o disposto na Lei Municipal nº


1.400/1990, que dispôs sobre o regime jurídico único dos servidores públicos de Jataí.
Confira-se:

Art. 180: Progressão horizontal é a variação remuneratória


correspondente à passagem do Funcionário de uma para outra
referência, dentro da mesma classe, obedecidos os critérios de
antiguidade e merecimento.

§ 1º - Pelo critério de antiguidade o funcionário passará de uma


para outra referência a cada 02(dois) anos de efetivo exercício na
classe, independente de qualquer outra avaliação.

§ 2º - Para os efeitos deste artigo, o merecimento e a respectiva


aferição far-se-á tomando-se por base os resultados de
concorrentes da aplicação das disposições contidas nos arts. 63 e
70 deste Estatuto.

Art. 181: A progressão por merecimento poderá efetivar-se a cada


12(doze) meses, reabrindo-se o prazo para progressão
posteriores.

Parágrafo Único - A pontuação para a aferição do merecimento


correspondente a progressão de que trata este artigo far-se-á
tomando-se por base a média dos dois semestres imediatamente
a ela anteriores e constantes do “Boletim de Avaliação” referido
no art. 70 e não poderá ser inferior a 60(sessenta) pontos.

Art. 182: A progressão horizontal será concedida por ato do


Secretário da Administração aos funcionários que preencham os
requisitos estabelecidos nesta sessão mediante processo
formalizado no órgão em que tiverem exercício.

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NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
Como se vê, a propositura da ação, datada de 22/01/2019, a requerente
deveria figurar na referência E-II, haja vista ter preenchido os interstícios exigidos
legalmente para o reenquadramento pretendido.

O cumprimento da legislação por parte do Município de Jataí trata-se de ato


vinculado e não discricionário.

Destarte, diante da omissão da municipalidade em providenciar o


reenquadramento da servidora requerente para fins de progressão horizontal, cabe ao
Poder Judiciário intervir para garantir o efetivo cumprimento da legislação.

Nesse sentido, eis o recente julgado desta Corte de Justiça:

REEXAME NECESSÁRIO. AÇÃO ORDINÁRIA. PROGRESSÃO


HORIZONTAL. REENQUADRAMENTO NÃO PROVIDENCIADO.
MULTA. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. 1 -
Diante da omissão da municipalidade em providenciar o
reenquadramento do servidor requerente para fins de progressão
horizontal, cabe ao Poder Judiciário intervir para garantir o efetivo
cumprimento da legislação, não havendo que se falar em
interferência indevida sobre o Poder Executivo. 2 - De acordo
com o art. 537 do CPC, é possível a fixação de multa na
sentença. 3 - Tratando-se de relação não tributária e
considerando que a condenação judicial é referente a servidor
público, deve incidir juros de mora de acordo com o índice de
remuneração da poupança (já que a citação ocorreu depois de
julho/2009), permanecendo aplicável o disposto no art. 1º-F da
Lei nº 9.494/1997 nesse particular, sendo que a correção
monetária deve ser calculada pelo IPCA-E durante todo o período
(RE nº 870947 e REsp nº 1495146). REMESSA PARCIALMENTE
PROVIDA.(TJGO, Reexame Necessário 5514037-
46.2018.8.09.0093, Rel. CARLOS HIPOLITO ESCHER, 4ª
Câmara Cível, julgado em 23/08/2019, DJe de 23/08/2019).

Consequentemente, é devido o pagamento das diferenças relativas à


progressão horizontal e seus reflexos legais desde a data da formulação do
requerimento administrativo.

A propósito:

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NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. REEXAME NECESSÁRIO.
AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COBRANÇA E OBRIGAÇÃO DE
FAZER. PRESCRIÇÃO. REMUNERAÇÃO. VENCIMENTO BASE.
VANTAGENS PERMANENTES. DANO MORAL. PROGRESSÃO
HORIZONTAL. HONORÁRIOS. I - Consoante a jurisprudência do
STJ, "pendente requerimento administrativo, deve-se reconhecer
a suspensão da contagem do prazo prescricional, que só se
reinicia após a decisão final da administração". II - A remuneração
do servidor é composta pelo vencimento base acrescido das
demais vantagens pecuniárias permanentes, não havendo que
incluir-se na remuneração as vantagens consideradas como
transitórias. III - A falta de pagamento de parcelas salariais não é
suficiente, por si só, à caracterização do pretendido dano moral,
sendo apenas um mero dissabor temporário que não enseja
indenização extrapatrimonial. IV - Conforme entendimento
consolidado deste Tribunal, tendo o autor preenchido os
requisitos à progressão horizontal no momento do
requerimento administrativo, resta claro o direito ao
recebimento retroativo das diferenças vencimentais. V -
Sendo a sentença ilíquida, os honorários advocatícios
sucumbenciais devem ser definidos em fase de liquidação de
sentença, conforme disciplina o artigo 85, § 4º, inciso II, do
Código de Processo Civil. REEXAME NECESSÁRIO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÕES
CÍVEIS CONHECIDAS E DESPROVIDAS.(TJGO, Apelação /
Reexame Necessário 0325991-93.2016.8.09.0105, Rel. CARLOS
ROBERTO FAVARO, 1ª Câmara Cível, julgado em 01/08/2019,
DJe de 01/08/2019).

REEXAME OBRIGATÓRIO E DUPLO APELO. AÇÃO


ORDINÁRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C AÇÃO DE
COBRANÇA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. CARGO DE
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO. 1. DIREITO DE
PROGRESSÃO HORIZONTAL. A progressão profissional de
servidores na carreira pública não se afigura ato discricionário da
administração pública, mas ato vinculado ao preenchimento dos
requisitos previstos na legislação regulamentadora. In casu, a
pretensão da 1ª Apelante encontra respaldo na Lei Municipal nº
9.129/2013, arts. 16 e 17, de modo que mister o reconhecimento
da procedência do pedido da progressão almejada. 2.
PAGAMENTO DAS VERBAS SALARIAIS RETROATIVOS À
DATA DA PROPOSITURA DA DEMANDA. É assente na
jurisprudência deste eg. Tribunal que, se a servidora reune os
requisitos legais para progressão, ela merece o reconhecimento
do direito de perceber as diferenças pecuniárias, desde a
formulação do requerimento. 3. CORREÇÃO MONETÁRIA PELO
IPCA-E. Na esteira do que decidiu o colendo STJ, no julgamento

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NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
do REsp nº 1.495.146/MG (Tema 905), tratando-se de débito de
natureza administrativa referente a servidor público, devem
incidir, sobre as parcelas em atraso juros de mora conf.
remuneração oficial da caderneta de poupança e correção
monetária pelo IPCA-E. 4. HONORÁRIOS RECURSAIS. Ante a
iliquidez do julgado, os honorários advocatícios sucumbenciais a
serem arcados pela parte vencida devem ser fixados após a
respectiva liquidação, conf. art. 85, § 4º, inciso II, do CPC.
REEXAME OBRIGATÓRIO E APELAÇÕES CÍVEIS
CONHECIDOS E DESPROVIDOS. SENTENÇA MANTIDA.
(TJGO, Apelação / Reexame Necessário 5230530-
06.2018.8.09.0051, Rel. OLAVO JUNQUEIRA DE ANDRADE, 5ª
Câmara Cível, julgado em 23/08/2019, DJe de 23/08/2019).

Desta feita, sem reparos a sentença em análise.

Quanto à correção monetária de juros de mora sobre as condenações


relacionadas com verbas devidas a servidores públicos, o Superior Tribunal de Justiça,
adequando o seu entendimento ao Pretório Excelso (RE 870.947/SE, Julgado em sede
de Repercussão Geral), deliberou em recurso afetado à sistemática dos recursos
repetitivos (REsp 1.495.146/MG) que:

As condenações judiciais referentes a servidores e empregados


públicos, sujeitam-se aos seguintes encargos:

a) até julho/2001: juros de mora: 1% ao mês (capitalização


simples); correção monetária: índices previstos no Manual de
Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a incidência do
IPCA-E a partir de janeiro/2001;

b) agosto/2001 a junho/2009: juros de mora: 0,5% ao mês;


correção monetária: IPCA-E;

c) a partir de julho/2009: juros de mora: remuneração oficial da


caderneta de poupança; correção monetária: IPCA-E. STJ. 1ª
Seção. REsp 1.495.146-MG, Rel. Min. Mauro Campbel Marques,
julgado em 22/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 620).

Portanto, como a condenação é retroativa somente até o ano de 2016 (data


do requerimento administrativo), a correção monetária deve obedecer ao índice IPCA-
E, e os juros moratórios devidos a partir da citação, com base no índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança (TR).

Quanto aos honorários sucumbenciais, escorreita a sentença ao reconhecer

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NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
que se trata de condenação ilíquida em face da Fazenda Pública, cabendo a definição
dos honorários quando da liquidação do julgado, nos termos do artigo 85, §§3º e 4º,
inciso II do CPC.

Ao teor do exposto, CONHEÇO do presente recurso de REEXAME


NECESSÁRIO e DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO, para que a correção monetária
incida desde a data em que cada verba deveria ter sido paga (requerimento
administrativo), devendo ser calculada segundo o Índice de Preços ao Consumidor
Amplo Especial (IPCA-E) e os juros moratórios, a partir da citação, com base no índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR).

É o voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

Desembargador AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

EMENTA: DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. AÇÃO DE


COBRANÇA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL.
PROGRESSÃO HORIZONTAL. NOVO POSICIONAMENTO
DO STF. ADEQUAÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA E
DOS JUROS DE MORA. I. Diante da omissão da
municipalidade em providenciar o reenquadramento do
servidor requerente para fins de progressão horizontal,
cabe ao Poder Judiciário intervir para garantir o efetivo
cumprimento da legislação, não havendo que se falar em
interferência indevida sobre o Poder Executivo. II.
Consoante os termos do REsp 1.495.146-MG, afetado à
sistemática dos recursos repetitivos, no qual o STJ
adequou o seu posicionamento ao Supremo Tribunal
Federal (RE n.º 870947/SE), nas condenações relacionadas
a servidores públicos, a correção monetária, incidente a
partir da data em que cada verba deveria ter sido paga,
deve ser calculada segundo o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e os juros
moratórios, a partir da citação, com base no índice oficial
de remuneração básica da caderneta de poupança (TR).
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO CONHECIDO E

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
PARCIALMENTE PROVIDO.

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NR.PROCESSO: 5037028.39.2019.8.09.0093
EMENTA: DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. AÇÃO DE
COBRANÇA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL.
PROGRESSÃO HORIZONTAL. NOVO POSICIONAMENTO DO
STF. ADEQUAÇÃO DA CORREÇÃO MONETÁRIA E DOS
JUROS DE MORA. I. Diante da omissão da municipalidade em
providenciar o reenquadramento do servidor requerente para
fins de progressão horizontal, cabe ao Poder Judiciário
intervir para garantir o efetivo cumprimento da legislação, não
havendo que se falar em interferência indevida sobre o Poder
Executivo. II. Consoante os termos do REsp 1.495.146-MG,
afetado à sistemática dos recursos repetitivos, no qual o STJ
adequou o seu posicionamento ao Supremo Tribunal Federal
(RE n.º 870947/SE), nas condenações relacionadas a
servidores públicos, a correção monetária, incidente a partir
da data em que cada verba deveria ter sido paga, deve ser
calculada segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo
Especial (IPCA-E) e os juros moratórios, a partir da citação,
com base no índice oficial de remuneração básica da
caderneta de poupança (TR). DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:31:56

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5496747.69.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : SAMARA FORTUNATO DA SILVA SOUZA
POLO PASSIVO : SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - DEPARTAMENTO REGIONAL DE
GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SAMARA FORTUNATO DA SILVA SOUZA


ADVG. PARTE : 9386 GO - GUSTAVO ALVES DE OLIVEIRA

PARTE INTIMADA : DAYANA SILVA SOUZA FORTUNATO


ADVG. PARTE : 9386 GO - GUSTAVO ALVES DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5496747.69.2019.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE: SAMARA FORTUNATO DA SILVA SOUZA


AGRAVADOS: SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – DEPARTAMENTO
REGIONAL DE GOIÁS E OUTRO
RELATORA: DES.ª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Conforme relatado, trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de


antecipação de tutela recursal, interposto por SAMARA FORTUNATO DA SILVA
SOUZA, menor púbere, neste ato representada por sua genitora Dayana Silva Souza
Fortunato, em face da decisão proferida pelo Juiz de Direito da 9ª Vara Cível da
Comarca de Goiânia, Abílio Wolney Aires Neto, nos autos da Ação de Indenização por
Danos Morais c/c Obrigação de Fazer c/c Pedido de Tutela Provisória, por ela proposta
em desfavor de SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – DEPARTAMENTO
REGIONAL DE GOIÁS e FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
– FIEG.

Infere-se dos autos originários que a autora, ora agravante – Samara Fortunato da
Silva Souza, é aluna de escolas secundarista e profissionalizante geridas pelos
requeridos, ora agravados e, no dia, 21.06.2018, no período vespertino, nas
dependências da escola que estuda, sofrera violência física e psicológica praticada por
outros alunos, que lhe acarretaram danos físicos e emocionais.

Por tais motivos, ingressou com Ação de Indenização por Danos Morais c/c Obrigação
de Fazer c/c Pedido de Tutela Provisória em desfavor dos requeridos, visando, em
síntese, ser ressarcida dos danos morais e materiais que entende ter sofrido e, em
sede de tutela antecipada, obrigá-los a arcarem com os custos dos tratamentos

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
médicos, psicológicos e medicamentos de que necessita após o narrado incidente,
pedido este que assim restou decidido:

“ (… ) Diante dos documentos anexados na petição interlocutória de


evento n° 01 e 10, defiro a gratuidade da justiça a parte autora.

Outrossim, a tutela antecipada, espécie das tutelas de urgência,


antecipa os efeitos do provimento final pretendido pela autora em
observância ao princípio da efetividade, mas em detrimento aos
princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo
legal, pois concede-se o direito pleiteado sem a entrega definitiva
da tutela jurisdicional, carecendo assim de obediência a
requisitos insculpidos na lei.
Em razão disso, o art. 300 do CPC exige a presença da
probabilidade do direito (fumus boni iuris) e do perigo de dano
(periculum in mora), e desde que não haja perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão (§3º).
In casu, não vislumbro, pelo menos nesse juízo prévio, a
presença dos requisitos que autorizam a concessão da tutela,
isto porque, o pedido confunde-se com o próprio mérito da ação a
ser discutido, uma vez que se busca o ressarcimento e/ou reparar
os danos.
Percebe-se ainda que não há elementos que demonstrem, no
limiar do processo, o receio concreto de dano, a ponto que não
possa aguardar o devido contraditório.
Desta feita, ante a ausência dos elementos autorizadores da
concessão do pedido de tutela provisória e a necessidade de
dilação probatória, o indeferimento é medida que se impõe.
Destarte, não se verificando a cumulação dos requisitos
autorizadores do artigo 300 do Código de Processo Civil,
INDEFIRO o pedido de tutela provisoria em caráter antecipado.”

Inconformada, a autora, ora agravante, interpôs o presente instrumental, por


intermédio do qual pretende a reforma da decisão atacada, que indeferiu o pedido de
tutela antecipada pleiteada na ação de origem, por intermédio da qual, objetiva,
em síntese, serem os requeridos compelidos a arcarem com os custos dos
tratamentos médicos e psicológicos, assim como dos medicamentos de que
necessita.

Ab initio, cumpre-me destacar que o agravo de instrumento deve se limitar ao exame


do acerto ou desacerto do que foi decidido pelo juízo a quo, não podendo extrapolar o
seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial vergastado, mesmo que se tratem de
questões de ordem pública, sob pena de incorrer em supressão de instância.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
A propósito:

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER. RECURSO SECUNDUM EVENTUM LITIS. DIREITO A
VIDA E A SAÚDE. IPASGO. (…). DECISÃO MANTIDA. 1. O
Agravo de Instrumento consiste em recurso secundum eventum
litis, logo, deve o Tribunal limitar-se apenas ao exame do acerto,
ou desacerto da decisão atacada, no aspecto da legalidade, uma
vez que ultrapassar seus limites, ou seja, perquirir sobre
argumentações meritórias, ou matérias de ordem pública não
enfrentadas na decisão recorrida, seria antecipar o julgamento de
questões não apreciadas pelo juízo de origem, o que importaria
na vedada supressão de instância. (…). AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo
de Instrumento (CPC) 5338871-22.2017.8.09.0000, Rel. FRANCISCO
VILDON JOSE VALENTE, 5ª Câmara Cível, julgado em 02/04/2018, DJe
de 02/04/2018. Negritei).

Fixada tal premissa e adstrita à tutela de urgência em análise, cediço que o seu
deferimento fica condicionado ao preenchimento, concomitante, dos elementos
mencionados no artigo 300, do Código de Processo Civil, ipsis litteris:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,


conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo
a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.” - (negritei)

Acerca do tema, cumpre trazer à colação os ensinamentos de Fredie Didier Jr., Paula
Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira, verbo ad verbum:

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
“A tutela provisória de urgência pode ser cautelar ou satisfativa
(antecipada).
Em ambos os casos, a sua concessão pressupõe,
genericamente, a demonstração da probabilidade do direito
(tradicionalmente conhecida como “fumus boni iuris”) e, junto a
isso, a demonstração do perigo de dano ou de ilícito, ou ainda do
comprometimento da utilidade do resultado final que a demora no
processo representa (tradicionalmente conhecido como
“periculum in mora”) (art. 300, CPC). (…) A probabilidade do
direito a ser provisoriamente satisfeito/realizado ou acautelado é
a plausibilidade de existência desse mesmo direito. O bem
conhecido fumus boni iuris (ou fumaça do bom direito). O
magistrado precisa avaliar se há “elementos que evidenciem” a
probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as
chances de êxito do demandante (art. 300, CPC). Inicialmente é
necessária a verossimilhança fática, com a constatação de que
há um considerável grau de plausibilidade em torno da narrativa
dos fatos trazida pelo autor. É preciso que se visualize, nesta
narrativa, uma verdade provável sobre os fatos,
independentemente da prova. Junto a isso, deve haver a
plausibilidade jurídica, com a verificação de que é provável a
subsunção dos fatos à norma invocada, conduzindo aos efeitos
pretendidos. (…) O perigo da demora é definido pelo legislador
como o perigo que a demora processual representa de “dano ou
o risco ao resultado útil do processo” (art. 300, CPC). Importante
é registrar que o que justifica a tutela provisória de urgência é
aquele perigo de dano: i) concreto (certo), e não, hipotético ou
eventual, decorrente de mero temor subjetivo da parte; ii) atual,
que está na iminência de ocorrer, ou esteja acontecendo; e,
enfim, iii) grave, que seja de grande ou média intensidade e
tenha aptidão para prejudicar ou impedir a fruição do direito. Além
de tudo, o dano deve ser irreparável ou de difícil reparação. Dano
irreparável é aquele cujas consequências são irreversíveis. Dano
de difícil reparação é aquele que provavelmente não será
ressarcido, seja porque as condições financeiras do réu
autorizam supor que não será compensado ou restabelecido,
seja porque, por sua própria natureza, é complexa sua
individualização ou quantificação precisa – ex. Dano decorrente
de desvio de clientela.” (in Curso de Direito Processual Civil, V. 2,
Salvador: Juspodivm, 2016, p. 594/598)

Portanto, na sistemática atual adotada pelo Código de Processo Civil, o deferimento


da medida somente ocorrerá quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. É
necessário, assim, que exista forte probabilidade de que os fatos aduzidos sejam
provados, após o exercício de cognição exauriente, devendo haver nos autos provas
indicativas nesse sentido, não podendo, ainda, haver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
Nesse passo, por conseguinte, é incontroverso que esses requisitos dependem da livre
apreciação do juiz, que emitirá um juízo de valor próprio, sem, no entanto, diferir do
mandamento legal.

Este Tribunal tem evitado substituir o juízo de valoração adotado pelo julgador
singular, exceto nos casos em que se verifique abuso de poder por parte do
magistrado ou quando existir ilegalidade, arbitrariedade ou manifesto equívoco na
decisão monocrática, uma vez que a lei confere ao magistrado a liberdade de decidir
conforme sua determinação, sua livre convicção.

In casu, partindo-se de um exame que não pode sequer ultrapassar a fronteira da


sumariedade da cognição, entendo que não deve ser reformada a decisão agravada,
uma vez que a tutela de urgência nos termos pleiteados pela agravante, possui caráter
satisfativo e irreversível, incomportável com a fase processual que se encontra o feito
originário.

Ademais, conforme ressaltou com absoluta propriedade o magistrado singular, o


pedido de tutela antecipada confunde-se com o próprio mérito da ação, ainda
pendente de discussão/instrução (dilação probatória), não havendo elementos que
demonstrem, de per si, o receio concreto, a ponto de que não se possa aguardar o
devido contraditório.

Importante ressaltar, ainda, neste momento processual, a ausência de efetivo prejuízo


à agravante, mormente porque, caso seja reconhecido o seu direito ao final do
julgamento da demanda originária, ela será devidamente ressarcida pelos gastos que
eventualmente vier a ter com despesas médicas, psicológicas e medicamentos que
guardarem correlação com o evento noticiado na exordial.

Nesse sentido, é o entendimento jurisprudencial deste Sodalício:

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA.
PROBABILIDADE DO DIREITO E PERIGO DE DANO OU
RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO NÃO
VISUALIZADOS CONCOMITANTEMENTE. CHANCE DE
IRREVERSIBILIDADE DO PROVIMENTO. 1. A tutela de
urgência apenas será concedida se observados,
concomitantemente, os requisitos do artigo 300, caput, do Código
de Processo Civil, quais sejam, a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, bem como
não se vislumbre a possibilidade irreversibilidade do provimento
antecipado. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
DECISÃO MANTIDA.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5580902-05.2019.8.09.0000, Rel. DELINTRO BELO DE ALMEIDA
FILHO, 4ª Câmara Cível, julgado em 11/11/2019, DJe de 11/11/2019)

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA DE


ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE
FAZER. RECURSO SECUNDUM EVENTUM LITIS. TUTELA DE
URGÊNCIA. REQUISITOS DO ART. 300 DO CPC NÃO
PREENCHIDOS. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
INCOMPATIBILIDADE COM A VIA ESTREITA DO AGRAVO. 1.
O agravo de instrumento é recurso secundum eventum litis, logo,
deve o Tribunal limitar-se apenas ao exame do acerto ou
desacerto da decisão singular atacada, no aspecto da legalidade,
uma vez que ultrapassar seus limites, ou seja, perquirir sobre
argumentações meritórias ou matérias de ordem pública não
enfrentadas na decisão recorrida, seria antecipar o julgamento de
questões não apreciadas pelo Juízo de primeiro grau, o que
importaria na vedada supressão de instância. 2. O deferimento
da tutela de urgência apenas será concedido se observados,
concomitantemente, os requisitos do artigo 300, caput, do Código
de Processo Civil, quais sejam, a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, bem como
não se vislumbre a possibilidade de irreversibilidade do
provimento antecipado. 3. No caso, merece ser mantida a
decisão recorrida que indeferiu o pedido de tutela de urgência,
vez que o Agravante/Autor não demonstrou os requisitos exigidos
pelo artigo 300 do CPC. 4. A via estreita do agravo de
instrumento não comporta dilação probatória, que por seu turno,
deve ser requerida no Juízo a quo, sob pena de ferir o princípio
que vela pelo Duplo Grau de Jurisdição. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO. DECISÃO
AGRAVADA MANTIDA.” (TJGO, Agravo de Instrumento (CPC)
5498864-67.2018.8.09.0000, Rel. OLAVO JUNQUEIRA DE ANDRADE,
5ª Câmara Cível, julgado em 22/07/2019, DJe de 22/07/2019)

Desta feita, deve ser mantida a decisão agravada.

Ao teor do exposto, CONHEÇO do Agravo de Instrumento, mas NEGO-LHE


PROVIMENTO, a fim de manter a decisão atacada, nos seus exatos termos.

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI
RELATORA
101/LE

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5496747.69.2019.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE: SAMARA FORTUNATO DA SILVA SOUZA


AGRAVADOS: SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – DEPARTAMENTO
REGIONAL DE GOIÁS E OUTRO
RELATORA: DES.ª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C OBRIGAÇÃO DE
FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA. SECUNDUM
EVENTUS LITIS. TUTELA DE URGÊNCIA DE CARÁTER
SATISFATIVO. IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. 1. O agravo
de instrumento deve se limitar ao exame do acerto ou desacerto
do que foi decidido pelo juízo a quo, não podendo extrapolar o
seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial vergastado,
mesmo que se tratem de questões de ordem pública, sob pena
de incorrer em supressão de instância. 2. Nos termos do artigo
300, do Código de Processo Civil, para que a tutela provisória de
urgência seja concedida é necessária a presença concomitante
de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco de resultado útil do processo, não

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
podendo, ainda, haver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão. 3. No caso em apreciação, partindo-se de um exame
que não pode sequer ultrapassar a fronteira da sumariedade da
cognição, não deve ser reformada a decisão agravada, uma vez
que a tutela de urgência nos termos pleiteados pela agravante,
possui caráter satisfativo e irreversível, incomportável com a fase
processual que se encontra o feito originário. Ademais, o pedido
de tutela antecipada confunde-se com o próprio mérito da ação,
ainda pendente de discussão/instrução (dilação probatória), não
havendo elementos que demonstrem, de per si, o receio
concreto, a ponto de que não se possa aguardar o devido
contraditório. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 5496747.69,


acordam os componentes da terceira Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível do
egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer
do agravo, mas lhe negar provimento, nos termos do voto desta Relatora.

Votaram, com a relatora, os Desembargadores Orloff Neves Rocha e Carlos Roberto


Favaro.

Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA.
SECUNDUM EVENTUS LITIS. TUTELA DE URGÊNCIA DE CARÁTER
SATISFATIVO. IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. 1. O agravo de instrumento deve
se limitar ao exame do acerto ou desacerto do que foi decidido pelo juízo a quo, não
podendo extrapolar o seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial vergastado,
mesmo que se tratem de questões de ordem pública, sob pena de incorrer em
supressão de instância. 2. Nos termos do artigo 300, do Código de Processo Civil,
para que a tutela provisória de urgência seja concedida é necessária a presença
concomitante de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco de resultado útil do processo, não podendo, ainda, haver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 3. No caso em apreciação, partindo-se de um
exame que não pode sequer ultrapassar a fronteira da sumariedade da cognição, não
deve ser reformada a decisão agravada, uma vez que a tutela de urgência nos termos
pleiteados pela agravante, possui caráter satisfativo e irreversível, incomportável com
a fase processual que se encontra o feito originário. Ademais, o pedido de tutela
antecipada confunde-se com o próprio mérito da ação, ainda pendente de
discussão/instrução (dilação probatória), não havendo elementos que demonstrem, de
per si, o receio concreto, a ponto de que não se possa aguardar o devido contraditório.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 15:02:42

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0389562.44.2016.8.09.0006
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : LIRIOS DO CAMPO EMPREENDIMENTOS IMOBILIAIROS LTDA
POLO PASSIVO : IRANI MARIA CARDOSO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LIRIOS DO CAMPO EMPREENDIMENTOS IMOBILIAIROS LTDA


ADVG. PARTE : 37791 GO - RENATA SOARES PEIXOTO

PARTE INTIMADA : RC EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA


ADVG. PARTE : 37791 GO - RENATA SOARES PEIXOTO

PARTE INTIMADA : IRANI MARIA CARDOSO


ADVGS. PARTE : 29555 GO - CRISTIANE MARIA DE SOUSA MARIANO
37781 GO - MARIA LUCILENE DE JESUS RABELO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:31:10

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5321521.28.2018.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : HYGOR JOSE DE SOUSA PIRES
POLO PASSIVO : SEGURADORA LIDER DO CONSORCIO DO SEGURO DPVAT S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SEGURADORA LIDER DO CONSORCIO DO SEGURO DPVAT S/A


ADVG. PARTE : 15634 GO - ADRIANO WALDECK FELIX DE SOUSA

PARTE INTIMADA : HYGOR JOSE DE SOUSA PIRES


ADVG. PARTE : 47239 GO - YASMIN KARLA PARREIRA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5321521.28.2018.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA

APELANTE: SEGURADORA LÍDER DO CONSÓRCIO DE SEGURO -DPVAT


APELADO: HYGOR JOSÉ DE SOUSA PIRES
RELATORA: DES.ª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

VOTO

Recurso próprio e tempestivo, dele conheço.

Como relatado, trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta pela SEGURADORA LÍDER


DO CONSÓRCIO DO SEGURO DPVAT S/A, contra sentença proferida pelo Juiz de
Direito da 8ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, Claudiney Alves de Melo, nos autos
da Ação de Cobrança Securitária – DPVAT ajuizada contra si por HYGOR JOSÉ DE
SOUSA PIRES.

Narra o autor, na inicial, que foi vítima de acidente de trânsito ocorrido em 18 de


janeiro de 2017, ocasião em que sofreu trauma no tornozelo direito parcial incompleto.

Após trâmite processual, sobreveio a sentença nos seguintes termos:

“Reza o caput do artigo 5º da Lei 6.194/74 que o pagamento da


indenização será efetuado mediante simples prova do acidente e
do dano decorrente, independentemente da existência de culpa,
haja ou não resseguro, abolida qualquer franquia de
responsabilidade do segurado.
Ao que se observa dos autos, é incontroversa a ocorrência do
acidente, demonstrada pelo boletim de ocorrência (evento 1,
arquivo 10boletimdeocorrenciafolha1), estando estabelecido o

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
nexo de causalidade.
O parâmetro é determinado pelo art. 3º da Lei 6.194/74, alterada
pelo art. 8º da Lei 11.482/2007.
O laudo pericial conclui que o dano causado ao autor é definitivo,
deixando inclusive sequelas, razão pela qual deve o valor da
indenização ser no percentual total, conforme dispõe a lei
11.945/2009 em seu art. 31, II:
II - Quando se tratar de invalidez permanente parcial incompleta,
será efetuado o enquadramento da perda anatômica ou funcional
na forma prevista no inciso I deste parágrafo, procedendo-se em
seguida, à redução proporcional da indenização que
corresponderá a 75% (setenta e cinco por cento) para as perdas
de repercussão intensa, 50% (cinquenta por cento) para as de
média repercussão, 25% (vinte e cinco por cento) para as de leve
repercussão, adotando-se ainda o percentual de 10% (dez por
cento) nos casos de sequelas residuais.
Dessarte, aplicando a tabela inserida na Lei 6.194/74, a perda
completa da mobilidade de um tornozelo, corresponde a 25%
(vinte e cinco por cento) do valor da indenização.
O laudo concluiu que a lesão sofrida pelo autor foi parcial
incompleta moderada, com percentual de debilidade estimado em
50% (evento 14).
Desta forma, verificando que o valor máximo de indenização do
seguro DPVAT é de R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais),
e 25% (vinte e cinco por cento) deste valor corresponde a R$
3.375,00 (três mil trezentos e setenta e cinco reais), a
indenização deve ser fixada em 50% (cinquenta por cento) desta
quantia, pois a perda foi parcial incompleta moderada.
Assim, conclui-se que o valor devido a requerente é de R$
1.687,50 (mil seiscentos e oitenta e sete reais e cinquenta
centavos).
No tocante à sucumbência, vale registrar que o CPC/2015
determina a condenação do vencido ao pagamento dos
honorários ao advogado do vencedor (art. 85, caput), tendo como
parâmetros o valor da condenação, o proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, o valor atualizado da causa
(art. 85, §2°).
Logo, em caso de procedência parcial seria imprescindível aferir
o quanto cada parte ficou vencida e, inversamente, o quanto saiu
vencedora, já que referida proporção corresponde ao proveito
econômico obtido por cada uma das partes, base de fixação dos
honorários dos respectivos advogados.
Por outro lado, o e. Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
editou a súmula n° 51, estabelecendo que, em ações de

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
cobrança do seguro DPVAT, mesmo que o valor da condenação
seja inferior ao pleiteado na inicial, devem os ônus da
sucumbência recair sobre a parte requerida, não havendo
sucumbência recíproca em tal hipótese.
Assim, ressalvando entendimento pessoal, cumpre-nos seguir tal
orientação (art. 927, V, CPC), arbitrando os honorários
advocatícios em 15% do valor da condenação, observando o
disposto no art. 85, § 2º, CPC.
DIANTE DO EXPOSTO, afastando as preliminares aventadas
pela defesa, julgo parcialmente procedente o pedido constante da
inicial para condenar a ré ao pagamento do seguro DPVAT, no
valor de R$ 1.687,50 (mil seiscentos e oitenta e sete reais e
cinquenta centavos), acrescido de correção monetária pelo INPC
a partir do sinistro (18.01.2017), além de juros de mora desde a
citação válida.

Insurge-se a seguradora apelante contra a sentença sob argumento de que não houve
um acidente de trânsito, pois a moto conduzida pelo apelado encontrava-se parada
quando foi atingida por uma carroça descontrolada, ou seja, um veículo de tração
animal, não havendo falar em indenização por seguro DPVAT, vez tratar-se de
acidente pessoal.

Pois bem.

Sabe-se que a Lei nº 6.194/74 foi editada com o fim de dispor sobre o Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou
por sua carga, às pessoas transportadas ou não.

Para que surja o direito à indenização do seguro DPVAT, basta que o evento danoso
tenha tido causa veículo terrestre, inexistindo, na legislação, qualquer distinção sobre
o fato de o mesmo estar em movimento ou parado, sendo irrelevante a constatação de
tal particularidade.

Após detida análise do feito, tenho por comprovados o dano, a sua origem (acidente
de trânsito) e o nexo causal, pois extrai-se do Boletim de evento 01, documento 10,
que a vítima Hygor José de Souza Pires que conduzia o veículo cadastrado, quando
parou para uma carroça passar, ocorre que o condutor da carroça perdeu o controle
atingiu o declarante causando o acidente; QUE o declarante fora lançado da moto e
caiu no ‘corgo’. O corpo de bombeiro fora acionado e o declarante encaminhado a
UPA de Senador Canedo onde recebeu atendimento médico sendo diagnosticado com
fratura no tornozelo direito e edemas. O declarante fora submetido a procedimento

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
cirúrgico no tornozelo, sendo necessário a inserção de pinos.”

Portanto, ao que se depreende dos autos, o veículo não estava estacionado, apenas
parou na tentativa de dar passagem à carroça, que se desgovernou e o atingiu,
caracterizando-se, portanto, o acidente de trânsito, bem como a possibilidade de
cobertura pelo seguro DPVAT, uma vez que a moto e a carroça contribuíram para o
acidente, não importando se o primeiro estava em movimento, ou não.

Sobre o tema, vejamos:

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEGURO DPVAT. AÇÃO DE


COBRANÇA. DECISÃO PARCIAL DE MÉRITO QUE
CARACTERIZOU O SINISTRO COMO ACIDENTE DE
TRÂNSITO. CHOQUE ENTRE AUTOMÓVEL E CARROÇA. 1. A
Lei nº 6.194/1974 instituiu o “Seguro Obrigatório de Danos
Pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou
por sua carga, a pessoas transportadas ou não”, de índole
essencialmente social, conhecido como Seguro DPVAT,
compreendendo indenizações por morte, invalidez permanente
total ou parcial e despesas com assistência médica e
suplementar, com uma cobertura objetiva a pessoas expostas a
riscos de danos pessoais causados por veículos automotores ou
pela sua carga. 2. Para que surja o direito à indenização do
seguro DPVAT, basta que o evento danoso tenha tido causa
veículo automotor de via terrestre, conforme previsto no artigo 2º
da supracitada Lei. Inexiste, na legislação, qualquer distinção
sobre o fato de o veículo estar em movimento ou parado,
sendo irrelevante a constatação de tal particularidade. 3.
Portanto, considerando que o choque se deu entre uma
carroça e um veículo automotor, possível a caracterização do
infortúnio como acidente de trânsito, devendo ser mantida a
decisão saneadora. AGRAVO DE INSTRUMENTO
DESPROVIDO.” (Núm.:70076062819 Tipo de processo: Agravo de
Instrumento Tribunal: Tribunal de Justiça do RS Classe CNJ: Agravo de
Instrumento Relator: Lusmary Fatima Turelly da Silva Redator: Órgão
Julgador: Quinta Câmara Cível, Data, 28/03/2018.)

Deste modo, verifico que a sentença singular não merece reforma neste ponto.

Todavia, reformulo a verba honorária, não obstante o recurso ter sido manejado pela
seguradora, uma vez que, a alteração nesse sentido não importa em prejuízo,
porquanto consectários legais da condenação principal, os honorários advocatícios
possuem natureza de ordem pública, cognoscíveis a qualquer momento e até mesmo
de ofício, sem que isso configure reformatio in pejus. Em linha:

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
“(…) Os honorários sucumbenciais, enquanto consectários legais
da condenação principal, possuem natureza de ordem pública,
podendo ser revistos a qualquer momento e até mesmo de ofício,
sem que isso configure reformatio in pejus. (...)” (TJGO, 4ª Câmara
Cível, AC nº 5079281- 42.2017.8.09.0051, Rel. Des. Kisleu Dias Maciel
Filho, in DJ de 13-12-2.018).

Quanto ao valor da referida verba, observo que a ressalva do § 8º do artigo 85 do


Código de Processo Civil permite a alteração para a apreciação equitativa, nominal, do
quantum arbitrado percentualmente a título de honorários advocatícios, quando o
valor, sob essa medida, ou seja, em percentual, revelar-se irrisório, em clara afronta
aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Veja-se:

“Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao


advogado vencedor.
(…)
§ 2º. Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o
máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I – o grau de zelo do profissional;
II – o lugar de prestação do serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o
seu serviço.
(…)
§ 8º. Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o
juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa,
observando o disposto nos incisos do § 2º.”

No caso concreto, nota-se que a condenação da seguradora apelante foi no valor


indenizatório de R$ 1.687,50, havendo sido fixada a verba honorária de 15% sobre o
valor da condenação.

Mediante simples operação aritmética é possível inferir que, caso se aplique tal
percentual, mostra-se irrisório o proveito econômico da causa e, de consectário, o

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
montante da verba encontrada, fato que impõe a incidência da norma expressa no § 8º
da norma sobredita.

Sob essa premissa, em acurado exame da causa, observa-se que a apreciação do


Julgador de primeira instância fez justiça ao trabalho do causídico, vez que, conquanto
não tenha havido gama de diligências a ser empreendida no desfecho da causa,
sendo ela desprovida de complexidade, a fixação levada a efeito prestigia o trabalho
do causídico, sendo justo o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

Neste sentido, aliás, é a jurisprudência desta Corte de Justiça:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA SECURITÁRIA –


DPVAT. (...). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. VALOR
INDENIZATÓRIO AQUÉM DO PEDIDO. ÔNUS APENAS DA
SEGURADORA/RÉ. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. BAIXO VALOR
DA CONDENAÇÃO. APRECIAÇÃO EQUITATIVA DO JUIZ. (...). 2.
Ainda que o valor indenizatório arbitrado seja inferior ao postulado, não
há que se falar em sucumbência recíproca, tampouco mínima, da parte
autora, a qual êxito em sua pretensão, não obstante a necessidade de
adequação do montante. 3. Configurada a pretensão resistida da
seguradora/ré, que além de não atender por completo o pedido
administrativo feito pelo beneficiário ainda contestou o pedido inicial, cabe
somente a ela arcar com os ônus da sucumbência. 4. A fixação do valor
dos honorários sucumbenciais, considerando o valor da condenação,
resultaria no pagamento de valor ínfimo ao causídico, motivo pelo qual a
referida verba deve ser arbitrada conforme a apreciação equitativa do
juiz, nos moldes do artigo 85, §§ 2º e 8º, do Código de Processo Civil.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.
SENTENÇA REFORMADA.” (TJGO, Apelação 5140700-63.2017, Rel.
JEOVÁ SARDINHA DE MORAES, 6ª Câmara Cível, in DJe de
01/08/2018).

Por fim, cuidando-se de recurso interposto contra sentença publicada já na vigência no


novo Código de Processo Civil, impõe-se o aumento dos honorários arbitrados, à luz
do disposto no § 11 do artigo 85 do citado Diploma.

Desse modo, respaldada nos dizeres do artigo 85, §§ 8 e 11, do Código de Processo
Civil, majoro a verba honorária em R$ 200,00, perfazendo a verba final em R$
1.200,00 (um mil e duzentos reais).

Ante o exposto, CONHEÇO DO RECURSO, PORÉM LHE NEGO PROVIMENTO. De


ofício, reformulo a verba de sucumbência para o valor de R$ 1.200,00 (um mil e

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
duzentos reais).

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

114/LE

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5321521.28.2018.8.09.0051


COMARCA DE GOIÂNIA

APELANTE: SEGURADORA LÍDER DO CONSÓRCIO DE SEGURO -DPVAT


APELADO: HYGOR JOSÉ DE SOUSA PIRES
RELATORA: DES.ª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE


SEGURO DPVAT. CHOQUE ENTRE MOTOCICLETA E
CARROÇA. DEVER DE INDENIZAR. 1. A Lei nº 6.194/1974
instituiu o “Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por
veículos automotores de via terrestre, ou por sua carga, a
pessoas transportadas ou não”, compreendendo indenizações
por morte, invalidez permanente total ou parcial e despesas com
assistência médica e suplementar, com uma cobertura objetiva a
pessoas expostas a riscos de danos pessoais causados por
veículos automotores ou pela sua carga. 2. Para que surja o
direito à indenização do seguro DPVAT, basta que o evento
danoso tenha tido causa veículo automotor de via terrestre,
conforme previsto no artigo 2º da supracitada Lei. Inexiste, na
legislação, qualquer distinção sobre o fato de o veículo estar em
movimento ou parado, sendo irrelevante a constatação de tal

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
particularidade. 3. Portanto, considerando que o choque se deu
entre uma carroça e um veículo automotor, possível a
caracterização do infortúnio como acidente de trânsito,
ensejando o dever de indenizar. 4. A ressalva do § 8º do art. 85
do Código de Processo Civil permite a alteração, para a
apreciação equitativa, do quantum arbitrado percentualmente a
título de honorários advocatícios quando o valor, sob essa
medida, revelar-se irrisório ou exorbitante, a depender do caso,
em clara afronta aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, sem que isso se traduza em reformatio in
pejus, porquanto, como consectários legais, os honorários
possuem natureza de ordem pública, podendo ser revistos a
qualquer momento e até mesmo de ofício. 5. No caso em
concreto, afigura-se ínfima a porcentagem de 15% (quinze por
cento) sobre o valor da condenação sendo razoável o quantum
equitativo de R$ 1.000,00 (mil reais), compatível com as diretrizes
do § 8º do art. 85 do Código de Processo Civil, os quais restam
majorados para o importe de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos
reais), com fulcro no artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
APELO CONHECIDO E DESPROVIDO. HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA REFORMULADOS DE OFÍCIO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 5321521.28, acordam


os componentes da terceira Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível do egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer do
apelo, mas lhe negar provimento, nos termos do voto desta Relatora.

Votaram, com a relatora, os Desembargadores Orloff Neves Rocha e Carlos Roberto


Favaro.

Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 5321521.28.2018.8.09.0051
DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI
RELATORA

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EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE
SEGURO DPVAT. CHOQUE ENTRE MOTOCICLETA E
CARROÇA. DEVER DE INDENIZAR. 1. A Lei nº 6.194/1974
instituiu o “Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por
veículos automotores de via terrestre, ou por sua carga, a
pessoas transportadas ou não”, compreendendo indenizações
por morte, invalidez permanente total ou parcial e despesas com
assistência médica e suplementar, com uma cobertura objetiva a
pessoas expostas a riscos de danos pessoais causados por
veículos automotores ou pela sua carga. 2. Para que surja o
direito à indenização do seguro DPVAT, basta que o evento
danoso tenha tido causa veículo automotor de via terrestre,
conforme previsto no artigo 2º da supracitada Lei. Inexiste, na
legislação, qualquer distinção sobre o fato de o veículo estar em
movimento ou parado, sendo irrelevante a constatação de tal
particularidade. 3. Portanto, considerando que o choque se deu
entre uma carroça e um veículo automotor, possível a
caracterização do infortúnio como acidente de trânsito,
ensejando o dever de indenizar. 4. A ressalva do § 8º do art. 85
do Código de Processo Civil permite a alteração, para a
apreciação equitativa, do quantum arbitrado percentualmente a
título de honorários advocatícios quando o valor, sob essa
medida, revelar-se irrisório ou exorbitante, a depender do caso,
em clara afronta aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, sem que isso se traduza em reformatio in
pejus, porquanto, como consectários legais, os honorários
possuem natureza de ordem pública, podendo ser revistos a
qualquer momento e até mesmo de ofício. 5. No caso em
concreto, afigura-se ínfima a porcentagem de 15% (quinze por
cento) sobre o valor da condenação sendo razoável o quantum
equitativo de R$ 1.000,00 (mil reais), compatível com as diretrizes
do § 8º do art. 85 do Código de Processo Civil, os quais restam
majorados para o importe de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos
reais), com fulcro no artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
APELO CONHECIDO E DESPROVIDO. HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA REFORMULADOS DE OFÍCIO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


17/02/2020 11:31:56

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5496747.69.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : SAMARA FORTUNATO DA SILVA SOUZA
POLO PASSIVO : SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - DEPARTAMENTO REGIONAL DE
GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - DEPARTAMENTO REGIONAL DE


GOIÁS
ADVGS. PARTE : 20014 GO - DENNYS CLAUDIO RODRIGUES DE CARVALHO
3360 GO - TELMA DA CONSOLAÇÃO ALVES MAHFUZ
26372 GO - JOSÉ GERALDO TOLENTINO DE SOUZA JÚNIOR
25620 GO - LUIZ CARLOS FERNANDES DOS SANTOS

PARTE INTIMADA : FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS FIEG


ADVGS. PARTE : 20014 GO - DENNYS CLAUDIO RODRIGUES DE CARVALHO
26372 GO - JOSÉ GERALDO TOLENTINO DE SOUZA JÚNIOR
3360 GO - TELMA DA CONSOLAÇÃO ALVES MAHFUZ
25620 GO - LUIZ CARLOS FERNANDES DOS SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5496747.69.2019.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE: SAMARA FORTUNATO DA SILVA SOUZA


AGRAVADOS: SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – DEPARTAMENTO
REGIONAL DE GOIÁS E OUTRO
RELATORA: DES.ª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Conforme relatado, trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de


antecipação de tutela recursal, interposto por SAMARA FORTUNATO DA SILVA
SOUZA, menor púbere, neste ato representada por sua genitora Dayana Silva Souza
Fortunato, em face da decisão proferida pelo Juiz de Direito da 9ª Vara Cível da
Comarca de Goiânia, Abílio Wolney Aires Neto, nos autos da Ação de Indenização por
Danos Morais c/c Obrigação de Fazer c/c Pedido de Tutela Provisória, por ela proposta
em desfavor de SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – DEPARTAMENTO
REGIONAL DE GOIÁS e FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
– FIEG.

Infere-se dos autos originários que a autora, ora agravante – Samara Fortunato da
Silva Souza, é aluna de escolas secundarista e profissionalizante geridas pelos
requeridos, ora agravados e, no dia, 21.06.2018, no período vespertino, nas
dependências da escola que estuda, sofrera violência física e psicológica praticada por
outros alunos, que lhe acarretaram danos físicos e emocionais.

Por tais motivos, ingressou com Ação de Indenização por Danos Morais c/c Obrigação
de Fazer c/c Pedido de Tutela Provisória em desfavor dos requeridos, visando, em
síntese, ser ressarcida dos danos morais e materiais que entende ter sofrido e, em
sede de tutela antecipada, obrigá-los a arcarem com os custos dos tratamentos

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
médicos, psicológicos e medicamentos de que necessita após o narrado incidente,
pedido este que assim restou decidido:

“ (… ) Diante dos documentos anexados na petição interlocutória de


evento n° 01 e 10, defiro a gratuidade da justiça a parte autora.

Outrossim, a tutela antecipada, espécie das tutelas de urgência,


antecipa os efeitos do provimento final pretendido pela autora em
observância ao princípio da efetividade, mas em detrimento aos
princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo
legal, pois concede-se o direito pleiteado sem a entrega definitiva
da tutela jurisdicional, carecendo assim de obediência a
requisitos insculpidos na lei.
Em razão disso, o art. 300 do CPC exige a presença da
probabilidade do direito (fumus boni iuris) e do perigo de dano
(periculum in mora), e desde que não haja perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão (§3º).
In casu, não vislumbro, pelo menos nesse juízo prévio, a
presença dos requisitos que autorizam a concessão da tutela,
isto porque, o pedido confunde-se com o próprio mérito da ação a
ser discutido, uma vez que se busca o ressarcimento e/ou reparar
os danos.
Percebe-se ainda que não há elementos que demonstrem, no
limiar do processo, o receio concreto de dano, a ponto que não
possa aguardar o devido contraditório.
Desta feita, ante a ausência dos elementos autorizadores da
concessão do pedido de tutela provisória e a necessidade de
dilação probatória, o indeferimento é medida que se impõe.
Destarte, não se verificando a cumulação dos requisitos
autorizadores do artigo 300 do Código de Processo Civil,
INDEFIRO o pedido de tutela provisoria em caráter antecipado.”

Inconformada, a autora, ora agravante, interpôs o presente instrumental, por


intermédio do qual pretende a reforma da decisão atacada, que indeferiu o pedido de
tutela antecipada pleiteada na ação de origem, por intermédio da qual, objetiva,
em síntese, serem os requeridos compelidos a arcarem com os custos dos
tratamentos médicos e psicológicos, assim como dos medicamentos de que
necessita.

Ab initio, cumpre-me destacar que o agravo de instrumento deve se limitar ao exame


do acerto ou desacerto do que foi decidido pelo juízo a quo, não podendo extrapolar o
seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial vergastado, mesmo que se tratem de
questões de ordem pública, sob pena de incorrer em supressão de instância.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
A propósito:

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER. RECURSO SECUNDUM EVENTUM LITIS. DIREITO A
VIDA E A SAÚDE. IPASGO. (…). DECISÃO MANTIDA. 1. O
Agravo de Instrumento consiste em recurso secundum eventum
litis, logo, deve o Tribunal limitar-se apenas ao exame do acerto,
ou desacerto da decisão atacada, no aspecto da legalidade, uma
vez que ultrapassar seus limites, ou seja, perquirir sobre
argumentações meritórias, ou matérias de ordem pública não
enfrentadas na decisão recorrida, seria antecipar o julgamento de
questões não apreciadas pelo juízo de origem, o que importaria
na vedada supressão de instância. (…). AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo
de Instrumento (CPC) 5338871-22.2017.8.09.0000, Rel. FRANCISCO
VILDON JOSE VALENTE, 5ª Câmara Cível, julgado em 02/04/2018, DJe
de 02/04/2018. Negritei).

Fixada tal premissa e adstrita à tutela de urgência em análise, cediço que o seu
deferimento fica condicionado ao preenchimento, concomitante, dos elementos
mencionados no artigo 300, do Código de Processo Civil, ipsis litteris:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,


conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo
a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.” - (negritei)

Acerca do tema, cumpre trazer à colação os ensinamentos de Fredie Didier Jr., Paula
Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira, verbo ad verbum:

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
“A tutela provisória de urgência pode ser cautelar ou satisfativa
(antecipada).
Em ambos os casos, a sua concessão pressupõe,
genericamente, a demonstração da probabilidade do direito
(tradicionalmente conhecida como “fumus boni iuris”) e, junto a
isso, a demonstração do perigo de dano ou de ilícito, ou ainda do
comprometimento da utilidade do resultado final que a demora no
processo representa (tradicionalmente conhecido como
“periculum in mora”) (art. 300, CPC). (…) A probabilidade do
direito a ser provisoriamente satisfeito/realizado ou acautelado é
a plausibilidade de existência desse mesmo direito. O bem
conhecido fumus boni iuris (ou fumaça do bom direito). O
magistrado precisa avaliar se há “elementos que evidenciem” a
probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as
chances de êxito do demandante (art. 300, CPC). Inicialmente é
necessária a verossimilhança fática, com a constatação de que
há um considerável grau de plausibilidade em torno da narrativa
dos fatos trazida pelo autor. É preciso que se visualize, nesta
narrativa, uma verdade provável sobre os fatos,
independentemente da prova. Junto a isso, deve haver a
plausibilidade jurídica, com a verificação de que é provável a
subsunção dos fatos à norma invocada, conduzindo aos efeitos
pretendidos. (…) O perigo da demora é definido pelo legislador
como o perigo que a demora processual representa de “dano ou
o risco ao resultado útil do processo” (art. 300, CPC). Importante
é registrar que o que justifica a tutela provisória de urgência é
aquele perigo de dano: i) concreto (certo), e não, hipotético ou
eventual, decorrente de mero temor subjetivo da parte; ii) atual,
que está na iminência de ocorrer, ou esteja acontecendo; e,
enfim, iii) grave, que seja de grande ou média intensidade e
tenha aptidão para prejudicar ou impedir a fruição do direito. Além
de tudo, o dano deve ser irreparável ou de difícil reparação. Dano
irreparável é aquele cujas consequências são irreversíveis. Dano
de difícil reparação é aquele que provavelmente não será
ressarcido, seja porque as condições financeiras do réu
autorizam supor que não será compensado ou restabelecido,
seja porque, por sua própria natureza, é complexa sua
individualização ou quantificação precisa – ex. Dano decorrente
de desvio de clientela.” (in Curso de Direito Processual Civil, V. 2,
Salvador: Juspodivm, 2016, p. 594/598)

Portanto, na sistemática atual adotada pelo Código de Processo Civil, o deferimento


da medida somente ocorrerá quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. É
necessário, assim, que exista forte probabilidade de que os fatos aduzidos sejam
provados, após o exercício de cognição exauriente, devendo haver nos autos provas
indicativas nesse sentido, não podendo, ainda, haver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
Nesse passo, por conseguinte, é incontroverso que esses requisitos dependem da livre
apreciação do juiz, que emitirá um juízo de valor próprio, sem, no entanto, diferir do
mandamento legal.

Este Tribunal tem evitado substituir o juízo de valoração adotado pelo julgador
singular, exceto nos casos em que se verifique abuso de poder por parte do
magistrado ou quando existir ilegalidade, arbitrariedade ou manifesto equívoco na
decisão monocrática, uma vez que a lei confere ao magistrado a liberdade de decidir
conforme sua determinação, sua livre convicção.

In casu, partindo-se de um exame que não pode sequer ultrapassar a fronteira da


sumariedade da cognição, entendo que não deve ser reformada a decisão agravada,
uma vez que a tutela de urgência nos termos pleiteados pela agravante, possui caráter
satisfativo e irreversível, incomportável com a fase processual que se encontra o feito
originário.

Ademais, conforme ressaltou com absoluta propriedade o magistrado singular, o


pedido de tutela antecipada confunde-se com o próprio mérito da ação, ainda
pendente de discussão/instrução (dilação probatória), não havendo elementos que
demonstrem, de per si, o receio concreto, a ponto de que não se possa aguardar o
devido contraditório.

Importante ressaltar, ainda, neste momento processual, a ausência de efetivo prejuízo


à agravante, mormente porque, caso seja reconhecido o seu direito ao final do
julgamento da demanda originária, ela será devidamente ressarcida pelos gastos que
eventualmente vier a ter com despesas médicas, psicológicas e medicamentos que
guardarem correlação com o evento noticiado na exordial.

Nesse sentido, é o entendimento jurisprudencial deste Sodalício:

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA.
PROBABILIDADE DO DIREITO E PERIGO DE DANO OU
RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO NÃO
VISUALIZADOS CONCOMITANTEMENTE. CHANCE DE
IRREVERSIBILIDADE DO PROVIMENTO. 1. A tutela de
urgência apenas será concedida se observados,
concomitantemente, os requisitos do artigo 300, caput, do Código
de Processo Civil, quais sejam, a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, bem como
não se vislumbre a possibilidade irreversibilidade do provimento
antecipado. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
DECISÃO MANTIDA.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5580902-05.2019.8.09.0000, Rel. DELINTRO BELO DE ALMEIDA
FILHO, 4ª Câmara Cível, julgado em 11/11/2019, DJe de 11/11/2019)

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA DE


ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE
FAZER. RECURSO SECUNDUM EVENTUM LITIS. TUTELA DE
URGÊNCIA. REQUISITOS DO ART. 300 DO CPC NÃO
PREENCHIDOS. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
INCOMPATIBILIDADE COM A VIA ESTREITA DO AGRAVO. 1.
O agravo de instrumento é recurso secundum eventum litis, logo,
deve o Tribunal limitar-se apenas ao exame do acerto ou
desacerto da decisão singular atacada, no aspecto da legalidade,
uma vez que ultrapassar seus limites, ou seja, perquirir sobre
argumentações meritórias ou matérias de ordem pública não
enfrentadas na decisão recorrida, seria antecipar o julgamento de
questões não apreciadas pelo Juízo de primeiro grau, o que
importaria na vedada supressão de instância. 2. O deferimento
da tutela de urgência apenas será concedido se observados,
concomitantemente, os requisitos do artigo 300, caput, do Código
de Processo Civil, quais sejam, a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, bem como
não se vislumbre a possibilidade de irreversibilidade do
provimento antecipado. 3. No caso, merece ser mantida a
decisão recorrida que indeferiu o pedido de tutela de urgência,
vez que o Agravante/Autor não demonstrou os requisitos exigidos
pelo artigo 300 do CPC. 4. A via estreita do agravo de
instrumento não comporta dilação probatória, que por seu turno,
deve ser requerida no Juízo a quo, sob pena de ferir o princípio
que vela pelo Duplo Grau de Jurisdição. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO. DECISÃO
AGRAVADA MANTIDA.” (TJGO, Agravo de Instrumento (CPC)
5498864-67.2018.8.09.0000, Rel. OLAVO JUNQUEIRA DE ANDRADE,
5ª Câmara Cível, julgado em 22/07/2019, DJe de 22/07/2019)

Desta feita, deve ser mantida a decisão agravada.

Ao teor do exposto, CONHEÇO do Agravo de Instrumento, mas NEGO-LHE


PROVIMENTO, a fim de manter a decisão atacada, nos seus exatos termos.

É como voto.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
DESª. MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI
RELATORA
101/LE

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5496747.69.2019.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE: SAMARA FORTUNATO DA SILVA SOUZA


AGRAVADOS: SESI – SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – DEPARTAMENTO
REGIONAL DE GOIÁS E OUTRO
RELATORA: DES.ª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C OBRIGAÇÃO DE
FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA. SECUNDUM
EVENTUS LITIS. TUTELA DE URGÊNCIA DE CARÁTER
SATISFATIVO. IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. 1. O agravo
de instrumento deve se limitar ao exame do acerto ou desacerto
do que foi decidido pelo juízo a quo, não podendo extrapolar o
seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial vergastado,
mesmo que se tratem de questões de ordem pública, sob pena
de incorrer em supressão de instância. 2. Nos termos do artigo
300, do Código de Processo Civil, para que a tutela provisória de
urgência seja concedida é necessária a presença concomitante
de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco de resultado útil do processo, não

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
podendo, ainda, haver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão. 3. No caso em apreciação, partindo-se de um exame
que não pode sequer ultrapassar a fronteira da sumariedade da
cognição, não deve ser reformada a decisão agravada, uma vez
que a tutela de urgência nos termos pleiteados pela agravante,
possui caráter satisfativo e irreversível, incomportável com a fase
processual que se encontra o feito originário. Ademais, o pedido
de tutela antecipada confunde-se com o próprio mérito da ação,
ainda pendente de discussão/instrução (dilação probatória), não
havendo elementos que demonstrem, de per si, o receio
concreto, a ponto de que não se possa aguardar o devido
contraditório. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 5496747.69,


acordam os componentes da terceira Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível do
egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer
do agravo, mas lhe negar provimento, nos termos do voto desta Relatora.

Votaram, com a relatora, os Desembargadores Orloff Neves Rocha e Carlos Roberto


Favaro.

Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, o Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

DESª MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI


RELATORA

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NR.PROCESSO: 5496747.69.2019.8.09.0000
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA.
SECUNDUM EVENTUS LITIS. TUTELA DE URGÊNCIA DE CARÁTER
SATISFATIVO. IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. 1. O agravo de instrumento deve
se limitar ao exame do acerto ou desacerto do que foi decidido pelo juízo a quo, não
podendo extrapolar o seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial vergastado,
mesmo que se tratem de questões de ordem pública, sob pena de incorrer em
supressão de instância. 2. Nos termos do artigo 300, do Código de Processo Civil,
para que a tutela provisória de urgência seja concedida é necessária a presença
concomitante de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco de resultado útil do processo, não podendo, ainda, haver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 3. No caso em apreciação, partindo-se de um
exame que não pode sequer ultrapassar a fronteira da sumariedade da cognição, não
deve ser reformada a decisão agravada, uma vez que a tutela de urgência nos termos
pleiteados pela agravante, possui caráter satisfativo e irreversível, incomportável com
a fase processual que se encontra o feito originário. Ademais, o pedido de tutela
antecipada confunde-se com o próprio mérito da ação, ainda pendente de
discussão/instrução (dilação probatória), não havendo elementos que demonstrem, de
per si, o receio concreto, a ponto de que não se possa aguardar o devido contraditório.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 19/02/2020


14:08:34

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5113674.78.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : HÉLIO DE OLIVEIRA GOMES JUNIOR
POLO PASSIVO : SILAS VIEIRA GOMES
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : HÉLIO DE OLIVEIRA GOMES JUNIOR


ADVG. PARTE : 5454 GO - SEBASTIÃO CARLOS DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5113674.78.2019.8.09.0000
tribunal
PODER JUDICIÁRIO
de justiça TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

do estado
Gabinete do Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
de goiás

Rua 10, n.º 150 , Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury , 12º Andar , Sala 1229, Setor Oeste , Goiânia-GO, CEP 74120020, Tel: (62) 3216-2964

Processo : 5113674.78.2019.8.09.0000
Nome CPF/CNPJ
Promovente(s)
HÉLIO DE OLIVEIRA GOMES JUNIOR --
Nome CPF/CNPJ
Promovido(s)
SILAS VIEIRA GOMES --
Órgão 1ª Câmara
Tipo de Ação / Recurso Agravo de Instrumento ( CPC )
judicante: Cível
Relator Des. ORLOFF NEVES ROCHA

DESPACHO

Considerando que o agravo insurge-se contra decisão que postergou a análise do pedido liminar
após a audiência de justificação prévia, agendada para 06.03.2019; intime-se o Agravante para
acostar cópia do termo da aludida audiência, bem como da decisão que apreciou o pedido
liminar, por se tratar de processo físico, manifestando-se, ainda, sobre eventual perda do objeto,
no prazo legal.

Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

__________________________________________
Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
Relator
_____________________________________________________________________
_____
Documento emitido / assinado digitalmente
com fundamento no Art. 1º, § 2º III, "b", da Lei Federal nº 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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Assinado por ORLOFF NEVES ROCHA
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5113674.78.2019.8.09.0000

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
Assinado por ORLOFF NEVES ROCHA
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 19/02/2020


14:25:24

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0396508.96.2013.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Consignação em Pagamento ( CPC )
POLO ATIVO : FRANCISCO DOS REIS DA COSTA LAPA
POLO PASSIVO : SUL FINANCEIRA S/A-CREDITO FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SUL FINANCEIRA S/A-CREDITO FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS


ADVG. PARTE : 91045 MG - MARCELO MICHEL DE ASSIS MAGALHAES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0396508.96.2013.8.09.0051
tribunal
PODER JUDICIÁRIO
de justiça TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS
do
estado de Gabinete do Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
goiás
Rua 10, n.º 150 , Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury , 12º Andar , Sala 1229, Setor Oeste , Goiânia-GO, CEP 74120020, Tel: (62) 3216-2964

Processo : 0396508.96.2013.8.09.0051
Nome CPF/CNPJ
Promovente(s)
FRANCISCO DOS REIS DA COSTA LAPA 857.743.831-72
CPF/CN
Nome
PJ
Promovido(s)
SUL FINANCEIRA S/A-CREDITO FINANCIAMENTOS E
--
INVESTIMENTOS
Órgão 1ª Câmara
Tipo de Ação / Recurso Consignação em Pagamento ( CPC )
judicante: Cível
Relator Des. ORLOFF NEVES ROCHA

DESPACHO

Trata-se de Agravo Interno (evento nº 31), interposto por SUL FINANCEIRA S/A – CRÉDITO
FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS, em face da decisão monocrática proferida por este
relator encontrada no evento nº 27.

Todavia, vislumbro que a agravante não recolheu o preparo recursal.

Desse modo, intime-se a recorrente - SUL FINANCEIRA S/A – CRÉDITO FINANCIAMENTOS E


INVESTIMENTOS, na pessoa de seu procurador regularmente constituído, para recolher o
preparo, em dobro, no prazo de 05 (cinco) dias, sob pena de deserção do recurso de Agravo
Interno interposto no evento nº 31.

Intime-se. Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

_______________________________________
Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
Relator
_____________________________________________________________________
_____
Documento emitido / assinado digitalmente
com fundamento no Art. 1º, § 2º III, "b", da Lei Federal nº 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 0396508.96.2013.8.09.0051

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
Assinado por ORLOFF NEVES ROCHA
Validação pelo código: 10463563037643899, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 13/02/2020


09:55:40

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5094158.87.2018.8.09.0071
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : ANOR JOSE DE MOURA
POLO PASSIVO : MAPFRE SEGUROS GERAIS SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANOR JOSE DE MOURA


ADVGS. PARTE : 40046 GO - TIAGO DOS SANTOS RIBEIRO
36864 GO - ITALO DA SILVA FRAGA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 731 de 5008


ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5094158.87.2018.8.09.0071
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE HIDROLÂNDIA
GABINETE DO JUÍZO

PROTOCOLO:5094158.87.2018.8.09.0071

REQUERENTE(S):Anor Jose De Moura

REQUERIDO(A/S):Mapfre Seguros Gerais S/a

DESPACHO

Remetam-se os autos à instância superior para apreciação do recurso de


apelação.

Cumpra-se.

Hidrolândia,datado e assinado eletronicamente

Wilsianne Ferreira Novato

Juíza de Direito

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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Assinado por WILSIANNE FERREIRA NOVATO
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


19/02/2020 15:25:47

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5708046.59.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : GB
POLO PASSIVO : BBS
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : GB
ADVG. PARTE : 16072 GO - RONALDO RODRIGUES DA CUNHA

PARTE INTIMADA : BBS


ADVGS. PARTE : 22343 GO - FREDERICO JAIME WEBER PEREIRA
22267 GO - POLLYANNA CAMPOS LIMA CARDOSO

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 15:29:24

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5034158.84.2018.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : CLAUSELI ROSA TELES PIRES
POLO PASSIVO : ELETRA FUNDAÇÃO CELG DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ELETRA FUNDAÇÃO CELG DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA


ADVG. PARTE : 10691 GO - LUIZ FERNANDO BRUM DOS SANTOS

PARTE INTIMADA : CLAUSELI ROSA TELES PIRES


ADVG. PARTE : 12337 GO - CARLUZAN SEVERO NETO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5034158.84.2018.8.09.0051
Gabinete do Desembargador Carlos Roberto Fávaro

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº


5034158.84.2018.8.09.0051
COMARCA DE GOIÂNIA

EMBARGANTE: CLAUSELI ROSA TELES PIRES


EMBARGADA: ELETRA FUNDAÇÃO CELG DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA
RELATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS. APELAÇÃO CÍVEL.


AÇÃO DE COBRANÇA. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.
EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. MIGRAÇÃO DE PLANO.
RESGATE. SÚMULA Nº 289 DO STJ. INAPLICÁVEL. OMISSÃO
E CONTRADIÇÃO. VÍCIOS INEXISTENTES. ACLARATÓRIOS
REJEITADOS.

DECISÃO MONOCRÁTICA

CLAUSELI ROSA TELES PIRES opõe os presentes Embargos Declaratórios


(movimento nº 55), em face da decisão monocrática (movimento nº 51), que deu
provimento ao apelo anteriormente interposto pela ELETRA FUNDAÇÃO CELG DE
SEGUROS E PREVIDÊNCIA, nos autos da Ação de Cobrança ajuizada pela
embargante em face da embargada.

O decisum embargado reformou a sentença apelada, para julgar improcedente o


pedido inicial e, para condenar a autora ao pagamento das despesas processuais e

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NR.PROCESSO: 5034158.84.2018.8.09.0051
honorários advocatícios, estes fixados no percentual de 10% (dez por cento) sobre o
valor atualizado da causa.

Nas razões dos aclaratórios (movimento nº 55), a embargante aponta omissão e


contradição no julgado fustigado, ao argumento de que não foi aplicado o teor da
súmula nº 289 do Superior Tribunal de Justiça ao caso.

Ainda, aduz não ter havido a demonstração da distinção entre o teor da mencionada
súmula e o caso concreto em análise.

É com base nestes termos que requer o acolhimento dos presentes embargos, com o
fim de sanar os vícios apontados, modificando-se a decisão embargada nos pontos
levantados.

É o breve relatório.

Passo a decidir.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, passo a delibar objetivamente sobre os


aclaratórios.

Pois bem.

Impõe-se, por oportuno, esclarecer que os embargos declaratórios são cabíveis,


conforme redação do artigo 1.022 do Código de Processo Civil, quando:

“Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer


decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.”

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NR.PROCESSO: 5034158.84.2018.8.09.0051
Nesse toar, verifico inexistir plausibilidade na presente insurgência.

Primeiramente, destaco que o julgado declinou suficientemente os fundamentos para o


desfecho conferido à postulação, em obediência ao disposto no artigo 93, inciso IX, da
Constituição Federal, havendo o decisum embargado abordado o quanto pertinente
para a solução da quaestio devolvida, consoante as razões ali consignadas.

Ademais, como bem analisado no decisum embargado, in casu, trata-se de migração


de participante de plano de previdência complementar para outro plano dentro da
mesma entidade, de modo que não se aplica o teor da súmula nº 289 do Superior
Tribunal de Justiça, que não trata da migração.

Ou seja, restou demonstrada a distinção entre o enunciado sumular e o presente caso


que enquadra-se nas teses firmadas no julgamento repetitivo do REsp. nº
1.551.488/MS:

“RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E
CONTRATO DE TRANSAÇÃO. MIGRAÇÃO E RESGATE.
INSTITUTOS JURÍDICOS DIVERSOS, QUE NÃO SE
CONFUNDEM. A SÚMULA 289/STJ LIMITA-SE A DISCIPLINAR
O INSTITUTO JURÍDICO DO RESGATE, MEDIANTE O QUAL
HÁ DESLIGAMENTO DO PARTICIPANTE DO REGIME
JURÍDICO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, ANTES
MESMO DE AUFERIR OS BENEFÍCIOS PACTUADOS.
TRANSAÇÃO PARA MIGRAÇÃO DE PLANO DE BENEFÍCIOS.
CORREÇÃO MONETÁRIA DA RESERVA DE POUPANÇA E/OU
DO BENEFÍCIO. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS.
I NAPLI C AB I LI DADE. NO S PL ANO S DE BEN E FÍC IOS
ADMINISTRADOS PELAS ENTIDADES FECHADAS, HÁ
SOLIDARIEDADE NA DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS
POSITIVOS OU NEGATIVOS. CONTRATO DE TRANSAÇÃO.
NEGÓCIO JURÍDICO ONEROSO, UNITÁRIO E INDIVISÍVEL,
TENDO POR ELEMENTO ESSENCIAL A RECIPROCIDADE DE
CONCESSÕES. 1. As teses a serem firmadas, para efeito do art.
1.036 do CPC/2015 (art. 543-C do CPC/1973), são as seguintes:
1.1. Em caso de migração de plano de benefícios de previdência
complementar, não é cabível o pleito de revisão da reserva de
poupança ou de benefício, com aplicação do índice de correção
monetária. 1.2. Em havendo transação para migração de
plano de benefícios, em observância à regra da
indivisibilidade da pactuação e proteção ao equilíbrio
contratual, a anulação de cláusula que preveja concessão de
vantagem contamina todo o negócio jurídico, conduzindo ao
retorno ao statu quo ante. 2. No caso concreto, recurso

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NR.PROCESSO: 5034158.84.2018.8.09.0051
especial provido. (STJ - REsp 1551488/MS - Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO - S2 - SEGUNDA SEÇÃO - DJe 01/08/2017)
(Grifei)

Nesse contexto, devem ser obedecidas as condições pactuadas.

Desta feita, analisando as argumentações formuladas em sede da peça de


insurgência, observo que não houve nenhuma mácula capaz de ensejar o provimento
do recurso aviado.

Destaco que não se prestam os embargos declaratórios a modificar decisão ou


acórdão contra os quais se rebelam, sem a presença de vícios que a inquine, como se
pretende no presente caso. Vejamos esta e. Corte de Justiça:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


DIREITO A NOMEAÇÃO E POSSE EM CARGO PÚBLICO.
CANDIDATO APROVADO NO CADASTRO DE RESERVA. NÃO
COMPROVADO O SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS
DURANTE A VIGÊNCIA DO CERTAME. OMISSÃO E
CONTRADIÇÃO INEXISTENTES. PREQUESTIONAMENTO. 1.
Os embargos declaratórios objetivam, exclusivamente, rever
decisões que apresentam falhas ou vícios, como obscuridade,
contradição, omissão ou erro material, a fim de garantir a
harmonia lógica, a inteireza e a clareza da decisão embargada,
não sendo meio hábil ao reexame da causa. 2. Pela sistemática
do artigo 1.025 do novo Diploma Processual Civil, a simples
interposição de embargos de declaração é o suficiente para
prequestionar a matéria. EMBARGOS CONHECIDOS, MAS
REJEITADOS.” (TJGO - 6 a CC – ED 0106552-48 – Des.
FAUSTO MOREIRA DINIZ – DJ 14/05/2019)

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL.


DUPLO APELO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL.
MULTA APLICADA PELO PROCON ESTADUAL.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA FIXADA NA ORIGEM.
ALEGAÇÃO DE OMISSÃO QUANTO AOS HONORÁRIOS
RECURSAIS. OMISSÃO INEXISTENTES. 1. A oposição de
embargos declaratórios pressupõe a existência de um dos vícios
contidos no art. 1.022 do CPC, não se prestando à rediscussão
de matéria debatida e analisada, cuja decisão desfavoreça o
Embargante. Daí, não constatada a presença da omissão
alegada, hão de ser desprovidos. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO REJEITADOS.” (TJGO - 1a CC – ED 0426316-78
– Des. ORLOFF NEVES ROCHA – DJ 23/05/2019)

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5034158.84.2018.8.09.0051
Em assim sendo, não restando evidenciado nenhum vício no decisum ora combatido,
tenho que os presentes aclaratórios não se amoldam às condições previstas no
ordenamento jurídico.

Nessa confluência, CONHEÇO DOS EMBARGOS E OS DESACOLHO, mantendo a


decisão hostilizada em sua integralidade.

É como decido.

Intimem-se.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


RELATOR
1005

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 19/02/2020 15:36:32

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5037981.25.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : FABIO MARTINS DE OLIVEIRA
POLO PASSIVO : BANCO PAN SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO PAN SA


ADVG. PARTE : 53642 GO - FELICIANO LYRA MOURA

PARTE INTIMADA : FABIO MARTINS DE OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 11343 GO - HELDER DOUDEMENT DA SILVEIRA

PARTE INTIMADA : BANCO PAN SA


ADVG. PARTE : 53642 GO - FELICIANO LYRA MOURA

PARTE INTIMADA : FABIO MARTINS DE OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 11343 GO - HELDER DOUDEMENT DA SILVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 740 de 5008


ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Gabinete do Desembargador Carlos Roberto Fávaro

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5037981.25.2018.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
APELANTE: BANCO PAN S/A
APELADO: FÁBIO MARTINS DE OLIVEIRA

RELATOR: DES. ORLOFF NEVES ROCHA


REDATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

VOTO PREVALECENTE

Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta pelo BANCO PAN S/A contra sentença
proferida pelo Juiz de Direito da 27ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, Dr. Romério
do Carmo Cordeiro, nos autos da “ação de obrigação de não fazer c/c restituição de
valores c/c indenização por dano moral e repetição de indébito” proposta por FÁBIO
MARTINS DE OLIVEIRA em seu desfavor.

A princípio, cumpre rememorar os contornos fáticos da lide.

Extrai-se do caderno processual que o autor ajuizou a predita ação colimando a


declaração da nulidade do contrato de cartão de crédito consignado celebrado com a
instituição financeira requerida e a consequente extinção da dívida dele advinda, sob o
argumento, em síntese, de que as cláusulas constantes do pacto são manifestamente
abusivas, por ausência de clareza e por impôr ao consumidor um encargo vitalício e
impagável.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
A pretensão inicial abrangeu, outrossim, a condenação da ré às obrigações de restituir
o indébito em dobro e de pagar indenização por danos morais, ao argumento de que
houve a cobrança indevida de valores mediante descontos em seus proventos de
aposentadoria, benefício que se reveste de nítido caráter alimentar.

Decorrida a regular marcha, sobreveio sentença de mérito (mov. 34), na qual o


julgador singular julgou procedentes os pedidos formulados na exordial, nos seguintes
termos:

“(…). Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos da


inicial, nos termos do artigo 487, inciso I do CPC, para modificar o
contrato objeto da ação para empréstimo consignado e
determinar o recálculo da dívida desde a origem, com incidência
de juros de 2,32% ao mês, levando em consideração que o valor
do crédito liberado ao mutuário corresponderá ao somatório de
valores de saque e compras, com acréscimo de IOF na forma
legal. Definido o valor efetivamente pago, caso seja apurado o
pagamento de quantia a maior, esta deverá ser restituída ao
autor em dobro, de uma só vez, atualizado pela variação do INPC
e acrescido de juros de mora à razão de 1% ao mês, a contar da
data em que se iniciaram os descontos indevidos, isto é, do
primeiro desconto efetuado após a quitação da dívida.
Condeno o Réu ao pagamento de indenização por danos morais,
ao Requerente, no importe de R$ 1.000,00 (um mil reais).
Em virtude da sucumbência, condeno a parte Ré ao pagamento
das custas e honorários advocatícios estes fixados em R$
1.500,00 (um mil e quinhentos reais), nos termos do artigo 85, §
8º, do CPC/2015.
Transitada em julgado a sentença, intimem-se as partes para
requererem o que for de direito, no prazo de 15 (quinze) dias.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.”

Irresignado, o BANCO PAN S/A opôs embargos de declaração (mov. 38), os quais
foram rejeitados pelo juízo a quo (mov. 44).

Ulteriormente, interpôs recurso de apelação cível, requerendo a retificação do édito


sentencial (mov. 44).

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Em suas razões, a recorrente suscita, em síntese, as seguintes teses: i) nulidade da
sentença por julgamento extra petita, ante a inexistência de pedido de conversão da
modalidade contratual; ii) impossibilidade de cumprimento da obrigação de fazer a que
foi condenada, consubstanciada na modificação do contrato objeto da lide; iii)
legalidade da contratação, uma vez que o autor/recorrido teve plena ciência acerca
das cláusulas inseridas no pacto; iv) ausência de ato ilícito a justificar a configuração
do dever de indenizar por danos morais; v) necessidade de minoração do quantum
indenizatório arbitrado em primeiro grau, para adequá-los aos critérios da
razoabilidade e proporcionalidade; e, vi) inexistência do direito do consumidor à
repetição do indébito, porquanto não preenchidos os requisitos previstos no artigo 42,
parágrafo único, do CDC, bem como na Súmula nº 159 do STJ.

Passo a deliberar especificamente sobre cada um dos tópicos recursais.

Da alegação de nulidade da sentença por julgamento extra petita

Nessa quadra, o apelante defende que não houve pedido expresso de


desnaturalização do contrato de cartão de crédito consignado (RMC) para empréstimo
consignado, de sorte que a sentença ultrapassou os limites do pedido do
autor/apelado.

Com efeito, a determinação contida na sentença, para que o contrato de empréstimo


consignado com emissão de cartão de crédito para viabilizar o mútuo com reserva de
margem consignável (RMC) seja convertido em empréstimo consignado tradicional
não implica julgamento extra petita.

No caso dos autos, embora não haja um pedido expresso da parte autora para que se
implementasse a revisão do pacto, tal conclusão resulta da interpretação lógico
sistemática da narrativa dos fatos e da causa de pedir.

Com efeito, o artigo 322, § 2º, do Código de Processo Civil, dispõe que “a
interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio
da boa-fé”.

Assim, segundo precedente do Superior Tribunal de Justiça, pode o magistrado, por


meio da interpretação lógico sistemática da petição inicial, extrair pedidos implícitos da
parte, identificando aquilo que se pretende obter com a demanda, não havendo, nesse
caso, vazão para reconhecimento de decisão extra petita.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


OBRIGAÇÃO DE FAZER. DANOS MORAIS. LEGITIMIDADE
PASSIVA. MATÉRIA QUE DEMANDA REEXAME DE FATOS E
PROVAS. SUMULA 7 DO STJ. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. ACÓRDÃO EM SINTONIA COM PRECEDENTES
DESTA CORTE SUPERIOR. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
(…) 2. À luz dos artigos 128 e 460 do CPC/73, atuais, 141 e 492 do
NCPC/15, o vício de julgamento extra petita não se vislumbra na
hipótese do juízo a quo, adstrito às circunstâncias fáticas (causa
de pedir remota) e ao pedido constante nos autos, proceder à
subsunção normativa com amparo em fundamentos jurídicos
diversos dos esposados pelo autor e refutados pelo réu. O
julgador não viola os limites da causa quando reconhece os
pedidos implícitos formulados na inicial, não estando restrito
apenas ao que está expresso no capítulo referente aos pedidos,
sendo-lhe permitido extrair da interpretação lógico - sistemática
da peça inicial aquilo que se pretende obter com a demanda,
aplicando o princípio da equidade. (…) 6. Agravo interno não
provido. (AgInt no AREsp 1266376/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 30/05/2019, DJe
04/06/2019. Negritei).

Transpondo essa orientação para o caso vertente, não haveria como declarar a
inexistência da dívida e determinar a devolução de valores porque há contrato
expresso que a parte autora pretendia obter empréstimo, bem como não nega o
recebimento de valor demonstrado pelo banco réu. Acolher tal pedido, por certo,
atrairia enriquecimento sem causa.

O Juízo a quo, atento às circunstâncias fáticas (causa de pedir remota) e ao pedido


constante nos autos, procedeu à subsunção normativa com amparo em fundamentos
jurídicos diversos dos esposados pelo autor e refutados pelo réu.

Afasta-se, destarte, a preliminar de nulidade da sentença. Passo à análise do mérito


recursal.

Busca o banco insurgente a reforma da sentença fustigada, a fim de que sejam


mantidas as disposições contratuais.

Da modalidade contratual

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Impende registrar, de início, que é necessária a análise da matéria sob o prista da Lei
nº 8.078/90, haja vista que não há controvérsia quanto à presença da relação de
consumo entre o apelante/consumidor e a apelada/instituição financeira fornecedora,
“ex vi” da Súmula nº 297 do STJ.

Nesse prisma, rememora-se que o Código de Defesa do Consumidor dispõe de um


conjunto de regramentos que objetivam assegurar a proteção da parte vulnerável da
relação contratual, a exemplo dos deveres anexos ao princípio da boa-fé, como os da
transparência e informação, expressamente previstos nos artigos 4º, inciso IV, e 6º,
inciso III, ambos da Lei nº 8.078/90, in verbis:

“Art. 4º - A Política Nacional das Relações de Consumo tem por


objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o
respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem
como a transparência e harmonia das relações de consumo,
atendidos os seguintes princípios:
(...).
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do
mercado de consumo;” (Grifou-se).

“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (…).

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes


produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;” (Grifou-se).

Por oportuno, segue a análise de Rizzatto Nunes a respeito dos dispositivos


transcritos:

“O princípio da transparência, expresso no caput do art. 4º do


CDC, se traduz na obrigação do fornecedor de dar ao
consumidor a oportunidade de conhecer os produtos e
serviços que são oferecidos e, também, gerará no contrato a
obrigação de propiciar-lhe o conhecimento prévio de seu
conteúdo.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
O princípio da transparência será complementado pelo princípio
do dever de informar, previsto no inciso III do art. 6º, e a
obrigação de apresentar previamente o conteúdo do contrato
está regrada no art. 46. (…).
O dever de informar é princípio fundamental na Lei n. 8.078,
aparecendo inicialmente no inciso III do art. 6º, e, junto ao
princípio da transparência estampado no caput do art. 4º, traz
uma nova formatação aos produtos e serviços oferecidos no
mercado.
Com efeito, na sistemática implantada pelo CDC, o fornecedor
está obrigado a prestar todas as informações acerca do
produto e do serviço, suas características, qualidades,
riscos, preços etc., de maneira clara e precisa, não se
admitindo falhas ou omissões.
Trata-se de um dever exigido mesmo antes do início de qualquer
relação. A informação passou a ser componente necessário do
produto e do serviço, que não podem ser oferecidos no mercado
sem ela.
Assim, da soma dos princípios, compostos de dois deveres
— o da transparência e o da informação —, fica estabelecida
a obrigação de o fornecedor dar cabal informação sobre
seus produtos e serviços oferecidos e colocados no
mercado, bem como das cláusulas contratuais por ele
estipuladas.” (In Curso de direito do consumidor – 11. ed. rev. e atual.
– São Paulo: Saraiva, 2017, p. 229 e 238, grifou-se).

Ao tratar da importância do dever de transparência nas relações negociais, sobretudo


na fase pré-contratual, leciona Ezequiel Morais:

“ A informação incompleta ou falsa ou, ainda, a ausência de


informação sobre dado essencial nos contratos redunda em
deslealdade, gera vício de consentimento, altera a base do
negócio jurídico e interfere na sua essência, gerando falsa
percepção da realidade, de tal modo que se o contratante
soubesse da existência de dados verdadeiros, de todos os
dados, não teria firmado o contrato.” (In A boa-fé objetiva pré-
contratual: deveres anexos de conduta – São Paulo: Thomson Reuters
Brasil, 2019, grifou-se).

Conclui-se, portanto, que o princípio da transparência, consectário lógico do postulado


da boa-fé, impõe ao contratante o dever de informar redigir cláusulas claras e com
caracteres legíveis e inteligíveis, para que os consumidores possam decidir, com
segurança e pleno conhecimento, se lhes interessa, ou não, a realização do negócio
jurídico e quais os riscos que está disposto a suportar.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Neste ponto, impende destacar que, caso demonstrada a ausência de clareza ou
dubiedade das cláusulas do contrário, prevalece a norma inserta no artigo 47 da
legislação consumerista, que impõe ao julgador o dever de interpretá-las da forma
mais favorável ao consumidor.

Corrobora o seguinte julgado do STJ:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SEGURO


DE VIDA. MORTE NATURAL. COBERTURA. CLÁUSULAS
DÚBIAS. INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO
HIPOSSUFICIENTE. PRECEDENTES. 1. (…). 2. A falta de
clareza e dubiedade das cláusulas impõem ao julgador uma
interpretação favorável ao consumidor (art. 47 do CDC), parte
hipossuficiente por presunção legal, bem como a nulidade de
cláusulas que atenuem a responsabilidade do fornecedor, ou
redundem em renúncia ou disposição de direitos pelo consumidor
(art. 51, I, do CDC), ou desvirtuem direitos fundamentais inerentes à
natureza do contrato (art. 51, § 1º, II, do CDC). 3. Agravo regimental
não provido.” (STJ, AgRg no REsp: 1331935 SP 2012/0134714-1,
Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Julgamento:
03/10/2013, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/10/2013,
grifou-se).

Fixadas essas premissas, nota-se que, na hipótese, as partes celebraram contrato de


“cédula de crédito bancário – saque mediante a utilização de cartão de crédito
consignado” (mov. 19, arquivo 3), que mistura duas operações distintas, quais
sejam, empréstimo consignado e cartão de crédito.

Da análise do referido instrumento, infere-se que ocorreu a disponibilização de valor


para saque imediato, ao mesmo tempo em que houve a autorização para a emissão
de cartão de crédito e dedução automática em folha de pagamento da quantia
correspondente ao mínimo da fatura para liquidação do saldo devedor do empréstimo
contraído.

Ainda consoante se extrai dos documentos colacionados aos autos, embora tenham
sido efetivadas consignações mensais do mínimo da fatura concernente à quantia
ofertada ao autor/apelante para saque, não houve a diminuição da dívida ao longo do
tempo.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
É preciso destacar que, em interpretação sistemática ao regramento consumerista,
contratos deste jaez têm sido vistos por esta Corte de Justiça como representativos de
falha na prestação dos serviços pela instituição financeira, materializada pela violação
aos deveres anexos da boa-fé objetiva, tais como os princípios da informação e da
transparência, mencionados em linhas volvidas.

Tem-se compreendido, ainda, a flagrante lesividade e abusividade do refinanciamento


mensal da dívida, por expôr a parte contratante à situação de extrema onerosidade.

Diante disso, em situações como a que ora se analisa, esta Casa Revisora tem
reiteradamente aplicado a máxima do “in dubio pro consumidor”, prevista no artigo 47
da Lei 8.078/1.990, de modo a interpretar a referida modalidade contratual como
sendo tão somente de crédito pessoal consignado, visando o restabelecimento do
equilíbrio entre as partes.

A propósito, transcrevo os arestos desta Corte:

“ AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE


CONSUMO. CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO.
ABUSIVIDADE. DEVERES DE INFORMAÇÃO E
TRANSPARÊNCIA INOBSERVADOS. RESPONSABILIDADE
CIVIL DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. SÚMULA 63 DO TJGO.
Na linha da jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás, convertida no enunciado sumular n. 63, ‘os empréstimos
concedidos na modalidade Cartão de Crédito Consignado são
revestidos de abusividade, em ofensa ao CDC, por tornarem a
dívida impagável em virtude do refinanciamento mensal, pelo
desconto apenas da parcela mínima devendo receber o
tratamento de crédito pessoal consignado, com taxa de juros que
represente a média do mercado de tais operações, ensejando o
abatimento no valor devido, declaração de quitação do contrato
ou a necessidade de devolução do excedente, de forma simples
ou em dobro, podendo haver condenação em reparação por
danos morais, conforme o caso concreto’. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Apelação (CPC) 5492381-
22.2017.8.09.0011, Rel. MAURICIO PORFIRIO ROSA, 5ª Câmara Cível,
julgado em 18/10/2019, DJe de 18/10/2019).

“ Apelação Cível. Ação revisional c/c pedido de indébito e


indenização por danos morais. Contrato Bancário. Cartão de
crédito consignado. I. (…). III. Contrato de Cartão de Crédito na
modalidade desconto em folha de pagamento. Cláusula abusiva.
No contrato de cartão de crédito na modalidade de desconto em
folha de pagamento ocorre o desconto apenas do mínimo do

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
valor da fatura mensal, fazendo o banco réu/recorrido, em
seguida, refinanciamento do restante do valor total devido, de
forma que passam a ser cobradas prestações em quantidade
muito além das acordadas. Afigura-se uma modalidade contratual
extremamente onerosa e lesiva ao consumidor, razão pela qual
deve ser interpretada como contrato de crédito pessoal
consignado, no intuito de reestabelecer o equilíbrio contratual
entre a instituição financeira e o consumidor. IV. Desconto
mínimo da fatura mensal. Dívida insolúvel. Abuso contratual e
onerosidade excessiva. Não sendo dado ao consumidor, no
momento da contratação, ciência da real natureza do negócio,
modalidade contratual que combina duas operações distintas, o
empréstimo consignado e o cartão de crédito, impõe-se o
restabelecimento do pacto na modalidade de contrato de
empréstimo consignado em folha de pagamento, de modo a
afastar o refinanciamento mensal do valor total da dívida,
viabilizado pelo pagamento mínimo do cartão, aplicando a
instituição financeira encargos abusivos e onerosos, que jamais
colocam fim ao quantum devido. V. (…). Apelação Cível
conhecida e parcialmente provida.” (TJGO, Apelação (CPC)
5263131-54.2018.8.09.0087, Rel. CARLOS ALBERTO FRANÇA, 2ª
Câmara Cível, julgado em 27/05/2019, DJe de 27/05/2019).

A jurisprudência dominante deste Tribunal de Justiça sintetizou-se no enunciado de


Súmula n° 63, que assim dispõe:

“ Súmula nº 63. Os empréstimos concedidos na modalidade


‘cartão de Crédito Consignado’ são revestidos de abusividade,
em ofensa ao CDC, por tornarem a dívida impagável em virtude
do refinanciamento mensal, pelo desconto apenas da parcela
mínima, devendo receber o tratamento de crédito pessoal
consignado, com taxa de juros que represente a média do
mercado de tais operações, ensejando o abatimento no valor
devido, declaração de quitação do contrato ou a necessidade de
devolução do excedente, de forma simples ou em dobro,
podendo haver condenação em reparação por danos morais,
conforme o caso concreto.”

Observa-se que o referido verbete sumular tem como precedentes julgados em que,
no caso concreto, restou demonstrado que, no ato da contratação, a instituição
financeira causou aos consumidores uma falsa percepção da realidade por induzi-los a
acreditar que o pacto referia-se tão somente a empréstimo consignado, situação
identificada pelo fato de jamais terem utilizado o cartão de crédito após a contratação.

Idêntica é a circunstância ocorrida na presente hipótese, eis que as faturas instruídas à

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
contestação demonstram que o autor/recorrente nunca fez uso do cartão para a
realização compras, pagamentos, saques, ou outras transações.

Logo, o aludido precedente deve ser aplicado à situação em análise, a fim de que o
contrato em discussão seja equiparado à modalidade de crédito pessoal consignado
.

Da taxa de juros.

No tocante aos juros remuneratórios, o entendimento vigente é de que sua revisão


deve ocorrer “em situações excepcionais, desde que caracterizada a relação de
consumo e que a abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem
exagerada – art. 51, § 1º, do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante as
peculiaridades do caso concreto” (STJ, REsp. nº 1.061.530-RS (2008/0119992-4). Relª
Ministra Nancy Andrighi).

É igualmente pacífica a jurisprudência no sentido de entender que esta modalidade de


juros deve ser fixada segundo a taxa média de mercado praticada nas operações da
mesma espécie à época da contratação, salvo se aquela prevista no contrato for mais
vantajosa ao consumidor.

É o que restou consolidado na Súmula nº 530 do STJ, assim prevista:

“Súmula nº 530. Nos contratos bancários, na impossibilidade de


comprovar a taxa de juros efetivamente contratada - por ausência
de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -,
aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen,
praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa
cobrada for mais vantajosa para o devedor.”

A partir dessas orientações, no presente caso, os juros remuneratórios devem ser


limitados à taxa de juros no percentual apurado para a operação de crédito pessoal
consignado para aposentados e pensionistas do INSS no período da contratação (
2,32% ao mês – outubro/2016), segundo apurado pelo Banco Central do Brasil.

Repetição de indébito.

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Nos termos do artigo 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor, “O
consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros
legais, salvo hipótese de engano justificável.”

No entanto, segundo pacífico entendimento do STJ, “Somente a cobrança de valores


indevidos por inequívoca má-fé enseja a repetição em dobro do indébito”. (STJ, AgInt
nos EDcl no AgInt no AREsp 1115266/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 10/06/2019, DJe 12/06/2019,grifei).

Idêntica compreensão é adotada por esta Corte de Justiça, como demonstra a


seguinte ementa:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE


DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO DE MODALIDADE DE
CARTÃO DE CRÉDITO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO.
REPETIÇÃO DO INDÉBITO NA FORMA SIMPLES. 1-
Cuidando-se de empréstimo na modalidade cartão de crédito
consignado em folha de pagamento, o abalo subjetivo
alegadamente sofrido pelo recorrente não transpõe a barreira do
mero dissabor, o qual não pode ser confundido com o dano moral
e, por isso, não dá ensejo à compensação pecuniária. 2-
Consoante o entendimento consolidado do colendo Superior
Tribunal de Justiça, a repetição em dobro de valores
indevidamente pagos apenas é possível se comprovada a
má-fé da instituição financeira, o que não ocorreu in casu.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA.” (TJGO, Apelação (CPC) 5077795-22.2017.8.09.0051, Rel.
ORLOFF NEVES ROCHA, 1ª Câmara Cível, julgado em 16/10/2019, DJe
de 16/10/2019, negritei).

No presente caso, não vislumbro prova de manifesta má-fé da instituição financeira e,


por esta razão, caso verificada a existência de valores pagos em excesso, a
repetição do indébito deve ocorrer por meio de restituição simples.

A sentença merece reforma neste ponto, portanto.

Danos morais

Após analisar aos autos, o Desembargador Orloff Neves Rocha, insigne relator,

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
compreendeu que o apelo merecia conhecimento e parcial provimento, mantendo a
sentença, dentre outros pontos, naquele em que condenou a instituição financeira
ré/recorrente ao pagamento de indenização por danos morais.

No entanto, especificamente neste ponto (indenização por danos morais), divergi do


relator.

Conforme preveem os artigos 186 e 927, ambos do Código Civil, aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando, portanto, obrigado
a repará-lo. In verbis:

“ Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Sobre o conceito de responsabilidade civil, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo


Pamplona Filho assim enunciam:

“(…) Ao consultarmos o conceito de ato ilícito, previsto no art. 186


do Código Civil, base fundamental da responsabilidade civil,
consagradora do princípio de que a ninguém é dado causar
prejuízo a outrem (neminem laedere), temos que “Art. 186.
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Analisando este
dispositivo — mais preciso do que o correspondente da lei
anterior, que não fazia expressa menção ao dano moral -
podemos extrair os seguintes elementos ou pressupostos gerais
da responsabilidade civil: a) conduta humana (positiva ou
negativa); b) dano ou prejuízo; c) o nexo de causalidade.” (In
Novo curso de direito civil, v. 3: responsabilidade civil. 17. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2019, p. 51 e 69).

No que pertine, em específico, ao dano extrapatrimonial, os mesmos doutrinadores


discorrem que:

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
“O dano moral consiste na lesão de direitos cujo conteúdo não é
pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro. Em outras
palavras, podemos afirmar que o dano moral é aquele que
lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus direitos da
personalidade), violando, por exemplo, sua intimidade, vida
privada, honra e imagem, bens jurídicos tutelados
constitucionalmente” (op. cit., p. 108).

Extrai-se dessas preposições transcritas que a configuração da responsabilidade civil


deve ser reconhecida a partir da análise acerca da ação do agente – sob a análise
acerca da existência de dolo ou culpa – da lesão, ainda que exclusivamente moral,
suportada pela vítima, bem como do nexo de causalidade entre a conduta e o prejuízo.

No caso específico dos autos, a responsabilidade civil possui contornos próprios, pois
é regulamentada pelo Código de Defesa do Consumidor.

Assim, por se tratar de relação de consumo, a responsabilidade da instituição


financeira é objetiva, prescindindo da comprovação de culpa, nos termos do artigo 14
do CDC, que assim prevê:

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.”

Dessa maneira, o reconhecimento do dever de indenizar não necessita da


demonstração de culpa, pois se exige, apenas, a comprovação da lesão sofrida pelo
consumidor em virtude da ação ilícita perpetrada pelo fornecedor.

Neste particular, sobreleva salientar que, no caso em comento, não há que se falar em
dano moral in re ipsa, pois, a meu ver, o dano moral não pode decorrer da simples
contratação de empréstimo consignado pela sistemática do cartão de crédito, ainda
que seja o caso de readequação ou de nulidade do pacto.

Destarte, exsurge a necessidade de demonstração, pela parte consumidora, de que a


contratação em bases mais onerosas efetivamente lhe causou dano de ordem moral,
isto é, na esfera de seus direitos da personalidade, tais como honra e imagem.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
In casu, compreendo que o autor/apelante se escurou do ônus de provar que os fatos
narrados na exordial tenham ocasionado dano na em sua órbita personalíssima, a
merecer reparação pecuniária, porquanto não demonstrou repercussão negativa
decorrente do negócio questionado na lide, além da onerosidade, ora afastada.

À míngua de demonstração em sentido inverso, poder-se-ia inferir que o mesmo


suportou mero aborrecimento comum da vida em sociedade, porquanto não implica
afronta à esfera da personalidade o eventual desconforto que tenha avindo da
amortização de empréstimo, ao longo de aproximadamente um ano e meio, via
desconto de valor mensal junto à margem consignável de seu benefício previdenciário,
situação que, por si, não gera dano de ordem moral.

Por adotar semelhante intelecção, eis os julgados deste e. Tribunal:

“AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. CARTÃO DE CRÉDITO
CONSIGNADO. SÚMULA 63 DO TJGO. DANO MORAL NÃO
CARACTERIZADO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO
AFASTADA. MÁ-FÉ NÃO CONFIGURADA.
PREQUESTIONAMENTO. 1. (…). 2. Ausente comprovação de
má-fé da instituição financeira, a repetição de indébito deve ser
admitida somente na forma simples. 3. No tocante ao dano
moral, à míngua de novas provas, deve ser mantida a
convicção de que a contratação questionada, embora tenha,
por certo, gerado aborrecimentos ao contratado, não
ocasionou severa repercussão que implique o dever de
indenizar. 4. Para fins de prequestionamento, basta que o
decisum recorrido adote fundamentação suficiente para dirimir a
controvérsia, sendo desnecessária a manifestação expressa
sobre todos os argumentos e dispositivos legais apresentados
pelas partes. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E
DESPROVIDO.” (TJGO, Apelação (CPC) 5499126-92.2017.8.09.0051,
Rel. SEBASTIÃO LUIZ FLEURY, 4ª Câmara Cível, julgado em
12/12/2019, DJe de 12/12/2019, negritei).

“APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE NULIDADE CONTRATUAL C/C
REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS. CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO.
INCIDÊNCIA DAS NORMAS CONSUMERISTAS. DESCONTO
MÍNIMO DA FATURA MENSAL. DÍVIDA INSOLÚVEL. ABUSO E
ONEROSIDADE EXCESSIVAS. DANO MORAL. AUSENTE.
REPETIÇÃO DO INDÉBITO NA FORMA SIMPLES.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. MANTIDOS. HONORÁRIOS
RECURSAIS. 1- (…). 3- Cuidando-se de empréstimo na
modalidade cartão de crédito em folha de pagamento, o
abalo subjetivo alegadamente sofrido pela autora não
transpõe a barreira do mero dissabor, o qual não pode ser
confundido com o dano moral e, por isso, não dá ensejo à
compensação pecuniária. 4- (…). APELAÇÃO CÍVEL E
RECURSO ADESIVO CONHECIDOS, APELAÇÃO
PARCIALMENTE PROVIDA E RECURSO ADESIVO
DESPROVIDO.” (TJGO, APELAÇÃO 0424970-29.2016.8.09.0093, Rel.
JAIRO FERREIRA JÚNIOR, 6ª Câmara Cível, julgado em 29/10/2019,
DJe de 29/10/2019, negritei).

“ AGRAVOS INTERNOS NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


DECLARATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. CARTÃO DE CRÉDITO.
APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
SÚMULA Nº 297 DO STJ. ABUSIVIDADE CARACTERIZADA.
ENUNCIADO SUMULAR N° 63 DO TJGO. DEVER DE
INFORMAÇÃO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. DEVOLUÇÃO NA
FORMA SIMPLES. DANOS MORAIS. NÃO CONFIGURAÇÃO.
PARCIAL PROVIMENTO AO APELO. SENTENÇA
REFORMADA. 1. (…). 2. Ausente comprovação de má-fé da
instituição financeira, a repetição de indébito deve ser admitida
somente na forma simples. 3. No tocante ao dano moral, à
míngua de novas provas, deve ser mantida a convicção de
que a contratação questionada, embora tenha, por certo,
gerado aborrecimentos à contratada, não ocasionou severa
repercussão que implique o dever de indenizar. AGRAVOS
INTERNOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS.” (TJGO,
APELAÇÃO 0374879-55.2014.8.09.0011, Rel. ROBERTO HORÁCIO DE
REZENDE, 1ª Câmara Cível, julgado em 04/10/2019, DJe de 04/10/2019,
negritei).

“AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


REVISIONAL DE CLÁUSULAS C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
SERVIDOR PÚBLICO. CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO.
APLICAÇÃO DA LEI CONSUMERISTA. PRINCÍPIOS DA
TRANSPARÊNCIA E INFORMAÇÃO. OFENSA. DESCONTO DO
MÍNIMO DA FATURA. REFINANCIAMENTO MENSAL DO
DÉBITO. ABUSIVIDADE. CONVERSÃO PARA MODALIDADE
EMPRÉSTIMO PESSOAL. SÚMULA 63 DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DE GOIÁS. REPETIÇÃO SIMPLES DE VALORES.
CONDENAÇÃO EM DANO MORAL. REFORMA DA SENTENÇA.
EXCLUSÃO. AUSÊNCIA DE FATO NOVO. DECISÃO
MONOCRÁTICA MANTIDA. I- (…). II- (…). III- Não demonstrado
pelas provas juntadas aos autos a ofensa ao direito da
personalidade, não há que se falar em compensação por
dano moral, visto que o abalo sofrido pela consumidora

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
limitou-se a esfera do mero aborrecimento. IV- Deixando de
evidenciar de forma indubitável e cabal a má-fé da instituição
financeira quanto aos descontos indevidos de valores na conta
da consumidora, tem-se que a repetição do indébito deve ocorrer
na sua forma simples. Precedentes do STJ. V- (…). AGRAVO
INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Apelação (CPC)
0408790-35.2014.8.09.0051, Rel. LUIZ EDUARDO DE SOUSA, 1ª
Câmara Cível, julgado em 06/12/2018, DJe de 06/12/2018, negritei).

Diante desse cenário, por não vislumbrar a existência de prova da efetiva lesão de
ordem subjetiva decorrente da narrativa fática exposta pela parte autora/recorrida, a
sentença objetada também merece ser retificada nesse ponto.

Por derradeiro, registro que a compensação legal não depende de declaração judicial
e, estando aquela já contida na determinação de liquidação da sentença para
apuração da existência de saldo credor de uma das partes, razão não há para alegar
omissão nesse particular.

Na confluência do exposto, CONHEÇO do recurso de apelação e DOU-LHE PARCIAL


PROVIMENTO para, em reforma à sentença singular, determinar que a restituição do
indébito seja feita na forma simples, bem como para afastar a condenação da
instituição financeira ré/apelante ao pagamento de indenização por danos morais.

É o voto.

Goiânia, 12 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


REDATOR

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5037981.25.2018.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
APELANTE: BANCO PAN S/A
APELADO: FÁBIO MARTINS DE OLIVEIRA

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
RELATOR: DES. ORLOFF NEVES ROCHA
REDATOR: DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO


FAZER C/C DANOS MORAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. APLICAÇÃO
DO CDC. SÚMULA Nº 297 DO STJ. ABUSIVIDADE E ONEROSIDADE
DEMONSTRADAS. SÚMULA Nº 63 DO TJGO. APLICABILIDADE.
JUROS REMUNERATÓRIOS. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS.
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. DEVOLUÇÃO NA FORMA SIMPLES.
DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. PARCIAL PROVIMENTO AO
APELO. SENTENÇA REFORMADA. I. O CDC é aplicável aos contratos
de natureza bancária ou financeira. Inteligência da Súmula nº 297 do STJ.
II. Em interpretação sistemática ao regramento consumerista, contratos
de cartão de crédito consignado têm sido vistos por esta Corte de Justiça
como representativos de falha na prestação dos serviços pela instituição
financeira, materializada pela violação aos deveres anexos da boa-fé
objetiva, tais como os princípios da informação e da transparência. III.
Demonstrada a aplicabilidade da Súmula nº 297 deste Tribunal de Justiça
ao caso concreto, o contrato discutido deve ser equiparado à modalidade
de crédito pessoal consignado. IV. Os juros remuneratórios devem ser
fixados segundo a taxa média de mercado praticada nas operações da
mesma espécie à época da contratação. V. Somente a cobrança de
valores indevidos por inequívoca má-fé enseja a repetição em dobro do
indébito, situação não verificada na hipótese. VI. Não comprovada a
ocorrência de efetiva lesão à esfera personalidade da vítima, não há que
se falar em condenação ao pagamento de indenização por danos morais.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 5037981.25, acordam


os componentes da quinta Turma Julgadora da Primeira Câmara Cível do egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por maioria de votos, em conhecer do apelo e
lhe dar parcial provimento, nos termos do voto deste Redator.

Votaram, com o redator, a Desª Amélia Martins de Araújo, a Desª Maria das Graças
Carneiro Requi e o Dr. Fernando de Castro Mesquita, Juiz Substituto em 2º Grau ao
Des. Luiz Eduardo de Sousa., ficando vencido o Des. Orloff Neves Rocha.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Presidiu a sessão o Des. Luiz Eduardo de Sousa.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, a Dr. Rodolfo


Pereira Lima Júnior.

Goiânia, 12 de fevereiro de 2020.

DES. CARLOS ROBERTO FÁVARO


REDATOR

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO
FAZER C/C DANOS MORAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. APLICAÇÃO
DO CDC. SÚMULA Nº 297 DO STJ. ABUSIVIDADE E ONEROSIDADE
DEMONSTRADAS. SÚMULA Nº 63 DO TJGO. APLICABILIDADE.
JUROS REMUNERATÓRIOS. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS.
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. DEVOLUÇÃO NA FORMA SIMPLES.
DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. PARCIAL PROVIMENTO AO
APELO. SENTENÇA REFORMADA. I. O CDC é aplicável aos contratos
de natureza bancária ou financeira. Inteligência da Súmula nº 297 do STJ.
II. Em interpretação sistemática ao regramento consumerista, contratos
de cartão de crédito consignado têm sido vistos por esta Corte de Justiça
como representativos de falha na prestação dos serviços pela instituição
financeira, materializada pela violação aos deveres anexos da boa-fé
objetiva, tais como os princípios da informação e da transparência. III.
Demonstrada a aplicabilidade da Súmula nº 297 deste Tribunal de Justiça
ao caso concreto, o contrato discutido deve ser equiparado à modalidade
de crédito pessoal consignado. IV. Os juros remuneratórios devem ser
fixados segundo a taxa média de mercado praticada nas operações da
mesma espécie à época da contratação. V. Somente a cobrança de
valores indevidos por inequívoca má-fé enseja a repetição em dobro do
indébito, situação não verificada na hipótese. VI. Não comprovada a
ocorrência de efetiva lesão à esfera personalidade da vítima, não há que
se falar em condenação ao pagamento de indenização por danos morais.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 19/02/2020


14:17:36

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5081482.58.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : SUZANY ROCHA TELES LOPES
POLO PASSIVO : SECRETARIA DE EDUCACAO DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SUZANY ROCHA TELES LOPES


ADVG. PARTE : 41564 GO - ROZANY ROCHA TELES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5081482.58.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009) nº 5081482.58.2020.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

PROMOVENTE(S): SUZANY ROCHA TELES LOPES

PROMOVIDOS(S) : SECRETARIA DE EDUCACAO DO ESTADO DE GOIÁS

1ª Câmara Cível

DESPACHO

Infere-se dos documentos que instruíram a petição inicial a expedição da guia 2168846-
1/50, para fins de recolhimento das custas iniciais no valor de R$ 476,05.

Entretanto, em consulta pública sobre a arrecadação deste tribunal, constata-se que a


referida guia está ainda com status ‘aguardando pagamento’.

Outrossim, o comprovante de pagamento apresentado pela impetrante no valor de R$


572,98 – código de barras 10498.92654.14021.169447.07950.000039.4.81900000057298 - não
corresponde a representação numérica da mencionada guia 2168846-1/50 (10498.92654
14021.168845 46150.000027 9 8190000004760).

Diante disso, determino a intimação da impetrante para, no prazo de 5 (cinco) dias,


apresentar corretamente o pagamento das custas iniciais, sob pena de indeferimento da
petição inicial.

Cumpra-se.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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Assinado por LUIZ EDUARDO DE SOUSA
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NR.PROCESSO: 5081482.58.2020.8.09.0000
GOIÂNIA, em 19 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

06

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 19/02/2020


14:20:17

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5023609.08.2017.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança Criminal
POLO ATIVO : ASSOCIACAO DOS SERVIDORES DO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE
GOIAS-ASPEGO
POLO PASSIVO : SECRETÁRIO DE ESTADO DE GESTÃO E PLANEJAMENTO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ASSOCIACAO DOS SERVIDORES DO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE


GOIAS-ASPEGO
ADVG. PARTE : 37962 GO - ANA CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5023609.08.2017.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Luiz Eduardo de Sousa

Mandado de Segurança Criminal nº 5023609.08.2017.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

PROMOVENTE(S): ASSOCIACAO DOS SERVIDORES DO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE GOIAS-ASPEGO

PROMOVIDOS(S) : SECRETÁRIO DE ESTADO DE GESTÃO E PLANEJAMENTO DE GOIÁS

1ª Câmara Cível

DESPACHO

Diante da finalidade abreviada da via mandamental e do grande lapso temporal desde


a ordem inicial de sobrestamento do feito, em 6/11/2017, face a existência de ADI’s
5008406.06.2017 e 5006743.22.2017 (extintas sem julgamento do mérito), determino a
intimação das partes para, no prazo de 5 (cinco) dias, manifestarem se persiste o interesse
no julgamento do writ.

Cumpra-se.

GOIÂNIA, em 19 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

06

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Não Concedida a Medida Liminar - Data da
Movimentação 14/02/2020 09:21:57

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5047087.40.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : VICTOR DO CARMO COSTA
POLO PASSIVO : INSTITUTO AMERICANO DE DESENVOLVIMENTO IADES
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : VICTOR DO CARMO COSTA


ADVG. PARTE : 41763 GO - MURILLO RODRIGUES DE ARAUJO CRUZ

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5047087.40.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : VICTOR DO CARMO COSTA
AGRAVADO : INSTITUTO AMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - IADES E
OUTRO
RELATORA : DESª. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO LIMINAR

VICTOR DO CARMO COSTA, inconformado com a decisão proferida pela


MM. Juíza de Direito da 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual, Drª. Zilmene Gomide da
Silva Manzolli, nos autos da Ação Declaratória de Nulidade de Ato Administrativo com
pedido de Antecipação de Tutela, proposta em desfavor do INSTITUO AMERICANO
DE DESENVOLVIMENTO – IAGO e SECRETARIA DO ESTADO DE
ADMINISTRAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, interpõe recurso de
AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de concessão de efeito suspensivo.

Consta dos autos que o autor, ora agravante, relatou na peça de ingresso
que se inscreveu no concurso público para provimento de vagas para o cargo de
Agente de Segurança Prisional do Estado de Goiás para Diretoria Geral da
Administração Penitenciária (DGAP), informando que o certame é constituído por 7
(sete) etapas, todas de caráter eliminatório.

Esclareceu que devido ao fato de que as etapas do concurso serem


eliminatórias, a não aprovação na prova objetiva implica na não correção da sua prova
discursiva, consoante estatui o item 18.5.1 do diploma regulamentar.

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NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
Alegou que a ausência de análise dos recursos administrativos, ficou
extremamente prejudicado, pois a somatória das notas das disciplinas de
conhecimentos gerais não o habilita a permanecer no concurso, já que, com o gabarito
oficial definitivo, faltam dois pontos para que ele atinja o mínimo exigido para
prosseguir nas demais etapas do certame, pois acertou 7 de 20 questões.

Explicou que, ao realizar a prova escrita, observou que algumas questões do


caderno de provas encontravam-se eivada de vícios e/ou em dissonância com o Edital
do certame.

Aduziu que dentre as questões que carecem de anulação, algumas estão


entre aquelas que, conforme a Lei Estadual nº 19.587/2017, são passíveis de anulação
pelo Poder Judiciário, em homenagem ao princípio da legalidade, estando, inclusive,
de acordo com o julgado do STF quando ele afirma sobre a possibilidade excepcional
de anulação de questões objetivas pelo Judiciário.

Na sequência, tece considerações sobre as questões que entende nulas no


caderno de prova, ponderando que as de nº s 01 e 04 não tem resposta correta; a 14,
15 e 16 tratam de matérias não constantes no edital; a 18 e 20 o gabarito deu como
certa resposta errada, e a 45, não tem resposta correta.

Pugnou em sede de tutela de urgência para computar os pontos


correspondentes às questões impugnadas, suspender os efeitos de sua eliminação e
determinar que sua redação seja corrigida para que possa participar das demais fases
e etapas do concurso público e se matricular no Curso de Formação Profissional, bem
como realizá-lo.

No mérito, requereu a confirmação da liminar e, ao final, a procedência do


pedido.

Ao apreciar o feito, em sede de liminar, a Magistrada Singular proferiu a


decisão ora agravada nos seguintes termos:

(…) Para o deferimento do pedido de tutela de urgência, dispõe o


artigo 300 e seus parágrafos do Código de Processo Civil, que é
necessária a presença de elementos que evidenciam a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado
útil do processo e irreversibilidade dos efeitos da decisão.

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NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
Destaco que as tutelas provisórias de urgência são tutelas não
definitivas fundadas em cognição sumária, podendo ser
requeridas em caráter antecedente ou incidente, devendo estar
presentes os requisitos constantes no citado artigo de modo a
não ensejar dúvidas.

Subdividem-se em tutela de urgência cautelar e tutela de urgência


satisfativa ou antecipada, sendo que os requisitos autorizadores
da concessão da tutela de urgência atingem todas as
modalidades desta.

Porém, no que pertine à tutela de urgência satisfativa, além dos


requisitos comuns à concessão da medida exige-se, também, que
os efeitos desta não sejam irreversíveis.

Assim, para deferimento do pedido de tutela de urgência


satisfativa pretendida reclama o perfazimento dos requisitos
mencionados e o convencimento do dirigente processual, em face
da tese jurídica exposta em confronto com os fatos aduzidos e
efetivamente comprovados.

No caso vertente, a concessão da tutela provisória de urgência


não se apresenta conveniente, eis que ausentes se encontram, a
priori, os requisitos necessários a sua concessão, notadamente a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado
útil do processo.

Em uma análise perfunctória que o momento permite, verifico, a


princípio, que o requerente pretende, ao que tudo indica, no
conjunto de sua pretensão, inquirir os critérios de avaliação
utilizados pela banca examinadora, questionando as respostas
atribuídas como consideradas corretas, pretendendo que o
Estado-juiz substitua a banca examinadora, anulando as
questões que entende estar divergentes do Edital, atribuindo ao
requerente a pontuação que entende devida, o que não vem
sendo admitido, com razão, pela jurisprudência proveniente do

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NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
Excelso Pretório.

De igual modo, o Superior Tribunal de Justiça firmou o


entendimento, no sentido de que, em matéria de concurso
público, a atuação do Poder Judiciário limita-se à verificação da
observância dos princípios da legalidade e da vinculação ao
Edital, tendo presente a discricionariedade da Administração
Pública na fixação dos critérios e normas reguladoras do certame,
que deverão atender aos preceitos instituídos na Constituição
Federal. Ao Poder Judiciário, pois, é vedado substituir a banca
examinadora, para apreciar os critérios utilizados para a
elaboração e correção das provas.

Em contrapartida, o edital de concurso público não necessita ser


analítico ou pormenorizado, ao ponto de exaurir todos os temas
que poderão ser exigidos, bastando tão somente, a indicação de
um tema central que envolva os conteúdos conexos. Sendo
assim, é inconcebível abranger todas as questões possíveis
correlacionadas com determinado assunto.

Destarte, neste estágio processual, verifica-se, a priori, que as


questões debatidas estão em consonância com o programa
declinado na Lei do certame, motivo pelo qual, necessário o
indeferimento do pleito antecipatório, tendo em vista que implicará
na exigência de que o Poder Judiciário realize sindicância quanto
aos acertos e desacertos do gabarito apresentado, caracterizando
indevida ingerência nos critérios utilizados. ( …).

Ante ao exposto, INDEFIRO o pedido de tutela de urgência.

Deixo de determinar a realização de audiência de conciliação,


diante da inexistência de legislação estadual autorizando solução
consensual no caso em apreço, com esteio no que preconiza o
artigo 334, § 4º, inciso II, do Código de Processo Civil/2015.

Dê-se ciência desta ao requerido, citando-lhe para, querendo,


responder aos termos da exordial, no prazo da lei.

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NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
Irresignado, VICTOR DO CARMO COSTA interpôs o agravo de instrumento
sub judice.

Em suas razões, após defender a tempestividade e o cabimento do recurso, o


agravante faz um extenso relato da questão factual dos autos, ponderando pela
necessidade de reforma da decisão singular.

Na sequência, diz que a decisão agravada foi fundamentada em inexistência


da probabilidade do direito, relatando não ter encontrado descompasso entre a
questão impugnada e o edital do concurso. Contudo, a irresignação do autor, ora
impetrante, não diz respeito apenas a previsão das questões no edital, e sim, de na
existência de erros grosseiros em algumas questões, na inexistência de resposta
correta em outras, bem como na constância de erros gramaticais que impossibilitaram
que o candidato respondesse corretamente as questões.

Sustenta que teve uma nota alta na prova, contudo, foi prejudicado pelas
questões que não puderam ser respondidas corretamente, em decorrência dos
motivos que serão expostos adiante. Vejamos dados da prova do requerido. Caso as
questões sejam anuladas, o requerido terá nota bem superior ao ponto de corte.

Faz explicitações sobre a falta de fundamentação da decisão agravada, bem


como das questões que pretende anular, inconstitucionalidade da exigência de
conhecimento não previsto no edital, direito de obter resposta do recurso, citando
doutrina e jurisprudência para fundamentar as alegativas.

Argumenta estarem presentes os requisitos do fumus boni iuris, na medida


em que são fortes os indícios do direito do agravante, bem como o periculum in mora,
uma vez que a demora reside no prejuízo que terá o agravante na espera do
julgamento do mérito.

Pugna pela concessão do efeito suspensivo para computar os pontos


correspondentes às questões impugnadas, determinando que sua redação seja
corrigida para que possa participar das demais fases e etapas do concurso público e
se matricular no Curso de Formação Profissional, bem como realizá-lo, percebendo a
remuneração correspondente e, sendo aprovado, que seja nomeado e empossado no
cargo acompanhado dos demais candidatos em condição de igualdade, com todos os
direitos inerentes ao cargo, inclusive, com a percepção dos subsídios, garantindo a ele
a reserva de vaga.

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NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
Ao final, requer a confirmação da liminar com o seu provimento do recurso,
para reformar a decisão atacada, nos termos das razões apresentadas.

Ausente preparo em razão do deferimento da assistência judiciária


(movimentação nº 01).

É, em síntese, o relatório.

Decido.

Inicialmente, diante da previsão expressa de cabimento do presente recurso,


nos termos do artigo 1015, inciso I, do Código de Processo Civil, determino o seu
processamento.

Quanto ao efeito suspensivo impende frisar que o relator poderá, em


determinados casos, concedê-lo desde que preenchidos, cumulativamente, os
requisitos previstos em lei, quais sejam : (I) a imediata produção de efeitos da decisão
recorrida deverá gerar risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; e (II) a
demonstração da probabilidade de provimento do recurso (artigos 995, parágrafo
único, e 1.019, I, ambos no Novo Código de Processo Civil).

Sobre o tema, transcrevo ensinamento doutrinário do ilustre processualista


Humberto Theodoro Júnior, in verbis:

“(...) O relator poderá, ainda, deferir, em antecipação de


tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I).
Para tanto, deverão estar presentes os mesmos requisitos para a
concessão do efeito suspensivo, quais sejam, o fumus boni iuris
e o periculum in mora. Com efeito, não se pode negar ao relator o
poder de também conceder medida liminar positiva, quando a
decisão agravada for denegatória de providência urgente e de
resultados gravemente danosos para o agravante. No caso de
denegação, pela decisão recorrida, de medida provisória cautelar
ou antecipatória, por exemplo, é inócua a simples suspensão do
ato impugnado. Caberá, portanto, ao relator tomar a providência
pleiteada pela parte, para que se dê o inadiável afastamento do
risco de lesão, antecipando o efeito que se espera do julgamento
do agravo. É bom ressaltar que o poder de antecipação de tutela
instituído pelo art.300 não é privativo do juiz de primeiro grau e
pode ser utilizado em qualquer fase do processo e em qualquer

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NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
grau de jurisdição. No caso do agravo, esse poder está
expressamente previsto ao relator no art. 1.019, I.

Se for deferido o efeito suspensivo ou concedida a


antecipação de tutela, o relator ordenará a imediata comunicação
ao juiz da causa, para que, de fato, se suste o cumprimento da
decisão interlocutória (art. 1.019, I, in fine). (...)”. (in, Curso de
Direito Processual Civil, Volume III, 47ª Edição). Grifos no
original.

Conforme se observa, exige-se a presença simultânea do fumus boni iuris e o


periculum in mora, os quais devem ser demonstrados de plano, de forma inequívoca,
de maneira que o julgador não tenha dúvidas quanto a viabilidade de se conferir efeito
suspensivo ao recurso, inclusive o efeito ativo ou positivo

No presente caso, a insurgência recursal versa sobre a decisão que indeferiu


pedido de concessão de tutela de urgência para anular determinadas questões do
certame, garantindo a participação de todas as demais etapas do concurso, inclusive o
curso de formação, bem como a reserva da vaga.

Transpondo essas orientações ao caso em testilha, em uma análise


perfunctória e não exauriente, não se verifica a presença cumulativa dos requisitos
necessários para a concessão da medida liminar, especialmente o fumus boni juris,
posto que não compete ao Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca
examinadora para avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a eles atribuídas.
Excepcionalmente, é permitido juízo de compatibilidade do controle das questões de
concurso com o previsto no edital do certame.

Nesse sentido, o STF, por ocasião do Julgamento do Recurso Extraordinário


nº 632.853/CE, submetido a Repercussão Geral, decidiu:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL


(...) 2. CONCURSO PÚBLICO. CORREÇÃO DE PROVA. Não
compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade
substituir banca examinadora para avaliar respostas dadas
pelos candidatos e notas a eles atribuídas. Precedentes. 3.
Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de
compatibilidadedo de conteúdo das questões de concurso com o
previsto no edital do certame. Precedentes. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. (STF - Tribunal Pleno – RE nº
632853/CE. Ministro Gilmar Mendes, julgado em 23/04/2015, Dje
125 de 26/06/2015).

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NR.PROCESSO: 5047087.40.2020.8.09.0000
Nesse diapasão, atenta às particularidades do caso em apreço, não
vislumbro, prima facie, a presença desses requisitos, razão pela qual INDEFIRO o
pedido de concessão de efeito suspensivo ao recurso.

Comunique-se o juízo a quo desta decisão, nos termos do artigo 1.019, inciso
I, do Código de Processo Civil.

Intimem-se os Agravados para que, querendo, apresentem resposta, no prazo


legal, nos moldes do artigo 1.019, inciso II, do citado diploma processual civil.

Intimem-se. Cumpra-se.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Datado e assinado conforme Resolução nº 59/2016)

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Embargos de Declaração Não-Acolhidos - Data da


Movimentação 17/02/2020 11:05:22

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0204114.16.2016.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : JOULE ENGENHARIA TERMICA LTDA
POLO PASSIVO : SECRETARIO DA FAZENDA DO ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOULE ENGENHARIA TERMICA LTDA


ADVG. PARTE : 33393 GO - FREDERICO SILVESTRE DAHDAH

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NR.PROCESSO: 0204114.16.2016.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


nos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO nos autos de MANDADO DE SEGURANÇA Nº
0204114.16.2016.8.09.0000, da comarca de Goiânia, em que figura como embargante
JOULE ENGENHARIA TÉRMICA LTDA e como embargado ESTADO DE GOIÁS.
ACORDA o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes
da 2ª Turma Julgadora de sua 1ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, em
conhecer e rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do voto do Relator.
Votaram com o Relator a Desembargadora Maria das Graças Carneiro Requi
e o Desembargador Orloff Neves Rocha.
Representou a Procuradoria-Geral de Justiça o Procurador Rodolfo Pereira
Lima Júnior.
Presidiu a sessão de julgamento o Desembargador Luiz Eduardo de Sousa.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

ROBERTO HORÁCIO DE REZENDE


Juiz Substituto em Segundo Grau
RELATOR
(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

VOTO

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NR.PROCESSO: 0204114.16.2016.8.09.0000
Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Em que pese a argumentação lançada pelo recorrente, depreende-se que os


embargos em apreciação foram promovidos com o intuito de rediscutir a decisão
fustigada.

Com efeito, os embargos declaratórios encontram limites nas diretrizes


estabelecidas no artigo 1.022 do Código de Processo Civil, cabíveis nas hipóteses de
decisão, sentença ou acórdão maculados por obscuridade, contradição ou omissão, e
ainda, na correção de erro material.

Daí se afirmar que, em sede de embargos de declaração, o julgador não


profere nova decisão, reapreciando ou rediscutindo o tema objeto do julgado,
mas apenas aclara a anterior, somente naquilo que estiver contraditória, obscura ou
omissa.

Ainda em linhas preliminares, necessário esclarecer que a contradição a que


se refere o artigo 1.022, I, do CPC, que deve ser sanada por meio de embargos de
declaração, é interna, isto é, no âmago do próprio voto.

Na espécie, os argumentos lançados no presente recurso não subsistem


porque, tão somente, materializam inconformismo com o julgado, visando a
rediscussão do tema tratado, situação que, conforme dito, não dá ensejo à oposição
de embargos de declaração.

A insurgência recursal, neste particular, limitou-se a repisar os argumentos já


elencados e demonstrar a insatisfação com o acórdão que negou provimento ao pleito
de compensação de créditos tributários.

Desta forma, não vislumbrando a materialização de nenhum vício a que se


refere o artigo 1.022 do Código de Processo Civil, máxime porque a celeuma restou
bem esclarecida no ato judicial embargado, a rejeição do presente recurso é medida
que se impõe.

Por oportuno, veja-se a Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e deste


Egrégio Tribunal:

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0204114.16.2016.8.09.0000
Os embargos de declaração não constituem palco para a
revisão do julgado ou da evolução da jurisprudência do
Tribunal, muito menos neles se podem inovar a tese recursal.
Para tanto, deve a parte valer-se do recurso apropriado para a
revisão ou unificação de entendimentos conflitantes de membros
ou órgãos fracionários do Tribunal. ( STJ - EDcl no REsp
752813/SC - Relator Ministro HUMBERTO MARTINS Data do
Julgamento 11/12/2007. Grifei).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NA AÇÃO RESCISÓRIA – PRETENDIDO
REEXAME DE MATÉRIA QUE JÁ OBTEVE PRONUNCIAMENTO
DA TURMA JULGADORA – IMPOSSIBILIDADE – EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. 1. A pretensão deduzida nos
embargos de declaração está a configurar que a matéria, já
decidida na ação rescisória e reapreciada nos primeiros
embargos declaratórios seja, uma vez mais, decidida.
Prepondera no Superior Tribunal de Justiça o entendimento
de que é incabível, nos declaratórios, rever a decisão
anterior, reexaminando ponto sobre o qual já houve
pronunciamento (RSTJ 30/412). 2. Embargos de declaração
rejeitados. (STJ, EDcl nos EDcl na AR 3418/DF. EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA
AÇÃO RESCISÓRIA 2005/0158464-1, Relatora Ministra
ELIANA CALMON, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data do
Julgamento: 28/05/2008, Data da Publicação/Fonte DJe
04/08/2008. Grifei).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE. IRRECORRIBILIDADE.
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE NÃO
APONTADAS. 1- Não existindo nos embargos de declaração
quaisquer das hipóteses previstas no art. 1.022 do Código de
Processo Civil, devem ser estes rejeitados. 2 - Os embargos
declaratórios não se prestam à rediscussão de matéria
debatida e analisada, cuja decisão desfavoreça o
Embargante. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E
DESPROVIDOS. (TJGO, 5ª CC, AI AGRAVO DE
INSTRUMENTO 458713-52.2015.8.09.0000, Rel. DES. OLAVO
JUNQUEIRA DE ANDRADE, DJe 2078 de 29/07/2016. Negritei).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO.


CONTRADIÇÃO INEXISTENTE. PRETENSÃO DE REEXAME
DA MATÉRIA. INADMISSIBILIDADE. I- Para a oposição de
embargos declaratórios, necessário se faz a observância das

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NR.PROCESSO: 0204114.16.2016.8.09.0000
hipóteses previstas no art. 1.022, do novo CPC. II - Se o acórdão
embargado não contém nenhuma das hipóteses legalmente
previstas, e apenas reflete posicionamento contrário à
pretensão recursal da parte embargante, resta claro o intuito
de rediscussão de questões já decididas, o que é inviável por
meio desta espécie recursal (…). (TJGO, 1ª CC, ED 0314855-
78.2013.8.09.0049, Rel. LUIZ EDUARDO DE SOUSA, DJe de
01/12/2017. Negritei)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL.


AUSÊNCIA DOS VÍCIOS ESPECIFICADOS NO ARTIGO 1.022 E
INCISOS DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE. 1 - Não
ocorrendo as hipóteses previstas no artigo 1.022 do Novo
Código de Processo Civil, a rejeição dos embargos de
declaração opostos é medida imperativa, máxime quando
restar configurado que o embargante almeja somente a
rediscussão da matéria exposta no acórdão recorrido, face
ao seu inconformismo com a tese jurídica adotada. 2 - O
julgador não está obrigado a responder a todas as questões
suscitadas pelas partes quando já tenha encontrado motivo
suficiente para proferir a decisão. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS (TJGO, 6ª CC,
ED 0410953-93.2015.8.09.0134, Rel. JEOVA SARDINHA DE
MORAES, DJe de 30/11/2017. Negritei)

Feitas essas exortações, configurado que o ato judicial hostilizado não se


ressente de omissão, contradição, obscuridade ou erro material, é medida que se
impõe desacolher o recurso de aclareamento sub examine.

Pelo exposto, rejeito os embargos de declaração, mantendo incólume o


decisum.

É o voto.
Goiânia, 10 de fevereiro de 2020.

ROBERTO HORÁCIO REZENDE

Juiz Substituto em 2º Grau

Relator

(Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016)

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NR.PROCESSO: 0204114.16.2016.8.09.0000
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DOS
VÍCIOS ESPECIFICADOS NO ARTIGO 1.022 E INCISOS DO CPC.
Não ocorrendo os vícios elencados no artigo 1.022 do Código de
Processo Civil, devem ser rejeitados os embargos que visam tão
somente rediscutir matéria já decidida, ainda que para efeitos de
prequestionamento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONHECIDOS E REJEITADOS.

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NR.PROCESSO: 0204114.16.2016.8.09.0000
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DOS
VÍCIOS ESPECIFICADOS NO ARTIGO 1.022 E INCISOS DO CPC.
Não ocorrendo os vícios elencados no artigo 1.022 do Código de
Processo Civil, devem ser rejeitados os embargos que visam tão
somente rediscutir matéria já decidida, ainda que para efeitos de
prequestionamento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONHECIDOS E REJEITADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 16:27:54

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5167987.64.2018.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Arrolamento Comum ( CPC )
POLO ATIVO : ANA DAMASCENA ROSA ALVES
POLO PASSIVO : ITAU UNIBANCO S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ITAU UNIBANCO S/A


ADVG. PARTE : 22930 GO - YANA CAVALCANTE DE SOUZA

PARTE INTIMADA : ANA DAMASCENA ROSA ALVES


ADVGS. PARTE : 37670 GO - CAMILA SOCORRO DA SILVA VITORINO
50502 GO - KARLA BARTIRA RODRIGUES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5167987.64.2018.8.09.0051
PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL N.5167987.64.2018.8.09.0051

COMARCA :GOIÂNIA

APELANTE :ITAU UNIBANCO S/A

APELADA :ANA DAMASCENA ROSA ALVES

RELATOR : Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA

VOTO VENCIDO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Cuida-se de Apelação Cível interposta pelo BANCO ITAÚ CONSIGNADO S/A, em face da
sentença proferida pelo Dr. Camilo Shubert Lima, MM. Juiz de Direito da 6ª Vara Cível da
comarca de Goiânia – GO que, nos autos da ação de inexistência de débito cumulada com
indenização por danos morais ajuizada em seu desfavor por ANA DAMASCENA ROSA ALVES,
decidiu nos seguintes termos :

Ante o exposto, julgo procedentes os pedidos formulados na petição inicial, nos termos do
artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para declarar inexistente o débito apontado e
condenar a requerida a restituir os valores deduzidos indevidamente da conta-corrente
titularizada pela autora referentes ao empréstimo discutido no autos; e a pagar R$
5.000,00(cinco mil reais) a título de danos morais, corrigidos monetariamente (INPC) a partir
do arbitramento, acrescidos de

Na pretensão recursal, pleiteia a apelante a reforma da sentença, ao fundamento que a conduta


do banco apelante não pode ser vista como dano hábil a respaldar indenização por danos morais,
até porque os fatos narrados na petição inicial se deram com a contribuição dos atos não
praticados pela recorrida, que deixou de providenciar todos os procedimentos necessários para
evitar as ocorrências.

Da análise detida dos presentes autos, não vislumbro razão ao apelante.

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NR.PROCESSO: 5167987.64.2018.8.09.0051
Extrai-se dos autos que a recorrida em 10 de novembro de 2017 foi surpreendida com a
realização de transação bancária, na modalidade “crédito consignado”, no montante global de R$
7.650,69 (sete mil, seiscentos e cinquenta reais e sessenta e nove centavos), sem sua solicitação
prévia ou anuência.

Consta que o valor das prestações está sendo descontado mensalmente e automaticamente da
conta-corrente da recorrida, tendo sido inexitosa a tentativa de solucionar a questão
administrativamente com o recorrente.

Citada, a instituição financeira requerida apresentou contestação, alegando ausência de culpa


pelos fatos apontados na inicial, pois, segundo assevera, apenas realiza os serviços demandados
pelo cliente. Salientou, ademais, que as transações noticiadas foram efetivadas mediante uso de
cartão com chip, sendo certificado por meio de código do dispositivo de segurança e digitação de
senha pessoal, cujo sigilo é de responsabilidade da cliente.

O cerne da controvérsia consiste em verificar se a movimentação bancária realizada na conta-


corrente da recorrida foi efetivamente por ela realizada, bem como aferir a qualidade dos serviços
por prestados pela recorrente.

Como bem ressaltou o douto sentenciante o ônus da prova sobre a legitimidade das transações
realizadas compete ao banco/recorrente, que, na hipótese, não se desincumbiu de demonstrar a
idoneidade das operações. Cumpria-lhe, assim, descaracterizar os fatos jurídicos trazidos pela
recorrida, no entanto, não o fez.

Cumpre ressaltar que a alegação feita pelo apelante de que a movimentação bancária só poderia
acontecer única e exclusivamente por ação do correntista, não pode ser aceita, haja vista que
está cada vez mais presente nos dias de hoje a prática de atividades criminosas voltadas
justamente para o fim de clonagem de senhas e cartões magnéticos, realizadas através dos
próprios terminais de atendimento (captação de dados por meio de aparelhos eletrônicos
instalados nos caixas eletrônicos, instalação prévia de programas capazes de clonar as senhas e
dados pessoais).

Por outro lado, é de trivial conhecimento que as instituições financeiras respondem objetivamente
pela falha no serviço prestado, nos termos do artigo 14, caput, do Código de Defesa do
Consumidor, que assim dispõe:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela

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NR.PROCESSO: 5167987.64.2018.8.09.0051
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1º. O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I – o modo de seu fornecimento;

II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III – a época em que foi fornecido.

Consoante se observa do dispositivo acima transcrito, a responsabilidade imposta pelo artigo 14 é


independente de culpa e se baseia na conduta, dano e nexo causal.

É de se ter presente que as instituições bancárias possuem o dever de indenizar, não só


amparado na conduta do agente causador do dano, mas também no risco que o exercício de sua
atividade possa causar a terceiros, em função de seu proveito econômico. Portanto, em
observância à teoria do risco, a parte que explora determinado ramo da economia, auferindo
lucros desta atividade, deve, da mesma forma, suportar os riscos de danos causados por
terceiros.

Inobstante isso, cumpre ao apelante, fornecedor de serviços bancários, valer-se de todos os


esforços operacionais possíveis, a fim de evitar transtornos e prejuízos.

Quanto a comprovação dos danos morais, cumpre ressaltar que os mesmos não se prova, uma
vez que afetam o intimo, não havendo que se falar em comprovação da honra, desgosto ou
dissabor que se teve com a conduta ilícita. Deste modo, havendo comprovação do fato,
comprovado está o dano.

No que diz respeito a fixação do valor atribuído a título de danos morais, é relevante observar que
na ausência de critérios objetivos que permitam quantificar economicamente a lesão à honra do
lesado, deve o julgador valer-se sobretudo das regras da experiência comum e do bom senso,
fixando esta reparação de tal forma que não seja irrisória a ponto de menosprezar o
constrangimento sofrido pela vítima, ou exagerada, tornando-se fonte de enriquecimento ilícito.

Desta forma, para a fixação do quantum devido, deve-se observar as condições tanto da vítima
quanto do ofensor, a fim de que se desestimule a prática futura de condutas semelhantes.

Em verdade, o registro de dados pessoais do consumidor em cadastro de inadimplentes dos


órgãos de proteção ao crédito constitui, na atualidade, pesado gravame à vida social do cidadão,

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NR.PROCESSO: 5167987.64.2018.8.09.0051
posto que lhe obsta o direito ao crédito, afetando diretamente a possibilidade de consumo.

Levando-se em consideração a dimensão do dano sofrido, atendendo ao princípio da


razoabilidade e proporcionalidade, bem como, considerando a situação econômica das partes,
tenho por justa a fixação da verba indenizatória no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), como
corretamente fixado pelo julgador monocrático.

Acerca desta matéria, tem-se posicionado a jurisprudência desta Egrégia Corte de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA


C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. EMPRÉSTIMOS NÃO
CONTRATADOS. DESCONTOS INDEVIDOS EM APOSENTADORIA. FRAUDE PRATICADA
POR TERCEIRO. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
MANUTENÇÃO. JUROS DE MORA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA DE OFÍCIO.

I- Não ficando comprovado que a parte autora celebrou os contratos de empréstimo que
deram causa aos descontos de parcelas em sua aposentadoria, imperativa é a
responsabilização da instituição de crédito requerida, conforme disposto no artigo 14 do
Código de Defesa do Consumidor.

II- O ônus da prova incumbe ao Réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor, consoante o inciso II do artigo 333, do Código de Processo Civil.

III- A reparação dos danos morais no presente caso independe de prova do prejuízo, pois
decorre do próprio evento danoso, que e considerado in re ipsa.

IV- O valor da reparação por dano à honra deve ser fixado prudentemente pelo julgador,
a fim de que não se transforme em enriquecimento da vítima, sendo mister a
manutenção do montante arbitrado, uma vez que obedeceu aos critérios da
razoabilidade e proporcionalidade (...)(TJGO – 5ª Câm. Cível. Apel. Cível n. 87551-
65.2010.8.09.0026, rel. Des. Francisco Vildon José Valente, julgado em 02.08.2012. DJe 1134
de 29.08.2012) (Grifei).

À luz das considerações, vejo que a sentença recorrida foi proferida em consonância com
a legislação vigente, motivo pelo qual a sua manutenção é medida que se impõe.

Mister a majoração dos honorários, levando-se em conta o trabalho adicional realizado em grau
recursal, em observância ao disposto no §11 do artigo 85 do Código de Processo Civil, vejamos:

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NR.PROCESSO: 5167987.64.2018.8.09.0051
Art. 85, §11 - O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente
levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o
caso, o disposto nos §§ 2o a 6o , sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de
honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos
nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento.

Sobre o tema, leciona DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES que “a previsão legal faz com
que a readequação do valor dos honorários advocatícios passe a fazer parte da profundidade do
efeito devolutivo dos recursos, de forma que mesmo não havendo qualquer pedido das partes
quanto a esta matéria o tribunal poderá analisá-la para readequar os honorários conforme o
trabalho desempenhado em grau recursal” (Manual de Direito Processual Civil, v. único, 8ª ed.,
Salvador: Juspodivm, 2016, p. 220).

Emerge, portanto, que a regra pretende evitar a interposição de recursos meramente protelatórios
e remunerar o profissional atuante em âmbito recursal, já que os honorários arbitrados na
sentença refletem uma contraprestação pelo trabalho realizado apenas até aquele momento
processual.

Assim, para a majoração dos honorários advocatícios leva-se em consideração não só “o trabalho
adicional realizado em grau recursal”, mas, também, o percentual mínimo de dez por cento (10%)
e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (artigo 85, §2º, do CPC),
considerando o cômputo geral dos honorários.

Desta forma, considerando o improvimento do recurso de apelação, evidencia-se a sucumbência


recursal exclusiva do apelante. E, em observância aos já mencionados requisitos de arbitramento,
impende majorar a verba honorária, na fase recursal de 15% para 20% (vinte por cento) sobre o
valor da condenação.

A propósito, vejamos o entendimento deste Tribunal:

(...) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS RECURSAIS. MAJORAÇÃO. (…) 7- Merece ser


majorada a verba honorária ao julgar-se o recurso, nos termos do art. 85, §11, do NCPC.
(…) (TJGO, 6ª CC, AC 281595- 67.2014.8.09.0051, Rel. Juiz de Direito MARCUS DA
COSTA FERREIRA, DJe 2094 de 22.08.2016).

À vista do exposto, entendendo não haver qualquer desacerto na apreciação da matéria

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NR.PROCESSO: 5167987.64.2018.8.09.0051
submetida a julgamento, conheço do recurso interposto, porém nego-lhe provimento e, de
consequência, confirmo a sentença recorrida, por estes e pelos seus próprios fundamentos.

Nos termos do artigo 85, §11, do CPC, restando a parte apelante sucumbente no recurso,
majoro a verba honorária anteriormente fixada, para o total de 20% (vinte por cento) sobre
o valor da condenação em favor da parte recorrida.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA

Relator

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL N.5167987.64.2018.8.09.0051

COMARCA :GOIÂNIA

APELANTE :ITAU UNIBANCO S/A

APELADA :ANA DAMASCENA ROSA ALVES

RELATOR : Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA

EMENTA. APELAÇÃO CÍVEL NOS AUTOS DA AÇÃO


DECLARATORIA DE INEXISTENCIA DE DÉBITO CUMULADA
COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DEVER DE INDENIZAR.
FIXAÇÃO DO QUANTUM. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.

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NR.PROCESSO: 5167987.64.2018.8.09.0051
1. As instituições bancárias possuem o dever de indenizar, não só
amparado na conduta do agente causador do dano, mas também no
risco que o exercício de sua atividade possa causar a terceiros, em
função de seu proveito econômico. Portanto, em observância à teoria
do risco, a parte que explora determinado ramo da economia,
auferindo lucros desta atividade, deve, da mesma forma, suportar os
riscos de danos causados por terceiros.

2. Para a fixação do valor atribuído a título de danos morais, é


relevante observar que na ausência de critérios objetivos que
permitam quantificar economicamente a lesão à honra do lesado,
deve o julgador valer-se sobretudo das regras da experiência comum
e do bom senso, fixando esta reparação de tal forma que não seja
irrisória a ponto de menosprezar o constrangimento sofrido pela
vítima, ou exagerada, tornando-se fonte de enriquecimento ilícito.

3. Considerando-se o improvimento do recurso de apelação,


evidencia-se a sucumbência recursal exclusiva da parte
apelante. E, em observância ao artigo 85, § 11, do Código de
Processo Civil, impende majorar a verba honorária, na fase
recursal.

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

SENTENÇA MANTIDA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 19/02/2020 16:27:55

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5037981.25.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : FABIO MARTINS DE OLIVEIRA
POLO PASSIVO : BANCO PAN SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO PAN SA


ADVG. PARTE : 53642 GO - FELICIANO LYRA MOURA

PARTE INTIMADA : FABIO MARTINS DE OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 11343 GO - HELDER DOUDEMENT DA SILVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5037981.25.2018.8.09.0000


COMARCA : GOIÂNIA
APELANTE : BANCO PAN S/A
APELADO : FABIO MARTINS DE OLIVEIRA
RELATOR : Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA

VOTO VENCIDO

Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta pelo BANCO PAN S/A, contra sentença proferida
na AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER C/C RESTITUIÇÃO DE VALORES C/C
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E REPETIÇÃO DE INDÉBITO proposta em seu desfavor
por FABIO MARTINS DE OLIVEIRA.

Em apertada síntese, alega o recorrente:

a) julgamento extra petita, já que o autor requereu a declaração de nulidade do contrato, e não
sua revisão;

b) a obrigação imposta na sentença de transformar o contrato de cartão de crédito consignado em


empréstimo consignado é impossível de ser cumprida já que são contratos de natureza
diferentes;

c) que não merece prosperar a tese autoral de que fora vítima de propaganda enganosa, uma vez
que toda a documentação anexada corrobora para a legitimidade da contratação;

d) sustenta ser incabível a condenação por dano moral, já que a hipótese versada não se insere
nas hipóteses previstas no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor; caso mantida a
condenação, requer a redução do valor atribuído ao dano moral, que foi de R$1.000,00 (hum mil
reais);

e) pontua ainda a impossibilidade da restituição em dobro, já que não comprovada a má-fé da


instituição financeira;

f) requereu, por fim, a compensação dos valores já percebidos pelo autor, para eventual
compensação, sob pena de se permitir o enriquecimento ilícito.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Recurso próprio e tempestivo, preenche os requisitos objetivos e subjetivos de admissibilidade.
Dele tomo conhecimento.

Preliminarmente, alega o apelante julgamento extra petita. Para tanto, defende que não houve
pedido expresso de desnaturalização do contrato de cartão de crédito consignado (RMC) para
empréstimo consignado ultrapassando a sentença, portanto, os limites do pedido do
autor/apelado.

Pois bem.

A determinação na sentença para que o contrato de empréstimo consignado com emissão de


cartão de crédito para viabilizar o mútuo com reserva de margem consignável (RMC) seja
convertido em empréstimo consignado tradicional não implica julgamento extra petita.

Ora, se o magistrado julgador considera ilegal a contratação como feita pela instituição financeira,
não haveria como julgar improcedente a demanda e deixar o quanto pactuado.

De outra parte, não haveria como declarar a inexistência da dívida e determinar a devolução de
valores porque há contrato expresso que a parte autora pretendia obter empréstimo, bem como
não nega o recebimento de valor demonstrado pelo banco réu. Acolher tal pedido, portanto,
implicaria enriquecimento sem causa.

Neste sentido:

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ART. 535 DO CPC/1973.


VIOLAÇÃO. INEXISTÊNCIA. REFORMATIO IN PEJUS E JULGAMENTO
EXTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA.(...) 3. Não há nulidade no
julgamento quando acolhido o pleito em perfeita harmonia com o
princípio da congruência, pois o pedido inicial "deve ser interpretado
em consonância com a pretensão deduzida na exordial como um todo,
sendo certo que o acolhimento da pretensão extraído da interpretação
lógicosistemática da peça inicial não implica julgamento extra petita"
(AgRg no AREsp n. 322.510/BA, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, DJe 25/06/2013). 4. Agravo interno desprovido.” (AgInt
no REsp 1327487/GO, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TU
RMA, julgado em 28/08/2018, DJe 19/09/2018)

Embora inexista requerimento expresso da parte autora/apelada par a readequação do contrato,


o resultado obtido é consequência lógica das questões e pretensões postas em juízo.

Rejeito, portanto, a preliminar de nulidade da sentença.

Passo ao mérito.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
O réu/apelante alega, em suma, a legitimidade do contrato firmado entre as partes, assim como
da cobrança dele decorrente. Deste modo, defende a reforma da sentença, a fim de que seja
mantida a pactuação nos moldes originalmente previstos, aduzindo ser impossível a
transformação da modalidade do empréstimo realizado para a modalidade consignado.

Compulsando os autos, observo que as partes firmaram, o chamado “contrato de cartão de


crédito consignado”, como, inclusive, ressaltado pela própria instituição financeira na contestação
.

O que se tem é que, quando da contratação, as características precisas da operação não foram
apresentadas ao apelado em consequente violação ao princípio da informação imputado ao
fornecedor, ora Apelado, que tem a obrigação de prestar todas as informações acerca do produto
ou serviço de maneira clara e precisa, vedadas omissões, nos termos dos artigos 4º e 6º do CDC,
que prescrevem:

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o


atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a
melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia
das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

(...)

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos


seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,


com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem

Calha ressaltar que o contrato em questão possui natureza híbrida, que permite ao contratante
utilizar o limite de crédito disponível de duas formas, por meio de compras em estabelecimentos
conveniados ou através do saque de valores, ambas utilizando o mesmo cartão de crédito
concedido. Dessa forma, quando realizado um saque de maior valor, o consumidor acredita que
está contratando um empréstimo nos moldes tradicionais, a ser pago por meio de parcelas
mensais, no entanto, em contratos como o dos autos, este montante é somado às demais
compras e/ou saques realizados por meio do cartão de crédito, sendo descontado em
contracheque apenas um valor mínimo da fatura (como visto na hipótese versada), o que leva,

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
mensalmente, ao refinanciamento do restante da dívida.

Nesse cenário, o débito principal jamais será amortizado, ao contrário, apresentará um


crescimento vertiginoso, sujeitando a parte contratante a uma dívida vitalícia. Trata-se, portanto,
de negócio jurídico oneroso e lesivo ao consumidor, já que a dívida, não obstante os descontos
mensais realizados, aumenta contínua e vorazmente. Calha ainda ressaltar que no contrato sob
exame não existe a previsão das taxas de juros mensal e anual, tampouco há informação clara
acerca do número de parcelas e da soma final a pagar, o que coloca o contratante/consumidor
em desvantagem na relação negocial e reforça a configuração de prática abusiva por parte da
instituição financeira.

Cediço que, havendo omissão de informação relevante ao consumidor em relação contratual, sua
interpretação é procedida na forma determinada pelo artigo 47 do CDC, ipsis verbis:

Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais fav


orável ao consumidor.

Assim, a interpretação favorável da avença em relação ao consumidor, ora Apelado, viabiliza o


reestabelecimento do equilíbrio contratual entre as partes, sendo que, na hipótese, é pertinente a
averiguação da quantia já paga pelo Apelado, o débito remanescente, os encargos e suas
legalidades pautadas no entendimento jurisprudencial em casos de empréstimo consignado de
pessoa física.

A matéria em questão já foi amplamente discutida neste Tribunal goiano, cujo entendimento
firmado encontra-se sintetizado na súmula 63, aprovada pela Corte Especial em 17/09/2018,
verbis:

“ENUNCIADO: Os empréstimos concedidos na modalidade ‘Cartão de


Crédito Consignado’ são revestidos de abusividade, em ofensa ao CDC, por
tornarem a dívida impagável em virtude do refinanciamento mensal, pelo
desconto apenas de parcela mínima devendo receber o tratamento de
crédito pessoal consignado, com taxa de juros que represente a média do
mercado de tais operações, ensejando o abatimento no valor devido,
declaração de quitação do contrato ou a necessidade de devolução do
excedente, de forma simples ou em dobro, podendo haver condenação em
reparação por danos morais, conforme o caso concreto.”

Logo, sem qualquer amparo as alegações do apelante, tendo em vista a edição da referida
súmula.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Assim, diante da necessidade de reestabelecer o equilíbrio contratual que deve existir entre a
instituição financeira e o consumidor, correta a sentença que alterou a natureza do contrato para
empréstimo consignado.

No que pertine ao pedido de restituição, é admitida a repetição do indébito sempre que verificada
a cobrança e o pagamento indevido de encargo, em repúdio ao enriquecimento ilícito de quem o
recebeu.

Todavia, segundo entendimento dominante do Tribunal de Justiça de Goiás, a devolução em


dobro dos valores pagos pelo consumidor somente é possível quando demonstrada a má-fé do
credor, o que não ocorreu na hipótese dos autos.

A propósito:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE CARTÃO DE


CRÉDITO. JUROS REMUNERATÓRIOS. TAXA MÉDIA. CAPITALIZAÇÃO
MENSAL DOS JUROS. ENCARGO ESTRANHO À FORMA DE
CONTRATAÇÃO. NECESSIDADE DE PREVISÃO LEGAL. AFASTAMENTO
MANTIDO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. FORMA SIMPLES. SENTENÇA
REFORMADA EM PARTE. 1. (…). 3. A orientação jurisprudencial é firme em
admitir a repetição do indébito na forma simples, e não em dobro, como
consignado na sentença, sempre que constatada a cobrança indevida de
valores, para evitar enriquecimento ilícito da parte beneficiada. APELAÇÃO
CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA. (TJGO, Apelação
(CPC) 0221278-78.2012.8.09.0082, Rel. FRANCISCO VILDON JOSE
VALENTE, 5ª Câmara Cível, julgado em 31/01/2018, DJe de 31/01/2018).

À vista disso, acato o apelo para reformar a sentença guerreada e determinar a repetição do
indébito porventura pago indevidamente pelo Apelado na forma simples, mediante apuração em
sede de liquidação de sentença.

Em relação ao dano moral, entendo que a conduta antijurídica consistiu na contratação de forma
ardilosa, com omissão do dever de informação, induzindo o consumidor a erro, sendo o apelado
pessoa idosa, aufere aposentadoria por invalidez no valor líquido de R$ 1.193,95 (um mil e cento
e noventa e três reis e noventa e cinco centavos) e teve descontos que comprometeram parte de
sua renda e, possivelmente, sua subsistência.

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
Assim, atentando-se as peculiaridades do caso, é de se reconhecer o dano moral decorrente da
cobrança de prestações irregulares, da privação de verba de natureza alimentar e da insegurança
financeira suportada pelo Apelado.

Em relação ao valor fixado pelo julgador singular, ao contrário do afirmado pela parte apelante, foi
orientado pelos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma que a reparação possa
desempenhar sua dupla finalidade compensatória e pedagógica, segundo as circunstâncias do
caso concreto e as condições das partes. A indenização não deve ser vultosa a ponto de resultar
em enriquecimento indevido, tampouco deve ser tão irrisória que perca seu caráter preventivo e
de justa composição.

Logo, não já motivos para sua redução.

A compensação legal não dependente de declaração judicial e estando aquela já contida na


determinação de liquidação da sentença para apuração da existência de saldo credor de uma das
partes, razão não há para alegar omissão no particular .

Pelo exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso apenas para determinar que a
restituição dos valores sejam feitas na forma simples.

Cumpra-se. Intimem-se.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA

Relator

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5037981.25.2018.8.09.0000


COMARCA : GOIÂNIA

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NR.PROCESSO: 5037981.25.2018.8.09.0000
APELANTE : BANCO PAN S/A
APELADO : FABIO MARTINS DE OLIVEIRA
RELATOR : Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – DECLARATÓRIA DE NULIDADE –


CONTRATO DE CARTÃO CRÉDITO CONSIGNADO (RMC) –
CONVERSÃO PARA EMPRÉSTIMO CONSIGNADO – POSSIBILIDADE –
REPETIÇÃO DE INDÉBITO – VALOR SIMPLES – DANO MORAL
CONFIGURADO – VALOR MANTIDO – COMPENSAÇÃO JÁ CONTIDA
NA DETERMINAÇÃO DE LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA. 1- A
determinação na sentença para que o contrato de empréstimo
consignado com emissão de cartão de crédito para viabilizar o mútuo
com reserva de margem consignável (RMC) seja convertido em
empréstimo consignado tradicional não implica julgamento extra
petita, uma vez que, se o magistrado julgador considera ilegal a
contratação como feita pela instituição financeira, não haveria como
julgar improcedente a demanda e deixar o quanto pactuado. 2- Se
quando da contratação, as características precisas da operação não
foram apresentadas ao consumidor, em consequente violação ao
princípio da informação imputado ao fornecedor, que tem a obrigação
de prestar todas as informações acerca do produto ou serviço de
maneira clara e precisa, vedadas omissões, há clara violação do
disposto nos artigos 4º e 6º do CDC. 3- A devolução em dobro dos
valores pagos pelo consumidor somente é possível quando
demonstrada a má-fé do credor, o que não ocorreu na hipótese dos
autos, devendo ser em sua forma simples. 4- A conduta antijurídica a
justificar a condenação em dano moral consistiu na contratação de
forma ardilosa, com omissão do dever de informação, induzindo o
consumidor a erro, sendo o apelado pessoa idosa, que aufere
aposentadoria por invalidez no valor líquido de R$ 1.193,95 (um mil e
cento e noventa e três reis e noventa e cinco centavos) e teve
descontos que comprometeram parte de sua renda e, possivelmente,
sua subsistência. 5- Não há que se falar em redução do valor atribuído
à dano moral, se este foi fixado atendendo o princípio da razoabilidade
e proporcionalidade. 6- A compensação legal não dependente de
declaração judicial e estando aquela já contida na determinação de
liquidação da sentença para apuração da existência de saldo credor de
uma das partes, razão não há para alegar omissão no particular.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Ofício(s) Expedido(s) - Data da Movimentação


19/02/2020 16:44:48

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5603673.74.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : AMERICO PEREIRA NATAL
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE FORMOSA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : AMERICO PEREIRA NATAL


ADVG. PARTE : 38154 GO - TATIANA BASSO PARREIRA

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão - Data da Movimentação 18/02/2020 15:04:45

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5069591.40.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ARLETE VIEIRA DE LIMA
POLO PASSIVO : MARCELO LINO DE SOUSA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ARLETE VIEIRA DE LIMA


ADVG. PARTE : 41743 GO - NATANY REGINA BARBOSA SOARES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5069591.40.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5069591.40.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ARLETE VIEIRA DE LIMA
AGRAVADO : MARCELO LINO DE SOUSA
RELATORA : DESA. AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

DECISÃO LIMINAR

ARLETE VIEIRA DE LIMA interpôs AGRAVO DE INSTRUMENTO, com


pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal, contra decisão da lavra do Juiz
de Direito da 2ª Vara de Família da Comarca de Goiânia-GO, Dr. Wilson Ferreira
Ribeiro, proferida nos autos da Ação de Reconhecimento e Dissolução de União
Estável c/c Alimentos que ajuizou em face de MARCELO LINO DE SOUSA.

A autora, ora agravante, intentou com a presente demanda, alegando ter


convivido de forma marital com o requerido/agravado por 16 (dezesseis) anos, e que
desta união advieram dois filhos, sendo um deles menor de idade.

Em sede de liminar, a requerente/agravante fez os seguintes pedidos: que


fosse determinado ao requerido/agravado apresentar os documentos do imóvel
situado na Rua RS, quadra 04, lote 10, nº 08, Residencial São Leopoldo, Goiânia-GO,
bem como que este fosse impedido de realizar a venda do bem até o final da
demanda; a expedição de ofício para a Prefeitura de Goiânia para que esta informasse
a existência de imóveis em nome do requerido/agravado e, caso existissem,
procedesse a averbação em sua matrícula de não transferência a terceiros; e ao final
pugnou pelo arbitramento de alimentos provisórios em valor correspondente a 30%
(trinta por cento) do salário mínimo em relação ao filho menor.

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NR.PROCESSO: 5069591.40.2020.8.09.0000
Ao analisar o pleito liminar, o Magistrado Singular proferiu a decisão ora
combatida nos seguintes termos:

(…) DECIDO.

Nos termos do art. 300 do CPC são requisitos para a concessão


da tutela de urgência a probabilidade do direito do requerente e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, senão,
vejamos:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

1. Da apresentação de documentos do imóvel e busca de


imóveis em nome do requerido

Entendo ser absolutamente inviável na atual fase processual


busca por imóveis em nome do requerido e que o mesmo seja
compelido a apresentar documentos do suposto imóvel adquirido
pelas partes.

Há que se ressaltar que não há qualquer prova de que o mesmo


estaria dilapidando o capital supostamente investido, bem como
que tal ato teria caráter investigativo, sem ao menos ter
oportunizado ao requerido a demonstração de eventual
patrimonio.

2. Do bloqueio do imóvel

No caso ora em análise, as alegações da requerente não dão o


suporte necessário ao deferimento da tutela de urgência
pleiteada, uma vez que não há nos autos documentos que
comprovem que o imóvel descrito na inicial pertence ao casal.

Conforme preleciona o art. 1.227 do Código Civil, a propriedade


de bem imóvel só se comprova mediante registro do título
translativo no cartório de registro de imóveis.

Portanto, por ora, não há que se falar em bloqueio de bens.

3. Dos Alimentos

Para a fixação de alimentos provisórios, o juiz deve considerar a


proporcionalidade entre a necessidade de quem reclama e os
recursos financeiros de quem é obrigado a pagar os referidos
alimentos, premissa que representa o binômio
necessidade/possibilidade, cuja aplicação deve variar de acordo
com a situação de cada caso concreto. A propósito, a premissa
mencionada encontra respaldo no art. 1.694, § 1º, do Código Civil

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NR.PROCESSO: 5069591.40.2020.8.09.0000
em vigor, ao dispor que:

Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades


do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

Portanto, na fixação dos alimentos, ainda que provisórios, não


pode o magistrado descurar-se do binômio
necessidade/possibilidade, sob pena de fixar um valor ínfimo ou
até mesmo excessivo, ferindo, em ambos os casos, o princípio da
razoabilidade.

In casu, apesar das alegações da requerente, não há nenhuma


prova acerca da capacidade financeira do requerido e, somente
mediante dilação probatória, será possível aquilatar com precisão
o binômio necessidade/possibilidade das partes envolvidas.

Nesse cenário, atento ao momento processual, DEFIRO a liminar


pleiteada na inicial e FIXO os alimentos provisórios em favor do
filho menor Hyago Vieira de Sousa em 30% (trinta por cento) do
salário mínimo a serem pagos pelo requerido/genitor, mediante
desconto em sua folha de pagamento e depositados na conta
bancária indicada na inicial, à míngua de informações que
revelem a real capacidade financeira da parte alimentante.

CONCLUSÃO

1. Ante o exposto, ausentes os requisitos previstos no art. 300 do


CPC, INDEFIRO o pedido liminar a fim de compelir o requerido a
apresentar documentos, bloqueio de bens e busca de bens em
seu nome.

2. DEFIRO a liminar pleiteada na inicial e FIXO os alimentos


provisórios em favor do filho menor Hyago Vieira de Sousa em
30% (trinta por cento) do salário mínimo a serem pagos pelo
requerido/genitor, mediante desconto em sua folha de pagamento
e depositados na conta bancária indicada na inicial, à míngua de
informações que revelem a real capacidade financeira da parte
alimentante. (...)

8. INTIME(M)-SE e CUMPRA-SE. (…). (movimentação nº 14.


Grifos no original).

Irresignada, a autora ARLETE VIEIRA DE LIMA interpõe o presente recurso


de Agravo de Instrumento (movimentação nº 01).

Em suas razões, inicialmente, defende o cabimento, a regularidade do recurso


e faz uma breve exposição fática da demanda.

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NR.PROCESSO: 5069591.40.2020.8.09.0000
No mérito, alega que o agravado, ao deixar o lar em que vivia com a
agravante, levou consigo os únicos documentos do imóvel em discussão, tais como:
IPTU e contrato de compra e venda do bem e, agora, estaria ameaçando realizar a
venda do bem.

Assevera que o agravado pode, a qualquer momento, se desfazer do


patrimônio ou mesmo simular a venda do imóvel em discussão para se esquivar da
partilha.

Verbera estar comprovado nos autos, via boletim de ocorrência, que o


recorrido arrombou a porta da casa em que vivia com a agravante, visando pegar toda
a documentação ora suplicada.

Noutro ponto, discorre sobre a possibilidade de concessão de efeito


suspensivo ou a antecipação dos efeitos da tutela recursal, ante ao risco de dano
grave ou de difícil reparação a que a suplicante está sendo exposta.

Nestes termos, requer, liminarmente, que seja ordenado ao agravado a


apresentação dos documentos referentes ao imóvel situado a Rua RS, quadra 04, lote
10, nº 08, Residencial São Leopoldo. Goiânia-GO que estão em seu poder, bem como
que este seja impedido de alienar o citado bem até o final da demanda, sob pena de
multa diária. No mérito, pede que o agravo de instrumento seja conhecido e provido,
com a reforma da decisão fustigada, nos moldes acima suscitados.

Recurso isento de preparo, por ser a recorrente beneficiária da assistência


judiciária.

É, em síntese, o relatório.

Passo à decisão.

Diante da hipótese de cabimento haurida do artigo 1.015, inciso I, do Código


de Processo Civil, determino o processamento do recurso.

Quanto ao efeito suspensivo impende frisar que o relator poderá, em


determinados casos, concedê-lo desde que preenchidos, cumulativamente, os
requisitos previstos em lei, quais sejam: (I) a imediata produção de efeitos da decisão

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NR.PROCESSO: 5069591.40.2020.8.09.0000
recorrida deverá gerar risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; e (II) a
demonstração da probabilidade de provimento do recurso (artigos 995, parágrafo
único, e 1.019, I, ambos no Código de Processo Civil).

Sobre o tema, transcrevo ensinamento doutrinário do ilustre processualista


Humberto Theodoro Júnior, in verbis:

(...) O relator poderá, ainda, deferir, em antecipação de tutela,


total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I). Para
tanto, deverão estar presentes os mesmos requisitos para a
concessão do efeito suspensivo, quais sejam, o fumus boni iuris
e o periculum in mora. Com efeito, não se pode negar ao relator o
poder de também conceder medida liminar positiva, quando a
decisão agravada for denegatória de providência urgente e de
resultados gravemente danosos para o agravante. No caso de
denegação, pela decisão recorrida, de medida provisória cautelar
ou antecipatória, por exemplo, é inócua a simples suspensão do
ato impugnado. Caberá, portanto, ao relator tomar a providência
pleiteada pela parte, para que se dê o inadiável afastamento do
risco de lesão, antecipando o efeito que se espera do julgamento
do agravo. É bom ressaltar que o poder de antecipação de tutela
instituído pelo art.300 não é privativo do juiz de primeiro grau e
pode ser utilizado em qualquer fase do processo e em qualquer
grau de jurisdição. No caso do agravo, esse poder está
expressamente previsto ao relator no art. 1.019, I. Se for deferido
o efeito suspensivo ou concedida a antecipação de tutela, o
relator ordenará a imediata comunicação ao juiz da causa, para
que, de fato, se suste o cumprimento da decisão interlocutória
(art. 1.019, I, in fine) (…). (Curso de Direito Processual Civil,
Volume III, 47ª Edição).

Conforme se observa, exige-se a presença simultânea do fumus boni iuris e


do periculum in mora, os quais devem ser demonstrados de plano, de forma
inequívoca, de maneira que o julgador não tenha dúvidas quanto a viabilidade de se
conferir efeito suspensivo ao recurso, inclusive o efeito ativo ou positivo.

Transpondo essas orientações ao caso em testilha, não verifico a presença


cumulativa dos requisitos necessários para a concessão da antecipação dos
efeitos da tutela recursal.

Isto porque, a princípio, colho inexistir prova da circunstância do perigo


de dano irreparável, ensejador do deferimento da medida liminar, tendo em vista
que apesar de a agravante afirmar que o agravado estaria com intuito de alienar o
bem, para prejudicar a partilha, tais fatos não restaram demonstrados neste momento

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NR.PROCESSO: 5069591.40.2020.8.09.0000
processual.

Assim, na confluência do exposto, INDEFIRO o pedido de antecipação dos


efeitos da tutela recursal.

Comunique-se o juízo a quo desta decisão, conforme preceitua o artigo


1.019, inciso I, do Código de Processo Civil.

Intime-se a parte agravada para, querendo, apresentar resposta, no prazo


legal, nos moldes do artigo 1.019, inciso II, do citado diploma processual civil.

Empós, por envolver interesse de menor, remetam-se os autos a douta


Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Goiás para, caso queira, apresentar
manifestação, nos termos do artigo 178, II, do CPC.

Cumpra-se, com as cautelas legais.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
(Datado e assinado conforme Resolução nº 59/2016)

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Não Concedida a Medida Liminar - Data da
Movimentação 19/02/2020 17:11:54

LOCAL : 1ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5075611.47.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ESTADO DE GOIAS
POLO PASSIVO : NILDO ROCHA MEDRADO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : NILDO ROCHA MEDRADO


ADVG. PARTE : 25996 GO - RAFAEL REGINALDO URANI DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5075611.47.2020.8.09.0000
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5075611.47.2020.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA
AGRAVANTE : ESTADO DE GOIÁS
AGRAVADO : NILDO ROCHA MEDRADO
RELATOR : Juiz ROBERTO HORÁCIO REZENDE

DECISÃO LIMINAR

ESTADO DE GOIÁS devidamente qualificado e representado, inconformado


com a decisão interlocutória proferida pela Juíza em Substituição da 6ª Vara da
Fazenda Pública Estadual da Comarca de Goiânia/GO, Dra. Lívia Vaz da Silva, nos
autos do Cumprimento de Sentença proposto por NILDO ROCHA MEDRADO
interpõe o presente Agravo de Instrumento, com pedido de efeito suspensivo, com
escopo de obter sua reforma.

Infere-se da leitura do caderno processual que a presente demanda se trata


de pedido de Cumprimento de Sentença proposto em face do Estado de Goiás,
objetivando a satisfação da obrigação constante do título judicial originado no bojo da
Ação nº 5275788.73.2017.8.090051, o qual reconheceu a omissão do ente público em
implementar o percentual de 11,98%, previsto no art. 22 da Lei nº 8.880/94, na
remuneração dos servidores públicos em razão de suposto equívoco na conversão de
URV.

A petição de impugnação ao pedido de cumprimento de sentença foi anexada


ao evento nº 09.

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NR.PROCESSO: 5075611.47.2020.8.09.0000
Após trâmite regular do feito, a Magistrada Singular proferiu a decisão ora
agravada, nos seguintes termos:

(...) Pelo exposto, rejeito a impugnação ao cumprimento de


sentença, fixando o valor da execução em R$ 63.103,66
(sessenta e três mil cento e três reais e sessenta e seis
centavos), conforme valor apresentado nos cálculos elaborados
pela exequente no evento 1 - doc. 4.

Determino ainda, que o Estado de Goiás cumpra a obrigação de


fazer, nos termos da decisão proferida no evento 4.

Custas e honorários a cargo do Estado de Goiás em 10% sobre o


valor da execução.

Transitada em julgado, remetam-se os autos à Contadoria


Judicial para atualização do débito. Após, determino a expedição
de precatório do valor principal, conforme indicado no evento 1 -
doc. 4, e de Requisição de Pequeno Valor – RPV

quanto aos honorários de sucumbência arbitrados nas fases de


conhecimento (evento 4) e de cumprimento de sentença proferido
neste decisum.

Tudo feito, arquivem-se. Cumpra-se.(...). (evento nº 15 do feito


originário nº 5532528.96.2019.8.09.0051 1)

Ato seguinte, irresignado, o ESTADO DE GOIÁS opôs Embargos de


Declaração (evento nº 19 do feito originário nº 5532528.96.2019.8.09.0051), alegando
a existência de omissão na decisão fustigada.

Em seguida, a Magistrada Singular proferiu decisão integrativa, rejeitando os


aclaratórios (evento nº 24 do feito originário nº 5532528.96.2019.8.09.0051).

Inconformado, o ESTADO DE GOIÁS interpõe o presente recurso (evento nº


01).

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NR.PROCESSO: 5075611.47.2020.8.09.0000
Em suas razões, após breve síntese fática da demanda, defende o cabimento
do recurso.

No mérito, suscita a ilegitimidade ativa da parte agravada para propor o


cumprimento de sentença.

Destaca que o agravado pretende executar individualmente título judicial


proferido em Ação Coletiva proposta pela União Goiana dos Policiais Civis (nº
5275788.73.2017.8.09.0051), em desfavor do Estado de Goiás, visando a
incorporação do percentual de 11,98% (onze vírgula noventa e oito por cento) na
remuneração de seus associados, bem como as diferenças dos valores supostamente
não pagos.

Pontua que, o Supremo Tribunal Federal se posiciona no sentido de que a


autorização estatutária genérica conferida à Associação não é suficiente para legitimar
a sua atuação em juízo na defesa de direitos de seus filiados, sendo indispensável que
os filiados autorizem de forma expressa e específica a demanda, o que não ocorreu no
caso em comento.

Noutro ponto, explana que o próprio título, o qual busca dar cumprimento,
consignou a necessidade de análise de documentos para apuração do quantum
debeatur, por considerar que não depende exclusivamente de cálculos aritméticos,
mas também da análise documental com o fim de determinar as consequências da
reestruturação financeira na carreira dos servidores.

Aduz o agravante que, para fixar o montante devido a cada substituído,


deverá ser averiguada a data do efetivo pagamento dos Policiais Civis na época da
conversão da moeda para URV, ou seja, nos meses de novembro/1993 a fevereiro/94,
o que somente é possível mediante análise documental.

Ato seguinte, suscita a ocorrência de excesso de execução, haja vista não


existirem diferenças a serem pagas ao agravado, pois, com a reestruturação da
carreira, as diferenças decorrentes do equívoco na conversão para URV foram
absorvidas.

Adiante, pondera que no tocante a alegação de absorção das diferenças


salariais decorrentes da omissão na conversão da moeda, não há que se falar em
preclusão como declarou a Magistrada Singular, porquanto o agravante não pretende

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NR.PROCESSO: 5075611.47.2020.8.09.0000
reverter a decisão proferida na ação coletiva, mas apenas discorrer sobre o fato de
que inexistem valores a serem pagos, haja vista já terem sido abrangidos pela
reestruturação da carreira dos policiais.

Diante do exposto, postula pela concessão do efeito suspensivo, para


sobrestar os efeitos da decisão agravada; e, no mérito, a reforma da decisão
agravada, nos moldes acima delineados.

Recurso isento de preparo, nos termos do art. 1.007, §1º, CPC.

É o relatório.

Decido.

Em proêmio, consigno que o agravo merece ser conhecido, dada a natureza


da medida atacada, a qual está prevista no artigo 1.015, parágrafo único, do Código de
Processo Civil.

Quanto ao efeito suspensivo, impende frisar que o relator poderá, em


determinados casos, concedê-lo desde que preenchidos, cumulativamente, os
requisitos previstos em lei, quais sejam: (I) a imediata produção de efeitos da decisão
recorrida deverá gerar risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação; e (II) a
demonstração da probabilidade de provimento do recurso (artigos 995, parágrafo
único, e 1.019, I, ambos no Novo Código de Processo Civil).

Sobre o tema, transcrevo ensinamento doutrinário do ilustre processualista


Humberto Theodoro Júnior, in verbis:

“(...) O relator poderá, ainda, deferir, em antecipação de tutela,


total ou parcialmente, a pretensão recursal (art. 1.019, I). Para
tanto, deverão estar presentes os mesmos requisitos para a
concessão do efeito suspensivo, quais sejam, o fumus boni iuris
e o periculum in mora. Com efeito, não se pode negar ao relator o
poder de também conceder medida liminar positiva, quando a
decisão agravada for denegatória de providência urgente e de
resultados gravemente danosos para o agravante. No caso de
denegação, pela decisão recorrida, de medida provisória cautelar
ou antecipatória, por exemplo, é inócua a simples suspensão do
ato impugnado. Caberá, portanto, ao relator tomar a providência

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NR.PROCESSO: 5075611.47.2020.8.09.0000
pleiteada pela parte, para que se dê o inadiável afastamento do
risco de lesão, antecipando o efeito que se espera do julgamento
do agravo. É bom ressaltar que o poder de antecipação de tutela
instituído pelo art.300 não é privativo do juiz de primeiro grau e
pode ser utilizado em qualquer fase do processo e em qualquer
grau de jurisdição. No caso do agravo, esse poder está
expressamente previsto ao relator no art. 1.019, I.

Se for deferido o efeito suspensivo ou concedida a antecipação


de tutela, o relator ordenará a imediata comunicação ao juiz da
causa, para que, de fato, se suste o cumprimento da decisão
interlocutória (art. 1.019, I, in fine). (...)”. (in, Curso de Direito
Processual Civil, Volume III, 47ª Edição). Grifos no original.

Conforme se observa, a eficácia da decisão combatida poderá ser suspensa,


se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, e ficar demonstrado a probabilidade de provimento do recurso.

No presente caso, a insurgência recursal versa acerca da decisão proferida


em primeira instância, a qual julgou improcedente a impugnação ao cumprimento de
sentença ofertada pelo ente público e, ato contínuo, fixou o valor da execução.

Pois bem. Em uma análise perfunctória e não exauriente, não verifico a


presença cumulativa dos requisitos necessários para a concessão da liminar,
porquanto, prima facie, não vislumbro patente ilegalidade no ato vergastado ou a
probabilidade do direito invocado para provimento do recurso aviado.

Isso porque, após perlustrar os autos dos processos de nº


5532528.96.2019.8.09.0051 (Pedido de Cumprimento de Sentença) e
5275788.73.2017.8.09.0051 (Ação Coletiva de Cobrança e Reajuste de Perdas
Salariais), observa-se que este último caderno processual está instruído com uma
cópia da Ata da Assembleia Geral Extraordinária da UGOPOCI – União Goiana dos
Policiais Civis, que deliberou acerca da autorização para propositura da ação coletiva
referente ao plano URV/94 (evento nº 01, arquivos nº 03 e 10), e de Lista Nominal de
Associados da UGOPOCI em que consta expressamente o nome do agravado,
NILDO ROCHA MEDRADO, na trigésima sexta folha (evento nº 03, arquivo nº 02 e
evento nº 26, arquivo nº 02).

Outrossim, a princípio, denota-se que os requisitos estampados no art. 2º-A


da Lei nº 9.494/97 se fazem presentes na espécie, uma vez que, além da ação coletiva
ter sido proposta perante uma das Varas de Fazenda Pública do Estado de Goiás, o
agravado demonstrou documentalmente que reside na Comarca de Goiânia.

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NR.PROCESSO: 5075611.47.2020.8.09.0000
Ademais, ainda que a sentença proferida na Ação Coletiva tenha mencionado
que o quantum devido ao servidor público estadual deveria ser apurado em liquidação
de sentença, observa-se que o decisum foi claro ao delimitar que, para o cálculo do
montante exequendo, bastaria a adição mensal do percentual de 11,98% (onze vírgula
noventa e oito por cento) à remuneração do agravado, isso até que o percentual fosse
definitivamente incorporado à sua remuneração.

Ipsis verbis:

“[...] Sendo assim, tratando-se de relação jurídica de trato


sucessivo restou comprovada que houve a burla ao direito dos
representados devido à omissão do Estado de Goiás em
implementar o percentual de 11,98% em cada pagamento da
remuneração dos servidores, efetivando-se a renovação da
prática tida por supressora do direito constitucional à
irredutibilidade dos vencimentos.

O percentual em questão passa a integrar a remuneração dos


servidores, de tal sorte que será parâmetro para todas as
incidências legais.

Sobre o montante, contudo, ao contrário dos índices expostos


pelo requerente, dever-se-á incidir juros moratórios e correção
monetária segundo os quais devem observar os critérios
estabelecidos no artigo 1o-F da Lei no 9.494/1997, com as
alterações promovidas pela Lei n. 11.960/2009, ou seja, tem-se
que a correção monetária é devida pelo IPCA-E e deve incidir
desde o momento em que o pagamento deveria ter sido feito e
não o foi - a partir do vencimento de cada obrigação, quando o
valor passou a ser corroído pelo processo inflacionário.

Por sua vez, os juros de mora, devem ser calculados à luz dos
índices aplicáveis à caderneta de poupança, com incidência a
partir da citação, na forma do artigo 1o-F da Lei no 9.494/97.
Tudo isso em conformidade ao Recurso Extraordinário n. 870947.

Desse modo, o montante devido será apurado em fase de


liquidação de sentença, assim como novo pedido de exibição de
documentos.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5075611.47.2020.8.09.0000
Desde logo deixo claro que tem direito a URV os servidores
ocupantes de cargo na época da lei de conversão, não podendo
abranger quem ingressou no serviço público posteriormente. [...]”

Assim, considerando que a sentença proferida na Ação Coletiva


expressamente estabeleceu o percentual a ser acrescido mensalmente à remuneração
do servidor, bem como os índices, o período e a maneira de incidência da correção
monetária e dos juros de mora a serem aplicados, a princípio, reputo realmente
desnecessária a realização de liquidação de sentença, nos termos do art. 509, §2º,
CPC, porquanto há indícios de que a apuração do valor exequendo depende apenas
de mero cálculo aritmético.

Assim, ao analisar as teses recursais e a documentação acostada ao feito


originário, a princípio, entendo que os argumentos do agravante não merecem trânsito.

Ante o exposto, por não vislumbrar a presença concomitante dos requisitos


necessários à concessão da medida pleiteada (efeito suspensivo), INDEFIRO a
pretensão sub examine.

Comunique-se o juízo a quo desta decisão, conforme preceitua o artigo 1.019,


inciso I, do novo Código de Processo Civil.

Intime-se a parte Agravada para que, querendo, apresente resposta, no prazo


legal, nos moldes do artigo 1.019, inciso II, do citado novo diploma processual civil.

Cumpra-se, com as cautelas legais.

ROBERTO HORÁCIO REZENDE


Juiz Substituto em 2º Grau
RELATOR
Datado e Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 15:06:15

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5456052.73.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Reclamação
POLO ATIVO : GUSTAVO RIBEIRO DE MORAES
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : GUSTAVO RIBEIRO DE MORAES


ADVGS. PARTE : 45623 GO - ALAN KARDEC CABRAL JUNIOR
15285 GO - ROGÉRIO PEREIRA LEAL

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5456052.73.2019.8.09.0000
RECLAMAÇÃO Nº 5456052.73.2019.8.09.0000

COMARCA DE MONTES CLAROS DE GOIÁS

RECLAMANTE GUSTAVO RIBEIRO DE MORAES

RECLAMADO PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de RECLAMAÇÃO, que foi apresentada por GUSTAVO RIBEIRO DE MORAES, por intermédio de
seus Advogados, Dr. Alan Kardec Cabral Junior e Dr. Rogério Pereira Leal, inscritos na OAB-GO sob o nº 45.623 e nº
15.285, respectivamente, fundamentada no artigo 988 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, em face de
acórdão que foi proferido pela 1ª CÂMARA CRIMINAL DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

Afirma que em sede do Habeas Corpus nº 5255452.36.2019.8.09.000, esta Corte de Justiça, constatando
que a regressão definitiva de regime do reclamante, pelo descumprimento das obrigações que lhe foram impostas, foi
decidida, sem a prévia instauração de procedimento disciplinar, concedeu a ordem de habeas corpus que foi requerida,
para anular a decisão judicial impugnada e retornar o reclamante ao regime semiaberto e às condições que lhe haviam
sido determinadas, ordenando-se a expedição do alvará de soltura em seu favor, sem prejuízo da possibilidade de
ulterior instauração do procedimento administrativo disciplinar.

Sustenta que, em que pese a descrita decisão, o Diretor da Unidade Prisional de Montes Claros descumpriu
a ordem, instaurou Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) posterior a decisum, para o fito de apurar falta grave
sequer cometida pelo reclamante, e ao final, determinou a sanção de isolamento do reclamante na sela até a audiência
de justificação, afrontando a decisão proferida pelo Eg. Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

Nesses termos, aspira ao deferimento da liminar, à concessão da decisão em definitivo, para determinar a
suspensão da decisão de bloqueio e isolamento do reclamante, para garantir a autoridade da decisão proferida por este
Órgão Julgador nos autos do processo nº 5255452.36.2019.8.09.000 e determinar a extinção do ato proferido pelo
Diretor da Unidade Prisional de Montes Claros.

Instrumentaliza o pedido com a documentação constante da movimentação 1.

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NR.PROCESSO: 5456052.73.2019.8.09.0000
Liminar indeferida no evento 14.

Informações prestadas no evento nº 17.

Parecer da Procuradoria de Justiça, da lavra de sua representante, Dra. Joana Darc Corrêa da Silva
Oliveira, opinando pela sua improcedência (evento 21).

Na movimentação 23, o reclamante, por seu advogado com poderes especiais, formulou pedido de
desistência do presente feito.

É o relatório.

DECIDO.

Como visto, durante o transcurso dos autos, o reclamante, por intermédio de advogado com poderes para
desistir (evento nº 01), manifestou não ter mais interesse no prosseguimento da presente reclamação, conforme se vê
na movimentação 23.

Consiste a Reclamação em uma medida processual de natureza excepcional, por meio da qual se dá corpo
à garantia constitucional de efetividade de preservação das decisões judiciais, ou seja, não é recurso, ação originária ou
incidente processual, mas mera representação em que pede o cumprimento do julgado tal como nele se contém.

Como se vê, não há pretensões resistidas, mas tão-somente pedido para que a eficácia de um ato decisório
seja preservada, restaurando-se a higidez formal de um processo cujo procedimento tenha sido vulnerado por ato contra
o qual não haja previsão de recurso adequado. Diante disso, ao reclamante é dado desistir da impetração a qualquer
tempo, sem que sequer tenha necessidade de indicar as razões de seu pedido ou aguardar a aquiescência da
autoridade reclamada.

A jurisprudência deste Tribunal não difere do raciocínio aqui externado. A propósito:

“ RECLAMAÇÃO. DESISTÊNCIA. ATO DISCRICIONÁRIO DO RECLAMANTE.


HOMOLOGAÇÃO QUE SE IMPÕE. Tendo em vista que na Reclamação não há
pretensões resistidas, mas tão-somente pedido de restauração da higidez formal de um
processo cujo procedimento tenha sido vulnerado por ato contra o qual não haja
previsão de recurso adequado, ao reclamante é dado desistir da impetração a qualquer

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NR.PROCESSO: 5456052.73.2019.8.09.0000
tempo, sem que sequer tenha necessidade de indicar as razões de seu pedido ou
aguardar a aquiescência da autoridade reclamada. DESISTÊNCIA HOMOLOGADA.
RECLAMAÇÃO ARQUIVADA.” (TJGO, RECLAMACAO 451524-96.2010.8.09.0000,
Rel. DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA, CORTE ESPECIAL, julgado em
14/09/2011, DJe 911 de 27/09/2011).

De tal arte, se o próprio reclamante vem aos autos e informa a perda superveniente de seu interesse em ver
o feito julgado, a homologação do pedido de desistência é fato impositivo, que não carece de outro fundamento.

Forte em tais razões, com vistas à validade do pedido de desistência formalizado por advogado com
poderes específicos para tanto (evento nº 01), homologo o pedido de desistência e declaro extinta a presente
reclamação, consoante o artigo 175, inciso XV1, do Regimento Interno deste Tribunal, c/c artigo 932, VIII2, do Código de
Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).

Intimem-se. Após as baixas devidas, arquivem-se.

Goiânia, 13 de janeiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

11/RR

1“Art. 175. Ao relator compete: (...)

XV – homologar as desistências, ainda que o feito se ache em mesa para julgamento.”

2 “Art. 932. Incumbe ao relator:(...)

VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal”.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


19/02/2020 09:13:55

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5053631.44.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : ELIZAINE ALVES
POLO PASSIVO : JUIZO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ANÁPOLIS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ELIZAINE ALVES


ADVG. PARTE : 54610 GO - ELIZAINE ALVES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5053631.44.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador J. Paganucci Jr.

HABEAS CORPUS

Número : 5053631.44.2020.8.09.0000

Comarca : ANÁPOLIS

Impetrante : ELIZAINE ALVES

Paciente : LEILIELMA BARBOSA SOARES BRITO

Relator : DES. J. PAGANUCCI JR

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de habeas corpus liberatório, com pedido liminar, impetrado pela advogada
ELIZAINE ALVES, com base nos artigos 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, 647 e 648, I,
ambos do Código de Processo Penal, em benefício de LEILIELMA BARBOSA SOARES BRITO,
qualificada nos autos, indicando como autoridade coatora o juiz de direito da 2ª Vara Criminal da
comarca de Anápolis-GO.

Extrai-se da inicial, e documentos colacionados aos autos, que a paciente foi presa em
flagrante, no dia 19 de dezembro de 2019, pela suposta infringência às condutas previstas nos
artigos 171, caput, c/c o 14, II, e 288, todos do Código Penal, e, por ocasião da audiência de
custódia, teve a prisão convertida em domiciliar, com monitoramento eletrônico, em decisão
datada de 23/12/2019, (movimentação 01, arquivo 03). Ainda, em 23/01/2020, a autoridade
impetrada indeferiu o pedido de revogação da prisão (movimentação 01, arquivo 11).

Sustenta a impetrante que a decisão que indeferiu o pedido de substituição da prisão


domiciliar por medidas cautelares mais brandas está carente de fundamentação idônea e que a
paciente ostenta predicados pessoais (primária, bons antecedentes, residência fixa e mãe de
filhos menores dependentes).

Informa que a paciente não representa qualquer perigo à ordem pública ou econômica,
nem risco à instrução criminal ou aplicação da lei penal e que se encontra em situação idêntica
aos codenunciados que tiveram substituída a prisão preventiva por medidas cautelares diversas
(art. 319, CPP). Invoca, também, o princípio da proporcionalidade.

Em linhas finais, requer a concessão da ordem liberatória, em caráter liminar, para


revogar a prisão domiciliar com monitoramento, expedindo-se o alvará de soltura, e, após o
devido processamento, a confirmação no julgamento de mérito.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5053631.44.2020.8.09.0000
A inicial veio instruída com documentos (movimentação 01).

O pedido liminar foi indeferido (movimentação 04, arquivo 01).

Pela autoridade indigitada de coatora foram prestadas as informações (movimentação


07, arquivo 01).

A Procuradoria-Geral de Justiça, por seu representante, Altamir Rodrigues Vieira Júnior,


manifesta pela prejudicialidade do pedido (movimentação 10, arquivo 01).

Relatado.

Decido.

Conforme relatado, busca-se por meio da presente via mandamental a revogação da


prisão domiciliar de Leilielma Barbosa Soares Brito, ao fundamento de que estaria nas mesmas
condições dos codenunciados que tiveram substituída a prisão preventiva por medidas cautelares
diversas (art. 319, CPP).

Convém destacar que o Órgão Especial deste Tribunal de Justiça decidiu em sessão
ordinária administrativa que o artigo 235, inciso VI, do RITJGO, passa a permitir que o relator
possa, monocraticamente, julgar prejudicado o pedido se verificar que já cessou a violência ou
coação (emenda regimental 1, de 14/05/2014).

Colhe-se das informações da autoridade impetrada (movimentação 07, arquivo 01) que
a paciente foi posta em liberdade, no dia 11 de fevereiro de 2020, após ser deferido o pedido de
revogação da sua prisão.

Desse modo, a alegada coação cessou com a colocação da paciente em liberdade,


objeto do presente mandamus, prejudicando a análise do mérito, nos termos dos artigos 659, do
Código de Processo Penal, e 195, do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça.

Diante do exposto, acolho o parecer ministerial para julgar, monocraticamente,


prejudicada a ordem impetrada pela perda do seu objeto, nos termos do art. 235, inciso VI, do
Regimento Interno deste Tribunal de Justiça.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Após o trânsito em julgado, arquivem-se.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020.

DES. J. PAGANUCCI JR.


RELATOR

MOS/2020

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


10:17:54

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5722800.06.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : PAULO SÉRGIO COSTA DE SOUZA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : PAULO SÉRGIO COSTA DE SOUZA


ADVGS. PARTE : 54923 GO - MARIANA LIMA VILELA
28662 GO - WALTERCIDES DOMINGOS DO PRADO
44775 GO - JULIANA LOPES SODRE

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
HABEAS CORPUS n° 5722800.06.2019.8.09.0000
Comarca : Goianira
Impetrantes : Waltercides Domingos do Prado e outros
Paciente : Paulo Sérgio Costa de Souza
Relator : Desembargador Nicomedes Borges

RELATÓRIOeVOTO

Trata-se de Habeas Corpus liberatório, com pedido liminar impetrado pelos


advogados Waltercides Domingos do Prado, Juliana Lopes Sodré e Mariana Lima
Vilela, com fundamento nos artigos 647 e 648, inciso I, do Código de Processo Penal,
e artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, em benefício de Paulo Sérgio
Costa de Souza, devidamente qualificado nos autos, apontando como autoridade
coatora o MM. Juiz de Direito da Comarca de Goianira/GO.
Consta dos autos, que, no dia 1º.10.209, foram roubados 51 cabeças de gado
da Fazenda Palmital, de propriedade de Antônio Domingos de Castro. Segundo
depoimento do funcionário da propriedade, este e seus familiares foram rendidos por
indivíduos, enquanto havia outros elementos realizando o embarque dos animais, os
quais foram deixados em uma propriedade vizinha.
Extrai-se, também, que o motorista da empresa Barba Transportes
reconheceu Orlando como a pessoa que entregou a notas ao motorista, e Paulo
Sérgio quem conduziu o veículo e Jardel realizou o pagamento ao motorista do
caminhão, o que motivou a autoridade policial a representar pelas suas prisões
preventivas, sob a justificativa de que eles possuem elevado grau de periculosidade,
visto que respondem a outros processos criminais, além do prejuízo de grande monta
sofrido pelas vítimas, sendo tal pleito deferido pelo magistrado a quo. O mandado de
prisão foi efetivamente cumprido em 04.12.2019, na cidade de Jataí-GO.
Sustenta que o magistrado a quo não teria apresentado fundamentação
idônea para manter a custódia cautelar da paciente, uma vez que “não indicou
qualquer circunstância fática e processual que concretamente configurasse uma das
hipóteses previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal, limitando-se, apenas,
a elencar de maneira genérica algumas possibilidades de cabimento da medida
extrema, qual seja reguardo da ordem pública e pela gravidade do fato.”
Pondera, ainda, que “a prisão cautelar despida dos pressupostos associados,
sem a devida fundamentação e concreção de motivos nos autos, sem a demonstração
de necessidade inarredável, assemelha-se a cumprimento antecipado de pena in
abstrato, expiação de culpa, sem culpa formada, respeitando-se o princípio da
proporcionalidade.

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
Ressalta que o paciente preenche todos os requisitos para responder ao
processo em liberdade, pois é primário, exerce labor lícito, atuando como mecânico, e
possui residência naquela urbe, e se dispõe a comparecer a todos os atos
processuais.
Invoca violação aos princípios da presunção de inocência, da dignidade da
pessoa humana e da liberdade.
Nas circunstâncias, pleiteia a suspensão do abuso, mediante concessão da
ordem, liminarmente, para que seja revogada a prisão do paciente, com a imposição
de medidas cautelares diversas da prisão, expedindo-se o competente alvará de
soltura em seu favor. No mérito, pugna pela confirmação da liminar, para que possa
responder ao processo em liberdade.
A inicial veio instruída com os documentos anexados digitalmente (Evento 1).
A liminar foi indeferida (Evento 4). Solicitadas as informações, a magistrada
prestou-as (Evento 7).
A douta Procuradoria-Geral de Justiça, por sua representante, Dra. Zoélia
Antunes Vieira, opinou pelo conhecimento e denegação da ordem impetrada (Evento
10).
A causídica Sinthia Duarte de Castro acostou substabelecimento conferido em
seu favor, sem reserva de poderes, pelos impetrantes, requerendo sua habilitação
nestes autos (Evento 13), acostando comprovante de endereço em favor do paciente.
É o relatório.
Passo ao voto.
Trata-se de pedido de habeas corpus impetrado em favor de Paulo Sérgio
Costa de Souza, visando a revogação da custódia preventiva, aduzindo ter sido
proferida por ausência de fundamentação, apontando como autoridade coatora o MM.
Juiz de Direito da Comarca de Goianira/GO.
Inicialmente, defiro o pedido de habilitação neste writ da causídica Sinthia
Duarte de Castro, porque apresentado substabelecimento conferido em seu favor, sem
reserva de poderes , pelos impetrantes (Evento 13), deve a Secretaria da 1ª Câmara
Criminal providenciar sua substituição.
Em relação à aventada ausência de fundamentação na decisão que decretou
a prisão preventiva do paciente (Evento 1, Arquivo 6), verifica-se que a autoridade
impetrada assim se pronunciou, in verbis:
“(…) Tratam-se os autos de pedido formulado pela Autoridade
Policial, Delegado de Polícia de Goianira – representando pela prisão
preventiva e busca e apreensão domiciliar em face de JARDEL DA SILVA
GIMAKAES, PAULO SÉRGIO COSTA DE SOUZA e ORLANDO
APARECIDO LOPES DE JESUS.

Em síntese, de acordo com a Autoridade Policial, encontra-se em


andamento investigação que apura suposto crime de roubo qualificado
mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo, concurso de

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
pessoas e restrição de liberdade das vítimas ANTONIO DOMINGOS DE
CASTRO, GILBERTO ARAJUJO DE MELLO, APARECIDA MARTINS DA
SILVA MELLO e ALEXSSANDRO ARAÚJO DA SILVA, fato ocorrido no dia
01/10/2019.

Consta que os representados supostamente subtraíram, mediante


grave ameaça, com emprego de arma de fogo e concurso de pessoas, 51
semoventes bovinos (avaliados em R$ 100.000,00), de propriedade do Sr.
ANTÔNIO DOMINGOS DE CASTRO e um aparelho celular marca LG K10,
da vítima ALEXSSANPRO, e restringiram a liberdade de GILBERTO
ARAJUJO DE MELLO, APARECIDA MARTINS DA SILVA MELLO e
ALEXSSANDRO ARAÚJO DA SILVA.

Alega ser necessário a custódia cautelar dos representados para


garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal, uma vez que são
perigosos e possuem antecedentes criminais.

Afirma que a busca e apreensão é necessária para apurar a


autoria do crime, bem como para maiores esclarecimentos sobre os fatos.
(...)

O representante do Ministério Público, instado a se manifestar,


emitiu parecer favorável aos pedidos de prisão preventiva e busca e
apreensão (fls. 132/136).

Breve relato. Decido.

O artigo 312, do Código de Processo Penal, estabelece os


requisitos da prisão preventiva, nos seguintes termos: (...)

Importante consignar que, com a nova redação dada pela Lei nº


12.403/11, o artigo 282, §6º, do Código de Processo Penal, passou a dispor
que: (...)

Assim, a prisão preventiva somente poderá ser decretada quando


estiverem presentes os requisitos do artigo 312 do CPP e as outras
espécies de medidas cautelares se mostrarem insuficientes ou inadequadas.

A materialidade do crime e os indícios da autoria, encontram-se


demonstrados em especial pelos depoimentos já colhidos (fls. 19/21, 24/27,
29/3133/3436/38) e pelo relatório policial de fls. 69/72.

In casu, tenho que é necessária a decretação da prisão preventiva


do representado, para garantia da ordem pública e para assegurar a
aplicação da lei penal, explico.

É dos autos que as vítimas tiveram prejuízo de grande valor e que


os representados possuem extensa ficha de antecedentes criminais. Sendo
assim, a periculosidade dos representados resta evidenciada e se soltos
poderão colocar em risco a ordem pública e prejudicar a aplicação da lei
penal.

Portanto, sem maiores delongas, mostra-se cabível a prisão


preventiva para garantia da ordem pública, bem como para a aplicação da

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
lei penal, como prevê o artigo 312, do Código de Processo Penal.

Não se olvida, porém, o caráter provisório da prisão cautelar, a


qual poderá ser revogada a qualquer momento, alterando-se a situação
fática que ora se apresenta. (...)

Ante ao exposto, e, com fundamento nos artigos 311, 312 e 313,


ambos do Código de Processo Penal, acolho o parecer do Ministério Público
e DECRETO A PRISÃO PREVENTIVA DOS REPRESENTADOS JARDEL
DA SILVA GUIMARAES, PAULO SÉRGIO COSTA DE SOUZA e ORLANDO
APARECIDO LOPES DE JESUS, ressaltando, porém, o caráter de
provisoriedade expressado no artigo 316, do Código de Processo Penal."

Apreciando a decisão proferida, verifica-se que se encontram bem


fundamentadas, na garantia da ordem pública e da instrução criminal, para assegurar
a aplicação da lei penal e em razão da inadequação de outras medidas cautelares, e
justifica fundamentadamente a necessidade concreta de se manter a segregação do
paciente, ante a materialidade e indícios de autoria da prática de roubo qualificado
pelo concurso de agentes, emprego de arma de fogo e restrição da liberdade das
vítimas, e para acautelar o meio social, em especial pelo modus operandi adotado e
porque foram subtraídos das vítimas 51 (cinquenta e um) semoventes bovinos
avaliados em R$ 100.000,00 (cem mil reais), sendo rendidos por indivíduos armados e
mantidos dentro da residência, enquanto era realizando o embarque dos animais,
ausente argumentos que demonstrem a dispensabilidade da medida extrema,
irregularidade que ensejasse o relaxamento da prisão ou outros motivos que ensejam
a revogação da prisão preventiva, preenchendo todos os requisitos legais necessários.
A meu ver, não evidenciada ilegalidade a reclamar a sua desconstituição,
compatibilizada a decisão com os artigos 5º, inciso LXI, e 93, inciso IX, da Constituição
Federal, e artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal.
Ademais, o pressuposto da ordem pública é a hipótese de interpretação mais
extensa da análise da prisão preventiva, porque a gravidade concreta do crime e a
ação criminosa ter ocorrido mediante violência e grave ameaça, respaldam a prisão
preventiva, conforme tem decidido esta Colenda Câmara:
“HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO DE
ARMA E CONCURSO DE AGENTES. CORRUPÇÃO DE MENOR.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO PARA A CONSTRIÇÃO CAUTELAR.
PREDICADOS PESSOAIS. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
1- A gravidade concreta das supostas condutas, demonstrada
principalmente pelo modus operandi, constitui justificativa idônea a ensejar o
decreto preventivo para a garantia da ordem pública e aplicação da lei
penal, mostrando-se inviável a revogação da medida extrema
fundamentadamente imposta. 2- Os bons predicados pessoais e o princípio
da presunção de não-culpabilidade, quando presentes os requisitos da
prisão preventiva, não impõem a concessão de liberdade. 3- Ordem
conhecida e denegada.” (TJGO, 1ª CÂMARA CRIMINAL, HABEAS-
CORPUS nº 182500-52.2016.8.09.0000, Rel. DES. J. PAGANUCCI JR.,
julgado em 30/06/2016, DJe 2066 de 12/07/2016).

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
“HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO
DE AGENTES. CORRUPÇÃO DE MENOR. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO PARA A CONSTRIÇÃO CAUTELAR. PREDICADOS
PESSOAIS. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. 1- A gravidade
concreta das supostas condutas, demonstrada principalmente pelo modus
operandi, constitui justificativa idônea a ensejar o decreto preventivo para a
garantia da ordem pública, mostrando-se inviável a revogação da medida
extrema fundamentadamente imposta. 2- Os bons predicados pessoais e o
princípio da presunção de não-culpabilidade, quando presentes os requisitos
da prisão preventiva, não impõem a concessão de liberdade. 3- Ordem
conhecida e denegada.” (TJGO, 1ª CÂMARA CRIMINAL, HABEAS-
CORPUS nº 121583-67.2016.8.09.0000, Rel. DR(A). LÍLIA MÔNICA
C.B.ESCHER, julgado em 05/05/2016, DJe 2033 de 23/05/2016).

E por ser corolário dessa minha convicção, no sentido de que a segregação


provisória do paciente é o instrumento imprescindível para se preservar a ordem
pública do possível cometimento de novas ações delituosas por parte do custodiado, é
que vejo a impossibilidade de substituir a medida cautelar extrema por outra menos
invasiva, constante no artigo 319 do Código de Processo Penal.
De outro ângulo, o princípio da presunção de inocência mencionado pela
defesa deve ser observado, não se olvidando, no entanto, que preenchidos os
requisitos para a prisão preventiva não ocorre violação ao referido princípio se essa for
decretada, mormente por não possuir caráter condenatório, conforme Súmula 9 do
Superior Tribunal de Justiça e entendimento desta Colenda Câmara, verbis:
“HABEAS CORPUS. ROUBO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA
CUSTÓDIA PREVENTIVA. PREDICADOS PESSOAIS. PRINCÍPIO DA
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. (…) 3- A manutenção da prisão preventiva,
quando presentes os requisitos legais, não constitui afronta ao princípio
constitucional de presunção de inocência. 4- Ordem denegada.” (TJGO, 1ª
CÂMARA CRIMINAL, HABEAS-CORPUS nº 114963-10.2014.8.09.0000,
Rel. DES. J. PAGANUCCI JR., julgado em 08/05/2014, DJe 1547 de
22/05/2014).

Outrossim, afirmam os impetrantes que o paciente é primário, possui bons


antecedentes, residência fixa e profissão lícita, inexistindo assim requisitos para a
segregação antecipada.
Ao compulsar os autos, verifica-se que não foi carreado toda a documentação
necessária para comprovação do alegado, constando apenas documentos pessoais,
certidões de nascimento de filhos menores de 12 anos de idade, comprovante de
endereço em nome da mãe de seus filhos, via conta CELG, portanto não se cuidou de
colacionar documentos que atestem o exercício de atividade laboral fixa, residência no
distrito da culpa, porque não comprovou que reside com a genitora dos menores, e os
bons antecedentes, uma vez que possui outra ação penal por desobediência em

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
curso, não fazendo jus, dessa forma, a imposição de medidas previstas na Lei
12.403/11:
"3 - Bons predicados pessoais, por si sós, não ensejam a
liberdade provisória, mesmo porque, o paciente é reincidente. (…) 5-
ORDEM CONHECIDA E DENEGADA” (TJGO, 1ª CÂMARA CRIMINAL,
HABEAS-CORPUS nº 372973-63.2014.8.09.0000, Rel. DES. AVELIRDES
ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS, julgado em 11/11/2014, DJe 1676 de
24/11/2014).

Ante os fundamentos acima elencados, vê-se que o paciente não está


sofrendo, por enquanto, constrangimento ilegal a ser amparado pelo presente writ.
Ao teor do exposto, acolhendo o parecer da douta Procuradoria-Geral de
Justiça, conheço da ordem impetrada e a denego.
É como voto.
Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargador Nicomedes Borges


Relator
HABEAS CORPUS n° 5722800.06.2019.8.09.0000
Comarca : Goianira
Impetrantes : Waltercides Domingos do Prado e outros
Paciente : Paulo Sérgio Costa de Souza
Relator : Desembargador Nicomedes Borges

EMENTA: HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO.


EMPREGO DE SIMULACRO DE ARMA DE FOGO E CONCURSO DE
AGENTES. REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA. PREDICADOS PESSOAIS. NEGATIVA DE AUTORIA. NÃO
CONHECIMENTO. REITERAÇÃO DE PEDIDOS. PEDIDO DE LIBERDADE
PROVISÓRIA DENEGADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
FUNDAMENTAÇÃO. SUFICIÊNCIA. 1) Não se conhece de temática idêntica
a outra já analisada e julgada anteriormente, pelos propalados bons
predicados pessoais, a presunção de inocência, a negativa de autoria e a

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
falta de provas de sua participação no crime por constituir reiteração de
pedidos, com os mesmos fundamentos. 2) Mantém-se a prisão, afastando-
se a alegação de constrangimento ilegal pela denegação do pedido de
liberdade provisória e dos embargos de declaração opostos, se as decisões
encontram-se bem fundamentadas, na presença de elementos objetivas e
concretas da necessidade de preservar o equilíbrio da ordem pública,
acautelar o meio social pela materialidade e indícios de autoria da prática
pelo paciente de roubo de veículo mediante emprego de simulacro de
armas de fogo e concurso de agentes, notoriamente causadores de
instabilidade no meio social, praticado nas proximidades do Parque
Agropecuário da cidade de Anápolis, abordado na condução da motocicleta
utilizada na ação criminosa portando o simulacro de arma, indicando o local
onde estaria a res furtiva e sendo reconhecido pela vítima, não se podendo
falar em concessão da liberdade com aplicação de medidas cautelares
diversas da prisão, eme especial porque processado por crime no mesmo
jaez. 3) ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS N°


5722800.06.2019.8.09.0000 da Comarca de Goianira, tendo como impetrantes W
ALTERCIDES DOMINGOS DO PRADO E OUTROS e paciente PAULO SÉRGIO
COSTA DE SOUZA.
ACORDA, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos
integrantes da 1ª Câmara Criminal, na conformidade da ata de julgamento, por
unanimidade de votos e, acolhendo o parecer ministerial, em conhecer e denegar
ordem impetrada, conforme voto do relator.
Participaram do julgamento e votaram com o Relator os Desembargadores
Ivo Fávaro, Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos e J. Paganucci Jr, que também
presidiu a sessão e o Dr. Sival Guerra Pires Substituto do Desembargado Itaney
Francisco Campos.
Esteve presente à sessão de julgamento o nobre Procurador de Justiça
Doutor Aguinaldo Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargador Nicomedes Borges


Relator

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000

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NR.PROCESSO: 5722800.06.2019.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO. EMPREGO DE
SIMULACRO DE ARMA DE FOGO E CONCURSO DE AGENTES.
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
PREDICADOS PESSOAIS. NEGATIVA DE AUTORIA. NÃO
CONHECIMENTO. REITERAÇÃO DE PEDIDOS. PEDIDO DE LIBERDADE
PROVISÓRIA DENEGADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
FUNDAMENTAÇÃO. SUFICIÊNCIA. 1) Não se conhece de temática idêntica
a outra já analisada e julgada anteriormente, pelos propalados bons
predicados pessoais, a presunção de inocência, a negativa de autoria e a
falta de provas de sua participação no crime por constituir reiteração de
pedidos, com os mesmos fundamentos. 2) Mantém-se a prisão, afastando-
se a alegação de constrangimento ilegal pela denegação do pedido de
liberdade provisória e dos embargos de declaração opostos, se as decisões
encontram-se bem fundamentadas, na presença de elementos objetivas e
concretas da necessidade de preservar o equilíbrio da ordem pública,
acautelar o meio social pela materialidade e indícios de autoria da prática
pelo paciente de roubo de veículo mediante emprego de simulacro de
armas de fogo e concurso de agentes, notoriamente causadores de
instabilidade no meio social, praticado nas proximidades do Parque
Agropecuário da cidade de Anápolis, abordado na condução da motocicleta
utilizada na ação criminosa portando o simulacro de arma, indicando o local
onde estaria a res furtiva e sendo reconhecido pela vítima, não se podendo
falar em concessão da liberdade com aplicação de medidas cautelares
diversas da prisão, eme especial porque processado por crime no mesmo
jaez. 3) ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Conhecido - Data da Movimentação 19/02/2020


10:23:09

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5018066.19.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus ( CF e Livro III, Título II, Capítulo X do
Código de Processo Penal )
POLO ATIVO : MORGANA BARBOSA BORGES
POLO PASSIVO : JUÍZO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE JATAÍ/GO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MORGANA BARBOSA BORGES


ADVG. PARTE : 50145 GO - MORGANA BARBOSA BORGES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5018066.19.2020.8.09.0000
Habeas Corpus Digital n.° 5018066.19.2020.8.09.0000

Comarca : Jataí

Impetrante : Morgana Barbosa Borges

Paciente : Adalberto Fonzar Santos

Relator : Desembargador Nicomedes Borges

RELATÓRIO E VOTO

Cuida-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em proveito de Adalberto Fonzar
Santos, qualificado, a pretexto de padecer constrangimento ilegal ao seu direito de locomoção
por ato do Juízo da 1ª Vara de Execução Penal da comarca de Jataí, consistente em
redistribuição do processo executivo a que o paciente respondia naquela unidade judiciária para a
comarca de Cáceres, no Estado do Mato Grosso.

Defende, inicialmente, a ausência de motivação concreta do ato jurisdicional impugnado, violando


a regra constitucional de fundamentação de toda e qualquer deliberação do Poder Judiciário
(artigo 93, inciso IX, CF).

Sustenta, em acréscimo, a falta de coerência na redistribuição do processo executivo de


Adalberto Fonzar Santos para a comarca de Cáceres/MT, pois a condenação do paciente
naquele Estado, apesar de ser de natureza definitiva, é de menor gravidade (1 ano de reclusão,
no regime aberto) do que a ainda provisória que lhe fora imposta pela Justiça Federal neste
Estado, por meio de Subseção Judiciária de Jataí (9 anos e 4 meses de reclusão, em regime
inicial fechado), contrariando o enunciado prescritivo do artigo 76 do Código Penal.

Recrimina, por fim, a demora do Juízo executivo da comarca de Cáceres/MT na apreciação de


requerimento defensivo de outorga a Adalberto Fonzar Santos da progressão prisional, porquanto
tal unidade judiciária ainda não se pronunciou sobre a redistribuição levada a efeito por ordem do
Juízo da 1ª Vara de Execução Penal da comarca de Jataí.

Ao final foi pleiteada a concessão liminar do habeas corpus para que o processo executivo nº
27137.16.2018.8.09.0093 volte a tramitar neste Estado e para que Adalberto Fonzar Santos
cumpra o restante da pena reclusiva que lhe fora imposta pela Subseção Judiciária de Jataí em
regime prisional menos gravoso, além da confirmação do provimento unipessoal mediante
deliberação colegiada, sendo a petição inicial instruída com documentos.

A inicial foi instruída com os documentos anexados digitalmente.

Liminar indeferida (Movimentação 08)

Informações prestadas pela autoridade coatora (Movimentação 20)

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NR.PROCESSO: 5018066.19.2020.8.09.0000
A Procuradoria-Geral de Justiça, por seu representante, Dr. Saulo de Castro Bezerra, manifestou-
se pelo não conhecimento da ordem (Movimentação 22).

É o breve relatório.

Passo a decidir.

De logo, ressalto que a suposta ilegalidade decorrente da redistribuição do processo executivo do


paciente para a comarca de Cáceres/MT encontra-se superada.

Do informes prestados pela Magistrada, vê-se que “(...) no Juízo de Cáceres/MT, a MM. Juíza titular
declarou-se incompetente para processar e julgar os autos e determinou a devolução do feito a este Juízo em
29.01.2020, consoante r. Decisão do evento n° 19. Em 30.01.2020 os autos foram recebidos neste Juízo...”

Já em relação ao pleito de progressão de regime, ao argumento de que já alcançou os requisitos


para a obtenção da benesse, perlustrando detida e cautelosamente os autos em apreço, em que
pesem os argumentos expendidos pelo impetrante, denota-se a existência de óbice ao
conhecimento do pedido pois a competência para dirimir questões referentes a concessões de
benesses no tocante ao regime de expiação e forma de cumprimento da sanção aflitiva é do
Juízo da Execução Penal, a teor do artigo 66, inciso III, da Lei nº 7.210/84, e, em caso de
irresignação, o recurso cabível é o Agravo em Execução Penal, previsto no artigo 197 do mesmo
Diploma Legal, não sendo o mandamus, em tese, a via adequada para apreciar matéria
pertinente a incidentes de execução penal.

O Habeas Corpus é via inadequada para o apressamento de decisões ou providências a serem


tomadas durante a execução de penas, as quais devem ser pleiteadas junto ao Juízo das
Execuções, competente originariamente para a matéria, com possibilidade de eventual recurso
para a Superior Instância.

Nesses moldes, como instrumento de dignidade constitucional destinado a garantir o direito de


locomoção, violado ou ameaçado por ato ilegal ou abusivo de poder, o Habeas Corpus não pode
ser utilizado no caso em questão, pois, além de não ser a via adequada para apreciar pedido
referente à Execução Penal, a análise do pedido de progressão de regime prisional,
inevitavelmente, demandaria aprofundada incursão no conjunto fático-probatório, a fim de
averiguar os requisitos objetivos e subjetivos indicados pelo artigo 112 da Lei nº 7.210/84, tarefa
insuscetível de ser realizada na via estreita do remédio heroico.

Nesse sentido:

HABEAS CORPUS. PROGRESSÃO PARA O REGIME SEMIABERTO. MATÉRIA AFETA À


EXECUÇÃO PENAL. NÃO CONHECIMENTO. Matérias atinentes à execução da pena exigem
dilação probatória e devem ser manejadas em recurso próprio, ou seja, Agravo em Execução,
nos termos do artigo 197, da Lei de Execuções Penais. EXCESSO DE PRAZO PARA
ANÁLISE DO PEDIDO DE PROGRESSÃO. NECESSIDADE DE ANÁLISE DE REQUISITOS
OBJETIVOS E SUBJETIVOS. ILEGALIDADE AFASTADA. Não há espaço para a alegada
desídia da máquina judiciária, pois a magistrada de piso tem tomado todas as precauções
exigidas pela Lei de Execução Penal, esclarecendo que o objetivo temporal é apenas um dos
requisitos exigidos para a obtenção de progressão de regime. ORDEM PARCIALMENTE
CONHECIDA E, NESTA EXTENSÃO, DENEGADA. (TJGO, Habeas Corpus Criminal 5710067-
08.2019.8.09.0000, Rel. RODRIGO DE SILVEIRA, 2ª Câmara Criminal, julgado em
18/01/2020, DJe de 18/01/2020)

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NR.PROCESSO: 5018066.19.2020.8.09.0000
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME E LIVRAMENTO
CONDICIONAL. NÃO CONHECIMENTO FACE À INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1 -
Questões afetas sobre progressão de regime e livramento condicional reclamam uma análise
aprofundada do caderno probatório, não sendo possível sua apreciação na via estreita do
mandamus, até porque se trata de matéria afeta à execução penal, sendo impugnável por
meio de recurso próprio, qual seja, Agravo em Execução Penal. EXCESSO DE PRAZO PARA
ANÁLISE DOS PEDIDOS. INOCORRRÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL FACE À
COMPLEXIDADE DO FEITO. 2. Não há que se falar em excesso de prazo para o exame do
requerimento de progressão e livramento condicional, diante da necessidade de novos
cálculos, bem como porque, conforme informado pela autoridade coatora, o feito encontra-se
concluso para tal fim. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA EXTENSÃO,
DENEGADA. (TJGO, Habeas Corpus 5682918-37.2019.8.09.0000, Rel. Avelirdes Almeida
Pinheiro de Lemos, 1ª Câmara Criminal, julgado em 19/12/2019, DJe de 19/12/2019)

Ademais, ressai dos informes que o paciente sequer atingiu o requisito objetivo para a concessão
da progressão de regime: “Foram anexados aos autos novos cálculos feitos pelo SEEU, cujas
datas para progressão de regime e livramento condicional foram 30.04.2020 e 09.12.2023,
respectivamente (pág. 83/85 ou evento n° 03).” (informes, mov 20).

Ao teor do exposto, acolhendo o parecer ministerial de cúpula, não conheço do presente


Mandamus.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargador Nicomedes Borges

Relator

Habeas Corpus Digital n.° 5018066.19.2020.8.09.0000

Comarca : Jataí

Impetrante : Morgana Barbosa Borges

Paciente : Adalberto Fonzar Santos

Relator : Desembargador Nicomedes Borges

EMENTA: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. REDISTRIBUIÇÃO


PROCESSO PARA OUTRA COMARCA. PREJUDICADO. PROGRESSÃO
DE REGIME. NÃO CONHECIMENTO FACE À INADEQUAÇÃO DA VIA
ELEITA. 1. Tendo a MM. Juíza titular da Comarca de Cáceres/MT se decla
rado incompetente para processar e julgar os autos e já tendo determinado

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NR.PROCESSO: 5018066.19.2020.8.09.0000
a devolução do feito ao Juízo de Jataí, resta prejudicado o pleito referente à
redistribuição do processo. 2. Questões afetas sobre progressão de regime
reclama uma análise aprofundada do caderno probatório, não sendo
possível sua apreciação na via estreita do mandamus, até porque se trata
de matéria afeta à execução penal, sendo impugnável por meio de recurso
próprio, qual seja, Agravo em Execução Penal. ORDEM NÃO CONHECIDA.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS N°


5018066.19.2020.8.09.0000, da Comarca de Jataí, tendo como impetrante
MORGANA BARBOSA BORGES e paciente ADALBERTO FONZAR SANTOS.
ACORDA, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes da 1ª
Câmara Criminal, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos e,
acolhendo o parecer ministerial, em não conhecer da ordem impetrada, conforme voto
do relator.
Participaram do julgamento e votaram com o Relator os Desembargadores Ivo Fávaro,
Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos e J. Paganucci Jr, que também presidiu a
sessão e o Dr. Sival Guerra Pires Substituto do Desembargado Itaney Francisco
Campos.
Esteve presente à sessão de julgamento o nobre Procurador de Justiça Doutor
Aguinaldo Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargador Nicomedes Borges


Relator

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NR.PROCESSO: 5018066.19.2020.8.09.0000

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5018066.19.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. REDISTRIBUIÇÃO
PROCESSO PARA OUTRA COMARCA. PREJUDICADO. PROGRESSÃO
DE REGIME. NÃO CONHECIMENTO FACE À INADEQUAÇÃO DA VIA
ELEITA. 1. Tendo a MM. Juíza titular da Comarca de Cáceres/MT se decla
rado incompetente para processar e julgar os autos e já tendo determinado
a devolução do feito ao Juízo de Jataí, resta prejudicado o pleito referente à
redistribuição do processo. 2. Questões afetas sobre progressão de regime
reclama uma análise aprofundada do caderno probatório, não sendo
possível sua apreciação na via estreita do mandamus, até porque se trata
de matéria afeta à execução penal, sendo impugnável por meio de recurso
próprio, qual seja, Agravo em Execução Penal. ORDEM NÃO CONHECIDA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


10:33:57

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5017834.07.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : HERYS DAVID BARBOSA
POLO PASSIVO : JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JURI DE AGUAS LINDAS
DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : HERYS DAVID BARBOSA


ADVG. PARTE : 48373 DF - HERYS DAVID BARBOSA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
HABEAS CORPUS n° 5017834.07.2020.8.09.0000
Comarca : Águas Lindas de Goiás
Impetrantes : Herys David Barbosa e Daniel Francisco da Silva
Paciente : Gabriel Viana da Silva
Relator : Desembargador Nicomedes Borges

RELATÓRIOeVOTO

Trata-se de Habeas Corpus liberatório, com pedido liminar impetrado pelos advogados
Herys David Barbosa e Daniel Francisco da Silva, com fundamento no artigo 648,
inciso II, do Código de Processo Penal e artigo 5º, incisos LXV e LXVIII da
Constituição Federal, em benefício de Gabriel Viana da Silva, devidamente
qualificado nos autos, apontando como autoridade coatora o MM. Juiz de Direito da
Vara Criminal da Comarca de Águas Lindas de Goiás/GO.
Narra que o paciente foi condenado nas sanções do artigo 121, § 2º, incisos II e IV do
Código Penal, à pena definitiva de 14 (catorze) anos de reclusão, em regime fechado,
sendo-lhe negado o direito de recorrer em liberdade, cuja decisão reputa ausente de
fundamentação idônea, porquanto não demonstrados objetivamente os requisitos do
artigo 312 do Código de Processo Penal, máxime em se tratando de paciente com
bons predicados pessoais. Invoca violação ao princípio da presunção de inocência.
Pondera que “o juiz, ao proferir a sentença penal condenatória, deverá se manifestar,
fundamentadamente, acerca da necessidade da imposição, ou mesmo da
manutenção, da prisão preventiva, analisando concretamente a presença dos
requisitos da cautelaridade, sob pena de se caracterizar uma odiosa antecipação da
sanção penal.”
Alega que contra o édito condenatório interpôs recurso de apelação, argumentando
que “diante do grave prejuízo relacionado com o seu direito de locomoção, neste
momento, apresenta também o presente remédio constitucional, a fim de que,
enquanto o processo não transite em julgado de forma definitiva, possa ter o seu
direito de locomoção restabelecido conforme disposição legal.”
Nas circunstâncias, pleiteia a suspensão do abuso, mediante a concessão da ordem,
liminarmente, para que seja concedido ao paciente o direito de recorrer em liberdade,
expedindo-se o competente alvará de soltura em favor dele. No mérito, pugna pela
confirmação da liminar.

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NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
A inicial veio instruída com os documentos anexados digitalmente.
A liminar foi indeferida (Evento 6) e solicitadas as informações, o magistrado prestou-
as, relatando que os autos encontram-se nesta Corte, para apreciação do recurso de
apelo interposto (Evento 9).
A douta Procuradoria-Geral de Justiça, por seu representante, Dr. Vinícius Jacarandá
Maciel, opinou pelo conhecimento e denegação da ordem (Evento 12).
É o relatório.
Passo ao voto.
Trata-se de pedido de habeas corpus impetrado em favor de Gabriel Viana da Silva,
visando a concessão do direito de recorrer em liberdade, evitando-se a execução
provisória da pena imposta contra si até o trânsito em julgado da sentença
condenatória, apontando como autoridade coatora o MM. Juiz de Direito da Vara
Criminal da Comarca de Águas Lindas de Goiás/GO.
Consta do pedido que o paciente foi condenado pela autoridade impetrada nas penas
dos artigos 121, §2º, incisos II e IV, do Código Penal, homicídio qualificado pelo motivo
fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, a cumprir pena de 14 (quatorze)
anos de reclusão, em regime inicial fechado, sendo-lhe negado o direito de recorrer em
liberdade, e preso preventivamente durante a sessão do Tribunal Júri no dia
15/08/2019 (Evento 1, Arquivo 2).
Em relação à insurgência contra a decisão que determinou a execução provisória da
pena imposta, negando ao paciente o direito de recorrer em liberdade, extrai-se que a
autoridade impetrada determinou a execução provisória da pena ante a confirmação
da condenação do paciente perante o Tribunal do Júri, fundamentando-a em
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, in verbis:
"De outra parte, quanto ao termo inicial de cumprimento da pena, nas Ações
Declaratórias de Constitucionalidade (ADC's) 43 e 44, o Ministro Luís
Roberto Barroso externou o entendimento de que '[a] condenação pelo
Tribunal do Júri em razão de crime doloso contra a vida deve ser executada
imediatamente, como decorrência natural da competência soberana do júri
conferida pelo art. 5º, XXXVIII, d, da Constituição Federal, posição que,
posteriormente, em 07.3.2007, prevaleceu, ao julgamento do HC
118.770/SP, pela 1 Turma do STF, externada no acórdão de cuja ementa se
extrai, 'in verbis': 'Não viola o princípio da presunção de inocência ou da não
culpabilidade a execução da condenação pelo Tribunal do Júri,
independentemente do julgamento da apelação ou de qualquer outro
recurso. Decisão alinhada com a orientação firmada no julgamento do ARE
964.246-RG, Rel. Min. Teori Zavascki' (Rel. Ministro Luís Roberto Barroso).
(...)

De fato, não viola o princípio da presunção de inocência ou da não


culpabilidade a execução da condenação imposta pelo Tribunal do Júri,
independentemente do julgamento de eventual apelação ou qualquer outro
recurso, cumprindo-se destacar que tal entendimento está alinhado com a
ratio decidendi do precedente firmado em repercussão geral no ARE
964.246-RG, Rel. Min. Teori Zavascki, já que, também no caso de decisão

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NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
do Júri, o Tribunal não poderá reapreciar os fatos e provas, na medida em
que a responsabilidade penal do réu já foi assentada soberanamente pelo
Tribunal Popular, consoante dispõe o art. 5º, XXXVIII, 'c', da Constituição
Federal.

No mesmo sentido, recentemente, o 1 Fórum Nacional de Juízes Criminais o


aprovou a edição do enunciado de nº. 14, in verbis: 'O réu condenado pelo
Tribunal do Júri deve ser imediatamente recolhido ao sistema prisional a fim
de que seja iniciada a execução da pena em homenagem aos princípios da
soberania dos veredictos e da efetividade processual'.

Fixadas tais premissas, independentemente da verificação dos pressupostos


da prisão preventiva, decreto a prisão do réu, condenado nesta sessão do
Tribunal do Júri, em razão da decisão resultante da vontade soberana dos
Senhores Jurados, formadores do Conselho de Sentença, negando-lhe o
direito de recorrer em liberdade.

Expeça-se guia de execução penal provisória".

Verifica-se que já foi determinada a emissão da Guia de Execução Provisória, sendo o


mandado de prisão cumprido, com base no precedente do Supremo Tribunal Federal
(HC 118.770/SP, Rel. Ministro Luís Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017), verbis:
"DIREITO CONSTITUCIONAL E PENAL. HABEAS CORPUS. DUPLO
HOMICÍDIO, AMBOS QUALIFICADOS. CONDENAÇÃO PELO TRIBUNAL
DO JÚRI. SOBERANIA DOS VEREDICTOS. INÍCIO DO CUMPRIMENTO
DA PENA. POSSIBILIDADE. 1. A Constituição Federal prevê a competência
do Tribunal do Júri para o julgamento de crimes dolosos contra a vida (art.
5º, inciso XXXVIII, d). Prevê, ademais, a soberania dos veredictos (art. 5º,
inciso XXXVIII, c), a significar que os tribunais não podem substituir a
decisão proferida pelo júri popular. 2. Diante disso, não viola o princípio da
presunção de inocência ou da não culpabilidade a execução da condenação
pelo Tribunal do Júri, independentemente do julgamento da apelação ou de
qualquer outro recurso. Essa decisão está em consonância com a lógica do
precedente firmado em repercussão geral no ARE 964.246-RG, Rel. Min.
Teori Zavascki, já que, também no caso de decisão do Júri, o Tribunal não
poderá reapreciar os fatos e provas, na medida em que a responsabilidade
penal do réu já foi assentada soberanamente pelo Júri...".

Nos termos do parágrafo primeiro do artigo 387 do Código de Processo Penal, "o juiz
decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de
prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da
apelação que vier a ser interposta".
A Lei 11.719/08, ao alterar o mencionado artigo, prevê a obrigatoriedade do
magistrado sentenciante fundamentar a decretação, bem como a manutenção do
condenado em cárcere com base nos requisitos autorizadores da prisão preventiva,
insculpidos no artigo 312 do Código de Processo Penal.
Consabido que é possível a privação cautelar da liberdade, desde que demonstrada

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NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
sua imprescindibilidade, e, na espécie, constatando-se que, na sentença atacada, esta
se encontra suficientemente fundamentada, não constitui constrangimento ilegal a
execução provisória da pena a que condenado o paciente, uma vez que ficou
justificado pelo sentenciante a necessidade da custódia cautelar para a preservação
da ordem pública, haja vista a gravidade do crime perpetrado (homicídio duplamente
qualificado) e a pena imposta (14 anos de reclusão, em regime fechado).
Ao contrário do que alega o paciente, inexiste ilegalidade a ser sanada, uma vez que
encontra-se em harmonia com paradigmas perante o Superior Tribunal de Justiça e
Supremo Tribunal Federal, em detrimento do entendimento de que somente poderia
ser determinada após confirmação da sentença condenatória em segunda instância.
Esclareça-se que, a referida tese jurídica não destoa daquela firmada pelo Plenário do
Supremo Tribunal Federal no HC nº 126292, tanto que devidamente ressalvada pelo
seu Presidente, Ministro Dias Toffoli, autorizando o início da execução da pena
privativa de liberdade, sem a necessidade de confirmação da sentença em segundo
grau, quando se tratar de crime doloso contra a vida.
Considerando que, apesar de o paciente ter respondido grande parte do processo
solto, mas em virtude da gravidade concreta da conduta, não há espaço para o
recurso em liberdade, notadamente quando já determinada a expedição da Guia de
Execução Provisória da Pena, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
"2. É da jurisprudência das Turmas que compõem a Terceira Seção deste
Superior Tribunal a permissividade de se negar ao acusado o direito de
recorrer solto da sentença condenatória, se presentes os motivos para a
segregação preventiva, ainda que o réu tenha permanecido solto durante a
persecução penal" (STJ, 5ª Turma, RHC 100.750/SC, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, julgado em 21/08/2018, DJe
29/08/2018). 3. Há gravidade concreta a embasar a decretação da
preventiva o emprego de diversos disparos de arma de fogo à prática de
homicídio qualificado, com a intenção de afastar qualquer chance de
sobrevivência, ainda mais quando motivado pela cobrança de dívidas do
tráfico de drogas. (...) 5. Demonstrada a imprescindibilidade da segregação
provisória, está clara a insuficiência das medidas cautelares diversas da
prisão à proteção da ordem pública. 6. Condições pessoais favoráveis não
têm o condão de, isoladamente, desconstituir a prisão preventiva, quando há
elementos hábeis que autorizam a manutenção da medida extrema..." (STJ,
5ª Turma, RHC 93.520/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, julgado em
12/02/2019, DJe 21/02/2019).

"HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO.


CONDENAÇÃO. VEDAÇÃO DO DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE. GRAVIDADE CONCRETA (...) 1. A circunstância de o Réu ter
respondido solto ao processo não obsta que lhe seja negado o apelo em
liberdade, quando a prisão preventiva é justificada em sua real
indispensabilidade. 2. Hipótese em que a custódia cautelar foi decretada
quando da condenação do Paciente à pena de 14 (quatorze) anos e 3 (três)
meses de reclusão, pela prática do crime de homicídio duplamente
qualificado, para o resguardo da ordem pública, em razão dos fundados
receios de renitência delitiva e da gravidade concreta do fato delituoso..."

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NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
(STJ, 6ª Turma, HC 436.631/CE, Rel. Ministra LAURITA VAZ, julgado em
06/11/2018, DJe 22/11/2018).

"AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE


RECURSO PRÓPRIO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. DIREITO DE
RECORRER EM LIBERDADE. PERMANÊNCIA DOS MOTIVOS
ENSEJADORES DA PRISÃO PREVENTIVA. (...) 2. Embora tenha sido
invocada a possibilidade de execução provisória da pena após a decisão do
Tribunal do Júri, foi ressaltado que a negativa de recorrer em liberdade
decorria da permanência dos motivos ensejadores da prisão preventiva
anteriormente decretada (...) 3. Assim, na esteira do entendimento do
julgamento das ADCs 43, 44 e 54 do STF, a prisão, antes de esgotados
todos os recursos cabíveis, apenas poderá ocorrer por decisão
individualizada, com a demonstração da existência dos requisitos para a
prisão preventiva, previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal,
como ocorreu no presente caso. 4. Este Superior Tribunal de Justiça possui
entendimento de que "inexiste ilegalidade na negativa do recurso em
liberdade ao réu que permaneceu preso durante a instrução criminal, se
persistem os motivos da prisão cautelar." (HC 245.975/MG, Relator Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, DJe 7/12/2012). 5. Agravo
regimental não provido." (STJ, 5ª Turma, AgRg no HC 543.435/MA, Rel.
Ministro RIBEIRO DANTAS, julgado em 10/12/2019, DJe 17/12/2019).

Portanto, estão presentes os requisitos fundamentais para a decretação da prisão do


paciente esculpidos no artigo 312 do Código de Processo Penal, de modo que
perfeitamente demonstrada a necessidade da segregação cautelar para se preservar a
ordem pública, vejo a impossibilidade de substituir a medida cautelar extrema por outra
menos invasiva, constante no artigo 319 do Código de Processo Penal.
De outro ângulo, sobre o princípio da presunção de inocência e os bons predicados
pessoais mencionados pela defesa, estes devem ser observados, não se olvidando,
no entanto, que preenchidos os requisitos para a prisão preventiva não ocorre violação
ao referido princípio se essa for decretada, mormente por não possuir caráter
condenatório, conforme Súmula 9 do Superior Tribunal de Justiça, verbis:
“2. Não fere o princípio da presunção de inocência e do duplo grau de
jurisdição a vedação do direito de recorrer em liberdade, se presentes os
motivos legalmente exigidos para a custódia cautelar. 3. Não há ilegalidade
quando a negativa do direito de recorrer solto está fundada na necessidade
de se acautelar a ordem pública, diante da reprovabilidade diferenciada da
conduta perpetrada. (…)” (STJ, 6ª Turma, HC 310.265/SP, Rel. Ministro
JORGE MUSSI, julgado em 24/02/2015, DJe 05/03/2015).

Ademais, verifica-se que não foi carreada documentação para comprovação dos bons
predicados pessoais, não fazendo jus, dessa forma, à imposição das medidas
previstas na Lei 12.403/11, em especial porque por si sós não fazem jus à liberdade se
presentes os elementos para a decretação da prisão preventiva.

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NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
Destarte, ante os fundamentos acima elencados, vê-se que o paciente não está
sofrendo constrangimento ilegal a ser amparado pelo presente writ.
Ao teor do exposto, acolhendo o parecer da douta Procuradoria-Geral de Justiça,
conheço da ordem impetrada, e a denego.
É como voto.
Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargador Nicomedes Borges


Relator
HABEAS CORPUS n° 5017834.07.2020.8.09.0000
Comarca : Águas Lindas de Goiás
Impetrantes : Herys David Barbosa e Daniel Francisco da Silva
Paciente : Gabriel Viana da Silva
Relator : Desembargador Nicomedes Borges

EMENTA: HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO.


SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. PRISÃO DETERMINADA PARA A
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA NÃO
CULPABILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO.
PREDICADOS PESSOAIS. NÃO COMPROVAÇÃO. 1) A circunstância de o
réu ter respondido solto ao processo não obsta que lhe seja negado o apelo
em liberdade, quando a prisão preventiva é justificada em sua real
indispensabilidade. 2) Hipótese em que a custódia cautelar foi decretada
quando da condenação do paciente à pena de 14 anos de reclusão, pela
prática do crime de homicídio duplamente qualificado, para o resguardo da
ordem pública, em razão dos fundados receios de renitência delitiva e da
gravidade concreta do fato delituoso, deve ser mantida a decisão que nega
ao réu o direito de recorrer em liberdade, posto que suficientemente
fundamentada. 3) Não fere o princípio da presunção de inocência a vedação
do direito de recorrer em liberdade, se presentes os motivos legalmente
exigidos para a custódia cautelar. 4) Condições pessoais favoráveis não têm
o condão de, isoladamente, desconstituir a prisão preventiva, máxime
quando não comprovados, quando há elementos hábeis que autorizam a
manutenção da medida extrema. 5) ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS N°


5017834.07.2020.8.09.0000 da Comarca de Águas Lindas de Goiás, tendo como
impetrante HERYS DAVID BARBOSA e DANIEL FRANCISCO DA SILVA e paciente

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NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
GABRIEL VIANA DA SILVA.
ACORDA, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes da 1ª
Câmara Criminal, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos e,
acolhendo o parecer ministerial, em conhecer da ordem impetrada e denega-lá,
conforme voto do relator.
Participaram do julgamento e votaram com o Relator os Desembargadores Ivo Fávaro,
Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos e J. Paganucci Jr, que também presidiu a
sessão e o Dr. Sival Guerra Pires Substituto do Desembargado Itaney Francisco
Campos.
Esteve presente à sessão de julgamento o nobre Procurador de Justiça Doutor
Aguinaldo Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargador Nicomedes Borges


Relator

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NR.PROCESSO: 5017834.07.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO.
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. PRISÃO DETERMINADA PARA A
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA NÃO
CULPABILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO.
PREDICADOS PESSOAIS. NÃO COMPROVAÇÃO. 1) A circunstância de o
réu ter respondido solto ao processo não obsta que lhe seja negado o apelo
em liberdade, quando a prisão preventiva é justificada em sua real
indispensabilidade. 2) Hipótese em que a custódia cautelar foi decretada
quando da condenação do paciente à pena de 14 anos de reclusão, pela
prática do crime de homicídio duplamente qualificado, para o resguardo da
ordem pública, em razão dos fundados receios de renitência delitiva e da
gravidade concreta do fato delituoso, deve ser mantida a decisão que nega
ao réu o direito de recorrer em liberdade, posto que suficientemente
fundamentada. 3) Não fere o princípio da presunção de inocência a vedação
do direito de recorrer em liberdade, se presentes os motivos legalmente
exigidos para a custódia cautelar. 4) Condições pessoais favoráveis não têm
o condão de, isoladamente, desconstituir a prisão preventiva, máxime
quando não comprovados, quando há elementos hábeis que autorizam a
manutenção da medida extrema. 5) ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


10:37:28

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5037557.12.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : PRBS
POLO PASSIVO : JP
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : PRBS


ADVG. PARTE : 36395 GO - PAULO ROBERTO BORGES DA SILVA

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


10:43:12

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5050670.33.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : LUCAS MORAIS SOUZA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUCAS MORAIS SOUZA


ADVGS. PARTE : 53344 GO - LETÍCIA GOMES PAIXÃO
52141 GO - LUCAS MORAIS SOUZA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
HABEAS CORPUS N° 5050670.33.2020.8.09.0000
Comarca : Caldas Novas
Impetrantes : Lucas Morais Souza e outra
Paciente : Bruno Lemos dos Santos
Relator : Desembargador Nicomedes Borges

RELATÓRIOeVOTO

Os advogados Lucas Morais Souza e Letícia Gomes Paixão, com fundamento no


artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, combinado com os artigos 647 e 648,
inciso VII do Código de Processo Penal, impetram ordem de Habeas Corpus, com
pedido liminar, em benefício de Bruno Lemos dos Santos, indicando como
autoridade coatora a MMª. Juíza de Direito em Substituição na 3ª Vara Criminal da
Comarca de Caldas Novas, Dra. Fábiola Fernanda Feitosa de Medeiros Pitangui.
Consta do pedido que o paciente foi preso em flagrante em 11 de julho de 2019,
convertida em preventiva, pela suposta prática dos crimes descritos no artigo 33,
caput da Lei 11.343/06 e artigo 180, caput do Código Penal, tráfico de drogas e
receptação, porque, por volta das 12h30min, na Rua 08-A, Qd. 19, Lt. 10, Lago das
Brisas, na cidade de Caldas Novas, tinha em depósito, com o coacusado Ronan
Magela da Silva, 342,5g (trezentos e quarenta e dois gramas e cinco decigramas) de
maconha, bem como mantinham uma bicicleta que seria produto de furto.
Sustentam os impetrantes que o paciente sofre constrangimento ilegal, porque, no
depoimento prestado pelo policial condutor do flagrante, foi localizado tão somente 01
(uma) porção de maconha, com peso de 0,5 decigramas e um cigarro de maconha,
com peso de 0,8 decigramas, sendo que a bicicleta e grande parte das drogas
apreendidas estavam no interior da residência do coinvestigado Ronan Magela da
Silva, que foi beneficiado com o direito de responder ao processo em liberdade no dia
17 de setembro de 2019.
Sustentam que o flagrante é nulo, por patente invasão do domicílio do paciente, uma
vez que não havia nenhum indício de que pudesse indicar que teria envolvimento com
o tráfico de drogas ou com qualquer outra atividade ilícita, pois as drogas estavam no
domicílio do coinvestigado Ronan Margela da Silva, não presentes os pressupostos do
artigo 302 do Código de Processo Penal.
Obtemperam que o paciente sofre constrangimento ilegal, pois segregado há mais de
200 (duzentos) dias, sem previsão para o fim da instrução e prolação de sentença,
patente o excesso de prazo, não persistindo mais os elementos que fundamentaram a
decretação da prisão preventiva, sendo que até o presente momento os autos se
encontram em fase de apresentação de resposta à acusação, ofendidos os princípios
da proporcionalidade, da dignidade humana e da razoável duração do processo,
fazendo jus a revogação do ergástulo.
Ressaltam que o Supremo Tribunal Federal, nos julgamentos das ADC 44 e 54,

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
assentou que o cidadão só poderá ser conduzido ao cárcere quando esvaído todas as
vias recursais.
Aventa que a decisão que converteu a prisão em flagrante em preventiva em audiência
de custódia (Evento 1: Arquivo 5), não contém fundamentação idônea, ausentes os
requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, não comprovada a necessidade
de se garantir a ordem pública, pela gravidade do crime, a instrução criminal e
assegurar a aplicação da lei penal, devendo ser estendido os efeitos da concessão da
liberdade em favor do corréu Ronan Magela da Silva, a teor do artigo 580 do Código
de Processo Penal, porque o paciente preenche todos os requisitos para responder ao
processo em liberdade, em razão de seus predicados pessoais favoráveis e da
presunção de inocência.
Ao final, requerem que seja concedida a ordem liminarmente, revogando-se a custódia
preventiva, expedindo-se alvará de soltura. Pugnam, ainda, pela intimação pessoal da
data da sessão de julgamento, para oferecerem sustentação oral.
A inicial foi instruída com os documentos encaminhados digitalmente (Evento 1).
A liminar foi indeferida (Evento 4). Solicitadas as informações, o magistrado prestou-as
(Evento 7).
A douta Procuradoria-Geral de Justiça, por seu representante, Dr. Abreu e Silva,
opinou pelo conhecimento e a denegação da ordem impetrada (Evento 10).
É o relatório.
Passo ao voto.
Trata-se de pedido de habeas corpus impetrado em favor de Bruno Lemos dos
Santos, visando a revogação da prisão preventiva por ausência de motivos para a
manutenção da segregação, aduzindo a nulidade do fragrante, porque violado o seu
domicílio, negando a traficância, bem como excesso de prazo para o fim da instrução,
indicando como autoridade coatora a MMª. Juíza de Direito em Substituição na 3ª Vara
Criminal da Comarca de Caldas Novas, Dra. Fábiola Fernanda Feitosa de Medeiros
Pitangui.
No que tange à propalada falta de provas da traficância, pela pequena quantidade
apreendida consigo, de logo, pondero que a ordem não deve ser conhecida nestas
partes.
É cediço que a via estreita do Habeas Corpus, por ter rito célere, é imprópria para a
dilação de provas quanto às efetivas circunstâncias que nortearam a prática da
infração penal, sendo inviável a discussão do mérito, uma vez que não comporta
questão que, para seu deslinde, demanda exame aprofundado do conjunto fático-
probatório, sendo peculiar ao processo de conhecimento.
A propósito, trago à colação aresto desta Corte de Justiça:
“ HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.
NEGATIVA DE AUTORIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA USO. AUSÊNCIA
DE FUNDAMENTAÇÃO. PREDICADOS PESSOAIS. PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA. 1 - Não cabe análise acerca da negativa de autoria ou
desclassificação para usuário, por ser questão que não pode ser dirimida na

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
via sumária do habeas corpus, em razão de demandar o reexame
aprofundado das provas colhidas no curso da instrução criminal. (…)”
(TJGO, 1ª Câmara Criminal, HABEAS-CORPUS nº 214864-
82.2013.8.09.0000, Rel. DES. J. PAGANUCCI JR., julgado em 11/07/2013,
DJe 1360 de 08/08/2013).

Não conheço da impetração nesta parte.


Em relação à alegação de que o paciente não se encontrava em situação flagrancial,
sendo, por isso, nulo o auto de prisão e, por conseguinte, ilegal a sua conversão em
preventiva sob violação de direito constitucional (Teoria do fruto da árvore
envenenada), porque seu domicílio foi arrombado pelos militares, ressalto que as
apreensões e a ação realizada pela Polícia se deram em um contexto de que
verificaram a presença de pessoas suspeitas de uma atuação relativa ao tráfico de
drogas, em especial porque já condenado pelo mesmo crime (autos nº
201800761516).
Ademais, verifica-se que o paciente foi preso em flagrante delito porque tinha em
depósito, contando com a colaboração do o coacusado Ronan Magela da Silva,
342,5g (trezentos e quarenta e dois gramas e cinco decigramas) de maconha, bem
como mantinham uma bicicleta que seria produto de furto, restando configurada,
portanto, a situação de flagrante próprio, conforme preceitua o artigo 302, inciso I, do
Código Processual Penal.
Caracterizada a hipótese de flagrante, prevista no artigo 302, incisos I, do Código de
Processo Penal, e encontrando-se o auto flagrancial revestido das formalidades legais,
descabe falar em vícios ou irregularidades aptos a determinar sua nulidade,
especialmente quando a prisão ocorreu em situação em que se registram fortes
indícios da prática dos crimes de tráfico de drogas.
Outrossim, é cediço que eventual ilegalidade na detenção flagrancial do paciente está
superada pela decretação de sua prisão preventiva, que é o novo título legitimador do
enclausuramento cautelar, na trilha da orientação do Superior Tribunal de Justiça:
“A pretensão de reconhecer a nulidade do flagrante resta superada quando
superveniente novo título a embasar a custódia cautelar, qual seja, o decreto
preventivo” (STJ, 5ª Turma, HC nº 447.846/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, DJ.
de 22/11/2018).

Esclareça-se que, no tocante a ilicitude decorrente do ingresso dos policiais na


residência do paciente, como se sabe, o crime de tráfico de drogas é de natureza
permanente, razão pela qual sua consumação se prolonga no tempo.
Assim, enquanto o agente possuir ou mantiver em depósito drogas no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa, estará em estado
flagrancial, o que permite que a prisão ocorra a qualquer tempo, independente de
mandado de busca e apreensão, desde que exista justa causa para o ingresso no
local.

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
Como as buscas realizadas na residência do paciente decorreram de fundados
motivos para a sua realização, não existe ilegalidade a ser proclamada, neste remédio
heroico, pois havia fundados elementos a demonstrar o estado de flagrância,
validando o ingresso na residência do paciente, nos termos do artigo 5º, inciso XI da
Constituição Federal.
Não é outro o entendimento desta Colenda Câmara:
"HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. POSSE ILEGAL DE
MUNIÇÃO. NEGATIVA DE AUTORIA. ILICITUDE DA PROVA. TORTURA.
INVASÃO DOMICILIAR. NULIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE.
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS.
NÃO CONHECIMENTO. PRISÃO PREVENTIVA. REQUISITOS DO ART.
312 DO CPP. 1- O habeas corpus não é a via adequada para análise de
matérias que exigem dilação probatória, mormente quando se tratam de
alegações desprovidas de prova pré-constituída. 2- Não há que se falar em
ilegalidade da prisão em flagrante, quando ocorrido dentro das situações
previstas no artigo 302, do CPP. Além disso, eventual irregularidade
decorrente da sua lavratura, fica superada com a superveniência de novo
título prisional que é a sua conversão em custódia preventiva. 3- Os delitos
de tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo são de natureza
permanente, cuja consumação se prolonga no tempo, de modo que a busca
domiciliar que culmina com a prisão em flagrante do acusado não constitui
ilegalidade, pois nesta circunstância, a teor do disposto no art. 5º, XI, da CF,
está autorizado o ingresso em domicílio alheio, ainda que sem mandado
judicial, bastando a existência de fundadas razões. Precedentes STF e
STJ..." (TJGO, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus 5514969-
22.2018.8.09.0000, Rel. JOSÉ PAGANUCCI JÚNIOR, julgado em
14/11/2018, DJe de 14/11/2018).

Em relação à aventada ausência de fundamentação na decisão que converteu a prisão


em flagrante em preventiva do paciente, durante audiência de custódia (Evento 1,
Arquivo 5), verifica-se que a autoridade impetrada assim se pronunciou, in verbis:
“(…) Cuida-se de comunicado em que se noticia a prisão em flagrante de Ronan Magela da
Silva e Brunno Lemos dos Santos, vulgo Negueba, ocorrida aos 11/07/2019, por
supostamente terem perpetrado os delitos previstos nos artigos 33, caput, e 35, caput, da Lei
11.343/06 e artigo 180, caput, do Código Penal.

Consta dos autos que a polícia militar recebeu denúncias de que o autuado Brunno
comercializava drogas no setor “Nordestino”. Após monitoramento no local, ficou constatado
movimentação típica de tráfico.

Ao efetuarem a abordagem, os policiais encontraram, na casa de Ronan, 13 (treze) porções


de maconha, com peso total de 342 g (trezentos e quarenta e duas gramas) e 01 (uma)
bicicleta, cor branca, quadro nº H0120111799, compatível com o objeto de furto descrito no
RAI nº 11100355, e, posteriormente, reconhecida pela vítima Wellington Rodrigues dos
Santos Júnior.

Questionado pelos milicianos, o autuado Ronan informou que 12 (doze) porções da droga
retromencionada, com peso total de 300 g (trezentas gramas), pertencia a Brunno,

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
cognominado Negueba, fato confirmado pelos policiais, após verificarem mensagens
telefônicas trocadas entre os autuados.

Ao se deslocarem para a casa de Brunno, os policiais encontraram 01 (uma) porção de


maconha, com peso total de 0,5 g (cinco decigramas), 01 (um) cigarro de maconha, no peso
total de 0,8 g (oito decigramas) e um celular, marca Samsung, modelo SM G610.

As informações sobre os antecedentes criminais foram acostadas às f. 29/30.

Vieram-me os autos conclusos (15/07/2019).

É o breve relato. DECIDO.

Com o advento da Lei Federal nº. 12. 403/11, ao receber o comunicado de prisão flagrancial,
o juiz dispõe basicamente de três caminhos: I - relaxa a prisão ilegal; II - converte a prisão em
flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III -
concede liberdade provisória, com ou sem fiança.

In casu, não vislumbro irregularidade no procedimento flagrancial. Ao contrário, a prisão foi


efetuada legalmente, configurando o flagrante previsto no artigo 302, II, do Código de
Processo Penal.

Constam do procedimento as advertências legais quanto aos direitos constitucionais dos


presos, inexistindo vícios formais ou materiais capazes de macular a peça de comunicação,
de modo que não há que se falar em relaxamento de prisão que só se dá na hipótese de
ilegalidade.

Pois bem.

Analisando os autos, tenho que as medidas cautelares diversas da prisão introduzidas no


ordenamento jurídico pela Lei 12.403/11 não se revelam adequadas ou suficientes para
garantir a efetividade do processo.

Por outro lado, fazem-se presentes as hipóteses autorizadoras da prisão preventiva,


estipuladas nos artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal com a alteração decorrente
da referida lei.

Para a infração penal supostamente cometida, o quantitativo da reprimenda ultrapassa o


patamar de 04 (quatro) anos sendo, pois, admitida a prisão preventiva com base no artigo
313, I, do código processual repressivo.

A prisão preventiva pressupõe a prova da materialidade delitiva, indícios de autoria (e não


prova inequívoca), bem como a presença de, pelo menos, um dos seguintes requisitos:
necessidade de garantir da ordem pública, de assegurar a aplicação da lei penal ou a
conveniência da instrução criminal.

No caso dos autos, o laudo de constatação provisório acostado à f. 26/28 e os depoimentos


colacionados demonstraram a materialidade do delito e indícios suficientes de autoria que
recaem sobre os autuados.

A necessidade de garantir a ordem pública justifica-se pela própria da infração penal em


referência, pois o tráfico ilícito de entorpecentes possui consequências gravíssimas, como a
proliferação das drogas, o aumento imensurável da violência e criminalidade em geral no

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
País, de modo que a liberdade dos suspeitos representa fundado perigo à sociedade em
geral, principalmente entre os jovens e as suas mazelas na sociedade.

Merece destaque o aumento significativo do número de processos envolvendo o tráfico ilícito


de drogas nesta cidade, que representa grande parcela da atividade criminal local, sem falar
naqueles feitos que decorrem da mercancia ilícita de entorpecentes, a exemplo dos delitos de
furto, que geralmente são perpetrados por usuários da substância viciosa que praticam
subtrações para sustentar o vício.

Desse modo, o trato judicial em relação aos crimes de tráfico de entorpecentes precisa ser
severo, obviamente respeitados os limites da legalidade, a fim de efetivamente coibir a sua
prática e minorar os efeitos devassadores que deles decorrem para a população
caldasnovense.

Devo acrescentar que embora o Supremo Tribunal Federal tenha declarado a


inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei 11.343/06 na parte em que proibia a concessão de
liberdade provisória nos crimes de tráfico, a mera presença de alguns predicados pessoais do
agente, a exemplo da residência fixa, atividade laboral lícita e primariedade, não obriga a
concessão do benefício legal ora pleiteado, principalmente quando, como no caso em
comento, se fazem presentes os requisitos e fundamentos da segregação cautelar, não
importando em ofensa ao princípio da presunção de inocência.

Ademais, a periculosidade social dos agentes restou plenamente evidenciada através das
próprias circunstâncias do delito, concretamente apuradas, em razão da quantidade de drogas
encontradas com os flagrados (vide termo de exibição e apreensão de f. 19), o que são
fatores indicativos de probabilidade concreta de continuidade no cometimento da referida
infração.

Além disso, o autuado Brunno Lemos dos Santos ostenta anotação em sua folha de
antecedentes criminais, por sua prática do crime de tráfico de drogas, perante o qual fora
condenado (autos nº 2018.0076.1516).

A manutenção da prisão dos flagrados justifica-se, por fim, para assegurar a futura aplicação
da lei penal, porquanto não há nenhum elemento que indique que os mesmos permanecerão
no distrito da culpa se forem colocados em liberdade, mormente por não possuírem raízes
nesta cidade, o que pode representar embaraços à instrução do processo.

Além disso, a imprescindibilidade da instrução criminal também precisa ser invocada, com o
objetivo de preservar a prova processual, garantindo sua regular aquisição, conservação e
veracidade, imune a qualquer possível ingerência por parte dos investigados.

ANTE O EXPOSTO:

a) HOMOLOGO o auto de prisão em flagrante.

b) havendo prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, bem como


presentes os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, para garantia da ordem
pública, da aplicação da lei penal e conveniência da instrução processual, para acautelar o
meio social e resguardar a efetividade do processo penal, hei por bem, com amparo no artigo
310, inciso II, do Código de Processo Penal, converter a prisão flagrancial de RONAN
MAGELA DA SILVA e BRUNNO LEMOS DOS SANTOS em preventiva."

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
Apreciando a decisão proferida, verifica-se que se encontra fundamentada na garantia
da ordem pública e da instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal e em
razão da inadequação de outras medidas cautelares, e justifica fundamentadamente a
necessidade concreta de se manter a segregação do paciente se valendo da
gravidade delitiva, tráfico de drogas (342,5g de maconha) e receptação, além do
modus operandi do acusado, indicativos da traficância, com a colaboração do
coinvestigado Ronan Magela da Silva, e para acautelar o meio social, porque possuiu
outra condenação pelo mesmo crime (Arquivo 1: 14_proc.parte14.pdf), preenchendo
todos os requisitos legais necessários.
Esclareça-se que os paradigmas do Supremo Tribunal Federal, nos julgamentos das
ADC 44 e 54, não possuem nenhuma correlação com as hipóteses de prisões devido a
incidentes cautelares (flagrante, temporária, preventiva), se tratando de possibilidade
de execução provisória de pena imposta em sentença condenatória.
A meu ver, não evidenciada ilegalidade a reclamar a sua desconstituição,
compatibilizada a decisão com os artigos 5º, inciso LXI, e 93, inciso IX, da Constituição
Federal, e artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal.
Ademais, o pressuposto da ordem pública é a hipótese de interpretação mais extensa
da análise da prisão preventiva, porque a gravidade concreta do crime, bem como a
patente reiteração criminosa, respaldam a prisão preventiva.
Nesse sentido, tem decidido esta Colenda Câmara:
“HABEAS CORPUS. PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO. TRÁFICO ILÍCITO
DE ENTORPECENTES. (...) AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DAS
DECISÕES. PREDICADOS PESSOAIS. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA. REGIME MAIS BRANDO OU SUBSTITUIÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. (...) 2-
Desmerecem alterações as decisões que, analisando os elementos dos
autos, converte a prisão flagrancial em preventiva e indefere pedido de
revogação da custódia, tendo em conta os requisitos da prisão
preventiva, especialmente a garantia da ordem pública, em razão da
natureza e significativas quantidades das substâncias entorpecentes
apreendidas em poder do paciente, o que conciliado com a apreensão
de uma balança de precisão (...), indicam sua periculosidade, não
havendo que se falar em conflito entre as decisões atacadas e o
princípio constitucional da presunção de inocência. (…) 5- Ordem
denegada.” (TJGO, 1ª CÂMARA CRIMINAL, HABEAS-CORPUS nº 128698-
13.2014.8.09.0000, Rel. DES. J. PAGANUCCI JR., julgado em 13/05/2014,
DJe 1554 de 02/06/2014).

“ HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. DECISÃO QUE


INDEFERIU O PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.
CARÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SEGREGAÇÃO
JUSTIFICADA E NECESSÁRIA. PREDICADOS PESSOAIS FAVORÁVEIS.
INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 44 DA LEI ANTIDROGAS.
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. NÃO OCORRÊNCIA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1- Estando a

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decisão combatida calcada em fundamento concreto em face do
comprovado risco à ordem pública, consubstanciado pela gravidade
concreta do delito evidenciado pela grande quantidade e diversidade
de drogas apreendidas, não se há falar em constrangimento ilegal a ser
sanado pela via mandamental. 2- As condições pessoais favoráveis,
mesmo quando comprovadas, por si mesmas, não garantem eventual direito
em responder ao processo em liberdade, sobretudo se a prisão faz-se
necessária para a garantia da ordem pública. 3- Apesar de o Supremo
Tribunal Federal considerar que a vedação legal à liberdade provisória é
inconstitucional, admite a manutenção da custódia do paciente se presentes
os requisitos autorizadores da prisão preventiva. 4- Não há que se falar em
ofensa aos princípios da presunção de inocência, do devido processo legal e
da dignidade da pessoa humana, pois o inciso LXI do artigo 5º da
Constituição Federal permite a possibilidade de prisão por ordem escrita e
fundamentada da autoridade competente, requisito implementado no caso.
ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.” (TJGO, 1ª CÂMARA CRIMINAL,
HABEAS-CORPUS nº 123921-82.2014.8.09.0000, de minha relatoria,
julgado em 01/07/2014, DJe 1587 de 18/07/2014).

E por ser corolário dessa minha convicção, no sentido de que a segregação provisória
do paciente é o instrumento imprescindível para se preservar a ordem pública do
possível cometimento de novas ações delituosas por parte do custodiado, é que vejo a
impossibilidade de substituir a medida cautelar extrema por outra menos invasiva,
constante no artigo 319 do Código de Processo Penal.
De outro ângulo, o princípio da presunção de inocência mencionado pela defesa deve
ser observado, não se olvidando, no entanto, que preenchidos os requisitos para a
prisão preventiva não ocorre violação ao referido princípio se essa for decretada,
mormente por não possuir caráter condenatório, conforme Súmula 9 do Superior
Tribunal de Justiça e julgados desta Colenda Câmara, verbis:
“ HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA.
FUNDAMENTAÇÃO NOS REQUISITOS DO ART. 312, DO CPP.
INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. Não há falar em
arbitrariedade ou excesso na segregação, se mantida por se encontrarem
presentes requisitos da prisão preventiva, quais sejam, garantia da ordem
pública, conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da
lei penal, inexistindo ofensa ao princípio da presunção de inocência.
ORDEM INDEFERIDA.” (TJGO, 1ª CÂMARA CRIMINAL, HABEAS-
CORPUS nº 76267-36.2013.8.09.0000, Rel. DES. ITANEY FRANCISCO
CAMPOS, julgado em 04/04/2013, DJe 1286 de 18/04/2013).

Outrossim, o impetrante não comprovou a presença de bons predicados pessoais,


apresentando tão somente documentos pessoais e comprovante de endereço em
nome de terceiro, portanto, não comprovou o exercício de atividade laboral lícita e os
bons antecedentes, em especial pela existência de condenação com crime do mesmo
jaez, não fazendo jus, dessa forma, a imposição das medidas previstas na Lei

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12.403/11:
“HABEAS CORPUS. CRIMES DE TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.
INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA CONSTRIÇÃO
CAUTELAR. DECISÃO FUNDAMENTADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
NÃO CARACTERIZADO. (…) BONS PREDICADOS. REINCIDÊNCIA
DEMONSTRADA. 3 - Bons predicados pessoais, por si sós, não ensejam a
liberdade provisória, mesmo porque, o paciente é reincidente. (…) 5-
ORDEM CONHECIDA E DENEGADA” (TJGO, 1ª CÂMARA CRIMINAL,
HABEAS-CORPUS nº 372973-63.2014.8.09.0000, Rel. DES. AVELIRDES
ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS, julgado em 11/11/2014, DJe 1676 de
24/11/2014).

Sobre o propalado excesso de prazo, sobreleva destacar que, segundo jurisprudência


consolidada por este Tribunal, o prazo de duração razoável das ações penais
processualizadas para a formação da culpa nos crimes de tráfico de drogas é de 124
(cento e vinte e quatro) dias, podendo ser prorrogado por mais 60 (sessenta) dias,
totalizando 184 (cento e oitenta e quatro) dias quando houver exame de dependência
toxicológica, e para os crimes punidos mediante processos de rito ordinário, como é a
receptação, estando o réu preso, é de 148 (cento e quarenta e oito) dias, consoante
estabelecido no Ofício Circular nº 042/2011/ASSJ, item I, atendendo recomendação da
Corregedoria Nacional de Justiça (Ofício Circular nº 008/DMF).
Nesses casos, a transposição de prazo não leva, imediata e automaticamente, ao
reconhecimento de constrangimento ilegal na formação da culpa, mas deve ser
analisada à luz do princípio da razoabilidade, ponderação a ser concretizada com o
andamento do feito, a sua regularidade, o implemento dos atos processuais,
evidenciando a realização dentro de espaço temporal que não surja como de absurda
aceitação.
Esclareça-se que, o paciente e o corréu deram causa ao excedimento.
Dos informes da autoridade impetrada, extrai-se que os fatos apurados envolvem
vários crimes, com corréu possuindo defensor diverso, sendo a denúncia recebida em
28/08/2019 (Evento 1, Arquivo 5).
Ambos foram citados em 10/09/2019 (Evento 1, Arquivo 4: 17_proc.parte17.pdf). O
corréu Renan Magela requereu a nomeação de advogado dativo. A defensora
nomeada ao corréu Renan Magela, intimada em 01/10/2019 para apresentar defesa
(Evento 1, Arquivo 2: 15_proc.parte15.pdf), somente o fez 09/01/2020 (Evento 1,
Arquivo 5 : 18_proc.parte18.pdf).
Nesse ínterim, o paciente, quando citado, informou não ter interesse em nomeação de
defensor. Como ficou inerte na apresentação de sua defesa preliminar, a magistrada
nomeou o impetrante para apresentar resposta à acusação em 20/01/2020 (Evento 1,
Arquivo 6 : 19_proc.parte19.pdf), ofertado a peça defensiva em 29/01/2020 (Evento 7).
Diante disso, na hipótese vertente, o pedido não pode ser acolhido, tendo em conta
que se procrastinação existe, não é somente por parte da máquina judiciária, uma vez
que o paciente e a defesa do corréu colaboraram para a delonga na tramitação dos

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
autos.
Portanto, apesar do excedimento, incide, in casu, a Súmula 64 do Superior Tribunal de
Justiça, encontrando-se justificada a vulneração temporal, conforme entendimento
desta Colenda Câmara, verbis:
“(...) 2- É aplicável o princípio da razoabilidade quanto ao excesso de prazo,
em razão da complexidade do feito, com pluralidade de processados e
necessidade de expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas,
inclusive, arroladas pela defesa, justificando o retardo na marcha
processual. 3- A manutenção da segregação cautelar não fere o princípio
constitucional da dignidade da pessoa humana quando presentes os
requisitos ensejadores da medida, nos termos do artigo 5º, inciso LXI, da
Constituição Federal. 4- Ordem conhecida e denegada.” (TJGO, 1ª
CÂMARA CRIMINAL, HABEAS-CORPUS Nº11651-47.2016.8.09.0000, Rel.
DES. J. PAGANUCCI JR., julgado em 04/02/2016, DJe 1984 de
08/03/2016).

Ante os fundamentos acima elencados, vê-se que o paciente não está sofrendo, por
enquanto, constrangimento ilegal a ser amparado pelo presente writ.
Ao teor do exposto, acolhendo em parte o parecer da douta Procuradoria-Geral de
Justiça, conheço parcialmente da ordem impetrada e, na parte conhecida, a denego.
É como voto.
Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.
Desembargador Nicomedes Borges
Relator
HABEAS CORPUS N° 5050670.33.2020.8.09.0000
Comarca : Caldas Novas
Impetrantes : Lucas Morais Souza e outra
Paciente : Bruno Lemos dos Santos
Relator : Desembargador Nicomedes Borges

EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO EM


FLAGRANTE CONVERTIDA EM PREVENTIVA. NULIDADE. AUSÊNCIA
DO ESTADO DE FLAGRÂNCIA. VIOLAÇÃO DOMICÍLIO. OBTENÇÃO DE
PROVAS ILÍCITAS. CUSTÓDIA CONVERTIDA EM PREVENTIVA.
REVOGAÇÃO. CONCESSÃO DE MEDIDAS CAUTELARES. NEGA.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
FUNDAMENTAÇÃO. SUFICIÊNCIA. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
PREDICADOS PESSOAIS. NÃO COMPROVAÇÃO.. 1) Se a apreensão
policial foi realizada em contexto de flagrância delitiva, uma vez que a
infração tipificada no artigo 33 da Lei 11.343/06, quanto ao núcleo verbal
manter em depósito, é de natureza permanente, e a própria Constituição
Federal autoriza (artigo 5º, inciso XI) o adentramento domiciliar sem
mandado judicial nos casos de flagrante delito, além de os elementos de
convicção coletados na fase investigatória darem conta da existência de
justa causa autorizadora da entrada do Estado na casa do paciente, não se
há de cogitar de nulidade da detenção flagrancial, em especial se a custódia
já foi convertida em preventiva. 2) Não há que se falar em ilegalidade da
prisão em flagrante, quando ocorrido dentro das situações previstas no
artigo 302 do Código de Processo Penal. 3) Mantém-se a prisão, afastando-
se a alegação de ilegalidade do constrangimento, se demonstradas, por
situações objetivas e concretas, a necessidade de preservar o equilíbrio da
ordem pública, acautelar o meio social, tendo em vista a gravidade do crime
pelo modus operandi, tráfico de drogas (45,013g de cocaína), e a
possibilidade de reiteração, uma vez que foi encontrada balança de
precisão, além de possui outras ações penais em curso pelo mesmo crime
em duas comarcas diversas, notoriamente causadores de instabilidade no
meio social. 4) Não há que se falar em ofensa ao Princípio da Presunção de
Inocência, pois o inciso LXI do artigo 5º da Constituição Federal, permite a
possibilidade de prisão por ordem escrita e fundamentada da autoridade
competente, requisito implementado no caso. 5) Não comprovadas a
condições pessoais favoráveis, não faz jus o paciente à imposição de
medidas cautelares diversas da prisão, quando a medida constritiva se
mostra em estrita observância dos requisitos listados no artigo 312 do
Código de Processo Penal. 6) ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E
DENEGADA.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS N°


5050670.33.2020.8.09.0000 da Comarca de Caldas Novas, tendo como impetrantes
LUCAS MORAIS SOUZA E OUTRA e paciente BRUNO LEMOS DOS SANTOS.
ACORDA, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pelos integrantes da 1ª
Câmara Criminal, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade de votos e,
acolhendo em parte o parecer ministerial, em conhecer em parte do pedido e nessa
extensão, denegá-la conforme voto do relator.
Participaram do julgamento e votaram com o Relator os Desembargadores Ivo Fávaro,
Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos e J. Paganucci Jr, que também presidiu a
sessão e o Dr. Sival Guerra Pires Substituto do Desembargado Itaney Francisco
Campos.
Esteve presente à sessão de julgamento o nobre Procurador de Justiça Doutor
Aguinaldo Bezerra Lino Tocantins.

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargador Nicomedes Borges


Relator

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000

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NR.PROCESSO: 5050670.33.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO EM
FLAGRANTE CONVERTIDA EM PREVENTIVA. NULIDADE. AUSÊNCIA
DO ESTADO DE FLAGRÂNCIA. VIOLAÇÃO DOMICÍLIO. OBTENÇÃO DE
PROVAS ILÍCITAS. CUSTÓDIA CONVERTIDA EM PREVENTIVA.
REVOGAÇÃO. CONCESSÃO DE MEDIDAS CAUTELARES. NEGA.
FUNDAMENTAÇÃO. SUFICIÊNCIA. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
PREDICADOS PESSOAIS. NÃO COMPROVAÇÃO.. 1) Se a apreensão
policial foi realizada em contexto de flagrância delitiva, uma vez que a
infração tipificada no artigo 33 da Lei 11.343/06, quanto ao núcleo verbal
manter em depósito, é de natureza permanente, e a própria Constituição
Federal autoriza (artigo 5º, inciso XI) o adentramento domiciliar sem
mandado judicial nos casos de flagrante delito, além de os elementos de
convicção coletados na fase investigatória darem conta da existência de
justa causa autorizadora da entrada do Estado na casa do paciente, não se
há de cogitar de nulidade da detenção flagrancial, em especial se a custódia
já foi convertida em preventiva. 2) Não há que se falar em ilegalidade da
prisão em flagrante, quando ocorrido dentro das situações previstas no
artigo 302 do Código de Processo Penal. 3) Mantém-se a prisão, afastando-
se a alegação de ilegalidade do constrangimento, se demonstradas, por
situações objetivas e concretas, a necessidade de preservar o equilíbrio da
ordem pública, acautelar o meio social, tendo em vista a gravidade do crime
pelo modus operandi, tráfico de drogas (45,013g de cocaína), e a
possibilidade de reiteração, uma vez que foi encontrada balança de
precisão, além de possui outras ações penais em curso pelo mesmo crime
em duas comarcas diversas, notoriamente causadores de instabilidade no
meio social. 4) Não há que se falar em ofensa ao Princípio da Presunção de
Inocência, pois o inciso LXI do artigo 5º da Constituição Federal, permite a
possibilidade de prisão por ordem escrita e fundamentada da autoridade
competente, requisito implementado no caso. 5) Não comprovadas a
condições pessoais favoráveis, não faz jus o paciente à imposição de
medidas cautelares diversas da prisão, quando a medida constritiva se
mostra em estrita observância dos requisitos listados no artigo 312 do
Código de Processo Penal. 6) ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E
DENEGADA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


10:45:18

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5053938.95.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : LMV
POLO PASSIVO : JCP
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : LMV


ADVG. PARTE : 43978 GO - LEONARDO MAGALHAES VALENTE

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão - Data da Movimentação 19/02/2020 10:30:09

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5055748.08.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : THIAGO HUASCAR SANTANA VIDAL
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : THIAGO HUASCAR SANTANA VIDAL


ADVG. PARTE : 37292 GO - THIAGO HUASCAR SANTANA VIDAL

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5055748.08.2020.8.09.0000
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Ivo Favaro

IMPETRANTE : THIAGO HUASCAR SANTANA VIDAL


PACIENTE : CLÁUDIA DE FARIA
RELATOR : DES. IVO FAVARO

DECISÃO MONOCRÁTICA

Pede-se ordem liberatória de Cláudia de Faria, presa em flagrante no dia


15.01.2020, com conversão em preventiva, pela suposta conduta do artigo 33 da Lei
11.343, por manter em depósito em sua residência 505 g (quinhentos e cinco gramas)
de cocaína, além de utensílios com resquícios de droga. Apontada autoridade coatora
o Juiz de Direito da 9ª Vara Criminal da Capital.

Afirma que a droga pertencia ao seu filho Diego, tanto que sequer foi
indiciada; alega ausência dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal,
com destaque que a paciente tem bons predicados pessoais e não tem intenção de se
furtar à aplicação da lei penal.

Pleiteia liminar e, no mérito, a concessão definitiva ou aplicação de medidas


cautelares.

Juntou documentos.

Liminar indeferida (evento 04).

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NR.PROCESSO: 5055748.08.2020.8.09.0000
Informações prestadas pela autoridade coatora (evento 07).

A Procuradoria-Geral de Justiça opina pela prejudicialidade, em razão da


perda do objeto (evento 10).

É o relatório.

Decido.

Tem-se das informações da autoridade coatora, que após manifestação do


Ministério Público, determinou o arquivamento do feito em relação a paciente e
determinou a imediata expedição de alvará de soltura.

Desse modo, superada a ilegalidade apontada na impetração, fica prejudicado


o pedido (arts. 659 do CPP e 195 do RITJGO).

Ante o exposto, julgo prejudicado o pedido pela perda do objeto.

Intime-se.

Após as anotações de estilo, arquivem-se os autos com baixa na distribuição.

Des. Ivo Favaro


Relator

10

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:06:45

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5050418.30.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : GEORGE SANTOS PEREIRA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : GEORGE SANTOS PEREIRA


ADVG. PARTE : 49052 GO - GEORGE SANTOS PEREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5050418.30.2020.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5050418.30.2020.8.09.0000

COMARCA DE MINEIROS

IMPETRANTE GEORGE SANTOS PEREIRA

PACIENTE WELLINGTON GUILHERME PEREIRA NUNES

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

DESPACHO

GEORGE SANTOS PEREIRA, advogado inscrito na OAB/GO sob o nº 49.052, impetra a presente ordem de
habeas corpus liberatória, com pedido de apreciação em caráter liminar, em proveito de WELLINGTON GUILHERME
PEREIRA NUNES, sob a alegação de que está sofrendo constrangimento ilegal por ato do juízo criminal da Comarca de
Mineiros.

Ponha-se este processo em mesa para julgamento.

Intime-se o advogado George Santos Pereira (OAB/GO n. 49.052 ) para, querendo, sustentar
oralmente suas razões.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

8 - RDF

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:53:28

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5670982.15.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : RFF
POLO PASSIVO : JP
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : RFF


ADVGS. PARTE : 33000 GO - ROMERO FERRAZ FILHO
15314 GO - LUIS ALEXANDRE RASSI
49271 GO - GERMANA RASSI FERREIRA
54229 GO - REGINA FERREIRA GUIMARÃES
51071 GO - GABRIEL DE SOUSA VEIGA JARDIM

PARTE INTIMADA : LAR


ADVGS. PARTE : 49271 GO - GERMANA RASSI FERREIRA
54229 GO - REGINA FERREIRA GUIMARÃES
51071 GO - GABRIEL DE SOUSA VEIGA JARDIM
33000 GO - ROMERO FERRAZ FILHO
15314 GO - LUIS ALEXANDRE RASSI

PARTE INTIMADA : GSVJ


ADVGS. PARTE : 49271 GO - GERMANA RASSI FERREIRA
33000 GO - ROMERO FERRAZ FILHO
54229 GO - REGINA FERREIRA GUIMARÃES
51071 GO - GABRIEL DE SOUSA VEIGA JARDIM
15314 GO - LUIS ALEXANDRE RASSI

PARTE INTIMADA : GRF


ADVGS. PARTE : 54229 GO - REGINA FERREIRA GUIMARÃES
51071 GO - GABRIEL DE SOUSA VEIGA JARDIM
49271 GO - GERMANA RASSI FERREIRA
33000 GO - ROMERO FERRAZ FILHO
15314 GO - LUIS ALEXANDRE RASSI

PARTE INTIMADA : ETC


ADVGS. PARTE : 54229 GO - REGINA FERREIRA GUIMARÃES
33000 GO - ROMERO FERRAZ FILHO
15314 GO - LUIS ALEXANDRE RASSI
49271 GO - GERMANA RASSI FERREIRA
51071 GO - GABRIEL DE SOUSA VEIGA JARDIM

PARTE INTIMADA : DAC


ADVGS. PARTE : 33000 GO - ROMERO FERRAZ FILHO

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

54229 GO - REGINA FERREIRA GUIMARÃES


49271 GO - GERMANA RASSI FERREIRA
51071 GO - GABRIEL DE SOUSA VEIGA JARDIM
15314 GO - LUIS ALEXANDRE RASSI

PARTE INTIMADA : RFG


ADVGS. PARTE : 54229 GO - REGINA FERREIRA GUIMARÃES
51071 GO - GABRIEL DE SOUSA VEIGA JARDIM
49271 GO - GERMANA RASSI FERREIRA
15314 GO - LUIS ALEXANDRE RASSI
33000 GO - ROMERO FERRAZ FILHO

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 17:20:48

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5083129.88.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : GILBERTO ORTIZ DA CRUZ
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PÚBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : WILLIAN GONÇALVES DIAS


ADVG. PARTE : 30129 GO - GILBERTO ORTIZ DA CRUZ

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5083129.88.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador J. Paganucci Jr.

HABEAS CORPUS

Número : 5083129.88.2020.8.09.0000

Comarca : GOIÂNIA

Impetrante : GILBERTO ORTIZ DA CRUZ

Paciente : WILLIAN GONÇALVES DIAS

Relator : DES. J. PAGANUCCI JR.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de habeas corpus liberatório, com pedido expresso de liminar, impetrado pelo
advogado GILBERTO ORTIZ DA CRUZ com fundamento nos artigos 5º, inciso LXVIII, da
Constituição Federal, e 648, inciso II, do Código de Processo Penal, em benefício de WILLIAN
GONÇALVES DIAS, devidamente qualificado, indicando como autoridade coatora o juízo da 10ª
Vara Criminal da comarca de Goiânia.

Extrai-se da peça preambular que o paciente foi preso em flagrante, no dia 12/02/2020,
por suposta prática do crime previsto no artigo 33, caput, da Lei 11.343/06.

O impetrante consigna que a fundamentação disposta na decisão decretadora da


prisão preventiva é inidônea, pois alheia aos requisitos previstos no artigo 312, do Código de
Processo Penal, e embasada no artigo 44, da lei de drogas, cuja inconstitucionalidade foi
reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal.

Elenca os predicados pessoais do paciente, destacadamente, primariedade, bons


antecedentes, ocupação lícita e residência fixa.

Invoca o princípio da presunção de inocência.

Ao final, requer a concessão da ordem liminar de habeas corpus para revogar a prisão
preventiva, expedindo-se o respectivo alvará de soltura em favor do paciente, e a sua
confirmação na análise de mérito.

Junta documentos (movimentação 01).

Relatado.

Decide-se.

Inicialmente, convém destacar que o Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, por

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5083129.88.2020.8.09.0000
meio da emenda regimental 01, de 14/05/2014, deu nova redação ao artigo 235, I, do RITJGO,
passando a dispor que o relator poderá “indeferir liminarmente a petição inicial quando
manifestamente inadmissível, não preencher os requisitos exigidos ou não estiver instruída com
os documentos indispensáveis”.

De acordo com o artigo 660, § 2º, do Código de Processo Penal, incumbe ao impetrante
instruir a petição de habeas corpus com os documentos necessários a evidenciar a ilegalidade da
coação imposta à paciente, devendo a prova ser produzida antecipadamente, não se admitindo
posterior instrução.

Na espécie, o impetrante não se desincumbiu do encargo processual de instruir o pleito


mandamental completamente, porquanto não juntou cópia integral da decisão decretadora da
medida extrema (movimentação 01, arquivo 03), o que inviabiliza a análise da gravidade da
conduta, em tese, praticada e da arguida ilegalidade da medida extrema.

Como se sabe, a via estreita do writ não admite dilação probatória, reclamando prova
pré-constituída acerca da ilegalidade da prisão antecipada a que submetido o paciente,
principalmente os documentos que a materializam, cuja ausência acarreta o não conhecimento do
pedido.

Diante do exposto, por não estar suficientemente instruída, INDEFIRO liminarmente a


petição inicial, com base nos artigos 175, inciso XII, e 235, inciso I, ambos do Regimento Interno
do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Após o trânsito em julgado, arquive-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. J. PAGANUCCI JR.


RELATOR

FOX

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 14:40:31

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5057051.57.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Execução Penal
POLO ATIVO : SANDERLAN GOMES BATISTA
POLO PASSIVO : MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SANDERLAN GOMES BATISTA


ADVG. PARTE : 34198 GO - KASSIO COSTA DO NASCIMENTO SILVA

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


16:27:58

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5015135.43.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : ÍTALO MACIEL MAGALHÃES
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ÍTALO MACIEL MAGALHÃES


ADVG. PARTE : 12194 DF - SANDRO ARAUJO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5015135.43.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador J. Paganucci Jr.

HABEAS CORPUS

Número : 5015135.43.2020.8.09.0000

Comarca : SENADOR CANEGO

Impetrantes : ÍTALO MACIEL MAGALHÃES e SANDRO ARAÚJO

Paciente : VIVIANE DE SOUZA MORGADO

DESPACHO

Considerando o pleito do advogado Sandro Araújo de gravação em áudio ou vídeo da


sessão realizada no dia 04 de fevereiro de 2020, defiro-o, com a ressalva de que somente serão
disponibilizados a sustentação oral do causídico e o julgamento do habeas corpus
5015135.43.2020.8.09.0000, para resguardar o direito de outras partes, diante do julgamento de
processos que correm em segredo de justiça.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

DES. J. PAGANUCCI JR.


PRESIDENTE DA 1ª CÂMARA CRIMINAL

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


19/02/2020 14:16:05

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5044672.84.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : PCMN
POLO PASSIVO : ESDJDVCCIG
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : PCMN


ADVG. PARTE : 31794 GO - PEDRO CORREA MENDES NETO

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


15:36:11

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5009609.95.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : ITAMAR DE MORAES CARDOSO
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ITAMAR DE MORAES CARDOSO


ADVG. PARTE : 54144 GO - ITAMAR DE MORAES CARDOSO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Gabinete da Desembargadora Averlirdes Almeida Pinheiro de Lemos

HABEAS CORPUS Nº 5009609.95.2020.8.09.0000

COMARCA DE RIO VERDE

IMPETRANTE:ITAMAR DE MORAES CARDOSO

PACIENTE:THIAGO DA SILVA

RELATORA:Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de ordem liberatória de Habeas Corpus, com pedido de liminar, impetrada pelo
advogado Itamar de Moraes Cardoso, inscrito na OAB/GO sob o nº 54.144, em favor de THIAGO
DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, com fundamento nos artigos 647 e 648, ambos
do Código de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, ao argumento
de que o paciente está sofrendo constrangimento ilegal, apontando como autoridade coatora o
Juiz do Juizado da Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Rio Verde-GO.

Extrai-se dos autos que o paciente foi preso em razão de mandado de prisão
decorrente do descumprimento de medidas protetivas concedidas nos autos de ação penal no
âmbito da violência doméstica, sendo mantida a prisão em audiência de custódia realizada no dia
23.12.2019.

Sustenta que o paciente tinha ciência da ordem judicial (impedimento de se aproximar


da vítima), porém foi a vítima quem implorou para que o mesmo comparecesse em sua residência
para que a mesma registrasse seu filho, por isso não há que se falar em descumprimento de
medida protetiva.

Aduz que o paciente é de boa índole, trabalhador, religioso, com residência fixa e não
oferece nenhum risco à ordem pública e que não estão presentes os requisitos da prisão
preventiva (artigo 312 do Código de Processo Penal).

Afirma que o paciente tem emprego lícito, é primário, nunca tendo desviado seu caráter
e comportamento para a vertente criminosa, tratando-se de inverdades, em que a suposta vítima
pretende prejudicar o paciente.

Alega que a prisão decretada fere o princípio da proporcionalidade, uma vez que é mais
gravosa que eventual sentença condenatória e regime a ser fixado.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
Ao final, pretende a concessão do presente mandamus, em sede de liminar, a fim de
que seja revogada a prisão preventiva do paciente e substituída por cautelares diversas da
prisão, com a consequente expedição do Alvará de Soltura em seu favor.

O pedido veio instruído com os documentos do evento 01 e 03.

Pleito liminar indeferido, conforme se vê da decisão inserida no evento nº 05.

Instada, a autoridade acoimada coatora prestou os devidos informes (evento nº 08).

A douta Procuradoria Geral de Justiça, em parecer da lavra da Dra. Zoélia Antunes


Vieira, manifestou-se pelo conhecimento e denegação da ordem impetrada (evento nº 11).

É O RELATÓRIO.

PASSA-SE AO VOTO.

Conforme visto, por intermédio da presente ação constitucional, o impetrante objetiva a


restituição da liberdade do paciente THIAGO DA SILVA, ao argumento de que não descumpriu as
medidas protetivas impostas, ausência de fundamentação da decisão que decretou a prisão
preventiva e a que indeferiu o pedido de revogação, porque ausentes os requisitos do artigo 312,
do Código de Processo Penal, por ser o paciente portador de bons predicados pessoais e afronta
ao Princípio da Proporcionalidade.

Do não descumprimento das medidas protetivas.

Não obstante as alegações do impetrante, tem-se que a alegação de que o paciente


não descumpriu as medidas protetivas porque sua intenção, ao aproximar-se da vítima, teria sido
a pedido desta para registro do filho de ambos, inviável seu conhecimento, pois a sua acolhida
importa, necessariamente, no amplo e aprofundado exame do conjunto fático-probatório,
procedimento que sabidamente é vedado em sede de Habeas Corpus, caracterizado pelo rito
célere e cognição sumária.

A propósito, confira-se:

“HABEAS CORPUS. (…) NEGATIVA DE AUTORIA. NÃO


CONHECIMENTO. (...) 1) Em sede de "Habeas Corpus"
não é possível a discussão aprofundada acerca da autoria
do crime imputado, posto que tal análise demanda amplo
exame do conjunto fático probatório, tratando-se, portanto,
de matéria que ultrapassa os estreitos limites do "Writ"
constitucional, o que importa no não conhecimento da
ação mandamental nesse ponto. (...) ORDEM
PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA EXTENSÃO,
DENEGADA.” (TJGO, Habeas Corpus 5395348-
31.2018.8.09.0000, Rel. NICOMEDES DOMINGOS
BORGES, 1ª Câmara Criminal, julgado em 21/09/2018,
DJe de 21/09/2018) Grifou-se.

Da desfundamentação da decisão que decretou a prisão preventiva e da que indeferiu o


pedido de revogação.

Quanto à alegação de ausência de fundamentação idônea da decisão que decretou a


custódia preventiva e da que indeferiu o pedido de revogação, ressai dos autos que fora imposta

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
a prisão cautelar, tendo em vista o descumprimento de medidas protetivas anteriormente
aplicadas. In verbis:

““(…) Omissis. Primeiramente, insta ressaltar que a prisão


preventiva é uma medida cautelar processual e tem por
fundamentos as hipóteses elencadas no art. 312 do
Código de Processo Penal. Senão, vejamos: (…) Exige o
sistema normativo processual a prova da existência do
crime e indícios suficientes de que o representado seja o
autor do fato delituoso (art. 312 do CPP, 2ª parte), em
outras palavras, o fumus delicti está calcado na
materialidade do fato e em indícios suficientes de sua
autoria. A lei processual penal exige também a
demonstração de que a liberdade do autuado represente
perigo grave, ou seja, o periculum libertatis,
consubstanciado em uma das hipóteses a seguir
elencadas: garantia da ordem pública, garantia da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal (art. 312 do CPP, 1ª
parte). Vale ressaltar que a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da
Penha) trouxe importante inovação jurídica, ao
acrescentar o inciso III ao art. 313 do CPP: (…) No caso
objurgado, nos termos do art. 312 do CPP, verifico a
presença de elementos cognitivos que apontam para a
prática de condutas possivelmente tipificadas como
infrações penais e indícios suficientes de sua autoria,
conforme depoimento da vítima junto à autoridade policial.
Nesse momento, há manifesta necessidade de decretação
da segregação cautelar preventiva do representado,
considerando a indispensável tutela da integridade física e
psíquica da vítima, uma vez que ele revelou-se até o
presente momento pessoa agressiva e com elevado grau
de periculosidade, tanto que não respeitou sequer as
medidas protetivas de urgência fixadas por este juízo,
conforme declarações prestadas pela ofendida (evento
14). Aqui, extrai-se das declarações da vítima que o
representado, mesmo ciente de que não poderia manter
contato por qualquer meio de comunicação ou se
aproximar a uma distância de 200 (duzentos) metros dela
e de seus familiares, no dia 02 de dezembro de 2019, por
volta das 10:00 horas, foi à porta da residência da vítima e
xingou-a de palavras de baixo calão. Ainda, de acordo
com as declarações da ofendida, o representado agrediu-
a desferindo tapa em sua cabeça, só cessando as
agressões após a intervenção de seu irmão que chegou
ao local e tentou correr atrás do representado. Nesse
sentido, face o descumprimento das medidas protetivas
de urgência, não tenho dúvidas a respeito da presença
dos pressupostos legais para decretação da segregação
cautelar do agressor (art. 313, inciso III do CPP).
Omissis.” (Movimentação 01, arquivo 14) Grifou-se.

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NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
A decisão que indeferiu o pedido de revogação:

“(…) Ademais, há manifesta necessidade da segregação


cautelar do requerente, considerando não só a ameaça à
ordem pública, mas também a indispensável tutela da
integridade física e psíquica da vítima, uma vez que o
investigado revelou-se até o presente momento pessoa
com elevado grau de periculosidade, tanto que não
respeitou as medidas protetivas de urgência fixadas por
este juízo. Nesse sentido, ao que tudo indica, o indiciado
mesmo ciente de que não poderia manter contato por
qualquer meio de comunicação ou se aproximar a uma
distância de 200 (duzentos) metros da vítima e seus
familiares, no dia 02 de dezembro de 2019, por volta das
10:00 horas, teria ido à porta da residência da ofendida e
xingado-a de palavras de baixo calão. Outrossim, como se
não bastasse, o investigado teria agredido-a fisicamente
desferindo tapa em sua cabeça, sendo que as agressões
só teriam cessado após a intervenção do irmão da
ofendida que chegou ao local e tentou correr atrás do
representado. Omissis No presente caso, insta salientar
que as declarações da ofendida foram devidamente
corroboradas por seu irmão, Danilo Pereira Oliveira,
consoante termo de depoimento acostado no evento 14.
De mais a mais, conforme salientado pelo ilustre
representante do Ministério Público, o requerente não
apresentou fatos novos capazes de alterar a análise
conclusiva a respeito da situação fática até então
existente. Diante do exposto, pelos fatos e fundamentos
jurídicos acima esposados, e acolhendo parecer exarado
pelo ilustre representante do Ministério Público,
INDEFIRO o pedido de revogação de prisão preventiva,
formulado pela defesa do indiciado Thiago da Silva no
evento 24. (...)” (Decisão acostada no evento nº 01,
arquivo 17”

Analisando as decisões fustigadas, verifica-se que, ao contrário do que se alega, a


segregação do paciente foi decretada com alicerce na garantia da ordem pública e da instrução
criminal, pois além de evidenciada a prova da materialidade delitiva e os indícios suficientes da
autoria, ficou demonstrada a ineficácia das medidas protetivas, já que o paciente continuou
reiterando em práticas ensejadoras de constrangimento à vítima, nos moldes do artigo 313, III, do
Código de Processo Penal1.

Observa-se que, em 10.04.2019 foram deferidas medidas protetivas em favor da vítima,


dentre elas a proibição de aproximar-se da ofendida e de manter contato com ela e seus
familiares.

Conforme se vê das informações prestadas pela Dirigente Procedimental, o paciente foi


intimado da referida decisão, tomando ciência das proibições.

Entretanto, aproximou-se da vítima e teria ido à porta da residência dela, xingando-a de


palavras de baixo calão. Ademais, a vítima informou, ainda, que o paciente a agrediu, desferindo
tapas em sua cabeça, só cessando as agressões após a intervenção do seu irmão que chegou

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
naquele momento no local.

Sendo assim, a restrição cautelar da liberdade é o único meio de que dispõe o


magistrado para impedir que haja ofensa à integridade corporal e psicológica da vítima uma vez
mais.

Desta forma, não caracteriza constrangimento ilegal a decisão que decreta a prisão
preventiva do paciente, devendo subsistir o enclausuramento pela presença de motivação idônea
para a restrição da sua liberdade, sendo incompatível, portanto, a aplicação de medidas
cautelares previstas no artigo 319, do Código de Processo Penal.

Este tem sido o entendimento deste Egrégio Tribunal de Justiça:

“HABEAS CORPUS. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LESÃO


CORPORAL E AMEAÇA. DESCUMPRIMENTO DAS
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA. (...). 1-
Incomportável em sede de Habeas Corpus a análise da
alegada tese de negativa de autoria, por exigir incursão
aprofundada no acervo probatório. 2- Estando a decisão
suficientemente fundamentada, revelando a presença dos
requisitos da prisão preventiva, diante da necessidade de
assegurar a execução das medidas protetivas de urgência
(art. 313, inciso III, do CPP), não há que se falar em falta
de motivação, mostrando-se insuficientes as medidas
cautelares diversas da prisão. 3- Omissis. 4- Ordem
parcialmente conhecida e, nesta extensão, denegada.”
(TJGO, HABEAS CORPUS Nº 41409-37.2017.8.09.0000,
Rel. DES. J. PAGANUCCI JR., 1ª CÂMARA CRIMINAL,
julgado em 09/03/2017, DJe 2236 de 24/03/2017) Grifos
acrescidos.

Dos bons predicados.

Quanto aos alegados bons predicados pessoais, ainda que demonstrados, por si sós,
não obstam a manutenção da constrição cautelar.

Confira-se julgado desta Câmara Criminal:

“HABEAS CORPUS. (...) PREDICADOS PESSOAIS


FAVORÁVEIS. PRINCÍPIOS DA HOMOGENEIDADE, DA
RAZOABILIDADE, DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA, DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. (...) 2- Os
bons predicados pessoais e os princípios da
razoabilidade, da dignidade da pessoa humana, da
presunção de inocência, do contraditório e da ampla
defesa não impõem a concessão de liberdade, quando
presente requisito da prisão preventiva. 3- Omissis 4-
Ordem parcialmente conhecida e, nesta extensão,
denegada.” (TJGO, HABEAS CORPUS nº 197377-
60.2017.8.09.0000, Rel. DR. SIVAL GUERRA PIRES, 1ª
CÂMARA CRIMINAL, julgado em 05/09/2017, DJe 2363
de 05/10/2017) Grifou-se.

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NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
Da afronta ao princípio da proporcionalidade.

No que se refere à alegação de afronta ao Princípio da Proporcionalidade, importa


salientar que a via estreita do Writ é inconciliável com o exame aprofundado da prova,
inadmitindo, assim, a aferição do conteúdo material do processo quanto à alegação da impetrante
de que, caso o paciente seja condenado, o regime de pena aplicado seria diverso do fechado,
visto que se trata de matéria meritória a ser analisada no juízo de origem e que demanda dilação
probatória.

Sobre o tema:

“HABEAS CORPUS. (...) PRINCÍPIO DA


PROPORCIONALIDADE. NÃO CONHECIMENTO. (…) 1)
A alegação do impetrante de ofensa ao princípio da
proporcionalidade somente será averiguada quando
prolatada a sentença. (…) 3) ORDEM PARCIALMENTE
CONHECIDA E CONCEDIDA, COM APLICAÇÃO DE
MEDIDAS CAUTELARES.” (TJGO, Habeas Corpus
5445384-77.2018.8.09.0000, Rel. NICOMEDES
DOMINGOS BORGES, 1ª Câmara Criminal, julgado em
17/10/2018, DJe de 17/10/2018) Grifou-se.

Nesta esteira de considerações, em linha de coerência com os fundamentos alhures


alinhavados, não se vislumbra qualquer gravame ou ilegalidade do alegado constrangimento a
serem reparados pela via mandamental.

Ao teor do exposto, acolhendo o parecer Ministerial de Cúpula, conheço parcialmente


da ordem impetrada e, na parte conhecida, denego-a.

Écomo voto.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

(05/03)

HABEAS CORPUS Nº 5009609.95.2020.8.09.0000

COMARCA DE RIO VERDE

IMPETRANTE:ITAMAR DE MORAES CARDOSO

PACIENTE:THIAGO DA SILVA

RELATORA:Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE AMEAÇA E


LESÃO CORPORAL PRATICADO EM ÂMBITO DE

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NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO. NEGATIVA DE
AUTORIA. 1 – A via estreita do Habeas Corpus, por ser
de rito célere, é imprópria para dilação de provas quanto à
alegação de que não praticou os fatos imputados.
DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA.
INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA
CAUTELAR CONSTRITIVA. DECISÕES
DESFUNDAMENTADAS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
NÃO CARACTERIZADO. 2 – Estando a segregação do
paciente e sua manutenção alicerçadas na garantia da
ordem pública e da instrução criminal, bem como na
efetividade das medidas protetivas anteriormente
aplicadas, já que estas não se mostraram suficientes para
coibir a violência praticada contra a vítima, a quem
continuou a importunar, a manutenção da custódia
cautelar é medida que se impõe, com fulcro no art. 313,
III, do CPP. BONS PREDICADOS. INSUFICIÊNCIA. 3 –
Bons predicados pessoais, por si sós, não ensejam a
liberdade provisória, especialmente quando demonstrada
a imprescindibilidade da custódia cautelar. AFRONTA AO
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE.
INOCORRÊNCIA. 4 – Importa salientar que a via estreita
do Writ é inconciliável com o exame aprofundado da
prova, inadmitindo, assim, a aferição do conteúdo material
do processo quanto à alegação do impetrante de que,
caso o paciente seja condenado, o regime de
cumprimento de pena será mais brando que o fechado,
visto que se trata de matéria meritória a ser analisada no
juízo de origem e que demanda dilação probatória.
ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS Nº


5009609.95.2020.8.09.0000, acordam os componentes de sua Primeira Câmara Criminal, do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, acolhendo o parecer
Ministerial de Cúpula, em conhecer parcialmente do pedido e, nesta parte, denegar a ordem
impetrada, nos termos do voto da relatora.

Votaram com a relatora, o Desembargador Nicomedes Domingos Borges, o


Desembargador Itaney Francisco Campos, o Desembargador Ivo Favaro e o Desembargador J.
Paganucci Jr.

Presidiu a sessão de julgamento, Desembargador J. Paganucci Jr.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Aguinaldo


Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5009609.95.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE AMEAÇA E LESÃO CORPORAL PRATICADO EM
ÂMBITO DE RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO. NEGATIVA DE AUTORIA. 1 – A via estreita do
Habeas Corpus, por ser de rito célere, é imprópria para dilação de provas quanto à alegação de
que não praticou os fatos imputados. DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA. INDEFERIMENTO
DE PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA CAUTELAR CONSTRITIVA. DECISÕES
DESFUNDAMENTADAS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO. 2 –
Estando a segregação do paciente e sua manutenção alicerçadas na garantia da ordem pública e
da instrução criminal, bem como na efetividade das medidas protetivas anteriormente aplicadas,
já que estas não se mostraram suficientes para coibir a violência praticada contra a vítima, a
quem continuou a importunar, a manutenção da custódia cautelar é medida que se impõe, com
fulcro no art. 313, III, do CPP. BONS PREDICADOS. INSUFICIÊNCIA. 3 – Bons predicados
pessoais, por si sós, não ensejam a liberdade provisória, especialmente quando demonstrada a
imprescindibilidade da custódia cautelar. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. INOCORRÊNCIA. 4 – Importa salientar que a via estreita do Writ é
inconciliável com o exame aprofundado da prova, inadmitindo, assim, a aferição do conteúdo
material do processo quanto à alegação do impetrante de que, caso o paciente seja condenado, o
regime de cumprimento de pena será mais brando que o fechado, visto que se trata de matéria
meritória a ser analisada no juízo de origem e que demanda dilação probatória. ORDEM
PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


15:36:12

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5004203.93.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : VDSS
POLO PASSIVO : JP
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : VDSS


ADVG. PARTE : 31284 GO - GRACIELLE RODRIGUES MARTINS

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


15:36:12

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5039871.28.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus ( CF e Livro III, Título II, Capítulo X do
Código de Processo Penal )
POLO ATIVO : DAVI SANTOS MORENO
POLO PASSIVO : DAVI SANTOS MORENO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : DAVI SANTOS MORENO


ADVG. PARTE : 55929 GO - THAYANE GOMES DOS SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5039871.28.2020.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Gabinete da Desembargadora Averlirdes Almeida Pinheiro de Lemos

HABEAS CORPUS Nº 5039871.28.2020.8.09.0000

COMARCA DE FLORES DE GOIÁS

IMPETRANTE: THAYANE GOMES DOS SANTOS

PACIENTE: DAVI SANTOS MORENO

RELATORA: Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de pedido de extensão de benefícios, formulado pela impetrante, THAYANE


GOMES DOS SANTOS, inscrita na OAB/GO sob o nº 55.929, o qual requer o reconhecimento da
similitude fática e processual entre os corréus CARLOS AUGUSTO DE SOUZA DA SILVA e LUIS
CARLOS SANTOS DE SOUSA e o paciente DAVI SANTOS MORENO, ao argumento de que
encontra-se sofrendo constrangimento ilegal, indicando como autoridade coatora o Juízo da Vara
Criminal da Comarca de Flores de Goiás-GO.

Extrai-se dos autos que o paciente e os corréus já mencionados foram presos em


flagrante no dia 29 de setembro de 2018, a qual foi convertida em preventiva no dia 03.10.2018,
pela suposta prática da conduta descrita no artigo 121, §2º, incisos I, III e IV, do Código Penal
(homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e
meio cruel).

Diz que CARLOS AUGUSTO DE SOUZA DA SILVA, impetrou o Habeas Corpus nº


5616746.16.2019.8.09.0000, no qual foi concedida a ordem, em razão do excesso de prazo e,
posteriormente, houve pedido de extensão a LUIS CARLOS SANTOS DE SOUSA, o qual
também foi concedido, por igual motivo.

Diz que, diante da igualdade das condições do paciente, que se encontra preso há 01
(um) anos, 03 (três) meses e 29 (vinte e nove) dias, e demais corréus, deve ser a ele estendidos
tais efeitos, nos termos do artigo 580, do Código de Processo Penal.

Por fim, requer a concessão do presente writ, liminarmente, haja vista estarem
presentes os requisitos legais necessários para tanto, com expedição do competente Alvará de
Soltura e a confirmação, ao final.

Não foram colacionados documentos.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5039871.28.2020.8.09.0000
Liminar indeferida (Mov. 04).

A autoridade acoimada coatora prestou os devidos informes (Mov. 07).

A douta Procuradoria Geral de Justiça, em parecer da lavra do Dr. Saulo de Castro


Bezerra, manifestou-se pelo conhecimento e concessão da ordem, com medidas cautelares
alternativas (Mov. nº 10).

É O RELATÓRIO.

PASSO AO VOTO.

Conforme visto no relatório, por intermédio da presente ação constitucional, o


impetrante objetiva a extensão do benefício de relaxamento da prisão, concedido aos corréus
Carlos Augusto de Souza da Silva e Luís Carlos Santos de Sousa ao paciente DAVI SANTOS
MORENO, ao argumento de que a situação fática é idêntica, em razão da ocorrência de excesso
de prazo, uma vez que o paciente encontra-se recolhido há 01 (um) anos, 03 (três) meses e 29
(vinte e nove) dias.

Compulsando detida e cautelosamente os autos em apreço, observa-se que razão


assiste ao impetrante.

Diante da perquirição acurada dos autos, depreende-se que o paciente foi preso em
flagrante no dia 29 de setembro de 2018, a qual foi convertida em preventiva no dia 03.10.2018.

Extrai-se das informações prestadas pelo dirigente procedimental, datada de


12.12.2019, que o feito encontra-se aguardando manifestação das partes, nos termos do artigo
402, do Código de Processo Penal, para posterior abertura de prazo para apresentação de
alegações finais.

Assim sendo, verifica-se que foi extrapolado, em muito, o prazo para a formação da
culpa, pois transcorridos, até a presente data (13.02.2020), 497 (quatrocentos e noventa e sete)
dias, sem que ultimada a instrução criminal, mesmo porque, o artigo 412, do Código de Processo
Penal estabelece que o limite de tempo para encerramento da primeira fase dos procedimentos
relativos aos crimes dolosos contra a vida, é de 90 (noventa) dias.

Frisa-se, ainda, que a recomendação do Conselho Nacional de Justiça e da


Corregedoria de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás1, é de que, em casos de réus
presos, seja observado o prazo de 135 (cento e trinta e cinco) dias, não podendo ultrapassar 178
(cento e setenta e oito) dias, na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, tempo este
extrapolado no presente caso.

Deve-se destacar que, no caso em testilha, não há indícios de que a demora


configurada merece ser atribuída à defesa do paciente.

Neste sentido o posicionamento desta Corte:

“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO


TENTADO. PRISÃO PREVENTIVA. INSTRUÇÃO.
PRAZO. EXCESSO. ILEGALIDADE. Impõe-se o
relaxamento da prisão com cautelares se o paciente está
segregado há mais de 194 dias sem o encerramento da
instrução criminal (arts. 5º, LXV, da CF e 648, II, do CPP).
Ordem conhecida e concedida.” (TJGO, HABEAS

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NR.PROCESSO: 5039871.28.2020.8.09.0000
CORPUS nº 270931-28.2017.8.09.0000, Rel. DES. IVO
FAVARO, 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgado em
11/01/2018, DJe 2443 de 07/02/2018)

Ademais, por ocasião da sessão de julgamento realizada em 05.12.2019, ao julgar o


pedido contido no Habeas Corpus nº 5616746-16.2019.809.0000, impetrado pelo corréu Carlos
Augusto de Sousa da Silva, esta 1ª Câmara Criminal reconheceu o excesso de prazo,
concedendo a ordem, conforme ementa a seguir colacionada:

“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO POR


MOTIVO TORPE, EMPREGO DE RECURSO QUE
DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA E MEIO CRUEL.
NEGATIVA DE AUTORIA. NÃO CONHECIMENTO. 1 - A
via estreita de Habeas Corpus é imprópria para dilação de
provas quanto à alegação de negativa de autoria, uma vez
que a presente ação constitucional é de rito célere e
sumário. DECISÃO QUE DECRETOU A PRISÃO
PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-
CONSTITUÍDA. NÃO CONHECIMENTO. 2 - Não se
conhece da ação constitucional, uma vez que o paciente
não anexou aos autos cópia da decisão que decretou sua
prisão preventiva, sendo que a decisão indeferitória faz
remissão expressa àquela o que torna impossível detectar
o alegado constrangimento ilegal. BONS PREDICADOS.
INSUFICIÊNCIA. 3 – Bons predicados pessoais, por si
sós, não ensejam a liberdade provisória. PRINCÍPIO DA
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. COMPORTABILIDADE. 4
- O princípio constitucional da presunção de inocência,
não impede a prisão cautelar, porquanto encontra-se
previsto e autorizado pelo artigo 5º, inciso LXI, da
Constituição Federal. EXCESSO DE PRAZO PARA
FORMAÇÃO DA CULPA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
EVIDENCIADO. 5 - Configura constrangimento ilegal o
encarceramento preventivo do paciente por 431 dias, sem
a conclusão da instrução criminal, por culpa exclusiva da
máquina judiciária, sendo imperiosa a concessão da
ordem liberatória. ORDEM PARCIALMENTE
CONHECIDA E, NESTA PARTE, CONCEDIDA COM
APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES E
MONITORAMENTO ELETRÔNICO.”

E o julgamento do Habeas Corpus nº 5616746-16.2019.8.09.0000 referente ao corréu


Luís Carlos Santos de Souza, julgado em 19.12.2019:

“HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO


QUALIFICADO POR MOTIVO TORPE, EMPREGO DE
RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA E
MEIO CRUEL. EXTENSÃO DE BENEFÍCIO. EXCESSO
DE PRAZO PARA A FORMAÇÃO DA CULPA. PACIENTE
CUSTODIADO HÁ 442 DIAS. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL EVIDENCIADO. Configura-se constrangimento
ilegal o encarceramento preventivo do paciente por 442
(quatrocentos e quarenta e dois) dias, quando a

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NR.PROCESSO: 5039871.28.2020.8.09.0000
recomendação do Conselho Nacional de Justiça e da
Corregedoria de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado
de Goiás, é de que não seja ultrapassado o período de
178 (cento e setenta e oito) dias, na primeira fase do
procedimento do Tribunal do Júri, sendo imperiosa a
concessão da ordem liberatória. ORDEM CONHECIDA E
CONCEDIDA.”

Portanto, deve-se conceder a ordem ao ora paciente, uma vez que restou configurado o
constrangimento ilegal face ao excesso de prazo.

Ante o exposto, acolhendo o parecer Ministerial de Cúpula, conheço e concedo a ordem


em favor de DAVI SANTOS MORENO, em razão do excesso de prazo para a formação da culpa
e, com fulcro no artigo 282, inciso II, c/c o artigo 321, ambos do Código de Processo Penal, pela
gravidade do crime, impor-lhe o cumprimento das seguintes medidas cautelares alternativas:

1) Comparecimento mensal no Juízo de origem (Vara


Criminal da Comarca de Flores de Goiás-GO), para
informar e justificar suas atividades, até o deslinde final do
feito principal (artigo 319, inciso I, do Código de Processo
Penal);

2) Proibição de ausentar-se por mais de 15 (quinze) dias


da Comarca de Flores de Goiás-GO, salvo com
autorização judicial (artigo 319, inciso IV, do Código de
Processo Penal);

3) Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias


de folga.

4) monitoramento eletrônico.

Comunique-se, com urgência, ao Juízo de origem (Vara Criminal da Comarca de Flores


de Goiás-GO), remetendo-lhe cópia desta decisão, a fim de que providencie o imediato
cumprimento, naquela instância de primeiro grau, das medidas cautelares impostas ao paciente,
cientificando-lhe, na oportunidade que, em caso de descumprimento das medidas impostas,
poderá implicar, dentre outras consequências, na decretação de sua prisão preventiva (artigo
282, § 4º, do Código de Processo Penal).

Expeça-se o competente Alvará de Soltura em benefício do paciente DAVI SANTOS


MORENO, se por outro motivo não estiver preso, mediante uso de tornozeleira eletrônica.

Écomo voto.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

(05/03)

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NR.PROCESSO: 5039871.28.2020.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5039871.28.2020.8.09.0000

COMARCA DE FLORES DE GOIÁS

IMPETRANTE: THAYANE GOMES DOS SANTOS

PACIENTE: DAVI SANTOS MORENO

RELATORA: Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO


QUALIFICADO POR MOTIVO TORPE, EMPREGO DE
RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA E
MEIO CRUEL. EXTENSÃO DE BENEFÍCIO. EXCESSO
DE PRAZO PARA A FORMAÇÃO DA CULPA.
PACIENTE CUSTODIADO HÁ 495 DIAS.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
Configura-se constrangimento ilegal o encarceramento
preventivo do paciente por 497 (quatrocentos e noventa e
sete) dias, quando a recomendação do Conselho Nacional
de Justiça e da Corregedoria de Justiça do Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, é de que não seja
ultrapassado o período de 178 (cento e setenta e oito)
dias, na primeira fase do procedimento do Tribunal do
Júri, sendo imperiosa a concessão da ordem liberatória.
ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS Nº


5039871.28.2020.8.09.0000, acordam os componentes de sua Primeira Câmara Criminal, do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, acolhendo o parecer
Ministerial de Cúpula, em conhecer do pedido e conceder a ordem impetrada em favor de Davi
Santos Moreno, em razão do excesso de prazo para a formação da culpa, com aplicação de
medidas cautelares, determinando a expedição do Alvará de Soltura em benefício do paciente, se
por outro motivo não estiver preso, mediante uso de tornozeleira eletrônica, nos termos do voto
da relatora.

Votaram com a relatora, o Desembargador Nicomedes Domingos Borges, o Dr. Sival


Guerra Pires, juiz substituto do Desembargador Itaney Francisco Campos, o Desembargador Ivo
Favaro e o Desembargador J. Paganucci Jr.

Presidiu a sessão de julgamento, Desembargador J. Paganucci Jr.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Aguinaldo


Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5039871.28.2020.8.09.0000
RELATORA

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5039871.28.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO POR MOTIVO TORPE,
EMPREGO DE RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA E MEIO CRUEL.
EXTENSÃO DE BENEFÍCIO. EXCESSO DE PRAZO PARA A FORMAÇÃO DA CULPA.
PACIENTE CUSTODIADO HÁ 495 DIAS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
Configura-se constrangimento ilegal o encarceramento preventivo do paciente por 497
(quatrocentos e noventa e sete) dias, quando a recomendação do Conselho Nacional de Justiça e
da Corregedoria de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, é de que não seja
ultrapassado o período de 178 (cento e setenta e oito) dias, na primeira fase do procedimento do
Tribunal do Júri, sendo imperiosa a concessão da ordem liberatória. ORDEM CONHECIDA E
CONCEDIDA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


15:36:13

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5746563.36.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : CARLOS HERNANI DE LIMA COUTO
POLO PASSIVO : JUÍZO DA COMARCA DE CAIAPÔNIA-GO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CARLOS HERNANI DE LIMA COUTO


ADVG. PARTE : 42330 GO - MURILO FARIA DE MEDEIROS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5746563.36.2019.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Gabinete da Desembargadora Averlirdes Almeida Pinheiro de Lemos

HABEAS CORPUS Nº 5746563.36.2019.8.09.0000

COMARCA DE CAIAPÔNIA

IMPETRANTES:CARLOS HERNANI DE LIMA COUTO E OUTRO

PACIENTE:LUCAS DOMINGUES CARVALHO

RELATORA:Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de ordem de Habeas Corpus com pedido de liminar, impetrada pelos


advogados Carlos Hernani de Lima Couto e Murilo Faria de Medeiros, respectivamente, inscritos
na OAB/GO nº 7.200 e 42.330, em favor de LUCAS DOMINGUES CARVALHO, já qualificado nos
autos, ao argumento de que o paciente está sofrendo constrangimento ilegal, apontando como
autoridade coatora o Juízo da Vara Criminal da Comarca de Caiapônia-GO.

Extrai-se dos autos que o paciente teve a prisão preventiva decretada em 28.06.2019,
cujo mandado, segundo a impetração, foi cumprido em 1º.07.2019, pela suposta prática dos
crimes previstos no artigo 121, §2º, incisos II e III e artigo 211, do Código Penal (homicídio
qualificado pelo motivo fútil e emprego de fogo e ocultação de cadáver), encontrando-se
recolhido.

Ressaltam os impetrantes que há excedimento no prazo para a conclusão da instrução,


uma vez que o paciente está enclausurado há mais de 180 (cento e oitenta) dias, sem que haja
previsão para prolação de sentença de mérito, uma vez que os autos aguardam o retorno de
Carta Precatória Inquiritória de testemunha arrolada pelo Ministério Público, cuja audiência ainda
não foi designada pelo Juízo Deprecado.

Esclarecem que não há motivos nos autos que justifiquem a demora no processamento
do feito, além de que não houve contribuição da defesa, devendo a delonga ser atribuída
exclusivamente à máquina judiciária.

Sustentam que as decisões que decretou a prisão preventiva é inidônea, porquanto


ausentes os requisitos ensejadores do artigo 312, do Código de Processo Penal, utilizando-se a
autoridade acoimada coatora de apontamentos abstratos para tanto, sem, contudo, fundamentá-
los, o que afronta o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, invocando o Princípio da Não
Culpabilidade.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5746563.36.2019.8.09.0000
Salientam os bons predicados pessoais do paciente, tais como primariedade, bons
antecedentes, residência fixa e ocupação lícita, fazendo jus à liberdade, mediante aplicação de
medidas cautelares diversas da prisão.

Assim, requerem a concessão do presente writ, haja vista estarem presentes os


requisitos legais necessários para tanto, devendo ser o paciente colocado em liberdade, com
expedição do competente Alvará de Soltura.

O pedido veio instruído com documentos.

Pleito liminar indeferido, conforme se vê da decisão inserida no evento nº 11.

Instada, a autoridade acoimada coatora prestou os devidos informes (evento nº 14).

A douta Procuradoria Geral de Justiça, através de sua Representante, Dra. Zoélia


Antunes Vieira, manifestou-se pelo parcial conhecimento e denegação da ordem (evento nº 17).

ÉO RELATÓRIO.

PASSA-SE AO VOTO.

Conforme visto, por intermédio da presente ação constitucional, os impetrantes


objetivam a concessão da ordem para revogar a prisão preventiva de LUCAS DOMINGUES
CARVALHO, ao argumento de que as decisões que decretou a prisão preventiva e indeferiu o
pedido de revogação da custódia cautelar são carentes de fundamentação idônea, porque
ausentes os requisitos do artigo 312, do Código de Processo Penal e por ser o paciente portador
de bons predicados pessoais.

Alegam, ainda, a ocorrência de constrangimento ilegal, ante o propalado excesso de


prazo para a conclusão do sumário da culpa.

De início, ressalte-se que não merece conhecimento a alegação de ausência de


fundamentação dos atos judiciais constritivos e bons predicados pessoais, porquanto tais
argumentos foram apreciados durante o julgamento do Habeas Corpus nº
5406294.28.2019.8.09.0000, anteriormente impetrado, conforme se vê da ementa a seguir
transcrita:

“EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIMES DE HOMICÍDIO


QUALIFICADO E OCULTAÇÃO DE CADÁVER.
DECISÕES QUE DECRETOU A CUSTÓDIA
PREVENTIVA E INDEFERIU O PEDIDO DE
REVOGAÇÃO DA MEDIDA. ATOS DEVIDAMENTE
FUNDAMENTADOS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
NÃO CARACTERIZADO. 1 – Estando sedimentadas as
decisões que decretou a prisão preventiva e indeferiu o
pedido de revogação da custódia, ante a
imprescindibilidade para garantia da ordem pública,
conveniência da instrução criminal e futura aplicação da
lei penal, em elementos concretos dos fatos que
autorizem a medida cautelar, especialmente na gravidade
concreta do delito, a manutenção da medida constritiva
não caracteriza constrangimento ilegal. MEDIDAS
CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO. NÃO
APLICADAS. 2 - Demonstrada a necessidade e

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NR.PROCESSO: 5746563.36.2019.8.09.0000
adequação da medida extrema, torna-se evidente a
ineficácia das cautelas alternativas (art. 319, do CPP).
BONS PREDICADOS. INSUFICIÊNCIA. 3 - Bons
predicados pessoais, por si sós, não ensejam a liberdade
provisória, especialmente quando demonstrada a
imprescindibilidade da custódia cautelar. ORDEM
CONHECIDA E DENEGADA.” (TJGO, HABEAS CORPUS
nº 5406294.28.2019.8.09.0000, Rel. Desa. AVELIRDES
ALMEIDA P. DE LEMOS, 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgado
em 15.08.2019, Publicado no DJe em 29.08.2019)

No que pertine ao alegado excesso de prazo, em que pesem os argumentos


expendidos pelos impetrantes, vê-se que razão não lhes assiste.

Infere-se das informações prestadas pela dirigente procedimental (evento nº 14) que a
audiência de instrução e julgamento foi realizada, o Ministério Público e o corréu Júlio César
apresentaram os memoriais derradeiros, aguardando-se as alegações finais da defesa do
paciente. In verbis:

“O Ministério Público em 09/12/2019 apresentou


alegações finais, conforme se faz prova às fls. 324/329
(201900880991).

O acusado Júlio César de Souza em 09/01/2020, também


apresentou alegações finais (fls. 346/350 –
201900880991).

O paciente por sua vez em 16/01/2020, fez alguns


requerimentos, conforme se demonstra às fls. 351/352. Os
autos se encontram na fase de análise dos requerimentos
formulados pelo paciente.” (evento nº 14)

Em consulta ao Sistema de Primeiro Grau, constatou-se que os autos encontram-se


com carga ao Ministério Público, para manifestar-se sobre os requerimentos formulados pela
defesa do paciente.

Desse modo, tem-se que já restou superado o alegado excesso de prazo, conforme
inteligência da Súmula nº 52, do Superior Tribunal de Justiça, verbis: “Encerrada a instrução
criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo.”

Assim é que afasta-se a assertiva de coação ilegal por excesso de prazo, uma vez que
a instrução criminal já se encontra concluída.

Nesse sentido, julgado desta Câmara:

“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. (...)


EXCESSO DE PRAZO. COAÇÃO ILEGAL NÃO
VERIFICADA. (...). 3. Constatado que já foram ofertadas
alegações finais pelo Ministério Público, encontrando-se
os autos aguardando apenas os memoriais da defesa do
acusado, para posterior prolação da decisão intermediária
de pronúncia, fica superada a alegação de
constrangimento ilegal por excesso prazo, nos termos do
enunciado da Súmula nº 52 do Superior Tribunal de

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NR.PROCESSO: 5746563.36.2019.8.09.0000
Justiça, em cujo teor se tem orientado a jurisprudência
deste Sodalício. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA
E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADA.” (TJGO, Habeas
Corpus Criminal 5667381-98.2019.8.09.0000, Rel.
ITANEY FRANCISCO CAMPOS, 1ª Câmara Criminal,
julgado em 17/01/2020, DJe de 17/01/2020) Grifou-se.

Ademais, uma vez que o Ministério Público e a defesa do corréu Júlio César de Souza
já apresentaram as alegações finais e tendo em vista que, intimada para oferecer os respectivos
memoriais, a defesa do paciente formulou requerimentos, o excesso de prazo para a prolação da
decisão de pronúncia teve contribuição da defesa.

A propósito:

“HABEAS CORPUS. (...) EXCESSO. DEFESA.


CONTRIBUIÇÃO. SÚMULA 64 DO STJ.
CONSTRANGIMENTO. INOCORRÊNCIA. (...) 2 - Não
configura constrangimento ilegal o excesso de prazo
provocado pela defesa (súmula 64 do STJ). Ordem
denegada.” (TJGO, Habeas Corpus Criminal 5705349-
65.2019.8.09.0000, Rel. IVO FAVARO, 1ª Câmara
Criminal, julgado em 08/01/2020, DJe de 08/01/2020)
Grifou-se.

Destarte, em conformidade com entendimentos acima explicitados, não se vislumbra


qualquer gravame a ser reparado pela via mandamental.

Ante o exposto, acolhendo o parecer Ministerial de Cúpula, conheço parcialmente da


ordem impetrada e, na parte conhecida, denego-a.

Écomo voto.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

(01/03)

HABEAS CORPUS Nº 5746563.36.2019.8.09.0000

COMARCA DE CAIAPÔNIA

IMPETRANTES:CARLOS HERNANI DE LIMA COUTO E OUTRO

PACIENTE:LUCAS DOMINGUES CARVALHO

RELATORA:Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIMES DE HOMICÍDIO

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NR.PROCESSO: 5746563.36.2019.8.09.0000
QUALIFICADO E OCULTAÇÃO DE CADÁVER.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES
QUE DECRETOU A CUSTÓDIA PREVENTIVA E
INDEFERIU O PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA MEDIDA.
BONS PREDICADOS. 1 - Tratando-se de reiteração de
pedido, fica evidente que a matéria suscitada encontra-se
impedida de reexame porque já apreciada e julgada em
outro mandamus. EXCESSO DE PRAZO. INSTRUÇÃO
ENCERRADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CONFIGURADO. 2 - Ultimada a instrução criminal pelo
encerramento da fase de colheita de provas, encontrando-
se os autos no aguardo da apresentação das alegações
finais pela defesa do paciente, resta superado o
constrangimento ilegal por excesso de prazo apontado na
impetração, consoante inteligência da Súmula nº 52, do
STJ. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E
DENEGADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS Nº


5746563.36.2020.8.09.0000, acordam os componentes de sua Primeira Câmara Criminal, do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, acolhendo o parecer
Ministerial de Cúpula, em conhecer parcialmente do pedido e, nesta parte, denegar a ordem
impetrada, nos termos do voto da relatora.

Votaram com a relatora, o Desembargador Nicomedes Domingos Borges, o


Desembargador Itaney Francisco Campos, o Desembargador Ivo Favaro e o Desembargador J.
Paganucci Jr.

Presidiu a sessão de julgamento, Desembargador J. Paganucci Jr.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Aguinaldo


Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

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NR.PROCESSO: 5746563.36.2019.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIMES DE HOMICÍDIO QUALIFICADO E OCULTAÇÃO DE
CADÁVER. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES QUE DECRETOU A
CUSTÓDIA PREVENTIVA E INDEFERIU O PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA MEDIDA. BONS
PREDICADOS. 1 - Tratando-se de reiteração de pedido, fica evidente que a matéria suscitada
encontra-se impedida de reexame porque já apreciada e julgada em outro mandamus.
EXCESSO DE PRAZO. INSTRUÇÃO ENCERRADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CONFIGURADO. 2 - Ultimada a instrução criminal pelo encerramento da fase de colheita de
provas, encontrando-se os autos no aguardo da apresentação das alegações finais pela defesa
do paciente, resta superado o constrangimento ilegal por excesso de prazo apontado na
impetração, consoante inteligência da Súmula nº 52, do STJ. ORDEM PARCIALMENTE
CONHECIDA E DENEGADA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


15:36:13

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5033285.72.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : JOAO VITOR SILVA
POLO PASSIVO : PRESIDENTE DO TJ
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOAO VITOR SILVA


ADVG. PARTE : 14848 GO - AYÁLAN BORGES VEADO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5033285.72.2020.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Gabinete da Desembargadora Averlirdes Almeida Pinheiro de Lemos

HABEAS CORPUS Nº 5033285.72.2020.8.09.0000

COMARCA: JATAÍ

IMPETRANTE: AYALAN BORGES VEADO

PACIENTE: JOÃO VITOR SILVA

RELATORA: Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de ordem de Habeas Corpus, com pedido de liminar, impetrada pelo advogado
Ayálan Borges Veado, inscrito na OAB/GO sob o nº 14.848, em favor de JOÃO VITOR SILVA, já
qualificado nos autos em epígrafe, ao argumento de que o paciente está sofrendo
constrangimento ilegal, apontando como autoridade coatora o Juízo da 1ª Vara Criminal da
Comarca de Jataí-GO.

Extrai-se dos autos que o paciente foi autuado em flagrante em 1º.11.2018, cuja
custódia foi convertida em preventiva em 02.11.2018, pela suposta prática do crime de roubo
majorado pelo concurso de pessoas, subtração de veículo transportado para outro Estado e
restrição de liberdade da vítima (artigo 157, §2º, incisos II, IV e V do Código Penal), encontrando-
se recolhido.

Narra o impetrante que há excedimento no prazo para a prolação da sentença, uma vez
que a audiência de instrução e julgamento foi realizada há mais de 120 (cento e vinte) dias, sem
que a defesa tenha contribuído para a delonga processual.

Afirma que “o paciente está sofrendo coação há mais de 448 (quatrocentos e quarenta
e oito) dias, pois está preso desde o dia 01.11.2018 e, por falha no Judiciário, morosidade e
lentidão, o paciente está pagando uma pena até mesmo antes de ser condenado” (fls. 04).

Aduz que não há motivos de força maior ou complexidade nos autos que justifiquem a
demora, devendo a delonga ser atribuída exclusivamente à máquina judiciária.

Por fim, requer a concessão do presente writ, haja vista estarem presentes os requisitos
legais necessários para tanto, devendo ser o paciente colocado em liberdade, com expedição do
competente Alvará de Soltura.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5033285.72.2020.8.09.0000
O pedido veio instruído com os documentos de fls. 06/10.

Pleito liminar indeferido, conforme se vê da decisão inserida na movimentação nº 06.

Instada, a autoridade acoimada coatora prestou os devidos informes (movimentação nº


09).

A douta Procuradoria Geral de Justiça, em parecer da lavra do Dr. Altamir Rodrigues


Viera Júnior, manifestou-se pelo conhecimento e denegação da ordem (evento nº 12).

É O RELATÓRIO.

PASSA-SE AO VOTO.

Consoante relatado, busca o impetrante a concessão da ordem em favor do paciente,


JOÃO VITOR SILVA, ao argumento de que o paciente está sofrendo constrangimento ilegal, em
razão da ocorrência de excesso de prazo para a prolação de sentença.

Infere-se das informações prestadas pelo dirigente procedimental (evento nº 09) que os
autos encontram-se conclusos para prolação da sentença de mérito.

Em consulta ao Sistema de Primeiro Grau, observa-se que os autos foram remetidos ao


gabinete em 18.12.2019 e recebidos em 10.01.2020 para a prolação de sentença.

Assim, até a data deste julgamento (13.02.2020) os autos encontram-se conclusos


aguardando o proferimento da sentença há 34 (trinta e quatro) dias.

Segundo a redação dos artigos 411, §9º, e 800, I, todos do Código de Processo Penal1,
o prazo para a prolação da sentença é de 10 (dez) dias.

Entretanto, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a aferição do


excesso de prazo reclama a observância da garantia da duração razoável do processo, prevista
no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal. Tal verificação, contudo, não se realiza de forma
puramente matemática.

A análise deve ser embasada nos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e


somente configura a coação ilegal quando há uma demora injustificada.

No caso dos autos, observa-se que a ação penal trata-se de feito de complexidade,
onde figuram três acusados.

Ademais, conforme se extrai das informações, a sentença encontra-se na iminência de


ser prolatada.

Neste sentido, julgados deste Egrégio Tribunal de Justiça:

“HABEAS CORPUS. EXCESSO DE PRAZO NA


PROLAÇÃO DA SENTENÇA. ORDEM DENEGADA.
Encerrada a instrução e justificado pelo condutor do feito o
atraso para a prolação de sentença, de rigor a
manutenção da prisão. Ordem denegada.” (TJGO,
Habeas Corpus Criminal 5012479-16.2020.8.09.0000, Rel.
IVO FAVARO, 1ª Câmara Criminal, julgado em

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5033285.72.2020.8.09.0000
24/01/2020, DJe de 24/01/2020) Grifou-se.

“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. EXCESSO


DE PRAZO PARA A PROLAÇÃO DE SENTENÇA
IMINENTE. CONSTRANGIM ENTO ILE GA L N ÃO
CONSTATADO. Se a sentença está na iminência de ser
proferida, prenunciando-se a entrega da prestação
jurisdicional, não há que se falar em constrangimento
ilegal por excesso de prazo. ORDEM DENEGADA.”
(TJGO, Habeas Corpus Criminal 5006354-
32.2020.8.09.0000, Rel. LEANDRO CRISPIM, 2ª Câmara
Criminal, julgado em 10/02/2020, DJe de 10/02/2020)
Grifou-se.

Assim é que afasta-se a assertiva de coação ilegal por excesso de prazo, uma vez que
a sentença está na iminência de ser prolatada.

Destarte, em conformidade com entendimento acima explicitado, não se vislumbra


qualquer gravame a ser reparado pela via mandamental.

Ante o exposto, acolhendo o parecer Ministerial de Cúpula, conheço e denego a ordem


impetrada.

Écomo voto.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

(01/03)

HABEAS CORPUS Nº 5033285.72.2020.8.09.0000

COMARCA: JATAÍ

IMPETRANTE: AYALAN BORGES VEADO

PACIENTE: JOÃO VITOR SILVA

RELATORA: Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO


MAJORADO. EXCESSO DE PRAZO PARA PROLAÇÃO
DA SENTENÇA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CONFIGURADO. 1 – Uma vez que, conforme informes
prestados pela autoridade acoimada coatora, a sentença
está na iminência de ser prolatada, inexiste

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NR.PROCESSO: 5033285.72.2020.8.09.0000
constrangimento ilegal por excesso de prazo. ORDEM
CONHECIDA E DENEGADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS Nº


5033285.72.2020.8.09.0000, acordam os componentes de sua Primeira Câmara Criminal, do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, acolhendo o parecer
Ministerial de Cúpula, em conhecer do pedido e denegar a ordem impetrada, nos termos do voto
da relatora.

Votaram com a relatora, o Desembargador Nicomedes Domingos Borges, o


Desembargador Itaney Francisco Campos, o Desembargador Ivo Favaro e o Desembargador J.
Paganucci Jr.

Presidiu a sessão de julgamento, Desembargador J. Paganucci Jr.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Aguinaldo


Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

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NR.PROCESSO: 5033285.72.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO MAJORADO. EXCESSO DE PRAZO PARA
PROLAÇÃO DA SENTENÇA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CONFIGURADO. 1 – Uma
vez que, conforme informes prestados pela autoridade acoimada coatora, a sentença está na
iminência de ser prolatada, inexiste constrangimento ilegal por excesso de prazo. ORDEM
CONHECIDA E DENEGADA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


15:36:14

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5028095.31.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : FERNANDO MAGNO PEREIRA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : FERNANDO MAGNO PEREIRA


ADVG. PARTE : 45152 GO - FERNANDO MAGNO PEREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5028095.31.2020.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Gabinete da Desembargadora Averlirdes Almeida Pinheiro de Lemos

HABEAS CORPUS Nº 5028095.31.2020.8.09.0000

COMARCA DE LUZIÂNIA

IMPETRANTE : FERNANDO MAGNO PEREIRA

PACIENTE : FLÁVIO GONÇALVES SOARES

RELATORA : Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de ordem de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrada pelo advogado
Fernando Magno Pereira, inscrito na OAB/GO sob o nº 45.152, em favor de FLÁVIO
GONÇALVES SOARES, já qualificado nos autos em epígrafe, alegando constrangimento ilegal
em razão da impossibilidade do recurso em liberdade, indicando como autoridade coatora o Juízo
da 2ª Vara Criminal da Comarca de Luziânia-GO.

Extrai-se dos autos que o paciente foi preso em flagrante em 27/03/2016, o qual foi
convertido em prisão preventiva. Consta que sua prisão foi relaxada em 20/09/2016, haja vista o
excesso de prazo na instrução processual, respondendo o feito em liberdade.

Em 1º/11/2019 foi prolatada sentença condenatória, sendo estabelecida a pena de 24


(vinte e quatro) anos de reclusão, no regime inicial fechado, além de 08 (oito) dias-multa, sendo-
lhe negado o direito de recorrer em liberdade, com a consequente expedição de mandado de
prisão (movimentação 01 / arquivo 13).

Nega a autoria delitiva e informa o comparecimento, em Juízo, sempre que convocado,


não cometendo outros crimes, que possui residência fixa, que é réu primário e possui ocupação
lícita, prontificando-se ao cumprimento de qualquer medida alternativa à prisão.

Alega que a ordem de prisão é frágil porque é calcada na gravidade em abstrato do


delito, devendo o decreto preventivo ser revogado.

Aduz, também, a violação ao princípio da presunção de inocência através da execução


antecipada da pena, reclamando, ainda, a aplicação das medidas cautelares.

Verbera que este Tribunal de Justiça já concedeu a ordem em benefício do corréu


Pedro Henrique Alves de Oliveira, no julgamento do Habeas Corpus nº

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NR.PROCESSO: 5028095.31.2020.8.09.0000
5650667.63.2019.8.09.0000, na data de 16.01.2020, expedindo o Salvo Conduto em seu favor,
pugnando, assim, pela extensão do benefício ao paciente, para que possa recorrer em liberdade.

Por fim, pugna pela concessão do mandamus, em sede de liminar, para revogar a
decisão que decretou a prisão cautelar do paciente, assegurando-lhe o direito de continuar a
responder a Ação Penal em liberdade, com a confirmação, ao final.

O pedido veio instruído com os documentos de movimentação 01.

Pleito liminar indeferido, conforme se vê da decisão inserida no evento nº 06.

Instada, a autoridade acoimada coatora noticiou a impossibilidade de prestar os


informes (evento nº 11).

A Procuradoria Geral de Justiça, por sua representante, Dra. Zoélia Antunes Vieira,
manifestou-se pelo parcial conhecimento e denegação da ordem (evento nº 12).

É O RELATÓRIO.

PASSA-SE AO VOTO.

Conforme relatado, busca o impetrante a concessão da ordem em favor de FLÁVIO


GONÇALVES SOARES, ao argumento de negativa de autoria e de ausência de fundamentação
idônea da sentença condenatória ao negar ao paciente o direito de recorrer em liberdade.

De início, não obstante o argumento do impetrante de que o paciente não teria


participação no delito imputado, não há como conhecer da alegada negativa de autoria, pois é
pacífica a jurisprudência deste Egrégio Tribunal no sentido de que a estreita via do writ não
comporta tal pleito, pois a sua acolhida importa, necessariamente, no amplo e aprofundado
exame do conjunto fático-probatório, procedimento que sabidamente é vedado em sede de
Habeas Corpus, remédio heroico caracterizado pelo rito célere e cognição sumária.

No concernente à falta de fundamentação da sentença condenatória (artigo 93, inciso


IX, da Constituição Federal) ao negar ao paciente o direito de recorrer em liberdade, tem-se que,
no decisum combatido, a autoridade impetrada motivou a necessidade da constrição cautelar nos
seguintes termos:

“(...) Considerando o regime fixado para cumprimento da


pena ao sentenciado (fechado) e diante das
circunstâncias do delito, e a valoração negativa das
circunstâncias do crime (pena-base) entendo presentes os
requisitos mantenedores da sua custódia preventiva, com
vistas a garantir a ordem pública, em especial a reiteração
delitiva, conforme prevê o artigo 312 do Código de
Processo Penal. Ademais, no caso, o sentenciado foi
condenado por crime doloso com pena privativa de
liberdade superior a 4 (quatro) anos, no regime fechado.
Assim, a prisão preventiva decorrente de sentença
condenatória se justifica, nos termos do que dispõe o
artigo 313, inciso I, do Código de Processo Penal.
Portanto, a segregação do acusado se faz necessária por
restarem presentes os requisitos mantenedores da prisão
preventiva, notadamente a garantia da ordem pública, em
especial para evitar a reiteração delitiva, nos termos do

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NR.PROCESSO: 5028095.31.2020.8.09.0000
artigo 312, parágrafo único, do Código de Processo Penal.
Assim, decreto a prisão e NEGO ao sentenciado FLÁVIO
GONÇALVES SOARES o direito de recorrer em liberdade.
(…).” (fls. 920/921) Grifou-se.

Dos excertos acima transcritos, vê-se que a autoridade impetrada, ao justificar a


manutenção da prisão preventiva da paciente aduziu a presença de um dos pressupostos
autorizadores do artigo 312, do Código de Processo Penal, qual seja, garantia da ordem pública.

Entretanto, constata-se a ausência de elementos fáticos sólidos e concretos capazes de


demonstrar a real necessidade da medida extrema, violando a determinação estampada no artigo
93, inciso IX, da Constituição Federal, bem como aquela do artigo 387, parágrafo único, do
Estatuto Processual Penal, in verbis:

“Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:

Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente,


sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de
prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem
prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser
interposta”

Registre-se que o quantum da pena e o regime prisional fixado trata-se de fundamento


periférico, ou seja, não pode ser empregado como a razão essencial da medida cautelar, mas tão
somente para subsidiar a base principal, revelada pelos pressupostos preventivos (artigo 312, do
Código de Processo Penal).

Especificamente sobre a garantia da ordem pública, a decisão atacada destacou a


gravidade da infração, repercussão social do delito e periculosidade do agente.

Ademais, verifica-se que o paciente permaneceu solto durante a instrução criminal e


não há notícias de que tenha deixado de atender ao chamamento judicial ou tenha praticado
outra infração penal, sendo primário.

Ilustrativamente:

"HABEAS CORPUS". (...) INDEFERIMENTO DO


RECORRER EM LIBERDADE. DECISÃO DESPROVIDA
DE FUNDAMENTAÇÃO. INADEQUAÇÃO DO REGIME
INTEGRALMENTE FECHADO. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL CARACTERIZADO. (...) 2. Impõe-se a concessão
da ordem em favor do paciente se a sentença
condenatória que denegou a possibilidade de recorrer em
liberdade encontra-se desprovida de fundamentação
idônea e concreta da real necessidade da medida
extrema. ORDEM CONCEDIDA, A FITO DE QUE O
PACIENTE INICIE O CUMPRIMENTO DA PENA NO
REGIME SEMIABERTO, CONFORME O DISPOSTO NO
ARTIGO 33, § 2º, LETRA "B", DO CÓDIGO PENAL,
DEVENDO A AUTORIDADE COATORA, NO ÂMBITO DA
AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA, FIXAR AS CONDIÇÕES
PARA A EXPIAÇÃO DA SANÇÃO CORPÓREA.” (TJGO,
Habeas Corpus Criminal 5688775-64.2019.8.09.0000, Rel.

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NR.PROCESSO: 5028095.31.2020.8.09.0000
ITANEY FRANCISCO CAMPOS, 1ª Câmara Criminal,
julgado em 17/01/2020, DJe de 17/01/2020) Grifou-se.

Importante salientar que esta 1ª Câmara Criminal, ao julgar pedido de Habeas Corpus
nº 5650667.63.2019.8.09.000 em 16.01.2020, impetrado pelo corréu Pedro Henrique Alves de
Oliveira, concedeu a ordem, considerando a mesma decisão desprovida de fundamentação.

Pelo exposto, desacolhendo o parecer da Procuradoria Geral de Justiça, CONHEÇO


EM PARTE DA ORDEM IMPETRADA E CONCEDO-A, em razão da falta de fundamentação da
negativa do direito de recorrer em liberdade, para revogar a prisão preventiva do paciente,
FLÁVIO GONÇALVES SOARES, e, de consequência, lhe assegurar o direito de aguardar em
liberdade o trânsito em julgado da condenação.

Expeça-se o respectivo Salvo Conduto em favor do paciente FLÁVIO GONÇALVES


SOARES.

Oficie-se ao Juízo de origem para que determine o recolhimento dos mandados de


prisão expedidos contra o paciente FLÁVIO GONÇALVES SOARES nos autos da Ação Penal nº
201601048488.

Éo voto.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

04/01/03

HABEAS CORPUS Nº 5028095.31.2020.8.09.0000

COMARCA DE LUZIÂNIA

IMPETRANTE : FERNANDO MAGNO PEREIRA

PACIENTE : FLÁVIO GONÇALVES SOARES

RELATORA : Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO


PELO RESULTADO MORTE. SENTENÇA
CONDENATÓRIA. NEGATIVA DE AUTORIA. NÃO
CONHECIMENTO. 1 - A via estreita do Habeas Corpus,
por ser de rito célere, é imprópria para dilação de provas
quanto à alegação de negativa de participação no delito
imputado. NEGATIVA DO DIREITO DE RECORRER EM
LIBERDADE. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 1 -

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5028095.31.2020.8.09.0000
Vislumbra-se a inexistência de elementos concretos e
sólidos capazes de suportar a manutenção da segregação
cautelar na garantia da ordem pública (primariedade
demonstrada). Ademais, a fixação do regime fechado e o
quantum da pena não tem o condão de manter a custódia
preventiva, especialmente quando o paciente permaneceu
solto durante a instrução criminal, compareceu aos atos
judiciais e não há notícias de que tenha nova praticado
infração penal. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E
CONCEDIDA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS Nº


5028095.31.2020.8.09.0000, acordam os componentes de sua Primeira Câmara Criminal, do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, desacolhendo o
parecer Ministerial de Cúpula, em conhecer em parte do pedido e, nesta parte, conceder a ordem
impetrada, em razão da falta de fundamentação da negativa do direito de recorrer em liberdade,
para revogar a prisão preventiva do paciente, Flávio Gonçalves Soares, e, de consequência, lhe
assegurar o direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado da condenação, determinando
a expedição do Salvo Conduto em favor do paciente e que seja oficiado o Juízo de origem para
que determine o recolhimento dos mandados de prisão expedidos contra o paciente nos autos da
Ação Penal nº 201601048488, nos termos do voto do relator.

Votaram com a relatora, o Desembargador Nicomedes Domingos Borges, o Dr. Sival


Guerra Pires, juiz substituto do Desembargador Itaney Francisco Campos, o Desembargador Ivo
Favaro e o Desembargador J. Paganucci Jr.

Presidiu a sessão de julgamento, Desembargador J. Paganucci Jr.

Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Aguinaldo


Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

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NR.PROCESSO: 5028095.31.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO MORTE.
SENTENÇA CONDENATÓRIA. NEGATIVA DE AUTORIA. NÃO CONHECIMENTO. 1 - A via
estreita do Habeas Corpus, por ser de rito célere, é imprópria para dilação de provas quanto à
alegação de negativa de participação no delito imputado. NEGATIVA DO DIREITO DE
RECORRER EM LIBERDADE. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CONFIGURADO. 1 - Vislumbra-se a inexistência de elementos concretos e sólidos capazes de
suportar a manutenção da segregação cautelar na garantia da ordem pública (primariedade
demonstrada). Ademais, a fixação do regime fechado e o quantum da pena não tem o condão de
manter a custódia preventiva, especialmente quando o paciente permaneceu solto durante a
instrução criminal, compareceu aos atos judiciais e não há notícias de que tenha nova praticado
infração penal. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E CONCEDIDA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


15:36:15

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5041849.40.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : IAGO PEREIRA MOTA CARRIJO
POLO PASSIVO : JUIZ DE DIREITO DA 1° VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ITUMBIARA-GO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : IAGO PEREIRA MOTA CARRIJO


ADVG. PARTE : 50674 GO - IAGO PEREIRA MOTA CARRIJO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5041849.40.2020.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Gabinete da Desembargadora Averlirdes Almeida Pinheiro de Lemos

HABEAS CORPUS Nº 5041849.40.2020.8.09.0000

COMARCA DE ITUMBIARA

IMPETRANTE: IAGO PEREIRA MOTA CARRIJO

PACIENTE: WILLIAN LEONARDO DA SILVA

RELATORA: Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de ordem de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrada pelo advogado
Iago Pereira Mota Carrijo, inscrito na OAB/GO sob o nº 50.672, em favor de WILLIAN
LEONARDO DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, ao argumento de que o paciente
está sofrendo constrangimento ilegal, apontando como autoridade coatora o Juízo da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Itumbiara-GO.

Segundo a impetração, o paciente foi autuado em flagrante em 24.08.2019, cuja


custódia foi convertida em preventiva em 29.08.2019, pela suposta prática do crime previsto no
artigo 33, da Lei nº 11.343/06 (tráfico ilícito de entorpecentes) encontrando-se recolhido.

Narra o impetrante que há excedimento no prazo para encerramento da instrução, uma


vez que o enclausuramento do paciente perdura por 157 (cento e cinquenta e sete) dias, sem que
a defesa tenha contribuído para a delonga processual.

Relata que, por ocasião da audiência de instrução e julgamento, realizada em 11.11.2019, o


Representante do Ministério Público solicitou que o Instituto de Criminalística de Goiânia-GO
fosse oficiado para que enviasse laudo de transcrição de dados contidos no aparelho celular
apreendido, o que foi deferido pelo Dirigente Procedimental.

Aduz que “o presente laudo não foi juntado aos autos, somando desde o último ofício
solicitando o laudo 77 (setenta e sete) dias de aguardo para sua chegada” (fls. 03).

Afirma que não há motivos de força maior ou complexidade nos autos que justifiquem a
demora, devendo a delonga ser atribuída exclusivamente à máquina judiciária.

Destaca que o excesso de prazo na conclusão da instrução fere o Princípio da

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5041849.40.2020.8.09.0000
Razoabilidade.

Por fim, requer a concessão do presente writ, haja vista estarem presentes os requisitos
legais necessários para tanto, devendo ser o paciente colocado em liberdade, com expedição do
competente Alvará de Soltura.

O pedido veio instruído com os documentos de fls. 08/194.

Liminar indeferida (MOV. 06).

Informações prestadas (MOV. 09).

A douta Procuradoria Geral de Justiça, por seu representante Dr. Saulo de Castro
Bezerra, manifestou-se pelo conhecimento e pela denegação da ordem (movimentação 12).

É O BREVE RELATÓRIO.

PASSA-SE AO VOTO.

Conforme visto no relatório, por intermédio da presente ação constitucional, o


impetrante objetiva a soltura do paciente WILLIAN LEONARDO DA SILVA, alegando que há
excesso de prazo para conclusão da instrução processual, o que fere o princípio da
proporcionalidade.

Do excesso de prazo para conclusão da instrução processual.

Quanto ao propalado excesso de prazo para o encerramento da instrução processual,


extrai-se das informações apresentadas pela autoridade coatora (mov. 09) que a instrução
encontra-se encerrada, sendo juntado o laudo requerido anteriormente pelo Ministério Público,
ocasião em que houve o encerramento da colheita de provas e o Ministério Público já apresentou
as alegações finais.

Conforme informações, o feito encontra-se aguardando, tão somente, as alegações


finais da defesa.

Dessa forma, não prospera o reconhecimento de ilegalidade de prisão cautelar, sob a


alegação de excesso de prazo para a conclusão da ação penal a que responde o paciente, uma
vez que informado o encerramento da instrução criminal em data recente, estando o feito
aguardando somente a apresentação das alegações finais da defesa e a prolatação da sentença,
o que atrai a aplicação da Súmula nº 52, do Superior Tribunal de Justiça:

“Súmula nº 52. Encerrada a instrução criminal, fica


superada a alegação de constrangimento por excesso de
prazo”.

As Cortes Estaduais possuem entendimento pacificado no sentido de considerar que o


rigorismo hermenêutico, em relação à soma aritmética dos prazos previstos no Código de
Processo Penal, cede lugar quando as peculiaridades do processo justificam a dilação da marcha
processual, incidindo nesses casos, o princípio da razoabilidade.

Nessa esteira de considerações, não se vislumbra qualquer gravame ou


constrangimento ilegal a ser reparado pela via mandamental.

Ao teor do exposto, acolhendo o parecer ministerial de cúpula, conheço da ordem


impetrada e denego o pedido.

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NR.PROCESSO: 5041849.40.2020.8.09.0000
Écomo voto.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

05/03

HABEAS CORPUS Nº 5041849.40.2020.8.09.0000

COMARCA DE ITUMBIARA

IMPETRANTE: IAGO PEREIRA MOTA CARRIJO

PACIENTE: WILLIAN LEONARDO DA SILVA

RELATORA: Desa. AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS.


EXCESSO DE PRAZO. INOCORRÊNCIA. INSTRUÇÃO
CRIMINAL ENCERRADA. 1 – Ultimada a instrução
criminal pelo encerramento da fase de colheita de provas
em data recente, e estando os autos no aguardo da
apresentação dos memoriais escritos pela defesa, resta
superado o constrangimento ilegal apontado na
impetração, a teor do disposto na Súmula nº 52, do STJ,
segundo a qual se tem orientado a jurisprudência deste
Sodalício, prevalecendo o princípio da razoabilidade.
ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de HABEAS CORPUS Nº


5041849.40.2020.8.09.0000, acordam os componentes de sua Primeira Câmara Criminal, do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, acolhendo o parecer
Ministerial de Cúpula, em conhecer do pedido e denegar a ordem impetrada, nos termos do voto
do relator.

Votaram com a relatora, o Desembargador Nicomedes Domingos Borges, o


Desembargador Itaney Francisco Campos, o Desembargador Ivo Favaro e o Desembargador J.
Paganucci Jr.

Presidiu a sessão de julgamento, Desembargador J. Paganucci Jr.

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NR.PROCESSO: 5041849.40.2020.8.09.0000
Fez-se presente, como representante da Procuradoria Geral de Justiça, Dr. Aguinaldo
Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 13 de fevereiro de 2020.

Desembargadora AVELIRDES ALMEIDA P. DE LEMOS

RELATORA

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NR.PROCESSO: 5041849.40.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. EXCESSO DE PRAZO.
INOCORRÊNCIA. INSTRUÇÃO CRIMINAL ENCERRADA. 1 – Ultimada a instrução criminal pelo
encerramento da fase de colheita de provas em data recente, e estando os autos no aguardo da
apresentação dos memoriais escritos pela defesa, resta superado o constrangimento ilegal
apontado na impetração, a teor do disposto na Súmula nº 52, do STJ, segundo a qual se tem
orientado a jurisprudência deste Sodalício, prevalecendo o princípio da razoabilidade. ORDEM
CONHECIDA E DENEGADA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


16:32:40

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5017005.26.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : JULIO SOUZA SALOMAO
POLO PASSIVO : LUCIANA VIDAL PELLEGRINO KREDENS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JULIO SOUZA SALOMAO


ADVG. PARTE : 33254 DF - ALINE OLIVEIRA DLUGOLENSKI LEITE

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5017005.26.2020.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5017005.26.2020.8.09.0000

COMARCA DE PADRE BERNARDO

IMPETRANTE ALINE OLIVEIRA DLUGOLENSKI LEITE

PACIENTE JÚLIO SOUZA SALOMÃO

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO.


AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 312 DO CPP. INEXISTÊNCIA DE PROVA
PRÉ-CONSTITUÍDA. NÃO CONHECIMENTO. EXCESSO DE PRAZO.
INOCORRÊNCIA. FIM DA INSTRUÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 52 DO STJ.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO VERIFICADO. 1. Sendo o habeas corpus, ação
penal de rito sumaríssimo, que exige prova pré-constituída e não admite instrução
posterior, diante da ausência de documentos que comprovem o constrangimento ilegal
aduzido, não se conhece do pedido formulado, no tocante à tese de desnecessidade e
inadequação da custódia cautelar, bem como àquelas que desta decorrem (predicados
pessoais abonadores e violação do princípio da presunção de inocência). 2. Não há
que se falar em constrangimento ilegal por excesso de prazo quando o feito estiver
aguardando, apenas, a apresentação de alegações finais pelas partes, estando já
encerrada a instrução criminal, nos termos do que preconiza a Súmula nº 52 do STJ.
ORDEM CONHECIDA EM PARTE E, NESTA EXTENSÃO, DENEGADA.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Habeas Corpus nº 5017005.26.2020.8.09.0000, da


Comarca de Padre Bernardo, em que é Impetrante Aline Oliveira Dlugolenski Leite e Paciente Júlio Souza Salomão.

ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade de votos, acolhido o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, em conhecer em parte do pedido e,
nesta extensão, denegar a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do Relator, os Desembargadores J. Paganucci Jr., que presidiu o julgamento, Ivo Favaro,
Nicomedes Domingos Borges e Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos.

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NR.PROCESSO: 5017005.26.2020.8.09.0000
Presente o ilustre Procurador de Justiça, Doutor Aguinaldo Bezerra Lino Tocantins.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

6-jc

HABEAS CORPUS Nº 5017005.26.2020.8.09.0000

COMARCA DE PADRE BERNARDO

IMPETRANTE ALINE OLIVEIRA DLUGOLENSKI LEITE

PACIENTE JÚLIO SOUZA SALOMÃO

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATÓRIO

ALINE OLIVEIRA DLUGOLENSKI LEITE, advogada regularmente inscrito na OAB/GO sob o nº 32.684,
impetra a presente ordem de habeas corpus liberatório, com pedido de liminar, em favor de JÚLIO SOUZA SALOMÃO,
qualificado, indicando como autoridade coatora o juízo da Vara Criminal da Comarca de Padre Bernardo-GO.

Extrai-se da peça inicial que o paciente foi preso pela suposta prática do crime tipificado pelo artigo 121, §
2º, incisos II e IV, do Código Penal, por força de prisão temporária convertida, posteriormente, por preventiva.

Argumenta a impetrante que a prisão preventiva foi decretada para garantir a ordem pública e a aplicação
da lei penal, em decisão desprovida de fundamentação concreta e idônea.

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NR.PROCESSO: 5017005.26.2020.8.09.0000
Aduz, portanto, a manifesta ilegalidade da segregação provisória do paciente, diante da inexistência dos
requisitos autorizadores da medida de exceção, nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal.

Exalta os predicados pessoais abonadores ostentados pelo paciente, quais sejam, residência fixa, trabalho
lícito e bons antecedentes criminais.

Noutro ponto, aponta a ilegalidade da prisão por excesso de prazo para finalização da instrução criminal
preliminar, ao dizer que o paciente encontra-se recolhido há mais de 150 (cento e cinquenta) dias sem prolação da
decisão de pronúncia.

Ao final, pugna pela concessão da ordem, em sede de liminar, a fim de que a liberdade do paciente seja
restabelecida, com a consequente expedição do alvará de soltura, confirmando-se ao final, por decisão plúrima, o
comando preliminar.

Colaciona documentação.

A liminar foi indeferida na movimentação 6.

Instada a prestar as informações, a autoridade intitulada coatora prestou-as na movimentação 10.

A douta Procuradoria-Geral de Justiça, da lavra de sua ilustre representante, Drª Zoélia Antunes Vieira,
manifestou-se pelo conhecimento parcial da ordem e, nesta extensão, pela denegação (movimentação 16).

É o relatório. VOTO.

Cuida-se de habeas corpus liberatório, impetrado em proveito de JÚLIO SOUZA SALOMÃO, a pretexto de
padecer constrangimento ilegal à sua liberdade de locomoção. Indica como autoridade coatora o juízo da Vara Criminal
da Comarca de Padre Bernado-GO.

Preambularmente, impende ressaltar que a garantia da liberdade individual é um dos alicerces de um


Estado Democrático de Direito, razão por que eventual restrição ao direito de locomoção do cidadão somente pode ser
admitida com amparo na estrita legalidade, conforme determinam os princípios constitucionais da legalidade, da
liberdade de locomoção e da não culpabilidade.

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NR.PROCESSO: 5017005.26.2020.8.09.0000
Nessa senda, o impetrante justifica a pretensão liberatória ao argumento de que a decisão é desprovida de
fundamentação concreta e idônea para ensejar o decreto condenatório e sustenta o excesso de prazo na instrução
processual, porquanto o paciente está custodiado por tempo superior ao limite temporal máximo permitido legalmente
para a conclusão da aludida fase.

Quanto aos requisitos da prisão preventiva, tenho que o “habeas corpus” em testilha não comporta
conhecimento, como passo a demonstrar.

Do compulso dos autos, constata-se que a impetrante não cuidou de juntar cópia do ato atacado, qual seja,
a decisão que converteu a prisão temporária em preventiva do paciente, pelo que se torna inviável a apreciação do
pedido, em face da ausência de prova pré-constituída.

Como é cediço, o “habeas corpus”, ação mandamental constitucional de rito sumaríssimo, deve ser
instruído, no momento da impetração, com todos os documentos necessários à análise do pedido, sob pena de
indeferimento.

Por óbvio, esse dever processual de instruir o pedido recai sobre o impetrante, o qual, no caso em apreço,
não se desincumbiu do ônus de instruir a petição inicial com o documento hábil a demonstrar que o paciente encontra-
se, de fato, submetido a constrangimento ilegal no seu direito de liberdade.

Nessa senda, leciona o jurista Julio Fabbrini Mirabete1:

"O pedido de habeas corpus deve ser devidamente instruído com provas pré-
constituídas que demonstrem ao julgador a veracidade do fato que o impetrante aponta
como ilegal e que configuraria, pelo menos em tese, constrangimento indevido, de tal
forma que não evidenciada a coação alegada, não cabe outra solução que não a
denegação da ordem".

Destarte, sendo o habeas corpus, ação penal de rito sumaríssimo, que exige prova pré-constituída e não
admite instrução posterior, diante da ausência de documentos que comprovem o constrangimento ilegal apontado,
torna-se inviável o seu conhecimento.

No mesmo sentido, o entendimento desta Corte de Justiça, in verbis:

“ HABEAS CORPUS. CONDENAÇÕES. CRIMES DE TRÁFICO DE DROGAS.


PRIMARIEDADE. REINCIDÊNCIA. PROGRESSÃO PRISIONAL. INDEFERIMENTO
DO PEDIDO. INSTRUÇÃO CADENTE. A ação constitucional de habeas corpus, de rito

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NR.PROCESSO: 5017005.26.2020.8.09.0000
célere, destinada à liberdade de locomoção, violada ou ameaçada, exige prova
constituída acerca da matéria discutida, sob consequência de não conhecimento.
ORDEM NÃO CONHECIDA” (HABEAS CORPUS 369498- 31.2016.8.09.0000, Rel.
DR(A). SIVAL GUERRA PIRES, 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgado em 26/01/2017, DJe
2230 de 16/03/2017).

Por consectário lógico, inviável também a apreciação das teses relativas aos predicados pessoais
abonadores do paciente e à suposta ofensa ao princípio da presunção de inocência, porquanto decorrem da análise do
argumento de desnecessidade e inadequação da prisão preventiva.

Noutro pronto, com relação ao suscitado excesso de prazo para encerramento da instrução criminal, extrai-
se das informações prestadas pela autoridade coatora que os autos da ação penal estão no aguardo da apresentação
dos memoriais finais (movimentação 10), nos seguintes dizeres:

“(…)O mandado de prisão temporária do paciente foi cumprido em 25 de julho de 2019.


O Ministério Público ofereceu denúncia no dia 16 de setembro de 2019, sendo recebida
por este juízo no dia 18 de setembro de 2019, momento em que a prisão temporária foi
convertida em prisão preventiva. A defesa constituída pelo paciente apresentou
resposta à acusação no dia 03 de outubro de 2019. Durante a instrução processual
foram ouvidas as testemunhas arroladas pelas partes e interrogados os acusados.
Atualmente, os autos aguardam a apresentação de alegações finais pelas partes
para posterior prolação de sentença.(…)”. (grifo nosso).

Neste contexto, embora o requerente encontre-se custodiado há mais de 150 (cento e cinquenta) dias, a
alegação de excesso de prazo não pode ser acolhida, uma vez que a formação da culpa, evidentemente, já se ultimou,
aplicando-se, pois, à hipótese, o enunciado da Súmula nº 52 do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: “Súmula 52.
Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação do constrangimento por excesso de prazo”.

Nesse sentido, o seguinte aresto desta Corte de Justiça:

“HABEAS CORPUS. ROUBO COM LESÃO CORPORAL GRAVE (LATROCÍNIO COM


RESULTADO LESIVO) E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. EXCESSO DE PRAZO.
INOCORRÊNCIA. INSTRUÇÃO CRIMINAL ENCERRADA. 1 - Ultimada a instrução
criminal pelo encerramento da fase de colheita de provas, e estando os autos no
aguardo da apresentação dos memoriais escritos, resta superado o
constrangimento ilegal apontado na impetração, a teor do disposto na Súmula nº
52, do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual se tem orientado a
jurisprudência deste Sodalício. (...) ORDEM CONHECIDA DENEGADA”. (TJGO, 1ª
Câmara Criminal, Habeas Corpus nº 240142-46.2017.8.09.0000 [201792401426], Rel.
Des. Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos, julgado em 14.11.2017, grifo nosso).

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NR.PROCESSO: 5017005.26.2020.8.09.0000
Nessas circunstâncias, concluída a instrução criminal não cabe mais discutir sobre a eventual ocorrência de
excesso de prazo.

Na confluência do exposto, acolhendo o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, conheço em parte da


ordem e, nesta extensão, a denego, pelas razões já expostas.

É como voto.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

6/CD

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NR.PROCESSO: 5017005.26.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO.
AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 312 DO CPP. INEXISTÊNCIA DE PROVA
PRÉ-CONSTITUÍDA. NÃO CONHECIMENTO. EXCESSO DE PRAZO.
INOCORRÊNCIA. FIM DA INSTRUÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 52 DO STJ.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO VERIFICADO. 1. Sendo o habeas corpus, ação
penal de rito sumaríssimo, que exige prova pré-constituída e não admite instrução
posterior, diante da ausência de documentos que comprovem o constrangimento ilegal
aduzido, não se conhece do pedido formulado, no tocante à tese de desnecessidade e
inadequação da custódia cautelar, bem como àquelas que desta decorrem (predicados
pessoais abonadores e violação do princípio da presunção de inocência). 2. Não há
que se falar em constrangimento ilegal por excesso de prazo quando o feito estiver
aguardando, apenas, a apresentação de alegações finais pelas partes, estando já
encerrada a instrução criminal, nos termos do que preconiza a Súmula nº 52 do STJ.
ORDEM CONHECIDA EM PARTE E, NESTA EXTENSÃO, DENEGADA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


16:38:27

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5738396.30.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Petição Criminal
POLO ATIVO : JUSTIÇA PUBLICA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JUSTIÇA PUBLICA


ADVG. PARTE : 11341 DF - JOSE RODRIGUES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5738396.30.2019.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5738396.30.2019.8.09.0000

COMARCA DE LUZIÂNIA

IMPETRANTES JOSÉ RODRIGUES

FRANCISCO DAS CHAGAS ALENCAR COSTA

PACIENTE MAURO OLIVEIRA

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO DA PENA. VIA IMPRÓPRIA. QUESTÃO


SUJEITA A ANÁLISE DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. EXCESSO DE PRAZO.
RAZOABILIDADE. ILEGALIDADE AFASTADA. 1. O Habeas Corpus é meio impróprio
para a obtenção de benefício relativo à execução da pena. Deve ser denegado o
Habeas Corpus cujos pedidos são próprios da competência do Juízo da Execução, tais
como detração e progressão de regime. 2. Não se há falar em constrangimento ilegal
por excesso de prazo para a análise de benefícios quando não comprovada a desídia
do órgão judiciário. ORDEM CONHECIDA PARCIALMENTE E, NESSA EXTENSÃO,
DENEGADA.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Habeas Corpus nº 5738396.30.2019.8.09.0000, da


Comarca de Luziânia, em que são Impetrantes José Rodrigues e Francisco das Chagas Alencar Costa e Paciente
Mauro Oliveira.

ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade de votos, acolhido o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, em conhecer em parte do pedido e,
nesta extensão, denegar a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do Relator, os Desembargadores J. Paganucci Jr., que presidiu o julgamento, Ivo Favaro,
Nicomedes Domingos Borges e o Juiz Átila Naves Amaral, substituto da Desembargadora Avelirdes Almeida Pinheiro de
Lemos.

Presente o ilustre Procurador de Justiça, Doutor Maurício José Nardini.

Goiânia, 28 de janeiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

12-jc

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NR.PROCESSO: 5738396.30.2019.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5738396.30.2019.8.09.0000

COMARCA DE LUZIÂNIA

IMPETRANTES JOSÉ RODRIGUES

FRANCISCO DAS CHAGAS ALENCAR COSTA

PACIENTE MAURO OLIVEIRA

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATÓRIO

JOSÉ RODRIGUES e FRANCISCO DAS CHAGAS ALENCAR COSTA, advogados, impetram o presente
Habeas Corpus, com pedido de liminar, em proveito de MAURO OLIVEIRA, devidamente qualificado, apontando como
autoridade coatora o Juízo de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Luziânia/GO.

Aduzem os impetrantes, em síntese, que o paciente cumpria pena em regime semiaberto desde 23/07/2018
e, por motivos de risco de vida, fugiu em 15/10/2018.

Alegam que a autoridade judicial apontada coatora, em 27/11/2018, determinou a regressão de regime para
o fechado, com a expedição de Mandado de Prisão, que foi cumprido em 03/05/2019, estando o paciente recolhido na
Penitenciaria do Distrito Federal II – PDF II.

Informam que em agosto de 2019 foi feito pedido de progressão de regime do fechado para o semiaberto,
com pedido de trabalho externo e saídas temporárias, pelo fato do paciente, desde a sua prisão já ter cumprido 1/6 da
sua pena. Referido pedido não foi apreciado pelo Ministério Público, e nem pela juíza, permanecendo o paciente preso à
disposição do Juízo, mesmo tendo sido determinado o recambiamento para a Comarca de Luziânia/GO, que nunca foi
cumprido pelo Sistema Penitenciário daquela Comarca.

Asseveram que, formulado novo pedido de progressão de regime para o aberto, com prisão domiciliar, este
teve parecer ministerial favorável. Contudo, a Juíza determinou a juntada da Certidão Carcerária.

Aduzem que, juntada a Certidão Carcerária em 04/12/2019, os autos foram conclusos para que a autoridade
judicial decidisse acerca da progressão do regime com livramento condicional.

Ressaltam que até o dia 19/12/2019, com a entrada do recesso forense, não houve nenhum despacho da
juíza com relação ao pedido formulado pela defesa, mesmo tendo um parecer favorável do Ministério Público.

Finalizam postulando a concessão da liminar, expedindo-se o Alvará de Soltura para que o paciente cumpra
o benefício do livramento condicional (movimentação 01 – doc. 03).

Juntaram documentos (movimentação 01 – docs. 01/02 e 04/06).

Pedido liminar indeferido pelo MM. Juiz de Direito, Dr. Fábio Cristóvão de Campos Faria, atuante no plantão
judiciário (movimentação 04).

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Solicitadas as informações, estas foram prestadas pela autoridade coatora (movimentação 11).

Instada a se manifestar, a douta Procuradoria-Geral de Justiça, por meio do seu representante legal, Dr.
Marco de Abreu e Silva, manifestou-se pelo não conhecimento do pedido no que se refere a pretendida progressão de
regime e, por outro lado, pelo conhecimento e denegação da ordem impetrada, quanto ao suscitado excesso de prazo
(movimentação 15).

Este é, em síntese, o relatório.

Passo ao VOTO.

Consoante relatado, trata-se de writ impetrado em favor de Mauro Oliveira, sob o fundamento de estar ele
sofrendo coação ilegal, ao argumento de que não foi apreciado o pedido de progressão de regime carcerário,
justificando que a sua pretensão seja decidida pela Corte, superando a instância originária.

Consta dos autos que o paciente encontra-se em cumprimento da pena total fixada em 02 (dois) anos e 06
(seis) meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do crime previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/06.

Prestadas as informações pela autoridade coatora, esta asseverou que:

“(…) informo que consta nos autos que após ser beneficiado com a “Saída Temporária
de Dia das Crianças” do ano de 2018, o sentenciado não retornou para o pernoite da
unidade prisional sendo considerado foragido desde 15/10/2018, razão pela qual foi
proferida decisão de regressão cautelar ao regime fechado, expedição de mando de
prisão e instauração de PAD para apuração da fuga.

Ocorre que o referido mandado de prisão foi cumprido no Distrito Federal, motivo pelo
qual foi determinado o imediato recambiamento do preso, a fim de que seja instaurado
o referido PAD para a apuração da fuga, considerando que o reinício da falta disciplinar
cometida pelo apenado certamente acarretará na alteração do lapso temporal para
benefícios futuros.

Informo que atualmente os autos encontram-se aguardando o recambiamento do


apenado para unidade prisional de Luziânia e, após, será instaurado PAD para
apuração da fuga ocorrida em 15/10/2018, bem como será realizada nova liquidação de
penas para considerar a interrupção e o reinício da falta disciplinar supostamente
cometida pelo apenado.

Informo, por fim, que os presentes autos vieram-me conclusos exclusivamente para
prestar as informações solicitadas no presente Habeas Corpus e, após, serão
devolvidos à Serventia para aguardar o cumprimento das diligências determinadas
(…)”. (movimentação 11)

Desse modo, a matéria reclama a apreciação pela autoridade judiciária que exerce o controle da execução
penal, não podendo a Corte superar o Juízo afetado com o limite de jurisdição para o tema, para não incorrer em
supressão de instância, inclusive prejudicando a parte, que estaria privada de percorrer dois graus, na eventualidade de
não ser atendida na sua pretensão.

Destaco que o habeas corpus é uma ação constitucional de natureza penal destinada especificamente à
proteção da liberdade de locomoção, quando ameaçada ou violada por ilegalidade ou abuso de poder.

Em relação ao pleito, ressalto que o presente remédio constitucional não é sucedâneo do recurso previsto
para atacar as decisões da execução penal, sendo certo que, caso os benefícios requeridos já tiverem sido analisados
ou indeferidos pelo juiz da Execução, caberá o recurso próprio previsto, qual seja, o de agravo em execução, nos termos

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NR.PROCESSO: 5738396.30.2019.8.09.0000
do disposto no artigo 197 da Lei nº 7.210/84.

Com isso, somente se pode admitir o “habeas corpus”, para examinar tal argumento e, assim, não se
incorrer em denegação de jurisdição, se a situação dos autos configurar uma ilegalidade flagrante ao direito de
locomoção do paciente, detectável em face do mero exame dos documentos que instruem o “writ”.

Em realidade, o “habeas corpus” não se constitui em meio categórico de reforma da prestação jurisdicional,
uma vez que, quando o que se busca é, em verdade, uma nova hermenêutica do caso concreto, deve-se lançar mão da
via ordinária, do recurso. Essa orientação tem por finalidade prestigiar a lógica do sistema recursal, bem como
racionalizar a utilização do “writ”, reservando-se a sua utilização para situações de flagrante ilegalidade ou abuso de
poder que resulte em coação ou ameaça à liberdade de ir e vir.

A propósito, trago à colação o seguinte julgado:

HABEAS CORPUS. JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME.


ALTERAÇÃO DA FRAÇÃO NECESSÁRIA PARA O CUMPRIMENTO DO REQUISITO
OBJETIVO PREVISTO PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APRECIAÇÃO
EVENTUAL DOS PEDIDOS DE REMISSÃO E DETRAÇÃO. VIA INADEQUADA. O
Habeas Corpus não é a via adequada para se discutir matérias manifestamente
atinentes à execução penal, que devem ser manejadas, apropriadamente, no Agravo
em Execução Penal, instrumento próprio para o exame dos referidos pleitos, salvo
excepcionalidade, mormente quando já interposto o recurso de agravo em execução.
Inteligência do artigo 197, da Lei de Execução Penal. ORDEM NÃO CONHECIDA.
(TJGO, Habeas Corpus 5496678-37.2019.8.09.0000, Rel. NICOMEDES DOMINGOS
BORGES, 1ª Câmara Criminal, julgado em 09/10/2019, DJe de 09/10/2019)

Respeitante ao excesso de prazo, a autoridade judiciária impetrada revelou que está aguardando o
recambiamento do paciente para a unidade prisional de Luziânia/GO para deliberação sobre o pedido de progressão de
regime carcerário, avizinhando-se a devida prestação jurisdicional, ausente morosidade judicial.

Rebate-se o excesso de prazo para o reconhecimento de ilegalidade quando não evidenciada a negligência
da autoridade coatora na condução da execução penal, justificada a demora da prestação jurisdicional, superado o
motivo do retardo, estando os autos aguardando somente o recambiamento do paciente para ulterior deliberação,
observada a razoabilidade.

A propósito, julgado deste Egrégio Tribunal, in verbis:

Execução penal por roubo, homicídio e tráfico (penas somadas: 30 anos e 15 dias).
Habeas corpus sustentando excesso de prazo para análise do benefício de progressão
de regime e/ou livramento condicional. 1 - Não se há falar em constrangimento ilegal
por excesso de prazo para a análise de benefícios quando não comprovada a desídia
do órgão judiciário. Ademais, lei não estabelece prazo peremptório para o exame do
pleito de progressão de regime. 2 - Habeas corpus conhecido e indeferido. (TJGO,
Habeas Corpus 5504418-46.2019.8.09.0000, Rel. EDISON MIGUEL DA SILVA
JUNIOR, 2ª Câmara Criminal, julgado em 26/09/2019, DJe de 26/09/2019)

Forte em tais razões, acolho o parecer Ministerial de Cúpula, conheço parcialmente do pedido e, nessa
extensão, denego a ordem impetrada.

É como voto.

Goiânia, 28 de janeiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5738396.30.2019.8.09.0000
Des. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

12/ebr

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5738396.30.2019.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO DA PENA. VIA IMPRÓPRIA. QUESTÃO SUJEITA A ANÁLISE DO JUÍZO
DA EXECUÇÃO. EXCESSO DE PRAZO. RAZOABILIDADE. ILEGALIDADE AFASTADA. 1. O Habeas Corpus é meio
impróprio para a obtenção de benefício relativo à execução da pena. Deve ser denegado o Habeas Corpus cujos
pedidos são próprios da competência do Juízo da Execução, tais como detração e progressão de regime. 2. Não se há
falar em constrangimento ilegal por excesso de prazo para a análise de benefícios quando não comprovada a desídia do
órgão judiciário. ORDEM CONHECIDA PARCIALMENTE E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


16:30:39

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5013757.52.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : YASMIM RAYSSA MOREIRA LEMES
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : YASMIM RAYSSA MOREIRA LEMES


ADVG. PARTE : 55951 GO - YASMIM RAYSSA MOREIRA LEMES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5013757.52.2020.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5013757.52.2020.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

IMPETRANTE YASMIM RAYSSA MOREIRA LEMES

PACIENTE IURY AUGUSTO DOS SANTOS

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. ASSOCIAÇÃO


CRIMINOSA. ADULTERAÇÃO DE SINA DE VEÍCULO AUTOMOTOR. PRISÃO
PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO NOS REQUISITOS DO ART. 312, DO CÓDIGO
DE PROCESSO PENAL. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. CUSTÓDIA FUNDAMENTADA. Não há falar em
arbitrariedade ou excesso na segregação, se mantida por se encontrarem presentes os
requisitos da prisão preventiva, quais sejam, prova da materialidade e indícios da
autoria, circunstâncias especiais dos fatos e o resguardo da ordem pública, bem como
revelando a insuficiência das cautelares diversas da prisão, em sintonia com os artigos
312 e 313, do Código de Processo Penal. ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Habeas Corpus nº


5013757.52.2020.8.09.0000, da Comarca de Goiânia, em que é Impetrante Yasmim Rayssa Moreira Lemes e Paciente
Iury Augusto dos Santos.

ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça


do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, acolhido em parte o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, em
conhecer e denegar a ordem de habeas corpus, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do Relator, os Desembargadores J. Paganucci Jr., que presidiu o


julgamento, Ivo Favaro, Nicomedes Domingos Borges e Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos.

Presente o ilustre Procurador de Justiça, Doutor Aguinaldo Bezerra Lino Tocantins.

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NR.PROCESSO: 5013757.52.2020.8.09.0000
Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

10-jc

HABEAS CORPUS Nº 5013757.52.2020.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

IMPETRANTE YASMIM RAYSSA MOREIRA LEMES

PACIENTE IURY AUGUSTO DOS SANTOS

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATÓRIO

YASMIM RAYSSA MOREIRA LEMES, advogada regularmente inscrita na OAB/GO sob


nº 55.951, impetra o presente habeas corpus preventivo, com pedido de liminar, em favor de IURY AUGUSTO DOS
SANTOS, apontando como autoridade coatora a MMª. Juíza de Direito do Plantão Judiciário da Comarca de
Goiânia/GO.

Narra a impetrante que no dia 3 de dezembro de 2019, por volta das 8 horas, foi
subtraído o veículo FORD RANGER, Placa PQC-8289, de propriedade de Carlos Domingos de Alcantara Garcia,
mediante grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo, na rua SR-11, Qd. 07, Lt 16, Residencial Santa Rita 4ª
Etapa, município de Goiânia/GO.

Informa que no dia 5 de dezembro de 2019, a Policia Civil recebeu noticia anônima via
número 197, e ao se deslocarem à rua 13 de maio, qd. 76, Lt. 29, nº. 126, Parque Industrial João Braz, município de
Goiânia/GO, encontraram o veículo acima descrito desmanchado, além de outras peças automotivas, ferramentas e
instrumentos utilizados para cortar peças de carros, sendo que o proprietário da residência, Sr. José Humberto de Lima,
apresentou contrato de locação que comprova ter alugado a casa para Karoline Almeida de Sousa, esposa do paciente
IURY.

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NR.PROCESSO: 5013757.52.2020.8.09.0000
Verbera que durante as investigações a autoridade policial representou pela prisão
preventiva do paciente, representação acolhida pela magistrada singular, que determinou a constrição cautelar sob o
fundamento da garantia da ordem pública e da instrução criminal.

Declara que há fundado receio de que o paciente venha a ser ilegalmente detido,
porquanto a decisão que decretou sua segregação encontra-se fundamentada de maneira genérica e abstrata, baseada
exclusivamente na teoria do direito penal do autor.

Pontua que a decretação de sua segregação preventiva mostra-se desnecessária,


podendo ser substituída pela imposição de medidas cautelares diversas da prisão.

Deduz, por derradeiro, pedido de concessão da ordem de imediato, para que seja
expedido em favor do paciente o necessário salvo conduto, haja vista o iminente risco de que venha a ser custodiado.

Com a inicial vieram os documentos constantes da movimentação 1.

Liminar indeferida na movimentação 4.

Requestada a prestação de informes, a autoridade judiciária prestou-as devidamente


na movimentação 7.

Parecer da Procuradoria de Justiça, da lavra de seu representante, Dr. Saulo de Castro


Bezerra, opinando pelo parcial conhecimento da ordem e, nessa extensão, sua denegação (movimentação 11).

É o relatório.

Passa-se ao VOTO.

Cuida-se de habeas corpus liberatório, impetrado em proveito de IURY AUGUSTO DOS SANTOS, a pretexto dele
padecer constrangimento ilegal à sua liberdade de locomoção, ante a carência de requisitos autorizadores da prisão
preventiva. Indica como autoridade coatora a MMª. Juíza de Direito do Plantão Judiciário da Comarca de Goiânia/GO.

Impende frisar que a garantia da liberdade individual é um dos alicerces de um Estado Democrático de Direito, razão por
que eventual restrição ao direito de locomoção do cidadão somente pode ser admitida com amparo na estrita legalidade,
conforme determinam os princípios constitucionais da legalidade, da liberdade de locomoção e da não culpabilidade.

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NR.PROCESSO: 5013757.52.2020.8.09.0000
Dessa forma, cabe ao julgador interpretar restritivamente os pressupostos do artigo 312 da Lei Processual Penal,
fazendo-se necessária a configuração dos referidos requisitos, uma vez que a mera alusão genérica a qualquer deles
não autoriza a segregação cautelar, sem que se apresente fato concreto determinante, que sirva como motivação à
medida.

No caso em apreço, ao decretar a prisão preventiva do paciente, a juíza singular assim consignou, in verbis:

“(…) Alega a autoridade policial que IURY AUGUSTO DOS SANTOS é indivíduo que
possui diversas anotações criminais por tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo
e receptação de veículos. Noticia o delegado de policia que, no dia 29-01-2019, IURY
foi detido na cidade de Goianira-GO, na posse de um veículo roubado e confessou,
naquele momento, ser dono de um “desmanche de veículos” naquela cidade, sendo
que no local informado foram encontrados um aparelho Jammer, bloqueador de sinal e
um maçarico, situação muito semelhante com o fato que ora se apura. (…) E, ainda, há
prova técnica indicando a presença de IURY e PABLO no local do crime, com digital de
IURY nas peças do carro roubado, bem como por fragmentos verificados em uma porta
do local do desmanche, que tem simetria (confronto positivo com as digitais de PABLO.
(…) Neste passo, as pertinentes considerações advindas da manifestação do MP
reclamam endosso, tendo em vista que os crimes indicados na representação do ilustre
delegado de policia (arts. 157, § 2º-A, I, 311, caput, e 288 – todos do Código Penal)
preenche o requisito legal contido na norma do art. 313, I, do CPP, no que tange ao
quantum da pena exigido para decretação da prisão preventiva. É visível estarem
presentes nos autos outros fundamentos autorizadores da prisão preventiva, em
especial, a necessidade de garantia da ordem pública, fundamento acerca do qual vale
trazer à baila a lição de NESTOR TÁVORA e ROSMAR RODRIGUES ALENCAR (…).
Ademais, o relatório dos investigadores, os exames periciais, bem como elementos
anexados aos autos, demonstram o fumus comissi delicti, sendo que os indícios de
autoria estão devidamente evidenciados em relação aos dois representados pelo
relatório e provas jungidas ao pedido de decretação da prisão preventiva. Neste
diapasão, a decretação da prisão em flagrante para preventiva de IURY AGUSTO DOS
SANTOS e PABLO HENRIQUE PEREIRA DE SOUZA é medida que se impõe, porque
a restrição de sua liberdade se justifica em prol da segurança e tranquilidade da
coletividade, não só pela gravidade concreta da conduta perpetrada. Os elementos
coligidos até o momento estão a demonstrar a necessidade de se mantê-los
encarcerados provisoriamente para o bem e proteção do meio social. Estes
pormenores demonstram a possibilidade de reiteração delitiva, que também impede a
concessão da liberdade provisória, para o resguardo da garantia de ordem pública.
Uma das finalidades desta medida é justamente, extirpando o cidadão do seio social
durante o trâmite dos autos, evitar que o mesmo volte a delinquir pelo transpor da
respectiva marcha, bem como garantir o regular andamento do processo e
consequente aplicação da lei, coisa aqui incidente de modo inquestionável. Ante o
exposto, com tais considerações e vislumbrando presentes os requisitos do artigo 312,
CPP, acolho o parecer ministerial DECRETO A PRISÃO PREVENTIVA DE IURY
AUGUSTO DOS SANTOS e PABLO HENRIQUE PEREIRA DE SOUZA.”.
(movimentação 1, documento 10).

Apreciando a decisão proferida, constata-se que a segregação foi decretada por se encontrarem presentes, ao ver da

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NR.PROCESSO: 5013757.52.2020.8.09.0000
magistrada, os requisitos para a prisão preventiva, quais sejam, a prova da existência do crime, a presença de indícios
de autoria, bem como a garantia da ordem pública.

Nesses moldes, não há falar em arbitrariedade ou inidoneidade decorrente da permanência do paciente no cárcere, pois
a custódia cautelar deriva de decisão fundamentada. Aponta, tal decisão, fatos concretos a justificar a necessidade da
prisão, que, por outro lado, não fere o princípio da presunção de inocência, pois a segregação do paciente resta
excepcionada pela própria Constituição Federal (art. 5º, LXI).

Nesse sentido, é a orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ):

Verificando-se que a decisão (...) está fundada na necessidade concreta de manter-


se a prisão cautelar a bem da ordem pública, diante da necessidade de evitar a
reiteração delitiva, não há o que se falar em ausência de motivação, pois
plenamente demonstrada a imprescindibilidade da permanência da custódia
cautelar”.(HC 101236/SP, Relª. Minª. Laurita Vaz, DJe 19/12/2010).

O entendimento a que ora se perfilha, é o de que a garantia da ordem pública não se destina a proteger apenas o
processo penal, enquanto instrumento de aplicação da lei. Dirige-se, de igual forma, à proteção da própria comunidade,
coletivamente considerada, no pressuposto de que seria duramente atingida pelo não aprisionamento de autores de
crimes que causassem grande intranquilidade social, tais como o de roubo circunstanciado, associação criminosa e
adulteração de sinal de veículo automotor.

Nesse sentido, entendimento deste Tribunal de Justiça:

“A censurabilidade e a gravidade real da conduta justificam o decreto prisional


fundado na garantia da ordem pública e na conveniência da instrução criminal,
mormente em se considerando as circunstâncias do delito, a demonstrarem a
concreta periculosidade do agente, tendo-se em vista o modus operandi adotado.
(…) ORDEM DENEGADA. (TJGO, HABEAS-CORPUS 202474-80.2013.8.09.0000, Rel.
DES. LEANDRO CRISPIM, 2A CAMARA CRIMINAL, julgado em 04/07/2013, DJe 1345
de 17/07/2013).”

Por outro vértice, as circunstâncias de natureza pessoal, tais como a residência fixa e o trabalho lícito, não são
relevantes, por si sós, para a concessão da ordem, de modo a não se constituir fundamento válido para afastar a
medida cautelar, que foi fundada na garantia da ordem pública.

Ao teor de tais considerações, acolhendo parcialmente o parecer ministerial de cúpula, denego a ordem impetrada, para
manter a segregação cautelar do paciente.

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NR.PROCESSO: 5013757.52.2020.8.09.0000
É como voto.

Goiânia, 11 de fevereiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

10-LMDF

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NR.PROCESSO: 5013757.52.2020.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. ASSOCIAÇÃO
CRIMINOSA. ADULTERAÇÃO DE SINA DE VEÍCULO AUTOMOTOR. PRISÃO
PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO NOS REQUISITOS DO ART. 312, DO CÓDIGO
DE PROCESSO PENAL. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. CUSTÓDIA FUNDAMENTADA. Não há falar em
arbitrariedade ou excesso na segregação, se mantida por se encontrarem presentes os
requisitos da prisão preventiva, quais sejam, prova da materialidade e indícios da
autoria, circunstâncias especiais dos fatos e o resguardo da ordem pública, bem como
revelando a insuficiência das cautelares diversas da prisão, em sintonia com os artigos
312 e 313, do Código de Processo Penal. ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


16:36:40

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5742483.29.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : CARLOS ERNESTO NUNES FILHO
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CARLOS ERNESTO NUNES FILHO


ADVG. PARTE : 41618 GO - CARLOS ERNESTO NUNES FILHO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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HABEAS CORPUS Nº 5742483.29.2019.8.09.0000

COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA

IMPETRANTE CARLOS ERNESTO NUNES FILHO

PACIENTE ANTÔNIO CAMARGO DOS SANTOS

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO. EXCESSO DE PRAZO.


INSTRUÇÃO PROCESSUAL NÃO FINALIZADA. OCORRÊNCIA. EXTENSÃO DOS
EFEITOS DA CONCESSÃO DA ORDEM AO CORRÉU 1. Impõe-se a concessão da
ordem impetrada quando ressair configurada a ocorrência de excesso de prazo para a
formação da culpa, uma vez que o paciente encontra-se preso, pela prática delituosa
objeto deste writ, há mais 432 dias, sem que ultimada a formação da culpa,
evidenciando-se morosidade dos mecanismos judiciários. 2. Uma vez idênticas as
circunstâncias fáticas entre corréus, torna-se forçosa a extensão dos efeitos da
concessão da ordem de um aos demais. ORDEM CONCEDIDA.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Habeas Corpus nº 5742483.29.2019.8.09.0000, da


Comarca de Aparecida de Goiânia, em que é Impetrante Carlos Ernesto Nunes Filho e Paciente Antônio Camargo dos
Santos.

ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade de votos, acolhido o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, em conhecer e conceder a ordem de
habeas corpus, determinando a expedição de alvará de soltura em favor do paciente, para que seja colocado em
liberdade, se por outro motivo não deva permanecer preso, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do Relator, os Desembargadores J. Paganucci Jr., que presidiu o julgamento, Ivo Favaro,
Nicomedes Domingos Borges e o Juiz Átila Naves Amaral, substituto da Desembargadora Avelirdes Almeida Pinheiro de
Lemos. Esteve presente na sessão o Dr. Aurelio Ferreira Rios.

Presente o ilustre Procurador de Justiça, Doutor Maurício José Nardini.

Goiânia, 28 de janeiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

12-jc

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NR.PROCESSO: 5742483.29.2019.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5742483.29.2019.8.09.0000

COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA

IMPETRANTE CARLOS ERNESTO NUNES FILHO

PACIENTE ANTÔNIO CAMARGO DOS SANTOS

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATÓRIO

Carlos Ernesto Nunes Filho, advogado regularmente inscrito na OAB/GO sob o nº 41.618, impetra a
presente ordem de habeas corpus liberatório, com pedido de liminar, em favor de ANTÔNIO CAMARGO DOS SANTOS
, qualificado, indicando como autoridade coatora o MM. Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de Aparecida de
Goiânia/GO.

Expõe que o paciente foi preso em flagrante delito no dia 24/10/2018, em razão de ter, em companhia de
outros dois indivíduos, praticado supostamente a conduta descrita no artigo 121 do Código Penal.

Sustenta haver ocorrido excesso de prazo na formação da culpa, porquanto o paciente está custodiado a
mais de 432 (quatrocentos e trinta e dois dias), tempo superior ao permitido legalmente, sem a conclusão instrução
processual, sem que para tal delonga tenha contribuído a defesa.

Alega o impetrante que o paciente se encontra na mesma situação do corréu Cleyber Antônio Nicolau, em
favor de quem a Primeira Câmara Criminal deste e.Tribunal, nos autos do Processo nº 5654494.82.2019.8.09.0000, por
voto de lavra deste subscritor, em sessão realizada no dia 12/12/2019, à unanimidade de votos, concedeu a ordem,
determinando a expedição do alvará de soltura.

Ao final, pugna pela concessão da ordem, em sede de liminar, a fim de que a liberdade do paciente seja
restabelecida, com a consequente expedição do alvará de soltura (movimentação 01 – doc. 01).

Instrumentaliza o pedido com a documentação (movimentação 01 – doc. 02/18).

A liminar foi indeferida (movimentação 11).

Instada a manifestar, a autoridade judiciária indigitada coatora prestou informações (movimentação 14).

A Procuradoria de Justiça, por intermédio do Dr. Vinicius Jacarandá Maciel, manifestou-se pelo
conhecimento da ordem e por sua concessão, somente em relação ao caso em apuração objeto deste writ, devendo
permanecer no cárcere pelo cumprimento da pena outrora imposta (movimentação 17).

É o relatório. VOTO.

Julga-se habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo Advogado, Dr. Carlos Ernesto Nunes Filho,

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5742483.29.2019.8.09.0000
em proveito de ANTÔNIO CAMARGO DOS SANTOS, qualificado, indicando como autoridade coatora o juízo da 4ª
Vara Criminal da Comarca de Aparecida de Goiânia/GO.

Do compulso dos autos, constata-se que a impetração encontra-se amparada no fundamento de


constrangimento ilegal por excesso de prazo, vez que há mais de 432 (quatrocentos e trinta e dois) dias, sem o
encerramento da instrução criminal.

Ademais, pleiteia a extensão do benefício, nos termos do artigo 580 do Código de Processo Penal,
concedido ao corréu Cleyber Antônio Nicolau (HC nº 5654494.82.2019.8.09.0000), por entender que ambos se
encontram na mesma situação.

Impede esclarecer, de começo, que o paciente e demais corréus foram citados pessoalmente em
05/12/2019, não havendo data para a realização da audiência de instrução e julgamento, conforme se depreende das
informações prestadas pela autoridade coautoria (movimentação 14).

Dessa forma, o paciente encontra-se custodiado cautelarmente desde 24 de outubro de 2018, portanto, há
mais de 432 (quatrocentos e trinta e dois) dias, caracterizando manifesto excesso de prazo para a formação da culpa.

Ademais, consoante consta dos autos do procedimento do Habeas Corpus nº 5654494.82.2019.8.09.0000,


um corréu do paciente já obteve a expedição do Alvará de Soltura em seu favor, haja vista o constrangimento ilegal
caracterizado pelo excesso de prazo. Nesse sentido, uma vez idênticas as circunstâncias fáticas entre esses agentes,
torna-se forçosa a extensão dos efeitos da concessão da ordem ao custodiado.

Por essa razão, acaso superado o lapso temporal que a doutrina e a jurisprudência apontam como limite
ideal à formação da culpa, a alegação de excesso de prazo deve ser avaliada, cotejada e submetida às particularidades
que informam o caso concreto.

Diante disso, até a presente data, o paciente encontra-se acautelado há mais de 01 (um) ano sem que a
instrução processual tenha se encerrado, o que ultrapassa excessivamente o prazo legal.

Assim, constata-se que tal delonga é significativa, estando o paciente preso há mais tempo que o prazo
determinado por lei, fazendo-se necessária a imediata soltura do acusado.

Em que pese o posicionamento favorável pela soltura do paciente relativamente à conduta avaliada no
julgamento deste Habeas Corpus, consigna-se que o acusado está cumprindo pena na Penitenciária Coronel Odenir
Guimarães, em razão de outras condenações criminais, conforme se apura da documentação acostada aos autos do
processo de execução penal nº 0065190.91.2001.8.09.0051, cuja as informações podem ser obtidas no sistema
PROJUDI deste Tribunal de Justiça.

Ante o exposto, acolhido o parecer do órgão ministerial de cúpula, conheço do pedido e concedo a ordem
impetrada, para deferir a liberdade provisória à ANTÔNIO CAMARGO DOS SANTOS somente em relação ao caso em
apuração objeto deste writ, devendo permanecer no cárcere pelo cumprimento da pena outrora imposta.

Expeça-se o respectivo Alvará de Soltura, se por outro motivo não estiver preso.

É como voto.

Goiânia, 28 de janeiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

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NR.PROCESSO: 5742483.29.2019.8.09.0000
12/ebr

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5742483.29.2019.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO. EXCESSO DE PRAZO. INSTRUÇÃO PROCESSUAL NÃO
FINALIZADA. OCORRÊNCIA. EXTENSÃO DOS EFEITOS DA CONCESSÃO DA ORDEM AO CORRÉU 1. Impõe-se a
concessão da ordem impetrada quando ressair configurada a ocorrência de excesso de prazo para a formação da culpa,
uma vez que o paciente encontra-se preso, pela prática delituosa objeto deste writ, há mais 432 dias, sem que ultimada
a formação da culpa, evidenciando-se morosidade dos mecanismos judiciários. 2. Uma vez idênticas as circunstâncias
fáticas entre corréus, torna-se forçosa a extensão dos efeitos da concessão da ordem de um aos demais. ORDEM
CONCEDIDA.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Não Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


16:37:14

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5732105.14.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : CSS
POLO PASSIVO : JVCAL
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : CSS


ADVG. PARTE : 55726 GO - CAIO SOARES STURARO

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


16:37:46

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5705183.33.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : RODRIGO DA CRUZ SANTOS
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : RODRIGO DA CRUZ SANTOS


ADVG. PARTE : 49346 DF - RODRIGO DA CRUZ SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5705183.33.2019.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5705183.33.2019.8.09.0000

COMARCA DE VALPARAÍSO

IMPETRANTE RODRIGO DA CRUZ SANTOS

PACIENTE JUNIOR HONÓRIO GUIMARÃES

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.


PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. AUSÊNCIA DOS
REQUISITOS DO ARTIGO 313 DO CPP. Confirma-se a liminar, mantendo-se a
liberdade provisória mediante imposição de cautelares menos drásticas quando
verificada, no caso concreto, a ausência dos requisitos do artigo 312 do Código de
Processo Penal, cuidando-se de delito apenado com detenção, cuja a pena não é
superior a 04 (quatro) anos, sendo o paciente primário e portador de bons predicados,
sem que fosse anteriormente avaliada a suficiência das medidas protetivas elencadas
na Lei Nº 11.340/06. ORDEM CONCEDIDA. LIMINAR CONFIRMADA.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Habeas Corpus nº 5705183.33.2019.8.09.0000, da


Comarca de Valparaíso, em que é Impetrante Rodrigo da Cruz Santos e Paciente Junior Honório Guimarães.

ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
por unanimidade de votos, desacolhido o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, em conhecer e conceder a ordem
de habeas corpus, confirmando a liminar anteriormente concedida, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do Relator, os Desembargadores J. Paganucci Jr., que presidiu o julgamento, Ivo Favaro,
Nicomedes Domingos Borges e o Juiz Átila Naves Amaral, substituto da Desembargadora Avelirdes Almeida Pinheiro de
Lemos.

Presente o ilustre Procurador de Justiça, Doutor Maurício José Nardini.

Goiânia, 28 de janeiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

12-jc

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NR.PROCESSO: 5705183.33.2019.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5705183.33.2019.8.09.0000

COMARCA DE VALPARAÍSO

IMPETRANTE RODRIGO DA CRUZ SANTOS

PACIENTE JUNIOR HONÓRIO GUIMARÃES

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATÓRIO

O Advogado, Dr. Rodrigo da Cruz Santos, inscrito na OAB/DF sob o nº 49.346, impetra habeas corpus
liberatório, com pedido de liminar, em favor de JUNIOR HONÓRIO GUIMARÃES, nascido em 11/06/1978, e indica
como autoridade coatora a Meritíssima Juíza de Direito do Juizado de Violência Doméstico e Familiar contra a Mulher da
Comarca de Valparaíso/GO.

Discorre que o paciente foi detido em flagrante, no dia 26 de novembro de 2019, por supostamente haver
cometido as infrações penais de lesão corporal no contexto de violência doméstica contra a mulher (art. 129, § 9º, CP
c/c Lei 11340/06), e que a detenção momentânea foi convertida em prisão preventiva.

Argumenta que a conversão da prisão em flagrante em custódia cautelar submete o direito de locomoção do
paciente a coação ilícita, tanto porque não estão configurados os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal,
quanto porque não está atendida a condição de admissibilidade do artigo 313 do precitado texto normativo.

Alega, ainda, que foi realizada audiência de custódia, tendo a magistrada a quo convertido a prisão em
flagrante em preventiva, mesmo com arbitramento de fiança pela Autoridade Policial. Ressalta, também, que inexistia
qualquer medida protetiva em desfavor do paciente ou ocorrência policial em desfavor deste pelo crime da Lei Maria da
Penha.

Sustenta, outrossim, que o paciente é primário, reside em endereço fixo e exerce atividade laboral lícita de
motorista de aplicativo, e que o decreto prisional não está idoneamente fundamentado.

Nesses termos, requer o deferimento da liminar e a concessão da ordem de habeas corpus em definitivo,
para que o paciente seja colocado em liberdade (movimentação 01 – doc. 01).

O impetrante instruiu o pedido com documentos (movimentação 01 – doc. 02/04).

Em sede de liminar, o pedido foi deferido para substituir, até o julgamento final deste habeas corpus, a
prisão preventiva do paciente pelo pagamento de fiança no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) e pelas medidas
protetivas de: 1) proibição não só de acessar ao domicílio da ofendida, mas também de manter distância de 1000 m (mil
metros) desse lugar; 2) proibição de acessar ao local de trabalho, de estudo e dos estabelecimentos em geral nos quais
a vítima estiver presente; 3) proibição de fazer ligação telefônica e/ou de enviar mensagem via qualquer meio de
comunicação à ofendida (movimentação 04).

Solicitadas informações, estas foram prestadas pela autoridade acoimada coatora (movimentação 09).

Instada a se manifestar, a douta Procuradoria-Geral de Justiça, em parecer da lavra de sua representante,


Dra. Zoélia Antunes Vieira, opinou pelo conhecimento do pedido e pela denegação da ordem impetrada (movimentação

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NR.PROCESSO: 5705183.33.2019.8.09.0000
12).

É o relatório.

Passo ao Voto.

Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de Junior Honório Guimarães, preso em flagrante em 26
de novembro de 2019, pela suposta prática do crime de lesão corporal no contexto de violência doméstica contra a
mulher (art. 129, § 9º, CP c/c Lei 11340/06).

Em sede de liminar, foi deferida a concessão da liberdade provisória com pagamento de fiança e imposição
de medidas cautelares.

Pois bem.

Como ponderado quando do deferimento da liminar, no caso dos autos, em que pese a gravidade concreta
da conduta atribuída ao paciente, verifica-se a possibilidade de substituição da prisão por cautelares diversas.

No caso, não consta histórico de agressões por parte do paciente contra a ofendida. Ademais, não se
verifica que o paciente tenha sido condenado por outro crime doloso, ao contrário, ostenta bons predicados pessoais,
tampouco existe dúvida sobre a identidade civil dele.

A propósito do tema, já decidiu esta egrégia Corte de Justiça em caso semelhante, in verbis:

HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL. AMEAÇA. INJÚRIA. VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. AUSÊNCIA DE
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA. 1. Configura
constrangimento ilegal, impondo-se a concessão da ordem, quando o magistrado
converte a prisão em flagrante em preventiva, desprovida de fundamentação idônea e
sem antes medir a suficiência das medidas protetivas elencadas na Lei 11.340/06, além
de se tratar de delitos apenados com detenção, cujo somatório das penas não é
superior a 04 (quatro) anos, bem como inexistir reincidência, portanto desatendidos os
requisitos autorizadores da segregação cautelar, delineados no art. 313, incisos I, II e
III, do CPP. 2. Ordem conhecida e concedida, com a imposição de medidas cautelares.
(TJGO, Habeas Corpus 5547618-06.2019.8.09.0000, Rel. J. PAGANUCCI JR., 1ª
Câmara Criminal, julgado em 09/10/2019, DJe de 09/10/2019)

Diante disso, confirmo a liminar anteriormente concedida, com a manutenção das medidas cautelares
estabelecidas, nas seguintes condições:

1) proibição não só de acessar ao domicílio da ofendida, mas também de manter


distância de 1000 m (mil metros) desse lugar;

2) proibição de acessar ao local de trabalho, de estudo e dos estabelecimentos em


geral nos quais a vítima estiver presente;

3) proibição de fazer ligação telefônica e/ou de enviar mensagem via qualquer meio de
comunicação à ofendida.

Ressalto que, nos moldes do inciso II, do artigo 282, do Código de Processo Penal, a autoridade acoimada
coatora poderá adotar outras medidas cautelares alternativas, previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, que
entender necessárias.

Frise-se, ainda, que em caso de descumprimento das medidas, o paciente poderá ser novamente preso

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NR.PROCESSO: 5705183.33.2019.8.09.0000
preventivamente, inteligência do artigo 282, § 4º, do Código de Processo Penal.

Com essas considerações, desacolho o parecer ministerial de cúpula e concedo a ordem, ficando JUNIOR
HONÓRIO GUIMARÃES vinculado ao cumprimento das medidas cautelares mencionadas, ratificando o provimento
liminar.

Deixo de determinar a expedição do competente alvará de soltura considerando que tal providência já foi
ultimada.

É como voto.

Goiânia, 28 de janeiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

12/ebr

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NR.PROCESSO: 5705183.33.2019.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. PRISÃO PREVENTIVA.
FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 313 DO CPP. Confirma-se a liminar,
mantendo-se a liberdade provisória mediante imposição de cautelares menos drásticas quando verificada, no caso
concreto, a ausência dos requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, cuidando-se de delito apenado com
detenção, cuja a pena não é superior a 04 (quatro) anos, sendo o paciente primário e portador de bons predicados, sem
que fosse anteriormente avaliada a suficiência das medidas protetivas elencadas na Lei Nº 11.340/06. ORDEM
CONCEDIDA. LIMINAR CONFIRMADA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Concessão - Data da Movimentação 19/02/2020


16:40:30

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5740661.05.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Habeas Corpus Criminal
POLO ATIVO : LUIZ FERNANDO IZIDORO MONTEIRO E SILVA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUIZ FERNANDO IZIDORO MONTEIRO E SILVA


ADVG. PARTE : 48708 GO - LUIZ FERNANDO IZIDORO MONTEIRO E SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5740661.05.2019.8.09.0000
HABEAS CORPUS Nº 5740661.05.2019.8.09.0000

COMARCA DE CALDAS NOVAS

IMPETRANTE LUIZ FERNANDO IZIDORO MONTEIRO E SILVA

PACIENTE GILBERTO CÂNDIDO DE JESUS

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIMES DE AMEAÇA E SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA


MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE. SUBSTITUIÇÃO DA
SEGREGAÇÃO PROVISÓRIA POR MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS.
VIABILIDADE. Revela-se oportuna e conveniente a substituição da segregação
provisória por medidas cautelares diversas da prisão quando, configurado o fumus
comissi delicti, estas se mostram adequadas e proporcionais ao intento de garantir a
ordem pública, compreendida como inibição da reiteração de fatos aparentemente
típicos. Inteligência do artigo 282, §6º, do CPP. ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Habeas Corpus nº 5740661.05.2019.8.09.0000, da Comarca de


Caldas Novas, em que é Impetrante Luiz Fernando Izidoro Monteiro e Silva e Paciente Gilberto Cândido de Jesus.

ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça


do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, desacolhido o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, em conhecer
e conceder a ordem de habeas corpus, determinando a expedição de alvará de soltura em favor do paciente,
para que seja colocado em liberdade, se por outro motivo não deva permanecer preso, mediante a imposição de
medidas cautelares (artigo 319, incisos I, IV, V e IX do Código de Processo Penal, nos termos do voto do Relator.

VOTARAM, além do Relator, os Desembargadores J. Paganucci Jr., que presidiu o


julgamento, Ivo Favaro, Nicomedes Domingos Borges e o Juiz Átila Naves Amaral, substituto da Desembargadora
Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos.

Presente o ilustre Procurador de Justiça, Doutor Cássio Roberto Teruel Zarzur.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5740661.05.2019.8.09.0000
Goiânia, 04 de fevereiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

10-jc

HABEAS CORPUS Nº 5740661.05.2019.8.09.0000

COMARCA DE CALDAS NOVAS

IMPETRANTE LUIZ FERNANDO IZIDORO MONTEIRO E SILVA

PACIENTE GILBERTO CÂNDIDO DE JESUS

RELATOR DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATÓRIO

Luiz Fernando Izidoro Monteiro e Silva, advogado regularmente inscrito na OAB/GO sob o nº 48.708, impetra a presente
ordem de HABEAS CORPUS, com pleito de liminar, em proveito de GILBERTO CÂNDIDO DE JESUS, devidamente
qualificado, apontando como autoridade coatora o juízo da 3ª Vara de Criminal de Caldas Novas/GO.

O impetrante narra que o paciente foi preso em 28/10/2019 em flagrante delito, pela suposta prática dos crimes de
satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A do Código Penal) e ameaça (art. 147,
caput, do Código Penal), cujas penas abstratas máximas, somadas, totalizam 4 anos e 6 meses.

Conta que a prisão em flagrante do paciente foi homologada e convertida em preventiva, sendo a decisão novamente
confirmada em audiência de custódia.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5740661.05.2019.8.09.0000
Irresignada, a defesa do paciente formulou pedido de revogação de prisão preventiva, que foi indeferido pelo juízo
coator.

Discorre sobre os requisitos do artigo 312 do CPP, afirmando que estão ausentes os pressupostos que autorizam a
manutenção de sua prisão cautelar.

Ao final, requer a concessão da medida liminar, para revogar a prisão preventiva decretada, expedindo o alvará de
soltura em favor do paciente.

Instrumentaliza o pedido com a documentação constante da movimentação 1.

Instado a prestar os informes, o MM. Juiz de Direito o fez na movimentação 13.

A Procuradoria de Justiça, pelo verbo do Dr. Marcos de Abreu e Silva, na


movimentação 16, manifestou-se pelo conhecimento do pedido e pela denegação da ordem.

É o relatório.

Passa-se ao VOTO.

Presentes as condições para o exercício do direito de ação e os pressupostos processuais inerentes ao habeas corpus,
passo ao exame de seu mérito, iniciando pela alegação de a decisão que decretou sua prisão preventiva encontra-se
fundamentada de maneira genérica.

No tocante à adoção da medida cautelar pessoal extrema, o MM. Juiz de Direito, ao decidir pela decretação da prisão
preventiva, fundamentou a deliberação nos seguintes termos:

“(...) Friso que, Gilberto estava trabalhando em uma construção ao lado da casa
da vítima, uma criança que estava brincando na porta de sua casa, pois tem
apenas 9 anos de idade (f. 20) e tentou aliciá-la para satisfazer sua lascívia,
tirando seu pênis para fora e fazendo movimentos de masturbação direcionados
à vítima, chamando-a até ele. Assustada, a vítima entrou em casa e contou o
ocorrido à sua genitora que acionou a polícia, sendo o acusado preso em
flagrante. Os fatos foram presenciados pela vizinha da vítima, quem acompanhou
tudo até a chegada da polícia. In casu, vicejo que há início de prova material do

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NR.PROCESSO: 5740661.05.2019.8.09.0000
crime de satisfação de lascívia mediante presença de criança e dos depoimentos
colhidos exsurgem indícios de autoria que recaem sobre o requerente. Nesse
viés, sua soltura precoce representaria grave risco à ordem pública, mormente
quando considerada a gravidade do delito supostamente cometido. Outrossim, o
modus operandi da empreitada delitiva em apuração revela a periculosidade
social do acusado, vez que para a satisfação de sua lascívia, mostrou seu órgão
genital para uma criança, aproveitando-se de sua fragilidade, vez que não tinha
nenhuma possibilidade de defesa, tampouco de entendimento. Além disso, extrai-
se do sistema SPG, que o acusado responde por outra ação penal pela prática do
mesmo crime, inclusive em data recente (…)” (movimentação 1, arquivo 5).

Diferente do que sustenta o impetrante, a decisão que manteve a prisão preventiva do paciente, se encontra
suficientemente motivada, tudo nos termos da Constituição Federal (artigo 93, inciso IX).

Contudo, entendo que o fim almejado com a decretação da segregação cautelar, expressa pelo resguardo da ordem
pública e garantia da aplicação da lei penal, na vertente de se evitar a reiteração delitiva, pode ser alcançado mediante a
aplicação de medidas cautelares menos drásticas do que o encarceramento provisório, pelo que fica insubsistente a
prisão preventiva decretada caso, tudo em respeito ao postulado normativo da proporcionalidade e às disposições
constantes do artigo 282, §6º, do Código de Processo Penal (subsidiariedade da prisão preventiva em relação às
demais cautelares).

Nesse ponto, da análise dos documentos colacionados aos autos, observo que as condutas imputadas ao paciente, em
que pese dirigidas a três supostas vítimas, não consistiram em conjunções carnais ou anais, não sendo, aparentemente,
praticadas com violência real (movimentação 1).

Nesse contexto, mostra-se cabível a substituição da prisão preventiva do paciente, pelo cumprimento das seguintes
medidas cautelares diversas da prisão (artigo 282, II, CPP):

1 – comparecimento quinzenal no juízo de origem, para informar e justificar atividades (artigo 319, I, CPP) até a prolação
da sentença;

2 – proibição de ausentar-se da comarca por mais de oito dias sem comunicar ao juízo (artigo 319, IV, CPP);

3 – recolhimento domiciliar no período noturno, após as 22 horas, inclusive aos finais de semana e feriado (artigo 319,
V, CPP) e;

4 - monitoração eletrônica (artigo 319, IX, CPP). Se disponível, até a prolação da sentença.

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NR.PROCESSO: 5740661.05.2019.8.09.0000
Ao teor de tais considerações, desacolhendo o parecer ministerial de cúpula, conheço da ação impugnativa e concedo
a ordem impetrada, mediante a imposição das medidas de cautela acima explicitadas.

Expeça-se alvará de soltura em favor de GILBERTO CÂNDIDO DE JESUS, colocando-o em liberdade, salvo se por
outro motivo deva permanecer preso.

É como voto.

Goiânia, 04 de fevereiro de 2020.

DES. ITANEY FRANCISCO CAMPOS

RELATOR

10-LMDF

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NR.PROCESSO: 5740661.05.2019.8.09.0000

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NR.PROCESSO: 5740661.05.2019.8.09.0000
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIMES DE AMEAÇA E SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA
MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE. SUBSTITUIÇÃO DA
SEGREGAÇÃO PROVISÓRIA POR MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS.
VIABILIDADE. Revela-se oportuna e conveniente a substituição da segregação
provisória por medidas cautelares diversas da prisão quando, configurado o fumus
comissi delicti, estas se mostram adequadas e proporcionais ao intento de garantir a
ordem pública, compreendida como inibição da reiteração de fatos aparentemente
típicos. Inteligência do artigo 282, §6º, do CPP. ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 17:01:32

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5048965.97.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Execução Penal
POLO ATIVO : NAYTON HENRIQUE DA SILVA
POLO PASSIVO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : NAYTON HENRIQUE DA SILVA


ADVG. PARTE : 36395 GO - PAULO ROBERTO BORGES DA SILVA

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 17:06:04

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5732380.60.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Execução Penal
POLO ATIVO : LUIZ FERNANDO MOREIRA DE ASSUNCAO OLIVEIRA
POLO PASSIVO : JUSTIÇA PUBLICA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUIZ FERNANDO MOREIRA DE ASSUNCAO OLIVEIRA


ADVG. PARTE : 1677 GO - DIÓGENES DE OLIVEIRA FRAZÃO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 17:14:06

LOCAL : 1ª CÂMARA CRIMINAL


NR.PROCESSO : 5136468.92.2019.8.09.0065
CLASSE PROCESSUAL : Ação Penal - Procedimento Ordinário ( CPP )
POLO ATIVO : JUSTIÇA PÚBLICA
POLO PASSIVO : TIAGO PEREIRA DE JESUS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOSÉ RIBEIRO DE SOUSA NETO


ADVG. PARTE : 24841 GO - REGINALDO FERREIRA ADORNO FILHO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 18:34:42

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5693671.53.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Conflito de Competência Infância e Juventude
POLO ATIVO : EURICO BARBOSA DOS SANTOS FILHO
POLO PASSIVO : DESEMBARGADOR DA 5ª CÂMARA CÍVEL (DES. MARCUS CA COSTA
FERREIRA)
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : EURICO BARBOSA DOS SANTOS FILHO


ADVG. PARTE : 36546 GO - PAULO SERGIO HERNANDO

PARTE INTIMADA : FERNANDO DOS SANTOS CARNEIRO


ADVG. PARTE : 39487 DF - RENATA FERNANDES HANONES CARPANEDA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇÃ DO ESTADO DE GOIÁS

GABINETE DO JUIZ RESPONDENTE FÁBIO CRISTÓVÃO DE CAMPOS FARIA

CONFLITO DE COMPETÊNCIA 5693671.53.2019.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

SUSCITANTE EURICO BARBOSA DOS SANTOS

SUSCITADOS JUÍZOS DA 5ª E 6ª CÂMARA CÍVEL DESEMBARGADORES MARCUS DA


COSTA FERREIRA e SANDRA REGINA TEODORO REIS

RELATOR FÁBIO CRISTÓVÃO DE CAMPOS FARIA

Juiz Substituto em 2º Grau

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de conflito positivo de competência suscitado por EURICO BARBOSA DOS SANTOS
FILHO, que pretende seja declarada a competência da DESEMBARGADORA SANDRA REGINA
TEODORO REIS para o julgamento do mandado de segurança 5606169.76.2019.08.09.000
distribuído ao DESEMBARGADOR MARCUS DA COSTA FERREIRA, sob o argumento de que
aquela ação possui conexão com o mandado de segurança 0213925.37.1999.8.09.0051, julgado
pela mencionada desembargadora.

O suscitante, em sua petição inicial, alega que no mandado de segurança


5606169.76.2019.08.09.000, de relatoria do Desembargador Marcus da Costa Ferreira, Fernando
dos Santos Carneiro requereu seu retorno ao quadro de Procurador de Contas do tribunal de
contas do estado de Goiás, ressaltando que seu afastamento daquele cargo foi decorrente da
decisão emanada do julgamento da apelação cível em mandado de segurança
213925.37.1999.8.09.0051, de relatoria da Desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis, que
teria anulado o concurso público realizado pelo citado tribunal de contas, no ano de 1999, para o
preenchimento de 03 (três) vagas para o cargo efetivo de Procurador de Contas e 02 (duas)

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
vagas para o cargo de Auditor de Contas daquele órgão.

Segundo alega, o mandado de segurança 5606169.76.2019.08.09.000 padece de vício de


ilegitimidade da impetração, pois foi direcionado contra ato do Presidente do tribunal de contas do
estado de Goiás, o qual se limitou a cumprir o acórdão de relatoria da Desembargadora Sandra
Regina Teodoro Reis.

Defende que o afastamento de Fernando dos Santos Carneiro do cargo por ele ocupado é
decorrente do reconhecimento da nulidade do concurso realizado pelo tribunal de contas estadual
e que ele age de má-fé, pois interpôs exceção de suspeição em desfavor da Desembargadora,
por meio de argumentos ilegítimos.

Discorre sobre a prevenção e transcreve os artigos de lei relacionados.

Aponta que o mandado de segurança de Fernando dos Santos Carneiro é, em verdade, um


sucedâneo recursal, uma vez que ele tenta, em verdade, burlar o entendimento exarado no
julgamento do processo 213925.37.1999.8.09.0051.

Requer, ao final, o conhecimento e provimento deste conflito, para que a Desembargadora


Sandra Regina Teodoro Reis seja declarada competente para o julgamento do mandado de
segurança 5606169.76.2019.08.09.000.

Os Desembargadores suscitados prestaram suas informações nos eventos 15 e 20.

O suscitante se manifestou nos autos, notadamente em relação às informações prestadas pelo D


esembargador Marcus da Costa Ferreira, no evento 16, ocasião em que juntou documentos.

Fernando dos Santos Carneiro, na condição de interessado, apresentou manifestação no evento


23.

Vieram-me conclusos os autos.

É o relatório. Decido.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
Inicialmente, registre-se que, em face do teor das informações prestadas pelas duas autoridades
suscitadas, aparentemente, ao meu juízo, não restou caracterizado conflito. Contudo, a maioria
do Colegiado entendeu de forma diversa.

Assim, vencido nesta preliminar, passo ao julgamento.

Em primeiras linhas, ressalte-se que, apesar de ter sido suscitado a impropriedade do presente
incidente, por não ser o suscitante parte no mandado de segurança 5606169.76.2019.08.09.0000,
este argumento não merece prosperar.

Por certo, nos termos dos arts. 951 e seguintes do Código de Processo Civil, o conflito de
competência poderá ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz.

Confira-se:

“Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das
partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz.

Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de


competência relativos aos processos previstos no art. 178, mas terá
qualidade de parte nos conflitos que suscitar.

Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu
incompetência relativa.

Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte


que não o arguiu suscite a incompetência.

Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:

I - pelo juiz, por ofício;

II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição.

Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
necessários à prova do conflito”.

In casu, ressai evidente que o suscitante Eurico Barbosa dos Santos Filho não é parte do
mandado de segurança impetrado por Fernando dos Santos Carneiro contra ato coator atribuído
ao Presidente do tribunal de contas do estado de Goiás.

Todavia, ele é parte na ação mandamental 213925.37.1999.8.09.0051, na qual foi determinada a


anulação da nomeação do Sr. Fernando, no cargo de Procurador de Contas do tribunal de contas
do estado de Goiás.

Naquela primeira ação (distribuída à Desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis), o suscitante
é parte diretamente interessada, pois houve a anulação do concurso que deu ensejo à nomeação
do Sr. Fernando no retromencionado cargo, beneficiando diretamente o suscitante.

Assim, embora não seja parte na ação mandamental impetrada por Fernando dos Santos
Carneiro, o suscitante figura como terceiro diretamente interessado, pois as decisões exaradas
nos autos 5606169.76.2019.08.09.000 lhe atingirão diretamente.

Portanto, afasto também essa preliminar.

No mérito, constata-se que o suscitante impetrou mandado de segurança alegando a existência


de nulidades no concurso público realizado pela corte de contas, regido pelo edital 01/1999, para
preenchimento de 03 (três) vagas para o cargo efetivo de Procurador de Contas e 02 (duas)
vagas para Auditor de Contas do citado órgão.

Para tanto, sustentou, naquela época, a ocorrência de vícios insanáveis aptos a macular a higidez
do certame, notadamente no que diz respeito a: inserção de questões sobre matéria alheia ao
edital convocatório; interpretação equivocada das questões nº 25 e 32 da prova objetiva de P
rocurador de Contas; vício na elaboração da questão discursiva da prova de Procurador de C
ontas, de maneira a inexistir resposta correta e contratação do CESPE em desacordo com as
exigências do art. 26 da lei nº 8.666/93.

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NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
Ao reconhecer as ilegalidades praticadas no certame, o Colegiado Recursal, acompanhando o
voto da Desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis, reconheceu que Fernando dos Santos
Carneiro “foi nomeado por meio do “Ato de Nomeação”, datado de 28.12.1999, publicado no
Diário Oficial nº 18.335, de 3.1.2000, para exercer o cargo de “Procurador de Contas”, sendo
empossado na data de 5.1.2000. Todavia, se absteve de comprovar sua inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB). Tal circunstância fática foi corroborada por meio do Ofício nº
356/2001 GPR, de 19.4.2001, emanado do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil”

Disse, ainda, que ele (Fernando) “solicitou esclarecimentos à comissão de seleção, no que diz
respeito à necessidade de comprovação de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB,
para fins de investidura no cargo de Procurador de Contas, oportunidade em que se deliberou,
por unanimidade, meio de “Ata de Reunião da Comissão Organizadora do Concurso Público”,
datada de 15.12.1999, pela manutenção da referida exigência editalícia prevista no item 2.2.4, “i”
do edital nº 01/99”.

Após o reconhecimento das nulidades, foi concedida a segurança para anular o concurso regido
pelo edital 001/1999 e, como consequência de todos os atos posteriores, inclusive eventuais
nomeações.

Ou seja, de acordo com aquele julgamento, a posse de Fernando dos Santos Carneiro padece de
nulidade absoluta, não surtindo, portanto, efeito algum.

Ocorre que o Sr. Fernando, ao impetrar o mandado de segurança que foi distribuído ao D
esembargador Marcus da Costa Ferreira, questionou a competência do Presidente do tribunal de
constas estadual para exonerá-lo, sob o fundamento de que esse mister é exclusivo do G
overnador do Estado.

Do teor da petição inicial do mandado de segurança 5606169.76.2019.8.09.0000, Fernando dos


Santos Carneiro aduz que o Presidente da corte de contas: a) não detinha competência para
afastá-lo do cargo, cuja competência é do governador do estado; b) não existe previsão legal
para o afastamento, sem remuneração, de membro do ministério público; e c) referido ato tolhe
as garantias constitucionais inerentes ao cargo por ele ocupado, notadamente a independência
funcional e vitaliciedade.

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NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
Feitas essas considerações, nota-se que, apesar de não existir conexão direta entre as ações,
pois elas não possuem identidade de partes, pedidos ou causa de pedir, elas apresentam uma
relação de prejudicialidade, de modo que o julgamento de uma fatalmente afetará o da outra,
afinal, não se pode determinar que, em uma ação, o impetrante (Fernando) seja mantido no cargo
e, em outra, ele seja exonerado.

Diante desses fatos, ainda que se entenda que entre aquelas demandas não existe identidade de
partes ou pedido, é certo que nos termos do § 3º do art. 55 do Código de Processo Civil, ainda
que as ações não sejam conexas, existindo a possibilidade de que tenham decisões conflitantes
ou contraditórias, elas deverão ser reunidas para julgamento simultâneo.

Veja-se:

“Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.

(...)

§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que


possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão
entre eles”. Destaquei.

Em idêntico sentido:

“CONFLITO NEGATIVO DE COMPE-TÊNCIA. AÇÃO DE BUSCA E


APREENSÃO. TRAMITAÇÃO DE AÇÃO REVISIONAL ANTERIOR.
RELAÇÃO DE PREJUDICIALIDADE. RISCO DE DECISÕES
CONFLITANTES. ECONOMIA PROCES-SUAL. REUNIÃO DOS
PROCESSOS. 1. Há clara relação de prejudicialidade entre a ação de busca
e apreensão e a ação revisional, quando ambas discutem o mesmo contrato
de financiamento. 2. Nos termos do art. 55, §3º do CPC, 'serão reunidos
para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles'. 3. Nesses casos, a
reunião dos feitos privilegia a economia processual e evita a
superveniência de julgamentos discrepantes, especialmente quando os
processos estão em sua fase inicial. 4. Estabelecida a necessidade de
reunião, em razão da relação de prejudicialidade entre o feito constritivo e a

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NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
ação revisional anteriormente ajuizada, é competente para processamento e
julgamento de ambas o Juízo suscitante. Conflito Negativo de Competência
julgado improcedente. (TJGO, 1ª Seção Cível, Conflito de Competência
5298782-83.2019.8.09.0000, Rel. Zacarias Neves Coelho, julgado em
08/10/2019, DJe de 08/10/2019).

Este entendimento se dá em razão do fato de que, mesmo sem a configuração da conexão entre
as demandas, elas, por uma questão de segurança jurídica, devem ser reunidas para julgamento,
evitando-se, com isso, decisões conflitantes e contraditórias, caso decididas separadamente.

Nesse contexto, nota-se que ambas as ações mandamentais devem tramitar de forma conjunta
para que sejam julgadas pelo mesmo Juízo.

Ante o exposto, conheço do conflito positivo de competência e o julgo procedente para


declarar a competência do Juízo da 6ª Câmara Cível (Desembargadora Sandra Regina
Teodoro Reis) para processar e julgar o mandado de segurança 5606169.76.2019.8.09.0000.

É o voto.

Goiânia, arquivo datado e assinado digitalmente.

FÁBIO CRISTÓVÃO DE CAMPOS FARIA

Juiz Substituto em 2º Grau

Relator

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de CONFLITO DE COMPETÊNCIA


5693671.53.2019.8.09.0000 da Comarca de Goiânia, em que figura como suscitante EURICO
BARBOSA DOS SANTOS e como suscitado JUÍZOS DA 5ª E 6ª CÂMARA CÍVEL
DESEMBARGADORES MARCUS DA COSTA FERREIRA e SANDRA REGINA TEODORO
REIS.

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NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
ACORDAM os integrantes da 1ª SEÇÃO CÍVEL, à unanimidade de votos, em julgar
procedente o Conflito de Competência, nos termos do voto do Relator.

A sessão foi presidida pelo Desembargador Carlos Alberto França.

Votaram com o Relator, o Desembargador Leobino Valente Chaves, o Desembargador Gilberto


Marques Filho, a Desembargadora Amélia Martins de Araújo, o Desembargador Carlos Alberto
França, o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira, a Desembargadora Maria das Graças
Carneiro Requi, o Desembargador Orloff Neves Rocha, o Desembargador Itamar de Lima, o
Desembargador José Carlos de Oliveira, o Desembargador Carlos Roberto Fávaro e o Dr. Ronnie
Paes Sandre (em substituição ao Desembargador Ney Teles de Paula).

Com ausência justificada o Desembargador Zacarias Neves Coelho e o Dr. Fernando de Castro
Mesquita (em substituição ao Desembargador Luiz Eduardo de Sousa).

Impedido para julgamento apenas o Dr. Eudélcio Machado Fagundes (em substituição ao
Desembargador Gerson Santana Cintra).

Presente o ilustre Procurador de Justiça Doutor Osvaldo Nascente Borges.

Goiânia, datado e assinado digitalmente.

Fábio Cristóvão de Campos Faria

Juiz Substituto em Segundo Grau

Relator

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NR.PROCESSO: 5693671.53.2019.8.09.0000
TRIBUNAL DE JUSTIÇÃ DO ESTADO DE GOIÁS

GABINETE DO JUIZ RESPONDENTE FÁBIO CRISTÓVÃO DE CAMPOS FARIA

CONFLITO DE COMPETÊNCIA 5693671.53.2019.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

SUSCITANTE EURICO BARBOSA DOS SANTOS

SUSCITADOS JUÍZOS DA 5ª E 6ª CÂMARA CÍVEL DESEMBARGADORES MARCUS DA


COSTA FERREIRA e SANDRA REGINA TEODORO REIS

RELATOR FÁBIO CRISTÓVÃO DE CAMPOS FARIA

Juiz Substituto em 2º Grau

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÕES MANDAMENTAIS. CONCURSO


PÚBLICO. ANULAÇÃO. AFASTAMENTO DO CARGO. PEDIDO DE
RETORNO AO CARGO. DESEMBARGADORES DIVERSOS.
INEXISTÊNCIA DE CONEXÃO ENTRE AS DEMANDAS. EXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO DE PREJUDICIALIDADE. NECESSIDADE DE REUNIÃO DOS
PROCESSOS PARA PREVENIR DECISÕES CONFLITANTES. ART. 55,
§3º, CPC.

1. Nos termos do § 3º do art. 55 do CPC, ainda que as ações não sejam


conexas, existindo a possibilidade de que tenham decisões conflitantes ou
contraditórias, elas deverão ser reunidas para julgamento, em nome da
segurança jurídica das decisões judiciais.

2. Considerando que as duas ações mandamentais afetam a legalidade do


cargo de Procurador do tribunal de contas do estado, ainda que por motivos
diversos, o julgamento de uma, fatalmente, afetará o da outra,
principalmente quando na primeira demanda ajuizada há a nítida ordem de
afastamento do cargo, em razão da nulidade da posse de seu ocupante e, na
outra ação, existe decisão que determina a sua manutenção no cargo.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA JULGADO PROCEDENTE.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Certidão Expedida - Data da Movimentação


19/02/2020 08:54:32

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5094174.38.2017.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Reclamação
POLO ATIVO : JÉSSICA DA SILVA MAMEDES
POLO PASSIVO : 2ª TURMA RECURSAL MISTA DE GOIÂNIA - RELATORA DRª. ZILMENE
GOMIDE DA SILVA MANZOLLI
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JÉSSICA DA SILVA MAMEDES


ADVG. PARTE : 33505 GO - PAULO HENRIQUE MIRANDA COSTA

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Extinto o Processo por Desistência (cpc) - Data da
Movimentação 18/02/2020 15:03:04

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5694357.71.2019.8.09.0056
CLASSE PROCESSUAL : Reclamação
POLO ATIVO : MARCELO VINICIUS DE SOUSA CAMPOS
POLO PASSIVO : 1ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARCELO VINICIUS DE SOUSA CAMPOS


ADVG. PARTE : 24862 GO - GEMIVALDO VIDAL DOS SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5694357.71.2019.8.09.0056
Poder Judiciário

Tribunal de Justiça de Goiás

Gabinete da Desembargadora Amélia Martins de Araújo

1ª Seção Cível
RECLAMAÇÃO Nº 5694357.71.2019.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA
RECLAMANTE : MARCELO VINÍCIUS DE SOUZA CAMPOS
RECLAMADO : 1ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DE GOIÂNIA
RELATORA : DESª AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO

EMENTA: RECLAMAÇÃO. PEDIDO DE DESISTÊNCIA.


HOMOLOGAÇÃO. Diante do pedido de desistência da
ação, impõe-se a extinção do feito, sem resolução do
mérito, nos termos do art. 485, inc. VIII, do CPC.
DESISTÊNCIA HOMOLOGADA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de Reclamação proposta por MARCELO VINÍCIUS DE SOUZA


CAMPOS, inconformado com o entendimento adotado pelo acórdão da lavra da MM.
JUÍZA DE DIREITO DA 1ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DE
GOIÂNIA, Dra. Stefane Fiúza Cançado Machado, nos autos da Ação de Restituição de
Quantia Paga c/c Nulidade de Cláusulas Contratuais, proposta em face de MRV
ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S/A E OUTROS e PRIME INCORPORAÇÕES E
CONSTRUÇÕES S/A.

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NR.PROCESSO: 5694357.71.2019.8.09.0056
Consta dos autos que a presente Reclamação foi, inicialmente, distribuída à
Dra. Stefane Fiúza Cançado Machado, Juíza de Direito da 1ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais.

Na movimentação 03 o reclamante requereu o cancelamento da distribuição,


em razão de ter sido encaminhada àquele juízo de forma equivocada.

A Juíza de Direito, considerando que a competência para processar e julgar a


presente Reclamação é deste Egrégio Tribunal de Justiça, determinou a redistribuição
do feito. (mov. 05)

Redistribuídos os autos a esta relatoria e diante do fato da presente


Reclamação reproduzir outra já protocolada, de nº 5694390.35, foi determinada a
intimação do reclamante nos termos do artigo 10, do Código de Processo Civil, para
manifestar acerca de possível extinção da presente ação, em razão da litispendência.

O Reclamante manifestou na movimentação 16, onde alega nulidade da


decisão que determinou a redistribuição dos presentes autos a este Tribunal de
Justiça, posto que, no seu entender, deveria a juíza tê-lo intimado para manifestar
acerca da referida providência, em razão do princípio da não surpresa, nos termos do
artigo 10 do CPC.

Assim, pugna pela nulidade de todos os atos a partir da referida decisão,


abrindo-lhe prazo para recurso ou que seja determinado o retorno dos autos à Turma
Recursal dos Juizados Especiais para que se analise o pedido de cancelamento da
distribuição naquele juízo.

É o relatório. Passo a decidir.

Inicialmente, de plano, diferente do que alega o reclamante, a decisão que


reconhece, de ofício, a incompetência absoluta, sem antes intimar a parte para
manifestar, nos termos do artigo 10 do Código de Processo Civil, não ofende o
princípio da não-surpresa, conforme entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal
de Justiça. Senão vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO


ORDINÁRIO. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N. 3/STJ.

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NR.PROCESSO: 5694357.71.2019.8.09.0056
MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL.
DECISÃO PELA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO
JUÍZO. DECLINAÇÃO DE COMPETÊNCIA DE OFÍCIO.
PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA (ART. 10 DO
CPC/2015). NÃO INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE
TERATOLOGIA NA DECISÃO DE DECLINAÇÃO DE
COMPETÊNCIA. UTILIZAÇÃO DO MANDADO DE
SEGURANÇA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL.
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. O recorrente
defende a nulidade do julgado impugnado pelo mandado
de segurança por teratologia consistente na declinação de
competência de ofício do juízo singular para o Tribunal de
Justiça Militar. Isso porque não houve observação do
princípio da não surpresa e porque a impugnação da
decisão de perda de patente não está elencada na
competência originária do Tribunal. 2. O art. 10 do
CPC/2015 faz referência expressa ao princípio da não
surpresa. Assim, em regra, o magistrado não pode decidir
com base em algum fundamento que as partes não teve
oportunidade de se manifestar. 3. Contudo, a norma do art.
10 do CPC/2015 não pode ser considerada de aplicação
absoluta, porque o sistema processual brasileiro
desvincula a necessidade de atos processuais da
realização de diligências desnecessárias. 4. A
jurisprudência do STJ já admite o caráter não absoluto do
art. 10 do CPC/2015, uma vez que entende pela
desnecessidade de intimar o recorrente antes da prolação
de decisão que reconhece algum óbice de admissibilidade
do recurso especial. 5. A controvérsia atinente à
violação do princípio da não surpresa decorre de
possível incompetência absoluta. Eventual vício dessa
natureza é considerado tão grave no ordenamento que,
além de poder ser pronunciada de ofício, configura
hipótese de ação rescisória (art. 966, II, do CPC/2015).
6. Ademais, a declaração - em si considerada - atinente
à declinação de competência absoluta não implica
prejuízos ao requerente. Afinal, a decisão judicial não
se manifesta quanto ao mérito da controvérsia. Esse
deverá ser devidamente analisado (caso não haja
preliminares ou prejudiciais de mérito) pelo juízo
competente após o transcurso do devido processo
legal. Ou seja, a declaração de incompetência não
traduz risco ao eventual direito subjetivo do
requerente. Na verdade, a declinação de competência
absoluta prestigia o princípio do juiz natural e,
consequentemente, o escopo político do processo. 7.
Como nos casos em que não se reconhece violação do
princípio da não surpresa na declaração de algum óbice de
recurso especial, na declaração de incompetência
absoluta, a fundamentação amparada em lei não constitui
inovação no litígio, porque é de rigor o exame da
competência em função da matéria ou hierárquica antes da

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NR.PROCESSO: 5694357.71.2019.8.09.0056
análise efetiva das questões controvertidas apresentadas
ao juiz. Assim, tem-se que, nos termos do Enunciado n.
4 da ENFAM, "Na declaração de incompetência
absoluta não se aplica o disposto no art. 10, parte final,
do CPC/2015." 8. Ademais, o ato judicial impugnado pelo
mandado de segurança é decisão monocrática proferida
em sede de ação ordinária que visa à anulação de ato que
determinou perda de graduação do ora recorrente. Não há
teratologia nessa decisão porque os membros do Poder
Judiciário possuem competência para analisar a sua
competência (kompentez kompentez). Além disso,
independente da natureza do ato de demissão, a análise
da competência está fundamentada tanto pela Constituição
Federal quanto pela Constituição Estadual. Não havendo
manifesta ilegalidade, não é cabível mandado de
segurança contra ato judicial. 9. Por fim, poderia o
recorrente ter utilizado do recurso próprio para a impugnar
a declinação de competência a partir da eventual natureza
administrativa do ato demissionário. Ocorre que mandado
de segurança não pode ser utilizado como sucedâneo
recursal. 10. Agravo interno não provido. (STJ, AgInt no
RMS 61732/SP, DJe 12/12/2019, 2ª Turma, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques).

Assim, conforme jurisprudência citada, não há que se falar em ofensa ao


princípio da não-surpresa posto que compete ao juiz natural da causa processá-la e
julgá-la, incluindo neste caso, o pedido feito pela parte reclamante de cancelamento da
distribuição.

Neste contexto, resta analisar o pedido de cancelamento da distribuição feito


pela parte reclamante, o que equivale ao de desistência da ação.

Sobre o tema, dispõe o artigo 485, inciso VIII e § 4º, do Código de Processo
Civil, que:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


[…]
VIII – homologar a desistência da ação;
[…]
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá,
sem o consentimento do réu, desistir da ação.

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NR.PROCESSO: 5694357.71.2019.8.09.0056
Na espécie, como o pedido de desistência foi feito antes da citação da parte
requerida, independe de consentimento do réu, razão pela qual impõe-se a
homologação.

Sobre o tema eis a jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E


APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO VÁLIDA. CONSTITUIÇÃO
EM MORA. AJUIZAMENTO DE REVISIONAL.
ENUNCIADO DA SÚMULA 380 DO STJ. LIMINAR
DEFERIDA SEM A OITIVA DA PARTE ADVERSA.
DESISTÊNCIA DA AÇÃO ANTES DA CITAÇÃO DO RÉU.
POSSIBILIDADE. DECISÃO CONFIRMADA. 1-2. Omissis.
4. A desistência da ação antes da citação do réu
independe de seu consentimento, segundo exegese do
art. 485, § 4º, do CPC/2015. 5. Inexistindo ilegalidade ou
teratologia na decisão fustigada, imperativa a sua
confirmação. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO
E DESPROVIDO. (TJGO, Agravo de Instrumento (CPC)
5346692-43.2018.8.09.0000, Rel. NORIVAL SANTOMÉ,
6ª Câmara Cível, julgado em 26/03/2019, DJe de
26/03/2019).

Diante do exposto, HOMOLOGO A DESISTÊNCIA da presente Reclamação,


nos termos do artigo 485, inciso VIII, do Código de Processo Civil.

É como decido.

Intime-se. Após o trânsito em julgado desta decisão, arquivem-se os autos.

Desembargadora AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO


RELATORA
Datado e Assinado digitalmente conforme Resolução nº 59/2016

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 15:15:42

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5714042.38.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Ação Rescisória
POLO ATIVO : ADRIANA COSTA DO NASCIMENTO
POLO PASSIVO : CASA BELA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA ME
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ADRIANA COSTA DO NASCIMENTO


ADVG. PARTE : 44722 DF - SANDRO SOARES SANTOS

PARTE INTIMADA : REINALDO FRANCISCO LEMOS DOS SANTOS


ADVG. PARTE : 44722 DF - SANDRO SOARES SANTOS

PARTE INTIMADA : ANTONIO FRANCISCO DE CARVALHO CONGUE


ADVG. PARTE : 44722 DF - SANDRO SOARES SANTOS

PARTE INTIMADA : MARIA DAS NEVES DE OLIVEIRA DA CONCEIÇÃO


ADVG. PARTE : 44722 DF - SANDRO SOARES SANTOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5714042.38.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Carlos Alberto França

Ação Rescisória nº 5714042.38.2019.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Autores : Adriana Costa do Nascimento e outros
Ré : Casa Bela Empreendimentos Imobiliários Ltda. ME
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

EMENTA: Ação Rescisória. Indeferimento do pedido de gratuidade


da justiça. Ausência de recolhimento das custas processuais iniciais
. Cancelamento da distribuição. Deverá a parte autora, intimada na
pessoa de seu advogado, recolher o valor das custas e despesas de
ingresso, sob pena de cancelamento da distribuição. Inteligência do artigo
290 do Código de Processo Civil/2015. In casu, intimada, a parte autora
deixou de recolher as custas processuais iniciais, impondo-se, assim, o
cancelamento da distribuição. Distribuição cancelada.

DECISÃOMONOCRÁTICA

Trata-se de Ação Rescisória proposta por Adriana Costa do Nascimento,


Reinaldo Francisco Lemos dos Santos, Antônio Francisco de Carvalho Conguê e
Maria das Neves de Oliveira da Conceição, contra a sentença que julgou procedente
a Ação Reivindicatória ajuizada em seu desfavor por Casa Bela Empreendimentos
Imobiliários Ltda./ME, ora ré.
Os autores relatam na exordial que o magistrado a quo julgou procedente a

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NR.PROCESSO: 5714042.38.2019.8.09.0000
pretensão inicial em favor da sociedade empresária Casa Bela Empreendimentos
Imobiliários Ltda./ME, ressaltando que, à época, não dispunham de documentação que
comprovava a propriedade dos bens em litígio.
Prosseguem dizendo que, encontrada a documentação comprobatória da
aquisição dos imóveis, e capaz de lhes assegurar pronunciamento favorável, ajuizaram
a presente rescisória com fundamento no artigo 966 e seguintes do CPC.
Com a peça vestibular foram colacionados documentos (evento n. 1).
Este Relator, através do despacho inserido no evento n. 6, determinou, nos
termos dos artigos 966 e seguintes do CPC, a intimação da parte autora para, no
prazo de 15 (quinze) dias, em emenda à inicial, demonstrar que a documentação
anexada para comprovar a propriedade do imóvel se trata de prova nova, comprovar
que faz jus aos benefícios da gratuidade da justiça, sob pena de indeferimento do
pedido, regularizar a sua representação processual, anexando instrumento de
mandato com poderes especiais para ajuizar ação rescisória, sob pena de extinção do
processo, sem resolução do mérito, e anexar a certidão de trânsito em julgado do ato
judicial que pretende rescindir, bem assim cópia digitalizada dos autos principais (ação
reivindicatória), frente e verso, sob pena de indeferimento da inicial.
Juntado substabelecimento pela parte autora – evento n. 11.
Regularmente intimada (evento n. 12), a parte autora não se manifestou,
conforme certificado no evento n. 13.
Através da decisão inserida no evento n. 15, pelo fato da parte autora não ter
efetivamente demonstrado a sua hipossuficiência econômico/financeira, foi indeferido o
pedido de concessão dos benefícios da gratuidade da justiça formulado e determinada
a intimação da parte requerente para recolher o valor das custas processuais iniciais,
sob pena de ser dado baixa na distribuição da presente ação, no prazo de 5 dias.
Conforme certificado no evento n. 21, não houve o recolhimento do valor das
custas processuais iniciais.

É o relatório. Decido.

Consoante relatado, trata-se de Ação Rescisória proposta por Adriana Costa


do Nascimento, Reinaldo Francisco Lemos dos Santos, Antônio Francisco de
Carvalho Conguê e Maria das Neves de Oliveira da Conceição, contra a sentença
que julgou procedente a Ação Reivindicatória ajuizada em seu desfavor por Casa Bela
Empreendimentos Imobiliários Ltda./ME, ora ré.
De plano, observo que deve ser cancelada a distribuição da presente ação
rescisória.
Através da decisão inserida no evento n. 15, pelo fato da parte autora não ter
efetivamente demonstrado a sua hipossuficiência econômico/financeira, foi indeferido o
pedido de concessão dos benefícios da gratuidade da justiça postulado e determinada
a intimação da parte requerente para recolher o valor das custas processuais iniciais,
sob pena de ser dado baixa na distribuição da presente ação.

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NR.PROCESSO: 5714042.38.2019.8.09.0000
Conforme certificado no evento n. 21, não houve o recolhimento do valor das
custas processuais iniciais.
Pois bem.
É sabido que, nos termos do artigo 290 do Código de Processo Civil/2015,
será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na pessoa de seu advogado,
não realizar o pagamento das custas e despesas de ingresso.
Ademais, a petição vestibular da ação rescisória deve vir acompanhada do
depósito da importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, sob pena de
indeferimento da inicial, conforme disciplina o artigo 968, § 3º, do Código de Processo
Civil:

“Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos


requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:

I – cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento


do processo;

II – depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa,


que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos,
declarada inadmissível ou improcedente.

(…)

§ 3º. Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será
indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste
artigo.”

Com efeito, tendo a parte autora deixado transcorrer in albis o prazo que lhe
foi concedido para recolher o valor das custas processuais iniciais (evento n. 15), o
cancelamento da distribuição do feito é medida que se impõe.
Neste sentido, veja-se o que dispõe o artigo 286 do Regimento Interno do
egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás:

“Art. 286. O relator indeferirá a petição a que faltar qualquer requisito


legal ou que não vier acompanhada de certidão da sentença rescindenda.”

A propósito:

“AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CONSIGNATÓRIA


C/C REVISIONAL. EMENDA À INICIAL. COMPROVAÇÃO DO ESTADO DE
HIPOSSUFICIÊNCIA. ADEQUAÇÃO AO VALOR DADO À CAUSA. NÃO

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NR.PROCESSO: 5714042.38.2019.8.09.0000
CUMPRIMENTO DO COMANDO JUDICIAL. CANCELAMENTO DA
DISTRIBUIÇÃO. INDEFERIMENTO INICIAL. EXTINÇÃO DO FEITO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO. SENTENÇA MANTIDA. APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E DESPROVIDA. INEXISTÊNCIA DE FATO NOVO. 1. Restando
devidamente intimada a parte autora sobre o despacho que determinou a
juntada de documentos comprobatórios de sua incapacidade financeira
para a concessão da assistência judiciária, ou o recolhimento das custas
iniciais, e ainda, que emendasse a petição inicial para a adequação do valor
dado à causa, correta a sentença que determina o cancelamento da
distribuição e indefere a petição inicial, extinguindo o processo sem
resolução do mérito, por ter deixado o demandante de atender ao comando
judicial. 2. Encontra-se precluso qualquer questionamento nesta instância
recursal, a respeito da necessidade ou não de comprovação do estado de
hipossuficiência da parte autora/agravante para o deferimento da assistência
judiciária, haja vista que deveria ter recorrido da decisão singular no momento
processual oportuno, ao teor do artigo 473 do CPC/73, correspondente ao atual
artigo 507 do Código de Processo Civil de 2015. 3. É medida imperativa o
desprovimento do Agravo Interno quando não evidenciado em suas razões
qualquer novo argumento que justifique a modificação da decisão monocrática
agravada. 4. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO,
APELAÇÃO CÍVEL 301641-66.2015.8.09.0011, Rel. DES. GERSON SANTANA
CINTRA, 3A CÂMARA CÍVEL, julgado em 14/06/2016, DJe 2053 de 23/06/2016,
g.)

“AÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA INDEFERIDO. INTIMAÇÃO DO IMPETRANTE PARA RECOLHER
AS CUSTAS, SOB PENA DE INDEFERIMENTO DA INICIAL. INÉRCIA. 1. A ação
de mandado de segurança aplicam-se, subsidiariamente, as regras previstas no
Código de Processo Civil, dependendo o seu processamento do pagamento das
custas iniciais. 2. O não cumprimento, pelo impetrante, da determinação de
emenda da inicial para o recolhimento das custas processuais iniciais
enseja o indeferimento da peça inicial, na forma do art. 321, parágrafo único,
do CPC c/c o art. 10, da Lei n. 12.016/2009, com a consequente extinção do
feito, cancelamento da distribuição e denegação da segurança (art. 485, I,
CPC). INICIAL INDEFERIDA. AÇÃO MANDAMENTAL EXTINTA, SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO.” (TJGO, MANDADO DE SEGURANÇA 105108-
36.2016.8.09.0000, Rel. DES. CARLOS ESCHER, 4A CÂMARA CÍVEL, julgado
em 02/06/2016, DJe 2043 de 09/06/2016, g.)

“AÇÃO RESCISÓRIA. DETERMINAÇÃO DE EMENDA DA INICIAL.


NÃO CUMPRIMENTO PELA PARTE AUTORA. INDEFERIMENTO DA INICIAL.
Intimado o autor para emendar a inicial, sem o cumprimento da diligência, deve
ser indeferida a peça inaugural, nos termos do parágrafo único do artigo 321 do
Novo Código de Processo Civil. Ação Rescisória extinta sem julgamento do
mérito. Cancelamento da distribuição” (TJGO, AR 424184.07 de Luziânia, DJ de
2123 de 03.10.2016, Rel. Des. Norival Santomé).

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NR.PROCESSO: 5714042.38.2019.8.09.0000
“Ação rescisória. Ausente certidão de trânsito em julgado da sentença
rescindenda. Emenda da inicial determinada. Desatendimento. Indeferimento da
petição. Inépcia. Preclusão do ônus de impugnar o indeferimento da gratuidade
judiciária. Extinção do processo, sem resolução de mérito - art. 175, II, RITJGO,
c/c 485, I, e 321, parágrafo único, ambos do CPC/2015” (TJGO, AR 161261-89 de
Goiânia, DJ 2046 de 14.06.2016, Rel. Des. Beatriz Figueiredo Franco).

Em casos análogos, o colendo Superior Tribunal de Justiça tem se


posicionado da seguinte forma:

“PROCESSUAL CIVIL. NÃO PAGAMENTO DAS CUSTAS INICIAIS.


PRAZO DE 30 DIAS. INTIMAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE.
CANCELAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO. 1. O cancelamento da distribuição, por
falta de pagamento das custas iniciais, não depende de prévia intimação da parte.
Precedentes. (…) 3. Agravo Regimental não provido.” (STJ, AgRg no AREsp
829.823/ES, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
19/04/2016, DJe 27/05/2016)

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


AÇÃO REVISIONAL. CUSTAS. RECOLHIMENTO. AUSÊNCIA. DESERÇÃO.
CANCELAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO. PRÉVIA INTIMAÇÃO.
DESNECESSIDADE. NÃO PROVIMENTO. 1. Sedimentado nesta Corte que o
não recolhimento das custas iniciais acarreta o cancelamento da distribuição, não
havendo exigência de prévia intimação do advogado ou do impugnante. 2. Agravo
regimental a que se nega provimento.” (STJ, AgRg no AREsp 525.546/MS, Rel.
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 09/12/2014,
DJe 16/12/2014)

Anote-se que, apesar de aparentemente extremada a sanção imposta pelo


legislador, destina-se a priorizar a segurança e a higidez do processo, que não pode
permanecer indefinidamente no aguardo de providência que, desde o início,
consubstancia ônus da parte autora.
Por ser processualmente relevante, friso que não há se falar em intimação
pessoal da parte autora para o recolhimento das custas processuais iniciais, uma vez
que há previsão expressa no artigo 290 do Código de Processo Civil/2015 de que a
intimação deve ser realizada na pessoa do advogado da parte.
Na confluência do exposto, com fulcro no artigo 290 do Código de
Processo Civil, determino o cancelamento da distribuição da presente ação
rescisória, uma vez que, mesmo determinada a emenda da exordial, a parte autora
deixou de promover o recolhimento das custas processuais iniciais.
Intime-se.
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5714042.38.2019.8.09.0000
Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA
RELATOR
/C65

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


18:36:48

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 0240093.80.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Ação Rescisória
POLO ATIVO : HELIO JULIO FERREIRA
POLO PASSIVO : NELIA NUNES FERREIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : HELIO JULIO FERREIRA


ADVG. PARTE : 12653 GO - SALIMAR MARTINS DAMACENO

PARTE INTIMADA : EDNEY RIBEIRO MARTINS


ADVG. PARTE : 12653 GO - SALIMAR MARTINS DAMACENO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0240093.80.2016.8.09.0051
Gabinete do Juiz Respondente Fábio Cristóvão de Campos Faria

AÇÃO RESCISÓRIA N° 0240093.80.2016.8.09.0051


1ª Seção Cível
Comarca : Goiânia
Autores : Hélio Júlio Ferreira e outra
Ré : Nélia Nunes Ferreira
Relator : Fábio Cristóvão de Campos Faria
Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau

DESPACHO

Em razão do teor da certidão constante da mov. 117 e diante da ausência de


maiores informações acerca do endereço da parte requerida, reitere-se o envio de
ofício a empresa ENEL, a fim de que, caso possua em seus registros, informe o
endereço da Sra. Nélia Nunes Ferreira (CPF/MF sob o nº 072.779.891-04 e RG nº
121223 SSP/MG).

Cumpra-se.

Goiânia, datado e assinado digitalmente.

Fábio Cristóvão de Campos Faria


Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau
Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Certidão Expedida - Data da Movimentação


19/02/2020 10:35:06

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 0240093.80.2016.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Ação Rescisória
POLO ATIVO : HELIO JULIO FERREIRA
POLO PASSIVO : NELIA NUNES FERREIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : HELIO JULIO FERREIRA


ADVG. PARTE : 12653 GO - SALIMAR MARTINS DAMACENO

PARTE INTIMADA : EDNEY RIBEIRO MARTINS


ADVG. PARTE : 12653 GO - SALIMAR MARTINS DAMACENO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


19/02/2020 10:42:07

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5429780.83.2019.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Reclamação
POLO ATIVO : WEDELSON DIAS DOS SANTOS
POLO PASSIVO : JD DA 1º TURMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO ESTADO DE
GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : WEDELSON DIAS DOS SANTOS


ADVG. PARTE : 35303 GO - ERICK DE MEDEIROS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5429780.83.2019.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Gabinete do Desembargador Gilberto Marques Filho

RECLAMAÇÃO – AUTOS Nº 5429780.83.2019.8.09.0051

Comarca : GOIÂNIA

Reclamante : WEDELSON DIAS DOS SANTOS

Reclamado : JD DA 1ª TURMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO ESTADO DE GOIÁS

Relator : Des. Gilberto Marques Filho

VOTO

Conforme relatado, cuida-se de Reclamação manejada por WEDELSON


DIAS DOS SANTOS, com fundamento no art. 105, “f”, da Constituição Federal c/c os
arts. 988 a 993, do CPC, art. 388, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás e a Resolução nº 03/2016, do Superior Tribunal de Justiça, contra
acórdão proferido pela 1ª TURMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO ESTADO
DE GOIÁS, que reformou a sentença de origem e julgou improcedentes os pedidos
iniciais, formulados pelo reclamante.
A sentença julgou parcialmente procedentes os pedidos da inicial, a fim de
declarar a inexistência de débito e concedeu indenização por danos morais pela

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NR.PROCESSO: 5429780.83.2019.8.09.0051
inclusão indevida do nome do Reclamante, ora autor, no cadastro de inadimplentes.
Note-se que, interposto recurso inominado, foi ele provido, por meio de
acórdão de 1ª Turma dos Juizados Especiais Cíveis, sob o seguinte fundamento,
transcrevo:
(…) 4) Aplicável ao caso as normas previstas no Código de Defesa do
Consumidor. 5) Para que alguém seja responsabilizado civilmente pela
prática de atos ilícitos, necessária a presença de três requisitos: ação
ou omissão que caracteriza o ato como ilícito, o dano moral ou
patrimonial e o nexo da causalidade entre o dano e a ação que o
produziu. 6) Cumpre ressaltar. Inicialmente, que, malgrado existir a
informação no extrato (movimentação n. 01, arquivo 05) de que trata-se
de informação confidencial, observa-se que o documento traz
informações da própria parte autora e foi por ela utilizado, não havendo
irregularidade alguma. 7) Analisando os documentos colacionados pela
parte recorrente (movimentação n. 08/10), possível inferir que houve a
contratação e a utilização dos serviços prestados pela empresa de
telefonia. Consoante as faturas apresentadas, verifica-se o significativo
histórico de consumo, no qual chega a ser demonstrado 116 ligações
na fatura jungida ao arquivo 10. 8) Ademais, o recorrido não refutou o
fato da utilização dos serviços oferecidos pela empresa GVT, a qual
fora incorporada pela Telefônica Vivo. Assim, se limitou em dizer
apenas que não houve a contratação junto à recorrente. 9) Dessarte, se
desincumbiu o recorrente do onus probandi de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do recorrido, na forma do art. 373,
inciso II do CPC/15. Desta forma, ao comprovar a legitimidade de sua
conduta, ponto central da presente demanda, a qual teria originado o
débito objeto da negativação do nome do recorrido junto aos órgãos de
proteção creditícia, fica afastado o dever de reparação de danos
morais, já que estes não se configuraram. 10) RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO, reformando a sentença de origem e julgando improcedentes
os pedidos iniciais.” Sublinhei

Pois bem. Com efeito, nos termos do art. 988, IV, do CPC, caberá reclamação
para garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de
resolução de demandas repetitivas.
Assim, a reclamação ajuizada com fulcro no inciso IV, do art. 988, do CPC
objetiva garantir a autoridade de precedentes obrigatórios, não podendo servir como
sucedâneo recursal para discutir o teor do ato judicial vergastado.
Assentado isso, conforme o texto sublinhado do acórdão, acima transcrito,
não houve reexame da inversão do ônus da prova ao ponto de infringir entendimento
do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp nº REsp nº 1.596.248/SC.
Do confronto entre o que restou decidido no acórdão prolatado pela 1ª Turma
Recursal dos Juizados Especiais nos autos originários nº 5194737.74.2016.8.09.0051
e o entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça, delineado no REsp nº
1.596.248/SC, constata-se que o decisum objeto da presente reclamação não violou a
tese fixada no referido paradigma.
O que ocorreu foi apenas uma reanálise do acervo probatório, o que

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NR.PROCESSO: 5429780.83.2019.8.09.0051
desencadeou na seguinte conclusão: “Analisando os documentos colacionados
pela parte recorrente (movimentação n. 08/10), possível inferir que houve a
contratação e a utilização dos serviços prestados pela empresa de telefonia.
Consoante as faturas apresentadas, verifica-se o significativo histórico de
consumo, no qual chega a ser demonstrado 116 ligações na fatura jungida ao
arquivo 10. (…) 9) Dessarte, se desincumbiu o recorrente do onus probandi de
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do recorrido, na forma do art.
373, inciso II do CPC/15.”
Logo, não há se falar em violação da tese fixada no paradigma em tela, uma
vez que o Órgão Colegiado, após a análise das provas produzidas e de acordo com o
seu convencimento, entendeu que houve a existência do débito, bem como foi devida
a negativação do nome do Reclamante.
Ademais, cumpre ressaltar que as reclamações não constituem sucedâneo de
recurso e, por isso mesmo, não se prestam ao reexame das circunstâncias fáticas de
cada demanda concreta, sob pena de desvirtuamento do sistema processual e afronta
ao princípio do devido processo legal, sendo certo que mero inconformismo com o
acórdão proferido pela 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais não ampara o
ajuizamento da reclamação.
ANTE O EXPOSTO, julgo improcedente a reclamação.
Custa pela parte reclamante, no entanto, fica suspensa por ser beneficiária da
gratuidade da justiça.
Deixo de condená-la ao pagamento da verba honorária, uma vez que não
houve manifestação da parte contrária.
É o voto.

GILBERTO MARQUES FILHO


Relator

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NR.PROCESSO: 5429780.83.2019.8.09.0051
RECLAMAÇÃO – AUTOS Nº 5429780.83.2019.8.09.0051

Comarca : GOIÂNIA

Reclamante : WEDELSON DIAS DOS SANTOS

Reclamado : JD DA 1ª TURMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO ESTADO DE GOIÁS

Relator : Des. Gilberto Marques Filho

EMENTA: RECLAMAÇÃO CONTRA ACÓRDÃO DE


TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS.
AFRONTA A ENTENDIMENTO DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DELINEADO EM RECURSO
ESPECIAL SUBMETIDO AO RITO DOS RECURSOS
REPETITIVOS. RESP Nº 1.596.248/SC. NÃO
CONFIGURAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO DE
DADOS NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.
À INSCRIÇÃO DE SEU NOME NO RESPECTIVO
CADASTRO DE FORMA DEVIDA. MERO
INCONFORMISMO. 1 – Tendo o acórdão vergastado
apenas analisado as provas dos autos, não há que se
falar em reanálise de inversão do ônus da prova, logo, a
improcedência da reclamação é medida que se impõe,
até porque mero inconformismo com o ato judicial
prolatado não ampara o ajuizamento de reclamação.
Reclamação improcedente.

ACÓRDÃO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Reclamação nº 5429780.83,


da Comarca de Goiânia.
ACORDA o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, em sessão pelos
integrantes da Primeira Seção Cível, à unanimidade de votos, em julgar improcedente
a reclamação, nos termos do voto do relator.
VOTARAM com o relator os Desembargadores Amélia Martins de Araújo,
Carlo Alberto França, Amaral Wilson de Oliveira, Maria das Graças Carneiro Requi,
Orloff Neves Rocha, Itamar de Lima, José Carlos de Oliveira, Carlos Roberto Fávaro,

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5429780.83.2019.8.09.0051
Leobino Valente Chaves, Drs. Ronnie Paes Sandre(subst. do Des. Ney Teles de Pula),
Eudélcio Machado Fagundes(subst. Do Des. Gerson Santana Cintra) e Fábio
Cristóvão de Campos Faria(respondente). Ausente justificado: Des. Zacarias Neves
Coelho e Dr. Fernando de Castro Mesquita(subst. Do Des. Luiz Eduardo de Souza).
Presidiu a sessão o Des. Carlos Alberto França.
Presente o Dr. Osvaldo Nascente Borges, Procurador de Justiça.
Goiânia, datado e assinado digitalmente.

GILBERTO MARQUES FILHO


Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão - Data da Movimentação 19/02/2020 12:32:23

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5551568.64.2019.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Reclamação
POLO ATIVO : JULIANE PEREIRA DA SILVA
POLO PASSIVO : 2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JULIANE PEREIRA DA SILVA


ADVG. PARTE : 24882 GO - DENISE SOARES MARINHO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5551568.64.2019.8.09.0051
RECLAMAÇÃO Nº 5551568.64.2019.8.09.0051

COMARCA DE GOIÂNIA

RECLAMANTE: JULIANE PEREIRA DA SILVA

RECLAMADO: 2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

RELATOR: DES. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA

DECISÃO

Trata-se de Reclamação, prevista no art. 988 do NOVO CPC, ajuizada por JULIANE PEREIRA
DA SILVA contra acórdão proferido pela 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais, nos autos da
ação de Indenização por Danos Morais, proposta em desfavor da CELG Distribuição S/A – CELG,
o qual deu provimento ao recurso inominado interposto pela CELG, reformando a sentença de
piso, para julgar improcedente o pleito inicial.

Aduz que, para dirimir a divergência entre Acórdão proferido pela Turma Recursal Estadual e a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça foi delegado aos Tribunais de Justiça a
competência para sua análise, conforme o disposto nos artigos 1º e 2º da Resolução de nº 3, de 7
de abril de 2016, do Superior Tribunal de Justiça.

A Reclamante discorre sobre e tempestividade da reclamação. Ao tempo que postula pela


concessão do benefício de assistência judiciária, com fundamento no artigo 98 e 99 do CPC.

Ao relatar os fatos aduz que move ação de indenização por danos morais em desfavor de CELG
DISTRIBUIÇÃO S.A (processo n. 5059147.72.2017.8.09.0025).

Afirma que promoveu a citada ação em decorrência de uma falha na prestação de serviço de
energia elétrica ocorrida na data de 20/11/2016, por volta das 19h00min., provocando a queima
do eletrodoméstico (refrigerador) da reclamante.

Alega que tentou de todas as formas uma solução junto da prestadora de serviço de energia
elétrica, todas as tentativas restaram infrutíferas.

Esclarece que trouxe aos autos, as seguintes provas: reclamação perante a prestadora de
serviços de energia elétrica, gerando o protocolo de atendimento/ordem de serviço n° 72462136,
com data de 24/11/2016 (anote-se que tal solicitação jamais fora atendida, visto que a companhia
elétrica NUNCA enviou um técnico ao local para avaliar as possíveis causas do dano); Laudo
técnico atestando que o equipamento fora danificado devido a “alteração de alimentação de
energia elétrica”, datado de 30/11/2016; Reclamação perante o Órgão de Defesa do Consumidor
(PROCON DE CALDAS NOVAS-GO) e Prova da aquisição de outro aparelho eletrodoméstico
(refrigerador), tendo em vista a morosidade da companhia elétrica em resolver o problema.

Assevera que o Juizado Especial Cível da Comarca de Caldas Novas (GO) julgou procedente a
ação. Contudo, em grau recursal a 2ª Turma Recursal do Tribunal dos Juizados Especiais Cíveis
do Estado de Goiás, conheceu e proveu o Recurso Inominado interposto pela Ré, reformando
integralmente a sentença de primeiro grau em seus fundamentos, considerando que a Autora não
logrou êxito em comprovar o nexo causal.

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NR.PROCESSO: 5551568.64.2019.8.09.0051
Assevera a Reclamante que o acórdão da Turma Recursal confronta o entendimento
sedimentado desta Corte.

Entende que logrou êxito em comprovar a relação de consumo havida entre as partes com a
documentação acostada aos autos, restando, assim, o dever da Requerida provar que não
concorreu para a causa do dano sofrido pela Autora.

Verbera que o reexame de provas em sede de recurso afronta a Súmula 07 do STJ. Cita julgados
do STJ sobre o tema.

Diante disso, afirma que o referido acórdão afronta a autoridade das decisões do Superior
Tribunal de Justiça e do próprio Tribunal de Justiça de Goiás, além de não observar a inversão do
ônus da prova determinado pelo Juízo de 1º grau, de modo que não pode permanecer de tal
forma, mediante o zelo pela uniformização jurisprudencial pregado pelos artigos 926 e 927, IV, do
CPC.

Ao final, requer a suspensão da tramitação do processo originário até o julgamento final da


presente Reclamação, nos termos do art. 989, inc. II, do CPC; A concessão do benefício da
assistência judiciária, nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC. No mérito seja provida a
reclamação para cassar, reformar (artigo 992 do CPC) e sustar de imediato (artigo 993 do CPC)
os efeitos do acórdão, que contraria frontalmente súmula n° 7 do STJ, para que se alinhe aos
preceitos estabelecidos.

Instrui a reclamação com os documentos.

Mediante a decisão lançada no evento 7, este Relator suspendeu os efeitos do ato impugnado.

No evento 24, a requerida CELG DISTRIBUIÇÃO S/A, apresentou resposta à reclamação,


rogando pela improcedência da presente ação.

A douta Procuradoria-Geral de Justiça, deixou de manifestar no feito, ante a ausência de


interesse público de relevância social.

Éo relatório.

DECIDO.

O deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita, no que interessa ao presente


recurso, vem regulamentado da seguinte forma no Código de Processo Civil:

“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para
pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade
da justiça, na forma da lei. (…)

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação,
na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. (…)

§2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a
falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

§3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa


natural.

§4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade

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NR.PROCESSO: 5551568.64.2019.8.09.0051
da justiça.

§5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de
sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o
próprio advogado demonstrar que tem direito à gratuidade.

§6º O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor


do beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos.

§7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado


de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o
requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento.”

Em se tratando de pessoa natural, como é o caso dos autos, o sistema processual traz
expressamente a previsão de presunção relativa quanto a alegação de insuficiência financeira da
parte que requer o benefício, podendo o juiz indeferir a gratuidade somente se houver nos autos
elementos que evidenciem a falta de pressupostos legais para a sua concessão.

Neste sentido é a orientação do STJ a respeito do assunto:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ARTIGO 544 DO CPC) -


AUTOS DE AGRAVO DE INSTRUMENTO DIRIGIDO CONTRA O INDEFERIMENTO DO
PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA – DECISÃO MONOCRÁTICA NEGANDO
PROVIMENTO AO AGRAVO, MANTIDA A INADMISSÃO DO RECURSO ESPECIAL. 1. A
declaração de hipossuficiência apresentada pela parte detém presunção juris pantum de
veracidade, podendo a autoridade judiciária indeferir o benefício quando convencida acerca da
capacidade econômica do postulante. Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ. 2. Agravo
regimental desprovido.” (Ag Rg no Ag Rg no AREsp 457.451/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI,
QUARTA TURMA, julgado em 13/10/2015, DJe 21/10/2015).”

Não sendo outro o posicionamento deste egrégio Tribunal de Justiça:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALVARÁ JUDICIAL. INDEFERIMENTO DA ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA. AUSÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES. NÃO COMPROVAÇÃO DA
HIPOSSUFICIÊNCIA. Não obstante ser suficiente a simples declaração do estado de
necessidade para obter a concessão da assistência judiciária gratuita, pode e deve ser indeferido
o pedido, à luz dos elementos dos autos, quando ficar evidenciado que o requerente dispõe de
capacidade econômica para suportar as despesas do processo e não tendo comprovado o estado
de hipossuficiência que ostenta ter. AGRAVO CONHECIDO E DESPROVIDO. DECISÃO
MANTIDA. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC) 5079295-14.2019.8.09.0000, Rel. NEY TELES
DE PAULA, 2ª Câmara Cível, julgado em 14/03/2019, DJe de 14/03/2019)

O Enunciado da Súmula nº 25 deste Tribunal condiciona a concessão do benefício à


comprovação da insuficiência de recursos. Vejamos:

“Faz jus à gratuidade da justiça a pessoa, natural ou jurídica, que comprovar sua impossibilidade
de arcar com os encargos processuais.”

Forte nesse arcabouço técnico, observo que os documentos jungidos a este caderno processual
não são aptos a demonstrar a hipossuficiência da reclamante, razão pela qual o indeferimento do
pedido de gratuidade da justiça revela-se medida impositiva.

Ao teor do exposto, indefiro o pedido de assistência judiciária, ao passo em que determino a


intimação da reclamante, por seu procurador, para promover o recolhimento das custas iniciais,

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5551568.64.2019.8.09.0051
no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de cancelamento da distribuição.

Em tempo, caso a autora não disponha do numerário integral para pagamento das custas,
autorizo seu parcelamento em 05 (cinco) parcelas, sendo que para o prosseguimento do feito, a
primeira deverá ser paga em 15 (quinze) dias.

Cumpra-se.

Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Des. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA

Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


19/02/2020 13:53:01

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5505978.23.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança ( L. 8069/90 )
POLO ATIVO : CARLOS MAURÍCIO DOS SANTOS
POLO PASSIVO : JD DO 2º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
GOIÂNIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CARLOS MAURÍCIO DOS SANTOS


ADVG. PARTE : 23699 GO - ROBERTO GOMES FERREIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5505978.23.2019.8.09.0000
MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5505978.23.2019.8.09.0000
IMPETRANTE : CARLOS MAURÍCIO DOS SANTOS
IMPETRADO : JUIZ DE DIREITO DO 2º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA
LITPAS : ESTADO DE GOIÁS
RELATOR : DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

1ª SEÇÃO CÍVEL

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de mandado de segurança impetrado por CARLOS MAURÍCIO DOS SANTOS


contra ato inquinado de ilegal e arbitrário imputado ao JUIZ DE DIREITO DO 2º JUIZADO
ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA, consubstanciado na decisão lançada nos autos da ação de
conhecimento de número 5456944.23.2019.8.09.0051, de declinação da competência e remessa
do feito a uma das Varas da Fazenda Pública Estadual da Comarca de Goiânia, figurando o
ESTADO DE GOIÁS como litisconsorte passivo.

Primeiramente, o impetrante defende a desnecessidade de recolhimento das custas


judiciais ao fundamento de que este Tribunal atuaria em primeiro grau de jurisdição, o que atrairia
a incidência do artigo 54 da Lei nº 9.099/1995.

Subsidiariamente, requer o benefício da gratuidade da justiça, por não ter condições de


arcar com os gastos do processo sem prejuízo do próprio sustento.

Aponta como ato coator o ato judicial que determinou a redistribuição do processo
originário para Vara da Fazenda Pública Estadual, pois ele não estaria acima do teto de alçada
fixado na Lei nº 12.153/2012, de 60 (sessenta) salários-mínimos, além de não tratar sobre causa
coletiva.

Discorre sobre a competência deste Colegiado para o julgamento do writ, sobre a


violação de direito líquido e certo, bem como sobre o preenchimento dos requisitos necessários
ao deferimento de liminar, determinando o cancelamento/suspensão da decisão da redistribuição
ordenada.

Ao final, pede a concessão da segurança em definitivo.

A exordial foi instruída com documentos.

Em atendimento a decisões lançadas por este Relator (eventos 5 e 10) o impetrante


trouxe ao feito cópia da petição inicial, referente aos autos do processo de número
5456944.23.2019.8.09.0051 (evento 13).

A representante do Ministério Público em substituição nesta instância recursal, Dra.


Lívia Augusta Gomes Machado, opinou pela extinção do feito em razão da perda superveniente
do seu objeto (evento 38).

É o relatório. DECIDO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5505978.23.2019.8.09.0000
Depreende-se do relatado que o objetivo do writ era reverter a decisão prolatada pelo
Juiz de Direito do 2º Juizado Especial da Fazenda Pública que, declinando de sua competência,
determinou a remessa do feito originário para a Vara da Fazenda Pública Estadual, mesmo não
se tratando de demanda coletiva, tampouco excedendo o valor da causa 60 (sessenta) salários
mínimo.

Contudo, após análise do pleito liminar e regular processamento do mandamus, o


impetrante informa por meio da petição encartada no evento 31 que a demanda primitiva retomou
seu processamento no Juizado Especial da Fazenda Pública, pelo que requer a extinção da
impetração.

Assim sendo, impõe-se reconhecer a perda do objeto desta ação mandamental,


porque o interesse de agir da parte na obtenção da prestação jurisdicional, que deve estar
presente em todos os momentos da lide, deixou de existir.

Diante do exposto, acolhendo o parecer do Ministério Público, JULGO PREJUDICADO


O PEDIDO pela perda do objeto, com fulcro nos artigos 175, inciso II, e 195, ambos do
Regimento Interno desta Corte. De consequência, EXTINGO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO
DO MÉRITO, nos termos do artigo 485, inciso VI, do Código de Processo Civil.

Intimem-se.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020.

DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA

RELATOR

23

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 19/02/2020


15:52:05

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5551580.37.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Ação Rescisória
POLO ATIVO : LUIZ SCHLITTLER SILVA
POLO PASSIVO : NERTAN SILVA DE GOIS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUIZ SCHLITTLER SILVA


ADVGS. PARTE : 137923 RJ - THIAGO MARCHI MARTINS
134956 RJ - LUIZ PAULO DE SEQUEIRA JUNIOR

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5551580.37.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS
Gabinete do Desembargador Leobino Valente Chaves
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 5551580.37.2019.8.09.0000
COMARCA DE GOIÂNIA
AUTOR : LUIZ SCHLITTLER SILVA
RÉUS : NERTAN SILVA DE GOIS E OUTRA
RELATOR : DES. LEOBINO VALENTE CHAVES

DESPACHO

Nos termos do art. 485, inciso III, § 1º, do Código de Processo Civil, intime-se
a parte autora (pessoalmente) e seu advogado (via DJe) para, no prazo de 05 (cinco)
dias, promoverem o devido andamento da causa, sob pena de extinção.

Cumpra-se.

Goiânia, documento datado e assinado digitalmente.

DES. LEOBINO VALENTE CHAVES


LUZ Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
Assinado por LEOBINO VALENTE CHAVES
Validação pelo código: 10463567037856772, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 1011 de 5008
ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Homologada a Desistência do Recurso - Data da


Movimentação 19/02/2020 17:32:52

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5402639.11.2019.8.09.9001
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : PAULO CESAR MOREIRA DA SILVA
POLO PASSIVO : JD DO 2º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE
GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : PAULO CESAR MOREIRA DA SILVA


ADVG. PARTE : 35310 GO - VINICIUS ALVES BRANQUINHO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 1012 de 5008


ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5402639.11.2019.8.09.9001
tribunal
PODER JUDICIÁRIO
de justiça TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

do estado
Gabinete do Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
de goiás

Rua 10, n.º 150 , Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury , 12º Andar , Sala 1229, Setor Oeste , Goiânia-GO, CEP 74120020, Tel: (62) 3216-2964

Processo : 5402639.11.2019.8.09.9001
Nome CPF/CNPJ
Promovente(s)
PAULO CESAR MOREIRA DA SILVA 787.875.641-49
CPF/CN
Nome
PJ
Promovido(s)
JD do 2º Juizado Especial Da Fazenda Pública Do
--
Estado De Goiás
Mandado de Segurança (CF; Lei Órgão 1ª Seção
Tipo de Ação / Recurso
12016/2009) judicante: Cível
Relator Des. ORLOFF NEVES ROCHA

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de Mandado de Segurança, com pedido de liminar, impetrado por Paulo


Cesar Moreira da Silva, contra decisão (evento 4) , que determinou a redistribuição da ação de
cobrança, promovida por Paulo Cesar Moreitra da Silva em desfavor do Estado de Goiás, tendo
como objeto recebimento de diferença remuneratória, sob o fundamento de que possui natureza
de direito individual homogênio, cuja competência é manifestamente excluída por força do artigo
27, da Lei 12.153/09 c/c inciso I do § 1º do artigo 3º da Lei 10.259/2001.
Após requerer a concessão da liminar para suspender o andamento do processo nº
5286244.14.2019.8.09.0051 até o julgamento de mérito da ação mandamental, pugna pela
concessão da segurança ao impetrante para que seja reformada a decisão proferida pelo
impetrado e determinado que o processo continue no Juizado Especial da Fazenda Pública
Estadual.
Juntou documentos.
Despacho no evento 22 determinou a comprovação da insuficiência de recursos para
arcar com as custas iniciais.
No evento 29, foi requerida a desistência da ação.
É o relatório. Decido.
Perfeitamente aplicável o julgamento monocrático da ação mandamental, com fulcro
no inciso VIII do artigo 932 CPC e 175 II RiTJGO),
Conforme sabido, a desistência da ação pode ser apresentada até a sentença (§ 5º do
artigo 485 CPC) e se for postulada pelo autor antes de instaurado o contraditório, dispensa o
consentimento do réu (§ 4º do artigo 485 do CPC), ensejando a extinção do processo sem
resolução de mérito (artigo 485, VI e VIII do CPC c/c artigos 6º e 10 da Lei 12.016/2009).
Assim, tendo em vista que a impetrante postula a desistência antes de instaurado o
contraditório por não ter mais interesse processual em promover a presente ação, impõe-se sua
homologação.
Ante tais considerações, nos termos do art.485, VIII c/c artigo 10 da Lei 12.016/2009 e
inciso VIII do artigo 932 CPC e 175 II RiTJGO), HOMOLOGO a desistência da ação e EXTINGO
SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO o processo.
Publique-se. Intimem-se.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5402639.11.2019.8.09.9001
Goiânia, 19 de fevereiro de 2020.
Desembargador ORLOFF NEVES ROCHA
Relator
_____________________________________________________________________
_____
Documento emitido / assinado digitalmente
com fundamento no Art. 1º, § 2º III, "b", da Lei Federal nº 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Indeferida a Petição Inicial (cpc) - Data da


Movimentação 19/02/2020 16:21:31

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5733757.66.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : LUCIANE DE OLIVEIRA CARDOSO
POLO PASSIVO : JD DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE TRINDADE-GO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUCIANE DE OLIVEIRA CARDOSO


ADVGS. PARTE : 56802 GO - MARCOS ANDRE DE OLIVEIRA SILVA
56580 GO - ANTONIO LUCAS DO CARMO ARAUJO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5733757.66.2019.8.09.0000
MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5733757.66.2019.8.09.0000
COMARCA DE TRINDADE
IMPETRANTE: LUCIANE DE OLIVEIRA CARDOSO
IMPETRADO: JD DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE TRINDADE
RELATOR: DES. LEOBINO VALENTE CHAVES

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. AÇÃO DE BUSCA E


APREENSÃO. DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE.
INDEFERIMENTO LIMINAR NO WRIT.
1. O ato atacado (intimação do autor para manifestar-se
sobre o depósito realizado pela ré) consiste em Despacho de
mero expediente, típica medida de impulso processual, sem
trazer consigo carga decisória capaz de caracterizá-la como
decisão interlocutória apta a desafiar recurso.
2. Caso identificasse que o Despacho em tela estaria
ocasionando-lhe prejuízo, vez que exarado contrariamente à
ordem processual ou, ainda, por erro ou abuso, o caminho
que se lhe abriria seria o da correição (reclamação), e não o
da ação mandamental, conforme disposto no art. 385 do
RITJGO.
3. Sendo inadmissível a impetração de mandado de
segurança contra despacho de mero expediente, torna-se
imperioso o indeferimento da inicial do mandamus, em
obediência ao disposto do artigo 10 da Lei nº 12.016/2009.
PETIÇÃO INICIAL INDEFERIDA.

DECISÃO UNIPESSOAL

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NR.PROCESSO: 5733757.66.2019.8.09.0000
Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por LUCIANE DE OLIVEIRA
CARDOSO contra ato praticado pelo Juiz de Direito em auxílio na 2ª Vara Cível,
Fazendas Públicas, Registros Públicos e Ambiental da comarca de Trindade (evento
nº 22 – processo originário), nos autos da ação de Busca e Apreensão ajuizada em
seu desfavor pelo BANCO ITAUCARD S/A, consistente na expedição de Despacho
determinando a intimação do autor, via advogado, para que se manifeste, no prazo de
05 (cinco) dias, sobre o pagamento realizado pela ré/impetrante.

Sustenta a insurgente que é parte ré na ação de Busca e Apreensão, cuja liminar foi
deferida e o bem apreendido no dia 21.11.2019, porém, no dia 22.11.2019 houve a
purgação da mora, mediante depósito judicial, atendendo ao valor apresentado pelo
Banco na inicial.

Diz que, nos termos do § 2º do art. 3º do Decreto-lei nº 911/69, o magistrado singular


deveria ter determinado a restituição imediata do bem apreendido, porém, abriu vista
ao autor para manifestar sobre a purgação da mora.

Assim, requer a tutela jurisdicional desta Corte Revisora, visando a concessão da


ordem de imediata restituição do bem apreendido.

Discorre sobre o cabimento do writ e a existência do direito líquido e certo, pugnando,


assim, pela concessão da segurança.

Requer assistência judiciária gratuita.

É o relatório. DECIDO.

Do exame da pretensão esboçada na presente ação mandamental resulta a


constatação acerca da inviabilidade de seu trânsito. O motivo, claro e inconcusso,
passo a expor.

Inicialmente, sobreleva a circunstância de o Mandado de Segurança constituir-se em


veículo processual previsto constitucionalmente, apto à reparação de direito líquido e
certo violado, com regulamento especial pela Lei nº 12.016/2009.

Dentre as particularidades que lhe são inerentes, alcança especial relevo o fato de
corresponder a um antídoto, de efeitos drásticos, a combater, igualmente, as situações

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NR.PROCESSO: 5733757.66.2019.8.09.0000
potencialmente danosas e relevantes, sendo, por isso, célere e inapto a fomentar
discussões de alta indagação ou desdobramentos procedimentais sugestivos de
ordinarismo.

Como defendido na exordial, o ato atacado (intimação do autor para manifestar-se


sobre o depósito realizado pela ré) consiste em Despacho de mero expediente, típica
medida de impulso processual, sem trazer consigo carga decisória capaz de
caracterizá-la como decisão interlocutória apta a desafiar recurso.

A propósito:

“ AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA EM


FASE DE CUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. 1. Contra
despacho de mero expediente, sem conteúdo decisório, já
que apenas impulsiona o andamento do processo, não cabe
recurso, nos termos do art. 1.001 do NCPC, situação que
enseja o não conhecimento do agravo interno. 2 -
Reconhecida a inadmissibilidade do agravo interno é
impositiva aplicação da multa prevista no § 4º do artigo 1021,
do NCPC. RECURSO NÃO CONHECIDO. CONDENADO
AGRAVANTE AO PAGAMENTO DE MULTA DE 5% SOBRE O
VALOR ATUALIZADO DA CAUSA.” (TJGO, Mandado de
Segurança (CF, Lei 12016/2009) 0373148-38.2006.8.09.0000,
Rel. Des. ORLOFF NEVES ROCHA, 1ª Câmara Cível, julgado
em 09/08/2017, DJe de 09/08/2017). (Grifei).

Se assim o é, a impetração de Mandado de Segurança não está respaldada, mesmo


porque inexistente manifesta ilegalidade ou teratologia que, por si só, poderia indicar a
utilização do writ.

Apontando nesta direção:

“ MANDADO DE SEGURANÇA – DESPACHO DE MERO


EXPEDIENTE – INADMISSIBILIDADE DE MANEJO DA AÇÃO
MANDAMENTAL – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL -
INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 5º, II, E 8º DA LEI 1.533/51 –
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. Sendo inadmissível a
interposição de mandado de segurança contra despacho de
mero expediente, torna-se imperioso o indeferimento da
inicial do ‘mandamus’, em obediência ao disposto nos
artigos 5º, II, e 8º da Lei 1.533/51.” (TJMG, MS
1.0000.05.420523-2/000, Rel. Des. Edilson Fernandes, j.

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NR.PROCESSO: 5733757.66.2019.8.09.0000
28/06/2005, DJ de 05/08/2005).

Outrossim, a alegação da impetrante de que seria necessária a expedição de ordem


de restituição imediata do bem apreendido, e não a oitiva do autor, esbarra no disposto
na Súmula 267 do STF, que assim orienta:

“Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível


de recurso ou correição.”

O RITJGO prevê, em seu art. 385, que “... São suscetíveis de correição, mediante
reclamação da parte ou do órgão do Ministério Público, os despachos
irrecorríveis do juiz que importem inversão da ordem legal do processo, ou
resultem de erro de ofício ou abuso de poder.”

Analisando a questão ainda por este ângulo, caso identificasse que o despacho em
tela estaria ocasionando-lhe prejuízo, vez que exarado contrariamente à ordem
processual ou ainda por erro ou abuso, o caminho que se lhe abriria era o da correição
(reclamação), e não o da ação mandamental.

Nos termos do que dispõe o art. 10 da Lei nº 12.016/2009, o caso é de indeferimento


da inicial, segundo se lê:

“A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada,


quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe
faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o
prazo legal para a impetração.”

Corrobora com tal assertiva os encartes jurisprudenciais abaixo colacionados,


conforme se vê:

“ DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL.


MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO CONTRA
DECISÃO JUDICIAL. INOCORRÊNCIA DA HIPÓTESE DE
TERATOLOGIA. PETIÇÃO INICIAL INDEFERIDA
LIMINARMENTE. SEGURANÇA DENEGADA. ART. 6º,
PARÁGRAFO 5º, DA LEI Nº 12.016/2009. AGRAVO
REGIMENTAL. IRRESIGNAÇÃO IMOTIVADA. RECURSO
IMPROVIDO.” (TJ-BA – AGR: 00187277020158050000, Relª.
Lícia de Castro L. Carvalho, Tribunal Pleno, Data da Publicação:

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NR.PROCESSO: 5733757.66.2019.8.09.0000
20/11/2015).

“MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL QUE


DETERMINA A COMPLEMENTAÇÃO DO RECOLHIMENTO DA
TAXA JUDICIÁRIA OU A COMPROVAÇÃO DA
HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA EM FAZÊ-LO, NO PRAZO
DE 30 DIAS. DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE QUE NÃO
POSSUI CUNHO DECISÓRIO. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO
OU VIOLAÇÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. EXTINÇÃO DO
FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.” (TJ-RJ – MS:
00107798220188190000, 18ª VARA CÍVEL, Relator Francisco de
Assis Passanha Filho, Data de Julgamento: 13/03/2018, Décima
Quarta Câmara Cível, Data de Publicação: 15/03/2018). (Grifei).

“ MANDADO DE SEGURANÇA. RESTITUIÇÃO DE VEÍCULO


APREENDIDO. IMPROPRIEDADE DE ANÁLISE NA VIA
ELEITA. FEITO INDEFERIDO LIMINARMENTE. (…) 2.
Conforme preconiza o art. 10 da Lei 12.016/09, a inicial será
desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for
o caso de Mandado de Segurança.” (TJ-MG – MS:
10000200114635000, MG, Relator: Eduardo Machado, Data de
Julgamento: 09/02/2020, Data de Publicação: 12/02/2020).

Ante o exposto, indefiro liminarmente a inicial do presente mandamus.

Intime-se.

Goiânia, 19 de fevereiro de 2020.

DES. LEOBINO VALENTE CHAVES


LLA Relator

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 17:55:33

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5657595.30.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Ação Rescisória
POLO ATIVO : KEILA MARIA MARQUES DE LEMOS
POLO PASSIVO : BANCO BRADESCO S/A
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : KEILA MARIA MARQUES DE LEMOS


ADVG. PARTE : 48731 GO - MÁRCIO ANDRÉ ALVES FRANCISCO MARQUES

PARTE INTIMADA : BANCO BRADESCO S/A


ADVGS. PARTE : 51296 GO - JOSÉ LÍDIO ALVES DOS SANTOS
32791 GO - PAULO EDUARDO PRADO
42915 GO - ROBERTA BEATRIZ DO NASCIMENTO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 17:57:54

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5488921.60.2017.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Ação Rescisória
POLO ATIVO : RENILDO GOMES BRANDÃO
POLO PASSIVO : ALOISIO JOSE DE ARAUJO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : RENILDO GOMES BRANDÃO


ADVGS. PARTE : 23891 GO - FLÁVIO AUGUSTO RODRIGUES SOUSA
27893 GO - GUSTAVO MACHADO SOARES
11703 GO - ANTÔNIO AUGUSTO ROSA GILBERTI

PARTE INTIMADA : ALOISIO JOSE DE ARAUJO


ADVG. PARTE : 10149 GO - OSVALDO DIAS CARVALHO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 17:59:56

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5520712.76.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Reclamação
POLO ATIVO : BOA VISTA SERVIÇOS S/A
POLO PASSIVO : 1ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BOA VISTA SERVIÇOS S/A


ADVGS. PARTE : 29638 GO - LIDIANE DE OLIVEIRA
25668 GO - LEONARDO COSTA RESENDE
168204 SP - HÉLIO YAZBEK

PARTE INTIMADA : SUÉLIA PEREIRA DE LIMA


ADVG. PARTE : 48873 GO - LICINIO VIEIRA DE ALMEIDA JUNIOR

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 18:04:53

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5614473.64.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Reclamação
POLO ATIVO : BANCO ITAÚ VEÍCULOS S/A
POLO PASSIVO : 4ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO ITAÚ VEÍCULOS S/A


ADVG. PARTE : 22930 GO - YANA CAVALCANTE DE SOUZA

PARTE INTIMADA : JOSE MARIA DE OLIVEIRA


ADVGS. PARTE : 30669 GO - JOSSERRAND MASSIMO VOLPON
31437 GO - RICARDO DI MANOEL CAIADO

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

Intimação Efetivada a Ser Publicada No Diário Eletrônico Nos Próximos 2 (Dois)


Dias Úteis - Intimação via D.E.J.

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5296657.45.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Conflito de Competência
POLO ATIVO : JD DO 2º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA
POLO PASSIVO : JD DA 4ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL E REG PÚBLICO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5296657.45.2019.8.09.0000
INTIMAÇÃO EFETIVADA REFERENTE A MOVIMENTAÇÃO DO DIA - 19 de fevereiro de
2020 - INTIMAÇÃO VIA DIÁRIO ELETRÔNICO

Local :1ª Seção Cível

Nr. Processo: 5296657.45.2019.8.09.0000

Classe Processual: Conflito de Competência

Suscitante: JD do 2º Juizado Especial Da Fazenda Pública

Suscitado: JD da 4ª Vara Da Fazenda Pública Municipal E Reg Público

Intime-se o advogado acima mencionado para ter conhecimento do resultado do


Acórdão constante no evento 17, cuja ementa teve o seguinte teor:

EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO DA FAZENDA


PÚBLICA. VARA DA FAZENDA PÚBLICA. SERVIDOR. DIFERENÇA SALARIAL.
DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO. Compete ao Juizado da Fazenda Pública
processar e julgar as ações propostas individualmente que visam à tutela de direitos
individuais homogêneos, tal como a pretensão de recebimento de diferenças
remuneratórias, relativas ao piso salarial. Conflito negativo de competência julgado
improcedente para declarar a competência do juízo suscitante.

Goiânia, datado e assinado digitalmente.

GILBERTO MARQUES FILHO

Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em
Assinado por ALINE DARELLI LEAO
Validação pelo código: 10463569037681133, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

Intimação Efetivada a Ser Publicada No Diário Eletrônico Nos Próximos 2 (Dois)


Dias Úteis - Intimação via D.E.J.

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5443615.97.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Conflito de Competência Infância e Juventude
POLO ATIVO : JD DA VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE RIO VERDE
POLO PASSIVO : JD DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO VERDE
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 1027 de 5008


ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5443615.97.2019.8.09.0000
INTIMAÇÃO EFETIVADA REFERENTE A MOVIMENTAÇÃO DO DIA - 19 de fevereiro de
2020 - INTIMAÇÃO VIA DIÁRIO ELETRÔNICO

Local :1ª Seção Cível

Nr. Processo: 5443615.97.2019.8.09.0000

Classe Processual: Conflito de Competência

Suscitante: JD da Vara de Familia e Sucessões da Comarca de Rio Verde

Suscitado: JD da 1ª Vara Cível da Comarca de Rio Verde

Parte interessada Intimada: Franquilaine de Jesus Anicezio

Advg. Parte / OAB: Zaldonir Rezende Araújo - OAB/GO 38.819

Intime-se o advogado acima mencionado para ter conhecimento do resultado do


Acórdão constante no evento 28, cuja ementa teve o seguinte teor:

EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE COBRANÇA.


TÍTULO EXECUTIVO. CRÉDITO PARTILHADO EM ESCRITURA PÚBLICA DE
DIVÓRCIO. 1. Não possuindo a ação de cobrança relação com o direito de família, não
ter caráter sucessório e não se tratar de ação de estado não há falar em competência
do juízo da Vara de Família para processamento e julgamento da pretensão deduzida
no processo. 2. Compete ao juízo da Vara Cível apreciar e julgar pedido de cobrança
por meio do qual intenta-se o recebimento de crédito estipulado em escritura pública de
divórcio, por encerrar matéria relacionada ao direito das obrigações. Conflito de
Competência acolhido.

Goiânia, datado e assinado digitalmente.

GILBERTO MARQUES FILHO

Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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Intimação Efetivada a Ser Publicada No Diário Eletrônico Nos Próximos 2 (Dois)


Dias Úteis - Intimação via D.E.J.

LOCAL : 1ª SEÇÃO CÍVEL


NR.PROCESSO : 5669068.13.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Conflito de Competência Infância e Juventude
POLO ATIVO : JD DO 1º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
GOIÂNIA
POLO PASSIVO : JD DA 4ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE
GOIÂNIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

Documento Assinado Digitalmente DJ Eletrônico - Acesse: www.tjgo.jus.br 1029 de 5008


ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5669068.13.2019.8.09.0000
INTIMAÇÃO EFETIVADA REFERENTE A MOVIMENTAÇÃO DO DIA - 19 de fevereiro de
2020 - INTIMAÇÃO VIA DIÁRIO ELETRÔNICO

Local :1ª Seção Cível

Nr. Processo: 5669068.13.2019.8.09.0000

Classe Processual: Conflito de Competência

Suscitante: JD DO 1º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE


GOIÂNIA

Suscitado: JD DA 4ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE


GOIÂNIA

Parte interessada Intimada: Waldir Tavares de Oliveira

Advg. Parte / OAB: Marcos Antônio de Morais - OAB/GO 30.357

Pedro Lustosa do Amaral Hidasi - OAB/GO 29.479

Intime-se o advogado acima mencionado para ter conhecimento do resultado do


Acórdão constante no evento 19, cuja ementa teve o seguinte teor:

EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO DA FAZENDA


PÚBLICA. VARA DA FAZENDA PÚBLICA. SERVIDOR. DIFERENÇA SALARIAL.
DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO. Compete o Juizado da Fazenda Pública
processar e julgar as ações propostas individualmente que visa a tutela de
direitos individuais homogêneos, que versem sobre a pretensão de recebimento
diferenças salariais, relativas ao piso e horas extras. Conflito Negativo de
Competência julgado improcedente para declarar a competência do juízo
suscitante.

Goiânia, datado e assinado digitalmente.

GILBERTO MARQUES FILHO

Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Concessão de Efeito Suspensivo Recurso -


Data da Movimentação 18/02/2020 12:37:53

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5066669.26.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ESTADO DE GOIÁS
POLO PASSIVO : THIAGO TELES DE ANDRADE
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : THIAGO TELES DE ANDRADE


ADVG. PARTE : 63144 DF - LAYANY MARTINS OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5066669.26.2020.8.09.0000
Gabinete do Desembargador Amaral Wilson de Oliveira

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5066669.26.2020.8.09.0000

COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE : ESTADO DE GOIÁS

AGRAVADO : THIAGO TELES DE ANDRADE

RELATOR : DES. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA

DECISÃO LIMINAR

Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de atribuição de efeito suspensivo,


interposto pelo ESTADO DE GOIÁS visando a reforma da decisão interlocutória proferida pela
Juíza de Direito da 5ª Vara da Fazenda Pública Estadual da Comarca desta Capital, Drª Lívia Vaz
da Silva, nos autos da AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO (processo nº
5555580.24.2019.8.09.0051) promovida em seu desfavor e do INSTITUTO AMERICANO DE
DESENVOLVIMENTO – IADES, por THIAGO TELES DE ANDRADE.

Relata o ESTADO DE GOIÁS que a parte adversa ingressou com a citada ação anulatória
requerendo, a título de tutela de urgência, a continuidade do candidato no concurso público para
provimento do cargo de Agente de Segurança Prisional, regido pelo Edital 01/19-DGAP, não
obstante tenha sido eliminado, nos termos previstos no item 18.3 do aludido Edital, em face de

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NR.PROCESSO: 5066669.26.2020.8.09.0000
reprovação na prova objetiva.

Sustenta, em suma, que os pedidos da parte adversa, em sede de liminar, se confundem com o
mérito da ação anulatória. Assim, a liminar deferida é totalmente satisfativa e irreversível,
encontrando óbice nos preceitos do artigo 1º, § 3º, da Lei 8.437/92, acrescentando que
“inúmeras liminares foram deferidas, o que compromete totalmente o cumprimento do
cronograma do certame e gera insegurança jurídica quanto a classificação dos candidatos, a
saber, citem – se as decisões inseridas nos autos nº. 5015554.07; 5015333.24, 5010839.19 e
5014903.72. De outra senda, inúmeras liminares, de forma escorreita, foram denegadas, nos
termos dos julgados anexos.”

Na sequência, verbera que a “verificação minudente das assertivas estipuladas na questão


debatida na lide e a escolha da resposta correta são aspectos inerentes ao mérito administrativo,
exercido pela Banca Examinadora em função do disposto no edital. A alteração de gabaritos, a
anulação de questões ou mesmo a consideração de mais de uma assertiva correta são opções a
serem exercidas pela Banca e tão somente por ela, o Poder Judiciário não pode se imiscuir nesta
seara, sob pena de se colocar no papel da banca examinadora e ferir o disposto no artigo 2º, da
Lei Maior.”

Ademais, sustenta que ”a imediata produção dos efeitos da decisão traz risco de danos graves,
de difícil ou impossível reparação ao Estado, especialmente, pelo comprometimento do
cumprimento do cronograma do certame, bem como pela insegurança jurídica na divulgação das
listas dos classificados.”

Após discorrer minuciosamente sobre as teses deduzidas, destaca a presença dos requisitos
legais para a concessão de efeito suspensivo ao recurso, de modo a obstar os efeitos da decisão
agravada diante da possibilidade de prejuízos irreparáveis à Administração Pública, citando
julgados em amparo às suas assertivas.

Ao final, requer a atribuição de efeito suspensivo ao recurso, com amparo no artigo 1019, inciso I,
do CPC/15, e que o agravo de instrumento seja provido, reformando-se a decisão impugnada,
nos termos postulados.

Sem preparo por isenção legal (CPC, art. 1007,§ 1º).

É o sintético relatório. Decido.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5066669.26.2020.8.09.0000
De acordo com o disposto no artigo 1.015, inciso I, do Código de Processo Civil/2015, é cabível a
interposição de agravo de instrumento em ataque às decisões interlocutórias que versarem
sobre tutela provisória.

Portanto, o presente recurso interposto em ataque à decisão, ora impugnada, encontra previsão
no rol taxativo do citado dispositivo do CPC/2015. Assim sendo, merece conhecimento.

Outrossim, estabelece o artigo 1.019, inciso I, do citado Códex Instrumental que o relator “poderá
atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total o parcial, a
pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão”, caso vislumbre que a decisão
interlocutória impugnada tenha potencialidade de causar imediato gravame de difícil ou
impossível reparação, de tal sorte que não se possa esperar que a pretensão recursal seja
examinada em momento posterior.

Desse modo, para se conceder o efeito suspensivo ou antecipar a tutela recursal, mister se
verificar a presença concomitante dos requisitos necessários ao deferimento de qualquer tutela
provisória, quais sejam, a probabilidade de provimento do recurso e o risco de dano grave
ou de difícil reparação (art. 300, CPC/15).

Em consonância à jurisprudência sedimentada desta Corte, não se pode olvidar que: “A tutela de
urgência será concedida se observados, concomitantemente, os requisitos do artigo 300, caput,
do Código de Processo Civil, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco
ao resultado útil do processo.[...]”(TJGO, Agravo de Instrumento (CPC) 5532422-93.2019.8.09.0000, Rel.
ELIZABETH MARIA DA SILVA, 4ª Câmara Cível, julgado em 04/02/2020, DJe de 04/02/2020).

No caso vertente, em sede de cognição sumária e superficial, própria ao estágio dos autos,
analisadas as alegações do recorrente e atento à fase processual da ação originária, com relevo
ao entendimento jurisprudencial sobre o tema, identifico, a princípio, elementos indicadores da
probabilidade de provimento do recurso e do risco de dano grave ou de difícil reparação, tal como
apontado pelo recorrente.

A propósito, “O STF (RE 532.853/CE) decidiu, com repercussão geral, que o Poder Judiciário não
pode, como regra, substituir a banca examinadora de certame para avaliar as respostas dadas
pelos candidatos nem as notas a elas atribuídas, ou seja, não pode interferir nos critérios de
correção de prova, ressalvada a hipótese de juízo de compatibilidade do conteúdo das questões
do concurso com o previsto no edital do certame.” (TJGO, Mandado de Segurança (CF, Lei 12016/2009)
5493109-40.2017.8.09.0051, Rel. BEATRIZ FIGUEIREDO FRANCO, 4ª Câmara Cível, julgado em 13/05/2019, DJe de
13/05/2019).

Acrescente-se, na linha jurisprudencial hodierna, os seguintes julgados:

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NR.PROCESSO: 5066669.26.2020.8.09.0000
“ RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. 2. CONCURSO
PÚBLICO. CORREÇÃO DE PROVA. Não compete ao Poder Judiciário, no
controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar
respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas.
Precedentes. 3. Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de
compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o previsto
no edital do certame. Precedentes. 4. Recurso extraordinário provido.” (STF
, RE 632853, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
23/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO
DJe-125 DIVULG. 26-06-2015 PUBLIC. 29-06-2015).

“ ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. CONCURSO PÚBLICO. PRETENSÃO DE


REEXAME DE QUESTÕES DE PROVA. DESCABIMENTO. PRECEDENTES DO STF E DO
STJ. TEMA PACIFICADO. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. […] 4. A
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça também é pacífica no sentido de que não é
possível ao Poder Judiciário imiscuir-se na revisão das provas de concurso público,
somente atendo-se à juridicidade. Precedentes: RMS 41.785/RS, Rel. Ministro Humberto
Martins, Segunda Turma, DJe 16.12.2013; RMS 43.139/DF, Rel. Ministra Eliana Calmon,
Segunda Turma, DJe 24.9.2013; e AgRg no RMS 25.608/ES, Rel. Ministra Assusete
Magalhães, Sexta Turma, DJe 23.9.2013. Recurso ordinário improvido.(STJ - RMS 45.660/RS,
Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/08/2014, DJe
26/08/2014).

“Agravo de Instrumento. Ação anulatória de ato administrativo com pedido de tutela antecipada
inaudita altera pars em caráter antecedente. Anulação de questões. Inclusão na lista
classificatória. Participação nas demais etapas do certame. Ausência de probabilidade. I - A
concessão ou não de liminar depende dos requisitos legais autorizadores do provimento
pretendido (artigo 300, CPC). II - Consoante jurisprudência firmada no âmbito do excelso
Supremo Tribunal Federal e do colendo Superior Tribunal de Justiça, em matéria de
concurso público, em regra, é vedado ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora
para rever os critérios de formulação de questão, de correção de prova e, por
conseguinte, de atribuição de nota, limitando-se ao exame da observância aos princípios
da legalidade e da vinculação ao Edital. Destarte, em cognição inicial, não visualizando
flagrante ilegalidade nas questões objetivas apontadas pelo agravante ou ausência de
observância das matérias previstas no Edital, de forma a admitir a excepcional atuação
do Poder Judiciário, descabida é a pretensão de anular as questões do certame. III -
Evidenciado, pelo que resulta dos autos, que o recorrente foi eliminado por não ter alcançado a
classificação estabelecida no edital do certame, não merece ser acolhido o pedido de tutela
antecipada para a finalidade de determinar a sua participação nas demais etapas do certame.
Agravo de Instrumento conhecido e desprovido.”(TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5021467-26.2020.8.09.0000, Rel. CARLOS ALBERTO FRANÇA, 2ª Câmara Cível, julgado em
12/02/2020, DJe de 12/02/2020).

Nesse contexto, à luz do entendimento jurisprudencial sobre a matéria trazida à baila pelo
recorrente, entendo presentes os requisitos legais pertinentes, razão por que defiro o pedido de
atribuição de efeito suspensivo, até o julgamento deste recurso.

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NR.PROCESSO: 5066669.26.2020.8.09.0000
Comunique-se à Juíza da causa o conteúdo desta decisão.

Intime-se a parte agravada para responder ao recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-
lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do presente agravo de
instrumento, nos termos do inciso II, do artigo 1.019, do CPC/2015.

Intimem-se.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Desembargador Amaral Wilson de Oliveira

Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 16:18:52

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5076279.18.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A
POLO PASSIVO : ANTONIA PEREIRA DUARTE
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S/A


ADVGS. PARTE : 30246 GO - RICARDO NEVES COSTA
37343 GO - RODOLFO BARBOSA SOARES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5076279.18.2020.8.09.0000


Comarca de Padre Bernardo
Agravante: Aymoré Crédito, Financiamento e Investimentos S/A
Agravado: Antônia Pereira Duarte
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

EMENTA: Agravo de Instrumento. Ação de busca e


apreensão pelo Decreto-Lei Federal nº 911/69. Obrigação
de Fazer. Exiguidade do prazo de 02 (dois) dias para
restituição do veículo no caso de purgação da mora.
Aplicação de multa diária em caso de não devolução do
bem pelo credor no prazo estipulado. Possibilidade. Valor
arbitrado a título de multa. Minoração. I - Afigurando-se
exíguo o prazo de 02 (dois) dias, estabelecido em primeiro
grau para a devolução do veículo, deve ser fixado em 5 (cinco)
dias, pois se a instituição financeira pode, em caráter liminar e
de surpresa, apreender o veículo financiado abruptamente do
devedor fiduciante/agravado, deve, em contrapartida, restitui-
lo, em caso de pagamento da integralidade do débito, em
prazo compatível com sua retomada. II - Cuidando-se de
obrigação de fazer, afigura-se possível a fixação
de multa diária em caso de não restituição do bem pelo credor
no prazo judicialmente estipulado, caso quitada integralmente a
dívida pelo devedor. III - Deve ser minorado o valor arbitrado a
título de multa diária e seu teto, de acordo com o princípio da
razoabilidade e proporcionalidade, mormente considerando-se
que o parâmetro a ser observado para a fixação das astreintes
é o da suficiência e compatibilidade da obrigação de fazer a ser
cumprida, a capacidade da instituição financeira

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
autora/agravante e o não enriquecimento ilícito da parte
credora da multa.
Agravo de Instrumento conhecido e provido em parte.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Trata-se de agravo de instrumento interposto por Aymoré Crédito,


Financiamento e Investimentos S/A, contra a decisão proferida pela Drª. Luciana
Vidal Pellegrino Kredens, Juíza de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Padre
Bernardo/GO, nos autos da ação de busca e apreensão proposta em desfavor de
Antônia Pereira Duarte.
O ato judicial hostilizado restou assim redigido em sua parte dispositiva:

“[…] Ante o exposto, DEFIRO liminarmente a medida de busca e apreensão do


bem alienado descrito nos autos, nos termos da norma de regência, eis que
comprovada, com a inicial, a mora do devedor fiduciante.

Anote-se o bloqueio (circulação) do veículo junto ao sistema RENAJUD.

Após o cumprimento da liminar, independentemente de nova ordem judicial,


baixe-se a restrição junto ao RENAJUD (artigo 3º § 9º [1], do Decreto-lei, n.
911/69, alterado pela Lei n° 13.043/2014).

Executada a liminar, cite-se o devedor para, no prazo de 15 (quinze) dias, a


contar da apreensão do veículo, contestar o pedido, sob pena de revelia, sendo
que faculto ao Oficial de Justiça utilizar-se das prerrogativas previstas no art. 212,
do Código de Processo Civil/2015, para o cumprimento do mandado.

Ressalto que o(a) devedor(a) poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da


execução da liminar, quitar a integralidade do débito, compreendido nas parcelas
vencidas e vincendas, seus consectários contratuais e legais e eventual honorário
dos advogados do requerente.

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
Caso haja o pagamento, o bem deverá ser devolvido em dois dias, sob pena
de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), limitada ao valor de
50.000,00 (cinquenta mil reais).

Intime-se. Cumpra-se.” (destacado).

Em suas razões (evento 01), a parte agravante relata ter ajuizado ação de
busca e apreensão pelo Decreto-Lei n.º 911/69 em razão da inadimplência da parte
requerida/agravada, sendo deferida a liminar pelo julgador de origem.
Menciona que a decisão recorrida, embora tenha deferido a liminar de busca
e apreensão, determinou, no caso de pagamento, a devolução do veículo à parte
requerida/agravada no prazo de 02 (dois) dias, sob pena de multa diária de R$
1.000,00 (mil reais), limitada a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Assevera que o prazo fixado para eventual restituição do veículo ao agravado
é bastante exíguo – 02 (dois) dias –, sendo impossível do cumprimento da obrigação
dentre do prazo.
Discorre sobre o direito que envolve a fixação de multa diária, defendendo
que o valor arbitrado deve estar de acordo com o princípio da razoabilidade e da
proporcionalidade. No caso concreto, considera fixada a multa por descumprimento da
devolução do veículo em valor altíssimo – R$ 1.000,00 (um mil reais) –, limitada a R$
50.000,00 (cinquenta mil reais). Requer a minoração do valor fixado a título de multa
diária.
No mérito, requer a reforma da decisão para que seja afastada a
determinação de que “em caso de pagamento do débito pelo Agravado deve ocorrer a
devolução do veículo no exíguo prazo de dois dias, além de arbitrar multa diária de
R$1.000,00 limitada a R$50.000,00, devendo ser totalmente afastada a multa
arbitrada, ou reduzida seu valor.”
Não juntados documentos por se tratar de autos virtuais.
Preparo recolhido (evento n.º 1).
Ausente pedido de concessão de efeito suspensivo recursal.
Ainda não triangularizada a relação processual no primeiro grau de jurisdição.
Pois bem.
É o relatório. Sendo comportável o julgamento monocrático do recurso,
passo a decidir, com fulcro no artigo 932, inciso IV, “a”, do Código de Processo Civil.
A propósito:

“Art. 932. Incumbe ao relator:

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do


próprio tribunal;

Desde já, adianto que a irresignação do banco recorrente merece prosperar


em parte.
Como se sabe, nos termos do artigo 3º, §§ 1º e 2º, do Decreto-Lei Federal nº
911/69, decorridos 05 (cinco) dias do cumprimento da liminar de busca e apreensão,
consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do
credor fiduciário, sendo que, na hipótese do devedor fiduciante, no quinquídio legal,
pagar a integralidade da dívida pendente, o bem lhe será restituído livre do ônus:

“Art. 3o O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora,


na forma estabelecida pelo § 2o do art. 2o, ou o inadimplemento, requerer contra
o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a
qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário.

§ 1o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão


a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor
fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo
certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele
indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária.

§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da


dívida pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na
inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus.”

Nesse sentido, inclusive, o teor da Súmula n. 59, desta Casa de Justiça:

“Súmula 59. Para efeito do Decreto – lei 911/69 e suas alterações, no prazo de
cinco dias após executada a liminar de busca e apreensão, o devedor fiduciante
poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo os valores
apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será
restituído livre do ônus, podendo ser determinado pelo magistrado a restrição de
retirada do bem alienado fiduciariamente do território da comarca, até o término
do quinquídio legal.”

Com efeito, a propriedade e a posse do veículo alienado fiduciariamente


somente serão atribuídas ao credor depois de ser oportunizado ao devedor o prazo de
05 (cinco) dias para o pagamento da integralidade da dívida pendente.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
Desta maneira, diante da possibilidade do devedor, no prazo de 05 (cinco)
dias, pagar a dívida e recuperar o bem, afigura-se plausível que seja garantido à parte
requerida/agravada o direito de ser restituída, no mesmo prazo de 05 (cinco) dias, o
bem, em caso de purgação da mora.
Ora, se a lei de regência estabelece o prazo de 05 (cinco) dias para o devedor
promover o pagamento integral da dívida e, via de consequência, obter a restituição do
veículo livre de qualquer ônus, nada mais justo que a devolução do bem ocorra no
mesmo prazo.
Neste sentido é o posicionamento adotado por esta egrégia Corte de Justiça:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO PELO


DECRETO-LEI 911/69. LIMINAR DEFERIDA. FIXAÇÃO DE PRAZO PARA
DEVOLUÇÃO DO VEÍCULO EM CASO DE QUITAÇÃO INTEGRAL DE DÍVIDA.
CORRETO. MULTA DIÁRIA. VIABILIDADE. QUANTUM MANTIDO. 1) Mostra-se
razoável a determinação de restituição do bem, no prazo de 5 (cinco dias), na
hipótese de integralização da dívida no quinquídio legal, uma vez que a instituição
financeira deve fazê-lo em prazo compatível com sua retomada. 2) A multa diária
para o caso de eventual descumprimento de ordem judicial é medida prevista no
artigo 461, § 4º, do CPC/1973, com efeito de assegurar o efetivo cumprimento do
mencionado comando. 3) Não há que se falar na redução do montante arbitrado a
título de multa diária, quando este revela-se razoável e coerente com o porte e a
capacidade econômica da instituição financeira. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC )
5260261-69.2019.8.09.0000, Rel. Des. JEOVA SARDINHA DE MORAES, 6ª
Câmara Cível, julgado em 30/10/2019, DJe de 30/10/2019).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. LIMINAR


DEFERIDA. PRAZO PARA DEVOLUÇÃO DO VEÍCULO AO DEVEDOR CASO
OCORRA O PAGAMENTO INTEGRAL DO DÉBITO. MULTA DIÁRIA.
POSSIBILIDADE. VALOR FIXADO RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. 1. Mostra-
se razoável a determinação de restituição do bem, no prazo de cinco (05) dias, na
hipótese de purgação da mora, uma vez que a instituição financeira deve fazê-lo
em prazo compatível com sua retomada. 2. As astreintes são fixadas em
decorrência do seu caráter inibitório e têm como objetivo fazer com que a parte
concitada cumpra o seu dever, nos termos determinados pelo magistrado. 3.
Resultando a astreinte em um montante razoável e proporcional, considerando
sobretudo a obrigação principal, mantém-se o valor fixado para a penalidade, em
observância a capacidade econômica da instituição financeira, e o poder
coercitivo suficiente para a sua finalidade. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5109311-
48.2019.8.09.0000, Rel. JAIRO FERREIRA JUNIOR, 6ª Câmara Cível, julgado
em 11/10/2019, DJe de 11/10/2019).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. BUSCA E APREENSÃO. VEÍCULO.


PAGAMENTO INTEGRAL. PRAZO E MULTA DIÁRIA PARA DEVOLUÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
RAZOABILIDADE DA ASTREINTE. 1. O pagamento integral da dívida está
previsto no artigo 3º, § 2º, do Decreto-lei nº 911/1969 e dele decorre a restituição
imediata do bem. 2. O prazo de cinco dias para a devolução do veículo, em caso
de quitação do débito, se mostra razoável, sobretudo por ser idêntico àquele que
consolida a propriedade e a posse nas mãos do credor em caso de não
pagamento. 3. O valor da multa diária só deve ser modificado pelas instâncias
superiores quando se mostrar irrisório ou exorbitante. Precedentes do STJ. 4.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo
de Instrumento ( CPC ) 5094595-50.2018.8.09.0000, Rel. Des. GUILHERME
GUTEMBERG ISAC PINTO, 5ª Câmara Cível, julgado em 27/08/2018, DJe de
27/08/2018).

Todavia, no caso concreto foi determinada a devolução do veículo ao devedor


no prazo de 02 (dois) dias na hipótese de pagamento da dívida, prazo que não guarda
consonância com a razoabilidade, mostrando-se extremamente exíguo para a
finalidade a que se destina. Com efeito, o prazo de 05 (cinco) dias mostra-se mais
adequado para o cumprimento satisfatório da medida, conforme entendimentos supra
alinhados, devendo prevalecer sobre o curto lapso temporal concedido pelo
magistrado na origem.
No que se refere à aplicação da multa diária de R$ 1.000,00 (um mil reais),
limitada a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para o caso de, efetivada a purgação da
mora, não ocorrer a restituição de veículo ao devedor, no prazo agora definido de 05
(cinco) dias, entendo pela sua pertinência, contudo, devendo ser reduzidos os valores
arbitrados.
Como se sabe, a multa disciplinada pelos artigos 536 e 537 do Código de
Processo Civil pode ser aplicada, inclusive de ofício, sempre que presente obrigação
de fazer, sendo considerada uma forma de coerção e visa a tutela específica da
obrigação.
Veja-se:

“Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de


obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento,
para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do
exequente.

§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras


medidas, a imposição de multa, (…)

(...)

Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na


fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de
execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se
determine prazo razoável para cumprimento do preceito.

§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:

I – se tornou insuficiente ou excessiva;

II – o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou


justa causa para o descumprimento.

§ 2o O valor da multa será devido ao exequente.

(...)

§ 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da


decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado. (...)”

Com efeito, as “astreintes” possuem o objetivo de impelir a parte a cumprir a


obrigação na forma especificada no ato judicial, fixando, deste modo, valor a que
estará compelida a parte a arcar em caso de descumprimento do comando judicial.
Assim, nota-se que a parte autora/recorrente recebeu, expressamente, ordem
judicial no sentido de restituir à parte requerida/agravada o bem apreendido, em caso
de purgação da mora, no prazo ora fixado de 05 (cinco) dias, a contar da quitação,
acarretando-lhe uma obrigação de fazer e, caso descumpra tal ordem, justificada está
a cominação da multa diária.
Não se pode olvidar que a multa possui caráter inibitório e tem como fim levar
o destinatário a cumprir a obrigação que lhe foi imposta e não lhe constranger a pagar
seu valor.
Destarte, tal medida deve ser capaz de ensejar o cumprimento da
determinação judicial e, ao mesmo tempo, impedir a reincidência em atitude perniciosa
ou obstativa da efetividade da prestação jurisdicional.
Neste contexto, os arestos deste egrégio Sodalício:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. DILATAÇÃO


DO PRAZO PARA RESTITUIÇÃO DO VEÍCULO. DESNECESSIDADE. MULTA
DIÁRIA POR DESCUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL. POSSIBILIDADE.
PEDIDO ALTERNATIVO DE REDUÇÃO. INADMITIDO. I- O prazo de 05 (cinco)
dias fixado para a restituição do veículo, após a quitação integral da dívida,
afigura-se mais do que suficiente para os fins de mister, ainda mais considerando
que foram computados em dias úteis, estendendo-se ainda mais os dias para o
efetivo cumprimento, não se justificando o pedido de dilatação. II- A multa diária
além de se afigurar medida legal também se denota um meio coercitivo imposto
pelo magistrado no intuito de compelir a parte ao cumprimento da obrigação de
fazer ou não fazer, conforme previsão do artigo 497 do CPC. III- O importe de R$
200,00 (duzentos reais) arbitrado para a multa diária resta adequado tanto à
situação jurídica em voga, quanto à vultuosa condição econômica da agravante,
razão porque merece ser mantido sob pena de não se alcancar a finalidade
coercitiva da medida, bem como o efeito educativo frente ao possível
descumprimento de uma ordem judicial de restituição do veículo. DECISÃO

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
MANTIDA. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO, PORÉM
DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5195523-
09.2018.8.09.0000, Rel. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, 2ª Câmara Cível,
julgado em 10/07/2018, DJe de 10/07/2018)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. BUSCA E APREENSÃO. VEÍCULO.


PAGAMENTO INTEGRAL. PRAZO E MULTA DIÁRIA PARA DEVOLUÇÃO.
RAZOABILIDADE DA ASTREINTE. 1. O pagamento integral da dívida está
previsto no artigo 3º, § 2º, do Decreto-lei nº 911/1969 e dele decorre a restituição
imediata do bem. 2. O prazo de cinco dias para a devolução do veículo, em caso
de quitação do débito, se mostra razoável, sobretudo por ser idêntico àquele que
consolida a propriedade e a posse nas mãos do credor em caso de não
pagamento. 3. O valor da multa diária só deve ser modificado pelas instâncias
superiores quando se mostrar irrisório ou exorbitante. Precedentes do STJ. 4.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo
de Instrumento ( CPC ) 5094595-50.2018.8.09.0000, Rel. GUILHERME
GUTEMBERG ISAC PINTO, 5ª Câmara Cível, julgado em 27/08/2018, DJe de
27/08/2018)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO PELO


DECRETO-LEI N.º 911/69. DEVOLUÇÃO DO VEÍCULO AO DEVEDOR.
IMPOSIÇÃO DE ASTREINTES PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO.
POSSIBILIDADE. MINORAÇÃO DO QUANTUM ARBITRADO. INDEVIDA.
PRAZO PARA A RESTITUIÇÃO. RAZOÁVEL. 1. O Decreto-Lei nº 911/1969, com
redação dada pela Lei nº 13.043/2014, permite que, no prazo 5 (cinco) dias após
o cumprimento da liminar, o devedor fiduciante promova o pagamento da
integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados pelo credor
fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus (art.
3º, §2º). 2. A astreinte fixada possui caráter inibitório, objetivando compelir a parte
agravante ao cumprimento da obrigação assinalada. Encontra justificativa, assim,
no princípio da efetividade da tutela jurisdicional e na necessidade de se
assegurar o pronto cumprimento à decisão judicial. 3. O quantum arbitrado a título
de multa diária atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não
representando enriquecimento ilícito da parte beneficiada, ou, ao revés, montante
ínfimo, incapaz de impedir o descumprimento da determinação judicial. 4. Não se
configura exíguo o lapso temporal fixado pelo juízo de primeiro grau para a
restituição do veículo ao devedor, notadamente por se tratar de bem essencial.
Ademais, não resta demonstrada a existência de qualquer entrave apto a impedir
ou dificultar, no caso de pagamento integral da dívida, a restituição imediata do
veículo ao devedor. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO, Agravo
de Instrumento ( CPC ) 5119291-53.2018.8.09.0000, Rel. ORLOFF NEVES
ROCHA, 1ª Câmara Cível, julgado em 10/08/2018, DJe de 10/08/2018)

Ressalvo que a “astreinte” somente incidirá se a parte autora/agravante não


proceder conforme a determinação judicial, no prazo estabelecido.
Logo, porque pertinente, não deve ser afastada a multa diária fixada para o

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NR.PROCESSO: 5076279.18.2020.8.09.0000
caso de, efetivada a purgação da mora, não ocorrer a restituição, por parte da
instituição financeira credora/autora/agravante, do veículo à parte
devedora/requerida/agravada, no prazo de 05 (cinco) dias.
No tocante ao valor estipulado a título de multa diária, deve ser minorado,
para que seja razoável e proporcional, mormente considerando-se que o parâmetro a
ser observado pelo magistrado quando da fixação das astreintes é o da suficiência e
compatibilidade da obrigação de fazer a ser cumprida pela parte, de sorte que a multa
pecuniária deve ser apta a tornar efetivo o seu intuito coercitivo, sem acarretar o
enriquecimento ilícito do credor, razão pela qual deve ser minorada para R$ 500
(quinhentos) reais por dia e limitada a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais),
Assim sendo, entendo que merece ser acolhido em parte o pleito da parte
agravante, para dilatar o prazo para devolução do bem de 02 (dois) dias, fixado na
decisão agravada, para 5 (cinco) dias, prazo razoável e suficiente para a restituição
caso seja quitado o débito pelo devedor/agravado, bem como para minorar o valor da
multa diária, a qual passa a ser fixada em R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia,
limitada a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
Ao teor do exposto, conheço do agravo de instrumento interposto e o provejo
em parte, para determinar que, eventual restituição do veículo apreendido, deverá ser
realizada no prazo de 5 (cinco) dias, em caso de purgação da mora pelo
devedor/agravado, bem como para fixar o valor da multa diária em R$ 500,00
(quinhentos reais), limitada a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
Comunique-se ao Juízo de 1º grau, para conhecimento e cumprimento do
decidido por este egrégio Tribunal de Justiça.
Intime-se.
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C90

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 07:25:43

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5074070.76.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ESTADO DE GOIAS
POLO PASSIVO : SEBASTIAO FREIRE DA SILVA FILHO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : SEBASTIAO FREIRE DA SILVA FILHO


ADVGS. PARTE : 25996 GO - RAFAEL REGINALDO URANI DE OLIVEIRA
34056 GO - LEONARDO ODAIR SANCHES BORGES

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:23:53

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0247458.65.2011.8.09.0083
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : AMBROZIO GONZAGA DE MORAIS
POLO PASSIVO : SEBASTIAO WILLAMES MORENA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : AMBROZIO GONZAGA DE MORAIS


ADVG. PARTE : 29137 GO - KLEYTON MARTINS DA SILVA

PARTE INTIMADA : SEBASTIAO WILLAMES MORENA


ADVG. PARTE : 9387 GO - MIGUEL MOREIRA CARDOSO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0247458.65.2011.8.09.0083
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível n. 0247458.65.2011.8.09.0083


Comarca de Itapaci
Apelante: Ambrózio Gonzaga de Morais
Apelado: Sebastião Wilhanes Morena
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade do apelo, dele conheço.


Conforme relatado, cuida-se de apelação cível interposta por Ambrózio
Gonzaga de Morais objetivando a reforma da sentença proferida pelo Juiz Substituto
atuante na 1ª Vara Cível da Comarca de Itapaci, Dr. Renato César Dorta Pinheiro, nos
autos da “ação de indenização por danos morais e materiais e lucros cessantes”,
ajuizada em desfavor de Sebastião Wilhanes Morena
A parte dispositiva da sentença apelada, acostada no evento n. 03-doc. 19,
restou assim redigida:

“(…) Ante o exposto, julgo improcedente o pedido inicial, com resolução


de mérito nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo
Civil. Em face da sucumbência, condeno o autor ao pagamento das
custas processuais e honorários advocatícios que fixo em 10% (dez por
cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do § 2º, artigo 85,
do Código de Processo Civil, condenação que suspendo em razão dos
benefícios da gratuidade da justiça outrora deferido (fl. 29). Transitada

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NR.PROCESSO: 0247458.65.2011.8.09.0083
em julgado, arquivem-se com as baixas legais, anotando-se no
distribuidor eventuais custas remanescentes. Publique-se. Registre-se.
As partes saem intimadas.”

Irresignado, o autor interpõe apelação cível no evento n. 03-doc. 21, onde


sustenta a necessidade de reforma da sentença objurgada, ressaltando que as provas
jungidas aos autos caracterizam o abalo moral e material sofrido pelo
requerente/apelante, uma vez que sofreu constrangimento ao ser abordado pelo
gerente da Usina Vale Verde juntamento com uma viatura policial, tendo seu
instrumento de trabalho apreendido (motosserra), sob o fundamento de que estava
furtando a madeira pertencente à usina.
Aponta que sofreu constrangimento por ter seu instrumento de trabalho
apreendido pela autoridade policial, passando por séria dificuldades financeiras, uma
vez que deixou de trabalhar, bem como passou a responder processo por crime
ambiental.
Destaca, ainda, que a prova testemunhal trazidas pelo requerido/apelado
induziu o magistrado condutor do feito a erro, inventando fatos, faltando com a
verdade.
Ao final, pugna pelo conhecimento e provimento do apelo, com a reforma da
sentença objurgada, a fim de julgar procedente o pedido inicial, com a condenação do
requerido ao pagamento da indenização por danos morais e materiais.
Pois bem.
Infere-se dos autos ter o autor/apelante ajuizado a presente ação visando a
reparação por danos morais e materiais, sob o fundamento de ter sido contratado pelo
réu/apelado para realização de um serviço de extração de uma árvore no dia
03/11/2007, na Fazenda Santa Luzia, no Município de Itapaci.
Informa o autor/apelante que, no momento em que realizava a extração da
madeira, foi surpreendido com a chegada do gerente da Usina Vale Verde
acompanhado de uma viatura policial, quando lhe foi informado que a madeira
pertencia àquela usina e que sua retirada configurava crime, ocasião em que foi
apreendida a sua motosserra, sendo indiciado por crime ambiental.
Sustenta ter sofrido abalo moral e material, uma vez que foi contratado pelo
requerido/apelado para a realização do mencionado serviço, sendo informado pelo réu
que a madeira pertencia a ele.
É cediço que na esfera probatória visualiza-se a distribuição do ônus de
comprovação dos fatos alegados, objetivando o convencimento do magistrado, com
previsão no artigo 371 do Código de Processo Civil.
Com espeque no brocardo nemo iudex ex officio, a norma processual civil
elencou no artigo 373 as principais regras de produção de provas, valendo-se de
critérios objetivos, tendo por fim último o evolver dos autos.
Preleciona o artigo 373 do Código de Processo Civil que:

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NR.PROCESSO: 0247458.65.2011.8.09.0083
“Art. 373 - O ônus da prova incumbe:

I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;


II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor.”

Acerca do ônus da prova, leciona Alexandre Freitas Câmara que:

“Pode-se, pois, dizer o seguinte: incumbe ao autor o ônus de provar o


fato constitutivo de seu direito. O réu, por sua vez, poderá assumir dois
ônus: o de provar a inexistência de tal fato (prova contrária ou
contraprova), ou de admitindo o fato constitutivo do direito do
demandante – provar os fatos extintivo, impeditivo ou modificativo do
direito do autor”. (in Lições de Direito Processual Civil, Vol. I, Ed. Lumen
Juris, 14ª edição, RJ, 2006)

Sobre o ônus da produção de provas dos fatos alegados na peça inicial, que
compete à parte autora, ora apelante, a jurisprudência desta Corte de Justiça também
é pacífica, senão, veja-se:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA COM PEDIDO DE


INDENIZAÇÃO. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES.
EXISTÊNCIA DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. ÔNUS
DA PROVA. AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO INDENIZÁVEL. 1- Compete à
parte autora demonstrar o direito que lhe assiste ou o início de prova
compatível com o seu pedido, e à parte requerida demonstrar o fato
modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor, nos termos do
artigo 373, incisos I e II, do Código de Processo Civil. 2- (...) APELAÇÃO
CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA.” (TJGO,
APELACAO 0160562-50.2017.8.09.0134, Rel. Des. JAIRO FERREIRA
JUNIOR, 6ª Câmara Cível, julgado em 19/12/2019, DJe de 19/12/2019)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE RECURSO NO MOMENTO
OPORTUNO. ARTIGO 231, I, DO CPC. PRECLUSÃO TEMPORÁRIA
ARTIGO 507 DO CPC SERVIÇO DE TELEFONIA. INCIDÊNCIA DAS
NORMAS CONSUMERISTAS. MUDANÇA DE PLANO. COBRANÇA
INDEVIDA. NÃO COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA - ARTIGO 373,
INCISO I DO CPC). DANO MORAL. NÃO OCORRÊNCIA. (…) 4. Nos

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NR.PROCESSO: 0247458.65.2011.8.09.0083
termos do artigo 373, inciso I, cabe ao autor comprovar os fatos
constitutivos de seu direito, e ao réu, os fatos impeditivos, modificativos
e extintivos do direto reclamado (...) APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA,
PORÉM DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA.” (TJGO, APELACAO
0092120-51.2016.8.09.0042, Rel. Dr. MAURÍCIO PORFÍRIO ROSA, 2ª
Câmara Cível, julgado em 29/01/2018, DJe de 29/01/2018)

Analisando detidamente os autos vê-se que o autor/apelante não se


desincumbiu do ônus de prova que lhe compete ao teor do inciso I, do art. 373, do
Código de Processo Civil.
Extrai-se do caderno processual que o autor/apelante realmente foi contratado
pelo réu/apelado para extração de madeira na Fazenda Santa Luzia, município de
Itapaci/GO, “um pau de angico seco, que havia ganhado do gerente da fazenda”, fato
inconteste, confirmado pelo réu.
No entanto, as atitudes praticadas pelo gerente da Usina Vale Verde e pelos
policiais militares alegadas pelo autor não podem ser imputadas ao réu/apelado, uma
vez que não possuía nenhuma relação com os sujeitos da referida abordagem.
Outrossim, o fato de a motosserra pertencente ao autor/apelante ter sido
apreendida pela autoridade policial não pode, também, ser imputado ao réu/apelado.
Destarte, nenhum dos elementos probatórios levam à conclusão de que
houve prática de ato ilícito por parte da ré/apelada.
Ora, é consabido que a obrigação de indenizar ocorre quando alguém pratica
ato ilícito.
O artigo 927 do Código Civil é claro ao dispor que “aquele que, por ato ilícito
(arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”, enquanto que o
seu artigo 186 menciona que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito”.
Nada obstante, frise-se que o dever de indenizar exige a comprovação do ato
tido por ilícito, a relação de causalidade entre este e o dano e a lesão causada.
Sobre o tema colaciono os seguintes julgados:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS,
MATERIAIS E LUCROS CESSANTES. ATO ILÍCITO NÃO
COMPROVADO. DANOS MORAIS NÃO CARACTERIZADOS. DANOS
MATERIAIS AFASTADOS. HONORÁRIOS RECURSAIS. I- Os
recorrentes não cumpriram com o ônus que lhes incumbia, visto que se
ocuparam em reiterar alegações destituídas de provas, ferindo o
comando do artigo 373, inciso I, do Código de Ritos. II- Na medida em
que ausente demonstração de ato ilícito, não há que se falar em
procedência da pretensão indenizatória moral e material. III- Por
oportuno, considerando que os recorrentes restaram sucumbentes em
seu apelo, impõe-se a imputação de honorários recursais, nos termos do
§ 11 do artigo 85 do Código de Processo Civil. APELAÇÃO CÍVEL

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NR.PROCESSO: 0247458.65.2011.8.09.0083
CONHECIDA E DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA.” (TJGO,
Apelação (CPC) 0377065-96.2012.8.09.0051, Rel. WILSON SAFATLE
FAIAD, 6ª Câmara Cível, julgado em 04/11/2019, DJe de 04/11/2019)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.


ATO ILÍCITO NÃO COMPROVADO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DE
RESPONSABILIDADE CIVIL. ÔNUS DA PARTE. I - Para configuração
do dever de indenizar há que se provar o dano, a culpa ou dolo e o nexo
de causalidade. II - Incumbe a quem alega o dever de comprovar o fato
constitutivo do direito requerido, nos termos do art. 373, I, do CPC. Não
tendo a apelante se desincumbido deste ônus, a improcedência do
pedido é de rigor. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO,
APELACAO 0060872-77.2011.8.09.0160, Rel. LEOBINO VALENTE
CHAVES, 2ª Câmara Cível, julgado em 13/06/2019, DJe de 13/06/2019)

In casu, inexiste conduta ilícita praticada pelo réu/apelado, uma vez que o
autor/recorrente, a quem competia o ônus de apresentar um mínimo de prova capaz
de demonstrar a verossimilhança de suas alegações quanto aos fatos constitutivos de
seu direito (artigo 373, inciso I, do CPC), dele não se desincumbiu.
Dessarte, sem reparos o decisum vergastado, esvaziando-se a pretensão
autoral de recebimento de reparação por danos morais e materiais, uma vez que o
réu/apelado não pode ser responsabilizado por conduta praticada pelos policiais
militares e pelo gerente da Usina Vale Verde que realizaram a mencionada abordagem
do autor/apelante, com a apreensão de sua motosserra.
Com a manutenção da sentença objurgada, não há se falar em inversão dos
ônus sucumbenciais.
Por outro lado, mantendo-se a sentença, a título de honorários recursais, a
verba honorária já fixada deverá ser acrescida do valor equivalente a 3% (três por
cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, § 11, do novo Código
de Processo Civil, obedecidos os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo, perfazendo
então 13% sobre o valor atualizado da causa, observando-se a condição de
beneficiário da gratuidade da justiça do autor/apelante.
Ao teor do exposto, conheço e nego provimento ao apelo, mantendo-se
incólume a sentença objurgada, por estes e seus fundamentos.
Nesta fase recursal, majoro os honorários advocatícios arbitrados na sentença
em 3% (três por cento), nos termos do art. 85, § 11, do novo Código de Processo Civil,
obedecidos os limites dos §§ 2º e 3º do citado artigo, perfazendo a verba advocatícia
13% (treze por cento) sobre o valor atualizado da causa, observando-se a condição de
beneficiário da gratuidade da justiça do autor/apelante.
É o meu voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 0247458.65.2011.8.09.0083
Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA
RELATOR
/C55

Apelação Cível n. 0247458.65.2011.8.09.0083


Comarca de Itapaci
Apelante: Ambrózio Gonzaga de Morais
Apelado: Sebastião Wilhanes Morena
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Apelação Cível nº


0247458.65.2011.8.09.0083, da Comarca de Itapaci, figurando como apelante
Ambrózio Gonzaga de Morais e como apelado Sebastião Wilhanes Morena.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do apelo e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator,
proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

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NR.PROCESSO: 0247458.65.2011.8.09.0083
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível n. 0247458.65.2011.8.09.0083


Comarca de Itapaci
Apelante: Ambrózio Gonzaga de Morais
Apelado: Sebastião Wilhanes Morena
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:24:17

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5293133.74.2018.8.09.0097
CLASSE PROCESSUAL : Ação Civil de Improbidade Administrativa ( Lei 8.429/92 )
POLO ATIVO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
POLO PASSIVO : LUCELIA APARECIDA CARVALHES
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LUCELIA APARECIDA CARVALHES


ADVG. PARTE : 20105 GO - CLAYTON CESAR DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelações Cíveis n. 5293133.74.2018.8.09.0097


Comarca de Jussara
1ª Apelante: Lucélia Aparecida Carvalhaes
1º Apelado: Ministério Público do Estado de Goiás
2º Apelante: Município de Jussara
2 º Apelados: Ministério Público do Estado de Goiás e outros
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Conforme relatado, tratam-se de apelações cíveis interpostas por Lucélia


Aparecida Carvalhaes (evento n. 74) e pelo Município de Jussara (evento n. 80),
contra a sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara das Fazendas Públicas
da Comarca de Jussara, Dr. Vôlnei Silva Fraissat, nos autos da ação de ressarcimento
ao erário ajuizada em seu desfavor e em desfavor de Divina Gonçalves dos Santos
pelo Ministério Público do Estado de Goiás.
O dispositivo da sentença recorrida restou assim redigido (evento n. 42):

“Ex positivis, firme nas razões acima, JULGO PROCEDENTES os


pedidos iniciais para:
a) condenar a Sra. Lucélia Aparecida Carvalhaes a restituir aos cofres
públicos do Município de Jussara a quantia de R$ 21.707,47 (vinte e um
mil, setecentos e sete reais e quarenta e sete centavos), valores
esses que deverão ser corrigidos pelo INPC desde o evento danoso

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
(Súmula 54, do STJ), ou seja, desde a data em que se atualizou o
débito ao valor cobrado nesta ação, bem como juros de mora de 1%
ao mês desde a citação (art. 405, CC);
b) condenar a Sra. Divina Gonçalves Santos a restituir aos cofres
públicos a quantia de R$ 4.942,42 (quatro mil , novecentos e
quarenta e dois reais e quarenta e dois centavos), valores esses que
deverão ser corrigidos pelo INPC desde o evento danoso (Súmula 54,
do STJ), ou seja, desde a data em que se atualizou o débito ao valor
cobrado nesta ação, bem como juros de mora de 1% ao mês desde a
citação (art. 405, CC).
Custas, caso hajam, pelas rés.
Sem honorários.
Após o decurso legal, sem requerimento de cumprimento de sentença,
proceda-se com a cobrança das custas. Não havendo pagamento,
proceda-se conforme Decreto Judiciário nº 613/2017, e proceda também
a anotação no distribuidor.
Ao final, arquivem-se, com as cautelas de praxe.
Publique-se. Registre-se. Intime-se.
Cumpra-se.”

Presentes os pressupostos recursais, conheço da 1ª apelação cível


interposta por Lucélia Aparecida Carvalhaes (evento n. 74).
Cinge-se a insatisfação da 1ª apelante Lucélia Aparecida Carvalhaes quanto
ao reconhecimento da revelia, alegando ofensa aos princípios da não surpresa,
contraditório e ampla defesa.
No mérito, afirma que não foi demonstrada a má-fé da requerida/1ª apelante,
requisito indispensável, segundo afirma, para configurar a improbidade administrativa.
Pugna pela cassação da sentença recorrida por ausência de contraditório e,
no mérito, requer a sua reforma para que seja julgado improcedente o pedido
formulado na inicial.
Pois bem.

Com razão a recorrente Lucélia Aparecida Carvalhaes.


Do compulso dos autos, extrai-se que o Ministério Público do Estado de Goiás
ajuizou a presente ação de ressarcimento ao erário em desfavor de Lucélia Aparecida
Carvalhaes, aqui 1ª apelante, e de Divina Gonçalves da Silva, alegando, em síntese,
que, através do Inquérito Civil nº 201500029156, apurou-se que as requeridas, na
condição de gestoras do FMAS do Município de Jussara, empenharam despesas

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
relativas ao pagamento de servidores da referida Secretaria em divergência com os
valores constantes das respectivas folhas de pagamento, no período em que
conduziram aquele órgão, sendo Lucélia Aparecida Carvalhaes no período de
02.01.2012 a 04.07.2012 e de 05.11.2012 a 31.12.2012 e Divina Gonçalves da Silva
no período de 05/07/2012 a 04/11/2012.
Na inicial foi pleiteado, liminarmente, a concessão de tutela de urgência para
decretar a indisponibilidade dos bens das requeridas, na proporção de R$ 50.151,62
(cinquenta mil, cento e cinquenta e um reais e sessenta e dois centavos) da Lucélia
Aparecida e de R$ 11.515,62 (onze mil, quinhentos e quinze reais e sessenta e dois
centavos) de Divina Gonçalves.
A tutela de urgência foi deferida para determinar a indisponibilidade dos bens
pertencentes às requeridas, na proporção pleiteada (evento n. 14).
No evento n. 17, verifica-se que foi designada audiência de tentativa de
conciliação/mediação para o dia 22.11.2018, às 10:00 horas, entretanto, o ato não se
efetivou, pois o autor da ação, o representante do Ministério Público do Estado de
Goiás, justificadamente, deixou de comparecer (evento n. 35).
Em seguida, o magistrado de 1º grau proferiu despacho determinando fosse
aguardado o prazo para a apresentação da contestação pelas requeridas (evento n.
37).
O Ministério Público do Estado de Goiás, por sua vez, manifestou nos autos,
afirmando que as requeridas deixaram transcorrer in albis o prazo para apresentarem
suas defesas, pugnando pela decretação da revelia, nos termos do artigo 344, do CPC
(evento n. 40).
Em sequência, sobreveio a sentença recorrida.
Do exposto, observa-se que, designada a audiência de conciliação para o dia
22.11.2018, às 10:00, a requerida, aqui 1ª apelante, compareceu ao ato acompanhada
do seu advogado, enquanto o autor, Ministério Público do Estado de Goiás, deixou de
comparecer, justificando que seu representante foi convocado para substituição na
Comarca de Goiânia-Goiás, conforme Portaria n. 2140/2018, do Subprocurador de
Justiça do Estado de Goiás (evento n. 35).
Nota-se que, a despeito da ausência do autor da presente ação na audiência
de conciliação e de manifestação das requeridas no sentido de que não tenham
interesse em fazer composição não foi designada nova data para a audiência de
conciliação, tendo o magistrado de 1º grau proferido despacho, em 10.12.2018,
determinando que se aguardasse o decurso de prazo para que as requeridas
apresentassem suas defesas (evento n. 37).
Assim, indene de dúvidas que houve cerceamento do direito de defesa das
requeridas, incorrendo o magistrado de 1º grau em error in procedendo.
A propósito, segundo as normas processuais, são duas as espécies de erro
que podem contaminar uma sentença, comprometendo sua validade e eficácia como
ato jurídico: o error in judicando, que é aquele que pode existir numa decisão que
julgou o mérito da causa, quer se trate de erro de fato (o juiz dá como verdadeiro um
fato, de modo disforme da realidade) ou erro de direito (o juiz erra ao valorar
juridicamente um fato ou ao aplicar o direito aos fatos), caso em que a decisão será

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
reformada para aplicação do melhor direito. E o error in procedendo, que é o
cometido pelo juiz no exercício de sua atividade jurisdicional, no curso do
procedimento ou na prolação da sentença, sendo que reconhecido o vício a nulidade
da decisão é medida que se impõe.
Acerca do tema, preleciona a doutrina de Fredie Didier Jr. e Leonardo José
Carneiro da Cunha:

"O acórdão, proferido por maioria de votos, que anular a sentença


deverá reconhecer um error in procedendo, ou seja, um vício no
procedimento ou um equívoco na aplicação de regras procedimentais
pelo juízo de primeira instância. Enfim, a anulação de qualquer
sentença, seja terminativa ou definitiva, fará com que os autos sejam
devolvidos ao juízo de primeira instância para que profira outro ato
sentencial.(...). Ao demonstrar o erro in procedendo, deve o apelante
requerer anulação da sentença. Demonstrado, diversamente, um error in
iudicando, deverá requerer sua reforma." (in Curso de Direito
Processual Civil, Volume 3, 7ª edição. Salvador: Juspodivm, 2009, p.
102 e 222).

Os incisos II e III, do artigo 335, do Código Processual Civil preveem que a


contagem do prazo para a apresentação de contestação inicia-se da data da audiência
de conciliação ou da data da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não
comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição (inciso II) ou, no caso do
inciso III, da data do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação
ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º,
inciso I.
Observe-se que, in casu, o autor da ação, justificadamente, não compareceu
à audiência de conciliação e as requeridas não apresentaram pedido de cancelamento
do ato.
Ora, de acordo com a sistemática introduzida pelo Código de Processo Civil
de 2015, o réu é citado para a audiência prevista no artigo 334, a fim de que se
viabilize uma conciliação entre as partes, e, caso ela seja infrutífera, o termo inicial
para a apresentação da contestação será a partir da data da audiência, conforme
disposto no citado inciso I, do art. 335, do CPC.
Outrossim, segundo o artigo 362, II, do CPC, a audiência poderá ser adiada,
se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar.
Note-se que, in casu, o autor informou nos autos que não poderia comparecer
ao ato, apresentando o decreto de sua convocação para atuação em comarca diversa.
Observa-se, contudo, que não há pedido de designação de outra data para a
audiência, todavia, também não há manifestação no sentido de desinteresse na
composição consensual.
Da leitura do § 4º, do artigo 334, do CPC, conclui-se que a audiência somente

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
não se realizará nos seguintes casos:
“§ 4º. A audiência não será realizada:
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na
composição consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição.”
Do cenário acima delineado, infere-se que ambos os litigantes tinham
interesse na realização do ato, hipótese em que o magistrado condutor do feito deveria
ter redesignado data para realização da audiência, especialmente, diante da
manifestação do autor, em data anterior, do seu impedimento em comparecer à
audiência de conciliação na data designada.
Assim, não teve início o prazo para que a parte requerida apresentasse sua
defesa, entretanto, a despeito disso, foi decretada a revelia, julgando-se o feito no
estado em que se encontrava, cerceando, pois, o direito de defesa das
requeridas/recorrentes.
Nesse sentido, a Constituição Federal consignou no inciso LV, do artigo 5º:

“LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes.”

O Código de Processo Civil/2015, em seu artigo 9º, caput, dispõe que não
será proferida decisão contra uma das partes, sem que ela seja previamente ouvida.
Sobre o assunto, o professor Fernando Gajardoni ensina:

“O princípio do contraditório impõe que as partes sejam cientificadas


dos atos processuais, possam manifestar-se sobre eles e que essa
manifestação seja levada em conta pelo órgão julgador na sua
decisão. Assim, como regra, não se proferirá decisão contra uma das
partes sem que ela seja previamente ouvida (art. 9º, CPC). Essa regra,
contudo, é excepcionada nos seguintes casos: 1) na tutela provisória de
urgência; 2) nas hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311,
incisos II e III; 3) na decisão prevista no art. 701 (decisão que expede o
mandado monitório).” (in: Processo Civil. Coleção Tribunais e MPU.
Juspodivm: Salvador, 2017. Pág. 18) Grifei.

Ademais, compete ao juiz zelar pelo efetivo contraditório e devido processo


legal (artigo 5º, LIV, da Constituição Federal) e ao que dispõe o princípio c
onstitucional da igualdade, reproduzido no diploma processual civil, no artigo 7º,
assegurando às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
faculdades processuais e aos meios de defesa.
Outrossim, o novo diploma processual civil prestigia o julgamento de mérito,
devendo, quando possível, sanar a irregularidade, dando às partes o direito de
apreciação do mérito do pedido.
Assim, não realizada a audiência de conciliação por ausência, justificada, do
autor e não designada nova data para o ato, além de inexistir protocolo de pedido de
cancelamento da audiência pelas requeridas, na forma do inciso II, do artigo 335, do
CPC, não fluiu o prazo para a apresentação da contestação pelas requeridas,
evidenciando o prejuízo com o julgamento antecipado da lide e a decretação da
revelia, pois não foi oportunizado às requeridas a apresentação de defesa.
Além disso, é nítido que as requeridas ficaram na legítima expectativa de
designação de nova audiência de conciliação, a partir de quando fluiria o prazo de
defesa.
Com efeito, entendo que a supressão da intimação para apresentar a
contestação comprometeu o direito de defesa das requeridas e da produção de
provas.
Sobre o tema colaciono a jurisprudência desta egrégia Corte de Justiça e do
Tribunal do Rio de Janeiro:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO C/C


REINTEGRAÇÃO DE POSSE. CONTESTAÇÃO INTEMPESTIVA.
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO DESIGNADA E NÃO REALIZADA.
DECRETAÇÃO DE REVELIA. AUSÊNCIA DE REABERTURA DE
PRAZO PARA OFERECIMENTO DE DEFESA. PROIBIÇÃO DE
COMPORTAMENTOS CONTRADITÓRIOS. ERROR IN
PROCEDENDO. JUSTA CAUSA. 1. Ao ser designada a audiência de
conciliação, a parte ré, automaticamente, é remetida ao inciso I do artigo
335 do Código de Processo Civil, ficando ciente de que, em não
havendo autocomposição, poderá apresentar sua defesa no prazo de
quinze dias, contados a partir daquele momento processual. 2. In casu,
foi designada referida audiência, porém vários incidentes processuais
ocorreram nesse ínterim, impossibilitando a sua realização, o que fez
com que a parte fosse induzida a erro, já que a entrega da contestação
somente se daria caso frustrada a tentativa de conciliação. 3. Nada
obstante o zelo do prolator da sentença recorrida, incidiu o Juízo
em error in procedendo ao decretar a revelia da parte ré, o que se
impõe a anulação do julgado, em respeito aos princípios da
primazia do julgamento do mérito e da boa-fé objetiva,
materializada na máxima nemo potest vinere contra factum
proprium, previstos nos artigos 4º e 5º do Código de Processo Civil,
vislumbrando-se justa causa apta a justificar a reabertura do prazo
processual para contestar a ação. 4. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA
E PROVIDA.” (TJGO, Apelação (CPC) 0099790-53.2016.8.09.0168,
Relª. Desª. NELMA BRANCO FERREIRA PERILO, 4ª Câmara Cível,
julgado em 30/09/2019, DJe de 30/09/2019) Grifei.

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO. AUTOS
FÍSICOS INDISPONÍVEIS PARA PROTOCOLO DE PETIÇÃO.
DETERMINAÇÃO DE INTIMAÇÃO PESSOAL DA RÉ, PARA
APRESENTAÇÃO DE CONTESTAÇÃO NÃO CUMPRIDA.
DECRETAÇÃO DE REVELIA. PROLAÇÃO DA SENTENÇA.
CERCEAMENTO DE DEFESA CONFIGURADO. 1. Muito embora o
artigo 335, inciso I1, do NCPC preveja que o termo inicial da contagem
do prazo para a apresentação de contestação se dê da audiência de
conciliação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte
não comparecer, ou, comparecendo, não houver autocomposição,
observe-se que, no particular caso sob análise, ao se dirigir ao Fórum,
no último dia do prazo, qual seja, 12/07/2017 (certidão apresentada
anexa ao apelo), para protocolar a peça de defesa, a Ré foi informada
que o processo não estava disponível para consulta, bem como, que o
protocolo judicial não poderia receber sua petição, posto terem os autos
sido encaminhados para o procedimento de digitalização. 2. Retornando
os autos da empresa de digitalização, a ilustre magistrada, determinou a
intimação pessoal da Recorrente/Ré para apresentação de contestação.
Entretanto, por um equívoco, a escrivania do juízo deixou de cumprir a
ordem exarada, decretando a douta juíza, em seguida, a revelia e
prolatando a sentença, comprometendo, desta maneira, o direito de
defesa da Insurgente, devendo ser reconhecido o cerceamento de
defesa. 3. O CPC/2015, em seu artigo 9º, caput, assegura o benefício
do contraditório, garantindo às partes o direito de e de influir na
apreciação judicial, e de participar do processo, provando aquilo
que alega. Ademais, compete ao juiz zelar pelo efetivo
contraditório, como bem dispõe o Princípio Constitucional da
Igualdade, reproduzido no novo diploma processual civil, no artigo
7º, assegurando aos litigantes paridade de tratamento em relação
ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais. 4. Deste modo, a pretensão recursal da Recorrente
merece acolhimento, porquanto as partes devem ter a oportunidade de
se manifestar sobre os termos do processo, incorrendo a Douta
Magistrada em error in procedendo, quando não lhes concede esse
direito, o que impõe a cassação da sentença, com a consequente
remessa dos autos ao juízo de origem, para garantir-lhe o direito ao
contraditório e à ampla defesa. 5. Os honorários recursais não são
devidos quando o acórdão se limita a cassar a sentença e determinar o
retorno dos autos para seu trâmite legal. APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA CASSADA.” (TJGO, Apelação
(CPC) 0111577-58.2016.8.09.0175, Rel. Dr. Maurício Porfírio Rosa, 5ª
Câmara Cível, julgado em 02/07/2019, DJe de 02/07/2019). Grifei.

“(...) 2 . Prolatando a sentença, com fundamento no Contrato de Crédito


Direto ao Consumidor, do qual o Réu, ora Apelante, não teve
oportunidade de manifestar-se sobre seus termos, incorre o Douto
Magistrado em error in procedendo, que impõe a cassação da sentença,

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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
com a consequente remessa dos autos ao juízo de origem, para
garantir-lhe o direito ao contraditório e à ampla defesa. APELAÇÃO
CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA CASSADA.” (TJGO,
Apelação (CPC) 0389847-38.2012.8.09.0051, Rel. Dr. Maurício Porfírio
Rosa, 5ª Câmara Cível, julgado em 29/04/2019, DJe de 29/04/2019)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA JULGADA PROCEDENTE.


RECURSO EXCLUSIVO DO RÉU SUSCITANDO NULIDADE DA
DECRETAÇÃO DE SUA REVELIA E, NO MÉRITO, IMPUGNANDO OS
VALORES COBRADOS PELA AUTORA. DESIGNAÇÃO DE
AUDIÊNCIA PREVISTA NO ART. 334 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE
COMPARECIMENTO DO PATRONO DO RÉU. PETIÇÃO
INTERPOSTA DEZ DIAS ANTES DA AUDIÊNCIA INFORMANDO
VIAGEM INTERNACIONAL PRÉ AGENDADA E REQUERENDO A
DESIGNAÇÃO DE NOVA DATA. AUSÊNCIA JUSTIFICADA.
COMPROVAÇÃO DE PASSAGENS AÉREAS EMITIDAS. Hipótese em
que o magistrado condutor do processo deveria ter designado nova
data para o ato, especialmente em se considerando que ambos os
litigantes manifestaram interesse na tentativa de conciliação. § 9º,
do art. 334, do CPC, que exige a presença dos advogados das
partes na aludida audiência. Revelia indevidamente decretada.
Nulidade que se acata. Provimento do recurso. Cassação da
sentença.” (TJRJ, 26ª CC, AC n. 02425598720178190001, Relator: Des
(a). Sandra Santarém Cardinali, Julgado em 27.11.2019, Data de
Julgamento: 27/11/2019). Grifei.

Deste modo, a pretensão recursal da 1ª apelante merece acolhimento, pois


incorreu o magistrado de 1º em error in procedendo, o que impõe a cassação da
sentença, com a consequente remessa dos autos ao juízo de origem, para garantir às
requeridas o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Por consequência, resta prejudicado o segundo apelo, manejado pelo
Município de Jussara.
Diante do exposto, conheço e dou provimento à primeira apelação cível,
para cassar a sentença, tendo em vista a configuração do cerceamento de defesa,
determinando o retorno dos autos ao juízo de origem, para seu regular
processamento, devendo o magistrado de 1º grau designar outra audiência de
conciliação ou intimar as requeridas para apresentarem suas defesas, restando
prejudicada a segunda apelação cível.
É como voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA
RELATOR
C/60

Apelações Cíveis n. 5293133.74.2018.8.09.0097


Comarca de Jussara
1ª Apelante: Lucélia Aparecida Carvalhaes
1º Apelado: Ministério Público do Estado de Goiás
2º Apelante: Município de Jussara
2 º Apelados: Ministério Público do Estado de Goiás e outros
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Apelação Cível nº


5293133.74.2018.8.09.0097, da Comarca de Jussara, figurando como 1ª apelante
Lucélia Aparecida Carvalhaes e 2º apelante Município de Jussara e como apelados
Ministério Público do Estado de Goiás e outros.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do primeiro apelo e dar-lhe provimento, julgando prejudicado o segundo,
nos termos do voto do Relator, proferido na assentada do julgamento e que a este se
incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5293133.74.2018.8.09.0097
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelações Cíveis n. 5293133.74.2018.8.09.0097


Comarca de Jussara
1ª Apelante: Lucélia Aparecida Carvalhaes
1º Apelado: Ministério Público do Estado de Goiás
2º Apelante: Município de Jussara
2 º Apelados: Ministério Público do Estado de Goiás e outros
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Certidão Expedida - Data da Movimentação


19/02/2020 07:50:52

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5041166.04.2018.8.09.0087
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : ANDREA NEVES DE SOUSA GOMES
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE ITUMBIARA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANDREA NEVES DE SOUSA GOMES


ADVG. PARTE : 50569 GO - NATAN TEIXEIRA DE PAULA

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido em Parte e Não-Provido - Data da


Movimentação 18/02/2020 15:25:19

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5570293.34.2018.8.09.0117
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : MARCOS ROBERTO JAIME DE OLIVEIRA
POLO PASSIVO : MUNICÍPIO DE PALMEIRAS DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARCOS ROBERTO JAIME DE OLIVEIRA


ADVGS. PARTE : 52846 GO - DÉBORA LONDE DE OLIVEIRA
49437 GO - ISAQUE LAEL PEDRO DA SILVA
49757 GO - CARLOS HENRIQUE CRUVINEL DE OLIVEIRA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
PODER JUDICIÁRIO
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Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível nº 5570293.34.2018.8.09.0117


Comarca de Palmeiras de Goiás
Apelante: Município de Palmeiras de Goiás
Apelado: Marcos Roberto Jaime de Oliveira
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Conforme relatado, cuida-se de apelação cível interposta pelo Município de


Palmeiras de Goiás objetivando a reforma da sentença da lavra do Juiz de Direito da
Comarca de Palmeiras de Goiás, Dr. José Cássio de Sousa Freitas, proferida em sede
de ação de cobrança c/c obrigação de fazer c/c indenização por danos morais c/c
declaratória de nulidade com pedido de tutela de urgência, ajuizada em seu desfavor
por Marcos Roberto Jaime de Oliveira.
A sentença atacada foi assim redigida em sua parte dispositiva (evento n. 17):

“Ante ao exposto, após análise do que constante nos autos e forte na


própria legislação municipal em vigor, JULGO PROCEDENTES os
pedidos formulados na petição inicial, isto para o escopo de determinar
seja restabelecia e incorporada a gratificação do A., observado aí o
prazo de 15 (quinze) dias contados da publicação desta sentença, sob
pena de incidência de multa diária no valor de R$200,00 (duzentos
reais), limitada a 30 dias, bem como que sejam restituídas as verbas
devidas ao tempo em que foram cessadas até a data do seu
restabelecimento, com correção desde a data em que deveriam ter sido
adimplidas, além de juros moratórios a partir da citação.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
Condeno o ente público R., com suporte nos princípios da razoabilidade
e da proporcionalidade, na obligatio de pagar ao A., a título de danos
morais puros, o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), corrigido
monetariamente partir da data desta sentença (Súmula 362, STJ).
Quanto à atualização monetária, deve ser observado o disposto na Lei n.
11.960/2009, a qual, alterando o art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, determinou
que a atualização das condenações contra a Fazenda Pública seja feita
pela incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices
oficiais de remuneração básica e juros aplicados às cadernetas de
poupança.
Face ao princípio da causalidade, ainda condeno o requerido no
pagamento das custas processuais e honorários de sucumbência, que
fixo, nos termos do art. 85, § 3º, II do NCPC, no valor correspondente a
10% da condenação referente aos danos morais e parcelas vencidas.
Processo extinto com resolução do mérito, nos termos do art. 487,
inciso, I, do Novo Código de Processo Civil.
Sentença não sujeita ao duplo grau revisor, porquanto, apesar de
ilíquida, não ultrapassa o teto previsto no art. 496, § 3º, II do CPC.
É a decisão.
P. R. I..”

Irresignado, apela o requerido.


Em suas razões recursais (evento n. 20), o apelante, após discorrer
pormenorizadamente acerca dos fatos processuais, salienta que a relação jurídica
existente entre as partes é estatutária, sendo regulada pelo Estatuto dos Servidores
Públicos do Município de Palmeiras de Goiás (Lei Municipal n. 737/07).
Aduz não merecer prevalecer a sentença atacada, posto não analisada a
natureza jurídica da gratificação postulada pela parte autora/apelada, qual seja,
gratificação especial, prevista no inciso III do artigo 52 e no artigo 58, ambos da Lei
Municipal nº 737/2007, não percebendo a recorrida gratificação de função, como
estabeleceu o ato judicial a quo.
Afirma que a gratificação especial anteriormente percebida pela parte
autora/apelada não dependia de nenhum critério objetivo para sua concessão,
derivando de juízo de conveniência e oportunidade do gestor público municipal. “Na
verdade, trata-se de gratificação ‘genérica’, a ser distribuída entre os servidores sem
motivação específica nenhuma, e sem valor objetivamente mensurável, tendo como
critério unicamente a subjetividade e discricionariedade da autoridade pública
municipal que a concede.”.
Explica estar a Administração Pública submetida aos princípios da estrita
legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da motivação, o que também deve ser
observado na concessão de gratificação aos servidores públicos.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
Transcreve entendimentos doutrinários acerca das vantagens pecuniárias
percebidas pelos servidores públicos.
Repisa que a gratificação prevista no artigo 58 da Lei Municipal n. 737/2007
não depende de critérios objetivos para ser concedida, o que representa afronta aos
princípios da impessoalidade e da moralidade.
Alega que a Lei Municipal n. 1.214/2018 revogou, em seu artigo 47,
expressamente o artigo 58 da Lei Municipal n. 737/2007 e que o novo ordenamento
legal (Lei Municipal 1.214/2018) prevê somente a gratificação de função, em seu artigo
41, que será concedida apenas ao servidor que for designado para desempenhar
função pública, missão especial, encargo relevante ou integrar comissões junto aos
órgãos da administração pública. Assim, “como restabelecer o pagamento de
gratificação especial o Apelado, nos termos da sentença, se não existe lei que autorize
o pagamento?”.
Advoga que não pode o Poder Judiciário conceder aumento de remuneração
ao apelado, sob pena de afronta ao princípio da isonomia e nos termos da Súmula
Vinculante n. 37, do Supremo Tribunal Federal.
Assevera que a Lei Municipal n. 1.163/2016, utilizada como fundamento da
sentença, somente regulamenta o artigo 53 da Lei Municipal n. 737/2007, que prevê
gratificação de função a “servidor efetivo designado para desempenhar encargos de
gerência, chefia ou supervisão intermediária ou de assistência técnica ou imediata de
unidade organizacional ou autoridade da Administração Municipal Direta de Indireta”,
sendo necessária “prova robusta, irretorquível, de que a Apelada tenha durante todo
período indicado, desempenhado as funções de que alude o art. 2º, da aludida normal
municipal”, o que não restou comprovado nos autos.
Destaca que mesmo a gratificação de função pode ser concedida ou
revogada a qualquer tempo, nos termos do artigo 1º, II, da Lei Municipal n. 1.163/2016.
Ressalta ser desarrazoada a necessidade de instauração de processo
administrativo com contraditório e ampla defesa para a revogação da gratificação
percebida pela parte autora/apelada, posto contrária à legislação municipal e à
Constituição da República.
Explica que o direito à incorporação das gratificações de função ao
vencimento dos servidores públicos municipais foi previsto pelo artigo 3º, da Lei
Municipal n. 1.163/16, que entrou em vigor na data de sua publicação, não havendo se
falar em contagem de tempo de forma retroativa, sob pena de afronta ao princípio da
legalidade.
Lembra que “a gratificação, outrossim, não é vantagem inerente ao cargo ou à
função, sendo concedida em face das condições excepcionais do serviço ou do
servidor”.
Colaciona julgados e doutrina que corroboram com as teses defendidas.
Requer, ao final, o conhecimento e provimento do apelo, para a reforma da
sentença vergastada e improcedência dos pedidos exordiais.
Dispensa de preparo.

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
Intimada, a parte autora/apelada oferta resposta ao recurso no evento 22,
suscitando, preliminarmente, a intempestividade da insurgência. No mérito, aduz que o
apelo inovou ao alegar a irretroatividade da Lei Municipal de 2016, em afronta ao duplo
grau de jurisdição, rebatendo, ainda, as demais teses recursais e requerendo o
desprovimento do apelo.
Pois bem.

Desde já rejeito a preliminar de intempestividade do apelo suscitada nas


contrarrazões recursais.
Com efeito, prevê o artigo 183, do Código de Processo Civil que a Fazenda
Pública deve ser pessoalmente intimada das decisões judiciais, in verbis:

“Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas


respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem
terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio
eletrônico.”

Também nesse sentido:

“REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE RESTABELECIMENTO E CONTINUIDADE DE
BENEFÍCIO. INTEMPESTIVIDADE RECURSAL AFASTADA. EFEITO
SUSPENSIVO INDEFERIDO. PENSÃO POR MORTE. LEI VIGENTE À
ÉPOCA DO FALECIMENTO DO SEGURADO. LEI ESTADUAL
7.770/73. ENTEADO MAIOR E INVÁLIDO. INVALIDEZ PREEXISTENTE
À MORTE DO SEGURADO. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
COMPROVADA. SENTENÇA MANTIDA. 1. O prazo em dobro da
Fazenda Pública para interpor o recurso é contado de sua intimação
pessoal, ao teor do que dispõe o artigo 183, caput, do Código de
Processo Civil que, no caso, teve seu termo inicial na data da juntada do
aviso de recebimento destinado à GOIASPREV, subscrito por sua
representante. (…) 7. REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDAS E DESPROVIDAS.” (TJGO, Apelação / Reexame
Necessário 0336470-60.2006.8.09.0085, Rel. GERSON SANTANA
CINTRA, 3ª Câmara Cível, julgado em 26/09/2019, DJe de 26/09/2019)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA
CAUSA. PRECLUSÃO. (…) IV - Intempestividade dos embargos de

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
declaração opostos contra a sentença. Não acolhimento. Quanto a
preliminar de intempestividade dos embargos de declaração opostos
pelo apelado contra a sentença prolatada nos autos, ressalto que não
merece acolhimento, pois o prazo recursal para o apelado (Fazenda
Pública) conta-se em dobro e o seu termo inicial dá-se pela intimação
pessoal do representante legal do ente/órgão publico, conforme previsto
pelo art. 183, §1º, do Código de Processo Civil. (...) Apelação Cível
conhecida e provida.” (TJGO, APELACAO 0363050-13.2011.8.09.0034,
de minha Relatoria, 2ª Câmara Cível, julgado em 21/02/2019, DJe de
21/02/2019)

In casu, verifica-se que o Município de Palmeiras de Goiás não foi intimado


pessoalmente da sentença objurgada, mas somente via Diário de Justiça, motivo pelo
qual seu prazo recursal sequer tinha começado a transcorrer na data de interposição
do apelo.
Tempestivo, portanto, o recurso de apelação.

Em relação à segunda preliminar alegada nas contrarrazões, consubstanciada


na inovação recursal em relação ao argumento de irretroatividade da Lei Municipal n.
1.163/2016, tenho que esta merece prosperar.
Verifica-se que o recorrente teve a oportunidade de alegar referida tese
durante toda a tramitação do feito no juízo de origem, e não o fez, não podendo inovar
em sede recursal, para incluir tese nova, porque não logrou êxito com as teses anterior
es, em autêntico prejuízo do direito de defesa da parte autora/apelada.
Ademais, o Código de Processo Civil admite a apreciação e julgamento pelo
Tribunal apenas de questões suscitadas e discutidas no processo (§ 1º do art. 1.013),
assim como das questões de fato não propostas no juízo inferior, se a parte provar que
deixou de fazê-lo por motivo de força maior (art. 1.014), o que não foi o caso dos
autos.
Nesse sentido:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE
DE DÉBITO C/C NULIDADE DE DUPLICATA, REPETIÇÃO DE
INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
INADIMPLEMENTO DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEL EM RAZÃO DE RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO DE
LOCAÇÃO FIRMADO PELAS PARTES. COBRANÇA DEVIDA.
TENTATIVA DE PROTESTO REGULAR. AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO.
DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. ÔNUS SUCUMBENCIAIS.
CONDENAÇÃO DA PARTE AUTORA VENCIDA. INOVAÇÃO
RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO E OMISSÃO.
REDISCUSSÃO DE MATÉRIA JÁ DECIDIDA. NÃO CABIMENTO.
REJEIÇÃO DOS ACLARATÓRIOS. PREQUESTIONAMENTO. I - A

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
embargante busca a aplicação de normas do Código de Defesa do
Consumidor ao caso dos autos, que como afirma são de ordem pública,
contudo, referido fato (natureza de ordem pública das normas do CDC),
além de não desnaturar o caráter inovador de sua conduta, também
compromete a estabilidade do processo, o que viola o art. 329 do CPC.
Ademais, o Código de Processo Civil admite a apreciação e julgamento
pelo Tribunal apenas de questões suscitadas e discutidas no processo
(§1º do art. 1.013), assim como das questões de fato não propostas no
juízo inferior, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior (art. 1.014), o que não foi o caso dos autos. (...) Embargos de
Declaração conhecidos e rejeitados.” (TJGO, APELACAO 0247043-
75.2015.8.09.0137, de minha Relatoria, 2ª Câmara Cível, julgado em
14/08/2019, DJe de 14/08/2019)

“AGRAVO INTERNO NO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E NA


APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. ILEGITIMIDADE AD
CAUSAM. INOVAÇÃO RECURSAL. MATRÍCULA EM CMEI. DIREITO
DA CRIANÇA E DEVER DO PODER PÚBLICO MUNICIPAL. PEDIDO
DE RECONSIDERAÇÃO. AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS. 1. A tese
relativa à ilegitimidade ativa ad causam não foi debatida anteriormente e,
portanto, não pode ser examinada no presente recurso, por constituir
nítida inovação recursal. (...) AGRAVO INTERNO PARCIALMENTE
CONHECIDO E, NESTA PARTE, DESPROVIDO.” (TJGO, Apelação /
Reexame Necessário 0100304-52.2017.8.09.0012, Rel. CARLOS
ROBERTO FAVARO, 1ª Câmara Cível, julgado em 21/08/2019, DJe de
21/08/2019)

“DUPLA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DANOS


PATRIMONIAIS E MORAIS. DANO MATERIAL. DECADÊNCIA.
INOVAÇÃO RECURSAL. DEFEITO CONSTRUÇÃO. DANO
EXTRAPATRIMONIAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZÁVEL.
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. RELAÇÃO
CONTRATUAL. I. Embora seja a decadência matéria de ordem pública,
não foi examinada na sentença combatida, de modo que sua análise
nesta seara caracterizaria, ainda, supressão de instância. (…)
RECURSOS CONHECIDOS. IMPROVIDO O PRIMEIRO E
PARCIALMENTE PROVIDO, O SEGUNDO.” (TJGO, Apelação (CPC)
0192086-91.2015.8.09.0051, Rel. MAURICIO PORFIRIO ROSA, 1ª
Câmara Cível, julgado em 30/09/2019, DJe de 30/09/2019)

Dessa forma, deixo de conhecer da tese de irretroatividade da Lei Municipal n.


1.163/2016 suscitada no primeiro recurso.
Passo ao mérito.

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
Colhe-se dos autos que a parte autora/apelada ajuizou a ação de origem
visando a incorporação, em seus proventos, da gratificação funcional percebida,
suprimida por ato abusivo e unilateral do réu/apelante, sem a devida instauração de
processo administrativo prévio, em afronta aos princípios do contraditório e da ampla
defesa.
Verifica-se, pelo Decreto n. 029/97, colacionado ao evento 08, que ao
autor/apelado foi concedida “gratificação especial”, a partir de 1º de outubro de 2007,
no percentual de 55%, tendo referida gratificação sido suprimida da parte
autora/apelada em julho/2018.
A gratificação especial concedida ao autor/apelado foi criada pela Lei
Municipal n. 737/07, de Palmeiras de Goiás, in verbis:

“Art. 58. A critério da administração, poderá ser concedida ao servidor


efetivo ou em comissão, gratificação especial no percentual de até cem
por cento, a ser calculada sobre o vencimento ou remuneração básica
do cargo.
Parágrafo único. A gratificação que trata este artigo será lançada em
folha mediante despacho do Poder Executivo Municipal.”

Posteriormente, veio a Lei Municipal n. 1.120/2015, que “autoriza o Executivo


Municipal a definir critérios de incorporação de vantagens de que trata a Lei Municipal
n. 737 de 27 de Setembro de 2007, para fins de proventos de aposentadoria”,
prevendo, em seu artigo 1º, que:

“Art. 1º – Ficam incorporadas ao vencimento-base dos servidores


efetivos do Município de Palmeiras de Goiás, consoante Lei Municipal nº
737 de 27 de Setembro de 2007, as vantagens a seguir descritas;
gratificações e adicionais, sobre os quais incidirá contribuição
previdenciária:
I – Gratificação especial,
II – Adicional por tempo de serviço;
III – Adicional noturno.
Parágrafo Único – No que tange à gratificação mencionada no inciso I
deste artigo, aplica-se à presente lei as características que a disciplinam,
isto é, a Gratificação Especial é concedida e retirada por liberalidade,
como ato discricionário do chefe do Poder Executivo.”

Após, previu a Lei Municipal n. 1.128/2015, que:

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
“O artigo 1º da Lei 1120/2015 passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 1º – Ficam incorporadas ao vencimento-base dos servidores


efetivos do Município de Palmeiras de Goiás, por ocasião de sua
aposentadoria, em consoante com Lei Municipal nº 737 de 27 de
Setembro de 2007, as vantagens a seguir descritas; gratificações e
adicionais, sobre os quais incidirá contribuição previdenciária:

Art. 2º – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas


as disposições com contrário.”

Referida legislação sofreu alteração pela Lei Municipal n. 1.151/2016, nos


seguintes termos:

“Art. 1º – Os artigos 1º e 2º da Lei n. 1.120/2015, de 08 de outubro de


2015, passarão a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º – Ficam incorporadas ao vencimento-base dos servidores


efetivos do Município de Palmeiras de Goiás, para fins de
composição do salário de contribuição, consoante Lei Municipal nº
737 de 27 de Setembro de 2007, as vantagens a seguir descritas
(gratificações e adicionais), sobre os quais incidirá contribuição
previdenciária durante a atividade e integrará os proventos da
aposentadoria:
Parágrafo Único – O servidor que tiver exercido função de direção,
chefia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão, e
percebido gratificação especial por período mínimo de 5 (cinco)
anos consecutivos, ou mínimo de 10 (dez) anos interpolados,
poderá aposentar-se com a incorporação da gratificação, desde que
incidido contribuição previdenciária sobre o valor correspondente.
Art. 2º – Para efeito de cálculo de amparo previdenciário levar-se-á
em consideração apenas o salário de contribuição, isto é, para
efeitos de cálculos em qualquer benefício previdenciário a ser pago
pelo Instituto de Previdência Municipal dos Servidores de Palmeiras
de Goiás – PalmeirasPrev, pautar-se-á nos valores em que houve
incidência previdenciária de contribuição durante sua atividade.

Art. 2º – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando


revogadas as disposições em contrário.”

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
Por sua vez, a Lei Municipal n. 1.151/2016 foi alterada pela Lei Municipal n.
1.163/2016, de cuja redação se extrai:

“Art. 1º. A função gratificada terá quantitativo destinado ao atendimento


das necessidades dos órgãos da administração direta, devendo ser
observado o seguinte:
I – o provimento da função gratificada é privativo do servidor ocupante
de cargo efetivo;
II – a função gratificada se dará por decreto do Prefeito Municipal, e será
de caráter transitório, sendo dispensável, portanto, a qualquer tempo, o
servidor nela investido, ficando obrigado a prestação de serviço em
dedicação exclusiva;
III – não é atribuível ao servidor ocupante de cargo comissionado ou
temporário, bem como não é cumulativa com remuneração à base do
subsídio;
IV – a função gratificada será percebida cumulativamente com o
respectivo vencimento, salário, ou remuneração pelo exercício de cargo
de provimento com demais gratificações;
V – a gratificação de função não é cumulativa com demais gratificação.
Art. 2º. A gratificação de função de confiança, denominada gratificação
especial, será devida ao servidor efetivo designado para desempenhar
encargos de gerência, chefia ou supervisão intermediária ou de
assistência técnica ou imediata de unidade organizacional ou autoridade
da Administração Municipal Direta de Indireta.
§1º. O Valor da gratificação pelo exercício de função de confiança,
consideradas a complexidade e as responsabilidades decorrentes do
exercício temporários de atribuição destacadas no caput, corresponderá
a um índice percentual da tabela dos cargos de provimento em
comissão, conforme regras, critérios e condições estabelecidas nos
Planos de Carreiras, Cargos e Salários de cada segmento funcional.
§2º. O servidor no exercício da função de confiança poderá ser
convocado, sempre que haja necessidade da Administração Municipal,
sem direito a pagamento de horas extraordinárias ou qualquer outra
forma de remuneração complementar por essa situação, para prestar
serviços extraordinários.
Art. 3º. As gratificações de função serão incorporadas ao vencimento
dos servidores, desde que, percebidas ininterruptamente por um período
de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos intercalados.
§1º. O valor da função gratificada será apurado através da média
aritmética do valor da gratificação percebida durante o período de 05

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
(cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez) anos intercalados.
§2º. O valor da gratificação será reajustado na mesma data e percentual
do vencimento base do servidor
§3º. A função gratificada é incorporada por uma única vez, não sendo
absorvida pelo salário-base, passando a ser ganho fixo.
§4º. O servidor que na data de aprovação desta Lei que já tiver
gratificação incorporada, não terá direito a nova incorporação.
Art. 4º. Ficam revogadas as seguintes Leis Municipais nº. 1.120/2015, de
19 de agosto de 2015;1.128/2015, de 08 de outubro de 2015; e
1.151/2016, de 03 de março de 2016.”

Na espécie, conforme acima mencionado, o autor/apelado percebeu


gratificação especial pelo período compreendido entre 1º de outubro de 2007 e
julho/2018, no percentual de 55,%, ou seja, por mais de cinco anos ininterruptos,
fazendo, portanto, jus à referida incorporação, que inclusive, encontra respaldo legal
nas leis acima transcritas, mormente considerando-se que não foi acostado aos autos
pela municipalidade requerida/apelante qualquer documento comprovando a
interrupção do período acima descrito.
Repise-se, por oportuno, que não pode o Município apelante alegar, no
presente momento processual, a irretroatividade da Lei Municipal n. 1.163/2016, por
caracterizar inovação recursal.
Nesse sentido os seguintes julgados:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONHECIMENTO C/C REVISÃO DE


APOSENTADORIA. MAGISTÉRIO. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL
N. 12/1992. REVOGAÇÃO DO DIREITO À INCORPORAÇÃO DA
GRATIFICAÇÃO À APOSENTADORIA. LEI COMPLEMENTAR 39/1995.
DIREITO NÃO ADQUIRIDO. HONORÁRIOS RECURSAIS. I - Faz jus à
incorporação do valor da gratificação à sua remuneração o servidor que,
antes da revogação da lei instituidora do benefício já havia preenchido
os requisitos legais para tanto. II - Diante do desprovimento do apelo,
faz-se necessária a majoração dos honorários recursais. APELAÇÃO
CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA.” (TJGO, Apelação (CPC)
0150333-91.2014.8.09.0051, Rel. JAIRO FERREIRA JUNIOR, 6ª
Câmara Cível, julgado em 10/10/2019, DJe de 10/10/2019)

“REMESSA NECESSÁRIA. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA.


INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO AOS PROVENTOS.. LEI
COMPLEMENTAR Nº 11/2009. 1. Aplica-se aos servidores do
magistério público municipal de Caldas Novas a disposições da Lei
Complementar nº 11/2009. 2. Uma vez preenchidos os requisitos
previstos na legislação municipal específica (11/2009, art. 27), impõe-se

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
seja reconhecido o direito à inclusão de gratificação de estabilidade
econômica no vencimento da servidora, a partir da data do requerimento
administrativo. REMESSA CONHECIDA E DESPROVIDA.” (TJGO,
Reexame Necessário 0052920-28.2015.8.09.0024, Rel. Ronnie Paes
Sandre, 3ª Câmara Cível, julgado em 19/09/2019, DJe de 19/09/2019)

“DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE


COBRANÇA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. INCORPORAÇÃO
DE GRATIFICAÇÃO À TÍTULO DE ESTABILIDADE ECONÔMICA. DIES
A QUO. DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.
PRESCRIÇÃO AFASTADA. ARTIGO 4º, DECRETO 20.910/32.
PREJUÍZO AO EQUILÍBRIO DAS CONTAS PÚBLICAS NÃO
VERIFICADO. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. I. Uma vez preenchidos os requisitos
previstos na legislação municipal específica, impõe-se seja reconhecido
o direito à inclusão de gratificação de estabilidade econômica no
vencimento da servidora, a partir da data do requerimento
administrativo, nos termos da lei. II. Nos estritos temos do que dispõe o
artigo 4º, do Decreto nº 20.910/32, ante a suspensão do prazo
prescricional, são devidas as verbas à autora desde a data do
requerimento administrativo, 11/01/2006, até quando as mesmas vieram
a ser integralizadas no holerite da autora, já em novembro de 2013,
tendo o direito sido preservado ante a não fruição do lapso prescricional
por desídia exclusiva do Poder Público. III. Considerando que o próprio
ente municipal reconhece a procedência da pretensão quanto à
percepção dos valores pleiteados, não há como invocar razões de
ordem financeira para justificar a ausência dos pagamentos respectivos.
IV. No que tange à atualização monetária do débito, reconhecida a
inaplicabilidade imediata do paradigma jurisprudencial firmado no RE
870.947/SE, haja vista o advento de recurso processado no efeito
suspensivo, deve ser privilegiada a aplicação literal do artigo 1º-F, da Lei
nº 9.494/97, enquanto não resolvida a pendência atinente à modulação
temporal dos efeitos daquela decisão. V. Tendo em vista que, diante do
julgamento aqui proferido, a parte autora decaiu de parte mínima do
pedido, inverto os ônus sucumbenciais, nos moldes traçados pela juíza
singular. RECURSOS DE APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA
NECESSÁRIA CONHECIDOS. PROVIDA A PRIMEIRA APELAÇÃO E
PARCIALMENTE PROVIDA A SEGUNDA.” (TJGO, Apelação /
Reexame Necessário 5354696-47.2017.8.09.0051, Rel. MARIA DAS
GRAÇAS CARNEIRO REQUI, 1ª Câmara Cível, julgado em 13/06/2019,
DJe de 13/06/2019)

E ainda:

“REMESSA NECESSÁRIA. APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REVISÃO


DE APOSENTADORIA. PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO.
AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. PRESCRIÇÃO. NÃO

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
OCORRÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. INCORPORAÇÃO
DA GRATIFICAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL Nº 12/1992.
REVOGAÇÃO §3°, ARTIGO 19. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS
LEGAIS. DIREITO ADQUIRIDO. CORREÇÃO MONETÁRIA APLICADA
Á FAZENDA PÚBLICA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 870947/SE.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. SENTENÇA
ILÍQUIDA. ARBITRAMENTO APÓS A LIQUIDAÇÃO DO JULGADO.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1. Não versando sobre as
hipóteses do art. 1.012, §1º do CPC, o recurso de apelação tem efeito
suspensivo próprio, independentemente de pronunciamento judicial, de
forma que resta prejudicado o pedido, por falta de interesse processual.
2. É de 05 (cinco) anos o prazo prescricional para revisão do ato de
aposentadoria, tendo como termo inicial a sua concessão pela
Administração Pública, nos termos do artigo 1º do Decreto 20.910/32 e
no artigo 82 da Lei 8.095/2002, que regulamentam o Regime
Previdenciário dos Servidores Municipais. In casu, verifica-se que a
aposentadoria da apelada se deu no ano de 2013, sendo que o
ajuizamento da presente ação ocorreu no mesmo ano, portanto, dentro
do prazo quinquenal, não ocorrendo a prescrição. 3. Tendo a autora
preenchidos os requisitos legais, uma vez que demonstrado nos autos
que esta recebeu a referida gratificação no período de outubro de 1989
a dezembro de 1997 de forma contínua, ou seja, por mais de 05 (cinco)
anos ininterruptos, faz jus a concessão do benefício previsto no §3° do
artigo 19 da LC 12/1992, pois, quando da revogação do referido artigo, a
recorrida já havia preenchido o tempo mínimo de 05 (cinco) anos
ininterruptos no exercício da função gratificada, tendo direito, portanto, à
incorporação. 4. O ordenamento jurídico é pacífico quanto à inexistência
de direito adquirido a regime jurídico, contudo, ressalvam-se as
situações já consolidadas no passado. Assim, no caso em comento,
embora a lei posterior tenha modificado a lei anterior que concedia a
incorporação da gratificação à aposentadoria, o direito adquirido não
pode ser alterado. 5. A correção monetária deverá incidir com base no
Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), e os juros de
mora observarão os patamares da caderneta de poupança (artigo 1º-F
da Lei Federal nº 9.494/1997), conforme entendimento do STF. 6. Em
relação aos honorários advocatícios de sucumbência, tendo em vista a
iliquidez da sentença, deverão ser arbitrados na fase de liquidação,
obedecendo ao comando legal esculpido no art. 85, §4º, II da Lei
Adjetiva Civil. 7. Diante da postergação do arbitramento dos honorários
sucumbenciais para a fase de liquidação de sentença, deixo de fixar os
honorários recursais (art. 85, § 11 do CPC), eis que a majoração
depende da existência de arbitramento prévio. 8. REMESSA
NECESSÁRIA E PRIMEIRA APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDAS E
PARCIALMENTE PROVIDAS. SEGUNDO APELO CONHECIDO E
DESPROVIDO.” (TJGO, Apelação (CPC) 0376164-94.2013.8.09.0051,
Rel. GERSON SANTANA CINTRA, 3ª Câmara Cível, julgado em
23/05/2019, DJe de 23/05/2019)

Outrossim, como bem ressaltado pelo magistrado sentenciante, “o ato


revocatário da gratificação do autor pela administração pública não foi precedido de

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
instauração de processo administrativo franqueando-lhe a possibilidade de exercer o
contraditório e a ampla defesa, violando-se com isto a garantia fundamental prevista
no art. 5º, incisos LIV e LV da Constituição Federal”.
A propósito:

“APELAÇÕES CÍVEIS E DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. MANDADO


DE SEGURANÇA. SEGUNDO APELO. DESERÇÃO. NÃO
CONHECIMENTO. PRIMEIRO APELO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. NÃO CONFIGURAÇÃO.
SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. GRATIFICAÇÃO DE
PRODUTIVIDADE. INCORPORAÇÃO DE VANTAGEM PESSOAL.
IMPLEMENTO DA CONDIÇÃO PREVISTA NA LEI MUNICIPAL Nº
25/1990. POSTERIOR ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. SUPRESSÃO DO
BENEFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. IRREDUTIBILIDADE DE
VENCIMENTOS. DIREITO ADQUIRIDO. AUSÊNCIA DE PRÉVIO
PROCESSO ADMINISTRATIVO. 1. Inviável o conhecimento de recurso
que não vem acompanhado do devido preparo. 2. Conforme
entendimento do Superior Tribunal de Justiça, "as vantagens pessoais,
uma vez incorporadas pelo servidor público, integram seu patrimônio
jurídico, não podendo ser suprimidas por posterior legislação, sob pena
de frontal ofensa ao direito adquirido". 3. O Supremo Tribunal Federal
vem entendendo que não há direito adquirido a regime jurídico funcional
pertinente à composição dos vencimentos ou à permanência do regime
legal de reajuste de vantagens, desde que eventual modificação
introduzida por ato legislativo superveniente preserve o montante global
da remuneração. Evidenciada a existência de decréscimo na
remuneração com a supressão da gratificação de produtividade, deve
ser reconhecido e respeitado o direito adquirido ao regime jurídico
funcional e vencimental. 4. Independentemente da correção ou não da
concessão da vantagem pessoal ao servidor, a gratificação somente
poderia ter sido suprimida mediante a instauração de prévio processo
administrativo no âmbito da municipalidade, respeitados o contraditório e
a ampla defesa. Segundo apelo não conhecido. Primeiro apelo e duplo
grau conhecidos e desprovidos. Sentença mantida.” (TJGO, Apelação /
Reexame Necessário 0112620-35.2017.8.09.0065, Rel. ITAMAR DE
LIMA, 3ª Câmara Cível, julgado em 21/08/2019, DJe de 21/08/2019)

Sem reparos, portanto, a sentença atacada.


Ao teor do exposto, conheço em parte do recurso de apelação e, nesta
parte, nego-lhe provimento.
Nesta fase recursal, majoro os honorários advocatícios arbitrados na sentença
em 02% (dois por cento), perfazendo a verba advocatícia 12% (doze por cento) do
valor da condenação.
É como voto.

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Desembargador Carlos Alberto França


RELATOR
/C90

Apelação Cível nº 5570293.34.2018.8.09.0117


Comarca de Palmeiras de Goiás
Apelante: Município de Palmeiras de Goiás
Apelado: Marcos Roberto Jaime de Oliveira
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Apelação Cível nº


5570293.34.2018.8.09.0117, da Comarca de Palmeiras de Goiás, figurando como
apelante Município de Palmeiras de Goiás e como apelado Marcos Roberto Jaime
de Oliveira.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer em parte do apelo e, nesta, negar-lhe provimento, nos termos do voto do
Relator, proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA
RELATOR

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NR.PROCESSO: 5570293.34.2018.8.09.0117
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível nº 5570293.34.2018.8.09.0117


Comarca de Palmeiras de Goiás
Apelante: Município de Palmeiras de Goiás
Apelado: Marcos Roberto Jaime de Oliveira
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:24:56

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5041166.04.2018.8.09.0087
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : ANDREA NEVES DE SOUSA GOMES
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE ITUMBIARA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ANDREA NEVES DE SOUSA GOMES


ADVG. PARTE : 50569 GO - NATAN TEIXEIRA DE PAULA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível nº 5041166.04.2018.8.09.0087


Comarca de Itumbiara
Apelante : Andrea Naves de Sousa Gomes
Apelado : Município de Itumbiara
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Conforme relatado, trata-se de apelação cível interposta por Andrea Naves


de Sousa Gomes contra a sentença proferida nos autos da “ação ordinária
declaratória combinada com cobrança” proposta em desfavor do Município de
Itumbiara, ora apelado.
A sentença, da lavra do MM. Juiz de Direito da 3ª Vara Cível e Fazendas
Públicas da Comarca de Itumbiara, Dr. Flávio Fiorentino de Oliveira, recebeu a
seguinte redação em sua parte dispositiva:

“27. Ante o exposto, com supedâneo na motivação supra e demais


normas atinentes à matéria, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos
estampados na inicial.

28. Em razão do ônus da sucumbência, condeno a parte demandante ao


pagamento das custas e dos honorários advocatícios, estes fixados em
10% sobre o valor atualizado da causa, com fulcro no artigo 85, §§ 2º e
6°, do Código de Processo Civil.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
29. Todavia, sendo a parte autora beneficiária da assistência judiciária, a
exigibilidade das custas e dos honorários advocatícios deverá ficar
suspensa, nos termos do artigo 98, §§2° e 3°, do Código de Processo
Civil.

30. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Transitada em julgado,


arquivem-se os autos com as cautelas e baixas de estilo.”

Irresignada, a autos Andrea Neves de Sousa Gomes apela (evento n. 38).


O inconformismo da apelante cinge-se ao recebimento das diferenças
salariais, referente ao período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017 e seus reflexos
sobre as vantagens pessoais, decorrentes da Lei Complementar Municipal nº
036/2004.
A apelante defende a reforma da sentença recorrida, ao argumento de que as
leis editadas posteriormente não poderiam prejudicar o direito já adquirido pelos
servidores de aplicação da Lei Complementar 036/2004.
O magistrado a quo julgou improcedentes os pedidos iniciais por não
reconhecer o direito da recorrente à atualização dos vencimentos e respectivos
reflexos nestes, conforme determina a Lei Complementar 36/2004, ao entender que o
referido Diploma Legal foi expressamente revogado pelas Leis Complementares nº
149/2012 e nº 165/2014.

Pois bem.

Inicialmente, a preliminar arguida em sede de contrarrazões, de ofensa ao


princípio da dialeticidade, não merece acolhimento.
Diversamente do que foi defendido pelo ente municipal/recorrido, basta uma
simples leitura das razões da apelação para constatar que a recorrente cuidou, sim, de
impugnar os fundamentos da sentença atacada, ao asseverar que o entendimento do
juiz de primeiro grau não merece prevalecer, especialmente no que se refere à
revogação da Lei Complementar Municipal nº 036/2004 e aos direitos adquiridos pelos
servidores tendo em vista a duração de sua aplicação no tempo.
A propósito:

(...) 1. A obediência ao princípio da dialeticidade é suficientemente


atendida quando o recorrente expõe as razões de seu inconformismo

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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
com o decisum objurgado, permitindo o exercício do contraditório pela
parte recorrida, bem como a análise das argumentações pela instância
recursal. (…). (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5118802-
79.2019.8.09.0000, Rel. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA, 3ª Câmara
Cível, julgado em 15/08/2019, DJe de 15/08/2019)

(…). I - Violação do princípio da dialeticidade. Não ocorrência.


Verificando que a apelante volta-se claramente contra a questão
decidida na sentença atacada, apresentando, ademais, pedido de
reforma do decisum, não há que se falar em violação do princípio da
dialeticidade. (...). Apelação conhecida e desprovida. (TJGO, Apelação
(CPC) 5151942-82.2018.8.09.0051, Rel. CARLOS ALBERTO FRANÇA,
2ª Câmara Cível, julgado em 12/08/2019, DJe de 12/08/2019)

Assim, tendo em vista que a apelante, nas razões da apelação, insurgiu


claramente contra os fundamentos da sentença objurgada, não há falar em violação do
princípio da dialeticidade.

Passo ao mérito.

Infere-se dos autos que a autora, ora apelante, ajuizou a presente ação de
cobrança pretendendo a correção salarial que entende devida, em conformidade com
a Lei Complementar n° 36/2004, a qual fixou os níveis de vencimentos para cargos de
provimento efetivo do grupo ocupacional do Fundo Municipal de Saúde, Fundação de
Promoção Social de Itumbiara e da Administração Direta da Prefeitura Municipal de
Itumbiara, bem como as diferenças entre os valores recebidos e o devido em razão da
referida lei.
De plano, constato que razão não assiste à apelante.
Em 26 de julho de 2004 foi sancionada a Lei Complementar nº 36/2004, a
qual estabeleceu diretrizes a fim de alterar a Classe de Cargos de Provimento efetivo
do Grupo ocupacional, constante do anexo II, III e V da Lei Complementar nº 15/2001,
anexos I e II constantes da Lei Complementar nº 13/99 e anexos I e II constantes da
Lei Complementar nº 08/99.
No entanto, a norma supramencionada foi revogada tacitamente pela Lei
Complementar nº 149/2012, que, conforme seu artigo 1º, instituiu “quadro de pessoal
da Administração Direta e Indireta do Município de Itumbiara que obedece ao regime
estatutário previsto nas Leis Complementares nº 015/2001, 013/1999 e 008/1998,
(…).” Em seguida, a Lei Complementar nº 165/2014 revogou expressamente a Lei
Complementar nº 149/2012 (artigo 2º).
De uma simples análise das Leis Complementares nºs 149/2012 e 165/2014
percebe-se que não houve aumento da carga horária e redução salarial do cargo

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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
“Recepcionista”, exercido pela recorrente, não merecendo prosperar a tese de
prejudicialidade das leis posteriores trazida pela apelante.
Ademais, como bem realçou o magistrado sentenciante, “… sabe-se que a lei,
no seu período vigência, gera seus efeitos, até que revogada por outra ou declarada
inconstitucional, na forma da Constituição Federal e Constituição dos Estados,
observadas as leis processuais que regem a matéria, afigurando-se, logo, inviável o
pretendido reconhecimento de ilegalidade por ofensa à legislação eleitoral.”
Com efeito, é patente que a LC 036/2004 foi revogada pela LC 149/2012, que
regulamentou inteiramente a matéria tratada naquela, legislação esta já revogada
expressamente pela LC 165/2014.
Como é consabido, é pacífico o entendimento dos tribunais superiores no
sentido de que o servidor público não tem direito adquirido a regime jurídico ou aos
critérios da retribuição pecuniária, podendo a administração pública promover
alterações na composição dos vencimentos, desde que observada a irredutibilidade,
sem que configure violação aos princípios da isonomia.
Em escólios ao tema, leciona a renomada administrativista Fernanda
Marinela, in verbis:

“Dessa forma, no regime estatutário, ressalvadas as pertinentes


disposições constitucionais impeditivas, o Estado deterá o poder de
alterar legislativamente o regime jurídico de seus servidores, inexistindo
a garantia de que continuarão sempre disciplinados pelas disposições
vigentes quando de seu ingresso . Os benefícios e vantagens previstos
inicialmente podem ser suprimidos em momento posterior, daí por que
os diretos que derivam desse regime não se incorporam ao patrimônio
jurídico do servidor. Não há direito adquirido no tocante à manutenção
do regime.” (Cfr. Servidores Públicos, Niterói: Ed. Impetus, 2010, p.
17/18)

Importante destacar que, em situações assemelhadas, é a jurisprudência


deste Sodalício ao pontificar:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA COM PEDIDO DE TUTELA


PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA EM CARÁTER
INCIDENTAL. MUNICÍPIO DE ITUMBIARA. LEI COMPLEMENTAR Nº
36/2004. ALTERAÇÃO NA LEGISLAÇÃO QUE DISCIPLINA A
MATÉRIA. CORREÇÃO SALARIAL INDEVIDA. PRINCÍPIO DA
DIALETICIDADE. PREQUESTIONAMENTO. MAJORAÇÃO DE
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. GRAU RECURSAL. SENTENÇA
MANTIDA. 1. Não há violação ao princípio da dialeticidade, quando o
recorrente, nas razões da apelação, voltou-se claramente contra os
fundamentos da sentença objurgada. 2. A Lei Complementar n° 36/2004

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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
foi tacitamente revogada pela Lei Complementar nº 149/2012, legislação
esta já revogada expressamente pela Lei Complementar n° 165/2014. 3.
Tendo a parte ingressado no serviço público na vigência da Lei
Complementar n° 165/2014, a qual especifica de forma clara o número
de vagas, a carga horária e o salário dos servidores do Município de
Itumbiara, não há que falar em reajuste salarial ou em pagamento de
diferenças retroativas e vincendas. 4. O servidor público não tem direito
adquirido a regime jurídico ou aos critérios da retribuição pecuniária,
podendo a administração pública promover alterações na composição
de seus vencimentos sem que configure violação aos princípios da
isonomia ou irredutibilidade de vencimentos, mesmo porque seus atos
gozam de presunção de veracidade e legitimidade, desde que,
efetivamente, não haja decesso remuneratório para o servidor. 5.
Quanto ao prequestionamento, cumpre ressaltar que o julgador não está
obrigado a apreciar todos os questionamentos apontados, bastando,
para tanto, que enfrente as questões controvertidas suscitadas,
fundamentando, devida e suficientemente, seu convencimento.
Apelação cível conhecida e desprovida. Sentença mantida.” (3ª CC, AC
nº 5291527-41, Rel. Dr. Átila Naves do Amaral, DJ de 24.09.2019).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C AÇÃO DE


COBRANÇA. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. LEI
COMPLEMENTAR 036/2004. REVOGAÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO.
REDUÇÃO SALARIAL. INEXISTÊNCIA. HONORÁRIOS RECURSAIS.
1. Não possui a apelante direito adquirido à atualização dos seus
vencimentos conforme a Lei Complementar nº 036/2004 uma vez que,
na época da sua admissão no quadro de pessoal do município
requerido/apelado, a referida Lei já havia sido revogada pelas Leis
Complementares nºs 142/2012 e 165/2014. 2. De uma simples análise
das Leis Complementares nºs 142/2012 e 165/2014, percebe-se que
não houve aumento da carga horária e redução salarial do cargo.
Auxiliar de Serviços Gerais, não merecendo prosperar a tese de
prejudicialidade das leis posteriores trazida pela apelante. 3. Nos termos
do § 11 do art. 85 do CPC, o Tribunal de Justiça, ao julgar o recurso,
majorará os honorários sucumbenciais recursais, levando em conta o
trabalho adicional realizado pelo causídico na instância revisora.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA. SENTENÇA
MANTIDA. Acorda o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pela
Quinta Turma Julgadora de sua Quarta Câmara Cível, à unanimidade de
votos, em CONHECER DA APELAÇÃO CÍVEL, MAS DESPROVÊ-LA,
tudo nos termos do voto do Relator.” (4ª CC, AC nº 5310957-76, Rel. Dr.
Eudélcio Machado Fagundes, DJ de 23.09.2019).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. SERVIDOR PÚBLICO


MUNICIPAL. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. OBEDIÊNCIA.
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA.
ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. QUINQUÊNIO.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO.
ÔNUS SUCUMBENCIAL. MANUTENÇÃO. 1- Havendo correspondência

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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
entre as razões recursais e o ato judicial atacado, presente se faz o
requisito da regularidade formal, não havendo se falar em ofensa ao
princípio da dialeticidade. 2- Afasta-se a alegação de cerceamento de
defesa quando desnecessária a produção de provas para avaliar a
vigência da norma posta em discussão. 4- O regime jurídico dos
servidos públicos do Município de Itumbiara foi alterado no que se refere
ao direito ao adicional de tempo de serviço, de modo que os
quinquênios, antes existentes, passaram a ser tratados como anuênios,
limitados a 35 (trinta e cinco), nos moldes da EC nº 05/1999 e da LC nº
12/99 - Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Itumbiara. 5-
Não há direito adquirido a regime jurídico, podendo a Administração
Pública promover alterações na composição da remuneração dos seus
servidores, desde que isso não implique redução de vencimentos. 5- O
julgamento improcedente dos pedidos apresentados pela parte autora
na peça exordial conduz à condenação desta ao pagamento dos ônus
sucumbenciais, ressalvando-se a suspensão da exigibilidade do referido
crédito, por ser a parte beneficiária da assistência judiciária. RECURSO
DE APELAÇÃO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (AC nº 110828-48,
Rel. Des. Des. Norival Santomé, DJ nº 2260 de 04.05.2017).

“APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDORA PÚBLICA. AÇÃO DE COBRANÇA


DE ADICIONAIS POR TEMPO DE SERVIÇO. LEI ORGÂNICA
MUNICIPAL. DISCUSSÃO ACERCA DA VIGÊNCIA DAS LEIS QUE
REGEM O ANUÊNIO E O QUINQUÊNIO. INADMISSIBILIDADE DE
APLICAÇÃO SIMULTÂNEA DE AMBOS OS BENEFÍCIOS. VEDAÇÃO
AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO
ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. I- O regime jurídico dos servidores
públicos do Município de Itumbiara restou alterado, no que se refere ao
percebimento de adicional de tempo de serviço, de modo que os
quinquênios, antes existentes, passaram a ser tratados como anuênios.
II- Se a legislação municipal previsse ambos os benefícios
concomitantemente (anuênio e quinquênio), não haveria impedimento
para sua aplicação simultânea, desde que fossem calculados sobre o
vencimento base. III- Independentemente do benefício que está em
vigor, fato é que a servidora/recorrente já recebe anuênios e, sob pena
de configuração de enriquecimento ilícito, não pode também receber
quinquênios, tendo por base o mesmo período trabalhado. IV- Uma vez
respeitada a irredutibilidade dos vencimentos, o servidor público não tem
direito adquirido a regime jurídico (precedentes do Supremo Tribunal
Federal e Superior Tribunal de Justiça). APELAÇÃO CONHECIDA E
DESPROVIDA.” (AC nº 141711-75, Rel. Des. Fausto Moreira Diniz, DJ
nº 2213 de 17.02.2017).

Diante do exposto, não merece reforma a sentença recorrida.


Quanto ao prequestionamento levado a efeito pela recorrente (artigo 5º, inciso
XXXV da Constituição Federal e a Súmula 654 do STF), relevante ponderar que nossa
legislação consagra o princípio do livre convencimento motivado, dando ao julgador a

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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
plena liberdade de analisar as questões trazidas à sua apreciação, desde que
fundamentado o seu posicionamento.
Além do mais, o prequestionamento levado a efeito ao ingresso nas instâncias
especial e extraordinária não demanda que a decisão mencione expressamente os
artigos indicados pelas partes, pois se trata de exigência referente ao conteúdo, e não
à forma.
Outrossim, registre-se que o julgador não está obrigado a apreciar todos os
questionamentos apontados, bastando, para tanto, que enfrente as questões
controvertidas suscitadas, fundamentando, devida e suficientemente, seu
convencimento, o que restou realizado na hipótese dos autos.
Ante o exposto, conheço do apelo e nego-lhe provimento, para manter
intacta a sentença recorrida. De consequência, majoro os honorários advocatícios para
12% sobre o valor atualizado da causa, com a ressalva de ser a recorrente beneficiária
da gratuidade da justiça.
É o voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C85

Apelação Cível nº 5041166.04.2018.8.09.0087


Comarca de Itumbiara
Apelante : Andrea Naves de Sousa Gomes
Apelado : Município de Itumbiara
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Apelação Cível nº


5041166.04.2018.8.09.0087, da Comarca de Itumbiara, figurando como apelante
Andrea Naves de Sousa Gomes e como apelado Município de Itumbiara.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara

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NR.PROCESSO: 5041166.04.2018.8.09.0087
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do apelo e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator,
proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

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PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível nº 5041166.04.2018.8.09.0087


Comarca de Itumbiara
Apelante : Andrea Naves de Sousa Gomes
Apelado : Município de Itumbiara
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:25:39

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5012943.31.2019.8.09.0176
CLASSE PROCESSUAL : Embargos à Execução
POLO ATIVO : SILVIO LUIS BUSNARDO
POLO PASSIVO : BANCO DO BRASIL S.A.
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL S.A.


ADVGS. PARTE : 33722 GO - NELSON PILLA FILHO
21777 PR - LUIZ FERNANDO BRUSAMOLIN

PARTE INTIMADA : SILVIO LUIS BUSNARDO


ADVGS. PARTE : 25150 GO - WILSON PIAZA DA SILVA
17874 GO - ALUIZIO GERALDO CRAVEIRO RAMOS

PARTE INTIMADA : SILVIO LUIS BUSNARDO


ADVGS. PARTE : 25150 GO - WILSON PIAZA DA SILVA
17874 GO - ALUIZIO GERALDO CRAVEIRO RAMOS

PARTE INTIMADA : BANCO DO BRASIL S.A.


ADVGS. PARTE : 21777 PR - LUIZ FERNANDO BRUSAMOLIN
33722 GO - NELSON PILLA FILHO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Dupla Apelação Cível nº 5012943.31.2019.8.09.0176


Comarca de Nova Crixás
1º Apelante: Banco do Brasil S/A
2º Apelante: Silvio Luiz Busnardo
1º Apelado: Silvio Luiz Busnardo
2º Apelado: Banco do Brasil S/A
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Conforme relatado, trata-se de dupla apelação cível interpostas por Banco do


Brasil S/A e por Silvio Luiz Busnardo objetivando a reforma da sentença da lavra do
Juiz de Direito da Comarca de Nova Crixás, Drª Giuliano Morais Alberici, em sede de
“ação de embargos à execução”, promovida por Silvio Luiz Busnardo em desfavor de
Banco do Brasil S/A.
A parte dispositiva da sentença apelada possui os seguintes dizeres (evento
nº 27):

“Isto posto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido


formulado nos embargos à execução, com fulcro no artigo 920, inciso III,
e artigo 487, inciso I, ambos do Código de Processo Civil, para declarar
abusividade na comissão de permanência e retirá-la da referida Cédula
Rural, onde deverá ser feito novo cálculo da sua liquidez na execução.

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
Diante da sucumbência recíproca, condeno as partes ao pagamento das
custas processuais, bem como os honorários advocatícios, os quais fixo
em 10% (dez por cento) do valor da causa, na proporção de 80% ao
requerente e 20% ao requerido, ancorado nos artigos 85, § 2º, e 86 do
Código de Ritos.

Após o trânsito em julgado, retire a movimentação conjunta do processo


principal (execução) transladando cópia desta àquele processo,
seguindo-se de baixa e arquivamento.”

Ambas as partes opuseram embargos de declaração, eventos nºs 41 e 42,


tendo o magistrado singular prolatado decisão no evento nº 55, rejeitando os
mencionados aclaratórios.
Irresignados, apelam os litigantes.
Inconformada, a parte embargante/2ª apelante pugna pela reforma da
sentença em sua integralidade, para que seja julgado procedente o pleito exordial e,
por conseguinte, seja revisado o contrato celebrado entre as partes - Cédula de
Crédito Rural, por conter cláusulas abusivas, especialmente com relação à
capitalização composta de juros, defendendo a limitação dos juros remuneratórios para
o período da normalidade ao patamar de 12% ao ano.
Aduz ser necessária a aplicação do Código de Defesa do Consumidor e
pugna pela exclusão da capitalização composta de juros, a qual faz com que ao final a
taxa efetiva supere o patamar de 12% ao ano, apesar de estar prevista
contratualmente a taxa de 6,5% ao ano, bem como requer a elisão da mora decorrente
do reconhecimento da abusividade dos encargos contratuais.
Por sua vez, o banco embargado/1º apelante defende a legalidade das
cláusulas contratuais, requerendo a reforma da sentença para que seja reconhecida
inexistência de cobrança de comissão de permanência, bem como requer a
condenação do embargante/1º apelado ao pagamento integral dos ônus
sucumbenciais, face a sucumbência mínima ou minoração do patamar fixado a título
de honorários advocatícios para o mínimo legal.

Inicialmente, hei por bem enfrentar a preliminar contida nas contrarrazões ao


2º apelo, arguidas pelo banco embargado/2º apelado, de inépcia recursal, por
ausência de dialeticidade, a qual, desde já, registro não merecer prosperar.
De uma simples leitura do 2º apelo, verifica-se ter o embargante/2º apelante
exposto de forma clara seus argumentos, fundamentos jurídicos e pedidos, delimitando
sua causa de pedir, razão pela qual não há se falar em não admissibilidade do
segundo apelo por inépcia do recurso.
Afastada a preliminar suscitada, passo ao julgamento das questões de mérito,
iniciando pelo julgamento do 2º apelo, apresentado pelo embargante, Silvio Luiz
Busnardo (evento nº 60), apenas por questão de melhor organização dos pontos que

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
serão enfrentados.

Pois bem. Pretende-se, com a oposição dos presentes embargos à execução,


o reconhecimento da ilegalidade/abusividade de cláusulas contratuais e,
consequentemente, a revisão do Contrato – Cédula Rural Hipotecária, celebrado entre
os litigantes, afastando-se a mora do embargante/2º apelante.
Em sua peça recursal, o 2º apelante/embargante defende a necessidade de
reforma da sentença vergastada para que sejam afastadas as cláusulas contratuais
abusivas, apontando aquelas que preveem a incidência de comissão de permanência
e a capitalização composta de juros/anatocismo/juros sobre juros, requerendo com
isso a limitação da taxa efetiva de juros ao patamar 12% ao ano, vez que a taxa
contratualmente prevista já é inferior a esse percentual, ou seja, de 6,5% ao ano.

Quanto ao afastamento da capitalização de juros, razão não acompanha o 2º


apelante/embargante.
Observa-se que o contrato firmado entre as partes (Cédula Rural Hipotecária
nº 40/01963-2, evento nº 01) prevê expressamente a capitalização mensal de juros,
em sua página 2, no ponto que dispõe sobre os encargos financeiros.
Vale ressaltar a sua permissibilidade nas cédulas de crédito rural, consoante o
teor da Súmula nº 93 do Superior Tribunal de Justiça in litteris:

“A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial


admite o pacto de capitalização de juros.”

Proclama o julgado mediante o procedimento previsto para os Recursos


Repetitivos no âmbito do STJ, in verbis:

“(...) Tese para os efeitos do art. 543-C do CPC: - 'A legislação sobre
cédulas de crédito rural admite o pacto de capitalização de juros
em periodicidade inferior à semestral'. 5. Recurso especial
conhecido e parcialmente provido.” (2ª Seção, REsp. nº 1333977/MT,
Relª Minª Maria Isabel Gallotti, DJe de 12.03.2014)

Desta forma, não há dúvida de que é permitida a capitalização mensal de


juros no caso em análise, restando mantida a sentença recorrida nesse ponto.

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
Em relação à elisão da mora, melhor sorte não socorre o embargante/2º
apelante porquanto tão somente o reconhecimento de abusividade de encargos
financeiros do período de normalidade é que permite o afastamento da mora, o não
ocorreu no caso em comento, pelo que deve ser o 1º apelo desprovido também nesse
ponto.
A propósito:

“APELAÇÕES CÍVEIS. EMBARGOS À EXECUÇÃO. AGRAVO RETIDO.


AUSENTE REQUERIMENTO EXPRESSO NAS RAZÕES DA
APELAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. CÉDULA RURAL
PIGNORATÍCIA. TÍTULO LÍQUIDO, CERTO E EXIGÍVEL. JUROS
REMUNERATÓRIOS. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. AUSENTE
INTERESSE RECURSAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS.
POSSIBILIDADE. MORA NÃO AFASTADA. ÔNUS SUCUMBENCIAIS
MANTIDOS. 1. Não ratificado pelo Banco recorrente, em sede de razões
de apelação, o Agravo Retido, não merece conhecimento. 2. O interesse
recursal repousa nos elementos utilidade e necessidade, os quais
devem vir devidamente demonstrados, como único meio para obter
algum proveito do ponto de vista prático. Não há falar em interesse se o
recorrente não restou sucumbente quanto ao ponto debatido. 3. Não é
possível a incidência da comissão de permanência em contratos de
cédulas de crédito rural, porque esta modalidade contratual possui
regramento próprio. Precedentes do STJ. 4. Nos termos do enunciado
sumular nº 93 do STJ, nos contratos de crédito rural, admite-se a
pactuação de cláusula que preveja a capitalização mensal dos juros. 5.
Inviável a descaracterização da mora quando a parte não faz jus ao
pedido de prorrogação da dívida e quando não há demonstração da
cobrança de encargos ilegais durante o período de normalidade
contratual (STJ: Orientação 2, REsp. 1061.530/RS). 6. Mantém-se a
distribuição dos ônus sucumbenciais da sentença, conforme decidido, já
que o pedido da parte autora não acolhido representa 50% na proporção
de decaimento, rateando-se as custas entre as partes, ou seja, divididas
de forma proporcional. APELAÇÕES CÍVEIS, EM PARTE
CONHECIDAS, E NESTA PARTE, DESPROVIDAS. AGRAVO RETIDO
NÃO CONHECIDO. (TJGO, Apelação (CPC) 0443811-
98.2010.8.09.0023, Rel. NELMA BRANCO FERREIRA PERILO, 4ª
Câmara Cível, julgado em 19/07/2019, DJe de 19/07/2019).

Assim sendo, o 2º apelo deve ser desprovido em sua totalidade.

Passo a enfrentar o 1º apelo, oposto pelo banco embargado.


No tocante à comissão de permanência, a parte embargante/1ª apelante
requereu seu afastamento e o magistrado singular acolheu o pedido inicial para afastar

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a incidência da comissão de permanência. A despeito do banco embargado/1º
apelante afirmar não existir a cobrança da comissão de permanência, da leitura do
contrato entabulado, página 2, na parte que dispõe sobre o inadimplemento, está clara
a previsão de incidência de comissão de permanência.
A saber:

“INADIMPLEMENTO - Em caso de descumprimento de qualquer


obrigação legal ou convencional, ou no caso de vencimento antecipado
da operação, a partir do inadimplemento e sobre o valor inadimplido,
será exigida a comissão de permanência à taxa de mercado do dia do
pagamento, nos termos da Resolução 1.129, de 15.05.86, do Conselho
Monetário Nacional, do art. 80, da Lei 9.138, de 29.11.95, e da
Resolução 3.746, de 30.06.2009, do Conselho Monetário Nacional, em
substituição aos encargos de normalidade pactuados. Referida
comissão de permanência será calculada diariamente e debitada no
último dia de cada mês e na liquidação da dívida, para ser exigida
juntamente com as amortizações de capital, proporcionalmente aos seus
valores nominais e na liquidação da dívida.”

Portanto, razão não assiste ao banco embargado/1º recorrente quando afirma


que o pedido de afastamento da comissão de permanência deve ser julgado
improcedente, sob a alegação de que inexiste cobrança de comissão de permanência.
De mais a mais, a estipulação contratual da cobrança comissão de permanência
exsurge nula de pleno direito, em toda a sua integralidade.
Neste sentido, arestos do Superior Tribunal de Justiça e deste Sodalício:

“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


INCIDÊNCIA DO CDC RECONHECIDA PELO TRIBUNAL A QUO.
SÚMULAS 5 E 7/STJ. INCIDÊNCIA. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL.
JUROS. INADIMPLÊNCIA. 1% AO MÊS. HONORÁRIOS
SUCUMBENCIAIS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1.
"Firme nesta Corte o entendimento de que a cédula ou nota de crédito
rural rege-se pelo Decreto-Lei n. 167/67, que prevê, em caso de
inadimplemento, a incidência apenas de juros moratórios à taxa de 1%
a.a. e de multa contratual. Assim, é ilegal a pactuação de qualquer
outra taxa, comissão de permanência ou encargo, tendente a burlar
o referido diploma legal" (AgRg no Ag 1340324/PR, Rel. Ministro CESAR
ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe
17/03/2011). 2. Constatado que os honorários de sucumbência foram
fixados em patamar razoável, não sendo irrisórios nem exorbitantes, não
compete a esta Corte Superior, em sede de recurso especial, promover
a revisão pretendida, ante a incidência da Súmula 7 do STJ. 3. Agravo
regimental não provido.” (STJ, AgRg no AREsp 689.472/SE, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
18/06/2015, DJe 26/06/2015).

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
“Conforme jurisprudência consolidada no STJ, "nas cédulas de crédito
rural, comercial e industrial, não se admite a cobrança de comissão
de permanência. Precedentes" (AgRg no AREsp 129.689/RS, Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em
03/04/2014, DJe 11/04/2014).” (STJ, REsp 1166054/RN, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 28/04/2015,
DJe 18/06/2015).

“O posicionamento desta Corte é pacífico no sentido de que em cédulas


de crédito rural, comercial e industrial, não se admite a cobrança de
comissão de permanência em caso de inadimplência. Precedentes.”
(STJ, EDcl no AgRg nos EDcl nos EDcl no REsp 1194631/SC, Rel.
Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/09/2014,
DJe 26/09/2014).

“APELAÇÕES CÍVEIS. EMBARGOS À EXECUÇÃO. AGRAVO RETIDO.


AUSENTE REQUERIMENTO EXPRESSO NAS RAZÕES DA
APELAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. CÉDULA RURAL
PIGNORATÍCIA. TÍTULO LÍQUIDO, CERTO E EXIGÍVEL. JUROS
REMUNERATÓRIOS. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. AUSENTE
INTERESSE RECURSAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS.
POSSIBILIDADE. MORA NÃO AFASTADA. ÔNUS SUCUMBENCIAIS
MANTIDOS. 1. (...) 3. Não é possível a incidência da comissão de
permanência em contratos de cédulas de crédito rural, porque esta
modalidade contratual possui regramento próprio. Precedentes do STJ.
4.(...) APELAÇÕES CÍVEIS, EM PARTE CONHECIDAS, E NESTA
PARTE, DESPROVIDAS. AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO.”
(TJGO, Apelação (CPC) 0443811-98.2010.8.09.0023, Rel. NELMA
BRANCO FERREIRA PERILO, 4ª Câmara Cível, julgado em 19/07/2019,
DJe de 19/07/2019).

Neste viés, deve-se negar provimento ao 2º apelo neste capítulo e manter a


sentença na parte em que afastou a incidência de comissão de permanência para o
período de inadimplemento, restando o banco embargado sucumbente neste ponto.
Acerca dos ônus sucumbenciais, verifica-se que a sentença fustigada
condenou ambas as partes ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, estes últimos fixados no percentual de 10% sobre o valor da causa, na
proporção de 80% para o embargante/2º apelante e 20% para o banco embargado/1º
apelante.
Assim sendo, considerando-se que ambas as partes sucumbiram, escorreita a
sentença ao estabelecer a sucumbência recíproca, de forma proporcional, para cada
parte. Logo, o 2º apelo não merece ser acolhido também na parte em que pleiteia a
reforma da sentença para que seja fixada a sucumbência mínima em seu favor,

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
mormente considerando-se que houve a determinação de afastamento da incidência
da comissão de permanência no caso em análise. Outrossim, em relação ao valor
fixado a título de honorários advocatícios, nota-se que já foi estabelecido pelo
magistrado singular no percentual mínimo previsto no artigo 85, §2º, do NCPC, ou
seja, 10% sobre o valor da causa, não havendo se falar em possibilidade de
minoração desse percentual.
Deste modo, a sentença deve ser mantida no capítulo sobre ônus
sucumbencial.
Ante o exposto, conheço dos recursos de apelação e nego-lhes
provimento, mantendo a sentença recorrida por seus próprios e jurídicos
fundamentos.
Majoro os honorários advocatícios fixados em 2% (dois por cento), perfazendo
a verba advocatícia o percentual 12% (doze por cento) do valor atualizado causa, nos
termos do art. 85, § § 2º e 11, do CPC/2015, observando-se, no entanto, a previsão do
artigo 98, §3º, do CPC, por estar a autora/apelante litigando sob o pálio da gratuidade
da justiça.
É como voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C90

Dupla Apelação Cível nº 5012943.31.2019.8.09.0176


Comarca de Nova Crixás
1º Apelante: Banco do Brasil S/A
2º Apelante: Silvio Luiz Busnardo
1º Apelado: Silvio Luiz Busnardo
2º Apelado: Banco do Brasil S/A
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
Vistos, relatados e discutidos os autos da Dupla Apelação Cível nº
5012943.31.2019.8.09.0176, da Comarca de Nova Crixás, figurando como 1° apelante
Banco do Brasil S/A e 2° apelante Silvio Luiz Busnardo e como 1° apelado Silvio
Luiz Busnardo e 2°apelado Banco do Brasil S/A.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer dos apelos e negar-lhes provimento, nos termos do voto do Relator,
proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

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NR.PROCESSO: 5012943.31.2019.8.09.0176
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Dupla Apelação Cível nº 5012943.31.2019.8.09.0176


Comarca de Nova Crixás
1º Apelante: Banco do Brasil S/A
2º Apelante: Silvio Luiz Busnardo
1º Apelado: Silvio Luiz Busnardo
2º Apelado: Banco do Brasil S/A
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 18/02/2020 16:43:24

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5491340.19.2018.8.09.0097
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : MARIA GORETE BELA DO CARMO
POLO PASSIVO : MUNICÍPIO DE JUSSARA-GO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MARIA GORETE BELA DO CARMO


ADVG. PARTE : 20105 GO - CLAYTON CESAR DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO N. 5491340.19.2018.8.09.0097


COMARCA DE JUSSARA (Vara das Fazendas Públicas)
AUTORA: MARIA GORETE BELA DO CARMO
RÉU: MUNICÍPIO DE JUSSARA
APELAÇÃO CÍVEL
1ª APELANTE: MARIA GORETE BELA DO CARMO
2º APELANTE: MUNICÍPIO DE JUSSARA
1º APELADO: MUNICÍPIO DE JUSSARA
2ª APELADA: MARIA GORETE BELA DO CARMO
RELATOR: DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

VOTO

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço da remessa


necessária, bem como das apelações cíveis.

Consoante relatado, por meio da sentença combatida o Magistrado a quo, Dr.


Vôlnei Silva Fraissat, determinou o restabelecimento do pagamento do benefício
previsto no art. 136, §4º, da Lei Municipal n. 126/96, e condenou o ente público réu ao
pagamento “das gratificações não pagas por força do Decreto 176/14, a partir de abril de 2014
[...]”.

Pois bem, é incontroverso nos autos que a apelante é servidora pública,

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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
integrando a Administração do Município de Jussara desde 08/07/1987.

Em 1996, a Lei Municipal n. 129 (art. 136, §4º) passou a prever o pagamento
de gratificação aos servidores que completassem 25 anos de efetivo serviço público:

“Art.136 (…) §4º - O servidor, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de


efetivo serviço público municipal, fará jus a sexta parte do vencimento
ou remuneração a qual será calculada sobre a remuneração
percebida.”

Ocorre que, por meio do Decreto n. 176/2014, o Poder Executivo Municipal


suspendeu o pagamento da referida gratificação, tendo em vista a sua duvidosa
constitucionalidade.

Ao analisar o art. 136, §4º, da Lei Municipal n. 129/96, a Corte Especial deste
Tribunal de Justiça, quando do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
97584-56.2014.8.09.0000, de relatoria do Desembargador Jeová Sardinha de Moraes,
declarou, à unanimidade, a inconstitucionalidade do referido dispositivo legal.
Senão, vejamos a respectiva ementa:

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. GRATIFICAÇÃO


POR TEMPO DE SERVIÇO. AFRONTA À CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL. O parágrafo 4°, do artigo 136, Lei n° 129/1996, do
Município de Jussara-GO, ao prever gratificação equivalente à sexta
parte do vencimento ou remuneração, ao servidor público municipal
que completar 25 anos de efetivo serviço prestado à municipalidade,
afronta o artigo 92, XV, da Constituição do Estado de Goiás, eis que
incide sobre idêntico benefício já contemplado no caput do mesmo
artigo, caracterizando o efeito cascata ou repique que, a partir a EC nº
19/98, restou expressamente vedado. PEDIDO PROCEDENTE.
INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA.” (DJe n. 1.932, de
17/12/2015)

Em sede de embargos de declaração, porém, os efeitos dessa declaração de


inconstitucionalidade foram modulados para o futuro (efeito ex nunc), restando
resguardados, então, os direitos dos servidores que, até a data da publicação da
ata do respectivo julgamento (em 10/11/2016), já houvessem reunido os
requisitos necessários para obter o correspondente benefício. Com efeito, é o que
se extrai da ementa correspondente, ex vi:

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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DE EFEITOS.
EXCEPCIONAL INTERESSE SOCIAL. VERBA ALIMENTAR E
PRESUNÇÃO DE BOA-FÉ. 1. Na hipótese, tenho como evidenciadas
as razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social a
justificar a restrição dos efeitos da inconstitucionalidade declarada,
sendo a atribuição de eficácia prospectiva no presente caso
necessária, haja vista a natureza alimentar da gratificação e a
presunção de boa-fé dos servidores que a perceberam. 2. Assim,
viável o acolhimento destes aclaratórios para que seja feita a
modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade de
forma prospectiva (ex nunc), resguardando os direitos dos
servidores que, até a data da publicação da ata deste julgamento,
já houvessem reunido os requisitos necessários para obter os
correspondentes benefícios. EMBARGOS ACOLHIDOS.” (DJe n.
2.147, de 10/11/2016)

Logo, a par do entendimento constante dos autos da ADI n.


97584.56.2014.8.09.0000, e sendo incontroverso que a apelante, ao tempo da
publicação da ata de julgamento dos aclaratórios que ensejaram a modulação dos
efeitos da aludida declaração de inconstitucionalidade, já preenchia os requisitos
necessários para o recebimento da mencionada gratificação (25 anos de efetivo
serviço público), não há dúvida de que ela deve receber o benefício, fazendo jus, por
conseguinte, aos valores que não lhe foram pagos por força do prefalado Decreto
Municipal n. 176/2014 (que suspendeu o pagamento das gratificações).

Portanto, neste caso, é irrelevante perquirir a respeito da


inconstitucionalidade do Decreto n. 176/2014, afinal, de acordo com o que restou
fixado nos aclaratórios opostos na ADI n. 97584.56 (que modulou os efeitos da
decisão), aquele ato não produz efeitos em relação à autora.

Sobre o assunto, confiram-se os seguintes excertos desta Corte:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE


DECRETO C/C COBRANÇA E INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
GRATIFICAÇÃO CONSTANTE DO ART. 136, §4º, DA LEI
MUNICIPAL N. 129/1996. PAGAMENTO SUSPENSO POR
DECRETO. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO
DISPOSITIVO QUE CRIOU A GRATIFICAÇÃO, COM MODULAÇÃO
DE EFEITOS. DIREITO RECONHECIDO. DANO MORAL
INEXISTENTE. I. A Corte Especial deste Tribunal de Justiça, quando
do julgamento da ADI n. 97584-56.2014.8.09.0000, declarou a
inconstitucionalidade do art. 136, § 4º, da Lei n. 129/96, do Município
de Jussara, que prevê o pagamento de gratificação aos que
completarem 25 (vinte e cinco) anos de efetivo serviço público

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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
municipal. Em sede de embargos de declaração, porém, os efeitos
dessa declaração de inconstitucionalidade foram modulados para o
futuro (ex nunc), restando resguardados, então, os direitos dos
servidores que, até a data da publicação da ata do respectivo
julgamento, já houvessem reunido os requisitos necessários para
obter o correspondente benefício, como é o caso recorrente. [...]
PRIMEIRO E SEGUNDO APELOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS.”
(TJGO, AC 0193666-52.2014.8.09.0097, Rel. AMARAL WILSON DE
OLIVEIRA, 2ª CC, DJe de 07/02/2019)

Neste mesmo sentido: TJGO, AC 0193644-91.2014.8.09.0097, Rel. Elizabeth


Maria da Silva, 4ª CC, DJe de 06/03/2019.

Nesse contexto, deve ser mantida a sentença no ponto em que determinou o


pagamento, à autora, do benefício previsto no art. 136, §4º, da Lei Municipal n. 129/96,
inclusive aqueles que não foram pagos por força do Decreto n. 176/14.

Em sede de liquidação de sentença, deverá ser observada a data em que a


autora cumpriu o requisito de 25 anos de efetivo serviço público, a qual será utilizada
como termo inicial para feitura dos cálculos.

A propósito, sobre o valor devido, determinou o Julgador primevo a incidência


de correção monetária (pelo IPCA-E) desde quando as verbas deveriam ter sido
pagas, e juros de mora (com base na remuneração oficial da caderneta de poupança),
na forma do artigo 1º-F da Lei federal nº 9.494/1997, segundo a redação da Lei federal
nº 11.960/2009. Também, neste ponto, o decisum não merece correção.

Noutro vértice, tenho que a distribuição dos ônus sucumbenciais deve ser
revista.

Com efeito, entendeu o Julgador de 1º grau que a autora foi sucumbente na


parte em que não se declarou a nulidade do Decreto n. 176/14. Todavia, consoante
explanado anteriormente, tal análise é irrelevante, eis que aquele ato não produz
efeitos em relação à autora, conforme restou decidido na ADI n. 97584.56.

Diante disso, ainda que não tenha sido declarada a nulidade do Decreto n.
176/14, a situação prática almejada pela 1ª recorrente/autora foi alcançada, qual seja,
o pagamento da gratificação prevista no art. 136, §4º da Lei n. 129/96.

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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
Assim, tendo em vista que apenas o ente público réu foi sucumbente,
deverá arcar com a totalidade dos ônus processuais.

No entanto, cediço é que, nas causas em que a Fazenda Pública for vencida,
a fixação da verba honorária deverá observar o disposto nos §§ 3º a 7º do artigo 85 do
Código de Processo Civil e, neste contexto, por tratar-se de sentença ilíquida, os
honorários advocatícios somente poderão ser arbitrados após a sua liquidação,
conforme prevê o § 4º, II, do citado artigo.

Trilhando o mesmo entendimento ora firmado, transcrevo o seguinte


precedente desta Corte de Justiça:

“Duplo grau de jurisdição. Apelação Cível. Ação de cobrança com


pedido de antecipação de tutela. Embargos de Declaração
intempestivos. Ausência de interrupção do prazo recursal. Não
conhecimento do recurso de apelação. Manifesta intempestividade. [...]
V - Ônus sucumbenciais. Fazenda Pública. Custas. Isenção. Sentença
ilíquida. Honorários advocatícios. Arbitramento após a liquidação do
julgado. No que se refere aos ônus sucumbenciais, mantenho a
ausência de condenação do município requerido ao pagamento das
custas processuais, por ser a Fazenda Pública isenta de tal ônus,
cabendo-lhe apenas, se vencida, reembolsar as despesas realizadas
pela parte vencedora, contudo, in casu, não há que se falar em aludida
condenação eis que a parte autora é beneficiária da gratuidade da
justiça. Lado outro, com relação a condenação do município
requerido ao pagamento de honorários advocatícios, considero
que o valor fixado merece ser afastado, pois, nas causas em que a
Fazenda Pública for vencida, a fixação da verba honorária deverá
observar o disposto nos §§ 3º a 7º do art. 85 do mesmo diploma
legal e, neste contexto, por se tratar a hipótese em análise, de
sentença ilíquida, os honorários advocatícios somente poderão
ser arbitrados após a liquidação do julgado. Apelação cível não
conhecida. Remessa necessária conhecida e parcialmente provida.”
(TJGO, Apelação / Reexame Necessário 0429623-74.2015.8.09.0072,
Rel. Maurício Porfírio Rosa, 2ª CC, DJe de 25/04/2017).

No mesmo sentido: TJGO Apelação/Reexame Necessário 0395783-


73.2015.8.09.0072, Rel. Carlos Alberto França, 2ª CC, DJe de 21/06/2017.

Por tal razão, deve ser reformada esta parte da sentença, excluindo-se os
honorários sucumbenciais. Somente após a liquidação do julgado deverá o Julgador
primevo fixar o quantum devido.

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Alfim, quanto ao pedido de “deferimento da tutela de urgência” veiculado
nas razões do 1º apelo, ressalto que caberia à autora/apelante trazer os argumentos
que amparam o seu pedido. Ora, deve a parte esclarecer a presença dos requisitos
autorizadores da concessão da medida, justificando especialmente em que consiste o
suposto periculum in mora.

Neste caso, tendo em vista que o referido pedido sequer foi enunciado, deixo
de examiná-lo.

No que diz respeito ao 2º apelo, interposto pelo MUNICÍPIO DE JUSSARA


, conquanto alegue o Município apelante a impossibilidade jurídica do pedido,
apontando que a autora/1ª apelante não preenche os requisitos autorizadores para
concessão da gratificação, verifica-se, por meio da documentação acostada nos autos
(evento n. 01), que tal argumento não merece prosperar, na medida em que restou
demonstrado que a autora é servidora municipal efetiva desde 1987, fazendo jus,
portanto, à concessão do benefício, conforme disposto no §4° do artigo 136 da Lei
Municipal 136/96.

Ademais, certo é que não há necessidade de se suspender o exame deste


recurso até que a decisão proferida na ADI n. 97584.56 transite em julgado. Pois, a
meu ver, não há falar em questão prejudicial.

Ora, após o julgamento dos aclaratórios opostos na referida ADI, o ente


público interpôs recurso especial, o qual nem mesmo foi admitido (decisão proferida
em 26/02/19).

Nos termos da decisão proferida pelo Presidente desta Corte, Des. Walter
Carlos Lemes “A questão jurídica em exame remete à análise de direito local (Lei Municipal nº
129/96), evidenciando-se incabível a via recursal especial para exame da matéria em debate,
ante a incidência, por analogia, da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal1.”

Sobre o assunto, o artigo 26 da Lei n. 9.868/99 dispõe o seguinte:

“Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a


inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em
ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de
embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação
rescisória.”

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
Assim, tendo em vista, de um lado, que o mérito daquela ação de
inconstitucionalidade já foi examinado e, doutro lado, que a decisão é irrecorrível,
revela-se desnecessário suspender o trâmite desta ação, afinal, certamente aquela
decisão de mérito será mantida.

Ao teor do exposto, dou parcial provimento ao apelo interposto pela autora


para, redistribuindo os ônus sucumbenciais, condenar apenas o réu ao seu
pagamento. Noutro giro, dou parcial provimento à remessa necessária, para excluir
os honorários sucumbenciais, devendo o Julgador primevo arbitrá-los somente após a
liquidação do julgado. Por fim, nego provimento ao apelo interposto pelo MUNICÍPIO
DE JUSSARA.

É o voto.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator

ND

1 Súmula 280 do STF: Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os integrantes da 2ª


Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, POR
UNANIMIDADE DE VOTOS, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO 1º APELO E À
REMESSA NECESSÁRIA E NEGAR PROVIMENTO AO 2º APELO, nos termos do
voto do RELATOR.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
VOTARAM com o RELATOR, os Desembargadores CARLOS ALBERTO
FRANÇA e AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, que presidiu a sessão.

PARTICIPOU da sessão o Procurador de Justiça, Dr. JOSÉ CARLOS


MENDONÇA.

Custas de lei.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO N. 5491340.19.2018.8.09.0097


COMARCA DE JUSSARA (Vara das Fazendas Públicas)
AUTORA: MARIA GORETE BELA DO CARMO
RÉU: MUNICÍPIO DE JUSSARA
APELAÇÃO CÍVEL
1ª APELANTE: MARIA GORETE BELA DO CARMO
2º APELANTE: MUNICÍPIO DE JUSSARA
1º APELADO: MUNICÍPIO DE JUSSARA
2ª APELADA: MARIA GORETE BELA DO CARMO
RELATOR: DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

EMENTA: DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E APELAÇÃO


CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE DECRETO
C/C RESSARCIMENTO DE VANTAGEM E COBRANÇA.
GRATIFICAÇÃO PREVISTA NO ART. 136, §4º, DA LEI
MUNICIPAL N. 129/1996. SUSPENSÃO DA VANTAGEM POR
MEIO DE DECRETO MUNICIPAL (N. 176/14).
INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA, COM
MODULAÇÃO DOS EFEITOS PARA O FUTURO. DIREITO
RECONHECIDO. REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS
SUCUMBENCIAIS. HONORÁRIOS DEVIDOS PELA
FAZENDA PÚBLICA. FIXAÇÃO APÓS A LIQUIDAÇÃO.
AUSÊNCIA DE QUESTÃO PREJUDICIAL.
DESNECESSIDADE DE SUSPENSÃO. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. 1. A Corte Especial deste
Tribunal de Justiça, quando do julgamento da ADI n. 97584-
56.2014.8.09.0000, declarou, à unanimidade, a
inconstitucionalidade do art. 136, §4º, da Lei n. 129/96, do

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5491340.19.2018.8.09.0097
Município de Jussara, que prevê o pagamento de gratificação
aos que completarem 25 (vinte e cinco) anos de efetivo serviço
público municipal. Em sede de embargos de declaração,
porém, os efeitos dessa declaração de inconstitucionalidade
foram modulados para o futuro (ex nunc), restando
resguardados, então, os direitos dos servidores que, até a data
da publicação da ata do respectivo julgamento (em 10/11/16),
já houvessem reunido os requisitos necessários para obter o
correspondente benefício – caso da apelante. 2. In casu,
cumpre reconhecer que a autora deve receber a referida
vantagem desde quando completou o lapso temporal (25 anos
de efetivo serviço público), fazendo jus, inclusive, aos valores
que não lhe foram pagos por força do Decreto Municipal n.
176/2014, pois este, no que se refere à referida servidora, não
surte efeitos. 3. Tendo em vista que apenas o ente público réu
foi sucumbente, deverá arcar com a totalidade dos ônus
processuais. No entanto, quanto aos honorários advocatícios,
em se tratando de condenação ilíquida contra a Fazenda
Pública, serão eles arbitrados somente após a liquidação da
sentença, momento em que se deverá levar em conta o
trabalho adicional realizado em grau recursal. 4. Considerando
que a decisão proferida em sede de Ação Direta de
Inconstitucionalidade é irrecorrível (admite-se apenas a
oposição de embargos), certamente a interposição de Recurso
Especial nos autos da ADI n. 97584-56.2014.8.09.0000 não
surtirá efeitos. Sendo assim, não há falar em questão
prejudicial apta a autorizar a suspensão do julgamento desta
apelação cível. 1ª Apelação e remessa necessária
parcialmente providas. 2ª Apelação desprovida.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 16:55:08

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5297575.60.2018.8.09.0137
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : MIRLENE DE JESUS DA CONCEIÇÃO
POLO PASSIVO : ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MIRLENE DE JESUS DA CONCEIÇÃO


ADVGS. PARTE : 52601 GO - DIANDRA GOMES DO NASCIMENTO
15251 GO - LÍDIA GUSMÃO MARTINS

PARTE INTIMADA : ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS


ADVGS. PARTE : 47610 GO - JESSICA ARANTES CAMPOS
47435 GO - TOMAZ DE OLIVEIRA LOBO FILHO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

APELAÇÃO CÍVEL N. 5297575.60.2018.8.09.0137


COMARCA DE RIO VERDE (2ª Vara Cível)
APELANTE : MIRLENE DE JESUS DA CONCEIÇÃO
APELADA : ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS
RELATOR : DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

VOTO

Preliminarmente, cogita a apelada tenha sido serôdia a manifestação recursal,


mas sem razão.

É que a sentença foi publicada no dia 8-2-2019 (Evento 26), com efetivação
da intimação nos dois dias seguintes (12-2-2019), de sorte que o prazo recursal teve
início em 13-2-2019, finando-se em 7-3-2019 (por conta do ponto facultativo decretado
neste Poder Judiciário nos dias 4 e 5-3-2019), justamente o dia da interposição do
recurso de apelação.

Ainda em proêmio, desenvolveu a apelada, em sede de contrarrazões,


impugnação à concessão da gratuidade da justiça à autora/apelante, mas também tal
intento não prospera.

É que os autos denotam ter sido a assistência judiciária gratuita concedida à


autora/apelante ab initio (Evento 4), não tendo sido revogada no curso da demanda
(Evento 25), motivo por que, inclusive, nas razões do apelo, a recursante não pediu a
concessão da gratuidade judiciária, apenas frisou ser beneficiária de tal beneplácito.

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NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
Logo, se não promoveu a ré/apelada, no momento oportuno (contestação –
cf. CPC, art. 100), a impugnação, não há de ser nas contrarrazões à apelação cível
que haverá de fazê-lo, porquanto preclusa encontra-se tal oportunidade (cf. TJGO, 2ª
Câmara Cível, AC n. 90198.49.2017.8.09.0006, Rel. Des. Carlos Alberto França, DJe
de 6-11-2019).

Finalmente, promove a recorrida impugnação à juntada de documentos na via


recursal. A respeito, contudo, nota-se que não houve, pela recorrente, juntada de
documentos novos, senão a apresentação, no corpo da petição recursal, de imagens
de documentos que, obviamente, se ausentes dos autos e não relativos a fatos
supervenientes, não poderão ser considerados, sob pena de violação do disposto nos
artigos 342 e 1.014 do Código de Processo Civil (cf. TJGO, 4ª Câmara Cível, AC n.
5306697.64.2018.8.09.0051, Rel. Des. Carlos Hipólito Escher, DJe de 4-2-2020).

Dito isso, porque presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do


recurso de apelação cível.

Consoante relatado, trata-se de ação por meio da qual a autora/apelante


buscou obter da ré/apelada o cumprimento de obrigação de fazer, consistente na
emissão do Diploma de Conclusão do Curso Superior em Enfermagem, além de
reparação civil por lucros cessantes (R$ 40.528,00) e danos morais (R$ 20.000,00),
em razão da falta de emissão atempada do aludido documento.

O pedido de obrigação de fazer não teve seu mérito julgado, porque


considerada a perda do objeto correspondente, em prejuízo do interesse processual
(CPC, art. 485, VI), não havendo no recurso de apelação qualquer altercação a esse
respeito.

A matéria devolvida à cognição, por meio do presente recurso, está restrita ao


intento indenizatório, que foi julgado integralmente improcedente, apesar de a
recursante sustentar que estão satisfatoriamente demonstrados os elementos
autorizadores da condenação indenizatória por lucros cessantes e por danos morais,
porque perdeu ela diversas oportunidades de trabalho pela falta do diploma em cotejo,
cuja entrega não foi realizada atempadamente por culpa exclusiva da ré/apelada.

Pois bem.

Preconiza o artigo 402 do Código Civil:

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NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
“Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as
perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.” (Código
Civil).

Quanto às perdas e danos alusivas ao que razoavelmente deixou de lucrar


(lucros cessantes) a autora/apelante por conta da falta de entrega, pela ré/apelada, do
referido diploma de graduação em ensino superior, a prova correspondente, indicativa,
em especial, do quantum debeatur, compete à interessada (CPC, art. 373, I), mas
desse munus não se desincumbiu a recursante.

Deveras, a análise da petição inicial revela que o pedido ali deduzido, de


lucros cessantes no valor de R$ 40.528,00, abrangeria a remuneração a que faria jus,
como enfermeira, “...do dia em que a Requerida estabeleceu a data limite para entregar o
diploma (20-01-2017)...” (Evento 1, anexo 1, p. 16) até a data de propositura da ação (27-
6-2018).

Conquanto naquela oportunidade tenha apresentado, no próprio corpo da


exordial, algumas imagens de oportunidades de emprego publicadas em sites na
internet, merece registro que em duas delas não lhe seria possível o aproveitamento,
por haver, como requisito, a exigência de pós-graduação (Evento 1, anexo 1, p. 13),
enquanto em outra há a informação de que a vaga ofertada exigia que o candidato
fosse do sexo masculino, pois iria o profissional atuar na ala masculina em
dependência química e alcoólica (Ibidem, p. 14).

A despeito disso, o mais importante é que não apresentou a interessada um


elemento concreto sequer que justificasse o intento reparatório em cotejo, muito
menos no valor cogitado (R$ 40.528,00), pois não comprovou que deixou de auferir
aquele específico montante de renda em razão da falta de carteira profissional, até
porque, com relação ao Edital de Chamamento Público n. 004/2015, de
credenciamento e posterior contratação de profissionais de diversas áreas, inclusive
de Enfermagem (Evento 1, anexo 17), sua publicação, pela Prefeitura Municipal de Rio
Verde, verificou-se em abril de 2016, para vigência do vínculo até o final daquele ano,
ou seja, muito antes do encerramento do prazo de validade da carteira profissional
provisória da autora/apelante (2-12-2017 – cf. Evento 1, anexo 12).

Nesse contexto, diante da falta de prova específica dando conta da extensão


do dano material suportado na modalidade lucros cessantes, a manutenção de seu
indeferimento é de rigor. Neste sentido:

“APELAÇÃO CÍVEL. (…) PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS. (…) LUCROS CESSANTES NÃO

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NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
COMPROVADOS. (…) 2. No que atine aos lucros cessantes, estes só
são passíveis de ressarcimento mediante a devida comprovação, o
que não se verifica na espécie. (…).“ (TJGO, 6ª Câmara Cível, AC n.
453901.08.2015.8.09.0051, Rel. Des. Jairo Ferreira Júnior, DJe de 19-
12-2019).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE


CIVIL POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. (…) LUCROS
CESSANTES AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO SUFICIENTE. (…) 3.
Os lucros cessantes somente são devidos quando a parte colaciona
provas concretas do que deixou de ganhar. Inexistindo esses
elementos, sua negativa é a medida que se impõe. Precedentes.(…).“
(TJGO, 4ª Câmara Cível, AC n. 197885.39.2013.8.09.0002, Rel. Juiz
Maurício Porfírio Rosa, DJe de 9-12-2019).

Acerca dos danos morais, por igual, melhor sorte não espera pela recorrente.

É que a esse respeito, sinteticamente, considerou a Magistrada sentenciante


que não houve abalo moral indenizável pois (1) “...há possibilidade de requerimento de
inscrição definitiva perante o conselho, sem a necessidade de diploma de conclusão de curso,
propriamente dito...” (Evento 25), e porque (2) “...a demora na emissão do diploma – que
sequer ocorreu por culpa da instituição de ensino requerida, já que restou demonstrado que sua
emissão ocorreu em setembro/2017, antes mesmo do encerramento do prazo final da carteira
provisória da requerente, em dezembro/2017...” (Evento 25).

Com relação ao primeiro ponto (1), realmente é possível a inscrição no


Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren) sem diploma, apenas com o
certificado de conclusão de curso (que a autora/recorrente apresentou logo na inicial –
Evento 1, anexo 10), como informa o próprio órgão, em seu sítio oficial na internet:

“Inscrição Definitiva Principal sem Diploma – É aquela


concedida pelo Conselho Regional ao requerente, portador de diploma
ou certificado, ao qual confere habilitação legal para o exercício
profissional permanente das atividades de enfermagem na área de
jurisdição do Regional, e para o exercício eventual em qualquer parte
do Território Nacional.

O requerimento de inscrição somente será deferido se


formulado no prazo máximo de 1 (um) ano contado da colação de grau
ou da conclusão do curso. A carteira profissional de identidade
expedida nos termos desta seção, terá validade de 1 (um) ano contado
da data de sua emissão.

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NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
Fica estabelecido o prazo de 1 (um) ano, contado da data de emissão
da carteira profissional de enfermagem, para que o profissional
apresente ao Conselho Regional de Enfermagem, em que esteja
inscrito, o diploma ou certificado para registro. Neste caso, sendo
assegurada a isenção da taxa de expedição da nova carteira
profissional de identidade.(…).“ (Coren; disponível em: . Acesso em:
12-2-2020).

E quanto ao segundo ponto (2), nota-se que, realmente, a prova dos autos
mostra que em 18-9-2017 a ré/apelada expediu o diploma ora debatido (Evento 21,
anexo 2), vale dizer, antes do vencimento do prazo de validade da aludida carteira
profissional provisória.

Nada obstante o descumprimento do prazo informado pela própria IES


(Instituição de Ensino Superior) recorrida para entrega (20-1-2017 – Evento 1, anexo
13), e apesar de o registro correspondente no MEC, pela Universidade Federal de
Goiás, ter ocorrido apenas em 29-6-2018 (vale dizer, dois dias depois de proposta a
presente ação), o fato é que, como anotado alhures, esses fatos não constituíram
óbice intransponível ao exercício profissional pela autora/apelante, não lhe impingindo
sua ocorrência, portanto, o pretendido abalo moral indenizável, até porque, como
cediço, o mero descumprimento contratual não configura, de per si, tal modalidade de
dano.

A respeito:

“AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. ATRASO NA
ENTREGA. DANO MORAL. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL.
NÃO OCORRÊNCIA. PRECEDENTES. 1. Nos termos da
jurisprudência do STJ, o simples inadimplemento contratual, em regra,
não configura lesão indenizável, salvo quando descritas consequências
fáticas capazes de ensejar o dano moral. Precedentes. 2. Agravo
interno a que se nega provimento.“ (STJ, 4ª Turma, AgInt no AREsp n.
476290/RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, DJe de 19-12-2019).

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM


INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. (…) CURSO
SUPERIOR. (…) DANO MORAL E MATERIAL NÃO
CONFIGURADOS. (…) 3. Tendo em vista a inexistência do alegado
ato ilícito praticado pela ré, não há que se falar em sua condenação ao
pagamento da pleiteada indenização por danos materiais e morais.
(…).“ (TJGO, 5ª Câmara Cível, AC n. 5301457.65.2016.8.09.0051, Rel.
Juíza Camila Nina Erbetta Nascimento e Moura, DJe de 14-6-2019).

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NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONHECIMENTO. OBRIGAÇÃO DE
FAZER E INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. (…) ENSINO
SUPERIOR (…) ILEGALIDADE NÃO RECONHECIDA. DANO MORAL
NÃO CONFIGURADO. (…) 5. Diante da inexistência de ato ilícito
imputável à ré/apelada, não há falar em dano moral indenizável.
Apelação cível desprovida.“ (TJGO, 2ª Câmara Cível, AC n.
5288729.55.2017.8.09.0051, Rel. Des. Zacarias Neves Coêlho, DJe de
8-5-2019).

Portanto, dúvidas inexistem quanto à correção da sentença zurzida, por meio


da qual foram julgados improcedentes os intentos indenizatórios por danos materiais
(lucros cessantes) e morais.

Ao teor do exposto, nego provimento à apelação cível, mantendo, por seus


jurídicos termos, a sentença objurgada, elevando a condenação ao pagamento dos
honorários advocatícios sucumbenciais para 12% sobre o valor atualizado da causa,
nos termos do disposto no art. 85, § 11, do CPC, mantida, contudo, a inexigibilidade
correspondente, à conta da anterior concessão, à autora/apelante, da gratuidade da
justiça.

É como voto.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator

RS

ACÓRDÃO

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NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os integrantes da 2ª
Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
POR UNANIMIDADE DE VOTOS, EM CONHECER E NEGAR PROVIMENTO À
APELAÇÃO CÍVEL, nos termos do voto do RELATOR.

VOTARAM com o RELATOR, os Desembargadores CARLOS ALBERTO


FRANÇA e AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, que presidiu a sessão.

PRESENTE o ilustre Procurador de Justiça, Dr. JOSÉ CARLOS MENDONÇA.

Custas de lei.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

APELAÇÃO CÍVEL N. 5297575.60.2018.8.09.0137


COMARCA DE RIO VERDE (2ª Vara Cível)
APELANTE : MIRLENE DE JESUS DA CONCEIÇÃO
APELADA : ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE GOIÁS
RELATOR : DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONHECIMENTO.


OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZATÓRIA POR DANOS
MORAIS. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. IMPUGNAÇÃO EM
SEDE DE CONTRARRAZÕES. PRECLUSÃO. ESTUDANTE
CONCLUIU CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E
NÃO OBTEVE DIPLOMA NO PRAZO INFORMADO PELA IES.
IMPOSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO PROFISSIONAL NÃO
CONFIGURADA. LUCROS CESSANTES NÃO
DEMONSTRADOS. MERO DESCUMPRIMENTO
CONTRATUAL QUE NÃO ENSEJA ABALO MORAL
INDENIZÁVEL. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. 1.
Preclusa está a oportunidade para impugnar a gratuidade da
justiça se o benefício foi concedido ab initio no processo, não foi
questionado na fase de contestação, tampouco revogado na
sentença recorrida. Inteligência do artigo 100 do Código de
Processo Civil. Precedentes. 2. Os lucros cessantes somente
são devidos quando a parte interessada colaciona provas
concretas do que deixou de ganhar, sendo de rigor sua negativa
se inexistem esses elementos nos autos. 3. Conquanto
reprovável, se a demora da Instituição de Ensino Superior
recorrida em emitir o diploma de Graduação em Enfermagem
não impediu a autora/apelante de exercer regularmente a
profissão para a qual se habilitou, tampouco lhe impôs qualquer
outro ônus adicional, consistindo, portanto, em mero
descumprimento contratual, não há falar em indenização por
danos morais. Apelação cível desprovida.

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NR.PROCESSO: 5297575.60.2018.8.09.0137

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:25:59

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5036009.49.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : UNIMED SEGUROS SAÚDE S/A
POLO PASSIVO : VILMAR LUIZ DA SILVA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : UNIMED SEGUROS SAÚDE S/A


ADVG. PARTE : 22930 GO - YANA CAVALCANTE DE SOUZA

PARTE INTIMADA : VILMAR LUIZ DA SILVA


ADVG. PARTE : 274704 SP - PAOLO ALVES DA COSTA ROSSI

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5036009.49.2020.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante : Unimed Seguros Saúde S/A
Agravado : Vilmar Luiz da Silva
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Presentes os pressupostos processuais do recurso, dele conheço.


Conforme relatado, trata-se de agravo de instrumento interposto por Unimed
Seguros Saúde S/A, objetivando a reforma de decisão anexada ao evento n. 12 dos
autos de origem (protocolo nº 5215500.91.2019.8.09.0051), proferida pela Juíza de
Direito da 3ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, Drª. Nathália Bueno Arantes da
Costa, em sede de “ação declaratória de nulidade de reajuste por faixa etária c/c
restituição de valores”, ajuizada em seu desfavor por Vilmar Luiz da Silva.
A decisão impugnada restou assim redigida, em sua parte final:

“O art. 300, CPC, prevê o cabimento da tutela de urgência quando se


fizer presente “evidência de probabilidade do direito”, e a isso soma-se o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A probabilidade do direito está no fato de a requerida não ter cumprido o
dever de informação, por não ter justificado os reajustes da maneira em
que deveria. Já o perigo de dano é consequência ao descumprimento do
dever anexo de informação, já que o autor está pagando por algo que
não se sabe ser devido.

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
Isto posto, defiro o pedido liminar para que a requerida cobre, até
decisão final, o valor de R$ 697,68 do autor, conforme último índice
de reajuste de 2018.
Nos termos do art. 334, CPC, designe-se audiência de conciliação a
realizar-se no setor de conciliação e mediação.
Incide em multa a parte que injustificadamente deixar de comparecer.
É necessário acompanhamento por advogado ou defensor público (art.
334, § 9º, CPC).
Considera-se ausente quem se fizer representado (art. 334, § 10, CPC)
por pessoa sem real poder de negociação.
Intimação da parte autora na forma do art. 334, § 3º, CPC.
CITE-SE e INTIME-SE a parte ré, que tem o prazo de 15 dias úteis para
responder, contados da audiência de conciliação.
Data e hora da audiência marcada pela secretaria do Juízo”.

Opostos embargos de declaração (evento n. 14 dos autos de origem), estes


foram acolhidos (evento n. 16) apenas para cancelar a realização da audiência de
conciliação e fixar multa diária de R$ 1.000,00 em caso de descumprimento da
liminar, limitando-se ao valor de R$ 30.000,00.
Nas razões do recurso (evento n. 01), a recorrente defende, inicialmente, a
presença dos pressupostos de admissibilidade recursais e apresenta resumo dos fatos
processuais.
Narra que o agravado e seus dependentes são beneficiários de plano de
saúde ofertado pela agravante, através do Banco Santander, de onde se desligou o
agravado quando de sua aposentadoria (março/2014), optando, à época, pela
continuidade do contrato do Plano de Saúde.
Em relação à discussão dos autos, consubstanciada nos sucessivos reajustes
do plano de saúde, afirma que sua conduta se baseia na observância aos ditames
legais – delineados nos artigos 30 e 31 da Lei nº 9656/98 – como também nas
cláusulas contratuais firmadas junto ao estipulante, Banco Santander, de total
conhecimento do agravado.
Argumenta que, conforme “disciplina a Resolução Normativa DC/ANS nº 279
de 24.11.2011, que regulamentou o direito de manutenção da condição de beneficiário
dos ex-empregados demitidos sem justa causa e aposentados que contribuíram para
os produtos de que tratam o art. 30 e 31 da Lei nº 9.656/98 , trouxe ao ordenamento
que o ex-empregado aposentado que tenha contribuído pelo prazo mínimo de 10 (dez)
anos, teria o direito de se manter como beneficiário, nas mesmas condições de
cobertura assistencial que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde
que assuma o seu pagamento integral das mensalidades”.
Defende que o Banco Santander promoveu alteração da apólice firmada com

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
a agravante e estipulou que, dentro de 05 (cinco) anos, a contar de 2018, todos os ex-
empregados e aposentados, caso quisessem permanecer com o plano de saúde,
teriam de custear 100% das respectivas mensalidades, fato que entende justificar o
aumento gradativo das faturas mensais.
No tocante à multa diária fixada no valor de R$ 1.000,00 em caso de
descumprimento da liminar, limitando-se ao valor de R$ 30.000,00, aponta ser este
valor excessivo e desproporcional, requerendo sua exclusão ou redução.
Informa ainda que já cumpriu a decisão liminar, na forma definida pela
magistrada em primeiro grau.
Ao final, requer a atribuição de efeito suspensivo ao recurso e, ao final, o
conhecimento e provimento deste, para revogar a decisão agravada, eximindo a
agravante de qualquer penalidade imposta na decisão agravada.
Pois bem.
Impende ressaltar que, neste momento recursal, sendo o agravo um recurso
secundum eventum litis, deve o Tribunal limitar-se ao exame do acerto ou desacerto
do decisum singular atacado e, in casu, pertinente analisar tão somente o aspecto da
sua legalidade, vez que ultrapassar seus limites, ou seja, perquirir sobre
argumentações meritórias, seria antecipar ao julgamento da demanda, o que
importaria na vedada supressão de instância.
Nesse sentido, esta eg. Corte decidiu:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL


POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA COM PEDIDO DE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. RECURSO SECUNDUM EVENTUM
LITIS. LIMINAR INDEFERIDA. INDISPONIBILIDADE DE BENS.
AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. I- Em sede de agravo de
instrumento, por se referir a recurso secundum eventum litis, mostra-se
pertinente ao órgão ad quem averiguar, tão somente, a legalidade da
decisão agravada, sob pena de suprimir-se, inexoravelmente, um grau
de jurisdição. II- (...) III- Não configurado o requisito da plausibilidade do
direito invocado (fumus boni juris), e tendo em vista a excepcionalidade
da medida, impõe-se a manutenção da decisão agravada. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJGO, AGRAVO DE
INSTRUMENTO 25988054.2016.8.09.0000, Rel. DES. FAUSTO
MOREIRA DINIZ, 6ª CÂMARA CÍVEL, julgado em 09/05/2017, DJe 2269
de 17/05/2017.)

A priori, ressalto que a tutela de urgência é examinada sob um juízo de


cognição sumária, cabendo ao Julgador, fundamentado nas provas que instruem a
inicial, emitir um juízo provisório acerca dos requisitos legais necessários ao
deferimento da medida.
Acerca do tema os artigos 294, 300 e seguintes do CPC ressaltam que a
tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência, sendo que aquela,

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
seja cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental,
desde que se façam presentes a probabilidade do direito e o perigo do dano ou risco
ao resultado útil do processo, vedada sua concessão diante da inversibilidade da
decisão.
Cândido Rangel Dinamarco, em sua obra “A Reforma do Código de Processo
Civil”, conceitua a probabilidade nos seguintes termos:

Probabilidade é a situação decorrente da preponderância dos motivos


convergentes à aceitação de determinada proposição, sobre os motivos
divergentes. As afirmativas pesando mais sobre o espírito da pessoa, o
fato é provável; pesando mais as negativas, ele é improvável
(Malatesta). A probabilidade, assim conceituada, é menos que a certeza,
porque lá os motivos divergentes não ficam afastados, mas somente
suplantados; e é mais que a credibilidade, ou verossimilhança, pela qual
na mente do observador os motivos convergentes e os divergentes
comparecem em situação de equivalência e, se o espírito não se anima
a afirmar, também não ousa a negar. O grau dessa probabilidade será
apreciado pelo juiz, prudente a atento à gravidade da media a
conceder.? (in a Reforma do Código de Processo Civil, 3ª ed., São
Paulo: Malheiros, 1996, p. 145.)

Assim, a probabilidade do direito é aquela que traz ao conhecimento do


dirigente processual material suficiente sobre o bem da vida posto em litígio, da
situação fática submetida ao Juízo, incumbindo ao Julgador a busca do necessário
equilíbrio entre os interesses dos litigantes, de modo que não conceda o provimento
antecipatório quando houver a possibilidade de resultar prejuízo às partes
demandadas.
O cerne da insurgência diz respeito à decisão que deferiu o pedido de
antecipação de tutela postulado pelo autor, ora agravado, para determinar que a
requerida/agravante exija, até decisão final, o valor de R$ 697,68 do autor, a título de
mensalidade do plano de saúde, conforme último índice de reajuste de 2018.
In casu, o requerente/agravado narra que é beneficiário do plano de saúde
oferecido pela requerida/agravante (Código do titular nº 9947840020192006), em
companhia de seus dependentes, desde que era funcionário do Banco Santander, e
que, após ser demitido sem justa causa, aposentou-se.
Consta ainda que, com a rescisão de seu contrato de trabalho (evento n. 1,
doc. 5 dos autos de origem), optou pela continuidade do plano de assistência médica
de funcionário para o grupo de demitidos e aposentados (evento n. 1, doc. 6 dos autos
de origem), na forma do art. 31 da Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98).
Neste contexto, conforme entendimento do colendo STJ, a elevação da
mensalidade do plano de saúde por implemento de idade não é, por si só, abusivo,
devendo ser analisados vários elementos a fim de verificar a licitude ou não do
reajuste aplicado.
Deliberando sobre o tema aqui discutido, em sede de recurso repetitivo (Resp

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
nº 1568244/RJ), o Colendo Superior Tribunal de Justiça adotou o seguinte
entendimento, no tema 952 da tese firmada, in verbis:
“O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar
fundado na mudança de faixa etária do beneficiário é válido desde que
(i) haja previsão contratual, (ii) sejam observadas as normas expedidas
pelos órgãos governamentais reguladores e (iii) não sejam aplicados
percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concretamente e sem
base atuarial idônea, onerem excessivamente o consumidor ou
discriminem o idoso.”

Sobre o assunto:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE


CLÁUSULAS CONTRATUAIS C/C REVISIONAL, CONSIGNATÓRIA,
REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
PLANO DE SAÚDE. PRESCRIÇÃO. REAJUSTE EM DECORRÊNCIA
DA FAIXA ETÁRIA. INEXISTÊNCIA DE REAJUSTE ABUSIVO. I - O
STJ, no julgamento do REsp n° 1.360.969/RS, consolidou entendimento
de que incide o prazo trienal previsto no art. 206, § 3°, IV, do Código
Civil, para a pretensão condenatória decorrente da declaração de
nulidade de cláusula de reajuste prevista em contrato de plano de
saúde; todavia, cuidando-se a espécie de parcelas de trato sucessivo, a
prescrição não alcança o próprio fundo de direito, mas apenas as
parcelas atingidas pela implementação do prazo prescricional.
Prescrição afastada. II - De uma análise perfunctória da decisão
vergastada verifica-se, no caso em tela, inexistir o perigo de dano
alegado, requisito indispensável para a concessão da medida de
urgência requerida. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJGO,
Agravo de Instrumento ( CPC ) 5258445-57.2016.8.09.0000, Rel.
MARCUS DA COSTA FERREIRA, 3ª Câmara Cível, julgado em
27/03/2017, DJe de 27/03/2017).

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO


REVISIONAL DE CONTRATO. PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE DE
MENSALIDADES EM RAZÃO DO AUMENTO DA FAIXA ETÁRIA.
ANÁLISE DAS CONDIÇÕES PARA VALIDADE DO REAJUSTE.
DECISÃO LIMINAR MANTIDA. AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS. ART.
557, CAPUT, CPC. 1. Embora a legislação albergue o reajuste de
planos de saúde por faixa etária, a jurisprudência do STJ consignou
como requisitos para a validade do aumento: a) previsão no instrumento
negocial; b) respeito aos limites e demais requisitos estabelecidos na Lei
Federal nº 9.656/98; e c) observância do princípio da boa-fé objetiva que
veda índices de reajustes desarrazoados ou aleatórios, que onerem em
demasia o segurado. 2. O aumento da mensalidade num percentual de
110,00% em razão da mudança da faixa etária, numa primeira análise,
não encontra correspondência com o princípio da boa-fé, sendo,

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
portanto, legítima a decisão que o proíbe. 3. Ausentes nos autos fatos
novos que possibilitem a modificação do entendimento anteriormente
firmado, a rejeição do agravo regimental é medida que se impõe.
RECURSO CONHECIDO, MAS DESPROVIDO. (TJGO, AGRAVO DE
INSTRUMENTO 23212-05.2015.8.09.0000, Rel. DR(A). MARCUS DA
COSTA FERREIRA, 6A CÂMARA CÍVEL, julgado em 26/05/2015, DJe
1803 de 12/06/2015).

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


REAJUSTE. FAIXA ETÁRIA. ABUSIVIDADE. VERIFICAÇÃO DE
REQUISITOS. ADEQUAÇÃO. SÚMULAS N. 5, 7 E 83/STJ. NÃO
PROVIMENTO. 1. "O reajuste de mensalidade de plano de saúde
individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do beneficiário
é válido desde que (i) haja previsão contratual, (ii) sejam observadas as
normas expedidas pelos órgãos governamentais reguladores e (iii) não
sejam aplicados percentuais desarrazoados ou aleatórios que,
concretamente e sem base atuarial idônea, onerem excessivamente o
consumidor ou discriminem o idoso". Tese firmada pela Segunda Seção
no REsp. 1.568.244-RJ, Relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado pelo rito do art. 543-C do CPC/73. 2. No mesmo precedente foi
decidido que "se for reconhecida a abusividade do aumento praticado
pela operadora de plano de saúde em virtude da alteração de faixa
etária do usuário, para não haver desequilíbrio contratual, faz-se
necessária, nos termos do art. 51, § 2º, do CDC, a apuração do
percentual adequado e razoável de majoração da mensalidade em
virtude da inserção do consumidor na nova faixa de risco, o que deverá
ser feito por meio de cálculos atuariais na fase de cumprimento de
sentença." 3. Incidência dos enunciados n. 5, 7 e 83 da Súmula desta
Corte. 4. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp
1658527/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA
TURMA, julgado em 07/12/2017, DJe 14/12/2017.)

No mesmo sentido, o reajuste aplicado às mensalidades dos planos de saúde


também encontra previsão no artigo 15 da Lei nº 9.656/98, o qual determina que a
variação das contraprestações pecuniárias estabelecidas nos contratos, em razão da
idade do consumidor, deve estar prevista no contrato inicial e obedecer as normas
expedidas pela Agência Nacional de Saúde – ANS.
Por meio da edição da Resolução Normativa n° 63/2003, a ANS definiu os
limites a serem observados para adoção de variação de preço por faixa etária nos
planos privados de assistência à saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 2004.
In casu, no contrato celebrado (evento n. 1, doc. 6 dos autos de origem),
consta previsão contratual de reajuste de mensalidade do plano de saúde objeto de
litígio nos termos da Lei n. 9.656/98 e que tal reajuste será devidamente comunicado
ao usuário.
Com efeito, a priori, entendo que o referido reajuste, em valor tão expressivo
(o agravado informa e comprova a aplicação do percentual de 212% em 05 anos

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
– evento n. 1 dos autos de origem), não se mostra razoável, rompendo com o
equilíbrio contratual, princípio elementar das relações de consumo, a teor do que
estabelece o artigo 4º, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor, inviabilizando a
continuidade dos contratos a segurados nessa faixa etária.
O artigo 3º, da Resolução Normativa 63/2003, dispõe que:

“Art. 3º. Os percentuais de variação em cada mudança de faixa etária


deverão ser fixados pela operadora, observadas as seguintes
condições”: I - o valor fixado para a última faixa etária não poderá ser
superior a seis vezes o valor da primeira faixa etária; II - a variação
acumulada entre a sétima e a décima faixas não poderá ser superior à
variação acumulada entre a primeira e a sétima faixas. III – as variações
por mudança de faixa etária não podem apresentar percentuais
negativos.” (Incluído pela RN nº 254, de 06/05/2011).

Assim, resta demonstrado eventual perigo de dano ou risco ao resultado útil


ao processo, isto porque o valor do reajuste, quando em patamar superior a seis vezes
o valor da primeira faixa etária, supera a necessidade de manutenção do equilíbrio
contratual e, por consequência, traz prejuízos ao beneficiário, que pode ficar sem
plano de saúde.
Do mesmo modo, a probabilidade do direito reside na aplicação de reajuste
por mudança de faixa etária, sobretudo porque traz à baila a adoção de providência,
pela operadora de plano de saúde/agravante, para acrescer vultoso reajuste ao plano
de saúde dos usuários que se aproximam dos 60 (sessenta) anos de idade – o
agravado nasceu em 18.08.1962 – 57 anos – evento n. 1 dos autos de origem.
É dizer, embora não seja aplicável ao caso em tela, o art. 15, § 3º, da Lei nº
10.741/2003 (Estatuto do Idoso), que proíbe “a discriminação do idoso nos planos de
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade”, o reajuste em
discussão parece, em princípio, mesmo abusivo, pois reajustar a prestação do seguro-
saúde em porcentual tão elevado (média de 212% em 05 anos), em um juízo de
cognição sumária, aparenta uma tentativa da operadora do plano de saúde/recorrida
de esquivar-se ao cumprimento do Estatuto do Idoso.
Consigne-se que, caso a demanda seja julgada improcedente, poderá a
agravante promover a cobrança dos valores devidos pelo agravado, situação que
revela a inexistência de perigo de irreversibilidade dos efeitos da tutela antecipada.
Em casos similares, eis o entendimento dos tribunais pátrios sobre o assunto,
em especial da Súmula 20 do TJRS, in verbis:

SÚMULA Nº 20 - REAJUSTE DAS CONTRAPRESTAÇÕES DOS


PLANOS DE SAÚDE EM RAZÃO DA ALTERAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA
Contratos celebrados anteriormente ao CDC – nos contratos de planos
de saúde celebrados anteriormente à vigência do Código de Defesa do

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
Consumidor, contendo cláusulas precisas e claras prevendo o reajuste
por faixas etárias, impossível revisar o reajuste pactuado com base
neste Código.
Contratos firmados entre a vigência do CDC e da Lei dos Planos de
Saúde – nos contratos com as mesmas características, celebrados
posteriormente à vigência do CDC, mas antes do advento da Lei n.
9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde), é possível limitar o reajuste a
30% nas faixas etárias.
Contratos pactuados entre a Lei dos Planos de Saúde e o Estatuto do
Idoso – nos contratos assinados entre 2 de janeiro de 1999 (vigência da
Lei 9.656) e 1º de janeiro de 2004 (data do início da vigência do Estatuto
do Idoso), é possível limitar o reajuste a 30% nas faixas etárias de
sessenta e setenta anos de idade; nenhum reajuste será aplicável, no
entanto, quando o consumidor completar sessenta anos ou mais a
contar de 02/01/99 e estiver vinculado ao plano há mais de dez anos.
Contratos celebrados posteriormente ao Estatuto do Idoso – nos
contratos assinados ou adaptados depois de 1º de janeiro de 2004, não
será admissível nenhum reajuste posterior ao implemento de sessenta
anos de idade, a não ser a atualização geral autorizada pela ANS
incidente sobre todos os contratos, e os reajustes decorrentes de
alteração de faixas etárias anteriores ao implemente dessa idade
poderão ser revisados com base na RN 63 da ANS e com base nas
disposições do CDC.
Repetição do Indébito – em se tratando de erro escusável, há de se
estabelecer a devolução simples do cobrado indevidamente pelos
planos de saúde em razão da inobservância dos critérios enunciados.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - Plano de saúde - Ação de obrigação de


fazer - Reajustes vinculados às mudanças de faixa etária - Livre
negociação que não é absoluta - Contrato que se sujeita às disposições
do Código de Defesa do Consumidor e a Lei nº. 9.656/98 - Aumento que
impõe onerosidade excessiva ao agravado, configurando dano de difícil
reparação - Limitação a 30% (trinta por cento) - Decisão mantida -
Agravo desprovido” (TJSP; Agravo de Instrumento 2105371-
89.2018.8.26.0000; Relator (a):Percival Nogueira; Órgão Julgador: 6ª
Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível -42ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 12/06/2018; Data de Registro: 12/06/2018).

AGRAVO DE INSTRUMENTO – PLANO DE SAÚDE COLETIVO –


TUTELA DE URGÊNCIA – Aparente abusividade no aumento etário
aplicado, o qual quase dobrou o valor da mensalidade – Limitação ao
percentual de 30% – ASTREINTES – Redução ao patamar de R$
1.000,00 (um mil reais) por boleto equivocadamente expedido –
Ausência de prejuízo aos beneficiários, pois o valor não faz coisa
julgada material, podendo ser novamente alterado, se se demonstrar

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
insuficiente ao cumprimento da determinação – Agravo parcialmente
provido, em maior extensão” (TJSP; Agravo de Instrumento 2014705-
42.2018.8.26.0000; Relator (a):Fábio Podestá; Órgão Julgador: 5ª
Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível -44ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 22/03/2018; Data de Registro: 22/03/2018).

OBRIGAÇÃO DE FAZER - Plano de saúde coletivo - Indeferimento da


tutela provisória de urgência - Inconformismo - Acolhimento - Alteração
da mensalidade aos 59 anos de idade - Reajuste de 88,98% por
mudança de faixa etária que parece abusivo e coloca o consumidor em
desvantagem exagerada - Decisão reformada - Recurso provido”
(TJSP; Agravo de Instrumento 2098075-16.2018.8.26.0000; Relator
(a):J.L. Mônaco da Silva; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado;
Foro de São José dos Campos -3ª Vara Cível; Data do Julgamento:
28/06/2018; Data de Registro: 28/06/2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Tutela antecipada. Deferimento da tutela


de urgência para abstenção de cobrança dos reajustes etários, sob pena
de multa. Reajustes etários em 70%. Aumento brusco na última faixa
etária. Recurso Repetitivo nº 1.568.244/RJ do E. STJ. Abusividade
configurada, ao menos em cognição sumária. Multa diária. Alegação de
valor excessivo. Valor da multa que deve ser expressivo para manter a
sua força coercitiva, ademais o prazo de cumprimento da medida e
como consequência, a multa cominatória não faz coisa julgada material,
podendo ser revista a qualquer momento caso se revele insuficiente ou
excessiva. Decisão mantida. RECURSO NÃO PROVIDO” (TJSP; Agravo
de Instrumento 2231224-45.2017.8.26.0000; Relator (a):Ana Maria
Baldy; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado; Foro de São
Bernardo do Campo - 9ª Vara Cível; Data do Julgamento: 16/01/2018;
Data de Registro: 16/01/2018)

Por oportuno, colaciono julgado colhido junto ao Supremo Tribunal Federal:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO DO


CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE POR MUDANÇA DA
FAIXA ETÁRIA: IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL, DE PROVAS E DE CLÁUSULAS
CONTRATUAIS: SÚMULAS NS. 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Relatório 1.
Agravo nos autos principais contra inadmissão de recurso extraordinário
interposto com base no art. 102, inc. III, al. a, da Constituição da
República contra o seguinte julgado da Turma Recursal dos Juizados
Especiais da Bahia: RECURSO INOMINADO. DEFESA DO
CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE ANTERIOR À LEI 9656/98.
REAJUSTE DE MENSALIDADE COM BASE NA ALTERAÇÃO DA

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
FAIXA ETÁRIA- 59 ANOS. AUMENTO ABUSIVO DO PERCENTUAL
DAS PRESTAÇÕES DA TITULAR E DEPENDENTE PASSANDO DE R$
171,12 (-) PARA R$ 319,06 (-) E DE R$ 107,78 (-) PARA R$ 206,35 (-)
EM DEZEMBRO DE 2008. PRETENSÃO RECURSAL CONSISTE NA
REFORMA TOTAL DA DECISÃO. I-SENTENÇA QUE JULGOU
PARCIALMENTE PROCEDENTE A AÇÃO PARA DECLARAR
ABUSIVO O AUMENTO DA MENSALIDADE DO PLANO DE SAÚDE
DO (A) DEMANDANTE EM DECORRÊNCIA DA MUDANÇA DE FAIXA
ETÁRIA 59 ANOS OU MAIS E FIXAR O REAJUSTE EM 15%,
MANTENDO-SE OS ÍNDICES DE CORREÇÃO ANUAL REVISTO PELA
ANS, E A DEVOLUÇÃO DE FORMA SIMPLES DOS VALORES PAGOS
A MAIOR PELO CONSUMIDOR. II - REAJUSTE DE QUASE 100%.
VIOLAÇÃO A RESOLUÇÃO Nº 63 DA ANS. CONDUTA QUE
DESEQUILIBRA A RELAÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR.
PERCENTUAL QUE ONERA EXCESSIVAMENTE A PRESTAÇÃO DO
USUÁRIO, CAUSANDO DESEQUILÍBRIO E ONEROSIDADE
EXCESSIVA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 20 DO TJ/RS PARA LIMITAR
O REAJUSTE A TAXA DE 30%. III - RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO APENAS PARA DETERMINAR QUE O
ÍNDICE DE REAJUSTE APLICADO À MENSALIDADE DA
RECORRENTE SEJA O PERCENTUAL DE 30% (fls. 1-2, doc. 10). 2.
No recurso extraordinário, a Agravante afirma ter a Turma Recursal
contrariado o art. 5º, incs. XVIII e XXXVI, da Constituição da República.
Sustenta que não há como tratar os usuários das operadoras de saúde
sob a modalidade de autogestão sob as mesmas regras protetivas dos
consumidores em geral, tendo em vista que, na verdade, os usuários
(dos planos de autogestão) são associados e, consequentemente,
detém poder na fixação dos reajustes e dos seus percentuais (fl. 5, doc.
12). Assevera que o acórdão impugnado, ao julgar em favor do
Recorrido, prejudicou toda a coletividade de usuários que corretamente
contribui para o FACHESF-SAÚDE e trouxe a insegurança jurídica no
tocante aos contratos legítimos de direito, pois a vontade das partes foi
aqui violentada, com a intervenção do Estado. A condenável
insegurança jurídica contratual, aqui combatida, vem causando grave
desequilíbrio econômico-financeiro na Recorrente, que poderá entrar em
colapso num curto espaço de tempo (fl. 8, doc. 12). 3. O recurso
extraordinário foi inadmitido ao fundamento de incidência da Súmula n.
454 do Supremo Tribunal Federal (doc. 13). No agravo, assevera-se que
os principais fundamentos recursais são a agressão aos dois
dispositivos constitucionais acima destacados (fl. 5, doc. 14).
Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO. 4. Razão
jurídica não assiste à Agravante. 5. No Recurso Extraordinário n.
630.852, Relatora a Ministra Ellen Gracie, este Supremo Tribunal
reconheceu a repercussão geral da controvérsia sobre a possibilidade
de aplicação do Estatuto do Idoso a contrato de plano de saúde firmado
anteriormente a sua vigência (Tema n. 381, DJe 31.5.2011). Contudo,
não é caso de se devolverem estes autos à origem para observância da
sistemática da repercussão geral, pois há outros óbices processuais a
impedirem a apreciação do mérito do recurso extraordinário. Assim, por
exemplo: A repercussão geral pressupõe recurso admissível sob o crivo
dos demais requisitos constitucionais e processuais de admissibilidade
(art. 323 do RISTF). Consectariamente, se o recurso é inadmissível por

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
outro motivo, não há como se pretender seja reconhecida a repercussão
geral das questões constitucionais discutidas no caso (art. 102, III, § 3º,
da CF) (RE n. 694.347-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira
Turma, DJe 20.2.2013). Nos termos do art. 323 do RISTF, o exame da
repercussão geral da matéria constitucional versada no recurso
extraordinário somente é viável se não for o caso da negativa de seu
seguimento por outras razões. A existência de vícios processuais ou
formais que impedem a reforma do acórdão recorrido retiram a utilidade
do recurso extraordinário, requisito necessário ao interesse jurídico
recursal. A aplicação das Súmulas 279 e 284/STF ao caso prejudica o
exame da repercussão geral (RE n. 542.799-AgR, Relator o Ministro
Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 23.4.2012). 6. Na espécie a
Turma Recursal assentou: Trata de ação revisional de clausula relativa á
plano de saúde, celebrado anteriormente à Lei 9656/98, em razão do
aumento excessivo das prestações imposta pela recorrente, em razão
de faixa etária 59 Anos. Nessa senda, as condições, índices e a própria
unidade utilizada para se obter o valor dependem de cálculo que não se
mostra simples e muito menos acessível ao consumidor, não se
podendo admitir que a acionada tenha se desincumbido do dever de
informação, ou que ao contratar a parte autora tivesse conhecimento
inequívoco que, ao completar determinada idade sofreria uma reajuste
em percentual definido na sua mensalidade. Desta forma, a
previsibilidade contratual e legal invocada pela recorrente não lhe
autoriza um aumento sem o prévio conhecimento da parte consumidora
dos serviços, notadamente quando tal aumento incidirá diretamente no
equilíbrio contratual, cujo objetivo é a prestação de assistência a saúde,
com características nítidas de contrato de adesão. Como se verifica dos
autos, a relação jurídica havida entre as partes baseia-se em um
contrato de seguro saúde, através do qual o segurador assume a
obrigação de garantir a outra parte, segurado, contra prejuízos
resultantes de riscos futuros, previstos na avença, mas de
acontecimento incerto. É esse evento futuro e incerto que o contrato
garante que mostra a sua característica aleatória. Se o segurador
adquire o direito de se precaver, mediante aumento automático do
prêmio, contra a ocorrência do evento futuro e incerto, desaparece a
aleatoriedade do contrato. Ademais, trata-se de relação consumerista e
nesse contexto o caso deve ser examinado, conforme se deduz da
análise do caso. Por outro lado, como dito, em se tratando de relação de
consumo, é essencial que os reajustes praticados pelas seguradoras e
operadoras de planos de saúde não onerem o contrato de modo a
colocar o consumidor em condição de desvantagem excessiva,
comprometendo o equilíbrio da relação a ponto de, por exemplo, forçar a
sua desistência do contrato. Com efeito, constitui responsabilidade do
plano de saúde prestar a assistência completa à saúde de seu usuário e,
aos estabelecimentos credenciados e autorizados cumpre prestar o
serviço médico-hospitalar da forma contratada. A outro termo, muito
embora a previsão contratual de reajuste das mensalidades de plano de
saúde seja um expediente admitido pela legislação vigente, é
imprescindível fiscalizar a proporcionalidade das contraprestações
exigidas pelas seguradoras e demais operadoras de planos de saúde,
daí porque cumpre analisar a alegação de abusividade do aumento
estipulado no contrato do autor e, pela apreciação dos autos se afigura

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
uma excessiva onerosidade ao consumidor, caracterizando infringência
aos arts. 6º, V, e 51, IV, do CDC. Não se afigura desarrazoada a
cláusula contratual de plano de saúde que, de forma clara e destacada,
preveja o aumento da contribuição do aderente ao plano em razão de
ingresso em faixa etária em que os riscos de saúde são abstratamente
maiores, em razão da lógica atuarial que preside o sistema. Todavia,
revela-se abusiva e, portanto, nula, em face do Código de Defesa do
Consumidor, a cláusula de reajuste em percentual tão elevado que
configure uma verdadeira barreira à permanência do segurado naquele
plano. Em tal situação, considerando os enormes prejuízos que teria o
segurado se migrasse para outro plano ao atingir idade de risco,
justifica- se a redução do percentual de reajuste. Aqui, se devem aplicar
os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade a justificar a
redução do aumento. Nesse diapasão, é flagrante a posição de extrema
desvantagem merecendo revisão de cláusulas que importe em
onerosidade excessiva, especificamente a que trata da Mudança de
Faixa-Etária, levando ao afastamento do autor do plano de saúde,
acolho como abusivo o percentual usado pela acionada para o reajuste
de mudança de faixa etária, justificando-se a revisão de cláusula para
adequar a patamar razoável. Assim, tenho que esse paradigma deve ser
seguido, ou seja, admitindo a irrazoabilidade de aumento da contribuição
mensal do contratante, em razão de reajuste por mudança de faixa
etária, eis que estatisticamente são mais prováveis as intercorrências
médicas e hospitalares, destarte, parece despropositado que tal
aumento seja de 97,10% daí porque o percentual de 30% fixado nos
precedentes jurisprudenciais pátrios, em especial da Súmula 20 do TJ
RS ,parece muito mais razoável e proporcional ao efetivo aumento dos
riscos para a gestora do plano. Ante ao exposto, voto no sentido de
conhecer o recurso interposto, e no mérito DAR PROVIMENTO
PARCIAL ao mesmo, para reformar parcialmente a sentença, apenas no
sentido de determinar que o índice de reajuste aplicado à mensalidade
do recorrente seja o percentual de 30%, mantendo-se no mais a
sentença ora guerreada. Sem condenação em custas e honorários
advocatícios em razão do provimento parcial do recurso (doc. 10). O
exame da pretensão da Agravante exigiria a análise do conjunto
probatório constante dos autos, procedimento incabível de ser adotado
validamente em recurso extraordinário, como se tem na Súmula n. 279
do Supremo Tribunal Federal. A apreciação do pleito recursal exigiria,
ainda, a interpretação do Código de Defesa do Consumidor e das
cláusulas do contrato firmado pelas partes. A alegada contrariedade à
Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, a
inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem as
Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal: AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.
DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. REAJUSTE. FAIXA
ETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL E DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS: SÚMULAS NS. 279
E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA
CONSTITUCIONAL DIRETA. ACÓRDÃO SUFICIENTE E
ADEQUADAMENTE FUNDAMENTADO. INEXISTÊNCIA DE
CONTRARIEDADE AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA

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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
REPÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO (ARE n. 926.135-AgR, de minha relatoria, Segunda
Turma, DJe 1º.2.2016). DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE
SAÚDE. CONTRATO. MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA. REAJUSTE.
PROVA DA ABUSIVIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA 454/STF.
DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL
VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO
VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO
RECORRIDO PUBLICADO EM 22.01.2014. 1. A controvérsia, a teor do
já asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura
constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais
indicados nas razões recursais. Compreender de modo diverso exigiria a
análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte
de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa, insuscetível, como
tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida
a exigência do art. 102, III, a, da Lei Maior, nos termos da remansosa
jurisprudência desta Suprema Corte. 2. Divergir da conclusão do
acórdão recorrido exigiria o reexame da interpretação conferida a
cláusulas contratuais, procedimento vedado em sede extraordinária.
Aplicação da Súmula 454/STF: Simples interpretação de cláusulas
contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 3. As razões do agravo
regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que
lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência
de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. 4.
Agravo regimental conhecido e não provido. (ARE n. 906.817-AgR,
Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 8.10.2015). Nada
há, pois, a prover quanto às alegações da Agravante. 7. Pelo exposto,
nego provimento ao agravo (art. 932, inc. IV, al. a, do Código de
Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal
Federal). Publique-se. Brasília, 1º de abril de 2016. Ministra CÁRMEN
LÚCIA Relatora (STF - ARE: 957498 BA - BAHIA, Relator: Min.
CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 01/04/2016, Data de Publicação:
DJe-082 28/04/2016)

Por fim, em relação a multa diária fixada no valor de R$ 1.000,00 em caso de


descumprimento da liminar, limitando-se ao valor de R$ 30.000,00, tenho que esta
perdeu sua finalidade e por isso deixa de ser objeto de análise por este Tribunal, uma
vez que a medida já foi cumprida pela empresa agravante, conforme informação
prestada pela própria recorrente, quando do oferecimento das razões recursais.
Na confluência do exposto, conheço do agravo de instrumento e lhe nego
provimento, mantendo a decisão atacada por estes e por seus próprios fundamentos.
Comunique-se ao Juízo de 1º grau, para conhecimento do decidido por este
egrégio Tribunal de Justiça.
É como voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5036009.49.2020.8.09.0000
Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA
RELATOR
/C65

Agravo de Instrumento nº 5036009.49.2020.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante : Unimed Seguros Saúde S/A
Agravado : Vilmar Luiz da Silva
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Agravo de Instrumento nº


5036009.49.2020.8.09.0000, da Comarca de Goiânia, figurando como agravante
Unimed Seguros Saúde S/A e como agravado Vilmar Luiz da Silva.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do agravo de instrumento e negar-lhe provimento, nos termos do voto do
Relator, proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

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PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5036009.49.2020.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante : Unimed Seguros Saúde S/A
Agravado : Vilmar Luiz da Silva
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido em Parte e Não-Provido - Data da


Movimentação 18/02/2020 15:26:18

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5009052.23.2018.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : TRT
POLO PASSIVO : JNS
SEGREDO JUSTIÇA : SIM

PARTE INTIMADA : JNS


ADVGS. PARTE : 19794 GO - CARMINO FERREIRA DOS SANTOS
31506 GO - GISLEY ALVES DE FARIA

PARTE INTIMADA : TRT


ADVGS. PARTE : 43343 GO - VITOR MIGUEL DOS PASSOS AMORIM
45326 GO - ENEIAS RODRIGUES TEODORO
47484 GO - DANIELA MARIA DE OLIVEIRA

- PROCESSO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. OS ARQUIVOS DA INTIMAÇÃO NÃO FORAM PUBLICADOS.

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 15:35:48

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5724054.14.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ALLYSSON SILVA LIMA
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE ALEXANIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ALLYSSON SILVA LIMA


ADVG. PARTE : 30972 GO - CHARLESMAN DA COSTA SILVANO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5724054.14.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento em Mandado de Segurança nº 5724054.14.2019.8.09.0000


Comarca de Alexânia
Agravante: Alysson Silva Lima
Agravado: Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de
Alexânia e Município de Alexânia
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

EMENTA: Agravo de Instrumento. Mandado de Segurança.


Cumprimento da decisão recorrida. Perda do objeto.
Recurso prejudicado. Com o cumprimento da decisão
agravada, resta caracterizada a prejudicialidade do presente
agravo de instrumento, pela superveniente perda do objeto,
face ao desaparecimento do objeto da pretensão, nos termos
do artigo 195, parágrafo único, do Regimento Interno do
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Agravo de
instrumento prejudicado.

DECISÃOMONOCRÁTICA

Cuida-se de Agravo de Instrumento interposto por Alysson Silva Lima

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NR.PROCESSO: 5724054.14.2019.8.09.0000
contra decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara das Fazendas Públicas
Comarca de Alexânia, Dr. Fernando Augusto Chacha de Rezende, nos autos do
mandado de segurança impetrado em seu desfavor pelo Instituto de Previdência dos
Servidores Públicos do Município de Alexânia e Município de Alexânia.
A decisão atacada restou assim redigida em sua parte final (evento n. 77, dos
autos n. 5162409.36):

“Nesse contexto e, diante da tutela recursal concedida em sede de


apelação, INTIME-SE a parte impetrada para, no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, promover o devido atendimento da ordem judicial, em
seus estritos termos, devendo promover “o respectivo retorno dos
membros do Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, Comitê de
Investimento e Diretoria Executiva (Presidente e Diretor Financeiro) ao
Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de
Alexânia – ALEXÂNIAPREV”, na forma da decisão liminar outrora
concedida por este juízo, conforme decisão constante do evento 43,
proferida pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
Em caso de descumprimento deste comando, fixo multa diária no valor
de R$ 1.000,00 (mil reais), limitada a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Expeçam-se os respectivos documentos.
Autorizo a Escrivã/Escrevente a assinar a documentação necessária à
efetivação desta ordem.
CUMPRA-SE COM A URGÊNCIA QUE O CASO REQUER.”

Irresignado, agrava o impetrado, defendendo, de início, a presença dos


pressupostos de admissibilidade do recurso.
Informa ter cumprido a decisão judicial anteriormente prolatada, motivo pelo
qual não deve prosperar a imposição de multa da decisão recorrida.
Requer, alfim, “(…) seja conhecido e provido o presente AGRAVO DE
INSTRUMENTO com o escopo de que seja reformada a decisão agravada e,
consequentemente, CONSIDERE CUMPRIDA a ordem judicial com a entrega da
chave e gestão do Instituto do Alexânia Prev ao CONSELHO MUNICIPAL DE
PREVIDÊNCIA, ocorrido em 10/12/2019, devendo ser afastada a multa e modificada a
decisão, eis que é impossível cumprir a decisão junto ao Sr. SANDRO CIPRIANO
PEREIRA DO VALE, vez que esse não é mais servidor publico bem como o pedido
existente do Ministério Público para afastamento do mesmo.”
Preparo regular.
No evento n. 18, informa o agravante ter o recurso perdido o objeto, diante da
comprovação de cumprimento da ordem judicial de origem.
A parte agravada oferta contrarrazões (evento n. 20), oportunidade em que

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NR.PROCESSO: 5724054.14.2019.8.09.0000
pugna pelo desprovimento do recurso.

É o relatório. Passo a decidir monocraticamente.

Consoante dicção do artigo 932, inciso III, do Código de Processo Civil:

“Art. 932. Incumbe ao relator:


(…)
III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não
tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.

Desde já, consigno que o presente agravo de instrumento não deve ser
conhecido, posto que perdeu o seu objeto, restando, portanto, prejudicado.
In casu, pretendia o agravante a reforma da decisão recorrida, para impedir a
imposição de multa no caso de descumprimento de ato judicial anteriormente
prolatado.
Contudo, informa o próprio agravante que a referida decisão foi cumprida
atempadamente, ocorrendo a perda do objeto do recurso.
Resta caracteriza, portanto, a prejudicialidade do presente agravo de
instrumento, pela superveniente perda do objeto, face ao desaparecimento do objeto
da pretensão, nos termos do artigo 195, parágrafo único, do Regimento Interno do
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás:

“Art. 195 Julgar-se-á prejudicada a pretensão quando houver cessado sua causa
determinante ou já tiver sido plenamente alcançada em outra via, judicial ou não.

Parágrafo único. A pretensão será julgada sem objeto, se este houver


desaparecido ou perecido.”

Neste diapasão:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.


PRELIMINAR DE NULIDADE DO JULGADO, POR AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO REJEITADA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
AUSÊNCIA DE DESÍDIA DA PARTE EXEQUENTE. INOCORRÊNCIA. PEDIDO

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NR.PROCESSO: 5724054.14.2019.8.09.0000
DE SUSPENSÃO DE LEILÃO. RESULTADO NEGATIVO. OPOSIÇÃO DE
EMBARGOS À EXECUÇÃO QUE SUSPENDEU O CURSO DA EXECUÇÃO.
PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. SUSPENSÃO DE LEILÃO. PERDA
SUPERVENIENTE DO OBJETO RECURSAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO
JULGADO PREJUDICADO NESTA PARTE. 1 - Inexiste nulidade na decisão que
aborda suficientemente as questões indispensáveis ao deslinde da controvérsia,
demonstrando, ainda que de forma sucinta, os motivos do convencimento
adotado. 2 - A prescrição intercorrente pressupõe desídia do credor que, intimado
a diligenciar, se mantém inerte, o que não ocorreu na espécie. 3 - Verifica-se a
perda superveniente de parte do objeto do presente agravo de instrumento, haja
vista que o agravante pretendia, também, ver suspensa a realização de leilão e,
na data designada para tanto, a praça foi negativa, sendo, posteriormente,
proferida decisão nos autos dos embargos à execução, determinando a
suspensão desta. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO.”
(TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 174285-87.2016.8.09.0000, Rel. DES.
NELMA BRANCO FERREIRA PERILO, 4A CAMARA CIVEL, julgado em
15/12/2016, DJe 2197 de 26/01/2017)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO C/C


CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO E PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
MANUTENÇÃO NA POSSE DOS AGRAVANTES. TUTELA PROVISÓRIA DE
URGÊNCIA. AUSÊNCIA DE REQUISITOS AUTORIZADORES. (...)
SUSPENSÃO DE LEILÃO EXTRAJUDICIAL. PERDA SUPERVENIENTE DO
OBJETO RECURSAL. AGRAVO PREJUDICADO NESTA PARTE. 3) Quanto ao
pedido de suspensão das praças, atinentes ao imóvel descrito nos autos, verifica-
se que, transcorridas as datas designadas, cessou a causa determinante do
recurso, razão pela qual, inexistindo outras providências úteis a serem adotadas,
o recurso resta prejudicado neste ponto, com base no artigo 932, inciso III, do
CPC e art. 195 do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça. 4) RECURSO
PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE, IMPROVIDO.” (TJGO,
Agravo de Instrumento ( CPC ) 5034286-97.2017.8.09.0000, Rel. KISLEU DIAS
MACIEL FILHO, 4ª Câmara Cível, julgado em 16/05/2017, DJe de 16/05/2017).

Assim sendo, é prescindível qualquer análise quanto à decisão interlocutória


recorrida, não mais subsistindo qualquer motivo que possa induzir a apreciação do
mérito do presente recurso.
Na confluência do exposto, com fulcro no artigo 195 do Regimento Interno
deste Tribunal de Justiça, julgo prejudicado o presente agravo de instrumento, por
perda do objeto recursal.
Oficie-se ao juízo a quo informando-lhe do teor do decidido pelo Tribunal de
Justiça.
Extrate-se a presente decisão para ciência das partes e, sem necessidade de
se aguardar publicação e qualquer prazo recursal, arquivem-se os autos, com as
baixas necessárias, retirando este recurso do acervo deste relator.
Cumpra-se.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5724054.14.2019.8.09.0000
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C40

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:07:58

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5700926.62.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : CONDOMÍNIO EVEREST FLAT SERVICE
POLO PASSIVO : JOAO EDER GRAEBIR
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CONDOMÍNIO EVEREST FLAT SERVICE


ADVG. PARTE : 32366 GO - CYNTHIA REGINA BARROS PALMERSTON

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5700926.62.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo Interno em Agravo de Instrumento nº 5700926.62.2019.8.09.0000


Comarca de Caldas Novas
Agravante: Condomínio Everest Flat Service
Agravados: João Eder Graebin e Gerusa de Souza Graebin
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Presentes os requisitos de admissibilidade, impende o conhecimento do


recurso.
Conforme relatado, trata-se de Agravo Interno interposto por Condomínio
Everest Flat Service, desafiando a decisão monocrática acostada à movimentação
(mov.) nº 04 proferida nos presentes autos, através da qual o agravo de instrumento
foi desprovido.
A decisão monocrática agravada possui a seguinte parte (mov. nº 10):

“(…) Portanto, as teses apresentadas pelo agravante não estão


amparadas pela legislação e jurisprudência aplicáveis a espécie, razão
que inviabiliza a reforma da decisão agravada que indeferiu o benefício
da gratuidade da justiça postulada pelo recorrente.
Ressalte-se que o fato de as partes terem firmado acordo para colocar
fim ao processo não serve de embasamento para desobrigar a parte de
recolhimento das custas processuais devidas, cujo fato gerador é a
propositura da ação.

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NR.PROCESSO: 5700926.62.2019.8.09.0000
Na confluência do exposto, conheço do agravo de instrumento e nego-
lhe provimento, mantendo inalterada a decisão agravada.
Oficie-se ao juízo a quo, informando-lhe do teor do decidido pelo
Tribunal de Justiça.”

Na sequência, movimentação nº 11, a parte agravante interpôs agravo interno


desafiando a decisão monocrática da mov. nº 04.
Nas razões recursais do agravo interno, a parte recorrente disserta sobre o
preenchimento dos pressupostos recursais do presente agravo interno.
Discorre sobre os fatos que envolvem a relação processual, defendendo que
houve somente o protocolo da petição inicial, decisão negando a gratuidade da justiça
e pedido de homologação de acordo.
Defende que restou comprovado nos autos a necessidade de concessão da
gratuidade da justiça ao condomínio recorrente, mesmo tendo o magistrado de origem
entendido de forma contrária e sido o agravo de instrumento desprovido pela decisão
monocrática vergastada.
Assevera que o artigo 90, §3º, do CPC prevê que se a transação ocorrer
antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento das custas
processuais remanescentes, se houver.
Reafirma que as partes firmaram acordo antes da prolação de sentença,
concluindo que estão isentas do pagamento de quaisquer custas processuais
remanescentes.
Colaciona julgados com o escopo de socorrer o direito angariado.
Noutro ponto, discorre sobre a possibilidade de concessão da gratuidade da
justiça aos condomínios, bem como que esclarece que foi implantado recentemente e
elenca o número de vários processos em que lhe foram concedidas as benesses da
justiça gratuita.
Cita existirem diversas outras ações envolvendo o condomínio agravante,
onerando-o sobremaneira.
Por fim, requer o provimento do presente agravo interno para que seja
reformada a decisão monocrática combatida a fim de isentar o recorrente do
pagamento das custas processuais, possibilitando a homologação do acordo realizado
entre as partes antes da prolação da sentença de 1º grau.
Pois bem.

Em proêmio, vale ressaltar que o artigo 1.021, do Código de Processo Civil,


prevê que da decisão proferida pelo relator caberá agravo interno ao respectivo órgão
colegiado, e, se não houver retratação, o relator leva-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta. Confira:

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NR.PROCESSO: 5700926.62.2019.8.09.0000
“Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno
para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao
processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
(…)
§2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para
manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do
qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta.”

Em que pese os argumentos da parte agravante, verifico que razão não lhe
assiste.
Em análise detida das razões recursais, observo que o condomínio agravante
não traz nenhum fato novo que justifique a reforma da decisão monocrática
vergastada, a qual restou prolatada de acordo com a legislação pertinente à espécie.
Com efeito, de uma detida análise dos autos, verifica-se que a decisão
lançada no evento nº 04, foi expressa, evidenciando o entendimento de que não restou
comprovada a real necessidade de concessão da gratuidade da justiça ao condomínio
agravante.
Ainda está devidamente consignado na decisão recorrida que o condomínio
agravante possui saldo positivo em sua conta bancária regularmente e também fundo
de reserva e a possibilidade de rateios para fins específicos e pagamento das custas
inicias no valor de R$ 782,00 (setecentos e oitenta e dois reais e vinte e cinco
centavos).
Outrossim, na decisão fustigada restou claro que o fato de as partes terem
firmado acordo para colocar fim ao processo não serve de embasamento para
desobrigar a parte de recolhimento das custas processuais devidas, no caso, custas
iniciais, cujo fato gerador é a propositura da ação.
Nesse angulamento de ideias, é certo que se o recurso de agravo interno não
consegue desnaturar a decisão do relator, demonstrando o seu equívoco, ou
desacerto, o improvimento da insurgência se impõe.
Neste sentido é o entendimento pacífico deste Egrégio Tribunal de Justiça,
vejamos:

“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 557,


CAPUT, CPC. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS NOVOS. 1 -(...) 2 - Ao
interpor agravo regimental da decisão que negou seguimento ao agravo,
deve o recorrente demonstrar o desacerto dos fundamentos do decisum
recorrido, sustentando a insurgência em elementos novos que
justifiquem o pedido de reconsideração, e não somente reiterar as
razões já formuladas na petição do recurso originário, já apreciadas.”

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NR.PROCESSO: 5700926.62.2019.8.09.0000
(TJGO, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental no Agravo de Instrumento
nº 58.109-0/180, DJ nº 66, de 10/04/08, Desembargador Zacarias Neves
Coelho).

“I - Faz-se mister o improvimento do agravo regimental quando ausentes


elementos novos que induzem à reconsideração do julgador. Agravo
regimental conhecido e improvido.” (TJGO, 4ª Câmara Cível, Agravo
Regimental no Agravo de Instrumento nº 60.442-0/180, DJ nº 52, de
18/03/08, Desembargador Almeida Branco).

Portanto, a decisão monocrática não necessita de reparos, devendo ser


mantida conforme lançada nos autos.
Assim, considerando que a decisão agravada encontra-se respaldada em
fundamentação clara e coerente, pretendendo a parte agravante apenas o reexame
das matérias, tampouco trazido fato novo capaz de ensejar a modificação da decisão
atacada, mantenho o posicionamento já esposado.
Na confluência do exposto, conheço do agravo interno e nego-lhe
provimento, a fim de manter a decisão monocrática atacada por seus próprios e
jurídicos fundamentos.
É como voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C90

Agravo Interno em Agravo de Instrumento nº 5700926.62.2019.8.09.0000


Comarca de Caldas Novas
Agravante: Condomínio Everest Flat Service
Agravados: João Eder Graebin e Gerusa de Souza Graebin
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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NR.PROCESSO: 5700926.62.2019.8.09.0000
ACÓRDÃO

Vistos, oralmente relatado e discutido o Agravo Interno nos autos de Agravo


de Instrumento nº 5700926.62.2019.8.09.0000, da Comarca de Caldas Novas,
figurando como agravante Condomínio Everest Flat Service e como agravados
João Eder Graebin e Gerusa de Souza Graebin.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do agravo interno e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator,
proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira e
José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

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NR.PROCESSO: 5700926.62.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo Interno em Agravo de Instrumento nº 5700926.62.2019.8.09.0000


Comarca de Caldas Novas
Agravante: Condomínio Everest Flat Service
Agravados: João Eder Graebin e Gerusa de Souza Graebin
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:08:33

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0077313.24.2016.8.09.0172
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : CID MARCOS DA SILVA
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE SANTA TEREZINHA DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CID MARCOS DA SILVA


ADVG. PARTE : 35032 GO - LUCAS MARINELLI VEIGA

PARTE INTIMADA : MUNICIPIO DE SANTA TEREZINHA DE GOIAS


ADVGS. PARTE : 12626 GO - ALUÍZIO FERREIRA DA ROCHA
29413 GO - ODILON NETO DA SILVA
33296 GO - DANIEL SANTOS NETTO DA SILVA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível nº 0077313.24.2016.8.09.0172


Comarca de Santa Terezinha de Goiás
Apelante: Cid Marcos da Silva
Apelado: Município de Santa Terezinha de Goiás
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Presentes os requisitos de admissibilidade, impende o conhecimento do


recurso.

Conforme relatado, cuida-se de apelação cível interposta por Cid Marcos da


Silva em face da sentença proferida nos autos da “ação de cobrança com pedido de
tutela antecipada” ajuizada em desfavor do Município de Santa Terezinha de Goiás.
Extrai-se da parte dispositiva da sentença apelada (evento n. 03-doc. 29),
proferida pela Juíza de Direito da Vara do Crime e das Fazendas Públicas da Comarca
de Santa Terezinha de Goiás, Dra. Zulailde Viana Oliveira:

“(…) Ante o exposto, nos termos do art. 487, I, do CPC, julgo


procedentes os pedidos deduzidos na inicial.
Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor
da condenação (CPC, § 3º, I, art. 85), observando-se, entretanto, que a
exigibilidade ficará suspensa, eis que é beneficiária da gratuidade da

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
justiça.
Sentença não sujeita ao reexame necessário (art. 496, § 3º, III do
NCPC).
(…)
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.”

Irresignado, apela o autor (evento n. 03-doc. 31), onde sustenta que não foi
observado o pedido de realização de intimação exclusiva em nome dos seus
advogados, Dr. Fagner José Domingos, OAB/GO 43.340 e Dr. Tyrone Guimarães,
OAB/GO n. 41.586, sendo, portanto, a intimação acerca da sentença nula, afastando a
intempestividade do apelo interposto.
Aponta a existência de violação do contraditório e da ampla defesa, uma vez
que foi indeferido seu pedido de produção de provas, sob o fundamento de ser
desnecessária sua realização.
Sustenta que a Lei Municipal n. 264 de 1992, que trata do Plano de
Classificação de Cargos e Vencimentos dos Servidores da Prefeitura Municipal de
Santa Terezinha de Goiás, prevê em seu artigo 78, inciso V, o direito à gratificação,
motivo pelo qual deve ser modificada a sentença fustigada.
Destaca que a omissão legislativa acerca do adicional de insalubridade ou
sua fixação em desconformidade com a Constituição Federal de 1988 não retira o
direito do autor/apelante de perceber o referido adicional.
Discorre que “o adicional de insalubridade é um direito constitucional que
assegura aos trabalhadores, em sentido geral, melhores condições de trabalho e de
meio ambiente do trabalho, para evitar condições gravosas a sua saúde.”
Entende fazer jus ao recebimento do adicional de insalubridade em grau
adequado e, por consequência, deve o município apelado ser condenado ao
pagamento do referido adicional com todos os seus reflexos, a partir da data de sua
posse, respeitada a prescrição quinquenal.
Requer o prequestionamento da matéria.
Ao final, pugna pelo conhecimento e provimento do apelo, com a reforma da
sentença fustigada, a fim de condenar o município requerido/apelado ao pagamento
do adicional de insalubridade em analogia ao disposto no anexo 14 da Norma
Regulamentadora NR 15 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho.
Ausência de preparo, porquanto o autor é beneficiário da gratuidade da
justiça.
No evento n. 03-doc. 36, o Município de Santa Terezinha de Goiás, ora
apelado, apresenta contrarrazões ao apelo, onde rebate as teses aventadas pelo
recorrente, requerendo seu desprovimento com a manutenção da sentença fustigada.
Pois bem.

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
Inicialmente, defende o apelante que a intimação da sentença objurgada é
nula, uma vez que foi inobservado o pedido para intimação e publicação dos atos
processuais exclusivamente nos nomes dos causídicos Dr. Fagner José Domingos,
OAB/GO 43340, e Dr. Tyrone Guimarães, OAB/GO 41.586.
Contudo, em que pese verificar a existência de pedido anterior à prolatação
da sentença fustigada para intimação exclusiva daqueles patronos, a interposição do
apelo em questão supre a falta de intimação ora questionada, considerando que não
houve prejuízo ao autor/apelante.
Sobre o tema colaciono o seguinte julgado:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE


MENOR. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA POR ADVOGADO. NULIDADE
RELATIVA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. RECURSO SECUNDUM
EVENTUM LITIS. 1. As nulidade processuais só devem ser declaradas
nas hipóteses de efetivo prejuízo às partes. No caso, apesar de não ter
sido representada por advogado, não sofreu prejuízo algum, não
havendo, portanto, nulidade a ser declarada. 2. O Agravo de Instrumento
é um recurso secundum eventum litis e deve ater-se ao acerto, ou
desacerto da decisão hostilizada. 3. A busca e apreensão de menores
deve ser determinada quando houve violação ao direito de guarda ou
risco ao infante. Na hipótese, além de não existir a fixação, judicialmente
da guarda, não existem elementos que demonstrem que a menor está
em risco ou que os cuidados de sua genitora não sejam satisfatórios.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO,
Agravo de Instrumento ( CPC ) 5214353-23.2018.8.09.0000, Rel. Dr.
MAURICIO PORFIRIO ROSA, 5ª Câmara Cível, julgado em 08/07/2019,
DJe de 08/07/2019)

Destarte, não há se falar em reconhecimento de nulidade de intimação acerca


da sentença de evento n. 03-doc. 29, porquanto, ainda que não intimada, a parte
autora/apelante interpôs apelação cível, afastando qualquer prejuízo.

Aponta, ainda, o recorrente que houve violação aos princípios do contraditório


e ampla defesa, porquanto o juízo singular indeferiu a produção de provas requerida
pelo autor/apelante, sendo a realização de perícia requestada essencial para o
julgamento da lide, a fim de aferir o grau de insalubridade da função exercida pelo
autor/recorrente.
Contudo, caberá ao magistrado condutor do feito analisar a prescindibilidade
de realização de provas para a análise do processo.
Essa a redação do artigo 370, do Código de Processo Civil:

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
“Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.”

Com efeito, não se pode questionar serem as provas os meios regulares e


admissíveis em lei para demonstrar a verdade ou falsidade de fato conhecido ou
controverso ou para convencer da certeza de ato ou fato jurídico.
O direito à prova deve ser entendido como um direito público subjetivo,
constitucionalmente assegurado às partes e um dos pilares que sustenta o devido
processo legal. Nesse sentido, a Constituição Federal consignou no inciso LV, do
artigo 5º:

“LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes.”

Sob este prisma, entendo que, no caso em questão, o julgamento da lide, tal
como realizado pela magistrada a quo, respeitou o direito à ampla defesa e ao
contraditório da parte autora/apelante.
Insta destacar que esta Corte de Justiça, analisando casos análogos a este,
entendeu não restar configurado o cerceamento de defesa quando as provas não
forem pertinentes para a comprovação do alegado.
Veja-se, a propósito, os seguintes julgados:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. AGENTE


POLÍTICO. NÃO CONFIGURAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA.
CONSTITUCIONALIDADE DO DIREITO AO RECEBIMENTO DO
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO. PRECEDENTE DO EXCELSO STF.
CORREÇÃO MONETÁRIA PELO IPCA. HONORÁRIOS RECURSAIS
MAJORADOS. 1) Não há que se falar em cerceamento de defesa, pois
os documentos juntados aos autos foram suficientes para a formação da
convicção do dirigente processual, que é o destinatário da prova. 2)
Consoante o RE 650.898/RS, julgado pelo STF sob a sistemática da
repercussão geral, "o art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é
incompatível com o pagamento de terço de férias e décimo terceiro
salário". 3) A Lei Orgânica do Município de Nova Crixás (Lei Municipal n.
858/2012), em seu artigo 2º, traz previsão expressa da possibilidade de
pagamento do referido direito trabalhista. 4) Consoante o entendimento
consolidado no REsp nº 1495146/MG, julgado sob a sistemática dos
recursos repetitivos, nas condenações judiciais da fazenda pública ao
pagamento de servidores e empregados públicos, no período posterior à
vigência da Lei 11.960/2009, deverão incidir juros de mora segundo o
índice de remuneração da caderneta de poupança e correção monetária
com base no IPCA. 5) Atenta ao disposto no art. 85, § 11, CPC, fixo os

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
honorários recursais em 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado
da causa, que, acrescido ao valor dos honorários fixados na instância
singela (10%), totaliza 15% (quinze por cento) sobre o valor atualizado
da causa. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA.” (TJGO, Apelação (CPC) 5215945-93.2017.8.09.0176, Rel.
Des. DELINTRO BELO DE ALMEIDA FILHO, 4ª Câmara Cível, julgado
em 07/05/2019, DJe de 07/05/2019);

Assim, rejeito a tese de nulidade da sentença recorrida por cerceamento de


defesa.
Passo a análise do mérito recursal.
Conforme cediço, cada unidade federativa, no exercício de seu poder de
autoadministração, tem a competência constitucional para, na lição do mestre José
Afonso da Silva, estatuir sobre seu funcionalismo, fixando-lhe o regime jurídico,
observados, neste caso, os princípios constitucionais estabelecidos sobre o assunto
(arts. 37 e 39). (in Curso de AC Nº 76649-97.2015 Direito Constitucional Positivo, 32ª
ed. rev. e atual., São Paulo: Malheiros, 2009, p. 621).
Em que pese a Carta Constitucional, em seu artigo 7º, XXIII, prever
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, importa salientar
que a referida norma estabelece expressamente que a extensão das aludidas
vantagens deve observar as situações estabelecidas na legislação específica,
restando evidenciada a necessidade de regulamentação para a concessão do referido
direito.
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19/98, o adicional de
insalubridade foi suprimido dos direitos sociais estendidos aos servidores públicos,
pela nova redação dada ao § 3º, do artigo 39, da Constituição Federal. Entretanto, não
existe óbice para a concessão do referido adicional para os servidores públicos,
porém, o seu pagamento somente poderá ser deferido se houver lei que o
regulamenta.
Logo, compete ao Município disciplinar o beneficio em favor de seus
servidores, pois a Constituição da República, em seus artigos 37, inciso X, e 39,
atribuiu aos entes federativos competência para legislar sobre regime jurídico e
remuneração dos servidores que lhe estão vinculados.
No caso, verifica-se que o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Município de Santa Terezinha de Goiás (Lei Municipal n. 264, de 26 de maio de 1992),
assim dispôs em seus artigos:

“Art. 92. - Conceder-se-á gratificação:


(…)
IV - por exercício de função com risco de vida ou saúde; ”

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
“Art. 100. - A gratificação por execução de trabalho com risco de vida ou
saúde será definida em Lei própria.

Conforme se dessume dos dispositivos de lei acima transcritos, a gratificação


devida por execução de trabalho com risco de saúde deve ser definida em lei
específica, o que não se verifica no presente caso.
Portanto, em que pese exercer o autor atividade nociva a saúde, trabalhando
como gari, o fato de inexistir lei própria a regulamentar o pagamento do adicional de
insalubridade impede o seu recebimento.
Lado outro, a Norma Regulamentadora n. 15, da Portaria n° 3.214/78, do
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, não se aplica ao presente caso, uma vez que
que apenas regulamenta o percentual sobre a remuneração, mormente quando a
norma local deixa de fixar.
Dessa forma, afigura-se indevido o adicional de insalubridade vindicado pelo
autor/apelante na espécie.
Nesse sentido:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. AGENTE COMUNITÁRIO


DE SAÚDE. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AUSÊNCIA DE LEI
MUNICIPAL. LEI FEDERAL 11.350/06, ALETRADA PELA LEI
11.342/06. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA. OBRIGATORIEDADE. MATÉRIA DE ORDEM
PÚBLICA. EXIGIBILIDADE SUSPENSA. PREQUESTIONAMENTO. 1. A
gratificação por exercício de atividade insalubre depende de previsão
legal, na dicção do artigo 39, § 3º, da Constituição Federal, não sendo
suficiente a existência da situação de fato sobre condições insalubres.
Deve haver legislação específica prevendo a extensão do adicional de
insalubridade à categoria dos agentes comunitários de saúde, o que não
ocorre na hipótese dos autos. 2. Inexiste direito à extensão de
vantagens pecuniárias se não há previsão legal específica e expressa
dirigida à categoria, mostrando-se insuficiente previsão genérica que
não regulamente tal benefício. Isto porque, não pode o Poder Judiciário
suprir a omissão legislativa, sob pena de violação princípio da separação
dos poderes, nos termos da Súmula nº 339 do excelso Supremo
Tribunal Federal. 3. A Lei Federal 11.350/06, com redação alterada pela
Lei 13.342/06, repisa a necessidade de legislação específica para a
regulamentação do adicional de insalubridade. No caso dos autos,
tratando-se de vínculo estatutário entre o autor e o Município de Nova
Glória, mister que haja a edição de lei municipal específica que
normatize a concessão do adicional de insalubridade, mostrando-se
insuficiente a simples menção de concessão de gratificação em razão de
desempenho de atividade que cause risco a saúde, pois necessária a
sua regulamentação. 4. Os honorários advocatícios, enquanto
consectários legais da condenação principal, possuem natureza de
ordem pública, podendo ser revistos a qualquer momento e até mesmo

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
de ofício. Verificado que o magistrado a quo deixou de arbitrá-los, sob o
argumento se der a parte autora beneficiária da assistência judiciária,
mister a sua fixação em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos
termos do artigo 85, §2°, do CPC/15. 5. Uma vez vencida parte
beneficiária da assistência judiciária, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade (artigo
98, do CPC/15). 6. Para efeito de prequestionamento, é suficiente que a
questão objeto do recurso tenha sido apreciada pelo Tribunal local.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E IMPROVIDA.” (TJGO, APELACAO
0290790-02.2015.8.09.0032, Rel. Desª MARIA DAS GRAÇAS
CARNEIRO REQUI, 1ª Câmara Cível, julgado em 10/04/2019, DJe de
10/04/2019)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. AGENTE COMUNITÁRIO


DE SAÚDE. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. MUNICÍPIO DE NOVA
GLÓRIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. INDEFERIMENTO.1. O
pagamento do adicional de insalubridade aos agentes comunitários de
saúde submetidos ao vínculo jurídico-administrativo depende de lei
regulamentadora do ente ao qual pertencer.2. Ausente norma
regulamentadora, não pode o Poder Judiciário atuar como legislador
positivo e criar critérios para o exercício, pelo servidor, do direito à
percepção de vantagem pecuniária não assegurada por lei, sob pena de
interferência indevida na esfera administrativa. APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA.” (TJGO,
APELACAO 0290837-73.2015.8.09.0032, Rel. ITAMAR DE LIMA, 3ª
Câmara Cível, julgado em 27/11/2018, DJe de 27/11/2018)

Registre-se, ainda, que, conquanto alegue o autor/apelante que o Estatuto


dos Servidores Públicos do Município de Santa Terezinha de Goiás prevê o direito ao
recebimento do adicional de insalubridade quando dispõe em seu art. 78 o direito a
gratificação, importante ressaltar que adicional se refere à especificidade da função e
gratificação é a recompensa ao tempo de serviço do servidor ou retribuição pelo
desempenho de funções diferentes do cargo, portanto, totalmente distintas.
Sem reparos, portanto, o ato sentencial objurgado neste capítulo.
Ao teor do exposto, conheço do recurso de apelação e nego-lhe
provimento.
Nesta fase recursal, majoro os honorários advocatícios arbitrados na sentença
em 2% (dois por cento), perfazendo a verba advocatícia o montante de 12% (doze por
cento) sobre o valor da causa, restando, porém, suspensa a exigibilidade diante da
condição de beneficiário da gratuidade da justiça do autor/apelante.
É como voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA
RELATOR
/C55

Apelação Cível nº 0077313.24.2016.8.09.0172


Comarca de Santa Terezinha de Goiás
Apelante: Cid Marcos da Silva
Apelado: Município de Santa Terezinha de Goiás
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Apelação Cível nº


0077313.24.2016.8.09.0172, da Comarca de Santa Terezinha de Goiás, figurando
como apelante Cid Marcos da Silva e como apelado Município de Santa Terezinha
de Goiás.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do apelo e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator,
proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

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NR.PROCESSO: 0077313.24.2016.8.09.0172
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Apelação Cível nº 0077313.24.2016.8.09.0172


Comarca de Santa Terezinha de Goiás
Apelante: Cid Marcos da Silva
Apelado: Município de Santa Terezinha de Goiás
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:09:09

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5026214.19.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA
POLO PASSIVO : ARTUR JOSÉ PEREIRA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA


ADVG. PARTE : 39896 GO - CELSO DE FARIA MONTEIRO

PARTE INTIMADA : ARTUR JOSÉ PEREIRA


ADVG. PARTE : 11025 GO - JORGE CORREA LIMA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5026214.19.2020.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante: Ford Motor Company Brasil Ltda.
Agravado : Artur José Pereira
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade, impende o conhecimento do


agravo de instrumento.
Consoante relatado, trata-se de agravo de instrumento interposto por Ford
Motor Company Brasil Ltda., contra a decisão proferida pelo Juiz de Direito da 21ª
Vara Cível da Comarca de Goiânia, Dr. Átila Naves Amaral, nos autos da ação de
indenização por perdas e danos materiais e morais em fase de cumprimento de
sentença proposta em seu desfavor por Artur José Pereira.
A decisão recursada restou assim redigida (evento n.º 85 – autos n.º
0293578.54.2000.8.09.0051):

“[…] Em julgamento do Agravo em Recurso Especial nº 1.292.435/GO


(2018/0111811-1), do Rel. Ministro Marco Buzzi, julgado em 01/08/2019,
a Corte Superior conheceu e deu parcial provimento ao recurso Especial
tão somente para reduzir a compensação por danos morais para o valor
de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) e manteve a distribuição de
honorários advocatícios fixada na origem.
Assim, a Ford Motor Company Brasil Ltda realizou de forma espontânea

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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
o depósito no valor de R$ 52.753,25 (cinquenta e dois mil, setecentos e
cinquenta e três reais e vinte e cinco centavos), o que denota-se que ela
concordou com o resultado do julgamento na Corte Superior. Já o autor
requereu o levantamento da quantia depositada, mas com ressalvas,
porque não foi incluído no demonstrativo as despesas desembolsadas
com a prova pericial e as custas relativas à interposição dos recursos
adesivos.
Embora houve redução do valor a título de reparação por danos morais
pela Corte Superior, a correção monetária deve incidir a partir da data do
arbitramento do montante pelo Magistrado de primeiro grau, conforme
previsão da Súmula nº 362 do STJ, ou seja, a partir da publicação da
sentença, e não da publicação do acórdão do julgamento do Agravo em
Recurso Especial, segundo observei no demonstrativo do débito incluso
na petição da Ford Motor Company Brasil Ltda (evento nº 78), que
indicou o valor atualizado de R$ 15.018,00 (quinze mil e dezoito reais).
[…]
Ressalto que em caso de inexatidões materiais ou erros de cálculo
aritmético na planilha de evolução do quantum debeatur, é possível o
seu conhecimento de ofício pelo Magistrado para corrigir-lhe,
independentemente da ocorrência de preclusão, segundo interpretação
do art. 494, I, do CPC.
[…]
É sabido que a atualização monetária não constitui um plus, mas,
apenas, visa a preservar o efetivo poder aquisitivo do dinheiro,
importando, tão somente, na recomposição do valor da moeda corroído
pela inflação.
Consoante prevê o art. 526, caput, do CPC, é lícito ao réu, antes de ser
intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e
oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando
memória discriminada do cálculo. O § 1º diz que autor será ouvido no
prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem
prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa.
E, por fim, no § 2º estabelece que concluindo o Juiz pela insuficiência do
depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários
advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a
execução com penhora e atos subsequentes.
Isso posto, defiro o pedido do autor quanto à expedição do alvará para
levantamento da quantia depositada em Juízo com os acréscimos
legais, através do seu advogado, Dr. Jorge Corrêa Lima (OAB/GO
11.025), por ter poderes específicos para tanto (procuração – fl. 157 –
evento nº 03/arquivo nº 66).
Intime-se o autor para trazer, em 15 (quinze) dias, a planilha atualizada
relativa à diferença da correção monetária pelo INPC da condenação no
valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), a partir da publicação da
sentença, da despesa desembolsada com a prova pericial e as custas

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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
referentes a interposição dos recursos adesivos, estas últimas a serem
atualizadas pelo mesmo índice, sem incidência de juros.
A parte ré poderá, caso queira, trazer uma planilha do valor
remanescente, no prazo de 15 (quinze) dias, conforme delimitado no
parágrafo anterior, bem como efetuar a complementação do depósito, a
fim de evitar a incidência da multa e dos honorários, cada qual em 10%
(dez por cento), nos termos do art. 523, §§ 1º e 2º c/c 526, § 2º, do CPC
e Súmula nº 517 do STJ.
Expeça-se o alvará. [...]”

Inconformado, o executado recorre, relatando que a sentença hostilizada foi


reformada pelo Superior Tribunal de Justiça, que reduziu o montante da reparação por
danos morais de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
em 01/08/2019. Retornando o feito à origem, o executado/agravante realizou o
depósito do montante da condenação – R$ 52.753,25 (cinquenta e dois mil, setecentos
e cinquenta e três reais e vinte e cinco centavos) –, aí incluída a reparação por danos
morais, as custas e os honorários advocatícios devidos ao exequente/agravado.
Destaca que o credor/agravado discordou do valor depositado, afirmando que
restou pendente de pagamento as custas processuais e honorários advocatícios. A
decisão hostilizada, de seu turno, determinou a incidência de correção monetária sobre
os danos morais a partir da publicação da sentença, e não da publicação do acórdão
que a reformou, não restando alternativa senão a interposição do presente agravo.
Afirma que a divergência restringe-se somente ao termo inicial da correção
monetária a incidirem sobre a condenação em danos morais, mostrando-se necessária
a concessão de efeito suspensivo ao agravo.
Atesta que a correção monetária deve incidir a partir do arbitramento definitivo
da condenação em reparação por danos morais, ou seja, somente em 01/08/2019,
data da decisão monocrática proferida pelo Rel. Min. Marco Buzzi, no AREsp n.º
1.292.435/GO, e não da data da sentença, consoante pleiteado pelo credor/agravado.
Pondera que não há que se falar em correção monetária a partir da sentença quando o
valor da reparação por danos morais foi modificada, como no caso concreto, sendo
certo que deve incidir a partir da sua fixação definitiva, a teor da Súmula 362, do STJ.
Assevera que deve ser considerado como devido o importe de R$ 52.734,25
(cinquenta e dois mil, setecentos e trinta e quatro reais e vinte e cinco centavos) a
título de condenação e, ainda, o valor de R$ 5.498,04 (cinco mil, quatrocentos e
noventa e oito reais e quatro centavos), referente às custas e honorários periciais.
Pugna pela concessão de efeito suspensivo ao agravo e, no mérito, pleiteia a
reforma da decisão recursada, reconhecendo-se como correto o termo inicial da
correção monetária a publicação do acórdão no Superior Tribunal de Justiça (AREsp
n.º 1.292.435/GO, 01/08/2019), que reduziu o valor da reparação por danos morais.
No evento n.º 7 foi deferido o pedido de efeito suspensivo ao agravo.
Contrarrazões aportadas no evento n.º 12, pugnando o credor/agravado pela
manutenção da decisão hostilizada.

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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
De início, forçoso ressaltar que o montante da reparação por danos morais,
fixado na sentença no importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), foi reduzido para R$
15.000,00 (quinze mil reais) pelo Superior Tribunal de Justiça, em decisão proferida
em 01/08/2019. Assim, o arbitramento definitivo veio a lume com esta decisão, não
com a sentença, donde se conclui que o arbitramento, efetivamente, concretizou-se
com na decisão do Tribunal de superposição. É a partir desta decisão, portanto, que
incide a correção monetária do valor da reparação, nos termos da Súmula 362, do
Superior Tribunal de Justiça, até porque seria impossível fazer incidir correção
monetária a partir de 26/11/2015 (data da sentença), sobre valor que somente foi
fixado em momento bastante posterior, ou seja, em 01/08/2019 (julgamento do Agravo
no Recurso Especial).
Não bastasse a existência da Súmula 362/STJ ao caso concreto, o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça é unânime ao prever que o termo inicial
da incidência da correção monetária é o momento da fixação do valor definitivo da
condenação.
Nesse sentido:

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. RESPONSABILIDADE CIVIL
DO ESTADO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. EVENTO DANOSO.
CORREÇÃO MONETÁRIA. ACÓRDÃO NO MESMO SENTIDO DA
JURISPRUDÊNCIA DO STJ. PRECEDENTES. SÚMULA 568/STJ.
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. Esta Corte Superior possui
entendimento no sentido de que em se tratando de condenação para
reparação de danos morais em sede responsabilidade extracontratual,
efetivamente, os juros de mora devem incidir a partir do evento danoso.
Ademais, o Superior Tribunal de Justiça possui interativa
jurisprudência no sentido de que a correção monetária, nos casos
de indenização por danos morais, deve incidir a partir da data do
arbitramento. Assim, o acórdão de origem julgou a causa em
consonância com o entendimento desta Corte de Justiça no que
tange aos termos iniciais dos juros de mora e da correção
monetária, fixados, respectivamente, a partir do evento danoso
(Súmula 54/STJ) e da publicação do acórdão (Súmula 362/STJ).
Agravo interno não provido.” (AgInt no AREsp 1366803/PR, Rel. Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
23/05/2019, DJe 28/05/2019)

“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO


DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PLÁGIO PRATICADO PELO
PRIMEIRO RÉU. PUBLICAÇÃO NO SITE DE EMPRESA PÚBLICA
FEDERAL, SEM CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE. PONDERAÇÃO DO
GRAU DE CULPA NA FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
QUANTUM INDENIZATÓRIO REDUZIDO. DECISÃO MANTIDA.
RECURSO DESPROVIDO. 1. É possível a intervenção desta Corte para
reduzir o valor indenizatório por dano moral, nos casos em que o
quantum arbitrado pelo acórdão recorrido se mostre exorbitante, como
na espécie. 2. Considerando o grau de culpa dos dois requeridos,
mostrou-se evidente a desproporcionalidade na fixação da indenização,
R$ 50.000,00, para o causador direto do dano, e R$ 40.000,00, para a
empresa pública federal que publicou as obras sem a devida cautela,
embora sem consciência da ilicitude. 3. Observando-se que a autora já
recebera a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais), proveniente de
acordo celebrado com o primeiro réu, a reparação moral, em relação ao
segundo réu, foi reduzida para R$ 10.000,00 (dez mil reais). 4. A
jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no sentido de que o
termo inicial de incidência da correção monetária é a data do
arbitramento da indenização, nos termos da Súmula 362/STJ,
adotando-se o momento da fixação do valor definitivo da
condenação. 5. Agravo interno não provido.” (AgInt no AREsp
827.114/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 13/11/2018, DJe 23/11/2018)

“CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA E NULIDADE DE TÍTULOS
DE CRÉDITO C/C COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. NEATIVA
DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AUSÊNCIA. VIOLAÇÃO DE
DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL E SÚMULA. DESCABIMENTO. PRÉ-
QUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. FUNDAMENTO
DO ACÓRDÃO NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 283/STF.
FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. LITIGÂNCIA DE
MÁ-FÉ. CONDUTA DESLEAL NÃO CARACTERIZADA. PROTESTO
INDEVIDO. DUPLICATAS EMITIDAS FRAUDULENTAMENTE. DANOS
MORAIS. VALOR ARBITRADO. MAJORAÇÃO. SÚMULA 07/STJ.
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL.
SÚMULA 54/STJ. SÚMULA 362/STJ. 1. a 9. […] 10. Quanto à correção
monetária do valor devido a título de compensação por danos
morais, esta Corte possui o entendimento de que deve incidir a
partir do seu arbitramento definitivo (súm. 362/STJ). 11. Se a
questão relativa ao quantum devido a título de compensação por danos
morais foi devolvida a esta Corte e aqui analisada, ainda que para
manter o acórdão recorrido, operou-se o efeito substitutivo, e, por
conseguinte, tem-se, neste momento, como definitivamente arbitrado.
12. Recursos especiais parcialmente conhecidos e providos em parte.”
(REsp 1423942/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 26/09/2017, DJe 29/09/2017)

“AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACIDENTE


DE TRABALHO. PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. LIQUIDAÇÃO.
PERÍCIA. DESNECESSIDADE. VALOR DA INDENIZAÇÃO. JUROS DE

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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. 1. a 5. […] 5. A
correção monetária deve incidir a partir da fixação de valor
definitivo para a indenização do dano moral. Enunciado 362 da
Súmula do STJ. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.”
(AgRg no Ag 1311202/ES, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,
QUARTA TURMA, julgado em 17/12/2013, DJe 04/02/2014)

De mesmo teor os arestos desta Casa de Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE


DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATO DE
FINANCIAMENTO FIRMADO POR TERCEIRO EM NOME DO AUTOR
JUNTO AO BANCO. FRAUDE. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. AUSÊNCIA DE
EXCLUDENTES. ATO ILÍCITO. DANO MORAL. VALOR DA
INDENIZAÇÃO REDUZIDO. CORREÇÃO MONETÁRIA, INCIDÊNCIA A
PARTIR DO ARBITRAMENTO DEFINITIVO DO VALOR. ÔNUS DE
SUCUMBÊNCIA MANTIDOS. I a IV - […] V - Havendo alteração, em
sede de apelação, do valor da indenização por danos morais para
reduzi-lo, incide a correção monetária do novo arbitramento, conforme
súmula 362/STJ. VI - Considerando que com o desfecho do recurso o
autor manteve vencedor em seus pedidos, devem ser mantidos os ônus
de sucumbência, bem como o percentual de honorários, uma vez que
razoável ao caso. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PARCIALMENTE
PROVIDA.” (TJGO, Apelação (CPC) 5255010-74.2018.8.09.0107, Rel.
MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI, 1ª Câmara Cível, julgado em
29/08/2019, DJe de 29/08/2019)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE


DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATO
BANCÁRIO. ACORDO. QUITAÇÃO. MANUTENÇÃO INDEVIDA DA
NEGATIVAÇÃO NOS CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL IN RE IPSA.
QUANTUM INDENIZATÓRIO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO
INICIAL. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. 1. a 3. [...] 4. A matéria
relativa à correção monetária é de ordem pública, sendo possível,
portanto, a alteração do seu termo inicial de ofício no julgamento do
recurso de apelação. Em caso de indenização por danos morais, a
correção monetária deve incidir desde o arbitramento de seu valor em
definitivo (súmula 362 STJ). APELO CONHECIDO E DESPROVIDO.
TERMO INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA ALTERADO DE
OFÍCIO.” (TJGO, Apelação (CPC) 0256446-69.2014.8.09.0051, Rel.
ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO, 5ª Câmara Cível, julgado
em 07/12/2018, DJe de 07/12/2018)

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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
De toda a fundamentação supra conclui-se que a correção monetária sobre a
reparação dos danos morais deve incidir a partir do arbitramento definitivo, ou seja, a
partir da decisão exarada no julgamento do Agravo em Recurso Especial, nos termos
da Súmula 362, do STJ.
Ao teor do exposto, conheço do agravo de instrumento interposto por
Ford Motor Company Brasil Ltda. e dou-lhe provimento, para reformar a decisão
hostilizada, determinando que a correção monetária deve incidir a partir da data do
arbitramento definitivo, ou seja, a partir do arbitramento realizado no julgamento do
AREsp n.º 1.292.435/GO.
Comunique-se ao juízo de 1º grau, para conhecimento e imediato
cumprimento do decidido por este egrégio Sodalício.
É como voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C25

Agravo de Instrumento nº 5026214.19.2020.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante: Ford Motor Company Brasil Ltda.
Agravado : Artur José Pereira
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Agravo de Instrumento nº


5026214.19.2020.8.09.0000, da Comarca de Goiânia, figurando como agravante Ford
Motor Company Brasil Ltda e como agravado Artur José Pereira.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do agravo de instrumento e dar-lhe provimento, nos termos do voto do

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
Relator, proferido na assentada do julgamento e que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5026214.19.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5026214.19.2020.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante: Ford Motor Company Brasil Ltda.
Agravado : Artur José Pereira
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Monocrática - Data da Movimentação


18/02/2020 11:54:00

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5079932.28.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : ZILDA SOARES DA SILVA
POLO PASSIVO : SANEAGO SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ZILDA SOARES DA SILVA


ADVGS. PARTE : 41172 DF - RUBENS SANTANA SALUSTIANO
52499 GO - JOSIAS CARLSON SILVEIRA VALENTINO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5079932.28.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5079932.28.2020.8.09.0000


Comarca de Valparaíso de Goiás
Agravante: Zilda Soares da Silva
Agravado: Saneamento de Goiás S/A (SANEAGO)
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

EMENTA: Agravo de Instrumento. Ação declaratória


cumulada com repetição de indébito. Gratuidade da
justiça. Comprovação da hipossuficiência econômica.
Concessão do benefício. Ante a exegese do artigo 5º, inciso
LXXIV, da Constituição Federal e em conformidade com a
Súmula nº 25 do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás, impõe-se o deferimento do pedido de concessão do
benefício da gratuidade da justiça ao requerente que
comprovar, de forma inequívoca, a sua necessidade, o que é o
caso. Agravo de instrumento conhecido e provido.

DECISÃOMONOCRÁTICA

Trata-se de agravo de instrumento interposto por Zilda Soares da Silva,


visando atacar a decisão proferida pelo Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de
Valparaíso de Goiás/GO, Dr. Rodrigo Rodrigues de Oliveira e Silva Prudente, em
sede de ação declaratória cumulada com repetição de indébito, de protocolo nº
5427903.66.2019.8.09.0162, ajuizada em desfavor de Saneamento de Goiás S/A

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NR.PROCESSO: 5079932.28.2020.8.09.0000
(SANEAGO).
A decisão impugnada restou assim firmada:

“Indefiro os benefícios da gratuidade de justiça, eis que a parte pode pedir a


redução em trinta por cento, mediante parcelamento em até cinco vezes, sem
correção, nos termos do Prov. 34 da CGJ/GO, o que representa menos de
cinquenta reais para o ajuizamento da demanda.

À Secretaria para fazer as anotações pertinentes, no sistema do PJD, passando a


classe/assunto para: Obrigação de Fazer.

Intimem-se, via DJe.”

Nas razões recursais (evento 01, arquivo 01), a autora/agravante,


inicialmente, faz breve resumo da lide de origem e defende o cabimento do agravo de
instrumento, com base no artigo 1.015, inciso V, do Código de Processo Civil/2015.
Afirma que apresentou diversas provas documentais que demonstram a sua
hipossuficiência e são aptas para o deferimento da gratuidade da justiça.
Explica que está desempregada há 08 (oito) meses e que a sua última
ocupação era de auxiliar de serviços gerais, auferindo pouco mais de R$ 1.000,00 (um
mil reais) brutos por mês.
Acrescenta que “não aufere no mês nenhuma renda que supere suas
despesas ordinárias e essenciais para a sobrevivência humana, o que inviabiliza o
pagamento das despesas processuais sem prejudicar seu próprio sustento”.
Brada que, no momento, qualquer gasto que tiver com a lide de origem lhe
causará prejuízos irremediáveis.
Advoga que estão presentes os requisitos ensejadores da antecipação dos
efeitos da tutela recursal, quais sejam, fumus boni iuris e periculum in mora.
Pugna pela antecipação da tutela recursal, para suspender os efeitos da
decisão impugnada e determinar o prosseguimento dos autos originários sem o
recolhimento das custas iniciais e outras despesas futuras.
Requer, por fim, o conhecimento e provimento do agravo de instrumento, para
deferir-lhe os benefícios da gratuidade da justiça.
Junta os documentos do evento 01, arquivo 02.

É o relatório. Passo a decidir monocraticamente.

Ab initio, registre-se que o objeto da insurgência é a concessão dos

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NR.PROCESSO: 5079932.28.2020.8.09.0000
benefícios da gratuidade da justiça à autora/recorrente, motivo pelo qual o recurso
deve ser conhecido independentemente do recolhimento do preparo, nos termos do §
7º do artigo 99 do Código de Processo Civil/2015.
Assim, presentes os pressupostos de admissibilidade, subjetivos e objetivos,
impende o conhecimento do agravo de instrumento.
A pretensão aqui postulada é a reforma da decisão interlocutória que indeferiu
os beneplácitos da gratuidade da justiça à autora/agravante.
Desde já, adianto que merece acolhida a irresignação da recorrente.
A matéria questionada encontra sustentação legal no Código de Processo
Civil/2015, dispondo o artigo 98 que “a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma
da lei”, bem assim na Constituição Federal, artigo 5º, inciso LXXIV, o qual, a seu turno,
prevê que “o Estado prestará assistência judiciária integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”.
Desta forma, ao julgador cumpre decidir livremente acerca do pedido de
gratuidade da justiça, baseando-se na situação econômico-financeira demonstrada
pela parte requerente do benefício.
A propósito, veja-se a Súmula n° 25 desta egrégia Corte de Justiça, publicada
no Diário de Justiça Eletrônico nº 2120, de 28 de setembro de 2016:

“Faz jus à gratuidade da justiça a pessoa, natural ou jurídica, que


comprovar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.”

Compulsando os autos, vislumbro que a autora/agravante, através da


documentação apresentada nos autos, comprova a sua insuficiência de recursos para
pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios.
Extrai-se dos documentos jungidos no evento 01, arquivo 02, que a
autora/recorrente está desempregada e, portanto, momentaneamente, não possui
renda satisfatória para arcar com os encargos inerentes à demanda de origem, sem
prejuízo do seu próprio sustento.
Ora, para uma pessoa desempregada, qualquer quantia, por menor que seja,
pode abalar a sua mantença.
Ademais, não se pode olvidar que em sua última ocupação a
autora/recorrente era auxiliar de serviços gerais, auferindo pouco mais de R$ 1.000,00
(um mil reais) brutos por mês, o que, por certo, não lhe permitiu poupar ou angariar
bens de valor que pudessem lhe respaldar financeiramente no futuro.
Calha consignar, por oportuno, que não constitui pressuposto fundamental do
acesso ao benefício da gratuidade da justiça a condição de miserabilidade, mas, sim, a
de atual falta de condições financeiras do requerente, o que se observa no vertente

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NR.PROCESSO: 5079932.28.2020.8.09.0000
caso.
Neste sentido é o entendimento sufragado no âmbito deste egrégio Tribunal
de Justiça:

“AÇÃO RESCISÓRIA PROPOSTA CONTRA ACÓRDÃO QUE APENAS


DETERMINOU A CONTINUIDADE DA EXECUÇÃO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA
POSTULADA PELO AUTOR. HIPOSSUFICIÊNCIA COMPROVADA. (…) 1. A
gratuidade da justiça é concedida àquele que comprovar que a sua situação
econômica não lhe permite arcar com as despesas processuais sem
prejuízo do seu próprio sustento e de sua família, sob pena de inviabilizar o
direito constitucional de acesso à justiça. (…) Ação rescisória extinta sem
resolução de mérito.” (TJGO, Ação Rescisória 5325330-82.2018.8.09.0000, Rel.
ITAMAR DE LIMA, 1ª Seção Cível, julgado em 14/02/2020, DJe de 14/02/2020,
grifei)

“APELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. (...)


1. Faz jus à gratuidade da justiça a pessoa, natural ou jurídica, que
comprovar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais
(súmula 25 do TJGO). (...) APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE
PROVIDA.” (TJGO, Apelação (CPC) 5484529-10.2017.8.09.0087, Rel. Des.
MARCUS DA COSTA FERREIRA, 5ª Câmara Cível, julgado em 31/01/2020, DJe
de 31/01/2020, grifei)

“DUPLA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.


IMPUGNAÇÃO QUANTO À CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA.
HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO AFASTADA. (…) 1. Segundo o disposto no artigo
5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal e Súmula nº 25 do Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás, terá direito à assistência judiciária integral e
gratuita aquele que comprovar insuficiência de recursos financeiros. 2. Para
que haja a revogação da gratuidade processual conferida a uma das partes, é
necessária a comprovação de inexistência ou desaparecimento dos requisitos
essenciais à sua concessão. (...) APELAÇÕES CÍVEIS CONHECIDAS.
PARCIALMENTE PROVIDA A PRIMEIRA E DESPROVIDA A SEGUNDA.”
(TJGO, APELACAO 0145004-98.2017.8.09.0017, Rel. Des. JAIRO FERREIRA
JUNIOR, 6ª Câmara Cível, julgado em 19/12/2019, DJe de 19/12/2019, grifei)

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. RECONVENÇÃO.


GRATUIDADE DA JUSTIÇA. COMPROVAÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA.
DEFERIMENTO. (...) 1. Conf. a Súmula nº 25 deste eg. Tribunal: "Faz jus à
gratuidade da justiça a pessoa, natural ou jurídica, que comprovar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais"; requisito
comprovado, in casu. (…) APELAÇÃO CONHECIDA E, PARCIALMENTE,
PROVIDA.” (TJGO, Apelação (CPC) 5005682-13.2019.8.09.0112, Rel. Dr.
MAURICIO PORFIRIO ROSA, 5ª Câmara Cível, julgado em 17/12/2019, DJe de

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NR.PROCESSO: 5079932.28.2020.8.09.0000
17/12/2019, grifei)

“DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C


PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
PLEITO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA INDEFERIDO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. SENTENÇA REFORMADA. (…) 2. GRATUIDADE DA
JUSTIÇA. PESSOA FÍSICA. DEFERIMENTO. O benefício da gratuidade da
justiça pode ser concedido às pessoas físicas que comprovarem não
possuir condições de arcar com o pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios. Vale frisar que não se exige que o postulante
esteja em estado de miserabilidade, sendo suficiente a demonstração de
que seu comprometimento econômico não lhe permita demandar em juízo
sem colocar em risco a subsistência própria ou familiar. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO.” (TJGO, Agravo de Instrumento
(CPC) 5144533-77.2019.8.09.0000, Rel. Des. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA, 3ª
Câmara Cível, julgado em 19/09/2019, DJe de 19/09/2019, grifei)

Dessarte, o que emerge dos autos, até o momento, é a incapacidade da


autora/agravante de arcar com as custas, despesas processuais e honorários
advocatícios e, como exposto alhures, para a concessão da gratuidade da justiça não
é exigível um estado real de miserabilidade, mas um comprometimento financeiro que
possa advir do recolhimento do valor das custas e despesas processuais em prejuízo
ao próprio sustento ou da família.
Logo, a reforma da decisão objurgada para se deferir à autora/agravante os
benefícios da gratuidade da justiça é medida que se impõe.
Ressalvo que “deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer
impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos
de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser
apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem
suspensão de seu curso”. É o que prescreve o artigo 100 do Código de Processo
Civil/2015.
Na confluência do exposto, conheço e dou provimento ao agravo de
instrumento, para reformar a decisão fustigada e deferir à autora/agravante Zilda
Soares da Silva os benefícios da gratuidade da justiça, nos autos de protocolo nº
5507243.56.2018.8.09.0142.
Comunique-se o Juízo de 1º grau, para conhecimento e imediato
cumprimento deste decisum.
Em seguida, extrate-se a presente decisão monocrática para ciência da parte
autora/agravante e, sem a necessidade de se aguardar a publicação no DJe e o
transcurso de prazo recursal, providencie-se a baixa na distribuição, com a retirada do
presente recurso do acervo deste Relator, pois já esgotada a prestação jurisdicional.
Cumpra-se.
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5079932.28.2020.8.09.0000
Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA
RELATOR

/C10

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


15:09:12

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0227954.53.2007.8.09.0038
CLASSE PROCESSUAL : Ação Civil de Improbidade Administrativa ( Lei 8.429/92 )
POLO ATIVO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS
POLO PASSIVO : ANTONIO DAVID FILHO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : PEDRO LUIZ VICZNEVSKI


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : ANTONIO TAVARES DA SILVA


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : ALTAIDE CAETANO DE LACERDA


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : CARLOS ANTONIO DE LIMA MACIEL


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : DIVINO FERREIRA GUIMARAES


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : JAIR DA PAIXAO ROCHA TEIXEIRA


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : JOSE BATISTA DA SILVA


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : WILSON LEANDRO SEIXAS


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : PEDRO PEREIRA NEVES


ADVG. PARTE : 11023 GO - CLAUDINEY WASHINGTON ALVES

PARTE INTIMADA : WILLIAN XAVIER MACHADO


ADVG. PARTE : 2096 GO - WALTER MENDES DUARTE

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0227954.53.2007.8.09.0038
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Carlos Alberto França

Apelações Cíveis nº 0227954.53.2007.8.09.0038


Comarca de Crixás

1ª Apelação Cível (evento n. 03, doc. 80)


Apelante: Antônio David Filho
Apelado: Ministério Público do Estado de Goiás

2ª Apelação Cível (evento n. 03, doc. 81)


Apelante: Pedro Luiz Vicznevski, Antônio Tavares da Silva, Altaíde Caetano de
Lacerda, Carlos Antônio de Lima Maciel, Divino Ferreira Guimarães, Jair da
Paixão Rocha Teixeira, José Batista da Silva, Wilson Leandro Seixas e Pedro
Pereira Neves
Apelado: Ministério Público do Estado de Goiás

3ª Apelação Cível (evento n.03, doc. 83)


Apelante: Willian Xavier Machado
Apelado: Ministério Público do Estado de Goiás

4ª Apelação Cível (evento n. 03, doc. 86)


Apelante: Carlos Alberto Correira da Silva
Apelado: Ministério Público do Estado de Goiás

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0227954.53.2007.8.09.0038
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

DESPACHO

Compulsando os autos, verifico que a Assessoria de Conferência e


Contadoria Judicial expediu certidão (evento n. 03-doc. 90) atestando que a apelação
constante no evento nas fls. 3104/3136 (evento n. 03-doc. 81) não veio acompanhada
do preparo, sendo juntado apenas comprovante de agendamento (fl. 3139)
Sendo assim, intimem-se os recorrentes, Pedro Luiz Vicznevski, Antônio
Tavares da Silva, Altaíde Caetano de Lacerda, Carlos Antônio de Lima Maciel,
Divino Ferreira Guimarães, Jair da Paixão Rocha Teixeira, José Batista da Silva,
Wilson Leandro Seixas e Pedro Pereira Neves, segundo apelantes, na pessoa de
seu advogado, para juntarem o comprovante de recolhimento do respectivo preparo
realizado até a data da interposição do recurso, qual seja, 31/01/2019, no prazo de 05
(cinco) dias úteis.
Não sendo possível comprovar o pagamento do preparo na forma acima
mencionada, no mesmo prazo, os apelantes ficam desde já intimados para
procederem o recolhimento em dobro do preparo, sob pena de deserção (§ 4º do
artigo 1.007 do CPC/2015).
Intime-se.
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C85

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Incluído em Pauta - Data da Movimentação


19/02/2020 09:54:30

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5738197.08.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : MUNICIPIO DE QUIRINOPOLIS
POLO PASSIVO : MARIA MARTHA DE SOUZA BORGES
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : MUNICIPIO DE QUIRINOPOLIS


ADVG. PARTE : 2652 GO - FELICÍSSIMO JOSÉ DE SENA

PARTE INTIMADA : MARIA MARTHA DE SOUZA BORGES


ADVG. PARTE : 22010 GO - LUIS ANTONIO DEODATO DE JESUS

- ARQUIVOS DIGITAIS INDISPONÍVEIS (NÃO SÃO DO TIPO PÚBLICO).

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido em Parte e Provido - Data da


Movimentação 18/02/2020 16:52:16

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5423378.42.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : JOÃO GARCIA DE ANDRADE
POLO PASSIVO : NILMA VENÂNCIO SILVA DE MORAIS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : JOÃO GARCIA DE ANDRADE


ADVG. PARTE : 3400 GO - JORGE ALEXANDRE RIBEIRO

PARTE INTIMADA : NILMA VENÂNCIO SILVA DE MORAIS


ADVG. PARTE : 31051 GO - MARIO CESAR MENEZES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5423378.42.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 5423378.42.2019.8.09.0000


COMARCA DE MORRINHOS
AGRAVANTE: JOÃO GARCIA DE ANDRADE
AGRAVADO: NILMA VENÂNCIO SILVA DE MORAIS
RELATOR: DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

VOTO

Conforme relatado, pretende o recorrente a reforma do decisum a quo,


proferido pela MMª Juíza de Direito, Drª. Patrícia Dias Bretas, que manteve decisão
vista no evento n. 22 e, considerando adequada a penhora apenas sobre parcela do
bem ofertado, nomeou nova avaliadora com conhecimentos especializados, no afã de
que procedesse ao desmembramento e avaliação do imóvel.

Em proêmio, tal como ressaltado quando da prolação de decisão in limine litis,


apenas a insurgência relativa ao capítulo da decisão vituperada que determinou
o adiantamento das custas de avaliação pelo exequente é passível de
conhecimento por esta Corte, uma vez que o acolhimento do pleito de substituição
do bem penhorado foi, em verdade, objeto de decisão vista no evento n. 22, da qual
foram as partes intimadas em 25/01/2019. Já este recurso foi interposto em
11/07/2019.

Assim, considerando que a decisão atacada, no capítulo pertinente à


substituição do bem penhorado, é mera rejeição de pedido de reconsideração, deve
ser considerada intempestiva, “[...] porquanto é pacífica a orientação desta Corte e do
Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o pedido de reconsideração não tem o
condão de suspender e nem interromper o prazo para interposição do recurso cabível”
. (cf. TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5597841-94.2018.8.09.0000, Rel. NELMA
BRANCO FERREIRA PERILO, 4ª C.C., DJe de 01/03/2019).

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5423378.42.2019.8.09.0000
Conhecido parcialmente este recurso, em análise da insurgência referente ao
capítulo da decisão que determinou o adiantamento das custas da nova avaliação pelo
exequente, vejo que a sua reforma é medida que se impõe.

Isso porque as regras que preconizam a distribuição do ônus quanto ao


pagamento dos honorários periciais entre as partes (arts. 82 e 95, do CPC/15) devem
cingir-se às ações em fase de conhecimento, de tal sorte que, tratando-se de
execução de título extrajudicial, em que, pela sua própria natureza, já se sabe a quem
é imputado o débito, não faz sentido determinar a antecipação de despesas pelo
exequente para, ao final, impingi-las ao executado.

Em situações deste jaez, revela-se mais razoável a atribuição dos honorários


a quem deva suportá-los ao final, notadamente porque, à luz de entendimento
doutrinário sobre a matéria, o processo não pode causar prejuízo a quem “tem razão”,
o que, inegavelmente, ocorre na hipótese em análise, visto que já escoado o prazo
para apresentação de embargos do devedor, cingindo-se o litígio, neste momento, a
avaliar o bem ofertado, pelo executado, em substituição de penhora.

Com respaldo nesta linha de intelecção, já decidiu esta Corte:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL. FASE


DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO.
HONORÁRIOS PERICIAIS. ÔNUS POR CONTA DO VENCIDO NA
DEMANDA. I - Na fase de conhecimento, o ônus relativo ao
pagamento dos honorários periciais é distribuído entre as partes de
acordo com o que rezavam os arts. 19, 20 e 33 do CPC/73, regra
vigente na época da produção dessa prova e da sentença favorável ao
agravante. Assim, se o débito é imputado ao vencido, e já se sabe
quem o foi na demanda, não faz sentido atribuir a antecipação da
despesa ao vencedor para depois imputá-la ao vencido. É mais
adequado e efetivo imputar o encargo diretamente a quem deve
suportá-lo. Desse modo, as regras dos referidos dispositivos legais têm
aplicabilidade somente até o trânsito em julgado da sentença. Após
isso, incidirá diretamente a regra do art. 20 do CPC, que imputa os
encargos ao derrotado (REsp 993.559-RS, Quarta Turma, DJe
10/11/2008; e REsp 117.976-SP, Quinta Turma, DJ 29/11/1999). II -
Ademais, conforme entendimento doutrinário a respeito do tema, o
processo não pode causar prejuízo a quem "tem razão". Ora, depois
de transitada em julgado a sentença condenatória, já se tem definição
sobre quem "tem razão". Assim, o autor da liquidação de sentença não
deve antecipar os honorários periciais, pois o processo não lhe pode
causar diminuição patrimonial, na medida em que se sagrou vencedor
no processo de conhecimento. AGRAVO DE INSTRUMENTO

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NR.PROCESSO: 5423378.42.2019.8.09.0000
CONHECIDO E PROVIDO.” (TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO
148396-34.2016.8.09.0000, Rel. DES. AMARAL WILSON DE
OLIVEIRA, 2A C.C., DJe 2058 de 30/06/2016)

“(...). 3. “Na fase autônoma de liquidação de sentença (por


arbitramento ou por artigos), incumbe ao devedor a antecipação dos
honorários periciais (Recurso Especial 1274466/SC, Segunda Seção,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 21.5.2014).” (Precedente
do STJ). 4. (...). 7. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO E
DESPROVIDO”. (TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 438700-
32.2015.8.09.0000, Rel. DES. KISLEU DIAS MACIEL FILHO, 4A C.C.,
DJe 1996 de 29/03/2016).

Ademais, não se pode perder de vista que a necessidade de nova avaliação


emergiu de conduta perpetrada pelo próprio executado, que, valendo-se das
disposições do art. 847, do CPC/15, ofertou bem em substituição de penhora,
assumindo, portanto, os encargos que decorreriam de nova avaliação que se fizesse
necessária, em especial, por se tratar de bem que necessidade de divisão, nos termos
do art. 872, §1°, do CPC/15.

Isso posto, conheço parcialmente do agravo de instrumento e nesta parte,


dou-lhe provimento para, em confirmação da decisão liminar proferida em grau de
recurso, reformar o decisum objurgado, a fim de que os honorários periciais relativos à
avaliação do bem ofertado em substituição de penhora sejam suportados,
exclusivamente, pela parte executada/agravada.

É como voto.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator

LL

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os integrantes da 2ª


Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, POR

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NR.PROCESSO: 5423378.42.2019.8.09.0000
UNANIMIDADE DE VOTOS, EM CONHECER PARCIALMENTE DO RECURSO, E,
NESSA EXTENSÃO, DAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto do RELATOR.

VOTARAM com o RELATOR, os Desembargadores CARLOS ALBERTO


FRANÇA e AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, que presidiu a sessão.

PARTICIPOU da sessão o ilustre Procurador de Justiça, Dr. JOSÉ CARLOS


MENDONÇA .

Custas de lei.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5423378.42.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 5423378.42.2019.8.09.0000


COMARCA DE MORRINHOS
AGRAVANTE: JOÃO GARCIA DE ANDRADE
AGRAVADO: NILMA VENÂNCIO SILVA DE MORAIS
RELATOR: DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


EXECUÇÃO. DECISÃO QUE REJEITOU PEDIDO DE
RECONSIDERAÇÃO E DETERMINOU QUE OS
HONORÁRIOS PERICIAIS RELATIVOS À AVALIAÇÃO DO
BEM OFERTADO EM SUBSTITUIÇÃO DE PENHORA
FOSSEM ADIANTADOS PELO EXEQUENTE. IMPUGNAÇÃO
À SUBSTITUIÇÃO DE PENHORA: INTEMPESTIVIDADE.
HONORÁRIOS PERICIAIS. ÔNUS DO EXECUTADO.
DECISÃO REFORMADA. 1. Tendo em vista ser pacífica a
orientação desta Corte de que o pedido de reconsideração não
tem o condão de suspender e nem interromper o prazo
recursal, a insurgência relativa à impugnação da substituição
de penhora não merece ser conhecida, visto que a parte
agravante foi intimada há mais de seis meses antes da
interposição deste recurso, da decisão que acolheu a aludido
modificação na penhora. 2. As regras que preconizam a
distribuição do ônus quanto ao pagamento dos honorários
periciais entre as partes (arts. 82 e 95, do CPC/15) devem
cingir-se às ações em fase de conhecimento, de tal sorte que,
tratando-se de execução de título extrajudicial, em que, pela
sua própria natureza, já se sabe a quem é imputado o débito,
não faz sentido determinar a antecipação de despesas pelo
exequente para, ao final, impingi-las ao executado. 3. Assim,
deve a decisão vituperada ser reformada, para atribuir ao
executado o ônus de arcar com os honorários relativos à nova
avaliação, notadamente porque a necessidade de nova
estimativa decorre da substituição do bem que foi pleiteada
pelo devedor. Agravo parcialmente conhecido, e, nesta

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5423378.42.2019.8.09.0000
extensão, provido.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:23:16

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5235006.46.2018.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : NAVES JOSE BISPO
POLO PASSIVO : ROBSON PORTO DO NASCIMENTO
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : NAVES JOSE BISPO


ADVG. PARTE : 4328 GO - JOSÉ ROBERTO ARAÚJO

PARTE INTIMADA : ROBSON PORTO DO NASCIMENTO


ADVGS. PARTE : 54332 GO - DJEISON BRUNO LIPPERT SCHEID
35759 GO - DARIO FLORINDO DA SILVA
42533 GO - JHORRANDES JACINTO MOREIRA
21005 GO - RAFAEL FERNANDES MACIEL

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5235006.46.2018.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante: Naves José Bispo
Agravado: Robson Porto do Nascimento
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Conforme relatado, trata-se de agravo de instrumento interposto por Naves


José Bispo contra o decisum que homologou a restauração dos autos da ação de
execução, protocolo nº 309827-60.2012.8.09.0051, ajuizada por Robson Porto do
Nascimento em desfavor do agravante.
Extrai-se do ato judicial agravado, proferido pelo Juiz de Direito da 3ª Vara
Cível da Comarca de Goiânia, Dr. Sebastião José de Assis Neto, que:

“[…] O autor ofereceu junto com a petição inicial os documentos


necessários para a restauração em conformidade com os artigos 712 e
seguintes do CPC.
No incidente de restauração, cumpre ao julgador examinar a idoneidade
dos documentos apresentados, de maneira que seja possível o
prosseguimento do julgamento.
O executado não apresentou nenhum argumento de modo a infirmar as
cópias dos atos processuais trazidos pelo exequente.
O art. 713 prevê que a parte deverá trazer aos autos cópia das peças

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
que tenha em seu poder, não de todas as peças processuais.
No presente caso, verifica-se que estão presentes nos autos os
elementos necessários para continuação da execução, notadamente
pelos documentos essenciais, devendo-se considerar, assim, restaurado
o presente feito.
Isto posto, homologo a restauração de autos do processo de nº
309827-60.2012.8.09.0051, para que produza seus efeitos legais,
seguindo o processo até o seu termo.
Intime-se a parte exequente para requerer o que entender de direito
no prazo de 15 dias.
P.R.I.”

Nas razões do presente recurso, inicialmente, o agravante demanda a


concessão de efeito suspensivo.
Em seguida, alega que o credor/agravado requereu a restauração dos autos
da ação de execução sem apresentar os documentos indispensáveis e obrigatórios,
sendo necessário, portanto, extinguir o feito caso as questões arguidas não sejam
sanadas.
Afirma que o agravado não apresentou a certidão emitida pelo cartório da 3ª
Vara Cível, atestando que realmente houve o extravio, o desaparecimento dos autos
da ação de execução extrajudicial, bem como atestando a inexistência de autos
suplementares (art. 159 e seguintes do CPC) ou de cópias de decisões registradas nos
livros apropriados.
Assevera que “pela numeração dos autos, que o requerente deixou de juntar
no seu pedido de restauração de autos, a maioria das petições que as partes
formularam nos autos originais e dos documentos que ali juntaram, sobre os quais
houve manifestação de ambas as partes.”
Diz que “O contrato executado, possui vários aditivos, no entanto o requerente
não junto os ANEXO II, do Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda
de Cotas Sociais, título objeto da execução, trata-se de documento que é obrigatório
sua presença nos autos, pois é o complemento do título executado, sendo que
somente o requerente é que o possui, é o seu detentor.”
Destaca que “Trata-se de um pedido de restauração dos autos do processo
de execução, requerido pelo agravado, onde este é o exequente, sendo evidente que
a ele cabe o ônus da prova, conforme o artigo 373, inciso I, do CPC, contudo o
agravado compareceu aos autos, através da petição que se encontra no Evento 37,
onde diz que não intenciona em produzir outras provas, haja vista que foram carreadas
aos autos cópias suficientes para embasar o pedido de restauração de autos, não
havendo dúvidas quanto a situação em que se encontrava a execução na época de
seu sumiço, a fim de permitir a continuidade dos atos de expropriação que lá estavam
em andamento.”
Argumenta que “Embora o requerido/agravante, em sua contestação tenha

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
arguido preliminares e requerido a extinção do feito, contudo a sentença homologatória
do pedido de restauração dos autos de execução, não fez nenhuma referência as
preliminares arguidas, tendo o juízo do feito se limitado a homologar.”
Aduz, ainda, que o relatório da sentença não atende os requisitos do artigo
489 e seguintes do Código de Processo Civil, pois não adentra as questões levantadas
na contestação (inépcia da inicial, ausência do valor da causa e dos requisitos do art.
713 do CPC), sendo certo que a doutrina, a jurisprudência e a lei são incisivos em
reconhecer a nulidade da sentença que não aprecia as preliminares arguidas em
contestação, pois trata-se de violação do mencionado dispositivo legal.
Pugna, por fim, pela reforma da sentença agravada para determinar que o
julgador singular aprecie e decida sobre as preliminares alegadas na contestação ou,
não sendo este o caso, que este Tribunal de Justiça, de ofício, profira decisão
extinguindo o feito ou julgue improcedente o pedido de restauração dos autos da ação
de execução.
Recurso regularmente preparado.
No evento n.º 63 foi indeferido o pedido de efeito suspensivo ao agravo.
Contrarrazões aportadas no evento n.º 68, pugnando o credor/agravado pela
manutenção da decisão hostilizada.
No evento n.º 74 foi manejado agravo interno pelo agravante, pontuando que
deve ser concedido o efeito suspensivo ao agravo de instrumento, porque determinado
o seu recebimento por força de decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça,
que aplicou o princípio da fungibilidade. Assim, porque recebido e processo o
instrumental como se fosse apelação, deve ser concedido o efeito suspensivo ope
legis, nos moldes do que é aplicável no apelo, consoante disposto no art. 1.012, do
CPC.
Considera que “o prosseguimento da execução extrajudicial poderá causar
lesão grave e de difícil reparação, por causa das constrições em bens do agravante,
inclusive gerando ônus, antes do julgamento final do agravo de instrumento, com
possibilidade de inverter a situação processual, anulando a sentença homologatória da
restauração do processo executivo, gerando perecimento de direito, é que nas razões
do agravo foi requerido LIMINARMENTE o efeito SUSPENSIVO da decisão agravada.”
Pleiteia seja reconsiderada a decisão preliminar ou, caso contrário, seja
submetido o agravo interno ao conhecimento do colegiado.

Pois bem.
Ab initio, registro que o agravo interno manejado, no evento 74, pelo
agravante, contra a decisão preliminar do evento 63, que indeferiu o pedido de
concessão de efeito suspensivo ao agravo, resta prejudicado, por estar o agravo de
instrumento apto ao julgamento definitivo de mérito.
Neste diapasão:

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA. REQUISITOS
PARA CONCESSÃO DE TUTELA. AUSENTES. AGRAVO INTERNO.
PREJUDICADO. (...) 3- Deve ser julgado prejudicado o agravo interno
interposto contra decisão liminar que indeferiu o pedido de antecipação
de tutela constante no instrumental, quando esse se encontra apto para
julgamento. 4- Agravo de instrumento conhecido e desprovido.” (TJGO,
Agravo de Instrumento ( CPC ) 5046776-54.2017.8.09.0000, Rel. Dr.
ROBERTO HORÁCIO DE REZENDE, 5ª Câmara Cível, julgado em
18/07/2017, DJe de 18/07/2017)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO INTERNO PREJUDICADO.


AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE E
DECADÊNCIA. RECURSO SECUNDUM EVENTUS LITIS. VÍCIOS
ESTRUTURAIS EM IMÓVEL. RESPONSABILIDADE. PODER DE
CAUTELA E LIVRE CONVENCIMENTO DO MAGISTRADO. AUSÊNCIA
DE ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. DECISÃO AGRAVADA
MANTIDA. I - Embora seja possível na atual sistemática processual civil,
com fulcro no art. 1.021, a apresentação de Agravo Interno em face da
decisão liminar do Relator, o recurso torna-se prejudicado se o Agravo
de Instrumento encontra-se pronto para julgamento. (…) AGRAVO
INTERNO PREJUDICADO. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO MAS IMPROVIDO.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC
) 5100950-13.2017.8.09.0000, Rel. Des.ª AMÉLIA MARTINS DE
ARAÚJO, 1ª Câmara Cível, julgado em 14/07/2017, DJe de 14/07/2017)

Superada esta questão, passo à análise do agravo de instrumento.

Infere-se dos autos originários que o credor/agravado promoveu ação de


restauração dos autos (protocolo n.º 5079934.44.2017.8.09.0051) da ação de
execução de título extrajudicial n.º 309827-60.2012.8.09.0051 (201203098272),
juntando cópias das peças que possuía em seu favor, nos termos do art. 713, do CPC.
Citado o devedor/agravante, contestou o pedido (evento n.º 18 – autos n.º
5079934.44.2017.8.09.0051), arguindo a inépcia da inicial porque não observados os
requisitos do art. 319, da CPC, destacando que não foram juntados inúmeros
documentos essenciais à propositura da demanda e que fizeram parte da ação de
execução. Pontuou que o credor/agravado deixou de acostar as peças em que o
recorrente se manifestou, inclusive nos embargos à execução, acrescentando que
possivelmente os autos encontram-se extraviados na escrivania, mostrando-se mais
acertada a determinação de sua busca antes de prosseguir-se na restauração de
autos.
Ponderou que o credor/agravado deixou de trazer na restauração o Anexo II
do Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda de Cotas Sociais, título
que instrui a execução, destacando que tal documento é imprescindível para a
complementação da demanda executiva, por ali ter constado o relatório de vistoria do
imóvel, e que a única via do documento pertencia ao credor/agravado, motivo pelo

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
qual não tem como comprovar suas alegações.
Considerou que a restauração de autos deve ser julgada extinta por faltar
peça essencial ao prosseguimento do processo. Juntou, de consequência, os
documentos que tinha em seu poder.
O credor/agravado impugnou a contestação no evento n.º 22, pugnando pela
homologação da restauração dos autos.
No evento n.º 29 foi proferida a decisão recursada, afirmando que
encontravam-se presentes os elementos necessários para a continuação da execução.
Neste ponto, forçoso pontuar que o magistrado condutor do feito deixou de
observar o rito aplicável à espécie – restauração de autos – incorrendo em error in
procedendo.
O error in procedendo é o cometido pelo juiz no exercício de sua atividade
jurisdicional, no curso do procedimento ou na prolação da decisão/sentença, sendo
que reconhecido o vício a nulidade da decisão é medida que se impõe.
A propósito, mutatis mutandis:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. IMPUGNAÇÃO


À PENHORA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA NÃO SUJEITA À
PRECLUSÃO. ERROR IN PROCEDENDO. I- A impenhorabilidade, dada
a natureza de ordem pública da matéria, pode ser arguida a qualquer
tempo, não estando sujeita à preclusão. II- No presente caso, deve ser
reconhecido o error in procedendo, por não ter o magistrado singular
analisado o pedido de impenhorabilidade do valor constrito na conta
poupança da agravante, sob o argumento de que a matéria contida na
peça de impugnação não foi arguida no momento oportuno. Assim
sendo, por tratar-se de questão de ordem pública, que pode ser
suscitada a até mesmo por simples petição nos autos, a cassação da
decisão agravada é medida que se impõe. III- Deve ser esclarecido que
a Corte Revisora está adstrita ao exame dos elementos que foram
objeto de análise pelo juízo de origem, não podendo apreciar matérias
que não foram enfrentadas pela decisão agravada, motivo pelo qual
deixo de apreciar o pedido de cancelamento do bloqueio de ativos
financeiros realizados no evento 49 dos autos principais. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE,
PROVIDO.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5583217-
40.2018.8.09.0000, Rel. Des. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, 2ª
Câmara Cível, julgado em 11/09/2019, DJe de 11/09/2019)

“Agravo de instrumento. Cumprimento de sentença. Impugnação à


penhora. Matéria de ordem pública não sujeita à preclusão. Error in
procedendo. Decisão agravada cassada. O error in procedendo é o
cometido pelo juiz no exercício de sua atividade jurisdicional, no curso
do procedimento ou na prolação da sentença. In casu, reconhecido o
vício, por não ter o magistrado singular analisado o pedido de

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
impenhorabilidade do valor constritado na conta poupança da agravante,
sob o argumento de que a peça de impugnação à penhora foi
protocolizada a destempo, quanto a referida matéria não está sujeita à
preclusão, por se tratar de questão de ordem pública, que pode ser
suscitada a até mesmo por simples petição nos autos, a cassação da
decisão agravada é medida que se impõe. Agravo de Instrumento
conhecido e provido. Decisão cassada.” (TJGO, Agravo de Instrumento (
CPC ) 5216086-87.2019.8.09.0000, deste relator, 2ª Câmara Cível,
julgado em 17/06/2019, DJe de 17/06/2019)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO


DE SENTENÇA INTEMPESTIVA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DE
CITAÇÃO E ILEGITIMIDADE DE PARTE. MATÉRIAS DE ORDEM
PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE PRECLUSÃO. POSSIBILIDADE DE
APRECIAÇÃO MESMO INTEMPESTIVA A PEÇA DEFENSIVA. I- Nos
termos do art. 525, do CPC, transcorrido o prazo previsto no art. 523
sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para
que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação,
apresente, nos próprios autos, sua impugnação. II- A intempestividade
da impugnação ao cumprimento de sentença impede o exame das
questões nela agitadas, exceto quando consideradas matérias de ordem
pública, eis que não alcançadas pela preclusão, devendo, assim, serem
apreciadas pelo juiz mesmo diante da eiva processual. III- É que a
nulidade de citação e ilegitimidade de parte, são questões que devem
ser apreciadas pelo juiz mesmo quando intempestiva a impugnação ao
cumprimento de sentença, pois matérias de ordem pública sobre as
quais não recai a preclusão. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E PROVIDO. DECISÃO CASSADA.” (TJGO, Agravo de
Instrumento ( CPC ) 5332487-43.2017.8.09.0000, Rel. Des. LUIZ
EDUARDO DE SOUSA, 1ª Câmara Cível, julgado em 05/06/2018, DJe
de 05/06/2018)

Voltando ao caso concreto, forçoso observar que, citada a parte contrária para
contestar o pedido, será lavrado o auto caso concorde com a restauração, suprindo o
processo desaparecido ou, caso não conteste, ou discorde parcialmente do pedido de
restauração, será necessário observar-se o procedimento comum. Leia-se:

“Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não,


pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for
o caso, promover-lhes a restauração.
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o
processo.
[…]
Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
de 5 (cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as
reproduções dos atos e dos documentos que estiverem em seu poder.
§ 1º Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que,
assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo
desaparecido.
§ 2º Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-
se-á o procedimento comum.”

Nesse sentido é a lição de Heitor Vitor Mendonça Sica, ao explanar sobre o


referido artigo:

“[…] 7. Aplicação subsidiária do procedimento comum


Após resposta das partes citadas (ou intimadas), sem concordância
integral que permita desde logo o proferimento de decisão declarando
restaurados os autos, o procedimento haverá de prosseguir, seja para
busca de outros elementos, seja para repetição dos atos cuja
documentação não puder ser recuperada. A partir de então, há de se
aplicar o procedimento comum, embora com algumas alterações
impostas pela natureza do incidente.
[…]
De resto, a aplicação do art. 357 apresenta-se particularmente relevante,
pois é nesse momento que o juiz indicará que elementos apresentados
ele já considera válidos, quais elementos ainda podem ser buscados e
quais atos precisam ser repetidos. [...]” (Comentários ao Código de
Processo Civil: artigos 674 ao 718, vol. X, (Coleção Comentários ao
Código de Processo Civil/coordenação Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio
Cruz Arenhart, Daniel Mitidiero), São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016,
p. 207)

De mesmo teor a lição de Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery
ao analisarem o § 2º do art. 714, do CPC. Ensinam:

“[…] § 2º: 5. Contestação parcial. Se o contestante concordar


parcialmente com o que for alegado pelo autor, a lei manda aplicar o
procedimento comum. […] Deve-se entender que, havendo impugnação
parcial da parte, o juiz deve julgar em cinco dias o caso, homologando a
restauração, quanto àquilo que não tenha sido objeto de dúvida, e
decidindo livremente a causa, quanto aos fatos impugnados. Não sendo
possível a restituição fiel de tudo, é preferível que o juiz determine o
refazimento dos atos sobre os quais pairam dúvidas. [...]” (Código de
Processo Civil Comentado, 18ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais,

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NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
2019, ps. 1.606/1.0607)

Dessarte, porque não observado o rito aplicável ao caso concreto – arts. 712
a 718, do CPC –, deve ser anulada a decisão atacada porque violado o disposto no
art. 714, § 2º, do referido Codex.
Nesse sentido o aresto:

“APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À


EXECUÇÃO. AUTOS DA EXECUÇÃO FISCAL NÃO LOCALIZADOS
PELA SERVENTIA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA,
DETERMINANDO O PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO. APELO
VISANDO O RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE. Inobservância aos atos processuais previstos pelo
código de processo civil, artigos 712 a 718, quanto ao procedimento
especial de restauração dos autos. Error in procedendo. Anulação da
sentença. Recurso prejudicado.” (TJ-RJ - APL: 01954821920168190001,
Relator: Des(a). Des. LUIZ FERNANDO DE ANDRADE PINTO, Data de
Julgamento: 04/12/2019, VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL)

Ao teor do exposto, julgo prejudicado o Agravo interno manejado por Naves


José Bispo. Conheço do agravo de instrumento interposto Naves José Bispo e
dou-lhe provimento, para desconstituir a decisão vergastada, a fim de determinar
que a restauração de autos observe o rito aplicável à espécie (arts. 712 a 718, do
CPC).
Comunique-se ao juízo de 1º grau, para conhecimento e imediato
cumprimento do decidido por este egrégio Sodalício.
É como voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
C80/C25

Agravo de Instrumento nº 5235006.46.2018.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante: Naves José Bispo

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Agravado: Robson Porto do Nascimento
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos de Agravo de Instrumento nº


5235006.46.2018.8.09.0000, da Comarca de Goiânia, figurando como agravante
Naves José Bispo e como agravado Robson Porto do Nascimento.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em conhecer do agravo de instrumento e dar-lhe provimento, julgando prejudicado o
agravo interno, nos termos do voto do Relator, proferido na assentada do julgamento e
que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5235006.46.2018.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Agravo de Instrumento nº 5235006.46.2018.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Agravante: Naves José Bispo
Agravado: Robson Porto do Nascimento
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Não-Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 16:53:10

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5455943.59.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Agravo de Instrumento ( CPC )
POLO ATIVO : LOURDINEI FROZ AMARAL
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE GOIANIA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : LOURDINEI FROZ AMARAL


ADVG. PARTE : 40029 GO - MURILO RODRIGUES COQUEIRO DE LIMA

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5455943.59.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 5455943.59.2019.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA (4ª Vara da Fazenda Pública Municipal)
AGRAVANTE: LOURDINEI FROZ AMARAL
AGRAVADO: MUNICÍPIO DE GOIÂNIA
RELATOR: DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

VOTO

Preenchidos os pressupostos extrínsecos e intrínsecos de admissibilidade,


conheço do agravo de instrumento.

Conforme relatado, insurge-se a agravante contra a decisão proferida pela


MMª Juíza de Direito em exercício na 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de
Goiânia, Dra. Lívia Vaz da Silva, que, no bojo da ação de interdito proibitório,
indeferiu o pedido autoral formulado in limine litis, ao fundamento de que não ficaram
demonstrados suficientemente a ameaça de esbulho e o justo receio da perda da
posse.

Da análise detida deste caderno processual, não verifico a possibilidade de


acolhimento da pretensão recursal da agravante. Explico.

Tratando-se de posse nova, a concessão de liminar em interdito proibitório,


instrumento preventivo de que se vale o possuidor do bem a fim de se proteger de
ameaça à posse quando se encontra em situação de justo receio em sofrer esbulho ou
turbação (art. 1.210 do CC), tem os requisitos encartados no art. 561, do CPC/15, in
verbis:

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NR.PROCESSO: 5455943.59.2019.8.09.0000
“Art. 561. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de


manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.”

Nada impede, todavia, que, em caso de posse velha, o Magistrado condutor


do feito possa deferir pedido liminar de interdito proibitório, desde que demonstrados,
neste caso, os elementos enunciados no art. 300 (probabilidade do direito alegado e
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo).

Na hipótese, analisando minudentemente os autos originários, não antevejo,


de plano, a presença de todos os requisitos autorizadores para a concessão da
medida buscada neste recurso, uma vez que, tal como afirmado pela própria autora
em sede de impugnação à contestação na origem, o imóvel objeto da lide
encontra-se edificado em área pública.

Reforçando esta constatação, o Município demandado aforou a ação de


reintegração de posse n. 5461957.03.2019.8.09.0051 em desproveito da agravante,
jungindo àquele feito farto acervo probatório - memorial descritivo do bem, expedido
pela SEPLANH, com os limites e confrontações, de acordo com os parâmetros
da Planta Urbanística do Setor Urias Magalhães, aprovada pelo Decreto nº 261 de
04/09/1968; croqui da Planta Urbanística original parcial e da ocupação irregular;
certidão das Matrículas nº 137.171, nº 137.173 e nº 131.174 expedidas pelo
Cartório de Registro de Imóveis da 2ª Circunscrição da Comarca de Goiânia;
planta parcial após o desmembramento; mapa parcial de Goiânia com destaque
para a área invadida e ortofoto de 2011 e 2016 – o qual, a priori, denotaria a
natureza de bem público da área em que foi edificado o imóvel objeto destes
autos, com destaque para área invadida.

Neste contexto, em consonância com entendimento sumulado pelo STJ


(Súmula n. 619), a ocupação de bem público caracteriza-se como mera detenção de
natureza precária, não ensejando, em princípio, qualquer direito possessório.

Sobre o tema, esta Corte de Justiça já decidiu:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO SECUNDUM EVENTUM


LITIS. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. BEM PÚBLICO.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5455943.59.2019.8.09.0000
POSSE JURÍDICA. MERA DETENÇÃO PELO REQUERIDO. LIMINAR
DEFERIDA. REQUISITOS LEGAIS DEMONSTRADOS. 1. O agravo de
instrumento é um recurso secundum eventum litis, ou seja, deve se
limitar ao exame do acerto/desacerto da decisão singular, não podendo
extrapolar o seu âmbito para matéria estranha ao ato judicial
questionado, sob pena de suprimir um grau de jurisdição. 2. Satisfeitos
os requisitos do art. 561 do CPC, de rigor a reintegração de posse ao
requerente sobre a área ocupada pelo requerido, ante a natureza
pública do bem, a qual lhe confere a chamada posse jurídica e
dispensa maiores indagações sobre a sua existência e anterioridade.
3. A ocupação indevida de bem público por particular não
configura posse, mas mera detenção de natureza precária,
restando afastando o direito à retenção/indenização de
benfeitorias. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.” (TJGO,
Agravo de Instrumento 5465504-10.2019.8.09.0000, Rel. CARLOS
HIPOLITO ESCHER, 4ª C. C., DJe de 03/10/2019)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE


POSSE DE BEM PÚBLICO. INDEFERIMENTO DA ANTECIPAÇÃO
DOS EFEITOS DA TUTELA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA
MODIFICAR O DECISUM. NECESSIDADE DE PRÉVIA
NOTIFICAÇÃO AOS OCUPANTES DO BEM. DECISÃO MANTIDA. 1.
O agravo de instrumento é um recurso secundum eventum litis e deve
ater-se ao acerto, ou desacerto da decisão combatida, a qual somente
poderá ser reformada, pelo Tribunal, quando evidente a sua
ilegalidade, arbitrariedade, ou teratologia. 2. A concessão da
antecipação dos efeitos da tutela está condicionada à existência de
prova inequívoca, capaz de demonstrar a verossimilhança das
alegações da parte Autora, bem assim, ao perigo de dano irreparável,
ou de difícil reparação, conforme o disposto no artigo 300 do
CPC/2015. 3. A concessão da medida liminar de reintegração de posse
reclama, em regra, o perfazimento simultâneo e cumulativo dos
requisitos localizados no artigo 561, do CPC. 4. No entanto, tratando-
se de ocupação de bem público, é dispensada a configuração de
posse nova, já que não se há que falar em posse, mas mera
detenção, sendo necessária apenas a notificação ao detentor,
estipulando prazo para desocupação, a fim de comprovar o
esbulho, o que não restou satisfeito no caso. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO. DECISÃO
MANTIDA.” (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC ) 5074880-
22.2018.8.09.0000, Rel. MAURÍCIO PORFÍRIO ROSA, 5ª Câmara
Cível, DJe de 28/05/2019)

Dentro dessa perspectiva, não havendo se falar em posse da agravante, por


conseguinte, não se pode cogitar do deferimento de liminar em ação de interdito
proibitório, uma vez que, além de não estar presente o requisito encartado no art. 561,
I, do CPC/15 (prova da posse do autor), não há probabilidade de acolhimento do
direito alegado (pressuposto previsto no art. 300 do atual Digesto Processual Civil,
necessário à concessão de medidas liminares de um modo geral).

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NR.PROCESSO: 5455943.59.2019.8.09.0000
Sobrelevo, por fim, que, em que pese a agravante tenha afirmado em sede de
impugnação à contestação que, por ter edificado no imóvel onde reside (bem público
de uso comum), gozaria de proteção possessória, deixo de tecer qualquer
consideração acerca deste argumento (que, até este momento, sequer foi analisado
pelo Juiz a quo), dada a estreiteza do palco do recurso de agravo de instrumento, que
limita esta Instância ao acerto ou desacerto da decisão recorrida, sob pena de
supressão de instância.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo de instrumento.

É como voto.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator
LL

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os integrantes da 2ª


Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, POR
UNANIMIDADE DE VOTOS, EM CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE
PROVIMENTO, nos ter-mos do voto do RELATOR.

VOTARAM com o RELATOR, os Desembargadores CARLOS ALBERTO


FRANÇA e AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, que também presidiu a sessão.

PARTICIPOU da sessão o ilustre Procurador de Justiça, Dr. JOSÉ CARLOS


MENDONÇA.

Custas de lei.

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NR.PROCESSO: 5455943.59.2019.8.09.0000
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO


Relator

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5455943.59.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 5455943.59.2019.8.09.0000


COMARCA DE GOIÂNIA (4ª Vara da Fazenda Pública Municipal)
AGRAVANTE: LOURDINEI FROZ AMARAL
AGRAVADO: MUNICÍPIO DE GOIÂNIA
RELATOR: DES. ZACARIAS NEVES COÊLHO

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


INTERDITO PROIBITÓRIO. BEM PÚBLICO. MERA
OCUPAÇÃO. LIMINAR POSSESSÓRIA INDEFERIDA.
DECISÃO MANTIDA. 1. Tratando-se de posse nova, a
concessão de liminar em interdito proibitório depende da
demonstração dos requisitos encartados no art. no art. 561, do
CPC/15. 2. Nada impede, todavia, que, em caso de posse
velha, o magistrado condutor da ação possa deferir pedido
liminar de interdito proibitório, desde que demonstrados, neste
caso, os elementos enunciados no art. 300 (probabilidade do
direito alegado e perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo). 3. In casu, havendo fortes indícios de que o imóvel
objeto da lide foi edificado em área pública, conforme
afirmação da própria agravante neste sentido, resta
obstaculizado o deferimento de liminar em ação de interdito
proibitório, uma vez que, além de não estar presente o
requisito encartado no art. 561, I, do CPC/15 (prova da posse
do autor), não há probabilidade de acolhimento do direito
alegado (pressuposto previsto no art. 300 do atual Digesto
Processual Civil, necessário à concessão de medidas liminares
de um modo geral). Agravo de instrumento desprovido.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 15:23:34

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 0480395.46.2011.8.09.0051
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : GENÉSIO DE SOUSA REIS
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIÁS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : GENÉSIO DE SOUSA REIS


ADVGS. PARTE : 1592 GO - LEOVEGILDO RODRIGUES
9605 GO - MARCILIO CASTRO VILELA

PARTE INTIMADA : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE GOIAS


ADVGS. PARTE : 14800 GO - ALEXANDRE EDUARDO FELIPE TOCANTINS
31065 GO - WANDRÉ FRANCISCO PEIXOTO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Remessa Necessária nº 480395.46.2011.8.09.0051


Comarca de Goiânia
Autor: Genésio de Sousa Reis
Réus : Estado de Goiás e Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO

Apelações Cíveis
1º Apelante: Estado de Goiás
2º Apelante : Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO
Apelado: Genésio de Sousa Reis
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

VOTO

Trata-se de reexame necessário e apelações cíveis interpostas


respectivamente pelo Estado de Goiás (evento n.º 3, doc. 34) e pelo Tribunal de
Contas do Estado de Goiás – TCE/GO (evento n.º 3, doc. 35), objetivando a reforma
da sentença (evento n.º 3, doc. 31) proferida nos autos da ação de rito ordinário,
ajuizada em desfavor dos apelantes por Genésio de Sousa Reis, ora apelado.
O decisum, da lavra do juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, titular da 2ª
Vara da Fazenda Estadual da comarca de Goiânia/GO, foi assim firmado em sua
parte dispositiva:

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
“Ante o exposto, nos termos do artigo 269, inciso I, do Código de
Processo Civil, acolho o pedido do autor e, por consequência,
reconheço a irregularidade nos descontos efetuados nos proventos
de aposentadoria do autor, à título de adequação ao teto
remuneratório, e condeno os réus a não mais procederem a
qualquer desconto, sob este fundamento. Esclareço que o autor
somente poderá ter reajuste salarial quando o valor de seus
proventos ficar inferior ao teto constitucional.
Condeno os réus ao pagamento das custas e despesas processuais e
honorários advocatícios, que arbitro em R$ 800,00 (oitocentos reais).
Os honorários advocatícios foram fixados considerando o grau de zelo
dos profissionais, que foi satisfatório; o lugar da prestação do serviço,
que foi nesta capital; a natureza e a importância da causa, que não é
matéria complexa e envolve baixo valor; bem como o trabalho realizado
pelos advogados, que foi bom e o tempo exigido para o serviço, que foi
moderado.
Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se”.

Irresignados, os requeridos interpõem os presentes recursos.


Manejando o 1º apelo (evento n.º 3, doc. 34), após apertada síntese da
demanda, o 1º apelante (Estado de Goiás) alega que, no caso dos autos, não há que
se falar em direito adquirido (artigo 5º, inciso XXXVI, da CF) do autor/apelado no que
tange ao valor de sua aposentadoria, uma vez que o artigo 17 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT) determinou a redução dos proventos de
aposentadorias, pensões e remunerações percebidas em desacordo com as regras
constitucionais.
Argumenta que se “as normas constitucionais originárias instituíram o
chamado corte de teto e determinaram expressamente a não incidência de direito
adquirido contra sua aplicação, não prospera a evocação de direito adquirido”.
Transcreve entendimentos doutrinários acerca do tema, bem como o teor do
inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal a fim de reforçar sua argumentação.
Acrescenta que o Supremo Tribunal Federal já determinou a auto
aplicabilidade do artigo 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)
e, além disso, afirma que “mesmo que o corte de teto houvesse decorrido de emenda
constitucional, sua validade seria incontestável”.
Ao fim, pugna pelo conhecimento e provimento do recurso de apelação para
reformar a sentença e julgar improcedentes os pedidos constantes da inicial.
Preparo dispensado, com fulcro no artigo 511, §1°, do Código de Processo
Civil/73 (art. 1.007, § 2º, do CPC).

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
Já nas razões recursais do 2º apelo (evento n.º 3, doc. 35), o 2º apelante
(Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO) alega que a sentença prolatada
merece ser totalmente reformada, eis que já se encontra pacificado nos Tribunais
Superiores que não existe direito adquirido contra o disposto na Constituição Federal.
Noutro aspecto, ressalta que as aposentadorias recebidas pelo autor/apelado
cujos valores superam o teto constitucional advêm da mesma fonte pagadora (Estado
de Goiás), ao passo em que destaca a solução adotada pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento de alguns casos concretos.
Reforça que os Tribunais Superiores pacificaram o entendimento no sentido
da constitucionalidade da EC nº 41/2003 – que deu nova redação ao inciso XI do artigo
37 da Constituição Federal – não havendo que se falar em direito adquirido ao
recebimento de remuneração, proventos ou pensão acima do teto remuneratório em
face da nova ordem constitucional.
Assevera que, para efeito de aplicação do teto remuneratório no serviço
público, devem ser somadas todas as verbas percebidas por agentes públicos,
inclusive aposentados e pensionistas, como no caso do apelado, excetuadas apenas
aquelas verbas que tenham caráter indenizatório.
Prequestiona os artigos 37, inciso XI, da Constituição Federal e o artigo 1º da
Lei n. 12.771/12, a fim de interpor eventuais recursos às Cortes Superiores.
Concluindo, requer o conhecimento e provimento do recurso de apelação para
reformar a sentença e julgar improcedentes os pedidos iniciais e, por consequência,
reconhecer que o corte de teto efetuado nos proventos de aposentadoria do apelado
está em conformidade com o disposto no inciso XI do artigo 37 da Constituição
Federal, excluindo, ainda, os ônus sucumbenciais.
Preparo dispensado, com fulcro no artigo 511, §1°, do Código de Processo
Civil/73 (art. 1.007, § 2º, do CPC).
Devidamente intimado, o apelado apresentou contrarrazões aos recursos de
apelação (evento n.º 3, doc. 37), alegando que a sentença recorrida merece reparos
tão somente no que tange à fixação dos honorários advocatícios, pois arbitrados em
desacordo com os parâmetros legais.
Remetidos os autos à douta Procuradoria de Justiça, a Dra. Orlandina Brito
Pereira deixou de lançar parecer (evento n.º 3, doc. 41), ao argumento de ausência de
interesse que ensejasse a intervenção obrigatória do Ministério Público.
Em seguida, a remessa e os apelos foram conhecidos, sendo parcialmente
provida a remessa e desprovidos os recursos voluntários, nos seguintes termos
(evento n.º 3, doc. 44/45):

“Duplo Grau de Jurisdição. Apelações Cíveis. Ação pelo rito ordinário.


Servidor público. Direito adquirido. Irredutibilidade de vencimentos.
Precedentes do STF. Corte realizado em proventos de aposentadoria
com base no teto remuneratório previsto na EC n. 41/03.
impossibilidade. Artigo 17 do ADCT. Inaplicabilidade.
Prequestionamento. Fazenda pública. Sucumbência. Reembolso de

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
despesas processuais. I - Segundo entendimento firmado em
precedentes do Supremo Tribunal Federal, “o servidor público não tem
direito adquirido a regime jurídico, todavia, fica assegurada a
irredutibilidade de seus vencimentos”. II - Assim, não merece reparos a
sentença monocrática que reconheceu a irregularidade dos descontos
efetuados nos proventos de aposentadoria do autor/apelado, a título de
adequação ao teto remuneratório previsto na EC nº 41/03, já que o corte
contraria o disposto no inciso XV, do artigo 37 da Constituição Federal
de 1988 - princípio de irredutibilidade de vencimentos. III - Ademais,
ressalte-se que não é possível a aplicação do disposto no artigo 17 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) para legitimar
os descontos perpetrados na aposentadoria do autor/apelado, pois
referido dispositivo legal trata-se de norma transitória, aplicável ao
período de seu advento, não podendo ser aplicada para afrontar direitos
individuais já consolidados sob a vigência da legislação anterior. IV -
Insta relembrar aqui que, dentre as funções do Poder Judiciário, não se
encontra cumulada a de órgão consultivo. V - A Fazenda Pública não
está sujeita ao pagamento de custas e emolumentos, todavia, se
vencida, ressarcirá o valor das despesas feitas pela parte contrária, nos
termos do parágrafo único do artigo 39 da Lei n. 6.830/80. Remessa
Oficial e Apelações Cíveis conhecidas. Parcialmente provida a Remessa
Oficial e improvidas as Apelações Cíveis.” (TJGO, DUPLO GRAU DE
JURISDICAO 480395-46.2011.8.09.0051, desta relatoria, 2A CAMARA
CIVEL, julgado em 11/02/2014, DJe 1490 de 20/02/2014)

Os embargos de declaração manejados pelo Estado de Goiás (evento n.º 3,


doc. 50) foram desacolhidos, com o seguinte teor (evento n.º 3, doc. 52/53):

“Embargos de Declaração no Agravo Regimental na Apelação Cível.


Não caracterização das hipóteses elencadas no art. 535 do CPC.
Prequestionamento. Não vislumbrados no acórdão fustigado os vícios
elencados nos incisos I e II do art. 535 do CPC, devem ser rejeitados os
embargos de declaração opostos, sendo vedada a rediscussão da
temática debatida no acórdão, ainda que para fins de
prequestionamento. Embargos de Declaração rejeitados.” (TJGO,
DUPLO GRAU DE JURISDICAO 480395-46.2011.8.09.0051, desta
relatoria, 2A CAMARA CIVEL, julgado em 22/04/2014, DJe 1532 de
30/04/2014)

Ainda inconformado, o Tribunal de Contas do Estado de Goiás, réu/2º


apelante, interpôs Recurso Especial (evento n.º 3, doc. 58) e Recurso Extraordinário
(evento n.º 3, doc. 60), apontando, em síntese, a legalidade e a constitucionalidade,
respectivamente, do corte de teto nos proventos do autor/apelado, em conformidade
com o art. 37, XI, da Constituição Federal. O Estado de Goiás também interpôs
Recurso Extraordinário (evento n.º 3, doc. 63), pontuando pela impossibilidade da
incidência do direito adquirido no caso concreto, em atenção ao disposto no art. 37, XI,
da CF/88 c/c art. 17/ADCT.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
Contrarrazões aos recursos extremos apresentadas pelo autor/recorrido no
evento n.º 3, doc. 68, pleiteando que não sejam admitidos, por incabíveis e
improcedentes.
Inadmitidos os recursos (evento n.º 3, docs. 69/72), foram manejados pelo
Estado de Goias o agravo do art. 544, do CPC/73 (evento n.º 3, doc. 77), e pelo
Tribunal de Contas do Estado de Goiás (evento n.º 3, doc. 79)
Os autos foram sobrestados no aguardo do julgamento dos recursos (eventos
n.º 8 e 9), sendo proferido despacho pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso
Extraordinário n.º 1.236.335/GO (evento n.º 11), determinando a devolução dos autos
a este Tribunal em atenção aos preceitos do artigo 1.030, I e II, do CPC, porquanto já
submetidas as questões trazidas no presente processo à sistemática da repercussão
geral (Recurso Extraordinário n. 609.381, Tema n. 480, e Recurso Extraordinário n.
602.043, Tema n. 384).
Conclusos os autos, foi determinada a intimação das partes no evento n.º 22,
manifestando-se apenas o Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE, no evento
n.º 26, reiterando pela “regularidade do corte de teto nos proventos da parte recorrida,
em conformidade com o artigo 37, XI da Constituição Federal e com a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal em sede de repercussão geral.”

É em síntese o relatório. Passo ao voto.

Conforme relatado, trata-se de remessa oficial e apelações cíveis interpostas


respectivamente pelo Estado de Goiás (evento n.º 3, doc. 34) e pelo Tribunal de
Contas do Estado de Goiás – TCE/GO (evento n.º 3, doc. 35), objetivando a reforma
da sentença (evento n.º 3, doc. 31) proferida nos autos da ação de rito ordinário,
proposta em desfavor dos apelantes por Genésio de Sousa Reis, por meio da qual o
magistrado singular reconheceu a irregularidade dos descontos efetuados nos
proventos de aposentadoria do autor/apelado, a título de adequação ao teto
remuneratório constitucional previsto na Emenda Constitucional nº 41/03.
A sentença foi mantida pelo acórdão do evento n.º 3, docs. 44/45, sobrevindo,
posteriormente (evento 11), determinação exarada pelo Supremo Tribunal Federal no
RE n.º 1.236.335/GO para observância dos preceitos do art. 1.030, I e II, porquanto já
apreciadas as matérias no RE n. 609.381 (Tema 480) e RE 602.043 (Tema 384).
Pois bem.
Cediço que, subsistindo multiplicidade de recursos extraordinários com
fundamento em idêntica controvérsia, visando a racionalização e maior celeridade aos
julgamentos proferidos pelo Supremo Tribunal Federal, foi acrescentado o art. 543-B
ao Código de Processo Civil/73, atual art. 1.030, II, do Código de Processo Civil
vigente, cujo objetivo é obstar o acesso de inúmeros recursos repetitivos. Leia-se:

“Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o


recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
(quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao
vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
[…]
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de
retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o
caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;”

Desse modo, nas hipóteses de recursos repetitivos que visam uma unidade
quanto a idênticas questões jurídicas, extrai-se da norma a permissão ao Tribunal, por
meio do órgão colegiado, de retratar-se e modificar o acórdão recorrido, submetendo a
nova decisão ao entendimento firmado no recurso representativo (STF), ou, ainda,
manter o acórdão impugnado.
Quanto ao tema em debate no caso concreto – pedido de proibição de corte
dos proventos do autor/apelado a fim de observar o teto constitucional – impende
observar que razão não assiste ao autor/recorrido, embora tenha logrado êxito quando
do julgamento inicial de sua pretensão.
No julgamento do RE nº 609.381/GO, com repercussão geral, o Supremo
Tribunal Federal firmou o entendimento no sentido de que a Emenda Constitucional n.º
41/2003 tem eficácia imediata, submetendo ao teto remuneratório inclusive as verbas
de natureza remuneratórias adquiridas de acordo com o regime legal anterior.
Confira-se:

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. TETO DE RETRIBUIÇÃO.


EMENDA CONSTITUCIONAL 41/03. EFICÁCIA IMEDIATA DOS
LIMITES MÁXIMOS NELA FIXADOS. EXCESSOS. PERCEPÇÃO NÃO
RESPALDADA PELA GARANTIA DA IRREDUTIBILIDADE. 1. O teto de
retribuição estabelecido pela Emenda Constitucional 41/03 possui
eficácia imediata, submetendo às referências de valor máximo nele
discriminadas todas as verbas de natureza remuneratória percebidas
pelos servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, ainda que adquiridas de acordo com regime legal anterior. 2.
A observância da norma de teto de retribuição representa verdadeira
condição de legitimidade para o pagamento das remunerações no
serviço público. Os valores que ultrapassam os limites pré-estabelecidos
para cada nível federativo na Constituição Federal constituem excesso
cujo pagamento não pode ser reclamado com amparo na garantia da
irredutibilidade de vencimentos. 3. A incidência da garantia
constitucional da irredutibilidade exige a presença cumulativa de pelo
menos dois requisitos: (a) que o padrão remuneratório nominal tenha
sido obtido conforme o direito, e não de maneira ilícita, ainda que por
equívoco da Administração Pública; e (b) que o padrão remuneratório
nominal esteja compreendido dentro do limite máximo pré-definido pela
Constituição Federal. O pagamento de remunerações superiores aos

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
tetos de retribuição de cada um dos níveis federativos traduz exemplo
de violação qualificada do texto constitucional. 4. Recurso extraordinário
provido.” (RE 609381, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal
Pleno, julgado em 02/10/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-242 DIVULG 10-12-2014
PUBLIC 11-12-2014)

Em consonância com referido entendimento, o STF, no julgamento do RE nº


602.043/MT, com repercussão geral, firmou o entendimento no sentido de ser possível
o percebimento cumulativo de remunerações apenas nos casos expressamente
previstos na Constituição Federal. Leia-se:

“TETO CONSTITUCIONAL – ACUMULAÇÃO DE CARGOS –


ALCANCE. Nas situações jurídicas em que a Constituição Federal
autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado
em relação à remuneração de cada um deles, e não ao somatório do
que recebido.” (RE 602043, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO,
Tribunal Pleno, julgado em 27/04/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-203 DIVULG 06-09-2017
PUBLIC 08-09-2017)

Dessarte, segundo restou decidido, computam-se para efeito de observância


do teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição da República Federativa
do Brasil, também os valores percebidos anteriormente à vigência da Emenda
Constitucional nº 41/2003 a título de vantagens pessoais pelo servidor público,
autorizada a cumulação apenas quando cumuláveis os cargos na atividade, nos
termos do permissivo constitucional.
In casu, verifica-se que o julgamento realizado por esta Corte Recursal
encontra-se em dissonância com o paradigma acima mencionado, porquanto os
valores percebidos anteriormente à vigência da Emenda Constitucional nº 41/2003 a
título de vantagens pessoais pelo servidor público, ora autor/apelado, computam-se
para efeito de observância do teto remuneratório do art. 37, XI, da CRFB.
Diante de tais considerações, revela-se escorreito o corte realizado no
vencimento do autor/apelado, a fim de adequar o seu valor ao teto constitucional, não
havendo, portanto, falar-se em sua manutenção sob o argumento do direito adquirido e
do princípio da irredutibilidade de vencimentos.
Desse modo, aplicando o entendimento pacificado no âmbito do Supremo
Tribunal Federal em sede de repercussão geral (RE n.º 609.381 e RE 602.043), o
acórdão do evento n.º 3, docs. 44/45, merece ser reformado, a fim de conhecer da
remessa necessária e dos apelos e dar-lhes provimento, julgando, de consequência,
improcedente a pretensão inicial, concernente na proibição de corte dos vencimentos
do autor/apelado em obediência ao teto constitucional.
Julgada improcedente a pretensão inicial, deverá ser invertida a sucumbência,
agora a cargo do autor/apelado.

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
Ao teor do exposto, com fulcro no art. 1.030, II, do CPC, reapreciando a
matéria, impõe-se exercer o juízo de retratação, para reformar o acórdão do
evento n.º 3, docs. 44/45, dando provimento à remessa necessária e aos
recursos de apelações para julgar improcedente a pretensão inicial.
De consequência, inverto o ônus da sucumbência, atribuindo-o ao
autor/recorrido, com fulcro no artigo 20, do Código de Processo Civil/73. Deixo de fixar
honorários advocatícios recursais, previstos no art. 85, § 11, do CPC, porque proferida
a sentença ainda sob a égide do Código revogado.
É o meu voto.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C80/C25

Remessa Necessária nº 480395.46.2011.8.09.0051


Comarca de Goiânia
Autor: Genésio de Sousa Reis
Réus : Estado de Goiás e Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO

Apelações Cíveis
1º Apelante: Estado de Goiás
2º Apelante : Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO
Apelado: Genésio de Sousa Reis
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

ACÓRDÃO

Vistos, oralmente relatados e discutidos os autos de Remessa Necessária nº


480395.46.2011.8.09.0051, da Comarca de Goiânia, figurando como autor Genésio
de Sousa Reis e como réus Estado de Goiás e Tribunal de Contas do Estado de
Goiás – TCE/GO e nas Apelações Cíveis figurando como 1° apelante Estado de

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
Goiás e 2° apelante Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO e como
apelado Genésio de Sousa Reis.
ACORDAM os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Segunda Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos,
em retratar do acórdão, conhecendo do reexame necessário e dos apelos, dando-lhes
provimento, nos termos do voto do Relator, proferido na assentada do julgamento e
que a este se incorpora.
Votaram, além do Relator, os Desembargadores Amaral Wilson de Oliveira
e José Carlos de Oliveira.
Presidiu o julgamento o Desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
Esteve presente à sessão o Doutor José Carlos Mendonça, representando a
Procuradoria-Geral de Justiça.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR

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NR.PROCESSO: 0480395.46.2011.8.09.0051
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete Desembargador Carlos Alberto França

Remessa Necessária nº 480395.46.2011.8.09.0051


Comarca de Goiânia
Autor: Genésio de Sousa Reis
Réus : Estado de Goiás e Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO

Apelações Cíveis
1º Apelante: Estado de Goiás
2º Apelante : Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO
Apelado: Genésio de Sousa Reis
Relator: Desembargador Carlos Alberto França

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido - Data da Movimentação


18/02/2020 17:51:22

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5462778.75.2019.8.09.0093
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : CLEONICE PEREIRA MARTINS
POLO PASSIVO : BANCO CETELEM SA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CLEONICE PEREIRA MARTINS


ADVG. PARTE : 54782 GO - LUIZ FERNANDO CARDOSO RAMOS

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5462778.75.2019.8.09.0093
PODER JUDICIÁRIO
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Gabinete do Desembargador Zacarias Neves Coêlho

APELAÇÃO CÍVEL N. 5462778.75.2019.8.09.0093


COMARCA DE JATAÍ
APELANTE: CLEONICE PEREIRA MARTINS
APELADO: BANCO CETELEM S/A
RELATOR: SIVAL GUERRA PIRES – Juiz Substituto em 2º Grau

VOTO

De início, de acordo com a cópia de declaração de imposto de renda coligida


no evento nº. 01, arquivo nº. 08, observa-se que, no ano de 2018, a apelante,
aposentada, percebeu a quantia de R$ 12.385,00 (doze mil, trezentos e oitenta e cinco
reais), a título de proventos, fazendo jus, portanto, ao menos em grau recursal, à
justiça gratuita, a teor da Súmula nº. 251, deste Tribunal de Justiça.

Sendo assim, concedo à apelante os benefícios da gratuidade, somente


para fins de processamento do presente recurso.

Logo, porque presentes os pressupostos de admissibilidade recursal,


conheço da apelação.

Consoante relatado, trata-se de apelação cível interposta da sentença que


extinguiu o processo sem resolução de mérito, com base no art. 485, IV, do CPC, por
reconhecer a sua incompetência para processar e julgar o feito, ao tempo em que
determinou a redistribuição dos autos ao Juizado Especial Cível da comarca de Jataí.

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NR.PROCESSO: 5462778.75.2019.8.09.0093
Pelo que se nota dos autos, a apelante/autora promoveu a demanda,
alegando que o apelo efetuou descontos mensais indevidos de seu benefício
previdenciário, na ordem de R$ 27,60 (vinte e sete reais e sessenta centavos), visto
que não celebrou com a instituição financeira recorrida nenhum contrato de
empréstimo.

Sem maiores delongas, a propositura de ação no Juizado Especial Cível,


quando observados os requisitos legais, ou perante a Justiça Comum é prerrogativa
conferida ao jurisdicionado. Nesse sentido, dispõe o art. 3º, §3º, da Lei nº. 9.099/95,
vejamos:

“Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação,


processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade,
assim consideradas:

(…).

§3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em


renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo,
excetuada a hipótese de conciliação.”

Em verdade, tal faculdade revela, sobretudo, o caráter relativo da


competência dos Juizados Especiais Cível e que, portanto, sequer poderia ser
conhecida de ofício pelo julgador, consoante o Súmula nº. 332, desta Corte de Justiça.

Outrossim, tampouco questões afetas à administração judiciária são capazes


de mitigar direito potestativo do demandante em optar por uma via ou por outra.

A título de referencial doutrinário, destaco o Enunciado nº. 01, do FONAJE,


segundo o qual, “O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é facultativo para o
autor.”

O entendimento ora adotado está, ainda, em consonância com a remansosa


jurisprudência pátria firmada sobre o tema, confira-se:

“PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE


DE COBRANÇA. CONTROLE DE COMPETÊNCIA PELO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA. JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E JUSTIÇA COMUM.
OPÇÃO DO AUTOR. (…). 2. O Superior Tribunal de Justiça possui

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NR.PROCESSO: 5462778.75.2019.8.09.0093
entendimento de que "o processamento da ação perante o Juizado
Especial é opção do autor, que pode, se preferir, ajuizar sua demanda
perante a Justiça Comum" (REsp. 173.205/SP, Relator Ministro Cesar
Asfor Rocha, Quarta Turma, DJ 14.6.1999). A propósito: REsp
331.891/DF, Rel. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, Terceira Turma,
21.3.2002; REsp 146.189/RJ, Rel. Ministro Barros Monteiro, Quarta
Turma, DJ 29.6.1998. 3. Recurso Especial provido.” (REsp
1726789/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 19/04/2018, DJe 23/05/2018)

“CONFLITO DE COMPETÊNCIA NEGATIVO. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL X
JUSTIÇA COMUM. COMPETÊNCIA RELATIVA. OPÇÃO DO AUTOR.
É de livre opção do Autor o ajuizamento da ação (que se enquadra nos
requisitos do art. 3º da Lei nº 9.099/95) no Juizado Especial Cível (cuja
competência é relativa) ou na Justiça Comum. Inteligência do art. 3º, §
3º, da Lei nº 9.099/95. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA
JULGADO PROCEDENTE. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO.”
(Conflito de Competência nº. 5546878-48.2019.8.09.0000, Rel.
OLAVO JUNQUEIRA DE ANDRADE, 2ª Seção Cível, julgado em
23/10/2019, DJe de 23/10/2019)

No mesmo sentido: RMS 53.227/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,


SEGUNDA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 30/06/2017; e Conflito de
Competência 5028957-48.2017.8.09.0051, Rel. ROBERTO HORÁCIO DE REZENDE,
2ª Seção Cível, julgado em 11/04/2017, DJe de 11/04/2017.

Imperativa, portanto, a cassação da sentença.

Ante o exposto, dou provimento ao recurso, a fim de cassar a sentença


recorrida, determinando o retorno dos autos ao juízo da 2ª Vara Cível e Fazendas
Públicas da Comarca de Jataí, para regular processamento do feito.

É como voto.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

SIVAL GUERRA PIRES


Juiz Substituto em 2º Grau

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NR.PROCESSO: 5462778.75.2019.8.09.0093
1. “Faz jus à gratuidade da justiça a pessoa, natural ou jurídica, que comprovar sua impossibilidade de arcar com os encargos
processuais”.

2. “A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício”.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os integrantes da 2ª


Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,
POR UNANIMIDADE DE VOTOS, EM CONHECER E DAR PROVIMENTO À
APELAÇÃO CÍVEL, nos termos do voto do RELATOR.

VOTARAM com o RELATOR, os Desembargadores CARLOS ALBERTO


FRANÇA e AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, que também presidiu a sessão.

PARTICIPOU o ilustre Procurador de Justiça, Dr. JOSÉ CARLOS


MENDONÇA.

Custas de lei.

Goiânia, 17 de fevereiro de 2020.

SIVAL GUERRA PIRES


Juiz Substituto em 2º Grau

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NR.PROCESSO: 5462778.75.2019.8.09.0093
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C
COM INDENIZAÇÃO. AJUIZAMENTO DA AÇÃO NA JUSTIÇA
COMUM OU JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. PRERROGATIVA
DO JURISDICIONADO. COMPETÊNCIA RELATIVA. Na forma
do art. 3º, §3º, da Lei nº. 9.099/95, bem como na esteira da
jurisprudência pátria, a competência do Juizado Especial é
relativa, sendo facultada ao autor a opção pelo ajuizamento da
ação junto à Justiça Comum ou perante o próprio Juizado
Especial Cível, quando observados os requisitos legais.
Apelação Cível provida.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Decisão Não Concedida a Medida Liminar - Data da
Movimentação 18/02/2020 14:49:38

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5045226.19.2020.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Mandado de Segurança (CF; Lei 12016/2009)
POLO ATIVO : HILDA VITORIA DOS SANTOS
POLO PASSIVO : ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : HILDA VITORIA DOS SANTOS


ADVGS. PARTE : 33819 GO - TARCISIO GRATÃO GONDIM
27733 GO - ADERLEY CANEDO SOARES

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5045226.19.2020.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Carlos Alberto França

Mandado de Segurança nº 5045226.19.2020.8.09.0000


Comarca de Goiânia
Impetrante : Hilda Vitória dos Santos
Impetrado : Secretária da Educação do Estado de Goiás
Litpas. : Estado de Goiás
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

DECISÃO PRELIMINAR

Trata-se de mandado de segurança preventivo com pedido liminar impetrado


por Hilda Vitória dos Santos contra provável ato ilegal atribuído à Secretária de
Estado da Educação de Goiás, com fulcro no art. 5º, caput, LXIX, da Constituição
Federal e na Lei nº 12.016/2009, figurando como litisconsorte passivo o Estado de
Goiás.
No bojo das razões expedidas na prefacial, após discorrer sobre o cabimento
da presente ação mandamental, a impetrante informa que ocupa o cargo de Agente
Administrativo Educacional – Apoio, desde 01/02/1986, vinculado à rede estadual de
ensino SEDUC-GO, tendo ingressado em 1º/09/1990. Acrescenta que, posteriormente,
teve nova aprovação em concurso público no município de Santa Bárbara de Goiás –
GO, tomando posse em 01/02/2010, no cargo de professor – IV, atuando com a devida
compatibilidade de horários, como consta do processo administrativo de nº
201900006009967.
Alega ter trabalhado por longo período em exercício concomitante ocupando

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NR.PROCESSO: 5045226.19.2020.8.09.0000
os dois cargos e, cerca de nove anos após, ao requerer aposentadoria no processo
administrativo acima mencionado, aquele foi sobrestado para apurar eventual
ilegalidade teoricamente prescrita pelo tempo, mas que gerou motivo.
Explana ter sido notificada pela SEDUC-GO para optar por apenas um dos
cargos, com ciência na data de 01/10/2019, por ser cumulação ilegal, razão pela qual
pretende a reanálise da decisão unilateral da administração pública.
Afirma ter preenchido os requisitos para impetração do presente mandado de
segurança, como cabimento e tempestividade.
Disserta sobre o histórico do servidor não docente na educação básica,
defendendo ser educadora e não possuir atividade-meio.
Pondera ter realizado cursos de formação profissional, inclusive em
pedagogia, concluindo ser profissional da educação, nos termos da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, artigo 61, Lei nº 9.394/1996.
Conclui que o cargo ocupado de Agente Administrativo Educacional “está
plenamente configurado, cujo requisitos mínimo é o curso técnico ou superior em
pedagogia para o exercício das atribuições do trabalhador em educação, podendo,
consequentemente, ser acumulado com o cargo público de professor, pois trata-se de
um profissional com qualidade para o desempenho de qualquer função relevante na
unidade escolar, inclusive de direção, permitindo constitucionalmente o exercício de
outro cargo público.”
Esclarece não saber que o cargo ocupado de agende administrativo
educacional não seria técnico/científico pois possui plano de carreira com
aproveitamento dos estudos e atribuições específicas, restando evidenciado que seu
cargo necessita de conhecimentos específicos e formação mínima para ingresso, além
de prestar serviço essencial à população.
Requer a decretação da legalidade da acumulação dos referidos cargos sem
optar pela exoneração do cargo público de Professor IV, como determinado pela
SEDUC-GO, por ser compatível com a Carta Magna, nos termos do artigo 37, XVI.
Expõe sobre o direito que envolve sua pretensão, colacionando julgados.
Defende o preenchimento dos requisitos para a concessão de tutela de
urgência, visando a determinação para que a impetrante continue exercendo o cargo
estadual até o julgamento de mérito.
Por fim, requer a concessão de “tutela de urgência de natureza cautelar, para
que a impetrante seja mantida em seu cargo estadual, com a devida acumulação
municipal, pois possui qualificação profissional prevista na LDB, até que seja decidido
o mérito da ação, pelos motivos já expostos.”
No mérito, pugna pela procedência da presente ação mandamental com a
concessão definitiva da segurança pleiteada para declarar a “acumulação legal para
todos os efeitos, determinando a sua aposentadoria integral, com efeitos retroativos à
data do protocolo administrativo de aposentadoria, vez que foi cabalmente
demonstrado a natureza técnica do referido cargo e sua legalidade de acumulação
com o cargo de professor”.

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NR.PROCESSO: 5045226.19.2020.8.09.0000
É o relatório. Decido.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, recebo o presente mandamus.


Inicialmente, defiro os benefícios da gratuidade da justiça à parte impetrante,
por restar comprovada nos autos sua insuficiência de recursos para arcar com o
pagamento das custas e despesas processuais, nos termos do artigo 98, do NCPC e
Súmula 25 deste Tribunal de Justiça.
Conforme relatado, trata-se de mandado de segurança preventivo com pedido
liminar impetrado por Hilda Vitória dos Santos contra provável ato ilegal atribuído à
Secretária de Estado da Educação de Goiás, com fulcro no art. 5º, caput, LXIX, da
Constituição Federal e na Lei nº 12.016/2009, figurando como litisconsorte passivo o
Estado de Goiás.
No caso, necessário verificar se estão presentes os requisitos legais previstos
no artigo 7º, III, da Lei nº 12.016/2009, de forma concomitante, quais sejam: a) a
existência de fundamento relevante e b) a possibilidade de que do ato impugnado
possa resultar a ineficácia da medida, caso seja, ao final, deferida, in verbis:

“Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: (…)

III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da
medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à
pessoa jurídica”.

No caso, verifico inexistir fundamento relevante, pois o entendimento desta


Corte de Justiça é no sentido de que o cargo de agente administrativo educacional-
apoio não é considerado como cargo técnico, o que, a primeira vista, impossibilita a
aplicação das exceções previstas na Carta Magna no tocante à legalidade de
acumulação de cargos.
Na confluência do exposto, por ausência de requisito indispensável insculpido
no inciso III do artigo 7º da Lei n. 12.016/2009, indefiro a providência liminar
pleiteada.
Notifique-se a autoridade acoimada de coatora para que prestar, no prazo de
dez (10) dias, as informações que julgar necessárias.
Cadastre-se o Estado de Goiás como litisconsorte passivo.
Outrossim, de acordo com a redação do inciso II do artigo 7º da Lei nº
12.016/2009, determino a intimação da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás para
que defenda o ato impugnado, no mesmo prazo.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5045226.19.2020.8.09.0000
Após, colha-se a manifestação da douta Procuradoria-Geral de Justiça.
Intimem-se. Cumpra-se.
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C90

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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Despacho - Data da Movimentação 18/02/2020


14:53:08

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5686850.33.2019.8.09.0000
CLASSE PROCESSUAL : Tutela Cível
POLO ATIVO : INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS SERVIDORES PUBLICOS DO MUNICIPIO
DE ALEXANIA
POLO PASSIVO : ALLYSSON SILVA LIMA
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : ALLYSSON SILVA LIMA


ADVG. PARTE : 30972 GO - CHARLESMAN DA COSTA SILVANO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5686850.33.2019.8.09.0000
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Gabinete do Desembargador Carlos Alberto França

Agravo interno em pedido de tutela em caráter antecedente nº


5686850.33.2019.8.09.0000
Comarca de Alexânia
Agravante : Allyson Silva Lima
Apelada : Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de
Alexânia
Relator : Desembargador Carlos Alberto França

DESPACHO

Do compulso dos autos, infere-se que o agravante, na condição de Prefeito


do Município de Alexânia/GO, não tem direito às prerrogativas a que faz jus à Fazenda
Pública, nem tampouco tem direito à isenção do pagamento do preparo recursal.
A propósito, sobre a inaplicabilidade dos artigos 183 e 1.007, ambos do Novo
Código de Processo Civil, para os representantes da Fazenda Pública, eis os julgados
do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE. INEXISTÊNCIA DE PRAZO EM DOBRO.
INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 183 DO NCPC AO PROCESSO DE
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. INTEMPESTIVIDADE DO
RECURSO. 1. Em sede de controle abstrato de constitucionalidade, não
se aplica o prazo em dobro dos representantes da Fazenda Pública, de
que trata o artigo 183 do NCPC, em razão da natureza objetiva do
processo, sendo intempestivos os embargos protocolados após o prazo

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NR.PROCESSO: 5686850.33.2019.8.09.0000
recursal. RECURSO ASSINADO APENAS PELO PROCURADOR
JURÍDICO. ILEGITIMIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. 2.
Omissis. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS.”
(TJGO, Ação Direta de Inconstitucionalidade 5334997-
29.2017.8.09.0000, Rel. NELMA BRANCO FERREIRA PERILO, Órgão
Especial, julgado em 18/09/2019, DJe de 18/09/2019).

“DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E APELAÇÃO CÍVEL. PREFEITO


QUE INTERPÕE RECURSO EM NOME PRÓPRIO. APELO DESERTO.
REMESSA OBRIGATÓRIA REMANESCENTE. INCIDENTE DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 1.207/94 DO MUNICÍPIO DE
CRISTALINA-GO. CONTROLE DIFUSO. 1. O prefeito municipal, quando
interpõe apelação em nome próprio, não goza da isenção legal a que se
refere o art. 511, §1º, do CPC, razão pela qual considera-se deserto o
recurso por ele interposto sem o necessário preparo (art. 511, caput,
CPC). 2. Omissis.” (TJGO, APELAÇÃO CÍVEL EM MANDADO DE
SEGURANÇA 23294-93.2013.8.09.0036, Rel. DES. ZACARIAS NEVES
COELHO, 2A CÂMARA CÍVEL, julgado em 13/05/2014, DJe 1546 de
21/05/2014).

Assim sendo, intime-se o agravante - Allyson Silva Lima, para manifestar


sobre o eventual não conhecimento do agravo interno em razão da intempestividade, n
o prazo de 05 (cinco) dias, em observância ao princípio da não surpresa, insculpido no
artigo 10º do Código de Processo Civil de 2015, bem como, no mesmo prazo de 5
(cinco) dias, para realizar o recolhimento em dobro do preparo recursal, sob pena de
deserção do agravo interno interposto, nos termos do artigo 1.007, § 4º, do código de
Processo Civil de 2017.
Intime-se.
Goiânia, 18 de fevereiro de 2020.

Des. CARLOS ALBERTO FRANÇA


RELATOR
/C30

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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INTIMAÇÃO EFETIVADA REF. À MOV. Conhecido e Provido em Parte - Data da


Movimentação 14/02/2020 15:34:54

LOCAL : 2ª CÂMARA CÍVEL


NR.PROCESSO : 5164703.15.2017.8.09.0138
CLASSE PROCESSUAL : Procedimento Comum
POLO ATIVO : CONSTRUTORA SÃO BENTO LTDA-EPP
POLO PASSIVO : MUNICIPIO DE RIO VERDE ESTADO DE GOIAS
SEGREDO JUSTIÇA : NÃO

PARTE INTIMADA : CONSTRUTORA SÃO BENTO LTDA-EPP


ADVGS. PARTE : 18396 GO - DANILO DI REZENDE BERNARDES
22113 GO - LEONARDO GODINHO LOPES
27126 GO - MARCOS ANTONIO DE ARAUJO FILHO

- VIDE ABAIXO O(S) ARQUIVO(S) DA INTIMAÇÃO.

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NR.PROCESSO: 5164703.15.2017.8.09.0138
PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Gabinete do Desembargador José Carlos de Oliveira

APELAÇÃO CÍVEL Nº 5164703.15.2017.8.09.0138

APELANTE: CONSTRUTORA SÃO BENTO LTDA-EPP

APELADO: MUNICIPIO DE RIO VERDE ESTADO DE GOIAS

CÂMARA: 2ª CÍVEL

RELATOR: DES. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, conheço do recurso de apelação cível.

Acerca da possibilidade de revogação de uma licitação, nos termos do Art. 49 da Lei de Licitações, esclareça-
se que a Administração somente poderá revogar uma licitação, desde que existam razões de interesse público,
decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta,
que deverá ser consignado em parecer devidamente motivado. Na verdade, há requisito para a revogação da
licitação (ou de qualquer outro ato administrativo), quais são:

a) fato superveniente que tenha tornado o procedimento inconveniente ou


inoportuno; b) motivação; e c) contraditório e ampla defesa prévios (tal
exigência é determinada somente nos casos de revogação do certame quando

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NR.PROCESSO: 5164703.15.2017.8.09.0138
já homologado/adjudicado, o que não se aplica à hipótese concreta destes
autos, ficando, dessarte, prejudicado dito requisito).

Sobre o assunto, ensina o saudoso jurista Diogenes Gasparini, quando versa sobre a revogação de licitações,
in verbis:

“Revogação é o desfazimento da licitação acabada por motivo de conveniência e


oportunidade (interesse público) superveniente, consoante dispõe o art. 49 do
Estatuto federal Licitatório. Motivo superveniente é o que ocorre depois de iniciada
a licitação, ou seja, depois de publicado o aviso correspondente. Também pode-se
dizer superveniente o motivo que, com as cautelas normais, só foi conhecido
depois da instauração do processo licitatório. Esse desfazimento somente será
legítimo se o motivo sobre ser superveniente, for devidamente justificado. Ademais
esse motivo deve ser pertinente e suficiente para justificar tal comportamento” (cf.
in ob. cit., p. 745).

Se, todavia, a Administração concluir pela existência de ilegalidade no certame licitatório, será o caso de
empreender a anulação da licitação, e não a sua revogação, o que não é o caso em exame.

No caso concreto, a recusa do Município em assinar o contrato administrativo não foi precedida de
manifestação formal por parte da administração pública quanto à revogação da licitação, não se resguardando
à apelante o direito ao contraditório e a ampla defesa.

Prosseguindo, no que tange à conveniência da manutenção da licitação, por ser aspecto afeto ao juízo da
autoridade, ressalvamos que, caso se entenda pela inconveniência, poderá a licitação ser revogada,
desde que preenchidos os requisitos estabelecidos pelo Art. 49 da Lei n.º 8.666/93, “in verbis”:

“Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente p


oderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato sup
erveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera


obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta
Lei.

§ 2 o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o


disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

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NR.PROCESSO: 5164703.15.2017.8.09.0138
§ 3 o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.

§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento


de dispensa e de inexigibilidade de licitação”. (Grifamos)

Deste modo, é importante observar que a revogação, nos termos da própria lei, somente será possível se
existir motivo superveniente suficiente a justificar tal conduta, nos termos do que preleciona MARÇAL
JUSTEN FILHO:

"Ao determinar a instauração da licitação, a Administração realiza juízo de


conveniência acerca do futuro contrato. Esse juízo é confirmado quando da
elaboração e aprovação do ato convocatório. No momento final da licitação, após
apurada a classificação, exercita-se novo juízo de conveniência. Não se trata,
porém, do mesmo juízo. Exercita-se sobre suportes fáticos distintos. Vale dizer, a
Lei reconhece um condicionamento à revogação. A Administração pode desfazer
seus próprios atos, a qualquer tempo, tendo em vista avaliação de sua
inconveniência. Tendo concluído que o ato é conveniente e determinado sua
prática ou manutenção, a Administração se vincula a essa decisão. Poderá revê-la
desde que existam circunstâncias novas, inexistentes ou desconhecidas à época
anterior. Logo, não se admite que a Administração julgue, posteriormente, que era
inconveniente precisamente a mesma situação que fora reputada conveniente em
momento pretérito." (FILHO, Marçal Justen. Comentários à Lei de Licitações e
Contratos Administrativos. 8 ed. São Paulo, Dialética, 2001. p.481).

Também merece observância o artigo 38, inciso IX, da Lei nº 8.666/93, no sentido da necessidade de
fundamentação do ato administrativo de revogação de certames licitatórios, por ocasião de sua
efetivação, quando assim decidir a Administração:

"Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo


administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a
autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para
a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

(...)

IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,


fundamentado circunstanciadamente;

(...)"

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5164703.15.2017.8.09.0138
Ressalta-se que, tanto para a revogação como para a invalidação, é necessário instaurar processo
administrativo em que se assegure aos atingidos pela decisão a oportunidade de se manifestar a respeito. Não
é por outra razão que o Art. 49, § 3º, da Lei nº 8.666/93 prevê que, em caso de “desfazimento do processo
licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa”.

Com efeito, no caso do desfazimento do procedimento licitatório, o contraditório e a ampla defesa devem ser
assegurados antes da prática do ato de revogação ou anulação, sob pena de ilegalidade do próprio ato. O
direito ao contraditório e à ampla defesa tem fundamento constitucional (CF, Art. 5º, LV), e consiste no direito
dos licitantes de se oporem ao desfazimento da licitação antes que decisão nesse sentido seja tomada, in
verbis:

"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes;"

Como já exposto, a licitação, seja qual for a sua modalidade, constitui procedimento administrativo
e, como tal, comporta revogação, por razões de interesse público, e anulação, por ilegalidade, nos
termos do Art. 49 da Lei nº 8.666/93. A decisão de revogar ou anular uma licitação consiste no seu
desfazimento pela autoridade administrativa competente para a aprovação do procedimento, isto é,
para sua homologação, reservada também a possibilidade do Judiciário anular o certame desde
que provocado por quem tenha legítimo interesse para agir.

Entendendo ser caso de desfazimento do processo licitatório, a Administração deve comunicar aos
licitantes essa sua intenção, oferecendo-lhes a oportunidade, no prazo razoável que lhes assinalar, de
defender a licitação promovida, procurando demonstrar que não cabe o desfazimento, antes da decisão
ser tomada.

Porém, se levado a efeito o desfazimento sem que tenha sido assegurado antes o direito ao contraditório

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ANO XIII - EDIÇÃO Nº 2936 - SEÇÃO I DISPONIBILIZAÇÃO: quinta-feira, 20/02/2020 PUBLICAÇÃO: sexta-feira, 21/02/2020

NR.PROCESSO: 5164703.15.2017.8.09.0138
e ampla defesa, a decisão será nula, só por essa razão. De qualquer forma, decidido o desfazimento,
assiste ainda aos licitantes o direito de interpor recurso administrativo, com fundamento no Art. 109, I,
alínea “c”, da Lei nº 8.666/93.

Além disso, o ato de revogação ou de anulação pela própria Administração, atuando de ofício ou por
provocação de terceiros, deve ser motivado, sendo necessário parecer escrito e devidamente
fundamentado.

Ademais, friso que existe a possibilidade de supressão do contraditório e da ampla defesa nos
casos em que o desfazimento do processo de contratação ocorre antes da homologação do
certame e da adjudicação do objeto.

A hipótese encontra fundamento no posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, o qual defende a tese de
que antes da adjudicação do objeto e da homologação do certame, o particular declarado vencedor não tem
qualquer direito a ser protegido em face de possível desfazimento do processo de contratação, o que afasta a
necessidade de lhe ser assegurado o exercício do contraditório e da ampla defesa.

Nesse sentido, corroboram com a desnecessidade de contraditório e ampla defesa face à revogação de
licitações não homologadas a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça.

Confira-se o Mandado de Segurança nº 23.402, do Superior Tribunal de Justiça, também citado na Nota
Técnica:

“RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 23.402 – PR (2006/0271080-4)

RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON

RECORRENTE : LYNX VIGILÂNCIA E SEGURANÇA LTDA

ADVOGADO : RODRIGO AUGUSTINI E OUTRO

T. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

IMPETRADO : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ

RECORRIDO : ESTADO DO PARANÁ

PROCURADOR : CLEIDE ROSECLER KAZMIERSKI E OUTRO (S)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5164703.15.2017.8.09.0138
LITIS. PAS : POLISERVICE SISTEMAS DE SEGURANÇA S/C LTDA

ADVOGADO : LEOBERTO LUIS BAZZANEZE E OUTRO (S)

EMENTA

ADMINISTRATIVO – LICITAÇÃO – MODALIDADE PREGÃO ELETRÔNICO –


REVOGAÇÃO – CONTRADITÓRIO.

Licitação obstada pela revogação por razões de interesse público.

Avaliação, pelo Judiciário, dos motivos de conveniência e oportunidade doadministrador, dentro de um


procedimento essencialmente vinculado.

Falta de competitividade que se vislumbra pela só participação de duas empresas,com ofertas em valor
bem aproximado ao limite máximo estabelecido.

4 . A revogação da licitação, quando antecedente da homologação e adjudicação, é perfeitamente pertinente e


não enseja contraditório. (grifo nosso)

5. Só há contraditório antecedendo a revogação quando há direito adquirido das


empresas concorrentes, o que só ocorre após a homologação e adjudicação do
serviço licitado. (grifo nosso)

6 . O mero titular de uma expectativa de direito não goza da garantia do


contraditório.

(grifo nosso)

7. Recurso ordinário não provido. (STJ, ROMS nº 200602710804, Rel. Eliana Calmon,
DJE de 02.04.2008).

14. Cabe ainda colacionar manifestação do Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado,


contida no Relatório do Ministro Augusto Sherman Cavalcanti, no Acórdão TCU nº

1.041/2010 – Plenário, sobre a questão da obrigação ou não do

contraditório e da ampla defesa quando da decisão da Administração de anular/revogar


procedimento licitatório:

ACÓRDÃO 1041/2010 - PLENÁRIO RELATOR: AUGUSTO SHERMAN

Sumário: Representação formulada com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei 8.666/93.
Oitiva dos gestores do Ministério do Esporte. Justificativas que não afastam a
ocorrência de irregularidades no edital de concorrência, sobretudo aquelas ligadas à
definição imprecisa do objeto e da inclusão de cláusulas que restringem a competição.

Licitação revogada pelo Ministério do Esporte. Conhecimento. Procedência parcial.


Determinações e recomendações de natureza preventiva. Comunicações pertinentes.
Arquivamento.

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


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NR.PROCESSO: 5164703.15.2017.8.09.0138
(...)

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

“6. O ilustre Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado, ao manifestar concordância com a


proposta da 6ª Secex, acrescenta:

(...)

Na hipótese de Vossa Excelência acolher a proposta de anulação do certame, chamo a


atenção para matéria de ordem processual que precisará ser enfrentada. É que,
segundo informado nos autos, o procedimento licitatório estaria em andamento, sem
que se saiba ao certo a fase na qual ele atualmente se encontra. A questão desperta
interesse porque a depender do momento em que se determina a anulação do certame
haverá ou não necessidade de prévia instauração do contraditório. Destaco, na
espécie, decisões de tribunais superiores nas quais se firmou entendimento de que,
uma vez ocorrida a adjudicação, a Administração estaria obrigada a ouvir a licitante
vencedora antes de promover a anulação, ainda que ela não tenha dado causa à
invalidação (veja-se orientação seguida pelo Exmº Sr. Ministro Cézar Peluso no Agravo
de Instrumento STF nº 228.554-4 e pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do
Mandado de Segurança 7.017-DF). Sobre o assunto, já tive a oportunidade de
manifestar meu entendimento, nos seguintes termos:

‘Não obstante a adjudicação do objeto licitado não gere para o adjudicatário direito à
contratação, não resta dúvida de que ela faz surgir para este último a expectativa de
que não poderá ser contratado aquele objeto com qualquer outro fornecedor enquanto
a licitação for válida. Ora, a revogação e a anulação põem fim à licitação e permitem
que a Administração possa promover nova licitação ou, eventualmente, proceder à
contratação direta do objeto licitado com terceiro, frustrando a expectativa do antigo
adjudicatário. Desse modo, caso tenha ocorrido a adjudicação, parece-nos que a
revogação ou a anulação da licitação somente poderá ser efetivada se tiver sido

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