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Debate histórico
Veiga
dá
xeque-mate
2 • Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011
editorial
com os pontos nos iii
Já denuncia situação junto de organizações internacionais
Reagindo à arbitrária e injusta “punição” de que foi alvo por parte da CNE, a
Direção de Já decidiu comunicar à Amnistia Internacional, à Human Rights Watch
e aos Repórteres Sem Fronteiras as graves arremetidas contra a liberdade de
imprensa e contra os fundamentos do Estado de Direito Democrático que aquelas
medidas evidenciam
E
m documento denunciando os “cons-
trangimentos e tentativas em silenciar a
imprensa livre cabo-verdiana”, a Direção
Retratando o que se está a passar em Cabo Verde, o
documento afirma: “A CNE, tendo acordado tarde
para o seu papel de regulação, confrontada com a
Ou há moral...
I
deste jornal relata: “o Já foi multado pela ignomínia de um partido e de um governo que usa o ndependentemente da eventual inconstitucionalidade dos
Comissão Nacional de Eleições (CNE), na quantia aparelho de Estado para fazer propaganda e comprar suportes invocados pela Comissão Nacional de Eleições para
de 225 contos (à volta 2260 euros), por, alegada- votos à custa dos contribuintes, resolveu começar a as “punições” de que foram alvo o semanário Já e o jornal
mente, ter violado o Código Eleitoral. Soubemo-lo, disparar para todos os lados. É que, entretanto foi, de
igual modo, aplicada multa ao governo, 150 contos on-line Liberal, a CNE, onde estão em maioria representantes do
não por notificação da CNE mas por amigos e pela
imprensa porque, até à data da redação destas linhas, (!?), e a outros dois jornais, por sinal a ele afectos. É PAICV, tem-se comportado como órgão não isento, contaminado
não recebemos nenhuma notificação, o que não o cinismo do disfarce assumindo o palco da farsa. pelo inaceitável vírus da partidarite. Tal fica demonstrado por
deixa de ser curioso e preocupante. É que a CNE, Perante um cenário escandaloso de violações reite- alguns intoleráveis “esquecimentos” com os quais a CNE tem
bem sabendo o endereço da Administração e radas do Código Eleitoral, por parte de José Maria cominado este jornal, a par de outras medidas que claramente
Redação do nosso jornal, resolveu, num gesto que só Neves, dos seus ministros e do seu governo, materia-
violam o que está legalmente disposto.
podemos definir como provocatório, endereçar a lizado nas inaugurações, nos lançamentos de
notificação, supostamente a nós dirigida, para a sede primeiras pedras e todo o mais que se sabe – e o que É exemplo do processo vicioso usado pela CNE, o “esquecimento”
nacional do Movimento para a Democracia (MpD), ainda se não sabe mas, seguramente, se saberá -, le- cometido por esta Comissão de convocar Já para as suas
partido político da oposição, que não figura como vanta-se à consciência de qualquer jornalista sério a declarações à imprensa: a CNE nunca convocou Já para nenhum
proprietário do jornal nem consta da sua ficha técni- necessidade de erguer um bem maior: o sagrado dos seus pronunciamentos, chegando-se ao ponto deste jornal ter
ca”. dever de informar, consubstanciando coisa tão rara
tomado conhecimento, por terceiros, das medidas punitivas que
E, mais adiante: “A acusação ao Já omite qualquer por estas terras, que é o primado da utilidade pública
matéria de facto. Ou seja, alegando genericamente de uma notícia, independentemente dos códigos e contra ele foram acionadas! Nestas circunstâncias, em nome de quê
ter havido violação da lei, não faz qualquer referên- das leis. E, nomeadamente, fazendo denúncia públi- e com que moral, vem a CNE punir o semanário Já (e o jornal
cia a peças jornalísticas e edições específicas em que ca das ilegalidades e corrupções promovidas pelo online Liberal) por alegado parcialismo e alegada falta de isenção?
essa violação tenha ocorrido, privando este jornal de governo e pelo partido que o sustenta politicamente”. Este é apenas um dos aspetos em que a CNE espezinha o que
um princípio fundamental em Direito: informar o deviam ser regras do jogo claras e sem margem para dúvidas. Mas
arguido dos factos de que é acusado. Ao não ouvir o Descrevendo factos reveladores da golpada anti-
há mais, muito mais. Damos outro exemplo: mandam os
legal representante do Já (que não foi convocado democrática que o partido governamental e o gover-
para a reunião onde porventura terá havido deliber- no procuram ensaiar e que este jornal vem denun- dispositivos legais que a CNE faça publicar os seus editais no
ação de punir), a CNE violou outro princípio essen- ciando, afirma-se no documento enviado às organi- jornal de maior tiragem em Cabo Verde. Se assim é, esses editais
cial de um Estado de Direito democrático: dar ao zações internacionais: “Num tal cenário, parece-nos teriam que ser publicados em Já que é, de longe, o jornal com
arguido a capacidade de defesa e o direito ao exercí- legítimo sobrepor ao mero respeito de leis, de códi- maior tiragem no País. A CNE não o faz, muito embora tenha sido
cio do contraditório. A decisão da CNE, resultante de gos e articulados a razão maior do interesse público
atempadamente alertada por nós: a CNE preferiu o silêncio e
queixa formulada pelo PAICV, foi construída numa da notícia, função suprema de qualquer órgão de
base parcial, ainda para mais prenhe de inverdades e comunicação social livre! A argumentação, embora publicar esses editais noutros órgãos de comunicação.
imprecisões, na medida em que na referida queixa o generalista e não factual da CNE, fazendo enver- Como é que é? A CNE (por deliberação da maioria de
Já é indicado como sendo um “jornal online” (!) e o gonhar qualquer estudante de Direito, conquanto a representantes do PAICV nela abancados) conhece-nos para nos
proprietário apontado pelo partido de José Maria sua composição seja de juristas, acusando o Já de punir, mas desconhece-nos para cumprir o que lhe compete
Neves (o primeiro-ministro) é uma tal ‘Liberal tratamento desigual das candidaturas, ‘esquece’, cumprir. Perante esta realidade que vem sendo construída pela
Media Plus’, empresa inexistente – logo vazando de convenientemente, a circunstância de o partido do
governo nunca nos ter remetido informação de agen- maioria existente na CNE, que fecha, quase por completo, os olhos
legitimidade qualquer instrução processual. A ati-
tude da CNE veio ferir de morte a confiança que tal da, nem o seu líder e primeiro-ministro, José Maria para as sistemáticas violações cometidas pelo PAICV e pelo
órgão fiscalizador deveria merecer por parte dos Neves, nos responder ao convite endereçado, há mais governo do estipulado no mais que controverso Código Eleitoral,
cidadãos e, em particular, da comunicação social de 15 dias, para que nos concedesse uma entrevista”. Já deixa claro: se a CNE quer que a respeitem, comece por se
que, para ser livre – como em qualquer Estado respeitar a si própria, dando exemplo, ela mesma, de respeito pela
democrático -, não pode estar sujeita a atitudes e E a concluir: “O nosso jornal, ao mesmo tempo que
lei, de isenção e de não partidarismo. Se o não fizer, nada mais nos
constrangimentos, preconceitos e posições dis- denuncia a decisão da CNE, prenhe de ilegalidades
cricionárias. E esta atitude confirmou-se, aliás, processuais e propensas à instauração de um regime resta do que apresentar queixa na CNE … contra a própria CNE.
quando a CNE convocou duas conferências de de excepção assente na censura: a mesma que,
imprensa - para anunciar a multa - sem que para tal durante 15 anos, o PAICV promoveu em ditadura Nota: depois da “punição” ordenada pela CNE contra Já e Liberal, decidiu
tenha convocado o jornal visado. É esclarecedor! Só férrea, perseguindo cidadãos e fazendo prisões arbi- aquela Comissão punir outros jornais e, porque começava a ser insustentável não
mais recentemente, dia 12 de Janeiro, funcionários trárias, afirma que nada o fará desviar um milímetro o fazer, o próprio PAICV (com multa irrisória, quando as violações cometidas
da CNE entregaram em mão na sede do jornal noti- do seu propósito de furar o cerco claustrofóbico que por este partido são mais do que muitas). Que fique claro: independentemente do
ficação sobre a sua decisão, sem no entanto figurar a tem transformado a imprensa cabo-verdiana em que pensamos das “punições” determinadas contra outros órgãos de
matéria de facto. Ou seja, como já referimos, o nosso instrumento servil dos tiques autoritários que domi- comunicação, somos com eles solidários. Querer restringir a liberdade de
jornal é multado e visado pela CNE em termos nam a vida política e a sociedade. O Já não verga a Imprensa, seja a que pretexto for, é uma violação das regras que devem pautar a
gerais e abstractos, nunca sendo referidos factos cerviz, não pactua, não transige, não se vende, nem efetiva democracia. Quem o faça, assume-se como instrumento totalitário e
concretos que justifiquem a decisão desse órgão”. usa açaime”.
inimigo da democracia.
Já acusa PAICV
Em participação enviada à Comissão Nacional de Eleições, o jornal Já apresentou queixa contra o PAICV, acusan-
do-o de discriminação contra órgãos de Comunicação Social numa frustrada tentativa de os silenciar. Para que
conste, fica aqui publicamente divulgado a queixa enviada à CNE
A
Direcção do jornal Já vem, por este meio, participar colide com o acesso às fontes de informação constitucional- a exclusão do jornal Já da possibilidade de acompanhamen-
junto da CNE contra a discriminação de que está a mente garantido. to informativo do processo eleitoral, acto ofensivo à liber-
ser alvo por parte do partido político PAICV, Partido Com efeito, o partido PAICV escamoteia ao jornal Já toda e dade de acesso à informação, garantido pela lei cabo-ver-
Africano da Independência de Cabo Verde, discriminação qualquer informação (comunicados, notícias, convocatórias, diana, à liberdade de informação e opinião, suportados tanto
essa que fere gravemente a possibilidade deste jornal poder etc) por ele emitida. Nenhum comunicado do partido PAICV pela Constituição da República como pela Lei de Imprensa
fazer o acompanhamento imparcial do processo eleitoral em foi, até ao momento, endereçado a este jornal. Esta situação vigente em Cabo Verde, e à prática consentânea com os
curso, ofende as regras do jogo democrático, prejudica seria- impede que o jornal Já possa fazer o acompanhamento das processos eleitorais democráticos.
mente a informação a que têm direito os cidadãos eleitores e actividades deste partido, com prejuízo claro dos seus leitores Concomitantemente, o partido PAICV vem multiplicando
e, consequentemente, dos cidadãos. Deste modo, o jornal de queixas, junto da CNE, contra o jornal Já, recusando a este
maior tiragem de Cabo Verde está a ser ostensivamente colo- jornal a igualdade de tratamento com outros órgãos de
cado fora dos canais informativos do partido PAICV. Comunicação Social a que, moral e eticamente, deveria ser
Acresce, e não é menos grave nem menos gravoso, que, por obrigado.
diversas vezes, o jornal Já solicitou uma entrevista, a ser Não cabe à Direcção do jornal Já qualquer juízo de valor
publicada, com o presidente do partido PAICV, dr. José sobre o comportamento do partido PAICV que, em última
Maria Neves (como documentalmente se prova), à semel- instância, parece configurar actos censórios a partir de um
hança do que fez com o presidente do partido MpD e com o inadmissível “veto de bolso”. Mas cabe à Direcção do jornal
presidente do partido UCID. Acontece que, enquanto, de Já dar conta, junto da CNE, desta gravosa atitude e solicitar
pronto, houve resposta positiva por parte do partido MpD, contra ela os necessários pronunciamentos que desblo-
tendo sido feita e publicada uma entrevista com o dr. Carlos queiem uma situação de todo inaceitável que, na prática,
Veiga, e a UCID respondeu, anuindo, estando o jornal Já a levou à aplicação de multa pela CNE – pese embora a cir-
aguardar disponibilidade por parte do eng. António cunstância, inadmissível num Estado de Direito democráti-
Monteiro, da parte do PAICV e do seu presidente não houve, co, de este jornal jamais ter sido ouvido em sede de inquéri-
até agora, qualquer resposta. to e de continuar sem saber qual a matéria de facto que
Em extremo, a serem literalmente cumpridos os preceitos enformou o despacho condenatório.
vigentes, o deliberado black-out e a deliberada e intencional
discriminação praticados pelo partido PAICV acarretariam Vlademiro Osvaldo Almeida Marçal
Liberdade
não se cala por despacho
J
á o havíamos dito na última edição, mas não é por demais re- tar nos cidadãos a terrível (para a democracia) suspeita de parciali- o jornal online Liberal.
peti-lo: a Comissão Nacional de Eleições (CNE) continua, dade da CNE. A CNE, que durante semanas fechou os olhos à violação da lei por
pelo menos até ao fecho desta edição, sem convocar o nosso O partido do poder, durante cerca de uma década porta-bandeira de parte do governo e de José Maria Neves – e que continua a fechar,
jornal para as suas conferências de imprensa, persistindo numa uma ditadura férrea que oprimiu os cabo-verdianos, cultor de uma apesar de ardilosamente lhe ter aplicado uma multa de 150 contos,
linha de preconceito e de hostilidade objetiva. Registamos! polícia política e instigador de “milícias populares” que resolveu virar as garras para dois dos únicos órgãos de comunicação
Mais ainda: ao sancionar o Já por, alegadamente, não fazer cober- perseguiram discricionariamente milhares de cidadãos, e que desde social que têm vindo a denunciar as manigâncias e vigarices de uma
tura das iniciativas políticas dos restantes partidos, a CNE esquece há dez anos regressou ao poder em eleições democráticas, não verdadeira associação de salteadores que domina o aparelho de
- ou faz-se esquecida (?!) - de que ao nosso jornal nunca chegou perdeu os tiques autoritários e a sanha persecutória. Estado para seu benefício, contra o povo e contra o País.
qualquer divulgação de agenda de qualquer partido e – porque Intentando uma “chapelada” eleitoral, como aconteceu vai para 10 A imprensa – está nas páginas mais belas da História da
parece ser em relação a este que se refere de forma implícita - muito anos nas eleições presidenciais – uma suspeita cada vez mais legí- Humanidade – foi sempre a última trincheira da liberdade, o último
menos provindo do partido do governo. E já nem vale a pena insis- tima (!) -, este partido procura ganhar as legislativas de 6 de baluarte – quando outros caíam ou desistiam – da luta sagrada pela
tirmos muito: há três semanas remetemos convite de entrevista a Fevereiro utilizando a burla, o embuste e a vigarice como arma democracia e o Estado de Direito. Foi assim em Praga, Moscovo,
José Maria Neves – sem resposta; enviamos idêntico convite a política. E isto deve ser dito com toda a clareza, mesmo que a CNE Santiago do Chile ou Pretória – e sempre assim será!
António Monteiro – adiou, alegando problemas de agenda. não goste! Porque antes da observância servil de códigos e leis – queira ou não
Ora, a CNE sabe disto tudo, mas prefere armar-se em distraída! O Deputados e ministros do PAICV – partido integrante da “Interna- a CNE -, está sempre o direito natural dos povos e das nações à in-
que é grave, porque o precedente criado com a punição e tentativa cional Socialista” - têm vindo a comprar votos à custa do erário pú- formação e ao serviço público das notícias. E essa é a missão, não
de silenciamento da imprensa livre, vem colocar sobre a cabeça da blico, violam o Código Eleitoral sob a camuflagem de inaugurações raras vezes arriscada, das mulheres e dos homens que fazem da im-
sociedade cabo-verdiana o anátema do Estado policial-censório, de do governo e lançamento de primeiras pedras e, agora, através dos prensa meio para fecundar corrente ao avanço social da Humanida-
triste memória, de que são herdeiros – precisamente – o partido que seus amigos na CNE, procuram – como já se viu, sem êxito, calar de e à honradez de colocar a sua escrita ao serviço da verdade!
é poder e o ainda primeiro ministro de Cabo Verde. E vem alimen- duas das vozes da imprensa livre cabo-verdiana: o semanário Já e O coletivo do Já
4 • Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011
Desafios
estratégicos
em análise
Três nomes sonantes (Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Mira Amaral, António Rebelo de Sousa) participaram numa importante conferência realizada na Praia
sobre os Desafios Estratégicos que se colocam a Cabo Verde. Foi uma iniciativa do MpD
F
oi “graças à coragem e deter- importante na fundação da democracia atualmente presidente de uma institui-
minação do Governo então em Cabo Verde”. Foi tema da sua ção bancária luso-angolana, analisou o
liderado por Carlos Veiga que intervenção “A Crise Económica problema energético cabo-verdiano.
Cabo Verde conseguiu a viabilização Internacional e o Impacte na Eco- Para Mira Amaral, a solução passa por
de uma estratégia de desenvolvimento nomia Cabo-Verdiana”, abordando a Cabo Verde apostar na energia eólica,
sustentado” que permitiu desbloquear situação económica do arquipélago da não aconselhando a instalação de
a situação de estagnação para a qual a Morabeza e alertando para que as grandes centrais foto-voltaicas, mais
ditadura do partido único tinha atirado “contas externas continuam a deterio- onerosas.
o País, construir as bases da liberaliza- rar-se em larga medida graças à
ção económica e do desenvolvimento redução das receitas líquidas com o Vantagens de uma
que acompanharam a democratização Turismo e à quebra das remessas dos
do Arquipélago. Estes factos foram emigrantes”.
“democracia de qualidade”
lembrados por António Rebelo de Mira Amaral lembrou que os custos de
manutenção dos equipamentos deve
Sousa na conferência sobre “Novos Os perigos da deriva da ser sempre questão a ponderar nas
Desafios Estratégicos de Cabo Verde”
que, organizada pelo MpD, Mo-
dívida pública negociações com os fornecedores, uma
vimento para a Democracia, decorreu O orador alertou para os três grandes vez que este aspeto ameaça ser um
no sábado, 15 de Janeiro, no auditório desafios que o governo de Carlos condicionante da independência –
da Biblioteca Nacional, cidade da Veiga, a sair das próximas eleições, numa alusão crítica indireta à política
Praia. terá que ultrapassar: a execução de um que tem sido seguida em Cabo Verde.
António Rebelo de Sousa, professor programa de Investimentos Públicos, A finalizar, Mira Amaral considerou
universitário português que integrou a mantendo uma Dívida Pública Sus- que, devido à descontinuidade do ter-
equipa ministerial de um governo tentável; adotar uma política monetá- ritório cabo-verdiano, uma solução
socialista de Portugal, ao tempo lidera- ria cautelosa, procurando estabilizar os adequada seria a instalação de peque-
do por António Guterres, que estabele- fluxos provenientes dos emigrantes e nas centrais junto às comunidades con-
ceu com Cabo Verde o Acordo de reforçar as reservas líquidas cambiais; sumidoras, de forma a evitar os eleva-
Cooperação Cambial que ainda hoje e introduzir reformas, tendo em vista dos custos de distribuição e de trans-
serve de base à paridade entre o escu- uma mais adequada capacidade de porte.
do cabo-verdiano e o euro, foi, com gestão da dívida e uma maior estabili- Marcelo Rebelo de Sousa foi o último
Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Mira dade do setor financeiro. dos três convidados a intervir, apon-
Amaral, um dos intervenientes na António Rebelo de Sousa sublinhou as tando a importância da alternância no
importante conferência que trouxe à consequências altamente negativas e poder para a consolidação e melhor
sala da Várzea uma multidão de assis- perigosas para Cabo Verde que resul- qualidade dos regimes democráticos,
tentes que, com muita atenção, acom- tam da deriva da dívida pública, a qual, acentuando que as soluções de gover-
panharam as palavras dos convidados se não for sustida, acabará por com- nos duradouros não são boas para essa
e participaram ativamente nos debates. prometer a possibilidade de recurso ao qualidade. “A vantagem competitiva
António Rebelo de Sousa, personali- crédito externo. E aconselhou a que, das democracias com melhor quali-
dade destacada do socialismo por- atendendo à conjuntura que a econo- dade é serem parceiras preferíveis das
tuguês, começou por prestar home- mia europeia atravessa, o governo grandes potências, como os EUA,
nagem a Carlos Veiga por esta iniciati- saído das eleições de 6 de Fevereiro Europa ou até da China”, disse o co-
va digna do “partido que teve papel intervenha em várias áreas, nomeada- nhecido Professor de Direito e analista
mente no alargamento da facilidade de político, antigo presidente do PSD.
crédito contemplada no Acordo de Segundo, Marcelo Rebelo de Sousa, as
Marcelo Rebelo de Sousa Cooperação Cambial celebrado em condições únicas de ter em Cabo
1998; na criação de medidas adicionais Verde, simultaneamente, um Estado de
lembrou que, de incentivo ao Turismo e ao setor Direito e um Estado Democrático “é
para “uma melhor Financeiro; e numa maior flexibiliza- uma conquista do MpD”. Embora sem
qualidade da democracia, ção da intervenção do Estado na referências diretas aos ataques ultima-
Economia. mente feitos à imprensa livre em Cabo
importa ter Por seu turno, Luís Mira Amaral, espe- Verde, Marcelo Rebelo de Sousa lem-
uma imprensa livre” cialista de gabarito internacional em brou que, para “uma melhor qualidade
política energética, antigo ministro da da democracia, importa ter uma im-
Energia, no governo Cavaco Silva, e prensa livre”.
Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011 • 5
sem perdão
Consumo álcool entre jovens No Mindelo
Estudante
liceal com
Mauser 7.65
J
ó sai do Pont d’Agua. Na mão a intenção de usá-la em qualquer circuns-
traz um copo de plástico que Alguns dançam, outros fazem cenas dem que as autoridades competentes tância. Porém, essa ideia surgiu de jogos
leva à boca. Uma amiga traz na obscenas, ou mesmo strip-tease. deveriam investigar e analisar as de guerra que jogo diariamente no meu
mão uma garrafa de Vodka e outra um Qualquer um que passe na Avenida bebidas que são vendidas nos balaios. computador. Mas estou arrependido, pois
pacote de sumo de laranja. Vão escuta o barulho da música. Quando Uma fonte disse-nos que não crê que causei um transtorno à minha família”.
enchendo os copos com a mistura. abandonam o parque deixam o lixo no “essas bebidas sejam grogue ou O Juiz levou em conta os argumentos do
Bebem na rua, normalmente. Decidem chão. E muitos saem daqui bêbados”. ponche. A sua composição precisa ser rapaz e o facto de ter ficado convencido
sentar-se na Praça D. Luís. Garrafa de analisada. São mistelas caseiras”. que somente utilizou a arma por curiosi-
Vodka no chão, copos na mão. Esta é Cervejadas O consumo de álcool nos balaios é ele- dade e por se ter mostrado arrependido
cena normal na cidade do Mindelo. O As cervejadas são a última forma de vado, porque os preços são baixos e pelo ato praticado. Por isso não optou
álcool é consumido na via pública consumo de álcool na via pública. Um acessíveis a todos os bolsos. E as mis- pela pena de privação de liberdade, fi-
com… naturalidade. Já ninguém se dos locais onde se realiza esta ativi- telas têm nomes como: sumo d’ana- cando-se pela multa.
espanta de ver jovens a dar voltas na dade é na rua Angola: “nesta rua, Bebem o que está ao seu alcance e nás, pó di terra ou… acido sulfúrico. O Juiz também fez a pergunta que o lei-
Praça Nova com os copos na mão e na quando organizam cervejadas, é um acabam por beber até o próprio juízo tor está a fazer: como é que o jovem con-
boca. caos. O pessoal começa a bebedeira em orgias de álcool. Ninguém quer sumos seguiu uma arma de guerra, como a pis-
O parque de estacionamento do cais por volta das seis da tarde. Nessa Continuamos na rua. Agora junto dos Continuamos a nossa ronda. Entramos tola Mauser? O aluno do Liceu Augusto
acostável tornou-se num centro das altura, da janela assisto a situações que balaios na Praça Nova. Mas co- numa loja em um dos postos de com- Pinto respondeu: “a arma foi oferecida
regadas de álcool. Os guardas da me entristecem. Menores de idade meçamos por observar jovens saindo bustível. O álcool escorre. A clientela é por um amigo na ilha do Sal”.
Enapor e da Gare confirmam os factos: com bebidas alcoólicas nas mãos ao da Fragata com bebidas alcoólicas jovem. “Ninguém quer saber de… su- Há outras perguntas com resposta. To-
“todos os dias, a partir das 21h, rubro da festa. São adolescentes dos caríssimas, whisky, vodka, martini, mos. Só whisky, vodkas, atlas, cerve- dos sabem que existem armas de guerra
chegam grupos de jovens com suas liceus. Estas cervejadas têm, na sua havana. A cerveja é a bebida que mais jas, grogue ou ponche. Eles não se im- nas mãos de civis em Cabo Verde. To-
bolsas de compra. São na maioria maioria, jovens com menos de 25 compraram. Esse mini-mercado portam se gastam muito dinheiro”. dos sabemos dos contentores com armas
jovens com idades compreendidas anos. Bebem tudo o que estiver ao seu chegou a abrir uma “janelinha” no Diz-nos o responsável da loja que encontrados na Boavista e em Santo An-
entre 13 e 25 anos. A maioria traz alcance. Desde cerveja a vodka pura. edifício só para vender… cerveja. Mas “alguns saem daqui a rastejar. Pois tão. Mas não esperávamos ver uma
whiskies, vodkas, vinhos ou Havana, Depois saem aos gritos nesta rua. Ou acabaram por fechar o buraco por onde consomem vários tipos de bebidas al- Mauser 7.65, com cinco balas, a “pas-
juntamente com Coca-Cola ou sumos caiem nas portas das nossas casas entravam… mais uns cobres. coólicas”. sear” pelo centro de Mindelo nas mãos
de laranja. Por vezes, chegam em via- embriagados”. Caem bêbados no chão. Centramos a nossa atenção nos ba- Saem a rastejar… a rastejar. de um jovem de 20 anos.
6 • Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011
cá se fazem
Plateau da Praia renovado: começam a ser vistas as “soluções” para a capital
A
Rua Pedonal 5 de Julho, no Plateau da Praia, foi no sábado,
15, palco de um conjunto de atividades culturais e
recreativas para assinalar a data da conclusão das obras de
requalificação e sua entrega aos munícipes. “A Câmara Municipal
pretende, com a requalificação da Rua 5 de Julho, criar um pólo de
interesse comercial, cultural e turístico que dinamize a atividade
económica e cultural da cidade, no seu centro histórico”, lê-se na
Deliberação nº 62/10, de 30 de Dezembro último, rubricada por
Ulisses Correia e Silva que também fixa, até à meia-noite, o novo
horário de fecho dos estabelecimentos comerciais – lojas,
restaurantes e bares, nessa zona.
Para Correia e Silva, a edilidade praiense pretende que a Rua
Pedonal 5 de Julho seja uma referência do centro histórico da cidade
no domínio comercial, cultural e turístico. A rua vai poder albergar,
de acordo com o autarca, atividades lúdicas e de lazer, com
esplanadas e quiosques, dignas de um centro histórico como o
Plateau.
Mas se é verdade que a Rua Pedonal 5 de Julho ganha agora novas
oportunidades de negócios com atração de turistas e práticas de
atividades culturais e recriativas, já não se pode dizer o mesmo em
relação à requalificação das casas antigas da cidade. Sobre este
assunto, o presidente da Câmara da Praia disse que existe um
protocolo com a SITA, através do qual a autarquia conseguiu uma
redução de 50 por cento do preço das tintas e isentou a taxa de
pintura das moradias, para incentivar as pessoas a pintarem as suas
casas. “Creio que, com a requalificação deste espaço, as pessoas vão
sentir a necessidade de adaptarem as suas casas à nova imagem da
rua”, diz Correia e Silva, acrescentando que as obras de
requalificação do centro histórico vão continuar para beneficiar as
zonas do Miradouro Diogo Gomes e do Ténis, mas também na
arborização da Rua Amílcar Cabral, tudo para tornar a cidade mais
aprazível.
imagem
A
lfredo Barbosa (Fefé), presidente de Associação Comercial e
Agrícola de Sotavento, congratula-se com as obras de
requalificação da Rua Pedonal 5 de Julho que, no seu entender,
vêm responder às exigências da dinâmica da cidade assente na sua
permanente evolução. “Estou certo de que esta rua vai retomar a dinâmica
de outrora. As obras de requalificação são sempre bem-vindas, sobretudo
para um centro histórico como o Plateau, que precisa de alento e
condições atrativas para os nossos visitantes que procuram lugares de
lazer”, conclui Barbosa, recordando que este projeto é do tempo de Jacinto
Santos, retomado agora por Ulisses Correia e Silva, entretanto, ignorado
pelo anterior edil, Felisberto Vieira.
Noel Pinto, antigo diretor-geral da Função Pública, no governo de Pedro
Pires, manifestou o seu contentamento pela qualidade e beleza das obras
levadas a cabo pela Câmara da Praia e encoraja o seu presidente a trilhar o
mesmo caminho na senda de desenvolvimento da cidade. “Estou
duplamente satisfeito: por um lado, pelo facto de estar na companhia da
minha esposa a deleitar-me com estas maravilhas que a nova imagem da
rua nos proporciona; mas, por outro, por causa da dinâmica e da nova vida
que este espaço vai ganhar, em prol do desenvolvimento da cidade,
enquanto centro histórico da capital do País”, confessa Pinto, visivelmente
deslumbrado, no meio de centenas de pessoas e debaixo do rufar de
tambores e búzios que ali se encontravam para celebrar a entrega da Rua.
Quem também não faltou às batucadas e folia de centenas de pessoas que
rumaram à nova Rua 5 de Julho, no último sábado foi o presidente do
MpD, Carlos Veiga, sempre ladeado por Marcelo Rebelo de Sousa, do
PSD portugês, e Luís Mira Amaral, acompanhados pelo socialista António
Rebelo de Sousa.
José Maria Neves, António Monteiro e João do Rosário, líderes do PAICV,
UCID e PTS não estiveram na festa dos praienses.
8 • Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011
Consultor com
Veiga, subsídio de férias
demolidor, Rui Araújo é homem de “sorte”. Muita sorte. O Governo da
República de Cabo Verde paga ao advogado, na qualidade de
Consultor de um projeto ligado ao Património do Estado, um
salário chorudo de mais de 700 contos, com direito a férias e…
respetivo subsídio
F
oi um José Maria Neves lizando a mentira, tentou desdizer Maria Neves, no quadro de um pedi-
agastado, cabisbaixo e furi- Carlos Veiga a propósito da burla nas do de financiamento para o importância”.
bundo que abandonou, na eleições presidenciais de 2001, ao Programa Nacional de Luta Contra a Esta é, para já,
passada terça-feira, os estúdios da propalar que o Supremo Tribunal de Pobreza, aliás, para quem quiser ver, uma situação
TCV, a estação pública de televisão Justiça as havia validado, esquecen- à disposição nos sites do BM e do inédita no País e
cabo-verdiana. do convenientemente que, o mesmo FMI. considerada ilegal
Ancorado na calúnia, na chacota, no tribunal, num gesto contraditório e “Assinou ou não assinou? Escre- por várias fontes
ataque pessoal e na manipulação da dúplice, havia também reconhecido a veu ou não escreveu?” – confron- contatadas pelo Já:
História, o ainda Primeiro Ministro fraude. tou-o Veiga, demolidor. Apanhado “por se tratar de um
era uma ténue sombra da sua exibi- em falta, JMN ficou sem fala e ga- consultor, este não
ção circense da passada semana, Estucada mortal guejou. E aí, na voz firme do pri- pode ter direito a
aquando do primeiro debate que jun- Os ataques histéricos de Neves – que meiro e no ridículo da pose do se- férias
tou os líderes do MpD, do PAICV, da parece padecer de obsessão esca- gundo, se percebeu com uma estra- remuneradas”.
UCID e do PTS. Os risinhos galho- tológica por Veiga –, ficaram sem pio nha e perene clareza quem vai ser, de Remuneradas e bem
feiros do debate a quatro, foram pau- quando, a propósito dos números do facto, o próximo Primeiro Ministro pagas - nos meses
latinamente substituídos, neste, pelo desemprego, que de Cabo Verde. de Agosto e
ar sisudo e olhar vagueante de quem subiram em flecha Sereno, com voz Para além da mentira, Setembro de 2009,
se percebe próximo do fim e não tem nos seus governos, pausada e expressando- da burla, da compra Rui Araújo recebeu
condições para inverter a corrente… procurou atacar e de votos, da pose de qualquer coisa como
Pelo contrário, Carlos Veiga, sereno, achincalhar os execu- se com clareza, vendedor de feira, 1.052.798 contos
com voz pausada e expressando-se tivos do líder do desenvolveu uma a Neves mostrou ser depois dos descontos
com clareza, desenvolveu uma a uma MpD e se deu mal. uma as ideias que tem um saco vazio, sem efetuados (de
369.902 contos),
as ideias que tem para o País, literal- Carlos Veiga, reve-
lando uma serenidade
para o País, literalmente ideias nem rumo,
navegando erratica- referentes ao salário e
mente encostando Neves à parede,
que não conseguia dar resposta aos e uma postura pró- encostando Neves à mente. É um produto subsídio de férias que
factos que provam o falhanço da sua prias de estadista, parede em fim de prazo de lhe foi atribuído
política e o vazio de ideias, optando exibiu documento validade: uma cari- (711.350 contos vezes
pela estória de sempre: o alegado assinado por JMN, onde este decla- catura de homem de Estado. Pelo Como já tinha verbalmente dois), como se pode
abandono do governo por Veiga. rava que os governos de Veiga ti- contrário, toda a conduta de Carlos conversado com Paulo Soares sobre ver no documento na página.
Logo ele que, como toda a gente nham reduzido o desemprego quan- Veiga, a sua serenidade, a clareza do “esta necessidade”, escusou “mais Depois da bolsa atribuída pelo
sabe, abandonou a Câmara de Santa do este chegou ao poder no início dos discurso, a elegância com que con- justificações” no seu pedido, datado Primeiro Ministro a uma “amiga”
Catarina pouco tempo depois de ter anos 90. Para que se saiba, o referido fronta o adversário, revelam a de 17 de Agosto e despachado com especial a estudar nos Estados
sido eleito. documento foi remetido ao Banco imagem de um estadista. E isso mar- “Autorizado” no mesmo dia pelo Unidos, este é mais um caso que
E também se saiu mal quando, uti- Mundial e ao FMI, pelo próprio José cou e marca toda a diferença. Diretor-geral. Foi pago, dois dias promete dar que falar nos próximos
depois, pelo Ministério de Cristina dias.
Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011 • 9
Governo
atenta contra
Poder Local
A Assembleia Municipal do Sal aprovou, recen- O facto de ser independente, embora eleito nas
Com a independência que lhe advém de temente, o Orçamento e o Plano de Atividades listas do MpD, não tem quaisquer implicações
para 2011. O que podem esperar os salenses no exercício do seu cargo?
ter sido eleito nessa condição para liderar para este ano? Essa é uma pergunta extremamente interessante. É
Fundamentalmente a conclusão de um conjunto de evidente que, sob o ponto de vista político, optei por
o município do Sal, Jorge Figueiredo obras a nível de infra-estruturas das cidades de Santa uma postura independente. Fi-lo por razões pes-
Maria (cobrindo cerca de 85 por cento) e Espargos soais, por reconhecer que o poder autárquico passa,
revolta-se contra a política do atual (está em 70 por cento, pois ainda não está dotada de de uma forma clara, por tomadas de posição que,
rede de esgotos, estamos a fazer várias esforços muitas vezes, não são favoráveis ao poder instituído.
governo de desviar os recursos nesse sentido). Diria que o objetivo de intervenção Acho que as autarquias devem esforçar-se pela con-
do GIMS (Grupo de Intervenção para a Mudança no solidação do poder autárquico, que é fundamental
financeiros postos à disposição das Sal) visa dotar a ilha das condições ideais para o real para o desenvolvimento dos concelhos e do próprio
desenvolvimento das suas aptidões próprias, tanto a País. Evidentemente que os independentes têm as
autarquias, sustentando que o Poder nível do turismo, como do aeroporto e porto, e pro- suas opções políticas, mas devem optar pelas políti-
mover a instalação de outro tipo de serviços, cas que eles acreditam ser as melhores para o País.
Local tem sido delapidado nomeadamente, industriais, comércio e formação, Nós optamos, de uma forma clara, pela necessidade
de forma a pôr todos os setores a funcionar de uma de mudança, por termos concluído que estes últimos
forma correta. sete anos consubstanciaram um autêntico atentado
ao poder autárquico desencadeado pelo Governo de
A oposição votou contra, como era de esperar. José Maria Neves.
Estão contra o quê?
Normalmente a oposição vota contra por uma Como se processou esse ataque de que fala?
questão político-partidária. Não vejo razões objeti- Em várias matérias. A primeira, de âmbito ideológi-
vas, pelo trabalho feito e pelo reconhecimento que a co. Pensamos que o Governo do PAICV é ideologi-
população fez à estratégia que o GIMS tem vindo a camente centralizador. As autarquias que são da
desenvolver na ilha do Sal. oposição ou independentes (e mesmo algumas afe-
10 • Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011
pelagrande
boca entrevista
tas ao Governo) têm reconhecido que o poder jeto mal concebido, centralizador, pois não há possi-
autárquico tem sido delapidado na sua própria estru- bilidade de se desenvolverem políticas de habitação de
tura, ao não serem colocados ao seu dispor os meios interesse social sem a direta participação dos
fundamentais às suas atividades, obstaculizando o Municípios. Ao excluí-los deste processo, o governo e
acesso aos recursos fundamentais, como acontece no a ministra querem vangloriar-se e politizar definitiva-
Sal. Como? Quando grande parte das áreas definidas mente essa iniciativa, tentando arranjar casas, prova-
como zonas de desenvolvimento turístico integrado, velmente, para algumas pessoas do seu partido políti-
ZDTI, foram completamente desbaratadas, entre co e não a resolução definitiva do problema da habi-
2004 e 2006, em mega-projetos cujo resultado ainda tação. Não é honesto que um governo, que está há dez
estamos para ver… com vendas feitas de forma ata- anos no poder sem resolver o problema da Habitação
balhoada… - apesar de ter reconhecido, em 2007, essa sua incom-
petência para o setor -, chegue ao final do seu manda-
Está a falar em que tipo de projetos? to com 100 ou 200 milhões de euros no bolso destina-
Nas ZDTI, zonas de intervenção turística. Os 49 por dos a aplicar nessa área, mas sem uma casa de
cento das receitas provenientes das vendas de ter- habitação construída para oferecer à população.
renos - que deveriam ser entregues ao Município -
são açambarcados pelo Governo e não são repassa- Face a esse quadro, como pensa o Município re-
dos ao Poder Local. É um assalto aos recursos solver o problema das pessoas com casas degra-
próprios municipais, que nos colocaram numa situa- dadas?
ção de difícil execução das nossas políticas. Por Os Municípios são os únicos a ter trabalho meritório
outro lado, o Município do Sal que tem uma ação nesse campo. Até hoje, não houve qualquer inter-
fulcral em várias áreas, como é o caso do turismo, venção do poder central em matéria de habitação. O
“
grande fonte de receitas do País, habitação, for- que existe da parte deste governo é oferta de cimen-
mação profissional, do desenvolvimento de empre- to e alguns materiais de construção nas vésperas das
sas municipais ou mistas para o tratamento de resí- eleições às pessoas com menores recursos. Da nossa
Os 49 por cento das receitas duos sólidos e lixos, não recebe qualquer apoio do
governo central.
parte, tem havido um esforço enorme, através de
parcerias com municípios portugueses, de forma a
provenientes das vendas de Um dos problemas bicudos da ilha - que já aflo-
ultrapassarmos os bloqueamentos financeiros que
nos foram impostos pelo poder do PAICV. Já cons-
truímos 38 apartamentos, temos em marcha um
terrenos da ZDTI que deveriam rou - respeita à habitação. Já ultrapassaram o
imbróglio com o governo por causa dos ter- grande projeto de construção de 548 moradias.
renos?
ser entregues ao Município são É um falso problema, levantado pelo governo, para E a Banca tem cooperado?
demonstrar a sua própria incapacidade em responder Devo dizer-lhe que temos tentado, junto do sistema
açambarcados pelo governo e a outros níveis. O Sal foi o primeiro Município que, financeiro cabo-verdiano, estabelecer estratégias de
de 2004 para 2005, reconheceu a habitação a custos obtenção crédito, mas deparamos cada vez mais com
não nos são repassados, controlados de interesse social como uma estratégia dificuldades de acesso, mesmo através do sistema
política fundamental com base constitucional. O Sal tradicional. Até nesse ponto se nota a mãozinha
delapidando um recurso que nos é um Município que está a ter crescimento muito político-partidária... Isto acontece apesar do
rápido, que iria ter condições para implementar uma Município do Sal ter dado mostras de credibilidade,
era afeto. É um assalto aos política habitacional estratégica baseada na venda de não só do ponto de vista das suas intervenções, como
terrenos. Com essa finalidade, criou a empresa no cumprimento dos compromissos bancários. A
recursos próprios municipais municipal Salhabit, que tem como objetivo a procu- nossa liquidez tem sido diretamente analisada pela
ra de estratégias de construções mais baratas e colo- Bolsa de Valores - que deu a garantia de pagamen-
cou de pé um conjunto de programas e de projetos to, por parte da Câmara, do empréstimo de dois
únicos, em termos municipais. Não obteve deste milhões para obras nos Espargos - e, mesmo assim,
governo qualquer apoio. Pelo contrário, o executivo há uma contínua resistência das instituições finan-
de JMN tudo fez para impedir que o Município ceiras em aprovar projetos. E, mais grave do que
tivesse acesso aos recursos financeiros necessários à isso, uma sucessiva subtração de recursos que são
sua iniciativa. Chamámos a atenção para a inexistên- claramente autárquicos e que não nos são repassa-
cia de um Ministério que pudesse cuidar da proble- dos. Um exemplo: com a venda dos terrenos das
mática da habitação. Não havia uma política habita- ZDTI (Zonas de Desenvolvimento Turístico
cional…Foi então que, graças aos esforços do Integrado) que, no caso do Sal, são de gestão do
Município do Sal, foi criado, em 2007, o Ministério governo e englobam praticamente a totalidade dos
da Habitação. Chegámos, inclusive, a criar joint ven- terrenos mais apetecíveis para a construção de
tures para responder às necessidades do concelho hotéis, resorts e empreendimentos imobiliários de
para o setor e esbarrámos sistematicamente em vulto, a lei, instituída em 93, atribuía-nos 49 por
sucessivas dificuldades na afetação de recursos para cento do total das vendas. Contudo, durante esta
a concretização das iniciativas municipais. década, o governo criou uma segunda Lei, dizendo
que 40 por cento do resultado da venda desses ter-
O projeto “Casa para Todos”, lançado pelo renos revertia para um fundo destinado ao pagamen-
governo tinha, curiosamente, alguns pontos to das indemnizações. Não perguntou ao Município
coincidentes com esse projeto de que falou, con- se estava ou não satisfeito com isso, dado ter alte-
cebido no Sal, de construção de casas a custos rado a primeira lei. Foram vendidos mais de 1500
controlados. Quer dizer que o executivo copiou hectares de terrenos da ZDTI e a pergunta sistemáti-
essa iniciativa lançada no Sal? ca que o Município vem fazendo ao Ministério das
Foi a partir do Salhabit que a ministra da Habitação Finanças é a seguinte: quanto é que já receberam
foi colher várias iniciativas governamentais, inclu- dessa venda, em que data vão remeter para a Câmara
sive, o slogan e projeto “Casa para Todos”, que já os 49 cento da verba que nos correspondem? Essa
fazia parte do nosso discurso em 2005/06. É um pro- resposta nunca nos foi dada.
Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011 • 11
Jorge Figueiredo
Mas posso dar-lhe outro exemplo que respeita a um assumir que a falta de segurança, quer seja em
grande investimento no Sal, denominado Vila Verde, Espargos, Santa Maria, na Praia ou em S. Vicente é
um resort para 4.500 residentes e cerca de 1500 da sua única responsabilidade. No turismo, esta
construções, iniciativa de uma empresa totalmente situação tem sido muitas vezes empolada pela
nacional. Criámos um sistema informático, com par- estratégia de certos operadores, ao difundirem junto
ticipação da Câmara, da empresa e do Ministério das dos turistas que o Sal é inseguro. Isso, aliado às defi-
Finanças, de forma a facilitar a vida do comprador ciências de iluminação pública e à inexistência da
no ato de aquisição. E decidiu-se que esse dinheiro estrada que liga os hotéis, criou uma situação de
entraria num fundo próprio, o Tesouro Nacional. pânico, às vezes desnecessária …
Não criámos qualquer problema a esse respeito. Por
cada casa vendida, a Câmara deveria receber o Qual é a situação atual?
respetivo IUP, um imposto que é recurso municipal. Vivemos momentos muito diferentes. A situação
São de monta as despesas que efetuamos em esta- está muito melhor. Os turistas consideram-se
belecer contatos com os vários departamentos go- seguros e os atos violentos que ocorrem não têm
vernamentais no sentido de reaver esse dinheiro com expressão, não inquietam. Agora, o grande problema
que o Tesouro se aboleta por cada venda, tardando a é a tendência de certos operadores (às vezes até de
encaminhar para o Município um fundo que é nosso. forma anti-patriótica) divulgarem esses atos, con-
Isto demonstra a tentativa de dificultar desnecessa- ferindo-lhes uma gravidade que não corresponde à
riamente as atividades municipais. Por isso, digo que realidade, chegando a estabelecer termos compara-
o poder autárquico - pilar da sustentabilidade tivos com o que se passa no Rio de Janeiro… como
democrática, que passa pela repartição dos poderes se as situações fossem equiparáveis!
constitucionalmente estabelecidos - está a ser dela-
pidado na sua estrutura básica. De qualquer forma, a ilha da Boavista parece
“
estar a ganhar maior protagonismo em termos
Mesmo no final de mandato, o governo con- turísticos, comparativamente ao Sal. O que
seguiu, finalmente, inaugurar o Hospital do Sal. pensa fazer para recuperar a vossa posição de
Quer comentar?
Quando me candidatei ao cargo que ocupo, tinha por
maior ilha turística de Cabo Verde?
Até há poucos anos, a única ilha que existia com
Não foram dezasseis mas, sim,
meta – até porque exerci as funções de Delegado de
Saúde em vários municípios do País – instalar um
pendor turístico era o Sal. Agora, há uma redis-
tribuição e um ganho de opções por parte dos turis-
sessenta meses, o tempo que o
hospital no Sal. Até por reconhecer o facto de que a
Ilha, como destino turístico por excelência, porta de
tas. Os que se deslocam à Boavista passam grande
parte do tempo no Sal, e vice-versa, ao mesmo
Primeiro Ministro demorou a
entrada de Cabo Verde, teria de estar dotada de infra- tempo que se assiste a um afluxo cada vez maior de
estruturas dignas na prestação dos cuidados de pessoas que visitam as ilhas. Penso que se devem cumprir a promessa de inaugurar
saúde. Em 2004, disse que se o governo não con- começar a criar infra-estruturas para outras opções,
struísse este hospital regional, então eu iria pô-lo de por exemplo, o turismo cultural, de eventos, ou pas- o Hospital do Sal… um atraso
pé. E logo surgiu o senhor Primeiro Ministro, nesse sarmos a utilizar melhor as estruturas que são postas
mesmo ano, a lançar a primeira pedra do projeto. à disposição dos turistas (restaurantes, lojas, etc.). E, com graves repercussões no
Durante a cerimónia desse ato, disse no meu discur- nesta matéria, o Sal está vinte anos adiantado em
so que, mais do que lançar primeiras pedras, eu relação à Boavista, pois dispõe dos equipamentos Turismo
preferia inaugurar não só a estrutura, mas também o administrativos e comerciais capazes de responder
seu conteúdo, em termos técnicos e de equipamen- de forma eficaz a uma demanda turística. Mas creio
tos. José Maria Neves respondeu-me que poderia ter que estamos na altura de repensar o turismo de qua-
a certeza absoluta que, dentro de dezasseis meses, lidade que o Sal tem de introduzir na sua oferta.
estaria ali pessoalmente para abrir o Hospital do Sal.
Não foram dezasseis, mas sim sessenta meses, o O Sal não foi contemplado nas ligações entre
tempo que o Primeiro Ministro demorou a cumprir ilhas do “fast ferry” Kriola, o primeiro barco
essa promessa, quando aqui veio, “orgulhosamente”, ultra rápido a cruzar o Arquipélago. Quer
inaugurar em Dezembro passado. Um atraso que se comentar?
repercutiu de forma negativa no processo de desen- Bom, o Kriola chegou numa altura complicada para
volvimento turístico da Ilha. Preferiram fazer o vul- o País. Espero que não tenha entrado como “arma”
tuoso investimento da ligação entre Calhau e a Baía política… O segundo navio vai contemplar o Sal,
das Gatas, gastando valores muito superiores aos este primeiro a Brava, uma ilha completamente iso-
que se investe num Hospital. lada ao longo destes últimos anos. Espero que cubra
São Nicolau, outra ilha marginalizada… e espero
Por falar em repercussões negativas no turismo que também Santo Antão e São Vicente. É incrível
da ilha, o aumento da insegurança também pode que o governo não tenha ainda delineado uma
ser um desses fatores que prejudica o setor… estratégia regional para estas duas grandes ilhas, no
Em 2004, como reflexo das queixas dos operadores sentido da melhoria das suas potencialidades
turísticos sobre a insegurança na ilha, particular- económicas e sociais. As ligações aéreas para o Sal
mente em Santa Maria, propus a constituição de uma têm-se feito com regularidade, sem problemas e,
Polícia Municipal. Trabalhámos os estatutos, rela- nesse campo, a ilha está bem servida.
cionámo-nos com as pessoas que tinham então
responsabilidade nas Forças Armadas e manifestá- Os hotéis de Santa Maria vão ter, finalmente,
mos essa nossa intenção ao Primeiro Ministro de uma avenida principal em condições. De facto,
contribuir para o combate à criminalidade no Sal. apetece dizer “Viva as eleições!” Quer comen-
Acontece que o governo não aceitou essa nossa pro- tar?
posta, considerando que a Lei não estava ainda regu- É uma velha luta minha. Trata-se de uma artéria que
lamentada, que era uma atribuição da Polícia se situa numa ZDTI e que serve os hotéis com maior
Nacional. Face a esta atitude, o governo deve oferta do Sal. Não fazia sentido que, desde o início
12 • Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011
pelagrande
boca entrevista
Jorge Figueiredo
“
Criar o Município de Santa
Maria nunca foi uma
preocupação dos salenses.
Estão a procurar um momento
de frição entre as populações,
politizando aquilo que nunca
desta década, este trecho de cerca de um quilómetro, Já agora, quer fazer um balanço destes sete
que produz para o PIB (Produto Interno Bruto) cabo- anos na presidência da Câmara?
verdiano cerca de dez por cento, não seja contempla- De satisfação por ter conseguido pôr de pé o Poder
do com infra-estruturas básicas modelares. Mas é obra Local e, também, um balanço positivo da ação
complexa, porque grande parte do território do Sal desenvolvida pelo GIMS (Grupo Independente para
encontra-se na cota zero. Impõe, por isso, um estudo a Mudança do Sal). Trouxe-me também uma análise
sério sobre a drenagem das águas. Os recursos a muito mais aprofundada do que são as noções de
disponibilizar ultrapassavam a capacidade do poder. Dentro daquilo que foi possível executar,
Município. O governo sempre entendeu que esse era com os parcos recursos postos à nossa disposição,
um projeto da Câmara, mostrando uma grande insen- estamos bastante satisfeitos. Apelo aos cidadãos
sibilidade e desleixo pela ilha do Sal como pólo turís- que continuem a participar na política local, con-
tico. Por via desse facto, este lançamento da primeira tribuindo cada vez mais para uma melhor represen-
pedra só o considero como uma iniciativa eleitoralis- tação autárquica, através da criação de estruturas
ta, porque essa estrada já devia estar construída há administrativas democráticas infra-municipais, de
uma década. É uma promessa de campanha a um povo forma a podermos responder com maior eficácia e
ávido dessa estrada. prontidão aos problemas suscitados pela população.
Como é que vê a criação do município de Santa Como vê o Sal daqui a dez anos?
Maria? Vejo o problema energético sustentado, através de
A Constituição prevê a implementação das estruturas um misto de energias renováveis e tradicionais, com
administrativas supra e infra-municipais. Mas nunca a participação de empresas mistas de capital públi-
as dotou nem testou. O que sinto ser necessário no Sal co e privado; que a água potável vai chegar a um
é a representação democrática infra-municipal, como grande número de casas; um turismo de melhor
acontece em Portugal, através das Juntas de Freguesia. qualidade com estruturas de apoio mais consis-
Em vez de se apostar nessa estratégia, estamos a criar tentes; vejo uma política habitacional que responda
municípios, ou seja, dividir para reinar. Criar o à demanda do crescimento da ilha, atingindo níveis
Município de Santa Maria nunca foi preocupação dos de qualidade dos mais elevados em Cabo Verde.
salenses. Estão a tentar lançar um momento de frição
entre as populações, politizando aquilo que nunca Quer deixar uma mensagem final ao Primeiro
deve ser politizado. Há um grupo político que tenta o Ministro?
“fogo de artifício”, com a propalada criação do Está cansado e, por isso, deve dar o lugar a novas
Município de Santa Maria, de forma a que as gentes caras, a novas energias que impulsionem o País,
do Sal se esqueçam das promessas que nunca foram pois já não tem a criatividade que Cabo Verde
cumpridas pelo governo ao longo deste últimos anos. exige.
Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011 • 13
isto vimos
“Casa para Todos” também compra votos No Piaget
Governo A “lição” de um
grande professor
vende ilusões
Aos poucos, vai-se percebendo a estratégia tambarina: o logro e o desprezo pelos pobres são
português
componentes da mistificação e do vale tudo
D
ezenas e dezenas de minde- Espia, com os meus cincos filhos, por mês vai pagar uma casa? Quem vai
lenses têm dormido à porta da numa casa de lata - não tenho luz explicar a esta gente que, nessas
Casa do Cidadão para se elétrica, nem acesso à rede de esgo- condições, não terão direito nem a
inscreverem no programa “Casa para tos”. habitação social quanto mais ao pro-
Todos”. Porém, causa desde logo grama “Casa para Todos”?
estranheza não serem conhecidas Mentiras da propaganda Miriam Vieira diz-nos: “até hoje ainda
condições prévias de acesso, condicio- O governo sabe que lançou a confusão, tenho dúvidas, porque há muito tempo
nante inerente (e imperativa) para a agindo de má-fé, porquanto, pessoas que me inscrevi, através de outros pro-
inscrição em qualquer programa ofi- como esta não entram no programa gramas, mas ainda continuo a partilhar
cial. E quase se pode falar em pela razão evidente de não poderem a casa de chapa com os meus filhos.
“invasão”, porque centenas de pes- pagar. Mas deixam que essa gente Temos ligação à eletricidade, o que
soas, na sua grande maioria pobres e acredite que basta dormir na fila e con- falta é a rede de esgotos. Tenho sofrido
desempregadas, chegam de noite e seguir a inscrição… E isto tem um danos durante as épocas das chuvas, e
montam acampamento à porta para
que, no dia seguinte, consigam senha
nome, aliás, vários: logro, vigarice,
insulto à pobreza e desrespeito pelas
a ‘Casa para Todos’ é oportunidade
para mudar de lar”.
C asa cheia, o auditório da Universidade Piaget: jovens
acorreram em força, para ouvir e falar com Marcelo
Rebelo de Sousa, o conhecido professor universitário e analista
de inscrição. Só num dia (13 de pessoas! Uma mentira mil vezes repetida torna-
Pedro, sem o saber, confirma o traba- se “verdade”. Paulo Gonçalves dispõe- político português, vindo a Cabo Verde a convite do
Janeiro), o Já contou na fila mais de 50
pessoas, mas só vinte tiveram acesso a lho de sapa da propaganda dos “Mais se a sacrifícios para ser um dos con- Movimento para a Democracia. Foi na passada segunda-feira.
senha. Isto porque a Casa do Cidadão Amigos”: “somos muitos para poucas templados: “eu e a minha mulher fize- As potencialidades de desenvolvimento que a democracia real
só atende até esse número de utentes casas. De acordo com a rádio, somente mos turnos para marcar um lugar na (e não a “democracia de fachada”) permite e as virtudes da
por dia. E são muitos os que lutam por serão atribuídas 250. Saí do trabalho, fila. Contudo, não valeu de nada passar liberdade de imprensa, de que Marcelo foi, no semanário
uma inscrição, que julgam ser pas- ontem às 22 horas, e vim logo para cá. a noite a esta porta porque não con- Expresso, um dos expoentes na luta por essa conquista, sempre
saporte para a chave de uma das 250 Encontrei muitas pessoas nesta porta - seguimos obter senha. Mas, no próxi- negada pelo colonial-fascismo, estiveram entre os temas
habitações a construir na primeira fase com tendas, colchões e cartões. Hoje, mo domingo, iremos estar cá mais aflorados pelo antigo Presidente do Partido Social-Democrata.
do programa nesta ilha – isto, claro vou tentar a minha sorte e espero que a cedo para que possamos ser atendidos
Marcelo chamou a atenção também para a circunstância de um
está, segundo a propaganda do gover- noite aqui passada não tenha sido em na segunda-feira”.
vão. Porque sou pai de família, que O vale tudo deste governo - com recur- regime que não coloca as pessoas, os cidadãos, no seu
no…
Uma mulher de 48 anos disse-nos ter depende dos 7 mil escudos ganhos so à venda de votos e à mentira -, ilus- epicentro, não poder ser considerado uma verdadeira
sido “a primeira a chegar para assegu- como segurança. Moro numa casa de tra bem o nível desta campanha, a democracia. À semelhança do que dissera na conferência
rar um lugar na fila. Desde as 19 horas telha com minha mãe, minha mulher e natureza dos seus autores e o desprezo havida, no sábado anterior, na Biblioteca Nacional, Rebelo de
que estou nesta porta. Uma vizinha três filhos. Acredito que, se conseguir pela miséria alheia. O cambalacho até Sousa mostrou como, em 60 anos e apesar de todas as
disse que, para conseguir uma casa casa, a minha família irá ter melhores pode dar votos, mas a evidência da resistências totalitárias, os princípios básicos da democracia se
neste programa, era preciso dormir à condições de vida”. farsa revela circunstância irrefutável: o espalharam pelo mundo, servindo hoje de bússola à maior
porta da Casa do Cidadão. E, neste A propaganda apresta-se na venda de terror da perda do poder e dos privilé- parte da Humanidade. Em tom de conversa fluente, Marcelo
momento, necessito de uma casa com ilusões aos mais pobres: como é que gios transforma seres humanos em
levou aos jovens do Piaget uma “aula” de duas horas, onde as
melhores condições, porque moro em uma pessoa que ganha 7 mil escudos aves de rapina.
razões da democracia política ficaram bem vincadas.
Vandalismo no Fitness
Park Eugénio Lima
Os vândalos que, na semana passada (a mando de sabe-se lá
quem) provocaram estragos no Fitness Park do bairro Eugénio
Lima, na Praia, inaugurado recentemente, não deviam viver nesta
cidade. Para além de vandalizarem um património público, inco-
modam aqueles que querem fazer desporto e cuidar da sua saúde
e forma física.
coisas do mundo
Tunísia: a Revolução de Jasmim Sudão: previsões confirmaram-se
Sul
Na Tunísia foi o povo quem mais ordenou Zine Ben Ali, o adeus
votou
A liberdade independência pela
é o hino, O conformismo e submissão não são uma inevitabilidade. No
continente africano, em rotura com fronteiras traçadas contra a
o homem
vontade dos povos, tempo novo emerge dando espaço à cidadania
e à soberania da vontade coletiva
a certeza
se sabia: as fronteiras gizadas a “régua e de das nações mais um membro de
esquadro” pela colonização europeia de pleno direito, desta feita decorrente
África começam a ruir num continente da vontade soberana de um povo e
que, na mira de se reencontrar, vai bus- não de conciliábulos e lógicas colo-
car às origens mais remotas a alma pun- nialistas. A título de exemplo, tenha-
Na Tunísia, o povo saiu à rua, derrubou uma ditadura de 23 anos e impôs uma solução gente de qualquer país: o espírito se como padrão o resultado da vota-
nacional e o orgulho pela sua cultura. ção na universidade de Juba, capital
democrática. É a Revolução de Jasmim Depois de um conflito que provocou sulista: 2663 eleitores votaram pela
A
A Revolução de Jasmim ga- americana, Hillary Clinton mandou o Mustapha Ben Jaafar, líder do FDTL, mais de 2 milhões de mortos e criou independência e somente 69 optaram
nhou a rua e saltou para o pa- aviso: "Os que se agarram ao status Forum Démocratique pour le Travail et contradições insanáveis pela unidade territorial
lácio. Ao cabo de 29 dias de quo podem conseguir minimizar o les Libertes, e Néjib Chebbi, do PDP, entre o Norte muçul- do Estado sudanês.
revolta popular, iniciada a 17 de De- impacte dos problemas dos seus países Parti Démocratique Progressiste. mano e árabe e o Sul Aquele que desponta
zembro, com a imolação pelo fogo de durante algum tempo, mas não para Todavia, nas praças e ruas das medinas, afro-cristão, o processo como sinal de novos
Mohamed Bouazizi, ocorrida em Sidi sempre” – os Estados Unidos, de o povo ordenava e, em consequência, de paz impôs-se por tempos e um dos líde-
Bouzid, pequena cidade da Tunísia Obama, já não os “polícias do mundo”. Ghannouchi sumiu-se em menos de 24 vontade do povo, dizen- res do futuro Estado,
central, desmoronou-se a ditadura de Agora, a star and rips assume-se como horas. No sábado, o presidente do do ao Mundo que a Salva Kiir, deu o mote
Zine El Abidine Ben Ali. Bouazizi sa- a bandeira que Jefferson e Lincoln Parlamento tunisino, Fouad Mebazaa, guerra não é uma para o futuro, ao pro-
crificou-se em protesto contra a Polícia legaram a quantos clamam por liber- tomou posse como presidente interino. inevitabilidade para o ferir pungente apelo à
Municipal de Sidi Bouzid o ter expul- dade. Novos tempos. Dentro se seis meses há eleições. continente africano e população, do alto do
sado das ruas onde fazia comércio in- Pela primeira vez, o mundo árabe que tempos de progres- púlpito da catedral ca-
formal: vendia vegetais. O fogo que
Povo impõe solução assiste ao que se supunha impossível: o so e desenvolvimento, tólica de Santa Teresa,
imolou o comerciante tunisino propa- democrática povo impor uma solução democrática. emergentes um pouco A consulta popular, em Juba: "pelos nos-
gou-se por toda a Tunísia como se este Ben Ali ainda pediu o socorro do vizi- Desta feita, não houve golpe de Estado por todo o lado, dão um que decorreu sos irmãos e irmãs
país do Magrebe fosse extensão de pa- nho Mouammar Kadhafi. Obteve pru- militar para derrubar outra situação sinal claro: ao reencon- entre 9 e 15 mortos, em particular
lha seca. Terão havido, pelo menos, dente silêncio. No dia 13, o ditador ditatorial. As atenções voltam-se agora trar-se com as suas os que morreram no
mais cinco imolações. Na sexta-feira tunisino tentou a última para o Cairo, para raízes mais profundas,
de Janeiro, período de combates
da passada semana, o velho general jogada: demitiu o Foram 29 dias de Aman, para Teerão, África desponta como saldou-se por um (...) devemos, como
que há 23 anos derrubou Habib Bour- governo de Mohammed
protestos e motins: para Argel. Perguntam tempo e vontade de quase unânime sim Jesus Cristo na cruz,
giba, o “pai fundador” da Tunísia inde- Ghannouchi e anunciou os analistas: será conta- uma nova era. perdoar aos que
às pretensões
pendente, refugiou-se na Arábia Sau- eleições dentro de seis contra o desemprego giosa a Revolução de Como dizia o presidente causaram a sua mor-
dita. Em Washington, Barack Obama meses, mas não acal- massivo e contra a Jasmim, como logo da comissão referen- independentistas, te".
de imediato expressou apoio à “cor- mou a rua. Contactou “democracia de ficou crismada a nova dária, Mohammed Ibra- dando à diversidade Contra a vontade dos
agem e dignidade do povo tunisino” e Paris a pedir asilo, logo situação tunisina? Do him Khalil, como que a das nações velhos dirigentes afro-
pediu a realização de “eleições justas”. negado por Nicolas fachada”, que recusava Magrebe ao Machreq anunciar um tempo árabes, que sempre
Foram 29 dias de protestos e motins: Sarkozy. Por fim, Ben ao povo o direito de há um caldo comum: novo: “é um excelente
mais um membro viram na independên-
contra o desemprego massivo e contra Ali voou para Jiddá. Em expressar, sem medo, ditaduras de longa resultado à luz de todas de pleno direito cia do Sul do Sudão
a “democracia de fachada”, que Tunis, era sexta-feira duração, desemprego, as normas internacio- uma ameaça às fron-
recusava ao povo o direito de expres- (dia sagrado dos muçul-
o seu direito à crise económica e nais. Vi várias eleições neste país e teiras coloniais dos seus países, este
sar, sem medo, o seu direito à liberdade manos), ficou o vazio. liberdade e a social, sede de liber- posso dizer que esta votação foi a mais povo resistente e corajoso veio reafir-
e a alternativas políticas. Ben Ali ten- Perante esta situação, alternativas políticas dade. Passada a onda do pacífica, a mais coordenada e a mais mar que, também em África, se
tou aguentar-se no poder, declarou o Ghannouchi tentou terrorismo à Bin Laden, tranquila”. vivem tempos de cidadania onde os
estado de emergência e mandou a polí- assumir interinamente o poder, com um os cidadãos muçulmanos querem ser a povos a as nacionalidades começam
cia disparar sobre o povo. De visita ao “governo provisório”, que teve o apoio certeza dos seus países. E ouve-se can- Vontade esmagadora a tomar em mãos as alavancas do seu
Qatar, a secretária de Estado norte- imediato de dois dirigentes da oposição, tar o hino da liberdade. A consulta popular, que decorreu en- destino.
Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011 • 15
Manobras navais s
A estrela negra tem andado, nestes dias, muito preocupada com as coisas da navegação, talvez
porque tenha indicadores que lhe mostram que a “coisa” está a meter água. Polichinelo sabe de um
pacote, a cheirar a mofo (sinal de que a maquia estava guardada, mas que os apertos estão a ser de tal
maneira que obrigam a ir às últimas reservas), que certa empresa de transporte marítimo de
passageiros, com ligações a Fogo e Brava, fez depositar numa instituição financeira. Continha cerca de
Confissões de
50 mil contos/cash, como sendo subsídio de transporte do… Governo. O que pretende, com esta
reserva, o PAICV? Garantir transporte dos seus eleitores para ambas as ilhas na tal data? Ou paralisar o
um desesperado
referido navio para que potenciais eleitores nos seus adversários não possam deslocar-se a essas ilhas A todo o momento, no desespero de ganhar votos
nessa data? O que é certo, certinho: a operação tem muito de estranho… e cheira a mofo. a todo o custo, o governo (agora a chegar ao fim)
lembra-se de tentar fazer agora o que se esqueceu no
devido tempo. Acaba por ser uma maneira de confessar
em jogo
Regionais de futebol (Santiago-Sul)
Sporting
continua líder
Cristiano Ronaldo
é o futebolista mais
Na Praia, o Sporting continua líder depois do empate a uma bola frente aos
bem pago do mundo
Travadores e após a derrota da Académica
O
jogador português do Real Madrid, Cristiano Ronaldo, é o futebolista
mais bem pago do planeta, revela um estudo da revista belga “Sport Foot
Magazine”.
A
Académica da Praia tropeçou
frente ao Vitória, no primeiro De acordo com a publicação belga, CR7 supera jogadores como Lionel Messi,
jogo da 6.ª jornada de Santia-
Classificação Santiago Sul (5.ª jornada) Wayne Rooney e Samuel Eto'o na lista dos futebolistas mais bem pagos do
go-Sul, ao perder por 0-1. Um mau re- mundo, ao ter um vencimento de 12 milhões de euros por ano.
sultado para uma equipa com aspira- O internacional argentino, Messi, Bola Ouro em 2010, recebe cerca de 11 milhões
Posição Clube J V E D BR-BS P
ções de campeão. de euros, de acordo com a publicação belga.
Quem aproveitou para se aproximar 1.º Sporting 6 4 2 0 14-2 14
dos adversários diretos na luta pelo títu-
lo foi o Boavista, que goleou o Ribeira 2.º Académica 6 4 1 1 13-3 13
Grande, por 4 a zero.
3.º Boavista 6 3 1 2 10-5 10 1- Cristiano Ronaldo (Real
Nos jogos de sábado, o Desportivo ven-
ceu o Bairro, por 3 a 1 e Varanda ga- 4.º Vitória 6 3 0 3 4-4 9 Madrid/POR), 12 milhões por ano
nhou ao Celtic por 1-0.
O Sporting é líder com 14 pontos, se- 2- Wayne Rooney (Manchester
5.º Varanda 6 2 3 1 3-4 9
guido da Académica, com 13 pontos. O United/ING), 11,5
Boavista aproximou-se e tem neste mo- 6.º Travadores 6 2 2 2 5-7 8 3- Lionel Messi (Barcelona/ARG), 11
mento 10 pontos. O Bairro é último,
com 1 ponto apenas. 7.º Desportivo 6 2 2 2 6-9 8 4- Yaya Touré (Manchester
O Campeonato regressa a 29 e 30 de Ja- City/CMA), 10,8
8.º R. Grande 6 2 1 3 2-8 7
neiro com o embate entre o primeiro e o
5- Samuel Etoo (Inter/ITA), 10,5
segundo classificados, Sporting-Acadé- 9.º Celtic 6 1 1 4 7-14 4
mica. Outros jogos: Varanda-Bairro; 6- Bastian
Boavista-Vitória; Travadores-Desporti- 10.º Bairro 6 0 1 5 3-14 1 Schweinsteiger(Bayern/ALE), 9,7
vo e Celtic-Ribeira Grande.
7- Zlatan Ibrahimovic (Milan AC/SUE), 9
8- Kaká (Real Madrid/BRA), 9
S. Vicente 9- John Terry (Chelsea/ING), 9
misturado
co, definida como os sintomas e com-
J
á na semana passada abordámos perder minerais. Imagine associar o plicações causados pela passagem do
uma das várias causas do des- fator mecânico da escova que duplica conteúdo gástrico pelo esófago, per-
gaste dental, o Bruxismo: neste o efeito da desmineralização. – Espere mite o refluxo dos ácidos estomacais
caso, o contato intenso e exagerado 15 a 30 minutos. para o interior da cavidade oral.
dos dentes uns contra os outros provo- Caraterísticas como a erosão dental em Antes de escolher a maquilhagem, é preciso escolher a
cam tamanho desgaste, o fator mecâni- Alterações sistémicas dentes posteriores constitui importante roupa. Se o tecido for escuro, deve escolher-se apenas
co está presente. Mas existem casos, Se existem manifestações orais, nada achado para o diagnóstico desta uma parte do rosto para ser valorizada. Se para este tipo
como a erosão dental onde agentes mais lógico do que ser o dentista o doença.
químicas que não envolvem ação ba- de visual preferir valorizar os olhos, para os lábios
primeiro a suspeitar de alguma alte- As suas complicações podem incluir
cteriana, que podem causar perdas ração e a atuar de forma a integrar-se úlcera esofágica, risco de desenvolvi-
devem ser escolhidas cores claras ou vice-versa. Este
progressivas e irreversíveis do tecido com os demais profissionais de saúde mento de carcinoma esofágico, aspi- truque ajuda a dar equilíbrio, resultando um visual
dental. A causa pode ser extrínseca – DENTISTA DIFERENCIADO. ração pulmonar e hemorragia gastro- harmonioso
(relacionada a hábitos alimentares e Os fatores intrínsecos da erosão dental intestinal. Numa consulta rotineira, o
estilo de vida) e intrínseca (ligada a incluem bulimia, anorexia, refluxo dentista pode suspeitar de tal distúrbio Pele clara
doença sistémica) … Mais uma vez, o gástrico voluntário, regurgitação sub- e prevenir todas estas complicações – As cores de sombra que realçam a pele clara e os olhos são
DENTISTA aparece como o super clínica, devido à gastrite crónica asso- Super Herói … Again! bege, caramelo, verde e azul. Cada uma destas cores apresenta
herói e diagnostica precocemente
algumas doenças sistémicas – nuances que combinam com determinados tipos de loiro.
Aiiiiiiiiiii! Fatores de risco e respetivas orientações Sombra Verde: O tom de verde ideal para as loiras é o verde-
água. Os batons que combinam com esta sombra são os tons
Alimentos ácidos Estes alimentos podem ser parte de uma dieta terrosos, podendo ser claros ou escuros.
Hábitos alimentares e balanceada, mas podem gerar dissolução do esmalte
Sombra Rosa: Se o tom do rosa for muito escuro, o baton pode
estilo de vida dental. Você não precisa evitá-los por completo, mas
consumi-los menos frequentemente.
ser claro ou escuro, como por exemplo, o vinho. Se o tom de
Hoje em dia, é difícil não associar
saúde a um moreno sarado, barriga rosa for mais claro, o baton deve ser pink.
chapadinha. Dá até vontade de lavar Bebidas ácidas Estas bebidas ampliam o desgaste dental. Tente Sombra Prata: O baton rosa pink combina muito bem com
roupa, levando à boca um sumo natu- alternar o seu consumo com outras menos ácidas e sombra prata.
ral de laranja, um prato de salada lembre-se que a maneira como você as ingere é de Sombra Azul: Esta sombra é ideal para destacar os olhos
bem temperada com sal, vinagre e igual importância. Evite bochechar e engula claros. Para combinar com sombra azul, o baton cor de terra cai
azeite, pronto para comer e escovar rapidamente para evitar o contato com os dentes. super
os dentes. Impossível ele sorrir face à
propaganda e se a imagem for a foto Refluxo, indigestão ou Isto pode ampliar a acidez na sua boca. Para a sua
do lado. Ups! … Alguma coisa está vómitos saúde geral e dental, consulte Pele morena
errada. o seu médico sobre medicamentações, tratamentos As sombras que combinam com as peles mais escuras são as
Especialistas mostram que o consumo ou mudança no estilo de vida. sombras em tons pastéis, terrosos, dourados e verdes. As
exagerado e frequente de sumos de sombras rosas e azuis não são indicadas para este tipo de pele.
laranja, frutas cítricas e saladas diaria- Escovação Em geral, a escovação imediata é ideal para Sombra Verde: Para a pele morena escura, o baton que
mente podem gerar erosão dental. O imediatamente após prevenção de cáries, mas em pacientes com erosão combina com esta sombra é o vinho. Para as morenas claras, o
problema reside em que este tipo de alimentar-se dental provocada pela ingestão de alimentos ácidos vermelho alaranjado é o mais indicado.
dieta “saudável” contém alimentos é prudente aguardar 15 a 30min antes de escovar,
Sombra Prata: A sombra prata em pele morena combina com
muito ácidos que diminuem o PH na pois o esmalte torna-se macio após alimentação
boca, provocando a perda de minerais ácida e pode desgastar-se facilmente. batons escuros, como o vermelho.
pelos dentes. Por conta disso, eles se Sombra Dourada: Pode ser usada durante o dia, mas o baton
tornam quebradiços, com bordas trin- Uso de escovas com Escovas duras ou pastas muito abrasivas exacerbam deve ser discreto. Esta sombra também combina com tons
cadas. A erosão ainda provoca o afina- cerdas duras o desgaste dental. Use escovas macias ou escuros, como o chocolate ou marrom forte para visuais mais
mento do esmalte, uma aparência extramacias e pastas pouco abrasivas, escovando os elaborados durante a noite.
amarelada e sensibilidade a alimentos dentes de maneira não demorada. Sombra Preta: Como a cor da sombra já é um tom mais
gelados ou quentes. pesado, é aconselhável apostar no baton mais suave como o
O processo de enfraquecimento dos Dor dental A sensibilidade dental é comum em pacientes com rosa claro, um tom de boca ou apenas um gloss transparente
dentes atingidos pela acidez costuma erosão dental. Evite alimentos ácidos e relate ao seu
para dar brilho aos lábios.
ser atenuado pela ação da saliva, que dentista como ocorre a sensibilidade.
contém cálcio e fósforo. Esses mi-
18 • Já • Sexta-feira 21 Janeiro 2011
cachupada
Os efeitos da crise
Horóscopo 17 a 23 de Janeiro
O Homem Aranha
ficou sem
Carneiro Leão Sagitário emprego…
21-3 a 20-4 23-7 a 22-8 21-11 a 20-12
Carta Dominante: a Estrela, que significa Carta Dominante: o Papa, que significa Carta Dominante: O Eremita, que significa
Protecção, Luz. Sabedoria. Procura, Solidão.
Amor: Cuidado com os amores que só Amor: neste momento estará mais confiante e, Amor: Uma paixão actual poderá acabar com
causam sofrimento e dor. Pense mais em si. por isso, encontrará facilmente um clima de o passar do tempo, mas não se preocupe pois
Saúde: Tenderá a ter dores de cabeça. Vigie a equilíbrio nas suas relações. haverá óptimas novidades a nível afectivo no
tensão arterial. Saúde: Cuidado com a alimentação que faz, futuro.
Dinheiro: Período favorável no que concerne opte por alimentos mais saudáveis e menos Saúde: Gozará de grande vitalidade neste
a situação laboral. Poderá vir a receber calóricos. período.
benefícios. Dinheiro: Boas perspectivas avizinham-se a Dinheiro: Siga os conselhos de peritos antes
Pensamento positivo: Sei que há uma estrela este nível, por isso defina cuidadosamente os de iniciar algum negócio, não se atire de
que brilha por mim! seus objectivos e empenhe-se na sua cabeça sem avaliar as consequências. Por falta de régua
Números da Sorte: 01, 08, 10, 14, 19, 22 concretização. Pensamento positivo: Não sofro por e esquadro usa-se
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 11 Pensamento positivo: Sigo a minha intuição, antecipação, o que tiver de ser, será!
pois sei que ela é a minha mais sábia Números da Sorte: 14, 26, 28, 31, 37, 42
uma cadeira.
conselheira. Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 19
Números da Sorte: 18, 25, 29, 33, 36, 39
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 15
cachupada
Telenovelas PALAVRAS CRUZADAS
RECORD • Ribeirão do Tempo
Horizontais:
1 – Homens sem energia; Desprezível.
2 – Escavados; Cura.
3 – Mães-d’água; Congelam.
4 – Consentimento; Tostado.
5 – Ter zelo; Suas.
6 – Aragem; Dá ordens a; Sozinho.
7 – Toa; Italiano.
8 – Estampilhava; Dá mios.
9 – Lavrado; Mapa.
10 – Invulgar; Girara.
Filomena faz segundo salto com sucesso 11 – Ousa; Pões em brasa.
N ewton prepara Filomena para o seu segundo salto e Iara fica isolada, pensativa.
Filó consegue fazer o segundo salto com sucesso. Sónia fica preocupada que a
conversa tenha piorado ainda mais a situação. Ajuricaba entra em casa acompanhado
Verticais:
de Marta e senta numa poltrona parecendo estar a passar mal. Marta conta à Sónia e 1 – Quadrúpede ruminante cavicórneo; Ave.
Virgínia a reação do delegado com Patrícia. Lincon diz que Sónia quer dar o golpe da 2 – Cachaças; Rataras.
barriga no André, que na discussão dá um soco no pai e vai para o quarto. André entra
em desespero ao pensar na sua vida. 3 – Parte saliente do ros-to; Formara alas.
Querêncio conversa com Joca e Romeu sobre a nomeação de cargos e diz que será 4 – Enfeitem; Acrescente.
surpresa. Virgílio chega para falar com Nasinho, que confirma o trato e diz que será
5 – Enlaces; Ponho laivos em.
igual ao anterior. Joca observa Virgílio e Nasinho desconfiado. Mateus bebe uma 10 – RARA; RODARA. 11 –OSA; ABRASAS.
cerveja com Filomena e conta que já foi casado, mas que se separou por falta de com- 6 – Campeão; Cantarola; Rubídio (s.q.). 8 – SELAVA; MIA. 9 – ARADO; CARTA.
panheirismo. Filó solidariza-se com a história pensando em Tito. Virgílio explica 7 – Que tem gordura; Coloração. MANDA; SO. 7 – SOA; ITALO; S.
como o dinheiro será entregue. Iara fica tensa porque Nasinho vai ficar dentro do 4 – SIM; CORADO. 5 – P; ZELAR; SAS. 6 – AR;
carro, diferentemente da última vez. Mateus deita charme a Filó e convida-a para ver 8 – Estar; Cidade portuguesa na margem sul. 2 – OCADOS; SARA. 3 – IARAS; GELAM.
uma revista que está no seu quarto. 9 – Abres valas em; Alucinas. Horizontais: HORIZONTAIS: 1 – BANANAS; VIL.
Filomena pede para ver a revista noutro dia e vai para o seu quarto. Filó entra no seu
quarto e fica a abanar acalorada e perturbada com os seus pensamentos. Iara pega na
10 – Zangadas; Negra. Soluções:
bicicleta para encontrar Nasinho. Virgílio deixa claro que não quer ser enganado. Iara 11 – Lamacentos; Asas.
chega ao local e ao chegar perto do carro, descobre que Nicolau é quem está no carro.
Ele pede a Iara para entrar no carro. Ela hesita, mas acaba cedendo. No carro, Nicolau
entrega o dinheiro, mas diz que ela vai fazer amor com ele por bem ou por mal. Iara
tenta fugir, mas o senador a segura firme. Ela desiste de lutar e sugere um lugar na
floresta, garantindo que não vai resistir. Quando chega ao local, Iara dá um pontapé
nas partes íntimas de Nicolau e começa a surrá-lo. Nicolau fica ensanguentado e Iara
Boa Mesa
exige que nada aconteça com ela. Nicolau concorda com as exigências de Iara.
Gemendo de dor, o senador liga a Nasinho e manda encontrá-lo no local marcado.
Celebridades
SIC • Passione
Cervejaria de referência
bai-bai
Sexta-feira 21 Janeiro 2011
Escreva-nos:
semanarioja@gmail.com
Jorge
Neto
O Leão dos Palcos
A música entrou-lhe pela vida adentro, quando deu por
ela já era estrela e “animal de palcos”, porque é junto do
povo que a sua existência faz sentido. Goste-se ou não
do estilo, uma coisa é inegável: conhecemos um grande
profissional e um homem bom