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e mais: Dispersão de preço • Carnes livres de contaminação • Mercado de cervejas

UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO LUND • ANO 41 • No 7 • JULHO 2010

WWW.SM.COM.BR

A ROTA DA
EXPANSÃO
De norte a sul do País, a ordem do dia no setor é abrir lojas.
Veja os principais lugares, regiões e mercados para
investimento.

MAIORES
PREDOMINÂNCIA GASTOS COM
CLASSE C
ALIMENTAÇÃO

MUITOS
LANÇAMENTOS
DE IMÓVEIS
3 | Supermercado Moderno • julho 2010

carta ao leitor SUPERMERCADO MODERNO


Propriedade de Informa Mídias Especializadas Ltda.

Valdir Orset ti Presidência do Grupo


Robert Macody Lund
editor emérito informa mídias especializadas ltda.
valdir@lund.com.br
Diretoria
Telefone (11) 3327-4504
Diretor Executivo Sergio L. A. da Veiga Oliveira
Diretor Mauricio Pacheco
Editor Emérito Valdir Orsetti

Conselho Executivo
Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar

TRÊS ÁREAS CONCENTRAM Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund,


Sergio L. A. da Veiga Oliveira
Redação

MAIS INFIDELIDADE Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: redacaosm@lund.com.br


Editora executiva Sheila Hissa
Chefe de Reportagem Alessandra Morita
Repórteres Fernando Salles e Viviane Sousa

ÀS MARCAS Trainee Natalia Guaratto


ESTAGIÁRIA Jéssica Cruz

A
Colaboradores
Diretor de Arte e projeto gráfico Alberto Mateus
Diagramação e Produção Crayon Editorial
Fotos João de Freitas

38a Pesquisa Nacio- A diversidade de marcas ocorre Conselho Editorial


Alexandre Ribeiro (GPA), Carlos Fernandes (Walmart), Celso Furtado
nal de Reconheci- também em função dos hábitos de (Coop), Eduardo Adrião (GPA), Eduardo Peralta (Paulistão), Giovane
Costa (Walmart), Gustavo Beltrati (Papagaio), José Augusto Saraiva
mento de Marcas, consumo regionais. Porém, mes- (Saraiva), José Ricardo Scheurer (Sonda), Karla Trigo (Negreiros), Lucas
Nassar (Mambo), Lucia Morita (Portal), Marcio do Valle (Coop), Mercedes
Mosquera (Madrid), Milton Bento (Bento & Fernandes)
realizada por Super- mo desmembrando os resultados ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • sueli@lund.com.br

mercado Moderno, revelou que, por região, conclui-se que o nú-


MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512
• camila.siqueira@lund.com.br
Eventos Renata Franzini (11) 3327-4463 • renata.franzini@lund.com.br

na opinião dos supermercadistas, mero de marcas diferentes classi- portal sm Renato Fonseca (11) 3327-4511 • renato.fonseca@lund.com.br

PUBLICIDADE
os consumidores são mais infiéis ficadas entre as 3 mais vendidas Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@lund.com.br
Apoio a Vendas Carla Morais (11) 3327-4505

às marcas do que se supunha. em cada categoria de produto é Gerentes de Vendas


Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • msilva@lund.com.br

muito grande (veja tabela). Gerentes de Contas


Adriana Damião (11)3327-4570 • adriana.damiao@lund.com.br

A questão é: a infidelidade
Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • aniccolai@lund.com.br

A Área VI (Sul) Fernando Fernandes (11) 3327-4623 • fernando.fernandes@lund.com.br


Vanda Maeda (11) 3327-4555 • vanda.maeda@lund.com.br

mostrada pela pulverização de


é a campeã em
REPRESENTANTES
INTERIOR SÃO PAULO
marcas citadas em cada área está Interage Comunicação: Rua Maria Custódia, 197, Santa Terezinha, 02460-070,
São Paulo, São Paulo. Tel/Fax (11) 2236-3630. E-mail: roseinterage@terra.com.br

infidelidade, seguida na preferência dos clientes ou SÃO PAULO


Ação Representação Com. S/C Ltda.: Rua Brigadeiro Tobias, 356,
10º andar, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433.

dos varejistas. A resposta deve E-mail: vanderacao@terra.com.br

pela II (ES, MG e ser encontrada para garantir sa-


RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES)
Grupo RioBrasil: Av. Dom Hélder Câmara, 10, 136/201, 21380-003,
Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2599-8969.
E-mail: riobrasil@gruporiobrasil.com.br

Interior RJ) tisfação da clientela de cada loja. CURITIBA (PR)


Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, cjto 704, 80060-
100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: gilberto@spalamkt.com.br

PORTO ALEGRE (RS)


Enterprise K: R. Xavier Ferreira, 16 - Bairro Auxiliadora, 90540-160, Porto Alegre,
A pesquisa envolveu 191 cate- Resultados das 191 categorias RS. Tel./fax (51) 3026-5570. E-mail: ek.luis@uol.com.br

MINAS GERAIS (MG)


gorias de consumo. Os supermer- por área geográfica SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda:
Av. Getúlio Vargas, 1.300 - sala 1704 - Savassi - 30112-021, Belo Horizonte, MG.
Tel. (31) 2125-2900. E-mail: sbfaria@sbfpublicidade.com.br
cadistas apontaram as três marcas Áreas T. de Marcas Nº médio
ou cibelle@sbfpublicidade.com.br

NORDESTE
citadas de marcas
que consideram as mais vendidas. por categoria
Novos Rumos Comércio e Representação Ltda: Av. Conselheiro Aguiar, 4.880,
loja 44 - Boa Viagem - 51021-900, Recife, PE.

Se todos tivessem classificado as VI 5.343 28


Para obter informações e solicitar serviços
Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br
Supermercado Moderno: R. Brigadeiro Tobias, 356, 9º andar, CEP 01032-901.
mesmas três em cada categoria, II 4.511 24 São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. Fax (11) 3227-6639. C. Postal 3349 - 01060-970.

chegaríamos a 573 marcas diferen- V 4.274 22


Supermercado Moderno é enviada mensalmente a executivos, proprietários, compradores,
gerentes e encarregados das principais lojas de autosserviço, lojas de conveniência, atacados e
cooperativas responsáveis por 80% do volume de vendas do setor. Gerente de Produção - Ar-
tes. Mas a soma totalizou 24.505, VII 3.137 16 naldo Sedrani (11) 3327- 4438. Coordenador de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 3327- 4569.
Distribuição: Vox Distribuição e Logística Ltda. ME. Não autorizamos pessoa alguma a oferecer

ou uma média de 128 marcas por


assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autoridades.
I 2.974 15 Supermercado Moderno não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total
ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão

categoria. Fica claro, portanto, que IV 2.216 12 de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano Indústria Gráfica e
Editora Ltda - Rua Osasco nº 644 - Cajamar/SP

a preferência dos consumidores III 2.050 11

em cada loja brasileira varia muito. Totais 24.505 128


ANO 41 | nº7 • julho 2010

capa

16
A rota da expansão
Confira os melhores lugares para inaugurar lojas . . . . . . . . . . 16

estratégia
a rota da pesquisa exclusiva: dispersão de preços
expansão Diferenças nas ofertas indicam precificação equivocada . . 23
segurança alimentar: açougue e peixaria
Veja onde é mais Veja as regras impostas pela legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
interessante abrir
categoria
novas lojas cerveja
Confira a movimentação dos fabricantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
creme dental
A marca Oral-B quer a liderança do mercado . . . . . . . . . . . . . . . 57

loja
rotisseria
Aparência dos pratos é fundamental para vender mais. . 66

rh
compradores
Carreira exige novos papéis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

seções
carta ao leitor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Sm Responde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
você . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Portal SM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Ponto de venda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Megamercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Novos produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Cenas do varejo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

46
cerveja
Novidades da
categoria podem
32
segurança
mudar as gôndolas alimentar
da sua loja Saiba o que fazer no
açougue e na peixaria
6 | Supermercado Moderno • julho 2010

sm responde Faça sua pergunta


• jessica.cruz@lund.com.br
• fone: (11) 3327-4649

Como posicionar meu supermercado no mundo digital?


Pergunta sugerida por SM

SM Segundo Sérgio Silva, diretor de varejo da QG Propaganda, a


recomendação é decidir primeiro o que se espera com a construção do
site: fazer transações nessa plataforma (e-commerce), gerar fluxo na
loja física ou proporcionar serviço extra aos clientes.
Com isso, fica mais fácil explicar para o profissional de design qual é a
imagem a ser transmitida. Segundo Cristina Carolino, diretora de criação
da agência VM2, antigamente a principal preocupação do varejista era
com a aparência do site, algo que não permanece hoje. “Atualmente, o
foco está no bem-estar do usuário durante a navegação no site. O que
se resume em uma pergunta: de quantos cliques meu cliente precisa
para chegar à informação principal?”, explica a especialista.
No entanto, Silva ressalta: “Manter o site não resolve o desafio de presença no mundo digital de nenhuma empresa”. Ou seja, é preciso
pensar em estratégias para gerar fluxo no site, e para isso é preciso estar ligado em duas pontes: a primeira é ter lugar de destaque em
buscadores como o Google. Para isso, deve-se usar uma tecnologia chamada SEO (estratégias de codificação priorizadas na hora da
busca) ou então recorrer a links patrocinados, com os quais seu site terá destaque no buscador. No último caso, o valor é cobrado por
cada clique recebido, e varia entre R$ 0,50 e R$ 15, dependendo da palavra-chave cadastrada no site de buscas.
A segunda estratégia está nas redes sociais (Orkut, Twitter, Facebook).“O essencial é monitorar primeiro”, aconselha Cristina. A
dica é entrar nessas redes e verificar se sua marca já é falada e, principalmente, o que os usuários comentam sobre ela. E só depois
posicionar a empresa nessas redes. Para o futuro, Cristina aposta na tecnologia 3D. “A expectativa é de que nos próximos anos os
sites de e-commerce dos supermercados ofereçam a sensação de que estamos nos corredores da loja física. É um desafio!”, completa.

Erratas:
• No Mix de Marcas, veiculado em junho, publicamos de forma equivocada a barra inferior com informações como faixa de faturamento e evolução de volume de biscoito
salgado (pág. 94). Os dados que aparecem não correpondem aos números de mercado, portanto devem ser desconsiderados
• Por um erro de digitação, a faixa de faturamento de molho de tomate (pág. 82) foi preenchida de maneira incorreta. Em 2009, a categoria faturou entre R$ 700 e R$ 800
milhões no autosserviço. Outro erro de digitação ocorreu em sucos prontos para beber (pág. 140). Na faixa de faturamento, leia R$ 1 a 2 bilhões.
• Ao contrário do publicado, em leite em pó (pág. 108) existe, sim, um líder há mais de quatro anos na preferência do varejista. Trata-se da marca Ninho.
• Duas correções também são necessárias no departamento de perecíveis congelados. Linguiça embalada (pág. 124) fatura R$ 200 a 300 milhões no autosserviço,
quanto a salsicha embalada (pág. 130), esse faturamento fica entre R$ 100 e R$ 200 milhões
• A grafia correta da marca com maior crescimento na preferência do varejista em desodorante (pág. 156) é: Avanço•
8 | Supermercado Moderno • julho 2010

você VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO Por Fernando Salles |


salles@lund.com.br |

Filosofia acelera alta de farmácias

Q uando chegou ao Wal-


mart, após 10 anos de
Fujifilm, Reinaldo Mas-
uma necessidade resolvida
pelo diretor no início. “Tí-
nhamos de implantar uma
sini teve de se adaptar rápido ao filosofia para nossa atuação
dinamismo do setor. “Estava acos- em farmácias, dar uma cara
tumado a discutir estratégias para para esse negócio”, explica.
quatro ou cinco anos. No varejo, Além da convergência com
também é preciso pensar no que as estratégias da rede, o con-
implantaremos amanhã”, lembra. ceito ‘preço baixo e saúde
A história começou há seis anos para você viver melhor’ aju-
no setor de cine e foto, no qual in-
gressou como gerente de produto. Reinaldo Massini,
O sucesso na função o ajudou a ser diretor-geral de farmácias do Walmart,
é um dos candidatos ao 7º prêmio
lembrado quando a empresa preci- Destaque Você, que homenageará, em

joão de freitas
sou de alguém habituado à sua cul- 2011, o profissional que mais representa a
tura para a área comercial de far- eficiência do autosserviço.
mácias. Tempos depois, foi deslo-
cado ao departamento de novos ne- dou associados e consumidores a realizamos há três anos”, garante.
gócios, para atuar também com captar a proposta. O Walmart aposta tanto nas far-
restaurantes, cafeterias e postos de A estratégia definida por Massi- mácias, que já deu sinal verde pa-
gasolina. Voltou às farmácias já co- ni começou com pesquisas formais ra o diretor ampliar o sortimento.
mo diretor-geral, seu cargo atual. de preço nos principais concorren- “Vamos incluir mais itens de hi-
Os números traduzem os resul- tes, trabalho que ajuda a identificar giene pessoal, inclusive dermocos-
tados obtidos por Massini. Há três quais medicamentos dependem de méticos”, avisa. Para isso, as farmá-
anos, sua atenção voltava-se para melhores negociações. O segundo cias precisam de mais espaço. En-
quanto as unidades antigas têm,
no máximo, 60 m2, as inauguradas
Massini implementou pesquisa de preços de ou reformadas passam a contar
medicamentos e política de genéricos a R$ 9,90 com 100 m2 a 120 m2. Até o final
do ano, serão 106 novas farmácias.
dez farmácias. Hoje, são 266, cujo passo foi vender genéricos de for- Para o futuro, a rede avalia a aber-
faturamento (mesmas lojas) cres- ma agressiva. “Vendemos mais de tura de unidades de rua. Mais tra-
ceu anualmente entre 18% e 20% . 500 itens por apenas R$ 9,90. Não balho para Massini transformar
Boa parte do sucesso se deve a é promoção, e sim um trabalho que em bons resultados. SM
12 | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010

sm.com.br
Novas
informações
todos os dias
no portal sm

Novos Produtos
Matérias
A seção que antecipa os
mais lidas lançamentos da indústria também
As líderes de audiência está disponível no site. E com
em junho
conteúdo exclusivo! Fique atento
1 ª Refrigerante evangélico às novidades para o sortimento da
quer elevar vendas sua loja.
de 100 mil para 3,5
milhões de latas EDIÇÕES ANTERIORES

2 ª Dona da marca Jurema Todo o conteúdo da edição


está à venda do mês e das revistas
3 ª Pão de Açúcar vai publicadas anteriormente
transportar produtos pode ser visto na área
dos fornecedores destinada à “Revista SM”.
4 ª Inaugurada nova rede
em Belo Horizonte
5 ª Casas Bahia não SIGA A SM NO TWITTER
aceita oferta de
R$ 1 bilhão do GPA As notícias mais importantes
do dia são postadas em
tempo real. Você ainda pode
acompanhar a cobertura
ÁREAS DO SITE minuto a minuto dos eventos
CAMPEÃS EM CLIQUES promovidos pela revista.
As editorias abaixo foram as
mais consultadas pelos
internautas no mês passado
ENQUETE
1 ª Últimas Seus fornecedores
Notícias estão com dificuldades
de entregar produtos
2 ª Estratégia
em função do consumo
3 ª Novos aquecido?
Produtos
Sim 75% Ú LT I M A S N O T Í C I A S
4 ª Ponto de
Venda
Não 25% O dia da Redação SM começa com a seleção
das notícias mais importantes para o setor.
5 ª Promoções
As atualizações aparecem na home do site
*Resultado até 28/06/2010 e também em nossa newsletter.
14 | Supermercado Moderno • julho 2010

ponto de venda
Roleta traz sorte e aumenta vendas do Futurama

divulgação
No Futurama da Lapa, na zona oeste paulistana, toda quarta e sábado é dia
da “Roleta da Sorte”. O locutor do supermercado se encarrega de avisar que os
clientes que compram mais de R$ 100 participam da brincadeira
e podem sair da loja com prêmios. A ideia da promoção partiu
da Frangosul e, no começo, valia apenas para os clientes que
levavam produtos da marca. Antes de sair da loja eles giravam
a roleta e, com sorte, saíam com outro item do portfólio da empresa. O sucesso
foi tanto que Antônio Ferreira de Souza, gerente da loja, ampliou a promoção
por meio de parceria com outros fornecedores. Hoje são 30 parceiros que dis-
ponibilizam lançamentos ou itens rentáveis do portfólio, para que os ganha-
dores experimentem e sejam estimulados a consumir regularmente. No mês
de junho, o gerente testou a promoção em outra unidade, no bairro de Santo
divulgação

Amaro. Resultado: numa quinta-feira as vendas foram 12% superiores às do


mesmo dia da semana anterior, quando a ação não foi realizada. PV

nOVO Financiamento: Refrigerador quase


ALTERNATIVA PARA expandir 100% sustentável

Para viabilizar a abertura de filiais, começa a A Metalfrio Solution, multina-


ganhar força no Brasil o built to suit. É a cap- cional brasileira, lançou a linha de
tação de recursos com investidores por meio refrigeradores Metalfrio Next, que
de instituições financeiras. Eles ficam respon- reduz em até 60% o consumo de
sáveis pela construção da loja. Depois disso, energia e em 99,8% as emissões
o varejista passa a pagar aluguel pelo uso do diretas de gases de efeito estu-
imóvel. Os contratos de locação duram entre fa. Só no Brasil, os 4,5 milhões
10 e 15 anos. Segundo Amauri Pazzini, supe- de refrigeradores comerciais em
rintendente de produtos e marketing do Trend funcionamento consomem ao ano
Bank, terminado o período, o prazo é estendi- 8 terawatts/hora. Caso todos ti-
divulgação

do ou o varejista compra o estabelecimento. vessem as mesmas condições de


Ele explica que a alternativa é viável para consumo da nova linha, a economia
empresas com faturamento acima de R$ 30 seria de 48,2%, segundo estimati-
milhões/ano. Informações: (11) 3094-5900 PV vas da fabricante. PV
16 Capa SUPERMERCADO MODERNO • jULHo 2010

A rota da e

D
Por Alessandra Morita | amorita@lund.com.br

e norte a sul do País, a or- indicada para o negócio.


dem do dia é expansão. A Nessa tarefa, o ‘achismo’ é ini-
boa expectativa em relação migo da rentabilidade. Por essa
ao crescimento econômico razão, a primeira certeza que o su-
por si só já instiga o varejis- permercadista precisa ter é se ele
ta. Afinal, vale a pena am- quer ou precisa crescer. Também
pliar o número de lojas para é necessário saber se a empresa
aproveitar o aumento do poder de compra do con- está bem estruturada para isso.
sumidor. Outro fator favorável é a queda dos juros, “Outra questão a ser respondida
que normalmente proporciona melhores condições é sobre o formato de loja com o
qual a rede deseja se expandir”,
explica Reinaldo Gregori, dire-
Vai abrir lojas? Veja os principais lugares para quem quer tor-geral da Cognatis, consultoria
trabalhar com a classe C, instalar-se em regiões com que trabalha com geomarketing –
uma metodologia para aplicação
muitos lançamentos de imóveis ou ainda disputar uma de geoprocessamento, cujo objeti-
fatia nos mercados em que os gastos com alimentação vo é identificar o potencial merca-
dológico de cada região.
são maiores. Descubra a geografia do seu crescimento. Se a decisão for pela expansão,
começa aí a empreitada do super-
de financiamento aos empresários. O cenário é po- mercadista. Um caminho possível
sitivo, mas uma dúvida ainda tira o sono do super- é buscar indicadores gerais e de-
mercadista: onde abrir lojas? Ao contrário do que pois afunilar a análise até chegar
se imagina, a resposta não está apenas em uma boa a uma cidade, bairro e, preferen-
oportunidade de terreno ou de aquisição. É preciso cialmente, microrregião. Exis-
analisar uma série de fatores até se encontrar a área tem dados tradicionais que não
| 17

a expansão O que avaliar na escolha


de um ponto
PoPulação: além do crescimento dos moradores do bairro ou da
microrregião, é preciso identificar o perfil dos domicílios para entender
o comportamento de compras. “Lares em que o filho sai de casa e
os pais ficam sozinhos, por exemplo, acabam com renda disponível
maior do que aqueles com crianças pequenas ou adolescentes”,
podem ser esquecidos na hora de
explica Reinaldo Gregori, diretor-geral da Cognatis.
procurar um local para abrir lojas,
como o potencial de consumo de tIPo dE CoNCoRRÊNCIa: é preciso identificar os formatos
alimentos da população e a oferta operados no local. Se houver, por exemplo, um grande número
de lojas de comércio tradicional, são boas as chances de um
de lojas de autosserviço no local.
supermercado abocanhar o mercado.
Entretanto, o avanço da economia
nos últimos anos colocou novos INtERCEPtação: deve-se estimar a distância do ponto de venda
fatores na pauta de discussão do dos demais concorrentes. Se existir uma padaria a 200 metros de um

FONTE: COGNATIS E GEOGRAFIA DE MERCADO


varejo, como a ampliação da classe condomínio de prédios e o novo empreendimento ficar a 100 metros,
é provável que muitos moradores migrem para a loja inaugurada em
C e o boom imobiliário.
função da proximidade.

ONDE ESTÁ O CONSUMIDOR GERadoREs dE dEMaNda: alguns estabelecimentos costumam


atrair fluxo de pessoas, como hospitais, farmácias, shopping centers.
O trabalho de avaliação requer Veja se eles estão presentes na área estudada.
muita atenção. Nessa fase, é preci- aCEsso: o quanto chegar ao supermercado será fácil ou não.
so cercar-se de todas as informa-
ções possíveis para evitar prejuízo
e garantir o melhor retorno para o
investimento. A avaliação inicial,
no entanto, pode começar com os
‘macrofatores’. Eles contribuem
com pistas de onde o seu consumi-
dor potencial se esconde. Acom-
panhe a seguir alguns indicadores
e comece a investigar as melhores
oportunidades para sua empresa.
18 | Capa | SUPERMERCADO MODERNO • jULHo 2010
A ROTA DA EXPANSÃO

onde inaugurar novas lojas


Crie seu mapa, analisando primeiro
o consumo de alimentos x checkouts

POTENCIAL DE
VENDAS/
QUANTAS VEZES veja os Estados com
ESTADO CONSUMO DE ALIMENTOS/
CHECKOUT (R$)
O POTENCIAL SUPERA AS
maiores oportunidades
CHECKOUT (R$) VENDAS/CHECKOUT
Ceará 12.036.482 1.575.891 7,6 para abertura de lojas
Bahia 4.392.833 948.135 4,6
Paraíba 7.151.747 1.591.412 4,5 Quanto maior for o potencial de
Alagoas 4.562.858 1.050.155 4,3 consumo de alimentos por checkout
Pernambuco 6.005.083 1.392.899 4,3
em relação às vendas/checkout
Tocantis 5.078.929 1.294.524 3,9
das lojas já existentes, mais apto
Piauí 5.526.735 1.523.983 3,6
Amapá 4.769.874 1.383.926 3,4 está o mercado para receber novos
Maranhão 8.185.195 2.465.988 3,3 supermercados. Observe que os
Goiás 3.823.013 1.566.903 2,4 cinco Estados com maior capacidade
Mato Grosso do Sul 2.354.808 1.179.901 2,0 de expansão estão no Nordeste.
Minas Gerais 3.400.897 1.736.524 2,0
Situação contrária ao Estado de São
Rondônia 3.475.971 1.874.145 1,9
Rio Grande do Norte 3.729.683 2.161.499 1,7 Paulo, onde o potencial é inferior
Rio Grande do Sul 2.561.220 1.514.299 1,7 à venda/checkout efetiva das
Mato Grosso 2.479.530 1.517.227 1,6 lojas já instaladas. Essa avaliação
Acre 3.471.964 2.219.260 1,6 é importante e pode ser feita por
Sergipe 3.207.418 2.199.507 1,5
cidade, bairro e microrregião.
Rio de Janeiro 3.125.611 2.198.194 1,4
Espírito Santo 2.070.268 1.458.257 1,4
Distrito Federal 2.231.150 1.591.243 1,4

V
Paraná 1.935.029 1.810.300 1,1 ocê quer saber se um
Santa Catarina 1.936.646 1.814.323 1,1
São Paulo 2.447.356 2.501.357 0,98
mercado é bem ou mal
Pará 2.308.952 2.563.202 0,90 servido de lojas? Pois bem.
Fonte: IPC MarketIng (PotenCIaL De ConSUMo De aLIMentoS)/39º reLatÓrIo anUaL De SUPerMerCaDo MoDerno Para isso é preciso identificar
(nº CHeCkoUtS e VenDaS/CHeCkoUt) • aLgUnS eStaDoS nÃo ConStaM Da taBeLa Por nÃo tereM DaDoS DISPonÍVeIS
o potencial de consumo de
diVULGaÇão
alimentos da região e dividir
pelo número total de caixas
dos supermercados locais.
Esse dado, que mostra qual é
o gasto médio potencial por
checkout do mercado estu-
dado, deve ser comparado
com as vendas médias por
checkout das lojas da região.
“Quanto maior o potencial
de consumo por checkout em
| 19

50 cidades campeãs
em despesas com alimentação
Se, na tabela da esquerda, você teve ideia dos
Estados mais carentes de lojas, no quadro ao lado,
você encontra as cidades com maior capacidade de
consumo de alimentação e, portanto, com maior
potencial de vendas. O estudo, da consultoria
IPC Marketing, mostra também a participação
da alimentação sobre o consumo total de cada
CAPACIDADE DE CONSUMO PARTICIPAÇÃO DA
domicílio. Esse índice não aponta locais para POSIÇÃO MUNICÍPIOS ESTADO DE ALIMENTAÇÃO ALIMENTAÇÃO SOBRE
DOMICÍLIO (R$) CONSUMO TOTAL
abertura de lojas, mas revela o potencial para
MÉdIa BRasIl 14%
exploração de outros produtos. além de alimentos.
1º São Paulo SP 24.139.840.137 11,5%
“Quanto menor a participação em relação à média 2º Rio de Janeiro RJ 14.105.233.594 10,9%
3º Belo Horizonte MG 6.404.296.191 13,6%
Brasil, mais espaço para o supermercado vender 4º Salvador BA 6.401.854.003 16,2%
itens como os de perfumaria e bazar”, explica Marcos 5º Fortaleza CE 4.749.070.044 15,6%
6º Curitiba PR 4.350.098.165 11,2%
Pazzini, diretor da IPC. Essas seções podem ganhar 7º Porto Alegre RS 4.142.510.088 12,8%
um pouco mais de espaço, pois o orçamento do 8º Brasília DF 3.761.719.470 8,0%
9º Manaus AM 3.129.733.485 16,5%
consumidor não está comprometido com itens 10º Belém PA 3.041.373.347 18,6%
básicos. É o caso de Brasília, onde a alimentação 11º Recife PE 2.991.563.508 15,7%
12º Campinas SP 2.493.172.924 11,4%
representa apenas 8% das despesas com alimentos. 13º Goiânia GO 2.244.409.160 12,3%
14º Guarulhos SP 2.154.717.040 12,9%
15º São Luís MA 1.887.572.877 17,9%
16º São Bernardo do Campo SP 1.776.177.927 11,7%
relação às vendas/checkout, mais a região 17º Maceió AL 1.708.276.891 14,6%
18º São Gonçalo RJ 1.691.462.063 12,7%
é capaz de absorver novas lojas”, diz Tadeu 19º Natal RN 1.595.173.544 15,6%
20º Campo Grande MS 1.576.925.471 14,2%
Masano, presidente da Geografia de Merca- 21º Santo André SP 1.511.342.565 11,7%
do, especializada em geomarketing. 22º Teresina PI 1.485.401.803 19,5%
23º João Pessoa PB 1.473.589.488 16,3%
Observe que no quadro da página an- 24º Duque de Caxias RJ 1.389.909.089 13,1%
25º Uberlândia MG 1.362.653.792 14,7%
terior, o Ceará é o campeão em oportuni- 26º Nova Iguaçu RJ 1.358.531.631 13,1%
dades, uma vez que a capacidade de gastos 27º Osasco SP 1.298.821.149 12,8%
28º Ribeirão Preto SP 1.267.995.417 11,7%
com alimentação da população é 7,6 vezes
FONTE: IPC MARKETING
29º São José dos Campos SP 1.256.877.048 11,8%
maior do que as vendas por checkout dos 30º
31º
Niterói
Juiz de Fora
RJ
MG
1.219.891.178
1.180.135.340
10,3%
14,6%
supermercados instalados. Já os Estados 32º Contagem MG 1.178.833.942 15,3%
33º Jaboatão dos Guararapes PE 1.173.847.113 17,2%
de São Paulo e Pará não comportam muito 34º Sorocaba SP 1.159.713.565 12,5%
mais lojas, pois o potencial de gastos de cada 35º
36º
Aracaju
Florianópolis
SE
SC
1.155.115.442
1.125.715.364
16,9%
11,7%
um é 0,9 vez inferior à receita/checkout das 37º Santos SP 1.110.202.984 11,1%
38º Ananindeua PA 987.815.212 20,9%
lojas existentes. Crescer nessas localidades 39º Feira de Santana BA 943.574.109 17,0%
implica descobrir as exceções, ou seja, as 40º Cuiabá MT 939.966.502 12,4%
41º Caxias do Sul RS 939.852.726 13,8%
cidades (veja ao lado) ou bairros que ainda 42º Joinville SC 923.312.783 13,2%
43º Londrina PR 897.590.018 12,7%
apresentam potencial. Caso do município 44º São José do Rio Preto SP 886.136.068 12,5%
de São Paulo, cujo potencial de desembolso 45º Aparecida de Goiânia GO 849.200.697 14,1%
46º Vitória ES 799.298.468 11,6%
com alimentos continua elevado. Embora 47º Vila Velha ES 777.072.893 13,0%
48º São João de Meriti RJ 765.962.807 12,8%
tenha muitas lojas, é a capital nacional do 49º Jundiaí SP 754.747.820 11,6%
consumo. Compare Estados e cidades. 50º Bauru SP 743.468.411 12,4%
20 | Capa | SUPERMERCADO MODERNO • jULHo 2010
A ROTA DA EXPANSÃO

Boom imobiliário
novas lojas em novos polos residenciais

Imóveis adquiridos por


meio do programa Minha
Casa, Minha vida

Nº dE IMÓvEIs Confira ao lado o número de imóveis adquiridos pela população


ESTADO CoMPRados
por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Se o seu Estado
PElo PRoGRaMa
estiver entre os primeiros, pesquise para saber como fica a sua
1º » São Paulo 83.061
cidade dentro do projeto de habitação do governo. Depois, avalie
2º » Bahia 42.690
em que áreas as novas construções se concentrarão e inicie um
3º»
Minas Gerais 41.774
estudo de viabilidade de abertura de lojas.
4º » Maranhão 33.325
5º » Rio Grande do Sul 32.338
6º » Rio de Janeiro 25.126

O
7º » Paraná 24.504 mercado imobiliário retomou a expansão,
8º » Goiás 20.634 depois de um breve período de queda, devido
9º » Santa Catarina 15.685 à crise de 2009. A notícia não poderia ser melhor
10º » Pará 13.131 para quem sonha em crescer. Novos condomínios
11 Alagoas
º»
8.632 são sinônimo de novos consumidores. Basta saber
12º » Piauí 8.509
onde eles estão. Só o programa Minha Casa, Mi-
13º » Pernambuco 8.396
nha Vida, do governo federal deve desembolsar
14º » Mato Grosso 8.018
R$ 34 milhões para facilitar o acesso à casa própria
15 Rio Grande do Norte
º»
7.477
da população que ganha até dez salários mínimos
16º » Mato Grosso do Sul 5.922
(R$ 5.100). E um estudo da consultoria MB As-
Fonte: MInIStÉrIo DaS CIDaDeS – De aBrIL De 2009 a aBrIL De 2010

17º » Espírito Santo 4.961


sociados estima que entre 2010 e 2016 o poten-
18º » Sergipe 4.533
cial de consumo de imóveis seja de 1,4 milhão
19º » Paraíba 4.385
de unidades por ano. Para Sérgio Vale, econo-
20º » Ceará 3.359
mista da empresa, a maior necessidade de novas
21º » Amazonas 3.309
residências está nas regiões Sudeste e Nordeste.
22º » Distrito Federal 2.574
Juntas, elas representam 63% da demanda. São
23º » Acre 1.953
Paulo é o Estado onde mais se adquiriu imóveis
24 Tocantins
º»
1.790
por meio do programa Minha Casa, Minha
25º » Rondônia 1.371
26º » Roraima 1.202
Vida: 83 mil unidades até abril deste ano. Ou-
27º » Amapá 15
tros Estados da região ocupam lugar de des-
taque: Minas Gerais e Rio de Janeiro. Quanto
ao Nordeste, a Bahia é o segundo Estado do
País em número de unidades contratadas, e o
Maranhão ocupa o quarto lugar.
| 21

Evolução da classe C
Siga esse consumidor
Estado 2005 2010 Evolução %
Maranhão 264.218 549.866 108,1
Crescem domicílios da classe C Piauí 151.729 300.043 97,7
Paraíba 219.529 429.389 95,6
Acompanhe a evolução dos lares da classe C nos últimos Ceará 485.369 929.951 91,6
Alagoas 178.166 333.268 87,1
cinco anos. Note, no quadro ao lado, que os oito Estados
Bahia 843.347 1.570.024 86,2
com maior variação estão localizados no Nordeste. Veja

Fonte: IPC Marketing


Sergipe 121.894 225.608 85,1
também qual a posição do seu Estado no ranking. A partir Rio Grande do Norte 199.397 358.945 80,0
daí, comece a levantar dados que indiquem a viabilidade Acre 39.500 68.683 73,9
Pernambuco 603.011 1.047.691 73,7
de ampliar o número de lojas na sua cidade ou bairro.
Tocantins 90.748 149.222 64,4
Pará 411.638 674.134 63,8
Amazonas 209.386 320.186 52,9
Rondônia 102.393 152.677 49,1

É
Distrito Federal 199.542 294.167 47,4
quase inevitável ficar um dia sem en- Roraima 28.464 41.860 47,1
contrar alguma notícia sobre Goiás 568.492 825.024 45,1
a ascensão da classe C nos jornais. Amapá 44.838 65.061 45,1
Mato Grosso 249.306 355.510 42,6
Não é de se estranhar, portanto, que Minas Gerais 1.767.638 2.516.546 42,4
a expansão do autosserviço esteja Mato Grosso do Sul 216.838 308.348 42,2
caminhando para onde a presença Espírito Santo 311.646 437.537 40,4
Paraná 991.806 1.344.818 35,6
desse público é maciça. O exemplo Santa Catarina 564.962 740.267 31,0
mais bem acabado é o Nordeste. Rio de Janeiro 1.760.942 2.304.944 30,9
Até 2012, a região deverá respon- Rio Grande do Sul 1.091.060 1.413.706 29,6
São Paulo 4.161.025 5.233.335 25,8
der por 15% do faturamento do
Grupo Pão de Açúcar – uma alta
de cinco pontos percentuais em
relação à fatia atual. O Walmart,

joão de freitas
que já está enraizado na região
graças à bandeira local Bompre-
ço, pretende destinar aos Estados
nordestinos metade dos R$ 2,2 bi- passará dos atuais 30% das famí-
lhões dirigidos à abertura de lojas em 2010. O alvo lias brasileiras para mais de 50%
principal são as cidades do interior, uma vez que as até 2016, com presença em várias
capitais já estão bem cobertas. Os investimentos das localidades. A alta se baseará ago-
grandes redes se justificam. De 2005 até este ano, o ra na abertura de mais postos de
número de domicílios da classe C praticamente do- trabalho, principalmente de mão
brou no Nordeste. Os olhos, entretanto, não devem de obra qualificada, o que eleva-
ficar abertos apenas em relação à região. Estimativas rá os salários. Ao varejista caberá
da MB Associados indicam que a classe C – renda de simplesmente ir aonde a classe C
três a dez salários mínimos (R$ 1.530 a R$ 5.100) –, estiver. O resto são vendas.
23 Estratégia Supermercado moderno • julho 2010

PESQUISA EXCLUSIVA
dispersão de preços

N
Por Alessandra Morita | amorita@lund.com.br

o Brasil, a diferença entre o


menor e maior preço de um
Levantamento exclusivo
produto em promoção chega da consultoria Shopping
a quase 200%. Com o nome Brasil para SM indica que é
técnico de dispersão, essa di-
ferença aponta a falta de uma de quase 200% a diferença
estratégia clara de precifica- entre o maior e o menor
ção. É o que conclui um levantamento feito pela con-
sultoria Shopping Brasil, especializada em inteligência preço observados em
de mercado, que toma como base as ofertas anuncia- ofertas de tabloides. Por
das em tabloides de todo o País. A pesquisa também
revela os riscos gerados pela dispersão, como a queda trás disso, está a falta de
do valor máximo que o consumidor está disposto a estratégia de precificação e
pagar pelo produto e, pior, a queda das margens, já tão
espremidas. De acordo com a pesquisa, as maiores
a perda de lucratividade.
dispersões são encontradas nos departamentos de
higiene e beleza e na mercearia, com diferenças de
seçÕes coM Maior
71% e 64%, respectivamente. José Roberto Resen- Diferença De Preços
de, sócio da Shopping Brasil, afirma que as duas

50 ProDUtos Mais anUnciaDos Por DePartaMento • fonte: shoPPing Brasil


eM oferta
seções contam com número muito abrangente
71%
ProDUtos caMPeÕes De DisPersão
64%
MeNor
preÇo
MaIor
preÇo
DIspersÃo 50%
shampoo Pantene 200 ml » 3,49 9,90 184%
Maionese arisco 500 g » 0,99 2,80 183%
Molho de tomate Pomarola sachê 340 g » 0,92 2,37 158%
creme dental colgate total 12 90 g » 1,29 3,29 155%
fonte: shoPPing Brasil

Molho de tomate tarantella sachê 340 g » 0,78 1,95 150%


shampoo Palmolive 350 g » 2,48 5,99 142%
coca-cola pack com 12 latas 350 ml » 7,14 15,48 117%
cerveja Bavaria lata 350 ml » 0,49 1,05 114%
Higiene e Mercearia Bebidas
cerveja Brahma lata 350 ml » 0,89 1,79 101% limpeza
24 | Estratégia | Supermercado Moderno • julho 2010
preços

de, a ponto de os consumidores


A dispersão em Coca-Cola memorizarem os preços”, diz o es-
é elevada (117%), porque o
produto tem alto giro. pecialista. E acrescenta: “Quanto
Isso leva o fornecedor mais importante o item na cesta
a fazer negociações por de compras do consumidor, mais
volume, que é diferente
em cada rede. ele terá uma referência de preços
em mente. E quanto mais consu-
midores estabelecerem um valor
de referência, menores as oportu-
nidades de diferenciação de preço
de um produto.”
É isso o que acontece também
nas categorias da cesta de bebi-
divulgação

de categorias e das, cuja dispersão apontada foi


itens. Por isso, de 50% no levantamento da Sho-
a disparidade é pping Brasil. “Os produtos desse
alta quando se departamento são muito commo-
observa a seção ditizados”, afirma Resende. Como
como um todo. oferecem alto volume de vendas,
“No caso dos produtos de higiene algumas categorias têm presença
e beleza, é preciso considerar ain- constante nos tabloides promo-
da que os preços são mais difíceis cionais dos supermercados. Caso
de ser comparados do que no caso das cervejas e dos refrigerantes. A
dos alimentos”, acrescenta. Bavaria lata 350 ml, por exemplo,
Para se ter uma ideia, aparece com dispersão de 114%.
o shampoo Pantene de Para Marco Quintarelli, diretor
200 ml é o campeão em da consultoria Azo, marcas como
dispersão. Com uma esa são muito lembradas pelo con-
o
divulgaçã

diferença de 184% en- sumidor e, portanto, atraem fluxo


tre o menor e maior para as lojas. Em função disso, os
preço apurados. fabricantes mantêm negociações
Segundo Frede- que oferecem vantagens comer-
rico Zornig, presi- ciais em volume. “E essa é uma das
dente da consul- razões para existir uma dispersão
toria Quantiz Pri- considerável de preço”, diz ele.
cing, a diferença
de preços aumenta em Precificação estratégica
A diferença de itens de maior valor agregado, O Brasil ainda precisa avançar
preços aumenta
como os da seção de higiene. Em
entre itens de
maior valor muitos deles, o consumidor cos- A diferença encontrada em ofer-
agregado, como tuma reconhecer um benefício tas publicadas nos tabloides é uma
os da seção de
higiene e beleza
ou diferencial. “Não se trata de consequência da falta de estra-
mercadorias de muita necessida- tégias coerentes de precificação.
26 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2010
preçoS

Resende afirma que a dispersão a estratégia de preços de um su-


no Brasil é bem maior do que na permercado deveria ser definida
Europa, onde as empresas utilizam a partir de uma proposta de valor
técnicas e softwares mais sofistica- – atendimento premium ou preço
dos para estabelecer preços e con- baixo, por exemplo. Tomada essa
trolar margens. “Em apresentações decisão, o passo seguinte seria es-
que fizemos lá, os participantes se tabelecer a estrutura de serviços
assustam quando apresentamos e de custos para viabilizar o posi-
esses dados”, comenta. Para se ter cionamento definido. Tal iniciativa
uma ideia, a disparidade entre o é bem mais interessante do que a
menor e maior preço em eletro- guerra de ofertas que leva o con-
domésticos no varejo europeu sumidor a procurar sempre o pro-
é de 5% a 10%, enquanto duto mais barato.
por aqui é de 40%. O problema existe porque o va-
No autosserviço bra- rejo reduz o preço sem critérios,
sileiro, os preços ainda toda vez que algum concorrente
são definidos por mark- faz uma promoção melhor. “Se o
up – diferença percen- cliente vê uma opção mais barata
tual entre o valor de venda do que a da sua última compra,
ao consumidor e o de aquisição o valor de referência do produ-
junto ao fornecedor. E o mark-up to diminui. Além disso, a pessoa
joão dE FREiTaS

é aplicado de forma igual em to- fica com aquela sensação de mau


dos os SKUs da categoria. “Exis- negócio e, na próxima vez, tende
tem maneiras mais interessantes pesquisar mais até se certificar de
de precificar, como definir estar pagando menos”, expli-
“Se o cliente vê o preço por item, de acordo ca Resende. O resultado disso
uma opção mais com a percepção do consu- são margens corroídas.
midor”, afirma Re- As promoções
barata do que a da sende. Com isso, de tabloides, entre-
sua última compra, em uma mesma os preços ainda tanto, são necessá-
o valor de referência categoria, as mar- são definidos rias, pois envolvem
gens aplicadas po- os produtos consi-
do produto diminui. deriam ser meno- por mark-up, derados formadores
a pessoa fica com res nos SKUs cujos
o que nem de imagem, lembra
preços o consumi- o sócio da Shop-
a sensação de dor conhece bem sempre é bom ping Brasil. “O pon-
mau negócio e, na e maioresnos itens to aqui é entender
sem referência. Tudo isso sem dei- quando vale a pena acompanhar a
próxima vez, tende
xar de considerar fatores como a prática da concorrência e quando
a pesquisar mais.” elasticidade do preço – se o con- apostar em outras ações”, diz ele.
sumidor compra mais ou menos Por outro lado, também há si-
JOSÉ ROBERTO RESENDE,
SÓCIO DA SHOPPING BRASIL diante de alterações no valor. tuações em que a dispersão é espe-
Segundo Zornig, da Quantiz, rada. Zornig lembra que em lojas
28 | Estratégia | Supermercado Moderno • julho 2010
preços

com propostas distintas de aten- A rede Hippo nem


dimento, é natural que os preços
promocionais variem. Uma ofer- sempre acompanha
ta num atacarejo, por exemplo, é a concorrência na
Quando bem mais agressiva do que a de
redução de preços.
um supermercado de vizinhança.
o cliente “O problema ocorre quando temos Seu posicionamento
dois varejos similares oferecendo
persegue é serviço, não preço.
preços diferentes”, reforça.
ofertas não
categorias, temos o objetivo de ter
é bom para o Olho na concorrência
Nem sempre vale a pena cobrar menos o maior mix da região, como em

varejo. Afinal, Alguns supermercados de mé-


azeites, cafés e vinhos”, diz.
Com cinco filiais em quatro ci-
estreita as dio porte já utilizam pesquisas
de preço de itens em promoção.
dades do Estado, o Koch também
monitora as ações promocionais
margens. Caso das redes catarinenses Hip- de seus concorrentes. De acordo
po e Koch. Ambas compram es- com José Koch, presidente da rede,
tudos realizados com todos os sempre que um estabelecimento
produtos anunciados em mídia rival realiza uma oferta melhor,
eletrônica e impressa nas cida- a informação é levada para o for-
divulgação

des onde operam. Os dados necedor. A ideia é ter nos tabloi-


são recebidos diariamente por des o mesmo preço, sem queimar
e-mail e comparados com os margem. “Precisamos ser cuida-
preços de suas promoções. dosos. Quando um supermerca-
“Analisamos as ofertas do fica com imagem de ‘careiro’, é
caso a caso”, diz Josiano Sa- difícil reverter a situação”, afirma.
queti, diretor comercial do O varejista lembra, contudo, que,
Hippo, duas unidades em ao notar que um concorrente está
Florianópolis. Segundo ele, trabalhando num patamar maior,
nem sempre a rede reduz o procura adequar o valor, para pre-
preço quando o produto da servar o lucro. O raciocínio faz sen-
concorrência está mais ba- tido. Pesquisas mostram que au-
rato. “Se o item apresentar mentar em 1% o preço eleva o lucro
uma margem maior, man- em 11%. Agora responda: compen-
temos como está”, conta. sa ou não definir uma estratégia de
Ele explica que preço não preço e acompanhar a movimenta-
é o atributo principal para ção da concorrência? SM

No Koch, quando o público-alvo de suas lojas. A


o concorrente tem proposta da empresa é ser reco- Mais Inform açõ es:
uma oferta mel-
nhecida por qualidade dos produ- Azo: (21) 2496-6439
hor, o fornecedor Hippo: www.hippo.com.br
do produto é logo tos, prestação de serviço e varie- Koch: www.superkoch.com.br
Quantiz Pricing: (11) 3040-3030
contatado dade de sortimento. “Em algumas Shopping Brasil: (51) 3254-0011
32 Estratégia Supermercado moderno • julho 2010

alimento livre
Por Viviane Sousa |
viviane.sousa@lund.com.br |
Segurança
C
arnes à venda sem identifica- cimento em relação às regras que
ção, peixaria com expositores estabelecem as boas práticas de se-
em temperatura inadequada e gurança alimentar. Outro motivo
alimentos com prazo de valida- é o desrespeito às normativas com
de expirado levaram a Delega- o intuito de evitar algum tipo de
cia de Saúde Pública do Estado prejuízo ao negócio. Um exemplo
de São Paulo a deter, sob fiança ainda bem comum são as lojas que
de R$ 1,5 mil, a gerente de um supermercado costumam congelar carnes e peixes
Respeitar as da zona norte da capital paulista. O caso ocor- frescos quando estes estão próxi-
reu há quase três meses e a loja, que pertence mos do vencimento para vendê-
normas de a uma grande rede varejista, também teve al- los com nova embalagem e rótulo.
segurança gumas de suas seções de perecíveis interdita- “Apesar de ser uma prática proibi-
das e vários produtos apreendidos. da, é aplicada para evitar perdas,”
alimentar garante Na mesma ação, a Co-
qualidade aos visa (Coordenação de anvisa DiTa as regras
Vigilância em Saúde) da esta d os e m u n i C Í P i os as Co m P lementam
alimentos cidade autuou um hiper-
vendidos e mercado localizado num
shopping center da zona
E stabelecimento que vende e manipula alimentos
é obrigado a seguir as normas de segurança
ajuda a loja a se alimentar federais, instituídas pela Resolução nº 216 da
Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), e estaduais
oeste. No local, além de
livrar de multas patês de marca própria
e municipais. As normativas regionais costumam ser
diferentes. “Por isso, as redes com lojas em vários
e apreensões. vencidos, foram encontra- distritos devem ficar atentas”, alerta Franciane Ramalho,
dos alimentos com sinais consultora de segurança alimentar da Bio Nutry. As
Nesta edição, SM de fungos e gôndolas de fiscalizações ficam a cargo dos Estados e municípios por
meio das Vigilâncias Sanitárias, das Delegacias de Saúde
inicia a série sobre perecíveis com tempera- Pública e das Covisas (Coordenação de Vigilância em
tura acima do permitido. Saúde). As punições para os que infringem as normativas
boas práticas Flagrantes como esses variam entre advertências, multas, interdição, apreensão
no tema, com as ocorrem todos os dias e de mercadorias e equipamentos. O responsável só é
detito quando em seu estabelecimento são flagrados
em todas as partes do País.
seções de açougue Entre as principais cau-
problemas considerados de elevado grau de risco à saúde
e ao bem-estar dos consumidores.
e peixaria. sas está a falta de conhe-
| 33

de contaminação
para o cliente
Ter um responsável pela
segurança alimentar é obrigatório

P ara manipular alimentos perecíveis


os estabelecimentos precisam ter um
responsável técnico em segurança alimentar,
um nutricionista ou veterinário, este último
no caso de alimentos de origem animal. Se a
loja for microempresa, o proprietário pode fazer
um curso técnico de boas práticas, ministrado
gratuitamente por algumas prefeituras. Desta
forma, ele se torna responsável pelo cumprimento
das normativas de segurança alimentar.

destaca Rachel Dias, consultora


de segurança alimentar da
SOS Qualidade, de Belo
Horizonte (MG).
Para evitar pro-
blemas como esse,
Supermercado Moderno
inicia nesta edição uma série
sobre segurança alimentar nos princi-
pais setores de perecíveis dos supermercados.
Nesta primeira matéria, abordamos as seções
de açougue e peixaria. Você também saberá
quais órgãos determinam as regras e quais são
as boas práticas de manipulação, armazenagem
e exposição e como aplicá-las no dia a dia de
sua loja. Na próxima edição de SM falaremos
de segurança alimentar nas seções de padaria e
confeitaria. Não deixe de ler!
34 | Estratégia | Supermercado Moderno • julho 2010
segurança alimentar

Cuidados começam antes da exposição


Identificar bons fornecedores e criar Controle no recebimento
normas de recebimento também são Objetivo Evitar receber produtos inadequados
práticas ligadas à segurança alimentar
Como fazer É possível criar uma planilha de con-
trole das cargas recebidas. Entre os requisitos a se-
rem avaliados está o caminhão. Ele precisa ser refri-
gerado, ter licença sanitária atualizada e estar limpo,
assim como os entregadores. Já a mercadoria deve
ter checada a temperatura, aparência, condições de
embalagens e rótulo. Nele, deve constar data de ma-
nipulação e validade; razão social do fornecedor; in-
joão de freitas

formações nutricionais; SIF e demais registros. “Se a


avaliação não for satisfatória, devolvemos a merca-

O
A carne doria e informamos o comprador da loja, que cobra-
comprada s cuidados com a seguran- rá dos fornecedores", conta Ana Fanelli, nutricionis-
precisa ter ça do produto da chegada ta da Casa Santa Luzia, uma loja na capital paulista.
certificado
SIF (Serviço à gôndola. Saiba o que fa-
de Inspeção zer, segundo os consultores e super- Dicas Estabeleça um horário para entrega de pe-
Federal) mercados ouvidos por SM. recíveis. A medida acelera o descarregamento dos
caminhões. Cada tipo de carne possui uma tempe-
Avaliação de fornecedores ratura diferente. No caso dos peixes frescos, devem
chegar entre 0° e 3°C. Já as carnes de boi, ave e por-
Objetivo Evitar a venda de pro- co resfriadas, abaixo de 7°C. O acondicionamento
dutos clandestinos também muda. Carnes desossadas precisam estar
embaladas a vácuo, dentro de caixas
Como fazer Comprar ape- fechadas. As não desossadas de-
nas carnes e pescados com vem estar, no mínimo, plasti-
registro e certificado do ficadas. “Os peixes chegam
SIF (Serviço de Inspeção em contêineres plásticos.
Federal), além de outros É fundamental que 75%
joão de freitas

que sejam obrigatórios da peça esteja coberta de


na sua cidade ou Estado. gelo, cuja procedência e
qualidade precisam ser
Dica Visite os abatedou- comprovadas com o forne-
ros, entrepostos e criadou- cedor,” diz Alessandra Rodri-
ros e avalie as condições de gues, coordenadora de segu-
Carnes vermelhas devem
higiene. Exija laudos técnicos que chegar com temperatura
rança alimentar da bandeira
atestem a saúde dos animais. abaixo de 7oC Pão de Açúcar, 143 lojas.
| 35

Separe os diferentes tipos de carne


Da manipulação até a área
P ro du to identificado
de vendas, a medida evita
contaminação no açougue
N a armazenagem e na exposição, nenhum
pescado ou peça de carne pode estar sem

S
identificação. A medida evita problemas com
ão muitos os detalhes que precisam ser obser- a fiscalização e garante controle do estoque.
vados na seção. Fique atento a esse setor. Ele re- Na etiqueta deve constar lote, fornecedor, data
presenta 12,5% do faturamento do autosserviço. de chegada, validade e manipulação, além dos
registros obrigatórios, como SIF. A medida facilita
aos funcionários fazer o controle diário do PV/PS
Armazenagem É imprescindível separar os diferentes
(primeiro que vence, primeiro que sai). Também
tipos de carnes dentro das câmaras frigoríficas. Criar permite, se necessário, identificar o produto pelo lote
alas é uma boa saída. Segundo Franciane Ramalho, e cobrar dos fornecedores possíveis problemas.
consultora de segurança alimentar da Bio Nutry, de
São Paulo, se houver prateleiras, as vermelhas devem Manipulação Quanto maior o
ficar no alto, as de porco contato com o alimento perecí-
no meio e, embaixo, as vel, como a carne, maior é o risco
de ave, pois liberam de contaminação. Por isso, a área
muito líquido. “Se de manipulação deve contar com
as carnes não esti- bancadas separadas e utensílios es-
verem devidamente pecíficos para o manuseio de cada
plastificadas e em- tipo de carne.
baladas em caixas, Colorir ou marcar os cabos dos
o trabalho terá sido utensílios é uma maneira de evitar
em vão”, avisa. que se misturem. Vermelhos po-
Outra recomen- dem ser usados para carnes de boi,
dação é conferir a brancos para as de aves e marrom Cada tipo de carne
temperatura da câ- para as suínas. Segundo Rachel, precisa ter uma
bancada própria
mara, no mínimo, consultora da SOS Qualidade, os
joão de freitas

para manipulação
duas vezes durante
o dia e uma de ma-
O piso das câmaras precisa ser drugada. Para os
limpo diariamente resfriados, o indica-
do é de 0º a 4ºC e,
para as congeladas, de -12°C a -18°C.
O piso das câmaras deve ser limpo todos os dias,
enquanto as paredes e portas, semanalmente. Prefi-
ra rodos e vassouras de plástico aos de madeira, que
joão de freitas

deixam resíduos e emboloram. Use detergentes e sa-


nitizantes com registro no Ministério da Saúde.
38 | Estratégia | Supermercado Moderno • julho 2010
segurança alimentar

Separe os diferentes tipos de carnes

utensílios devem ser de aço Se a sua loja costuma desossar carnes, fique atento
inox, assim como todos os ao descarte. Os ossos devem ser ensacados, lacrados
equipamentos. numa caixa identificada e armazenados num local se-
É importante ter uma parado do frigorífico ou câmara fria até a coleta.
área climatizada para cortar Utensílios e bancadas precisam ser lavados a cada
as carnes. Caso contrário, uso, assim como os equipamentos, que devem ser
só poderão ser trabalhadas desmontados. A Coop, 30 lojas no Estado de São
em pequenas quantidades, Paulo, coloca cartazes próximos às máquinas e à pia
já que os micro-organismos de lavagem detalhando toda a rotina de limpeza.
proliferam em contato com
a temperatura ambiente. Exposição Essa é a reta final. Assim como as câ-
Após a manipulação, o pra- maras frias, os balcões de exposição precisam ter a
zo de validade diminui. Os temperatura conferida. O ideal é estar entre 0º e 4ºC
cortes duram, no máximo, para carnes frescas e até -18ºC para as congeladas.
três dias. Já a carne moída A capacidade de exposição dos equipamentos
vale por um dia. A sugestão não deve ser excedida. Além de consumir mais ener-
joão de freitas

Para limpar os
é moer conforme o cliente pe-
equipamentos, dir ou em pequenas quantidades
é preciso se o objetivo é rapidez na compra.
desmontá-los
e remover a
Nesse caso, deve ser acondiciona-
sujeira interna da em bandeja de isopor e levada
à câmara frigorífica para alcançar
a temperatura adequada. Só depois
poderá ser colocada no expositor
refrigerado. “Em algumas regiões
é obrigatório ter registros especí-

joão de freitas
ficos para embalar carnes”, alerta
Franciane, da Bio Nutry.
Os frangos devem ficar na parte inferior dos expositores, pois
frango
V e n da d e liberam muita água, o que aumenta o risco de contaminação
temperado está pro i b i da
gia, existe o risco de os alimentos de cima não se-
A medida é nacional e vale para carcaças e cortes de
aves temperados por injeção e marinados. Segundo o
Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
rem mantidos na temperatura correta. É preciso ficar
atento para evitar obstruir a área por onde sai o ar
Animal), órgão responsável pela proibição, o objetivo é resfriado, impedindo assim a refrigeração.
evitar fraudes e adulterações por meio da adição de água Na área de vendas, as carnes vermelhas devem
além dos limites permitidos por lei (20% para o frango
e 25% para o peru). As aves especiais (frango especial ser expostas de um lado e as de aves e suínas, do ou-
resfriado, peru, pato, marreco e galinha d’angola) não tro. Se o expositor tiver prateleiras, a carne de frango
se enquadram na medida, em vigor desde abril. Já a deverá ficar sempre nas de baixo. A ideia é evitar
produção desses produtos está proibida desde março. contaminação cruzada (veja box na última página
Quem descumprir a norma está sujeito a penalidade.
desta reportagem).
40 | Estratégia | Supermercado Moderno • julho 2010
segurança alimentar

Peixaria: validade menor exige atenção


A garantia de qualidade e frescor A validade dos pescados frescos está entre as mais
curtas: dois dias para os peixes inteiros e apenas um
exige cuidados redobrados na para os manipulados, como filés e postas. Estes úl-
manipulação e exposição timos devem ser fatiados em áreas reservadas e, se
possível, climatizadas, para evitar contaminação.

Armazenagem Peixes frescos não podem ficar na


mesma câmara refrigerada que as carnes do açougue.
Segundo Débora, nutricionista da Coop, aumentam
os riscos de contaminação cruzada em função do ex-
cesso de líquido liberado, além de haver transferên-
cia de odor. As diferentes espécies de peixes também
não podem ficar no mesmo contêiner, regra que vale
para crustáceos e moluscos, entre outros. A tempera-
tura das câmaras deve ser de 0º a 2ºC.
joão de freitas

Exposição Como os balcões refrigerados ressecam


os peixes, a temperatura de até 3ºC é mantida com
gelo. Lembrando que a qualidade da água deve ser

N
Crustáceos conferida. Para isso, o Pão de Açúcar faz análises
e moluscos a peixaria, o mais indi- com frequência. “Procuramos evitar contaminações
devem ficar
cado é limpar as peças por micro-organismos e excesso de cloro. Também
em recipientes
separados inteiras na frente dos cuidamos para não exceder a quantidade de sódio”,
clientes em uma bancada destina- explica a nutricionista Alessandra. No fim do expe-
da a essa atividade. Em função do diente, todo o gelo usado precisa ser descartado.
excesso de água, esses alimentos Nos expositores, convém colocar os peixes de
se deterioram rapidamente. Por
Nas vendas imediatas,
essa razão, as escamas e vísce-
peixes podem ser limpos na
ras não podem permanecer mui- frente do consumidor
to tempo na seção. Devem ser
ensacadas, lacradas em caixas e
acondicionadas nas câmaras frias.
Nas 143 lojas da bandeira Pão de
joão de freitas

Açúcar, esse material é constan-


temente recolhido durante o dia
para evitar a proliferação de maus
odores. É o que explica Alessan-
dra Rodrigues, coordenadora de
segurança alimentar da rede.
42 | Estratégia | Supermercado Moderno • julho 2010
segurança alimentar

Peixaria: validade menor exige atenção


Os peixes precisam ficar mergulhados
no gelo para manter a temperatura
indicada de 3°C

água doce de um lado e os


de água salgada do outro.
Os frutos do mar também
devem ficar separados.
No Pão de Açúcar, eles são
colocados em recipientes,
longe do balcão. Outra
medida é não expor cortes
de peixes diretamente no

joão de freitas
gelo para não estragar. O
ideal é embalar o alimen-
to em bandejas de isopor,
que devem ser mergulhadas no gelo. O Pão de Açúcar optou
por cobrir o gelo com filme plástico para separá-lo dos filés
e postas. Mas é importante dificultar o acesso dos clientes
para evitar contato com as mãos. Empilhar os peixes também
deve ser evitado para que os de cima não fiquem em tempe-
ratura inadequada. Em algumas regiões, o balcão refrigerado
precisa ser fechado com circulação de ar frio. O excesso de
água deve escoar para que o acúmulo não gere maus odores.
Por isso, os ralos do piso devem
ficar desobstruídos.
Ga ra n ta a c irculação Ainda no Pão de Açúcar,
d o a r r e f r i g e ra d o
para garantir que os pescados
cheguem à casa do cliente na
O s contêineres e caixas onde ficam
acondicionados os pescados e temperatura adequada, os pei-
as carnes não podem ser colocados xeiros colocam um saquinho
diretamente no chão. Alessandra de gelo dentro de sua embala-
Rodrigues, do Pão de Açúcar, explica
que é obrigatório essas embalagens gem. Medidas como essas cus-
serem acomodadas sobre paletes de tam pouco ao varejo, mas ga-
plástico (nunca de madeira ou ferro), rantem a satisfação do cliente.
com altura mínima de 25 cm em
relação ao piso. “As pilhas devem ficar
Mai s infor maçõ es
a 60 cm do teto, 40 cm das paredes
Bio Nutry: www.bionutry.com.br
e 10 cm entre si. Deve-se seguir a Casa Santa Luzia: www.santaluzia.com.br
recomendação dos fabricantes", diz. Coop: www.coop-sp.com.br
Pão de Açúcar: www.paodeacucar.com.br
SOS Qualidade: (31) 9118-0689/8894-0460
| 43

FO R M AS D E CONTAMINAÇÃO D OS A L I M E N TOS

· Microbiológica: quando os alimentos áreas de manipulação de alimentos devem


Para incentivar a
entram em contato direto com micro-orga- oferecer vestiário com chuveiro.
equipe a higienizar
nismos. Caso dos coliformes fecais, presen- as mãos, pode-se
tes nas fezes. Daí a necessidade de lavar as · Cruzada: é a transferência de micro- colocar cartazes
mãos com sabonete antibactericida antes organismos de um alimento, contaminado próximos às pias
de manipular alimentos. A Anvisa obriga a ou não, para outro. Ocorre quando os mes-
instalação de pia exclusiva para essa finali- mos utensílios, bancadas e equipamentos

JOÃO DE FREITAS
dade, que deve estar equipada com papel são usados para manipulação de diferen-
para secagem e lixeira com tampa de pe- tes tipos de carnes. Ao entrarem em conta-
dal, além do sabonete. Deve-se evitar ain- to, os micro-organismos se multiplicam nos
da que funcionários resfriados ou machu- alimentos, produzindo substâncias tóxicas bido o uso de adornos e de utensílios de
cados manipulem alimentos. É obrigatório que podem causar problemas à saúde. madeira na manipulação de alimentos.
o uso de uniformes de cor clara, protetor A dica é ter utensílios, equipamentos e
descartável para cabelo e luvas de lã de bancadas específicas para carne de frango, · Química: acontece quando o alimento
aço para proteção das mãos, no caso de vermelha, etc. Também é preciso lavar as entra em contato com produtos químicos.
quem vai cortar carnes, por exemplo. Más- mãos ao tocar qualquer alimento. É comum que isso ocorra durante a limpeza
caras descartáveis precisam ser trocadas a das seções do supermercado. Por esse mo-
cada meia hora. Cada funcionário precisa · Física: ocorre se algum material – anel, tivo, o ideal é que ela seja iniciada no final
ter, no mínimo, dois uniformes, que não po- resíduo de madeira, entre outros – se mis- do expediente, momento em que as carnes
dem ser usados fora do trabalho. Lojas com tura aos alimentos. Por isso, deve ser proi- voltam para as câmaras frigoríficas. SM

R3_Segurança alimentar_0710.indd 43 5/7/2010 14:23:12


44 | Supermercado Moderno • julho 2010

megamercado
“Toy Story 3” nas
embalagens Dr. Oetker
Mais de R$ 1 milhão foi investido para
reformular o visual das caixinhas

divulgação
de 38 produtos Dr. Oetker. Além de
imagens dos principais personagens
do filme, as embalagens trarão jogos
interativos, adesivos colecionáveis e
avisos de porta com mensagens divertidas, como
“Meninas (os) não entram”. A companhia também lançou o
site www.clubinhodroetker.com.br com mais brincadeiras
para as crianças e um concurso cultural que elegerá os 10 melhores
textos sobre o tema: “Uma aventura com meu Brinquedo de
Estimação”. Os prêmios são um par de ingressos para o filme e kits
de sobremesas. A expectativa de crescimento nas vendas é de 10 a
15%. Informações: (11) 3783-9300 MM

Novo comercial exalta


tradição da marca
Hipoglós

“Há 70 anos a escolha número um das mães”.


divulg
ação Esse é o slogan da marca Hipoglós em seu novo
comercial. A propaganda faz uma retrospectiva da relação de
cuidado entre mãe e filho dos anos 1950, quando o produto
chegou ao Brasil, até hoje. A fabricante Procter & Gamble
realizou pesquisas de figurino, maquiagem e cenografia, além
de usar alta tecnologia no tratamento das imagens. A ação de
marketing se estende ao site e à reformulação da embalagem. MM

Kit Presente para bebês


Criado pela Kimberly-Clark, o Kit
Huggies Turma da Mônica une itens
básicos para cuidados do bebê:
pacote de fraldas descartáveis com
divulgação

28 unidades, sabonete líquido de 200


ml, creme preventivo de assaduras de
90 g e uma caixa de hastes flexíveis.
A ideia é facilitar na hora de presentear a recém-mamãe. O kit
também traz economia: o preço sugerido é de R$ 29,90, enquanto
os itens comprados separadamente sairiam por R$ 39,99. A caixa
presente já integra o portfólio da empresa, ou seja, não é uma
edição limitada. Informações: 0800-7095579
| 45

Bolsas da Barbie ajudam a


vender cosméticos infantis

divulgação
Para ampliar o destaque nas gôndolas
de sua linha Barbie de cuidados com
o cabelo das crianças, a Biotropic
Cosméstica buscou parceria com
a Mattel para utilizar o conceito
de “plus play”, ou seja, fornecer
algo mais ao produto. O resultado
são cinco bolsas especialmente
desenvolvidas para produtos
como condicionador, shampoo,
creme de pentear e loção
hidratante, cujo preço sugerido
varia entre R$ 5 e R$ 5,90.
Informações: 0800-7021701 MM

Personagem Azeite Andorinha cria


vermelho da M&M’s jornal gastronômico
volta à ativa
No conteúdo, curiosidades sobre
o produto que interessam aos
divulgação

consumidores. Os 500 mil


exemplares foram distribuídos em
semáforos, junto de amostras do
azeite. O investimento elevou as
vendas nas cidades participantes
em até 10%. A Sovena, dona da
marca, já planeja nova edição,
dessa vez para juntar aos tabloides
de super e hipermercados. MM

O comercial narra a história de um


aficionado por M&M’s que tenta
de todas as formas comprar o
produto, mas não consegue. Tudo
porque o Personagem Vermelho
fica agarrado nas grades da
máquina de doces, com medo de
ser devorado. O vídeo faz parte do
investimento de R$ 10 milhões para
o segmento de chocolates da Mars
Brasil e já está sendo veiculado nas
TVs a cabo e nas salas de cinema
divulgação

da rede Cinemark. Informações:


0800-7020090 MM
46 Categoria SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010

Por Fernando Salles |


salles@lund.com.br |

Cervejas
Mercado de grandes
novidades
Aquisição da Femsa pela
Heineken, aumento de produção
da Ambev, investimentos da Schin
na Devassa Bem Loura e maior
foco nas versões premium. O
segmento cervejeiro anda agitado
e isso pode ser bom para sua loja.

A
venda de cervejas rendeu ao 10% e 15%. A empresa já anunciou
autosserviço quase R$ 9 bi- que dobrará sua capacidade pro-
lhões em 2009, segundo dados dutiva no sul do País e construirá
Nielsen. A categoria é a que uma fábrica em Pernambuco, com
mais contribui para o fatura- capacidade para produção de 10
mento do setor, porém os nú- milhões de hectolitros/ano e ope-
meros são incapazes de revelar ração prevista para agosto de 2011.
toda a movimentação vivida por esse mercado nos Em 2008, a Ambev foi pioneira
últimos anos. De novas embalagens a aquisições, pas- ao lançar Skol em embalagem “li-
sando por grandes investimentos em marketing e em trão”, hoje disponibilizada por to-
versões especiais, o fato é que todos os principais fa- dos os principais concorrentes e
bricantes trazem algo de novo para um segmento que consolidada no mercado. Procura-
parecia fadado à infindável guerra de preços e à baixa da pela nossa reportagem para de-
rentabilidade ao varejo. A começar pela gigante Am- talhar melhor seus investimentos e
bev. Líder com mais de 70% de participação nas ven- estratégias, a Ambev não deu res-
das, construiu estratégias para elevar a produção entre posta até o fechamento da edição.
| 47

DEVASSA BEM LOURA tos do mundo, foi o oitavo mais comentado do Brasil,
Polêmica e sucesso de vendas o sétimo mais bem avaliado e o sexto mais adotado
como favorito”, comemora o executivo.

JOÃO DE FREITAS
Vice-líder nacional, com 11,3% de Thiago Bürgers, consultor de marketing e vendas
participação segundo a Nielsen, a da Integration, lembra que, além da forte estratégia
Schin é responsável por sacudir publicitária, a Devassa chegou com muitas ações nos
recentemente o mercado com o PDVs e nos próprios pontos de consumo – o
lançamento da Devassa Bem Lou- produto já é encontrado em mais de 15 mil
ra, resultado de investimentos de bares no eixo Rio/SP –, o que ajuda a for-
R$ 100 milhões, divididos entre talecer a marca. Os primeiros núme-
desenvolvimento do produto, fa- ros revelados pela Schin são anima-
bricação, estratégia de comerciali- dores. Lançada em março, a mar-
zação e distribuição, além de uma ca já está presente em 100% dos
agressiva campanha de marketing hipermercados da Grande São
e publicidade. Segundo Guilher- Paulo e em 94% dos estabeleci-
me Moraes, diretor de cervejas da mentos do mesmo porte no
empresa, o novo produto é posi- Rio de Janeiro. A marca é
cionado no segmento que reúne as apontada como ousada, autên-
versões mais populares, o chama- tica e bem-humorada por 60%
do mainstream. Antes de apostar dos cariocas ouvidos.
na versão, a empresa buscou aval A boa aceitação é uma das
de 600 consumidores no Rio e em razões pelas quais a empresa
São Paulo, praças que, por en- espera crescer 10% neste ano.
quanto, representam o foco de Ainda sem grandes detalhes,
atuação da marca. Eles participa- informa que estão previstos
ram de um teste cego e, segundo a investimentos nas fábricas, em
empresa, aprovaram a novidade. lançamentos e no aumento da
“É um produto com toque mais distribuição para o autosservi-
suave”, define o diretor. ço. Dentro do plano de cresci-
Devassa:
O destaque do lançamento fi- mento da Schin, as regiões
presente em
cou por conta do comercial em TV Norte e Nordeste ocupam lu- mais de 90%
com a modelo Paris Hilton. Sob gar de destaque. Dos 12 esta- das gôndolas
de São Paulo
acusação de apelo à sexualidade e dos onde a companhia possui e Rio de
estímulo ao consumo de álcool, a fábricas, sete estão em uma dessas regiões e a empre- Janeiro.
propaganda teve sua veiculação sa mostra otimismo em relação ao crescimento das Empresa
espera que as
suspensa pelo Conselho Nacional localidades, em razão do aumento do PIB superior à vendas totais
de Autorregulamentação Publici- média observada nacionalmente. cresçam 10%
neste ano.
tária, medida que não evitou a A campanha “CervejÃO” da Nova Schin continua
enorme repercussão na internet. em todo o País, com direito a inserções em mídia du-
“Vimos que os brasileiros entende- rante festividades regionais, caso da festa de Parin-
ram a proposta da Devassa. O fil- tins, no Amazonas. A empresa também tem marcas
me foi um sucesso no Youtube: em exclusivas para algumas regiões, como Cintra, ven-
março esteve entre os 62 mais vis- dida apenas para o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
48 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
CERVEJAS

CONFIANÇA DA SCHIN DESAFIO DA PETRÓPOLIS


Não é só de Atingir todos os segmentos de consumo Crescimento superior a 5%
importação que
vivem as cervejas Há cerca de três anos a Schin deci- A Cervejaria Petrópolis segue a
especiais.
Fabricantes
diu ainda apostar nas cervejas es- mesma estratégia. Novas linhas de
nacionais peciais, com a aquisição de micro- produtos e novos formatos de em-
também apostam cervejarias brasileiras como a Ba- balagem ajudaram a empresa a
no segmento.
obter um crescimento de 10% nas
vendas do autosserviço em 2009.
Considerando todos os canais de
comercialização, a empresa espe-
ra fechar 2010 com crescimento
superior a 5% na comparação
com o ano passado.
A Petrópolis tem Itaipava e Cris-
tal como marcas mais importantes
no canal supermercadista, ambas,
segundo a empresa, posicionadas
para o público A, B e C+. No en-
tanto, Petra e Black Princess, mar-
JOÃO DE FREITAS

cas premium para o público A e B,


apresentaram bons índices de cres-
cimento nos últimos dois anos.
Desde 2008, os investimentos
em marketing crescem R$ 10 mi-
lhões a cada ano e serão de R$ 60
milhões até o final de 2010. Além
das embalagens convencionais, o
den Baden, de Campos do Jordão fabricante aposta na consolidação
(SP), e a Eisenbahn, de Blumenau das long neck de 250 ml, sobretudo
CERVEJARIA PETRÓPOLIS (SC). A produção de ambas ain- entre o público feminino.
da ocorre exclusivamente nas fá-
Considerando bricas originais e sem nenhuma APOSTA DA FEMSA
alteração nas formulações. Nesse
todos os canais de segmento de cervejas especiais,
Cinco marcas internacionais

vendas, a empresa que inclui também as versões pre- Marcas como Kaiser, Bavaria, Sol,
mium da marca Devassa, o Grupo Heineken, Xingu, entre outras, re-
espera fechar 2010 Schincariol possui 10,2% de par- servam à antiga Femsa 9,1% do
com crescimento ticipação de mercado. “Queremos mercado brasileiro de cervejas. No
atender todos os segmentos do início deste ano, o controle da em-
superior a 5% mercado de cerveja, do popular presa foi adquirido pela cervejaria
ao mais sofisticado”, resume Gui- holandesa Heineken. Segundo Ja-
lherme Moraes. vier Andrés Digon, diretor nacio-
50 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
CERVEJAS

nal de grandes contas e exporta- diversas marcas que compõem o


JOÃO DE FREITAS

ção, a empresa, que agora se chama portfólio. Um exemplo é o “Circui-


Heineken Brasil, vive uma fase de to Bavaria Clássica de Rodeio”, que
transição com conclusão prevista acontecerá em dezenas de cidades
para o mês de agosto. “Ao entrar brasileiras pelo segundo ano.
no Brasil, a marca holandesa está A exemplo das concorrentes,
mergulhada no estudo e na análise diferenciação em sabor também é
da melhor estratégia de marketing aposta da Femsa. A marca trouxe
e de portfólio para o País. Estamos ao País cinco cervejas conhecidas
com ótimas expectativas”, garante no mercado internacional: a ho-
Javier Andrés Digon. landesa Amstel Pulse, a italiana
E motivos não faltam, afinal o Birra Moretti e a austríaca Edel-
primeiro trimestre terminou com weiss, além de duas versões da ir-
alta de 10,4% nas vendas da empre- landesa Murphy’s. “Nada melhor
sa. Entre as razões apontadas, estão do que lançar cinco marcas desse
o clima favorável (calor), a maior segmento premium. Afinal, ele
renda disponível das famílias, além movimenta R$ 300 milhões ao
das ações de ponto de venda. ano”, justifica Andrés Digon.
A holandesa Heineken
compra Femsa e se Sem revelar os investimentos
prepara para definir o em marketing, a empresa mantém CERVEJAS PREMIUM
melhor porfólio
a estratégia de pulverizar seus re- Harmonização eleva procura
cursos em eventos relacionados às
O fato de todas as principais cerve-
MICROCERVEJARIAS TAMBÉM TÊM LUGAR NO MERCADO jarias do mercado brasileiro inclu-
írem as premium em suas estraté-
O forte investimento dos grandes fabricantes em cervejas especiais não inibe
as microcervejarias, focadas na produção de bebidas de alta qualidade para
um público exigente. Exemplo disso é a Cervejaria Colorado, com sede em Ribeirão
gias de crescimento mostra que o
bom desempenho de tais versões
Preto e atuação no sudeste, principalmente no Estado de São Paulo. Marcos já é uma realidade. As vendas do
Estellita, diretor comercial, conta que, apesar de incipiente, a distribuição para segmento cresceram 6,1% entre
os super e hipermercados vem aumentando. “No futuro, imaginamos que entre
maio de 2009 e abril deste ano, se-
20% e 25% da nossa venda se dará em lojas desse canal”, afirma. O portfólio da
Colorado traz as versões weiss (trigo), pilsen, pale ale e porter, todas com adição gundo dados Nielsen. No mesmo
de ingredientes brasileiros, como mel, café e até rapadura. Estellita conta que, no período, as cervejas populares
início, a empresa imaginava que os consumidores seriam apenas da classe A. Com cresceram menos de 3%. A matu-
o tempo, no entanto, percebeu que boa parte do público de maior poder aquisitivo
ridade é o próximo passo. “Daqui
prefere bebidas sofisticadas, como vinhos, uísque e champagne. Hoje, a cervejaria
sabe que parte dos curiosos em relação a novos por diante a evolução no consumo
sabores de cerveja está na classe B. Para aproveitar será resultado de um esforço no
o segmento, entretanto, o diretor comercial sentido de orientar o consumidor
lembra que é preciso separar na exposição as
sobre os diferentes tipos de cerve-
versões especiais das industriais. Isso para
que fiquem claras as ja, seus ingredientes, sabores e oca-
diferenças de produtos e siões de consumo”, acredita Dou-
também de preços. glas Costa, gerente de marketing
do grupo Petrópolis. Para ele, tam-
bém caberá à indústria e ao varejo
52 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
CERVEJAS

propor a combinação com pra-


tos para estimular o consumo.
Nas lojas voltadas
É o que já faz a rede mineira ao público gourmet,
Super Nosso em suas sete lojas as vendas de
com conceito gourmet. O sor-
timento da rede contempla cervejas especiais
mais de 100 marcas entre im- já representam
portadas e nacionais pre-
mium. Com a ajuda de um cerca de 10%
consultor gastronômico, os
tabloides de ofertas costu- pais, que podem ser o estilo (pil-
mam estampar alguns desses sen, bock, etc) e o país de origem.
produtos acompanhados da “A gestão é feita com base no ca-
sugestão de um prato com dastro e quanto mais os relatórios
que melhor combinam. “As refletirem o processo de compra
vendas da cerveja em oferta do shopper, mais eficiente será a
DIVULGAÇÃO

Nos tabloides da rede no folheto costumam au- estruturação do setor”, explica.


mineira Super Nosso, mentar cerca de 20%”, afirma Ro- Com o mix definido, Bürgers
as cervejas premium
são acompanhadas da dolfo Nejm, diretor comercial da ressalta a importância de organi-
sugestão de um prato empresa. E nas lojas voltadas ao zar a gôndola. “Abrir a exposição
com o qual elas mais
público gourmet, as vendas das es- com os geradores de lucro pode
combinam
peciais já representam cerca de ser uma alternativa para que os
10% do valor vendido na categoria. clientes não deixem de ter contato
com as versões especiais”, afirma.
ESPECIAIS SÓ PARA ALGUNS No Super Nosso, elas ficam em
Ainda assim é preciso muito cuidado gôndolas de madeira, diferentes
do restante da categoria, e têm
No entanto, antes de encher as ajudado a aumentar a rentabilida-
gôndolas de cervejas diferentes, de da seção. “Nas cervejas tradi-
avalie se o perfil de público da cionais uma margem bruta de
sua loja é compatível com um 10% é considerada excelente. Nas
sortimento mais sofisticado. “As especiais conseguimos sempre
cervejas premium aumentam o mais de 20%”, comemora Rodolfo
DIVULGAÇÃO

ticket médio e podem gerar lucro, Nejm. Afinal, cerveja é para quem
porém só é possível ‘surfar nessa sabe beber (isto é, vender).
onda’ se houver cliente disposto a
Investimentos na marca pagar”, resume Thiago Bürgers, da
crescem R$ 10 milhões a
cada ano e serão R$ 60
consultoria Integration. MAIS INFORMAÇÕES:

milhões até o final de 2010 Caso haja, Burguers recomen- Ambev: www.ambev.com.br
Colorado: www.cervejariacolorado.com.br
da iniciar o trabalho pelo cadastro Heineken Brasil: www.heineken.com.br
Integration: www.integrationconsulting.com
dos produtos. Segundo o consul- Nielsen: (11) 4613-7000
Petrópolis: www.grupopetropolis.com.br
tor, é preciso cadastrar as cervejas Schincariol: www.schincariol.com.br
Sindicerv: www.sindicerv.com.br
conforme seus atributos princi- Super Nosso: www.supernosso.com.br
54 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
CERVEJAS

Os números do mercado de cerveja


Volume de vendas por versão Consumo per capta por Estado
FONTE: SINDICERV
*LITROS/ANO
3%
27% Long neck
Rio de Janeiro 106
Latas 4%
Chope Tocantins 90
Mato Grosso do Sul 72
66% São Paulo 68
600 ml Espírito Santo/ Paraná 61
Rio Grande do Sul 60
Santa Catarina/Minas
Gerais 58

Consumo Goiás
Distrito Federal/Alagoas
57
53
Brasil é o 24º país em Mato Grosso/Bahia 47
consumo de cerveja. É Sergipe 45
Rio Grande do Norte 43
quase um lanterninha,
Piauí 36
quando se avalia 26 Pernambuco 35
regiões. Há muito mercado Rondônia/Paraíba 30
para se explorar. Roraima 28
Ceará 26
Pará 25
Amazonas 24
Maranhão 20
Amapá 19
Evolução do consumo no Brasil Acre 18
* EM BILHÕES DE LITROS
FONTE: SINDICERV

2009 10,9
2008 10,4
2007 10,3
2006 9,7 R$ 14,60
é o tíquete médio da
2005 9,0 compra de cerveja,
segundo indústrias
2004 8,5 de setor. Na venda de
refrigerantes, o tíquete
2003 8,2 não passa de R$ 5
FONTE: SINDICERV

SM
57 Categoria SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010

Creme dental
Como Oral-B pretende
ganhar a liderança

A
presença nos supermercados ainda
é pequena. Mas a ambição é gran-
Líder em escova, a de. Os cremes dentais Oral-B foram
apresentados ao varejo brasileiro há
Oral-B quer também apenas seis meses e, ainda assim,
ser a primeira marca somente para lojas com mais de 10
checkouts. Mas a Procter & Gamble,
em creme dental. dona da marca, está convencida de que desbancará a líder
Investimentos e planos da categoria. A Colgate, primeira em vendas, preferiu não se
manifestar ao ser procurada pela reportagem de SM. Vare-
não faltam. Se vai jistas, contudo, aprovam a ousadia. “A líder detém cerca de
conseguir, só o tempo 70% do mercado e a vice-líder, 20%. Precisávamos de um
concorrente forte para não ficar na mão de duas empresas”,
dirá. Por enquanto,
diz Antônio de Souza, gerente de uma das oito lojas do Fu-
os supermercadistas turama. Segundo ele,
agradecem a
concorrência.

JOÃO DE FREITAS

No Walmart, a marca
forma um paredão azul
e já ocupa os melhores
lugares da gôndola
58 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
ORAL-B

mento da Oral-B no País em 30


“Entrar no anos, com o dobro dos investimen-
tos em mídia e o triplo da verba
Brasil não é destinada a supermercados em
brincadeira, relação à média dos aportes”, co-
mentou Charlie Pierce, presidente
mas vamos ser global de Cuidados com Higiene
Oral da empresa, durante visita de
o primeiro em Supermercado Moderno ao Centro
vendas” de Pesquisa e Desenvolvimento da
Oral-B em Cincinnati, EUA.
CHARLIE PIERCE, PRESIDENTE O interesse pelo Brasil se justifi-
GLOBAL DE HIGIENE ORAL DA P&G
ca. Além da alta no consumo, o
País tem ótimos indicadores de hi-
giene oral. Enquanto no mundo o
consumidor demora, em média,
47 segundos cuidando da boca,
DIVULGAÇÃO

aqui a média é de 2,5 minutos. E se


em outros países os dentistas reco-
mendam duas escovações diárias,
o creme Oral-B de menor preço no Brasil a indicação é de três esco-
“Foi o maior é o que mais vende, mas o geren- vações ao dia. Aqui também se
lançamento da te acredita no sucesso das outras
versões, pois estão na mídia reco-
concentram 20% do total mundial
de dentistas.
Oral-B no País mendadas por dentistas. Jalmor de
Assis, coordenador de compras da O COMEÇO DE TUDO
em 30 anos. paranaense Giassi, 10 lojas, tam- Conquistar a vice-liderança
bém se anima.“A Colgate atende
Teve o dobro dos todos os segmentos de consumi- “Estamos no Brasil para ficar e
investimentos em dor. É positivo ter mais uma em- para ganhar”, disse Wayne Ran-
presa com portfólio extenso”, co- dall, vice-presidente global de
mídia e o triplo da menta. “A concorrência é sempre Cuidados com Higiene Oral.
boa”, reforça Sérgio Silva, diretor “Vamos conquistar a preferência
verba destinada a comercial da piauiense Carvalho do brasileiro, pois somos uma
supermercados em & Fernandes, 43 lojas. “A marca
cresceu 31% desde fevereiro”, fes-
empresa muito maior que a Col-
gate – faturamos no mundo US$
relação à média teja Edna Figueiredo, compradora 80 bilhões, enquanto ela registra
da Coop, 29 unidades. apenas US$ 10 bilhões.”
dos aportes” O entusiasmo do varejo não se Embora com pouco tempo de
restringe ao apego à livre concor- mercado e atuação ainda restrita a
CHARLIE PIERCE, PRESIDENTE rência. É fruto também dos inves- lojas com mais de 10 checkouts,
GLOBAL DE HIGIENE ORAL DA P&G timentos da P&G em sua linha de os cremes dentais Oral-B já têm
creme dental. “Foi o maior lança- 5% a 10% de participação nas
60 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
ORAL-B

vendas em algumas redes e devem mium”, defende Gabriel Razzotti,


Com produtos alcançar, segundo a P&G, 20% do diretor de marketing da P&G no
mercado em curto prazo, con- Brasil. “Para o varejo isso signifi-
para todos quistando a vice-liderança. ca vendas de produtos de maior
os bolsos, a desembolso.” O Pro-Saúde tem
preço ao consumidor de R$ 3,50,
MERCADO MADURO
EMPRESA Migração para produtos mais caros acima da média do segmento, que
fica em R$ 3,00.
QUER SER Com produtos para todos os bol-
RECONHECIDA sos e necessidades, a empresa quer VENDA CONJUNTA
ser reconhecida sobretudo pela
principalmente versão de alta tecnologia Oral-B
Ação para acelerar a experimentação

pela versão Pro-Saúde. O produto levou dez Razzotti conta ainda que a empre-
anos para ser desenvolvido e com- sa incentiva o varejo a destacar o
Oral-B bina elementos antagônicos como benefício conjunto dos diferentes
Pro-Saúde, hexametafosfato de sódio e fluo-
reto estanhoso, responsáveis pelo
itens da marca Pro-Saúde: creme
(versões de 70 g ou 100 g), escova
que eleva tratamento simultâneo de gengivi- antibacteriana e antisséptico (500
te, manchas, cálculos, cáries, placa, ou 250 ml). “É uma oportunidade
o valor da sensibilidade e mau hálito. de educar o consumidor a adqui-
categoria “Como o mercado de creme rir todo o pacote, o que gera lucro
dental entre a classe média é ma- ao autosserviço”, afirma.
duro – não há como elevar o volu- Ao longo deste ano, a P&G in-
me de compra –, o importante é veste em TV e revistas, além da
Display estimula a estimular o consumo de itens pre- abordagem a dentistas. Disponi-
compra de todos os
produtos da marca:
biliza ainda materiais de PDV:
creme, escova dental, displays para venda da solução
fio e fita completa e ainda “promo packs”,
como o de escova com creme Pro-
Saúde gratuito, a fim de acelerar a
experimentação e atingir rapida-
mente o cliente. “Entrar no Brasil
não é brincadeira. Mas estamos
decididos a ser o primeiro em cre-
me dental, como somos em esco-
vas”, afirma Charlie Pierce. A dis-
posição se traduz em investimen-
tos: possivelmente uma fábrica
para produzir os cremes e lança-
mentos a cada seis meses. Se de-
pender da P&G, os supermerca-
JOÃO DE FREITAS

distas poderão contar com a boa e


velha concorrência. SM
ESCOLHA O VENCEDOR DO

2010
A VOTAÇÃO SERÁ PELO PORTAL SM

É possível escolher aquele que, na sua opinião, melhor representa o profissional de autosserviço.
Veja nas próximas páginas o resumo da história de cada concorrente e eleja aquele que tem mais sangue
de supermercados nas veias!

Se você é um dos participantes, faça campanha junto aos colegas da empresa e aumente as
chances de ser escolhido. Mas lembre-se: só aceitamos votos de funcionários de super e hipermercados.

SÃO 10 CANDIDATOS

Eles tiveram sua trajetória contada na revista entre junho de 2009 e maio de 2010.
Todos os concorrentes serão homenageados e receberão um troféu.
O vencedor ganhará ainda um prêmio especial.

A premiação ocorrerá no dia 2 de setembro de 2010, em São Paulo,


durante o evento SM Awards 2010

VEJA COMO VOTAR

• Cadastre-se no Portal SM pelo site www.sm.com.br


• Clique na seção “Você” para escolher seu candidato favorito
• Vote no seu preferido
• Cada usuário cadastrado poderá fazer apenas uma escolha

A votação começa no dia 16/08/2010


2010
JUNHO DE 2009
Sérgio Vargas • gerente de loja da rede Bonato •
Charqueadas (RS)

Há três anos na gerência da loja Bonato, em


Charqueadas (RS), Sérgio Vargas implantou um
sistema de informática que integrou o estoque da loja
ao do centro de distribuição. Com a iniciativa, a
ruptura caiu de 15% para 5% e foi possível retirar das
prateleiras itens de baixa rotatividade, além de incluir
produtos diet e light. O lucro líquido cresceu 6%.

AGOSTO DE 2009
Isis Nunes • encarregada de
SETEMBRO DE 2009 departamento da rede Mart
Cláudio César Muniz • supervisor Plus • Belo Horizonte (MG)
comercial da rede Intercontinental
• São João do Meriti (RJ) Uma das lojas do Mart Plus
não conseguia impulsionar as
Treinamento técnico. Foi com essa iniciativa vendas de vinho, mesmo com
que Cláudio César se destacou entre os ilhas, pontas de gôndola e
profissionais do varejo. Ele passou a ensinar adega. Foi então que a
os processos relacionados com cada função sommelier Isis Nunes passou a
operacional, deixou os funcionários mais esclarecer os clientes sobre
motivados e, com isso, conseguiu aumentar o harmonização de pratos com
lucro no setor de laticínios em 15% em dois tipos de vinho. Com isso,
anos. Mais: reduziu a ruptura em 12%. elevou as vendas em 59% nos
primeiros meses de trabalho.

OUTUBRO DE 2009
José Sarrassini • diretor comercial da rede Savegnago • Sertãozinho (SP)

José Sarrassini marcou mais um ponto em sua carreira ao liderar vários projetos no
Savegnago. Um deles foi o centro de distribuição que hoje recebe hortifrútis direto
de produtores e tem um “pulmão” de 3.500 m² só para itens de alto giro. A empresa
agora pode comprar grandes volumes a preços vantajosos. O projeto do CD inclui
5.000 m² para crossdocking – entrada e saída de produtos no mesmo dia.

DEZEMBRO DE 2009
Caroline Marson • sócia proprietária da rede Colorado • Serra Negra (SP)

“O consumidor pedia praticidade com sabor caseiro. Foi o que oferecemos”.


Essa é a explicação de Caroline Marson para o sucesso de sua empreitada:
vender marmitex. O acerto no cardápio e a qualidade da refeição conquistaram
o público. Quando tudo começou, a empresa vendia 300 marmitex por mês.
Passados três anos, as vendas mensais ultrapassaram as 2 mil unidades.
Eleja quem, na sua opinião, tem mais sangue de supermercados nas veias

JANEIRO DE 2010
Marco Antonio Moura • diretor de operações do Super Lagoa • Fortaleza (CE)

A rotisseria do Super Lagoa fatura R$ 160 mil ao ano, principalmente porque


Marco Moura incluiu o sushi no cardápio, prato desprezado pelos
concorrentes mais próximos. A iguaria responde hoje por nada menos de 70%
do faturamento da rotisseria. A loja, que dispõe de mesas para consumo na
hora, recebe diariamente cerca de 500 pessoas.

FEVEREIRO DE 2010
Paulo Sérgio Ruscito • sócio proprietário do Supermercado Ruscito • Ibaté (SP)

Em Ibaté, interior de São Paulo, a população reclamava por não contar com boas
churrascarias na região. Com olhos de empreendedor, Paulo Ruscito resolveu equipar a
rotisseria para servir churrasco nos fins de semana e feriados. Não deu outra: nesses dias
as vendas da loja aumentam em até 20%. O sucesso fez com que o investimento
também se voltasse para o açougue. Feitas algumas reformas, as carnes passaram a ser
cortadas na presença do cliente. O faturamento da loja cresceu 10% em 2009.

MARÇO DE 2010 MAIO DE 2010


Carlos Alberto Ferreira da Silva • Thulio Fernandes Martins • diretor
gerente de categoria da rede Arco-Íris • de marketing do Supermercados ABC •
Jaboatão dos Guararapes (PE) Divinópolis (MG)

Quando a rede Arco-Íris ofereceu Thulio Martins começou como


para Carlos Silva a tarefa de comandar empacotador e hoje é diretor de
o gerenciamento por categorias (GC) marketing e de comércio exterior.
nas 17 lojas, ele procurou a Percebeu que as lojas atuavam como
consultoria Nielsen, que o ajudou a se fossem independentes e instalou o
implantar o GC em 5 categorias, entre (GPD) gerenciamento pelas
as quais a de biscoitos, que, em um ABRIL DE 2010 diretrizes, que permite acompanhar e
mês de trabalho, já apresentava vendas Willian Tony Savegnago • assessor da avaliar investimentos, projetos e
24% maiores. A operação está sendo diretoria da rede Savegnago • ações de cada departamento. Com o
levado a outras dez categorias. Sertãozinho (SP) sistema, foi possível inaugurar uma
loja “verde” sem atraso nas obras.
Os gastos na área de almoxarifado e
suprimentos correspondiam a 1,2% do
faturamento Savegnago. Hoje, o setor
recebeu melhorias e a previsão é de que
o percentual caia para 0,6%. Um dos
responsáveis é Willian Savegnago.
Reaproveitamento de materiais e
manutenção de equipamentos que
antes eram trocados estão entre as
iniciativas realizadas. Ele também
reduziu a burocracia na área.
SM
66 Loja Supermercado moderno • julho 2010

rotisseria
Beleza é fundamental
Quem tem prato feio que desculpe, mas a
pratos que inspiram confiança aparência dos alimentos influencia as
são atributo sem comparação
de preço com a concorrência compras. Ela forma opinião sobre validade,
sabor e qualidade. Evite falhas e faça os
clientes comerem com os olhos.

P
Por Natalia Guaratto | natalia.guaratto@lund.com.br
ara os consumidores mais atribula-
dos, a rotisseria em supermercados
é uma garantia de praticidade. Afi-
nal, por que cozinhar se existe uma
seção que oferece desde o mais tri-
vial arroz e feijão até assados, mas-
sas e saladas gourmet? Para os va-
rejistas, a rentabilidade é garantida. Uma rotisseria
bem administrada é um serviço ao cliente com valor
agregado, e, como tal, não há um preço estabelecido,
de fácil comparação com a concorrência. Ou seja, se
os alimentos inspirarem confiança, pode-se cobrar
mais, que o cliente paga. Mas nem sempre a qualidade
dos pratos prontos servidos agrada o público. SM fez
uma ronda por alguns supermercados paulistanos e
descobriu que o lucrativo negócio de comida prepara-
da está sofrendo com a falta de cuidados básicos.
Detalhes como correta higienização, erros na ar-
mazenagem e excesso de exposição dos produtos
joão de Freitas

contribuem para que o consumidor desista da com-


pra. A principal reclamação: “a cara feia dos alimen-
tos”. Como toda venda, a de pratos prontos começa
| 67

na embalagem. No caso das rotis- supermercado fica na região Sul


serias, é na apresentação que está do Brasil, não deixe de incluir um
a chave para um cliente decidir típico arroz carreteiro no menu.
por levar o produto ou não. “Se o No Nordeste, prepare feijão de
alimento não está bonito, é um in- corda. “Rotisserias não podem fu-
dício de que ele saiu da zona segu-
ra de temperatura e prazo de vali-
dade”, afirma Sandra Gangnuss,
biomédica e professora do curso
de nutrição da faculdade FMU.
Segundo Sandra, a aparência é
fundamental, mas também induz
ao erro. “Produtos perfeitamente
apresentados também podem es-
tar corrompidos por bactérias”, diz.
Além das questões de saúde, tam-
bém o sortimento, a comunicação
e o atendimento compõem os pila-
res básicos do Food Service. Co-
nheça agora os erros mais comuns
cometidos nas rotisserias e apren-

joão de Freitas
da a evitá-los, garantindo qualida-
de e sabor para seus clientes na
medida dos seus lucros.

cardÁpio oFerecido gir do tradicional, nem sofisticar


muito”, afirma Castro. Nas visitas alimentos
feitas por SM ficou evidente que
com aparência
Problema
Nas três lojas visitadas o menu as lojas têm enorme dificuldade
era sempre igual: arroz, feijão, em oferecer alternativas. ruim
maionese e carnes. Por um lado, Uma ideia é acrescentar um ou
trata-se de itens básicos que cor- dois pratos diferentes, fazendo de essa é a principal
respondem à alimentação prefe-
rida do paulistano. Por outro, esse
tudo para destacá-los em sabor,
apresentação e divulgação. “O ideal
reclamação
cardápio não atrai o consumidor, é ter um carro-chefe da casa”, expli- do cliente quanto
que, mesmo interessado na prati- ca Castro. O prato precisa ser uma
cidade, não abre mão de pratos referência na sua loja.
aos pratos
com apelo gourmet. Apesar da mesmice dos cardá- oferecidos nas
pios observados, alguns tentaram
como solucionar se diferenciar e merecem ser cita- rotisserias dos
Hugo Castro, consultor gastronô-
mico, garante que o básico não
dos, pois exemplificam bem a ideia
de diversificação. Em uma das lojas
supermercados
pode faltar na rotisseria. Se o seu havia macarrão ao funghi, uma óti-
68 | Loja | Supermercado Moderno • julho 2010
rotisseria

ma opção de molho branco incre- efeito reverso. Em uma das lojas,


mentado. Outro supermercado uma mesma pessoa acumulava as
apresentou um saboroso nhoque tarefas de cozinheiro e atendente.
Atenção
recheado com mussarela de búfala, Quando isso ocorre, o cuidado
opção diferenciada de massa pre- com higiene deve ser redobrado
Nunca descongele parada com capricho.
alimentos à Invista também em diferentes como solucionar

temperatura públicos, como os vegetarianos. “Existem quatro tipos de conta-


“Caso a rotisseria tenha uma ideia minação: por bactérias, por subs-
ambiente. Facilita diferente, o legal é surpreender”, tâncias químicas, por contato cru-
a proliferação de afirma Castro. “Se é para oferecer zado e por pequenos objetos,
salada, qual a graça de colocar alfa- como anéis”, explica Sandra Gang-
micróbios nas partes ce e tomate?”, indaga. “Um concei- nuss, biomédica e professora do
descongeladas. to interessante seria oferecer a curso de nutrição da FMU (veja
Use o micro-ondas montagem da salada pelo próprio reportagem sobre segurança ali-
consumidor”, conclui o consultor mentar na p.32).
se for prepará-lo gastronômico. Para problemas como esse, os
imediatamente ou utensílios e locais usados devem
ser higienizados várias vezes ao
deixe o alimento higiene no preparo
dia. Os funcionários precisam
sob refrigeração o Problema usar uniforme, toucas e luvas.
tempo necessário Uma prática muito difundida nas Além disso, alimentos crus e cozi-
rotisserias hoje é deixar a cozinha dos devem ser manuseados com
para degelo. visível aos clientes. A ideia é óti- utensílios diferentes. A tempera-
ma porque amplia a sensação de tura é um aspecto determinante
“comida caseira feita na hora”, para a boa qualidade da comida.
mas a estratégia pode causar o “Cada alimento exige um cuidado

Evite marcas de mãos nos vidros


dos expositores, limpando-os sempre
que necessário
as
freit
de
joão
| 69

diferente, mas o ideal é manipular comunicação


na temperatura ambiente o míni-
mo possível”, afirma Tatiana Fial- A cereja do bolo para
dini, engenheira de alimentos da sua rotisseria conquis-
ECD Food Service. tar os clientes é a comu-
nicação, ainda pouco
exposição dos pratos trabalhada. Hugo Cas-
tro sugere cartazes com
Problema o menu do dia na entra- Alimentos com crostas
Balcões de vidro embaçados, com da da loja e locais de ou cor distorcida afastam
marcas de dedos e engordurados alto fluxo, para atrair os o consumidor e criam
imagem de má qualidade
foram encontrados nas visitas. A clientes.

joão de freitas
famosa salada de maionese e al- “Fazer um cardápio de
guns molhos apresentavam cor mão igual aos de restaurantes é
amarelada ou crostas que mostra- um investimento irrisório que
vam envelhecimento dos pratos. traria maior comodidade”, diz.
Cuidados com limpeza e validade Preços e informações básicas dos
são valorizados por qualquer con- produtos devem ser caprichados.
sumidor. Mostrar descaso com Lembre-se: quem compra na
esses quesitos é um erro fatal. rotis­seria dos supermercados não Mais infor m açõ es
quer trabalho. Garanta comodida- ECD Food Service: (11) 3895-3616
FMU: http://www.fmu.br/
como solucionar de e satisfação para seus clientes. SM Hugo Castro Serviços Gastronômicos: (31) 3318-4073
É preciso limpar bem o vidro dos
expositores antes de colocar os
produtos e fazer de tudo para man-
tê-lo brilhando o tempo todo – Evite a zona de perigo
ainda que para isso seja necessário
retirar todos os pratos durante o Micróbios prejudiciais à saúde podem se multiplicar em temperaturas
período em que a rotisseria estiver entre 5°C e 60°C. Reduza riscos conservando os alimentos em temperaturas
em funcionamento. adequadas para cada processo:
“A partir do momento que o
Armazenamento | alimentos in natura
alimento apresenta mudanças na • Na geladeira a temperatura deve ser inferior a 5°C,
textura, cor ou sabor sabe-se que • No freezer não pode estar acima de 15°C negativos (-15°C).
ele não é mais seguro”, afirma San-
dra, da FMU. Para a biomédica, o Manipulação | alimentos no preparo
• Na temperatura adequada, entre 12°C e 18°C, deve-se manipular no máximo por duas horas.
mais indicado é manter um regis-
• Na temperatura ambiente deve-se manipular no máximo por 30 minutos.
tro em planilha de todos os pro-
cessos, como temperatura e tem- Distribuição | alimentos preparados
po de validade dos alimentos. • Em expositores frios ou geladeira, a temperatura deve ficar em 5°C, ou inferior. O
tempo máximo para consumo seguro é de cinco dias. Nessas condições, os alimentos
Dessa forma, é possível mapear
precisam ser embalados com nome do produto, data de preparo e data de validade.
perdas e evitar complicações tan- • Em expositores quentes, a temperatura deve ficar em 60°C ou superior. O tempo
to para os supermercados quanto máximo para consumo seguro é de 6 horas.
para os consumidores da loja.
novos produtos
70 | Supermercado Moderno • julho 2010

Caldo culinário
em formato inédito no Brasil

divulgação
Resultado de cinco anos de pesquisas, o potinho de caldo Knorr foi
preparado para se aproximar do caldo caseiro. A consistência é inédita no
mercado brasileiro e permite rápida dissolução. Com R$ 40 milhões de investimento,
a novidade leva o selo “Minha Escolha”, que identifica alimentos com quantidade controlada de
açúcar, sódio e gorduras. A embalagem com dois potinhos sai por R$ 1,99. Informações: 0800-7070077

Ypê estreia Mistura de Danette


com Ovomaltine
no segmento de
produtos clorados

o
A fabricante disponibiliza a água

açã
ulg
sanitária e os alvejantes Flores da

div
Primavera e Cloro Ativo Limpa-
Limo. As embalagens de 1 e 2 litros A Danone uniu dois produtos já conhecidos do
contam com lacre de segurança. consumidor em um só. E aposta nos pontos de
Para facilitar a utilização na
divulgação

venda e nas redes sociais como os principais


limpeza de rejuntes e cantos, a canais para divulgação da nova sobremesa láctea.
empresa desenvolveu embalagem O lançamento é uma edição limitada. O preço
menor para a versão Limpa-Limo. sugerido para bandeja de 205 g com dois potes é
Informações: (19) 3808-8000 de R$ 2,09. Informações: 0800 7017561
| 71

Banheiro limpo Mingau Turma da Mônica ganha


por seis semanas dois novos sabores
Pato Gel Adesivo, a novidade Já estão disponíveis nas grandes lojas de varejo os
da Ceras Johnson, chega sabores Aveia e Arroz com Camomila da fabricante
com a promessa de garantir WOW! Nutrition. A linha de mingaus Turma da Mônica
divulgação

praticidade na limpeza do promete facilitar o dia a dia das mães, pois não
banheiro. A embalagem vem necessita de aquecimento no preparo. Por enquanto,
com seis discos para serem a estratégia da empresa está
focada na distribuição dos

divulgação
colados em qualquer lugar da
área interna do vaso sanitário. produtos ao varejo. O passo
Eles vão se dissolvendo a seguinte será a realização
cada descarga e duram, em de ações de merchandising
média, sete dias. O produto é acompanhado de um nos pontos de venda. O
aplicador para evitar contato direto com o vaso valor sugerido é de R$ 2,58
e está no mercado em duas fragrâncias: Marine e para embalagem de 200g.
Citrus. O valor de venda sugerido é de R$ 10,49. Informações: 0800-7016966
Informações: 0800-7076789
73 RH Supermercado moderno • julho 2010

Por Fernando Salles | salles@lund.com.br

comprador
Carreira exige novos papéis
Houve uma época em que o bom profissional de
compras era aquele que negociava grandes
volumes a preço baixo. esse tempo passou.
não que pagar pouco tenha deixado de
ser importante, mas atualmente a lista
inclui controle de perdas, ruptura,
margens. tudo para garantir a
rentabilidade da empresa.

“C
POR QUE SE EXIGE MAIS
omprar bem é a metade da DO COMPRADOR
venda e a garantia do lucro.” A Nicolau André de Miguel, professor de pós-graduação da FGV,
aponta as razões pelas quais o papel do comprador vai além
frase, citada pelo empresário de negociar grandes volumes de produtos a preços baixos, algo
Gilson Grazziotin no primeiro que no passado já foi o grande objetivo da função.
capítulo do livro A arte do va-
rejo – O pulo do gato está na o consumidor está mais exigente, pesquisador
compra (Editora Senac, 416 e direcionado a valorizar seu dinheiro na hora da compra
págs, R$ 80), exemplifica bem a importância da área
comercial em uma empresa de varejo. com o mercado mais competitivo, os fornecedores
passaram a empregar profissionais de vendas mais
Assumir essa responsabilidade é tarefa para com- competentes. Do outro lado da mesa, é preciso gente tão
pradores cada vez mais bem preparados. No entanto, o ou mais capacitada
trabalho deve ser precedido pela correta definição das
estratégias comerciais. “O processo de compras é inde- o varejo evoluiu em seu papel de agregar serviços
à venda e de melhorar o sortimento. Daí a importância
legável. Pode-se delegar a ação, mas não a filosofia e a de não restringir as negociações ao fator preço
estrutura toda; ambas devem estar sob o controle do
proprietário, do gerente-geral ou do diretor. É regra que o uso da tecnologia da informação permite
melhorar as decisões em relação a estoque, preços e logística.
vale para qualquer lojista, independentemente do ta- Cabe ao profissional saber lidar com os novos sistemas
manho da empresa”, avisa no livro o autor, que dirige e extrair o máximo deles
uma rede varejista no Rio Grande do Sul.
74 RH Supermercado Moderno • julho 2010

compradores

Primeiro passo dos quanto quem está do outro


Planejar a filosofia lado da mesa. “Um comprador
atende 20, 30, 100 fornecedores
Altevir Magalhães, sócio da que são especialistas nas linhas de
rede Modelo, 14 lojas em Mato produto com as quais trabalham”,
Grosso, concorda. Para ele, o lembra Magalhães.
processo requer um planeja-
mento definido pelo conselho Visita às lojas
da empresa, com a diretoria- Erros aparecem
geral e comercial. Nessa etapa,
deve-se estabelecer, entre ou- Há no mercado profissionais que
tros pontos, metas de venda, sabem das novas exigências para a
rentabilidade e níveis de esto- área de compras e se especializam
que a serem perseguidos em para atuar na função. No entanto,
cada categoria ou seção. Posi- recrutar gente para o cargo dentro
cionamento de preço e espaço da empresa continua sendo prática
divulgação

para mudanças no mix também comum que pode trazer bons re-
O processo de
compras deve seguir
entram em pauta. Segundo Maga-
a filosofia do lhães, as decisões devem ser regis-
negócio, diz livro do tradas por escrito, para evitar dúvi-
O comprador deve
empresário Gilson
Grazziotin das ou desencontros de informação. se especializar em
suas linhas de produto
novas exigências para negociar à altura
Envolvimento com o lucro com vendedores
“Oportunidade Feito o planejamento, a responsa- da indústria
bilidade pela execução é do com-
para comprar a prador. Por isso, a função exige sultados, desde que o perfil dos es-
preço baixo alguns requisitos importantes,
como curso superior, boa capaci-
colhidos esteja de acordo com os
objetivos traçados. Segundo Nico-
aparece todo dia, dade de comunicação, conheci- lau André de Miguel, professor da
mento dos sistemas automatiza- FGV, o importante é oferecer trei-
mas estoque em dos de gestão, entre outros. namento técnico sobre as estraté-
excesso custa Ao longo dos anos, a lista de
requisitos cresceu. Se antes acre-
gias de compras e de negociação.
É o que faz a rede Serve Todos,
caro e falta ditava-se que bastava ao compra- com seis lojas no interior paulista.
dor negociar grandes volumes por As compras são centralizadas e re-
espaço na loja” preço baixo, hoje sabe-se que ele alizadas por três profissionais com
exerce papel fundamental na ren- bastante tempo de casa. Eles tra-
erlon ortega
diretor comercial da rede
tabilidade e controle de perdas balharam em áreas como reposi-
serve todos por itens vencidos ou encalhados. ção, operação de caixa e recebi-
Por essa razão, os compradores mento dos produtos pelos quais
precisam manter-se tão prepara- são responsáveis atualmente.
76 RH Supermercado moderno • julho 2010

compradoreS

Para Erlon Ortega, diretor co- menos não de forma tão clara.
mercial do Serve Todos, um dos “No escritório pode-se comprar
pontos que definem a competência um catchup hoje e outro amanhã.
do comprador é a capacidade de Mas é só na visita à loja que se
Em visitas às equilibrar a quantidade pedida de nota a quantidade exagerada de

lojas, a equipe modo que o item não falte nem fi-


que muito tempo parado no depó-
marcas iguais na gôndola, com
preço parecido”, exemplifica.
comercial da sito. “Oportunidades de comprar
itens a preços baixos aparecem to- metas De PerDas:
rede Serve Todos dos os dias. Acontece que estoque
custa caro e nosso espaço de arma-
Controle das compras

verifica se o zenamento é pequeno”, lembra. Ortega conta que outro erro obser-
Para não perder esse equilí- vado mais claramente nas visitas é
fornecedor está brio, a equipe de compras visita as a compra de grande volume de
lojas uma vez por semana. A ideia uma marca nos períodos em que a
cumprindo o que é verificar, por exemplo, se pontos concorrente está com preço pro-
definidos na negociação estão mocional na mesma categoria.
foi negociado sendo cumpridos pelo fornece- Como resultado, o produto pode
dor, como presença de promoto- encalhar e até vencer, o que mostra
res nas filiais. a responsabilidade da equipe de
Também é possível notar que o compras também no controle de
sistema não mostra tudo, pelo perdas. Especialista no assunto,
Cecília Leote recomendou, em
evento promovido por SM, que os
PA P EL DO COMPRADOR NO GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS
compradores tenham entre suas
no processo de gerenciamento metas controle de perdas e de rup-
divulgação

por categorias, o comprador também tura sobre o que compram.


desempenha um papel fundamental. Sempre que voltam de uma vi-
Quem afirma é Wagner Picolli, geren- sita, os compradores do Serve To-
te da área de GC da Nielsen. Desde
dos reforçam a percepção de que
o início, esse profissional participa
do trabalho de entender o papel de não basta negociar bons preços. É
cada categoria na loja e o processo de preciso identificar problemas e sa-
compras do shopper, etapa realizada ber resolvê-los. Com isso, o time
pela equipe de GC com a direção da continuará fazendo mágica mês a
Wagner Picolli, da nielsen: no gc, empresa. “Se a categoria for tratada mês, já que Erlon Ortega, diretor
comprador avalia mudanças no mix como destino, precisará de maior va-
comercial, costuma dizer que na
riedade”, exemplifica. Na hora da exe-
cução, quando chega o momento de definir o que sai e o que entra no mix, o área de compras o “mágico é quem
comprador vai para a reunião com a equipe responsável ou com o capitão de faz o básico com qualidade”. Sm

categoria, no caso de a ferramenta ser aplicada em parceria com a indústria.


Depois, passa a ser responsável pelo bem-estar da categoria, ou seja, por ga- MAIS INFORMAÇÕES
rantir que os parâmetros definidos para o sortimento sejam mantidos. Quando Editora Senac: www.editorasenacsp.com.br
precisa substituir um produto, ele consulta o gestor da área e busca itens com FGV: www.fgv.br
Modelo: www.modeloiga.com.br
as mesmas características. Nielsen: (11) 4613-7000
Serve Todos: www.servetodos.com.br
78 | Supermercado Moderno • julho 2010

cenas do varejo

foto: arquivo
Em uma das 12 lojas da rede
mineira Super Nosso, quase
todos os corredores trazem
pontos extras com
expositores que se projetam
para fora da gôndola. A rede
busca aumentar sua
lucratividade, reservando
esse espaço nobre para os
produtos de maior valor
agregado, como azeites,
biscoitos integrais e óleos
especiais.

Envie uma foto curiosa do passado ou presente para o e-mail: jessica.cruz@lund.com.br


SM selecionará as melhores.

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