Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
WWW.SM.COM.BR
A ROTA DA
EXPANSÃO
De norte a sul do País, a ordem do dia no setor é abrir lojas.
Veja os principais lugares, regiões e mercados para
investimento.
MAIORES
PREDOMINÂNCIA GASTOS COM
CLASSE C
ALIMENTAÇÃO
MUITOS
LANÇAMENTOS
DE IMÓVEIS
3 | Supermercado Moderno • julho 2010
Conselho Executivo
Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar
A
Colaboradores
Diretor de Arte e projeto gráfico Alberto Mateus
Diagramação e Produção Crayon Editorial
Fotos João de Freitas
na opinião dos supermercadistas, mero de marcas diferentes classi- portal sm Renato Fonseca (11) 3327-4511 • renato.fonseca@lund.com.br
PUBLICIDADE
os consumidores são mais infiéis ficadas entre as 3 mais vendidas Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: supermercadomoderno@lund.com.br
Apoio a Vendas Carla Morais (11) 3327-4505
A questão é: a infidelidade
Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • aniccolai@lund.com.br
NORDESTE
citadas de marcas
que consideram as mais vendidas. por categoria
Novos Rumos Comércio e Representação Ltda: Av. Conselheiro Aguiar, 4.880,
loja 44 - Boa Viagem - 51021-900, Recife, PE.
categoria. Fica claro, portanto, que IV 2.216 12 de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Oceano Indústria Gráfica e
Editora Ltda - Rua Osasco nº 644 - Cajamar/SP
capa
16
A rota da expansão
Confira os melhores lugares para inaugurar lojas . . . . . . . . . . 16
estratégia
a rota da pesquisa exclusiva: dispersão de preços
expansão Diferenças nas ofertas indicam precificação equivocada . . 23
segurança alimentar: açougue e peixaria
Veja onde é mais Veja as regras impostas pela legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
interessante abrir
categoria
novas lojas cerveja
Confira a movimentação dos fabricantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
creme dental
A marca Oral-B quer a liderança do mercado . . . . . . . . . . . . . . . 57
loja
rotisseria
Aparência dos pratos é fundamental para vender mais. . 66
rh
compradores
Carreira exige novos papéis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
seções
carta ao leitor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Sm Responde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
você . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Portal SM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Ponto de venda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Megamercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Novos produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Cenas do varejo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
46
cerveja
Novidades da
categoria podem
32
segurança
mudar as gôndolas alimentar
da sua loja Saiba o que fazer no
açougue e na peixaria
6 | Supermercado Moderno • julho 2010
Erratas:
• No Mix de Marcas, veiculado em junho, publicamos de forma equivocada a barra inferior com informações como faixa de faturamento e evolução de volume de biscoito
salgado (pág. 94). Os dados que aparecem não correpondem aos números de mercado, portanto devem ser desconsiderados
• Por um erro de digitação, a faixa de faturamento de molho de tomate (pág. 82) foi preenchida de maneira incorreta. Em 2009, a categoria faturou entre R$ 700 e R$ 800
milhões no autosserviço. Outro erro de digitação ocorreu em sucos prontos para beber (pág. 140). Na faixa de faturamento, leia R$ 1 a 2 bilhões.
• Ao contrário do publicado, em leite em pó (pág. 108) existe, sim, um líder há mais de quatro anos na preferência do varejista. Trata-se da marca Ninho.
• Duas correções também são necessárias no departamento de perecíveis congelados. Linguiça embalada (pág. 124) fatura R$ 200 a 300 milhões no autosserviço,
quanto a salsicha embalada (pág. 130), esse faturamento fica entre R$ 100 e R$ 200 milhões
• A grafia correta da marca com maior crescimento na preferência do varejista em desodorante (pág. 156) é: Avanço•
8 | Supermercado Moderno • julho 2010
joão de freitas
sou de alguém habituado à sua cul- 2011, o profissional que mais representa a
tura para a área comercial de far- eficiência do autosserviço.
mácias. Tempos depois, foi deslo-
cado ao departamento de novos ne- dou associados e consumidores a realizamos há três anos”, garante.
gócios, para atuar também com captar a proposta. O Walmart aposta tanto nas far-
restaurantes, cafeterias e postos de A estratégia definida por Massi- mácias, que já deu sinal verde pa-
gasolina. Voltou às farmácias já co- ni começou com pesquisas formais ra o diretor ampliar o sortimento.
mo diretor-geral, seu cargo atual. de preço nos principais concorren- “Vamos incluir mais itens de hi-
Os números traduzem os resul- tes, trabalho que ajuda a identificar giene pessoal, inclusive dermocos-
tados obtidos por Massini. Há três quais medicamentos dependem de méticos”, avisa. Para isso, as farmá-
anos, sua atenção voltava-se para melhores negociações. O segundo cias precisam de mais espaço. En-
quanto as unidades antigas têm,
no máximo, 60 m2, as inauguradas
Massini implementou pesquisa de preços de ou reformadas passam a contar
medicamentos e política de genéricos a R$ 9,90 com 100 m2 a 120 m2. Até o final
do ano, serão 106 novas farmácias.
dez farmácias. Hoje, são 266, cujo passo foi vender genéricos de for- Para o futuro, a rede avalia a aber-
faturamento (mesmas lojas) cres- ma agressiva. “Vendemos mais de tura de unidades de rua. Mais tra-
ceu anualmente entre 18% e 20% . 500 itens por apenas R$ 9,90. Não balho para Massini transformar
Boa parte do sucesso se deve a é promoção, e sim um trabalho que em bons resultados. SM
12 | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
sm.com.br
Novas
informações
todos os dias
no portal sm
Novos Produtos
Matérias
A seção que antecipa os
mais lidas lançamentos da indústria também
As líderes de audiência está disponível no site. E com
em junho
conteúdo exclusivo! Fique atento
1 ª Refrigerante evangélico às novidades para o sortimento da
quer elevar vendas sua loja.
de 100 mil para 3,5
milhões de latas EDIÇÕES ANTERIORES
ponto de venda
Roleta traz sorte e aumenta vendas do Futurama
divulgação
No Futurama da Lapa, na zona oeste paulistana, toda quarta e sábado é dia
da “Roleta da Sorte”. O locutor do supermercado se encarrega de avisar que os
clientes que compram mais de R$ 100 participam da brincadeira
e podem sair da loja com prêmios. A ideia da promoção partiu
da Frangosul e, no começo, valia apenas para os clientes que
levavam produtos da marca. Antes de sair da loja eles giravam
a roleta e, com sorte, saíam com outro item do portfólio da empresa. O sucesso
foi tanto que Antônio Ferreira de Souza, gerente da loja, ampliou a promoção
por meio de parceria com outros fornecedores. Hoje são 30 parceiros que dis-
ponibilizam lançamentos ou itens rentáveis do portfólio, para que os ganha-
dores experimentem e sejam estimulados a consumir regularmente. No mês
de junho, o gerente testou a promoção em outra unidade, no bairro de Santo
divulgação
A rota da e
D
Por Alessandra Morita | amorita@lund.com.br
POTENCIAL DE
VENDAS/
QUANTAS VEZES veja os Estados com
ESTADO CONSUMO DE ALIMENTOS/
CHECKOUT (R$)
O POTENCIAL SUPERA AS
maiores oportunidades
CHECKOUT (R$) VENDAS/CHECKOUT
Ceará 12.036.482 1.575.891 7,6 para abertura de lojas
Bahia 4.392.833 948.135 4,6
Paraíba 7.151.747 1.591.412 4,5 Quanto maior for o potencial de
Alagoas 4.562.858 1.050.155 4,3 consumo de alimentos por checkout
Pernambuco 6.005.083 1.392.899 4,3
em relação às vendas/checkout
Tocantis 5.078.929 1.294.524 3,9
das lojas já existentes, mais apto
Piauí 5.526.735 1.523.983 3,6
Amapá 4.769.874 1.383.926 3,4 está o mercado para receber novos
Maranhão 8.185.195 2.465.988 3,3 supermercados. Observe que os
Goiás 3.823.013 1.566.903 2,4 cinco Estados com maior capacidade
Mato Grosso do Sul 2.354.808 1.179.901 2,0 de expansão estão no Nordeste.
Minas Gerais 3.400.897 1.736.524 2,0
Situação contrária ao Estado de São
Rondônia 3.475.971 1.874.145 1,9
Rio Grande do Norte 3.729.683 2.161.499 1,7 Paulo, onde o potencial é inferior
Rio Grande do Sul 2.561.220 1.514.299 1,7 à venda/checkout efetiva das
Mato Grosso 2.479.530 1.517.227 1,6 lojas já instaladas. Essa avaliação
Acre 3.471.964 2.219.260 1,6 é importante e pode ser feita por
Sergipe 3.207.418 2.199.507 1,5
cidade, bairro e microrregião.
Rio de Janeiro 3.125.611 2.198.194 1,4
Espírito Santo 2.070.268 1.458.257 1,4
Distrito Federal 2.231.150 1.591.243 1,4
V
Paraná 1.935.029 1.810.300 1,1 ocê quer saber se um
Santa Catarina 1.936.646 1.814.323 1,1
São Paulo 2.447.356 2.501.357 0,98
mercado é bem ou mal
Pará 2.308.952 2.563.202 0,90 servido de lojas? Pois bem.
Fonte: IPC MarketIng (PotenCIaL De ConSUMo De aLIMentoS)/39º reLatÓrIo anUaL De SUPerMerCaDo MoDerno Para isso é preciso identificar
(nº CHeCkoUtS e VenDaS/CHeCkoUt) • aLgUnS eStaDoS nÃo ConStaM Da taBeLa Por nÃo tereM DaDoS DISPonÍVeIS
o potencial de consumo de
diVULGaÇão
alimentos da região e dividir
pelo número total de caixas
dos supermercados locais.
Esse dado, que mostra qual é
o gasto médio potencial por
checkout do mercado estu-
dado, deve ser comparado
com as vendas médias por
checkout das lojas da região.
“Quanto maior o potencial
de consumo por checkout em
| 19
50 cidades campeãs
em despesas com alimentação
Se, na tabela da esquerda, você teve ideia dos
Estados mais carentes de lojas, no quadro ao lado,
você encontra as cidades com maior capacidade de
consumo de alimentação e, portanto, com maior
potencial de vendas. O estudo, da consultoria
IPC Marketing, mostra também a participação
da alimentação sobre o consumo total de cada
CAPACIDADE DE CONSUMO PARTICIPAÇÃO DA
domicílio. Esse índice não aponta locais para POSIÇÃO MUNICÍPIOS ESTADO DE ALIMENTAÇÃO ALIMENTAÇÃO SOBRE
DOMICÍLIO (R$) CONSUMO TOTAL
abertura de lojas, mas revela o potencial para
MÉdIa BRasIl 14%
exploração de outros produtos. além de alimentos.
1º São Paulo SP 24.139.840.137 11,5%
“Quanto menor a participação em relação à média 2º Rio de Janeiro RJ 14.105.233.594 10,9%
3º Belo Horizonte MG 6.404.296.191 13,6%
Brasil, mais espaço para o supermercado vender 4º Salvador BA 6.401.854.003 16,2%
itens como os de perfumaria e bazar”, explica Marcos 5º Fortaleza CE 4.749.070.044 15,6%
6º Curitiba PR 4.350.098.165 11,2%
Pazzini, diretor da IPC. Essas seções podem ganhar 7º Porto Alegre RS 4.142.510.088 12,8%
um pouco mais de espaço, pois o orçamento do 8º Brasília DF 3.761.719.470 8,0%
9º Manaus AM 3.129.733.485 16,5%
consumidor não está comprometido com itens 10º Belém PA 3.041.373.347 18,6%
básicos. É o caso de Brasília, onde a alimentação 11º Recife PE 2.991.563.508 15,7%
12º Campinas SP 2.493.172.924 11,4%
representa apenas 8% das despesas com alimentos. 13º Goiânia GO 2.244.409.160 12,3%
14º Guarulhos SP 2.154.717.040 12,9%
15º São Luís MA 1.887.572.877 17,9%
16º São Bernardo do Campo SP 1.776.177.927 11,7%
relação às vendas/checkout, mais a região 17º Maceió AL 1.708.276.891 14,6%
18º São Gonçalo RJ 1.691.462.063 12,7%
é capaz de absorver novas lojas”, diz Tadeu 19º Natal RN 1.595.173.544 15,6%
20º Campo Grande MS 1.576.925.471 14,2%
Masano, presidente da Geografia de Merca- 21º Santo André SP 1.511.342.565 11,7%
do, especializada em geomarketing. 22º Teresina PI 1.485.401.803 19,5%
23º João Pessoa PB 1.473.589.488 16,3%
Observe que no quadro da página an- 24º Duque de Caxias RJ 1.389.909.089 13,1%
25º Uberlândia MG 1.362.653.792 14,7%
terior, o Ceará é o campeão em oportuni- 26º Nova Iguaçu RJ 1.358.531.631 13,1%
dades, uma vez que a capacidade de gastos 27º Osasco SP 1.298.821.149 12,8%
28º Ribeirão Preto SP 1.267.995.417 11,7%
com alimentação da população é 7,6 vezes
FONTE: IPC MARKETING
29º São José dos Campos SP 1.256.877.048 11,8%
maior do que as vendas por checkout dos 30º
31º
Niterói
Juiz de Fora
RJ
MG
1.219.891.178
1.180.135.340
10,3%
14,6%
supermercados instalados. Já os Estados 32º Contagem MG 1.178.833.942 15,3%
33º Jaboatão dos Guararapes PE 1.173.847.113 17,2%
de São Paulo e Pará não comportam muito 34º Sorocaba SP 1.159.713.565 12,5%
mais lojas, pois o potencial de gastos de cada 35º
36º
Aracaju
Florianópolis
SE
SC
1.155.115.442
1.125.715.364
16,9%
11,7%
um é 0,9 vez inferior à receita/checkout das 37º Santos SP 1.110.202.984 11,1%
38º Ananindeua PA 987.815.212 20,9%
lojas existentes. Crescer nessas localidades 39º Feira de Santana BA 943.574.109 17,0%
implica descobrir as exceções, ou seja, as 40º Cuiabá MT 939.966.502 12,4%
41º Caxias do Sul RS 939.852.726 13,8%
cidades (veja ao lado) ou bairros que ainda 42º Joinville SC 923.312.783 13,2%
43º Londrina PR 897.590.018 12,7%
apresentam potencial. Caso do município 44º São José do Rio Preto SP 886.136.068 12,5%
de São Paulo, cujo potencial de desembolso 45º Aparecida de Goiânia GO 849.200.697 14,1%
46º Vitória ES 799.298.468 11,6%
com alimentos continua elevado. Embora 47º Vila Velha ES 777.072.893 13,0%
48º São João de Meriti RJ 765.962.807 12,8%
tenha muitas lojas, é a capital nacional do 49º Jundiaí SP 754.747.820 11,6%
consumo. Compare Estados e cidades. 50º Bauru SP 743.468.411 12,4%
20 | Capa | SUPERMERCADO MODERNO • jULHo 2010
A ROTA DA EXPANSÃO
Boom imobiliário
novas lojas em novos polos residenciais
O
7º » Paraná 24.504 mercado imobiliário retomou a expansão,
8º » Goiás 20.634 depois de um breve período de queda, devido
9º » Santa Catarina 15.685 à crise de 2009. A notícia não poderia ser melhor
10º » Pará 13.131 para quem sonha em crescer. Novos condomínios
11 Alagoas
º»
8.632 são sinônimo de novos consumidores. Basta saber
12º » Piauí 8.509
onde eles estão. Só o programa Minha Casa, Mi-
13º » Pernambuco 8.396
nha Vida, do governo federal deve desembolsar
14º » Mato Grosso 8.018
R$ 34 milhões para facilitar o acesso à casa própria
15 Rio Grande do Norte
º»
7.477
da população que ganha até dez salários mínimos
16º » Mato Grosso do Sul 5.922
(R$ 5.100). E um estudo da consultoria MB As-
Fonte: MInIStÉrIo DaS CIDaDeS – De aBrIL De 2009 a aBrIL De 2010
Evolução da classe C
Siga esse consumidor
Estado 2005 2010 Evolução %
Maranhão 264.218 549.866 108,1
Crescem domicílios da classe C Piauí 151.729 300.043 97,7
Paraíba 219.529 429.389 95,6
Acompanhe a evolução dos lares da classe C nos últimos Ceará 485.369 929.951 91,6
Alagoas 178.166 333.268 87,1
cinco anos. Note, no quadro ao lado, que os oito Estados
Bahia 843.347 1.570.024 86,2
com maior variação estão localizados no Nordeste. Veja
É
Distrito Federal 199.542 294.167 47,4
quase inevitável ficar um dia sem en- Roraima 28.464 41.860 47,1
contrar alguma notícia sobre Goiás 568.492 825.024 45,1
a ascensão da classe C nos jornais. Amapá 44.838 65.061 45,1
Mato Grosso 249.306 355.510 42,6
Não é de se estranhar, portanto, que Minas Gerais 1.767.638 2.516.546 42,4
a expansão do autosserviço esteja Mato Grosso do Sul 216.838 308.348 42,2
caminhando para onde a presença Espírito Santo 311.646 437.537 40,4
Paraná 991.806 1.344.818 35,6
desse público é maciça. O exemplo Santa Catarina 564.962 740.267 31,0
mais bem acabado é o Nordeste. Rio de Janeiro 1.760.942 2.304.944 30,9
Até 2012, a região deverá respon- Rio Grande do Sul 1.091.060 1.413.706 29,6
São Paulo 4.161.025 5.233.335 25,8
der por 15% do faturamento do
Grupo Pão de Açúcar – uma alta
de cinco pontos percentuais em
relação à fatia atual. O Walmart,
joão de freitas
que já está enraizado na região
graças à bandeira local Bompre-
ço, pretende destinar aos Estados
nordestinos metade dos R$ 2,2 bi- passará dos atuais 30% das famí-
lhões dirigidos à abertura de lojas em 2010. O alvo lias brasileiras para mais de 50%
principal são as cidades do interior, uma vez que as até 2016, com presença em várias
capitais já estão bem cobertas. Os investimentos das localidades. A alta se baseará ago-
grandes redes se justificam. De 2005 até este ano, o ra na abertura de mais postos de
número de domicílios da classe C praticamente do- trabalho, principalmente de mão
brou no Nordeste. Os olhos, entretanto, não devem de obra qualificada, o que eleva-
ficar abertos apenas em relação à região. Estimativas rá os salários. Ao varejista caberá
da MB Associados indicam que a classe C – renda de simplesmente ir aonde a classe C
três a dez salários mínimos (R$ 1.530 a R$ 5.100) –, estiver. O resto são vendas.
23 Estratégia Supermercado moderno • julho 2010
PESQUISA EXCLUSIVA
dispersão de preços
N
Por Alessandra Morita | amorita@lund.com.br
alimento livre
Por Viviane Sousa |
viviane.sousa@lund.com.br |
Segurança
C
arnes à venda sem identifica- cimento em relação às regras que
ção, peixaria com expositores estabelecem as boas práticas de se-
em temperatura inadequada e gurança alimentar. Outro motivo
alimentos com prazo de valida- é o desrespeito às normativas com
de expirado levaram a Delega- o intuito de evitar algum tipo de
cia de Saúde Pública do Estado prejuízo ao negócio. Um exemplo
de São Paulo a deter, sob fiança ainda bem comum são as lojas que
de R$ 1,5 mil, a gerente de um supermercado costumam congelar carnes e peixes
Respeitar as da zona norte da capital paulista. O caso ocor- frescos quando estes estão próxi-
reu há quase três meses e a loja, que pertence mos do vencimento para vendê-
normas de a uma grande rede varejista, também teve al- los com nova embalagem e rótulo.
segurança gumas de suas seções de perecíveis interdita- “Apesar de ser uma prática proibi-
das e vários produtos apreendidos. da, é aplicada para evitar perdas,”
alimentar garante Na mesma ação, a Co-
qualidade aos visa (Coordenação de anvisa DiTa as regras
Vigilância em Saúde) da esta d os e m u n i C Í P i os as Co m P lementam
alimentos cidade autuou um hiper-
vendidos e mercado localizado num
shopping center da zona
E stabelecimento que vende e manipula alimentos
é obrigado a seguir as normas de segurança
ajuda a loja a se alimentar federais, instituídas pela Resolução nº 216 da
Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), e estaduais
oeste. No local, além de
livrar de multas patês de marca própria
e municipais. As normativas regionais costumam ser
diferentes. “Por isso, as redes com lojas em vários
e apreensões. vencidos, foram encontra- distritos devem ficar atentas”, alerta Franciane Ramalho,
dos alimentos com sinais consultora de segurança alimentar da Bio Nutry. As
Nesta edição, SM de fungos e gôndolas de fiscalizações ficam a cargo dos Estados e municípios por
meio das Vigilâncias Sanitárias, das Delegacias de Saúde
inicia a série sobre perecíveis com tempera- Pública e das Covisas (Coordenação de Vigilância em
tura acima do permitido. Saúde). As punições para os que infringem as normativas
boas práticas Flagrantes como esses variam entre advertências, multas, interdição, apreensão
no tema, com as ocorrem todos os dias e de mercadorias e equipamentos. O responsável só é
detito quando em seu estabelecimento são flagrados
em todas as partes do País.
seções de açougue Entre as principais cau-
problemas considerados de elevado grau de risco à saúde
e ao bem-estar dos consumidores.
e peixaria. sas está a falta de conhe-
| 33
de contaminação
para o cliente
Ter um responsável pela
segurança alimentar é obrigatório
O
A carne doria e informamos o comprador da loja, que cobra-
comprada s cuidados com a seguran- rá dos fornecedores", conta Ana Fanelli, nutricionis-
precisa ter ça do produto da chegada ta da Casa Santa Luzia, uma loja na capital paulista.
certificado
SIF (Serviço à gôndola. Saiba o que fa-
de Inspeção zer, segundo os consultores e super- Dicas Estabeleça um horário para entrega de pe-
Federal) mercados ouvidos por SM. recíveis. A medida acelera o descarregamento dos
caminhões. Cada tipo de carne possui uma tempe-
Avaliação de fornecedores ratura diferente. No caso dos peixes frescos, devem
chegar entre 0° e 3°C. Já as carnes de boi, ave e por-
Objetivo Evitar a venda de pro- co resfriadas, abaixo de 7°C. O acondicionamento
dutos clandestinos também muda. Carnes desossadas precisam estar
embaladas a vácuo, dentro de caixas
Como fazer Comprar ape- fechadas. As não desossadas de-
nas carnes e pescados com vem estar, no mínimo, plasti-
registro e certificado do ficadas. “Os peixes chegam
SIF (Serviço de Inspeção em contêineres plásticos.
Federal), além de outros É fundamental que 75%
joão de freitas
S
identificação. A medida evita problemas com
ão muitos os detalhes que precisam ser obser- a fiscalização e garante controle do estoque.
vados na seção. Fique atento a esse setor. Ele re- Na etiqueta deve constar lote, fornecedor, data
presenta 12,5% do faturamento do autosserviço. de chegada, validade e manipulação, além dos
registros obrigatórios, como SIF. A medida facilita
aos funcionários fazer o controle diário do PV/PS
Armazenagem É imprescindível separar os diferentes
(primeiro que vence, primeiro que sai). Também
tipos de carnes dentro das câmaras frigoríficas. Criar permite, se necessário, identificar o produto pelo lote
alas é uma boa saída. Segundo Franciane Ramalho, e cobrar dos fornecedores possíveis problemas.
consultora de segurança alimentar da Bio Nutry, de
São Paulo, se houver prateleiras, as vermelhas devem Manipulação Quanto maior o
ficar no alto, as de porco contato com o alimento perecí-
no meio e, embaixo, as vel, como a carne, maior é o risco
de ave, pois liberam de contaminação. Por isso, a área
muito líquido. “Se de manipulação deve contar com
as carnes não esti- bancadas separadas e utensílios es-
verem devidamente pecíficos para o manuseio de cada
plastificadas e em- tipo de carne.
baladas em caixas, Colorir ou marcar os cabos dos
o trabalho terá sido utensílios é uma maneira de evitar
em vão”, avisa. que se misturem. Vermelhos po-
Outra recomen- dem ser usados para carnes de boi,
dação é conferir a brancos para as de aves e marrom Cada tipo de carne
temperatura da câ- para as suínas. Segundo Rachel, precisa ter uma
bancada própria
mara, no mínimo, consultora da SOS Qualidade, os
joão de freitas
para manipulação
duas vezes durante
o dia e uma de ma-
O piso das câmaras precisa ser drugada. Para os
limpo diariamente resfriados, o indica-
do é de 0º a 4ºC e,
para as congeladas, de -12°C a -18°C.
O piso das câmaras deve ser limpo todos os dias,
enquanto as paredes e portas, semanalmente. Prefi-
ra rodos e vassouras de plástico aos de madeira, que
joão de freitas
utensílios devem ser de aço Se a sua loja costuma desossar carnes, fique atento
inox, assim como todos os ao descarte. Os ossos devem ser ensacados, lacrados
equipamentos. numa caixa identificada e armazenados num local se-
É importante ter uma parado do frigorífico ou câmara fria até a coleta.
área climatizada para cortar Utensílios e bancadas precisam ser lavados a cada
as carnes. Caso contrário, uso, assim como os equipamentos, que devem ser
só poderão ser trabalhadas desmontados. A Coop, 30 lojas no Estado de São
em pequenas quantidades, Paulo, coloca cartazes próximos às máquinas e à pia
já que os micro-organismos de lavagem detalhando toda a rotina de limpeza.
proliferam em contato com
a temperatura ambiente. Exposição Essa é a reta final. Assim como as câ-
Após a manipulação, o pra- maras frias, os balcões de exposição precisam ter a
zo de validade diminui. Os temperatura conferida. O ideal é estar entre 0º e 4ºC
cortes duram, no máximo, para carnes frescas e até -18ºC para as congeladas.
três dias. Já a carne moída A capacidade de exposição dos equipamentos
vale por um dia. A sugestão não deve ser excedida. Além de consumir mais ener-
joão de freitas
Para limpar os
é moer conforme o cliente pe-
equipamentos, dir ou em pequenas quantidades
é preciso se o objetivo é rapidez na compra.
desmontá-los
e remover a
Nesse caso, deve ser acondiciona-
sujeira interna da em bandeja de isopor e levada
à câmara frigorífica para alcançar
a temperatura adequada. Só depois
poderá ser colocada no expositor
refrigerado. “Em algumas regiões
é obrigatório ter registros especí-
joão de freitas
ficos para embalar carnes”, alerta
Franciane, da Bio Nutry.
Os frangos devem ficar na parte inferior dos expositores, pois
frango
V e n da d e liberam muita água, o que aumenta o risco de contaminação
temperado está pro i b i da
gia, existe o risco de os alimentos de cima não se-
A medida é nacional e vale para carcaças e cortes de
aves temperados por injeção e marinados. Segundo o
Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
rem mantidos na temperatura correta. É preciso ficar
atento para evitar obstruir a área por onde sai o ar
Animal), órgão responsável pela proibição, o objetivo é resfriado, impedindo assim a refrigeração.
evitar fraudes e adulterações por meio da adição de água Na área de vendas, as carnes vermelhas devem
além dos limites permitidos por lei (20% para o frango
e 25% para o peru). As aves especiais (frango especial ser expostas de um lado e as de aves e suínas, do ou-
resfriado, peru, pato, marreco e galinha d’angola) não tro. Se o expositor tiver prateleiras, a carne de frango
se enquadram na medida, em vigor desde abril. Já a deverá ficar sempre nas de baixo. A ideia é evitar
produção desses produtos está proibida desde março. contaminação cruzada (veja box na última página
Quem descumprir a norma está sujeito a penalidade.
desta reportagem).
40 | Estratégia | Supermercado Moderno • julho 2010
segurança alimentar
N
Crustáceos conferida. Para isso, o Pão de Açúcar faz análises
e moluscos a peixaria, o mais indi- com frequência. “Procuramos evitar contaminações
devem ficar
cado é limpar as peças por micro-organismos e excesso de cloro. Também
em recipientes
separados inteiras na frente dos cuidamos para não exceder a quantidade de sódio”,
clientes em uma bancada destina- explica a nutricionista Alessandra. No fim do expe-
da a essa atividade. Em função do diente, todo o gelo usado precisa ser descartado.
excesso de água, esses alimentos Nos expositores, convém colocar os peixes de
se deterioram rapidamente. Por
Nas vendas imediatas,
essa razão, as escamas e vísce-
peixes podem ser limpos na
ras não podem permanecer mui- frente do consumidor
to tempo na seção. Devem ser
ensacadas, lacradas em caixas e
acondicionadas nas câmaras frias.
Nas 143 lojas da bandeira Pão de
joão de freitas
joão de freitas
gelo para não estragar. O
ideal é embalar o alimen-
to em bandejas de isopor,
que devem ser mergulhadas no gelo. O Pão de Açúcar optou
por cobrir o gelo com filme plástico para separá-lo dos filés
e postas. Mas é importante dificultar o acesso dos clientes
para evitar contato com as mãos. Empilhar os peixes também
deve ser evitado para que os de cima não fiquem em tempe-
ratura inadequada. Em algumas regiões, o balcão refrigerado
precisa ser fechado com circulação de ar frio. O excesso de
água deve escoar para que o acúmulo não gere maus odores.
Por isso, os ralos do piso devem
ficar desobstruídos.
Ga ra n ta a c irculação Ainda no Pão de Açúcar,
d o a r r e f r i g e ra d o
para garantir que os pescados
cheguem à casa do cliente na
O s contêineres e caixas onde ficam
acondicionados os pescados e temperatura adequada, os pei-
as carnes não podem ser colocados xeiros colocam um saquinho
diretamente no chão. Alessandra de gelo dentro de sua embala-
Rodrigues, do Pão de Açúcar, explica
que é obrigatório essas embalagens gem. Medidas como essas cus-
serem acomodadas sobre paletes de tam pouco ao varejo, mas ga-
plástico (nunca de madeira ou ferro), rantem a satisfação do cliente.
com altura mínima de 25 cm em
relação ao piso. “As pilhas devem ficar
Mai s infor maçõ es
a 60 cm do teto, 40 cm das paredes
Bio Nutry: www.bionutry.com.br
e 10 cm entre si. Deve-se seguir a Casa Santa Luzia: www.santaluzia.com.br
recomendação dos fabricantes", diz. Coop: www.coop-sp.com.br
Pão de Açúcar: www.paodeacucar.com.br
SOS Qualidade: (31) 9118-0689/8894-0460
| 43
FO R M AS D E CONTAMINAÇÃO D OS A L I M E N TOS
JOÃO DE FREITAS
dade, que deve estar equipada com papel são usados para manipulação de diferen-
para secagem e lixeira com tampa de pe- tes tipos de carnes. Ao entrarem em conta-
dal, além do sabonete. Deve-se evitar ain- to, os micro-organismos se multiplicam nos
da que funcionários resfriados ou machu- alimentos, produzindo substâncias tóxicas bido o uso de adornos e de utensílios de
cados manipulem alimentos. É obrigatório que podem causar problemas à saúde. madeira na manipulação de alimentos.
o uso de uniformes de cor clara, protetor A dica é ter utensílios, equipamentos e
descartável para cabelo e luvas de lã de bancadas específicas para carne de frango, · Química: acontece quando o alimento
aço para proteção das mãos, no caso de vermelha, etc. Também é preciso lavar as entra em contato com produtos químicos.
quem vai cortar carnes, por exemplo. Más- mãos ao tocar qualquer alimento. É comum que isso ocorra durante a limpeza
caras descartáveis precisam ser trocadas a das seções do supermercado. Por esse mo-
cada meia hora. Cada funcionário precisa · Física: ocorre se algum material – anel, tivo, o ideal é que ela seja iniciada no final
ter, no mínimo, dois uniformes, que não po- resíduo de madeira, entre outros – se mis- do expediente, momento em que as carnes
dem ser usados fora do trabalho. Lojas com tura aos alimentos. Por isso, deve ser proi- voltam para as câmaras frigoríficas. SM
megamercado
“Toy Story 3” nas
embalagens Dr. Oetker
Mais de R$ 1 milhão foi investido para
reformular o visual das caixinhas
divulgação
de 38 produtos Dr. Oetker. Além de
imagens dos principais personagens
do filme, as embalagens trarão jogos
interativos, adesivos colecionáveis e
avisos de porta com mensagens divertidas, como
“Meninas (os) não entram”. A companhia também lançou o
site www.clubinhodroetker.com.br com mais brincadeiras
para as crianças e um concurso cultural que elegerá os 10 melhores
textos sobre o tema: “Uma aventura com meu Brinquedo de
Estimação”. Os prêmios são um par de ingressos para o filme e kits
de sobremesas. A expectativa de crescimento nas vendas é de 10 a
15%. Informações: (11) 3783-9300 MM
divulgação
Para ampliar o destaque nas gôndolas
de sua linha Barbie de cuidados com
o cabelo das crianças, a Biotropic
Cosméstica buscou parceria com
a Mattel para utilizar o conceito
de “plus play”, ou seja, fornecer
algo mais ao produto. O resultado
são cinco bolsas especialmente
desenvolvidas para produtos
como condicionador, shampoo,
creme de pentear e loção
hidratante, cujo preço sugerido
varia entre R$ 5 e R$ 5,90.
Informações: 0800-7021701 MM
Cervejas
Mercado de grandes
novidades
Aquisição da Femsa pela
Heineken, aumento de produção
da Ambev, investimentos da Schin
na Devassa Bem Loura e maior
foco nas versões premium. O
segmento cervejeiro anda agitado
e isso pode ser bom para sua loja.
A
venda de cervejas rendeu ao 10% e 15%. A empresa já anunciou
autosserviço quase R$ 9 bi- que dobrará sua capacidade pro-
lhões em 2009, segundo dados dutiva no sul do País e construirá
Nielsen. A categoria é a que uma fábrica em Pernambuco, com
mais contribui para o fatura- capacidade para produção de 10
mento do setor, porém os nú- milhões de hectolitros/ano e ope-
meros são incapazes de revelar ração prevista para agosto de 2011.
toda a movimentação vivida por esse mercado nos Em 2008, a Ambev foi pioneira
últimos anos. De novas embalagens a aquisições, pas- ao lançar Skol em embalagem “li-
sando por grandes investimentos em marketing e em trão”, hoje disponibilizada por to-
versões especiais, o fato é que todos os principais fa- dos os principais concorrentes e
bricantes trazem algo de novo para um segmento que consolidada no mercado. Procura-
parecia fadado à infindável guerra de preços e à baixa da pela nossa reportagem para de-
rentabilidade ao varejo. A começar pela gigante Am- talhar melhor seus investimentos e
bev. Líder com mais de 70% de participação nas ven- estratégias, a Ambev não deu res-
das, construiu estratégias para elevar a produção entre posta até o fechamento da edição.
| 47
DEVASSA BEM LOURA tos do mundo, foi o oitavo mais comentado do Brasil,
Polêmica e sucesso de vendas o sétimo mais bem avaliado e o sexto mais adotado
como favorito”, comemora o executivo.
JOÃO DE FREITAS
Vice-líder nacional, com 11,3% de Thiago Bürgers, consultor de marketing e vendas
participação segundo a Nielsen, a da Integration, lembra que, além da forte estratégia
Schin é responsável por sacudir publicitária, a Devassa chegou com muitas ações nos
recentemente o mercado com o PDVs e nos próprios pontos de consumo – o
lançamento da Devassa Bem Lou- produto já é encontrado em mais de 15 mil
ra, resultado de investimentos de bares no eixo Rio/SP –, o que ajuda a for-
R$ 100 milhões, divididos entre talecer a marca. Os primeiros núme-
desenvolvimento do produto, fa- ros revelados pela Schin são anima-
bricação, estratégia de comerciali- dores. Lançada em março, a mar-
zação e distribuição, além de uma ca já está presente em 100% dos
agressiva campanha de marketing hipermercados da Grande São
e publicidade. Segundo Guilher- Paulo e em 94% dos estabeleci-
me Moraes, diretor de cervejas da mentos do mesmo porte no
empresa, o novo produto é posi- Rio de Janeiro. A marca é
cionado no segmento que reúne as apontada como ousada, autên-
versões mais populares, o chama- tica e bem-humorada por 60%
do mainstream. Antes de apostar dos cariocas ouvidos.
na versão, a empresa buscou aval A boa aceitação é uma das
de 600 consumidores no Rio e em razões pelas quais a empresa
São Paulo, praças que, por en- espera crescer 10% neste ano.
quanto, representam o foco de Ainda sem grandes detalhes,
atuação da marca. Eles participa- informa que estão previstos
ram de um teste cego e, segundo a investimentos nas fábricas, em
empresa, aprovaram a novidade. lançamentos e no aumento da
“É um produto com toque mais distribuição para o autosservi-
suave”, define o diretor. ço. Dentro do plano de cresci-
Devassa:
O destaque do lançamento fi- mento da Schin, as regiões
presente em
cou por conta do comercial em TV Norte e Nordeste ocupam lu- mais de 90%
com a modelo Paris Hilton. Sob gar de destaque. Dos 12 esta- das gôndolas
de São Paulo
acusação de apelo à sexualidade e dos onde a companhia possui e Rio de
estímulo ao consumo de álcool, a fábricas, sete estão em uma dessas regiões e a empre- Janeiro.
propaganda teve sua veiculação sa mostra otimismo em relação ao crescimento das Empresa
espera que as
suspensa pelo Conselho Nacional localidades, em razão do aumento do PIB superior à vendas totais
de Autorregulamentação Publici- média observada nacionalmente. cresçam 10%
neste ano.
tária, medida que não evitou a A campanha “CervejÃO” da Nova Schin continua
enorme repercussão na internet. em todo o País, com direito a inserções em mídia du-
“Vimos que os brasileiros entende- rante festividades regionais, caso da festa de Parin-
ram a proposta da Devassa. O fil- tins, no Amazonas. A empresa também tem marcas
me foi um sucesso no Youtube: em exclusivas para algumas regiões, como Cintra, ven-
março esteve entre os 62 mais vis- dida apenas para o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
48 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
CERVEJAS
vendas, a empresa que inclui também as versões pre- Marcas como Kaiser, Bavaria, Sol,
mium da marca Devassa, o Grupo Heineken, Xingu, entre outras, re-
espera fechar 2010 Schincariol possui 10,2% de par- servam à antiga Femsa 9,1% do
com crescimento ticipação de mercado. “Queremos mercado brasileiro de cervejas. No
atender todos os segmentos do início deste ano, o controle da em-
superior a 5% mercado de cerveja, do popular presa foi adquirido pela cervejaria
ao mais sofisticado”, resume Gui- holandesa Heineken. Segundo Ja-
lherme Moraes. vier Andrés Digon, diretor nacio-
50 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
CERVEJAS
ticket médio e podem gerar lucro, Nejm. Afinal, cerveja é para quem
porém só é possível ‘surfar nessa sabe beber (isto é, vender).
onda’ se houver cliente disposto a
Investimentos na marca pagar”, resume Thiago Bürgers, da
crescem R$ 10 milhões a
cada ano e serão R$ 60
consultoria Integration. MAIS INFORMAÇÕES:
milhões até o final de 2010 Caso haja, Burguers recomen- Ambev: www.ambev.com.br
Colorado: www.cervejariacolorado.com.br
da iniciar o trabalho pelo cadastro Heineken Brasil: www.heineken.com.br
Integration: www.integrationconsulting.com
dos produtos. Segundo o consul- Nielsen: (11) 4613-7000
Petrópolis: www.grupopetropolis.com.br
tor, é preciso cadastrar as cervejas Schincariol: www.schincariol.com.br
Sindicerv: www.sindicerv.com.br
conforme seus atributos princi- Super Nosso: www.supernosso.com.br
54 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
CERVEJAS
Consumo Goiás
Distrito Federal/Alagoas
57
53
Brasil é o 24º país em Mato Grosso/Bahia 47
consumo de cerveja. É Sergipe 45
Rio Grande do Norte 43
quase um lanterninha,
Piauí 36
quando se avalia 26 Pernambuco 35
regiões. Há muito mercado Rondônia/Paraíba 30
para se explorar. Roraima 28
Ceará 26
Pará 25
Amazonas 24
Maranhão 20
Amapá 19
Evolução do consumo no Brasil Acre 18
* EM BILHÕES DE LITROS
FONTE: SINDICERV
2009 10,9
2008 10,4
2007 10,3
2006 9,7 R$ 14,60
é o tíquete médio da
2005 9,0 compra de cerveja,
segundo indústrias
2004 8,5 de setor. Na venda de
refrigerantes, o tíquete
2003 8,2 não passa de R$ 5
FONTE: SINDICERV
SM
57 Categoria SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
Creme dental
Como Oral-B pretende
ganhar a liderança
A
presença nos supermercados ainda
é pequena. Mas a ambição é gran-
Líder em escova, a de. Os cremes dentais Oral-B foram
apresentados ao varejo brasileiro há
Oral-B quer também apenas seis meses e, ainda assim,
ser a primeira marca somente para lojas com mais de 10
checkouts. Mas a Procter & Gamble,
em creme dental. dona da marca, está convencida de que desbancará a líder
Investimentos e planos da categoria. A Colgate, primeira em vendas, preferiu não se
manifestar ao ser procurada pela reportagem de SM. Vare-
não faltam. Se vai jistas, contudo, aprovam a ousadia. “A líder detém cerca de
conseguir, só o tempo 70% do mercado e a vice-líder, 20%. Precisávamos de um
concorrente forte para não ficar na mão de duas empresas”,
dirá. Por enquanto,
diz Antônio de Souza, gerente de uma das oito lojas do Fu-
os supermercadistas turama. Segundo ele,
agradecem a
concorrência.
JOÃO DE FREITAS
No Walmart, a marca
forma um paredão azul
e já ocupa os melhores
lugares da gôndola
58 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2010
ORAL-B
pela versão Pro-Saúde. O produto levou dez Razzotti conta ainda que a empre-
anos para ser desenvolvido e com- sa incentiva o varejo a destacar o
Oral-B bina elementos antagônicos como benefício conjunto dos diferentes
Pro-Saúde, hexametafosfato de sódio e fluo-
reto estanhoso, responsáveis pelo
itens da marca Pro-Saúde: creme
(versões de 70 g ou 100 g), escova
que eleva tratamento simultâneo de gengivi- antibacteriana e antisséptico (500
te, manchas, cálculos, cáries, placa, ou 250 ml). “É uma oportunidade
o valor da sensibilidade e mau hálito. de educar o consumidor a adqui-
categoria “Como o mercado de creme rir todo o pacote, o que gera lucro
dental entre a classe média é ma- ao autosserviço”, afirma.
duro – não há como elevar o volu- Ao longo deste ano, a P&G in-
me de compra –, o importante é veste em TV e revistas, além da
Display estimula a estimular o consumo de itens pre- abordagem a dentistas. Disponi-
compra de todos os
produtos da marca:
biliza ainda materiais de PDV:
creme, escova dental, displays para venda da solução
fio e fita completa e ainda “promo packs”,
como o de escova com creme Pro-
Saúde gratuito, a fim de acelerar a
experimentação e atingir rapida-
mente o cliente. “Entrar no Brasil
não é brincadeira. Mas estamos
decididos a ser o primeiro em cre-
me dental, como somos em esco-
vas”, afirma Charlie Pierce. A dis-
posição se traduz em investimen-
tos: possivelmente uma fábrica
para produzir os cremes e lança-
mentos a cada seis meses. Se de-
pender da P&G, os supermerca-
JOÃO DE FREITAS
2010
A VOTAÇÃO SERÁ PELO PORTAL SM
É possível escolher aquele que, na sua opinião, melhor representa o profissional de autosserviço.
Veja nas próximas páginas o resumo da história de cada concorrente e eleja aquele que tem mais sangue
de supermercados nas veias!
Se você é um dos participantes, faça campanha junto aos colegas da empresa e aumente as
chances de ser escolhido. Mas lembre-se: só aceitamos votos de funcionários de super e hipermercados.
SÃO 10 CANDIDATOS
Eles tiveram sua trajetória contada na revista entre junho de 2009 e maio de 2010.
Todos os concorrentes serão homenageados e receberão um troféu.
O vencedor ganhará ainda um prêmio especial.
AGOSTO DE 2009
Isis Nunes • encarregada de
SETEMBRO DE 2009 departamento da rede Mart
Cláudio César Muniz • supervisor Plus • Belo Horizonte (MG)
comercial da rede Intercontinental
• São João do Meriti (RJ) Uma das lojas do Mart Plus
não conseguia impulsionar as
Treinamento técnico. Foi com essa iniciativa vendas de vinho, mesmo com
que Cláudio César se destacou entre os ilhas, pontas de gôndola e
profissionais do varejo. Ele passou a ensinar adega. Foi então que a
os processos relacionados com cada função sommelier Isis Nunes passou a
operacional, deixou os funcionários mais esclarecer os clientes sobre
motivados e, com isso, conseguiu aumentar o harmonização de pratos com
lucro no setor de laticínios em 15% em dois tipos de vinho. Com isso,
anos. Mais: reduziu a ruptura em 12%. elevou as vendas em 59% nos
primeiros meses de trabalho.
OUTUBRO DE 2009
José Sarrassini • diretor comercial da rede Savegnago • Sertãozinho (SP)
José Sarrassini marcou mais um ponto em sua carreira ao liderar vários projetos no
Savegnago. Um deles foi o centro de distribuição que hoje recebe hortifrútis direto
de produtores e tem um “pulmão” de 3.500 m² só para itens de alto giro. A empresa
agora pode comprar grandes volumes a preços vantajosos. O projeto do CD inclui
5.000 m² para crossdocking – entrada e saída de produtos no mesmo dia.
DEZEMBRO DE 2009
Caroline Marson • sócia proprietária da rede Colorado • Serra Negra (SP)
JANEIRO DE 2010
Marco Antonio Moura • diretor de operações do Super Lagoa • Fortaleza (CE)
FEVEREIRO DE 2010
Paulo Sérgio Ruscito • sócio proprietário do Supermercado Ruscito • Ibaté (SP)
Em Ibaté, interior de São Paulo, a população reclamava por não contar com boas
churrascarias na região. Com olhos de empreendedor, Paulo Ruscito resolveu equipar a
rotisseria para servir churrasco nos fins de semana e feriados. Não deu outra: nesses dias
as vendas da loja aumentam em até 20%. O sucesso fez com que o investimento
também se voltasse para o açougue. Feitas algumas reformas, as carnes passaram a ser
cortadas na presença do cliente. O faturamento da loja cresceu 10% em 2009.
rotisseria
Beleza é fundamental
Quem tem prato feio que desculpe, mas a
pratos que inspiram confiança aparência dos alimentos influencia as
são atributo sem comparação
de preço com a concorrência compras. Ela forma opinião sobre validade,
sabor e qualidade. Evite falhas e faça os
clientes comerem com os olhos.
P
Por Natalia Guaratto | natalia.guaratto@lund.com.br
ara os consumidores mais atribula-
dos, a rotisseria em supermercados
é uma garantia de praticidade. Afi-
nal, por que cozinhar se existe uma
seção que oferece desde o mais tri-
vial arroz e feijão até assados, mas-
sas e saladas gourmet? Para os va-
rejistas, a rentabilidade é garantida. Uma rotisseria
bem administrada é um serviço ao cliente com valor
agregado, e, como tal, não há um preço estabelecido,
de fácil comparação com a concorrência. Ou seja, se
os alimentos inspirarem confiança, pode-se cobrar
mais, que o cliente paga. Mas nem sempre a qualidade
dos pratos prontos servidos agrada o público. SM fez
uma ronda por alguns supermercados paulistanos e
descobriu que o lucrativo negócio de comida prepara-
da está sofrendo com a falta de cuidados básicos.
Detalhes como correta higienização, erros na ar-
mazenagem e excesso de exposição dos produtos
joão de Freitas
joão de Freitas
da a evitá-los, garantindo qualida-
de e sabor para seus clientes na
medida dos seus lucros.
joão de freitas
famosa salada de maionese e al- “Fazer um cardápio de
guns molhos apresentavam cor mão igual aos de restaurantes é
amarelada ou crostas que mostra- um investimento irrisório que
vam envelhecimento dos pratos. traria maior comodidade”, diz.
Cuidados com limpeza e validade Preços e informações básicas dos
são valorizados por qualquer con- produtos devem ser caprichados.
sumidor. Mostrar descaso com Lembre-se: quem compra na
esses quesitos é um erro fatal. rotisseria dos supermercados não Mais infor m açõ es
quer trabalho. Garanta comodida- ECD Food Service: (11) 3895-3616
FMU: http://www.fmu.br/
como solucionar de e satisfação para seus clientes. SM Hugo Castro Serviços Gastronômicos: (31) 3318-4073
É preciso limpar bem o vidro dos
expositores antes de colocar os
produtos e fazer de tudo para man-
tê-lo brilhando o tempo todo – Evite a zona de perigo
ainda que para isso seja necessário
retirar todos os pratos durante o Micróbios prejudiciais à saúde podem se multiplicar em temperaturas
período em que a rotisseria estiver entre 5°C e 60°C. Reduza riscos conservando os alimentos em temperaturas
em funcionamento. adequadas para cada processo:
“A partir do momento que o
Armazenamento | alimentos in natura
alimento apresenta mudanças na • Na geladeira a temperatura deve ser inferior a 5°C,
textura, cor ou sabor sabe-se que • No freezer não pode estar acima de 15°C negativos (-15°C).
ele não é mais seguro”, afirma San-
dra, da FMU. Para a biomédica, o Manipulação | alimentos no preparo
• Na temperatura adequada, entre 12°C e 18°C, deve-se manipular no máximo por duas horas.
mais indicado é manter um regis-
• Na temperatura ambiente deve-se manipular no máximo por 30 minutos.
tro em planilha de todos os pro-
cessos, como temperatura e tem- Distribuição | alimentos preparados
po de validade dos alimentos. • Em expositores frios ou geladeira, a temperatura deve ficar em 5°C, ou inferior. O
tempo máximo para consumo seguro é de cinco dias. Nessas condições, os alimentos
Dessa forma, é possível mapear
precisam ser embalados com nome do produto, data de preparo e data de validade.
perdas e evitar complicações tan- • Em expositores quentes, a temperatura deve ficar em 60°C ou superior. O tempo
to para os supermercados quanto máximo para consumo seguro é de 6 horas.
para os consumidores da loja.
novos produtos
70 | Supermercado Moderno • julho 2010
Caldo culinário
em formato inédito no Brasil
divulgação
Resultado de cinco anos de pesquisas, o potinho de caldo Knorr foi
preparado para se aproximar do caldo caseiro. A consistência é inédita no
mercado brasileiro e permite rápida dissolução. Com R$ 40 milhões de investimento,
a novidade leva o selo “Minha Escolha”, que identifica alimentos com quantidade controlada de
açúcar, sódio e gorduras. A embalagem com dois potinhos sai por R$ 1,99. Informações: 0800-7070077
o
A fabricante disponibiliza a água
açã
ulg
sanitária e os alvejantes Flores da
div
Primavera e Cloro Ativo Limpa-
Limo. As embalagens de 1 e 2 litros A Danone uniu dois produtos já conhecidos do
contam com lacre de segurança. consumidor em um só. E aposta nos pontos de
Para facilitar a utilização na
divulgação
praticidade na limpeza do promete facilitar o dia a dia das mães, pois não
banheiro. A embalagem vem necessita de aquecimento no preparo. Por enquanto,
com seis discos para serem a estratégia da empresa está
focada na distribuição dos
divulgação
colados em qualquer lugar da
área interna do vaso sanitário. produtos ao varejo. O passo
Eles vão se dissolvendo a seguinte será a realização
cada descarga e duram, em de ações de merchandising
média, sete dias. O produto é acompanhado de um nos pontos de venda. O
aplicador para evitar contato direto com o vaso valor sugerido é de R$ 2,58
e está no mercado em duas fragrâncias: Marine e para embalagem de 200g.
Citrus. O valor de venda sugerido é de R$ 10,49. Informações: 0800-7016966
Informações: 0800-7076789
73 RH Supermercado moderno • julho 2010
comprador
Carreira exige novos papéis
Houve uma época em que o bom profissional de
compras era aquele que negociava grandes
volumes a preço baixo. esse tempo passou.
não que pagar pouco tenha deixado de
ser importante, mas atualmente a lista
inclui controle de perdas, ruptura,
margens. tudo para garantir a
rentabilidade da empresa.
“C
POR QUE SE EXIGE MAIS
omprar bem é a metade da DO COMPRADOR
venda e a garantia do lucro.” A Nicolau André de Miguel, professor de pós-graduação da FGV,
aponta as razões pelas quais o papel do comprador vai além
frase, citada pelo empresário de negociar grandes volumes de produtos a preços baixos, algo
Gilson Grazziotin no primeiro que no passado já foi o grande objetivo da função.
capítulo do livro A arte do va-
rejo – O pulo do gato está na o consumidor está mais exigente, pesquisador
compra (Editora Senac, 416 e direcionado a valorizar seu dinheiro na hora da compra
págs, R$ 80), exemplifica bem a importância da área
comercial em uma empresa de varejo. com o mercado mais competitivo, os fornecedores
passaram a empregar profissionais de vendas mais
Assumir essa responsabilidade é tarefa para com- competentes. Do outro lado da mesa, é preciso gente tão
pradores cada vez mais bem preparados. No entanto, o ou mais capacitada
trabalho deve ser precedido pela correta definição das
estratégias comerciais. “O processo de compras é inde- o varejo evoluiu em seu papel de agregar serviços
à venda e de melhorar o sortimento. Daí a importância
legável. Pode-se delegar a ação, mas não a filosofia e a de não restringir as negociações ao fator preço
estrutura toda; ambas devem estar sob o controle do
proprietário, do gerente-geral ou do diretor. É regra que o uso da tecnologia da informação permite
melhorar as decisões em relação a estoque, preços e logística.
vale para qualquer lojista, independentemente do ta- Cabe ao profissional saber lidar com os novos sistemas
manho da empresa”, avisa no livro o autor, que dirige e extrair o máximo deles
uma rede varejista no Rio Grande do Sul.
74 RH Supermercado Moderno • julho 2010
compradores
para mudanças no mix também comum que pode trazer bons re-
O processo de
compras deve seguir
entram em pauta. Segundo Maga-
a filosofia do lhães, as decisões devem ser regis-
negócio, diz livro do tradas por escrito, para evitar dúvi-
O comprador deve
empresário Gilson
Grazziotin das ou desencontros de informação. se especializar em
suas linhas de produto
novas exigências para negociar à altura
Envolvimento com o lucro com vendedores
“Oportunidade Feito o planejamento, a responsa- da indústria
bilidade pela execução é do com-
para comprar a prador. Por isso, a função exige sultados, desde que o perfil dos es-
preço baixo alguns requisitos importantes,
como curso superior, boa capaci-
colhidos esteja de acordo com os
objetivos traçados. Segundo Nico-
aparece todo dia, dade de comunicação, conheci- lau André de Miguel, professor da
mento dos sistemas automatiza- FGV, o importante é oferecer trei-
mas estoque em dos de gestão, entre outros. namento técnico sobre as estraté-
excesso custa Ao longo dos anos, a lista de
requisitos cresceu. Se antes acre-
gias de compras e de negociação.
É o que faz a rede Serve Todos,
caro e falta ditava-se que bastava ao compra- com seis lojas no interior paulista.
dor negociar grandes volumes por As compras são centralizadas e re-
espaço na loja” preço baixo, hoje sabe-se que ele alizadas por três profissionais com
exerce papel fundamental na ren- bastante tempo de casa. Eles tra-
erlon ortega
diretor comercial da rede
tabilidade e controle de perdas balharam em áreas como reposi-
serve todos por itens vencidos ou encalhados. ção, operação de caixa e recebi-
Por essa razão, os compradores mento dos produtos pelos quais
precisam manter-se tão prepara- são responsáveis atualmente.
76 RH Supermercado moderno • julho 2010
compradoreS
Para Erlon Ortega, diretor co- menos não de forma tão clara.
mercial do Serve Todos, um dos “No escritório pode-se comprar
pontos que definem a competência um catchup hoje e outro amanhã.
do comprador é a capacidade de Mas é só na visita à loja que se
Em visitas às equilibrar a quantidade pedida de nota a quantidade exagerada de
verifica se o zenamento é pequeno”, lembra. Ortega conta que outro erro obser-
Para não perder esse equilí- vado mais claramente nas visitas é
fornecedor está brio, a equipe de compras visita as a compra de grande volume de
lojas uma vez por semana. A ideia uma marca nos períodos em que a
cumprindo o que é verificar, por exemplo, se pontos concorrente está com preço pro-
definidos na negociação estão mocional na mesma categoria.
foi negociado sendo cumpridos pelo fornece- Como resultado, o produto pode
dor, como presença de promoto- encalhar e até vencer, o que mostra
res nas filiais. a responsabilidade da equipe de
Também é possível notar que o compras também no controle de
sistema não mostra tudo, pelo perdas. Especialista no assunto,
Cecília Leote recomendou, em
evento promovido por SM, que os
PA P EL DO COMPRADOR NO GERENCIAMENTO POR CATEGORIAS
compradores tenham entre suas
no processo de gerenciamento metas controle de perdas e de rup-
divulgação
cenas do varejo
foto: arquivo
Em uma das 12 lojas da rede
mineira Super Nosso, quase
todos os corredores trazem
pontos extras com
expositores que se projetam
para fora da gôndola. A rede
busca aumentar sua
lucratividade, reservando
esse espaço nobre para os
produtos de maior valor
agregado, como azeites,
biscoitos integrais e óleos
especiais.