Sunteți pe pagina 1din 37

Livro Eletrônico

Aula 00

Direito Urbano p/ PGM-POA


Professores: Herbert Almeida, Leticia Cabral

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0

AULA 0: Normas Constitucionais de Política Urbana

Sumário

NORMAS CONSTITUCIONAIS DE POLÍTICA URBANA......................................................................................... 6


NORMAS GERAIS .............................................................................................................................................. 6
FUNDAMENTOS E QUADRO NORMATIVO CONSTITUCIONAL .......................................................................................... 6
COMPETÊNCIA ............................................................................................................................................... 10
POLÍTICA URBANA .......................................................................................................................................... 16
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA............................................................................................................... 30
GABARITO...................................................................................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................. 35
0

Olá concurseiros e concurseiras.


É com muita satisfação que estamos lançando o curso de Direito
Urbanístico (Procurador Municipal – Município de Porto Alegre).
No nosso curso, serão abordadas questões de diversas bancas de
concurso, considerando a escassez de questões da organizadora do
concurso, a Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e
Ciências – FUNDATEC.
De imediato, vejamos as características deste material:
 esse curso cobre todo o edital de Direito Urbanístico, com
exceção dos itens 5.1; 8.4 e 8.5 (artigos 46 a 68 da Lei
11.977/09), devendo ser feita a leitura avulsa dessas normas,
para o perfeito entendimento dos alunos;
 os itens do edital abrangidos pelo curso serão abordados de
forma completa, sem perda da objetividade;
 grande quantidade de questões comentadas;
 referências atualizadas, com ampla pesquisa na doutrina e
jurisprudência recente;
 contato direto com o professor através do fórum de dúvidas.
Para o bom andamento do curso, desenvolveremos o trabalho a
quatro mãos! Isso mesmo, serão dois professores: Herbert Almeida e
Alfredo Alcure Neto.
Vamos às apresentações:

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Prof. HERBERT ALMEIDA:
Caso ainda não me conheçam, meu nome é Herbert Almeida, sou
Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito
Santo, aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo. Além disso,
obtive o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º
Região/2011. Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu
através das Forças Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exército
Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor Financeiro,
Pregoeiro, Responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e
Chefe de Seção. Sou professor de Direito Administrativo e Administração
Geral e Pública aqui no Estratégia Concursos.
Agora, com vocês, o Prof. Alfredo Alcure Neto:
Olá pessoal! Meu nome é Alfredo Alcure. Sou capixaba, Auditor de
Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo e
professor de Direito Administrativo.
Iniciei minha trajetória profissional em 2006 com atuação em
escritório de advocacia, até 2009. De 2010 a 2013 ocupei o cargo de
Procurador Municipal de Guarapari/ES, exercendo a função de Procurador
Geral do Município no ano de 2011.
No TCE-ES, assumi o cargo de Auditor de Controle Externo em 2013,
após a provação em 2º lugar no concurso. Atualmente, no TCE, atuo
como instrutor da Escola de Contas e coordenador da Secretaria de
Controle Externo, voltada para fiscalização de Municípios. Espero poder
contribuir com a minha experiência para facilitar o caminho da sua
aprovação.
******
É isso aí pessoal, esperamos que, com essa parceria, possamos
encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Então, de agora em
diante, vamos firmar uma parceria que levará você à aprovação no
concurso público para Procurador Municipal do município de Porto Alegre.
Falando sobre o nosso curso, vamos analisar o conteúdo para a
disciplina constante no edital do concurso:

DIREITO URBANÍSTICO: 1. A função social da propriedade urbana. 1.1


A Constituição de 1988 e o princípio jurídico da função social da
propriedade e da cidade. 1.2 A função social da propriedade no Estatuto
da Cidade. 1.3 O direito à ordem urbanística no Estatuto da Cidade. 1.4

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
As diretrizes da política urbana no Estatuto da Cidade. 2. Política Urbana.
2.1 Competências Municipais. Art. 182 da Constituição Federal. 2.2 Os
planos diretores e a função social da propriedade urbana na Constituição
de 1988. 2.3 O Estatuto da Cidade (Lei Federal Nº10.257/01). 3. Uso do
Solo Urbano. 3.1 A Lei do Parcelamento do Solo Urbano (Leis Federais
6766/79 e 9785/99 e alterações). 3.2 A utilização compulsória do solo
urbano. 3.3 Do parcelamento, da edificação e da utilização compulsória
no Estatuto da cidade. 3.4 O IPTU progressivo no tempo. 3.5 A
desapropriação com pagamento de títulos. 3.6 O zoneamento. 3.7 As
áreas não edificáveis. 4. Instrumentos da política urbana no Estatuto da
Cidade. 4.1 O Direito de Superfície. 4.2 O Direito de Preempção. 4.3 A
outorga onerosa do direito de construir. 4.4 As operações urbanas
consorciadas. 4.5 A transferência do Direito de Construir. 4.6
Desapropriação Urbanística. 5. Os Planos Diretores como Instrumento da
Política Urbana. 5.1 O Plano Diretor de Porto Alegre – Lei Municipal Nº
434/99 e alterações posteriores. 6. Estudo de Impacto de Vizinhança. 7.
A Gestão Democrática da Cidade. 8. A regularização fundiária. 8.1 A
usucapião especial de imóvel urbano. 8.2 A usucapião especial coletiva de
imóvel urbano. 8.3 A concessão especial para fins de moradia. 8.4 A
regularização de loteamentos clandestinos e irregulares. O Provimento
More Legal da Corregedoria de Justiça do Rio Grande do Sul. 8.5 Lei
11.977/09 – Minha Casa, Minha Vida. (Conceito de regularização
fundiária, legitimação da posse e demarcação urbanística).

Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estará estruturado


em três aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras duas, vejamos o
cronograma:

AULA CONTEÚDO DATA

A função social da propriedade urbana. A Constituição de 1988 e o


princípio jurídico da função social da propriedade e da cidade. Política
Aula 0 Urbana. Competências Municipais. Art. 182 da Constituição Federal. 06/07
Os planos diretores e a função social da propriedade urbana na
Constituição de 1988.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Estatuto da cidade: Lei 10.257/2001. A função social da propriedade
no Estatuto da Cidade. O direito à ordem urbanística no Estatuto da
Cidade. As diretrizes da política urbana no Estatuto da Cidade. A
utilização compulsória do solo urbano. Do parcelamento, da
edificação e da utilização compulsória no Estatuto da cidade. O IPTU
progressivo no tempo. A desapropriação com pagamento de títulos.
O zoneamento. Instrumentos da política urbana no Estatuto da
Aula 1 11/07
Cidade. O Direito de Superfície. O Direito de Preempção. A outorga
onerosa do direito de construir. As operações urbanas consorciadas.
A transferência do Direito de Construir. Desapropriação Urbanística.
Estudo de Impacto de Vizinhança. A Gestão Democrática da Cidade. A
regularização fundiária. A usucapião especial de imóvel urbano. A
usucapião especial coletiva de imóvel urbano. A concessão especial
para fins de moradia

A Lei do Parcelamento do Solo Urbano (Leis Federais 6766/79 e


Aula 2 15/07
9785/99 e alterações). Uso do Solo Urbano. As áreas não edificáveis.

Vamos fazer uma observação importante!

Como vocês podem observar, o edital está dividido de uma maneira


bem confusa, mas é para isso que estamos aqui: para facilitar o caminho
da aprovação de vocês.

Dividimos o curso de uma maneira mais organizada para o seu


aprendizado, iniciando pelos conceitos urbanísticos na Constituição
Federal; depois passamos para o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01) e,
por fim, para a lei do Parcelamento do solo urbano (Leis 6.766/79 e
9.785/99).

Ao longo da aula, vamos colocar questões de múltipla escolha e


verdadeiro ou falso de diversas bancas, com o fim de abordar todos os
aspectos que podem ser exigidos no dia da sua prova, o que facilita a
contextualização com os assuntos intermediários da aula (enquanto o
assunto ainda está “fresco na cabeça”). Infelizmente, existem poucas
questões da FUNDATEC, sem contar que a nossa disciplina já é “rara” em
concursos. Assim, dificilmente poderemos contar com questões dessa
banca, mas vamos nos esforçar para trazer o máximo de exercícios para
você.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Atenção! Este curso é completo em pdf e não teremos a utilização de
videoaulas, dada a especificidade do tema.
Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao
nosso curso.

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os


professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-)

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE POLÍTICA URBANA

Normas gerais

Há muitos anos se discute o papel do Estado na sociedade e até que


ponto é válida a sua atuação. Com a ascensão das correntes liberais,
passou-se a respeitar a propriedade privada, preservando-se os direitos
individuais do cidadão.
Todavia, as correntes liberais e o capitalismo geraram efeitos
perversos na sociedade, com acentuada desigualdade social e
concentração de renda. Surge, então, o Estado do Bem Estar Social, que
passou a dar especial atenção ao bem estar da coletividade, fornecendo
os mínimos direitos sociais do cidadão.
Assim, a intervenção do Estado na propriedade privada passou a ser
uma forma legítima de condicionar ou limitar direitos em benefício da
sociedade.
Na Constituição Federal de 1988, o patrimônio privado continuou
sendo preservado, no entanto com um sentido social. Assim, surge o
princípio da função social da propriedade, criando restrições no uso da
propriedade. Com isso, tornam-se legítimas determinações de não fazer
ou, até mesmo, de fazer, conforme bem determina o art. 182, §2º, que
exige o adequado aproveitamento do solo urbano.
Entretanto, o Estado deve impor restrições sobre o particular apenas
quando o interesse da coletividade se imponha ao do particular,
observando sempre os direitos individuais e, principalmente, balizando-se
pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Dessa forma, vamos estudar, nesta aula, a base constitucional sobre
a política urbana, dando especial destaque à proteção e utilização da
propriedade urbana.

Fundamentos e quadro normativo Constitucional

A Constituição Federal de 1988, como regra geral, assegura o


direito de propriedade, que deverá atender à função social, nos
termos dos arts. 5º, incisos XXII e XXIII, 182, §2º e 1861.

1
Art. 5º. [...]:
XXII - é garantido o direito de propriedade;

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Inicialmente, iremos abordar o art. 5º, deixando a análise do art. 182
para o próximo tópico desta aula. Contudo, não abordaremos o art. 186
(Da política agrícola e fundiária e da reforma agrária), pois não está
contemplado no nosso edital.
Nesse contexto, o direito de propriedade está disciplinado no artigo
5º, incisos XXII e XXIII, da Constituição da República, dispondo que:
a) é garantido o direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII);
b) a propriedade atenderá a sua função social (CF, art. 5º, XXIII).

Esse direito não é absoluto, visto que a


propriedade poderá2:

a) ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública e, desde que esteja


cumprindo a sua função social, será paga justa e prévia indenização em dinheiro (art.
5º, XXIV,CF);
b) por outro lado, caso a propriedade não esteja atendendo a sua função social,
desapropriação-sanção
b.1) pelo Município, com pagamentos em títulos da dívida pública (art. 182,
§4º, III,CF); ou
b.2) pela União Federal, com títulos da dívida agrária, para fins de reforma
agrária (CF, art. 184), não abrangendo a pequena e média propriedade rural,
assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra, e a
propriedade produtiva (art. 185, I e II).

Conforme o professor Pedro Lenza3, no tocante à propriedade


urbana, a desapropriação-sanção é a última medida, já que, primeiro,
procede-se ao parcelamento ou edificação compulsória e, em seguida, à

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;


Art. 182. [...]: § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
2
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014. fl. 1096.
3
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014. fl. 1097.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
imposição de IPTU progressivo no tempo, para, só então, passar-se à
desapropriação-sanção. Todos esses institutos serão explicados, com mais
detalhes, no decorrer da nossa aula.
Com relação à função social e ao direito de propriedade, entende-se
que este não é absoluto, pois está relativizado pela função social (MS
25.284 - STF).
Dessa forma, o direito de propriedade não se reveste de caráter
absoluto, eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que,
descumprida a função social que lhe é inerente (art. 5º, XXIII, CF),
legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera dominial privada,
observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e os
procedimentos fixados na própria CF. O acesso à terra, a solução dos
conflitos sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural, a
utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do
meio ambiente constituem elementos de realização da função social da
propriedade.
O professor José Afonso da Silva4 enumera cinco princípios
informadores do Direito Urbanístico, todos com base na lição de
Carceller Fernández, com exceção do último princípio (coesão dinâmica):

Princípios informadores do Direito Urbanístico

PRINCÍPIOS DESCRIÇÃO
É uma função pública, que fornece ao direito urbanístico sua
característica de instrumento normativo pelo qual o Poder
Urbanificação Público atua no meio social e no domínio privado, para ordenar a
realidade no interesse coletivo, sem prejuízo do princípio da
legalidade.
Conformação da Conformação da propriedade urbana pelas normas de ordenação
propriedade urbanística conexo, aliás, com o anterior.
urbana
Afetação das Segundo o qual os proprietários dos terrenos devem satisfazer os
mais-valias ao gastos da urbanificação, dentro dos limites do benefício dela
custo da decorrente para eles, como compensação pela melhoria das
urbanificação condições de edificabilidade que dela deriva para seus lotes.
Justa Justa distribuição dos benefícios e ônus derivados da atuação

4
SILVA, José Afonso, Direito Urbanístico Brasileiro, 6º edição. São Paulo: Malheiros. 2010. fl. 44/45.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
distribuição urbanística.
Coesão dinâmica Coesão dinâmica das normas urbanísticas, cuja eficácia assenta
basicamente em conjuntos normativos (procedimentos), antes
que em normas isoladas.

O princípio da coesão dinâmica, abordado no quadro acima, é


previsto por José Afonso da Silva, sem influência de Férnandez.
Vamos praticar um pouco sobre os temas abordados nesse início de
aula.

1. (FUMARC – Procurador Municipal/Prefeitura de Nova Lima – MG/2011)


Quando se trata de princípios informadores do direito urbanístico, Silva (2006) cita
Fernández. Dentre os princípios mencionados por este autor, NÃO CONSTA o:
a) princípio de que o urbanismo é uma função pública.
b) princípio da conformação da propriedade urbana.
c) princípio da coesão dinâmica.
d) princípio da justa distribuição os benefícios e ônus derivados da atuação
urbanística.
Comentário: José Afonso da Silva, em seu livro "Direito Urbanístico
Brasileiro", lista alguns princípios informadores da matéria, baseado na lição
de Carceller Fernández. São eles:
- princípio de que a urbanificação é uma função pública;
- princípio da conformação da propriedade urbana;
- princípio da afetação das mais-valias ao custo da urbanificação;
- princípio da justa distribuição dos benefícios e ônus derivados da
atuação urbanística;
- princípio da coesão dinâmica.
Neste último princípio (coesão dinâmica), porém, Silva faz um adendo,
informando que esse princípio não é citado por Fernández.
Assim, os princípios trazidos pelas alternativas A, B e D estão listados como
princípios do direito urbanístico pelos dois autores. Já o Princípio da coesão
dinâmica é previsto por José Afonso da Silva, sem a influência de
Férnandez, razão pela qual o gabarito é a letra “c”.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Gabarito: alternativa C.

2. (CAIP-IMES- DAE de São Caetano do Sul – SP/ Procurador/2015) O artigo


5º, garante, nos incisos XXII e XXIII da Constituição Federal, o direito à
propriedade e, ato contínuo, determina que ela atenderá a(ao):
a) função ambiental.
b) zoneamento urbano.
c) função social.
d) necessidade do município.
Comentário: a questão nos pede o conhecimento do texto literal da
Constituição federal, que, no art. 5º, inciso XXIII, prevê que “a propriedade
atenderá a sua função social”.
Gabarito: alternativa C.

Competência

Entre os entes federativos (União, estados, DF e municípios), a


competência está dividida na Constituição Federal em competência
legislativa e não legislativa.
A competência não legislativa5, como o próprio nome ajuda a
compreender, determina um campo de atuação administrativa ou
material, pois não se trata de atividade legislativa. Regulamenta o campo
do exercício das funções governamentais, podendo ser tanto exclusiva da
União (marcada pela particularidade da indelegabilidade) como comum
(também chamada de cumulativa, administrativa ou paralela) aos entes
federativos, sendo dividida da seguinte forma:
a) exclusiva da União: art. 21 da CF/88;
b) comum aos entes federativos (U, E, DF e M): art. 23 da CF/88. Leis
complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Já a competência legislativa6, como a terminologia indica, trata de
competências constitucionalmente definidas, para elaboração das leis.
Elas foram assim definidas:

5
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014. fl. 483.
6
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014. fl. 484.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
a) privativa da União: art. 22 da CF/88. Nesse caso, lei complementar
poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas nesta modalidade de competência.
b) concorrente da União, Estados e Distrito Federal: art. 24 da CF/88.
Em relação à competência concorrente para legislar, a competência
da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais, o que não exclui a
competência suplementar dos Estados. Com efeito, inexistindo lei
federal sobre normas gerais, os estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Contudo, com a
superveniência de lei federal sobre normas gerais, suspende-se a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Além dessas competências previstas entre os artigos 21 a 24 da CF,
podemos destacar as competências previstas para os Estados (art. 25),
Distrito Federal (art. 32) e Municípios (art. 30).
Feita essa breve introdução sobre competências constitucionais,
tema que deve ser aprofundado nos cursos de Direito Constitucional, o
que nos interessa aqui é com relação à competência na matéria
Direito Urbanístico.
Nesse contexto, podemos resumir da seguinte forma:

Competência constitucional sobre direito


urbanístico
COMPETÊNCIA DESCRIÇÃO
Exclusiva (da Art. 21. Compete à União:
União não XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
legislativa) habitação, saneamento básico e transportes urbanos;

Concorrente Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
(U, E e DF - concorrentemente sobre:
legislativa) I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta Constituição.

Estado § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 30. Compete aos Municípios:
Município
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;

Conforme se observa acima, compete exclusivamente à União, em


sede administrativa (não legislativa), instituir diretrizes para o
desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos.
Compete concorrentemente à União, Estados e ao Distrito
Federal legislar sobre direito urbanístico.
Com relação aos Estados, poderão eles, por lei complementar,
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes,
para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.
Especificamente, quanto aos Municípios, ente federativo que
devemos ficar mais atentos, compete promover, no que couber, o
adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
Destaca-se que, de acordo com o STF, “a competência municipal,
para promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano, por relacionar-se com o direito urbanístico, está
sujeita a normas federais e estaduais (CF, art. 24, I)” (ADI 478- rel. min.
Carlos Velloso, julgamento em 9-12-1996, Plenário, DJ de 28-2-1997).

3. (Cespe – Prefeitura de Salvador – BA/ Procurador Municipal/2015 –


alterada) Com relação ao regime constitucional de uso e ocupação do solo,
assinale a certo ou errado: A competência para legislar sobre direito urbanístico é
da União, dos Estados e do DF.
Comentário: de acordo com o art. 24 da CF, é competência concorrente da
União, dos estados e do DF para legislar sobre direito urbanístico, senão
vejamos: “compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre: direito tributário, financeiro, penitenciário,
econômico e urbanístico”.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Gabarito: correto.

4. (Cespe – Semad/Aracaju/Procurador Municipal/2008) Somente o Distrito


Federal (DF) e os territórios podem editar normas gerais de direito urbanístico, na
ausência de lei federal que vise capacitar os municípios (no caso dos territórios) e
as regiões administrativas (em se tratando do DF) para a execução da política
urbana municipal. Essas normas terão sua eficácia suspensa se estiverem em
desacordo com as normas gerais estabelecidas pela União por meio da lei federal
de desenvolvimento urbano.
Comentário: a redação da questão é bem confusa. Ela estabelece que, na
ausência de lei federal que vise a capacitar os municípios e as regiões
administrativas, caberia ao DF e aos territórios editar normas gerais. A
questão já está errada pelo fato de os territórios não disporem de
competência legislativa, uma vez que não são dotados de autonomia política.
Além disso, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre urbanístico (CF, art. 24, I). Nesse caso, caberia à
União a disposição de normas gerais, enquanto os estados e o DF poderiam
editar normas suplementares. Com efeito, inexistindo lei federal sobre
normas gerais, os Estados (incluindo o DF) exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Por fim, no caso de
superveniência de lei federal sobre normas gerais, suspender-se-á a eficácia
da lei estadual, no que lhe for contrário (art. 24, §§ 1º ao 4º).
Gabarito: errado.

5. (FCC – TCM-GO/Procurador/2015 – alterada) Considere verdadeiro ou falso:


A competência municipal para promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano, por relacionar-se com o direito urbanístico, está sujeita
a normas federais e estaduais.
Comentário: de acordo com o STF, “a competência municipal, para
promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano, por relacionar-se com o direito urbanístico, está sujeita a normas
federais e estaduais (CF, art. 24, I)”. (ADI 478- rel. min. Carlos Velloso,
julgamento em 9-12-1996, Plenário, DJ de 28-2-1997.) Assim prevê o art. 24, I
da CF que “compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre: direito tributário, financeiro, penitenciário,
econômico e urbanístico”.
Por outro lado, compete aos Municípios “promover, no que couber,
adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso,

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
do parcelamento e da ocupação do solo urbano” (CF, art. 30, VIII). É essa
competência municipal que está sujeita à legislação federal e estadual sobre
o tema.
Gabarito: correto.

6. (MPE/MT – Promotor de Justiça/MPE-MT/2012) Quanto à discriminação


constitucional das competências urbanísticas, a Constituição Federal de 1988:
a) elenca como competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios a defesa permanente contra calamidades públicas, especialmente
as secas e as inundações.
b) atribui competência privativa à União para instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por Municípios limítrofes, para
o planejamento, a organização e a execução de funções públicas de interesse
comum.
c) atribui competência privativa à União para legislar sobre responsabilidade por
dano a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
d) estabelece como competência privativa dos Estados e do Distrito Federal a
criação, organização ou supressão de distritos.
e) fixa a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios para promover a construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico.
Comentário:
a) o art. 21 da CF, que trata da competência administrativa da União, diz em
seu inciso XVIII que compete à União “planejar e promover a defesa
permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações” – ERRADA;
b) essa competência é dos Estados, nos termos do §3º do art. 25 da CF: “os
Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição. [...] § 3º Os Estados poderão,
mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum” – ERRADA;
c) conforme previsão do art. 24, VIII da CF, “compete à União, aos Estados e
ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre responsabilidade por
dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico” – ERRADA;
d) a competência citada na afirmativa é dos Municípios, nos termos do art.
30, IV da CF/88, vejamos: “compete aos Municípios: criar, organizar e

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
suprimir distritos, observada a legislação estadual” – ERRADA;
e) nos exatos termos do art. 23, IX da CF, que diz que “é competência
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico” – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

7. (Fundação Sousândrade – AGEHAB/Advogado/2010) Nos termos da


Constituição Federal, para legislar sobre direito urbanístico, a competência é:
a) privativa da União.
b) privativa do Município.
c) concorrente.
d) privativa do Estado.
e) exclusiva da União.
Comentário: compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre direito urbanístico (CF, art. 24, I).
Gabarito: alternativa C.

8. (FCC – Prefeitura de Cuiabá – MT/Procurador Municipal/2014) Segundo a


Constituição Federal, compete ao Município:
a) planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações.
b) promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
c) instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos.
d) estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa.
e) permitir que forças estrangeiras transitem por seu território ou nele permaneçam
temporariamente.
Comentário: as alternativas ‘A’, ‘C’, ‘D’ e ‘E’ trazem algumas competências
administrativas da União, previstas no art. 21, incisos: XVIII, que diz que
compete à União planejar e promover a defesa permanente contra as
calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XX,
segundo o qual compete à União instituir diretrizes para o desenvolvimento
urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos e
XXV, que atribui à União a competência para estabelecer as áreas e as
condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma
associativa. Logo, essas afirmativas estão incorretas.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Na letra ‘B’, notamos que essa realmente é uma das competências atribuídas
aos Municípios, prevista no art. 30, VIII da CF, que prevê que “compete aos
Municípios promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
do solo urbano”. Por isso, a letra B está correta.
Gabarito: alternativa B.

Política Urbana

Neste tópico, vamos abordar a matéria sob o prisma constitucional e,


nas próximas aulas, quando tratarmos das Leis 6.766/79 (Lei do
Parcelamento do Solo Urbano) e 10.257/01 (Estatuto da Cidade), vamos
aprofundar os conceitos de: parcelamento, edificação ou utilização
compulsória; IPTU progressivo; desapropriação com pagamento de
títulos, usucapião especial de imóvel urbano e plano diretor.
Consoante o art. 182 da Constituição Federal, a política de
desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo:
a) ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, e
b) garantir o bem-estar de seus habitantes.
Além disso, vimos acima que o art. 5º, XXIII, dispõe que a
propriedade deverá atender à sua função social. Nessa linha, a
propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor (art. 182, §2 CF/88).
Vale dizer, o direito de propriedade não é absoluto, uma vez que é
necessário que a propriedade não seja totalmente improdutiva. Daí o
motivo de o plano diretor estipular qual a função da propriedade urbana.7
Por exemplo, o plano diretor poderá estipular que uma propriedade
urbana, localizada em determinado setor do município, deverá atender a
um coeficiente mínimo de utilização. Se a propriedade não atender a esse
coeficiente, poderão ser impostas algumas obrigações, chegando, no
extremo, à desapropriação do imóvel.

7
A função social da propriedade rural será cumprida quando, simultaneamente, segundo critérios e graus de
exigência estabelecidos em lei, forem atendidos seguintes requisitos (CF, art. 186): I - aproveitamento racional
e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III -
observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar
dos proprietários e dos trabalhadores.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Com efeito, as desapropriações de imóveis urbanos (art. 182, § 3º
CF/88) serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro
(Dica: prévia e justa indenização em dinheiro – logo, desapropriar imóvel
PreJuDica os cofres públicos).
Vamos, agora, entender alguns dos conceitos apresentados nesta
aula, lembrando que muitos deles serão aprofundados em nossas aulas
de legislação. Neste momento, o nosso objetivo é compreender as
questões decorrentes da base constitucional sobre o tema.

Plano Diretor

O plano diretor visa a organizar os espaços habitáveis 8. Para isso,


vai dizer de forma concreta qual é a função social do imóvel urbano,
potencializando as funções da cidade.
Conforme já vimos acima, o plano diretor poderá, entre outras
medidas, estipular um coeficiente de utilização do solo urbano, de tal
forma a avaliar se a propriedade está sendo adequadamente utilizada ou
não. Caso a propriedade não esteja sendo utilizada adequadamente,
poderá ser determinado ao proprietário que dê o seu adequado
aproveitamento, sob pena de sofrer determinadas limitações/sanções.
Ademais, o plano diretor deverá ser aprovado pela Câmara
Municipal, sendo obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte
mil) habitantes, constituindo o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana (art. 182, §1º, CF).
Por ser a ferramenta principal do planejamento urbanístico municipal,
o plano diretor apresentará aspectos físicos, econômicos, sociais e
administrativos9. É um instrumento norteador das ações urbanísticas
municipais – e não um projeto de obras –, e, por isso mesmo, não deve
apresentar plantas nem memoriais descritivos.

Desapropriação

A Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro estabelece que a


desapropriação “é o procedimento administrativo pelo qual o Poder
Público ou seus delegados, mediante prévia declaração de necessidade
pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário a

8
CARDOSO, Fernanda Lousada. Direito Urbanístico. 6ª Edição. Bahia: Jus Podivm, 2015. fl. 187.
9
CARDOSO, Fernanda Lousada. Direito Urbanístico. 6ª Edição. Bahia: Jus Podivm, 2015. fl. 187.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa
indenização”.10
De forma mais aprofundada, Hely Lopes Meirelles define a
desapropriação ou expropriação como “a transferência compulsória
da propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior
para a superior) para o Poder Público ou seus delegados, por
utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por interesse social,
mediante prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV), salvo
as exceções constitucionais de pagamento em títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovado pelo Senado Federal, no caso de área
urbana não edificada, subtilizada ou não utilizada (CF, art. 182, §4º, III),
e de pagamento em títulos da dívida agrária, no caso de Reforma Agrária,
==0==

por interesse social (CF, art. 184)”.


Nesse contexto, a desapropriação é a mais severa das formas de
intervenção na propriedade privada, uma vez que representa a retirada
da propriedade do particular. Com efeito, as demais formas de
intervenção são apenas restritivas, pois impõem apenas restrições ou
condicionamentos no uso da propriedade. Por outro lado, a
desapropriação é uma forma de intervenção supressiva, justamente por
suprimir o direito de propriedade do terceiro.
Conforme a professora Di Pietro11, a Constituição Federal indica como
pressuposto da desapropriação a necessidade pública, a utilidade pública
e o interesse social.
Doutrinariamente, costuma-se distinguir essas três hipóteses da
seguinte maneira:
1. existe necessidade pública quando a Administração está diante de
um problema inadiável e premente, isto é, que não pode ser
removido, nem procrastinado, e para cuja solução é indispensável
incorporar, no domínio do Estado, o bem particular;
2. há utilidade pública quando a utilização da propriedade é
conveniente e vantajosa ao interesse coletivo, mas não constitui um
imperativo removível;
3. ocorre interesse social quando o Estado esteja diante dos
chamados interesses sociais, isto é, daqueles diretamente atinentes
às camadas mais pobres da população e à massa do povo em geral,

10
Di Pietro, 2014, p. 166.
11
Di Pietro, 2014, p. 176/177.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
Teoria e exercícios comentados
0

Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0


concernentes à melhoria nas condições de vida, à mais equitativa
distribuição de riqueza, à atenuação das desigualdades em
sociedade.
No âmbito da legislação ordinária, não se menciona as hipóteses de
desapropriação por necessidade pública, se limitando apenas às de
utilidade pública e interesse social.
Ademais, a desapropriação por utilidade pública fundamenta-se no
art. 5º, XXIV, da Constituição, e ocorre no caso do art. 5º do Decreto-Lei
3.365/41.12
Por outro lado, a desapropriação por interesse social se distingue em
três hipóteses:
0
a) art. 5º, inciso XXIV e 182, §3º da CF, disciplinado pela Lei 4.132/62
– a forma de indenização será feita com prévia e justa indenização
em dinheiro;
b) art. 182, §4º, III, da CF, que trata da função social da propriedade
urbana, com conteúdo disciplinado pelo Estatuto da Cidade,
especialmente no art. 8º (desapropriação sanção) – a forma de
indenização será feita mediante pagamento mediante títulos da
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado
Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os
juros legais;
c) art. 184, para fins de reforma agrária, disciplinado pela Lei
Complementar 76/93 – a forma de indenização será feita mediante
prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, cuja utilização será definida
em lei.
O que nos interessa, inicialmente, para fins de Direito Urbanístico
previsto no edital, são as hipóteses das letras “a” e “b” acima.
Observem que o art. 182 da CF/88 estabelece duas espécies de
desapropriações a serem realizadas pelos Municípios:

12
Di Pietro, 2014, p. 176/177

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0

Art. 183, § 3º Art. 183, § 4º

Função social ordinária Função social - sanção

Desapropriação com
pagamento mediante títulos
da dívida pública de emissão
As desapropriações de previamente aprovada pelo
imóveis urbanos serão feitas Senado Federal, com prazo
com prévia e justa de resgate de até dez anos,
indenização em dinheiro. em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e
os juros legais

A desapropriação sanção (art. 182, §4º, inciso III, da CF/88) é uma


modalidade de aquisição compulsória de propriedade que difere das
demais modalidade de desapropriação, pois o poder público não vê no
imóvel interesse social ou utilidade pública.
Na desapropriação sanção, a competência é exclusiva dos Municípios,
pois recai sobre imóveis urbanos que desatendem à sua função social. A
natureza sancionatória se destaca pelo fato de a indenização ser em
títulos da dívida pública – e não em dinheiro –, de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até
dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.
Já a desapropriação prevista no art. 182, §3º, não tem caráter
sancionatório: a indenização é prévia, justa e em dinheiro (PreJuDica).

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0

ESPÉCIES MOTIVAÇÃO AVALIAÇÃO FORMA DE PAGAMENTO


Desapropriação Interesse social ou Justo valor Prévio e em dinheiro
ordinária utilidade pública
Desapropriação- Descumprimento de Valor Real Títulos da dívida pública,
Sanção ônus urbanístico com prazo de resgate de
até 10 anos

IPTU progressivo

A cobrança de IPTU progressivo no tempo é a segunda medida


adotada pelo Município, conforme o art. 182, §4º, da CF/88, com o
objetivo de forçar o uso adequado do solo urbano.
Não havendo sucesso na ordem de parcelamento ou edificação
compulsória (primeira medida prevista no art. 182, §4º, da CF/88), o
município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da
alíquota pelo prazo máximo de cinco anos consecutivos.
Destaca-se aqui a Súmula 668 do STF, que prevê ser inconstitucional
a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional
29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
Dessa forma, a legislação anterior à vigência da EC nº 29/2000
(vigente a partir de 14/09/2000) que tenha previsto alíquotas
progressivas para o IPTU é inconstitucional, salvo se era destinada a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
Além disso, é inconstitucional a fixação de adicional progressivo do
imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do
contribuinte (Súmula 589/STF).
Este tema será mais aprofundado na aula sobre a Lei 10.257/2001,
mas por ora vamos fixar que o IPTU progressivo, junto com o
parcelamento ou edificação compulsória e a desapropriação sanção (art.
182, §4º), compõem os instrumentos previstos na Constituição Federal
(art. 182, §4º CF/88) para que o Município promova o adequado
aproveitamento do solo urbano subutilizado ou não utilizado de modo
adequado.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0

9. (FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador Municipal/2016) Segundo a


Constituição Federal, o objetivo da política urbana é:
a) equilibrar o crescimento urbano frente às áreas rurais.
b) fazer com que as propriedades cumpram sua função social.
c) ordenar o crescimento da cidade.
d) garantir o bem estar dos habitantes das cidades.
e) exercer o poder de polícia sobre as construções
Comentário: por expressa previsão do art. 182 da CF, “a política de
desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de
seus habitantes”.
Gabarito: alternativa D.

10. (FCC/MPE-PE/Promotor de Justiça/2002) Em se tratando da política de


desenvolvimento urbano, que deve ser executada pelo poder público municipal, é
INCORRETO que:
a) a subutilização de solo urbano pode dar causa, em determinadas circunstâncias
e atendidos certos parâmetros, à desapropriação com pagamento mediante títulos
da dívida pública.
b) o pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro é requisito normal para
a realização das desapropriações de imóveis urbanos.
c) a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
d) o proprietário do solo urbano não edificado, se atendidas circunstâncias
exigidas no plano diretor e na lei específica, pode sofrer a sanção de edificação
compulsória.
e) o plano diretor, a ser aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório somente
para cidades com mais de cinquenta mil habitantes.
Comentário: a questão cobra o conhecimento da literalidade do artigo 182 da
CF, conforme se observa a seguir:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e
justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo
no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública
de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais”.
Portanto, de acordo com o art. 182, §1º da CF, “o plano diretor, aprovado
pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20 mil
habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana”.
Gabarito: alternativa E.

11. (Cespe/MPOG/Geógrafo/2015) A respeito das disposições da legislação


urbana e dos planos diretores urbanos, julgue o item subsequente. O plano diretor
municipal instituído pela Constituição Federal de 1988 é um instrumento de política
de desenvolvimento e crescimento urbano, planejamento e gestão municipal, além
de ser obrigatório em todos os municípios brasileiros com mais de vinte mil
habitantes. Esse instrumento deve nortear o planejamento das cidades,
contemplando a função social da propriedade e corrigindo as distorções do
crescimento urbano.
Comentário: o texto da questão foi extraído do art. 182 da CF e seus §§ 1º e
2º, que acabamos de ver. Os dispositivos estabelecem que o plano diretor,
que será aprovado pela Câmara Municipal, será obrigatório para cidades
com mais de vinte mil habitantes, constituindo o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana. Além disso, a
propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Gabarito: correto.

12. (Cespe/PGE-BA/Procurador do Estado/2014) Pedro é proprietário de um


imóvel situado em município com mais de cinquenta mil habitantes. Sua

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
propriedade é próxima da zona costeira, o que o obriga a cumprir algumas
limitações administrativas municipais impostas pelo município no que tange à
proteção ambiental da zona costeira. Considerando essa situação hipotética, as
normas aplicáveis e a jurisprudência, julgue os itens a seguir em relação à política
urbana.
Apesar de o plano diretor não ser obrigatório ao município, este deve mapear as
áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto e de
inundações bruscas.
Comentário: a questão diz que o imóvel está situado em um município com
mais de cinquenta mil habitantes. Isso vai de encontro ao texto
constitucional, que dispõe em seu art. 182, § 1º que “o plano diretor,
aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana”.
Logo, o item está incorreto, uma vez que o município possui mais de 50 mil
habitantes, sendo obrigatório o plano diretor nesse caso.
Gabarito: errado.

13. (Cespe/MPOG/Geógrafo/2015) A respeito das disposições da legislação


urbana e dos planos diretores urbanos, julgue o item subsequente.
O plano diretor municipal instituído pela Constituição Federal de 1988 é um
instrumento de política de desenvolvimento e crescimento urbano, planejamento e
gestão municipal, além de ser obrigatório em todos os municípios brasileiros com
mais de vinte mil habitantes. Esse instrumento deve nortear o planejamento das
cidades, contemplando a função social da propriedade e corrigindo as distorções
do crescimento urbano.
Comentário: como é possível perceber, o artigo 182 da CF e seus parágrafos
são muito cobrados nas questões de Direito Urbanístico. Essa é mais uma
assertiva a respeito do texto desse artigo. Então, segue a literalidade dos §§
1º e 2º para fixarmos bem a matéria:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor.
Gabarito: correto.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
14. (FCC/Prefeitura de Cuiabá – MT/Procurador Municipal/2014) A propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende
a) à exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
b) ao aproveitamento racional e adequado.
c) à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente.
d) às disposições que regulamentam o trabalho.
e) às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Comentário: a alternativa “E” traz uma cópia literal da parte final do § 2º do
art. 182 da CF/88, que dispõe que “a propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor”.
Gabarito: alternativa E.

15. (FUMARC/Prefeitura de Nova Lima – MG/Procurador Municipal/2011)


Baseando-se na Constituição, a função social da propriedade urbana:
a) depende exclusivamente do uso racional e adequado do solo.
b) depende do cumprimento das normas federais de direito do trabalho.
c) depende do cumprimento do plano diretor.
d) deve ser apurada por meio de índices previstos em lei.
Comentário: apenas a alternativa “C” está de acordo com o previsto na parte
final do § 2º do art. 182 da CF/88, que dispõe que “a propriedade urbana
cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor”.
Gabarito: alternativa C.

16. (FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador Municipal/2016) Em relação


à desapropriação prevista no art. 182, § 4º, III da Constituição Federal, estruturada
para o descumprimento da função social da propriedade, é correto afirmar que:
a) é o proprietário faltoso que dá causa a ela.
b) o pagamento será em títulos da dívida pública resgatáveis em até cinco anos.
c) será paga com prévia e justa indenização em dinheiro.
d) após o imóvel ser incorporado ao patrimônio público, o Município pode destinar
o aproveitamento do imóvel quando e como entender necessário.
e) é uma possibilidade para punir o proprietário que não cumpre a função social de
seu imóvel urbano como mecanismo alternativo ao IPTU progressivo.
Comentário: o artigo 182, §4º, III, da CF, mencionado no comando da
questão, prevê que “a política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
garantir o bem-estar de seus habitantes”. Assim, “é facultado ao Poder
Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: desapropriação com
pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais.”
Portanto, extrai-se do dispositivo legal que a desapropriação, nesses casos,
vai ocorrer devido à conduta do proprietário, que deixou de dar uma função
social a sua propriedade.
Gabarito: alternativa A.

17. (FGV/CONDER/Administrador/2013) Quanto à política urbana definida na


Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir.
I. A política de desenvolvimento urbano é executada pelas esferas federal,
estadual e municipal com objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais e garantir o bem estar da população assistida.
II. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
III. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização, podendo ou não ser em dinheiro.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentário:
I – a política de desenvolvimento urbano é executada pelo poder público
municipal, além de ter por objetivo o bem estar de seus habitantes, e não da
“população assistida”, como dito na assertiva. Vejamos o que diz o caput do
art. 182: “a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes – INCORRETO;
II – o item nos traz exatamente a previsão do §1º do art. 182, que diz que “o

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com
mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana” – CORRETO;
III – as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização em dinheiro, nos termos do §3º do art. 182 da CF – INCORRETO.
Gabarito: alternativa B.

18. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Julgue o item,


acerca do meio ambiente artificial e à sua gestão.
A incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo no tempo,
durante o período de cinco anos, para imóveis urbanos que não observam as
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, é
sanção destinada a forçar o particular a dar ao referido imóvel a devida
destinação, porém, em caso de desobediência, a desapropriação não deve ser
aplicada em razão da vedação ao confisco.
Comentário: não há que se falar, neste caso, em vedação ao confisco. Isso
porque a CF, em seu art. 182, § 4º, prevê que:
Art. 182, [...] § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante
lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da
lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo
no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Gabarito: errado.

Usucapião especial

Segundo dispõe o art. 183 da CF/88, “aquele que possuir como sua
área urbana de até 250m2, por 05 anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á
o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural”. Essa é a denominada usucapião especial.
Nesse contexto, vamos aos requisitos previstos na Constituição
Federal para o exercício da usucapião especial:
a) possuir como sua área urbana de até 250m2;

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
b) durante cinco anos;
c) de forma ininterrupta e sem oposição;
d) utilizando-a para sua moradia ou de sua família – a lei exige o
animus domini do ocupante. Por isso, não se aplica aos locatários,
pois não possuem ânimo de dono;
e) não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Essa modalidade de usucapião, por ser uma forma de aquisição de
moradia, não pode ser exercida por pessoa jurídica, apenas por pessoas
físicas.
O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
Ademais, o direito à usucapião especial de imóvel urbano não será
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez, em face do cunho
social que se busca com essa medida, evitando assim a concentração de
imóveis pelo mesmo proprietário por meio deste instrumento.
Por fim, os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião,
uma vez que, a eles, aplica-se a característica da imprescritibilidade.

19. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Jorge, cidadão


que não possui qualquer imóvel registrado em seu nome, tem ocupado, de forma
mansa e pacífica, um lote de 140 m na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o
para sua moradia, pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa
situação hipotética, julgue o próximo item.
Se Jorge tiver sido beneficiário de usucapião urbana, deverá obedecer ao prazo
mínimo de dez anos para adquirir domínio do imóvel.
Comentário: para adquirir o domínio do imóvel via usucapião urbana, Jorge
deve obedecer ao prazo mínimo de cinco anos (e não dez). Isso é o que
prevê a Constituição Federal, no art. 183: “aquele que possuir como sua área
urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.”
Gabarito: errado.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
20. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Jorge, cidadão
que não possui qualquer imóvel registrado em seu nome, tem ocupado, de forma
mansa e pacífica, um lote de 140 m na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o
para sua moradia, pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa
situação hipotética, julgue o próximo item.
Se Jorge ocupar o imóvel por mais de cinco anos, poderá requerer a usucapião
urbana.
Comentário: para adquirir o domínio do imóvel via usucapião urbana, Jorge
deve obedecer ao prazo mínimo de cinco anos, de acordo com o que prevê a
Constituição Federal, no art. 183: “aquele que possuir como sua área urbana
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural”.
Gabarito: correto.

21. (Cespe/ Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Julgue o


seguinte item, relativo às possibilidades dos instrumentos urbanísticos em vista do
desenvolvimento urbano.
A usucapião especial de imóvel urbano se aplica apenas a imóveis públicos, e a
concessão de uso especial para fins de moradia se aplica a imóveis privados.
Comentário: a questão já começa errada ao afirmar que a usucapião urbana
se aplica aos imóveis públicos, visto que essa é uma proibição trazida pela
CF, que em seu art. 183, §3º prevê: “os imóveis públicos não serão
adquiridos por usucapião”.
Além disso, apesar de o ordenamento jurídico vigente não admitir a
usucapião de imóveis públicos, tal possibilidade já existiu (no Código Civil
de 1916, por exemplo) e, por essa razão, foi editado um regramento para
proteger essas situações, através da concessão de uso especial para fins de
moraria, nos termos do art. 1º da Medida Provisória nº 2.220/2001: “aquele
que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros
quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para
fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja
proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou
rural”.
Agora ficou claro que a questão inverteu as coisas, não é mesmo? Assim, a
usucapião especial de imóvel urbano se aplica apenas à imóveis privados, e
a concessão de uso especiais para fins de moradia se aplica aos imóveis

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
públicos, naquelas situações ocorridas antes de 30 de junho de 2001.
Gabarito: errado.

É isso! Essa foi apenas uma aula demonstrativa, para que vocês
conheçam a nossa metodologia e entendam como vamos abordar o
conteúdo.
Em nossa próxima aula vamos iniciar o estudo do Estatuto da Cidade
(Lei 10.257/2001) e aprofundar diversos conceitos abordados nesta aula.
Esperamos por vocês!
Bons estudos e até breve.
HERBERT ALMEIDA
http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/

ALFREDO ALCURE NETO


https://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/alfredo-alcure-neto-
3479/

QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (FUMARC- Prefeitura de Nova Lima – MG/ Procurador Municipal/2011)


Quando se trata de princípios informadores do direito urbanístico, Silva (2006) cita
Fernández. Dentre os princípios mencionados por este autor, NÃO CONSTA o:
a) princípio de que o urbanismo é uma função pública.
b) princípio da conformação da propriedade urbana.
c) princípio da coesão dinâmica.
d) princípio da justa distribuição os benefícios e ônus derivados da atuação
urbanística.
2. (CAIP-IMES- DAE de São Caetano do Sul – SP/ Procurador/2015) O artigo
5º, garante, nos incisos XXII e XXIII da Constituição Federal, o direito à propriedade
e, ato contínuo, determina que ela atenderá a(ao):
a) função ambiental.
b) zoneamento urbano.
c) função social.
d) necessidade do município.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
3. (Cespe – Prefeitura de Salvador – BA/ Procurador Municipal/2015 –
alterada) Com relação ao regime constitucional de uso e ocupação do solo,
assinale a certo ou errado: A competência para legislar sobre direito urbanístico é
da União, dos Estados e do DF.
4. (Cespe – Semad/Aracaju/Procurador Municipal/2008) Somente o Distrito
Federal (DF) e os territórios podem editar normas gerais de direito urbanístico, na
ausência de lei federal que vise capacitar os municípios (no caso dos territórios) e
as regiões administrativas (em se tratando do DF) para a execução da política
urbana municipal. Essas normas terão sua eficácia suspensa se estiverem em
desacordo com as normas gerais estabelecidas pela União por meio da lei federal
de desenvolvimento urbano.
5. (FCC – TCM-GO/Procurador/2015 – alterada) Considere verdadeiro ou falso:
A competência municipal para promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano, por relacionar-se com o direito urbanístico, está sujeita a
normas federais e estaduais.
6. (MPE/MT – Promotor de Justiça/MPE-MT/2012) Quanto à discriminação
constitucional das competências urbanísticas, a Constituição Federal de 1988:
a) elenca como competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios a defesa permanente contra calamidades públicas, especialmente
as secas e as inundações.
b) atribui competência privativa à União para instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por Municípios limítrofes, para o
planejamento, a organização e a execução de funções públicas de interesse
comum.
c) atribui competência privativa à União para legislar sobre responsabilidade por
dano a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
d) estabelece como competência privativa dos Estados e do Distrito Federal a
criação, organização ou supressão de distritos.
e) fixa a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios para promover a construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico.
7. (Fundação Sousândrade – AGEHAB/Advogado/2010) Nos termos da
Constituição Federal, para legislar sobre direito urbanístico, a competência é:
a) privativa da União.
b) privativa do Município.
c) concorrente.
d) privativa do Estado.
e) exclusiva da União.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
8. (FCC – Prefeitura de Cuiabá – MT/Procurador Municipal/2014) Segundo a
Constituição Federal, compete ao Município:
a) planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações.
b) promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
c) instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos.
d) estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa.
e) permitir que forças estrangeiras transitem por seu território ou nele permaneçam
temporariamente.
9. (FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador Municipal/2016) Segundo a
Constituição Federal, o objetivo da política urbana é:
a) equilibrar o crescimento urbano frente às áreas rurais.
b) fazer com que as propriedades cumpram sua função social.
c) ordenar o crescimento da cidade.
d) garantir o bem estar dos habitantes das cidades.
e) exercer o poder de polícia sobre as construções
10. (FCC/MPE-PE/Promotor de Justiça/2002) Em se tratando da política de
desenvolvimento urbano, que deve ser executada pelo poder público municipal, é
INCORRETO que:
a) a subutilização de solo urbano pode dar causa, em determinadas circunstâncias e
atendidos certos parâmetros, à desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública.
b) o pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro é requisito normal para a
realização das desapropriações de imóveis urbanos.
c) a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
d) o proprietário do solo urbano não edificado, se atendidas circunstâncias exigidas
no plano diretor e na lei específica, pode sofrer a sanção de edificação compulsória.
e) o plano diretor, a ser aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório somente
para cidades com mais de cinquenta mil habitantes.
11. (Cespe/MPOG/Geógrafo/2015) A respeito das disposições da legislação
urbana e dos planos diretores urbanos, julgue o item subsequente. O plano diretor
municipal instituído pela Constituição Federal de 1988 é um instrumento de política
de desenvolvimento e crescimento urbano, planejamento e gestão municipal, além
de ser obrigatório em todos os municípios brasileiros com mais de vinte mil
habitantes. Esse instrumento deve nortear o planejamento das cidades,

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
contemplando a função social da propriedade e corrigindo as distorções do
crescimento urbano.
12. (Cespe/PGE-BA/Procurador do Estado/2014) Pedro é proprietário de um
imóvel situado em município com mais de cinquenta mil habitantes. Sua propriedade
é próxima da zona costeira, o que o obriga a cumprir algumas limitações
administrativas municipais impostas pelo município no que tange à proteção
ambiental da zona costeira. Considerando essa situação hipotética, as normas
aplicáveis e a jurisprudência, julgue os itens a seguir em relação à política urbana.
Apesar de o plano diretor não ser obrigatório ao município, este deve mapear as
áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto e de
inundações bruscas.
13. (Cespe/MPOG/Geógrafo/2015) A respeito das disposições da legislação
urbana e dos planos diretores urbanos, julgue o item subsequente.
O plano diretor municipal instituído pela Constituição Federal de 1988 é um
instrumento de política de desenvolvimento e crescimento urbano, planejamento e
gestão municipal, além de ser obrigatório em todos os municípios brasileiros com
mais de vinte mil habitantes. Esse instrumento deve nortear o planejamento das
cidades, contemplando a função social da propriedade e corrigindo as distorções do
crescimento urbano.
14. (FCC/Prefeitura de Cuiabá – MT/Procurador Municipal/2014) A propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende
a) à exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
b) ao aproveitamento racional e adequado.
c) à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente.
d) às disposições que regulamentam o trabalho.
e) às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
15. (FUMARC/Prefeitura de Nova Lima – MG/Procurador Municipal/2011)
Baseando-se na Constituição, a função social da propriedade urbana:
a) depende exclusivamente do uso racional e adequado do solo.
b) depende do cumprimento das normas federais de direito do trabalho.
c) depende do cumprimento do plano diretor.
d) deve ser apurada por meio de índices previstos em lei.
16. (FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador Municipal/2016) Em relação à
desapropriação prevista no art. 182, § 4º, III da Constituição Federal, estruturada
para o descumprimento da função social da propriedade, é correto afirmar que:
a) é o proprietário faltoso que dá causa a ela.
b) o pagamento será em títulos da dívida pública resgatáveis em até cinco anos.
c) será paga com prévia e justa indenização em dinheiro.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
d) após o imóvel ser incorporado ao patrimônio público, o Município pode destinar o
aproveitamento do imóvel quando e como entender necessário.
e) é uma possibilidade para punir o proprietário que não cumpre a função social de
seu imóvel urbano como mecanismo alternativo ao IPTU progressivo.
17. (FGV/CONDER/Administrador/2013) Quanto à política urbana definida na
Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir.
I. A política de desenvolvimento urbano é executada pelas esferas federal, estadual
e municipal com objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais e
garantir o bem estar da população assistida.
II. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
III. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização, podendo ou não ser em dinheiro.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
18. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Julgue o item,
acerca do meio ambiente artificial e à sua gestão.
A incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo no tempo,
durante o período de cinco anos, para imóveis urbanos que não observam as
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, é
sanção destinada a forçar o particular a dar ao referido imóvel a devida destinação,
porém, em caso de desobediência, a desapropriação não deve ser aplicada em
razão da vedação ao confisco.
19. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Jorge, cidadão
que não possui qualquer imóvel registrado em seu nome, tem ocupado, de forma
mansa e pacífica, um lote de 140 m na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o para
sua moradia, pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa situação
hipotética, julgue o próximo item.
Se Jorge tiver sido beneficiário de usucapião urbana, deverá obedecer ao prazo
mínimo de dez anos para adquirir domínio do imóvel.
20. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Jorge, cidadão
que não possui qualquer imóvel registrado em seu nome, tem ocupado, de forma
mansa e pacífica, um lote de 140 m na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o para
sua moradia, pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa situação
hipotética, julgue o próximo item.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 35

00000000000 - DEMO
Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
0Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida e Alfredo Alcure N. – Aula 0
Se Jorge ocupar o imóvel por mais de cinco anos, poderá requerer a usucapião
urbana.
21. (Cespe/ Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Julgue o seguinte
item, relativo às possibilidades dos instrumentos urbanísticos em vista do
desenvolvimento urbano.
A usucapião especial de imóvel urbano se aplica apenas a imóveis públicos, e a
concessão de uso especial para fins de moradia se aplica a imóveis privados.

GABARITO

1. C 11. C 21. E
2. C 12. E
3. C 13. C
4. E 14. E
5. C 15. C
6. E 16. A
7. C 17. B
8. B 18. E
9. D 19. E
10. E 20. C

REFERÊNCIAS

CARDOSO, Fernanda Lousada. Direito Urbanístico. 6ª Edição. Bahia: Jus Podivm, 2015. fl.
187.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014.

SILVA, José Afonso, Direito Urbanístico Brasileiro, 6º edição. São Paulo: Malheiros. 2010. fl.
44/45.

Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 35

00000000000 - DEMO

S-ar putea să vă placă și