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Aula 00
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Direito Urbanístico
Procurador Municipal (Porto Alegre)
Teoria e exercícios comentados
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Sumário
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Prof. HERBERT ALMEIDA:
Caso ainda não me conheçam, meu nome é Herbert Almeida, sou
Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito
Santo, aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo. Além disso,
obtive o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º
Região/2011. Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu
através das Forças Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exército
Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor Financeiro,
Pregoeiro, Responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e
Chefe de Seção. Sou professor de Direito Administrativo e Administração
Geral e Pública aqui no Estratégia Concursos.
Agora, com vocês, o Prof. Alfredo Alcure Neto:
Olá pessoal! Meu nome é Alfredo Alcure. Sou capixaba, Auditor de
Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo e
professor de Direito Administrativo.
Iniciei minha trajetória profissional em 2006 com atuação em
escritório de advocacia, até 2009. De 2010 a 2013 ocupei o cargo de
Procurador Municipal de Guarapari/ES, exercendo a função de Procurador
Geral do Município no ano de 2011.
No TCE-ES, assumi o cargo de Auditor de Controle Externo em 2013,
após a provação em 2º lugar no concurso. Atualmente, no TCE, atuo
como instrutor da Escola de Contas e coordenador da Secretaria de
Controle Externo, voltada para fiscalização de Municípios. Espero poder
contribuir com a minha experiência para facilitar o caminho da sua
aprovação.
******
É isso aí pessoal, esperamos que, com essa parceria, possamos
encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Então, de agora em
diante, vamos firmar uma parceria que levará você à aprovação no
concurso público para Procurador Municipal do município de Porto Alegre.
Falando sobre o nosso curso, vamos analisar o conteúdo para a
disciplina constante no edital do concurso:
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As diretrizes da política urbana no Estatuto da Cidade. 2. Política Urbana.
2.1 Competências Municipais. Art. 182 da Constituição Federal. 2.2 Os
planos diretores e a função social da propriedade urbana na Constituição
de 1988. 2.3 O Estatuto da Cidade (Lei Federal Nº10.257/01). 3. Uso do
Solo Urbano. 3.1 A Lei do Parcelamento do Solo Urbano (Leis Federais
6766/79 e 9785/99 e alterações). 3.2 A utilização compulsória do solo
urbano. 3.3 Do parcelamento, da edificação e da utilização compulsória
no Estatuto da cidade. 3.4 O IPTU progressivo no tempo. 3.5 A
desapropriação com pagamento de títulos. 3.6 O zoneamento. 3.7 As
áreas não edificáveis. 4. Instrumentos da política urbana no Estatuto da
Cidade. 4.1 O Direito de Superfície. 4.2 O Direito de Preempção. 4.3 A
outorga onerosa do direito de construir. 4.4 As operações urbanas
consorciadas. 4.5 A transferência do Direito de Construir. 4.6
Desapropriação Urbanística. 5. Os Planos Diretores como Instrumento da
Política Urbana. 5.1 O Plano Diretor de Porto Alegre – Lei Municipal Nº
434/99 e alterações posteriores. 6. Estudo de Impacto de Vizinhança. 7.
A Gestão Democrática da Cidade. 8. A regularização fundiária. 8.1 A
usucapião especial de imóvel urbano. 8.2 A usucapião especial coletiva de
imóvel urbano. 8.3 A concessão especial para fins de moradia. 8.4 A
regularização de loteamentos clandestinos e irregulares. O Provimento
More Legal da Corregedoria de Justiça do Rio Grande do Sul. 8.5 Lei
11.977/09 – Minha Casa, Minha Vida. (Conceito de regularização
fundiária, legitimação da posse e demarcação urbanística).
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Estatuto da cidade: Lei 10.257/2001. A função social da propriedade
no Estatuto da Cidade. O direito à ordem urbanística no Estatuto da
Cidade. As diretrizes da política urbana no Estatuto da Cidade. A
utilização compulsória do solo urbano. Do parcelamento, da
edificação e da utilização compulsória no Estatuto da cidade. O IPTU
progressivo no tempo. A desapropriação com pagamento de títulos.
O zoneamento. Instrumentos da política urbana no Estatuto da
Aula 1 11/07
Cidade. O Direito de Superfície. O Direito de Preempção. A outorga
onerosa do direito de construir. As operações urbanas consorciadas.
A transferência do Direito de Construir. Desapropriação Urbanística.
Estudo de Impacto de Vizinhança. A Gestão Democrática da Cidade. A
regularização fundiária. A usucapião especial de imóvel urbano. A
usucapião especial coletiva de imóvel urbano. A concessão especial
para fins de moradia
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Atenção! Este curso é completo em pdf e não teremos a utilização de
videoaulas, dada a especificidade do tema.
Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao
nosso curso.
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NORMAS CONSTITUCIONAIS DE POLÍTICA URBANA
Normas gerais
1
Art. 5º. [...]:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
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Inicialmente, iremos abordar o art. 5º, deixando a análise do art. 182
para o próximo tópico desta aula. Contudo, não abordaremos o art. 186
(Da política agrícola e fundiária e da reforma agrária), pois não está
contemplado no nosso edital.
Nesse contexto, o direito de propriedade está disciplinado no artigo
5º, incisos XXII e XXIII, da Constituição da República, dispondo que:
a) é garantido o direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII);
b) a propriedade atenderá a sua função social (CF, art. 5º, XXIII).
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imposição de IPTU progressivo no tempo, para, só então, passar-se à
desapropriação-sanção. Todos esses institutos serão explicados, com mais
detalhes, no decorrer da nossa aula.
Com relação à função social e ao direito de propriedade, entende-se
que este não é absoluto, pois está relativizado pela função social (MS
25.284 - STF).
Dessa forma, o direito de propriedade não se reveste de caráter
absoluto, eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que,
descumprida a função social que lhe é inerente (art. 5º, XXIII, CF),
legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera dominial privada,
observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e os
procedimentos fixados na própria CF. O acesso à terra, a solução dos
conflitos sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural, a
utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do
meio ambiente constituem elementos de realização da função social da
propriedade.
O professor José Afonso da Silva4 enumera cinco princípios
informadores do Direito Urbanístico, todos com base na lição de
Carceller Fernández, com exceção do último princípio (coesão dinâmica):
PRINCÍPIOS DESCRIÇÃO
É uma função pública, que fornece ao direito urbanístico sua
característica de instrumento normativo pelo qual o Poder
Urbanificação Público atua no meio social e no domínio privado, para ordenar a
realidade no interesse coletivo, sem prejuízo do princípio da
legalidade.
Conformação da Conformação da propriedade urbana pelas normas de ordenação
propriedade urbanística conexo, aliás, com o anterior.
urbana
Afetação das Segundo o qual os proprietários dos terrenos devem satisfazer os
mais-valias ao gastos da urbanificação, dentro dos limites do benefício dela
custo da decorrente para eles, como compensação pela melhoria das
urbanificação condições de edificabilidade que dela deriva para seus lotes.
Justa Justa distribuição dos benefícios e ônus derivados da atuação
4
SILVA, José Afonso, Direito Urbanístico Brasileiro, 6º edição. São Paulo: Malheiros. 2010. fl. 44/45.
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distribuição urbanística.
Coesão dinâmica Coesão dinâmica das normas urbanísticas, cuja eficácia assenta
basicamente em conjuntos normativos (procedimentos), antes
que em normas isoladas.
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Gabarito: alternativa C.
Competência
5
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014. fl. 483.
6
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014. fl. 484.
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a) privativa da União: art. 22 da CF/88. Nesse caso, lei complementar
poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas nesta modalidade de competência.
b) concorrente da União, Estados e Distrito Federal: art. 24 da CF/88.
Em relação à competência concorrente para legislar, a competência
da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais, o que não exclui a
competência suplementar dos Estados. Com efeito, inexistindo lei
federal sobre normas gerais, os estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Contudo, com a
superveniência de lei federal sobre normas gerais, suspende-se a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Além dessas competências previstas entre os artigos 21 a 24 da CF,
podemos destacar as competências previstas para os Estados (art. 25),
Distrito Federal (art. 32) e Municípios (art. 30).
Feita essa breve introdução sobre competências constitucionais,
tema que deve ser aprofundado nos cursos de Direito Constitucional, o
que nos interessa aqui é com relação à competência na matéria
Direito Urbanístico.
Nesse contexto, podemos resumir da seguinte forma:
Concorrente Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
(U, E e DF - concorrentemente sobre:
legislativa) I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta Constituição.
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mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;
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Gabarito: correto.
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do parcelamento e da ocupação do solo urbano” (CF, art. 30, VIII). É essa
competência municipal que está sujeita à legislação federal e estadual sobre
o tema.
Gabarito: correto.
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suprimir distritos, observada a legislação estadual” – ERRADA;
e) nos exatos termos do art. 23, IX da CF, que diz que “é competência
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico” – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
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Na letra ‘B’, notamos que essa realmente é uma das competências atribuídas
aos Municípios, prevista no art. 30, VIII da CF, que prevê que “compete aos
Municípios promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
do solo urbano”. Por isso, a letra B está correta.
Gabarito: alternativa B.
Política Urbana
7
A função social da propriedade rural será cumprida quando, simultaneamente, segundo critérios e graus de
exigência estabelecidos em lei, forem atendidos seguintes requisitos (CF, art. 186): I - aproveitamento racional
e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III -
observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar
dos proprietários e dos trabalhadores.
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Com efeito, as desapropriações de imóveis urbanos (art. 182, § 3º
CF/88) serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro
(Dica: prévia e justa indenização em dinheiro – logo, desapropriar imóvel
PreJuDica os cofres públicos).
Vamos, agora, entender alguns dos conceitos apresentados nesta
aula, lembrando que muitos deles serão aprofundados em nossas aulas
de legislação. Neste momento, o nosso objetivo é compreender as
questões decorrentes da base constitucional sobre o tema.
Plano Diretor
Desapropriação
8
CARDOSO, Fernanda Lousada. Direito Urbanístico. 6ª Edição. Bahia: Jus Podivm, 2015. fl. 187.
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CARDOSO, Fernanda Lousada. Direito Urbanístico. 6ª Edição. Bahia: Jus Podivm, 2015. fl. 187.
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perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa
indenização”.10
De forma mais aprofundada, Hely Lopes Meirelles define a
desapropriação ou expropriação como “a transferência compulsória
da propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior
para a superior) para o Poder Público ou seus delegados, por
utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por interesse social,
mediante prévia e justa indenização em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV), salvo
as exceções constitucionais de pagamento em títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovado pelo Senado Federal, no caso de área
urbana não edificada, subtilizada ou não utilizada (CF, art. 182, §4º, III),
e de pagamento em títulos da dívida agrária, no caso de Reforma Agrária,
==0==
10
Di Pietro, 2014, p. 166.
11
Di Pietro, 2014, p. 176/177.
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12
Di Pietro, 2014, p. 176/177
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Desapropriação com
pagamento mediante títulos
da dívida pública de emissão
As desapropriações de previamente aprovada pelo
imóveis urbanos serão feitas Senado Federal, com prazo
com prévia e justa de resgate de até dez anos,
indenização em dinheiro. em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e
os juros legais
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IPTU progressivo
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política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e
justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo
no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública
de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais”.
Portanto, de acordo com o art. 182, §1º da CF, “o plano diretor, aprovado
pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20 mil
habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana”.
Gabarito: alternativa E.
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propriedade é próxima da zona costeira, o que o obriga a cumprir algumas
limitações administrativas municipais impostas pelo município no que tange à
proteção ambiental da zona costeira. Considerando essa situação hipotética, as
normas aplicáveis e a jurisprudência, julgue os itens a seguir em relação à política
urbana.
Apesar de o plano diretor não ser obrigatório ao município, este deve mapear as
áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto e de
inundações bruscas.
Comentário: a questão diz que o imóvel está situado em um município com
mais de cinquenta mil habitantes. Isso vai de encontro ao texto
constitucional, que dispõe em seu art. 182, § 1º que “o plano diretor,
aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana”.
Logo, o item está incorreto, uma vez que o município possui mais de 50 mil
habitantes, sendo obrigatório o plano diretor nesse caso.
Gabarito: errado.
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14. (FCC/Prefeitura de Cuiabá – MT/Procurador Municipal/2014) A propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende
a) à exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
b) ao aproveitamento racional e adequado.
c) à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente.
d) às disposições que regulamentam o trabalho.
e) às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Comentário: a alternativa “E” traz uma cópia literal da parte final do § 2º do
art. 182 da CF/88, que dispõe que “a propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor”.
Gabarito: alternativa E.
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objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
garantir o bem-estar de seus habitantes”. Assim, “é facultado ao Poder
Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: desapropriação com
pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais.”
Portanto, extrai-se do dispositivo legal que a desapropriação, nesses casos,
vai ocorrer devido à conduta do proprietário, que deixou de dar uma função
social a sua propriedade.
Gabarito: alternativa A.
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plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com
mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana” – CORRETO;
III – as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização em dinheiro, nos termos do §3º do art. 182 da CF – INCORRETO.
Gabarito: alternativa B.
Usucapião especial
Segundo dispõe o art. 183 da CF/88, “aquele que possuir como sua
área urbana de até 250m2, por 05 anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á
o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural”. Essa é a denominada usucapião especial.
Nesse contexto, vamos aos requisitos previstos na Constituição
Federal para o exercício da usucapião especial:
a) possuir como sua área urbana de até 250m2;
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b) durante cinco anos;
c) de forma ininterrupta e sem oposição;
d) utilizando-a para sua moradia ou de sua família – a lei exige o
animus domini do ocupante. Por isso, não se aplica aos locatários,
pois não possuem ânimo de dono;
e) não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Essa modalidade de usucapião, por ser uma forma de aquisição de
moradia, não pode ser exercida por pessoa jurídica, apenas por pessoas
físicas.
O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
Ademais, o direito à usucapião especial de imóvel urbano não será
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez, em face do cunho
social que se busca com essa medida, evitando assim a concentração de
imóveis pelo mesmo proprietário por meio deste instrumento.
Por fim, os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião,
uma vez que, a eles, aplica-se a característica da imprescritibilidade.
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20. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Jorge, cidadão
que não possui qualquer imóvel registrado em seu nome, tem ocupado, de forma
mansa e pacífica, um lote de 140 m na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o
para sua moradia, pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa
situação hipotética, julgue o próximo item.
Se Jorge ocupar o imóvel por mais de cinco anos, poderá requerer a usucapião
urbana.
Comentário: para adquirir o domínio do imóvel via usucapião urbana, Jorge
deve obedecer ao prazo mínimo de cinco anos, de acordo com o que prevê a
Constituição Federal, no art. 183: “aquele que possuir como sua área urbana
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural”.
Gabarito: correto.
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públicos, naquelas situações ocorridas antes de 30 de junho de 2001.
Gabarito: errado.
É isso! Essa foi apenas uma aula demonstrativa, para que vocês
conheçam a nossa metodologia e entendam como vamos abordar o
conteúdo.
Em nossa próxima aula vamos iniciar o estudo do Estatuto da Cidade
(Lei 10.257/2001) e aprofundar diversos conceitos abordados nesta aula.
Esperamos por vocês!
Bons estudos e até breve.
HERBERT ALMEIDA
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3. (Cespe – Prefeitura de Salvador – BA/ Procurador Municipal/2015 –
alterada) Com relação ao regime constitucional de uso e ocupação do solo,
assinale a certo ou errado: A competência para legislar sobre direito urbanístico é
da União, dos Estados e do DF.
4. (Cespe – Semad/Aracaju/Procurador Municipal/2008) Somente o Distrito
Federal (DF) e os territórios podem editar normas gerais de direito urbanístico, na
ausência de lei federal que vise capacitar os municípios (no caso dos territórios) e
as regiões administrativas (em se tratando do DF) para a execução da política
urbana municipal. Essas normas terão sua eficácia suspensa se estiverem em
desacordo com as normas gerais estabelecidas pela União por meio da lei federal
de desenvolvimento urbano.
5. (FCC – TCM-GO/Procurador/2015 – alterada) Considere verdadeiro ou falso:
A competência municipal para promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano, por relacionar-se com o direito urbanístico, está sujeita a
normas federais e estaduais.
6. (MPE/MT – Promotor de Justiça/MPE-MT/2012) Quanto à discriminação
constitucional das competências urbanísticas, a Constituição Federal de 1988:
a) elenca como competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios a defesa permanente contra calamidades públicas, especialmente
as secas e as inundações.
b) atribui competência privativa à União para instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por Municípios limítrofes, para o
planejamento, a organização e a execução de funções públicas de interesse
comum.
c) atribui competência privativa à União para legislar sobre responsabilidade por
dano a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
d) estabelece como competência privativa dos Estados e do Distrito Federal a
criação, organização ou supressão de distritos.
e) fixa a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios para promover a construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico.
7. (Fundação Sousândrade – AGEHAB/Advogado/2010) Nos termos da
Constituição Federal, para legislar sobre direito urbanístico, a competência é:
a) privativa da União.
b) privativa do Município.
c) concorrente.
d) privativa do Estado.
e) exclusiva da União.
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8. (FCC – Prefeitura de Cuiabá – MT/Procurador Municipal/2014) Segundo a
Constituição Federal, compete ao Município:
a) planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações.
b) promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
c) instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos.
d) estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa.
e) permitir que forças estrangeiras transitem por seu território ou nele permaneçam
temporariamente.
9. (FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador Municipal/2016) Segundo a
Constituição Federal, o objetivo da política urbana é:
a) equilibrar o crescimento urbano frente às áreas rurais.
b) fazer com que as propriedades cumpram sua função social.
c) ordenar o crescimento da cidade.
d) garantir o bem estar dos habitantes das cidades.
e) exercer o poder de polícia sobre as construções
10. (FCC/MPE-PE/Promotor de Justiça/2002) Em se tratando da política de
desenvolvimento urbano, que deve ser executada pelo poder público municipal, é
INCORRETO que:
a) a subutilização de solo urbano pode dar causa, em determinadas circunstâncias e
atendidos certos parâmetros, à desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública.
b) o pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro é requisito normal para a
realização das desapropriações de imóveis urbanos.
c) a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
d) o proprietário do solo urbano não edificado, se atendidas circunstâncias exigidas
no plano diretor e na lei específica, pode sofrer a sanção de edificação compulsória.
e) o plano diretor, a ser aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório somente
para cidades com mais de cinquenta mil habitantes.
11. (Cespe/MPOG/Geógrafo/2015) A respeito das disposições da legislação
urbana e dos planos diretores urbanos, julgue o item subsequente. O plano diretor
municipal instituído pela Constituição Federal de 1988 é um instrumento de política
de desenvolvimento e crescimento urbano, planejamento e gestão municipal, além
de ser obrigatório em todos os municípios brasileiros com mais de vinte mil
habitantes. Esse instrumento deve nortear o planejamento das cidades,
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contemplando a função social da propriedade e corrigindo as distorções do
crescimento urbano.
12. (Cespe/PGE-BA/Procurador do Estado/2014) Pedro é proprietário de um
imóvel situado em município com mais de cinquenta mil habitantes. Sua propriedade
é próxima da zona costeira, o que o obriga a cumprir algumas limitações
administrativas municipais impostas pelo município no que tange à proteção
ambiental da zona costeira. Considerando essa situação hipotética, as normas
aplicáveis e a jurisprudência, julgue os itens a seguir em relação à política urbana.
Apesar de o plano diretor não ser obrigatório ao município, este deve mapear as
áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto e de
inundações bruscas.
13. (Cespe/MPOG/Geógrafo/2015) A respeito das disposições da legislação
urbana e dos planos diretores urbanos, julgue o item subsequente.
O plano diretor municipal instituído pela Constituição Federal de 1988 é um
instrumento de política de desenvolvimento e crescimento urbano, planejamento e
gestão municipal, além de ser obrigatório em todos os municípios brasileiros com
mais de vinte mil habitantes. Esse instrumento deve nortear o planejamento das
cidades, contemplando a função social da propriedade e corrigindo as distorções do
crescimento urbano.
14. (FCC/Prefeitura de Cuiabá – MT/Procurador Municipal/2014) A propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende
a) à exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
b) ao aproveitamento racional e adequado.
c) à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente.
d) às disposições que regulamentam o trabalho.
e) às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
15. (FUMARC/Prefeitura de Nova Lima – MG/Procurador Municipal/2011)
Baseando-se na Constituição, a função social da propriedade urbana:
a) depende exclusivamente do uso racional e adequado do solo.
b) depende do cumprimento das normas federais de direito do trabalho.
c) depende do cumprimento do plano diretor.
d) deve ser apurada por meio de índices previstos em lei.
16. (FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador Municipal/2016) Em relação à
desapropriação prevista no art. 182, § 4º, III da Constituição Federal, estruturada
para o descumprimento da função social da propriedade, é correto afirmar que:
a) é o proprietário faltoso que dá causa a ela.
b) o pagamento será em títulos da dívida pública resgatáveis em até cinco anos.
c) será paga com prévia e justa indenização em dinheiro.
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d) após o imóvel ser incorporado ao patrimônio público, o Município pode destinar o
aproveitamento do imóvel quando e como entender necessário.
e) é uma possibilidade para punir o proprietário que não cumpre a função social de
seu imóvel urbano como mecanismo alternativo ao IPTU progressivo.
17. (FGV/CONDER/Administrador/2013) Quanto à política urbana definida na
Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir.
I. A política de desenvolvimento urbano é executada pelas esferas federal, estadual
e municipal com objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais e
garantir o bem estar da população assistida.
II. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
III. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização, podendo ou não ser em dinheiro.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
18. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Julgue o item,
acerca do meio ambiente artificial e à sua gestão.
A incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo no tempo,
durante o período de cinco anos, para imóveis urbanos que não observam as
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, é
sanção destinada a forçar o particular a dar ao referido imóvel a devida destinação,
porém, em caso de desobediência, a desapropriação não deve ser aplicada em
razão da vedação ao confisco.
19. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Jorge, cidadão
que não possui qualquer imóvel registrado em seu nome, tem ocupado, de forma
mansa e pacífica, um lote de 140 m na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o para
sua moradia, pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa situação
hipotética, julgue o próximo item.
Se Jorge tiver sido beneficiário de usucapião urbana, deverá obedecer ao prazo
mínimo de dez anos para adquirir domínio do imóvel.
20. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Jorge, cidadão
que não possui qualquer imóvel registrado em seu nome, tem ocupado, de forma
mansa e pacífica, um lote de 140 m na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o para
sua moradia, pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa situação
hipotética, julgue o próximo item.
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Se Jorge ocupar o imóvel por mais de cinco anos, poderá requerer a usucapião
urbana.
21. (Cespe/ Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) Julgue o seguinte
item, relativo às possibilidades dos instrumentos urbanísticos em vista do
desenvolvimento urbano.
A usucapião especial de imóvel urbano se aplica apenas a imóveis públicos, e a
concessão de uso especial para fins de moradia se aplica a imóveis privados.
GABARITO
1. C 11. C 21. E
2. C 12. E
3. C 13. C
4. E 14. E
5. C 15. C
6. E 16. A
7. C 17. B
8. B 18. E
9. D 19. E
10. E 20. C
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Fernanda Lousada. Direito Urbanístico. 6ª Edição. Bahia: Jus Podivm, 2015. fl.
187.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, José Afonso, Direito Urbanístico Brasileiro, 6º edição. São Paulo: Malheiros. 2010. fl.
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