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Programa: O curso tomará por base o texto Memórias de Cego de Jacques Derrida surgido a partir
de uma série de exposições inauguradas no Louvre de outubro de 1990 a janeiro de 1991 sob o
título Partis Pris. Derrida, um dos organizadores convidados não-especialistas em arte, mas cujo
trabalho intelectual era bastante significativo para este universo, irá, então, escolher o tema da
cegueira presente em desenhos e pinturas de artistas renomados. Nada mais instigante que deixar
falar através das obras, dos quadros, aquilo que pode ser pensado, sentido, sem ser propriamente
visto. Trata-se de, através das artes “visuais”, trazer o tema que parece estar invertido ou deslocado
– percebendo-se já a desconstrução aí – que é o tema do “não poder ver” com os olhos, não poder
enxergar. Para tanto irão falar os demais sentidos, principalmente o tato e sua relação imediata com
as mãos, o tato eleito pelo velho Demócrito como o sentido mais completo, e tal como irão atestar
algumas das obras pictóricas escolhidas por Derrida. Como afirma o autor: “O tema dos desenhos
de cego é antes de mais a mão. Esta se aventura, precipita-se, é certo, mas desta vez nas vezes da
cabeça, como que para a preceder, prevenir proteger” (DERRIDA, 2010, p. 12).
Um novo olhar sobre a arte que parece derivar de uma situação aporética: o desenho, a pintura que
ali estão para serem vistos, trazendo a relação entre o visível e o invisível, a arte visível retratando
aqueles que não veem de algum modo com o órgão da visão. Não ver com os olhos, entretanto,
significa ver com a alma, ver através da ou de uma ideia, fazendo surgir daí uma relação espectral, o
deslocamento espectral do não ver.
Bibliografia Básica:
DERRIDA, Jacques. Mémoires d’Aveugle, l’autoportrait et autres ruines. Museu do Louvre, 1991.
trad. Fernanda Bernardo Memórias de Cego. O auto-retrato e outras ruínas. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian. 2010.
_________________Positions. Paris: M
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Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Bibliografia:
Davidson, D. ‘On the Very Idea of a Conceptual Scheme’, in Davidson, Inquiries into Truth and
Interpretation, Oxford: Clarendon Press, 2001.
Davidson, D. Meaning, Truth and Evidence. In: Barrett, R.; Gibson, R. (Org.) Perspectives on
Quine. Cambridge: Blackwell, 1990.
Davidson, D. Subjective, Intersubjective, Objective. Oxford: Oxford University Press. 2001.
Davidson, D., “Truth and meaning”, in Inquiries into truth and interpretation, Oxford University
Press, Oxford, 1984, pp. 17-36.
Davidson, D., “Radical interpretation”, in Inquiries into truth and interpretation, Oxford University
Press, Oxford, 1984, pp. 125-140.
McGinn, M., “The Third Dogma of Empiricism”, Proceedings of the Aristotelian Society, New
Series, Vol. 82, 1981 - 1982, pp. 89-101
Quine, W. V. O. Two dogmas of empiricism. In: QUINE, W. V. O. From a Logical Point of View,
Harvard University Press: Cambridge, Massachusetts, 1953.
Quine, W. V. O. Dois Dogmas do Empirismo. In: Relatividade Ontológica e Outros Ensaios. Trad.
de Oswaldo Porchat de Assis Pereira da Silva. In Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultural, 1980.
Quine, W. V. O. Epistemologia Naturalizada. In: Relatividade Ontológica e Outros Ensaios. Trad.
de Oswaldo Porchat e Andréa Lopari. In: Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural,
1980.
Quine, W. V. O. Palavra e objeto. Trad. de Sofia Inês A. Stein e Desidério Murcho. Ed. Vozes,
2010.
Quine, W. V. O. On the Very Idea of a Third Dogma. In: Theories and things. Cambridge, MA:
Harvard University
Quine, W.V.O., “Two dogmas of empiricism”, in From a logical point of view,
Wang, X., “On Davidson’s refutation of conceptual schemes and conceptual relativism”, Pacific
Philosophical Quarterly 90, 2009, 140–164
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Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Bibliografia:
ARNIM, B., Günderrode, tradução a ser fornecida pelo professor
DESPENTES, V., Teoria King Kong, São Paulo: N-1, 2016.
NOVALIS, Pólen, São Paulo: Iluminuras: 1998.
PRECIADO, P. B., Manifesto contrassexual, São Paulo: N-1, 2015.
SAÉZ, J. & CARRASCOSA, S., Pelo cu: políticas anais, São Paulo: Letramento, 2017.
SCHELLING, C. Correspondência, tradução a ser fornecida pelo professor
SCHLEGEL, F., Lucinde, tradução: Constantino Luz Medeiros, São Paulo: Iluminuras, 2018.
SOLOVIEFF, G., Cinq figures féminines méconnues du Romantisme allemand, Paris: L’Harmattan,
2005.
SPERO, N., "Manifesto feminista" In.: PEDROSA et. al. (org.), História das mulheres, histórias
feministas: Antologia, São Paulo: Masp, 2019.
WHITTLE, R., Gender, Canon and Literary History The Changing Place of Nineteenth-Century
German Women Writers, Berlin/Boston: de Gruyter, 2013.
Obs2.: A plataforma a ser utilizada será o Jitsi. Não é necessário cadastro nem baixar nenhum
programa. O professor entrará em contato e-mail com os inscritos para as informações de acesso.
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Programa: Leitura e tradução de O Sofista de Platão. Traduziremos três passagens do diálogo onde
é feita a nítida distinção da filosofia em relação aos sofistas (início do diálogo), em relação à
tradição (meio do diálogo) e em relação a Parmênides (parte final).
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Programa: Ao longo de sua extensa colaboração Gilles Deleuze e Félix Guattari indicaram a
dimensão metafísica da literatura. A escrita literária que nos faz “ver e ouvir” é investigada sob
diferentes perspectivas como, por exemplo, no 8º Platô de Mil Platôs acerca das novelas e dos
contos. Trata-se, nesse curso, de explorar as condutas temporais das narrativas literárias.
Bibliografia Básica:
DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1997.
____________. O que é a Filosofia? Trad. de Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. Rio de
Janeiro: Editora 34, 1992.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka - por uma literatura menor. Trad. Júlio Castañon
Guimarães. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1977.
____________. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia. Trad. Aurélio Guerra Neto et ali. 5 vol.
Rio de Janeiro: Editora 34, 1995-1997.
TADEU, Tomaz (org.) Quatro novelas e um conto. As ficções do platô 8 de Mil platôs, de Deleuze
e Guattari. Trad. Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica,
Programa: O objetivo do curso é dar continuidade a leitura e discussão de textos que tratam de
questões ligadas ao domínio dos "Deep Disagreements".
Bibliografia:
Será fornecida ao longo do curso.
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Programa: O objetivo deste curso é examinar a discussão recente sobre ética e mudanças climáticas.
Este não é um curso de introdução ao tema. O curso pressupõe a leitura do livro: Stephen M.
Gardiner, A Perfect Moral Storm: The Ethical Tragedy of Climate Change. Oxford: Oxford
University Press, 2011, 489pp.
Bibliografia Principal:
Broome, John. 2012. Climate Matters: Ethics in a Warming World. New York: W. W. Norton &
Company.
IPCC. 2018. Global Warming of 1.5°C. An IPCC Special Report on the impacts of global warming
of 1.5°C above pre-industrial levels and related global greenhouse gas emission pathways, in the
context of strengthening the global response to the threat of climate change, sustainable
development, and efforts to eradicate poverty. Disponível em: https://www.ipcc.ch/sr15/.
Meyer, Lukas; Pranay, Sanklecha (ed.). 2017. Climate Justice and Historical Emissions.
Cambridge: Cambridge University Press.
Posner, Eric A.; Weisbach. 2010. Climate Change Justice. Princeton: Princeton University Press.
Stephen M. Gardiner, A Perfect Moral Storm: The Ethical Tragedy of Climate Change. Oxford:
Oxford University Press, 2011, 489pp.
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Programa: O objetivo central do curso é compreender a concepção da liberdade tal como exposta
nas Investigações filosóficas sobre a Essência da Liberdade Humana (Philosophische
Untersuchungen über das Wesen der Menschlichen Freiheit), de Friedrich Schelling (1775-1854).
Em nossa leitura e interpretação desta obra de 1809 pretendemos privilegiar o diálogo de Schelling
com Espinosa, em especial na elucidação das seguintes questões:
1. A questão do panteísmo
2. Liberdade x determinismo; idealismo x realismo
3. O conceito de Deus e sua relação com a Natureza
4. O conceito de espírito (Geist) e a metáfora da luz
5. O problema do mal
6. Vontade, ação e decisão
7. O problema da criação
8. A questão da religiosidade
Bibliografia:
SCHELLING:
SCHELLING, F.W.J. Investigações filosóficas sobre a Essência da Liberdade Humana e os
Assuntos com ela relacionados. Trad. Carlos Morujão, Lisboa: Edições 70, 1993.
SCHELLING, F. W. J. Philosophische Untersuchungen über das Wesen der Menschlichen Freyheit.
In: Sämtliche Werke. Ed. K.F.A. Schelling. Part. I, vol. 7, pp. 331-416. Stuttgart: Cotta, 1856-
61. (Ed. Digital: Total Verlag, 1997).
SCHELLING, F. W. J. Philosophische Untersuchungen über das Wesen der Menschlichen Freyheit.
In: Friedrich Wilhelm Joseph Schelling. Historisch-Kritische Ausgabe. Reihe I: Werke 17.
Hrsg. Von Christoph Binkelmann, Thomas Buchheim, Thomas Frisch und Vicki Müller-
Lüneschhloss. Historisch-Kritische Ausgabe. Frommann-Holzboog. Stuttgart 2018.
ESPINOSA:
ESPINOSA, B. Ética Demonstrada à Maneira dos Geômetras. Trad. Tomaz Tadeu, Belo Horizonte:
Ed. Autêntica, 2008.
Bibliografia Secundária
ANDERS, Günther. La obsolescencia del hombre (2 vols.). Valência: Pre-Textos, 2011.
HAUSKELLER, Michael. Better Humans? Understanding the enhancement project. Durham:
Acumen, 2013.
HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2012.
KURZWEIL, Ray. The singularity is near: when humans transcend biology. New York: Viking
Penguin, 2005.
LATOUR, Bruno. Nous n'avons jamais été modernes. Essai d'anthropologie symétrique. Paris: La
Découverte, 2006.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. São
Paulo: Editora 34, 2004.
SIMONDON, Gilbert. Sur la technique. Paris: Presses Universitaires de France, 2014.
SORGNER, Stefan Lorenz. Nietzsche, the overhuman and transhumanism. Journal of evolution and
technology, v. 20, n. 1, pp. 29-42, March 2009.
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Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Bibliografia:
1) Détienne, M./Vernant, J.P. Les ruses de l'intélligence (la métis des grecs). Paris: Flammarion,
1974.
3) Franco Ferraz, M. C. Nietzsche, o bufão dos deuses. RJ: Relume Dumará, 1994.
''Um historiador das religiões, quaisquer que sejam suas opiniões, considera, com efeito, que seu
dever primordial é capturar o significado original de um fenômeno sagrado e interpretar a sua
história.''
O fato primordial da História das Religiões, segundo o grande estudioso das religiões
romeno Mircea Eliade, é a existência universal daquilo que ele usou denominar de hierofania, isto é,
a manifestação do sagrado. As hierofanias podem estar relacionadas a realidades tão comuns como
uma pedra ou uma árvore ou a acontecimentos grandiosos, como a Encarnação e descida de Deus
no mundo. Seja qual for o objeto em que a hierofania acontece, ele torna-se outro sem jamais deixar
de ser ele mesmo. Uma pedra sagrada ainda é pedra, embora manifeste algo para muito além dela
mesma. Para o homem religioso - ao qual Eliade também chama de homem arcaico -, o Cosmos
inteiro pode ser ocasião de hierofanias.
Contudo, o que é o sagrado? Segundo Eliade, a hierofania é a manifestação do poder, do Ser,
em uma palavra, da realidade. O sagrado é a manifestação da realidade na sua forma mais própria, é
uma saturação de Ser. Por conseguinte, o profano, o não-sagrado, é aquilo que não é o real em si
mesmo, é o deficitário de Ser, é, de certa forma, o não-Ser. Assim, para o homem religioso, viver no
sagrado é propriamente viver na realidade. Por causa da hierofania, o espaço do homem religioso
não é um espaço homogêneo, contínuo e linear. Ao contrário, no espaço do homem religioso há
rupturas e desníveis. Nele há o lugar sagrado. O lugar sagrado marca a hierofania e esta marca a
revelação do eixo do mundo, o ponto fixo, aquilo que é realíssimo e que a tudo sustenta.
O desejo do homem religioso é viver o mais que pode no real e no eficiente, isto é, no
sagrado. Por essa razão, o mundo – o Cosmos - está onde há o sagrado e tudo o que está para além
do mundo é o caos, o estrangeiro, o larvar, o inimigo. A "nostalgia das origens'' é uma expressão da
necessidade do homem religioso de retornar sempre ao Ser, de recolocar-se periódica e
constantemente na fonte geradora última de tudo o que há. Só se é plenamente homem quando se
imita os feitos dos deuses ou dos heróis. Os relatos míticos fornecem o repertório de ações e de
realizações que serão os modelos de toda ação e de toda realização plenamente humanas. O mundo
arcaico, de acordo com Eliade, nada sabe a respeito de atividades profanas. Todos os atos possuem
significado definido – a caça, a pesca, a agricultura – de algum modo participam do sagrado.
Tudo o que é sagrado tem um modelo extra-humano. As únicas atividades profanas são
aquelas que não possuem qualquer significado mítico, isto é, que carecem de modelos exemplares.
No mundo religioso, qualquer atividade responsável em busca de um propósito definido é um ritual.
Um objeto ou um ato somente torna-se real se serve para imitar ou repetir um arquétipo. A realidade
é alcançada somente na repetição e na imitação. O que não tem arquétipo não é real.
O objetivo do curso é fornecer ao aluno uma introdução ao pensamento de Mircea Eliade
sobre a natureza do sagrado e do profano, bem como os significados simbólicos e existenciais dos
ritos, doutrinas e práticas ascéticas das diversas tradições religiosas e espirituais.
Bibliografia Básica:
A bibliografia será fornecida pelo professor na primeira aula.
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Programa: O curso consistirá no exame da obra Origem do drama trágico alemão, de Walter
Benjamin, a qual tem como foco principal a determinação do significado do barroco, tanto no
âmbito da crítica de arte e da teologia quanto no da política. Será dada uma importância especial à
breve menção a G.W. Leibniz feita no “Prólogo epistemológico-crítico” dessa obra, tomando tal
menção como o fio condutor para a compreensão das principais teses do livro. Dentre essas teses, a
que trata da caracterização da tragédia através da distinção entre a tragédia “antiga” e a “moderna”
será o exemplo privilegiado para se entender o modo como Leibniz pode esclarecer as ideias de
Benjamin sobre o barroco.
Bibliografia:
Uma bibliografia secundária será fornecida no primeiro dia de aula.
BENJAMIN, Walter. Ursprung des deutschen Trauerspiels. In: Walter Benjamin Abhandlungen.
Gesammelte Schriften. Band I.1. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1974, p. 203-430.
______. Origem do drama trágico alemão. Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2013.
LEIBNIZ, G. W. Discours de métaphysique suivi de Monadologie. Édition et notes par Michel
Fichant. Paris: Gallimard, 2004.
______. Principes de la Nature et de la Grace fondés en raison. Principes de la Philosophie ou
Monadologie. Edição de André Robinet. Paris: PUF, 1954, pp. 1-23.
______. Discurso de Metafísica e Monadologia. In: Leibniz/Newton - Os Pensadores. São Paulo:
Abril Cultural, 1983.
DELEUZE, Gilles. Le pli. Leibniz et le baroque. Paris: Les Éditions de Minuit, 1988.
______. A dobra. Leibniz e o barroco. Campinas: Papirus, 1991.
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Bibliografia Básica:
FOUCAULT, M. Discourse and truth: The problematization of Parrhesia. Six lectures given by
Michel Foucault at Berkeley, Oct.-Nov. 1983. www.foucault-info./ Michel Foucault. Fearless
Speech. Editado por Joseph Pearson. Los Angeles: Semiotext (e), 2001. / Michel Foucault.
Discurso y verdad en la antigua Grécia. Trad. Espanhola. Barcelona; Buenos Aires; México:
Ediciones Paidós, 2004.
____. História da Sexualidade 3. O cuidado de si. Tradução brasileira. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
____. Le Courage de la vérité. Le gouvernement de soi et des autres II. Cours au Collège de France,
1984. Paris, Éditions de l'École des Hautes Études en Sciences Sociales, Gallimard, Éditions du
Seuil, coll. « Hautes Etudes », 2009.