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Autores
aula
07
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Nilsen Carvalho Fernandes de Oliveira Filho
Adauto Harley
Carolina Costa
ISBN 85-7273-286-1
1. Educação. 2. Formação social. 3. Educação e realidade. 4.Estrutura Social. I. Paiva, Irene Alves
de. II. Pernambuco, Marta Maria Castanho Almeida. III. Título.
CDD 305
RN/UF/BCZM 2005/46 CDU 316.3
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sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação
N
a aula anterior, “A Sociedade Capitalista”, discutimos o desenvolvimento econômico
e sócio-cultural da sociedade capitalista e as transformações radicais nas esferas
produtiva, social e política. Identificamos o papel que têm a ciência e a tecnologia
nesse modelo de organização social. Vimos que essas mudanças criaram mecanismos para
a melhoria da qualidade de vida do homem, acelerando o crescimento das populações e
provocando revoluções nos transportes, na agricultura e na indústria, que intensificam a
produção de bens e serviços. É nesse processo que acontece também o desenvolvimento
científico e tecnológico. Contudo, a forma como tal modelo se estrutura traz em si grandes
contradições expressas nas relações capital/trabalho, universalização/exclusão, liberdade/
dominação, acirrando as desigualdades sociais entre trabalhadores e proprietários, assim
como entre as nações chamadas desenvolvidas e subdesenvolvidas.
Objetivos
Estabelecer uma relação entre as características do sistema
capitalista e os indicadores que permitem descrever desigualdade
social. Interpretar mapas de desigualdade social no Nordeste.
N
a segunda aula desta disciplina, iniciamos uma discussão sobre seca e miséria que
serviu como base para a proposta de uma pesquisa sobre os dados socioeconômicos
do seu município. Em seguida, você localizou historicamente as informações obtidas
e escreveu um pequeno texto em que identificou os principais problemas locais. Ao longo
das aulas seguintes, foi aprendendo como é possível explicar as situações descritas ao
compreender as relações entre os diferentes fatores implicados e a sua origem. Chegamos,
na última aula, à formação da sociedade capitalista e a sua contradição essencial, a de que,
necessariamente, esse sistema gera desigualdade em todo o seu processo histórico, seja entre
Desenvolvidos e países (desenvolvidos e subdesenvolvidos) seja entre grupos e indivíduos (classes sociais)
subdesenvolvidos de um mesmo país.
conceito de
desenvolvimento e Sabemos que, na realidade, fábricas, usinas, terras, supermercados, bancos são
subdesenvolvimento propriedades privadas, ou seja, pertencem a um grupo ou a um só dono. Para trabalhar,
foi tratado no final do
precisamos nos submeter à lógica de organização própria desses espaços, a cumprir horários
tópico Revoluções
Industriais, na aula determinados, a receber o salário acordado e a possuir os conhecimentos exigidos para o
anterior – “A sociedade desenvolvimento de certas atividades.
capitalista”. Consideram-
se desenvolvidos os Chamamos de ricos os homens que possuem os bens citados anteriormente, de modo
territórios industrializados
que, quanto mais ricos, mais bens. Por isso, uma pergunta se faz necessária: qual será a
que lideram a
economia mundial, e relação entre riqueza e pobreza e entre desenvolvimento e desigualdades sociais? Para
subdesenvolvidos os compreendermos essas relações, usaremos alguns termos vistos em aulas anteriores e os
que assumem o papel de
relacionaremos com indicadores econômicos, buscando analisar a desigualdade social da
reserva de matéria-prima,
mercado e mão-de-obra. região Nordeste. Nesse sentido, trataremos, a seguir, de quatro fatores interligados: estrutura
Com as mudanças do produtiva, fatores produtivos, disponibilidade de bens e serviços, indicadores sociais.
capitalismo durante o
século XX, foi criada a
expressão países “em Estrutura produtiva – envolve o valor relativo da produção por setores – primário
desenvolvimento” para (agropecuário e extrativista), secundário (indústria) e terciário (serviços) – e a
caracterizar os que estão
participação do setor no exterior.
em estágio intermediário,
como o Brasil, onde
coexistem áreas nas duas Valor relativo da produção por setor – nos países subdesenvolvidos, predominam as atividades
situações.
agrícolas e extrativas (agricultura, pecuária, mineração e pesca), como é o caso do Brasil,
enquanto nos desenvolvidos, é marcante a industrialização. A força de trabalho também se
distribui de forma diferente conforme os setores da produção, verificando-se, nos países
subdesenvolvidos, maior números de indivíduos executando atividades agrícolas.
Participação do setor no exterior – a participação do setor na vida econômica do país é
uma referência importante para a análise do grau de desenvolvimento, que entre outros
dados, focaliza os referentes à importação e exportação. Quanto às exportações, nos
países considerados subdesenvolvidos, observa-se que poucos produtos dominam a sua
Capital – o dado relativo à disponibilidade de capital por habitante indica quanto há para ser
utilizado na produção. Outro aspecto importante é o que diz respeito à forma como ele é
aplicado. Analisando sob este ângulo de desenvolvimento, tem significação diferente um
estoque de capital voltado para a construção urbana e atividades de comércio exterior de
outro estoque dirigido aos setores industrializados e ao aumento da produtividade agrícola.
Recursos naturais – não se pode dizer que estes estejam diretamente relacionados
com o desenvolvimento. Muitas vezes, países com escassos recursos naturais são
bastante desenvolvidos. Nesse sentido, o que mais interessa é considerar o seu grau
de conhecimento e utilização. Sobre o último, alguns dados podem ser quantificados:
terra disponível (agriculturável) e realmente explorada, margem utilizável de florestas
comerciais e produção de madeira etc.
Serviços básicos e sociais – o estágio em que se encontra a prestação desses serviços (estradas,
transporte, educação, assistência médica), também serve para avaliar o grau de desenvolvimento.
Conforme nossa aula anterior, entenderemos classe social como um grupo de indivíduos
que possuem posições sociais semelhantes.
Figura 1
Nesse quadro social, é importante atentarmos para a situação dos países subdesenvolvidos
e em desenvolvimento, que ainda possuem grande parte da população em condição de carência
dos bens e serviços fundamentais. Nesses países, cresce a indústria de produtos não essenciais
(de consumo), gerando distorções como a existência de famílias vivendo em favelas mas que
possuem eletrodomésticos, embora nem sempre tenham condições de fazer duas refeições
diárias. Assim, o consumo serve para dar mais destaque às diferenças de classe, o que,
associado a outros fatores, pode aumentar as tensões sociais.
Outro aspecto sobre a estratificação de classes é que ela expressa diferenças na qualidade
e na oportunidade de vida. O indivíduo que ocupa posição elevada, com maiores recursos
financeiros, desfruta de uma melhor assistência médica, tem acesso à educação e habitação
de melhor qualidade. As desigualdades sociais também afetam o estilo de vida das pessoas
quanto ao acesso às atividades recreativas e culturais.
Questões
Sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente, foi elaborado o documento
“Cenários para o Bioma da Caatinga”, do qual extraímos o fragmento a seguir:
[...] uma caracterização econômica e social, ainda muito agregada para o bioma da caatinga,
[...] aponta tendências [...] que foram identificadas para a região como um todo [...]:
b) localize no mapa o seu município ou a região onde ele se encontra. Qual o seu
índice de pobreza? Compare com outra região que apresente esse índice bem
diferente do verificado no seu município. Escreva um parágrafo, argumentando
as possíveis causas para essa diferença.
SINGER, Paul. Curso de introdução à economia política. 9.ed. Rio de Janeiro: Florense-
Universitária, 1984.
CASTRO, Josué Geografia da fome. 4.ed. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1954.
Resumo
Nesta aula, discutimos as desigualdades existentes no Nordeste, usando como
referência alguns índices de análise do desenvolvimento social, como estrutura
e fatores produtivos, disponibilidade de bens e serviços e indicadores sociais.
Auto-avaliação
Para responder às questões construindo uma argumentação consistente,
é necessário que você tenha conseguido entender as informações dadas. Se
encontrou dificuldades na compreensão dos mapas ou do gráfico utilizados,
converse com o tutor e com outros colegas, buscando perceber as formas de
interpretação.
Se você entendeu o mapa, mas teve dificuldade na redação das respostas, aproveite
sua visita ao pólo para discutir com os colegas e comparar as redações feitas. Se
necessário, consulte a bibliografia complementar e tente refazer sua resposta.
Figura 3
Desafio
Quando for ao pólo, consulte o Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil no
site do IPEA (veja referências). Experimente construir mapas com os diferentes
dados disponíveis.
SINGER, Paul. Curso de introdução à economia política. 9.ed. Rio de Janeiro: Florense-
Universitária, 1984.
Comentário: Série baseada na Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.
Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza. Linha
de pobreza e Indigência: Número de domicílios familiares cuja renda per capita (incluindo
rendimentos em espécie, mas sem imputação do valor do aluguel) é insuficiente para
adquirir cesta de produtos alimentares para suprir o mínimo per capita de calorias diárias
recomendado pela FAO (2100 calorias) sem considerar idade, sexo ou qualquer outro atributo
dos residentes do domicílio. A cesta de produtos alimentares é fixa, porém diferenciada para
as grandes regiões do país com base nos padrões alimentares dos domicílios de baixa renda
(ou seja, os 20% mais pobres na distribuição de renda), observados na Pesquisa do Orçamento
Familiar (POF) de 1996. Os preços dos produtos alimentares utilizados na valoração da Linha
de Pobreza diferem por estado e, dentro desses, por regiões metropolitanas das quais se
dispõe de informações na POF. O número de pobres, por sua vez, é determinado pelo número
de família cuja renda é menor do que o valor em reais do orçamento recomendado pela
FAO, multiplicado pelo inverso da participação do valor dos produtos não alimentares no
orçamento de um domicílio padrão de baixa renda, que também se diferencia por grande
região. Obs.: A PNAD não foi realizada nos anos de 1980, 1991, 1994 e 2000. A metodologia
difere para os anos anteriores a 1980.
Fonte: Extraído do site do IPEA. Disponível em www.ipeadata.gov.br.
EMENTA
Levantamento da realidade local, caracterização da população e sua origem, formas de organização do trabalho,
instituições e organizações sociais, hábitos e costumes, espaços de sociabilidade. A formação da sociedade e
do capitalismo: conhecimento, ciências e tecnologia – formas de produção e transmissão.
Educação como uma das formas de transformação social.
AUTORES
AULAS
05 A formação da sociedade
06 A sociedade capitalista
08 Formação do Nordeste
09 Nordeste hoje
13 O aluno
14 A aprendizagem e o ensino
15 Metodologia e conteúdos