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PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.

2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani


24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

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Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 81120194383593
Nome original: Acórdão-60725-2017.pdf
Data: 23/07/2019 18:05:09
Remetente:
LUIZ FLÁVIO DOS REIS LEMES
SECRETARIA DA 3ª VARA - MIRASSOL D'OESTE
TJMT
Assinado por:
JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: ENCAMINHO CÓPIA DO ACORDÃO PARA SER JUNTADO NO PEP 647-86.2017.8.11.0011 - CRIST
INA ZAURA
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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TJMT
Fls:2839

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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APELANTES: GLEDI GONÇALVES DIAS
CRISTINA ZAURA
JAIME GONÇALVES DOS SANTOS
ELIZÂNGELA DA SILVAMONTEIRO
ÉDIO CARLOS MARÇAL
CARLA PATRÍCIACAMPOS ALVES
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

Número do Protocolo: 60725/2017


Data de Julgamento: 10-07-2019

EMENTA

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APELAÇÕES CRIMINAIS - TRÁFICO DE DROGAS E
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - CONDENAÇÃO - 1. PEDIDO DE
RETIRADA DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA ATÉ O
JULGAMENTO DO APELO CRIMINAL - PRETENSÃO OBTIDA
POSTERIORMENTE ÀS RAZÕES RECURSAIS EM HABEAS CORPUS
- PREJUDICIALIDADE - 2. NULIDADES PROCESSUAIS - 2.1.
INÉPCIA DA DENÚNCIA - AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO
PORMENORIZADA DA CONDUTA E DO NEXO CAUSAL RELATIVO
AOS CRIMES DE TRÁFICO DE ASSOCIAÇÃO PARA TANTO -
PRETENDIDA ANULAÇÃO AB OVO DA AÇÃO PENAL - REJEIÇÃO -
SUFICIENTE DESCRIÇÃO DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS E
ACIDENTAIS DOS CRIMES DE TRÁFICO E ASSOCIAÇÃO -
ARGUIÇÃO DE INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA - IMPERTINÊNCIA -
ANÁLISE DE INÉPCIA CIRCUNSCRITA À PRESENÇA OU NÃO DOS
ELEMENTOS DESCRITIVOS CONTIDOS NA DENÚNCIA -

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ARGUIÇÃO RECHAÇADA - 2.2. CERCEAMENTO DE DEFESA -
NÃO ENFRENTAMENTO DE TESE DEFENSIVA - INOCORRÊNCIA
- REBATE IMPLÍCITO ÀS TESES DEFENSIVAS - DESNECESSIDADE
DE COTEJO EXPRESSO DA FALA DA DEFESA NA SENTENÇA -
PRECLUSÃO - AUSÊNCIA DE MANEJO DE EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO VISANDO ACLARAMENTO DA OMISSÃO -
NULIDADE NÃO EVIDENCIADA - 2.3. OMISSÃO DE ANÁLISE DE
PEDIDO DE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO DA PRÓPRIA
APELANTE E DA JUNTADA DE REGISTRO DE HÓSPEDES E DE
IMAGENS DE SISTEMA DE VIGILÂNCIA DE
ESTABELECIMENTO HOTELEIRO - OFENSA AOS ARTS. 396-A, E
571, II, AMBOS DO CPP, E ART. 5º, LXXVIII, DA CF -
INOCORRÊNCIA - AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA

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PERTINÊNCIA E IMPRESCINBILIDADE DAS PROVAS - EXTRATOS
BANCÁRIOS TRAZIDOS PELA PRÓPRIA DEFESA -
INCOMPROVAÇÃO DA NEGATIVA DE FORNECIMENTO DE
IMAGENS E DE REGISTRO DE HÓSPEDE PELO HOTEL - ONUS
PROBANDI DA DEFESA - ART. 156 DO CPP - CERCEAMENTO DE
DEFESA NÃO CONFIGURADO - 3. PRETENDIDAS ABSOLVIÇÕES
DOS APELANTES - INVIABILIDADE QUANTO AO TRÁFICO DE
DROGAS - INTERCEPTAÇÕES TELEMÁTICAS E TELEFÔNICAS EM
SENTIDO ALTAMENTE INCRIMINADOR - ACOMPANHAMENTO
POLICIAL - DEPOIMENTO DE POLICIAIS - VALIDADE -
ENUNCIADO 8/TJMT - APREENSÃO DA DROGA EM PODER DOS
TRANSPORTADORES - AQUISIÇÕES E VENDA DE PASTA-BASE DE
COCAÍNA - 3.1. ADQUIRENTE DA DROGA - TRADIÇÃO DO
ENTORPECENTE - DESNECESSIDADE - AJUSTE PRÉVIO COM O
VENDEDOR E O FORNECIMENTO DE MEIOS PARA O TRANSPORTE

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- NARCOTRAFICÂNCIA EVIDENCIADA - CONDENAÇÕES
MANTIDAS - 4. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - ALEGADA
AUSÊNCIA DE PERENIDADE E ESTABILIDADE - A) PROCEDÊNCIA
EM RELAÇÃO A UM DOS APELANTES - SOCIETAS SCELERIS -
INCOMPROVAÇÃO - B) CONDENAÇÃO MANTIDA EM RELAÇÃO
AOS DEMAIS - COMPROVAÇÃO DA REPARTIÇÃO DE FUNÇÕES
DENTRO DO ESQUEMA CRIMINOSO DE DISTRIBUIÇÃO DE
DROGAS - CONTRIBUIÇÃO DOLOSA E CONSCIENTE DE CADA UM
PARA O GRUPO - AÇÕES DE CONTABILIDADE, EMPRÉSTIMO DE
CONTAS BANCÁRIAS PARA RECEBIMENTO DE ATIVOS ILÍCITOS,
MANTENÇA DE CONTATO COM OUTROS TRAFICANTES,
SOCIEDADE NA NARCOTRAFICÂNCIA E O PRÓPRIO COMÉRCIO
MALSÃO - 5. DOSIMETRIA PENAL - 5.1. PENA-BASE -

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PRETENDIDA REDUÇÃO AQUÉM DO MÍNIMO LEGAL - ALEGADA
DESPROPORCIONALIDADE - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA -
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - ART. 59, II, DO CP -
5.2. ATENUANTE GENÉRICA - CONFISSÃO ESPONTÂNEA -
APLICAÇÃO - INVIABILIDADE - AUSÊNCIA DE ADMISSÃO, AINDA
QUE PARCIAL, SOBRE OS FATOS - 5.3. REINCIDÊNCIA -
PRETENDIDA EXCLUSÃO - AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL
- AGRAVANTE NÃO APLICADA NA SENTENÇA - 5.4.
CONTINUIDADE DELITIVA - ALIJAMENTO - NECESSIDADE, EX
OFFICIO INCLUSIVE - AUSÊNCIA DE PLURALIDADE DE CRIMES
DA MESMA ESPÉCIE IMPUTÁVEIS AO MESMO RÉU - OFENSA AO
ART. 71 DO CP - 5.5. CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA
- ART. 33, § 4º, DA LEI 11.343/2006 - INCOMPATIBILIDADE COM O
DELITO DE ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO - DEDICAÇÃO ÀS
ATIVIDADES DELITIVA - APLICAÇÃO NA FRAÇÃO MÍNIMA AO

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RÉU ABSOLVIDO DO CRIME DE ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO - 5.6.
REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA -
ABRANDAMENTO - NECESSIDADE - ORDINARIEDADE DAS
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS - FIXAÇÃO DE ACORDO COM A
QUANTIDADE DE PENA APLICADA - ART. 33 DO CP E SÚMULAS
718/STF E 719/STF - PREVALÊNCIA DO REGIME FECHADO AO RÉU
REINCIDENTE - 5.7. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE DA APELANTE CONDENADA EXCLUSIVAMENTE
POR ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO - PRIMARIEDADE E BONS
ANTECEDENTES - CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS FAVORÁVEIS -
PRETENSÃO ACOLHIDA - 5.8. JUSTIÇA GRATUITA E
CONDENAÇÃO A PAGAMENTO DAS CUSTAS JUDICIAIS -
IRRELEVÂNCIA - ART 802 DO CPP - CAPACIDADE FINANCEIRA A

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SER AVALIADO EM OUTRO MOMENTO - 6. APELOS
PARCIALMENTE PROVIDOS E DESPROVIDOS, COM
DETERMINAÇÃO DE OFÍCIO.
1. Concedido, por meio de habeas corpus protocolizado após as
razões de apelação, o pedido de revisão de medida cautelar diversa da prisão
concernente ao uso de sistema de monitoramento por meio de tornozeleira
eletrônica, evidencia-se a perda desse objeto, também perseguido na
apelação criminal. Inteligência do art. 659 do Código de Processo Penal.
2. Nulidades processuais.
2.1. A melhor leitura do art. 41 do CPP sobre os requisitos da
denúncia remete à exigência da descrição pormenorizada do fato e das
respectivas circunstâncias, bem como a qualificação do acusado,
classificação dos delitos e rol de testemunhas. Considerando que inépcia
traduz inaptidão, falta de atendimento às exigências formais de existência e
validade do ato jurídico, a esfera de análise da alegação de inépcia se

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circunscreve à presença ou não de suficiente descrição dos elementos -
essenciais ou acidentais - da denúncia, constituindo, por conseguinte,
atividade de constatação de validade ou não do referido ato, de modo que o
não preenchimento dos requisitos processuais relevantes conduz à
declaração de nulidade. De outro lado, a suficiência ou não dos elementos de
prova penal materializa o mérito da ação penal, atividade jurisdicional de
valoração, comparação, revolvimento de fatos e provas relacionado ao fato
jurídico substancial, objeto da ação penal, de acordo com o que foi
produzido nos autos, cuja solução conduz à condenação ou absolvição. In
casu, constatada, na denúncia, a suficiente descrição dos elementos
essenciais e acidentais dos fatos incriminados, os quais apontam o apelante
como sócio-comprador da droga que acabou sendo apreendida pela polícia
antes que ela chegasse a seu destino, bem como a condição de associado

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perene e estável nesse tipo de comércio malsão, inviável o agasalhamento da
tese de inépcia da denúncia, não havendo como se inserir a tese de
insuficiência de provas, questão relacionada ao mérito da ação penal.
2.2. Na conceituação de circunstâncias juridicamente relevantes,
não há na lei processual penal vigente qualquer significação tendente a
compelir o Juiz a que, no cotejo do amplo lastro probatório formado a partir
da intensidade de informações trazidas durante todo o curso da ação penal,
esgote toda a prova na sentença, bastando que proceda à exposição lógica
daquilo que de relevante reputou considerar, para atingir a conclusão final.
As teses defensivas, por outro lado, podem ser afastadas apenas pelo
acolhimento da pretensão diametralmente oposta, pelo que despicienda se
torna a declaração judicial expressa a esse respeito.
2.3. A interpretação dos parâmetros de regularidade formal e
material da prova e o controle de sua produção no processo penal incumbe à
autoridade judiciária que preside a causa, quem, dentro das prerrogativas que

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a lei estabelece por meio do art. 400, § 1º, do CPP, pode recusar o efetivo
exercício do direito probatório, desde que o faça fundamentadamente, como
no caso ora enfocado, onde indeferiu a produção de prova por entender
desnecessária e impertinente ao desfecho da ação penal.
3. Os levantamentos preliminares realizados no curso das
investigações, seguidos de acompanhamento policial e as escutas telefônicas
e telemáticas em sentido altamente incriminador, corroborados por
depoimentos de policiais e da apreensão da droga constituem elementos
suficientes para a mantença da condenação por tráfico de drogas.
3.1. A modalidade "adquirir" de que trata o art. 33, caput, da Lei
n. 11.343/2006, consoante lidera o Superior Tribunal de Justiça na
jurisprudência sobre o tema, dispensa a ocorrência da tradição,
contentando-se com as entabulações anteriores no sentido de comprar a

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droga, inclusive fornecendo meios de transporte para a remessa ilícita, ainda
que ela não tenha chegado ao seu destino.
4. A repartição de funções dentro do esquema criminoso de
distribuição de drogas, anuídas dolosa e conscientemente pelos participantes
do grupo, os quais exerciam ações de contabilidade, empréstimo de contas
bancárias para recebimento de ativos ilícitos, mantença de contato com
outros traficantes, sociedade na narcotraficância ou simples relação espúria
de fidelidade com o fornecedor de droga, demonstram quantum satis a
perenidade e estabilidade do vínculo associativo de que trata o art. 35 da Lei
n. 11.343/2006. Exceto quanto a apenas um dos apelantes, tal vínculo
associativo restou devidamente demonstrado, demandando a mantença da
condenação dos agentes, absolvendo-se aquele que é inocente, nos termos do
art. 386, VII, do CPP.
5. Dosimetria penal.
5.1. Pena-base. O art. 59 do CP é expresso ao determinar que o

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juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, a quantidade
de pena-base aplicável "dentro dos limites previstos" (inciso II), de modo
que a atividade sancionatória, apesar de comportar o uso da
discricionariedade da autoridade judiciária, também se mostra juridicamente
vinculada a concreta fundamentação e aos limites legais impostos,
desautorizando a aplicação de pena aquém do quantitativo mínimo
expressamente previsto em lei.
5.2. A redução da pena ante a atenuante da confissão espontânea
só é aplicável aos réus confessos, não sendo um beneplácito reconhecível
sem que ocorra a confissão, ainda quando parcial, dos fatos.

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5.3. Carece de interesse recursal a pretensão de exclusão da
agravante da reincidência que não foi reconhecida e nem aplicada na
sentença.
5.4. Evidenciada a singularidade da participação de cada um dos
coapelantes em um único tráfico de drogas, não se sustenta a majoração da
pena decorrente do reconhecimento da continuidade delitiva, impondo-se a
sua exclusão, ex officio inclusive.
5.5. O benefício do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não se
aplica ao condenado por associação ao tráfico de droga (art. 35 da Lei
Antidrogas), por demonstrar dedicação às atividades relacionadas à
narcotraficância. Precedentes.
5.6. Ressalvada a hipótese do reincidente condenado a pena
superior a quatro anos, a primariedade, bons antecedentes e a ordinariedade
das circunstâncias judiciais determinam a fixação do regime inicial de
cumprimento de pena de acordo com a quantidade de pena aplicada,

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consoante as disposições do art. 33, § 2º, do CP.
5.7. Impõe-se a substituição da pena privativa de liberdade
fixada em quantidade inferior a quatro anos por duas restritivas de direito, na
forma do art. 44 do CP, mormente quando primário e de bons antecedentes, e
absolutamente favoráveis as circunstâncias judiciais.
5.8. Não se olvida ainda do disposto no art. 804 do CPP, que
estabelece a exigência de pagamento das custas processuais ao condenado,
bem a disposição do art. 12 da Lei n.º 1060/50, no sentido de que a
obrigação ao pagamento das custas, no caso da impossibilidade momentânea
ao pagamento, ao contrário de exprimir caso de isenção imediata, determina
o mero sobrestamento processual pelo prazo de cinco anos e somente depois
desse prazo, persistindo da causa de suspensão, é que se opera a prescrição.
6. Apelos parcialmente providos e desprovidos, com

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determinação de ofício.

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CRISTINA ZAURA
JAIME GONÇALVES DOS SANTOS
ELIZÂNGELA DA SILVAMONTEIRO
ÉDIO CARLOS MARÇAL
CARLA PATRÍCIACAMPOS ALVES
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

RELATÓRIO
EXMO. SR. DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA
Egrégia Câmara:
Cuidam-se de recursos de apelação criminal interpostos pelas
defesas de Gledi Gonçalves Dias, Carla Patrícia Campos Alves, Cristina Zaura,
Jaime Gonçalves dos Santos, Elizângela da Silva Monteiro e Edio Carlos Marçal,

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todos qualificados, colimando a reforma/anulação da sentença lavrada em 07/12/2016,
às fls. 1994/2015, nos autos da Ação Penal n. 2393-57.2015.8.11.0011, cód. 231043, do
Juízo da 3ª Vara da comarca de Mirassol d'Oeste, que, acolhendo parcialmente a
respectiva denúncia, condenou o primeiro à pena privativa de liberdade de 13 anos, 02
meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e o pagamento de 1787
dias-multa, valor unitário mínimo, nos termos dos artigos 33, caput, e 35, caput, ambos
da Lei Federal n.º 11.343/2006, na forma do artigo 71, caput, e 69, caput, ambos do
Código Penal, a segunda, à pena privativa de liberdade de 03 anos de reclusão, em
regime inicial fechado, e o pagamento de 700 dias-multa, valor unitário, nos termos do
artigo 35, caput, ambos da Lei Federal n.º 11.343/2006, e os demais, à reprimenda
individual e idêntica de 11 anos e 04 meses de reclusão, em regime inicial fechado, e o
pagamento de 1533 dias-multa, valor unitário mínimo, por infringência aos termos dos
artigos 33, caput, e 35, caput, ambos da Lei Federal n.º 11.343/2006, na forma dos
artigos 71, caput, e 69, caput, ambos do Código Penal.
A defesa de Gledi Gonçalves Dias, inicialmente representada

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pelo Dr.Walmir Cavalheri de Oliveira, OAB/MT 2.669/A e posteriormente substituída
pela Defensoria Pública Estadual, na pessoa do Dr. Guilherme Ribeiro Rigon, optou por
exercer o direito de apresentação das razões de apelação no Tribunal de Justiça,
conforme petição de interposição de fl. 2050.
Nas razões recursais apresentadas às fls. 2539v/2543v-TJ, a
defesa de Gledi busca a absolvição por negativa geral de autoria e fragilidade do
conjunto probatório, na medida em que a interpretação da douta acusação, no sentido de
relacionar o conteúdo de interceptações telefônicas que estabelecem conversas mantidas
pelo apelante em compra e venda de drogas, constituem meras conjecturas, já que o
próprio Gledi nega ser a pessoa que conversa com o suposto distribuidor de droga,
identificado como sendo Geovan Firmino da Silva, e este último também nega conhecer
o ora apelante.
Tais fatos, aliados à claudicância da prova restante produzida,

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não autorizaria, de acordo com o apelo defensivo, a condenação do apelante, quer no
que concerne ao delito de tráfico de drogas, quer quanto ao de associação para tal
finalidade.
Por seu turno, a defesa de Carla Patrícia Campos Alves,
representada na pessoa da Dra. Caroline Amorim de Sá, OAB/MT 19.579, também
optou por exercer o direito de apresentação das razões de apelação no Tribunal de
Justiça, conforme petição de interposição de fl. 2129.
Nas razões apresentadas às fls. 2274v/2281, a defesa postula a
concessão da prerrogativa de recorrer em liberdade mediante a retirada da tornozeleira
eletrônica a que foi submetida por decisão judicial, salientando que a apelante se
encontra com o equipamento há mais de um ano, sem quebrar qualquer regra relativa ao
seu uso. Assenta, ainda, a incoerência em relação à outra acusada, Elizângela, que foi
condenada à pena de mais de 11 anos de reclusão e que, respondendo aos termos da
acusação em liberdade, não faz uso de tornozeleira.
"Assim sendo, pugna a Apelante pelo não acolhimento da

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fundamentação inidônea que lhe negou o direito de retirar a tornozeleira
eletrônica, concedendo-lhe, em razão da qual, o direito de retirar o
monitoramento, tendo em vista já estar fazendo uso do mesmo durante toda
a instrução processual, até o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória, expedindo-se para tanto o competente Alvará de Soltura,
determinando a retirada da tornozeleira, ante a ausência de motivos para
que permaneça utilizando o monitoramento" (sic razões, fl. 2275-TJ).

No mérito, a defesa de Carla se insurge contra a condenação,


requerendo a concessão dos efeitos da Justiça Gratuita, absolvição nos moldes do art.
386, II, do CPP, pois, a fundamentação exposta no arrazoado defensivo não descreve
evidência concreta de que a apelante haja concorrido para a prática do crime de
associação ao tráfico de drogas, no qual se viu inserida apenas por conviver
amorosamente com um dos codenunciados e por emprestar a conta bancária própria para

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o seu convivente.
No mais, postula a redução da pena-base aquém do mínimo legal
ante a desproporcionalidade da pena a ela aplicada, bem como, a exclusão da
reincidência e a aplicação da especial minorante do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas, e,
por último, o abrandamento do regime inicial de cumprimento de pena e a concessão dos
benefícios da Justiça Gratuita, por se declarar pobre na forma da lei.
A defesa de Édio Carlos Marçal, representada pelo Dr.
Alessander D. L. H. C. Fadini, OAB/MT 7.645, apresenta as razões recursais às fls.
2082/2090, sustentando, preliminarmente, a inépcia da denúncia quanto ao apelante,
visto que a peça de ingresso não atende ao requisito da demonstração do nexo causal,
ausente in casu.
Enfatiza, ainda, a ocorrência de nulidade processual insanável
por cerceamento de defesa ante a falta de apreciação da tese defensiva concernente ao
fato de não ter sido o apelante mencionado em momento algum por testemunhas,
tampouco foi apreendido qualquer objeto que sugira a sua coparticipação nos fatos,

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questionando, ainda, a ausência de apreensão de aparelho celular pertencente ao apelante
que o relacione às interceptações telefônicas, sendo certo ainda que "as degravações
atribuídas ao Apelante também não evidenciam qualquer atividade ilícita que seja,
faltando ao magistrado, no ato de prolação da sentença fundamentar e justificar o
porque do seu convencimento, não bastando apenas copiar e colar partes da denúncia"
(sic razões, fl. 2085v).
No mérito, sustenta a absolvição por negativa geral de autoria,
pois o apelante nega seja o autor das mensagens que lhe são atribuídas, e que mesmo
admitindo seja ele o autor, o conteúdo não denota claramente a prática do narcotráfico
ou de associação para essa finalidade, cuidando-se de conjecturas desprovidas de força a
amparar a condenação.
Por último, questiona a dosimetria da pena sob o pretexto da
ocorrência de erro material e desfundamentação da pena-base, bem como o acréscimo de

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2/3 correspondente à continuidade delitiva, que entende descabido e desproporcional,
postulando, ainda, subsidiariamente, a aplicação da especial minorante do art. 33, § 4º,
da Lei Antidrogas, dado o preenchimento dos requisitos legais para a concessão do
benefício.
Na sequência, a defesa de Elizângela da Silva Monteiro,
representada pelo Dr. Iuri Seror Cuiabano, OAB/MT 10.838, apresentou as razões de
apelação às fls. 2129/2156, postulando a anulação da ação penal ou a reforma da
sentença.
Inicia a fala defensiva alegando nulidade processual por
cerceamento de defesa, considerando a não apreciação do pedido formulado na resposta
à acusação, onde requereu a quebra do sigilo bancário das duas contas bancárias
mencionadas pela autoridade policial, relativas ao exercício 2014, ambas de titularidade
da recorrente, que demonstrariam a movimentação financeira lícita por ela realizada,
bem como os registros de filmagem, pois a apelante alega que nesse dia se encontrava no
comércio próprio, situado na cidade de Mirassol d'Oeste, ou seja, a mais de 300km da

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cena do crime.
Pede, assim, "que os autos baixem em diligência e seja
promovida a prova pericial ora ventilada, a qual ora renova-se o seu pedido por ser
imprescindível à defesa do Acusado" (sic razões, fl. 2131).
No mais, deduz pedido de absolvição por negativa geral de
autoria, salientando que as provas carreadas aos autos são insuficientes para autorizar a
mantença da condenação, que se orienta na movimentação de duas contas bancárias cujo
sigilo não foi quebrado, pelo contrário, é elidido pelos extratos bancários trazidos pela
recorrente em sentido a demonstrar a licitude da respectiva movimentação financeira,
não servindo, pois, os depoimentos de policiais para dar gênese à incriminação.
Prossegue a defesa argumentando que jamais mencionaram o
nome da apelante nas duas apreensões que concernem aos fatos narrados na denúncia, e
o simples fato de a acusação mencionar a existência de uma mulher no hotel, e de uma

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fotografia não juntada aos autos, não faz prova cabal da respectiva identidade, acusação
essa, ademais, elidida por declarações extrajudiciais da funcionária da mercearia de
propriedade de Elizângela, que, a respeito dos fatos, afirmou que se encontrava
trabalhando no dia em que ela supostamente foi vista no hotel.
Assere, portanto, que a defesa se desincumbiu do ônus de provar
que a recorrente não estava no local e hora declinados na denúncia, merecendo, por isso,
a absolvição por negativa loci, nos termos do art. 386, VI, do CPP.
Além disso, rebate a dosimetria penal, requerendo a aplicação da
atenuante da confissão espontânea (art. 65, III, "d", do CP), a especial minorante do art.
33, § 4º, da Lei Antidrogas, em sua fração máxima, e, por último, a
inconstitucionalidade do regime inicial fechado automático para o cumprimento da
pena.
A defesa de Jaime Gonçalves dos Santos, representada na
pessoa do Defensor Público Estado de Mato Grosso, Dr. Guilherme Ribeiro Rigon,
apresenta as razões de apelação às fls. 2545v/2550, replicando as assertivas deduzidas

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em prol de Gledi Gonçalves Dias, argumentando a insuficiência de provas quanto à
coautoria delitiva tributada ao ora apelante, amparando-se na negativa geral de autoria
perfilhada por ele em Juízo, quer em relação à narcotraficância, quer quanto a
associação para essa finalidade.
Por derradeiro, a defesa de Cristina Zaura, representada pelo
Dr. Delcino Oliveira Machado, OAB/GO 30299, juntou as razões recursais às fls.
2386/2402, protestando pela absolvição por: a) inépcia da denúncia, que não descreve
minimamente o vínculo associativo entre a apelante e os demais associados ao tráfico de
drogas; e b) negativa geral de autoria, sob o pretexto de que nada foi encontrado em
poder da apelante que a relacione aos fatos geradores de sua condenação.
Aduz que as assertivas colhidas por meio de escutas telefônicas
nada traduzem em sentido a comprovar a coparticipação da apelante nos fatos
criminosos, e nada obstante reconheça ter mencionado em determinadas conversas que

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deveriam avisar coacusados de que "a janta ficou pronta" e que "as gurias foram jantar
lá", bem como Jaime deveria ir para o "matim", "mata-burro", cuidam-se de afirmações
inocentes e que jamais tiveram o escopo de dissimular o sucesso havido no transporte de
drogas por seus associados.
Rebate a prova testemunhal especificamente em relação à efetiva
identificação da apelante Cristina como sendo a ocupante do Fiat Uno utilizado para dar
instruções aos transportadores do narcotráfico, bem como a afirmação de que havia elo
entre a ora apelante e Elizângela para a prática de crimes.
Além disso, rebate a dosimetria da pena, que reputa
desfundamentada, inclusive quanto à presença da continuidade delitiva e sua fração, que
impõe ser alijada ou, no mínimo, ter seu quantum reduzido para atender ao princípio da
proporcionalidade.
Pede, ainda, a aplicação da minorante do art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006 que entende fazer jus.
Contrarrazões aos recursos defensivos apresentados por Gledi e

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Jaime, às fls. 2552/2578, pela improcedência dos pedidos e o desprovimento de
ambas as pretensões recursais.
Salienta que dentro de um VW/Polo, foram apreendidos 8,2kg
de pasta-base de cocaína, e ao ser interpelado a respeito dessa apreensão, apresentou
aduções "totalmente estapafúrdias e ilógicas" (sic fl. 2553), o que torna a coautoria
comprovada indene de dúvida, mormente quando confrontadas por escutas telefônicas e
trabalho operacional de monitoramento realizado por investigadores de polícia.
Quanto ao apelante Gledi, afirma que, mesmo tendo negado a
prática de qualquer crime, foi flagrado em ligações telefônicas realizando a tratativas
relativas à aquisição de drogas, inclusive forneceu um veículo para o transporte e fez o
pagamento de R$71.000,00 visando pagar a droga adquirida.
Nas contrarrazões complementares de fls. 2702/2740, a douta
acusação rebate a fala defensiva de Cristina Zaura, requerendo, entretanto, a sua

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procedência apenas quanto ao pedido de alijamento da continuidade delitiva, que
entende ausente in casu.
No mais, entende que as interceptações telefônicas e os
depoimentos de investigadores de polícia assentam a procedência da acusação de
participação da apelada referida em crimes de tráfico de drogas e associação para essa
finalidade, na medida em que comprovam ser ela articuladora de crimes praticados por
seus associados.
Quanto ao apelante Édio, refuta as aduções concernentes à
inépcia da denúncia, cerceamento de defesa e insuficiência de provas, uma vez que se
comprovou a participação dele no 2º fato descrito na denúncia, que diz respeito à
apreensão de 10,2kg de pasta-base de cocaína, e que a dosimetria da pena ressai aplicada
dentro da legalidade e atendendo aos parâmetros de proporcionalidade, exceto quanto à
aplicação da continuidade delitiva, que, segundo entende, deve ser alijada.
Quanto à apelante Carla Patrícia, estabelece que, diante da
inalteração do quadro fático-processual, deva ser mantida em sistema de monitoramento

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eletrônico.
Assenta convicção de que a condenação por associação ao tráfico
deve ser mantida diante da existência de escutas telefônicas altamente comprometedoras,
postulando, entretanto, pelo abrandamento do regime inicial de cumprimento de
pena e a substituição por penas restritivas de direito, considerando que a pena não
ultrapassa quatro anos e a apelante é possuidora de bons predicados individuais.
Em relação à apelante Elisângela, rebate a tese anulatória por ela
alegada, pretextando a ausência de demonstração da necessidade da produção das provas
requeridas na instrução criminal.
Estabelece que a acusação está pautada na apreensão da droga e
nas escutas telefônicas realizadas com autorização da justiça, comprovando seu
envolvimento nos crimes, salientando, ademais, que a pena foi aplicada dentro da justa
medida para os crimes.

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A douta Procuradoria de Justiça, em parecer da lavra do
eminente Dr. Gill Rosa Fechtner, opina pela prejudicialidade do pedido formulado
pela defesa de Carla Patrícia Campos Alves, de retirada da tornozeleira eletrônica
e de abrandamento de regime e substituição por penas restritivas de direito, por já
terem sido atendidos em sede de habeas corpus; pela rejeição das arguições de
nulidade processual enfocadas pelas defesas de Édio e Elizângela, e pelo parcial
provimento dos recursos defensivos, apenas para decotar a majoração da pena,
decorrente da aplicação da regra da continuidade delitiva, descabida in casu,
mantendo-se incólumes, no mais, as condenações.
É o relatório. À douta Revisão.
Cuiabá, 17 de abril de 2019.

DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA


Relator

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TJMT
Fls:2847

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P A R E C E R (ORAL)
O SR. DR. GILL ROSA FECHTNER
Ratifico o parecer escrito.

V O T O (PRELIMINAR - PEDIDO DE RETIRADA DA


TORNOZELEIRA ELETRÔNICA INSTALADA EM CARLA PATRÍCIA CAMPOS
ALVES)
EXMO. SR. DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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(RELATOR)
Egrégia Câmara:
Consoante se depreende do incluso parecer da Cúpula
Ministerial, à fls. 2756-TJ, a pretensão esposada pela defesa de Carla Patrícia Campos
Alves, de retirada da tornozeleira eletrônica determinada em razão da substituição da
prisão preventiva por medidas cautelares diversas no writ constitucional n. 68300/2016,
perdeu o objeto em razão do advento da concessão do HC 1012234-24.2017.8.11.0000,
assim ementado:
"HABEAS CORPUS – CONDENAÇÃO POR ASSOCIAÇÃO
AO TRÁFICO DE ENTORPECENTE – PENA FIXADA NO MÍNIMO
LEGAL – PACIENTE QUE RESPONDEU AO PROCESSO CUMPRINDO
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO – PEDIDO DE
REVOGAÇÃO DAS MEDIDAS – CONCESSÃO APENAS PARA A
RETIRADA DO MONITORAMENTO ELETRÔNICO POR MEIO DE
TORNOZELEIRA – ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA.

Fl. 17 de 226
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TJMT
Fls:

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Não se ouvida a possibilidade da manutenção das medidas
cautelares mesmo após a condenação em regime inicial aberto, entretanto,
os requisitos autorizadores da restrição de direitos deve vir acompanhada de
fundamentação consistente, o que não ocorreu nos autos, sendo que a
modificação da situação fática da paciente demostra a desnecessidade da
medida cautelar de monitoramento eletrônico.

Paciente que compareceu em todos os atos processuais, está


grávida de seu segundo filho, possui ocupação lícita (proprietária de uma
escola de educação infantil), com predicados pessoais e residência fixa.

Ordem parcialmente concedida, apenas para a retirada da


tornozeleira eletrônica." (TJMT, HC 1012234-24.2017.8.11.0000, 3ª
Câmara Criminal, Rel Des. Juvenal Pereira da Silva, j. 14/12/2017, trânsito

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em julgado em 1º/8/2018).

Registre-se, por oportuno, que o pedido em questão,


formulado nas razões de apelação de fls. 2274v/2281-TJ, protocolizadas pelo método
eletrônico em 05/7/2017, é anterior ao habeas corpus julgado em 14/12/2017,
referindo-se ao período em que a apelação criminal ainda tramitava perante o Juízo da
condenação, e, por consequência, competia-lhe decidir as questões emergenciais da ação
penal sentenciada.
Assim, em face da obtenção da situação jurídica pretendida nas
razões recursais, nota-se que está superada a questão, mesmo porque, o título judicial
que ora recai quanto às medidas cautelares vigentes até a resolução do apelo criminal é
diverso.
Desse modo, com a perda do objeto perseguido, outra alternativa
não há senão julgar prejudicado o pedido. Nesse sentido, verbis:
“HABEAS CORPUS – TENTATIVADE ROUBO MAJORADO
E CORRUPÇÃO DE MENORES – PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA

Fl. 18 de 226
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– PRETENDIDA LIBERDADE AO PACIENTE – MENCIONADA
AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO IDÔNEA – INQUINADA AUTORIDADE
COATORA QUE INFORMA TER, DE FORMA SUPERVENIENTE,
DEFERIDO O PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA CUSTÓDIA
PREVENTIVA, COM A IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DO
ART. 319 DO CPP – PACIENTE POSTO EM LIBERDADE – AÇÃO
CONSTITUCIONAL QUE PERDE SEU OBJETO –
PREJUDICIALIDADE MANIFESTA – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO
DE MÉRITO.
O habeas corpus impetrado em favor do paciente com o fim de
obter a sua liberdade restou prejudicado, pois, antes da análise meritória, o
magistrado da instância singela revogou a sua prisão preventiva, com a
vinculação de medidas cautelares do art. 319 do CPP. Esvaziamento do

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objeto da ação constitucional, nos termos do art. 659 do CPP e art. 51, incs.
XV e XXII, do RITJMT”. (TJMT, HC 61991/2016, DES. GILBERTO
GIRALDELLI, TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 22/6/2016,
Publicado no DJE 28/6/2016).
“HABEAS CORPUS - HOMICÍDIO QUALIFICADO - PRISÃO
TEMPORÁRIA – PEDIDO DE LIBERDADE OU PRISÃO DOMICILIAR
– REVOGAÇÃO DA CUSTÓDIA PELO JUIZ DA CAUSA – PERDA DE
OBJETO -JULGADOS DO TJMT – IMPETRAÇÃO PREJUDICADA.
‘Tendo em vista que foi revogado o decreto de prisão temporária
pelo Juízo de origem, resta prejudicada a análise do presente habeas corpus
por perda de objeto. Habeas corpus prejudicado.” (TJMT, HC nº
46369/2013)’.” (TJMT, HC 154423/2015, DES. MARCOS MACHADO,
PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 15/12/2015, Publicado no
DJE 18/12/2015).
Ante o exposto, julgo prejudicado o pedido de retirada da

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tornozeleira eletrônica aviado em prol da apelante Carla Patrícia Campos Alves, ante
a perda de seu objeto.
É como voto.

V O T O (MÉRITO)
EXMO. SR. DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA
(RELATOR)
Egrégia Câmara:
Antes de mais nada, esclareço que a análise dos recursos de
apelação interpostos por Cristina Zaura e Jaime Gonçalves dos Santos, dizem

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respeito tão-somente aos fatos "01" e "06", descritos na denúncia abaixo transcrita; o de
Edio Carlos Marçal, aos fatos "02" e "06"; de Gledi Gonçalves Dias e Elizângela
Monteiro da Silva, aos fatos "04" e "06", e de Carla Patrícia Campos Alves, ao fato
"06", objeto da condenação nos autos da Ação Penal em epígrafe, registrada sob o NU
2393-57.2015.8.11.0011, cód. 231043, do Juízo da 3ª Vara da comarca de Mirassol
d'Oeste.
A integralidade dos fatos "03", "05" e "07", bem como parte dos
fatos "01" (relativo às responsabilidades penais de Geovan Firmino da Silva e Gilliard
Augusto de Lima), "02" (quanto a Geovan Firmino da Silva e de Enilson José de
Paula), "04" (relativo aos acusados Geovan Firmino da Silva, Sidnei da Silva
Quintino e Edelson Mendes da Rocha), "06" (relativo a Geovan Firmino da Silva,
Diogo Santana Soares, Enilson José de Paula, Sidnei da Silva Quintino, Edelson
Mendes da Rocha, Valdir Caldeira da Silva, Adeclair Araújo da Silva e Gilliard
Augusto de Lima), e "07", referente ao acusado Enilson José de Paula, deverão ser
apurados na Ação Penal n. 820-47.2016.8.11.0011 (cód. 236159), do Juízo da 3ª

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Vara de Mirassol d'Oeste, que constitui desmembramento da presente ação penal,
determinada por força da decisão judicial de fls. 762/766, em 07/3/2016.
De outro lado, por consulta ao sistema Primus, infere-se que a
responsabilidade penal de John Lennon da Silva, relativa ao "fato 01", foi apurada na
Ação Penal n. 8515-38.2014.8.11.0006, cód. 173032, processada e julgada pelo Juízo da
1ª Vara Criminal de Cáceres, transitada em julgado em 28/4/2015, tendo sido condenado
à pena de 02 anos e 02 meses de reclusão, e 06 meses de detenção, em regime inicial
fechado, e ao pagamento de 166 dias-multa, nos termos do art. 33, caput e § 4º, da Lei n.
11.343/2006, em concurso material com o delito tipificado no art. 309 do CTB.
Noutra senda, Elismar Guimarães e João Batista Pereira
Claudino tiveram as respectivas responsabilidades penais concernentes ao "fato 02"
apuradas na Ação Penal n. 25551-08.2014.811.0002, cód. 378353, que tramitou perante
o Juízo da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, cuja sentença, confirmada nos autos da

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Apelação Criminal n. 65776/2016, desta 3ª Câmara Criminal, de minha relatoria,
transitada em julgado em 19/9/2016, condenou-os à reprimenda idêntica de 07 anos e 06
meses de reclusão e pagamento de 750 (setecentos e cinquenta) dias-multa, a ser
cumprida em regime inicial fechado, como incursos nas penas do art. 33, caput, da Lei
11.343/2006.
Na sequência, cumpre salientar que Edelson Mendes da Rocha e
Sidnei da Silva Quintino foram responsabilizados pelo "fato 04" na Ação Penal n.
24179-98.2014.811.0042, cód. 382342, que tramitou perante o Juízo da 13ª Vara
Criminal da Capital, cuja sentença, parcialmente confirmada nos autos da Apelação
Criminal n. 145798/2015, da 2ª Câmara Criminal, da relatoria do eminente Des. Pedro
Sakamoto, transitada em julgado em 19/9/2016, condenou o primeiro à reprimenda de
08 anos de reclusão e pagamento de 800 dias-multa, a ser cumprida em regime inicial
fechado, e o segundo à pena de 07 anos de reclusão, e pagamento de 700 dias-multa, em
regime inicial fechado, ambos como incursos nas penas do art. 33, caput, da Lei
11.343/2006.

Fl. 21 de 226
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Por último, o crime perpetrado por Péricles Rodrigo Borralho
Pedroso e de Valdir Caldeira da Silva, relativo ao "fato 05", foi objeto de processo e
julgamento, o primeiro, nos autos da Ação Penal n. 1012-41.2015.811.0002, cód.
383403, do Juízo da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, cuja sentença, confirmada nos
autos do recurso de Apelação Criminal n. 122518/2015, da 2ª Câmara Criminal deste e.
Sodalício, Rel. Des. Rondon Bassil Dower Filho, transitada em julgado em 13/5/2016,
condenou-o à pena privativa de liberdade de 06 anos de reclusão em regime inicial
fechado, além, do pagamento de 600 dias-multa, em razão da prática do crime tipificado
no artigo 33, “caput”, da Lei n.º 11.343/2006, e o segundo, nos autos da Ação Penal
desmembrada n. 10144-25.2015.811.0002, cód. 397803, do mesmo Juízo e Vara
Criminal, cuja sentença, confirmada nos autos do recurso de Apelação Criminal n.
65764/2016, da 2ª Câmara Criminal deste e. Sodalício, Rel. Des. Rondon Bassil Dower
Filho, transitada em julgado em 14/10/2016, condenou-o à pena privativa de liberdade

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de 08 anos e 09 meses de reclusão em regime inicial fechado, além, do pagamento de
890 dias-multa, em razão da prática do crime tipificado no artigo 33, “caput”, da Lei n.º
11.343/2006
Realizada essa primeira digressão, estabelece a denúncia
incriminadora de fls. 01-A/01-Q, a ocorrência de sete contextos fáticos distintos, abaixo
relacionados, dos quais, repito, será analisada somente a responsabilidade penal de parte
dos denunciados nos fatos "01", "02", "04" e "06":
"01º FATO- TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES

No dia 11 de setembro de 2014, nessa Cidade de Mirassol


d'Oeste/MT, os denunciados GEOVAN Firmino da Silva, CRISTINA Zaura
e JAIME Gonçalves dos Santos, com vontade livre e consciente do caráter
ilícito de suas condutas, adquiriram, expuseram à venda, forneceram e
venderam, de que tinha em depósito e guarda, para fins de tráfico,
arregimentando GILLIARD Augusto de Lima e John Lennon Candido da
Silva, para o transporte de Mirassol d'Oeste/MT a Cuiabá/MT, a quantia de

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8,2kg (oito quilogramas e duzentos gramas) de pasta base de cocaína, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, apreendida na Cidade
de Cáceres/MT, em posse dos transportadores [Gilliard e John] [processo n.
8515-38.2014.811.0006, Comarca de Cáceres/MT].

02º FATO- TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES

No dia 22 de setembro de 2014, nessa Cidade de Mirassol


d'Oeste/MT, GEOVAN Firmino da Silva, com vontade livre e consciente do
caráter ilícito de sua conduta, adquiriu, expôs à venda, forneceu e vendeu,
de que tinha em depósito e guarda, a quantia de 10.2kg (dez quilogramas e
duzentos gramas) de pasta base de cocaína, para os increpados ENILSON
José de Paula e EDIO Carlos Marçal (adquiriram), concorrendo de modo
eficaz para o crime de tráfico de drogas, além do que contaram com a

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participação de João Batista Claudino de Souza e Elismar Guimarães
[Apurado no IPL n. 0543/2014-SR/DFP/MT], responsáveis pelo transporte
de Mirassol d'Oeste/MT à Cuiabá/MT; contudo, estes foram presos em
flagrante delito em Várzea Grande/MT.

03º FATO- TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES

No dia 13 de outubro de 2014, no estabelecimento 'Hotel Roma',


na cidade de Cuiabá/MT, GEOVAN Firmino da Silva (fornecedor),
SIDNEI da Silva Quintino, EDELSON Mendes da Rocha e um indivíduo
não identificado - HNI (todos auxiliando Geovan no transporte e entrega(,
com vontade livre e consciente do caráter ilícito de suas condutas,
transportaram, forneceram e venderam para DIOGO Santana Soares
(adquiriu e vendeu), a quantia de 10kg (dez quilogramas) de pasta base de
cocaína, em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
concorrendo de modo eficaz para o crime de tráfico de drogas.

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04º FATO- TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES

No dia 13 de outubro de 2014, no estabelecimento 'Hotel Roma",


na cidade de Cuiabá/MT, GEOVAN Firmino da Silva (fornecedor),
SIDNEI da Silva Quintino, EDELSON Mendes da Rocha, ELIZÂNGELA
da Silva Monteiro e um indivíduo não identificado - HNI, com vontade livre
e consciente do caráter ilícito de suas condutas, transportaram, forneceram
e venderam para GLEDI Gonçalves Dias (adquiriu), a quantia de 50kg
(cinquenta quilogramas) de pasta base de cocaína, em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, concorrendo de modo eficaz para o
crime de tráfico de drogas, que foi transportada posteriormente por SIDNEI
e EDELSON [Processo n. 24179-98.2014.8.11.0042, Comarca de
Cuiabá/MT (IPL n. 0592/2014)], presos em flagrante delito, a bordo de um
veículo FIAT/Fiorino, cor branca, placas NJF8613, na localidade

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conhecida como 'Bandeira 2' (a droga estava escondida às margens da
estrada), próximo à saída para a cidade de Chapada dos Guimarães,
Cuiabá/MT.

05º FATO- TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES

No dia 09 de novembro de 2014, na cidade de Várzea


Grande/MT, ADECLAIR Araújo da Silva, com vontade livre e consciente do
caráter ilícito de sua conduta, transportou, forneceu e vendeu para VALDIR
Caldeira da Silva (adquiriu), a quantia de 6.27kg (seis quilogramas e
duzentos e setenta gramas) de pasta base de cocaína, arregimentando
Péricles Rodrigo Borralho Pedroso [Processo n. 1012-41.2015.8.11.0002,
Comarca de Várzea Grande/MT, tendo como denunciados Péricles Rodrigo
Borralho Pedroso e Valdir Caldeira da Silva, ambos como incursos nas
disposições do artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/2006], para realizar o
transporte até a cidade de Teresina/PI, sendo este preso em flagrante delito

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quando desembarcava no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea
Grande/MT.

06º FATO- ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO

Entre os meses de agosto de 2014 e julho de 2015, constatou-se


que os denunciados GEOVAN Firmino da Silva, CRISTINA Zaura, JAIME
Gonçalves dos Santos, EDIO Carlos Marçal, SIDNEI da Silva Quintino,
ELZÂNGELA da Silva Monteiro, EDELSON Mendes da Rocha, GLEDI
Gonçalves Dias, ADECLAIR Araújo da Silva, CARLA Patrícia Campos
Alves, VALDIR Caldeira da Silva, GILLIARD Augusto de Lima, ENILSON
José de Paula, DIOGO Santana Soares e diversas outras pessoas não
identificadas, com vontade livre e consciente do caráter ilícito de suas
condutas, associaram-se, de maneira permanente e estável, para o fim de

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praticados, de forma reiterada, o crime de tráfico ilícito de entorpecentes.

07º FATO - POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E


MUNIÇÕES

No dia 02 de julho de 2015, por volta das 06h00min., na


residência localizada na Avenida de Toledo, s/n., na cidade de Poconé/MT, o
denunciado ENILSON José de Paula possuía arma de fogo de uso
permitido, em desacordo com determinação legal, consistente em 01 (um)
revólver, calibre 38, com número de série 0116199, marca Taurus, com 04
(quatro) munições intactas calibre 38, consoante Auto de Apreensão (fl.
213) e Laudos Periciais de Balística (fls. 236/244).

Com efeito, na data, local e horários retromencionados, a


Polícia Federal, em cumprimento a mandado de busca e apreensão na
residência de propriedade do increpado Enilson, lograram êxito em
encontrar e apreender arma de fogo e munições.

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Sobreleva notar que, na residência encontrava-se Roberto
Marcos Marino, oportunidade em que este informou para os policiais que
havia de fato uma arma naquela casa, após o que os conduziu até o quarto
onde estava o revólver,calibre 38, marca Taurus, municiada com 04 (quatro)
munições intactas calibre 38, conforme Auto de Apreensão de (fl. 213).

Acrescente-se, por fim, que Roberto Marcos Marino, durante seu


interrogatório, confessou que a arma de fogo e as munições pertenciam ao
increpado Enilson (fl. 206)" (denúncia, fls. 01-A/01-E).

Por essas razões:


a) Geovan Firmino da Silva foi denunciado como incurso nas
penas do art. 33, caput, por diversas vezes, da Lei n. 11.343/2006, na forma do art. 71,
caput, do CP, e art. 35, caput, da Lei n. 11.343/2006, por diversas vezes, na forma do art.

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71, caput, do CP, e em concurso material com o crime de tráfico de drogas (art. 69 do
CP);
b) Cristina Zaura, como incursa nas penas do art. 33, caput, da
Lei n. 11.343/2006, e art. 35, por diversas vezes, da Lei n. 11.343/2006, na forma do art.
71, caput, do CP, este em concurso material com o crime de tráfico de drogas (art. 69 do
CP);
c) Jaime Gonçalves dos Santos, como incurso nas penas do art.
33, caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, em concurso material de crimes
(art. 69 do CP);
d) Edio Carlos Marçal, como incurso nas penas do art. 33,
caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, em concurso material de crimes
(art. 69 do CP);
e) Sidnei da Silva Quintino, como incurso nas penas do art. 33,
caput, por diversas vezes, da Lei n. 11.343/2006, na forma do art. 71, caput, do CP, e art.
35, caput, da Lei n. 11.343/2006, por diversas vezes, na forma do art. 71, caput, do CP, e

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TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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em concurso material com o crime de tráfico de drogas (art. 69 do CP);
f) Elizângela da Silva Monteiro, como incursa nas penas do art.
33, caput, por diversas vezes, da Lei n. 11.343/2006, na forma do art. 71, caput, do CP, e
art. 35, caput, da Lei n. 11.343/2006, por diversas vezes, na forma do art. 71, caput, do
CP, e em concurso material com o crime de tráfico de drogas (art. 69 do CP);
g) Edelson Mendes da Rocha, como incurso nas penas do art. 33,
caput, por diversas vezes, da Lei n. 11.343/2006, na forma do art. 71, caput, do CP, e art.
35, caput, da Lei n. 11.343/2006, por diversas vezes, na forma do art. 71, caput, do CP, e
em concurso material com o crime de tráfico de drogas (art. 69 do CP);
h) Gledi Gonçalves Dias, como incurso nas penas do art. 33,
caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, em concurso material de crimes
(art. 69 do CP);
i) Adeclair Araújo da Silva, como incurso nas penas do art. 33,

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caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, em concurso material de crimes
(art. 69 do CP);
j) Carla Patrícia Campos Alves, como incursa nas penas do art.
35, caput, da Lei n. 11.343/2006;
k) Valdir Caldeira da Silva, como incurso nas penas do art. 33,
caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, em concurso material de crimes
(art. 69 do CP);
l) Gilliard Augusto de Lima, como incurso nas penas do art. 33,
caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, em concurso material de crimes
(art. 69 do CP);
m) Diogo Santana Soares, como incurso nas penas do art. 33,
caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, em concurso material de crimes
(art. 69 do CP);
n) Enilson José de Paula, como incurso nas penas do art. 33,
caput, e art. 35, caput, ambos da Lei n. 11.343/2006, e art. 12 da Lei n. 10.826/2003,

Fl. 27 de 226
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todos em concurso material de crimes (art. 69 do CP).
A autoridade judiciária de origem, atendendo à celeridade
processual afeta aos feitos de réus presos pelo processo, promoveu o desmembramento
da ação penal em relação aos codenunciados Geovan Firmino da Silva, Sidnei da
Silva Quintino, Edelson Mendes da Rocha, Valdir Caldeira da Silva, Adeclair
Araújo da Silva, Gilliard Augusto de Lima, Enilson José de Paula e Diogo Santana
Soares, nos termos do art. 80 do CPP, os quais passaram a ter a ação penal impulsionada
nos autos de n. 820-47.2016.811.0011, cód. 236159, 3ª Vara da comarca de Mirassol
d'Oeste.
De outro lado, a presente ação penal prosseguiu em seus
ulteriores termos somente em relação aos ora apelantes Gledi Gonçalves Dias, Carla
Patrícia Campos Alves, Cristina Zaura, Jaime Gonçalves dos Santos, Elizângela da Silva
Monteiro e Edio Carlos Marçal, os quais, após regularmente processados, foram

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condenados na sentença de fls. 1994/2015, o primeiro à pena privativa de liberdade de
13 anos, 02 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado, e o pagamento de
1787 dias-multa, valor unitário mínimo, nos termos dos artigos 33, caput, e 35, caput,
ambos da Lei Federal n.º 11.343/2006, na forma do artigo 71, caput, e 69, caput, ambos
do Código Penal (04º E 6º FATOS),a segunda, à pena privativa de liberdade de 03 anos
de reclusão, em regime inicial fechado, e o pagamento de 700 dias-multa, valor unitário,
nos termos do artigo 35, caput, ambos da Lei Federal n.º 11.343/2006 (6º FATO), e os
demais, à reprimenda individual e idêntica de 11 anos e 04 meses de reclusão, em
regime inicial fechado, e o pagamento de 1533 dias-multa, valor unitário mínimo, nos
termos dos artigos 33, caput, e 35, caput, ambos da Lei Federal n.º 11.343/2006, na
forma dos artigos 71, caput, e 69, caput, ambos do Código Penal (Cristina Zaura e
Jaime Gonçalves dos Santos, ante a prática do 1º e 6º Fatos; Édio Carlos Marçal, pela
prática do 2º e 6º Fatos; Elizângela Silva Monteiro e Gledi Gonçalves Dias, pelo
cometimento do 4º e 6º fatos).
Passo à análise individualizada das pretensões recursais

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defensivas.

I. ALEGADA INÉPCIA DA DENÚNCIA

I.I. DEFESA DE ÉDIO CARLOS MARÇAL - AUSÊNCIA


DE DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DA CONDUTA DO APELANTE E DO
NEXO CAUSAL RELATIVO AOS CRIMES DE TRÁFICO DE ASSOCIAÇÃO
PARA TANTO

As defesa de Édio Carlos Marçal sustenta, nas razões de seu


apelo criminal, verbis:
"Conforme Relatório apresentado pela Polícia Federal, bem
como a Denúncia apresentada pelo promotor, o Apelante seria um dos

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compradores de 10,2kg de Cocaína apreendidos em Várzea Grande em
11/09/2014, ligando-o ao fato, tendo em vista ter sido o mesmo preso em
Cáceres transportando cerca de 03 (três) quilos de Cocaína em 06/11/2014.

Atribui a conduta do Apelante como sendo criminosa citando os


fatos de n. 02, conforme ilustra a denúncia, tendo como principal fonte de
prova da conduta do Apelante degravações de mensagens telefônicas vindas
de aparelho celular em que sugerem a preocupação do interlocutor com
terceira pessoa que poderia ter vindo a ser presa.

Pois bem EXCELÊNCIA, é sabido que, para que a denúncia seja


considerada apta, a mesma precisa demonstrar o mínimo de nexo entre a
conduta, o acusado e o resultado ilícito, o que os autos, após toda a
instrução criminal não demonstraram.

O Apelante foi condenado pelos crimes de TRÁFICO DE


DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO, tipificado nos arts. 33 e 35

Fl. 29 de 226
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'caput' da Lei n. 11.343/2006.

Ambas as acusações estão alicerçadas em supostos contatos


telefônicos, através de mensagens que o Apelante teria tido com o co-réu
'Capivara' perguntando de 'velho', onde demonstram preocupação com o
sumiço do tal 'velho'.

Aliado a essa conversa principal fundamentação do


envolvimento do Apelante pela autoridade policial, bem como pelo
Ministério Público é o fato do Apelante ter sido preso em data de
06/11/2014 transportando 3kg de Cocaína na cidade de Cáceres.

Fatos esses que já foram esclarecidos em outro processo, no


qual o Apelante fora ABSOLVIDO.

Aliás, a denúncia limita-se apenas em colacionar parte de

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degravação em que pessoas perguntam de um tal de 'velho', sendo essa
conversa escrita atribuída ao Apelante.

Limita-se também em imputar a participação do Apelante em


fatos criminosos, pelo motivo do mesmo ter sido preso em flagrante, em uma
ocasião diversa do inquérito, imputando a pecha de traficante ao Apelante.

Pois bem, a simples degravação de conversa via mensagem,


demonstrando preocupação com o sumiço de outrem não torna o Apelante
traficante, até porque, não existem sequer indícios de que o autor das
mensagens seja o Apelante.

Aliado a esse fato existe também a falta de elementos que liguem


a conversa a qualquer tipo de traficância, ou associação, eis que o
responsável pelas mensagens, em momento algum demonstra ter perdido
mercadoria, dinheiro ou qualquer outro indício de tráfico.

Embora dispensável a descrição pormenorizada da conduta de

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cada denunciado nos crimes de autoria coletiva, é imprescindível que a
denúncia estabeleça vínculo entre o denunciado e a empreitada criminosa.
O posicionamento é da Quinta Turma do STJ, proferido no HC 214.861-SC,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 28/2/2012 (Info 492).

Concluiu a Quinta Turma do STJ pela inépcia formal de uma


inicial acusatória que, em crime de autoria coletiva, deixou de demonstrar o
efetivo nexo de causalidade entre a conduta e os crimes imputados.

A defesa insiste em perguntar, qual a conduta praticada pelo


Apelante que o faz ser autor, co-autor, ou partícipe de qualquer um desses
crimes?

Qual foi o ato que o Apelante praticou que o tornou um


criminoso?

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Não existe nos autos, durante toda a instrução criminal,
qualquer liame entre o Apelante e os demais acusados, não existe uma só
escuta que indique que o apelante pudesse ser traficante ou que atuasse em
favor dos demais.

Ouvida as testemunhas de acusação, nenhuma trouxe aos autos


nenhum esclarecimento acerca da conduta do Apelante, aliás, sequer sabiam
quem ele era.

Não existe uma só prova do Apelante comprando, vendendo,


tendo em sua gurada [sic], ou qualquer das tipificações do art. 33, muito
menos de que se associou a alguém para tal fim.

No mesmo sentido têm-se a sentença prolatada em desfavor do


Apelante é infundada e irresponsável, pois está segurando um pai de família
e inocente dentro de um presídio de segurança máxima, onde, legalmente, só
deveriam estar presos condenados.

Fl. 31 de 226
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Não é possível que se faça uma descrição dos fatos mediante a
qual não seja possível chegar-se a um mínimo vínculo existente entre o
crime e o acusado.

(...)

Pergunto-lhes EXCELÊNCIAS, ONDE ESTÁ O NEXO ENTRE


A CONTUTA [SIC] DE EDIO CARLOS MARÇAL E O RESULTADO
ILÍCITO? ONDE ESTÁ A DESCRIÇÃO DO FATO ILÍCITO PRATICADO
POR EDIO CARLOS MARÇAL?

QUAL FOI O ATO PRATICADO POR EDIO, OU A CODUTA,


QUE POSSA IMPLICAR-LHE A IMPUTAÇÃO DE TRAFICANTE, OU DE
TER SE ASSOCIADO COM OS DEMAIS PARA ESSE FIM?

(...)

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Diante do exposto, a Denúncia deve ser considerada, inepta,
uma vez que não constitui os elementos de admissibilidade, impossibilitando
assim a defesa do Réu" (sic razões, fls. 2083/2085).

Por sua vez, a denúncia incriminadora, ao narrar o contexto


fático que ensejou a imputação da prática dos delitos de tráfico de drogas e associação ao
ora apelante, mencionou que no dia 22 de setembro de 2014, ocorreu a apreensão de
10,2kg de pasta-base de cocaína escondidos no interior do veículo Chevrolet D20, placas
CQK-2741, cuja negociação envolveu os codenunciados Geovan Firmino da Silva, que
seria o fornecedor da droga, Edio Carlos Marçal e Enilson José de Paula, adquirentes
da droga, bem como os transportadores João Batista Claudino de Souza e Elismar
Guimarães, tendo sido estes dois últimos presos em flagrante delito pela Polícia Federal
em Jangada/MT, e levados para a cidade de Várzea Grande, onde o automóvel foi
revistado, tendo sido encontrada a droga no para-lamas dianteiro, investigação essa
tirada do IPL 543/2014.

Fl. 32 de 226
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A exordial vexatória narra, ainda, que de acordo com as
interceptações dos ramais telefônicos, Edio demonstra a Enilson grande preocupação
com a falta de informações do "freteiro" João Batista, sendo este identificado nos
diálogos com o apelido de "Véi", e posteriormente, no dia 24/9/2014 vem a informação
de Enilson, no sentido de que o transportador da droga foi preso e encaminhado para a
Penitenciária Pascoal Ramos.
Como se não bastasse, em 06/11/2014, o apelante Edio vem a ser
preso em flagrante delito na cidade de Cáceres, transportando cerca de 3kg de pasta-base
de cocaína. Assim como ocorreu após a prisão de João Batista, Enilson também contrata
advogado para defender do apelante e demais envolvidos.
Por último, narra-se, ainda, que o apelante Edio, juntamente com
Diogo Santana Soares, Valdir Caldeira da Silva, Enilson José de Paula, Adeclair Araújo
da Silva e Gledi Gonçalves Dias são usuais fornecedores de drogas na capital

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mato-grossense e Várzea Grande, drogas que repassam depois de adquirir de Geovan
Firmino da Silva.
Os requisitos da denúncia constam da expressa redação do art.
41 do CPP:
"Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime
e, quando necessário, o rol das testemunhas".

Renato Brasileiro de Lima divide os elementos da peça


acusatória, de que trata o art. 41 do CPP, em essenciais e acessórios/acidentais.
Segundo o renomado jurista, são essenciais "aqueles necessários
para identificar a conduta como fato típico; devem estar presentes na peça acusatória,
já que a falta de um deles significa a descrição de fato não criminoso, sendo evidente o
prejuízo à defesa, que tem direito a ver o fato delituoso inteiramente exposto em todos os
elementos que o compõem. (...) a ausência de um elemento essencial da peça acusatória

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é causa de nulidade absoluta, sendo presumido o prejuízo à ampla defesa" (in Código
de Processo Penal Comentado. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 189).
Os elementos acessórios/acidentais, por sua vez, referem-se "a
circunstâncias de tempo, de espaço, ou até que revelem a maiores dados de modo de
atuar, cuja ausência nem sempre afeta a reação do acusado" (op. cit. p. 190). Embora
importantes para estremar o fato delituoso de outro acontecimento histórico e
individualiza-lo, a exemplo a descrição da hora exata em que o crime foi cometido, não
ensejam nulidade absoluta da denúncia, apenas relativa, demandando a demonstração de
prejuízo para que seja reconhecido.
Da leitura dos contextos fáticos declinados como ilícitos,
atribuídos ao ora apelante na peça de ingresso, infere-se, pois, atendimento a todos os
requisitos legais, havendo a descrição dos elementos essenciais e acidentais
necessários ao esclarecimento dos fatos incriminados, como, por exemplo, o

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contexto temporal (com relação ao tráfico de drogas, a data de 22/9/2014, e em relação
ao delito de associação ao tráfico, o período compreendido entre o mês de agosto de
2014 e julho de 2015), espacial (apreensão de droga ocorrida em Jangada/MT, e os
contatos telefônicos mantidos entre os denunciados), discriminando-se as
circunstâncias dos crimes (apreensão de 10,2kg de pasta-base de cocaína, adquirida em
sociedade por Edio e Enilson do fornecedor Geovan, e a reunião estável e perene entre
eles na narcotraficância) e outras questões acidentais de relevância (plena identificação
do apelante; tipificação dos crimes, rol de testemunhas, etc).
Até mesmo em relação ao crime plurissubjetivo necessário
descrito no art. 35 da Lei Antidrogas, cuja descrição fática comumente é mais fugaz, a
denúncia ora invectivada satisfaz minimamente o dever de pormenorização de que trata
o art. 41 do CPP, quando afirma de modo categórico que o apelante, de forma usual,
rotineira, comprava drogas do codenunciado Geovan e revendia na Capital
Mato-grossense e na vizinha cidade de Várzea Grande.
Em sede de crimes coletivos, a descrição das condutas delituosas

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de cada um dos coagentes deve ser feita o quanto possível, ou, em outras palavras:
"Dizemos que essa individualização deve ser feita o quanto
possível porquanto há situações em que é inviável exigir-se do órgão
acusador a narrativa da conduta de cada um dos concorrentes. Basta supor,
a título de exemplo, um crime de roubo circunstanciado pelo emprego de
arma de fogo praticado contra uma agência bancária em que todos os
agentes tenham permanecido encapuzados durante toda a trama delituosa,
sendo presos em flagrante após o crime. Ora, em uma tal situação, seria
inviável exigir que o Ministério Público descrevesse, individualizadamente,
a conduta de cada um dos denunciados. (...) Reputa-se inepta a denúncia,
mesmo em crimes societários e de autoria coletiva, atribui responsabilidade
penal à pessoa física, levando em consideração apenas a qualidade dela
dentro desta com a conduta delituosa, por configurar, além de ofensa à

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ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal, responsabilidade
penal objetivam repudiada pelo ordenamento jurídico pátrio" (Renato
Brasileiro de Lima, op. cit. p. 191)..

No mesmo sentido:
"(...) Se a inicial acusatória apresentar a narração fática, suas
circunstâncias, a qualificação dos acusados, a classificação dos delitos e o
rol de testemunhas, encontram-se satisfatoriamente preenchidos os
requisitos do art. 41 do CPP, devendo a ação ser considerada apta a
produzir os seus efeitos, visto que possibilita o exercício do contraditório e
da ampla defesa. Ademais, em crimes de autoria coletiva a jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça admite o recebimento da peça inaugural da
ação penal sem que haja uma descrição pormenorizada da conduta de cada
agente criminoso, bastando que exista a demonstração de certo liame entre
o agir de cada um e a prática criminosa que lhe é imputada, estabelecendo,
pois, uma plausibilidade da imputação e possibilitando o exercício do

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direito de defesa." (TJMT, HC 41408/2016, DES. GILBERTO
GIRALDELLI, TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em
04/05/2016, Publicado no DJE 10/5/2016).

Logo, infere-se que nenhuma pecha de inépcia pode ser atribuída


à denúncia de fls. 01-A/01-Q, e na realidade o que se extrai da pretensão defensiva
acerca do tema se aproxima mais da arguição concernente à insuficiência dos
elementos probatórios acerca da incriminação do apelante Edio Carlos Marçal do que
propriamente à afirmação da ausência de descrição dos elementos obrigatórios
constantes da lei processual penal, sobre os quais, como visto alhures, não há como
emprestar procedência.
Por assim concluir, a melhor leitura do art. 41 do CPP sobre os
requisitos da denúncia remete à exigência da descrição pormenorizada do fato e das
respectivas circunstâncias, bem como a qualificação do acusado, classificação dos

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delitos e rol de testemunhas.
Considerando que inépcia traduz inaptidão, falta de atendimento
às exigências formais de existência e validade do ato jurídico, a esfera de análise da
alegação de inépcia se circunscreve à presença ou não de suficiente descrição dos
elementos - essenciais ou acidentais - da denúncia, constituindo, por conseguinte,
atividade de constatação de validade ou não do referido ato, de modo que o não
preenchimento dos requisitos processuais relevantes conduz à declaração de nulidade.
De outro lado, a suficiência ou não dos elementos de prova penal
materializa o mérito da ação penal, atividade jurisdicional de valoração, comparação,
revolvimento de fatos e provas relacionado ao fato jurídico substancial, objeto da ação
penal, de acordo com o que foi produzido nos autos, cuja solução conduz à condenação
ou absolvição. In casu, constatada, na denúncia a suficiente descrição dos elementos
essenciais e acidentais dos fatos incriminados, os quais apontam o apelante como
sócio-comprador da droga que acabou sendo apreendida pela polícia antes que ela
chegasse a seu destino, bem como a condição de associado perene e estável nesse tipo de

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comércio malsão, inviável o agasalhamento da tese de inépcia da denúncia sufragada no
anseio defensivo sob o manto da insuficiência dos elementos informativos relacionados
ao nexo causal da conduta incriminada.
Com efeito, afasto a arguição de nulidade aventada pela defesa
de Édio Carlos Marçal.

I.II. DEFESA DE CRISTINA ZAURA - AUSÊNCIA DE


DESCRIÇÃO PORMENORIZADA O VÍNCULO ASSOCIATIVO DA CONDUTA
AO APELANTE E DO NEXO CAUSAL RELATIVO AO CRIME DE
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS

Nos itens 41 a 42.1 das razões de apelação, a defesa de Cristina


Zaura sustenta que a denúncia não narrou o vínculo associativo com as demais pessoas

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inculpadas na prática do crime tipificado no art. 35 da Lei Antidrogas, o que a faz inepta
de pleno direito.
A denúncia imputou à ora apelante a prática dos crimes descritos
nos fatos "01" e "06", sustentando que no dia 11 de setembro de 2014, a Polícia Federal
logrou apreender 8,2kg de pasta-base de cocaína na cidade de Cáceres.
De acordo com escutas telefônicas interceptadas com
autorização da Justiça, em 08/9/2014, Geovan Firmino da Silva, convivente de Cristina
Zaura, telefona para Jaime Gonçalves dos Santos combinando a entrega da droga.
Já no dia 10 de setembro de 2014, por volta de 17h43min, John
Lennon e Gilliard, transportadores da droga, dirigem-se para a cidade de Mirassol
d'Oeste, encontrando-se com Cristina, e depois tomam o rumo da chácara de Jaime.
Em seguida, Cristina mantém contato telefônico com Jaime,
oportunidade em que pede para esperá-los no "matinho", com intuito de finalizarem a
entrega da droga. Jaime confirma a Cristina a entrega da droga, afirmando que "as
gurias" já foram embora. Ocorre que toda a movimentação estava sendo monitorada pela

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Polícia Civil, que logrou apreender a droga em poder de John Lennon e Gilliard no
interior do VW Polo na cidade de Cáceres.
Na ocasião do flagrante delito John Lennon é preso, mas Gilliard
consegue empreender fuga, avisando Cristina sobre o ocorrido no dia seguinte.
Com efeito, de acordo com a denúncia, as tratativas sobre a
negociação anterior da droga envolvendo Geovan e sua convivente Cristina com Jaime,
e este com Gilliard e John Lennon, bem enfocam o comércio ilícito da droga apreendida,
e o vínculo entre os associados, registrando-se, ainda:
"O denunciado GEOVAN Firmino da Silva é usual 'fornecedor'
de droga (cocaína) para outros traficantes de Cuiabá/MT e Várzea Gramde,
contando sempre com o auxílio da sua esposa CRISTINA Zaura, a qual
mantinha contato com os demais membros do grupo.

Por sua vez, JAIME Gonçalves dos Santos executava o comércio

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d drogas, além do que armazenava e guardava o entorpecente em sua
chácara, após o que entregava e/ou distribuía para os demais integrantes"
(sic fl. 01-Ov).

Mais uma vez, infere-se, pois, o atendimento a todos os


requisitos legais, havendo a descrição dos elementos essenciais e acidentais
necessários ao esclarecimento dos fatos incriminados, como, por exemplo, o
contexto temporal (com relação ao tráfico de drogas, a data de 11/9/2014, e em relação
ao delito de associação ao tráfico, o período compreendido entre o mês de agosto de
2014 e julho de 2015), espacial (apreensão de droga ocorrida em Cáceres/MT, as
tratativas ocorridas na cidade de Mirassol d'Oeste/MT e os contatos telefônicos mantidos
entre os denunciados), discriminando-se as circunstâncias dos crimes (apreensão de
8,2kg de pasta-base de cocaína, adquirida em sociedade por Jaime do fornecedor
Geovan e de sua esposa Cristina, repassada para Gilliard e John Lennon, e a reunião
estável e perene entre eles na narcotraficância) e outras questões acidentais de relevância

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(plena identificação da apelante; tipificação dos crimes, rol de testemunhas, etc).
Até mesmo em relação ao crime plurissubjetivo necessário
descrito no art. 35 da Lei Antidrogas, cuja descrição fática comumente é mais fugaz, a
denúncia ora invectivada satisfaz minimamente o dever de pormenorização
fático-jurídica de que trata o art. 41 do CPP, quando afirma de modo categórico que a
apelante, de forma usual, rotineira, auxiliava o convivente no narcotráfico, mantendo
contato com os compradores/repassadores da droga.
In casu, adotando os mesmos fundamentos de direito utilizados
em relação à súplica anulatória enfocada no anseio defensivo de Edio Carlos Marçal,
constatada a suficiente descrição dos elementos essenciais e acidentais dos fatos
incriminados, os quais apontam a apelante como elo de ligação entre o convivente
Geovan e os compradores de droga no atacado, responsável por ter repassado 8,2kg de
pasta-base de cocaína a Jaime, para que este repassasse para os transportadores John

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Lennon e Gilliard, inviável o agasalhamento da tese de inépcia da denúncia sufragada no
anseio defensivo sob o manto da insuficiência dos elementos informativos relacionados
ao nexo causal da conduta incriminada.
Com efeito, afasto a arguição de nulidade aventada pela defesa
de Cristina Zaura.

II. NULIDADE PROCESSUAL - CERCEAMENTO DE


DEFESA - NÃO ENFRENTAMENTO DE TESE DEFENSIVA

II.I. DEFESA DE EDIO CARLOS MARÇAL - ALEGADA


OMISSÃO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA SENTENCIANTE QUANTO AO
ENFRENTAMENTO DA AFIRMAÇÃO LANÇADA NAS ALEGAÇÕES FINAIS,
ACERCA DA AUSÊNCIA DE MENÇÃO, POR TESTEMUNHAS, DO NOME DO
APELANTE NOS FATOS, BEM COMO DA AUSÊNCIA DE APREENSÃO DO
APARELHO CELULAR RELACIONADO ÀS INTERCEPTAÇÕES

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TELEFÔNICAS

De acordo com o anseio defensivo, a autoridade judiciária de


origem não enfrentou a tese defensiva acerca da inexistência de prova em sentido
incriminador, não abordando a ausência de menção, por testemunhas, de qualquer
conduta imputada ao apelante nos crimes a que foi condenado, tampouco teceu qualquer
comentário sobre a ausência de apreensão do aparelho celular relacionado às
interceptações, limitando-se a "copiar e colar partes da denúncia" (sic razões, fl. 2085v)
para fundamentar o decreto condenatório.
De outro lado, a douta sentenciante, ao enaltecer convencimento
em sentido condenatório, expressou certeza de participação do apelante nos fatos em
razão das escutas telefônicas produzidas com autorização da Justiça, as quais, se são ou
não aptas a caracterizar prova estreme de dúvida, será melhor abordada na análise do

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pedido de absolvição.
O que se busca enaltecer, por ora, é que a principal prova
incriminadora produzida pela douta acusação, ao que parece, não foi suficiente a
permitir o agasalhamento da tese defensiva, o que não significa por si só, a nulidade
processual por cerceamento de defesa, pois foi franqueado a esta o direito de alegar as
teses que reputou convenientes.
Analisando os fatos e fundamentos ora sob exame, nota-se que a
autoridade judiciária sentenciante resolveu a questão posta pelo apelante -
insuficiência dos elementos de informação - sob outro fundamento, diverso das
questões relativas à ausência de menção ao nome do apelante por testemunhas, ou
a ausência de apreensão do aparelho celular que originou a interceptação
telefônica.
A validade da condenação, portanto, está calcada em
interceptações telefônicas, sendo de todo desnecessário a impugnação específica do leit
motiv dos temas trazidos pela defesa, pois, por lógica, as aduções concernentes à

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suficiência desse elemento de informação repele a arguição defensiva em sentido a
emprestar a nulidade do ato.
Na conceituação de circunstâncias juridicamente relevantes, não
há na lei processual penal vigente qualquer significação tendente a compelir o Juiz a
que, no cotejo do amplo lastro probatório formado a partir da intensidade de
informações trazidas durante todo o curso da ação penal, esgote toda a prova na
sentença, bastando que proceda à exposição lógica daquilo que de relevante reputou
considerar, para atingir a conclusão final.
As teses defensivas, por outro lado, podem ser afastadas apenas
pelo acolhimento da pretensão diametralmente oposta, pelo que despicienda se torna a
declaração judicial expressa a esse respeito.
De há muito nos lembrava Basileu Garcia:
“Não necessitará (o sentenciante), ao justificar sua convicção,

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preocupar-se em dar resposta a todas as questões emergentes no processo.
Muitas serão de improcedência manifesta e seria levar longe demais o
cumprimento do dever de motivação o pretender-se que o juiz tenha de
demonstrar as mais resplandecentes evidências. Do seu bom-senso espera-se
que selecione, para discutir, o que infunda impressão de verossimilhança, ou
mesmo que não infunda, o que se entremostre de certo relevo para o
procurado desfecho” (in Comentários ao Código de Processo Penal, v. III,
Letras & Letras, Rio de Janeiro, 1945 p. 476).

Veja-se, ainda:

"(...) 2. A ausência de impugnação específica de um dos


fundamentos nodais do acórdão recorrido enseja o não-conhecimento do
recurso extraordinário, incidindo, o enunciado da Súmula 283 do STF,
verbis: É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida
assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos

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eles.

3. É que configura princípio básico da disciplina dos recursos o


dever que tem o recorrente de impugnar as razões da decisão atacada, por
isso que deixando de fazê-lo, resta ausente o requisito de admissibilidade
consistente na regularidade formal, o que à luz da Súmula 283, conduz ao
não-conhecimento do recurso interposto.

4. Os princípios da legalidade, do devido processo legal, da


ampla defesa e do contraditório, da motivação das decisões judiciais, bem
como os limites da coisa julgada, quando a verificação de sua ofensa
dependa do reexame prévio de normas infraconstitucionais, revelam ofensa
indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que, por si só, não desafia a
abertura da instância extraordinária. Precedentes.

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5. Agravo regimental a que se nega provimento." (STF, AI
846.446 AgR, rel. min. Luiz Fux, 1ª T , j. 13-9-2011, DJE 185 de 27-9-2011)

Por último, considerando que o apelo traz a tese de omissão,


cumpriria à defesa buscar primeiramente o aclaramento dos pontos tidos como omissos
por meio dos embargos de declaração de que trata o art. 382 do CPP, providência que,
entretanto, não se vê dos autos.
Assim, se à própria defesa não interessou o manejo dos
aclaratórios para a resolução do ponto tido como omisso, evidentemente que trazer essa
discussão à esfera da apelação criminal torna no mínimo duvidosa a procedência desse
reclamo anulatório.
Postas essas singelas considerações, não concebo a viabilidade
de análise dos temas relacionados a alegado cerceamento de defesa por ausência de
enfrentamento de tese defensiva, pois o juiz não está adstrito aos fundamentos alegados
pelas partes, mas às provas produzidas nos autos, sob pena de vulneração ao princípio do
convencimento motivado de que trata o art. 155 do CPP. No caso ora vertido, a

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autoridade judiciária resolveu o plano da responsabilização penal do apelante utilizando
outros argumentos, cujo acolhimento prejudicou a avaliação dos temas defensivos, ou
seja, houve efetiva rejeição implícita das teses defensivas.
Com efeito, ainda que a autoridade judiciária não tenha se
referido expressamente à abordagem defensiva, tal procedimento não afeta a validade de
sua decisão condenatória, pois solucionou a causa apontando os elementos de convicção
sobre os quais repousa a sua convicção, não podendo o simples descontentamento da
parte quanto à resolução condenatória servir de base para a caracterização de nulidade
processual por cerceamento de defesa.
"Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

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(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)".

Além disso, repito, a suficiência ou não dos elementos de prova


penal diz respeito ao mérito da ação penal, atividade jurisdicional de valoração,
comparação, revolvimento de fatos e provas relacionado ao fato jurídico substancial,
objeto da ação penal, de acordo com o que foi produzido nos autos, cuja solução conduz
à condenação ou absolvição, como se verá adiante, não se compadecendo com a análise
de eventual falha jurisdicional quanto a trato de tese defensiva.
Por último, enfatizo que a interceptação telefônica preserva a
natureza de prova cautelar, irrepetível e que, portanto, submete-se ao contraditório
diferido, não se tratando, pois, prima facie, de prova estritamente inquisitorial a
repercutir no âmbito de ofensa ao art. 155 do CPP.
Assim, postas essas considerações, repilo a arguição de nulidade
processual por omissão de tese defensiva.

II.II. DEFESA DE ELIZÂNGELA MONTEIRO DA SILVA

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- ALEGADA OMISSÃO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA SENTENCIANTE
QUANTO A PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA - OFENSA AOS ARTS.
396-A, E 571, II, AMBOS DO CPP, E ART. 5º, LXXVIII, DA CF

A defesa de Elizângela Monteiro da Silva deduz o pedido de


anulação da ação penal a partir da instrução criminal por cerceamento do direito de
produção de prova esclarecendo que o Juízo deixou de apreciar pedido de produção de
prova realizado na resposta à acusação, referente à quebra do sigilo bancário das duas
contas bancárias mencionadas pela autoridade policial, relativas ao exercício 2014,
ambas de titularidade da recorrente, que demonstrariam a movimentação financeira
lícita por ela realizada, bem como os registros de filmagem do Hotel Roma, pois a
apelante alega que nesse dia se encontrava no comércio próprio, situado na cidade de
Mirassol d'Oeste, ou seja, a mais de 300km da cena do crime.

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Infere-se que a defesa da apelante, na referida fase processual,
rebateu a acusação lançada no relatório de Inteligência Policial n. 004/2014, relativo às
interceptações telefônicas do período de 27/9/2014 a 15/10/2014 (Autos de Medida
Cautelar n. 3202-81.2014.8.11.0011, cód. 217341, 3ª Vara de Mirassol d'Oeste, em
apenso), onde consta que Elizangela da Silva Monteiro atua na distribuição de drogas,
sendo responsável pelo esquema financeiro da organização criminosa, promovendo a
lavagem de dinheiro da quadrilha, por meio de duas contas bancárias em nome próprio,
uma da agência 3823, operação 003 (conta Pessoa Jurídica da empresa de CNPJ
09637357/0001-50), conta corrente 265-5, da Caixa Econômica Federal, e outra do
Banco do Brasil, agência 1320-X, conta corrente pessoa física 22567-3, também em
nome próprio (fl. 327 dos autos em apenso).
Consta da referida peça defensiva que a "progressão financeira,
apresentada pela acusada é alicerçada nos mais firmes pilares da honestidade e seus
parcos valores nos não interessou ao DPF, responsável pela singela investigação e
muito menos ao MP, talvez por que ao trazer tais informações aos autos, ficaria mais

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nítida a falácia orquestrada pelo primeiro e acampada pelo segundo. Certo é que a
denunciada jamais recebeu dinheiro oriundo de comércio de drogas, muito menos, que
tenha se originado ilicitamente e com apenas uma simples e rápida análise aos autos
confirmar-se-á a discrepância, a discordância do enredo mirabolante entabulado pelo
DPF e infelizmente acolhido pelo representante ministerial" (sic fl. 540).
Quanto à pretensão de obter as filmagens intramurus do Hotel
Roma, ela se estriba na assertiva deduzida no relatório acima referido, no trecho que ora
transcrevo:
"Nos momentos que antecederam a prisão de SIDNEI
QUINTINO e EDELSON MENDES DA ROCHA, são intensas as tratativas
entre GLEDI e GEOVAN, Às 9:32 chama GEOVAN para se encontrarem e
diz que tá com 90 mil na mão para pagar os 50 quilogramas de cocaína.
GLEDI, ao ver um veículo L200 nas proximidades do hotel Roma, pensa que

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é uma viatura da Polícia Federal e avisa GEOVAN. Este diz que vai
aguardar a droga e avisa a GLEDI que a mulher está no hotel, referindo a
ELIZANGELA MONTEIRO" (sic 393 dos autos apensos).

De acordo com a fala defensiva, o "fato de Geovan informar a


Gledi que tem uma mulher no hotel, o DPF deduz que é Elizangela, mesmo sem trazer
prova alguma que ampare sua acusação. A dedução do DPF é irreal, surreal!
ELISANGELA não é a tal mulher que o DPF alega estar no hotel. Até mesmo porque
nesta data Elizangela estava trabalhando em sua mercearia na cidade de Mirassol
d'Oeste que fica aproximadamente há 300km do local que o DPF tenta fazer crer que a
mesma estava" (sic resposta à acusação, fl. 592).
A ocorrência de cerceamento de defesa por omissão é reiterada
nos memoriais finais de fls. 1612/137, ocasião em que a apelante deduz a ausência de
determinação judicial de juntada dos extratos bancários das contas citadas no IPL e na
denúncia, bem como dos registros audiovisuais e de registro de hospedagem da apelante
no hotel Roma.

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Embora nada dissesse durante a instrução criminal, a autoridade
judiciária, na sentença condenatória, ao solucionar as questões trazidas pela defesa, faz
menção expressa a esses dois pedidos, refutando o pedido de anulação da ação penal
sob ambas as frentes, ao argumento de que a apelante não se desincumbiu da
demonstração da imprescindibilidade da quebra de sigilo bancário da acusada,
relativa ao ano de 2014, bem como não demonstrou a pertinência processual de
obtenção de imagens do sistema de segurança do hotel Roma, bem como registro de
hóspedes.
"No que tange à preliminar aventada pela acusada Elisangela
da Silva Monteiro, em suas derradeiras alegações, alegando a ocorrência de
cerceamento de defesa, verifico que esta não merece prosperar.Explico:

No presente caso, a defesa da acusada no curso da instrução


probatória não se desincumbiu do ônus de demonstrar de modo verossímil o

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alegado, tampouco demonstrou a imprescindibilidade da quebra do sigilo
bancário da acusada no ano de 2014, bem como não logrou êxito em
demonstrar a necessidade de ser juntada aos autos as filmagens do sistema
de segurança do Hotel Roma e seu registro de hóspedes.

Ademais, a prova tem como finalidade, a reconstrução dos fatos


que guardam vínculo com o fato criminoso, influindo no convencimento do
juiz, conforme dicção do artigo 155 do Código de Processo Penal.

Nesse sentido o artigo 156, do Código de Processo Penal:

'Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,


sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a


produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes,

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observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir


sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto
relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)'

Logo, verifica-se que cabe à acusação provar a existência do


fato criminoso e de causas que implicar aumento de pena, a autoria e
também a prova dos elementos subjetivos do crime (dolo ou culpa). No
entanto, cabe ao acusado provar apenas as causas excludentes de ilicitude,
da culpabilidade e circunstâncias que diminuam a pena, bem como
promover as diligências imprescindíveis para comprovar sua inocência.

Acerca do encargo probatório no Processo Penal, Guilherme de

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Souza Nucci, entende que a acuação deve provar os fatos imputados na
denúncia ou na queixa-crime. Leciona o referido doutrinador:

'(...) Quanto ao ônus de provar, trata-se do interesse que a


parte que alega o fato possui de produzir prova ao juiz, visando fazê-lo
crer na sua argumentação. (...) Como regra, no processo penal, o ônus
da prova é da acusação, que apresenta a imputação em Juízo através
da denúncia ou da queixa-crime. (...)' (2014, p. 367).

No mesmo sentido, Renato Brasileiro de Lima (In Código de


Processo penal Comentado, 2016, p. 508-509, afirma que '(...) os ônus
representam um imperativo do próprio interesse, estando situados no campo
da liberdade. Ainda que haja seu descumprimento, não haverá qualquer
ilicitude, pois o cumprimento do ônus interessa ao próprio sujeito onerado.
(...)'.

Assim, o ônus probatório no Processo Penal é incumbido à parte

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que alega e deseja que seu requerimento seja deferido em Juízo, in casu, à
requerente incumbia o dever de produzir as provas pertinentes e demonstra a
necessidade de produção de prova na forma requerida, o que não ocorreu no
presente feito, não havendo, assim, que se falar em cerceamento de defesa."

Compulsando detidamente os argumentos postos pela defesa e


rebatidos na sentença, realmente não há como conferir a propalada nulidade processual
por omissão, uma vez que a própria sentenciante faz remissão expressa às causas
determinantes da não produção da prova.
Sendo regra comezinha do direito processual penal que a defesa
deve produzir as provas que entender necessárias à demonstração da inocência do
acusado, não se vê qualquer motivo aparente que determinasse que a autoridade
judiciária quebrasse o sigilo bancário da apelante apenas para juntada aos autos dos
extratos bancários das contas pertencentes à apelante.

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Ora, por mais que o interesse do processo penal seja a busca pela
verdade real dos fatos, os extratos bancários deveriam ter sido - como de fato foram
- trazidos pela própria defesa no interesse de demonstrar a ausência de anomalias
financeiras das contas bancárias da apelante.
Infere-se que, juntamente com os memoriais finais de fls.
1612/1637, a defesa trouxe os extratos bancários das contas apontadas nas
investigações como sendo instrumento para Lavagem de Dinheiro oriundo da
narcotraficância, conforme documentos colacionados às fls. 1641 a 1689, que
demonstram toda a movimentação financeira das contas de pessoa jurídica e pessoa
física em nome de Elizangela da Silva Monteiro, relativas aos anos de 2014 e 2015.
Logo, impende concluir que a súplica defensiva pela quebra
de sigilo bancário, e, consequentemente, a arguição de cerceamento de defesa,
surge absolutamente prejudicada pela juntada aos autos dos extratos bancários
reclamados na resposta à acusação.
Noutra ponta, não se buscou demonstrar qual seria o interesse

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subjacente na quebra do sigilo bancário da apelante, que não a intenção estritamente
protelatória, tornando crível e razoável a fundamentação lançada na sentença acerca da
inexistência de mácula procedimental ocorrida na persecutio criminis in judicio.
Quanto à obtenção de registros audiovisuais de sistema de
segurança do hotel Roma, a defesa não esclareceu se o estabelecimento em questão
os possuía, tampouco se chegou a postulá-los, ou se lhe fora negado o acesso,
deixando assim de pormenorizar o motivo pelo qual requereu que o Juízo da condenação
substituísse a defesa na produção da prova.
Aliás, pelo que se pode inferir da acusação lançada na denúncia,
bem como dos relatórios policiais contidos nos autos, o que será melhor analisado em
um momento posterior, as únicas imagens mencionadas acerca a alegada presença
da apelante no referido estabelecimento são aquelas realizadas por meio de
campana policial feita no curso das investigações, instruída com fotografias tiradas

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por policiais à paisana, não havendo quaisquer dados que noticiem a existência de
imagens de sistema de segurança do hotel Roma, tal qual propalado no anseio defensivo,
ou a negativa do estabelecimento em fornecê-las.
De se ver que, mesmo se existissem tais imagens, evidentemente
seriam trazidas pela autoridade policial no interesse voltado a reforçar as investigações,
e nessa senda, a simples ausência dessas imagens não pode ser deduzida em sentido a
nulificar a condenação, especialmente quando a autoridade assenta que a prova
incriminadora se faz evidenciada por outros elementos de prova que serão
oportunamente discriminados neste julgamento.
Da interpretação que se faz das disposições do art. 400, § 1º, do
CPP extrai-se a insofismável convicção de que, ao mesmo em que autoriza a produção
da prova, a lei processual traz consigo um ônus da parte, não só de comprovar que a
prova esteja relacionada com a acusação, como também de demonstrar que a sua não
produção acarretaria prejuízo ao correto deslinde dos fatos.
"Art. 400. (...)

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§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o
juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008)".

Essa sistemática tem por escopo atingir uma dupla perspectiva,


não só servindo para homenagear o princípio da celeridade, corolário da garantia da
duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF), como também para evitar a
eternização da demanda, causa maior da impunidade ojerizada pelo Judiciário e pela
própria sociedade brasileira. Não deixa de entrever, ainda, feixe de certa deslealdade
processual quando utilizado o direito probatório imoderadamente pela parte que requer a
produção.
A interpretação dos parâmetros de regularidade formal e
material da prova e o controle de sua produção incumbe à autoridade judiciária que
preside a causa, quem, dentro das prerrogativas que a lei e a Constituição estabelecem,

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pode recusar o efetivo exercício do direito probatório, desde que o faça
fundamentadamente, como no caso ora enfocado.
Nesta 3ª Câmara Criminal, no julgamento do HC 84989/2015, o
eminente Des. Gilberto Giraldelli enfocou, com especial maestria, exatamente esse
poder-dever do Juiz para com o exame da pertinência e regularidade formal da produção
probatória, sem o qual o indeferimento é medida impositiva, verbis:
"(...) o julgador, no impulso oficial que lhe compete, bem como
no poder-dever de prover a regularidade procedimental e manter a ordem no
curso dos respectivos atos, é quem deve equilibrar a dialética inerente ao
processo e atender a diversas garantias de natureza igualmente
jusfundamental, a exemplo da razoável duração do processo (CF/88 - art.
5º, LXXVIII), que se dirige não só ao réu, mas a todos os jurisdicionados.
Isto é, não interessa só ao acusado, estando ele preso ou não, mas também à
comunidade afetada pela prática da infração penal, que a responsabilização
pessoal do suposto autor dos fatos não se mantenha indefinida por período

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indeterminado. Aliás, no brocardo jurídico, ‘justiça tardia não é verdadeira
justiça’.

Cabe, portanto, ao juiz avaliar a aptidão de cada prova ao fim


colimado, tanto prévia quanto posteriormente. E, sobretudo quando
indeferi-la, deverá assegurar o núcleo essencial das garantias da ampla
defesa e do contraditório, mantendo-se, sempre, equidistante do órgão da
acusação e do réu, além de fazê-lo de forma devidamente motivada, com
vistas a atender ao comando constitucional da fundamentação de todas as
decisões judiciais (art. 93, inciso IX da CRFB) e permitir o amplo controle
por aquele que é atingido pelo ato e pelas instâncias revisoras.

A esse respeito, esclarece o doutrinador Renato Brasileiro de


Lima:

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'O direito à prova qualifica-se como prerrogativa jurídica
de índole constitucional, intimamente vinculado ao direito do
interessado de exigir, por parte do Estado, a estrita observância da
fórmula inerente ao devido processo legal. Daí porque juízes e
Tribunais devem assegurar às partes o exercício pleno do direito de
ação e de defesa, que compreende, dentre outros poderes processuais,
a faculdade de produzir e de requerer a produção de provas. Isso,
todavia, não significa dizer que tal direito possa ser exercido de
maneira abusiva e desleal, sendo plenamente possível que a produção
de determinada prova seja recusada, mediante decisão judicial
fundamentada, se e quando ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias” (destaquei) (in Manual de Processo Penal. 2. ed. rev.
ampl. atual. Editora Juspodivm: Salvador, 2014. p. 1257).

Por seu turno, Eugênio Pacelli de Oliveira, em coautoria com


Douglas Fischer, suscita a diferença entre a 'ampla defesa' e 'o que a defesa

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quer'. Com efeito:

'Não faltarão vozes dizendo que o dispositivo seria


inconstitucional por (supostamente) violar os princípios do
contraditório e, especialmente, da ampla defesa. Não vemos assim.
Em verdade, a ampla defesa não pode ser confundida com a
possibilidade de a defesa querer realizar todo e qualquer ato
processual que pretenda, mesmo que sem qualquer utilidade prática.
Ampla defesa não é o que a defesa quer, mas o que pode fazer à luz da
concretização de todos os princípios constitucionais no processo
penal. Portanto, não está em jogo apenas a ampla defesa, mas também
o devido processo legal (que é devido processo para ambas as partes),
em que um dos princípios reguladores também é a celeridade
processual. Com efeito, há muito dizemos, e aqui reiteramos, ampla

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defesa não se confunde com abuso (atos) de defesa. Noutra
oportunidade (FISCHER, Douglas. O princípio da ampla defesa e as
condutas com intuito meramente protelatório no procedimento
processual penal, RT, n. 761, março/99, p. 509-512), já assentamos
que o juiz não deve ser um espectador da vontade das partes,
impassível diante dos fatos que dificultem a aplicação da Lei penal.

É certo que o indeferimento de diligências e provas não


poderá estar no livre arbítrio do juízo: por imperativo constitucional,
deverão estar devidamente fundamentadas (art. 93, X, CF). Assim,
concluímos na oportunidade antes destacada, o princípio da lealdade
processual deve ser obedecido por todos os que se envolvam na causa.
Ele é a guia-mestre que deve conduzir a ação do Juízo para, em sendo
necessário, intervir no processo com o objetivo de impedir que o
procedimento persecutório venha a perder sua finalidade em nome da

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ampla defesa.

Destaca-se que dispositivo similar foi expressamente


incluído no procedimento do Júri (art. 411, § 2º, CPP).' (PACELLI,
Eugênio, FISCHER, Douglas. Comentários ao Código de Processo
Penal e sua jurisprudência. 5ª Ed. Rev. E Atual. até fevereiro de 2013.
Editora Atlas. São Paulo. 2013. Págs. 860 a 861)

Abro parêntese para registrar que a reforma introduzida pela Lei


n. 11.719/2008 procurou conferir maior celeridade ao processo penal,
mormente àquele sujeito ao rito do procedimento comum ordinário, e
estabeleceu, dentre outras alterações, a audiência una de instrução e
julgamento, de modo a concentrar todos os atos probatórios orais numa
única solenidade – embora se saiba da necessidade de se implementar,

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quase sempre, uma solução física de continuidade, com subsequentes
redesignações e cisões.

Nesse contexto, insere-se o novo texto do art. 400 do Código de


Processo Penal. Senão, confira-se:

'Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser


realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à
tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).

§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência,


podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou

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TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio


requerimento das partes. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008)'
(destaquei).

Esclarece o professor Andrey Borges de Mendonça,


especificamente sobre o § 1º do referido dispositivo, que a possibilidade do
julgador indeferir as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias já estava prevista implicitamente no Código de Processo
Penal, todavia a reforma trouxe o benefício de torná-la expressa, a salvo de
dúvida.

Por oportuno, transcrevo o seu escólio:

'Na legislação anterior, o magistrado não possuía tal

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poder, ao menos explicitamente previsto – embora fosse decorrente do
sistema, segundo entendemos. Esta inovação veio, portanto, em boa
hora, especialmente porque é sabido que, muitas vezes, os defensores
se utilizam de procedimentos procrastinatórios com o intuito de obter
a prescrição. Arvorando-se no direito à ampla defesa, muitos
defendiam que não era possível o indeferimento, em nenhuma
hipótese, da oitiva das testemunhas que fossem tempestivamente
arroladas pelas partes. Por outro lado, em razão da inexistência de um
dispositivo semelhante na legislação anterior, os magistrados
acabavam por deferir o expediente, para evitar futuras nulidades (STJ
– 6ª Turma – RHC 12.757/BA – Rel. Min. Paulo Medina – DJU
15.09.2003, p. 401). Embora algumas decisões já tivessem
interpretado a legislação anterior sob outra ótica (STJ – 5ª Turma –
HC 22.181/PR – Rel. Min. Gilson Dipp – DJU 24.11.2003, p. 333),
salutar a mudança legislativa, suprimindo a lacuna do ordenamento

Fl. 54 de 226
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jurídico anterior e permitindo que o magistrado tenha maior controle
sobre a produção probatória. Como é sabido, nenhum direito pode ser
considerado absoluto e, em caso de abuso, nada mais correto do que
municiar o magistrado de poderes para coarctá-lo' (destaquei) (in
Nova Reforma do Código de Processo Penal: Comentada Artigo por
Artigo. São Paulo: Método, 2008. p. 290)."

Como a própria prova tem um valor relativo, o direito da parte


de produzi-la também é invariavelmente relativo.
Já se decidiu, verbis:
"O magistrado pode indeferir as provas consideradas
irrelevantes, nos termos do parágrafo 1º do artigo 400 do Código de
Processo Penal, inexistindo nulidade decorrente da falta da oitiva das
testemunhas requeridas pela defesa após a mutatio libeli se não há

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demonstração de que a prova testemunhal que se pretendia produzir estava
relacionada com o objeto da emenda da inicial." (STJ, REsp 1440165/DF,
Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA,
julgado em 21/5/2015, DJe 29/5/2015).

"PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS.


TRIPLO HOMICÍDIO E DUPLA LESÃO CORPORAL DE NATUREZA
GRAVE. DENÚNCIA RECEBIDA. DEFESA PRELIMINAR. PLEITO DE
PRODUÇÃO DE PROVA (PERÍCIA) INDEFERIDO PELO
MAGISTRADO. ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO
OCORRÊNCIA. DESENTRANHAMENTO DE PROVA DOCUMENTAL
PRODUZIDA NA FASE EXTRAJUDICIAL. DESNECESSIDADE.
PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. RECURSO
DESPROVIDO.

1. Sem embargos acerca do amplo direito à produção da provas

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necessárias a dar embasamento às teses defensivas, ao magistrado, mesmo
no curso do processo penal, é facultado o indeferimento, de forma motivada,
das diligências protelatórias, irrelevantes ou impertinentes. Cabe,
outrossim, a parte requerente, demonstrar a real imprescindibilidade na
produção da prova requerida. Precedentes.

2. No presente caso, a decisão proferida pelo Juízo de primeiro


grau encontra-se fundamentada, consignando a prescindibilidade da prova
requerida, bem como a possibilidade de demonstração do alegado pela por
outros meios de prova, não havendo falar em nulidade do feito.

3. Para uma melhor aferição acerca da concreta


indispensabilidade da prova requerida durante a instrução, necessária seria
uma profunda incursão em todo o acervo fático-probatório dos autos,

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providência incompatível com a via mandamental.

(...)

5. Recurso desprovido." (STJ, RHC 98.382/ES, Rel. Ministro


RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 19/3/2019, DJe
25/3/2019).

Concluindo, a apelante, por meio de sua combativa defesa, não


cuidou de adimplir as exigências de demonstração de relação de possibilidade fática de
produção da prova, tampouco a sua pertinência para o deslinde da ação, ao omitir os
esclarecimentos sobre a impossibilidade de juntada dos extratos de contas bancárias da
própria apelante, os quais, ao fim e ao cabo, acabaram sendo por ela mesma juntados aos
autos, bem como da existência e da necessidade de eventuais registros audiovisuais do
Hotel Roma, o que por si só autorizaria a autoridade judiciária de origem indeferir a
referida substituição.
Postas essas considerações, ressai inviável agasalhar a súplica

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anulatória contida no anseio defensivo.

III. DA PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO POR ANEMIA


PROBATÓRIA.

Considerando que são vários os fatos incriminadores constantes


dos diversos capítulos da sentença, analisarei-os individualmente.

III.I. FATO 01 - 11/9/2014 - TRÁFICO DE DROGAS -


EXPOSIÇÃO À VENDA, FORNECIMENTO E VENDA DE 8,2KG DE
COCAÍNA - CONDENAÇÃO DE CRISTINA ZAURA E JAIME GONÇALVES
DOS SANTOS

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É necessário reiterar, antes de mais nada, que as
responsabilidades de Geovan Firmino da Silva e de Gilliard Augusto de Lima não
são alvos da presente insurgência, apuradas que são na Ação Penal n.
820-47.2016.8.11.0011, cód. 236159, em trâmite perante o mesmo Juízo da 3ª Vara de
Mirassol d'Oeste, em razão do desmembramento da ação penal determinado pela
MM. Juíza de Direito que presidiu o feito, na data de 07/3/2016 (fls. 762/766),
consoante já mencionado no prólogo do presente decisum.
Da mesma forma, o coparticipante deste mesmo fato John
Lennon Candido da Silva foi responsabilizado e condenado nos autos da Ação Penal já
mencionada anteriormente, e também a imputação do tráfico de drogas não será objeto
de discussão no presente feito.
Logo, a análise dos fatos e provas está circunscrita à
responsabilidade penal de Cristina Zaura e Jaime Gonçalves dos Santos.

A) A ACUSAÇÃO, AS PROVAS AMEALHADAS E A

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SENTENÇA CONDENATÓRIA

Com efeito, de acordo com a denúncia, acolhida integralmente


na sentença condenatória, em 11 de setembro de 2014, na cidade de Mirassol d'Oeste,
Geovan Firmino da Silva, Cristina Zaura e Jaime Gonçalves dos Santos, com vontade
livre e consciente do caráter ilícito de suas condutas, adquiriram, expuseram à venda,
forneceram e venderam, de que tinha em depósito e guarda, para fins de tráfico,
arregimentando Gilliard Augusto de Lima e John Lennon Candido da Silva, para o
transporte de Mirassol d'Oeste/MT a Cuiabá/MT, a quantia de 8,2kg (oito quilogramas e
duzentos gramas) de pasta base de cocaína, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, apreendida na Cidade de Cáceres/MT.
A douta sentenciante, ao concluir pela condenação de Cristina e
Jaime, avalia o contexto produzido a partir das interceptações telefônicas autorizadas

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pela Justiça a requerimento da Polícia Federal, por ela consideradas válidas de pleno
direito, agregadas ao relatório de monitoramento pessoal ratificado nos depoimentos de
investigadores de polícia, e apreensão da droga e do veículo VW Polo em poder de John
Lennon Candido da Silva, regularmente submetida a perícia técnica de constatação que
resultou positiva para a presença de cocaína, e na absoluta falta de verossimilhança das
teses defensivas. Conclui, verbis:
"Os Laudos de Perícia Criminal acostado às fls. 1955/1960 e fls.
1967/1972, comprovam que a droga apreendida em posse dos acusados era
positiva para presença de cocaína.

Importante ressaltar, que embora os acusados neguem a prática


delitiva, seus envolvimentos restaram sobejamente demonstrados nos autos,
uma vez que a prova produzida sobre o contraditório diferido informa o
envolvimento dos acusados com tráfico de drogas no Estado de Mato
Grosso, tendo como base do grupo organizado dedicado ao comércio de
substância de uso proscrito no Brasil à cidade de Mirassol d'Oeste-MT.

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Além disso, as testemunhas ouvidas em juízo foram uníssonas em
afirmar que durante a vigilância de forma velada da acusada Cristina
Zaura, viram-na encontrando com dois indivíduos que estavam em um
veículo Volkswagen Polo e se dirigindo até a agência do Banco Bradesco
desta cidade, ato contínuo o veículo se desloca em forma de comboio com a
acusada Cristina Zaura até uma chácara localizada próximo ao bairro
Jardim das Flores, nesta urbe, local onde residia o acusado Jaime
Gonçalves dos Santos, até ser preso, e que depois o mesmo veículo
Volkswagem Polo foi apreendido com o corréu Gilliard Augusto de Lima,
transportando a quantia de 8,2kg (oito quilogramas e duzentos gramas) de
pasta base de cocaína, caracterizando, assim, o primeiro fato descrito na
exordial acusatória" (sic sentença, fl. 2003).

Registrou-se, ainda, no édito condenatório, a credibilidade dos

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testemunhos policiais, que esclarecem o desmantelamento da quadrilha de traficantes,
fruto de uma exitosa investigação policial desenvolvida pela Superintendência Regional
de Polícia Federal em Mato Grosso, para elucidação das ações criminosas, neste caso,
ocorridas nas cidades de Mirassol d'Oeste e Cáceres, característico do crime tipificado
no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, sendo esta a mesma conclusão tirada das
contrarrazões recursais (fls. 2552/2578 e 2702/2740) e do parecer da Cúpula Ministerial
(fls. 2745/2828-TJ).
As primeiras inferências sobre o crime em questão foram obtidas
por meio de campana policial e escutas telefônicas e telemáticas interceptadas com
autorização da Justiça, constantes do Relatório de Inteligência Policial n. 003/2014,
Auto Circunstanciado Parcial subscrito pelo agente de polícia federal Cláudio Adolfo
Lopes Mineiro, relativos ao período de 10/9/2014 a 26/9/2014 (fls. 242/271 dos autos
apensos), que captaram, no dia 08 de setembro de 2014, conversa telefônica entre
Geovan e Jaime (fl. 244 dos autos apensos), onde o primeiro passa orientações ao
segundo sobre a entrega da droga que seria repassada a Gilliard e John Lennon.

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Código: 5332784
Data: 08/09/2014 Hora: 08:03:27 Duração: 00:00:32
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato: 6599736979
Interlocutores: CRISTINA/GEOVAN X JAIME
20140908080327007.wav
Degravação:
Jaime diz oi;
Cristina pede pra ele esperar um pouco;
Geovan diz que vai lá;
Jaime diz que tá.
No dia seguinte, por volta de 08h46min, Cristina Zaura
telefona para Gilliard solicitando que ele se dirija para Mirassol d'Oeste (áudio

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20140910084646007.wav), e este último informa que quando chegasse avisaria no
mesmo ramal telefônico.
Com efeito, por volta de 17h43min do dia 10/9/2014,
identificado como sendo "Rapaz da Cidade Grande", telefona para Cristina dizendo que
estão na entrada da cidade de Mirassol d'Oeste.
De posse essas informações, policiais civis da cidade foram
acionados para averiguar as informações repassadas pela polícia federal, e se dirigiram
ao local combinado, presenciando os ocupantes do VW Polo, identificados como sendo
Gilliard e John Lennon nas proximidades do Lions Clube, passando a promover
monitoramento pessoal, observando que Gilliard e seu comparsa se dirigem ao banco
Bradesco situado no centro da cidade, e depois para a chácara pertencente a Jaime
Gonçalves dos Santos, vizinho de Diomara Maria de Jesus, mãe de Geovan, e cuja
função, segundo se apurou, é a de armazenar a droga de Geovan.
O relatório policial firmado pelos investigadores de polícia civil
Luciano Santos e Junio Almeida Ramos, às fls. 234/235v, e anexos de fls. 235/236 dos

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autos NU 3202-81.2014.8.11.0011, cód. 217341, em apenso, estratifica o
monitoramento realizado:
"Referente ao acima mencionado, cumpre-nos informá-lo, que
na data de 10/09/2014, em solicitação de apoio a investigações realizadas
pela Polícia Federal no sentido de monitorar suposto carregamento de
drogas que ocorreria nesta urbe, onde a investigada CRISTINA ZAURA
realizaria a entrega do entorpecente a pessoas NÃO IDENTIFICADAS que
deslocariam da cidade de Cuiabá, Capital do Estado de Mato Grosso para
fazer o carregamento e conforme orientações dadas pelos Agentes Federais
os investigados estariam nesta urbe em frente ao LIONS CLUBE no aguardo
da investigada CRISTINA.

Neste sentido em diligências, deslocamos até o local informado


onde constatamos que havia ali (02) duas pessoas as quais não foram

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identificadas e estavam no seguinte veículo: VW/POLO 1.6 SPORTLINE,
2007/2007, COR CINZA, PLACA MRB-6609, CUIABÁ-MT, EM NOME DE
MARCOS CARDOSO SIQUEIRA. Assim sendo, mantivemos vigilância nas
proximidades, ocasião que passados alguns minutos chegou ao local a
investigada CRISTINA ZAURA no seguinte veículo: FIAT/UNO MILLE
FIRE FLEX, 2006/2006, COR PRETA, PLACA KAT-6127 (FOTO 01),
momento em que mantiveram um curto diálogo, e de imediato seguiram
para a agência do Banco Bradesco desta cidade, local onde mantiveram
novo diálogo, desta vez por um tempo duradouro, onde aparentemente
contaram dinheiro e trataram de algum assunto alheio ao conhecimento dos
investigadores.

Ainda em diligências, e em vigilância os investigados,


observamos que ambos deixaram a agência bancária e seguiram sentido ao
local onde estavam estacionados os veículos, momento em que os 03 (três)

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entraram no veículo UNO acima descrito e tomaram sentido/local ignorado
pelos investigadores que subscreve, tendo os policiais, mantido a campana
ao veículo POLO também acima descrito, aguardando o retorno dos
investigados para uma possível abordagem caso vislumbrássemos tal
possibilidade.

Em ato contínuo os investigados retornaram ao estacionamento


da agência bancária, tendo um dos investigados NÃO IDENTIFICADO
descido do veículo UNO que era conduzido pela investigada CRISTINA e
ingressado ao veículo POLO, momento em que deixaram o local tendo o
veículo POLO passado a seguir o veículo UNO, tomando como destino uma
região de chácaras localizadas aos fundos do bairro Jardim das Flores,
nesta urbe, onde estão localizadas as chácaras de propriedade da senhora
Diomara Maria de Jesus e de 'Jaime' e 'Darci'.

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Ressaltando que conforme informações passadas pelos Agentes
da Polícia Federal, uma das chácaras seria local onde possivelmente
ocorreria o carregamento da droga. Igualmente destacamos que tais imóveis
ficam próximos (FOTO 02, 03 e IMAGEM GOOGLE EARTH) e o
acompanhamento não se deu até para que não fôssemos notados e não
houvesse prejuízo às investigações.

Diante do acima narrado ainda em vigilância aos investigados,


mantivemos campana nas vias de acesso às propriedades até
aproximadamente às 23:40 horas e tendo em vista o cansaço e desgaste
físico dos policiais encerramos as diligências, momento em que retornamos
a base desta Unidade Policial, onde ficamos no aguardo de novas
orientações por parte dos Agentes da Polícia Federal, situação que não nos
permitiu realizar a abordagem do veículo POLO o qual em tese estaria
carregado com droga.

Fl. 62 de 226
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TJMT
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Vale comunicar também que DIOMARA é sogra de CRISTINA
ZAURA, genitora de GEOVAN FIRMINO DA SILVA, o qual já foi preso
pelo crime de Tráfico de Drogas, sendo que o casal reside no seguinte
endereço: Rua Leonório Lourenção, 380, Jardim das Flores, Mirassol
d'Oeste-MT." (sic relatório da PJC, 234/235 - autos apensos, e fls. 30/32 da
ação penal).

Nos diálogos a seguir transcritos é possível vislumbrar que


Cristina efetua diversas ligações para Gilliard e John Lennon, orientando-os sobre
como chegar ao local combinado (fls. 245/246v dos autos apensos):
Código: 5344377
Data: 10/09/2014 Hora: 17:45:41 Duração: 00:01:16
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato: 6599675272

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Interlocutores: CRISTINA X GILLIARD - ensina como chegar
20140910174541007.wav
Degravação:
CRISTINA X GILLIARD
CRISTINA pergunta se HNI não conhece nada aqui
GILLIARD diz que não, que está bem na entrada
CRISTINA pergunta se bem na entrada
GILLIARD diz que sim, no mercado Martins
CRISTINA manda HNI descer a avenida e ali embaixo tem o posto Danubio e manda
HNI entrar lá q tem uma conveniência, diz que é a esquerda, que HNI vai passar o
semáforo, depois do semáforo vai vir outra quadra, na outra quadra a esquerda tem o
posto Danubio, vc para ali na conveniência
GILLIARD diz q vai descendo e o posto Danubio fica a direita ou esquerda
CRISTINA diz q a esquerda, diz q tem um hospital a direita e que ele fica a frente,
CRISTINA fala para HNI mandar uma mensagem dizendo como ele está

Fl. 63 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


GILLIARD fala q essa disgrama aqui não está mandando mensagem, mas qdo chegar lá
ele vai dar um jeito
GILLIARD diz q qdo ela chegar lá ele explica.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5344436
Data: 10/09/2014 Hora: 17:55:40 Duração: 00:01:48
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato: 6599675272
Interlocutores: CRISTINA X GILLIARD - estou no Lions Club
20140910175540007.wav
Degravação:
CRISTINA X GILLIARD
GILLIARD pergunta se CRISTINA sabe onde é o tal de Lions Club Internacional

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
CRISTINA diz q não
GILLIARD fala que CRISTINA mandou ele virar a esquerda depois do posto
CRISTINA pergunta se depois do posto
GILLIARD diz q sim e pergunta se primeira a esquerda
CRISTINA diz não, diz q já está na rua andando e pergunta se HNI foi até aqui embaixo
na frente do hospital, depois q passa o semáforo e pergunta se HNI chegou a passar o
semáforo
GILLIARD diz q não, diz q pegou a primeira a esquerda depois do posto, descendo
CRISTINA pergunta se ele está em frente a um negócio de caminhão
GILLIARD diz q é, diz q tem um caminhão branco velho lá parado
CRISTINA pergunta se uns caminhões velhos pra arrumar
GILLIARD diz q não q só um caminhão
CRISTINA pergunta se um redondo
GILLIARD diz q não e pede para CRISTINA ficar na linha q ele vai ver e diz q lá não
tem errada; é Lions Club de Mirassol aqui na frente

Fl. 64 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2871

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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CRISTINA pergunta se não tem um redondo na BR
GILLIARD diz q não, não tá na BR não, diz q tá dentro do bairro
CRISTINA diz q ele está perdido e se ele entrou num redondo
GILLIARD diz que foi, diz q tem um Mundo Verde aqui onde vende ração
CRISTINA pergunta se é Mundo Verde Papelaria
GILLIARD diz q é, acha q é papelaria mesmo
CRISTINA diz q tá bom, q já está chegando lá.
Por volta de 18h16min, Cristina, já em companhia de Gilliard
e John Lennon, telefona para Jaime e pede para encontrá-lo no "matim",
"mata-burro" perto de sua chácara, com a finalidade de que Jaime entregasse a
droga, e em seguida ela e os compradores da droga se deslocam até a região de chácaras,
local onde os investigadores de polícia da cidade de Mirassol d'Oeste alegam terem
encerrado o monitoramento.

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Código: 5344532
Data: 10/09/2014 Hora: 18:16:30 Duração: 00:00:55
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato: 6599475022
Interlocutores: CRISTINA X JAIME - espera ali no 'matim'
20140910181630007.wav
Degravação:
CRISTINA X JAIME
CRISTINA pergunta se JAIME já bebeu
JAIME Fala q ainda não
CRISTINA pergunta se tem alguém na casa de JAIME
JAIME diz q não
CRISTINA pergunta pela dona de JAIME
JAIME diz q tá ali dentro
CRISTINA manda JAIME ir ali no 'matin'

Fl. 65 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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JAIME diz Ahan ham
CRISTINA diz falou.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5344590
Data: 10/09/2014 Hora: 18:25:42 Duração: 00:00:29
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato: 6599475022
Interlocutores: CRISTINA X JAIME - eu vou na sua casa
20140910182540007.wav
Degravação:
JAIME X CRISTINA
JAIME fala para CRISTINA aguardar lá que agorinha ele tá chegando lá
CRISTINA diz q vai na casa de JAIME

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
JAIME diz q então tá
CRISTINA diz tá?
JAIME diz tá.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5344612
Data: 10/09/2014 Hora: 18:30:26 Duração: 00:00:25
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato: 6599475022
Interlocutores: CRISTINA X JAIME - VEM NO MATABURRO
20140910183020007.wav
Degravação:
JAIME X CRISTINA
JAIME fala oi
CRISTINA fala oi
JAIME fala para CRISTINA ir no mata burro

Fl. 66 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2872

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5345221
Data: 10/09/2014 Hora: 21:52:30 Duração: 00:00:40
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato:
Interlocutores: JAIME X CRISTINA - ta pronta a janta
20140910215230007.wav
Degravação:
JAIME X CRISTINA
JAIME diz vamos jantar
CRISTINA pergunta se ficou pronta a janta
JAIME diz q agora
CRISTINA pergunta se as gurias foram jantar lá

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
JAIME diz q foram
CRISTINA diz que não vai jantar não q ja tava dormindo e que amanhã se falam
De acordo com o relatório policial, quando Cristina pergunta se a
janta estaria pronta e se as "gurias" foram jantar, quis dissimular o real sentido de que
queria confirmar se Jaime entregou a droga para Gilliard e John Lennon.
No mesmo dia 10 de setembro, por volta de 23h a droga é
apreendida por ação da polícia rodoviária federal, que, acionada por solicitação dos
agentes da Polícia Federal, interceptou o veículo VW Polo, placas MRB-6609, contendo
a carga de 8,2kg de pasta-base de cocaína, sendo preso em flagrante delito, na ocasião,
John Lennon Candido da Silva.
Por sua vez, Gilliard Augusto da Silva conseguiu fugir do local.
Em razão desse fato, John Lennon Cândido da Silva respondeu
aos termos da Ação Penal 8515-38.2014.811.0006, cód. 173032, 3ª VCr Mirassol
d'Oeste (vide denúncia, fl. 01-E, verso), em razão desse fato, sendo condenado à pena
de 02 (dois) anos e 02 (dois) meses de reclusão e 166 (cento e sessenta e seis

Fl. 67 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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dias-multa)., por tráfico de drogas privilegiado em decorrência do transporte de 8,215kg
de cocaína (art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas), bem como à pena de 06 meses de detenção
dirigir o veículo VW/Polo antes mencionado sem habilitação (art. 309do CTB).
Por volta de 11h34min do dia seguinte, Cristina liga para a
esposa de Gilliard, querendo saber se ele já havia chegado, pois ele teria ficado de ligar
para obter o número da conta bancária para efetuar o depósito de determinado valor,
obtendo resposta negativa.
Código: 53346684
Data: 11/09/2014 Hora: 11:34:09 Duração: 00:01:10
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato:
Interlocutores: CRISTINA X MNI
20140911113409007.wav

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Degravação:
CRISTINA X MNI
CRISTINA pergunta se o esposo de MNI chegou lá já
MNI pergunta quem está falando
CRISTINA diz q é a menina q estava com ele e pergunta se ele chegou lá já
MNI diz q ainda não
CRISTINA pergunta se ainda não
MNI diz q não, parece que deu uma zebra aí no caminho e ele não chegou ainda, diz q
está esperando ele ligar lá pra saber notícias, pq tá sem notícias dele também
CRISTINA diz q então tá bom
MNI pergunta se esse telefone é de CRISTINA
CRISTINA diz q é e diz q ele ficou de ligar pra ela passar o número de sua conta pra ele
mandar um valor pra ela
MNI diz q na hora que ele chegar lá pede pra ele ligar pra ela.
No dia 12 de setembro de 2014, Gilliard liga para Cristina

Fl. 68 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2873

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


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D´OESTE

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dizendo que somente naquele momento chegou em casa, e que a polícia já estava
aguardando o carro em Cáceres, mas ele conseguiu escapar do cerco policial.
Confira-se, no diálogo abaixo transcrito:
Código: 5351453
Data: 12/09/2014 Hora: 12:42:04 Duração: 00:02:44
Alvo: Cristina
Fone Alvo: 6598022677 Fonte Contato: 6599244421
Interlocutores: MENINO DA CIDADE GRANDE X CRISTINA
20140912124204007.wav
Degravação:
HNI (MENINO DA CIDADE GRANDE X CRISTINA - ABORDADO PELA
POLÍCIA
HNI diz que é o Menino da Cidade Grande. Que chegou agora em casa. Que na hora que

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
saiu de lá o povo abraçou eles, estavam esperando. Que quando pulou a polícia já pegou
eles. Estavam esperando. Que correu no mato e um amigo de uma fazenda deu uma
carona. Que jogou fora o telefone. Diz pra avisar que acabou de chegar em casa.
CRISTINA diz que tá bom.
Infere-se que por conta desses e de outros fatos, a Polícia Federal
obtém mandado de busca domiciliar na residência de Geovan Firmino da Silva e de sua
esposa Cristina Zaura, cumprido no dia 02/7/2015 (cf. auto circunstanciado de
arrecadação constante de fls. 48/50 e auto de apreensão de fls. 51/52), logrando
apreender, na área de serviço da residência do casal, situada no Assentamento Santa
Maria, em Mirassol d'Oeste, dentro da máquina de lavar roupas, R$75.000,00 sem
origem declarada, envoltos em papel insulfilme, bem como quatro aparelhos celulares,
sendo um marca Samsung, outro da marca Motorola, um da marca Sony e outro
Blackberry, todos na sala da residência, e o veículo automotor Fiat Uno Mille Way
placas NUC-1270, em nome de Vitalino Natal Zaura.
Ao ser preso preventivamente, Geovan Firmino da Silva pouco

Fl. 69 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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esclareceu à autoridade policial federal, limitando-se a afirmar que trabalha em uma
fazenda na região de Porto Esperidião, percebendo a remuneração de R$1.300,00
mensais, possuindo duas motocicletas, e uma área rural, dizendo ainda que conhece
Jaime Gonçalves dos Santos desde a infância, preservando laços de amizade com
referida pessoa, permanecendo calado em relação às demais perguntas que lhe foram
formuladas (fls. 54/57).
Cristina Zaura, também presa preventivamente na ocasião,
negou as imputações perante a autoridade policial federal (fls. 66/69), dizendo que não
conversou ou manteve qualquer contato com a pessoa de Gilliard, mesmo sendo-lhe
mostrado o áudio onde ela conversa com tal pessoa, que nega seja sua, e que não foi ela
quem forneceu a droga apreendida no dia 10/9/2014, tampouco ordenou que Jaime
Gonçalves dos Santos o fizesse.
Negou que tenha utilizado a conta bancária de Elizângela

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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Monteiro para depositar valores obtidos de transações criminosas, e que nada sabe sobre
a suposta existência de associação criminosa voltada ao tráfico de drogas.
Afirma, ainda, que não possui qualquer renda e que "a origem do
dinheiro usado na compra do imóvel onde reside com seu marido GEOVAN, bem como
na compra da mobília da casa (a qual se destaca na região em razão de ser de alto
padrão para a localidade) e das reformas que estão sendo feitas no imóvel decorrem de
uma herança que o seu marido GEOVAN recebeu do pai dele" (sic fl. 68)
Jaime Gonçalves dos Santos, ao ser ouvido na fase inquisitorial
(fls. 75/77), disse que trabalha com serviços gerais, percebendo a remuneração mensal
de um salário mínimo e meio, comprovados por assinatura da CTPS, e que possui uma
moto de placa JZB-8777.
Alegou ainda que conhece Cristina Zaura e de Geovan Firmino
da Silva, não possuindo nenhum tipo de relacionamento com ambos.
"QUE sobre o primeiro áudio nem sabe fazer ligação telefônica
ou usar o celular. Minutos após se contradiz dizendo que a ligação se

Fl. 70 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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TJMT
Fls:2874

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tratava de fazer uma janta na Chácara da mãe de GEOVAN. Interrogado
sobre os demais áudios respondeu QUE não conhece GILLIARD tampouco
costuma armazenar droga na chácara a mando de GEOVAN, que não mexe
com isso não" (sic fl. 76).

Em Juízo, todos os réus, à exceção de Geovan e Gilliard,


foragido, e de John Lennon, cuja responsabilidade foi apurada em outra ação penal,
deram suas versões para os fatos, reiterando as negativas de autoria expressadas na fase
inquisitorial.
De relevante, extrai-se dos interrogatórios judiciais de Cristina
Zaura e Jaime Gonçalves dos Santos apenas as inferências de que a expressão
"mata-burro" diz respeito a uma ocasião em que Jaime pediu a Cristina arrumar os
pedaços de caibro para consertar o "mata-burro" que existe na fazenda onde trabalhava.
Jaime insiste em dizer que não tinha relacionamento com

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Cristina, que conhecia apenas por ser amigo da mãe de Geovan, esposo desta, e que
jamais armazenou drogas para Geovan.
Cristina, por sua vez, também reiterou a negativa de autoria
inicialmente afirmada, dizendo que Geovan trabalha com compra e venda de carros e de
gado e tanto ele como a interroganda jamais negociaram drogas. Com relação a Jaime,
afirma que possui afinidade maior com a esposa dele.
Em relação aos bens patrimoniais que possuíam, alega que o
veículo Fiat Uno é financiado, e que a casa onde morava foi comprada por Geovan, em
razão de uma herança por ele recebida. Diz nunca mais ter visto o marido depois desses
fatos.
Das testemunhas ouvidas em Juízo, todas ratificam a validade e
veracidade dos elementos de convicção extraídos a partir de interceptações telefônicas
produzidas - todas, sem exceção - com autorização da Justiça, e submetidas ao
contraditório diferido das partes, e do acompanhamento pessoal por meio de parceria
entre as polícias federal e judiciária civil deste Estado.

Fl. 71 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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TJMT
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D´OESTE

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O delegado de polícia federal Sérgio de Arruda Costa Macedo,
ao ser ouvido em Juízo, explicou a orientação repassada a agentes federais e a origem
das investigações que culminaram em frear a atuação de traficantes da cidade de
Mirassol d'Oeste.
Apesar de enaltecer que quem tomou a frente as investigações
em praticamente todo o período tenha sido o delegado federal Josean Severo de Araújo,
ainda sim deu detalhes sobre os alvos identificados e métodos de investigação utilizados
para o descortinamento dos fatos.
"Na realidade quem presidiu o inquérito policial e praticamente
todo o período foi o delegado Josean Severo de Araújo, eu fiz o relatório
conclusivo do inquérito policial, porque ele havia sido removido para
Palmas, Tocantins, e aí eu compilei todas as informações, toda a instrução
probatória e produzi o relatório conclusivo. [...] Os fatos foram no Estado de

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Mato Grosso todo, havia alguns traficantes de Mirassol d'Oeste mas no
resto do Estado também eles estavam presentes. Foi uma investigação de
vários meses, envolveu interceptação telefônica, interceptação de mensagens
blackberry, também, e a partir dessas interceptações foram efetuados cinco
ou seis flagrantes, se me recordo, de cocaína, nos locais... teve em Barra do
Garças, teve em vários locais do Brasil, aqui no Mato Grosso teve vários, eu
teria que me recordar caso a caso, os flagrantes. Alguns foram
responsabilizados, que estavam transportando a cocaína, mas na
deflagração da operação os demais que se envolveram nos fatos foram
responsabilizados, e foi expedido mandado de prisão a quase todos eles, e
buscas nas suas residências. [Indagado se na época dos fatos trabalhava
em Cáceres, respondeu] Eu era lotado aqui em Cuiabá [...] esse inquérito
[...]. tramitou em Cuiabá porque a gente tem uma base de investigação
situada aqui em Cuiabá, trabalhando em uma Vara Criminal de Mirassol
[dOeste]. [Indagado se recorda da atuação dos denunciados, respondeu]

Fl. 72 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Fls:2875

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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Alguns aqui são mais importantes, porque se referem a investigações mais
antigas, que eu posso dizer que é o Geovan Firmino da Silva, Adeclair
Araújo da Silva, também é importante, e o Gledi Gonçalves Dias, eram os
três principais. Posso dizer aqui que o Geovan era de Mirassol d'Oeste, o
Adeclair, ele era cliente do Geovan, e o Gledi também era cliente do
Geovan. O Geovan que era, na realidade, o fornecedor de cocaína e a partir
dele começou a operação, mas, principalmente esses eram bem conhecidos
da Polícia Federal. [...] O envolvimento era especificamente o tráfico de
cocaína. Um fato relevante, a título de curiosidade, é que o Geovan era
foragido, foi preso na época da operação, mas ele fugiu [...] os apelidos
deles, era os apelidos que eles utilizavam no blackberry, eram 'nicks', como
se fossem 'nicknames' de facebook, alguma coisa do gênero, então eles não
são conhecidos exatamente por esses apelidos. O Geovan está foragido, ele

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foi preso em Mirassol, pelo que disseram, o agente penitenciário levou ele
pra visitar o filho numa fazenda e ele fugiu, logo quinze dias após a prisão
[...] Eu julgo que os fatos, as próprias prisões, diligências que foram feitas
em relação ao inquérito, seriam os policiais os mais relevantes pra poder
testemunhar [Indagado pela defesa se a participação da testemunha nas
investigações se resumiu a uma busca domiciliar, respondeu] Isso, uma
busca em apreensão, aqui em Cuiabá, e provavelmente eu fiz o
interrogatório de algum deles, eu não me recordo."

De fato, a testemunha Claudio Adolfo Lopes Mineiro, agente de


polícia federal, detalhou com maior precisão as investigações policiais que culminou no
indiciamento dos denunciados
"Foi investigação desenvolvida junto com a Justiça de Mirassol
d'Oeste e que resultou numa série de flagrantes que a gente traz, todos
elencados no relatório que consta dos autos. Alguns desses citados foram
presos em flagrante, e os outros foram presos posteriormente à deflagração

Fl. 73 de 226
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da operação. Todos têm envolvimento claro, nos relatórios citados, nos
casos que foram citados, tem a participação esclarecida de cada um. O
Geovan era o líder da organização criminosa, ele já tinha várias... a
investigação iniciou-se principalmente por causa dele. Ele e o Adeclair. Ele
é de Mirassol d'Oeste. A Cristina, além de atuar junto com o marido, tem
flagrante que ela participa também, o marido está viajando mas tem
ligações, entre eles, um monte de participação, porque ela sempre agia a
mando do marido. Mas tem um flagrante que ela age diretamente, recebendo
os compradores lá em Mirassol, liberando os compradores junto com o
Jaime Gonçalves, com a Elizângela, e quando esse veículo com droga passa
por Cáceres é apreendido pela polícia federal. O Jaime, nesse flagrante de
oito quilos que teve em Cáceres, a Cristina recebeu o Gilliard e o John
Lennon, se não me engano, em Mirassol, a polícia civil fez esse

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acompanhamento, solicitação nossa, providenciou um relatório em anexo
aos autos, e foram pra chácara, arrumaram a droga, o carro saiu, foi
embora e foi apreendido em Cáceres, e o Jaime tem participação efetiva aí,
o Jaime, a Cristina e tem a ligação que ela chama, também, a Elizângela. O
Édio Carlos Marçal tem ligações de blackberry, troca de mensagens entre
ele, o Enilson e o Geovan, se me lembro, foi uma droga que saiu de
Mirassol, também, e foi apreendida aqui próximo de Cuiabá, eram oito
quilos, salvo engano, ou eram dez quilos, não me recordo a quantidade
exata. O Sidnei da Silva era braço direito do Geovan, eles vieram pra
Cuiabá com um carregamento que acreditávamos fosse maior do que a gente
esperava, só que o Geovan é bem ardiloso, ele quando chegava na cidade,
antes de chegar na cidade,, ele parava o veículo a uma distância de uns
vinte, a trinta quilômetros, tirava a droga, deixava no mato, num local ermo,
que ele sabia que ninguém ia passar ali, e entrava na cidade. Caso tivesse
alguma ação policial, esperando a abordar, nada ia encontrar. Com os

Fl. 74 de 226
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diálogos que tem, citados no relatório, fala isso, ele combina com os
compradores, aqui em Cuiabá, saía, voltava lá no mato, pegava, e vinha
distribuir. Ele distribuiu lá em Várzea Grande, a gente fez o
acompanhamento mas não abordamos porque não sabia se ele estava com a
droga. Ele foi lá no mato mas ninguém sabia se ele tinha pego, aí ele voltou,
entrou numa casa, que é a casa do Diogo Santana, não sei se ele foi citado,
sei que ele foi preso pela polícia civil nesse caso, numa operação da polícia
civil. Nessa casa do Diogo Santana ele foi, saíram em direção à Chapada
dos Guimarães, numa outra região de mata, lá. Voltaram pro hotel todos
eles. Ele já tinha chegado aqui em Cuiabá na madrugada, voltamos no dia
seguinte. À noite já tinha chegado ele, o Geovan, o Sidnei, a Elizângela e o
marido dela, o Adelson, e outra pessoa, no mesmo veículo que veio trazendo
a droga. Eles vieram juntos e foram pro mesmo hotel. Ficaram no hotel até

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de manhã, saíram e buscaram essa droga na estrada que vai pra Sinop, e ia
distribuir essa droga. Guardaram uma parte na mata, perto da estrada da
Chapada. Foram pro hotel, isso já era meio-dia, e chegou o Gledi. O Gledi
é um traficante conhecido aqui de Cuiabá. Gledi chega pra negociar a
partida de 50kg de cocaína. Toda essa negociação é filmada, a gente filmou
toda a negociação, eles sentados no hall do hotel, conversando, filmado,
fotografado. O Gledi sai, e nisso, além dessa filmagem, tem a troca de
mensagens por blackberry e algumas ligações, está tudo nos autos, tem essa
sequência cronológica. Nesse período, depois da negociação do Gledi, eles
saem, o Gledi em algum ponto da cidade entrega uma Fiat Fiorino pra eles,
ao Edelson e ao Sidnei, esses dois vão pra estrada da Chapada, adentram
no mato e quando vão sair a polícia federal aborda. Eles estavam na
carroceria dessa Fiat Fiorino com 50kg de cocaína, e essa mesma cocaína,
a mesma embalagem, uma embalagem rosa, foi a mesma encontrada na
droga que eles tinham distribuído antes em Várzea Grande, que a polícia

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civil pegou, cerca de dez quilos de cocaína. Pegos em flagrante o Sidnei e o
Edelson. Vieram de Mirassol, vieram juntos, Edelson, Sidnei, Geovan,
Elizângela e outra pessoa que a gente não conseguiu identificar nas
imagens. Vieram todos juntos, com a droga, todos juntos. [Sobre Valdir,
respondeu] Valdir Caldeira, ele estava com um... havia enviado pro
Nordeste um 'mula', mandava por meio de avião, foi preso, e essa droga ele
comprou do Adeclair, e na compra da droga do Adeclair ele depositou o
dinheiro... o Adeclair mandou que o Valdir depositasse o dinheiro na conta
da Carla Patrícia, mulher dele [de Adeclair], o Adeclair pegou a droga lá
pra região de Barra do Bugres, ele já tinha ido na noite anterior à prisão do
Adeclair. A gente já tinha dado esse flagrante no aeroporto, do Valdir
Caldeira, né, o Valdir Caldeira fugiu do cerco policial nesse dia, jogou o
carro em cima do canteiro e fugiu. Aí, dois dias depois, ele estava fugindo

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daqui de Cuiabá junto com o Adeclair e a carga de droga que iria no outro
carro, era um KIA Cerato e o Valdir e o Adeclair numa Fiat Strada. Eles
foram juntos durante toda a estrada, eles foram à região de Barra do
Garças e foram abordados. tentaram fugir mas foram abordados juntos.
Estavam todos juntos. Aí, no dia seguinte, ou dois dias seguintes, não sei,
tem uns diálogos citados, a Carla com outra pessoa que acreditamos seja o
Amauri, lá de Cáceres, que ele cobra o pagamento dessa droga que ele tinha
perdido lá em Barra do Garças. Um diálogo de vinte e um minutos
claríssimo. Eles falam, ela diz que vai vender a chácara, que vai vender a
camionete, que vai vender outras coisas pra pagar. '- Não, mas eles estão
querendo agora, não estão querendo pra amanhã ou pra depois, eles estão
querendo agora, não tem que ter calma, isso não é assim', tem um diálogo
assim 'extenssíssímo' com a Carla Patrícia, muito claro, além das contas
dela que o marido dá pra depósito e pagamento de droga. [Indagado se
Carla Patrícia é professora, respondeu] Diz que sim, eu passei, no dia eu

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passei, ela tem uma escola de criança lá em Várzea Grande, eu passei,
estava lá: 'Educando com princípios', escrito na parede. [A chácara dela
fica] na Sadia. Tinha o Amauri e o 'Calango', que eu esqueci o nome, o
'Calango' foi um que fugiu lá no cerco policial, lá em Barra do Garças, ele
desceu do carro e conseguiu fugir, e tá o 'Calango' falando com a Carla, e
em seguida o Amauri. Eles conversam vinte e um minutos sobre o
pagamento dessa droga que foi apreendida. '- Não, vieram aqui em casa
cinco da manhã, tão querendo, não, tem que ter calma, caiu, perdeu, a gente
perdeu, não mudou nada', está claríssimo. '- Que não é assim, tem que
vender as coisas, e vender a chácara, vender o carro, tem que vender porque
tem que pagar, vamos pagar, mas não é assim', e pelo diálogo, cita que tem
mais droga enterrada, '- Eu já fui lá, Amauri, já procurei, eu peguei uym
mapa com ele, o Clair tem que dizer onde tá, não sei o que, que tem que

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procurar', enfim, tá bem claro. O Enilson foi nesse envio da droga que foi
preso aí no Trevo do Lagarto, que tem a participação do Edio, e tem o áudio
enviado por meio de Blackberry, e nesse intervalo nessa fase da operação o
Edio foi preso com três quilos em Cáceres, de cocaína. Preso em flagrante
pelo Defron. O Diogo foi o primeiro a receber a droga da primeira entrega
que o Geovan fez mais os asseclas dele. Passaram, foram no mato, pegaram
a droga, entraram na chácara do Diogo, tanto que a [Polícia] Civil me ligou
depois que eles não sabiam, eles apreenderam uma outra pessoa que tinha
comprado a droga do Diogo, mas eles não sabiam onde era a casa do
Diogo. Aí, me ligaram a eu falei, passei o endereço, eles entraram nessa
casa do Diogo, encontraram o Diogo no posto, o Diogo deu o controle pra
eles e eles entraram na casa. Como tinha só colegas no acompanhamento,
ficaram sem saber o que que ele foi fazer e sem nem poder abordar. Eles
entraram, deixaram a droga, o Diogo começou a distribuir, a Civil
apreendeu dez quilos com a mesma embalagem da outra que a gente

Fl. 77 de 226
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apreendeu, dos 50kg, que a gente apreendeu também, isso foi de manhã, e a
gente foi por volta de meio-dia, uma hora da tarde, mesma embalagem, o
mesmo saquinho, a mesma cor rosa, está tudo nas fotos citadas no relatório.
[Indagado se além do acompanhamento policial e interceptações, houve
quebra de sigilo, respondeu] Não me recordo, doutor, essa parte de
relatório eu posso citar, eu fiz, agora, a parte de sigilo, aí sigilo é com
delegado, e não sei se... como é que... [Quanto ao delito de posse ilegal de
arma de fogo, indagado se foi a testemunha quem realizou a abordagem
do Enilson, respondeu] Não, os colegas que foram cumprir mandado de
busca encontraram na casa dele. [Sobre a associação ao tráfico, foi-lhe
indagado se constituía uma atividade reiterada, ou não, no que,
respondeu] Não, nós tínhamos bastantes informações de que eles faziam o
tráfico contumaz, assim, eles estavam bem esquematizados na continuidade

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delitiva, eles atuavam há bastante tempo, já. O grupo era bem pequeno mas
eles sempre agiam juntos, mas o polo central era o Geovan. Todos eles se
ligavam a todos eles, alguns eram periféricos aqui em Cuiabá, mas o
Geovan e os asseclas dele em Mirassol d'Oeste eram os principais, sempre
estavam nas mesmas." (íntegra do depoimento audiovisual gravado na mídia
de fl. 1951).

Os investigadores de polícia judiciária civil de Mato Grosso


Junio Almeida Santos e Luciano Santos, ratificaram em Juízo a realização de
acompanhamento pessoal de Cristina Zaura com os transportadores da droga.
Eles confirmaram os fatos deduzidos nas escutas telefônicas
realizadas no ramal telefônico de Cristina, e que resultou na identificação do VW Polo e
de Gilliard Augusto de Lima e de John Lennon Candido da Silva, iniciando o
acompanhamento pessoal nas imediações do Lions Club de Mirassol d'Oeste e
finalizando na casa da sogra de Cristina, como se vê de seus depoimentos abaixo
colacionados:

Fl. 78 de 226
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"O pessoal da Polícia Federal pediu um apoio pra a gente pra
fazer acompanhamento de um carregamento de droga. Nós fomos acionados
e fizemos o acompanhamento. Dois elementos que viriam em um veículo VW
Polo [...] Era um veículo Polo, que estaria na cidade, esperando uma
senhora por nome de Cristina, para ver a situação da droga. Estaria ali nas
proximidades do Clube Lions da cidade. Fomos lá, fizemos o
acompanhamento. Realmente estava os dois elementos. Logo em seguida,
chegou um Fiat/Uno, com uma senhora, provavelmente, a senhora Cristina.
Ali começamos a acompanhar também. Eles desceram do veículo e entraram
dentro do bando, os três. Ficaram pouco tempo ali dentro. Saíram
novamente. Ela entrou no veículo dela com o outros dois elementos, e
deixaram o veículo VC/Polo ali no local e saíram. Não fizeram o
acompanhamento do Fiat/Uno. Pouco tempo depois eles retornaram. Aí,

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saiu do veículo um rapaz e entrou dentro do VW/Polo e ele começou a seguir
o Fiat/Uno. A gente fez o acompanhamento, e eles foram até o Bairro
Jardim das Flores, que fica em Mirassol. Entraram numa ruela que vai dar
em uma das propriedades, tipo chácaras naquela região ali. Nós não
entramos até lá, para eles não visualizassem o nosso acompanhamento. Não
deu pra ver em qual chácara eles entraram. Ali, só tem três chácaras. Uma
das chácaras seria da sogra da senhora Cristina, dona Diomara. Ela é mãe
do marido da Cristina, possivelmente ele já foi preso por questão de tráfico
também. Nós ficamos ali na entrada da ruela ali, esperando qual veículo
passava. Que passasse por ali para a gente abordar.Só que a gente ficou até
meia-noite e não teve essa possibilidade. Daí, abandonamos o local e
voltamos para a base, esperando um novo contato com a Polícia Federal.
Nós passamos as características dos veículos Fiat/Uno e VW/Polo, placas e
tudo mais. Que eu fiquei sabendo, posteriormente, que na Polícia Federal
ele caiu. A PRF fizeram a abordagem desse VW/Polo" (depoimento

Fl. 79 de 226
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audiovisual de Junio Almeida Ramos, gravado na mídia de fl. 1123).

"O que a gente chegou de tomar conhecimento, foi de parte de


uma investigação, que é oriunda da Polícia Federal. Então, num
determinado dia, a gente foi acionado pelo delegado de Mirassol, que teve
um contato com o pessoal da Polícia Federal, de que um veículo estaria se
deslocando para Mirassol e iria encontrar com a Cristina e que,
provavelmente, voltaria carregado de entorpecente. Então, eu e o Junio
montamos vigilância, aí começou a manter um contato direto com o pessoal
da Polícia Federal e eles foram orientando a gente em relação a Cristina e o
Geovan. Foi quando chegou para nós a informação de que eles iam se
encontrar em frente ao Lions, lá em Mirassol. Então a gente foi fazer a
vigilância, foi quando a Cristina chegou em um Fat/Uno até que, inclusive,
me parece, que a gente checou a placa dele e estava cadastrado até no nome

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dela esse veículo. Aí, ela chegou e conversou com algumas pessoas que
estavam no veículo VW/Polo. Aí, eles deslocaram até a agência do
Bradesco, na cidade de Mirassol. Chegando na agência, a gente para não
despertar a atenção deles, o Junio ficou em vigilância na praça, observando
a movimentação deles. Eles desceram do veículo, foram até o interior da
agência, fizeram alguma coisa que a gente não sabe, devido à distância que
ficamos do local. Aí, logo em seguida, eles voltaram, entraram no Fiat/Uno
e saíram, deixando o VW/Polo estacionado no Pátio da agência bancária. A
gente manteve a vigilância no veículo VW/Polo. Logo em seguida, eles
retornaram, aí saíram em comboio nos dois veículos, o Fiat Uno e o
VW/Polo. Tomaram sentido a uma região de horta, em Mirassol. Daí, a
gente perdeu eles de vista, Aí, nós montamos uma vigilância para ver se a
gente conseguia visualizar eles saindo. Como a gente montou vigilância no
veículo VW/Polo, a gente passou a placa pro pessoal da Polícia Federal, e
eles já passaram essa placa pro pessoal da PRF, e aí a gente manteve

Fl. 80 de 226
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contato de novo com o pessoal da Polícia Federal, informamos eles que até
então, não havia movimentação do veículo, perdemos contato visual com
eles e retraímos e fomos descansar.Aí, logo em seguida, recebi a informação
que o VW/Polo que a gente havia passado a placa pra eles, teria sido
apreendido com droga, parece que era quatro ou oito quilos de droga, não
sei ao certo" (Luciano Santos, depoimento audiovisual gravado na mídia de
fl. 1123).

Também merece relevo a busca domiciliar na residência de


Geovan Firmino da Silva, que culminou na apreensão de R$75.000,00 em espécie, em
sentido a permitir a formação de um panorama fático-processual que autorizasse o
ajuizamento da ação penal.

B) OS ARGUMENTOS DA DEFESA DE CRISTINA

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ZAURA E DE JAIME GONÇALVES DOS SANTOS

Dentro desse panorama fático-processual, a defesa de Cristina


Zaura sustenta o pedido de absolvição no sentido de que:
"a) A Apelante na época dos fatos vivia na companhia do esposo
e de seu filho, e seu esposo Geovan Firmino da Silva, diz a esta que era
corretor naquela cidade;

b) com a Apelante e nem sua residência não foi encontrada


nenhuma quantidade de entorpecente;

c) Sua relação com o denunciado Jaime Gonçalves dos Santos,


era meramente pelo fato daquele ser conhecido de longa data (mais de
trinta anos) da mãe de seu esposo e depois por se afeiçoar com a esposa de
Jaime;

d) Não restou comprovado nenhuma relação de

Fl. 81 de 226
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24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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conhecimento/amizade/negócio com os outros acusados;

e) Ela nunca participou de nenhum negócio com seu esposo quer


seja lícito ou não" (sic razões de apelação, fls. 2388/2389).

Acerca dos diálogos telefônicos que Cristina mantém com Jaime


no decorrer das investigações, justifica que os termos "a janta ficou pronta" e que "as
gurias foram jantar lá", bem como Jaime deveria ir para o "matim", "mata-burro", são
afirmações inocentes e que jamais tiveram o escopo de dissimular o sucesso havido no
transporte de drogas por seus associados, faltando, portanto, a comprovação do dolo e da
unidade de desígnios em sentido a cometer crimes.
"a) A janta ficou pronta e as gurias foram jantar lá.

Que trata-se tão somente de que o senhor Jaime estava


afirmando que a janta - como de costume as vezes Cristina, a sogra e as

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vezes seu marido na casa daquele jantava, com relação as gurias tratava-se
de amigas da esposa do senhor Jaime que também tinha costume de lá ir,
inclusive, de também tomar ali refeições, contudo, Cristina não tinha boa
relação com elas e por ciúmes recusou-se de ir lá naquele dia.

b) 'Espera lá no matim' 'mata-burro'

Restou esclarecido também, inclusive, em depoimento da


testemunha Marcelino Nogueira, proprietário do imóvel rural de 90
alqueires e patrão de Jaime, que na propriedade existia um mata-burro, e
próximo dele a poucos metros tinha um 'matim', disse ainda a testemunha
que o mata-burro estava estragado e que seu funcionário Jaime foi lá
consertar, inclusive, em certa ocasião foi consertado a pedido de Cristina, o
que foi confirmado pelos depoimentos dos acusados Cristina e Jaime. E lá
chegando Jaime em razão da presença das 'gurias' Cristina retornou para
sua casa." (sic fls. 2390/2391).

Fl. 82 de 226
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Fls:2880

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Sobre os depoimentos prestados pelos investigadores de polícia
Junio e Luciano, sustenta a defesa que referidas testemunhas não confirmaram a
identificação de Cristina. Além disso, eles não visualizaram o carregamento de droga
por supostamente determinado por Cristina, e que em determinado momento de seus
depoimentos referidos policiais assumem que perderam o VW Polo de vista, na região
de hortas de Mirassol d'Oeste, desconstituindo, pois, a credibilidade para o fim
condenatório.
"(...) ainda que os policiais, possuam fé pública, todavia, in
casu, os depoimentos dos mesmos não passam, a priori, de mera conjectura,
ainda mais por se confundir com as mesmas pessoas que recriminam a
conduta delituosa, e as que 'comprovam' o crime. Sendo assim, não é
possível condenar alguém por indícios sem o amparo de uma suposta
autoria razoavelmente admitida." (sic fl. 2396).

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Por sua vez, a defesa de Jaime Gonçalves dos Santos calca o
raciocínio absolutório na negativa de autoria própria e de Cristina, no sentido de que não
foi o primeiro o responsável por entregar drogas aos ocupantes do VW Polo, bem como
na completa ausência de elementos incriminadores que sustentem a condenação, uma
vez que nenhuma das pessoas ouvidas fazem alusão ao nome do apelante.
"Inclusive, ao ler a sentença, verifica-se que as fundamentações
para condenar JAIME são genéricas e abstratas, não havendo a devida
individualização da conduta e qualquer amparo concreto para condenação,
não preenchendo o requisito da motivação, no que alude ao princípio do
livre convencimento motivado" (sic razões, fl. 2548v).

C) DOS FUNDAMENTOS E DA CONCLUSÃO SOBRE OS


APELOS DEFENSIVOS DE JAIME GONÇALVES DOS SANTOS E CRISTINA
ZAURA

Fl. 83 de 226
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24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Analisando detidamente os fatos e provas postos à disposição
nos presentes autos, tem-se a clara comprovação da inculpação lançada sobre os
coapelantes Jaime Gonçalves dos Santos e Cristina Zaura.
De acordo com as inferências esclarecidas pelo delegado de
polícia federal Sérgio de Arruda Costa Macedo e pelo agente de polícia federal Cláudio
Adolfo Lopes Mineiro, a investigação se iniciou sobretudo pela suspeita incidente sobre
o marido de Cristina Zaura, Geovan Firmino da Silva, sobre a reiterada prática do
narcotráfico, e partiram das interceptações telefônicas do ramal que ele utilizava,
pertencente a Cristina, o rascunho sobre a ocorrência da entrega de droga que acabou
sendo apreendida no posto da Polícia Rodoviária Federal de Cáceres, na data de
10/9/2014.
De acordo com o contexto produzido nos autos de interceptação

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telefônica, na manhã do dia 08 de setembro de 2014, Jaime liga para Geovan, e ambos
combinam uma conversa acerca da entrega de 8,2kg de cocaína que foi entregue a
Gilliard e John Lennon. Geovan diz "vai lá", determinando que ele e Jaime se
encontrassem em algum lugar, onde Geovan repassaria a Jaime as explicações sobre a
entrega de droga que se consolidou no dia 10.
Nesse ínterim, certamente Geovan, que estaria ausente da cidade
de Mirassol d'Oeste, já havia repassado a Cristina todas as informações sobre os
compradores da droga, tais como nomes, hora e local, solicitando a ela que os
conduzissem até a pessoa de Jaime, que é o responsável pelo armazenamento da droga.
Com efeito, Cristina, de posse de todas as informações
repassadas por Geovan, é acionada por Gilliard e John Lennon para instruí-los sobre o
local onde ela os encontraria, tendo de comum acordo designado as imediações do Lions
Club de Mirassol d'Oeste para o encontro logo depois que os compradores da droga
chegaram à cidade.
Todas as informações obtidas nas escutas telefônicas pela polícia

Fl. 84 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Fls:2881

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federal foram repassadas à autoridade policial estadual de Mirassol d'Oeste, que
designou os investigadores de polícia Luciano e Junio para realizar o acompanhamento.
Estes, ao se deslocarem ao ponto de encontro designado por Cristina e os
transportadores da droga, identificaram que os mercadores ocupavam um VW/Polo, ao
passo que Cristina se deslocou com seu Fiat/Uno Mille, e de lá, rumaram para o centro
da cidade e depois para a chácara de Jaime, consoante se pode depreender dos anexos
fotográficos de fl. 235v/236/v (fotografias do Fiat Uno Mille de Cristina, cor preto,
placas KAT-6127,o mesmo que foi identificado pelos investigadores de polícia, e do
imóvel pertencente a Jaime e Diomara, sogra de Cristina) e 247v (fotos do
VW/Polo Sportline, ano 2007, cor cinza, placas MRB-6609, e da droga
apreendida).
Neste aspecto, cumpre anotar, o Pretório Excelso, ao analisar o
Inquérito 2.424, assentou entendimento de que, embora a intimidade esteja relacionada

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dentre os direitos fundamentais assegurados na CF/88, não há, no sistema constitucional
brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto e que é possível a
utilização de interceptações telefônicas judicialmente autorizadas e colhidas em
procedimento criminal para subsidiar investigações policiais, demandando apenas a
observância à garantia do contraditório e da ampla defesa, por se tratar de prova cautelar
de contraditório diferido, o que se evidencia nos autos em apreço.
Ato seguinte, o agente de polícia federal que subscreve o
Relatório de Inteligência Policial n. 003/2014, Auto Circunstanciado Parcial, Cláudio
Adolfo Lopes Mineiro, também expressa densa convicção sobre a identificação das
vozes de Cristina e de Jaime, inclusive mencionando a mesma dinâmica fática descrita
na sentença condenatória para sufragar a certeza da participação dolosa de ambos no
fornecimento da droga que acabou sendo apreendida em poder de Gilliard e John
Lennon.
Dentro desse contexto, a prova do encontro de Cristina com
Gilliard e John Lennon é irrefutável. Por mais que a defesa de Cristina busque provar

Fl. 85 de 226
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o contrário, e que não é dela a voz das ligações recebidas e efetuadas a partir do ramal
telefônico 6598022677, o agente de polícia federal Cláudio, bem como o investigador de
polícia Luciano Santos não teve qualquer margem de dúvida em reconhece-la como
sendo a mesma pessoa que, deslocando-se com o Fiat Uno Mille Way, cor preta, placas
KAT-6127,registrado em nome da própria Cristina Zaura e fotografado naquela ocasião
(fl. 235v), instruiu e encaminhou os ocupantes do VW Polo até a chácara de Jaime
Gonçalves dos Santos.
Sobre a validade dos depoimentos policiais no processo penal,
estabelece o enunciado n.º 8, aprovado no Incidente de Uniformização de
Jurisprudência n.º 101532/2015, em sessão ordinária da Turma de Câmaras Criminais
Reunidas desta Corte de Justiça, realizada no dia 02/3/2017, verbis:
"Os depoimentos de policiais, desde que harmônicos com as
demais provas, são idôneos para sustentar a condenação criminal."

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À toda evidência, o art. 202 do CPP, autoriza que toda pessoa
pode ser testemunha, inclusive policiais, que, portanto, não estão impedidos de depor
sobre fatos por eles presenciados, mesmo quando se considera o fato de figurarem nessa
condição ante o fato de terem realizado a prisão em flagrante do acusado.
A uma, porque o art. 203 da Lei Instrumental Penal sujeita os
policiais ao compromisso legal de dizer a verdade, de modo que, caso venha a falsear,
calar ou ocultar a verdade, incorre na prática de crime de falso testemunho.
A duas, porque a intenção de incriminar falsamente o acusado
como meio a justificar a atuação estatal deve receber contraprova clara e insofismável.
Por último, não seria razoável admitir que o Estado credenciasse
tais pessoas para atuar na prevenção e repressão da criminalidade e negar-lhes crédito
quando, perante o mesmo Estado-Juiz, procedessem a relato de sua atuação de ofício,
especialmente quando harmônicos e colhidos sob o contraditório e a ampla defesa.
Nesse sentido: TACrSP,11ª Câmara, rel. Renato Nalini, in RBCCrim, edição 16, p. 343.
Nesse sentido, a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de

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Justiça:
"(...) 2. Os policiais não se encontram legalmente impedidos de
depor sobre atos de ofício nos processos de cuja fase investigatória tenham
participado, no exercício de suas funções, revestindo-se tais depoimentos de
inquestionável eficácia probatória, sobretudo quando prestados em juízo,
sob a garantia do contraditório. Precedentes." (STJ, 5ª Turma, HC 115.516,
Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 9/3/2009).

"Orienta-se a jurisprudência no sentido de que os depoimentos


dos agentes policiais, colhidos sob o crivo do contraditório, merecem
credibilidade como elementos de convicção, máxime quando em harmonia
com os elementos constantes dos autos." (STJ, HC 262.582/RS, Rel.
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 10/3/2016, DJe
17/3/2016).

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Cumpre anotar, ainda, que a defesa em nenhum momento
questionou a validade dos depoimentos dos policiais, inclusive perante a instrução
processual, ocasião em que sequer os impugnou por meio de contradita, o que os torna
ainda mais dignos de fé.
Em resumo, não há que considerar indigno de confiança os
testemunhos prestados, em juízo, por policiais, somente pelo fato de terem sido eles os
responsáveis pela prisão em flagrante, a não ser que suas declarações apresentem-se em
inteira desarmonia com o restante do conjunto probatório, o que não se deu no caso dos
autos, pois não seria razoável admitir que o Estado credenciasse tais pessoas para atuar
na prevenção e repressão da criminalidade e negar-lhes crédito quando, perante o mesmo
Estado-Juiz, procedessem a relato de sua atuação de ofício, especialmente quando
harmônicos e colhidos sob o contraditório e a ampla defesa.
Por não haver qualquer dúvida de que a voz constante das
escutas telefônicas é mesmo de Cristina Zaura, assim como por não haver dúvida de que

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ela manteve contato com Jaime, o que ambos não chegam a refutar em seus
interrogatórios, é inequívoco que ambos são diretamente responsáveis pela droga
que acabou sendo apreendida no posto da Polícia Rodoviária Federal de Cáceres
em poder de John Lennon Candido da Silva.
Aliás, de se ver que, além de reafirmar o contato, Cristina
apresenta a singela justificativa sobre a solicitação feita para que Jaime fosse ao
"matim", "mata-burro", que seria a de mencionar que forneceria a madeira para o
conserto do "mata-burro" que existe nas imediações, o que vem de merecer roboração no
depoimento prestado pelo dono da fazenda onde Jaime trabalha, identificado como
sendo Marcelino Nogueira, cujo depoimento revela que realmente pediu a Jaime que
consertasse o mata-burro que existe próximo da residência de dona Diomara, mãe de
Geovan, e que também é próximo da chácara de Jaime.
Contudo, é de se estranhar que ela chamasse Jaime para anotar o

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referido conserto no período noturno, chamando-o para local ermo e estando
acompanhada de Gilliard e John Lennon, quando bem poderia tê-lo feito de dia,
com totais condições de luminosidade, ou pelo telefone. Aliás, é no mínimo estranho
que Cristina fosse mencionar ou levar sozinha, de noite, em local ermo, as madeiras que
seriam utilizadas no referido conserto, o que torna a versão dessa apelante, bem como de
Jaime, absolutamente inconsistente.
Ora, cerca de uma hora antes da apreensão da droga, Jaime
telefona para Cristina informando que a "janta está pronta" e ela pergunta se as "gurias"
já foram, dissimulando assim o real escopo da conversa, ou seja, de dizer que a entrega
da droga já estaria consolidada.
Além disso, no dia seguinte, Cristina telefona para a esposa de
Gilliard, cobrando o valor referente à droga, uma vez que ela pede que a esposa de
Gilliard o avise sobre o número da conta bancária para depósito do valor respectivo, no
que é informada de que "deu uma zebra" e que não tinha sido possível entrar em contato
com Gilliard até aquele momento, sendo certo que, comprovando de forma cabal de

Fl. 88 de 226
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TJMT
Fls:2883

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indene de dúvida o envolvimento de Jaime e Cristina naquele transporte de drogas.
Mas a prova mais contundente do envolvimento de Cristina -
e, consequentemente, de Jaime - sobre a apreensão daqueles 8,2kg de pasta-base de
cocaína é a ligação telefônica feita por Gilliard para o ramal grampeado de Cristina no
dia 12 de setembro de 2014, onde ele conta a ela o que aconteceu no trajeto entre
Mirassol d'Oeste e Cáceres, ao dizer que quando chegaram nesta última cidade, "o
povo abraçou eles", pois estavam esperando, e que "quando pulou a polícia já pegou
eles", tendo corrido no mato e um amigo de uma fazenda próxima o acudiu,
escondendo-o até que a poeira abaixasse. Gilliard menciona claramente, ainda, que
"jogou fora o telefone", visando desfazer-se de provas em sentido incriminador, das
quais entendeu que Cristina deveria saber.
Ou seja, essa última conversa deixa claro como a luz solar que
Cristina não só sabia do transporte da droga como foi a efetiva responsável por levar os

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compradores da droga até Jaime, com quem a droga seria repassada.
Por isso mesmo é que ela foi avisada por Gilliard sobre a
apreensão na cidade de Cáceres, a prisão em flagrante de John Lennon, e que ele se
desfez do aparelho celular que ele usava porque a polícia já possuía informações sobre o
transporte de drogas, avisando-a possivelmente para que fizesse o mesmo com o próprio
aparelho celular.
Por sua vez, por meio dos diálogos interceptados, antes
transcritos, é possível inferir a participação de Jaime no armazenamento e entrega da
droga Gilliard e John Lennon. Ora, de acordo com as transcrições, foi Cristina, quem
apresentou Jaime aos ocupantes do VW/Polo, e foi Jaime quem entregou a droga aos
transportadores.
A reafirmar tal convicção, no dia 26/10/2014, às 14h24min,
John Lennon consegue contato telefônico com Gilliard, e ambos conversam sobre a
apreensão, dizendo que na realidade a encomenda era de cinco quilos de droga mas o
"véi" (claramente referindo-se a Jaime) colocou oito quilos (cf. Relatório de

Fl. 89 de 226
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Inteligência Policial n. 005/2014, Auto Circunstanciado Parcial, de fl. 488 dos autos
apensos).
Código: 5524263
Data: 26/10/2014 Hora: 14:24:24 Duração: 00:02:58
Alvo: GILLIARD
Fone Alvo: 6599294421 Fonte Contato: 6581311454
Interlocutores: preso x giliard
20141026142424299.wav
Degravação:
Preso diz que aquele negócio lá tinha mais, que não era só cinco não. Giliard diz que o
cara é doido, foi ele que arumou pra ele. Preso diz que tinha oito Gilliard perunta quem
falou isso pra hni. Preso diz que chegou um papel pra ele lá. Giliard diz que o véi tinha
arrumado só 5 cheques. Preso diz que tinha 8 mil. Giliard pergunta se ele não viu

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tirando. Preso diz que viu, mas que tinha mais. Giliard diz que o véi mentiu pra ele.
Não há, portanto, sombra de dúvida de que tanto as
interceptações telefônicas extraídas a partir do Relatório de Inteligência Policial n.
003/2014, Auto Circunstanciado Parcial, subscrito e ratificado em Juízo (depoimento
audiovisual constante da mídia de fl. 1951) pelo agente de polícia federal Cláudio
Adolfo Lopes Mineiro, no qual constam os anexos fotográficos da droga e do mesmo
veículo VW/Polo Sportline 2007, cor cinza, placas MRB-6609, apreendido nos autos
de IPL 94/2014/DPF, e do Fiat Uno Mille Way, placas KAT-6127, de propriedade de
Cristina Zaura, ambos identificados por meio do Relatório de Acompanhamento Policial
de fls. 234/235 dos autos apensos, e fls. 30/32 da ação penal, subscrito e ratificado em
Juízo pelos investigadores de polícia Junio Almeida Ramos e Luciano Santos
(depoimentos audiovisuais constantes da mídia de fl. 1123).
Dentro do presente contexto, esclareço que o tipo penal
discriminado no artigo 33, da Lei nº 11.343/06, é de conteúdo múltiplo, de modo
que se pune a conduta de "vender", "expor à venda", "oferecer", "ter em depósito",

Fl. 90 de 226
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"guardar", "entregar a consumo", trazer consigo", dentre outras, não havendo
necessidade de o traficante ser flagrado no momento exato da venda.
Consoante já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, o crime de
tráfico de drogas de que trata o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, é de "de conteúdo
misto alternativo ou de ação múltipla, ou seja, com previsão de inúmeras condutas
delitivas, qualquer delas suficientes à caracterização do delito" (STJ, AgRg no AREsp
1131420/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA
TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 18/12/2017).
No caso, ficou bem caracterizada a conduta de expor à venda e
de venda de 8,215kg de cocaína na forma de pasta-base, constando como vendedores
Cristina Zaura e Jaime Gonçalves dos Santos, e comprador John Lennon Candido
da Silva, com quem a droga foi apreendida, cerca de uma hora depois da venda,
desmerecendo-se registrar o nome de Gilliard quanto à própria participação no fato

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porque ele ainda está sendo processado pelo fato ora sob exame.
Postas essas considerações, desmerece agasalho o pedido de
absolvição formulado pelas defesas de Cristina Zaura e Jaime Gonçalves dos
Santos, nos termos da fundamentação retro.

III.II. FATO 02 - 11/9/2014 - TRÁFICO DE DROGAS -


AQUISIÇÃO, DEPÓSITO E GUARDA, EXPOSIÇÃO À VENDA,
FORNECIMENTO E VENDA DE 8,2KG DE COCAÍNA - CONDENAÇÃO DE
ÉDIO CARLOS MARÇAL

É necessário reiterar, antes de mais nada, que as


responsabilidades de Geovan Firmino da Silva e de Enilson José de Paula não são
alvos da presente insurgência, apuradas que são na Ação Penal n.
820-47.2016.8.11.0011, cód. 236159, em trâmite perante o mesmo Juízo da 3ª Vara de
Mirassol d'Oeste, em razão do desmembramento da ação penal determinado pela

Fl. 91 de 226
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MM. Juíza de Direito que presidiu o feito, na data de 07/3/2016 (fls. 762/766),
consoante já mencionado no prólogo do presente decisum.
Da mesma forma, os coparticipantes deste mesmo fato João
Batista Pereira Claudino e Elismar Guimarães foram responsabilizados e condenados
nos autos da Ação Penal já mencionada anteriormente, e também a imputação do tráfico
de drogas não será objeto de discussão no presente feito.
Logo, a análise dos fatos e provas está circunscrita à
responsabilidade penal de Édio Carlos Marçal.

A) A ACUSAÇÃO, AS PROVAS AMEALHADAS E A


SENTENÇA CONDENATÓRIA

Com efeito, de acordo com a denúncia, acolhida integralmente

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na sentença condenatória, em 22 de setembro de 2014, nessa Cidade de Mirassol
d'Oeste/MT, Geovan Firmino da Silva, com vontade livre e consciente do caráter ilícito
de sua conduta, adquiriu, expôs à venda, forneceu e vendeu, de que tinha em depósito e
guarda, a quantia de 10.2kg (dez quilogramas e duzentos gramas) de pasta base de
cocaína, para os increpados Enilson José de Paula e Édio Carlos Marçal (adquiriram),
concorrendo de modo eficaz para o crime de tráfico de drogas, além do que contaram
com a participação de João Batista Claudino e Elismar Guimarães [IPL n.
0543/2014-SR/DFP/MT], responsáveis pelo transporte de Mirassol d'Oeste/MT à
Cuiabá/MT; contudo, estes foram presos em flagrante delito em Várzea Grande/MT.
A douta sentenciante, ao concluir pela condenação de Edio,
avalia o contexto produzido a partir das interceptações telefônicas e telemáticas
autorizadas pela Justiça a requerimento da Polícia Federal, por ela consideradas válidas
de pleno direito, agregadas ao depoimentos do agente policial federal Cláudio Adolfo
Mineiro, a apreensão da droga e do veículo GM D20, em poder de João Batista Pereira
Claudino e Elismar Guimarães, regularmente submetida a perícia técnica de constatação

Fl. 92 de 226
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que resultou positiva para a presença de cocaína, e na absoluta falta de verossimilhança
das teses defensivas. Conclui, verbis:
"Os Laudos de Perícia Criminal acostado às fls. 1955/1960 e fls.
1967/1972, comprovam que a droga apreendida em posse dos acusados era
positiva para presença de cocaína.

Importante ressaltar, que embora os acusados neguem a prática


delitiva, seus envolvimentos restaram sobejamente demonstrados nos autos,
uma vez que a prova produzida sobre o contraditório diferido informa o
envolvimento dos acusados com tráfico de drogas no Estado de Mato
Grosso, tendo como base do grupo organizado dedicado ao comércio de
substância de uso proscrito no Brasil à cidade de Mirassol d'Oeste-MT.

(...)

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Muito embora o acusado Édio Carlos Marçal tenha afirmado
conhecer apenas o corréu Enilson José de Paula, devido aos comércios que
mantinham na cidade de Poconé-MT (oficina mecânica), a título de
elemento informativo, no curso das interceptações telefônicas fora
constatado conversação entre ambos, onde demonstravam grande
preocupação com o desaparecimento das pessoas que haviam contratado
para efetuar o transporte dos 10,2kg (dez quilogramas e duzentos gramas)
de substância entorpecente. Droga esta que saiu da cidade de Mirassol
d'Oeste-MT, após ser negociada com o corréu Geovan Firmino da Silva,
demonstrando, portanto, a prática do crime de tráfico de drogas descrito no
segundo fato da denúncia." (sic sentença, fls. 2003/v).

Registrou-se, ainda, no édito condenatório, a credibilidade dos


testemunhos policiais, que esclarecem o desmantelamento da quadrilha de traficantes,
fruto de uma exitosa investigação policial desenvolvida pela Superintendência Regional
de Polícia Federal em Mato Grosso, para elucidação das ações criminosas, neste caso,

Fl. 93 de 226
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ocorridas nas cidades de Mirassol d'Oeste e Cáceres, característico do crime tipificado
no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, sendo esta a mesma conclusão tirada das
contrarrazões recursais (fls. 2702/2740) e do parecer da Cúpula Ministerial (fls.
2745/2828-TJ).
As evidências processuais desse crime partem da preexistente
interceptação telefônica do ramal pertencente a Geovan Firmino da Silva, que já era
alvo de investigações pretéritas iniciadas após a apreensão de mais de 100kg de cocaína
pela Polícia Federal, na cidade de Caxias/MA.
Assim, no dia 22/9/2014, às 08h47min do dia 22/9/2014,
Enilson acerta com Geovan Firmino da Silva a aquisição de 10,2kg de cocaína que
saíram da cidade de Mirassol d'Oeste para a capital mato-grossense.
Na ocasião, o comprador de droga Enilson pede por mensagem
Blackberry Messenger, que o vendedor Geovan, identificado como "Parenti", libere o

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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"Freteiro", assim identificadas as pessoas que transportaram a droga (fl. 257v dos autos
de Medida Cautelar de Interceptação n. 3202-81.201.8.11.0011, cód. 217341, 3ª Vara de
Mirassol d'Oeste, e fl. 01-Gv da denúncia).
ID: 26637207
Pacote: BRCR-140820-007_072-20140922115631.zip
Data: 22/09/2014 Hora: 08:47:02
Direção: Recebida
Alvo: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Contato: ENILSON JOSÉ DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Mensagem: Parenti fala pro fretero libera la pra nois
Logo às 09h11min, Geovan confirma o envio da droga para
Cuiabá e que ele já teria saído, respondendo também via mensagem Blackberry,
informando, ainda, depois, que teriam que conversar pessoalmente (fls. 257v do apenso
II, e fl. 01-Gv da denúncia), verbis:
ID: 26649689

Fl. 94 de 226
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Pacote: BRCR-140820-007_072-20140923121918.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 09:11:41
Direção: Originada
Alvo: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Contato: ENILSON JOSÉ DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Mensagem: Bom dia eele saiu
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26672729
Pacote: BRCR-140820-007_072-20140923121918.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 09:12:19
Direção: Recebida
Alvo: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Contato: ENILSON JOSÉ DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Mensagem: Ki hora
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26672941
Pacote: BRCR-140820-007_072-20140923123738.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 09:31:44
Direção: Originada
Alvo: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Contato: ENILSON JOSÉ DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Mensagem: Vc queria fala alguma coisa urgente
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26673203
Pacote: BRCR-140820-007_072-20140923130820.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 10:06:08
Direção: Originada
Alvo: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206

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Contato: ENILSON JOSÉ DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Mensagem: op ja to ak
Com a confirmação do encaminhamento da droga para Cuiabá,
por volta de 18h do dia 22 de setembro de 2014, o veículo marca GM, modelo D20,
placas CQK-2741, ocupado por João Batista Claudino de Souza e Elismar
Guimarães, é abordado pela Polícia Federal em Jangada/MT, sendo levados até o posto
da Polícia Rodoviária Federal no Trevo do Lagarto, Várzea Grande, lá chegando às 19h,
onde a droga é encontrada acondicionada logo acima do para-lama dianteiro direito
(vide anexos fotográficos de fl. 258 do Relatório de Inteligência Policial n. 003/2014,
Auto Circunstanciado Parcial, subscrito pelo agente de polícia federal Cláudio Adolfo
Lopes Mineiro).
Naturalmente, a droga não chegou ao destino como deveria,
despertando a preocupação entre as partes negociantes, e no final da tarde do dia 23 de

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setembro, por volta de 18h31min, Enilson José de Paula faz contato com a pessoa
cognominada "Especialista", posteriormente identificado como sendo Édio Carlos
Marçal, perguntando sobre João Batista, a quem define "Véi", recebendo a resposta de
que ainda não o tinham localizado, e que o "o Doutor" estaria procurando.
ID: 26683257
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140923213207.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 18:31:04
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: ?
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26683258
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140923213207.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 18:32:00

Fl. 96 de 226
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Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Nada ainda
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ID: 26683617
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140923215235.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 18:32:14
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Vixi
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Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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ID: 26683618
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140923215235.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 18:33:25
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: To aki minha mae qualquer coisa mi fala aki
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26683620
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140923215235.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 18:34:52
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Fala com o caapiv mas tarde ai vou la pro mato

Fl. 97 de 226
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ID: 26709126
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924011825.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 22:03:29
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Num tem noticia ainda
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26709134
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924011825.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 22:09:57
Direção: Originada

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: O dt num axo ainda
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26709135
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924011825.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 22:10:33
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: mas ja e certeza ne
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26709137
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924011825.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 22:12:34

Fl. 98 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2888

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Nu pareceu ninguen ne
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ID: 26709138
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924011825.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 22:13:09
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Nao
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
ID: 26709139
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924011825.zip
Data: 23/09/2014 Hora: 22:13:26
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Blza
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26721277
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924195529.zip
Data: 24/09/2014 Hora: 16:43:22
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Opa

Fl. 99 de 226
PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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ID: 26721278
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924195529.zip
Data: 24/09/2014 Hora: 16:43:37
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Nada
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ID: 26721279
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924195529.zip
Data: 24/09/2014 Hora: 16:43:49
Direção: Originada

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Nada
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26721280
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924195529.zip
Data: 24/09/2014 Hora: 16:44:00
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Afff
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ID: 26721281
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924195529.zip
Data: 24/09/2014 Hora: 16:44:18

Fl. 100 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Direção: recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Q horas nois vai liga
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26721282
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924195529.zip
Data: 24/09/2014 Hora: 16:44:41
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Anoiti
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
ID: 26721283
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140924195529.zip
Data: 24/09/2014 Hora: 16:45:01
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Tao ta se mi chama ok
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26749326
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:13:50
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Mi fala uma coisa boa ai

Fl. 101 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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ID: 26749327
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:14:05
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Tala no pascoau
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ID: 26749328
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:14:18
Direção: Recebida

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
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Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Vixi
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ID: 26749329
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:14:29
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Foi ondi
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ID: 26749330
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:14:36

Fl. 102 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Fls:2890

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Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Sera
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ID: 26749331
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:14:50
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: La mesmo
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
ID: 26749332
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:15:38
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Tinha passado daki ou nao
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26749333
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:16:06
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: La ondi pego

Fl. 103 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Fls:

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RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26749335
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140925112151.zip
Data: 25/09/2014 Hora: 08:17:25
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Iscuto eles falano e denunciaro
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Em 26/9/2014, Geovan liga menda mensagem via Blackberry
para Enilson perguntando quem pagaria o "freti das 10 k foi", ou seja, quem
possivelmente pagaria o prejuízo pela remessa da droga que foi apreendida pela Polícia
Federal na D20, expressando assim, a certeza de que Enilson e Edio seriam realmente os

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
compradores da droga que não chegou a ser entregue.
ID: 26792153
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140926151924.zip
Data: 26/09/2014 Hora: 12:18:55
Direção: Originada
Alvo: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Contato: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Mensagem: Quem vai paga o freti das 10 k foi mano
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26792405
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140926151924.zip
Data: 26/09/2014 Hora: 12:25:14
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206

Fl. 104 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2891

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Mensagem: Ou você num vai no choco
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ID: 26792407
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140926153342.zip
Data: 26/09/2014 Hora: 12:29:58
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Mensagem: Pega o meu tanbem
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ID: 26792408
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140926153342.zip
Data: 26/09/2014 Hora: 12:30:52

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Mensagem: Os 10 fico fautano o freti ne
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ID: 26793088
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140926160833.zip
Data: 26/09/2014 Hora: 12:49:27
Direção: Originada
Alvo: MARIA-GEOVANFIRMINO -214f6206
Contato: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Mensagem: Sin falta sin
Após serem cientificados da apreensão da droga, Enilson chama
"Macarrão", apelido de Édio, em seu garimpo na cidade de Poconé, após Édio lhe
informar que estaria sendo ameaçado de morte por João Batista, preso, e Enilson,

Fl. 105 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

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APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


preocupado, conversa com Vilmar, nickname Blackberry "Lobo Guara" explicando a ele
a situação (vide Relatório de Inteligência Policial n. 004/2014, Auto Circunstanciado
Parcial, fls. 341/342 dos autos apensos), denotando assim, que ambos possuem estreita
relação de amizade, ao contrário do que alegam em seus interrogatórios.
ID: 27107078
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:04:48
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Vem aki no garimpo
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ID: 27107078

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:05:11
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Logo Guara ctt Capivara (O lobo guara) - 27a8a508
Mensagem: Opa
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ID: 27107080
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:05:52
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: tem ki fala. Com tu ujenti.
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Fl. 106 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2892

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


ID: 27107081
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:07:43
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Opa
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27107082
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:07:46
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Oq foi
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27107083
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:04:48
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: Pasei por você agora aí
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27107084
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:08:42
Direção: Originada

Fl. 107 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: O cara do macarao
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27107085
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:09:27
Direção: Originada
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: ligo os cara ke mata ele
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27107086

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011171503.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 14:09:28
Direção: Recebida
Alvo: ENILSON JOSE DE PAULA, LOBET (JURUNA) (Lobet) - 221f0578
Contato: Especialista ctt Capivara (mula) (Fogo) - 28174428
Mensagem: O véi
Em 29 de outubro de 2014, João Batista liga para o ramal de
"Macarrão", e uma mulher não identificada atende. João Batista pede auxílio na prisão
(Relatório de Inteligência Policial n. 005/2014, Auto Circunstanciado Parcial, fl. 541):
Código: 5332784
Data: 29/10/2014 Hora: 13:57:29 Duração: 00:03:41
Alvo: MACARRÃO
Fone Alvo: 6596198042 Fonte Contato: 6599019473
Interlocutores: hni preso x mni macarrão
20141029135729040.wav

Fl. 108 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Fls:2893

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Degravação:
HNI diz que não tá conseguindo falar com o rapaz MNI diz que ele tá sem telefone HNI
reclama que não te tendo nada nem JUMBO e que tá ruim MNI diz que também tá em
dificuldade, e que vai falar com ele pra falar pro patrão lá de cima HNI diz que eles
também não atendem MNI diz que vai pegar o telefone do outro rapaz
Posteriormente, em 06 de novembro de 2014, Édio Carlos
Marçal, que já era alvo de monitoramento telefônico, vem a ser preso em flagrante
delito, e assim que toma conhecimento, Enilson, a exemplo do que fez em relação a
João Batista, também contrata advogado para defender Édio.
Código: 5567313
Data: 06/11/2014 Hora: 21:53:29 Duração: 00:01:54
Alvo: ENILSON
Fone Alvo: 6596444825 Fonte Contato:

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Interlocutores: ENILSON X ADV - PRESOS
20141106215329217.wav
Degravação:
Enilson pede pro advogado ir no CISC diz que estão presos Edio Maçal,
Jeferson dos Santos e outro.
Advogado diz que vai ver.
Advogado pergunta com o que eles caíram.
Enilson diz que não sabe com que foi, acha que foi entorpecente ou carro.
Advogado pergunta se é conhecido dele.
Enilson diz que Edio é seu amigo e Jeferson é seu genro.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5567442
Data: 06/11/2014 Hora: 22:36:21 Duração: 00:04:32
Alvo: ENILSON
Fone Alvo: 6596444825 Fonte Contato:

Fl. 109 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
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Interlocutores: ADV X ENILSON - PRESOS NA PF C/4KG
20141106223621217.wav
Degravação:
Advogado diz que foram presos por tráfico, 4kg e estão na PF. Jeferson e
outro.
Enilson diz que o outro é o Edio.
Advogado diz que estavam com dois caras na região. Foram presos perto do
Limão.
Enilson diz que eles foram ver o negócio de um carro, e o Jeferson trabalha
no garimpo.
Advogado perg se e o que estava com o MINEIRO, o irmão do VILMAR.
Enilson diz que é ele mesmo. Ele é abestalhado. Vai lá na Federal, o

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
problema dele eu que vou resolver. Ele é marido de minha filha.
Advogado diz que dois caras daqui de Cáceres caíram.
Ao ser preso preventivamente, Geovan Firmino da Silva
(identificado nas conversas como MARIA-GEOVAN) pouco esclareceu à autoridade
policial federal, e nada mencionou que pudesse ser útil à elucidação dos fatos
imputados a Edio (fls. 54/57).
Por sua vez, Edio Carlos Marçal, identificado nas conversas
como sendo "Especialista", negou a prática delitiva, enfocando conhecer Enilson José
de Paula, a quem conhece como "Dilson", "em razão do mesmo ter sido seu cliente na
oficina de moto que o interrogando tinha na cidade de Poconé/MT, entretanto, isto teria
ocorrido há cerca de seis anos atrás", por razões estritamente profissionais, e que
"depois disto não teve outros contatos com tal pessoa" (sic fl. 95). Alegou desconhecer
quem seria Geovan Firmino da Silva.
Ao ouvir os diálogos constantes das interceptações telefônicas de
códigos 26749332, 26749331, 5567442 e outros, onde seu nome é mencionado no

Fl. 110 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2894

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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envolvimento em tráfico de drogas, alegou desconhecê-los, bem como a razão de ter
sido mencionado pelas pessoas mencionadas nos diálogos apontados, e que jamais
traficou drogas em sua vida, apesar de estar preso por conta da acusação de outro crime
de tráfico de drogas.
Enilson José de Paula, na fase inquisitorial e na persecutio
criminis in judicio não foi ouvido para prestar esclarecimentos.
Contudo, o caminhoneiro João Batista Pereira Claudino, preso
em flagrante em poder da droga, admitiu na fase inquisitorial (fls. 149/150) que se
deslocou para a cidade de Mirassol d'Oeste a pedido de Enilson José de Paula, tendo sido
orientado a sair de Poconé, onde reside, para encontrar determinada pessoa em Mirassol,
cujo nome não se recorda, mas que afirma não se tratar de Geovan Firmino da Silva,
com quem deveria combinar um frete, sem ser informado, entretanto, sobre qual tipo de
produto transportaria.

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Com efeito, estando na cidade de Mirassol d'Oeste, a pessoa
indicada por Enilson promoveu o carregamento da droga, que foi aceito por João
Batista, com a incumbência de levá-la até o Distrito de "Chumbo", próximo a
Poconé/MT, percebendo a remuneração de R$5.000,00 pelo serviço.
"QUE após aceitar a proposta do transporte não conversou mais
com ENILSON JOSÉ DE PAULO; QUE não sabe dizer se ENILSON JOSÉ
DE PAULO era proprietário do entorpecente enocntrado em seu poder;
QUE não conhece EDIO CARLOS MARÇAL, vulgo 'Macarrão'; QUE ao
ser apresentada a fotografia de EDIO CARLOS MARÇAL, vulgo
'Macarrão', afirma já ter visto tal pessoa em companhia de ENILSON JOSÉ
DE PAULO na cidade de Poconé/MT; QUE nunca teve nenhum tipo de
relacionamento com EDIO CARLOS MARÇAL, vulgo 'Macarrão'; QUE já
viu EDIO CARLOS MARÇAL na residência de ENILSON JOSÉ DE
PAULO; QUE não sabe dizer o tipo de relacionamento existente entre EDIO
CARLOS MARÇAL e ENILSON JOSÉ DE PAULO; QUE nunca conversou

Fl. 111 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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com EDIO CARLOS MARÇAL" (sic fl. 150).

Enilson ainda foi alvo de busca domiciliar em sua residência


situada na avenida Aníbal de Toledo, s/n, em Poconé/MT, onde foi apreendido um
aparelho celular marca Blackberry, e um revólver prateado com quatro munições
intactas (vide auto circunstanciado de busca e arrecadação de fl. 143).
Em Juízo, Edio Carlos Marçal (interrogatório audiovisual
gravado na mídia de fl. 1068) reiterou a negativa de autoria inicialmente perfilhada,
dizendo não conhecer Geovan, e que conhece Enilson apenas dos comércios que tinham
na cidade de Poconé, não tendo efetuado qualquer contrato telefônico ou telemático com
referida pessoa, e que não participou do tráfico de drogas que culminou na apreensão de
10,2kg de cocaína na cidade de Jangada/MT.
Por sua vez, a testemunha Claudio Adolfo Lopes Mineiro, agente
de polícia federal, detalhou as investigações policiais que culminaram na identificação

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
de Edio, a saber:
"[...] O Édio Carlos Marçal tem ligações de blackberry, troca de
mensagens entre ele, o Enilson e o Geovan, se me lembro, foi uma droga que
saiu de Mirassol, também, e foi apreendida aqui próximo de Cuiabá, eram
oito quilos, salvo engano, ou eram dez quilos, não me recordo a quantidade
exata. [...] O Enilson foi nesse envio da droga que foi preso aí no Trevo do
Lagarto, que tem a participação do Edio, e tem o áudio enviado por meio de
Blackberry, e nesse intervalo nessa fase da operação o Edio foi preso com
três quilos em Cáceres, de cocaína. Preso em flagrante pelo Defron. [...]"
(depoimento audiovisual gravado na mídia de fl. 1951).

B) OS ARGUMENTOS DA DEFESA DE ÉDIO CARLOS


MARÇAL

Fl. 112 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2895

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A defesa sustenta a absolvição por negativa geral de autoria, pois
o apelante nega seja o autor das mensagens que lhe são atribuídas, nada foi aprendido
em seu poder, e que mesmo admitindo seja ele o autor, o conteúdo não denota
claramente a prática do narcotráfico, cuidando-se de conjecturas desprovidas de força a
amparar a condenação.
"O apelante nega seja o autor das mensagens a si atribuídas,
porém, mesmo que admitíssemos sua autoria em nada demonstram
TRAFICÂNCIA ou ASSOCIAÇÃO por parte da pessoa que as escreveu,
portanto a conduta do autor das mensagens, é, e deve ser considerada
atípica, pois ´não há qualquer elemento de prova trazido pelo órgão
acusador que comprove que o Apelante era sabedor de qualquer atividade
praticada pela suposta organização criminosa.

EXCELÊNCIA, em hipótese alguma a prática de algum crime

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
deveria ser atribuído ao Apelante, eis que, realizada Busca e Apreensão,
NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, foi encontrado em seu poder que
pudesse liga-lo a organização criminosa ou as imputações do Ministério
Público.

Carentes são as proas da acusação, já que baseiam-se em


escutas telefônicas ao ver da defesa, sem nenhuma informação de prática de
crime por parte do Apelante, interpretadas de forma dúbia e maliciosa, com
a intenção de incriminar o Apelante.

A própria Magistrada ao referir-se no corpo da sentença ao


Apelante usa a expressão 'em tese' teria praticado os crimes capitulados na
denúncia, demonstrando aí que apesar de não possuir nenhum elemento de
certeza condenou o Apelante.

Merece ser Reformada a sentença em relação ao Recorrente,


uma vez que, não individualiza a conduta do mesmo. Está baseada em prova

Fl. 113 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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imprestável, bem como, apesar da Busca e Apreensão realizada no imóvel
do Apelante, nada foi encontrado que pudesse ligá-lo aos crimes a si
imputados ou a suposta organização criminosa, sendo a instrução criminal
também, incapaz de produzir qualquer prova em desfavor do Apelante.

Não há nada, a não ser as suposições dos membros da POLÍCIA


FEDERAL, que leve a crer que o Apelante soubesse de qualquer esquema
criminoso, não podendo o processo penal, basear-se em suposições ou
conjecturas para condenar o Apelante ou qualquer outro Réu.

Incansavelmente a Defesa insiste em afirmar que não existem


provas nos autos que demonstrem traficância ou associação por parte do
Apelante, eis que, nada foi encontrado com ele, nem drogas, nem dinheiro,
nem qualquer outro elemento que comprove, efetivamente sua participação

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
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no ilícito, não existindo qualquer elemento seguro de sua participação no
crime debe ser absolvido em homenagem ao princípio 'in dubio pro reo' (...)"
(sic razões de apelação, fls. 2085v/2086).

C) DOS FUNDAMENTOS E DA CONCLUSÃO SOBRE O


APELO DEFENSIVO DE ÉDIO CARLOS MARÇAL

Analisando detidamente os fatos e provas postos à disposição


nos presentes autos, tem-se a clara comprovação da inculpação lançada sobre o apelante
Édio Carlos Marçal quanto ao "FATO02" descrito na denúncia.
De acordo com as inferências esclarecidas pelo delegado de
polícia federal Sérgio de Arruda Costa Macedo e pelo agente de polícia federal Cláudio
Adolfo Lopes Mineiro, a investigação se iniciou sobretudo pela suspeita incidente sobre
o marido de Cristina Zaura, Geovan Firmino da Silva, sobre a reiterada prática do
narcotráfico, e partiram das interceptações telefônicas do ramal que ele utilizava,

Fl. 114 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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TJMT
Fls:2896

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


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pertencente a Cristina, o rascunho sobre a ocorrência da entrega de droga que acabou
sendo apreendida no posto da Polícia Rodoviária Federal de Cáceres, na data de
10/9/2014.
A identificação de "Macarrão", ou "Cara do Macarrão" (como é
chamado Édio Carlos Marçal pelos comparsas, nickname Blackberry Especialista) foi
confirmada após sua prisão em flagrante delito por tráfico de drogas na data de
06/11/2014, desenvolvida na cidade de Cáceres, quando foi apreendida a quantia de 3kg
de pasta-base de cocaína, nos autos do IPL 0004722-85.2014.4.01.3601, da Justiça
Federal de Cáceres/MT, atualmente aguardando o julgamento do recurso de apelação
interposto em face da sentença condenatória.
Quando menciona que iria arrumar advogado para Edio, Enilson
é claro ao mencionar que foram presos Edio Marçal, Jeferson dos Santos (filho de
Enilson) e "Mineiro", irmão de Vilmar.

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Aliás, a testemunha Cláudio Adolfo Lopes Mineiro bem alertou
sobre a atuação de Édio no fato "02", corroborando a afirmação de que Edio Carlos
Marçal foi preso em flagrante durante o tempo em que estava sendo monitorado pela
Polícia Federal.
De todo o processado, portanto, se extrai a absoluta certeza da
inculpação lançada contra o apelante, sendo inidônea a arguição da defesa no sentido de
que a identificação do referido apelante está calcada em mera suposição.
O agente de polícia federal ainda foi suficientemente claro que
não só foi realizada a captação das conversas de ambos, como também, realizaram
investigações operacionais para o fim de terem certeza de que estavam investigando as
pessoas certas. Com efeito, houve a movimentação de uma equipe para realizar o
monitoramento presencial do apelante, que acabou sendo preso em flagrante por conta
de outro fato no curso das investigações.
Tais levantamentos realizados no curso das investigações
policiais inclusive levaram à prisão de alguns associados outros desses dois apelantes,

Fl. 115 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
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dando assim a total credibilidade das interceptações e da palavra dos policiais, ouvidos
em Juízo, que enfocam a verossimilhança da incriminação ora imputada, e também, da
respectiva autoria.
De outro modo, não se veria qualquer sentido em Enilson
atualizar Edio sobre o trânsito e a apreensão da droga que adquiriram de Geovan. Ora, é
de todo impertinente que o comprador da droga tivesse que se justificar ao amigo o
motivo pelo qual a droga não chegou, atrasou, foi apreendida, quem pagaria o "frete",
etc, se não tivesse interesse financeiro nesse negócio malsão.
Estabelece o enunciado n.º 8, aprovado no Incidente de
Uniformização de Jurisprudência n.º 101532/2015, já mencionado anteriormente:
"Os depoimentos de policiais, desde que harmônicos com as
demais provas, são idôneos para sustentar a condenação criminal."
Pelas conversas que Enilson e Édio tiveram entre si depois de

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Geovan explicar a Enilson que o "freteiro" já havia saído de Mirassol d'Oeste com a
droga, fica bastante claro que ambos mantinham uma comunhão de esforços para que a
droga chegasse em seu destino, de onde se pode deduzir que a ambos pertencia,
inserindo-os no verbo nuclear "adquirir" de que trata o delito multifário do art. 33, caput,
da Lei n. 11.343/2006.
Estabelece o dispositivo da lei penal material em questão:
"Art. 33. Importar, exportar, remeter,preparar,produzir,fabricar,
adquirir, vender, expor à venda, oferecer,ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de


500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa."

Estabelece o enunciado n.º 7, aprovado no Incidente de

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Uniformização de Jurisprudência n.º 101532/2015, em sessão ordinária da Turma de
Câmaras Criminais Reunidas desta Corte de Justiça, realizada no dia 02/3/2017, verbis:
"O delito de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei n.
11.343/2006, é classificado como de ação múltipla ou misto alternativo e,
portanto, consuma-se com a prática de qualquer das condutas nele
descritas."

De acordo com as regras de exegese penal pautadas no realismo


e idealismo penal, via de regra, quando determinada pessoa comete um crime, uma
pena é a ele aplicada. Nessa senda, quando há uma conduta haverá um crime, e quando
houver várias condutas, haverá vários delitos. Entretanto, conforme a precisa lição de
Eugenio Raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli in Manual de direito penal
brasileiro: parte geral. 11. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, item “432”,
“não são as qualidades de um objeto que o multiplicam”. Já dizia Mezger, “um cavalo

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branco e de corrida não são dois cavalos, mas apenas um cavalo que tem duas
qualidades”.
Nessa senda, de acordo com Zaffaroni e Pierangeli, pode
ocorrer casos distintos de consideração típica unitária da pluralidade de movimentos
voluntários no plano comum (fator final), e que admitem uma pluralidade eventual de
movimentos considerados em si mesmos típicos. Há condutas unissubsistentes que
caracterizam um crime, assim como há outras perpetradas com uma pluralidade de
movimentos (plurissubsistentes) que continuam caracterizando um só crime, mas
bastando a prática de um só deles para caracterizá-lo, pois a lei penal não exige um
especial fim de agir.
Segundo a doutrina, o tipo penal discriminado no artigo 33,
da Lei nº 11.343/06, em que pese prever a descrição de dezoito verbos em seu
caput, bem como outras diversas condutas nos três incisos que integram a sua
descrição, deve ser considerado de conteúdo múltiplo ou variado, também
denominado tipo penal misto alternativo congruente, de modo que se pune a

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conduta de "adquirir", "vender", "expor à venda", "oferecer", "ter em depósito",
"guardar", "entregar a consumo", trazer consigo", dentre outras, não havendo
necessidade de o traficante ser flagrado no momento exato da venda.
Crime de ação múltipla ou conteúdo variado, também
denominado tipo penal misto ou plurinuclear, “é o que descreve vários verbos,
leia-se, várias condutas” (cf. Luiz Flávio Gomes e Antonio García Pablos de Molina, in
Direito Penal, Parte Geral: volume 2. São Paulo: editora Malheiros, 2007, p. 527).
O tipo penal misto é considerado alternativo quando a prática
de um só verbo já caracteriza a consumação do crime; já o tipo cumulativo exige a
prática de todos os verbos para a consumação do crime. É considerado congruente
quando a lei se contenta com o dolo genérico, e incongruente, quando exige um
especial fim de agir.
No caso, em que pese a pluralidade de movimentos causais

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previstos na lei, a prática de qualquer um deles caracteriza o crime. Além disso, o
elemento finalístico da cadeia de movimentos causais do referido crime não é exigido
pela legislação penal, mesmo porque, a cessão gratuita de droga também constitui o
crime de tráfico.
Nesse viés, a consideração do plano comum (finalístico) voltado
à desenvoltura da ação, constitui dado contingencial, desnecessário à consumação
delitiva.
Resolvendo a questão dos crimes considerados de conteúdo
múltiplo ou variado, e que se enquadram na categoria de permanentes, como é o caso
do tráfico de drogas, Zaffaroni e Pierangeli assinalam que “todos os atos que têm por
objeto manter o estado consumativo apresentam uma unidade de conduta” (op. cit. item
“438”, “e”).
Assim, o acusado poderá adquirir, transportar, trazer consigo,
ter em depósito e oferecer droga em um mesmo desdobramento causal e praticar apenas
um crime, bastando, contudo, que realize apenas uma dessas condutas para a

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consumação do tráfico de drogas, esteja ela no final ou no começo da cadeia causal da
pluralidade de movimentos que encerram o tipo penal misto alternativo.
Fernando Capez, em sua notável obra Curso de Direito Penal –
legislação penal especial, 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2011, v. 4, p. 768, descreve que no
tráfico de drogas, enquanto crime de ação múltipla ou conteúdo variado, “a realização
de uma ou de todas as formas configura um único crime”.
Também leciona, com bastante propriedade, o sempre lembrado
Min. Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, que “tudo isso precede – com
summatum opus – a ação de vender” (trecho do voto exarado no HC 12.269/SP, T5, j.
13/6/2000, DJU 14/8/2000, p. 185), resultando em um passo a mais à disseminação,
fator final que é coibido pela norma penal incriminadora.
É dizer, em outras palavras, que tudo quanto contribua para a
disseminação das drogas, que esteja inserido na esfera de tipicidade do art. 33 da Lei

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Antidrogas, constitui causa de apenamento frente à tipicidade da lei penal.
No caso em apreço, a modalidade "adquirir" de que trata o
art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, consoante lidera o Superior Tribunal de Justiça na
jurisprudência sobre o tema, dispensa a ocorrência da tradição.
Em caso que se amolda como uma luva ao presente caso,
estabeleceu que o simples fato de negociar a aquisição de droga por telefone e viabilizar
meios para o transporte da droga por si só configura o tráfico de drogas. Relativiza,
assim, as disposições do art. 1267 do CC/02, segundo o qual a propriedade das coisas
não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
"DIREITO PENAL. CONSUMAÇÃO DO CRIME DE
TRÁFICO DE DROGAS NA MODALIDADE ADQUIRIR. A conduta
consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também
disponibilizar o veículo que seria utilizado para o transporte do
entorpecente configura o crime de tráfico de drogas em sua forma
consumada - e não tentada -, ainda que a polícia, com base em indícios

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obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do
material entorpecente antes que o investigado efetivamente o recebesse.
Inicialmente, registre-se que o tipo penal em análise é de ação múltipla ou
conteúdo variado, pois apresenta várias formas de violação da mesma
proibição, bastando, para a consumação do crime, a prática de uma das
ações ali previstas. Nesse sentido, a Segunda Turma do STF (HC 71.853-RJ,
DJ 19/5/1995) decidiu que a modalidade de tráfico "adquirir" completa-se
no instante em que ocorre a avença entre comprador e vendedor. De igual
forma, conforme entendimento do STJ, incide no tipo penal, na modalidade
'adquirir', o agente que, embora sem receber a droga, concorda com o
fornecedor quanto à coisa, não havendo necessidade, para a configuração
do delito, de que se efetue a tradição da droga adquirida, pois que a
compra e venda se realiza pelo consenso sobre a coisa e o preço (REsp

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1.215-RJ, Sexta Turma, DJ 12/3/1990). Conclui-se, pois, que a negociação
com aquisição da droga e colaboração para seu transporte constitui
conduta típica, encontrando-se presente a materialidade do crime de tráfico
de drogas" (STJ, HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
1º/9/2015, DJe 23/9/2015).

Ora, tem todo sentido a afirmação do c. Superior Tribunal de


Justiça, porque não raras as vezes, algumas disposições da lei civil não se aplicam ao
Código Penal, e ainda, relembro, não estamos diante de um "negócio jurídico", mas de
"ato ilícito".
Na doutrina do festejado jurista Damásio E. de Jesus, o ajuste é
"a combinação que fazem entre si várias pessoas no sentido do cometimento de um
crime, pressupondo em todos uma resolução determinada" (in Direito Penal, Parte
Geral, 1º vol., Editora Saraiva, 10ª edição, 1985, pág. 355) que por si só já denota uma
das formas puníveis de coparticipação existentes no ordenamento jurídico-penal vigente,
principalmente nos crimes permanentes, como é o caso do tráfico de drogas, cuja

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consumação dispensa a finalidade para a qual a droga foi vendida.
A única limitação é quanto ao alcance do ajuste prévio, que deve
ser preciso e específico, devendo dizer respeito a crimes determinados e cuja execução já
tenha ao menos se iniciado, uma vez que não se admite o ajuste genérico para a prática
de crimes indefinidos.
A lei penal material, em seu art. 29, estabelece, em termos
genéricos, que todo aquele que concorre, por qualquer modo, para um crime, "incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade". Adotando um conceito
monista sobre a teoria aplicável ao concurso de agentes no crime, não há pela doutrina
penal uma única voz que destoe da interpretação monística da lei penal concernente ao
concurso de pessoas, de modo que todo aquele que concorre, por qualquer modo, para
um crime, responde por sua totalidade. No caso, o prévio ajuste entre os negociantes da
droga por si só é causa eficiente do crime.

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No escólio de Cezar Roberto Bitencourt, verbis:
"Todo aquele que concorre para o crime causa-o em sua
totalidade e por ele responde integralmente. Embora o crime seja praticado
por diversas pessoas, permanece único e indivisível. O crime é o resultado
da conduta de cada um e de todos, indistintamente. Essa concepção parte da
teoria da equivalência das condições necessárias à produção do resultado."
(Código Penal Comentado, 6.ed. São Paulo, Saraiva, 2013, p. 185).

Logo, é desnecessária a entrega da coisa para que se caracterize a


tradição, portanto, apenas o animus de adquirir o bem, já configura o delito.
Deste modo, mesmo antes da entrega da coisa, após as tratativas
com o traficante fornecedor, o crime de tráfico de drogas, na modalidade adquirir está
configurado, sendo de todo irrelevante que nada tenha sido apreendido em poder do
apelante, como quis parecer à defesa.
Postas essas considerações, entendo inviável acolher a pretensão
absolutória aviada pela defesa de Èdio Carlos Marçal.

Fl. 121 de 226


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III.III. FATO 04 - 13/10/2014 - TRÁFICO DE DROGAS -
AQUISIÇÃO E TRANSPORTE DE 50KG DE COCAÍNA - CONDENAÇÃO DE
GLEDI GONÇALVES DIAS E ELIZÂNGELA DA SILVAMONTEIRO

É necessário reiterar, antes de mais nada, que a


responsabilidade penal de Geovan Firmino da Silva não é alvo da presente
insurgência, apurada que é na Ação Penal n. 820-47.2016.8.11.0011, cód. 236159, em
trâmite perante o mesmo Juízo da 3ª Vara de Mirassol d'Oeste, em razão do
desmembramento da ação penal determinado pela MM. Juíza de Direito que
presidiu o feito, na data de 07/3/2016 (fls. 762/766), consoante já mencionado no
prólogo do presente decisum.
Da mesma forma, os coparticipantes deste mesmo fato Sidnei da

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Silva Quintino e Edelson Mendes da Rocha foram responsabilizados e condenados
nos autos da Ação Penal já mencionada no prólogo do presente julgamento. Assim,
também em relação a estes a imputação do tráfico de drogas não será objeto de discussão
no presente feito.
Logo, a análise dos fatos e provas está circunscrita à
responsabilidade penal de Gledi Gonçalves Dias e Elizângela Monteiro da Silva.

A) A ACUSAÇÃO, AS PROVAS AMEALHADAS E A


SENTENÇA CONDENATÓRIA

De acordo com a denúncia, acolhida integralmente em relação


aos ora apelantes na sentença condenatória, em 13 de outubro de 2014, no
estabelecimento denominado Hotel Roma, situado na capital mato-grossense, Geovan
Firmino da Silva (fornecedor), Sidnei da Silva Quintino, Edelson Mendes da Rocha,
Elizângela da Silva Monteiro e um indivíduo não identificado - HNI, com vontade

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Fls:2900

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livre e consciente do caráter ilícito de suas condutas, transportaram, forneceram e
venderam para Gledi Gonçalves Dias (adquiriu), a quantia de 50kg (cinquenta
quilogramas) de pasta base de cocaína, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, concorrendo de modo eficaz para o crime de tráfico de drogas.
A droga foi apreendida pela Polícia Federal em poder de Sidnei
e Edelson [Processo n. 24179-98.2014.8.11.0042, Comarca de Cuiabá/MT (IPL n.
0592/2014)], presos em flagrante delito, dentro da caçamba de um veículo
FIAT/Fiorino, cor branca, placas NJF8613, na localidade conhecida como "Bandeira 2"
(a droga estava escondida às margens da estrada), próximo à saída para a cidade de
Chapada dos Guimarães/MT.
A douta sentenciante, ao concluir pela condenação de Gledi e
Elizângela, avalia o contexto produzido a partir das interceptações telefônicas
autorizadas pela Justiça a requerimento da Polícia Federal, por ela consideradas válidas

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de pleno direito, agregadas ao relatório de monitoramento policial federal ratificado nos
depoimentos do delegado de polícia e do agente de polícia federal Cláudio Adoldo
Lopes Mineiro, e apreensão da droga e do veículo Fiat Fiorini em poder de Edelson
Mendes da Rocha, esposo de Elizângela, e Sidnei da Silva Quintino, regularmente
submetida a perícia técnica de constatação (fls. 1931/1963) que resultou positiva para a
presença de cocaína, e na absoluta falta de verossimilhança das teses defensivas.
Conclui, verbis:
"Vale lembrar que o acusado Gledi Gonçalves Dias, durante a
instrução processual, consignou conhecer apenas o corréu Geovan Firmino
da Silva, decorrente de uma negociação de joias realizada por eles,
afirmando inclusive não conhecer os demais acusados, o que se revela mero
exercício do direito de autodefesa. Contudo, no curso das investigações
policiais e interceptações telefônicas restou apurado que o acusado Gledi
Gonçalves Dias realizou contato com o acusado Geovan Firmino da Silva a
fim de negociarem a quantidade de 50kg (cinquenta quilogramas) de

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substância entorpecente, para tanto, marcaram um encontro nas
dependências do Hotel Roma, na cidade de Cuiabá-MT.

Como se não bastasse, no curso das investigações policiais


restou apurado que a acusada Elisângela da Silva Monteiro utilizava suas
contas bancárias do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para fazer
a lavagem do capital apurado pelo grupo criminoso chefiado por Geovan
Firmino da Silva no comércio de substância entorpecente no Estado de
Mato Grosso e outros entes federativos, demonstrando a ocorrência do
quarto fato denunciado pela Justiça Pública.

Depreende-se, portanto, que os acusados ao negarem qualquer


envolvimento com o tráfiuco de drogas e associação para o tráfico,
afirmando não se conhecerem, demonstra, senão, o objetivo de ludibriar a

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justiça, com o intento de se verem absolvidos pelas condutas praticadas,
tendo em vista que suas declarações, quando postas em confronto com os
demais elementos de prova, mostram-se incoerentes e carentes de
credibilidade.

Com efeito, as 'estórias' apresentadas pelos acusados


mostram-se, a toda evidência, um exercício regular de autodefesa, porém,
longe de representar elemento de convicção hábil a afastar as demais provas
produzidas nos autos. Afinal, elas são desencontradas em todos os
momentos, deixando elementos hábeis em apontar a responsabilidade dos
acusados em todos os delitos a eles imputados.

Frise-se que a autoria do tráfico de entorpecentes encontra


respaldo não somente nas interceptações telefônicas realizadas,, como
também nas apreensões de droga e prisões dos envolvidos, além dos
depoimentos dos agentes da lei, restando devidamente comprovado que os
acusados são conhecidos nos meios policiais pela lucrativa prática do

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PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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TJMT
Fls:2901

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


tráfico de drogas, restou cabalmente comprovado que a conduta dos
acusados se enquadra naquelas descrita no art. 33, caput, da Lei
11.343/2006 (...)" (sic sentença, fl. 2003v).

As evidências processuais desse crime partem da preexistente


interceptação telefônica do ramal pertencente a Geovan Firmino da Silva, que já era
alvo de investigações pretéritas iniciadas após a apreensão de mais de 100kg de cocaína
pela Polícia Federal, na cidade de Caxias/MA, cuidando-se do prosseguimento das
investigações que culminaram na apreensão das drogas mencionadas nos fatos "01" e
"02", antes analisados.
Com efeito, a polícia federal, que já promovia o monitoramento
dos ramais telefônicos de Geovan, logrou obter, no dia 27 de setembro de 2014, mais de
duas semanas antes da apreensão da droga, contato mantido com Gledi Gonçalves Dias,
por meio do aplicativo BBM - Blackberry Messenger, em que este último encaminha

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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mensagem a Geovan Firmino da Silva, notificando-o de sobre a quantia de
R$71.000,00 que remanesceu a título de aquisição de drogas, dizendo ainda que aquele
ano foi de muitas perdas e que o dinheiro que sobrou é esse, com o qual teria que
"trabalhar".
Gledi ainda afirma a Geovan que a entrega de droga que deveria
sido promovida por este último estaria atrasada, o que o deixou sem recursos para pagar
as dívidas, e que caso Geovan não conseguisse concretizar essa entrega, Gledi se
deslocaria para Pontes e Lacerda pegar o dinheiro que sobrou com Geovan, para que
pudesse encontrar outro fornecedor de droga.
Geovan só responde no dia seguinte assinalando que a demora
ocorreu porque o local de onde a droga deveria sair está "fei de polícia" porque
"robaraom o aviao do riva ak em lacerda as polícia ta tudo ak" e que também está sem
trabalhar por conta disso, mas não iria "fazer locura pra eu perde as coisa" e caso fosse
do interesse de Gledi, ele poderia pegar o dinheiro que sobrou de volta, mas pede que
espere o momento mais propício, e que daria "umas fiadu" para compensar o atraso na

Fl. 125 de 226


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entrega, que, segundo afirmou, nunca aconteceu antes.
Gledi se conforma com as justificativas de Geovan e afirma que
aguardaria um momento mais propício para a concretização do negócio.
Confira-se, no trecho abaixo, o conteúdo das mensagens BBM -
Blackberry Messenger, interceptadas com a autorização da Justiça entre essas duas
pessoas, constantes do Relatório de Inteligência Policial n. 004/2014, Auto
Circunstanciado Parcial, fls 388/390 dos autos de Medida Cautelar n.
3202-81.2014.8.11.0011, cód. 217341:
ID: 26829023
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: E ai mano
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ID: 26829024
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Mano eu estou com problemas por conta desse atrazo
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ID: 26829025
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida

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Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ja tinha falado para voce que tive varias perda esse ano
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ID: 26829026
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Oquesobrou foi isso ai
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ID: 26829027

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Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Agora ta muito atrazado e eu tenho que pagar minhas divida
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ID: 26829028
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Da um jeito de falar com migo ai p
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Fl. 127 de 226


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ID: 26829029
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Porque se não der para trazer eu vou ai pega meu dinheiro
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ID: 26829030
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Não quero isso mais preciso trabalha
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ID: 26829031
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140927154306.zip
Data: 27/09/2014 Hora: 12:32:39
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Para deixa claro tem 71 mil ai na sua mao
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ID: 26857892
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140928111144.zip
Data: 28/09/2014 Hora: 07:57:46
Direção: Originada

Fl. 128 de 226


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Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Participantes: ------------- Maria, Tio Ze o Eu sei mano por k nao fui pra i
pok vei ak ta e fei de policia eu tabem to e muito preocupado com vc robaraom o aviao
do riva ak em lacerda as policia ta tudo ak a enterpol federal e as outras tao casando o
aviao mano eu nao v ofazer locura pra eu perde as coisa ai fica mas feio mas si vc querer
pega o seu dinhero ta ak na minha mao ta quardado eu nem deixei minha mue leva
porque ela que ela que leva sempre que leva o dinhero ta aqui comigo e como o meu
tambem to querendo trabalha mais preciso espera esfriar mais se vc busca ta aqui eu so
to tendo cautela porque sei o que posso fazer aqui pra baixo na hora que posso fazer
mais ta aqui ele viu
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ID: 26857897

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140928111144.zip
Data: 28/09/2014 Hora: 07:58:41
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Eu tbem to fadigado ak sen trabalha cara eu to e com raiva ja mano mas
pode deicha eu vo recupera iso k ta demorando ok vou da umas pra vc fiadu nuca
aconteceu iso
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ID: 26857898
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140928111144.zip
Data: 28/09/2014 Hora: 08:01:05
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Fl. 129 de 226


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Mensagem: Blz
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 26857899
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140928111144.zip
Data: 28/09/2014 Hora: 08:02:00
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Eu vo aguarda
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ID: 26857900
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140928111144.zip
Data: 28/09/2014 Hora: 08:04:39

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Eu passo desculpa mas nao e minha culpa la dentro da Bolivia ta cheio de
policia da k tem ate elecopero la si o patrao joga de aviao ai nao tem como fica dificil
eles ta casando uma coisa ai acontesse outra nee
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ID: 26857901
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20140928111144.zip
Data: 28/09/2014 Hora: 08:10:20
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Blz
Entre 06 a 11 de outubro, quando se iniciaram as interceptações

Fl. 130 de 226


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também ao ramal telefônico de Gledi, ambos continuam a manter contato entre si, Gledi
cobrando Geovan, que, por sua vez, afirma em 11 de outubro de que conseguiu passar a
droga para Mirassol d'Oeste, e que se deslocaria para Cuiabá no dia seguinte para
distribui-la.
Quem responde às perguntas destinadas ao telefone de Geovan
no dia 06 de outubro de 2014 é Cristina, esposa de Geovan, que informa a Gledi que o
marido está "pra lá" e que ela também está, referindo-se ao local onde eles foram buscar
a droga, "vc sabe na haonde ele ta", e que assim que retornassem entrariam em contato
novamente (vide fls. 390/391 do apenso).
ID: 27045782
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141006152347.zip
Data: 06/10/2014 Hora: 12:11:23
Direção: Originada

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: É a esposa dele
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ID: 27045783
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141006152347.zip
Data: 06/10/2014 Hora: 12:12:15
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: e ai
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27045784
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141006152347.zip
Data: 06/10/2014 Hora: 12:12:47

Fl. 131 de 226


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Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Quando eu consigo falar com ele
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27045785
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141006152347.zip
Data: 06/10/2014 Hora: 12:13:20
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ou você tem alguma posição para passa para mim
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
ID: 27048431
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141006194552.zip
Data: 06/10/2014 Hora: 16:30:04
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ele ta pra la eu tabem to e esperando ele ak mas disse k essa amanha ele
disse ele sai dela vc sabe na haonde ele ta
No dia 11 de outubro Geovan avisa a Gledi que no dia seguinte
estaria em Cuiabá, pois deu certo a passagem da droga. Gledi avisa que voltaria para a
capital somente na parte da tarde, depois das 16h, e que possuía mais R$15.000,00 nas
mãos, pedindo a este último para deixar pelo menos 30 quilos de cocaína para ele (fls.
391/393 dos autos apensos).
ID: 27107789
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip

Fl. 132 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Data: 11/10/2014 Hora: 15:22:04
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Amanha to ai mano ok
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27107805
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:22:33
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: Blz

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27107793
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:26:52
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: K trem enrolado cara mas grassa adeus deu certo
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ID: 27107809
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:27:22
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Fl. 133 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


Mensagem: Que bom mano
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ID: 27107810
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:27:44
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: 60 dias ja tavo daquele jeito
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ID: 27107811
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:27:53

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
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Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: Precisando muito
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ID: 27107797
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:33:49
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Eu tabem mano mas vc sabe k nao e so ajente k tem k pega dos outro vc
sabe
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ID: 27107846

Fl. 134 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:37:26
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: To ligado
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ID: 27108288
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011185349.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:38:39
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Mensagem: Em eu vou esta na cidade so na parte da tarde nao vai acabar com tudo nao
mano to com dinheiro de mais 15 na mao
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ID: 27108289
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011185349.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:38:52
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: Deixa no minimo 30
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ID: 27108290
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011185349.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:39:13
Direção: Originada

Fl. 135 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: Eu vou falar com voce so depois das 4 horas
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ID: 27107800
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:38:15
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Pok eu ganho pouco mas e e tem k espera eu ja tinha dado plata pra ele ai
mas grassa adeus tudo deu certo mano tem certeza k nuca mas vai demora asssin eu
taben ja tavo comendo madioca

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
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ID: 27107801
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141011183826.zip
Data: 11/10/2014 Hora: 15:38:17
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Op ai viadu canto ta ai o dolar irmaozinho
Com efeito, no dia 13 de outubro, às 09h32min, ambos
combinam a transação de 50kg cocaína, sendo que Gledi informa a Geovan que tem
U$25.000,00 e mais R$115.000,00 em mãos para pagar 28kg de cocaína, sendo certo
que outros 12kg já teriam sido pagos anteriormente por Gledi, que ainda receberia
outros 10kg a mais de droga "fiado", ou seja, para pagamento posterior.
ID: 27149659
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013123602.zip

Fl. 136 de 226


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Data: 13/10/2014 Hora: 09:32:34
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: Vamos encontra
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ID: 27149655
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013123602.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 09:32:40
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ai to no trazito ja ti chamo ok

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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ID: 27150134
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:00:31
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Mano tem um carro muito estranho onde voce sempre fica
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ID: 27150135
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:01:55
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Fl. 137 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Mensagem: Ta tranquilo
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ID: 27150136
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:02:15
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: To
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ID: 27150138
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:03:46

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Em mano nao deixa eu por utimo nao
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ID: 27150139
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:03:57
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: To com 90 #ui
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ID: 27150140
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip

Fl. 138 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Fls:2908

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Data: 13/10/2014 Hora: 10:04:34
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: 90 aqui na mao
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ID: 27150141
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:04:34
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ok to gardano

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
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ID: 27150143
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:00:31
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Em la onde voces fica tem uma L200 igual. Da PF
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ID: 27150144
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013131636.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:07:20
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Fl. 139 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Mensagem: A placa e do brasil
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ID: 27150157
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013133104.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:23:38
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Mano so liguei para falar da caminhonete porque achei estranho mais esta
tranquilo acabei de ver o pessoal entra nela nao e nada nao
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ID: 27150158
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013133104.zip

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Data: 13/10/2014 Hora: 10:24:14
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: So e uma caminhonete de um órgao. Federal
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ID: 27150159
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013133104.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:24:49
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ok obigado jaja te chamo fica ai por perto ta bem
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ID: 27150161

Fl. 140 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Fls:2909

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Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013133104.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:25:27
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: To gardano amue ta ai nesse hotel blz
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ID: 27151153
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013141418.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 10:59:38
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Mensagem: Ai vamos encontra
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ID: 27151154
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013141418.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 11:00:15
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Agora
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ID: 27151155
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013141418.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 11:00:27
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Fl. 141 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Vamos
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27151159
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013141418.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 11:02:22
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ok vai la no hotel
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27151160
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013141418.zip

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Data: 13/10/2014 Hora: 11:02:29
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: 10 minutos to la
Ocorre que agentes da polícia federal - que já promoviam o
monitoramento do grupo - realizaram o acompanhamento do Fiat Fiorino que Gledi
havia emprestado de Enivaldo Fernandes de Souza para que Edelson e Sidnei
buscassem a droga.
Vale anotar que Gledi esteve no hotel Roma juntamente com
Elizângela, Edelson e Sidnei, consoante se extraem dos anexos fotográficos de fls. 372,
382/384, e Edelson e Sidnei saem de lá com a Fiat Fiorino em busca do entorpecente.
Gledi chega ao hotel Roma, ocasião em que finalizam a
negociação do valor daqueles 50kg de cocaína, nos moldes anteriormente descritos,
sendo a todo momento monitorados por agentes federais à paisana, sendo certo que

Fl. 142 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2910

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


Geovan determina que Edelson e Sidnei vá até o hotel para combinar a entrega da
droga com Gledi. Ambos saem no Fiat Fiorino e são acompanhados por agentes da
polícia federal, enquanto outros monitoram Gledi no hotel.
Com efeito, naquele mesmo dia, na região denominada
"Bandeira 2", em Cuiabá, próximo à saída para a cidade de Chapada dos Guimarães,
Edelson e Sidnei são surpreendidos por policiais federais no Fiat Fiorino, em poder
dos 50 invólucros contendo cocaína, consoante se infere dos anexos fotográficos de fl.
394 dos autos apensos.
Gledi e Geovan, sem saber da prisão de seus asseclas, negociam
a todo momento por meio de mensagens BBM - Blackberry Messenger, e assim que
consoante se extrai das interceptações abaixo colacionadas (fls. 397/399 do apenso):
ID: 27153601
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013160140.zip

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Data: 13/10/2014 Hora: 12:41:21
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ja to no combinado
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27153602
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013160140.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 12:42:26
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ok ja chegamos ai
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27153604

Fl. 143 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013160140.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 12:48:47
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Em mano eu to com um dinheiro de 18 aqui manda 50 que ate as 5 horas eu
passo dinheiro de mais 5
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27153605
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013160140.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 12:50:16
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ai fica 15 para 8 dias
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27153606
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013160140.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 12:50:16
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: O menino foi ai ja ve com ele ai eu to k no amigo meu
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27153607
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013160140.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 12:50:50
Direção: Recebida

Fl. 144 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Blz
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154028
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013161604.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:04:32
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: 12+18k vc vai paga ne 12 e sua as 18 vc vai paga e isso
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154216

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013163117.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:26:46
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Mano vou paga umas 27 agora
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154217
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013163117.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:27:56
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Sai ai na frente do hotel
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Fl. 145 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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ID: 27154218
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013163117.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:29:47
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Voce ta ai no papel vou ai
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154219
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013163117.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:31:01
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
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Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Nao to andando
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154544
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:31:22
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Vamos encontra
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154545
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:31:34
Direção: Originada

Fl. 146 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Fls:2912

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Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Vc vai compra 27 para fora as sua 12
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154546
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:32:21
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Eu tinha dinheiro de 17 aqui mais arrumei dinheiro para mais 10
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154547

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:32:26
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Entao vo
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154548
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:32:40
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Entao vo paga 27 agora
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Fl. 147 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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ID: 27154549
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:32:55
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ok
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154550
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:33:31
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ja ta na mao tem 25 milk dolar e 115 mil
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154551
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:33:38
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Reais
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154552
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:34:14
Direção: Recebida

Fl. 148 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2913

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APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ai so fica 10 fiado
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154553
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:34:33
Direção: Recebida
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Em 28 eu vo paga agora
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27154555

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013164528.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 13:34:49
Direção: Originada
Alvo: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Contato: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Mensagem: Ok to certo
Com a demora do retorno de Edelson e Sidnei, uma pessoa não
identificada reclama da demora com Gledi, demonstrando nítida aflição, no que é
informado por este último que ele chegou a se deslocar até a "estrada de chão" e não
tinha notado qualquer movimentação suspeita:
ID: 27155485
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013180336.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:03:08
Direção: Recebida
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Fl. 149 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Não é normal isso. Demorar mais de 2 horas ja. Sera que não estragou o
carro
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 271554856
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013180336.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:03:27
Direção: Recebida
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Ja tem 2 horas e 20 minutos
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 271555701

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013181906.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:04:13
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Ate aqui na estrada de chao ta normal
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 271555702
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013181906.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:04:25
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Em vim aqui
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Fl. 150 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TJMT
Fls:2914

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


ID: 271555703
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013181906.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:04:42
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Segura a onda
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 271555704
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013181906.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:04:53
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Blz
Na sequência, Gledi entra em contato com Geovan, afirmando
que se passaram mais de duas horas e meia e Edelson e Sidnei não retornaram com a
Fiat Fiorino:
ID: 27155715
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013181906.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:12:15
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: Em ja tem 2:30 que eles forao com meu carro ate agora nada
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 27155716
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013181906.zip

Fl. 151 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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Data: 13/10/2014 Hora: 15:12:56
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: MARIA - GEOVAM FIRMINO (Maria) - 214F6206
Mensagem: Sera que nao estrago o carro na estrada
Logo em seguida Gledi avisa ao homem não identificado que
"deu BO", determinando que ele saia de onde está, recebendo como resposta a afirmação
de que estava rumando para a rodoviária.
ID: 2715555943
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013183325.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:29:12
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Deu bO
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 2715555945
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013183325.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:29:43
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Sai dai
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 2715555946
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013183325.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:29:51
Direção: Recebida

Fl. 152 de 226


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Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Nada (Nada) - 2b510211
Mensagem: Tou indo sentido rodoviária
Gledi ainda avisa ao proprietário da Fiat Fiorino, Enivaldo,
sobre o "BO", perguntando se o veículo está no nome dele. Ao receber resposta positiva,
manda que tire tudo de dentro de casa para se esquivar de qualquer ação policial (fls.
403/404 do apenso).
ID: 2715555988
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013184745.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:34:05
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Amor a deus (Amor a deus) - 235dacbe

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Mensagem: Mano deu BO aqui
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 2715555989
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013184745.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:34:36
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Amor a deus (Amor a deus) - 235dacbe
Mensagem: Aquele carro to no seu nome
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 2715555991
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013184745.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:34:54
Direção: Recebida
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508

Fl. 153 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Contato: Amor a deus (Amor a deus) - 235dacbe
Mensagem: Ta
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 2715555993
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013184745.zip
Data: 13/10/2014 Hora: 15:35:25
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Amor a deus (Amor a deus) - 235dacbe
Mensagem: Os guri rodarao nele
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ID: 2715555994
Pacote: BRCR-140820-007_072-2014_20141013184745.zip

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Data: 13/10/2014 Hora: 15:35:48
Direção: Originada
Alvo: Gledi (Tio ze) - 278ac508
Contato: Amor a deus (Amor a deus) - 235dacbe
Mensagem: Tira ai quel quer coisa da sua casa
Com a demora, a esposa de Sidnei Quintino, Elizângela
Monteiro da Silva, liga para a esposa de Edelson, de prenome Jessica, perguntando
sobre eles, e ao receber resposta negativa, pede pra ter cuidado com o que fala ao
telefone (fl. 404 do apenso).
Na sequência, Jessica liga do telefone de Elizangela para
Edelson e quem atende é um agente da Polícia Federal, que repassa o telefone para
Edelson. Ele informa que foi preso em Cuiabá juntamente com Sidnei, e que elas
deveriam procurar o advogado.
Já mais tarde, Elizangela liga para Cristina Zaura, que informa
que o irmão mais velho da primeira foi avisado da prisão de Edelson, informando ainda

Fl. 154 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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a Elizangela que contrataram um advogado de Cuiabá e "o de lá" [referindo-se ao
advogado de Mirassol d'Oeste] ficou magoado. Diz ainda que Geovan está magoado e
que iriam voltar para Mirassol d'Oeste somente no dia seguinte (fls. 404/405 do apenso).
Código: 5469171
Data: 13/10/2014 Hora: 16:13:29 Duração: 00:03:05
Alvo: EDELSON
Fone Alvo: 6599086252 Fonte Contato:
Interlocutores: ELIZANGELA X JESSICA - MARIDOS JUNTOS
20141013161329263.wav
Degravação:
ELIZANGELA X JESSICA
ELIZANGELA perg se conseguiu falar com eles. JESSICA diz que não, está desligado
ELIZANGELA diz que está preocupada. Que foi atrás e não localizou eles. Que

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
desligou o celular dela por causa disso. Que marcou um lugar pra encontrar e não
encontrou ele. Que não quis ligar do dela. Que tirou o chip. JESSICA pergunta pelo
outro, ou esposo dela. ELIZANGELA diz que ta com ele. JESSICA perg se o marido
dela e o da ELIZANGELA estão juntos. ELIZANGELA diz que sim. Diz pra ter
cuidado com o que fala. JESSICA diz que vai mandar uma mensagem.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5469253
Data: 13/10/2014 Hora: 16:27:57 Duração: 00:01:01
Alvo: EDELSON
Fone Alvo: 6599086252 Fonte Contato:
Interlocutores: ELIZANGELA X JESSICA - ELE E CIDO NA PF
20141013162757263.wav
Degravação:
ELIZANGELA X JESSICA
HNI diz que é da Polícia Federal, que vai passar o telefone para o EDELSON falar com

Fl. 155 de 226


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ela. EDELSON diz que está preso em Cuiabá, pede pra ligar para o advogado. JESSICA
perg pelo CIDO, EDELSON diz que também está preso. JESSICA perg se ele está bem.
EDELSON diz que sim.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5470550
Data: 13/10/2014 Hora: 20:29:18 Duração: 00:03:56
Alvo: CRISTINA
Fone Alvo: 6599400446 Fonte Contato: 6596975030
Interlocutores: CRISTINA X ELIZANGELA/GEOVAN - CASA PRIMOS
20141013202918201.wav
Degravação:
CRISTINA X ELIZANGELA/GEOVAN
ELIZANGELA pede para CRISTINA ir lá na mãe dela e avisar

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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CRISTINA diz que irmão mais velho de ELIZANGELA foi lá e ela avisou, mas ele
falou que não ia falar com ela agora não... CRISTINA fala do advogado que foi
contratado em Cuiabá e que o de lá ficou magoado CRISTINA fala com GEOVAN e
pergunta se tá tudo bem GEOVAN duz que não tá bom não, que está triste... GEOVAN
fala para CRISTINA avisar ao GUERRERO e diz q vai embora CRISTINA pergunta se
hoje GEOVAN diz que não, que hoje vai dormir aqui CRISTINA orienta GEOVAN pra
quando voltar ão ir em casa e fala que o Doutor acha que pode ser por causa do carro
GEOVAN fala que não CRISTINA diz e quando GEOVAN chegar lá, eles conversam.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Código: 5470571
Data: 13/10/2014 Hora: 20:35:44 Duração: 00:05:46
Alvo: ELIZANGELA
Fone Alvo: 6596975030 Fonte Contato: 6599449503
Interlocutores: ELIZANGELA/GEOVAN X JESSICA -
20141013203544259.wav

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Degravação:
ELIZANGELA/GEOVAN X JESSICA
JESSICA pergunta o que ELIZANGELA vai fazer ELIZANGELA diz que o que tinha
de fazer hoje já fez, amanhã é que vai ver JESSICA avisa que ligou lá (Polícia Federal) e
falou com o delegado e com o assessor do advogado ELIZANGELA diz que vai passar
pro menino aqui (GEOVAN) que ele quer falar contigo GEOVAN fala para JESSICA
não chorar que o que ele puder fazer vai fazer, que q vai fazer de tudo, JESSICA fala
que tá tranquila, mas falou com advogado e tem que vir trazer escova de dente, sabonete
GEOVAN fala pra ela não se preocupar com isso que ele vai fazer de tudo e diz q aqui é
diferente de lá e só com 15 ou 30 dias q ela poderá falar com EDELSON JESSICA fala
que tem parentes em Cuiabá e que poderá vir e ficar aqui GEOVAN diz que acha que
não compensa e vai passar para ELIZANGELA conversar com JESSICA JESSICA
pergunta se quer que ela vá pra Cuiabá porque ela tem uma tia q mora aqui e tem dois

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
carros e pode pegar um pra elas usarem ELIZANGELA diz q não precisa pq amanhã já
estão voltando, os três juntos JESSICA pergunta se ELIZANGELA conseguiu falar com
o esposo dela (CIDO) ELIZANGELA diz q não, que só falou através do advogado....
JESSICA diz q vai cadastrar um telefone novo e vai mandar por mensagem para
ELIZANGELA ELIZANGELA pede para JESSICA cadastrar um pra ela também...
Infere-se que por conta desses e de outros fatos, a Polícia Federal
obtém mandado de busca domiciliar na residência de Gledi Gonçalves Dias, cumprido
no dia 02/7/2015 e que resultou negativo (cf. auto circunstanciado de arrecadação
constante de fls. 113/115).
Entretanto, ao ser preso preventivamente, com Gledi foram
encontrados vários aparelhos celulares, dentre os quais, um da marca Blackberry, preto,
e R$2.000,00 em espécie, consoante noticia o auto de apresentação e apreensão.
Ao ser interrogado, Geovan Firmino da Silva pouco
esclareceu à autoridade policial federal (fls. 54/57).
Na fase inquisitorial, Gledi Gonçalves Dias admitiu conhecer

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Geovan e que em determinada ocasião vendeu a ele uma corrente de ouro por R$70,00 o
grama, e que no dia em que foi surpreendido pelo monitoramento policial realizado no
Hotel Roma, disse que como tinha uma outra corrente de ouro para vender, assim que o
viu parou no local para oferecer uma nova joia, negando, assim, que tivesse sido o
interlocutor das mensagens encaminhadas para Geovan e outras pessoas, negando,
assim, consequentemente, seu envolvimento em tráfico de drogas. Asseverou, em
suma:
"QUE o interrogado é autônomo, vende equipamentos
eletrônicos, especialmente videogames; QUE, no entanto, não sabe informar
nenhum cliente que tenha comprado um videogame recentemente; QUE, ao
ser questionado se essa era realmente sua profissão, o interrogado preferiu
permanecer em silêncio, e falar somente em Juízo; QUE sua renda mensal
média é de R$6.000,00 (seis mil reais); QUE possui uma casa no

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Residencial Mônaco. Rua A, Quadra 25, Casa 10, em Cuiabá/MT, que se
encontra quitado, mas ainda não pagou totalmente o proprietário anterior,
avaliada em aproximadamente R$200.000,00 (duzentos mil reais); QUE
está em nome de uma mulher, que não sabe o nome, antiga proprietária, que
depois vendeu para o amigo do interrogado chamado RONI, com contrato
de gaveta; QUE ainda não passou para o seu nome, pois ainda deve
R$27.000,00 (vinte e sete mil reais) para RONI; QUE também adquiriu a
posse de um terreno de cerca de 4.500m2 em Várzea Grande/MT, por
R$14.000,00 (quatorze mil reais); QUE atualmente não possui nenhum
automóvel, esclarecendo que o veículo que estava com ele na data de hoje é
de um amigo, chamado POLACO; QUE, perguntado sobre a GM/S10,
Fiat/Strada, VW/Fox, que já foi visto com ele, respondeu que o VW/Fox é de
sua esposa JONISETE EGIDIA, com quem tem um filho, e os outros carros
já foram vendidos; QUE, vendo a fotografia da GM/S10, tirada por
policiais no dia 12.06.2015, recordou-se que foi uma caminhonete que

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pegou emprestada de um amigo chamado CLÁUDIO; QUE na época
possuía um VW/Gol branco, que estava na oficina, mas já o vendeu por
R$10.000,00 (dez mil reais), no local conhecido como 'PEDRA'; QUE na
sua conta bancária deve possuir cerca de R$900,00 (novecentos reais);
QUE perguntado sobre seu relacionamento com GEOVAN FIRMINO DA
SILVA, SIDNEI DA SILVA QUINTINO e EDELSON MENDES DA ROCHA,
o interrogado preferiu permanecer em silêncio, e falar somente em Juízo;
QUE perguntado novamente sore GEOVAN FIRMINO DA SILVA,
respondeu que não se recorda quando nem onde o conheceu; QUE,
pensando melhor, recorda-se que o conheceu em 2014, por ter vendido uma
corrente de ouro pra ele, por R$70,00 (setenta reais) o grama, dando três
mil e poucos reais; QUE o encontrou no Centro de Cuiabá, num
estacionamento próximo a um Ourive; QUE, por estar com a corrente de

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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ouro no pescoço, GEOVAN perguntou se o interrogado queria vendê-la,
pagando na mesma hora, em dinheiro; QUE ficaram conversando naquele
dia e se encontraram outras vezes; QUE se recorda de ter encontrado
GEOVAN na frente do Hotel Roma, em 2014, motivo pelo qual parou para
conversar com ele; QUE, naquela ocasião, permaneceram conversando
cerca de cinco minutos; QUE, pelo que se recorda, o interrogado possuía
outra corrente de ouro e decidiu oferecê-la a GEOVAN; QUE se recorda de
GEOVAN estar com outras pessoas, mas não conhece nenhuma delas; QUE
perguntado sobre os cinco celulares que foram encontrados em seu poder,
respondeu que atualmente somente utiliza o iPhone (65)9810-9599; QUE
nega ser o interlocutor do diálogo com GEOVAN, por mensagens de celular,
que foi lida para ele neste momento, referente à negociação de 50 kg
(cinquenta quilogramas) de cocaína; QUE, perguntado sobre os dois
homens - SIDNEI SILVA QUINTINO e EDELSON MENDES DA ROCHA -
que estavam no Hotel Roma, quando o interrogado se encontrou com

Fl. 159 de 226


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TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

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GEOVAN, em 2014, que poucos dias depois foram presos transportando 50
kg (cinquenta quilogramas) de cocaína, responde que não os conhece, nem
sabe quem são; QUE acha que isso foi uma coincidência (...) não tem
conhecimento sobre quem era o proprietário do veículo apreendido com 50
kg (cinquenta quilogramas) de cocaína, nem se era de EDELSON
FERNANDES DE SOUZA" (sic interrogatório de fls. 118/120).

Nem Adelson e nem Sidnei foram ouvidos nestes autos, nem na


fase inquisitorial e nem em Juízo, somente nos autos da Ação Penal n.
24179-98.2014.811.0042 (código 382342), que tramitou no Juízo da 13ª Vara Criminal
da Comarca da Capital.
Elizângela da Silva Monteiro também não foi ouvida nem na
fase inquisitorial e nem em Juízo, pois, regularmente notificada para o ato de seu
interrogatório, deixou de comparecer e também não justificou a sua ausência (termo de

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audiência, fl. 813v).
Considerando que Geovan Firmino da Silva teve a ação penal
desmembrada antes que a ação penal chegasse à fase de interrogatório, ele também não
foi interrogado nos presentes autos, tendo-se notícia, inclusive, trazida por meio de
depoimento do delegado de polícia federal, de que ele se evadiu mesmo quando se
encontrava preso.
Por fim, Gledi Gonçalves Dias, em Juízo, reiterou a negativa de
autoria perfilhada na fase inquisitorial. Alega que, embora conheça Geovan
anteriormente, não foi o interlocutor das conversas sobre a compra de 50kg de cocaína,
que acabou não se concretizando (interrogatório audiovisual gravado na mídia de fl.
1123).
Durante a instrução criminal, o delegado de polícia federal
Sérgio de Arruda Costa Macedo, ao ser ouvido em Juízo, explicou a importância de
Gledi Gonçalves Dias dentro do contexto das investigações, apontando-o como um dos
principais traficantes que eles conseguiram desbaratar.

Fl. 160 de 226


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"[...] [Indagado se recorda da atuação dos denunciados,
respondeu] Alguns aqui são mais importantes, porque se referem a
investigações mais antigas, que eu posso dizer que é o Geovan Firmino da
Silva, Adeclair Araújo da Silva, também é importante, e o Gledi Gonçalves
Dias, eram os três principais. Posso dizer aqui que o Geovan era de
Mirassol d'Oeste, o Adeclair, ele era cliente do Geovan, e o Gledi também
era cliente do Geovan. O Geovan que era, na realidade, o fornecedor de
cocaína e a partir dele começou a operação, mas, principalmente esses
eram bem conhecidos da Polícia Federal. [...] O envolvimento era
especificamente o tráfico de cocaína"

Da mesma forma, a testemunha Claudio Adolfo Lopes Mineiro,


agente de polícia federal, detalhou com maior precisão as investigações policiais que
culminou no indiciamento dos denunciados

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"[...] O Sidnei da Silva era braço direito do Geovan, eles vieram
pra Cuiabá com um carregamento que acreditávamos fosse maior do que a
gente esperava, só que o Geovan é bem ardiloso, ele quando chegava na
cidade, antes de chegar na cidade,, ele parava o veículo a uma distância de
uns vinte, a trinta quilômetros, tirava a droga, deixava no mato, num local
ermo, que ele sabia que ninguém ia passar ali, e entrava na cidade. Caso
tivesse alguma ação policial, esperando a abordar, nada ia encontrar. Com
os diálogos que tem, citados no relatório, fala isso, ele combina com os
compradores, aqui em Cuiabá, saía, voltava lá no mato, pegava, e vinha
distribuir. Ele distribuiu lá em Várzea Grande, a gente fez o
acompanhamento mas não abordamos porque não sabia se ele estava com a
droga. Ele foi lá no mato mas ninguém sabia se ele tinha pego, aí ele voltou,
entrou numa casa, que é a casa do Diogo Santana, não sei se ele foi citado,
sei que ele foi preso pela polícia civil nesse caso, numa operação da polícia
civil. Nessa casa do Diogo Santana ele foi, saíram em direção à Chapada

Fl. 161 de 226


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dos Guimarães, numa outra região de mata, lá. Voltaram pro hotel todos
eles. Ele já tinha chegado aqui em Cuiabá na madrugada, voltamos no dia
seguinte. À noite já tinha chegado ele, o Geovan, o Sidnei, a Elizângela e o
marido dela, o Adelson, e outra pessoa, no mesmo veículo que veio trazendo
a droga. Eles vieram juntos e foram pro mesmo hotel. Ficaram no hotel até
de manhã, saíram e buscaram essa droga na estrada que vai pra Sinop, e ia
distribuir essa droga. Guardaram uma parte na mata, perto da estrada da
Chapada. Foram pro hotel, isso já era meio-dia, e chegou o Gledi. O Gledi
é um traficante conhecido aqui de Cuiabá. Gledi chega pra negociar a
partida de 50kg de cocaína. Toda essa negociação é filmada, a gente filmou
toda a negociação, eles sentados no hall do hotel, conversando, filmado,
fotografado. O Gledi sai, e nisso, além dessa filmagem, tem a troca de
mensagens por blackberry e algumas ligações, está tudo nos autos, tem essa

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sequência cronológica. Nesse período, depois da negociação do Gledi, eles
saem, o Gledi em algum ponto da cidade entrega uma Fiat Fiorino pra eles,
ao Edelson e ao Sidnei, esses dois vão pra estrada da Chapada, adentram
no mato e quando vão sair a polícia federal aborda. Eles estavam na
carroceria dessa Fiat Fiorino com 50kg de cocaína, e essa mesma cocaína,
a mesma embalagem, uma embalagem rosa, foi a mesma encontrada na
droga que eles tinham distribuído antes em Várzea Grande, que a polícia
civil pegou, cerca de dez quilos de cocaína. Pegos em flagrante o Sidnei e o
Edelson. Vieram de Mirassol, vieram juntos, Edelson, Sidnei, Geovan,
Elizângela e outra pessoa que a gente não conseguiu identificar nas
imagens. Vieram todos juntos, com a droga, todos juntos. [...]" (depoimento
audiovisual gravado na mídia de fl. 1951).

B) OS ARGUMENTOS DAS DEFESAS DE ELIZÂNGELA


DA SILVAMONTEIRO E DE GLEDI GONÇALVES DIAS

Fl. 162 de 226


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A defesa de Gledi Gonçalves Dias calca o raciocínio
absolutório na negativa de autoria, no sentido de que não foi o primeiro o interlocutor
das conversas mantidas com Geovan e outras pessoas em relação à aquisição da droga
apreendida, bem como na completa ausência de elementos incriminadores que sustentem
a condenação, uma vez que nenhuma das pessoas ouvidas fazem alusão ao nome do
apelante.
"Inclusive, ao ler a sentença, verifica-se que as fundamentações
para condenar GLEDI são genéricas e abstratas, não havendo a devida
individualização da conduta e qualquer amparo concreto para condenação,
não preenchendo o requisito da motivação, no que alude ao princípio do
livre convencimento motivado" (sic razões, fl. 2542v).

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Por sua vez, a defesa de Elizângela Monteiro da Silva reafirma
convicção sobre o estado de inocência de acordo com o que foi produzido nos autos.
Enfatiza, inicialmente, que não é razoável que a acusação afirme
seja a apelante responsável pelo esquema financeiro da Organização Criminosa, ao
fornecer as próprias contas bancárias para movimentação do dinheiro relacionado ao
tráfico de drogas, e nem se digne a juntar aos autos simples extratos bancários que
afirmem esse contexto fático.
Além disso, a própria defesa de Elizângela, para demonstrar a
inocência da apelante, anexou os extratos bancários relativos ao período das
investigações que atestam a completa ausência de anormalidade nas movimentações
bancárias, e cujo teor foi completamente ignorado pela douta acusação.
Aliás, nesse viés, em determinados trechos de conversas
telefônicas interceptadas entre Cristina Zaura e Geovan Firmino da Silva, este último
pede para Cristina depositar valores decorrentes de negócios ilícitos na conta de um
"cara", ou seja, pessoa do sexo masculino, não havendo relação com Elizângela. A

Fl. 163 de 226


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própria narrativa contida no relatório policial sobre esse assunto é repleta de
incongruências, havendo menção a assuntos absolutamente desconexos entre si.
Prossegue afirmando que o simples fato de Geovan afirmar a
Gledi que tem uma mulher no hotel Roma não confirma seja Elizângela, não tendo a
douta acusação sequer juntado a foto da apelante aos autos, nem registro de hóspede no
referido hotel.
Enfoca, ainda, nesse viés, que ao contrário do que estabelece a
douta acusação, Elizângela estava no local de seu trabalho na cidade de Mirassol
d'Oeste, fato esse confirmado pela funcionária que com ela trabalha.
"A TAL MULHER QUE O DPF ALEGA ESTAR NO HOTEL.
COMO JÁ DITO, NÃO É A ACUSADA AO QUAL SE ENCONTRAVA
TRABALHANDO EM SUA MERCEARIA NA CIDADE DE MIRASSOL
D'OESTE QUE FICA APROXIMADAMENTE HÁ 300 KM DO LOCAL

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QUE O DPF TENTA FAZER CRER QUE A MESMA ESTAVA" (sic
razões, fl. 2136).

Na sequencia, alega-se que as "duas apreensões de drogas ao


qual tentam imputar a acusada trata-se de uma apreensão de 10,2kg (dez quilos e
duzentos gramas) de pasta-base de cocaína e de 50 quilogramas ambas na cidade de
Cuiabá/MT, no mesmo dia, ao qual mesmo prendendo o marido da acusada em
flagrante (houve inquérito policial, denúncia, sentença apelação e acórdão, inclusive
cópia do processo (em anexo), nunca citaram o nome dela" (sic razões, fl. 2144).
Conclui, ao final, que o conjunto probatório é frágil e nebuloso
quanto à real participação da apelante, pleiteando a absolvição por anemia probatória.

C) DOS FUNDAMENTOS E DA CONCLUSÃO SOBRE O


APELO DEFENSIVO DE GLEDI GONÇALVES DIAS E ELIZÂNGELA DA
SILVAMONTEIRO

Fl. 164 de 226


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Quanto à acusação lançada contra o apelante Gledi Gonçalves
Dias, pouco há a se questionar das provas produzidas, que foram muito bem feitas pela
Polícia Federal e são claríssimas ao apontar a participação do referido acusado no tráfico
de 50kg de cocaína apreendida no dia 13/10/2014, na região denominada "Bandeira 2",
saída para Chapada dos Guimarães, em Cuiabá.
De acordo com as inferências esclarecidas pelo delegado de
polícia federal Sérgio de Arruda Costa Macedo e pelo agente de polícia federal Cláudio
Adolfo Lopes Mineiro, Gledi é identificado como um conhecido traficante de Cuiabá, e
tal fato, aliado ao monitoramento policial e as interceptações telefônicas, tornaram
possível identificar as entabulações concernentes à remessa de droga efetivada por
Geovan para a capital.
Com efeito, pode-se certificar das conversas iniciais realizadas
entre Geovan e Gledi na data de 27/9/2014, por meio de BBM - Blackberry Messenger,

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interceptadas por meio de escutas telemáticas realizadas com autorização judicial, que
Gledi, comprador da droga, tinha R$71.000,00 que estavam nas mãos do vendedor
Geovan, decorrente de uma tratativa anterior, e reclamava que Geovan estava
demorando para enviar a droga que haviam negociado.
É possível vislumbrar das conversas interceptadas, mantidas pelo
mesmo método tecnológico, ainda, que somente Geovan conseguiu passar a droga na
data de 11/10/2014, comunicando imediatamente Gledi que ele levaria a droga no dia
seguinte, mas diante da impossibilidade de Gledi estar na capital no dia 12, acabaram
combinando de consumar a venda e compra no dia 13.
Os anexos fotográficos realizados por meio de acompanhamento
policial federal que comprovam que Gledi se deslocou ao Hotel Roma, na capital, onde
se encontrou com Geovan e demais comparsas, em poder de R$115.000,00 e
US$25.000,00, para pagar 28kg de pasta-base de cocaína.
Gledi ainda explica detalhadamente a Geovan, nas conversas
BBM interceptadas, a pactuação dos valores e da quantidade correspondente de droga

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que receberia, justificando que o dinheiro que ele levou no dia 13/10/2014 se destinaria
a adquirir 28kg de pasta-base, recebendo 12kg a mais em razão do dinheiro que ele já
havia passado a Geovan anteriormente, e ainda receberia uma "preza" de 10kg para
pagamento futuro, ou, como eles mesmos enfatizam, "fiado".
Toda a entabulação realizada no hotel e o empréstimo do Fiat
Fiorino para buscar a droga foram precedidos de monitoramento policial federal,
inclusive a movimentação realizada para que Sidnei e Edelson buscassem a droga na
localidade denominada "Bandeira 2", onde a Polícia Federal conseguiu promover a
apreensão.
Toda a dinâmica das interceptações, bem como do
acompanhamento policial, da apreensão da droga adquirida por Gledi, e a prisão dos
asseclas de Geovan, é narrada, ainda, no depoimento judicial da testemunha Cláudio
Adolfo Lopes Mineiro, que bem alertou sobre a condição de Gledi, um dos alvos

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principais da operação, e a sua atuação no fato "04".
Elemento de convicção, pois, que, somado aos demais informes
processuais, em especial, os anexos fotográficos, o relatório de acompanhamento
policial e de escutas telemáticas e telefônicas, são absolutamente idôneos a capitanear a
condenação.
Estabelece o enunciado n.º 8, aprovado no Incidente de
Uniformização de Jurisprudência n.º 101532/2015, já mencionado anteriormente:
"Os depoimentos de policiais, desde que harmônicos com as
demais provas, são idôneos para sustentar a condenação criminal."
Estabelece o dispositivo da lei penal material em questão:
"Art. 33. Importar, exportar, remeter,preparar,produzir,fabricar,
adquirir, vender, expor à venda, oferecer,ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

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Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa."

Como já explicado alhures, o tráfico de drogas é delito


multifário, misto alternativo, a prática da modalidade "adquirir" configura do
crime descrito no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, consoante lidera o Superior
Tribunal de Justiça na jurisprudência sobre o tema, ainda que inocorrente a tradição.
Em caso que se amolda como uma luva ao presente caso,
estabeleceu que o simples fato de negociar a aquisição de droga por meio de mensagens
BBM e viabilizar meios para o transporte da droga por si só configura o tráfico de
drogas. Relativiza, assim, as disposições do art. 1267 do CC/02, segundo o qual a
propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
"DIREITO PENAL. CONSUMAÇÃO DO CRIME DE
TRÁFICO DE DROGAS NA MODALIDADE ADQUIRIR. A conduta

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consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também
disponibilizar o veículo que seria utilizado para o transporte do
entorpecente configura o crime de tráfico de drogas em sua forma
consumada - e não tentada -, ainda que a polícia, com base em indícios
obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do
material entorpecente antes que o investigado efetivamente o recebesse.
Inicialmente, registre-se que o tipo penal em análise é de ação múltipla ou
conteúdo variado, pois apresenta várias formas de violação da mesma
proibição, bastando, para a consumação do crime, a prática de uma das
ações ali previstas. Nesse sentido, a Segunda Turma do STF (HC 71.853-RJ,
DJ 19/5/1995) decidiu que a modalidade de tráfico "adquirir" completa-se
no instante em que ocorre a avença entre comprador e vendedor. De igual
forma, conforme entendimento do STJ, incide no tipo penal, na modalidade
'adquirir', o agente que, embora sem receber a droga, concorda com o
fornecedor quanto à coisa, não havendo necessidade, para a configuração

Fl. 167 de 226


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do delito, de que se efetue a tradição da droga adquirida, pois que a
compra e venda se realiza pelo consenso sobre a coisa e o preço (REsp
1.215-RJ, Sexta Turma, DJ 12/3/1990). Conclui-se, pois, que a negociação
com aquisição da droga e colaboração para seu transporte constitui
conduta típica, encontrando-se presente a materialidade do crime de tráfico
de drogas" (STJ, HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
1º/9/2015, DJe 23/9/2015).

Ora, tem todo sentido a afirmação do c. Superior Tribunal de


Justiça, porque não raras as vezes, algumas disposições da lei civil não se aplicam ao
Código Penal, e ainda, relembro, não estamos diante de um "negócio jurídico", mas de
"ato ilícito".
Na doutrina do festejado jurista Damásio E. de Jesus, o ajuste é
"a combinação que fazem entre si várias pessoas no sentido do cometimento de um

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crime, pressupondo em todos uma resolução determinada" (in Direito Penal, Parte
Geral, 1º vol., Editora Saraiva, 10ª edição, 1985, pág. 355) que por si só já denota uma
das formas puníveis de coparticipação existentes no ordenamento jurídico-penal vigente,
principalmente nos crimes permanentes, como é o caso do tráfico de drogas, cuja
consumação dispensa a finalidade para a qual a droga foi vendida.
A única limitação é quanto ao alcance do ajuste prévio, que deve
ser preciso e específico, devendo dizer respeito a crimes determinados e cuja execução já
tenha ao menos se iniciado, uma vez que não se admite o ajuste genérico para a prática
de crimes indefinidos.
A lei penal material, em seu art. 29, estabelece, em termos
genéricos, que todo aquele que concorre, por qualquer modo, para um crime, "incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade". Adotando um conceito
monista sobre a teoria aplicável ao concurso de agentes no crime, não há pela doutrina
penal uma única voz que destoe da interpretação monística da lei penal concernente ao
concurso de pessoas, de modo que todo aquele que concorre, por qualquer modo, para

Fl. 168 de 226


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TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


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um crime, responde por sua totalidade. No caso, o prévio ajuste entre os negociantes da
droga por si só é causa eficiente do crime.
No escólio de Cezar Roberto Bitencourt, verbis:
"Todo aquele que concorre para o crime causa-o em sua
totalidade e por ele responde integralmente. Embora o crime seja praticado
por diversas pessoas, permanece único e indivisível. O crime é o resultado
da conduta de cada um e de todos, indistintamente. Essa concepção parte da
teoria da equivalência das condições necessárias à produção do resultado."
(Código Penal Comentado, 6.ed. São Paulo, Saraiva, 2013, p. 185).

Logo, é desnecessária a entrega da coisa para que se caracterize a


tradição, portanto, apenas o animus de adquirir o bem, já configura o delito.
Deste modo, mesmo antes da entrega da coisa, após as tratativas
com o traficante fornecedor, o crime de tráfico de drogas, na modalidade adquirir está

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configurado, sendo de todo irrelevante que nada tenha sido apreendido em poder do
apelante, como quis parecer à defesa.
Postas essas considerações, entendo inviável acolher a pretensão
absolutória aviada pela defesa de Gledi Gonçalves Dias.
Quanto à apelante Elizângela Monteiro da Silva, a acusação
repousa na premissa de que ela participou da venda da droga para Gledi, deslocando-se
para a capital mato-grossense juntamente com Geovan e a droga apreendida,
inicialmente escondida na região do "Bandeira 2".
O agente de polícia federal salientou que, em razão do
acompanhamento policial que já vinha sendo realizado, e tendo conhecimento prévio em
razão das escutas telemáticas e telefônicas realizadas ao ramal de Geovan Firmino da
Silva que ele se deslocaria para a capital, pode vislumbrar que ele se encontrava
acompanhado de Sidnei da Silva Quinino, Edelson Mendes da Rocha, Elizângela da
Silva Monteiro e de uma outra pessoa que não soube identificar, e todos eles, sem
exceção, hospedaram-se no hotel Roma.

Fl. 169 de 226


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Apesar de a defesa questionar a ausência de comprovação
fotográfica da hospedagem de Elizângela no Hotel Roma, o fato é que as imagens
constantes do anexo fotográfico de fls. 372 bem evidenciam a presença da própria
Elizângela e do carro em que eles chegaram, uma VW Amarok branca, placas
OAQ-0627, na noite do dia 12/10/2014, o que a coloca no palco das tratativas de drogas
com Gledi Gonçalves Dias, corroborando a fala do agente policial federal, quando
atesta categoricamente que ela estava no hotel juntamente com Geovan, Edelson,
Sidnei e a outra pessoa não identificada.
E considerando que Elizângela chegou ao hotel junto com o
marido Edelson, naturalmente ela também participou do transporte da droga de Mirassol
d'Oeste a Cuiabá. O fato é que não era pouca carga de droga, pois além dos 10kg
entregues a Diogo Santana, outros 50kg seriam repassados a Gledi.
Todo esse volume de droga, pelo menos 60kg de pasta-base de

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cocaína, claramente saiu de Mirassol com destino à capital e foi escondida no mato por
Geovan antes de chegarem à capital, porque é isso que ele havia combinado com Gledi
na conversa do dia 11/10/2014. Disso tudo se extrai que, como Elizângela estava no
mesmo carro, não havia como ela não saber da existência da droga.
Conquanto a defesa tenha trazido aos autos a declaração de
Valéria de Queiroz Baratela, à fl. 1691, que trabalha na mercearia Sol, de propriedade
de Elizângela, afirmando que "na data da prisão do marido da Sra. Elisangela, o Sr.
SIDNEI QUINTINO que ocorreu na data de 13/10/2014 (treze de outubro de 2014) a
Sra. Elisangela da Silva Monteiro se encontrava em Mirassol d'Oeste", tal prova despida
do contraditório não elide a afirmação do agente policial federal Cláudio Adolfo Lopes
Mineiro, sobretudo porque amparada em anexo fotográfico.
Além disso, a atestar que Elizângela não só sabia como também
participou daquele transporte da droga apreendida no "Bandeira 2", ela efetuar ligação
por volta de 16h do dia 13/10/2014 para a mulher de Sidnei, de prenome Jessica,
perguntando sobre a demora de Edelson e Sidnei, que haviam saído para buscar a droga

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adquirida por Gledi, afirmando ainda que haviam combinado um lugar para se
encontrar e ele não apareceu.
Na sequência, Elizângela é bastante clara ao pedir que Jessica
tome cuidado com o que fala ao telefone, claramente para evitar que, caso suas
conversas estivessem sendo gravadas, não levantar suspeita. Além disso, na ligação
posterior realizada a Jessica no período noturno do dia 13, Elizângela, que nessa
ocasião estava no mesmo local que Geovan, pede que ela cadastre um número de
telefone novo para ela visando assim desviar-se de eventuais "grampos"
telefônicos.
O diálogo telefônico realizado por Elizângela para Cristina
Zaura, que se encontrava em Mirassol d'Oeste, na mesma noite da prisão de Edelson,
também coloca a apelante e Geovan no mesmo lugar, ou seja, na capital, havendo
expressa menção de que tanto ela como Geovan somente retornariam para Mirassol

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d'Oeste no dia seguinte, ou seja, em 14/10/2014.
De acordo com as inferências auferidas por meio das escutas
telefônicas obtidas a partir do ramal telefônico da própria Elizângela é possível afastar
de modo peremptório e seguro as assertórias defensivas de que ela se encontrava em
Mirassol d'Oeste no dia 13/10/2014.
Em se tratando de prova em matéria criminal, a dúvida milita em
prol do acusado (favor rei). Entretanto, a alegação de negativa loci, enquanto meio a
comprovar a inocência, demanda prova irrefutável, mormente quando a acusação se
desincumbe do ônus legal de incriminação, apresentando o reconhecimento pessoal da
vítima, formalizado em Juízo.
Já dizia Malatesta, in "A lógica da Prova em Matéria Criminal":
"É incrível que Tício tenha roubado em Nápoles, estando em
Londres... para tornar incrível a acusação da prática de um furto, é preciso
verificar com provas particulares a estada de Tício em Londres, ao tempo do
furto em Nápoles" (ed. Servanda, parte 1ª, cap. IV, São Paulo, 2013, pp.

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69-70).

Nesta Corte, o entendimento é idêntico:


"Alegações desprovidas de quaisquer elementos de provas,
somadas à ausência de comprovação de álibi a alicerçar a tese defensiva,
não podem sustentar a versão de negativa de autoria, que, nos moldes do
artigo 156 do CPP, constitui-se ônus do apelante (réu)." (TJMT, Ap
50138/2015, DES. GILBERTO GIRALDELLI, TERCEIRA CÂMARA
CRIMINAL, Julgado em 30/9/2015, Publicado no DJE 09/10/2015).

"Não há falar-se em absolvição quando a materialidade e a


autoria delitivas estão comprovadas nos autos, extraindo-se do contexto
probatório a fragilidade do álibi apresentado pelo acusado no intuito de
demonstrar a ausência de sua participação no ilícito. As declarações das

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vítimas que, sem qualquer interesse numa injusta incriminação, apontam o
increpado como o autor do crime de roubo de forma segura e uníssona,
constituem prova hábil para justificar o decreto condenatório, mormente
quando corroborada pelo reconhecimento seguro e formalmente perfeito
levado a efeito na primeira fase da persecução penal." (TJMT, Ap
37768/2013, DES. LUIZ FERREIRA DA SILVA, TERCEIRA CÂMARA
CRIMINAL, Julgado em 23/04/2014, Publicado no DJE 05/05/2014).

As evidências de prova testemunhal, alicerçadas em sistema de


acompanhamento policial instruído com anexos fotográficos e escutas telefônicas
obtidas com autorização da justiça evidencia de modo claro que a apelante participou
dolosamente do transporte e do esquema que visava a entrega da droga de Mirassol
d'Oeste para Cuiabá, tipificando a conduta descrita no art. 33, caput, da Lei n.
11.343/2006.
Nesses termos, impõe-se o alijamento da pretensão absolutória
esposada no apelo defensivo.

Fl. 172 de 226


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Postas essas considerações, desprovejo a súplica absolutória
ansiada nos apelos criminais de Gledi Gonçalves Dias e Elizângela da Silva
Monteiro.

III.IV. FATO 06 - AGOSTO DE 2014 A JULHO DE 2015 -


ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO DE DROGAS - PERENIDADE E ESTABILIDADE
DO GRUPO - CONDENAÇÃO DE CRISTINA ZAURA, JAIME GONÇALVES
DOS SANTOS, EDIO CARLOS MARÇAL, GLEDI GONÇALVES DIAS,
ELIZÂNGELA DA SILVAMONTEIRO E CARLA PATRICIACAMPOS ALVES

De acordo com a denúncia, Geovan Firmino da Silva é líder do


grupo e usual fornecedor de drogas para outros traficantes de Cuiabá e Várzea Grande,
contando sempre com o apoio de sua esposa Cristina Zaura, a qual mantinha contato

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com os demais membros do grupo.
Por sua vez, Jaime Gonçalves dos Santos executava o comércio
de drogas, além do que armazenava e guardava o entorpecente em sua chácara, após o
que entregava e distribuía para os demais integrantes.
Edio Carlos Marçal e Gledi Gonçalves Dias compram
usualmente a droga de Geovan e revendem em Cuiabá e Várzea Grande, ao passo que
Elizângela da Silva Monteiro, esposa do codenunciado Sidnei da Silva Quintino,
executava tarefas relacionadas à movimentação financeira da venda de drogas, assim
como Carla Patricia Campos Alves, esposa do também codenunciado Adeclair Araújo
da Silva.
A douta sentenciante justificou a condenação de todos os
coapelantes no delito tipificado no art. 35 da Lei n. 11.343/20006, pretextando:
"O art. 35 da Lei 11.343/2006, prevê o crime de associação para
o tráfico de drogas, tipificando-o da seguinte forma:

'Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de

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praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. (...)'

No mesmo passo, o crime de associação para o tráfico também


restou comprovado, tendo em vista que os acusados se mantinham
contatados por ligações telefônicas, tudo com o propósito de
comercializarem cocaína, substância entorpecente de uso proscrito no
Brasil.

Como acima mencionado, ambos os réus se associaram com o


fim de comercializar substância entorpecente e com absoluta consciência da
ilicitude, mormente porque já estavam sendo interceptados e o fornecimento
de droga ocorreu de forma não eventual, visto que as conversas

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interceptadas de foma lícita, com autorização judicial, revelam que eram
constantes os pedidos de entorpecentes entre eles, demonstrando, portanto,
sofisticação para a consumação do crime de tráfico de drogas analisado
alhures.

A configuração do delito do art. 35 da Lei n. 11.343/2006 exige


a união de dois ou mais infratores com dolo específico de praticar os crimes
dos artigos 33, § 1º e 34 da Lei 11.343/2006, devendo o animus associativo
restar absolutamente comprovado, bem como caracteruzada a estabilidade,
permanência ou habitualidade da associação.

Aliás, é pacífico na doutrina e na jurisprudência que o tipo


subjetivo do crime consiste na união com dolo específico de traficar
demonstrando o animus associativo, que deve restar absolutamente provado.

No caso, o dolo de 'associar-se para a prática do tráfico', de


forma permanente, sendo que os Cristina Zaura, Édio Carlos Marçal, Gledi

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Gonçalves Dias, se dedicavam ao tráfico de drogas, contando com os
serviços dos acusados Jaime Gonçalves dos Santos, Carla Patrícia Campos
Alves e Elizângela da Silva Monteiro, adquirindo, armazenando e ocultado
a droga com o fim exclusivo de desenvolver a traficância, além de usarem
suas contas bancárias com a finalidade de 'legalizarem' o dinheiro fruto da
mercancia de entorpecentes.

Nesse cenário, é preciso enfocar que as associações criminosas


envolvem blocos estanques de pessoas, de modo que algumas não possuem
necessariamente um vínculo com outras.
Por exemplo, não há qualquer menção que envolva o crime de
associação criminosa entre Jaime Gonçalves dos Santos e Elizângela da Slva Monteiro,
pois não há evidências nesse sentido e é possível que ambos sequer se conheçam ou se
relacionem.

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A) CRISTINA ZAURA

Nos blocos de associações que a denúncia narra, é possível


identificar primeiramente, o núcleo familiar de Geovan Firmino da Silva e sua esposa
Cristina Zaura.
A atividade investigatória preambular afirmada no Relatório de
Inteligência Policial n. 001/2014 sinaliza a associação criminosa de ambos destinada ao
tráfico de drogas realizado na região de Mirassol d'Oeste, identificando Cristina como
"peça muito importante na citada ORCRIM, pois seria ela quem manteria contatos com
os demais membros da ORCRIM, antes das empreitadas criminosas" (fl. 16 dos autos de
Medida Cautelar 3202-81.2014.8.11.0011, cód. 217341, em apenso) quando Geovan
estava ausente, participando, por vezes, da própria entrega da droga.
Ainda de acordo com o relatório (fl. 12), Cristina e seu marido
Geovan possuem um padrão de vida incompatível com os rendimentos que Geovan

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declarou perceber como trabalhador rural da cidade de Porto Esperidião, R$1.300,00
mensais (vide fl. 54 da ação penal).
Tais informações também são reproduzidas no auto de
qualificação e interrogatório de Cristina Zaura, quando é perguntada sobre a origem do
dinheiro usado na compra do imóvel onde ele e Cristina residiam à época de suas
prisões, bem como da mobília de alto padrão lá encontrada, que se destaca na região em
razão de ser de alto padrão para a localidade, e das reformas que estão sendo feitas no
imóvel, as quais, justificou Cristina, incomprovadamente, decorrem de uma herança que
Geovan recebeu do pai dele (sic interrogatório fl. 68).
Aliás, nas primeiras mensagens enviadas por meio de BBM -
Blackberry Messenger, realizadas e recebidas entre 20/8 a 22/8/2004 (fls. 77/82 dos
autos em apenso, Relatório de Inteligência Policial, Auto Circunstanciado Parcial n.
001/2014), é Cristina quem trata com Gledi Gonçalves Dias, durante a ausência de

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Geovan, depósitos de remessas de dinheiro feitas a este último, decorrentes do tráfico de
drogas, bem como responde a outros contatos com "Zé Pequeno", "Jaja" e "Carlos",
promovendo a contabilidade do que é depositado e recebido pelo casal no comércio
malsão.
Ao que se infere, aliás, o próprio pai de Cristina parece ter
conhecimento do envolvimento da filha, quando, em ligação telefônica realizada no
ramal telefônico utilizado por Cristina e seu marido, realizada no dia 18/8/2014, ele
destaca que quando Geovan está trabalhando "a ligação num é muito bem vinda né... as
ligações né... pra ele não é muito bom ligação" (sic fl. 85 dos autos apensos).
Aliás, maior prova da consciência e o comprometimento de
Cristina no narcotráfico realizado por Geovan é a sua participação direta na venda de
droga realizada para John Lennon Candido da Silva e Gilliard Augusto de Lima,
analisada no tópico "III.I" do presente julgamento, onde, a pedido do marido, não só
busca os compradores de droga até a casa de Jaime, como também, passa instruções a
este último sobre a entrega da droga.

Fl. 176 de 226


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Há outro momento em que o próprio Geovan, ao dialogar com o
traficante "Jaja", em 25/8/2014, diz expressamente que estaria nas proximidades do
Hospital São Mateus, na Capital, em companhia de sua esposa Cristina, de modo que
ela possuía plena ciência das negociações e da entrega da droga, como se pode inferir
das conversas mantidas por meio de mensagens BBM - Blackberry Messenger,
constantes do Relatório de Inteligência Policial n. 002/2014, Auto Circunstanciado
Parcial, fls. 178/181.
Ela também evidencia saber da entrega de drogas que ocorreria
na cidade de Várzea Grande, quando comenta com Elizângela da Silva Monteiro e um
outro homem não identificado:
"Nas tratativas, ELIZANGELA combina com HNI a entrega de
drogas no Hospital de Várzea Grande, e com CRISTINA ZAURA, trata a
droga por 'neném' (...)" (sic fl. 370 dos autos apensos, Relatório Parcial n.

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003/2014).

Cristina nega a imputação delitiva.


O agente policial federal Cláudio Adoldo Lopes Mineiro reprisa
em seu depoimento judicial esse envolvimento que Cristina Zaura possui com o marido
quanto ao comércio ilegal de drogas, esclarecendo , que ela, "além de atuar junto com o
marido, tem flagrante que ela participa também, o marido está viajando mas tem
ligações, entre eles, um monte de participação, porque ela sempre agia a mando do
marido. Mas tem um flagrante que ela age diretamente, recebendo os compradores lá
em Mirassol, liberando os compradores junto com o Jaime Gonçalves, com a
Elizângela, e quando esse veículo com droga passa por Cáceres é apreendido pela
polícia federal" (depoimento audiovisual gravado na mídia de fl. 1951).
Inclusive, quando a residência do casal é submetida a busca
domiciliar, é apreendida a quantia de R$75.000,00 em espécie dentro da máquina de
lavar roupas. Claramente foi Cristina quem guardou esse montante naquele local, pois
era quem promovia o controle das finanças relacionadas ao narcotráfico, a mando de

Fl. 177 de 226


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RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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Geovan.
Com efeito, há solidez da prova quanto à estabilidade e
permanência do vínculo associativo entre Cristina e seu marido Geovan na prática do
narcotráfico, justificando-se a mantença da condenação daquela nos termos do art. 35 da
Lei n. 11.343/2006, ainda que a defesa pretenda comprovar a insuficiência de provas
nesse sentido.

B) JAIME GONÇALVES DOS SANTOS

Não há referências no acervo probatório sobre a alegada


estabilidade e permanência da associação imputada ao coapelante Jaime Gonçalves dos
Santos.
Conquanto a douta acusação esclareça que ele é responsável

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permanente por armazenar a droga trazida por Geovan de outras localidades, em
especial, Porto Esperidião, há apenas um episódio comprovado de sua participação no
tráfico de drogas, em que Jaime ajudou Cristina a carregar a droga no VW Polo
ocupado por Gilliard e John Lennon, e ainda há expressa menção de que ele carregou
droga a mais do que deveria, entregando a eles, oito quilos de pasta-base de cocaína
ao invés de cinco, como deveria, tal qual assentam as conversas telefônicas mantidas
entre estes dois últimos, vista no Relatório de Inteligência Policial n. 005/2014, Auto
Circunstanciado Parcial, de fl. 488 dos autos apensos, já transcrito quando da análise do
"FATO 01" (item III.I do presente julgamento). Esse tipo de erro não ocorre ao
contumaz mercador de drogas, porque ele sabe o custo de cada quilo a mais de droga
que é carregada, que não é pequeno.
O próprio agente de polícia federal Cláudio Adolfo Lopes
Mineiro, apesar de narrar a participação de Jaime no "FATO 01", nada estabelece de
convicção sobre o estado de inculpação desse acusado na associação para o tráfico de
drogas que permitisse dimensionar o caráter de estabilidade e permanência do vínculo

Fl. 178 de 226


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criminoso mantido com Geovan Firmino da Silva, registrando-se, por final, que
simples fato de se conhecerem de longa data não comprova, de per se, a societas sceleris
de que trata o art. 35 da Lei n. 11.343/2006.
Esse contexto episódico singular, e a ausência de outros
elementos sólidos de convicção, a meu ver, não permitem manter a condenação deste
apelante no delito tipificado no art. 35 da Lei Antidrogas, nos termos do art. 386, VII, do
CPP.
Portanto, inexistindo provas irretorquíveis e indenes de dúvida
sobre a conduta narrada pela vítima, impõe-se a conclusão absolutória quanto ao crime
de associação ao tráfico de drogas, consoante assente posicionamento dos nossos
Tribunais, inclusive deste Sodalício:
“Em matéria de condenação criminal, não bastam meros
indícios. a prova da autoria deve ser concludente e estreme de dúvida, pois

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só a certeza autoriza condenação no juízo criminal. Não havendo provas
suficientes, a absolvição do réu deve prevalecer.” (TJMT - ApCrim - Rel.
Des. Paulo Inácio Dias Lessa - RT 708/339).

“Aplicação do princípio ‘in dubio pro reo’. Autoria pelo


apelante sinalizada como mera possibilidade. Tal não é bastante para
condenação criminal, exigente de certeza plena. Como afirmou Carrara, ‘a
prova, para condenar, deve ser certa como a lógica e exata como a
matemática. Deram parcial provimento. Unânime.” (RJTJERGS 177/136).

Daí, por conseguinte, a indiscutível necessidade de aplicação do


axioma in dubio pro reo, para o fim de coarctar o peso da condenação carente de
elementos inequívocos de prova do crime em questão, assistindo razão ao anseio
defensivo deste apelante.

C) ÉDIO CARLOS MARÇAL

Fl. 179 de 226


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Édio é amigo de Enilson, com quem Geovan trata diretamente a
venda cocaína que acabou sendo apreendida na cidade de Jangada/MT, com Elismar e
João Batista (FATO 02, datado de 22/9/2014, analisado no item "III.II" deste
julgamento).
Além disso, é a Enilson que Édio confidencia, certa ocasião, a
ameaça de morte recebida de João Batista, o "Véi", depois da prisão em flagrante deste
último por conta do "FATO02", para que Enilson adotasse as providências em sentido a
colocar panos quentes na situação.
Édio acabou preso juntamente com o genro de Enilson em um
outro episódio delitivo, ocorrido em 06/11/2014, concernente a outro tráfico de drogas,
consistente na apreensão de 4kg de pasta-base de cocaína que envolveu também o genro
de Enilson, e onde Enilson se compromete a arrumar advogado para todos.

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Todos esses elementos demonstram que esse vínculo entre
ambos não se resume apenas a um elo de amizade pura e simplesmente.
O agente de polícia federal Cláudio Adolfo Lopes Mineiro bem
salientou esse elo entre Enilson e Edio na narcotraficância, a saber:
"O Édio Carlos Marçal tem ligações de blackberry, troca de
mensagens entre ele, o Enilson e o Geovan, se me lembro, foi uma droga que
saiu de Mirassol, também, e foi apreendida aqui próximo de Cuiabá, eram
oito quilos, salvo engano, ou eram dez quilos, não me recordo a quantidade
exata" (depoimento audiovisual gravado na mídia de fl. 1951).

Logo, malgrado a defesa diga o contrário, há elementos que


certificam a estabilidade e a união duradoura para a prática reiterada do tráfico de drogas
entre Enilson José de Paula e Édio Carlos Marçal, característico do crime de
associação ao tráfico (art. 35 da Lei n. 11.343/2006), razão pela qual a condenação deve
ser mantida.

Fl. 180 de 226


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Fls:2929

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D) GLEDI GONÇALVES DIAS

A união estável e perene entre ele e Geovan Firmino da Silva é


escancarada.
Desde agosto de 2014, quando se iniciaram as escutas nos ramais
de Geovan Firmino da Silva, pode-se observar diálogos telemáticos que ele mantém
com Cristina Zaura e com o próprio Geovan a respeito de depósitos e pedidos de
remessa relacionados à narcotraficância.
No dia 20 de agosto ele conversa por meio de mensagens BBM -
Blackberry Messenger com Cristina ocasião em que eles anotam a contabilidade
relacionada a vendas e compras passadas e futuras (fl. 78 do Relatório de Inteligência
Policial n. 01/2014, autos apensos).
No dia 22 de agosto Gledi informa que possui 62 mil reais na

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mão para adquirir drogas (fl. 80 dos autos apensos), e no dia 24 de agosto diz que já
possui dinheiro suficiente para uma remessa grande de droga (fl. 84 do apenso).
Em 25 de agosto ambos negociam uma partida de 40kg de
cocaína (RIP n. 02/2014, fls. 176/1778, autos apensos).
A afinidade nos negócios ilícitos entre ambos é tão grande que
ambos confidenciam as perdas nas remessas de drogas (vide diálogos entre Gledi e
Geovan, constantes do Relatório de Inteligência Policial n. 03/2014, fls. 88/89, autos
apensos, já transcritos quando da análise do "FATO04") e o grande lapso de tempo entre
uma remessa e outra, "60 dias, ja tavo daquele jeito" (sic RIP n. 03/2014, fl. 392,
mencionado quando da análise do "FATO04", item III.III do presente julgamento).
Aliás, em determinado trecho das transcrições dos diálogos
BBM entre ambos é possível ver a confiança que Geovan possui em Gledi, mormente
quando promete 10kg a mais de pasta-base de cocaína para pagar "fiado" (vide RIP n.
03/2014, fls. 395/400).
Em outro trecho das transcrições, Gledi menciona ter passado no

Fl. 181 de 226


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hotel onde Geovan sempre se hospeda (vide RIP n. 03/2014, fl. 395), a denotar que não
era a primeira vez que ambos entabulavam negócios de drogas em Cuiabá.
Além desses diálogos, o depoimento prestado pelo delegado de
polícia federal Sérgio de Arruda Costa Macedo, em Juízo, também confirma o elo
existente entre Gledi e Geovan, a saber:
"Posso dizer aqui que o Geovan era de Mirassol d'Oeste, o
Adeclair, ele era cliente do Geovan, e o Gledi também era cliente do
Geovan. O Geovan que era, na realidade, o fornecedor de cocaína e a partir
dele começou a operação, mas, principalmente esses eram bem conhecidos
da Polícia Federal. [...] O envolvimento era especificamente o tráfico de
cocaína." (depoimento audiovisual gravado na mídia de fl. 1356).

Nessa mesma senda, o agente policial federal Claúdio Adolfo


Lopes Mineiro também salientou a veracidade da imputação do crime de associação ao

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tráfico de drogas mantido com Geovan, a saber: "[...] O Gledi é um traficante conhecido
aqui de Cuiabá. Gledi chega pra negociar a partida de 50kg de cocaína. Toda essa
negociação é filmada, a gente filmou toda a negociação, eles sentados no hall do hotel,
conversando, filmado, fotografado" (depoimento audiovisual gravado na mídia de fl.
1951).
Os elementos de convicção extraídos a partir das escutas
telemáticas autorizadas pela Justiça ao ramal utilizado por Gledi Gonçalves Dias, e os
depoimentos de policiais bem esclarecem o vínculo associativo existente entre ele a
Geovan Firmino da Silva na narcotraficância, justificando a mantença da condenação,
sendo de todo improcedente o reclamo absolutório conclamado pela defesa daquele.

E) ELIZÂNGELA DA SILVAMONTEIRO

Há comprovação expressa e cabal de que ela participou do


tráfico de 50kg de pasta-base adquirida por Gledi Gonçalves Dias, e que foi apurado no

Fl. 182 de 226


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"FATO 04", sendo de todo relevante afirmar que ela é esposa de Edelson Mendes da
Rocha, preso em flagrante por conta desse mesmo fato. Edelson também foi possui
condenação por crime idêntico em 2011, na cidade de Porto Esperidião, e também
transportou 28kg de pasta-base de cocaína a mando de Geovan em 20/9/2014.
Também há inferências concretas de que ela possui estreitos
laços de amizade com Geovan Firmino da Silva e Cristina Zaura, frequentando a
chácara e a casa do casal, consoante se vê do Relatório de Inteligência Policial, Auto
Circunstanciado Parcial n. 001/2014, fls. 84/85).
Em outra ocasião, em 21/9/2014, Elizângela atua como garota
de recados do marido, que lhe pergunta se "deu certo" o negócio com a "Galega",
referindo-se a Cristina, recebendo resposta positiva (vide RIP 03/2014, fl. 249v).
Registre-se que Edelson é acusado de realizar o transporte de drogas a mando de Geovan
no dia anterior, de modo que ele só poderia estar se referindo ao pagamento feito pelo

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serviço prestado.
Em determinada ocasião, em 24/9/2014, Elizângela é perquirida
por Cristina Zaura a emprestar a conta bancária para a efetivação de um depósito de
R$25.000,00 de Vilmar Batista Oliveira, no que ela responde que conversaria com o
marido Edelson, e acaba anuindo ao pedido, passando os números das contas bancárias,
Caixa Econômica Federal, agência 3823, operação 003, conta 265-5, CNPJ
09.637.357/0001-50, bem como a conta pessoa física individual n. 22567-3, agência
1320-X, Banco do Brasil S/A, a ela pertencente (RIP n. 03/2014, fl. 248v, autos
apensos).
Com efeito, no dia 26 de setembro, Cristina avisa a Elizângela
sobre o depósito de R$25.000,00, e ela menciona alguns valores, dentre os quais, "6 e 9"
(fl. 249, apenso), tendo Cristina solicitado que ela envie um TED no valor de
R$13.000,00 para a conta HSBC, ag. 0820, conta 202-64, remanescendo R$2.000,0 na
conta de Elizângela, que é por ela utilizada normalmente como se própria fosse.
Tais depósitos e a posterior transferência eletrônica de fundos

Fl. 183 de 226


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constam dos extratos da conta corrente pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal,
juntados pela defesa, à fl. 1648 da Ação Penal, reproduzindo assim a veracidade das
informações prestadas por Elizângela na ligação telefônica constante do RIP n. 03/2014,
datada de 26/9/2014, às 11h06min, originada por Cristina Zaura.
Quando da atuação no tráfico de 50kg de cocaína para Gledi
(FATO 04) ela permanece na companhia de Geovan e serve de interlocutora com
Cristina e com a esposa de Sidnei, também preso naquela ocasião, inclusive alertando-a
sobre não falar demais ao telefone, bem como pedindo a ativação de um novo número de
telefone celular, demonstrando assim sua íntima relação com o narcotráfico (vide RIP n.
04/2014, fls. 404/405).
Elizângela não foi interrogada em Juízo para contar a própria
versão sobre os fatos.
Os elementos de convicção extraídos a partir das escutas

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telemáticas autorizadas pela Justiça ao ramal utilizado por Elizângela Monteiro da
Silva, e a própria condenação da apelante no tráfico narrado no "Fato 04" bem
esclarecem o vínculo associativo existente entre ela, o esposo Edelson Mendes da
Rocha, Cristina Zaura a Geovan Firmino da Silva na narcotraficância, justificando a
mantença da condenação, sendo de todo improcedente o reclamo absolutório
conclamado pela defesa daquela.

E) CARLA PATRÍCIACAMPOS ALVES

É esposa de Adeclair Araújo da Silva, que, de acordo com o


relatório de investigações, possui diversas condenações por tráfico de drogas, "e apesar
de não exercer nenhuma atividade remunerada, mantém um alto padrão de vida,
realizando diversas viagens de turismo em companhia de sua esposa" (sic fl. 19 da MC
3202-81.2014.8.11.0011, cód. 217341, 3ª Vara de Mirassol d'Oeste).
Ainda de acordo com o referido relatório, ambos residem na

Fl. 184 de 226


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cidade de Várzea Grande, e Carla é quem controla as finanças do casal, e em
determinada ocasião Adeclair viajou de carro para o Nordeste do Brasil em companhia
do traficante de drogas Emerson José Quintão, retornando de avião. Na volta, ainda no
aeroporto em companhia da esposa, comprou passagens aéreas para Goiânia.
Levantamentos preliminares apontaram que ele comprou uma
área de terra rural em Cáceres para servir de entreposto para as remessas de drogas
vindas de Mirassol d'Oeste, redistribuindo para o Estado do Maranhão e Santa Catarina.
Com o início das interceptações, é possível identificar que, no
dia 22/8/2014, Adeclair pede para Carla preparar um veículo que se acreditou tratar de
uma viagem de transporte de drogas, embora tal proposição jamais tenha sido
comprovada nos presentes autos.
Contudo, no dia 23, Adeclair liga para Carla perguntando em
qual número Geovan ligou. Adeclair ainda pede que ela que avise o primo, por

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mensagem, informando de que ligaria mais tarde, justificando ainda que deve "um
dinheiro" para Geovan relativo a uma partida de "20 quilos".
Código: 5280276
Data: 23/08/2014 Hora: 19:02:08 Duração: 00:06:43
Alvo: Adeclair
Fone Alvo: 6596370307 Fonte Contato: 6596594662
Interlocutores: ADECLAIR X CARLA
Arquivo: 20140823190208268.wav
Degravação:
ADECLAIR pergunta em que número o GEOVAM ligou aí? CARLA iz que depois
manda pra ele. ADECLAIR pede pra mandar uma mensagem que ai ligar pra ele. Pede
pra mandar agora que já vai sair do ar. CARLA diz... (ininteligível)... ADECLAIR dz
que tá devendo um dinheiro pra ele, que tem que saber se... (ininteligível),,, CARLA
pergunta se ADECLAIR tá devendo ADECLAIR diz que tá... 'não peguei dele uma parte
ali?'... tá devendo 20 quilo CARLA pergunta se ADECLAIR pegou dele ADECLAIR

Fl. 185 de 226


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diz que não.
Consta, ainda, que Adeclair é "primo" (não se sabe ao certo se
consanguíneo ou por afinidade) de Geovan, consoante se infere do RIP n. 01/2014 (fl.
87), sendo certo que Geovan efetua ligação telefônica no dia 24/8/2014 perguntando
pelo primo. Quem atende é Carla, que informa que Adeclair não se encontra.
A respeito do convencimento acerca da participação de Carla
Patrícia na associação, o depoimento do agente policial federal Cláudio Adolfo Lopes
Mineiro é bastante elucidativo, a saber:
"[...] o Adeclair mandou que o Valdir depositasse o dinheiro na
conta da Carla Patrícia, mulher dele [de Adeclair], o Adeclair pegou a
droga lá pra região de Barra do Bugres, ele já tinha ido na noite anterior à
prisão do Adeclair. A gente já tinha dado esse flagrante no aeroporto, do
Valdir Caldeira, né, o Valdir Caldeira fugiu do cerco policial nesse dia,

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jogou o carro em cima do canteiro e fugiu. Aí, dois dias depois, ele estava
fugindo daqui de Cuiabá junto com o Adeclair e a carga de droga que iria
no outro carro, era um KIA Cerato e o Valdir e o Adeclair numa Fiat Strada.
Eles foram juntos durante toda a estrada, eles foram à região de Barra do
Garças e foram abordados. tentaram fugir mas foram abordados juntos.
Estavam todos juntos. Aí, no dia seguinte, ou dois dias seguintes, não sei,
tem uns diálogos citados, a Carla com outra pessoa que acreditamos seja o
Amauri, lá de Cáceres, que ele cobra o pagamento dessa droga que ele
tinha perdido lá em Barra do Garças. Um diálogo de vinte e um minutos
claríssimo. Eles falam, ela diz que vai vender a chácara, que vai vender a
camionete, que vai vender outras coisas pra pagar. '- Não, mas eles estão
querendo agora, não estão querendo pra amanhã ou pra depois, eles estão
querendo agora, não tem que ter calma, isso não é assim', tem um diálogo
assim 'extenssíssímo' com a Carla Patrícia, muito claro, além das contas
dela que o marido dá pra depósito e pagamento de droga. [Indagado se

Fl. 186 de 226


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Carla Patrícia é professora, respondeu] Diz que sim, eu passei, no dia eu
passei, ela tem uma escola de criança lá em Várzea Grande, eu passei,
estava lá: 'Educando com princípios', escrito na parede. [A chácara dela
fica] na Sadia. Tinha o Amauri e o 'Calango', que eu esqueci o nome, o
'Calango' foi um que fugiu lá no cerco policial, lá em Barra do Garças, ele
desceu do carro e conseguiu fugir, e tá o 'Calango' falando com a Carla, e
em seguida o Amauri. Eles conversam vinte e um minutos sobre o
pagamento dessa droga que foi apreendida. '- Não, vieram aqui em casa
cinco da manhã, tão querendo, não, tem que ter calma, caiu, perdeu, a
gente perdeu, não mudou nada', está claríssimo. '- Que não é assim, tem
que vender as coisas, e vender a chácara, vender o carro, tem que vender
porque tem que pagar, vamos pagar, mas não é assim', e pelo diálogo, cita
que tem mais droga enterrada, '- Eu já fui lá, Amauri, já procurei, eu

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peguei um mapa com ele, o Clair tem que dizer onde tá, não sei o que, que
tem que procurar', enfim, tá bem claro. [Sobre a associação ao tráfico,
foi-lhe indagado se constituía uma atividade reiterada, ou não, no que,
respondeu] Não, nós tínhamos bastantes informações de que eles faziam o
tráfico contumaz, assim, eles estavam bem esquematizados na continuidade
delitiva, eles atuavam há bastante tempo, já. O grupo era bem pequeno mas
eles sempre agiam juntos, mas o polo central era o Geovan. Todos eles se
ligavam a todos eles, alguns eram periféricos aqui em Cuiabá, mas o
Geovan e os asseclas dele em Mirassol d'Oeste eram os principais, sempre
estavam nas mesmas." (depoimento audiovisual gravado na mídia de fl.
1951).

Apesar de a defesa de Carla enfatizar que ela foi condenada


apenas por ser esposa de Adeclair e de lhe emprestar inconscientemente a conta
bancária para a movimentação de ativos relacionados à venda de drogas, o diálogo do
dia 23/8/2014 e as inferências prestadas pelo agente policial federal Cláudio Adolfo

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Lopes Mineiro deixaram evidenciado que ela não só sabia que o esposo Adeclair
promovia o tráfico de drogas, como também, estava ciente das dívidas que ele possuía
em relação a esse tipo de atividade criminosa, gerindo as finanças do casal por meio da
conta bancária própria, bem como mantendo contato com outros traficantes no sentido a
saldar eventuais valores pendentes, o que a coloca na situação de associada dele para o
exercício da narcotraficância, embora não atuasse diretamente no comércio malsão.
Nos autos, há clara identificação da posição de Carla
Patrícia dentro da associação criminosa, servindo de apoio para o marido Adeclair
e negociando com outros traficantes o pagamento relativo à droga por ele
adquirida.
Justa, portanto, a condenação desta apelante, nos termos do art.
35 da Lei n. 11.343/2006.
Quanto ao tema, esta Corte de Justiça, ao julgar o Incidente de

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Uniformização de Jurisprudência n.º 101532/2015, no último dia 02/3/2017, aprovou a
publicação do enunciado 05, dispondo, verbis:
"Para a configuração do crime de associação para o tráfico de
drogas, impõe-se a comprovação inequívoca da estabilidade e perenidade
do ânimo associativo, sendo prescindível, contudo, a efetiva prática da
traficância."

De acordo com a fundamentação lançada na reunião de revisão e


aperfeiçoamento promovida pelos eminentes Des. Gilberto Giraldelli e Marcos Machado
antes da aprovação de tal enunciado, o tema é pacífico nos Tribunais Superiores,
admitindo a uniformização.
O crime previsto no art. 35 da Lei 11.343/2006 está assim
descrito:
“(...) associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º, e 34 desta Lei”.

Fl. 188 de 226


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Constitui a conduta incriminada a incursão no verbo
“associar-se”. Desse modo, a configuração do crime de associação para o tráfico de
drogas não prescinde da demonstração do vínculo de estabilidade entre duas ou mais
pessoas, sendo insuficiente a união ocasional e episódica, sob pena de transformar um
simples concurso de agentes na figura típica em questão, cujo objetivo jurídico é a tutela
da paz pública.
Nessa senda, Guilherme de Souza Nucci reafirma que o tipo
penal insculpido no art. 35 da Lei n.º 11.343/2006 retrata verdadeiro crime de associação
criminosa “específica do tráfico ilícito de entorpecentes”, que, por assim concluir,
demanda “prova da estabilidade e permanência da mencionada associação criminosa”
(n Leis Penais e Processuais Penais Comentadas, 3.ed. rev. atual. e ampl. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 335).
Assim, extraí-se que o especial fim de agir, consistente no

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ânimo associativo estável e perene, entre duas ou mais pessoas, para o cometimento de
crimes relacionados ao tráfico de drogas, traço distintivo primordial de outras condutas
semelhantes, a exemplo do crime de associação criminosa (art. 288 do CP), cobra solene
presença na esfera de imputação subjetiva do tipo penal tipificado no art. 35 da Lei n.º
11.343/2006, caracterizando o que se denomina societas sceleris, sob pena de atrair um
simples encontro ocasional de vontades (concursus delinquentium) à esfera de
punibilidade penal, fazendo incidir um efeito não querido pela legislação criminal
correlata.
Nessa mesma senda, Vicente Greco Filho leciona, em precisos
termos:
“Para incidência do caput do delito agora comentado, em
virtude da cláusula ‘reiteradamente ou não’, poder-se-ia entender que
também configuraria o crime o simples concursos de agentes, porque
bastaria o entendimento de duas pessoas para a prática de uma conduta
punível. Parece-nos, todavia, que não será toda vez que ocorrer concurso

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que ficará caracterizado o crime em tela. Haverá necessidade de um animus
associativo, isto é, um ajuste prévio no sentido da formação de um vínculo
associativo de fato, uma verdadeira societas sceleris, em que a vontade de
associar seja separada da vontade necessária à prática do crime visado.
Excluído, pois, está o crime, no caso de convergência ocasional de vontades
para a prática de determinado delito, que estabeleceria a coautoria. O tipo
é especial em relação ao art. 288 do Código Penal (…). O conteúdo do
crime, porém, é igual ao do seu similar (in Tóxicos: prevenção-repressão.
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, página 209).

Nesse mesmo sentido está a lição do saudoso Min. Teori Albino


Zavascki, no HC 124164/AC, julgado pela 2ª Turma do Pretório Excelso em
11/11/2014:
“HABEAS CORPUS. PENAL. ASSOCIAÇÃO PARA O

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TRÁFICO DE DROGAS. ART. 35 DA LEI 11.343/2006. ATIPICIDADE
DA CONDUTA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO VÍNCULO
ASSOCIATIVO. ORDEM CONCEDIDA.

1. O verbo núcleo do tipo previsto no art. 35 da Lei 11.343/2006


é associar-se. Portanto, a caracterização da associação para o tráfico de
drogas depende da demonstração do vínculo de estabilidade entre duas ou
mais pessoas, não sendo suficiente a união ocasional e episódica. Não se
pode transformar o crime de associação, que é um delito contra a paz
pública – capaz de expor a risco o bem jurídico tutelado –, em um concurso
de agentes. Doutrina e jurisprudência.

2. No particular, concluiu-se pela condenação tão somente em


razão da convergência ocasional de vontades para a prática do crime de
tráfico. Noutras palavras, não se separou a vontade de se associar da
vontade necessária para a prática do crime pretendido. 3. ‘Não é questão de

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prova saber-se da tipicidade de determinado fato, cuja veracidade não se
discute, mas se admite como afirmado na sentença: cuida-se de simples
qualificação jurídica de fato, operação à qual sempre se prestou o habeas
corpus’ (RHC 75236; Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Segunda
Turma, DJ 1º/8/1997). 4. Habeas corpus concedido para absolver a paciente
do crime de associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei
11.343/2006), com extensão da ordem à corré. (STF, HC 124164,
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em
11/11/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-230 DIVULG 21-11-2014
PUBLIC 24-11-2014).

Nesse sentido, a jurisprudência desta Corte de Justiça se alinha


perfeitamente ao entendimento expressado pela Suprema Corte, a saber:
“Para a condenação por um delito grave como o

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de associação ao tráfico de drogas há a necessidade de que esteja
comprovado o caráter permanente do vínculo entre os agentes, caso
contrário, prevalece o princípio do in dubio pro reo.” (TJMT, Embargos
Infringentes nº 14174/2013.” (TJMT, Ap 177556/2016, DES. MARCOS
MACHADO, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 14/03/2017,
Publicado no DJE 17/3/2017).

“O animus associativo de caráter estável e duradouro entre os


agentes para o fim de praticar o tráfico de drogas deve ser comprovado de
forma extreme de dúvidas para a configuração do crime descrito no art. 35,
caput, da Lei n. 11.343/06.” (TJMT, Ap 173207/2016, DES. PEDRO
SAKAMOTO, SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em
22/02/2017, Publicado no DJE 03/3/2017).

“Para a condenação pela prática do crime positivado no art. 35,


caput, da Lei n. 11.343/06, exige-se a comprovação do animus associativo,

Fl. 191 de 226


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da estabilidade e da permanência da prática criminosa.” (TJMT, Ap
123592/2016, DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA, TERCEIRA
CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 07/12/2016, Publicado no DJE
16/12/2016)

Em suma, a repartição de funções dentro do esquema criminoso


de distribuição de drogas, anuídas dolosa e conscientemente por cada indivíduo
participante do grupo, os quais exerciam ações de contabilidade, empréstimo de contas
bancárias para recebimento de ativos ilícitos, mantença de contato com outros
traficantes, sociedade na narcotraficância e a relação espúria de fidelidade com o
fornecedor de droga, demonstram quantum satis a perenidade e estabilidade do vínculo
associativo de que trata o art. 35 da Lei n. 11.343/2006.

Assim, extirpada apenas a condenação de Jaime Gonçalves dos

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Santos no delito de associação ao tráfico, impõe-se dar parcial provimento ao seu
recurso para absolvê-lo dessa imputação, mantendo a imputação da prática do tráfico
de drogas analisada no "Fato 01", desprovendo-se, de outro lado, as demais súplicas
defensivas aviadas em prol de Cristina Zaura, Édio Carlos Marçal, Gledi Gonçalves
Dias, Elizângela da Silva Monteiro e Carla Patrícia Campos Alves.

IV. DA DOSIMETRIA PENAL

IV.I. CRISTINA ZAURA

A defesa de Cristina Zaura postula a aplicação de pena-base


mitigada, levando em consideração a primariedade, bons antecedentes, e que,
considerando que a aplicação da pena é atividade juridicamente vinculada, "temos que a
culpabilidade presente ao ato criminoso do caso em tela, bem como, a conduta do
apelante, não poderiam ser analisada de maneira cumulativa como de fato foi, o que

Fl. 192 de 226


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por si só configurou o 'bis in idem', porque em nenhum momento o douto magistrado
apontou de maneira concreta que tornaria a conduta do apelante mais ou menos
reprovável" (sic razões, fl. 2401), ou seja, não foi em momento algum indicadas
circunstâncias judiciais cabais de maior reprovabilidade do fato.
Além disso, pede o reconhecimento e aplicação da atenuante da
confissão espontânea, e a minorante do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, em sua
fração máxima, e a declaração de inconstitucionalidade do regime inicial fechado
para o cumprimento da pena
Infere-se que a douta autoridade judiciária sentenciante formulou
a seguinte linha de análise:
"CONDUTA DE CRISTINA ZAURA

Do crime previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006.

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Pena - reclusão de 05 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

1ª FASE.

Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do


Código Penal e artigo 42 da Lei Federal n.º 11.343/2006, tem-se que:

1.) culpabilidade: próprias do tipo.

2.) antecedentes: são imaculados, consoante folha de


Antecedentes Criminais obtida pelo Sistema Apolo.

3.) conduta social: não há nos autos como aferir a conduta


social do acusado.

4.) personalidade: não há como aferir, sendo que nos autos não
consta nenhuma verificação especializada.

5.) motivos: próprios do crime.

Fl. 193 de 226


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6.) circunstâncias: próprias do crime.

7.) consequências: próprias do crime.

8.) comportamento da vítima: nada que diferencie do tipo penal.

Analisando, pois, o conjunto das circunstâncias judiciais,


entendo que para a prevenção, reprovação do crime e, notadamente a
ressocialização do acusado, a pena-base deve ser fixada no mínimo legal.
FIXO-A, portanto, em 05 (cinco) anos de RECLUSÂO e pagamento de 500
(quinhentos) DIAS-MULTA, cada dia-multa equivalente a um trigésimo do
salário-mínimo, na data do fato, atualizável na execução (art. 49, § 2º, CP).

2ª FASE

Não concorrem circunstâncias atenuantes e/ou agravantes a

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


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serem valoradas.

3ª FASE

Anoto que o delito fora praticado por várias vezes,


caracterizando a continuidade delitiva, na forma do artigo 71, do Código
Penal , pelo que aumento a pena em 2/3, resultando em uma PENA de 08
(oito) anos e 04 (quatro) meses de RECLUSÂO e pagamento de 833
(oitocentos e trinta e três) DIAS-MULTA.

Na terceira e última fase da fixação da pena, DEIXO de aplicar


a causa de diminuição de pena prevista no § 4º do artigo 33 da Lei nº
11.343/2006, em vista da dedicação ao tráfico ilícito, resultando numa pena
final de 08 (oito) anos e 04 (quatro) meses de RECLUSÂO e pagamento de
833 (oitocentos e trinta e três) DIAS-MULTA.

Do crime previsto no artigo 35 da Lei 11.343/2006.

Pena - reclusão, de 03 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de

Fl. 194 de 226


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TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

1ª FASE.

Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do


Código Penal, tem-se que:

1.) culpabilidade: própria do tipo.

2.) antecedentes: são imaculados, consoante folha de


Antecedentes Criminais obtida pelo Sistema Apolo.

3.) conduta social: não há nos autos como aferir a conduta


social do acusado.

4.) personalidade: não há como aferir, sendo que nos autos não
consta nenhuma verificação especializada.

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5.) motivos: próprios do crime.

6.) circunstâncias: próprias do crime.

7.) consequências: próprias do crime.

8.) comportamento da vítima: nada que diferencie do tipo penal.

Analisando, pois, o conjunto das circunstâncias judiciais,


entendo que para a prevenção, reprovação do crime e, notadamente a
ressocialização do acusado, a pena-base deve ser fixada acima do mínimo
legal. FIXO-A, portanto, em 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de
700 (setecentos) DIAS-MULTA, cada dia-multa equivalente a um trigésimo
do salário-mínimo, na data do fato, atualizável na execução (art. 49, § 2º,
CP).

2ª FASE.

Não concorrem circunstâncias atenuantes e/ou agravantes a

Fl. 195 de 226


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serem observadas.

3ª FASE.

Não há causas de aumento ou de diminuição, torno definitiva a


pena de 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de 700 (setecentos)
DIAS-MULTA, por entender necessária e suficiente para a reprovação do
crime.

DO CONCURSO MATERIAL

Em sendo aplicável in casu a regra disciplinada no artigo 69 do


Código Penal (concurso material de delitos), fica a ré CRISTINA ZAURA
definitivamente condenada pelas penas referentes ao tráfico de drogas (08
anos e 04 meses de reclusão e 833 dias-multa) e associação para o tráfico
(03 anos de reclusão e 700 dias-multa), à PENA de 11 (onze) anos e 04

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(quatro) meses de RECLUSÃO pagamento de 1.533 (mil quinhentos e trinta
e três) DIAS-MULTA" (sic sentença, fls. 2007/2008).

Infere-se, pois, que a autoridade judiciária aplicou à apelante a


pena-base mínima para ambos os delitos, de modo a tornar prejudicada a pretensão de
reduzir a pena aquém desse quantitativo.
Ato seguinte, em relação à pretendida aplicação da confissão
espontânea a ambos os delitos, tem-se de uma atenta análise de ambos os interrogatórios
que a apelante negou as imputações delitivas que lhes foram irrogadas, de modo a não
restar margem ao acolhimento da pretensão defensiva, cujas razões de fls. 2386/2402,
bem a propósito, sequer explicam sob qual aspecto a atenuante em referência
deveria ser aplicada.
Mesmo que possível fosse antever qualquer grau, mínimo que
fosse, de colaboração de Cristina para a elucidação dos fatos, ela esbarraria nas regras
do enunciado da Súmula 231/STJ:

Fl. 196 de 226


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"A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à
redução da pena abaixo do mínimo legal".

Na terceira fase, o reconhecimento e aplicação da causa especial


de diminuição de pena do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas esbarra na condenação da
apelante no delito de associação ao tráfico de drogas.
De acordo com maciça jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, a condenação por associação ao tráfico torna juridicamente impossível a
aplicação da causa especial de diminuição de pena do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas,
dada à dedicação às atividades criminosas que esse crime exige para a sua
caracterização. Verbi gratia:
"(...) Considerando a manutenção do decreto condenatório pela
prática dos crimes tipificados nos arts. 33 e 35, ambos da Lei 11.343/2006,
não há possibilidade de aplicação da causa de diminuição prevista no art.

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33, § 4º, da Lei de Drogas. Isso porque a condenação pela prática do crime
de associação para o tráfico obsta o reconhecimento da referida minorante,
ante a dedicação à atividade criminosa inerente ao delito. (...)" (STJ, HC
477.712/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA,
julgado em 19/03/2019, DJe 28/03/2019).

Por último, há considerar que a aplicação da regra da


continuidade delitiva para a referida apelante não deve prevalecer, devendo ser
alijada.
Consoante bem esclarece o douto parecerista:
"Na terceira fase da dosimetria, os apelantes Édio Carlos
Marçal e Cristina Zaura pediram pelo afastamento na causa de aumento de
pena prevista no artigo 71 do Código Penal (continuidade delitiva),
havendo a concordância do ilustre Promotor de Justiça as contrarrazões,
pois só foi imputada uma conduta de tráfico de drogas para cada acusado.

Fl. 197 de 226


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Assim assiste razão aos defensores e à Promotoria de Justiça, devendo essas
razões serem estendidas também aos sentenciados Gledi Gonçalves Dias,
Jaime Gonçalves dos Santos e Elizângela da Silva Monteiro pois, ainda que
tenha sido evidenciada a reiterada traficância exercida pelos acusados,
conforme consta da denúncia, foi imputado e individualizado apenas um
delito de tráfico de drogas para cada acusado, sendo Cristina e Jaime
incursionados no 1º fato, Edio no 2º fato, Elizângela e Gledi no 4º fato, e
mesmo na narrativa do histórico dos fatos consta a imputação de fatos
individuais a cada um dos réus, os quais foram condenados exatamente
pelos delitos ali narrados.

Desse modo, inexistindo a imputação e comprovação de


pluralidade de crimes de tráfico de drogas pelos acusados, em semelhantes
circunstâncias de tempo, lugar e modo de execução, deve ser excluída das

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penas dos acusados Édio Carlos Marçal, Cristina Zaura, Gledi Gonçalves
Dias, Jaime Gonçalves dos Santos e Elizângela da Silva Monteiro, a
majorante prevista no artigo 71, do Código Penal" (sic parecer, fls.
2826/2827-TJ).

De fato, Cristina fora denunciada e condenada apenas pela


venda de 8,2kg de cocaína a Gilliard Augusto de Lima e John Lennon Candido da Silva,
a mando do esposo Geovan Firmino da Silva (Fato 01), bem como pela associação
criminosa que ela mantinha com o próprio Geovan (Fato 06), de modo a não caber
contra ela a aplicação da regra da continuidade delitiva, que deve ser excluída.
Com efeito, alijado o acréscimo correspondente à continuidade
delitiva, promovo a redução da pena de Cristina Zaura para o mínimo legal de 05 anos
de reclusão, e 500 dias-multa, a qual somada à pena do crime de associação ao tráfico de
drogas, resulta na pena final definitiva de 08 anos de reclusão, e 800 dias-multa, valor
unitário mínimo.

Fl. 198 de 226


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Em relação ao regime inicial de cumprimento da pena, merece
corrigenda a sentença, pois nada obstante haja menção à aplicação das disposições do
art. 33, § 3º, do CP, é certo que todas as circunstâncias judiciais analisadas em relação
a Cristina foram valoradas favoravelmente a ela, não restando base para que lhe seja
aplicado o regime mais gravoso de cumprimento da pena.
O art. 33, §§ 2º e 3º, do CP, estabelece que:
"Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

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a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de
segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola,


industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas


em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar


a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4


(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la

Fl. 199 de 226


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em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior


a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena


far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)"

O que a norma do § 3º do art. 33 do CP identifica é que, estando


a pena privativa de liberdade aplicada ao réu primário em mais de cinco e igual ou
inferior a oito anos, a escolha do regime inicial de cumprimento de pena dependerá da
avaliação feita pelo Magistrado sobre as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, e art.
42 da Lei Antidrogas. Sendo todas elas favoráveis, o juiz não poderá eleger o regime
mais gravoso somente pela gravidade abstrata do crime.

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Tal posicionamento é pacificado e inclusive foi sumulado pelo
Pretório Excelso.
"A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do
que o permitido segundo a pena aplicada" (Súmula 718/STF).

"A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a


pena aplicada permitir exige motivação idônea" (Súmula 719/STF).

Nesse sentido, há muito tempo a jurisprudência se alinha a tal


posicionamento, a saber:
"Fixada a pena-base no mínimo legal e na falta de
circunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu - primário e com bons
antecedentes - não é possível infligir regime prisional mais gravoso apenas
com base na gravidade genérica do delito. Inteligência do art. 33, §§ 2º e
3ºm c/c art. 59, ambos do Código Penal. Incidência das Súmulas 718 e 719

Fl. 200 de 226


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do Supremo Tribunal Federal" (STJ, HC 67.984/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, j.
20/11/2007).

Assim, promovo o abrandamento da pena final aplicada a


Cristina Zaura para 08 anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, e pagamento
de 1200 dias-multa, valor unitário mínimo.

IV.II. EDIO CARLOS MARÇAL

A defesa de Édio Carlos Marçal postula a redução da pena,


anotando que a autoridade judiciária sentenciante levou em consideração apenas em
tão-somente a continuidade delitiva, inexistente in casu.
"Não há o que se falar em continuidade delitiva, quanto mais no
aumento de 2/3, extrapolando os limites do razoável, a mantença nesse

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patamar é evidente violação à norma infraconstitucional" (sic razões, fl.
2089);

Além disso, pede o reconhecimento e aplicação da minorante


do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, em sua fração máxima.
Infere-se que a douta autoridade judiciária sentenciante formulou
a seguinte linha de análise:
"CONDUTA DE ÉDIO CARLOS MARÇAL

Do crime previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006.

Pena - reclusão de 05 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de


500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

1ª FASE.

Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do


Código Penal e artigo 42 da Lei Federal n.º 11.343/2006, tem-se que:

Fl. 201 de 226


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Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


1.) culpabilidade: próprias do tipo.

2.) antecedentes: são imaculados, consoante folha de


Antecedentes Criminais obtida pelo Sistema Apolo.

3.) conduta social: não há nos autos como aferir a conduta


social do acusado.

4.) personalidade: não há como aferir, sendo que nos autos não
consta nenhuma verificação especializada.

5.) motivos: próprios do crime.

6.) circunstâncias: próprias do crime.

7.) consequências: próprias do crime.

8.) comportamento da vítima: nada que diferencie do tipo penal.

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Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Analisando, pois, o conjunto das circunstâncias judiciais,
entendo que para a prevenção, reprovação do crime e, notadamente a
ressocialização do acusado, a pena-base deve ser fixada no mínimo legal.
FIXO-A, portanto, em 05 (cinco) anos de RECLUSÂO e pagamento de 500
(quinhentos) DIAS-MULTA, cada dia-multa equivalente a um trigésimo do
salário-mínimo, na data do fato, atualizável na execução (art. 49, § 2º, CP).

2ª FASE

Não concorrem circunstâncias atenuantes e/ou agravantes a


serem valoradas.

3ª FASE

Anoto que o delito fora praticado por várias vezes,


caracterizando a continuidade delitiva, na forma do artigo 71, do Código
Penal , pelo que aumento a pena em 2/3, resultando em uma PENA de 08

Fl. 202 de 226


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TJMT
Fls:2940

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(oito) anos e 04 (quatro) meses de RECLUSÂO e pagamento de 833
(oitocentos e trinta e três) DIAS-MULTA.

Na terceira e última fase da fixação da pena, DEIXO de aplicar


a causa de diminuição de pena prevista no § 4º do artigo 33 da Lei nº
11.343/2006, em vista da dedicação ao tráfico ilícito, resultando numa pena
final de 08 (oito) anos e 04 (quatro) meses de RECLUSÂO e pagamento de
833 (oitocentos e trinta e três) DIAS-MULTA.

Do crime previsto no artigo 35 da Lei 11.343/2006.

Pena - reclusão, de 03 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de


700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

1ª FASE.

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do
Código Penal, tem-se que:

1.) culpabilidade: própria do tipo.

2.) antecedentes: são imaculados, consoante folha de


Antecedentes Criminais obtida pelo Sistema Apolo.

3.) conduta social: não há nos autos como aferir a conduta


social do acusado.

4.) personalidade: não há como aferir, sendo que nos autos não
consta nenhuma verificação especializada.

5.) motivos: próprios do crime.

6.) circunstâncias: próprias do crime.

7.) consequências: próprias do crime.

8.) comportamento da vítima: nada que diferencie do tipo penal.

Fl. 203 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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Analisando, pois, o conjunto das circunstâncias judiciais,
entendo que para a prevenção, reprovação do crime e, notadamente a
ressocialização do acusado, a pena-base deve ser fixada acima do mínimo
legal. FIXO-A, portanto, em 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de
700 (setecentos) DIAS-MULTA, cada dia-multa equivalente a um trigésimo
do salário-mínimo, na data do fato, atualizável na execução (art. 49, § 2º,
CP).

2ª FASE.

Não concorrem circunstâncias atenuantes e/ou agravantes a


serem observadas.

3ª FASE.

Não há causas de aumento ou de diminuição, torno definitiva a

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pena de 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de 700 (setecentos)
DIAS-MULTA, por entender necessária e suficiente para a reprovação do
crime.

DO CONCURSO MATERIAL

Em sendo aplicável in casu a regra disciplinada no artigo 69 do


Código Penal (concurso material de delitos), fica o réu ÉDIO CARLOS
MARÇAL definitivamente condenada pelas penas referentes ao tráfico de
drogas (08 anos e 04 meses de reclusão e 833 dias-multa) e associação para
o tráfico (03 anos de reclusão e 700 dias-multa), à PENA de 11 (onze) anos
e 04 (quatro) meses de RECLUSÃO pagamento de 1.533 (mil quinhentos e
trinta e três) DIAS-MULTA" (sic sentença, fls. 2009v/2010v).

Na terceira fase, o reconhecimento e aplicação da causa especial


de diminuição de pena do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas esbarra na condenação da
apelante no delito de associação ao tráfico de drogas.

Fl. 204 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
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TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

Validação deste em http://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJTBJ 7QALN ULAJM 6922A


De acordo com maciça jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, a condenação por associação ao tráfico torna juridicamente impossível a
aplicação da causa especial de diminuição de pena do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas,
dada à dedicação às atividades criminosas que esse crime exige para a sua
caracterização.
Por último, há considerar que a aplicação da regra da
continuidade delitiva para a referida apelante não deve prevalecer, devendo ser
alijada.
De fato, Édio fora denunciado e condenado apenas pela
aquisição de 10,2kg de cocaína de Geovan Firmino da Silva (Fato 02), bem como pela
associação criminosa que ela mantinha com Enilson José de Paula (Fato 06), de modo a
não caber contra ele a aplicação da regra da continuidade delitiva, que deve ser excluída.
De fato, reprisando as inferências já trazidas na reavaliação da

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pena de Cristina Zaura, em relação ao presente apelante, ocorreu o mesmo erro.
Com efeito, alijado o acréscimo correspondente à continuidade
delitiva, promovo a redução da pena de Édio Carlos Marçal para o mínimo legal de 05
anos de reclusão, e 500 dias-multa, a qual somada à pena do crime de associação ao
tráfico de drogas, resulta na pena final definitiva de 08 anos de reclusão, e 800
dias-multa, valor unitário mínimo.
Em relação ao regime inicial de cumprimento da pena, merece
corrigenda a sentença, pois nada obstante haja menção à aplicação das disposições do
art. 33, § 3º, do CP, é certo que todas as circunstâncias judiciais analisadas em relação
a Édio foram valoradas favoravelmente, não restando base para que lhe seja aplicado o
regime mais gravoso de cumprimento da pena.
O art. 33, §§ 2º e 3º, do CP, estabelece que:
"Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada

Fl. 205 de 226


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pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de


segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola,


industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas


em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os

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seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar


a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4


(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la
em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior


a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena


far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)"

O que a norma do § 3º do art. 33 do CP identifica é que, estando


a pena privativa de liberdade aplicada ao réu primário em mais de cinco e igual ou

Fl. 206 de 226


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inferior a oito anos, a escolha do regime inicial de cumprimento de pena dependerá da
avaliação feita pelo Magistrado sobre as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, e art.
42 da Lei Antidrogas. Sendo todas elas favoráveis, o juiz não poderá eleger o regime
mais gravoso somente pela gravidade abstrata do crime.
Tal posicionamento é pacificado e inclusive foi sumulado pelo
Pretório Excelso.
"A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do
que o permitido segundo a pena aplicada" (Súmula 718/STF).

"A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a


pena aplicada permitir exige motivação idônea" (Súmula 719/STF).

Nesse sentido, há muito tempo a jurisprudência se alinha a tal

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posicionamento, a saber:
"Fixada a pena-base no mínimo legal e na falta de
circunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu - primário e com bons
antecedentes - não é possível infligir regime prisional mais gravoso apenas
com base na gravidade genérica do delito. Inteligência do art. 33, §§ 2º e
3ºm c/c art. 59, ambos do Código Penal. Incidência das Súmulas 718 e 719
do Supremo Tribunal Federal" (STJ, HC 67.984/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, j.
20/11/2007).

Assim, promovo o abrandamento do regime inicial de


cumprimento da pena aplicada a Édio Carlos Marçal para 08 anos de reclusão, em
regime inicial semiaberto, e pagamento de 1200 dias-multa, valor unitário mínimo.

IV.III. ELIZÂNGELA DA SILVAMONTEIRO

A defesa de Elizângela da Silva Monteiro postula a redução da

Fl. 207 de 226


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pena, anotando que a autoridade judiciária sentenciante levou em consideração apenas
em tão-somente a continuidade delitiva, inexistente in casu.
"Não há o que se falar em continuidade delitiva, quanto mais no
aumento de 2/3, extrapolando os limites do razoável, a mantença nesse
patamar é evidente violação à norma infraconstitucional" (sic razões, fl.
2089);

Além disso, pede o reconhecimento e aplicação da minorante


do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, em sua fração máxima.
Infere-se que a douta autoridade judiciária sentenciante formulou
a seguinte linha de análise:
"CONDUTA DE ELIZÂNGELA DA SILVA MONTEIRO

Do crime previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006.

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Pena - reclusão de 05 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

1ª FASE.

Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do


Código Penal e artigo 42 da Lei Federal n.º 11.343/2006, tem-se que:

1.) culpabilidade: próprias do tipo.

2.) antecedentes: são imaculados, consoante folha de


Antecedentes Criminais obtida pelo Sistema Apolo.

3.) conduta social: não há nos autos como aferir a conduta


social do acusado.

4.) personalidade: não há como aferir, sendo que nos autos não
consta nenhuma verificação especializada.

5.) motivos: próprios do crime.

Fl. 208 de 226


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6.) circunstâncias: próprias do crime.

7.) consequências: próprias do crime.

8.) comportamento da vítima: nada que diferencie do tipo penal.

Analisando, pois, o conjunto das circunstâncias judiciais,


entendo que para a prevenção, reprovação do crime e, notadamente a
ressocialização do acusado, a pena-base deve ser fixada no mínimo legal.
FIXO-A, portanto, em 05 (cinco) anos de RECLUSÂO e pagamento de 500
(quinhentos) DIAS-MULTA, cada dia-multa equivalente a um trigésimo do
salário-mínimo, na data do fato, atualizável na execução (art. 49, § 2º, CP).

2ª FASE

Não concorrem circunstâncias atenuantes e/ou agravantes a

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serem valoradas.

3ª FASE

Anoto que o delito fora praticado por várias vezes,


caracterizando a continuidade delitiva, na forma do artigo 71, do Código
Penal , pelo que aumento a pena em 2/3, resultando em uma PENA de 08
(oito) anos e 04 (quatro) meses de RECLUSÂO e pagamento de 833
(oitocentos e trinta e três) DIAS-MULTA.

Na terceira e última fase da fixação da pena, DEIXO de aplicar


a causa de diminuição de pena prevista no § 4º do artigo 33 da Lei nº
11.343/2006, em vista da dedicação ao tráfico ilícito, resultando numa pena
final de 08 (oito) anos e 04 (quatro) meses de RECLUSÂO e pagamento de
833 (oitocentos e trinta e três) DIAS-MULTA.

Do crime previsto no artigo 35 da Lei 11.343/2006.

Pena - reclusão, de 03 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de

Fl. 209 de 226


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700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

1ª FASE.

Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do


Código Penal, tem-se que:

1.) culpabilidade: própria do tipo.

2.) antecedentes: são imaculados, consoante folha de


Antecedentes Criminais obtida pelo Sistema Apolo.

3.) conduta social: não há nos autos como aferir a conduta


social do acusado.

4.) personalidade: não há como aferir, sendo que nos autos não
consta nenhuma verificação especializada.

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5.) motivos: próprios do crime.

6.) circunstâncias: próprias do crime.

7.) consequências: próprias do crime.

8.) comportamento da vítima: nada que diferencie do tipo penal.

Analisando, pois, o conjunto das circunstâncias judiciais,


entendo que para a prevenção, reprovação do crime e, notadamente a
ressocialização do acusado, a pena-base deve ser fixada acima do mínimo
legal. FIXO-A, portanto, em 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de
700 (setecentos) DIAS-MULTA, cada dia-multa equivalente a um trigésimo
do salário-mínimo, na data do fato, atualizável na execução (art. 49, § 2º,
CP).

2ª FASE.

Não concorrem circunstâncias atenuantes e/ou agravantes a

Fl. 210 de 226


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TJMT
Fls:2944

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serem observadas.

3ª FASE.

Não há causas de aumento ou de diminuição, torno definitiva a


pena de 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de 700 (setecentos)
DIAS-MULTA, por entender necessária e suficiente para a reprovação do
crime.

DO CONCURSO MATERIAL

Em sendo aplicável in casu a regra disciplinada no artigo 69 do


Código Penal (concurso material de delitos), fica a ré ELIZÂNGELA DA
SILVA MONTEIRO definitivamente condenada pelas penas referentes ao
tráfico de drogas (08 anos e 04 meses de reclusão e 833 dias-multa) e
associação para o tráfico (03 anos de reclusão e 700 dias-multa), à PENA

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de 11 (onze) anos e 04 (quatro) meses de RECLUSÃO pagamento de 1.533
(mil quinhentos e trinta e três) DIAS-MULTA" (sic sentença, fls.
2010v/2012).

Reiterando aquilo que já foi dito em relação à apelante Cristina


Zaura, tem-se de uma atenta análise de ambos os interrogatórios que a apelante negou
as imputações delitivas que lhes foram irrogadas, de modo a não restar margem ao
acolhimento da pretensão defensiva quanto ao pedido de aplicação da confissão
espontânea, cujas razões de fls. 2129/2156, bem a propósito, sequer explicam sob
qual aspecto a atenuante em referência deveria ser aplicada.
Mesmo que possível fosse antever qualquer grau, mínimo que
fosse, de colaboração de Elizângela para a elucidação dos fatos, ela esbarraria nas regras
do enunciado da Súmula 231/STJ:
"A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à
redução da pena abaixo do mínimo legal".

Fl. 211 de 226


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Na terceira fase, o reconhecimento e aplicação da causa especial
de diminuição de pena do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas esbarra na condenação da
apelante no delito de associação ao tráfico de drogas.
De acordo com maciça jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, já mencionada outrora, a condenação por associação ao tráfico torna
juridicamente impossível a aplicação da causa especial de diminuição de pena do art. 33,
§ 4º, da Lei Antidrogas, dada à dedicação às atividades criminosas que esse crime exige
para a sua caracterização.
Por último, há considerar que a aplicação da regra da
continuidade delitiva para a referida apelante não deve prevalecer, devendo ser
alijada.
De fato, Elizângela fora denunciada e condenada apenas pela
venda de 50kg de cocaína a Gledi Gonçalves Dias (Fato 04), bem como pela associação

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criminosa que ela mantinha com o esposo Edelson da Rocha Mendes (Fato 06), de modo
a não caber contra ela a aplicação da regra da continuidade delitiva, que deve ser
excluída.
Com efeito, alijado o acréscimo correspondente à continuidade
delitiva, promovo a redução da pena de Elizângela da Silva Monteiro para o mínimo
legal de 05 anos de reclusão, e 500 dias-multa, a qual somada à pena do crime de
associação ao tráfico de drogas, resulta na pena final definitiva de 08 anos de reclusão,
e 800 dias-multa, valor unitário mínimo.
Em relação ao regime inicial de cumprimento da pena, merece
corrigenda a sentença, pois nada obstante haja menção à aplicação das disposições do
art. 33, § 3º, do CP, é certo que todas as circunstâncias judiciais analisadas em relação
a Édio foram valoradas favoravelmente, não restando base para que lhe seja aplicado o
regime mais gravoso de cumprimento da pena.
O art. 33, §§ 2º e 3º, do CP, estabelece que:
"Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime

Fl. 212 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Fls:2945

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fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de


segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola,


industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado.

Chave de acesso: 97686758-459d-437b-b862-0ee7ff3556e8


Acesso ao documento em: http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/consulta.aspx
Documento assinado digitalmente por: JUVENAL PEREIRA DA SILVA:34, em 15/07/2019 13:45:28
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas
em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar


a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4


(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la
em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior


a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena


far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)"

Fl. 213 de 226


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O que a norma do § 3º do art. 33 do CP identifica é que, estando
a pena privativa de liberdade aplicada ao réu primário em mais de cinco e igual ou
inferior a oito anos, a escolha do regime inicial de cumprimento de pena dependerá da
avaliação feita pelo Magistrado sobre as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, e art.
42 da Lei Antidrogas. Sendo todas elas favoráveis, o juiz não poderá eleger o regime
mais gravoso somente pela gravidade abstrata do crime.
Tal posicionamento é pacificado e inclusive foi sumulado pelo
Pretório Excelso.
"A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do
que o permitido segundo a pena aplicada" (Súmula 718/STF).

"A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a


pena aplicada permitir exige motivação idônea" (Súmula 719/STF).

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Nesse sentido, há muito tempo a jurisprudência se alinha a tal
posicionamento, a saber:
"Fixada a pena-base no mínimo legal e na falta de
circunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu - primário e com bons
antecedentes - não é possível infligir regime prisional mais gravoso apenas
com base na gravidade genérica do delito. Inteligência do art. 33, §§ 2º e
3ºm c/c art. 59, ambos do Código Penal. Incidência das Súmulas 718 e 719
do Supremo Tribunal Federal" (STJ, HC 67.984/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, j.
20/11/2007).

Assim, promovo o abrandamento do regime inicial de


cumprimento da pena aplicada a Elizângela da Silva Monteiro para 08 anos de
reclusão, em regime inicial semiaberto, e pagamento de 800 dias-multa, valor
unitário mínimo.

Fl. 214 de 226


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TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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IV.IV.CARLA PATRÍCIACAMPOS ALVES

A apelante busca demonstrar que a pena-base foi aplicada no


mínimo legal; entretanto, considerando a ausência de proporcionalidade da reprimenda
aplicada, requer a sua redução a um quantitativo aquém do mínimo legal.
Na sequência, postula ainda a exclusão da reincidência, por não
haver prova de que a apelante possui condenação anterior transitada em julgado.
Assere, ainda, a primariedade, residência e emprego como
pedagoga como elementos idôneos a capitanear a pretendida redução de pena,
requerendo, ainda, a aplicação do benefício constante do art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006, redução da multa em razão da hipossuficiência, a substituição por penas
restritivas de direito e a concessão dos efeitos da Justiça Gratuita.
A douta sentenciante aplicou a pena nos seguintes termos:

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"CONDUTA DE CARLA PATRÍCIA CAMPOS ALVES

Do crime previsto no artigo 35 da Lei 11.343/2006.

Pena - reclusão, de 03 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de


700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

1ª FASE.

Analisando as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do


Código Penal, tem-se que:

1.) culpabilidade: própria do tipo.

2.) antecedentes: são imaculados, consoante folha de


Antecedentes Criminais obtida pelo Sistema Apolo.

3.) conduta social: não há nos autos como aferir a conduta


social do acusado.

4.) personalidade: não há como aferir, sendo que nos autos não

Fl. 215 de 226


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consta nenhuma verificação especializada.

5.) motivos: próprios do crime.

6.) circunstâncias: próprias do crime.

7.) consequências: próprias do crime.

8.) comportamento da vítima: nada que diferencie do tipo penal.

Analisando, pois, o conjunto das circunstâncias judiciais,


entendo que para a prevenção, reprovação do crime e, notadamente a
ressocialização do acusado, a pena-base deve ser fixada acima do mínimo
legal. FIXO-A, portanto, em 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de
700 (setecentos) DIAS-MULTA, cada dia-multa equivalente a um trigésimo
do salário-mínimo, na data do fato, atualizável na execução (art. 49, § 2º,

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CP).

2ª FASE.

Não concorrem circunstâncias atenuantes e/ou agravantes a


serem observadas.

3ª FASE.

Não há causas de aumento ou de diminuição, torno definitiva a


pena de 03 (três) anos de RECLUSÃO e pagamento de 700 (setecentos)
DIAS-MULTA, por entender necessária e suficiente para a reprovação do
crime.

As penas deverão ser cumpridas em REGIME INICIALMENTE


FECHADO, consoante o artigo 33, §3º, do Código Penal.

Levando-se em consideração as circunstâncias judiciais do art.


59 do Código Penal, fixo o valor dos dias-multa em 1/30 (um trigésimo) do
salário mínimo vigente à época dos fatos, que deverá ser atualizada e

Fl. 216 de 226


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recolhida na forma e no prazo previsto nos artigos 49 e 50 da Lei
Substantiva Penal.

Deixo de substituir a pena privativa de liberdade por restritiva


de direitos de acordo com artigo 44 do Código Penal, bem como verifico ser
incabível a suspensão da pena nos termos do artigo 77 do Código Penal,
por estar ausentes os requisitos legais para tanto.

A condenada CARLA PATRÍCIA CAMPOS ALVES poderá


aguardar o trânsito em julgado da presente sentença em liberdade, já que
assim respondeu durante o decorrer do processo, não se vendo razão para
modificar, no atual estágio, tal situação jurídica." (sic sentença, fls.
213v/214).

Infere-se que o propósito de reduzir a pena-base a um quantum

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inferior ao mínimo legal esbarra no princípio da legalidade e no enunciado da Súmula
231/STJ.
Aliás, o art. 59 do CP é expresso ao determinar que o juiz,
atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime, a quantidade de pena-base aplicável "dentro dos
limites previstos" (inciso II), de modo que a atividade sancionatória, apesar de
comportar o uso da discricionariedade da autoridade judiciária, também se mostra
juridicamente vinculada aos limites legais impostos.
"Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Fl. 217 de 226


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I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)" (destaquei).

Como assevera Paulo José da Costa Júnior (in Comentários ao


Código Penal. Parte geral. São Paulo: Saraiva. 1989. p. 358), mutatis mutandis:
"A aplicação das circunstâncias legais haverá de respeitar
sempre os limites punitivos expressos no tipo. A adoção de posicionamento
diverso equivaleria a trocar a certeza do direito pelo arbítrio judicial"

Pensar de outra forma implicaria relativizar sem respaldo em lei


os limites que o legislador expressamente quis fixar, a bem da população e do próprio
condenado, que poderá antever desde a acusação a possível pena que poderá lhe ser

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aplicada.
Nesse sentido:
"[...] afastadas as causas de aumento ou de diminuição, a
fixação da pena, quanto às duas fases: a do 59 e a da consideração das
circunstâncias legais, não pode ser fixada aquém do mínimo legal, ou ainda
além do seu limite máximo" (STJ, REsp 178.493/SP, T5, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, j. 23.11.1999).

Logo, não merece juridicidade o pleito de redução da


pena-base aquém do mínimo legal.
Quanto ao pedido de exclusão da reincidência, a defesa
menciona a aplicação da pena de Gledi Gonçalves Dias, à fl. 2013, não se referindo à
apelante Carla Patricia, cuja agravante não foi aplicada na sentença.
Ato seguinte, a defesa postula a aplicação da especial minorante
descrita no art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas, enaltecendo a primariedade, bons
antecedentes, não dedicação às atividades criminosas e nem participação em organização

Fl. 218 de 226


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criminosa.
Contudo, a pretensão não merece acolhida.
O texto do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas é expresso ao
estabelecer que o benefício de redução de 1/6 a 2/3 da pena somente é aplicável aos
crimes previstos no art. 33, caput e § 1º, não sendo extensível ao crime de associação ao
tráfico (art. 35).
"§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão
em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)" (destaquei).

Além disso, se o condenado por associação ao tráfico demonstra


inexoravelmente, dedicação às atividades criminosas, não haveria coerência alguma o

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reconhecimento do benefício a esse tipo de criminoso, mesmo que primário e de bons
antecedentes, porque, em última instância, não estariam preenchidos os requisitos
cumulativos descritos na redação do art. 33, § 4º da Lei n. 11.343/2006.
Em relação ao regime inicial de cumprimento de pena, merece
corrigenda a sentença, pois nada obstante haja menção à aplicação das disposições do
art. 33, § 3º, do CP, é certo que todas as circunstâncias judiciais analisadas em relação
a Carla Patrícia foram valoradas favoravelmente, não restando base para que lhe seja
aplicado o regime mais gravoso de cumprimento da pena.
O art. 33, §§ 2º e 3º, do CP, estabelece que:
"Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

Fl. 219 de 226


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11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de


segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola,


industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas


em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar
a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4


(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la
em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior


a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena


far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)"

O que a norma do § 3º do art. 33 do CP identifica é que, estando


a pena privativa de liberdade aplicada ao réu primário em mais de cinco e igual ou
inferior a oito anos, a escolha do regime inicial de cumprimento de pena dependerá da
avaliação feita pelo Magistrado sobre as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, e art.

Fl. 220 de 226


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42 da Lei Antidrogas. Sendo todas elas favoráveis, o juiz não poderá eleger o regime
mais gravoso somente pela gravidade abstrata do crime.
Tal posicionamento é pacificado e inclusive foi sumulado pelo
Pretório Excelso.
"A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do
que o permitido segundo a pena aplicada" (Súmula 718/STF).

"A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a


pena aplicada permitir exige motivação idônea" (Súmula 719/STF).

Logo, aplicada a pena privativa de liberdade em quantidade


inferior a quatro anos, sendo primária e de bons antecedentes, fixo o regime inicial
aberto para o cumprimento da pena.

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A apelante ainda faz jus à substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do CP, por duas restritivas de
direito a serem definidas pelo Juízo da Execução Penal.
A pena de multa foi aplicada no mínimo legal de 700 dias-multa,
sendo inviável a redução aquém desse quantum, nos termos da fundamentação retro.
De igual modo, as custas processuais também se mostram
aplicáveis frente ao disposto na lei processual penal, e mesmo a alegação de provável
pobreza e o eventual deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita não impediria
a sua cobrança.
Bem a propósito, a melhor disciplina sobre a matéria impõe que
tal circunstância seja analisada na fase de execução pelo juiz competente, que possui
reais condições de aferir a condição financeira no momento da execução penal.
Não se olvida ainda do disposto no art. 804 do CPP, que
estabelece a exigência de pagamento das custas processuais ao condenado, bem a
disposição do art. 12 da Lei n.º 1060/50, no sentido de que a obrigação ao pagamento

Fl. 221 de 226


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das custas, no caso da impossibilidade momentânea ao pagamento, ao contrário de
exprimir caso de isenção imediata, determina o mero sobrestamento processual pelo
prazo de cinco anos e somente depois desse prazo, persistindo da causa de suspensão, é
que se opera a prescrição.
Assim, altero a pena final aplicada a Carla Patrícia Campos
Alves em 03 anos de reclusão, em regime inicial aberto, substituída por duas
restritivas de direito na forma do art. 44, do CP, a serem definidas pelo Juízo da
Execução Penal, e ao pagamento de 700 dias-multa, valor unitário mínimo.

IV.V. EXTENSÃO EX OFFICIO DA EXCLUSÃO DA


REGRA DO CRIME CONTINUADO AOS COACUSADOS NÃO APELANTES

Considerando que os sentenciados Jaime Gonçalves dos Santos

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fora condenado apenas pelo "Fato 01", estendo a ele os benefícios da exclusão da regra
da continuidade delitiva, por não ser cabível a um único crime.
Com efeito, alijado o acréscimo correspondente à continuidade
delitiva, promovo a redução da pena relativa ao tráfico de drogas imputado a Jaime para
o mínimo legal de 05 anos de reclusão, e 500 dias-multa, valor unitário mínimo.
Alijado o crime de associação ao tráfico, faz jus o réu às
disposições do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas, em sua fração mínima, considerando o
montante de droga por ele fornecida (8,2kg de cocaína).
Em relação ao regime inicial de cumprimento da pena, merece
corrigenda a sentença, pois nada obstante haja menção à aplicação das disposições do
art. 33, § 3º, do CP, é certo que todas as circunstâncias judiciais analisadas em relação
a Jaime foram valoradas favoravelmente, não restando base para que lhe seja aplicado
o regime mais gravoso de cumprimento da pena.
Assim, promovo o abrandamento do regime inicial de
cumprimento da pena aplicada a Jaime Gonçalves dos Santos para 04 anos e 02 meses

Fl. 222 de 226


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de reclusão, em regime inicial semiaberto, e pagamento de 420 dias-multa, valor
unitário mínimo.
Do mesmo modo, considerando que Gledi Gonçaves Dias fora
denunciado e condenado apenas pela aquisição de 50kg de cocaína de Geovan Firmino
da Silva (Fato 04), bem como pela associação criminosa que ela mantinha com esse
acusado (Fato 06), também não cabe contra ele a aplicação da regra da continuidade
delitiva.
Em relação ao regime inicial de cumprimento da pena, merece
ser mantida a sentença, dada à reincidência atestada nos autos, relembrando que o
reincidente não faz jus à observância do critério de fixação de regime de cumprimento
de pena pela quantidade de pena aplicada (art. 33, § 2º, do CP).
Assim, promovo o abrandamento do regime inicial de
cumprimento da pena aplicada a Gledi Gonçalves Dias para 09 anos e 04 meses de

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reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 1399 dias-multa, valor unitário
mínimo.
Mantenho, de outro lado, o perdimento do valor em dinheiro
apreendido em seu poder, bem como as demais disposições da sentença naquilo que não
conflitar com o presente.

V. DISPOSITIVO

Ante o exposto, com o parecer:


a) conheço e provejo parcialmente o recurso de apelação aviado
em prol de Cristina Zaura, qualificada, para determinar a exclusão da regra do crime
continuado por ela postulado, minorando-lhe a penal final para 08 anos de reclusão, em
regime inicial semiaberto, e pagamento de 1200 dias-multa, valor unitário mínimo,
em decorrência da condenação por tráfico de drogas (Fato 01) e associação ao tráfico de
drogas (Fato 06), nos termos do art. 33, caput, e 35, ambos da Lei n. 11.343/2006;

Fl. 223 de 226


PROJUDI - Processo: 0000647-86.2017.8.11.0011 - Ref. mov. 42.2 - Assinado digitalmente por Viviane de Oliveira Moliani
24/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão

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Fls:

TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL


APELAÇÃO Nº 60725/2017 - CLASSE CNJ - 417 COMARCA DE MIRASSOL
D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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b) conheço e provejo parcialmente o recurso de apelação aviado
em prol de Jaime Gonçalves dos Santos, qualificado, para absolve-lo da imputação de
associação para o tráfico, nos termos do art. 386, VII, do CPP, e, de ofício, determinar a
exclusão da regra do crime continuado e a aplicação da causa especial de diminuição de
pena do art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas, minorando-lhe a penal final para 04 anos e 02
meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, e pagamento de 420 dias-multa,
valor unitário mínimo, em decorrência da condenação por tráfico de drogas (Fato 01),
nos termos do art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006;
c) conheço e provejo parcialmente o recurso de apelação aviado
em prol de Édio Carlos Marçal, qualificado, para determinar a exclusão da regra do
crime continuado por ele postulado, minorando-lhe a penal final para 08 anos de
reclusão, em regime inicial semiaberto, e pagamento de 1200 dias-multa, valor
unitário mínimo, em decorrência da condenação por tráfico de drogas (Fato 02) e

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associação ao tráfico de drogas (Fato 06), nos termos do art. 33, caput, e 35, ambos da
Lei n. 11.343/2006;
d) conheço e desprovejo o recurso de apelação aviado em prol
de Gledi Gonçalves Dias, qualificado, mas, de ofício, promovo a extensão do
deferimento dos pedidos de exclusão da regra do crime continuado postulados pelas
defesas de Édio Carlos Marçal e Cristina Zaura, minorando-lhe a penal final para 09
anos e 04 meses de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 1399
dias-multa, valor unitário mínimo, em decorrência da condenação por tráfico de
drogas (Fato 04) e associação ao tráfico de drogas (Fato 06), nos termos do art. 33,
caput, e 35, ambos da Lei n. 11.343/2006;
e) conheço e desprovejo o recurso de apelação aviado em prol de
Elizângela da Silva Monteiro, qualificada, porém, de ofício, determino a exclusão da
regra do crime continuado, minorando-lhe a penal final para 08 anos de reclusão, em
regime inicial semiaberto, e pagamento de 1200 dias-multa, valor unitário mínimo,
em decorrência da condenação por tráfico de drogas (Fato 04) e associação ao tráfico de

Fl. 224 de 226


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D´OESTE

RELATOR: DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA

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drogas (Fato 06), nos termos do art. 33, caput, e 35, ambos da Lei n. 11.343/2006;
f) a) conheço e provejo parcialmente o recurso de apelação
aviado em prol de Carla Patrícia Campos Alves, qualificado, para abrandar o regime
inicial de cumprimento de pena e substitui-la por restritivas de direito, minorando-lhe a
penal final para 03 anos de reclusão, em regime inicial aberto, substituindo-a por duas
restritivas de direito a serem definidas pelo Juízo da Execução Penal, e pagamento de
700 dias-multa, valor unitário mínimo, em decorrência da condenação por associação
ao tráfico de drogas (Fato 06), nos termos do art. 35, da Lei n. 11.343/2006.
É como voto.

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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a
TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso,
sob a Presidência do DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA, por meio da Câmara
Julgadora, composta pelo DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA(Relator), DES. RUI
RAMOS RIBEIRO (Revisor) e DES. GILBERTO GIRALDELLI (Vogal), proferiu a
seguinte decisão: À UNANIMIDADE, DESPROVEU OS RECURSOS DE
ELIZÂNGELA DA SILVA MONTEIRO E GLEIDI GONÇALVES DIAS E DEU
PARCIAL PROVIMENTO AOS APELOS DE CRISTINA ZAURA, JAIME
GONÇALVES DOS SANTOS, ÉDIO CARLOS MARÇAL E CARLA PATRÍCIA

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CAMPOS ALVES.

Cuiabá, 10 de julho de 2019.

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DESEMBARGADOR JUVENAL PEREIRA DA SILVA- RELATOR

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