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PLANOS PEDAGÓGICOS E

ADMINISTRATIVOS PARA A
VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS

Por Márcio Pantoja e Baiard Guggi


Educadoras e Educadores,

Nos últimos meses temos vivenciado uma situação jamais imagina-


da anteriormente. Da noite para o dia nos vimos forçados a ficar em
confinamento em nossas residências e nos afastar de pessoas que
tanto queremos bem. Além disso, com este novo contexto e cená-
rio, precisamos aprender a desenvolver habilidades e técnicas para
darmos continuidade à nossa rotina de trabalho e estudo.

Nós do GO Bilingual, em parceria com a consultoria educacional


Alabama, elaboramos este e-book para ajudar você no retorno às
aulas presenciais após o período de isolamento social. Por meio
do conjunto de sugestões de medidas de prevenção, atividades
pedagógicas e soluções administrativas que listamos neste ma-
terial, esperamos que possamos contribuir no seu retorno,
quando for acontecer. Lembrando que a aplicabilidade de tais
sugestões depende do contexto de cada instituição, bem como
das orientações oficiais das secretarias de saúde e de educa-
ção do seu município.

Atenciosamente,

Equipe Pedagógica Go Bilingual.


Sumário
Preparando o Espaço Físico 04
Trabalhando as Atividades Socioemocionais 06
Sugestões de Atividades 09
Avaliação Diagnóstica 11
Replanejamento de Conteúdo 13
Gestão Segura e Sustentável 14

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Preparando o Espaço Físico
Temos tido a possibilidade de acompanhar as sugestões e decisões tomadas por
outros países que tiveram o isolamento social e a retomada das atividades presenciais
antes de nós. Sabemos que cada unidade escolar possui seu próprio espaço físico e,
sendo assim, cabe às escolas o papel de avaliar e adaptar as sugestões e medidas que
compartilhamos neste material para implementar em seu contexto escolar. As seguin-
tes medidas de proteção foram escolhidas com base em leituras das diretrizes e orien-
tações de órgãos especializados e competentes como Organização Mundial da Saúde
(OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Ministério da Saúde do Brasil
(MS) e Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).

Limpeza e higienização dos espaços na escola


• Faz-se necessária uma limpeza geral de todos os ambientes com água
sanitária e álcool 70º INPM antes da chegada de funcionários e alunos.
• Além disso, passar álcool nas maçanetas e interruptores é muito
importante. Tente deixar portas e janelas abertas para evitar o toque
excessivo das pessoas e possibilitar uma maior circulação de ar.
• Após a saída de alunos, deve ocorrer mais uma vez a limpeza de
todos os ambientes para recebê-los no dia seguinte.

Distanciamento social
• É fundamental que se mantenha uma distância entre 1,5m e 2m para
evitar contato físico direto dentro e fora de sala de aula. Se for possível,
seria interessante que sua escola dividisse as turmas em 2 grupos para o
modelo de aulas híbridas, ou seja, enquanto o grupo A está tendo aulas na
escola durante esta semana, o grupo B está acompanhando aulas pela
internet. Na semana seguinte os grupos mudam.
• Organize dentro de sala de aula e no refeitório a demarcação dos lugares
conforme as medidas já citadas para evitar aglomeração.
• Organize também o fluxo de pessoas, separando um corredor para ida e
outro para a volta. Se for inviável, uma solução seria a demarcação de fluxo
de ida e volta no mesmo corredor sempre buscando respeitar o distancia-
mento de 1,5m a 2m.

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• Evitar aglomerações é primordial, seja na entrada, na saída, no intervalo, e
até mesmo em locais em que os alunos precisem formar filas. É crucial
sinalizar a distância mínima já exemplificada.

Equipamento de Proteção Individual (EPI)


• É indispensável por parte dos funcionários o uso de luvas, máscaras, e
até mesmo protetor facial (face shield) - máscara de acrílico que protege o
rosto todo.
• Na entrada do colégio, é interessante que tenham funcionárias fazendo a
aferição de temperatura das pessoas que adentrarem o prédio usando um
termômetro digital ou infravermelho para evitar contato direto. Segundo
especialistas, a média de temperatura corporal humana oscila entre 36º e
37,5ºC. Caso o valor aferido seja maior do que 37,5ºC, realize os protocolos
orientados pela secretaria de saúde do seu estado e/ou município.
• Máscaras devem ser obrigatórias para todas as pessoas que estejam no
ambiente escolar. Especialistas recomendam que a cada 2h ou 3h, elas
sejam trocadas ou quando o usuário perceber que elas estão úmidas e/ou
sujas. Lembre-se de sempre orientar a comunidade escolar quanto ao uso
correto delas.
• Álcool 70° INPM deve estar presente em diversos ambientes da escola em
locais visíveis e com altura acessível para todas pessoas.
• Funcionários que trabalham diretamente com o público, como secretárias,
recepcionistas e porteiros devem usar máscara e protetor facial o tempo inteiro.
• Na recepção, se possível, instalar paredes de acrílico para evitar a propa-
gação de gotículas de saliva enquanto ocorrer a interação social. Caso esta
medida não seja viável, verificar a possibilidade de acontecer atendimento
remoto por parte da direção, coordenação e secretaria para evitar o acesso
desnecessário de visitantes às dependências da escola.

Itens de uso pessoal


• Incentivar somente o abastecimento de garrafas e copos em bebedou-
ros. Nas escolas que possuírem refeitório, encorajar alunos e funcionários
a trazerem talheres de suas casas para uso pessoal e intransferível. Se
possível, estimular alunos e funcionários a terem suas próprias toalhas
para secar as mãos após a lavagem. Assim, se evita tocar nos aparelhos
que dispensam papel toalha.

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Horários diferenciados
• Organizar mudanças nos horários de entrada, saída, bem como o interva-
lo/recreio evitando aglomerações.

Acessos distintos
• Se sua escola possuir mais de uma entrada, é interessante haver uma
organização de fluxo de entrada e saída de alunos e visitantes por locais
diferentes.

Higiene das mãos


• Lavar as mãos corretamente é primordial, por isso é importante que a
escola busque formas de ensinar e conscientizar toda a comunidade
escolar acerca deste procedimento que ajudará no combate à propagação
do vírus e transmissão de outras doenças. Conscientize alunos e funcio-
nários para que evitem tocar olhos, nariz e boca.

Etiqueta respiratória
• Segundo especialistas, a COVID-19 é transmitida pelo contato com
pessoas contaminadas pelo vírus por meio de espirro, saliva, tosse,
catarro, beijo, abraço e aperto de mão. Também é possível contrair a
doença por superfícies contaminadas, como assentos, mesas, portas,
janelas, tomadas, maçanetas, corrimãos e outros objetos. Portanto, ao
tossir ou espirrar, incentive alunos e funcionários a cobrirem a boca ou
nariz com o antebraço. É possível utilizar um lenço de papel e jogá-lo no
lixo imediatamente após o uso. Após jogá-lo fora, é preciso lavar bem as
mãos e usar álcool em gel para higienizá-las.

Trabalhando as Habilidades Socioemocionais


Com a retomada de aulas presenciais, a relação entre professor e aluno deve ser
marcada pelo fator afetivo e emocional que ambos vão ressignificar neste novo
cenário. Sabemos que quando há uma relação socioemocional entre os envolvidos
no processo de ensino-aprendizagem, as chances de se obter melhores resultados
são enormes. Por isso, é fundamental que na primeira semana de retorno presencial

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à escola, haja um acolhimento de colaboradores e alunos em um ambiente de em-
patia e de escuta ativa para entendermos o que as pessoas tem passado. É preciso
conversar sobre medos e angústias que os afligem. Pode ser que muitos tenham
perdido amigos e parentes, ou até mesmo contraído a doença. Não podemos ignorar
esses cenários.

O que são habilidades socioemocionais?


Por meio do respeito, empatia, alegria e descontração a escola precisa ajudar no
desenvolvimento de habilidades socioemocionais. A BNCC - Base Nacional
Comum Curricular, apresenta dez competências gerais de múltiplas dimensões
essenciais para nossa vida. Dentre elas, estão o autoconhecimento e autocuidado,
ou seja, o ser humano precisa conhecer-se, apreciar-se, e cuidar-se tanto da saúde
física quanto emocional. Para isso, é preciso compreender a diversidade humana e
reconhecer suas emoções e dos outros com autocrítica e capacidade para lidar
com elas. Portanto, é na escola que as crianças e jovens necessitam aprender
sobre si mesmos sabendo reconhecer suas potencialidades e fragilidades, a lidar
com diferentes emoções e buscar manter a sanidade física, mental e emocional.

Por que trabalhar as habilidades socioemocionais?


O processo de aprendizagem deveria ser realizado por uma visão holística e
humanista em que a emoção e a cognição estivessem correlacionadas, uma vez
que razão e emoção estão interligadas. Portanto, no momento em que alunos
aprendem a gerenciar suas emoções, é notório percebermos os impactos positivos
na vida social e escolar deles. A BNCC espera que alunos aprendam com o
desenvolvimento dessas habilidades a terem consciência de quem são, seu papel
na sociedade, seus pontos fortes e fracos para desenvolver em si o que ainda é
necessário para vivermos harmonicamente no século XXI.

Como trabalhar as habilidades socioemocionais?


Nas instituições de ensino superior, os profissionais de educação, na maioria das
vezes, são ensinados a trabalhar com uma visão mais conteudista do ensino, os
próprios exames de acesso a essas instituições nos direcionam para este modelo.
Consequentemente, as escolas precisam ajudar os professores a aprenderem
como trabalhar essas habilidades com os educandos. Neste sentido, faz-se crucial
a busca e o incentivo por cursos de formação continuada para que o corpo docente
se capacite para as novas demandas e exigências da BNCC e do nosso contexto
após a pandemia. Talvez sua escola não consiga fomentar esse processo de

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formação antes da retomada de aulas presenciais, por isso sugerimos algumas
atividades que podem ser adaptadas para o seu contexto escolar:

• Incentivar espaços e momentos de escuta ativa: é muito comum que as


pessoas tenham muitas dúvidas devido ao excesso de informações veiculadas em
diferentes meios de comunicação e mídias sociais. Logo, o ambiente escolar preci-
sa ser um espaço de diálogo e questionamentos para que se desenvolva o pensa-
mento crítico. A direção escolar precisa fazer essa acolhida com os funcionários
antes de receber os alunos. É interessante que tenham momentos distintos com
médicos e psicólogos para esclarecimentos e preparação da equipe que vai rece-
ber os educandos. Dependendo da realidade de cada instituição, essas conversas
podem acontecer em espaços amplos da escola respeitando o distanciamento
social ou podem ser feitas via rádio se a escola possuir esta estrutura.

• Relações interpessoais: como consequência do isolamento social, a forma


como nos relacionamos com as pessoas mudou. Por isso, através de atividades e
dinâmicas em grupos, respeitando e obedecendo os protocolos de distanciamento,
as pessoas podem conversar sobre como estão se sentindo no momento de retor-
no, como se sentiram durante o confinamento, quais atividades mais fizeram para
passar o tempo, como elas imaginam a vida a partir de agora, se perderam ou não
parentes, amigos ou vizinhos, quais são os medos e desafios que terão de enfren-
tar a partir de agora.

• Restabelecimento de estabilidade e segurança: é preciso envolver os


alunos em uma discussão sobre como todos devem agir e quais são as mudanças
que deveremos tomar enquanto escola para que possamos de maneira coletiva
combater o inimigo invisível que é o vírus. A atividade de contrato de aprendizagem
é muito importante neste momento para que haja um maior engajamento dos
alunos. Claro que a dinâmica de como esse contrato será feito, vai variar de acordo
com o segmento a ser trabalhado. Com a educação infantil, os alunos podem fazer
desenhos para expressar a opinião e/ou dúvida.
Como as mudanças podem acontecer rapidamente, é primordial que as
informações sejam repassadas diariamente para que a segurança de todos seja
mantida. Manter o canal de discussão sempre aberto ajuda no fortalecimento das
relações interpessoais de todos os agentes do processo educacional.

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Sugestões de Atividades
Para a educação infantil, sugerimos que usem pelúcias, brinquedos ou mascotes
para que os alunos sejam ajudados de forma lúdica a compreender a seriedade do
momento em que estamos vivendo. Aqui no Go Bilingual, trabalhamos a língua
inglesa com a nossa pelúcia - a Stacey. Além de ser uma aliada de nossos docen-
tes no desenvolvimento linguístico dos alunos, ela nos ajuda a cumprir esse papel
de suporte socioemocional.

• Cantinho do esclarecimento com a “Stacey” ou


“Stacey” talk show: Os alunos da educação infantil de-
senham, escrevem ou perguntam dúvidas e/ou preocupa-
ções acerca do coronavírus, sobre o que aconteceu com
eles durante a pandemia, sobre os procedimentos que de-
verão ser tomados por todos a partir de agora para segu-
rança, saúde e bem-estar de toda a comunidade escolar.
Se a escola optar pelo talk show, seria interessante organizar o espaço para que
as crianças sejam as convidadas e a “Stacey” seja a especialista que vai sanar as
dúvidas e orientá-las neste processo de retomada ao ambiente escolar. Se a sua
escola não possui nosso programa ainda, substitua a “Stacey” pela pelúcia, brin-
quedo ou mascote que for usado para cada série. Para o ensino fundamental,
esta atividade pode ser feita como uma caixa de dúvidas e sugestões de temas
para serem debatidos nesses encontros de acolhimento com os alunos.

• Meme da Quarentena: com alunos da educação infantil e


fundamental séries iniciais, pedir que façam desenhos e
expliquem quem eram eles no período da quarentena (alegre,
preguiçoso, brincalhão, sonolento, comilão, etc). Após esse
momento, os professores e demais colegas fazem perguntas
aos alunos para que expliquem suas emoções e sentimentos
durante o confinamento. Com os estudantes do fundamental
anos finais, o professor pode pedir para que usem o aplicativo/website padlet e façam
memes explicando quem eles eram no período do confinamento.

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• Mural das emoções: esta atividade pode ser feita com
todos os segmentos. O professor pede que os alunos
façam desenhos em uma folha de papel representando
qual sentimento define cada um deles no período da qua-
rentena, o sentimento que estão tendo agora no momento
de retomada às atividades presenciais e o sentimento
para o futuro após COVID-19. Os desenhos podem ser
expostos pela sala de aula e todos fazem uma roda de conversa para falarem
sobre as produções, fazendo perguntas, comentários, elogios e dando suporte
aos amigos.

• Árvores dos desejos: após conversas com os funcioná-


rios e alunos sobre a situação atual, pedir que eles regis-
trem os desejos para o momento após a pandemia, desta
maneira um painel em forma de árvore estrondosa, bonita
e cheia de vida é confeccionado e colocado nas salas de
aula para que os alunos possam registrar seus desejos de
um futuro melhor. No caso dos funcionários, as árvores
devem ser colocadas nos ambientes em que eles mais estejam presentes de
acordo com o cargo exercido na escola (sala dos professores, secretaria, coorde-
nação, cantina, etc). Para alunos da educação infantil, os desejos podem ser
expressos em forma de desenhos.

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Avaliação Diagnóstica
Sabemos do esforço gigantesco que profissionais em educação tiveram para que
as aulas remotas acontecessem e os alunos não perdessem tanto o contato
interpessoal com os colegas e professores quanto os conteúdos do currículo via
ambiente remoto de aprendizagem. Sabemos ainda que cada instituição buscou
impactar da melhor maneira a vida dos alunos. Entretanto, como esta forma de
ensino foi novidade para a maioria das escolas e alunos, precisamos mensurar os
resultados desta modalidade. Portanto, sugerimos que inicialmente os seguintes
instrumentos de avaliação sejam implementados de acordo com a realidade de
sua comunidade escolar:

• Avaliação diagnóstica: sabemos que os alunos possuem diferentes níveis de


aprendizagem em sala de aula de qualquer disciplina. Esta heterogeneidade pode
ter sido ampliada devido ao modelo de ensino remoto porque estudantes pos-
suem formas distintas de acesso aos materiais bem como às aulas. Alguns pos-
suem suporte dos responsáveis enquanto que outros não. Devemos levar em
consideração também o fator de adaptabilidade ao ensino remoto. Desta maneira,
é fundamental que a escola organize uma avaliação diagnóstica, a partir da
segunda semana de retorno à escola, com questões discursivas e de múltipla
escolha, baseada nos conteúdos ministrados durante a pandemia. É importante
ressaltar que tal avaliação não visa dar uma nota para o aluno, mas sim averiguar
a efetividade da aprendizagem dos alunos diante do modelo de aulas que adota-
mos por conta da COVID-19.

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• Autoavaliação dos discentes: sabemos que a BNCC nos informa que deve-
mos ajudar o aluno a desenvolver consciência crítica para que seja autônomo e
protagonista do processo de aprendizagem. Por isso, é crucial que a escola de-
senvolva ferramentas como questionários de autoavaliação (Google forms, por
exemplo) para os alunos refletirem e avaliarem o que foi aprendido e o que precisa
ser estudado um pouco mais. Para cada assunto abordado no ensino remoto, os
estudantes teriam as seguintes opções para autoavaliação: Abaixo da média -
Satisfatório - Acima da média. Após cada assunto, seria bom ter um espaço para
considerações pessoais, assim é possível personalizar as ações pedagógicas
para ajudá-los.

• Readequação de conteúdos: a partir dos resultados obtidos com os instru-


mentos avaliativos já citados, sugerimos que a escola elabore um calendário de
reposições e reforços para os conteúdos apontados pelos estudantes. Seria pro-
veitoso se os professores pudessem trabalhar de maneira interdisciplinar e com
metodologias ativas para que os alunos estivessem envolvidos integralmente no
processo de ensino-aprendizagem. Esses encontros podem acontecer, por
exemplo, aos sábados como uma solução para a questão da (in)compatibilidade
do calendário escolar, ou com aulas gravadas para que os alunos estudem de ma-
neira autônoma. Após o estudo prévio, é interessante que tenham momentos
específicos em sala de aula presencial com o professor para um debate dos dis-
centes mediados pelo educador.

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Replanejamento do Conteúdo
É crucial que tenhamos em mente que a aprendizagem
acontece de maneira espiral e contínua. Em outras pala-
vras, não é porque identificamos alguma defasagem em
determinados conteúdos que isso marcará negativa-
mente para sempre a vida acadêmica de nossos discen-
tes. Devemos ter em mente que o mesmo conteúdo que
não pôde ser explicado e/ou aprendido da forma deseja-
da, vai aparecer em outras séries escolares com uma
abordagem diferente para que professores e educandos
tenham mais uma oportunidade de explorar, aprofundar
e absorver aquilo que não pôde ser trabalhado da manei-
ra como queríamos no período do isolamento social.

Respeitando as diferentes realidades escolares que temos em nosso país, preci-


samos verificar de que maneira daremos prosseguimento ao nosso trabalho
neste novo cenário. As aulas acontecerão somente presencialmente ou teremos
uma forma híbrida (presencial e remoto) nos moldes do rodízio como menciona-
mos anteriormente neste material? Sugerimos um recorte de conteúdo baseado
nos materiais que você utiliza. Para tal, é vital que os professores de cada disci-
plina trabalhem colaborativamente para essa priorização de conteúdos. Caso a
escola opte pelo formato híbrido, a equipe docente deverá decidir coletivamente
quais assuntos e atividades serão trabalhos no presencial e quais os que serão
trabalhos remotamente.

Caso sua escola precise otimizar o uso do material didático para concluí-lo até o
final do ano letivo, sugerimos que as aulas descritas no livro/manual do professor
sejam reduzidas em cada capítulo, tendo uma priorização das atividades que
serão mais significativas e relevantes para a aprendizagem.

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Gestão Segura e Sustentável
Por Baiard Guagi

A grave situação de saúde causada pela pandemia da Covid-19 trouxe, evidente-


mente, consequências para todos os setores da sociedade. Na área de educação,
as instituições de ensino tiveram um grande desafio a superar: em cerca de dez
dias precisaram mudar totalmente o seu modelo de aprendizagem, da experiência
presencial para a remota. E, com maior ou menor dificuldade, obtiveram êxito
nessa tarefa.

Do ponto de vista da gestão econômico-financeira das instituições privadas, o


obstáculo foi e está sendo tão grande quanto. Mesmo nas instituições com maior
capacidade de planejamento, essa situação foi totalmente imprevisível. Houve
uma considerável diminuição na receita, seja por cancelamento de matrículas,
interrupção de serviços ou inadimplência.

Em crises como essas, costuma-se dividir as fases de ação e planejamento em


três etapas: Resposta, Recuperação e Sustentação.

A fase de Resposta corresponde aos primeiros movimentos de reação à crise.


Vale para todos os setores, inclusive na área da educação. Diz respeito às medi-
das de curtíssimo prazo e de resultado imediato como uma forma de atenuar a
situação de momento. Exemplos são a utilização das medidas governamentais
como a MP-936 de redução de jornada e salário, financiamento da folha de paga-
mento com a MP-944, postergação do pagamento de impostos, negociação dos
maiores desembolsos como aluguel e serviços terceirizados.

Do lado da receita, está a dicotomia entre evitar a evasão de alunos sem compro-
meter as receitas futuras. Em outras palavras, está a concessão de descontos e
reparcelamentos pontuais, analisando a situação caso a caso do período regular,
uma vez que as receitas dos serviços extras como período integral, alimentação
e cursos extras, tiveram que, praticamente, serem suspensas.

Essa fase se estende desde a suspensão das aulas presenciais até o momento da
retomada das mesmas. A partir daí, se inicia uma nova fase, com desafios ainda
maiores, tanto na área pedagógica com o modelo híbrido, quanto na gestão, com
a recuperação das receitas perdidas e a preparação para as matrículas.

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Essa nova fase chama-se Recuperação. O segredo para definir uma boa estratégia
nessa fase é desenhar com clareza o novo cenário (ambiente), tanto externo quanto
interno, para aproveitar as oportunidades que surgiram e se proteger das ameaças.

Uma das técnicas mais simples e objetivas que existem para isso é a análise
SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Apesar de não ser uma
metodologia nova, ela é ideal para esse momento, uma vez que nos traz clareza e
objetividade na definição de prioridades de ação e resposta à nova realidade.

O primeiro passo é analisar o ambiente no qual a escola está inserida. Quando se


fala em ambiente, devemos entender como tudo aquilo que influencia o negócio
educacional e os gestores e mantenedores nada ou muito pouco podem fazer
para alterar. São as tendências demográficas, culturais, políticas, econômicas,
tecnológicas, entre outras. Também se incluem as variáveis do ambiente externo
à instituição de ensino como concorrentes, mercado consumidor e fornecedores.
A partir dessa leitura, deve-se identificar quais são as tendências que oferecem
oportunidades e quais são aquelas que trazem ameaças. A nossa empresa de con-
sultoria, Alabama, realizou alguns painéis de especialistas com o objetivo de identifi-
car algumas dessas tendências e, dentre várias, as que mais apareceram foram:
maior presença do home working no ambiente familiar; intensificação do ensino
remoto; flexibilização das leis trabalhistas; diminuição da renda das famílias; maior
preocupação com a saúde e higiene na hora de escolher uma escola para os filhos;
necessidade de ajuste fiscal por parte do governo; comunicação entre escola e
família cada vez mais por meio digital; preocupação em manter uma reserva finan-
ceira de emergência, tanto para pessoas físicas quanto para as empresas.

Cada gestor pode fazer essa reflexão e elencar as principais características da


sua realidade local para, a partir daí, dividi-las entre oportunidades ou ameaças.
Procure ser o mais objetivo possível, pois existe uma tendência de quem é man-
tenedor a enxergar quase tudo como oportunidade, fazendo com que se assuma
mais riscos do que o necessário.

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A segunda fase da metodologia SWOT é olhar para dentro da própria escola e
identificar quais são os pontos fortes e fracos da instituição. Da mesma maneira
que a análise do ambiente externo, aqui deve-se ter o cuidado de não exagerar-
mos apenas pontos fortes, uma vez que quando se trata de mantenedores, a
escola pode ser considerada como um filho, e sabemos o quanto é difícil enxer-
garmos com objetividade defeitos e fraquezas. Portanto, consulte sempre, além
da equipe interna, opiniões mais distanciadas da instituição possível.

A análise conjunta dessas quatro categorias (Forças, Fraquezas, Oportunidades e


Ameaças) dará o caminho para a melhor estratégia nesse momento que deverá
incluir, necessariamente, os seguintes pontos:

• Gestão financeira: análise do endividamento atual e possibilidades de capita-


lização, seja para alongamento da dívida, troca por taxas de juros menores ou
ainda ter uma reserva financeira para aproveitar oportunidades de investimentos
e passar como maior tranquilidade períodos de contingência semelhante.

• Gestão do caixa: garantir liquidez para não precisar entrar em linhas de crédito,
equilibrando as receitas e as despesas. Muito cuidado para não conceder descontos
sem muito critério, comprometendo seriamente a entrada de recursos futuros.

• Gestão de custos: se podemos tirar algum aprendizado dessa crise é, sem dúvida,
que uma empresa (e, dentre elas, estão as escolas) pode ter mais eficiência com uso
de mais tecnologia e um cuidado maior no gerenciamento de custos. Isso será cada
vez mais fundamental na busca por resultado, uma vez que as margens de lucro esta-
rão limitadas pela queda na renda das famílias. O grande segredo é identificar os
pontos de ineficiência para cortar desperdícios e não qualidade no serviço prestado.

• Gestão de clientes: investir no relacionamento com as famílias é fundamental.


Como sempre, a melhor fonte de captação de alunos é a indicação, e ter famílias satis-
feitas com o serviço prestado é a melhor maneira de conseguir esse boca-a-boca
positivo. Planejar e executar a nova fase do ensino híbrido é a melhor maneira de ame-
nizar o descontentamento que muitas famílias vivenciaram nesse período com as
aulas acontecendo exclusivamente no ambiente doméstico.

• Gestão de marketing: escolher o período correto para a campanha de matrículas


e a mensagem principal da comunicação. Além disso, é necessário preocupar-se com

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as visitas presenciais em virtude dos protocolos de saúde, tendo alternativas consis-
tentes e efetivas para visitas e atendimentos virtuais. Outra questão importante, em
conjunto com a gestão financeira, é a estratégia de precificação, incluindo descontos,
bolsa e benefícios oferecidos.

Além dessas ações de gestão, é importante uma reflexão, também baseada na análise
SWOT, se não se faz necessária uma remodelagem nos serviços prestados. Nesse
contexto, podemos seguir em duas direções:

- redução ou eliminação de serviços: fechamento de uma unidade e concentração em


um único local, fechamento de período integral, berçário, educação infantil ou ensino
médio. Essa interrupção pode ser temporária, em virtude da diminuição da quantidade
de alunos, para se ganhar força e fôlego financeiro para uma retomada futura;

- ampliação de ofertas: aproveitamento das oportunidades que podem surgir, com a


implantação de novos cursos, atendimento a novos públicos ou reestruturação de
espaços ociosos para novas oportunidades de negócio.

O quadro a seguir resume a união da análise SWOT com a definição de


estratégias:

FATORES EXTERNOS
AMEAÇAS OPORTUNIDADES
FRAQUEZAS

SOBREVIVÊNCIA OU MELHORIAS OU
FATORES INTERNOS

DESATIVAÇÃO CRESCIMENTO
FORÇAS

MANUTENÇÃO OU DESENVOLVIMENTO OU
ENFRENTAMENTO APROVEITAMENTO

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A fase seguinte, Sustentação, depende essencialmente do sucesso na fase de
Recuperação.
Para finalizar, um cuidado importante que devemos ter é com essa expressão de
“novo normal”. Primeiramente, porque nem tudo é novo: as famílias continuam com a
necessidade de matricular seus filhos todo ano em alguma escola, a concorrência
continuará acirrada, os nossos funcionários serão basicamente os mesmos e a
necessidade de uma gestão profissional para garantir a sustentabilidade de longo
prazo da Instituição de Ensino continuará sendo essencial.
Em segundo lugar, porque ‘normalidade’ traz uma ideia de ‘estabilidade’ e isso, prova-
velmente, estará longe da realidade. É bem possível que seja um ambiente no qual o
cenário mudará mais rapidamente, tanto por causa da incorporação de tecnologias,
quanto pela velocidade da troca de informação entre as pessoas e de possíveis apare-
cimentos de novas emergências de saúde. Isso faz com que a instituição de ensino
tenha que desenvolver um senso de prontidão e agilidade muito mais apurado para
responder às mudanças com mais velocidade e precisão.

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S abemos que não existem receitas prontas com todas as soluções
para as incertezas, medos e inseguranças que estamos vivenciando e
aquelas que ainda enfrentaremos neste cenário após a pandemia.
Entretanto, nós, educadores brasileiros, somos conhecidos pela nossa
alta capacidade de elaborar soluções criativas para os problemas que
temos enfrentado no cenário educacional em nosso país. Teremos de
ressignificar muitas de nossas ações e relações após os meses de
confinamento e isolamento social. Existem diversos questionamentos
que necessitamos de encontrar as respostas, porém sabemos que são as
perguntas que nos fazem pensar, refletir e agir em busca de soluções.

Voltaremos para nossas escolas diferentes de quando as deixamos


meses atrás. Contudo, não podemos mudar nossa forma humana de
sermos educadores. Nossa afetividade, empatia, escuta ativa e nossas
relações interpessoais, mais do que nunca, devem ser potencializadas
para que, juntos, possamos vencer os obstáculos e ajudarmos nossos
alunos a serem cidadãos críticos e conscientes do papel deles para a
(re)construção de uma sociedade mais digna e fraterna. Vamos
incentivá-los e possibilitar os meios necessários para que sejam mais
autônomos e protagonistas, tornando-se autores de sua própria história.

Queridas educadoras e educadores, sabemos que juntos somos mais


fortes. Por isso, se vocês precisarem de um suporte mais especializado,
humanizado e individualizado neste processo de retomada às atividades
após a pandemia, saibam quem a equipe pedagógica do Go Bilingual pode
ajudar vocês a enfrentarem os desafios nesta nova fase que nos espera.
Saibam que podem contar com nossos especialistas na busca pela
melhor solução bilíngue para a (re)construção de nossa sociedade por
meio da educação.

Até breve,

Equipe Go Bilingual.
Sobre os autores

Pós-graduando em Metodologias e Práticas


para Educação Bi/Multilíngue, possui gradua-
ção em Letras Língua Inglesa e especialização
em Tradução. Márcio Pantoja é coordenador
pedagógico da Spot Educação. Tem vasta expe-
riência como professor de inglês há 15 anos em
diversos contextos educacionais, incluindo pre-
paração de professores para realização de
exames internacionais. É formador de profes-
sores ministrando treinamentos em diversas escolas parceiras da Spot Edu-
cação. Possui entre outros, os certificados FCE, CAE e CELTA, emitidos pela
Universidade de Cambridge. Foi por duas vezes bolsista CAPES/FULBRIGHT,
fazendo cursos de desenvolvimento profissional em universidades norte-
americanas. Apresenta workshops em eventos nacionais e internacionais
voltados para a melhoria da prática de ensino de língua inglesa. Trabalhou
voluntariamente como presidente do BRAZ-TESOL Belém Chapter por dois
anos promovendo eventos de aprimoramento profissional para a comunidade
docente. Gosta muito de estudar, aprender e desenvolver suas práticas peda-
gógicas para ajudar os professores a contribuírem com um mundo melhor
através do poder transformador da educação.

Baiard Guggi é economista pela Fundação Ge-


túlio Vargas, Publicitário pela USP, mestrando
em Ciências Econômicas pela Fundação Getú-
lio Vargas, professor do Instituto Educacional
da BM&F – Bolsa de Mercadorias de São Paulo,
consultor de gestão estratégica e marketing
para instituições educacionais, e co-autor do
livro "Marketing Educacional: Como manter e
conquistar mais alunos" e autor de "Atendi-
mento na Escola: excelência no atendimento,
da secretaria à sala de aula”.

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